Prévia do material em texto
estomatologia estomatologia diagnóstico bucaldiagnóstico bucal resumos deresumos de @sinteseodonto@sinteseodonto Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 disponível muito mais resumos simplificados, ilustrativos e referenciados! Síntese Odonto CLICA OU ACESSE O QR CODE PARA MAIS CONTEÚDOS! Olá! Eu sou Sara Milena, criadora da página Síntese Odonto, e vou te passar algumas informações importantes sobre esse conteúdo! Esse é um resumo que aborda assuntos odontológicos, realizado com a finalidade de auxiliar acadêmicos de Odontologia em seus estudos, caso encontre algo diferente do que você aprendeu, fale cmg! Alguns protocolos mudam de profissional para outro e o mesmo serve para autores, que nem sempre tem o mesmo ponto de vista de determinado assunto. Qualquer venda ou compartilhamento não autorizado do material viola a Lei 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais) com pena de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. SOMENTE O PERFIL E CONTA OFICIAL SÍNTESE ODONTO TEM A AUTORIZAÇÃO DE COMPARTILHAR E VENDER ESSE MATERIAL EM QUALQUER TIPO DE PLATAFORMA DIGITAL POSTE UMA FOTO NOS STORIES ESTUDANDO E ME MARQUE! SEU FEEDBACK É MUITO IMPORTANTE! Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 FUNDAMENTOS DE SEMIOLOGIA INTRODUÇÃO • Para se chegar a identificação de uma doença (diagnóstico), é necessária a realização da investigação de sua manifestação, tanto anatômica quanto clínica. A investigação da sintomatologia torna-se um desafio para o profissional, pois é a análise desta metodologia que irá nortear o tratamento do paciente. • Para o processo do diagnóstico, é necessário que o acadêmico tenha conhecimento das nomenclaturas e da metodologia do emprego de técnicas de exame clínico. Portanto, torna-se fundamental para o exercício da profissão de saúde o conhecimento destas técnicas. CONCEITOS Diagnóstico diferencial: é a relação de doenças ou alterações que mostram sinais e sintomas semelhantes e são compatíveis com uma determinada lesão. Diagnóstico clínico ou hipótese diagnóstica: identifica uma doença pela anamnese e exame físico (exame clínico), dentre aqueles relacionados no diagnóstico diferencial que apresenta maior coincidência de detalhes de uma determinada doença. Diagnóstico sindrômico: é a identificação de uma síndrome. Diagnóstico definitivo ou diagnóstico final: é o descobrimento ou reconhecimento de uma lesão. Estomatologia: Estomatologia significa o estudo das afecções da boca. Semiologia: refere-se à ciência ou ao estudo dos sinais e sintomas e à arte de interpretá-los. Semiotécnica: Técnica de obtenção dos sinais e sintomas. Propedêutica clínica: A propedêutica clínica engloba a análise e valorização dos dados (informações) obtidos relacionando-os com as possíveis causas e efeitos de uma lesão, propondo um diagnóstico diferencial. Semiogênesse: Semiogênese são os mecanismos de formação dos sinais e sintomas (etiofisiopatogenia). Sinal: Dado objetivo que pode ser notado pelo profissional, tanto por semiotécnica, quanto meios subsidiários. Exemplos: vômito, cianose, pulsação, bolha, úlcera. Sintoma: Sensação subjetiva relatada durante a anamnese pelo paciente e não visualizada pelo profissional. Exemplos: dor, queimação, tontura, formigamento. Sintomatologia: É o conjunto de sinal e sintoma. Exemplo: cianose labial associada a dor local. Síndrome: Conjunto de sinais e/ou sintomas que caracterizam uma doença. Sinal ou sintoma prodrômico: É o sinal ou sintoma que precede o aparecimento de uma doença. Exemplo: prurido peri labial que antecede a formação das vesículas na infecção pelo vírus do herpes simples tipo I. Sinal ou sintoma patognomônico: É o sinal ou sintoma que por si só define a doença. Exemplo: vesículas na infecção pelo vírus do Saúde x Doença: A definição de saúde e doença é complexa e difícil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como saúde o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de doença ou invalidez. Portanto, doença corresponde tanto a perda da função biológica quanto do equilíbrio psíquico e da sociabilidade do indivíduo. A palavra doença, entretanto, deriva do latim doentia que significa dor, sofrimento. FICHA CLÍNICA • A ficha clínica ou prontuário é o documento no qual são registrados todos os dados do paciente durante o seu tratamento. • Ela deve ser minuciosamente preenchida pois auxilia o cirurgião-dentista a se recordar dos procedimentos realizados além de se constituir em um documento com valor jurídico. • Os dados pessoais, demográficos e de contato do paciente devem ser incluídos na ficha clínica. • Em seguida, seguem os achados encontrados durante a anamnese e o exame físico e, por fim, o diagnóstico clínico, condutas adotadas e o diário do que foi feito a cada consulta. • Tanto o cirurgião-dentista quanto o paciente devem assinar a ficha clínica. Desta forma, o profissional se resguarda legal e eticamente, uma vez que o prontuário tem valor jurídico e de auditoria em eventuais litígios. • Existem diferentes tipos de fichas ou prontuários sendo que todos devem conter a identificação, a história clínica, o exame físico, os exames complementares solicitados e seus resultados, o diagnóstico, as condutas terapêuticas e o seguimento do paciente. • Deve ser salientado que a ficha clínica ou prontuário é um documento que pertence ao paciente ficando sob a guarda do profissional ou da instituição. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 EXAME CLÍNICO O exame clínico é dividido em duas etapas, uma subjetiva, a anamnese, na qual o paciente relatará sua percepção sobre os sinais e sintomas, e a etapa objetiva, o exame físico, onde o profissional irá descrever detalhadamente os sinais e pesquisará os sintomas relatados pelo paciente. Materiais e equipamentos necessários para o exame do paciente: Þ Ambiente próprio com iluminação adequada Þ Equipamentos de proteção individual Þ Abaixadores de língua Þ Compressas de gaze Þ Esfigmomanômetro Þ Estetoscópio Þ Termômetro clínico Þ Relógio com contador de segundos Þ Ficha clínica ou prontuário Þ Caneta ANAMNESE Para melhor organização, a anamnese é dividida nas seguintes partes: 1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 2. QUEIXA PRINCIPAL: Deve-se anotar o motivo que levou o paciente a procurar o profissional com as palavras do paciente de maneira sucinta e breve. 3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: História da queixa principal em narrativa cronológica e clara. Faz-se: • Caracterização da sintomatologia: percepção, periodicidade, frequência, alívio/exacerbação e agravamentos • Desenvolvimento: evolução até o presente • Tratamentos e seus resultados • Exames complementares realizados e seus resultados • Estado atual da doença 4. HISTÓRIA BUCODENTAL : Refere-se as experiências com o sistema odontoestomatognático (higiene oral, trauma, tratamento ortodôntico, uso de próteses, cirurgias e intercorrências) 5. HISTÓRIA MÉDICA: Atual e pregressa. Deve-se questionar: • Doenças comuns na infância, vacinas • Procedimentos cirúrgicos e internações prévias, transfusão de sangue • Uso de medicamentos, alergias, traumatismos • Última consulta ao médico 6. ANTECEDENTES FAMILIARES: Anotar os antecedentes familiares dignos de nota. 7. HÁBITOS E VÍCIOS : Anotar o tipo de hábito e/ou vício, há quanto tempo o paciente apresenta este hábito e/ou vício e a quantidade utilizada ao dia. Referência CASTRO, A.L. Estomatologia. 3a ed. São Paulo: Santos, 2000. 243p. NEVILLE, B.; DAMM, D.D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. Patologia oral e maxilofacial. 6a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 992p. EXAME FÍSICO Inspeção: O profissional utiliza-se da visão.A inspeção inicia-se no momento que o paciente entra no consultório, momento em que o cirurgião-dentista deve observar se já há alguma alteração visível, como dificuldade da marcha, assimetrias corporais, manchas e/ou lesões de pele entre outros. A inspeção demanda uma boa iluminação e o posicionamento do paciente deve ser adequado. Palpação: Corresponde ao tato e à pressão realizados numa determinada área. O tato fornece dados sobre a porção superficial e a pressão, sobre a porção profunda bem como sua consistência e temperatura local. Percussão: Corresponde a golpes controlados e rápidos em determinada estrutura, podendo ser realizada com os dedos ou algum instrumento, por exemplo, o uso da percussão com o cabo do espelho para confirmação do diagnóstico de pulpite. Auscultação: Utiliza-se o sentido da audição. Este sentido pode ser ampliado com o emprego do estetoscópio. É utilizado, na Odontologia, na ausculta de ruídos da articulação temporomandibular. Olfação: realizada através do olfato. Exemplos: hálito cetônico em pacientes diabéticos descompensados, hálito com cheiro de urina nos pacientes com uremia, o cheiro mais intenso de pus infectado por bactérias anaeróbias etc EXAME FÍSICO GERAL Avalia desde o estado geral, marcha e nível de consciência, aspectos culturais, emocionais e até o biótipo do paciente. EXAME FÍSICO LOCAL OU LOCORREGIONAL Examina-se as estruturas da cabeça e do pescoço. Através de manobras semiotécnica, avaliam-se os sinais presentes. Exame físico intrabucal • Inclui o exame dos tecidos moles e dos tecidos ósseos bucais. • É essencial que o profissional siga uma sistemática de exame físico intrabucal, sem alterar a ordem de análise dos sítios anatômicos de acordo com a queixa principal do paciente. Desta forma, dificilmente o cirurgião-dentista se deixará influenciar pelas hipóteses do paciente além de detectar eventuais alterações em outras localizações. PROGNÓSTICO É a predição da evolução de uma doença e suas consequências. Pode ser classificado em relação a vida, ao órgão e à cura, como bom, mau, duvidoso ou incerto. TRATAMENTO O tratamento ou terapêutica depende do diagnóstico correto. Os tipos de tratamento são: Etiológico, específico ou causal: Combate-se a causa como primeira opção. Exemplo: Antibioticoterapia no caso de celulites. Suporte ou complementar: Visa atuar no restabelecimento das condições gerais do paciente. Exemplo: Dieta alimentar, apoio psicológico. Sintomático ou paliativo: Visa proporcionar maior conforto ao paciente, direcionado ao alívio dos sintomas. Exemplo: Analgésico para cefaléia. Expectante: De acordo com o diagnóstico clínico é realizado apenas o acompanhamento do paciente. Exemplo: Úlcera traumática. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico Bucal 1 LESÕES PROLIFERATIVAS NÃO NEOPLÁSICAS CONCEITO Grupos de lesões causadas, principalmente, por traumas crônicos de baixa intensidade, como periodontite, prótese mal adaptada etc. 1. Granuloma Piogênico e Gravídico 2. Lesão Periférica de Células Gigantes 3. Fibroma Ossificante Periférico 4. Hiperplasia Fibrosa inflamatória 5. Hiperplasia Medicamentosa 6. Fibromatose Gengival 1. GRANULOMA GENGIVAL PIOGÊNICO CONCEITO: O granuloma piogênico representa uma resposta tecidual a uma irritação local ou trauma, que leva a um crescimento tecidual na forma de pápula ou nódulo, consistindo em uma reação excessiva do tecido conjuntivo frente ao estímulo. Apesar de seu nome, não é um granuloma verdadeiro. ETIOLOGIA: Irritação local ou trauma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: pápula ou nódulo de tamanho variável, podem medir poucos milímetros ou vários centímetros de diâmetro. Localizada na papila interdental vestibular dos dentes anteriores superiores (predileção pela gengiva, representando 75% dos casos), porém também pode originar na língua, lábios, mucosa jugal e rebordo alveolar edentado. Apresenta coloração vermelho brilhante (eritematosa) que, com o passar do tempo, devido a maturação da lesão, torna-se rósea, resultado do aumento da fibrose e diminuição da vascularização. Tem consistência amolecida e superfície lisa (plana) ou lobulada, que usualmente é pediculada, embora algumas lesões sejam sésseis. É geralmente indolor, porém, algumas vezes o tecido pode sangrar e ulcerar. Mais comum em crianças e adultos jovens do gênero feminino e mulheres adultas. GRANULOMA GENGIVAL GRAVÍDICO: Alterações hormonais podem induzir o surgimento do granuloma Gravídico. Tais lesões podem começar a se desenvolver durante o primeiro trimestre, e sua incidência aumenta a partir do sétimo mês de gravidez. Esse crescimento pode estar relacionado ao aumento dos níveis de estrogênio e progesterona com a progressão da gravidez. Após a gravidez, com o retorno dos níveis hormonais normais, alguns destes granulomas piogênicos resolvem-se sem tratamento ou sofrem maturação fibrosa e lembram um fibroma OBS: Granulomas piogênicos jovens têm aparência altamente vascular, enquanto lesões mais antigas tendem a se tornar mais colagenizadas e apresentar coloração rosa. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: O tratamento consiste na excisão cirúrgica conservadora, que usualmente é curativa. Contudo, a excisão incompleta pode levar a recorrência. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: hiperplasia fibrosa, lesão periférica de células gigantes e fibroma ossificante periférico. OBS: A epúlide granulomatosa é um termo usado para descrever crescimentos de tecido de granulação que algumas vezes surgem em alvéolos dentários pós- extração. Estas lesões lembram granulomas piogênicos e usualmente representam um tecido de granulação reacional ao sequestro ósseo no alvéolo dentário. 2. LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES CONCEITO: O granuloma periférico de células gigantes é um crescimento semelhante a um tumor relativamente comum na cavidade oral. Provavelmente não representa uma neoplasia verdadeira, mas sim uma lesão reacional causada por irritação local ou trauma. ETIOLOGIA: Trauma, irritação local ou exodontias recentes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: É uma lesão nodular de tamanho menor que 2 cm de diâmetro (geralmente), que se desenvolve exclusivamente na gengiva ou rebordo alveolar, de coloração que varia do vermelho ao vermelho-azulado (mais azulada que o granuloma piogênico), a base pode ser séssil ou pediculada e pode ou não ser ulcerada. A consistência é firme, com superfície lisa ou um pouco granular. 60% ocorre no sexo feminino, na faixa etária de 50 - 60 anos. Quando localizada na papila interdental pode ocorrer reabsorção óssea em forma de taça. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Tratamento por excisão cirúrgica e curetagem do osso subjacente para evitar recidivas, apresentando bom prognóstico. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: hiperplasia fibrosa, granuloma piogênico e fibroma ossificante periférico. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico Bucal 2 3. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO CONCEITO: Crescimento gengival relativamente comum, que é considerado mais como uma lesão de natureza reacional do que de natureza neoplásica. localizada exclusivamente na gengiva inserida e papila interdental. ETIOLOGIA: Trauma e irritação local. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: É uma lesão nodular, de tamanho não superior a 2 cm, localizada na gengiva inserida ou papila interdental. Coloração avermelhada ou rosada, de base séssil. Superfície geralmente ulcerada. Mais comum em mulheres adolescentes e adultos jovens (10-19 anos) e aparece, principalmente, na maxila e região anterior de incisivos a caninos. OBS: O exame radiográfico é muito importante para o diagnóstico, pois os focos radiopacos centrais presentes correspondem a mineralização, associados ou não a discreta reabsorção da crista do rebordo alveolar em sua base. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Remoçãocirúrgica e vigorosa raspagem da região para evitar recidiva. Embora a excisão seja usualmente curativa, uma taxa de recidiva de 8% a 16% têm sido relatada. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: hiperplasia fibrosa, lesão periférica de células gigantes e granuloma piogênico. 4. HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA CONCEITO: É uma hiperplasia reacional de tecidos conjuntivo fibroso em resposta a uma irritação local ou trauma, ou seja, são hiperplasia fibrosas de origem inflamatória decorrentes de traumas crônicos. ETIOLOGIA: Trauma, Irritação local, prótese removível mal adaptada, má higiene da prótese ou o uso da prótese 24 h por dia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: É uma hiperplasia que varia quanto a localização e extensão. Desenvolve-se mais na gengiva, fundo de sulco, palato e mucosa do rebordo alveolar. Possui a cor do tecido local. São mais comuns em adultos usuários de próteses totais ou parciais. OBS: Quando é associada a prótese é chamada de Epúlide Fissurada, que é única ou múltiplas pregas de tecido hiperplásico. OBS: Quando ocorre no palato, é geralmente relacionada a próteses totais mal confeccionadas (Hiperplasia Papilar ou Papilomatose). A cândida (Candida albicans) e má higienização podem ou não está associados. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: O tratamento é remoção cirúrgica do tecido em excesso, alteração da prótese e prescrição de antifúngicos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Bem limitado devido a relação causa-efeito dessa lesão. 5. HIPERPLASIA MEDICAMENTOSA CONCEITO: São hiperplasias gengivais causadas pela utilização de determinados tipos de medicamentos, como: fenitoína, ciclosporina e nifedipina, etc. Fenitoína – anticonvulsivante Ciclosporina – imunossupressor seletivo Nifedipina – anti-hipertensivo bloqueador dos canais de cálcio MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Inicialmente, envolvem sempre a papila interdental de forma generalizada, podendo evoluir de modo a cobrir toda superfície dentária. São mais evidentes na face vestibular dos dentes anteriores e geralmente não se desenvolvem em áreas edêntulas, já que os dentes atuam como agente irritante. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: O dentista pode solicitar ao médico do paciente a alteração do medicamento, visto que, a retirada do medicamento elimina o contínuo crescimento da lesão. Se não houver como a alteração, recomenda-se a remoção cirúrgica da lesão por meio de gengivectomia convencional. 6. FIBROMATOSE GENGIVAL CONCEITO: É um aumento gengival raro, lento e progressivo causado por um crescimento colagenoso do tecido conjuntivo fibroso da gengiva. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Na maioria dos casos, o aumento começa antes dos 20 anos de idade e frequentemente está relacionada com a erupção dos dentes decíduos ou permanentes. Pode ser hereditária ou anatômica. A hereditária apresenta-se clinicamente com um aumento gengival amplo sub duas formas: nodular e a lisa. Os dentes podem ser parciais ou totalmente recobertos pelo aumento gengival com possibilidade de afetar a erupção dentária. A forma anatômica é somente um crescimento gengival bem fibrosado e limitado, sem causa aparente, ocorrendo na região retromolar inferior ou nas tuberosidades, de dimensões variadas e assintomático. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Gengivectomia associada a um plano de higiene bucal e tratamento expectante. Tendência a recorrência em poucos anos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Fibromatose hereditária ou anatômica e hiperplasia medicamentosa. REFERÊNCIAS • MARCUCCI, Gilberto. Estomatologia. 