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<p>Indaial – 2021</p><p>Digital</p><p>Profº. Nader Ghoddosi</p><p>1a Edição</p><p>introDução à</p><p>agricultura</p><p>Elaboração:</p><p>Profº. Nader Ghoddosi</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2021</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>G427i</p><p>Ghoddosi, Nader</p><p>Introdução à agricultura digital. / Nader Ghoddosi – Indaial:</p><p>UNIASSELVI, 2021.</p><p>226 p.; il.</p><p>ISBN 978-65-5663-717-4</p><p>ISBN Digital 978-65-5663-713-6</p><p>1. Tecnologia no contexto agrícola. - Brasil. II. Centro Universitário</p><p>Leonardo da Vinci.</p><p>CDD 630</p><p>Caro acadêmico! Estamos iniciando o estudo da Disciplina de Introdução</p><p>à Agricultura Digital. Este livro é um dos instrumentos que contribuirá para a sua</p><p>aprendizagem. A abordagem do livro é sobre a importância da tecnologia para o</p><p>avanço da agriculta no mercado brasileiro e mundial. Para isso, serão apresentados os</p><p>principais conceitos de projetos, gerenciamento e ferramentas para auxiliar o processo</p><p>de gerenciamento.</p><p>Os desafios atuais da agricultura serão superados com a adoção adequada</p><p>de tecnologias modernas. Visto que estas poderão garantir a segurança alimentar</p><p>necessária em conformidade com a conservação ambiental. Para isso, este livro</p><p>abordará a importância da tecnologia no contexto agrícola.</p><p>Aproveitamos a oportunidade para destacar a importância de desenvolver as</p><p>autoatividades, lembrando que essas atividades não são opcionais. Elas objetivam a</p><p>fixação dos conceitos apresentados. Em caso de dúvida na realização das atividades,</p><p>sugerimos que você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da</p><p>UNIASSELVI, não prosseguindo as atividades sem ter sanado todas as dúvidas que irão</p><p>surgindo.</p><p>Bons estudos!</p><p>Profº. Nader Ghoddosi</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - CONCEITOS DA AGRICULTURA DIGITAL ......................................................... 1</p><p>TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA DIGITAL ...........................................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 EVOLUÇÃO NA AGRICULTURA ...........................................................................................3</p><p>3 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA AGRICULTURA ..................................................................9</p><p>3.1 EMBRAPA E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA AGRICULTURA .................................................... 11</p><p>4 MERCADO CONSUMIDOR DA AGRICULTURA BRASILEIRA ............................................ 16</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 20</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 22</p><p>TÓPICO 2 - A TECNOLOGIA E AGRICULTURA .................................................................... 25</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 25</p><p>2 PROGRESSO TÉCNICO CIENTÍFICO E O AUMENTO DA EFICIÊNCIA AGRÍCOLA .......... 25</p><p>3 TECNOLOGIA E O AUMENTO DA EFICIÊNCIA AGRÍCOLA .............................................. 28</p><p>3.1 NANOTECNOLOGIA..............................................................................................................................28</p><p>3.2 INTERNET DAS COISAS (IOT) ............................................................................................................31</p><p>3.3 A INTERNET E A AGRICULTURA ......................................................................................................33</p><p>3.3.1 SigmaABC ...................................................................................................................................34</p><p>3.3.2 AgroAPI .......................................................................................................................................35</p><p>3.3.3 AccuWeather .............................................................................................................................35</p><p>3.3.4 Adama Alvo ................................................................................................................................36</p><p>3.3.5 Aegro ........................................................................................................................................... 37</p><p>3.4 SISTEMA ROBÓTICO AUTÔNOMO PARA MAPEAR ERVAS DANINHAS EM CAMPOS .........38</p><p>3.5 APRENDIZADO DE MÁQUINA (AM) ................................................................................................. 41</p><p>4 AS CONTRIBUIÇÕES DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PARA A COMPETITIVIDADE</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>produtor da semeadura</p><p>até a colheita. Os benefícios são (EMBRAPA, 2018; JOÃO et al., 2019; BOLFE et al., 2020):</p><p>• Gestão de patrimônio e de máquinas.</p><p>• Operações agrícolas.</p><p>• Gestão financeira e comercialização.</p><p>• Monitoramento integrado de pragas.</p><p>• Integração com o Climatempo.</p><p>• Imagens de satélite e análise NDVI.</p><p>• Cotação de seguro rural.</p><p>38</p><p>FIGURA 19 – AEGRO</p><p>FONTE: <https://blog.aegro.com.br/recursos-do-aegro/>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>3.4 SISTEMA ROBÓTICO AUTÔNOMO PARA MAPEAR ERVAS</p><p>DANINHAS EM CAMPOS</p><p>A robotização das atividades agrícolas considera todos os agentes envolvidos</p><p>na produção, possibilitando a intensificação com o menor impacto possível. Segundo</p><p>Hackenhaar et al. (2015, p. 119):</p><p>A exploração da agricultura de forma sustentável depende da</p><p>conciliação conjunta entre variáveis como, por exemplo: 1) econômica,</p><p>que se traduz através do lucro, aponta que, se a agricultura não gerar</p><p>lucro e renda ao agricultor, ela desaparece; 2) social, porque, se o</p><p>homem neste meio não obtiver dividendo, não há razão de ter da</p><p>própria agricultura; 3) ambiental, que é a própria sobrevivência da</p><p>natureza, para que possam existir agricultura e ambiente sadio no</p><p>futuro. Portanto o tripé econômico, social e ambiental é o grande</p><p>desafio atual da sustentabilidade e da agricultura.</p><p>O aumento da produtividade com sustentabilidade requer tanto o uso quanto</p><p>o domínio de técnicas, metodologias e instrumentos que devem estar adaptados às</p><p>necessidades reais em campo (NOGUCHI, 2010; HACKENHAAR et al., 2015; LOHMANN et</p><p>al., 2019). A intensificação da agricultura de modo sustentável pode ser realizada através</p><p>da robótica, já que, nos últimos anos, houve avanços significativos no setor.</p><p>Atualmente, os robôs podem trabalhar de modo contínuo e de maneira</p><p>consistente com o mínimo de manutenção. No Japão, a “Fábrica planta” é um local onde</p><p>os vegetais são cultivados em sistema hidropônico sob iluminação artificial (NOGUCHI,</p><p>2010; LOHMANN et al., 2019). O controle do processo é efetuado por computadores e</p><p>robôs, tendo como resultado final alta qualidade dos produtos, ou seja, sem defeitos,</p><p>39</p><p>doenças ou danos causados por insetos (EMBRAPA, 2018; LOHMANN et al., 2019). O</p><p>nível de automatização nas fábricas de planta é tão elevado que, ao longo do tempo, as</p><p>instalações de produção podem tornar-se completamente autônomas (NOGUCHI, 2010;</p><p>HACKENHAAR et al., 2015; LOHMANN et al., 2019).</p><p>FIGURA 20 – FÁBRICA PLANTA NO JAPÃO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3x8340D>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Os robôs usados no ambiente agrícola podem ser grandes e polivalentes quadros</p><p>ou pequenos veículos autônomos desenvolvidos para realizar atividades específicas</p><p>(HACKENHAAR et al., 2015; BATISTA et al., 2017). O processo de construção de um</p><p>determinado robô depende do ambiente em que ele irá operar, ou seja, ambientes ao</p><p>ar livre que possibilitam o uso de grandes robôs, como tratores autônomos (NOGUCHI,</p><p>2010; HACKENHAAR et al., 2015; EMBRAPA, 2018). No entanto, precisam de sistemas</p><p>sofisticados de navegação para explorar um ambiente de modo correto e como o</p><p>planejado.</p><p>A implantação da robótica na agricultura é uma opção para complementar</p><p>ou até mesmo substituir a mão de obra humana para o manejo agrícola, já que requer</p><p>uma intervenção mínima do operador (HACKENHAAR et al., 2015; BATISTA et al., 2017;</p><p>BOLFE et al., 2020). Um exemplo seria os veículos aéreos e terrestres não tripulados</p><p>(VANTs), equipados com câmeras para identificar ervas daninha em plantações. A visão</p><p>computacional é utilizada para (BOLFE et al., 2020):</p><p>• identificar padrões de alteração na coloração das folhagens.</p><p>• identificar padrões no contorno e na forma não condizente das folhas da espécie</p><p>produzida.</p><p>Esse processo garante a identificação da cultura invasora podendo, assim,</p><p>efetuar o combate de modo individual, reduzindo a quantidade de pesticidas usados</p><p>e melhorando a qualidade do produto (HACKENHAAR et al., 2015; BATISTA et al., 2017;</p><p>BOLFE et al., 2020).</p><p>40</p><p>FIGURA 21 – VEÍCULOS AÉREOS E TERRESTRES NÃO TRIPULADOS (VANTS)</p><p>FONTE: <http://agritechgeo.com.br/servico8.html#>. Acesso em: 5 jul. 2021</p><p>A utilização de robôs nas fazendas fará com que o trabalho humano seja mais</p><p>bem empregado, porém a mão de obra deverá ser mais especializada (EKŞİ et al., 2020;</p><p>FERREIRA et al., 2020). Além disso, os robôs podem ser utilizados em ambientes de</p><p>risco para saúde humana, como a aplicação de defensivos agrícolas. Um exemplo desta</p><p>aplicação é o robô EcoRobotix (EKŞİ et al., 2020; FERREIRA et al., 2020). O seu movi-</p><p>mento é através do uso de GPS e sensores e consegue operar 12 horas por dia na reti-</p><p>rada de plantas invasoras. O reconhecimento das espécies é realizado por uma câmera</p><p>localizada na parte frontal do robô. Seus braços mecânicos trabalham na aplicação do</p><p>herbicida diretamente na erva daninha reduzindo em, aproximadamente, 90% o uso do</p><p>produto (VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019; EKŞİ et al., 2020; FERREIRA et al., 2020).</p><p>FIGURA 22 – ECOROBOTIX</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3lajT8C> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Portanto, a eficiência na utilização de recursos é o ponto-chave da aplicação</p><p>da robótica no âmbito rural (EKŞİ et al., 2020; FERREIRA et al., 2020). Já que a</p><p>eficiência reduz o consumo de produtos químicos para o controle de pragas. E, ainda,</p><p>o monitoramento do serviço efetuado pelo robô é mais fácil, já que é feito pela internet</p><p>e pode ser controlado pelo próprio produtor através de um dispositivo móvel ou</p><p>computador (CERRI, CARVALHO, 2017; EKŞİ et al., 2020; FERREIRA et al., 2020).</p><p>41</p><p>3.5 APRENDIZADO DE MÁQUINA (AM)</p><p>O aprendizado de máquina (AM) é uma subárea da Inteligência Artificial (IA),</p><p>usada para reconhecimento de padrões e de regularidades nos dados (CERRI, CARVALHO,</p><p>2017; FERREIRA et al., 2020). O treinamento usado é classificado como aprendizado</p><p>supervisionado, os sistemas que se usam desta técnica podem ser treinados através</p><p>de dados conhecidos (CERRI, CARVALHO, 2017; EMBRAPA, 2018). O aprendizado</p><p>supervisionado é a tarefa dentro do aprendizado de máquina de aprender uma função</p><p>que mapeia uma entrada para uma saída com base em pares de entrada/saída de</p><p>exemplo (CERRI, CARVALHO, 2017; EKŞİ et al., 2020; FERREIRA et al., 2020). Segundo</p><p>Cerri e Carvalho (2017, p. 298):</p><p>Como exemplo básico de AM, pode-se citar um programa de</p><p>computador que deve executar uma tarefa simples, como distinguir</p><p>entre três variedades diferentes de flor de uma mesma espécie.</p><p>Em vez de codificar um programa utilizando todo o conhecimento</p><p>acerca das variedades da flor em questão, características botânicas</p><p>das três flores são apresentadas a um programa que implementa um</p><p>algoritmo de AM, que, por meio de um processo de treinamento, vai</p><p>aprender a caracterizar uma flor baseado em suas características.</p><p>Assim como os seres humanos aprendem a diferenciar as variedades</p><p>de flores observando suas características, o programa de AM também</p><p>aprenderá a tarefa por meio dessas características.</p><p>Aprendizagem de máquina pode ser dividida em (CERRI, CARVALHO, 2017; EKŞİ</p><p>et al., 2020; FERREIRA et al., 2020):</p><p>• Aprendizagem supervisionada: o supervisionamento é efetuado por meio do</p><p>treinamento com dados rotulados (etiquetados em alguma categoria). Os algoritmos</p><p>precisam de um conjunto de dados já etiquetado para realizar previsão de novas</p><p>etiquetas/classes em novos dados. Esses algoritmos são, geralmente, usados para o</p><p>reconhecimento de imagens, bem como, para previsões de mercado.</p><p>• Aprendizagem não supervisionada: são encontrados algoritmos de</p><p>recomendação, agrupamento e segmentação. Neste caso, os algoritmos usam</p><p>atributos, notas e características gerais dos dados para aprender e fazer previsões.</p><p>Esses algoritmos são usados para visualizar dados, na recomendação de itens e</p><p>processo de segmentar clientes.</p><p>• Aprendizagem por reforço: usada em sistemas de decisão em tempo real. Nesta</p><p>divisão, não há um grande conjunto de dados históricos para geração do conjunto</p><p>de treinamento. Ao longo tempo, novos dados são criados</p><p>e processados servindo</p><p>como base para decisões.</p><p>42</p><p>FIGURA 23 – DIVISÃO DA APRENDIZAGEM DE MÁQUINA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2TDF7Ax>. Acesso em: 16 jul. 2021.</p><p>4 AS CONTRIBUIÇÕES DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA</p><p>PARA A COMPETITIVIDADE ORGANIZACIONAL</p><p>O agronegócio tem perfil histórico de ser um dos pilares da economia brasileira,</p><p>porém enfrenta inúmeras mudanças e modernizações tecnológicas (GEHLEN, 2001;</p><p>WEIRICH NETO et al., 2014). Sendo assim, o Brasil apresenta, atualmente, diversas</p><p>organizações de soluções tecnológicas para o setor agrícola, concentradas em quatro</p><p>principais áreas, sendo (JUDICE, 2004; SILVEIRA et al., 2005; WEIRICH NETO et al., 2014;</p><p>SILVA et al., 2016):</p><p>• Suporte à decisão.</p><p>• IoT (Internet das Coisas) e hardware.</p><p>• Software de gestão agrícola.</p><p>• Agricultura de precisão.</p><p>O aumento da utilização de tecnologias no setor agrícola gera preocupações</p><p>com relação à segurança e privacidade de dados, mas, também, gera facilidades e</p><p>benefícios para os produtores e clientes (JUDICE, 2004; SILVA et al., 2016). Assim, é</p><p>preciso conhecer qual tecnologia é a mais adequada do ponto de vista de segurança</p><p>de dados e que cause resultados positivos na quantidade, qualidade, segurança do</p><p>alimento produzido, bem como no processo competitivo (GEHLEN, 2001; SILVA et al.,</p><p>2016). O aumento significativo da população mundial e a pressão por mais alimento</p><p>tornam esse desafio urgente. Então, agora, entenderemos quais tecnologias estão</p><p>disponíveis no mercado conforme a fase de produção agrícola (JUDICE, 2004; SILVEIRA</p><p>et al., 2005; WEIRICH NETO et al., 2014; SILVA et al., 2016). As fases são:</p><p>43</p><p>• Pré-produção: processos efetuados antes do plantio no campo, ou seja, não existe a</p><p>participação do produtor, mas sim de pesquisadores. Um exemplo é o uso de sementes</p><p>transgênicas, que foram produzidas através de engenharia genética possibilitando</p><p>que a semente tenha maior resistência a insetos e tolerância a herbicidas.</p><p>• Produção: nessa fase existe a participação do agrônomo, do produtor e do responsá-</p><p>vel pela operação do drone, por exemplo. Nessa fase, podem ser usadas as seguintes</p><p>tecnologias: sensoriamento remoto; drones para mapeamento da área e identificação</p><p>de pragas; máquinas com piloto automático; sistemas de navegação; entre outros.</p><p>• Pós-produção: os dados coletados através dos drones e outros sensores são</p><p>encaminhados a um software capaz de processar essas informações. Após a colheita,</p><p>pode-se usar as seguintes tecnologias: computação em nuvem, que armazena</p><p>grandes volumes de dados; monitoramento do mercado através de dispositivos</p><p>móveis e redes sociais; análises de dados para orientação de mercado e logística.</p><p>QUADRO 4 – TECNOLOGIAS E OS PROCESSOS PRODUTIVOS</p><p>PRÉ-PRODUÇÃO PRODUÇÃO PÓS-PRODUÇÃO</p><p>Genética Sementes Plantação Colheita Distribuição Processamento Consumo</p><p>Mineração de dados</p><p>Sensoriamento</p><p>remoto</p><p>Mineração de dados</p><p>Computação de alto</p><p>desempenho</p><p>Automação</p><p>Geoprocessamento</p><p>Comunicação</p><p>Biotecnologia</p><p>Agricultura de</p><p>precisão</p><p>Otimização</p><p>Bioinformática Robótica Tecnologias sociais</p><p>FONTE: Adaptado de Weirich Neto et al. (2014); Silva et al. (2016).</p><p>As novas formas de competir vêm tornando as organizações mais inovadoras,</p><p>quando estas se antecipam às mudanças e se adequam a elas. Conforme Barros Neto</p><p>et al. (2003, p. 70):</p><p>Em função das competências internas da empresa, do tipo de mercado</p><p>em que ela quer atuar, do grau de concorrência desse mercado e do tipo</p><p>de produto que ela produz, a empresa terá de escolher entre algumas</p><p>prioridades competitivas, aproveitando os seus recursos, capacidades</p><p>e oportunidades de mercado no intuito de tornar-se competitiva.</p><p>Dessa forma, a competição é um meio cujos elementos primordiais são a</p><p>produtividade, a qualidade no processo e a exploração da tecnologia. A competição é</p><p>usada pelas organizações para obtenção de vantagens competitivas (BARROS NETO</p><p>et al., 2003; LOHMANN et al., 2019). A maneira como a inovação tecnológica possibilita</p><p>aos produtores alcançarem tal vantagem competitiva é por intermédio da otimização</p><p>da produtividade, da melhoria na comunicação e na qualidade dos produtos, bem</p><p>44</p><p>como nos métodos de controle e planejamento, possibilitando, consequentemente, a</p><p>diferenciação ou a redução dos custos (KLIPPEL et al., 2005; BARROS NETO et al., 2003;</p><p>LOHMANN et al., 2019). De acordo com Gehlen (2001, p. 90):</p><p>A diminuição de gastos com os programas de pesquisa e desenvolvi-</p><p>mento de tecnologia agrícola apresentam, já, resultados limitadores</p><p>da capacidade do setor para incrementar sua competitividade in-</p><p>ternacional. Esta instabilidade, com tendência a diminuir os inves-</p><p>timentos públicos em pesquisa científica, não compensados pelo</p><p>privado, comprometem a competitividade futura do setor e revelam</p><p>a fundamental importância das instituições públicas de ciência e de</p><p>tecnologia para a agropecuária. Também contribuem para legitimar</p><p>os que buscam alternativas, como o esforço que alguns segmentos,</p><p>especialmente de agricultores familiares, estão realizando para re-</p><p>construir o conceito e as tecnologias de competitividade vinculados</p><p>à sustentabilidade.</p><p>Portanto, precisamos considerar que o agronegócio no Brasil é competitivo</p><p>mundialmente por muitos fatores, sendo eles (GEHLEN, 2001; OLIVEIRA, 2020):</p><p>• utilização da tecnologia em toda a cadeia produtiva;</p><p>• questões naturais como a fertilidade do solo, clima favorável e água em abundância;</p><p>• estrutura de financiamento que possibilita o crédito para os produtores.</p><p>Por fim, para que o setor agrícola atinja seu potencial, é necessário o investimento</p><p>em tecnologia e em pesquisa científica, de modo a incrementar a produção agrícola</p><p>respeitando o meio ambiente.</p><p>45</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Os desafios atuais da agricultura serão superados com a adoção adequada de</p><p>tecnologias modernas, visto que estas poderão garantir a segurança alimentar</p><p>necessária em conformidade com a conservação ambiental.</p><p>• A segurança alimentar está ligada, também, à disponibilidade de alimentos</p><p>produzidos de maneita sustentável, pois isso significa alimento de qualidade e</p><p>produzido respeitando os recursos naturais.</p><p>• A qualidade dos alimentos está sendo um fator decisivo na hora de o consumidor</p><p>escolher o que ele vai consumir. Esta escolha pode estar vinculada à rastreabilidade</p><p>do alimento para confirmar a sua qualidade.</p><p>• O objetivo da difusão de tecnologia organizada é o de encurtar o tempo entre a</p><p>geração do conhecimento e sua transformação em tecnologia pelos agricultores.</p><p>• A evolução da agricultura brasileira nos últimos 30 anos inclui um alto investimento</p><p>do governo em pesquisa, intervenções governamentais em projetos de colonização</p><p>e crédito para insumos de última geração em um ambiente propício para a industria-</p><p>lização da agricultura por meio de cooperativas e da participação do setor privado.</p><p>• Atualmente, o maior desafio é, ainda, a adoção e a difusão de novas tecnologias,</p><p>que são consideradas a base do processo de inovação e dependem da extensão e</p><p>assistência técnica, bem como do acesso a crédito.</p><p>• O modelo de transferência de tecnologia em agricultura no Brasil apresenta um</p><p>ciclo virtuoso em que os elementos principais são pesquisa, extensão e produtores.</p><p>• Um grande desafio global é a tentativa de aumentar a produção de alimentos,</p><p>considerando o crescimento populacional, a disponibilidade de recursos naturais, as</p><p>mudanças climáticas, o surgimento de doenças e pragas e, ainda, a bioacumulação</p><p>de agroquímicos.</p><p>• A união adequada das tecnologias digitais à agricultura acarreta ganhos para</p><p>a cadeia de produção e para o consumidor. Isso gera impactos positivos para o</p><p>desenvolvimento social.</p><p>• A nanotecnologia é a manipulação, controle e integração de átomos e moléculas</p><p>para formar materiais, estruturas, componentes, dispositivos e sistemas em escala</p><p>nanométrica, conceitualmente, menor do que 100 nm.</p><p>46</p><p>• A nanotecnologia oportuniza o desenvolvimento de produtos e aplicações inovadoras</p><p>para diferentes</p><p>setores industriais e consumidores finais. O desenvolvimento de</p><p>produtos nanotecnológicos precisa integrar de modo interdisciplinar as diferentes</p><p>fases da pesquisa para alcançar os resultados esperados.</p><p>• A nanotecnologia com seus nanomateriais, nanofilmes, nanoestruturas e</p><p>nanoemulsões representa uma alternativa promissora de desenvolvimento científico</p><p>em que novos produtos podem oferecer uma variedade de benefícios, incluindo</p><p>maior eficácia, durabilidade e redução das quantidades de ingredientes ativos (IAs)</p><p>que estão sendo usados na proteção de culturas contra doenças e pragas.</p><p>• A internet estabeleceu uma nova trajetória para que as organizações e os clientes</p><p>interajam utilizando o e-commerce. Assim, os produtores ficam mais próximos</p><p>de seus clientes finais, podendo, inclusive, chegar diretamente a eles através</p><p>de aplicativos para dispositivo móvel. Neste caso, é possível, ainda, gerenciar os</p><p>estoques dos produtos e observar compras futuras.</p><p>• A robotização das atividades agrícolas considera todos os agentes envolvidos na</p><p>produção possibilitando a intensificação com o menor impacto possível. Os robôs</p><p>podem trabalhar de modo contínuo e de maneira consistente com o mínimo de</p><p>manutenção. O nível de automatização nas fábricas de planta é tão elevado que,</p><p>ao longo do tempo, as instalações de produção podem se tornar completamente</p><p>autônomas.</p><p>• O aumento da utilização de tecnologias no setor agrícola gera preocupações</p><p>com relação à segurança e privacidade de dados, mas também gera facilidades e</p><p>benefícios para os produtores e clientes.</p><p>• A arma da competição é um meio, cujos elementos primordiais são a produtividade,</p><p>a qualidade no processo e a exploração da tecnologia, que precisa ser usada pelas</p><p>organizações para obteção de vantagens competitivas.</p><p>47</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A IoT (Internet das coisas) auxilia os produtores na obtenção de informações, como,</p><p>por exemplo: nutrientes presentes no solo, umidade do ar, níveis de água dos</p><p>reservatórios (MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). Algumas destas</p><p>soluções já podem ser acessadas em tempo real, facilitando a tomada de decisão</p><p>do produtor rural. Isso garante que os agricultores aumentem a produtividade e</p><p>economizem recursos financeiros, humanos e naturais (LACERDA, LIMA-MARQUES,</p><p>2015; JOÃO et al., 2019).</p><p>FONTE: MAGRANI, M. H. S. E. A internet das coisas. Rio de</p><p>Janeiro: FGV Editora, 2018.</p><p>FORNASIER, M. O. The applicability of the Internet of Things</p><p>(IoT) between fundamental rights to health and to privacy.</p><p>Revista de Investigações Constitucionais. Curitiba, v. 6,</p><p>n. 2, p. 297-321, 2019.</p><p>JOÃO, B. N.; SOUZA, C. L.; SERRALVO, F. A. A systematic review</p><p>of smart cities and the internet of things as a research topic.</p><p>Cadernos Ebape.br, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 1078-1093, 2019.</p><p>LACERDA, F.; LIMA-MARQUES, M. Da necessidade de</p><p>princípios de Arquitetura da Informação para a Internet</p><p>das Coisas. Perspectiva em Ciência da Informação, Belo</p><p>Horizonte, v. 20, n. 2, p.158-171, 2015.</p><p>Considerando esta afirmação, faça uma tabela com as aplicações da IoT na agricultura.</p><p>2 Os atuais ganhos na produtividade agrícola são relfexos dos estudos sobre a inovação</p><p>tecnológica na agricultura, realizados no Brasil principalmente a partir da década de</p><p>1960 (ALVES, 2012; EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020). Durante</p><p>um longo período, eram os agricultores que geravam os conhecimentos, mas sua</p><p>divulgação não ocorria de modo organizado. Somentes as tecnologias que geravam</p><p>lucro financeiro eram difundidas (ALVES, 2012; EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019).</p><p>FONTE: ALVES, E. Nosso problema de difusão de tecnologia. Re-</p><p>vista de Política Agrícola, Brasília, ano XXI, n. 1, p. 3-4, mar. 2012.</p><p>BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil: tendências,</p><p>desafios e oportunidades: resultados de pesquisa on-line.</p><p>Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>DEBOER, J. Precision agriculture for sustainability.</p><p>Cambridge, United Kingdom: Burleigh Dodds Science</p><p>Publishing Limited, 2019.</p><p>48</p><p>EMBRAPA. Visão 2014-2034: o futuro do desenvolvimento</p><p>tecnológico da agricultura brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2014.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: EMBRAPA, 2018.</p><p>Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) O objetivo da difusão de tecnologia organizada é o de aumentar o tempo entre a</p><p>geração do conhecimento e sua transformação em tecnologia, pelos agricultores.</p><p>b) ( ) A evolução da agricultura brasileira nos últimos 30 anos inclui um alto</p><p>investimento do governo em pesquisa, intervenções governamentais em projetos</p><p>de colonização e crédito para insumos de última geração.</p><p>c) ( ) A pesquisa agropecuária no Brasil iniciou com o estabelecimento de escolas</p><p>de agricultura (universidades) e centros de pesquisa estaduais, que lideraram a</p><p>pesquisa agrícola no Brasil até os anos 1990.</p><p>d) ( ) Atualmente, os centros de pesquisa estaduais e as universidades não trabalham</p><p>em parceria com a EMBRAPA.</p><p>3 Atualmente o maior desafio é, ainda, a adoção e a difução de novas tecnologias,</p><p>que são consideradas a base do processo de inovação e dependem da extensão e</p><p>assistência técnica, bem como do acesso a crédito (FORTULAN, 2005; BOLFE et al.,</p><p>2020). Para os pequenos produtores, o acesso a novas tecnologias é indispensável</p><p>para que tenham um melhor rendimento na sua produção agrícola (DUARTE, 2021).</p><p>FONTE: BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil:</p><p>tendências, desafios e oportunidades: resultados de pesquisa</p><p>on-line. Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>FORTULAN, M. R.; GONCALVES FILHO, E. V. Uma proposta</p><p>de aplicação de business intelligence no chão-de-fábrica.</p><p>Gestão & Produção, São Carlos, v. 12, n. 1, p. 55-66, 2005.</p><p>DUARTE, A. D. Investimentos em agtechs sobem até</p><p>34,5% em 2020. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3iQZva5.</p><p>Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) O modelo de transferência de tecnologia em agricultura no Brasil apresenta um</p><p>ciclo virtuoso em que os elementos principais são pesquisa, extensão e produtores.</p><p>( ) A integração da pesquisa por meio do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária</p><p>(SNPA).</p><p>( ) O objetivo da difusão de tecnologia organizada é o de encurtar o tempo entre a</p><p>geração do conhecimento e sua transformação em tecnologia pelos agricultores.</p><p>( ) O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foi um dos centros pioneiros. Fundado</p><p>em 1787 pelo Imperador D. Pedro II, recebeu a denominação de Estação Agronômica</p><p>de Campinas.</p><p>49</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 A nanotecnologia se fundamenta no desenvolvimento e aprimoramento de técnicas,</p><p>bem como de ferramentas adequadas para posicionar átomos e moléculas em</p><p>locais previamente estabelecidos, de modo ter estruturas e materiais de interesse</p><p>(FERREIRA; RANGEL, 2009; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura</p><p>brasileira. Brasília, DF: EMBRAPA, 2018.</p><p>FERREIRA, H. S.; RANGEL, M. do C. Nanotecnologia: aspectos</p><p>gerais e potencial de aplicação em catálise. Química Nova,</p><p>São Paulo, v. 32, n. 7, p. 1860-1870, 2009.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>Considerando esta afirmação, liste as aplicações da nanotecnologia no âmbito agrícola.</p><p>5 A internet estabeleceu uma nova trajetória para que as organizações e os clientes</p><p>interajam utilizando o e-commerce. Assim, os produtores ficam mais próximos de seus</p><p>clientes finais, podendo, inclusive, chegar diretamente a eles através de aplicativos</p><p>para dispositivo móvel. Neste caso, é possível, ainda, gerenciar os estoques dos</p><p>produtos e observar compras futuras (EMBRAPA, 2018; MAGRANI, 2018; JOÃO et al.,</p><p>2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>FONTE: BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil:</p><p>tendências, desafios e oportunidades: resultados de pesquisa</p><p>on-line. Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: EMBRAPA, 2018.</p><p>JOÃO, B. N.; SOUZA, C. L.; SERRALVO, F. A. A systematic</p><p>review of smart cities and the internet of things as a research</p><p>topic. Cadernos Ebape.br, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 1078-</p><p>1093, 2019.</p><p>MAGRANI, M. H. S. E. A internet das coisas. Rio de Janeiro:</p><p>FGV Editora, 2018.</p><p>50</p><p>Considerando esta afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As plataformas de comercialização de alimentos já são realidade na atual</p><p>sociedade, e atendem inúmeros perfis de consumidores.</p><p>b) ( ) Suporte à análise de dados e à tomada de decisão da propriedade rural somente</p><p>por meio de informações gespaciais de agricultura.</p><p>c) ( ) Conectividade entre produtores rurais e consumidores, favorecendo somente a</p><p>certificação de qualidade e origem de produtos.</p><p>d) ( ) Suporte à tomada de decisão e à gestão de políticas municipais agrícolas,</p><p>baseadas em modelos estatísticos e computacionais.</p><p>51</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>AGRICULTURA DO FUTURO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Os produtores rurais buscam o aperfeiçoamento dos métodos em suas</p><p>propriedades para aumentar a produtividade das colheitas (BOLFE et al., 2020). A</p><p>inovação tecnológica é um dos fatores responsáveis pelos ganhos de produtividade e</p><p>sustentabilidade no setor agrícola. A inovação é decisiva para manter a competitividade</p><p>em um mercado global (GEHLEN, 2001; AUGUSTO et al., 2012).</p><p>Para enfrentar o desafio de produzir alimentos de modo sustentável e atender o</p><p>aumento populacional, a agricultura moderna precisa aumentar a produtividade, tirando</p><p>o máximo de valor de cada etapa do ciclo de produção. Desse modo, as contribuições da</p><p>inovação tecnológica propiciam o aumento da produtividade em decorrência da maior</p><p>capacidade das máquinas para efetuar o plantio e a colheita, bem como de mecanismos</p><p>de tratamento do solo, que proporcionam maior rendimento por área plantada (AUGUSTO</p><p>et al., 2012; OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Este Tópico apresenta os conceitos relativos à agricultura de precisão que são</p><p>utilizadas ao longo das próximas Unidades do livro, de modo consolidado, para a sua</p><p>compreensão.</p><p>UNIDADE 1</p><p>2 AGRICULTURA DE PRECISÃO</p><p>A agricultura de precisão é definida, conforme Massruhá et al.(2020, p. 27),</p><p>como:</p><p>[...] conjunto de ferramentas e tecnologias que possibilita ao produtor</p><p>conhecer toda a área para cultivo de maneira mais completa e que</p><p>pode ajudar a aumentar o rendimento da produção, nela o global é</p><p>subdividido em pequenas frações homogêneas para que se alcance</p><p>o máximo de rendimento de acordo com as potencialidades do solo</p><p>e com o mínimo de poluição e degradação, sendo necessário o</p><p>acompanhamento e gerenciamento de um volume muito grande de</p><p>informações que variam no espaço e no tempo.</p><p>Assim sendo, a agricultura de precisão ajuda o produtor e os profissionais a tomarem</p><p>decisões adequadas, através de dados específicos. Com isso, é possível detectar, monitorar</p><p>e manejar a variabilidade espacial e temporal dos sistemas agropecuários para garantir</p><p>resultados satisfatórios (NASCIMENTO et al., 2011; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>52</p><p>A agricultura de precisão engloba conceitos de uso de dados em relação à variabilidade</p><p>ambiental das propriedades buscando aumentar a produtividade, otimizar o uso dos recursos</p><p>e mitigar os impactos ambientais (NASCIMENTO et al., 2011; PITASSI et al., 2014).</p><p>A agricultura de precisão tem por base o conteúdo digital através do proces-</p><p>samento de um volume de dados considerável que é produzido em todas as etapas da</p><p>cadeia produtiva (NASCIMENTO et al., 2011; MASSRUHÁ et al., 2020). Isso significa dados</p><p>desde a pré-produção até a fase de pós-produção. Agora, então, apresentaremos as</p><p>fases de produção e o uso das tecnologias da agricultura de precisão no Quadro 5.</p><p>QUADRO 5 – FASES DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA E A AGRICULTURA DE PRECISÃO</p><p>FASES DESCRIÇÃO</p><p>PRÉ-</p><p>PRODUÇÃO</p><p>Utilização de tecnologias de mineração de dados, computação de alto</p><p>desempenho e modelagem e simulação. Além disso, integra-se, ainda, a</p><p>biotecnologia e a bioinformática, as quais auxiliam na descoberta de genes</p><p>que controlam características complexas e suas funções.</p><p>Essas tecnologias possibilitam avanços que impactam diversas áreas da</p><p>produção animal e vegetal, resultando em produtos mais sustentáveis,</p><p>com melhor qualidade nutricional e segurança.</p><p>PRODUÇÃO</p><p>• A agricultura de precisão e a robótica, juntamente com outras</p><p>tecnologias (sensoriamento remoto, sistema de informação geográfica e</p><p>monitoramento do uso da terra), garantem a utilização de sensores sem</p><p>fio. Os sensores podem estar localizados no solo, na planta, na atmosfera</p><p>ou, ainda, em máquinas e equipamentos. Os sensores atuam em conjunto</p><p>com softwares de análise de dados que garantem um mapeamento</p><p>preciso do campo. O mapeamento assegura:</p><p>• plantio inteligente de sementes;</p><p>• aplicação otimizada de insumos químicos ou biológicos;</p><p>• manejo nutricional e sanitário da cultura.</p><p>• Exemplo da aplicação dos sensores:</p><p>• medem a umidade no solo levam à indicação da necessidade de</p><p>irrigação;</p><p>• capturam informações sobre a colheita e mapear a produtividade de</p><p>cada porção do terreno.</p><p>PÓS</p><p>PRODUÇÃO</p><p>As novas tecnologias proporcionarão a comunicação integrada e</p><p>a automação das atividades nos setores agrícola. Isso garante a</p><p>oportunidade de acompanhar o escoamento da produção desde a</p><p>propriedade até os centros de distribuição, evitando perdas.</p><p>FONTE: Adaptado de Pitassi et al. (2014)</p><p>53</p><p>O tratamento de dados armazenados em diferentes locais e formatos, bem</p><p>como, o uso de estratégias de aprendizagem de máquina, matemática, algoritmos</p><p>computacionais e supercomputadores, garantem o entendimento dos dados de modo</p><p>inovador do ponto de vista do interesse agronômico e da produtividade (PITASSI et al.,</p><p>2014; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>A bioinformática, portanto, surgiu pela necessidade de organização, gerencia-</p><p>mento e visualização de dados biológicos. Isso propiciou o avanço da bioinformática para</p><p>o desenvolvimento de ferramentas de análise, interpretação e modelagem de sequências,</p><p>estruturas, genomas, redes metabólicas, criando uma rede complexa de informações (HE-</p><p>NINNG et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2011; PITASSI et al., 2014; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 24 – INTEGRAÇÃO DA BIOINFORMÁTICA COM OUTRAS ÁREAS DA CIÊNCIA</p><p>FONTE: <http://www.bioinfo.ufpr.br/guia-do-estudante.html> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Atualmente, é possível realizar, através da bioinformática, diferentes análises</p><p>com níveis variados de complexidade (NASCIMENTO et al., 2011; PITASSI et al., 2014;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020). O Quadro 6 representa as ferramentas de tecnologia da</p><p>informação aplicadas aos experimentos de bioinformática.</p><p>QUADRO 6 – FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADAS AOS EXPERIMENTOS DE</p><p>BIOINFORMÁTICA</p><p>FERRAMENTAS OBJETIVOS</p><p>WORKFLOWS</p><p>CIENTÍFICOS</p><p>Gerenciar o compartilhamento de dados e resultados</p><p>de experimentos entre pesquisadores internos e</p><p>externos à organização.</p><p>GRID INFORMATION</p><p>TECHNOLOGY</p><p>(Tecnologia da informação grid)</p><p>Utilizar de modo coordenado os recursos compu-</p><p>tacionais distribuídos em experimentos científicos</p><p>multiorganizacionais.</p><p>MINERAÇÃO DE DADOS</p><p>Integrar informação de fontes diferenciadas bene-</p><p>ficiando a utilização de mineração de dados para</p><p>identificar padrões e estruturas nas bases de dados</p><p>de genes e proteínas.</p><p>54</p><p>SISTEMAS COMPUTACIONAIS DE</p><p>EXPERIMENTAÇÃO E</p><p>VISUALIZAÇÃO</p><p>Apoiar experimentos na area de genômica, proteômica</p><p>e modelagem tridimensional de biomoléculas, com</p><p>grande manipulação de dados e interações efetuadas</p><p>em curto período de tempo.</p><p>TRIAGEM DE ALTA</p><p>TECNOLOGIA</p><p>Acelerar a descoberta de drogas através de sofisti-</p><p>cados softwares de controle, robótica, ótica, instru-</p><p>mentos para manipulação de líquidos e visualização.</p><p>PROTOTIPAÇÃO, SIMULAÇÃO E</p><p>OTIMIZAÇÃO VIRTUAL</p><p>Desenvolver protótipos virtuais de moléculas e</p><p>proteínas em</p><p>experimentos de bioinformática.</p><p>FERRAMENTAS WEB DE</p><p>COLABORAÇÃO VIRTUAL</p><p>Utiliza blogs, wikis e comunidades virtuais na colabo-</p><p>ração voltada aos experimentos de biologia molecular.</p><p>VIRTUAL KNOWLEDGE</p><p>BROKERS (Corretores de</p><p>conhecimento)</p><p>Recorre a infomediários para o acesso ao conheci-</p><p>mento disponível no mercado global de tecnologia.</p><p>FONTE: Adaptado de Pitassi et al. (2014, p. 260)</p><p>A biotecnologia possibilita o desenho de um organismo, assegurando o desen-</p><p>volvimento de máquinas genéticas com novas propriedades e funcionamento. Atua-</p><p>mente, estão surgindo as fazendas digitais ou fazendas inteligentes (HENINNG et al.,</p><p>2009; NASCIMENTO et al., 2011; PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018). Nelas, toda a</p><p>propriedade está massivamente conectada, monitorada e automatizada em uma in-</p><p>fraestrutura totalmente integrada. A agricultura de precisão, por meio dos sensores lo-</p><p>calizados em toda a propriedade e interligados à internet (IoT) produzirão dados em</p><p>grande proporção (Big Data) que precisarão ser filtrados, armazenados (computação em</p><p>nuvem) e analisados (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018).</p><p>Para isso, torna-se necessário o auxílio de algoritmos mais aprimorados através</p><p>de técnicas de inteligência computacional (Analytics) (OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et</p><p>al., 2020). Após a análise, o ciclo é fechado por meio de comandos remotos aos tratores</p><p>e implementos agrícolas que, munidos de sistema de posicionamento global (GPS),</p><p>farão intervenções pontuais somente onde seja necessário, isso significa otimização</p><p>de custo, produção e mitigação do impacto ambiental (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA,</p><p>2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>55</p><p>FIGURA 25 – AGRICULTURA DE PRECISÃO NAS FAZENDAS INTELIGENTES</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2VfUbVm> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>O uso de ferramentas de inteligência artificial é fundamental para processar o</p><p>grande volume e extrair conhecimento relevante que auxilie a tomada de decisão na</p><p>gestão da propriedade (EMBRAPA, 2018). A habilidade de usar as tecnologias digitais para</p><p>converter os dados precisos em conhecimento para apoiar e impulsionar a complexa</p><p>tomada de decisões na propriedade e ao longo da cadeia de valor permitirá a mudança</p><p>da agricultura de precisão para a agricultura de decisão (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA,</p><p>2018; OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>56</p><p>Apesar dos benefícios, a agricultura de precisão possui dificuldades para sua</p><p>implementação. Conforme Embrapa (2018, p. 35):</p><p>As dificuldades que se encontram são o alto custo dos equipamentos</p><p>e a complexidade dos softwares, fazendo com que muitos produtores</p><p>terceirizem para empresas privadas o levantamento das informações</p><p>georreferenciadas. Já os prestadores de serviço em agricultura de</p><p>precisão, apesar da expansão deste mercado, enfrentam dificuldade</p><p>no acesso ao crédito para aquisição dos maquinários e dos equipa-</p><p>mentos, limitando o seu crescimento e restringindo a tecnologia.</p><p>Além das dificuldades de implementação, a agricultura de precisão também</p><p>enfrenta problemas em relação à interpretação de um grande volume de dados e à</p><p>adaptação das tecnologias às diferentes características ambientais existentes no Brasil</p><p>(OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Apesar de a agricultura de precisão requerer</p><p>um alto aporte financeiro, seu custo-benefício é favorável para os produtores rurais,</p><p>já que esta apresenta resultados favoráveis na melhora da produtividade, diminuição</p><p>de custos e maior competitividade com seus concorrentes (AUGUSTO et al., 2012;</p><p>EMBRAPA, 2018; OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>3 OBTENÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES</p><p>O uso de dados e informações para a tomada de decisão adequada, bem como</p><p>a identificação de novas oportunidades de negócio é algo necessário às organizações</p><p>(BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Atualmente, é gerada uma maior quanti-</p><p>dade de dados que contribui com o aumento da complexidade dos ambientes tecno-</p><p>lógicos necessários para lidar com os dados (EMBRAPA 2014; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Entretanto, o grande desafio é a confiabilidade desses dados e as informações como</p><p>fontes para o gerenciamento de negócio (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>A conscientização dos problemas relacionados à falta de confiabilidade dos</p><p>dados e, consequentemente, das informações geradas a partir deles, vem aumentando</p><p>nos últimos anos (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Uma pesquisa envolvendo</p><p>mais de 140 empresas de vários setores e países evidenciou que decisões baseadas em</p><p>dados inúteis resultam em perdas financeiras significativas (APARECIDO et al., 2019;</p><p>FREUND et al., 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020)</p><p>A incorporação da agricultura de precisão está vinculada à capacidade</p><p>de aquisição de dados confiáveis, o que leva necessariamente à necessidade de</p><p>organização dos dados (Data Warehouse-DW) para visualização, processamento,</p><p>análise e/ou disponibilização e tratamento (NICHOLSON, 2004; FORTULAN, GONCALVES</p><p>FILHO, 2005; FAVARETTO, 2007; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). O Data</p><p>Warehouse (DW) teve suas origens na necessidade de integrar dados provenientes de</p><p>diversas origens e, também, na necessidade de gerenciar um grande volume de dados.</p><p>57</p><p>O DW permite que as empresas integrem dados de diversos sistemas e módulos</p><p>distintos, e criem oportunidades de negócio a partir de sua utilização (NICHOLSON, 2004;</p><p>FAVARETTO, 2007; SANTOS, 2015). A vantagem desta tecnologia é o fato de os próprios</p><p>usuários poderem configurar pesquisas específicas através de interface amigável. Sua</p><p>utilização como suporte para a administração de processos possibilita uma mudança da</p><p>configuração de geração e disponibilização dos dados (NICHOLSON, 2004; FORTULAN,</p><p>GONCALVES FILHO, 2005; FAVARETTO, 2007).</p><p>FIGURA 26 – FUNCIONAMENTO DO DATA WAREHOUSE-DW</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ybNvGt> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Um Data Warehouse permite que dados sejam modelados e vistos em múltiplas</p><p>dimensões. Em termos gerais, dimensões são as perspectivas sobre as quais a empresa</p><p>deseja manter informações (DHIMAN, 2012; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Como exemplos, as dimensões podem ser relativas aos produtos, locais de produção,</p><p>tempo e outras (EMBRAPA, 2018). As dimensões possuem atributos (campos) (DHIMAN,</p><p>2012; EMBRAPA, 2018).