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<p>FONTE DO DIREITO</p><p>DESCOMPLICAMOS OS SEUS ESTUDOS!</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>COISAS</p><p>RESUMO</p><p>ESQUEMATIZADO</p><p>@fonte_dodireito</p><p>COLEÇÃO DE RESUMOS</p><p>FONTE DO DIREITO</p><p>© Fonte do Direito. Todos os direitos reservados.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>RESUMO ESQUEMATIZADO</p><p>DIREITO CIVIL - COISAS</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Conheça todos os nossos Resumos e Cursos:</p><p>https://fontedodireito.com/pagina-de-cursos</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Sumário</p><p>1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................5</p><p>1.1 POSSE........................................................................................................................................ 7</p><p>1.2 DIREITOS REAIS ......................................................................................................................7</p><p>1.3 DIREITOS REAIS, PESSOAIS E OBRIGACIONAIS ............................................................. 7</p><p>1.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS REAIS ..................................................... 9</p><p>1.5 FIGURAS HÍBRIDAS OU INTERMEDIAS .......................................................................... 10</p><p>2. POSSE................................................................................................................................................11</p><p>2.1 ELEMENTOS E OBJETO DA POSSE................................................................................... 11</p><p>2.2 ESPÉCIES DE POSSE............................................................................................................. 12</p><p>2.3 TEORIAS SOBRE A POSSE...................................................................................................13</p><p>2.4 AQUISIÇÃO DA POSSE.........................................................................................................14</p><p>2.5 EFEITOS DA POSSE...............................................................................................................15</p><p>2.6 LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E DESFORÇO IMEDIATO............................................. 18</p><p>2.7 PERDA DA POSSE................................................................................................................. 18</p><p>2.8 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO...................................................................................... 19</p><p>3. PROPRIEDADE............................................................................................................................... 21</p><p>3.1 ESTRUTURA DO DIREITO DE PROPRIEDADE................................................................ 22</p><p>3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE ................................................................................23</p><p>3.3 ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE.........................................................................................24</p><p>3.4 EXTENSÃO DA PROPRIEDADE..........................................................................................25</p><p>3.5 FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL.................................................26</p><p>3.5.1 Acessão .......................................................................................................................... 26</p><p>3.5.1.1 Formação de ilhas ............................................................................................... 27</p><p>3.5.1.2 Aluvião ............................................................................................................... 28</p><p>3.5.1.3 Avulsão ............................................................................................................... 29</p><p>3.5.1.4 Álveo abandonado .............................................................................................. 30</p><p>3.5.1.5 Construções e plantações .................................................................................... 30</p><p>3.5.2 Usucapião .......................................................................................................................32</p><p>3.5.2.1 Considerações iniciais .........................................................................................32</p><p>3.5.2.2 Usucapião de bens imóveis .................................................................................33</p><p>3.5.3 Registro Imobiliário .......................................................................................................37</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>3.6 FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL.................................................. 38</p><p>3.6.1 Formas Originárias ........................................................................................................ 38</p><p>3.6.2 Formas Derivadas .......................................................................................................... 39</p><p>3.7 PERDA DA PROPRIEDADE..................................................................................................41</p><p>3.8 DIREITO DE VIZINHANÇA..................................................................................................42</p><p>3.8.1 Impossibilidade de Uso Anormal da Propriedade ......................................................... 42</p><p>3.8.2 Árvores Limítrofes .........................................................................................................43</p><p>3.8.3 Passagem Forçada ..........................................................................................................43</p><p>3.8.4 Passagem de Cabos e Tubulações ..................................................................................44</p><p>3.8.5 Das Águas ......................................................................................................................44</p><p>3.8.6 Direito de Tapagem ....................................................................................................... 46</p><p>3.8.7 Direito de Construir ....................................................................................................... 47</p><p>3.9 CONDOMÍNIO ........................................................................................................................ 49</p><p>3.9.1 Espécies de Condomínio ................................................................................................50</p><p>3.9.1.1 Condomínio convencional ou voluntário ............................................................50</p><p>3.9.1.2 Condomínio necessário ou legal .........................................................................51</p><p>3.9.1.3 Condomínio edilício ........................................................................................... 51</p><p>3.9.1.4 Multipropriedade ou time-sharing ...................................................................... 52</p><p>4. DIREITOS REAIS NAS COISAS ALHEIAS................................................................................54</p><p>4.1 DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃO OU GOZO........................................................................54</p><p>4.1.1 Enfiteuse ........................................................................................................................ 54</p><p>4.1.2 Superfície .......................................................................................................................55</p><p>4.1.3 Servidão ......................................................................................................................... 56</p><p>4.1.4 Usufruto ......................................................................................................................... 57</p><p>4.1.5 Uso .................................................................................................................................60</p><p>4.1.6 Habitação ....................................................................................................................... 60</p><p>4.1.7 Direito do Promitente Comprador ................................................................................. 61</p><p>4.2 DIREITOS REAIS DE GARANTIA .......................................................................................</p><p>brasileiro estabelece que os acréscimos formados, sucessiva e</p><p>imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo</p><p>desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 29</p><p>O parágrafo único do mesmo artigo estabelece que o terreno aluvial, que se formar em frente de</p><p>prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a</p><p>antiga margem.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros</p><p>naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos</p><p>donos dos terrenos marginais, sem indenização.</p><p>Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários</p><p>diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.</p><p>3.5.1.3 Avulsão</p><p>A avulsão é a aquisição de propriedade por meio do desprendimento, por força natural, violenta e</p><p>abrupta, de uma porção de terra que se junta ao terreno de outro proprietário, conforme disciplinado</p><p>pelo art. 1.251 do Código Civil.</p><p>Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e</p><p>se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do</p><p>primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.</p><p>Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou</p><p>a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.</p><p>ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DA AVULSÃO:</p><p> A avulsão é um fenômeno súbito e violento, que pode ocorrer em decorrência de fatores naturais</p><p>como enchentes, deslizamentos de terra, entre outros.</p><p> O proprietário do terreno que recebe o acréscimo só adquire a propriedade se indenizar o dono do</p><p>primeiro terreno ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.</p><p> Se o dono do terreno que recebeu o acréscimo se recusar a pagar a indenização, ele deverá permitir</p><p>que a porção acrescida seja removida.</p><p> O prazo para que o proprietário do terreno que perdeu a porção de terra pleiteie reparação de</p><p>danos é de um ano, a contar da ocorrência da avulsão.</p><p> A avulsão se diferencia da aluvião própria, que ocorre de forma lenta e gradual, e pertence ao</p><p>proprietário do terreno ribeirinho.</p><p> É importante destacar que é comum os examinadores confundirem os conceitos de avulsão e</p><p>aluvião, por isso é importante fixar bem as diferenças entre eles.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 30</p><p>3.5.1.4 Álveo abandonado</p><p>O álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente</p><p>enxuto, conforme definido pelo art. 9º do Código de Águas. O álveo abandonado é o leito seco de um</p><p>rio ou corrente de água.</p><p>Segundo o art. 1.252 do Código Civil, o álveo abandonado pertence aos proprietários ribeirinhos das</p><p>duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo</p><p>curso. Os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.</p><p>Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas</p><p>margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo</p><p>curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.</p><p> Isso significa que, se um rio seca e o seu leito passa a fazer parte do terreno dos proprietários das</p><p>margens, estes passam a ser donos do álveo abandonado, sem precisar pagar qualquer indenização.</p><p> No entanto, se as águas abrirem novo curso em outro local, o proprietário do terreno por onde as</p><p>águas passarem não tem direito a qualquer indenização. Isso porque, conforme já mencionado, a</p><p>propriedade dos terrenos marginais se estende até o meio do álveo.</p><p> No caso de existir apenas um proprietário ribeirinho, este será dono do álveo abandonado</p><p>integralmente, desde que a corrente de água não seja navegável e não haja margens de propriedade</p><p>alheia.</p><p> No momento em que o álveo abandonado se incorpora ao terreno dos proprietários ribeirinhos, ele</p><p>passa a ser tratado como parte integrante do imóvel, sujeito às mesmas regras de aquisição,</p><p>transferência e limitações da propriedade.</p><p>3.5.1.5 Construções e plantações</p><p>A aquisição de propriedade por meio de construções e plantações é uma das formas de aquisição</p><p>originária de propriedade imóvel.</p><p>Trata-se de uma forma de acessão artificial, uma vez que o ser humano adiciona algo novo ao solo,</p><p>tornando-o, por conseguinte, um bem imóvel por acessão física.</p><p>As construções e plantações são formas de acessões artificiais e têm natureza acessória, pois</p><p>constituem bens imóveis por acessão física do ser humano, seguindo a sorte do principal.</p><p>O artigo 1253 do Código Civil dispõe que:</p><p>Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo</p><p>proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 31</p><p>SEMEAR, PLANTAR OU EDIFICAR EM TERRENO PRÓPRIO COM MATERIAIS</p><p>ALHEIOS:</p><p> O artigo 1254 do Código Civil prevê que aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio</p><p>com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes, mas fica obrigado a</p><p>pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.</p><p>CONSTRUIR OU PLANTAR EM TERRENO ALHEIO</p><p> Quando a construção ou plantação é realizada em terreno alheio, o art. 1255 do CC prevê que</p><p>aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as</p><p>sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.</p><p> Caso a construção ou plantação exceda consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-</p><p>fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização</p><p>fixada judicialmente, se não houver acordo (parágrafo único do art. 1255 do CC).</p><p> O art. 1256 do CC prevê que, se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário</p><p>as</p><p>sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.</p><p> O parágrafo único do art. 1256 do CC presume má-fé no proprietário quando o trabalho de</p><p>construção ou lavoura se fez em sua presença e sem impugnação sua.</p><p> O art. 1257 do CC aplica o disposto no art. 1256 para o caso de não pertencerem as sementes,</p><p>plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.</p><p> O parágrafo único do art. 1257 do CC prevê que o proprietário das sementes, plantas ou materiais</p><p>poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do</p><p>plantador ou construtor.</p><p>CONSTRUÇÃO PARCIAL EM SOLO ALHEIO</p><p> O artigo 1258 do Código Civil trata do caso em que a construção, feita parcialmente em solo</p><p>próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste.</p><p> Nessa situação, o construtor de boa-fé adquire a propriedade da parte do solo invadido, se o valor</p><p>da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente também o valor da</p><p>área perdida e a desvalorização da área remanescente. Se o construtor for de má-fé, é obrigado a</p><p>demolir o que construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.</p><p> O artigo 1259 do Código Civil estabelece que se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo</p><p>alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido e responde</p><p>por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 32</p><p>perdida e o da desvalorização da área remanescente. Se o construtor estiver de má-fé, é obrigado a</p><p>demolir o que construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.</p><p>É importante destacar que a construção ou plantação em solo alheio, sem a devida autorização do</p><p>proprietário, configura esbulho possessório, sujeitando o infrator às sanções previstas em lei.</p><p>Em caso de conflito entre o direito do construtor ou plantador e o direito do proprietário do solo, é</p><p>necessário buscar a solução por meio da via judicial, sendo que a decisão dependerá das circunstâncias</p><p>de cada caso concreto.</p><p>3.5.2 Usucapião</p><p>A usucapião é também conhecida como “prescrição aquisitiva”, que se confronta com a “prescrição</p><p>extintiva”.</p><p>PRESCRIÇÃO AQUISITIVA:</p><p> Trata-se do modo originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela posse que</p><p>se prolonga no tempo, somada aos demais requisitos exigidos pela lei.</p><p> É regulada no Direito das Coisas.</p><p>PRESCRIÇÃO EXTINTIVA:</p><p> Trata-se da perda da pretensão, do direito de ação, da capacidade defensiva, em razão do não uso</p><p>dela durante determinado período de tempo.</p><p>3.5.2.1 Considerações iniciais</p><p>Considerações sobre a Usucapião de alguns bens em especial:</p><p> Bens públicos não podem ser objeto de usucapião;</p><p> Terras devolutas:</p><p> O STJ entende que o ônus da prova de que tais bens são públicos é do Poder Público.</p><p> Área comum do condomínio:</p><p> Há forte entendimento de que o condômino pode usucapir área comum, desde que esteja</p><p>exercendo posse exclusiva sobre ela.</p><p> Bens gravados com cláusula de inalienabilidade:</p><p> São passíveis de usucapião extraordinário, uma vez que é um modo de aquisição originária</p><p>que independe de justo título e boa-fé.</p><p> Bem de família (voluntário ou legal):</p><p> Pode ser usucapido, uma vez que é um modo de aquisição originário que não envolve</p><p>qualquer ato de transmissão patrimonial. No bem de família legal, nem se cogita sua</p><p>inalienabilidade, apenas sua impenhorabilidade.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 33</p><p> Vaga de garagem:</p><p> Sendo autônoma em relação ao imóvel e tendo matrícula própria, pode ser usucapida.</p><p>Súmula 449, STJ:</p><p>"A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui</p><p>bem de família para efeito de penhora."