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Plano Municipal de Educação de Guanambi (PMEG)

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Val Marques

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Prévia do material em texto

<p>PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO</p><p>2015-2025</p><p>PREFEITURA MUNICIPAL DE GUANAMBI</p><p>SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO</p><p>Guanambi</p><p>2015</p><p>PREFEITO</p><p>Charles Fernandes Silveira Santana</p><p>VICE-PREFEITO</p><p>José Elder Guimarães</p><p>SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO</p><p>Maristela de Souza Teixeira Cavalcante</p><p>GRUPO COLABORATIVO</p><p>Maria de Fátima Pereira Carvalho</p><p>Maristela de Souza Teixeira Cavalcante</p><p>Roberta Magalhães de Oliveira</p><p>Wilma Moura Conceição</p><p>COMISSÕES REPRESENTATIVAS</p><p>Análise situacional do município</p><p>Vanuza Ferreira de Carvalho Lima</p><p>Benedito Teixeira Gomes</p><p>Análise situacional da educação</p><p>Anna Josaline Neves Fernandes Moreira</p><p>Deisy Léia Silveira dos Santos Nogueira</p><p>Jaqueline de Souza Cardoso Teixeira</p><p>Ensino Fundamental</p><p>Adriana Fernandes de Oliveira Neves</p><p>Deyse Costa Alves</p><p>Domingas Darc de Almeida Nogueira</p><p>Eliane Guimarães de Oliveira</p><p>Ivanilda Almeida Soares Bomfim</p><p>Jane Mary Lima Castro</p><p>Jany Rodrigues Prado</p><p>Educação Infantil</p><p>Fernanda Ferreira Fernandes</p><p>Patrícia Fernandes Oliveira</p><p>Ensino Médio</p><p>André Gustavo Costa</p><p>Camilla Carvalho Martins</p><p>Fausta Porto Couto</p><p>Maria Anita de Carvalho Magalhães</p><p>Educação Superior</p><p>Ana Donato Gomes Teixeira</p><p>José Aparecido Alves Pereira</p><p>Marcius de Almeida Gomes</p><p>Educação Especial</p><p>Andréia Rêgo da Silva Reis</p><p>Marlene Moraes da Silva de Albuquerque</p><p>Norma Lopes Teixeira</p><p>Raidalva Nunes Lima</p><p>Sônia Fernandes de Oliveira Silveira</p><p>Educação de Jovens e Adultos (EJA)</p><p>Adriana Malheiros Castro</p><p>Carlito José de Barros</p><p>Dulina Dalva Pereira de Oliveira</p><p>Maria de Fátima Pereira Carvalho</p><p>Educação do Campo</p><p>Antônio Nunes Santana</p><p>José Carlos Lélis Costa</p><p>Maria Cotrim da Trindade</p><p>Tatyanne Gomes Marques</p><p>Educação Profissional de Nível Médio</p><p>Irene Carvalho de Brito Cotrim</p><p>Maria das Graças Donato</p><p>Valorização dos Profissionais</p><p>Wilma Moura Conceição</p><p>Recursos financeiros para a educação no município</p><p>Analice da Conceição Alves Câmara</p><p>ASSESSORIA JURÍDICA</p><p>Adriana Prado Marques</p><p>Euclides Pereira de Barros Filho</p><p>Hildevaldo Alves Boa Sorte</p><p>ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME</p><p>Edineide Maria de Souza Santos</p><p>Elzenir Ladeia Silveira Rodrigues</p><p>Eliana Correia da Cruz</p><p>Elísia de Lima Costa Ramos</p><p>Iziane Lopes Lima</p><p>Josefina Maysa Ferreira de Almeida</p><p>Maria Lucélia Reis</p><p>Lucidalva Rodrigues de Souza Nogueira</p><p>Luciete de Jesus Borges Guimarães</p><p>Maria Milta Domingues de Sá</p><p>Mali Eva Pereira Bernardo Lima</p><p>Nilda Maria Neves Lopes Azevedo</p><p>Romilda Soares Tanan</p><p>Welton Dias Castro</p><p>E membros das comissões representativas</p><p>REVISÃO DAS NORMAS TÉCNICAS</p><p>Belma Gumes Fernandes</p><p>DIGITAÇÃO E REVISÃO GRÁFICA</p><p>Welton Dias Castro</p><p>CAPA</p><p>João Roberto Rocha P. Teixeira</p><p>PREFEITURA MUNICIPAL DE GUANAMBI</p><p>PRAÇA HENRIQUE PEREIRA DONATO, 90 – CENTRO</p><p>CNPJ nº 13.982.640/0001-96</p><p>CEP 46.430-000 - GUANAMBI - BAHIA</p><p>Fone: (77) 3452-4301</p><p>LEI Nº 951 DE 17 DE JUNHO DE 2015</p><p>“Autoriza o Poder Executivo a instituir</p><p>o Plano Municipal de Educação, e</p><p>estabelece outras providências”.</p><p>O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE GUANAMBI, ESTADO DA BAHIA, no uso de</p><p>suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal de Guanambi aprovou e</p><p>eu sanciono a seguinte Lei:</p><p>Art. 1º. Esta Lei institui o Plano Municipal de Educação corporificado no anexo</p><p>único, que faz parte integrante desta lei, para o decênio 2015/2025.</p><p>Art. 2º. O Plano Municipal de Educação foi elaborado com participação da</p><p>sociedade, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação, em</p><p>consonância com o art. 214 da Constituição da República, e com o Plano Nacional</p><p>de Educação.</p><p>Art. 3º. O Plano Municipal de Educação contém a proposta educacional do</p><p>Município, com suas respectivas diretrizes, objetivos e metas.</p><p>Art. 4º . Compete à Secretaria Municipal de Educação realizar o acompanhamento e</p><p>a avaliação da execução do Plano.</p><p>Art. 5º. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão a conta das verbas</p><p>orçamentárias próprias, suplementadas se necessárias e de outros recursos</p><p>capitados no decorrer da execução do Plano.</p><p>Art. 6º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as</p><p>disposições em contrário, em especial a Lei nº 263/2008.</p><p>GABINETE DO PREFEITO DO MUNICÍPIO DE GUANAMBI, Estado da Bahia, em</p><p>17 de junho de 2015.</p><p>Charles Fernandes Silveira Santana</p><p>Prefeito do Município de Guanambi</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 1 – Município de Guanambi ........................................................................................................ 21</p><p>Figura 2 – Tela da Barragem do Poço do Magro ............................................................................... 35</p><p>Figura 3 – Imagens do Patrimônio Cultural (Pedra do Índio) ..................................................... 36</p><p>Figura 4 – Patrimônio Cultural (Leocádia) ......................................................................................... 36</p><p>Figura 5 – Vista Panorâmica da barragem de Ceraíma. ................................................................. 37</p><p>Figura 6 – Vista parcial do Casarão dos Barros, Lagoa e Serra de Mutãs. ............................... 38</p><p>Figura 7 – Visão Panorâmica do topo da Serra de Mutãs. ............................................................. 39</p><p>Figura 8 – Cascata na Serra de Mutãs. .................................................................................................. 39</p><p>Figura 9 – Mandiroba – Serra de Mutãs. .............................................................................................. 40</p><p>Figura 10 – Flora Nativa da Serra de Mutãs. ...................................................................................... 41</p><p>Figura 11 – Baianas ...................................................................................................................................... 43</p><p>Figura 12 – Reisado ...................................................................................................................................... 43</p><p>Figura 13 – Vai de virá ................................................................................................................................ 43</p><p>Figura 14 – Marujada .................................................................................................................................. 43</p><p>LISTA DE GRÁFICOS</p><p>Gráfico 1 – Evolução da matrícula na Educação Superior de graduação: total e por</p><p>categoria administrativa (Brasil -1980/2010). ................................................................................ 87</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Tabela 1 – População do município de Guanambi ........................................................................... 26</p><p>Tabela 2 – Número de estabelecimentos de saúde por tipo e localização .............................. 27</p><p>Tabela 3 – Dados sobre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ....................................... 30</p><p>Tabela 4 – Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010 ....................................... 31</p><p>Tabela 5 – Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Estadual. ...................................... 49</p><p>Tabela 6 – Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Municipal. ................................... 49</p><p>Tabela 7 – Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município de</p><p>Guanambi, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica. ........................... 50</p><p>Tabela 8 – Condições de funcionamento das Instituições Públicas de Guanambi – 2012.</p><p>.............................................................................................................................................................................. 60</p><p>Tabela 9 – Funções docentes por Localização e Formação – Rede Municipal. ..................... 64</p><p>Tabela 10 – Número de professores e coordenadores da Rede Municipal, Estadual e</p><p>Particular, por nível de formação em 2012. .......................................................................................</p><p>de diretores e vices</p><p>das escolas, os livros didáticos chegam até as mãos dos educandos, que passam a fazer o</p><p>uso responsável desse material. A reposição é periódica, conforme a necessidade</p><p>apresentada pelas escolas da Rede Municipal de Ensino.</p><p>O programa de Alimentação Escolar funciona de uma forma centralizada, sendo que os</p><p>gêneros alimentícios são adquiridos através de licitação, tipo Pregão Presencial, para</p><p>atender ao cardápio, previamente elaborado pelo nutricionista e aprovado pelo</p><p>Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Os gêneros não perecíveis são recebidos e</p><p>distribuídos mensalmente às escolas, e os perecíveis, semanalmente, atendendo ao</p><p>cardápio, na quantidade suficiente para distribuição aos alunos. Quanto ao</p><p>armazenamento, dá-se em cada escola em depósitos adequados aos tipos de alimentos.</p><p>O Conselho de Alimentação Escolar sempre participa de cursos de formação tanto na</p><p>forma presencial como a distância. É um Conselho bastante atuante, inclusive com</p><p>visitas às Unidades Escolares e acompanhamento às Resoluções e demais</p><p>documentações.</p><p>O município conta com nutricionista responsável que, além de elaborar os cardápios,</p><p>busca a promoção da alimentação saudável, com repasse de informações à sociedade e,</p><p>especialmente, às crianças, que funcionam como multiplicadores em suas famílias e suas</p><p>comunidades. Além disso, são realizados encontros de formação com as merendeiras</p><p>das Instituições Escolares Municipais, quando são repassadas questões de higiene,</p><p>52</p><p>limpeza, hábitos saudáveis de alimentação, armazenamento correto dos alimentos e</p><p>outros.</p><p>Quanto à Agricultura Familiar, o município de Guanambi vem procurando cumprir o</p><p>recurso mínimo de 30% em produtos da Agricultura Familiar, em cumprimento da Lei</p><p>Nº 11.947/2009, Artigo 14, que garante a obrigatoriedade de no mínimo 30% dos</p><p>recursos serem utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da</p><p>agricultura familiar, o que tem proporcionado oportunidade aos agricultores da região.</p><p>No que se refere à assistência médico-odontológica, essa é feita somente quando</p><p>extremamente necessária por iniciativa da própria escola, que orienta ou acompanha o</p><p>aluno até um posto médico ou hospital público, sendo, portanto, muito precária e</p><p>necessita de melhores atendimentos. Quanto à assistência psicológica e de serviço social,</p><p>a Rede Municipal de Ensino conta com um profissional de psicologia, que atende no</p><p>Centro de Referência à Educação Inclusiva Operacional (CREIO), e um assistente social,</p><p>que atende crianças matriculadas nas escolas municipais e realiza visitas às famílias</p><p>dessas crianças. Vale ressaltar que esse número de especialistas não dá conta de todo</p><p>atendimento devido à grande demanda.</p><p>Quanto ao transporte escolar, esse é frequente durante o ano letivo, atendendo</p><p>integralmente ao Calendário Escolar – exceto durante o período de recuperação final, e é</p><p>realizado em veículos fechados. O Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE)</p><p>atende a 2.920 alunos da Rede Municipal. Em relação à capacitação, o Departamento de</p><p>Trânsito tem oferecido cursos, mas faz-se necessário melhorar ainda mais a qualidade</p><p>do transporte, além de colocar monitores nos ônibus para acompanhar as crianças no</p><p>seu trajeto de ida à escola e de volta a casa. Vale ressaltar, ainda, que a diferença de</p><p>calendário escolar entre as Redes Municipal e Estadual acaba por prejudicar os alunos</p><p>pertencentes a essa última. Existe um termo de adesão, assinado em 2009, entre a</p><p>prefeitura municipal de Guanambi e o governo do estado, através do programa do</p><p>transporte escolar do estado da Bahia – PETE/BA para transportar alunos matriculados</p><p>no ensino médio residentes na zona rural, atendendo uma média de 650 alunos por ano.</p><p>53</p><p>O município também fez adesão ao Programa Caminho da Escola, sendo contemplado</p><p>com 10 (dez) ônibus, que, em parte, oferecem acessibilidade.</p><p>No ano de 2012, o Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em Educação</p><p>(PROFUNCIONÁRIO) começou a funcionar no município. Esse programa do Governo</p><p>Federal tem como objetivo desenvolver ações capazes de criar estruturas promotoras da</p><p>valorização, visando à formação dos funcionários das escolas, em efetivo exercício, em</p><p>habilitação compatível com a atividade que cada qual exerce na Instituição Escolar. A</p><p>formação em nível técnico de todos os funcionários é uma condição importante para o</p><p>desenvolvimento profissional e aprimoramento no campo do trabalho, portanto, para a</p><p>carreira. Entre seus objetivos fundamentais, está a valorização do trabalho desses</p><p>profissionais da educação, através do oferecimento dos cursos de formação inicial em</p><p>nível técnico.</p><p>Através do Plano de Ações Articuladas (PAR), o município de Guanambi foi contemplado</p><p>com os três cursos do Programa: Técnico em Secretaria Escolar, Técnico em</p><p>Alimentação Escolar e Técnico em Infraestrutura Escolar. Até o momento, está em</p><p>funcionamento, desde o mês de setembro do ano de 2012, o Curso Técnico em</p><p>Secretaria Escolar com duração de 18 meses, em que 40 (quarenta) funcionários da</p><p>Rede Municipal de Educação participam das teleaulas no Instituto Federal Baiano</p><p>(IFBA), que são transmitidas nas quartas-feiras diretamente do Instituto Federal do</p><p>Paraná (IFPR) e cumprem a carga horária do curso através de acesso ao Ambiente</p><p>Virtual de Aprendizagem (AVA), participando de fóruns, chats, enquetes, atividades</p><p>autoinstrutivas e supervisionadas, além de atividades práticas realizadas no espaço de</p><p>trabalho dos profissionais. Cada uma das habilitações do Profuncionário é composta por</p><p>16 módulos: seis da Formação Pedagógica e dez da Formação Específica. Um módulo</p><p>equivale a 60 horas. Assim, têm-se 360 horas no eixo da Formação Pedagógica e 600</p><p>horas no eixo da Formação Específica, perfazendo um total de 960 horas. Essas 960</p><p>horas dos módulos somam-se a 300 horas no eixo da Prática Profissional</p><p>Supervisionada (relacionadas com os estudos dos módulos), totalizando 1.260 horas de</p><p>curso.</p><p>54</p><p>Portanto, o município, agora, fica no aguardo para o início dos outros dois cursos, que</p><p>serão de extrema importância para os profissionais que atuam com a alimentação</p><p>escolar e com a infraestrutura física dos espaços escolares, no sentido de que esses</p><p>profissionais são peças fundamentais para alcançarmos uma escola com educação de</p><p>qualidade.</p><p>2.2.1.4 Acompanhamento Pedagógico</p><p>O município de Guanambi conta hoje com um Centro de Treinamento Pedagógico</p><p>(CETEP), onde acontece, basicamente, todo o processo de formação continuada de</p><p>docentes, coordenadores, diretores escolares e outros profissionais da educação da rede</p><p>municipal. A esfera estadual fica a cargo do Núcleo Regional de Educação (NER), antiga</p><p>Diretoria Regional de Educação (DIREC 30) e as escolas particulares trabalham por</p><p>conta própria, levando em consideração que estas seguem o processo de formação</p><p>semelhante ao da SME.</p><p>A política de planejamento adotada atualmente pelo Sistema Municipal é norteada por</p><p>uma concepção de educação libertadora, pelo princípio da participação, do diálogo e da</p><p>coletividade, e está ancorada nas políticas públicas vigentes no país, nas diretrizes</p><p>educacionais gerais (LBD, Parâmetros Curriculares Nacionais) e nos Projetos Políticos</p><p>Pedagógicos das escolas. Além disso, prima pela autonomia das unidades escolares e,</p><p>principalmente, pelo fortalecimento da ideia de Rede.</p><p>O planejamento é organizado em dois momentos básicos: o primeiro é o encontro</p><p>coletivo do início do ano letivo, denominado Jornada Pedagógica. Já o segundo momento</p><p>acontece no âmbito da escola, quando os professores se reúnem com a direção e</p><p>coordenação pedagógica 2 para discutirem as questões específicas da escola e</p><p>elaborarem a rotina de trabalho.</p><p>Além disso, os professores que atuam nos três primeiros anos iniciais do Ensino</p><p>Fundamental participam, semanalmente, de encontros formativos promovidos pela SME</p><p>2 Na rede municipal existem apenas três escolas com coordenadores pedagógicos.</p><p>55</p><p>em parceria com o MEC com base nas orientações do Programa Nacional pela</p><p>Alfabetização na Idade Certa (PACTO) Estadual e Nacional.</p><p>Há, naturalmente, um grande respeito às normas, diretrizes e currículo nacional</p><p>vigentes, tomando como base a formação do educando, mas aproveitando bem os</p><p>espaços das disciplinas diversificadas para atender as peculiaridades locais.</p><p>Além do Centro de Treinamento Pedagógico, as escolas também recebem</p><p>acompanhamento das Orientações Nacionais e locais quanto ao proceder didático-</p><p>pedagógico, respeitando a autonomia da escola.</p><p>No âmbito escolar são elaborados e executados o Projeto Político Pedagógico, a Proposta</p><p>Curricular da escola, projetos de disciplinas, além do Regimento Escolar, que, embora</p><p>seja unificado, recebe as devidas adequações para atender as especificidades de cada</p><p>escola.</p><p>O processo da avaliação da aprendizagem, na rede municipal, dá ênfase à qualidade e ao</p><p>processo, além de evitar a questão da média, pois as notas são distribuídas em quatro</p><p>unidades, sendo a primeira dez (10) pontos, a segunda vinte (20) pontos, a terceira (30)</p><p>pontos e a quarta quarenta (40) pontos, totalizando os cem (100) pontos no ano letivo,</p><p>com recuperação paralela por unidade e recuperação final para alunos que não</p><p>alcançarem média em uma ou mais disciplinas. Nas redes estadual e privada, a</p><p>distribuição dos pontos ocorre de maneira que cada unidade equivale a 10 pontos,</p><p>totalizando 40 pontos ao final do ano letivo.</p><p>2.2.1.5 Gestão nas Unidades Escolares</p><p>A Constituição Federal de 1988, Carta Magna do Brasil, estabelece, no seu artigo 206,</p><p>que a forma de gestão da educação brasileira deve ser democrática e participativa, como</p><p>o que apresenta o inciso VI do referido artigo: “gestão democrática do ensino público, na</p><p>forma da lei”.</p><p>56</p><p>Já o artigo 3º, inciso VIII da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96,</p><p>diz que a gestão do ensino público deve ser democrática, respeitando a forma da lei e da</p><p>legislação dos Sistemas de Ensino. O artigo 14 dessa mesma lei estabelece que os</p><p>Sistemas de Ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na</p><p>educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes</p><p>princípios:</p><p>I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico</p><p>da escola;</p><p>II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou</p><p>equivalentes.</p><p>No que se refere ao Sistema de Ensino, a LDB (9.394/96), no artigo 8º, parágrafo 2º, diz</p><p>que os Sistemas de Ensino terão liberdade de organização nos termos da lei. Entretanto,</p><p>é preciso levar em consideração o artigo 64 dessa mesma lei, que determina:</p><p>A formação de profissionais de educação para a administração,</p><p>planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para</p><p>educação básica será feita em curso de graduação em pedagogia ou nível</p><p>de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta</p><p>formação, a base comum nacional.</p><p>Logo após a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional</p><p>(9.394/96), o município de Guanambi tratou de normatizar os artigos dessa Lei que</p><p>tratavam da questão referente à Gestão Escolar, através de leis próprias. E assim,</p><p>aprovou a lei de nº 030/98, fruto de grande conquista dos trabalhadores em educação</p><p>do município, a partir de longos e intensos debates, para proceder à escolha de diretores</p><p>e vice-diretores das escolas públicas municipais, cujo artigo 1º determina:</p><p>As funções temporárias de Diretor e Vice-Diretor das Unidades</p><p>Municipais Escolares de Guanambi serão exercidas por profissionais do</p><p>Magistério Municipal, preferencialmente, licenciados em Pedagogia com</p><p>habilitação em Administração Escolar, podendo, também, ser exercidas</p><p>por profissionais com outras licenciaturas plenas na área da educação</p><p>ou ainda com o nível médio.</p><p>Mesmo que o caput do artigo 1º da lei 030/98 diga, preferencialmente, graduação plena</p><p>em pedagogia com administração escolar, a lei se flexibiliza no desfecho desse mesmo</p><p>57</p><p>artigo, no sentido de se adequar à realidade local, que ainda conta com uma carência</p><p>muito grande de profissionais habilitados para exercer a função de gestor escolar.</p><p>Essa flexibilidade não está coerente com o artigo 64 da lei 9.394/96, por isso tem sido</p><p>matéria de constantes debates entre os membros da comunidade escolar e autoridades</p><p>que estão frente à pasta da educação, buscando adequação entre os dispositivos legais</p><p>da legislação nacional e os anseios da comunidade escolar local.</p><p>Já no seu artigo 3º, a lei 030/98 diz que a escolha de nomes para os respectivos cargos</p><p>de diretor e vice-diretor das Unidades Municipais de Ensino do município de Guanambi</p><p>se dará através de eleições livres e diretas.</p><p>A Lei Municipal em discussão determina outros critérios importantes, como a formação</p><p>do gestor, lotação na Unidade de Ensino, regras complementares para habilitar-se a</p><p>candidato a gestor, idade dos eleitores, acompanhamento do pleito eleitoral, dentre</p><p>outros.</p><p>A Lei 092/05 revoga a Lei nº 216/04, que revoga a Lei 030/98 e altera o artigo 13 da Lei</p><p>nº 028/98, que revoga a Lei 107/96. A Lei 092/05 passou a vigorar a partir do dia 13 de</p><p>dezembro de 2005 com um novo texto, mais coerente com os anseios dos educadores de</p><p>Guanambi, após um longo debate entre os profissionais da área a respeito de uma lei</p><p>anterior, aprovada na Câmara de Vereadores, em regime de urgência, mas sem o</p><p>conhecimento e a participação da categoria organizada dos trabalhadores da educação</p><p>municipal.</p><p>A Lei 092/95 foi discutida entre os representantes de gestores das escolas, sindicato,</p><p>Câmara Municipal e Executivo local. Mesmo com a presença do debate, ainda necessita</p><p>de alterações. Essas alterações surgiram e foram postas em prática através da Lei Nº 423</p><p>de 25 de Outubro de 2010.</p><p>Nessa perspectiva, a Lei de escolha de gestores da Rede Municipal de Ensino da cidade</p><p>de Guanambi se fundamenta em diferentes teorias que têm orientado a prática dos</p><p>diretores de escola do contexto atual com foco naquelas que objetivam a gestão escolar</p><p>democrática e participativa da educação pública.</p><p>58</p><p>Assim, evidencia-se a forma democrática e participativa que deve assumir a gestão</p><p>escolar, ensejando que os Sistemas de Ensino possam organizar-se e adaptar-se à gestão</p><p>pública escolar, conforme o contexto em que ela está inserida.</p><p>O processo de escolha dos gestores das escolas estaduais e particulares, por muitos</p><p>anos, tem sido diferente do que ocorre no Sistema Municipal de Ensino, pelo menos no</p><p>que se refere ao ingresso do gestor no seu cargo; enquanto o município, há mais de dez</p><p>anos, optou pelas eleições livres e diretas, o Estado mantinha a forma de indicação e às</p><p>vezes de forma mista entre seleção pública e indicação política, optando pelas eleições</p><p>somente a partir do ano de 2008. No tocante às escolas particulares, geralmente o gestor</p><p>é o próprio dono do empreendimento.</p><p>Considerando que a gestão democrática deve ser vivenciada no dia a dia das escolas,</p><p>então esse procedimento democrático deve se tornar rotina no cotidiano de todos os</p><p>membros que compõem o universo escolar.</p><p>Para isso, há que se criarem as condições concretas para o seu exercício. Essas condições</p><p>implicam, entre outras providências: construção cotidiana e permanente de sujeitos</p><p>sociopolíticos capazes de atuar de acordo com as necessidades desse novo “quefazer”</p><p>pedagógico; redefinição de tempos e espaços escolares que sejam adequados à</p><p>participação; condições legais de encaminhar e colocar em prática propostas</p><p>inovadoras; respeito aos direitos elementares dos profissionais da área de ensino (plano</p><p>de carreira, política salarial, capacitação profissional).</p><p>O Conselho de Escola é um colegiado normalmente formado por todos os segmentos da</p><p>comunidade escolar: pais,</p><p>alunos, professores, direção e demais funcionários.</p><p>O funcionamento desses órgãos participativos de administração obedece a um</p><p>regimento interno, elaborado e aprovado pelo próprio grupo, em que são definidas as</p><p>periodicidades das reuniões, a forma de convocação destas e as eleições.</p><p>Observa-se, nas escolas municipais, uma relativa, mas crescente autonomia, sobretudo</p><p>pedagógica e administrativa, com menor grau no aspecto financeiro, o que dá a cada</p><p>Unidade de Ensino as condições mínimas necessárias para propor sua missão, objetivos</p><p>59</p><p>e metas, buscando alcançá-los em curto, médio e longo prazo, conforme a natureza de</p><p>cada meta, além da utopia de contribuir com a construção de nação mais justa e mais</p><p>humana.</p><p>Com efeito, as escolas trabalham em parceria com outras instituições, sejam escolares ou</p><p>não escolares, procurando estreitar as relações entre escola e comunidade local.</p><p>Por certo, ainda há muito por fazer no que diz respeito à Gestão Democrática das escolas</p><p>do Sistema Municipal de Educação de Guanambi, mas, considerando o contexto nacional</p><p>e o estadual, pode-se afirmar com segurança que muitos passos foram dados,</p><p>especialmente nos últimos dez anos, no sentido de garantir nas escolas espaços e</p><p>tempos mais democráticos, participativos, autônomos e com ênfase na descentralização.</p><p>Há um grande respeito à diversidade como componente sine qua non da unidade do</p><p>trabalho técnico-administrativo e didático-pedagógico das nossas escolas rumo à</p><p>emancipação dos sujeitos, educando e educador, que constroem o dia a dia da educação</p><p>pública do nosso município.</p><p>2.2.1.6 Instalações Físicas e Materiais nas Unidades Escolares</p><p>No que diz respeito às condições de funcionamento, é importante reconhecer que, tanto</p><p>na rede pública quanto na rede privada, existem instituições com boas condições de</p><p>funcionamento: infraestrutura, projeto pedagógico e qualificação profissional; mas</p><p>também instituições que oferecem ambientes precários para os alunos. Essa</p><p>precariedade inclui qualificação profissional, condições dos prédios (iluminação,</p><p>ventilação, redes elétrica e hidráulica, segurança, instalações sanitárias, etc.), dos pátios,</p><p>dos equipamentos e mobiliários, do material pedagógico, dos brinquedos, da qualidade</p><p>da alimentação e das relações e atividades propiciadas no ambiente escolar.</p><p>60</p><p>Tabela 8 – Condições de funcionamento das Instituições Públicas de Guanambi – 2012.</p><p>Dependência</p><p>Rede Estadual Rede Municipal</p><p>Quant.</p><p>Conservação</p><p>Quant.</p><p>Conservação</p><p>B R P B R P</p><p>Sala de aula 55 17 33 05 197 86 79 32</p><p>Salas Ed. Infantil - - - - 48 21 24 3</p><p>Diretoria 07 02 03 02 31 12 16 03</p><p>Coordenação 02 - 02 - 01 01 - -</p><p>Sala de Apoio Pedagógico - - - - 05 02 03 -</p><p>Sala de Professor 08 02 05 01 18 08 04 06</p><p>Secretaria 03 01 02 - 12 07 04 01</p><p>Arquivo 12 06 04 12 - - - -</p><p>Biblioteca/Sala de Leitura 03 01 02 - 15 09 05 01</p><p>Parque infantil - - - - 05 - 01 04</p><p>Quadra de Esporte coberta - - - - 07 07 - -</p><p>Quadra de Esporte descoberta 04 - 01 03 07 04 01 02</p><p>Jardins - - - - 02 02 - -</p><p>Hortas - - - - - - - -</p><p>Rede Elétrica 07 03 03 01 32 11 13 08</p><p>Rede Hidráulica 05 02 01 02 32 13 11 08</p><p>Esgoto 03 02 01 - 25 14 07 04</p><p>Sanitário Funcionando. 16 02 09 05 32 11 11 10</p><p>Sanitário pré-escola (nº de</p><p>vaso)</p><p>- - - - 30 12 08 10</p><p>Sanitário Aluno (n° vaso) 18 06 09 03 147 55 34 58</p><p>Cozinha 07 04 03 - 32 11 15 06</p><p>Despensa / Depósito de</p><p>alimentos</p><p>05 01 03 01 24 06 11 07</p><p>Refeitório - - - - 03 03 - -</p><p>Almoxarifado 07 02 04 01 15 06 05 04</p><p>Lavanderia 01 - 01 - 06 02 03 01</p><p>Recreio Coberto - - - - 11 06 03 02</p><p>Auditório 02 01 - 01</p><p>Laboratório de Informática 26 25 01 -</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ DIREC 30</p><p>61</p><p>Como se pode observar na tabela acima, a maioria das escolas ainda necessita de outros</p><p>espaços físicos adequados ao desenvolvimento de atividades de caráter lúdico-esportivo</p><p>bem como daqueles destinados à administração e suporte pedagógico no contexto</p><p>escolar, além de algumas que estão com a infraestrutura física das salas de aula em</p><p>estado precário. Um ponto importante que chama a atenção na tabela anterior, é que a</p><p>maioria das escolas municipais possui laboratório de informática e contamos com um</p><p>número significativo de 11 (onze) salas de recursos multifuncionais funcionando, sendo</p><p>que as outras instituições escolares já construíram a sala de recursos multifuncionais,</p><p>restando agora os equipamentos e a implementação dos kits.</p><p>Para tanto, o município de Guanambi vem buscando adequar as instalações físicas das</p><p>instituições de acordo com os padrões exigidos, além de investir em recursos e materiais</p><p>pedagógicos destinados ao desenvolvimento de atividades lúdicas imprescindíveis ao</p><p>desenvolvimento integral dos alunos.</p><p>62</p><p>2.3 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO</p><p>A qualidade da educação se apresenta como um dos objetivos centrais do Plano</p><p>Municipal de Educação de Guanambi. Entendemos que essa qualidade somente poderá</p><p>ser alcançada se forem promovidas, ao mesmo tempo, a formação inicial e continuada e</p><p>a valorização do magistério. Sem a garantia desses elementos, quaisquer esforços para</p><p>alcançar as metas estabelecidas pela sociedade civil, em cada um dos níveis e</p><p>modalidades do ensino aqui asseguradas, poderão se tornar nulos.</p><p>Ao tratarmos dessas questões, acreditamos que, inicialmente, se deve considerar a</p><p>forma de ingresso dos professores na carreira do magistério, a qual, segundo o artigo 37</p><p>da Constituição Federal, deve ser, exclusivamente, por meio de concurso público. Isso se</p><p>torna neste plano um fator preocupante para a comunidade educacional, tendo em vista</p><p>que o município de Guanambi realizou o seu último concurso no ano de 2002 e,</p><p>naturalmente, posterior a isso, o quadro de professores sofreu alterações com pedidos</p><p>de exoneração, com falecimentos, com aposentadorias e com a adequação da Carga</p><p>horária em cumprimento da Lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008, o que requer a</p><p>substituição dessas lacunas com a realização de concurso público. Essa realidade nos</p><p>mostra um quadro da rede municipal constituído por 451 (quatrocentos e cinquenta e</p><p>um) professores, dos quais 114 (cento e quatorze) são contratados via processo seletivo,</p><p>sem a exigência terminativa de formação superior. Para esta “nova” forma de ingresso</p><p>no quadro da Educação Municipal, a Lei 514 de 23 de setembro de 2011 (Plano de</p><p>Cargos, carreira e Vencimentos do magistério) foi alterada no ano de 2013, permitindo</p><p>que pessoas sem nível superior concorressem a uma vaga, inclusive nos anos finais do</p><p>Ensino Fundamental. Isso representou uma preocupação para a Educação da Rede</p><p>Municipal, pois, a partir do esforço de muitos profissionais e de alguns investimentos do</p><p>município por meio de convênios, para formação de professores (Rede UNEB 2000,</p><p>AECOFABA, FTC EaD, UNOPAR e EDUCON), Guanambi situava-se numa posição exitosa</p><p>com um quadro de professores constituído por 94% (noventa e quatro por cento) com</p><p>formação em nível superior (graduação) e 76% (setenta e seis por cento) com</p><p>especialização, ademais, a partir desse novo cenário, com um salário pouco atrativo para</p><p>os “novos contratados’’, deu-se início a uma rotatividade na educação.</p><p>63</p><p>As demais redes de ensino, estadual e federal também possuem em seus quadros grande</p><p>número de profissionais contratados por meio de processos seletivos. Vale ressaltar, que</p><p>houve avanço na rede municipal com a realização do concurso público para provimento</p><p>de vagas do quadro administrativo da Prefeitura Município de Guanambi em 24 de maio</p><p>de 2015, conforme Edital nº 001/2015 de 13 de março de 2015.</p><p>Assim, visualizamos como necessária uma política que assegure, simultaneamente, a</p><p>formação profissional inicial, a formação continuada, condições de trabalho, salário e</p><p>carreira. Concomitante a isso, é imprescindível ofertar aos professores condições que</p><p>mantenham o entusiasmo inicial, a dedicação</p><p>e a confiança nos resultados do trabalho</p><p>pedagógico, com perspectivas a esses profissionais de crescimento profissional e de</p><p>continuidade de seu processo de formação. Somado a esses caracteres, há que se</p><p>repensar políticas públicas que satisfaçam a demanda em prol da saúde dos</p><p>profissionais da educação, pois se registra um adoecimento frequente na categoria que</p><p>vem fragilizando as condições de atuação desses trabalhadores; ademais o benefício de</p><p>licença-prêmio, que deveria ser utilizado para descanso, tem sido forçosamente</p><p>utilizado por muitos desses servidores para realização de tratamento médico, visto que</p><p>as condições financeiras não lhes permitem gozar de licença médica, pois, quando assim</p><p>fazem, são surpreendidos negativamente com uma redução nos seus vencimentos, o que</p><p>não lhes permite custear as despesas rotineiras e mais as decorrentes do tratamento.</p><p>Outra política urgente e necessária é a de assegurar, na rede de ensino e com</p><p>perspectivas de aperfeiçoamento constante, os profissionais do magistério que galgaram</p><p>uma formação acadêmica mais elevada, a exemplo de mestrado e doutorado. A migração</p><p>desses professores para outros centros que oferecem uma política salarial mais elevada</p><p>tem sido constante na rede municipal e isso representa um desafio para os gestores que</p><p>primam pela qualidade na educação, portanto, salário digno e carreira de magistério</p><p>situam-se aqui como componentes essenciais. Nesse sentido, o Plano Nacional de</p><p>Educação traz como uma de suas metas a aproximação do rendimento médio do</p><p>profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade com o rendimento</p><p>médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Acreditamos que é</p><p>preciso o esforço dos municípios para o cumprimento dessa meta; sabemos que ela por</p><p>64</p><p>si só não resolverá os problemas da educação, mas ajudará em grande parte no incentivo</p><p>da categoria para a permanência e melhoria da sua prática profissional.</p><p>Há também que se mencionar a importância de cumprir na íntegra a Lei 514/2011</p><p>(Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério), pois registra-se ainda a</p><p>ausência do cumprimento de alguns dispositivos.</p><p>Historicamente há um consenso no nosso país de que a educação é o principal</p><p>instrumento de desenvolvimento humano, social, econômico, ambiental, tecnológico e</p><p>cultural, mas acreditamos que essa educação, com tais características, só será possível</p><p>com professores bem remunerados, com boa formação inicial e continuada, jornada</p><p>adequada de trabalho e carreira atraente e valorizada.</p><p>Tabela 9 – Funções docentes por Localização e Formação – Rede Municipal.</p><p>Níveis</p><p>Funções Docentes3</p><p>C/Lic. C/Gr C/EM C/NM S/EM Total</p><p>Regular – Creche 16 16 - 11 - 27</p><p>Regular - Pré-Escola 36 36 - 16 - 52</p><p>Regular - Anos Iniciais do Ensino</p><p>Fundamental</p><p>117 118 1 47 1 167</p><p>Regular - Anos Finais do Ensino</p><p>Fundamental</p><p>122 122 2 7 - 131</p><p>Educação de Jovens e Adultos - Anos</p><p>Iniciais do Ensino Fundamental /</p><p>Presencial</p><p>10 10 1 7 - 18</p><p>Educação de Jovens e Adultos - Anos</p><p>Finais do Ensino Fundamental /</p><p>Presencial</p><p>38 38 2 3 - 43</p><p>Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide 2010>. Acesso em: 16 fev. 2013</p><p>De acordo com as informações da tabela acima, nota-se que o município possui em seu</p><p>quadro 438 (quatrocentos e trinta e oito) professores/docentes. Quanto à formação,</p><p>percebe-se claramente que o município conta com uma maioria significativa de</p><p>professores com formação superior, resultado de uma política de valorização do</p><p>magistério adotada em cumprimento à Lei 9394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>3 Legendas para Funções Docentes: C/Lic - com Licenciatura; C/Gr - com Graduação; C/EM - com Ensino</p><p>Médio; C/NM - com Normal Médio; S/EM - sem Ensino Médio.</p><p>http://portal.mec.gov.br/ide%202010</p><p>65</p><p>Educação Nacional. Vale ressaltar que os professores que possuem apenas o Ensino</p><p>Médio foram enquadrados no quadro Especial e estão prestes a concluírem os requisitos</p><p>para a aposentadoria, motivo pelo qual, segundo alguns, não quiseram buscar uma</p><p>formação acadêmica.</p><p>Tabela 10 – Número de professores e coordenadores da Rede Municipal, Estadual e</p><p>Particular, por nível de formação em 2012.</p><p>Profissionais</p><p>do Magistério</p><p>Educação Infantil</p><p>Ensino</p><p>Fundamental</p><p>Ensino Médio</p><p>Total</p><p>E</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>u</p><p>a</p><p>l</p><p>M</p><p>u</p><p>n</p><p>ic</p><p>ip</p><p>a</p><p>l</p><p>P</p><p>a</p><p>rt</p><p>ic</p><p>u</p><p>la</p><p>r</p><p>E</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>u</p><p>a</p><p>l</p><p>M</p><p>u</p><p>n</p><p>ic</p><p>ip</p><p>a</p><p>l</p><p>P</p><p>a</p><p>rt</p><p>ic</p><p>u</p><p>la</p><p>r</p><p>E</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>u</p><p>a</p><p>l</p><p>M</p><p>u</p><p>n</p><p>ic</p><p>ip</p><p>a</p><p>l</p><p>P</p><p>a</p><p>rt</p><p>ic</p><p>u</p><p>la</p><p>r</p><p>Professores - 94 59 - 358 148 245 - - 904</p><p>Coordenadores - - 2 - 8 10 05 - - 25</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação</p><p>O quadro apresenta o número de professores e coordenadores da educação básica das</p><p>três redes: estadual, municipal e particular, sendo que o maior número de professores</p><p>se encontra na rede municipal (452) e para esta um total de 08 coordenadores. Já a rede</p><p>estadual, contabilizou 245 professores para um total de apenas 05 coordenadores e por</p><p>fim, na rede particular, que compõe um total de 207 professores, registram-se 12</p><p>coordenadores pedagógicos. Conclui-se que a rede particular, que agrega o menor</p><p>número de professores, garante à educação o maior número de coordenadores</p><p>pedagógicos.