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<p>1</p><p>ODONTOLOGIA</p><p>FACULDADE ANHANGUERA DE JUNDIAÍ</p><p>LUANA MARTINS PEREIRA RODRIGUES</p><p>VALÉRIA BARBOSA GALVÃO</p><p>LESÕES PROLIFERATIVAS: NÃO NEOPLASICAS</p><p>JUNDIAÍ- SP</p><p>2022</p><p>2</p><p>LUANA MARTINS PEREIRA RODRIGUES</p><p>VALÉRIA BARBOSA GALVÃO</p><p>LESÕES PROLIFERATIVAS: NÃO NEOPLASICAS</p><p>Trabalho avaliativo da matéria de</p><p>Propedêutica Clinica, da turma de odontologia do</p><p>5° período, da Faculdade Anhanguera de Jundiaí</p><p>– SP.</p><p>Prof.: Dra. Mariana Barbosa Câmara-Souza</p><p>JUNDIAÍ-SP</p><p>2022</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4</p><p>2. HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA ......................................................... 5</p><p>3. LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES ................................................ 7</p><p>4. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO ........................................................... 10</p><p>5. FIBROMATOSE GENGIVAL ............................................................................. 12</p><p>5.1 Fibromatose gengival hereditária ....................................................................... 15</p><p>5.2 Fibromatose gengival anatômica ........................................................................ 16</p><p>5.3 Fibromatose gengival irritativa ............................................................................ 17</p><p>5.4 Fibromatose gengival medicamentosa ............................................................... 18</p><p>6. GRANULOMAS PIOGÊNICO ............................................................................ 18</p><p>7. CONCLUSÃO .................................................................................................... 23</p><p>8. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 24</p><p>4</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Os processos proliferativos não neoplásicos, são lesões de respostas a</p><p>fatores irritantes, tais como, próteses mal adaptas, movimentações ortodônticas,</p><p>más oclusões, cálculos dentais, e ainda relacionados a certas estruturas dentais,</p><p>como estruturas do periodonto, ou ainda associados a processos infecciosos e</p><p>raízes residuais. Essas lesões são marcadas pelo crescimento de tecido gengival,</p><p>bem delimitados, assintomáticas, de coloração que variam, podendo ter base séssil</p><p>ou pediculada. É de suma importância o conhecimento destas lesões, para ter um</p><p>diagnóstico diferencial e proporcionar o melhor tratamento ao paciente.</p><p>5</p><p>LESÕES PROLIFERATIVAS: NÃO NEOPLASICAS</p><p>2. HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA</p><p>A Hiperplasia Fibrosa Inflamatória é uma alteração caracterizada por um</p><p>aumento do tecido conjuntivo de células não neoplásicas em resposta a uma ação</p><p>inflamatória a fatores irritantes, como a má oclusão, uso de aparelhos protéticos e</p><p>ortodônticos mal ajustados, além de estar associado a presença de biofilme, e</p><p>desequilíbrios hormonais. A IHF é uma lesão que não apresenta predisposição por</p><p>sexo, tem alta frequência é a lesão oral mais prevalente em adultos.</p><p>É uma lesão de crescimento lento e geralmente assintomática, de coloração</p><p>rosa pálido semelhante à mucosa adjacente, seu diâmetro varia de menos de 1 cm a</p><p>grandes lesões que podem envolver todo o vestíbulo. A consistência da lesão varia</p><p>de firme a flácida; pode apresentar-se com superfície lisa, de base séssil e</p><p>ocasionalmente pedunculada, sangra facilmente à palpação ou escovação.