</p><p>3.5.2.2 Usucapião de bens imóveis</p><p>Existem diferentes espécies de usucapião de bens imóveis, cada um com suas particularidades e</p><p>requisitos específicos.</p><p>Para que seja possível a concessão da usucapião, além do tempo de posse e das condições específicas</p><p>de cada tipo, é preciso que o possuidor demonstre a existência de animus domini, ou seja, a intenção</p><p>de ser dono da coisa. Além disso, a posse deve ser mansa, pacífica e ininterrupta, sem oposição do</p><p>proprietário do imóvel.</p><p>USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA:</p><p>É aquela em que o possuidor adquire a propriedade do imóvel por meio da posse prolongada, sem</p><p>interrupção e sem oposição do proprietário, por mais de 15 anos. Neste caso, não é necessário</p><p>comprovar justo título (origem do direito de posse) ou boa-fé (ignorância do vício que invalida o título</p><p>de posse).</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um</p><p>imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao</p><p>juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de</p><p>Registro de Imóveis.</p><p> Para esclarecer, são requisitos:</p><p> Posse mansa, pacífica e ininterrupta por 15 anos;</p><p> Posse exercida com Animus Domini;</p><p> Possibilidade de redução do prazo:</p><p> Caso o possuidor tenha estabelecido moradia habitual ou tenha realizado obras ou serviços</p><p>produtivos no imóvel, o prazo será reduzido para 10 anos, nos termos do parágrafo único</p><p>do artigo 1.238 do Código Civil.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.238</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 34</p><p>Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor</p><p>houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de</p><p>caráter produtivo.</p><p>USUCAPIÃO ORDINÁRIA:</p><p>É aquela em que o possuidor adquire a propriedade do imóvel por meio da posse prolongada, sem</p><p>interrupção, por mais de 10 anos, desde que com justo título e boa-fé. Neste caso, é necessário</p><p>comprovar a origem do direito de posse e a ignorância do vício que invalida o título de posse.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente,</p><p>com justo título e boa-fé,</p><p>o possuir por dez anos.</p><p> Requisitos:</p><p> Posse mansa, pacífica e continua por 10 anos, com animus domine;</p><p> Justo título e boa-fé.</p><p> Possibilidade de redução do prazo:</p><p> O prazo será de 5 anos se o imóvel tiver sido adquirido de forma onerosa e o registro no</p><p>cartório tiver sido cancelado posteriormente. Nesse caso, é necessário que os possuidores</p><p>tenham estabelecido a sua moradia no imóvel ou realizado investimentos de interesse</p><p>social e econômico.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.242</p><p>Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido</p><p>adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada</p><p>posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado</p><p>investimentos de interesse social e econômico.</p><p>USUCAPIÃO ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL:</p><p>Prevista na Constituição Federal, se divide em duas categorias:</p><p> Usucapião especial rural (pro labore):</p><p> É aquela em que o possuidor adquire a propriedade de imóvel rural de até 50 hectares, por</p><p>meio da posse prolongada, sem interrupção, por mais de 5 anos, desde que com a utilização</p><p>produtiva do imóvel para fins de moradia ou sustento próprio e de sua família.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 35</p><p> Tem como objetivo a fixação do homem no campo, sendo exigida a ocupação produtiva do</p><p>imóvel, devendo o usucapiente morar e trabalhar no local.</p><p>Constituição Federal</p><p>Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como</p><p>seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não</p><p>superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,</p><p>tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.</p><p>Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como</p><p>sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior</p><p>a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo</p><p>nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.</p><p> Usucapião especial urbana (pró-moradia ou pro misero):</p><p> É aquela em que o possuidor adquire a propriedade de imóvel urbano, por meio da posse</p><p>prolongada, sem interrupção, por mais de 5 anos, desde que com a utilização para fins de</p><p>moradia própria ou de sua família e desde que o imóvel não seja superior a 250m².</p><p> Aplica-se somente a terreno urbano com edificação, vez que é um requisito a utilização</p><p>para moradia do possuidor e sua família.</p><p>Constituição Federal</p><p>Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros</p><p>quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua</p><p>moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de</p><p>outro imóvel urbano ou rural.</p><p>§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher,</p><p>ou a ambos, independentemente do estado civil.</p><p>§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.</p><p>§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 36</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta</p><p>metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para</p><p>sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário</p><p>de outro imóvel urbano ou rural.</p><p>§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher,</p><p>ou a ambos, independentemente do estado civil.</p><p>§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo</p><p>possuidor mais de uma vez.</p><p>USUCAPIÃO CONJUGAL OU POR ABANDONO DO LAR</p><p>A usucapião especial urbana é regulamentada pelo artigo 1.240-A do Código Civil e se aplica quando</p><p>um indivíduo exerce posse direta, exclusiva e ininterrupta por pelo menos 2 anos, sem oposição, sobre</p><p>um imóvel urbano de até 250m², que antes era compartilhado com um ex-cônjuge ou ex-companheiro</p><p>que abandonou o lar. Caso o imóvel seja utilizado para a moradia do possuidor ou de sua família, ele</p><p>adquire o domínio integral da propriedade, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou</p><p>rural.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição,</p><p>posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e</p><p>cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-</p><p>companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,</p><p>adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel</p><p>urbano ou rural.</p><p>§ 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma</p><p>vez.</p><p>Os requisitos essenciais para a usucapião conjugal são os seguintes:</p><p> Abandono do lar pelo ex-cônjuge ou ex-companheiro;</p><p> Imóvel urbano de até 250m²;</p><p> Posse direta, exclusiva e ininterrupta por pelo menos 2 anos, sem oposição;</p><p> Utilização do imóvel para a moradia do possuidor ou de sua família, com função social;</p><p> Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural;</p><p> Não ter obtido usucapião conjugal anteriormente.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 37</p><p>3.5.3 Registro Imobiliário</p><p>De acordo com o artigo 108 do Código Civil, os contratos que criam ou transferem direitos reais sobre</p><p>imóveis devem ser formalizados por meio de escritura pública, quando o imóvel em questão tiver valor</p><p>superior a trinta salários mínimos.</p><p>A escritura pública é realizada em qualquer Tabelionato de Notas do país, independentemente da</p><p>localização do imóvel. Quando o valor do imóvel é igual ou inferior a trinta salários mínimos, o</p><p>contrato pode ser celebrado por instrumento particular, uma vez que a forma é livre, conforme</p><p>estabelece o artigo 107 do Código Civil.</p><p>É importante destacar que a escritura pública não é responsável pela aquisição da propriedade imóvel,</p><p>pois se trata apenas de uma formalidade</p><p>que é relevante para a validade do contrato de constituição ou</p><p>transmissão do bem, conforme previsto no artigo 104, inciso III, do Código Civil.</p><p>O registro imobiliário, que é o responsável pela eficácia do contrato, é que gera a aquisição da</p><p>propriedade imóvel e deve ser realizado no Cartório de Registro de Imóveis da localidade onde o</p><p>imóvel está situado, conforme estabelecem os artigos 1º, inciso IV, e 167 a 171 da Lei 6.015/1973.</p><p>Portanto, de acordo com o artigo 1.245 do Código Civil, a transferência da propriedade imóvel ocorre</p><p>por meio do registro do título translativo no Registro de Imóveis. O registro é fundamental para a</p><p>aquisição da propriedade imóvel, assim como a tradição é essencial para a transferência da propriedade</p><p>de bens móveis. Enquanto o título translativo não for registrado, o vendedor continuará a ser</p><p>considerado o proprietário do imóvel, conforme estabelece o § 1º do artigo 1.245 do Código Civil.</p><p>O Registro de Imóveis é regido por princípios que garantem a segurança e a eficácia das operações</p><p>imobiliárias, dos quais, destacamos os seguintes:</p><p> Princípio da Legalidade</p><p> Estabelece que o assento somente terá validade se baseado em título revestido das</p><p>exigências legais.</p><p> Princípio da Publicidade</p><p> Tem como objetivo tornar conhecidas pela sociedade as mutações no cadastro imobiliário e</p><p>proteger os atos praticados com boa-fé.</p><p> Princípio da Continuidade</p><p> Implica que o registro de um título está vinculado ao registro anterior em uma sequência de</p><p>atos. No entanto, este princípio é derrogado no caso de usucapião, que é um modo</p><p>originário de aquisição, e pelo mandato in rem suam, que permite que o mandatário</p><p>substitua o instrumento da compra e venda e transfira o domínio do bem para si.</p><p> Princípio da Especialidade</p><p> Exige que o imóvel esteja precisamente descrito e caracterizado como corpo certo,</p><p>individual e autônomo.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 38</p><p> Princípio da Constitutividade</p><p> O registro é essencial para a aquisição da propriedade. Com exceção da usucapião e do</p><p>princípio da saisine, o registro tem efeitos a partir da data de sua realização.</p><p> Princípio da Prioridade ou Preferência</p><p> Estabelece que é dada proteção a quem registrou primeiro, o que significa que o registro</p><p>anterior prevalece sobre o posterior.</p><p> Princípio da Força Probante</p><p> Confere ao registro uma presunção iuris tantum da propriedade. No caso do registro</p><p>TORRENS e do registro da SENTENÇA de USUCAPIÃO, essa presunção é absoluta.</p><p>3.6 FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADEMÓVEL</p><p>A propriedade móvel, assim como a propriedade imóvel, pode ser adquirida de forma originária ou</p><p>derivada. As formas originárias de aquisição da propriedade móvel são aquelas em que o bem é</p><p>adquirido de forma nova, sem que exista uma relação anterior entre o proprietário e o bem. Já as</p><p>formas derivadas de aquisição da propriedade móvel são aquelas em que o bem já tem um proprietário</p><p>anterior e a propriedade é transferida para outra pessoa.</p><p>3.6.1 Formas Originárias</p><p>OCUPAÇÃO:</p><p>Trata-se da apropriação de coisa sem dono.</p><p>Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não</p><p>sendo essa ocupação defesa por lei.</p><p>ACHADO DE TESOURO</p><p>Trata-se da descoberta de objeto oculto cujo proprietário é desconhecido.</p><p>Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será</p><p>dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.</p><p>Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou</p><p>em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.</p><p>Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o</p><p>descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.</p><p>USUCAPIÃO</p><p>Trata-se da aquisição de propriedade pela posse prolongada e ininterrupta de coisa móvel.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 39</p><p>Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante</p><p>três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.</p><p>Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião,</p><p>independentemente de título ou boa-fé.</p><p>Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244.</p><p>3.6.2 Formas Derivadas</p><p>ESPECIFICAÇÃO</p><p>Trata-se da transformação da matéria-prima em coisa nova.</p><p>Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova,</p><p>desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.</p><p>Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do</p><p>especificador de boa-fé a espécie nova.</p><p>§ 1 o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé,</p><p>pertencerá ao dono da matéria-prima.</p><p>§ 2 o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro</p><p>qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se</p><p>o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima.</p><p>Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que</p><p>sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1 o do artigo antecedente, quando</p><p>irredutível a especificação.</p><p>CONFUSÃO, COMISSÃO E ADJUNÇÃO</p><p>Confusão</p><p> Mistura de bens móveis de mesma espécie e qualidade.</p><p>Comissão</p><p> Mistura de bens móveis de espécies diferentes;</p><p>Adjunção</p><p> União de duas ou mais coisas móveis de espécies diferentes, formando uma nova;</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 40</p><p>Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas</p><p>sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem</p><p>deterioração.</p><p>§ 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste</p><p>indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que</p><p>entrou para a mistura ou agregado.</p><p>§ 2º Se uma das</p><p>coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os</p><p>outros.</p><p>Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá</p><p>escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização</p><p>que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.</p><p>Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão,</p><p>comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.</p><p>TRADIÇÃO</p><p>Trata-se da entrega da coisa móvel pelo proprietário ao possuidor, com a intenção de transferir a</p><p>propriedade.</p><p>Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.</p><p>Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo</p><p>constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se</p><p>encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do</p><p>negócio jurídico.</p><p>Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se</p><p>a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em</p><p>circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar</p><p>dono.</p><p>§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se</p><p>realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.</p><p>§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 41</p><p>SUCESSÃO</p><p>Trata-se da transmissão da propriedade por herança ou legado, ou seja, a propriedade é transmitida em</p><p>razão da morte do proprietário, seja por disposição testamentária ou por lei.</p><p>Esse assunto será objeto de estudo no material sobre “Direito das Sucessões”.</p><p>3.7 PERDA DA PROPRIEDADE</p><p>O artigo 1.275 do Código Civil Brasileiro prevê as formas de perda da propriedade. Tais formas</p><p>podem ser divididas em duas categorias:</p><p> Perda por ato voluntário; e</p><p> Perda por ato involuntário.</p><p>Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:</p><p>I - por alienação;</p><p>II - pela renúncia;</p><p>III - por abandono;</p><p>IV - por perecimento da coisa;</p><p>V - por desapropriação.</p><p>Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão</p><p>subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis.</p><p>AS FORMAS DE PERDA POR ATO VOLUNTÁRIO SÃO:</p><p>Alienação</p><p> A alienação ocorre quando o proprietário transfere voluntariamente a propriedade a outra pessoa,</p><p>através de contrato de compra e venda, doação, permuta...</p><p>Renúncia</p><p> Já a renúncia é a manifestação de vontade do proprietário em abrir mão da sua propriedade, sem</p><p>que haja outra pessoa interessada em adquiri-la.</p><p> Aplica-se somente a bens imóveis, com exceção da hipótese de renúncia de patrimônio móvel em</p><p>direito hereditário.</p><p>Abandono</p><p> Trata-se do ato pelo qual, unilateralmente, o proprietário deixa a coisa com a intenção de não tê-la</p><p>mais consigo.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 42</p><p>AS FORMAS DE PERDA POR ATO INVOLUNTÁRIO SÃO:</p><p>Perecimento da coisa</p><p> Que se trada da perda da propriedade que ocorre quando o bem é destruído ou se torna totalmente</p><p>inútil para o fim a que se destinava.</p><p>Desapropriação</p><p> Forma de perda involuntária da propriedade em razão de interesse público ou social, mediante</p><p>prévia e justa indenização.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>Importante ressaltar que, nos casos de perda da propriedade imóvel por alienação ou renúncia, os</p><p>efeitos da perda somente serão produzidos após o registro do título transmissivo ou do ato renunciativo</p><p>no Registro de Imóveis, conforme previsto no parágrafo único do artigo 1.275. Esse registro é</p><p>essencial para garantir a segurança jurídica e evitar conflitos de titularidade sobre o imóvel.</p><p>3.8 DIREITO DE VIZINHANÇA</p><p>Os direitos de vizinhança são limitações ao direito de propriedade que têm como objetivo garantir a</p><p>convivência pacífica entre os proprietários e possuidores de imóveis contíguos. Essas limitações são</p><p>consideradas propter rem, ou seja, acompanham a coisa onde quer que ela esteja, independente da</p><p>vontade do proprietário ou do possuidor.</p><p>3.8.1 Impossibilidade de Uso Anormal da Propriedade</p><p>O artigo 1.277 do Código Civil estabelece que o direito de propriedade deve ser exercido de forma a</p><p>não prejudicar o vizinho, garantindo a segurança, o sossego e a saúde dos que habitam o imóvel.