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<p>PRODUÇÃO DE TEXTO</p><p>A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: A liberdade de expressão como direito fundamental em tempos de explosão midiática. Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.</p><p>O direito à liberdade de expressão</p><p>Recebe o nome de liberdade de expressão a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se manifestar, buscar e receber ideias e informações de todos os tipos, com ou sem a intervenção de terceiros, por meio de linguagens oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de comunicação. O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela constituição de uma democracia, impedindo os ramos legislativo e executivo o governo de impor a censura. (SANTIAGO 2015)</p><p>Do mesmo modo é imprescindível a presença da democracia e de uma comunidade civil alfabetizada e conhecedora, cujo acesso a informações conceda participação da vida pública e reivindicação dos seus direitos.</p><p>De acordo com Santos (2012), “a liberdade de expressão é considerada pela literatura jurídica como um direito humano fundamental e pré-requisito para o usufruto de todos os direitos humanos. Quando essa liberdade é suprimida seguem-se violações dos outros direitos humanos”.</p><p>No mesmo contexto faz-se importante relacionar que a liberdade de expressão proporciona à sociedade uma serie de ideias, conceitos, dados e opiniões sem censura, que podem ser analisadas e possivelmente defendidas.</p><p>Disponível em:< https://jus.com.br/artigos/55573/liberdade-de-expressao-a-luz-da-constituicao-federal-de-1988> Acesso em 30 jan 2021.</p><p>Liberdade de expressão</p><p>Apenas em um ambiente no qual vigora a liberdade de expressão o homem pode desenvolver o uso da razão, especialmente por meio do debate honesto de ideias sobre as mais diversas questões.</p><p>No romance distópico 1984, de George Orwell, o Estado totalitário que domina a Oceania não se contenta em coibir o que seus cidadãos fazem ou dizem: a fiscalização chega até os pensamentos das pessoas. A “crimideia”, no jargão criado pela Novilíngua, é o ato de alimentar ideias contrárias à ideologia do “socialismo inglês”, e é coibida pela Polícia do Pensamento. O horror que a maioria de nós sente ao imaginar que tal repressão possa ser aplicada no mundo real nos mostra o quão vital é a liberdade de expressão para a sobrevivência da democracia.</p><p>Na expressão de Baruch Spinoza, “se cada homem, por um inalienável direito natural, é mestre de seus próprios pensamentos, consequentemente os homens, que pensam de formas diversas e contraditórias, não podem, sem resultados catastróficos, ser coagidos a falar apenas de acordo com o que é ditado pelo poder supremo”. O filósofo holandês ainda afirmava que o governo não devia “transformar os homens, de seres racionais a animais ou marionetes, mas capacitá-los a desenvolver suas mentes e corpos em segurança, e de empregar sua razão sem algemas”. Ora, apenas em um ambiente no qual vigora a liberdade de expressão o homem pode desenvolver o uso da razão, especialmente por meio do debate honesto de ideias sobre as mais diversas questões.</p><p>A ligação entre democracia e liberdade de expressão pode ser muito bem demonstrada na participação política. Sem informação não é possível, por exemplo, o exercício consciente do voto ou a cobrança do poder público. Os cidadãos não teriam como registrar todas as ações de governo e suas consequências positivas ou negativas. Sem liberdade de expressão, a população tampouco poderia tornar conhecidas suas demandas, os temas e plataformas que interessam às pessoas, os problemas que precisam de solução urgente. Grupos de pressão ou minorias não teriam como apresentar suas causas e reivindicações. Nem mesmo os políticos poderiam se expressar livremente e dialogar entre si e com seus eleitores. O debate sobre os rumos de um país estaria interditado sem a possibilidade de questionamento das decisões do poder incumbente.</p><p>No entanto, limitar o poder da liberdade de expressão apenas às questões políticas seria empobrecer o seu valor. Ela abrange diversas outras dimensões da vida humana, entre as quais a arte merece um destaque especial. Não são poucas as ideologias que só reconhecem uma arte “engajada”, que sirva como veículo de transformação social. Para quem defende essa ideia, uma canção de protesto ou um documentário de denúncia seriam muito mais importantes que uma canção de amor ou uma comédia despretensiosa cujo objetivo é simplesmente fazer rir. Mas pensar dessa forma é instituir uma funcionalização da arte ou da liberdade de expressão, como se elas não tivessem valor em si mesmas, mas só quando servissem a um determinado propósito ou ideologia; é esquecer a dimensão ligada à autonomia espiritual e intelectual dos indivíduos. Os caminhos para a realização das pessoas são inúmeros, e não necessariamente passam pela participação política ou cívica. Como negar valor a um romance de Jane Austen, a um soneto de Camões ou Shakespeare, ou ao Hino ao Amor cantado por Edith Piaf? Falar de sentimentos não deixa de ser falar de algo que nos faz humanos; a transformação interior é tão importante quanto a transformação social.</p><p>Além daquele erro que só vê valor nas manifestações “engajadas”, há outro erro comum quando se trata da liberdade de expressão: é a sua absolutização, uma tendência crescente nas discussões sobre esse direito. Mas é fácil perceber que há, sim, limites à liberdade de expressão. O respeito à dignidade humana, por exemplo, é um deles. Não podemos tolerar o racismo, as ofensas à honra ou qualquer agressão que diminua um ser humano em dignidade na comparação com seus iguais. O mesmo critério se aplica aos casos de apologia ao crime, pelo menos aos casos de apologia a crimes especialmente graves, em que há um desrespeito frontal ao que a sociedade, por meio de seus representantes, definiu como as condutas mais deletérias e reprováveis.