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<p>AULA 2 – I.ED DIREITO</p><p>PÚBLICO E PRIVADO</p><p>Prof. Lázaro PEREIRA DOURADO</p><p>Direito público e direito privado</p><p>• O direito positivo é o direito posto pelo Estado, criado artificialmente</p><p>para atender às necessidades da sociedade no tocante à</p><p>decidibilidade dos conflitos que inevitavelmente aparecem, visando à</p><p>manutenção da ordem e da convivência ética entre seus integrantes.</p><p>A divisão do direito positivo em</p><p>direito público</p><p>e direito privado</p><p>Termos opostos em seus interesses mas concatenados de</p><p>interpenetração.</p><p>Antigamente: Público e Privado</p><p>• Hipoteticamente usado por</p><p>Público e Privado</p><p>Eneu Domício Ulpiano (em latim: Eneo Domitius Ulpianus; Tiro, 150 —</p><p>Roma, 223) foi um jurista romano. Sua obra influenciou</p><p>fundamentalmente a evolução dos direitos romano e bizantino, usou o</p><p>termo assim:</p><p>“O direito público diz respeito ao estado da coisa romana,</p><p>à pólis ou civitas, o privado à utilidade dos particulares” (FERRAZ JR.,</p><p>2013, p. 105) .</p><p>Direito Público por Maria Helena Diniz</p><p>Aquele que “regula as relações em que o Estado é parte, ou seja, rege</p><p>a organização e atividade do Estado considerado em si mesmo, em</p><p>relação com outro Estado e em suas relações com os particulares,</p><p>quando procede em razão:</p><p>de seu poder soberano</p><p>e atua na tutela do bem coletivo”</p><p>(DINIZ, 2001, p. 274).</p><p>Direito Privado</p><p>• Aquele que “disciplina as relações entre particulares, nas quais</p><p>predomina, de modo imediato,</p><p>o interesse de ordem provada, como</p><p>compra e venda,</p><p>doação,</p><p>usufruto,</p><p>casamento,</p><p>testamento, empréstimo etc.”</p><p>(DINIZ, 2001, p. 274).</p><p>O direito é tradicionalmente subdividido em ramos “ramos do</p><p>direito público” ou “ramos do direito privado”.</p><p>jus publicum e jus privatum</p><p>• Quando Ulpiano, pois, distinguia entre</p><p>• jus publicum e jus privatum</p><p>certamente tinha em mente a distinção entre a esfera do público,</p><p>enquanto lugar da ação, do encontro dos homens livres que se</p><p>governam, e a esfera do privado, enquanto lugar do trabalho [labor], da</p><p>casa, das atividades voltadas à sobrevivência (FERRAZ JR., 2013, p.</p><p>107).</p><p>Teorias sobre a distinção Direito Público e</p><p>Privado</p><p> Teoria do interesse ou utilidade: oposição entre o que seriam os</p><p>interesses do Estado e o que seriam os interesses particulares. No</p><p>entanto, a prática mostra que há diversas normas que protegem o</p><p>interesse geral no direito privado, como no caso do</p><p>Direito de Família (MONTORO, 1999).</p><p> Teoria da relação de preponderância do interesse: se o interesse</p><p>preponderante é do Estado, tratar-se-ia de direito público e se o</p><p>interesse preponderante é particular, tratar-se-ia de direito privado. O</p><p>problema da estreita conexão e interpenetração entre os interesses</p><p>permanece como obstáculo a impedir a exatidão da análise (DINIZ,</p><p>2001, p. 250).</p><p>A proposta de diferenciação a partir do sujeito-fim do direito de</p><p>propriedade foi defendida por Jhering, dividindo-o em três grupos.</p><p>• Grupo 1: O primeiro seria o da propriedade individual, tendo por</p><p>sujeito-fim o indivíduo.</p><p>• Grupo 2: O segundo teria por sujeito-fim o Estado e por ser de</p><p>propriedade do Estado.</p><p>• Grupo 3: O terceiro, a propriedade coletiva, que tem por sujeito-fim a</p><p>sociedade em si.</p><p> A teoria de império por Jellinek: . Segundo esse critério, o direito</p><p>privado regulamenta relações de indivíduos particulares, enquanto o</p><p>direito público regulamenta relações e organização de entes dotados</p><p>de poder de império; tanto uns com os outros, quanto dos entes com</p><p>particulares. A crítica a essa tese é que nem sempre o Estado</p><p>participa de relações jurídicas na qualidade de Estado, fazendo valer</p><p>seu poder de império. Num contrato de locação ou de seguro, por</p><p>exemplo, o particular não está em situação muito diferente do Estado</p><p>enquanto parte contratual (DINIZ, 2001, p. 251). O critério que</p><p>classifica direito privado e direito público segundo as noções de</p><p>relação de coordenação e subordinação aparece em Telles Jr., em</p><p>Gurvitch e também em Radbruch (2010) (DINIZ, 2001, p. 252).