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<p>PROBLEMAS RECORRENTES EM UMA OBRA DE PEQUENO E</p><p>MÉDIO PORTE COMO DOENÇAS CAUSADAS POR PÓ, ACIDENTES</p><p>COM FERRAGEM E QUEDAS DE ANDAIME</p><p>DEMORI, JALMIR</p><p>Especialização em segurança do trabalho - Grupo Educamais</p><p>RESUMO</p><p>A proposta deste artigo cientifico é apresentar os problemas recorrentes em uma obra</p><p>de pequeno e médio porte como: doenças causadas por pó, acidentes com ferragem</p><p>e quedas de andaime. Tal problemática consiste em qual razão os EPI’s muitas vezes</p><p>são negligenciados? Isto é, não são usados no canteiro de obras? Essa questão se</p><p>faz necessária pela importância de seguir as normas de segurança no ambiente de</p><p>trabalho, ou seja, a relevância da utilização dos EPI’s, como recursos, para a</p><p>segurança do trabalhador, na área da construção civil e para evitar problemas dessa</p><p>forma para o empregador e empregado. Em um momento no qual se enfrenta o surto</p><p>do novo Corona vírus, isto é, em tempos de pandemia muitas pessoas, perderam seus</p><p>empregos e, tiveram que arrumar outra ocupação para promover o sustento para suas</p><p>famílias, logo o trabalho na construção civil para muitos foi à única alternativa, dessa</p><p>forma trabalhando como serventes, ou os que já tinham um pouco de conhecimento,</p><p>arriscando-se como pedreiros. Muitas pessoas começaram a trabalhar informalmente</p><p>por conta própria oferecendo seus serviços, ou seja, sem registro, como autônomo ou</p><p>como microempresa. Essa situação informal coloca esses trabalhadores em risco de</p><p>serem ainda mais prejudicados, pois sem um amparo legal em caso de acidentes ou</p><p>doenças ocupacionais, eles não têm direito a benefícios. O propósito central desse</p><p>artigo é analisar e avaliar o conhecimento sobre os riscos de acidentes e doenças</p><p>ligadas aos materiais da construção civil em obras de pequeno e médio porte. Para</p><p>isso o texto ancora-se em uma pesquisa bibliográfica variada com o propósito de</p><p>fundamentar a escrita no desenvolvimento do artigo e também em uma pesquisa</p><p>qualitativa e quantitativa através da aplicação de um questionário sobre os tipos de</p><p>doenças e acidentes com materiais utilizados nessas obras. Assim, o estudo, apontou</p><p>que a falta de capacitação, e principalmente a falta de conscientização sobre normas</p><p>de segurança por parte desses profissionais contribui para um aumento nas</p><p>estatísticas de acidentes na construção civil.</p><p>Palavras-chave: Normas de segurança. EPI’s. Doenças. Acidentes</p><p>1 - INTRODUÇÃO</p><p>Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC, 2000):</p><p>A área de Construção Civil abrange todas as atividades de produção de</p><p>obras. Estão incluídas nesta área as atividades referentes às funções</p><p>planejamento e projeto, execução e manutenção e restauração de obras em</p><p>diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos, aeroportos,</p><p>canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, de</p><p>fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades relacionadas</p><p>às operações, tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de</p><p>transportes, a operação de estações de tratamento de água, de barragens,</p><p>etc.</p><p>Os profissionais como engenheiros civis, arquitetos e técnicos em edificações,</p><p>são responsáveis além do projeto, pela execução e pela segurança dos operários</p><p>envolvidos nas obras. Porém é muito comum quando uma pessoa quer construir sua</p><p>casa própria ela contratar um dos profissionais habilitados para fazer o projeto da</p><p>residência, contudo contrata um construtor ou um pedreiro conhecido ou por indicação</p><p>de um familiar ou amigo. Esses profissionais fazem parte de um mercado que ajuda a</p><p>movimentar o setor da construção civil. Todavia quando o engenheiro, arquiteto ou o</p><p>técnico em edificação aparecem nas obras são para verificar se os parâmetros do</p><p>projeto estão sendo seguidos, mas, surpreendentemente, as normas de segurança ou</p><p>o uso dos EPI’s muitas vezes são deixados de lado.