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<p>AÇÃO CLÍNICA DE</p><p>SUBSTÂNCIAS ESPECÍFICAS</p><p>Prof. Ms. José Viana Filho e</p><p>Lília van der Linden</p><p>Curso de Odontologia</p><p>2022</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>• Anestésicos existentes em 1980 utilizados nos EUA:</p><p>- Lidocaína;</p><p>- Mepivacaína;</p><p>- Prilocaína;</p><p>- Procaína + Propoxicaína;</p><p>• Canadá 1982 e EUA 1985:</p><p>- Bupivacaína;</p><p>- Etidocaína;</p><p>• Alemanha 1975, Canadá 1983 e EUA 2000:</p><p>- Articaína.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A escolha correta</p><p>do anestésico e</p><p>suas combinações</p><p>dependem de que?</p><p>Duração da ação</p><p>Dose máxima</p><p>DURAÇÃO DE AÇÃO</p><p>• Depende de alguns fatores, que podem prolongar ou,</p><p>mais comumente, reduzir a ação do efeito anestésico;</p><p>• Fatores:</p><p>- Resposta do indivíduo à substância;</p><p>- Precisão anestésica;</p><p>- Condição do tecido;</p><p>- Variações anatômicas;</p><p>- Tipo de injeção administrada.</p><p>FATORES QUE INTERFEREM NA DURAÇÃO DE</p><p>AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>Resposta à substância – Curva de distribuição normal</p><p>Normorreativos;</p><p>Hiper-reativos;</p><p>Hiporreativos.</p><p>FATORES QUE INTERFEREM NA DURAÇÃO DE</p><p>AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>Acurácia anestésica</p><p>Influenciada pela quantidade de tecido mole;</p><p>Não influencia anestesias supraperiosteais ou</p><p>com determinados fármacos;</p><p>A deposição do sal anestésico deve ser o próximo</p><p>possível do nervo, para uma maior profundidade e</p><p>duração anestésica.</p><p>FATORES QUE INTERFEREM NA DURAÇÃO DE</p><p>AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>Condição do tecido de infiltração</p><p>Maior profundidade e durabilidade anestésica: tecidos sadios e</p><p>área com pouca vascularização;</p><p>Menor profundidade e durabilidade anestésica: tecidos</p><p>inflamados, infeccionados, com dor (aguda ou crônica).</p><p>RNH+ ↔ RN + H+</p><p>pH (tecido sadio: 7,4)*</p><p>pKa (constante de dissociação – varia de acordo com os AL)*</p><p>FATORES QUE INTERFEREM NA DURAÇÃO DE</p><p>AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>Variações anatômicas</p><p>Mandíbula (mais comum): altura do forame mandibular, espessura da</p><p>cortical óssea e largura do ramo;</p><p>Maxila: osso alveolar mais denso (dificuldade na anestesia</p><p>supraperiosteal) e altura do arco zigomático.</p><p>FATORES QUE INTERFEREM NA DURAÇÃO DE</p><p>AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>Tipo de injeção</p><p>Bloqueio x supraperiospeal;</p><p>Volumes menores de injeção diminuem o efeito de duração;</p><p>Doses maiores não aumentam a duração.</p><p>DOSES MÁXIMAS</p><p>• São apresentadas em mg/kg;</p><p>• Cuidado com a resposta do paciente;</p><p>• Doses máximas têm pouco alcance na Odontologia, no</p><p>entanto alguns pacientes necessitam de uma atenção maior:</p><p>- Crianças pequenas e de baixo peso;</p><p>- Idosos debilitados;</p><p>• Pacientes com diminuição da função hepática ou perfusão,</p><p>permanecem mais tempo com anestésicos do tipo amida no</p><p>corpo (aumento da meia-vida).