</p><p>Há intercomunicação nas Teorias e aplicação</p><p>• Não se deve pensar que sejam dois compartimentos estanques,</p><p>estabelecendo uma absoluta separação entre as normas de direito</p><p>público e as de direito privado, pois intercomunicam-se com certa</p><p>frequência (DINIZ, 2001, p. 254).</p><p>• Ex.: normas de direito do trabalho, de direito do consumidor e de</p><p>direito de família. Esses três ramos encontram-se classificados como</p><p>direito privado, pois as relações que regulam são eminentemente</p><p>privadas.</p><p>Importância da dicotomia para os ramos do</p><p>direito positivo</p><p>• O conceito apresentado por Maria Helena Diniz (2001, p. 275-</p><p>277) como minimamente consensual a respeito de cada um dos</p><p>ramos do direito, público e privado:</p><p></p><p>Direito</p><p>constitucional</p><p>Visa regulamentar a estrutura básica do Estado, disciplinando a sua organização</p><p>ao tratar da divisão de poderes, das funções e limites de seus órgãos e das</p><p>relações entre governantes e governados, ao limitar suas ações.</p><p>Direito</p><p>administrativo</p><p>Disciplina o exercício de atos administrativos praticados por quaisquer dos</p><p>poderes estatais, com o escopo de atingir fins sociais e políticos ao</p><p>regulamentar a atuação governamental, a execução dos serviços públicos, a</p><p>ação do Estado no campo econômico, a administração dos bens públicos e o</p><p>poder de polícia.</p><p>Direito tributário</p><p>Consiste no conjunto de normas que correspondam, direta ou indiretamente, à</p><p>instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.</p><p>Direito processual</p><p>Rege a atividade do Poder Judiciário e dos que a ele requerem ou perante ele litigam,</p><p>correspondendo, portanto, à função estatal de distribuir a justiça.</p><p>Direito penal</p><p>Constitui um complexo de normas que definem crimes e contravenções, estabelecendo</p><p>penas, com as quais o Estado mantém a integridade da ordem jurídica, mediante sua</p><p>função preventiva e repressiva.</p><p>Direito internacional</p><p>público</p><p>Consiste no conjunto de normas consuetudinárias e convencionais que regem as</p><p>relações, diretas ou indiretas, entre Estados e organismos internacionais.</p><p>Direito internacional</p><p>privado</p><p>Regulamenta as relações do Estado com cidadãos pertencentes a outros Estados,</p><p>dando soluções para os conflitos de leis no espaço.</p><p>Direito civil</p><p>Rege as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre</p><p>indivíduos encarados como tais, ou seja, enquanto membros da sociedade.</p><p>Direito comercial</p><p>Disciplina a atividade negocial do comerciante e de qualquer pessoa, física ou</p><p>jurídica, destinada a fins de natureza econômica, desde que habitual e dirigida à</p><p>produção de resultados patrimoniais.</p><p>Direito do trabalho</p><p>Regulamenta as relações entre empregador e empregado, abrangendo normas,</p><p>princípios e instituições relativas à organização do trabalho e da produção e à</p><p>condição social do trabalhador assalariado.</p><p>Zetética jurídica e dogmática jurídica</p><p>• A palavra “zetética” vem da palavra grega zetein, que significa</p><p>perquirir, indagar:</p><p>• infinita</p><p>• Já a palavra “dogmática” vem da palavra grega dokein, que significa</p><p>ensinar, doutrinar:</p><p>• Diretivas e finitas</p><p>São classificadas em: zetética jurídica analítica pura, zetética jurídica</p><p>analítica aplicada, zetética jurídica empírica pura e zetética jurídica</p><p>empírica aplicada.</p><p>Zetética jurídica e ensino jurídico</p><p>• Alerta: Profissionais que sejam capazes de se desvencilhar o mais</p><p>rápido possível dos desafios que se lhes apresentam.