</p><p>Em tempos de pandemia muitas pessoas perderam seus empregos e tiveram</p><p>que arrumar outra ocupação para trazer o sustento para suas famílias e o trabalho na</p><p>construção civil para muitos foi à única alternativa; trabalhando como serventes ou os</p><p>que já tinham um pouco de conhecimento, arriscando-se como pedreiros. Muitas</p><p>pessoas começaram a trabalhar por conta própria oferecendo seus serviços de</p><p>maneira informal, ou seja, sem registro como autônomo ou como microempresa. Essa</p><p>situação informal coloca esses trabalhadores em risco de serem ainda mais</p><p>prejudicados, pois sem um amparo legal e em caso de acidentes ou doenças</p><p>ocupacionais, esses trabalhadores não têm direito a benefícios como auxílio-acidente,</p><p>auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez (total ou parcial).</p><p>Sendo assim, este trabalho se justifica, quando se propõe analisar e avaliar o</p><p>conhecimento sobre os riscos de acidentes e doenças ligadas aos materiais da</p><p>construção civil em obras de pequeno e médio porte realizadas por esses profissionais</p><p>e microempresas.</p><p>A metodologia utilizada são a pesquisa bibliográfica para fundamentar o texto</p><p>escrito através de uma breve revisão bibliográfica sobre o assunto e a pesquisa</p><p>qualitativa e quantitativa aplicada em um questionário sobre os tipos de doenças e</p><p>acidentes com materiais utilizados nas obras relatadas nesse artigo.</p><p>2 – PROBLEMAS RECORRENTES EM UMA OBRA</p><p>Neste trabalho serão abrangidos os problemas mais recorrentes em uma obra</p><p>de pequeno e médio porte como as doenças causadas por pó, acidentes com</p><p>ferragem e quedas de andaime.</p><p>2.1 DOENÇAS CAUSADAS POR PÓ NA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Na construção civil o pó pode ser o resultado da preparação da argamassa,</p><p>uma operação de corte, ou limpeza da área da obra.</p><p>O pó pode causar as chamadas dermatoses ou também chamadas de</p><p>dermatites, elas são classificadas em dois grupos que segundo TECNOPRAGA</p><p>(2005) são:</p><p>Dermatites de contato por irritação</p><p>É a mais freqüente, representando cerca de 70% das dermatites de contato</p><p>ocupacionais. Atingem principalmente as mãos, antebraços, pescoço, face e</p><p>pernas do trabalhador e decorre da ação de agentes externos de natureza</p><p>física e química. As lesões podem se iniciar com leve vermelhidão na pele</p><p>(eritema), inchaço (edema), vesículas, bolhas, acompanhadas muitas vezes</p><p>de intensa coceira (prurido). Com o passar do tempo, pode ocorrer o</p><p>espessamento da pele, com descamação e fissuras. A gravidade dos</p><p>sintomas é variável, dependendo da concentração do agente, do tempo de</p><p>exposição e de fatores individuais.</p><p>Dermatites de contato alérgica</p><p>O efeito alergênico é produzido geralmente por substâncias químicas em</p><p>baixas concentrações e depende da suscetibilidade do trabalhador. No Brasil,</p><p>o cromo e a borracha constituem os dois agentes químicos que mais</p><p>produzem alergias de contato na área profissional. As lesões iniciais são</p><p>constituídas por vermelhidão na pele (eritema), inchaço (edema), vesiculação</p><p>e, posteriormente, exsudação e descamação nas áreas de contato. O prurido</p><p>(coceira) está sempre presente. As dermatites de contato alérgicas só podem</p><p>ser curadas quando identificada a substância alergênica e evitados novos</p><p>contato com a pele.</p><p>Nesse sentido podemos destacar os dois elementos como principais fontes</p><p>geradoras de pó durante o processo de preparação da argamassa são: o Cimento e</p><p>Cal.