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<p>DIREITO</p><p>CONSTITUCIONAL II</p><p>Maytê Ribeiro Tamura</p><p>Meleto Barboza</p><p>Revisão técnica:</p><p>Renato Selayaram</p><p>Bacharel em Direito</p><p>Especialista em Ciências Políticas</p><p>Mestre em Direito</p><p>Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB -10/2147</p><p>D597 Direito constitucional II [recurso eletrônico] / Cássio Vinícius</p><p>Steiner de Sousa... [et al.]; [revisão técnica: Renato</p><p>Selayaram] . – Porto Alegre: SAGAH, 2018.</p><p>ISBN 978-85-9502-621-6</p><p>1. Direito constitucional. I. Sousa, Cássio Vinícius Steiner</p><p>de.</p><p>CDU 342</p><p>Do Poder Judiciário</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Analisar as normas constantes na Constituição Federal acerca das</p><p>disposições gerais do Poder Judiciário.</p><p> Explicar o quinto constitucional, as súmulas vinculantes, a reclamação</p><p>constitucional e o sistema de precatórios.</p><p> Esquematizar a organização do Poder Judiciário de acordo com as</p><p>suas competências.</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, você vai ler sobre o Poder Judiciário, um dos três Poderes</p><p>da União, independentes e harmônicos entre si, conforme o art. 2º da</p><p>Constituição Federal. Trata-se de um Poder indispensável e demasiada-</p><p>mente importante em todo Estado Democrático de Direito. Tal Poder é</p><p>incumbido de atribuições altamente relevantes, como, por exemplo, a</p><p>própria guarda da Constituição Federal.</p><p>Por ser o Poder Judiciário matéria de extrema importância para uma</p><p>nação, é importante o estudo da sua organização e respectivas compe-</p><p>tências. Serão abordados, neste capítulo, os dispositivos constitucionais</p><p>que tratam das disposições gerais acerca do Poder Judiciário. Você vai</p><p>ler também sobre o quinto constitucional, as súmulas vinculantes, a</p><p>reclamação constitucional e o sistema de precatórios.</p><p>Poder Judiciário na Constituição Federal de 1988</p><p>O Poder Judiciário é um dos três Poderes da União previstos pelo art. 2º da</p><p>Constituição Federal de 1988: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e</p><p>harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988,</p><p>documento on-line). É um Poder essencial para todo Estado Democrático de Direito.</p><p>Essa independência e autonomia conferidas ao Poder Judiciário fazem-no exercer</p><p>plenamente a sua atribuição. Uma delas, talvez a mais importante, segundo o art.</p><p>102 da própria Carta Magna, é a guarda da Constituição Federal.</p><p>O Poder Judiciário é um dos três Poderes clássicos previstos pela doutrina</p><p>e consagrado como poder autônomo e independente de importância crescente</p><p>no Estado de Direito, pois, como afirma Sanches Viamonte:</p><p>[...] sua função não consiste somente em administrar a Justiça, sendo mais, pois</p><p>seu mister é ser o verdadeiro guardião da Constituição, com a finalidade de</p><p>preservar, basicamente, os princípios da legalidade e igualdade, sem os quais</p><p>os demais tornariam-se vazios. Esta concepção resultou da consolidação de</p><p>grandes princípios de organização política, incorporados pelas necessidades</p><p>jurídicas na solução de conflitos (MORAES, 2014, p. 520).</p><p>O Poder Judiciário também é uma cláusula pétrea, isto é, trata-se de matéria</p><p>que não pode ser alterada por meio de emenda à Constituição, conforme o</p><p>disposto no art. 60, § 4º, III (BRASIL, 1988). Conforme mencionado, os três</p><p>Poderes da União — Legislativo, Executivo e Judiciário — são independentes</p><p>entre si. Porém, de acordo com Paulo e Alexandrino (2015), essa independência</p><p>em relação aos Poderes Legislativo e Executivo não é pressuposto fundamental</p><p>para que se tenha um Estado de Direito, ao contrário do que ocorre com o</p><p>Poder Judiciário, uma vez que, independentemente da forma de governo,</p><p>seja ele presidencialista ou parlamentarista, esse Poder deve ser plenamente</p><p>independente, posto que lhe é atribuída a guarda da Constituição, além de dar</p><p>efetividade a princípios como o da legalidade e da igualdade.