</p><p>• MEC: Eixo de Formação Fundamental tem por objetivo integrar o</p><p>estudante no campo, estabelecendo as relações do Direito com</p><p>outras áreas do saber, abrangendo dentre outros, estudos que</p><p>envolvam conteúdos essenciais sobre Antropologia, Ciência Política,</p><p>Economia, Ética, Filosofia, História, Psicologia e Sociologia (BRASIL,</p><p>MEC, 2004).</p><p>Dogmática jurídica e poder</p><p> Função social de neutralização política e econômica, fruto da necessidade de</p><p>estabilização de relações de conflito que é o problema central do direito.</p><p> Uma decisão jurídica comporta, portanto, não apenas a função de colocar fim ao</p><p>conflito em si, mas de evitar uma série de outros conflitos que poderiam advir</p><p>daquele que se encerra.</p><p>Por</p><p>exemplo, num conflito em que estão envolvidos, de um lado, a prefeitura</p><p>municipal de uma cidade e uma senhora que quebrou a perna ao cair num bueiro</p><p>destampado, a análise dogmática abrange apenas os fatos objetivamente: houve</p><p>um acidente? Quais os prejuízos materiais foram comprovados? Existe</p><p>responsabilidade objetiva por parte da prefeitura? Por mais que se pretenda incluir</p><p>na demanda os fatores emocionais relacionados, juridicamente falando não há</p><p>nada que possa ser feito quanto a isso exceto sua conversão em danos morais, uma</p><p>sanção de cunho patrimonial visando a compensar pelo dano emocional sofrido.</p><p>Direito como instrumento decisório e discurso</p><p>de justificação</p><p>• Concepção do direito como norma dentro de um ordenamento que é</p><p>entendido como um sistema completo, capaz de trazer respostas a</p><p>todo e qualquer conflito surgido na sociedade:</p><p> A fundamentação para toda decisão jurídica prolatada.</p><p> Não é possível nem aceitável juridicamente trazer fundamentos de</p><p>justificação da aplicação da norma que não sejam preexistentes no</p><p>ordenamento.</p><p>Atividades:</p><p>• 1. Como as teorias diferenciam o Direito Público e o Privado?</p><p>• 2. O que diz o ramo do Direito Constitucional?</p><p>• 3. O que diz o ramo do Direito Administrativo?</p><p>• 4. O que diz o ramo do Direito Tributário?</p><p>• 5. O que diz o ramo do Direito Processual?</p><p>• 6. O que diz o ramo do Direito Penal?</p><p>• 7. O que diz o ramo do Direito Internacional Público?</p><p>• 8. O que diz o ramo do Direito Internacional Privado?</p><p>• 9. O que diz o ramo do Direito Civil?</p><p>• 10. O que diz o ramo do Direito Comercial?</p><p>• 11. O que diz o ramo do Direito Trabalho?</p><p>• 12. Apresente a diferença entre a Zetética jurídica e dogmática jurídica.</p><p>• 13. Apresente a diferença entre a Zezética jurídica e ensino jurídico e Zezética juríca e poder.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>• ARENDT, H. The human condition. 2. ed. Chicago: University of Chicago Press, 1958.</p><p>• BRASIL. MEC. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES N° 9, de</p><p>29 de setembro de 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces09_04.pdf. Acesso</p><p>em: 15 nov. 2019.</p><p>• DINIZ, M. H. Compêndio de introdução à ciência do direito: introdução à teoria geral do direito, à filosofia</p><p>do direito, à sociologia jurídica e à lógica jurídica, norma jurídica e aplicação do direito. 14. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2001.</p><p>• FERRAZ JR., T. S. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 7. ed. rev. e ampl. São Paulo:</p><p>Atlas, 2013.</p><p>• MAGALHAES, T. C. A atividade humana do trabalho [labor] em Hannah Arendt. Revista Ética e Filosofia</p><p>Política. v. 1 n. 9 2006.</p><p>• MONTORO, A. F. Introdução à ciência do direito. 25. ed. São Paulo: RT, 1999.</p><p>• RADBRUCH, G. Introdução à ciência do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2010.</p><p>• ROESLER, C. Enfoque dogmático e enfoque zetético como pontos de partida para realizar a</p><p>interdisciplinaridade no ensino jurídico contemporâneo. Revista Eletrônica de Direito Educacional, Itajaí, v.</p><p>1, n.4, 2003.</p>

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