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<p>Serviços Personalizados</p><p>Artigo</p><p>pdf em Português</p><p>Artigo em XML</p><p>Referências do artigo</p><p>Como citar este artigo</p><p>Tradução automática</p><p>Enviar este artigo por email</p><p>Links relacionados</p><p>Compartilhar</p><p>Mais</p><p>Mais</p><p>Permalink</p><p>Odontologia Clínico-Científica (Online)</p><p>versão On-line ISSN 1677-3888</p><p>Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.11 no.3 Recife Jul./Set. 2012</p><p>ARTIGO DE REVISÃO / REVIEW ARTICLE</p><p>Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e</p><p>tratamento</p><p>Human herpes virus: types, oral manifestations and</p><p>treatment</p><p>Manuelly Pereira de Morais Santos I; Mariana Pacheco Lima de Assis</p><p>Morais I; Deborah Daniela Diniz Fonseca II; Andreza Barkokebas</p><p>Santos de Faria II; Igor Henrique Morais Silva II; Alessandra A. T.</p><p>Carvalho III; Jair Carneiro Leão IV</p><p>I Graduanda do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco</p><p>II Doutorando em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco</p><p>III Professsor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco</p><p>IV Professor Associado da Universidade Federal de Pernambuco</p><p>Endereço para correspondência</p><p>RESUMO</p><p>Os herpes vírus humanos (HHV) fazem parte de uma família -Herpesviridae- e têm como seu hospedeiro,</p><p>unicamente, o homem. São ubíquos e latentes e, uma vez ocorrida a primo-infeção, permanecem no organismo do</p><p>indíviduo afetado durante toda a sua vida. O presente trabalho se constitui em uma revisão de literatura com o</p><p>objetivo de abordar os tipos de HHV e seus tratamentos, com ênfase nas manifestações orais. Os HSV 1 e 2 estão</p><p>geralmente associados à Gengivoestomatite Herpética Primária, Herpes Labial Recorrente e Herpes Intraoral</p><p>Recorrente. O HHV-3 provoca a Varicela e, por reinfecção, pode ser a causa do surgimento do Herpes-zóster. O</p><p>HHV- 4 está diretamente ligado à Mononucleosa Infecciosa, ao Linfoma de Burkitt e ao Carcinoma Nasofaríngeo. O</p><p>HHV-5 pode levar a má-formações congênitas. O HHV-6 provoca o exantema súbito e está associado à esclerose</p><p>múltipla, o que demonstra seu forte potencial neuro-invasivo. O HHV-7 correlaciona-se ao vírus da AIDS, uma vez</p><p>que, para ambos, a molécula CD4 é essencial a fim de funcionar como receptor, e o HHV-8 está estreitamente</p><p>ligado ao Sarcoma de Kaposi. Nenhuma das terapias usadas para o tratamento representa uma cura para a</p><p>infecção do vírus, uma vez que elas atuam apenas na sua fase ativa. O conhecimento dos tipos virais, das suas</p><p>características clínicas e manifestações orais são de suma importância para o correto diagnóstico da doença, para a</p><p>obtenção de sucesso no tratamento e, consequentemente, para a manutenção da saúde populacional.</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 1/9</p><p>javascript:%20void(0);%20</p><p>javascript:%20void(0);%20</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scieloOrg/php/articleXML.php?pid=S1677-38882012000300004&lang=pt</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scieloOrg/php/articleXML.php?pid=S1677-38882012000300004&lang=pt</p><p>javascript:%20void(0);</p><p>javascript:%20void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:%20void(0);</p><p>javascript:%20void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>http://www.mendeley.com/import/?url=http://revodonto.bvsalud.org/applications/scielo-org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</p><p>http://www.mendeley.com/import/?url=http://revodonto.bvsalud.org/applications/scielo-org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</p><p>http://www.addthis.com/bookmark.php?v=250&username=xa-4c347ee4422c56df</p><p>http://www.addthis.com/bookmark.php?v=250&username=xa-4c347ee4422c56df</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1677-3888&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?lng=pt</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?lng=pt</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1677-388820120003&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1677-388820120003&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-388820120003001&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-388820120003001&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&index=AU&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&index=AU&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&index=KW&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&index=KW&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edocc&format=iso.pft&lang=p&limit=1677-3888</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1677-3888&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1677-3888&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_alphabetic&lng=pt&nrm=iso</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_alphabetic&lng=pt&nrm=iso</p><p>Descritores: Herpes; manifestações orais; tratamento, infecção; diagnóstico; doença infecciosa. Doenças</p><p>Transmissíveis; Herpesvirus Humano, terapia; Herpesvirus Humano, diagnóstico; Herpes Labial; Infecção.</p><p>ABSTRACT</p><p>The human herpes viruses (HHV) take part of a virus family – Herpesviridae- and these viruses have human as</p><p>only host. They are ubiquitous and latents, and once the primary infection has occurred, they stay within the host's</p><p>organism for their entire life. This paper is a review about the human herpes viruses types, their treatments and</p><p>emphasizes their oral manifestations. The HSV 1 and 2 are usually associated to Primary Herpetic</p><p>Gingivostomatitis, Recurrent Labial Herpes and Reccurent Intra-Oral Herpes. The HHV-3 causes Varicella, mainly in</p><p>children, and, by reinfection, can be the cause of the appearance of Herpes-zoster. The HHV-4 is directly linked to</p><p>Infectious Mononucleosis, Burkitt Lymphoma and Nasopharyngeal Carcinoma. The HHV-5 can lead to congenital</p><p>malformations. The HHV-6 causes sudden rash and is associated with multiple scleroszis, which shows its strong</p><p>neuro-invasive potential. The HHV-7 is related to AIDS virus because, for both, the CD4 molecule is essential to act</p><p>as receiver. The HHV-8 is closely linked to Kaposi's Sarcoma. None of the therapies used as treatment gives a cure</p><p>to the viral infection, once the drugs only have their effect during the virus active phase. The knowledge of the</p><p>types of herpes virus, its clinical characteristics and oral manifestations is of paramount importance for the correct</p><p>diagnosis of the disease to obtain treatment success and, consequently, maintenance of population health.</p><p>Keywords: Herpes, oral manifestations, treatment, infection, diagnosis, infectious disease. Communicable</p><p>Diseases; Herpesvirus 1, Human, therapy; Herpesvirus 1, Human, diagnosis; Herpes Labialis; Infection.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Os herpesvírus humano (HHVs) representam vírus de DNA pertencentes à família Herpesviridae, capazes de</p><p>infectar células humanas, provocando a disseminação de doenças. São divididos em oito subgrupos: vírus da</p><p>herpes simples (denominado HSV ou HHV- 1 e HSV ou HHV- 2), vírus da varicela zoster (correspondente ao VZV</p><p>ou HHV- 3), vírus Epstein-Barr (sendo o EBV ou HHV- 4), citomegalovírus (também chamado CMV ou HHV-5) e,</p><p>por fim, mais três vírus descobertos recentemente, porém sem muitas especificações cientificamente comprovadas</p><p>(HHV - 6, 7 e 8)1-10.</p><p>O HHV é constituído de uma molécula de DNA, envolvida por cápsideo icosaédrico, tegumento de estrutura</p><p>fibrilar</p><p>e envelope constituído de bicamada lipídica de origem celular e glicoproteínas virais2,4. As lesões do HHV-1</p><p>prevalecem em regiões oral, facial e ocular, enquanto as do HHV-2, em regiões genitais1,3,11. O HHV-3 (VZV),</p><p>agente causador da varicela, não possui local específico de manifestação mas prevalece entre os 5 e 9 anos 1,3,12.</p><p>O HHV- 4 (EBV) possui extensa distribuição mundial, chegando à faixa de 90%, sendo mais agravada em muitos</p><p>países em desenvolvimento, onde a exposição geralmente ocorre aos 3 anos de idade, podendo ser unânime na</p><p>adolescência1,3,13. O HHV- 5 quase sempre se manifesta em recém-nascidos e em adultos imunodeprimidos, sendo</p><p>sua prevalência de 0,5 a 2,5% em neonatos, 40% em indivíduos em torno dos 30 anos e de 80 a 100% em</p><p>indivíduos com 60 anos em média1,3,7,14.