</p><p>O diagnóstico de IHF é geralmente clínico, estabelecido pela relação entre</p><p>causa e consequência da lesão, e por meio de estudo histopatológico (biópsia</p><p>excisional). Exames radiográficos são ocasionalmente necessários para descartar</p><p>envolvimento ósseo.</p><p>6</p><p>Figura 1 - Dente 41, mal posicionado (rotação mesial), que possivelmente recebe uma sobrecarga na oclusão, e</p><p>presença de biofime abundante – fonte: Rev Clin. implantodontia periodontia. reabilitação. relatório clínico</p><p>hiperplasia fibrosa inflamatória.</p><p>Figura 2 - Hiperplasia inflamatoria causada pela má adpitação da protese dentaria total. Fonte: Rev</p><p>Clin. implantodontia periodontia. reabilitação. relatório clínico hiperplasia fibrosa inflamatória: relato de</p><p>caso.</p><p>Histologicamente, caracteriza-se por uma superprodução de tecido conjuntivo</p><p>fibroso, rico em fibras colágenas e fibroblastos, delimitado por epitélio escamoso</p><p>superficial; há presença de infiltrado inflamatório crônico (linfócitos e plasmócitos,</p><p>principalmente e ocasionalmente leucócitos polimorfonucleares podem estar</p><p>presentes) e poucos vasos sanguíneos.</p><p>7</p><p>Figura 3 -Hiperplasia Fibrosa - Podemos observar uma grande quantidade</p><p>de fibras colágenas no tecido conjuntivo. Fonte: estomatologiaonlie.com</p><p>Tratamento envolve a remoção total do tecido hiperplásico é necessário o</p><p>exame histopatológico e remoção do fator irritante que gerou a lesão, a fim de evitar</p><p>recorrência. Casos de hiperplasia fibrosa inflamatória provocada por câmara de</p><p>sucção no palato podem ser solucionados com a técnica de compreensão gradual,</p><p>preenchimento da área com pasta zinco-enólica, resina ou godiva de baixa fusão.</p><p>Prognóstico ótimo.</p><p>Figura 4 - O tratamento incluiu a remoção do tecido, e foi realizado uma biópsia do tipo excisional, para analise e</p><p>confirmação de hipótese diagnostica. Fonte: rev clin. implantodontia periodontia. reabilitação. relatório clínico</p><p>hiperplasia fibrosa inflamatória: relato de caso.</p><p>3. LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES</p><p>A lesão de células gigantes periférica é uma patologia relativamente comum na</p><p>cavidade bucal, considerada reativa, causada por irritação ou trauma local. Exodontias,</p><p>irritação causada por próteses, periodontite e restaurações inadequadas figuram entre as</p><p>possíveis causas.</p><p>8</p><p>Clinicamente, essa lesão apresenta-se como uma massa nodular, de tamanho</p><p>variável, que se instala geralmente na crista do rebordo alveolar de coloração</p><p>vermelho- escura, essa é cor típica é também relacionada ao depósito de</p><p>hemossiderina e hematoidina na periferia da lesão, a superfície pode ser lisa,</p><p>lobulada figura () e até mesmo ulcerada, figura () geralmente em decorrência de</p><p>algum trauma, devido a vascularização da área. Essa lesão é restrita à gengiva ou</p><p>rebordo alveolar edêntulo, séssil ou pediculada, acometem mais a mandíbula,</p><p>aproximadamente em 55% dos casos. Normalmente, apresentam-se assintomáticas,</p><p>contudo, raramente se tornam sintomáticas em decorrência da ação mastigatória,</p><p>que acaba traumatizando ainda mais o tecido.</p><p>Figura 4 - Aspecto clinico por vestibular e lingual, aspecto nodular e liso. Fonte: Lesão periférica de</p><p>células gigantes recorrente: relato de caso, Odontol. Clín.-Cient.</p><p>(Online) vol.10 no.1 Recife Jan./Mar. 2011.</p><p>Figura 5 - Lesão pediculada, com ulceração devido a trauma durante a alimentação e</p><p>higienização, com sangramento à palpação. Fonte: Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina</p><p>Dentária e Cirurgia Maxilofacial.