</p><p>O cimento utilizado na preparação da argamassa e do concreto segundo</p><p>SCHLOTTFELDT (2012) é:</p><p>Basicamente, o material é formado por álcalis, ou seja, uma mistura de argila</p><p>e calcário [...] Mais especificamente, na composição dos cimentos mais</p><p>comuns contém Óxido de Cálcio (CaO), Sílica (SiO2), Alumina (Al2O3), Óxido</p><p>férrico (Fe2O3), Anidrido sulfúrico (SO3), Óxido de magnésio (MgO), Óxido de</p><p>potássio (K2O), Óxido de sódio (Na2O) e Cloro (Cl). [...] É classificado como</p><p>‘material irritante’, ou seja, reage em contato com a pele, com os olhos e vias</p><p>respiratórias. [...] o cimento reage em contato com a epiderme devido à sua</p><p>umidade (transpiração do corpo), após contato prolongado.</p><p>A liberação de</p><p>calor, por reação em contato com superfície líquida, provoca lesões que</p><p>variam desde queimaduras até dermatites de contato. É comum observar a</p><p>ação alcalina do cimento sobre a superfície da pele (em especial, mãos e</p><p>pés) nos operários da construção civil. O cimento exerce um efeito abrasivo</p><p>sobre a camada córnea da pele. As lesões são claramente visíveis:</p><p>vermelhidão (eritema), inchaço (edema), eczema, bolhas, fissuras e necrose</p><p>do tecido.</p><p>Fonte: TENOPRAGA, 2005.</p><p>O hidróxido de cálcio, popularmente conhecido como cal hidratada ou cal</p><p>extinta é utilizado como ligante na preparação da argamassa; contudo Coelho (2020)</p><p>expõe no site: saudemelhor.com os problemas ocasionados pela cal como:</p><p>Exposição externa de hidróxido de cálcio pode causar uma variedade de</p><p>problemas de acordo com a localização exata da exposição e a concentração</p><p>da solução de hidróxido de cálcio. Exposição sobre a pele pode produzir</p><p>queimaduras, irritação dolorosa e necrose e exposição para os olhos pode</p><p>causar dor intensa e perda de visão que pode ser temporária ou permanente</p><p>[...] inalar o hidróxido de cálcio através do nariz ou da boca também podem</p><p>causar complicações com risco de vida imediato. Garganta e vias nasais</p><p>podem tornar-se dolorosas e inchadas e o inchaço pode restringir as vias</p><p>aéreas, tornando a respiração difícil ou impossível. Se as partículas de</p><p>hidróxido de cálcio fazem todo o caminho para os pulmões, pode complicar</p><p>ainda mais a respiração [...] e a exposição crônica à pele também podem</p><p>causar problemas de saúde[...] Dermatite e irritação da pele grave são</p><p>sintomas comuns deste tipo de exposição.</p><p>Fonte: extraído do site: https://dermatologiacesarbimbi.com.br/dermatite-de-maos-devido-ao-</p><p>trabalho/ acessado em 13/01/21.</p><p>Outra fonte de pó é o corte de material cerâmico como telhas, pisos, tijolos ou</p><p>bloco. Os materiais cerâmicos para construção civil segundo a empresa MINAS JR</p><p>Consultoria Mineral (2017) explicam em seu site que:</p><p>Podem ser fabricados a partir de argila, areia, xisto macio (argila xistosa),</p><p>ardósia, silicato de cálcio, cimento, concreto entre outras matérias menos</p><p>usuais, sendo a argila o material mais comum de ser utilizado. Geralmente</p><p>forma-se uma massa homogênea com o determinado material (ou a mistura</p><p>de alguns) e é efetuada a sua queima. Essa ocorre a altas temperaturas</p><p>(cerca de 900ºC no caso da argila), a fim de tornar os tijolos endurecidos.</p><p>Normalmente, o tijolo comum contém os seguintes componentes: Sílica</p><p>(areia) – 50% a 60%, em peso; Alumina (argila) – 20% a 30%, em peso; Limo</p><p>– 2 a 5% em peso; Óxido de ferro – 5 a 6% (não superior a 7%) em peso;</p><p>Magnésia – menos de 1%, em peso.</p><p>Para a operação de corte de cerâmica o operário deveria usar uma máscara de</p><p>proteção, mas o que ocorre na maioria das vezes é realizar o corte sem proteção com</p><p>a desculpa de “é apenas duas ou três peças”, contudo com essa ação acaba-se</p><p>inalando a poeira e com o passar do tempo pode-se tornar uma grave doença.</p><p>Fonte: extraído do site: https://biosom.com.br/blog/saude/silicose. Acessado em 13/02/22.</p><p>Segundo CASTRO; SILVA E VICENTIN (2005) a poeira pode provocar várias</p><p>doenças respiratórias, como a pneumoconiose que reúne um grupo de doenças, das</p><p>quais as mais conhecidas são: a silicose, asbestose, pneumoconiose de poeira mista,</p><p>talcose, silicatose entre outras.