</p><p>O exercício da atividade jurisdicional do Estado é função típica do Poder</p><p>Judiciário, que é caracterizada pela aplicação do Direito ao caso concreto, com o</p><p>objetivo de solucionar conflitos. A jurisdição é um poder/dever do Estado, ou seja,</p><p>não se admite a justiça privada. O Poder Judiciário no Brasil é dividido de modo</p><p>complexo, considerando o fato de ser uma República Federativa, subdividida em</p><p>estados-membros. De modo básico, o Poder Judiciário no Brasil está dividido em</p><p>duas esferas: as justiças dos estados e a justiça da União, sendo que se subdi-</p><p>videm em justiças comuns, justiças especializadas e, ainda, juizados especiais.</p><p>De acordo com Lenza (2011), o Poder Judiciário exerce, ainda, funções</p><p>atípicas, como:</p><p> a de natureza executivo-administrativa (que seria a organização de</p><p>suas secretarias — art. 96, I, b; concessão de férias a seus membros e</p><p>servidores — art. 96, I, f );</p><p> a de natureza legislativa (como a criação de regimento interno — art.</p><p>96, I, a).</p><p>Do Poder Judiciário2</p><p>Os artigos que tratam do Poder Judiciário estão presentes no Título IV,</p><p>Capítulo III, Seção I a VIII, entre os arts. 92 e 126 do Texto Constitucional.</p><p>As disposições gerais a respeito do Poder Judiciário correspondem à Seção</p><p>I do Capítulo III, do Título IV, de modo que passamos agora a analisar os</p><p>principais artigos. O art. 92 trata sobre os órgãos do Poder Judiciário:</p><p>Art. 92 São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>I — o Supremo Tribunal Federal;</p><p>I-A — o Conselho Nacional de Justiça;</p><p>II — o Superior Tribunal de Justiça;</p><p>II-A — o Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>III — os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;</p><p>IV — os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p>V — os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p>VI — os Tribunais e Juízes Militares;</p><p>VII — os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios</p><p>(BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>A competência desses órgãos, entretanto, será estudada em tópico específico.</p><p>O art. 93 da Constituição Federal dispõe sobre o Estatuto da Magistratura,</p><p>dizendo que deverá ser criada Lei Complementar de iniciativa do Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF) para regular esse assunto, bem como os princípios</p><p>que devem ser observados. O art. 94, por sua vez, trata a respeito do quinto</p><p>constitucional, que será visto em tópico específico (BRASIL, 1988).</p><p>O art. 95 dispõe sobre as garantias dos juízes, que, basicamente, são três</p><p>(BRASIL, 1988):</p><p> vitaliciedade;</p><p> inamovibilidade;</p><p> irredutibilidade de subsídio.</p><p>A vitaliciedade se refere ao fato de que os juízes não podem perder seus</p><p>cargos por decisão administrativa, devendo, para tanto, haver sentença judicial</p><p>com trânsito em julgado. Lembramos que, no primeiro grau, a vitaliciedade</p><p>só se adquire após dois anos no exercício da função, período no qual a desti-</p><p>tuição do juiz dependerá de decisão do tribunal ao qual esteja vinculado. A</p><p>inamovibilidade impede que os juízes sejam retirados de seus cargos de modo</p><p>compulsório, exceto em caso de interesse público, de decisão tomada pela</p><p>maioria absoluta de votos do tribunal que os vincula ou, ainda, do Conselho</p><p>Nacional de Justiça (CNJ). Por fim, a irredutibilidade de subsídio impede</p><p>3Do Poder Judiciário</p><p>que os salários dos juízes sejam reduzidos, com exceção do disposto nos arts.</p><p>37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I (BRASIL, 1988).</p><p>O art. 96 trata sobre a competência privativa (BRASIL, 1988):</p><p> dos tribunais;</p><p> do STF;</p><p> dos Tribunais Superiores;</p><p> dos Tribunais de Justiça.</p><p>O art. 97 enuncia que: “Art. 97 Somente pelo voto da maioria absoluta de</p><p>seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais</p><p>declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”.