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LEGISLAÇÃO CIVIL APLICADA II Karina Carvalho Bernardes Revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna Bacharel em Direito Especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional e em Direito Público Mestre em Direito Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito Miguel do Nascimento Costa Bacharel em Ciências Sociais Especialista em Processo Civil Mestre em Direito Público Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147 L514 Legislação civil aplicada II / Fabiana Hundertmarck Leal... [et al.] ; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna, Miguel do Nascimento Costa]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018. 380 p. : il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-428-1 1. Direito civil. I. Leal, Fabiana Hundertmarck. CDU 347 Legislacao_Civil_Aplicada_II_Book.indb 2 22/05/2018 13:31:12 Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar contrato. Explorar os princípios fundamentais aplicáveis aos contratos. Analisar a interpretação e integração dos contratos e a sua classificação. Introdução Os contratos são fundamentais à humanidade, regendo os atos mais comuns da vida diária: regula tudo o que consumimos, sejam produtos (alimentos, vestuário, livros, eletrodomésticos, móveis, imóveis, carros, etc.) ou serviços (telefonia, conserto, educação, saúde, academia, corte de cabelo, televisão a cabo, etc.). Mas os contratos não estão presentes apenas no dia a dia da pessoa física: estão igualmente presentes no cotidiano da pessoa jurídica. Inclu- sive, para a própria criação da pessoa jurídica, comumente é necessário um contrato (a exemplo da sociedade é imprescindível o contrato social). A pessoa jurídica necessita contratar para aquisição de insumos, materiais, equipamentos e serviços. Desde já, portanto, você já pode perceber a relevância do tema para qualquer área da sua vida, principalmente a profissional. Neste capítulo, você vai identificar o conceito de contrato, os princípios fundamentais que o norteiam, bem como as suas diversas classificações, incluindo as peculiaridades inerentes a cada uma. U N I D A D E 1 C01_Contratos.indd 1 10/05/2018 17:42:37 lalves Retângulo lalves Retângulo Conceito e formação dos contratos Contrato é o acordo de vontades para o fi m de adquirir, resguardar, modifi car ou extinguir direitos, conforme ensina Clovis Beviláqua (1916). Esse conceito abrange tanto os contratos principais quanto os acessórios, cabendo aclarar que o contrato principal é aquele que tem vida própria e existe por si só — é autô- nomo e independente da existência de outro contrato (características da maioria dos contratos). No entanto, há os contratos acessórios, cuja existência depende de outro contrato, como os contratos de garantia, pois a fi ança é um contrato acessório que geralmente garante uma locação principal. A hipoteca é outro exemplo de contrato acessório, que geralmente garante um empréstimo principal. O contrato possui três fases distintas: 1. a fase de negociações preliminares à formação do contrato (também chamada de fase pré-contratual, fase de puntuação, ou de tratativas); 2. contrato preliminar; 3. contrato definitivo. No que tange à fase de negociações preliminares, é importante destacar que a doutrina e jurisprudência (conjunto de decisões dos Tribunais em relação a determinado tema) modificaram o entendimento de que essa fase não gera obrigação entre as partes. Isso porque, mesmo se tratando de uma negociação prévia ao contrato, havendo fortes expectativas em um dos negociantes que resulte em despesas, em não contratar com terceiros ou alterar planos de sua atividade imediata o outro negociante deverá responder segundo a chamada responsabilidade pré-contratual, instituto jurídico que se aplica apenas à fase de tratativas. Assim, pode ocorrer, excepcionalmente, a responsabilização das partes na fase pré-contratual com fulcro no princípio da boa-fé, que rege os contratos, mas também nos termos dos arts. 186 e 927 do Código Civil, que dispõem que todo aquele que, por ação ou omissão, dolosa ou culposa, causar prejuízo a outro, fica obrigado a reparar o dano (BRASIL, 2002). Entre a fase de tratativas e a celebração do contrato, existe os atos de oferta e aceitação com consequências jurídicas relevantes. Oferta, proposta ou policitação A oferta é a declaração de vontade pela qual o proponente (policitante) leva ao conhecimento do oblato (a pessoa a quem é direcionada a proposta de um Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações2 C01_Contratos.indd 2 10/05/2018 17:42:38 contrato) os