</p><p>Entre as práticas consideradas como uso anormal da propriedade, podemos citar:</p><p> Poluição de águas comuns pelo lançamento de resíduos;</p><p> Existência de árvores que ameaçam tombar no prédio contíguo;</p><p> Festa noturnas espalhafatosas em residências.</p><p>Caso o uso anormal da propriedade prejudique o vizinho, este tem o direito de exigir que o proprietário</p><p>ou possuidor do imóvel causador das interferências cessasse as atividades ou adotasse medidas para</p><p>minimizar os danos.</p><p>Caso o proprietário ou possuidor não atenda ao pedido, o vizinho prejudicado pode ingressar com ação</p><p>judicial, como a ação de danos infecto, que visa resguardar o proprietário ou o possuidor de uma</p><p>probabilidade de dano (art. 1.280, CC).</p><p>A seguir, apresento uma versão ampliada e organizada do texto sobre árvores limítrofes:</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 43</p><p>3.8.2 Árvores Limítrofes</p><p>Árvore limítrofe é aquela que tem o tronco na linha divisória entre dois prédios. Essa árvore é</p><p>considerada pertencente em comum aos proprietários dos imóveis confinantes, em uma presunção</p><p>relativa.</p><p>O proprietário pode exigir que o vizinho corte os galhos que avançaram sobre sua propriedade ou as</p><p>raízes que estão causando danos. Caso o vizinho se recuse a podar a árvore ou a remover os galhos e</p><p>raízes, o proprietário prejudicado poderá acionar a justiça para resolver a questão.</p><p>Em relação aos frutos caídos de uma árvore que esteja no terreno do vizinho, o artigo 1.284 do Código</p><p>Civil estabelece que eles pertencem ao dono</p><p>do solo onde caíram, desde que esse solo seja particular.</p><p>Trata-se de uma exceção à regra geral de que o acessório segue o principal, que é justificada pelo fato</p><p>de que os frutos são considerados produtos do solo.</p><p>Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum</p><p>aos donos dos prédios confinantes.</p><p>Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser</p><p>cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.</p><p>Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde</p><p>caíram, se este for de propriedade particular.</p><p>3.8.3 Passagem Forçada</p><p>Também conhecida como servidão legal, é um direito previsto no Código Civil brasileiro para garantir</p><p>o acesso a prédios que não possuem acesso direto à via pública, nascente ou porto. Vejamos os</p><p>principais pontos sobre o tema:</p><p>O proprietário de um prédio sem acesso direto à via pública (chamado prédio encravado), nascente ou</p><p>porto pode exigir do vizinho a passagem forçada mediante pagamento de indenização cabal. Essa</p><p>medida visa garantir a função social da propriedade, que deve atender aos interesses da coletividade e</p><p>não apenas do proprietário em si.</p><p>A fixação do rumo da passagem forçada pode ser feita judicialmente, se necessário, para garantir a</p><p>melhor localização possível e evitar prejuízos para o proprietário vizinho que irá ceder o acesso.</p><p>A passagem forçada deve ser concedida pelo vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à</p><p>passagem, para evitar prejuízos maiores ao proprietário vizinho.</p><p>Em caso de alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso à via pública,</p><p>nascente ou porto, o proprietário da outra parte deve tolerar a passagem, independentemente de acordo</p><p>ou contrato. Trata-se de uma obrigação propter rem, ou seja, ligada diretamente à propriedade e, por</p><p>isso, transmitida juntamente com ela.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 44</p><p>Caso tenha uma passagem já existente através de um imóvel vizinho, e ocorra posteriormente uma</p><p>alienação parcial do prédio, o proprietário da parte que perdeu o acesso à via pública, nascente ou</p><p>porto, pode exigir a continuidade da passagem, mesmo que o proprietário vizinho não tenha sido</p><p>constrangido a conceder a passagem anteriormente.</p><p>Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode,</p><p>mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo</p><p>rumo será judicialmente fixado, se necessário.</p><p>§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à</p><p>passagem.</p><p>§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via</p><p>pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.</p><p>§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia</p><p>passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a</p><p>dar uma outra.</p><p>3.8.4 Passagem de Cabos e Tubulações</p><p>A passagem de cabos e tubulações segue regras semelhantes à passagem forçada;</p><p>O art. 1286 do Código Civil estabelece que o proprietário deve tolerar a passagem de cabos, tubulações</p><p>e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública através de seu imóvel, mediante</p><p>recebimento de indenização que atenda também à desvalorização da área remanescente.</p><p>A passagem deve beneficiar proprietários vizinhos e ser considerada impossível ou excessivamente</p><p>onerosa de outro modo.</p><p>Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área</p><p>remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos,</p><p>tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de</p><p>proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.</p><p>Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo</p><p>menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro</p><p>local do imóvel.</p><p>Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio</p><p>onerado exigir a realização de obras de segurança.</p><p>3.8.5 Das Águas</p><p>O direito referente às águas é disciplinado no Código Civil e estabelece as seguintes regras:</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 45</p><p>O dono ou possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do</p><p>superior, não podendo realizar obras que atrapalhem o seu fluxo. No entanto, o dono ou possuidor do</p><p>prédio superior não pode agravar a condição natural e anterior do prédio inferior por meio de obras.</p><p>As nascentes das águas e o escoamento das águas pluviais. O proprietário de nascente, ou do solo onde</p><p>caem águas pluviais, não pode impedir ou desviar o curso natural das águas remanescentes pelos</p><p>prédios inferiores, desde que já tenha satisfeito suas próprias necessidades de consumo de água. Isso</p><p>ocorre porque o curso de água do imóvel tem importante finalidade social.</p><p>Caso haja interferência no curso natural das águas em um prédio inferior, o dono ou possuidor do</p><p>prédio superior pode ser responsabilizado pelos danos causados. Por isso, é importante respeitar as</p><p>normas legais referentes ao uso das águas e evitar obras que possam prejudicar o fluxo de água para</p><p>outros imóveis.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm</p><p>naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a</p><p>condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono</p><p>ou possuidor do prédio superior.</p><p>Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas,</p><p>correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize</p><p>o prejuízo que sofrer.</p><p>Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.</p><p>Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as</p><p>necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas</p><p>remanescentes pelos prédios inferiores.</p><p>Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às</p><p>primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir,</p><p>deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou</p><p>o desvio do curso artificial das águas.</p><p>Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou outras obras para</p><p>represamento de água em seu prédio; se as águas represadas</p><p>invadirem prédio alheio, será o seu</p><p>proprietário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.</p><p>Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários</p><p>prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha</p><p>direito, indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 46</p><p>considerável à agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou</p><p>acumuladas, ou a drenagem de terrenos.</p><p>§ 1 o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimento pelos</p><p>danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da</p><p>deterioração das obras destinadas a canalizá-las.</p><p>§ 2 o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização que atravessa</p><p>áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.</p><p>§ 3 o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos proprietários dos</p><p>imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de</p><p>conservação.</p><p>Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.</p><p>Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e construam</p><p>sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis</p><p>poderão usar das águas do aqueduto para as primeiras necessidades da vida.</p><p>Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las, para os fins</p><p>previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao</p><p>dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a</p><p>condução das águas até o ponto de derivação.</p><p>Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados pelo aqueduto.</p><p>3.8.6 Direito de Tapagem</p><p>O direito de tapagem é o direito que o proprietário de um imóvel tem de cercar, murar, valar e tapar o</p><p>seu prédio urbano ou rural.</p><p>Podem haver restrições a esse direito, como a convenção de condomínio que impõe padronização da</p><p>fachada do edifício.</p><p>Ação Demarcatória</p><p>O art. 1.297, do CC, assegura ao proprietário a possibilidade de ajuizar uma ação demarcatória para</p><p>defender seu direito de delimitar sua propriedade.</p><p>Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu</p><p>prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação</p><p>entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados,</p><p>repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 47</p><p>O parágrafo 1º do art. 1.297 do CC estabelece a existência de um condomínio necessário entre os</p><p>proprietários confinantes, relativo aos intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, sebes, vivas,</p><p>cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas. Assim, devem concorrer, em partes iguais, para as</p><p>despesas de sua construção e conservação.</p><p>§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de</p><p>arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a</p><p>ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes</p><p>da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.</p><p>Definição de Limites</p><p>Se os limites entre as propriedades se mostrarem confusos, em falta de outro meio, determinar-se-ão de</p><p>acordo com a posse justa.</p><p>Caso a posse justa não seja provada, o terreno contestado dividir-se-á em partes iguais entre os prédios,</p><p>ou, não sendo possível a divisão cômoda, adjudicar-se-á a um deles (um comprará do outro), mediante</p><p>indenização ao outro.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de</p><p>conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá</p><p>por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um</p><p>deles, mediante indenização ao outro.</p><p>3.8.7 Direito de Construir</p><p>O direito de construir é uma garantia do proprietário de levantar construções em seu terreno, mas tal</p><p>direito não é absoluto e deve respeitar os direitos dos vizinhos e os regulamentos administrativos.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo</p><p>o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.</p><p>RESTRIÇÕES AO DIREITO DE CONSTRUIR:</p><p> Proibição de despejar águas diretamente sobre o prédio vizinho.</p><p>Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas,</p><p>diretamente, sobre o prédio vizinho.</p><p> Proibição de abrir janelas, terraços, varandas a menos de 1,5m do terreno vizinho em áreas</p><p>urbanas, e 3m em áreas rurais.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 48</p><p>Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio</p><p>do terreno vizinho.</p><p>§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não</p><p>poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros.</p><p>§ 2º As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores</p><p>de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros</p><p>de altura de cada piso.</p><p> Restrições à abertura de janelas e aberturas para luz e ventilação.</p><p> Prazo de um ano e um dia para o proprietário exigir a desmontagem de janelas, sacadas, terraços</p><p>ou goteiras que despejem águas sobre seu prédio.</p><p>Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se</p><p>desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por</p><p>sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o</p><p>escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.</p><p>Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade,</p><p>altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro,</p><p>ainda que lhes vede a claridade.</p><p> Proibição de levantar edificações a menos de 3m do terreno vizinho em áreas rurais.</p><p>Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do</p><p>terreno vizinho.</p><p> Dono de terreno pode edificar na parede divisória do prédio contíguo, desde que pague metade do</p><p>valor da parede e do chão correspondentes ao vizinho.</p><p>Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono</p><p>de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede divisória do prédio contíguo, se ela</p><p>suportar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do</p><p>chão correspondentes.</p><p> Confinante que primeiro construir pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno</p><p>contíguo, sem perder o direito de haver meio valor dela se o vizinho a travejar.</p><p>Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até meia</p><p>espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o</p><p>vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade do alicerce.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 49</p><p>Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver capacidade para</p><p>ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele,</p><p>pelo risco a que expõe a construção anterior.</p><p> O condômino da parede-meia pode utilizar até ao meio da espessura, mas deve avisar previamente</p><p>o outro condômino das obras que ali tenciona fazer.</p><p>Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo</p><p>em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro</p><p>condômino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fazer, na</p><p>parede-meia, armários, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já</p><p>feitas do lado oposto.</p><p> Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, arcará com todas as despesas, inclusive</p><p>de conservação, ou com metade se o vizinho adquirir meação também na parte aumentada.</p><p>Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se necessário</p><p>reconstruindo-a, para suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de</p><p>conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir meação também na parte aumentada.</p><p> O proprietário deve dar à parede divisória o destino que melhor convier ao uso comum e não pode</p><p>dela fazer uso exclusivo.</p><p>Essas restrições buscam garantir que os direitos dos proprietários vizinhos sejam respeitados e que as</p><p>construções não representem riscos para a segurança e o bem-estar de todos.</p><p>Ainda, recomenda-se a leitura dos artigos de 1.308 a 1.313 do Código Civil.</p><p>3.9 CONDOMÍNIO</p><p>Condomínio é uma forma de propriedade na qual um bem pode ser compartilhado por mais de uma</p><p>pessoa. Essa modalidade de propriedade é adotada no Brasil e é fundamentada na concepção romana</p><p>de condomínio, na qual cada um dos condôminos pode defender a propriedade no todo, mas possui</p><p>uma fração ideal do bem.</p><p>Dessa forma, o condomínio não viola o princípio da exclusividade, que rege o direito de propriedade.</p><p>Na verdade, no condomínio, duas ou mais pessoas exercem o mesmo direito sobre a mesma coisa, mas</p><p>cada uma possui uma fração ideal do bem.</p><p>Contra terceiros, cada condômino age como se fosse dono do todo.</p><p>Código Civil</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 50</p><p>Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer</p><p>todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e</p><p>alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.</p><p>Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar</p><p>posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.</p><p>ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE O CONDOMÍNIO SÃO:</p><p> No condomínio, o direito de propriedade continua sendo único, mas é exercido por mais de uma</p><p>pessoa.</p><p> Os sujeitos de um condomínio exercem o direito de propriedade de forma qualitativamente igual,</p><p>mas quantitativamente pode haver diferenças entre as frações ideais de cada condômino.</p><p> Cada condômino tem direito ao uso exclusivo de sua fração ideal, mas deve respeitar o direito dos</p><p>demais condôminos.</p><p> As decisões relacionadas ao condomínio devem ser tomadas em assembleia, com base em maioria</p><p>simples ou qualificada, a depender do caso.</p><p> Cada condômino é responsável pela conservação de sua fração ideal, bem como pelo pagamento</p><p>de despesas relativas às áreas comuns.</p><p> É possível a divisão do condomínio, desde que haja acordo entre os condôminos ou por</p><p>determinação judicial.</p><p>3.9.1 Espécies de Condomínio</p><p>3.9.1.1 Condomínio convencional ou voluntário</p><p>Trata-se de uma das formas mais antigas e conhecidas de condomínio, sendo formado a partir do</p><p>acordo de vontade entre os condôminos ou quando duas ou mais pessoas adquirem o mesmo bem</p><p>indivisível.