</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>• Quando a DMR é excedida, não há garantia de que ocorrerá uma</p><p>superdosagem</p><p>• Em alguns indivíduos, pode haver uma superdosagem com doses</p><p>muito abaixo da DMR calculada (hiper-responsivos ao fármaco)</p><p>• Alguns tubetes de anestésicos locais indicam que o volume de</p><p>solução contido nele seja de 1,7 mℓ, e não o “tradicional” 1,8 mℓ</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>CÁLCULO DE mg DO ANESTÉSICO POR TUBETE</p><p>(TUBETE = 1,8 ml)</p><p>ANESTÉSICO LOCAL DMR (mg/kg) % [ ] mg/ml X 1,8ml = mg/tubete</p><p>Articaína 7,0 [4] 40 72</p><p>Bupivacaína 2,0 [0,5] 5 9</p><p>Lidocaína 7,0 [2,0] 20 36</p><p>Mepivacaína 6,6 [2,0] e [3,0] 20 e 30 36 e 54</p><p>Prilocaína 8,0 [4] 40 72</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>CÁLCULO DE mg DO ANESTÉSICO POR TUBETE</p><p>(TUBETE = 1,8 ml)</p><p>ANESTÉSICO LOCAL DMR (mg/kg) % [ ] mg/ml X 1,8ml = mg/tubete</p><p>Articaína 7,0 [4] 40 72</p><p>Bupivacaína 2,0 [0,5] 5 9</p><p>Lidocaína 7,0 [2,0] 20 36</p><p>Mepivacaína 6,6 [2,0] e [3,0] 20 e 30 36 e 54</p><p>Prilocaína 8,0 [4] 40 72</p><p>Ex: Lindocaína 2%</p><p>2 g -------------- 100 mL</p><p>2000mg ------- 100 mL</p><p>20 mg ---------- 1 mL</p><p>• Quantos mg de anestésico possui</p><p>em cada tubete?</p><p>• Quanto teremos em um</p><p>tubete odontológico?</p><p>1 mL ----------- 20 mg</p><p>1,8 mL --------- x</p><p>1 tubete = 36 mg</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>• Primeiro Passo: Quantos mg de anestésicos possuem em</p><p>cada tubete</p><p>• Segundo Passo: Qual a dosagem máxima por peso corpóreo</p><p>• Terceiro Passo: Determinar a dose máxima em tubetes</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>Paciente do sexo feminino, 22</p><p>anos de idade, saudável, 50kg</p><p>irá realizar um procedimento</p><p>que requer a utilização de</p><p>cloridrato de lidocaína com</p><p>epinefrina (1:100.000). Qual o</p><p>número máximo de tubetes</p><p>anestésicos para este</p><p>procedimento?</p><p>DMR=</p><p>7,0mg/kg</p><p>Tubete=</p><p>20mg/ml</p><p>7mg – 1kg</p><p>?mg – 50kg</p><p>= 350mg de AL</p><p>20mg – 1ml</p><p>350mg - ?ml</p><p>= 17,5ml de AL</p><p>Tubete= 1,8ml</p><p>Quantidade de</p><p>tubetes:</p><p>17,5/1,8</p><p>= 9,7 tubetes</p><p>Lidocaína 7,0 [2,0] 20 36</p><p>ANESTÉSICO LOCAL DMR (mg/kg) % [ ] mg/ml X 1,8ml = mg/tubete</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>Paciente do sexo masculino, 6</p><p>anos de idade, saudável, 20kg</p><p>irá realizar um procedimento</p><p>que requer a utilização de</p><p>cloridrato de mepivacaína sem</p><p>vasoconstritor. Qual o número</p><p>máximo de tubetes</p><p>anestésicos para este</p><p>procedimento?</p><p>DMR= 6,6mg/kg</p><p>Tubete=</p><p>30mg/ml</p><p>6,6mg – 1kg</p><p>?mg – 20kg</p><p>= 132mg de AL</p><p>30mg – 1ml</p><p>132mg – ?ml</p><p>= 4,4ml de AL</p><p>Tubete= 1,8ml</p><p>Quantidade de</p><p>tubetes: 4,4/1,8</p><p>= 2,4 tubetes</p><p>ANESTÉSICO LOCAL DMR (mg/kg) % [ ] mg/ml X 1,8ml = mg/tubete</p><p>Mepivacaína 6,6 [3,0] 30 54</p><p>DOSE MÁXIMA RECOMENDADA (DMR)</p><p>Paciente do sexo feminino, 18</p><p>anos de idade, saudável, 45kg</p><p>recebeu 2 tubetes de cloridrato</p><p>de mepivacaína 2% com</p><p>levonordefrina (1:20.000). No</p><p>entanto, a anestesia foi</p><p>inadequada. Decidiu-se,</p><p>portanto, substituir por</p><p>cloridrato de articaína 4% com</p><p>epinefrina (1:100.000). Qual o</p><p>número máximo de tubetes,</p><p>deste último anestésico, que</p><p>essa paciente pode receber?