termos para a conclusão de um contrato. Para que vincule, a oferta deve conter os seguintes requisitos: Seriedade — não pode ter cunho jocoso. Clareza — não pode ser ambígua. Completude — deve indicar todos os aspectos essenciais do contrato. Com destinatário — deve ser dirigida a alguém ou ao público. A oferta tem como efeito obrigar o proponente aos seus termos, salvo se: o contrário dela resultar; a natureza ou as circunstâncias levarem a outra conclusão; os seus termos evidenciarem a falta de obrigatoriedade. Nos termos do art. 428 do Código Civil, a oferta deixa de ser obrigatória nos seguintes casos (BRASIL, 2002, documento on-line): Se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante. Se, feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. É exemplo a oferta feita por e-mail ou correspondência. Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Aceitação Aceitação é a adesão integral do oblato à proposta formulada. Nos termos dos arts. 431 e 432 do Código Civil (BRASIL, 2002): deve ser expedida no prazo; se fora do prazo e contiver adições, restrições ou modificações, será considerada nova proposta (art. 431 do Código Civil); deve ser expressa. 3Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 3 10/05/2018 17:42:38 A aceitação tácita só se admite se for costume entre as partes (por exemplo, art. 111 do Código Civil) ou nos casos legais, a exemplo do art. 539 do Código Civil, em que o silêncio do donatário em face da doação oferecida por alguém presume o aceite (BRASIL, 2002). Cumprido os requisitos legais do aceite, o efeito jurídico é a efetivação do vínculo contratual. Contudo, nos termos do Código Civil, não terá validade a aceitação se (BRASIL, 2002, documento on-line): “a) antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433); b) por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos (art. 430)”. Quanto à conclusão do contrato entre ausentes, pode ocorrer das seguintes espécies: declaração propriamente dita, recepção e expedição. Vejamos: Declaração propriamente dita — como o nome diz, a partir da declaração do aceite escrita pelo oblato, contudo essa resposta pode ser rasgada logo em seguida e esse seria o problema dessa espécie. Recepção — o contrato se forma no momento em que o proponente recebe a resposta da aceitação, o que também constitui um problema, pois o aceitante não sabe exatamente o momento em que o proponente recebeu a declaração do aceite. Expedição — adotada pelo art. 434 do Código Civil, o contrato se forma no momento em que a declaração de aceitação é expedida. O mesmo art. 434 do Código Civil também regula que os contratos entre ausentes não se formarão se a retratação chegarantes do aceite, se o aceite não chegar no prazo estipulado ou se ficar convencionado que o proponente deseja esperar a resposta (espécie: recepção) (BRASIL, 2002). Em que pese não haja previsão legal quanto ao contrato eletrônico, daí um contrato atípico, é hodiernamente utilizado e pode ser definido como o encontro de uma oferta de bens ou serviços que se exprime de modo audiovisual por meio de uma rede internacional de telecomunicações e de uma aceitação suscetível de manifestar-se por meio da interatividade. Assim, para ser considerado eletrônico, o contrato deve ser eletronicamente consentido. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações4 C01_Contratos.indd 4 10/05/2018 17:42:38 Estipulação em favor de terceiros (arts. 436 a 438 do Código Civil) É aquele contrato cujos efeitos ultrapassam as pessoas que fi rmam o contrato, benefi ciando um terceiro, como, por exemplo, o contrato de seguro de vida. Por isso, é uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos, que será estudado na sequência. Os sujeitos deste tipo de contrato são: o estipulante (contratante); o estipulado (contratado); o beneficiário (o terceiro). Cumpre informar que o terceiro pode ser pessoa determinada ou inde- terminada, como o caso do nascituro. Igualmente importante destacar que o estipulante, desde que haja previsão contratual, pode substituir o beneficiário a qualquer momento, bem como o beneficiário, por sua vez, pode recusar ou renunciar o seu direito, assim como pode exigi-lo, ficando sujeito às condições e normas do contrato. Promessa por fato de terceiro (arts. 439 e 440 do Código Civil) Nesse contrato, uma das partes se compromete a conseguir o consentimento de um terceiro para a prática de um ato, sem que o terceiro esteja necessa- riamente obrigado a algo. O terceiro só estará obrigado se anuir à promessa. Exemplo clássico é o da produtora de eventos que promete que determinado cantor fará um concerto. Assim, o descumprimento do contrato gera obrigação de indenizar pelo promitente, como dito alhures, e o terceiro só será responsabilizado se anuir. Contudo, a responsabilidade do promitente não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Um exemplo dessa situação é a promessa de assinatura da esposa/marido para contrato de fiança. 5Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 5 10/05/2018 17:42:38 Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 e 471 do Código Civil) O art. 467 do Código Civil conceitua o contrato de pessoa a declarar: “Art. 467 No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes” (BRASIL, 2002, documento on-line). Como exemplo para melhor ilustrar o instituto, temos os leilões de objeto de grande valor, nos quais o verdadeiro comprador, quando não pretende revelar a sua identidade, combina com outra pessoa que fará o lance e arremata o objeto, mas, quando da assinatura dos documentos definitivos, indica o verdadeiro comprador. Outro exemplo seria o contrato de compra e venda e bens móveis ou imóveis, comumente utilizado como um intermediário. A loja de carros, por exemplo, vende o carro usado, mas não o adquire, passando direto para terceiro. Não havendo outro prazo estipulado, a comunicação a outra parte deve se dar em até 5 dias da conclusão do contrato. A aceitação da pessoa indicada será eficaz se revestida da mesma forma indicada no contrato. Com a aceitação da pessoa indicada, ela assume os direitos e obrigações a partir do momento em que for celebrado o contrato. Caso a nomeação não seja aceita, o contrato permanece com os contratantes originários. Também permanecerá com os contratantes originários se: não houver indicação (nomeação) de alguma pessoa no prazo; o indicado for incapaz; no momento da nomeação, o indicado for insolvente e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações6 C01_Contratos.indd 6 10/05/2018 17:42:38 O art. 428, I, do Código Civil preceitua que a proposta deixa de ser obrigatória se, feita sem prazo à pessoa presente, não for imediatamente aceita. Lembre-se de que, no nosso Código de Defesa do Consumidor (CDC), o orçamento, caso não estipule prazo de validade, terá prazo de 10 dias. Princípios fundamentais aplicáveis aos contratos Para interpretar e aplicar um instituto jurídico, é de suma importância o conhecimento dos princípios jurídicos em que está calcado. Os princípios são encarados como verdadeiras normas jurídicas, com força de imposição. Mesmo que contenham um grau maior de abstração e generalidade, ainda assim são normas, ao contrário do que faz parecer ser A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), cujo art. 4º preceitua: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito” (BRASIL, 1942, documento on-line). Portanto, é de suma importância o estudo dos principais princípios nor- teadores dos contratos, uma análise dos seus conceitos, fundamentos, con- sequências e exceções. Princípio da autonomia da vontade O princípio da autonomia da vontade assegura a liberdade de contratar: seja simplesmente contratar ou não, com quem contratar, o que e como con- tratar. Tem como fundamento político princípios liberais, homens livres, cujas escolhas devam ser respeitadas. Já o fundamento jurídico está calcado na Constituição Federal (art. 5º, caput, e art. 170, caput, II e IV) e no Código Civil (art. 421) (BRASIL, 1988; 2002). As consequências desse princípio podem ser jurídicas ou não jurídicas. As jurídicas estão relacionadas à liberdade de contratar, como dito alhures, que resulta no estabelecimento da pacta sunt servanda (os pactos assumidos devem ser respeitados). Ainda, os contratos só vinculam quem a ele aderiu. As 7Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 7 10/05/2018 17:42:38 consequências não jurídicas condizem com a possibilidade de maior circulação de riqueza, tendo em vista a segurança jurídica que confere; por outro lado, pode gerar desigualdades, pois pode favorecer cláusulas abusivas. Com o advento do Código Civil, cujo art. 422 trouxe expressamente a boa- -fé, bem como com a entrada em vigor do CDC, o qual afirma que a boa-fé se traduz no dever de agir com lealdade, lisura e ética com o outro sujeito da relação, veio a flexibilização do princípio da autonomia da vontade. Antes, era irretratável o acordo de vontade (pacta sunt servanda), o que passou a ser mutável dependendo das condições contraídas durante a negociação e conclusão do contrato, mantendo o equilíbrio contratual quando uma das partes for vulnerável. Princípio da força obrigatória: obrigatoriedade e intangibilidade Esse é o princípio de