</p><p>Na construção civil as pneumoconiose que se destacam são a silicose</p><p>(provocada pela sílica contida na cerâmica) e a asbestose (provocada por amianto</p><p>contido em algumas telhas e placas cerâmicas).</p><p>Segundo GOELZER; HANDAR, (2001) apud Lima (2007):</p><p>A silicose é uma doença pulmonar, crônica e incurável, progressiva e</p><p>irreversível, que pode determinar a incapacidade para o trabalho, invalidez,</p><p>aumento da susceptibilidade à tuberculose e, freqüentemente, levar ao óbito</p><p>o paciente afetado</p><p>Nesse sentido ALGRANTI et al., (2003) apud Lima (2007) comenta que a</p><p>silicose também atua no organismo do trabalhador deixando-o predisposto a outras</p><p>doenças, como a tuberculose, o enfisema, a doenças autoimunes e até mesmo o</p><p>câncer.</p><p>Outra fonte de poeira na construção civil é processo de limpeza da obra, pois</p><p>sempre cai um pouco da argamassa seja na hora do assentamento dos tijolos ou no</p><p>momento do acabamento (reboco); com o tempo essas sobras acabam endurecendo,</p><p>para soltar esse material o operário utiliza uma alavanca de ferro ou um martelo, logo</p><p>após soltar todo o material o mesmo começa a varrer o local ficando exposto a essa</p><p>poeira que contém além da sílica, o cimento e o cal.</p><p>https://biosom.com.br/blog/saude/silicose</p><p>Fonte: extraído do site: https://www.istockphoto.com/br/foto/trabalhador-de-varrer-o-entulho-e-poeira-</p><p>com-vassoura-gm808078840-130918151.Acessado em 13/02/22</p><p>2.2 ACIDENTES CAUSADOS POR FERRAGENS NA CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Acidentes de trabalho são registrados todos os dias na construção civil, aonde</p><p>os acidentes ocorrem desde o início da fundação até o acabamento final da obra. Uma</p><p>das funções que mais correm riscos é a do armador (profissional que faz a montagem</p><p>das vigas, colunas, cestos de sapata de fundação e grades de laje).</p><p>Segundo Mansilla (2010) apud SILVA (2011) comenta que:</p><p>[...] os profissionais da armação de ferragens realizam suas atividades em</p><p>posições desconfortáveis durante longos períodos, atividades estas</p><p>realizadas a céu aberto, expostos a ruídos intensos e em grandes alturas.</p><p>São tarefas árduas e complexas que por serem executadas por trabalhadores</p><p>com baixa qualificação e baixo grau de instrução, com pouco ou nenhum</p><p>treinamento prévio para realização das mesmas, contribui para que o índice</p><p>de acidentes do setor seja relativamente alto.</p><p>Em pequenas obras realizadas por profissionais autônomos sem registro onde</p><p>trabalham no máximo em cinco pessoas, pelo menos duas pessoas irão trabalhar no</p><p>corte e montagem dessas armações de ferro (vigas, colunas) muitas vezes sem EPI’s</p><p>(como observado na imagem abaixo) e sem um local adequado.</p><p>Fonte: extraído do site: https://www.ms.gov.br/internos-do-ipcg-encontram-na-profissao-de-armador-</p><p>de-ferragens-uma-chance-para-recomecar. Acessado em 15/02/22.</p><p>Nesse sentido SILVA (2011) comenta que essa atividade é realizada em grande</p><p>parte ao ar livre, sendo que o armador fica exposto a condições climáticas como calor</p><p>radiação solar; pode estar exposto ainda a ruídos da máquina de corte dos vergalhões.</p><p>O armador realiza a montagem das peças em posição desconfortável e por</p><p>longos períodos de tempo; por ser um trabalho manual nessa operação ocorre um alto</p><p>número de movimentos repetitivos. Outro perigo nessa operação são lesões causadas</p><p>pelo levantamento e transporte da ferragem, quedas, perfurações e cortes provocados</p><p>por rebarbas de ferro ou arame utilizado para a amarração devido a falta de EPI como</p><p>luvas de couro.</p><p>2.3 ACIDENTES CAUSADOS POR QUEDAS DE ANDAIME NA CONSTRUÇÃO</p><p>CIVIL</p><p>Segundo a NBR 6494 (1990) define andaime como:</p><p>Plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde</p><p>não possam ser executados em condições de segurança a partir do piso. São</p><p>utilizados em serviços de construção, reforma, demolição, pintura, limpeza e</p><p>manutenção.