</p><p>Por serem acelulares, os herpesvírus humano necessitam das células para reproduzirem-se, sendo a transmissão</p><p>por contato direto ou indireto com fluidos contaminados1,2,5. Após a penetração na célula, os vírions podem</p><p>provocar uma infecção primária, provocando a ocorrência de sintomas em graus e tipos variados, o que depende</p><p>do tipo de vírus e da resposta imune do hospedeiro ou podem entrar em estado de dormência e se estabelecerem</p><p>no citosol como um episoma (molécula de DNA extracromossômica), fase essa conhecida como latência, não sendo</p><p>detectado e podendo permanecer aí por longos períodos, variáveis de acordo com cada subtipo1,2,3,4,11. Durante a</p><p>replicação no interior das células, alguns subprodutos do gene HHV causam alterações no metabolismo, cujo efeito</p><p>principal compreende uma permeabilidade da membrana, promovendo lise e necrose celular, havendo a destruição</p><p>da célula e a permanência do vírus2,3. Para saírem da fase de latência e tornarem-se infecciosos, são necessários</p><p>estímulos capazes de reativar os vírus latentes que vão re-infectar as células. Dentre eles, tem-se estresse,</p><p>imunodepressão, radiação, neoplasias malignas, senilidade, gravidez, entre outros1,2,3,4.</p><p>O presente trabalho se constitui em uma revisão literária e tem como objetivo descrever os tipos de vírus da</p><p>família Herpesviridae, mostrando suas características, abordando as manifestações orais mais comuns relacionadas</p><p>a cada subtipo assim como o tratamento destas.</p><p>REVISÃO</p><p>Herpesvírus humano tipo 1 e 2</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 2/9</p><p>Os herpesvírus humano 1 e 2 (HHV-1 e HHV-2), também conhecidos como herpes vírus simples 1 e 2 (HSV-1 e</p><p>HSV-2), foram os primeiros herpesvírus a serem descritos na literatura1,2,15. O HHV-1 adapta-se melhor e atua, de</p><p>forma mais eficiente, nas regiões oral, facial e ocular1,16. O HHV-2 se adequa melhor às regiões genitais,</p><p>envolvendo caracteristicamente a genitália e a pele abaixo da cintura3, porém pode se observar padrão semelhante</p><p>de manifestações em ambos2,17. A infecção pelo HSV 1 e 2 pode desenvolver mal-estar, febre, irritabilidade,</p><p>náuseas, gengivoestomatite herpética primária, herpes labial recorrente e herpes intraoral recorrente2,17. A</p><p>gengivoestomatite herpética primária é o padrão mais comum de infecção herpética primária sintomática e, na</p><p>maioria dos casos, relaciona-se à infecção pelo HHV- 116. Ocorre geralmente, a partir do contato com gotículas de</p><p>saliva contaminada ou contato direto com lesões ativas1. O início das manifestações é repentino, caracterizando-se</p><p>por numerosas vesículas puntiformes, as quais rapidamente se rompem e formam inúmeras lesões pequenas,</p><p>ulceradas e eritematosas1,16,18. O herpes labial recorrente caracteriza-se por vesículas induzidas pelo HHV-1 ou</p><p>com menor frequência pelo HHV-2 1,2,19. Apresenta início súbito, geralmente após sensação de dormência, prurido,</p><p>pontadas, dor e ardência nos lábios, que aparecem durante um período de aproximadamente 4 dias2 . Pode-se</p><p>citar como fatores que levam à recorrência luz ultravioleta, febre, estresse, trauma físico, menstruação e</p><p>imunossupressão3,5. As vesículas rompem-se em cerca de 4 a 6 dias, ocorrendo formação de crosta, curando sem</p><p>deixar cicatriz 1,2,19.</p><p>O herpes intraoral é quase exclusivo de epitélio ceratinizado, o que facilita no seu diagnóstico diferencial com</p><p>úlceras aftosas1,2,19. Dessa forma, as vesículas apresentam-se rasas, irregulares, sendo constituídas do</p><p>agrupamento de erosões que podem coalescer2.</p><p>Nos últimos anos, várias opções de tratamento têm sido propostas para combater as manifestações clínicas do</p><p>HSV- 1 e 2, porém a maioria dos tratamentos são paliativos e visam a uma melhora para a sintomatologia dolorosa</p><p>ou são supressores da replicação viral. Até o momento, não há tratamento que promova a cura da</p><p>doença1,2,4,11,16,18.</p><p>O primeiro agente de escolha com uma real e potente ação antivirótica seletiva é o Aciclovir4,15,20 , que representa</p><p>um inibidor específico e tolerável da polimerase do DNA viral4. Deve-se iniciar a terapia imediatamente após o</p><p>início de sintomas, como dormência, pontadas, prurido, eritema e dor, sendo esse período denominado período</p><p>prodrômico1,2,4. O fármaco pode ser administrado por via oral, endovenosa ou tópica, devendo ser mantido até o</p><p>desaparecimento das lesões1,15. A posologia indicada para adultos e crianças é de 200 mg cinco vezes ao dia,</p><p>durante dez dias, em caso de episódio inicial e durante cinco dias, em caso de episódio recorrente20. O Aciclovir em</p><p>suspensão é disponível, podendo ser utilizado para bochechos seguidos de deglutição1,15,20.