pacta sunt servanda, segundo o qual o contrato faz lei entre as partes, estando obrigadas ao seu cumprimento, sem alterá-lo de forma unilateral. A força vinculante do contrato é princípio relativo, cedendo diante da neces- sidade de um ideal de equilíbrio e justiça, razão maior que o interesse das partes. A existência de eventos extraordinários e imprevisíveis também são capazes de alterar o conteúdo da obrigação e legitimar o desfazimento da avença. Nessa linha, são exceções ao princípio aquelas hipóteses em que se admite a revogação do contrato, como o mandato, bem como hipóteses em que há violação aos princípios contratuais e aquelas em que se aplica a teoria da imprevisão. Princípio da relatividade Tem como base o fundamento de que os efeitos dos contratos só são produzidos entre as partes — terceiros não envolvidosna relação contratual não estão submetidos ao efeito do contrato (res inter alios acta neque prodest). Caso a prestação seja personalíssima, não se transmite aos sucessores, não os vincula. No entanto, por não ser absoluto, admite exceções, como na sucessão, na estipulação em favor de terceiro e no direito do consumidor. Como exemplo, temos o seguro de vida, responsabilidade dos herdeiros quanto ao cumprimento do contrato do de cujus, até as forças da herança, e o poder de o consumidor acionar judicialmente o fabricante, produtor, construtor ou importador, mesmo não tendo contratado diretamente com eles, na hipótese de reparação de danos causados por defeitos ou informações insuficientes do produto. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações8 C01_Contratos.indd 8 10/05/2018 17:42:39 Princípio da função social dos contratos Inspirado no Código Civil, que preceitua que o contrato seja o instrumento de adequado convívio social, esse princípio protege e legitima contratos cujo objeto seja útil, justo e não prejudicial ao interesse coletivo. Assim, o contrato deve, além de satisfazer os contratantes, respeitar os interesses da coletividade em geral. Para ilustrar, o contrato de transporte de entorpecentes pode satisfazer a ambas as partes, mas não cumpre uma função social. Também serve como exemplo o contrato para caça de ani- mais selvagens, que pode ser do interesse das partes, mas não observa uma funcionalização, pois viola interesse coletivo, representado pelo ambiente sadio e equilibrado. O princípio da função social dos contratos é calcado nos princípios sociais que buscam um equilíbrio na sociedade, sendo esse o seu fundamento político. Como fundamento jurídico, temos os arts. 3º, I, III, IV, e art. 170, caput, da Constituição Federal, e o art. 421 do Código Civil (BRASIL, 1988; 2002). Princípio da boa-fé objetiva Esse é o princípio que impõe aos contratantes que atuem com respeito e leal- dade em todas as fases do contrato. Está previsto no art. 422 do Código Civil. Os contratantes devem ser leais, probos, ágeis, com retidão. A conduta do contratante será analisada sob a égide da boa-fé objetiva, o que significa que será analisada pelo que se entende como atitude de boa-fé na sociedade, desconsiderando a concepção individual, subjetiva de boa-fé. Portanto, não importa o que pensa um dos contratantes sobre o que é agir de boa-fé, mas verificar-se-á o que pensa a sociedade sobre isso. Como dito alhures, o princípio da boa-fé objetiva deve estar presente em todas as fases do contrato, desde as tratativas (com linguagem clara), na cele- bração (com redação do contrato nos termos acordados em, igualmente, com clareza), na fase de execução (cumprindo o contrato e não impondo dificuldades para o cumprimento) e, por fim, na fase de extinção (dando a devida quitação ao adimplente). Poderíamos, ainda, falar na fase pós-contratual, na qual agir de boa-fé seria guardar o sigilo e o segredo profissional. Assim, quando o juiz analisa essa situação de desrespeito ao princípio da boa-fé, a ele cabem quatro possibilidades de decisão: 1. modificar cláusula contratual; 2. invalidar cláusula contratual; 9Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 9 10/05/2018 17:42:39 3. resolver o contrato; 4. condenar o ofensor ao cumprimento de obrigação ou mesmo indenizar. Quando a discussão envolve a fase de tratativa ou conclusão, geralmente enseja a modificação ou invalidação da cláusula contratual. Contudo, quando ocorre nas fases de execução, extinção e pós-extinção, normalmente ensejam também a obrigação de indenizar além da obrigação do cumprimento. Cláusula rebus sic stantibus (“estando assim as coisas” ou “enquanto as coisas estão assim”) e teoria da imprevisão: especifica que as partes de um contrato pactuaram considerando