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<p>jurídica de ações por gestores, colaboradores e parceiros de negócio (stakeholders) em relação</p><p>aos propósitos, valores e normas aplicáveis; comprometimento este que implica o</p><p>cumprimento tanto de 'obrigações mandatórias' (obrigações compulsórias em razão de serem</p><p>ligadas a imposições normativas oriundas e previstas no ordenamento jurídico), quanto de</p><p>'obrigações voluntárias' (obrigações assumidas particularmente pelas 'organizações' e</p><p>publicizadas em razão das relações que estas estabelecem com consumidores, fornecedores,</p><p>colaboradores, gestores, comunidades e sociedade). Não é difícil compreender a relevância</p><p>prática do instituto de compliance quando posto em prática e quando dá corpo efetivamente à</p><p>cultura ética e justa no âmbito particular das organizações também no que diz respeito ao</p><p>favorecimento do desenvolvimento e da incorporação de uma cultura ética e justa na</p><p>sociedade. O movimento ligado à institucionalização de compliance no âmbito da ética</p><p>particular das 'organizações' corrobora a afirmação da ética pública e do direito no âmbito</p><p>público da sociedade, ao mesmo tempo em que fortalece o sentido de cidadania incorporado</p><p>pelas pessoas e ao desenvolvimento de iniciativas de 'controle social' no contexto das</p><p>sociedades democráticas bem organizadas. Atualmente, o que estamos caracterizando como</p><p>expressão da consolidação de um movimento implica uma importante mudança de paradigma</p><p>no âmbito de desenvolvimento das organizações, ao mesmo tempo em que corresponde a uma</p><p>mudança na forma como as pessoas de um modo geral enxergam e concebem as relações</p><p>econômicas e sociais, sendo cada vez mais críticas diante de situações de injustiça, corrupção</p><p>e tratamento desigual, assim como cada vez mais atentas em relação a questões que envolvem</p><p>sustentabilidade, preservação do meio ambiente, mitigação de riscos, prevenção de acidentes</p><p>e consumo consciente. Inúmeras normativas do ponto de vista da autorregulação das</p><p>organizações tem se desenvolvido ao longo do tempo, destacando-se, dentre estas, normas</p><p>ISO com orientações sobre Governança nas Organizações (ABNT NBR ISO 37000:2022) e</p><p>sobre implementação de Sistemas de Gestão Antissuborno (ABNT NBR ISO 37001:2017) e</p><p>Sistemas de Gestão de Compliance (ABNT NBR ISO 37301:2021). No âmbito jurídico dos</p><p>Estados Nacionais este ímpeto ganha força também ao longo das últimas décadas, cabendo</p><p>destacar, no caso do Brasil, avanços relacionados ao estabelecimento de normas anticorrupção</p><p>no âmbito federal (Lei n. 12.846/2013 e Decreto n. 11.129/2022) e também no âmbito dos</p><p>Estados e Municípios. É interessante notar que, pelo viés de desenvolvimento e aplicação de</p><p>compliance na atualidade, talvez seja já possível postular uma resposta afirmativa à</p><p>preocupação tantas vezes manifestada por pensadores e tão bem sintetizada por Z. Bauman</p><p>quanto à indagação de a ética ainda ser possível num mundo de consumidores. Ainda que tal</p><p>resposta possa parecer modesta por depender sempre do apelo e do progresso da educação e</p><p>8</p><p>da conscientização de pessoas e organizações, é importante reconhecer a força motriz</p><p>colocada em movimento, que se conecta diretamente à potencialidade de que pessoas e</p><p>organização efetivamente transformem esta conscientização na afirmação de propósitos,</p><p>valores compartilhados, compromissos e obrigações, comportando significativos parâmetros</p><p>de responsabilização que integram sentidos éticos e jurídicos, e se revelem engajamentos</p><p>duradouros. Em que pese os desafios, não se pode olvidar a potência deste novo paradigma,</p><p>sobretudo pelos avanços práticos que têm implicado a promoção e a sustentação de valores e</p><p>relações orientadas pela preservação da integridade e, consequentemente, a construção de</p><p>sociedades bem organizadas e de um mundo melhor.