</p><p>O laser de baixa intensidade pode ser utilizado como analgésico e antiinflamatório2. De acordo com os estudos de</p><p>Ferreira et. al 21, o uso do laser de baixa intensidade é bastante válido, sendo observada uma redução gradual na</p><p>replicação dos vírus HHV-1 e HHV-2 com 68,4% e 57,3% de inibição, respectivamente, após 5 aplicações,</p><p>indicando o seu uso clínico.</p><p>Herpesvírus humano tipo 3</p><p>A Varicela e o Herpes-Zoster representam duas manifestações clínicas da infecção pelo vírus HHV-3, também</p><p>conhecido como vírus Varicela-Zoster (VZV) ou Herpes Zoster Vírus (HZV)1,3,5,22. A varicela representa a infecção</p><p>primária pelo VZV1,2,3,12,22,23. É uma doença muito comum na infância, altamente contagiosa, cuja transmissão</p><p>ocorre pelo contato direto com gotas ou aerossóis contaminados como também de secreções do trato</p><p>respiratório12,23. Após a infecção primária, segue-se o período de latência, sendo possível a recorrência, muitas</p><p>vezes após várias décadas, como o Herpes Zoster, devido à reativação da infecção a partir de um gânglio nervoso</p><p>sensitivo ou autonômico1,2,3,12,22,23. Imunodepressão, tratamento com drogas citotóxicas, radiação, presença de</p><p>neoplasias malignas, senilidade, abuso do álcool e tratamento dentário são fatores predisponentes para a</p><p>reativação1,23.</p><p>O Herpes Zoster ou Cobreiro é uma dermatovirose, caracterizada por erupções eritemato-vesiculares em vários</p><p>estágios de evolução limitadas ao dermátomo inervado pelo gânglio sensorial afetado, geralmente unilateral2. As</p><p>erupções são semelhantes às da varicela, porém mais localizadas, muito dolorosas e acompanham o trajeto de um</p><p>ou mais nervos infectados1,2,3,5,12,22,24. Em alguns casos, desenvolvem-se lesões na boca e nos lábios como</p><p>manifestação única12. Os locais mais comumente envolvidos são face, tronco e couro cabeludo1,2,3,5,12. As</p><p>principais complicações do Herpes Zoster incluem neuralgia pós-herpética e problemas oftálmicos23.</p><p>As lesões orais associadas ao HHV-3 ocorrem com o envolvimento dos ramos maxilar e/ou mandibular do nervo</p><p>trigêmeo e podem estar presentes na mucosa móvel ou aderida1,3,22. Frequentemente as lesões estendem-se para</p><p>a linha média e ocorrem juntamente com as lesões da pele, que recobrem o quadrante afetado, desaparecendo ao</p><p>fim de uma semana3,22. Excepcionalmente, podem surgir complicações que podem agravar-se, haja vista infecções</p><p>agudas no palato duro, fossa tonsilar e língua, sobretudo em pacientes imunocomprometidos 1,3,22. Na cavidade</p><p>oral, as lesões se apresentam</p><p>de forma individual, como vesículas branco-opacas com 1 a 4mm, que se rompem</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 3/9</p><p>para formar ulcerações de pouca profundidade1. Na maioria dos casos, o zóster é auto-limitante, e o tratamento</p><p>com analgésicos é suficiente2,3,12,22. As medicações antivirais podem ter um pouco de efeito na severidade da dor</p><p>aguda e na duração das lesões da pele21. Atualmente, o tratamento é feito com antivirais e analgésicos, devendo</p><p>ser iniciado em até 72 horas após o diagnóstico, com o objetivo de reduzir a duração e intensidade da dor2,3,12,22.</p><p>O tratamento inicial com medicações antivirais apropriadas, como o Aciclovir, Valaciclovir e Fanciclovir, tem</p><p>acelerado o processo de cicatrização das lesões cutâneas e mucosas23.</p><p>Embora tal afecção possa desaparecer após alguns meses, também pode se desenvolver, em uma síndrome de dor</p><p>persistente e duradoura, a neuralgia pós-herpética1,23. Esta tem sido tratada com resultados variáveis por diversos</p><p>métodos, incluindo analgésicos, narcóticos, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, estimulação nervosa</p><p>elétrica percutânea, biofeedback, bloqueio nervoso e anestésicos tópicos23.</p><p>Herpesvírus humano tipo 4</p><p>O vírus Epstein-Barr (EBV) ou HHV-4 apresenta uma vasta distribuição mundial, cerca de 90% da população, sendo</p><p>transmitido através da saliva, de objetos contaminados (escova de dentes, louça) ou através de transfusões</p><p>sanguíneas3,13. A infecção pelo vírus ocorre geralmente na infância e é assintomática na maioria dos casos,</p><p>persistindo de forma latente, durante toda a vida do indivíduo13. A alta incidência de EBV em crianças infectadas</p><p>pelo HIV comparada a crianças não infectadas sugere uma possível ligação entre as duas viroses25. Tanto é que o</p><p>EBV tem sido implicado na patogênese da pneumonite intersticial linfóide e da parotidite em crianças portadoras do</p><p>vírus 25.