</p><p>A integração de dados espaciais e temporais dos agroecossistemas podem ser</p><p>tratadas por (DHIMAN, 2012; QUEIRÓS et al., 2014; EMBRAPA, 2018):</p><p>• padrões de representação e comunicação (agroXML, por exemplo);</p><p>• sistemas numa arquitetura computacional distribuída, arquitetura orientada a</p><p>serviço (Service-Oriented Architecture, SOA).</p><p>58</p><p>A arquitetura orientada ao serviço (SOA) é colocada como um caminho para alcançar</p><p>agilidade e flexibilidade para responder ao ambiente competitivo do mercado. Conforme</p><p>Serman (2010, p. 621):</p><p>Assim, definimos que uma arquitetura orientada a serviços como</p><p>um conceito de arquitetura de software formada por componen-</p><p>tes disponíveis através de interfaces genéricas e protocolos pa-</p><p>dronizados e preferencialmente livres de licenças (os serviços),</p><p>concebidos almejando-se o menor nível de dependência possível</p><p>com os sistemas de informação que os consomem e da parte</p><p>técnica do desenvolvimento, estimulando a sua reutilização e</p><p>aproveitamento das funcionalidades já existentes.</p><p>Grid consiste em um elemento técnico que é constituído por linhas verticais e horizontais</p><p>ou quadrados e retângulos. Eles são utilizados para proporcionar uma estrutura de</p><p>construção de peças de design para web ou impressão. O grid tem como principal objetivo</p><p>auxiliar na ordenação, distribuição, alinhamento e dimensão de imagens, textos, formas e</p><p>outros elementos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>Devido à vasta quantidade de dados e informações obtidas, o processamento e</p><p>análise em infraestruturas de alto desempenho computacional, tais como: computação</p><p>em nuvens, grid e processamento paralelo (SANTOS et al., 2012; QUEIRÓS et al.,</p><p>2014; SANTOS, 2015; EMBRAPA, 2018). Estes, entre outros, são utilizados</p><p>para o</p><p>desenvolvimento de um sistema de informação de gestão agrícola automatizado que</p><p>seja confiável (SANTOS et al., 2012; QUEIRÓS et al., 2014; SANTOS, 2015; BOLFE et al.,</p><p>2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>59</p><p>DIFERENTES TIPOS DE GRID</p><p>FONTE: <https://ricardoartur.com.br/1001/tag/grid/> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Atualmente, existem diversas fontes de dados e metodologias de análise</p><p>para geração de informação, elaboradas por inumeras instituições públicas e privadas</p><p>(DHIMAN, 2012; SANTOS et al., 2012; QUEIRÓS et al., 2014; SANTOS, 2015). Essas</p><p>pesquisas, geralmente, são disponibilizadas de modo gratuito (EMBRAPA, 2014; SANTOS,</p><p>2015; EMBRAPA, 2018).</p><p>3.1 PLATAFORMA AGROAPI</p><p>A plataforma AgroAPI fornece dados e modelos agropecuários desenvolvidos</p><p>pela Embrapa, e estes podem ser usados por organizações públicas e privadas, bem</p><p>como startups para o desenvolvimento de softwares, sistemas web e aplicativos móveis</p><p>para o setor agropecuário (EMBRAPA, 2018; FREUND et al., 2019; FERREIRA et al., 2020).</p><p>FIGURA 27 – EXEMPLO DA APLICAÇÃO DO AGOAPI</p><p>FONTE: <https://rmx.net.br/gpsmaster/> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>60</p><p>A vantagem da plataforma é a redução de custo e de tempo (EMBRAPA, 2018).</p><p>O acesso aos dados e modelos é efetuado de modo virtual por meio de Interface de</p><p>Programação de Aplicativos (APIs) (FERRIRA et al., 2020). Isso é possível já que existe um</p><p>conjunto de padrões e linguagens de programação que garantem, de modo automatizado,</p><p>a comunicação entre diferentes sistemas de modo eficaz e seguro (LACERDA, LIMA-</p><p>MARQUES, 2015; EMBRAPA, 2018; FREUND et al., 2019; FERREIRA et al., 2020).</p><p>FIGURA 28 – INTERFACE DE PROGRAMAÇÃO DE APLICATIVOS (APIS)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3BNdoyF>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Outro benefício do AgroAPI é o desenvolvimento de uma rede de oferta e demanda</p><p>de serviços compartilhados, que beneficia as redes de pesquisa e instituições brasileiras,</p><p>tais como: universidades, startups, instituições públicas e privadas (EMBRAPA, 2018; BOLFE</p><p>et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Essas organizações podem tanto acessar os dados e</p><p>sistemas armazenados, bem como disponibilizar dados e sistemas por elas desenvolvidos</p><p>(BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Os produtores, cooperativas e organizações de tecnologia e de transformação</p><p>terão vantagens de toda essa infraestrutura, já que acessarão uma vasta informação</p><p>agregada, analisada e disponibilizada que ajuda de modo adequado na tomada de</p><p>decisão (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Para conhecer mais sobre o AGROAPI, leia os procedimentos de acesso às APIs</p><p>da plataforma AGROAPI. Veja as dicas no UNI a seguir.</p><p>61</p><p>Para criar uma conta para acesso às APIs da plataforma, siga os primeiros</p><p>passos no seguinte link: https://bit.ly/3f21x65.</p><p>DICA</p><p>3.2 BIG DATA</p><p>O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes</p><p>características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes (LUKOIANOVA, RUBIN,</p><p>2014; GANDOMI, HAIDER, 2015; NETO, 2016). As organizações estão gerando um grande</p><p>volume de dados que necessitam de um processo de gestão específico para garantir a</p><p>sua qualidade (GANDOMI, HAIDER, 2015; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro</p><p>digital, considerando que, no setor agrícola determinados registros são indispensáveis,</p><p>tais como (APARECIDO et al., 2019; FREUND et al., 2019):</p><p>• vídeos de geolocalização;</p><p>• características físicas, químicas e biológicas do solo;</p><p>• históricos de consume e disponibilidade dos recursos hídricos;</p><p>• rotação de cultura.</p><p>Os cinco princípios do Big Data estão relacionados ao algoritmo que usa</p><p>uma grande quantidade de informações concretas, coletadas em tempo real e que</p><p>podem gerar conhecimento para tomada de decisão (FREUND et al., 2019; BOLFE et</p><p>al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Esses dados resultam em instruções eficazes para</p><p>os produtores e máquinas, garantindo o uso otimizado de adubos, sementes e outros</p><p>insumos (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 29 – CINCO PRINCÍPIOS DO BIG DATA</p><p>FONTE: <https://blog.neoway.com.br/o-que-e-big-data/> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>62</p><p>QUADRO 7 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO BIG DATA</p><p>PRINCÍPIO DESCRIÇÃO</p><p>VOLUME:</p><p>diz respeito à grande quantidade de dados gerada por organizações,</p><p>usuários e dispositivos.</p><p>VARIEDADE:</p><p>refere-se aos diversos tipos e formatos de dados que são gerados</p><p>e precisam ser suportados pelos ambientes de Big Data.</p><p>VELOCIDADE:</p><p>está relacionada com o tempo de resposta para determinada</p><p>requisição.</p><p>VERACIDADE:</p><p>está relacionada com a qualidade e fidelidade dos dados, ou seja,</p><p>com o grau de precisão e confiabilidade que o dado possui.</p><p>VALOR:</p><p>refere-se à utilidade dos dados e a sua importância dentro de um</p><p>determinado contexto.</p><p>VARIABILIDADE: é a mudança de significado que o dado sofre ao longo do tempo.</p><p>VISUALIZAÇÃO: refere-se à eficácia da forma de apresentação dos dados.</p><p>FONTE: Adaptado de Embrapa (2018); Bolfe et al. (2020)</p><p>A avaliação adequada possibilita a identificação antecipada de ameaças e</p><p>vulnerabilidades e garante ações preventivas para reduzir riscos e evitar prejuízos</p><p>(APARECIDO et al., 2019; FREUND et al., 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al.,</p><p>2020). Considerando que a agricultura de precisão tem por objetivo o gerenciamento</p><p>minucioso da produção agrícola, é fácil compreender que as tecnologias precisam ser</p><p>complementares (MASSRUHÁ et al., 2020). A característica veracidade em ambientes Big</p><p>Data refere-se ao grau de credibilidade dos dados, sendo que estes devem apresentar</p><p>confiabilidade significativa para proporcionar valor e utilidade aos resultados gerados a</p><p>partir deles (LUKOIANOVA, RUBIN, 2014).</p><p>Portanto, todas essas tecnologias citadas ao longo deste Tópico estarão cada vez</p><p>mais presente no setor agrícola. O produtor precisará buscar profissionais capacitados</p><p>para interagir com as ferramentas mais adequadas a sua realidade em campo. O grande</p><p>ponto é que todas essas tendências surgem para possibilitar a sustentabilidade do meio</p><p>ambiente e garantir a agricultura do futuro.</p><p>63</p><p>TECNOLOGIA DESENVOLVIDA POR STARTUP DO AGRO AUXILIA NA PRODUÇÃO</p><p>DE MORANGOS</p><p>O cultivo do morango gera renda para mais de 30 mil famílias brasileiras,</p><p>a maioria agricultores familiares. O mercado da fruta está em expansão, com boa</p><p>demanda junto ao consumidor. Existem diferentes cultivares, mas, em geral, precisam</p><p>de dias ensolarados e noites frias para a produção dos melhores morangos. A planta</p><p>pequena e de raízes curtas é exigente em condições físicas, nutricionais e de mão de</p><p>obra, necessidades que vêm sendo facilitadas pelo uso da tecnologia, uma aliada que</p><p>está mudando a realidade dos cultivos no Sul do país.</p><p>No Rio Grande do Sul, as principais regiões produtoras de morangos são</p><p>o Vale do Caí e a Serra Gaúcha. Em Caxias do Sul, na propriedade do produtor rural</p><p>Fernandes Andreazza, a adoção do uso de um Caderno de Campo Digital – chamado</p><p>Demetra – auxilia nas tomadas de decisão na propriedade, onde são cultivados 120</p><p>mil morangueiros no distrito de Santa Lucia do Piaí. A ferramenta, desenvolvida pela</p><p>startup Elysios Agricultura Inteligente, é uma plataforma digital, em que o agricultor faz,</p><p>de maneira fácil e prática, o registro das atividades do dia a dia nas lavouras por meio de</p><p>um aplicativo no smartphone.</p><p>As frutas, produzidas com o uso de defensivos biológicos, sem agroquímicos,</p><p>têm mercado garantido em grandes redes de supermercados do Rio Grande do Sul,</p><p>Santa Catarina e Paraná. — “Depois de passar orientações para o pessoal na granja, eu</p><p>sei quando estão concluídas porque está tudo no aplicativo e eu vi que já realizaram. O</p><p>Caderno de Campo faz com que a gente tenha registrado tudo o que acontece dentro</p><p>da propriedade, eu consigo monitorar à distância”, explica o produtor rural, que divide</p><p>com dois irmãos a marca Granja Andreazza. Também engenheiro agrônomo, Fernandes</p><p>afirma que planeja</p><p>ampliar uso da tecnologia para o serviço de consultoria, em que presta</p><p>atendimento a outros agricultores. “Vimos que a plataforma é viável e ajuda, tanto nas</p><p>recomendações quanto no monitoramento de pragas e doenças. Pretendo estender</p><p>esse trabalho para os meus clientes”, conta o consultor, que foi um dos precursores do</p><p>cultivo de morangos no município, em 1995.</p><p>Andreazza está ampliando o uso de tecnologia na propriedade. Há menos de</p><p>um mês, instalou o sistema de sensoriamento da Elysios junto aos canteiros. “Quero</p><p>monitorar as condições climáticas das estufas, acredito que o resultado vai ser um</p><p>sucesso”, acredita. O sistema atua de forma inteligente, controlando fatores como</p><p>irrigação, temperatura e umidade, entre outros. Com comunicação integrada em</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>64</p><p>rede, sem fio, também fornece dados precisos de nutrientes do solo, pluviometria e</p><p>molhamento foliar, o sistema sabe a quantidade de nutrientes ideal para a melhor</p><p>produção da planta, desenvolvendo a planta no seu estado ótimo.</p><p>— “Eu acredito que o morango pode ser uma alternativa para propriedades</p><p>pequenas. Uma planta bem cuidada tem produtividade média de 900 gramas a um</p><p>quilo planta/ano. A produção de um bom volume de frutas possibilita à área ser rentável</p><p>economicamente”, aposta.</p><p>Já no Oeste catarinense, a família França cultiva morangos desde 2019. Karine e</p><p>Daniel trocaram as carreiras profissionais, em Curitibanos, pela vida rural, junto aos três</p><p>filhos pequenos. Por indicação do gerente de uma instituição financeira, começaram a</p><p>usar o sistema Demetra na propriedade onde colhem, em média, 700 quilos de morangos</p><p>por semana. “Vemos o aplicativo como um divisor de águas, pois tivemos a possibilidade</p><p>de informatizar a lavoura, colocando os funcionários a serem, também, os alimentadores</p><p>de informação e criando comunicação direta com o nosso agrônomo. Isso faz com que</p><p>a gente possa trabalhar, com mais rapidez, em cima de pragas e doenças. A colheita</p><p>ficou mais precisa, em números, sem falar da rastreabilidade que nos abriu portas em</p><p>supermercados. Isso aumentou a nossa lucratividade, já que tiramos um atravessador”,</p><p>explica a produtora rural Karine França.</p><p>A ex-bancária afirma que fazem o registro das atividades ainda no campo,</p><p>facilitando a rotina na propriedade. “O aplicativo é simples, intuitivo e permite ser</p><p>alimentado off-line com informações, pois na lavoura não pega wi-fi e não temos</p><p>sinal de operadoras em casa. Além disso, os relatórios nos ajudam a tomar decisões,</p><p>como, por exemplo, antecipar as vendas da próxima semana, já que é possível saber a</p><p>colheita, média, que teremos”. Os Morangos França são comercializados diretamente ao</p><p>consumidor e em três supermercados da região.</p><p>O Caderno de Campo Digital Demetra foi desenvolvido pela Elysios Agricultura</p><p>Inteligente, startup - ou agtech, como são chamadas as startups do agro – com sede</p><p>em Porto Alegre que está no mercado há cinco anos. — “Insumos utilizados, horas</p><p>trabalhadas e vendas realizadas naquela safra, tudo fica registrado de forma simples e</p><p>é possível comparar com as anteriores, ele facilita isso. Para o próximo ano, o produtor</p><p>só tem que renovar a safra e ir atualizando o sistema, não precisa criar tudo novamente.</p><p>Com o Caderno de Campo isso não era possível”, explica Luiz Fernando Rauber Albé,</p><p>líder de agrotecnologia da Elysios. E explica a versatilidade da plataforma: “O aplicativo</p><p>foi desenvolvido e pensado junto com produtores de hortaliças e frutíferas. Com isso,</p><p>conseguimos deixá-lo abrangente e ter configurações no sistema que o tornam versátil</p><p>e rápido, com as configurações necessárias a cada cultivo. Seja por divisão de áreas, de</p><p>plantações, quadras ou estufas. Então, ele consegue ter toda essa divisão correta dos</p><p>cultivos para, ao final, ter uma análise correta daquela safra”.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3laFoWS>. Acesso em: 6 jul. 2021.</p><p>65</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Os produtores rurais buscam o aperfeiçoamento dos métodos em suas propriedades</p><p>para aumentar a produtividade das colheitas. A inovação tecnológica é um dos</p><p>fatores responsáveis pelos ganhos de produtividade e sustentabilidade no setor</p><p>agrícola. A inovação é decisiva para manter a competitividade em um mercado</p><p>global.</p><p>• A agricultura de precisão ajuda o produtor e os profissionais a tomarem decisões</p><p>adequadas através de dados específicos. Com isso, é possível detectar, monitorar</p><p>e manejar a variabilidade espacial e temporal dos sistemas agropecuários para</p><p>garantir resultados satisfatórios.</p><p>• A agricultura de precisão tem por base o conteúdo digital através do processamento</p><p>de um volume de dados considerável que é produzido em todas as etapas da cadeia</p><p>produtiva.</p><p>• A bioinformática surgiu através da necessidade de organização, gerenciamento,</p><p>visualização de dados biológicos. Isso propiciou o avanço da bioinformática para</p><p>o desenvolvimento de ferramentas de análise, interpretação e modelagem de</p><p>sequências, estruturas, genomas, redes metabólicas, criando uma rede complexa</p><p>de informações.</p><p>• A biotecnologia possibilita o desenho de um organismo, assegurando o</p><p>desenvolvimento de máquinas genéticas com novas propriedades e funcionamento.</p><p>Atuamente, estão surgindo as fazendas digitais ou fazendas inteligentes.</p><p>• O uso de ferramentas de inteligência artificial é fundamental para processar o</p><p>grande volume e extrair conhecimento relevante que auxilie a tomada de decisão</p><p>na gestão da propriedade.</p><p>• O uso de dados e informações para a tomada de decisão adequada, bem como a</p><p>identificação de novas oportunidades de negócio é algo necessário às organizações.</p><p>• A incorporação da agricultura de precisão está vinculada a capacidade de aquisição</p><p>de dados confiáveis, o que leva à necessidade de organização dos dados (Data</p><p>Warehouse-DW) para visualização, processamento, análise e/ou disponibilização e</p><p>tratamento.</p><p>• O DW permite que as empresas integrem dados de diversos sistemas e módulos</p><p>distintos e criem oportunidades de negócio a partir de sua utilização.</p><p>66</p><p>• A plataforma AgroAPI fornece dados e modelos agropecuários desenvolvidos pela</p><p>Embrapa, e estes podem ser usados por organizações públicas e privadas, bem</p><p>como, startups para o desenvolvimento de softwares, sistemas web e aplicativos</p><p>móveis para o setor agropecuário.</p><p>• O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes</p><p>características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes. O maior</p><p>diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro digital,</p><p>sendo que, no setor agrícola, determinados registros são indispensáveis.</p><p>67</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A agricultura de precisão tem por base o conteúdo digital através do processamento</p><p>de um volume de dados considerável que é produzido em todas as etapas da cadeia</p><p>produtiva (NASCIMENTO et al., 2011; MASSRUHÁ et al., 2020). Isso significa dados</p><p>desde a pré-produção até a fase de pós-produção.</p><p>FONTE: NASCIMENTO, M.; SAFADI, T.; SILVA, F. F. Aplicação</p><p>da análise de agrupamento de dados de expressão gênica</p><p>temporal a dados em painel. Pesquisa Agropecuária</p><p>Brasileira, Brasília, v. 46, n. 11, p. 1489-1495, 2011.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>Considerando esta afirmação, faça uma tabela com as fases da produção agrícola e a</p><p>agricultura de precisão.</p><p>2 A bioinformática surgiu através da necessidade de organização, gerenciamento, visuali-</p><p>zação de dados biológicos. Isso propiciou o avanço da bioinformática para o desenvolvi-</p><p>mento de ferramentas de análise, interpretação e modelagem de sequências, estruturas,</p><p>genomas, redes metabólicas, criando uma rede complexa de informações (HENINNG et</p><p>al., 2009; NASCIMENTO et al., 2011; PITASSI et al., 2014; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FONTE: HENINNG, F. A. et al. Predição in silico de marcadores</p><p>microssatélites relacionados ao tegumento de sementes de</p><p>soja. Revista Brasileira de Sementes,</p><p>São Paulo, v. 31, n. 4,</p><p>p. 49-56, 2009.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>NASCIMENTO, M.; SAFADI, T.; SILVA, F. F. Aplicação da análise</p><p>de agrupamento de dados de expressão gênica temporal</p><p>a dados em painel. Pesquisa Agropecuária Brasileira,</p><p>Brasília, v. 46, n. 11, p. 1489-1495, 2011.</p><p>PITASSI, C.; GONCALVES, A. A.; MORENO JUNIOR, V. A.</p><p>Fatores que influenciam a adoção de ferramentas de TIC</p><p>nos experimentos de bioinformática de organizações</p><p>biofarmacêuticas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de</p><p>Janeiro, v. 19, n. 1, p. 257-268, 2014.</p><p>Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) O tratamento de dados armazenados em diferentes formatos, bem como somente</p><p>o uso de estratégias de aprendizagem de máquina favorecem a agricultura digital.</p><p>b) ( ) É possível realizar, através da informática, diferentes análises com níveis variados</p><p>de complexidade.</p><p>c) ( ) A bioinformática ajuda a desenvolver protótipos virtuais de moléculas e proteínas</p><p>em experimentos.</p><p>68</p><p>d) ( ) A bioinformática a possibilita o desenho de um organismo, assegurando o</p><p>desenvolvimento de máquinas genéticas e moleculares com novas propriedades</p><p>e funcionamento.</p><p>3 O uso de dados e informações para a tomada de decisão adequada, bem como a iden-</p><p>tificação de novas oportunidades de negócio é algo necessário às organizações (BOLFE</p><p>et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Atualmente, é gerada uma maior quantidade de</p><p>dados que contribuem com o aumento da complexidade dos ambientes tecnológicos</p><p>necessários para lidar com os dados (EMBRAPA 2014; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2014-2034: o futuro do</p><p>desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2014.</p><p>BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil: tendências,</p><p>desafios e oportunidades: resultados de pesquisa on-line.</p><p>Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) A incorporação da agricultura de precisão está vinculada à capacidade de aquisição de</p><p>dados confiáveis, que leva à necessidade de organização dos dados (Data Warehouse-</p><p>DW) para visualização, processamento, análise e/ou disponibilização e tratamento.</p><p>( ) O Data Warehouse permite que as empresas integrem dados homogeneos de sistemas</p><p>e módulos distintos e criem oportunidades de negócio a partir de sua utilização</p><p>( ) A vantagem desta tecnologia é o fato de os próprios usuários poderem configurar</p><p>pesquisas específicas, através de interface amigável.</p><p>( ) A utilização como suporte para a administração de processos possibilita uma</p><p>mudança da configuração de geração e disponibilização dos dados.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes ca-</p><p>racterísticas, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes (LUKOIANOVA, RUBIN,</p><p>2014; GANDOMI, HAIDER, 2015; NETO, 2016). As organizações estão gerando um grande</p><p>volume de dados que necessitam de um processo de gestão específico para garantir a</p><p>sua qualidade (GANDOMI, HAIDER, 2015; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FONTE: BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil:</p><p>tendências, desafios e oportunidades: resultados de pesquisa</p><p>on-line. Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>69</p><p>GANDOMI, A.; HAIDER, M. Beyond the hype: Big data</p><p>concepts, methods, and analytics. International Journal of</p><p>Information Management, [S.l.], v. 35, n. 2, p. 137-144, 2015.</p><p>LUKOIANOVA, T.; RUBIN, V. L. Veracity roadmap: Is big data</p><p>objective, truthful and credible? Advances in Classification</p><p>Research On-line, [S.l.], v. 24, p. 4-15, 2014.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>NETO, A. B. O. Desafios de segurança e privacidade em</p><p>Big Data. IBM developerWorks. 13 mar. 2016.</p><p>Considerando esta afirmação, descreva os cinco princípios do Big Data.</p><p>5 A avaliação adequada possibilita a identificação antecipada de ameaças e vulnerabi-</p><p>lidades e garante ações preventivas para reduzir riscos e evitar prejuízos (APARECIDO</p><p>et al., 2019; FREUND et al., 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Consi-</p><p>derando que a agricultura de precisão tem por objetivo o gerenciamento minucioso</p><p>da produção agrícola, é fácil compreender que as tecnologias precisam ser comple-</p><p>mentares (MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FONTE: APARECIDO, L. E. O. et al. Acurácia da Reanálise ERA-</p><p>Interim do ECMWF e sua Aplicação na Estimativa da Deficiência</p><p>Hídrica no Estado do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de</p><p>Meteorologia, São José dos Campos, v. 34, n. 4, p. 515-528, 2019.</p><p>BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil: tendências,</p><p>desafios e oportunidades: resultados de pesquisa on-line.</p><p>Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>FREUND, G. P. et al. Mecanismos tecnológicos de segurança</p><p>da informação no tratamento da veracidade dos dados em</p><p>ambientes Big Data. Revista Perspectivas em Ciência da</p><p>Informação, Belo Horizonte, v. 24, n. 2, p. 124-142, abr./jun. 2019.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>Considerando esta afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Os produtores, cooperativas, e organizações de tecnologia e de transformação</p><p>terão vantagens de toda essa infraestrutura, já que acessarão uma pequena</p><p>quantidade de informação disponível.</p><p>b) ( ) Atualmente, existem poucas fontes de dados e metodologias de análise para</p><p>geração de informação, elaboradas por inúmeras instituições públicas e privadas.</p><p>c) ( ) Devido à vasta quantidade de dados e informações obtidas, o processamento</p><p>e análise em infraestruturas de alto desempenho computacional, tais como:</p><p>computação em nuvens, grid e processamento paralelo.</p><p>d) ( ) A conscientização dos problemas relacionados à falta de confiabilidade dos dados</p><p>e consequentemente das informações geradas a partir deles, vem reduzindo nos</p><p>últimos anos.</p><p>70</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALVES, E. Nosso problema de difusão de tecnologia. Revista de Política Agrícola,</p><p>Brasília, ano XXI, n. 1, p. 3-4, mar. 2012.</p><p>APARECIDO, L. E. O. et al. Acurácia da Reanálise ERA-Interim do ECMWF e sua Aplicação</p><p>na Estimativa da Deficiência Hídrica no Estado do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de</p><p>Meteorologia, São José dos Campos, v. 34, n. 4, p. 515-528, 2019.</p><p>AUGUSTO, C. A. et al. A influência da inovação tecnológica na competitividade e nas</p><p>relações de trabalho em usinas de açúcar e álcool paranaenses. Organizações Rurais</p><p>& Agroindustriais, Lavras, v. 14, n. 1, p. 1-14, 2012.</p><p>BARROS NETO, J. P.; FENSTERSEIFER, J. E.; FORMOSO, C. T. Os critérios competitivos</p><p>da produção: um estudo exploratório na construção de edificações. Revista de</p><p>Administração Contemporânea, Maringá, v. 7, n. 1, p. 67-85, 2003.</p><p>BATISTA, A. V. A. et al. Multifunctional Robot at low cost for small farms. Ciência Rural,</p><p>Santa Maria, v. 47, n. 7, p. 1-5, 2017.</p><p>BECHAR, A.; VIGNEAULT, C. 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Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>76</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>77</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>O QUE É GEOPROCESSAMENTO?</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>As transformações em nível mundial em decorrência dos avanços tecnológicos</p><p>vêm proporcionando uma nova opção para a disseminação das informações (FREITAS,</p><p>2006). Com isso, é possível observar a influência das inovações tecnológicas em nossa</p><p>sociedade através de acesso a informações via rede mundial de computadores, bem</p><p>como por meio de ações simples como uma operação bancária realizada via dispositivo</p><p>móvel (WERTHEIM, 2001; KATUTA, 2005; FREITAS, 2006).</p><p>Nesse sentido, a tecnologia vem influenciando, ainda, a forma como a humani-</p><p>dade observa o seu espaço físico, já que existem aplicativos que possibilitam uma na-</p><p>vegação pelo espaço geográfico (OLIVEIRA, 1993; SANTOS et al., 1999). Esses aplicativos</p><p>representam de modo sistematizado por meio de imagens o espaço representado em</p><p>suas diferentes escalas. Isso assegura ao usuário um maior realismo em sua pesquisa,</p><p>podendo levantar informações sobre o relevo, a rede hidrográfica, a cobertura florestal,</p><p>a rede viária, entre outras informações (OLIVEIRA, 1993; SANTOS et al., 1999; WERTHEIM,</p><p>2001; FREITAS, 2006).</p><p>Segundo Freitas (2006), a observação e a representação do espaço terrestre</p><p>são fatores relevantes na organização e desenvolvimento social e econômico.</p><p>Conhecimentos sobre a distribuição espacial dos núcleos urbanos e rurais, os recursos</p><p>naturais e infraestrutura instalada, são considerados informações básicas para traçar</p><p>de modo adequado o desenvolvimento regional (OLIVEIRA, 1993; SANTOS et al., 1999).</p><p>Desse modo, neste Tópico, compreenderemos o que é a cartografia e seus</p><p>elementos, bem como a sua influência sobre o processo de desenvolvimento agrícola.</p><p>Além disso, iniciaremos os estudos sobre os Sistemas de Informações Geográficas (SIG).</p><p>Então, vamos lá!</p><p>2 CARTOGRAFIA</p><p>A cartografia representa a superfície terrestre na forma de mapas e plantas,</p><p>sendo que, para essas representações, o homem desenvolveu metodologias e conceitos</p><p>para compreender o que observava nesses documentos (OLIVEIRA, 1993; SANTOS et al.,</p><p>1999; GIOTTO et al., 2013). Conforme Giotto et al. (2013, p. 15):</p><p>O objeto da Cartografia consiste em reunir e analisar dados das diver-</p><p>sas regiões da terra, e representar graficamente em escala reduzida, os</p><p>elementos da configuração que possam ser claramente visíveis. Para</p><p>78</p><p>pôr em evidência a configuração da superfície terrestre, o instrumento</p><p>principal do cartógrafo é o mapa, mas, outras representações, tais como</p><p>modelos de relevo, globos, fotografias aéreas, imagens de satélite e car-</p><p>togramas, são assuntos próprios para serem tratados em Cartografia.</p><p>Os mapas são essenciais para o avanço da civilização moderna, considerando</p><p>que a produção de mapas cresce de modo proporcional ao crescimento da população</p><p>(ROSA, 2013; EMBRAPA, 2014). O processo de elaboração dos mapas é antigo e precede</p><p>a escrita, o que pode ser comprovado com o fato de que exploradores primitivos</p><p>desenvolveram a habilidade para traçar mapas mesmo sem dominar a escrita (SANTOS</p><p>et al., 1999; GIOTTO et al., 2013).</p><p>Em 25 de abril de 1507, o mapa mundi “Universalis Cosmographia” de Martin</p><p>Waldseemûller, apresentou pela primeira vez o nome América para nomear as terras</p><p>descobertas por Cristóvão Colombo (FIGURA 1) (OLIVEIRA, 1993; SANTOS et al., 1999;</p><p>GIOTTO et al., 2013).</p><p>FIGURA 1 – MAPA MUNDI “UNIVERSALIS COSMOGRAPHIA” DE MARTIN WALDSEEMÛLLER (1507)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3eA6brC>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Ocorreu, na última década, uma intensa discussão, internacionalmente, a</p><p>respeito de definições básicas em Cartografia. Em 1964, a Associação Cartográfica</p><p>Internacional (ACI) estabeleceu uma Comissão, que resultou na publicação do Dicionário</p><p>Multilíngue de Termos Técnicos em Cartografia (GIOTTO, 2013).</p><p>79</p><p>A Associação Cartográfica Internacional (ACI) foi fundada em 9 de junho de 1959, na</p><p>cidade de Berna, na Suíça. As conferências preparatórias, durante as quais sua fundação</p><p>foi discutida, foram realizadas de 1956 a 1959: a conferência Esselte, Estocolmo, 1956; a</p><p>conferência Rand McNally, Chicago, 1957; e a conferência DGfK, Mainz (Alemanha) 1958. A</p><p>primeira Assembleia Geral foi realizada em Paris em 1961, e foi também nessa altura que os</p><p>estatutos foram aceitos. Conferências posteriores foram realizadas em todo o mundo, da</p><p>Índia (Delhi, 1968) a África do Sul (Durban 2003), da Itália (Stresa, 1970) ao México (Morelia,</p><p>1987), da Austrália (Perth, 1984) a China (Pequim 2001) e em muitos outros locais.</p><p>Ao longo de seus 50 anos de história, o ICA reuniu pesquisadores, agências go-</p><p>vernamentais de mapeamento, editoras cartográficas comerciais, desenvolve-</p><p>dores de software, educadores, cientistas da Terra e do meio ambiente e aque-</p><p>les com uma paixão por mapas. O mundo cartográfico mudou significativamente</p><p>desde 1959, o papel e o impacto do ICA têm sido constantes.</p><p>Você pode acessar o site: https//icaci.org/ e estudar os artigos publicados, e,</p><p>ainda, acessar inúmeros mapas e referencias na área da cartografia.</p><p>IMPORTANTE</p><p>A qualidade das informações usadas para analisar os fenômenos que acontecem</p><p>na superfície terrestre é essencial para elaborar as representações da realidade para</p><p>garantir uma base adequada na tomada de decisão (MEDEIROS; SOUZA, 2008; PELUZIO</p><p>et al., 2013). Desse modo, os produtos da cartografia fornecem subsídios para a tomada</p><p>de decisão (PELUZIO et al., 2013). Por isso, agora, conheceremos alguns conceitos</p><p>importantes da cartografia para o entendimento deste Tópico, bem como dos próximos</p><p>tópicos desta Unidade, para que você consiga compreender a importância desses</p><p>produtos. Os conceitos mais importantes são:</p><p>• Globo – representação cartográfica de uma superfície esférica, em escala menor,</p><p>considerando os aspectos naturais e artificiais do planeta, com o objetivo cultural</p><p>e ilustrativo (CARVALHO; ARAÚJO, 2009; GIRARDI, 2009). Conforme Carvalho e</p><p>Araújo (2009, p. 2)</p><p>O primeiro globo terrestre de que se tem notícia deve-se a Crates</p><p>de Malo (160 a.C.), cartógrafo, filósofo e gramático, diretor da</p><p>Biblioteca de Pérgamo. Ele representou a Terra em um globo, no</p><p>qual incorporou os continentes, formando quatro “ilhas” separadas</p><p>pelas águas oceânicas. No globo de Crates de Malo aparece pela</p><p>primeira vez a ideia de antípodas, ou seja, pontos que, no globo,</p><p>estão diametralmente opostos. Este é um conceito que, por si só, já</p><p>provaria àquela época a tão discutida “esfericidade” do planeta Terra.</p><p>80</p><p>FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO GLOBO TERRESTRE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2WtpEUS>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DE UM MODELO DE MAPA DE CLIMA DA REGIÃO SUL DO BRASIL</p><p>• Mapa – é considerado como uma representação de uma imagem em escala, geral-</p><p>mente, pequena de um determinado território. No mapa, são mostrados os aspectos</p><p>geográficos, naturais, culturais, bem como os artificiais de um espaço físico. Os ma-</p><p>pas têm como função auxiliar o entendimento de conceitos, situações, processos e</p><p>fatos que afetam o espaço terrestre (FIGURA 3) (FONSECA, 2007; GIRARDI, 2009).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ycHGZg>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>81</p><p>FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DE UMA CARTA</p><p>• Carta – é</p><p>.......................................................................................................... 42</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 45</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................47</p><p>TÓPICO 3 - AGRICULTURA DO FUTURO ............................................................................. 51</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 51</p><p>2 AGRICULTURA DE PRECISÃO .......................................................................................... 51</p><p>3 OBTENÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES ....................................................................... 56</p><p>3.1 PLATAFORMA AGROAPI .....................................................................................................................59</p><p>3.2 BIG DATA ................................................................................................................................................61</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 63</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 65</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................67</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................................70</p><p>UNIDADE 2 — GEOPROCESSAMENTO E A AGRICULTURA .................................................75</p><p>TÓPICO 1 — O QUE É GEOPROCESSAMENTO? ................................................................... 77</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 77</p><p>2 CARTOGRAFIA .................................................................................................................. 77</p><p>3 GPS E OS COMPONENTES DO SISTEMA ......................................................................... 89</p><p>3.1 COMPONENTES DO SISTEMA ..........................................................................................................90</p><p>4 CONCEITOS BÁSICOS DE GEOPROCESSAMENTO ........................................................ 93</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................97</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................99</p><p>TÓPICO 2 - COMPONENTES DO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) .......103</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................103</p><p>2 COMPONENTES DO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA .................................103</p><p>2.1 HARDWARE E SISTEMA OPERACIONAL ......................................................................................105</p><p>2.2 SOFTWARE DE APLICAÇÃO (SIG) .................................................................................................. 107</p><p>2.2.1 Entrada de dados, atualização e conversão .................................................................... 107</p><p>2.2.2 Gerenciamento de dados ......................................................................................................111</p><p>2.2.3 Análise e manipulação de dados ........................................................................................112</p><p>2.2.4 Saída e apresentação dos dados .......................................................................................115</p><p>2.2.5 Banco de dados .......................................................................................................................115</p><p>2.2.6 Estruturas de banco de dados ............................................................................................116</p><p>3 A IMPORTÂNCIA DO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS ............................................. 118</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 119</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 121</p><p>TÓPICO 3 - GEOPROCESSAMENTO E OS DADOS .............................................................125</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................125</p><p>2 AQUISIÇÃO DE DADOS ...................................................................................................125</p><p>3 GPS .................................................................................................................................. 131</p><p>4 FONTES DE ERROS E QUALIDADE DOS DADOS ............................................................132</p><p>5 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS .........................................................................134</p><p>6 MODELAGEM ESPACIAL .................................................................................................135</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 137</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................142</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 144</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 147</p><p>UNIDADE 3 — AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E INTELIGENTE ........................................153</p><p>TÓPICO 1 — AGRICULTURA SUSTENTÁVEL ......................................................................155</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................155</p><p>2 IMPACTOS DA AGRICULTURA SOBRE OS RECURSOS NATURAIS ...............................155</p><p>3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA ..............................................160</p><p>3.1 TRANSIÇÃO DO MODELO AGROQUÍMICO PARA O AGROECOLÓGICO ................................... 163</p><p>4 TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA</p><p>SUSTENTÁVEL ................................................................................................................166</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................168</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................169</p><p>TÓPICO 2 - INOVAÇÃO TECNOLOGICA E A SUSTENTABILIDADE ................................... 173</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173</p><p>2 INOVAÇÕES TECNOLOGICAS SUSTENTÁVEIS NA AGRICULTURA .............................. 173</p><p>2.1 MICRORGANISMOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO PARA AS PLANTAS ....................... 175</p><p>2.2 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL ................................................................................. 179</p><p>2.3 SEMENTES CRIOULAS NA PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE ........................................180</p><p>2.4 PLANTIO DIRETO ..............................................................................................................................181</p><p>2.5 ADUBAÇÃO VERDE ..........................................................................................................................181</p><p>2.6 BIOFERTILIZANTE ............................................................................................................................182</p><p>2.7 MELHORAMENTO GENÉTICO .........................................................................................................182</p><p>considerada como a representação no plano, tanto em escala média</p><p>quanto em escala grande, dos aspectos artificiais e naturais de um determinado</p><p>território, subdividido em folhas demarcadas por linhas convencionais (paralelos</p><p>e meridianos). O objetivo é garantir a avaliação das particularidades, com grau de</p><p>precisão, considerando a escala escolhida (CRAMPTON; KRYGIER, 2006; FONSECA,</p><p>2007; GIRARDI, 2009) (FIGURA 4).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2Viw34I>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>• Planta – é um caso particular de carta. Isso significa que é uma representação que</p><p>restringe uma área muito limitada com um maior detalhamento das informações</p><p>(FIGURA 5) (GIRARDI, 2009).</p><p>82</p><p>FIGURA 5 – PLANTA DE UMA PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM MEIO URBANO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3l43SkJ>. Acesso em: 19 jul. 2021.</p><p>• Fotografia aérea – obtida ao nível suborbital, muito usada para a elaboração e atualiza-</p><p>ção de documentos cartográficos (FIGURA 6) (BORGES; PFEIFER; DEMATTE, 1993; DE-</p><p>MATTE et al., 2012). A fotointerpretação é usada como técnica de auxílio para o levanta-</p><p>mento, caracterização e distribuição espacial de solos agrícolas (DEMATTE et al., 2012).</p><p>FIGURA 6 – FOTOGRAFIA AÉREA DE UM ESPAÇO AGRÍCOLA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3yadJcD>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>• Mosaico – representa o conjunto de fotos de uma determinada área do espaço ge-</p><p>ográfico, recortadas e montadas a partir de um bloco de fotografias com superpo-</p><p>sição. O mosaico digital é obtido a partir de imagens retificadas diferencialmente</p><p>(FIGURA 7) (MAURANO et al., 2019). Os mosaicos aéreos geralmente são divididos</p><p>em três classes: controlados, semi-controlados e não controlados (DEMATTE et al.,</p><p>2012; MAURANO et al., 2019).</p><p>83</p><p>FIGURA 7 – MOSAICO ESPAÇO AGRÍCOLA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2THKXB2>. Acesso em: 23 jul. 2021.</p><p>• Ortofotocarta – é uma fotografia que resulta de um processo de mudança a partir de</p><p>uma foto original, sendo uma perspectiva central do terreno e uma projeção ortogonal</p><p>sobre um plano, podendo ter informações planimétricas (FIGURA 8) (PELUZIO et al.,</p><p>2013). Para elaborar uma ortofoto, são necessários tais componentes básicos: uma</p><p>imagem analógica ou digital; parâmetros de orientação interior e exterior da câmara;</p><p>e um MDT (Modelo Digital do Terreno) da área (DOS SANTOS et al., 2000; GIRARDI,</p><p>2009; PELUZIO et al., 2013).</p><p>FIGURA 8 – ORTOFOTOCARTA INFRAVERMELHA COLORIDA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3iTFGip>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>84</p><p>• Fotoíndice – representa uma montagem por superposição das fotografias. Geral-</p><p>mente a escala do fotoíndice é reduzida de três a quatro vezes em relação a escala</p><p>de vôo (FIGURA 9) (DOS SANTOS et al., 2000; PELUZIO et al., 2013).</p><p>FIGURA 9 – IMAGEM DE FOTOÍNDICE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2Vhdyxi>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 10 – IMAGEM DE SATÉLITE</p><p>• Imagem de Satélite – são considerados produtos obtidos ao nível orbital, sendo</p><p>muito usados para elaboração de documentos cartográficos em diferentes escalas</p><p>(FIGURA 10) (CAMPOS et al., 2004; MEDEIROS; SOUZA, 2008; PELUZIO et al., 2013).</p><p>Conforme Campos et al. (2004, p. 432):</p><p>As imagens de satélite, em forma digital ou papel, são muito impor-</p><p>tantes e úteis, pois permitem avaliar as mudanças ocorridas na pai-</p><p>sagem de uma região e num dado período, registrando a cobertura</p><p>vegetal em cada momento.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3BT5gge>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>85</p><p>FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE DA TERRA</p><p>• Coordenadas geográficas – para localizar cada ponto da superfície da Terra, foi</p><p>elaborado um sistema de linhas imaginárias, ou seja, o Sistema de Coordenadas</p><p>Geográficas. A coordenada geográfica de um determinado ponto da superfície</p><p>da Terra é obtida pela interseção de um meridiano e um paralelo, sendo que os</p><p>meridianos são linhas imaginárias que cortam a superfície terrestre no sentido</p><p>norte-sul, ligando um polo ao outro. Já os paralelos são linhas imaginárias que</p><p>circulam a Terra no sentido leste-oeste. Os paralelos e meridianos são definidos por</p><p>suas dimensões de latitude (a distância, em graus, da linha do Equador até o paralelo</p><p>de um determinado lugar) e longitude (a distância, em graus, entre o meridiano de</p><p>origem e o meridiano local) respectivamente (FIGURA 11) (OLIVEIRA, 1993; KATUTA,</p><p>2005; WERTHEIM, 2001; FREITAS, 2006).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3f17XCf>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>• Altitude – todas as altitudes são contadas a partir do nível médio dos mares,</p><p>determinado por medições feitas pelos marégrafos em diferentes pontos do litoral.