</p><p>Tabela 11 – Profissionais em educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em 2012.</p><p>Cargos Nº</p><p>Nível de Escolaridade</p><p>Fundamental</p><p>Incompleto</p><p>Fundamental</p><p>Completo</p><p>Médio</p><p>Completo</p><p>Outros</p><p>Merendeira 48 15 5 26 2</p><p>Vigilante 37 15 2 19 1</p><p>Servente 178 38 9 123 8</p><p>Secretário Escolar 5 - - 4 1</p><p>Porteiro - - - - -</p><p>Outros - - - - -</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação 2013</p><p>66</p><p>A tabela aponta que, no ano de 2012, se registrou um total de 268 profissionais em</p><p>educação da rede municipal que prestam os mais variados serviços, e destes ainda se</p><p>contabilizam 84 sem a formação em ensino médio.</p><p>Essa carência de formação atribui–se à não exigência da referida formação como mínima</p><p>para os cargos em atuação.</p><p>Para os cargos de porteiro e “outros” não foi atribuída nenhuma formação, haja vista a</p><p>não existência desses profissionais nos quadros da rede municipal.</p><p>67</p><p>2.4 ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>2.4.1 EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>A Educação Infantil, fruto de lutas e conquistas, é hoje reconhecida nacionalmente como</p><p>a primeira etapa da Educação Básica, direito da criança, opção da família e dever do</p><p>estado. Esse reconhecimento está expresso na Constituição Federal de 1988, na atual Lei</p><p>de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN N° 9.394/96, e no Estatuto da</p><p>Criança e do Adolescente (ECA).</p><p>As dramáticas transformações familiares, ocasionando mudanças de papéis para pais e</p><p>mães, a acentuada ausência dos pais no âmbito familiar, a crescente entrada das mães no</p><p>campo de trabalho fora de casa, a forte influência da mídia, especialmente da televisão, a</p><p>urbanização crescente das populações e a transformação de vínculos parentais e de</p><p>vizinhança, criam novos contextos para a constituição da identidade das crianças. A</p><p>pesquisa, o estudo e a análise do impacto de todos esses aspectos sobre as crianças de 0</p><p>a 5 anos e as consequências sobre seus modos de ser e relacionar-se motivaram</p><p>alterações nas leis que regem a Educação Infantil em nosso país.</p><p>Com a lei nº 12.796 de 04 de abril de 2013, a Educação Infantil de 4 a 5 anos passa a ser</p><p>obrigatória, como explicita o art. 6º: “É dever dos pais ou responsáveis efetuar a</p><p>matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade”. Novas</p><p>exigências têm se apresentado para as instituições de Educação Infantil, provocando</p><p>uma série de mudanças na sua estruturação, organização e finalidade. Uma dessas</p><p>mudanças diz respeito à concepção de que o atendimento se constitui como primeira</p><p>etapa da Educação Básica, isto é, como direito da criança.</p><p>A Educação Infantil no Município de Guanambi é oferecida em escolas públicas e</p><p>privadas. Em</p><p>se tratando da Rede Municipal, as crianças de 0 a 3 anos frequentam as</p><p>creches em tempo integral, ao passo que na Rede Particular há escolas que realizam esse</p><p>atendimento de forma integral e outras que oferecem atividades em turno oposto, o que</p><p>68</p><p>não se caracteriza como educação integral. No entanto, em sua maioria, o atendimento</p><p>se dá num único turno.</p><p>Com relação às crianças de 4 a 5 anos, são atendidas em instituições de Ensino</p><p>Fundamental e frequentam apenas um turno, tanto nas escolas públicas quanto nas</p><p>privadas, exceto a escola municipal Dr. Laert Ribeiro, que possui um público exclusivo</p><p>de crianças de 4 e 5 anos.</p><p>Tabela 12 – Taxa de escolarização da Educação Infantil do município (2010).</p><p>Segmentos População (A)</p><p>Matrícula Rede</p><p>Municipal (B)</p><p>Matrícula Rede</p><p>Particular (C)</p><p>Não</p><p>matriculados</p><p>Educação Infantil 6.593 1.764 683 4.146</p><p>Fontes: IBGE, para os dados de população; MEC/INEP, para os dados de matrícula.</p><p>Os dados coletados não podem indicar com precisão se a alta taxa de crianças fora da</p><p>escola (67,1%) ocorre pela falta de vagas ou por opção da família. No entanto, é possível</p><p>afirmar que na Rede Municipal há procura por vagas nas creches, o que indica a</p><p>necessidade de ampliação de vagas. Em razão disso, a Prefeitura Municipal de Guanambi</p><p>aderiu ao programa do governo federal (PROINFÂNCIA) Programa Nacional de</p><p>Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação</p><p>Infantil, considerando que a construção de creches e pré-escolas, bem como a aquisição</p><p>de equipamentos para a rede física escolar desse nível educacional são indispensáveis à</p><p>melhoria da qualidade da educação.</p><p>O município foi contemplado com a construção de três novas creches nos bairros Pôr do</p><p>Sol, BNH e Beija Flor III, que se encontram em andamento. Essas novas creches terão um</p><p>diferencial em relação às existentes, atenderão crianças de 0 a 5 anos em tempo integral.</p><p>Mesmo sem dados oficiais, percebe-se que, entre a população de classe média, houve</p><p>também um avanço na procura por escolas no atendimento da Educação Infantil; dados</p><p>do Censo de 2013 apontam a matrícula de 1.051 alunos, em relação ao dado</p><p>apresentando na tabela acima.</p><p>69</p><p>No que diz respeito à formação continuada do professor, a Secretaria Municipal de</p><p>Educação, desde o ano de 1997, realiza a Jornada Pedagógica, que faz parte da política</p><p>anual de planejamento e marca o início do ano letivo escolar, abordando assuntos</p><p>importantes para a atualização dos professores, promovendo a troca de experiências e</p><p>informações por meio de palestras, debates, estudos e oficinas pedagógicas.</p><p>Outras formações são oferecidas para os profissionais da Educação Infantil, como cursos</p><p>de capacitação em serviço, tendo como foco o desenvolvimento humano da criança,</p><p>atividades da vida diária, estimulação precoce, oficina de brinquedos, psicologia infantil</p><p>e dinamização do ambiente lúdico, psicomotricidade, o processo de desenvolvimento</p><p>cognitivo da criança, afetividade e primeiros socorros.</p><p>O acompanhamento da aprendizagem dos alunos da Educação Infantil se dá por meio da</p><p>realização de um diagnóstico que possibilita identificar as habilidades e competências</p><p>adquiridas pelos alunos e, principalmente, pela observação e registros do seu</p><p>desenvolvimento, da maneira como aprendem, seus diálogos e forma de interpretar o</p><p>mundo.</p><p>O professor, como profissional da educação, deve interagir com seus pares e ser um dos</p><p>formuladores do Projeto Político Pedagógico da escola, como determinam os Art. 13 e 14</p><p>da LDB nº 9.394/96; essa determinação legal deve ser contemplada em sua jornada de</p><p>trabalho, pois são condições inerentes à sua função como profissional da educação.</p><p>Nessa perspectiva, a Lei nº11.738/2008 estabelece uma nova jornada de trabalho em</p><p>que o professor de 40 horas semanais fica 2/3 da jornada com os estudantes e 1/3 da</p><p>jornada com atividade extraclasse; esse tempo fora da sala de aula deve ser destinado a</p><p>estudo, pesquisa, planejamento, reuniões e avaliações, interferindo positivamente na</p><p>qualidade das aulas e no desempenho do professor.</p><p>Por entender que o planejamento pedagógico é um instrumento imprescindível à</p><p>reflexão da prática pedagógica e um espaço de construção coletiva, acreditamos que</p><p>essa mudança seja extremamente significativa, garantindo, assim, condições para uma</p><p>escola com qualidade social.</p><p>70</p><p>As bases epistemológicas que fundamentam, atualmente, uma pedagogia para a infância,</p><p>definem a criança como ser competente para interagir e produzir cultura no meio em</p><p>que se encontra. Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas</p><p>têm seu universo pessoal de significados ampliado, desde que se encontrem em</p><p>contextos coletivos de qualidade. Sendo assim, dois grandes desafios se colocam para a</p><p>Educação Infantil: primeiro, que ela se constitua num espaço e num tempo em que, de 0</p><p>a 3 anos, haja uma articulação de políticas sociais, que, lideradas pela educação,</p><p>integrem desenvolvimento com vida individual, social e cultural, num ambiente onde as</p><p>formas de expressão, dentre elas a linguagem verbal e a corporal, ocupem lugar</p><p>privilegiado, num contexto de jogos e brincadeiras, em que as famílias e as equipes de</p><p>creches convivam intensa e construtivamente, cuidando e educando. O segundo desafio</p><p>é que, para as crianças de 4 e 5 anos, haja uma progressiva e prazerosa articulação das</p><p>atividades de comunicação e ludicidade com o ambiente escolarizado, no qual</p><p>desenvolvimento, socialização e constituição de identidades singulares, afirmativas,</p><p>protagonistas das próprias ações, possam relacionar-se, gradualmente, com ambientes</p><p>distintos dos da família, na transição para o Ensino Fundamental.</p><p>2.4.2 ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>O Ensino Fundamental obrigatório e gratuito está previsto como dever do Estado no Art.</p><p>208, I da Constituição Federal: “O dever do Estado com a educação será efetivado</p><p>mediante a garantia de: ensino fundamental, obrigatório e gratuito” (...). O cumprimento</p><p>dessa obrigatoriedade pelos entes federados é disciplinado pela Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação Nacional, N° 9394/96 quando diz que os Estados se incumbirão de</p><p>“assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio” (Art. 10,</p><p>VI) e os Municípios se incumbirão de “oferecer a educação infantil em creches e pré-</p><p>escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental (...)” (Art. 11, V).</p><p>Essas prerrogativas são ratificadas na Lei Orgânica do Município em seu Art. 111,</p><p>quando diz: “O município manterá seu sistema de ensino em colaboração com a União e</p><p>o Estado, atuando prioritariamente, no Ensino Fundamental e Pré-Escolar, provendo seu</p><p>território de vagas suficientes para atender a demanda”.</p><p>71</p><p>Nesse sentido, o município de Guanambi, no âmbito de suas atribuições, vem</p><p>implementando ações que respondem à crescente importância dos municípios no</p><p>atendimento do Ensino Fundamental obrigatório. Os indicadores de matrícula em cinco</p><p>anos (Desde 2008 até 2012) demonstram a significativa participação da rede municipal</p><p>na oferta desse nível de ensino.</p><p>Tabela 13 – Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Guanambi,</p><p>por dependência administrativa e segmento 2008/2012.</p><p>Ano</p><p>Municipal Estadual Privada</p><p>Total Anos</p><p>Iniciais</p><p>Anos</p><p>Finais</p><p>Anos</p><p>Iniciais</p><p>Anos</p><p>Finais</p><p>Anos</p><p>Iniciais</p><p>Anos</p><p>Finais</p><p>2008 4.689 3.192 750 2.533 1.344 553 13.061</p><p>2009 5.262 3.092 1 2.530 1.452 511 12.848</p><p>2010 5.285 3.013 0 1.751 1.472 433 11.954</p><p>2011 5.098 3.188 0 1.477 1.506 596 11.865</p><p>2012 4.918 3.220 0 1.113 1.525 661 11.437</p><p>TOTAL 25.252 15.705 751 9.404 7.299 2.754 61.165</p><p>Fonte: MEC/INEP. Censo Escolar</p><p>A partir da tabela acima, observa-se que as matrículas do Ensino Fundamental se</p><p>distribuem, principalmente, entre as escolas municipais (67%). Em seguida, aparecem</p><p>as escolas da rede estadual (10,6%) e logo após as privadas, com (10,4%).</p><p>A distribuição</p><p>da matrícula reflete a proposição da LDB quanto à responsabilidade compartilhada por</p><p>Estados e Municípios na oferta do Ensino Fundamental. No entanto, o peso maior de</p><p>matrículas do Ensino Fundamental está na Rede Municipal e isso decorre da tendência</p><p>dos municípios de se especializarem no atendimento aos anos iniciais do Ensino</p><p>Fundamenta I. Vale destacar que, no ano de 2009, todas as turmas dos anos iniciais do</p><p>Ensino Fundamental da rede pública passaram a ser de responsabilidade do município.</p><p>Observa-se também que, em 2012, as matrículas nos anos finais, se concentram na Rede</p><p>Municipal (64,5%). A Rede Estadual responde por 22,3% das matrículas e as escolas</p><p>privadas têm cerca de 13,2%.</p><p>72</p><p>Em relação ao período de 2008 a 2012, houve uma redução de 1.624 matrículas. Essa</p><p>diminuição está associada, em parte, à dinâmica demográfica, devido à queda na</p><p>natalidade e à redução da população na faixa etária correspondente.</p><p>É importante salientar que, em 2010, a população na faixa etária dos 06 aos 14 anos, no</p><p>município de Guanambi, era de 11.498 habitantes. No entanto, o número de matrículas</p><p>no mesmo período no Ensino Fundamental era de 11.954, distribuídas nas redes</p><p>estadual, municipal e particular.</p><p>Tabela 14 – População do município de Guanambi dos 06 aos 14 anos por localização, em</p><p>2010.</p><p>Localização População</p><p>Urbana 9.141</p><p>Rural 2.357</p><p>TOTAL 11.498</p><p>Fonte: IBGE – contagem 2010</p><p>Tabela 15 – Matrículas no ensino fundamental no município de Guanambi por</p><p>dependência administrativa, em 2010.</p><p>Dependência 1ª a 4ª 5ª a 8ª TOTAL</p><p>Estadual 0 1.751 1.751</p><p>Municipal 5.285 3.013 8.298</p><p>Privada 1.472 433 1.905</p><p>Total 6.757 5.197 11.954</p><p>Fonte: MEC/INEP</p><p>Percebe-se, pelos dados da tabela 16, que o número de matrículas no Ensino</p><p>Fundamental, em 2010, é superior ao número de habitantes estimado para o mesmo ano</p><p>na faixa etária correspondente a esse nível de ensino. A justificativa para essa diferença</p><p>deve-se ao fato de que muitos alunos estão em defasagem idade/série. Ao mesmo</p><p>tempo, essa relação entre matrícula e população na faixa etária ideal não significa o</p><p>efetivo acesso de todo o público ao Ensino Fundamental.</p><p>A existência de crianças fora da escola não tem como causa determinante o déficit de</p><p>vagas, mas está relacionada à situação de marginalidade social em que se encontram</p><p>73</p><p>alguns segmentos da população e à distância entre a residência de algumas crianças da</p><p>zona rural e a localização das escolas.</p><p>Para universalizar o Ensino Fundamental, é necessário, além de mapear as crianças fora</p><p>da escola, desenvolver políticas específicas para resolver os fatores que as mantêm</p><p>excluídas do acesso à escolarização obrigatória.</p><p>Tabela 16 – Taxas de Rendimento do Diurno – Rede Municipal e Estadual, 2008 a 2010.</p><p>Fase/</p><p>Nível</p><p>(E.F.)</p><p>Ano</p><p>TAXA DE APROVAÇÃO TAXA DE REPROVAÇÃO TAXA ABANDONO</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>1ª Série/</p><p>2º Ano</p><p>2008 98.70 - 59.60 - 0.00 - 30.10 - 1.30 - 10.30 -</p><p>2009 96.10 - 0.00 - 3.00 - 0.00 - 0.90 - 0.00 -</p><p>2010 98.90 - - - 0.10 - - - 1.00 - - -</p><p>2ª Série/</p><p>3º Ano</p><p>2008 88.80 - 65.10 - 8.70 - 21.10 - 2.50 - 13.80 -</p><p>2009 72.80 - 0.00 - 26.60 - 0.00 - 0.60 - 0.00 -</p><p>2010 69.10 - - - 29.20 - - - 1.70 - - -</p><p>3ª Série/</p><p>4º Ano</p><p>2008 82.10 - 65.20 - 15.70 - 30.30 - 2.20 - 4.50 -</p><p>2009 73.20 - 0.00 - 23.70 - 0.00 - 3.10 - 0.00 -</p><p>2010 76.30 - - - 21.10 - - - 2.60 - - -</p><p>4ª Série/</p><p>5º Ano</p><p>2008 89.80 - 94.40 - 8.00 - 2.30 - 2.20 - 3.30 -</p><p>2009 84.80 - 0.00 - 12.30 - 0.00 - 2.90 - 0.00 -</p><p>2010 82.40 - - - 15.30 - - - 2.30 - - -</p><p>5ª Série/</p><p>6º Ano</p><p>2008 65.80 - 57.30 - 26.70 - 29.00 - 7.50 - 13.70 -</p><p>2009 71.30 - 59.50 - 20.80 - 25.70 - 7.90 - 14.80 -</p><p>2010 73.70 - 67.40 - 21.70 - 20.50 - 4.60 - 12.10 -</p><p>6ª Série/</p><p>7º Ano</p><p>2008 77.50 - 61.60 - 14.20 - 19.90 - 8.30 - 18.50 -</p><p>2009 73.70 - 59.50 - 17.50 - 22.60 - 8.80 - 17.90 -</p><p>2010 75.40 - 69.40 - 16.60 - 21.20 - 8.00 - 9.40 -</p><p>7ª Série/</p><p>8º Ano</p><p>2008 76.20 - 55.10 - 16.80 - 24.90 - 7.00 - 20.00 -</p><p>2009 81.70 - 58.30 - 13.80 - 22.20 - 4.50 - 19.50 -</p><p>2010 78.60 - 59.70 - 17.30 - 28.50 - 4.10 - 11.80 -</p><p>8ª Série/</p><p>9º Ano</p><p>2008 84.70 - 61.90 - 7.90 - 16.10 - 7.40 - 22.00 -</p><p>2009 98.70 - 59.60 - 0.00 - 30.10 - 1.30 - 10.30 -</p><p>2010 96.10 - 0.00 - 3.00 - 0.00 - 0.90 - 0.00 -</p><p>Fonte: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008gerarTabela.php>.</p><p>74</p><p>Pelos dados da tabela acima, observa-se que o índice de aprovação, nos anos iniciais do</p><p>Ensino Fundamental, aumentou no 1º ano e se mostrou reduzido nos demais anos, com</p><p>maior decréscimo no 3º ano, sendo a aprovação em 2010 de 69.10%. A reprovação</p><p>ainda é marcante, sendo a média, nos anos iniciais, de 16.4%, significando que, dos 5.285</p><p>alunos matriculados nos anos Iniciais, cerca de 866 foram reprovados. Quanto ao Ensino</p><p>Fundamental II, o índice de aprovação cresceu tanto na rede municipal quanto na</p><p>Estadual. Apesar disso, ainda é muito grande o percentual de reprovação, sendo a média</p><p>de 20.6% na rede estadual e 17.35% na rede municipal. Os dados da tabela demonstram</p><p>ainda que os índices de evasão caíram no Ensino Fundamental I e II e nas redes de</p><p>ensino Municipal e Estadual.</p><p>Buscando superar os índices de reprovação e, consequentemente, a distorção</p><p>idade/série, em 2011 Guanambi aderiu ao Pacto Bahia, com formação para os</p><p>professores do 1º Ano. Em 2013, ampliou para o 2º e o 3º Ano com a chegada do Pacto</p><p>Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que é um compromisso formal</p><p>assumido pelos governos federal, estadual e municipal em assegurar que todas as</p><p>crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino</p><p>fundamental.</p><p>A Formação Continuada do Pacto Bahia e PNAIC trouxe para a sala de aula reflexões</p><p>importantes acerca da alfabetização, sobre as competências básicas e direitos de</p><p>aprendizagem que as crianças até os oito anos de idade precisam conquistar, como, por</p><p>exemplo, a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das</p><p>correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas; a</p><p>fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos</p><p>escritos.</p><p>A alfabetização é, sem dúvida, uma das prioridades nacionais no contexto atual, pois o</p><p>professor alfabetizador tem a função de auxiliar a formação para o bom exercício da</p><p>cidadania. Para exercer sua função de forma plena, é preciso ter clareza do que ensina e</p><p>como ensina. Para isso, não basta ser um reprodutor de métodos que objetivem apenas</p><p>o domínio de um código linguístico. É preciso ter clareza sobre qual concepção de</p><p>alfabetização está subjacente à sua prática.</p><p>75</p><p>Em apenas três anos de um trabalho educacional orientado pelo Pacto Bahia e PNAIC, é</p><p>possível observar mudanças de atitude significativas na prática do professor</p><p>alfabetizador, em prol de uma educação de qualidade, visando a alcançar a meta</p><p>principal da educação nacional, que é alfabetizar todas as crianças até os oito anos de</p><p>idade.</p><p>A permanência na escola é outro fator a incidir sobre o desafio de oferecer escolarização</p><p>à população. Entender as origens da exclusão é o primeiro passo para combatê-la.</p><p>Alguns aspectos podem ser facilmente identificados: inadequação de metodologias</p><p>educacionais; questões de ordem social, econômica e cultural; distanciamento das</p><p>famílias da vida escolar dos seus filhos; precariedade da estrutura física dos</p><p>estabelecimentos de ensino, fragmentação disciplinar dos conteúdos.</p><p>O Programa Mais Educação, dentro do conceito de Educação Integral, busca ressignificar</p><p>espaços, conteúdos e práticas pedagógicas que impulsionam aprendizagens expressivas,</p><p>considerando o aluno como um ser único. Nesse</p><p>sentido, o Programa Mais Educação</p><p>prevê que a formação do estudante seja feita além da sala de aula, com a participação da</p><p>família e da comunidade.</p><p>Não se trata de simplesmente preencher o tempo livre da criança/adolescente com</p><p>atividades variadas, mas, sim, garantir uma educação integral que trabalhe dentro de</p><p>uma perspectiva de que o horário expandido representa a ampliação de oportunidades e</p><p>situações que promovam aprendizagens significativas e emancipadoras para os</p><p>cidadãos das comunidades contempladas.</p><p>A Educação em tempo integral, por meio do Programa Mais Educação, visa a ampliar a</p><p>jornada escolar, por meio de atividades de acompanhamento pedagógicas, esportivas,</p><p>artísticas e culturais; institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa</p><p>nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas; articular a escola com os</p><p>diferentes espaços educativos e equipamentos públicos, como centros comunitários,</p><p>clubes, praças, parques e centro cultural; implantar e fortalecer novos projetos</p><p>municipais, para apoiar os programas do Governo Federal de educação integral como:</p><p>Mais Educação, Mais Cultura e Escola Aberta; atender e apoiar, com recursos humanos,</p><p>76</p><p>materiais didáticos, transporte escolar, todas as escolas de baixo IDEB marcadas por</p><p>situações de vulnerabilidade social, que requerem a convergência prioritária de políticas</p><p>públicas.</p><p>O Programa reforça ainda mais o conceito de CIDADE EDUCADORA, segundo Paulo</p><p>Freire, para quem todos os espaços da cidade podem tornar-se educativos,</p><p>representando uma importante ferramenta no combate ao trabalho infantil, violência</p><p>doméstica e prevenção à criminalidade.</p><p>Assim, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), indicador criado para</p><p>avaliar a qualidade do ensino e nortear as políticas de melhoria das escolas públicas do</p><p>país, tem demonstrado o avanço da qualidade do ensino no país. As médias</p><p>apresentadas pelo município de Guanambi, comparadas às médias nacional e estadual,</p><p>refletem que a qualidade do ensino, nos anos iniciais do Ensino Fundamental das Redes</p><p>Estadual do município e Municipal, é superior à da Rede Estadual do estado da Bahia,</p><p>embora essa mesma qualidade caia quando comparada à apresentada pelo Brasil.</p><p>Tabela 17 – Índice de desenvolvimento da educação Básica - IDEB no Ensino</p><p>Fundamental.</p><p>Âmbito de</p><p>Ensino</p><p>Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental</p><p>IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas</p><p>2005 2007 2009 2011 2013 2021 2005 2007 2009 2011 2013 2005</p><p>Brasil (Total) 3,8 4,2 4,6 5,0 5.2 6,0 3,5 3,8 4.0 4.1 4.2 5,5</p><p>Rede Estadual</p><p>da Bahia</p><p>2,6 2,6 3.2 4.2 4,0 4,9 2,6 2,7 2,8 3.3 3.1 4,7</p><p>Rede Estadual</p><p>de Guanambi</p><p>3,0 3,6 - - 4.0 4,9 2,5 2,5 2,7 3.1 2.8 4,8</p><p>Rede Municipal</p><p>de Guanambi</p><p>3,1 4,0 4,4 4.4 4.5 5,4 2,5 3,0 3,8 3.8 4.1 4,6</p><p>Fonte: http://portal.mec.gov.br/inep</p><p>Os anos finais do Ensino Fundamental das Redes Municipal e Estadual apresentaram</p><p>gradativamente uma melhora no resultado da avaliação, porém ainda é um conceito</p><p>baixo e distante da meta estabelecida para 2021.</p><p>77</p><p>Apesar das iniciativas, muito ainda se tem a fazer para garantir o acesso, a permanência</p><p>e a aprendizagem de qualidade no Ensino Fundamental. Investimentos devem ser feitos,</p><p>políticas públicas nessa direção devem ser elaboradas.</p><p>Tabela 18 – Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Guanambi,</p><p>por dependência administrativa e localização (2009/2012).</p><p>Anos</p><p>Municipal Estadual Particular</p><p>Total</p><p>Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural</p><p>2009 8.469 - 2.537 - 1.964 - 12.970</p><p>2010 8.506 - 1.755 - 1.906 - 12.167</p><p>2011 8.550 - 1.479 - 2.111 - 12.140</p><p>2012 8.362 - 1.124 - 2.195 - 13.876</p><p>Fonte: MEC/INEP. Censo Escolar – Disponível em:<http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 16 fev.</p><p>2013.</p><p>A tabela nº 18 chama a atenção para o seguinte após três anos consecutivos de evolução</p><p>da matrícula na Rede Municipal urbana, a matrícula tem em 2012 um decréscimo. Já na</p><p>Rede Estadual o decréscimo da matrícula aconteceu de forma progressiva, o que se</p><p>associa ao processo de municipalização e à gradativa centralização da sua atuação no</p><p>Ensino Médio.</p><p>Inversamente ao que ocorreu na rede pública, a particular apresentou um significativo</p><p>crescimento, o que acredita – se estar intimamente relacionado à diminuição da</p><p>matrícula da Rede Municipal. Os fatores que conduziram a essa movimentação, apesar</p><p>de não termos dados validados por nenhuma pesquisa, acredita-se estarem relacionados</p><p>à avaliação negativa da qualidade da escola pública.</p><p>Tabela 19 – Taxa de Escolarização Líquida da população de 7 a 17 anos, 2000.</p><p>Fundamental (7 a 14 anos) Ensino Médio (15 a 17 anos)</p><p>88,00 29,60</p><p>Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008/gerarTabela.php> Acesso em: 29</p><p>nov. 2013.</p><p>Quanto à taxa de escolarização líquida, índice que mede a porcentagem da população de</p><p>estudantes que frequentam a etapa correta em relação à sua idade, a Tabela 19 mostra</p><p>78</p><p>que, em 2000, no Ensino Médio houve um decréscimo em relação ao Ensino</p><p>Fundamental.</p><p>Tabela 20 – Nível Educacional da População de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010.</p><p>Faixa etária</p><p>(anos)</p><p>Taxa de analfabetismo % de alunos na escola</p><p>1991 2000 2010 1991 2000 2010</p><p>06 a 14 anos - - - 77.13 95.44 97.75</p><p>11 a 14 anos 19.89 3.90 2.07 78.86 96.20 97.47</p><p>Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil.</p><p>A tabela acima demonstra que o nível educacional da população de 6 a 14 anos, no</p><p>decorrer das três décadas (1991-2010), avançou gradativamente, em especial na última</p><p>década, que expõe índices próximos a cem por cento de atendimento.</p><p>Tabela 21 – Matrícula do Ensino Fundamental do Município Guanambi, por idade e série,</p><p>Rede Municipal (2012).</p><p>Idades</p><p>1º</p><p>Ano</p><p>2º</p><p>Ano</p><p>3º</p><p>Ano</p><p>4º</p><p>Ano</p><p>5º</p><p>Ano</p><p>6º</p><p>Ano</p><p>7º</p><p>Ano</p><p>8º</p><p>Ano</p><p>9º</p><p>Ano</p><p>Total</p><p>6 anos 201 - - - - - - - - 201</p><p>7 anos 589 218 - - - - - - - 807</p><p>8 anos 12 627 222 1 - - - - - 862</p><p>9 anos - 13 719 112 4 - - - - 848</p><p>10 anos - 4 202 553 152 10 - - - 921</p><p>11 anos - 1 95 179 493 219 - - - 987</p><p>12 anos - 3 55 96 177 435 156 - - 922</p><p>13 anos - - 23 62 94 174 285 - - 638</p><p>14 anos - - 5 32 58 128 65 - - 288</p><p>15 anos - - 6 19 42 70 22 - - 159</p><p>+ de 16 anos - - 3 5 11 43 28 - - 90</p><p>Nº de alunos total</p><p>em defasagem</p><p>- - - - - - - - - 6.723</p><p>% em defasagem - - - - - - - - - -</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2013</p><p>Os dados registrados na tabela nº 21 traçam o quadro da defasagem idade-série na Rede</p><p>Municipal. É perceptível que os problemas em relação à defasagem têm início no 3º ano</p><p>79</p><p>por ser o final do ciclo de alfabetização e o primeiro ano em que ocorre reprovação na</p><p>Rede.</p><p>Observa-se também que, a partir do quarto ano, há um decréscimo no quantitativo de</p><p>alunos, que está associado, sem dúvida, à retenção que ocorre no 3º ano. Além disso, é</p><p>preciso considerar a possibilidade de haver alunos matriculados desse ano em diante</p><p>com idade superior a treze anos, ou seja, fora do intervalo estabelecido pela tabela.</p><p>Considera-se ainda que, no período retratado, a Rede Municipal não tinha constituído</p><p>turmas de 8º e 9º anos.</p><p>Os dados registrados na tabela 22 apontam que, na rede estadual de ensino de</p><p>Guanambi, quanto às taxas de rendimento dos alunos, nos anos inicias do Ensino</p><p>Fundamental (1ª a 4ª série), no período de 2008 a 2010, prevalece a aprovação, embora</p><p>o índice de reprovação ainda seja preocupante, ou seja, o número de alunos reprovados</p><p>corresponde à metade do número de aprovados. Observa-se ainda que, naquele</p><p>período, o 1º segmento do Ensino Fundamental passou a ser de responsabilidade da</p><p>esfera municipal, daí o não preenchimento completo da tabela.</p><p>Já no 2º segmento do ensino fundamental, os dados assinalam um alto índice de evasão,</p><p>principalmente no último ano dessa etapa da educação básica.</p><p>Tabela 22 – Taxas de Rendimento - Rede Municipal.</p><p>Fase/</p><p>Nível</p><p>(Ens.</p><p>Funda-</p><p>mental)</p><p>Ano</p><p>TAXA DE APROVAÇÃO TAXA DE REPROVAÇÃO TAXA ABANDONO</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>1ª Série/</p><p>2º Ano</p><p>2008 98.70 - 0.00 - 1.30 - 98.70 - 0.00 - 1.30 -</p><p>2009 96.10 - 3.00 - 0.90 - 96.10 - 3.00 - 0.90 -</p><p>2010 98.90 - 0.10 - 1.00 - 98.90 - 0.10 - 1.00 -</p><p>2ª Série/</p><p>3º Ano</p><p>2008 88.80 - 8.70 - 2.50 - 88.80 - 8.70 - 2.50 -</p><p>2009 72.80 - 26.60 - 0.60 - 72.80 - 26.60 - 0.60 -</p><p>2010 69.10 - 29.20 - 1.70 - 69.10 - 29.20 - 1.70 -</p><p>80</p><p>Fase/</p><p>Nível</p><p>(Ens.</p><p>Funda-</p><p>mental)</p><p>Ano</p><p>TAXA DE APROVAÇÃO TAXA DE REPROVAÇÃO TAXA ABANDONO</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>Rede</p><p>Municipal</p><p>Rede</p><p>Estadual</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>3ª Série/</p><p>4º Ano</p><p>2008 82.10 - 15.70 - 2.20 - 82.10 - 15.70 - 2.20 -</p><p>2009 73.20 - 23.70 - 3.10 - 73.20 - 23.70 - 3.10 -</p><p>2010 76.30 - 21.10 - 2.60 - 76.30 - 21.10 - 2.60 -</p><p>4ª Série/</p><p>5º Ano</p><p>2008 89.80 - 8.00 - 2.20 - 89.80 - 8.00 - 2.20 -</p><p>2009 84.80 - 12.30 - 2.90 - 84.80 - 12.30 - 2.90 -</p><p>2010 82.40 - 15.30 - 2.30 - 82.40 - 15.30 - 2.30 -</p><p>5ª Série/</p><p>6º Ano</p><p>2008 65.80 - 26.70 - 7.50 - 65.80 - 26.70 - 7.50 -</p><p>2009 71.30 - 20.80 - 7.90 - 71.30 - 20.80 - 7.90 -</p><p>2010 73.70 - 21.70 - 4.60 - 73.70 - 21.70 - 4.60 -</p><p>6ª Série/</p><p>7º Ano</p><p>2008 77.50 - 14.20 - 8.30 - 77.50 - 14.20 - 8.30 -</p><p>2009 73.70 - 17.50 - 8.80 - 73.70 - 17.50 - 8.80 -</p><p>2010 75.40 - 16.60 - 8.00 - 75.40 - 16.60 - 8.00 -</p><p>7ª Série/</p><p>8º Ano</p><p>2008 76.20 - 16.80 - 7.00 - 76.20 - 16.80 - 7.00 -</p><p>2009 81.70 - 13.80 - 4.50 - 81.70 - 13.80 - 4.50 -</p><p>2010 78.60 - 17.30 - 4.10 - 78.60 - 17.30 - 4.10 -</p><p>8ª Série/</p><p>9º Ano</p><p>2008 84.70 - 7.90 - 7.40 - 84.70 - 7.90 - 7.40 -</p><p>2009 87.80 - 6.90 - 5.30 - 87.80 - 6.90 - 5.30 -</p><p>2010 81.30 - 13.80 - 4.90 - 81.30 - 13.80 - 4.90 -</p><p>Fonte: Disponível em:</p><p><http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela.php> Acesso em 16 fev. 2013.</p><p>A tabela acima apresenta as taxas de rendimento do Ensino Fundamental da Rede</p><p>Municipal nos anos de 2008, 2009 e 2010. Nesse período, observa-se que não houve taxa</p><p>de reprovação nos três primeiros anos dessa etapa de ensino, já que o aluno da Rede</p><p>Municipal de Ensino só é retido a partir do 3º ano.</p><p>2.4.3 ENSINO MÉDIO</p><p>Pensar o Ensino Médio em seus desafios e possibilidades para promover uma educação</p><p>de qualidade, que de fato promova o acesso e permanência, bem como as possibilidades</p><p>de construção da autonomia dos jovens brasileiros, é pensar que as novas gerações</p><p>81</p><p>aprendem em outro ritmo, para outra sociedade, com outras linguagens e de modo</p><p>coletivo.</p><p>Segundo a Lei 9.394/96, o município só poderá ofertar o ensino médio, quando atender</p><p>plenamente a educação infantil e o ensino fundamental. Mas isso não o impede de</p><p>acionar o poder público para que seja instituída a oferta e/ou criar as condições para</p><p>que os concluintes do ensino fundamental possam dar continuidade aos estudos, uma</p><p>vez que esse direito está assegurado na supracitada Lei em instâncias distintas.</p><p>Art. 5º. O acesso à educação básica obrigatória é direito público</p><p>subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação</p><p>comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra</p><p>legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder</p><p>público para exigi-lo.</p><p>Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:</p><p>I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos</p><p>seus sistemas de ensino;</p><p>II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do</p><p>ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição</p><p>proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser</p><p>atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas</p><p>esferas do Poder Público;</p><p>III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância</p><p>com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e</p><p>coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;</p><p>IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,</p><p>respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os</p><p>estabelecimentos do seu sistema de ensino;</p><p>V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;</p><p>VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino</p><p>médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38</p><p>desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)</p><p>VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído</p><p>pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)</p><p>Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências</p><p>referentes aos Estados e aos Municípios.</p><p>Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:</p><p>I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos</p><p>seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos</p><p>educacionais da União e dos Estados;</p><p>II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;</p><p>III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;</p><p>IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu</p><p>sistema de ensino;</p><p>V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com</p><p>prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis</p><p>de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as</p><p>necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12061.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm#art1art10vii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm#art1art10vii</p><p>82</p><p>percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à</p><p>manutenção e desenvolvimento do ensino;</p><p>VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede</p><p>municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)</p><p>Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao</p><p>sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de</p><p>educação básica.</p><p>Observando as obrigações de cada instância, é fato que os municípios não podem pensar</p><p>seu sistema de ensino desarticulado da proposta de ensino médio do Estado, bem como</p><p>da importância de assegurar um aprendizado que permita a seus egressos adentrar o</p><p>espaço da universidade. Nesse sentido, a alfabetização bem como o ensino fundamental</p><p>fazem parte de um planejamento que deve ser longitudinal. A última etapa da educação</p><p>básica não pode ser pensada sem observar qual sua base.</p><p>Uma questão que precisa ser pauta quando se fala de educação são as condições com</p><p>que nossas crianças, adolescentes e jovens têm sido acolhidos, a infraestrutura que lhes</p><p>é oferecida para que possam ter sucesso em seu aprendizado. Dessa forma, é preciso</p><p>questionar: que modelo de escola têm as diferentes instâncias? Uma escola que insiste</p><p>no quadro, no giz, nas carteiras, em um laboratório sem internet (quando tem) e um</p><p>professor desvalorizado? Uma escola que não dispõe de uma equipe multidisciplinar</p><p>com psicopedagogo, médico, assistente social, psicólogo, dentista e educador físico para</p><p>atender às especificidades das crianças e adolescentes em sua dignidade? Que mudanças</p><p>queremos é promover realizando as mesmas coisas? A função da escola e promover a</p><p>formação com qualidade, e o sistema de ensino, seja ele municipal ou estadual, precisa</p><p>estar atento a direitos humanos que vêm sendo ignorados.</p><p>É fato que uma escola no semiárido do sertão da Bahia com quadras sem coberturas ou</p><p>aluno do campo esquecido em suas especificidades, principalmente em seus saberes,</p><p>não respeita e muito menos está cuidando para que sua infância seja saudável e sua</p><p>preparação para o mundo do trabalho lhe permita consolidar objetivos pessoais e</p><p>profissionais</p><p>Como as nossas crianças</p><p>vêm sendo tratadas? O que estamos garantindo no fazer</p><p>pedagógico, nas práticas de avaliação que apenas classificam quem é reprovado ou</p><p>aprovados? Que aprendizados estão sendo consolidados? Acreditamos que um ensino</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.709.htm#art2art11vi</p><p>83</p><p>médio pressupõe cuidados no planejamento da base e elevação de competências e</p><p>habilidades na etapa final da educação básica.</p><p>Um fato polêmico que, de uma vez por todas, precisa ser resolvido em Guanambi, por</p><p>uma questão de respeito à dignidade do estudante, bem como ao direito de frequentar a</p><p>escolarização no Ensino Médio, é que são constantes as humilhações aos alunos do</p><p>Ensino Médio que precisam do transporte escolar. São obrigados a sair da sala de aula</p><p>antes que finalize o horário de sua aula porque o ônibus que traz os alunos do ensino</p><p>fundamental já está de saída. Os relatos dão conta de que, mesmo os estudantes se</p><p>queixando e questionando aos motoristas essa situação, os motoristas dizem que o</p><p>compromisso deles não é com os estudantes das escolas estaduais. Se há um convênio de</p><p>transporte escolar, então é desejável que todos sejam tratados com o devido respeito e</p><p>cuidado.</p><p>O poder público municipal e o estadual precisam dialogar sobre políticas públicas de</p><p>acolhimento e orientação, através do Conselho Municipal de Juventude, com os</p><p>adolescentes e jovens que estão tanto no ensino médio regular quanto na Educação de</p><p>Jovens e Adultos. Para além da escolarização formal, o aprendizado em outros espaços</p><p>contribui para a formação dos jovens que precisam aprender a pensar o seu presente e</p><p>motivar-se diante das oportunidades de crescimento intelectual, social, cultural e</p><p>político.</p><p>É necessário ainda que as autoridades se lembrem de que os jovens do sertão que vivem</p><p>no município de Guanambi, precisam de oportunidades de estudo, trabalho para</p><p>construir suas famílias e ir atrás dos seus sonhos. Sonhar com uma Guanambi melhor</p><p>significa estabelecer prioridades de educação, cultura, lazer e formação política aos</p><p>jovens de agora.</p><p>Se quisermos uma Guanambi melhor, então vamos garantir uma infância digna, um</p><p>ensino fundamental que ensine as competências básicas de ler, escrever e interpretar e,</p><p>finalmente, um ensino médio que lhe permita construir um aprendizado que lhe dê</p><p>condições de fazer pleito a um curso na educação profissional ou uma graduação em</p><p>84</p><p>uma universidade pública e de qualidade. Educação é investimento se os objetivos para</p><p>os gestores e a sociedade estiverem claros.</p><p>Os motivos apresentados influem na redução da matrícula a cada ano. Podemos analisar,</p><p>nas tabelas abaixo, que em três anos houve uma redução significativa na matrícula da</p><p>escola pública, enquanto na rede privada houve um aumento de quase 100%. Em</p><p>relação à zona rural (distrito de Mutãs) não foram observadas muitas mudanças no que</p><p>se refere ao número de alunos matriculados.</p><p>Tabela 23 – Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Guanambi, por</p><p>dependência administrativa e localização 2010/2012.</p><p>Anos</p><p>Municipal Estadual Particular</p><p>Total</p><p>Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural</p><p>2010 -- -- 3.156 333 78 3.567</p><p>2011 -- -- 3.055 347 105 3.507</p><p>2012 -- -- 2.873 333 142 3.348</p><p>Fonte: Anuário Estatístico da Educação da Bahia Disponível em:</p><p><http://portal.mec.gov.br/ide/2010>. Acesso em: 16 fev. 2013 e Diretoria Regional (DIREC)</p><p>Tabela 24 – Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Municipal/Rede Estadual.</p><p>Fase/</p><p>Nível</p><p>Ano</p><p>Municipal Estadual Particular</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>T</p><p>o</p><p>ta</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>T</p><p>o</p><p>ta</p><p>l</p><p>U</p><p>rb</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>R</p><p>u</p><p>ra</p><p>l</p><p>T</p><p>o</p><p>ta</p><p>l</p><p>1º Ano do</p><p>Ensino Médio</p><p>2008 59 77.1 136.1 18.9 14.4 33.3 22.1 8.5 30.6</p><p>2009 61 76 137 16.1 7.6 92.1 22.9 5.6 35.5</p><p>2010 61.5 80.3 141.8 20.7 8.5 29.2 17.8 11.2 29</p><p>2º Ano do</p><p>Ensino Médio</p><p>2008 66.2 93.9 160.1 11.6 6.1 17.7 22.2 0.0 22.2</p><p>2009 61.1 90 151.1 13.6 90 103.6 25.3 1.1 26.4</p><p>2010 78.2 80.6 158.8 8.8 6.8 15.6 13 12.6 25.6</p><p>3º Ano do</p><p>Ensino Médio</p><p>2008 77.1 96 173.1 7.8 04 11.8 15.1 0.0 15.1</p><p>2009 72.9 95.2 168.1 7.3 95.2 102.5 19.8 0.0 19.8</p><p>2010 83.3 97.2 180.5 7.3 0.0 7.3 9.5 2.8 12.2</p><p>Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela.php>.</p><p>Acesso em: 16 fev. 2013 e Diretoria Regional de Educação – DIREC/30.</p><p>http://portal.mec.gov.br/ide/2010</p><p>http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela.php</p><p>85</p><p>Na tabela a seguir, podemos observar o percentual do desempenho no ENEM que</p><p>alcançou determinada média para cada rede escolar em 2012. Dentre as três esferas, a</p><p>rede estadual obteve menor desempenho.</p><p>Tabela 25 – Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2012.</p><p>Nível Ano</p><p>Média da prova</p><p>objetiva</p><p>Média Total</p><p>(Redação e Prova Objetiva)</p><p>Rede Federal 2012 577,02 595,04</p><p>Rede Estadual 2012 484,19 487,80</p><p>Rede Municipal 2012 521,80 527,64</p><p>Fonte: Disponível em: <http://portal.iff.edu.br/reitoria>. Acesso em: 29 nov. 2013.</p><p>É necessário e urgente que seja construída uma CARTA PROPOSTA entre Município e</p><p>Estado sobre o que juntos precisam garantir para um jovem, um tanto quanto</p><p>desencantado e maltratado, seja pela falta de acesso a bens culturais, seja pela falta de</p><p>oportunidade de desenvolver seu talento. Isso implica um diálogo coletivo que deve ir</p><p>desde o Ministério Público, Conselho Tutelar, Conselho Municipal da Juventude e</p><p>Educação, Câmara Municipal de Guanambi, Secretaria de Segurança Pública,</p><p>profissionais da saúde e demais representantes da sociedade civil organizada.</p><p>Atendimento aos jovens não é problema apenas de uma instância. Escutar as associações</p><p>e os trabalhadores parece ser um bom começo para garantir transporte escolar com</p><p>dignidade como também propor ações para os jovens trabalhadores e em processo de</p><p>formação. É preciso de fato conhecer quem são os adolescentes e jovens de Guanambi e</p><p>o que de fato está sendo oferecido, construído e conquistado por eles. Uma escolarização</p><p>que faça sentido precisa ter a voz do maior interessado: o estudante.</p><p>86</p><p>2.5 EDUCAÇÃO SUPERIOR</p><p>O Brasil é considerado um país com um sistema de ensino superior em transição do</p><p>sistema de elite para o sistema de massa. O sistema de massa4 é definido, entre outras</p><p>características, por atender entre 16% e 50% do grupo etário relevante, estando</p><p>plenamente consolidado em relação ao sistema de elite quando passa a admitir mais de</p><p>30% das matrículas do corte de jovens de 18 a 24 anos. Descreve-se como de elite um</p><p>sistema cuja escolarização bruta não ultrapassa 15% e como de massa um sistema que</p><p>fica entre 15% e 50%. É considerado universal o sistema que compreende mais de 50%</p><p>da população na faixa etária correspondente.</p><p>Nosso país possui mais de 22,4 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos e uma</p><p>taxa de escolarização bruta de 27,8% e líquida de 14,6% do ensino5. No Nordeste, a taxa</p><p>de escolarização é de 9,5% e na Bahia, 10,5%. Nesses locais a Educação Superior ainda</p><p>pode ser caracterizada como sistema de elite, com um número bastante reduzido de</p><p>jovens matriculados nos Institutos de Educação Superior.</p><p>Quando se observa a evolução do número de matrículas na Educação Superior no Brasil,</p><p>percebe-se que houve uma expansão do número de estudantes matriculados no Ensino</p><p>Superior nas últimas décadas, principalmente em estabelecimentos privados, em</p><p>detrimento das instituições públicas, como se pode constatar por meio dos dados</p><p>apresentados pelo Gráfico 1:</p><p>4 Classificação elaborada por Martin Trow.</p><p>5 Fonte: Resumo Técnico Censo da Educação Superior 2011. p. 50.</p><p>87</p><p>Gráfico 1 – Evolução da matrícula na Educação Superior de graduação: total e por</p><p>categoria administrativa (Brasil -1980/2010).</p><p>Fonte: TEIXEIRA, 20126. Elaborado com dados do MEC/Inep, 2012.</p><p>Os números apontam que foram significativas as alterações no âmbito da Educação</p><p>Superior, as</p><p>políticas públicas possibilitaram um número maior de jovens das camadas</p><p>populares nas universidades deste país. Porém, ainda há muito a ser feito, pois dados</p><p>apresentados por Vargas7 apontam que, em famílias com renda inferior a três salários</p><p>mínimos, o que corresponde a 90% da população brasileira, o percentual de jovens que</p><p>cursam o Ensino Superior ainda é inferior à meta estabelecida pelo PNE para matrículas</p><p>em curso superior.</p><p>Focando o olhar sobre Guanambi, percebe-se este município inserido na realidade que</p><p>foi anteriormente descrita. Este município tem uma área de 1.272,367 Km², localizada</p><p>na região Sudoeste do Estado da Bahia numa das ramificações da Serra Geral. Possui,</p><p>uma população de 78.833 habitantes, segundo dados do IBGE do ano de 2010, e é</p><p>reconhecido como polo econômico da região. Na área de Educação Superior, abriga</p><p>6 TEIXEIRA, Anna Donato Gomes. A socialização em grupos religiosos católicos: repercussões nas</p><p>trajetórias escolares longevas nos meios populares, 2012. 150 f. Dissertação (Mestrado em Educação) -</p><p>UFMG/FaE, Belo Horizonte, 2012.</p><p>7 VARGAS, Hustana Maria. Represando e distribuindo distinção: a barragem do ensino superior, 2008.</p><p>230 f. Tese (Doutoramento em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de</p><p>Janeiro, 2008.</p><p>0</p><p>1000000</p><p>2000000</p><p>3000000</p><p>4000000</p><p>5000000</p><p>6000000</p><p>7000000</p><p>1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010</p><p>Total</p><p>Pública</p><p>Privada</p><p>88</p><p>instituições de ensino que oferecem educação presencial e a distância. Dentre essas</p><p>instituições, algumas são polos virtuais que oferecem ensino a distância, como a</p><p>Faculdade de Tecnologia e Ciência/EAD; uma extensão da Universidade do Norte do</p><p>Paraná/UNOPAR; Universidade Salvador/UNIFACS; e outras são instituições</p><p>presenciais: o Departamento de Educação Campus XII da Universidade do Estado da</p><p>Bahia (UNEB), o Campus Guanambi do Instituto Federal de Educação, Ciência e</p><p>Tecnologia Baiano – IFBaiano e a Faculdade de Guanambi – FG. A abrangência dessas</p><p>instituições faz de Guanambi polo regional de educação.</p><p>A Faculdade Guanambi, instituição privada, iniciou suas atividades em 2002 e, no</p><p>primeiro vestibular, ofereceu os cursos de Administração, Turismo e Ciências Contábeis.</p><p>Hoje oferece graduação em Administração, Biomedicina, Ciências Contábeis, Direito,</p><p>Enfermagem, Engenharia Civil, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia. São 2102</p><p>estudantes matriculados nos dez cursos oferecidos pela faculdade.</p><p>O IF Baiano, criado em dezembro de 2008, é uma instituição federal de educação</p><p>superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e descentralizada,</p><p>especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes</p><p>modalidades de ensino. Atualmente, o Campus de Guanambi oferece vagas para os</p><p>cursos de Bacharelado em Agronomia, Licenciatura em Química, Tecnologia em</p><p>Agroindústria e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.</p><p>Criada em 1983, a UNEB tem um papel social de grande relevância na democratização da</p><p>educação superior pública do Estado da Bahia. Presente em todas as regiões do Estado,</p><p>estruturada num sistema de multicampia, possui 29 departamentos sediados na capital</p><p>e em 24 centros regionais de médio e grande porte. O Departamento de Educação de</p><p>Guanambi foi criado inicialmente como Faculdade de Educação de Guanambi (FAEG) em</p><p>1989. Somente em 1997, com a reestruturação das universidades estaduais da Bahia, a</p><p>UNEB adotou a estrutura de multicampia e a FAEG foi transformada em Departamento</p><p>de Educação – DEDC Campus XII Guanambi.</p><p>Atualmente, o Campus XII da UNEB oferece os cursos de Licenciatura em Pedagogia e</p><p>Educação Física, Bacharelado em Enfermagem e Administração. Além dos quatro cursos</p><p>89</p><p>oferecidos no departamento, oferece também quatro cursos de graduação (em Educação</p><p>Física, Pedagogia, Letras e Arte) integrantes do Programa Especial de Formação</p><p>Plataforma Freire. São 1019 estudantes matriculados nos oito cursos oferecidos em</p><p>Guanambi.</p><p>Além dos cursos de graduação, as instituições de ensino superior em Guanambi</p><p>oferecem vários cursos de pós-graduação, projetos de pesquisa e extensão que</p><p>abrangem as diversas áreas do conhecimento, especialmente em saúde e educação. Na</p><p>área de educação, por exemplo, há de se considerar o convênio mantido entre UNEB e a</p><p>Secretaria Estadual de Educação para oferecer o cursinho Universidade Para Todos e o</p><p>Pré-Vestibular social, os quais atendem a aproximadamente 400 estudantes do último</p><p>ano do Ensino Médio e egressos desse mesmo nível.</p><p>Quando se observa o quantitativo de jovens matriculados no Ensino Médio de Guanambi</p><p>e região no ano letivo de 2013, que, segundo informações colhidas na DIREC 030, é de</p><p>11.378 estudantes, percebe-se que a demanda por ensino superior no município e</p><p>região é relativamente alta, concorrendo para que as instituições de ensino superior</p><p>abram novos cursos e/ou ampliem o número de vagas dos cursos existentes.</p><p>Como política de assistência do governo municipal em relação à permanência de alunos</p><p>de baixa renda na Educação Superior, tem-se a manutenção de uma Residência para</p><p>Estudantes universitários na capital – Salvador, com 20 vagas e a liberação de bolsas de</p><p>estudo para estudantes aprovados nas faculdades particulares. Ainda, no município, há</p><p>programas de assistência a estudantes de baixa renda em outras esferas, como estadual</p><p>e federal.</p><p>A política de qualificação de pessoal da rede municipal de ensino, em formação inicial e</p><p>continuada, ocorre por meio de convênios e parcerias com os governos estadual e</p><p>federal, que ofertam cursos nos Programas Especiais de Formação de Professores da</p><p>Plataforma Freire e cursos de formação continuada ofertados pelo governo estadual</p><p>(SEC), como o GESTAR, PACTO, PROGESTÃO E ESCOLA DE GESTORES.</p><p>90</p><p>As Instituições de Ensino Superior de Guanambi, dentro da sua estrutura, atendem a</p><p>estudantes de uma área abrangente do Centro-Sul, Sudoeste da Bahia, Norte de Minas</p><p>Gerais e outras, justificando a relevância social das instituições na formação de</p><p>profissionais para atuação nas diversas áreas de conhecimento necessárias para o</p><p>desenvolvimento deste e de outros territórios. No entanto, há necessidade de fortalecer</p><p>a articulação entre as redes estadual, municipal e federal de educação; ampliar parcerias</p><p>intermunicipais e territoriais com instituições de educação superior que viabilizem</p><p>programas e projetos que contemplem a diversidade; e criar uma nova agenda que</p><p>deverá ser marcada por inversões em pesquisa, tecnologia, infraestrutura urbana,</p><p>serviços, indústria, capacitação e educação, numa perspectiva sempre alinhada às</p><p>singularidades que definem a região.</p><p>Enfim, tem-se como meta que as instituições de Educação superior no município não</p><p>somente ofertem ensino, mas consolidem-se como espaço de produção de saberes</p><p>capazes de dialogar com estes novos desafios que definem novos tempos, que precisam</p><p>de referências outras no campo da técnica, da pesquisa, do método, da articulação social,</p><p>da formação e que reivindicam posturas cidadãs de homens e mulheres e das</p><p>instituições por eles edificadas.</p><p>91</p><p>2.6 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>2.6.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>A transição do século XX para o XXI foi marcada por mudanças de paradigmas em vários</p><p>setores da sociedade, o que acelerou as crises identitárias em vários níveis, inclusive no</p><p>educacional. Discussões foram travadas no sentido de garantir uma formação escolar</p><p>que desse ao estudante condições para que habitasse o mundo como cidadão que possui</p><p>direitos e deveres. Nesse contexto, surgem discussões sobre juventude e o mundo do</p><p>trabalho que apontam a necessidade de políticas públicas que garantam a qualificação e</p><p>formação dos jovens que vão assumir os novos postos de trabalho no mundo</p><p>globalizado.</p><p>Considerando apenas a formação profissional no Nível Médio,</p><p>65</p><p>Tabela 11 – Profissionais em educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em</p><p>2012. ................................................................................................................................................................... 65</p><p>Tabela 12 – Taxa de escolarização da Educação Infantil do município (2010). ................... 68</p><p>Tabela 13 – Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Guanambi,</p><p>por dependência administrativa e segmento 2008/2012. ........................................................... 71</p><p>Tabela 14 – População do município de Guanambi dos 06 aos 14 anos por localização,</p><p>em 2010. ........................................................................................................................................................... 72</p><p>Tabela 15 – Matrículas no ensino fundamental no município de Guanambi por</p><p>dependência administrativa, em 2010. ................................................................................................ 72</p><p>Tabela 16 – Taxas de Rendimento do Diurno – Rede Municipal e Estadual, 2008 a 2010.</p><p>.............................................................................................................................................................................. 73</p><p>Tabela 17 – Índice de desenvolvimento da educação Básica - IDEB no Ensino</p><p>Fundamental. .................................................................................................................................................. 76</p><p>Tabela 18 – Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Guanambi,</p><p>por dependência administrativa e localização (2009/2012). ..................................................... 77</p><p>Tabela 19 – Taxa de Escolarização Líquida da população de 7 a 17 anos, 2000.................. 77</p><p>Tabela 20 – Nível Educacional da População de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010. ........... 78</p><p>Tabela 21 – Matrícula do Ensino Fundamental do Município Guanambi, por idade e série,</p><p>Rede Municipal (2012). .............................................................................................................................. 78</p><p>Tabela 22 – Taxas de Rendimento - Rede Municipal. ..................................................................... 79</p><p>Tabela 23 – Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Guanambi, por</p><p>dependência administrativa e localização 2010/2012. ................................................................. 84</p><p>Tabela 24 – Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Municipal/Rede Estadual. ... 84</p><p>Tabela 25 – Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2012. .................. 85</p><p>Tabela 26 – Situação Educacional do Município De Guanambi. ................................................. 93</p><p>Tabela 27 – Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e</p><p>2010. .................................................................................................................................................................. 96</p><p>Tabela 28 – Número de cadastrados no Programa TOPA pela SME/2007/2012. .............. 97</p><p>Tabela 29 – Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos no município de</p><p>Guanambi, por dependência administrativa e localização (2010/2012). .............................. 98</p><p>Tabela 30 – A EJA (Ensino Fundamental) em Guanambi – BA. ................................................ 100</p><p>Tabela 31 – Nível Educacional da População jovem e adulta, 1991, 2000 e 2010. .......... 102</p><p>Tabela 32 – Demonstrativo dos alunos da Zona Rural que usaram o transporte escolar em</p><p>2012. ................................................................................................................................................................ 103</p><p>Tabela 33 – Matrículas da Educação Especial no Município de Guanambi em 2012. ..... 109</p><p>Tabela 34 – Outras receitas com o setor educacional do município de Guanambi,</p><p>administradas pela prefeitura (2009/2012). ................................................................................. 124</p><p>Tabela 35 – Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Guanambi, por</p><p>nível ou modalidade de ensino (2009/2012). ................................................................................ 125</p><p>Tabela 36 – Despesa com educação do município de Guanambi por categoria e elemento</p><p>de despesa (2009/2012). ....................................................................................................................... 125</p><p>Tabela 37 – Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no município de</p><p>Guanambi (2009/2012). ......................................................................................................................... 128</p><p>Tabela 38 – Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2012. .......................................... 128</p><p>Tabela 39 – Recursos da Educação no PPA (2009/2012). ........................................................ 128</p><p>LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES</p><p>AABB – Associação Atlética do Banco do Brasil</p><p>ADAB – Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia</p><p>AECOFABA – Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia</p><p>AEE – Atendimento Educacional Especializado</p><p>AGERBA – Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes</p><p>e Comunicações da Bahia</p><p>AGL – Academia Guanambiense de Letras</p><p>APADA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos</p><p>APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais</p><p>AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem</p><p>BPC – Benefício de Prestação Continuada</p><p>CAE – Conselho de Alimentação Escolar</p><p>CAEs – Conselhos de Alimentação Escolar</p><p>CETEP – Centro de Treinamento Pedagógico</p><p>CIRETRAN – Circunscrição Regional de Trânsito</p><p>CME – Conselho Municipal de Educação</p><p>CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social</p><p>CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco</p><p>COELBA – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia</p><p>COOPAG – Cooperativa Agropecuária de Guanambi</p><p>COOPAVALI – Cooperativa dos Produtores de Algodão do Vale Iuiú</p><p>CREIO – Centro de Referência à Educação Inclusiva Operacional</p><p>DEDC – Departamento de Educação</p><p>DIREC – Diretoria Regional de Educação</p><p>DIRES – Diretorias Regionais de Saúde</p><p>EADCON – Educação a Distância Continuada</p><p>EBDA - Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola</p><p>ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>EDUCON – Programa de Educomunicação</p><p>EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento</p><p>FAEG – Faculdade de Educação de Guanambi</p><p>FETAG – Federações de Trabalhadores na Agricultura</p><p>FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação</p><p>FTC EaD – Faculdade de Tecnologias e Ciências (Educação a Distância)</p><p>FUNDEB – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica</p><p>IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística</p><p>IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica</p><p>IDH – Índice de Desenvolvimento Humano</p><p>IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal</p><p>IFBA – Instituto Federal Baiano</p><p>IFPR – Instituto Federal do Paraná</p><p>INB – Indústrias Nucleares do Brasil</p><p>INSS – Instituto Nacional de Segurança Social</p><p>LDB – Lei de Diretrizes e Bases</p><p>LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional</p><p>LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais</p><p>MDE – Manutenção e Desenvolvimento do Ensino</p><p>MEBIC – Movimento de Educação de Base de Iniciativa Católica</p><p>MEC - Ministério da Educação e Cultura</p><p>NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional</p><p>OAB - Ordem dos Advogados do Brasil</p><p>PACTO – Pacto Nacional pela Alfabetização</p><p>PAR – Plano de Ações Articuladas</p><p>PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais</p><p>PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola</p><p>PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação</p><p>PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola</p><p>PETE/BA – Programa do Transporte Escolar do Estado da Bahia</p><p>PME – Plano Municipal de Educação</p><p>PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios</p><p>PNAE – Programa Nacional de Alimentação</p><p>o artigo 36-A da LDBEN</p><p>9.394/96 assevera que a preparação para o trabalho e a habilitação profissional poderão</p><p>ser desenvolvidas nos estabelecimentos de ensino médio ou em instituições</p><p>especializadas em educação profissional. O governo federal, nos últimos tempos,</p><p>garantiu a expansão da rede de formação profissional, ao capilarizar a rede federal de</p><p>educação profissional e dar suporte aos estados na criação da rede estadual de educação</p><p>profissional. Desse modo, o Estado da Bahia transformou algumas escolas estaduais em</p><p>Centros Estaduais de Educação Profissional – CEEPs e outras em Centros Territoriais de</p><p>Educação Profissional - CETEPs, integrando, assim, a educação básica ao ensino</p><p>profissionalizante. Em Guanambi, por exemplo, temos unidades das duas redes de</p><p>educação profissional que atendem jovens e adultos que optam por fazer o Ensino</p><p>Médio Integrado ao Profissional e ainda outros que o fazem na forma subsequente.</p><p>Guanambi é um município com área de 1.301,80 Km², localizada no Território de</p><p>Identidade do Sertão Produtivo, possui uma população de 79.886 habitantes e é</p><p>reconhecido como polo econômico da região.</p><p>Convém caracterizar o Território do Sertão Produtivo, pois as instituições que oferecem</p><p>a Educação Profissional não acolhem apenas estudantes de Guanambi, mas agregam</p><p>92</p><p>jovens dos municípios circunvizinhos. Este território é formado por dezenove</p><p>municípios: Caetité, Guanambi, Palmas de Monte Alto, Iuiú, Candiba, Pindaí, Urandi,</p><p>Sebastião Laranjeiras, Ibiassucê, Caculé, Rio do Antônio, Malhada de Pedras, Brumado,</p><p>Tanhaçu, Ituaçu, Contendas do Sincorá, Dom Basílio, Livramento de Nossa Senhora e</p><p>Lagoa Real.</p><p>O Território Sertão Produtivo se encontra dentro da Serra Geral, que é composta por</p><p>rochas vulcânicas básicas (basaltos) e intermediárias (riodacitos), apresentando</p><p>intercalações de arenitos finos. Pesquisas mineralógicas concluíram pela existência de</p><p>extensa jazida ferrífera, cuja exploração econômica veio a dar-se a partir de 2007. Além</p><p>do ferro, a região produz mármores, granitos diversos, pedra-giz (Brumado), ametistas e</p><p>urânio, sendo a mina situada em Caetité a principal na produção deste mineral, no</p><p>Brasil. As principais cidades localizadas na Serra Geral são Guanambi, Caetité e</p><p>Brumado.</p><p>Contemporaneamente este território destaca-se por apresentar um grande potencial</p><p>produtivo concentrado na agropecuária, fruticultura irrigada e agricultura familiar.</p><p>Apresenta microrregiões que são referência na produção de frutas, mandioca, algodão e</p><p>outros produtos da agricultura familiar.</p><p>Segundo dados da Secretaria de Agricultura e Irrigação do Estado da Bahia, o polo</p><p>produtivo da microrregião de Livramento de Nossa Senhora é o segundo em</p><p>produtividade do Estado. Emprega, em média, 10 mil pessoas nas atividades produtivas.</p><p>A região detém boas infraestruturas produtivas, o que facilita o beneficiamento da</p><p>produção, criando condições sustentáveis para a permanência do homem no campo e</p><p>evitando o êxodo rural.</p><p>O setor de mineração no Território tem uma grande participação no PIB e na geração de</p><p>emprego, contudo esse avanço é diretamente proporcional aos danos causados à</p><p>natureza, que devem ser levados em consideração.</p><p>93</p><p>As principais atividades industriais geram, aproximadamente, 3.000 empregos diretos,</p><p>proporcionando um significativo incremento nos setores de comércio e serviços,</p><p>injetando expressiva soma de recursos nas economias locais e na região.</p><p>Nos municípios de Guanambi e Brumado, onde a economia apresenta maior</p><p>diversificação e dinamismo, merecem destaque os serviços de alojamento e alimentação,</p><p>além do atendimento médico-hospitalar.</p><p>Apesar do dinamismo econômico, indicadores sociais revelam que a região detém um</p><p>baixo nível de escolaridade, altos índices de analfabetismo, acanhados rendimentos</p><p>salariais e pouco acesso à cultura e informação. Tudo isso agravado pelas mesmas</p><p>condições climáticas de outrora: as secas prolongadas. (Adaptado do Estudo Plano</p><p>Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS, 2005).</p><p>Na área de Educação Profissional Técnica e Tecnológica, são duas instituições de ensino</p><p>que oferecem educação presencial: O Centro Estadual de Educação Profissional em</p><p>Saúde e Gestão e o Campus Guanambi do Instituto Federal de Educação, Ciência e</p><p>Tecnologia Baiano – IFBaiano. Essas instituições e outras que oferecem o ensino médio</p><p>regular são responsáveis por matricular, principalmente, os egressos do Ensino</p><p>Fundamental, pois, como será considerado mais adiante, outras modalidades de</p><p>Educação Profissional também são oferecidas nessas instituições e acolhem outro</p><p>público. A tabela abaixo indica a quantidade de alunos, apenas no município de</p><p>Guanambi, que são candidatos às vagas na educação profissional oferecida pelas</p><p>instituições desse município.</p><p>Tabela 26 – Situação Educacional do Município De Guanambi.</p><p>Rede</p><p>Nº de escolas</p><p>T</p><p>O</p><p>T</p><p>A</p><p>L</p><p>Nº de alunos</p><p>T</p><p>O</p><p>T</p><p>A</p><p>L</p><p>Nº de professores</p><p>T</p><p>O</p><p>T</p><p>A</p><p>L</p><p>E</p><p>d</p><p>u</p><p>ca</p><p>çã</p><p>o</p><p>In</p><p>fa</p><p>n</p><p>ti</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>F</p><p>u</p><p>n</p><p>d</p><p>a</p><p>m</p><p>e</p><p>n</p><p>ta</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>M</p><p>é</p><p>d</p><p>io</p><p>E</p><p>d</p><p>u</p><p>ca</p><p>çã</p><p>o</p><p>In</p><p>fa</p><p>n</p><p>ti</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>F</p><p>u</p><p>n</p><p>d</p><p>a</p><p>m</p><p>e</p><p>n</p><p>ta</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>M</p><p>é</p><p>d</p><p>io</p><p>E</p><p>d</p><p>u</p><p>ca</p><p>çã</p><p>o</p><p>In</p><p>fa</p><p>n</p><p>ti</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>F</p><p>u</p><p>n</p><p>d</p><p>a</p><p>m</p><p>e</p><p>n</p><p>ta</p><p>l</p><p>E</p><p>n</p><p>si</p><p>n</p><p>o</p><p>M</p><p>é</p><p>d</p><p>io</p><p>Municipal 18 27 0 45 1357 8362 0 9719 49 271 0 320</p><p>Estadual 0 4 6 10 0 1124 3206 4330 00 76 188 264</p><p>Privada 10 9 4 23 694 2195 142 3031 43 128 45 216</p><p>Federal 0 0 01 1 0 0 310 310 0 0 35 35</p><p>Total 28 40 11 79 2051 11681 3658 17390 92 475 268 835</p><p>FONTE: www.cidades.ibge.gov.br (Dados referentes ao ano de 2012)</p><p>http://www.cidades.ibge.gov.br/</p><p>94</p><p>A tabela apresenta o número de 11.681 alunos matriculados no Ensino Fundamental em</p><p>40 escolas de três redes diferentes: estadual, municipal e privada. Não existem em nosso</p><p>município escolas de Ensino Fundamental da rede federal. São esses alunos que, ao</p><p>continuarem os estudos, optam por se matricularem no ensino Médio regular ou na</p><p>Educação Profissional oferecida pelas duas instituições, como foi dito anteriormente.</p><p>O IF Baiano, criado em dezembro de 2008, oferece a educação básica e profissional,</p><p>pluricurricular, multicampi e descentralizada, especializada na oferta de educação</p><p>profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino.</p><p>Atualmente, o Campus de Guanambi oferece vagas para os cursos: Técnico em</p><p>Agropecuária e Técnico em Agroindústria, ambos integrados ao Ensino Médio, para</p><p>atender egressos do Ensino Fundamental, o curso Técnico em Informática – PROEJA, que</p><p>faz parte do Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio para</p><p>jovens e adultos (maiores de 18 anos). Ainda oferece, na modalidade pós-médio, os</p><p>cursos Técnico em Zootecnia e Técnico em Agricultura, estes voltados para jovens e</p><p>adultos que já concluíram o ensino médio.</p><p>Nesse contexto de transformações analisadas anteriormente, o tradicional Centro</p><p>Educacional João Durval Carneiro, em 2010, dá lugar ao Centro Estadual de Educação</p><p>Profissional em Saúde e Gestão, criado para atender a demanda de ensino</p><p>profissionalizante em Guanambi e região. A referida escola atualmente oferece três</p><p>modalidades de ensino profissional: Ensino Profissional Integrado ao ensino médio</p><p>(EPI), direcionado aos jovens que concluíram o Ensino Fundamental; subsequente</p><p>(PROSUB), que oferece cursos técnicos direcionados para quem já concluiu o Ensino</p><p>Médio e volta à escola para fazer a formação profissional, e PROEJA, destinado a jovens e</p><p>adultos que não concluíram seus estudos na faixa etária adequada.</p><p>Essa instituição escolar conta com 1.293 estudantes, que estão agrupados em 50 classes,</p><p>distribuídas em quatro eixos tecnológicos: Gestão e Negócios, Segurança, Ambiente e</p><p>Saúde e Desenvolvimento Educacional e Social, em que oferece os seguintes cursos:</p><p>Administração, Análises Clínicas, Enfermagem, Gerência em Saúde, Nutrição,</p><p>Secretariado, Secretaria Escolar e Segurança do Trabalho. O atendimento, realizado nos</p><p>95</p><p>três turnos, conta com um quadro de 107 professores, dois coordenadores pedagógicos,</p><p>um diretor e três vice-diretores.</p><p>Enfim, tem-se como meta que a Educação Profissional no município de Guanambi se</p><p>consolide não apenas como formadora de profissionais habilitados para o mercado de</p><p>trabalho, mas de cidadãos que se reconhecam no trabalho como cidadãos.</p><p>2.6.2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)</p><p>A Educação de Jovens e Adultos parte do princípio de que a constituição de uma</p><p>educação básica para esse público-alvo deve ser pautada na cidadania. Essa construção</p><p>não se resolve apenas garantindo a viabilização de vagas, mas, principalmente</p><p>oferecendo um ensino de qualidade, com professores aptos a congregar em seu trabalho</p><p>as inovações nas distintas áreas de conhecimento e a incorporar as mudanças sociais e</p><p>as suas consequências na esfera escolar. Isso está posto e garantido na legislação</p><p>brasileira, conforme reza a Constituição Federal em seu artigo 205: “a educação é um</p><p>direito de todos” e “base para a construção de um país com justiça e inclusão social”; e a</p><p>LDB Nº 9394/96 reafirma em seu título III, “Do direito à educação e dever de educar”:</p><p>Art. 4º. O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado</p><p>mediante a garantia de:</p><p>I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele</p><p>não tiveram acesso na idade própria;</p><p>Apesar da obrigatoriedade do estado para com as pessoas que não tiveram acesso à</p><p>escola na idade própria, a taxa de analfabetismo da população a partir dos 15 anos em</p><p>Guanambi ainda é de 21,1%, que corresponde a 16.647 pessoas da sua população total.</p><p>O problema do analfabetismo é um desafio para todo o Brasil, que precisa urgentemente</p><p>ser sanado. Essa é uma dívida social do país para com as pessoas jovens, adultas e idosas</p><p>e deve ser paga. Em se tratando do analfabetismo funcional, esse índice é ainda maior,</p><p>tendo em vista que muitos jovens e adultos não conseguem fazer o uso da lecto escrita</p><p>no meio social onde se encontram inseridos.</p><p>96</p><p>O nível educacional da população adulta com mais de 25 anos em Guanambi, no período</p><p>de 1991 até 2010, teve um avanço significativo, conforme aponta a tabela a seguir. Como</p><p>o aumento do atendimento a essa população o índice de analfabetismo</p><p>consequentemente tem diminuído, embora ainda seja bastante elevado, por isso precisa</p><p>de mais atenção por parte do município para que possa acabar definitivamente com o</p><p>analfabetismo dentro dessa população.</p><p>Tabela 27 – Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos, 1991, 2000 e</p><p>2010.</p><p>Taxa de analfabetismo 1991 2000 2010</p><p>25 anos ou mais 40,6 28,7 19,9</p><p>Percentual de Atendimento 1991 2000 2010</p><p>% de 25 a 29 anos na escola 14,6 25,4 39,9</p><p>Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil</p><p>O desemprego, os baixos salários e as péssimas condições de vida comprometem o</p><p>processo de alfabetização nessa modalidade de ensino. A escola, infelizmente, não tem</p><p>garantido a permanência de jovens e adultos em seu espaço, apresentando-lhes um</p><p>currículo desvinculado da realidade local, uma proposta pedagógica distante do</p><p>contexto dos sujeitos, espaço físico inadequado e metodologia descontextualizada.</p><p>Com efeito, o município de Guanambi, via Secretaria Municipal de Educação, aderiu ao</p><p>TOPA desde a sua implantação até 2011, participando de quatro etapas apenas,</p><p>desvinculando-se a partir da 5ª etapa. Durante esse período, foram cadastrados 6.704</p><p>alfabetizandos, 542 alfabetizadores para suas respectivas turmas e 86 coordenadores de</p><p>turma. A tabela abaixo visualiza esses dados:</p><p>97</p><p>Tabela 28 – Número de cadastrados no Programa TOPA pela SME/2007/2012.</p><p>Ano Etapa</p><p>Alfabetizandos</p><p>cadastrados</p><p>Alfabetizadores</p><p>cadastrados</p><p>Coordenadores</p><p>Turmas</p><p>(Zona rural</p><p>e urbana)</p><p>2007/2008 1ª 943 57 04 57</p><p>2009 2ª 1.632 118 17 118</p><p>2010 3ª 3.273 264 45 264</p><p>2011 4ª 856 103 20 103</p><p>TOTAL 6.704 542 86 542</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Guanambi/BA</p><p>Conforme registros (relatórios) arquivados na Secretaria Municipal de Educação de</p><p>Guanambi, dos alfabetizandos cadastrados na primeira etapa do Programa, 268</p><p>(duzentos e sessenta e oito) avançaram para a Educação de Jovens e Adultos; 459</p><p>(quatrocentos e cinquenta e nove) permaneceram no programa para se prepararem para</p><p>a etapa seguinte, por falta de base alfabética, apesar do progresso em termos de</p><p>processo de construção da lectoescrita; 216 (duzentos e dezesseis) se evadiram por</p><p>motivos não revelados.</p><p>Em relação à segunda etapa do programa, a SME informa que 395 jovens, adultos e ou</p><p>idosos foram alfabetizados; 576 não construíram a base alfabética, encaminhados para</p><p>próxima etapa do programa; 661 evadidos, por motivos diversos. Na terceira etapa</p><p>houve evasão de 60% dos alfabetizandos, ou seja, dos 3.273 jovens, adultos e ou idosos</p><p>cadastrados nessa etapa, 1.964 evadiram-se do programa. Já a quarta etapa apresentou o</p><p>menor número de alfabetizandos cadastrados, em comparação às etapas anteriores:</p><p>uma média de 50% não concluíram essa etapa.</p><p>Embora os dados oficiais aparentemente registrem avanços no que tange à erradicação</p><p>do analfabetismo na Bahia e, consequentemente, em Guanambi, observamos que isso, na</p><p>prática, se distancia do que está posto nos discursos. Na verdade, representa um retrato</p><p>das campanhas de Alfabetização de Adultos do passado, não muito bem-sucedidas.</p><p>Alguns fatores concorreram e concorrem ainda hoje: despreparo dos alfabetizadores</p><p>(pouca ou nenhuma formação para atuar no campo da EJA); infraestrutura precária das</p><p>classes; falta de recursos didático-pedagógicos para os educandos, e, quando</p><p>disponíveis, se pautam por conteúdos infantilizados. Embora o total de concluintes seja</p><p>98</p><p>significativo nas quatro etapas, não observamos aumento de matrículas na EJA</p><p>correspondente ao número de alunos. Na verdade, esse programa caracteriza-se mais</p><p>como uma política de governo e não uma política de Estado.</p><p>Ainda que o índice de analfabetismo no município seja ainda muito alto, acima da média</p><p>baiana, observamos que as matrículas na Educação de Jovens e Adultos vêm</p><p>apresentando quedas nos últimos três anos: em 2010 havia 2.569 alunos matriculados;</p><p>em 2011, um total de 2.457 matrículas; e no ano de 2012, 2.298, conforme registra a</p><p>tabela a seguir:</p><p>Tabela 29 – Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos no município de Guanambi,</p><p>por dependência administrativa e localização (2010/2012).</p><p>Dependência</p><p>EJA8 (presencial)9</p><p>2010 2011 2012</p><p>Ensino</p><p>Funda-</p><p>mental</p><p>Ensino</p><p>Médio</p><p>Ensino</p><p>Funda-</p><p>mental</p><p>Ensino</p><p>Médio</p><p>Ensino</p><p>Funda-</p><p>mental</p><p>Ensino</p><p>Médio</p><p>Estadual 699 872 470 1073 395 992</p><p>Federal 0 116 0 70 0 55</p><p>Municipal 882 0 861 0 856 0</p><p>Privada 0 0 0 0 0 0</p><p>Total 1581 988 1331 1126 1251 1047</p><p>Fonte: INEP/MEC – Censo Escolar 2010 - 201210</p><p>Com as novas atribuições dos entes federados, a rede estadual vem diminuindo o</p><p>número de matrículas na modalidade EJA/ Ensino Fundamental II, uma vez que essa</p><p>responsabilidade passa a ser da rede municipal. Se analisarmos a evolução das</p><p>matrículas de um ano a outro, observaremos que houve um declínio no número de</p><p>matriculas na Educação de Jovens e Adultos devido à desativação de algumas turmas de</p><p>EJA em escolas municipais, pela violência na localidade onde a escola estava inserida, e a</p><p>outros fatores, como a falta de oferta dessa modalidade de ensino nos bairros; a</p><p>presença do TOPA (Todos Pela Alfabetização) e a falta adequação da EJA à realidade de</p><p>seus educandos/sujeitos. É possível perceber que muitas pessoas ainda se encontram</p><p>8 Inclui os alunos da Educação de Jovens e Adultos Integrada à Educação Profissional.</p><p>9 Não estão incluídos alunos da Educação de Jovens e Adultos Semipresencial.</p><p>10 Disponível em <http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matrícula>.</p><p>Acesso em 14/09/2013.</p><p>99</p><p>fora da escola, com preponderância no meio rural, porque na zona rural não há oferta de</p><p>EJA; no município de Guanambi a educação do campo veio para a cidade.</p><p>Os resultados apresentados permitem afirmar que é grande a demanda de adultos fora</p><p>da escola, necessitando de políticas públicas que priorizem o atendimento e condições</p><p>de permanência do sujeito na escola, como: formação continuada para os profissionais</p><p>de educação que atuam na EJA, diminuição da carga horária semanal para os educandos</p><p>da EJA, aplicação de metodologias diferenciadas a essa modalidade, livros e materiais</p><p>didáticos acessíveis a esse público-alvo. Ressalte-se que o difícil acesso à escola</p><p>(distância da casa à escola, violência, trabalho diário com carga horária elevada e</p><p>outros) é fator preponderante para a evasão e abandono das pessoas jovens, adultas e</p><p>idosas da escola.</p><p>Nesse contexto, não podem ser ignoradas as causas provocadoras do fracasso escolar</p><p>tendo como fator agravante os desníveis sociais, ao que se acrescem outras formas de</p><p>exclusão econômica e política, como pondera Libâneo (1994): “na sociedade brasileira</p><p>atual, a estrutura social se apresenta dividida em classes e grupos sociais com interesses</p><p>distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organização econômica e política</p><p>quanto na prática educativa.” Daí a necessidade de oferecer aos adolescentes, jovens,</p><p>adultos e idosos oportunidades educacionais que vão da alfabetização à preparação e</p><p>especialização para o trabalho, já que esta constitui uma das principais vias para o</p><p>processo de democratização da sociedade.</p><p>Nesse sentido, o município atende pouco as expectativas do educando/trabalhador</p><p>jovem e adulto que procura a escola, inicialmente, motivado em conseguir um emprego,</p><p>aprender a ler e escrever convencionalmente, às vezes levado pelo desejo de elevação da</p><p>autoestima, da independência e da melhoria de sua vida pessoal, ou seja, ele busca na</p><p>escola a fixação de sua identidade como ser humano e ser social.</p><p>Daí a necessidade da parceria entre os entes federados para que haja uma oferta digna a</p><p>essa população jovem, adulta e idosa, garantindo-lhe acesso à escola e permanência nela.</p><p>100</p><p>A EJA, no segmento fundamental, está assegurada na Rede Pública Municipal de</p><p>Guanambi, desde 2004, por meio do Projeto Organização das Classes de Aceleração de</p><p>Educação de Jovens e Adultos, nº14/2004, de 15 de dezembro de 2004. Nesse projeto,</p><p>esse campo de ensino é denominado Aceleração I11 e Aceleração II12, correspondendo</p><p>respectivamente aos primeiro e segundo segmentos do Ensino Fundamental. Até então,</p><p>o município atendia às pessoas jovens, adultas e ou idosas cadastradas no sistema</p><p>regular de ensino, e no censo escolar como alunos do Ensino Fundamental regular.</p><p>A propósito, a tabela a seguir registra o alto índice de interrupção dos estudos por parte</p><p>dos estudantes da EJA, vinculados à Rede Municipal de Ensino de Guanambi/BA, apesar</p><p>de a inserção do jovem e do adulto ter aumentado a cada ano. Desse modo, garante-se o</p><p>ingresso do aluno na EJA, mas não se garante a permanência dele nesse espaço.</p><p>Tabela 30 – A EJA (Ensino Fundamental) em Guanambi – BA.</p><p>A</p><p>n</p><p>o</p><p>N</p><p>º</p><p>d</p><p>e</p><p>e</p><p>sc</p><p>o</p><p>la</p><p>s</p><p>N</p><p>º</p><p>d</p><p>e</p><p>p</p><p>ro</p><p>fe</p><p>ss</p><p>o</p><p>re</p><p>s</p><p>N</p><p>º</p><p>d</p><p>e</p><p>a</p><p>lu</p><p>n</p><p>o</p><p>s</p><p>m</p><p>a</p><p>tr</p><p>ic</p><p>u</p><p>la</p><p>d</p><p>o</p><p>s</p><p>n</p><p>a</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>N</p><p>º</p><p>d</p><p>e</p><p>a</p><p>lu</p><p>n</p><p>o</p><p>s</p><p>m</p><p>a</p><p>tr</p><p>ic</p><p>u</p><p>la</p><p>d</p><p>o</p><p>s</p><p>n</p><p>a</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>I</p><p>Nº de alunos</p><p>aprovados</p><p>Nº de alunos</p><p>reprovados</p><p>Nº de alunos</p><p>evadidos</p><p>T</p><p>O</p><p>T</p><p>A</p><p>L</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>I</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>I</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>E</p><p>JA</p><p>I</p><p>I</p><p>2010 10 40 402 529 139 236 102 60 152 234 931</p><p>2011 10 65 326 568 114 249 100 85 118 228 894</p><p>2012 08 75 243 643 85 249 62 73 96 321 886</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Guanambi – BA</p><p>Analisando essa tabela, verificamos, por um lado, decréscimo na inserção dos sujeitos da</p><p>EJA na Aceleração I (1º Segmento do Ensino Fundamental) e, por outro lado, aumento do</p><p>índice de matrículas na Aceleração II (2º Segmento do Ensino Fundamental). É notório</p><p>também que, no ano de 2012, o número de escolas que atendiam à modalidade EJA</p><p>diminuiu de 10 para 8, enquanto o número de alunos e professores aumentou. Essa</p><p>realidade se deve ao fechamento de algumas escolas, aquelas menores, e</p><p>encaminhamento dos alunos para as escolas maiores. Segundo a Secretaria, seria uma</p><p>11Corresponde ao Estágio 1 (1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental) e Estágio 2 (3ª e 4ª séries do Ensino</p><p>Fundamental).</p><p>12Corresponde ao Estágio 1 (5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental) e Estágio 2 (7ª e 8ª séries do Ensino</p><p>Fundamental). Vale ressaltar que, embora a rede municipal de ensino tenha organizado o Ensino</p><p>Fundamental com base na Lei 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que regula o Ensino Fundamental de oito</p><p>para nove anos, na modalidade EJA, usa-se a nomenclatura série para justificar cada estágio.</p><p>101</p><p>forma de redução de gastos. Isso demonstra que a Educação de Jovens e Adultos ainda é</p><p>considerada, principalmente, como um gasto para os cofres públicos ao invés de um</p><p>investimento, quando sabemos que o atendimento a essa modalidade de ensino pelo</p><p>Poder Público está garantido, como consta no Artigo 37º da Lei de Diretrizes e Bases nº</p><p>9394/9613.</p><p>Em se tratando da reprovação, segundo os dados, a predominância foi na EJA I, enquanto</p><p>a evasão chegou a 40% em 2010, 39% em 2011 e 2012. Além disso, o número de alunos</p><p>aprovados não chegou a 50% dos matriculados. De modo geral, o índice de evasão é</p><p>alarmante, comparando-se ao número de alunos aprovados; quando não se aproxima,</p><p>chega a ultrapassar o quantitativo de aprovados, como ocorreu na Aceleração I, no ano</p><p>de 2010, e na Aceleração II, em 2012.</p><p>Além dos inúmeros desafios enfrentados na EJA, encontra-se um grande número de</p><p>pessoas com necessidades educacionais especiais. As dificuldades visuais são as mais</p><p>acentuadas nos alunos desse campo educacional. Essas dificuldades interferem</p><p>diretamente na aprendizagem dos educandos, contribuindo, assim, para o aumento da</p><p>evasão e repetência nessa modalidade de ensino.</p><p>É importante destacar, ainda, que existem trabalhos filantrópicos/sociais em prol da</p><p>Educação de Jovens e Adultos no município, como o Movimento de Educação de Base de</p><p>Iniciativa Católica (MEBIC), que desenvolve desde 1996 um projeto de alfabetização e</p><p>formação nos anos iniciais em três bairros, atendendo cerca de 180 a 200 pessoas por</p><p>ano. Atualmente, esse projeto está vinculado ao programa Todos Pela Alfabetização.</p><p>Com já dito anteriormente, no meio rural não existem turmas da EJA, os alunos são</p><p>atendidos em escolas urbanas, ocorrendo, assim, uma evasão maior, principalmente ao</p><p>concluírem os anos iniciais do ensino fundamental, já que alcançaram seu principal</p><p>objetivo na escola (ler e escrever convencionalmente).</p><p>13Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade</p><p>de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.</p><p>§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar</p><p>os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do</p><p>alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.</p><p>§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola,</p><p>mediante ações integradas e complementares entre si.</p><p>102</p><p>Os dados referentes aos anos de escolaridade dos adultos revelam uma pequena</p><p>permanência deles na escola. Isso nos faz acreditar que a tarefa de ampliar a</p><p>escolaridade dessa parcela da nossa população não se constitui das mais fáceis, exigindo</p><p>um aporte de recursos muito grande para a educação pública do nosso município.</p><p>A propósito, a tabela a seguir, apresenta o nível educacional</p><p>da população jovem e adulta</p><p>no município de Guanambi entre os anos de 1991 e 2010.</p><p>Tabela 31 – Nível Educacional da População jovem e adulta, 1991, 2000 e 2010.</p><p>Ano</p><p>Faixa etária</p><p>Percentual da</p><p>população de</p><p>15 a 17 anos</p><p>com</p><p>fundamental</p><p>completo</p><p>Percentual da</p><p>população de</p><p>18 a 20 anos</p><p>com o ensino</p><p>médio</p><p>completo</p><p>Subíndice de</p><p>frequência</p><p>escolar da</p><p>população</p><p>jovem - IDHM</p><p>Educação</p><p>Percentual da</p><p>população de</p><p>18 anos ou</p><p>mais com</p><p>fundamental</p><p>completo</p><p>Subíndice de</p><p>escolaridade</p><p>fundamental</p><p>da população</p><p>adulta - IDHM</p><p>Educação</p><p>1991 11,1 7,50 0,211 18,45 0,185</p><p>2000 32,4 19,53 0,464 30,37 0,304</p><p>2010 48,12 35,24 0,662 45,49 0,455</p><p>Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil</p><p>Ao analisar a tabela acima, observa-se que o percentual da população jovem e adulta no</p><p>município com ensinos fundamental e médio completos tem crescido a cada dez anos,</p><p>porém não chega a 50% dessa população. Percebemos, portanto, que ainda é lento o</p><p>processo de conclusão da educação básica desses sujeitos.</p><p>Diante da atual situação apresentada pela Educação de Jovens e Adultos no município de</p><p>Guanambi, percebe-se que essa modalidade de ensino não deve ser uma reposição da</p><p>escolaridade perdida, como normalmente se configuram os cursos acelerados. Deve, sim,</p><p>construir uma identidade própria, sem concessões à qualidade de ensino, respeitando a</p><p>diversidade e as especificidades das pessoas que compõem esse público-alvo.</p><p>103</p><p>2.6.3 EDUCAÇÃO DO CAMPO</p><p>Atualmente, em Guanambi, não temos mais Escolas na Zona Rural. Desde fevereiro de</p><p>2005 que os alunos das escolas da zona rural foram transferidos para as escolas da sede</p><p>do município e dos Distritos de Mutãs, Ceraíma e de Morrinhos. Passamos por um</p><p>processo brusco de nucleação extracampo que, na verdade, se tornou um processo de</p><p>urbanização total da educação deste município, recaindo na velha política de tratar o</p><p>urbano como parâmetro e o rural como simples adaptação, o que fere o já instituído</p><p>horizonte da educação escolar inclusiva.</p><p>A realidade que tange à educação no campo, em Guanambi, é da adoção da política do</p><p>transporte escolar de todos os alunos do campo para escolas da sede e/ou distritos,</p><p>como demonstra a tabela a seguir do Educacenso 2012 (disponibilizada pela Secretaria</p><p>Municipal de Educação de Guanambi). Pelo que evidenciam os dados, em 2012, eram</p><p>291 crianças da Educação Infantil transportadas, 2.446 do Ensino Fundamental e 183 da</p><p>Educação de Jovens e Adultos – EJA. Ao total, são 2.920 pessoas do campo que, para</p><p>terem acesso ao direito à educação, precisam usar o transporte escolar. Este, conforme</p><p>observações, encontra-se em condições inadequadas para o transporte de crianças,</p><p>jovens e adultos.</p><p>Tabela 32 – Demonstrativo dos alunos da Zona Rural que usaram o transporte escolar em 2012.</p><p>Cód. da</p><p>Escola</p><p>Escola/</p><p>Creche Municipal</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR SEGMENTOS E TURNOS</p><p>Educação</p><p>Infantil</p><p>Ensino</p><p>Fundamental</p><p>EJA</p><p>TOTAL</p><p>Creche</p><p>Pré-</p><p>escola</p><p>1º ao 5º</p><p>Anos</p><p>6º e 7º</p><p>Anos</p><p>6ª a 8ª</p><p>Série</p><p>1ª e 2ª</p><p>Etapas</p><p>3ª e 4ª</p><p>Etapas</p><p>29244897 Anísio Cotrim Fernandes 65 144 124 333</p><p>29244854 Prof.ª Maria Milza Rocha</p><p>Martins</p><p>155 155</p><p>29245303 Pedro Barros Prates 69 133 179 8 49 438</p><p>29244668 Joaquim Dias Guimarães 17 48 65</p><p>29244862 João Paulo II 6 6</p><p>29244870 Senador Nilo Coelho 5 17 22</p><p>29244676 Prof.ª Ivone Fernandes</p><p>Ribeiro dos Santos</p><p>1 1</p><p>29244706 Prof.ª Janete Alves da</p><p>Rocha</p><p>10 48 58</p><p>104</p><p>Cód. da</p><p>Escola</p><p>Escola/</p><p>Creche Municipal</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR SEGMENTOS E TURNOS</p><p>Educação</p><p>Infantil</p><p>Ensino</p><p>Fundamental</p><p>EJA</p><p>TOTAL</p><p>Creche</p><p>Pré-</p><p>escola</p><p>1º ao 5º</p><p>Anos</p><p>6º e 7º</p><p>Anos</p><p>6ª a 8ª</p><p>Série</p><p>1ª e 2ª</p><p>Etapas</p><p>3ª e 4ª</p><p>Etapas</p><p>29361826 Prof.ª Adelice Mágda</p><p>Rodrigues Pereira de</p><p>Oliveira</p><p>7 19 26</p><p>29244846 Emília Mila de Castro 10 45 12 67</p><p>29244714 Vereador João Farias</p><p>Cotrim</p><p>5 5</p><p>29244722 Dr. Beneval de Castro Boa</p><p>Sorte</p><p>19 71 90</p><p>29243955 Prof.ª Enedina Costa de</p><p>Macedo</p><p>13 20 44 1 17 95</p><p>29243971 Prof.ª Josefina Teixeira de</p><p>Azevedo</p><p>34 32 28 4 33 131</p><p>29394368 Solange Coelho 0</p><p>29394392 Maria Amélia Alves</p><p>Teixeira</p><p>0</p><p>29394392 Maria Amélia Alves</p><p>Teixeira – Extensão</p><p>0</p><p>29394350 Lucília Donato 0</p><p>29244650 Dr. Laert Ribeiro 1 1</p><p>29244757 Nelsa Luzia Teixeira 8 8</p><p>29244838 Maria Regina Freitas 1 1</p><p>29245028 Colônia Agrícola de</p><p>Ceraíma</p><p>28 113 33 36 21 231</p><p>29245290 Adalgísia Ferreira Costa 77 48 125</p><p>29410541 José Neves Teixeira 10 66 38 114</p><p>29436630 Prof.ª Wanda Neves</p><p>Freitas</p><p>0</p><p>29437806 Rômulo Almeida 57 262 122 117 558</p><p>29437903 Prof.ª Alzira Carolina da</p><p>Silva Normanha</p><p>59 79 138</p><p>29437857 Vereador Sebastião</p><p>Moreira Malheiros</p><p>241 241</p><p>29244820 Getúlio Vargas 4 1 5</p><p>29244790 Eudite Donato</p><p>Vasconcelos</p><p>0</p><p>29244781 Ercínia Montenegro</p><p>Cerqueira</p><p>1 5 6</p><p>29244773 Dr. José Bastos 0</p><p>SUBTOTAL 0 291 1.356 496 594 25 158</p><p>2.920</p><p>TOTAL 291 2.446 183</p><p>Fonte: Educacenso 2012</p><p>105</p><p>Há alunos que chegam a andar quatro quilômetros até o ponto de ônibus, que saem de</p><p>casa de madrugada e sem se alimentarem. Além de não adequado, o transporte faz um</p><p>trajeto muito longo e demorado, os alunos ficam até 3 horas diárias dentro de veículos</p><p>desconfortáveis e sem um adulto para acompanhá-los, a não ser o motorista, que é o</p><p>único responsável por eles durante o trajeto casa-escola, escola-casa. Esse deslocamento</p><p>faz com que crianças de 4 a 15 anos passem quase oito horas diárias fora de casa. Torna-</p><p>se quase impossível para os menores de 6 anos frequentarem a escola, pois eles não têm</p><p>segurança, nem quem cuide deles durante esse período, sem contar que a oferta da</p><p>Educação Infantil não atende a toda a demanda no Município de Guanambi. Boa parte</p><p>dos alunos menores de 6 anos moradores da zona rural está fora da escola, ou seja,</p><p>totalmente excluídos da Educação Infantil. As creches do município não comportam</p><p>todos os alunos da Educação Infantil até os 3 anos e essas creches só existem na sede. Os</p><p>distritos só oferecem Educação Infantil a partir de quatro anos de idade. É um quadro</p><p>lamentável para uma educação de responsabilidade exclusiva do Município e que fere o</p><p>estabelecido nas políticas de educação do campo que afirmam: “A Educação Infantil e os</p><p>anos iniciais do Ensino Fundamental serão sempre oferecidos nas próprias</p><p>comunidades rurais, evitando-se os processos de nucleação de escolas e de</p><p>deslocamento das crianças” (Art. 3º da Resolução Nº 2, de 28 de abril de 2008).</p><p>Com a Educação de Jovens e Adultos, a medida municipal de acabar com as escolas no</p><p>campo foi ainda mais cruel, pois esses alunos foram os maiores prejudicados. Jovens e</p><p>adultos trabalhadores não puderam mais ir à escola, pois os horários dos transportes</p><p>não são condizentes com os da chegada do trabalho e, mesmo se fossem, os alunos</p><p>passariam muito tempo no trajeto de volta, tendo que acordar muito cedo no dia</p><p>seguinte para trabalhar. Entende-se, portanto, que essa situação fere o artigo 3° da</p><p>LDBEN nº 9394/1996 nos seus princípios, inciso I, que diz respeito à igualdade de</p><p>condições para acesso e permanência na escola, e as condições para estudar deveriam</p><p>ser da primeira ordem, principalmente se considerarmos que é justamente no campo</p><p>que se encontram os maiores índices de analfabetismo de pessoas jovens a adultas</p><p>maiores de 15 anos (PNAD, 2006).</p><p>A zona rural de Guanambi necessita de escolas nucleadas no próprio campo, como</p><p>orientam as Diretrizes complementares, normas e princípios para o desenvolvimento de</p><p>106</p><p>políticas públicas de atendimento da Educação Básica do campo (Resolução CNE/CEB</p><p>nº. 2, de 28 de Abril de 2008). Essa nucleação intracampo deve atender às regiões de</p><p>maior concentração populacional, como as fazendas Suruá, Barreiro dos Martins, Curral</p><p>de</p><p>Varas, entre outras (que serão diagnosticadas a partir de uma efetiva pesquisa de</p><p>demanda), para encurtar distâncias e não despir os alunos de seus saberes regionais,</p><p>nem desprover as comunidades do direito à educação de qualidade que atenda à</p><p>demanda do campo no próprio campo, direito este legalmente garantido.</p><p>Como diz Arroyo:</p><p>Quando situamos a escola no horizonte dos direitos, temos de lembrar</p><p>que os direitos representam sujeitos – sujeitos de direitos, não direitos</p><p>abstratos -, que a escola, a educação básica tem de se propor tratar o</p><p>homem, a mulher, a criança, o jovem do campo como sujeitos de</p><p>direitos. Como sujeitos de histórias, de lutas, como sujeitos de</p><p>intervenção, como alguém que constrói, que está participando de um</p><p>projeto social. Por isso a escola tem de levar em conta a história de cada</p><p>educando e das lutas do campo (ARROYO, 2004, p. 74).</p><p>Como tratar os sujeitos do campo como sujeitos de direitos? Como conhecer os saberes</p><p>de pessoas que foram retiradas dos seus ambientes para estudar currículos que não</p><p>dizem respeito à sua vida, nos mais simples requisitos, que são origem e moradia?</p><p>As demandas de educação no campo são culturalmente mais complexas do que as da</p><p>cidade, o que se choca com a ideologia educacional que considera simples o mundo</p><p>rural, portanto faz-se necessário que a educação do e no campo se paute no diálogo com</p><p>a diversidade cultural, as peculiaridades sociais, as organizações democráticas e não só</p><p>no trabalho (atividade que estereotipa os que vivem no campo como somente</p><p>trabalhadores).</p><p>Embora a educação seja um direito universal, garantido constitucionalmente, a</p><p>população rural vem sendo excluída desse direito, que se caracteriza por ser um direito</p><p>subjetivo das crianças, jovens e adultos.</p><p>Promover e garantir o processo de aprendizagem nas áreas rurais é algo necessário e</p><p>urgente, para que as comunidades voltem a ter educação de qualidade, próxima a suas</p><p>casas. Educação que retrate o modo de vida dessas comunidades e com ele seja</p><p>107</p><p>condizente, respeitando-se suas culturas e toda diversidade e peculiaridades do campo,</p><p>que viabilize o repensar do cotidiano e a projeção de novas ações que estão diretamente</p><p>ligadas ao estudo do seu ambiente, da prática reflexiva e da construção do</p><p>conhecimento.</p><p>2.6.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL</p><p>A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece a</p><p>diversidade como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Ao longo</p><p>dos séculos XIX e XX, criou-se um sistema paralelo de atendimento terapêutico-</p><p>pedagógico para as pessoas com deficiência, construindo escolas especiais através das</p><p>Associações de Pais e Amigos e, nas Redes públicas, as classes especiais.</p><p>No entanto, a escolarização dessas crianças em grupos de pessoas “especiais” com</p><p>condição individual similar acaba por provocar um processo de limitação psicossocial,</p><p>na medida em que as trocas interpsicológicas se restringiam às feitas no grupo de</p><p>“iguais”. Nesse sentido, faz-se necessária uma revisão conceitual da representação</p><p>construída, ao longo de muitos anos, da pessoa com deficiência.</p><p>A partir desse enfoque, a Educação Inclusiva começa a ser discutida e fazer parte de</p><p>muitos documentos mundiais. A Declaração de Salamanca (1994) foi o sinalizador de</p><p>uma nova época na educação de pessoas com deficiência, em vários países do mundo,</p><p>que fortaleceu a luta, culminando com a Convenção de Guatemala (1999). No Brasil, os</p><p>dispositivos legais que abarcaram a política pela construção de uma sociedade</p><p>igualitária foram: a Constituição Federal (1988); o Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>(1990); a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996); a Política Nacional</p><p>para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – decreto 3.298 (1999); Plano</p><p>Nacional de Educação (2001); Convenção Interamericana para Eliminação de todas as</p><p>formas de discriminação contra a pessoa com deficiência (2001); Diretrizes Nacionais</p><p>para a Educação Especial na Educação Básica (2001); Política Nacional de Educação</p><p>Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), que acompanha os avanços do</p><p>108</p><p>conhecimento e das lutas sociais, visando a construir políticas públicas promotoras de</p><p>uma educação de qualidade para todos os alunos.</p><p>Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), reafirmado pela</p><p>agenda social, tendo como eixos a formação de professores para a educação especial, a</p><p>implantação de salas de recursos, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares,</p><p>acesso das pessoas com deficiência à educação e permanência nela e o monitoramento</p><p>do acesso à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC).</p><p>Nesse sentido, os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às</p><p>escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades</p><p>educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de</p><p>qualidade para todos (Art. 5º da Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001).</p><p>Segundo as Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da</p><p>Educação Inclusiva, a Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa por</p><p>todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o Atendimento Educacional Especializado,</p><p>disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de</p><p>ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.</p><p>O Atendimento Educacional Especializado tem como função identificar, elaborar e</p><p>organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a</p><p>plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As</p><p>atividades desenvolvidas no AEE diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula</p><p>regular, não sendo substitutiva da escolarização. Esse atendimento complementa e/ou</p><p>suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e</p><p>fora dela.</p><p>Em Guanambi, o processo da educação especial surgiu com as ONGs - Associação de Pais</p><p>e Amigos dos Excepcionais- APAE e Associação de Pais e Amigos dos Deficientes</p><p>Auditivos (APADA), que seguiram a linha da integração, onde os alunos recebem</p><p>atendimento educacional e terapêutico. Quanto à classe especial, a Secretaria Estadual</p><p>de Educação mantém, no Colégio Idalice Nunes, uma classe de alfabetização em Língua</p><p>109</p><p>Brasileira de Sinais (LIBRAS) para alunos surdos que, posteriormente à aprendizagem</p><p>da LIBRAS, são inclusos em sala de aula regular com acompanhamento em turno oposto.</p><p>Na sala de apoio os profissionais promovem cursos para familiares, professores e</p><p>comunidade.</p><p>A Secretaria Municipal de Educação, em cumprimento à Legislação em vigor, e por ter</p><p>recebido um grande número de alunos com deficiência nas salas de aula regular,</p><p>implantou, no ano de 2007, o Centro de Referência da Educação Inclusiva Operacional</p><p>(CREIO), com o intuito de dar o apoio necessário às escolas, orientar as famílias,</p><p>professores e prestar Atendimento Educacional Especializado aos alunos com</p><p>necessidades educativas especiais. Esses alunos são encaminhados pelas escolas e</p><p>atendidos no CREIO, em turno oposto, por psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta,</p><p>psicomotricista, psicopedagogos, pedagogos especialistas em BRAILLE, LIBRAS, Baixa</p><p>Visão, Artes, Recreação, Estimulação Essencial, de acordo com a necessidade de cada um.</p><p>Conforme dados estatísticos cadastrados no censo escolar de 2012, foram atendidos 268</p><p>alunos com deficiência e dificuldades de aprendizagem desde a Educação Infantil ao</p><p>segundo segmento do Ensino Fundamental, conforme mostra o gráfico a seguir:</p><p>Tabela 33 – Matrículas da Educação Especial no Município de Guanambi em 2012.</p><p>Especialidade</p><p>Educação</p><p>Infantil</p><p>Séries</p><p>iniciais</p><p>do E. F.</p><p>Séries</p><p>Finais</p><p>do E. F.</p><p>Ensino</p><p>Médio</p><p>Total</p><p>Deficiência visual 01 27 09 _ _</p><p>Deficiência mental 06 109 09 _ _</p><p>Deficiência</p><p>física 01 16 05 _ _</p><p>Deficiência auditiva 02 09 04 _ _</p><p>Deficiências múltiplas 02 16 02 _ _</p><p>Altas</p><p>habilidades/superdotação</p><p>_ _ _ _ _</p><p>Total 16 217 35 _ _</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2013.</p><p>Atualmente, o município realiza atendimentos de alunos com dificuldade de</p><p>aprendizagem (dislexia, discalculia, disortografia, distúrbios não verbais de</p><p>aprendizagem, distúrbios de fala e de comportamento). Vale destacar ainda que, para o</p><p>110</p><p>atendimento às necessidades dos alunos com surdez, nas classes regulares de ensino,</p><p>foram contratados profissionais intérpretes de LIBRAS, e para o suporte pedagógico aos</p><p>alunos cegos foi designado um professor para adequação dos materiais e recursos</p><p>didáticos.</p><p>Tendo em vista os dados acima, fica evidente que as ações realizadas no Município</p><p>representam, ainda, os primeiros passos para a inclusão. No Município de Guanambi,</p><p>muitas pessoas com deficiência ainda estão fora da escola, as famílias desconhecem a</p><p>necessidade de uma intervenção precoce, os alunos inclusos estão sem os recursos</p><p>materiais necessários, as escolas não possuem acessibilidade para de fato receberem o</p><p>educando com deficiência. A inclusão demanda uma mudança de postura, de atitude, de</p><p>filosofia e vontade política para que a educação não seja somente para alguns e sim para</p><p>todos, conforme prega a Constituição Federal do Brasil.</p><p>111</p><p>2.7 TRANSVERSALIDADE</p><p>O ambiente escolar é o espaço de construção da identidade, de valores, de afetos,</p><p>desafios e perspectivas, onde o ser humano, sem deixar de ser o que é, se molda de</p><p>acordo com a sociedade.</p><p>Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) - Temas Transversais (1998), a</p><p>transversalidade se refere à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma</p><p>relação entre teoria, questões da vida real e sua transformação em conhecimento. Nesse</p><p>sentido, a transversalidade “abre espaço para a inclusão de saberes extraescolares,</p><p>possibilitando a referência a sistema de significados construídos na realidade dos</p><p>alunos”.</p><p>Por essa via, o processo educativo deve pautar, na grade curricular, questões</p><p>socioambientais e culturais, tais como a Educação étnico-racial e educação ambiental.</p><p>2.7.1 EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL</p><p>A Lei nº. 10.639/03 torna obrigatório, nas instituições de Ensino Fundamental e Médio,</p><p>oficiais e particulares, o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileiras, contemplando</p><p>o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, valorizando a participação do</p><p>negro e do índio nas áreas socioeconômicas e políticas pertinentes à História do Brasil.</p><p>Essa Lei, concomitantemente com a lei 11.645/08, altera os artigos 26 e 79 da Lei nº.</p><p>9.394/96, a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que rege a educação</p><p>brasileira, passando a vigorar acrescida dos seguintes artigos:</p><p>Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais</p><p>e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura</p><p>Afro-Brasileira e indígena.</p><p>§ 2º - Os Conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira e dos</p><p>povos indígenas serão ministrados no âmbito de todo o currículo</p><p>escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e</p><p>História Brasileira.</p><p>Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como “Dia</p><p>Nacional da Consciência Negra”.</p><p>112</p><p>É notório que incluir a temática étnico-racial na educação do país eleva a qualidade do</p><p>ensino público brasileiro, uma vez que a referida lei, fruto da luta do Movimento Negro</p><p>ao longo do século XX, busca políticas de reparação voltadas para a educação dos negros</p><p>e indígenas, visando a ressarcir os descendentes destes dos danos biopsicossociais</p><p>causados pela escravidão.</p><p>Percebe-se que, no município de Guanambi, não há discussão de política de valorização</p><p>dos profissionais da educação e gestores conforme as Leis nº 10.639/03, 11.645/08 e</p><p>suas diretrizes curriculares, visto que os profissionais recebem formação inicial quando</p><p>fazem o curso de licenciatura, e as instituições superiores cumprem a Resolução 1/2004,</p><p>quando criam cursos de Pós-Graduação e disciplinas nos cursos de formação de</p><p>professores. Segundo a Resolução:</p><p>As Instituições de Ensino Superior incluirão nos conteúdos de</p><p>disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram a</p><p>Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de</p><p>questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos</p><p>termos explicitados no Parecer CNE/CP 3/2004 (Art. 1º § 1, Resolução</p><p>1/2004).</p><p>No que diz respeito à Secretária Municipal de Educação, não investiu na criação de</p><p>órgãos de Educação para a Diversidade que visassem a uma qualidade e continuidade de</p><p>formação de professores, embora nas Jornadas Pedagógicas após a lei, fossem oferecidos</p><p>cursos de aperfeiçoamento sobre a temática afro-cultural, e nos Planejamentos</p><p>Pedagógicos no Centro de Treinamento Pedagógico (CETEP) fossem feitas as discussões.</p><p>No entanto, há professores que investem na formação complementar em suas áreas de</p><p>atuação, visando ao seu crescimento profissional, para melhorar sua prática pedagógica</p><p>no processo da luta contra o preconceito e a discriminação étnico-racial nas escolas.</p><p>A partir da aprovação da Lei 10.639/03, que tornava obrigatório o ensino de História e</p><p>Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio,</p><p>substituída, em 2008, pela Lei 11.645/08, que inclui também o ensino de História e</p><p>Cultura Indígena, a rede municipal de ensino alterou as matrizes curriculares do Ensino</p><p>Fundamental. Para o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos</p><p>povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira, o negro e o índio na</p><p>formação da sociedade nacional devem estar contemplados nos conteúdos no âmbito de</p><p>113</p><p>todo o currículo escolar de acordo com as referidas leis, resgatando as suas</p><p>contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.</p><p>Nesse sentido, a rede pública municipal preocupou-se em cumprir a legislação,</p><p>desenvolvendo, nos planejamentos pedagógicos, discussão e estudos acerca da</p><p>problematização étnico-racial no que diz respeito à prática pedagógica, a fim de</p><p>valorizar os diversos aspectos dessa cultura, a partir da releitura da história do mundo</p><p>africano e indígena no Brasil, suas culturas e os reflexos sobre a vida dos afro-brasileiros</p><p>em geral.</p><p>Nesse contexto, nota-se, em âmbito da legislação nacional, que o papel do coordenador</p><p>pedagógico e/ou articulador de áreas nas escolas e no CETEP é de suma importância</p><p>para o desenvolvimento das competências e habilidades para o ensino da educação</p><p>étnico-racial, assim como para a transversalidade. De acordo com a Resolução 1/2004,</p><p>As coordenações pedagógicas promoverão o aprofundamento de</p><p>estudos, para que os professores concebam e desenvolvam unidades de</p><p>estudos, projetos e programas, abrangendo os diferentes componentes</p><p>curriculares. (Art. 3 § 2, Resolução 1/2004).</p><p>Observa-se que os professores municipais trabalham seguindo as diretrizes da</p><p>Resolução 1/2004, desenvolvendo a temática de forma interdisciplinar através de</p><p>debates, pesquisas, oficinas sobre as causas e consequências do preconceito contra os</p><p>negros e índios, bem como instigam os alunos a buscar respostas no processo histórico</p><p>brasileiro e conhecer os motivos pelos quais os negros e índios ainda lutam pela</p><p>igualdade de direitos e oportunidades.</p><p>A educação étnico-racial foi incluída nos currículos das escolas particulares,</p><p>adequando-os à nova lei em forma de projetos, e a metodologia de trabalho está</p><p>centrada na transmissão de conteúdos, deixando a desejar a conscientização quanto à</p><p>transversalidade. Todavia,</p><p>Os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos</p><p>educativos orientados por valores, visões de mundo, conhecimentos</p><p>afro-brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma</p><p>natureza junto aos</p><p>povos indígenas, com o objetivo de ampliação e fortalecimento de bases</p><p>teóricas para a educação brasileira. (Art. 3 § 4, Resolução 1/2004).</p><p>114</p><p>No que se refere ao Ensino Médio, responsabilidade do Estado, a educação étnico-racial</p><p>é ministrada através de disciplina específica no currículo escolar, contrariando o Art. 2</p><p>da Lei 11.645/08, que destaca a sua obrigatoriedade em todo o currículo escolar, em</p><p>particular nas disciplinas existentes, das áreas de Ciências Humanas e Linguagens.</p><p>Constata-se que, quando uma disciplina é responsável pelo conteúdo, as outras perdem</p><p>a responsabilidade em trabalhar o mesmo conteúdo.</p><p>Em memória e perspectiva aos dez anos da lei 10.639/03, às ações afirmativas e aos</p><p>mecanismos de ensino,</p><p>As ações do Movimento Negro e a obrigatoriedade do ensino de História</p><p>da África não garantem a efetiva modificação de práticas de caráter</p><p>discriminatório, em relação aos afro-brasileiros, pois tais práticas</p><p>racistas estão arraigadas e se perpetuam em nossa sociedade, e, por</p><p>consequência, nos cotidianos escolares. Portanto, é preciso muito mais,</p><p>é preciso uma mudança de compreensão acerca da construção da</p><p>formação do povo brasileiro. (JESUS, 2013. p. 66)</p><p>Nessa perspectiva, percebe-se que os negros não são considerados como sujeitos</p><p>históricos, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a</p><p>cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas são valorizados</p><p>com pouca profundidade, através da data comemorativa: Dia Nacional da Consciência</p><p>Negra (20 de novembro), uma vez que é um marco da luta contra o preconceito racial no</p><p>Brasil.</p><p>Acredita-se que os debates, as pesquisas, as coreografias e trabalhos que se realizam</p><p>tenham contribuído para que as ações e relações sociais dos educandos tenham um novo</p><p>olhar, para que possam conviver de maneira a promover o respeito mútuo, o</p><p>reconhecimento das diferenças como algo positivo, rompendo com estigmas de</p><p>linguagens explicitadas ou não de inferioridade de negros (as) e indígenas. No entanto, a</p><p>escola deve aprofundar as discussões para a formação de cidadãos, visto que precisa</p><p>assumir a responsabilidade de uma formação plural, multicultural, diversa e ética. Para</p><p>Munanga (2005, p. 17),</p><p>Não existem leis no mundo que sejam capazes de erradicar as atitudes</p><p>preconceituosas e que existem nas cabeças das pessoas (....). No entanto,</p><p>cremos que a Educação é capaz de dar tanto aos jovens quanto aos</p><p>115</p><p>adultos a possibilidade de questionar e de desconstruir os mitos de</p><p>superioridade e de inferioridade entre grupos humanos que foram</p><p>socializados (...)</p><p>Por compreenderem que o educador tem um papel fundamental no processo de ensino e</p><p>aprendizagem, de mostrar aos alunos que todas as etnias presentes no Brasil têm e</p><p>tiveram importâncias iguais na formação da cultura brasileira, as escolas do município,</p><p>mesmo não atingindo o essencial da questão, procuraram contribuir com uma prática</p><p>pedagógica para o fim de preconceitos étnico-raciais, afirmação da identidade e orgulho</p><p>das origens, pois a Lei por si só não fará efeito algum.</p><p>Guimarães (2013) aborda que “as leis não mudam posturas e atitudes construídas social</p><p>e culturalmente de um dia para outro. Necessitam parcerias e comprometimentos”, pois</p><p>não é possível a escola fora do contexto social, faz-se necessário estar inserida em um</p><p>processo de mudanças permanentes.</p><p>Diante desse contexto, verifica-se que as ações afirmativas implementadas na Educação</p><p>Básica do município de Guanambi contribuem, de forma ponderável e limitada, para o</p><p>enfrentamento do racismo institucional, dos atos de preconceito e desrespeito à</p><p>dignidade humana, para o conhecimento da legislação que ampara a diversidade</p><p>cultural num movimento de construção e redimensionamento curricular e ação</p><p>educativa na valorização da cultura étnico-racial como um dos aspectos fundamentais</p><p>na luta pela construção da igualdade.</p><p>Todavia, trata-se de medidas reparatórias e de inclusão que visam a contribuir para a</p><p>construção de uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades e livre de</p><p>preconceitos. Percebe-se que o Brasil, formado a partir das heranças culturais</p><p>europeias, indígenas e africanas, não contempla, de maneira equilibrada, essas três</p><p>contribuições no sistema educacional.</p><p>2.7.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL</p><p>A educação ambiental é um processo de formação dinâmica, permanente e participativa,</p><p>no qual as pessoas envolvidas passam a ser agentes transformadores, participando</p><p>116</p><p>ativamente da busca de alternativas para a redução de impactos ambientais e para o uso</p><p>sustentável dos recursos naturais; faz-se necessário:</p><p>"(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com</p><p>o meio ambiente e com os problemas que lhe são associados. Uma</p><p>população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e</p><p>compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de</p><p>soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos</p><p>(...)" (Capítulo 36 da Agenda 21).</p><p>Partindo dessa premissa de referência, entende-se que a Educação Ambiental decorre de</p><p>uma percepção renovada de mundo; uma forma integral de ler a realidade e de atuar</p><p>sobre ela. A proposta educativa envolve a visão de mundo como um todo e deve estar</p><p>inserida na vida e no cotidiano de todos os indivíduos, à medida que a modernidade</p><p>provoca os impactos ambientais. Nesse sentido, Grün (1996) destaca:</p><p>A educação ambiental surge hoje como uma necessidade quase</p><p>inquestionável pelo simples fato de que não existe ambiente na</p><p>educação moderna. Tudo se passa como se fôssemos educados e</p><p>educássemos fora de um ambiente. [...] a adição do predicado ambiental</p><p>que a educação se vê agora forçada a fazer explicita uma crise da cultura</p><p>ocidental (Grün, 1996, p.20-21).</p><p>Tendo em vista os avanços da legislação brasileira acerca do tema Educação Ambiental,</p><p>através da Lei 9.795/99, o Brasil consagrou-se como o primeiro país latino-americano a</p><p>possuir uma política nacional específica para a Educação Ambiental. Dessa forma, a</p><p>Educação Ambiental torna-se um elemento imprescindível e constante da educação</p><p>nacional, devendo participar, de maneira articulada, em todos os níveis e modalidades</p><p>do processo educativo formal e não formal.</p><p>No entanto, o município de Guanambi deixa a desejar quanto à implementação e</p><p>acompanhamento da Lei da Política Nacional de Educação Ambiental Lei nº 9795/1999,</p><p>uma vez que não define políticas públicas que incorporem a educação ambiental em</p><p>todas as esferas: municipal, estadual e federal. E também não acompanha a</p><p>aplicabilidade da educação ambiental conforme salienta a referida Lei em seu Art. 2:</p><p>117</p><p>A educação ambiental é um componente essencial e permanente da</p><p>educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em</p><p>todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal</p><p>e não formal.</p><p>Segundo os PCNs Meio Ambiente (2001, p.135), a educação ambiental correu o risco de</p><p>se tornar, por decreto, uma disciplina obrigatória no currículo nacional, mas os</p><p>profissionais conhecedores da área evitaram que tal item se tornasse mais uma</p><p>banalidade pedagógica, perdendo todo o seu potencial crítico e questionador a respeito</p><p>das relações cotidianas com a natureza, artes, conhecimento, ciência, instituições,</p><p>trabalho e pessoas.</p><p>O Ministério da Educação (MEC), antes mesmo da promulgação da Lei PNEA, definiu</p><p>Meio Ambiente como Tema Transversal nos PCNs. Mas é fato que nem o reconhecimento</p><p>da necessidade nem a obrigatoriedade da lei são suficientes para garantir a existência da</p><p>Educação Ambiental na escola. A prática da Educação Ambiental na escola busca</p><p>assegurar um ensino-aprendizagem que torne os estudantes aptos a compreenderem o</p><p>conceito de meio ambiente e seus processos e dinâmicas.</p><p>Mediante essa perspectiva, as escolas públicas municipais e particulares de Educação</p><p>Básica do município trabalham a temática de forma superficial com projetos</p><p>pedagógicos referentes à semana do Meio ambiente e “Dia da Árvore”.</p><p>Já as escolas da rede estadual de Ensino Fundamental II abordam a mesma temática em</p><p>forma de disciplina, fazendo da educação ambiental uma disciplina obrigatória no</p><p>currículo escolar, infringindo a legislação ambiental e os PCNs, deixando a desejar a</p><p>construção da consciência ambiental, pois os alunos não percebem a necessidade de</p><p>preservação, uma vez que eles veem a disciplina como conteúdo a ser aprendido e não</p><p>como uma prática a ser desenvolvida no cotidiano.</p><p>A tendência da educação ambiental na escola é consolidar-se como uma filosofia de</p><p>educação presente em todas as disciplinas já existentes, e possibilitar uma concepção</p><p>mais ampla do papel da escola no contexto ecológico local e planetário contemporâneo.</p><p>118</p><p>No que se refere ao Ensino Superior, os cursos de licenciatura trabalham o tema em</p><p>forma de disciplina; sendo assim, os professores de Guanambi recebem formação inicial</p><p>quando fazem o curso de licenciatura, visto que as instituições superiores cumprem o</p><p>Art.11 da Lei, porém não há formação continuada constante, aconteceram algumas</p><p>esporadicamente, as quais não foram suficientes, por isso não se cumpre integralmente</p><p>o Parágrafo único do Art. 11 da Lei 9.795/99, que ressalva que os professores em</p><p>atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o</p><p>propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da</p><p>Política Nacional de Educação Ambiental.</p><p>Contudo, há professores que investem na formação complementar em sua área de</p><p>atuação com o intento de crescimento profissional, melhorando a prática pedagógica e</p><p>ambiental, para sensibilizar a comunidade escolar sobre as questões ambientais.</p><p>Constata-se que não há discussão de políticas de valorização dos profissionais da</p><p>educação; não há incentivo nem reconhecimento para com as práticas que estejam</p><p>adequadas à Lei de Educação Ambiental na formação dos profissionais da educação.</p><p>A dimensão ambiental deve constar nos cursos de formação de professores, em todos os</p><p>níveis, para que o professor tenha competências e habilidades para organizar uma</p><p>“escola ecologizada” pela educação ambiental, para que essa escola esteja mais próxima</p><p>da “escola única popular”, que Gadotti (1994) chama de:</p><p>(...〕 local de um sadio pluralismo de ideias, uma escola moderna,</p><p>alegre, competente, científica, séria, democrática, crítica e</p><p>comprometida com a mudança, uma escola mobilizadora, centro</p><p>irradiador da cultura popular, à disposição de toda comunidade, não</p><p>para consumi-la, mas para recriá-la”.</p><p>Dessa forma, a educação ambiental, a escola, os conteúdos e o papel do professor e dos</p><p>alunos são colocados em uma nova situação, não apenas relacionada com o</p><p>conhecimento, mas sim com o uso que se faz dele e a sua importância para a</p><p>participação política cotidiana.</p><p>Nessa linha de raciocínio, a educação ambiental permite que o processo pedagógico</p><p>aconteça sob diferentes aspectos, que se complementam uns aos outros. Assim, há</p><p>119</p><p>espaço para momentos em que ocorrem transmissão e construção de conhecimento e a</p><p>desconstrução das representações sociais, principalmente a dos professores,</p><p>fundamentados na interação entre ciência e cotidiano, conhecimento científico e</p><p>popular.</p><p>É papel da educação ambiental ajudar a construir novas formas e possibilidades de</p><p>relações sociais e de estilos de vida, baseadas em valores éticos e humanitários, e de</p><p>relações mais justas entre os seres humanos e entre esses e os demais seres vivos.</p><p>Segundo Loureiro (2006), educar significa, em primeiro lugar, “autotransformar-se”, e a</p><p>educação ambiental precisa ser transformadora, educativa, cultural, informativa,</p><p>política, formativa e, acima de tudo, emancipatória.</p><p>No que diz respeito às relações sociais, o município de Guanambi garante a participação</p><p>da família e da comunidade nas discussões sobre Educação Ambiental através dos</p><p>projetos pedagógicos desenvolvidos nas instituições educativas formais e através de</p><p>projetos sociais nas instituições não formais: igrejas e ONG. E também com participação</p><p>das escolas nas conferências ambientais.</p><p>Vale ressaltar que a Igreja Católica desempenha um importante papel na sensibilização e</p><p>conscientização na dimensão ambiental de Guanambi, à medida que desenvolve</p><p>trabalhos socioambientais com a coleta seletiva nos pontos onde as famílias entregam os</p><p>produtos recicláveis e em algumas escolas, faz o trabalho para a revenda na cidade</p><p>através do Projeto Recivida "Reciclando e Educando para a Vida", cujo objetivo é a</p><p>conscientização para a preservação ambiental. Existe ainda a Pastoral da Terra e vários</p><p>projetos de enfoque social.</p><p>Para Munhoz (2004), uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela</p><p>ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Através de</p><p>atividades como leitura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos poderão</p><p>entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem. Assim, os professores são</p><p>peças fundamentais no processo de conscientização da sociedade dos problemas</p><p>ambientais, pois buscarão desenvolver em seus alunos hábitos e atitudes sadias de</p><p>conservação ambiental e respeito à natureza.</p><p>120</p><p>Para que as mudanças aconteçam, é necessário que a educação ambiental seja assumida</p><p>pelo poder público em todas as suas esferas e, principalmente, com a participação</p><p>efetiva da sociedade. À medida que a sociedade participa, ela se apropria do seu papel de</p><p>construtora, responsável pelas decisões tomadas, e sente-se inserida no ato educativo.</p><p>Por conseguinte, no diálogo e na convivência entre sociedades e poder público, a</p><p>educação para a sustentabilidade acontece e por fim torna-se política pública para o</p><p>fortalecimento do sistema de ensino. São diretrizes do Programa Nacional de Educação</p><p>Ambiental- PRONEA:</p><p>“Transversalidade e interdisciplinaridade, descentralização espacial e</p><p>institucional, sustentabilidade ambiental, democracia e participação</p><p>social, aperfeiçoamento e fortalecimento dos Sistemas de Ensino, meio</p><p>ambiente e outros que tenham interface com a educação ambiental.</p><p>O município de Guanambi articula ações, projetos e programas de educação ambiental,</p><p>em parte, pois as ações são em âmbito municipal. O município deixa desejar na questão</p><p>da sustentabilidade, conservação e preservação ambiental, uma vez que o patrimônio</p><p>ambiental da cidade declarado no Plano Diretor e no Código de Defesa do Meio</p><p>Ambiente está sofrendo grandes impactos ambientais, tais como: aterramento das</p><p>lagoas, bem como das “planícies de inundação do rio Carnaíba de Dentro” (CASTRO,</p><p>2010); canalização, loteamento e ocupação das margens do riacho Belém. Segundo</p><p>BOMFIM:</p><p>A especulação do uso do solo reflete sobre a qualidade do meio</p><p>ambiente, por isso, é urgente refletir sobre o papel do homem e de suas</p><p>obras nas cidades, sendo de fundamental importância o planejamento</p><p>urbano voltado para as análises dos processos sociais e ecológicos.</p><p>(BOMFIM, 2010. p. 103)</p><p>Outrora o município de Guanambi desenvolveu ações educativas de capacitação de</p><p>professores de campanha federal para implementação do desenvolvimento sustentável,</p><p>nas escolas, através da educação ambiental, bem como projetos educativos: Semana do</p><p>Meio Ambiente executada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com</p><p>a Secretaria Municipal de Educação, cujas escolas da esfera municipal desenvolveram</p><p>atividades interativas, tais como: Caminhada do Meio Ambiente no intuito de</p><p>121</p><p>sensibilizar as pessoas a cuidarem do espaço em que vivem; plantar árvores,</p><p>aumentando as áreas verdes na região circundante às escolas e mobilizando a</p><p>comunidade escolar e a sociedade para uma participação efetiva.</p><p>Vale salientar que a Secretaria Municipal de Educação, através</p><p>de um dos projetos</p><p>ambientais desenvolvidos por professores da Escola Municipal Rômulo Almeida,</p><p>distribuiu coletores seletivos para o lixo, em todas as instituições educacionais</p><p>municipais, visto que um dos objetivos do projeto foi implantar a coleta seletiva na</p><p>escola.</p><p>No que se refere às parcerias externas, o município contou com a participação do</p><p>Instituto Federal Baiano com aperfeiçoamento para professores, das Indústrias</p><p>Nucleares do Brasil (INB) com palestras e doações de plantas nativas, e da Empresa</p><p>Renova Energia, que ofereceu formação e acompanhamento para o desenvolvimento do</p><p>Projeto: Energia Renovável, Energia Eólica, para todas as escolas do Distrito de</p><p>Morrinhos, região onde foram implantados os parques eólicos. Entretanto, observa-se</p><p>que essas ações mitigadoras são obrigatórias a todas as empresas, é a chamada</p><p>responsabilidade ambiental, que procura amenizar os impactos ambientais causados ao</p><p>ambiente e à população local.</p><p>Considerando a intencionalidade sobre Educação Ambiental, percebe-se que esta deverá</p><p>ser uma educação voltada para a sustentabilidade do meio ambiente, tendo o homem</p><p>como elemento da natureza, com o objetivo de gerar uma consciência ecológica. A escola</p><p>é o principal meio de difusão da importância da utilização sustentável dos recursos</p><p>naturais, politização do homem, mudança de hábitos e paradigmas para a melhoria da</p><p>utilização dos recursos naturais e consequentemente melhor qualidade de vida do</p><p>homem.</p><p>Por essa via, vale ressaltar que a obtenção da sustentabilidade e equilíbrio entre o nível</p><p>de exploração dos recursos e a capacidade de suporte do planeta Terra exige</p><p>planejamento do uso dos recursos naturais. Para tanto, o planejamento do uso</p><p>sustentável desses recursos deve estar condizente com as políticas legais, engajadas na</p><p>construção de um desenvolvimento sustentável. Logo, observa-se que a Lei nº</p><p>122</p><p>11.947/09, referente à alimentação escolar dos alunos da Educação Básica, é</p><p>regulamentada pela Resolução nº 26, do FNDE, que determina a utilização de, no</p><p>mínimo, 30% dos recursos para alimentação escolar na compra de produtos da</p><p>agricultura familiar e do empreendedor familiar rural.</p><p>Levando em consideração a intencionalidade e obrigatoriedade das Leis 11.346/2006,</p><p>8.666/1993, 11.947/2009, as escolas públicas de Educação Básica de Guanambi</p><p>compram a merenda escolar diretamente do agricultor familiar, promovendo o</p><p>fortalecimento da agricultura local, contribuindo para o desenvolvimento social,</p><p>econômico e sustentável, entretanto esses produtos alimentícios não são de origem</p><p>orgânica e agroecológica.</p><p>Dessa forma, a Educação Ambiental em sua completude responsabiliza-se por uma</p><p>perspectiva mais abrangente, não se restringe à proteção e ao uso sustentável de</p><p>recursos naturais, mas proporciona a construção de sociedades sustentáveis, pois, uma</p><p>vez realizada a aquisição de gêneros alimentícios no município, as escolas estarão</p><p>complementando a demanda entre agricultores do território rural e o estado.</p><p>Portanto, a educação deverá ser orientada para mudança de comportamento, não só em</p><p>campanhas pelos órgãos públicos, mas também na educação sistematizada para que a</p><p>população possa promover ações em busca da conservação, preservação e</p><p>sustentabilidade da natureza, uma vez que a educação se torna fator fundamental para</p><p>promoção do desenvolvimento sustentável e de uma efetiva participação na tomada de</p><p>decisões. Assim, a Educação Ambiental deve fazer uso do processo pedagógico</p><p>participativo permanente para suscitar uma consciência crítica sobre os problemas</p><p>tocantes à questão ambiental, estendendo à sociedade a capacidade de apreender a</p><p>gênese e evolução da problemática ambiental.</p><p>123</p><p>2.8 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO</p><p>MUNICÍPIO</p><p>Ao tratar do financiamento da Educação, é preciso reconhecê-la como um valor em si,</p><p>requisito para o exercício pleno da cidadania, desenvolvimento humano e melhoria da</p><p>qualidade de vida da população. A Constituição de 1988, sintonizada com os valores</p><p>jurídicos que emanam dos documentos que incorporam as conquistas de nossa época –</p><p>tais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Declaração Universal dos</p><p>Direitos da Criança, determinou que a educação é um direito de todos e dever do Estado</p><p>e da família, devendo ser assegurada com absoluta prioridade à criança e ao adolescente.</p><p>A democratização da gestão e do sistema de ensino é um princípio que efetivará as</p><p>práticas concretas no espaço da educação, garantindo, com isso, a participação dos</p><p>segmentos que compõem a comunidade escolar. Implantar formas colegiadas de gestão</p><p>educacional é um mecanismo de construção da qualidade social, direcionada à inclusão</p><p>que contemple a diversidade no município. O financiamento articulado à defesa da</p><p>gestão democrática pressupõe a aplicação dos recursos com transparência e controle</p><p>social, assegurando a otimização dos percentuais vinculados à manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino, definindo-se custo-aluno-qualidade. Tanto na área do</p><p>financiamento como na área da gestão, é indispensável priorizar o regime de</p><p>colaboração entre a União, o Estado e seus Municípios na oferta da educação escolar,</p><p>previsto na Constituição Federal (art. 211) e sua Emenda 053/06 e na LDB (art. 8°). Para</p><p>tanto, é preciso garantir-lhe eficácia na repartição de responsabilidades, no</p><p>planejamento e no estabelecimento de normas, implementando mecanismos de</p><p>negociação, deliberação conjunta e cooperação.</p><p>A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 42, exige o equilíbrio das contas públicas, a</p><p>partir do entendimento de que as metas devem apresentar resultados positivos entre</p><p>receitas e despesas. Os constantes investimentos tendem a aumentar as despesas e, em</p><p>contrapartida, há que se buscar mecanismos para incrementar a receita, racionalizando</p><p>custos e direcionando os recursos para o cumprimento dos índices constitucionais,</p><p>especialmente na área da Educação.</p><p>124</p><p>Durante muito tempo, a maioria dos municípios teve a função de mero aplicador dos</p><p>recursos recebidos do Estado e da União. Com o advento de emendas constitucionais</p><p>que versam sobre a transferência de responsabilidades financeiras para os municípios,</p><p>mantendo a mesma base arrecadatória destes, os municípios viram-se obrigados a</p><p>buscar alternativas administrativas para concretizar suas metas econômicas e sociais.</p><p>O município de Guanambi, atento ao compromisso de honrar o cumprimento das metas</p><p>fiscais e atender a demanda educacional, busca desenvolver continuamente ações que</p><p>privilegiem a arrecadação dos tributos a ela atrelados.</p><p>Os recursos com os quais o município conta para manutenção e desenvolvimento da</p><p>educação infantil e ensino fundamental, são aqueles previstos no orçamento e são</p><p>representados pela vinculação das receitas institucionais. Porém, o município, para não</p><p>prejudicar as metas educacionais, não raramente lança mão de recursos</p><p>complementares, representados por outras receitas que compõem a totalidade dos</p><p>recursos orçamentários.</p><p>Tabela 34 – Outras receitas com o setor educacional do município de Guanambi,</p><p>administradas pela prefeitura (2009/2012).</p><p>Ano</p><p>Alimentação</p><p>Escolar</p><p>Transporte</p><p>Escolar</p><p>Convênios</p><p>Outras</p><p>Receitas</p><p>Total</p><p>2009 468.234,80 408.164,56 - 568.144,51 1.444.543,87</p><p>2010 764.447,86 544.048,23 - 687.355,08 1.995.851,17</p><p>2011 724.200,00 536.107,99 1.120.182,12 853.415,10 3.233.905,21</p><p>2012 978.360,00 487.600,22 1.852.811,41 2.293.943,38 5.612.715,01</p><p>Fonte: Secretaria da Fazenda do Município, 2013</p><p>Observa-se, na tabela acima, que as receitas com o setor educacional do município</p><p>administradas pela prefeitura, envolvendo merenda, transporte escolar e convênios,</p><p>aumentaram significativamente entre os anos de 2009 e 2012, isso devido,</p><p>principalmente, aos recursos complementares arrecadados.</p><p>125</p><p>Tabela 35 – Recursos aplicados em educação pelo governo municipal</p><p>de Guanambi, por</p><p>nível ou modalidade de ensino (2009/2012).</p><p>Ano Ed. Infantil</p><p>Ensino</p><p>Fundamental</p><p>Ensino</p><p>Médio</p><p>EJA Outros Total</p><p>2009 993.815,88 15.343.818,95 179.576,27 387.252,15 741.227,81 17.645.691,06</p><p>2010 1.272.667,54 20.374.078,73 207.241,17 560.784,88 1.105.361,55 23.520.133,87</p><p>2011 1.985.296,54 25.729.135,80 132.161,18 739.600,46 1.572.324,44 30.158.518,42</p><p>2012 2.631.181,19 30.409.826,74 86.531,88 738.870,35 1.703.822,44 35.570.232,60</p><p>Fonte: Secretaria da Fazenda do Município, 2013</p><p>De acordo com a tabela 35, os recursos aplicados tanto na Educação Infantil quanto no</p><p>Ensino Fundamental tiveram um aumento superior a 50% de 2009 para 2012 por conta</p><p>do aumento de matrícula e valor-aluno. No entanto, no Ensino Médio e na EJA houve</p><p>queda no valor dos recursos aplicados, principalmente no ano de 2012. Isso se deve à</p><p>diminuição de matrículas nesse nível e modalidade de ensino.</p><p>Tabela 36 – Despesa com educação do município de Guanambi por categoria e elemento</p><p>de despesa (2009/2012).</p><p>Ano</p><p>Despesas Correntes Despesas de Capital</p><p>Total</p><p>Pessoal</p><p>Mat.</p><p>Consumo</p><p>Subtotal</p><p>Obras e</p><p>Instalações</p><p>Equipa-</p><p>mentos</p><p>Subtotal</p><p>2009 12.650.982,87 746.758,08 13.397.740,95 492.333,45 - 492.333,45 13.890.074,40</p><p>2010 15.816.995,61 977.272,57 16.794.268,18 1.662.001,97 65.600,42 1.727.602,39 18.521.870,57</p><p>2011 19.767.751,95 1.965.006,97 21.732.758,92 1.033.652,84 1.611.876,30 2.645.529,14 24.378.288,06</p><p>2012 23.160.799,88 1.778.038,51 24.938.838,35 3.430.375,98 1.422.447,20 5.107.852,70 29.791.661,57</p><p>Fonte: Secretaria da Fazenda do Município, 2013</p><p>A tabela acima demonstra que nas despesas correntes houve um aumento de quase 50%</p><p>de investimento no quadriênio 2009/2012 em relação ao Pessoal. Em se tratando de</p><p>material de consumo, houve um aumento de mais de 50% de 2010 para 2011, enquanto</p><p>em 2012 houve uma redução de despesa. Nas despesas de capital, no tocante às obras e</p><p>instalações, o município investiu significativamente, principalmente no ano de 2012,</p><p>embora, nesse mesmo ano, tenham diminuído as despesas na compra de equipamentos.</p><p>126</p><p>2.8.1 FONTES DE RECURSOS DA EDUCAÇÃO</p><p>FUNDEB</p><p>O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos</p><p>Profissionais da Educação – FUNDEB foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006</p><p>e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em</p><p>substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de</p><p>Valorização do Magistério - Fundef, que vigorou de 1998 a 2006.</p><p>É um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e</p><p>Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na quase totalidade, por</p><p>recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e</p><p>municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição</p><p>Federal. Além desses recursos, ainda compõe o FUNDEB, a título de complementação,</p><p>uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por</p><p>aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. Independentemente da origem,</p><p>todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação básica.</p><p>Com vigência estabelecida para o período 2007-2020, sua implantação começou em 1º</p><p>de janeiro de 2007, sendo plenamente concluída em 2009, quando o total de alunos</p><p>matriculados na rede pública foi considerado na distribuição dos recursos, e o</p><p>percentual de contribuição dos estados, Distrito Federal e municípios para a formação</p><p>do Fundo atingiu o patamar de 20%.</p><p>O aporte de recursos do governo federal ao FUNDEB, de R$ 2 bilhões em 2007,</p><p>aumentou para R$ 3,2 bilhões em 2008, R$ 5,1 bilhões em 2009 e, a partir de 2010,</p><p>passou a ser no valor correspondente a 10% da contribuição total dos estados e</p><p>municípios de todo o país.</p><p>Os recursos do FUNDEB destinam-se à educação básica pública em ações consideradas</p><p>como Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) conforme art. 70 da LDB, e</p><p>vedam sua utilização em ações indicadas no art. 71 da mesma lei;</p><p>127</p><p>1. Os recursos poderão ser utilizados indistintamente entre as etapas e</p><p>modalidades e aplicados exclusivamente nas áreas de atuação prioritária;</p><p>a. Estados – ensino fundamental e médio;</p><p>b. Municípios – ensino fundamental e educação infantil.</p><p>2. Mínimo de 60% deve ser destinado ao pagamento da remuneração dos</p><p>profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício;</p><p>3. O valor anual por aluno em cada estado é definido pela relação entre a estimativa</p><p>de receita de cada fundo e o número de alunos matriculados na rede de educação</p><p>básica presencial pública;</p><p>4. O governo federal calculará e publicará, até 31/12 de cada exercício:</p><p>a. a estimativa da receita total dos Fundos;</p><p>b. a estimativa do valor da complementação da União;</p><p>c. a estimativa do valor anual por aluno do DF e de cada Estado; e</p><p>d. o valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente.</p><p>5. O valor do aluno do ensino fundamental no FUNDEB não poderá ser inferior ao</p><p>praticado no FUNDEF em 2006;</p><p>A receita total do FUNDEB, no município, é formada pelos recursos transferidos a título</p><p>de participação e, para equiparar o custo por aluno com as demais regiões do país, a</p><p>União complementa com uma parcela. A movimentação das contas bancárias é feita pela</p><p>Secretaria Municipal de Finanças do Município e as contas são organizadas por controles</p><p>exclusivos dos respectivos percentuais: 60%, 40%, 25% e 10%, cujas despesas são</p><p>enquadradas nas suas respectivas finalidades.</p><p>A tabela a seguir apresenta o retrato da aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB,</p><p>em que na folha de pagamento dos profissionais do Magistério houve um aumento de</p><p>forma gradual devido ao reajuste anual do Piso Salarial Nacional.</p><p>128</p><p>Tabela 37 – Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no município de</p><p>Guanambi (2009/2012).</p><p>Ano Total Recebido</p><p>Aplicação</p><p>Salário dos</p><p>Professores</p><p>Capacitação dos</p><p>Leigos</p><p>Gastos com MDE</p><p>2009 13.262.527,74 9.514.065,54 - 16.620.130,83</p><p>2010 16.780.081,31 11.774.036,32 - 20.700.275,70</p><p>2011 21.025.741,00 14.704.283,10 - 26.568.272,50</p><p>2012 24.961.788,26 18.147.449,83 - 31.171.500,12</p><p>Fonte: Secretaria da Fazenda do Município, 2013</p><p>A aplicação dos recursos no Ensino Fundamental, no exercício de 2012, de acordo com a</p><p>tabela 37, ultrapassou os 25% (vinte e cinco por cento), cuja exigência é da Lei de</p><p>Responsabilidade Fiscal.</p><p>Tabela 38 – Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2012.</p><p>Dos Recursos Da Aplicação</p><p>Receita de Impostos</p><p>e Transferências</p><p>25% da Receita de</p><p>impostos e</p><p>transferências</p><p>Total Aplicado em</p><p>educação</p><p>% aplicado</p><p>53.164.025,59 13.291.006,40 31.171.500,12 25,33%</p><p>Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios, 2013</p><p>Tabela 39 – Recursos da Educação no PPA (2009/2012).</p><p>Ano Previsto</p><p>Programa/ Projeto/</p><p>Atividades educacionais</p><p>Total Utilizado</p><p>2009 16.306.000,00 - 17.645.691,06</p><p>2010 20.242.713,87 - 23.520.133,87</p><p>2011 21.184.213,84 - 30.158.518,42</p><p>2012 22.036.035,20 - 35.570.232,60</p><p>Fonte: Secretaria da Fazenda do Município, 2013</p><p>Observa-se, na tabela acima, que os gastos dos recursos do Plano Plurianual, no</p><p>quadriênio 2009/2012, relacionados à educação, ultrapassaram o previsto para o</p><p>período, contudo a Secretaria da Fazenda do município não especificou em quais</p><p>atividades educacionais foram aplicados, motivo pelo qual o campo que trata do</p><p>Programa/Projeto/Atividades Educacionais se encontra vago.</p><p>129</p><p>PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar</p><p>De acordo com os dados oferecidos pelo FNDE, o PNAE foi implantado em 1955, garante,</p><p>por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de</p><p>toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação</p><p>de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas.</p><p>Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos</p><p>Escolar</p><p>PNAIC – Programa Nacional pela Alfabetização na Idade Certa</p><p>PNATE – Programa Nacional de Transporte Escolar</p><p>PNE – Plano Nacional de Educação</p><p>PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental</p><p>PNLD – Programa Nacional do Livro Didático</p><p>PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento</p><p>PRISMA – Proteção Integrada e Sustentável da Serra de Monte Alto</p><p>PROAM – Programa de Apoio aos Municípios</p><p>PROFUNCIONÁRIO – Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em Educação</p><p>PROGESTÃO – Programa Gestão da Aprendizagem Escolar</p><p>PROINFÂNCIA – Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos</p><p>para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil</p><p>PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental</p><p>RECIVIDA – Projeto Reciclando e Educando para a Vida</p><p>SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas</p><p>SEC – Secretaria de Educação e Cultura</p><p>SFCI – Secretaria Federal de Controle Interno</p><p>SME – Secretaria Municipal de Educação</p><p>SRH – Superintendência de Recursos Humanos</p><p>SSP/Policia Civil – Secretaria de Segurança Pública</p><p>STR – Sistema de Transferência de Reserva</p><p>TCU – Tribunal de Contas da União</p><p>TELEMAR – Telemar Norte Leste S.A</p><p>TOPA – Todos Pela Alfabetização</p><p>UNEB – Universidade do Estado da Bahia</p><p>UNIFACS – Universidade Salvador</p><p>UNOPAR – Universidade do Norte do Paraná</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 18</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19</p><p>2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO .................... 20</p><p>2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO ..................................................................... 21</p><p>2.1.1 Caracterização do Município .............................................................................................. 21</p><p>2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO ..................................................................... 44</p><p>2.2.1 Gestão da Educação ............................................................................................................... 44</p><p>2.3 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ............................................. 62</p><p>2.4 ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................................... 67</p><p>2.4.1 Educação Infantil .................................................................................................................... 67</p><p>2.4.2 Ensino Fundamental ............................................................................................................. 70</p><p>2.4.3 Ensino Médio ............................................................................................................................ 80</p><p>2.5 EDUCAÇÃO SUPERIOR ..................................................................................................... 86</p><p>2.6 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................................... 91</p><p>2.6.1 Educação Profissional ........................................................................................................... 91</p><p>2.6.2 Educação de Jovens e Adultos (EJA) ............................................................................... 95</p><p>2.6.3 Educação do Campo ........................................................................................................... 103</p><p>2.6.4 Educação Especial ............................................................................................................... 107</p><p>2.7 TRANSVERSALIDADE ..................................................................................................... 111</p><p>2.7.1 Educação Étnico-racial ...................................................................................................... 111</p><p>2.7.2 Educação Ambiental ........................................................................................................... 115</p><p>2.8 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO ........................ 123</p><p>2.8.1 Fontes de Recursos da Educação .................................................................................. 126</p><p>3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME ...................................... 136</p><p>3.1 DIRETRIZES....................................................................................................................... 138</p><p>3.1.1 Metas e Estratégias ............................................................................................................. 139</p><p>3.1.2 Mobilização da sociedade para elaboração do PME, Divulgação do PME e</p><p>Audiência Pública ............................................................................................................................. 163</p><p>3.2 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME ......................................................... 165</p><p>REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 166</p><p>ANEXOS ................................................................................................................... 170</p><p>18</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>O Plano Municipal de Educação (PME) é um documento que visa a contemplar as</p><p>necessidades da sociedade, e está embasado na Constituição Federal de 1988 e em</p><p>consonância com o Plano Nacional de Educação.</p><p>Por força da necessidade de adequação às novas legislações, este documento versa sobre</p><p>o processo de alteração do Plano Municipal de Educação de Guanambi- BA e se deu entre</p><p>os meses de julho e dezembro de 2014, contando com ampla participação da</p><p>comunidade escolar, de instituições/órgãos do poder público e sociedade em geral.</p><p>Resultou de um amplo esforço do município, no sentido de definir políticas para o</p><p>decênio 2015/2025, compatíveis com a realidade local.</p><p>O PME constitui um instrumento de planejamento visando às diretrizes previstas nos</p><p>objetivos educacionais para atingir as metas estabelecidas e tem como objetivo</p><p>proporcionar educação com qualidade e responsabilidade social, diminuir as</p><p>desigualdades sociais e culturais, erradicar o analfabetismo, ampliar o nível de</p><p>escolaridade da população e propiciar a qualificação para o trabalho.</p><p>Este instrumento define as diretrizes para a gestão municipal, bem como as metas para</p><p>cada nível e modalidade de ensino atendido pelo poder público municipal, visando à</p><p>formação, à valorização do magistério e aos demais profissionais da educação para o</p><p>decênio 2015-2025.</p><p>Não se trata da construção de um novo documento em Guanambi, mas adaptá-lo às mais</p><p>recentes alterações legislativas e políticas dos envolvidos no processo educacional.</p><p>Constituíram subsídios para a preparação dessas alterações estudos, avaliações internas</p><p>e externas, contatos, audiências públicas, reuniões de posicionamento e tomadas de</p><p>decisão, que apontaram as expectativas a serem contempladas.</p><p>A referência teórico-metodológica que orienta o processo de adequação do Plano</p><p>Municipal de Educação de Guanambi/BA toma como pressupostos as contribuições dos</p><p>estudos de pesquisadores da área educacional, inclusive de autores de livros sobre o</p><p>município de Guanambi.</p><p>Maristela de Souza Teixeira Cavalcante</p><p>Secretária Municipal de Educação</p><p>19</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O Plano Municipal de Educação é um instrumento que proporciona aos municípios</p><p>definirem, claramente, sua responsabilidade na área educacional, não sendo, portanto,</p><p>um plano do sistema ou da rede de ensino, mas um plano de educação do município que</p><p>está integrado ao Plano Nacional de Educação. Este plano trata do conjunto da educação,</p><p>no âmbito municipal, expressando uma política educacional para todos os níveis, bem</p><p>como as etapas e modalidades de educação e de ensino. É um Plano de Estado e não um</p><p>Plano de Governo.</p><p>Obedecendo ao princípio constitucional de gestão democrática do ensino público,</p><p>preconizado na Constituição Federal Art. 206, Inciso</p><p>alunos durante sua permanência</p><p>em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e</p><p>o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos</p><p>alimentares saudáveis.</p><p>O PNAE tem caráter suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da</p><p>Constituição Federal, quando coloca que o dever do Estado (ou seja, das três esferas</p><p>governamentais: União, estados e municípios) com a educação é efetivado mediante a</p><p>garantia de "atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de</p><p>idade" (inciso IV) e "atendimento ao educando no ensino fundamental, através de</p><p>programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e</p><p>assistência à saúde" (inciso VII).</p><p>No ano de 2013, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para</p><p>cada aluno é definido de acordo com a etapa de ensino:</p><p> Creches – R$ 1,00</p><p> Pré-escola – R$ 0,50</p><p> Escolas indígenas e quilombolas – R$ 0,60</p><p> Ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos – R$ 0,30</p><p> Ensino integral (Mais Educação) – R$ 0,90</p><p>O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar</p><p>realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado</p><p>diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs),</p><p>pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle</p><p>Interno (SFCI) e pelo Ministério Público. Com a Lei nº 11.947, de 16/06/2009, 30% do</p><p>130</p><p>valor repassado aos municípios devem ser investidos na compra direta de produtos da</p><p>agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico das</p><p>comunidades. Os valores destinados para merenda escolar, repassados através de</p><p>convênios, são relativamente inferiores aos valores efetivamente necessários, motivo da</p><p>complementação feita pelo município, aqui denominada contrapartida.</p><p>A contratação para fornecimento da merenda escolar no município segue critérios</p><p>estabelecidos na Lei nº 8.666/93, através da realização de pregões, concorrência pública</p><p>que culminam em contratos assinados entre a Administração Municipal e as empresas</p><p>licitantes participantes. A determinação dos vencedores da licitação é estabelecida</p><p>através do menor preço ofertado após análise dos produtos.</p><p>PNATE - Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar</p><p>Instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004, com o objetivo de garantir o acesso</p><p>aos estabelecimentos escolares e a permanência neles dos alunos do ensino</p><p>fundamental público residentes em área rural que utilizem transporte escolar, por meio</p><p>de assistência financeira, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e</p><p>municípios.</p><p>Com a publicação da Medida Provisória 455/2009 – transformada na Lei no 11.947, de</p><p>16 de junho do mesmo ano, o programa foi ampliado para toda a educação básica,</p><p>beneficiando também os estudantes da educação infantil e do ensino médio residentes</p><p>em áreas rurais.</p><p>O programa consiste na transferência automática de recursos financeiros, sem</p><p>necessidade de convênio ou outro instrumento congênere, para custear despesas com</p><p>reforma, seguros, licenciamento, impostos e taxas, pneus, câmaras, serviços de mecânica</p><p>em freio, suspensão, câmbio, motor, elétrica e funilaria, recuperação de assentos,</p><p>combustível e lubrificantes do veículo ou, no que couber, da embarcação utilizada para o</p><p>transporte de alunos da educação básica pública, residentes em área rural. Serve,</p><p>também, para o pagamento de serviços contratados junto a terceiros para o transporte</p><p>escolar.</p><p>131</p><p>Os estados podem autorizar o FNDE a efetuar o repasse do valor correspondente aos</p><p>alunos da rede estadual diretamente aos respectivos municípios. Para isso, é necessário</p><p>formalizar a autorização por meio de ofício ao órgão. Caso não o façam, terão de</p><p>executar diretamente os recursos recebidos, ficando impedidos de fazer transferências</p><p>futuras aos entes municipais.</p><p>Os valores transferidos diretamente aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios</p><p>são feitos em nove parcelas anuais, de março a novembro. O cálculo do montante de</p><p>recursos financeiros destinados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios tem</p><p>como base o quantitativo de alunos da zona rural, transportados e informados no censo</p><p>escolar do ano anterior.</p><p>O valor per capita/ano varia entre R$ 120,73 e R$ 172,24, de acordo com a área rural do</p><p>município, a população moradora do campo e a posição do município na linha de</p><p>pobreza.</p><p>O município possui uma extensão territorial considerável e o número de alunos é</p><p>igualmente expressivo, o que justifica o total de aproximadamente 5.709 quilômetros</p><p>rodados mensalmente. O valor transferido para o município no Programa Nacional de</p><p>Transporte Escolar (PNATE), recursos da União, somados com a parcela transferida do</p><p>Estado mais a complementação que é feita com o FUNDEB e parcela dos 25% é o que</p><p>custeia esse programa no município.</p><p>A frota de veículos que realiza o Transporte Escolar pela Prefeitura Municipal é</p><p>composta por 108 veículos, distribuída em 53 ônibus, 24 micro-ônibus e 31 vans, sendo</p><p>que 8 ônibus e 4 micro-ônibus foram adquiridos com recurso do Programa Caminho da</p><p>Escola e 1 micro-ônibus com recurso próprio do município. Os demais foram</p><p>contratados, através de licitação que segue critérios estabelecidos na Lei nº 8.666/93.</p><p>Tal frota não é adaptada para os alunos com necessidades educacionais especiais.</p><p>A determinação dos vencedores da licitação é estabelecida através do menor preço</p><p>ofertado. Os titulares do transporte escolar podem ser pessoas jurídicas ou físicas, desde</p><p>132</p><p>que preencham os requisitos estabelecidos no Edital de Licitação, específico para tal</p><p>finalidade.</p><p>O transporte escolar é oferecido nos turnos matutino, vespertino e noturno conforme a</p><p>necessidade do aluno e o funcionamento das unidades de ensino.</p><p>Segundo a Coordenação de Transporte Escolar do município, não há conhecimento de</p><p>casos de alunos que estejam fora da sala de aula, no município, devido à falta de</p><p>transporte escolar. Tal afirmativa é consequência da cobertura, realizada em toda a área</p><p>territorial do município, através da circulação dos veículos que realizam o transporte</p><p>escolar dos educandos oriundos da zona rural para as escolas localizadas na zona</p><p>urbana.</p><p>No entanto, percebe-se que ainda existe uma série de irregularidades na política do</p><p>transporte escolar desenvolvida no município, a exemplo da falta de uma fiscalização</p><p>constante para a aplicabilidade do que dispõe a lei do transporte no que diz respeito às</p><p>condições físicas dos carros, monitores para acompanhamento dos alunos, compromisso</p><p>dos condutores, entre outros.</p><p>Quota Salário Educação (QSE)</p><p>O salário-educação, instituído em 1964, é uma contribuição social destinada ao</p><p>financiamento de programas, projetos e ações voltados para o financiamento da</p><p>educação básica pública e que também pode ser aplicada na educação especial, desde</p><p>que vinculada à educação básica.</p><p>A contribuição social do salário-educação está prevista no artigo 212, § 5º, da</p><p>Constituição Federal, regulamentada pelas leis n.ºs 9.424/96, 9.766/98, Decreto nº</p><p>6003/2006 e Lei nº 11.457/2007. É calculada com base na alíquota de 2,5% sobre o</p><p>valor total das remunerações pagas ou creditadas pelas empresas, a qualquer título, aos</p><p>segurados empregados, ressalvadas as exceções legais, e é arrecadada, fiscalizada e</p><p>cobrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda</p><p>(RFB/MF).</p><p>133</p><p>Ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) compete a função</p><p>redistributiva da contribuição social do salário-educação. Do montante arrecadado e</p><p>após as deduções previstas em lei (taxa de administração dos valores arrecadados pela</p><p>RFB, devolução de receitas e outras), o restante é distribuído em cotas pelo FNDE,</p><p>observada em 90% (noventa</p><p>por cento) de seu valor a arrecadação realizada em cada</p><p>estado e no Distrito Federal, da seguinte forma:</p><p> cota federal – correspondente a 1/3 do montante dos recursos, é destinada ao</p><p>FNDE e aplicada no financiamento de programas e projetos voltados para a</p><p>educação básica, de forma a propiciar a redução dos desníveis socioeducacionais</p><p>entre os municípios e os estados brasileiros;</p><p> cota estadual e municipal – correspondente a 2/3 do montante dos recursos, é</p><p>creditada mensal e automaticamente em favor das secretarias de educação dos</p><p>estados, do Distrito Federal e dos municípios para o financiamento de programas,</p><p>projetos e ações voltados para a educação básica.</p><p>A cota estadual e municipal da contribuição social do salário-educação é integralmente</p><p>redistribuída entre os estados e seus municípios, de forma proporcional ao número de</p><p>alunos matriculados na educação básica das respectivas redes de ensino apurado no</p><p>censo escolar do exercício anterior ao da distribuição.</p><p>Os 10% restantes do montante da arrecadação do salário-educação são aplicados pelo</p><p>FNDE em programas, projetos e ações voltados para a educação básica.</p><p>Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)</p><p>Criado em 1995, o Programa tem por finalidade prestar assistência financeira, em</p><p>caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais,</p><p>municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por</p><p>entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assistência Social</p><p>(CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento</p><p>direto e gratuito ao público. O programa engloba várias ações e objetiva a melhoria da</p><p>infraestrutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos</p><p>134</p><p>planos financeiro, administrativo e didático, contribuindo para elevar os índices de</p><p>desempenho da educação básica.</p><p>Os recursos são transferidos independentemente da celebração de convênio ou</p><p>instrumento congênere, de acordo com o número de alunos extraído do Censo Escolar</p><p>do ano anterior ao do repasse.</p><p>Até 2008, o programa contemplava apenas as escolas públicas de ensino fundamental.</p><p>Em 2009, com a edição da Medida Provisória nº 455, de 28 de janeiro (transformada</p><p>posteriormente na Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009), foi ampliado para toda a</p><p>educação básica, passando a abranger as escolas de ensino médio e da educação infantil.</p><p>Sua finalidade é prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas</p><p>públicas do ensino fundamental das redes estaduais e municipais. Os repasses dos</p><p>recursos do PDDE são feitos, anualmente, pelo FNDE às contas bancárias das Unidades</p><p>Executoras das escolas que utilizam os recursos de acordo com as decisões da</p><p>comunidade escolar.</p><p>Os recursos podem ser utilizados para a aquisição de material permanente; manutenção,</p><p>conservação e pequenos reparos das unidades escolares; aquisição de material de</p><p>consumo; avaliação da aprendizagem; implementação de projeto pedagógico e</p><p>desenvolvimento de atividades educacionais. No município, são atendidas 31 escolas da</p><p>rede municipal de ensino com recursos repassados às Unidades Executoras.</p><p>Não é possível pensar e administrar uma rede ou um sistema de ensino e suas</p><p>complexidades de forma improvisada, sem planejamento. Além disso, não é qualquer</p><p>tipo de planejamento que ajudará na busca de soluções. O planejamento tradicional, do</p><p>cálculo racional e imediatista, que diagnostica a Educação Pública exclusivamente como</p><p>gastos do governo sem concebê-la como um investimento necessário e objetivo para</p><p>melhorar o presente e, mais ainda, o futuro, não atende às necessidades do município.</p><p>Deve-se entender planejamento como a articulação constante e incessante entre</p><p>estratégia e tática, que guiam a ação do dia a dia, e como a mediação que o planejamento</p><p>promove entre o conhecimento e a ação.</p><p>135</p><p>O planejamento da Secretaria implica estabelecer objetivos e metas para produzir</p><p>decisões e ações fundamentais com foco no futuro. Projetar o futuro exige um</p><p>planejamento que parta de um diagnóstico atual e do estabelecimento de estratégias que</p><p>venham a intervir no presente e na tomada de decisões que assegurem o fim maior da</p><p>Educação: o acesso, a permanência e a aprendizagem de todas as crianças da sua rede ou</p><p>sistema de ensino. Para tanto, o PME deve considerar os documentos que consolidam o</p><p>planejamento da Educação Nacional e Municipal.</p><p>Uma das estratégias essenciais para a autonomia das redes ou dos sistemas de ensino</p><p>diz respeito à quantidade e à qualidade dos recursos humanos que atuam na área</p><p>educacional. Atenção especial deve ser dada à estruturação da equipe pedagógica e da</p><p>equipe de assessorias técnica e administrativa. É impossível melhorar a qualidade da</p><p>Educação sem professores e técnicos competentes. Permanentemente, o Dirigente</p><p>deverá acompanhar a situação do quadro de recursos humanos que compõe a rede ou o</p><p>sistema de ensino.</p><p>Da mesma forma que a realidade é dinâmica, o planejamento educacional também o é.</p><p>Mas, para tanto, é necessário conhecer muito bem como foram construídas suas</p><p>prioridades. Por sua vez, essas prioridades, independentemente das ferramentas</p><p>utilizadas para mapear e classificar as demandas, devem ser agrupadas por afinidade</p><p>para, em seguida, ter suas urgências, seu impacto e sua viabilidade social e econômica</p><p>identificados.</p><p>136</p><p>3 DIRETRIZES, METAS E</p><p>ESTRATÉGIAS DO PME</p><p>137</p><p>O Plano Municipal de Educação é um documento que norteia a política educacional do</p><p>município. A partir de uma orientação do Programa de Apoio aos Municípios (PROAM),</p><p>o Plano Municipal de Educação de Guanambi passou a ser revisado com a participação</p><p>da comunidade educacional de Guanambi, o que fortaleceu a legitimidade do processo e</p><p>lhe tem dado sustentação.</p><p>O maior desafio no processo de revisão deste instrumento foi a realização de um</p><p>trabalho com a participação e o envolvimento dos diversos segmentos educacionais e</p><p>sociedade civil de Guanambi.</p><p>Dentre as bases para a realização deste trabalho encontram-se as diretrizes que</p><p>nortearão a resolução dos problemas educacionais identificados e quantificados através</p><p>das metas. Portanto, as diretrizes deste plano são a base de todas as ações e atividades a</p><p>serem desenvolvidas pelo município, elas representam a política que determina os</p><p>objetivos, bem como o envolvimento voluntário com relação à participação da</p><p>comunidade guanambiense.</p><p>O pano de fundo das diretrizes foi o diagnóstico apresentado pelos Grupos de Trabalho,</p><p>explanando um amplo e completo cenário dos aspectos situacionais e educacionais do</p><p>município. Os Grupos de Trabalho interpretaram o diagnóstico, debateram a dimensão</p><p>dos problemas, criaram as diretrizes e desdobraram-nas em objetivos e metas.</p><p>Com este trabalho, foram reelaboradas 18 diretrizes baseadas no Plano Nacional de</p><p>Educação, as quais definem linhas de ação para o decênio (2015-2025) que serão a base</p><p>de uma política socioeducacional que o município deverá adotar, uma vez aprovado o</p><p>novo Plano Municipal de Educação.</p><p>138</p><p>3.1 DIRETRIZES</p><p>I. Promoção da sustentabilidade socioambiental em consonância com os currículos</p><p>e as práticas educativas;</p><p>II. Garantia de políticas públicas para promoção humanística, científica e</p><p>tecnológica do município;</p><p>III. Valorização dos profissionais da educação através de políticas públicas que</p><p>garantam melhores condições de trabalho e de remuneração;</p><p>IV. Implementação de políticas públicas para a erradicação do analfabetismo;</p><p>V. Universalização da oferta de matrícula na Educação Básica e Superior associada à</p><p>permanência e qualidade da educação escolar;</p><p>VI. Melhoria da qualidade do ensino no município;</p><p>VII. Garantia de um ensino eficiente e eficaz, primando pelo respeito às diferenças e</p><p>pela qualidade da aprendizagem;</p><p>VIII. Ampliação progressiva</p><p>da carga horária semanal dos alunos da Educação Básica,</p><p>através da reorganização do tempo, do espaço e dos recursos pedagógicos;</p><p>IX. Organização do currículo de modo a garantir a base nacional comum e a parte</p><p>diversificada, nos termos dos Artigos 26, 27 e 28 da LDB 9.394/96, assegurando</p><p>os componentes curriculares, face às necessidades próprias de cada etapa e/ou</p><p>modalidade de Ensino, com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas</p><p>assegurem aos estudantes identidade formativa;</p><p>X. Assunção do Projeto Político-Pedagógico como instrumento que reflete a</p><p>identidade da escola e expressa as suas reais intenções educativas;</p><p>XI. Estabelecimento de parcerias que primem pelo envolvimento das famílias no</p><p>cotidiano escolar da Educação Básica e tornem real a relação família/escola;</p><p>XII. Gratuidade de acesso e oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as</p><p>características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, aos</p><p>jovens e aos adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular;</p><p>XIII. Articulação prioritária com a educação profissional, viabilizando e estimulando o</p><p>acesso do trabalhador à escola, sua permanência e formação nela, mediante ações</p><p>integradas e complementares entre si;</p><p>139</p><p>XIV. Formação inicial e continuada dos Profissionais da Educação, compatível com a</p><p>sua área de atuação;</p><p>XV. Difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e à gestão</p><p>democrática do município;</p><p>XVI. Garantia dos mecanismos de fiscalização e controle que assegurem o rigoroso</p><p>cumprimento do Art. 212 da Constituição Federal, quanto à aplicação dos</p><p>percentuais mínimos, vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino;</p><p>XVII. Garantia da previsão do suporte financeiro às metas constantes deste Plano</p><p>Municipal de Educação nos próximos planos plurianuais;</p><p>XVIII. Garantia da plena autonomia do Órgão Municipal de Educação, na gestão dos</p><p>recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino.</p><p>3.1.1 METAS E ESTRATÉGIAS</p><p>Meta 1: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças</p><p>de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em</p><p>creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças</p><p>de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PME.</p><p>Estratégias:</p><p>1.1. Garantir, a partir da vigência deste plano, padrões básicos de qualidade de</p><p>infraestrutura, conforme as normas estabelecidas pelo MEC, para o funcionamento das</p><p>instituições de Educação Infantil de modo que atenda às crianças de 0 a 5 anos em seu</p><p>desenvolvimento integral no processo de ensino-aprendizagem;</p><p>1.2. Construir, em regime de colaboração com a União e o Estado, creches e Centros de</p><p>Educação Infantil em locais de maior demanda: localidades nucleadas e nos distritos de</p><p>Mutãs, Morrinhos e Ceraíma;</p><p>1.3. Adequar e ampliar, em regime de colaboração com a União e o Estado, as atuais</p><p>salas de Educação Infantil que funcionam nas escolas de Ensino Fundamental com</p><p>mobiliário e recursos pedagógicos adequados;</p><p>140</p><p>1.4. Assegurar autorizações para o funcionamento das instituições de Educação Infantil,</p><p>para as escolas a serem construídas ou reformadas;</p><p>1.5. Estabelecer estratégias de atendimento às crianças, definindo rigorosamente a</p><p>quantidade de crianças por professor de acordo com as legislações vigentes;</p><p>1.6. Estabelecer parâmetros de qualidade dos serviços de Educação Infantil, tendo como</p><p>referência os instrumentos nacionais para a supervisão, o funcionamento, o controle e a</p><p>avaliação das normas emanadas do Conselho Municipal de Educação, para os</p><p>estabelecimentos públicos e privados;</p><p>1.7. Garantir a realização de parcerias entre os setores de educação, saúde e assistência</p><p>social, a fim de que colaborem nos projetos e assistência às crianças de 0 a 5 anos de</p><p>idade, conforme normas do respectivo sistema de ensino;</p><p>1.8. Estabelecer as formas e os mecanismos de integração entre os sistemas municipal e</p><p>estadual com a União e organizações não governamentais, para o desenvolvimento de</p><p>programas de orientação e apoio aos pais com filhos de 0 a 5 anos, na área de saúde e</p><p>assistência social;</p><p>1.9. Priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento</p><p>educacional especializado;</p><p>1.10. Complementar e suplementar o atendimento aos (às) alunos (as) com deficiência,</p><p>transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,</p><p>assegurando a educação bilíngue para crianças surdas, o atendimento psicomotor ao</p><p>deficiente físico e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação</p><p>básica;</p><p>1.11. Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso das crianças à</p><p>Educação Infantil e sua permanência nela, em especial dos beneficiários de programas</p><p>de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de</p><p>assistência social, saúde e proteção à infância;</p><p>141</p><p>1.12. Implantar um Fórum Municipal de Educação Infantil, que sirva como um espaço</p><p>permanente de amplo debate democrático, envolvendo gestores, especialistas, parceiros</p><p>e a sociedade civil, com o objetivo de promover a mobilização, a articulação e a</p><p>implementação de políticas públicas para a Educação Infantil no Município;</p><p>1.13. Recorrer, nos termos dos artigos 30, VI e 211 § 10 da Constituição Federal, à ação</p><p>supletiva da União e do Estado, sempre que se apresentarem necessidades técnicas e</p><p>financeiras.</p><p>Meta 2: Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a</p><p>população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95%</p><p>(noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade</p><p>recomendada, até o final da década de vigência deste PME.</p><p>Estratégias:</p><p>2.1. Realizar mapeamento, em parceria com a Secretaria de Ação Social e de Saúde, por</p><p>meio de censo educacional, das crianças fora da escola, visando a localizar a demanda;</p><p>2.2. Estimular a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para as</p><p>populações do campo e quilombolas, nas próprias comunidades;</p><p>2.3. Desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a</p><p>qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades</p><p>de caráter itinerante;</p><p>2.4. Criar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as) alunos (as) do</p><p>ensino fundamental;</p><p>2.5. Incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das</p><p>atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e</p><p>as famílias;</p><p>142</p><p>2.6. Garantir transporte seguro aos alunos, em quaisquer atividades</p><p>pedagógicas/escolares, com a presença de tutores custeados pelo poder público</p><p>municipal, carros adequados, motoristas habilitados, estradas e vias em boas condições</p><p>de acesso, com a construção de pontos de ônibus no campo com coberturas e assentos;</p><p>2.7. Adequar e fiscalizar, a partir da vigência deste plano, o transporte escolar, visando</p><p>ao conforto e à segurança dos alunos através dos conselhos (de Educação, do</p><p>Transporte, do Colegiado Escolar e do FUNDEB) com condições de trabalho para os</p><p>conselheiros;</p><p>2.8. Garantir, com o apoio da União, em até cinco anos, a partir da vigência deste plano,</p><p>condições de infraestrutura física, material e pedagógica adequadas às escolas para</p><p>atendimento aos alunos de 6 a 14 anos de acordo com os padrões do MEC;</p><p>2.9. Garantir que o sistema de educação do município realize a avaliação dos livros</p><p>didáticos a serem adotados, eliminando textos discriminatórios e verificando a</p><p>adequação às faixas etárias e às necessidades do trabalho educacional.</p><p>Meta 3: Universalizar, até o segundo ano de vigência deste plano, o atendimento</p><p>para todos os jovens de 15 a 17 anos, elevando, até o terceiro ano de vigência</p><p>deste plano, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%;</p><p>Estratégias:</p><p>3.1. Garantir um ensino fundamental</p><p>de qualidade que promova o sucesso da</p><p>aprendizagem para inserção no Ensino Médio;</p><p>3.2. Oferecer vagas nos turnos diurno e noturno em quantidade compatível com a</p><p>demanda;</p><p>3.3. Garantir material didático, laboratórios e equipe de apoio para atender as</p><p>especificidades sociasformativas e cognitivas dos estudantes.</p><p>143</p><p>Meta 4: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano</p><p>do ensino fundamental.</p><p>Estratégias:</p><p>4.1. Assegurar aos alunos do 1º ao 3° ano que, ao final do ciclo de alfabetização, possam</p><p>se apropriar do sistema alfabético da língua, na perspectiva do letramento;</p><p>4.2. Estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino</p><p>fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com</p><p>qualificação e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores (as) e com apoio</p><p>pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;</p><p>4.3. Instituir instrumentos de avaliação municipal periódicos e específicos para aferir a</p><p>alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular as escolas a</p><p>criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando</p><p>medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano</p><p>do ensino fundamental;</p><p>4.4. Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas</p><p>inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a</p><p>aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas</p><p>e sua efetividade;</p><p>4.5. Apoiar a alfabetização de crianças do campo, quilombolas e de populações</p><p>itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver</p><p>instrumentos de acompanhamento que considerem a identidade cultural das</p><p>comunidades quilombolas;</p><p>4.6. Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) para a</p><p>alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e</p><p>práticas pedagógicas inovadoras;</p><p>144</p><p>4.7. Apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas</p><p>especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem</p><p>estabelecimento de terminalidade temporal.</p><p>Meta 5: Universalizar, a partir do primeiro ano de vigência deste plano, o acesso e</p><p>permanência de todas as crianças, jovens e adultos com Deficiência, Transtornos</p><p>Globais do Desenvolvimento e com Superdotação/Altas Habilidades na escola,</p><p>com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos</p><p>multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou</p><p>conveniados.</p><p>Estratégias:</p><p>5.1. Garantir atendimentos médico, clínico e terapêuticos especializados, através do</p><p>Centro de Referência da Educação Inclusiva Operacional (CREIO), PSFs, Hospitais</p><p>Municipais, Estaduais, CREAS e CRAS;</p><p>5.2. Garantir, por meio dos recursos do Programa Nacional de Transporte Escolar</p><p>(PNATE), transporte coletivo com as adaptações necessárias às pessoas que apresentem</p><p>mobilidade reduzida;</p><p>5.3. Garantir os serviços de intérprete na sala de aula em todas as unidades escolares</p><p>que possuirem matrícula de aluno surdo, ledor e áudio descritor para os alunos cegos, e</p><p>assistente de aluno, para alunos com transtorno global do desenvolvimento, deficiência</p><p>múltipla e deficiência física que tenha comprometimento nos membros inferiores e</p><p>superiores concomitantemente;</p><p>5.4. Implantar cursos e programas de formação continuada para os profissionais da</p><p>Educação Básica, para a promoção de saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos de</p><p>jovens e adolescentes, prevenção de doenças de transmissão sexual, alcoolismo e</p><p>drogas;</p><p>5.5. Promover ações de educação profissionalizante e garantir aos alunos com</p><p>Necessidades Educacionais Especiais a inserção no mercado de trabalho;</p><p>145</p><p>5.6. Implantar e garantir, em até um ano, a partir da vigência deste plano, o ensino do</p><p>Sistema Braille e de Libras para os educandos usuários desses métodos, para seus</p><p>familiares, professores e comunidade escolar mediante formação de instrutores;</p><p>5.7. Implantar classes bilíngues (Libras/Português) para a educação básica.</p><p>5.8. Garantir que os padrões de infraestrutura das escolas estejam em consonância com</p><p>a lei de acessibilidade, adequando os prédios escolares existentes e só autorizando a</p><p>construção de novos prédios escolares, públicos ou privados, em conformidade com as</p><p>normas técnicas da ABNT.</p><p>5.9. Desenvolver um programa de estimulação precoce, no Centro de Referência da</p><p>Educação Inclusiva Operacional - CREIO, para atender os alunos matriculados na rede de</p><p>ensino e que necessitem desse serviço.</p><p>5.10. Realizar parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e DIRES, para realização de</p><p>treinamento dos agentes de saúde para acompanhamento e encaminhamento das</p><p>crianças com deficiência cujos pais são incapazes.</p><p>5.11. Garantir que as bibliotecas públicas e as salas de leitura das unidades escolares</p><p>tenham em seu acervo livros em LIBRAS, Braille e áudios livros.</p><p>5.12. Garantir a participação das Secretarias Municipal e Estadual de Educação junto às</p><p>ONGs que prestam atendimento às pessoas com necessidades especiais, por meio de</p><p>apoio financeiro e de recursos humanos, visando ao melhor funcionamento das</p><p>Instituições.</p><p>Meta 6: Ampliar, progressivamente, a jornada escolar da Educação Básica para</p><p>funcionamento em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das</p><p>escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento)</p><p>dos (as) alunos (as) da educação básica até o final da década de vigência deste</p><p>plano.</p><p>146</p><p>Estratégias:</p><p>6.1. Organizar as escolas de modo que os alunos dos segmentos e modalidades de ensino</p><p>sejam atendidos em turnos opostos;</p><p>6.2. Prover, nas escolas de tempo integral, além da merenda escolar, no mínimo duas</p><p>refeições, apoio às tarefas escolares, a prática de esporte e atividades artísticas;</p><p>6.3. Elaborar e executar projetos extraclasse de atividades lúdicas e artísticas para um</p><p>maior envolvimento dos alunos;</p><p>6.4. Implantar novos projetos municipais e apoiar os programas do Governo Federal de</p><p>educação integral como: Mais Educação, Mais Cultura e Escola Aberta, entre outros.</p><p>Meta 7: Adequar, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, o currículo</p><p>escolar para atender às exigências legais, bem como às peculiaridades dos</p><p>sujeitos da Educação Básica e de suas comunidades.</p><p>Estratégias:</p><p>7.1. Assegurar que a escola inclua em seu Projeto Político-Pedagógico a temática</p><p>História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, garantindo, assim, o cumprimento da Lei</p><p>N° 11.645/08;</p><p>7.2. Tratar a educação ambiental como tema transversal, desenvolvendo-a como uma</p><p>prática educativa integrada, contínua e permanente em conformidade com a lei N°</p><p>9.795/99;</p><p>7.3. Articular projetos e programas de educação ambiental, nas esferas federal, estadual</p><p>e municipal, em sintonia com as diretrizes do Programa Nacional de Educação</p><p>Ambiental (PRONEA) e da política de Educação ambiental (PNEA), de acordo com a Lei</p><p>nacional de Educação Ambiental;</p><p>147</p><p>7.4. Adequar o calendário escolar para atender às peculiaridades dos alunos das zonas</p><p>urbana e rural;</p><p>7.5. Garantir, a partir da vigência deste plano, a aplicação de testes de acuidade visual e</p><p>auditiva em todas as instituições da educação básica, em parceria com a área de saúde,</p><p>de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado a quem necessitar do serviço;</p><p>7.6. Assegurar, a partir do primeiro ano de vigência deste Plano, que todas as escolas</p><p>persigam os objetivos definidos em seus Projetos Político-Pedagógicos;</p><p>7.7. Implementar e efetivar políticas educacionais envolvendo a parceria entre família,</p><p>escola e comunidade;</p><p>7.8. Garantir o funcionamento dos Conselhos representativos junto à Gestão escolar.</p><p>Meta 8: Promover a qualidade</p><p>da educação básica em todas as etapas e</p><p>modalidades, visando à melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a</p><p>alcançar as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do</p><p>ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino</p><p>médio.</p><p>Estratégias:</p><p>8.1. Estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas</p><p>para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos</p><p>de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino</p><p>fundamental e médio, respeitadas aa diversidades regionais, estaduais e locais;</p><p>8.2. Assegurar que, até o quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% (setenta</p><p>por cento) dos (as) alunos (as) do ensino fundamental e do ensino médio tenham</p><p>alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de</p><p>aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% (cinquenta por cento),</p><p>pelo menos, o nível desejável;</p><p>148</p><p>8.3. Garantir, no último ano de vigência deste PME, que todos os (as) estudantes do</p><p>ensino fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de</p><p>aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de</p><p>seu ano de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o nível desejável;</p><p>8.4. Constituir, em colaboração entre a União, os Estados e o Município, um conjunto de</p><p>indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de</p><p>profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos</p><p>pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões</p><p>relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;</p><p>8.5. Associar a prestação de assistência técnica e financeira à fixação de metas</p><p>intermediárias, nos termos estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os entes,</p><p>priorizando sistemas e redes de ensino com IDEB abaixo da média nacional;</p><p>8.6. Desenvolver indicadores específicos de avaliação da qualidade da educação especial,</p><p>bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos e cegos;</p><p>8.7. Incentivar o desenvolvimento, selecionar, certificar e divulgar tecnologias</p><p>educacionais para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio e</p><p>incentivar práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo escolar e</p><p>a aprendizagem, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com</p><p>preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o</p><p>acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas;</p><p>8.8. Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar mediante transferência direta de</p><p>recursos financeiros à escola, garantindo a participação da comunidade escolar no</p><p>planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao</p><p>efetivo desenvolvimento da gestão democrática;</p><p>8.9. Ampliar programas e aprofundar ações de atendimento ao (à) aluno (a), em todas as</p><p>etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-</p><p>escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;</p><p>149</p><p>8.10. Assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso a energia</p><p>elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos</p><p>sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais</p><p>e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar,</p><p>garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;</p><p>8.11. Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de</p><p>reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à</p><p>equalização regional das oportunidades educacionais;</p><p>8.12. Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento</p><p>de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas</p><p>causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências</p><p>adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado</p><p>de segurança para a comunidade;</p><p>8.13. Garantir, nos currículos escolares, conteúdos sobre a história e as culturas afro-</p><p>brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis</p><p>n.os 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se a</p><p>implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de ações</p><p>colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos</p><p>escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;</p><p>8.14. Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no</p><p>IDEB, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade</p><p>escolar.</p><p>Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais</p><p>para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2016 e, até o</p><p>final da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%</p><p>(cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm</p><p>150</p><p>Estratégias:</p><p>9.1. Promover chamadas públicas regulares dos jovens e adultos que estão fora da</p><p>escola;</p><p>9.2. Realizar estudos e pesquisas periódicas que envolvam investigações a respeito de</p><p>elementos condicionantes dos indicadores educacionais dos cursos da EJA;</p><p>9.3. Implantar e garantir, nos primeiros quatro (4) anos da vigência deste plano, a</p><p>formação de classes de Educação de Adolescentes, Jovens e Adultos que atendam aos</p><p>educandos da zona urbana assim como aos do/no campo;</p><p>9.4. Assegurar a EJA como política pública prioritária, continuada, permanente e</p><p>universal, evitando sua oferta como estratégia de gestão compensatória;</p><p>9.5. Garantir, a partir da vigência deste plano, o transporte escolar para os alunos da EJA</p><p>que residem no campo e nos bairros de difícil acesso;</p><p>9.6. Garantir, a partir da vigência deste plano, a Educação de Jovens e Adultos no campo</p><p>com uma proposta curricular contextualizada.</p><p>Meta 10: Reduzir, em 50%, nos 04 (quatro) primeiros anos de vigência deste</p><p>plano, o índice de abandono e a taxa de repetência dos alunos da Educação de</p><p>Jovens e Adultos.</p><p>Estratégias:</p><p>10.1. Articular com as Secretarias de Saúde e Assistência Social, atendimento médico</p><p>oftalmológico e viabilização para aquisição de documentos, para a melhoria da</p><p>qualidade de vida e aprendizagem dos alunos jovens, adultos e idosos no município;</p><p>10.2. Propor às instituições públicas e privadas, principalmente à Prefeitura Municipal</p><p>de Guanambi, a implantação de horário especial aos alunos trabalhadores, matriculados</p><p>151</p><p>com frequência regular na EJA, garantindo disponibilidade de tempo e espaço para o</p><p>estudo;</p><p>10.3. Fomentar a integração da EJA com a educação profissional, em cursos planejados</p><p>de acordo com as características e especificidades desse público, incluindo a educação a</p><p>distância; aquisição de equipamentos, materiais e assistência social aos estudantes;</p><p>10.4. Criar políticas públicas para geração de emprego, de forma a atender aos alunos da</p><p>Educação de Jovens e Adultos através de parcerias entre os poderes público e privado, a</p><p>fim de que pelo menos 50% dos educandos e egressos da EJA sejam inseridos no</p><p>mercado de trabalho formal;</p><p>10.5. Possibilitar a participação dos educandos da EJA em estágios remunerados em</p><p>instituições públicas, comércio local e outros, com observância da Lei 11.788/08;</p><p>10.6. Estabelecer parcerias com órgãos municipais, estaduais, federais e ONGs para</p><p>oferecer cursos técnicos e profissionalizantes de qualidade aos educandos da EJA de</p><p>acordo com a necessidade do mercado;</p><p>10.7. Garantir ações de Segurança Pública às instituições escolares do município que</p><p>visem à redução do índice de violência, assegurando no entorno das escolas</p><p>iluminação</p><p>pública, posto policial e guarda noturno;</p><p>10.8. Realizar fóruns, conferências e seminários para avaliação dos programas de EJA,</p><p>assegurando as metas e objetivos do PME;</p><p>10.9. Implantar, a partir da vigência deste Plano, nas unidades prisionais e</p><p>estabelecimentos que atendam adolescentes, jovens e adultos em situação de</p><p>risco/infratores, programas de Educação de Jovens e Adultos de nível fundamental;</p><p>10.10. Implantar e garantir classes de Educação de Jovens e Adultos no diurno;</p><p>152</p><p>10.11. Assegurar ao educando da EJA condições de aprendizagem favoráveis, garantindo</p><p>material e livros didáticos específicos de qualidade, merenda escolar e espaços físicos e</p><p>mobiliários adequados aos jovens, adultos e idosos;</p><p>10.12. Construir e garantir uma proposta pedagógica curricular específica para EJA,</p><p>implementando práticas educativas próprias para adolescentes, jovens, adultos e idosos.</p><p>Meta 11: Meta 11 Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29</p><p>(vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no</p><p>último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de</p><p>menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e</p><p>igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação</p><p>Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.</p><p>Estratégias:</p><p>11.1. Institucionalizar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo, para</p><p>acompanhamento pedagógico individualizado e para recuperação e progressão parcial,</p><p>bem como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as</p><p>especificidades dos segmentos populacionais considerados;</p><p>11.2. Implementar programas de educação de jovens e adultos para os segmentos</p><p>populacionais considerados que estejam fora da escola e com defasagem idade-série,</p><p>associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a</p><p>alfabetização inicial;</p><p>11.3. Garantir acesso gratuito a exames de certificação da conclusão dos ensinos</p><p>fundamental e médio;</p><p>11.4. Expandir a oferta gratuita de educação profissional técnica por parte das entidades</p><p>privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de</p><p>forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para os segmentos</p><p>populacionais considerados;</p><p>153</p><p>11.5. Promover, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, o</p><p>acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola específicos para os segmentos</p><p>populacionais considerados, identificar motivos de absenteísmo e colaborar com os</p><p>Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a garantia de frequência e apoio à</p><p>aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento desses (as)</p><p>estudantes na rede pública regular de ensino;</p><p>11.6. Promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos</p><p>populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e</p><p>proteção à juventude.</p><p>Meta 12: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de</p><p>educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma</p><p>integrada à educação profissional.</p><p>Estratégias:</p><p>12.1. Manter programa nacional de educação de jovens e adultos voltado à conclusão do</p><p>ensino fundamental e à formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão</p><p>da educação básica;</p><p>12.2. Expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a</p><p>formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional,</p><p>objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;</p><p>12.3. Fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação</p><p>profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da</p><p>educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações</p><p>itinerantes e do campo e das comunidades indígenas e quilombolas, inclusive na</p><p>modalidade de educação a distância;</p><p>12.4. Ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e</p><p>baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos</p><p>articulada à educação profissional;</p><p>154</p><p>12.5. Implantar programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos</p><p>voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na</p><p>educação de jovens e adultos integrada à educação profissional, garantindo</p><p>acessibilidade à pessoa com deficiência;</p><p>12.6. Estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a</p><p>formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-</p><p>relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da</p><p>cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às</p><p>características desses alunos e alunas;</p><p>12.7. Fomentar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e</p><p>metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e</p><p>laboratórios e a formação continuada de docentes das redes públicas que atuam na</p><p>educação de jovens e adultos articulada à educação profissional;</p><p>12.8. Fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e</p><p>trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e</p><p>com apoio de entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema</p><p>sindical e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com</p><p>atuação exclusiva na modalidade;</p><p>12.9. Institucionalizar programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo</p><p>ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para</p><p>garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação</p><p>de jovens e adultos articulada à educação profissional;</p><p>12.10. Orientar a expansão da oferta de educação de jovens e adultos articulada à</p><p>educação profissional, de modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos</p><p>estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e das</p><p>professoras e implementação de diretrizes nacionais em regime de colaboração;</p><p>155</p><p>12.11. Implementar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens e adultos</p><p>trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de formação</p><p>inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio.</p><p>Meta 13: Ofertar, progressivamente e com qualidade, a Educação Básica e EJA em</p><p>escolas nucleadas no campo, atendendo a 50% da demanda escolar até 2017 e</p><p>100% até 2020.</p><p>Estratégias:</p><p>13.1. Garantir o acesso dos alunos à escola no e do campo, sua permanência e sucesso</p><p>nela;</p><p>13.2. Implementar escolas que atendam à Educação Básica e EJA nucleadas em</p><p>comunidades que melhor atendam a menor distância a ser percorrida;</p><p>13.3. Planejar e executar a estrutura física das escolas no campo de acordo com os</p><p>padrões do MEC;</p><p>13.4. Garantir, através de audiência pública, a participação das comunidades locais na</p><p>definição do espaço e infraestrutura arquitetônica para construção das escolas</p><p>nucleadas no campo; (colocar antes da estratégia 19.4)</p><p>13.5. Garantir, no prazo de 02 anos, por meio das responsabilidades dos entes</p><p>federados, o Ensino Médio nos distritos.</p><p>Meta 14: Garantir e ampliar parcerias, no primeiro ano de vigência deste plano,</p><p>com as instituições públicas municipais para fomentar a educação profissional.</p><p>Estratégias:</p><p>14.1. Garantir, ainda nos três (03) primeiros anos de vigência deste plano, ações que</p><p>proporcionem o acesso dos alunos do município à Educação Profissional;</p><p>156</p><p>14.2. Realizar convênios com as instituições públicas municipais para oportunizar</p><p>acesso dos alunos dos cursos técnicos a estágio supervisionado;</p><p>14.3. Oferecer oficinas vocacionais para incentivo dos alunos do curso técnico.</p><p>Meta 15: Adequar,</p><p>a partir do primeiro ano de vigência deste plano, o currículo</p><p>escolar para atender a diversidade etnicorracial, indígena, quilombola, de gênero,</p><p>orientação sexual, diversidade sexual e educação sexual.</p><p>Estratégias:</p><p>15.1. Garantir um trabalho pedagógico que reconheça as personalidades negras que se</p><p>destacam nas diversas áreas culturais, artísticas, literária, esportiva, científica e política;</p><p>15.2. Implantar projetos e oficinas com foco na tolerância e respeito às matrizes</p><p>religiosas africanas e indígenas e à diversidade sexual;</p><p>15.3. Implantar as escolas nucleadas nas comunidades negras das regiões do Morro de</p><p>Dentro, Isabel, Gado Bravo, Beira Rio, Lagoa do Buraco, Queimadas e outros, no prazo de</p><p>dois (2) anos, a partir da vigência deste Plano.</p><p>Meta 16: Fomentar, em regime de colaboração com o Estado e a União, a entrada e</p><p>permanência dos estudantes da rede pública do município em cursos superiores</p><p>de modo a elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a</p><p>taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, a partir do primeiro ano de</p><p>vigência deste plano.</p><p>Estratégias:</p><p>16.1. Criar a Comissão Municipal de Educação Superior, com o objetivo de discutir ações</p><p>que visem ao desenvolvimento do município e região;</p><p>16.2. Ampliar progressivamente as vagas nas instituições públicas de Ensino Superior,</p><p>até que atinjam 40% das vagas;</p><p>157</p><p>16.3. Criação de um pré-vestibular municipal gratuito com a finalidade de atender aos</p><p>egressos do ensino médio do município, os quais, na sua maioria, são pertencentes às</p><p>camadas mais baixas da sociedade, e ampliar vagas para o pré-vestibular social;</p><p>16.4. Ofertar residência estudantil para estudantes do campo e distritos, mantida pelo</p><p>poder municipal;</p><p>16.5. Criar políticas públicas para permanência dos estudantes das classes populares no</p><p>Ensino Superior Público presencial por meio de financiamentos (restaurantes</p><p>comunitários, transportes, creches, etc.);</p><p>16.6. Estimular a adoção, pelas faculdades, de programas de assistência estudantil, tais</p><p>como bolsa-trabalho, bolsa-estudo ou outros destinados a apoiar os estudantes carentes</p><p>que demonstrem bom desempenho acadêmico;</p><p>16.7. Assinatura de convênios entre prefeitura e instituições de Ensino Superior que</p><p>permitam aos alunos matriculados no 3º ano do Ensino Médio, nas redes de ensino</p><p>municipal, estadual e privada, uma maior integração com as atividades desenvolvidas</p><p>pelas instituições de Ensino Superior presentes no município;</p><p>16.8. Estimular, nas faculdades e universidades públicas e privadas, a criação de cursos</p><p>alternativos à graduação tradicional, como sequenciais e de formação específica;</p><p>16.9. Pesquisar, em cada região de desenvolvimento do município, as demandas por</p><p>Educação Superior (número de concluintes do Ensino Médio; suas expectativas quanto à</p><p>educação superior; demanda do mercado local, empresas e serviços públicos), a fim de</p><p>promover uma expansão racional do Ensino Superior que atenda, de fato, às</p><p>necessidades localizadas e contribua para o desenvolvimento socioeconômico da região;</p><p>16.10. Ampliação e fortalecimento do campus XII da UNEB e do Instituto Federal Baiano,</p><p>com a criação de novos cursos;</p><p>158</p><p>16.11. Articulação política por parte das instituições de Ensino Superior presentes no</p><p>município, juntamente com poderes públicos e comunidade, visando ao</p><p>desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem de Guanambi e região;</p><p>16.12. Expandir o sistema de educação a distância, utilizando-o, inclusive, para ampliar</p><p>as possibilidades de atendimento nos cursos presenciais regulares ou de educação</p><p>continuada;</p><p>16.13. Pesquisar a situação dos beneficiados pelo sistema de cotas nas universidades</p><p>estaduais, seu aproveitamento, índice de evasão, insatisfação com a carreira escolhida,</p><p>sua integração com a instituição, a fim de melhor qualificar os trabalhos oferecidos.</p><p>Meta 17: Elevar a qualidade da educação superior, dobrando, até 2017, o número</p><p>de pesquisadores qualificados no município.</p><p>Estratégias:</p><p>17.1. Ampliar o financiamento público já existente à pesquisa científica e tecnológica,</p><p>através da Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa e com a colaboração das empresas</p><p>públicas, privadas e poder municipal, de forma a triplicar, em dez anos, os recursos</p><p>anualmente destinados a essa finalidade;</p><p>17.2. Criar linhas orçamentárias de fomento à pesquisa e extensão por parte dos</p><p>poderes públicos municipal e estadual.</p><p>Meta 18: Elevar gradualmente, a partir do primeiro ano de vigência deste plano, o</p><p>número de cursos de extensão e treinamento educacionais para professores e</p><p>alunos da rede pública em parceria com as instituições de nível superior.</p><p>Estratégias:</p><p>18.1. Ofertar cursos de extensão, para atender às necessidades da educação continuada,</p><p>incentivando as Instituições de Ensino Superior presentes no município a criarem e</p><p>consolidarem pós-graduação de acordo com as necessidades regionais;</p><p>159</p><p>18.2. Incentivar a articulação das universidades com os demais níveis de ensino, a fim de</p><p>que elas contribuam para a melhor qualificação do corpo docente do ensino público das</p><p>redes estadual e municipal. Essa articulação permitirá a constante atualização dos</p><p>currículos em relação à realidade do nosso município e ao desenvolvimento de</p><p>pesquisas sobre os temas que se fizerem mais necessários.</p><p>Meta 19: Universalizar, até o 2º ano de vigência deste plano, formação inicial e</p><p>continuada para todos os Profissionais do Magistério e da educação.</p><p>Estratégias:</p><p>19.1. Realizar parcerias com Universidades, Faculdades e Institutos de educação</p><p>superior, governos estadual e federal, priorizando os servidores efetivos;</p><p>19.2. Instituir, através de lei, bolsa/auxílio aos Profissionais do Magistério e da Educação</p><p>que se deslocarem para outros centros, fora do âmbito municipal para realização da</p><p>formação;</p><p>19.3. Garantir substituto para o Profissional da Educação e do Magistério que se</p><p>ausentar para formação;</p><p>19.4. 19.4. Garantir que os professores e as professoras da educação básica possuam</p><p>formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de</p><p>conhecimento em que atuam;</p><p>19.5. Incentivar e garantir gradualmente o número de matrículas dos profissionais do</p><p>magistério nos cursos de mestrado e doutorado em educação, recomendados pela</p><p>CAPES.</p><p>Meta 20: META 20: Garantir, anualmente, a começar do primeiro semestre de</p><p>vigência deste plano, através de parcerias com os Conselhos Estadual e Federal e</p><p>com a CGU, política de formação continuada para conselheiros que atuam nos</p><p>órgãos colegiados das instituições e sistemas de ensino, assegurando as condições</p><p>necessárias para tal.</p><p>160</p><p>Estratégia:</p><p>20.1. Oferecer aos conselheiros condições de participação nas capacitações,</p><p>assegurando-lhes substitutos nos seus locais de trabalhos nos horários correspondentes</p><p>à capacitação.</p><p>Meta 21: Garantir que, a partir do primeiro dia de vigência deste plano, a</p><p>admissão de Profissionais do Magistério e Profissionais da Educação seja feita</p><p>através de concurso público, com classificação específica para a área em que irão</p><p>atuar, respeitando as reais necessidades das escolas.</p><p>Estratégia:</p><p>21.1. Realização de concurso público de provas e títulos para as áreas de: Coordenador</p><p>Pedagógico, Bibliotecário, Secretário, Assistente de Secretaria, Digitador, Auxiliar de</p><p>Serviços Gerais, Professor com formação em Pedagogia para a Educação Infantil e anos</p><p>iniciais do Ensino Fundamental, Professor de área específica para os anos finais do</p><p>Ensino Fundamental, Ensino Médio e Superior, Vigia, Assistente de aluno, Técnico de</p><p>Informática.</p><p>Meta 22: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a regulamentação dos Planos de</p><p>Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior de todos os</p><p>sistemas de ensino e, para o Plano de Carreira dos (as) profissionais da educação</p><p>básica pública, tomar como referência o</p><p>piso salarial nacional profissional,</p><p>definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição</p><p>Federal.</p><p>Estratégias:</p><p>22.1. Aplicar o que determinam os artigos da Lei Municipal de nº 514/2011 que ainda</p><p>não foram cumpridos.</p><p>22.2. Garantir o cumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos dos</p><p>Profissionais do Magistério e dos Profissionais da Educação;</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art206viii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art206viii</p><p>161</p><p>Meta 23: Valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de</p><p>educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais</p><p>profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência</p><p>deste PME.</p><p>Estratégias:</p><p>23.1. Implantar, a partir da vigência deste plano, novas políticas para garantir melhores</p><p>condições de trabalho e financeira aos Profissionais do Magistério Público Municipal e</p><p>aos Profissionais da Educação Municipal;</p><p>23.2. Garantir aos profissionais do magistério um adicional de regência, cujo percentual</p><p>seja discutido, previamente, com os interessados e a representação sindical da categoria;</p><p>23.3. Garantir o regime de dedicação exclusiva para os Profissionais do Magistério, no</p><p>exercício do cargo, com disponibilidade de carga horária de 40h, com implantação</p><p>gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar;</p><p>23.4. Garantir que os cursos de formação realizados pelos professores e demais</p><p>profissionais da educação sejam pré-requisitos para a valorização profissional,</p><p>materializados em promoção funcional;</p><p>23.5. Garantir a manutenção do dispositivo constitucional (Art. 40 da CF), no que se</p><p>refere à isonomia salarial entre o pessoal da ativa e os aposentados;</p><p>23.6. Propiciar aos Profissionais da Educação preservação do poder aquisitivo por meio</p><p>de reposição das perdas salariais na data-base, qual seja o mês de janeiro;</p><p>23.7. Instituir, até o 6º mês de vigência deste plano, Plano de Cargos, Carreiras e Salários</p><p>para os profissionais da educação, de forma que seja elaborado com a sua participação</p><p>paritária, considerando promoção, progressão e titulação como critérios automáticos de</p><p>desenvolvimento na carreira, garantindo o pagamento, por parte do ente federado, das</p><p>despesas advindas de sua formação e qualificação;</p><p>162</p><p>23.8. Revogar, no primeiro mês de vigência deste plano, a lei 742 de 06 de junho de</p><p>2013.</p><p>Meta 24: Criar políticas públicas, até o segundo ano de vigência deste plano, que</p><p>assegurem o bom desempenho dos profissionais da educação e do magistério e</p><p>consequentemente a melhoria no atendimento aos educandos.</p><p>Estratégias:</p><p>24.1. Garantir avaliação de desempenho institucional interna das escolas, dos</p><p>profissionais da educação e do magistério subsidiada por critérios que contribuam para</p><p>uma ação profissional/pedagógica que seja pautada na perspectiva de superação de suas</p><p>dificuldades, de continuidade de sua formação e da consequente melhoria do</p><p>desempenho profissional, fundamentada em princípios éticos, democráticos, autônomos</p><p>e coletivos;</p><p>24.2. Instituir, em parceria com o Ministério Público local, um código educacional que</p><p>regulamente medidas socioeducativas para prevenção e combate a qualquer prática de</p><p>agressão moral ou física aos profissionais da educação e do magistério.</p><p>Meta 25: Desenvolver, no primeiro ano da vigência deste plano, um projeto de</p><p>intervenção na saúde dos Profissionais da Educação e Profissionais do Magistério</p><p>a fim de viabilizar a promoção, manutenção e o restabelecimento da saúde desses</p><p>profissionais.</p><p>Estratégias:</p><p>25.1. Garantir condições adequadas de acústica nos espaços físicos educacionais e</p><p>01(um) microfone em condições reais de funcionamento para cada professor, a ser</p><p>utilizado durante o exercício da sua profissão como equipamento que possa evitar ou</p><p>diminuir o desgaste das cordas vocais;</p><p>25.2. Instalar e garantir o funcionamento do Departamento de Segurança e Medicina do</p><p>Trabalho;</p><p>163</p><p>25.3. Disponibilizar, no primeiro semestre de vigência deste PME, plano de saúde em</p><p>favor dos Profissionais da Educação e dos Profissionais do Magistério;</p><p>25.4. Viabilizar, através de pesquisas científicas, o perfil detalhado das doenças e</p><p>queixas de doenças mais frequentes nas categorias, avaliando as condições e fatores que</p><p>podem estar associados aos problemas de saúde observados;</p><p>25.5. Implantação de um sistema de atenção à saúde dos profissionais, garantindo o</p><p>atendimento principalmente de profissionais voltados às alterações e patologias vocais,</p><p>aos transtornos psíquicos e às desordens musculoesqueléticas;</p><p>25.6. Promover anualmente cursos e oficinas sobre o uso correto e adequado da voz,</p><p>como uma medida preventiva.</p><p>3.1.2 MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE PARA ELABORAÇÃO DO PME,</p><p>DIVULGAÇÃO DO PME E AUDIÊNCIA PÚBLICA</p><p>O documento final de reestruturação do Plano Municipal de Educação de Guanambi para</p><p>adequação aos Planos Nacional e Estadual de educação, mantendo o princípio da</p><p>participação democrática, constituiu-se através de um processo democrático e</p><p>participativo no qual segmentos das esferas pública e privada, bem como a comunidade</p><p>civil e organizada de Guanambi, definiram os caminhos da educação do município para</p><p>os próximos dez anos, após sua aprovação. Uma ação, cujo processo percorreu os</p><p>seguintes passos: publicação do Decreto de nº 013 de 04 de julho de 2013, o qual</p><p>instituiu o Grupo Colaborativo, realização de reuniões do grupo para estudo das leis que</p><p>versam sobre as questões educacionais e sobre as questões orçamentárias do município,</p><p>participação do grupo nos encontros realizados pelo PROAM para capacitação, criação</p><p>de comissões e subcomissões responsáveis pelas alterações do PME já existente;</p><p>reuniões das subcomissões para realização de diagnóstico de cada modalidade;</p><p>levantamento de diagnóstico da situação educacional do município, análise dessa</p><p>realidade e redefinição das metas e estratégias do PME com a sociedade, consolidação</p><p>do texto-base sobre as políticas educacionais para o município, culminando com a</p><p>164</p><p>realização da I Audiência Pública Municipal de Educação, que foi precedida de uma</p><p>ampla divulgação e contou com a participação de Servidores em Educação, Professores,</p><p>Sindicatos, Associações, Pais de Alunos, Alunos e demais membros da Sociedade Civil</p><p>Organizada. Foi ainda realizada a II Audiência, a qual aprovou, em caráter terminativo, o</p><p>que fora reestruturado no PME de Guanambi.</p><p>De forma articulada com o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Plano Estadual de</p><p>Educação (PEE) e em consonância com a Constituição Federal de 1988, com a Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, concluímos que o PME responde</p><p>às expectativas e especificidades da educação para atender aos anseios da comunidade</p><p>guanambiense.</p><p>165</p><p>3.2 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME</p><p>O processo de monitoramento consiste em acompanhar e avaliar a execução do Plano,</p><p>com a finalidade de garantir o seu cumprimento. Assim, o acompanhamento e a</p><p>avaliação serão realizados por uma Comissão de Controle Social do Plano, composta</p><p>pelos representantes eleitos em audiência pública, devendo a Secretaria Municipal de</p><p>Educação com o Conselho Municipal de Educação organizar e coordenar reuniões</p><p>semestrais ou anuais para esse fim, precedidas de divulgação.</p><p>Nesse sentido, faz-se necessário criar mecanismos de acompanhamento e avaliação da</p><p>implementação do PME, assegurando que os objetivos e metas, os quais representam</p><p>prioridades da sociedade, sejam respeitados e cumpridos.</p><p>166</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ADIB, Renaul Alberto. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: Guia</p><p>de Planejamento. Brasília: SDT/MDA, 2005.</p><p>ARROYO, Miguel G., CALDART, Roseli S., MOLINA, Mônica C. (Org.). Por uma</p><p>educação do campo. Petrópolis:</p><p>Vozes, 2004.</p><p>BAHIA. Plano Estadual de Educação. Lei nº 10.330 de 15 de setembro de 2006.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.639/03 e Lei nº 11.645/08.Ministério da Educação. Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o</p><p>Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Indígena. MEC/SECAD.</p><p>2008.</p><p>_________. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Diretrizes complementares,</p><p>normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de</p><p>atendimento da Educação Básica do Campo. Resolução Complementar CNE/CEB</p><p>Nº 2, de 2008. Disponível em:</p><p><http://portal.mec.gov.rbr/arquivos/pdf/resolucao_2.pdf>. Acesso em 4 ago.2014.</p><p>_________. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil. Brasília: 19. ed. Atualizada. 2002.</p><p>_________. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-</p><p>raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.</p><p>Brasília: MEC/SEF, 2004. Resolução CNE/CEB Nº 1, de 21 de janeiro de 2004.</p><p>_________. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de</p><p>finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras</p><p>providências. Disponível: <www.senado.gov.br>. Acesso em 4 ago.2014.</p><p>_________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. Disponível</p><p>em <portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em 17 abril 2014.</p><p>_________. Lei Federal nº 11.738, de 16 de julho de 2008. Regulamenta a alínea “e” do</p><p>inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para</p><p>instituir o piso salarial profissional pelos profissionais do magistério público da</p><p>educação básica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 17 de julho de</p><p>2008. Disponível em <http://www.gov.br.ccivil_031_ato2007_2010/2018/lei/11.738.htm>.</p><p>Acesso em 22 de maio de 2015.</p><p>_________. Lei 11.947/2009. Brasília: 2009. Disponível em:</p><p><http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/.../lei/l11947.htm>. Acesso em</p><p>17 abril 2014.</p><p>167</p><p>_________. MEC. Plano Nacional de Educação. Brasília, 2014.</p><p>_________. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Fundo Nacional de Desenvolvimento da</p><p>Educação. Brasília: FNDE/SIGAE, 2010.</p><p>_________. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Fundo Nacional de Desenvolvimento da</p><p>Educação. Brasília: FNDE/SIGAE, 2011.</p><p>_________. MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO. Programa Parâmetros em ação: meio</p><p>ambiente: guia do formador. Brasília: MEC/ SEF, 2001. 426 p.</p><p>_________. Parâmetros Curriculares Nacionais. PCNs: Apresentação dos temas</p><p>Transversais e Ética, MEC/ SEF. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 1997.</p><p>_________. Política Nacional da Educação Ambiental nº. 9.795 – 27 de abril de 1999.</p><p>Estabelece a educação ambiental, Brasília: 1999.</p><p>_________. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013–</p><p>Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases</p><p>da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar</p><p>outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em 26/05/15.</p><p>_________. Programa Nacional da Alimentação Escolar – PNAE. Lei nº 11.947/2009.</p><p>_________. Secretaria de Educação</p><p>Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Temas</p><p>Transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.</p><p>BRASILEIRA, Agenda 21. Brasília: MMA/PNUD, 2000.</p><p>BOMFIM, Ivanilda A. S. A degradação do riacho Belém em Guanambi-BA: uma análise</p><p>ambiental urbana. In CASTRO, J. M. L. [et al] Bacias hidrográficas de Guanambi: uso,</p><p>ocupação e conservação – rio Carnaíba de Dentro, riacho Belém e zoneamento</p><p>urbano das áreas verdes. Brasília-DF. ExLibris, 2010.</p><p>CASTRO, Jane Mary Lima. [Et al] Bacias hidrográficas de Guanambi: uso, ocupação e</p><p>conservação – rio Carnaíba de Dentro, riacho Belém e zoneamento urbano das</p><p>áreas verdes. Brasília-DF. ExLibris, 2010.</p><p>Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB Nº 2,</p><p>de 11 de setembro de 2001: Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na</p><p>Educação Básica.</p><p>168</p><p>Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB Nº 2,</p><p>de 28 de abril de 2008: Estabelece diretrizes complementares, normas e princípios</p><p>para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do</p><p>Campo.</p><p>FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. 5ª Edição. São Paulo: Editora Cortez, 2001.</p><p>JESUS, Regina de Fátima. Experiências compartilhadas por professores/ as Gonçalenses:</p><p>caminhos para a Lei n. 10.639/03. In: JESUS, Regina de Fátima... [et al]. Dez anos da lei</p><p>n. 10.639/03: memórias e perspectivas. Fortaleza: Edições UFC, 2013.</p><p>GADOTTI, Moacir. TORRES, C. (Org.). Educação popular: utopia latino-americana. São</p><p>Paulo: Cortez/USP. 1994.</p><p>GUANAMBI. Anteprojeto de lei complementar nº. 001/2007.Relatório Técnico do</p><p>Plano Diretor Participativo de Guanambi. Guanambi, 2007.</p><p>_____________. Código de Defesa do Meio Ambiente. Lei n.º 034/01. Guanambi, 2001.</p><p>_____________. Estatuto e Plano de Carreira do Magistério Público Municipal do</p><p>Município de Guanambi. Lei nº 028 de 11 de agosto de 1998.</p><p>_____________. Lei de Diretrizes Orçamentária. Lei nº 826 de 28 de maio de 2014.</p><p>_____________. Lei para escolha de diretores das escolas municipais. Lei nº 107/96 de</p><p>12 de julho de 1998.</p><p>_____________. Lei para escolha de diretores das escolas municipais. Lei nº 030/1998</p><p>de 13 de julho de 1998.</p><p>_____________. Lei para escolha de diretores das escolas municipais. Lei nº 92/2005 de</p><p>13 de dezembro de 2005.</p><p>_____________. Lei para escolha de diretores das escolas municipais. Lei nº 375/2009</p><p>de 11 de dezembro de 2009.</p><p>_____________. Lei para escolha de diretores das escolas municipais. Lei nº 423/2010</p><p>de 25 de dezembro de 2009.</p><p>_____________. Lei Orçamentária Anual. Lei nº 899 de 18 de dezembro de 2014.</p><p>_____________. Lei Orgânica do Município, De 05 de dezembro de 2002.</p><p>_____________. Plano Municipal de Educação de Guanambi. Lei nº 263 de 24 de</p><p>setembro de 2008.</p><p>169</p><p>GUIMARÃES, Geny Ferreira. Os 10 anos da lei n. 10.639/03: panoramas, perspectivas e o</p><p>ensino de geografia. In: JESUS, Regina de Fátima... [et al] Dez anos da lei n. 10.639/03:</p><p>memórias e perspectivas. Fortaleza: Edições UFC, 2013.</p><p>GRUN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus,</p><p>1996.</p><p>IBGE. Censo demográfico 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/.</p><p>Acesso em out. de 2013.</p><p>_____. População do município de Guanambi Disponível em:</p><p><HTTP://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>, Acesso em: 16</p><p>fev. 2013</p><p>LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.</p><p>LOPES, Vera Neusa. DaÁfrica ao Brasil caminhos para o estudo da História e da cultura</p><p>Afro-brasileiras e Africanas. Revista do Professor. Porto Alegre. v. 22, n. 85. jan/mar,</p><p>2006.</p><p>LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2. ed. São</p><p>Paulo: Cortez, 2006.</p><p>LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-</p><p>estruturalista. Petrópolis, RJ Vozes, 1997.</p><p>MUNANGA, Kabengele. (Org.) Superando o racismo na escola. 2. ed. revisada. 2005.</p><p>Brasília:MEC/SEDAC, 2005.</p><p>MUNHOZ, Tânia. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental. Disponível</p><p>em: Acesso em: 2013.</p><p>ANEXOS</p><p>Figura 1. Vista Aérea de Guanambi (1995).</p><p>Figura 2. Vista Panorâmica de Guanambi (1995).</p><p>Figura 3. Vista parcial do Monte Pascoal.</p><p>Figura 4. Esquema de circulação do Rio São Francisco.</p><p>Figura 5. Casarão da Fazenda do Poço Comprido.</p><p>Figura 6. Mapa de Limites de Guanambi.</p><p>Figura 7. Reconstituição de Guanambi. (Mapa 1890).</p><p>Legenda: 4 e 5 – Barracão e Largo do Barracão (Pça Coronel Cajaíba - Marco Zero). 12 -</p><p>Cemitério dos Dias Guimarães – Casas de números 125 a 151 da atual Rua Sete de</p><p>Setembro</p><p>Figura 8. Mapa das Regiões</p><p>VII, observando a gestão</p><p>democrática de ensino e da educação, pautada em princípios de transparência, de</p><p>impessoalidade, de autonomia e de um trabalho coletivo, o município de Guanambi</p><p>construiu, no ano de 2008, o seu Plano Municipal de Educação, um plano decenal.</p><p>Sua elaboração foi fundamentada no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela</p><p>Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001, cujo amparo legal se deu à luz do artigo 214 da</p><p>Constituição Federal de 1988.</p><p>Ao alterá-lo para adequar aos novos princípios legislativos e às novas realidades dos</p><p>envolvidos na educação, o município de Guanambi avança num caminho já trilhado, o da</p><p>qualidade educativa.</p><p>Este processo de alteração do PME se deu por meio de uma construção coletiva, com</p><p>uma clara demonstração de autonomia e de comprometimento por parte dos</p><p>colaboradores, pautada na intencionalidade “de qual educação queremos” e tendo como</p><p>aspectos norteadores: a elevação do grau de escolaridade da população de Guanambi; a</p><p>melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais</p><p>no tocante ao acesso e à permanência na educação e a democratização da gestão do</p><p>ensino.</p><p>Espera-se que o Plano Municipal de Educação de Guanambi aponte para uma educação</p><p>plena, que contribua para a formação de cidadãos, com uma nova visão de mundo, em</p><p>condições para interagir, na contemporaneidade, de forma construtiva, solidária,</p><p>participativa e sustentável.</p><p>20</p><p>2 ANÁLISE SITUACIONAL DO</p><p>MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO</p><p>21</p><p>2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO</p><p>2.1.1 Caracterização do Município</p><p>Figura 1 – Município de Guanambi</p><p>2.1.1.1 Aspectos Históricos</p><p>A povoação do Alto Sertão Baiano teve início no sistema jurídico de sesmaria. Esse</p><p>processo de ocupação de terras no médio São Francisco e Serra Geral começou com</p><p>fazendas de gado do sesmeiro Antônio Guedes de Brito. No início do século XIX já</p><p>estavam estabelecidas as fazendas, que, dali em diante, dariam origem ao município de</p><p>Guanambi.</p><p>O povoado foi formado a partir de um aglomerado de casas de taipa, ponto de paragem e</p><p>descanso de tropeiros que passaram a intercambiar produtos às margens de uma lagoa</p><p>próxima à atual praça Cel. Cajaíba.</p><p>Por alguns anos, uma vasta coberta de palha servira ali de barracão até que, passando a</p><p>feira a realizar-se nos dias de segunda-feira, o município de Monte Alto, a que o povoado</p><p>22</p><p>pertencia, construiu na mesma praça o barracão da feira, que dali somente saiu quando,</p><p>em 1950, foi inaugurado o Mercado Municipal.</p><p>A primeira casa do povoado pertenceu a uma simpática senhora chamada Bela e à sua</p><p>filha, Flor. Bela era devota fervorosa de Santo Antônio e em sua casa, aos domingos e</p><p>feriados, havia orações em homenagem ao Santo, das quais participavam os vizinhos,</p><p>não tardando a ser erguida, no centro do povoado, a Casa de Orações.</p><p>Em 1870, o Cel. Joaquim Dias Guimarães doou o terreno correspondente ao Arraial e</p><p>adjacências à Freguesia de Beija-Flor, criada no mesmo ano e subordinada à paróquia de</p><p>Monte Alto. No Arraial foi construída a primeira capela, no lugar da Casa de Orações,</p><p>tendo como padroeiro Santo Antônio. Em 1880, através da Lei Provincial nº 1.779, foi</p><p>criado o Distrito de Paz de Bela-Flor, do município de Monte Alto, nome em homenagem</p><p>a Bela e a Flor, primeiras povoadoras do já bastante conhecido Arraial. Em 1898, quando</p><p>criada a agência postal, o nome de Beija-Flor foi o empregado na feitura do carimbo de</p><p>postagem, o qual permaneceu sendo utilizado pela agência até alguns anos depois da</p><p>criação do topônimo Guanambi.</p><p>Com a passagem do fio telegráfico nacional por Bela-Flor, ligando Caetité a Monte Alto,</p><p>margeando a antiga estrada que cortava Guanambi (o traçado do trecho da rodovia BR</p><p>030, Guanambi/Caetité, segue praticamente o mesmo do antigo telégrafo), foram</p><p>instaladas uma estação telefônica (em 1902) e uma estação telegráfica (em 1909) em</p><p>um imóvel doado à União, na Rua Coronel Zequinha, onde as duas unidades funcionaram</p><p>até a inauguração da sede dos Correios (em 1960) na Praça Getúlio Vargas.</p><p>Com o passar dos anos, as preparações para os festejos passaram então a ser, no dizer</p><p>dos festeiros, para “os beija-flô na casa de Bela”. O historiador, poeta e ex-prefeito de</p><p>Guanambi, Domingos Antônio Teixeira, não endossa essa versão; em seu livro Respingos</p><p>Históricos, defende que a denominação Beija-Flor dada ao arraial veio da pequena ave</p><p>micropodiforme, da família dos troquilídeos, da espécie colibri. Segundo o historiador, o</p><p>terreno sempre úmido de vazante, contíguo ao local do arraial, permitia a existência de</p><p>flores silvestres e, em consequência, a presença de muitos beija-flores.</p><p>23</p><p>O atual município de Guanambi foi criado pela Lei Estadual nº 1.363, de 14 de agosto de</p><p>1919, desmembrado do de Monte Alto e constituído do distrito de Bela-Flor.</p><p>Através da Lei Estadual nº 1.364, de 14 de agosto de 1919, o arraial de Bela-Flor foi</p><p>desmembrado do município de Monte Alto, recebendo o nome de Vila de Guanambi. No</p><p>dia 1º de janeiro de 1920, quando da instalação da vila, tomou posse seu primeiro</p><p>intendente, o Cel. Balbino Gabriel de Araújo Cajaíba, responsável por grandes decisões</p><p>políticas, como: a criação do distrito sede de Mocambo e fixação dos limites do</p><p>município através da Lei nº 2, de 8 de janeiro de 1920, votada pelo Conselho Municipal e</p><p>aprovada, posteriormente, em 28 de agosto de 1922, pela Lei Estadual nº 1.589.</p><p>No período de 1920 a 1924, os integrantes do grupo político da situação, liderados pelo</p><p>Coronel Cajaíba, eram apelidados de “morcegos” e os do grupo da oposição, liderados</p><p>por Dr. Francisco José Fernandes, eram apelidados de “caititus”. As disputas entre os</p><p>dois grupos políticos eram acirradas e por vezes sangrentas.</p><p>A criação de Mocambo, atualmente denominado Candiba, seria confirmada pela Lei</p><p>estadual nº 2.219, de 20 de agosto de 1929. Por força do Decreto estadual nº 7.479, de 8</p><p>de julho de 1931, o território do município de Palmas de Monte Alto, extinto pelo mesmo</p><p>decreto, incorporou-se ao de Guanambi, sendo, entretanto, restaurado pelo Decreto</p><p>Estadual nº 8.452 de 31 de maio de 1933. Na divisão administrativa do Brasil,</p><p>concernente a 1933, o território do município de Guanambi se compunha dos distritos</p><p>de Guanambi, Itaguaçu (atual Mutãs), Mocambo (atual Candiba) e Gentio (atual</p><p>Ceraíma). Em 1938, pelo Decreto Lei nº 10.724, Guanambi foi elevada à categoria de</p><p>cidade.</p><p>Segundo o quadro territorial em vigência no quinquênio 1939-1943, estabelecido pelo</p><p>Decreto-Lei estadual nº 11.089, de 30 de novembro de 1933, o município de Guanambi</p><p>permanecera formado pelos quatro distritos que constituíam o quadro de 1933,</p><p>devendo-se notar que o distrito de Gentio teve mudado o seu topônimo para Ceraíma.</p><p>De acordo com o quadro territorial vigente em 1944-1948, fixado pelo Decreto Estadual</p><p>nº 12.978, de 1º de junho de 1944, Guanambi subdividia-se em quatro distritos: o da</p><p>sede e os de Candiba, Ceraíma e Mutãs, constituição esta que permaneceu até quando</p><p>24</p><p>Candiba se desmembrou, passando à categoria de município, criado pela Lei estadual nº</p><p>1.756, de 27 de julho de 1962 e quarenta e três anos depois, Guanambi agrega a seu</p><p>quadro o Distrito de Morrinhos, que foi criado pela Lei nº 20 de 15 de março de 2005.</p><p>2.1.1.2 Aspectos geográficos e ecológicos</p><p>Localização: O município está localizado na região Centro-Sul Baiano, Território de</p><p>Identidade – Sertão Produtivo. Está a 796,10 km de Salvador (capital do estado), sendo</p><p>interligado à capital pela BR-030, BA-226 e BR-324. A sede do município possui as</p><p>coordenadas: 14°13’0” de latitude sul e 42°46’0” de longitude W.Gr.</p><p>Altitude: A altitude da sede municipal é de 528 metros em relação ao nível do mar.</p><p>Área: A área do município é de 1.272,367 km².</p><p>Clima: Semiárido e subúmido a seco, temperatura média anual de 24,32°C, máxima de</p><p>30,04°C e mínima de 18,86°C, sendo o</p><p>período de maior precipitação de chuva os meses</p><p>de outubro a março. Essa região tem risco alto a médio de seca, possuindo 100% de sua</p><p>área inserida no Polígono das Secas, fato este que justifica anualmente o estado de</p><p>emergência ou de calamidade no período de junho a novembro e, eventualmente, nos</p><p>meses de dezembro e janeiro por conta dos prejuízos causados pelo excessivo nível de</p><p>pluviosidade: média: 694; máxima: 1.340mm; mínima: 227mm.</p><p>Acidentes geográficos: O território de Guanambi é pouco acidentado, possui alguns</p><p>desníveis isolados como o contraforte da Serra do Espinhaço que o limita com o</p><p>município de Caetité. É atravessado pelo Rio Carnaíba de Dentro.</p><p>Limites: Norte: Igaporã e Caetité (45 km)</p><p> Sul: Candiba (29 km) e Sebastião Laranjeiras</p><p> Leste: Pindai (33 km) e Caetité</p><p> Oeste: Palmas de Monte Alto (43 km)</p><p>25</p><p>Solo: Tipo de solo: podzólico vermelho-amarelo distrófico, planassolo solódico</p><p>eutrófico, podzólico vermelho-amarelo eutrófico, cambissolo eutrófico, latossolo</p><p>vermelho-amarelo distrófico, solos litólicos eutróficos.</p><p>Aptidão agrícola das terras: aptidão regular para lavouras, silvicultura bem como</p><p>pastagem natural.</p><p>Vegetação: Floresta estacional decidual, contato caatinga-floresta estacional, cerrado</p><p>arbóreo sem floresta de galeria.</p><p>Flora: O revestimento florístico é quase todo de caatingas e gerais. As caatingas cobrem</p><p>a maior área (superior a 50% das terras do município). Os gerais são largos campos</p><p>abertos nos planaltos, abrangendo o alto Sertão da Bahia, no qual Guanambi se inclui.</p><p>São coberturas de gramíneas rasteiras e arbustos.</p><p>Apesar do processo desenfreado de desmatamento, encontram-se, ainda, raras espécies</p><p>de pau d’arco, aroeira, angico, baraúna, umbuzeiro, juazeiro e outros que fazem parte</p><p>das caatingas e matas ciliares, preservando nascentes e córregos, e algumas espécies de</p><p>plantas medicinais: quina, umburana, samambaia, macela, erva-cidreira, alecrim,</p><p>matruz, arruda e hortelã.</p><p>Fauna: Principais espécies – cutia, paca, gato-do-mato, lebre, veado, preá, raposa, perdiz,</p><p>codorna, zabelê, jacu, periquito, maritaca, maracanã, papagaio, saracura, ariri, seriema,</p><p>cascavel, jiboia, jararaca, cainana.</p><p>Relevo: É caracterizado pela presença do Pedplano Sertanejo, dos Patamares Orientais;</p><p>Ocidentais do Espinhaço, das Superfícies dos Gerais e do Planalto do Espinhaço.</p><p>Geologia: Sienitos, granitos, rochas básicas (Ultrabásicas, migmatitos, anfibolitos).</p><p>Ocorrências minerais: Vermiculita, fluorita.</p><p>Hidrografia: Bacia hidrográfica – Rio São Francisco. Há, ainda, o Rio Carnaíba de Dentro</p><p>e o Rio Verde, o açude de Ceraíma e as represas de Mutãs e Morrinhos.</p><p>26</p><p>2.1.1.3 Aspectos Demográficos</p><p>De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010), Guanambi</p><p>possui uma população de 78.833 habitantes com uma taxa de urbanização de 75%,</p><p>sendo 54.003 habitantes da zona urbana e 17.725 habitantes da zona rural.</p><p>O aumento do grau de urbanização explica-se pela necessidade da população de buscar</p><p>maiores recursos para sua sobrevivência nos grandes centros. Para redução dessa</p><p>incidência, faz-se necessário o estabelecimento de uma política de ação voltada para o</p><p>incentivo e incremento das atividades agrícolas.</p><p>Tabela 1 – População do município de Guanambi</p><p>População</p><p>no ano 2000</p><p>Número de</p><p>homens</p><p>Número de</p><p>mulheres</p><p>População</p><p>urbana</p><p>População</p><p>rural</p><p>População</p><p>no ano 2010</p><p>71.728 35.128 36.000 54.003 17.725 78.833</p><p>Fonte: Disponível em:</p><p><HTTP://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010>, Acesso em: 16 fev. 2013</p><p>No período de 2000 a 2005, a população de Guanambi teve uma taxa média de</p><p>crescimento anual em torno de 1,04%, passando de 71.728 habitantes em 2000 para</p><p>75.572 em 2005. A taxa de urbanização cresceu, nesse mesmo período, em 5,19%,</p><p>passando de 75,29% em 2000 para 79,20% em 2005.</p><p>Pela estimativa populacional do IBGE para 2005, a população do município de Guanambi</p><p>representa em torno de 0,55% da população do estado da Bahia e 0,04% da população</p><p>do Brasil.</p><p>De 1991 a 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Guanambi</p><p>cresceu 13,61%, passando de 0,617 para 0,701, sendo que a dimensão que mais</p><p>contribuiu para esse crescimento foi a educação, com 63,1%, seguida pela renda, com</p><p>24,2%, e pela longevidade, com 12,7%. Segundo classificação do Programa das Nações</p><p>Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o município está entre as regiões consideradas</p><p>de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros</p><p>municípios do Brasil, Guanambi apresenta uma situação intermediária. E, em relação a</p><p>27</p><p>outros municípios do estado, apresenta uma situação boa: ocupa a 23ª posição, sendo</p><p>que 22 municípios (5,3%) estão em situação melhor e 392 (94,7%) estão em situação</p><p>pior ou igual. Nesse ranking, o município de Guanambi classifica-se no 28° lugar;</p><p>produto municipal, 39° lugar; qualificação de mão de obra, 30°; renda média dos chefes</p><p>de família, 39°; nível de educação, 24°; nível de saúde, 104° e serviços básicos, 27° lugar</p><p>conforme dados do IBGE-2000.</p><p>Tabela 2 – Número de estabelecimentos de saúde por tipo e localização</p><p>Localização</p><p>Posto de</p><p>saúde</p><p>Centro</p><p>de saúde</p><p>Unidade</p><p>mista</p><p>Pronto</p><p>socorro</p><p>Hospital Outros Total</p><p>Urbana 18 04 01 03 05 14 198</p><p>Rural - - - - - - -</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2013).</p><p>Guanambi é considerada região-polo, possuindo sede de diversos Órgãos Públicos</p><p>Municipais, Estaduais e Federais e diversas entidades da sociedade civil, tais como:</p><p>Inspetoria Fazendária, Delegacia Fazendária, Receita Federal, 22ª Coordenadoria de</p><p>Polícia, 17° Batalhão da Polícia Militar, 16° CIRETRAN, Telefonia Celular, Agências</p><p>bancárias (Bradesco, Banco do Brasil, Itaú, Banco do Nordeste e Caixa Econômica</p><p>Federal), 30ª DIRES (11 municípios), DIREC 30 (11 municípios), INSS, Justiça do</p><p>Trabalho, Justiça Federal, Ministério Público Federal, ADAB (09 municípios), EBDA,</p><p>AGERBA, Centro Cultural, Cesta do Povo, Centro Social Urbano, EMBASA, COELBA,</p><p>TELEMAR, Hospital Regional, NTE, SEBRAE, SRH, Correios, SSP/Polícia Civil, Parque de</p><p>Exposições, Aeroporto Interestadual, Rodoviária Interestadual, UNEB, FTC, UNOPAR,</p><p>EADCON, Faculdade Guanambi, Instituto Federal Baiano, CODEVASF, IBGE, Fundação</p><p>Joaquim Dias Guimarães, Academia Guanambiense de Letras (AGL), PRISMA (ONG),</p><p>OAB, STR, Polo da FETAG, Sindicatos dos Comerciários e dos Servidores Públicos,</p><p>COOPAG, COOPAVALI, Mercado das Artes, Estádio Municipal, Ginásio de Esportes,</p><p>Biblioteca Municipal, etc.</p><p>A cidade conta, ainda, com várias pousadas, hotéis e restaurantes. Para atender parte</p><p>social e ao lazer, contamos com o Recreio Tênis Clube, Clube de Campo e Associação</p><p>Atlética do Banco do Brasil (AABB). Na área de comunicação, diversos jornais locais e</p><p>regionais (Folha do Algodão, Jornal Vanguarda, Tribuna Regional, O Popular, Jornal do</p><p>28</p><p>Sudoeste, Tribuna Regional, etc.); 02 emissoras de rádio AM e 03 FM. Prestando obras</p><p>assistenciais, há uma unidade da APAE, Associação Benemérita de Caridade (Abrigo dos</p><p>Velhos), o Rotary Clube, Casa de Passagem Maria de Nazaré, Casa de Acolhida Madre</p><p>Hipólita, entre outras.</p><p>2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos</p><p>A base econômica de Guanambi se estruturou na agricultura e na pecuária, com o cultivo</p><p>principalmente de arroz, feijão e milho, nos seus primórdios. Posteriormente, o cultivo</p><p>de algodão tornou-se a primeira economia.</p><p>1Nas primeiras décadas do século XX, a cotonicultura tomou força,</p><p>motivada pela disponibilidade de terras, a adaptação da cultura do</p><p>algodão ao solo e ao clima seco, a expansão da infraestrutura viária, o</p><p>que possibilitou a ampliação do mercado consumidor e o</p><p>estabelecimento de migrantes dos estados vizinhos e do Sul do país.</p><p>Guanambi, uma das mais importantes cidades do Sudoeste Baiano,</p><p>situada a 796 quilômetros de Salvador, consagrar-se-ia maior polo</p><p>algodoeiro do Nordeste</p><p>e terceiro maior do país até meados da década</p><p>de 1990, quando a produção entrou em vertiginoso declínio por conta</p><p>de uma série de fatores.</p><p>Dada a importância do algodão para a cidade de Guanambi, sua história</p><p>se confunde com a história da cotonicultura do Sudoeste Baiano. O título</p><p>de “Capital do Algodão”, a ela conferida, deveu-se ao fato de ter sido</p><p>ponto de convergência de quase todo o algodão produzido na região,</p><p>uma vez que concentrara a quase totalidade das usinas de</p><p>beneficiamento.</p><p>A história do beneficiamento do algodoal da região do médio São</p><p>Francisco antecede o século XX. Embora não seja possível precisar datas,</p><p>é sabido que alguns engenhos descaroçadores foram instalados na</p><p>região no final do século XIX, construídos artesanalmente com madeira,</p><p>impulsionados por tração animal.</p><p>Nas décadas de 1970 e 1980, Guanambi sagrou-se grande polo</p><p>cotonicultor, capitalizando praticamente toda a produção algodoeira da</p><p>região. O algodão arbóreo foi sendo, aos poucos, substituído pelo</p><p>algodão herbáceo, que, apesar de ter um ciclo mais curto (de um ano),</p><p>tinha uma produtividade mais elevada. O ápice da produção deu-se no</p><p>ano de 1988, chegando a totalizar 204 mil toneladas de algodão em</p><p>capulho. A cotonicultura passou a ocupar uma área cada vez maior,</p><p>saltando de 20 mil hectares na década de 1970 para 150 mil hectares</p><p>em meados da década de 1980, isso em toda a microrregião de</p><p>Guanambi, que se transformou, naquele contexto, no terceiro maior</p><p>1 Trecho da história recente de Guanambi extraído do livro “A cotonicultura na microrregião de</p><p>Guanambi: economia e sociedade”, de autoria de Benedito Teixeira Gomes, Marcos Antônio Alves Cruz e</p><p>Júlio César Lélis Muniz.</p><p>29</p><p>produtor de algodão do país, constituindo-se numa importante área de</p><p>atração populacional, com grandes levas de migrantes, nas décadas de</p><p>1970 e 1980, acorrendo à urbe de Guanambi movidas pelas vertigens do</p><p>“ouro branco” ou talvez pelos vislumbres de um eldorado cotonicultor,</p><p>atenuador dos sofrimentos e das angústias de populações desnorteadas</p><p>e famintas.</p><p>Segundo fontes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),</p><p>na década de 1950 a população urbana de Guanambi era inferior a 5 mil</p><p>habitantes, enquanto a rural era superior a 15 mil. Na década seguinte, a</p><p>população urbana chegou a 5 mil e a rural aproximou-se de 20 mil. Na</p><p>década de 1970 a população urbana atingiu 10 mil e a rural ultrapassou</p><p>20 mil. Na década de 1980 a população urbana ultrapassou 25 mil e a</p><p>rural sofreu pequena diminuição em relação à década passada,</p><p>aproximando-se de 20 mil.</p><p>A cidade de Guanambi sofreu, nos últimos anos da década de 1980 e</p><p>início da década de 1990, uma verdadeira explosão demográfica, fato</p><p>que expôs sua fragilidade referente à infraestrutura.</p><p>Sem quaisquer recursos, os imigrantes chegaram a se aglomerar na</p><p>periferia da cidade, encetando bairros periféricos, muitas vezes sob a</p><p>tutela do poder público, convivendo, muitas vezes, com precárias</p><p>condições de existência.</p><p>O êxodo para a urbe de Guanambi forçou o poder público municipal a</p><p>doar terrenos para a construção de moradias, cuja consequência foi o</p><p>engendro desordenado de diversos bairros, demandando vultosos</p><p>investimentos em infraestrutura.</p><p>O ápice da produção algodoeira deu-se no ano de 1988, quando se</p><p>produziram 204 mil toneladas de algodão, chegando este a ser</p><p>exportado para várias partes do mundo.</p><p>No ano seguinte, a produção sofreu uma enorme queda, com produção</p><p>de 64,8 mil toneladas. Daí em diante, a produção continuou baixa,</p><p>embora com algumas oscilações. Em 1994, chegou ao montante de mais</p><p>de 104 mil toneladas. Nos anos seguintes, no entanto, a produção caiu</p><p>como que em “queda livre”.</p><p>As oscilações na produção algodoeira foram constantes e sobremaneira</p><p>nefastas para a economia regional durante toda a década de 1990.</p><p>Entre os anos de 1988 e 1999 ocorreu uma redução de 96% na área</p><p>plantada. A produção, por sua vez, se reduziu 98,2%.</p><p>Consequentemente, nos anos que se seguiram o cultivo do algodão ficou</p><p>circunscrito praticamente ao município de Guanambi.</p><p>O colapso da produção algodoeira na região Sudoeste da Bahia, e</p><p>particularmente na microrregião de Guanambi, já era visível na primeira</p><p>metade dos anos 1990. Muitos responsabilizaram o governo estadual e</p><p>o federal pela ausência de uma política capaz de evitar a derrocada da</p><p>economia regional, com consequências nefastas para a população de</p><p>seus municípios. Outros culparam o “bicudo” (praga que devastara</p><p>desapiedadamente o algodoal), embora antes mesmo do seu</p><p>aparecimento já houvesse comprovada queda na produtividade</p><p>algodoeira. Não obstante, o bicudo foi eleito o grande vilão.</p><p>O ano de 1988 constituiu o auge de toda a produção algodoeira do município e 1992, a</p><p>sua decadência. Hoje, a economia guanambiense está estruturada no comércio, apesar</p><p>30</p><p>de uma ascendente produção agrícola diversificada, com destaque para a cultura do</p><p>feijão.</p><p>A renda per capita média de Guanambi cresceu 137,37% nas últimas duas décadas,</p><p>passando de R$208,98 em 1991 para R$307,55 em 2000 e R$496,05 em 2010. A taxa</p><p>média anual de crescimento foi de 47,17% no primeiro período e 61,29% no segundo. A</p><p>extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita</p><p>inferior a R$ 70,00, em agosto de 2010) passou de 36,72% em 1991 para 24,31% em</p><p>2000 e para 7,16% em 2010.</p><p>A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,62 em 1991 para 0,64 em 2000 e</p><p>para 0,55 em 2010.</p><p>Tabela 3 – Dados sobre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)</p><p>Indicadores de Renda e</p><p>Pobreza (taxas)</p><p>1991 2000 2010</p><p>IDH – municipal 0,423 0,548 0,673</p><p>Renda per capita 208,98 307,55 496,05</p><p>Proporção de pobres 36,72% 24,31% 7,16%</p><p>Índice de Gini 0,62 0,64 0,55</p><p>Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil.</p><p>Entre 1991 e 2000</p><p>O IDHM passou de 0,423 em 1991 para 0,548 em 2000 - uma taxa de crescimento de</p><p>32,69%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do</p><p>município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 23,00% entre 1991 e</p><p>2000.</p><p>Entre 2000 e 2010</p><p>O IDHM passou de 0,548 em 2000 para 0,673 em 2010 - uma taxa de crescimento de</p><p>22,81%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do</p><p>município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 27,65% entre 2000 e</p><p>2010.</p><p>31</p><p>Entre 1991 e 2010</p><p>Guanambi teve um incremento no seu IDHM de 62,95% nas últimas duas décadas, acima</p><p>da média de crescimento nacional (47,46%) e abaixo da média de crescimento estadual</p><p>(70,98%). O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do</p><p>município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 44,29% entre 1991 e</p><p>2010.</p><p>Guanambi ocupa a 2598ª posição, em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil,</p><p>sendo que 2597 (46,67%) municípios estão em situação melhor e 2.968 (53,33%)</p><p>municípios estão em situação igual ou pior. Em relação aos 417 outros municípios da</p><p>Bahia, Guanambi ocupa a 25ª posição, sendo que 24 (5,76%) municípios estão em</p><p>situação melhor e 393 (94,24%) municípios estão em situação pior ou igual.</p><p>Tabela 4 – Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010</p><p>Indicadores 1991 2000 2010</p><p>Índice de Desenvolvimento</p><p>Humano Municipal</p><p>0,423 0,548 0,673</p><p>Educação 0,202 0,403 0,584</p><p>Longevidade 0,666 0,698 0,789</p><p>Renda 0,524 0,586 0,663</p><p>Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.</p><p>O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Guanambi é 0,673, em</p><p>2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM</p><p>entre 0,6 e 0,699). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos</p><p>absolutos foi Educação (com crescimento de 0,181), seguida por Longevidade e por</p><p>Renda. Entre 1991 e 2000, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi</p><p>Educação (com crescimento de 0,201), seguida por Renda e por Longevidade.</p><p>2.1.1.5 Aspectos</p><p>culturais</p><p>Desde os tempos remotos, a cultura de nosso município expressa, nas festas e</p><p>cerimônias tradicionais, as crenças e costumes de nossa terra e de nossa gente. Constitui</p><p>32</p><p>registro importante uma vez que é transmitida de geração em geração como</p><p>manifestação folclórica e artística, revelando a identidade de nosso povo.</p><p>Os recursos culturais são caracterizados pelo conjunto de patrimônio não-material e</p><p>material. O patrimônio não-material constitui-se dos costumes, valores, crenças e</p><p>origens; o material envolve prédios, construções históricas, sítios arqueológicos. A</p><p>seguir, os principais patrimônios culturais guanambienses:</p><p>Patrimônio Material</p><p>CASA DE DONA DEDÉ</p><p>Foi edificada no século XIX num estilo colonial, representando um marco importante na</p><p>história de Guanambi, não só por sua construção, mas por ter sido palco de grandes</p><p>acontecimentos e decisões. Por um longo período de tempo, foi a morada de uma grande</p><p>mulher: Dona Dedé. Essa casa foi construída por escravos pelas ordens de José Pereira,</p><p>Coronel Zequinha (pai de Dona Dedé), e se destacava entre as poucas construções que</p><p>existiam naquela época. Em 2008, a casa de Dona Dedé foi incorporada ao patrimônio</p><p>histórico do município como Memorial de Guanambi: Casa de Dona Dedé.</p><p>FUNDAÇÃO JOAQUIM DIAS GUIMARÃES</p><p>Com a finalidade maior de fincar as raízes de nossa história, foi criada, em março de</p><p>1984, a Fundação Joaquim Dias Guimarães. O museu da Fundação possui um precioso</p><p>acervo, parte pertencente ao fazendeiro Joaquim Dias Guimarães e que foi ampliado ao</p><p>longo dos anos por doações de muitos colaboradores, a exemplo do professor e escritor</p><p>Elísio Cardoso Guimarães e do artista plástico, escultor, escritor e poeta, Vagner Moraes</p><p>(ambos falecidos), sócios fundadores da entidade.</p><p>A IGREJA MATRIZ</p><p>A Paróquia de Santo Antônio, localizada na Praça Getúlio Vargas, foi construída a partir</p><p>de 1870, marco da fundação de Beija-Flor. Suas linhas arquitetônicas da época</p><p>neocolonial retratam a memória da cidade.</p><p>33</p><p>GRUPO ESCOLAR GETÚLIO VARGAS</p><p>Localiza-se na Praça da Bandeira. Constitui uma obra valiosa, pois, tendo sido a primeira</p><p>escola estadual de Guanambi, inaugurada em 10 de novembro de 1938 pelo intendente</p><p>José Ferreira Costa, permanece ativa e histórica, hoje Escola Municipal Getúlio Vargas.</p><p>OS CRUZEIROS</p><p>São marcos de fé e história de vida de um lugar. Na região, são conservadas as raízes de</p><p>nossa gente, os fatos, acontecimentos e crendices de nosso povo.</p><p>SOLAR DOS BARROS</p><p>Localizada no Distrito de Mutãs, a popular Casa de Gambá foi assim chamada por ter</p><p>residido nela o Sr. Antônio Gambá. Em 1911, o Sr. João Barros Lima e Silva, descendente</p><p>dos proprietários da fazenda, nela chegou, trazendo consigo sua esposa, Herculina</p><p>Gomes de Brito Barros, natural de Ituaçu, e três dos seus onze filhos. Mais tarde, sua</p><p>filha Sra. Maura Gomes de Barros casa-se com Osvaldino José de Souza, que construiu o</p><p>casarão. Foi sede dos Correios e hoje faz parte do patrimônio da Prefeitura Municipal,</p><p>que pretende restaurá-la.</p><p>LAGOA DA ESPERA (SERRA DE MUTÃS)</p><p>O arraial da Lagoa da Espera tem sua origem em uma fazenda de propriedade da família</p><p>Rodrigues Lima do município vizinho, Caetité, e seu nome, Lagoa da Espera, veio de seus</p><p>primeiros habitantes constituídos de índios semicivilizados que ali se instalaram à</p><p>espera da caça e da pesca, às margens da lagoa existente. Era também ponto de encontro</p><p>de tropeiros que transportavam mercadorias naquela região.</p><p>LAJEDO DE LEOCÁDIA</p><p>Nas proximidades da cidade localizam-se os caldeirões do Caiçara, local onde se</p><p>encontra um caldeirão especial em que foi atirado o corpo de Leocádia. Acreditava-se</p><p>que aquela depressão no rochedo tenha tomado a forma de uma urna funerária,</p><p>34</p><p>evidenciando, assim, a crença na santidade daquela jovem, cruelmente assassinada. O</p><p>seu túmulo fica nas proximidades do lugar onde foi morta e é visitado, sobretudo, na</p><p>Sexta- Feira da Paixão e Finados.</p><p>TÚMULO DE JOAQUIM DIAS GUIMARÃES</p><p>No interior de uma residência (casa de n° 151) da Rua 7 de Setembro (antiga Rua das 7</p><p>Portas), está localizado o túmulo de Joaquim Dias Guimarães, um dos fundadores do</p><p>Arraial de Beija-Flor.</p><p>MERCADO MUNICIPAL</p><p>Localiza-se na Praça Coronel Cajaíba. Foi inaugurado em 1950 e durante muitos anos</p><p>contribuiu para o comércio local. Atualmente, com o nome de Mercado das Artes,</p><p>comercializa produtos artesanais, confeccionados em Guanambi.</p><p>Patrimônio imaterial</p><p>Como patrimônio imaterial de nossa cidade, temos: Marujada, Vai de Virá, Reisado,</p><p>Festejos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro), Festa do Divino, Filarmônica</p><p>Flávio Avelar David, Exposição Agropecuária, Passeio Ciclístico, Abraço da Cidade, Sete</p><p>de Setembro, Vaquejada, Natal (Presépio), Coral “A cor do som”, Grupos Teatrais, Festa</p><p>da Camiseta, Motopasseio, Cavalgadas, Feira do Luar, Pirão de Galinha Caipira, Feira</p><p>livre, Barragem de Ceraíma.</p><p>Recursos naturais</p><p>A região Centro-Sul da Bahia dispõe de muitos recursos naturais considerados como</p><p>pontos turísticos. Por estarmos localizados na Serra Geral, possuímos grande</p><p>diversidade de atrativos tanto naturais como culturais. Relacionamos os principais</p><p>atrativos de Guanambi, passíveis de utilização, por se localizarem nas proximidades da</p><p>zona urbana, e como contribuição para a inclusão cultural do município.</p><p>35</p><p>BARRAGEM DO POÇO DO MAGRO</p><p>A Barragem do Poço do Magro constitui um dos mais importantes pontos turísticos de</p><p>Guanambi, justamente pela riqueza cênica natural da barragem e vegetação, além dos</p><p>recursos culturais, e pela otimização de acesso. É um ambiente rural e ecológico propício</p><p>ao desenvolvimento do ecoturismo, com atividade esportivas, culturais e de lazer, como</p><p>a trilha ecológica, ciclismo, motocross, pedalinho, jet-ski, canoagem, pesque e solte, voo-</p><p>livre, caminhadas, eventos culturais e religiosos com atrativos como a Pedra do Índio,</p><p>Pedra do Cogumelo e Leocádia.</p><p>Figura 2 – Tela da Barragem do Poço do Magro</p><p>LEOCÁDIA</p><p>Com o processo de desapropriação da área com vistas à preservação e valorização</p><p>cultural da história de Leocádia, que atrai muitos fiéis movidos por um culto popular,</p><p>propõe-se a melhoria da infraestrutura física do local, haja vista que, com a expansão da</p><p>atividade turística, haverá um aumento da demanda por esse destino em busca do</p><p>turismo religioso.</p><p>36</p><p>Figura 3 – Imagens do Patrimônio Cultural (Pedra do Índio)</p><p>Figura 4 – Patrimônio Cultural (Leocádia)</p><p>37</p><p>CERAÍMA</p><p>Na vila, o povo luta em defesa do patrimônio cultural; inclusive está em pleno processo</p><p>de recuperação o altar da antiga Igreja do Gentio, que será transferido para a nova sede</p><p>(em construção). Existe no local um cruzeiro com mais de 100 (cem) anos de história</p><p>que revela os valores e cultura daquele povo. Há também uma barragem que abasteceu</p><p>por muitos anos as cidades de Guanambi, Candiba e Pindaí. É de suma importância para</p><p>o cultivo de hortifruticulturas, piscicultura, pecuária, etc., servindo de laboratório para</p><p>muitos estudantes, bem como fonte de renda para a população local. A barragem possui</p><p>condições para se desenvolver atividade de lazer, além da pesca de subsistência.</p><p>Figura 5 – Vista Panorâmica da barragem de Ceraíma.</p><p>MUTÃS</p><p>Possui características próprias pela sua gente batalhadora e colabora para o</p><p>crescimento de Guanambi, através da disponibilidade de mão de obra e</p><p>empreendedorismo. A Serra de Mutãs é uma das mais belas paisagens naturais que</p><p>compõem a Serra Geral.</p><p>38</p><p>Figura 6 – Vista parcial do Casarão dos Barros, Lagoa e Serra de Mutãs.</p><p>SERRA DE MUTÃS</p><p>Altamente propícia ao desenvolvimento do Ecoturismo. Possui belas cachoeiras,</p><p>vegetação nativa com diversidade biológica de fauna e flora (Orquídeas). Porém, ainda</p><p>pouco explorada pela maioria da população e visitantes, é importante que haja a</p><p>promoção do desenvolvimento</p><p>sustentável, com um estudo de viabilidade para a</p><p>exploração do Ecoturismo, cuja proposta prima pela utilização dos recursos naturais e</p><p>culturais com responsabilidade ambiental. A implantação da Área de Proteção</p><p>Ambiental (APA) seria fundamental para a conservação das nascentes e climatização da</p><p>nossa região, além da conservação e proteção dos ecossistemas.</p><p>39</p><p>Figura 7 – Visão Panorâmica do topo da Serra de Mutãs.</p><p>Figura 8 – Cascata na Serra de Mutãs.</p><p>40</p><p>Figura 9 – Mandiroba – Serra de Mutãs.</p><p>41</p><p>Figura 10 – Flora Nativa da Serra de Mutãs.</p><p>42</p><p>Recursos culturais</p><p>Os recursos culturais são caracterizados pelo conjunto do Patrimônio que envolve</p><p>prédios, construções históricas, sítios arqueológicos, entre outros, mas principalmente</p><p>pela cultura de um povo propriamente dita, envolvendo seus costumes, valores, crenças</p><p>e origens. Em Guanambi existe um rico potencial cultural em termos de construções e</p><p>manifestações históricas e culturais. Diversas iniciativas já foram tomadas em prol do</p><p>resgate dos valores artísticos, como exemplo a Marujada, o Vai de Virá, o Reisado, a</p><p>Festa de Santo Antônio e São Pedro, entre outras. Sabemos que algumas atividades que</p><p>constam no calendário oficial de eventos culturais de Guanambi são realizadas</p><p>anualmente, entretanto é preciso o incentivo e fortalecimento de ações que valorizem as</p><p>práticas culturais para que não percamos as nossas manifestações e tradições como</p><p>forma de mantê-las vivas para as futuras gerações e preservação da memória local.</p><p>43</p><p>MANIFESTAÇÕES CULTURAIS:</p><p>Figura 11 – Baianas</p><p>Figura 12 – Reisado</p><p>Figura 13 – Vai de virá</p><p>Figura 14 – Marujada</p><p>44</p><p>2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO</p><p>2.2.1 GESTÃO DA EDUCAÇÃO</p><p>No conjunto das políticas globais da Educação Brasileira se inserem as políticas públicas</p><p>da educação local guanambiense. Num contexto histórico de intensas mudanças, o</p><p>município de Guanambi procurou e procura se adequar às novas exigências no campo</p><p>educacional, principalmente no que se refere aos aspectos legais. Com profissionais</p><p>qualificados no âmbito da educação pública do Sistema Municipal de Ensino, que foi</p><p>criado pela Lei nº 083/95 de 27 de dezembro de 1995, reformulada em 13 de julho de</p><p>1998, através da Lei nº 029/98 e vigora com sua última reformulação em 2004, através</p><p>da Lei nº 202/04 de 06 de fevereiro de 2004, os ajustes nas políticas têm sido feitos</p><p>considerando o local e o global, a unidade e a diversidade, com base em aspectos</p><p>dialógicos, contextuais e interdisciplinares.</p><p>2.2.1.1 Estrutura da Educação Municipal</p><p>A Lei Orgânica do Município, datada de 05 de abril de 1990, reformulada em 05 de</p><p>dezembro de 2002, no seu artigo 114 determina: “Serão criados o Conselho Municipal de</p><p>Educação e Colegiados Escolares, cuja composição e competência serão definidas em lei,</p><p>garantindo-se a representação da comunidade escolar e da sociedade”.</p><p>Assim, assegurada em lei municipal e leis nacionais e com mobilização social, acelerou-</p><p>se no município a implantação do Conselho Municipal de Educação (Lei nº 083/95 de 27</p><p>de dezembro de 1995), Conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação</p><p>Básica (FUNDEB) (Lei nº 162, de 28 de fevereiro de 2007), Conselho de Alimentação</p><p>Escolar-CAE (Lei nº 066/95 de 28 de junho de 1995), Conselhos ou Colegiados Escolares</p><p>(Lei nº 006/97 de 02 de maio de 1997, Portaria nº 95/2003 de 01 de setembro de</p><p>2005), Plano de Carreira e Valorização do Magistério (Lei nº 514/2011 de 23 de</p><p>setembro de 2011), Plano Municipal de Educação (Lei nº 263 de 24 de setembro de</p><p>2008), Eleições Livres e Diretas para a escolha de gestores escolares (Lei nº 030/1998</p><p>45</p><p>de 13 de julho de 1998), dentre outras medidas voltadas para a descentralização,</p><p>autonomia e participação – elementos indispensáveis para o avanço da democracia.</p><p>Em relação ao Conselho Municipal de Educação, por exemplo, ainda é preciso prever e</p><p>definir percentual na alocação de recurso financeiro na Lei Orçamentária do Município,</p><p>orçamento específico para funcionamento do Conselho Municipal de Educação, de modo</p><p>que fique garantida a sua autonomia financeira e administrativa (Art. 7º da Lei</p><p>Municipal Nº 029/98).</p><p>De acordo com o Regimento Interno, as funções do Conselho Municipal de Educação</p><p>(CME) são: consultiva, normativa, deliberativa e fiscalizadora do Sistema Municipal de</p><p>Ensino. Entretanto, o Regimento Interno está em processo de reformulação, com</p><p>apresentação de propostas para adequações. Destacamos o processo de reformulação do</p><p>Regimento Interno com a inclusão das funções: mobilizadora, que é efetivada na</p><p>mediação entre governo e sociedade, assumindo a condição de fóruns articuladores e</p><p>mobilizadores do compromisso educacional (compromisso de todos com os direitos</p><p>educacionais dos cidadãos e com a promoção da qualidade da educação) e do controle</p><p>social, que implica a participação da sociedade na definição das políticas públicas.</p><p>Em 1998, a Secretaria Municipal de Educação (SME) implantou, nas escolas públicas</p><p>municipais, os Colegiados Escolares. Pelo fato de não terem funcionado na maioria das</p><p>escolas municipais, nos anos de 2000 e 2004 novas investidas foram feitas,</p><p>disponibilizando material necessário para orientação dos diretores a fim de que esses</p><p>órgãos fossem renovados e funcionassem adequadamente. Em algumas escolas eles</p><p>funcionaram de maneira satisfatória, tendo seus estatutos registrados no Fórum</p><p>Cartorial da cidade. Apesar de reconhecerem a força e o papel desses conselhos, talvez</p><p>por falta de definição clara de tempos e espaços de atuação, os membros dos Colegiados</p><p>Escolares não exerceram satisfatoriamente suas funções, e outros ainda se encontram</p><p>inativos.</p><p>Contudo, no início do ano de 2008, por ocasião da elaboração do Plano de Ações</p><p>Articuladas (PAR), foi definido, por consenso do grupo do comitê estratégico, como uma</p><p>46</p><p>de suas ações o restabelecimento dos Colegiados Escolares em todas as instituições</p><p>escolares.</p><p>O município, ao elaborar o Plano de Ações Articuladas, contemplou metas de qualidade</p><p>estabelecidas para a educação básica pública, assegurando estratégias para apoio</p><p>técnico e financeiro que visem à melhoria da gestão educacional, procurando</p><p>contemplar as quatro dimensões que se referem à gestão educacional: a formação de</p><p>professores e profissionais de apoio, as práticas pedagógicas e a infraestrutura física e</p><p>recursos pedagógicos.</p><p>Quanto ao Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério</p><p>Público, o município de Guanambi implantou-o no ano de 2011, através da Lei nº 514 de</p><p>23 de setembro de 2011. Esse documento está respaldado pela Lei Nº 11.738/2008 no</p><p>que se refere à jornada de trabalho do professor e ao piso salarial, em contrapartida</p><p>ainda precisa adequar-se no que diz respeito às aposentadorias e pensões do magistério</p><p>público municipal, quando ainda não se aplica o valor do piso vigente às aposentadorias</p><p>e pensões. A categoria dos servidores públicos municipais vem trabalhando para ajustar</p><p>as questões referentes à demanda e à oferta na área educacional. O exemplo disso é que,</p><p>em 2008, foi concluída a discussão sobre o novo Plano de Carreira e o Estatuto do</p><p>Magistério, iniciada em 2006, no sentido de adequá-los às mudanças ocorridas em</p><p>âmbito nacional, em virtude do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), que, com</p><p>mais de 50 medidas, se constitui no maior plano de desenvolvimento educacional do</p><p>país.</p><p>O debate sobre o Plano de Carreira do Magistério, bem como de outras políticas da</p><p>educação do Sistema Municipal de Ensino de Guanambi, tem sido feito através de lutas</p><p>da categoria, respeitando os princípios da autonomia, democracia e participação, numa</p><p>perspectiva humana, profissional e cidadã.</p><p>A Secretaria Municipal de Educação tem, na sua estrutura, diretamente subordinados</p><p>ao seu titular, os seguintes órgãos:</p><p>1.</p><p>Superintendência de Contratos e Convênios</p><p>1.1. Chefe de Gabinete do Secretário</p><p>47</p><p>1.2. Coordenação de Apoio Administrativo</p><p>2. Departamento de Ensino e Apoio Pedagógico</p><p>2.1. Divisão de Apoio Pedagógico</p><p>2.1.1. Coordenação de Projeto Pedagógico Experimental</p><p>2.1.2. Coordenação de Atividades Artísticas e Culturais</p><p>2.1.2.1. Subcoordenação de Música</p><p>2.1.2.2. Subcoordenação de Dança</p><p>2.1.2.3. Subcoordenação de Teatro</p><p>2.1.2.4. Subcoordenação de Apoio Operacional</p><p>3. Departamento de Ações Socioeducativas</p><p>3.1. Subcoordenação de Apoio Operacional</p><p>3.2. Divisão de Assistência à Educação Inclusiva</p><p>3.2.1. Coordenação de Psicologia</p><p>3.2.2. Coordenação de Fonoaudiologia</p><p>3.2.3. Coordenação de Fisioterapia</p><p>3.2.4. Coordenação de Psicopedagogia</p><p>3.3. Divisão de Assistência ao Educando</p><p>3.3.1. Coordenação de Matrícula</p><p>3.3.2. Coordenação de Alimentação Escolar</p><p>3.3.3. Coordenação de Transporte Escolar</p><p>3.3.4. Coordenação de Suprimento de Material</p><p>4. Departamento Administrativo</p><p>4.1. Divisão de Apoio e Gerenciamento Escolar</p><p>4.1.1. Coordenação de Gestão Participativa</p><p>4.1.1.1. Subcoordenação de Apoio à Unidade Escolar</p><p>4.1.1.2. Subcoordenação de Apoio Operacional</p><p>4.2. Divisão Administrativa</p><p>4.2.1. Coordenação de Expediente e Recursos Humanos</p><p>4.2.1.1. Subcoordenação de Administração de Pessoal</p><p>4.2.1.2. Subcoordenação de Material e Patrimônio</p><p>4.2.1.3. Subcoordenação de Informática</p><p>4.3. Divisão de Compras</p><p>5. Departamento Financeiro</p><p>5.1. Divisão Financeira</p><p>5.1.1. Coordenação de Execução do Fundo Municipal de Educação</p><p>5.1.1.1. Subcoordenação de Convênios e Contratos</p><p>5.1.1.2. Subcoordenação de Prestação de Contas</p><p>48</p><p>6. Departamento de Manutenção do Patrimônio</p><p>6.1. Divisão de Manutenção do Patrimônio</p><p>6.1.1. Coordenação de Estrutura Física Escolar</p><p>6.1.1.1. Subcoordenação de Manutenção Física</p><p>6.1.1.2. Subcoordenação de Acompanhamento de Obras</p><p>Conforme descrito acima, a Secretaria Municipal de Educação conta com um</p><p>organograma que contempla os diversos setores ligados à educação, além disso, existe a</p><p>articulação entre estado e município no âmbito da Educação Básica apesar de o Brasil</p><p>ter adotado o modelo de duplicidade de redes, no qual os governos estaduais e</p><p>municipais mantêm estruturas educacionais autônomas e paralelas. Como a</p><p>Constituição de 1988 propôs o chamado Regime de Colaboração, ideia perfeita para</p><p>lidar com a necessidade de conjugação entre autonomia e interdependência dos entes, e</p><p>a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também trata desse Regime de Colaboração,</p><p>podemos destacar importantes parcerias entre o nosso município e o estado da Bahia</p><p>como: assessoria pedagógica do estado aos municípios, compartilhamento de recursos</p><p>humanos por meio da cessão de funcionários estaduais aos municípios e vice-versa;</p><p>cessão de prédios escolares (convênio municipalização); transporte escolar (PDE);</p><p>acompanhamento e assessoramento na formulação do Plano de Ações Articuladas</p><p>(PAR), Plano Municipal de Educação (PME).</p><p>Em relação à Avaliação Institucional, a Secretaria Municipal de Educação a realiza de</p><p>forma assistemática, porém a Avaliação de Desempenho é contemplada no Plano de</p><p>Carreira do Magistério. Outrora, a Secretaria realizou avaliação dos profissionais no</p><p>estágio probatório e objetiva sistematizar a Avaliação para melhor orientar as</p><p>Instituições Escolares da Rede Municipal.</p><p>2.2.1.2 Organização e Funcionamento da Educação Municipal</p><p>O município de Guanambi conta com escolas da Rede Municipal, Rede Estadual e Rede</p><p>Particular, sendo que a Rede Municipal atende os alunos da Educação Infantil e do</p><p>Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais, a Rede Estadual atende os alunos do Ensino</p><p>Fundamental Anos Finais e Ensino Médio e a Rede Particular atende as três etapas.</p><p>49</p><p>Tabela 5 – Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Estadual.</p><p>Ano</p><p>Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio</p><p>Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total</p><p>2009 - - - 05 - 05 05 - 05</p><p>2010 - - - 05 - 05 04 01 05</p><p>2011 - - - 05 - 05 04 01 05</p><p>2012 - - - 05 - 05 04 01 05</p><p>Fonte: Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/ide/2019,2010/gerarTabela></p><p>A tabela anterior representa o número de escolas da Rede Estadual por Etapa de Ensino,</p><p>o que demonstra que a Rede Estadual atende a clientela das duas etapas (Ensino</p><p>Fundamental e Ensino Médio), conforme a recomendação da Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional (9394/96) no seu art. 10; prioriza o atendimento do nível médio,</p><p>embora, em regime de colaboração, atenda também o Ensino Fundamental,</p><p>especificamente o 2º segmento.</p><p>Tabela 6 – Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Municipal.</p><p>Ano</p><p>Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio</p><p>Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total</p><p>2009 04 - 04 27 - 27 - - -</p><p>2010 04 - 04 27 - 27 - - -</p><p>2011 04 - 04 27 - 27 - - -</p><p>2012 04 - 04 26 01 27 - - -</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação</p><p>Atualmente, a Rede Municipal de Ensino de Guanambi é composta por trinta e uma (31)</p><p>unidades escolares, com abrangência em todo seu território municipal, sede e distritos,</p><p>concentradas no perímetro urbano. Essa rede atende crianças, jovens e adultos, nas</p><p>etapas da Educação Infantil (creches e pré-escolas) e Ensino Fundamental, bem como</p><p>nas modalidades da Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial, conforme</p><p>apresenta tabela abaixo:</p><p>http://portal.mec.gov.br/ide/2019,2010/gerarTabela</p><p>50</p><p>Tabela 7 – Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município de</p><p>Guanambi, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica.</p><p>Etapas da Educação Básica</p><p>Dependência administrativa</p><p>Urbana Total Rural</p><p>2011 2012 2011 2012 2011 2012</p><p>Ed. Infantil – Creche - - 03 03 07 08</p><p>Ed. Infantil – Pré-escola - - 17 17 08 09</p><p>Ensino Fundamental Anos iniciais - - 26 26 09 10</p><p>Ensino Fundamental Anos Finais 05 05 10 10 05 05</p><p>Ensino Médio 05 05 - - 04 04</p><p>Total 10 10 56 56 33 36</p><p>Fonte: Secretaria Municipal de Educação / DIREC / Educacenso</p><p>Conforme o que se apresenta na tabela anterior, o atendimento das crianças em Creches,</p><p>na idade entre 0 e 3 anos, é feito pela Rede Municipal e Rede Particular, todas as</p><p>unidades na sede do município, com real necessidade de sua expansão para os distritos.</p><p>Quanto ao nível da Educação Infantil - pré-escola, a Rede Municipal de Ensino tem uma</p><p>escola que oferece exclusivamente essa etapa; temos 03 (três) instituições que oferecem</p><p>a pré-escola, fundamental anos iniciais e finais; 13 (treze) escolas oferecem a pré-escola</p><p>e o fundamental anos iniciais; 04 (quatro) escolas oferecem apenas o fundamental anos</p><p>iniciais; 06 (seis) oferecem o fundamental anos iniciais e finais e 01 (uma) escola oferece</p><p>exclusivamente o fundamental anos finais.</p><p>É importante ressaltar que Guanambi possui um número significativo de instituições</p><p>privadas que atendem da Pré-escola ao Ensino Médio, conforme demonstra a Tabela 7.</p><p>2.2.1.3 Apoio ao Educando</p><p>O município estabelece parceria com o governo federal no oferecimento de programas</p><p>de apoio ao educando, estando, assim, cadastrado no Programa Nacional do Livro</p><p>Didático (PNLD) e nos programas de merenda e transporte escolar.</p><p>51</p><p>Através do PNLD, as escolas recebem os livros que, inicialmente, passam por um</p><p>processo de seleção das melhores coleções oferecidas pelas editoras e previamente</p><p>avaliadas pelo MEC – a avaliação realizada é divulgada através do guia do livro didático,</p><p>que se constitui como suporte para análise – mas que também são analisadas conforme</p><p>a realidade do nosso município, observando questões relativas à interdisciplinaridade,</p><p>ao contexto, bem como a questões éticas, valorativas e estéticas, sem deixar de analisar a</p><p>qualidade do conteúdo e metodologia do material escolhido.</p><p>Após a escolha, que é feita com a orientação de coordenadores pedagógicos e com a</p><p>presença dos professores de cada área do saber, além da presença</p>

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