2. ed. São Paulo : Guanabara Koogan, 2014. • NEVILLE, B.W., DAMM, D.D., ALLEN, C.M., BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Elsevier: 2a ed. Rio de Janeiro, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico Bucal 3 1. GRANULOMA GENGIVAL PIOGÊNICO 1. Granuloma piogênico. Aumento de volume eritematoso e hemorrágico que se originou na gengiva em região anterior da maxila. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 2. Granuloma piogênico. Aumento de volume lobulado e ulcerado no dorso da língua. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 3. Granuloma piogênico. Grande lesão não-usual que se originou da gengiva palatina, associada a uma banda ortodôntica. A paciente estava grávida. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 2. LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES 4. Granuloma de células gigantes periférico. Aumento de volume nodular de coloração azul- arroxeada na gengiva mandibular. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 5. Granuloma de células gigantes periférico. Aumento de volume ulcerado na gengiva mandibular. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 3. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO 6. Fibroma ossificante periférico. Aumento de volume avermelhado e ulcerado na gengiva maxilar. Tais lesões ulceradas são facilmente confundidas com o granuloma piogênico. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 7. Fibroma ossificante periférico. Aumento de volume de coloração rosa, não- ulcerado, que se origina da gengiva maxilar. As raízes residuais do primeiro molar estão presentes. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 4. HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA 8.Hiperplasia papilar inflamatória. Aparência pedregosa e eritematosa da abóbada palatina. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 5. HIPERPLASIA MEDICAMENTOSA 9. Hiperplasia gengival associada à ciclosporina. Hiperplasia gengival difusa, eritematosa e fibrosa. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 10. Hiperplasia gengival associada a nifedipina. Hiperplasia gengival difusa e fibrosa após 1 mês de higiene oral intensiva. Antes da intervenção, eritema, edema e aumento de volume mais significante estavam presentes. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 6. FIBROMATOSE GENGIVAL 11. Fibromatose gengival. Criança com bochechas retraí- das pelo pai. Note a hiperplasia gengival eritematosa surgindo em associação com a erupção dos dentes decíduos. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) 12. Fibromatose gengival localizada. Aumentos fibrosos bilaterais e simétricos das superfícies palatinas do rebordo alveolar superior posterior. (NEVILLE, Patologia Oral e Maxilofacial) REFERÊNCIAS NEVILLE, B.W., DAMM, D.D., ALLEN, C.M., BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Elsevier: 2a ed. Rio de Janeiro, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 diagnóstico bucal 1 Lesões fibro-ósseas INTRODUÇÃO § Grupo de lesões caracterizados pela substituição do osso normal por tecido fibroso contendo um produto mineralizado neoformado. § Processos benignos, embora o tratamento dessas patologias varia de nenhum a uma remodelação cirúrgica ou até remoção completa. § Alguns exemplos requerem um diagnóstico mais preciso, conhecimento das características clínicas, radiográficas e histopatológicas para um diagnóstico apropriado. Lesões pseudotumorais Displasia fibrosa Displasias ósseas Lesão central de células gigantes Querubismo Coa e cos 1. FIBROMA OSSIFICANTE • Neoplasia verdadeira benigna bem delimitada, com significativo potencial de crescimento, composta por tecido fibroso e material mineralizado, que consiste em uma mistura de trabéculas ósseas e esférulas semelhantes a cemento; • É um tumor fibro-ósseo benigno raro, da região craniofacial, frequentemente assitomatico até que seu crescimento cause um aumento volumétrico perceptível, o que leva a problemas estéticos e oclusais; • Para seu diagnóstico, devem ser avaliadas as características clínicas, radiográficas e histopatológicas; • CACTERÍSTICAS: prevalência pelo gênero feminino na 3˚ e 4˚ década de vida. Com a Mandíbula envolvida muito mais frequentemente que a maxila. Área de pré- molares e molares inferiores é o sítio mais afetado. São pequenas lesões que não causam quaisquer sintomas e são detectadas apenas ao exame radiográfico. Tumoresmaiores resultam em um aumento de volume indolor do osso envolvido; eles podem causar assimetria facial óbvia, que ocasionalmente atinge um tamanho grotesco. Dor e parestesia são raramente associadas. CLASSIFICAÇÃO OMS • Tumores osteogênicos 1. Fibroma ossificante/cementificante • Lesões não-neoplásicas 2. Displasia fibrosa 3. Displasias cemento-óssea 4. Lesão central de células gigantes 5.Querubismo Cisto ósseo aneurismático Cisto ósseo solitário • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: a lesão é mais frequentemente unilocular e bem definida. Dependendo da quantidade de material calcificado produzido no tumor, ele pode parecer completamente radiolúcido; mais frequentemente, são notados graus variáveis de radiopacidade. Podem ser vistas divergência radicular ou reabsorção das raízes dos dentes associadas com o tumor. Fibromas ossificantes da mandíbula frequentemente demonstram um arqueamento característico da cortical inferior da mandíbula para baixo. • TRATAMENTO: pequenas lesões podem ser tratadas conservadoramente por curetagem ou enucleação. Lesões maiores exigem ressecção cirúrgica radical. • PROGNÓSTICO: muito bom e a recidiva é rara. Não há potencial de malignização. • DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: displasia fibrosa Principal diferença em relação à displasia fibrosa: os fibromas ossificantes tendem a se separar facilmente do osso. OBS: Embora ele possa lembrar a displasia cemento- óssea focal radiograficamente e, em menor extensão, histopatologicamente, o fibroma ossificante é um neoplasma verdadeiro com um significativo potencial de crescimento. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 diagnóstico bucal 2 2. DISPLASIA FIBROSA • A displasia fibrosa é uma condição semelhante a um tumor que é caracterizada pela substituição do osso normal por uma proliferação excessiva de tecido conjuntivo fibroso celularizado entremeado por trabéculas ósseas irregulares; • ETIOLOGIA: mutação do GNAS1. É uma condição esporádica que resulta de uma mutação pós- zigótica no gene GNAS1; • TRATAMENTO: nenhum ou ressecção total; A severidade clínica depende do momento durante a vida fetal ou pós-natal em que ocorre a mutação do GNAS1 • Início da vida embrionária: apresentação clínica de lesões ósseas múltiplas, pigmentação cutânea e distúrbios endócrinos. • Período embrionário tardio: participação da formação do esqueleto, resultando em múltiplas lesões ósseas de displasia fibrosa. • Vida pós-natal: as gerações das células mutadas são confinadas em um sítio, resultando em displasia fibrosa afetando um único osso. A displasia fibrosa se divide em: MONOSTÓTICA e POLIOSTÓTICA DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA • Quando a doença está limitada a um único osso, ela é chamada de displasia fibrosa monostótica; • Este tipo responde por aproximadamente 80% a 85% dos casos; • EPIDEMIOLOGIA: mesma frequência em homens e mulheres; • PATOGENIA: crescimento lento geralmente na maxila em pacientes jovens; • ASPECTOS CLÍNICOS: expansão da cortical óssea. Um aumento de volume indolor da área afetada é a característica mais comum. O crescimento é geralmente lento e o paciente são incapazes de se lembrar quando a lesão foi primeiramente notada. A maxila está mais envolvida que a mandíbula. • ASPECTO RADIOGRÁFICO: A característica radiográfica principal é uma leve opacificação tipo “vidro despolido” que resulta da superposição de uma miríade de trabéculas ósseas pouco calcificadas arranjadas em um padrão desorganizado. As lesões não são bem delimitadas. As margens se confundem imperceptivelmente no osso normal adjacente, dificultando, assim, a definição dos limites da lesão. Nos estágios iniciais, a lesão pode ser marcadamente radiolúcida ou mosqueada. • TRATAMENTO: As lesões menores podem ser ressecadas cirurgicamente. O tamanho grande de lesões precisam de cirurgia extensa. O resultado estético geralmente é bom, mas novo crescimento da lesão ocorre com o tempo. Em muitos casos, a doença tende a se estabilizar e para de aumentar quando a maturação esquelética é atingida. DISPLASIA FIBROSA POLIOSTÓTICA • Quando há o envolvimento de dois ou mais ossos; • É uma condição relativamente incomum; • Mutação do gene ocorre na vida intra-uterina; • TRATAMENTO: pacientes primariamente com doença poliostótica têm sido tratados efetivamente com terapia com bifosfonatos, como o pamidronato intravenoso e o alendronato oral. à Displasia fibrosa de Jaffe: Quando visto com pigmentação café com leite. Aumento de volume em maxila e mandíbula. Pode haver expansão unilateral. Radiografias panorâmicas mostram lesões mal definidas. à Displasia fibrosa de McCune Albright: combinação da pigmentação café com leite com múltiplas endocrinopatias, tais como precocidade sexual, adenoma pituitário ou hipertireoidismo. 