</p><p>Os andaimes podem ser do tipo fachadeiro (que ocupa a fachada de uma casa</p><p>ou edifício), multidirecional que utiliza peças de encaixes, sendo postes, travessas e</p><p>https://www.ms.gov.br/internos-do-ipcg-encontram-na-profissao-de-armador-de-ferragens-uma-chance-para-recomecar</p><p>https://www.ms.gov.br/internos-do-ipcg-encontram-na-profissao-de-armador-de-ferragens-uma-chance-para-recomecar</p><p>suportes diagonais, conferindo maior segurança a estrutura e os andaimes tubulares,</p><p>que são montados através da junção de tubos de aço com braçadeiras permitindo</p><p>montar de acordo com o local onde será utilizado.</p><p>Os andaimes em pequenas obras são normalmente construidos em madeira</p><p>na própria obra, contudo,</p><p>deve-se observar a qualidade da mesma para verificar se</p><p>não esta atacada por cupim, com fungos ou apresente rachaduras que comprometam</p><p>a segurança da estrutura.</p><p>Fonte: extraído do site: https://lanfer.arq.br/2010/02/08-muro-de-divisa-andaimes-e-empenas-</p><p>finaldasalvenarias.html.Acessado em 25/02/22</p><p>Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (NR 18)</p><p>descreve as caracteristcas como: dimensionamento, estrutura de apoio e sustentação,</p><p>dimensionamento para suportar com segurança os materiais e operários, durante o</p><p>trabalho. A norma exige ainda que qualquer tipo de andaime deve ter forração (piso)</p><p>completo, antiderrapante, fixado e nivelado a fim de garantir resistência e segurança.</p><p>Além diss devem dispor de sistema de segurança como guarda-corpo e rodapé,</p><p>inclusive nas cabeceiras, com exceção do lado da face de trabalho.</p><p>Segundo Sampaio (1998, p.207) os riscos de acidentes mais comuns que</p><p>ocorre nos andaimes são muitas vezes por atos inseguros como queda de pessoas</p><p>ao entrar ou sair do andaime de forma incorreta; queda do andaime por má utilização</p><p>ou por falta de EPI’s como cinto de segurança ou corda de fixação; queda da escada,</p><p>por falta de apoio; contato com fios da rede de energia elétrica; queda de objetos</p><p>(ferramentas, materiais, etc.) deixados de forma incorreta em cima do andaime;</p><p>enroscamento de roupas em peças do andaime ocasionado pregos ou partes</p><p>danificadas do andaime.</p><p>3 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE DADOS</p><p>A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa e quantitativa através da</p><p>entrevista na qual foram realizas dez perguntas sobre o conhecimento dos problemas</p><p>causados por pó, acidentes com ferragem e quedas de andaime.</p><p>Foram entrevistados 28 pessoas em 6 obras de pequeno porte na cidade de</p><p>Joinville onde das 28 pessoas 12 eram pedreiros e 16 eram serventes (auxiliar de</p><p>construção). Os dados foram copilados e utilizando a planilha do Excel foram gerados</p><p>os gráficos apresentando o seguinte resultado.</p><p>1 - Você conhece alguma doença causada por pó de cimento, cal ou sílica?</p><p>Gráfico 1: Conhecimento de doença causada por pó de Cimento, cal ou sílica</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Todos os trabalhadores tinham a ciência dos problemas causados por pó, mas</p><p>não tinham conhecimento do nome da doença ou qual problema ela causa</p><p>especificamente sobre o organismo.</p><p>2 - Você já sofreu algum tipo de problema respiratório por causa do pó?</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>16</p><p>18</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>Gráfico 2: Problema respiratório por causa do pó</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Os trabalhadores que sofreram algum tipo de problemas respiratórios causado</p><p>pelo pó, pode ter sido em decorrência da ausência de EPI, como pode ser visto no</p><p>gráfico</p><p>3 - Já precisou ficar afastado por causa de problemas relacionados ao pó?