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<p>UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP</p><p>CURSO DE PSICOLOGIA</p><p>Aluno:</p><p>R.A.:</p><p>Semestre: 10°</p><p>Turno: Noite</p><p>Professora:</p><p>Fichamento:</p><p>Paim, J. S., & Silva, L. M. V. da. (2010). Universalidade, integralidade, equidade e SUS. Boletim Do Instituto De Saúde - BIS, 12(2), 109–114.</p><p>Introdução</p><p>Nos últimos sessenta anos, os princípios de universalidade, equidade e integralidade têm sido abordados em diversos documentos e normas relacionados à saúde. A criação da Organização Mundial da Saúde, a implementação de sistemas universais de saúde, a Declaração de Alma-Ata e a proposta de Saúde para Todos até o ano 2000 destacam essas noções como diretrizes essenciais. Em um cenário global onde desigualdades persistem entre países e grupos sociais, a equidade tem sido frequentemente utilizada na formulação de políticas públicas, embora a integralidade receba menos ênfase. No Brasil, esses conceitos têm sido progressivamente incorporados em documentos técnicos e normativos. O objetivo deste artigo é explorar a evolução e o significado de universalidade, equidade e integralidade na saúde através de uma revisão da literatura.</p><p>Universalidade, Equidade e Integralidade: Contextualização Histórica</p><p>A compreensão dos conceitos de universalidade, equidade e integralidade exige um olhar sobre sua história. A relação entre saúde e estrutura social molda os sistemas de proteção social e sanitária, com influências internacionais também desempenhando um papel significativo. O sanitarismo, surgido no século XIX, defendia a intervenção estatal em problemas não solucionáveis por indivíduos ou iniciativas privadas, estabelecendo as bases da Saúde Pública. Simultaneamente, os sistemas de proteção social na Europa evoluíram, variando entre assistencialistas e meritocráticos, com um desenvolvimento significativo após o final do século XIX, culminando na proposta de segurança social com a inclusão da universalidade.</p><p>No Brasil, o sanitarismo foi incorporado no início do século XX com a criação de instituições de previdência e assistência médica. A Constituição de 1988 formalizou a Seguridade Social, que inclui saúde, previdência e assistência social, possibilitando a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS, baseado nos princípios de universalidade, equidade e integralidade, busca assegurar que todos os cidadãos tenham acesso igualitário e abrangente aos serviços de saúde.</p><p>Universalidade</p><p>O princípio da universalidade está intimamente ligado ao conceito de igualdade e justiça. Na saúde, a universalidade é a ideia de que todos devem ter acesso aos serviços de saúde, um princípio reforçado por políticas como o Welfare State e a Conferência de Alma-Ata. No Brasil, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e outras iniciativas ampliaram a cobertura de saúde, seguindo os princípios de universalidade e integralidade. A Constituição de 1988 consolidou esses princípios, enfatizando o direito universal e igualitário à saúde.</p><p>Equidade</p><p>A equidade é frequentemente confundida com igualdade, mas tem uma dimensão mais complexa. Enquanto igualdade implica tratamento idêntico para todos, equidade reconhece que diferentes necessidades podem exigir diferentes tipos de tratamento. A equidade busca reduzir as desigualdades evitáveis e injustas, oferecendo serviços de saúde baseados nas necessidades individuais e na capacidade de pagamento. A equidade horizontal refere-se ao tratamento igual de iguais, enquanto a equidade vertical implica tratamento desigual para desiguais. No contexto do SUS, a equidade deve ser implementada de forma progressiva, assegurando que os serviços de saúde atendam de forma justa todas as camadas da população.</p><p>Integralidade</p><p>A integralidade é um princípio central na Constituição e na organização do SUS. Refere-se à integração das ações de promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação. No Brasil, a integralidade é entendida como a articulação entre prevenção e assistência e a continuidade da atenção em todos os níveis de complexidade do sistema de saúde. A integralidade inclui dimensões biológica, psicológica e social do cuidado, e requer a articulação de políticas públicas e ações intersetoriais para atender às necessidades completas dos indivíduos e das comunidades.</p><p>Desigualdades, Diferenças e Iniquidades</p><p>A literatura sobre desigualdades em saúde é extensa, revelando disparidades significativas entre diferentes grupos sociais e econômicos. A diferença pode se referir à diversidade natural, como a mortalidade entre jovens e idosos, enquanto a desigualdade e a iniquidade são construídas socialmente e refletem injustiças estruturais. A superação dessas iniquidades deve ser um objetivo das políticas públicas, como as que sustentam o SUS.</p><p>Conclusão</p><p>A análise dos conceitos de universalidade, equidade e integralidade revela que, enquanto a diferença é aceitável na perspectiva biológica e cultural, a desigualdade e a iniquidade são produzidas socialmente e exigem reflexão sobre justiça. Políticas universais e igualitárias podem ser ajustadas para incorporar princípios de equidade, garantindo um sistema de saúde mais justo. No SUS, a universalidade assegura acesso igualitário, a equidade busca justiça no atendimento, e a integralidade promove um cuidado completo e coordenado, abordando as necessidades de saúde em múltiplas dimensões. A implementação eficaz desses princípios é crucial para a construção de um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente.</p>