</p><p>Nessa modalidade, há a divisão em partes ideais iguais ou diferentes, cabendo a cada condômino o</p><p>direito de exercer a propriedade sobre a coisa comum na proporção de sua parte.</p><p>Algumas características importantes desse tipo de condomínio incluem:</p><p> Cada condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de</p><p>conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita;</p><p> Cada condômino tem a propriedade plena e total sobre a coisa, mas essa propriedade é limitada</p><p>pelos direitos dos demais condôminos;</p><p> Não cabe reintegração de posse por um dos condôminos contra os demais;</p><p> Se não houver consenso dos demais condôminos, nenhum deles pode alterar a destinação da coisa</p><p>comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos.</p><p>Além disso, o condomínio convencional também possui regras específicas sobre a administração da</p><p>coisa comum.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 51</p><p>Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o</p><p>administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em</p><p>condições iguais, o condômino ao que não o é.</p><p>Cabe salientar que o administrador do condomínio age com um mandato legal, que lhe garante a</p><p>representação de todos os condôminos nos seus interesses.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Na hipótese em que o condomínio resultar da vontade do doador ou testador, ou seja, da vontade de</p><p>terceiros, estaremos diante do condomínio eventual.</p><p>3.9.1.2 Condomínio necessário ou legal</p><p>Trata-se do condomínio imposto pela lei e pode ocorrer em situações específicas, como nos casos</p><p>envolvendo direito de vizinhança, quando existe meação de paredes, cercas, muros e valas.</p><p>Quando se trata de paredes, cercas, muros e valas que dividem imóveis vizinhos, pode ocorrer a</p><p>situação de meações. Isso significa que cada proprietário detém a propriedade de metade da parede,</p><p>cerca, muro ou vala que divide os imóveis. Nesse caso, estamos diante de um condomínio necessário.</p><p>O proprietário que tem o direito de estremar um imóvel com paredes, cercas, muros ou valas também</p><p>tem o direito de adquirir a meação do vizinho, pagando-lhe metade do valor da obra e do terreno que</p><p>ela ocupa. Essa regra está prevista no artigo 1.328 do Código Civil.</p><p>Caso não haja acordo entre os proprietários sobre o valor da obra, esse valor será arbitrado por peritos,</p><p>conforme previsto no mesmo artigo 1.328.</p><p>Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros,</p><p>valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do</p><p>vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art.</p><p>1.297).</p><p>3.9.1.3 Condomínio edilício</p><p>O condomínio edilício é uma forma de condomínio regulada pelos artigos 1.131 ao 1.358 do Código</p><p>Civil e subsidiariamente pelos artigos 1º ao 27 da Lei 4.591/64, aplicada àquilo que não possuir</p><p>disposição específica no Código Civil.</p><p>Essas disposições são aplicáveis a edifícios com unidades autônomas, como apartamentos e salas</p><p>comerciais.</p><p>Nesse tipo de condomínio, além da propriedade exclusiva da unidade, os condôminos são</p><p>coproprietários das áreas comuns do prédio, como corredores, elevadores, áreas de lazer, entre outras.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 52</p><p>NATUREZA JURÍDICA:</p><p> O condomínio edilício é um instituto jurídico que reúne duas espécies distintas de direitos reais:</p><p> A propriedade exclusiva da unidade autônoma e a copropriedade das áreas comuns do</p><p>prédio. Assim, trata-se de uma modalidade de condomínio que apresenta uma complexa</p><p>relação entre o direito de propriedade e o direito de co-propriedade.</p><p>ADMINISTRAÇÃO:</p><p> A administração do condomínio edilício é realizada por meio de uma assembleia geral de</p><p>condôminos, que é responsável por tomar decisões importantes para o funcionamento do prédio.</p><p> Dentre as atribuições da assembleia, podemos citar:</p><p> Eleger o síndico e o conselho fiscal;</p><p> Aprovar o orçamento anual do condomínio;</p><p> Deliberar sobre obras e benfeitorias no prédio;</p><p> Discutir e aprovar as normas de convivência entre os condôminos;</p><p> Definir a forma de cobrança das despesas condominiais.</p><p>SÍNDICO:</p><p> O síndico é o responsável pela administração cotidiana do condomínio, podendo ser escolhido</p><p>entre os condôminos ou contratado por meio de uma empresa especializada. Entre suas atribuições,</p><p>destacam-se:</p><p> Representar o condomínio em juízo ou fora dele;</p><p> Convocar a assembleia geral de condôminos;</p><p> Zelar pela conservação do prédio;</p><p> Contratar e demitir funcionários;</p><p> Cobrar as despesas condominiais;</p><p> Elaborar o balancete mensal do condomínio.</p><p>CONSELHO FISCAL:</p><p> O conselho fiscal, por sua vez, é responsável por fiscalizar as contas do condomínio, verificando</p><p>se as despesas estão sendo realizadas de forma adequada e se as normas de contabilidade estão</p><p>sendo cumpridas.</p><p>3.9.1.4 Multipropriedade ou time-sharing</p><p>A multipropriedade é um instituto jurídico em que diversas pessoas possuem direitos de uso, gozo ou</p><p>fruição de um bem, por tempo determinado ou não, de forma compartilhada e organizada.</p><p>É comum em empreendimentos imobiliários, como hotéis, resorts e apart-hotéis, em que o mesmo</p><p>imóvel é vendido para diversos proprietários, que utilizam o bem em períodos alternados.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 53</p><p>NATUREZA JURÍDICA:</p><p>A multipropriedade é considerada uma forma de condomínio, pois envolve a co-propriedade de um</p><p>bem. No entanto, há diferenças em relação ao condomínio tradicional, pois a multipropriedade possui</p><p>uma organização e administração específicas, além de haver um compartilhamento do uso do bem em</p><p>períodos determinados.</p><p>A multipropriedade também é considerada um negócio jurídico complexo, que envolve diversos</p><p>elementos, como a divisão do tempo de uso, a administração do empreendimento e a possibilidade de</p><p>venda ou troca dos direitos de uso.</p><p>Recomendamos a leitura dos artigos 1.358-B a 1.358-U do Código Civil.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 54</p><p>4.DIREITOS REAIS NAS COISAS ALHEIAS</p><p>4.1 DIREITOS REAIS DE FRUIÇÃOOU GOZO</p><p>O titular do bem tem direito de usar e fruir da coisa.</p><p>4.1.1 Enfiteuse</p><p>A enfiteuse é um direito real sobre coisa alheia, no qual há a transmissão de todos os poderes inerentes</p><p>ao domínio para um terceiro não proprietário, chamado enfiteuta ou foreiro.</p><p>O proprietário é denominado senhorio e conserva apenas o título e o direito de receber pagamentos em</p><p>dinheiro, denominados foro, pensão ou cânon, anualmente e em cada transmissão onerosa da enfiteuse,</p><p>denominada laudêmio. A enfiteuse é uma das formas mais amplas de direito real sobre coisa alheia.</p><p>PROIBIÇÃO DE NOVAS ENFITEUSES:</p><p> O atual Código Civil proíbe a constituição de novas enfiteuses e a cobrança de laudêmios nas</p><p>transmissões do bem aforado. As atuais enfiteuses ficam mantidas, subordinando-se às disposições</p><p>do antigo Código Civil e leis especiais, até sua paulatina extinção.</p><p>CONSTITUIÇÃO DE ENFITEUSES:</p><p> As enfiteuses podem ser constituídas por meio de negócio jurídico entre as partes, inter vivos ou</p><p>causa mortis, ou por meio de usucapião. É possível usucapir enfiteuse.</p><p>USUCAPIÃO DE ENFITEUSE DE TERRA PÚBLICA:</p><p> A terra pública não admite prescrição aquisitiva, mas admite-se a usucapião de enfiteuse de terra</p><p>pública, pois nesse caso, o usucapiente não adquire a propriedade, mas sim a enfiteuse. O</p><p>particular torna-se enfiteuta e o Poder Público continua sendo o proprietário.</p><p>COBRANÇA DE LAUDÊMIO:</p><p> O laudêmio é devido apenas nas transmissões onerosas da enfiteuse e corresponde a 2,5% do valor</p><p>da alienação ou da dação em pagamento. Em se tratando de negócio gratuito, não há que se falar</p><p>em laudêmio. Com a proibição de novas enfiteuses, a cobrança de laudêmios nas transmissões do</p><p>bem aforado também foi proibida.</p><p>MANUTENÇÃO DAS ENFITEUSES:</p><p> As atuais enfiteuses foram mantidas, subordinando-se às disposições do antigo Código Civil e leis</p><p>especiais, até sua paulatina extinção.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 55</p><p>4.1.2 Superfície</p><p>A superfície é um direito real que permite ao superficiário construir ou plantar em um terreno de</p><p>terceiro, por tempo determinado, mediante acordo entre as partes, e pode ser gratuita ou onerosa. A</p><p>superfície substituiu a enfiteuse no Código Civil de 2002.</p><p> Partes:</p><p> O proprietário do terreno é denominado de fundieiro, enquanto aquele que recebe o direito</p><p>de construir ou plantar é o superficiário.</p><p> Formalização:</p><p> A concessão de superfície deve ser formalizada por meio de escritura pública, devidamente</p><p>registrada no Cartório de Registro de Imóveis.</p><p> Objetos da concessão:</p><p> É possível construir ou plantar no terreno, porém, não é permitida a obra no subsolo,</p><p>exceto se for inerente ao objeto da concessão.</p><p> Responsabilidade:</p><p> O superficiário deve zelar pelo imóvel como se fosse seu, respondendo pelos encargos e</p><p>tributos que incidem sobre o bem.</p><p> Transmissão:</p><p> É permitida a transferência da superfície a terceiros, bem como sua transmissão aos</p><p>herdeiros do superficiário, com falecimento deste. Porém, não se permite a estipulação de</p><p>pagamento de qualquer quantia pela transferência.</p><p> Direito de preferência recíproco:</p><p> Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, é devido direito de preferência,</p><p>em igualdade de condições, para ambas as partes (direito de preferência recíproco). Caso o</p><p>proprietário alienar sem notificar o superficiário, este terá um prazo de 180 dias para</p><p>exercer seu direito de adjudicar o bem.</p><p> Extinção:</p><p> A superfície pode ser extinta antes do término do prazo se o superficiário der ao terreno</p><p>destinação diversa daquela para a qual lhe foi concedida.</p><p> Efeitos da extinção:</p><p> Com a extinção da superfície, o proprietário passa a ter a propriedade plena sobre o terreno,</p><p>a construção ou a plantação, as acessões e as benfeitorias, independentemente de</p><p>indenização, caso as partes não estipulem o contrário (art. 1.375, CC).</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 56</p><p>4.1.3 Servidão</p><p>A servidão predial é um direito real na coisa alheia que impõe uma restrição sobre um imóvel para</p><p>gerar benefício a outro prédio.</p><p>Há sempre dois prédios envolvidos na servidão predial:</p><p> O dominante, que recebe a vantagem; e</p><p> O serviente ou dominado, que gera a vantagem.</p><p>A servidão predial recai somente sobre bens imóveis e, portanto, necessita de registro no Cartório de</p><p>Registro de Imóveis, podendo ser constituída por meio de contrato, testamento, usucapião ou sentença</p><p>judicial.</p><p>INALIENABILIDADE DA SERVIDÃO PREDIAL</p><p> A servidão é inalienável, pois é um direito de um prédio em favor de outro prédio.</p><p> O titular do prédio não pode dispor da servidão, pois ela não pertence a ele, mas sim ao prédio.</p><p> Exemplos de restrições à alienação da servidão incluem não poder ser dada em garantia ou</p><p>hipotecada.</p><p>CLASSIFICAÇÕES DA SERVIDÃO PREDIAL</p><p> Quanto à natureza:</p><p> Pode ser rústica (em áreas rurais);</p><p> Ou urbana (em áreas urbanas).</p><p> Quanto às condutas das partes:</p><p> Pode ser positiva (exercida por ato positivo ou comissivo);</p><p> Ou negativa (decorre de ato omissivo ou abstenção).</p><p> Quanto ao modo de exercício:</p><p> Pode ser contínua (independe do ato humano);</p><p> Ou descontínua (depende da atuação humana).</p><p> Quanto à exteriorização:</p><p> Pode ser aparente (evidenciada no plano real e concreto);</p><p> Ou não aparente (não há sinal exterior).</p><p>DISTINÇÃO ENTRE SERVIDÃO PREDIAL E PASSAGEM FORÇADA</p><p> A Passagem Forçada</p><p> É um instituto de direito de vizinhança que limita o direito de propriedade decorrente de lei.</p><p> É utilizada quando uma das propriedades está encravada;</p><p> É obrigatória;</p><p> Há obrigatoriedade do pagamento de indenização;</p><p> Imóvel não possui saída, não havendo outra opção;</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 57</p><p> Ação de passagem forçada.</p><p> A Servidão Predial</p><p> Trata-se de direito real de gozo ou fruição;</p><p> Envolve benefícios e restrições entre dois prédios;</p><p> É facultativa;</p><p> Só há indenização se as partes acordarem;</p><p> Ação confessória.</p><p>4.1.4 Usufruto</p><p>O usufruto é um direito real que permite a uma pessoa usar e usufruir temporariamente uma coisa</p><p>alheia, sem alterar a sua substância.</p><p>Neste tipo de relação, existem duas partes:</p><p> O usufrutuário, que tem o direito de usar ou fruir a coisa; e</p><p> O nu proprietário, que é o dono da coisa e possui o direito de reivindicar e dispor.</p><p>O usufruto pode recair sobre um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro ou parte</p><p>deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Se for um bem imóvel, será</p><p>necessário registrar no Cartório de Registro de Imóveis.</p><p>Além disso, o usufruto pode recair sobre títulos de crédito, e o usufrutuário tem direito a receber os</p><p>frutos e a cobrar as respectivas dívidas.</p><p>O usufruto pode ser constituído por meio da lei, convenção das partes (por meio de testamento ou</p><p>contrato), pode ser misto (decorrente da usucapião) ou judicial.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Quanto à classificação, o usufruto pode ser:</p><p> Quanto ao objeto:</p><p>Próprio</p><p> Recai sobre bens infungíveis e inconsumíveis;</p><p>62</p><p>4.2.1 Penhor ............................................................................................................................ 63</p><p>4.2.2 Anticrese ........................................................................................................................ 64</p><p>4.2.3 Hipoteca .........................................................................................................................65</p><p>4.2.4 Alienação Fiduciária ...................................................................................................... 67</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................70</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 5</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Direito das Coisas, segundo Clóvis Beviláqua:</p><p>“é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de</p><p>apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre elas é</p><p>que é possível exercer o poder de domínio”.</p><p>DIFERENÇA ENTRE BENS E COISAS:</p><p>Para Carlos Roberto Gonçalves, bem, em sentido filosófico, é tudo o que satisfaz uma</p><p>necessidade humana. Para o autor, ao abordar juridicamente o conceito de coisas, este</p><p>corresponde ao de bens, mas nem sempre há perfeita sincronização entre as duas expressões</p><p>(2012, p. 269).</p><p>A doutrina brasileira sempre se dividiu no tocante a conceituar e diferenciar bens de coisas. Enquanto</p><p>alguns doutrinadores fundamentam que os bens seriam gênero e as coisas uma espécie, outros afirmam</p><p>o contrário, onde na verdade as coisas seriam o termo genérico, mais abrangente, enquanto os bens</p><p>seriam uma espécie de coisa.</p><p>Para Silvio Rodrigues:</p><p>Coisa seria gênero, enquanto bem seria espécie, fundamentando que: “os vocábulos bem e</p><p>coisa são usados indiferentemente por muitos escritores e, por vezes, pela própria lei. Trata-se,</p><p>todavia, de palavras de extensão diferente, uma sendo espécie da outra. Com efeito, coisa é o</p><p>gênero do qual bem é espécie. A diferença específica está no fato de esta última incluir na sua</p><p>compreensão a idéia de utilidade e raridade, ou seja, a de ter valor econômico.” (2003, p. 116).</p><p>Flávio Tartuce:</p><p>No mesmo sentido de Silvio Rodrigues, fundamenta que o conceito trazido por Silvio</p><p>Rodrigues se encaixa perfeitamente ao que foi adotado na parte geral do Código Civil</p><p>Brasileiro, dessa forma, para o autor, todos os bens são coisas, todavia, nem todas as coisas são</p><p>bens.” (2018, p. 193).</p><p>Maria Helena Diniz:</p><p>Entende que apesar de bens serem coisas, nem todas as coisas são bens. O termo “coisas” para</p><p>a autora abrange tudo o que existe na natureza, exceto a pessoa. Dessa forma, "bens" somente</p><p>seriam assim caracterizados se fossem coisas existentes e que proporcionassem ao homem</p><p>alguma utilidade, de modo a permitir a constituição de seu patrimônio em razão da apropriação</p><p>(2012, p. 361-362). Nas palavras da autora:</p><p>[...] Compreendem não só os bens corpóreos como os incorpóreos, como as criações</p><p>intelectuais (propriedade literária, científica e artística), sendo que os fatos humanos ou</p><p>"prestações" de dar, fazer e não fazer também são considerados pelo direito como</p><p>suscetíveis de constituir objeto da relação jurídica. Convém esclarecer, contudo, que não</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 6</p><p>é, neste caso, o homem o objeto do direito, mas a prestação como resultado da atividade</p><p>humana (2012, p. 362).</p><p>De maneira diversa entende Cézar Fiuza, que trabalha a ideia de que bem seria uma categoria</p><p>ampla, enquanto coisa seria mais restrita, a saber:</p><p>Bem é tudo aquilo que é útil às pessoas.</p><p>Coisa, para o Direito, é todo bem econômico, dotado de existência autônoma, e capaz de</p><p>ser subordinado ao domínio das pessoas.</p><p>Conclui-se que coisa, neste sentido, é sinônimo de bem. Mas nem todo bem será coisa.</p><p>Assim, não são coisas os bens chamados jurídicos, como a vida, a liberdade, a saúde etc</p><p>(2008, p. 183).