</p><p>Além da associação etiológica com a mononucleose infecciosa, torna-se, cada vez mais evidente, a ligação do EBV</p><p>com o linfoma de Burkitt, a leucoplasia pilosa e o carcinoma nasofaringeo2,6,26 falta algo ???. Em pacientes</p><p>imunocompetentes, não é necessário um tratamento específico, a menos que haja complicações27. Em casos de</p><p>imunodepressão, existe a necessidade do uso de drogas, como o Aciclovir, Ganciclovir e Foscarnet28. Corticoides</p><p>orais, como Prednisona, podem ser utilizados quando há uma participação neurológica, por exemplo, encefalite,</p><p>meningite, síndrome de Guillain-Barré27. Se houver envolvimento tonsilar, deve-se evitar Ampicilina ou Penicilina</p><p>devido à alta prevalência de erupções cutâneas. Os corticoesteroides também podem ser usados, no entanto tais</p><p>drogas não devem ser administradas indiscriminadamente2,26 .</p><p>A utilização do Aciclovir no tratamento de doenças associadas ao HHV- 4 inibe a replicação dos genomas lineares e</p><p>suspende a produção do vírus, embora não tenha efeito na infecção celular latente25.</p><p>O herpesvírus humano tipo 5 (HHV-5), também conhecido como citomegalovirus (CMV), é um agente infeccioso</p><p>presente em diferentes locais, que ataca, preferencialmente, fibroblastos humanos7. As principais vias de</p><p>transmissão do CMV são a via oral e a respiratória, podendo também ser transmitido pelo leite materno, saliva,</p><p>urina, secreção do cérvix uterino, placenta, transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos e relação sexual 2,7,14.</p><p>As formas mais graves dessa virose humana ocorrem no período neo-natal e resultam da infecção intrauterina14.</p><p>Têm sido descritas infecções no período pós-natal, até cerca de 4 anos de idade, momento a partir do qual a</p><p>doença se torna mais rara7.</p><p>Quanto à forma de instalação da infecção, existem quatro tipos: congênita, perinatal, adquirida e iatrogênica14,29.</p><p>Na congênita, a infecção ocorre durante o período gestacional; na perinatal, durante o trabalho de parto ou nas</p><p>primeiras semanas de vida; na adquirida, após o período perinatal e na iatrogênica, em transfusões de sangue ou</p><p>transplantes de órgãos29,30. Na maioria dos casos, a infecção pelo citomegalovírus mostra-se assintomática30. As</p><p>manifestações orais são raras, porém, quando há infecção das glândulas salivares, pode ocorrer xerostomia,</p><p>acompanhada de ulcerações bucais, em pacientes imunocomprometidos12.</p><p>O CMV, quando instalado em período neo-natal, pode produzir defeito no desenvolvimento dentário1. Em alguns</p><p>estudos, os dentes mostraram hipoplasia difusa do esmalte, atrição significativa, áreas de hipomaturação do</p><p>esmalte e coloração amarelada da dentina subjacente1. Em adultos, notadamente em pacientes transplantados,</p><p>imunocomprometidos ou com AIDS, apresenta um padrão clínico semelhante ao da mononucleose infecciosa,</p><p>diferenciando-se desta por ocorrer faringite e linfadenopatia em apenas um terço dos pacientes infectados, o que</p><p>na mononucleose é praticamente unânime1,14.</p><p>As infeções causadas pelo CMV regridem espontaneamente, porém, para os pacientes imunodeprimidos, os</p><p>sintomas clínicos têm sido solucionados com o Ganciclovir. Entretanto essa droga deve ser mantida no intuito de</p><p>prevenir recidiva3,30. Em alguns casos de resistência ao último, podemos fazer uso do Foscarnet e ter um bom</p><p>resultado3.</p><p>Herpesvírus humano tipo 6</p><p>O herpesvírus humano tipo 6 (HHV-6) foi inicialmente isolado em 1986 por Salahudin et al., em pacientes com</p><p>doenças linfoproliferativas ou síndrome da imunodeficiência adquirida3,8,31. Foi isolado em células mononucleares</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 4/9</p><p>do sangue periférico de pacientes com AIDS e designado vírus linfotrópico B humano devido ao seu tropismo pelas</p><p>células B3. Posteriormente, alguns trabalhos mostraram que, durante a infecção aguda, o maior alvo eram as</p><p>células, e isso justificou a denominação ao vírus de HHV-6 8,31.</p><p>Estudos relatam a presença de duas variantes distintas atualmente reconhecidas e possuidoras de propriedades</p><p>imunológicas, biológicas e genéticas diferentes8. São elas: o HHV-6A, considerado o mais citolítico e com um nível</p><p>maior de virulência, e o HHV-6B, agente causador do exantema súbito (roséola infantum)3,8,31,32. A infecção pelo</p><p>HHV-6 é assintomática e muito comum em crianças até os dois ou três anos de idade 31,32. A via de transmissão</p><p>mais conhecida é a que ocorre de forma horizontal, através da saliva, uma vez que as glândulas salivares</p><p>funcionam como um reservatório muito importante desse vírus2,8,31.