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<p>Processos Psicológicos Básicos I</p><p>Professor: Carlos Henrique Gonçalves</p><p>Carlos.psi.tc@hotmail.com</p><p>Objetivos: Desenvolver conhecimentos, habilidades e competências acerca de processos</p><p>sensoriais e de sua relação com a percepção, considerando-a em seu desenvolvimento,</p><p>estrutura e dinâmica.</p><p>Conteúdo programático:</p><p>Unidade I - Sensação</p><p>I.1 - Sentidos físicos</p><p>I.2 - Adaptação sensorial</p><p>I.3 - Limiares sensoriais</p><p>I.4 - Limitações sensoriais</p><p>Unidade II - Sensação e Percepção</p><p>II.1 - Processos, conteúdos e estados cognitivos</p><p>II.2 - Atenção e percepção</p><p>II.3 - Percepção, informação e conhecimento</p><p>II.4 - Percepção subliminar</p><p>Unidade III - Estrutura e Dinâmica Perceptiva</p><p>III.1 - Organização perceptiva</p><p>III.2 - Percepção de profundidade</p><p>III.3 - Percepção de movimento</p><p>III.4 - Ilusões perceptivas</p><p>III.5 - Constância perceptiva</p><p>Unidade IV - Desenvolvimento da Percepção</p><p>IV.1 - Aprendizagem e percepção</p><p>IV.2 - Percepção e linguagem</p><p>IV.3 - Percepção, memória e reconhecimento</p><p>IV.4 - Percepção infraconsciente</p><p>BIBLIOGRAFIA BÁSICA:</p><p>EYSENCK, Michael W. & KEANE, Mark T. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes</p><p>Médicas, 2017.</p><p>MORRIS, C. G.; MAISTO, A. A. Introdução a Psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004.</p><p>GAZZANIGA, M. S., HEATHERTON, T. F. Ciência Psicológica: mente, cérebro e</p><p>comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.</p><p>BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:</p><p>PENNA, Antonio Gomes. Percepção e realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora, 2001.</p><p>MYERS, D. G. (2006). Psicologia. Rio de Janeiro: LTC.</p><p>DAVIDOFF, L. L. Introdução à Psicologia. 3a Ed. Itaim-Bibi: Makron Books, 2001.</p><p>Processos sensoriais</p><p>Somos dotados de órgãos sensoriais para que possamos ter contato com o mundo</p><p>exterior, através dos estímulos captados.</p><p>Nossos sentidos básicos são: visão, audição, olfato, gustação (estes primeiros</p><p>capazes de obter informação à distância), tato (sentido da pele, ligado a compressão e dor),</p><p>e sentidos corporais que indicam, por exemplo, a posição de nossa cabeça, e que nem</p><p>sempre dão origem a sensações conscientes de qualidade e intensidade.</p><p>Cada espécie viva é dotada de órgãos sensoriais sintonizados para receber certa</p><p>gama de estímulos, que estão relacionados à sua sobrevivência, sendo insensíveis a</p><p>estímulos fora desta gama. Um exemplo é o cachorro que tem o olfato muito apurado, sendo</p><p>muito sensível a odores o que possibilita localizar comida, trilhas e seus semelhantes. Outro</p><p>exemplo é o da coruja com sua visão superdesenvolvida, adequada a seus hábitos noturnos</p><p>e localização de presas.</p><p>Sensação: É o processo de detecção de energia física do ambiente e codificação</p><p>em sinais nervosos</p><p>Percepção: É o processo de seleção, organização e interpretação das sensações.</p><p>Sensação e percepção se misturam e ocorrem continuamente no dia a dia.</p><p>Observado a nível psicológico, a sensação envolve experiências associadas com</p><p>estímulos simples, ex: luz vermelha piscando; e percepção envolve a integração e a</p><p>significação das sensações: é o bombeiro/polícia.</p><p>Observado a nível biológico, a sensação envolve os órgãos dos sentidos e as rotas</p><p>neurais que se originam das sensações iniciais das informações dos estímulos, e a</p><p>percepção envolve níveis superiores do córtex cerebral que se sabem estar relacionados ao</p><p>significado. Devemos considerar que eventos psicológicos e biológicos que correm no início</p><p>do processamento podem afetar o modo como é interpretado.