</p><p>DMR= 6,6mg/kg</p><p>Tubete= 20mg/ml</p><p>6,6mg – 1kg</p><p>?mg – 45kg</p><p>= 297mg Mep.</p><p>20mg – 1ml</p><p>?mg – 3,6 ml (2 tubetes)</p><p>= 72mg Mep. (recebeu)</p><p>DMR= 7,0mg/kg</p><p>Tubete= 40mg/ml</p><p>7mg – 1kg</p><p>?mg – 45kg</p><p>= 315mg Art.</p><p>DMR= 297mg – 72mg</p><p>= 225mg Art.</p><p>40mg – 1ml</p><p>225mg – ?ml</p><p>= 5,6ml</p><p>Tubete = 1,8ml</p><p>=5,6/1,8</p><p>=3,125 tubetes Art.</p><p>ANESTÉSICO LOCAL DMR (mg/kg) % [ ] mg/ml X 1,8ml = mg/tubete</p><p>Articaína 7,0 [4] 40 72</p><p>Mepivacaína 6,6 [2,0] 20 36</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>• São divididos em dois grupos:</p><p>- Tipo éster;</p><p>- Tipo amida.</p><p>Porção</p><p>lipofílica</p><p>Cadeia</p><p>intermediária</p><p>Porção hidroflílica</p><p>(amina)</p><p>Lidocaína</p><p>Procaína</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO ÉSTER</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>PROCAÍNA</p><p>• Propriedades</p><p>vasodilatadoras.</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>PROPOXICAÍNA</p><p>PROCAÍNA +</p><p>PROPOXICAÍNA</p><p>• Alta toxicidade;</p><p>• Não utilizada sozinha.</p><p>• Saiu do mercado</p><p>em 1996.</p><p>Não utilizados na rotina da</p><p>clínica odontológica!</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>LIDOCAÍNA</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>PRILOCAÍNA</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>MEPIVACAÍNA</p><p>Utilizados na rotina da</p><p>clínica odontológica!</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>ARTICAÍNA</p><p>CLORIDRATO DE</p><p>BUPIVACAÍNA</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>Cloridrato de Lidocaína</p><p>• Padrão de comparação;</p><p>• Metabolismo: fígado;</p><p>• Toxicidade: 2;</p><p>• Excreção: renal (menos de 10% na forma inalterada);</p><p>• Vasodilatação: maiores que prilocaína e mepivacaína;</p><p>• Início de ação: 3 a 5 minutos (rápida);</p><p>• Meia-vida: 1,6 horas;</p><p>• DMR: 7,0mg/kg;</p><p>• Comercialização: 2% com epinefrina (1:50.000 e 1:100.000), além de pomada e</p><p>spray;</p><p>• Duração de ação:</p><p>- Efeito pulpar: 60 minutos (eficaz);</p><p>- Efeito em tecidos moles: 3 a 5 horas.</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>Cloridrato de Mepivacaína</p><p>• Potência igual à Lidocaína;</p><p>• Metabolismo: fígado;</p><p>• Toxicidade: ligeiramente menor que da lidocaína;</p><p>• Excreção: renal (menos de 1 a 16% na forma inalterada);</p><p>• Vasodilatação: ligeira vasodilatação;</p><p>• Início de ação: 3 a 5 minutos (rápida);</p><p>• Meia-vida: 1,9 horas;</p><p>• DMR: 6,6mg/kg;</p><p>• Comercialização: 2% com levonordefrina (1:20.000) e 3% sem vaso;</p><p>• Duração de ação:</p><p>- Efeito pulpar: 3% SV – de 20 min. (infiltração) a 40 min. (bloqueio);</p><p>2% CV – 60 min.</p><p>- Efeito em tecidos moles: 3% SV – 2 a 3 horas;</p><p>2% CV – 3 a 5 horas.