</p><p>O art. 98 dispõe sobre a criação de Juizados Especiais e de justiça de paz.</p><p>O art. 99 afirma que é assegurada autonomia administrativa e financeira ao</p><p>Poder Judiciário. O art. 100, por fim, dispõe sobre o sistema de precatórios,</p><p>que será analisado mais adiante.</p><p>O parágrafo único do art. 95 da Constituição Federal impõe certas vedações</p><p>aos juízes. São elas:</p><p>Art. 95 [...]</p><p>Parágrafo único. Aos juízes é vedado:</p><p>I — exercer, ainda que em disponibilidade, outro</p><p>cargo ou função, salvo</p><p>uma de magistério;</p><p>II — receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;</p><p>III — dedicar-se à atividade político-partidária;</p><p>IV — receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de</p><p>pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções</p><p>previstas em lei;</p><p>V — exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes</p><p>de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou</p><p>exoneração (BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>Quinto constitucional</p><p>O art. 94 da Constituição Federal diz respeito ao quinto constitucional. É uma</p><p>inovação trazida pela Carta Magna de 1988 e possui o seguinte enunciado:</p><p>Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais</p><p>dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros,</p><p>do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados</p><p>Do Poder Judiciário4</p><p>de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de</p><p>efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de</p><p>representação das respectivas classes (BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>O art. 94 trata, portanto, do que chamamos de quinto constitucional. Embora</p><p>o referido artigo só faça menção a determinados tribunais, tal regra também</p><p>é válida para os tribunais do trabalho (arts. 111-A, I, e 115, I) e igualmente</p><p>para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme art. 104, parágrafo único.</p><p>Não podemos dizer, porém, que a regra do quinto constitucional abranja</p><p>todos os tribunais brasileiros, pois os tribunais não mencionados possuem</p><p>procedimentos próprios (LENZA, 2011).</p><p>Chamamos de quinto constitucional porque a Constituição Federal determina que</p><p>um quinto das vagas dos tribunais mencionados sejam preenchidas pelos membros</p><p>do Ministério Público e advogados que possuam os requisitos elencados, quais sejam:</p><p> mais de 10 anos de carreira, no caso dos membros do Ministério Público;</p><p> mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, no caso dos advogados, que</p><p>também devem possuir notório saber jurídico e reputação ilibada.</p><p>Segundo Paulo e Alexandrino (2015):</p><p>Temos, enfim, o seguinte procedimento: os órgãos de representação das</p><p>classes dos advogados ou do Ministério Público indicam seis nomes que</p><p>preencham os mencionados requisitos (lista sêxtupla); em seguida, o tribu-</p><p>nal para o qual foram indicados escolhe três dos seis nomes (lista tríplice);</p><p>nos vinte dias subsequentes, o Chefe do Executivo (Governador do Estado,</p><p>caso se trate de Tribunal de Justiça estadual; Presidente da República, nos</p><p>casos de Tribunal Regional Federal, Tribunal de Justiça do Distrito Federal</p><p>e Territórios e Tribunais de Justiça do Trabalho) escolherá um dos três para</p><p>nomeação (PAULO; ALEXANDRINO, 2015, p. 724).</p><p>Trata-se de um tema polêmico, de certa forma, pois envolve a indicação</p><p>de membros. Há pessoas que são contra e defendem o ingresso na magis-</p><p>tratura apenas por meio de concursos públicos, enquanto outras defendem</p><p>ser um bom sistema, visto que é necessário, em ambos os casos (membros</p><p>5Do Poder Judiciário</p><p>do Ministério Público e advogados), que os indicados contem com mais de</p><p>10 anos de exercício em suas respectivas funções.