</p><p>Adaptação sensorial: Em todas as modalidades sensoriais, podemos considerar</p><p>duas características comuns que são a sensibilidade, que descreve as modalidades</p><p>sensoriais em nível psicológico, e a codificação sensorial, que focaliza o nível biológico.</p><p>Sensibilidade: Começaremos pela sensibilidade, que é um aspecto marcante para</p><p>podermos detectar a presença ou alteração de objeto ou evento. Na tabela abaixo</p><p>apresentaremos algumas indicações de sensibilidade para os cinco sentidos principais,</p><p>oferecendo uma estimativa do estímulo mínimo que são capazes de detectar:</p><p>Limiar Absoluto: É a magnitude mínima de um estímulo que pode ser seguramente</p><p>descrita descriminada da ausência absoluta de estímulo. É a ideia central por trás da</p><p>sensibilidade, ou seja, a medição do limiar absoluto. A medição e definição do limiar</p><p>absoluto são determinadas pelo registro da detecção do estímulo em 50% das ocasiões.</p><p>Para detectar o limiar absoluto de uma pessoa a determinado som, expõe-se a mesma a</p><p>níveis variados de som, em cada ouvido. Para cada altura, o teste de audição define onde</p><p>metade das vezes o som é detectado corretamente, e metade onde isso não ocorre. Esse</p><p>ponto de 50-50 definirá o limiar absoluto.</p><p>Detecção de mudanças de intensidade: A capacidade de detectar mudanças nos</p><p>estímulos está ligada ao valor da sobrevivência. A questão então é: qual o grau de diferença</p><p>entre dois estímulos que é necessário para que uma pessoa possa distingui-lo? A teoria da</p><p>detecção dos sinais prevê quando vamos detectar sinais fracos, sendo entendido pelos</p><p>teóricos da detecção dos sinais que os limiares absolutos variam de acordo com</p><p>circunstâncias. Pais exaustos notam o choro tênue vindo do carrinho de bebê, porém podem</p><p>ignorar estímulos mais altos e irrelevantes. A sensibilidade também aumenta em situações</p><p>caracterizadas pelo horror, como a guerra, onde o soldado sentinela, em que a não</p><p>detecção de um inimigo pode representar a morte, tende a alarmar diante de qualquer ruído</p><p>quase imperceptível. Em época de paz, onde a sobrevivência não está ameaçada, a</p><p>sentinela precisa de um sinal mais forte antes de dar o alarme. A detecção de sinais pode</p><p>ter consequências de vida ou morte, e seu estudo deve ser levado em conta, auxiliando na</p><p>formatação de diversas atividades profissionais, como por exemplo, a de controlador de voo.</p><p>Estudos de detecção de sinais mostraram, por exemplo, que a vigilância de uma pessoa</p><p>diminui depois de 30 minutos diminuindo sua capacidade de detectar sinais tênues.</p><p>Estimulação subliminar: Podemos sentir estímulos que estão abaixo de nossos</p><p>limiares absolutos. Lembremos que limiar absoluto é apenas o ponto em que detectamos o</p><p>estímulo na metade das ocasiões. Um exemplo que demonstra a capacidade de sermos</p><p>afeados por estímulos ligeiramente abaixo do limiar absoluto foram os experimentos de</p><p>Krosnick (1992) onde projetou cenas emocionalmente positivas (como gatinhos e casal</p><p>romântico), ou cenas negativas (como um lobisomem ou um cadáver) um instante antes de</p><p>os participantes observarem slides de nove pessoas. Embora os participantes percebessem</p><p>somente um clarão, davam classificação positiva as pessoas que vinham associadas às</p><p>cenas positivas.