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<p>ANDREZA RODRIGUES</p><p>ATENDIMENTO AO</p><p>ALUNO/CLIENTE EM</p><p>ACADEMIAS E CLUBES</p><p>Sumário</p><p>INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3</p><p>CONDUTA DE INGRESSO (ANAMNESE) E</p><p>ACOMPANHAMENTO DO ALUNO/CLIENTE ��� 4</p><p>ATENDIMENTO PERSONALIZADO</p><p>E ORGANIZAÇÃO DE GRUPOS DE</p><p>ATIVIDADE FÍSICA ���������������������������������������12</p><p>ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS</p><p>ESPORTIVOS INTERNOS �����������������������������14</p><p>GRUPOS DE CAMINHADA/CORRIDA ����������� 18</p><p>GRUPOS DE RECREAÇÃO OU ATIVIDADE</p><p>FÍSICA INFANTIL ������������������������������������������20</p><p>ATIVIDADES FÍSICAS VOLTADAS À</p><p>TERCEIRA IDADE �����������������������������������������25</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������34</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &</p><p>CONSULTADAS ��������������������������������������������36</p><p>3</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Neste e-book, discutiremos aspectos importantes</p><p>sobre o atendimento ao aluno/cliente e o cuidado</p><p>necessário ao lidar com grupos diferentes ao mi-</p><p>nistrar aulas coletivas.</p><p>É importante salientar que em aulas em grupo, os</p><p>indivíduos são diferentes entre si e isso merece</p><p>uma atenção especial do professor que irá minis-</p><p>trar essa aula, pois é preciso levar em conta que</p><p>altas intensidades de exercícios físicos resultam</p><p>de modo diferente em cada um dos praticantes.</p><p>Desse modo, entenderemos como estruturar dife-</p><p>rentes grupos com diferentes focos, como grupos</p><p>interessados em caminhada/corrida, recreação e</p><p>atividade infantil ou formados por indivíduos mais</p><p>velhos. Analisaremos algumas características</p><p>dessas populações, quais são os exercícios mais</p><p>indicados e abordaremos algumas recomendações</p><p>acerca dessas práticas.</p><p>4</p><p>CONDUTA DE INGRESSO</p><p>(ANAMNESE) E</p><p>ACOMPANHAMENTO DO</p><p>ALUNO/CLIENTE</p><p>Ao ingressar num programa de atividade física –</p><p>seja para uma modalidade individual ou coletiva</p><p>– o indivíduo deve realizar alguns tipos de testes</p><p>e avaliações que trarão resultados importantes</p><p>relacionados ao nível de aptidão física do sujeito</p><p>e à possíveis limitações que ele possa apresentar.</p><p>Dessa forma, a aplicação do questionário de anam-</p><p>nese é considerada o primeiro passo nesse processo.</p><p>A anamnese é entendida como um questionário</p><p>investigativo composto por questões relacionadas</p><p>aos hábitos e ao histórico do indivíduo, sendo um</p><p>instrumento importante para alertar o profissional</p><p>de educação física, por exemplo, sobre possíveis</p><p>pontos que necessitem de atenção especial no</p><p>momento de montar o programa de treino. As</p><p>questões presentes nesse questionário indagam o</p><p>sujeito sobre sintomas, histórico familiar e possíveis</p><p>fatores relacionados às doenças de risco; em outras</p><p>palavras, a anamnese deve conter a identificação</p><p>do respondente, bem como os hábitos, histórico</p><p>clínico, histórico familiar e nível de atividade física</p><p>5</p><p>do indivíduo (ACSM, 2014). Observemos a seguir,</p><p>um exemplo de como estruturar uma anamnese:</p><p>Figura 1: Modelo de estrutura da anamnese</p><p>Nome:__________________________________________________________________________________</p><p>Endereço:_______________________________________________________________________________</p><p>Telefone para contato: ( )___________________________</p><p>Data de nascimento:______________________</p><p>Em caso de emergência, quem avisar: __________________________________________</p><p>TEL.: ( )___________________________</p><p>Objetivo com o programa de treino:</p><p>______________________________________________________________________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________</p><p>Histórico de Saúde</p><p>1. Você fuma? Sim ( ) Não ( ) Frequência _________________________________________________</p><p>2. Pressão: ( ) Alta ( ) Baixa ( ) Normal</p><p>3. Possui diabetes? Sim ( ) Não ( )</p><p>4. Níveis elevados de colesterol? Sim ( ) Não ( )</p><p>5. Você tem (teve) alguma lesão ou problema ortopédico (bursite, dores nos joelhos, dores nas costas,</p><p>etc.)? Sim ( ) Não ( ) Qual(ais)? _____________________________________________________________</p><p>6. Você toma algum medicamento prescrito? Sim ( ) Não ( )</p><p>7. Você pratica alguma outra atividade física regularmente?</p><p>Sim ( ) Não ( ) Qual(ais)? _____________________________________________________________</p><p>8. Você possui alguma outra condição médica, problemas ou questões que você ache importante</p><p>pontuar?</p><p>______________________________________________________________________________________________________</p><p>______________________________________________________________________________________________________</p><p>Eu reconheço, para o melhor de minha capacidade, que estou em bom estado de saúde e não tenho</p><p>problemas médicos conhecidos que restringiriam minha capacidade de participar neste programa de</p><p>exercício.</p><p>Assinatura: _____________________________________________________ Data: ____________________________</p><p>/ /</p><p>-</p><p>-</p><p>Fonte: Elaborado pela autora</p><p>De posse dessas informações, se faz necessário</p><p>realizar uma avaliação física, com o objetivo principal</p><p>de fornecer mais informações para o profissional</p><p>envolvido, afim de diagnosticar, acompanhar e</p><p>verificar a evolução do aluno durante o processo</p><p>de treinamento (SILVA et al., 2018). Através dessa</p><p>avaliação, o profissional fica a par de informações</p><p>que irão embasar os tipos, intensidade, frequência</p><p>e enfoques dos exercícios físicos, tendo em vista o</p><p>objetivo do aluno. Essas informações são o ponto</p><p>de partida no programa de treinamento, além de</p><p>6</p><p>servirem para a manutenção ou o desenvolvimento</p><p>de parâmetros que necessitem de mais atenção.</p><p>É importante destacarmos que a avaliação física</p><p>é realizada tanto no início como também durante</p><p>o programa de treinamento, pois tais dados forne-</p><p>cem informações relevantes sobre a efetividade</p><p>do treino, tendo em vista os objetivos traçados</p><p>inicialmente.</p><p>Na avaliação física, um dos principais métodos</p><p>utilizados é a antropometria, que é a medida do ta-</p><p>manho corporal e suas proporções (circunferências,</p><p>peso, estatura, etc.). Em relação à mensuração das</p><p>circunferências corporais, as medidas podem ser</p><p>realizadas sob uma dessas quatro formas: maior</p><p>circunferência, ponto pré-determinado, ponto médio</p><p>e menor circunferência. Com isso, serão realizadas</p><p>três medidas e é preciso considerar a média delas</p><p>como valor real da circunferência. Os locais que</p><p>deverão ser avaliados a cada medição, são:</p><p>y Tórax: medida realizada no ponto médio entre</p><p>o manúbrio e o processo xifoide;</p><p>y Braço: ponto médio entre o acrômio e o olecrano;</p><p>y Antebraço: maior circunferência do antebraço;</p><p>y Cintura: menor circunferência da região abdominal;</p><p>y Abdômen: altura da cicatriz umbilical;</p><p>y Quadril: maior circunferência dos glúteos;</p><p>y Coxa: ponto médio entre o trocante maior e o</p><p>condido medial do fêmur;</p><p>y Perna: maior circunferência dos gastrocnêmicos.</p><p>7</p><p>Além disso, a avaliação física é composta por</p><p>subgrupos de avaliações, que fornecerão dados</p><p>sobre os níveis de diferentes capacidades físicas</p><p>do indivíduo, sendo elas: avaliação cardiorrespi-</p><p>ratória, avaliação neuromuscular, avaliação da</p><p>composição corporal e avaliação da flexibilidade.</p><p>A avaliação da aptidão cardiorrespiratória consiste</p><p>em testes de esforço, que são realizados na esteira</p><p>ou bicicleta ergométrica. A partir dos protocolos</p><p>utilizado, é possível obtermos os principais índi-</p><p>ces de limitação funcional cardiorrespiratória, o</p><p>consumo máximo de oxigênio (VO2máx.), a fre-</p><p>quência cardíaca máxima (FCmáx.) e os limiares</p><p>fisiológicos. Segundo a ACSM (2014), o VO2max</p><p>representa a maior capacidade do indivíduo em</p><p>captar, transportar e utilizar oxigênio durante o</p><p>esforço físico; essa capacidade representa o nível</p><p>de desempenho cardiorrespiratório e vascular de</p><p>atletas e não atletas. Quando esses níveis estão</p><p>baixos, há um aumento de risco de mortalidade e</p><p>de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.</p><p>Para melhorar esses níveis, o indivíduo deve fazer</p><p>exercícios de natureza aeróbia, como: a caminhada,</p><p>a corrida, a natação, andar de bicicleta ou alguma</p><p>modalidade esportiva.</p><p>Em relação à frequência, é</p><p>recomendado que essas práticas sejam realizadas</p><p>de 3 a 5 vezes na semana, e que dure entre 20 a</p><p>60 minutos, com intensidade leve a moderada.</p><p>Observe abaixo alguns exemplos de atividades</p><p>realizadas no teste de VO2 máximo:</p><p>8</p><p>Figura 2: Teste de VO2 máximo.</p><p>Fonte: https://www.bhpedal.com.br/tag/teste-de-vo2-max/</p><p>Os testes classificados como máximos só podem ser</p><p>realizados na presença de um médico.</p><p>A avaliação neuromuscular, por sua vez, consiste em</p><p>avaliar dois fatores: a força máxima e a resistência</p><p>muscular. Essas capacidades são avaliadas por</p><p>meio de testes específicos, como o teste de 1RM</p><p>(repetição máxima), que é o mais utilizado, e que</p><p>consiste em executar, através de uma contração</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>9</p><p>concêntrica e excêntrica, o movimento em toda</p><p>a sua amplitude articular, utilizando o máximo</p><p>de peso com um intervalo de recuperação de 3</p><p>a 5 minutos entre as tentativas. As cargas são</p><p>aumentadas gradativamente até que o indivíduo</p><p>não consiga mais executar o movimento, obtendo</p><p>assim sua carga máxima; lembrando que a carga</p><p>de 1RM será aquela que antecede a tentativa falha.</p><p>Nos procedimentos iniciais para a realização do teste</p><p>de 1RM, o avaliador deve se basear no histórico de</p><p>treinamento do avaliado para determinar as cargas que</p><p>serão utilizadas.</p><p>Já a avaliação da composição corporal é res-</p><p>ponsável por fornecer dados relativos ao tecido</p><p>adiposo, muscular, ósseo e níveis de água. Os</p><p>métodos de avaliação nesse quesito podem ser:</p><p>métodos diretos, que apresentam elevada precisão,</p><p>mas a utilização é limitada, pois ocorre através</p><p>da extração lipídica dos cadáveres; métodos indi-</p><p>retos, que permitem uma estimativa dos tecidos</p><p>corporais com extrema precisão – por exemplo, a</p><p>pesagem hidrostática e por imagens como DEXA,</p><p>ressonância magnética e ultrassonografia; e, por</p><p>fim, os métodos duplamente indiretos, que são os</p><p>mais utilizados pelos profissionais de Educação</p><p>SAIBA MAIS</p><p>10</p><p>Física e consistem na avaliação corporal através</p><p>da espessura das dobras cutâneas. Essa técnica</p><p>deve ser seguida por um protocolo específico e</p><p>uma técnica correta que considere os pontos ana-</p><p>tômicos e que gere informações precisas sobre as</p><p>medidas (GUEDES; GUEDES, 2006).</p><p>As dobras cutâneas, que comumente são mensuradas</p><p>nas avaliações físicas, são: tríceps, bíceps, subescapu-</p><p>lar, peitoral, axilar média, supra ilíaca, abdominal, coxa</p><p>e panturrilha. Mas como fazer essas mensurações?</p><p>Através de um instrumento chamado adipômetro.</p><p>Figura 3: Dobras cutâneas</p><p>Fonte: https://blogeducacaofisica.com.</p><p>br/7-tipos-dobras-cutaneas/</p><p>SAIBA MAIS</p><p>11</p><p>A avaliação do grau de flexibilidade - levando em</p><p>conta que esta capacidade física é importante na</p><p>realização de tarefas diárias dos indivíduos – é</p><p>feita através do teste “sentar e alcançar” (banco</p><p>de wells). Para melhorar os níveis de flexibilidade,</p><p>é necessária a utilização de exercícios voltados ao</p><p>alongamento estático e facilitação neuromuscular</p><p>proprioceptiva.</p><p>Figura 4: Teste de flexibilidade (banco de wells).</p><p>Fonte: GUARIGLIA et al., 2011</p><p>12</p><p>ATENDIMENTO</p><p>PERSONALIZADO E</p><p>ORGANIZAÇÃO DE</p><p>GRUPOS DE ATIVIDADE</p><p>FÍSICA</p><p>No que tange o atendimento personalizado, a base</p><p>que fundamenta esse pressuposto é um dos prin-</p><p>cípios de treinamento esportivo: a individualidade</p><p>biológica.</p><p>Assim, antes de iniciar qualquer tipo de prática de</p><p>atividade física é fundamental que o aluno procure</p><p>um médico, realize todos os exames e análises</p><p>necessárias, que podem apontar possíveis limita-</p><p>ções físicas, ou problemas de saúde, para então</p><p>procurar um profissional de educação física. É a</p><p>partir desse ‘aval médico’ que poderemos saber</p><p>quais são os exercícios físicos mais adequados</p><p>para o indivíduo, qual a intensidade a ser utilizada</p><p>e a frequência adequada. A intenção de praticar</p><p>atividade física é a de promoção da saúde, e não</p><p>de gerar problemas.</p><p>Além disso, para aulas em grupo não devemos</p><p>deixar de considerar a idade do público e o nível</p><p>de aptidão física de cada um. Geralmente, pelo</p><p>fato dessas aulas terem muitos alunos, os pro-</p><p>13</p><p>fissionais acabam ignorando o fato de que cada</p><p>indivíduo possui sua subjetividade e é aí que está</p><p>o problema. Por isso, ao montarmos uma aula,</p><p>mesmo que em grupo, é necessário conhecer</p><p>seus alunos e montar um programa de exercício</p><p>que seja condizente com o objetivo da aula, mas</p><p>que também respeite as limitações de cada um.</p><p>14</p><p>ORGANIZAÇÃO DE</p><p>EVENTOS ESPORTIVOS</p><p>INTERNOS</p><p>A organização de eventos esportivos demanda de-</p><p>dicação e empenho, pois envolve muitas pessoas.</p><p>Para organizarmos um evento de qualquer natureza,</p><p>é necessário um planejamento para evitar gastos</p><p>desnecessários e, principalmente, para que o evento</p><p>siga em consonância com os objetivos pré-estabe-</p><p>lecidos. A recomendação é que o organizador crie</p><p>um tipo de checklist, ou um projeto, que contenha</p><p>todos os processos e etapas que estarão envolvi-</p><p>das no evento. Ademais, o organizador também</p><p>deverá pensar nos recursos humanos necessários</p><p>e considerar essas informações na construção</p><p>desse documento.</p><p>Outros pontos que devem ser levados em conta</p><p>também, se referem ao tipo de modalidade parti-</p><p>cipará do evento, ao público-alvo pretendido, se</p><p>haverá ou não convidados. Além disso, é preciso</p><p>que o organizador pontue sobre as equipes se</p><p>constituirão a competição e quantas pessoas</p><p>estarão envolvidas nessas questões, o quanto de</p><p>orçamento será necessário para o evento como um</p><p>todo, e quais são os recursos materiais necessá-</p><p>rios. É preciso enfatizar que o projeto, ou checklist,</p><p>15</p><p>dará uma noção prévia dos custos envolvidos e</p><p>recursos necessários, mas também não se pode</p><p>ignorar o fato de que imprevistos podem acontecer</p><p>e que essas pretensões podem variar para mais</p><p>ou para menos.</p><p>Resumidamente, o checklist serve como facilitador</p><p>no processo de organização do evento e, por isso,</p><p>deve ter os seguintes itens:</p><p>y Tema do evento;</p><p>y Objetivo: servirá para nortear as ações do evento;</p><p>y Nome do evento;</p><p>y Público-alvo;</p><p>y Número de participantes: a quantidade de</p><p>pessoal envolvidas no evento influenciará outras</p><p>escolhas futuras, como a escolha do local, dos</p><p>fornecedores, entre outros;</p><p>y Recursos humanos envolvidos: definição da</p><p>equipe que estará envolvida no evento e que será</p><p>responsável pela organização, atuando também</p><p>durante e depois dele;</p><p>y Formas de divulgação;</p><p>y Local e data;</p><p>y Recursos financeiros: os custos dos recursos</p><p>humanos e materiais, dos fornecedores e todos</p><p>os outros custos que possam surgir;</p><p>y Programação/cronograma das atividades;</p><p>y Recursos materiais envolvidos;</p><p>16</p><p>y Protocolo do evento: planejamento de como</p><p>se darão as premiações ou entregas de prêmios e</p><p>brindes, e quais serão as logísticas da competição.</p><p>Considerando que estamos tratando de eventos</p><p>esportivos internos, além dos pontos supracitados,</p><p>é necessário também demandar uma atenção</p><p>especial ao local que será realizado o evento, de</p><p>forma que os participantes estejam acomodados</p><p>de maneira correta e, principalmente, de maneira</p><p>segura. A escolha do local dependerá da modali-</p><p>dade pretendida e, por isso, devemos pensar se o</p><p>ambiente é espaçoso e acessível para comportar</p><p>essa demanda, se consegue acomodar todo o</p><p>público previsto, se é seguro e confiável e, o mais</p><p>importante, se é adequado para o tipo de modali-</p><p>dade em questão.</p><p>Além disso, geralmente, os eventos esportivos</p><p>internos oferecem prêmios e brindes para todos os</p><p>participantes. Assim, uma alternativa para redução</p><p>de custos no quesito de premiações e brindes é</p><p>ir em busca de fornecedores. Essa pesquisa deve</p><p>ser feita com o devido cuidado, para que haja o</p><p>melhor custo-benefício do mercado e que não</p><p>haja prejuízos.</p><p>Outro ponto fundamental e que, muitas vezes,</p><p>não recebe a devida atenção é a divulgação do</p><p>evento. É através da divulgação que o público-alvo</p><p>17</p><p>conhece o um evento, por isso, essa comunicação</p><p>é considerada a chave que fará diferença nesse</p><p>processo. Dessa forma, a melhor estratégia é apos-</p><p>tar nas</p><p>redes sociais, que oferecem um alcance</p><p>interessante e proporciona a divulgação do evento</p><p>de forma muita rápida.</p><p>18</p><p>GRUPOS DE CAMINHADA/</p><p>CORRIDA</p><p>A atividade física é uma das melhores estratégias</p><p>– aliada a uma alimentação saudável – na promo-</p><p>ção de qualidade de vida. Assim, a caminhada ou</p><p>corrida, por serem práticas, acessíveis e de baixo</p><p>custo, é uma alternativa que promove bem-estar</p><p>aos indivíduos que a praticam e, naturalmente,</p><p>uma rotina mais produtiva e eficiente.</p><p>Uma das vantagens da prática de caminhadas e</p><p>corridas é que ela pode ser realizada em parques,</p><p>praças ou lugares mais calmos, que fogem do am-</p><p>biente da academia; especificamente, a caminhada,</p><p>que não requer preparo físico ou experiência, e</p><p>pode servir como estímulo para que no futuro o</p><p>indivíduo venha praticar a corrida. Além do mais,</p><p>são práticas que contribuem do mesmo modo</p><p>no aumento da autoestima, melhora no sistema</p><p>imunológico, diminuição da ansiedade, depressão</p><p>e distúrbios do sono.</p><p>Em relação à frequência e quantidade de exercícios,</p><p>isso será definido a partir do relatório médico, que</p><p>pode ou não apontar a presença de limitações</p><p>físicas ou afins. Por esse motivo é recomendado</p><p>que antes do início do programa de treinamento,</p><p>19</p><p>o indivíduo visite o médico e realize os devidos</p><p>exames.</p><p>Portanto, para organizar grupos de caminhadas</p><p>e corridas, é necessário procurar adeptos a essa</p><p>prática e considerar fatores como idade e nível</p><p>de atividade física para montar e definir metas</p><p>para todo o grupo de caminhada. Em relação à</p><p>frequência e intensidade, dependerá de alguns</p><p>fatores relacionados ao nível de atividade física</p><p>dos alunos, se eles praticam outras modalidades,</p><p>quais os objetivos do grupo, entre outros, mas, de</p><p>modo geral, o indicado é que a prática dessa ativi-</p><p>dade aconteça no mínimo três vezes por semana,</p><p>sendo uma com intensidade de leve a moderada.</p><p>20</p><p>GRUPOS DE RECREAÇÃO</p><p>OU ATIVIDADE FÍSICA</p><p>INFANTIL</p><p>O profissional de educação física pode atuar com</p><p>recreação em diversos lugares, como nas escolas,</p><p>em hotéis, acampamentos e acantonamentos,</p><p>festas, clubes, empresas, academias desportivas,</p><p>condomínios, navios e na natureza (CAVALLARI;</p><p>ZACHARIAS, 2018).</p><p>A recreação, no contexto escolar, consistia em</p><p>atividades com o intuito de desenvolver aspectos</p><p>psicomotores e culturais dos alunos, dentro das</p><p>aulas. Porém, com o passar do tempo, houve uma</p><p>ampliação nesse setor, que levou ao desenvolvi-</p><p>mento da recreação até mesmo fora do horário de</p><p>aula, com objetivos mais lúdicos.</p><p>Já a recreação inserida nos hotéis é comum a</p><p>todos os tipos de hospedagem, que podem es-</p><p>tar divididos em três categorias: hotel de praia,</p><p>de campo e de estância. Mas de que modo isso</p><p>pode impactar na recreação? Pois bem, isso quer</p><p>dizer que a partir das características de cada um</p><p>dos tipos de hotéis, o serviço de recreação será</p><p>diferente, já que os equipamentos, espaços e até</p><p>mesmo os hospedes são diferentes, quanto seus</p><p>comportamentos e demandas. Enfim, é preciso</p><p>21</p><p>entender como cada ambiente está estruturado,</p><p>para que a recreação nesse contexto exerça seu</p><p>devido papel.</p><p>Com isso, fica claro que tais diferenças são sig-</p><p>nificativas na elaboração de uma atividade de</p><p>recreação. Em hotéis de praia, por exemplo, é</p><p>comum utilizarmos as quadras esportivas, salão</p><p>ou áreas para ginásticas que estão montadas na</p><p>areia, além da própria praia e o mar. De acordo</p><p>com Cavallari e Zacharias (2018), nesse local, o</p><p>principal público que pode ser encontrado são os</p><p>jovens, e, por isso, as atividades devem ser mais</p><p>dinâmicas e de muita movimentação. Já em hotéis</p><p>de campo, os equipamentos e materiais de lazer</p><p>são mais sofisticados, e o público presente nesse</p><p>contexto é mais familiar, muitas vezes com crian-</p><p>ças e adolescentes. Considerando esse fator, as</p><p>aulas devem ser dinâmicas ao máximo, pois deve</p><p>ser considerado diferentes idades. No hotel de</p><p>estância, as atividades são mais internas e podem</p><p>exigir que o hóspede saia da área do hotel para</p><p>realizá-las (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018). Nesse</p><p>tipo de ambiente, é mais comum se deparar com</p><p>o público da terceira idade e, por isso, a dinâmica</p><p>das atividades é mais calma.</p><p>Antes de tratar das especificidades da recreação</p><p>em acampamentos e acantonamentos, se faz ne-</p><p>cessário entender o que significa cada conceito.</p><p>22</p><p>O primeiro se refere ao instalar-se em barracas</p><p>em um lugar específico, que será chamado de</p><p>acampamento; já o segundo, é quando um gru-</p><p>po de pessoas com características comuns se</p><p>deslocam para um mesmo lugar, com objetivos</p><p>lúdicos. Assim, as atividades de recreação para</p><p>esses contextos serão formuladas de acordo com</p><p>os ambientes em que o grupo está inserido.</p><p>Já na formulação de atividades de recreação para</p><p>festas, é necessário ter em mente qual a natureza</p><p>dessa comemoração (se é festa infantil, folclórica,</p><p>temática, etc.), e formular um planejamento que</p><p>conste itens como o cronograma das atividades</p><p>pretendidas, os materiais utilizados, os recursos</p><p>humanos necessários e os espaços onde as</p><p>atividades serão desenvolvidas (CAVALLARI; ZA-</p><p>CHARIAS, 2018).</p><p>A recreação em clubes, geralmente, ocorre nos</p><p>finais de semana, além do período de férias, pois</p><p>é quando as famílias costumam se reunir e as</p><p>crianças e adolescentes procuram desfrutar de</p><p>toda a animação que o clube oferece. Assim, as</p><p>atividades nesse contexto, devem ser programadas</p><p>de acordo com os recursos humanos e materiais</p><p>disponíveis, além de considerar os espaços exis-</p><p>tentes. A ideia principal do desenvolvimento das</p><p>atividades recreativas em clubes, é realizar diversas</p><p>23</p><p>atividades concomitantes que irão abranger diver-</p><p>sas faixas etárias e o maior número de pessoas.</p><p>Já no ambiente empresarial, as atividades de recre-</p><p>ação podem acontecer aos finais de semana, mas</p><p>também nos intervalos dos funcionários, horário</p><p>de almoço ou final de expediente. Juntamente com</p><p>essas atividades, os eventos que trazem a família</p><p>do trabalhador para dentro da empresa podem</p><p>ocorrer, por isso, os recreadores devem se preocu-</p><p>par com uma certa diversificação no cronograma</p><p>de atividades, considerando também as diversas</p><p>faixas etárias (CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018).</p><p>Algumas redes de academias criaram espaços</p><p>infantis para filhos e filhas de adultos que não</p><p>tinham com quem deixá-los enquanto frequentam</p><p>a academia. Assim, as atividades realizadas com</p><p>as crianças são direcionadas as faixas etárias</p><p>presentes no ambiente, o que pode gerar algumas</p><p>incertezas na hora de programar as atividades, por</p><p>isso, é importante pensarmos em atividades não</p><p>tão específicas e mais dinâmicas.</p><p>Observamos um crescente em relação às aulas</p><p>em condomínios, e a recreação não fica de fora</p><p>dessa tendência. O mais comum é que recreado-</p><p>res sejam contratados para atuar no período de</p><p>férias escolares, mas devido a esse crescimento,</p><p>o trabalho foi estendido a outros períodos do ano</p><p>24</p><p>e também para outras faixas etárias. Os espaços</p><p>a serem utilizados diferem entre os condomínios,</p><p>mas notamos que, de modo geral, esses ambientes</p><p>fornecem diversas opções para o desenvolvimento</p><p>de atividades recreativas.</p><p>Um outro ambiente onde também pode haver a</p><p>realização de atividades recreativas é o navio. O</p><p>papel de recreadores nesse contexto, se assemelha</p><p>com a atuação em hotéis e possui uma progra-</p><p>mação cultural, social e física diversa, abarcando</p><p>jogos aquáticos, jogos desportivos, shows, festas,</p><p>bailes, gincanas, competições, concursos, etc.</p><p>(CAVALLARI; ZACHARIAS, 2018).</p><p>Por fim, as atividades recreativas na natureza va-</p><p>riam a partir dos objetivos dos agentes envolvidos.</p><p>Uma opção que pode ser seguida, é o da prática</p><p>de esportes de aventura, como a canoagem, o</p><p>mergulho, o alpinismo, entre outras.</p><p>25</p><p>ATIVIDADES FÍSICAS</p><p>VOLTADAS À TERCEIRA</p><p>IDADE</p><p>O processo de envelhecimento é inevitável e de-</p><p>corrente dele acontecem declínios importantes</p><p>na capacidade funcional do indivíduo, como a</p><p>osteopenia e a sarcopenia. Diante disso, a prática</p><p>de atividade física atua como um fator</p><p>importante</p><p>na minimização dos efeitos associados ao enve-</p><p>lhecimento, manutenção da qualidade de vida,</p><p>prevenção de doenças, menor incidência de quedas,</p><p>além de proporcionar um envelhecimento saudável.</p><p>Mas os benefícios da atividade física vão além de</p><p>aspectos somente biológicos; estudos apontam</p><p>que essa prática resulta também em melhoras</p><p>nos aspectos psicológicos e sociais.</p><p>Os principais ganhos que a prática de atividade</p><p>física proporciona aos idosos são: o aumento da</p><p>capacidade aeróbia, contribuindo assim no combate</p><p>às doenças coronarianas, por exemplo; aumento</p><p>e manutenção da massa muscular, contribuindo</p><p>na redução da incidência de quedas; redução nas</p><p>taxas de gordura do sangue, prevenção e contro-</p><p>le da hipertensão arterial e diabetes; melhora na</p><p>flexibilidade e equilíbrio; diminuição de doenças</p><p>26</p><p>mentais, de quadros de ansiedade e estresse,</p><p>aumento da autoestima e do humor.</p><p>A ideia principal para a criação de grupos para a</p><p>terceira idade, é traçar como objetivo principal a</p><p>promoção de um envelhecimento saudável, de tal</p><p>forma que os indivíduos sejam mais independentes</p><p>possível, pois devido a todos os declínios que podem</p><p>ocorrer no processo de envelhecimento, é notório</p><p>que essa população se torna mais dependente na</p><p>realização de atividades funcionais da vida diária.</p><p>O programa de atividade física para essa popu-</p><p>lação deve ser diferente daquele prescrito para o</p><p>público jovem, considerando que há a presença de</p><p>cuidados especiais relacionados às modificações</p><p>progressivas da idade ou patologias relacionadas.</p><p>Com isso, é imprescindível que, em um primeiro</p><p>contato com o aluno, seja aplicada uma anamnese</p><p>e que ele traga atestado médico que dê suporte</p><p>para a realização da prática de atividade física.</p><p>De acordo com Kopiler (1997), para que o treinamento</p><p>tenha efeito, a intensidade do trabalho durante a</p><p>sessão de exercício deve estar entre 65% e 75% da</p><p>capacidade máxima de trabalho. Entretanto, se o</p><p>grupo for praticamente sedentário a prescrição dos</p><p>exercícios físicos deve ser de forma lenta e gradual,</p><p>considerando sempre as limitações individuais.</p><p>27</p><p>Em relação aos exercícios, eles não devem impor</p><p>grande estresse ortopédico, deve ser de fácil</p><p>acesso, conveniente e agradável a todos; os tipos</p><p>de exercícios estão relacionados à caminhada,</p><p>bicicleta, exercícios na água, natação ou outras</p><p>atividades aeróbias (KOPILER, 1997).</p><p>Segundo o consenso do American College of Sports</p><p>Medicine, os pacientes idosos com doença cardio-</p><p>vascular devem começar o programa de atividade</p><p>física com menor intensidade de exercícios, prin-</p><p>cipalmente no grupo de sedentários, pelo risco de</p><p>complicações relacionadas à doença de base ou</p><p>ao acometimento osteomuscular. Em nossa expe-</p><p>riência, independente da capacidade física inicial,</p><p>utilizamos as frequências cardíaca média e máxima</p><p>de treinamento, sem maiores complicações. Nos</p><p>sedentários isso ocorreu pelo fato de rapidamente</p><p>atingirem a FC de treinamento, mesmo com os</p><p>exercícios mais simples, pela grande dificuldade</p><p>em sua realização; caso contrário, estaríamos muito</p><p>limitados na prescrição dos exercícios (KOPILER,</p><p>1997).</p><p>Por fim, quanto à intensidade, ela deve ser suficiente</p><p>para manter uma carga no sistema cardiovascular,</p><p>pulmonar e musculoesquelético sem sobrecarre-</p><p>ga-los. Já em relação à frequência, é recomenda-</p><p>do que os exercícios sejam realizados de três a</p><p>28</p><p>cinco vezes por semana, com duração de 30 a 60</p><p>minutos. É necessário lembrar que o aquecimento</p><p>e o resfriamento devem ser lentos e graduais, de</p><p>tal forma que evitem complicações ao praticante.</p><p>Considerando que, muitas vezes, os alunos inseridos</p><p>nos grupos de terceira idade nunca fizeram nenhum</p><p>tipo de ginástica ou prática de atividade física, e</p><p>que chegam até nós com alguns problemas de</p><p>saúde (e, por isso, a importância de uma ficha de</p><p>anamnese logo no primeiro contato com o aluno),</p><p>é necessário formular um plano de aula que irá</p><p>nortear as ações de treinamento, principalmente</p><p>em se tratando de uma aula em grupo.</p><p>Imaginemos que você é contratado para dar aulas</p><p>para um grupo de em um condomínio, que te ofe-</p><p>rece a quadra como local de trabalho. Além dela,</p><p>há a possibilidade de usar a academia do prédio,</p><p>porém os alunos que se inscreveram em suas</p><p>aulas ainda são iniciantes e apresentam alguns</p><p>problemas de saúde.</p><p>Tendo em vista que, num primeiro momento, é impor-</p><p>tante que haja uma certa adaptação desses corpos</p><p>ao exercício físico, você decide utilizar somente a</p><p>quadra poliesportiva para o desenvolvimento de</p><p>suas aulas. Assim, ao planejá-las, recomendamos</p><p>que você construa um plano de aula escrito, que</p><p>29</p><p>irá te ajudar a nortear as suas ações de forma</p><p>condizente ao público alvo em questão.</p><p>Dessa forma, apresentaremos uma ideia de estru-</p><p>turação de plano de aula. Não é um plano de aula</p><p>propriamente dito, mas sim itens que são base</p><p>para a idealização da aula. Analisemos o exemplo</p><p>a seguir:</p><p>y Duração da aula: sugere-se que seja de 35 a</p><p>40 minutos, podendo ser aumentada progressiva-</p><p>mente a partir da evolução dos alunos;</p><p>y Objetivos da aula: essa aula, especificamente,</p><p>consiste em trabalhar o corpo todo, a partir de</p><p>uma velocidade/cadência de lenta a média. Os</p><p>exercícios serão semelhantes às atividades co-</p><p>tidianas, contribuindo, assim, para a melhora do</p><p>desempenho funcional do grupo;</p><p>y Partes da aula:</p><p>� Aquecimento (dez minutos): dez minutos</p><p>para estimular os alunos a saírem do estado</p><p>de repouso, a proposta é que façam uma cami-</p><p>nhada leve, dentro de seus limites, em volta da</p><p>quadra. Pode haver também a exploração maior</p><p>do espaço utilizado a partir de caminhadas com</p><p>troca de direção ou com diferentes ritmos, uma</p><p>estratégia que também pode ser utilizada, é a</p><p>caminhada em cima das linhas demarcatórias</p><p>da quadra, estimulando a noção espacial e o</p><p>equilíbrio do indivíduo. Outra opção seria a de</p><p>30</p><p>“tamanho da passada”, ou seja, alternar entre</p><p>passadas curtas e largas.</p><p>� Desenvolvimento/Parte principal (vinte e</p><p>cinco minutos): tendo em vista que a intenção</p><p>dessa aula é trabalhar o corpo todo a partir</p><p>de movimentos similares aos de atividades</p><p>cotidianas, como sentar e levantar, caminhar,</p><p>subir, escadas, varrer, entrar e sair do carro, etc.,</p><p>é preciso considerarmos exercícios que sejam</p><p>semelhantes a essas tarefas. Assim, podem</p><p>ser aplicados exercícios de marcha estacio-</p><p>nária ou não (valendo-se de uma música que</p><p>pode determinar o ritmo); a utilização de uma</p><p>cadeira para que o aluno possa sentar, levan-</p><p>tar e continuar em marcha; a utilização de um</p><p>cabo de vassoura para o fortalecimento dos</p><p>ombros (frontal e lateral); exercícios de equi-</p><p>líbrio; exercícios de dupla tarefa, entre outros.</p><p>O exemplo a seguir é de um circuito (que pode</p><p>ser feito em diferentes distâncias), que engloba</p><p>exercícios de sentar e levantar de uma cadeira</p><p>(força de membros inferiores); deslocamento e</p><p>mudança de direção (que podem ser realizados</p><p>de forma livre ou em cima de uma das linhas da</p><p>quadra, visando estimular o equilíbrio). Nesse</p><p>trajeto, podemos adicionar exercícios de membros</p><p>superiores também, que seriam do tipo “duplas</p><p>tarefas”. Na etapa dos cones “chineses”, podemos</p><p>31</p><p>explorar as atividades em zigue-zague, ou então,</p><p>a elevação da perna (marcha alta), por exemplo.</p><p>Legenda:</p><p>Cadeira</p><p>Deslocamento</p><p>Cone</p><p>Cone “chinês”</p><p>Lembremos que a intensidade dessa etapa tem que</p><p>ser diminuída aos poucos, para que, ao chegar na</p><p>etapa seguinte, o aluno consiga e tenha condições</p><p>de realizá-la;</p><p>� Relaxamento (dez minutos): nessa etapa,</p><p>podemos utilizar a estratégia do alongamento,</p><p>que irá contribuir para a diminuição da frequência</p><p>cardíaca e proporcionar relaxamento ao aluno.</p><p>y Materiais utilizados: esse item dependerá da</p><p>proposta planejada. Poderão ser utilizados elásticos,</p><p>pesos e anilhas (mantendo a atenção em relação</p><p>à sobrecarga), cadeiras, cabos de vassoura, bolas,</p><p>32</p><p>etc. Tudo o que for considerado pertinente para a</p><p>realização da atividade.</p><p>Em relação ao exemplo de aula</p><p>apresentada, ainda</p><p>cabem algumas observações importantes. Anali-</p><p>semos a seguir:</p><p>y Lembremos sempre de estimular os alunos a</p><p>executar os exercícios dentro dos limites de cada</p><p>um, e reforcemos que qualquer tipo de dor que</p><p>não seja entendida como “normal”, é preciso ser</p><p>comunicada;</p><p>y Tenhamos sempre cuidado com a intensidade</p><p>que é empregada nos exercícios;</p><p>y Para grupos de terceira idade, além das capaci-</p><p>dades de flexibilidade, equilíbrio e força, que devem</p><p>ser consideradas em aula, há outros estímulos</p><p>importantes que devemos explorar, buscando me-</p><p>lhoras em aspectos cognitivos, por exemplo. Uma</p><p>estratégia interessante seria o trabalho com o tempo</p><p>de reação, que pode ser feito de diversas formas:</p><p>em duplas, trios, ou com o grupo inteiro, podendo</p><p>utilizar bola, cones coloridos ou outros materiais.</p><p>Tais exercícios além de divertirem, promovem a</p><p>socialização. Desse modo, não há problema em</p><p>explorar tal recurso em qualquer parte da aula</p><p>(aquecimento, parte principal e relaxamento). Ou-</p><p>tro estímulo interessante e que pode ser utilizado</p><p>nas aulas é o de “dupla tarefa”, que nada mais é</p><p>do que valer-se da execução de duas tarefas, uma</p><p>33</p><p>motora e uma cognitiva. Por exemplo, no momento</p><p>de deslocamento, o aluno, ao caminhar de uma</p><p>maneira mais rápida, poderá responder a desafios</p><p>matemáticos, ou falar palavras que comecem com</p><p>uma letra pré-determinada. Enfim, é um recurso</p><p>importante, que além provocar um estímulo motor,</p><p>também proporciona estímulos cognitivos;</p><p>y A propriocepção também é um item impor-</p><p>tante que deve ser trabalhado em atividades para</p><p>grupos de terceira idade. Uma forma de explorar</p><p>tal aspecto seria a utilização de jumps nas aulas.</p><p>Atenção, nos referimos à utilização de jumps, não</p><p>aula de jump (que pode ocorrer, mas não em um</p><p>grupo sedentário que está iniciando no mundo da</p><p>atividade física);</p><p>y Lembramos também de estimular ambos</p><p>os lados: direito e esquerdo. Além de buscar um</p><p>equilíbrio corporal, movimentos que estimulam</p><p>os dois lados do cérebro são fundamentais para</p><p>essa faixa etária;</p><p>y Por fim, exploremos a criatividade! Sempre</p><p>a favor do aluno, e não de uma forma que possa</p><p>prejudica-lo de alguma maneira.</p><p>34</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Nesse e-book, compreendemos que para começar</p><p>um programa de exercícios físicos é preciso mais</p><p>do que disposição. Considerando um cenário ide-</p><p>al, é fundamental que o indivíduo, ao tomar essa</p><p>decisão, procure um médico, que prescreva todos</p><p>os exames necessários que darão suporte à prá-</p><p>tica de atividade física e então, em posse desse</p><p>documento, poderemos pensar na prescrição dos</p><p>exercícios físicos. Porém, antes de delimitarmos</p><p>uma rotina de exercícios, é recomendado que o</p><p>profissional de educação física aplique o questio-</p><p>nário de anamnese, para que conheça o histórico</p><p>do aluno, em relação às possíveis limitações e,</p><p>até mesmo, para entender se ele apresenta algum</p><p>nível de desenvolvimento físico, pois tais aspectos</p><p>influenciam a prescrição do treinamento.</p><p>Desse modo, reforçamos a importância de se atentar</p><p>às individualidades dos alunos. Mesmo que sejam</p><p>aulas em grupos; esse cuidado é fundamental na</p><p>hora de estabelecermos os exercícios físicos que</p><p>serão propostos, ainda mais quando os alunos têm</p><p>idades variadas e níveis de aptidão física diversos.</p><p>Devemos sempre ter em mente também que a</p><p>atividade física traz diversos benefícios para a</p><p>população em geral, e esse fato é indiscutível. O</p><p>que devemos considerar nesse momento, são as</p><p>35</p><p>formas de orientação dos exercícios, que devem</p><p>levar em conta questões fundamentais, como</p><p>idade, nível de aptidão física, limitações, objetivos</p><p>etc., que, quando ignoradas, acabam resultando</p><p>em problemas aos indivíduos devido aos esforços</p><p>acima das reais capacidades de cada um.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>& Consultadas</p><p>ACSM. Diretrizes do ACMS para teste de</p><p>esforço físico e sua prescrição. 9 eds. Rio de</p><p>Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.</p><p>BERTUZZI, R. Aptidão aeróbia: desempenho</p><p>esportivo, saúde e nutrição� Barueri: Manole,</p><p>2017. [Minha Biblioteca].</p><p>CAVALLARI, V.R.; ZACHARIAS, V. Trabalhando</p><p>com recreação� 14.ed. São Paulo: Ícone, 2018.</p><p>FAARA, P. Fitness aquático: um guia completo</p><p>para profissionais. Barueri, SP: Manole, 2014.</p><p>[Minha Biblioteca].</p><p>GUARIGLIA, D.A. et al. Avaliação da</p><p>confiabilidade e usabilidade de três</p><p>diferentes programas computacionais</p><p>para a análise fotogramétrica do ângulo de</p><p>flexão de quadril. Fisioterapia e Pesquisa,</p><p>São Paulo, v.18, n.3, p. 245-51, 2011.</p><p>Disponível em: https://www.scielo.br/j/fp/a/</p><p>kLwnPkQYck6bzw4Fwqh8sBp/?lang=pt&format=pdf</p><p>Acesso em: 09 de agosto de 2021.</p><p>GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. Manual prático</p><p>para avaliação em educação</p><p>Física� 1 ed. Barueri: Manole, Barueri, 2006.</p><p>HOFFMAN, J.R. Guia de condicionamento</p><p>físico: diretrizes para elaboração de programas�</p><p>Barueri: Manole, 2015. [Minha Biblioteca].</p><p>KOPILER, D.A. Atividade física na terceira idade.</p><p>Revista Brasileira de Medicina do Esporte,</p><p>Rio de Janeiro, v.3, n.4, 1997. Disponível</p><p>em: <https://www.scielo.br/j/rbme/a/</p><p>dVhkc7kwt9pc9kLZqjG8Mdz/?format=pdf&lang=pt></p><p>Acesso em: 09 de agosto de 2021.</p><p>LANCHA-JUNIOR, H.; LANCHA, L.O.P. Avaliação</p><p>e prescrição de exercícios físicos: normas e</p><p>diretrizes. 1. ed. Barueri: Manole, 2016. [Minha</p><p>Biblioteca].</p><p>MARCO, A. Método Pilates de condicionamento</p><p>do corpo: um programa para toda a vida. 3. ed.</p><p>São Paulo: Phorte. 2016. [Biblioteca Virtual].</p><p>OLIVEIRA JUNIOR, L.L. Musculação e ginástica</p><p>de academia. Porto Alegre: SAGAH, 2019.</p><p>[Minha Biblioteca].</p><p>PRESTES, J. et al. Prescrição e periodização</p><p>do treinamento de força em academias. 2. ed.</p><p>Barueri: Manole. 2016. [Minha Biblioteca].</p><p>SILVA, J.A. et al. A importância da avaliação</p><p>física para a prática e prescrição do</p><p>exercício físico. Revista Educação física</p><p>UNIFAFIBE, Bebedouro/SP, v.4, 2018.</p><p>Disponível em: <https://www.unifafibe.com.br/</p><p>revistasonline/arquivos/revistaeducacaofisica/</p><p>sumario/73/14092018190312.pdf> Acesso em:</p><p>09 de agosto de 2021.</p><p>VIDAL, A.; ANIC, C.C.; KERBEJ, M.H. Ginástica</p><p>de academia: aprendendo a ensinar� 1. ed. São</p><p>Paulo: Phorte. 2018. [Biblioteca Virtual].</p><p>_GoBack</p><p>Introdução</p><p>Conduta de ingresso (anamnese) e acompanhamento do aluno/cliente</p><p>Atendimento personalizado e organização de grupos de atividade física</p><p>Organização de eventos esportivos internos</p><p>Grupos de caminhada/corrida</p><p>Grupos de recreação ou atividade física infantil</p><p>Atividades físicas voltadas à terceira idade</p><p>Considerações finais</p><p>Referências Bibliográficas & Consultadas</p>