</p><p>3. A cultura organizacional definida em termos éticos e jurídicos, ações</p><p>responsáveis e programas de integridade</p><p>As conexões entre propósitos e valores, compromissos e obrigações, ações e</p><p>responsabilizações assumidas no âmbito das organizações, assim como as perspectivas de</p><p>integração entre sentidos éticos e jurídicos que estas engendram e procuram realizar,</p><p>encontram nos objetivos, nas pretensões de incorporação e no desenvolvimento de uma</p><p>cultura organizacional efetiva seu principal ponto de convergência, ao mesmo tempo em que</p><p>são objeto de organização, normatização e especificação de condutas e de modos de</p><p>tratamento de situações nos programas de integridade e compliance, por vezes também</p><p>chamados como sistemas de gestão de compliance ou de anticorrupção, a depender do escopo</p><p>de atuação e aplicação. A cultura organizacional afirma-se não apenas como a expressão de</p><p>um conjunto de boas práticas, mas se define principalmente como a expressão de termos</p><p>éticos e jurídicos que deve ser de fato incorporada para a concretização dos propósitos</p><p>organizacionais, razão pela qual se ancora na força normativa de programas de integridade</p><p>estabelecidos e implementados pelas organizações, a partir dos quais normas, procedimentos e</p><p>mecanismos procuram assegurar e concretizar o cumprimento de condições e requisitos</p><p>considerados fundamentais, tenham sido eles assumidos como compromissos em função de</p><p>normas jurídicas aplicáveis (legislação) às organizações em decorrência de sua área de</p><p>atividade, de padrões éticos mínimos reconhecidos como importantes voluntariamente pelas</p><p>organizações ou por exigências multilaterais de parceiros de negócios que fazem parte de</p><p>segmentos e setores específicos de atuação, de ideais éticos e modelos de comportamento e</p><p>conduta para o exercício de determinados ofícios e funções e de compromissos assumidos</p><p>com as diversas partes interessadas (stakeholders). Nesse sentido, é importante compreender</p><p>9</p><p>como a relação que envolve a cultura organizacional e a implementação de programas de</p><p>integridade não se adstringe ao âmbito de orientações e decisões internas, podendo ser</p><p>caracterizada como complexa e dinâmica, eis que implica dimensões de relacionamento e</p><p>responsabilização ética e jurídica que correspondem na prática ao cumprimento de</p><p>compromissos e obrigações por força de medidas de internalização decorrentes de normas</p><p>externas - relacionadas a previsões constantes em normas jurídicas e de normas éticas de</p><p>parceiros de negócios -, assim como também correspondem às formas externas pelas quais as</p><p>organizações desejam ser consideradas e vistas por terceiros - parceiros de negócios, clientes,</p><p>fornecedores e comunidades com as quais interage e onde atua -, quando lidam com</p><p>determinadas situações, como problemas e questionamentos, sobretudo quando presente uma</p><p>preocupação com a imagem projetada e com a reputação numa dimensão de reconhecimento</p><p>público.</p><p>A clareza quanto aos propósitos, a perseverança quanto ao que é necessário e se está</p><p>disposto a fazer com o objetivo de alcançá-los e o reconhecimento dos riscos envolvidos</p><p>constituem-se como pressupostos fundamentais. E convém logo dizer que se é verdade, por</p><p>um lado, que expressões como 'programas de integridade' e 'sistemas de compliance'</p><p>apresentam-se atualmente como termos que estão na moda e afirmam-se como tendências</p><p>relacionadas ao aperfei��oamento da governança das organizações e das práticas de gestão, por</p><p>outro lado, deve-se também logo reconhecer que o seu objeto não consiste numa novidade,</p><p>pois implica o enfrentamento de um problema muito antigo para as organizações, assim como</p><p>para segmentos de atuação e grupos específicos, comunidades e sociedades. O escopo</p><p>principal de programas de integridade e compliance relaciona-se com a adoção e a promoção</p><p>de uma cultura ética e juridicamente responsável no âmbito das organizações, com o</p><p>desenvolvimento de ações responsáveis por gestores, colaboradores e parceiros de negócios,</p><p>com a pretensão de eliminação ou redução de atos ilícitos, de práticas de corrupção e</p><p>criminosas, assim como de outros comportamentos que possam ser considerados antiéticos</p><p>(imorais) e lesivos aos interesses de outras pessoas físicas e jurídicas, de comunidades</p><p>e</p><p>sociedades, além de contrários