</p><p>Limiares relativos: Também chamado de diferença mal perceptível, é a diferença</p><p>mínima que uma pessoa pode detectar entre dois estímulos em 50% das ocasiões. O limiar</p><p>relativo aumenta a magnitude do estímulo, ou seja, se você acrescenta 10 gramas a um</p><p>peso de 100 gramas, provavelmente vai detectar a diferença, entretanto se adicionar 10</p><p>gramas a 1 quilo, provavelmente não vai detectar. A lei de Werner define que dois estímulos</p><p>devem diferir por uma proporção constante para que sua diferença seja perceptível, ou seja,</p><p>o limiar relativo não é uma quantidade constante, mas sim uma certa proporção</p><p>relativamente constante ao estímulo.</p><p>Codificação sensorial: Observando o aspecto biológico do processamento</p><p>sensorial, concluímos que para sentir o mundo, cada sentido responde a um certo tipo de</p><p>estímulo: energia luminosa para visão; energia mecânica para audição e tato; e energia</p><p>química para olfato e gustação. Então a comunicação com o cérebro se dá através de sinais</p><p>elétricos associados às descargas neurais. Este processo de tradução de energia física em</p><p>sinais elétricos que são conduzidos ao cérebro chama-se transdução, sendo realizado por</p><p>células especializadas nos órgãos dos sentidos chamadas células receptoras. Um exemplo:</p><p>os receptores visuais estão localizados em uma película delgada de tecido no interior do</p><p>olho,</p><p>do campo visual, enviam sinais para o córtex visual. David Hubel</p><p>e Torsten Wiesel (1979) ganharam o Nobel demonstrando que quando certos neurônios</p><p>corticais chamados de detectores de aspectos, recebem essa informação, reagem a</p><p>aspectos específicos de uma cena, como contornos, linhas, ângulos e movimentos</p><p>específicos. E com estes elementos, o cérebro monta a imagem percebida.</p><p>Processamento paralelo: Nossos impulsos nervosos são extremamente mais lentos</p><p>do que a velocidade de processamento de um computador, entretanto somos muito</p><p>superiores por sermos capazes de processar vários estímulos ao mesmo tempo. Somos</p><p>capazes de identificar uma fisionomia em tempo muito mais curto do que um computador. O</p><p>cérebro divide uma cena visual em subdimensões como cor, profundidade, movimento e</p><p>forma, e trabalha em cada aspecto simultaneamente. Esta capacidade do cérebro</p><p>compensa a lentidão do cérebro. Nossa retina não projeta apenas para uma área visual do</p><p>córtex, mas para várias, e cada uma das quais se torna ativa em resposta a estimulação da</p><p>retina. Todo o processo de reconhecimento facial exige 30% do córtex, 10 vezes mais do</p><p>que a área destinada à audição.</p><p>Visão de cor: Toda luz é semelhante, exceto pelo comprimento de onda. Nosso</p><p>sistema visual transforma o comprimento de onda em cor – diferentes comprimentos =</p><p>diferentes cores. A cor é uma construção subjetiva no sentido de que “cor” é uma</p><p>construção do cérebro baseada numa análise de comprimento de onda, e objetiva no</p><p>sentido de que duas pessoas quaisquer com os mesmos tipos de receptores de cor, os</p><p>cones, parecem construir “cor” da mesma maneira.</p><p>Momento filosofia: o pimentão é verde? A cor está no pimentão ou no nosso</p><p>cérebro? Se não estamos com o pimentão na nossa frente, podemos dizer que é verde?</p><p>O pimentão é tudo, menos verde. Ele reflete a luz que incide sobre ele em ondas que</p><p>o nosso cérebro processa como verde. Segundo Newton (1704), os raios não são coloridos.</p><p>Nosso limiar relativo para cores é muito baixo, podemos distinguir cerca de 7 milhões</p><p>de diferentes variações de cores, ou pelo menos a maioria. Cerca de 1 entre 50 pessoas</p><p>tem deficiência de visão de cor, em geral homem (genética).</p><p>As cores primárias são: vermelho, verde e azul fazendo os estudiosos deduzirem que</p><p>temos três tipos de receptores, um para cada cor primária. Todo o restante das cores são</p><p>combinações dessas três cores primárias.