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<p>1</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>METODOLOGIA DE</p><p>PESQUISA</p><p>2</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A Faculdade Multivix está presente de norte a sul</p><p>do Estado do Espírito Santo, com unidades em</p><p>Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova</p><p>Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.</p><p>Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-</p><p>tacando-se pela oferta de cursos de gradua-</p><p>ção, técnico, pós-graduação e extensão, com</p><p>qualidade nas quatro áreas do conhecimen-</p><p>to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-</p><p>pre primando pela qualidade de seu ensino</p><p>e pela formação de profissionais com cons-</p><p>ciência cidadã para o mercado de trabalho.</p><p>Atualmente, a Multivix está entre o seleto</p><p>grupo de Instituições de Ensino Superior que</p><p>possuem conceito de excelência junto ao</p><p>Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-</p><p>ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram</p><p>notas 4 e 5, que são consideradas conceitos</p><p>de excelência em ensino.</p><p>Estes resultados acadêmicos colocam</p><p>todas as unidades da Multivix entre as</p><p>melhores do Estado do Espírito Santo e</p><p>entre as 50 melhores do país.</p><p>MIssÃO</p><p>Formar profissionais com consciência cida-</p><p>dã para o mercado de trabalho, com ele-</p><p>vado padrão de qualidade, sempre mantendo a</p><p>credibilidade, segurança e modernidade, visando</p><p>à satisfação dos clientes e colaboradores.</p><p>VIsÃO</p><p>Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-</p><p>da nacionalmente como referência em qualidade</p><p>educacional.</p><p>GRUPO</p><p>MULTIVIX</p><p>3</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>EDITORIAL</p><p>2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.</p><p>As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com</p><p>Diretor Executivo</p><p>Tadeu Antônio de Oliveira Penina</p><p>Diretora Acadêmica</p><p>Eliene Maria Gava Ferrão Penina</p><p>Diretor Administrativo Financeiro</p><p>Fernando Bom Costalonga</p><p>Diretor Geral</p><p>Helber Barcellos da Costa</p><p>Diretor da Educação a Distância</p><p>Pedro Cunha</p><p>Conselho Editorial</p><p>Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente</p><p>doConselho Editorial)</p><p>Kessya Penitente Fabiano Costalonga</p><p>Carina Sabadim Veloso</p><p>Patrícia de Oliveira Penina</p><p>Roberta Caldas Simões</p><p>Revisão de Língua Portuguesa</p><p>Leandro Siqueira Lima</p><p>Revisão Técnica</p><p>Alexandra Oliveira</p><p>Alessandro Ventorin</p><p>Graziela Vieira Carneiro</p><p>Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo</p><p>Carina Sabadim Veloso</p><p>Maico Pagani Roncatto</p><p>Ednilson José Roncatto</p><p>Aline Ximenes Fragoso</p><p>Genivaldo Félix Soares</p><p>Multivix Educação a Distância</p><p>Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico</p><p>Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial</p><p>Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia</p><p>Direção EaD</p><p>Coordenação Acadêmica EaD</p><p>4</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Aluno (a) Multivix,</p><p>Estamos muito felizes por você agora fazer parte</p><p>do maior grupo educacional de Ensino Superior do</p><p>Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a</p><p>Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.</p><p>A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-</p><p>ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia,</p><p>São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999,</p><p>no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de</p><p>cursos de graduação, pós-graduação e extensão</p><p>de qualidade nas quatro áreas do conhecimento:</p><p>Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-</p><p>dalidade presencial quanto a distância.</p><p>Além da qualidade de ensino já comprova-</p><p>da pelo MEC, que coloca todas as unidades do</p><p>Grupo Multivix como parte do seleto grupo das</p><p>Instituições de Ensino Superior de excelência no</p><p>Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-</p><p>tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-</p><p>se bastante com o contexto da realidade local e</p><p>com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-</p><p>cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-</p><p>ciais, ambientais e na promoção de oportunida-</p><p>des para os que sonham em fazer uma faculdade</p><p>de qualidade mas que precisam superar alguns</p><p>obstáculos.</p><p>Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:</p><p>“Formar profissionais com consciência cidadã para o</p><p>mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-</p><p>dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança</p><p>e modernidade, visando à satisfação dos clientes e</p><p>colaboradores.”</p><p>Entendemos que a educação de qualidade sempre</p><p>foi a melhor resposta para um país crescer. Para a</p><p>Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o</p><p>mundo à sua volta.</p><p>Seja bem-vindo!</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>DA DIREÇÃO</p><p>EXECUTIVA</p><p>Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina</p><p>Diretor Executivo do Grupo Multivix</p><p>5</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Bem-vindo(a) à disciplina de Metodologia da Pesquisa, na qual estudaremos, para</p><p>aprofundar seus conhecimentos, iremos focar nos conceitos de pesquisa e tipos de</p><p>pesquisa, abordaremos também sobre projetos de pesquisa e sua estruturação, e de-</p><p>mais assuntos importantes relacionados a área de metodologia. Para que seu estudo</p><p>se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada em 06 (seis) unidades,</p><p>com temas e subtemas que, por sua vez, podem ser subdivididos em seções (tópicos),</p><p>atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem. A disciplina de Meto-</p><p>dologia da Pesquisa irá oferecer uma contribuição, não exclusiva, no planejamento e</p><p>execução das pesquisas dos alunos durante a vida acadêmica.</p><p>De modo geral essa disciplina tem como finalidade compreender os conceitos da</p><p>área da pesquisa científica, além de motivar o aluno para a área da pesquisa e instru-</p><p>mentalizar o aluno na realização de trabalhos acadêmicos e científicos, tanto ao nível</p><p>de graduação como de pós-graduação. Tendo em vista que a pesquisa está associada</p><p>ao ensino de maneira geral. Ao longo da disciplina destacaremos e promoveremos</p><p>uma discussão partindo da contextualização dos principais conceitos de pesquisa e</p><p>projetos de pesquisa, destacando os vários enfoques específicos de cada área para,</p><p>assim, realizarmos um bom curso. Para tanto, fique atento(a) à leitura dos mais im-</p><p>portantes conceitos da atualidade no que se refere à Metodologia da pesquisa dentro</p><p>do contexto da pesquisa científica.</p><p>Enfim, esperamos promover reflexões acerca do assunto e desejamos sucesso e bons</p><p>estudos!</p><p>6</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>suMÁRIO</p><p>2UNIDADE</p><p>1UNIDADE</p><p>1 pEsquIsA CIENTÍFICA: CONCEITOs E CLAssIFICAÇÃO 10</p><p>1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA 10</p><p>1.2 CONCEITO DE PESQUISA 12</p><p>1.3 TIPOS DE PESQUISA 16</p><p>1.3.1 FALA DO PROFESSOR 16</p><p>1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 21</p><p>1.4 LINHAS DE PESQUISA 36</p><p>2 pROJETO DE pEsquIsA: EsTRuTuRA 44</p><p>2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA 44</p><p>2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO 54</p><p>2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA 56</p><p>3 REFERENCIAL TEÓRICO 61</p><p>3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM TEXTO</p><p>PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO ACADÊMICO OU CIENÍFICO? 61</p><p>3.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO DE LITERATURA 67</p><p>4 pEsquIsA BIBLIOGRÁFICA 78</p><p>4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO</p><p>NACIONAIS E INTERNACIONAIS 78</p><p>4.1.1 FALA DO PROFESSOR: 80</p><p>4.2 ARTIGO CIENTÍFICO 80</p><p>4.2.1 O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO 81</p><p>4.2.2 ESTRUTURA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO 82</p><p>4.3 TIPOLOGIAS DE BASES DE DADOS E PRINCIPAIS BASES</p><p>DE DADOS POR ÁREA DE CONHECIMENTO 87</p><p>5 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO pOR ÁREA DE INTEREssE 94</p><p>5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE 95</p><p>3UNIDADE</p><p>4UNIDADE</p><p>5UNIDADE</p><p>7</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>6UNIDADE 6 COMuNICAÇÃO CIENTÍFICA E As DIRETRIZEs DE LEITuRA 117</p><p>6.1 DO QUE SE TRATA A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA? 117</p><p>6.2 RESUMO 125</p><p>6.3 PAPPERS 127</p><p>6.4 ARTIGO CIENTÍFICO 128</p><p>6.5 RESENHA 129</p><p>6.6 DIRETRIZES DA LEITURA 131</p><p>6.7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 133</p><p>REFERÊNCIAs 139</p><p>8</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ICONOGRAFIA</p><p>ATENÇÃO</p><p>PARA SABER</p><p>SAIBA MAIS</p><p>ONDE PESQUISAR</p><p>DICAS</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>ATIVIDADES DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>CURIOSIDADES</p><p>QUESTÕES</p><p>ÁUDIOSMÍDIAS</p><p>INTEGRADAS</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>e in-</p><p>centivo à pesquisa. A pesquisa universitária que tem o objetivo de ensinar</p><p>o aluno como elaborar um projeto e conduzir uma pesquisa não necessita</p><p>deste item. Entretanto, torna-se um item obrigatório em pesquisas de maior</p><p>porte. Quando este item for necessário, devem ser especificados os recursos</p><p>humanos e materiais indispensáveis para a realização do projeto, com uma</p><p>estimativa dos custos.</p><p>> Referências bibliográficas: Esse item deve contemplar todas as fontes efeti-</p><p>vamente lidas e utilizadas (citadas) ao longo da pesquisa. Não deve ser listada</p><p>uma referência lida e não citada. O contrário é um caso ainda mais grave.</p><p>Jamais se deve citar um autor sem que este apareça nas referências. Todas as</p><p>referências devem ser elaboradas de acordo com as normas da ABNT.</p><p>Segundo Severino (2002, p. 159), um projeto bem elabora do desempenha</p><p>várias funções:</p><p>1. Define e planeja para o próprio orientando o caminho a ser seguido no</p><p>desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas,</p><p>os instrumentos e estratégias a serem utilizados. Este planejamento possibi-</p><p>litará ao pós-graduando / pesquisador impor-se uma disciplina de trabalho</p><p>não só na ordem dos procedimentos lógicos mas também em termos de or-</p><p>ganização do tempo, de seqüência de roteiros e cumprimentos de prazos.</p><p>2. Atende às exigências didáticas dos professores, tendo em vis-</p><p>ta a discussão dos projetos de pesquisas e seminários, freqüen-</p><p>tes sobretudo em cursos de doutorado. Cada colega subme-</p><p>te sua proposta à apreciação dos colegas, com os quais a discute.</p><p>54</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>3. Permitem aos orientadores entender melhor o sentido geral do trabalho</p><p>de pesquisa e seu desenvolvimento futuro, podendo discutir o início, com o</p><p>orientando, suas possibilidades, perspectivas e eventuais desvios.</p><p>2.1.1 GÊNESE DA PESQUISA E ESCOLHA DO ASSUNTO</p><p>Decidir sobre um tema de pesquisa é tarefa relativamente fácil para quem está envol-</p><p>vido numa determinada área. Entretanto aquele que se inicia na vida científica tem</p><p>de suportar o conflito entre a aquisição de novos conhecimentos e os prazos acadê-</p><p>micos. Em muitos casos falta tempo e experiência para uma boa opção Antes deve-se</p><p>pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho ba-</p><p>seia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica, a qual dá fundamentação teórica.</p><p>Verificar a relevância, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos pra-</p><p>zos estipulados.</p><p>Escolhido o tema, faz necessário delimitá-lo, ou seja definir sua extensão e profundi-</p><p>dade, o tipo de abordagem. Por exemplo: se escolhido o tema – “Evasão escolar” – tor-</p><p>na-se necessário especificar:</p><p>Onde? (Estado; determinada região; escola?)</p><p>Em que nível? (na pré-escola? no 1º grau, etc...)</p><p>Qual o enfoque? (psicológico; sociológico?...)</p><p>Um bom tema deve possuir fontes para coleta de dados e consulta, portanto, ser</p><p>viável. Além disso, deve ser relevante, original e oportuno. Vejamos o que se pode en-</p><p>tender por esses predicados:</p><p>a. Viabilidade - possibilidade de acesso a uma bibliografia, disponibilidade de</p><p>tempo para a execução do trabalho, adaptabilidade ao nível do pesquisador e</p><p>orientação de especialistas na área;</p><p>b. Relevância - importância científica do tema e contribuição para o es-</p><p>clarecimento ou enriquecimento de informações sobre o assunto;</p><p>55</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>c. Originalidade - quantidade e qualidade de estudos sobre o tema, pontos obs-</p><p>curos a serem elucidados e existência de novos questionamentos;</p><p>d. Oportunidade - contemporaneidade ou relevância atual, interesse histórico</p><p>ou documental.</p><p>A escolha de um tema de pesquisa depende dos valores do pesquisador, de sua rela-</p><p>ção com o universo. Em qualquer nível, a pesquisa exige independência, criatividade</p><p>e a integração do tema no dia a dia do pesquisador. Os guias para pesquisas auxiliam</p><p>na parte formal. Entretanto não existe e é pouco provável que venha a existir um</p><p>método que permita a reconstrução lógica de novas idéias. Assim, antes de qualquer</p><p>coisa, torna-se necessário decidir sobre os problemas que devem ser pesquisados e é</p><p>preciso observar que essa capacidade de discriminar entre o relevante e o irrelevante</p><p>não nos vem da ciência. Esta só nos pode oferecer métodos para explorar, organizar,</p><p>explicar e testar problemas previamente escolhidos.</p><p>Mas ainda estamos contornando o problema, sem chegar à questão básica: como</p><p>nasce o tema de pesquisa? Quando dissemos que tomávamos como pressuposto o</p><p>envolvimento pessoal do pesquisador com sua pesquisa, tínhamos claro que acima</p><p>de tudo é preciso gostar do que pesquisamos, já que durante longo tempo será nosso</p><p>ser inteiro que irá se voltar para aquele objeto.</p><p>Não existe ainda, e é pouco provável que venha a existir, um método que permita a</p><p>reconstrução lógica do nascimento de novas idéias. Desta forma, o nascimento do</p><p>tema de pesquisa é um trabalho artesanal de criação que exige do pesquisador a</p><p>descoberta de seus valores pessoais, um posicionamento crítico e inquieto diante do</p><p>Universo e uma disciplina de trabalho que permita equacionar valores pessoais com</p><p>o objeto e o ato da pesquisa. (MILLS, 1980)</p><p>É melhor começar, creio, lembrando aos principiantes que os pensadores mais admi-</p><p>ráveis dentro da comunidade intelectual que escolheram não separam seu trabalho</p><p>de suas vidas. Encaram a ambos demasiados sério para permitir tal dissociação e</p><p>desejam usar cada uma dessas coisas para o enriquecimento da outra. A erudição é</p><p>uma escolha de como viver e ao mesmo tempo uma escolha de carreira; quer o saiba</p><p>ou não, o trabalhador intelectual forma seu próprio eu à medida que se aproxima da</p><p>perfeição de seu ofício.</p><p>56</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA</p><p>DA PESQUISA</p><p>Na verdade, a própria formulação do pro-</p><p>blema de pesquisa pressupõe a leitura e o</p><p>conhecimento prévios de algumas pesqui-</p><p>sas chaves sobre o assunto. Quanto maior</p><p>o número de pesquisas que lemos sobre</p><p>um assunto, mais condições teremos de</p><p>formular um problema de pesquisa inte-</p><p>ressante, pertinente e original. Sabendo</p><p>o que já foi feito e o que já se sabe sobre</p><p>um assunto, temos mais condições de de-</p><p>terminar qual o próximo passo a ser dado</p><p>para aumentar este conhecimento.</p><p>Escolha do problema de pesquisa</p><p>• Porque pesquisar? Explicações, conhecimento mais profundo.</p><p>• Qual a importância do fenômeno a ser pesquisado?</p><p>• Que pessoas ou grupos se beneficiarão com os seus resultados?</p><p>A relevância do problema – busca agregar valor, acrescentar conhecimento.</p><p>Algumas regras para a adequada formulação do problema:</p><p>1. O problema deve ser formulado com uma pergunta;</p><p>2. Ele deve ser delimitado a uma dimensão viável, quanto mais focalizado o tema</p><p>A escolha prévia do problema de-</p><p>pende do pesquisador. É em fun-</p><p>ção de seus valores, de sua relação</p><p>com o universo que nascem seus</p><p>temas de pesquisa. Isso é que faz</p><p>do ato de pesquisa um ato político.</p><p>57</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>estiver será mais fácil pesquisar. Fazer o tema ficar mais específico.O objetivo</p><p>não pode ser muito amplo para não fugir do tema;</p><p>3. Deve ter clareza;</p><p>4. Deve ser preciso;</p><p>5. Apresentar referências empíricas.</p><p>LEITuRA RECOMENDADA:</p><p>GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,</p><p>2007. (Realizar uma leitura dos capítulos 2, 3, 15 e 16).</p><p>FERRÃO, R.G. Metodologia científica para iniciantes em pesquisa.</p><p>3ª Ed. Revisada e Ampl. Vitória, ES: Incaper, 2008. (Realizar uma leitura</p><p>do capítulo 11).</p><p>58</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor</p><p>o sobre pesquisa.</p><p>- Filme: Gattaca — Experiência Genética (Gattaca, EUA, 1997),</p><p>de Andrew Niccol.</p><p>- Filme: Erin Brockovick: Uma Mulher De Talento. Dirigido por Steven</p><p>Soderbergh. EUA,: Universal Picture/Columbia Pictures, 2000. 131 min. O filme</p><p>é baseado em uma história real. Erin</p><p>Brockovich (Julia Roberts) é uma decidia</p><p>e jovem que luta por justiça de todas as maneiras. Desesperada por um</p><p>trabalho que sustente suas três crianças, ela convence o advogado Ed Marsy</p><p>(Albert Finney) a contratá-la e descobre acidentalmente um caso legal contra</p><p>uma grande corporação. Nesse filme, você observa os passos da pesquisa: o</p><p>problema de pesquisa, a hipótese, os procedimentos metodológicos (a coleta</p><p>de dados – questionário). Nele, podemos perceber como uma pessoa comum</p><p>pode fazer pesquisa. Assista ao filme e reflita sobre o processo.</p><p>59</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir.</p><p>Você estudou sobre a estruturação do projeto de pesquisa, escolha do tema, de-</p><p>finição do problema e o referencial teórico. Então, faça a auto-avaliação.</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Estudar os tipos</p><p>de citação direta,</p><p>indireta e citação de</p><p>citação que podem</p><p>ser empregadas.</p><p>> Mostrar a</p><p>importância</p><p>da revisão de</p><p>literatura ou</p><p>Referencial teórico</p><p>na elaboração de</p><p>projeto de pesquisa.</p><p>61</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>3 REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>Nesta unidade iremos focar na construção do referencial teórico também conhecido</p><p>como Revisão de literatura. Importante conhecer toda a sua forma de construção tendo</p><p>em vista que estará empregando em toda a sua vida acadêmica, e também profissional.</p><p>Aproveitei para aprender sobre esse assunto.</p><p>Antes de começarmos a falar de referencial teórico é importante estudarmos um</p><p>pouco sobre citação. Já que a citação é empregada a todo momento num trabalho</p><p>de pesquisa. Vale destacar que podemos empregar citação na introdução, justificati-</p><p>va, na formulação do problema, na metodologia, no referencial teórico e na análise e</p><p>discussão das informações do trabalho de pesquisa. Vamos entender então o que é</p><p>citação e como fazer uma citação de forma correta. Tendo em vista que sempre que</p><p>copiamos algo precisamos fazer uma citação.</p><p>3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM</p><p>TEXTO PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO</p><p>ACADÊMICO OU CIENÍFICO?</p><p>Segundo a NBR 10520/2002 citação é a menção a um texto de um autor extraído de</p><p>outra fonte. Ainda segundo a NBR, os tipos de citações que podem ser utilizados no</p><p>texto são citação direta, citação indireta e citação de citação.</p><p>62</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Quando o nome do autor for citado dentro do texto, este deve ser apresentado so-</p><p>mente a letra inicial maiúscula e o restante minúscula. Agora, se estiver entre parên-</p><p>teses, deve-se apresentar em letra maiúscula. Em caso de dois ou três autores estes</p><p>serão separados por ponto e vírgula quando vierem entre parênteses ou pela conjun-</p><p>ção “e” quando estiverem incluso no texto.</p><p>63</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Exemplos:</p><p>> Citações Diretas, Literais ou Textuais: As citações diretas, literais ou textuais</p><p>é uma transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Nestes tipos</p><p>de citações, além do SOBRENOME do autor, deve-se conter o ano e a página</p><p>da qual foi retirada a citação.</p><p>• Transcrição do texto de até 3 linhas, deve ser inserida no texto e conter aspas</p><p>duplas. Caso o trecho transcrito já contenha expressões ou palavras entre as-</p><p>pas, essas serão transformadas em aspas simples.</p><p>Segundo Dalrymple e Parsons (2003, p. 107) a partir do momento que</p><p>os gerentes de marketing tiverem conhecimento sobre as dimensões da</p><p>personalidade da marca, estes poderão utilizá-la para moldarem imagens de</p><p>marca que combinem com o público que deseja atingir.</p><p>“Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os</p><p>fatores produtivos, são trocados livremente” (TROSTER; MOCHÓN, 2002, p. 45).</p><p>64</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Exemplo:</p><p>• Transcrição no texto com mais de três linhas, deve estar em parágrafo inde-</p><p>pendente, com recuo de 4 cm da borda esquerda, digitados em espaço sim-</p><p>ples, com tamanho 10 e sem aspas.</p><p>Exemplos:</p><p>Exemplos:</p><p>Economicamente, Rosseti (2000, p. 439) define mercado como:</p><p>Um centro de estimulação que leva à maior qualificação dos recursos e dos</p><p>produtos. As exigências impostas pela competitividade são, de um lado, fa-</p><p>tores de impulsão, das pessoas para investirem em si mesmas, aprimorando</p><p>o capital humano; de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e</p><p>seus padrões de desempenho e qualidade.</p><p>> Citações Indiretas ou Livres: Transcrição livre do texto do autor consultado.</p><p>Não é necessário o uso das aspas. Nas citações indiretas a indicação das pági-</p><p>nas consultadas é opcional.</p><p>O grande desafio na atualidade é dotar as empresas de diferenciais compe-</p><p>titivos que possibilitem ampla expansão de seus negócios através de pro-</p><p>dutos globais e pela satisfação das necessidades de consumidores ávidos</p><p>de produtos e serviços cada vez mais personalizados (COBRA, 1992, p. 25).</p><p>Segundo Sandroni (2000, p. 311), o termo mercado “designa um grupo de</p><p>compradores e vendedores que estão em contato suficientemente próximo para</p><p>que as trocas entre eles afetem as condições de compra e venda dos demais”.</p><p>65</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Exemplos:</p><p>> Citações De Citações: Quando se faz uma citação a partir de outra fonte, a</p><p>qual não se teve acesso, cita-se o autor original seguido da expressão “apud”</p><p>(fonte Arial, sem negrito e minúscula) e da indicação do autor, ano de publi-</p><p>cação e a página da obra citada.</p><p>Exemplos:</p><p>Segundo Ruiz (1986), as necessidades do ser humano são renovadas</p><p>freqüentemente, com isso, novos produtos são lançados no mercado em</p><p>todas as áreas, como: vestuário, eletrodomésticos, alimentação, transporte,</p><p>moradia, etc. Para isso a industria é obrigada a se modernizar, trazendo novas</p><p>tecnologias, oferecendo qualidade e ainda devendo enfrentar a concorrência.</p><p>Nascimento (1996) fala da responsabilidade do profissional da informação,</p><p>da importância dele estar habilitado para o acesso da informação em</p><p>qualquer suporte.</p><p>Para Vasconcellos (apud CURY, 2000, p. 99), “comunicação é o processo</p><p>mediante o qual uma mensagem é enviada por um emissor, por meio de</p><p>determinado canal, e entendida por um receptor”.</p><p>66</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Segundo Trujillo (apud BARROS; LEHFELD, 2000, p. 75),</p><p>a pesquisa de campo propriamente dita não deve ser confundida com a sim-</p><p>ples coleta de dados [...] é algo mais que isso, pois exige contar com controles</p><p>adequados e com objetivos preestabelecidos que discriminam suficiente-</p><p>mente o que deve ser coletado.</p><p>67</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Bem agora que já explicamos o que é citação, os tipos de citação e como fazer uma</p><p>citação, iremos estudar agora o Referencial teórico. Importante que</p><p>3.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO</p><p>DE LITERATURA</p><p>Envolve a montagem do quadro referencial teórico, de abordagem clássica ou atual,</p><p>ligado diretamente ao problema de pesquisa, que o aluno utilizará para obter subsí-</p><p>dios, visando definir, com mais clareza, os diversos aspectos a serem objeto de levan-</p><p>tamento de campo. É a construção de uma base conceptual organizada e sistemati-</p><p>zada do conhecimento disponível pertinente a ser pesquisado.</p><p>• Buscam-se teorias, abordagens e estudos que permitam compreender o fenô-</p><p>meno de múltiplas perspectivas.</p><p>• O papel do pesquisador é de promover um diálogo entre diferentes autores.