</p><p>Destaca três requisitos para que um bem seja considerado coisa:</p><p>1°) interesse econômico: o bem deve representar interesse de ordem econômica. Uma</p><p>folha seca não será bem nem coisa para o Direito;</p><p>2º) gestão econômica: deve ser possível individualizar e valorar o bem. A luz do sol, por</p><p>exemplo, não possui gestão econômica. Portanto, não será coisa para o Direito;</p><p>3°) subordinação jurídica: o bem deve ser passível de subordinação a uma pessoa.</p><p>Tampouco deste ângulo a luz do sol seria coisa (2008, p. 183-184).</p><p>CONSIDERAÇÕES:</p><p>Observada a evidente divergência acerca deste tema, o Código Civil vigente não abarcou na</p><p>parte geral de seu texto o termo “coisa”, fazendo referência somente ao termo “bens” em seu</p><p>Livro II, entre os artigos 79 ao 103, com a finalidade de evitar eventual conflito de conceitos.</p><p>Todavia, considerando que os direitos fundamentais trazidos na Constituição Federal e da</p><p>personalidade, entre os artigos 11 ao 21 do Código Civil, como a vida, liberdade, saúde,</p><p>imagem e outros não são considerados coisas, mas sim bens, percebe-se a precisão do</p><p>argumento de Cézar Fiuza, acima apresentado.</p><p>Apesar dos conflitantes entendimentos doutrinários, conclui-se que o conceito de “bens” pode</p><p>ser definido a partir da análise de sua utilidade para o indivíduo. Em outras palavras, para que</p><p>algo seja considerado bem, deve apresentar alguma utilidade para o homem. Além disso, os</p><p>bens podem ser corpóreos ou incorpóreos e dotados de natureza patrimonial ou não-patrimonial.</p><p>DA ESTRUTURA NO CÓDIGO CIVIL</p><p>O Código Civil estabelece o regramento acerca do Direito das Coisas no seu Livro III da Parte</p><p>Especial, onde inicialmente trabalha a Posse (artigos 1.196 a 1.224), e na sequência trabalha os</p><p>Direitos Reais (artigos 1.225 e seguintes).</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 7</p><p>1.1 POSSE</p><p>A posse é o exercício de fato de um dos poderes inerentes à propriedade (CC, art. 1.196) e se adquire</p><p>pela apreensão material da coisa, ou seja, pelo contato físico com ela ou pelo controle sobre ela (CC,</p><p>art. 1.204).</p><p>A posse pode ser adquirida de boa-fé (quando o possuidor ignora que está violando</p><p>Impróprio</p><p> Recai sobre bens fungíveis e consumíveis;</p><p> Quanto à extensão:</p><p>Total ou pleno</p><p> Abrange todos os acessórios da coisa;</p><p>Parcial ou restrito</p><p> Não abrange todos os acessórios;</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 58</p><p> Quanto à duração:</p><p>Temporário</p><p> Com prazo de duração certo;</p><p>Vitalício</p><p> Estipulado em favor de pessoa natural, sem previsão de prazo ou termo final, extinguindo-</p><p>se apenas com a morte do usufrutuário.</p><p>Atenção:</p><p> É possível a instituição de usufruto em favor de pessoa jurídica.</p><p> Todavia, em se tratando de pessoa jurídica, o usufruto terá duração máxima de 30 anos.</p><p>USUFRUTO SIMULTÂNEO E SUCESSIVO</p><p> O usufruto simultâneo é aquele criado em favor de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo,</p><p>formando uma espécie de "consórcio" entre os usufrutuários. Se for vitalício, extingue-se pelo</p><p>óbito do último cousufrutuário.</p><p> O usufruto sucessivo estabelece uma ordem cronológica e sucessiva do exercício do usufruto, o</p><p>que é proibido pelo Código Civil, pois viola a proibição de transmissão do usufruto, sendo nula de</p><p>pleno direito.</p><p>Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em</p><p>relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses</p><p>couber ao sobrevivente.</p><p>Por fim, se o usufruto foi constituído em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em</p><p>relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao</p><p>sobrevivente.</p><p>INSTITUIÇÃO X RESERVA DE USUFRUTO</p><p>A instituição e a reserva de usufruto são duas formas distintas de constituição de usufruto sobre um</p><p>imóvel, com consequências jurídicas e procedimentais específicas.</p><p> Instituição de Usufruto</p><p> Ocorre quando o proprietário do imóvel concede a outra pessoa o direito de uso e fruição</p><p>da propriedade, enquanto mantém a titularidade do imóvel.</p><p> Nesse caso, o usufruto é constituído a partir de um ato unilateral do proprietário do imóvel,</p><p>não sendo necessário o consentimento do usufrutuário.</p><p> Pode ser feita por meio de testamento, doação, entre outros instrumentos jurídicos, e</p><p>deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis para que produza efeitos perante</p><p>terceiros.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 59</p><p> O registro no Cartório de Registro de Imóveis é obrigatório, pois é ele que garantirá a</p><p>publicidade e a segurança jurídica necessárias à instituição do usufruto.</p><p> Reserva de usufruto</p><p> É uma cláusula contratual que permite ao proprietário reservar para si o direito de uso e</p><p>fruição do imóvel, mesmo após a venda ou transferência da propriedade a terceiros.</p><p> O usufruto é constituído por meio de um acordo entre as partes envolvidas na transação</p><p>imobiliária, e não por ato unilateral do proprietário do imóvel.</p><p> A reserva de usufruto pode ser total ou parcial, abrangendo todos ou parte dos direitos</p><p>inerentes à propriedade, e deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis para</p><p>que possa ser oponível a terceiros.</p><p>Em suma, enquanto a instituição de usufruto é uma forma de transferência parcial dos direitos</p><p>inerentes à propriedade, a reserva de usufruto é uma cláusula que permite ao proprietário manter</p><p>consigo os direitos de uso e fruição, mesmo após a venda ou transferência do imóvel. Ambas as formas</p><p>de usufruto devem ser registradas no Cartório de Registro de Imóveis para que possam produzir efeitos</p><p>perante terceiros.</p><p>EXTINÇÃO DO USUFRUTO</p><p> Renúncia ou morte do usufrutuário:</p><p> O usufruto extingue-se pela renúncia ou morte do usufrutuário.</p><p> A renúncia é um ato unilateral e formal, pelo qual o usufrutuário manifesta sua vontade em</p><p>renunciar ao direito de usufruto.</p><p> A morte do usufrutuário é causa natural de extinção do usufruto.</p><p> Termo de sua duração:</p><p> O usufruto pode ser constituído por tempo determinado ou por toda a vida do usufrutuário.</p><p> Quando constituído por tempo determinado, o usufruto extingue-se pelo termo de sua</p><p>duração.</p><p> Extinção da pessoa jurídica:</p><p> O usufruto constituído em favor de pessoa jurídica extingue-se quando a pessoa jurídica se</p><p>extingue.</p><p> Caso a pessoa jurídica perdure, o usufruto extingue-se pelo decurso de trinta anos da data</p><p>em que se começou a exercer.</p><p> Cessação do motivo que originou o usufruto:</p><p> O usufruto pode ser constituído em razão de algum motivo específico, como por exemplo,</p><p>para garantir a sobrevivência do usufrutuário.</p><p> Caso o motivo que originou o usufruto deixe de existir, o usufruto extingue-se.</p><p> Destruição da coisa:</p><p> O usufruto extingue-se pela destruição da coisa.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 60</p><p> As disposições dos artigos 1.407, 1.408 (segunda parte) e 1.409 devem ser observadas.</p><p> Consolidação:</p><p> A consolidação é a união da propriedade e do usufruto em uma mesma pessoa.</p><p> Ocorre quando o proprietário da nua-propriedade se torna também o usufrutuário.</p><p> A consolidação extingue o usufruto.</p><p> Culpa do usufrutuário:</p><p> O usufruto extingue-se pela culpa do usufrutuário quando este aliena, deteriora ou deixa</p><p>arruinar os bens, não realizando os reparos necessários à conservação dos mesmos.</p><p> No caso do usufruto de títulos de crédito, o não cumprimento da aplicação prevista no</p><p>parágrafo único do artigo 1.395 também é causa de extinção.</p><p> Não uso ou não fruição da coisa:</p><p> O usufruto pode ser extinto pela não utilização ou não fruição da coisa em que o usufruto</p><p>recai.</p><p> Deve-se observar o disposto nos artigos 1.390 e 1.399 do Código Civil.</p><p>4.1.5 Uso</p><p>O direito real de uso é um direito que pode ser constituído de forma gratuita ou onerosa, consistindo na</p><p>cessão do atributo de utilizar a coisa móvel ou imóvel.</p><p>As partes envolvidas são denominadas de proprietário e usuário.</p><p>O usuário utilizará a coisa e perceberá seus frutos, desde que para atender às necessidades suas e de</p><p>sua família.</p><p>As necessidades pessoais do usuário serão avaliadas de acordo com sua condição social e o lugar onde</p><p>viver. Além disso, as necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos</p><p>solteiros e das pessoas de seu</p><p>serviço doméstico, conforme previsto no art. 1.412, § 1º e 2º do Código</p><p>Civil.</p><p>No que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto são aplicáveis ao uso,</p><p>conforme estabelecido no art. 1.413 do Código Civil.</p><p>4.1.6 Habitação</p><p>Constitui o mais restrito dos direitos reais de fruição, pois apenas é cedido o direito de habitar o imóvel.</p><p> As partes envolvidas são o proprietário e o habitante.</p><p> É chamado de "usufruto em miniatura", mas é mais restrito que o usufruto.</p><p> Não pode ser constituído em favor de pessoa jurídica.</p><p>Condições do direito real de habitação</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 61</p><p> Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular não pode alugar ou</p><p>emprestar o imóvel, apenas ocupá-lo com sua família.</p><p> Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer um que sozinho habite</p><p>a casa não terá que pagar aluguel à outra(s), mas não pode inibir o direito de habitá-la de outras</p><p>pessoas.</p><p>São aplicáveis ao direito real de habitação as disposições relativas ao usufruto, desde que não</p><p>contrárias à sua natureza.</p><p>4.1.7 Direito do Promitente Comprador</p><p>Trata-se da figura da promessa de compra e venda, que concede ao promitente comprador um direito</p><p>real à aquisição de um imóvel, desde que celebrada por instrumento público ou particular e registrada</p><p>no Cartório de Registro de Imóveis.</p><p>Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento,</p><p>celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de</p><p>Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.</p><p>É importante destacar que, na ausência de cláusula de arrependimento, a celebração da promessa de</p><p>compra e venda gera um vínculo obrigacional entre as partes, tornando-se irretratável.</p><p>O promitente comprador, que é titular de um direito real, tem o direito de exigir do promitente</p><p>vendedor, ou de terceiros aos quais os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de</p><p>compra e venda, de acordo com o disposto no instrumento preliminar.</p><p>Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor,</p><p>ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de</p><p>compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer</p><p>ao juiz a adjudicação do imóvel.</p><p>Se houver recusa por parte do promitente vendedor, o promitente comprador pode requerer</p><p>judicialmente a adjudicação do imóvel.</p><p> Nesse sentido, a adjudicação é a transferência da propriedade do imóvel para o promitente</p><p>comprador que, após cumprir todas as obrigações estipuladas na promessa de compra e venda,</p><p>passa a ser o proprietário pleno do imóvel.</p><p> Vale ressaltar que a adjudicação só pode ser solicitada após o cumprimento das obrigações</p><p>assumidas pelo promitente comprador, bem como após a recusa injustificada do promitente</p><p>vendedor em outorgar a escritura definitiva de compra e venda.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 62</p><p>4.2 DIREITOS REAIS DE GARANTIA</p><p>ESPÉCIES DE GARANTIAS REAIS</p><p>As garantias reais podem ser classificadas em dois tipos: direitos reais de garantia sobre coisa alheia</p><p>(hipoteca, penhor e anticrese) e direitos reais de garantia sobre coisa própria (propriedade fiduciária ou</p><p>alienação fiduciária).</p><p>CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA</p><p>A seguir, explicarei cada um dos tópicos relacionados aos direitos reais de garantia, de acordo com a</p><p>doutrina:</p><p> Acessoriedade:</p><p> O princípio da acessoriedade estabelece que os direitos reais de garantia estão</p><p>intrinsecamente ligados à obrigação principal e seguem sua sorte. Isso significa que, se a</p><p>obrigação for nula, a garantia também será. Por exemplo, a hipoteca é uma garantia</p><p>acessória e, portanto, se a pretensão de cobrança da dívida estiver prescrita, a garantia</p><p>hipotecária não persiste.</p><p> Preferência:</p><p> Os credores hipotecários e pignoratícios têm preferência no pagamento em relação a outros</p><p>credores quirografários. No entanto, essa preferência não é absoluta, uma vez que outros</p><p>credores podem ter privilégios à frente, como os credores trabalhistas.</p><p> Indivisibilidade:</p><p> O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não implica em exoneração</p><p>correspondente da garantia. O pagamento de parte da dívida não afeta a garantia real dada,</p><p>mesmo que esta abranja vários bens. No entanto, o contrato pode prever cláusula em</p><p>sentido contrário, estabelecendo a divisibilidade do direito.</p><p> Sequela:</p><p> O direito real de garantia acompanha o bem em caso de alienação gratuita ou onerosa, e</p><p>também na hipótese de transmissão sucessória, acompanhando a coisa onde quer que ela</p><p>esteja. No entanto, se o bem for objeto de usucapião, a hipoteca existente sobre o imóvel</p><p>deixará de existir, pois surge um novo direito de propriedade através da usucapião.</p><p> Excussão:</p><p> O credor hipotecário, pignoratício ou fiduciário tem o direito de promover a execução do</p><p>bem dado em garantia na hipótese de inadimplemento. O bem dado em garantia deve ser</p><p>primeiro penhorado e, depois, expropriado/excutido (hipoteca ou penhor). Na propriedade</p><p>fiduciária (alienação fiduciária) não há penhora, pois como o bem pertence ao credor</p><p>fiduciário ele pode levá-lo a leilão extrajudicial (imóveis) ou à simples venda amigável</p><p>(bens móveis).</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 63</p><p> Direito de retenção:</p><p> O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem enquanto a dívida não for paga.</p><p>Este direito será extinto se decorridos 15 anos da sua constituição (perempção da anticrese).</p><p> Proibição do pacto comissório:</p><p> O pacto comissório é uma cláusula que autoriza o credor fiduciário, hipotecário,</p><p>pignoratício ou anticrético a ficar com o bem objeto da garantia em caso de</p><p>inadimplemento. Essa cláusula é totalmente proibida no Brasil, sem exceção. A pena é de</p><p>nulidade.</p><p>4.2.1 Penhor</p><p>O penhor é um direito real de garantia sobre coisa alheia que é estabelecido, em geral, pela</p><p>transferência</p><p>da posse de um bem móvel ou mobilizável ao credor, que concede um empréstimo ao</p><p>devedor.</p><p>As partes envolvidas são denominadas de credor pignoratício (que empresta o dinheiro e recebe a coisa</p><p>em garantia) e devedor pignoratício (que entrega o bem em garantia).</p><p>Existem várias modalidades de penhor, que podem ser classificadas da seguinte forma:</p><p> Penhor Legal:</p><p> É constituído independentemente de manifestação de vontade do devedor, sendo derivado</p><p>de um ato de força do credor com fundamento na lei (artigos 1.467 a 1.472 do Código</p><p>Civil).</p><p> Um exemplo desse tipo de penhor é o penhor dos donos de hotéis sobre os bens móveis</p><p>dos hóspedes, bem como a situação em que o dono de um restaurante retém os bens</p><p>móveis do devedor (como celular, relógio, etc.) quando a conta não é paga.</p><p> Penhor Convencional Comum:</p><p> É a forma mais comum de penhor, que tem como objeto bens móveis, com a transmissão</p><p>da posse do devedor ao credor.</p><p> Penhor Rural:</p><p> É constituído por meio de instrumento público ou particular, registrado no Cartório de</p><p>Registro de Imóveis da localização do bem (artigo 1.438 do Código Civil). Existem duas</p><p>modalidades básicas de penhor rural: o penhor agrícola e o penhor pecuário.</p><p> Penhor Industrial e Mercantil:</p><p> Tem como objeto máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, animais, sal e bens</p><p>destinados à exploração das salinas, produtos de suinocultura, animais destinados à</p><p>industrialização de carnes e derivados, matérias-primas e produtos industrializados.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 64</p><p> Penhor de Direitos e Títulos de Crédito:</p><p> Pode ser estabelecido sobre direitos suscetíveis de cessão sobre coisas móveis.</p><p> Penhor de Veículos:</p><p> Pode ser constituído sobre veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou</p><p>condução.</p><p>EXTINÇÃO DO PENHOR</p><p>Art. 1.436. Extingue-se o penhor:</p><p>I - extinguindo-se a obrigação;</p><p>II - perecendo a coisa;</p><p>III - renunciando o credor;</p><p>IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;</p><p>V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo</p><p>credor ou por ele autorizada.</p><p>§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particular do penhor sem</p><p>reserva de preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição</p><p>por outra garantia.</p><p>§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da dívida pignoratícia, subsistirá</p><p>inteiro o penhor quanto ao resto.</p><p>Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do registro,</p><p>à vista da respectiva prova.</p><p>4.2.2 Anticrese</p><p>O direito de anticrese é um direito real de garantia sobre coisa alheia, que consiste na entrega da posse</p><p>do bem imóvel ao credor anticrético, o qual receberá os frutos e utilidades do imóvel para pagamento</p><p>da dívida.