aos interesses notadamente comuns e públicos. A maior</p><p>evidência que programas de integridade possuem hoje deve-se a muitos fatores, dentre os</p><p>quais podemos destacar a maior consciência em relação à sua importância, a uma mais ampla</p><p>compreensão das implicações, interdependências e desdobramentos de práticas antiéticas e</p><p>antijurídicas, desonestas e ilícitas de gestores, de colaboradores e de parceiros de negócios</p><p>sobre a forma de atuação e reconhecimento das organizações, de modo que se percebe</p><p>nitidamente que afetam, prejudicam e podem até mesmo comprometer definitivamente os</p><p>10</p><p>propósitos da organizações e os negócios na medida em que têm o potencial de atingir as suas</p><p>reputações. A consideração dos interesses de todas as partes interessadas não se constitui mais</p><p>como algo que pode se resumir a objeto de slogans, pois a preservação da palavra e dos</p><p>compromissos assumidos publicamente pelas organizações conta cada vez mais para a tomada</p><p>de decisões pelas pessoas, comunidades e sociedades, envolvendo desde as coisas mais</p><p>simples que têm relação com hábitos de consumo e aquisições, como também em relação ao</p><p>objeto de escolha de empresas por parte dos colaboradores que nela identificam ou não</p><p>oportunidades interessantes para trabalhar. A questão é que as escolhas na atualidade se</p><p>relacionam cada vez mais com projetos de vida, de modo que interessa às pessoas e</p><p>comunidades saber, por exemplo, se os produtos que pretendem adquirir foram de fato</p><p>fabricados por empresas que se comprometem com práticas ambientalmente e socialmente</p><p>sustentáveis; se a elaboração de tais produtos não envolveu em nenhuma das etapas da cadeia</p><p>produtiva mão de obra infantil, escrava ou em condições análogas à escravidão; se as</p><p>operações e resultados das organizações envolvidas nessa cadeia de produção ou de venda</p><p>revertem de algum modo e contribuem ao desenvolvimento local das comunidades e</p><p>sociedades, respeitando as suas particularidades e condições de diversidade e privilegiando o</p><p>desenvolvimento local, regional e nacional; se tais organizações se configuram de fato como</p><p>bons lugares para trabalhar, em que o objeto do trabalho possa ser relacionado também pelos</p><p>colaboradores como algo a respeito do qual se orgulhar, como algo que faz sentido, como algo</p><p>comprometido com um projeto de futuro para as pessoas e para as próximas gerações. O</p><p>escopo dos programas de integridade mantém, desse modo, uma evidente relação com os</p><p>propósitos que as organizações pretendem realizar, e na prática estes programas implicam a</p><p>constituição de normas, mecanismos, procedimentos e instâncias voltados à realização dos</p><p>compromissos assumidos pelas organizações, sendo de fundamental importância para a</p><p>preservação da viabilidade econômica dos negócios, para a eficiência na administração de</p><p>recursos voltados à geração de valores compartilhados e para a promoção de comportamentos</p><p>éticos e juridicamente responsáveis que corroboram à manutenção das atividades e à</p><p>mitigação de riscos.</p><p>A utilização do vocábulo 'integridade' em relação às organizações comporta a</p><p>apropriação de uma noção ética utilizada habitualmente para descrever comportamentos</p><p>individuais, ocasiões em que sentidos evocados alcançam conotações muito abrangentes. A</p><p>aplicação da noção de 'integridade' no âmbito das organizações implica um significativo</p><p>redimensionamento semântico, uma vez que comporta uma delimitação de sentidos utilizados</p><p>em torno de condutas esperadas e ações consideradas responsáveis, em termos éticos e</p><p>11</p><p>jurídicos, por pessoas ou grupos de pessoas no contexto do exercício de determinadas</p><p>funções, do desempenho de ofícios e ocupações, o que depende de definições,</p><p>posicionamentos e compromissos assumidos efetivamente pelas organizações, quer sejam elas</p><p>empresas, corporações, entidades representativas de classe como associações e sindicatos ou</p><p>ordens profissionais. As definições de integridade em programas ou sistemas organizacionais</p><p>aplicam-se nos arranjos institucionais como espécies de recortes específicos de