</p><p>A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi pu-</p><p>blicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamen-</p><p>to de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesquisa.</p><p>68</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A pesquisa bibliográfica é, como se vê, uma fase da revisão de literatura, assim como</p><p>é fase inicial para diversos tipos de pesquisa. O ciclo começa com a determinação e</p><p>delimitação do tema e segue com o levantamento e a pesquisa bibliográfica. A partir</p><p>desta é que se organiza a revisão que, conforme descrito anteriormente, requer pos-</p><p>tura crítica, cotejo das diversas</p><p>opiniões expressadas.</p><p>O primeiro passo em direção a uma boa revisão de literatura é uma pesquisa biblio-</p><p>gráfica o mais compreensiva possível. Por isso é imprescindível conhecer, nesta fase,</p><p>as bibliotecas disponíveis, suas bases de dados e os serviços que oferecem (como</p><p>empréstimo entre bibliotecas, bibliotecas digitais ou virtuais) e o pessoal que pode</p><p>auxiliar. Também é necessário eliminar, na medida do possível, as barreiras lingüísti-</p><p>cas, geográficas e de níveis de compreensão.</p><p>A tendência do pesquisador com menos experiência é acumular livros, referências e</p><p>cópias de artigos. O processo é conhecido: parte-se da impressão inicial de que não</p><p>há nada para ler e, na medida em que as fontes são identificadas e localizadas, che-</p><p>ga-se à conclusão apressada de que não há tempo hábil para ler tudo o que é neces-</p><p>sário. Por esta razão é importante fazer pré-leituras ou leituras inspecionais antes de</p><p>copiar e armazenar. Dentre outras utilidades a leitura inspecional pode revelar o grau</p><p>de atenção que deverá ser dispensado para cada item.</p><p>69</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Os trabalhos de revisão são definidos por Noronha e Ferreira (2000, p. 191) como:</p><p>estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temáti-</p><p>ca, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relató-</p><p>rio do estado-da-arte sobre um tópico específico, evidenciando novas idéias,</p><p>métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura</p><p>selecionada.</p><p>Ao fazermos a revisão da literatura sobre o problema que queremos investigar, de-</p><p>vemos deixar claro como este problema se insere na área de conhecimento sobre o</p><p>assunto e em que ponto se encontra o estado do conhecimento sobre aquele assun-</p><p>to. Devemos explicitar, de um lado, o contexto teórico no qual o problema se insere,</p><p>ou seja, quais os modelos teóricos que foram desenvolvidos para explicar o fenôme-</p><p>no. Além disso,devemos explicitar o estado de conhecimento empírico e experimen-</p><p>tal que foi acumulado até então sobre aquele problema, ou seja, o quanto e o que</p><p>se sabe sobre o assunto.. Isto inclui tanto os conhecimentos já estabelecidos sobre</p><p>aquele problema, quanto os aspectos que ainda não foram investigados, assim como</p><p>as contradições que existem sobre os resultados obtidos e as dúvidas sobre sua expli-</p><p>cação. Para isto, devemos descrever, na revisão de literatura, as principais pesquisas</p><p>publicadas sobre o assunto e fazer uma análise crítica das mesmas.</p><p>Primeiro, devemos comentar sobre as pesquisas que foram feitas sobre problemas</p><p>similares ao que vamos estudar, seja sobre a mesma população de sujeitos ou então</p><p>sobre a mesma intervenção que vamos utilizar. Por exemplo, se nosso problema de</p><p>pesquisa se refere à avaliação de um treinamento da competência social de pacien-</p><p>tes psicóticos, devemos comentar sobre as principais pesquisas que tratam da com-</p><p>petência social e dos diferentes métodos de treinamento desta habilidade.</p><p>Devemos ainda ler sobre pesquisas que tratam em geral de pacientes psicóticos, sele-</p><p>cionando aspectos particulares à esta população que podem ser pertinentes à nossa</p><p>pesquisa. Por exemplo, algumas pesquisas que tratam do processo de aprendizagem</p><p>em psicóticos têm indicado que o procedimento mais eficaz para que estes pacien-</p><p>tes aprendam melhor consiste na modelação e não apenas o reforçamento positivo.</p><p>Informações deste tipo devem ser incluídas na revisão de literatura do exemplo aci-</p><p>ma, embora não trate especificamente da competência social.</p><p>Segundo, a revisão de literatura inclui ainda pesquisas sobre aspectos metodológicos</p><p>pertinentes à nossa pesquisa. Por exemplo, no caso da pesquisa sobre a competência</p><p>70</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>social, devemos citar trabalhos que encontrarmos na literatura que tratam dos méto-</p><p>dos de medida mais adequados da competência social, ou então que tratam do grau</p><p>de especificidade das situações sociais escolhidas para treinamento, ou ainda da eficá-</p><p>cia dos recursos audio-visuais no treinamento da competência social. Ou seja, devemos</p><p>incluir elementos metodológicos que sejam pertinentes para a nossa pesquisa.</p><p>Ao redigirmos a revisão da literatura, devemos mostrar como as pesquisas que es-</p><p>tamos citando e comentando contribuem para a compreensão do problema. Não</p><p>se trata, portanto, de dar uma lista daquilo que lemos nem de apenas descrever as</p><p>pesquisas, mas sim de fazer uma análise crítica das mesmas. É necessário ir mostran-</p><p>do como as principais pesquisas que mencionamos deram sua contribuição para o</p><p>avanço da ciência na compreensão do fenômeno em questão, mas também quais</p><p>suas limitações e fraquezas. Fazemos também um resumo dos principais pontos que</p><p>retivemos na nossa leitura e organizamos estes pontos para dar ao leitor um quadro</p><p>completo sobre o que se sabe sobre o assunto que estamos pesquisando, as contra-</p><p>dições, as dúvidas, as lacunas e também as certezas.</p><p>A revisão bibliográfica inicial deve ser utilizada para situar o problema/assunto (ou o</p><p>“estado da arte” do tema abordado). Os trabalhos (artigos, relatórios, teses etc.) con-</p><p>sultados devem prover os referenciais teóricos que serão utilizados na descrição e</p><p>análise do evento ou fenômeno, bem como na descrição dos métodos a serem utili-</p><p>zados. A bibliografia a ser consultada deve se estender a todas as questões principais</p><p>abordadas na pesquisa.</p><p>Para Luna (1997), a revisão de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser reali-</p><p>zada com os seguintes objetivos:</p><p>• determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura mostrar através da</p><p>literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes</p><p>e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos;</p><p>• revisão teórica: você insere o problema de pesquisa dentro de um quadro de</p><p>referência teórica para explicá-lo. Geral-mente acontece quando o problema</p><p>em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não é gerado ou explicado por</p><p>uma teoria particular, mas por várias;</p><p>• revisão empírica: você procura explicar como o problema vem sendo pesqui-</p><p>sado do ponto de vista metodológico procurando responder: quais os proce-</p><p>71</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>dimentos normalmente empregados no estudo desse problema? Que fatores</p><p>vêm afetando os resultados? Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou</p><p>controlá-los? Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os re-</p><p>sultados? Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos?</p><p>Do que elas dependem?</p><p>• revisão histórica: você busca recuperar a evolução de um conceito, tema,</p><p>abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de</p><p>um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as</p><p>implicações das mudanças.</p><p>Para elaborar uma revisão de literatura é recomendável que você adote a metodo-</p><p>logia de pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise</p><p>da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas, imprensa</p><p>escrita e até eletronicamente, disponibilizada na Internet.</p><p>A revisão de literatura/pesquisa bibliográfica contribuirá para:</p><p>• obter informações sobre a situação atual do tema ou problema pesquisado;</p><p>• conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram</p><p>abordados;</p><p>72</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos</p><p>relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa.</p><p>Para tornar o processo de revisão de literatura produtivo, você deverá seguir alguns</p><p>passos básicos para sistematizar seu trabalho e canalizar seus esforços. Os passos su-</p><p>geridos por Lakatos e Marconi (1991) são:</p><p>ESCOLHA DO TEMA: O tema é o aspecto do assunto que você deseja abordar, provar</p><p>ou desenvolver. A escolha do tema da revisão de literatura de fazer. A revisão de litera-</p><p>tura deverá elucidar o tema, proporcionar melhor definição do problema de pesquisa</p><p>e contribuir</p><p>na análise e discussão dos resultados da pesquisa.</p><p>Em função da explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá dirigir e</p><p>concentrar seus esforços na revisão de literatura, porque só assim não ficará perdido</p><p>no emaranhado das publicações existentes. Pesquisadores experientes sabem que</p><p>o risco de perder tempo e o rumo pode ser fatal neste processo. Além de atravancar</p><p>todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização.</p><p>ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO: Para evitar dispersão e perda de tempo</p><p>no processo de leitura de textos, é importante levantar os aspectos que serão aborda-</p><p>dos sobre o tema. Para isso você deve elaborar um esquema provisório de sua revisão</p><p>de literatura, onde serão listadas de forma lógica as abordagens que pretende fazer</p><p>referentes ao tema ou problema de sua pesquisa. O esquema servirá de guia no pro-</p><p>cesso de leitura e na coleta de informações nos textos.</p><p>Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo:</p><p>Exemplo:</p><p>ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho: um es-tudo de caso no</p><p>setor têxtil. 1998. Dissertação (Mestrado em Enge-nharia de Produção) - Programa de</p><p>Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.</p><p>Nesta pesquisa a autora escolheu para realização de sua revisão de literatura:</p><p>TEMA Pressupostos básicos que permeiam a qualidade de vida no trabalho.</p><p>73</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ESTRUTURA (esquema mostrando os tópicos que seriam abordados)</p><p>EVOLUÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS</p><p>O ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO</p><p>A origem e a evolução dos estudos de qualidade de vida no trabalho</p><p>Os conceitos de qualidade de vida no trabalho</p><p>Os modelos para avaliação da qualidade de vida no trabalho:</p><p>Modelos de Hackman e Oldham;</p><p>Modelo de Westley;</p><p>Modelo de Werther e Davis;</p><p>Modelo de Walton.</p><p>IDENTIFICAÇÃO: após a definição do que será abordado na revisão de literatura e a</p><p>elaboração de um esquema com os aspectos a serem abordados que servirá de guia</p><p>para organização do processo de leitura, você deve identificar o material.</p><p>A identificação implica fazer um levantamento bibliográfico para recuperar as informa-</p><p>ções sobre o que já foi publicado sobre o tema e os aspectos que constam no esquema/</p><p>sumário dos tópicos. Esse processo requer o uso de obras de referência para minimizar</p><p>esforços e recuperar a maior quantidade de informação possível. Obras de referência,</p><p>usadas para levantamento bibliográfico, são organizadas especialmente para facilitar a</p><p>consulta de itens específicos de informação. Possuem geralmente, índices de autores e</p><p>assuntos/palavras-chave que remetem às informações arranjadas em itens numerados</p><p>para facilitar a recuperação: Bibliografias, Abstracts e Bases de Dados.</p><p>Outra forma de fazer levantamento bibliográfico é usando as ferramentas de busca</p><p>da Internet, as bibliotecas virtuais e os catálogos on-line de bibliotecas disponibiliza-</p><p>dos na rede.</p><p>Também não devem ser desprezadas as indicações bibliográficas feitas em artigos ou</p><p>livros disponíveis e lidos sobre o tema da pesquisa.</p><p>LOCALIZAÇÃO E COMPILAÇÃO: realizada a identificação (o levantamento bibliográ-</p><p>fico), é necessário que você obtenha os materiais considerados úteis à realização da</p><p>pesquisa. é preciso, então, localizá-los. Deve-se começar pela biblioteca que está mais</p><p>próxima e, se essa não possuir, pode-se consultar outras no país ou no mundo. Veja</p><p>como proceder para localização dos materiais nas Unidades 4 e 5. Para fazer a com-</p><p>pilação, reunião sistemática dos materiais selecionados e localizados, os seguintes</p><p>recursos: fotocópias, impressões e a própria aquisição, quando for indispensável.</p><p>74</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>FICHAMENTO: os materiais selecionados para leitura serão analisados e fichados. O</p><p>fichamento permite que você reúna as informações necessárias e úteis à elaboração</p><p>do texto da revisão. podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como:</p><p>• bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida;</p><p>• citações: com a reprodução literal entre aspas e a indicação da página da</p><p>parte dos textos lidos de interesse específico para a redação dos tópicos e itens</p><p>da revisão;</p><p>• resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto;</p><p>• esboço: apresentando as principais idéias do autor lido de forma esquemati-</p><p>zada com a indicação da página do documento lido;</p><p>• comentário ou analítica: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisa-</p><p>dor com referência às idéias expressas pelo autor do texto lido.</p><p>O Fichamento irá permitir: identificação das obras lidas, análise de seu conteúdo,</p><p>anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que</p><p>foram consideradas importantes.</p><p>ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO: De posse dos Fichamentos você fará então, a classifica-</p><p>ção, a análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.</p><p>REDAÇÃO: Na redação do texto final você deve observar os seguintes critérios: objetivi-</p><p>dade, clareza, precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico.</p><p>Recomendações importantes:</p><p>• faça um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura;</p><p>• revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas; então:</p><p>• faça uma abertura e um fecho para os tópicos tratados;</p><p>• preencha as lacunas com considerações próprias;</p><p>• crie elos entre as citações.</p><p>75</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>LEITuRA RECOMENDADA:</p><p>FERRÃO, R.G. Metodologia científica para iniciantes em pesquisa. 3ª Ed. Revisada</p><p>e Ampl. Vitória, ES: Incaper, 2008. (Realizar uma leitura dos capítulos 16 e 18).</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor o sobre</p><p>pesquisa.</p><p>OLÉO DE LORENZO. Dirigido por George Miller. EUA,: UniversalPicture/</p><p>Columbia Pictures, 1992. 129 min. Nick Nolte e Susan Sarandon protagonizam</p><p>este drama baseado em história real. A dura notícia de que o filho de cinco</p><p>anos, Lorenzo, tem uma doença terminal rara marca o início de uma missão</p><p>extraordinária para Augusto e Michaela Odone (Note e Sarandon). A despeito</p><p>do diagnóstico, os pais se lançam para salvar o filho, enfrentando médicos,</p><p>cientistas e grupos de apoio que relutam em incentivar o casal na busca de</p><p>uma cura. O esforço inesgotável dos dois testa a resistência de seus laços de</p><p>união, a profundidade de suas crenças e os limites da medicina convencional.</p><p>Assista ao filme e reflita sobre como a ciência é apresentada.</p><p>76</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Chegou o momento para refletir.</p><p>Você estudou sobre a estrutura do referencial teórico e falamos também dos</p><p>tipos de citação, como fazer para empregar cada uma ao copiar textos e não</p><p>cometer o erro de plagiar. Importante exercitar bastante para não ficar dúvidas</p><p>sobre esse assunto que será utilizado em toda a sua vida acadêmica e profissio-</p><p>nal. Então, faça agora a auto-avaliação.</p><p>“Quando recebemos um ensinamento devemos receber como um valioso presente</p><p>e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.” Albert Einstein</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Compreender</p><p>a pesquisa</p><p>bibliográfica;</p><p>>Conhecer os</p><p>sistemas de</p><p>informações</p><p>nacionais e</p><p>internacionais;</p><p>78</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>4 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA</p><p>Vamos estudar agora nesta unidade os sistemas de informação tanto nacional como</p><p>internacional que é muito empregado na pesquisa bibliográfica. Você conhecerá</p><p>uma fonte rica de informações de toda a natureza, com dados recentes de pesquisa</p><p>e demais estudos. Podendo fazer uso dessas fontes sempre que precisar.</p><p>Compreende-se que ler, pesquisar e buscar informação científica são atividades funda-</p><p>mentais para aquisição de conhecimento, incremento de competências e aprimora-</p><p>mento de habilidades, para todos os profissionais independe de sua área de formação.</p><p>Nesse cenário, todo profissional deve apropriar-se de métodos, técnicas e recursos</p><p>tecnológicos,</p><p>a fim de subsidiar sua inserção no universo da informação.</p><p>Considerando-se a expansão da rede e a difusão das tecnologias digitais, facilitan-</p><p>do a busca de documentos, esses profissionais necessitam capacitar-se e continuar</p><p>estudando, sobretudo após sua formação universitária. Para tanto, faz-se necessário</p><p>manter vínculos com instituições de ensino e pesquisa. Hoje, contudo, tal aproxima-</p><p>ção pode ocorrer por meio virtual, considerando-se os benefícios da educação à dis-</p><p>tância, principalmente para os que se encontram distantes e impossibilitados de se</p><p>deslocar, em virtude da rotina profissional do dia a dia.</p><p>Nessa unidade você terá a oportunidade de conhecer várias fontes ricas de informa-</p><p>ções que poderá acessar via internet.</p><p>4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: SISTEMAS DE</p><p>INFORMAÇÃO NACIONAIS E INTERNACIONAIS</p><p>Por que realizar as pesquisas bibliográficas?</p><p>Na pesquisa técnica e científica existem várias alternativas, em geral complementares,</p><p>para a obtenção de dados e informações requeridas; uma delas é a pesquisa bibliográfica.</p><p>A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contri-</p><p>buição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno. Geral-</p><p>79</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>mente, o levantamento bibliográfico é feito em bibliotecas públicas, universidades e,</p><p>especialmente, em acervos virtuais na internet.</p><p>A busca de literatura relevante serve de alicerce à investigação. Fornece discussão</p><p>sobre ideias, fundamentos, inferências e conclusões de autores selecionados, relacio-</p><p>nando suas fontes, conforme normas e técnicas de referência bibliográfica. Permite</p><p>conhecer as contribuições de outros pesquisadores. A revisão de literatura deve ser a</p><p>mais completa, atualizada e oportuna possível.</p><p>A tarefa de descobrir, obter, ler, selecionar e relacionar documentos de determinado</p><p>assunto é facilitada pela moderna tecnologia dos sistemas de informação computa-</p><p>dorizados, interligando centros de documentação que disponibilizam informações</p><p>em todos os níveis de detalhamento, abrangência temporal e espacial ao alcance</p><p>do pesquisador, em tempo hábil para a documentação e a complementação de sua</p><p>investigação ou estudo.</p><p>As fontes de informação podem ser informais ou formais (CUNHA, 2001).</p><p>As fontes de informação informais compreendem: comunicações orais, contatos pes-</p><p>soais, entre outras. Já as fontes de informação formais são representadas pelas fontes</p><p>primárias, secundárias e terciárias.</p><p>• Fontes primárias: congressos e conferências, legislações, periódicos, patentes,</p><p>teses e dissertações, traduções, relatórios técnicos etc.</p><p>• Fontes secundárias: Bases de Dados, biografias, catálogos, dicionários, livros,</p><p>manuais, internet etc.</p><p>• Fontes terciárias: bibliotecas, centros de informação etc.</p><p>A menos que necessite encontrar dados regionais específicos, evite fazer busca ele-</p><p>gendo somente uma fonte e, sobretudo, apenas em português. Lembre-se de que</p><p>muitas informações científicas relevantes, incluindo publicações nacionais, podem</p><p>ser encontradas em Bases de Dados e fontes internacionais.</p><p>Caso não encontre um determinado artigo científico com texto integral gratuito,</p><p>faça a busca pela revista na qual deseja obter esse artigo no site Periódicos CAPES</p><p><www2.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp?urlorigem=true>. Esse portal per-</p><p>mite acesso a várias revistas científicas nacionais e internacionais, teses e dissertações</p><p>com texto integral gratuito.</p><p>80</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>4.1.1 FALA DO PROFESSOR:</p><p>Como estamos falando de artigo científico você precisa saber o que é um artigo</p><p>cientifico, qual a estrutura de um artigo científico. Vamos então estudar esse con-</p><p>teúdo agora!.</p><p>4.2 ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>O artigo científico comunica ideias e informações de maneira clara e concisa. Sua</p><p>característica principal é ser publicado em periódicos científicos.</p><p>“Artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e</p><p>discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhe-</p><p>cimento” (ABNT. NBR 6022, 2003, p. 2).</p><p>Para Lakatos e Marconi (1991) os artigos científicos têm as seguintes características:</p><p>a. não se constituem em matéria de um livro;</p><p>b. são publicados em revistas ou periódicos especializados;</p><p>c. permitem ao leitor, por serem completos, repetir a experiência.</p><p>81</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>4.2.1 O QUE É UM ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>Para Salvador (apud FERRÃO, 2008, p. 194), o artigo científico “são as partes principais</p><p>que constituem uma revista científica. São trabalhos científicos completos, mas de</p><p>dimensão reduzida, matéria insuficiente para composição de um livro, que apresen-</p><p>ta o resultado de estudo e pesquisa, em geral são publicados em revistas, jornais ou</p><p>outros periódicos especializados”.</p><p>Objetivos do artigo científico são:</p><p>• Divulgar resultados de uma pesquisa científica;</p><p>• Abordar com inovações, uma questão antiga;</p><p>• Descrever, desenvolver um conteúdo sob todos os ângulos e aspectos de um</p><p>tema não explorado;</p><p>• Expor, analisar, interpretar e discutir assuntos polêmicos.</p><p>O artigo científico deve retratar:</p><p>• Elevado conhecimento do assunto;</p><p>• Respeito sobre o que está escrevendo;</p><p>• Leitura adequada do material pesquisado;</p><p>• Esmero (cuidado) científico.</p><p>Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente sucin-</p><p>to, exige-se que tenha algumas qualidades:</p><p>• Linguagem correta e precisa;</p><p>• Coerência na argumentação;</p><p>82</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Clareza na exposição de ideias;</p><p>• Objetividade;</p><p>• Concisão e fidelidade às fontes citadas.</p><p>Entretanto, para que as qualidades (linguagem correta; coerência na argumentação;</p><p>clareza na exposição de ideias; objetividade; qualidade e fidelidade às fontes men-</p><p>cionadas) se manifestem é necessário, principalmente, que o autor tenha elevado</p><p>conhecimento à respeito do que está escrevendo e tenha feito uma leitura adequada</p><p>do material pesquisado.</p><p>4.2.2 ESTRUTURA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>O artigo científico tem a mesma estrutura</p><p>dos demais trabalhos científicos, não deven-</p><p>do ultrapassar a 20 laudas:</p><p>• Pré-textual</p><p>• Textual</p><p>• Pós-textual</p><p>ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAL</p><p>a. o título e subtítulo (se houver) devem figurar na página de abertura do artigo,</p><p>na língua do texto;</p><p>b. a autoria: Nome completo do(s) autor(es) na forma direta, acompanhados de</p><p>um breve currículo que o (s) qualifique na área do artigo, devendo o currículo</p><p>ficar na nota de rodapé.</p><p>c. resumo na língua do texto: O resumo deve apresentar de forma concisa, os ob-</p><p>jetivos, a metodologia e os resultados alcançados, não ultrapassando 250 pala-</p><p>vras. Não deve conter citações “deve ser constituído de uma seqüência de frases</p><p>concisas e não de uma simples enumeração de tópicos. Deve-se usar o verbo na</p><p>voz ativa e na terceira pessoa do singular” (ABNT. NBR-6028, 2003, p. 2);</p><p>d. palavras-chave na língua do texto: elemento obrigatório, devem figurar abai-</p><p>xo do resumo, antecedidas da expressão: Palavras-chave separadas entre si por</p><p>ponto. (ABNT. NBR-6028, 2003, p. 2).</p><p>83</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Fonte: Centro de Informações Nucleares - CIN</p><p>ELEMENTOS TEXTUAIS</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A introdução (se couber deverá continuar na primeira página do artigo) deve-se expor</p><p>a finalidade e os objetivos do trabalho de forma que o leitor tenha uma visão geral do</p><p>tema abordado. De modo geral, a introdução deve apresentar:</p><p>https://www.facebook.com/cnen.cin/</p><p>84</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>a. o assunto objeto de estudo;</p><p>b. o ponto de vista sob o qual o assunto foi abordado;</p><p>c. trabalhos anteriores que abordam o mesmo tema;</p><p>d. as justificativas que levaram a escolha do tema, o problema de pesquisa, a hipótese</p><p>de estudo, o objetivo pretendido, o método proposto, a razão de escolha do mé-</p><p>todo e principais resultados. Caso queira podendo incluir a metodologia utilizada.