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o</p><p>direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 65</p><p>§ 1º É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor</p><p>à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as</p><p>operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital.</p><p>§ 2º Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao</p><p>credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em</p><p>anticrese.</p><p>As partes envolvidas são o credor anticrético e o devedor anticrético.</p><p>O credor anticrético é responsável pela administração do bem, devendo apresentar balanço anual de</p><p>sua administração.</p><p>Caso o devedor não concorde com o balanço apresentado, poderá impugná-lo e requerer a</p><p>transformação em arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido</p><p>anualmente.</p><p>O credor anticrético é responsável pelas deteriorações que o imóvel vier a sofrer por sua culpa, bem</p><p>como pelos frutos e rendimentos que deixar de perceber por negligência.</p><p>Art. 1.508. O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a</p><p>sofrer, e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber.</p><p>O direito de anticrese é constituído a partir do registro do contrato no Cartório de Registro de Imóveis.</p><p>O credor pode explorar economicamente o bem até o pagamento da dívida, retendo seus frutos.</p><p>É possível que o bem dado em anticrese seja objeto de hipoteca, e o bem hipotecado também pode ser</p><p>objeto de anticrese, sem uma ordem definida para a constituição desses direitos reais de garantia.</p><p>Recomenda-se a leitura dos artigos 1.506 a 1.510 do Código Civil.</p><p>4.2.3 Hipoteca</p><p>A hipoteca é um direito real de garantia que tem como partes o credor hipotecário, que empresta o</p><p>dinheiro, e o devedor hipotecante, que dá o bem em garantia.</p><p>Conforme o artigo 1.473 do Código Civil, podem ser objeto de hipoteca os bens imóveis, seus</p><p>acessórios, o domínio direto e útil, estradas de ferro, jazidas, minas, recursos minerais, monumentos</p><p>arqueológicos, navios, aeronaves, direito de uso especial para fins de moradia, direito real de uso e</p><p>propriedade superficiária.</p><p>Código Civil</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 66</p><p>Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:</p><p>I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;</p><p>II - o domínio direto;</p><p>III - o domínio útil;</p><p>IV - as estradas de ferro;</p><p>V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham;</p><p>VI - os navios;</p><p>VII - as aeronaves.</p><p>VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;</p><p>IX - o direito real de uso;</p><p>X - a propriedade superficiária.</p><p>Quanto à classificação, a doutrina as divide em:</p><p> Hipoteca convencional:</p><p> Criada pela autonomia privada ou convenção das partes;</p><p> Hipoteca legal:</p><p> Decorrente da norma jurídica, nos casos previstos no art. 1.489 do CC;</p><p> Hipoteca cedular:</p><p> Quando as partes autorizam a emissão da correspondente cédula hipotecária no ato</p><p>constitutivo da hipoteca;</p><p>e</p><p> Hipoteca judicial:</p><p> Quando a decisão judicial que condena o réu ao pagamento em dinheiro ou na conversão</p><p>de prestação de fazer, não fazer ou dar coisa em prestação pecuniária, vale como título</p><p>constitutivo de hipoteca judiciária (art. 495 do CPC).</p><p>O artigo 1.499 do CC prevê as hipóteses de extinção da hipoteca:</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:</p><p>I - pela extinção da obrigação principal;</p><p>II - pelo perecimento da coisa;</p><p>III - pela resolução da propriedade;</p><p>IV - pela renúncia do credor;</p><p>V - pela remição;</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 67</p><p>VI - pela arrematação ou adjudicação.</p><p>Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do</p><p>cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.</p><p>Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação ou adjudicação,</p><p>sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não</p><p>forem de qualquer modo partes na execução.</p><p>4.2.4 Alienação Fiduciária</p><p>A alienação fiduciária em garantia é uma forma de garantia de crédito que consiste na transferência da</p><p>propriedade de um bem móvel ou imóvel para o credor, como forma de garantia do pagamento da</p><p>dívida.</p><p>Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito real</p><p>de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)</p><p>Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário pleno do bem, por efeito de</p><p>realização da garantia, mediante consolidação da propriedade, adjudicação, dação ou outra</p><p>forma pela qual lhe tenha sido transmitida a propriedade plena, passa a responder pelo</p><p>pagamento dos tributos sobre a propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer</p><p>outros encargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a partir da data</p><p>em que vier a ser imitido na posse direta do bem. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)</p><p>Cabe salientar que a Alienação Fiduciária sobre coisa Imóvel é disciplinada pela Lei nº9.514/97.</p><p>É uma espécie de direito real de garantia, que se caracteriza pela transferência da propriedade do bem</p><p>ao credor, com a condição resolutiva de que a propriedade do bem retornará ao devedor assim que a</p><p>dívida for quitada.</p><p>Abaixo, são apresentados alguns tópicos relevantes sobre a alienação fiduciária em garantia:</p><p>Requisitos para a constituição da alienação fiduciária em garantia:</p><p> A alienação fiduciária em garantia é um contrato que requer a presença de algumas condições,</p><p>como a identificação das partes envolvidas, a descrição detalhada do bem que será objeto da</p><p>garantia, a indicação do valor da dívida e a forma de pagamento, entre outros.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá:</p><p>I - o total da dívida, ou sua estimativa;</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 68</p><p>II - o prazo, ou a época do pagamento;</p><p>III - a taxa de juros, se houver;</p><p>IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua</p><p>identificação.</p><p>Forma de constituição da alienação fiduciária em garantia:</p><p> A alienação fiduciária em garantia de bens imóveis é constituída por meio de contrato escrito,</p><p>registrado no cartório de registro de imóveis competente.</p><p> A lei exige a formalização de um instrumento escrito que especifique as condições do contrato e</p><p>as obrigações das partes envolvidas.</p><p>Direitos e obrigações das partes:</p><p> O devedor, além de ter a obrigação de pagar a dívida, deve zelar pela integridade do bem objeto da</p><p>alienação fiduciária em garantia.</p><p> O credor, por sua vez, tem o direito de tomar posse do bem caso o devedor não cumpra com suas</p><p>obrigações. Além disso, o credor pode explorar economicamente o bem.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa</p><p>segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:</p><p>I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;</p><p>II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.</p><p>Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou</p><p>extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das</p><p>despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.</p><p>Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada</p><p>em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.</p><p>Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em</p><p>pagamento da dívida, após o vencimento desta.</p><p>Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das</p><p>despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante.</p><p>Extinção da alienação fiduciária em garantia:</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 69</p><p> A alienação fiduciária em garantia pode ser extinta de diversas formas, como pelo pagamento da</p><p>dívida, pela renúncia do credor à garantia, pelo término do prazo do contrato ou pela retomada do</p><p>bem pelo credor em caso de inadimplência do devedor.</p><p>Em conclusão, a alienação fiduciária em garantia é uma forma de garantia de crédito que oferece</p><p>segurança tanto ao credor quanto ao devedor. É uma alternativa eficaz para garantir o pagamento de</p><p>dívidas, especialmente no mercado imobiliário, em que os valores envolvidos são significativos.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Fonte do Direito</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União,</p><p>Brasília, 10 jan. 2002. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 27 ago. 2022.</p><p>TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 8 ed. rev. e atual. e ampl. São Paulo-SP: Forense, 2018.</p><p>v. Único.</p><p>FIUZA, Cézar. Direito Civil: curso completo. 12 ed. rev. e atual. e ampl. Belo Horizonte-BH: Del Rey,</p><p>2008. v.Único.</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: parte geral. 10 ed.</p><p>São Paulo-SP: Saraiva,</p><p>2012. v.1</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado, v. 2. Coordenação de Pedro Lenza. 4.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2016.</p><p>VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direitos Reais. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013. (Coleção</p><p>Direito Civil; v. 5).</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Fonte do Direito</p><p>Não desista dos seus sonhos e jamais desista de Estudar.</p><p>“O sucesso é algo que você constrói</p><p>pela pessoa que se torna”.</p><p>Conte com a equipe Fonte do Direito!</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>o direito real de</p><p>outra pessoa) ou de má-fé (quando o possuidor sabe que está violando o direito real de outra pessoa).</p><p>A posse pode gerar direito à usucapião, que é a aquisição de um bem móvel ou imóvel pelo uso</p><p>prolongado e ininterrupto dele, atendidos os requisitos legais.</p><p>Vamos trabalhar melhor o assunto posteriormente.</p><p>1.2 DIREITOS REAIS</p><p>Direitos Reais são aqueles que conferem a seu titular a faculdade de exercer poder direto e imediato</p><p>sobre um bem, seja ele móvel ou imóvel, de forma exclusiva e oponível a todos, independentemente de</p><p>qualquer relação pessoal entre as partes.</p><p>Eles estão previstos no Código Civil brasileiro e visam proteger a relação entre a pessoa e a coisa,</p><p>garantindo ao titular do direito a utilização, fruição e disposição do bem.</p><p>Vamos trabalhar melhor o assunto posteriormente.</p><p>1.3 DIREITOS REAIS, PESSOAIS E OBRIGACIONAIS</p><p>Os direitos no âmbito do Direito Civil podem ser classificados em três categorias:</p><p>- Direitos reais;</p><p>- Direitos pessoais; e</p><p>- Direitos obrigacionais.</p><p>Essa distinção é importante para entender a natureza dos direitos e as relações jurídicas entre as partes</p><p>envolvidas.</p><p>DIREITOS REAIS</p><p>São aqueles que conferem a uma pessoa o poder de usar, gozar e dispor de um bem de forma</p><p>exclusiva e oponível a terceiros. Esses direitos estão previstos no Código Civil e se referem a</p><p>coisas, como imóveis e móveis, corpóreas ou incorpóreas. O direito real mais conhecido é a</p><p>propriedade, que confere ao seu titular a posse, uso e disposição de um bem de forma plena e</p><p>exclusiva.</p><p>DIREITOS PESSOAIS</p><p>São aqueles que criam uma obrigação entre as partes, ou seja, uma pessoa (credor) tem o direito</p><p>de exigir algo de outra pessoa (devedor).</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 8</p><p>São exemplos:</p><p>- Direitos pessoais as obrigações de dar, fazer ou não fazer algo.</p><p>- Esses direitos são regulados pelo Código Civil, que trata das relações contratuais entre as</p><p>partes.</p><p>TEORIA UNITÁRIA:</p><p>Entende que os direitos pessoais são apenas diferentes modalidades de direitos obrigacionais,</p><p>ou seja, são direitos que surgem a partir de uma relação jurídica obrigacional entre as partes.</p><p>Essa teoria afirma que todos os direitos pessoais são, na verdade, obrigações, e que, portanto,</p><p>não há uma diferença substancial entre eles.</p><p>TEORIA DUALISTA:</p><p>Também chamada de clássica ou tradicional.</p><p>Afirma que existem diferenças fundamentais entre os direitos pessoais e os direitos</p><p>obrigacionais. Segundo essa teoria, os direitos pessoais são aqueles que conferem ao seu titular</p><p>uma posição ativa em relação a outra pessoa, enquanto os direitos obrigacionais conferem</p><p>apenas uma posição passiva.</p><p>Os direitos pessoais são direitos subjetivos que não dependem da existência de uma obrigação</p><p>preexistente, enquanto os direitos obrigacionais são criados a partir de uma relação</p><p>obrigacional preexistente.</p><p>TEORIA ADOTADA:</p><p>Embora as duas teorias apresentem fundamentações sólidas, a tendência atual da doutrina é</p><p>adotar a teoria dualista, que é mais ampla e abrangente, permitindo uma melhor compreensão</p><p>das diversas modalidades de direitos pessoais existentes no ordenamento jurídico.</p><p>Além disso, a teoria dualista possibilita uma melhor distinção entre direitos subjetivos e</p><p>obrigações, o que contribui para a efetivação da tutela jurídica dos direitos individuais.</p><p>DIREITOS OBRIGACIONAIS</p><p>São aqueles que decorrem de uma obrigação entre as partes, como o cumprimento de um</p><p>contrato. Esses direitos estão previstos no Código Civil e regulam as relações jurídicas entre os</p><p>envolvidos, como credor e devedor.</p><p>Em resumo, a distinção entre os direitos reais, pessoais e obrigacionais é essencial para entender a</p><p>natureza dos direitos e as relações jurídicas entre as partes envolvidas. Cada categoria de direitos tem</p><p>suas próprias características, fundamentações e regras específicas no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 9</p><p>1.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS REAIS</p><p>Os princípios fundamentais dos direitos reais são fundamentos essenciais que orientam a aplicação</p><p>desses direitos no ordenamento jurídico. São eles:</p><p>PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA, ESPECIALIZAÇÃO OU INERÊNCIA:</p><p>Os direitos reais estão intimamente ligados à coisa, ou seja, são inseparáveis do bem ao qual se</p><p>referem. Essa ligação é tão forte que se a coisa se perde, o direito real também se perde.</p><p>PRINCÍPIO DO ABSOLUTISMO:</p><p>Os direitos reais são oponíveis erga omnes (quando registrados em Cartório), ou seja, são</p><p>direitos que têm eficácia em relação a todos, inclusive em relação ao Estado.</p><p>PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE OU DA VISIBILIDADE:</p><p>Para que um direito real tenha eficácia em relação a terceiros, é necessário que seja registrado</p><p>em cartório.</p><p>Dessa forma, a publicidade garante a segurança jurídica, permitindo que qualquer interessado</p><p>possa tomar conhecimento da existência do direito.</p><p>PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU NUMERUS CLAUSUS:</p><p>O rol de direitos reais é taxativo, ou seja, não pode ser ampliado por vontade das partes.</p><p>Apenas a lei pode criar novos direitos reais.</p><p>PRINCÍPIO DA TIPICIDADE:</p><p>Cada direito real possui características próprias e específicas, que o distinguem dos demais</p><p>direitos reais existentes.</p><p>Além disso, os direitos reais existentes são aqueles que estão consagrados no texto legal, quer</p><p>dizer, são aqueles previstos taxativamente pela lei.</p><p>PRINCÍPIO DA PERPETUIDADE:</p><p>Os direitos reais podem durar indefinidamente, ou seja, podem ser transmitidos aos herdeiros</p><p>do titular do direito.</p><p>Quer dizer, os direitos reais não se perdem pelo uso, mas tão somente pelos meios legais, tais</p><p>como a desapropriação, usucapião, renúncia, abandono e etc.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 10</p><p>PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE:</p><p>Cada bem pode ser objeto de um único direito real, de igual conteúdo.</p><p>Ou seja, não é possível se instalar direito real onde outro já exista.</p><p>PRINCÍPIO DO DESMEMBRAMENTO:</p><p>Os direitos reais podem ser desmembrados em novos direitos, desde que esses novos direitos</p><p>estejam previstos em lei.</p><p>1.5 FIGURAS HÍBRIDAS OU INTERMEDIAS</p><p>OBRIGAÇÕES PROPTER REM:</p><p>São obrigações que surgem em decorrência de um direito real. Ou seja, o titular do direito real</p><p>exige o cumprimento de uma obrigação do possuidor do bem.</p><p>É um direito misto, vez que possui características de direito obrigacional, por recair sobre uma</p><p>pessoa que fica adstrita a satisfazer uma prestação; e de direito real, por vincular sempre o</p><p>titular da coisa.</p><p>ÔNUS REAIS:</p><p>São obrigações que recaem sobre um bem, impondo ao seu titular determinados deveres, tais</p><p>como pagar taxas ou fazer a manutenção do bem.</p><p>São obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo direitos oponíveis contra</p><p>terceiros.</p><p>OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL:</p><p>São obrigações que têm eficácia em relação ao bem e não apenas em relação às partes. Ou seja,</p><p>o titular do direito real é obrigado a respeitar a obrigação, independentemente de quem seja o</p><p>seu titular.</p><p>Dessa forma, essas obrigações são oponíveis a terceiros que adquiram direitos sobre</p><p>determinado bem.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 11</p><p>2. POSSE</p><p>A posse está disciplinada entre os artigos 1.196 a 1.227 do Código Civil.</p><p>Para Silvio de Salvo Venosa, a posse é um:</p><p>“estado de aparência juridicamente relevante, ou seja, estado de fato protegido pelo</p><p>direito. Se o Direito protege a posse como tal, desaparece a razão prática, que tanto</p><p>incomoda os doutrinadores, em qualificar a posse como simples fato ou como direito”.</p><p>Posse é um tema central no Direito Civil, pois é por meio dela que se estabelece a relação entre a</p><p>pessoa e a coisa.</p><p>CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DA POSSE:</p><p>A posse é o poder físico que uma pessoa tem sobre uma coisa.