</p><p>Gráfico 3: Afastamento problema respiratório causado do pó</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Esses afastamentos causados por problemas respiratórios em função do pó</p><p>como mencionado anterior pode ser em decorrência da falta do EPI, mas também em</p><p>função do tempo de exposição que esse trabalhador pode ter tido anteriormente antes</p><p>de começar a usar o EPI.</p><p>4 - Você usa EPI no trabalho?</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>Gráfico 4: Uso de EPI contra pó</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022.</p><p>Em muitos casos a ausência do EPI é em função da falta de conhecimento de</p><p>normas de segurança ou devido à cultura de que “não vai acontecer nada, porque</p><p>tomo cuidado”. Contudo os problemas mais sérios são sentidos de médio à longo</p><p>prazo. O gráfico mostra que a maioria não usava, contudo quem estava utilizando,</p><p>fazia-o de forma incorreta ou o EPI estava com algum tipo de defeito.</p><p>5 - Você já se machucou trabalhando com a ferragem na obra?</p><p>Gráfico 5: Acidente com ferragens</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Os acidentes com ferragens em uma obra são muito comuns, são desde um</p><p>pequeno corte até uma lesão por excesso de peso das armações. Muitas das vezes</p><p>não há necessidade de afastamento como é o caso dos cortes por pontas de arame</p><p>no processo de amarração dos vergalhões ao estribo.</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>6 - Você se machucou com corte, excesso de peso ou ambos?</p><p>Gráfico 6: Tipo de acidente com ferragens</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Acidentes com as ferragens de uma obra vão desde um corte por uma ponta</p><p>de arame de aço para a amarração do vergalhão com o estribo até mesmo uma</p><p>perfuração causada pelas pontas das ferragens expostas. Outro tipo de acidente com</p><p>a ferragem é devido ao seu peso, muitas vezes essas peças devem ser reforçadas</p><p>para suportas grandes esforços de cargas, fazendo com que a quantidade de ferro</p><p>seja maior, aumentando dessa forma o peso da ferragem. Sendo que os acidentes</p><p>mais comuns são pequenos cortes durante a amarração.</p><p>7 - Você usava (EPI) na ocasião do trabalho?</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>corte/perfuração excesso de peso corte e excesso</p><p>de peso</p><p>pedreiro serventes</p><p>Gráfico 7: uso de EPI em trabalhos com ferragens</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>O uso de luvas de couro para evitar cortes ou perfurações por arame ainda</p><p>sofre uma resistência por diversos motivos que vão desde preço, dificuldade para</p><p>exercer o trabalho até mesmo desconhecimento das normas de segurança o que</p><p>poderia evitar muitas vezes pequenos cortes nas mãos. Quanto ao excesso de peso</p><p>o mais correto é ter um maior número de pessoas para sua movimentação.</p><p>8 - Você já sofreu queda de andaime?</p><p>Gráfico 8: Queda do andaime</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Muitas vezes uma queda de andaime pode provocar uma lesão grave, podendo</p><p>deixar o operário qual algum tipo de seqüela permanente que comprometa sua função</p><p>motora. Outros fatores como a altura do andaime, condições em que é construído e</p><p>os materiais que são construídos contribuem para o agravamento em caso de queda.</p><p>O uso de EPI, como cinto de segurança ou dependendo do caso uma rede de</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>sim nãopedreiro serventes</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>segurança, pode fazer a diferença.</p><p>9 - Você precisou ficar afastado em função da queda?</p><p>Gráfico 9: Afastamento por queda de andaime.</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>Nesse gráfico podemos observar a importância de ter o registro de trabalhador</p><p>autônomo, pois em conversa informal com os três profissionais, todos relataram que</p><p>ficaram afastados 60 dias, como não tinham nenhum tipo de registro, não tiveram</p><p>também acesso a nenhum tipo de benefício do governo. Assegurando desse modo a</p><p>condição mínima para compra de medicamento e do sustento familiar.