</p><p>Súmula vinculante</p><p>Abordaremos, agora, a súmula vinculante. O art. 103-A da Constituição Federal</p><p>versa a respeito da função exercida pela súmula:</p><p>Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,</p><p>mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre</p><p>matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa</p><p>oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à</p><p>administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,</p><p>bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de</p><p>normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos</p><p>judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegu-</p><p>rança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.</p><p>§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão</p><p>ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem</p><p>propor a ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicá-</p><p>vel ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal</p><p>Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a</p><p>decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem</p><p>a aplicação da súmula, conforme o caso (BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>Podemos dizer que as súmulas vinculantes têm força de lei. Tal tema foi</p><p>regulamentado pela Lei nº. 11.417, de 19 de dezembro de 2006.</p><p>A súmula vinculante foi inserida na Constituição Federal pela Emenda nº.</p><p>45, de 30 de dezembro de 2004. É um enunciado do STF, que surge após várias</p><p>decisões reiteradas sobre determinada matéria constitucional. Dizemos que essas</p><p>súmulas possuem efeito vinculante, pois passam a vincular os outros órgãos do</p><p>Poder Judiciário, que deverão, necessariamente, segui-las em suas decisões. A</p><p>partir de sua publicação, também passa a vincular os órgãos da Administração</p><p>Pública direta e indireta, em todas as esferas: federal, estadual e municipal.</p><p>O surgimento das súmulas vinculantes se deu pela necessidade de unifor-</p><p>mização das jurisprudências, pois os tribunais, de acordo com o princípio da</p><p>igualdade, devem decidir casos semelhantes de forma igualitária, o que gera</p><p>Do Poder Judiciário6</p><p>maior segurança jurídica (MORAES, 2014) e, também, maior confiança por</p><p>parte da sociedade no Poder Judiciário.</p><p>Somente as súmulas editadas pelo STF terão efeito vinculante. Os demais tribunais</p><p>podem editar súmulas, mas elas apenas documentarão o sentido das decisões da</p><p>referida Corte, sem vincular demais órgãos do Poder Judiciário. Ainda, ressaltamos</p><p>que, para que a súmula do STF se torne vinculante, é necessária a aprovação de, ao</p><p>menos, oito dos 11 ministros que integram a Corte em questão.</p><p>Reclamação constitucional</p><p>A reclamação constitucional é um instrumento jurídico que visa resguardar</p><p>a competência do STF, de forma a garantir a supremacia de suas decisões.</p><p>Existem três hipóteses de cabimento, sendo que as duas primeiras são (BRA-</p><p>SIL, 2014):</p><p> preservar a competência do STF — quando algum juiz ou tribunal,</p><p>usurpando a competência estabelecida no art. 102 da Constituição</p><p>Federal, processa ou julga ações ou recursos de competência do STF;</p><p> garantir a autoridade das decisões do STF — quando decisões mono-</p><p>cráticas ou colegiadas do STF são desrespeitadas ou descumpridas por</p><p>autoridades judiciárias ou administrativas.</p><p>A terceira hipótese de cabimento está relacionada aos casos de decisão</p><p>judicial ou ato administrativo contrário à súmula vinculante ou, ainda, que</p><p>venham a negar-lhe vigência ou sejam aplicadas de forma indevida. Nesses</p><p>casos, será cabível reclamação ao STF. Importante frisar que, nesse caso, não</p><p>há preju��zo dos demais recursos e meios de impugnação cabíveis. Havendo</p><p>omissão ou ato da Administração Pública, a reclamação é cabível após se</p><p>esgotarem as demais vias administrativas. Se o STF decidir pela procedência</p><p>da reclamação, anulará a decisão ou o ato reclamado, determinando que</p><p>outro seja tomado, com a aplicação da súmula ou não, a depender do caso</p><p>concreto (LENZA, 2011).