</p><p>Constância de cor: Nossa experiência de cor depende de algo mais do que a</p><p>informação do comprimento de onda percebida pelos cones tricromáticos e transmitidas</p><p>pelas células do processo oposto. O contexto ao redor interfere neste processo. Se vemos</p><p>apenas uma parte do pimentão, e a outra fica encoberta por um obstáculo, sua cor parecerá</p><p>mudar com a variação de luz, mas se for visto por inteiro, parecerá mais ou menos</p><p>constante.</p><p>Audição: Junto com a visão, a audição é nosso principal meio de obter informação</p><p>sobre o ambiente. A audição é bastante adaptável, ouvimos uma ampla gama de sons,</p><p>porém somos mais capazes de ouvir sons em frequências que correspondem ao âmbito da</p><p>voz humana, sendo bastante sensíveis para detectarmos diferenças entre milhares de vozes</p><p>humanas e identificar pessoas que conhecemos. Também somos bastante sensíveis aos</p><p>sons fracos, uma necessidade ancestral para a sobrevivência.</p><p>O som origina-se do movimento ou vibração de um objeto, como por exemplo, um</p><p>vento que passa rapidamente pelos galhos de uma árvore, ou uma tecla de piano acionada,</p><p>é a energia resultante do estímulo formando ondas sonoras – moléculas de ar sendo</p><p>empurradas, cada uma esbarrando na seguinte, como um empurrão de uma pessoa na</p><p>multidão transmitido de uma pessoa para outra. As ondas resultantes de ar comprimido e</p><p>expandido são como ondulações em um lago formadas pelo arremesso de uma pedra. A</p><p>força ou amplitude das ondas sonoras determina sua intensidade.</p><p>Frequência: É a variação do comprimento das ondas, sendo que a frequência</p><p>determina o tom. Quanto mais longas as ondas (menor a frequência) mais baixo o tom,</p><p>quanto mais curtas as ondas (maior a frequência), mais alto o tom. Uma flauta produz ondas</p><p>mais curtas do que um tambor.</p><p>Agudo = maior frequência Grave = menor frequência</p><p>Fraco = menor amplitude Forte = maior amplitude</p><p>Decibel: É a unidade de medida para a energia do som. O limiar absoluto para a</p><p>audição é determinado arbitrariamente em 0 decibel. Cada 10 decibéis correspondem ao</p><p>aumento de 10 vezes o som.</p><p>Timbre: Se refere a nossa experiência de complexidade de um som, diferente dos</p><p>tons puros. Diariamente, os sons que ouvimos são caracterizados por padrões complexos</p><p>de pressão sonora.</p><p>O ouvido: O ouvido realiza a converte ondas sonoras em atividade neuronal através</p><p>de uma intrincada sequência de reações mecânicas. Inicialmente o ouvido externo canaliza</p><p>as ondas sonoras através do canal auditivo para o tímpano, uma membrana esticada que</p><p>vibra com as ondas. O ouvido médio transmite as vibrações por meio dos três ossículos:</p><p>martelo, bigorna e estribo para o ouvido interno chamado cóclea. O líquido que enche a</p><p>cóclea vibra provocando ondulações na membrana basilar, revestida de células capilares,</p><p>enviando mensagens neuronais para o córtex auditivo no lobo temporal.</p><p>Como localizar os sons: Temos dois ouvidos para nos auxiliarem a perceber de</p><p>onde vem o som, que apesar de viajar a uma velocidade de 1.206 km/h chega um pouco</p><p>mais cedo a um ouvido. Nosso sistema auditivo é muito sensível levando-se em conta que,</p><p>em média, a distância entre os ouvidos é de 15 cm.</p><p>Deficiência auditiva: Problemas com o sistema mecânico podem ocasionar a</p><p>surdez de condução (tímpano perfurado, danos nos ossículos) e um aparelho auditivo pode</p><p>restaurar a audição amplificando as vibrações. Quando a lesão ocorre nos receptores das</p><p>células capilares da cóclea ocorre a surdez nervosa, sendo o envelhecimento o motivo mais</p><p>comum, assim como exposição a ruído em excesso. Estes tecidos não se regeneram no ser</p><p>humano. Nesses casos um aparelho auditivo também pode auxiliar amplificando o som</p><p>estimulando outras células capilares.