</p><p>9</p><p>A etiologia dessa lesão ainda permanece incerta, porém se acredita que seja</p><p>uma hiperplasia do tecido conjuntivo gengival, originada do ligamento periodontal ou</p><p>do periósteo submetido a fatores traumáticos, como: placa, cálculo dentário, doença</p><p>periodontal, extração dentária, traumatismo, restaurações fraturadas, infecção</p><p>crônica, impacção alimentar e implantes. A LPCG também pode ser relacionada com</p><p>algumas doenças sistêmicas, como o hiperparatireoidismo, neutropenia e doença de</p><p>Paget.</p><p>O diagnostico final é através do laudo histopatológico, microscopicamente, a</p><p>LPCG demonstra um estroma conjuntivo constituído de fibroblastos, com várias</p><p>células gigantes justapostas a eles ou ao lúmen de vasos sanguíneos e capilares. A</p><p>grande quantidade de células gigantes multinucleadas</p><p>difere a LPCG de outras</p><p>patologias. Radiograficamente, pode haver uma erosão do tecido ósseo, causada</p><p>pelo crescimento da lesão.</p><p>Figura 6 - Células gigantes multinucleadas em tecido conjuntivo. Fonte: Revista Portuguesa</p><p>de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial.</p><p>Figura 7 - Radiograficamente, na foto A, observou-se uma rarefação óssea nos dentes 32 e</p><p>33. Na foto B, dente 32 havia perdido inserção óssea, em forma de taça. Fonte: Lesão periférica de</p><p>células gigantes recorrente: relato de caso, Odontol. Clín.-Cient.</p><p>(Online) vol.10 no.1 Recife Jan./Mar. 2011.</p><p>10</p><p>O tratamento dessas lesões consiste em excisão cirúrgica, e curetagem do</p><p>osso, caso este esteja comprometido. Em casos de fatores irritantes externos,</p><p>devem ser retirados, para se evitar recidivas.</p><p>Figura 8 - Acesso da lesão por ambas as faces, submetido à biópsia excisional. Fonte: Lesão</p><p>periférica de células gigantes recorrente: relato de caso, Odontol. Clín.-Cient.</p><p>(Online) vol.10 no.1 Recife Jan./Mar. 2011</p><p>Figura 8 - Incisão da lesão por vestibular, evidenciando a tabua óssea afetada, e submetido a</p><p>biopsia excecional. Fonte: Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia</p><p>Maxilofacial.</p><p>4. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO</p><p>O Fibroma Ossificante Periférico é uma lesão proliferativa reacional, de</p><p>prevalência entre os 10 e os 19 anos de idade, com predileção pelo arco maxilar é</p><p>uma lesão de base séssil ou pediculada não neoplásica, de crescimento lento, com</p><p>11</p><p>coloração vermelho a rosa que pode produzir recidiva após exérese. Logo, ainda se</p><p>caracteriza por um aumento volumétrico assintomático. De acordo com Neville et al.,</p><p>O FOP tem um enorme potencial de crescimento, podendo atingir tamanhos</p><p>grotescos, causando assimetria facial evidente. Pode apresentar divergência ou</p><p>reabsorção de raízes.</p><p>Figura 9 - Lesão exofítica nodular, pediculada, levemente avermelhada, superfície lisa,</p><p>localizada na gengiva inserida por vestibular dos dentes 36 e 37. Fonte: Fibroma Ossificante</p><p>Periférico – Relato de Caso Clínico - Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., Camaragibe.</p><p>Figura 10 - Ao exame radiográfico periapical, observou-se perda óssea nessa região. Fonte:</p><p>Fibroma Ossificante Periférico – Relato de Caso Clínico - Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac.,</p><p>Camaragibe.