</p><p>DESENVOLVIMENTO</p><p>Parte principal e mais extensa</p><p>do trabalho, deve apresentar a metodologia, fundamen-</p><p>tação teórica, os resultados e a discussão. Podendo dividir-se em seções e subseções.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>a. as conclusões devem responder às questões da pesquisa, correspondentes aos</p><p>objetivos e hipóteses;</p><p>b. devem ser breve podendo apresentar recomendações e sugestões para traba-</p><p>lhos futuros.</p><p>ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS</p><p>a. referências: Elemento obrigatório, constitui uma lista ordenada dos documen-</p><p>tos efetivamente citados no texto. (NBR 6023, 2000);</p><p>b. apêndices: Elemento opcional. “Texto ou documento elaborado pelo autor a fim</p><p>de complementar o texto principal.” (NBR 14724, 2002, p. 2);</p><p>c. anexos: Elemento opcional, “texto ou documento não elaborado pelo autor, que</p><p>serve de fundamentação, comprovação e ilustração” (NBR 14724, 2002, p. 2).</p><p>Quanto a LINGUAGEM UTILIZADA na redação do artigo científico esta deve ter:</p><p>• Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;</p><p>• Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”,</p><p>“eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem</p><p>valor científico;</p><p>• Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, fir-</p><p>mada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem</p><p>subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;</p><p>85</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum,</p><p>utilizado com clareza e precisão.</p><p>• A correção gramatical é indispensável, onde deve-se procurar relatar a pesqui-</p><p>sa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com</p><p>parênteses, num único período.</p><p>VOCÊ SABE O QUE SÃO AS BASES DE DADOS CIENTÍFICOS?</p><p>Quando iniciamos um trabalho acadêmico, sempre recebemos a indicação de pes-</p><p>quisarmos nas Bases de Dados. Contudo, ao longo de nossa formação universitária,</p><p>pouco nos explicam sobre o que são Bases de Dados.</p><p>A melhor forma de explicar o que são as Bases de Dados de artigos científicos é voltar</p><p>no tempo e imaginar como era feita a pesquisa nas décadas de 1960 e 1970 (sem a</p><p>ampla utilização da Internet).</p><p>Para o pesquisador daquela época, a pesquisa bibliográfica consistia em ir a uma</p><p>biblioteca, pegar a relação de revistas de uma determinada área e folhear página por</p><p>página, volume por volume e título por título do acervo de revistas.</p><p>A partir da década de 1990, com o avanço da informatização, as bases passaram a</p><p>ser dispostas em CD-Rom e posteriormente na Internet. Surgiram, então, as primeiras</p><p>revistas com conteúdo disponível na web, o que representou um avanço considerável</p><p>na área da pesquisa científica, gerando economia de tempo. Se há anos, se levava</p><p>horas para encontrar um artigo, atualmente é possível localizar, em poucos minutos,</p><p>os artigos do assunto de interesse usando um buscador no site da revista.</p><p>Quanto às revistas impressas importadas, ocorria uma demora de até seis meses para</p><p>que a publicação chegasse no Brasil. Nos dias de hoje, através do uso da Internet, esse</p><p>atraso foi eliminado.</p><p>Contudo, a quantidade de publicações científicas aumentou consideravelmente nos</p><p>últimos 20 anos. Se anteriormente o problema era o baixo número de publicações</p><p>disponíveis, agora o problema é o contrário. Há um número infindável de publicações</p><p>acadêmicas a cada dia, novas publicações são colocadas a disposição de todos. Atual-</p><p>mente, é um desafio conseguir acessar todas as informações publicadas.</p><p>86</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>E como pesquisar em todas essas revistas? Acessando site por site?</p><p>É nesse ponto que surgem as Bases de Dados de Artigos Científicos.</p><p>As Bases de Dados foram criadas com o propósito de disponibilizar, em um único</p><p>site, centenas de revistas científicas, evitando o desperdício de tempo por parte do</p><p>pesquisador.</p><p>De maneira simplificada, podemos dizer que as Bases de Dados são um local onde</p><p>encontramos centenas de revistas científicas e os seus respectivos artigos, sem a ne-</p><p>cessidade de ficarmos navegando por diversos sites. É importante lembrar que todas</p><p>as publicações disponíveis em Bases de Dados estão respaldadas por qualidade e</p><p>originalidade, devido aos criteriosos processos de seleção.</p><p>E o que diferencia uma base de dados para outra?</p><p>Existem bases que oferecem o texto completo dos artigos e há Bases de Dados refe-</p><p>renciais, ou seja, que indicam somente a existência do artigo, o seu resumo e em qual</p><p>revista encontra-se este material.</p><p>Bases de Dados: Definição</p><p>As Bases de Dados Bibliográficas são conjuntos de dados que se relacionam entre si.</p><p>Permitem a recuperação da informação memorizada em computador, além de reu-</p><p>nir e organizar artigos de revistas, livros, teses, entre outros documentos.</p><p>87</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Representam recursos ideais para conhecer as publicações da comunidade científi-</p><p>ca, por meio de informação bibliográfica de vários tipos de documento provenientes</p><p>de diversas editoras, em áreas distintas do conhecimento, sendo atualizadas com</p><p>muita regularidade.</p><p>Objetivo da Base de Dados</p><p>Fornecer informação atualizada e confiável de acordo com a demanda desejada, isto</p><p>é, oferecer a informação de que o usuário necessita.</p><p>Conheça algumas das Bases de Dados mais relevantes.</p><p>4.3 TIPOLOGIAS DE BASES DE DADOS E</p><p>PRINCIPAIS BASES DE DADOS POR ÁREA DE</p><p>CONHECIMENTO</p><p>NACIONAIS</p><p>• portal CApEs: um portal brasileiro de informação científica desenvolvido pela</p><p>Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do</p><p>Ministério da Educação. Disponibiliza documentos nacionais e internacionais</p><p>(periódicos científicos, teses etc.) de muitas áreas com acesso gratuito. Acesse:</p><p><www.periodicos. capes.gov.br/>.</p><p>• ACERVus: que divulga a coleção das bibliotecas da UNICAMP – Universidade</p><p>de Campinas. Disponível em: <www.unicamp.br>.</p><p>• DEDALus: disponibiliza consulta no catálogo das 33 bibliotecas integrantes</p><p>do Sistema de Bibliotecas da USP. Contém dados bibliográficos de livros, pe-</p><p>riódicos, teses, materiais especiais e a produção científica da universidade. Dis-</p><p>ponível em: <www.usp.br/sibi>.</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>• Current Contents: divulga sumários de mais de 8 mil títulos de periódicos cor-</p><p>rentes, de âmbito internacional, agrupados nas áreas: Life Science; Agriculture,</p><p>Biology &Environmental Sciences; Clinical Practice, Arts & Humanities; Social</p><p>& Behavioral Sciences; Engineering, Technology & Applied Sciences; Physical,</p><p>88</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Chemistry & Earth Science. Divulga sumários de livros e anais de eventos com</p><p>as edições de: Index to Scientific Book Contents, Index to Scientific & Techni-</p><p>cal Proceedings, Index to Social Science & Humanities Proceedings, Index to</p><p>Scientific Reviews. Acesse: <thomsonreuters.com/products_services/ science/</p><p>science_products/a-z/current_ contents_connect>.</p><p>• EMBAsE: base europeia produzida pela Elsevier Scientific Publications (Ams-</p><p>terdam). Indexa artigos de cerca de 3.500 títulos de periódicos (27 são brasilei-</p><p>ros), além de outros documentos produzidos internacionalmente (cobre 75%</p><p>da literatura europeia). Tem como produto a revista Excerpta Medica, editada</p><p>em cerca de 50 seções, cada uma delas dedicada a um ramo da medicina.</p><p>Acesse: <www.elsevier.com>.</p><p>• ERIC – Educational Resources Information Center: produzida pelo Education</p><p>Department (EUA), divulga artigos de periódicos de âmbito internacional na</p><p>área da educação. A revista Clearing house, especificamente voltada a assun-</p><p>tos na área de ciência da informação mantida pela Syracuse University, está</p><p>disponível on-line. Acesse: <www.eric.ed.gov>.</p><p>• IsI – Institute of scientific Information: cuja Base de Dados é a Web of Know-</p><p>ledge: responsável por indexar cerca de 16 mil itens entre periódicos e livros.</p><p>Inclui sete periódicos brasileiros. Acesse: <apps.isiknowledge.com>.</p><p>• LEYEs – Legislação Básica de saúde da América Latina e Caribe: Base de Da-</p><p>dos coordenada pelo Sistema de Documentação sobre Legislação</p><p>Básica do</p><p>Setor de Saúde na América Latina e Caribe – Desarrollo de Politicas de Salud</p><p>(OPAS – Washington, EUA). Contém referências bibliográficas da legislação bá-</p><p>sica em saúde vigente em mais de 30 países da América Latina e do Caribe. As</p><p>informações são extraídas em sua maior parte dos registros do Índice Legisla-</p><p>tivo Latino-Americano mantido pela Divisão de Direito Hispânico da Biblioteca</p><p>do Congresso dos Estados Unidos, com exceção das disposições constitucio-</p><p>nais e dos códigos de saúde/sanitários. Acesse: <www.leyes.bvs. hn>.</p><p>• Lifescience Collection: compilada pela Cambridge Scientific Abstracts, contém re-</p><p>ferências bibliográficas e resumos de artigos de periódicos de âmbito internacional</p><p>sobre biologia, entomologia, ecologia etc. desde 1986. Acesse: <www.csa.com>.</p><p>• Lilacs – Literatura Latino-Americana en Ciencias de la salud: produzida pela</p><p>BIREME desde 1982, indexa artigos de 542 títulos de periódicos (180 brasilei-</p><p>ros), livros, teses, trabalhos apresentados em eventos, relatórios científicos e</p><p>89</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>outros documentos não convencionais de 37 países da América Latina e do</p><p>Caribe. Acesse: <bases.bvs.br>.</p><p>• Medline – Literatura Internacional em Ciências da saúde: Base de Dados da</p><p>literatura internacional da área médica e biomédica, produzida pela NLM (Na-</p><p>tional Library of Medicine), que contém referências bibliográficas e resumos de</p><p>mais de 4 mil títulos de revistas publicadas nos Estados Unidos e em outros 70</p><p>países. Possui aproximadamente 11 milhões de registros da literatura desde</p><p>1966 até o momento, que cobrem as áreas de medicina, biomedicina, enfer-</p><p>magem, odontologia, veterinária, fisioterapia e ciências afins. A atualização da</p><p>Base de Dados é mensal. Acesse: <bases.bvs.br>.</p><p>• sciELO – scientific Electronic Library Online: modelo para a publicação ele-</p><p>trônica cooperativa de periódicos científicos na internet. Desenvolvido para</p><p>responder às necessidades da comunicação científica nos países em desenvol-</p><p>vimento, particularmente na América Latina. Assegura visibilidade e acesso</p><p>universal à literatura científica latino-americana, contribuindo para a supera-</p><p>ção do fenômeno conhecido como “ciência perdida”. O Modelo SciELO con-</p><p>tém procedimentos integrados para medir o uso e o impacto dos periódicos</p><p>científicos. Acesse: <www.scielo.org>.</p><p>90</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A fonte de leitura para se fazer uma revisão de literatura inclui principalmente arti-</p><p>gos de relatos de pesquisa em revistas científicas. Algumas vezes, também incluímos</p><p>teses de mestrado ou doutorado sobre o problema que queremos investigar. Mais</p><p>raramente, também incluímos capítulos de livros na nossa lista de leitura. Porém, os</p><p>artigos de pesquisa são privilegiados devido ao fato de conterem informações mais</p><p>recentes sobre o que os pesquisadores descobriram sobre o fenômeno em questão,</p><p>devido à maior rapidez da publicação de revistas do que de livros. Além disso, os ar-</p><p>tigos de pesquisa são informações de primeira mão, contendo todos os detalhes da</p><p>pesquisa, pelo próprio autor, enquanto que a leitura de livros nos fornece apenas um</p><p>resumo pouco detalhado das principais pesquisas feitas na área, descritas por uma</p><p>segunda pessoa. Artigos de pesquisa que ainda nem foram publicados também cir-</p><p>culam entre os pesquisadores da área dando-lhes informações bastante novas sobre</p><p>o assunto. Além destas fontes citadas acima, há ainda os documentos oficiais que al-</p><p>gumas vezes são utilizados na revisão de literatura, dependendo do tipo de problema</p><p>que estamos investigando.</p><p>As Bases de Dados Bibliográficas são conjuntos de dados que se relacionam entre si.</p><p>Permitem a recuperação da informação memorizada em computador, além de reu-</p><p>nir e organizar artigos de revistas, livros, teses, entre outros documentos.</p><p>Representam recursos ideais para conhecer as publicações da comunidade científi-</p><p>ca, por meio de informação bibliográfica de vários tipos de documento provenientes</p><p>de diversas editoras, em áreas distintas do conhecimento, sendo atualizadas com</p><p>muita regularidade.</p><p>Com o tema definido, deve-se procurar na biblioteca, uma bibliografia sobre o assun-</p><p>to, que fornecerá os dados essenciais para a elaboração do trabalho. Selecionadas</p><p>as obras que poderão ser úteis para o desenvolvimento do assunto, procede-se, em</p><p>seguida a localização das informações necessárias.</p><p>Como iniciar uma pesquisa pela Base de Dados?</p><p>O primeiro passo para o sucesso da pesquisa é definir o assunto de interesse. As pes-</p><p>quisas em Bases de Dados podem ser feitas a partir de quaisquer dados: autor, título,</p><p>assunto, nome do periódico, etc,..Importante identificar as palavras- chave e usar as</p><p>palavras-chave que identificam o assunto para agilizar na busca.</p><p>91</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Importante na Localização das informações fazer:</p><p>1. Leitura prévia ou pré-leitura – procura-se no sumário os tópicos relevantes</p><p>para o tema;</p><p>2. Leitura seletiva – objetiva selecionar as informações úteis para o desenvolvi-</p><p>mento do trabalho;</p><p>3. Leitura crítica/analítica – é a leitura que objetiva a intelecção do texto, ou seja,</p><p>a análise e interpretação.</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor o sobre</p><p>pesquisa.</p><p>OLÉO DE LORENZO. Dirigido por George Miller. EUA,: UniversalPicture/</p><p>Columbia Pictures, 1992. 129 min. Nick Nolte e Susan Sarandon protagonizam</p><p>este drama baseado em história real. A dura notícia de que o filho de cinco</p><p>anos, Lorenzo, tem uma doença terminal rara marca o início de uma missão</p><p>extraordinária para Augusto e Michaela Odone (Note e Sarandon). A despeito</p><p>do diagnóstico, os pais se lançam para salvar o filho, enfrentando médicos,</p><p>cientistas e grupos de apoio que relutam em incentivar o casal na busca de</p><p>uma cura. O esforço inesgotável dos dois testa a resistência de seus laços de</p><p>união, a profundidade de suas crenças e os limites da medicina convencional.</p><p>Assista ao filme e reflita sobre como a ciência é apresentada.</p><p>92</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>Chegou o momento para refletir.</p><p>Você estudou sobre a estrutura do referencial teórico e falamos também dos</p><p>tipos de citação, como fazer para empregar cada uma ao copiar textos e não</p><p>cometer o erro de plagiar. Importante exercitar bastante para não ficar dúvidas</p><p>sobre esse assunto que será utilizado em toda a sua vida acadêmica e profissio-</p><p>nal. Então, faça agora a auto-avaliação.</p><p>“Quando recebemos um ensinamento devemos receber como um valioso presente</p><p>e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.” Albert Einstein.</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Conhecer as</p><p>diferentes fontes</p><p>de material</p><p>bibliográfico</p><p>disponível em cada</p><p>área específica.</p><p>94</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>5 LEVANTAMENTO</p><p>BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA</p><p>DE INTERESSE</p><p>Caros alunos, nessa unidade iremos aprofundar mais ainda o estudo das fontes bi-</p><p>bliográficas, iremos expor as fontes disponíveis por área específica.</p><p>Não obstante as dificuldades operacionais para obtenção de conhecimento espe-</p><p>cializado, as Bases de Dados Bibliográficas aproximam o profissional da informação.</p><p>Fica evidente, portanto, que a obtenção de informação científica fidedigna, atualiza-</p><p>da, de forma rápida e eficaz, é uma atividade imperativa para a prática profissional,</p><p>bem como para tomadas de decisão competentes e conscientes.</p><p>Aproveite o estudo dessa unidade se interando das fontes de pesquisa bibliográfica</p><p>disponíveis para a sua área de formação. Acesse os sites, busque, pesquise, tenha um</p><p>bom aproveitamento.</p><p>95</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE</p><p>INTERESSE</p><p>Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias</p><p>que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento</p><p>bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada</p><p>em livros, periódicos,</p><p>artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes.</p><p>Conforme esclarece Boccato (2006, p. 266),</p><p>a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por</p><p>meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias</p><p>contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhe-</p><p>cimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspec-</p><p>tivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é</p><p>de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemá-</p><p>tico do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática,</p><p>passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de</p><p>comunicação e divulgação.</p><p>A revisão de literatura tem vários objetivos, entre os quais citamos:</p><p>a. proporcionar um aprendizado sobre uma determinada área do conhecimento;</p><p>b. facilitar a identificação e seleção dos métodos e técnicas a serem utilizados</p><p>pelo pesquisador;</p><p>c. oferecer subsídios para a redação da introdução e revisão da literatura e redação</p><p>da discussão do trabalho científico</p><p>Contudo, na procura do benefício que uma boa revisão bibliográfica possa conceder a</p><p>um pesquisador, muitas vezes os atalhos tomados para nele chegar apresentam suas</p><p>dificuldades. Por esse motivo, este artigo tem como objetivo desvendar os caminhos</p><p>que os pesquisadores poderão percorrer na realização de uma pesquisa bibliográfica.</p><p>Como a pesquisa bibliográfica é um trabalho investigativo minucioso em busca do</p><p>conhecimento e base fundamental para o todo de uma pesquisa, a elaboração de</p><p>nossa proposta de trabalho justifica-se, primeiramente, por elevar ao grau máximo de</p><p>importância esse momento pré-redacional; como também justifica-se pela intenção</p><p>de torná-la um objeto facilitador do trabalho daqueles que possivelmente tenham</p><p>dificuldades na localização, identificação e manejo do grande número de bases de</p><p>dados existentes por parte dos usuários.</p><p>96</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Realizar uma pesquisa bibliográfica faz parte do cotidiano de todos os estudantes e</p><p>pesquisadores. É uma das tarefas que mais impulsionam nosso aprendizado e ama-</p><p>durecimento na área de estudo. Atualmente, as bibliotecas digitais têm facilitado e</p><p>simplificado muito essa tarefa, pois trazem recursos de busca e cruzamento de in-</p><p>formações que facilita a vida de todos. Nesse artigo, o enfoque será em como utilizar</p><p>bem os recursos amplamente disponíveis, de modo que o usuário encontre o apoio</p><p>bibliográfico que necessita para realizar sua pesquisa, para compará-la com seus pa-</p><p>res e buscar motivação para continuá-la.</p><p>Antes de iniciar uma pesquisa bibliográfica, é preciso ter muito claro qual é o seu ob-</p><p>jetivo. Assim, uma pesquisa bibliográfica pode ser feita em abrangência, ou em pro-</p><p>fundidade. Mas o mais importante é que se defina, desde o início, o que se pretende</p><p>com ela. As pesquisas são feitas segundo contextos específicos, ou seja: por assunto,</p><p>autores, veículos, período de tempo, e por combinações entre eles. Por isso, embora</p><p>a pesquisa seja feita usando ferramentas da Web, a busca por bibliografias em geral</p><p>não usa ferramentas de busca genéricas, como Google ou Yahoo!, mas ferramentas</p><p>específicas para busca bibliográfica, como descrito a seguir. Para fazer uma boa pes-</p><p>quisa, comece criando listas de palavras-chave, uma para cada contexto: assunto, au-</p><p>tores, veículos, nomes de técnicas, algoritmos e ferramentas, etc.</p><p>Tendo uma lista de palavras-chave, uma pesquisa por abrangência é feita procurando</p><p>por todas elas de uma vez, ou seja, executam-se diversas buscas, procurando por ar-</p><p>tigos que tenham essas palavras, antes de analisar detalhadamente o conteúdo dos</p><p>artigos. Quando estiver satisfeito, passe para o passo de análise, avaliando cada artigo</p><p>obtido e fazendo novas listas de palavras para procurar. Quando acabar de analisar</p><p>todos, se ainda precisar de mais material, repita o processo com as novas listas de</p><p>palavras. Fazer uma busca em profundidade significa primeiro escolher uma pala-</p><p>vra-chave, daí buscar o que puder com ela, estudar os artigos obtidos, e atualizar sua</p><p>lista de palavras, recomeçando então o processo com a nova lista. É uma boa idéia</p><p>sempre contar em quantos artigos cada palavra é mencionada: num artigo só, em</p><p>poucos, ou em muitos.</p><p>passos e Objetivos</p><p>Em geral, a pesquisa bibliográfica tem como alvo apoiar a redação de um projeto,</p><p>um artigo ou um relatório, mas para ser bem sucedido é importante ter bem claro</p><p>seu objetivo. Neste texto, consideramos que a pesquisa pode ter até três objetivos,</p><p>97</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>independente de seu alvo, que aqui já apresentamos adaptados ao contexto da in-</p><p>formática.</p><p>A saber:</p><p>1. Identificar conceitos, técnicas e ferramentas que servem de base para o desen-</p><p>volvimento de nosso trabalho. Chamaremos este objetivo de identificar concei-</p><p>tos básicos;</p><p>2. Identificar técnicas, algoritmos, softwares e autores com trabalhos semelhantes</p><p>ou precursores ao nosso. Chamaremos este objetivo de identificar parceiros;</p><p>3. Identificar necessidades, situações e resultados do mundo real, possivelmente</p><p>fora do mundo da informática, que justifiquem nosso trabalho. Chamaremos</p><p>este objetivo de identificar motivação.</p><p>As ferramentas mais utilizadas para preparar uma pesquisa bibliográfica são as Bi-</p><p>bliotecas Digitais (DLs) das sociedades científicas, tais como: ACM (Association for</p><p>Computing Machinery), IEEE Computer Society, e SIAM (Society for Industrial and</p><p>Applied Mathematics), que oferecem recursos para que sejam pesquisados artigos</p><p>de veículos patrocinados por elas, e as bibliotecas das editoras de revistas técnicas,</p><p>como a Elsevier, Springer, etc</p><p>Para identificar conceitos básicos</p><p>Se a pesquisa está sendo realizada para atender ao objetivo 1: identificar conceitos</p><p>básicos e consolidados, é uma boa idéia colocar seu esforço de estudo nos trabalhos</p><p>mais citados, desde que sejam citações positivas, que indiquem a importância do</p><p>trabalho. O alvo aqui é realizar busca por abrangência por assuntos, usando termos</p><p>já conhecidos do seu assunto de interesse. Procure por artigos tipo surveys, livros, ar-</p><p>tigos de consolidação em periódicos e tutoriais em eventos. Compare as referências</p><p>feitas pelos artigos retornados, e identifique aquelas que mais se repetem. Aprenda</p><p>também os conceitos e técnicas que ocorrem com mais frequência. A partir daí, “fe-</p><p>che” mais o assunto naquilo que lhe interessa, numa busca em profundidade.</p><p>Cabe lembrar que o papel das revistas científicas é fundamentalmente a comunicação</p><p>dos resultados dos trabalhos de pesquisa à comunidade científica e à própria socieda-</p><p>de como um todo. Elas promovem normas de qualidade na condução da ciência e na</p><p>sua comunicação. Consolidam critérios para a avaliação da qualidade da ciência e da</p><p>98</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>produtividade dos indivíduos e instituições. Consolidam áreas e subáreas do conhe-</p><p>cimento. Garantem a memória da ciência. Representam o mais importante meio de</p><p>disseminação do conhecimento em escala. São instrumentos de grande importância</p><p>na constituição e institucionalização de novas disciplinas e disposições específicas.</p><p>Segue abaixo uma relação de revistas científicas de áreas em que o estudante pode</p><p>tirar grande proveito para sua formação. Vale destacar que a lista apresentada não</p><p>está completa, os quais estão disponíveis nas Bases de Dados nacionais e internacio-</p><p>nais já mencionados anteriormente na Unidade 5.</p><p>Estratégias de Busca para Recuperação da Informação</p><p>Segundo Volpato (2010), a estratégia de busca é formada por um conjunto de pala-</p><p>vras ou expressões, ligadas por operadores booleanos — palavras que informam ao</p><p>sistema de busca como combinar os termos da pesquisa —, que permitem ampliar</p><p>ou diminuir o escopo dos resultados. Também é possível utilizar sinais que represen-</p><p>tem recursos disponíveis em diferentes bases</p><p>de dados para melhorar os resultados</p><p>da busca ou facilitar a operação. Para a realização do levantamento bibliográfico em</p><p>bases de dados, são utilizados os operadores booleanos AND, OR e NOT e outras téc-</p><p>nicas como a truncagem de palavras com a finalidade de facilitar o processo de busca</p><p>e seleção da informação desejada.