</p><p>7Do Poder Judiciário</p><p>Saiba mais sobre a reclamação constitucional, as suas hipóteses de cabimento e outros</p><p>detalhes no link abaixo.</p><p>https://goo.gl/QLc543</p><p>Precatório judicial</p><p>O precatório judicial está disposto no art. 100 da Constituição Federal, que</p><p>já foi alterado algumas vezes por meio de algumas emendas constitucionais.</p><p>O caput do art. 100 disserta que:</p><p>Art. 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Esta-</p><p>duais,</p><p>Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão</p><p>exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à</p><p>conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas</p><p>nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim</p><p>(BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>Segundo Lenza (2011), o precatório judicial consiste em um instrumento por</p><p>meio do qual se cobra um débito do Poder Público. Trata-se de um sistema criado</p><p>para que seja feito o pagamento dos débitos das Fazendas Públicas. De acordo</p><p>com o art. 100, § 5º, da Constituição Federal, as entidades de Direito Público são</p><p>obrigadas a incluir, nos seus orçamentos, a verba necessária para o pagamento</p><p>de seus débitos provenientes de sentenças transitadas em julgado constantes de</p><p>precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até</p><p>o final do exercício seguinte, quando terão os seus valores atualizados moneta-</p><p>riamente (BRASIL, 1988). De acordo com o § 3º do mesmo dispositivo legal:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios</p><p>não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno</p><p>valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial</p><p>transitada em julgado (BRASIL, 1988, documento on-line).</p><p>Existe uma ordem a ser cumprida para o pagamento dos precatórios: pri-</p><p>meiramente, devem ser pagos os de natureza alimentícia especiais, que são</p><p>Do Poder Judiciário8</p><p>aqueles cujos titulares possuam 60 anos ou mais ou portem alguma doença</p><p>grave, até o valor que equivalha ao triplo fixado pela lei como obrigação de</p><p>pequeno valor; em segundo lugar, os demais débitos de natureza alimentícia</p><p>que não se enquadrem nas condições citadas. Por último, os que não possuam</p><p>natureza alimentícia (PAULO; ALEXADRINO, 2015).</p><p>O precatório é, portanto, a forma que o Poder Público tem para ver os</p><p>seus débitos cobrados. Além disso, é preciso respeitar a ordem mencionada</p><p>ao realizar seu pagamento.</p><p>Organização do Poder Judiciário</p><p>Conforme visto, de acordo com o art. 92 da Constituição Federal, são órgãos</p><p>do Poder Judiciário (BRASIL, 1988):</p><p> o STF;</p><p> o CNJ;</p><p> o STJ;</p><p> o Tribunal Superior do Trabalho;</p><p> os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;</p><p> os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p> os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p> os Tribunais e Juízes Militares;</p><p> os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.</p><p>De acordo com Lenza (2011), o STF e os Tribunais Superiores (STJ, Tribunal</p><p>Superior do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar)</p><p>são órgãos de convergência, visto que cada uma das justiças especializadas</p><p>possui o seu próprio Tribunal Superior. Todos os Tribunais Superiores conver-</p><p>gem apenas ao STF. Apesar de o STF e o STJ serem órgãos de convergência,</p><p>também são órgãos de superposição. Afinal, as suas decisões se sobrepõem às</p><p>proferidas pelos órgãos inferiores, quer sejam da Justiça Comum ou Especial.</p><p>Ou seja, além dos órgãos de superposição, que são o STF e o STJ, existem</p><p>também as demais justiças, que, a seu turno, subdividem-se em comum e especial.</p><p>A Justiça Comum é composta por (LENZA, 2011):</p><p> Justiça Federal;</p><p> Justiça do Distrito Federal e territórios;</p><p> Justiça Estadual Comum.