</p><p>Nos mapas, a altitude é representada por uma escala de cores que varia do azul</p><p>(baixas altitudes) ao marrom e vermelho (altitudes mais elevadas) (FIGURA 12)</p><p>(OLIVEIRA, 1993; KATUTA, 2005; WERTHEIM, 2001; FREITAS, 2006).</p><p>86</p><p>FIGURA 12 – MAPA DE ALTITUDE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3BOxW9Q> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 13 – PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS</p><p>• Projeção cartográficas – as projeções cartográficas são classificadas considerando a</p><p>superfície de projeção e podem ser projeções planas, cônicas ou cilíndricas (FIGURA</p><p>13) (OLIVEIRA, 1993; KATUTA, 2005; WERTHEIM, 2001; FREITAS, 2006).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3i52rka> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>• Escala – a escala representa a relação entre a medida de uma porção territorial</p><p>representada no papel e sua medida real na superfície terrestre. A definição das</p><p>escalas ocorre conforme os temas representados nos mapas. A escala pode ser</p><p>representada numérica ou graficamente. A escala numérica indica a relação entre</p><p>as dimensões do espaço real e do espaço representado, por meio de uma proporção</p><p>numérica. Já a escala gráfica é a representação gráfica de distâncias do terreno</p><p>sobre uma linha reta graduada ( (OLIVEIRA, 1993; KATUTA, 2005; WERTHEIM, 2001;</p><p>FREITAS, 2006).</p><p>Veja as dicas de leitura no UNI abaixo!</p><p>87</p><p>A cartografia é um assunto amplo, então, você pode aprofundar seus conhecimentos acessando</p><p>o link: https://bit.ly/3i8QIRJ. Você terá toda noção básica sobre a cartografia!</p><p>Você ainda pode acessar o link https://bit.ly/373gznN e visualizar uma barra virtual sobre o</p><p>processo evolutivo da cartografia e a sua importância.</p><p>IMPORTANTE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/373gznN>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>O processo de desenvolvimento de um documento cartográfico é considerado</p><p>bastante complexo (CAMPOS et al., 2004; MEDEIROS; SOUZA, 2008; PELUZIO et al.,</p><p>2013). Isso significa que a elaboração de um mapa é explorar o plano entre todos os</p><p>elementos de um mesmo componente da informação (MEDEIROS; SOUZA, 2008;</p><p>PELUZIO et al., 2013).</p><p>As dimensões do plano identificam a posição do lugar, ou seja, a latitude</p><p>e longitude do mapa (CAMPOS et al.., 2004). É preciso, então, pensar nas fases da</p><p>construção do mapa a partir da seleção do tema, ou seja, esta fase depende do contexto</p><p>no qual será inserido o documento (OLIVEIRA, 1993; FREITAS, 2006; GIRARDI, 2009;</p><p>PELUZIO et al., 2013).</p><p>O conteúdo informativo dos mapas é geralmente similar em todo o mundo,</p><p>porém a confiabilidade e a exatidão dos mapas publicados variam dentro da mesma</p><p>série de mapas em decorrência das variações na qualidade do material-fonte (FREITAS,</p><p>2006; GIRARDI, 2009; PELUZIO et al., 2013). Conforme Girardi (2009, p. 151).</p><p>Em seu modelo de transmissão da informação cartográfica, Kolacny</p><p>identifica como o início e o fim do processo a Realidade, ou melhor,</p><p>a intersecção das esferas do que chama "Realidade do Cartógrafo" e</p><p>"Realidade do Usuário do Mapa". A eficácia do mapa relaciona-se dire-</p><p>tamente com o tamanho da intersecção dessas esferas. A busca pela</p><p>88</p><p>máxima intersecção seria, então, o desejo do cartógrafo. Para alcançá-</p><p>-la todas as dimensões que afetam tanto o cartógrafo como o usuário</p><p>do mapa devem ser levadas em consideração. O modelo de Kolácny, ao</p><p>trazer as condições do usuário como componente do processo comu-</p><p>nicativo, ampliou o acesso do usuário à informação mapeada.</p><p>FIGURA 14 – REALIDADE DO USUÁRIO DO MAPA</p><p>FONTE: Girardi (2009, p. 152)</p><p>O formato da Terra é definido como geoide, ou seja, uma superfície irregular que não</p><p>representa uma esfera</p><p>(SANTOS; ESCOBAR, 2000; MATOS et al., 2012). Isso significa que</p><p>sobre essa superfície o potencial do campo da gravidade é constante (SANTOS; ESCOBAR,</p><p>2000). O geoide é uma superfície com características físicas complexas, por isso, os</p><p>cartógrafos usam a figura geométrica matematicamente definida que mais se aproximasse</p><p>do geoide, isso facilita e possibilita a realização de cálculos relacionados a superfície</p><p>terrestre (MATOS et al., 2012). Conforme Santos e Escobar (2000, p. 50):</p><p>O conhecimento do campo da gravidade terrestre é funda-</p><p>mental como instrumento para a determinação das dimen-</p><p>sões e forma da Terra, assim como nos fornece subsídios para</p><p>investigações acerca de seu comportamento dinâmico.</p><p>IMPORTANTE</p><p>89</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3C10wXV>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>3 GPS E OS COMPONENTES DO SISTEMA</p><p>O Global Positioning System (GPS) é um sistema de radionavegação que tem</p><p>por base o satélite desenvolvido e controlado pelo departamento de defesa dos Estados</p><p>Unidos da América (EUA) (REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; ROCHA; MARQUES;</p><p>GALERA., 2015; FARIA et al., 2018). O GPS foi o primeiro sistema totalmente à disposição</p><p>dos usuários, por meio da criação de uma constelação de satélites, e possibilita que</p><p>qualquer usuário saiba a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por dia, sob</p><p>quaisquer condições atmosféricas e em qualquer ponto do globo terrestre (FIGURA 15)</p><p>(REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; ROCHA et al., 2015; FARIA et al., 2018).</p><p>FIGURA 15 – CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES</p><p>FONTE: <https://popa.com.br/como-funciona-o-sistema-gps/>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>90</p><p>Após o surgimento da geoinformação, o uso dos Sistemas de Informações</p><p>Geográficas (SIG) tem possibilitado um novo impulso às técnicas de mapeamento</p><p>do espaço terrestre (REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; FARIAS, 2018). Agora,</p><p>entenderemos os componentes do sistema!</p><p>Você quer conhecer um pouco da história do GPS? Então veja o UNI a seguir!</p><p>Durante a Guerra Fria, o grande desafio era dispor de mísseis balísticos intercontinentais</p><p>que pudessem aterrissar sobre silos de mísseis inimigos, destruindo-os. No entanto, um</p><p>míssil só pode navegar até um alvo se for determinado com exatidão o local. Contudo, a</p><p>grande dificuldade Americana é que seu arsenal nuclear estava a bordo de submarinos, no</p><p>mar, e isso dificultava a exatidão do lançamento (RIBEIRO, 2018).</p><p>Então, os EUA precisavam permitir que seus submarinos viessem à superfície e</p><p>determinassem suas posições em questão de minutos, em qualquer lugar do planeta. Por</p><p>isso, a criação do Sistema GPS (RIBEIRO, 2018). Em dezembro de 1993, o sistema GPS</p><p>foi declarado operacional, com os 24 satélites já orbitando. Em 1995, o sistema tornou-</p><p>se totalmente operacional para os militares americanos e para civis em todo o mundo,</p><p>embora os civis tivessem sinal degradado propositalmente. Em 2000 Clintou acabou com a</p><p>distorção de sinais para o uso civil. Em 2004, Bush reafirmou que o sistema não teria custo</p><p>para os usuários (RIBEIRO, 2018).</p><p>IMPORTANTE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3rFbI5E> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>3.1 COMPONENTES DO SISTEMA</p><p>O sistema GPS pode ser segmentado em: espacial, de controle e do usuário,</p><p>conforme apresentado na Figura 16 a seguir e no Quadro 2.</p><p>91</p><p>FIGURA 16 – DIVISÃO DO SISTEMA DE GPS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2VgTWJM>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DA DIVISÃO DO SISTEMA DE GPS</p><p>SEGMENTO DESCRIÇÃO</p><p>ESPACIAL</p><p>O segmento espacial do GPS prevê cobertura mundial de tal forma</p><p>que, em qualquer parte do globo, incluindo os pólos, existam pelo</p><p>menos quatro satélites visíveis em relação ao horizonte, 24 horas por</p><p>dia. Em algumas regiões da Terra é possível observar oito ou mais</p><p>satélites visíveis ao mesmo tempo.</p><p>Os sinais emitidos por estes satélites têm por finalidade fornecer, de</p><p>maneira precisa e constante, as efemérides para todos os pontos</p><p>próximos da superfície terrestre, de modo que o usuário possa utilizá-</p><p>los para calcular posições, velocidade e tempo.</p><p>92</p><p>CONTROLE</p><p>Compreende o sistema de controle operacional, o qual consiste em</p><p>uma estação de controle mestra, estações de monitoramento mundial</p><p>e estações de controle de campo.</p><p>Estação mestra: localizada na base FALCON da USAF em Colorado</p><p>Springs, no Colorado. Esta estação, além de monitorar os satélites que</p><p>passam pelos EUA, reúne os dados das estações de monitoramento</p><p>e de campo, processando-os e gerando os dados que efetivamente</p><p>serão transmitidos aos satélites.</p><p>Estação de monitoramento: rastreia continuamente todos os satélites</p><p>da constelação NAVSTAR, calculando suas posições a cada 1,5</p><p>segundos. Através de dados meteorológicos, modelam os erros de</p><p>refração e calculam suas correções, transmitidas aos satélites e</p><p>através deles, para os receptores de todo o mundo.</p><p>Estações de Campo: estas estações são formadas por uma rede de</p><p>antenas de rastreamento dos satélites NAVSTAR. Têm por finalidade</p><p>ajustar os tempos de passagem dos satélites, sincronizando-os com</p><p>o tempo da estação mestra.</p><p>USUÁRIO</p><p>O segmento dos usuários está associado às aplicações do sistema.</p><p>Refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade usuária, os</p><p>diversos tipos de receptores e os métodos de posicionamento por eles</p><p>utilizado. Este segmento é composto pelos receptores localizados na</p><p>superfície terrestre, no ar, a bordo de navios e de alguns satélites etc. As</p><p>antenas captam sinais de quatro ou mais satélites simultaneamente,</p><p>processam os dados determinando a posição, velocidade e medida do</p><p>tempo dos pontos observados.</p><p>FONTE: Adaptado de Reis; Camargo e Tomaselli. (2011); Farias et al. (2018); Ribeiro (2018)</p><p>Você sabe o que são dados? Veja o UNI a seguir!</p><p>93</p><p>A figura seguir mostra a definição de dados, metadados e geoserviços.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zHoGmc> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>4 CONCEITOS BÁSICOS DE GEOPROCESSAMENTO</p><p>O geoprocessamento pode ser definido como o conjunto de tecnologias</p><p>destinadas à coleta e tratamento de informações espaciais, assim como o</p><p>desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com diferentes níveis de sofisticação</p><p>(CAVALCANTI; CORRÊA, 2013; CUNHA et al. 2014; FONSECA et al., 2016; CARRARA;</p><p>ZAIDAN; PAULA, 2018). Em linhas gerais, o termo geoprocessamento pode ser aplicado</p><p>a profissionais que trabalham com cartografia digital, processamento digital de imagens</p><p>e sistemas de informação geográfica (FIGURA 17) (GIRARDI, 2004; CUNHA et al. 2014;</p><p>FONSECA et al., 2016; CARRARA ; ZAIDAN; PAULA, 2018).</p><p>94</p><p>FIGURA 17 – GEOPROCESSAMENTO AMBIENTAL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3rBCDzi>. Acesso em: 19 jul. 2021.</p><p>Conforme Emmert et al. (2010, p. 83)</p><p>O geoprocessamento engloba diversas tecnologias de tratamento e</p><p>manipulação de dados geográficos, por meio de programas compu-</p><p>tacionais. Dentre essas tecnologias, destacam-se o sensoriamento</p><p>remoto, a digitalização de dados, a automação de tarefas cartográ-</p><p>ficas, a utilização de sistemas de posicionamento global (GPS) e os</p><p>sistemas de informações geográficas (SIG). Esse conjunto de tecno-</p><p>logias engloba vários tipos de sistemas e técnicas para tratamento</p><p>da informação espacial e permite a visualização em forma de mapas,</p><p>tabelas e gráficos, constituindo-se ferramenta de análise e subsídio</p><p>à tomada de decisão.</p><p>95</p><p>FIGURA 18 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO GEOPROCESSAMENTO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3f4MYyI> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 19 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)</p><p>A cartografia digital é definida como a tecnologia destinada à captação,</p><p>organização e desenho de mapas, enquanto que o processamento digital de imagens é</p><p>o conjunto de procedimentos e técnicas com objetivo de manipular numericamente as</p><p>imagens digitais para corrigir distorções e melhorar a discriminação das características a</p><p>serem avaliadas (EMMERT et al., 2010; CAVALCANTI; CORRÊA, 2013; CUNHA et al., 2014;</p><p>FONSECA et al., 2016; CARRARA et al., 2018). Os sistemas de informação geográfica</p><p>(SIG) são considerados sistemas destinados à aquisição, armazenamento, manipulação,</p><p>análise e apresentação de dados referenciados</p><p>(FIGURA 19) (FONSECA et al., 2016;</p><p>CARRARA ; ZAIDAN; PAULA, 2018).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ibrClg> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>A Figura 16 apresenta a arquitetura de um SIG. Você pode observar que o SIG é</p><p>um sistema responsável pelo processamento de dados gráficos e não gráficos, ou seja,</p><p>alfanuméricos, com o objetivo de analisar modelagens de superfície e análises espaciais</p><p>(ELMIRO, 2001; EMMERT et al., 2010). Desse modo, um SIG é caracterizado pela capaci-</p><p>dade de integração em uma única base de dados de informações espaciais originárias</p><p>96</p><p>de dados cartográficos, imagens de satélite, redes e modelos numéricos do espaço físico</p><p>(ELMIRO, 2001; REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; CUNHA et al., 2014). Além disso, pos-</p><p>sibilita mecanismos de combinação de inúmeras informações, por meio de algoritmos de</p><p>manipulação e análise para consultar, recuperar e visualizar o conteúdo da base de dados,</p><p>bem como na geração de mapas (ELMIRO, 2001; REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011).</p><p>O SIG é considerado, portanto, uma particularidade do sistema de informação no</p><p>sentido mais amplo (FIGURA 20) (EMMERT et al., 2010; REIS; CAMARGO; TOMMASELLI,</p><p>2011; CUNHA et al., 2014). Essa tecnologia é responsável por automatizar atividades até</p><p>então efetuadas de modo manual e, ainda, facilitar as análises complexas, por meio</p><p>da integração de dados de inúmeras fontes (ELMIRO, 2001; EMMERT et al., 2010; REIS;</p><p>CAMARGO; TOMMASELLI., 2011).</p><p>FIGURA 20 – ARQUITETURA DE UM SIG</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2VdOWpi>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Para finalizar este tópico, é importante salientar que o objetivo principal de um</p><p>SIG é servir de instrumento eficiente para todas as áreas do conhecimento que utilizam</p><p>mapas (ELMIRO, 2001; EMMERT et al., 2010; REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011). Um SIG</p><p>garante a integração em uma única base de dados informações representando várias ca-</p><p>racterísticas do estudo de uma determinada região (REIS et al., 2011; CUNHA et al.. 2014).</p><p>Além disso, um SIG combina os dados de diferentes fontes produzindo novas in-</p><p>formações, elaborando relatórios e documentos gráficos importantes para o processo de</p><p>tomada de decisão (REIS et al., 2011; CARRARA; ZAIDAN; PAULA, 2018). Todas essas infor-</p><p>mações auxiliam no processo de análise da aptidão agrícola das áreas com necessidade</p><p>de proteção ou zoneamento ambiental, permitindo, ainda, a caracterização do meio físico,</p><p>biótico e socioeconômico, com o objetivo de uso racional dos recursos naturais (REIS;</p><p>CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; CUNHA et al., 2014; CARRARA; ZAIDAN; PAULA, 2018).</p><p>97</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A tecnologia vem influenciando a forma como a humanidade observa o seu espaço</p><p>físico, já que existem aplicativos que possibilitam uma navegação pelo espaço</p><p>geográfico.</p><p>• A cartografia representa a superfície terrestre na forma de mapas e plantas, sendo</p><p>que, para estas representações, o homem desenvolveu metodologias e conceitos</p><p>para compreender o que observava nestes documentos.</p><p>• Os mapas são essenciais para o avanço da civilização moderna, sendo que a</p><p>produção de mapas cresce de modo proporcional ao crescimento da população.</p><p>O processo de elaboração dos mapas é antigo e precede a escrita, o que pode ser</p><p>comprovado já que muitos exploradores primitivos desenvolveram a habilidade para</p><p>traçar mapas mesmo sem dominar a escrita.</p><p>• A qualidade das informações usadas para analisar os fenômenos que acontecem na</p><p>superfície terrestre é essencial para elaborar as representações da realidade para</p><p>garantir uma base adequada na tomada de decisão.</p><p>• O globo é a representação cartográfica de uma superfície esférica, em escala menor,</p><p>considerando os aspectos naturais e artificiais do planeta, com o objetivo cultural e</p><p>ilustrativo.</p><p>• O mapa é considerado como uma representação de uma imagem em escala,</p><p>geralmente, pequena de um determinado território. No mapa, são mostrados os</p><p>aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de um espaço físico.</p><p>• A carta é considerada como a representação no plano tanto em escala média</p><p>quanto em grande, dos aspectos artificiais e naturais de um determinado território,</p><p>subdividido em folhas demarcadas por linhas convencionais (paralelos e meridianos).</p><p>• A planta é um caso particular de carta. Isso significa que é uma representação que</p><p>restringe uma área muito limitada com um maior detalhamento das informações.</p><p>• A fotografia aérea é obtida ao nível suborbital, muito usadas para a elaboração, bem</p><p>como a atualização de documentos cartográficos.</p><p>• O mosaico representa o conjunto de fotos de uma determinada área do espaço</p><p>geográfico, recortadas e montadas a partir de um bloco de fotografias com</p><p>superposição.</p><p>98</p><p>• A ortofotocarta é uma fotografia que resulta de um processo de mudança a partir</p><p>de uma foto original, sendo uma perspectiva central do terreno e uma projeção</p><p>ortogonal sobre um plano, podendo ter informações planimétricas.</p><p>• Na imagem de satélite, são considerados produtos obtidos ao nível orbital, sendo</p><p>muito usados para elaboração de documentos cartográficos em diferentes escalas.</p><p>• O GPS é um sistema de radio-navegação que tem por base satélite desenvolvido e</p><p>controlado pelo departamento de defesa dos EUA.</p><p>• O geoprocessamento pode ser definido como sendo o conjunto de tecnologias</p><p>destinadas à coleta e ao tratamento de informações espaciais, assim como</p><p>o desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com diferentes níveis de</p><p>sofisticação.</p><p>• A cartografia digital é definida como a tecnologia destinada a captação, organização</p><p>e desenho de mapas, enquanto o processamento digital de imagens é o conjunto de</p><p>procedimentos e técnicas com objetivo de manipular numericamente as imagens</p><p>digitais para corrigir distorções e melhorar a discriminação das características a</p><p>serem avaliadas.</p><p>• O SIG é considerado, portanto, uma particularidade do sistema de informação no</p><p>sentido mais amplo. Essa tecnologia é responsável por automatizar atividades, até</p><p>então, efetuadas de modo manual e, ainda, facilitar as análises complexas, por meio</p><p>da integração de dados de inúmeras fontes.</p><p>99</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A qualidade das informações usadas para analisar os fenômenos que acontecem na</p><p>superfície terrestre é essencial para elaborar as representações da realidade para</p><p>garantir uma base adequada na tomada de decisão (MEDEIROS; SOUZA, 2008;</p><p>PELUZIO et al., 2013). Dessa forma, os produtos da cartografia fornecem subsídios</p><p>para essa tomada de decisão (PELUZIO et al., 2013).</p><p>FONTE: MEDEIROS, V. A. F; SOUZA, J. P. Fotografias aéreas</p><p>versus Imagens de Satélite. Qual a melhor opção visando</p><p>obter precisão e redução de custos. Universidade Católica de</p><p>Brasília. Brasília, 2008. Disponível em: https://bit.ly/2W4tHGX.</p><p>Acesso em: 20 jul. 2021.</p><p>PELUZIO, T. M. O. et al. Comparação Fotointerpretativa entre</p><p>Aerofoto e Imagem De Satélite. Ciência Florestal, Santa</p><p>Maria, v. 23, n. 2, p. 537-544, jun. 2013.</p><p>Considerando essa afirmação, faça uma lista com os conceitos de globo, mapa, carta e</p><p>planta:</p><p>2 O processo de desenvolvimento de um documento cartográfico é considerado</p><p>bastante complexo (CAMPOS et al., 2004; MEDEIROS; SOUZA, 2008; PELUZIO et al.,</p><p>2013). Isso significa que a elaboração de um mapa é explorar o plano entre todos</p><p>os elementos de um mesmo componente da informação (MEDEIROS; SOUZA, 2008;</p><p>PELUZIO et al., 2013). Dessa forma, assinale a alternative CORRETA:</p><p>a) ( ) As dimensões do plano identificam a posição espacial , ou seja, a latitude do</p><p>mapa.</p><p>b) ( ) O conteúdo informativo dos mapas é geralmente diferente em todo o mundo</p><p>em decorrência da confiabilidade e a exatidão dos mapas publicados que variam</p><p>dentro da mesma série de mapas.</p><p>c) ( ) O formato da Terra é definido como geoide plano, ou seja, uma superfície regular</p><p>que não representa uma esfera.</p><p>d) ( ) O geoide é uma superfície com características físicas complexas, por isso, os</p><p>cartógrafos usam a figura geométrica matematicamente definida que mais se</p><p>aproximasse do geoide.</p><p>3 Os mapas</p><p>são essenciais para o avanço da civilização moderna, considerando que</p><p>a produção de mapas cresce de modo proporcional ao crescimento da população</p><p>(ROSA, 2013). O processo de elaboração dos mapas é antigo e precede a escrita</p><p>(SANTOS et al., 1999; GIOTTO et al., 2013).</p><p>FONTE: ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento.</p><p>Uberlândia: UFU, 2013.</p><p>100</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Para localizar cada ponto da superfície da Terra, foi elaborado um sistema de linhas</p><p>imaginárias, ou seja, o Sistema de Coordenadas Geográficas.</p><p>( ) Todas as altitudes são contadas a partir do nível médio dos mares, determinado por</p><p>medições feitas pelos marégrafos em diferentes pontos do litoral.</p><p>( ) As projeções cartográficas são classificadas considerando a superfície de projeção,</p><p>podendo ser projeções planas, cônicas ou cilíndricas.</p><p>( ) A escala representa a relação entre a medida de uma porção territorial hídrica</p><p>representada no papel e sua medida real na superfície terrestre.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F– V – V – F.</p><p>d) ( ) V– V – V – V.</p><p>4 O GPS é a abreviatura de NAVSTAR GPS (NAVSTAR GPS – NAVigation System with</p><p>Time And Ranging Global Positioning System) (REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011;</p><p>FARIA et al., 2018). É um sistema de radio-navegação que tem por base satélite</p><p>desenvolvido e controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos da</p><p>América (U.S. DoD) (REIS; CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; ROCHA et al., 2015; FARIA et</p><p>al., 2018). Esse foi o primeiro sistema totalmente à disposição dos usuários, por meio</p><p>da criação de uma constelação de satélites (ROCHA et al., 2015; FARIA et al., 2018).</p><p>FONTE: REIS, T. T.; CAMARGO, P. O.; TOMMASELLI, A. M. G.</p><p>Sincronismo de dispositivos para o georreferenciamento</p><p>de imagens digitais. Boletim de Ciências Geodésicas,</p><p>Curitiba, v. 17, n. 3, p. 317-339, set. 2011.</p><p>FARIA, L. A. et al. Susceptibility of GPS-Dependent Complex</p><p>Systems to Spoofing. Journal of Aerospace Technology</p><p>and Management, São José dos Campos, v. 10, p. 1-11, 2018.</p><p>ROCHA, G. D. C.; MARQUES, H. A.; GALERA, J. F. M. Acurácia</p><p>do Posicionamento Absoluto GPS com Correção da Ionosfera</p><p>Advinda de Mapas Ionosféricos Globais e Regionais. Boletim de</p><p>Ciências Geodésicas, Curitiba, v. 21, n. 3, p. 498-514, set. 2015.</p><p>Considerando essa afirmação elabore uma tabela com a divisão do sistema GPS.</p><p>5 A cartografia digital é definida como a tecnologia destinada à captação, organização</p><p>e desenho de mapas, enquanto o processamento digital de imagens é o conjunto</p><p>de procedimentos e técnicas com objetivo de manipular numericamente as imagens</p><p>digitais para corrigir distorções e melhorar a discriminação das características a</p><p>serem avaliadas (EMMERT et al., 2010; CAVALCANTI, CORRÊA, 2013; CUNHA et al.,</p><p>2014; FONSECA et al., 2016; CARRARA; ZAIDAN; PAULA, 2018).</p><p>101</p><p>EMMERT, F. et al. Geoprocessamento como Ferramenta de Apoio</p><p>à Gerência de Pavimentos em Estradas Florestais. Ciência</p><p>Florestal, Santa Maria, v. 20, n. 1, p. 81-94, jan./mar. 2010.</p><p>CAVALCANTI, L. C. S.; CORRÊA, A. C. B. Problemas de</p><p>hierarquização espacial e funcional na ecologia da paisagem:</p><p>uma avaliação a partir da abordagem geossistêmica. Geosul,</p><p>Florianópolis, v. 28, n. 55, p 143-162, jan./jun. 2013.</p><p>CARRARA, A. A.; ZAIDAN, R. T.; PAULA, L. P. Geoprocessamento</p><p>aplicado à história agrária: o vínculo da Jaguara. Revista de</p><p>História, São Paulo, n. 177, p. 1-28, 2018.</p><p>CUNHA, J. G. et al. (Coord.). Macrozoneamento Agroecológico e</p><p>Econômico do Estado de Goiás. Um novo olhar sobre o território</p><p>Goiano: Produto I: Sistematização de dados existentes em</p><p>uma base de dados georreferenciada em ambiente de Sistema</p><p>de Informações Geográficas (SIG) e suporte a elaboração das</p><p>macrozonas homogêneas. Goiânia: SIEG, 2014.</p><p>Considerando essa afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Os sistemas de informação geográfica (SIG) são considerados sistemas destinados</p><p>ao armazenamento de dados não referenciados.</p><p>b) ( ) O geoprocessamento engloba somente as tecnologias de tratamento de dados</p><p>geográficos, por meio de programas.</p><p>c) ( ) O geoprocessamento pode ser definido como sendo o conjunto de tecnologias</p><p>destinadas a coleta e tratamento de informações espaciais, assim como o</p><p>desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com diferentes níveis de</p><p>sofisticação.</p><p>d) ( ) O termo processamento de dados pode ser aplicado a profissionais que trabalham</p><p>com cartografia digital, processamento cartográfico de imagens e sistemas de</p><p>informação geográfica.</p><p>102</p><p>103</p><p>COMPONENTES DO SISTEMAS DE</p><p>INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O SIG possui a habilidade de integrar um grande volume de informações sobre o</p><p>ambiente e, ainda, disponibilizar inúmeras ferramentas analíticas capazes de explorar e</p><p>analisar os dados (ROCHA et al., 2015; CARRARA et al., 2018). O SIG é um sistema valioso</p><p>para uma gama de situações, ou seja, planejamento urbano; gerenciamento de recursos</p><p>naturais e riscos ambientais; planejamento de contingências e outros usos (FONSECA et al.,</p><p>2016; CARRARA et al., 2018; RIBEIRO, 2018).</p><p>As atividades agrícolas, quando executadas de modo intensivo, resultam em</p><p>impactos significativos no meio ambiente (EMMERT et al., 2010; ROCHA et al., 2015;</p><p>FONSECA et al., 2016). Sendo assim, é primordial que seja desenvolvido um planejamento</p><p>das atividades a serem realizadas, considerando o potencial de uso dos recursos naturais</p><p>disponíveis (ROCHA et al., 2015; FONSECA et al., 2016; RIBEIRO, 2018). Isso é possível por</p><p>meio do uso do sistema de informação geográfica. Então, neste Tópico, estudaremos os</p><p>componentes do SIG.</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 -</p><p>2 COMPONENTES DO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO</p><p>GEOGRÁFICA</p><p>Na Figura 21, são apresentados o sistema de informação geográfica e a estrutura</p><p>dos cinco componentes, formada por: hardware; software (programas e procedimentos);</p><p>dados (dataware); métodos e técnicas; e peopleware (usuários finais e especialistas).</p><p>104</p><p>FIGURA 21 – COMPONENTES DO SIG</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3kzV8mc>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 22 – CAPACIDADE EM SEPARAR INFORMAÇÃO EM CAMADAS DO SIG</p><p>A capacidade de separar informação em camadas e, ainda, combiná-las</p><p>com outras camadas de informação, é o motivo pelo qual o SIG se apresenta como</p><p>ferramenta de pesquisa e apoio à tomada de decisão (CUNHA et al. 2014; ROCHA et al.,</p><p>2015; CARRARA et al., 2018).</p><p>FONTE: <http://geoden.uff.br/geoprocessamento/> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Agora, vamos compreender os componentes de um SIG.</p><p>105</p><p>2.1 HARDWARE E SISTEMA OPERACIONAL</p><p>O hardware é o componente físico do sistema que engloba o computador e</p><p>seus periféricos (equipamentos auxiliares). É importante destacar que não existe um</p><p>conjunto fixo de equipamentos para a aplicação do SIG. Os equipamentos utilizados</p><p>mudam conforme a aplicação (CRISTOFOLETTI et al., 1992; ELMIRO, 2001; REIS;</p><p>CAMARGO; TOMMASELLI, 2011; ROSA, 2013).</p><p>Você lembra exemplos de hardware? Veja o UNI a seguir!</p><p>Podemos citar por exemplo: a CPU (central processing unit), memória RAM (random access</p><p>memory), hard drive, pen drive, HD externo, teclado, mouse, scanner, mesa digitalizadora,</p><p>plotter, câmera digital, monitor, GPS, DVD, fita, coletor de dados etc.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zMuTgS>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>A integração entre a informática e a telecomunicação torna-se a delimitação sutil</p><p>entre o que é periférico exclusivo do sistema e o que não é (CRISTOFOLETTI et al., 1992;</p><p>ELMIRO, 2011). Um exemplo dessa integração é a aplicação para levantamento topográfico</p><p>em campo, que pode ser transmitida, via dispositivo móvel, para um computador desktop</p><p>no escritório (VALERIANO, PRADO, 2001).</p><p>Os supercomputadores localizados nos centros de pesquisa podem ter suas</p><p>informações compartilhadas através da Internet para qualquer lugar do mundo, ou</p><p>seja, a internet tem oferecido inúmeras possibilidades de processamento de dados</p><p>(VALERIANO, PRADO, 2001; ROSA, 2013; EMBRAPA, 2014). Portanto, nesta situação, o</p><p>106</p><p>componente hardware está disperso geograficamente e não pode ser considerado um</p><p>sistema fechado, ou, ainda, exclusivo de uma aplicação do SIG (VALERIANO, PRADO,</p><p>2001; ROSA, 2013).</p><p>Os componentes de hardware considerados mais usuais para se trabalhar com um</p><p>SIG são o computador ou a unidade central de processamento (CPU). Esta é ligada a uma</p><p>unidade de armazenamento, que dispõe de espaço para armazenamento dos programas e</p><p>dados (CRISTOFOLETTI et al., 1992; ELMIRO, 2011). A CPU é definida como um circuito integrado</p><p>que controla as operações e o funcionamento do computador, responsável pela realização</p><p>de cálculos, decisões lógicas e instruções (CRISTOFOLETTI et al., 1992; ELMIRO, 2011; REIS;</p><p>CAMARGO; TOMMASELLI, 2011).</p><p>FIGURA 23 – UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO (CPU)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3xbSNQS>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 24 – MESA DIGITALIZADORA USADA NA ELABORAÇÃO DE MAPAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2TGG5fx>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>A mesa digitalizadora ou outro dispositivo de entrada é utilizado para converter</p><p>dados da forma analógica (mapas, entre outros) para o formato digital (ROSA, 2013;</p><p>SILVA et al., 2014). Posteriormente, os dados são encaminhados para o computador</p><p>e outro dispositivo de saída que são empregados para visualizar o resultado dos</p><p>processamentos dos dados (ROSA, 2013; SILVA et al., 2014; CARRARA et al., 2018).</p><p>107</p><p>2.2 SOFTWARE DE APLICAÇÃO (SIG)</p><p>Um software do SIG é formado de modo simplificado por cinco componentes</p><p>(subsistemas): de entrada de dados, de armazenamento de dados, de gerenciamento</p><p>de dados, de análise e manipulação de dados e de saída e apresentação dos dados</p><p>(relatórios, gráficos, mapas etc.) (ROSA, 2013; SILVA et al., 2014).</p><p>FIGURA 25 – EXEMPLOS DE SOFTWARES</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3f5ogOE>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>2.2.1 Entrada de dados, atualização e conversão</p><p>O processo de conversão de informações analógicas para digitais é uma</p><p>atividade que consome muito recurso financeiro e tempo (CRISTOFOLETTI et al., 1992;</p><p>ELMIRO, 2011; ROSA, 2013). Esse processo de conversão de dados a partir de mapas</p><p>em papel para arquivos em computador é denominado de digitalização (ROSA, 2013;</p><p>SILVA et al., 2014). O uso da tecnologia SIG mais atual possibilita que este processo</p><p>seja automatizado por meio da tecnologia de scanning, entretanto, projetos de menor</p><p>proporção poderão utilizar a digitalização manual através de uma mesa digitalizadora</p><p>(CAMPOS et al., 2004; SILVA et al., 2014).</p><p>Dessa forma, os dados geográficos precisam ser convertidos para um formato</p><p>adequado, tais como:</p><p>108</p><p>• Formato matricial – a cena tem uma estrutura de células de grade. A cada célula</p><p>da grade, uma identidade de feição única é atribuída, normalmente, um número</p><p>ou letras. A célula é considerada uma unidade mínima de mapeamento, ou seja, o</p><p>menor tamanho com que qualquer porção da paisagem pode ser mostrada (SILVA</p><p>et al., 2014).</p><p>• Formato vetorial – representa o modo de visualizar os elementos do mundo real</p><p>dentro do ambiente SIG. Isso significa que um elemento é qualquer coisa que o</p><p>usuário possa visualizar na paisagem. Os elementos vetoriais possuem atributos,</p><p>que consistem em texto ou informação numérica que descrevem os elementos</p><p>(SILVA et al., 2014).</p><p>FIGURA 26 – DIFERENÇAS ENTRE FORMATO MATRICIAL E FORMATO VETORIAL</p><p>FONTE: <http://geoden.uff.br/geoprocessamento/> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>A Figura 27 e a Figura 28 expõem a diferença do uso de dados vetoriais conforme</p><p>a seleção da escala do mapa.</p><p>109</p><p>FIGURA 27 – DADOS VETORIAIS (LINHAS VERMELHAS) DIGITALIZADOS A PARTIR DE UM MAPA DE</p><p>ESCALA PEQUENA (1:1.000.000)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zKMIg5> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 28 – DADOS VETORIAIS (LINHAS VERDES) DIGITALIZADOS A PARTIR DE UM MAPA DE ESCALA</p><p>GRANDE (1:50.000)</p><p>FONTE: <https://docs.qgis.org/2.2/pt_BR/_images/small_scale.png>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>As informações para elaborar os mapas são oriundas de inúmeras fontes,</p><p>como, por exemplo, fotografias aéreas, imagens de satélite, folhas topográficas, mapas</p><p>e outras fontes de informação (CARRARA et al., 2018). Deste modo, a entrada de dados</p><p>110</p><p>é efetuada, geralmente, com a utilização de um scanner, seguida por um processo de</p><p>vetorização semiautomática (CRISTOFOLETTI et al., 1992; CAMPOS et al., 2004; ELMIRO,</p><p>2011; ROSA, 2013; SILVA et al., 2014; CARRARA et al., 2018). Isso é possível devido à</p><p>evolução constante dos softwares de desenho profissionais disponíveis no mercado</p><p>(CARRARA et al., 2018).</p><p>Outro ponto importante no processo de entrada de dados do SIG é que o</p><p>SIG exige somente que as entidades geográficas sejam classificadas usando formas</p><p>geométricas que se assemelham a sua representação real (ELMIRO, 2011; ROSA, 2013).</p><p>Desse modo, as formas geométricas usuais são: ponto, linha e polígono (ROSA, 2013). A</p><p>simbologia gráfica das entidades no SIG é definida posteriormente com base nos seus</p><p>atributos, podendo ser alterada com muito mais facilidade (ELMIRO, 2011; ROSA, 2013;</p><p>SILVA et al., 2014).</p><p>FIGURA 29 – FORMAS GEOMÉTRICAS USUAIS NO SIG</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zLWmza> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Atualmente, existem inúmeros dados geográficos em formatos compatíveis com</p><p>os SIG, sendo que estes dados são obtidos junto aos produtores de dados e carregados</p><p>diretamente no SIG (ROSA, 2013). Conforme Rosa (2013, p. 72):</p><p>A Internet vem possibilitando o aparecimento de bibliotecas enormes</p><p>de mapas, como, por exemplo, o USGS (iniciativa do governo ameri-</p><p>cano) e a própria TerraServer (iniciativa privada), que tem contribuí-</p><p>do para a rápida disseminação da cultura do geoprocessamento nos</p><p>EUA, com uma enorme redução de gastos para a sociedade, advinda</p><p>do compartilhamento e reaproveitamento de informações espaciais</p><p>por todos os usuários, poupando-os da custosa tarefa de digitaliza-</p><p>ção de mapas os mais diversos.</p><p>111</p><p>FIGURA 30 – SOMA BRASIL</p><p>2.2.2 Gerenciamento de dados</p><p>Um banco de dados geográficos armazena e recupera dados geográficos em</p><p>suas diferentes geometrias, bem como as informações descritivas (CAMPOS et al.,</p><p>2004; SILVA et al., 2014; CARRARA et al., 2018). O Sistema de Gerenciamento de Banco</p><p>de Dados (SGBD) permite com maior facilidade a interligação de banco de dados já</p><p>existentes com o SIG (SILVA et al., 2014; CARRARA et al., 2018). Um exemplo de banco</p><p>de dados geográficos que podem ser utilizados no setor agrícola é o SOMA BRASIL</p><p>(CRISTOFOLETTI et al., 1992; CAMPOS et al., 2004; ELMIRO, 2011; ROSA, 2013; SILVA et</p><p>al., 2014; CARRARA et al., 2018).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2Wpd0Gd>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Você ficou curioso sobre o uso de informações do SOMA? Então veja o uni a</p><p>seguir!</p><p>112</p><p>Acessando o link https://mapas.cnpm.embrapa.br/somabrasil/webgis.html e fazendo um</p><p>cadastro, você terá acesso a inúmeras informações confiáveis que podem ser usadas no</p><p>processo de planejamento de uma propriedade agrícola.</p><p>O funcionamento do SOMA começa quando o usuário consulta o Somabrasil, o que gera</p><p>uma solicitação para o servidor, o GeoServer. O comando é direcionado para o banco de</p><p>dados, que o processa e encaminha as informações solicitadas novamente ao GeoServer.</p><p>Ali, o processamento é finalizado e transformado em um mapa. A aplicação encarrega-se</p><p>de colocar cada imagem no local correto. A cada consulta, é gerado um relacionamento</p><p>entre as tabelas envolvidas e o banco de dados. Ele devolve a informação geográfica e o</p><p>texto da pesquisa de campo, gerando mapas com informações textuais para o usuário.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2Wpd0Gd>.</p><p>A figura a seguir apresenta informações sobre a precipitação nas últimas 168 horas no</p><p>território brasileiro no período de maio de 2021.</p><p>FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3zLILro> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>2.2.3 Análise e manipulação de dados</p><p>Os procedimentos operacionais e tarefas analíticas que são particularmente úteis</p><p>para a análise espacial incluem operações espaciais sobre um único mapa</p><p>temático, ou</p><p>sobre múltiplos mapas temáticos, e servem para fazer o modelamento espacial, análise</p><p>de distribuição espacial de pontos, análise de rede, análise de superfície, entre outras</p><p>análises (LOPES et al., 2002; SOUZA et al., 2013; CAMPOS et al., 2004). A criação de</p><p>zonas de buffer, por exemplo, é uma operação efetuada sobre um mapa, enquanto a</p><p>sobreposição é feita sobre múltiplos mapas (SOUZA et al., 2013; CAMPOS et al., 2004).</p><p>113</p><p>As zonas de buffer, ou zonas de borda, podem ser cinturões verdes entre áreas</p><p>residenciais e comerciais; zonas de fronteira, proteção de ruídos nas imediações dos</p><p>aeroportos, proteção da poluição ao longo dos rios ou proteção de nascentes, por</p><p>exemplo (LOPES et al., 2002; SOUZA et al., 2013; CAMPOS et al., 2004).</p><p>FIGURA 31 – ZONAS DE BUFFER</p><p>FONTE: <https://docs.qgis.org/2.14/pt_BR/_images/line_buffer.png> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>O modelamento espacial objetiva construir um modelo que facilite a compreensão</p><p>de um fenômeno geográfico, além de permitir a projeção futura do seu comportamento</p><p>com base em cenários estatísticos (CAMPOS et al., 2004; CRAMPTON; KRYGIER, 2006;</p><p>FONSECA, 2007; GIRARDI, 2009; ROSA, 2013).</p><p>A análise de distribuição espacial de pontos lida com as relações de proximidade</p><p>ou de intensidade de algum atributo associado a esses pontos (FONSECA, 2007; ROSA,</p><p>2013). A autocorrelação espacial de um conjunto de pontos distribuídos espacialmente,</p><p>é tanto maior quanto mais houver concentrações densas de pontos em pequenas</p><p>partes da região total (FONSECA, 2007; GIRARDI, 2009; VITALLI; ZAKIA; DURIGAN, 2009;</p><p>LOPES et al., 2002; SOUZA et al., 2013).</p><p>Na agricultura, vários mapas temáticos podem derivar de um conjunto de</p><p>amostras de solo retiradas regularmente ao longo de um campo, sendo um para cada</p><p>tipo de mineral, representando o seu nível de incidência, facilitando assim, a visualização</p><p>das áreas mais propícias para o cultivo (FONSECA, 2007; VITALLI; ZAKIA; DURIGAN,</p><p>2009; LOPES et al., 2002).</p><p>114</p><p>FIGURA 32 – DISTRIBUIÇÃO ESPECIAL DO USO DO SOLO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ljwc2T>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 33 – ANÁLISE DE REDE NO DESLOCAMENTO DOS DRONES</p><p>A análise de rede é tradicionalmente exemplificada pelas aplicações de</p><p>otimização de rotas de frotas de veículos em uma zona urbana (GIRARDI, 2009; ROSA,</p><p>2013). Essa análise se baseia no relacionamento topológico da conectividade entre as</p><p>feições geográficas. Existem várias aplicações: delimitação de área de ação de um drone</p><p>com base na distância e no tempo de deslocamento (FONSECA, 2007; GIRARDI, 2009;</p><p>VITALLI; ZAKIA; DURIGAN, 2009; LOPES et al., 2002; SOUZA et al., 2013).</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3j11bOj>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>115</p><p>FIGURA 34 – ANÁLISE DE SUPERFÍCIE NA AGRICULTURA NA VARIAÇÃO DE PH DO SOLO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zKPTV3>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>A análise de superfície lida com informações espacialmente distribuídas</p><p>modeladas através de uma estrutura em três dimensões. A superfície pode representar</p><p>uma variedade de fenômenos variação no solo agrícola, tais como: pH, nitrogênio e</p><p>água, por exemplo (DEMATTE et al., 2012; ROSA, 2013).</p><p>2.2.4 Saída e apresentação dos dados</p><p>Este subsistema é responsável pela saída de dados nos dispositivos periféricos</p><p>do sistema. É através dele que são feitos os relatórios, os layouts, mapas, tabelas etc. A</p><p>apresentação final resultante do processamento pode ser exibida no monitor, impressa</p><p>em uma impressora ou plotter, ou pode gerar um arquivo para ser utilizado em uma</p><p>apresentação multimídia (DEMATTE et al., 2012; ROSA, 2013).</p><p>2.2.5 Banco de dados</p><p>Um banco de dados pode ser comparado a um arquivo de aço onde são arma-</p><p>zenadas fichas com múltiplas informações (CUNHA et al., 2014). Nessa comparação, as</p><p>gavetas são as tabelas, nas quais é possível concentrar as informações comuns. Dentro</p><p>das gavetas, existem as fichas (CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016). As gavetas são</p><p>chamadas de registros e o conjunto desses registros é chamado de tabela. O registro é</p><p>composto por várias informações. Cada espaço alocado para digitação dessas informa-</p><p>ções é chamado de campo (ROSA, 2103; CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016).</p><p>116</p><p>FIGURA 35 – BANCO DE DADOS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2V1npHM> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>QUADRO 3 – TIPOS DE BANCOS DE DADOS</p><p>TIPO DESCRIÇÃO</p><p>SEQUENCIAL</p><p>Informações são armazenadas em registros organizados</p><p>sequencialmente, um após o outro.</p><p>HIERÁRQUICO</p><p>Os registros são classificados como pais e filhos. Um registro pai é</p><p>associado a vários filhos que podem ou não ter seus próprios filhos.</p><p>Ex.: em uma quadra, os lotes são os filhos desta quadra; os filhos dos</p><p>lotes seriam as edificações.</p><p>REDE</p><p>Informações são relacionadas entre si por apontadores. Estes</p><p>apontadores formam pares de entidades e, de par em par, conseguem</p><p>expressar relacionamentos do tipo 1 para 1, 1 para vários, vários para</p><p>1 e vários para vários.</p><p>ORIENTADO A</p><p>OBJETOS</p><p>A unidade fundamental de recuperação e armazenamento de</p><p>informações passa a ser o objeto. O objeto é uma estrutura de dados</p><p>que contém, além de suas informações gráficas e alfanuméricas,</p><p>informações sobre o relacionamento deste objeto com outros objetos.</p><p>RELACIONAL</p><p>Os diversos arquivos ou tabelas são ligados entre si de forma apenas</p><p>lógica. Cada arquivo contém diversos “campos“ ou colunas e, para se</p><p>relacionar com outro arquivo, basta que este novo arquivo tenha um</p><p>destes campos em comum.</p><p>FONTE: Adaptado de Almeida et al. (2011); Rosa (2013)</p><p>2.2.6 Estruturas de banco de dados</p><p>Uma estrutura adequada do banco de dados é essencial para o desenvolvimento</p><p>de um banco de dados que faça aquilo que o usuário espera de modo eficaz, preciso e</p><p>eficiente (ROSA, 2103; CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016). No Quadro 4 temos as</p><p>etapas necessárias para estruturar um banco de dados:</p><p>117</p><p>QUADRO 4 – ETAPAS NECESSÁRIOS PARA ESTRUTURAR UM BANCO DE DADOS</p><p>ETAPAS DESCRIÇÃO</p><p>Determinar a finalida-</p><p>de do banco de dados</p><p>É necessário conhecer o tipo de informação que será</p><p>utilizada para obter do banco de dados. Com isso, podem-</p><p>se determinar os temas sobre os quais irá armazenar</p><p>ocorrências (tabelas) e que ocorrências são necessárias</p><p>armazenar sobre cada tema (campos das tabelas).</p><p>Determinar as tabelas</p><p>que farão parte no</p><p>banco de dados</p><p>É importante estruturar as tabelas dividindo as informações</p><p>considerando os princípios fundamentais de estrutura con-</p><p>forme a finalidade do banco de dados. Os resultados espe-</p><p>rados do banco de dados, tais como: relatórios impressos,</p><p>os formulários, soluções das questões; não fornecem indi-</p><p>cações sobre a estrutura das tabelas que os produzem.</p><p>Determinar os</p><p>campos que são</p><p>necessários na tabela</p><p>Cada tabela possui informações sobre o mesmo tema,</p><p>sendo que cada campo de uma tabela traz fatos individuais</p><p>sobre o tema a que a tabela se refere.</p><p>Identificar os campos</p><p>com valores exclusivos</p><p>Esse campo ou conjunto de campos é denominado chave</p><p>primária.</p><p>Determinar o relacio-</p><p>namento entre tabelas</p><p>É preciso definir os relacionamentos entre tabelas.</p><p>Redefinir a estrutura É necessário compreender a estrutura e detectar falhas.</p><p>Adicionar dados e</p><p>criar outros objetos de</p><p>banco de dados</p><p>Adicionar dados e criar outros objetos de banco de dados.</p><p>FONTE: Adaptado de Favaretto (2007); Viola et al., 2010; Rosa (2013); Carmo et al. (2016)</p><p>O gerenciamento de dados através de um sistema de gerenciamento de banco</p><p>de dados (SGBD) garante que o software lide de modo eficiente com um grande volume</p><p>de dados dos SIGs (ROSA, 2013; CARMO et al., 2016). Os dados espaciais em função</p><p>de sua complexidade se adaptam melhor em um banco de dados orientado a objetos</p><p>(CAMPOS et al., 2004; VIOLA et al., 2010; ROSA, 2013). O fundamental de um SIG é a</p><p>ligação entre o mapa cartográfico e o banco de dados (ROSA, 2013; CUNHA et al., 2014;</p><p>CARMO et al., 2016; CARRARA et al., 2018).</p><p>118</p><p>FIGURA 36 – EXEMPLO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS DE</p><p>INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ezdf83>. Acesso em: 7 jul.</p><p>2021.</p><p>3 A IMPORTÂNCIA DO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS</p><p>A estruturação de um banco de dados é, portanto, a base na elaboração de</p><p>um projeto de SIG (VALERIANO; PRADO, 2001; ROSA, 2013; CUNHA et al., 2014). Os</p><p>dados geográficos são armazenados através de entidades gráficas, que representam</p><p>os elementos do espaço real que se deseja estudar, ou seja, são tabelas que possuem</p><p>informações alfanuméricas que detalham as características das entidades gráficas</p><p>(CAMPOS et al., 2004; ROSA, 2013). Portanto, essa representação do mundo real é</p><p>fruto do uso dos nossos processos cognitivos que envolvem habilidades de seleção,</p><p>generalização, simulação e síntese para expressar nossa percepção do mundo real no</p><p>computador (ROSA, 2013; CUNHA et al., 2014).</p><p>Portanto, o que podemos perceber é que a geração e a transferência de conhe-</p><p>cimento vêm transformando de modo significativo a rotina dos agricultores, fornecedo-</p><p>res e consumidores. Dessa forma, o processo de digitalização é, também, uma inovação</p><p>essencial para que a tecnologia seja levada a todos os tipos de propriedades rurais.</p><p>119</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O SIG possui a habilidade de integrar um grande volume de informações sobre</p><p>o ambiente e, ainda, disponibilizar inúmeras ferramentas analíticas capazes de</p><p>explorar e analisar os dados.</p><p>• O SIG é formado por: hardware; software (programas e procedimentos); dados</p><p>(dataware); métodos e técnicas; e peopleware (usuários finais e especialistas).</p><p>• A capacidade em separar informação em camadas, e ainda, combiná-las com outras</p><p>camadas de informação é o motivo pelo qual o SIG se apresenta como ferramenta</p><p>de pesquisa e apoio à tomada de decisão.</p><p>• O hardware é o componente físico do sistema que engloba o computador e seus</p><p>periféricos (equipamentos auxiliares). É importante destacar que não existe um</p><p>conjunto fixo de equipamentos para a aplicação do SIG. Os equipamentos utilizados</p><p>mudam conforme à aplicação.</p><p>• Um software do SIG é formado de modo simplificado por cinco componentes</p><p>(subsistemas) de entrada de dados, de armazenamento de dados, de gerenciamento</p><p>de dados, de análise e manipulação de dados e de saída e apresentação dos dados</p><p>(relatórios, gráficos, mapas etc.).</p><p>• O processo de conversão de informações analógicas para digitais é uma atividade</p><p>que consome muito recurso financeiro e tempo.</p><p>• O uso da tecnologia SIG mais atual possibilita que este processo seja automatizado</p><p>por meio da tecnologia de scanning, entretanto, projetos de menor proporção</p><p>poderão utilizar a digitalização manual através de uma mesa digitalizadora.</p><p>• Um banco de dados geográficos armazena e recupera dados geográficos em suas</p><p>diferentes geometrias, bem como as informações descritivas.</p><p>• O Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) permite com maior</p><p>facilidade a interligação de banco de dados já existentes com o SIG.</p><p>• Os procedimentos operacionais e tarefas analíticas que são particularmente úteis</p><p>para a análise espacial incluem operações espaciais sobre um único mapa temático,</p><p>ou sobre múltiplos mapas temáticos, e servem para fazer o modelamento espacial,</p><p>análise de distribuição espacial de pontos, análise de rede, análise de superfície,</p><p>dentre outras análises.</p><p>120</p><p>• Um banco de dados pode ser comparado a um arquivo de aço onde são armazenadas</p><p>fichas com múltiplas informações.</p><p>• Uma estrutura adequada do banco de dados é essencial para o desenvolvimento de</p><p>um banco de dados que faça aquilo que o usuário espera de modo eficaz, preciso</p><p>e eficiente.</p><p>• O gerenciamento de dados através de um SGBD garante que o software lide de</p><p>modo eficiente com um grande volume de dados dos SIGs.</p><p>• A estruturação de um banco de dados é, portanto, a base na elaboração de um</p><p>projeto de SIG.</p><p>121</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O processo de conversão de informações analógicas para digitais é uma atividade que</p><p>consome muito recurso financeiro e tempo (CRISTOFOLETTI et al., 1992; ELMIRO, 2001;</p><p>ROSA, 2013). Esse processo de conversão de dados a partir de mapas em papel para</p><p>arquivos em computador é denominado de digitalização (ROSA, 2013; SILVA et al., 2014).</p><p>FONTE: ELMIRO, M. A. T. Elementos de Cartografia. Belo</p><p>Horizonte: UFMG, 2001.</p><p>CRISTOFOLETTI, A. MARETTI, E. TEIXEIRA, A. L. A. Introdução</p><p>aos Sistemas de Informação. Rio Claro: Edição do autor, 1992.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>SILVA, E. R. et al. Caracterização física em duas bacias</p><p>hidrográficas do Alto Juruá, Acre. Revista Brasileira de</p><p>Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v. 18, n.</p><p>7, p. 714-719, jul. 2014.</p><p>Considerando essa afirmação, descreva o que é formato matricial e vetorial.</p><p>2 A capacidade em separar informação em camadas e, ainda, combiná-las com outras</p><p>camadas de informação é o motivo pelo qual o SIG se apresenta como ferramenta</p><p>de pesquisa e apoio à tomada de decisão (CUNHA et al. 2014; ROCHA et al., 2015;</p><p>CARRARA et al., 2018).</p><p>FONTE: CARRARA, A. A.; ZAIDAN, R. T.; PAULA, L. P.</p><p>Geoprocessamento aplicado à história agrária: o vínculo da</p><p>Jaguara. Revista de História, São Paulo, n. 177, p. 1-28, 2018.</p><p>CUNHA, J. G. et al. (Coord.). Macrozoneamento Agroecológico e</p><p>Econômico do Estado de Goiás. Um novo olhar sobre o território</p><p>Goiano: Produto I: Sistematização de dados existentes em</p><p>uma base de dados georreferenciada em ambiente de Sistema</p><p>de Informações Geográficas (SIG) e suporte a elaboração das</p><p>macrozonas homogêneas. Goiânia: SIEG, 2014.</p><p>ROCHA, G. D. C.; MARQUES, H. A.; GALERA, J. F. M. Acurácia</p><p>do Posicionamento Absoluto GPS com Correção da Ionosfera</p><p>Advinda de Mapas Ionosféricos Globais e Regionais. Boletim de</p><p>Ciências Geodésicas, Curitiba, v. 21, n. 3, p. 498-514, set. 2015.</p><p>122</p><p>Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Os componentes do sistema de informação geográfica são: hardware; software</p><p>(programas e procedimentos); dados (dataware); métodos e técnicas; e</p><p>peopleware (usuários finais e especialistas).</p><p>b) ( ) O hardware é o componente lógico do sistema que engloba os equipamentos</p><p>auxiliares.</p><p>c) ( ) Os supercomputadores localizados nos centros de pesquisa podem ter suas</p><p>informações compartilhadas através de softwares sem acesso a internet.</p><p>d) ( ) Um software do SIG é formado somente por dois componentes (subsistemas): de</p><p>entrada de dados, de armazenamento de dados e manipulação de dados.</p><p>3 As informações para elaborar os mapas são oriundas de inúmeras fontes, como, por</p><p>exemplo, fotografias aéreas, imagens de satélite, folhas topográficas, mapas, e outras</p><p>fontes de informação (CARRARA et al., 2018). Desse modo, a entrada de dados é</p><p>efetuada, geralmente, com a utilização de um scanner, seguida por um processo</p><p>de vetorização semiautomática (CRISTOFOLETTI et al., 1992; CAMPOS et al., 2004;</p><p>ELMIRO, 2001; ROSA, 2013; SILVA et al., 2014; CARRARA et al., 2018).</p><p>FONTE: ELMIRO, M. A. T. Elementos de Cartografia. Belo</p><p>Horizonte: UFMG, 2001.</p><p>CARRARA, A. A.; ZAIDAN, R. T.; PAULA, L. P. Geoprocessamento</p><p>aplicado à história agrária: o vínculo da Jaguara. Revista de</p><p>História, São Paulo, n. 177, p. 1-28, 2018.</p><p>CAMPOS, S. et al. Sensoriamento remoto e</p><p>geoprocessamento aplicados ao uso da terra em microbacias</p><p>hidrográficas, Botucatu, SP. Engenharia Agrícola, Botucatu,</p><p>v. 24, n. 2, p. 431-435, ago. 2004.</p><p>CRISTOFOLETTI, A. MARETTI, E. TEIXEIRA, A. L. A. Introdução</p><p>aos Sistemas de Informação. Rio Claro: Edição do autor, 1992.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia: UFU, 2013.</p><p>SILVA, E. R. et al. Caracterização física em duas bacias</p><p>hidrográficas do Alto Juruá, Acre. Revista Brasileira de</p><p>Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v. 18, n.</p><p>7, p. 714-719, jul. 2014.</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) No processo de entrada de dados, o SIG exige somente que as entidades</p><p>geográficas sejam classificadas usando formas geométricas que se assemelham a</p><p>sua representação real.</p><p>( ) Um banco de dados geogr��ficos armazena e recupera dados</p><p>geográficos em suas</p><p>diferentes geometrias, bem como as informações descritivas.</p><p>( ) O Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) permite com maior</p><p>facilidade a interligação de banco de dados já existentes com o SIG.</p><p>123</p><p>( ) Os procedimentos operacionais e tarefas analíticas que são particularmente</p><p>úteis para a análise espacial incluem operações espaciais sobre um único mapa</p><p>temático, ou sobre múltiplos mapas temáticos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V– V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 O modelamento espacial objetiva construir um modelo que facilite a compreensão de</p><p>um fenômeno geográfico, além de permitir a projeção futura do seu comportamento</p><p>com base em cenários estatísticos (CAMPOS et al., 2004; CRAMPTON; KRYGIER,</p><p>2006; FONSECA, 2007; GIRARDI, 2009; ROSA, 2013).</p><p>FONTE: CAMPOS, S. et al. Sensoriamento remoto e</p><p>geoprocessamento aplicados ao uso da terra em microbacias</p><p>hidrográficas, Botucatu, SP. Engenharia Agrícola, Botucatu,</p><p>v. 24, n. 2, p. 431-435, ago. 2004.</p><p>CRAMPTON, J. W.; KRYGIER, J. An introduction to critical</p><p>cartography. ACME: An International Journal for Critical</p><p>Geographies, v. 4, n.1, p. 11-33, 2006.</p><p>FONSECA, F. P. O potencial analógico dos mapas. Boletim</p><p>Paulista de Geografia, São Paulo, n. 87, p. 85-110, dez./2007.</p><p>GIRARDI, G. Mapas desejantes: uma agenda para a</p><p>Cartografia Geográfica. Pro-Posições, Campinas, v. 20, n. 3,</p><p>p. 147-157, dez. 2009.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>Considerando essa afirmação, descreva a análise de distribuição espacial de pontos; a</p><p>análise de rede e a análise de superfície.</p><p>5 Um banco de dados pode ser comparado a um arquivo de aço onde são armazenadas</p><p>fichas com múltiplas informações (CUNHA et al., 2014). Nesta comparação, as gavetas</p><p>são as tabelas, nas quais é possível concentrar as informações comuns. Dentro das</p><p>gavetas, existem as fichas (CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016). As gavetas são</p><p>chamadas de registros e o conjunto desses registros é chamado de tabela. O registro</p><p>é composto por várias informações. Cada espaço alocado para digitação dessas infor-</p><p>mações é chamado de campo (ROSA, 2103; CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016).</p><p>FONTE: CARMO, A. F. C.; SHIMABUKURO, M. H.; ALCANTARA,</p><p>E. H. de. Avaliação da Qualidade de Dados Ambientais por</p><p>meio de Técnicas de Analítica Visual. Boletim de Ciências</p><p>Geodésicas, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 542-556, set. 2016.</p><p>124</p><p>CUNHA, J. G. et al. (Coord.). Macrozoneamento Agroecológico</p><p>e Econômico do Estado de Goiás. Um novo olhar sobre</p><p>o território Goiano: Produto I: Sistematização de dados</p><p>existentes em uma base de dados georreferenciada em</p><p>ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG) e</p><p>suporte a elaboração das macrozonas homogêneas. Goiânia:</p><p>SIEG, 2014.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>Considerando essa afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Uma estrutura adequada do banco de dados não é essencial para o</p><p>desenvolvimento de um banco de dados que faça aquilo que o usuário espera de</p><p>modo eficaz, preciso e ineficiente.</p><p>b) ( ) Os dados espaciais em função de sua complexidade se adaptam melhor em um</p><p>banco de dados orientado a objetos.</p><p>c) ( ) O fundamental de um SIG é a ligação entre o mapa espacial e o banco de dados</p><p>geográfico.</p><p>d) ( ) Os dados geográficos são armazenados através de entidades gráficas, que</p><p>representam os elementos do espaço real que se deseja estudar, ou seja, são</p><p>gráficos que possuem somente informações numéricas que detalham as</p><p>características das tabelas numéricas.</p><p>125</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>GEOPROCESSAMENTO E OS DADOS</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>No agronegócio, são inúmeras as aplicações das tecnologias de informação</p><p>geográfica, visto que a utilização de imagens de satélites e softwares possibilitam o</p><p>monitoramento e a previsão das safras (DELGADO, 2012; DINIZ; VIERIA, 2015; MESQUISA;</p><p>FURTADO, 2019). Além disso, o domínio da componente geográfica melhora de modo</p><p>significativo o planejamento do uso do solo na gestão dos recursos hídricos e na</p><p>detecção prévia de pragas (FREDERICO, 2013; MESQUISA, FURTADO, 2019).</p><p>Cada aplicação tecnológica possui características específicas requerendo</p><p>soluções personalizadas, já que envolve aspectos diferenciados na geração de dados</p><p>geográficos, nas metodologias de análise e nos tipos de informações necessárias (ROSA,</p><p>2013; FREDERICO, 2013). Entretanto, a grande preocupação é como os dados serão</p><p>adquiridos e qual a confiabilidade destes dados usados no processo de planejamento</p><p>da produção agrícola (SICHONANY et al.; 2012; MESQUISA, FURTADO, 2019).</p><p>Desse modo, neste tópico, estudaremos como os dados interferem no processo</p><p>de gerenciamento, já que um sistema adequado de dados pode permitir que a agricultura</p><p>de precisão alcance seus objetivos propostos.</p><p>UNIDADE 2</p><p>2 AQUISIÇÃO DE DADOS</p><p>A agricultura brasileira está se tornando uma alternativa tanto para o</p><p>desenvolvimento econômico quanto o regional (DINIZ; VIERIA, 2015; CARMO et al., 2016).</p><p>Essa transformação pode ser considerada como o resultado de políticas públicas, o</p><p>avanço das pesquisas realizadas pela Embrapa, bem como a adoção e modernização do</p><p>padrão tecnológico (DELGADO, 2012; DINIZ; VIERIA, 2015; MESQUISA; FURTADO, 2019).</p><p>Um exemplo do processo de modernização é o gerenciamento da frota de</p><p>máquinas que está relacionado com a capacidade de combinar o potencial e preservação</p><p>do solo; recursos humanos, bem como ao capital para obter lucro satisfatório (DELGADO,</p><p>2012; SICHONANY et al.; 2012; CARMO et al., 2016). Por isso, é essencial compreender</p><p>o comportamento das máquinas em operação, analisando de modo rigoroso as</p><p>características de consumo de combustível, bem como, a velocidade da operação, por</p><p>exemplo, (SICHONANY et al.; 2012; ROSA, 2013; MESQUISA; FURTADO, 2019). Conforme</p><p>Sichonany et al. (2012, p. 1431):</p><p>126</p><p>A utilização de redes de sensores em uma máquina agrícola, conec-</p><p>tados a um sistema de tomada de dados, permite medir uma série</p><p>de parâmetros. Todos esses dados coletados remotamente necessi-</p><p>tam ser transmitidos para uma central de armazenamento para o seu</p><p>monitoramento, avaliação e controle. A telemetria é a transferência</p><p>e utilização de dados provindos de uma ou mais máquinas remotas,</p><p>permitindo uma comunicação instantânea, via rede de computado-</p><p>res fixa ou sem fio (wireless). Entre os elementos que compõem um</p><p>sistema de telemetria estão os sensores, que monitoram, controlam</p><p>e medem algum tipo de atividade.</p><p>Dessa forma, os dados usados em um SIG podem ser oriundos de diversas</p><p>fontes, sendo classificados em (ROSA, 2013):</p><p>• Fontes primárias: levantamentos direto no campo ou produtos obtidos por sensores</p><p>remotos.</p><p>• Fontes secundárias: mapas e estatísticas, que são derivadas das fontes primárias.</p><p>No Brasil, as principais fontes de dados espaciais são as folhas topográficas em</p><p>diferentes escalas editadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela</p><p>Diretoria do Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro (ROSA, 2013; CARMO et al.,</p><p>2016). O Quadro 5 apresenta outras fontes de informação.</p><p>QUADRO 5 – FONTES DE INFORMAÇÃO</p><p>FONTES DESCRIÇÃO</p><p>Esri Open Data Hub</p><p>A base de dados do site conta com mais de 250.000</p><p>conjuntos de dados abertos de mais de 5.000 organizações</p><p>em todo o mundo (Figura 34). Acesso pelo link: https://bit.</p><p>ly/3xfoZmu.</p><p>Natural Earth</p><p>Diversos conjuntos de dados SIG culturais e físicos de</p><p>escala global, bem como dados de modelo digital de</p><p>elevação (Figura 35). Os dados são de domínio público.</p><p>Acesso pelo link: https://bit.ly/2UYNibe.</p><p>USGS Earth Explorer</p><p>Plataforma com uma interface que facilita o acesso aos</p><p>dados de sensoriamento remoto de diversas fontes de</p><p>dados SIG, como imagens da série de satélites Landsat,</p><p>Sentinel e SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) (Figura</p><p>36). Acesso pelo link: https://earthexplorer.usgs.gov/.</p><p>OpenStreetMap (OSM)</p><p>Um mapa</p><p>do mundo, criado por profissionais e de uso</p><p>livre sob uma licença aberta. Acesso pelo link: https://bit.</p><p>ly/3ic5UgR.</p><p>NASA earth</p><p>observations (NEO)</p><p>Atualizações constantes, garantindo informações climáti-</p><p>cas oportunas de nosso globo. Acessível em uma varieda-</p><p>de de formatos SIG. Acesso pelo link: https://neo.sci.gsfc.</p><p>nasa.gov/.</p><p>127</p><p>Copernicus Open</p><p>Access Hub</p><p>Dados de satélite com resolução de 10 metros,</p><p>prontamente disponíveis na ponta dos dedos;</p><p>Os dados do Sentinel 2 têm 11 bandas espectrais, incluindo</p><p>vermelho, verde, azul e infravermelho próximo. Acesso pelo</p><p>link: https://bit.ly/2WxYnka.</p><p>Instituto Brasileiro de</p><p>Geografia e Estatística</p><p>(IBGE)</p><p>O usuário pode baixar shapefiles de limites de várias áreas,</p><p>como municípios, estados, regiões e do Brasil. Além de</p><p>muitos outros dados, como estradas, cursos hídricos etc.</p><p>Acesso pelo link: https://bit.ly/3yp4vZO.</p><p>Ministério do Meio</p><p>Ambiente (MMA)</p><p>disponibiliza dados geográficos em formato shapefile</p><p>dos mais diversos projetos desenvolvidos pela entidade.</p><p>Acesso pelo link: https://bit.ly/3l5KRhS.</p><p>Infraestrutura</p><p>Nacional de Dados</p><p>Espaciais</p><p>(INDE)</p><p>A INDE adotou os padrões do Open Geospational</p><p>Consortium OGC para a especificação de seus geoserviços,</p><p>o que torna possível a exportação de dados geoespaciais</p><p>para uma ampla gama de formatos, tanto para edição de</p><p>objetos como para a apresentação de mapas (Figura 37 e</p><p>38). Acesso pelo link: https://visualizador.inde.gov.br/.</p><p>FONTE: Adaptado de: <https://bit.ly/3yftlLL> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 37 – ESRI OPEN DATA HUB</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3A2cKvF>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>128</p><p>FIGURA 38 – NATURAL EARTH</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ygABaq>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 39 – USGS EARTH EXPLORER (FRAGMENT DE UMA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO RIO</p><p>GRANDE DO SUL)</p><p>FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3BPtDLL>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>FIGURA 40 – ESTRUTURA DO INDE</p><p>FONTE: <https://www.inde.gov.br/DBDG>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>129</p><p>FIGURA 41 – MAPA GERADO NO INDE MOSTRANDO A AGRICULTURA NA REGIÃO SUL DO BRASIL</p><p>FONTE: Adapatado de <https://visualizador.inde.gov.br/>. Acesso em: 20 jul. 2021.</p><p>No Brasil, o principal órgão provedor de dados geográficos é o Instituto Brasileiro</p><p>de Geografia e Estatística (IBGE) que disponibiliza cartas topográficas em papel,</p><p>elaboradas a partir de levantamentos aerofotogramétricos efetuados nas décadas de</p><p>1960 e 1970 (EMMERT et al., 2010; CUNHA et al., 2014; CARMO et al., 2016). No entanto, a</p><p>partir da década de 1990 empresas privadas e instituições públicas iniciaram o processo</p><p>de digitalização dessas cartas topográficas para criar uma base de dados no formato</p><p>digital (VALERIANO; PRADO, 2001; EMMERT et al., 2010; CUNHA et al., 2014; CARMO et</p><p>al., 2016; CARRARA et al., 2018).</p><p>O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desenvolve o projeto</p><p>CANASAT o qual usa imagens de satélites para identificar e mapear a área cultivada</p><p>com cana-de-açúcar gerando, a cada ano safra, mapas temáticos com a distribuição</p><p>espacial da cana (VALERIANO, PRADO, 2001; EMMERT et al., 2010; ROSA, 2013). Esses</p><p>mapas estão disponíveis na internet no site do CANASAT, nos quais podem ser realizadas</p><p>consultas sobre a localização dos canaviais, a área cultivada e a evolução do cultivo da</p><p>cana nos últimos anos tanto por município quanto por estado (ROSA, 2013).</p><p>130</p><p>FIGURA 42 – CANASAT</p><p>FONTE: <https://bit.ly/36Rl4S4>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Conforme Rosa (2013, p. 82);</p><p>Outro programa interessante desenvolvido no Brasil pelo INPE é o</p><p>de monitoramento de queimadas a partir de imagens de satélites.</p><p>São utilizadas imagens de satélites que possuem sensores óticos</p><p>que operam na faixa termal, com destaque para as imagens AVHRR</p><p>dos satélites polares NOAA-12, NOAA-15, NOAA-16, NOAA-17, NOAA-</p><p>18, as imagens MODIS dos satélites polares NASA TERRA e AQUA, as</p><p>imagens dos satélites geoestacionários GOES-10, GOES-12, e MSG-2.</p><p>Os produtos são gerados diariamente e distribuídos gratuitamente</p><p>pela internet, fornecendo as coordenadas geográficas dos focos de</p><p>calor, alertas de ocorrência de fogo em áreas de interesse especial,</p><p>risco de fogo e estimativas de concentração de fumaça.</p><p>131</p><p>FIGURA 43 – MONITORAMENTO DE QUEIMADAS A PARTIR DE IMAGENS DE SATÉLITES</p><p>FONTE: <https://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/mapas-mensais/> Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>Após a coleta dos dados, é necessário que os dados sejam registrados em uma</p><p>base cartográfica comum (ROSA, 2013). O conhecimento de como cada mapa é elaborado</p><p>torna-se essencial para o sucesso econômico do SIG (SICHONANY et al.; 2012; ROSA,</p><p>2013; CARMO et al., 2016). Portanto, é indispensável que o usuário do SIG conheça as</p><p>características de todos os aspectos relacionados tanto com a aquisição quanto com a</p><p>manipulação dos dados, antes de aprender a utilizar o sistema (SICHONANY et al.; 2012;</p><p>ROSA, 2013; MESQUISA e FURTADO, 2019).</p><p>3 GPS</p><p>O GPS possibilita calcular com precisão de centímetros, a posição geodésica</p><p>de um ponto qualquer na superfície terrestre, sem que seja necessário usar a rede de</p><p>representação geodésica existente (ROSA, 2013; CARMO et al., 2016). Conforme Rosa</p><p>(2013, p. 50):</p><p>O sistema GPS que tem se destacado é o NAVSATAR (Navegation</p><p>Satellite Timing and Ranging). O sistema é composto por 24 satélites,</p><p>com órbita circular, altitude de 20.000 Km e período de revolução de 12</p><p>horas siderais. Esses satélites emitem um sinal em dois comprimentos</p><p>de ondas, no solo, uma estação móvel, de pequeno porte, recebe os</p><p>sinais. A posição no solo pode ser calculada em três dimensões, desde</p><p>que receba o sinal de quatro satélites. Conhecendo-se a posição</p><p>no espaço de cada satélite no momento da emissão do sinal, basta</p><p>então medir o tempo de percurso entre a emissão do sinal e a sua</p><p>recepção em um determinado ponto no solo. Esta medida de tempo é</p><p>particularmente precisa.</p><p>A precisão do sistema pode ser melhorada utilizando-se receptores de</p><p>bifrequência, que corrigem as deformações do sinal pelo conhecimento da posição</p><p>do satélite em relação a sua órbita pré-determinada, por exemplo (REIS; CAMARGO;</p><p>TOMMASELLI, 2011; ROSA, 2013; CARMO et al., 2016).</p><p>132</p><p>FIGURA 44 – USO DO GPS PARA CONTROLAR DRONES EM MEIO AGRÍCOLA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3rKrFaS>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>4 FONTES DE ERROS E QUALIDADE DOS DADOS</p><p>Para o efetivo uso de qualquer SIG, é importante que o usuário conheça os erros</p><p>associados com a informação espacial. Os erros podem ser segmentados conforme o</p><p>Quadro 6.</p><p>QUADRO 6 – TIPOS DE ERROS</p><p>TIPOS DE ERROS DESCRIÇÃO</p><p>Idade dos dados</p><p>Geralmente os dados são coletados com intervalo de</p><p>tempo diferente.</p><p>Cobertura areal</p><p>Geralmente, para cobrir toda uma determinada região a ser</p><p>estudada, o pesquisador precisa recorrer a dados obtidos</p><p>em diferentes períodos e escalas.</p><p>Escala</p><p>Mapas de maior escala não mostram muitos detalhes</p><p>topológicos (resolução espacial).</p><p>Densidade de</p><p>observações</p><p>A densidade de observações no desenvolvimento de um</p><p>mapa fornece o grau de confiabilidade dos dados.</p><p>Relevância</p><p>Geralmente, nem todos os dados utilizados para o</p><p>processamento da informação geográfica são relevantes</p><p>para o propósito.</p><p>133</p><p>Formato</p><p>O formato está relacionado aos aspectos técnicos de como</p><p>os dados serão gravados (DVD, PEN DRIVE, entre outros)</p><p>para serem transferidos para o computador. Outro fator é a</p><p>forma como os dados estão arranjados, ou seja, se os dados</p><p>estão na estrutura raster ou vetorial. Além disso, é preciso</p><p>verificar a escala, projeção e classificação dos dados.</p><p>Acessibilidade</p><p>Alguns os dados não acessíveis, por razões militares ou</p><p>sobre recursos do solo e subsolo.</p><p>Custo</p><p>O processo de coleta e entrada de dados, ou até mesmo a</p><p>conversão e reformatação de dados já obtidos possui um</p><p>elevado custo para organização.</p><p>Erros de Variações</p><p>Naturais ou de Medidas</p><p>Originais</p><p>Esse tipo de erro é identificado quando o profissional</p><p>estiver trabalhando com os dados. Esses erros podem</p><p>ser: acurácia posicional; acurácia do conteúdo; fontes de</p><p>variações nos dados.</p><p>Acurácia posicional</p><p>A importância da acurácia posicional nos dados geográficos</p><p>depende fundamentalmente do tipo de dados. Os erros po-</p><p>sicionais podem ser resultados do processo de digitalização.</p><p>Acurácia do conteúdo</p><p>A acurácia do conteúdo do problema pode estar ligada</p><p>aos atributos dos pontos, linhas e área na base de dados</p><p>geográfica, a qual pode ou não estar correta.</p><p>Fontes de variações</p><p>nos dados</p><p>Variações podem ocorrer nos dados geográficos devido a</p><p>inúmeros fatores. Podemos ter diversos tipos de erros: erros</p><p>resultantes de enganos na entrada de dados; erros de medi-</p><p>da; erros na coleta dos dados no campo; erros de laboratório;</p><p>e erros devido a variações espaciais e qualidade do mapa.</p><p>Erros resultante de</p><p>enganos na entrada de</p><p>dados</p><p>São considerados os erros mais usuais, mesmo que a fonte</p><p>original de dados esteja correta.</p><p>Erros de medida</p><p>Poucos dados resultam em dados sem confiança, sem</p><p>exatidão ou observações tendenciosas.</p><p>Erros na coleta dos</p><p>dados</p><p>no campo</p><p>Uma coleta adequada dos dados em campo, bem como,</p><p>uma padronização adequada destes dados auxilia na</p><p>redução das observações incorretas.</p><p>Erros de laboratório</p><p>Está relacionado à qualidade e precisão dos equipamentos</p><p>utilizados, bem como dos procedimentos de análise</p><p>empregados.</p><p>Erros devido a</p><p>variações espaciais e</p><p>qualidade do mapa</p><p>Muitos mapas temáticos não mostram fontes de variações</p><p>localizadas (específicas).</p><p>134</p><p>Erros de</p><p>processamento</p><p>Inerentes às técnicas utilizadas para a entrada, acesso</p><p>e manipulação da informação espacial. Estes erros são</p><p>considerados mais difíceis de serem identificados, já que</p><p>requerem conhecimento dos dados e da estrutura de</p><p>dados e dos algoritmos utilizados.</p><p>Falhas associadas com</p><p>análises topológicas</p><p>A maioria dos procedimentos utilizados no processamento</p><p>da informação geográfica assume que as fontes de</p><p>dados são uniformes; os procedimentos de digitalização</p><p>são infalíveis; sobreposição de mapas é uma questão de</p><p>interseção de limites e reconexão de linhas e/ou redes;</p><p>os limites podem ser definidos e desenhados; qualquer</p><p>algoritmo pode ser aplicado; os intervalos de classe</p><p>definidos por uma ou outra razão natural necessariamente</p><p>são os melhores para todos os atributos mapeados.</p><p>Problemas de</p><p>classificação e</p><p>generalização</p><p>O processo de generalização cartográfica é a transformação</p><p>dos dados geográficos em uma representação gráfica em</p><p>determinada escala. É uma componente primordial no</p><p>desenvolvimento de representações cartográficas.</p><p>FONTE: Adaptado de Favaretto (2007); Rosa (2013); Carmo et al. (2016)</p><p>5 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS</p><p>Geralmente, as operações de manipulação são efeuadas antes da execução</p><p>das operações de análise, para corrigir as distorções. Dentre as principais técnicas de</p><p>manipulação, podemos citar (QUADRO 7) (FAVARETTO, 2007; CARMO et al. 2016).</p><p>QUADRO 7 – TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO</p><p>TÉCNICAS DESCRIÇÃO</p><p>Mudança de escala</p><p>A definição da escala de trabalho é essencial para o</p><p>dimensionamento do detalhamento da coleta dos dados</p><p>para elaborar os mapas básicos. Geralmente se usam</p><p>mapeamentos básicos para desenvolver a base de dados</p><p>nos SIGs, portanto, a seleção da escala de apresentação dos</p><p>resultados depende da escala dos mapas básicos.</p><p>Remoção de</p><p>distorções</p><p>Consiste em aplicar uma função matemática através da qual</p><p>as coordenadas de cada ponto do mapa são recalculadas.</p><p>As coordenadas de cada ponto da imagem são recalculadas</p><p>através das coordenadas dos pontos registrados.</p><p>135</p><p>FONTE: Adaptado de Favaretto (2007); Rosa (2013); Carmo et al. (2016)</p><p>6 MODELAGEM ESPACIAL</p><p>Os dados armazenados no SIG são considerados indispensáveis na elaboração</p><p>de modelos para a previsão de dados distribuídos espacialmente, tais como: cobertura</p><p>florestal, precipitação, erosão, tipos de solo, entre outros (VIOLA et al., 2010; ROSA,</p><p>2013; CARMO et al., 2016). No entanto, é essencial considerar que os modelos são</p><p>aproximações subjetivas, já que incluíem todas as observações (VIOLA et al., 2010;</p><p>ROSA, 2013; MASSABKI et al., 2017).</p><p>Um modelo pode especificar três tipos de variáveis, sendo que as variáveis de</p><p>entrada são independentes do modelo e possibilitam que os valores associados a estas</p><p>variem (ROSA, 2013; MASSABKI et al., 2017). Já as variáveis de saída são inteiramente</p><p>dependentes do modelo, e mostram as saídas como resultados de características de</p><p>diferentes entradas (MASSABKI et al., 2017). Um modelo, geralmente, contém variáveis</p><p>que especificam algumas condições importantes, mas que são mantidas constantes</p><p>durante o funcionamento do modelo (ROSA, 2013; MASSABKI et al., 2017).</p><p>Em geral, os modelos são classificados em (ROSA, 2013):</p><p>• Modelo físico: representa o sistema por um protótipo em escala menor.</p><p>• Modelo analógico: analogia das equações que regem diferentes fenômenos.</p><p>• Modelo matemático ou digital: representa a natureza do sistema através de</p><p>equações matemáticas.</p><p>Um exemplo prático é a estimativa da distribuição especial da precipitação,</p><p>podendo oferecer informações importantes dos fatores representativos de clima, tais</p><p>como: erosão do solo, topografia, uso da terra e práticas conservacionistas no meio</p><p>agrícola e urbano (VIOLA et al., 2010).</p><p>Mudança de projeção</p><p>Tem como objetivo converter os dados espaciais, repre-</p><p>sentados segundo um determinado sistema de projeção</p><p>cartográfica, para outro sistema de projeção. Este tipo de</p><p>conversão é usado, geralmente, na fase de importação ou</p><p>exportação de dados de um SIG para outro, ou quando se</p><p>deseja particionar ou juntar mapas.</p><p>Rotação/Translação</p><p>de coordenadas</p><p>A rotação de coordenadas consiste em rotacionar o mapa</p><p>em relação aos sistemas de coordenadas. A translação de</p><p>coordenadas consiste simplesmente em acrescentar um</p><p>dado valor nas coordenadas dos pontos.</p><p>136</p><p>FIGURA 45 – MODELAGEM ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL NO ESTADO</p><p>DE MINAS GERAIS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3rTwsH7>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>A modelagem especial possibilita compreender, predizer e controlar todo o</p><p>sistema agrícola, auxiliando no processo de zoneamento e mapeamento da produção,</p><p>sendo uma ferramenta de planejamento indispensável para a produção agrícola</p><p>sustentável.</p><p>Portanto, a modelagem e as ferramentas espaciais possibilitam trabalhar com</p><p>o objetivo quantitativo, com intuito de aumentar de modo adequado a produtividade,</p><p>agregando valor à parte produtiva. Assim, essas ferramentas são necessárias para o</p><p>desenvolvimento de procedimentos integrados e o aprimoramento das tecnologias</p><p>associadas.</p><p>137</p><p>EMBRAPA INCENTIVA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DA AGROPECUÁRIA</p><p>BRASILEIRA</p><p>Tornar a agricultura cada vez mais conectada é um dos principais desafios da</p><p>pesquisa agropecuária desenvolvida pela Embrapa, que aposta nas tecnologias digitais</p><p>para a transformação da agricultura brasileira. Pesquisas em inteligência artificial, apren-</p><p>dizado de máquina, automação e robótica, blockchain e criptografia para rastreabilidade,</p><p>internet das coisas (IoT), plataformas digitais, processamento em nuvem e visão compu-</p><p>tacional são alguns exemplos de estudos que a Embrapa desenvolve, em parceria com</p><p>universidades, institutos de pesquisa e o setor privado, com foco na agricultura digital.</p><p>Sensores, drones, aplicativos, softwares e sistemas de gestão, imagens de</p><p>satélites, tratores, pulverizadores e colheitadeiras automáticas já são realidade no</p><p>meio rural, mas com a geração cada vez mais intensa de dados e informações, serão</p><p>necessárias novas tecnologias de informação e comunicação, as TIC, para analisar tudo</p><p>isso, interpretar e trazer soluções integradas que ajudem o produtor a tomar decisões</p><p>rapidamente e com menor custo, de acordo com a chefe-geral da Embrapa Informática</p><p>Agropecuária – Campinas, SP, Silvia Massruhá.</p><p>As tecnologias disruptivas têm um potencial imenso de aplicações em todas</p><p>as atividades, passando pelo plantio, manejo, colheita e pós-colheita. Elas abrangem</p><p>todas as etapas do processo produtivo, desde a pré-produção, conhecida no setor</p><p>agro como "antes da porteira", passando</p><p>2.8 SEGURANÇA BIOLÓGICA E DEFESA DA AGRICULTURA .........................................................183</p><p>2.9 SISTEMAS INTEGRADOS E REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE GASES ...................................... 187</p><p>2.10 RECURSOS HÍDRICOS ....................................................................................................................188</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 191</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................193</p><p>TÓPICO 3 - AGRICULTURA, A INDÚSTRIA DO FUTURO ................................................... 197</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 197</p><p>2 AGRICULTURA DO FUTURO ............................................................................................ 197</p><p>3 AVANÇOS GERENCIAIS NA AGRICULTURA ...................................................................201</p><p>4 AGRO 4.0 RUMO À AGRICULTURA 5.0 .......................................................................... 203</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 206</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 211</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................212</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................216</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>CONCEITOS DA</p><p>AGRICULTURA DIGITAL</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender a definição de agricultura digital;</p><p>• entender as diferentes tecnologias no contexto agrícola;</p><p>• diferenciar as fases de produção e os usos da agricultura de precisão;</p><p>• compreender a importância da pesquisa científica para o avanço tecnológico</p><p>agrícola.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de</p><p>reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA DIGITAL</p><p>TÓPICO 2 – TECNOLOGIA E AGRICULTURA</p><p>TÓPICO 3 – AGRICULTURA DO FUTURO</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA DIGITAL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Na sociedade atual, é fácil perceber que a tecnologia vem se tornado um fator</p><p>chave na determinação da competitividade das organizações (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA,</p><p>2018). O uso da tecnologia vem oferecendo melhoras significativas no emprego de recursos</p><p>e na redução de custos. Diante do contexto globalizado e competitivo do mercado atual, o</p><p>uso adequado dos recursos tecnológicos representa uma oportunidade à sobrevivência das</p><p>organizações (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>Nesse sentido, cada organização toma a decisão sobre a utilização dos diferentes</p><p>tipos de tecnologia existentes (COSTA, GUILHOTO, 2012; DEBOER, 2019; BOLFE et</p><p>al., 2020). Essa decisão afetará a continuidade e o desempenho da organização no</p><p>mercado. Assim, a adoção de novas tecnologias pode ocasionar maior competitividade</p><p>para as organizações enquanto melhora o processo produtivo. O setor agrícola também</p><p>passa por transformações tecnológicas, já que a agricultura tradicional foi transformada</p><p>pelo uso de novas tecnologias (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>A agricultura atual pode se apoiar com o uso de dados georreferenciados,</p><p>armazenar informações em bancos de dados para efetuar comparações precisas com</p><p>dados anteriores e com o histórico da área analisada (BATISTA et al., 2017; EMBRAPA,</p><p>2018; BOLFE et al., 2020). O uso da tecnologia na agricultura possibilita novas formas de</p><p>gerenciamento da informação tendo como resultado final maior produtividade, redução</p><p>de custos e mitigação do impacto ambiental (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>Portanto, o ato de planejar uma propriedade rural é indispensável para conquistar</p><p>novos mercados. As organizações, ou seja, as propriedades rurais precisam repensar</p><p>seus processos de produção, através de análises de satisfação dos clientes, de modo</p><p>mais econômico ou pleno, devido ao aparecimento constante de novas tecnologias</p><p>(EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; DUARTE, 2021). Neste Tópico, estudaremos como</p><p>era estruturada a agricultura no Brasil e como a tecnologia influenciou a sua evolução</p><p>para ocupar novos nichos no mercado mundial.</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>2 EVOLUÇÃO NA AGRICULTURA</p><p>Você já deve ter percebido que a agricultura para o setor econômico brasileiro é</p><p>um fator primordial para geração de riquezas (EMBRAPA, 2018). No início da década de</p><p>1990, a agricultura brasileira se modificou, ou seja, houve a concentração do controle</p><p>4</p><p>do setor para grandes empresas nacionais e transnacionais (COSTA, GUILHOTO,</p><p>2012; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020). Além disso, agricultura familiar enfrentou a</p><p>competitividade da agroindústria (QUADRO 1).</p><p>QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL</p><p>PERÍODO DESCRIÇÃO</p><p>Após a II</p><p>Guerra Mundial</p><p>Pelas teses da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe</p><p>(Cepal), liderada por Raul Prebish, a relação de troca movia-se contra</p><p>os países exportadores de matérias-primas.</p><p>A política econômica deveria favorecer o desenvolvimento do</p><p>mercado interno e a diversificação da pauta de exportações.</p><p>O caminho era a industrialização.</p><p>Houve a remoção do excesso de trabalhadores rurais para a indústria</p><p>e para o setor de serviços.</p><p>A guerra mostrou que o poderio militar dependia fortemente da</p><p>indústria. Além disso, percebeu-se que as economias diversificadas</p><p>tinham maior capacidade de geração de empregos.</p><p>Começo da</p><p>década de</p><p>1950</p><p>O governo brasileiro adotou uma política econômica de</p><p>industrialização forçada.</p><p>A urbanização ganhou velocidade a partir da década de 1950 e se</p><p>acelerou na década de 1970.</p><p>No período de</p><p>1950 a 1970</p><p>Período marcado pela extensão rural, com base na hipótese de que</p><p>existia um vasto estoque de tecnologias, porém não se considerou a</p><p>pesquisa científica.</p><p>Início da</p><p>década de</p><p>1970</p><p>Facilidades para a indústria em detrimento das atividades agrícolas.</p><p>As bases da política assentavam-se em:</p><p>• manter o câmbio sobrevalorizado;</p><p>• câmbios múltiplos para favorecer a importação de bens de capital</p><p>e desfavorecer as demais;</p><p>• concessão de empréstimos a taxas de juros subsidiadas para a</p><p>indústria de bens de capital;</p><p>• importação de bens de consumo;</p><p>• investimento em infraestrutura de energia e transporte;</p><p>• alimentos com preços baixos para evitar pressões sobre os salários</p><p>dos trabalhadores urbanos;</p><p>• prioridade à infraestrutura urbana.</p><p>No ambiente rural, ocorreu o êxodo de modo acentuado, já que as</p><p>cidades e as indústrias tinham maior poder de atração.</p><p>5</p><p>1973</p><p>Maior investimento em pesquisa agrícola, com o advento da</p><p>Embrapa, e nos cursos de pós-graduação, sem reduzir os</p><p>investimentos do governo federal em extensão rural.</p><p>De 1975 a 1990</p><p>O Brasil funda uma empresa nacional para assistência técnica</p><p>e extensão rural, chamada de Empresa Brasileira de Assistência</p><p>Técnica e Extensão Rural (EMBRATER). O objetivo era auxiliar a</p><p>implementação e a adoção de novas tecnologias desenvolvidas</p><p>através da pesquisa e de prestar assistência técnica aos agricultores,</p><p>apoiando as agências de extensão estaduais.</p><p>A falta de apoio e a crise fiscal dos estados criou um grande gargalo</p><p>na extensão rural em alguns estados brasileiros.</p><p>Até o final da</p><p>década de</p><p>1980</p><p>O setor privado teve pequena participação nos empréstimos aos</p><p>produtores rurais. A base foi o governo federal, principalmente</p><p>via Banco do Brasil e Banco do Nordeste. As taxas de juros foram</p><p>subsidiadas com maior intensidade no Brasil.</p><p>pela produção, ou "dentro da porteira", até a</p><p>pós-produção, chamada de "depois da porteira". Incluem sensores para análise do solo,</p><p>estações agro meteorológicas automatizadas, imagens de satélites de alta resolução</p><p>para monitoramento agrícola e florestal, sistemas e aplicativos voltados à estimativa de</p><p>produtividade, rastreabilidade e certificação dos produtos agrícolas.</p><p>Os benefícios podem abranger todas as cadeias produtivas agrícolas, com a</p><p>incorporação de inovações e a interação entre os elos das cadeias, impactando os produtores</p><p>rurais, fabricantes de insumos, processadores, distribuidores e consumidores. "O processo</p><p>de transformação digital nas propriedades rurais não é mais uma opção, é um caminho</p><p>imprescindível para tornar a agricultura brasileira mais competitiva e com maior agregação</p><p>de valor", afirma o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Édson Bolfe.</p><p>Além de aumentar a produtividade agrícola, com a significativa redução de custo</p><p>e de tempo dos processos, as tecnologias digitais garantem a sustentabilidade e criam</p><p>novas oportunidades de trabalho no campo, trazendo impactos econômicos, sociais e</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>138</p><p>ambientais. A agricultura digital ajuda a diminuir os custos, agrega valor à produção e</p><p>otimiza o uso dos recursos naturais, enfatiza Bolfe. O consumidor também se beneficia</p><p>com maior transparência do processo e controle de qualidade dos produtos, a partir das</p><p>técnicas de rastreabilidade, que permitem acompanhar desde a origem dos alimentos</p><p>até a comercialização.</p><p>"As soluções digitais devem resolver os problemas reais da produção para</p><p>posicionar a agricultura tropical a um novo patamar", ressalta o pesquisador da Embrapa</p><p>Instrumentação (São Carlos, SP) Ricardo Inamasu. "A agricultura tropical, e em especial</p><p>na região de cerrados, apresenta características que requerem soluções específicas:</p><p>grandes áreas, como talhões na ordem de 200 hectares, operação de máquinas em</p><p>frotas – cerca de três a cinco máquinas em um talhão – e colheita de duas safras anuais</p><p>ou mais. Essas características geram problemas que demandam soluções que não se</p><p>pode importar de outros países", explica.</p><p>No manejo florestal, a adoção de tecnologias digitais tem modificado a realidade</p><p>da atividade, facilitando a realização de etapas, com redução de esforços e agilidade</p><p>e maior precisão nos processos de mapeamento de áreas. Os drones, por exemplo,</p><p>permitem conhecer detalhadamente a floresta, em uma perspectiva aérea, possibilitando</p><p>a realização de inventários semiautônomos a partir do uso de ferramentas de alta precisão</p><p>e algoritmos para segmentação e geolocalização automática das árvores. Junto a outras</p><p>tecnologias automatizadas, como o Modelo Digital de Exploração Florestal (Modeflora) e</p><p>Lidar (Light Detection and Ranging), esses equipamentos integram o chamado "manejo</p><p>florestal 4.0", um novo conceito de produção florestal baseado na automação, geração,</p><p>transmissão e tratamento de dados precisos na atividade.</p><p>Segundo o pesquisador da Embrapa Acre (Rio Branco) Marcus Vinícios D'Oliveira,</p><p>um dos principais desafios do inventário em florestas tropicais nativas ainda é a</p><p>localização de árvores de interesse comercial, devido a dificuldades como a transposição</p><p>de cursos hídricos e visualização dessas espécies em função da densa vegetação.</p><p>"Com uso de drones é possível mapear previamente a copa das árvores e</p><p>coletar informações que facilitam essa localização, contribuindo para a avaliação do</p><p>potencial de exploração de madeira e para uma produção sustentável. Além disso, essas</p><p>ferramentas podem ser ajustadas para ajudar no reconhecimento nominal de espécies</p><p>madeireiras, trabalho essencial para ampliar o conhecimento sobre os recursos florestais</p><p>da Amazônia", ressalta o pesquisador.</p><p>A agricultura digital não é resultado só do uso das TIC, conta Silvia, mas das con-</p><p>vergências tecnológicas entre a biotecnologia, a nanotecnologia e a tecnologia da infor-</p><p>mação e da ciência cognitiva, e entre as geotecnologias, agricultura de precisão e internet</p><p>das coisas. Envolve conhecimento de áreas multidisciplinares e dos mais diversos es-</p><p>pecialistas, como meteorologistas, cientistas da computação, matemáticos, estatísticos,</p><p>biólogos, bioinformatas e outros profissionais, além dos tradicionais agrônomos.</p><p>139</p><p>Entre os projetos de pesquisa que a Embrapa Informática Agropecuária</p><p>desenvolve na área de inteligência artificial e aprendizado de máquina, está o</p><p>EcontaFruto, que em parceria com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus)</p><p>busca automatizar a contagem de frutos em laranjais. Com a Universidade Estadual</p><p>de Campinas (Unicamp), a partir de técnicas de visão computacional, pesquisadores</p><p>também estão recriando plantas tridimensionais em laboratório e testando algoritmos</p><p>(códigos de programas de computador) para identificação de culturas agrícolas. Esses</p><p>resultados visam estimar volume e peso dos frutos, apoiando estimativas de safra e</p><p>monitoramento de pragas e de deficiências nutricionais.</p><p>Outra pesquisa inovadora, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa</p><p>do Estado de São Paulo (Fapesp), usa drones para contagem de gado; a metodologia</p><p>poderá contribuir para monitoramento do peso e da saúde animal. O Swamp (Smart</p><p>Water Management Platform) usa a internet das coisas (IoT) para criar uma plataforma</p><p>inteligente de gerenciamento de água em irrigação de precisão, em parceria com a</p><p>União Europeia e coordenação da Universidade Federal do ABC (UFABC).</p><p>Tecnologias baseadas em IoT também serão testadas em fazendas-piloto</p><p>produtoras de grãos, leite e em áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF),</p><p>num projeto em fase final de aprovação pelo Banco Nacional de Desenvolvimento</p><p>Econômico e Social (BNDES). Sistemas inteligentes que combinam tecnologia espacial</p><p>integrada a sistemas informatizados aplicados à agricultura são o foco da parceria</p><p>da Empresa com a Visiona Tecnologia Espacial. As tecnologias geradas vão permitir</p><p>avanços no mapeamento e monitoramento de áreas de produção agrícola e pecuária,</p><p>além de áreas de conservação e ecossistemas ambientais.</p><p>Com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana),</p><p>são realizados trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas de</p><p>inovação para ampliar a competitividade, produtividade e a sustentabilidade da cadeia</p><p>produtiva da cana-de-açúcar. Também haverá um sistema de rastreabilidade usando</p><p>a tecnologia blockchain, e a organização, processamento e disponibilização em nuvem</p><p>de imagens de satélite de alta resolução para análises de lavouras de cana-de-açúcar.</p><p>O Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas, parceria</p><p>entre a Embrapa e a Unicamp, desenvolve estudos em engenharia genética e edição</p><p>gênica para adaptação de culturas agrícolas a condições de altas temperaturas,</p><p>deficiência nutricional e hídrica impostas pelas mudanças climáticas, com o objetivo de</p><p>gerar ativos biotecnológicos.</p><p>O Laboratório Multiusuário de Bioinformática da Embrapa desenvolve e usa</p><p>ferramentas de bioinformática e computação de alto desempenho para analisar,</p><p>interpretar e modelar grande quantidade de dados, especialmente relacionados a</p><p>recursos genéticos, biotecnologia e melhoramento genético de espécies de interesse</p><p>agrícola. Atua na geração de soluções nas áreas de expressão gênica, marcadores</p><p>moleculares, evolução, e modelagem de sistemas biológicos, por exemplo.</p><p>140</p><p>A Embrapa Instrumentação destaca-se por desenvolver novos métodos,</p><p>sensores e equipamentos que produzem dados de forma mais rápida, com maior</p><p>confiabilidade e economicamente mais viável, ou seja, os instrumentos que viabilizam a</p><p>agricultura digital na agropecuária. Para contribuir de forma a atender mais rapidamente</p><p>às demandas da agricultura 4.0, o centro temático realiza parcerias com startups e</p><p>empresas de diversos segmentos, especialmente no modelo de inovação aberta, no</p><p>qual o parceiro já participa do projeto de pesquisa em sua fase inicial.</p><p>"Contamos com uma</p><p>equipe de alta qualificação e diversidade de perfis,</p><p>inclusive, em parceria com universidades como a USP e a Universidade Federal de São</p><p>Carlos (UFSCar), com as quais criamos uma Unidade Mista de Pesquisa em Automação</p><p>para Sustentabilidade Agropecuária; além disso, temos a infraestrutura do Laboratório</p><p>de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), único nesse modelo no</p><p>País", afirma o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime.</p><p>A coprodução viabiliza o desenvolvimento de metodologias adaptadas aos</p><p>sistemas de produção típicos da agricultura brasileira, conforme Inamasu. "Estamos de</p><p>forma inédita no cerrado brasileiro realizando a coprodução de conhecimentos entre a</p><p>Embrapa e Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) com seus associados como</p><p>grupo Amaggi, Scheffer e sementes Petrovina, de forma interativa", conta. "Os dados</p><p>estão sendo massivamente obtidos por meio da agricultura de precisão e armazenados</p><p>em plataformas digitais. As informações estão sendo construídas por meio de</p><p>metodologias de extração de conhecimentos dos dados armazenados em bancos.</p><p>São esses conhecimentos digitais que ensinarão as máquinas inteligentes do futuro a</p><p>auxiliar os produtores da próxima agricultura", acrescenta.</p><p>Ainda em relação aos veículos aéreos não tripulados, a startup Bem Agro</p><p>e a Embrapa Instrumentação se uniram para desenvolver sistemas automatizados</p><p>aplicados à agricultura de precisão, visando ao planejamento, controle e monitoramento</p><p>de doenças e pragas em diversas culturas, entre elas, milho e cana-de-açúcar. A solução</p><p>tecnológica, com prazo de execução de dois anos, tem o apoio da Fundação de Apoio à</p><p>Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped).</p><p>Além dessas iniciativas de pesquisa, outros projetos em desenvolvimento,</p><p>alguns em fase final, já com provas de conceito realizadas e protótipos testados, devem</p><p>gerar impactos em cadeias produtivas importantes, incluindo frutas e hortaliças, soja,</p><p>café, algodão, pecuária leiteira e vitivinicultura. "Algumas dessas soluções tecnológicas</p><p>devem estar no mercado ainda em 2020", adianta Naime.</p><p>A pecuária de precisão também aplica ferramentas digitais para acelerar o pro-</p><p>cesso de eficiência do sistema de produção de carne e de leite, auxiliar na gestão da</p><p>propriedade, melhorando a tomada de decisões, a eficiência, a produtividade e a renta-</p><p>bilidade no campo. Essas tecnologias são usadas em pesquisas que buscam monitorar</p><p>o comportamento animal, diminuir as emissões de gases de efeito estufa e recuperar</p><p>pastagens degradadas, por exemplo, com foco na melhoria dos sistemas de produção</p><p>141</p><p>pecuária. "Dessa forma, ampliará nossa capacidade de trabalho, melhorará a acurácia das</p><p>interpretações, reduzirá os erros, e possibilitará a otimização do uso de recursos", diz o</p><p>pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP).</p><p>Para tornar mais eficientes as práticas de adubação e de correção do solo,</p><p>pesquisas em agricultura de precisão (AP) testam novas metodologias para identificar</p><p>"manchas" no solo que precisem de cuidados diferenciados. A metodologia emprega</p><p>técnicas de geoprocessamento e geoestatística na avaliação, identificação, descrição</p><p>e indicação de técnicas de manejo da fertilidade do solo, visando ao uso racional de</p><p>insumos.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2WzLAxF>. Acesso em: 7 jul. 2021.</p><p>142</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• No agronegócio, são inúmeras as aplicações das tecnologias de informação</p><p>geográfica, visto que a utilização de imagens de satélites e softwares possibilitam</p><p>o monitoramento e a previsão das safras (DELGADO, 2012; DINIZ; VIERIA, 2015;</p><p>MESQUISA; FURTADO, 2019).</p><p>• Cada aplicação tecnológica possui características específicas requerendo soluções</p><p>personalizadas, já que envolve aspectos diferenciados na geração de dados</p><p>geográficos, nas metodologias de análise e nos tipos de informações necessárias.</p><p>• Os dados usados em um SIG podem ser oriundos de diversas fontes, sendo</p><p>classificados em: fontes primárias – levantamentos direto no campo ou produtos</p><p>obtidos por sensores remotos; fontes secundárias – mapas e estatísticas, que são</p><p>derivadas das fontes primárias.</p><p>• No Brasil, o principal órgão provedor de dados geográficos é o IBGE, que</p><p>disponibiliza cartas topográficas em papel, elaboradas a partir de levantamentos</p><p>aerofotogramétricos efetuados nas décadas de 1960 e 1970.</p><p>• O conhecimento de como cada mapa é elaborado torna-se essencial para o sucesso</p><p>econômico do SIG.</p><p>• O GPS possibilita calcular, com precisão de centímetros, a posição geodésica de</p><p>um ponto qualquer na superfície terrestre, sem ser necessário usar a rede de</p><p>representação geodésica existente.</p><p>• A precisão do sistema pode ser melhorada utilizando-se de receptores de</p><p>bifrequência, que corrigem as deformações do sinal pelo conhecimento da posição</p><p>do satélite em relação a sua órbita pré-determinada, por exemplo.</p><p>• As operações de manipulação são efetuadas antes da execução das operações de</p><p>análise, para corrigir as distorções.</p><p>143</p><p>• Os dados armazenados no SIG são considerados uma ferramenta indispensável na</p><p>elaboração de modelos para previsão de dados distribuídos espacialmente, tais como:</p><p>cobertura florestal, precipitação, erosão, tipos de solo, entre outros.</p><p>144</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A agricultura brasileira está se tornando uma alternativa tanto para o desenvolvimen-</p><p>to econômico quanto o regional (DINIZ; VIERIA, 2015; CARMO et al., 2016). Essa trans-</p><p>formação pode ser considerada como o resultado de políticas públicas, o avanço das</p><p>pesquisas realizadas pela Embrapa, bem como, a adoção e modernização do padrão</p><p>tecnológico (DELGADO, 2012; DINIZ, VIERIA, 2015; MESQUISA, FURTADO, 2019).</p><p>FONTE: CARMO, A. F. C.; SHIMABUKURO, M. H.; ALCANTARA,</p><p>E. H. de. Avaliação da Qualidade de Dados Ambientais por</p><p>meio de Técnicas de Analítica Visual. Boletim de Ciências</p><p>Geodésicas, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 542-556, set. 2016.</p><p>DINIZ, C. C.; VIERIA, D. J. Ensino Superior e Desigualdades</p><p>Regionais: notas sobre a experiência recente do Brasil.</p><p>Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, v. 36,</p><p>n. 129, p. 99-115, 2015.</p><p>DELGADO, G. C. Do capital financeiro na agricultura à</p><p>economia do agronegócio: mudanças cíclicas em meio</p><p>século (1965-2012). Porto Alegre: UFRGS Editora, 2012. 142p.</p><p>MESQUITA, F.; FURTADO, A. T. Mudanças Estruturais e Espaciais</p><p>na Agricultura. Mercator, Fortaleza, v. 18, p. 1-17, 2019.</p><p>Considerando essa afirmação faça uma tabela com as principais fontes de informação.</p><p>2 Os dados armazenados no SIG são considerados uma ferramenta indispensável</p><p>na elaboração de modelos para previsão de dados distribuídos espacialmente, tais</p><p>como: cobertura florestal, precipitação, erosão, tipos de solo, entre outros (VIOLA et</p><p>al., 2010; ROSA, 2013; CARMO et al., 2016). No entanto, é essencial considerar que os</p><p>modelos são aproximações subjetivas, já que incluíem todas as observações (VIOLA</p><p>et al., 2010; ROSA, 2013; MASSABKI et al., 2017).</p><p>FONTE: CARMO, A. F. C.; SHIMABUKURO, M. H.; ALCANTARA,</p><p>E. H. de. Avaliação da Qualidade de Dados Ambientais por</p><p>meio de Técnicas de Analítica Visual. Boletim de Ciências</p><p>Geodésicas, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 542-556, set. 2016.</p><p>MASSABKI, J. A. R. et al. Modelagem dos padrões da expansão</p><p>urbana da Região Metropolitana de São Paulo baseada em</p><p>Autômatos Celulares. Urbe, Revista Brasileira de Gestão</p><p>Urbana, Curitiba, v. 9, supl. 1, p. 361-371, out. 2017.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>VIOLA, M. R. et al. Métodos de interpolação espacial para o</p><p>mapeamento da precipitação pluvial. Revista Brasileira de</p><p>Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v. 14, n.</p><p>9, p. 970-978, set. 2010.</p><p>145</p><p>Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As variáveis de entrada são dependentes do modelo e possibilitam que os valores</p><p>associados a estas variem.</p><p>b) ( ) As variáveis de saída não são dependentes do modelo, e mostram as saídas como</p><p>resultados de características</p><p>de diferentes entradas.</p><p>c) ( ) A modelagem especial possibilita compreender todo o sistema agricola</p><p>garantindo sempre de modo exato o processo de zoneamento e mapeamento</p><p>da produção, sendo uma ferramenta única de planejamento para a produção</p><p>agrícola sustentável.</p><p>d) ( ) Um modelo geralmente contém variáveis status que especificam algumas con-</p><p>dições importantes, mas que são mantidas constantes durante o funcionamento</p><p>do modelo.</p><p>3 Um modelo geralmente contém variáveis status que especificam algumas condições</p><p>importantes, mas que são mantidas constantes durante o funcionamento do modelo</p><p>(ROSA, 2013; MASSABKI et al., 2017).</p><p>FONTE: MASSABKI, J. A. R. et al. Modelagem dos padrões</p><p>da expansão urbana da Região Metropolitana de São Paulo</p><p>baseada em Autômatos Celulares. Urbe, Revista Brasileira</p><p>de Gestão Urbana, Curitiba, v. 9, supl. 1, p. 361-371, out. 2017.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Modelo físico: representa o sistema por um protótipo em escala menor.</p><p>( ) Modelo analógico: analogia das equações que regem diferentes fenômenos.</p><p>( ) Modelo matemático ou digital: representa a natureza do sistema através de</p><p>equações matemáticas.</p><p>( ) Modelo especial: representa o espaço áereo através equações matemáticas e</p><p>alfanuméricas.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V– V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 Após a coleta dos dados, é necessário que estes sejam registrados em uma base</p><p>cartográfica comum (ROSA, 2013). O conhecimento de como cada mapa é elaborado</p><p>torna-se essencial para o sucesso econômico do SIG (SICHONANY et al., 2012; ROSA,</p><p>2013; CARMO et al., 2016).</p><p>146</p><p>FONTE: CARMO, A. F. C.; SHIMABUKURO, M. H.; ALCANTARA,</p><p>E. H. de. Avaliação da Qualidade de Dados Ambientais por</p><p>meio de Técnicas de Analítica Visual. Boletim de Ciências</p><p>Geodésicas, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 542-556, set. 2016.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia:</p><p>UFU, 2013.</p><p>SICHONANY, O. R. A. O. et al. Telemetria na transmissão de</p><p>dados de desempenho de máquinas agrícolas utilizando</p><p>tecnologias GSM/GPRS e ZigBee. Ciência Rural, Santa</p><p>Maria, v. 42, n. 8, p. 1430-1433, ago. 2012.</p><p>Considerando essa afirmação, elabore uma tabela com os principais tipos de erros que</p><p>podem afetar o processo de desenvolvimento dos mapas.</p><p>5 A precisão do sistema pode ser melhorada utilizando-se de receptores de bifrequência,</p><p>os quais corrigem as deformações do sinal pelo conhecimento da posição do satélite</p><p>em relação a sua órbita pré-determinada, por exemplo (REIS; CAMARGO; TOMMASELLI,</p><p>2011; ROSA, 2013; CARMO et al., 2016). Geralmente, as operações de manipulação são</p><p>efetuadas antes da execução das operações de análise, para corrigir as distorções</p><p>(FAVARETTO, 2007; CARMO et al., 2016).</p><p>FONTE: CARMO, A. F. C.; SHIMABUKURO, M. H.; ALCANTARA,</p><p>E. H. de. Avaliação da Qualidade de Dados Ambientais por</p><p>meio de Técnicas de Analítica Visual. Boletim de Ciências</p><p>Geodésicas, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 542-556, set. 2016.</p><p>FAVARETTO, F. Experimento para análise da implantação</p><p>da medição da qualidade da informação. Production, São</p><p>Paulo, v. 17, n. 1, p. 151-161, jan./abr. 2007.</p><p>REIS, T. T.; CAMARGO, P. O.; TOMMASELLI, A. M. G.</p><p>Sincronismo de dispositivos para o georreferenciamento</p><p>de imagens digitais. Boletim de Ciências Geodésicas,</p><p>Curitiba, v. 17, n. 3, p. 317-339, set. 2011.</p><p>ROSA, R. Introdução ao geoprocessamento. Uberlândia: UFU,</p><p>2013.</p><p>Considerando isso, faça uma tabela com as técnicas de manipulação.</p><p>147</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, K. R.; ANTUNES, A. F. B.; BRANDALIZE, M. C. B. Proposta de metodologia para o</p><p>cadastro territorial para fins de regularização fundiária em áreas de interesse social. Boletim</p><p>de Ciências Geodésicas, Curitiba, v. 17, n. 4, p. 586-604, out./dez. 2011.</p><p>BORGES, M. H.; PFEIFER, R.M.; DEMATTE, J.A.M. 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Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>154</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>155</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>AGRICULTURA SUSTENTÁVEL</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Os impactos ambientais e sociais da agricultura convencional, na década</p><p>de 1980, e a preocupação com as questões ambientais globais fizeram a sociedade</p><p>repensar a quantidade e a qualidade da produção de alimentos (ALVES, 2012; AUGUSTO</p><p>et al., 2012; PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Atualmente,</p><p>o movimento pela agricultura sustentável vem crescendo e tendo apoio nos sistemas</p><p>de produção de alimentos (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Por ter como princípio o respeito ao meio ambiente e a produção economicamente</p><p>viável de alimentos, a agricultura sustentável é essencial (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ</p><p>et al., 2020; TETILA et al., 2020). Nesse sentido, para ser considerada sustentável, a</p><p>agricultura precisa garantir às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades</p><p>de produção e qualidade de vida (CERRI et al., 2017; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>Desse modo, a qualidade e a eficiência das operações que ocorrem nas proprie-</p><p>dades rurais são resultado das decisões estratégicas com base em informações adequa-</p><p>das para gerenciar a propriedade de modo sustentável (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al.,</p><p>2020; TETILA et al., 2020). Neste tópico, entenderemos quais os impactos da agricultura</p><p>tradicional sobre o meio ambiente e como é caracterizada a agricultura sustentável.</p><p>2 IMPACTOS DA AGRICULTURA SOBRE OS RECURSOS</p><p>NATURAIS</p><p>Infelizmente, o desmatamento das florestas brasileiras tem crescido nos últimos</p><p>anos (FIGURA 1) (EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; TETILA et al., 2020). Segundo</p><p>Zalles et al.. (2000 apud TETILA et al., 2020, p. 616):</p><p>As áreas cobertas por plantações mais que dobraram no Brasil entre</p><p>2000 e 2014 (de 26,0 Mha em 2000 para 46,1 Mha em 2014), e pelo</p><p>menos 20% dessa expansão agrícola ocorreu sobre vegetação nativa.</p><p>Nesse período, a conversão de áreas naturais em plantações foi maior</p><p>no Cerrado: quase 2,5 vezes mais que na Floresta Amazônica.</p><p>156</p><p>FIGURA 1 – DESMATAMENTO DOS BIOMAS BRASILEIROS EM 2019</p><p>FONTE:</p><p><https://bit.ly/3m5Alrt> Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>O processo de desmatamento tem como causa principal a redução da</p><p>biodiversidade e dos serviços ecológicos prestados pela floresta, podendo, ainda,</p><p>contribuir para a mudança climática global (MILLER, 2007; EMBRAPA, 2014; QUEIRÓS et</p><p>al., 2014; BOLFE et al., 2020). Conforme Miller (2007, p. 179):</p><p>O desmatamento é a remoção temporária ou permanente de grandes</p><p>áreas de floresta para dar lugar, principalmente, à agricultura. O</p><p>desmatamento pode provocar efeitos nocivos ao meio ambiente que,</p><p>por sua vez, podem reduzir os benefícios ecológicos prestados pelas</p><p>florestas. O desmatamento também contribui para o aquecimento</p><p>global previsto se as árvores forem removidas mais rápido do que</p><p>crescem. Quando as florestas são devastadas para agricultura, o</p><p>carbono armazenado nas árvores como biomassa é liberado para a</p><p>atmosfera na forma de gás de efeito estufa dióxido de carbono.</p><p>Os recursos naturais podem fornecer uma renda biológica renovável, desde que esses</p><p>recursos não sejam utilizados de forma mais rápida do que a natureza os renova. Por</p><p>exemplo: os serviços ecossistêmicos, como o controle de erosão do solo e a proteção da</p><p>biodiversidade, renovam os recursos naturais, como a superfície do solo e os depósitos de</p><p>água subterrânea (MILLER, 2007).</p><p>IMPORTANTE</p><p>157</p><p>SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS, AMBIENTAIS E PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2W3WawK> Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>O desmatamento que ocorre através das queimadas impacta negativamente</p><p>o meio ambiente, já que o carvão vegetal é transportado aos rios pelas águas das</p><p>chuvas (MILLER, 2007; SANTOS et al., 2012; KELLY, 2020). Na década de 1970, houve</p><p>modificações severas no manejo do uso do solo da região amazônica, ocasionando</p><p>alterações significativas no clima da região, tais como (ASSIS, 2005; SILVEIRA et al.,</p><p>2005; ALTIERI; NICHOLLS, 2011; SILVA et al., 2016):</p><p>• Redução do regime de chuvas devido às alterações no ciclo hidrológico.</p><p>• Aumento da estação seca.</p><p>• Alterações nos processos de reciclagem de chuvas.</p><p>• Perda da biodiversidade.</p><p>• Assoreamento dos recursos hídricos.</p><p>No período compreendido entre 2010 e 2017, a floresta Amazônica liberou,</p><p>anualmente, em média, centenas de milhões de toneladas a mais de carbono do que</p><p>retirou da atmosfera ou estocou na cobertura florestal (FIGURA 2) (ALTIERI; NICHOLLS,</p><p>2011; ROCHA et al., 2015; SILVA et al., 2016; KELLY, 2020).</p><p>FIGURA 2 – EMISSÕES GLOBAIS DE DIÓXIDO DE CARBONO EM 2019</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3mcn0xt> Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>158</p><p>A Figura 3 apresenta o arco de desmatamento na Amazônia, que compreende</p><p>uma região composta por 256 municípios. Uma característica é que os desmatamentos,</p><p>geralmente os que são acima de mil hectares, contribuem de modo significativo. Isso</p><p>denota proprietários com alto poder aquisitivo para abrir uma nova área de grandes</p><p>dimensões (ROCHA et al., 2015; BARBOSA, 2019; KELLY, 2020).</p><p>FIGURA 3 – ARCO DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3m9otED> Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>Na região do Pantanal, a preocupação é o processo de assoreamento nos rios,</p><p>juntamente com as precipitações que aumentam as áreas de inundação. As florestas e</p><p>os cerrados são substituídos pela expansão de novas áreas agropecuárias, impactando</p><p>negativamente a planície pantaneira com o assoreamento (FIGURA 4) (EMBRAPA, 2004;</p><p>EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>No Pantanal, as áreas que ficavam geralmente alagadas em períodos definidos,</p><p>atualmente, ficam praticamente o ano todo submersas. Um levantamento efetuado</p><p>pela Embrapa verificou que, aproximadamente, 500 mil hectares encontram-se</p><p>permanentemente submersos (EMBRAPA, 2004; SILVA et al., 2005; ROCHA et al.,</p><p>2015; MASSRUHÁ et al., 2020). Outro ponto que causa preocupação são as inúmeras</p><p>propriedades rurais que já estão inutilizadas em decorrência do assoreamento e do</p><p>alagamento contínuo (ORMOND et al., 2002; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>159</p><p>FIGURA 4 – ASSOREAMENTO NOS RIOS DA BACIA DO ALTO PARAGUAI</p><p>QUADRO 1 – IMPACTOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO DE ALIMENTO</p><p>FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3y2aG5r>. Acesso em: 29 jun. 2021.</p><p>Portanto, a agricultura intensiva causa impactos significativos no ar, no solo, na</p><p>água e na biodiversidade (MILLER, 2007; BOLFE et al., 2020; KELLY, 2020). O Quadro 1</p><p>mostra um resumo dos impactos da agricultura sobre os recursos naturais.</p><p>CAPITAL NATURAL DESCRIÇÃO</p><p>BIODIVERSIDADE</p><p>Perda e degradação de habitats pela eliminação de pastagens</p><p>naturais, florestas e drenagem de áreas úmidas.</p><p>Morte de animais pelo uso excessivo de pesticidas.</p><p>Morte de predadores naturais para proteger os animais</p><p>domesticados.</p><p>Perda da diversidade genética pela substituição de linhagens</p><p>naturais por variedades de monocultura.</p><p>SOLO</p><p>Erosão.</p><p>Perda da fertilidade.</p><p>Salinização.</p><p>Alagamento.</p><p>Desertificação.</p><p>ÁGUA</p><p>Poluição de sedimentos e águas superficiais e subterrâneas.</p><p>Esgotamento hídrico.</p><p>Desperdício de água.</p><p>Assoreamento dos recursos hídricos.</p><p>ATMOSFERA</p><p>Emissão de gases de efeito estufa.</p><p>Emissão de gases poluentes.</p><p>SAÚDE HUMANA Resíduos de pesticidas na água potável, em alimentos e no ar.</p><p>FONTE: Adaptado de Miller (2007)</p><p>160</p><p>Portanto, surge um novo paradigma que é a mitigação do impacto ambiental no</p><p>setor agrícola, sendo que essa mudança é possível através da agricultura de precisão</p><p>(MILLER, 2007; BERNARDI et al., 2014; DEBOER, 2019). As tecnologias disponíveis da agri-</p><p>cultura de precisão fazem com que os produtores e técnicos planejem cada porção da</p><p>propriedade de modo diferenciado, possibilitando a realocação dos insumos conforme</p><p>as necessidades e potencialidades de cada área (BERNARDI et al., 2014; BORLACHENCO;</p><p>GONÇALVES, 2017). Então, agora, vamos aprender sobre a sustentabilidade na agricultura!</p><p>3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA</p><p>A discussão sobre o desenvolvimento sustentável no setor agrícola apoia a agricultura</p><p>de alta produção e preconiza a proteção da biodiversidade pela redução da necessidade de</p><p>cultivar novos espaços (ALVES, 2012; FRANCHINI et al., 2011). Os Objetivos do Desenvolvimento</p><p>Sustentável (ODS) correspondem a uma agenda mundial adotada na Cúpula das Nações Unidas</p><p>sobre o Desenvolvimento Sustentável, os quais são 17 objetivos e 169 metas a serem alcança-</p><p>das até 2030 (OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Na Figura 5 a seguir, podemos observar</p><p>a presença de objetivos importantes para o setor agrícola, tais como: segurança alimentar; agri-</p><p>cultura sustentável; padrões sustentáveis de produção e de consumo; ação contra a mudança</p><p>global no clima (NASCIMENTO et al., 2011; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 5 – OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2UneqAt>. Acesso em: 29 jul. 2021.</p><p>De acordo com Ribas, Severo e Miguel (2007, p. 2009), a sustentabilidade refere-</p><p>se:</p><p>ao uso dos recursos biofísicos, econômicos e sociais, segundo sua ca-</p><p>pacidade em um espaço geográfico, para obter bens e serviços diretos</p><p>e indiretos da agricultura e dos recursos naturais para satisfazer as</p><p>161</p><p>necessidades das gerações futuras e presentes. O valor presente dos</p><p>bens e serviços deve representar mais que o valor das externalidades</p><p>e dos insumos incorporados, melhorando ou pelo menos mantendo de</p><p>forma indefinida a produtividade do ambiente biofísico e social.</p><p>O desenvolvimento sustentável tem como objetivos (MILLER, 2007):</p><p>• Controle biológico e manejo integrado de pragas.</p><p>• Fertilizantes orgânicos.</p><p>• Eficiência no sistema de irrigação.</p><p>• Rotação de culturas.</p><p>• Conservação do solo.</p><p>• Utilização de plantações mais eficientes.</p><p>• Policultura de alta produção.</p><p>É importante considerar que o modelo agrícola intensivo aumentou de modo</p><p>significativo a produtividade, abrindo novas fronteiras agrícolas e, ainda, reduziu as</p><p>dificuldades do trabalho humano por meio da utilização de máquinas agrícolas. No</p><p>entanto, o modelo agrícola intensivo, resultou, também, na degradação ambiental</p><p>(RIBAS et al., 2007; ALVES et al., 2011;</p><p>FRANCHINI et al., 2011; OLIVEIRA; JAIME, 2016;</p><p>DEGGORONE; COSTA, 2018). Conforme Deggorone e Costa (2018, p. 351), “não basta</p><p>apenas produzir em maior quantidade, é preciso manter o nível dos recursos ambientais</p><p>para que as próximas gerações continuem produzindo”.</p><p>Ainda, conforme Carneiro Neto et al. (2008, p. 1272):</p><p>Os problemas ambientais no meio rural estão aumentando à medida</p><p>que novas técnicas de agricultura, apoiadas no emprego de adubos</p><p>químicos, agrotóxicos e mecanização, vêm sendo empregadas de-</p><p>sordenadamente. Os índices de sustentabilidade têm sido desenvol-</p><p>vidos para refletir resumidamente as alterações sofridas pelo meio</p><p>ambiente em decorrência da agricultura irrigada. Um índice ou indi-</p><p>cador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações so-</p><p>bre uma dada realidade. Tem como principal característica a de poder</p><p>sintetizar um conjunto complexo de informações, retendo apenas o</p><p>significado essencial dos aspectos analisados.</p><p>Atualmente existem inúmeros métodos e interpretações para o desenvolvimento e</p><p>uso de indicadores de sustentabilidade, sendo que, eles refletem os interesses de quantificar,</p><p>e ainda, avaliar a sustentabilidade da produção agropecuária (RIBAS et al., 2007; ALVES et al.,</p><p>2011; FRANCHINI et al., 2011; OLIVEIRA; JAIME, 2016; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017).</p><p>Os indicadores podem ser divididos nas seguintes dimensões: ambiental,</p><p>econômico e social (FIGURA 6) (VERONA, 2010; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017).</p><p>Por isso, é primordial que os dados sejam confiáveis considerando os elementos</p><p>dessas dimensões. É preciso desenvolver e delimitar os indicadores de modo objetivo</p><p>e mensurável dentro das cadeias produtivas do setor agrícola (RIBAS et al., 2007;</p><p>TAVARES, 2012; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017).</p><p>162</p><p>FIGURA 6 – DIMENSÕES E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE</p><p>FONTE: Veroma (2010, p. 56)</p><p>Portanto, os indicadores de sustentabilidade estão vinculados com a gestão</p><p>dos agroecossistemas, com o intuito de possibilitar o equilíbrio entre as necessidades</p><p>humanas e a capacidade de suporte dos recursos naturais (BERNARDI et al., 2014;</p><p>BATITUCCI et al., 2019; TETILA et al., 2020).</p><p>O método Mesmis de avaliação de sustentabilidade, que, em sua estrutura, faz uso</p><p>de Indicadores de Sustentabilidade, possui uma série de características que devem</p><p>ser ressaltadas. Trata-se de um processo que permite adaptações de acordo com as</p><p>necessidades específicas dos agroecossistemas que estão sendo avaliados. Destaca-se,</p><p>ainda, que é um exercício no qual é essencial a valorização da participação de todos os</p><p>atores e é, sem dúvida, um trabalho interdisciplinar. Finalmente, o método Mesmis destaca-</p><p>se pela exigência da abordagem das dimensões ambientais e socioeconômicas, dando</p><p>ênfase a avaliações qualitativas e quantitativas (VERONA, 2010, p. 56).</p><p>IMPORTANTE</p><p>163</p><p>DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO MÉTODO MESMIS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3AHcOAY>. Acesso em: 29 jul. 2021.</p><p>Assim sendo, o conceito de sustentabilidade no setor agrícola está relacionado</p><p>aos seguintes tópicos (BERNARDI et al., 2014; BATITUCCI et al., 2019; TETILA et al., 2020):</p><p>• qualidade da produção;</p><p>• manutenção da produtividade e dos recursos naturais;</p><p>• qualidade de vida dos agricultores e de suas famílias.</p><p>3.1 TRANSIÇÃO DO MODELO AGROQUÍMICO PARA O</p><p>AGROECOLÓGICO</p><p>A transição do modelo agroquímico para o agroecológico vem sendo abordada</p><p>em nível mundial, em decorrência da crescente demanda por produtos de origem</p><p>saudável e de produção limpa (RIBAS et al., 2007; ALVES et al., 2011; FRANCHINI et</p><p>al., 2011; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017). A produção agroecológica brasileira vem</p><p>aumentando a cada ano, porém, a área plantada é considerada, ainda, pequena em</p><p>relação a outros países (BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017).</p><p>A agroecologia tem como princípio a qualidade dos alimentos e demonstra</p><p>que é possível coletar alimentos saudáveis e com segurança alimentar, isso significa</p><p>alimentos livres de pesticidas e de adubos químicos e ricos em vitaminas, proteínas e</p><p>sais minerais (FIGURA 7) (OLIVEIRA; JAIME, 2016; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017;</p><p>TETILA et al., 2020).</p><p>164</p><p>FIGURA 7 – OBJETIVOS PARA TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA</p><p>FONTE: <https://www.codeagro.sp.gov.br/transicao-agroecologica/introducao>. Acesso em:</p><p>A transição para a agroecologia é essencial. Estima-se que em todo o mundo,</p><p>cerca de três milhões de casos de intoxicação por pesticidas ocorrem todos os anos,</p><p>resultando em 250.000 mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde</p><p>(OMS) (UNITED NATIONS, 2017). Dessa forma, a procura por produtos limpos vem</p><p>ganhando importância, a ponto de estes produtos serem recomendados pela OMS,</p><p>por que reduzem a possibilidade de doenças decorrentes do padrão convencional de</p><p>alimentação (UNITED NATIONS, 2017; BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017).</p><p>165</p><p>A figura a seguir mostra uma propriedade planejada para produzir alimentos com os</p><p>princípios de uma produção limpa.</p><p>IMPORTANTE</p><p>PRODUÇÃO LIMPA NO SETOR AGRÍCOLA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3SpunP4>. Acesso em: 29 jul. 2021</p><p>166</p><p>4 TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA</p><p>PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA SUSTENTÁVEL</p><p>Estima-se que, até 2050, a população humana será de quase 10 bilhões (UNITED</p><p>NATIONS, 2017). Assim, será preciso aumentar a quantidade de alimentos produzidos.</p><p>Por isso, que as inovações tecnológicas como veículos aéreos não tripulados (Vants) têm</p><p>revolucionado a produção de alimentos no campo (FIGURA 8) (DEBOER, 2019; BOLFE et</p><p>al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; TETILA et al., 2020).</p><p>FIGURA 8 – VANTS EM PROPRIEDADE AGRÍCOLA DE MILHO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3sjrDqE>. Acesso em: 29 jul. 2021.</p><p>A utilização de Vants tem auxiliado tanto no mapeamento quanto no</p><p>monitoramento de propriedades agrícolas, o que contribui para o aumento da produção</p><p>de alimentos e na redução dos custos de produção (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ</p><p>et al., 2020). Os Vants equipados com câmeras de alta resolução espacial sobrevoam</p><p>uma plantação capturando imagens em alta definição, as quais podem ser utilizadas</p><p>no planejamento da produção limpa de alimentos (DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020; TETILA et al., 2020).</p><p>Os Vants podem, ainda, efetuar inspeções com regularidade e periodicidade</p><p>em grandes áreas garantindo o acompanhamento adequado da propriedade (BOLFE</p><p>et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Por isso, a utilização regular dos Vants no setor</p><p>agrícola vem sendo considerada uma ferramenta de planejamento para os agricultores</p><p>e especialistas na tomada de decisões de manejo (TETILA et al., 2020). Conforme Tetila</p><p>et al. (2020, p. 628):</p><p>As demandas atuais de eficiência econômica e ambiental da agricul-</p><p>tura moderna indicam a necessidade de incorporar novos sistemas</p><p>inteligentes de automação e manejo, capazes de processar os dados</p><p>coletados em campo para o monitoramento preciso das lavouras. O mo-</p><p>nitoramento viabiliza a aplicação de insumos em taxas variadas, orien-</p><p>tando a gestão dos sistemas agrícolas, em harmonia com as questões</p><p>ambientais. Além disso, possibilita aumentar a produção de alimentos</p><p>no campo para atender o crescimento da população mundial.</p><p>167</p><p>Portanto, a adoção de sistemas inteligentes pode contribuir de modo eficiente</p><p>e sustentável no gerenciamento de lavouras (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al.,</p><p>2020; TETILA et al., 2020). Portanto, a agricultura digital viabiliza a gestão adequada</p><p>dos sistemas agrícolas, em harmonia com o uso dos recursos naturais. Além disso,</p><p>possibilita o aumento da produção de alimentos no campo para atender o crescimento</p><p>da população mundial.</p><p>168</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Agricultura sustentável é essencial, pois tem como princípio o respeito ao meio</p><p>ambiente e a produção economicamente viável.</p><p>• O processo de desmatamento tem como causa principal a redução da biodiversidade</p><p>e dos serviços ecológicos prestados pela floresta, podendo, ainda, contribuir para a</p><p>mudança climática global.</p><p>• A transição do modelo agroquímico para o agroecológico vem sendo abordada</p><p>a nível mundial,</p><p>em decorrência da crescente demanda por produtos de origem</p><p>saudável e de produção limpa. A agroecologia tem como princípio a qualidade dos</p><p>alimentos e vem demonstrando que é possível coletar alimentos saudáveis e com</p><p>segurança alimentar.</p><p>• A transição para a agroecologia é essencial, pois se estima que, em todo o mundo,</p><p>cerca de três milhões de casos de intoxicação por pesticidas ocorrem todos os</p><p>anos, resultando em 250.000 mortes, de acordo com a OMS. A procura por produtos</p><p>limpos vem ganhando importância, a ponto de serem recomendados pela OMS.</p><p>• As demandas atuais de eficiência econômica e ambiental da agricultura moderna</p><p>indicam a necessidade de incorporar novos sistemas inteligentes de automação e</p><p>manejo, capazes de processar os dados coletados em campo para o monitoramento</p><p>preciso das lavouras.</p><p>169</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O desmatamento das florestas brasileiras tem crescido nos últimos anos (EMBRAPA,</p><p>2018; BOLFE et al., 2020; TETILA et al., 2020). O processo de desmatamento tem</p><p>como causa principal a redução da biodiversidade e dos serviços ecológicos prestados</p><p>pela floresta, podendo, ainda, contribuir para a mudança climática global (MILLER,</p><p>2007; EMBRAPA, 2014; QUEIRÓS et al, 2014; BOLFE et al., 2020). Considerando esta</p><p>afirmação, faça uma tabela com os impactos ambientais da produção de alimento.</p><p>FONTE: BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil:</p><p>tendências, desafios e oportunidades: resultados de pesquisa</p><p>on-line. Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>EMBRAPA. Visão 2014-2034: o futuro do desenvolvimento</p><p>tecnológico da agricultura brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2014.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>MILLER, T. G. Ciência ambiental. 11. ed. São Paulo: Thomson,</p><p>2007.</p><p>QUEIRÓS, L. R. et al. Análise das possibilidades e tendências</p><p>do uso das tecnologias da informação e comunicação</p><p>em agricultura de precisão. In: Bernardi, A. C. C. (org.).</p><p>Agricultura de precisão: resultados de um novo olhar.</p><p>Brasília: Embrapa, 2014. p. 97-108.</p><p>TETILA, E. C. et al. Desafios do modelo de desenvolvimento</p><p>agrícola do estado de Mato Grosso do Sul: uma proposta para</p><p>o desenvolvimento sustentável. Interações, Campo Grande,</p><p>v. 21, n. 3, p. 615-632, 2020.</p><p>2 A discussão sobre o desenvolvimento sustentável no setor agrícola não se opõe à</p><p>agricultura de alta produção, no entanto, preconiza a proteção da biodiversidade pela</p><p>redução da necessidade de cultivar novos espaços (ALVES et al., 2011; FRANCHINI et</p><p>al., 2011). Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: ALVES, E. E. N.; INOUE, K. R. A.; BORGES, A. C.</p><p>Biodigestores: construção, operação e usos do biogás e do</p><p>biofertilizante visando a sustentabilidade das propriedades</p><p>rurais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AGROPECUÁRIA</p><p>SUSTENTÁVEL, 2., 2010, Viçosa. Anais [...] Viçosa:</p><p>Universidade Federal de Viçosa, 2010. p. 1-14.</p><p>FRANCHINI, J. C. et al. Importância da rotação de culturas</p><p>para a produção agrícola sustentável no Paraná.</p><p>Documentos 327, Londrina: Embrapa Soja, 2011.</p><p>170</p><p>a) ( ) É preciso somente produzir em maior quantidade, sem manter o nível dos</p><p>recursos ambientais para que as próximas gerações continuem produzindo.</p><p>b) ( ) Os problemas ambientais no meio rural estão aumentando à medida que novas</p><p>técnicas de agricultura, apoiadas no emprego de adubos químicos, agrotóxicos e</p><p>mecanização, vêm sendo empregadas desordenadamente.</p><p>c) ( ) Os índices de sustentabilidade têm sido desenvolvidos para refletir resumidamente</p><p>a alteração sofrida pelo meio ambiente em decorrência da agricultura de precisão.</p><p>d) ( ) Um índice ou indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações</p><p>sobre o passado da propriedade. Tem como principal característica a de poder</p><p>sintetizar um conjunto básico de informações, retendo apenas o significado</p><p>essencial dos aspectos analisados.</p><p>3 A transição do modelo agroquímico para o agroecológico vem sendo abordada a nível</p><p>mundial em decorrência da crescente demanda por produtos de origem saudável e</p><p>de produção limpa (RIBAS et al., 2007; ALVES et al., 2011; FRANCHINI et al., 2011; BOR-</p><p>LACHENCO; GONÇALVES, 2017). A produção agroecológica brasileira vem aumentan-</p><p>do a cada ano, porém, a área plantada é considerada, ainda, pequena em relação</p><p>a outros países (BORLACHENCO; GONÇALVES, 2017). Sobre o exposto, classifique V</p><p>para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>FONTE: ALVES, E. E. N.; INOUE, K. R. A.; BORGES, A. C.</p><p>Biodigestores: construção, operação e usos do biogás e do</p><p>biofertilizante visando a sustentabilidade das propriedades</p><p>rurais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AGROPECUÁRIA</p><p>SUSTENTÁVEL, 2., 2010, Viçosa. Anais [...] Viçosa:</p><p>Universidade Federal de Viçosa, 2010. p. 1-14.</p><p>BORLACHENCO, N. G. C.; GONÇALVES, A. B. Expansão</p><p>agrícola: elaboração de indicadores de sustentabilidade</p><p>nas cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul. Interações,</p><p>Campo Grande, v. 18, n. 1, p. 119-128, jan./mar. 2017.</p><p>RIBAS, R. P.; SEVERO, C. M.; MIGUEL, L. A. Agricultura familiar,</p><p>extrativismo e sustentabilidade: o caso dos "samambaieiros"</p><p>do litoral norte do Rio Grande do Sul. Revista de Economia</p><p>e Sociologia Rural, Brasília, v. 45, n. 1, p. 205-226, 2007.</p><p>FRANCHINI, J. C. et al. Importância da rotação de culturas</p><p>para a produção agrícola sustentável no Paraná.</p><p>Documentos 327, Londrina: Embrapa Soja, 2011.</p><p>( ) A agroecologia tem como princípio a qualidade dos alimentos, sendo que vem de-</p><p>monstrando que é possível coletar alimentos saudáveis e com segurança alimentar.</p><p>( ) A procura por produtos limpos vem ganhando importância a ponto de serem recomen-</p><p>dados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), isso porque esses produtos reduzem</p><p>a possibilidade de doenças decorrentes do padrão convencional de alimentação.</p><p>( ) As inovações tecnológicas como veículos aéreos não tripulados (Vants) têm</p><p>revolucionado a produção de alimentos no campo.</p><p>171</p><p>( ) A utilização de Vants tem auxiliado tanto no mapeamento quanto no monitoramento</p><p>de propriedades agrícolas, isso contribui para o aumento da produção de alimentos</p><p>e na redução dos custos de produção.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V –V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) correspondem a uma</p><p>agenda mundial adotada na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento</p><p>Sustentável: são 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030 (OLIVEIRA,</p><p>2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Considerando a afirmação, liste alguns dos objetivos</p><p>do desenvolvimento sustentável:</p><p>FONTE: OLIVEIRA, N. Manutenção da competitividade do</p><p>agro brasileiro depende da tecnologia, sustentabilidade e</p><p>segurança alimentar. Revista Cultivar. Pelotas, 4 ago. 2020.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/2TCSD7w. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>5 Atualmente, existem inúmeros métodos e interpretações para o desenvolvimento e</p><p>uso de indicadores de sustentabilidade, sendo que, eles refletem os interesses de</p><p>quantificar, e ainda, avaliar a sustentabilidade da produção agropecuária (RIBAS et al.,</p><p>2007; ALVES et al., 2011; FRANCHINI et al., 2011; OLIVEIRA; JAIME, 2016; BORLACHEN-</p><p>CO; GONÇALVES, 2017). Considerando a afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: ALVES, E. E. N.; INOUE, K. R. A.; BORGES, A. C.</p><p>Biodigestores: construção, operação e usos do biogás e do</p><p>biofertilizante visando a sustentabilidade das propriedades</p><p>rurais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AGROPECUÁRIA</p><p>SUSTENTÁVEL, 2., 2010, Viçosa. Anais [...] Viçosa:</p><p>Universidade Federal de Viçosa, 2010. p. 1-14.</p><p>BORLACHENCO, N. G. C.; GONÇALVES, A. B. Expansão</p><p>agrícola: elaboração de indicadores de sustentabilidade</p><p>nas cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul. Interações,</p><p>Campo Grande, v. 18, n. 1, p. 119-128, jan./mar. 2017.</p><p>FRANCHINI, J. C. et al. Importância</p><p>da rotação de culturas</p><p>para a produção agrícola sustentável no Paraná.</p><p>Documentos 327, Londrina: Embrapa Soja, 2011.</p><p>OLIVEIRA, N. R. F. de; JAIME, P. C. O encontro entre o</p><p>desenvolvimento rural sustentável e a promoção da saúde</p><p>no Guia Alimentar para a População Brasileira. Saúde e</p><p>Sociedade, São Paulo, v. 25, n. 4, p. 1108-1121, 2006.</p><p>172</p><p>RIBAS, R. P.; SEVERO, C. M.; MIGUEL, L. de A. Agricultura</p><p>familiar, extrativismo e sustentabilidade: o caso dos</p><p>"samambaieiros" do litoral norte do Rio Grande do Sul.</p><p>Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 45, n.</p><p>1, p. 205-226, 2007.</p><p>a) ( ) Os indicadores podem ser divididos nas seguintes dimensões: ambiental,</p><p>econômico, social, cultural e industrial.</p><p>b) ( ) É preciso desenvolver e delimitar os indicadores de modo não mensurável dentro</p><p>das cadeias produtivas do setor agrícola.</p><p>c) ( ) Os indicadores de sustentabilidade estão vinculados à gestão dos agroecossis-</p><p>temas, com o intuito de possibilitar o equilíbrio entre as necessidades humanas e</p><p>a capacidade de suporte dos recursos naturais.</p><p>d) ( ) O método Meme de avaliação ambiental, em sua estrutura, faz uso de Indicadores</p><p>de Sustentabilidade, que permite adaptações de acordo com as necessidades</p><p>específicas dos agroecossistemas que estão sendo avaliados.</p><p>173</p><p>INOVAÇÃO TECNOLOGICA E A</p><p>SUSTENTABILIDADE</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O aumento da produção agrícola mundial através da utilização intensiva de agro-</p><p>tóxicos e fertilizantes resultou na Revolução Verde (BARROS, 2010; FREITAS et al., 2012).</p><p>No entanto, com a revolução, surgiram problemas em decorrência do uso exagerado de</p><p>agroquímicos, sendo um dos grandes causadores dos impactos ambientais (NASCIMEN-</p><p>TO et al., 2011; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). A Revolução Verde foi marcada</p><p>pelo distanciamento da agricultura com os princípios ecológicos dos agroecossistemas</p><p>(BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; BARROS; ARAÚJO, 2016).</p><p>Nesse sentido, estabeleceram-se as discussões sobre o desenvolvimento</p><p>sustentável e os efeitos positivos da sustentabilidade sobre as necessidades humanas</p><p>vinculadas às questões ambientais (PATERNIANI, 2001; NASCIMENTO et al., 2011; FREITAS</p><p>et al., 2012; MASSRUHÁ et al., 2020). Este tópico abordará, portanto, as estratégias e as</p><p>tecnologias sustentáveis na agricultura atual.</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2 -</p><p>2 INOVAÇÕES TECNOLOGICAS SUSTENTÁVEIS NA</p><p>AGRICULTURA</p><p>A inovação foi inicialmente caracterizada por Schumpeter (1982 apud FREITAS</p><p>et al., 2012, p. 365)</p><p>[...] pela introdução de novo produto, método de produção, abertura</p><p>de mercado, conquista de fonte de matérias primas, ou seja, uma</p><p>novidade tanto para a organização quanto para o ambiente em que</p><p>está inserida.</p><p>A definição de inovação não considera somente as tecnologias em si, ou</p><p>seja, considera ainda as seguintes mudanças (FREITAS et al., 2012; EMBRAPA, 2018;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020):</p><p>• mudanças tecnológicas: produtos e serviços, processos e capacitação;</p><p>• mudanças do modelo de negócios: proposição de valor, cadeia de suprimentos,</p><p>cliente-alvo.</p><p>Ainda, conforme Barbieri (2007 apud FREITAS et al., 2012, p. 365):</p><p>174</p><p>As palavras ‘sustentável’ e ‘sustentabilidade’ começaram a ser em-</p><p>pregadas associadas à palavra ‘desenvolvimento’ em meados da dé-</p><p>cada de 1980, tendo como pano de fundo a crise ambiental e social</p><p>que desde o início dos anos de 1960 já começava a ser percebida</p><p>como uma crise de dimensão planetária.</p><p>Conforme foi abordado no Tópico 1 desta Unidade, a sustentabilidade promove</p><p>a melhoria qualitativa das condições de vida da sociedade, sendo esse processo com-</p><p>preendido como desenvolvimento sustentável (FREITAS et al., 2012; EMBRAPA, 2018;</p><p>DEBOER, 2019). Um modo de operacionalizar o conceito de desenvolvimento sustentá-</p><p>vel é separando-o em diferentes dimensões quantificáveis (EMBRAPA, 2018; DEBOER,</p><p>2019; OLIVEIRA, 2020). O Quadro 2 apresenta as dimensões de sustentabilidade.</p><p>QUADRO 2 – DIMENSÕES DE SUSTENTABILIDADE</p><p>DIMENSÕES DESCRIÇÃO</p><p>SOCIAL</p><p>Maior equidade na distribuição da renda, melhorando os direitos e as</p><p>condições da sociedade.</p><p>ECONÔMICA</p><p>Alocação e gestão mais eficientes dos recursos, com um fluxo regular</p><p>do investimento público e privado.</p><p>ECOLÓGICA</p><p>Utilização dos recursos naturais com redução do impacto ambiental;</p><p>limitação do consumo dos recursos ambientais; diminuição do volume</p><p>gerado de resíduos e de poluição; aumento de pesquisa de tecnologias</p><p>limpas e definição clara e objetiva de regras para a proteção ambiental.</p><p>ESPACIAL</p><p>Configuração rural versus urbana mais equilibrada, ou seja, uma melhor</p><p>distribuição territorial dos assentamentos humanos e atividades</p><p>econômicas.</p><p>CULTURAL</p><p>Privilegiar processos de transformação cultural para o</p><p>ecodesenvolvimento em uma pluralidade de soluções que respeitem</p><p>as características de cada ecossistema.</p><p>FONTE: Adaptado de Freitas et al. (2012)</p><p>A inovação é um fator primordial para que as organizações estabeleçam</p><p>padrões de sustentabilidade nas dimensões mencionadas no Quadro 2. No entanto,</p><p>essas inovações precisam ser equitativas com a capacidade suporte do meio ambiente,</p><p>gerando novidades que atendam às dimensões da sustentabilidade (AUGUSTO et al.,</p><p>2012; FREITAS et al., 2012; OLIVEIRA, 2020). A Figura 9 ilustra as dimensões, sendo</p><p>que, na dimensão ambiental, considera-se a preservação do ecossistema, o equilíbrio</p><p>ambiental e a mudança de manejo.</p><p>175</p><p>FIGURA 9 – DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE</p><p>FONTE: Freitas et al. (2012, p. 380)</p><p>As dimensões propostas na Figura 12 podem ser atendidas através da</p><p>agricultura de precisão, já que o princípio dela se constitui em um sistema de ações que</p><p>garantam um manejo mais eficiente dos fatores de produção associados às condições</p><p>de diversidade de uma área agrícola (FREITAS et al., 2012).</p><p>A agricultura de precisão deve ser compreendida como uma maneira de manejo</p><p>sustentável, na qual as alterações ocorrem com mitigação dos impactos ambientais (PI-</p><p>TASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Portanto, um manejo susten-</p><p>tável é algo além da manutenção dos índices de produtividade (FREITAS et al., 2012). Ago-</p><p>ra, entenderemos algumas inovações tecnológicas para a sustentabilidade da agricultura.</p><p>2.1 MICRORGANISMOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO</p><p>PARA AS PLANTAS</p><p>Os microrganismos podem interagir de diferentes modos, tais como:</p><p>• Interação benéfica, quando o microrganismo auxilia no crescimento, desenvolvimento</p><p>ou resistência das plantas, funcionando coletivamente como um microbioma</p><p>(FIGURA 10) (GOMES et al., 2016).</p><p>• Interação prejudicial, quando o organismo afeta o bom desenvolvimento da planta</p><p>hospedeira, sendo de forma direta ou indireta (GOMES et al., 2016).</p><p>176</p><p>FIGURA 10 – MICRORGANISMOS QUE AUXILIAM NO CRESCIMENTO VEGETAL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3mfZ5gu>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Entre os microrganismos benéficos, encontram-se: os fungos e as bactérias que</p><p>atuam na mobilização e transporte de nutrientes, na produção de compostos orgânicos</p><p>que auxiliam no desenvolvimento e que, ainda, promovem a proteção contra patógenos,</p><p>doenças e situações adversas (CASTIGLIONI et al., 2008; ZHANG et al., 2008; PITASSI et</p><p>al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>As técnicas que efetuam a inoculação de microrganismos que promovam</p><p>crescimento vegetal, bem como o controle biológico são exemplos práticos do uso do</p><p>microbioma das plantas (FIGURA 11) (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Essas</p><p>técnicas podem reduzir de modo significativo os custos e riscos de produção, mas</p><p>podem, principalmente, promover a sustentabilidade na agricultura (PITASSI et al., 2014;</p><p>EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 11 – INOCULAÇÃO DE MICRORGANISMOS PARA O CONTROLE BIOLÓGICO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3soMkSc> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>177</p><p>Desse modo, quando a espécie vegetal ativa o seu sistema de defesa, ocorre</p><p>uma maior rapidez no processo de produção de substâncias tóxicas às pragas agrícolas</p><p>(PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Assim, a própria</p><p>espécie</p><p>pode impedir o progresso da doença, ou, ainda, menos pesticidas poderão ser utiliza-</p><p>dos para manter a produção livre de patógenos (COSTA; GUILHOTO, 2012; MENDES et al.,</p><p>2013). Essas técnicas contribuem para uma agricultura sustentável respeitando o meio</p><p>ambiente, reduzindo os impactos ambientais e, principalmente, produzindo alimentos</p><p>saudáveis e seguros (SILVEIRA et al., 2005; COSTA; GUILHOTO, 2012; MENDES et al., 2013).</p><p>A tecnologia consiste em um sistema de multiplicação de bactérias e um meio de cultura</p><p>(alimento) utilizados para multiplicar de forma rápida, simples e segura as bactérias</p><p>destinadas ao controle biológico em concentrações iguais ou superiores aos produtos</p><p>comerciais disponíveis no mercado.</p><p>O produto foi desenvolvido para atender um anseio dos produtores rurais de reduzir o uso</p><p>de produtos químicos de suas lavouras, mas se viam impedidos de substituí-los por produtos</p><p>biológicos pelo alto custo imposto na utilização de materiais adquiridos no mercado.</p><p>IMPORTANTE</p><p>MULTIBACTER</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3xMcUFO>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3xMcUFO>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>178</p><p>Pesquisas realizadas pela Embrapa mostram que a fixação biológica de nitrogênio</p><p>pode contribuir para a redução das emissões atmosféricas de óxido nitroso em lavouras</p><p>de grãos e cana-de-açúcar (FIGURA 12) (SILVEIRA et al., 2005; COSTA; GUILHOTO, 2012;</p><p>MENDES et al., 2013; EMBRAPA, 2018). Além disso, ocorre a redução da metade da dose</p><p>aplicada de fertilizante na plantação. Sendo assim, o uso correto de fertilizantes é uma</p><p>ferramenta essencial na luta mundial de combate à fome e à subnutrição (SILVEIRA et</p><p>al., 2005; COSTA; GUILHOTO, 2012; MENDES et al., 2013).</p><p>FIGURA 12 – MICRORGANISMOS QUE PROMOVEM NUTRIÇÃO NITROGENADA DAS PLANTAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3g8Vk8W> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>A indústria de fertilizantes, através de sua entidade representativa International</p><p>Fertilizer Industry Association (IFA), busca o aprimoramento da eficiência da utilização</p><p>dos nutrientes das plantas para beneficiar os agricultores na maximização da</p><p>produtividade, na qualidade dos alimentos produzidos e na preservação ambiental</p><p>(SILVEIRA et al., 2005; COSTA; GUILHOTO, 2012; MENDES et al., 2013). Portanto, uma</p><p>adubação adequada é importante tanto economicamente quanto ambientalmente. O</p><p>desafio é manter a fertilidade dos solos mesmo sob condições de uso intensivo (BARROS</p><p>et al., 2003; HENINNG et al., 2009; EMBRAPA, 2018).</p><p>A IFA é a associação internacional de indústrias de fertilizantes que inclui aproximadamente</p><p>450 empresas, representando mais de 80 países, sendo que aproximadamente metade</p><p>dessas empresas está baseada em países em desenvolvimento. A IFA desenvolve trabalhos</p><p>de publicações e divulgação de informações em diversos países para promover ativamente</p><p>o uso e a produção dos nutrientes das plantas de forma eficiente e responsável, a fim de</p><p>manter e incrementar a produção agrícola mundial de maneira sustentável.</p><p>IMPORTANTE</p><p>179</p><p>MEMBROS DA IFA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3CVjoWv>. Acesso em: 5 ago. 2021.</p><p>2.2 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL</p><p>A eficiência dos sistemas mecanizados é considerada primordial para o sucesso</p><p>do setor agrícola, mas, também, para (BARROS et al., 2003; HENINNG et al., 2009;</p><p>FREITAS et al., 2012; GOMES et al., 2016):</p><p>• mensurar o desempenho do sistema contribuindo para a adequação da</p><p>sustentabilidade, evitando danos ao meio ambiente e proteger os ecossistemas;</p><p>• mensurar o aumento da produtividade, auxiliando os agricultores a plantar as</p><p>sementes no momento adequado, na melhor profundidade e com o melhor</p><p>espaçamento;</p><p>• adequar às normas ambientais, minimizando o risco de danos ambientais;</p><p>• melhorar as condições de trabalho humano, facilitando o trabalho dos agricultores,</p><p>bem como tornando as tarefas repetitivas mais rápidas e simples.</p><p>A mecanização sustentável pode reduzir de modo significativo a carga de trabalho</p><p>do agricultor, levando em consideração suas necessidades específicas e melhorando o</p><p>acesso a máquinas apropriadas (FIGURA 13) (BARROSet al., 2003; HENINNG et al., 2009).</p><p>Portanto, a mecanização permite ganhos de produtividade utilizando menos solo para</p><p>uma produção maior (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020; TETILA et al., 2020).</p><p>180</p><p>FIGURA 13 – COLHEITA PARA PROTEÇÃO DE ÁREAS FRÁGEIS DO SOLO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3g61zKw>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>2.3 SEMENTES CRIOULAS NA PRESERVAÇÃO DA</p><p>BIODIVERSIDADE</p><p>As sementes crioulas são sementes naturais que não foram geneticamente mo-</p><p>dificadas. Utilizá-las amplia a biodiversidade local, preserva a riqueza genética, garan-</p><p>te a sustentabilidade com base na agroecologia (FIGURA 14) (MASSRUHÁ et al., 2020;</p><p>TETILA et al., 2020). No último século, estima-se que aproximadamente 75% de toda a</p><p>diversidade genética de cultivares do planeta tenha sido extinta (BAIARDI; PEDROSO,</p><p>2020; MASSRUHÁ et al., 2020; TETILA et al., 2020). Assim, o mercado de sementes mo-</p><p>vimenta R$ 10 bilhões ao ano no Brasil, conforme a Associação Brasileira de Sementes</p><p>e Mudas (Abrasem) (MASSRUHÁ et al., 2020; TETILA et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>Muitos estados brasileiros estão realizando feiras de sementes crioulas e produtos</p><p>agroecológicos, facilitando e ampliando a troca de sementes e experiências entre os agri-</p><p>cultores das regiões (EMBRAPA, 2018), o que amplia e difunde as práticas de uso sustentá-</p><p>vel dos recursos naturais (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 14 – FEIRAS DE SEMENTES CRIOULAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3szGWvD>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>181</p><p>2.4 PLANTIO DIRETO</p><p>A técnica se caracteriza pelo revolvimento mínimo do solo auxiliando na</p><p>preservação da fauna no solo, e ainda, possibilitando maior desenvolvimento das</p><p>espécies vegetais (FRANCHINI et al., 2011; EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018). Porém,</p><p>quando esta técnica não é utilizada, ocorrem modificações físicas, químicas e biológicas</p><p>no solo, resultando na degradação estrutural do solo, minimização da matéria orgânica</p><p>e aumento de plantas daninhas (FIGURA 15) (FRANCHINI et al., 2011; EMBRAPA, 2018;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 15 – PLANTIO DE MILHO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3sl2Dzn> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>O plantio direto é considerado uma tecnologia economicamente praticável e</p><p>acessível, podendo enquadrar-se nas diferentes regiões e níveis de tecnologias, auxi-</p><p>liando para uma agricultura sustentável (CRUZ et al., 2006; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ</p><p>et al., 2020). O plantio direto garante aumento no rendimento das culturas, minimizando</p><p>o processo erosivo do solo e, ainda, mitigando a contaminação do meio ambiente pela</p><p>utilização excessiva de agroquímicos (CRUZ et al., 2006; EMBRAPA, 2018).</p><p>2.5 ADUBAÇÃO VERDE</p><p>A adubação verde é considerada um processo viável economicamente e</p><p>sustentável e tem como função principal o fornecimento de nutriente às plantas pela</p><p>utilização de leguminosas e gramíneas (FINATTO et al.., 2013; BOLFE et al., 2020). As</p><p>espécies de leguminosas fixam nitrogênio, já as gramíneas disponibilizam o carbono e a</p><p>biomassa no sistema, o que beneficia o desenvolvimento dos microrganismos benéficos</p><p>no solo (FINATTO et al.., 2013; BOLFE et al., 2020).</p><p>A técnica tem como benefícios a matéria orgânica disponibilizada para o solo e a</p><p>ciclagem de nutrientes, mas, principalmente, a redução de gastos com fertilizantes, diversi-</p><p>ficação de cultivos, exploração do solo em diferentes faixas, maior retenção de água e redu-</p><p>ção de erosão (FIGURA 16) (ESPINDOLA et al., 2004; FINATTO et al., 2013; EMBRAPA, 2018).</p><p>182</p><p>FIGURA 16 – ADUBAÇÃO VERDE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/37MzD9Y>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>2.6 BIOFERTILIZANTE</p><p>O biofertilizante é oriundo de bioativos de origem vegetal ou animal tendo</p><p>efeitos nutricionais positivos na agricultura, já que reduz os impactos sobre o solo e</p><p>diminui a ocorrência de doenças e pragas agrícolas (MEDEIROS; LOPES, 2006; QUEI-</p><p>ROZ, 2019). Essa tecnologia é considerada viável e sustentável para todos</p><p>os produ-</p><p>tores rurais, visto que é desenvolvida a partir de resíduos agrícolas da propriedade,</p><p>sendo o biofertilizante uma tecnologia promissora para a agricultura (VIEITES, 2010;</p><p>BARBOSA, 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>2.7 MELHORAMENTO GENÉTICO</p><p>A produção de novas culturas mais adaptadas e produtivas resultam do proces-</p><p>so de melhoramento genético que representa a atuação de instituições tanto públicas</p><p>quanto privadas (JUDICE, 2004; FREITAS et al., 2012; FRASER; BOLFE et al., 2020).</p><p>As inovações em genética, melhoramento vegetal e animal para o aprimoramento</p><p>de espécies vegetais e animais adaptados ao meio produtivo são essenciais para o</p><p>Brasil, principalmente quando existe uma forte tendência dos desafios oriundos das</p><p>mudanças climáticas (FRASER; CAMPBELL, 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>183</p><p>A figura a seguir apresenta a evolução do melhoramento genético em plantas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>MELHORAMENTO GENÉTICO EM PLANTAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3xSaoO8>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>2.8 SEGURANÇA BIOLÓGICA E DEFESA DA AGRICULTURA</p><p>Um dos grandes desafios para a agricultura brasileira é o movimento de espécies</p><p>invasoras exóticas de uma região para outra, em decorrência do comércio, transporte</p><p>e turismo (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; NUNES et al., 2020; SORDI, 2020). As</p><p>espécies exóticas com potencial de invasão são privilegiadas em relação às espécies</p><p>nativas, isso ocorre, pois, inúmeras vezes, espécies invasoras não possuem predadores</p><p>naturais, o que ajuda no seu crescimento e fixação, possibilitando uma vantagem</p><p>competitiva sobre as outras (FIGURA 17) (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; NUNES et</p><p>al., 2020; SORDI, 2020).</p><p>184</p><p>FIGURA 17 – EXEMPLOS DE ESPÉCIES INVASORAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3sn0Dq2>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Um exemplo que vem ocorrendo no estado de Santa Catarina é a invasão de</p><p>javalis, que atacam as lavouras de pequenos produtores de milho e trazem prejuízo</p><p>econômico aos produtores rurais (FIGURA 18) (EMBRAPA, 2018; FIGUEIREDO, 2019;</p><p>SORDI, 2020). A prefeitura de Capão Alto, um dos municípios mais prejudicados pela</p><p>espécie, calcula que de 30% a 40% da produção de milho em 2019 foi comprometida</p><p>(FIGUEIREDO, 2019; FRANCO, 2020; SORDI, 2020).</p><p>185</p><p>FIGURA 18 – PROPRIEDADE PRODUTORA DE MILHO ATACADA POR JAVALIS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3CdgLz0>. Acesso em: 5 ago. 2021.</p><p>Assim, conforme o Brasil avança como produtor de alimentos, será preciso</p><p>estabelecer um maior número de barreiras técnicas aos produtos nacionais. Segundo</p><p>Sordi (2020, p. 2014):</p><p>A preocupação com invasões biológicas ganhou tração a partir</p><p>dos anos 1970-1980, com a consolidação da biodiversidade como</p><p>principal valor do discurso ambiental internacional. Nesse contexto,</p><p>firmou-se a identificação das espécies exóticas invasoras como a</p><p>segunda maior ameaça aos ecossistemas nativos, perdendo apenas</p><p>para a ação direta do ser humano sobre os ambientes naturais.</p><p>O método mais utilizado para controlar espécies invasoras é o químico, através</p><p>da utilização de herbicidas. Para que o uso dos herbicidas seja eficiente, é necessário</p><p>realizar o mapeamento plantas daninhas, bem como as especificações dos produtos</p><p>antes do seu uso (EMBRAPA, 2004; EMBRAPA, 2012; EMBRAPA, 2018). Desse modo,</p><p>uma maneira eficiente é realizar a pulverização eletrostática, que otimiza a deposição</p><p>dos defensivos e reduz as perdas para o solo em até 20 vezes quando comparadas a</p><p>uma pulverização convencional (FIGURA 19) (FRANCO, 2020; SORDI, 2020).</p><p>FIGURA 19 – EXEMPLO DA PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA E DA PULVERIZAÇÃO CONVENCIONAL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3AL1nZc> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>186</p><p>Os herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas capazes de matar ou suprimir</p><p>o crescimento de espécies específicas. Entre os agentes biológicos estão os fungos e outros</p><p>microorganismos (ROMAN; VARGAS, 2005).</p><p>Os herbicidas são classificados por grupos químicos e de acordo com o seu mecanismo</p><p>de ação. O mecanismo de ação deve ser considerado principalmente em situações como</p><p>no manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas. Os herbicidas que possuem o</p><p>mesmo mecanismo de ação geralmente causam os mesmos sintomas nas plantas e são</p><p>aplicados com mesmo método e têm, em geral, limitações e toxicologia semelhantes (ROMAN;</p><p>VARGAS, 2005). Alguns grupos herbicidas, como sulfoniluréias, apresentam grande variação</p><p>em termos de comportamento ambiental e com relação ao espectro de espécies controladas</p><p>(ROMAN; VARGAS, 2005; EMBRAPA, 2012; BRASIL, 2017; TETILA et al., 2020).</p><p>IMPORTANTE</p><p>HERBICIDA E APLICAÇÃO COM PRECISÃO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/37KmqyG> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>O herbicida Falcon é o novo herbicida pré-emergente da IHARA que apresenta</p><p>a inovação em seu DNA, principalmente devido à nova tecnologia com amplo</p><p>espectro de controle de daninhas no café, além de ação seletiva e flexibilidade</p><p>de aplicação (TETILA et al., 2020; SORDI, 2020).</p><p>187</p><p>2.9 SISTEMAS INTEGRADOS E REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE</p><p>GASES</p><p>O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a</p><p>Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano</p><p>ABC) tem por objetivo a organização e o planejamento das ações a serem efetuadas</p><p>para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo</p><p>de responder aos compromissos de redução de emissão de GEE no setor agropecuário</p><p>assumidos pelo país (GARCIA; VON SPERLING, 2010; BRASIL, 2012; GODOY, 2013).</p><p>Conforme o inventário brasileiro de emissões, a agricultura e a pecuária são</p><p>consideradas atividades econômicas que produzem emissões de GEE principalmente</p><p>pelos seguintes processos (BRASIL, 2017; UNITED NATIONS, 2017):</p><p>• fermentação entérica nos ruminantes (CH4 );</p><p>• produção dos dejetos de animais (CH4 e N2O);</p><p>• cultivo de arroz inundado (CH4 );</p><p>• queima de resíduos agrícolas (CH4 e N2O);</p><p>• emissão de N2O em solos pelo uso de fertilizantes nitrogenados.</p><p>A expansão contínua da área usada com atividades de agricultura e pastagem</p><p>exige a conversão de florestas nativas, tornando a mudança do uso da terra a principal</p><p>fonte de emissões de gases do efeito estufa (GEE) no Brasil (FIGURA 20) (GARCIA; VON</p><p>SPERLING, 2010; GODOY, 2013; IAMAGUTI et al., 2015).</p><p>FIGURA 20 – AS FLORESTAS PODEM ATUAR COMO ESTOQUE OU FONTES GEE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3g87rDi>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>188</p><p>Ao longo do tempo, os impactos oriundos das mudanças climáticas compro-</p><p>meterão de modo significativo a atividade agrícola (GARCIA; VON SPERLING, 2010; GO-</p><p>DOY, 2013). Sendo assim, alguns modelos mostram a tendência de cenários negativos</p><p>nas condições climáticas do Brasil, indicando reduções na disponibilidade dos recursos</p><p>hídricos em determinadas regiões e seu aumento em outras (FERREIRA et al., 2017; EM-</p><p>BRAPA, 2018; CENTAMORI, 2019).</p><p>A agricultura brasileira poderá, ainda, sofrer o impacto em decorrência do</p><p>aumento das temperaturas atmosféricas, colocando em risco a segurança alimentar da</p><p>população (FERREIRA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; CENTAMORI, 2019).</p><p>A agricultura de baixa emissão de carbono tem a capacidade de minimizar as</p><p>emissões de GEEs originários das atividades por meio da aplicação de práticas agrícolas</p><p>e tecnologias (CENTAMORI, 2019). Um exemplo é a implantação de biodigestores e</p><p>equipamentos para tratamento de dejetos em atividades de suinocultura, de modo a</p><p>capturar e queimar o gás metano, o que reduz os impactos dessa atividade em termos</p><p>de emissões de GEEs (FERREIRA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; CENTAMORI, 2019).</p><p>2.10 RECURSOS HÍDRICOS</p><p>A Agência Nacional das Águas (ANA) salienta que a atividade agropecuária</p><p>brasileira é a atividade principal responsável pelo uso dos recursos hídricos (EMBRAPA,</p><p>2018; FRANCO, 2020). A grande participação do setor agrícola gira em torno de 67%,</p><p>observando-se que a agricultura irrigada precisa ajustar e aprimorar os métodos de</p><p>gerenciamento da água, considerando o cenário futuro de mudanças climáticas</p><p>(FERREIRA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; FRANCO, 2020; KELLY, 2020; TETILA et al.,</p><p>2020). De acordo</p><p>A União começou a reduzir o orçamento para difusão de tecnologia.</p><p>O período de</p><p>1974 a 1983</p><p>Nesse período, ocorreu um alto volume de crédito, atingindo o valor</p><p>mais alto em 1979, com R$ 105,2 bilhões. É nesta fase que o crédito</p><p>rural desempenha a função de impulsionador da modernização da</p><p>agricultura brasileira, como política de desenvolvimento do setor.</p><p>Década de</p><p>1990</p><p>Aumento de 6% na demanda de alimentos, motivando a</p><p>modernização da agricultura. O custo de oportunidade do trabalho</p><p>cresceu para os agricultores levando os produtores a intensificar a</p><p>agricultura e a mecanizar a exploração.</p><p>A industrialização e a urbanização estabeleceram o paradigma de</p><p>transformação da agricultura, sendo sua base principal a tecnologia</p><p>e a ciência.</p><p>Em 1991, a extensão rural passou para as mãos dos estados da</p><p>Federação.</p><p>Em 1992, a criação da Embrapa e do Sistema Nacional de Pesquisa</p><p>Agrícola (SNPA) representam um marco no processo de modernização da</p><p>agricultura brasileira. Cria-se uma empresa pública de direito privado, com</p><p>maior flexibilidade e agilidade na gestão.</p><p>6</p><p>Período de</p><p>2000</p><p>Nesse período, foi registrada a evolução das lavouras, enquanto a</p><p>área de plantio aumentou cerca de dez vezes no período, a produção</p><p>cresceu quase 20 vezes.</p><p>Durante aproximadamente 45 anos, a produtividade da agricultura</p><p>manteve-se constante, sendo que o aumento da produção era</p><p>dependente do aumento da área de plantio.</p><p>Com o câmbio flutuante, as importações de produtos agrícolas</p><p>perderam capacidade de substituir a produção nacional.</p><p>A estagnação ou redução das áreas das lavouras, principalmente nos</p><p>últimos anos, é consequência da enorme redução dos preços dos</p><p>produtos agrícolas. Permaneceram em cultivo as áreas mais aptas à</p><p>modernização da agricultura.</p><p>ATUAL</p><p>A produtividade na agricultura brasileira vem crescendo a uma média</p><p>anual de 2,51 %. Outro aumento significativo foi da mão de obra, em função</p><p>da melhoria de qualificação, bem como pelo aumento da quantidade de</p><p>máquinas agrícolas automotrizes nos trabalhos da agropecuária.</p><p>Houve, também, o crescimento da produtividade da terra no Brasil</p><p>em decorrência da incorporação de novas tecnologias derivadas dos</p><p>trabalhos de pesquisa e da incorporação de áreas novas. Um conjunto</p><p>de fatores foi responsável por esses aumentos de produtividade:</p><p>• tecnologia;</p><p>• investimentos em pesquisa;</p><p>• melhoria do capital humano.</p><p>FUTURO</p><p>A produção de grãos poderá chegar a 350 milhões de toneladas na</p><p>safra de 2028/2029, conforme as projeções recentes do Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2019).</p><p>A produção de carnes pode chegar a 33 milhões de toneladas até o</p><p>final da próxima década (BRASIL, 2019).</p><p>O mercado interno e a demanda internacional são indicados como</p><p>principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos.</p><p>FONTE: Adaptado de Embrapa (2014); Embrapa (2018); Massruhá et al. (2020)</p><p>A inovação tecnológica é considerada como o principal fator do aumento da</p><p>produtividade no setor agrícola, transformando as unidades rurais em organizações com</p><p>processos definidos. Isso casou um impacto considerável sobre a agricultura familiar</p><p>(FIGURA 1) (EMBRAPA, 2014; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>7</p><p>FIGURA 1 – TRAJETÓRIA DA AGRICULTURA FAMILIAR</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2TBWdib>. Acesso em: 16 jul. 2021.</p><p>Você ficou na dúvida sobre o Sistema Nacional de Pesquisa Agrícola (SNPA)?</p><p>Então veja o UNI a seguir!</p><p>Sistema Nacional de Pesquisa Agrícola (SNPA) é formado pela Embrapa, pelas Organizações</p><p>Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas) e por institutos de pesquisa de âmbito federal,</p><p>pelas universidades públicas ou privadas e por outras organizações públicas e privadas</p><p>(EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>O diferencial do SNPA é a sua organização bem articulada e distribuída em todo território</p><p>nacional. A união de diferentes instituições permite o desenvolvimento de pesquisas</p><p>direcionadas para variados setores da agricultura e pecuária do país. O conjunto de</p><p>conhecimentos é o que permite a inovação tecnológica (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>IMPORTANTE</p><p>8</p><p>SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA AGRÍCOLA</p><p>FONTE: Adaptado de <https://consepa.org.br/> Acesso em: 2 jul. 2021.</p><p>Portanto, considerando o Quadro 1, podemos destacar que a modernização da</p><p>agricultura ocorreu devido a (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020):</p><p>• crédito subsidiado, principalmente para a compra de insumos modernos e</p><p>financiamento de capital;</p><p>• extensão rural;</p><p>• pesquisa agropecuária, liderada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária</p><p>(Embrapa).</p><p>A política de industrialização, assim, criou a demanda por alimentos e</p><p>outras matérias-primas nos centros urbanos (QUEIRÓS et al., 2014; OLIVEIRA, 2020;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020). O custo do trabalho no meio rural cresceu com o êxodo,</p><p>obrigando os produtores a intensificarem e mecanizarem a sua produção (OLIVEIRA,</p><p>2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Considerando a política agrícola, destacam-se três</p><p>instrumentos na modernização da agricultura (BOLFE et al., 2020):</p><p>• crédito subsidiado, para a compra de insumos modernos e financiamento de capital;</p><p>• investimentos em ciência e tecnologia com a Embrapa e os cursos de pós-</p><p>graduação;</p><p>• a extensão rural pública e, mais recentemente, a extensão rural privada.</p><p>Desse modo, você pode perceber que o processo de transformação digital nas</p><p>propriedades rurais é essencial para que a agricultura seja mais competitiva e com</p><p>maior valor agregado.</p><p>9</p><p>3 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA AGRICULTURA</p><p>Nas últimas décadas, destaca-se a velocidade com que as inovações</p><p>tecnológicas foram introduzidas no meio agrícola. O advento de novas tecnologias</p><p>possibilita que as organizações repensem seus produtos e processos de produção.</p><p>Afinal, o que é inovação tecnológica? (SILVEIRA, BAZZO, 2009; WEIRICH NETO, 2014;</p><p>EMBRAPA, 2018). Conforme Silveira e Bazzo (2009, p. 683):</p><p>A inovação tecnológica é resultante de uma combinação de</p><p>necessidades sociais e de demandas do mercado com os meios</p><p>científicos e tecnológicos para resolvê-las, isso é a partir das</p><p>demandas observadas. Esse ambiente de transformação digital</p><p>também molda agendas de desenvolvimento em várias escalas.</p><p>Nas propriedades rurais modernas, as operações agrícolas são efetuadas de</p><p>modos diferentes quando comparadas às ações de décadas atrás (PITASSI et al., 2014).</p><p>Essas mudanças no gerenciamento das plantações ocorrem devido aos avanços tecno-</p><p>lógicos que vem sendo aplicados à agricultura (SILVEIRA, BAZZO, 2009; WEIRICH NETO,</p><p>2014; EMBRAPA, 2018). As inovações tecnológicas no setor agrícola incluem, por exem-</p><p>plo, a utilização de diversos tipos de sensores, uso de máquinas, sistemas integrados,</p><p>robótica (drones) (SILVEIRA, BAZZO, 2009; PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018).</p><p>FIGURA 2 – USO DE TECNOLOGIA NO SETOR AGRÍCOLA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3iSjaGH>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Sendo assim, o avanço no setor agrícola envolve uma combinação de tecnologias da</p><p>internet e tecnologias orientadas para o uso de objetos inteligentes, com isso temos a agricultura</p><p>inteligente (AI) (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019).</p><p>A AI engloba as tecnologias de informação e comunicação em máquinas,</p><p>equipamentos e sensores em sistemas de produção agrícola. Isso gera um grande volume</p><p>de dados e informações com inserção progressiva de automação no processo (EMBRAPA,</p><p>2018; DEBOER, 2019; MASSRUHÁ et al., 2020). Um grande benefício da AI é a sua associação</p><p>internacional à Agenda 2030, que envolve 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável</p><p>10</p><p>(ODS) (EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020), conforme podemos observar</p><p>na Figura 4. Considerando esse contexto, a transformação digital no âmbito agrícola pode</p><p>auxiliar no alcance desses objetivos.</p><p>FIGURA 3 – AGENDA 2030</p><p>FONTE: <https://ppgcs.furg.br/agenda-2030>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>Um ponto importante a ser considerado é que estimativas da United Nations</p><p>Global Compac (UNGC) apontam</p><p>com Ferreira et al. (2017, p. 2):</p><p>O sistema de integração solo – água – planta – atmosfera é importante</p><p>para estabelecer metodologias e critérios para o manejo de irrigação.</p><p>O momento certo para a aplicação e quantidade de água proporciona</p><p>o aumento da produtividade, o uso racional da água, energia e</p><p>insumos agrícolas. A quantificação da umidade do solo é necessária</p><p>para indicar a disponibilidade de água adequada para a planta, o que</p><p>contribui para o rendimento ótimo e econômico da cultura.</p><p>Acesse o link e leia o painel sobre a agricultura e meio ambiente. Acesse em:</p><p>https://bit.ly/3g5zpj6.</p><p>Acesse, também, o plano ABC completo em: https://bit.ly/3yS7BG1.</p><p>DICAS</p><p>189</p><p>Por isso, o entendimento das propriedades físico-hídricas dos solos são</p><p>fundamentais para as boas práticas agrícolas, tais como (FIGURA 21) (TESTEZLAF, 2017;</p><p>EMBRAPA, 2018; FRANCO, 2020; TETILA et al., 2020):</p><p>• a implementação de técnicas e manejo de irrigação adequado para a otimização do</p><p>uso da água, energia e insumos (FRANCO, 2020).</p><p>FIGURA 21 – SENSORES PARA MENSURAR A UMIDADE DO SOLO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/37MCM9M> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Com isso, o sistema de irrigação precisa evitar o desperdício e distribuir a água</p><p>de modo eficiente ao longo do cultivo (TESTEZLAF, 2017; EMBRAPA, 2018; FERREIRA</p><p>et al., 2017; BARBOSA, 2019; FRANCO, 2020). No entanto, muitos fatores interferem de</p><p>modo direto na técnica de irrigação e afetam a decisão sobre a quantidade de água</p><p>usada e momento adequado, sendo os fatores mais predominantes o tipo de solo e a</p><p>quantidade de água conforme a espécie vegetal (FERREIRA et al., 2017; FRANCO, 2020;</p><p>TETILA et al., 2020).</p><p>O uso de sensores eletrônicos para o monitoramento e distribuição da água do</p><p>solo tem sido indicado por trazer resultados rápidos e confiáveis, sendo, ainda, possível</p><p>repetir as medições ao longo do solo em tempo real (FIGURA 22) (FERREIRA et al., 2017;</p><p>BARBOSA, 2019; FRANCO, 2020; SORDI, 2020). Conforme Barbosa (2019, p. 35):</p><p>Os sensores de umidade do solo estão sendo bastante empregados</p><p>na agricultura, por sua elevada exatidão no monitoramento do</p><p>conteúdo de água no solo, o que pode contribuir para maior eficiência</p><p>na aplicação da quantidade de água necessária e no tempo correto. A</p><p>aplicação desses sensores tem se difundido bastante em pesquisas</p><p>relacionadas à irrigação por ser, entre outros aspectos, um método</p><p>não destrutivo.</p><p>190</p><p>FIGURA 22 – SENSORES DE UMIDADE DO SOLO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3CWxNSC>. Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>Assim, ao longo deste Tópico, observamos que, para garantir a competitividade</p><p>e a sustentabilidade da agricultura, serão necessários inúmeros avanços nos campos</p><p>do conhecimento científico e tecnológico (FRANCO, 2020; KELLY, 2020; SORDI, 2020).</p><p>Por isso, a pesquisa científica agropecuária é um instrumento essencial para o aumento</p><p>da produtividade e da sustentabilidade ambiental e econômica.</p><p>191</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O aumento da produção agrícola mundial através da utilização intensiva de</p><p>agrotóxicos e fertilizantes resultou na Revolução Verde. Com a revolução, surgiram</p><p>problemas em decorrência do uso exagerado de agroquímicos, sendo um dos</p><p>grandes causadores dos impactos ambientais. Esse período foi marcado pelo</p><p>distanciando da agricultura com os princípios ecológicos dos agroecossistemas.</p><p>• A sustentabilidade promove a melhoria qualitativa das condições de vida da</p><p>sociedade, sendo esse processo compreendido como desenvolvimento sustentável.</p><p>Um modo de operacionalizar o conceito de desenvolvimento sustentável é</p><p>separando-o em diferentes dimensões quantificáveis.</p><p>• A inovação é um fator primordial para que as organizações estabeleçam padrões</p><p>de sustentabilidade. Essas inovações precisam ser equitativas com a capacidade</p><p>suporte do meio ambiente, gerando novidades que atendam às dimensões da</p><p>sustentabilidade.</p><p>• A agricultura de precisão deve ser compreendida como uma maneira de manejo</p><p>sustentável, na qual as alterações ocorrem com mitigação dos impactos ambientais.</p><p>Um manejo sustentável, portanto, é algo além da manutenção dos índices de</p><p>produtividade.</p><p>• Entre os microrganismos benéficos, encontram-se os fungos e as bactérias que</p><p>atuam na mobilização e transporte de nutrientes, na produção de compostos</p><p>orgânicos que auxiliam no desenvolvimento e, ainda, na proteção contra patógenos,</p><p>doenças e situações adversas.</p><p>• A mecanização sustentável pode reduzir de modo significativo a carga de trabalho do</p><p>agricultor, levando em consideração suas necessidades específicas e melhorando o</p><p>acesso a máquinas apropriadas.</p><p>• As sementes crioulas são sementes naturais que não foram geneticamente</p><p>modificadas, o que amplia a biodiversidade local, preserva a riqueza genética e</p><p>garante a sustentabilidade com base na agroecologia .</p><p>• O plantio direto é considerado uma tecnologia economicamente praticável e</p><p>acessível, podendo enquadrar-se nas diferentes regiões e níveis de tecnologias,</p><p>auxiliando para uma agricultura sustentável.</p><p>192</p><p>• A adubação verde é considerada um processo viável economicamente e sustentá-</p><p>vel e sua função principal é o fornecimento de nutrientes às plantas pela utilização</p><p>de leguminosas e gramíneas.</p><p>• O biofertilizante é oriundo de bioativos de origem vegetal ou animal tendo efeitos</p><p>nutricionais positivos na agricultura, uma vez que reduz os impactos sobre o solo e</p><p>diminui a ocorrência de doenças e pragas agrícolas.</p><p>• A produção de novas culturas mais adaptadas e produtivas resultam do processo</p><p>de melhoramento genético que representa a atuação de instituições tanto públicas</p><p>quanto privadas.</p><p>• O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a</p><p>Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano</p><p>ABC) tem por objetivo a organização e o planejamento das ações a serem efetuadas</p><p>para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o</p><p>objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de GEE no setor</p><p>agropecuário assumidos pelo país.</p><p>• O sistema de irrigação precisa evitar o desperdício e distribuir a água de modo</p><p>eficiente ao longo do cultivo. No entanto, muitos fatores interferem de modo direto</p><p>na técnica de irrigação e afetam a decisão sobre a quantidade de água usada e</p><p>momento adequado, sendo os fatores mais predominantes o tipo de solo e a</p><p>quantidade de água, conforme a espécie vegetal.</p><p>193</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A sustentabilidade promove a melhoria qualitativa das condições de vida da sociedade,</p><p>sendo esse processo compreendido como desenvolvimento sustentável (FREITAS et</p><p>al., 2012; EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019). Um modo de operacionalizar o conceito de</p><p>desenvolvimento sustentável é separando em diferentes dimensões quantificáveis</p><p>(EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019; OLIVEIRA, 2020). Considerando essa afirmação,</p><p>faça uma tabela com as dimensões de sustentabilidade.</p><p>FONTE: DEBOER, J. Precision agriculture for</p><p>sustainability. Cambridge, United Kingdom: Burleigh Dodds</p><p>Science Publishing Limited, 2019.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>FREITAS, C. C. G. et al. Transferência tecnológica e inovação</p><p>por meio da sustentabilidade. Revista de Administração</p><p>Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 2, p. 363-384, 2012.</p><p>OLIVEIRA, N. Manutenção da competitividade do agro</p><p>brasileiro depende da tecnologia, sustentabilidade e</p><p>segurança alimentar. 2020. Disponível em: https://bit.</p><p>ly/2TCSD7w. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>2 A agricultura de precisão deve ser compreendida como uma maneira de manejo</p><p>sustentável, na qual as alterações ocorrem com mitigação dos impactos ambientais</p><p>(PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Portanto, um manejo</p><p>sustentável é algo além da manutenção dos índices de produtividade (FREITAS et al.,</p><p>2012). Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura</p><p>brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>FREITAS, C. C. G. et al. Transferência</p><p>tecnológica e inovação</p><p>por meio da sustentabilidade. Revista de Administração</p><p>Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 2, p. 363-384, 2012.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>PITASSI, C.; GONCALVES, A. A.; MORENO JUNIOR, V. A.</p><p>Fatores que influenciam a adoção de ferramentas de TIC</p><p>nos experimentos de bioinformática de organizações</p><p>biofarmacêuticas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de</p><p>Janeiro, v. 19, n. 1, p. 257-268, 2014.</p><p>194</p><p>a) ( ) Nos microrganismos benéficos, encontram-se os vírus que atuam na mobilização</p><p>e transporte de nutrientes; produção de compostos orgânicos que auxiliam no</p><p>desenvolvimento e, ainda, promovem a proteção contra patógenos, doenças e</p><p>situações adversas.</p><p>b) ( ) A mecanização sustentável pode aumentar de modo significativo a carga de</p><p>trabalho do agricultor, levando em consideração suas necessidades específicas e</p><p>melhorando o acesso a máquinas apropriadas.</p><p>c) ( ) O plantio direto é considerado uma tecnologia cara economicamente, podendo</p><p>enquadrar-se nas diferentes regiões e níveis de tecnologias, auxiliando para uma</p><p>agricultura sustentável.</p><p>d) ( ) A adubação verde é considerada um processo viável economicamente e</p><p>sustentável, sua função principal é o fornecimento de nutrientes às plantas pela</p><p>utilização de leguminosas e gramíneas.</p><p>3 Um dos grandes desafios para a agricultura brasileira é o movimento de espécies</p><p>invasoras exóticas de uma região para outra, em decorrência do comércio, transporte</p><p>e turismo (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; NUNES et al., 2020; SORDI, 2020). As</p><p>espécies exóticas com potencial de invasão são privilegiadas em relação às espécies</p><p>nativas. Isso ocorre já que inúmeras vezes, não possuem predadores naturais, o que</p><p>ajuda no seu crescimento e fixação, possibilitando uma vantagem competitiva sobre</p><p>as outras (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; NUNES et al., 2020; SORDI, 2020).</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2014-2034: o futuro do</p><p>desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2014.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>NUNES, A. da S. et al. Invasão de ligustro no sub-bosque</p><p>de um remanescente de floresta com araucária: uma</p><p>abordagem demográfica. Ciência Florestal, Santa Maria, v.</p><p>30, n. 3, p. 620-631, 2020.</p><p>SORDI, C. Mobilização e predação: a guerra contra espécies</p><p>invasoras sob duas perspectivas. Horizontes Antropológicos,</p><p>Porto Alegre, 2020, v. 26, n. 57, p. 207-237, 2020.</p><p>Analise as sentenças a seguir, atribuindo V para as verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) A preocupação com invasões biológicas ganhou tração a partir dos anos 1970-1980,</p><p>com a consolidação da biodiversidade como principal valor do discurso ambiental</p><p>internacional.</p><p>( ) O método mais usado para controlar espécies invasoras é o químico, através da</p><p>utilização de herbicidas. Para que o uso dos herbicidas seja eficiente, é necessário</p><p>realizar o mapeamento plantas daninhas, bem como as especificações dos</p><p>produtos antes do seu uso.</p><p>195</p><p>( ) Os herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas capazes de matar</p><p>ou suprimir o crescimento de espécies específicas. Entre os agentes biológicos,</p><p>estão os fungos e outros microrganismos.</p><p>( ) Uma maneira eficiente é realizar a pulverização eletrostática, que otimiza a</p><p>deposição dos defensivos e reduz as perdas para o solo em até 1000 vezes quando</p><p>comparadas com uma pulverização convencional.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 A Agência Nacional das Águas (ANA) salienta que a atividade agropecuária brasileira</p><p>é a atividade principal responsável pelo uso dos recursos hídricos (EMBRAPA, 2018;</p><p>FRANCO, 2020). A grande participação do setor agrícola gira em torno de 67%, sen-</p><p>do que se observa que a agricultura irrigada precisa ajustar e aprimorar os métodos</p><p>de gerenciamento da água, considerando o cenário futuro de mudanças climáticas</p><p>(FERREIRA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; FRANCO, 2020; KELLY, 2020; TETILA et al.,</p><p>2020). Considerando essa afirmação, descreva exemplos positivos da agricultura</p><p>para evitar o desperdício de água.</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura</p><p>brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>FERREIRA, M. I. P., SHAW, P., SAKAKI, G., ALEXANDER, T.,</p><p>UMBELINO, L. F. Thrivability Appraisals: A Tool for Supporting</p><p>Decision-making Processes in Integrated Environmental</p><p>Management. The International Journal of Sustainability</p><p>Policyand Practice, [s.l.], v. 13, n. 3, p. 19-36, 2017.</p><p>FRANCO, L. B. Manejo de irrigação via sensores de solo e</p><p>fontes nitrogenadas no crescimento da cana-de-açúcar.</p><p>Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade</p><p>Federal Rural de Pernambuco, Pernambuco, 2020.</p><p>KELLY, B. Amazônia, agora, é fonte de CO2. 2020. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3mcn0xt. Acesso em: 28 jul. 2021.</p><p>5 A agricultura de baixa emissão de carbono tem a capacidade de minimizar as emissões</p><p>de GEEs originários das atividades por meio da aplicação de práticas agrícolas e</p><p>tecnologias (CENTAMORI, 2019). Considerando essa afirmação, assinale a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>FONTE: CENTAMORI, V. Tecnologia monitora do espaço os</p><p>gases responsáveis pelo efeito estufa. 2019. Disponível</p><p>em: https://glo.bo/3sjSgvC. Acesso em: 28 jun. 2021.</p><p>196</p><p>a) ( ) O Plano Nacional de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a</p><p>Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura</p><p>(Plano ABC) tem por objetivo a organização e o planejamento das ações a serem</p><p>efetuadas para a adoção das tecnologias de produção não sustentáveis.</p><p>b) ( ) A expansão contínua da área usada com atividades de agricultura e pastagem</p><p>exige a conversão de florestas nativas, tornando a mudança do uso da terra a</p><p>principal fonte de emissões de GEE no Brasil.</p><p>c) ( ) A agricultura e a pecuária são consideradas atividades econômicas que não</p><p>produzem emissões de GEE.</p><p>d) ( ) A agricultura brasileira não sofrerá o impacto em decorrência do aumento</p><p>das temperaturas atmosféricas, colocando em risco a segurança alimentar da</p><p>população.</p><p>197</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>AGRICULTURA, A INDÚSTRIA DO FUTURO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A inovação agropecuária é considerada como um componente crítico do processo</p><p>de desenvolvimento sustentável e uma condição para garantir a melhoria da alimentação</p><p>(MAZZOLENI; NOGUEIRA SILVA, 2006; KAMAYAMA, 2011; SILVA et al., 2019). O desafio é aten-</p><p>der a demandas atuais usando de modo racional os recursos naturais (FRANCO, 2020).</p><p>A agricultura brasileira tem como responsabilidade o abastecimento regular do</p><p>mercado interno, porém, existem expectativas na possibilidade de o Brasil contribuir para</p><p>a segurança alimentar de países com capacidades limitadas de produção, em especial no</p><p>mundo em desenvolvimento (FRANCO, 2020; KELLY, 2020; SORDI, 2020).</p><p>Nesse sentido, as tecnologias inovadoras estimulam a promoção de uma agri-</p><p>cultura mais sustentável considerando os processos e a preservação ambiental (SOR-</p><p>DI, 2020), o que significa produzir mais utilizando menos recursos e causando o menor</p><p>impacto possível no clima (KELLY, 2020). Assim, neste Tópico, entenderemos o que é a</p><p>agricultura do futuro e que se espera dela na produção segura e sustentável de alimentos.</p><p>UNIDADE 3</p><p>2 AGRICULTURA DO FUTURO</p><p>Os padrões tecnológicos do agronegócio à nível mundial já estão em processo</p><p>de transformação em decorrência da inserção de novas tecnologias (MAZZOLENI; NO-</p><p>GUEIRA SILVA, 2006; KAMAYAMA, 2011; SILVA et al., 2019). Os avanços são sustentados</p><p>em sintonia com a Economia Verde (FIGURA 23). Conforme Kamayama (2011, p. 22),</p><p>“a agricultura do futuro deverá estar balizada por conceitos, métodos e aplicabilidades</p><p>multifuncionais, muito além da visão convencional, da agricultura dedicada à produção</p><p>de alimentos, fibras e energia”.</p><p>O processo de transição para a economia verde vem aumentando de</p><p>modo signi-</p><p>ficativo. Algumas ações que auxiliam de modo direto para a economia verde são: agricul-</p><p>tura sustentável, gerenciamento dos recursos naturais e a adoção de energia renovável</p><p>(FIGUEIREDO, 2019; SILVA et al., 2019). A economia verde tem como aspectos fundamen-</p><p>tais (MAZZOLENI; NOGUEIRA SILVA, 2006; KAMAYAMA, 2011; SILVA et al., 2019):</p><p>198</p><p>• econômicos: economia que possibilite o crescimento eficiente no uso dos recursos</p><p>e em padrões de consumo, bem como na produção sustentáveis;</p><p>• ambientais: preservação do capital natural, ou seja, investindo na manutenção e no</p><p>uso eficiente dos recursos naturais;</p><p>• sociais: economia que melhore o bem-estar social, reduzindo as desigualdades e no</p><p>combate à pobreza.</p><p>FIGURA 23 – ECONOMIA VERDE E OS ASPECTOS FUNDAMENTAIS</p><p>FONTE: <Adaptada de <https://www.ekonus.com.br/economia-verde> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Desse modo, esses novos requisitos delineiam um agronegócio sustentável</p><p>para a consolidação de sistemas limpos, ou seja, com balanço positivo de carbono,</p><p>que integre as cadeias e arranjos produtivos (ZHANG et al., 2008; KAMAYAMA, 2011;</p><p>ZORZO et al., 2014). Para isso, inúmeras funções biológicas conhecidas por meio da</p><p>biotecnologia moderna serão incorporadas à agricultura moderna e sustentável (ZHANG</p><p>et al., 2008; ZORZO et al., 2014; BERGAMASCO et al., 2017). A biotecnologia moderna</p><p>pode estabelecer uma base científica e tecnológica radicalmente nova (FIGURA 24)</p><p>(BERGAMASCO et al., 2017; VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019).</p><p>199</p><p>FIGURA 24 – CONTRIBUIÇÕES DA BIOTECNOLOGIA AGRÍCOLA PARA A SUSTENTABILIDADE</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3yTAeCM>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>A biotecnologia pode auxiliar no domínio dos processos metabólicos dos organismos</p><p>(plantas, animais e micro-organismos), bem como, no seu direcionamento para a produção</p><p>de materiais e substâncias de alto valor agregado BERGAMASCO et al., 2017).</p><p>IMPORTANTE</p><p>200</p><p>BIOTECNOLOGIA NO CONTROLE BIOLÓGICO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3UK6hRc> Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Os avanços atuais mostram para a consolidação de inúmeras frentes da bio-</p><p>tecnologia moderna, representadas através da engenharia genética, engenha-</p><p>ria metabólica (tecnologias avançadas de reprodução e clonagem animal), que</p><p>mudarão o mercado do agronegócio sustentável (BERGAMASCO et al., 2017).</p><p>Portanto, as pressões internacionais em relação à conservação de recursos</p><p>naturais e as novas exigências relacionadas à redução do desmatamento para reduzir</p><p>os efeitos dos gases de efeito estufa são uma realidade (BERGAMASCO et al., 2017;</p><p>VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019). Assim, considerando, ainda, conforme Bergamasco</p><p>et al. (2017, p. 32):, “as pressões de mercados cada vez mais dinâmicos e competitivos</p><p>exigirão da pesquisa agropecuária avanços em diversificação, agregação de valor,</p><p>produtividade, segurança e qualidade, com velocidade e eficiência superiores àquelas</p><p>alcançadas no passado”.</p><p>O que podemos perceber é que a agricultura precisa buscar alternativas</p><p>eficientes para os fertilizantes químicos e defensivos derivados do petróleo. Isso porque</p><p>inúmeros insumos contribuem para aumentar os custos na produção de alimentos, e</p><p>ainda, impactar o meio ambiente (JUDICE, 2004; QUEIRÓS et al., 2014; UNITED NATIONS</p><p>C, 2017; JOAO et al., 2019; LOHMANN et al., 2019; VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019).</p><p>O progresso acelerado na informática, incluindo sistemas de informação geográfica</p><p>(GIS) e, ainda, os mapas computadorizados, ajudam na seleção de culturas e tecnologias,</p><p>incluindo a utilização de fertilizantes adequados às condições locais e aos problemas</p><p>encontrados (LOHMANN et al., 2019; VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019). Já a agricultura</p><p>201</p><p>de precisão utiliza a comunicação por satélite e informações detalhadas da área da cultura</p><p>para garantir um ganho nas operações por meio da aplicação localizada e específica dos</p><p>fertilizantes necessários (JUDICE, 2004; QUEIRÓS et al., 2014; UNITED NATIONS, 2017;</p><p>JOÃO et al., 2019; LOHMANN et al., 2019; VEIROS; MESQUITA; GASPAR, 2019).</p><p>3 AVANÇOS GERENCIAIS NA AGRICULTURA</p><p>A agricultura digital brasileira vem avançado nos últimos anos, já que mais pro-</p><p>dutores nacionais vem adotando a iniciativa, pois percebem que as tecnologias aumen-</p><p>tam a eficiência dos sistemas de produção e comercialização com redução de custos</p><p>financeiros (EMBRAPA, 2018; ZAPAROLLI, 2020). Pesquisas realizadas pela Embrapa</p><p>(2018) apontam que:</p><p>• Mais de 70% dos produtores rurais acessam a internet para interesses sobre</p><p>agricultura, tais como: obtenção ou divulgação Informações, compra de insumos</p><p>ou venda da produção.</p><p>• Aproximadamente 40% dos produtores utilizam novas tecnologias como canal para</p><p>a compra e venda de insumos e produção.</p><p>• Aproximadamente um terço dos agricultores usa soluções digitais para mapear a</p><p>produção e a vegetação, bem como para prever os riscos climáticos.</p><p>Entretanto, alguns desafios ainda dificultam a popularização da agricultura digital,</p><p>sendo que um destes desafios é a cobertura de sinal de internet no campo, que é considerada</p><p>ineficiente (CERRI et al., 2017; DEBOER, 2019; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>Essa deficiência na cobertura de sinal é um entrave para o desenvolvimento da agricultura</p><p>digital (ZAPAROLLI, 2020). Nestas situações, somente os grandes produtores possuem</p><p>recursos suficientes para investir em soluções para melhorar a conectividade em suas</p><p>propriedades (CERRI et al., 2017; DEBOER, 2019; ZAPAROLLI, 2020). Outro problema é a</p><p>falta de informações e de conhecimento sobre a importância dos avanços tecnológicos</p><p>para os produtores de médio e pequeno porte (EMBRAPA, 2018; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>Portanto, a utilização dos recursos de TI pelo produtor rural é praticamente off-</p><p>line, isso significa que só quando os equipamentos voltam para a sede da propriedade</p><p>é que os dados operacionais ficam acessíveis (EMBRAPA, 2018; OLIVEIRA, 2020;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020). Inúmeras vezes, os dados são coletados máquina por máquina</p><p>para serem processados, então, os dados servem somente para programar tarefas dos</p><p>dias seguintes (EMBRAPA, 2018).</p><p>No entanto, quando máquinas e sensores estão conectados em tempo real,</p><p>pode-se efetuar a coleta de dados a cada instante, e isso confere ao gestor a possibilidade</p><p>de interferir rapidamente quando as ações executas não estão como no planejamento</p><p>(OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020. Dois exemplos práticos de</p><p>interações são (ZAPAROLLI, 2020):</p><p>202</p><p>• Alteração da rota de uma semeadora que desviou do traçado planejado (FIGURA 25).</p><p>• Aplicar defensivos através de um pulverizador diretamente sobre um foco de pragas</p><p>que foram identificadas por um drone.</p><p>FIGURA 25 – USO DE MAQUINÁRIOS CONECTADOS EM TEMPO REAL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2W4mc2w>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Outro problema que precisa ser superado é a falta de interoperabilidade entre</p><p>softwares dos equipamentos, bem como dos dispositivos eletrônicos utilizados pelos</p><p>produtores (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI,</p><p>2020). Uma tendência futura conforme Zaparolli (2020, p.24):</p><p>Softwares e algoritmos de inteligência artificial farão a leitura dos dados</p><p>e comandarão equipamentos automatizados. Tecnologias com essas</p><p>características já estão chegando ao campo. Um software de inteligên-</p><p>cia artificial comanda a aplicação do pesticida por meio de esguichos</p><p>de alta precisão que atingem apenas o alvo selecionado, gerando eco-</p><p>nomia de recursos e menor impacto ao meio ambiente. O equipamento</p><p>é autônomo e tem seus movimentos controlados por GPS. O processo</p><p>de modernização tem reduzido o número de postos de trabalho no se-</p><p>tor agropecuário, mas, ao mesmo tempo, abre oportunidades para uma</p><p>mão de obra mais qualificada, inclusive em outros segmentos do agro-</p><p>negócio, como nas agroindústrias e no agrosserviço.</p><p>A falta de profissionais qualificados é também uma limitação que dificulta a</p><p>difusão da agricultura digital no Brasil, já que inúmeros produtores relatam a falta de</p><p>especialistas para que as novas técnicas</p><p>cheguem de modo eficiente às propriedades</p><p>(COSTA; GUILHOTO, 2012; CERRI et al., 2017; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020). Um</p><p>exemplo atual da falta de profissionais qualificados é no caso de manuseio dos veículos</p><p>aéreos não tripulados (VANT), que estão cada vez mais necessários para a agricultura</p><p>digital (FRASER; CAMPBELL, 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>Os agricultores brasileiros se mostram cada vez mais ávidos pelas tecnologias</p><p>digitais no campo, conhecem seus benefícios e sabem da importância de digitalizar a pro-</p><p>priedade (DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>203</p><p>4 AGRO 4.0 RUMO À AGRICULTURA 5.0</p><p>Atualmente, a transformação digital está em alta, e a agricultura 5.0 é resultado</p><p>da transformação digital do setor agrícola (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020;</p><p>ZAPAROLLI, 2020). As tecnologias vêm evoluindo por meio de máquinas e implementos</p><p>para maximizar o aumento da eficiência das atividades agrícolas, uma tendência</p><p>que ficou conhecida como agricultura de precisão (FIGURA 26) (BATISTA et al., 2017;</p><p>EMBRAPA, 2018; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>FIGURA 26 – AGRICULTURA DIGITAL</p><p>FONTE: Embrapa (2018, p. 43)</p><p>O que podemos perceber é que os sistemas estão se tornando mais complexos,</p><p>envolvendo inúmeras variáveis (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018), trata-se, assim, da</p><p>era da bioeconomia. As atividades econômicas são movidas pela pesquisa e pela ino-</p><p>vação em biologia (EMBRAPA, 2018; ZAPAROLLI, 2020), o que engloba tanto o desen-</p><p>volvimento de recursos biológicos renováveis quanto a conversão desses recursos e</p><p>resíduos em produtos alimentares e não alimentares. Para isso, a bioeconomia abrange</p><p>os seguintes elementos (ZAPAROLLI, 2020):</p><p>• Utilização avançada de genes e processos celulares complexos para criar novos</p><p>processos e produtos.</p><p>• Utilização da biomassa renovável e bioprocessamento para dar suporte à produção.</p><p>• Integração de conhecimento e aplicação de biotecnologia entre os diferentes</p><p>setores da economia.</p><p>204</p><p>A agricultura brasileira precisa se antecipar aos riscos eminentes do setor e</p><p>aproveitar as oportunidades. Para isso, é necessário um maior número de cientistas</p><p>que efetuem, de modo sistemático, a coleta, a análise e a disseminação de informações</p><p>sobre as tendências do agronegócio (FIGURA 27) (BATISTA et al., 2017; EMBRAPA, 2018;</p><p>DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020). Essa</p><p>capacidade dará suporte ao desenvolvimento de políticas públicas adequadas que</p><p>subsidiarão a tomada de decisão para atingir as metas estratégicas do agronegócio</p><p>brasileiro (MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020).</p><p>FIGURA 27 – AGRICULTURA MODERNA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/37N4Cmj>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Pesquisadores desenvolveram um sistema de câmeras 3D para estimar o crescimento</p><p>e ganho de peso de bovinos de corte, e ainda, um sistema para manejo de cocho em</p><p>confinamento. Esse sistema avalia, por meio de fotos, a quantidade de alimento ofertado</p><p>e o comportamento dos animais ao longo do dia. Atualmente, essa análise é realizada de</p><p>modo presencial uma vez por dia, e observa o volume de alimento que sobrou. Desse</p><p>modo, não é possível afirmar se todos os animais se alimentaram de modo adequado.</p><p>O objetivo do projeto é que o sistema monitore o tempo que o cocho ficou sem alimento e sugira</p><p>a quantidade precisa de comida a ser fornecida, maximizando o ganho de peso dos animais.</p><p>IMPORTANTE</p><p>205</p><p>ANÁLISE DE IMAGENS PARA EXTRAÇÃO DE MEDIDAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3AU8jn3>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Outro exemplo é a empresa Solinftec criada em 2007 por sete engenheiros</p><p>cubanos que migraram para o país a fim de criar soluções de automação</p><p>para o setor sucroalcooleiro. Hoje os sistemas da companhia monitoram on-</p><p>line operações automatizadas em 8 milhões de hectares de cana, grãos e</p><p>fibras em 10 países, incluindo os Estados Unidos.</p><p>FONTE: <https://solinftec.com/pt-br/solutions-sugarcane>. Acesso em: 30 jul. 2021.</p><p>Ainda, conforme Zaparolli (2020, p. 28):</p><p>Não se trata necessariamente de uma oportunidade de obter mais</p><p>lucro. É uma questão de sobrevivência. Ou se usa tecnologia ou está</p><p>fora do jogo. A tecnologia permite ao agricultor considerar todas</p><p>as características biofísicas envolvidas na produção e fazer o uso</p><p>adequado dos recursos. Utilizar mais fertilizantes, defensivos e água</p><p>onde precisa e menos onde não precisa. Com isso, reduzem-se gastos</p><p>desnecessários e o impacto ambiental, mas não adianta ter informação</p><p>sem comunicação. O agricultor é o centro de uma cadeia produtiva, que</p><p>precisa que a informação circule, tanto para otimizar sua relação com</p><p>os fornecedores quanto para permitir que acesse mercados e venda</p><p>produtos sem intermediários.</p><p>O que podemos perceber é que a tecnologia vai gerar transparência e colocar</p><p>o consumidor no centro da decisão. Dessa forma, é o consumidor que poderá rastrear</p><p>com um QR code o ciclo de vida do produto e questionar todo o processo produtivo</p><p>(BATISTA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020). Dessa forma, elementos</p><p>tecnológicos da agricultura geram informações que garantem ganhos na produtividade</p><p>e sustentabilidade econômica, social e ambiental (BATISTA et al., 2017; EMBRAPA, 2018).</p><p>Ao longo deste Tópico, percebemos que o grande volume de dados disponíveis</p><p>e os avanços tecnológicos possibilitam a sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, é o</p><p>momento de investir em inovações oportunizando a agroindústria sofisticada e rentável.</p><p>206</p><p>AS MAIORES IDEIAS NA AGRICULTURA HOJE SÃO TAMBÉM AS MAIS ANTIGAS</p><p>O solo da Terra pode sequestrar grandes quantidades de carbono – eu sei disso</p><p>há anos, mas foi só quando estive na fronteira entre duas fazendas no sul da Geórgia,</p><p>recentemente, que percebi o enorme potencial desse fato.</p><p>Will Harris, um pecuarista de quarta geração, abaixou-se e pegou um punhado</p><p>de solo marrom-avermelhado claro dos campos de amendoim de seu vizinho: “Morto”, ele</p><p>pronunciou, “um meio mineral sem vida”. Então ele deu alguns passos e desenterrou outro</p><p>punhado – preto como tinta e untuoso – de sua própria terra. “Um meio orgânico próspero,</p><p>repleto de vida”, disse ele. “É 5% de matéria orgânica em comparação com 0,5%, lado a lado.”</p><p>Em uma mão, Harris mantinha o legado de nosso passado de agricultura industrial</p><p>e, na outra, a evidência de como fazer a agricultura da maneira certa em um mundo</p><p>estressado pelo clima. Para cada 1% de aumento na matéria orgânica, um acre de solo</p><p>retém cerca de 10 toneladas a mais de carbono. O pigmento escuro do solo é, na verdade,</p><p>carbono – e de modo geral, quanto mais escuro for o solo, mais carbono ele contém.</p><p>Ao todo, as terras agrícolas do mundo podem ser capazes de sequestrar tanto CO2</p><p>quanto a quantidade total emitida pelo setor de transporte, ou quase tanto quanto a indústria</p><p>global de eletricidade. Para atingir esse nível nos EUA, seriam necessárias reformas signifi-</p><p>cativas das práticas agrícolas industriais na produção de safras e carne – mudanças que se-</p><p>riam caras para os agricultores no início, mesmo que tragam riquezas de longo prazo, como</p><p>terras e animais mais saudáveis. Para estimular a transição, o governo Biden, o Congresso e</p><p>o setor agrícola devem apoiar reformas com créditos fiscais e outros incentivos financeiros.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Quanto mais preto o solo, mais carbono ele retém.</p><p>Fotógrafa: Amanda Little / Bloomberg</p><p>207</p><p>Harris e sua fazenda na Geórgia, White Oak Pastures, ilustram o caminho a se-</p><p>guir, junto com todos os desafios de redefinir a agricultura moderna. Aos 66 anos, ele</p><p>cuida da terra que seu bisavô comprou em 1866, e que foi trabalhada industrialmente</p><p>por décadas antes de Harris se converter a práticas mais ecologicamente corretas, co-</p><p>nhecidas hoje como agricultura regenerativa. A história de sua conversão revela o dolo-</p><p>roso ajuste de contas que acompanha o enfrentamento das técnicas destrutivas, agora</p><p>enraizadas na agricultura moderna e a necessidade de considerar os ganhos em uma</p><p>prosperidade mais ampla que superam os termos simples de lucros</p><p>e perdas imediatos.</p><p>As pastagens de gado de Harris estão repletas de gramíneas perenes nativas e</p><p>plantas de cobertura – centeio, rabanete, trevo carmesim e trevo branco – que se des-</p><p>tacam em puxar dióxido de carbono da atmosfera, através de suas raízes e para o solo</p><p>onde o carbono alimenta a vida microbiana. À medida que o gado pasta e mastiga o topo</p><p>da vegetação, ele areja o solo com seus cascos e o fertiliza com seu estrume, fazendo</p><p>com que mais plantas e gramíneas cresçam e bombeando mais carbono para o solo.</p><p>WHITE OAK PASTURES</p><p>Abrangendo 3.000 acres (1200 hectares), White Oak Pastures é uma mistura</p><p>fascinante da sabedoria do passado e da tecnologia do futuro. As 2.000 ovelhas de Harris</p><p>pastam em um campo de painéis solares de 1.425 acres (576 hectares). Ele usa drones,</p><p>câmeras, software e 150 milhas de cercas modulares de última geração para fazer girar</p><p>cerca de 3.000 vacas diariamente em cercados de 30 acres (12 hectares). Harris também</p><p>pratica uma técnica de conservação chamada silvopastura, integrando animais, forragem</p><p>e áreas florestais; ele planta milhares de carvalhos vivos, nozes e árvores frutíferas em</p><p>suas pastagens para fornecer sombra para seus animais e reter mais carbono.</p><p>De acordo com uma pesquisa de solo conduzida pela empresa de consultoria em</p><p>sustentabilidade Quantis em 2019, a White Oak Pastures sequestra aproximadamente</p><p>o equivalente a 3,5 quilos de dióxido de carbono para cada quilo de carne bovina a</p><p>pasto que produz. Falei com outros cientistas que acham que esse número seria menor</p><p>depois de contabilizar todas as ovelhas, porcos e galinhas que Harris cria e a ração que</p><p>esses animais consomem. No entanto, muitos, incluindo uma equipe de cientistas da</p><p>Michigan State University que fez extensas pesquisas sobre Pastagens de White Oak,</p><p>concordam que a operação de gado de Harris é negativa em carbono e representa um</p><p>exemplo consumado de produção de gado regenerativo.</p><p>Harris cresceu em Bluffton, Geórgia, uma cidade de 100 habitantes no condado</p><p>mais pobre de um dos estados mais pobres da união. Durante a maior parte de sua</p><p>vida, ele ajudou seu pai a administrar a fazenda, que então se dedicava exclusivamente</p><p>ao gado. Juntos, eles adotaram todas as práticas industriais mais recentes com um</p><p>foco singular em extrair cada centavo de lucro possível de seu rebanho. “Íamos para a</p><p>cama pensando em quantos animais poderíamos matar no dia seguinte”, lembra Harris.</p><p>“Quanto mais, melhor.”</p><p>208</p><p>Naquela época, como a maioria das outras operações pecuárias industrializadas,</p><p>Harris aplicou agressivamente fertilizantes e pesticidas em seus campos e usou</p><p>antibióticos e implantes de hormônios em seus animais para maximizar o ganho de</p><p>peso e a fertilidade. Se a recomendação fosse 2ccs de hormônio, ele injetava 4ccs. “Eu</p><p>era um cara intransigente, linear e mais-é-melhor”, diz Harris – uma sensibilidade que</p><p>define muito bem a agricultura industrial.</p><p>A conversão de Harris começou logo depois que seu pai morreu em 2004,</p><p>quando ele se tornou o único tomador de decisões na fazenda. Um momento crucial</p><p>veio quando ele viajou em um caminhão de dois andares transportando alguns de seus</p><p>bezerros de 500 libras para serem engordados e abatidos em Nebraska. “Os animais</p><p>no andar de cima urinaram e defecaram sobre os do fundo durante uma viagem de</p><p>30 horas”, disse ele. “Isso não me agradou.” Também o incomodava que, depois de</p><p>pastar em suas pastagens por meses, os bezerros cresceram até a idade adulta em</p><p>um confinamento de concreto enquanto eram engordados inteiramente com ração de</p><p>milho – todas as calorias e nenhuma nutrição.</p><p>Livre da abordagem estritamente voltada para o lucro de seu pai, Harris aproveitou</p><p>sua educação universitária em pecuária e ciências agrícolas para encontrar alternativas</p><p>que honrassem a profunda conexão que ele sentia com a fazenda e seus animais. Sua</p><p>primeira grande mudança: ele abandonou os confinamentos e fez um empréstimo de</p><p>US $ 7 milhões para construir seu próprio matadouro, a fim de garantir que seus animais</p><p>fossem criados e processados humanamente.</p><p>UMA TRANSFORMAÇÃO TRAUMÁTICA</p><p>Ele logo descobriu que, depois de puxar um fio, todo o sistema que ele construiu</p><p>com seu pai começou a se desfazer. Depois que Harris parou de alimentar seu gado com</p><p>milho e grãos, ele teve que expandir suas pastagens para que pudessem os animais ser</p><p>alimentados exclusivamente com pasto. Ele eliminou os antibióticos e hormônios e, em</p><p>seguida, começou a ficar irritado com os custos financeiros e ambientais da aplicação</p><p>excessiva de herbicidas e fertilizantes em seus campos.</p><p>Economicamente, a transformação foi traumática. Harris havia assumido um</p><p>risco enorme ao fazer tantas mudanças sucessivas. Pela primeira vez, a fazenda da</p><p>família não estava apenas endividada, mas operando no vermelho. White Oak Pastures</p><p>não foi capaz de produzir tanta carne quanto antes. Sem hormônios para acelerar o</p><p>crescimento, demorou dois anos para criar uma vaca com um peso de 1.100 libras (500</p><p>quilos), enquanto um animal industrial atinge 1.400 libras (635 quilos) em 16 meses.</p><p>Suas ninhadas diminuíram: as porcas criadas industrialmente têm 14 leitões em uma</p><p>ninhada; ele teve sorte de conseguir sete. E seus custos de abate dispararam: uma</p><p>planta industrial cobraria US $ 100 por vaca, enquanto custava a Harris cinco vezes isso.</p><p>209</p><p>Houve um período agonizante – mais de um ano – em que ele pensou que</p><p>perderia tudo. Contudo, lentamente, todas as peças em seu novo sistema começaram</p><p>a trabalhar juntas. Para compensar os custos mais elevados, ele aumentou os preços,</p><p>cobrando 30% a mais pela carne bovina de pasto do que o convencional e 40% mais</p><p>pela carne suína.</p><p>A White Oak Pastures atualmente está no limite da lucratividade após anos de</p><p>perdas dolorosas. Além do cálculo financeiro, os benefícios da agricultura regenerativa</p><p>foram profundos. A fertilidade do solo amplamente melhorada, que continua aumentando</p><p>com o tempo, proporcionou pastagens e colheitas mais saudáveis e abundantes. Ao</p><p>integrar a produção agrícola e animal – há muito tempo dissociada da agricultura</p><p>industrial – ele restaurou o ciclo natural do nitrogênio no qual os dejetos animais, em</p><p>vez de fertilizantes sintéticos, nutrem os campos.</p><p>Harris triplicou suas propriedades, comprando fazendas industriais esgotadas</p><p>que fazem fronteira com a sua e convertendo a terra de terra pálida e quase não</p><p>cultivável em solos ricos em carbono. Seus métodos aumentaram significativamente</p><p>a umidade do solo, por sua vez, neutralizando a erosão da camada superficial do solo</p><p>e criando resiliência ao calor e à seca em suas gramíneas e plantações. Nos últimos 16</p><p>anos, Harris eliminou o uso de milhares de toneladas de agroquímicos, interrompendo o</p><p>escoamento de fertilizantes, reduzindo a proliferação de algas nos cursos d’água locais</p><p>e interrompendo a evaporação do fertilizante no ar, que forma óxido nitroso, um gás de</p><p>efeito estufa muitas vezes mais potente do que o CO2.</p><p>A agricultura regenerativa exige muito mais mão-de-obra do que a agricultura</p><p>convencional, o que Harris considera uma coisa boa depois de ver sua comunidade</p><p>agrícola sofrer enormes perdas de empregos ao longo das décadas devido à</p><p>industrialização. No auge de sua própria lucratividade na década de 1990, a White Oak</p><p>Pastures precisava de quatro funcionários para criar 1.000 cabeças de gado a cada</p><p>ano. Agora Harris cria 3.000 vacas com 190 funcionários – quase o dobro da população</p><p>total de sua cidade. E ele criou um modelo de produção local verticalmente integrada</p><p>que não é vulnerável ao tipo de interrupção da cadeia de abastecimento que assolou a</p><p>indústria centralizada de carne durante a pandemia.</p><p>UMA VIDA MAIS DIGNA</p><p>Harris também restaurou a presença de plantas nativas em suas terras e introduziu</p><p>mais de uma dúzia de plantas de cobertura que convidam e sustentam uma diversidade</p><p>de pássaros e insetos. Tanto quanto qualquer meta ambiental, ele está comprometido</p><p>em “libertar os animais do estresse e da indignidade das operações</p><p>industriais”. Ele cria</p><p>condições nas quais seus animais podem expressar comportamentos instintivos: vacas</p><p>podem vagar e pastar, porcos podem enraizar e chafurdar, galinhas podem coçar e bicar</p><p>– o que para elas, fundamentalmente, é um estado de contentamento.</p><p>210</p><p>Em minhas visitas a dezenas de fazendas de gado e matadouros em todo o</p><p>mundo, não encontrei nenhum mais voltado para o bem-estar animal ou o abate</p><p>humano do que os pastos da White Oak Pastures.</p><p>Ainda assim, Harris luta para permanecer lucrativo, e sua história ressalta a neces-</p><p>sidade de incentivos federais para ajudar fazendas como a White Oak Pastures a prosperar.</p><p>Sua operação de gado ainda não pode receber compensação pelo sequestro de carbono</p><p>– embora participantes do setor privado como Indigo Agriculture Inc. e Nori estejam pa-</p><p>gando fazendeiros para fazer exatamente isso. Medir o carbono em fazendas de gado é</p><p>muito mais complexo do que em fazendas que cultivam produtos básicos, e as empresas</p><p>do mercado de carbono dizem que não registrarão as operações de gado até que as tec-</p><p>nologias e protocolos de medição se tornem mais precisos e amplamente aceitos.</p><p>Isso precisa acontecer rapidamente; o Departamento de Agricultura dos EUA</p><p>deve financiar organizações de pesquisa sem fins lucrativos, como a Comet Farm, que</p><p>estão trabalhando para melhorar e expandir os protocolos de medição. O governo Biden</p><p>também pode colocar dinheiro em um crédito fiscal para fazendeiros baseado em um</p><p>projetado para produtores de petróleo e usinas de energia em 2017 para encorajar o</p><p>uso de tecnologias de captura de carbono por ar direto. Afinal, o solo é a mãe de toda a</p><p>captura direta de ar.</p><p>Entretanto a maior ameaça imediata aos pequenos agricultores como a White</p><p>Oak Pastures é a falta de regulamentação sobre a rotulagem de produtos agrícolas como</p><p>orgânicos ou alimentados com pasto. As definições vagas desses termos permitem que</p><p>os principais produtores industriais reivindiquem o rótulo e cobrem preços muito mais</p><p>baixos do que os agricultores regenerativos, mesmo enquanto criam seu gado no exterior</p><p>com ração de milho. Isso força agricultores como Will Harris a baixarem seus preços para</p><p>competir, reduzindo ainda mais suas margens de lucro. O USDA de Biden tem o poder de</p><p>controlar essa tendência prejudicial com definições e fiscalização mais rígidas.</p><p>Enquanto isso, é essencial educar os consumidores, que estão optando cada</p><p>vez mais por proteínas de origem vegetal de marcas como Beyond Meat e Impossible</p><p>Foods, sobre os benefícios climáticos da pecuária regenerativa. Harris vê as coisas</p><p>desta forma: se uma pessoa evita carne porque não quer comer um animal que já viveu,</p><p>ela respeita isso.</p><p>Talvez a lição mais valiosa que os setores público e privado possam aprender com</p><p>a White Oak Pastures é que a resposta à segurança alimentar e à agricultura inteligente</p><p>para o clima não é apenas a tecnologia, mas a tecnologia combinada com a sabedoria</p><p>da ecologia. Tecnologia em cooperação – não competição – com o mundo natural. “A</p><p>natureza é muito mais inteligente do que nós”, disse Harris.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3CU4Whr>. Acesso em: 5 ago. 2021.</p><p>211</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A inovação agropecuária é considerada como um componente crítico do processo</p><p>de desenvolvimento sustentável e uma condição para garantir a melhoria da</p><p>alimentação. O desafio é atender a demandas atuais usando de modo racional os</p><p>recursos naturais.</p><p>• O processo de transição para a economia verde vem aumentando de modo</p><p>significativo. Algumas ações que auxiliam de modo direto para a economia verde</p><p>são: agricultura sustentável, gerenciamento dos recursos naturais e adoção de</p><p>energia renovável .</p><p>• A agricultura digital brasileira vem avançado nos últimos anos. Essas tecnologias</p><p>aumentam a eficiência dos sistemas de produção e comercialização, com redução</p><p>de custos financeiros.</p><p>• A falta de profissionais qualificados é também uma limitação que dificulta a difusão</p><p>da agricultura digital no Brasil. Inúmeros produtores relatam a falta especialistas para</p><p>que as novas técnicas cheguem de modo eficiente às propriedades. Os agricultores</p><p>brasileiros se mostram cada vez mais ávidos pelas tecnologias digitais no campo,</p><p>conhecem seus benefícios e sabem da importância de digitalizar a propriedade.</p><p>• As tecnologias vêm evoluindo por meio de máquinas e implementos para</p><p>maximizar o aumento da eficiência das atividades agrícolas, uma tendência que</p><p>ficou conhecida como agricultura de precisão. O que podemos perceber é que</p><p>os sistemas estão se tornando mais complexos, envolvendo inúmeras variáveis.</p><p>Trata-se da era da bioeconomia, ou seja, atividades econômicas são movidas pela</p><p>pesquisa e pela inovação em biologia, o que engloba tanto o desenvolvimento de</p><p>recursos biológicos renováveis quanto a conversão desses recursos e resíduos em</p><p>produtos alimentares e não alimentares.</p><p>212</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A Inovação agropecuária é considerada como um componente crítico do processo</p><p>de desenvolvimento sustentável, porém, é uma condição para garantir a melhoria</p><p>da alimentação. O desafio é atender a demandas atuais usando de modo racional os</p><p>recursos naturais (FRANCO, 2020). Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: FRANCO, L. B. Manejo de irrigação via sensores</p><p>de solo e fontes nitrogenadas no crescimento da cana-</p><p>de-açúcar. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) –</p><p>Universidade Federal Rural de Pernambuco, Pernambuco, 2020.</p><p>a) ( ) Os padrões tecnológicos do agronegócio mundial não estão em processo de</p><p>transformação em decorrência da inserção de novas tecnologias.</p><p>b) ( ) A agricultura do futuro deverá estar balizada por conceitos, métodos e</p><p>aplicabilidades funcionais, muito além da visão tradicional, da agricultura</p><p>dedicada à produção de animais.</p><p>c) ( ) As pressões governamentais e políticas em relação à conservação de recursos</p><p>naturais e as novas exigências relacionadas à redução do desmatamento para</p><p>reduzir os efeitos dos gases de efeito estufa não são uma realidade.</p><p>d) ( ) As pressões internacionais em relação a conservação de recursos naturais, bem</p><p>como, as novas exigências relacionadas a redução do desmatamento para reduzir</p><p>os efeitos dos gases de efeito estufa são uma realidade.</p><p>2 O progresso acelerado na informática, incluindo sistemas de informação geográfica</p><p>(GIS) e, ainda, os mapas computadorizados, ajudam na seleção de culturas e</p><p>tecnologias, incluindo a utilização de fertilizantes adequados às condições locais e</p><p>aos problemas encontrados (LOHMANN et al., 2019; VEIROS; MESQUITA; GASPAR,</p><p>2019). Já a agricultura de precisão utiliza a comunicação por satélite e informações</p><p>detalhadas da área da cultura para garantir um ganho nas operações por meio da</p><p>aplicação localizada e específica dos fertilizantes necessários. Sobre o exposto,</p><p>assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: LOHMANN, S. et al. Operations strategy and analysis</p><p>of competitive criteria: a case study of a food business.</p><p>Gestão & Produção, São Carlos, v. 26, n. 3, p. 1-15, 2019.</p><p>VEIROS, A.; MESQUITA, R.; GASPAR, P. D. Current status and</p><p>future trends in agricultural robotics. In: INTERNATIONAL</p><p>CONGRESS ON ENGINEERIN. 2019, Covilha. Anais [...] Covilha:</p><p>University of Beira Interior, 2019. Disponível em: https://bit.</p><p>ly/2TEwllX. Acesso em: 6 jul. 2021.</p><p>213</p><p>a) ( ) As pressões de mercados cada vez mais dinâmicos e competitivos exigirão da</p><p>pesquisa pecuária avanços em monocultura, agregação de valor, produtividade,</p><p>segurança e qualidade, com velocidade e eficiência superiores àquelas alcançadas</p><p>no passado.</p><p>b) ( ) A agricultura precisa buscar alternativas eficientes para os fertilizantes químicos</p><p>e defensivos derivados do petróleo. Isso porque inúmeros insumos contribuem</p><p>para aumentar os custos na produção de alimentos, e ainda, para impactar o</p><p>meio ambiente.</p><p>c) ( ) A agricultura digital brasileira está em atraso nos últimos anos, já que os</p><p>produtores não percebem que essas tecnologias aumentam a eficiência dos</p><p>sistemas de produção e comercialização.</p><p>d) ( ) Alguns desafios ainda dificultam a popularização da agricultura digital, sendo</p><p>que um desses desafios é a cobertura de sinal de internet no campo, que é</p><p>considerada eficiente.</p><p>3 Atualmente, surge agricultura 5.0 como resultado da transformação digital do</p><p>setor agrícola (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020; ZAPAROLLI, 2020). As</p><p>tecnologias vêm evoluindo por meio de máquinas e implementos para maximizar o</p><p>aumento da eficiência das atividades agrícolas, uma tendência que ficou conhecida</p><p>como agricultura de precisão (BATISTA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; ZAPAROLLI,</p><p>2020). Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>FONTE: BATISTA, A. V. A. et al. Multifunctional Robot at low</p><p>cost for small farms. Ciência Rural, Santa Maria, v. 47, n. 7, p.</p><p>1-5, 2017.</p><p>BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil: tendências,</p><p>desafios e oportunidades: resultados de pesquisa on-line.</p><p>Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>ZAPAROLLI, D. Agricultura 4.0 eleva a produtividade do</p><p>campo, mas esbarra na falta de conectividade no Brasil.</p><p>Pesquisa Fapesp, ano 21, n. 287. Plural Indústria Gráfica:</p><p>São Paulo, 2020.</p><p>( ) Na era da bioeconomia, as atividades econômicas são movidas pela pesquisa e</p><p>pela inovação em biologia.</p><p>( ) Utilização avançada de genes e processos celulares complexos para criar novos</p><p>processos e produtos.</p><p>( ) Integração de conhecimento e aplicação de biotecnologia entre os diferentes</p><p>setores da economia.</p><p>214</p><p>( ) A agricultura brasileira precisa se antecipar aos riscos eminentes do setor</p><p>e aproveitar as oportunidades. Para isso, é necessário um maior número de</p><p>cientistas que efetuem, de modo sistemático, a coleta, a análise e a disseminação</p><p>de informações sobre as tendências do agronegócio.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 A tecnologia vai gerar transparência e colocar o consumidor no centro da decisão. Sendo</p><p>assim, é o consumidor que poderá rastrear com um QR code o ciclo de vida do produto e</p><p>questionar todo o processo produtivo (BATISTA et al., 2017; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ</p><p>et al., 2020). Considerando essa afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: BATISTA, A. V. A. et al. Multifunctional Robot at low</p><p>cost for small farms. Ciência Rural, Santa Maria, v. 47, n. 7, p.</p><p>1-5, 2017.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>a) ( ) A tecnologia não permite ao agricultor considerar todas as características</p><p>biofísicas envolvidas na produção e fazer o uso adequado dos recursos.</p><p>b) ( ) O agricultor não é considerado o centro de uma cadeia produtiva.</p><p>c) ( ) Os elementos tecnológicos da agricultura geram informações que garantem</p><p>ganhos na produtividade e sustentabilidade econômica, social e ambiental.</p><p>d) ( ) O baixo volume de dados disponíveis e avanços tecnológicos dificultam a</p><p>sustentabilidade ambiental.</p><p>5 A utilização dos recursos de TI pelo produtor rural é praticamente off-line, o que</p><p>significa que só quando os equipamentos voltam para a sede da propriedade é que os</p><p>dados operacionais ficam acessíveis (EMBRAPA, 2018; OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ</p><p>et al., 2020). Inúmeras vezes os dados são coletados máquina por máquina para</p><p>serem processados, então, os dados servem somente para programar tarefas dos</p><p>dias seguintes (EMBRAPA, 2018). Sobre o exposto, classifique V para as sentenças</p><p>verdadeiras e F para as falsas:</p><p>FONTE: EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura</p><p>brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2018.</p><p>215</p><p>OLIVEIRA, N. Manutenção da competitividade do agro</p><p>brasileiro depende da tecnologia, sustentabilidade</p><p>e segurança alimentar. 2020. Disponível em: https://</p><p>www.grupocultivar.com.br/noticias/manutencao-da-</p><p>competitividade-do-agro-brasileiro-depende-da-tecnologia-</p><p>sustentabilidade-e-seguranca-alimentar. Acesso em: 5 jul.</p><p>2021.</p><p>MASSRUHÁ, S. M. F. S. et al. Agricultura digital: pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas. Brasília,</p><p>DF: EMBRAPA, 2020.</p><p>( ) A deficiência na cobertura de sinal é um entrave para o desenvolvimento da</p><p>agricultura digital.</p><p>( ) A falta de informações e conhecimento sobre a importância dos avanços</p><p>tecnológicos para os produtores de médio e pequeno porte.</p><p>( ) Quando máquinas e sensores estão conectados em tempo real, pode-se efetuar</p><p>a coleta de dados a cada instante, e isso confere ao gestor a possibilidade de</p><p>interferir rapidamente quando as ações executas não estão como o planejamento.</p><p>( ) Outro problema que precisa ser superado é a falta de operabilidade entre softwares</p><p>dos equipamentos, bem como dos dispositivos eletrônicos utilizados pelos</p><p>produtores.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>216</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. 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Anais [...] Porto Alegre: UFRGS, 2014. p. 1-7.</p><p>que o mercado mundial da agricultura digital avançará</p><p>de modo significativo ao longo dos anos devido ao crescimento no setor (EMBRAPA,</p><p>2018; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). No entanto, é preciso</p><p>considerar que a pandemia de Covid-19 gera um ambiente de incerteza, mas com</p><p>expectativas de aceleração do crescimento da utilização das tecnologias digitais na</p><p>agricultura (FRASER, CAMPBELL, 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>Entretanto, não é necessário adquirir equipamentos com tecnologia de ponta</p><p>para adotar a agricultura digital. A utilização de celular, tablet ou computador com acesso</p><p>à internet já garante o uso adequado da agricultura inteligente através de aplicativos e</p><p>softwares (EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019; FRASER, CAMPBELL, 2019).</p><p>Um produtor conectado aperfeiçoa o tempo gasto no gerenciamento da produção,</p><p>tendo como resultado maiores rendimentos no campo e maior sustentabilidade no meio</p><p>agrícola (EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020). As inovações tecnológicas</p><p>são fundamentais para que o produtor tenha os benefícios dessas tecnologias, porém</p><p>é preciso relacionar custo de aquisição com os benefícios (FRASER, CAMPBELL, 2019;</p><p>BOLFE et al., 2020).</p><p>11</p><p>FIGURA 4 – AGENDA 2030</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ybeEt7>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>3.1 EMBRAPA E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA AGRICULTURA</p><p>A Embrapa tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento</p><p>e inovação para a competitividade e a sustentabilidade da agricultura, em benefício</p><p>da sociedade brasileira (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020; OLIVEIRA, 2020).</p><p>Diante desse contexto, no final da década de 90, foi desenvolvida a Rede de Agricultura</p><p>de Precisão (Rede AP) da Embrapa. Atualmente, a Rede AP envolve 20 Centros de</p><p>Pesquisa da Empresa e mais de 50 parceiros, como empresas, instituições de pesquisa,</p><p>universidades e produtores rurais (EMBRAPA, 2018).</p><p>FIGURA 5 – A EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A ATUAÇÃO DA</p><p>EMBRAPA</p><p>FONTE: Embrapa (2018, p. 80)</p><p>12</p><p>A Embrapa, através da Embrapa Informática Agropecuária, acompanha a</p><p>evolução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) (QUADRO 2) (FRASER,</p><p>CAMPBELL, 2019; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>QUADRO 2 – A EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A ATUAÇÃO DA</p><p>EMBRAPA</p><p>FASE DESCRIÇÃO</p><p>PRIMEIRA</p><p>FASE</p><p>• sistemas desenvolvidos eram monousuários;</p><p>• softwares funcionavam nos computadores desktop de modo</p><p>independente;</p><p>• início da internet comercial, quando os principais centros de pesquisas</p><p>e universidades iniciaram a conecção;</p><p>• a pesquisa era voltada a adequar modelos e soluções já existentes às</p><p>necessidades da agricultura brasileira.</p><p>SEGUNDA</p><p>FASE</p><p>• surgimento da internet móvel;</p><p>• uso de aplicativos agrícolas diretamente no celular;</p><p>• dados armazenados em nuvens;</p><p>• redes sociais ganham dimensão global;</p><p>• a pesquisa obtém dimensão integrada, na busca de soluções agregadas.</p><p>TERCEIRA</p><p>FASE</p><p>• a atividade agrícola se torna altamente automatizada;</p><p>• evolução constante dos sistemas de agricultura e pecuária de precisão;</p><p>• conecção com todos os elos da cadeia produtiva;</p><p>FONTE: Adaptado de Embrapa (2018) e Massruhá et al. (2020)</p><p>Em 2012, a Embrapa fundamentou Sistema de Inteligência Estratégica</p><p>(Agropensa) organizando seus estudos em macrotemas orientados por uma perspectiva</p><p>de cadeia produtiva (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 6 – MACROTEMAS-CHAVE PARA PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO</p><p>FONTE: Embrapa (2014, p. 71)</p><p>13</p><p>Para acompanhar as tendências globais e nacionais da nova economia e da</p><p>ordem mundial e como essas transformações impactam a agricultura, a Embrapa, por</p><p>meio do seu Sistema de Inteligência Estratégica (Agropensa), elaborou o documento</p><p>Visão 2030: o Futuro da Agricultura Brasileira (EMBRAPA, 2018). Com isso, surgiu um</p><p>grupo de sete megatendências, conforme EMBRAPA (2014, p. 71):</p><p>• Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura: a</p><p>ampliação da produção agrícola brasileira possui a tendência de</p><p>ocorrer pelo aumento de produtividade e eficiência e não mais</p><p>pela ampliação da terra usada para as atividades rurais.</p><p>• Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção</p><p>Agrícolas: a modernização recente da agricultura brasileira já é</p><p>uma experiência bem-sucedida de intensificação da produção</p><p>agrícola.</p><p>• Mudança do Clima: a agricultura é uma atividade que emite</p><p>gases de efeito estufa (GEE), o que contribui para o aquecimento</p><p>global.</p><p>• Riscos na Agricultura: uma atividade altamente sensível às</p><p>mudanças do clima.</p><p>• Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas: o valor de</p><p>um produto, ou ainda, de um serviço é compreendido como a</p><p>relação entre qualidade e preço.</p><p>• Protagonismo dos Consumidores: o avanço das tecnologias da</p><p>informação, bem como, da comunicação, está modificando as</p><p>relações entre as empresas produtoras de alimentos e os seus</p><p>consumidores.</p><p>• Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura:</p><p>convergências tecnológicas resultam da integração de conheci-</p><p>mentos de diferentes domínios para a solução de um problema.</p><p>O documento Visão 2014–2034: o futuro do desenvolvimento tecnológico da agricultura</p><p>brasileira tem como objetivo suscitar reflexões sobre a capacidade tecnológica da</p><p>agricultura brasileira do futuro e oferecer subsídios para definição de estratégias e para a</p><p>tomada de decisão pelos setores públicos e privado, com foco na pesquisa e na inovação</p><p>(EMBRAPA, 2014. p. 12). Para ler o documento completo, acesse em: https://bit.ly/3x8KrtB.</p><p>IMPORTANTE</p><p>14</p><p>DOCUMENTO VISÃO 2030</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3x8KrtB> Acesso em: 5 jul. 2021</p><p>Para obter um resumo animado da visão do futuro, acesse o link: https://</p><p>bit.ly/3rAHHUu.</p><p>Diante da transformação digital na agricultura, é necessário considerar o</p><p>movimento de startups agrícolas, as AgTechs, que são empresas inovadoras associadas</p><p>à tecnologia que visam construir aplicações para a agricultura (BOLFE et al., 2020). Os</p><p>investimentos em agtechs consolidaram um aumento de 15,5% em 2020 e chegaram à</p><p>cifra de US$ 26,1 bilhões em todo o mundo (BOLFE et al., 2020; DUARTE, 2021).</p><p>15</p><p>FIGURA 7 – TECNOLOGIA NO CAMPO</p><p>FONTE: <https://glo.bo/2VbUUac>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>16</p><p>4 MERCADO CONSUMIDOR DA AGRICULTURA</p><p>BRASILEIRA</p><p>Os consumidores, atualmente, têm mais acesso à informação, o que permite o</p><p>desenvolvimento de uma consciência maior em relação à qualidade e origem dos ali-</p><p>mentos, bem como possibilita maior reflexão a responsabilidade socioambiental dos sis-</p><p>temas produtivos (GEHLEN, 2001; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; DUARTE, 2021).</p><p>As diferentes TICs facilitam a relação rural-urbana pela melhor compreensão</p><p>das responsabilidades de cada setor, garantindo a valorização dos produtos locais,</p><p>ajudando na valoração e na manutenção da biodiversidade. Assim, os negócios</p><p>tradicionais deverão ser desenvolvidos considerando a ótica do mercado digital,</p><p>ou seja, o relacionamento direto entre consumidores e clientes finais (FAVARETTO,</p><p>2007; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020). O uso de tecnologias da agricultura digital</p><p>colabora, ainda, com a preservação ambiental e com o desenvolvimento sustentável.</p><p>Além disso, a otimização de processos melhora a qualidade do trabalho e segurança</p><p>dos trabalhadores (GEHLEN, 2001; FORNASIER, 2019; FREUND et al., 2019; BOLFE et al.,</p><p>2020; FERREIRA et al., 2020).</p><p>FIGURA 8 – BENEFÍCIOS DA AGRICULTURA DIGITAL</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3ybeEt7>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>17</p><p>O consumidor final se beneficia da adoção das tecnologias no âmbito agrícola</p><p>tendo acesso sobre a origem dos alimentos que vão parar na sua residência (GEHLEN,</p><p>2001; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020). A rastreabilidade identifica a origem de</p><p>determinado produto. Isso significa que o consumidor pode identificar o produtor, datas</p><p>de colheita e outras informações como laudos da Vigilância Sanitária que garantem a</p><p>segurança do alimento (FORNASIER, 2019; FREUND et al., 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>FIGURA 9 –</p><p>RASTREABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3f0erBs> Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>A transformação digital da agricultura impulsiona a busca por soluções que</p><p>auxiliam a relação entre produtor e consumidor, bem como o gerenciamento adequado</p><p>da propriedade rural (GEHLEN, 2001; FAVARETTO, 2007; DUARTE, 2021). Nesse contexto,</p><p>as instituições de pesquisa, universidades, grandes empresas, startups, cooperativas</p><p>e associações vêm investindo no desenvolvimento e aprimoramento de plataformas</p><p>digitais, buscando soluções inovadoras com a integração e a análise de dados via</p><p>geoestatística, inteligência artificial, processamento em nuvem e visão computacional</p><p>(FORNASIER, 2019; FREUND et al., 2019; BOLFE et al., 2020). O Quadro 3 faz um resumo</p><p>das principais tecnologias utilizadas na agricultura.</p><p>18</p><p>QUADRO 3 – TECNOLOGIAS UTILIZADAS NA AGRICULTURA</p><p>TECNOLOGIA DESCRIÇÃO</p><p>ROBÓTICA</p><p>Responsável pela fabricação e uso de robôs no setor</p><p>agrícola. Os benefícios da utilização são:</p><p>• precisão nos resultados;</p><p>• maior agilidade na produção;</p><p>• aumento de rendimento operacional;</p><p>• eficiência e baixo custo de mão de obra.</p><p>NANOTECNOLOGIA</p><p>Aprimorar a intervenção humana por meio da</p><p>utilização de dispositivos sensores. Isso traz os</p><p>seguintes benefícios:</p><p>• aumento do controle sobre os eventos;</p><p>• ajuda na tomada de decisões;</p><p>• obtenção de melhor rastreabilidade, produtividade</p><p>e qualidade.</p><p>PROTEÍNA SINTÉTICA</p><p>Obtida através de manipulações laboratoriais, tendo</p><p>diversas variações nutricionais. O seu uso reduz o</p><p>impacto sobre os recursos naturais.</p><p>AGRICULTURA CELULAR</p><p>Responsável por produzir produtos animais a partir</p><p>de células, sem necessidade de criar os animais.</p><p>TECNOLOGIA DE EDIÇÃO DE</p><p>GENES</p><p>Desenvolvimento de uma espécie vegetal melhorada</p><p>e sem a inclusão do DNA de outra espécie. Isso</p><p>garante o cultivo de plantas:</p><p>• maior aporte nutricional;</p><p>• maior taxa de crescimento;</p><p>• maior eficiência no processo produtivo.</p><p>INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL</p><p>Considerada como aliada para uma produção</p><p>sustentável. A inteligência artificial precisa ainda</p><p>enfrentar alguns desafios, tais como:</p><p>• a quantidade de variáveis que envolvem o campo;</p><p>• os imprevistos naturais fora do controle humano.</p><p>BLOCKCHAIN</p><p>A tecnologia Blockchain para o compartilhamento</p><p>de informações visando à facilidade em trabalhar</p><p>com informações conjuntas e compartilhadas.</p><p>Isso significa que atua como uma rede de blocos</p><p>encadeados que sempre carregam um conteúdo, ou</p><p>seja, oferece as informações de origem e destino em</p><p>cada etapa da cadeia de alimentos.</p><p>19</p><p>APRENDIZADO DE MÁQUINA</p><p>O campo científico que possibilita que as máquinas</p><p>tenham a capacidade de aprender. Isso possibilita</p><p>a criação de novas oportunidades para desvendar,</p><p>quantificar e compreender processos intensivos em</p><p>dados de ambientes operacionais agrícolas.</p><p>APPLICATION</p><p>PROGRAMMING INTERFACE</p><p>(API)</p><p>Uma forma de duas aplicações conversarem entre</p><p>si, em que uma aplicação requisitante dispara a</p><p>execução de outra para que sua própria tarefa</p><p>seja concluída, ou seja, a aplicação requisitante</p><p>necessita da segunda como provedora para seu</p><p>funcionamento.</p><p>RECONHECIMENTO DE</p><p>PADRÕES</p><p>O que se deseja com o reconhecimento de padrões</p><p>por um sistema computacional é que ele aprenda</p><p>a diferenciar os dados que se lhe apresentam,</p><p>atividade que é computacionalmente conhecida</p><p>como classificação.</p><p>FONTE: O autor</p><p>É preciso considerar que o aumento da população urbana; a maior expectativa</p><p>de vida; e as modificações no padrão alimentar e poder econômico impulsionam maior</p><p>demanda mundial de alimentos, energia e água (BOLFE et al., 2020; FREUND et al., 2019).</p><p>As tecnologias digitais podem ajudar a resolver essa complexa equação com</p><p>inúmeras variáveis econômicas, sociais e ambientais, nas quais é preciso produzir</p><p>mais alimentos com qualidade e com menor uso de recursos naturais (GEHLEN, 2001;</p><p>EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; DUARTE, 2021).</p><p>A pandemia do Covid-19 pode alterar, ainda mais, os hábitos alimentares</p><p>da sociedade, intensificando a preocupação para atender a níveis de higiene e</p><p>saúde pública (DUARTE, 2021). Nesse cenário, o produtor precisará incorporar novas</p><p>tecnologias digitais para garantir maior transparência em seu processo produtivo, bem</p><p>como responder às exigências do mercado nacional e internacional.</p><p>Portanto, o que podemos perceber ao longo deste Tópico é que a tecnologia</p><p>agrícola avança rapidamente em nível mundial, sendo que novas técnicas e ferramentas</p><p>vêm proporcionado um aproveitamento adequado e mais eficiente do solo, bem como</p><p>dos recursos humanos e naturais. Tais fatores representam redução de custos de</p><p>produção e maior eficiência operacional.</p><p>20</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A agricultura atual pode se apoiar com o uso de dados georreferenciados, armazenar</p><p>informações em bancos de dados para efetuar comparações precisas com dados</p><p>anteriores e com o histórico da área analisada.</p><p>• O uso da tecnologia na agricultura possibilita novas formas de gerenciamento da</p><p>informação, tendo como resultado final maior produtividade, redução de custos e</p><p>mitigação do impacto ambiental.</p><p>• No início da década de 1990, a agricultura brasileira se modificou, assim, houve a con-</p><p>centração do controle do setor para grandes empresas nacionais e transnacionais.</p><p>• A inovação tecnológica é considerada como o principal fator do aumento da</p><p>produtividade no setor agrícola, transformando as unidades rurais em organizações</p><p>com processos definidos. Isso causou um impacto considerável na agricultura familiar.</p><p>• O SNPA é formado pela Embrapa, pelas Oepas e por institutos de pesquisa de</p><p>âmbito federal, pelas universidades públicas ou privadas e por outras organizações</p><p>públicas e privadas (EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>• A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi criada em 26 de abril</p><p>de 1973 e é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).</p><p>Desde a sua criação, assumiu um desafio: desenvolver, em conjunto com nossos</p><p>parceiros do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), um modelo de</p><p>agricultura e pecuária tropical genuinamente brasileiro, superando as barreiras que</p><p>limitavam a produção de alimentos, fibras e energia no nosso País (EMBRAPA, 2014;</p><p>EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>• Nas propriedades rurais modernas, as operações agrícolas são efetuadas de modos</p><p>diferentes quando comparadas a ações de décadas atrás.</p><p>• O avanço no setor agrícola envolve uma combinação de tecnologias da internet</p><p>e tecnologias orientadas para o uso de objetos inteligentes, com isso, temos a</p><p>agricultura inteligente (AI).</p><p>• A AI engloba as tecnologias de informação e comunicação em máquinas,</p><p>equipamentos e sensores em sistemas de produção agrícola. Isso gera um grande</p><p>volume de dados e informações com inserção progressiva de automação no</p><p>processo.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>21</p><p>• Um produtor conectado otimiza o tempo gasto no gerenciamento da produção,</p><p>tendo como resultado maiores rendimentos no campo e maior sustentabilidade no</p><p>meio agrícola.</p><p>• Com relação à transformação digital na agricultura, é necessário considerar o</p><p>movimento de startups agrícolas, as AgTechs, que são empresas inovadoras</p><p>associadas à tecnologia que visam construir aplicações para a agricultura.</p><p>• Os consumidores, atualmente, têm maior acesso à informação, o que permite</p><p>uma consciência em relação à qualidade e origem dos alimentos, bem como a</p><p>responsabilidade socioambiental dos sistemas produtivos.</p><p>• As diferentes TIC facilitam a relação rural-urbana pela melhor compreensão das</p><p>responsabilidades de cada setor, garantindo a valorização dos produtos locais,</p><p>ajudando na valoração e na manutenção da biodiversidade.</p><p>• As tecnologias digitais podem ajudar a resolver essa complexa equação com</p><p>inúmeras variáveis econômicas, sociais e ambientais na qual é preciso produzir mais</p><p>alimentos com qualidade e com menor uso de recursos naturais.</p><p>22</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A inovação tecnológica é considerada como o principal</p><p>fator do aumento da</p><p>produtividade no setor agrícola, transformando as unidades rurais em organizações</p><p>com processos definidos. Isso casou um impacto considerável sobre a agricultura</p><p>familiar (EMBRAPA, 2014; DEBOER, 2019; BOLFE et al., 2020). Considerando esta</p><p>afirmação, faça uma tabela com cinco períodos que você considera significativo na</p><p>evolução da agriculta brasileira.</p><p>2 Nas últimas décadas, destaca-se a velocidade com que as inovações tecnológicas</p><p>foram introduzidas no meio agrícola. O advento de novas tecnologias possibilita que</p><p>as organizações repensem seus produtos e processos de produção. Afinal, o que é</p><p>inovação tecnológica? Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) A inovação tecnológica é resultante de uma combinação de necessidades sociais</p><p>e de demandas do mercado somente com os meios tecnológicos para resolvê-</p><p>las, isso é a partir das demandas observadas.</p><p>b) ( ) Nas propriedades rurais modernas, as operações agrícolas são efetuadas</p><p>de modos diferentes quando comparadas às ações de décadas atrás. Essas</p><p>mudanças no gerenciamento das plantações ocorrem devido aos avanços</p><p>tecnológicos que vêm sendo aplicados na agricultura.</p><p>c) ( ) As inovações tecnológicas no setor agrícola não incluem a utilização de sensores</p><p>ou o uso de robótica (drones) por exemplo.</p><p>d) ( ) O avanço no setor agrícola envolve somente tecnologias da internet para o uso</p><p>de objetos orientados, com isso, temos a agricultura inteligente (AI).</p><p>3 Os consumidores, atualmente, têm mais acesso à informação, o que permite maior</p><p>consciência em relação à qualidade e origem dos alimentos, bem como possibilita</p><p>maior reflexão sobre a responsabilidade socioambiental dos sistemas produtivos</p><p>(GEHLEN, 2001; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020; DUARTE, 2021).</p><p>FONTE: BOLFE, E. L.; et al. Agricultura digital no Brasil:</p><p>tendências, desafios e oportunidades: resultados de pesquisa</p><p>on-line. Campinas: Embrapa, 2020.</p><p>DUARTE, A. D. Investimentos em agtechs sobem até</p><p>34,5% em 2020. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3iQZva5.</p><p>Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira.</p><p>Brasília, DF: EMBRAPA, 2018.</p><p>GEHLEN, I. Pesquisa, tecnologia e competitividade na</p><p>agropecuária brasileira. Sociologias, Porto Alegre, n. 6, p.</p><p>70-93, 2001.</p><p>23</p><p>Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Os negócios tradicionais deverão ser desenvolvidos considerando a ótica do</p><p>mercado digital, ou seja, o relacionamento direto entre consumidores e clientes</p><p>finais.</p><p>( ) O uso de tecnologias da agricultura digital colabora, ainda, com a preservação</p><p>ambiental e com o desenvolvimento sustentável.</p><p>( ) A otimização de processos melhora a qualidade do trabalho e segurança dos</p><p>trabalhadores.</p><p>( ) O consumidor final se beneficia da adoção das tecnologias no âmbito agrícola tendo</p><p>acesso sobre a origem dos alimentos que vão parar na sua residência.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – V – V – F.</p><p>b) ( ) V – F – V – V.</p><p>c) ( ) F – V – V – F.</p><p>d) ( ) V – V – V – V.</p><p>4 A Embrapa tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e</p><p>inovação para a competitividade e a sustentabilidade da agricultura em benefício</p><p>da sociedade brasileira (EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020; OLIVEIRA, 2020).</p><p>Considerando esta afirmação, elabore uma tabela com a evolução das Tecnologias de</p><p>Informação e Comunicação e a atuação da Embrapa.</p><p>5 A transformação digital da agricultura impulsiona a busca por soluções que auxiliam</p><p>a relação entre produtor e consumidor, bem como o gerenciamento adequado da</p><p>propriedade rural (GEHLEN, 2001; FAVARETTO, 2007; DUARTE, 2021).</p><p>DUARTE, A. D. Investimentos em agtechs sobem até</p><p>34,5% em 2020. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3iQZva5.</p><p>Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>FAVARETTO, F. Melhoria da qualidade da informação no</p><p>controle da produção: estudo exploratório utilizando Data</p><p>Warehouse. Production, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 343-353,</p><p>2007.</p><p>GEHLEN, I. Pesquisa, tecnologia e competitividade na</p><p>agropecuária brasileira. Sociologias, Porto Alegre, n. 6, p.</p><p>70-93, 2001.</p><p>24</p><p>Considerando esta afirmação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) A robótica aprimora a intervenção humana por meio da utilização de dispositivos</p><p>sensores.</p><p>b) ( ) A agricultura celular é responsável por produzir produtos da flora a partir de</p><p>moléculas, sem necessidade de criar as sementes.</p><p>c) ( ) A inteligência artificial não é considerada como aliada para uma produção</p><p>sustentável.</p><p>d) ( ) A tecnologia Blockchain para o compartilhamento de informações visa à facilidade</p><p>em trabalhar com informações conjuntas e compartilhadas.</p><p>25</p><p>A TECNOLOGIA E AGRICULTURA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Os desafios atuais da agricultura serão superados com a adoção adequada</p><p>de tecnologias modernas, visto que estas poderão garantir a segurança alimentar</p><p>necessária em conformidade com a conservação ambiental (ALVES, 2012; EMBRAPA,</p><p>2018; DEBOER, 2019).</p><p>A segurança alimentar tem ligação, também, com a disponibilidade de</p><p>alimentos produzidos de maneira sustentável, o que significa a produção de alimentos</p><p>de qualidade e respeitando os recursos naturais (BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al.,</p><p>2020). A qualidade dos alimentos está sendo um fator decisivo na hora do consumidor</p><p>escolher o que ele vai consumir, e essa escolha pode estar vinculada à rastreabilidade</p><p>do alimento para confirmar a sua qualidade (BOLFE et al., 2020).</p><p>Desse modo, a tecnologia é primordial para o aumento da produção e para</p><p>o gerenciamento adequado de todos os processos envolvidos na produção de um</p><p>alimento (CERRI et al., 2017; DEBOER, 2019) A tecnologia não pode ser vista como irreal,</p><p>mas sim como uma aliada neste momento de transformações (BOLFE et al., 2020).</p><p>Ao longo deste Tópico, portanto, estudaremos sobre a capacidade de geração</p><p>de conhecimento pelas instituições de pesquisa e como essas informações afetam a</p><p>eficiência agrícola brasileira.</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>2 PROGRESSO TÉCNICO CIENTÍFICO E O AUMENTO DA</p><p>EFICIÊNCIA AGRÍCOLA</p><p>Os atuais ganhos na produtividade agrícola são reflexos dos estudos sobre</p><p>a inovação tecnológica na agricultura, realizados no Brasil principalmente a partir da</p><p>década de 1960 (ALVES, 2012; EMBRAPA, 2014; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>Durante um longo período, eram os agricultores que geravam os conhecimentos,</p><p>mas sua divulgação não ocorria de modo organizado. Somente as tecnologias que</p><p>geravam lucro financeiro eram difundidas (ALVES, 2012; EMBRAPA, 2018; DEBOER,</p><p>2019). Assim, para determinadas tecnologias, o processo de difusão foi ágil quebrando</p><p>as barreiras da comunicação (EMBRAPA, 2018; DEBOER, 2019). O objetivo da difusão</p><p>de tecnologia organizada é o de encurtar o tempo entre a geração do conhecimento</p><p>e sua transformação em tecnologia, pelos agricultores (ALVES, 2012; EMBRAPA, 2014;</p><p>EMBRAPA, 2018).</p><p>26</p><p>A evolução da agricultura brasileira nos últimos 30 anos inclui um alto</p><p>investimento do governo em pesquisa, intervenções governamentais em projetos de</p><p>colonização e crédito para insumos de última geração em um ambiente propício para</p><p>a industrialização da agricultura por meio de cooperativas e da participação do setor</p><p>privado (CERRI et al., 2017; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>Você tem ideia de como começou a pesquisa agropecuária no Brasil? Então veja</p><p>o UNI a seguir e descubra!</p><p>A pesquisa agropecuária no Brasil iniciou com o estabelecimento de escolas de agricultura</p><p>(universidades) e centros de pesquisa estaduais, que lideraram a pesquisa agrícola no</p><p>Brasil até os anos 1980.</p><p>O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foi um dos centros pioneiros. Foi fundado em 1887</p><p>pelo Imperador D. Pedro II, tendo recebido a denominação de Estação Agronômica de Campinas.</p><p>Em 1892 passou para a administração do Governo do Estado de São Paulo. Sua atuação garante</p><p>a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria, cooperando para a segurança</p><p>alimentar e para a competitividade dos produtos</p><p>nos mercados interno e externo.</p><p>Posteriormente outros institutos surgiram, tais como:</p><p>- Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA)</p><p>- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG)</p><p>- Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA)</p><p>- Instituto de Zootecnia (IZ)</p><p>- Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)</p><p>O INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS (IAC)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3iMJmCs>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>27</p><p>- EMBRAPA</p><p>- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ)</p><p>- Universidade Federal de Viçosa (UFV)</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3f340gy>. Acesso em: 16 jul. 2021.</p><p>Atualmente, os centros de pesquisa estaduais e as universidades trabalham</p><p>em parceria com a EMBRAPA em programas de melhoramento genético e em outros</p><p>temas de pesquisa e desenvolvimento agropecuário. Nesse sentido, a Figura 10 mostra</p><p>como ocorre a integração da pesquisa por meio do Sistema Nacional de Pesquisa</p><p>Agropecuária (SNPA).</p><p>FIGURA 10 – SNPA</p><p>FONTE: Embrapa (2018, p. 15)</p><p>Atualmente, o maior desafio é, ainda, a adoção e a difusão de novas tecnologias,</p><p>que são consideradas a base do processo de inovação e dependem da extensão e</p><p>assistência técnica, bem como do acesso a crédito (FORTULAN, 2005; BOLFE et al.,</p><p>2020). Para os pequenos produtores, é indispensável o acesso a novas tecnologias para</p><p>obter melhor rendimento na sua produção agrícola (DUARTE, 2021). Entretanto, 0,5%</p><p>das propriedades no Brasil, as quais têm acesso à tecnologia e crédito, produzem mais</p><p>da metade do Valor Bruto da Produção (VBP) total da agricultura (CERRI et al., 2017;</p><p>EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>O modelo de transferência de tecnologia em agricultura no Brasil apresenta</p><p>um ciclo virtuoso em que os elementos principais são pesquisa, extensão e produtores</p><p>(BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Esse modelo é que tenta suprir o acesso a</p><p>informações sobre as tecnologias adequadas para melhora do rendimento na produção</p><p>(CERRI et al., 2017; EMBRAPA, 2018; BOLFE et al., 2020).</p><p>28</p><p>FIGURA 11 – MODELO BRASILEIRO DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA</p><p>FONTE: Embrapa (2018, p. 16)</p><p>3 TECNOLOGIA E O AUMENTO DA EFICIÊNCIA AGRÍCOLA</p><p>Um grande desafio global é a tentativa de aumentar a produção de alimentos,</p><p>considerando o crescimento populacional, a disponibilidade de recursos naturais, as</p><p>mudanças climáticas, o surgimento de doenças e pragas e, ainda, bioacumulação de</p><p>agroquímicos (NASCIMENTO et al., 2011; BOLFE et al., 2020; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>Para isso, foram desenvolvidas inúmeras inovações tecnológicas, mas a dependência</p><p>contribuiu para impactos negativos sobre o meio ambiente. Isso afeta ainda mais a dis-</p><p>ponibilidade dos recursos naturais não renováveis (PITASSI et al., 2014; EMBRAPA, 2018).</p><p>A união adequada das tecnologias digitais à agricultura acarreta ganhos para a</p><p>cadeia de produção e para o consumidor. Isso gera impactos positivos para o desenvolvi-</p><p>mento social (NASCIMENTO et al., 2011). Aproximadamente 67% das propriedades agríco-</p><p>las do Brasil usam algum tipo de tecnologia, seja na área de gestão dos negócios ou nas</p><p>atividades de cultivo e colheita da produção (NASCIMENTO et al., 2011; BOLFE et al., 2020;</p><p>MASSRUHÁ et al., 2020; EMBRAPA, 2018). Então, agora, conheceremos algumas tecnolo-</p><p>gias digitais que facilitam o acesso do agricultor a informações estratégicas.</p><p>3.1 NANOTECNOLOGIA</p><p>A nanotecnologia é a manipulação, controle e integração de átomos e moléculas</p><p>para formar materiais, estruturas, componentes, dispositivos e sistemas em escala</p><p>nanométrica conceitualmente, menor do que 100 nm (FERREIRA; RANGEL, 2009).</p><p>29</p><p>FIGURA 12 – NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/36DQn2V>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>FIGURA 13 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA NANOTECNOLOGIA</p><p>A nanotecnologia oportuniza o desenvolvimento de produtos e aplicações</p><p>inovadoras para diferentes setores industriais e consumidores finais. Esta ciência engloba</p><p>a física, ciência dos materiais, química supramolecular e polímeros, interface e ciência</p><p>coloidal, biologia e, também, as engenharias: de materiais, química, mecânica e elétrica</p><p>(FERREIRA, RANGEL, 2009; MASSRUHÁ et al., 2020). Assim sendo, o desenvolvimento</p><p>de produtos nanotecnológicos precisa integrar de modo interdisciplinar as diferentes</p><p>fases da pesquisa para alcançar os resultados esperados.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3l65OJs>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>30</p><p>Portanto, a nanotecnologia se fundamenta no desenvolvimento e aprimoramento</p><p>de técnicas e ferramentas adequadas para posicionar átomos e moléculas em locais</p><p>previamente estabelecidos, de modo a ter estruturas e materiais de interesse (FERREIRA,</p><p>RANGEL, 2009; EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>A nanotecnologia com seus nanomateriais, nanofilmes, nanoestruturas e nano-</p><p>emulsões representa uma alternativa promissora de desenvolvimento científico, em que</p><p>novos produtos podem oferecer uma variedade de benefícios, incluindo maior eficácia,</p><p>durabilidade e redução das quantidades de ingredientes ativos (IAs) que estão sendo</p><p>usados na proteção de culturas contra doenças e pragas (FERREIRA; RANGEL, 2009;</p><p>EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>As aplicações da nanotecnologia no âmbito agrícola são (FERREIRA, RANGEL, 2009):</p><p>• incorporação de nanosensores e nanocatalisadores capazes de monitorar e acelerar o</p><p>diagnóstico de doenças nas plantas, o tratamento molecular de doenças;</p><p>• melhoramento da habilidade das plantas no processo de absorção de nutrientes;</p><p>• eficiência na aplicação dos pesticidas, herbicidas e fertilizantes;</p><p>• nanoemulsões que atuam como películas comestíveis e antimicrobianas na super-</p><p>fície das frutas, resultando no aumento do tempo de maturação e, na redução de</p><p>desperdício de alimentos.</p><p>Uma das possibilidades da nanotecnologia é a substituição ou diminuição</p><p>da quantidade de fertilizantes, herbicidas e inseticidas usados no processo agrícola,</p><p>reduzindo impactos negativos sobre os recursos naturais (FERREIRA, RANGEL, 2009;</p><p>EMBRAPA, 2018; MASSRUHÁ et al., 2020).</p><p>FIGURA 14 – NANOTECNOLOGIA E OS INSETICIDAS</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3x9d7Co>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>31</p><p>3.2 INTERNET DAS COISAS (IOT)</p><p>Atualmente, a inovação é o grande motor do desenvolvimento econômico e</p><p>dos ganhos de produtividade e sustentabilidade (FORNASIER, 2019). A capacidade de</p><p>inovar é decisiva para a obtenção e manutenção da competitividade em um mercado</p><p>global (MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; BOLFE et al., 2020). Isso é particularmente</p><p>verdade no setor agropecuário, no qual novas tecnologias têm proporcionado aumentos</p><p>significativos de produtividade com sustentabilidade. Conforme Magrani (2018, p. 20):</p><p>De maneira geral, a internet das coisas (IoT) pode ser entendida como</p><p>um ambiente de objetos físicos interconectados com a internet por</p><p>meio de sensores pequenos e embutidos, criando um ecossistema</p><p>de computação onipresente (ubíqua), voltado para a facilitação</p><p>do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções funcionais nos</p><p>processos do dia a dia.</p><p>Outro fator importante na definição é que a IoT se concentra em como compu-</p><p>tadores, sensores e objetos interagem uns com os outros e processam informações/</p><p>dados em um contexto de hiperconectividade (MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019;</p><p>JOÃO et al., 2019). De acordo com Lacerda e Lima-Marques (2015, p. 160):</p><p>O termo Internet das Coisas foi cunhado em 1999 por Kevin Ashton,</p><p>co-fundador do Auto-ID Center do Massachusetts Institute of Techno-</p><p>logy (MIT). Em recente artigo, Ashton (2009) afirmou que a ideia origi-</p><p>nal da IdC previa a conexão de todos os objetos físicos à Internet, com</p><p>capacidade de capturar informações por meio de identificação por</p><p>radiofrequência (RFID) e tecnologias de sensoriamento – as quais os</p><p>permitiriam observar, identificar e compreender o mundo independen-</p><p>temente das pessoas e suas limitações de tempo, atenção e precisão.</p><p>Na agricultura, a IoT auxilia os produtores na obtenção de informações, como, por</p><p>exemplo: nutrientes presentes no solo, umidade do ar, níveis de água dos reservatórios</p><p>(MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO</p><p>et al., 2019). Algumas dessas soluções já</p><p>podem ser acessadas em tempo real, facilitando a tomada de decisão do produtor rural.</p><p>Isso garante que os agricultores aumentem a produtividade e economizem recursos</p><p>financeiros, humanos e naturais (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; JOÃO et al., 2019).</p><p>No Quadro 4, você pode analisar as diferentes aplicações da IoT na agricultura.</p><p>32</p><p>QUADRO 4 – APLICAÇÕES DA IOT NA AGRICULTURA</p><p>APLICAÇÃO DESCRIÇÃO</p><p>CONTROLE DE</p><p>PRAGAS</p><p>Os sensores IoT fornecem dados em tempo real sobre</p><p>a saúde das plantações e podem indicar a presença de</p><p>pragas. Isso é possível já que os dispositivos podem captar</p><p>imagens de alta precisão ou obter dados sobre o padrão de</p><p>comportamento das pragas. As vantagens são:</p><p>• decisão adequada sobre o método de prevenção e controle;</p><p>• análise preditiva sobre o ataque de pragas, permitindo que</p><p>o agricultor se prepare com antecedência;</p><p>• regulação contínua da aplicação de pesticidas;</p><p>• gerenciamento adequado de pragas.</p><p>Essa abordagem possibilita que os produtores tomem</p><p>decisões inteligentes até encontrar o resultado esperado.</p><p>RECURSO HÍDRICO</p><p>O recurso hídrico afeta de modo direto a qualidade e a</p><p>quantidade dos produtos agrícolas. Os sensores conectados</p><p>aos reservatórios podem reduzir em até 30% o consumo de</p><p>água em uma produção agrícola. Isso evita o desperdício da</p><p>água no processo produtivo.</p><p>MONITORAMENTO</p><p>DE ANIMAIS</p><p>Os produtores podem monitorar os animais em campo.</p><p>O monitoramento é possível já que os animais possuem</p><p>sensores de rastreamento. Isso reduz o tempo na busca dos</p><p>animais, bem como, em qual área, os animais preferem se</p><p>alimentar. Além disso, é possível usar sensores IoT para:</p><p>• monitorar a gestação de um animal;</p><p>• identificar se o animal vai ficar doente e, em caso positivo,</p><p>uma notificação automática é enviada para o produtor.</p><p>FONTE: Adaptado de Lacerda e Lima-Marques (2015); EMBRAPA (2018)</p><p>Além dos exemplos citados no Quadro 4, os sensores IoT podem ser instalados</p><p>em máquinas agrícolas para obter informações sobre o plantio, orientando os produtores</p><p>na correção de acidez do solo, aumento ou diminuição da irrigação (JOÃO et al., 2019).</p><p>Outros sensores podem notificar os produtos que já estão prontos para colheita,</p><p>evitando, assim, o desperdício na lavoura (EMBRAPA, 2018; MAGRANI, 2018; JOÃO et al.,</p><p>2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>33</p><p>Visando promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira,</p><p>foi instituído o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), pelo decreto no 9.854, de 25 de</p><p>junho de 2019. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações</p><p>(MCTI), do Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e</p><p>Social (BNDES), em conjunto com a sociedade civil, para garantir que o Brasil se beneficie</p><p>da tecnologia de IoT. No plano, foram definidas quatro áreas prioritárias: indústria, saúde,</p><p>cidades inteligentes e agricultura. O Art. 3º do decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019,</p><p>define como objetivos do Plano Nacional de Internet das Coisas:</p><p>• melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos</p><p>de eficiência nos serviços, por meio da implementação de</p><p>soluções de IoT;</p><p>• promover a capacitação profissional relacionada ao</p><p>desenvolvimento de aplicações de IoT e a geração de</p><p>empregos na economia digital;</p><p>• incrementar a produtividade e fomentar a competitividade</p><p>das empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio</p><p>da promoção de um ecossistema de inovação neste setor;</p><p>• buscar parcerias com os setores público e privado para a</p><p>implementação da IoT;</p><p>• aumentar a integração do país no cenário internacional,</p><p>por meio da participação em fóruns de padronização, da</p><p>cooperação internacional em pesquisa, desenvolvimento</p><p>e inovação e da internacionalização de soluções de IoT</p><p>desenvolvidas no País.</p><p>O potencial de impacto e relevância do IoT para o país pode ser evidenciado em suas</p><p>propostas, como apoiar iniciativas como a “Fazenda Tropical 4.0”, que aumentam a</p><p>produtividade e a qualidade da produção rural brasileira com o uso de dados</p><p>que, por exemplo, ajudam a monitorar com precisão os ativos biológicos</p><p>(Produto 7C, 2017). Uma de suas ações é promover a conectividade no campo</p><p>com expansão da Internet no ambiente rural.</p><p>FONTE: BNDES. BNDES e MCTIC lançam Estudo Nacional de Interner das Coi-</p><p>sas (IoT). 2017. Disponível em: https://bit.ly/3l1AHyJ. Acesso em: 16 jul. 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>3.3 A INTERNET E A AGRICULTURA</p><p>A internet estabeleceu uma nova trajetória para que as organizações e os</p><p>clientes interajam utilizando o e-commerce. Assim, os produtores ficam mais próximos</p><p>de seus clientes finais, podendo, inclusive, chegar diretamente a eles através de</p><p>aplicativos para dispositivo móvel. Nesse caso, é possível, ainda, gerenciar os estoques</p><p>dos produtos e observar compras futuras (EMBRAPA, 2018; MAGRANI, 2018; JOÃO et</p><p>al., 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>34</p><p>FIGURA 15 – EXEMPLO DE APLICATIVO PARA E-COMMERCE</p><p>FONTE: <http://recoopsol.ic.ufmt.br/index.php/e-commerce/>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>As plataformas de comercialização de alimentos já são realidade na atual</p><p>sociedade, e atendem inúmeros perfis de consumidores (NOGUCHI, 2010; HACKENHAAR</p><p>et al., 2015; LOHMANN et al., 2019).</p><p>O benefício das plataformas é interligar os agricultores e processadores aos dis-</p><p>tribuidores e varejistas, organizando de modo adequado produção agrícola, o processa-</p><p>mento, o gerenciamento de inventários e de canais de comercialização. Nos próximos</p><p>anos, as empresas desenvolvedoras de plataformas terão ainda mais oportunidades,</p><p>em temas como (EMBRAPA, 2018; JOÃO et al., 2019; BOLFE et al., 2020):</p><p>• suporte à análise de dados e à tomada de decisão da propriedade rural por meio</p><p>de informações geoespaciais de agricultura, vegetação, solo e recursos hídricos</p><p>para apoio aos Programas de Regularização Ambiental (PRA), Cotas de Reserva</p><p>Ambiental (CRA) e Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA);</p><p>• conectividade entre produtores rurais e consumidores, favorecendo a rastreabilidade</p><p>e a certificação de qualidade e origem de produtos;</p><p>• suporte à tomada de decisão e à gestão de políticas públicas agrícolas, baseadas</p><p>em modelos matemáticos, estatísticos e computacionais.</p><p>3.3.1 SigmaABC</p><p>A SigmaABC é uma plataforma que integra as informações dos usuários com</p><p>dados coletados em campo, levantamentos geofísicos, dados fitotécnicos, estações</p><p>meteorológicas automáticas, modelos globais e regionais de previsão de tempo, modelos</p><p>matemáticos e modelos de sensoriamento remoto, em diferentes escalas espaciais e</p><p>temporais (NOGUCHI, 2010; HACKENHAAR et al., 2015; LOHMANN et al., 2019).</p><p>35</p><p>FIGURA 16 – SIGMAABC</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3l1Cow5>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>3.3.2 AgroAPI</p><p>Um outro formato de plataforma digital em agricultura é o AgroAPI, que oferece</p><p>informações e modelos agropecuários gerados (EMBRAPA, 2018). O acesso às informações</p><p>e aos modelos é realizado de forma virtual, por meio de Application Programming Interface</p><p>(APIs). Essa plataforma será abordada com mais ênfase no Tópico 3 desta Unidade</p><p>(NOGUCHI, 2010; EMBRAPA, 2018; JOÃO et al., 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>3.3.3 AccuWeather</p><p>O AccuWeather é um aplicativo para a previsão do tempo de até duas</p><p>semanas, além de apresentar relatórios em tempo real com diversas informações</p><p>climáticas e alertas de tempestades (NOGUCHI, 2010; HACKENHAAR et al., 2015;</p><p>LOHMANN et al., 2019).</p><p>36</p><p>FIGURA 17 – ACCUWEATHER</p><p>FONTE: <https://blog.aegro.com.br/agricultura-digital/>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>3.3.4 Adama Alvo</p><p>O Adama Alvo é um aplicativo para auxiliar na identificação de pragas, doenças</p><p>e plantas daninhas. No entanto, a ferramenta está disponível somente para lavouras</p><p>de soja, milho, trigo e algodão. O aplicativo está disponível gratuitamente para iOS e</p><p>Android (JOÃO et al., 2019; BOLFE et al., 2020).</p><p>37</p><p>FIGURA 18 – ADAMA ALVO</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3l35nje>. Acesso em: 5 jul. 2021.</p><p>3.3.5 Aegro</p><p>O Aegro é um software de gestão agrícola que auxilia o</p>