</p><p>Conforme Andrade (1997) uma pesquisa bibliográfica pode ser desenvolvida como</p><p>um trabalho em si mesmo ou constituir-se numa etapa de elaboração de monogra-</p><p>fias, dissertações, etc. Enquanto trabalho autônomo, a pesquisa bibliográfica com-</p><p>preende várias fases, que vão da escolha do tema à redação final.</p><p>De modo geral, essas fases apresentam algumas semelhanças como as da elabora-</p><p>ção dos trabalhos de graduação.</p><p>Escolha e delimitação do tema</p><p>A escolha do tema deve ser feita segundo alguns critérios. Antes de qualquer coi-</p><p>sa pesquisar a acessibilidade a uma bibliografia sobre o assunto, pois todo trabalho</p><p>universitário baseia-se, principalmente, na pesquisa bibliográfica. Outros requisitos</p><p>importantes são: a relevância, a exeqüibilidade, isto é, a possibilidade de desenvolver</p><p>bem o assunto, dentro dos prazos estipulados, e a adaptabilidade em relação aos</p><p>conhecimentos do autor.</p><p>99</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Escolhido o tema, faz-se necessário delimitá-lo, ou seja, definir sua extensão e profun-</p><p>didade, o tipo de abordagem.</p><p>É importante que os objetivos sejam claramente estabelecidos a fim de que as fases</p><p>posteriores da pesquisa se processem de maneira satisfatória. Após essa definição,</p><p>convém definir um plano de trabalho para orientar os procedimentos seguintes. Esse</p><p>plano é provisório e passa por reformulações sucessivas. Deve ser razoavelmente ela-</p><p>borado quando se iniciar o trabalho de confecção de fichas.</p><p>A coleta de dados</p><p>De posse do tema, deve-se procurar na biblioteca, através de fichários, catálogos, abs-</p><p>tracts, uma bibliografia sobre o assunto, que fornecerá os dados essenciais para a ela-</p><p>boração do trabalho. Selecionadas as obras que poderão ser úteis para o desenvolvi-</p><p>mento do assunto, procede-se, em seguida, à localização das informações necessárias.</p><p>Localização das informações</p><p>Tendo em mãos uma lista de obras identificadas como fonte prováveis para determi-</p><p>nado assunto, procura-se localizar as informações úteis, através das leituras:</p><p>• Leitura prévia ou pré-leitura – procura-se o índice ou sumário, lê-se o prefácio,</p><p>acontracapa, as orelhas do livro, os títulos e subtítulos, pesquisando-se a exis-</p><p>tência das informações desejadas. Através dessa primeira leitura faz-se uma</p><p>seleção das obras que serão examinadas mais detidamente;</p><p>• Leitura seletiva – o objetivo desta leitura é verificar, mais atentamente, as</p><p>obras que contêm informações úteis para o trabalho. Faz-se uma leitura mais</p><p>detida dos títulos, subtítulos e do conteúdo das partes e capítulos, proceden-</p><p>do-se, assim, a uma nova seleção</p><p>• Leitura crítica/analítica – Leitura crítica/analítica: agora a leitura deve objeti-</p><p>var a intelecção do texto, a apreensão do seu conteúdo, que será submetido</p><p>à análise e à interpretação; - Leitura interpretativa - entendido e analisado o</p><p>texto, procura-se estabelecer relações, confrontar idéias, refutar ou confirmar</p><p>opiniões.</p><p>• Leitura interpretativa - entendido e analisado o texto, procura-se estabelecer</p><p>relações, confrontar idéias, refutar ou confirmar opiniões.</p><p>100</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Documentação dos dados: anotações e fichamento</p><p>As leituras realizadas numa pesquisa bibliográfica devem ser registradas, documen-</p><p>tadas, através de anotações. As anotações tornam-se mais acessíveis, funcionais, se</p><p>forem feitas em fichas.</p><p>Fichar é transcrever anotações em fichas, para fins de estudo ou pesquisa.</p><p>A vantagem de se utilizar o método de fichamento para a documentação dos dados</p><p>está na possibilidade de obter-se a informação exata, na hora necessária. Além disso,</p><p>pela facilidade do manuseio, remoção, renovação ou acréscimo de informações, o</p><p>uso de fichas é indispensável na tarefa de documentação bibliográfica.</p><p>As fichas ocupam pouco espaço, podem ser facilmente transportadas, possibili-</p><p>tam a ordenação do material relativo a um tema, facilitando o estudo e a elabo-</p><p>ração de trabalhos.</p><p>Elas se prestam a vários tipos de anotações:</p><p>• fichas de indicação bibliográfica (autor, obra, assunto): seguem às normas da</p><p>ABNT- o conjunto de elementos constantes da bibliografia como indicações</p><p>bibliográficas, são as seguintes: autor, título, número da edição, local de publi-</p><p>cação, editora, data de publicação.</p><p>• de transcrições, para citações: trechos selecionados de autores que poderão</p><p>ser usados como citações no trabalho ou servir para destacar idéias funda-</p><p>mentais de determinados autores.</p><p>• de apreciação: anotações a respeito das obras, no que se refere a seu conteú-</p><p>do ou estabelecer comparações com outras da mesma área. Anotam-se críti-</p><p>cas, comentários e opiniões sobre o que se leu.</p><p>• de esquemas: podem referir-se a resumo de capítulos ou de obras, quanto a</p><p>planos de trabalho.</p><p>• de resumo: os resumos podem ser descritivos (aponta as partes principais) ou</p><p>informativos (dispensa a leitura do texto original), dependendo da sua finalidade.</p><p>• de idéias sugeridas pelas leituras etc.: idéias para a realização de trabalhos ou</p><p>para complementar um tipo de raciocínio ou de exemplificação no trabalho.</p><p>101</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Segue abaixo uma relação de áreas e os periódicos científicos disponíveis na “ Cole-</p><p>ção da Biblioteca” (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_subject&lng=pt)</p><p>CIÊNCIAS AGRÁRIAS</p><p>Títulos correntes</p><p>• Acta Amazonica Acta Scientiarum. Agronomy</p><p>• Acta Scientiarum. Animal Sciences</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>• Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia</p><p>• Arquivos do Instituto Biológico</p><p>• Bragantia</p><p>• Brazilian Archives of Biology and Technology</p><p>• Brazilian Journal of Food Technology</p><p>• CERNE</p><p>• Ciência Animal Brasileira</p><p>• Ciência Rural</p><p>• Ciência e Agrotecnologia</p><p>• Crop Breeding and Applied Biotechnology</p><p>• Engenharia Agrícola</p><p>• Floresta e Ambiente</p><p>• Food Science and Technology (Campinas)</p><p>• Horticultura Brasileira</p><p>• Journal of Seed Science</p><p>• Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases</p><p>• Pesquisa Agropecuária Brasileira</p><p>• Pesquisa Agropecuária Tropical</p><p>• Pesquisa Veterinária Brasileira</p><p>• Planta Daninha</p><p>102</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Revista Ambiente & Água</p><p>• Revista Brasileira de Ciência Avícola</p><p>• Revista Brasileira de Ciência do Solo</p><p>• Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental</p><p>• Revista Brasileira de Fruticultura</p><p>• Revista Brasileira de Plantas Medicinais</p><p>• Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal</p><p>• Revista Brasileira de Zootecnia</p><p>• Revista Ceres</p><p>• Revista Ciência Agronômica</p><p>• Revista Árvore</p><p>• Scientia Agricola</p><p>• Summa Phytopathologica</p><p>• Tropical Plant Pathology</p><p>CIENCIAS BIOLOGICAS</p><p>Títulos correntes</p><p>• Acta Amazonica</p><p>• Acta Botanica Brasilica</p><p>• Acta Limnologica Brasiliensia</p><p>• Ambiente & Sociedade</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>• Biota Neotropica</p><p>• Brazilian Archives of Biology and Technology</p><p>• Brazilian Journal of Biology</p><p>• Brazilian Journal of Infectious Diseases</p><p>• Brazilian Journal of Medical and Biological Research</p><p>• Brazilian Journal of Microbiology</p><p>103</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Brazilian Journal of Oceanography</p><p>• Crop Breeding and Applied Biotechnology</p><p>• Genetics and Molecular Biology</p><p>• Hoehnea</p><p>• Iheringia. Série Zoologia</p><p>• Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases</p><p>• Memórias do Instituto Oswaldo Cruz</p><p>• Nauplius</p><p>• Neotropical Ichthyology</p><p>• Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo)</p><p>• Revista Ambiente & Água</p><p>• Revista Brasileira de Entomologia</p><p>• Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária</p><p>• Revista Brasileira de Plantas Medicinais</p><p>• Revista Ceres</p><p>• Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo</p><p>• Rodriguésia</p><p>• Zoologia (Curitiba)</p><p>CIENCIAs DA sAuDE</p><p>Títulos correntes</p><p>• ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)</p><p>• Acta Amazonica</p><p>• Acta Cirurgica Brasileira</p><p>• Acta Ortopédica Brasileira</p><p>• Acta Paulista de Enfermagem</p><p>• Anais Brasileiros de Dermatologia</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>104</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Arquivos Brasileiros de Cardiologia</p><p>• Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia</p><p>• Arquivos Brasileiros de Oftalmologia</p><p>• Arquivos de Gastroenterologia</p><p>• Arquivos de Neuro-Psiquiatria</p><p>• Audiology - Communication Research</p><p>• Brazilian Archives of Biology and Technology</p><p>• Brazilian Dental Journal</p><p>• Brazilian Journal of Infectious Diseases</p><p>• Brazilian Journal of Medical and Biological Research</p><p>• Brazilian Journal of Oral Sciences</p><p>• Brazilian Journal of Otorhinolaryngology</p><p>• Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences</p><p>• Brazilian Journal of Physical Therapy</p><p>• Brazilian Oral Research</p><p>• Cadernos Saúde Coletiva</p><p>• Cadernos de Saúde Pública</p><p>• Ciência & Saúde Coletiva</p><p>• Clinics</p><p>• CoDAS</p><p>• Coluna/Columna</p><p>• Dental Press Journal of Orthodontics</p><p>• Einstein (São Paulo)</p><p>• Escola Anna Nery</p><p>• Fisioterapia e Pesquisa</p><p>• Fisioterapia em Movimento</p><p>• História, Ciências, Saúde-Manguinhos</p><p>• Interface - Comunicação, Saúde, Educação</p><p>• International Archives of Otorhinolaryngology</p><p>105</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• International braz j urol</p><p>• Jornal Brasileiro de Nefrologia</p><p>• Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial</p><p>• Jornal Brasileiro de Pneumologia</p><p>• Jornal Brasileiro de Psiquiatria</p><p>• Jornal Vascular Brasileiro</p><p>• Jornal de Pediatria</p><p>• Journal of Coloproctology (Rio de Janeiro)</p><p>• Journal of Applied Oral Science</p><p>• Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases</p><p>• Memórias do Instituto Oswaldo Cruz</p><p>• Motriz: Revista de Educação Física</p><p>• Physis: Revista de Saúde Coletiva</p><p>• Psychology & Neuroscience</p><p>• Radiologia Brasileira</p><p>• Revista Bioética</p><p>• Revista Brasileira de Anestesiologia</p><p>• Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva</p><p>• Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano</p><p>• Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular</p><p>• Revista Brasileira de Cirurgia Plástica</p><p>• Revista Brasileira de Ciências do Esporte</p><p>• Revista Brasileira de Educação Física e Esporte</p><p>• Revista Brasileira de Enfermagem</p><p>• Revista Brasileira de Epidemiologia</p><p>• Revista Brasileira de Farmacognosia</p><p>• Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia</p><p>• Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia</p><p>• Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia</p><p>106</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Revista Brasileira de Medicina do Esporte</p><p>• Revista Brasileira de Oftalmologia</p><p>• Revista Brasileira de Ortopedia</p><p>• Revista Brasileira de Psiquiatria</p><p>• Revista Brasileira de Reumatologia</p><p>• Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil</p><p>• Revista Brasileira de Saúde Ocupacional</p><p>• Revista Brasileira de Terapia Intensiva</p><p>• Revista CEFAC</p><p>• Revista Dor</p><p>• Revista Gaúcha de Enfermagem</p><p>• Revista Latino-Americana de Enfermagem</p><p>• Revista Paulista de Pediatria</p><p>• Revista da Associação Médica Brasileira</p><p>• Revista da Educação Física / UEM</p><p>• Revista da Escola de Enfermagem da USP</p><p>• Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical</p><p>• Revista de Nutrição</p><p>• Revista de Psiquiatria Clínica</p><p>• Revista de Saúde Pública</p><p>• Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões</p><p>• Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo</p><p>• Sao Paulo Medical Journal</p><p>• Saúde e Sociedade</p><p>• Saúde em Debate</p><p>• Texto & Contexto - Enfermagem</p><p>• Trends in Psychiatry and Psychotherapy</p><p>107</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>CIENCIAs EXATAs E DA TERRA</p><p>Títulos correntes</p><p>• Acta Amazonica</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>• Boletim de Ciências Geodésicas</p><p>• Brazilian Journal of Oceanography</p><p>• JISTEM - Journal of Information Systems and Technology Management</p><p>• Journal of the Brazilian Chemical Society</p><p>• Química Nova</p><p>• Revista Ambiente & Água</p><p>• Revista Brasileira de Meteorologia</p><p>• TEMA (São Carlos)</p><p>CIENCIAS HUMANAS</p><p>Títulos correntes</p><p>• Afro-Ásia</p><p>• Ambiente & Sociedade</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>• Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material</p><p>• Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas)</p><p>• Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas</p><p>• Brazilian Political Science Review</p><p>• Caderno CRH</p><p>• Cadernos CEDES</p><p>• Cadernos Nietzsche</p><p>• Cadernos Pagu</p><p>• Cadernos de Pesquisa</p><p>108</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Ciência & Educação (Bauru)</p><p>• Contexto Internacional</p><p>• Dados - Revista de Ciências Sociais</p><p>• Educar em Revista</p><p>• Educação & Realidade</p><p>• Educação & Sociedade</p><p>• Educação e Pesquisa</p><p>• Educação em Revista</p><p>• Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação</p><p>• Estudos Avançados</p><p>• Estudos Históricos (Rio de Janeiro)</p><p>• Estudos de Psicologia (Campinas)</p><p>• Estudos de Psicologia (Natal)</p><p>• Fractal : Revista de Psicologia</p><p>• História (São Paulo)</p><p>• História da Educação</p><p>• História, Ciências, Saúde-Manguinhos</p><p>• Horizontes Antropológicos</p><p>• Interações (Campo Grande)</p><p>• Interface - Comunicação, Saúde, Educação</p><p>• Kriterion: Revista de Filosofia</p><p>• Lua Nova: Revista de Cultura e Política</p><p>• Mana - Estudos de Antropologia Social</p><p>• Manuscrito</p><p>• Novos Estudos - CEBRAP</p><p>• Opinião Pública</p><p>• Paidéia (Ribeirão Preto)</p><p>• Physis: Revista de Saúde Coletiva</p><p>109</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Pro-Posições</p><p>• Psico-USF</p><p>• Psicologia & Sociedade</p><p>• Psicologia Clínica</p><p>• Psicologia Escolar e Educacional</p><p>• Psicologia USP</p><p>• Psicologia em Estudo</p><p>• Psicologia: Ciência e Profissão</p><p>• Psicologia: Reflexão e Crítica</p><p>• Psicologia: Teoria e Pesquisa</p><p>• Psychology & Neuroscience</p><p>• REMHU : Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana</p><p>• Religião & Sociedade</p><p>• Revista Ambiente & Água</p><p>• Revista Bioética</p><p>• Revista Brasileira de Ciência Política</p><p>• Revista Brasileira de Ciências Sociais</p><p>• Revista Brasileira de Educação Especial</p><p>• Revista Brasileira de Educação Médica</p><p>• Revista Brasileira de Educação</p><p>• Revista Brasileira de Ensino de Física</p><p>• Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos</p><p>• Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia</p><p>• Revista Brasileira de História</p><p>• Revista Brasileira de Política Internacional</p><p>• Revista Estudos Feministas</p><p>• Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental</p><p>• Revista de Economia Política</p><p>110</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Revista de Economia e Sociologia Rural</p><p>• Revista de Sociologia e Política</p><p>• Revista do Instituto de Estudos Brasileiros</p><p>• Saúde e Sociedade</p><p>• Scientiae Studia</p><p>• Sexualidad, Salud y Sociedad (Rio de Janeiro)</p><p>• Sociedade & Natureza</p><p>• Sociologias</p><p>• Tempo Social</p><p>• Tempo</p><p>• Trabalho, Educação e Saúde</p><p>• Trans/Form/Ação - Revista de Filosofia</p><p>• Varia Historia</p><p>• Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology</p><p>• Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica</p><p>•</p><p>CIENCIAs sOCIAIs ApLICADAs</p><p>Títulos correntes</p><p>• Ambiente & Sociedade</p><p>• Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material</p><p>• BAR - Brazilian Administration Review</p><p>• Caderno CRH</p><p>• Cadernos EBAPE.BR</p><p>• Economia Aplicada</p><p>• Economia e Sociedade</p><p>• Estudos Econômicos (São Paulo)</p><p>• Galáxia (São Paulo)</p><p>111</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Interações (Campo Grande)</p><p>• Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação</p><p>• JISTEM - Journal of Information Systems and Technology Management</p><p>• Nova Economia</p><p>• Organizações & Sociedade</p><p>• Perspectivas em Ciência da Informação</p><p>• RAM. Revista de Administração Mackenzie</p><p>• REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre)</p><p>• REMHU : Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana</p><p>• Revista Brasileira de Economia</p><p>EXEMPLOS</p><p>CITAÇÕES</p><p>DOWNLOADS</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Compreender</p><p>de forma clara</p><p>alguns conceitos</p><p>importantes da</p><p>área da pesquisa</p><p>científica;</p><p>> Distinguir os</p><p>diferentes tipos de</p><p>pesquisa e suas</p><p>classificações;</p><p>> Entender sobre</p><p>Linhas de Pesquisa.</p><p>UNIDADE 1</p><p>10</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 PESQUISA CIENTÍFICA:</p><p>CONCEITOS E</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA</p><p>A Metodologia Científica é o estudo</p><p>dos métodos e das técnicas emprega-</p><p>dos nas ciências para a realização de</p><p>pesquisas. Constitui o alicerce da for-</p><p>mação de um pesquisador ou profis-</p><p>sional, em qualquer área da Ciência, e</p><p>fornece subsídios para: utilização dos</p><p>métodos e técnicas de pesquisa, ela-</p><p>boração de projetos de pesquisa e pre-</p><p>paração de relatórios acadêmicos ou</p><p>técnicos. Somente quem entende as</p><p>bases teóricas da pesquisa do processo científico está apto para a Redação Científica</p><p>Segundo Demo (1996, p.5) [ ] a proposta atual da metodologia científica é de “intro-</p><p>duzir na academia o gosto pela pesquisa”.</p><p>A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente contribuir para a evolução do co-</p><p>nhecimento humano em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e</p><p>executada segundo rigorosos critérios de processamento das informações. Será cha-</p><p>A pesquisa é uma atividade volta-</p><p>da para a solução de problemas</p><p>teóricos ou práticos com o empre-</p><p>go de processos científicos. A pes-</p><p>quisa parte, pois, de uma dúvida ou</p><p>problema e, com o uso do método</p><p>científico, busca por uma resposta</p><p>ou solução.</p><p>11</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>mada pesquisa científica se sua realização for objeto de investigação planejada, de-</p><p>senvolvida e redigida conforme normas metodológicas consagradas pela ciência.</p><p>Os trabalhos de graduação e de pós-graduação, para serem considerados pesquisas</p><p>científicas, devem produzir ciência, ou dela derivar, ou acompanhar seu modelo de</p><p>tratamento.</p><p>A pesquisa é o único caminho para a efetiva criação do conhecimento. Todos neces-</p><p>sitam da pesquisa: o professor para ensinar com eficiência; o aluno, para aprender</p><p>significativamente; a comunidade, pela necessidade de resultados para superação de</p><p>suas deficiências e exigências constantes em todos os setores; as universidades e ins-</p><p>tituições, para serem reconhecidas, respeitadas e mantidas como órgãos geradores</p><p>de educação e conhecimentos.</p><p>A vida acadêmica e os trabalhos dos professores devem pautar fundamentalmente</p><p>na atividade de pesquisa, pois atualmente há uma exigência cada vez maior, em</p><p>todos os setores, pela produção e utilização adequada do conhecimento. Produzir,</p><p>utilizar com rapidez e eficiência o conhecimento é fator diferencial entre alunos, pro-</p><p>fessores, instituições e até entre nações.</p><p>Pesquisar é uma questão educativa, que deve iniciar-se na pré-escola e nunca mais</p><p>acabar. A disciplina Metodologia da Pesquisa visa motivar os alunos universitários e</p><p>também professores a praticarem a investigação científica, buscando habilidades de</p><p>observar, selecionar, organizar, sintetizar, interpretar, criticar os fatos, os conhecimen-</p><p>tos geados e disponíveis.</p><p>Para o estudante, pesquisar significa todas as atividades para obtenção de informa-</p><p>ções para a realização de suas pesquisas acadêmicas, seminários, até a elaboração de</p><p>monografias e artigos científicos.</p><p>O estudante de hoje deve caminhar constantemente para a busca da sua ciência, do</p><p>conhecimento verdadeiro, proveniente da pesquisa científica.</p><p>Dentro desse mundo globalizado e moderno, surge um novo tipo de profissional. É</p><p>aquele que primeiro deve ser ético, deve tomar decisão e deve estar sempre atua-</p><p>lizado; em seguida, ser estrategista, tendo a capacidade de compreender, captar,</p><p>analisar, sintetizar, interpretar, concluir e adaptar-se às mudanças provenientes do</p><p>surgimento rápido das tecnologias e oferecer um atendimento rápido, eficiente e di-</p><p>12</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ferenciado aos seus clientes. Além dessas características, esse profissional precisa ter</p><p>iniciativa, criatividade, capacidade de tomar decisão e saber defendê-la, aceitar críti-</p><p>ca, ter capacidade de conviver com os estresses e trabalhar em equipe, ter sobretudo</p><p>qualidade técnica. Assim, a leitura, as constantes atualizações através da participação</p><p>em cursos e eventos, a realização de trabalhos de forma sistematizada, principalmen-</p><p>te ligados à profissão, devem ser caminhos importantes a serem seguidos.</p><p>A pesquisa científica vem sendo executada em todo o mundo, pelas diferentes</p><p>instituições públicas, privadas e áreas do conhecimento, devido à existência</p><p>de muitos problemas a serem resolvidos na humanidade, e o aumento acele-</p><p>rado da população mundial, que por sua vez, vem exigindo melhor qualidade</p><p>de vida. A maior prioridade tem sido dada pelos países desenvolvidos como:</p><p>os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra, o Japão, a França, chegando a</p><p>aplicar até 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em pesquisa, principalmente,</p><p>no setor privado; enquanto os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil,</p><p>e nos países subdesenvolvidos, os investimentos não ultrapassam 1,5% do PIB,</p><p>priorizado pelo Governo (FERRÃO, 2008, p.30)</p><p>A investigação é uma atividade mi-</p><p>lenar, que, no passado, era realizada</p><p>de forma empírica, intuitiva, sujeito a</p><p>erros. A partir do Século XVIII com a</p><p>organização das comunidades cientí-</p><p>ficas, passou a ser mais científica, pro-</p><p>gredindo para resultados mais rápi-</p><p>dos e verdadeiros, ocasionando assim,</p><p>grandes avanços nas diferentes áreas,</p><p>principalmente na Física, na Matemá-</p><p>tica, ma Química e na Biologia.</p><p>1.2 CONCEITO DE PESQUISA</p><p>Pergunto a você, o que é pesquisa? Esta pergunta</p><p>pode ser respondida de muitas formas.</p><p>Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemati-</p><p>zados, baseados em raciocínio lógico, na busca de</p><p>soluções para os problemas nas diversas áreas, utili-</p><p>zando a metodologia científica.</p><p>Curiosidade, criatividade, disciplina</p><p>e especialmente paixão são algu-</p><p>mas exigências para o desenvolvi-</p><p>mento de um trabalho criterioso,</p><p>baseado no confronto permanente</p><p>entre o desejo e a realidade.</p><p>Mirian Goldenberg</p><p>13</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Primeiramente buscamos alguns conceitos utilizados sobre o que vem a ser pesquisa.</p><p>De acordo com o Dicionário Brasileiro o Globo, temos que pesquisa é: “Ato de pesqui-</p><p>sar; indagação; inquirição; busca; exame de laboratório”. Científica, adjetivo “que diz</p><p>respeito à ciência; que revela ciência; que tem o rigor da ciência; fundado na ciência”.</p><p>Muitos são os conceitos, de acordo com Cervo e Bervian (2002) a pesquisa é definida</p><p>como uma atividade voltada para a solução de problemas. Seu objetivo consiste em</p><p>descobrir respostas para perguntas, através do emprego de processos científicos. Já</p><p>Ruiz (1986) afirma que pesquisa é a realização concreta de uma investigação plane-</p><p>jada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas</p><p>pela ciência.</p><p>Para Andrade (2003, p. 121) a “Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos,</p><p>baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para proble-</p><p>mas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”.</p><p>De acordo com Gil (2002, p. 17) este autor afirma que a pesquisa pode ser definida como:</p><p>[...] o procedimento racional e sistemático que tem colmo objetivo propor-</p><p>cionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida</p><p>quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema,</p><p>ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desor-</p><p>dem que não pode ser adequadamente relacionada ao problema.</p><p>Nesse caso, para conhecer a situação problema é necessário adotar métodos, técnicas</p><p>e outros procedimentos para compreensão do problema com vistas à sua resolução.