</p><p>9Do Poder Judiciário</p><p>A Justiça Especial é composta por (LENZA, 2011):</p><p> Justiça do Trabalho;</p><p> Justiça Eleitoral;</p><p> Justiça Militar da União;</p><p> Justiça Militar dos estados, do Distrito Federal e territórios.</p><p>É importante mencionar, também, a criação do CNJ, por meio da Emenda</p><p>Constitucional nº. 45/2004. Tal órgão, apesar de integrar a estrutura do Poder</p><p>Judiciário, não é dotado de jurisdição. É composto por 15 membros, que pos-</p><p>suem mandato de dois anos, sendo admitida uma recondução. São membros</p><p>integrantes do CNJ, de acordo com o art. 103-B:</p><p>Art. 103-B [...]</p><p>I — o Presidente do Supremo Tribunal Federal;</p><p>II — um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo</p><p>tribunal;</p><p>III — um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respec-</p><p>tivo tribunal;</p><p>IV — um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal;</p><p>V — um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;</p><p>VI — um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal</p><p>de Justiça;</p><p>VII — um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;</p><p>VIII — um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal</p><p>Superior do Trabalho;</p><p>IX — um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>X — um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-</p><p>-Geral da República;</p><p>XI — um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-</p><p>-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de</p><p>cada instituição estadual;</p><p>XII — dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Ad-</p><p>vogados do Brasil;</p><p>XIII — dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados</p><p>um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal (BRASIL, 1988,</p><p>documento on-line).</p><p>Segundo Paulo e Alexandrino (2015), cabe ao CNJ apenas a função de</p><p>realizar o controle da função administrativa e financeira do Poder Judiciário,</p><p>além de fiscalizar se os deveres funcionais são cumpridos.</p><p>Do Poder Judiciário10</p><p>Também é válido mencionar acerca dos Juizados Especiais. Eles se sub-</p><p>dividem em Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Os Juizados Especiais</p><p>Cíveis se dedicam a julgamentos de pedidos de reparação por danos que</p><p>não ultrapassem 40 salários-mínimos; já os Juizados Criminais se dedicam</p><p>à resolução de delitos de pouca gravidade. Lenza (2011, p. 656) afirma que:</p><p>Em se tratando de Juizados Especiais, de acordo com a lei, o segundo grau</p><p>de jurisdição é exercido pelas Turmas Recursais, compostas por três juízes</p><p>togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do</p><p>Juizado (Colégio Recursal) (cf. arts. 41, § 1º, e 82 da Lei 9.099/95).</p><p>De acordo com Bottini (2006, documento on-line):</p><p>Desde sua origem, nos anos 80, os Juizados mostraram que é fundamental</p><p>e viável trabalhar com um novo modelo de Justiça, orientado pelos princí-</p><p>pios da eficiência, da oralidade, da informalidade e da busca de solução de</p><p>conflitos pela conciliação. Seu surgimento não significou a mera criação</p><p>de novos órgãos judiciais, mas a consagração de uma nova cultura, de um</p><p>novo modelo, que prioriza uma atuação dos órgãos jurisdicionais voltada</p><p>estritamente para sua finalidade última e essencial: a superação de contro-</p><p>vérsias. Assim, os Juizados trazem, em realidade, uma nova metodologia</p><p>de fazer Justiça, um novo sistema processual, com suas próprias bases</p><p>principiológicas, com seus próprios institutos dogmáticos, que marcam</p><p>a superação da processualística clássica e tradicional e de uma estrutura</p><p>ensimesmada, com notáveis dificuldades para exercer suas funções típicas.</p><p>Na verdade, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande</p><p>do Sul:</p><p>Os Juizados Especiais Surgiram no Rio Grande do Sul em 1982 — por iniciativa</p><p>do Desembargador Antonio Guilherme Tanger Jardim, então Juiz de Direito</p><p>da Comarca de Rio Grande — entrando em funcionamento pela primeira vez</p><p>naquela Comarca com o nome de Juizados de Pequenas Causas.