Prévia do material em texto
<p>Grafite x pichação: qual a diferença?</p><p>Por Gilberto de Abreu</p><p>A origem da pichação remonta ao final dos anos 1960, período da contracultura e das revoluções estudantis</p><p>que tomaram de assalto a cidade de Paris, na França. A maneira encontrada pelos jovens de protestar</p><p>contra o governo se deu por meio da escrita nos muros dos prédios públicos.</p><p>Nos anos 1970, a pichação chegou à cidade da Pensilvânia, a mais populosa do estado norte-americano da</p><p>Filadélfia, sendo adotada por gangues de rua para demarcar território, reforçar filiações e intimidar as</p><p>gangues rivais.</p><p>Passados mais de 40 anos desde as primeiras manifestações do gênero, hoje podemos compreender que a</p><p>pichação é fruto da necessidade dos jovens de deixar sua marca na epiderme da cidade. Desde sempre, o</p><p>desafio foi um só: alcançar projeção.</p><p>Na regra da pichação, vence aquele que conseguir inscrever a sua tag (assinatura), o maior número de</p><p>vezes, onde todos possam vê-la. Quanto maior o número de assinaturas, e mais alto elas estiverem, maior</p><p>é o prestígio de seu autor.</p><p>Pichadores se tornam vândalos quando inscrevem suas tags – geralmente sem autorização – em</p><p>propriedades públicas, privadas e, em casos extremos, em prédios/espaços tombados pelo Patrimônio</p><p>Histórico e Cultural.</p><p>Um detalhe que não podemos perder de vista nessa história: mesmo condenável, a ação dos pichadores</p><p>merece ser discutida. Ela nos permite debater noções de identidade, pertencimento, protesto e</p><p>transgressão, e nos ajuda a compreender o que pensam da sociedade em que vivem.</p><p>A essa altura você deve estar se perguntando: e o grafite, onde entra nessa história? O que difere o</p><p>grafiteiro do pichador? Em linhas gerais, o grafiteiro é um ex-pichador que soube dar à tinta spray um</p><p>propósito profissional. Cientes de que a pichação não os levaria muito longe, outra turma resolveu deixar</p><p>de lado a pichação, arregaçar as mangas e se lançar em um novo desafio: aprimorar o conhecimento.</p><p>Aprender novas técnicas de escrita, desenho, pintura e estética com o objetivo de ampliar os horizontes</p><p>profissionais.</p><p>Grafite: a linguagem dos jovens</p><p>Das aberturas de novela às propagandas de TV; dos videoclipes aos videogames; dos vagões de trem aos</p><p>aviões comerciais. Olhe ao redor e comprove: o grafite está por toda parte. E quando o assunto diz respeito</p><p>aos jovens, ele exerce um papel fundamental na comunicação com esse segmento.</p><p>Existe uma linha tênue que separa o</p><p>grafite da pichação, e a pichação do</p><p>vandalismo. Reconhecer a diferença</p><p>entre essas formas de comunicação</p><p>urbana – tão intimamente</p><p>relacionadas ao longo da história –</p><p>pode ser a chave que faltava para</p><p>envolver os alunos em uma série de</p><p>atividades relacionadas ao tema:</p><p>oficinas, debates, excursões, testes</p><p>de conhecimento.</p><p>As indústrias da moda e da decoração, por exemplo, descobriram esse filão não é de hoje. Empresários de</p><p>grandes marcas contratam mão de obra de grafiteiros e artistas de rua para potencializar a imagem de</p><p>seus produtos e serviços diante deles: os adolescentes.</p><p>São roupas, acessórios, objetos de decoração e utilitários os mais variados. O grafite colore não apenas</p><p>muros, fachadas e viadutos, mas também cadernos, mochilas, bonés, camisetas, pôsteres e o que mais</p><p>pudermos imaginar. O grafite reflete um estilo de vida descolado, urbano, cosmopolita, global. Pensando</p><p>assim, que jovem não gostaria de ter um grafite na parede de seu quarto?</p><p>A internet teve, e ainda tem, um papel fundamental no processo de popularização do grafite e de</p><p>reconhecimento de seus representantes. A rede mundial de computadores ajuda a romper fronteiras,</p><p>aproximar culturas e propagar tudo aquilo que se refere à arte urbana: grafite, música, dança, letras de</p><p>improviso, atitudes.</p><p>Meninos e meninas sonham em se tornar grafiteiros, mas nunca pegaram numa tinta spray. Nas mãos,</p><p>carregam – por enquanto – tablets e smartphones.</p><p>Para o artista multimídia Bruno Bogossian, conhecido na cena carioca do grafite há 15 anos como BR, não</p><p>restam dúvidas: “O grafite é a linguagem visual mais importante da primeira década do século XXI, e a que</p><p>melhor se comunica com a juventude”.</p><p>Mas, afinal, o que o grafite tem de tão especial assim? No Rio de Janeiro, ele é quase um reflexo da cidade</p><p>que o acolhe. “O Rio é uma cidade alegre, cheia de curvas, festiva. E isso se reflete no tipo de arte que a</p><p>gente faz nas ruas: colorida, alegre e com formas orgânicas”, diz BR.</p><p>Para o artista, a diversidade do grafite carioca espelha a criatividade do nosso povo, reconhecido pelo</p><p>“jeitinho brasileiro”. “A variedade de estilos, técnicas e temáticas é, sem dúvida, um reflexo dessa nossa</p><p>cultura. O grafite foi chegando de mansinho até conquistar o seu lugar na paisagem da cidade.”</p><p>Olhe ao seu redor e você possivelmente vai encontrar uma intervenção de arte urbana colorindo muros,</p><p>fachadas, viadutos, empenas de prédio, postes e até mesmo o mobiliário urbano. Aos poucos, festejam os</p><p>entusiastas, a cidade vem se transformando em uma galeria de arte a céu aberto.</p><p>“O Rio é o paraíso mundial do grafite. Em que outra cidade no mundo é possível mandar uma arte e depois</p><p>dar um mergulho no mar ou fazer uma trilha pela floresta?”, indagam os grafiteiros.</p><p>Instituto EixoRio</p><p>A publicitária Cristine Levinspuhl, coordenadora executiva do Instituto EixoRio, criado pela Prefeitura do</p><p>Rio para aproximar o poder público da arte urbana, concorda. “O Rio é verdadeiramente ímpar no quesito</p><p>beleza natural, mas, como toda grande metrópole, acaba tendo áreas não favorecidas. Nesse ponto, os</p><p>grafiteiros desempenham um papel fundamental no processo de revitalização adotado pela Prefeitura do</p><p>Rio”.</p><p>O Instituto EixoRio foi criado justamente para orquestrar ações conjuntas dos artistas de rua e do poder</p><p>público no sentido de reurbanização da cidade. Nesse contexto inserem-se não somente os grafiteiros,</p><p>como também os representantes de outras expressões culturais: música, dança, poesia.</p><p>Por meio do projeto GaleRio, o instituto dirigido por Cristine vem estimulando os artistas de rua a olharem</p><p>de outro modo para a própria comunidade, resgatando histórias e lugares interessantes, personagens</p><p>famosos ou ilustres desconhecidos. Tudo isso, acredita, para aumentar a autoestima dos moradores da</p><p>cidade.</p><p>“Muitos grafiteiros são provenientes de comunidades carentes e também querem ver seus ambientes</p><p>melhorados. Hoje em dia, tomar parte no processo de revitalização das comunidades é algo quase natural</p><p>para quem faz grafite”, diz Cristine.</p><p>Ela cita como exemplos as comunidades do Vidigal, em São Conrado, do Cantagalo, em Copacabana, e</p><p>Dona Marta, em Botafogo, localidades em que o grafite já se faz presente. “O despertar para a criatividade,</p><p>o trabalho em equipe e o espírito de voluntariado são transformadores”, afirma Cristine. “Esse é um</p><p>modelo que deve ser aprimorado cada vez mais.”</p><p>De vilões a agentes transformadores</p><p>“Os grafiteiros ocupam, hoje, um papel de destaque no processo de revitalização da paisagem urbana</p><p>carioca, mas não é só isso. Além de agregar valor à cidade, os grafiteiros têm se revelado parceiros</p><p>estratégicos no diálogo com os indivíduos da sociedade”, reconhece Cristine Levinspuhl.</p><p>Ela toma como exemplo as ações sociais do projeto GaleRio, considerado o carro-chefe do instituto sob</p><p>sua coordenação. As ações orquestradas pelo GaleRio aproximam os artistas de rua do poder público, em</p><p>prol de melhorias na qualidade de vida dos cariocas. A cultura urbana – música, dança e grafite,</p><p>principalmente – é o que dá liga a essa empreitada.</p><p>Um exemplo recente de parceria bem-sucedida se deu no primeiro semestre de 2015, quando os grafiteiros</p><p>conseguiram recrutar cerca de 200 voluntários, entre artistas de rua e membros da comunidade, para um</p><p>trabalho em equipe sem precedentes na história da cidade. Juntos, eles assinam um projeto de intervenção</p><p>urbana que coloriu seis quilômetros da Linha 2 do metrô.</p><p>Outro caso de sucesso resultou na criação de uma arte com seis metros</p><p>de altura e 250 metros de</p><p>comprimento, realizada a partir de fotografias dos alunos de uma escola municipal também da Zona Norte.</p><p>“Apesar de tombada pelo Patrimônio Histórico, aquela escola andava meio apagada, em um entorno</p><p>praticamente cinza”, lembra Cristine.</p><p>O painel criado pelo coletivo de grafiteiros traz como pano de fundo detalhes da própria arquitetura da</p><p>escola. Em destaque, surgem rostos de 27 alunos matriculados na escola. “As crianças sentem, hoje, um</p><p>orgulho enorme de fazer parte daquela comunidade”, conta a coordenadora executiva do EixoRio.</p><p>O GaleRio esteve presente, ainda, na revitalização do Túnel Alaor Prata, que liga os bairros de Copacabana</p><p>e Botafogo, na Zona Sul da cidade. O local já vinha passando por obras de reforma quando artistas ligados</p><p>ao EixoRio tiveram uma ideia que mudou o curso das obras.</p><p>“Articulamos com o governo, por meio da Secretaria de Obras, uma maneira de utilizar um montante da</p><p>verba alocada na revitalização daquele túnel para um projeto de pintura artística. A intenção original era</p><p>aplicar no local uma tinta antipichação, mas conseguimos convencê-los de que o melhor antídoto para a</p><p>pichação é a arte.”</p><p>Projeto P.A.Z. (Parede Art Zone)</p><p>Idealizado pela produtora cultural franco-brasileira Elodie Salmeron, diretora da Valeu Produções, o</p><p>projeto P.A.Z. (Paredes Art Zone) é outro exemplo de ação social que nasce da parceria com o grafite.</p><p>A iniciativa, que tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, por meio do</p><p>Programa de Fomento à Cultura Carioca, envolveu 80 alunos do 5º ao 9º ano da Rede Municipal de Ensino</p><p>em oficinas de grafite coordenadas não por professores, mas por artistas de rua.</p><p>No primeiro semestre deste ano, o projeto contemplou meninos e meninas a partir dos 11 anos, das</p><p>escolas municipais Benjamin Constant (Santo Cristo), José Pedro Varela (Pavuna), Francisco de Paula</p><p>Brito (Rocinha) e Pedro Ernesto (Lagoa).</p><p>As oficinas, ministradas pelos grafiteiros Marcelo Jou, Toz, Wark e BR, sob curadoria de Tomaz Viana, o</p><p>Toz, visavam não somente estimular o fazer artístico, como também propagar valores fundamentais à</p><p>cultura do grafite.</p><p>“O P.A.Z se baseia nos principais pilares do grafite, que são a valorização da diversidade, do trabalho em</p><p>equipe e do respeito ao próximo. A partir disso conseguimos elaborar um conjunto de ações que visam</p><p>valorizar não somente o papel transformador do grafite na cidade e em seus indivíduos, como também os</p><p>direitos da infância e o estímulo ao pensamento criativo”, diz Elodie Salmeron.</p><p>Lolô, como é carinhosamente chamada pelos meninos e meninas que participam das oficinas, conta que,</p><p>desde a primeira edição, em 2012, os estudantes abraçam a causa com entusiasmo e espírito</p><p>colaborativo. “Incentivar a criatividade dos estudantes no ambiente escolar por meio dessa arte tão</p><p>presente nas ruas é o nosso desafio. Tem dado certo”, festeja.</p><p>Renovando as relações interpessoais</p><p>Professora da Rede Municipal de Ensino há 11 anos e atual diretora da Escola Municipal Pedro Ernesto, na</p><p>Lagoa, Elisabeth Mendes Pereira comprova a eficiência do projeto P.A.Z. na melhoria escolar dos alunos.</p><p>“É a segunda vez que nossa escola é contemplada pelo projeto, e a expectativa não poderia ter sido</p><p>maior.”</p><p>“Em 2012, quando a Lolô nos trouxe a proposta pela primeira vez, não tínhamos ideia do que isso</p><p>representaria. Em termos práticos, descobrimos que os alunos, e principalmente aqueles com problemas</p><p>disciplinares e de concentração, se reconectaram com a escola, envolveram-se muito mais nas atividades</p><p>propostas em sala de aula”, afirma a diretora.</p><p>Elisabeth Mendes Pereira destaca, ainda, os resultados obtidos com os alunos em processo de aceleração</p><p>e realfabetização. “O reconhecimento de suas habilidades criativas, quer por parte dos grafiteiros, dos</p><p>professores ou dos demais alunos da escola, deu a eles uma nova perspectiva”.</p><p>Segundo a diretora, permitir ao aluno se expressar – e valorizar esse esforço entre os colegas de classe –</p><p>é algo surpreendente. “Os alunos passaram a abraçar a escola, a retribuir nosso abraço.”</p><p>A experiência é considerada positiva também entre os grafiteiros que assumiram o desafio de “domar as</p><p>feras” nesse processo de aprendizado. Para Bruno Bogossian, participar de um projeto como o P.A.Z. “foi</p><p>uma experiência muito bacana e também curiosa”.</p><p>Ele conta que, como grafiteiro, deve às ruas, e não à escola, aquilo que sabe sobre a arte do grafite e a</p><p>cultura urbana. “É muito bom poder repassar esse conhecimento de modo tão natural, nesse ambiente</p><p>que se dedica a ensinar às crianças o que há de mais importante nesse estágio de suas vidas. Um projeto</p><p>como esse desperta nelas o interesse pela arte”.</p><p>A confusão entre grafite e pichação</p><p>Qual é a diferença entre grafite e pichação? Ambas são pinturas feitas com</p><p>tintas spray ou de latas. Ambas são manifestações que nasceram no século</p><p>XX, dentro de uma produção cultural urbana. No entanto, uma é mais aceito</p><p>que a outra.</p><p>A palavra "Grafite" deriva do italiano grafitto, usualmente é conceituado como</p><p>"inscrição ou desenho de épocas antigas, toscamente riscado à ponta ou a</p><p>carvão, em rochas, paredes, vasos etc.". Um grafismo seria um desenho ou</p><p>imagem.</p><p>No dicionário Aurélio, pichação possui "caráter político, escrito em muro de via</p><p>pública". É associado à palavra, mas na prática, nem toda pichação busca</p><p>transmitir uma mensagem política.</p><p>A distinção entre as práticas do grafite e da pichação é algo que acontece</p><p>especificamente no Brasil. Em países como os Estados Unidos e Colômbia, as</p><p>duas práticas possuem a mesma nomenclatura: grafite, relacionado a qualquer</p><p>transcrição feita na arquitetura urbana.</p><p>Em São Paulo, a pichação é conhecida por seus praticantes como "pixo", sem</p><p>o uso da norma culta. Em geral, o "pixo" são assinaturas do apelido do</p><p>grafiteiro, o nome de um grupo ou um alfabeto (tipografia). Elas foram adotadas</p><p>por uma parcela de jovens da periferia. Essa linguagem sempre despertou</p><p>muita polêmica. A pichação é arte? Uma grande parcela da população não</p><p>considera esta manifestação estética como algo belo. Essa forma de expressão</p><p>é comumente associada ao vandalismo, delinquência e poluição visual.</p><p>Já o grafite também nasceu nas ruas e sempre transitou por esferas de</p><p>marginalidade da transgressão. Cada vez mais, o grafite ganha legitimidade, é</p><p>reconhecido como arte pela sociedade. É associado a uma prática artística</p><p>urbana, que tem como principal aspecto a cidade como dispositivo ou "tela".</p><p>Para defensores do "pixo", uma obra não precisa ser necessariamente bela</p><p>ou autorizada para ser considerada arte. Outros acreditam que o "pixo" seria</p><p>um tipo de intervenção e performance, rápida e transgressora.</p><p>O estilo de "pixo" de São Paulo tem sido objeto de estudo. A pichação paulista</p><p>conhecida como “Tag Reto” se tornou um estilo de letra com elementos</p><p>originais e únicos no mundo. Esse estilo de letra é caracterizado por letras</p><p>retas, alongadas e pontiagudas, que procuram ocupar o maior espaço possível</p><p>no suporte.</p><p>O primeiro grafite foi registrado no movimento de contracultura parisiense de</p><p>1968. Seus adeptos inscreveram em diversos muros daquela cidade</p><p>mensagens de cunho político. Mas naquele contexto, os muros eram pichados</p><p>para transmitir mensagens políticas e de contestação.</p><p>O ato de grafitar se popularizou nos Estados Unidos durante a década de 1970,</p><p>especialmente na cidade de Nova York, considerada o berço dessa expressão</p><p>artística, eu trazia novas características. Ele surgiu dentro de grupos de jovens</p><p>que viviam nos guetos e periferias e se organizavam em grupos chamados</p><p>crews.</p><p>Eles buscavam deixar a “marca” ou o nome do grupo na cidade, pichando</p><p>muros, trens, prédios, chãos e monumentos. Circular pela cidade era uma</p><p>forma de expressão pessoal, mas também de conquista de respeito no grupo.</p><p>Quanto mais arriscada ou maior a visibilidade do grafite, maior era o prestígio</p><p>de seu autor.</p><p>No Brasil, a prática do grafite foi incorporada na década de 70, influenciada por</p><p>artistas norte-americanos. As técnicas de pintura e as referências visuais foram</p><p>trazidas por artistas de classe média de São Paulo, como os pioneiros Alex</p><p>Vallauri e Rui Amaral, que tinham contato com o que era produzido em Nova</p><p>York. Na época, o que estava em voga eram os stêncils inspirados pela estética</p><p>da pop art. Durante a década de 1980, o grafite foi inserido como um dos</p><p>elementos fundamentais do movimento Hip Hop. Em São Paulo, artistas como</p><p>Os Gêmeos, Binho, Speto, Tinho e Onesto frequentavam a cena cultural do Hip</p><p>Hop e muitas vezes grafitavam de forma coletiva.</p><p>A contradição rua versus galerias de arte</p><p>Enquanto o pixo permanece como um símbolo de vandalismo, e seus</p><p>praticantes considerados marginais, o grafite adquire conotação de arte. Estar</p><p>dentro de uma galeria tem um poder simbólico: o reconhecido valor por uma</p><p>parcela da sociedade que se relaciona com o mercado da “alta” cultura.</p><p>O primeiro grafiteiro a expor em uma galeria foi Jean Michel-Basquiat, no final</p><p>da década de 70. Ele começou a fazer grafites em prédios abandonados de</p><p>Nova York e ganhou notoriedade mundial quando seus desenhos foram</p><p>expostos em galerias de artes com a chancela de Andy Warhol, ícone da arte</p><p>contemporânea. Outro ícone dessa geração de norte-americanos foi Keith</p><p>Haring, que realizou diversas exposições em museus.</p><p>Quando o grafite deixa as ruas ainda é considerado grafite? Parte dos</p><p>grafiteiros despreza aqueles que estão expondo em galerias de arte, por</p><p>acreditarem que o lugar do grafite é na rua. Além disso, ao ter retorno com a</p><p>venda em galerias, o grafiteiro não se tornaria mais espontâneo. Existem ainda</p><p>os grafiteiros que não acreditam que pintar na rua com apoio financeiro da</p><p>prefeitura não seria uma produção “autêntica”, com o espírito do grafite</p><p>tradicional.</p><p>Grafite e a lei</p><p>A Lei brasileira considera que o Estado deve proibir comportamentos nocivos</p><p>ao meio ambiente e no espaço urbano. Neste sentido, a pichação pode ser</p><p>enquadrada como dano ao patrimônio ou crime ambiental.</p><p>Em 2011 entrou em vigor a Lei Federal que passou a considerar o grafite como</p><p>uma conduta legalizada (diferente da pichação), desde que exista o</p><p>consentimento do proprietário, tendo como definição “grafite é a prática que tem</p><p>como objetivo valorizar o patrimônio público e privado mediante a manifestação</p><p>artística sob o consentimento de seus proprietários”.</p><p>Os pichadores sempre sofreram uma abordagem policial ostensiva. Eles são</p><p>considerados transgressores e a ilegalidade sempre foi uma questão central na</p><p>realização dessa atividade. Apesar do grafite já ser reconhecido pela lei, muitos</p><p>grafiteiros ainda enfrentam problemas com a polícia e são enquadrados sob a</p><p>acusação de “poluição visual”, resultando em boletim de ocorrência.</p><p>LIVRO: Pixação não é pichação, de Gustavo Lassala. ALTAMIRA EDITORIAL,</p><p>2010 DOCUMENTÁRIO: PIXO, de João Wainer. 2009</p><p>Por Carolina Cunha, da Novelo Comunicação</p><p>BREAK DANCE</p><p>http://projetos.globo.com/redbull-infograficos/breakdance</p><p>Mistura de música com movimentos que vai muito além de uma forma de dança. Estilo</p><p>de vida, liberdade, atitude e até esporte, o Breakdance explodiu nos Estados Unidos</p><p>na década de 70, embora especialistas apontem seu nascimento antes disso.</p><p>O movimento surgiu como uma dança de rua em Nova</p><p>York, e era embalado principalmente pelo som do Hip</p><p>Hop como uma manifestação de jovens. Hoje, é meio</p><p>de recreação e até competição em todo o mundo.</p><p>O nome do movimento remonta a três danças urbanas que surgiram há mais de 40</p><p>anos: o Break/B-boying de Nova York e o Popping e o Locking de Los Angeles. Apesar</p><p>de terem a mesma origem, apresentam influências variadas.</p><p>O nome do movimento remonta a três danças urbanas que surgiram há mais de 40 anos: o</p><p>Break/B-boying de Nova York e o Popping e o Locking de Los Angeles. Apesar de terem a</p><p>mesma origem, apresentam influências variadas.</p><p>Em uma época em que James Brown era idolatrado sobretudo nos redutos negros e latinos das</p><p>grandes metrópoles, os jovens eram influenciados pela chamada dança “Good Foot”. Foi a</p><p>semente do break.</p><p>O “pé bom” levou à criação do Top Rocking, no Bronx e, posteriormente, ao Up-Rock. E as</p><p>suas evoluções culminaram com é conhecimento mundialmente pela mídia como Breakdance.</p><p>No Brasil, teve seu início confundido com o movimento Hip Hop da década de 80. Ainda não</p><p>existiam referências que retratavam exatamente o fundamento e, o que na época foi propagado</p><p>na mídia, na verdade era uma febre chamada Breakdance.</p><p>Em 1984 foi o ano oficial da chegada da dança de rua no Brasil e o surgimento dos B-Boyings,</p><p>Poppings e Lockings por aqui. A mídia como um todo propagou em massa a chegada da nova</p><p>dança.</p><p>http://projetos.globo.com/redbull-infograficos/breakdance</p><p>Era comum ver pessoas com roupas coloridas, óculos escuros, bonés e um enorme rádio</p><p>gravador mostrando os primeiros passos do que se tornaria uma cultura ampla e cheia de</p><p>seguidores apaixonados.</p><p>As grandes batalhas</p><p>O principal palco global das grandes batalhas de breakdance é o Red Bull BC One.</p><p>Todos os anos, milhares de b-boys de todo o mundo disputam a chance de</p><p>representar na Final Mundial, mas só dezesseis concorrem ao grande prêmio.</p><p>O evento começou em 2004, em Biel, na Suíça, e desde então esteve nos quatro</p><p>cantos do planeta: Seul, Berlim, São Paulo, Joanesburgo, Paris, Nova York, Tóquio,</p><p>Moscou e Rio de Janeiro.</p><p>Na competição, todos competem em batalhas de qualificação. Ao longo do ano,</p><p>diversas fases são realizadas em todo o mundo para encontrar os melhores b-boys e,</p><p>então, estes competem em seus finais regionais: Europa Ocidental, Europa Oriental,</p><p>América do Norte, América Latina, Oriente Médio e África e Ásia-Pacífico.</p><p>Neste ano, a final latino-americana será em Belém (Pará), em 30 de agosto. Ratin, 19</p><p>anos, de Sertãozinho, Luan, 23, de Bauru, e Iguin, 19, de Anápolis, representarão o</p><p>Brasil nesta decisão.</p><p>[MATÉRIA] Diferença entre hip hop e rap</p><p>12 de dezembro de 2012 · por yorhanaraujo</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/</p><p>Quando comecei a pesquisa, pois, apesar de gostar é sempre bom ir a fundo, li que hip hop era</p><p>mais batida, com instrumentos e sem preocupação com rimas, já o rap é basicamente composto</p><p>por rimas, mas conforme aprofundei um pouco a pesquisa vi que não é assim, entendam agora</p><p>o porque de achar que não é bem isso.</p><p>Hip Hop</p><p>O Hip Hop não é um estilo de música, é um estilo de vida. Tudo dentro do Hip Hop tem a ver</p><p>com a afirmação de uma identidade esmagada pelo peso de uma grande cidade.</p><p>Hip hop é uma cultura artística que iniciou-se durante a década de 1970 nas áreas centrais de</p><p>comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Afrika</p><p>Bambaataa, reconhecido como o criador oficial do movimento, estabeleceu quatro pilares</p><p>essenciais na cultura hip hop: o rap, o DJing, a breakdance e a escrita do grafite. Outros</p><p>elementos incluem a moda hip hop e as gírias.</p><p>Desde quando emergiu primeiramente no South Bronx, a cultura hip hop se espalhou por todo</p><p>o mundo. No momento em que o hip hop surgiu, a base concentrava-se nos disc jockeys que</p><p>criavam batidas rítmicas para pausas “loop” (pequenos trechos de música com ênfase em</p><p>repetições) em dois turntables, que atualmente é referido como sampling. Posteriormente, foi</p><p>acompanhada pelo rap, identificado como um estilo musical de ritmo e poesia, com uma</p><p>técnica vocal diferente para utilizar dos efeitos dos DJs. Junto com isto surgiram formas</p><p>diferentes de danças improvisadas, como a breakdance, o popping e o locking.</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/author/yorhanaraujo/</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/rap/#main</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/rap/#main</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/h/#main</p><p>Rap</p><p>Rap é um estilo musical raro em que o texto é mais importante que a linha melódica, que</p><p>engloba principalmente rimas, e é um dos seis pilares da cultura hip hop, vocês podem até</p><p>bater o pé, falar de rock, de mpb entre outros estilos que eu também curto, mas elas não dão</p><p>importância somente a letra, no rap sim levam mais em conta a letra, a rima do que o som, não</p><p>que o som não seja importante, mas na maioria fica em segundo plano. A tradução literal de</p><p>rap é Ritmo e Poesia, ou seja, uma poesia feita através de rimas, geralmente feitas em uma</p><p>certa velocidade.</p><p>Conclusão</p><p>Então rap é um dos pilares do hip hop sendo os outros o DJ, o Beat Box, o MC, o break dance</p><p>e o grafite. Se tem também uma definição de verdade de que rap é um estilo musical e hip hop</p><p>é outro como até eu pensava já não sei, segundo pessoas do meio não é isso não, quem tiver</p><p>alguma opinião deixe nos comentários.</p><p>Por: Yorhan Araújo</p><p>https://twitter.com/YorhanAraujo</p><p>https://heeyblog.wordpress.com/2012/12/12/materia-diferenca-entre-hip-hop-e-rap/rap-compromisso/#main</p>