</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>Cloridrato de Prilocaína</p><p>• Potência igual à Lidocaína;</p><p>• Metabolismo: fígado (hidrolisada em ortotoluidina [indução da</p><p>metemoglobinemia] + N-propilalanina), rins e pulmões;</p><p>• Toxicidade: 40% menor que da lidocaína;</p><p>• Excreção: renal</p><p>(completamente metabolizada);</p><p>• Vasodilatação: menor que a lidocaína e mepivacaína;</p><p>• Início de ação: 3 a 5 minutos (discretamente mais lento);</p><p>• Meia-vida: 1,6 horas;</p><p>• DMR: 8,0mg/kg;</p><p>• Comercialização: 4% com epinefrina (1:200.000) e 3% com felipressina (ação</p><p>ocitócica – não usar em gestantes);</p><p>• Duração de ação:</p><p>- Efeito pulpar: 10 minutos a 1,5 horas;</p><p>- Efeito em tecidos moles: 1,5 a 8 horas.</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>Cloridrato de Articaína</p><p>• Anestésico de formulação híbrida (amida + éster);</p><p>• Potência 1,5x maior que a Lidocaína;</p><p>• Metabolismo: plasma sanguíneo (pseudocolinesterases) e fígado;</p><p>• Toxicidade: semelhante a lidocaína;</p><p>• Excreção: renal (5 a 10% na forma inalterada);</p><p>• Vasodilatação: semelhante a lidocaína;</p><p>• Início de ação: 1 a 2 minutos (infiltração) e 2 a 3 minutos (bloqueio);</p><p>• Meia-vida: 27 minutos;</p><p>• DMR: 7,0mg/kg;</p><p>• Comercialização: 4% com epinefrina (1:100.000 e 1:200.000);</p><p>• Duração de ação:</p><p>- Efeito pulpar: 1 a 1,8 horas;</p><p>- Efeito em tecidos moles: 3 a 6 horas.</p><p>ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA</p><p>Cloridrato de Bupivacaína</p><p>• Potência: 4x maior que a Lidocaína;</p><p>• Metabolismo: fígado;</p><p>• Toxicidade: 4x menor a lidocaína;</p><p>• Excreção: renal (16% na forma inalterada);</p><p>• Vasodilatação: maior que lidocaína, mepivacaína e prilocaína;</p><p>• Início de ação: 6 a 10 minutos;</p><p>• Meia-vida: 2,7 horas;</p><p>• DMR: 2,0mg/kg;</p><p>• Comercialização: 0,5% com epinefrina (1:200.000);</p><p>• Duração de ação:</p><p>- Efeito pulpar: 1,5 a 3 horas;</p><p>- Efeito em tecidos moles: 4 a 9 horas;</p><p>• Utilizada no controle da dor pós-operatória.</p><p>ANESTÉSICOS TÓPICOS</p><p>• Empregados antes da anestesia local;</p><p>• Não se difunde em pele intacta;</p><p>• Uso em mucosa;</p><p>• Poder de penetração: 2 a 3mm;</p><p>• Bem mais concentradas que os anestésicos locais (maior</p><p>difusão e maior toxicidade);</p><p>• Benzocaína e lidocaína são insolúveis em água e</p><p>absorvidas lentamente pelo sistema vascular (menor</p><p>probabilidade de causar uma superdosagem).</p><p>ANESTÉSICOS TÓPICOS</p><p>Benzocaína</p><p>• Tipo éster;</p><p>• Baixa solubilidade em água;</p><p>• Pouco absorvido pelo sistema cardiovascular;</p><p>• Permanece localmente por mais tempo;</p><p>• Quase não apresenta reações alérgicas;</p><p>• Disponibilidade: pomada, gel, aerossol, adesivo e</p><p>solução.</p><p>ANESTÉSICOS TÓPICOS</p><p>EMLA</p><p>• Mistura Eutética de Anestésicos Locais;</p><p>• Lidocaína 2,5% + Prilocaína 2,5%;</p><p>• Surgiu para utilização em pele intacta;</p><p>• Disponível em creme 5g ou 30g;</p><p>• Usado em Odontologia para procedimentos superficiais e</p><p>e Odontopediatria substituindo a utilização de agulhas (a</p><p>depender do procedimento).</p><p>ANESTÉSICOS TÓPICOS</p><p>Lidocaína</p><p>• Tipo amida;</p><p>• Em forma de base, pouco solúvel em água;</p><p>• Disponível em aerossol, pomada, adesivo e solução.</p><p>SELEÇÃO DE UM ANESTÉSICO LOCAL</p><p>• Período de controle da dor;</p><p>• Necessidade de controle da dor pós-operatória;</p><p>• Necessidade de hemostasia;</p><p>• Contraindicações do anestésico selecionado.</p><p>Obrigado pela atenção!</p>