</p><p>A roséola infantum é uma infecção primária, caracterizada por um exantema súbito, acompanhado de febres altas,</p><p>acima de 40º C, com duração de três a cinco dias3,8,31. Em seguida, são notadas erupções cutâneas espalhadas</p><p>pelo tronco, embora nunca apareçam na face31. O quadro clínico da criança pode complicar-se em caso de</p><p>convulsões e sintomas no SNC3,31. Em adultos, é considerada rara, mas, caso se verifique, caracteriza-se por uma</p><p>infecção hepática do tipo mononucleose31. Essa infecção ocorre com mais frequência em adultos imunodeprimidos,</p><p>receptores de transplantes de órgãos e HIV positivos8,31. O tratamento para essa condição é realizado com a</p><p>associação de antivirais e antitérmicos, além da frequente hidratação do paciente. A doença é autolimitada e cura-</p><p>se espontaneamente sem deixar sequelas8,31,32.</p><p>Herpesvírus humano tipo 7</p><p>O herpesvírushumano tipo 7 (HHV-7), descoberto em 1990, apresenta algumas semelhanças genéticas com o HHV-</p><p>62. Esse vírus foi identificado depois de se ter verificado a ativação de linfócitos T CD4+ de indivíduos saudáveis e,</p><p>posteriormente, através da saliva de indivíduos infectados com o HHV-633. Cerca de 85% dos adultos possuem</p><p>anticorpos para o HHV-7, por isso a infecção ocorre, não raro, na infância35.</p><p>O HHV-7 é um vírus ubíquo e leucotrópico, que, após a primo-infecção, permanece latente nas células</p><p>mononucleadas</p><p>do sangue periférico, podendo ser reativado após estimulação destas3. Em indivíduos saudáveis, as</p><p>glândulas salivares constituem o local preferencial e as secreções orais, os melhores veículos de transporte para a</p><p>transmissão do vírus3. O vírus possui similaridade com o vírus HIV, nomeadamente o fato de, para ambos, a</p><p>molécula CD4+ ser um componente essencial para funcionar como receptor9.</p><p>Em pacientes com estomatite aftosa recorrente o DNA do HHV-7 é raramente detectável em monócitos do sangue</p><p>periférico34. Agentes anti-virais, como o Aciclovir, parecem não ter efeitos benéficos no tratamento da estomatite</p><p>aftosa recorrente34. Estudos pela relação em cadeia da polimerase associaram a infecção pelo HHV-7 como</p><p>provável causa da pitiríase rósea (PR), doença inflamatória aguda da pele35. No entanto, a resposta pouco</p><p>satisfatória ao Aciclovir em altas doses não afasta a possível participação do HHV-7 como agente causador da PR</p><p>visto ser essa droga considerada ineficaz contra o HHV-7 35.</p><p>Herpesvírus humano tipo 8</p><p>Arnone et. al.36 isolaram pela primeira vez o HHV- 8 em lesões de sarcoma de Kaposi a partir de DNA extraído de</p><p>material para biópsia em doentes com AIDS denominando esse novo vírus de herpesvírus associado ao sarcoma de</p><p>Kaposi ou herpesvírus humano tipo 8. O sarcoma de Kaposi (SK) foi inicialmente descrito em 1872 por Moritz</p><p>Kaposi como "sarcoma pigmentado múltiplo e idiopático da pele"36. Inúmeros agentes infecciosos foram postulados</p><p>como sendo de importância etiológica no desenvolvimento do sarcoma de Kaposi, particularmente o</p><p>citomegalovirus humano (CMV), HIV e o HTLV-1, embora pouco provável37.</p><p>Admite-se também o HHV-8 como provável agente etiológico para todas as formas de SK graças a sua detecção</p><p>em mais de 95% dos casos34. Além do SK, o HHV-8 pode ser localizado em algumas formas de linfoma Hodgkin's e</p><p>não-Hodgkin's, no mieloma múltiplo, doença de Castleman's e, principalmente, em pacientes HIV</p><p>positivos3,10,36,37. A detecção do HHV-8 nas lesões de todas as variantes de SK, considerada isoladamente, não é</p><p>suficiente para comprovação do HHV- 8 como agente etiológico do SK37,38. Atualmente considera-se que a infecção</p><p>pelo HHV-8 precede o desenvolvimento do SK, mas o aparecimento das lesões depende da conjunção com outros</p><p>co-fatores, haja vista citocinas, proteínas anti-apoptoses e receptores celulares de superfície 37,38.</p><p>Lesões bucais são observadas em aproximadamente 50% dos pacientes afetados e estão no local de envolvimento</p><p>inicial em 20 a 25% dos casos10,38. São frequentemente as maiores causas de morbidade, como resultado de dor,</p><p>sangramento e interferências funcionais1. Inicialmente, o SK intra-oral apresenta-se como uma lesão vascular</p><p>plana, assintomática, de coloração vermelho-purpúrea ou marrom e que não desaparecem pela compressão36,37.