amplos</p><p>quadros jurídicos, legais e regulatórios, os quais passam a ser reconhecidos como obrigações</p><p>(exigências de cumprimento) éticas não apenas pela força obrigacional de normas imperativas</p><p>que podemos identificar com os sentidos mais abrangentes da ética pública que se cruzam</p><p>com o teor das normas jurídicas, mas também pela força obrigacional de padrões de conduta e</p><p>de normas consensualmente estabelecidas no âmbito das organizações, quando, utilizando-se</p><p>do amplo espaço de autonomia que possuem, procuram a um só tempo introjetar normas</p><p>externas que se lhe impõe, incorporar normas que consensualmente estabelecem e</p><p>reconhecem em conjunto com outras organizações, e projetar normas internas que</p><p>correspondem ao cumprimento de propósitos organizacionais que almejam realizar, a fim de</p><p>gerar valores compartilhados. Os programas de integridade afirmam-se e desenvolvem-se,</p><p>assim, como espaços privilegiados para o encontro de valências normativas da ética pública e</p><p>do direito público, ao mesmo tempo em que se configuram também como expressões</p><p>propriamente privadas da ética particular de determinadas organizações - expressões de</p><p>perspectivas que bem podem ser designadas como ética empresarial, ética corporativa ou ética</p><p>nos negócios - e das obrigações jurídicas de ordem privada que assumem como compromissos</p><p>perante todas as partes interessadas em relação ao desenvolvimento ou impacto de suas</p><p>atividades.</p><p>A particularidade, a especialidade e a aplicabilidade de disposições, procedimentos e</p><p>normas de programas de integridade constituem-se como requisitos que não podem passar</p><p>inobservados, eis que a adequação e efetividade destes depende de sua conexão com a</p><p>realidade das organizações, dos desafios e das especificidades de relações, condutas e ações</p><p>que procuram orientar e regular. A aplicação de "receitas" e de "soluções prontas" que, ainda</p><p>que se apresentem como eminentemente técnicas, não levem em consideração as condições</p><p>dos "ingredientes" e diversos componentes e fatores envolvidos em sua execução - incluindo</p><p>ferramentas, treinamento das pessoas, diálogo e interação entre diversas partes interessadas</p><p>que podem contribuir e supervisão para o controle e o aperfeiçoamento de práticas -, parece</p><p>fadada a não funcionar. A implementação de programas de integridade ancora-se, em</p><p>princípio e como ponto-base de realização, num decisivo comprometimento por parte de</p><p>12</p><p>quem, nas mais altas instâncias de governança organizacional, exerce os papéis de liderança e</p><p>é responsável pelas mais importantes decisões, porém depende, nas etapas sucessivas, da</p><p>instauração de um amplo processo de reconhecimento e adequação que envolve gestores,</p><p>colaboradores, parceiros de negócios e as partes interessadas, e relaciona-se com diversos</p><p>aspectos que devem ser considerados, dentre os quais se destacam: - o conhecimento da</p><p>realidade da organização, dos requisitos éticos e jurídicos que deve atender e que se propõe a</p><p>realizar; - o diagnóstico quanto ao reconhecimento e incorporação de compromissos e</p><p>obrigações éticas e jurídicas aplicáveis no âmbito da cultura organizacional, tanto ao nível de</p><p>pessoal, quanto ao nível documental, bem como quanto à identificação dos principais riscos</p><p>de acordo com a percepção dos agentes e com a avaliação das instâncias de governança; - o</p><p>estabelecimento de documentos, fluxos e procedimentos internos em função dos propósitos</p><p>para orientar a realização de condutas e ações responsáveis, que considerem toda a gama de</p><p>implicações (desdobramentos e repercussões de decisões, riscos envolvidos, benefícios</p><p>concretos almejados, custos e viabilidade prática), inclusive o suporte para a adequada</p><p>avaliação e encaminhamento de situações em processos que demandem tomadas de decisão</p><p>mais complexas; - o estabelecimento de políticas de treinamento contínuo voltadas à difusão</p><p>dos requisitos da cultura organizacional e ao aperfeiçoamento de práticas, assim como</p><p>também de procedimentos de acompanhamento e investigação interna para a apuração e</p><p>correção de desvios e falhas, inclusive