</p><p>Sua etiologia é incerta, embora haja relatos de origem das células do</p><p>ligamento periodontal, essa patologia aparece como uma resposta a estímulos</p><p>crônicos de longo prazo contudo, está associado a fatores irritantes locais, tais</p><p>12</p><p>como: cálculo dental, próteses mal adaptadas, acúmulo de biofilme, raízes residuais,</p><p>restaurações e outros agentes traumáticos.</p><p>O padrão microscópico básico do fibroma ossificante periférico é de uma</p><p>proliferação de fibroblastos associada à formação de material mineralizado.</p><p>Figura 11 - Fibroma ossificante periférico. Aumento de volume gengival ulcerado mostrando</p><p>focos de mineralização inicial (seta). Fonte: Neville.</p><p>O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica, devendo incluir o ligamento</p><p>periodontal, se esse for afetado, e quaisquer outros agentes etiológicos identificáveis</p><p>é necessário envio do material para exame histológico. Importante haver a completa</p><p>remoção da lesão para minimizar a tendencia de recidiva.</p><p>5. FIBROMATOSE GENGIVAL</p><p>Fibromatose gengival é descrita como uma doença bucal rara. As</p><p>manifestações clínicas são crescimento lento, progressivo, difuso e benigno do</p><p>tecido gengival. Apresenta-se isoladamente, em associação com outros distúrbios</p><p>sistêmicos ou como parte de uma síndrome. Pode ter etiologia identificável ou</p><p>idiopática. Dependendo da gravidade de cada caso, pode levar a graves</p><p>comprometimentos funcionais e estéticos, principalmente relacionados à</p><p>dificuldade de limpeza, fala e deglutição, pois podem se formar grandes</p><p>aglomerados de tecido na gengiva.</p><p>Na maioria dos casos, os aumentos começam antes dos 20 anos idade,</p><p>geralmente com erupção de dentes decíduos ou permanentes. A maioria dos</p><p>pesquisadores acredita que existe os dentes podem ser necessários para que isso</p><p>13</p><p>ocorra. Uma vez iniciado o processo, ele pode crescer nos dentes associados e até</p><p>interferir no fechamento dos lábios. Falha subsequente ou atraso na erupção</p><p>dentária podem ser evidentes. Em alguns casos, o dente pode irromper em sua</p><p>posição normal, mas o tecido conjuntivo fibroso continua cobrindo a coroa,</p><p>impedindo sua visualização.</p><p>As alterações gengivais podem ser generalizadas ou localizadas em um ou</p><p>mais quadrantes. Tanto a mandíbula quanto a maxila podem estar envolvidas, mas</p><p>esta última é mais acometida e apresenta maior grau de alargamento. A espessura</p><p>da superfície palatina geralmente aumenta mais do que a área bucal.</p><p>Em casos localizados, a hiperplasia pode envolver um conjunto de dentes e</p><p>permanecer estável, ou mais tarde, pode estender-se a uma ou duas das outras</p><p>partes da arcada. Um padrão único e não incomum envolve rebordo alveolar</p><p>posterior superior. Nesse padrão, o tecido hiperplásico forma aumentos bilaterais</p><p>simétricos que se estendem da crista alveolar posterior posteriormente e</p><p>palatinamente. Menos comumente, esse crescimento também pode estar</p><p>confinado às gengivas vestibulares dos molares inferiores.</p><p>Aumento da fibromatose gengival composta de tecido colágeno subcelular e</p><p>subvascular, formando muitos feixes emaranhados dispostos em todas as</p><p>direções. O epitélio superficial frequentemente exibe saliências longas e finas que</p><p>penetram profundamente no tecido conjuntivo fibroso subjacente. A inflamação</p><p>varia de leve a ausente. Ocasionalmente ilhas epiteliais odontogênicas esparsas,</p><p>calcificações distróficas ou áreas de metaplasia óssea podem ser observadas. A</p><p>microscopia eletrônica revelou uma mistura de fibroblastos e células semelhantes a</p><p>miofibroblastos.