</p><p>Tato: O tato é essencial para o nosso desenvolvimento. Bebês prematuros ganham</p><p>peso mais depressa e vão para casa mais cedo se estimulados com massagens manuais,</p><p>filhotes de ratos, privados do contato físico de suas mães produzem menos hormônio de</p><p>crescimento e ritmo metabólico menor, macacos demonstram inquietação e desconforto se</p><p>privados do toque entre mãe e filhote.</p><p>Somos seres amantes, e ansiamos tocar, acariciar, beijar, aconchegar.</p><p>O tato é a mistura de quatro sentidos distintos na pele: pressão, calor, frio e dor. Se</p><p>tocarmos nossa pele, em diferentes pontos, com um fio de cabelo ou uma agulha,</p><p>verificaremos diferença de sensibilidade ao longo de nosso corpo. Umas mais sensíveis ao</p><p>calor, outras a pressão, outras ao frio, e outras a dor. Dentro da pele existem diferentes tipos</p><p>de terminações nervosas especializadas, com receptores para cada tipo das sensações</p><p>descritas. Outras sensações são combinações destas quatro básicas.</p><p>Dor: A dor é a maneira de o corpo avisar que existe algo errado. Atrai nossa atenção</p><p>para queimadura, fratura ou ruptura. Orienta-nos a mudar de comportamento diante de uma</p><p>ameaça física. Faz-nos mudar de posição para não entrarmos em colapso pelo excesso de</p><p>estresse em nossas juntas; sem dor os efeitos das lesões e infecções se acumulariam</p><p>descontroladamente. Algumas raras pessoas nascem sem a capacidade de sentir dor, em</p><p>geral morrem no início da vida adulta.</p><p>A dor é uma propriedade não apenas da região em que sentimos, mas também do</p><p>cérebro. (ver, imaginar de olhos fechados, amputados que sentem seus membros) Para ver,</p><p>ouvir, sentir, precisamos de um cérebro.</p><p>Ao contrário da visão, o sistema de dor não está localizado em um simples conduto</p><p>neuronal que vai do aparelho sensorial até uma parte específica do cérebro, nem existe um</p><p>tipo de estímulo específico (no caso da visão a luz) que desencadeie a sensação de dor,</p><p>nem tão pouco receptores específicos (como bastões e cones da retina). Em baixa</p><p>intensidade, estímulos que podem causar dor, podem produzir outras sensações como:</p><p>aspereza, maciez, frio ou calor.</p><p>Ronald Melzack e Patrick Wall (1965, 1983) sugeriram a Teoria do portão de</p><p>controle, onde existiria na medula espinhal uma espécie de “portão” neurológico, que</p><p>bloqueia ou permite a passagem de dor para o cérebro. Seriam pequenas fibras nervosas</p><p>que conduziriam a dor, enquanto as maiores conduziriam a maioria de nossos sinais</p><p>sensoriais. Quando nos lesionamos, estas fibras menores ativam e abrem o portão neuronal</p><p>e sentimos a dor, quando fecha, paramos de sentir dor.</p><p>Sendo assim, uma forma de tratarmos a dor é estimular eletricamente, por</p><p>massagem ou acupuntura, a atividade de “fechamento do portão” nas grandes fibras</p><p>nervosas. Esfregar, colocar gelo, também agiria no sentido de enviarmos mensagens de</p><p>fechamento do portão dos sinais de dor.</p><p>Este portão de dor também pode ser fechado por informação do cérebro, ou seja, por</p><p>influência psicológica. Lesões que só são sentidas após o fim de uma atividade intensa</p><p>(esporte, perigo). Podemos concluir então que uma vez que a dor ocorre no ponto de</p><p>encontro entre o corpo e a mente, podemos tratar da dor tanto organicamente, quanto</p><p>psicologicamente.