</p><p>Segundo Köche (1997, p. 121) “pesquisar significa identificar uma dúvida que ne-</p><p>cessita ser esclarecida, construir executar o processo</p><p>• Revista Brasileira de Estudos de População</p><p>• Revista Contabilidade & Finanças</p><p>• Revista Direito GV</p><p>• Revista Katálysis</p><p>• Revista de Administração (São Paulo)</p><p>• Revista de Administração Contemporânea</p><p>• Revista de Administração Pública</p><p>• Revista de Administração de Empresas</p><p>• Revista de Economia Contemporânea</p><p>• Revista de Economia Política</p><p>• Revista de Economia e Sociologia Rural</p><p>• Sequência (Florianópolis)</p><p>• Serviço Social & Sociedade</p><p>• Sociedade e Estado</p><p>• Transinformação</p><p>112</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ENGENHARIAS</p><p>Títulos correntes</p><p>Ambiente Construído</p><p>• Anais da Academia Brasileira de Ciências</p><p>• Brazilian Archives of Biology and Technology</p><p>• Brazilian Journal of Chemical Engineering</p><p>• Cerâmica</p><p>• Engenharia Sanitaria e Ambiental</p><p>• Gestão & Produção</p><p>• Journal of Microwaves, Optoelectronics and Electromagnetic Applications</p><p>• Journal of Transport Literature</p><p>• Latin American Journal of Solids and Structures</p><p>• Materials Research</p><p>• Matéria (Rio de Janeiro)</p><p>• Pesquisa Operacional</p><p>• Polímeros - Ciência e Tecnologia</p><p>• Production</p><p>• Rem: Revista Escola de Minas</p><p>• Revista Ambiente & Água</p><p>• Revista Brasileira de Engenharia Biomédica</p><p>• Revista IBRACON de Estruturas e Materiais</p><p>• Soldagem & Inspeção</p><p>LINGuIsTICA, LETRAs E ARTEs</p><p>Títulos correntes</p><p>• Alea : Estudos Neolatinos</p><p>• Alfa : Revista de Linguística (São José do Rio Preto)</p><p>113</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso</p><p>• DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada</p><p>• Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea</p><p>• Linguagem em (Dis)curso</p><p>• Machado de Assis em Linha</p><p>• Pandaemonium Germanicum</p><p>• Revista Brasileira de Linguística Aplicada</p><p>• Trabalhos em Linguística Aplicada</p><p>Demais fontes de dados importantes da área de pesquisa científica:</p><p>Associação Brasileira de Normas Técnicas: www.abnt.org.br</p><p>• Banco de Teses e Dissertações CAPES: capesdw.capes.gov.br/capesdw/</p><p>• Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - textos integrais de parte das teses e</p><p>dissertações apresentadas na USP: www.teses.usp.br</p><p>• Biblioteca Nacional (Brasil) - o site é referência para todas as bibliotecas do</p><p>país, com farta documentação e imagens digitalizadas, além de informações</p><p>e serviços: www.bn.br</p><p>• Bibliotecas virtuais do sistema MCT/CNPq/Ibict – grande referência na área de</p><p>bibliotecas virtuais, é o site mais importante no Brasil de informação e comu-</p><p>nicação sobre ciência e tecnologia: www.prossiga.br</p><p>• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: www.cnpq.br</p><p>• Diretórios de grupos de pesquisa no Brasil: www.cnpq.br/gpesqui3</p><p>• Financiadora de Estudos e Projetos: www.finep.gov.br</p><p>• Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: www.ibict.br</p><p>• Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo: www.usp.br/iea</p><p>• Ministério da Ciência e Tecnologia: www.mct.gov.br</p><p>• O que é Qualis?: www.capes.gov.br/avaliacao/qualis</p><p>• Portal de Periódicos da CAPES: www.periodicos.capes.gov.br/</p><p>• Revista de Divulgação Científica: www.uol.com.br/cienciahoje</p><p>• SCIELO - biblioteca eletrônica com periódicos científicos brasileiros:</p><p>114</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>www.scielo.br</p><p>• Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: www.sbpcnet.org.br</p><p>• Universia Brasil - busca teses nas universidades públicas paulistas e na PUC-</p><p>-PR: www.universiabrasil.net/busca_teses.jsp</p><p>• WebQualis: www.qualis.capes.gov.br/webqualis</p><p>pLÁGIO</p><p>Segundo Moraes (2004), o plágio consiste na cópia fraudulenta de partes de uma</p><p>obra (ou da obra completa) protegida pelos direitos autorais, ou seja, é quando al-</p><p>guém se apropria do texto ou das ideias de outra pessoa sem dar os devidos créditos.</p><p>“O direito autoral protege a ideia materializada, que adquire forma pelo traço carac-</p><p>terístico do autor, pela sua feição pessoal.” (MORAES, 2004, p. 97).</p><p>Diversas fontes de material bibliográfico disponível via internet.</p><p>115</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>UMA VIDA ILUMINADA. Dirigido por Liev Schreiber. EUA. 1992. 100 min.</p><p>O personagem Jonathan (Elijah Wood) é um jovem judeu americano, que</p><p>vai até a Ucrânia em busca da mulher que salvou a vida de seu avô na 2ª</p><p>Guerra Mundial. Ele é auxiliado nessa viagem por Alex Perchov (Eugene</p><p>Hutz), um precário tradutor que mais atrapalha do que ajuda, e pelo avô</p><p>de Alex, um motorista mal-humorado que anda sempre acompanhado de</p><p>seu fedido e desobediente cachorro, batizado de Sammy Davis Jr. Durante a</p><p>jornada o inusitado quarteto descobre segredos sobre a ocupação nazista e a</p><p>cumplicidade do governo ucraniano da época. Confira o filme e veja como se</p><p>dá o processo de busca pelas respostas do personagem Jonathan.</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Conhecer os tipos</p><p>de comunicação</p><p>científica e a sua</p><p>importância em</p><p>todos os seus</p><p>aspectos.</p><p>> Perceber a</p><p>importância</p><p>da disciplina</p><p>para a formação</p><p>acadêmica;</p><p>> Desenvolver o</p><p>hábito pela leitura;</p><p>> Conhecer as etapas</p><p>para a realização</p><p>da leitura</p><p>117</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>6 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA</p><p>E AS DIRETRIZES DE LEITURA</p><p>Nessa unidade você irá estudar a comunicação científica, retratando a sua importância</p><p>e conhecerá os tipos de comunicação científica que são empregadas no meio científico.</p><p>6.1 DO QUE SE TRATA A COMUNICAÇÃO</p><p>CIENTÍFICA?</p><p>Comunicação científica é a troca de informações entre membros da comunidade cientí-</p><p>fica, incluindo atividades associadas à produção, disseminação e uso da informação, des-</p><p>de o momento em que o cientista concebe uma ideia para pesquisar, até que os resul-</p><p>tados de sua pesquisa sejam constituintes do conhecimento científico. (GARVEY, 1979).</p><p>118</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Pardinas (1977) entende por conhecimento científico, aquele voltado para a obtenção</p><p>e comunicação de resultados desconhecidos até o momento da publicação do livro ou</p><p>artigo, com fins de explicação e\ou predição posteriormente de certos fenômenos.</p><p>Para Salvador (1980), um texto pertence a essa categoria quando traz informações cien-</p><p>tíficas novas, mas não permite, devido à sua redação, que os leitores possam verificar</p><p>informações: as notas simplesmente informam.</p><p>Em virtude dos locais de sua realização, a comunicação científica é limitada em sua ex-</p><p>tensão, ou seja, não pode ser muito longa. Geralmente estipula-se o tempo para o parti-</p><p>cipante apresentar sua comunicação: dez a vinte minutos mais ou menos. Embora apre-</p><p>sentada oralmente, a comunicação científica de ser escrita, principalmente se o autor</p><p>tiver em mente sua publicação. Mas não pode prescindir-se de um plano.</p><p>A atualização do tema ou problema é um dos fatores mais importantes da comunica-</p><p>ção, pois representa valiosa contribuição ao desenvolvimento científico. Os relatos enco-</p><p>mendados especialmente nos congressos científicos supõem um trabalho minucioso</p><p>de atualização do tema em questão (ASTI VERA, 1979).</p><p>A comunicação não necessita de abundância de aspectos analíticos; basta que a expe-</p><p>riência, as idéias ou a teoria sejam bem fundamentadas.</p><p>119</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>O texto das comunicações, ao contrário das teses científicas, não permite ao leitor repro-</p><p>duzir as experiências e obter os mesmos resultados, verificar os resultados da análise ou</p><p>julgar as conclusões do autor, embora contribua com uma ou várias informações ou</p><p>abordagens novas.</p><p>A comunicação científica é vital para a ciência, devido à:</p><p>• Divulgação dos resultados das pesquisas;</p><p>• Proteção da propriedade intelectual;</p><p>• Aceitação dos resultados pelos pares</p><p>• Consolidação do conhecimento.</p><p>“É a comunicação científica que favorece ao produto (produção científica) e aos produ-</p><p>tores (pesquisadores) a necessária visibilidade e possível credibilidade no meio social em</p><p>que produto e produtores se inserem.” (TARGINO, 2000, p. 54)</p><p>120</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>De acordo com Marconi e Lakatos (2006, p. 80-81), estes autores afirmam que a comuni-</p><p>cação científica deve levar em consideração os seguintes aspectos:</p><p>a. Finalidade: Levar as pessoas a pensarem , fazendo-as perceber as coisas fami-</p><p>liares de modo diferente, valendo-se de argumentos para influenciar as mentes</p><p>dos ouvintes.</p><p>b. Informações: Divulgação dos últimos resultados das pesquisas científicas, do</p><p>desenvolvimento das ciências. Depende do que se quer comunica, para quem</p><p>e onde.</p><p>c. Estrutura: Os assuntos podem divergir quanto ao conteúdo, ao material, mas</p><p>não em relação ao aspecto formal. Estrutura segue os padrões estabelecidos par</p><p>os trabalhos científicos. A estrutura da comunicação abrange três partes: Intro-</p><p>dução; Desenvolvimento; Conclusão</p><p>121</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>d. Linguagem: A comunicação, como outro qualquer trabalho científico, exige ri-</p><p>gor no uso da linguagem. O processo de comunicação só é eficaz na medida</p><p>em que ajuda o leitor ou ouvinte a entender o que leu ou ouviu, a compreender</p><p>aquilo que se deseja transmitir.</p><p>e. Abordagem: Maneira pela qual o estudioso interpreta uma situação. Posição</p><p>tomada em face de determinada situação.</p><p>Após realizado o seu trabalho de coleta, análise e interpretação dos dados, o pesqui-</p><p>sador irá redigir o seu trabalho, escrevendo e defendendo a própria pesquisa. Diante</p><p>do trabalho de redação final, ele deve não só despojar-se de preconceitos como ali-</p><p>mentar-se de sentimentos de humildade e de amor à verdade, traduzidos concre-</p><p>tamente no empenho pela objetividade. Não deve, pois, forçar sua pesquisa para</p><p>que ela chegue a conclusões preconcebidas. O espírito científico se manifesta pelo</p><p>respeitoso acolhimento das conclusões a que a pesquisa chega por si só, objetiva e</p><p>documentadamente (RUIZ, 1986).</p><p>A linguagem científica do pesquisador necessita ser objetiva, clara, precisa, isenta de</p><p>qualquer ambigüidade. O caráter objetivo da linguagem que veicula conhecimentos</p><p>científicos resulta da própria natureza da Ciência. Por isso, a linguagem impessoal</p><p>objetiva deve afastar do campo científico pontos de vista pessoais, que deixam trans-</p><p>parecer impressões subjetivas, não fundadas sobre dados concretos.</p><p>As palavras deve ser o revestimento necessário das idéias. Para haver clareza de expres-</p><p>são, é necessário que haja principalmente clareza de idéias: esta condiciona a precisão</p><p>de expressão e é condição primeira e indispensável de uma redação científica.</p><p>122</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Numa redação científica, não se admite o uso de termos sentido figurado: devem ser</p><p>empregados unicamente em sentido próprio, concreto e objetivo.</p><p>O empregado adequado de uma terminologia técnica é de grande valia para a trans-</p><p>missão de conhecimento entre os pesquisadores. O redator científico não pode ig-</p><p>norá-lo, pois o seu uso pressupõe o pleno conhecimento da respectiva ciência ou</p><p>especialidade.</p><p>Não apenas a escolha esmerada do vocabulário, tanto o comum como o técnico é</p><p>feita no sentido de obter clareza e precisão, mas a própria construção das frases deve</p><p>submeter-se aos mesmos fins: elas devem ser simples, pois traduzem o desenvolvi-</p><p>mento lógico do pensamento; convém, pois, que cada uma contenha apenas uma</p><p>idéia, mas que a envolva completamente.</p><p>A linguagem científica é informativa e técnica, de ordem científica e racional, firma-</p><p>da em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta e conclui. O</p><p>pesquisador-redator não deve confundir a linguagem científica com a literatura: esta</p><p>última deve impressionar, agradar pela elegância e pela evocação de valores estéti-</p><p>cos, enquanto a primeira deve esclarecer pela força dos argumentos e tem por nota</p><p>distintiva a objetividade (CERVO; BERVIAN, 1978).</p><p>O pesquisador, isoladamente ou em grupo, investiga, experimenta e produz constan-</p><p>temente conhecimentos em sua área de estudo e em outras áreas correlatas, buscan-</p><p>do relações e comparações entre conceitos e teorias, corroborando-os ou não, colabo-</p><p>123</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>rando deste modo com o avanço da ciência que se viabiliza por meio de um processo</p><p>de construção do conhecimento que flui através da comunicação. Garvey (1979) inclui</p><p>no processo de comunicação científica as atividades associadas com a produção, dis-</p><p>seminação e uso da informação, desde o momento em que o cientista teve a idéia da</p><p>pesquisa até o momento em que os resultados de seu trabalho são aceitos como parte</p><p>integrante do conhecimento científico. Isto pode dar-se de maneira informal, ou seja,</p><p>através de contatos pessoais, correspondências, e-mail, palestras e assemelhados, ou</p><p>de maneira formal dentro de um sistema de comunicação científica representado pela</p><p>informação publicada em forma de artigos de periódicos, livros, comunicações escritas</p><p>em encontros científicos etc. (SILVA; MENEZES, 2001).</p><p>Entre os procedimentos formais mais eficazes e rápidos para a divulgação de novo</p><p>conhecimentos dos resultados de uma pesquisa, para o debate acerca de uma teoria</p><p>ou idéia científica, ou como meio para o pesquisador adquirir notoriedade e respei-</p><p>to dentro da comunidade científica, a academia se utiliza principalmente do artigo</p><p>científico, veiculado em publicações especializadas como revistas e jornais científicos,</p><p>impressos ou eletrônicos, no mundo todo.</p><p>Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1994, p.1) artigo cien-</p><p>tífico é um “texto com autoria declarada que apresenta e discute idéias, métodos,</p><p>processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do conhecimento”. Os artigos pos-</p><p>suem uma normatização formal definida pela Associação Brasileira de Normas Técni-</p><p>cas (ABNT, 1994, p.1) por meio da NBR 6032 – Apresentação de Artigos de Periódicos</p><p>124</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>– que fixa as condições exigíveis para a apresentação dos elementos que constituem</p><p>o artigo e que é seguido por todas publicações.</p><p>Artigos de periódicos são trabalhos técnico-científicos escritos por um ou mais autores,</p><p>com a finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e resultados de pesquisas.</p><p>125</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A principal razão que leva o pesquisador a escrever é a necessidade de expressar os</p><p>resultados de pesquisas, reflexões e estudos que realizou, em determinado período,</p><p>por solicitação dos professores ou espontaneamente, por isso deve pensar em co-</p><p>municar de forma clara, precisa e objetiva. Mas, segundo Oliveira (2003, p. 97-111),</p><p>também, é necessário identificar características específicas de cada tipo de trabalho</p><p>científico acadêmico.</p><p>Aqui, o autor destaca os principais trabalhos científicos acadêmicos.</p><p>quais são os tipos de comunicação científica?</p><p>6.2 RESUMO</p><p>O resumo é a condensação do texto, tendo o cuidado de manter a intenção do au-</p><p>tor. Não cabem, no resumo, comentários ou avaliações do material que está sendo</p><p>condensado. Resumir não é reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem</p><p>de pedaços do texto; devemos exprimir, com as próprias palavras, as idéias do texto.</p><p>Para isso, é necessário compreender, antecipadamente, o conteúdo de todo o mate-</p><p>rial, assim, não é possível resumir à medida que vamos lendo pela primeira vez.</p><p>Devemos proceder a primeira leitura de reconhecimento ininterrupta. Na segunda leitura,</p><p>por meio de anotações, apontando idéias importantes e buscando no dicionário o sentido</p><p>de palavras mais complexas, fazemos um esboço, elaborando, em seguida, o resumo.</p><p>Salomon (2001, p. 114-115) e Medeiros (2004, p. 142-144) destacam itens importan-</p><p>tes a serem observados, ao construirmos o conteúdo do resumo:</p><p>126</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• a primeira frase deve ser significativa, expondo a idéia principal, isto é, identifi-</p><p>cando o objetivo do autor quando escreveu o texto;</p><p>• a articulação das idéias deve seguir a lógica dada às idéias pelo autor, incluir</p><p>todas as divisões importantes, dando igual proporção a cada uma delas e</p><p>sem-</p><p>pre observando o tema principal do documento;</p><p>• as conclusões do autor do texto objeto do resumo;</p><p>• dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa</p><p>(descreve, aborda, estuda etc.);</p><p>• evitar a repetição de frases inteiras do original;</p><p>• respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados;</p><p>• não deve apresentar juízo valorativo ou crítico;</p><p>• deve ser compreensível por si mesmo, dispensando a consulta ao original;</p><p>• evitar o uso de parágrafos ou frases longas, citações e descrições ou explica-</p><p>ções detalhadas, expressões como: o “autor trata”, no “texto do autor” o “artigo</p><p>trata” e similares, figuras, tabelas, gráficos, fórmulas, equações e diagramas.</p><p>Segundo Andrade (2001, p. 29-37) há três tipos de resumo:</p><p>a. Resumo informativo: em que devemos obedecer aos seguintes passos:</p><p>• resumimos a obra somente após a elaboração de um esquema;</p><p>• apresentamos as principais idéias contidas no texto;</p><p>• respeitamos as idéias do autor do texto que estamos resumindo;</p><p>• redigimos de forma clara, fazendo parágrafo a cada idéia principal;</p><p>• quando copiamos, colocamos entre aspas, e com a fonte citada;</p><p>• relacionamos as referências.</p><p>b. Resumo crítico: como a própria denominação estabelece, esse tipo de resu-</p><p>mo, além de cumprir os passos do informativo, acrescenta a manifestação da</p><p>opinião, ou implica perante o assunto estudado, por parte do autor do resumo.</p><p>Desse modo, de acordo com Dmitruk (2004, p. 91),“[...] sempre, após o resumo,</p><p>acrescentam-se opiniões e apreciações pessoais.”</p><p>127</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>c. Resumo acadêmico científico:</p><p>• a leitura do resumo deve permitir determinar se é preciso ler o documento na</p><p>íntegra;</p><p>• o resumo é constituído de uma seqüência de frases concisas e objetivas;</p><p>• a extensão recomendada, segundo a ABNT NBR 6028 (2003), para trabalhos</p><p>como monografias e artigos, 250 palavras; relatórios, teses e dissertações não</p><p>ultrapassar 500 palavras; os resumos para publicações podem variar de 150 a</p><p>300 palavras;</p><p>• no caso de trabalhos com menor extensão, diminuímos o número de palavras,</p><p>podendo chegar a, no máximo, 100 palavras;</p><p>• ressaltamos, ainda, que o resumo deve ser seguido, das palavras representati-</p><p>vas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave;</p><p>• o resumo deve ser feito em um único parágrafo, utilizando espaço simples e</p><p>letra dois números abaixo daquela que for usada no texto;</p><p>6.3 PAPPERS</p><p>Segundo Ferrão (2008, p. 200) pappers são pequenos artigos científicos ou textos ela-</p><p>borados, para comunicações em congressos ou simpósios, sobre determinado tema</p><p>ou sobre os resultados de um projeto de pesquisa. Devem possuir a mesma estrutura</p><p>de um artigo científico e composto de 2 a 10 páginas.</p><p>O paper trata-se de um instrumento de contestação ou complementação de uma</p><p>idéia ou obra, mediante julgamento próprio, avaliação e interpretação de fatos e in-</p><p>formações que foram recolhidas.</p><p>É baseado em pesquisa bibliográfica e em descobertas pessoais. Se apenas compilar</p><p>informações, sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, o resultado será um</p><p>relatório e não um paper. Neste, o pesquisador desenvolve seu ponto de vista sobre</p><p>determinado tema, uma tomada de posição e a expressão dos pensamentos, de for-</p><p>ma original. É impessoal e escrito com imparcialidade, não deixando transparecer as</p><p>crenças e preferências do escritor.</p><p>128</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Segundo Ferrão (2008, p. 200) pappers:</p><p>são pequenos artigos científicos ou textos elaborados, para comunicações em</p><p>congressos ou simpósios, sobre determinado tema ou sobre os resultados de</p><p>um projeto de pesquisa. Devem possuir a mesma estrutura de um artigo cien-</p><p>tífico e composto de 2 a 10 páginas.</p><p>Cinco passos são importantes na construção de um papper:</p><p>• escolher o assunto;</p><p>• reunir informações;</p><p>• avaliar o material;</p><p>• organizar as idéias;</p><p>• redigir o paper.</p><p>O tamanho do papper depende da complexidade do tema e da motivação do pesqui-</p><p>sador para o trabalho. Sobre a sua estrutura, Prestes (2003, p. 35) assim escreve: “ É um</p><p>artigo científico, embora não apresente subdivisões, constituindo em um texto unitário,</p><p>ou seja, o texto apresenta uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão em</p><p>texto corrido, sem divisões de seções. Deve conter também resumo e referências.”</p><p>6.4 ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>Resultado de um problema científico ou desenvolvimento de uma pesquisa, que po-</p><p>derá ser publicado em revistas técnicas, jornais ou boletins. Estruturalmente, deve</p><p>conter elementos pré-textuais (título, autoria, resumo e relação de palavras-chave),</p><p>elementos textuais (a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e os elementos de</p><p>apoio) e os elementos pós-textuais (apêndice e anexos).</p><p>Concordando com Oliveira (2003), Prestes (2003, p. 35) afirma que o artigo tem como</p><p>objetivo publicar resultados de um estudo. Trata-se de um texto integral e completo,</p><p>geralmente não ultrapassa 20 páginas, dependendo sempre da área. Como traba-</p><p>lho acadêmico, deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão e, no corpo do</p><p>desenvolvimento, são feitas subdivisões. Existem também vários trabalhos científicos</p><p>acadêmicos como: informe científico, relatórios de pesquisa, monografias entre ou-</p><p>129</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>tros. Mas, sobre estes, você estudará na disciplina de Metodologia da Pesquisa, que</p><p>também faz parte do seu curso.</p><p>6.5 REsENHA</p><p>A resenha é uma espécie de resumo crítico, constitui-se em um texto que estabelece</p><p>comparação com mais obras da mesma área, permite comentários e juízo de valor</p><p>e exige um profundo conhecimento do assunto, bem como capacidade crítica para</p><p>discutir as idéias nele contidas.</p><p>A estrutura da resenha descreve as propriedades da obra (descrição física da obra),</p><p>relata credenciais do autor, resume a obra, apresenta ainda as conclusões e metodo-</p><p>logia utilizada, expõe o quadro de referências em que o autor se baseou (narração),</p><p>apresenta uma avaliação da obra e menciona a quem se destina (dissertação).</p><p>A resenha pode ser descritiva, quando dispensa a apreciação daquele que a elabora,</p><p>ou crítica, quando exige apreciação de forma justificada; a opinião pode ser concor-</p><p>dante, convergente ou divergente, parcial ou totalmente. Como norma geral, a rese-</p><p>nha não deve ultrapassar quatro folhas, em espaço duplo.</p><p>130</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Sobre a resenha, Nascimento e Póvoas (2002, p. 32-33) enfatizam que o resenhis-</p><p>ta, além de incluir elementos informativos, acrescenta o julgamento, por isso deve</p><p>conhecer com profundidade o tema da obra que está sendo analisada, bem como</p><p>outras obras sobre o assunto.</p><p>De acordo com Ferrão (2008, p. 200) “a resenha crítica é a análise de uma obra, através</p><p>de leitura, resumo, síntese, comparação com outras obras, avaliação de relevância e</p><p>interpretação, levando à formação de juízo crítico”.</p><p>Salvador (1979) aponta os seguintes requisitos do resenhista, para a realização do</p><p>trabalho:</p><p>a. conhecimento completo da obra;</p><p>b. competência na matéria</p><p>c. independência de juízo</p><p>d. capacidade de juízo crítico</p><p>e. correção e urbanidade</p><p>f. fidelidade ao pensamento do autor</p><p>131</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>6.6 DIRETRIZES DA LEITURA</p><p>Precisamos reservar tempo para a leitura, pois o ato de ler constitui-se numa atitude fun-</p><p>damental para a formação, de maneira que, quando optamos por um curso superior,</p><p>não podemos fugir do compromisso de ser leitores assíduos dos temas que são tratados</p><p>na sala de aula e dos acontecimentos que envolvem a sociedade em que vivemos.</p><p>Seu sucesso nos estudos e, conseqüentemente, profissional, depende apenas de</p><p>você, da sua capacidade de ir em frente.</p><p>Vale ressaltar que a compreensão de textos é essencial para que o pesquisador consi-</p><p>ga efetivar a sua pesquisa. Observa-se que os maiores do estudo e da aprendizagem,</p><p>está relacionado diretamente com a dificuldade que o estudante encontra na exata</p><p>compreensão dos textos teóricos.