3. DISPLASIAS CEMENTO-ÓSSEAS • A displasia cemento-óssea ocorre nas áreas de suporte dos dentes nos ossos gnáticos e é provavelmente a lesão fibro-óssea mais comum encontrada na prática clínica • Tem muitas similaridades com a displasia fibrosa e com o fibroma ossificante, o diagnóstico correto pode ser difícil. • Alguns investigadores têm sugerido que essas lesões têm origem no ligamento periodontal; outros acreditam que é desencadeado por fatores locais e desequilíbrio hormonal • TRATAMENTO: O tratamento geralmente não é necessário. O paciente assintomático deve ser orientado em consultas de controle, incluindo profilaxia e reforço de higiene oral. Em alguns pacientes, a DO pode causar sintomas com a presença de infecção associada a massas ósseas escleróticas, as quais podem sofrer exposição na cavidade oral. Quando expostos na cavidade oral, os sequestros ósseos devem ser removidos cirurgicamente, em geral associados a um quadro de osteomielite crônica. Obs: Os três subtipos de DO apresentam características radiográficas semelhantes. As lesões são inicialmente radiolúcidas e com o tempo tornam-se progressivamente radiopacas. Comumente, possuem aparência mista radiolúcida e radiopaca, como uma lesão bem delimitada por um halo radiolúcido que separa a lesão do osso circundante e raízes adjacentes. Existem três grupos de displasias cemento-ósseas: FOCAL, PERIAPICAL E FLORIDA Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 diagnóstico bucal 3 DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FOCAL • A displasia cemento-óssea focal exibe um único sítio de envolvimento. • CARACTERÍSTICAS: 90% dos casos têm média de idade aproximada de 38 anos e uma predileção pela terceira à sexta década de vida. Alta porcentagem de casos em leucodermas. A mandíbula posterior é o sítio predominante. É tipicamente assintomática e é detectada apenas no exame radiográfico. Muitas lesões são menores do que 1,5 cm de diâmetro. As lesões ocorrem em áreas dentadas e edêntulas, sendo notados muitos exemplos em sítios de extração. • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: a lesão varia de completamente radiolúcida à densamente radiopaca com fino halo radiolúcido na periferia. Entretanto, mais comumente há um misto de padrão radiolúcido e radiopaco. A lesão tende a ser bem definida, mas as margens são levemente irregulares. Obs: Mesmo no exame histopatológico, frequentemente pode ser difícil distinguir a displasia cemento-óssea focal do fibroma ossificante. Os achados na cirurgia são muito úteis para discriminar entre essas duas lesões. Contudo, os fibromas ossificantes tendem a se separar facilmente do osso e são removidos em uma ou várias massas grandes. DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA PERIAPICAL • CARACTERÍSTICAS:Envolve mais a região periapical da mandíbula anterior. Podem ocorrer lesões solitárias, mas múltiplos focos estão presentes mais frequentemente. Há predileção acentuada por pacientes do gênero feminino da raça negra (30 a 50 anos). Os dentes são quasesempre vitais e quase nunca têm restaurações. É uma condição assintomática que é descoberta quando as radiografias são realizadas por outros motivos. As lesões individuais quase nunca excedem 1 cm de diâmetro. Crescimento progressivo quase nunca ocorre. • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: As lesões iniciais aparecem como áreas radiolúcidas circunscritas envolvendo a área periapical de um dente. Neste estágio, a lesão não pode ser diferenciada radiograficamente de um granuloma periapical ou de um cisto periapical. Com o tempo, as lesões adjacentes frequentemente se fundem para formar um padrão linear de radiolucência que envolve os ápices de vários dentes. No estágio final, as lesões mostram uma calcificação densa circunscrita circundada por um estreito halo radiolúcido. Estudos radiográficos seriados revelam que as lesões tendem a “amadurecer” ao longo do tempo e a criar um aparência mista de radiolucidez e radiopacidade. Autores classificam a DCOP em três fases: Fase 1ª – Osteolítica: Num primeiro momento, existe a lise óssea. Sua característica radiográfica é predominantemente radiolúcida. É radiograficamente idêntica a uma rarefação óssea periapical oriunda de um processo inflamatório. O que difere, clinicamente, a DPOC de uma rarefação óssea periapical é que nesta última, o elemento dental acometido não apresenta vitalidade pulpar. Fase 2ª – Cementoblástica: Estágio intermediário representado pela densidade mista. Mostra que o tecido ósseo, no momento da aquisição radiográfica/tomográfica está sendo substituído de forma contínua por tecido fibroso Fase 3ª – Maturação: Estágio final, que representa o ápice da aposição de tecido fibroso, na região periapical. Vê-se imagem predominamente radiopaca (hiperdenso), envolta por halo radiolúcido (hipodenso) – toda extensão da raiz pode ser observada. DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA • Aparece com envolvimento multifocal não limitado à região anterior da mandíbula. • CARACTERÍSTICAS: Envolve mais mulheres negras (meia-idade). As lesões mostram uma tendência acentuada para envolvimento bilateral, quase frequentemente simétrico, e não é raro encontrar lesões extensas em todos os quatro quadrantes posteriores. A doença pode ser assintomática. Em outros casos, o paciente pode se queixar de dor persistente de baixa intensidade, podendo estar presente uma fístula alveolar, expondo osso avascular amarelado na cavidade oral. Pode ser notado algum grau de expansão em uma ou mais das áreas envolvidas. • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Lesões mistas radiolúcidas e radiopacas múltiplas envolvendo as regiões anterior e posterior da mandíbula. Inicialmente, as lesões são predominantemente radiolúcidas, mas com o tempo se tornam mistas e então predominantemente radiopacas, com apenas um fino halo radiolúcido na periferia. Ocasionalmente, uma lesão pode se tornar quase que totalmente radiopaca e se mesclar com o osso adjacente de aparência normal. • TRATAMENTO: Para o paciente assintomático, o melhor tratamento consiste em consultas de controle com profilaxia e reforço de higiene para controlar a doença periodontal e prevenir a perda de inserção. O tratamento do paciente sintomático é mais difícil. Podem ser indicados antibióticos, mas frequentemente não são efetivos. O sequestro das massas escleróticas semelhantes a cemento ocorre lentamente e é seguido por reparo. A excisão do osso necrótico pode acelerar o reparo. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 diagnóstico bucal 4 4. LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES • Trata-se de uma lesão não neoplásica; • ETIOLOGIA: Alguns estudos mostraram que lesões ósseas de células gigantes podem ser monoclonais, resultantes de translocações cromossômicas. Identificação de mutações no gene SH3BP2 foi detectada, sendo que mutações neste gene são observadas no querubismo. • CARACTERÍSTICAS: Mais de 60% das LCCG são observadas em pacientes jovens, com idade abaixo de 30 anos. Apresenta uma proporção maior para o gênero feminino em relação ao masculino e possui distribuição prevalente na região anterior, sendo que 70% das lesões ocorrem na mandíbula. Assintomático, normalmente. Destruição das corticais ósseas e parestesia são incomuns. • DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: querubismo, displasia fibrosa. • TRATAMENTO: punção aspirativa, biopsia incisional, exames pré-cirurgicos. Possuem uma taxa de recorrência geral de 20%, aproximadamente. Lesões que possuem recorrência podem necessitar, além da curetagem, de osteotomia periférica ou mesmo da ressecção cirúrgica em bloco. Mesmo considerando importante a taxa de recorrência, o prognóstico das LCCG é bom. 5. QUERUBISMO • Trata-se de uma condição genética, incomum, autossômica dominante, com expressividade variável e alta penetrância. É causado por diversas mutações no gene SH3BP2, no cromossomo 4p16. • Embora seja uma doença com herança genética dominante, casos esporádicos são encontrados e devem representar mutações espontâneas. • CARACTERÍSTICAS: A condição é mais encontrada em homens. O início clínico normalmente se dá antes do primeiro ano de vida. Raramente a doença inicia tardiamente na adolescência ou puberdade. As lesões do querubismo normalmente progridem até a puberdade e então se estabilizam e regridem de forma progressiva e lenta. São observadas expansões simétricas na região angular da mandíbula, ramo ascendente, região retromolar e região posterior da maxila. Tais expansões levam ao aspecto clínico de bochechas aumentadas angelicais e fazem com que os olhos pareçam voltados para cima, expondo a esclera abaixo da íris. A expansão óssea é frequentemente bilateral. Podem-se perceber alterações no posicionamento dental, falha ou atraso na erupção, dificuldades na fonação e deglutição, além da possível presença de linfadenopatia cervical devido à hiperplasia reativa e fibrose. • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: são lesões radiolúcidas multiloculares, que mimetizam cistos e tumores multiloculares em decorrência de septos ósseos que ocorrem entre as massas teciduais. Radiografias panorâmicas e TC possibilitam uma melhor visualização da extensão das lesões ósseas. O envolvimento da maxila é muitas vezes percebido pela rarefação óssea difusa, podendo levar à opacificação dos seios maxilares. • TRATAMENTO: Proservação. Há a regressão após a puberdade, porém em casos mais graves da doença, com expressivas alterações faciais, a correção cirúrgica ampla tecidual pode ser realizada, com possibilidade de recorrência das alterações. O prognóstico do querubismo ainda permanece imprevisível, podendo ser bastante variado. REFERÊNCIAS • NEVILLE, B. W.; DAMM, D. D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. E. Patologia oral e maxilo-facial. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 1 • Diagnóstico diferencial das lesões nodulares • P a p i l o m a v í r u s H u m a n o – H P V 1. Papiloma escamoso 2. Verruga vulgar 3. Condiloma acuminado 4. Hiperplasia epitelial focal INTRODUÇÃO • Lesões nodulares causadas por infecções do papilomavírus humanos (HPV); • Essas infecções, podem ser aumentos papilares do epitélio, hiperplasias reacionais e neoplasia benigna • Os aumentos papilares do epitélio podem ter: Superfície papilar ou verrucosa; Cor branca ou normocrômica; Solitária ou múltiplas; Progressiva ou estática; Sem manifestação sistêmica; Crescimento lento; PAPILOMAVÍRUS HUMANO - HPV • O papilomavírus humano (HPV) é um vírus do gênero Papi!lomavirus, com mais de 120 subtipos identificados epiteliotrópicos e altamente espécie-específicos. • Podem ser de baixo risco ou de alto risco. Baixo risco: HPV 6 e HPV 11. Não tem afinidade com células supressoras de tumor, portanto,parecem não oferecer risco de progressão para malignidade. Alto risco: HPV 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Esses tipos de vírus podem estar associados a lesões pré-cancerígenas, pois, tem afinidade com células supressoras de tumor, inativando essas células, podendo ser oncogênicos. Contudo, o HPV não atua isoladamente na oncogênese; outros fatores, estados nutricionais, uso de fumo e álcool, atuam em conjunto, favorecendo a instalação do tumor. Obs: Na cavidade bucal, o papiloma vírus está associado principalmente ao papiloma e mais raramente à presença de verrugas vulgares, condiloma acuminado Obs: Neoplasia benigna X Neoplasia maligna 1. PAPILOMA ESCAMOSO • Subtipos do HPV 6 e 11 (baixo risco) • O papiloma escamoso é uma neoplasia benigna comum na cavidade oral • Nódulo de crescimento exofítico • Bem delimitado • Lesão solitária • Normalmente pediculado • Superfície rugosa (graças às suas projeções digitiformes) com aspecto de "couve-flor" • Possui crescimento lento • Coloração esbranquiçada, porém a lesão poderá ser levemente avermelhada ou com a coloração da mucosa normal, dependendo da quantidade de ceratinização da superfície. • Assintomática • Normalmente possuem pequenas dimensões, alguns milímetros, mas em pacientes negligentes ou imunodeprimidos podem apresentar proliferações exuberantes. • Locais mais comuns na boca: língua, lábios, mucosa jugal, gengiva inserida e palato • Eventualmente pode ocorrer a queratinização superficial, dependendo do tempo de evolução e da região sofrer maior ou menor trauma crônico • Não está associado a prática de relação sexual • O diagnóstico clínico deve ser confirmado por biópsia • O tratamento consiste na remoção da lesão • É geralmente unitário • Seu tratamento se dá através da remoção cirúrgica conservadora, e a recidiva é improvável Papiloma escamoso. Aspecto de couve-flor. Lesão exofítica no palato mole com múltiplas projeções curtas e de superfície branca. Papiloma escamoso. Em região de gengiva inserida Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 2 2. VERRUGA VULGAR • Subtipos HPV 2 e 4 (baixo risco) • A verruga vulgar ou verruga comum é uma neoplasia benigna frequente na pele. É mais raro acometer a mucosa bucal. • Trata-se de uma lesão mais prevalente em crianças que possuem verrugas nas mãos e dedos que pelo hábito de mordê-los acabam por transmitir o vírus para a mucosa da boca • É contagiosa e pode disseminar-se para outras partes da pele ou das membranas mucosas de um indivíduo. • É um nódulo de massas exofíticas • Normalmente tem base séssil e contorno oval • Superfície papilomatosa e digitiforme exibindo (projeções papilares ou uma superfície áspera) • Coloracão esbranquiçada devido à espessa camada de queratina. • Seu tratamento consiste na remoção da lesão, que pode ser feita através de substâncias cáusticas, como o ácido tricloroacético ou podofilina, eletrocoagulação, crioterapia, ablação a laser ou ainda através de exérese cirúrgica convencional • Pode ser múltipla, diferente do papiloma • Locais mais comuns na boca: borda do vermelhidão do lábio, mucosa labial e região anterior da língua • indolor • As lesões orais são geralmente excisadas cirurgicamente, ou podem ser destruídas pelo uso de laser • Quando não tratadas, as verrugas não sofrem transformação maligna e dois terços das lesões podem desaparecer espontaneamente dentro de 2 anos, particularmente em crianças. Verruga vulgar. Em região de lábio superior. Verruga vulgar. Lesão papilar exofítica, branca, em região lateral de palato mole. 3. CONDILOMA ACUMINADO • O Condiloma Acuminado é um tipo de verruga sexualmente transmissível (DST) • É uma neoplasia benigna causada por HPV de alto risco • São lesões múltiplas na maioria das vezes, podendo, entretanto, entretanto, apresentar- se como nódulos solitários. • As lesões orais ocorrem mais frequentemente na mucosa labial, palato mole e freio lingual - as lesões desenvolvem-se no sítio de contato sexual ou do trauma • Podem ser indicativas de abuso sexual quando diagnosticadas em crianças • São geralmente diagnosticados em adolescentes e adultos jovens, porém pessoas de todas as idades são suscetíveis • Apresenta-se como um aumento de volume exofítico e indolor • Base séssil • Coloração cor-de-rosa • bem delimitado, com projeções de superfície curtas e embotadas. • O condiloma tende a ser maior do que o papiloma e está, caracteristicamente, agrupado a outros condilomas. O tamanho lesional médio é de 1 a 1,5 cm, porém lesões orais maiores atingindo até 3 cm têm sido relatadas. • O condiloma oral é geralmente tratado por excisão cirúrgica com ampla remoção das margens, já que a reincidência é comum Condiloma acuminado. Duas lesões da mucosa do lábio superior exibindo projeções curtas e embotadas. Obs: Independentemente do método utilizado, um condiloma deve ser removido, uma vez que é contagioso e pode se disseminar para outras superfícies orais e para outras pessoas por meio do contato direto (geralmente sexual) Obs: Pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) podem apresentar condilomas múltiplos e disseminados pela cavidade bucal Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 3 4. HIPERPLASIA EPITELIAL FOCAL (HEF) • Doença de Heck • A hiperplasia epitelial multifocal é uma neolplasia benigna com proliferação localizada do epitélio escamoso oral, induzida por vírus (HPV) • O baixo nível socioeconômico, condições de moradia em aglomeração e higiene precária parecem ser fatores de risco adicionais • Rara • Os sítios de envolvimento mais comuns incluem a mucosa labial, jugal e lingual, porém lesões gengivais, palatinas e amigdalianas também têm sido relatadas. • Normalmente são múltiplas pápulas • Consistência mácia • Indolor • Planas ou arredondadas, que se encontram geralmente agrupadas • Apresentam a coloração da mucosa normal, embora possam estar dispersas, apresentar-se pálidas ou, raramente, brancas • Diagnostico diferencial: condiloma acuminado • As lesões individuais são pequenas (0,3 a 1,0 cm), discretas e bem delimitadas, mas estas frequentemente se agrupam de maneira tão próxima entre si que toda a área toma uma aparência fissurada ou de pedras de calçamento • A excisão cirúrgica conservadora pode ser realizada com objetivos diagnósticos e estéticos ou para as lesões sujeitas a trauma. O risco de recidiva após a terapia é mínimo e parece não haver potencial de transformação maligna • As lesões também podem ser removidas por crioterapia ou por ablação a laser de dióxido de carbono (CO2) Hiperplasia epitelial multifocal. As lesões podem demonstrar uma alteração papilar da superfície e palidez, como observado na língua dessa criança Hiperplasia epitelial multifocal. Múltiplos nódulos e pápulas com superfície plana, de coloração normal, são observados no lábio inferior de uma criança REFERÊNCIAS • KIGNEL, S. et al ESTOMATOLOGIA - BASES DO DIAGNÓSTICO PARA O CLÍNICO GERAL 2ª ed. São Paulo, Editora Santos 2013. • MARCUCCI, G. Fundamentos de Odontologia: Estomatologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005. 243p. • NEVILLE, B. W.; DAMM, D. D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. E. Patologia oral e maxilo-facial. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 1 alterações Fúngicas CANDIDÍASE • Etiologia: Candida Albicans; • Candidíase = Candidose; • Em forma de hifas que causam doenças, quando são em forma esporos, não são patogênicos; • Para serem patogênicos, precisam de fatores que favoreçam;• As infecções são superficiais, afetando as partes externas da mucosa; Classificação de Lehner 1. Formas agudas Candidíase Pseudomembranosa Candidíase Atrófica 2. Formas crônicas atróficas Queilite angular Estomatite protética 3. Hiperplásica Candidíase bucal crônica Candidíase leucoplásica CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA • Pseudomembrana = ‘’falsa membrana’’; • Também conhecida como sapinho, a candidíase pseudomembranosa é caracterizada pela presença de placas brancas aderentes na mucosa; • Comum em pacientes imunodeprimidos; • Placa removível: se destacam à raspagem e podem ser removidas com gaze, revelando um fundo cruento, eritematoso e, algumas vezes, sangrante; • Tratamento: nistatina ou pasta VASA; • Semiotécnica: raspagem; Apresentação e Sintomas: Placas brancas, cremosas, destacáveis; sensação de ardência e queimação, hálito fétido (‘’gosto ruim na boca’’); Localizações Comuns: Mucosa jugal, língua, palato Fatores Associados: Antibioticoterapia, imunossupressão Candidíase pseudomembranosa. Múltiplas placas brancas no palato mole. Aparência clássica de “leite coalhado” das lesões orais da candidíase pseudomembranosa. CANDIDÍASE ATRÓFICA • Ocorre tipicamente após o uso de um antibiótico de amplo espectro; • Área eritematosa e se apresentam em forma de erosão ou ulceração; • É resultado, na grande maioria dos casos, da evolução clínica e perda da pseudomembrana (candidíase pseudomembranosa); • A sensação de queimação é acompanhada pela perda difusa das papilas filiformes da superfície dorsal da língua, resultando em aparência vermelha e “careca” da língua; Apresentação e Sintomas: Manchas vermelhas, sensação de queimação e ardência na região; geralmente é dolorosa Localizações Comuns: Dorso da língua, região posterior do palato duro, mucosa jugal Fatores Associados: Antibioticoterapia, xerostomia, imunossupressão, idiopática Candidíase atrófica. As áreas desnudas irregulares (não as áreas brancas) da superfície dorsal da língua representam a candidíase eritematosa. O paciente havia usado um antibiótico de amplo espectro. QUEILITE ANGULAR • Conhecida popularmente como ‘’boqueira’’; • Ocorre no ângulo da boca em usuários de prótese, geralmente; Ocorre bilateralmente devido a perda de dimensão vertical; • 65% do grupo geriátrica: pessoas idosas com redução da dimensão vertical de oclusão e sulcos acentuados nas comissuras labiais. A saliva tende a se acumular nestas áreas, mantendo-as úmidas e favorecendo a infecção por fungos. Os pacientes relatam que a intensidade das lesões aumenta e diminui; Apresentação e Sintomas: Lesões fissuradas avermelhadas; irritadas e dolorosas, sensação de ferida no local Localizações Comuns: Comissura labial Fatores Associados: Idiopática, imunossupressão, perda de dimensão vertical Queilite angular. Lesões características apresentando-se como alterações eritematosas e fissuradas da pele da comissura labial. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 2 ESTOMATITE PROTÉTICA • Ocorre na área chapeável da prótese total superior mal adaptada, mal higienizada e que não é removida à noite; • Localizadas no palato na área de contato com uma prótese removível; • Embora o aspecto clínico possa chamar a atenção, tal condição raramente é sintomática; Apresentação e Sintomas: Vermelha, assintomática Localizações Comuns: Confinada à superfície mucosa do palato que suporta a prótese Fatores Associados: Provavelmente não é uma infecção verdadeira; a prótese é frequentemente positiva à cultura, mas a mucosa não Estomatite protética. A: Prótese superior com selamento palatino incompleto associada a hiperplasia tecidual na linha mé- dia. B: A área da mucosite corresponde ao contorno da prótese. C: Resolução da mucosite após terapia antifúngica e higienização apropriada da prótese. GLOSSITE ROMBOIDAL MEDIANA • Atrofia papilar central; • Forma de candidíase eritematosa assintomática e crônica; • Apresenta-se como uma zona eritematosa; Apresentação e Sintomas: Áreas atróficas e vermelhas na mucosa; assintomática Localizações Comuns: Linha média na região posterior do dorso lingual Fatores Associados: Idiopática, imunossupressão Glossite romboidal mediana. Apresentação intensa da atrofia papilar central. CANDIDÍASE HIPERPLÁSICA • Raramente encontrada na mucosa oral; • São lesões crônicas discretamente elevadas, que variam de áreas pequenas, palpáveis, translúcidas e esbranquiçadas, até lesões grandes, densas, com placas opacas, endurecidas e rugosas ao tato (lesões tipo placas); • Podem ser observadas áreas homogêneas ou as áreas pontilhadas, e não são eliminadas por raspagem (lesões nodulares); • Geralmente ocorrem na mucosa jugal, em um ou ambos os lados, principalmente na área retrocomissural e são menos frequentes na língua; Apresentação e Sintomas: Placas brancas não destacáveis; assintomática Localizações Comuns: Mucosa jugal anterior Fatores Associados: Idiopática, imunossupressão; deve- se ter cuidado para não confundi-la com outras lesões ceratóticas com candidíase sobreposta Candidíase hiperplásica. A: Estas placas brancas difusas lembram clinicamente a leucoplasia, mas elas representam na verdade uma apresentação incomum de candidíase hiperplásica. B: O tratamento com pastilhas orais de clotrimazol levou à completa resolução das lesões brancas em duas semanas, confirmando o diagnóstico de candidíase hiperplásica. Se qualquer alteração branca persistisse na mucosa, a realização de uma biópsia seria obrigatória. Obs: Prescrever antifúngicos como miconazol e nistatina para tratamento de candidíase; Obs: as doenças fônicas aparecem muito em imunocomprometidos; Obs: lesões ceratóticas: alterações da camada mais superficial da pele com hipertrofia e aspecto escamoso ou verrucoso. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 3 PARACOCCIDIOIDOMICOSE • Etiologia: Paracoccidioides brasiliensis; • Não é muito comum; • Precisa encaminhar para o médico; • Predileção pelo sexo masculino em trabalho agrícola; • Pode ser classificada: forma enérgica e forma hipernérgica; • Forma hiperérgica: na cavidade oral se apresentam mais comumente como ulcerações moriformes; • Perda de peso rápido e pode aparecer nódulos no pulmão; HISTOPLASMOSE • Etiologia: Histoplasma capsulatum; • Fungos presentes nas fezes de pombo; • Os esporos são inalados pelos humanos; • Foco primário da patogenia é o pulmão; • Se dissemina na cavidade bucal como nódulos ou úlceras múltiplas; • Localização mais comum: língua, palato ou mucosa jugal; • 90% assintomático; • Diagnóstico feito com citologia esfoliativa; • Tratamento: itraconazol, porém, varia de acordo com o estado da doença. Histoplasmose. Esta lesão ulcerada granular envolve o fundo de vestíbulo superior e pode ser facilmente confundida clinicamente com um carcinoma. REFERÊNCIAS • MARCUCCI, G. Fundamentos de Odontologia: Estomatologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005. 243p. • NEVILLE, B. W.; DAMM, D. D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. E. Patologia oral e maxilo-facial. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 1 Lesões brancas ETIOLOGIA: alterações epiteliais CARACTERÍSTICAS GERAIS: As lesões brancas são usualmente indolores, podendo ser focais, multifocais, estriadas ou difusas, características estas que podem guiar o diagnóstico. LINHA ALBA à É uma linha branca de queratinização friccional, localizada na mucosajugal paralela à linha de oclusão, relacionada a áreas dentadas; à É assintomática; à Apresenta-se em geral bilateralmente, possui extensão variável e não é removível à raspagem; à Constitui uma reação à pressão ou sucção da mucosa decorrente da atividade dos dentes posteriores; à A linha é mais ou menos evidente em diferentes indivíduos; à O aspecto clínico característico é suficiente para o diagnóstico, sendo o tratamento desnecessário; Linha alba. Linha branca de hiperceratose na mucosa jugal direita ao nível do plano oclusal. LEUCOEDEMA à O leucoedema é uma condição hereditária clinicamente representada por uma área esbranquiçada difusa na mucosa bucal; à É diagnosticado através de manobra clínica, quando, ao se distender a mucosa, desaparece quase totalmente, retornando, sua coloração normal após seu relaxamento, fato este que não ocorre com outras lesões brancas – Sinal patognomônico; à Ocorre na mucosa jugal bilateralmente, apresentando coloração difusa, opaca ou branco-acinzentada com maior incidência nos indivíduos melanodermas e, mais raramente, nos leucodermas; à Assintomático; à Não necessita de exames complementares para seu diagnóstico final; à O diagnóstico diferencial pode incluir líquen plano e leucoplasia, nevo branco esponjoso’ à Não requer tratamento; Leucoedema. A, Aspecto esbranquiçado difuso da mucosa jugal. B, Desaparecimento do aspecto esbranquiçado quando a mucosa é estendida. NEVO BRANCO ESPONJOSO à É uma doença genética, atribuída a mutações nos genes 4 e/ou 13 da queratina, conhecida também como doença de Cannon. à A história familiar é importante para o diagnóstico; à As lesões podem ser detectadas ao nascimento ou na infância, permanecendo ao longo da vida; à Relativamente rara; à Afeta as mucosas genital, anal, nasal e principalmente a oral, sem predileção por sexo, com prevalência em leucodermas; à Apresenta placas brancas, de consistência esponjosa com superfície rugosa, queratótica e de aspecto pregueado, não sendo removidas à raspagem; à Na cavidade bucal são geralmente bilaterais, simétricas, afetando a mucosa jugal e labial, ventre da língua, assoalho bucal e palato mole; à Diagnóstico diferencial: leucoedema, líquen plano e mordedura de bochechas. à É assintomática, no encanto, os pacientes frequentemente queixam-se da textura da mucosa e do aspecto antiestético; à Não possui potencial maligno, tendo um bom prognóstico; à Não requer tratamento; Nevo branco esponjoso. Placas brancas espessas e difusas na mucosa jugal. HIPERQUERATOSE FOCAL à É a mastigação crônica da bochecha; à É encontrada mais em pessoas que estão estressadas ou que exibem quadros psicológicos; à A ocorrência é maior em mulheres > 35 anos; à São encontradas com mais frequência na mucosa jugal bilateralmente, na porção média anterior, ao longo do plano oclusal, aparecendo mais na linha alba; à Áreas brancas, espessadas e fragmentadas podem estar entremeadas a zonas eritematosas, com erosão ou ulceração traumática focal; à As áreas brancas da mucosa exibem uma superfície dilacerada e irregular, e o paciente relata que é capaz de remover fragmentos de material branco da área envolvida; à Na maioria dos casos, a apresentação clínica é suficiente para um diagnóstico; à Não necessita de tratamento, e sim deve-se tratar a causa do possível estresse, por exemplo. Morsicatio buccarum. Áreas espessas e maceradas de hiperceratose branca na mucosa jugal esquerda. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 2 LEUCOPLASIA à Leuco = branco; plasia = crescimento; à Caracteriza um comprometimento das mucosas; à Placa branca da mucosa bucal que não pode ser removida por raspagem e que não pode ser classificada como nenhuma outra doença – caso a doença não se encaixar ou não tiver etiologia definida por 40 dias, se encaixa em leucoplasia; à Placas brancas, lisas, homogêneas ou rugosas, únicas ou múltiplas, que podem comprometer qualquer área da mucosa bucal, principalmente a língua, mucosa jugal e palato duro e mole; à Variação de tamanho, desde alguns milímetros até lesões extensas com comprometimento de várias áreas; à A leucoplasia compromete mais homens acima dos 40 anos, principalmente os que possuem hábito de fumar e ingerir bebidas alcoólicas. Outros irritantes crônicos, como injúrias dentais e protéticas, também podem estar relacionados. Dentre os possíveis fatores sistêmicos, são relacionados a sífilis, avitaminoses, anemias, hipocloridrias e outras; à Normalmente é assintomática; à Apresenta potencial variável de transformação maligna e por isso deve ser encarada com cuidado; à É um processo irreversível; à O tratamento consiste na remoção cirúrgica da lesão e a eliminação ou afastamento dos fatores desencadeantes; à As lesões que não possam ser removidas cirurgicamente devem ser proservadas periodicamente; à Fator principal etiológico: tabaco, álcool, vírus; à Diagnóstico feito com Azul de Toluidina; Leucoplasia homogênea ou espessa. Lesão extensa na mucosa jugal com uma coloração branca não-homogênea e com fissuras. ESTOMATITE NICOTÍNICA à A estomatite nicotínica é uma lesão específica relacionada ao uso do fumo (cigarro, charuto e cachimbo); à A alteração envolve áreas de queratinização do palato duro, bem como nas regiões expostas à concentração de fumo; à Pode-se observar placas brancas na região, com pontos centrais avermelhados, que correspondem à abertura dos ductos das glândulas salivares menores inflamadas (placa esbranquiçada permeada por pontos); à O diagnóstico é clínico, relacionado ao hábito de fumar; à A alteração tem caráter reversível, desaparecendo totalmente quando o hábito de fumar é abandonado; à A lesão não necessita de nenhuma intervenção, apenas deixar de fumar; Estomatite nicotínica. Visão aproximada das aberturas ductais inflamadas das glândulas salivares envolvidas no palato duro. Note os anéis ceratóticos brancos nas bordas de vários dos ductos inflamados. QUEILITE ACTÍNICA à Dentre os vários tipos de queilite, a solar é a mais frequente e importante, face à possibilidade de transformação maligna em carcinoma; à É bem comum e ocorre mais em homem, acima dos 40 anos, leucodermas; à Ocorrendo mais na semimucosa labial inferior devido à exposição crônica que essa área sofre dos raios solares – o lábio inferior é acometido cerca de 10 vezes mais que o superior à Diagnóstico diferencial: queilite esfoliativa, queilite glandular, líquen plano etc; à O diagnóstico final é feito pelos aspectos clínicos, citologia esfoliativa, biópsia incisional ou excisional; à A prevenção é realizada utilizando-se protetores solares, chapéus de abas largas, cremes e batons fotoprotetores; à O vermelhão do lábio afetado, apresenta aspecto atrófico, pálido, esbranquiçado, ressecado, normalmente fissurado, com descamação, áreas de erosões superficiais, úlceras crônicas e perda da elasticidade; à Outro aspecto clínico é que se perde a divisória entre lábio e pele; à O potencial de malignização pode ser maior quando associada a outros fatores carcinogênicos – álcool e o fumo; à Embora o diagnóstico clínico seja relativamente fácil, é necessária a realização da biópsia para avaliar o grau de modificações histológicas. Queilose (queilite) actínica. Particularmente, neste caso, verifica-se o apagamento da interface entre a mucosa do vermelhão e a pele do lábio. LÍNGUA PILOSA à Pode evoluir para cor negra – língua pilosa negra; à Embora seja geralmente idiopática, existem numerosos fatores predisponentes, como: o uso de remédios (antibióticos e corticosteróides), higiene oral deficiente, uso de bochechos com antiácidos ou oxidantes, radioterapia, proliferação de bactérias e fungos; à É uma variação de normalidade assintomática,porém durante a anamnese o paciente poderá ́relatar sensação de "gosto amargo na boca" ou "mau hálito"; à Tem uma maior incidência na região anterior das papilas circunvaladas, as papilas filiformes assumirão uma coloração amarelo-acastanhada ou até mesmo enegrecida, resultante do uso de dieta com pigmentação, tabagismo e proliferação bacteriana; à Para a língua pilosa que está impregnada pelo uso do tabaco, é necessário orientar o paciente uma higienização adequada; Língua saburrosa (pilosa). Dorso lingual com aparência branca e espessada devido ao acúmulo de ceratina e bactérias na superfície. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 3 LEUCOPLASIA PILOSA à Associada a infecções do vírus Epstein-Barr (EBV) ou pelo herpes bominis víms 4 (HHV-4); à Relacionada à infecção viral, de ocorrência não muito comum, manifesta-se mais frequentemente em pacientes HIV-positivo, mas ocorre em imunossuprimidos também; à É assintomático; à A leucoplasia pilosa caracteriza-se por placa esbranquiçada aderente, superfície corrugada, que normalmente se localiza nos dois terços anteriores da borda lingual, em área de mucosa paraqueratinizada; à A distribuição pode ser uni ou bilateral, às vezes estendendo-se para o ventre lingual. Há relatos mais raros de ocorrência em mucosa labial, jugal ou em palato mole; à O tratamento pode ser feito com antivirais, sendo que a lesão pode desaparecer mesmo espontaneamente; à O diagnóstico diferencial inclui queratoses irritativas, leucoplasia idiopática, líquen plano, nevo branco esponjoso e candidose hipertrófica; Leucoplasia pilosa oral (LPO) associada ao HIV. Estrias verticais de ceratina ao longo da margem lateral da língua. LÍQUEN PLANO à Lesão autoimune, porém, outros fatores de forma direta ou indireta, são considerados desencadeantes ou etiológicos, como: iatrogenia medicamentosa, diabetes e principalmente o estresse emocional; à Multiplicidade de aspectos clínicos e etiológicos; à Potencial de malignidade; à É uma doença mucocutânea e as células basais são o alvo principal do líquen plano; à A doença é mais frequente entre 30 e 50 anos e tem predileção pelo sexo feminino; à As formas do líquen plano são divididas em típicas e atípicas: A forma típica mais comum é a reticular, representada por manchas brancas, em forma de rede (estrias de Wickhan), geralmente assintomática e bilateral. Afeta mais a mucosa jugal, mas pode afetar em qualquer área da boca; O potencial de transformação maligna é dado às formas atípicas que são representadas pelas formas erosivas centrais, ulceradas e bolhosas. Essas formas podem envolver várias áreas anatômicas da cavidade bucal; As formas atípicas apresentam sintomatologia inespecífica como: ardor, queimação, formigamento, sensibilidade ao toque e a alimentos ácidos ou condimentados; à Teste de azul de toluidina é útil para a biópsia; à Pacientes portadores de líquen plano, independentemente da forma, devem ser controlados periodicamente, tendo em vista o possível potencial de malignidade da lesão; Líquen plano. As linhas brancas entrelaçadas são típicas do líquen plano reticular envolvendo a região posterior da mucosa jugal, o local mais comum de envolvimento bucal. . FIBROSE SUBMUCOSA ORAL à é o mesmo que hiperqueratose do tabaco sem fumaça; à É uma condição pré-cancerosa de alto risco da mucosa oral, crônica, progressiva, que forma cicatrizes, observada principalmente no subcontinente indiano. Essa lesão tem sido relacionada à inserção crônica do sachê de betel, que possui tabaco em sua composição; à O calor não é associado como causador da lesão; à Queixa principal = trismo e dor na mucosa; à Vesículas, petéquias, melanose, xerostomia e sensação generalizada de queimação oral (estomatopirose) são geralmente os primeiros sinais e sintomas; à A mucosa jugal, área retromolar e palato mole são os sítios mais comumente afetados. A mucosa desenvolve uma mancha, uma palidez semelhante ao mármore e uma rigidez progressiva dos tecidos subepiteliais; à A leucoplasia da mucosa é frequentemente é notada; à A lesão não regride com a remoção do hábito de mascar tabaco. Os pacientes com casos leves podem ser tratados com corticosteroides; Fibrose submucosa oral. Palidez e fibrose do palato mole em um paciente que masca sachês de betel. A úvula mantém sua coloração normal. QUEIMADURA DA MUCOSA à Inicialmente, a queimadura apresenta-se como uma área indolor, carbonizada e amarelada, que exibe pouco ou nenhum sangramento; à Os danos térmicos relacionados aos alimentos quentes geralmente surgem no palato ou na mucosa jugal posterior; à As lesões apresentam-se como áreas de eritema e ulceração que frequentemente exibem remanescentes necróticos do epitélio na periferia e ocorre a formação de uma película de proteção; Queimadura térmica por alimento. Área de necrose epitelial amarelada no lado esquerdo da região posterior do palato duro. O dano ocorreu devido à ingestão intempestiva de um pedaço de pizza quente. Obs: não confundir Língua pilosa com Leucoplasia pilosa, devido à semelhança nas denominações. A leucoplasia pilosa (ocorre classicamente na margem lateral da língua). REFERÊNCIAS • KIGNEL, S. et al ESTOMATOLOGIA - BASES DO DIAGNÓSTICO PARA O CLÍNICO GERAL 2ª ed. São Paulo, Editora Santos 2013. • MARCUCCI, G. Fundamentos de Odontologia: Estomatologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005. • NEVILLE, B. W.; DAMM, D. D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. E. Patologia oral e maxilo-facial. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 1 lesões vermelhas 1. Eritroplasia 2. Lesões orais relacionadas às anemias 3. Hemangioma 4. Angiomatose de Sturge-Weber 5. Telangiectasia hemorrágica hereditária 6. Petéquias e equimoses 7. Sarcoma de Kaposi 8. Candidose atrófica aguda 9. Candidose atrófica crônica • As lesões vermelhas podem ser em decorrência de alterações epiteliais e alterações vasculares ( vasos sanguíneos dilatados, afluência de novos vasos sanguíneos e hemorragia); • Um dos recursos semiotécnicos para diagnósticas essas lesões é a Vitropressão (diascopia); 1. ERITROPLASIA • É uma lesão que mostra displasia significativa com potencial de transformação maligna para carcinoma epidermóide (in situ) carcinoma de células escamosas. Deve-se, então, ter um cuidado especial com essa lesão, apesar de ser rara na mucosa bucal; • A eritroplasia também pode ocorrer associada a leucoplasia e tem sido observada em conjunto com uma grande proporção dos carcinomas orais invasores em estágio inicial; • Embora a eritroplasia seja menos comum do que a leucoplasia, a eritroplasia deve ser vista como uma lesão mais grave devido à alta porcentagem de malignização das lesões associadas a ela; • Etiologia: indiopática, porém pode estar associada a exposição de agentes carcinogênicos, principalmente fumo e álcool • Características clínicas: apresenta-se como lesão de coloração avermelhada, áreas não inflamatórias, aveludadas; assintomáticas. Pode ser observada em qualquer localização, porém as regiões de maior risco são o asoalho da boca, a língua, região retromolar e palato mole. Faixa etária mais comum acima de 50 anos; • Diagnóstico diferencial: Sarcoma de Kaposi, equimose e candidose atrófica; • Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica com ampla margem de segurança. Eritroplasia. Lesão macular eritematosa na região de soalho de boca direito sem associação com leucoplasia. A biópsia revelou a presença de um carcinoma de células escamosas inicialmente invasivo. Eritroplasia. Mancha bem circunscrita vermelha na região lateral posterior do palato duro e mole 2. LESÕES ORAIS RELACIONADAS ÀS ANEMIAS • Anemia éum termo genérico tanto para um decréscimo no volume de hemácias (hematócrito) como para a concentração de hemoglobina; • As lesões associadas a anemias, podem ocorrer devido a deficiência de vitaminas do complexo B (ácido fólico e ou B12) ou de ferro e são relacionadas a dieta inadequada e absorção deficiente nutricional, por exemplo. Em geral, as alterações orais associadas à avitaminose B consistem no aparecimento de queilites e glossites. • Características clínicas: Os lábios podem exibir rachaduras e fissuras estendendo-se até os cantos da boca, sendo nesse caso chamadas de queilite angular. A língua torna-se mais avermelhada e lisa (atrofia papilar), e os pacientes relatam dor, sensibilidade e queimação; • Tratamento: melhorar a dieta e terapia de reposição nutricional; Glossite atrófica relacionada á anemia. 3. HEMANGIOMA • É uma lesão vascular, podendo representar uma neoplasia benigna dos vasos sanguíneos, um hemartoma ou uma malformação vascular; • Características clínicas: aumento de volume plano, papular ou nodular, de variadas dimensões. A superfície é lisa ou irregular e os limites muitas vezes são imprecisos. A coloração varia do vermelho vivo ao azulado. De consistência elástica ou fibrosa, que depende da quantidade de tecido conjuntivo que se interpõe entre os espaços vasculares. Quanto à sua coloração vermelha ou azul-purpúrea, está na dependência da profundidade de sua localização no tecido; • Estas lesões são reconhecidas facilmente pela manobra de vitropressão, que consiste em comprimi-la com lâmina de vidro, provocando o esvaziamento do seu conteúdo sanguíneo, tomando-a esbranquiçada. Ao remover a pressão, o sangue retorna e a lesão readquire seu volume e coloração iniciais. • Outra manobra auxiliar é a punção, que evidenciará o conteúdo sanguíneo. • Localiza-se mais no dorso da língua, lábios, gengiva e mucosa jugal. • Tratamento: terapia com laser, embolização e crioterapia. Malformação venosa. Aumento de volume Hemangioma no lábio azul-arroxeado na região anterior da língua. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 2 4. ANGIOMATOSE DE STURGE-WEBER • São tipos de hemangiomas faciais e orais; • É uma patologia de desenvolvimento caracterizada por proliferações vasculares que envolvem os tecidos do cérebro e da face (manchas de vinho do porto); • Quando ocorre na mucosa bucal, têm preferência pelos lábios, gengivas marginal e inserida e mucosa jugal. Outros sinais da síndrome são lesões oculares, convulsões e retardo mental em grau variável; • Características clínicas: Estas manchas acompanham o trajeto do nervo trigêmeo em variável extensão pela pele e na cavidade bucal. Extra-oral: angiomatoses, leptemeníngeas (retardo mental ou hemiplegia contra- lateral), epilepsia, glaucoma, más-formações vasculares da conjuntiva. Intra-oral: envolvimento unilateral do palato mole e hiperplasia gengival; Mancha de vinho do porto. Angiomatose de Sturge-Weber. Envolvimentoento vascular unilateral do palato mole. 5. TELANGIECTASIA HEMORRÁGICA HEREDITÁRIA • Síndrome de Rendu-Osler-Weber; • Doença autossômica dominante; • Essas alterações vasculares são representadas clinicamente por lesões puntiformes ou por pápulas de coloração avermelhada decorrentes de pequenas dilatações anormais de vasos e capilares; • Estas lesões podem levar a sangramento crônico provocando anemia oculta. Na pele, acomete principalmente a palma das mãos e a planta dos pés; • Eventos hemorrágicos podem ocorrer nas mucosas bucal e nasal, sendo mais intensos na última; • Características clínicas: numerosos hematomas vasculares, exibindo numerosas pápulas vermelhas espalhadas; • Localização mais comum: vermelhidão no lábio, língua e mucosa jugal. • Tratamento: crioterapia ou eletrocautério. Obs: TELANGIECTASIA: São dilatações dos vasos terminais (arteríolas, vênulas e capilares), apresentam aspecto filamentoso ou pontilhado; Telangiectasia hemorrágica hereditária (THH). A língua deste paciente exibe múltiplas pápulas vermelhas, que representam coleções superficiais de espaços capilares dilatados. 6. PETÉQUIAS E EQUIMOSES • São aspectos clínicos de hemorragia no tecido mole; • As duas diferem no tamanho; • As petéquias são manchas vermelhas puntiformes, circulares, de localização mais frequente no palato mole. São decorrentes de causas traumáticas, quando se rompem os capilares palatais por situações como tosse, espirros, vômito etc. Podem não serem em decorrência de traumas também; • Equimoses representam manchas avermelhadas na pele ou mucosa, comuns nos lábios e na face, decorrentes de extravasamento de sangue, constituindo área mais que 1 cm de diâmetro. Ocorrem devido fatores traumáticos; • Etiologia: são hemorragias nos tecidos moles; o Petéquias: hemorragias puntiformes; o Equimoses: hemorragias maiores; • Relacionadas à traumas ou à discrasias sanguíneas. • Características clínicas: coloração variando do vermelho ao roxo, normalmente ocorre em áreas sujeitas à traumas e não empalidecem ao exame de diascopia. Petéquias associadas à púrpura trombocitopênica idiopática. Equimoses na junção entre o palato duro e o palato mole (induzidas por trauma). 7. SARCOMA DE KAPOSI • É um angiossarcoma e tem como etiologia o herpesvírus humano HHV-8 (vírus do sarcoma de kaposi) e é mais comumente associado à imunodeficiência; • Proliferação celular de células endoteliais que se comportam, em alguns casos como uma lesão reacional e em outros, como uma neoplasia maligna. O vírus estimula a liberação de citocinas e fatores de crescimento responsáveis pela proliferação endotelial; • Características clínicas: o tipo associado com a imunodeficiência comumente apresenta expressões bucais. As lesões bucais são comumente múltiplas, sendo detectadas, com mais frequência, no palato, gengiva e língua. Podem preceder as lesões cutâneas; • Diagnóstico diferencial: hemangioma, eritroplasia, melanoma e granuloma piogênico; • O diagnóstico final é dado pela biópsia incisional e exame histopatológico; • O tratamento é médico, com cirurgia, radioterapia e quimioterapia e tem um mau prognóstico; Manifestacões do Sarcoma de Kaposi no pescoço e olhos. Licensed to Lara Stinguel Cancian - larastinguel28@gmail.com - HP152216775256991 Diagnóstico bucal 3 8. CANDIDOSE ATRÓFICA AGUDA • É resultante, na grande maioria dos casos, da evolução clínica e consequente perda da pseudomembrana esbranquiçada, tomando então coloração eritematosa; • Conhecida também por estomatite por antibiótico; • Ocorre principalmente no dorso de língua, tornando-a despapilada e avermelhada; • Diagnostico final feito pela história da doença atual, exames físicos e complementares e pelas terapêuticas usadas; Candidose atrófica aguda. Área despapilada, eritematosa no dorso da língua. 9. CANDIDOSE ATRÓFICA CRÔNICA • É representada por formas clínicas, bastante comuns na mucosa bucal: à Relacionada a prótese total superior (estomatite protética): ocorre na área chapeável da prótese total superior mal adaptada e má-higienizada; à Relacionada a queilite angular: ocorre bilateralmente devido à perda da dimensão vertical; à Glossite romboidal mediana: apresenta-se como uma zona eritematosa, bem demarcada, localizada na linha mediana da superfície dorsal da língua; Erosões no palato duro em decorrência de Candidíase crônica atrófica em decorrência do uso de prótese total antiga. Queilite angular. Lesões características apresentando- se como alterações eritematosas e fissuradas da pele da comissura labial. Glossite romboide mediana com áreas esbranquiçadas circundando a lesão.