</p><p>Como é um neoplasma progressivo reacional, podem desenvolver placas ou se tornam nodulares, associadas com</p><p>dor, sangramento e disfunção oral. Além disso pode invadir o osso e provocar mobilidade38. Embora ele possa</p><p>ocorrer em qualquer região da mucosa bucal, o palato duro, a gengiva e a língua são os sítios mais comuns1.</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 5/9</p><p>O tratamento do SK é instituído para reduzir o número e tamanho das lesões2. Baixas doses de radioterapia bem</p><p>como a quimioterapia são eficazes no tratamento e raramente o SK é a causa primária do óbito2. A terapêutica</p><p>sistêmica prolongada promove, muitas vezes, a depressão do sistema imunológico, aumentando, assim, a</p><p>susceptibilidade do paciente a infecções e outras neoplasias1. Dos tratamentos sistêmicos disponíveis a</p><p>quimioterapia é o mais utilizado, permitindo o controle da doença na maioria dos casos36. Entre os tratamentos</p><p>locais são utilizados a radioterapia, exérese cirúrgica, criocirurgia, laserterapia e terapias intra-lesionais com</p><p>agentes quimioterápicos, esclerosantes36.</p><p>DISCUSSÃO</p><p>As infecções causadas pelos herpesvírus humano sempre foram motivo de preocupação e questionamentos entre</p><p>os pesquisadores desse tema. Dessa forma, estudar e descrever os tipos de vírus da família Herpesviridae</p><p>mostrando suas características e suas manifestações orais mais comuns são de suma importância para o correto</p><p>diagnóstico e tratamento destas patologias.</p><p>De acordo com estudos de Lazarini et. al.39, Milagres et. al.40 e Ypiranga et. al.11, o HHV-1 e HHV- 2 estão</p><p>relacionados com outras patologias e as suas manifestações dependem muito da reativação do vírus por fatores</p><p>ligados ao hospedeiro e ao ambiente. Silverman et.al.2 e Varella et. al.15 revelam que, clinicamente, as infecções</p><p>provocadas pelo HHV-1 e HHV-2 manifestam-se como mal estar, febre, irritabilidade, gengivoestomatite herpética</p><p>primária, herpes labial recorrente, dentre outros, sendo seu diagóstico relativamente fácil. Entretanto, Mukai et.</p><p>al.41 mostram que o reconhecimento da infecção cutânea pode ser difícil em pacientes imunocomprometidos</p><p>devido a sua apresentação atípica. Eles relatam que essas lesões podem se manifestar como ulcerações grandes,</p><p>crônicas ou hiperceratósicas, podendo não haver história prévia de surgimento de vesículas, logo, dificultando o</p><p>estabelecimento do diagnóstico.</p><p>Muitos autores como1,2,4,42,16,18 são categóricos quando dizem que até o momento não há tratamento para a cura</p><p>desta patologia, apenas medicamentos que visam à melhora da sua sintomatologia. Trindade et.al.4 e Lisco et.al.9</p><p>ainda acrescentam o uso do laser de baixa intensidade como uma ferramenta eficaz no alívio da dor provocada e</p><p>na recorrência destas lesões.</p><p>A infecção provocada pelo vírus varicela zoster apresenta suas características clínicas bem definidas e descritas por</p><p>diversos autores como Martinho3,5,12,23,22 facilitando, assim, o seu diagnóstico clínico. Complementando as</p><p>informações associadas a esta doença, Martinho et. al.3 relatam que a imunodepressão são fatores predisponentes</p><p>ou agravadores para a reativação deste vírus, corroborando com Reis et. al.12 e Bricks et. al.24 que citam ainda a</p><p>presença de neoplasias malignas, o tratamento com drogas citotóxicas, o abuso do álcool e, o tratamento dentário</p><p>como fatores pré disponentes. Para o tratamento da infecção provocada pelo HHV-3, Silverman et. al.2, Martinho</p><p>et. al.3, Reis et. al.12 e Cunha et. al.22 são unânimes quanto à utilização de analgésicos e antivirais, sobretudo nas</p><p>primeiras 72 horas do diagnóstico para maior eficácia. Wim et. al.23 e Cunha et. al.22 ressaltam, ainda, o uso do</p><p>Aciclovir no processo de cicatrização das lesões por Zoster.