</p><p>O tratamento conservador inclui a gengivectomia associada a um rigoroso</p><p>programa de higiene oral. O acompanhamento é recomendado devido à tendência</p><p>de recidiva em poucos anos. Os pesquisadores sugeriram que, se a gengivectomia</p><p>fosse adiada até que a dentição permanente tivesse erupcionado completamente,</p><p>a frequência e a taxa de recorrência seriam reduzidas. Em casos graves, a</p><p>extração dentária (e gengivectomia) é muitas vezes uma opção para alcançar a</p><p>morfologia gengival normal.</p><p>14</p><p>Figura 12- Hiperplasia gengival fibrosa significante em parte vestibular superior e inferior. Fonte:</p><p>Instagram Patologia.bucal.</p><p>Figura 13 - Hiperplasia gengival fibrosa significante e grande deformação em parte palatina e lingual.</p><p>Fonte: Instagram Patologia.bucal.</p><p>Figura 14 - As sobreposições são visíveis em todo o contorno alveolar maxilar e mandibular, mas</p><p>sem sinais de calcificação. ▪️ Processo de absorção horizontal e presença de diversos resíduos</p><p>radiculares. Fonte: Instagram Patologia.bucal</p><p>15</p><p>Figura 15 - Epitélio escamoso estratificado superficial exibindo prolongamentos longos e finos e o</p><p>tecido conjuntivo fibroso denso subjacente Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>5.1 Fibromatose gengival hereditária</p><p>A fibromatose gengival hereditária (FGH) é uma condição bucal rara (1:750.000),</p><p>de herança autossômica dominante ou recessiva, caracterizada clinicamente pelo</p><p>crescimento gengival contínuo e progressivo, indolor, não hemorrágico, que pode</p><p>recobrir total ou parcialmente as coroas dos dentes. O fato de as estruturas dentais</p><p>ficarem recobertas pelos tecidos das gengivas acarreta diversos problemas de</p><p>ordem estética e, principalmente, clínica, sobretudo na infância, pois pode haver</p><p>falha ou atraso na erupção dos dentes decíduos e permanentes.</p><p>Sem predileção por sexo, pode variar a sua expressão de leve a grave em</p><p>indivíduos de uma mesma família. O aumento gengival é proveniente de hiperplasia</p><p>não inflamatória dos componentes do tecido conjuntivo, os eventos moleculares que</p><p>levam a esse aumento ainda não são totalmente conhecidos. A presença do dente é</p><p>necessária para que a condição ocorra.</p><p>O tratamento é cirúrgico e pode ser uma associação de gengivectomia e</p><p>gengivoplastia por quadrantes, possibilitando a realização dos procedimentos</p><p>necessários. E ter acompanhamento periodicamente, devido à tendência de</p><p>recidivas.</p><p>16</p><p>Figura 16 - Hiperplasia gengival em dentes decíduos inferiores. Fonte: Instagram Dr. Felipe</p><p>Anderson.</p><p>5.2 Fibromatose gengival anatômica</p><p>A fibromatose gengival anatômica é um processo de origem embrionária, de</p><p>natureza benigna, desprovido de significado patológico, localizado ao nível das</p><p>tuberosidades maxilares, unilateral ou bilateralmente, espalhando-se difusamente</p><p>pela parte anterior do palato, e podem chegar de tal forma que interferem na</p><p>fonação, na mastigação também na colocação de próteses.</p><p>Clinicamente tem uma superfície lisa, manuseio consistente, tecido profundo</p><p>e é de cor rosa pálido, uma aparência clínica normal.</p><p>O diagnóstico consiste na associação das informações obtidas pelas informações</p><p>reveladas pelo exame clínico, e o tratamento instituído de acordo com os sintomas e</p><p>os procedimentos cirúrgicos recomendados em caso de lesões extensas e ampliado,</p><p>diferente responsável pelo paciente.</p><p>Nesses casos, seria gengivectomia, gengivoplastia e cirurgia a laser.