</p><p>O reconhecimento de que há limites à liberdade de expressão, no entanto, não pode nos levar a exageros restritivos. Se, como dissemos, o racismo, as ofensas à honra ou à privacidade, a extorsão, para dar alguns exemplos, não podem ser aceitos, o simples questionamento da legislação corrente e a defesa de mudanças no ordenamento jurídico são direitos que precisam ser preservados. Pense-se, por exemplo, nas conhecidas passeatas em favor da legalização da maconha, perfeitamente legítimas (a ilegitimidade só advém se houver explícita apologia ou instigação ao uso da droga).</p><p>Outra situação preocupante é a tendência crescente em alguns círculos de propor leis que criminalizam a crítica a determinados comportamentos. É um movimento que floresce entre pessoas que se dedicam com muito empenho às causas em que acreditam – o que é louvável –, mas, talvez por isso, elas se esqueçam da heroica e valiosa luta de tantos pela defesa da liberdade de expressão. Pense-se, por exemplo, em algumas das dimensões do que se vem chamando de “homofobia”. Embora seja razoável e necessário tipificar mais exatamente a injúria em razão das opções sexuais, bem como os casos de preconceito ou discriminação, não se pode de maneira nenhuma criminalizar a opinião contrária ao comportamento homossexual. A história do ocidente e muito dos avanços que nos últimos séculos a sociedade experimentou se deveram, em grande parte, à tolerância às opiniões ácidas, desagradáveis ou incômodas. Aliás, faz parte da tradição da defesa da liberdade de expressão o fato de jamais se ter admitido a criminalização da opinião meramente crítica a comportamentos, sejam estes louváveis ou reprováveis. Pense-se, por exemplo, em comportamentos amplamente aceitos pela sociedade e considerados valiosos: o casar-se, o trabalhar, o dedicar-se a causas sociais. Imagine-se, agora, que se quisesse criminalizar a crítica, por mais absurda que</p><p>fosse, a esses comportamentos. Criminalizar, por exemplo, quem dissesse que se casar é o mesmo que se jogar, sem qualquer equipamento, de um prédio de 15 andares; ou que se casar é passar um atestado de demência. Seria completamente inaceitável, por mais que grande parte da população achasse, com razão, que essas comparações ou afirmações são extremamente ofensivas.</p><p>Preservar os espaços para discussão é o melhor caminho para fomentar a tolerância, outro valor tão caro aos defensores da verdadeira democracia.</p><p>Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/nossas-conviccoes/liberdade-de-expressao-4pusb0uaks2uav8dwp6kc4w7o/> Acesso em 30 jan 2021</p><p>A influência da mídia</p><p>Conforme já dito, a mídia tem papel fundamental na sociedade, mas, é preciso desenvolver senso crítico, para perceber que informações vêm como enxurradas, e é necessário saber distinguir o que é conteúdo de conhecimento do que é assunto especulativo, que a mídia nos traz apenas para aguçar os ânimos, que muitas vezes já se encontram alterados.</p><p>Esta postura da mídia acontece principalmente no meio das celebridades, quando alguém manifesta algum comentário, ou opinião sobre determinado assunto ou pessoa que pode ter cunho ofensivo, e a imprensa dissemina as informações de forma tendenciosa, criando todo um cenário, de vítima e ofendido.</p><p>Deste modo, situações que muitas vezes poderiam passar despercebidas ou apenas serem ignoradas, tornam-se um caos, e o ofendido, vê-se quase que obrigado a tomar as medidas judiciais cabíveis, ingressando com a respectiva Ação de Indenização por Danos Morais, onde entra o papel do judiciário, de solucionar o conflito.</p><p>Um caso que foi bastante difundido na mídia no ano de 2011 foi o de um humorista brasileiro, onde este, em uma das suas apresentações televisivas, teria feito uma piada �de mau gosto� que teria ofendido uma cantora, também brasileira.</p><p>O fato é que a cantora, ingressou com a respectiva Ação de Indenização por Dano Moral, haja vista todo o estardalhaço causado nas revistas e na TV sobre o assunto.</p><p>Sobre a referida Ação de Indenização por Danos Morais, verificou-se a seguinte decisão:</p><p>EMENTA – AÇÃO INDENIZATÓRIA � NASCITURO ILEGITIMIDADE ATIVA � INOCORRÊNCIA – DIREITO DE EXPRESSÃO � ABUSO � DANO MORAL CONFIGURADO. DIREITO DE EXPRESSÃO – ABUSO – Configuração � Uso deste que deve se dar com responsabilidade � Impossibilidade de se tentar justificar o excesso no bom uso de tal direito, sob a alegação de que apenas se pretendeu fazer humor – Agressividade contida nas palavras trazidas na vestibular que afasta se tome o dito como piada.</p><p>[...] DANO MORAL – Ocorrência � Indenização – Valor que merece incremento em virtude da gravidade da conduta do réu e de suas consequências. (TJSP 10ª Câmara de Direito Privado. Apelação Cível: 0201838-05.2011.8.26.0100. Comarca de São Paulo. Rel. Roberto Maia).</p><p>Pelo que se observa da ementa referida acima, percebe-se que, neste caso houve a condenação por dano moral configurado, porém, como bem explica tal julgado, se faz necessária a observação do abuso no direito de expressão, bem como da gravidade da conduta e das consequências destas para o ofendido.</p><p>Disponível em: < https://karineo.jusbrasil.com.br/artigos/184738381/a-liberdade-de-expressao-o-papel-da-midia-e-a-banalizacao-do-dano-moral-no-direito-brasileiro> Acesso em 30 jan 2021</p>

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