com a aplicação de sanções disciplinares e outros</p><p>encaminhamentos, quando cabíveis. A via de implementação e de efetividade de programas</p><p>de integridade não admite atalhos, simplificações e pseudo-soluções mágicas, eis que</p><p>comprometimentos éticos e jurídicos com os princípios de governança definidos e com</p><p>práticas adequadas em termos de compliance exigem conscientização e engajamento de</p><p>acordo com os propósitos, necessidades e demandas específicas das organizações, razão pela</p><p>qual se deve estar muito atento aos problemas e limitações de programas que se configuram</p><p>como propostas e soluções prontas, muitas vezes destinadas a restarem apenas belos</p><p>programas de papel, ao mesmo tempo em que são disfuncionais diante das necessidades e</p><p>particularidades das organizações.</p><p>A estruturação de programas de integridade efetivos desdobra-se em aos menos duas</p><p>dimensões e direções, que para todos os efeitos são complementares no que concerne ao</p><p>escopo e resultados, sendo uma voltada para a promoção da cultura organizacional em termos</p><p>de prevenção e a outra voltada para o acompanhamento e supervisão das atividades e para a</p><p>correção de desvios e falhas na prática em termos de reação, com a resolução de problemas</p><p>verificados, de modo a procurar garantir que condutas e ações sejam responsáveis no</p><p>13</p><p>exercício de funções e ocupações, que desvios sejam desestimulados, que falhas sejam</p><p>corrigidas, que processos sejam aperfeiçoados e riscos mitigados, ao mesmo tempo em que</p><p>aqueles que pratiquem atividades ilícitas e antiéticas possam ser adequadamente identificados</p><p>e responsabilizados. Em termos de prevenção, os programas de integridade cingem-se em</p><p>torno de mecanismos institucionais que, dentre outros aspectos: - promovam um ambiente</p><p>relacional, de trabalho e de negócios em que a cultura organizacional oriente o</p><p>desenvolvimento de atividades e a integridade sejam motivacionalmente estimuladas e</p><p>recompensadas, ao mesmo tempo em que comportamentos antiéticos e antijurídicos sejam</p><p>desencorajados; - promovam a redução da capacidade e influência daqueles que poderiam ter</p><p>maiores interesses ou facilidades para o envolvimento em práticas de corrupção e mais</p><p>suscetíveis a tentativas de suborno; - promovam a redução de oportunidades para</p><p>comportamentos antiéticos e antijurídicos; - promovam a identificação de potenciais conflitos</p><p>de interesse e a exposição de comportamentos antiéticos e antijurídicos, de modo a viabilizar</p><p>o adequado tratamento de desvios, falhas e problemas. Em termos de reação, os programas de</p><p>integridade cingem-se em torno de mecanismos institucionais que, dentre outros aspectos:</p><p>- estabeleçam procedimentos e fluxos adequados para o encaminhamento de situações, de</p><p>dúvidas e relatos de problemas, queixas ou desvios; - estabeleçam canais para a recepção de</p><p>relatos diversos, com a documentação e encaminhamento para agentes ou setores</p><p>responsáveis pela preservação da integridade e compliance; - estabeleçam procedimentos e</p><p>fluxos adequados para o tratamento de situações e relatos de problemas, queixas ou desvios,</p><p>com a clara estipulação de papéis individuais ou em comissões, formas de apuração e</p><p>investigação internas, bem como procedimentos específicos para sindicâncias e para a</p><p>aplicação de sanções disciplinares, quando cabíveis, considerando-se sempre o quadro</p><p>normativo interno e legal.</p><p>Conclusões</p><p>A importância de compromissos relacionados à boa governança e ao compliance no</p><p>âmbito das organizações afirma-se como o reflexo de um amplo e significativo movimento</p><p>que atualmente se consolida pela afirmação de um abrangente paradigma organizacional e</p><p>corporativo, porém que, para além dos confins organizacionais, se apresenta e reveste também</p><p>como um novo paradigma social, relacional e empresarial. A afirmação da centralidade dos</p><p>propósitos organizacionais no âmago deste movimento se constitui historicamente e na</p><p>contemporaneidade como uma espécie de ponto-base e núcleo de uma força motriz destinada</p><p>14</p>

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