</p><p>17</p><p>Figura 17 - Vista oclusal de fibromatose anatômica bilateral. Fonte: Arquivos em Odontologia Volume</p><p>44 Nº 01.</p><p>Figura 18 - Vista oclusal de fibromatose anatômica bilateral. Fonte: Estomatologia On line.</p><p>5.3 Fibromatose gengival irritativa</p><p>A fibromatose gengival irritativa é caracterizada por lesões causadas por má</p><p>higiene oral, obturações excessivas, aparelho ortodôntico, dentes desalinhados,</p><p>respiração bucal e próteses parciais. É clinicamente vermelho, sangra quanto tocado</p><p>e a superfície é lisa, brilhante e solta, e depois torna-se dura e pálida. O uso</p><p>prologando de prótese dentarias pode levar a reabsorção da mandíbula e maxila e,</p><p>se usado por muito tempo, pode ser um fator causador de inflamação das gengivas.</p><p>18</p><p>O diagnóstico é baseado quase inteiramente em sintomas clínicos crônicos. O</p><p>tratamento inclui eliminação de irritantes locais, melhora da higiene bucal e, na</p><p>maioria dos casos, cirurgia gengival, e o prognostico é bom.</p><p>5.4 Fibromatose gengival medicamentosa</p><p>A fibromatose gengival induzida por medicamentos é o crescimento anormal do</p><p>tecido gengival causado pelo aumento da produção de matriz extracelular</p><p>(principalmente colágeno), uma condição que resulta do uso de drogas sistêmicas.</p><p>Vários medicamentos podem estar associados a essa condição, por exemplo:</p><p>anticonvulsivantes, bloqueadores dos canais de cálcio, ciclosporina,</p><p>anticoncepcionais orais, eritromicina.</p><p>Clinicamente, a fibromatose gengival induzida por drogas inicia-se com</p><p>papilas interdentais volumétricas, primeiramente na face vestibular, atingindo toda a</p><p>gengiva e possivelmente cobrindo os lados vestibular e lingual da coroa. O aumento</p><p>do volume gengival pode gerar problemas estéticos, dificuldade de erupção,</p><p>vocalização e problemas de higiene.</p><p>6. GRANULOMAS PIOGÊNICO</p><p>Os granulomas piogênicos são crescimentos semelhantes a tumores dentro de</p><p>uma cavidade que tradicionalmente são considerados não neoplásicos. Em</p><p>contraste, acredita-se que um granuloma piogênico represente uma resposta</p><p>tecidual a um irritante local ou, apesar do nome, não é um granuloma verdadeiro.</p><p>Um granuloma piogênico é um aumento liso ou lobulado que geralmente é</p><p>pedunculado, embora algumas lesões sejam sésseis.</p><p>Geralmente há úlceras na superfície, variando do rosa ao roxo, dependendo da</p><p>idade das lesões.</p><p>Os granulomas piogênicos mais jovens têm uma aparência muito</p><p>vascularizada, enquanto as lesões mais antigas tendem a se tornar colagenosas e</p><p>róseas. Eles podem variar em tamanho, desde pequenos crescimentos medindo</p><p>alguns centímetros até grandes lesões medindo alg uns centímetros de</p><p>comprimento. Normalmente, o crescimento é indolor, embora geralmente seja fácil</p><p>de crescer devido aos seus vasos sanguíneos extremos. Os piogranulomas podem</p><p>19</p><p>crescer rapidamente, o que pode ser relevante para pacientes e clínicos que podem</p><p>ter lesões malignas. Os granulomas piogênicos orais são mais comuns nas gengivas</p><p>e representam 75% dos casos.</p><p>Em muitos pacientes, a irritação da gengiva e a inflamação da má higiene oral</p><p>podem ser o gatilho.</p><p>Os lábios, língua e mucosa oral são outros locais mais comuns.</p><p>Uma história de trauma anterior ao desenvolvimento da doença não é incomum,</p><p>especialmente para granulomas piogênicos.