</p><p>É importante destacar que posse não é a mesma coisa que propriedade.</p><p>A posse é o exercício, com exclusividade, de algum dos poderes que a propriedade confere,</p><p>seja o uso, gozo, disposição ou reivindicação de uma coisa. A posse, portanto, é um fato, uma</p><p>relação de fato entre o possuidor e a coisa, não sendo suficiente para aquisição do domínio, mas</p><p>podendo gerar efeitos jurídicos importantes.</p><p>Já a propriedade é o direito real que confere a seu titular a posse plena e exclusiva de uma coisa,</p><p>com todos os poderes a ela inerentes. É um direito absoluto, que confere ao proprietário a</p><p>possibilidade de usar, gozar, dispor e reivindicar a coisa contra qualquer um que a possua ou</p><p>detenha ilegalmente.</p><p>Dessa forma, a principal diferença entre posse e propriedade é que a posse é uma relação de fato,</p><p>enquanto a propriedade é um direito real. Além disso, a posse pode ser exercida por qualquer pessoa</p><p>que esteja na posse direta ou indireta da coisa, enquanto a propriedade é exercida somente pelo</p><p>proprietário ou por quem possua algum direito real sobre a coisa.</p><p>A posse é protegida pelo ordenamento jurídico, que reconhece sua função social e econômica.</p><p>2.1 ELEMENTOS E OBJETO DA POSSE</p><p>ELEMENTOS</p><p>- Sujeito capaz;</p><p>- Objeto lícito e possível;</p><p>- Forma livre;</p><p>- Relação dominante entre sujeito e coisa.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 12</p><p>OBJETO</p><p>- Somente os bens materiais, corpóreos, vez que o Código Civil adota a Teoria Objetiva.</p><p>- Os bens intangíveis não são passíveis de posse.</p><p>- Cabe aqui dizer que é inadmissível a usucapião de bem incorpóreo, em razão da usucapião depende</p><p>da posse. Sendo inexistente a posse, inexistirá usucapião.</p><p>Exceção: Linha telefônica, conforme súmula 193 do STJ.</p><p>Súmula 193, STJ</p><p>O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião.</p><p>2.2 ESPÉCIES DE POSSE</p><p>POSSE DIRETA OUMEDIATA</p><p>A posse direta é aquela exercida de forma física e imediata sobre o bem, é a pessoa que detém</p><p>o poder de fato sobre o bem.</p><p>Exemplo: Locatário.</p><p>Já a posse indireta é a exercida por quem detém, com exceção do uso, todos os outros direitos</p><p>sobre o bem.</p><p>Exemplo: Proprietário na qualidade de locador.</p><p>POSSE NOVA E POSSE VELHA</p><p>A posse nova ocorre quando o possuidor sofre algum tipo de esbulho ou prejuízo e ingressa</p><p>com uma ação possessória dentro do prazo de um ano e um dia a contar da data do fato.</p><p>A posse velha é caracterizada quando o possuidor não age logo após o esbulho ou prejuízo e</p><p>somente ingressa com a ação possessória após decorrido esse prazo.</p><p>A posse nova é mais vantajosa para o possuidor, pois ele tem direito à manutenção da posse até</p><p>que seja julgado o mérito da ação possessória. Já na posse velha, o possuidor precisa</p><p>comprovar a posse por meio de outros meios de prova, como testemunhas, documentos e etc.</p><p>Essa distinção está prevista no artigo 554 do Código de Processo Civil, que tão somente diferencia o</p><p>rito ou procedimento que será adotado na tramitação do processo da Ação Possessória.</p><p>Se tratando de posse nova, adota-se o procedimento especial previsto nos artigos 554 e</p><p>seguintes do Código de Processo Civil.</p><p>Se tratando de posse velha, adota-se o procedimento comum previsto nos artigos 318 e</p><p>seguintes do Código de Processo Civil.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 13</p><p>Código de Processo Civil</p><p>Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas</p><p>da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação</p><p>ou do esbulho afirmado na petição inicial.</p><p>Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não</p><p>perdendo, contudo, o caráter possessório.</p><p>POSSE JUSTA OU INJUSTA</p><p>A posse justa é aquela que se dá com o consentimento do proprietário ou de quem tem o direito</p><p>de conceder a posse.</p><p>Já a posse injusta é aquela que se dá sem o consentimento do proprietário ou de quem tem o</p><p>direito de conceder a posse.</p><p>POSSE AD INTERDICTA OU AD USUCAPIONEM</p><p>A posse ad interdicta é aquela que confere ao possuidor o direito de defender a posse por meio</p><p>de ações possessórias, como a reintegração de posse e a manutenção de posse.</p><p>Já a posse ad usucapionem é aquela que pode gerar o direito à usucapião.</p><p>2.3 TEORIAS SOBRE A POSSE</p><p>Existem diferentes teorias sobre a posse, como a teoria subjetiva (que se baseia na intenção do</p><p>possuidor em se comportar como dono), a teoria objetiva (que se baseia na relação física entre o</p><p>possuidor e a coisa) e a teoria</p><p>eclética (que combina elementos das duas teorias anteriores).</p><p>TEORIA SUBJETIVA OU JUSTIFICADORA DA POSSE</p><p> A posse é caracterizada a partir de dois elementos:</p><p> Corpus - Apreensão física da coisa, o poder físico ou disponibilidade sobre a coisa;</p><p> Animus – Vontade de ser dono, intenção de ter a coisa como sua.</p><p> Foi proposta por Savigny, que defendia que a posse era uma relação entre pessoa e coisa,</p><p>dependente da intenção do possuidor em ter a coisa como sua. Ou seja, em razão do segundo</p><p>elemento animus, locatários, comodatários e depositários não são possuidores, por não haver</p><p>intenção de tornarem-se proprietários.</p><p> Cabe dizer que para essa teoria não há que se falar em posse indireta, vez que se a pessoa não tiver</p><p>a intenção de ser dono, não poderá ser considerado possuidor, mas mero detentor.</p><p> Ihering, discípulo de Savigny, criticou o elemento subjetivo introduzido (animus), criando outra</p><p>teoria, que iremos abordar agora.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 14</p><p>TEORIA OBJETIVA OU SIMPLIFICADA DA POSSE</p><p> A posse é caracterizada pelo elemento objetivo, ou seja, pelo exercício do poder sobre o bem.</p><p> Foi proposta por Ihering, que defendia que a posse era uma relação entre pessoa e coisa,</p><p>dependente do exercício do poder sobre o bem, pouco importando a vontade em relação a</p><p>propriedade.</p><p> O elemento subjetivo (intenção de ter a coisa como sua) seria apenas uma consequência do</p><p>exercício da posse.</p><p> Essa é a teoria adotada pelo Código Civil:</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou</p><p>não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.</p><p> Mas, apesar de adotar a Teoria Objetiva, em vários momentos o Código Civil exige a presença do</p><p>elemento subjetivo, como por exemplo, nos casos de Usucapião.</p><p>2.4 AQUISIÇÃO DA POSSE</p><p>A posse se inicia desde o momento em que se torna possível exercer, em nome próprio, qualquer dos</p><p>poderes inerentes à propriedade (usar, gozar, dispor e reinvindicar).</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício,</p><p>em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.</p><p>ESPÉCIES DE AQUISIÇÃO</p><p>AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA</p><p> Se dá quando a posse é adquirida sem a participação de outra pessoa. Nesse caso, não há qualquer</p><p>relação anterior entre o possuidor e o objeto possuído. Ou seja, a aquisição se dá por ato unilateral.</p><p> Entre as formas de aquisição originária da posse, podemos citar:</p><p>Descoberta:</p><p> Ocorre quando a coisa não estava em poder de ninguém e é encontrada pelo possuidor;</p><p>Usucapião:</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 15</p><p> É uma forma de aquisição originária da posse em que o possuidor adquire a propriedade da</p><p>coisa pela posse prolongada e ininterrupta durante um determinado período de tempo.</p><p>AQUISIÇÃO DERIVADA</p><p> É aquela que ocorre por transferência da posse de uma pessoa para outra, por meio de negócio</p><p>jurídico ou por sucessão, ou seja, existe uma relação de causalidade entre a posse atual e a anterior.</p><p> A tradição é, por excelência, a forma de aquisição derivada da posse.</p><p> Cabe dizer que o adquirente recebe a posse com os mesmos vícios que a inquinavam nas mãos do</p><p>alienante.</p><p> Entre as formas de aquisição derivada da posse, podemos citar:</p><p>Tradição:</p><p> É a entrega da coisa por parte do possuidor ao adquirente, acompanhada da intenção de</p><p>transferir a posse. A tradição pode ser real (entrega material da coisa) ou simbólica</p><p>(entrega de algo que represente a coisa, como a chave de um imóvel).</p><p>Sucessão:</p><p> Ocorre quando há transmissão da posse em decorrência do falecimento do possuidor, por</p><p>meio de sucessão legítima ou testamentária. Nesse caso, a posse é transmitida aos</p><p>herdeiros ou legatários.</p><p>2.5 EFEITOS DA POSSE</p><p>INVOCAR INTERDITOS</p><p> Esbulho:</p><p> Atentado contra a posse, quando ocorre a perda da posse.</p><p> Caberá reintegração de posse.</p><p> Ameaça:</p><p> Ameaça de privação da posse.</p><p> Caberá interdito proibitório.</p><p> Turbação:</p><p> Perturbação na sua fruição da posse.</p><p> Caberá manutenção de posse.</p><p>PERCEPÇÃO DOS FRUTOS</p><p> Possuidor de boa-fé tem direito:</p><p> Aos frutos percebidos;</p><p> Ao uso e gozo da coisa;</p><p> Às despesas de produção.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 16</p><p> Possuidor de boa-fé não tem direito:</p><p> Aos frutos pendentes, quando cessa a boa-fé;</p><p> Após deduzidas as despesas de produção e custeio;</p><p> Devem ser restituídos os frutos colhidos com antecipação.</p><p> Possuidor de má-fé:</p><p> Responde pelos frutos colhidos e percebidos;</p><p> Responde pelos frutos que por sua culpa não foram colhidos;</p><p> Só terá direito à restituição pelas despesas de produção e de custeio.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.</p><p>Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser</p><p>restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também</p><p>restituídos os frutos colhidos com antecipação.</p><p>Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que</p><p>são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.</p><p>Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos,</p><p>bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se</p><p>constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.</p><p>Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a</p><p>que não der causa.</p><p>Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda</p><p>que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse</p><p>do reivindicante.</p><p>BENFEITORIAS</p><p> Possuidor de boa-fé:</p><p> Possui direito à indenização pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias;</p><p> Poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis;</p><p> Poderá levantar as benfeitorias voluptuárias, se não forem pagas, desde que isso não gere</p><p>prejuízo à coisa.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias</p><p>e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 17</p><p>o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das</p><p>benfeitorias necessárias e úteis.</p><p> Possuidor de má-fé:</p><p> Serão ressarcidas as benfeitorias necessárias;</p><p> Não possui direito de retenção;</p><p> Não possui direito de levantar as benfeitorias voluptuárias.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias;</p><p>não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as</p><p>voluptuárias.</p><p>Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento</p><p>se ao tempo da evicção ainda existirem.</p><p>Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé,</p><p>tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé</p><p>indenizará pelo valor atual.</p><p>RESPONSABILIDADE</p><p> Possuidor de boa-fé:</p><p> Não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa;</p><p> Dessa forma, é necessário demonstrar a culpa em sentido amplo, sua responsabilidade</p><p>subjetiva.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a</p><p>que não der causa.</p><p> Possuidor de má-fé:</p><p> Responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de</p><p>igual modo se teriam dado, estando elan a posse do reivindicante.</p><p> Ou seja, neste caso a responsabilidade é objetiva, ressalvada a hipótese em que haja prova</p><p>de que a coisa se perderia mesmo se estivesse com o reivindicante.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda</p><p>que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse</p><p>do reivindicante.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 18</p><p>2.6 LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E DESFORÇO IMEDIATO</p><p>Tratam-se de formas de autodefesa da posse, que independem de ação judicial, sendo cabíveis tanto ao</p><p>possuidor direto quanto indireto.</p><p>Conforme estabelece o Código Civil:</p><p>Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,</p><p>restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser</p><p>molestado.</p><p>§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria</p><p>força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do</p><p>indispensável à manutenção, ou restituição da posse.</p><p> Quando houver ameaça ou turbação à posse, cabe legítima defesa.</p><p> Quando houver esbulho, caberá desforço imediato.</p><p>ATENÇÃO:</p><p> Esbulho:</p><p> Ocorre quando alguém, sem o consentimento do possuidor, toma a posse de um bem que</p><p>estava sob sua guarda, ou seja, o possuidor é privado da posse de forma injusta e violenta.</p><p> Ameaça:</p><p> Ocorre quando alguém, por meio de violência ou grave ameaça, impede que o possuidor</p><p>exerça sua posse de forma tranquila e pacífica. Nesse caso, não há privação da posse, mas</p><p>sim uma ameaça de que isso possa ocorrer.</p><p> Turbação:</p><p> É uma forma de perturbação da posse que ocorre quando alguém, sem o consentimento do</p><p>possuidor, pratica atos que dificultam ou impedem o exercício da posse de forma plena e</p><p>pacífica.</p><p> Diferentemente do esbulho, não há a privação da posse, mas sim uma perturbação na sua</p><p>fruição.</p><p>2.7 PERDA DA POSSE</p><p>Trata-se da situação em que o possuidor deixa de ter o controle físico sobre o bem.</p><p>Cabe aqui dizer que a transmissão temporária da posse não implica em sua perda, mas sim em seu</p><p>desmembramento, em posse direta e indireta.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 19</p><p>A posse pode ser perdida de diversas formas, dentre elas:</p><p> Abandono da posse:</p><p> Quando o possuidor deixa de exercer os atos de uso, gozo e disposição sobre o bem por um</p><p>período prolongado de tempo, ou seja, ocorre a renúncia à posse, em razão de deixar ou</p><p>largar aquilo que lhe pertence.</p><p> Tradição:</p><p> É a entrega da coisa por parte do possuidor ao adquirente, acompanhada da intenção de</p><p>transferir a posse.</p><p> Desaparecimento ou destruição da coisa:</p><p> Quando o bem se perde ou é destruído.</p><p> Desapossamento:</p><p> O desapossamento ocorre quando o possuidor é privado da posse de forma violenta ou</p><p>clandestina, ou seja, sem a observância do devido processo legal. Nesse caso, o possuidor</p><p>pode buscar a restituição da posse por meio de ação possessória.</p><p> O desapossamento está previsto no artigo 1.210 do Código Civil.</p><p>Da perda da posse no Código Civil:</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o</p><p>poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.</p><p>Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho,</p><p>quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é</p><p>violentamente repelido.</p><p>2.8 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO</p><p>Composse, também conhecida como compossessão, é a situação em que duas ou mais pessoas exercem</p><p>conjuntamente a posse sobre um mesmo bem. Diferente da copropriedade, na composse cada</p><p>possuidor exerce a posse de forma autônoma e independente, sem necessidade de concordância dos</p><p>demais.</p><p>EXISTEM DUAS FORMAS DE COMPOSSE:</p><p> Voluntária</p><p> Os possuidores estabelecem um acordo para exercer conjuntamente a posse do bem.</p><p> Involuntária</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do</p><p>Direito 20</p><p> Não há acordo entre os possuidores, e a situação ocorre por motivos alheios à vontade</p><p>deles, como em casos de sucessão, herança ou aquisição simultânea da posse.</p><p>A COMPOSSESSÃO PODE SER CLASSIFICADA EM DOIS TIPOS:</p><p> Pro indiviso</p><p> Cada possuidor tem uma parcela ideal do bem e não é possível determinar, no plano fático</p><p>e corpóreo, a parte de cada um.</p><p> Pro diviso</p><p> Há uma divisão de fato do bem entre os compossuidores, determinável no plano fático e</p><p>corpóreo.</p><p> É importante ressaltar que a compossessão pro diviso pode ser configurada mesmo que</p><p>haja uma divisão apenas parcial do bem.</p><p>ATENÇÃO</p><p> Duas ou mais pessoas possuem uma mesma coisa, seja ela divisível ou indivisível, e podem</p><p>exercer atos possessórios sobre ela, desde que não excluam os dos outros compossuidores. Ou seja,</p><p>cada um dos possuidores pode utilizar a coisa e praticar atos de posse sobre ela, desde que não</p><p>prejudique o direito dos demais.</p><p> É importante ressaltar que a compossessão não é uma propriedade em condomínio, mas sim uma</p><p>situação em que os compossuidores possuem apenas uma parcela ideal do bem.</p><p> No caso de atentado praticado por terceiros, qualquer um dos possuidores pode fazer uso das</p><p>ações possessórias, desde que não haja exclusão do direito alheio. Além disso, cada compossuidor</p><p>pode exercer a autotutela, desde que respeite os direitos dos demais possuidores.</p><p> Vale ressaltar que a autotutela é uma medida excepcional e deve ser evitada, uma vez que pode</p><p>gerar conflitos e prejudicar a convivência pacífica entre os compossuidores.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 21</p><p>3. PROPRIEDADE</p><p>A propriedade é um direito real que confere ao seu titular a plena e exclusiva titularidade sobre uma</p><p>coisa, permitindo a este o uso, fruição e disposição da coisa, bem como o direito de reavê-la de quem</p><p>injustamente a possua ou detenha.