</p><p>10 - No momento da queda você usa EPI?</p><p>Gráfico 10: Uso de EPI em andaime.</p><p>Fonte: Jalmir Demori, 2022</p><p>0</p><p>0,5</p><p>1</p><p>1,5</p><p>2</p><p>2,5</p><p>3</p><p>3,5</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>0</p><p>0,5</p><p>1</p><p>1,5</p><p>2</p><p>2,5</p><p>3</p><p>3,5</p><p>4</p><p>4,5</p><p>sim não</p><p>pedreiro serventes</p><p>O uso correto de EPI pode minimizar os danos causados ao operário no</p><p>momento do acidente, contudo o gráfico 10 mostra que os quatro trabalhadores</p><p>mesmo os que não precisaram ficar afastados das atividades, todos, não usavam o</p><p>cinto de segurança. Em conversa informal os mesmos relataram que não tinham como</p><p>colocar o cinto de segurança dentro de um cômodo como um quarto, pois as paredes</p><p>estavam sendo erguidas e a queda foi em função das tábuas que serviam como</p><p>assoalho do andaime quebrarem.</p><p>4 – CONCLUSÃO</p><p>De um modo geral o acidente de trabalho não acontece por acaso, ele é</p><p>decorrente de duas situações: uma condição insegura e de um ato inseguro. Muitas</p><p>vezes em pequenas obras podemos observar as duas condições ao mesmo tempo,</p><p>como por exemplo, a construção de um andaime com tabulas de péssima qualidade</p><p>e a não utilização do cinto de segurança.</p><p>A falta de capacitação, e principalmente a</p><p>falta de conscientização sobre normas de segurança por parte desses profissionais</p><p>contribui para um aumento nas estatísticas de acidentes na construção civil. Contudo,</p><p>esses profissionais que trabalham sem contribuir para o INSS correm um risco maior,</p><p>pois em caso de acidente eles ficam desamparados de benefícios que poderiam</p><p>auxiliá-los enquanto permanecem afastados de suas atividades sendo de forma</p><p>temporárias ou de invalidez permanente.</p><p>A conscientização deveria ser um sistema em cadeia, partindo do proprietário</p><p>da obra que deveria cobrar do responsável técnico do projeto e esse cobrar o uso dos</p><p>EPI´s por parte dos profissionais que estejam executando a obra.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR-6494:</p><p>Segurança nos Andaimes. Rio de Janeiro, 1990. Disponível em:</p><p><https://andequip.com.br/site/nbr_6494.pdf. Acesso em 06 dez.2021.</p><p>COELHO, M. André. Saúde Melhor. Disponível em:</p><p><https://www.saudemelhor.com/hidroxido-calcio-para-que-serve. Acesso em 06 de</p><p>dez.2021.</p><p>CASTRO, H.A. et al. Estudo das internações hospitalares por pneumoconioses</p><p>no Brasil, 1984-2003 Rev Bras Epidemiol 2005; 8(2): 150-6</p><p>LIMA, Maria Margarida Teixeira Moreira. Características da poeira do processo de</p><p>fabricação de materiais cerâmicos para revestimento: estudo no polo de Santa</p><p>Gertrudes. Campinas, SP: [s.n.], 2007.</p><p>GRUPO IW8 CONSTRUMAQ – Andaimes Tubular e Fachadeiro – NR18 Andaimes.</p><p>Disponível em: https://andaimestubularefachadeiro.com.br/nr-18-andaimes. Acesso</p><p>em 06 de dez.2021.</p><p>MEC - Ministério da Educação. Educação Profissional - Referenciais Curriculares</p><p>Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico. Área profissional:</p><p>construção civil. Brasília 2000. Disponível em:</p><p><http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/constciv.pdf. Acesso em 06 dez.2021.</p><p>SAMPAIO, J.C.A. Manual de Aplicação da NR 18. São Paulo: PINI: SINCUSCON-</p><p>SP, 1998b. 540p.</p><p>SCHLOTTFELDT, D. Donida. Os riscos associados ao uso do cimento na</p><p>construção civil. Universidade de Santo Amaro. São Paulo, 2012.</p><p>SILVA, Monique Cristina da. A importância e influência do uso do equipamento de</p><p>Proteção individual (EPI) na produtividade dos Trabalhadores na armação de</p><p>ferragens. TCC. Curso de pós-graduação de Engenharia da Produção do Instituto A</p><p>Vez do Mestre. Rio de Janeiro, 2011.</p><p>TECNOPRAGA. Dermatose. 2005. Disponível em:</p><p><http://www.engtrab.com.br/dermatose.html. Acesso em 06 dez. 2021.</p><p>https://andaimestubularefachadeiro.com.br/nr-18-andaimes</p>

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