</p><p>Os estudos de Martinho et.al.2 e Lima et.al.13, mostrando a vasta distribuição mundial do HHV-4 com cerca de</p><p>90% da população afetada, ressalta a importância epidemiológica mundial em se conhecer as características</p><p>clínicas e a condução desta doença. Lima et. al.13 e Silva43 associam o vírus Epstein-Barr a outras neoplasias</p><p>malignas, principalmente a carcinomas gástricos, carcinomas mamários, leiomiossarcomas, linfomas T e</p><p>carcinomas de glândulas salivares, pulmão e timo. Alguns altores2,6,8 sugerem a participação do Epstein-Barr na</p><p>patogênese do Linfoma de Burkitt, da Leucoplasia Pilosa e do Carcinoma Nasofaríngeo. Carvalho25 completa ainda</p><p>dizendo que há uma possível ligação do EBV com o HIV. Apesar do grande comprometimento na população</p><p>mundial, Teive et. al. 27 e Carvalho et. al.28 concordam ao afirmarem que o tratamento só é necessário em</p><p>pacientes imunodeficientes.</p><p>Com relação ao citomegalovirus (HHV-5), em estudos de soroprevalência, Martinho et. al.3 demonstraram que 40 a</p><p>60% dos doadores de sangue saudáveis, em nações industrializadas, apresentavam infecção pelo CMV, tornando as</p><p>taxas nos países em desenvolvimento altas. Apesar disso, Candeias et. al.7, Miura et.al14, Yamamoto et. al.29 e</p><p>Panutti30 dizem que a infecção provocada por este vírus possui pouca relevância em relação às manifestações</p><p>orais, uma vez que as mesmas são raras e normalmente</p><p>regridem espontaneamente. Silverman et. al.2 retratam a</p><p>semelhança genética entre o herpesvírus humano tipo 6 e o herpesvírus humano tipo 7, entretanto, Martinho et.</p><p>al.3 e Faro31 dizem que o HHV-7 apresenta menor patogenicidade que o HHV-6 devido ao fato de que, neste</p><p>último, há presença de erupções cutâneas.</p><p>Silverman et. al.2, Faro31 e Rebello et. al.32 relatam que a principal via de transmissão para o HHV-6 é a saliva.</p><p>Martinho et. al.3 e Freitas et. al.8 ressaltam que este vírus é o único herpesvírus que pode ser transmitido ao</p><p>ultrapassar a barreira placentária ou ao ser integrado ao cromossoma humano podendo ocorrer, também, a</p><p>transmissão por transfusão sanguínea e por transplante de órgãos. Considerando o HHV-7, Martinho et. al.3 cita a</p><p>04/09/2024, 16:59 Herpesvírus humano: tipos, manifestações orais e tratamento</p><p>revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882012000300004#:~:text=A infecção pelo HHV-6,vírus2%2C8%2C31. 6/9</p><p>saliva também como sendo a principal via de transmissão deste vírus. Autores8,31,32 indicam antivirais e</p><p>antitérmicos para o tratamento de infecções provocadas pelo HHV-6, apesar desta doença curar-se</p><p>espontaneamente, já para infecções provocadas pelo HHV- 7, Miranda et. al.35 afirma a ineficácia de agentes anti-</p><p>virais como o Aciclovir.</p><p>Em relação ao HHV- 8, Martinho et. al.3, Spode et. al.10 e Leão et. al.37 mostram estudos comprovando a sua</p><p>presença em mais de 95% dos casos de Sarcoma de Kaposi (SK), considerando este vírus como provável agente</p><p>etiológico desta neoplasia. Já para Arnone et. al.36 e Souza et. al.38, a detecção do HHV-8 nas lesões de todas as</p><p>variantes de SK não é suficiente para comprovação deste vírus como agente etiológico do SK, tendo o seu</p><p>aparecimento dependente da conjunção com outros co-fatores.</p><p>Martinho et. al.3 e Spode et. al.10 são concordantes no tocante às características clínicas das lesões bucais</p><p>provocadas pelo SK – HHV-8, bem como quanto aos sítios mais comumente afetados. Arnone et. al.36 concordam</p><p>quanto ao tratamento do SK: baixas doses de radioterapia e de quimioterapia, instituídas para reduzir o número e</p><p>tamanho das lesões, permitindo o controle sistêmico da doença na maioria dos casos. Além disso, estes autores</p><p>citam a exérese cirúrgica, criocirurgia, agentes esclerosantes, interferon alfa e laser para o tratamento local em</p><p>infecção por HHV-8.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Os diferentes tipos de herpes vírus humano manifestam-se das mais variadas formas e estão associados com</p><p>diversas patologias. Diante do exposto, fica evidente que o conhecimento dos tipos de herpes vírus, das suas</p><p>características clínicas e manifestações orais são de suma importância para o correto diagnóstico da doença, para a</p><p>obtenção de sucesso no tratamento e, conseqüentemente, manutenção da saúde populacional.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1. Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral & Maxilofacial.2004; Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan.; 2004. [ Links ]</p><p>2. Silverman S Jr, Eversole LR, Truelove EL. Fundamentos de medicina oral.2002; Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan.; 2002.</p><p>3. Martinho A, Oliveira A, Silva C. 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