</p><p>132</p><p>METODOLOGIA</p><p>DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Severino (2000, p. 48) afirma que:</p><p>Na realidade, mesmo em se tratando de assuntos abstratos, para o leitor em</p><p>condições de “seguir o fio da meada” a leitura torna-se fácil, agradável e, sobre-</p><p>tudo, proveitosa. Por isso é preciso criar condições de abordagem e de inteli-</p><p>gibilidade do texto, aplicando alguns recursos que, apesar de não substituí-</p><p>rem a capacidade de intuição do leitor na apreensão da forma lógica dos</p><p>raciocínios em jogo, ajudam muito na análise e interpretação dos textos.</p><p>133</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Pode-se partir da consideração de que a comunicação se dá quando da transmissão de</p><p>uma mensagem entre um emissor e um receptor. O emissor transmite uma mensa-</p><p>gem que é captada pelo receptor. Este é um esquema geral apresentado pela teoria</p><p>da comunicação. Ao escrever um texto, portanto, o autor (o emissor) codifica sua men-</p><p>sagem que, por sua vez, já tinha sido pensada, concebida e o leitor (o receptor), ao ler</p><p>um texto, decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, assimilá-la e persona-</p><p>lizá-la, compreendendo-a: assim se completa a comunicação (SEVERINO, 2000).</p><p>6.7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA</p><p>Quem não possui o hábito da leitura, precisa desenvolvê-lo, pois é difícil uma formação</p><p>de qualidade sem muita leitura. O objetivo desta seção é apresentar algumas informa-</p><p>ções que venham a despertar em você o gosto pela leitura e oportunizá-lo a fazer me-</p><p>lhor proveito dela.</p><p>134</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Aproveitamento da leitura</p><p>Com certeza, você já sabe que, mesmo com todo o avanço de tecnologias, a leitura é</p><p>a melhor forma para a aquisição do conhecimento. Por intermédio da leitura, pode-</p><p>mos ampliar e aprofundar conhecimento sobre determinado campo cultural ou</p><p>científico, aumentar o vocabulário pessoal e, por conseqüência, comunicar as idéias,</p><p>de forma mais eficiente.</p><p>Como você costuma selecionar seu material de leitura?</p><p>De acordo com Severino (2000), é necessário que se façam as dimensões de aná-</p><p>lise a seguir:</p><p>a. Delimitação da unidade de leitura: A primeira medida a ser tomada pelo leitor</p><p>é o estabelecimento de uma unidade de leitura. Envolvendo a escolha, o esta-</p><p>belecimento de limites pelo leitor, da unidade de estudo a ser analisada.</p><p>b. Análise textual: É considerada a primeira abordagem do texto com vistas à pre-</p><p>paração da leitura. Procede-se inicialmente a uma leitura seguida e completa</p><p>da unidade do texto em estudo. Trata-se de fazer um levantamento dos concei-</p><p>tos e dos termos que sejam fundamentais para a compreensão do texto ou que</p><p>sejam desconhecidos do leitor. Em toda unidade de leitura há sempre alguns</p><p>conceitos básicos que dão sentido à mensagem e, muitas vezes, seu significa-</p><p>do não é muito claro ao leitor numa primeira abordagem. É preciso eliminar</p><p>135</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>todas as ambigüidades desses conceitos para que se possa entender univoca-</p><p>mente o que se está lendo. Representa a forma como o texto se organiza – se</p><p>é reportagem ou capítulo de livro, a paragrafação do texto, o gênero em que é</p><p>escrito, as divisões em subitens. A análise textual pode ser encerrada com uma</p><p>esquematização do texto cuja finalidade é apresentar uma visão de conjunto</p><p>da unidade. O esquema organiza a estrutura redacional do texto que serve de</p><p>suporte material ao raciocínio. A utilidade do esquema está no fato de permitir</p><p>uma visualização global do texto. A melhor maneira de se proceder é dividir</p><p>inicialmente a unidade nos três momentos redacionais: introdução, desenvolvi-</p><p>mento e conclusão. Toda unidade completa comporta necessariamente esses</p><p>três momentos.</p><p>c. Análise temática: Procura ouvir o autor, apreender, sem intervir nele, o con-</p><p>teúdo de sua mensagem. Praticamente, trata-se de fazer ao texto uma série</p><p>de perguntas cujas respostas fornecem o conteúdo da mensagem. Tem como</p><p>objetivo a compreensão da mensagem do autor. Nela, procura identificar qual</p><p>a mensagem principal que foi deixada pelo autor. Pergunta-se, pois, ao texto</p><p>em estudo: como o assunto está problematizado? Qual dificuldade deve ser</p><p>resolvida? Qual o problema a ser solucionado? A formulação do problema nem</p><p>sempre é clara e precisa no teto, em geral é implícita, cabendo ao leitor explici-</p><p>tá-la. Captada a problemática, terceira questão surge espontaneamente: o que</p><p>o autor fala sobre o tema ou seja, como responde à dificuldade, ao problema</p><p>levantado? Que posição assume, que idéia defende, o que quer demonstrar?</p><p>A resposta a esta questão revela a idéia central, proposição fundamental ou</p><p>tese: trata-se sempre da idéia mestra, da idéia principal defendida pelo autor</p><p>naquela unidade. Em geral, nos textos logicamente estruturados, cada unidade</p><p>tem sempre uma única idéia central, todas as demais idéias estão vinculadas</p><p>a ela ou são apenas paralelas ou complementares. Daí a percepção de que ela</p><p>representa o núcleo essencial da mensagem do autor e a sua apreensão torna</p><p>o texto inteligível.</p><p>d. Análise interpretativa: refere-se a interpretação da mensagem passada pelo au-</p><p>tor, a sua contextualização em um sentido amplo, o qual muitas vezes é prático e</p><p>aplicado para a pesquisa intentada. Interpretar, em sentido restrito, é tomar uma</p><p>posição própria a respeito das idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem</p><p>do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fe-</p><p>cundidade das idéias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o</p><p>autor. Bem se vê que esta última etapa da leitura analítica é a mais difícil e delica-</p><p>136</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>da, uma vez que os riscos de interferência da subjetividade do leitor são maiores,</p><p>além de pressupor outros instrumentos culturais e formação específica.</p><p>e. problematização: Diz respeito ao levantamento dos problemas para a discus-</p><p>são, sobretudo quando o estudo é feito em grupo. Retoma-se todo o texto, ten-</p><p>do em vista, o levantamento de problemas relevantes para a reflexão pessoal e</p><p>principalmente para a discussão em grupo. A problematização é a parte que</p><p>desperta a curiosidade do leitor, e levanta questões de ordem prática a cerca do</p><p>tema pessoal. Geralmente, é expressa com perguntas que estabelecem correla-</p><p>ção prática com o cotidiano do pesquisador e também do leitor.</p><p>f. síntese pessoal: Trata-se de uma etapa ligada antes à construção lógica de uma</p><p>redação do que à leitura como tal. De qualquer modo, a leitura bem feita deve</p><p>possibilitar ao estudioso progredir no desenvolvimento das idéias do autor, bem</p><p>como daqueles elementos relacionados com elas. É uma reflexão dialética, na</p><p>qual o leitor\pesquisador elabora um pequeno texto sintético, ou seja, fruto do</p><p>processo de construção de seu conhecimento, texto esse que não se distan-</p><p>cia do original, porém a ele acrescenta opiniões pessoais.. Ademais, o trabalho</p><p>de síntese pessoal é sempre exigido no contexto das atividades didáticas, quer</p><p>como tarefa específica, quer como parte de relatórios ou de roteiros de seminá-</p><p>rios. Irá de fato elaborar um novo texto, com redação própria, com discussão e</p><p>reflexão pessoal. Significa também valioso exercício de raciocínio – garantia de</p><p>amadurecimento intelectual.</p><p>A leitura sistematizada permite</p><p>ao leitor uma maior compreen-</p><p>são, organização e capacidade</p><p>de síntese. Segue abaixo um</p><p>esquema de sistematização de</p><p>leitura sobre o assunto que aca-</p><p>bamos de ver.</p><p>Como forma de registro da lei-</p><p>tura os resumos têm sua utili-</p><p>dade, claro, mas neste caso es-</p><p>pecífico, os apontamentos,</p><p>porque registram mais fielmen-</p><p>te o percurso de leitura, são</p><p>mais úteis, inclusive para orga-</p><p>137</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>nizar as idéias no texto. É preciso cuidar para diferenciar as idéias do revisor das idéias</p><p>dos autores revisados. Uma boa maneira é dispor de um conjunto de perguntas es-</p><p>pecíficas sobre o assunto em mente, para as quais se buscam as respostas.</p><p>LEITuRA RECOMENDADA:</p><p>FERRÃO, R.G. Metodologia científica para iniciantes</p><p>em pesquisa. 3ª Ed. Revisada</p><p>e Ampl. Vitória, ES: Incaper, 2008. (Realizar uma leitura dos capítulos 6 e 19).</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor</p><p>o sobre pesquisa.</p><p>1492 - A CONQUISTA DO PARAÍSO. Dirigido por Ridley Scott. ESP/FRA/ING.</p><p>1992. 155 min. O filme trata da viagem de Cristovão Colombo. Vinte anos da</p><p>vida de Colombo, desde quando se convenceu de que o mundo era redondo,</p><p>passando pelo empenho em conseguir apoio financeiro da Coroa Espanhola</p><p>para sua expedição, o descobrimento em si da América, o desastroso</p><p>comportamento que os europeus tiveram com os habitantes do Novo Mundo</p><p>e a luta de Colombo para colonizar um continente que ele descobriu por</p><p>acaso, além de sua decadência na velhice. Assista ao filme e veja como se dá o</p><p>processo de defesa da tese de Colombo sobre o Novo Mundo na universidade</p><p>espanhola do século XV.</p><p>138</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>139</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1. ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. 2. ed. São Paulo, Cortez, 1981. p. 69.</p><p>2. ANDRADE, M. M. pesquisa científica: noções introdutórias. In: ______. Introdução à me-</p><p>todologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 6. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2003. Cap. 10, p. 121-127.</p><p>3. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico.</p><p>5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.</p><p>4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e docu-</p><p>mentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.</p><p>5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e docu-</p><p>mentação – Trabalhos acadêmicos: Apresentação. Rio de Janeiro. 2002.</p><p>6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e do-</p><p>cumentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio</p><p>de Janeiro, 2003.</p><p>7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documen-</p><p>tação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002</p><p>8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação e documen-</p><p>tação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.</p><p>9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6032 Abreviação de títulos de</p><p>periódicos e publicações seriadas: Rio de Janeiro, 1989.</p><p>10. ASTI VERA, Annando. Metodologia da pesquisa cientlfica. Porto Alegre: Globo.</p><p>11. BAUER, Martin W.; GASKELL, George. pesquisa com texto, imagem e som. 2. Ed. Pe-</p><p>trópolis: Vozes, 2003.</p><p>12. BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o ar-</p><p>tigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. univ. Cidade são paulo, São</p><p>140</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Paulo, v. 18, n. 3, p. 265-274, 2006.</p><p>13. BOENTE, Alfredo N. P; BRAGA, Glaucia. Metodologia científica contemporânea para</p><p>universitários e pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.</p><p>14. CAMPELLO, Bernadete Santos; CONDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Mar-</p><p>guerite (orgs.) Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte:</p><p>UFMG, 2000.</p><p>15. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo:</p><p>Prentice Hall, 2002.</p><p>16. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia cientí-</p><p>fica. 6. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007</p><p>17. COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. pesquisa em administração: um guia prático para alunos</p><p>de graduação e pós-graduação. 2. ed.Porto Alegre: Bookman, 2005.</p><p>18. CUNHA, Murilo Bastos. para saber mais: fontes de informação em ciência e tecnolo-</p><p>gia. Brasília: Briquet de Livros, 2001.</p><p>19. DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 4. ed.</p><p>São Paulo: Futura, 2000. ed. México: Siglo Veintiuno, 1977.</p><p>20. SALVADOR, ANGELO DOMINGOS. Métodos e Técnicas de pesquisa bibliográfica: Ela-</p><p>boração de Trabalhos científicos. 8 Ed. Porto Alegre: Sulina, 1980.</p><p>21. FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Cientifica: para iniciantes em pesquisa. Linha-</p><p>res, ES: Incaper, 2008.</p><p>22. GARVEY, W. D. Communication: the essence of science; facilitating information among</p><p>librarians, scientists, engineers and students. Oxford: Pergamon, 1979. 332 p</p><p>23. GIL, Antônio C. Métodos e Técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas,1999.</p><p>24. ______. ______. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.</p><p>25. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.</p><p>141</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>26. ______. ______. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.</p><p>27. ______. ______. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.</p><p>28. GODOY. A. S. Pesquisa qualitativa: Tipos fundamentais. Revista de Administração de</p><p>Empresas. São Paulo, v. 35, n.3, p, 20-29 Mai./Jun. 1995. Disponível em: http://www.scielo.</p><p>br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3. Acesso em: 20 out 2017.</p><p>29. GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de metodologia da pesquisa. São Paulo:</p><p>Avercamp, 2005.</p><p>30. GROSSI, Y. de S. Mina de Morro Velho: a extração do homem, uma história de expe-</p><p>riência operária. São Paulo: Paz e Terra, 1981.</p><p>31. KÖCHE, JoséCarlos. Fundamentos de metodologia científica. 19ed. Petrópolis,</p><p>RJ:Vozes, 1997.</p><p>32. LABES, Emerson Moisés. questionário: do planejamento à aplicação na pesquisa.</p><p>Chapecó: Grifos, 1998.</p><p>33. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia</p><p>científica. São Paulo: Atlas, 1991.</p><p>34. LUNA, Sergio V. de. planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo:</p><p>EDUC, 1999.</p><p>35. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho cientí-</p><p>fico. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2001.</p><p>36. ______. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006.</p><p>37. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e</p><p>dissertações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.</p><p>38. MILLS, W. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro, Zahar. 1980. p. 211.</p><p>39. MORAES, Rodrigo. O plágio na pesquisa acadêmica: a proliferação da desonestidade</p><p>intelectual. Diálogos Possíveis, Salvador, v. 3, n. 1, p. 91-109, jan./jun. 2004.</p><p>http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3</p><p>http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3</p><p>142</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>40. NORONHA, Daisy Pires; FERREIRA, Sueli Mara S. P. Revisões de literatura. In:</p><p>41. OLIVEIRA, Antônio Benedito Silva (Coord.). Métodos e técnicas de pesquisa em con-</p><p>tabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003. 177 p.</p><p>42. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI,</p><p>TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 320 p.</p><p>43. PARDINAS, Felipe. Medología y técnicas de investigación em ciencias sociales. 1977.</p><p>44. PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento</p><p>científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 2. ed. rev. atual. ampl. São</p><p>Paulo: Rêspel, 2003. 256 p.</p><p>45. RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Unisul, 2002.</p><p>46. RICHARDSON, Roberto Jarry; e Colaboradores. pesquisa social: métodos e técnicas. 3.</p><p>ed. São Paulo: Atlas, 1999.</p><p>47. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.</p><p>48. ______. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 2 ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 1986.</p><p>49. SALVADOR, A.D. Métodos e Técnicas de pesquisa bibliográfica: elaboração e relatório</p><p>de estudos científicos. 2ª Ed.rev.amp. Porto Alegre: Sulina, 1971.</p><p>50. SANTOS, Antonio. R. dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. Rio</p><p>de Janeiro: DP & A editora, 1999.</p><p>51. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. rev. e ampl.</p><p>São Paulo: Cortez, 2000.</p><p>52. ______. ______. 22 ed. rev.e ampl. De acordo com a ABNT São Paulo: Cortez, 2002.</p><p>53. TARGINO, M. G. Comunicação científica: uma revisão de seus elementos básicos. Revis-</p><p>ta Informação & sociedade: Estudos. João Pessoa. 2000.</p><p>143</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>EAD.MULTIVIX.EDU.BR</p><p>CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE:</p><p>SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS</p><p>1 PESQUISA</p><p>CIENTÍFICA: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO</p><p>1.1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISA</p><p>1.2 CONCEITO DE PESQUISA</p><p>1.3 TIPOS DE PESQUISA</p><p>1.3.1 Fala do professor</p><p>1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA</p><p>1.4 LINHAS DE PESQUISA</p><p>2 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA</p><p>2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA</p><p>2.1.1 Gênese da pesquisa e escolha do assunto</p><p>2.2 FORMULAÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA</p><p>3 REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>3.1 CITAÇÃO: COMO COPIAR UM TRECHO DE UM TEXTO PARA SER INSERIDO NUM TRABALHO ACADÊMICO OU CIENÍFICO?</p><p>3.2 REFERENCIAL TEÓRICO OU REVISÃO DE LITERATURA</p><p>4 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA</p><p>4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NACIONAIS E INTERNACIONAIS</p><p>4.1.1 Fala do professor:</p><p>4.2 ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>4.2.1 O que é um artigo científico</p><p>4.2.2 Estrutura de um artigo científico</p><p>4.3 TIPOLOGIAS DE BASES DE DADOS E PRINCIPAIS BASES DE DADOS POR ÁREA DE CONHECIMENTO</p><p>5 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE</p><p>5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO POR ÁREA DE INTERESSE</p><p>6 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E AS DIRETRIZES DE LEITURA</p><p>6.1 DO QUE SE TRATA A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA?</p><p>6.2 RESUMO</p><p>6.3 PAPPERS</p><p>6.4 ARTIGO CIENTÍFICO</p><p>6.5 RESENHA</p><p>6.6 DIRETRIZES DA LEITURA</p><p>6.7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA</p><p>que apresenta solução desta,</p><p>quando não há teorias que a expliquem ou quando as teorias que existem não estão</p><p>aptas para fazê-lo”.</p><p>Ruiz (1996, p. 48) considera que “pesquisa científica é realização completa de uma</p><p>investigação, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia con-</p><p>sagradas pela ciência”.</p><p>Ainda, segundo Gil (2002) se pesquisa por duas razões fundamentais. Uma de ordem</p><p>intelectual (conhecer pelo puro prazer de conhecer) e outra de ordem prática (para</p><p>14</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>fazer algo de maneira mais eficiente e eficaz). Porém, sustentamos que a verdadeira</p><p>razão de se apropriar dos processos científicos e de realizar pesquisa está no desafio</p><p>de fazer o mundo um lugar mais digno de ser vivido apontando caminhos para a ver-</p><p>dadeira satisfação das necessidades humanas em harmonia com a mãe terra.</p><p>De acordo com Marconi e Lakatos (2001, p. 43) estes autores afirmam que a pesquisa:</p><p>[...] pode ser considerada um procedimento formal de pensamento reflexivo</p><p>que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhe-</p><p>cer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do</p><p>que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propos-</p><p>tas, utilizando métodos científicos.</p><p>Verifica-se que a pesquisa visa responder uma pergunta, um questionamento, uma</p><p>necessidade de conhecimento sobre algo.</p><p>Vê-se, segundo essa definição, que a pesquisa social permite a ampliação dos</p><p>conhecimentos no campo da realidade social, entendida aqui em seu sentido</p><p>amplo, envolvendo todos os aspectos relativos ao homem em seus relaciona-</p><p>mentos com outros homens e instituições sociais. Nesse sentido então, por</p><p>um lado, pesquisar significa descobrir novos saberes científicos que possibili-</p><p>tam o desenvolvimento da ciência. Por outro lado, a pesquisa permite a reso-</p><p>lução de uma dificuldade que não se pode solucionar automaticamente, mas</p><p>apenas por meio de estudo conceitual ou empírico, com base em fontes de</p><p>informação (GONÇALVES, 2005, p. 47).</p><p>As pesquisas geram as ciências, e por sua vez, as tecnologias. Abrangem todas as</p><p>áreas onde atua o homem, desde a produção de utensílios domésticos, ferramentas e</p><p>máquinas, passam pela produção industrial, armazenamentos, agricultura, transpor-</p><p>te, telecomunicação, informática, atingem de forma até polêmica, a biotecnologia.</p><p>Por meio dela, tem o homem explorando de forma mais rápida e eficiente o meio</p><p>ambiente, o espaço, o combate as pragas e doenças das plantas, a melhoria do se-</p><p>tor agropecuário, através do aumento da produtividade, e melhoria da qualidade do</p><p>produto final com menor agressão ao meio ambiente, além de novas descobertas</p><p>nas áreas médica, farmacêutica, comunicação e informática, entre outras.</p><p>Collis e Hussey (2005, p. 16) ressaltam que o objetivo da pesquisa pode ser:</p><p>• Revisar e sintetizar o conhecimento existente;</p><p>• Investigar alguma situação ou problema existente;</p><p>15</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Fornecer soluções para um problema;</p><p>• Explorar e analisar questões mais gerais;</p><p>• Construir ou criar um novo procedimento ou sistema;</p><p>• Explicar um novo fenômeno;</p><p>• Gerar novo conhecimento;</p><p>• Uma combinação de quaisquer dos itens acima.</p><p>De forma bem simples e prática, pesquisar é realizar um conjunto de ações organiza-</p><p>das, de modo a investigar e solucionar um problema proposto.</p><p>Verifica-se a união de forças dos blocos econômicos e a grande competitividade ocasio-</p><p>nada pela globalização em todos os setores, bem como as exigências e necessidades</p><p>de novos conhecimentos e tecnologias. Assim, a pesquisa científica vem produzindo</p><p>conhecimentos, ciências e tecnologias, através da geração de procedimentos, equipa-</p><p>mentos, produtos, métodos, para proporcionar melhor qualidade de vida a todos.</p><p>É praticamente impossível ilustrar todas as tecnologias, os produtos, os métodos, os</p><p>protótipos, enfim, todos os conhecimentos gerados. Fazendo um exercício mental,</p><p>verificamos que a maioria daquilo que era utilizado e consumido há dez anos, nas</p><p>diferentes áreas, vem passando por modificações até os dias de hoje, como: infor-</p><p>mática, telecomunicação, automobilismo, máquinas, eletrodomésticos, alimentos,</p><p>empregos, construção civil, agricultura, ensino, medicina, gerenciamento de empre-</p><p>sas, biotecnologia, entre outros exemplos. Percebem-se grandes mudanças que, com</p><p>certeza, não aconteceram por acaso e sim, pela geração dos conhecimentos através</p><p>das pesquisas.</p><p>Assim, estamos em um mundo de transformações muito rápidas. No passado, as mu-</p><p>danças ocorriam mais lentamente. Hoje, ocorre em média uma mudança significati-</p><p>va por ano. Portanto, nesta era das tecnologias, as grades curriculares dos cursos nas</p><p>instituições de ensino, devem ser constantemente atualizadas e o profissional deve</p><p>estar sempre bem informado.</p><p>As tecnologias desenvolvidas e colocadas às disposição das pessoas não representam o</p><p>fim, apenas o meio, pois o dom mais completo colocado à disposição da humanidade</p><p>até hoje, que pode ainda levar grandes descobertas, é o presente de “saber pensar”.</p><p>16</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A pesquisa é um trabalho em processo não totalmente controlável ou previsível. Ado-</p><p>tar uma metodologia significa escolher um caminho, um percurso global do espírito.</p><p>O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisamos, então,</p><p>não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.</p><p>1.3 TIPOS DE PESQUISA</p><p>1.3.1 FALA DO PROFESSOR</p><p>Você sabia que existem vários tipos de pesquisa? Há várias classificações quanto</p><p>aos tipos de pesquisa. Vamos apresentar a seguir, alguns critérios que possam ser</p><p>tomadas como base na realização dessa classificação, conforme retratada por alguns</p><p>autores da área.</p><p>LEITuRA RECOMENDADA:</p><p>GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,</p><p>2007. (Realizar uma leitura do capítulo 1).</p><p>17</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Vale ressaltar que existem várias classificações da pesquisa feita de forma diferente por</p><p>alguns autores. Adotamos a classificação que iremos abordar abaixo apenas por consi-</p><p>derarmos que a mesma atende-nos dentro da Disciplina Metodologia da Pesquisa.</p><p>A forma clássicas de classificação da pesquisa a ser apresentada a seguir, está seguin-</p><p>do o autor Gil (1991).</p><p>a. Quanto à sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como básica ou aplicada.