</p><p>Cabe dizer que a propriedade deve atender a sua Função Social e Socioambiental.</p><p>FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE:</p><p> A propriedade deve ser exercida em consonância com a sua função social, que é o seu aspecto</p><p>mais relevante no ordenamento jurídico.</p><p> A propriedade deve atender aos interesses da coletividade, sem deixar de atender aos interesses do</p><p>proprietário.</p><p> Nesse sentido, a propriedade deve ser utilizada de forma a promover o bem-estar social e o</p><p>desenvolvimento econômico, respeitando-se as normas ambientais e urbanísticas.</p><p>SOCIOAMBIENTALIDADE DA PROPRIEDADE:</p><p> Além da função social, a propriedade deve ser exercida em harmonia com a sua função</p><p>socioambiental. Isso significa que o exercício do direito de propriedade deve estar pautado na</p><p>preservação do meio ambiente e na busca do desenvolvimento sustentável.</p><p>Constituição Federal</p><p>Art. 5º</p><p>XXII - é garantido o direito de propriedade;</p><p>XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;</p><p>Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público</p><p>municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno</p><p>desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus</p><p>habitantes.</p><p>Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,</p><p>simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos</p><p>seguintes requisitos:</p><p>I - aproveitamento racional e adequado;</p><p>II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio</p><p>ambiente;</p><p>III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;</p><p>IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.</p><p>Código Civil</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 22</p><p>Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede</p><p>manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou</p><p>pelos bons costumes.</p><p>Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de</p><p>reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.</p><p>§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades</p><p>econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o</p><p>estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico</p><p>e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.</p><p>§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou</p><p>utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.</p><p>3.1 ESTRUTURA DODIREITO DE PROPRIEDADE</p><p>O direito de propriedade é um dos principais institutos do Direito Civil, e é garantido pela Constituição</p><p>Federal. Trata-se de um direito subjetivo, que permite a uma pessoa física ou jurídica usar, fruir, dispor</p><p>e reivindicar um bem. A estrutura do direito à propriedade é composta por esses quatro elementos</p><p>principais:</p><p>USAR:</p><p> O proprietário tem o direito de utilizar a coisa de acordo com sua finalidade econômica ou social.</p><p>Esse direito inclui o uso direto ou indireto (por meio de terceiros, como um detentor) e também o</p><p>uso dos frutos naturais da coisa, como no caso de morar em uma casa ou cultivar uma plantação.</p><p>FRUIR OU GOZAR:</p><p> Além do direito de usar a coisa, o proprietário também tem o direito de explorá-la</p><p>economicamente, por meio da extração de frutos e produtos.</p><p> Esse direito vai além do simples uso, permitindo que o proprietário possa lucrar com a</p><p>propriedade, como no caso de alugar um imóvel.</p><p>DISPOR:</p><p> O proprietário também tem o direito de dispor da coisa, ou seja, de alterar sua substância.</p><p> Essa faculdade pode ser exercida de forma material (como destruir ou abandonar a coisa) ou</p><p>jurídica (como vender, doar ou hipotecar o bem).</p><p> O exercício desse direito pode ser oneroso ou gratuito.</p><p>REIVINDICAR:</p><p> Finalmente, o proprietário tem o direito de reivindicar a coisa, ou seja, de exigir a restituição do</p><p>bem de quem injustamente o possua ou detenha.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 23</p><p> Esse direito representa a faculdade de exercer uma pretensão de direito subjetivo de excluir</p><p>terceiros de indevida ingerência</p><p>sobre a coisa.</p><p> O exercício desse direito pode ser feito por meio de ação petitória, como a ação reivindicatória.</p><p>3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE</p><p>A classificação da propriedade é importante para entender as diferentes formas que o direito de</p><p>propriedade pode ser exercido e as consequências jurídicas decorrentes de cada uma delas.</p><p>Algumas das principais classificações da propriedade são:</p><p>PLENA OU ALODIAL:</p><p> É a forma mais completa do direito de propriedade, na qual o proprietário tem todos os elementos</p><p>da propriedade (uso, fruição, disposição e reivindicação), sem que terceiros tenham qualquer</p><p>direito sobre a coisa.</p><p>LIMITADA OU RESTRITA:</p><p> Quando algum ônus recai sobre a propriedade, como no caso da hipoteca, servidão ou usufruto, ou</p><p>quando a propriedade for resolúvel, dependente de condição ou termo.</p><p> Nessa modalidade de propriedade, alguns dos elementos podem pertencer a terceiros, como é o</p><p>caso da propriedade fiduciária em que o proprietário transfere a propriedade a um credor como</p><p>garantia de dívida.</p><p>NUA PROPRIEDADE:</p><p> Corresponde à titularidade do domínio, ao fato de ser proprietário e de ter o bem em seu nome. O</p><p>nu proprietário mantém os atributos de dispor e reaver a coisa. Essa forma de propriedade ocorre</p><p>quando há um usufruto ou uma servidão, por exemplo.</p><p>DOMÍNIO ÚTIL:</p><p> Corresponde à possibilidade do uso, gozo ou fruição da coisa. Dependendo do(s) atributo(s) que</p><p>detém, a pessoa recebe uma denominação diferente, como o superficiário, usufrutuário, usuário,</p><p>habitante, promitente comprador, entre outros.</p><p>PROPRIEDADE EM CONDOMÍNIO:</p><p> É quando uma coisa pertence a mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Cada um dos condôminos</p><p>possui uma fração ideal do bem, com os mesmos direitos e deveres sobre ele.</p><p> O condomínio pode ser voluntário, como no caso de duas ou mais pessoas adquirirem juntas um</p><p>imóvel, ou necessário, quando ocorre a divisão de um bem comum, como em uma herança.</p><p>PROPRIEDADE RESOLÚVEL:</p><p> É quando a propriedade está condicionada a um evento futuro, e a sua resolução ocorre quando</p><p>esse evento se realiza.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 24</p><p> É aquela que opera seus efeitos a partir de um termo ou condição já existentes no negócio jurídico</p><p>que a transmitiu</p><p> É o caso, por exemplo, da propriedade que é condicionada à construção de uma casa ou à abertura</p><p>de uma rua.</p><p>3.3 ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE</p><p>Entre os atributos da propriedade, podemos destacar:</p><p>DIREITO ABSOLUTO:</p><p> A propriedade é um direito absoluto, o que significa que o proprietário tem o poder de desfrutar da</p><p>coisa como bem entender.</p><p> No entanto, esse direito pode ser relativizado em algumas situações, como no caso da função</p><p>social e socioambiental da propriedade.</p><p>DIREITO EXCLUSIVO:</p><p> Em regra, a propriedade é exclusiva, ou seja, a mesma coisa não pode pertencer com</p><p>exclusividade e simultaneidade a duas ou mais pessoas em idêntico lapso temporal, salvo nos</p><p>casos de condomínio ou copropriedade.</p><p> O condomínio em multipropriedade é uma situação peculiar que ocorre quando um bem é dividido</p><p>entre vários proprietários, que utilizam a coisa com exclusividade em determinados períodos de</p><p>tempo por ano.</p><p>DIREITO PERPÉTUO:</p><p> O direito de propriedade não se extingue pelo lapso temporal e pode ser transmitido de geração em</p><p>geração.</p><p> No entanto, a usucapião pode mitigar a perpetuidade da propriedade, já que, se ocorrer, o bem</p><p>passa a ter um novo dono.</p><p> Além disso, o não uso da propriedade pode acarretar consequências, como a desapropriação pela</p><p>falta de cumprimento da função social da propriedade.</p><p>DIREITO ELÁSTICO:</p><p> A propriedade pode ser distendida ou contraída sem perder a sua essência.</p><p> Um ou alguns dos poderes inerentes ao direito de propriedade podem ser cedidos, como no caso</p><p>do usufruto, em que se cedem o uso e o gozo da coisa. Depois, os poderes retornam ao titular,</p><p>restabelecendo o direito pleno de propriedade.</p><p>DIREITO COMPLEXO:</p><p> A propriedade é um direito real complexo, pois reúne quatro poderes: usar, gozar, dispor e</p><p>reivindicar.</p><p> O proprietário tem o direito de utilizar a coisa, usufruir dela, dispor sobre ela e reivindicá-la em</p><p>caso de violação.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 25</p><p>É importante ressaltar que esses atributos podem ser relativizados em algumas situações, como nos</p><p>casos de função social e socioambiental da propriedade, e que a propriedade está sujeita a limitações</p><p>impostas pela lei e pela jurisprudência.</p><p>DICA:</p><p>"D.A.P.E.C.E."</p><p>Direito: Absoluto, Perpétuo, Elástico, Complexo e Exclusivo.</p><p>Assim, é possível lembrar facilmente dos atributos da propriedade utilizando essa palavra-chave, que</p><p>contém a primeira letra de cada atributo.</p><p>3.4 EXTENSÃO DA PROPRIEDADE</p><p>A extensão da propriedade é regulamentada pelos artigos 1.229 e 1.230 do Código Civil. Abaixo estão</p><p>alguns tópicos importantes a serem considerados sobre a extensão da propriedade:</p><p>ESPAÇO AÉREO E SUBSOLO:</p><p> O artigo 1.229 estabelece que a propriedade do solo inclui o espaço aéreo e subsolo</p><p>correspondentes, mas apenas na altura e profundidade úteis para o exercício da propriedade.</p><p> Isso significa que, se terceiros quiserem realizar atividades a uma altura ou profundidade que não</p><p>prejudique o interesse legítimo do proprietário, ele não poderá opor-se a elas.</p><p>JAZIDAS, MINAS E OUTROS RECURSOS MINERAIS:</p><p> O artigo 1.230 estabelece que a propriedade do solo não inclui as jazidas, minas e outros recursos</p><p>minerais, que são regulados por leis especiais. Portanto, o proprietário do solo não pode explorar</p><p>esses recursos sem o devido licenciamento e autorização dos órgãos competentes.</p><p>POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA:</p><p> Os potenciais de energia hidráulica também não fazem parte da propriedade do solo, e sua</p><p>exploração está sujeita a regras específicas estabelecidas em leis e regulamentações ambientais.</p><p>MONUMENTOS ARQUEOLÓGICOS E OUTROS BENS:</p><p> Outros bens culturais e naturais, como monumentos arqueológicos e áreas de preservação</p><p>ambiental, também não fazem parte da propriedade do solo e são regulados por leis especiais que</p><p>estabelecem regras para sua preservação e uso.</p><p>RECURSOS MINERAIS DE EMPREGO IMEDIATO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:</p><p> O parágrafo único do artigo 1.230 estabelece que o proprietário do solo tem o direito de explorar</p><p>os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não sejam submetidos a</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 26</p><p>transformação industrial e obedecidas as leis especiais aplicáveis. Essa regra permite ao</p><p>proprietário extrair materiais como areia e pedra para a construção de edificações sem precisar de</p><p>autorização específica dos órgãos competentes, desde que respeitando as regras de proteção</p><p>ambiental.</p><p>Código Civil</p><p>Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e</p><p>profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam</p><p>realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em</p><p>impedi-las.</p><p>Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os</p><p>potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis</p><p>especiais.</p><p>Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego</p><p>imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o</p><p>disposto em lei especial.</p><p>3.5 FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL</p><p>A propriedade pode ser transmitida de forma originária ou derivada. Na aquisição originária, a</p><p>propriedade vem livre de quaisquer ônus anteriores, seja tributos, dívidas, hipotecas e obrigações</p><p>propter rem. Já na aquisição derivada, isso não acontece.</p><p>3.5.1 Acessão</p><p>Diz respeito ao aumento da coisa principal por meio da união com uma coisa acessória, seja de forma</p><p>natural ou artificial. É um dos modos de aquisição da propriedade imóvel previstos no Código Civil</p><p>brasileiro.</p><p>O proprietário do bem principal tem o direito de tudo que se incorpora em sua propriedade, podendo,</p><p>inclusive, requerer indenização se o acessório não lhe for entregue.</p><p>FORMAS DE ACESSÃO NATURAL:</p><p> Formação de ilhas:</p><p> É a criação de um novo terreno em razão de movimentação natural do solo, como em caso</p><p>de terremotos, erupções vulcânicas, maremotos, entre outros. Nesses casos, a ilha formada</p><p>passa a integrar a propriedade do proprietário da terra mais próxima.</p><p> Aluvião:</p><p> É o acúmulo de terra ou areia que se deposita gradualmente nas margens de um rio, lagos,</p><p>entre outros corpos d'água. Nesse caso, a terra ou areia acumulada passa a integrar a</p><p>propriedade do proprietário ribeirinho.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 27</p><p> Avulsão:</p><p> É o deslocamento súbito de uma porção de terra ou rocha, como em caso de</p><p>desmoronamentos, que se incorpora a propriedade de terceiros. Nesse caso, a porção de</p><p>terra ou rocha deslocada deve ser restituída ao proprietário original.</p><p> Abandono de álveo:</p><p> Ocorre quando um rio muda de curso de forma natural, deixando uma porção de terra seca.</p><p>Essa terra passa a integrar a propriedade do proprietário ribeirinho.</p><p>FORMAS DE ACESSÃO ARTIFICIAL:</p><p> Plantações:</p><p> São os cultivos agrícolas ou florestais que se desenvolvem na terra de terceiros sem</p><p>autorização. Nesse caso, o proprietário da terra onde foi realizada a plantação pode</p><p>requerer a sua remoção ou a indenização correspondente.</p><p> Construções:</p><p> São as edificações que se incorporam a propriedade do proprietário do terreno, como casas,</p><p>prédios, entre outros. Nesse caso, o proprietário do terreno também tem o direito de</p><p>indenização em caso de construção não autorizada.</p><p>Em resumo, a acessão é uma forma de aquisição da propriedade imóvel que ocorre quando há união</p><p>física entre a coisa principal e a coisa acessória. As formas de acessão podem ser naturais ou artificiais,</p><p>e o proprietário do bem principal tem direito a tudo que se incorpora em sua propriedade, exceto nos</p><p>casos em que a lei prevê a restituição ou indenização ao proprietário original.</p><p>3.5.1.1 Formação de ilhas</p><p>A aquisição de propriedade das ilhas pelos ribeirinhos fronteiros é regulada pelo Código Civil em seu</p><p>artigo 1.249, que estabelece três regras para esse tipo de aquisição. São elas:</p><p>ILHAS FORMADAS NOMEIO DO RIO:</p><p> Quando uma ilha é formada no meio do rio com propriedades ribeirinhas em ambos os lados, a</p><p>ilha deve ser dividida em duas partes iguais, metade pertencendo a cada um dos proprietários.</p><p> Essa regra está prevista no inciso I do art. 1.249 do CC.</p><p>ILHAS FORMADAS ENTRE A LINHA DA DIVISÃO DO ÁLVEO E UMA DAS MARGENS:</p><p> Quando uma ilha é formada mais próxima de uma das margens do rio, sua propriedade será</p><p>adquirida apenas pelo proprietário do terreno ribeirinho que estiver mais perto da ilha.</p><p> Essa regra está prevista no inciso II do art. 1.249 do CC.</p><p>Licensed to Cammily Marques - cacapiraju@hotmail.com</p><p>Anotações:_________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>__________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Fonte do Direito 28</p><p>ILHAS FORMADAS PELO DESDOBRAMENTO DE UM NOVO BRAÇO DO RIO:</p><p> Quando a ilha é formada diante de um novo curso de água que se abre, a ilha pertencerá ao</p><p>proprietário que margeia esse novo desdobramento. Essa regra está prevista no inciso III do art.</p><p>1.249 do CC.</p><p>ATENÇÃO!</p><p>As regras estabelecidas no Código Civil são específicas para ilhas formadas em rios. Para ilhas</p><p>formadas em outros corpos d'água, como lagos e mares, devem ser aplicadas outras normas e critérios</p><p>para a aquisição de propriedade.</p><p> Propriedade de ilhas em zonas de fronteira:</p><p> As ilhas fluviais e lacustres em zonas de fronteira pertencem à União, aos Municípios (art.</p><p>20, IV, da CF) ou aos Estados Federados (art. 26, II e III, da CF). Isso ocorre porque essas</p><p>ilhas estão relacionadas à segurança nacional e são importantes para a delimitação de</p><p>fronteiras.</p><p> Aquisição de propriedade de ilhas em zonas de fronteira:</p><p> A aquisição de propriedade de ilhas em zonas de fronteira segue regras específicas, que</p><p>envolvem a observância de tratados, acordos e convenções internacionais.</p><p> Proteção ambiental:</p><p> As ilhas, assim como qualquer outra propriedade, devem ser protegidas ambientalmente,</p><p>especialmente as ilhas em áreas de preservação ambiental e de proteção permanente.</p><p> A ocupação desordenada dessas áreas pode trazer prejuízos irreparáveis ao meio ambiente</p><p>e à sociedade.</p><p>3.5.1.2 Aluvião</p><p>A aluvião é uma forma de acessão, que é o modo de aquisição da propriedade em que o proprietário</p><p>adquire a coisa acessória (acréscimo) em virtude de sua relação com a coisa principal (terreno).</p><p>A ALUVIÃO PODE SER PRÓPRIA OU IMPRÓPRIA</p><p> A aluvião própria ocorre quando há um acréscimo paulatino de terra formado pelo depósito de</p><p>sedimentos ao longo das margens do rio.</p><p> Já a aluvião imprópria ocorre quando parte do álveo se descobre em razão do afastamento das</p><p>águas correntes.</p><p>O artigo 1.250 do Código Civil</p>

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