a situação de fato existente no momento da sua celebração. Assim, poderiam invocá-la como forma de rompimento ou ajuste do contrato diante de mudanças substanciais que tenham ocorrido, mas tais mudanças devem ser extraordinárias e imprevisíveis, e devem modificar o equilíbrio do acordo trazendo desvantagem a uma das partes. Por exemplo: mudança provocada pela natureza ou pelas autoridades. Classificação dos contratos Os contratos possuem diversas classifi cações, podendo se dar quanto aos efeitos, às vantagens, ao momento de formação, à forma, etc. Essa classifi cação é de suma importância para a verifi cação das consequências e a possibilidade de aplicação de outros institutos conforme o tipo de contrato. Vejamos: Quanto aos efeitos/obrigações. Os contratos podem ser unilaterais, bilaterais, bilaterais imperfeitos ou bifrontes. Contratos unilaterais — Há obrigação para apenas uma das partes, mesmo havendo duas declarações de vontade, duas pessoas. São exem- plos a doação pura e simples, o mandato, o mútuo, a fiança e depósito. Contrato bilateral — Há obrigação para ambos os contratantes, também chamados de sinalagmáticos. Aqui, há prestação e contraprestação; não Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações10 C01_Contratos.indd 10 10/05/2018 17:42:39 precisam ser equivalentes, basta que cada parte veja na prestação da outra uma compensação suficiente à sua. São exemplos a prestação de serviço e a compra e venda. Contratos bilaterais imperfeitos — São originalmente unilaterais, mas, por alguma circunstância acidental, tornam-se bilaterais. Como exemplo, temos o contrato de mandato não remunerado, em que a obrigação é apenas do mandatário. Porém, caso haja despesas a serem ressarcidas, surge a obrigação da outra parte, o mandante. Contratos bifrontes — São aqueles contratos que, na origem, podem ser tanto unilaterais quanto bilaterais. O contrato de mandato, por exemplo, se for remunerado, será um contrato bilateral; caso contrário, será unilateral. Essa classificação é importante porque é utilizada, por exemplo, para verificar se cabe a alegação de exceção de contrato não cumprido (quando uma das partes diz que só cumpre o contrato se a outra cumpri-lo primeiro). Tal instituto é aplicável somente aos contratos bilaterais. Quanto às vantagens. Os contratos podem ser gratuitos ou onerosos. Contratos gratuitos — também chamados de benéficos, são aque- les em que só há vantagens ou benefícios para uma das partes sem exigir contraprestação da outra. Exemplos: a doação pura e simples, o mútuo não remunerado, o comodato, o depósito não remunerado, conhecimento de filho. Contratos onerosos — há vantagens para ambas as partes. Por exemplo: compra e venda, mútuo remunerado (feneratício), doação com encargo. Não confundir essa classificação com a anterior, achando que todo contrato unilateral é gratuito e que todo contrato bilateral é oneroso. O mútuo (empréstimo de coisa fungível, como dinheiro) feneratício (devolver a quantia e pagar os juros) é um exemplo de contrato unilateral oneroso, pois, somente se tiver que devolver a quantia e pagar os juros, haverá uma obrigação do mutuário. 11Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 11 10/05/2018 17:42:39 É importante essa classificação para que se possa verificar se são aplicáveis ou não alguns institutos do Direito. Estas são algumas situações que ilustram a importância dessa classificação: o instituto da evicção e dos vícios redibitórios são aplicados apenas aos contratos onerosos; na celebração de contrato gratuito de devedor insolvente, a fraude contra credores é presumida; nos contratos onerosos, a fraude deve ser provada; tratando-se de contratos onerosos, a responsabilidade civil se confi- gura por mera culpa de qualquer das partes; contudo, nos contratos gratuitos, quem faz o benefício responde apenas se agir com dolo (intenção). Quanto ao momento da formação. O contrato pode ser consensual ou real. Contrato consensual — Aquele que se forma no momento do acordo de vontades; a entrega da coisa é a execução do contrato. Por exemplo: mandato, compra e venda. Contrato real — Somente se forma com a entrega da coisa, ou seja, a entrega da coisa é requisito para formação/existência do contrato. Por exemplo: comodato, depósito, mútuo. Quanto à forma. Os contratos são não solenes ou solenes. Contratos não solenes — Aqueles cuja forma é livre (art. 170 do Código Civil); pode ser verbal, gestual ou por escrito. Por exemplo: compra e venda de bens móveis, prestação de serviço, locação. Contratos solenes — Devem obedecer uma forma prescrita em lei, que costuma ser essencial para a validade do contrato, mas também pode ser mero meio de prova de determinado negócio. Por exemplo: contrato de compra e venda de bem imóvel (acima de 30 salários mínimos, deve ser feito por escritura pública), seguro fiança e fiança, pacto antenupcial, testamento público. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações12 C01_Contratos.indd 12 10/05/2018 17:42:39 Distinção entre solenes e formais: solenes exigem escritura pública e formais exigem apenas a forma escrita. Quanto às qualidades pessoais dos contratantes. Os contratos podem ser impessoais ou personalíssimos. Contratos impessoais — Aqueles em que a prestação pode ser cumprida pelo devedor ou por terceiro. Não importa quem o executa. Por exemplo, em uma obrigação de dar, basta que a coisa seja entregue, não importa se pelo próprio devedor ou terceiro. No caso de falecimento do devedor, a obrigação é transmitida aos herdeiros, mas a cumprirão nos limites das forças da herança. Contratos personalíssimos — Nesses contratos, a prestação deve se dar apenas pela parte contratante quando essa possui qualidades pessoais que resultam no contrato. Também chamado de contrato intuitu personae, geralmente o objeto do contrato é uma obrigação de fazer. A respectiva obrigação não pode ser cumprida por terceiro, sendo intransmissível aos sucessores. Por exemplo: contratação de pintor renomado para realizar uma obra de arte, contratação de determinado cantor para se apresentar em determinado evento, como casamento. A importância da classificação está diretamente relacionada à execução do contrato. Nos contratos impessoais, o devedor tem duas opções: pode realizar a obrigação ou, às suas custas, mandar executar a obrigação por terceiro. Aqui, da mesma forma, o credor pode mandar executar a obrigação por terceiro às custas do devedor ou requerer a indenização por perdas e danos. No contrato personalíssimo, por outro lado, não há opção senão a conversão em perdas e danos, já que outro não pode executar a obrigação. 13Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 13 10/05/2018 17:42:39 No contrato personalíssimo, erro de pessoa (quando, por exemplo, contrata-se uma pensando ser outra, como o aprendiz no lugar do artista) gera anulabilidade do negócio jurídico. Quanto à existência de regramento geral. Os contratos são típicos, atípicos e mistos. Contratos típicos (nominados) — São aqueles descritos que têm re- gramento legal específico, entre no mínimo 20 contratos tipificados no Código Civil e em leis especiais. Por exemplo: compra e venda, doação, lei de locações de imóveis urbanos (Lei nº. 8.245, de 18 de outubro de 1991) e lei de alienação fiduciária (Lei nº. 4.728, de 14 de julho de 1965). Contratos atípicos (inominados) — São contratos que não possuem regramento legal específico. Portanto, decorrem apenas da deter- minação das partes, mas sofrem limitações legais, as regras gerais constantes no Código Civil. A estipulação de contrato atípico é legalmente permitida (art. 425) (BRASIL, 2002), mas, como dito, deve respeitar os preceitos do Código Civil na parte geral, como objeto lícito, possível e determinável, bem como os preceitos da teoria geral das obrigações e contratos, como o princípio da função social dos contratos. Por exemplo: excursão turística, feira de exposições, consertos domésticos. Contratos mistos — Esses contratos decorrem da fusão de contratos nominados com elementos particulares, criando novos negócios con- tratuais. Como exemplo, temos o contrato de exploração de lavoura de café, que mistura elementos atípicos com contratos típicos, como locação de serviços, empreitada e arrendamento rural. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações14 C01_Contratos.indd 14 10/05/2018 17:42:39 O contrato atípico misto não se enquadra em nenhum tipo contratual legal. Contudo, reúne dois ou mais tipos contratuais previstos. Quando reúne elementos que apenas apresentam afinidades com outros institutos jurídicos, então se trata de um contrato atípico misto em sentido amplo. Quanto às condições de formação. São os contratos paritários e de adesão. Contratos paritários — Nesses contratos, as partes estão em situação de igualdade, podendo discutir as condições do contrato. Contratos de adesão — Nesses contratos, o aderente não pode modificar ou discutir as cláusulas do contrato que são previamente e unilateral- mente estabelecidas. O fato de a lei permitir a inserção de cláusula no contrato não o descaracteriza como de adesão. Exemplos clássicos de contrato por adesão são o de financiamento bancário, seguro, telefonia. Quando houver clausula ambígua, deve ser