</p><p>É muito comum haver certa confusão ao aluno quanto ao entendimento</p><p>da classificação da pesquisa quanto a suas particularidades. Portanto,</p><p>vamos estudar cada um de forma que possa conseguir compreender de</p><p>forma clara, sem haver erros de entendimento.</p><p>18</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da</p><p>ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses univer-</p><p>sais. Está intimamente relacionada ao meio acadêmico.</p><p>> pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática diri-</p><p>gidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.</p><p>Este tipo de pesquisa está especialmente relacionada ao desenvolvimento</p><p>tecnológico e aos interesses econômicos, comerciais e sociais vigentes.</p><p>b. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema a pesquisa pode ser</p><p>classificada em pesquisa quantitativa e qualitativa.</p><p>> pesquisa quantitativa: Segundo Bauer e Gaskell (2003, p.22) a pesquisa</p><p>quantitativa “lida com números, usa modelos estatísticos para explicar os da-</p><p>dos e é considerada pesquisa hard”.</p><p>Para Richardson (1999, p. 70),</p><p>A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tan-</p><p>to nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas</p><p>por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual,</p><p>média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação,</p><p>análise de regressão etc.</p><p>> pesquisa qualitativa: Para Godoy (1995, p. 42), “considerando que a aborda-</p><p>gem qualitativa,</p><p>enquanto exercício de pesquisa, não se apresenta como uma</p><p>19</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a criativida-</p><p>de levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques”.</p><p>Hoje em dia a pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as vá-</p><p>rias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres huma-</p><p>nos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes.</p><p>Algumas características básicas identificam os estudos denominados “quali-</p><p>tativos”. Segundo esta perspectiva, um fenômeno pode ser melhor compre-</p><p>endido no contexto em que ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado</p><p>numa perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo buscando</p><p>“captar” o fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele en-</p><p>volvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes. Vários tipos de da-</p><p>dos são coletados e analisados para que se entenda a dinâmica do fenômeno.</p><p>(GODOY, 1995, p. 21).</p><p>Considerando que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se</p><p>apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imagina-</p><p>ção e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos</p><p>enfoques. (GODOY, 1995).</p><p>c. Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada em: exploratória, descriti-</p><p>va e explicativa.</p><p>> pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o pro-</p><p>blema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve le-</p><p>vantamento bibliográfico; entrevista com pessoas que tiveram experiências</p><p>práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a</p><p>compreensão. (GIL, 2007).</p><p>> pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada popu-</p><p>lação ou fenômeno o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o</p><p>uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e a observa-</p><p>ção sistemática. (GIL, 2007).</p><p>Cervo e Bervian (2002, p. 66-67) ressaltam que a pesquisa descritiva pode assumir</p><p>diversas formas, entre as quais se destacam:</p><p>a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características,</p><p>propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pes-</p><p>quisada. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam</p><p>identificar as representações sociais e o perfil de indivíduos e grupos, como</p><p>também os estudos que visam identificar estruturas, formas, funções e con-</p><p>teúdos.</p><p>20</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências</p><p>que as pessoas têm a respeito de algum assunto, com o objetivo de tomar</p><p>decisões. A pesquisa de opinião abrange uma faixa muito grande de inves-</p><p>tigação que visam identificar falhas ou erros, descrever procedimentos, des-</p><p>cobrir tendências, reconhecer interesses e outros comportamentos. Essa mo-</p><p>dalidade de pesquisa é a mais divulgada pelos meios de comunicação, pois</p><p>permite: tratar de temas do cotidiano, como intenções de votos, de compras</p><p>e de consumo, verificar tendências da opinião pública e mesmo permitir que</p><p>se crie, por meio da manipulação de dados, das opiniões contra ou a favor de</p><p>temas polêmicos, como aborto, pena de morte, redução da idade penal,etc.</p><p>c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que</p><p>levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que de-</p><p>terminam certos comportamentos ou atitudes.</p><p>> pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contri-</p><p>buem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da rea-</p><p>lidade porque explica a razão, e o porquê das coisas. Quando realizada nas</p><p>ciências naturais requer o uso de métodos experimental e nas ciência sociais,</p><p>uso do método observacional. (GIL, 2007).</p><p>d. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada</p><p>em: bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de caso, ex</p><p>post-facto, pesquisa-ação e pesquisa participante.</p><p>21</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> pesquisa Bibliográfica:</p><p>Também denominada de</p><p>revisão de literatura, é feita a</p><p>partir de material científico</p><p>publicado previamente por</p><p>outros pesquisadores nos</p><p>diversos meios de circula-</p><p>ção científica (livros, artigos</p><p>científicos de periódicos e</p><p>congressos, dissertações de</p><p>mestrado e tese de douto-</p><p>rado). Utiliza-se de material</p><p>já publicado e atualmente com informações disponibilizadas na internet.</p><p>Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas</p><p>pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua</p><p>principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama</p><p>de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesqui-</p><p>sar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica visa encontrar as fonte</p><p>primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários</p><p>para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em</p><p>bibliotecas públicas, faculdades, universidades, e atualmente, os acervos que</p><p>fazem parte de catálogos coletivos das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002).</p><p>1.3.2 SUGESTÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA</p><p>1.3.3</p><p>1.3.4</p><p>22</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Cervo e Bervian (2002, p. 65) destacam ainda que a “pesquisa bibliográfica procura</p><p>explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”.</p><p>> pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não rece-</p><p>beram tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documen-</p><p>tos oficiais, reportagem de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias,</p><p>gravações, etc., ou ainda documentos de primeira mão, que de alguma forma</p><p>23</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa,</p><p>tabelas estatísticas, etc. (GIL,1999); e os localizados no interior de órgãos pú-</p><p>blicos ou privados, como: manuais, relatórios, balancetes, etc.</p><p>24</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> Pesquisa Experimental: Quando se determina um objeto de estudo, sele-</p><p>cionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as</p><p>formas de controle da observação dos efeitos que a variável produz no objeto.</p><p>A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis</p><p>a serem estudadas, como também o seu controle e por isso, na maioria das</p><p>situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. Esse tipo de pesquisa</p><p>é geralmente utilizado nas ciências naturais. Exemplo: Analisar os efeitos co-</p><p>laterais do uso de determinado medicamento em crianças de até oito anos</p><p>de idade. Logo é empregada nessa pesquisa metodologia sistematizada e</p><p>controlada. (GIL, 1996)</p><p>25</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> Pesquisa-Levantamento:</p><p>A pesquisa de levantamento ou “Survey” visa descrever a distribuição das</p><p>características ou de fenômenos que ocorrem naturalmente em grupos da</p><p>população. Por exemplo, quando queremos avaliar a opinião dos eleitores a</p><p>26</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>respeito dos candidatos às próximas eleições. Ou quando queremos estimar a</p><p>opinião de estudantes à respeito da pena de morte. Ou ainda quando quere-</p><p>mos conhecer a distribuição de audiência da TV. E envolve a interrogação</p><p>direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer a cerca do pro-</p><p>blema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as</p><p>conclusões correspondentes aos dados coletados. Exemplo: pesquisa sobre a</p><p>usabilidade de um software, aplicada a um grupo específico de usuários e</p><p>pesquisa de mercado em geral. O levantamento feito com informações de</p><p>todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O</p><p>levantamento usa técnicas estatísticas, análise e quantitativa e permite a</p><p>generalização das conclusões para o total da população e assim para o uni-</p><p>verso pesquisado.</p><p>Os dados são mais descritivos que explicativos.</p><p>> Estudo de Caso: Envolve um estu-</p><p>do profundo e exaustivo de um ou</p><p>poucos objetos, de maneira que se</p><p>permita o seu amplo e detalhado</p><p>conhecimento (GIL, 1999). O estu-</p><p>do caso pode abranger análise de</p><p>exame de registros, observação de</p><p>acontecimentos, entrevistas estru-</p><p>turadas e não-estruturadas ou</p><p>27</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um</p><p>grupo, uma organização, um conjunto de organizações, ou até mesmo uma</p><p>situação (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada</p><p>nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais</p><p>da pesquisa de temas complexos, para construção de hipóteses ou reformu-</p><p>lação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A</p><p>coleta dos dados geralmente é feita por mais de um procedimento, entre os</p><p>mais usados estão: a observação, análise de documentos, a entrevista e histó-</p><p>ria da vida. (GIL, 1999).</p><p>28</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> Pesquisa Ex-Post Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O</p><p>pesquisador não tem controle das variáveis (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa</p><p>experimental, mas difere da experimental propriamente dita pelo fato de o</p><p>fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre</p><p>ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do</p><p>acontecimento. Por exemplo, a verificação do processo de erosão sofrido por</p><p>uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar (BOENTE,</p><p>2004). Esse tipo de pesquisa é geralmente utilizado nas ciências naturais</p><p>> Pesquisa de campo: A pesquisa de</p><p>campo é considerada por alguns auto-</p><p>res como Ferrão (2008) uma técnica de</p><p>pesquisa, que é utilizada para gerar co-</p><p>nhecimentos relativos a um problema,</p><p>testar hipótese, ou provocar novas des-</p><p>cobertas em uma determinada área.</p><p>29</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>> Pesquisa-Ação:</p><p>A pesquisa-ação é concebida e realizada em estreita associação com uma</p><p>ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e</p><p>participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos</p><p>de modo cooperativo ou</p><p>participativo (GIL, 1999).</p><p>Objetiva definir o campo</p><p>de investigação, as ex-</p><p>pectativas dos interessa-</p><p>dos, bem como o tipo de</p><p>auxílio que estes pode-</p><p>rão exercer ao longo do</p><p>processo de pesquisa.</p><p>Implica no contato direto</p><p>com o campo de estudo</p><p>envolvendo o reconheci-</p><p>mento visual do local,</p><p>consulta a documentos</p><p>diversos, sobretudo, a discussão com representantes de categorias sociais</p><p>envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa, e recomenda-</p><p>-se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos</p><p>investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que quantitativo. É</p><p>importante a elaboração de um plano de ação, envolvendo os objetivos que</p><p>se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas,</p><p>30</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus</p><p>resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o</p><p>plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade dos</p><p>resultados e do andamento das pesquisas. O investigador se envolve no</p><p>processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada.</p><p>> Pesquisa Participante:</p><p>> Pesquisa realizada através da integração do investigador que assume uma</p><p>função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir uma proposta pré-defi-</p><p>nida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo.</p><p>O grupo investigado tem ciência da finalidade, os objetivos da pesquisa e</p><p>da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio</p><p>momento em que ocorrem. Esta pesquisa necessita de dados objetivos</p><p>sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio-</p><p>-econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica às adquiridas nos</p><p>tradicionais estudos de comunidades. Esses dados podem ser agrupados</p><p>por categorias, como: geográficas, demográficas, econômicas, habitacionais,</p><p>educacionais, entre outros. (GIL,1996).</p><p>31</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>RESUMINDO....VAMOS RECORDAR????</p><p>As coletas de dados poderão ser advindas também dos seguintes instrumentos</p><p>de coleta de dados: Observação, entrevista, questionário e formulário.</p><p>Vamos falar um pouco sobre cada um deles para que você compreenda-os quando</p><p>precisar de utilizá-los em suas pesquisas.</p><p>> Observação: A observação constitui elemento fundamental para a pes-</p><p>quisa. É utilizada de forma exclusiva ou conjugada a outras técnicas. Se-</p><p>gundo os meios utilizados, a observação pode ser estruturada ou não-es-</p><p>truturada. De acordo com o nível de participação do observador, pode</p><p>ser participante ou não-participante. Gil (2006) afirma que a observação</p><p>participante tende a utilizar formas não estruturadas, podendo ser adota-</p><p>da a seguinte classificação, que combina os dois critérios considerados:</p><p>observação simples, observação participante e observação sistemática.</p><p>Na observação simples, o pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou</p><p>situação que pretende estudar e observa de maneira espontânea os fatos que ocor-</p><p>rem. O pesquisador é muito mais um espectador que um ator.</p><p>32</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A observação participante ocorre por meio do contato direto do investigador com</p><p>o fenômeno observado, para detectar as ações dos atores em seu contexto natural,</p><p>considerando sua perspectiva e seus pontos de vista. O observador assume o papel</p><p>de um membro do grupo. (GIL, 2006).</p><p>> Entrevista:</p><p>Entrevista é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter informa-</p><p>ções a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou</p><p>programada de forma profissional. A conversa é efetuada frente a frente</p><p>com entrevistado e entrevistador, de forma sistemática e metódica, possibi-</p><p>litando assim, obter informações necessárias do entrevistado para realização</p><p>do trabalho.</p><p>Ferrão (2008, p.105), define entrevista:</p><p>como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in-</p><p>formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação</p><p>de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social,</p><p>para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um</p><p>problema social.</p><p>A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas. Com uma estru-</p><p>turação previamente determinada, a entrevista é realizada com a intenção de obter</p><p>informações de pesquisa. É uma das técnicas de coleta de dados mais usadas nas</p><p>ciências sociais. (GIL, 2006). O pesquisador deve planejar a entrevista delineando o</p><p>objetivo a ser alcançado e cuidando de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação.</p><p>As entrevistas podem ser estruturadas (com perguntas (com perguntas definidas) ou</p><p>semiestruturadas (permitindo maior liberdade ao pesquisador).</p><p>QUESTIONÁRIO:</p><p>Perguntas podem ser:</p><p>Abertas – respondem com suas palavras.</p><p>Fechadas – já contem as possíveis respostas.</p><p>Duplas – já contem as possíveis respostas, podendo responder mais que uma.</p><p>33</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A observação participante ocorre por meio do contato direto do investigador com</p><p>o fenômeno observado, para detectar as ações dos atores em seu contexto natural,</p><p>considerando sua perspectiva e seus pontos de vista. O observador assume o papel</p><p>de um membro do grupo. (GIL, 2006).</p><p>> Entrevista:</p><p>Entrevista é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter informa-</p><p>ções a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou</p><p>programada de forma profissional. A conversa é efetuada frente a frente</p><p>com entrevistado e entrevistador, de forma sistemática e metódica, possibi-</p><p>litando assim, obter informações necessárias do entrevistado para realização</p><p>do trabalho.</p><p>Ferrão (2008,</p><p>p.105), define entrevista:</p><p>como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in-</p><p>formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação</p><p>de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social,</p><p>para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um</p><p>problema social.</p><p>A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas. Com uma estru-</p><p>turação previamente determinada, a entrevista é realizada com a intenção de obter</p><p>informações de pesquisa. É uma das técnicas de coleta de dados mais usadas nas</p><p>ciências sociais. (GIL, 2006). O pesquisador deve planejar a entrevista delineando o</p><p>objetivo a ser alcançado e cuidando de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação.</p><p>As entrevistas podem ser estruturadas (com perguntas (com perguntas definidas) ou</p><p>semiestruturadas (permitindo maior liberdade ao pesquisador).</p><p>QUESTIONÁRIO:</p><p>Perguntas podem ser:</p><p>Abertas – respondem com suas palavras.</p><p>Fechadas – já contem as possíveis respostas.</p><p>Duplas – já contem as possíveis respostas, podendo responder mais que uma.</p><p>De acordo com Gil (2006, p. 119):</p><p>as entrevistas mais estruturadas são aquelas que predeterminam em maior</p><p>grau as respostas a serem obtidas, [...] e as menos estruturadas são desen-</p><p>volvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um modelo</p><p>pré-estabelecido de interrogação.</p><p>> Questionários:</p><p>O questionário é o que exige maior atenção do pesquisador por se tratar de</p><p>um instrumento irreversível, ou seja, no caso de ocorrência de algum proble-</p><p>ma que inviabilize a utilização desse instrumental, será preciso um novo</p><p>34</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>levantamento. Por isso, exige maior planejamento. Essa técnica de investiga-</p><p>ção, composta por questões apresentadas por escrito às pessoas, tem a</p><p>intenção de identificar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectati-</p><p>vas, situações vivenciadas e outros. (GIL, 2006).</p><p>As situações em que o questionário deve ser utilizado, segundo Labes (1998, p. 17) são:</p><p>• Necessidade do registro de informações (comprovação/cientificidade);</p><p>• Existência de dados padronizados para posterior mensuração;</p><p>• Dispersão geográfica do público-alvo;</p><p>• Amostra ou população numerosa;</p><p>• Desconhecimento dos fatores quantitativos do problema (causa-efeito);</p><p>• Grande número de variáveis intervenientes.</p><p>Para elaborar um questionário, deve-se refletir sobre os objetivos da pesquisa e pas-</p><p>sá-los para questões específicas. São as respostas que apresentarão as informações</p><p>necessárias para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa. Segundo</p><p>Labes (1998), as etapas do questionário podem ser:</p><p>a. Pesquisa;Elaboração do questionário;</p><p>b. Testagem ou pré-teste;</p><p>c. Distribuição e aplicação;</p><p>d. Tabulação dos dados;</p><p>e. Análise e interpretação dos dados.</p><p>35</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Gil (2006) cita três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas, questões</p><p>abertas e questões relacionadas. Na questão fechada, Dencker (2000) acrescenta per-</p><p>guntas com escala.</p><p>No questionário do tipo questões fechadas, apresenta-se ao respondente um con-</p><p>junto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa</p><p>sua situação ou ponto de vista.</p><p>Segundo Ferrão (2008, p. 106), “Questionário é uma técnica de coleta de dados atra-</p><p>vés de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito,</p><p>sem a presença do entrevistador”.</p><p>> Formulário: É uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta d</p><p>dados resultantes quer de observações quer de interrogações, e o seu preen-</p><p>chimento é feito pelo próprio investigador. Entre as vantagens que o formulá-</p><p>rio apresenta, podemos destacar a assistência direta do investigador, a possibi-</p><p>lidade de comportar perguntas mais complexas e a garantia da uniformidade</p><p>na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são fornecidos. O formu-</p><p>lário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusive a analfabetos, o que</p><p>não ocorre com o questionário (CERVO, BERVIAN; DA SILVA, 2007).</p><p>Estimado aluno é importante que entenda que existem várias classificações da pes-</p><p>quisa conforme apresentado nessa unidade. Toda essa classificação da pesquisa é</p><p>importante uma vez que organizam os procedimentos a serem realizados durante</p><p>uma pesquisa científica. Porém, observa-se que muitas vezes os alunos não mencio-</p><p>nam as mesmas em seus trabalhos de pesquisa e quando fazem esta não se concre-</p><p>tiza de forma efetiva nos seus trabalhos de pesquisa. Uma forma bem eficiente na</p><p>36</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>pesquisa é empregar mais de um tipo de pesquisa e não apenas um especificamen-</p><p>te. Dessa forma, aumentam as possibilidades de sucesso na obtenção de respostas</p><p>aos problemas estudados.</p><p>1.4 LINHAS DE PESQUISA</p><p>Vale ressaltar que esse assunto de Linhas de pes-</p><p>quisa é muito utilizado em projetos de pesquisa</p><p>como exigências do CNPQ (Conselho Nacional de</p><p>Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e no</p><p>cadastramento do Currículo Lattes na Plataforma</p><p>do CNPQ. Portanto, é nesse momento que iremos</p><p>abordar de forma bem resumida sobre o assun-</p><p>to, pois ainda existem muitas divergências sobre</p><p>esse assunto.</p><p>A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato</p><p>de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au-</p><p>sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de</p><p>cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes-</p><p>37</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas</p><p>por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc.</p><p>Linha de pesquisa é o tema ou assunto pesquisado pelo grupo, de onde se originam</p><p>projetos cujos resultados guardam afinidades entre si. Um mesmo grupo de pesquisa</p><p>pode ter uma ou mais linhas de pesquisa. O grupo e as linhas de pesquisa são ditos</p><p>“institucionais” quando oficialmente reconhecidos e aprovados pela instituição.</p><p>Dessa forma para definir uma Linha de pesquisa, pode-se adotar o conceito de um</p><p>traço imaginário que:</p><p>• determina o rumo, ou o que será investigado num dado contexto ou realidade;</p><p>• limita as fronteiras do campo específico do conhecimento em que deverá ser</p><p>inserido o estudo;</p><p>• oferece orientação teórica aos que farão a busca;</p><p>• estabelece os procedimentos que serão considerados adequados nesse processo.</p><p>As linhas de pesquisa são classificadas dentro de cada área específica.</p><p>No texto pretende-se definir o conceito de linha de pesquisa. Para chegar a esta de-</p><p>finição, é feita uma discussão a respeito dos seus elementos componentes, extraindo</p><p>tais elementos de trechos de diálogos feitos com dois pesquisadores e um técnico</p><p>com experiência nas áreas de gestão de ciência e tecnologia e de pós-graduação,</p><p>e analisando significados descritos em dicionários. É proposta uma definição com</p><p>característica metafórica, mas incluindo quatro elementos essenciais que permitem</p><p>a sua operacionalização. Em seguida, o conceito é testado, sendo levado em conta</p><p>o seu uso em programas de pós-graduação, em grupos de pesquisa e em curriculo</p><p>vitae de pesquisadores, nos contextos do CNPq e da CAPES. Finalmente, o conceito</p><p>de linha de pesquisa é comparado com os conceitos de área de concentração e pro-</p><p>jeto de pesquisa, e é apresentado o argumento de que ele precisa ter uma natureza</p><p>institucional e não individual.</p><p>Decidi manter o foco do presente texto na questão que considero essencial, que é a</p><p>de tentar definir o conceito de linha de pesquisa, embora essa expressão pareça ser</p><p>bastante mencionada (mas pouco compreendida). É bastante provável, além disso,</p><p>que tais linhas de pesquisa, numa quantidade bastante significativa de casos, nunca</p><p>tenham passado por instâncias de discussão e aprovação institucionais.