</p><p>As lesões nas gengivas são mais comuns do que nas gengivas inferiores, e</p><p>as áreas anteriores são mais afetadas do que as áreas posteriores. Essas lesões</p><p>são mais comuns na face vestibular da gengiva do que na face lingual, com algumas</p><p>lesões entre os dentes, envolvendo tanto a gengiva quanto a lingual. Embora os</p><p>granulomas piogênicos se desenvolvam com a idade, eles são mais comuns em</p><p>crianças e adultos jovens. Numerosos estudos também mostraram preferência</p><p>feminina, possivelmente devido aos efeitos vasculares dos hormônios femininos.</p><p>O granuloma piogênico gengival geralmente ocorre em gestantes, e o termo</p><p>tumor gestacional ou gestacional é frequentemente utilizado. Tais lesões podem</p><p>começar a se desenvolver durante o primeiro trimestre de gravidez e aumentar a</p><p>incidência a partir do sétimo trimestre de gravidez. O crescimento progressivo</p><p>dessas lesões durante a gravidez pode estar relacionado ao aumento dos níveis de</p><p>estrogênio e progesterona à medida que a gravidez avança.</p><p>Após a gravidez, alguns desses granulomas piogênicos desaparecem sem</p><p>tratamento, sofrem maturação fibrótica e se assemelham a miomas à medida que</p><p>retornam aos níveis normais. Epúlide granulomatosa é um termo usado para</p><p>descrever o tecido de granulação que às vezes aparece em próteses após</p><p>exodontias. Essas lesões se assemelham a granulomas piogênicos e representam</p><p>tecido de granulação que responde ao sequestro no alvéolo.</p><p>O exame microscópico dos granulomas piogênicos mostra proliferação muito</p><p>semelhante ao tecido de granulação, numerosos</p><p>ductos, de vários tamanhos, delimitados pelo endotélio, moldados e desaparecidos</p><p>20</p><p>por glóbulos vermelhos. Às vezes, esses vasos estão dispostos em agregados</p><p>lobulares, que são exigidos pelos patologistas. Muitas vezes a superfície é ulcerada</p><p>e substituída por uma membrana purulenta de fibrina, infiltrados inflamatórios</p><p>misturados com neutrófilos, plasmócitos e linfócitos eram evidentes. Os neutrófilos</p><p>foram</p><p>mais prevalentes perto da superfície, enquanto as células inflamatórias</p><p>crônicas foram encontradas no fundo da amostra. Feridas antigas podem ter áreas</p><p>de fibrose sensorial. De fato, muitos miomas gengivais podem representar miomas</p><p>piogênicos.</p><p>O tratamento de pacientes com granulomas piogênicos consiste em</p><p>ressecção cirúrgica conservadora, geralmente curativa. As amostras devem ser</p><p>examinadas microscopicamente para descartar um diagnóstico de doença mais</p><p>grave. Para lesões gengivais, a ressecção deve ser estendida para a área</p><p>subperiosteal e os dentes adjacentes devem ser raspados para eliminar qualquer</p><p>fonte de irritação persistente. Às vezes, a lesão se repete e precisa ser reexcisão.</p><p>Em casos raros, observam-se múltiplas recorrências.</p><p>O tratamento de lesões que se desenvolvem durante a gravidez geralmente</p><p>deve ser descontinuado, a menos que haja preocupações funcionais ou estéticas</p><p>significativas. Granulomas ressecados durante a gravidez apresentam alta taxa de</p><p>recorrência e algumas lesões desaparecem após o parto.</p><p>Figura 19 - Aumento de volume eritematoso e hemorrágico que se originou na gengiva em região</p><p>anterior da maxila. Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>21</p><p>Figura 20 - Aumento de volume lobulado e ulcerado no dorso da língua. Fonte: Livro Patologia oral e</p><p>maxilofacial.</p><p>Figura 21 - Grande lesão não-usual que se originou da gengiva palatina, associada a uma banda</p><p>ortodôntica. A paciente estava grávida. Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>Figura 22- Grande aumento de volume gengival em uma mulher grávida pouco antes do nascimento</p><p>do bebê. B, O aumento de volume reduziu de tamanho e entrou em maturação fibrosa 3 meses após</p><p>o nascimento do bebê. Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>22</p><p>Figura 23 - Visão em pequeno aumento exibindo um aumento de volume exofítico de tecido de</p><p>granulação, com superfície ulcerada. Note a proliferação endotelial lobular na região mais profunda</p><p>do tecido conjuntivo. Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>Figura 24 - Visão em grande aumento exibindo vasos sanguíneos capilares e inflamação difusa.</p><p>Fonte: Livro Patologia oral e maxilofacial.</p><p>23</p><p>7. CONCLUSÃO</p><p>As lesões proliferativas não neoplásicas, são caracterizados pelo aumento de</p><p>volume no tecido gengival, podendo ter acometimento ósseo, ou percas de</p><p>estruturas dentais. É de caráter profissional do cirurgião dentista, diagnosticar,</p><p>dominar o assunto com clareza e ainda conhecer das técnicas cirúrgicas,</p><p>acompanhar o paciente, afim de proporcionar o melhor prognostico possível.</p><p>24</p><p>8. REFERÊNCIAS</p><p>ESTOMATOLOGIA PARA CLÍNICOS DA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE SÃO</p><p>PAULO. 1. Estomatologia. 2. Diagnóstico precoce. 3. Odontologia preventiva. 4.</p><p>Odontologia em saúde pública. I. Atenção Básica/ Área Técnica de Saúde Bucal. II.</p><p>Estomatologia para clínicos da Atenção Básica do Município de São Paulo, São Paulo:</p><p>SMS, 2017. 66p. ilust. Versão eletrônica, 1 jan. 2017.</p><p>PATOLOGIA Oral e Maxilofacial. 4 edição. ed. [S. l.]: © 2016 Elsevier Editora Ltda., 2016.</p><p>LESÃO Periférica de Células Gigantes – Diagnóstico Diferencial e Tratamento da Lesão:</p><p>Relato de Caso Clínico. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e</p><p>Cirurgia Maxilofacial 2, [S. l.], v. Volume 49, p. 4, 27 fev. 2008.</p><p>http://administracao.spemd.pt/app/assets/imagens/files_img/1_19_5a36c3d302fe2.pdf</p><p>LESÃO periférica de células gigantes recorrente: relato de caso. Odontologia Clínico-</p><p>Científica (Online), [S. l.], p. 3, 4 jan. 2011.</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882011000100018</p><p>HIPERPLASIA Fibrosa Inflamatória: Relato de Caso. Revista Clínica de Periodontia,</p><p>Implantodontia e Reabilitação Oral, [S. l.], v. vol.4, p. 3, 1 ago. 2011.</p><p>https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0719-</p><p>01072011000200007&script=sci_arttext&tlng=e</p><p>FIBROMA Ossificante Periférico – Relato de Caso Clínico. Rev. Cir. Traumatol. Buco-</p><p>Maxilo-fac., Camaragibe, [S. l.], p. 4, 2 fev. 2017.</p><p>https://www.revistacirurgiabmf.com/2007/v7n3/4.pdf</p><p>Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral & Maxilofacial. Trad.</p><p>3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, 165p.</p><p>LOPES, Raphaela de Mello; BASTOS, Tiago dos Reis; GUIMARÃES, Josemar Parreira;</p><p>D’ADDAZIO, Paulo Sérgio dos Santos. Arquivos em Odontologia. Fibromatose gengival</p><p>anatômica: caso clínico: Anatomical gingival fibromatosis: a clinical case, [s. l.], v. 44, ed. 1,</p><p>p. 41-44, 2008.</p><p>http://administracao.spemd.pt/app/assets/imagens/files_img/1_19_5a36c3d302fe2.pdf</p><p>http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882011000100018</p><p>https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0719-01072011000200007&script=sci_arttext&tlng=e</p><p>https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0719-01072011000200007&script=sci_arttext&tlng=e</p><p>https://www.revistacirurgiabmf.com/2007/v7n3/4.pdf</p>

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