interpretada em favor do ade- rente (art. 423) (BRASIL, 2002). Nos termos do art. 424 do Código Civil, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Quando se trata do CDC, o contrato de adesão admite cláusula resolutória cuja escolha cabe ao consumidor (art. 54 do CDC). As cláusulas que limitam direitos devem estar redigidas com destaque, sendo que o desrespeito a essa regra gera nulidade da cláusula (art. 54, § 4º c/c art. 51, XV, ambos do CDC) (BRASIL, 1990). Quanto à defi nitividade. Os contratos podem ser defi nitivos ou preliminares. Contratos definitivos — Criam obrigações finais aos contratantes. De modo geral, os contratos são definitivos. Contratos preliminares — São aqueles cujo objeto é a realização de um contrato futuro, como a promessa de compra e venda. Exceto quanto à forma, os contratos preliminares devem conter os requisitos essen- ciais do contrato definitivo a ser celebrado. Para ter validade perante a terceiros, deve ser levado a registro. Arts. 462 e 463 do Código Civil. 15Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 15 10/05/2018 17:42:40 Qualquer das partes pode exigir a celebração do contrato definitivo in- dicando prazo a outra parte, salvo se constar cláusula de arrependimento. Cabe ressaltar que, tratando-se de imóveis, há leis que impedem a cláusula de arrependimento. Expirado o prazo para realização do contrato definitivo sem a realização deste, permite que a parte prejudicada requeira ao Poder Judiciário supra a vontade do inadimplente; se não se opuser à natureza do contrato, vai conferir caráter definitivo ao contrato preliminar. Quanto ao conhecimento prévio das prestações. São os contratos comuta- tivos e aleatórios. Contrato comutativo — As partes conhecem as prestações que cum- prirão já de antemão, podendo prever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, como compra e venda, prestação de serviço, mútuo, empreitada, locação. Ou seja, na comutatividade está presente a equivalência das prestações. Contrato aleatório — Apenas a prestação de uma das partes não con- segue antever a vantagem que receberá pela contraprestação fornecida, isso porque a perda ou lucro depende de fato futuro e imprevisível. Como exemplo, o contrato de jogos e apostas, bem como o contrato de seguro, visto que o pagamento da indenização depende de um fato eventual. Já os contratos acidentalmentealeatórios são tipicamente comutativos, mas tornam-se aleatórios, como venda de coisa futura, pois o risco pode referir-se à própria existência da coisa e à sua quantidade. Quanto ao momento da execução. São os contratos instantâneos, de execução diferida e de trato sucessivo ou de execução continuada. Contratos instantâneos — Aqueles em que a execução se dá no momento da celebração, como a compra e venda de pronta-entrega e pagamento à vista. Cumprida a celebração, extingue-se a obrigação. Contrato de execução diferida ou retardada — São os contratos cuja execução se dá em ato único, mas em momento futuro, a termo. Como exemplo, temos a compra e venda cujo pagamento se dará em 30 dias. Contratos de trato sucessivo ou de execução continuada — Nesses contratos, a execução ocorre distribuída no tempo, em atos reiterados, sendo que a ação para exigir o cumprimento das prestações vencidas Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações16 C01_Contratos.indd 16 10/05/2018 17:42:40 começa a fluir da data do vencimento de cada prestação. Por exemplo: compra e venda com pagamento parcelado. A classificação é importante para verificar que tipo de contrato está su- jeito à teoria da imprevisão (arts. 478 e 480 do Código Civil). Só é aplicável aos contratos de execução diferida e aos de trato sucessivo. No contrato em que a execução se dá no mesmo momento da celebração, não pode se tornar excessivamente oneroso. 1. O contrato nasce da convergência entre a proposta e a aceitação. Como bem disciplina a teoria geral dos contratos, a proposta obriga, sendo o proponente forçado a perdas e danos, caso não a mantenha. Sobre a matéria, é correto afirmar que: a) reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi aceito. b) o silêncio nunca importa anuência. c) a proposta se mantém obrigatória se, feita sem prazo, por telefone, não for imediatamente aceita, mas em próximo contato. d) a proposta do contrato obriga o proponente, salvo se os seus termos evidenciarem a falta de obrigatoriedade. e) na promessa por fato de terceiro, a responsabilização não recairá sobre o terceiro, mesmo que tenha anuído com a promessa, restando o promitente como devedor único. 