</p><p>38</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A falta</p><p>de precisão na definição de conceito de linhas de pesquisa é provavelmente</p><p>uma das causas dos problemas.</p><p>A razão mais forte para manter o foco do presente texto no nível conceitual, é o fato</p><p>de que linha de pesquisa, apesar de sofrer sérios problemas de definição (ou de au-</p><p>sência de definição), se transformou numa unidade de análise para a avaliação de</p><p>cursos e de propostas de cursos: são comuns os cálculos de projetos por linhas, pes-</p><p>quisadores por linhas, alunos por linhas, publicações e dissertações por linhas, linhas</p><p>por grupos, linhas por área de concentração, linhas por curso etc. É sabido que uma</p><p>medida, antes de ser usada, necessita de cuidadosa definição operacional.</p><p>Para tentar organizar algumas informações</p><p>que possam ajudar um pouco a entender o</p><p>que seja linha de pesquisa, decidi começar</p><p>por uma revisão da literatura especializada</p><p>e das definições que possam compor ou</p><p>ser equivalentes ou estar nas vizinhanças</p><p>ou próximas das fronteiras do conceito de</p><p>linha de pesquisa.</p><p>O termo LINHA DE PESQUISA usado no</p><p>âmbito do DGPB (Diretório dos Grupos de</p><p>Pesquisa no Brasil) é propositalmente ‘frouxo’ em sua formulação - pretende-se opor-</p><p>tunizar ao líder do grupo um espaço genérico para apresentação da(s) linha(s) ge-</p><p>ral(is) de trabalho do grupo - em tese um detalhamento do ‘objetivo geral’ do grupo.</p><p>No entanto, uma ‘linha de pesquisa’ pode agregar diversos grupos - nestes casos, tra-</p><p>ta-se de uma abordagem mais ‘aberta’ para a expressão ‘linha de pesquisa’, que pode</p><p>corresponder até mesmo a um amplo projeto transinstitucional, e pode ser compar-</p><p>tilhada por diversos grupos de pesquisa.</p><p>Uma ‘linha de pesquisa’ pode fazer referência mais específica aos trabalhos do grupo</p><p>- neste caso, limitada a um escopo bem mais restrito, com o objetivo de apresentar</p><p>em maior grau de detalhe o trabalho desenvolvido, de forma que um único grupo de</p><p>pesquisa pode ter várias ‘linhas de pesquisa’”.</p><p>Nesta definição, é possível identificar três dos quatro elementos essenciais do concei-</p><p>to de linha de pesquisa: objetivo, delimitação de escopo e referência a atividades de</p><p>39</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>trabalho. Não há menção à orientação teórica da linha de pesquisa; mas, por outro</p><p>lado, inclui uma noção interessante que aproveitarei mais adiante: a de frouxidão</p><p>terminológica.</p><p>Na ajuda do programa Coleta Capes, que gera os relatórios dos Programas de Pós-</p><p>-Graduação, uma linha de pesquisa é definida como “um domínio ou núcleo temáti-</p><p>co da atividade de pesquisa do Programa, que encerra o desenvolvimento sistemáti-</p><p>co de trabalhos com objetos ou metodologias comuns”.</p><p>O problema desta definição é que ela permite a construção incompleta de uma linha</p><p>de pesquisa: estabelece que um campo de atividade ou de trabalho deve ser delimi-</p><p>tado; mas coloca como alternativas duas condições que deveriam estar necessaria-</p><p>mente presentes: os objetos e as metodologias.</p><p>O Coleta Capes também indica que a cada linha de pesquisa podem ser associados</p><p>vários projetos, e que linhas de pesquisa deveriam estar sob o domínio temático de</p><p>uma área de concentração. Portanto, existiria uma espécie de hierarquia, que do ge-</p><p>ral para o específico compreenderia: área de concentração, linha e projeto de pesqui-</p><p>sa. Mas o que diferencia uma da outra? Sugiro que seja utilizado um continuum de</p><p>frouxidão progressiva, sendo o nível inferior ou mais específico o de projeto, o mais</p><p>bem definido. Comecemos pelo nível de área de concentração, o mais geral.</p><p>Uma área é um espaço aberto ou campo, delimitado por algo maior que ele ou conti-</p><p>do no interior de algo que tenha maior âmbito. Se essa área é de concentração, deve</p><p>agrupar ações e fazê-las convergir para um centro, de modo a adensar, fortalecer</p><p>ou tornar mais ativo determinado domínio de conhecimento. Assim, uma área de</p><p>concentração deve compreender um campo bem delimitado de certo(s) ramo(s) de</p><p>conhecimento(s), atividade(s) ou competência(s). No caso da pós-graduação, o que é</p><p>maior do que uma área de concentração (ou que pode incluí-la), pode ser um Progra-</p><p>ma, se este tem várias áreas de concentração, ou uma unidade organizacional como</p><p>um departamento, instituto ou faculdade. Menor do que uma área de concentração</p><p>seria uma linha de pesquisa. Mas o que diferencia as duas? Parece que o conceito de</p><p>área de concentração admite parte das atribuições de linhas de pesquisa: sempre</p><p>limita as fronteiras do espaço, mas nunca estabelece simultaneamente os rumos da</p><p>pesquisa, a orientação teórica e os procedimentos.</p><p>40</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Assim, o conceito de área de concentração é mais frouxo do que o de linha de pesqui-</p><p>sa. E como este se compara com o de projeto? Em primeiro lugar, este tem todas as</p><p>características das linhas: rumo, orientação teórica, procedimentos e fronteiras. Além</p><p>disso, projetos bem elaborados especificam cuidadosamente os recursos que serão</p><p>usados para alcançar seus objetivos, tais como docentes, pesquisadores, alunos, téc-</p><p>nicos, equipamento e financiamento. Linhas de pesquisa, neste sentido, especificam</p><p>os projetos nelas contidos; mas a agregação ou combinação deles muito raramente</p><p>permitiria a consecução dos objetivos e finalidades de uma linha de pesquisa, que</p><p>são formulados em longo prazo, enquanto isto é geralmente uma premissa de pro-</p><p>jetos bem elaborados. Devo lembrar, além disso, que projetos de pesquisa podem</p><p>existir fora do âmbito de linhas de pesquisa. O próprio programa Coleta Capes sabia-</p><p>mente prevê essa possibilidade.</p><p>Pesquisadores com freqüência listam suas linhas de pesquisa, sem qualquer preo-</p><p>cupação com fazê-las equivalentes às linhas de seus Programas de Pós-Graduação</p><p>ou grupos de pesquisa. Na verdade, eles estão listando seus interesses pessoais de</p><p>pesquisa. Contudo é bom lembrar o que está, neste caso, sendo efetivamente men-</p><p>cionado, copiando o que existe na ajuda do programa do Curriculum Lattes: linhas</p><p>de pesquisa representam temas aglutinadores de estudos técnico-científicos que se</p><p>fundamentam em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resulta-</p><p>dos guardam relação entre si.</p><p>Do ponto de vista do funcionamento do Programa, a definição de linhas de pesquisa</p><p>não pode ter influência no sentido de cercear a liberdade criativa ou a experimen-</p><p>tação de novos caminhos que se mostrarem promissores, até mesmo em virtude de</p><p>identificação de expressiva demanda por uma especialidade não prevista na propos-</p><p>ta original de criação do Programa. Exatamente por isso, a desativação de linhas de</p><p>pesquisa e a criação de outras são procedimentos encarados com naturalidade, e ex-</p><p>plicitamente previstos na burocracia da Capes. A especificação de linhas de pesquisa</p><p>muito abrangentes também não vai alterar a natureza das atividades de pesquisa</p><p>efetivamente desempenhadas pelos pesquisadores do Programa. Tal tipo de espe-</p><p>cificação, portanto, não vai garantir maior coesão ou homogeneidade no Programa”.</p><p>A organização do conhecimento humano e as estruturas das linhas de pesquisa e</p><p>dos métodos educacionais definem, para a universidade, uma matriz de interdepen-</p><p>dência entre as áreas básicas, comuns a grandes ramos do conhecimento e a todas</p><p>as linhas de trabalho científico, e áreas profissionais.</p><p>41</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>A instituição que oferece o curso de mestrado e doutorado deve apresentar, por oca-</p><p>sião dos contatos pessoais com os candidatos, as informações sobre suas linhas cur-</p><p>riculares e projetos de pesquisa em andamento e em preparo; com isto é possível</p><p>elaborar, em conjunto com os candidatos, planos de trabalho na forma de um com-</p><p>promisso recíproco, flexível e responsável.</p><p>LEITuRA RECOMENDADA:</p><p>GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,</p><p>2007. (Realizar uma leitura do capítulo 4).</p><p>suGEsTÕEs DE FILMEs</p><p>Sugerem-se alguns filmes que podem ajudá-lo a entender melhor</p><p>o sobre pesquisa.</p><p>Filme: CRIAÇÃO. Direção: Jon Amiel. Produção: Jeremy</p><p>Thomas.Reino Unido:</p><p>Han Way Film, 2009. 1 DVD (108 min).</p><p>Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ZcRP822h22A</p><p>Foco: Charles Darwin e a “Origem das Espécies”.</p><p>42</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Chegou o momento de fazermos uma parada, para refletir.</p><p>Você entendeu a definição de pesquisa e a classificação dos diferentes tipos de</p><p>pesquisa? Então, faça a auto-avaliação.</p><p>ANOTAÇÕEs</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Entender a</p><p>estrutura de um</p><p>Projeto de Pesquisa;</p><p>> Distinguir os</p><p>diferentes itens da</p><p>construção de um</p><p>projeto de Pesquisa;</p><p>> Identificar as etapas</p><p>fundamentais à</p><p>elaboração do</p><p>projeto de pesquisa.</p><p>44</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>2 PROJETO DE PESQUISA:</p><p>ESTRUTURA</p><p>Caro aluno, você sabe como é a elaboração de um projeto de Pesquisa? Ao pensar</p><p>em pesquisa, devemos, antes de tudo, planejar as fases de investigação, de forma que</p><p>seja garantida a viabilidade da pesquisa. Aproveite para aprender um assunto impor-</p><p>tante para a sua área profissional.</p><p>De acordo com Rauen (2002, p. 47):</p><p>quando alguém quer construir uma casa, pode fazê-lo sem planejar? Não,</p><p>primeiro terá de fazer uma planta, com um plano de como será a casa, um</p><p>cronograma de tempo para construir, um orçamento que antecipa os gastos</p><p>necessários para a construção.</p><p>Para o desenvolvimento de uma pesquisa, não é muito diferente; devemos primei-</p><p>ro fazer um projeto, que é uma seqüência de etapas metodológicas estabelecidas</p><p>pelo pesquisador; essas etapas devem ser adequadas aos procedimentos da meto-</p><p>dologia científica.</p><p>Durante a sua vida acadêmica, você desenvolverá muitas pesquisas e precisará elaborar</p><p>muitos projetos, necessitando aplicar os conhecimentos adquiridos nesta disciplina.</p><p>2.1 PROJETO DE PESQUISA: ESTRUTURA</p><p>O pesquisador, uma vez definido o objeto da pesquisa, deve pesquisar buscando</p><p>conhecimento para avaliar a questão em estudo. Deverá efetuar um levantamen-</p><p>to bibliográfico e fazer uma análise do que já foi produzido sobre o assunto e tam-</p><p>bém promover uma discussão do problema com outros profissionais, principalmente</p><p>aqueles ligados à área, para amadurecimento, obtenção de novas interpretações e</p><p>sugestões referentes à questão. Após cumpridas essas premissas básicas o pesquisa-</p><p>dor está apto a elaborar uma proposta de projeto.</p><p>45</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>O primeiro passo a ser dado, por aquele</p><p>que se propõe a desenvolver uma pesqui-</p><p>sa, é a escolha do assunto; isso dá início ao</p><p>planejamento. A escolha certa do assun-</p><p>to tema é fundamental, segundo Martins</p><p>(2000, p. 19), mas, selecionar um tema,</p><p>não é tarefa tão fácil! O assunto de uma</p><p>pesquisa deve tratar de um tema que ne-</p><p>cessite de melhores definições, novos relacionamentos entre variáveis, maior preci-</p><p>são, enfim, um tema que exija maior aprofundamento ou dilatação de suas fronteiras.</p><p>Lembre que, em qualquer área, o campo para pesquisas é vasto e pode causar an-</p><p>gústia durante o período que precede a opção por um assunto e não por inúmeros</p><p>outros. Mesmo quando o próprio curso sugere a área, incumbirá sempre ao aluno</p><p>delimitá-lo, circunscrevê-lo e determinar o aspecto sob o qual o focalizará.</p><p>Na elaboração do projeto, o autor deve ter conhecimento profundo sobre a área que</p><p>pretende pesquisar, precisa definir e delimitar o assunto que trabalhará, deve conhe-</p><p>cer a hipótese que será testada no estudo. Os conhecimentos teóricos da área de</p><p>“... o ponto inicial de uma pesquisa</p><p>não pode e não deve ser a meto-</p><p>dologia, mas antes a relevância do</p><p>problema”. (ALVES, 1981)</p><p>46</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>atuação são adquiridos através de muitas leituras, cursos, contatos com outros profis-</p><p>sionais, visitas a outras instituições, enfim, através das experiências de toda uma vida</p><p>profissional direcionada para os princípios científicos.</p><p>O projeto é um documento técnico, científico e administrativo, através do qual o pes-</p><p>quisador formaliza o compromisso de usar a sua inteligência e o seu talento, na busca</p><p>de soluções científicas para o problema. Através dele, identificam-se as qualidades</p><p>profissionais e de caráter como: espírito científico, inteligência, objetividade, intelec-</p><p>tualidade, maturidade profissional, criatividade, originalidade, honestidade, zelo pro-</p><p>fissional, humildade e organização (FERRÃO, 2008).</p><p>Todo trabalho de pesquisa científica inicia-se pelo projeto, nele descreve-se e detalha-</p><p>-se as fases da pesquisa, oferecendo subsídio para efetuar um bom planejamento refe-</p><p>rente a pessoal, equipamentos, tempo, materiais de consumo, recursos financeiros, etc.</p><p>Na elaboração de um projeto deve-se ter objetivos bem definidos, planos de coleta,</p><p>e se necessário, de análise dos dados, precisão de tempo de execução e de recursos</p><p>para sua viabilização. O projeto serve de ponto de partida para a elaboração de uma</p><p>pesquisa, para o planejamento geral do trabalho, para a obtenção de bolsas de es-</p><p>tudos, para o financiamento de pesquisas e para apresentar ao professor/orientador</p><p>com intenção de elaboração de uma monografia, dissertação ou tese.</p><p>47</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>O planejamento da pesquisa científica se completa com a montagem do projeto de</p><p>pesquisa, que traça o caminho intelectual inicial de todo o processo posterior. A cole-</p><p>ta de dados e a redação final do trabalho são planejados aqui. São sugeridos como</p><p>indispensáveis (devendo estar absolutamente claros para o pesquisador) o planeja-</p><p>mento de sete itens:</p><p>INTRODUÇÃO (O que se vai fazer? e “por quê”?).</p><p>Neste item será apresentado o tema de</p><p>pesquisa, o problema a ser pesquisado e</p><p>a justificativa.</p><p>Contextualize, abordando o tema de for-</p><p>ma a identificar os motivos ou o contexto</p><p>no qual o problema ou a(s) questão(ões) de</p><p>pesquisa foram identificados.</p><p>Permita que se tenha uma visualização si-</p><p>tuacional do problema. Restrinja sua abor-</p><p>dagem apresentando a(s) questão(ões) que</p><p>fizeram você propor esta pesquisa.</p><p>Na pesquisa, o tema é universal,</p><p>mas não é possível, principalmente</p><p>em trabalho acadêmicos, pesqui-</p><p>sar algo muito amplo, até mesmo</p><p>pela limitação de tempo que te-</p><p>mos. Então, primeiramente, deve-</p><p>mos analisar os aspectos direta-</p><p>mente relacionados à questão e,</p><p>em seguida, ir focando, até afunilar,</p><p>ou delimitar o assunto.</p><p>48</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Indique as hipóteses ou os pressupostos que estão guiando a execução da pesquisa.</p><p>Hipóteses ou pressupostos são respostas provisórias para as questões colocadas acima.</p><p>Apresente os argumentos que indiquem que sua pesquisa é significativa, importante</p><p>e/ou relevante.</p><p>Indique os resultados esperados com a elaboração da pesquisa.</p><p>Na escolha do tema e delimitação do tema: podem ser utilizados alguns critérios</p><p>para ajudar na escolha do tema, como originalidade (mesmo que o trabalho não</p><p>seja original deve apresentar alguma novidade, novo enfoque, novos argumentos ou</p><p>pontos de vista), relevância (importância ou utilidade), viabilidade (econômica e de</p><p>tempo), preparo técnico e existência de fontes;</p><p>Segundo Andrade (2001, p. 24-25), na escolha do tema:</p><p>você deve levar em conta a atualidade e relevância, seu conhecimento a res-</p><p>peito, sua preferência e a aptidão pessoal para lidar com o assunto, o tem-</p><p>po disponível e necessário para levar a bom termo a pesquisa (não podemos</p><p>optar por um assunto que exija muito mais tempo de pesquisa do que dis-</p><p>pomos) e o fator econômico para disponibilizar recursos materiais que serão</p><p>utilizados na pesquisa, analisando se há possibilidade financeira para arcar</p><p>com todos os custos orçados.</p><p>JUSTIFICATIVA DO TEMA: consiste em apresentar motivos bons o bastante para o</p><p>desenvolvimento da pesquisa. O que se pretende é que o leitor adquira convicção</p><p>semelhante à do pesquisador: o tema é relevante e abrangente o bastante para me-</p><p>recer uma investigação científica. Um tema pode ter importância social, científica ou</p><p>acadêmica. O desenvolvimento dele pode trazer benefício direto para</p><p>a sociedade</p><p>em geral, ou para um grupo social específico, ao resolver ou encaminhar a solução</p><p>para a necessidade ali instalada. Pode também beneficiar de imediato uma ciência</p><p>contribuindo com informações para o avanço de determinado estudo científico. Pode</p><p>ainda beneficiar o processo acadêmico, facilitando ou inovando o ensino-aprendiza-</p><p>do de um assunto;</p><p>> problematização (delimitação do problema): transformação de uma ne-</p><p>cessidade humana em problema. O pesquisador deve ter idéia clara do pro-</p><p>blema que pretende resolver, da dúvida a ser superada, caso contrário sua</p><p>pesquisa correrá o risco da prolixidade, da falta de direção, da ausência de</p><p>49</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>algo para se resolver. Se o problema é estabelecido de forma clara, ele desen-</p><p>cadeará a formulação da hipótese geral, que será comprovada no desenvolvi-</p><p>mento do texto. Ao optar por uma solução que deseja demonstrar (ou seja, a</p><p>hipótese, nascida do problema apontado), tem-se uma tese;</p><p>> seleção /delimitação do assunto: deve-se escolher o “pedaço” do problema</p><p>que se quer ou se precisa estudar para estudá-lo em profundidade. Mesmo</p><p>que todos os aspectos sejam considerados importantes, devem ser tratados</p><p>um por vez e, ao escolher um deles, abandonam-se ou outros. É uma impo-</p><p>sição do método;</p><p>OBJETIVOS (para quê?) Objetivos (geral e específicos): é a espinha dorsal do proje-</p><p>to de pesquisa. Não é o que o pesquisador vai fazer (isto se prevê nos procedimentos),</p><p>mas o que ele pretende conseguir como resultado intelectual final de sua investiga-</p><p>ção. São eles que delimitam e dirigem os raciocínios a serem desenvolvidos. O obje-</p><p>tivo geral será subdividido em tantos objetivos específicos quantos necessários para o</p><p>estudo e solução satisfatória do problema contido no objetivo geral. Cada um dos</p><p>objetivos específicos será uma parte distinta da futura redação (um capítulo, um seg-</p><p>mento). Todo objetivo, seja geral ou específico, começa com um verbo de ação no</p><p>infinitivo. Exemplos: analisar, discutir, comparar, investigar, identificar, verificar, inferir,</p><p>demonstrar, examinar, descrever, mensurar, explicar, avaliar, averiguar, viabilizar, listar,</p><p>classificar, elaborar, etc.</p><p>50</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO GERAL (Para que pesquisar?)</p><p>Indique de forma genérica qual o objetivo a ser alcançado. aquilo que você colocou</p><p>como objetivo geral do projeto será cobrado de você. È o produto final, a meta, onde</p><p>você pretende chegar. Deve-se elaborar um e apenas um objetivo geral.</p><p>OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>Detalhe os objetivos específicos mostrando o que pretende alcançar com a pesqui-</p><p>sa. Torne operacional indicando exatamente o que será realizado em sua pesquisa.</p><p>Neste item deverá ser indicado claramente o que você deseja fazer, o que pretende</p><p>alcançar. são as etapas necessárias para se alcançar o objetivo final. Em geral, temos</p><p>um mínimo de dois e um máximo de quatro objetivos específicos. De maneira ge-</p><p>ral, teremos um objetivo específico ligado ao referencial teórico, um ou dois objeti-</p><p>vos específicos ligados à metodologia e um último ligado à conclusão (planejada)</p><p>da pesquisa. As frases devem ser curtas, claras e precisas (ou seja, bem objetivas).:</p><p>> Construção da(s) hipótese (s): é uma solução provisória que se propõe para</p><p>o problema formulado. Sendo uma suposição que carece de confirmação,</p><p>pode ser formulada tanto na forma afirmativa quanto na interrogativa. Não</p><p>há uma norma ou regra fixa para a formulação de hipóteses, mas deve ser</p><p>baseada no conhecimento do assunto e na literatura específica que foi le-</p><p>vantada: lança-se uma afirmação a respeito do desconhecido com base no</p><p>que se construiu e publicou sobre o tema. A formulação clara das hipóteses</p><p>orienta o desenvolvimento da pesquisa. As hipóteses devem ser razoáveis e</p><p>verificáveis. Em pesquisas exploratórias e descritivas não há necessidade de</p><p>apresentar as hipóteses.</p><p>PROCEDIMENTOS / METODOLOGIA/ MATERIAL E MÉTODOS:</p><p>(como? onde? com que?)</p><p>Esta parte do projeto identifica como será feita a pesquisa. Responde à pergunta</p><p>acima: Como pesquisar? Deve-se lembrar que essa metodologia (do projeto) irá des-</p><p>crever uma pesquisa que ainda irá acontecer, ou seja, os verbos devem aparecer no</p><p>tempo futuro. Precisa informar no projeto de pesquisa se a pesquisa será exploratória,</p><p>bibliográfica e experimental, etc, além de se constitui em um estudo de caso. E preci-</p><p>sa explicar no caso da pesquisa exploratória, será empregada no estudo pois se trata</p><p>de um assunto ainda pouco explorado. E será bibliográfica porque existem muitos</p><p>autores que tratam do assunto de forma teórica. Finalmente, é um estudo de caso</p><p>por se tratar de um estudo a um local específico, se for uma escola, empresa, ou em</p><p>uma região específica de uma cidade específica, em um período específico.</p><p>51</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>Todas as etapas metodológicas anteriores devem ser fundamentadas com base em</p><p>autores, justificando o porquê de sua investigação se encaixar em determinada abor-</p><p>dagem de pesquisa. Recomenda-se também citar os instrumentos de pesquisa que</p><p>serão utilizados (por exemplo, entrevistas, questionários, observação etc); Assim, pla-</p><p>52</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>neja-se aqui, de forma concreta, a coleta de dados, que se iniciará ao final do projeto.</p><p>A descrição dos procedimentos pode também ser enriquecida por detalhes práticos.</p><p>Detalha-se o universo, a amostra, o tipo de tratamento que as informações receberão.</p><p>> REVISÃO DE LITERATURA/REFERENCIAL TEÓRICO (O que já foi escrito</p><p>sobre o tema? O que já é sabido sobre o assunto pesquisado?) Esse é o</p><p>principal item do projeto de pesquisa. Pode ser chamado também de Marco</p><p>Teórico ou Revisão de Literatura ou ainda de Estado da Arte. Quando se faz a</p><p>justificativa de um projeto de pesquisa consegue-se ter uma idéia do trabalho</p><p>que se terá para desenvolver. Nesse item desenvolve-se um amplo “diálogo”</p><p>do pesquisador com diversos autores que já estudaram essa área do conhe-</p><p>cimento, com o objetivo de se confirmar uma resposta provisória (hipótese)</p><p>elaborada para tentar responder ao questionamento inicial. O texto deve ser</p><p>desenvolvido numa linguagem formal, de forma coerente, consistente, obje-</p><p>tiva e original. Embora ao se escolher um dado tema já seja conhecido algo</p><p>sobre o mesmo, a releitura exploratória tem o mérito de aumentar a extensão</p><p>e a profundidade dos conhecimentos conhecidos, ajudando a distinguir o</p><p>secundário do essencial e facilitando a delimitação do conteúdo dos temas</p><p>a investigar. Revisar a produção científica conhecida de forma mais comple-</p><p>ta e atual possível, relatando as contribuições mais relevantes e pertinentes</p><p>aos objetivos, hipótese científica, metodologia e resultados alcançados. É na</p><p>pesquisa bibliográfica, que são verificados conceitos, teorias, idéias, opiniões</p><p>e confronto de opiniões de autores. Nesse tópico faz-se um levantamento</p><p>sobre quem já publicou sobre o assunto.</p><p>> Cronograma de Execução (quando? em quanto tempo?). Definem-se nes-</p><p>se item quando as etapas do projeto vão acontecer. O cronograma pode ser</p><p>mensal, quinzenal ou semanal, e pode ser elaborado sob a forma de uma</p><p>tabela. Um exemplo de um cronograma simples, totalizando um ano de</p><p>pesquisa consiste em relacionar as atividades ao tempo disponível, ou seja,</p><p>planejar o tempo em função das atividades previstas para a conclusão do</p><p>trabalho proposto.</p><p>> Recursos / Material Necessário/ Orçamento: Com que recursos pesqui-</p><p>sar? (quanto vai custar?). Consiste na descrição quantitativa de tudo aquilo</p><p>que se pretende utilizar no desenvolvimento do trabalho. Planejar os recur-</p><p>sos é assegurar, com o maior detalhamento possível, a suficiência inicial dos</p><p>itens necessários para a aquisição das informações desejadas. Toda pesqui-</p><p>53</p><p>METODOLOGIA DE pEsquIsA</p><p>SUMÁRIO</p><p>sa tem um custo. Algumas demandam investimentos substanciais, sendo</p><p>financiadas pelo governo, pelas empresas ou por órgãos de fomento</p>