</p><p>Porém, foi a partir da Lei Federal nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995, que</p><p>os Juizados Especiais foram estendidos a todo o território nacional. De acordo</p><p>com o art. 2º da referida lei: “Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios</p><p>da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,</p><p>buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação”.</p><p>11Do Poder Judiciário</p><p>Ou seja, os Juizados Especiais visam simplificar a solução de conflitos,</p><p>dando preferência, sempre que possível for, à conciliação e à transação. Por</p><p>essa razão, prima pela oralidade, informalidade e celeridade, o que conse-</p><p>quentemente acaba gerando uma economia processual e acaba</p><p>sendo bem</p><p>mais simples. Destacamos ainda que os Juizados Especiais têm competência</p><p>tanto na esfera estadual (Lei nº. 9.099/1995) quanto na federal (Lei nº. 10.259,</p><p>de 12 de julho de 2001), sendo que:</p><p>Há alguns pontos que diferenciam o Juizado Estadual do Federal, a exemplo</p><p>do valor da causa: no Juizado dos Estados, as causas que não ultrapassem</p><p>a vinte salários-mínimos, não necessitam de advogado; todavia, se maior</p><p>que vinte até quarenta salários-mínimos, a parte deverá ter advogado. Nos</p><p>Juizados Especiais Federais, as causas não podem ultrapassar a sessenta</p><p>salários-mínimos e, de conformidade com o art. 10, as partes poderão indicar,</p><p>“por escrito, representantes para a causa, advogado ou não”. Se no Juizado</p><p>Estadual há a exigência de advogado para causas acima de vinte salários-</p><p>-mínimos, na Justiça Federal não existe este requisito e a parte pode indicar</p><p>qualquer pessoa de sua confiança (CARDOSO, 2017, documento on-line).</p><p>Os Juizados Especiais são, portanto, importantes órgãos do Poder Judiciário,</p><p>pois visam proporcionar a todos os integrantes da sociedade que solucionem</p><p>seus conflitos de forma rápida e eficiente, a depender da complexidade do</p><p>conflito. Foi uma importante implementação ao sistema jurídico brasileiro,</p><p>pois alivia o Judiciário, fazendo as causas mais simples poderem ser resolvidas</p><p>com maior celeridade.</p><p>Do Poder Judiciário12</p><p>BOTTINI, P. C. Juizado Especial trouxe um novo jeito de fazer justiça. Consultor Jurídico,</p><p>8 ago. 2006. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2006-ago-08/juizado_es-</p><p>pecial_trouxe_jeito_justica>. Acesso em: 3 set. 2018.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de</p><p>outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/</p><p>constituição.htm>. Acesso em: 3 set. 2018.</p><p>BRASIL. Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial [da] República Federativa</p><p>do Brasil, Brasília, DF, 27 set. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>Leis/L9099.htm>. Acesso em: 3 set. 2018.</p><p>BRASIL. Suprema Tribunal Federal. Reclamação constitucional garante a preservação</p><p>da competência do STF. Notícias STF, 30 jul. 2014. Disponível em: <http://www.stf.jus.</p><p>br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=271852>. Acesso em: 3 set. 2018.</p><p>CARDOSO, A. P. Juizado estadual e juizado federal. Migalhas, 26 jul. 2017. Disponível</p><p>em: <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI262597,41046-Juizado+Estadual+e</p><p>+juizado+Federal> Acesso em: 27 ago. 2018.</p><p>LENZA, P. Direito Constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>MORAES, A. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.</p><p>PAULO, V.; ALEXANDRINO, M. Direito Constitucional descomplicado. 14. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 2015.</p><p>RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Cartilha dos Juizados Especiais. 2010. Dispo-</p><p>nível em: <https://www.tjrs.jus.br/site/poder_judiciario/comarcas/juizados_especiais/</p><p>cartilha_je.html>. Acesso em: 3 set. 2018.</p><p>13Do Poder Judiciário</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p>

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