2. Quanto ao princípio da autonomia da vontade, é correto afirmar que: a) assegura a liberdade de contratar, podendo celebrar ou não um contrato, escolher com quem contratar, o que e como contratar. b) é o único princípio absoluto, não sofrendo nenhum tipo de limitação. c) o princípio da boa-fé em nada afetou o pacta sunt servanda. d) não se verifica qualquer fator negativo no presente princípio, já que parte da premissa de que os homens são iguais e livres devendo ser respeitadas suas escolhas. e) não está calcado em nenhum fundamento jurídico, apenas jurisprudencial. 3. Relativo aos princípios fundamentais dos contratos, é correto afirmar que: a) os efeitos dos contratos só serão produzidos entre as partes, não se admitindo que o terceiro que não contratou sofra qualquer consequência. b) o princípio da força obrigatória é aquele pelo qual o contrato faz lei entre as partes. Contudo, permite exceções, como as hipóteses em que se admite a revogação do contrato. 17Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 17 10/05/2018 17:42:41 c) o princípio da função social dos contratos está relacionado à busca do equilíbrio social, impondo que o contrato seja um instrumento de adequado convívio social. Contudo, estão excluídas do princípio as matérias que versem sobre meio ambiente, devendo ser tratadas dentro do Direito Ambiental. d) cabe às partes a verificação dos termos do contrato no momento da sua assinatura. Dessa forma, é obrigação de quem não redigiu o contrato verificar se constam as cláusulas conforme o combinado. e) o princípio da boa-fé objetiva serve de vetor interpretativo dos contratos. Contudo, diante de uma cláusula contratual ambígua, por exemplo, deve-se ficar com a intepretação que melhor servir ao contratante. 4. A classificação dos contratos ensina que: a) o contrato verbal não é admitido sem algum indício escrito quanto à vontade das partes. b) os contratos personalíssimos podem ser executados por terceiros se o credor aceitar. c) nos contratos gratuitos, a fraude contra credores deve ser comprovada, enquanto que, nos onerosos, ela é presumida. d) o instituto do vício redibitório é aplicável a qualquer contrato. e) o contrato de adesão é válido. Contudo, a cláusula que estipula renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do contrato é nula. 5. Sobre o contrato personalíssimo, é correto afirmar que: a) também chamado de intuitu personae, nesse tipo de contrato, geralmente há obrigação de fazer, e tem como característica elementos de confiança, qualidade técnica e qualidade artística. b) em caso de descumprimento da obrigação, o credor poderá exigir o cumprimento ou a conversão em perdas e danos. c) no caso de falecimento do devedor, a sucessão se obriga ao cumprimento da obrigação. d) o erro essencial contra a pessoa não gera consequências, já que o contrato foi firmado entre as partes. e) a contratação de um escultor não pode ser exemplo de contrato personalíssimo, visto que é possível contratar qualquer escultor para realização de uma escultura. Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações18 C01_Contratos.indd 18 10/05/2018 17:42:43 BEVILÁQUA, C. Código Civil anotado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1916. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. BRASIL. Decreto-Lei nº. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L8078.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. Leituras recomendadas COELHO, F. U. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2007. DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2008. GOMES, O. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2007. GUSTAVO, l. Uma ideia sobre o princípio da relatividade dos contratos. 2016. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/51077/uma-ideia-sobre-o-principio-da-relatividade- -dos-contratos>. Acesso em: 11 abr. 2018. LUZ, J. C. F. Contrato com pessoa a declarar. 2014. Disponível em: <http://www.iesp. edu.br/newsite/assets/2012/11/43.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018. MARQUESI, R. W. Os princípios do contrato na nova ordem civil. 2004. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/5996/os-principios-do-contrato-na-nova-ordem-civil>. Acesso em: 11 abr. 2018. 19Contratos: conceito, natureza jurídica, elementos, princípios e classificações C01_Contratos.indd 19 10/05/2018 17:42:43 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm https://jus.com.br/artigos/51077/uma-ideia-sobre-o-principio-da-relatividade- http://www.iesp/ http://edu.br/newsite/assets/2012/11/43.pdf https://jus.com.br/artigos/5996/os-principios-do-contrato-na-nova-ordem-civil Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: