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<p>APRESENTAÇÃO-POLÍTICAS SETORIAIS</p><p>MULHERES E LGBTQIAP+</p><p>SLIDE 1</p><p>Bom dia! Meu nome é Gabriely! Nosso grupo ficou com a temática das Mulheres e</p><p>LGBTQIAP+.</p><p>SLIDE 2</p><p>As integrantes do grupo são: Alícia Verçosa, Gabriely Passos, que sou eu, Jamile Luíza e</p><p>Stephany Rayane..</p><p>SLIDE 3</p><p>Aqui se refere a sequência que terá a apresentação, como se trata de dois grupos,</p><p>teremos uma espécie de divisão. Primeiro vamos tratar das mulheres, trazendo qual a</p><p>sua perspectiva histórica, ou seja, como eram vistas nas diferentes épocas. Depois disso</p><p>trazer todo um panorama no que diz respeito às conquistas femininas ao longo do</p><p>tempo, ou seja, o avanço de direitos. Falar sobre o Plano Nacional de Políticas para as</p><p>Mulheres, dentro desse tópico exemplo de programas executados. Continuar com a linha</p><p>do tempo de conquistas de direitos, trazendo algumas legislações que respaldam esses</p><p>direitos, como é o caso da Lei Maria da Penha, a partir disso trazer os tipos de violência</p><p>contra a mulher. Por fim, entender quais são os desafios para implementação desses</p><p>direitos.</p><p>SLIDE 4</p><p>Depois de trazer todos esses aspectos, vamos dar continuidade falando sobre a</p><p>população LGBTQIAP+, qual o significado e evolução da sigla, trazer também o</p><p>contexto histórico, os direitos conquistados ao longo do tempo, os impasses sofridos.</p><p>Falar sobre a Política Nacional de Saúde para a população LGBTQIAP+, dados sobre a</p><p>criminalização da LGBTFOBIA. Por fim, trazer as semelhanças entre as políticas</p><p>direcionadas às mulheres e população LGBTQIAP+ e qual o papel do Serviço Social</p><p>nisso tudo.</p><p>SLIDE 5</p><p>Então, como eu havia falado vamos começar falando sobre as mulheres e qual sua</p><p>perspectiva histórica. Porque antes de entender a realidade atual das mulheres se faz</p><p>necessário reconhecer que seus direitos são frutos de um longo processo histórico e só</p><p>assim a gente consegue compreender a formação da mulher enquanto grupo social.</p><p>Então para isso vou falar sobre como a mulher era vista na comunidade primitiva, na</p><p>antiguidade clássica, idade média, dentro da perspectiva de revoluções, como a</p><p>Revolução Industrial e Francesa e dentro da perspectiva das Grandes Guerras.</p><p>SLIDE 6</p><p>Na comunidade primitiva havia uma divisão sexual natural, enquanto as mulheres</p><p>ficavam responsáveis pela reprodução, coleta de frutos; os homens ficavam responsáveis</p><p>por atividades consideradas mais arriscadas, como a caça. Já que existia a ideia que as</p><p>mulheres tinham que ser protegidas, pois era ela que tinha a capacidade de reproduzir e</p><p>garantir a continuidade da comunidade.</p><p>SLIDE 7</p><p>Já na Antiguidade Clássica que correspondeu 4000 a.C – 476 d.C, em sociedades como a</p><p>egípcia, as mulheres não tinham acesso à escrita. Isso significa que as mulheres eram</p><p>marginalizadas do processo de documentação e produção de conhecimento e que sua</p><p>função social se limitava à constituição da família, inclusive era muito comum que elas</p><p>fossem vendidas sem direito de escolha, para que casamentos fossem formados.</p><p>Na Grécia antiga também não era muito diferente. Elas não podiam participar dos</p><p>debates políticos e públicos da sociedade, não tinham acesso à educação na infância e</p><p>concentravam os seus trabalhos no ambiente doméstico. Inclusive dependendo de suas</p><p>condições econômicas e sociais, era muito comum serem submetidas à escravidão, como</p><p>no caso da maioria das imigrantes, e também à prostituição.</p><p>SLIDE 8</p><p>Na Idade Média, que correspondeu aos anos 476 d.C a 1453, mais precisamente na</p><p>Europa, as mulheres começaram a exercer outros papéis dentro da sociedade. Além dos</p><p>afazeres domésticos e do artesanato, que não envolvia apenas a confecção de tecidos,</p><p>mas a fabricação de cosméticos, pentes e artigos de luxo, as mulheres da nobreza</p><p>também administravam propriedades como senhoras feudais.</p><p>Na França, entre 1152 e 1284, na região de Champagne, estima-se que dos 279</p><p>possuidores de terras, 58 eram mulheres. Claro que o número não é expressivo, mas até</p><p>então em grande parte das sociedades medievais as mulheres não podiam ter o domínio</p><p>de uma propriedade. Mesmo assim, do ponto de vista jurídico isso só acontecia com a</p><p>permissão dos homens, pois as mulheres não possuíam direitos políticos e eram</p><p>dependentes dos homens para ter participação na sociedade.</p><p>Tanto é que existia um documento denominado, No Livre Roisin, que continha os</p><p>costumes jurídicos da cidade de Lille (França), escrito no século XIII, as mulheres eram</p><p>subordinadas aos maridos que eram seus representantes perante a justiça.</p><p>Vale destacar também que o período medieval europeu também foi marcado pela grande</p><p>influência e poder da Igreja Católica na sociedade. Com isso, interpretações que</p><p>divergiam daquilo que a Igreja determinava eram consideradas heresias e tidas como</p><p>inaceitáveis. Tanto é que as mulheres sofreram muitas perseguições causadas por esse</p><p>movimento, que ficou conhecido como a Inquisição.</p><p>Rituais ou atitudes feitas por mulheres que divergiam dos ritos estabelecidos pela Igreja</p><p>eram apontados como bruxaria e, como condenação, muitas delas eram queimadas</p><p>vivas. Ou seja, todas as mulheres que diferenciavam do padrão da época, podia está</p><p>sujeita à inquisição. Inclusive atos sexuais fora do matrimônio também eram vistos</p><p>como “desviantes” de Deus e quem os cometia sofria punições. Agora eu vou passar um</p><p>vídeo que explica o padrão feminino dessa época, o vídeo traz características que eu já</p><p>disse e mais algumas outras.</p><p>https://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/</p><p>https://www.politize.com.br/direitos-politicos/</p><p>SLIDE 9</p><p>Então, o vídeo nos mostra que os direitos das mulheres ainda eram nulos nessa época.</p><p>Foi apenas muitos anos mais tarde que esses direitos começaram a ser reivindicados,</p><p>ganhando mais evidência na Idade Contemporânea, a partir de 1789 até hoje.</p><p>SLIDE 10</p><p>Os primeiros direitos que influenciaram primeiro indiretamente depois diretamente às</p><p>mulheres no Ocidente surgem somente após a Idade Moderna, ou seja, como eu já falei</p><p>na Idade Contemporânea. Mais precisamente após a Revolução Francesa eclodir, em</p><p>1789, exigindo por liberdade, igualdade e fraternidade.</p><p>O evento é um marco para o que se conhece como Direitos Humanos e, como</p><p>consequência, diversos questionamentos em relação aos direitos civis e políticos da</p><p>humanidade começaram a ser debatidos. Apesar disso, a Revolução não resultou em</p><p>nenhum direito específico para as mulheres, mas influenciou a obra Reivindicação dos</p><p>Direitos da Mulher de Mary Wollstonecraft. Essa obra foi publicada em Londres no ano</p><p>de 1792 como uma resposta à Constituição Francesa elaborada em 1791, que excluía as</p><p>mulheres da categoria de cidadãs. Além disso, o documento denunciava a proibição do</p><p>acesso das mulheres a direitos básicos, como educação formal, e criticava a condição de</p><p>opressão em que as mulheres viviam na sociedade da época.</p><p>SLIDE 12</p><p>Além de Mary, o período também é marcado pelas ideias de Olympe de Gouges, que foi</p><p>muito influenciada pelas ideias iluministas de luta por igualdade. Ela foi a responsável</p><p>por publicar na França a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em 1791,</p><p>como uma contraproposta da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,</p><p>elaborada após a Revolução Francesa.</p><p>Sua crítica era a utilização da palavra “homem” como sinônimo de “humanidade” e</p><p>exigia que as mulheres e homens tivessem igualdade de direitos em relação à</p><p>propriedade privada, aos cargos públicos, à herança, à educação, entre outros.</p><p>Ambas as personagens históricas e as suas lutas foram importantes para que as</p><p>mulheres tivessem uma voz política e exigissem seus direitos. Mas, foi somente 1893, em</p><p>uma colônia no sul da Austrália, atual Nova Zelândia, que pela primeira vez na história</p><p>as mulheres ganharam o direito ao voto, por meio do Ato Eleitoral de 1893.</p><p>O documento é tido como o marco inicial dos direitos políticos das mulheres no mundo,</p><p>servindo de exemplo para os outros países. Até que a partir desse momento se iniciou o</p><p>avanço de direitos das mulheres em âmbito internacional, aqui no Brasil vamos expor</p><p>com mais detalhes daqui a pouco.</p><p>SLIDE 12</p><p>Outra Revolução que influenciou diretamente</p><p>os direitos das mulheres foi a Revolução</p><p>Industrial. O capitalismo e a revolução industrial modificaram, radicalmente, o trabalho</p><p>não só para os homens, mas para toda a família. Com a revolução, houve a redução do</p><p>salário dos homens, e um aumento na necessidade de mão de obra nas fábricas. A partir</p><p>disso, o homem que era o patriarcado e único responsável pelo sustento familiar, não</p><p>https://www.politize.com.br/revolucao-francesa/</p><p>https://www.politize.com.br/direitos-humanos-o-que-sao/</p><p>https://www.politize.com.br/direitos-civis-o-que-sao/</p><p>https://www.politize.com.br/por-que-e-importante-cidadania/</p><p>http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/legislacao/mulher/declar_dir_mulher.pdf</p><p>http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/legislacao/direitos-humanos/declar_dir_homem_cidadao.pdf</p><p>http://www.nzlii.org/nz/legis/hist_act/ea189357v1893n18180/</p><p>conseguia mais manter uma remuneração adequada e todos os integrantes da família</p><p>tiveram que sair para trabalhar nas indústrias</p><p>A inserção das mulheres no mercado de trabalho foi marcada pela dupla jornada, pois,</p><p>além de trabalhar nas indústrias, as mulheres mantiveram a responsabilidade dos</p><p>serviços domésticos. E apesar, da menor remuneração nas fábricas quando comparado</p><p>às do homem, essas mulheres começaram alguns direitos e autonomia que antes eram</p><p>nulos.</p><p>A partir disso, eu trouxe a perspectiva de Marx sobre o assunto. No livro: A origem da</p><p>família, da propriedade privada e do Estado de 1884, Engels traz a perspectiva de Marx</p><p>que teria falecido um ano antes da publicação deste livro e a partir das anotações de</p><p>Marx, Engels problematiza que na história a relação entre as formas de produção e as</p><p>formas de organização familiar, sempre teve como destaque o problema da opressão à</p><p>mulher e para respaldar o que eu tô falando trouxe uma citação do livro que reflete isso.</p><p>SLIDE 13</p><p>“… a mulher se viu degradada, transformada em serviçal, em escrava da luxúria do</p><p>homem, em um simples instrumento de reprodução. Esta baixa condição da mulher, que</p><p>se manifesta sobretudo entre os gregos dos tempos heróicos, e mais ainda nos tempos</p><p>clássicos, foi gradualmente retocada, dissimulada e em certos lugares, até revestida em</p><p>formas mais suaves, mas nunca e muito menos, abolida” (ENGELS, 1884, p. 132).</p><p>Ou seja, Marx e Engels denunciavam o lugar subordinado que ocupavam as mulheres</p><p>nas sociedades classistas, de modo que além de serem vistas apenas como reprodutoras,</p><p>nesse momento as mesmas também eram superexploradas nas fábricas, possuindo</p><p>dupla, tripla jornada, porque tinha que dá conta disso tudo.</p><p>Vale ainda destacar que muitos dos autores que Engels se baseou, como Bebel, Morgan e</p><p>Kautsky consideravam que a opressão à mulher foi natural desde as primeiras formas</p><p>de organização social, inclusive da comunidade primitiva. Mas para Engels, a opressão</p><p>às mulheres surge junto com a propriedade privada e a divisão das classes como núcleo</p><p>da organização social. Ou seja, para os autores não existe nada de natural na opressão à</p><p>mulher e sim é um fenômeno constituído socialmente com a divisão de classes, que foi a</p><p>perspectiva apresentada inicialmente quando eu falei sobre a comunidade primitiva e</p><p>tudo mais.</p><p>SLIDE 14</p><p>Então, aqui são duas representações que demonstram a sobrecarga de trabalho das</p><p>mulheres. Em ambas dá para analisar o quanto as mulheres têm que se dividir para</p><p>desempenhar diversas funções. Aqui nessa charge diz assim. Ler charge. Ou seja, na</p><p>charge a gente pode observar um contexto mais atual, já que tem um computador, mas</p><p>expressa igualmente a primeira uma sobrecarga de trabalho.</p><p>SLIDE 15</p><p>Aí eu pergunto para vocês, vocês acham que a concepção sobre o papel da mulher</p><p>mudou desde a Revolução Industrial? Essa perspectiva da mulher de ter que ser</p><p>responsável pelos afazeres domésticos, ser esposa, mãe, trabalhadora, mudou desde a</p><p>Revolução Industrial ou esse estereótipo continua?</p><p>Então, a gente vai ver ao longo da apresentação que mesmo com o avanço de direitos</p><p>tanto no âmbito mundial, quanto aqui no Brasil, essa padronização da mulher ainda é</p><p>forte.</p><p>SLIDE 16</p><p>Então, voltando para o papel da mulher na história, o mesmo foi mudado dentro da</p><p>perspectiva da Grandes Guerras. As duas grandes guerras mundiais também foram de</p><p>grande importância para as mulheres conquistarem o seu espaço, e, demonstrarem sua</p><p>importância no mercado de trabalho. Os homens tinham que sair para lutar, e deixavam</p><p>seus cargos vazios nas indústrias, cargos esses que foram muito bem ocupados pelas</p><p>mulheres e crianças.</p><p>Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os países europeus estavam</p><p>arrasados com as destruições e os danos causados em seus territórios e populações.</p><p>Foram muitas violações de Direitos Humanos cometidas, além de todas as suas</p><p>consequências negativas. Diante disso, diversas nações se uniram, incluindo o Brasil, e</p><p>fundaram a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945. A organização nasce com</p><p>o objetivo de estabelecer a paz e a segurança mundial, ou seja, um órgão mundial com o</p><p>objetivo de solucionar os conflitos e divergências entre os países de maneira pacífica e</p><p>diplomática.</p><p>Nesse sentido, a ONU elabora a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948,</p><p>reconhecendo o caráter universal dos Direitos Humanos, em que todas as pessoas do</p><p>mundo, sem exceção, devem ter direitos fundamentais garantidos para viver uma vida</p><p>digna.</p><p>Porém, apesar da amplitude dos Direitos Humanos, a comunidade internacional,</p><p>principalmente por pressão de movimentos de mulheres no mundo, que possuíam vozes</p><p>poderosas como Eleanor Roosevelt, tomou consciência de que era preciso estabelecer</p><p>direitos específicos para as mulheres.</p><p>Na Declaração Universal, pouco é citado sobre questões envolvendo gênero e na</p><p>primeira Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada no México em 1975, foi</p><p>discutido que os direitos internacionais dos Direitos Humanos estabelecidos não</p><p>conseguiam suprir de maneira adequada às necessidades das mulheres ao redor do</p><p>mundo, que ainda sofriam com a desigualdade de gênero e discriminações.</p><p>A partir disso foi feita a promulgação da Convenção sobre a Eliminação de Todas as</p><p>Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), em 1979, pela ONU. A</p><p>Convenção é um marco na história dos direitos das mulheres.</p><p>SLIDE 17</p><p>Aqui são alguns marcos internacionais dos direitos das mulheres, que demos a vocês.</p><p>Não dá para falar de cada um deles, porque senão a apresentação ficaria muito mais</p><p>extensa e nós queremos detalhar os marcos aqui no Brasil. Mas ao longo da minha fala</p><p>acabei citando algum deles e vocês dão uma olhadinha depois.</p><p>https://www.politize.com.br/segunda-guerra-mundial/</p><p>https://www.politize.com.br/onu-organizacao-das-nacoes-unidas/</p><p>https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos</p><p>https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/equidade-de-genero/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4377.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4377.htm</p><p>SLIDE 18</p><p>Agora finalmente, depois de ter trazido toda uma perspectiva histórica e alguns marcos</p><p>internacionais que configuraram avanços nos direitos das mulheres, vamos falar</p><p>especificamente aqui no Brasil.</p><p>Em 1827, as meninas são liberadas para frequentarem a escola. Hoje em dia através de</p><p>estudos é possível concluir que as mulheres brasileiras são maioria no que se refere ao</p><p>acesso à formação, mas não imaginamos que o acesso à educação básica por muito</p><p>tempo foi negado às meninas. Foi apenas em 1827, a partir da Lei Geral, promulgada</p><p>em 15 de outubro, que mulheres foram autorizadas a ingressar nos colégios e estudassem</p><p>além da escola primária.</p><p>Outro marco importante foi em 1832 com a obra “Direitos das Mulheres e Injustiças dos</p><p>Homens” de Nísia Floresta. Hoje em dia ainda é um desafio falar sobre o avanço dos</p><p>direitos femininos, imagina em 1832. Nísia foi a primeira mulher brasileira a denunciar</p><p>em uma publicação o mito da superioridade do homem e de defender as mulheres como</p><p>pessoas inteligentes e tão capazes como os homens de assumir cargos de liderança ou</p><p>qualquer outra função. Seu livro</p><p>é considerado o pioneiro do feminismo brasileiro.</p><p>Em 1879, as mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades, mas isso não</p><p>impediu que o machismo estrutural da sociedade ainda oprimisse as mulheres que</p><p>queriam estudar e realizarem seus objetivos, o preconceito ainda foi um mal muito</p><p>presente na vida das jovens estudantes daquela época.</p><p>Em 1910, o primeiro partido político feminino é criado, mesmo que a Proclamação da</p><p>República no Brasil tenha ocorrido em 1889, foi apenas 20 anos depois, em 1910, que</p><p>nasceu o Partido Republicano Feminino, como ferramenta de defesa do direito ao voto e</p><p>emancipação das mulheres na sociedade.</p><p>SLIDE 19</p><p>Dando continuidade ao avanço dos direitos femininos aqui no Brasil, em 1932 as</p><p>mulheres conquistam o direito ao voto.O sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro</p><p>Código Eleitoral brasileiro. Essa conquista só foi possível após a organização de</p><p>movimentos feministas no início do século XX, que atuaram intensa no movimento</p><p>sufragista, influenciados pela luta das mulheres nos EUA e na Europa por direitos</p><p>políticos.</p><p>Já em 1962 é criado o Estatuto da Mulher Casada. Em 27 de agosto, a Lei nº 4.212/1962</p><p>permitiu que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para</p><p>trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a chance</p><p>de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. No mesmo ano, a pílula</p><p>anticoncepcional chegou ao Brasil.</p><p>Em 1974, as mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito. O que</p><p>hoje está presente na vida da maioria das pessoas, por muito tempo foi um direito</p><p>exclusivo dos homens. Mulheres solteiras ou divorciadas que solicitassem um cartão de</p><p>crédito ou empréstimo eram obrigadas a levar um homem para assinar o contrato. A</p><p>mulher não tinha liberdade de escolha e era vista como objeto que pertencia ao pai ou ao</p><p>marido, sem voz ativa alguma. Somente em 1974 foi aprovada a “Lei de Igualdade de</p><p>Oportunidade de Crédito”, para que clientes não fossem mais discriminados baseados</p><p>no gênero ou estado civil.</p><p>Em 1977 – A Lei do Divórcio é aprovada. Somente a partir da Lei nº 6.515/1977 é que o</p><p>divórcio tornou-se uma opção legal no Brasil. Porém, é importante ressaltar que anos</p><p>após a validação da lei, as mulheres divorciadas permaneciam vistas com maus olhos</p><p>pela sociedade. Esta pressão social fez muitas mulheres optarem por casamentos</p><p>infelizes e abusivos em vez de pedirem o divórcio.</p><p>SLIDE 20</p><p>Em 1979 – Mulheres garantem o direito à prática do futebol. No Decreto da Era Vargas</p><p>dizia que as mulheres não podiam praticar esportes incompatíveis com as “condições de</p><p>sua natureza”. O argumento era de que a prática feria a chamada “natureza feminina”.</p><p>A regulamentação do futebol feminino veio em 1983, mas devemos lembrar o quanto a</p><p>proibição trouxe reflexos negativos no esporte até hoje, como o pouco incentivo ao</p><p>futebol feminino e a falta de patrocinadores.</p><p>Em 1985 – É criada a primeira Delegacia da Mulher.A Delegacia de Atendimento</p><p>Especializado à Mulher (DEAM) surge em São Paulo e, logo depois, outras unidades</p><p>começam a ser implantadas em outros estados. Essas delegacias especializadas da Polícia</p><p>Civil realizam, essencialmente, ações de proteção e investigação dos crimes de violência</p><p>doméstica e violência sexual contra as mulheres.</p><p>Em 1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos</p><p>homens. Somente após as pressões da pauta feminista, aliada com outros movimentos</p><p>populares que ganharam as avenidas na luta pela democracia que as mulheres foram</p><p>incluídas legalmente como cidadãs com os mesmos direitos e deveres dos homens – pelo</p><p>menos na Constituição.</p><p>Em 2002 – A “Falta da virgindade” deixa de ser motivo para anular o casamento.</p><p>Apenas neste ano é que o Código Civil brasileiro extinguiu o artigo que permitia que um</p><p>homem solicitasse a anulação do seu casamento caso descobrisse que a esposa não era</p><p>virgem antes do matrimônio. Até este momento, a não virgindade feminina era julgada</p><p>como uma justificativa aceitável para divórcios.</p><p>SLIDE 21</p><p>Entre os direitos citados, algum deles você não vê em prática no dia a dia? O direito à</p><p>educação, ao voto, à prática de futebol, algumas leis, todos esses que eu citei de fato se</p><p>efetivam. Ou seja, realmente se constituem avanços nos direitos femininos. Claro que</p><p>existem impasses, mas veremos adiante.</p><p>SLIDE 22</p><p>Dando continuidade na evolução dos direitos femininos. Em 2003, no governo de Lula é</p><p>criado o Plano Nacional de Políticas para as mulheres. A Secretaria Nacional de</p><p>Políticas para as mulheres foi criada em 1º de janeiro de 2003, com status de ministério</p><p>e previa à formulação, coordenação e articulação de políticas que promovam a</p><p>igualdade entre mulheres e homens. O plano também reconhece o papel fundamental do</p><p>Estado, através de ações e políticas públicas, no combate a estas e outras desigualdades</p><p>sociais.</p><p>A Política Nacional para as Mulheres orienta-se pelos seguintes pontos fundamentais:</p><p>Igualdade e respeito à diversidade, Equidade, Autonomia das mulheres, Laicidade do</p><p>Estado, Universalidade das políticas, entre outros. Ou seja, se trata da formulação de</p><p>políticas para qualquer mulher que pode ser criança, jovem ou idosa, negra, branca ou</p><p>indígena, apresentar ou não alguma deficiência, ser imigrante ou estar em situação de</p><p>rua, dentre outras particularidades. Essas políticas devem prever o acesso aos direitos</p><p>sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres.</p><p>Antes de dar continuidade para os avanços de direitos femininos a partir de 2003, vou</p><p>abrir um parênteses e falar sobre exemplo de políticas, ações e projetos mais atuais para</p><p>mulheres.</p><p>O Projeto-Piloto Qualifica Mulher, instituído por meio da Portaria nº 3.175, de 10 de</p><p>dezembro de 2020, e alterada pela Portaria nº 595, de 19 de fevereiro de 2021, tem a</p><p>finalidade de estimular ações que promovam a autonomia econômica da mulher em</p><p>contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país. Ou seja, são ações de</p><p>qualificação profissional, trabalho e empreendedorismo, para geração de emprego e</p><p>renda para as mulheres em situação de vulnerabilidade social. Existe um critério de</p><p>quais mulheres são atendidas como prioridade, são aquelas que possuam renda mensal</p><p>de até um salário mínimo e meio, que estejam cursando ou tenham concluído o ensino</p><p>fundamental e/ou médio, ou que não tenham escolaridade.</p><p>Existe também o Projeto Mais Mulheres no Poder, instituído pela Portaria nº 2.027, de</p><p>26 de agosto de 2020. Esse projeto em teoria é uma estratégia de conscientização sobre a</p><p>participação política das mulheres em cargos eletivos, de poder e de decisão, bem como o</p><p>pleno exercício da democracia representativa e participativa, que tem como público alvo</p><p>mulheres pré-candidatas e mulheres interessadas em conhecer e participar mais</p><p>ativamente do ambiente político brasileiro. Ou seja, no geral o projeto visa estimular a</p><p>ampliação da participação das mulheres em cargos de poder e decisão.</p><p>Existe também o Programa Pró-Equidade que busca disseminar novas concepções na</p><p>gestão de pessoas e na cultura organizacional para alcançar a igualdade de</p><p>oportunidades e direitos entre mulheres e homens no mundo do trabalho. Desta forma,</p><p>ele é dirigido a empresas/instituições de médio e grande porte, públicas e privadas, com</p><p>personalidade jurídica própria. Ou seja, o projeto se refere a promoção de novas</p><p>relações no mundo do trabalho, visando combater formas de discriminação no acesso,</p><p>remuneração e ascensão das mulheres no emprego.</p><p>SLIDE 23</p><p>Então, entendido alguns exemplos atuais de políticas desenvolvidas para mulheres,</p><p>voltando para o avanço de direitos após 2003 com a constituição do Plano Nacional para</p><p>Mulheres, em 2006 houve a promulgação da Lei Maria da Penha.</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.027-de-26-de-agosto-de-2020-274387199#:~:text=de%202019%2C%20resolve%3A-,Art.,da%20democracia%20representativa%20e%20participativa</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.027-de-26-de-agosto-de-2020-274387199#:~:text=de%202019%2C%20resolve%3A-,Art.,da%20democracia%20representativa%20e%20participativa</p>