</p><p>Olfato: É um sentido químico, muito útil para a nossa sobrevivência ao nos permitir</p><p>detectar vazamento de gás, comida estragada etc. Em alguns animais, o olfato é bem mais</p><p>essencial para a sobrevivência, o que acarreta a dedicação de mais áreas do córtex, como é</p><p>o caso dos peixes, que dedicam quase que a totalidade, e os cães, dedicando cerca de 1/3</p><p>dos hemisférios cerebrais. Nos seres humanos, essa a área do córtex olfativo representa</p><p>cerca de 1/20 do total.</p><p>Por serem tão desenvolvidos em outros animais, servem também de meio de</p><p>comunicação, onde machos encontram fêmeas através do reconhecimento olfativo. No caso</p><p>dos seres humanos, ainda carregamos resquícios desta capacidade de comunicação,</p><p>principalmente na distinção entre homens e mulheres, assim como a capacidade de</p><p>mulheres, que convivem em grupo de mulheres, de se comunicarem com relação ao seu</p><p>ciclo menstrual por meio do olfato, e com o tempo resultando em uma tendência para que</p><p>seus ciclos comecem ao mesmo tempo.</p><p>Embora a regularidade menstrual esteja associada a um funcionamento reprodutivo</p><p>saudável e com a fertilidade, ela não tem influência direta no comportamento humano.</p><p>Muitos pesquisadores atualmente acreditam que os efeitos comportamentais dos feromônios</p><p>nos seres humanos são provavelmente indiretos, uma vez que fatores sociais e de</p><p>aprendizagem influenciam nosso comportamento mais do que ocorre com outros mamíferos.</p><p>Sistema olfatório: Moléculas voláteis desprendem-se das substâncias, deslocam-se</p><p>pelo ar, entram pelas vias nasais e servem de estímulo para o olfato. O sistema olfatório é</p><p>composto por receptores nas vias nasais, por algumas regiões no cérebro e pelas rotas</p><p>neurais de interconexão. Quando os cílios dos receptores entram em contato com as</p><p>moléculas aromáticas, ocorre um impulso elétrico, sendo este o processo de transdução,</p><p>que percorre as fibras nervosas até o bulbo olfatório, região do cérebro que fica logo abaixo</p><p>dos lobos frontais. O bulbo olfatório, por sua vez, está conectado ao córtex olfatório no</p><p>interior dos lobos temporais. Um fato interessante é a conexão direta entre o bulbo olfatório</p><p>e a parte do córtex conhecida por esta envolvida com a formação de memória de longo</p><p>prazo, talvez explicando nossas recordações diretas de cheiros e eventos/pessoas de muito</p><p>tempo atrás.</p><p>Gustação: Gustação ou paladar. Envolve quatro sensações básicas: doce, azedo,</p><p>salgado e amargo. Os outros gostos são misturas destes. O gosto é uma sensação química,</p><p>que é obtido quando substâncias químicas do alimento entram em contato com os poros das</p><p>papilas gustativas (cerca de 200, e cada uma tem um poro) existentes na língua. Possuímos</p><p>cerca de 50 células receptoras de gosto, que projetam para o poro filamentos parecidos com</p><p>antenas, e alguns destes receptores reagem mais a cada tipo de gosto. Os receptores de</p><p>gosto se reproduzem a cada duas semanas (queimaduras), mas à medida que</p><p>envelhecemos, o número de papilas gustativas diminui, explicando o porquê adultos gostam</p><p>mais de comidas mais fortes, temperadas. Vale ressaltar que fumo e álcool aceleram o</p><p>declínio das papilas gustativas e da sensibilidade.</p><p>Embora as papilas sejam essenciais para o paladar, atribuímos a este sentido mais</p><p>do que realmente realiza. Para saborear um gosto, normalmente respiramos o aroma pelo</p><p>nariz. Ao perder-se o sentido do olfato, tem-se a sensação de também ter-se perdido o</p><p>sentido do paladar. O odor do alimento aumenta a percepção dos gostos (doce, azedo,</p><p>salgado e amargo) dos alimentos. Olfato + gosto = sabor.</p><p>Sistema gustativo: O estímulo para o gosto é uma substância solúvel na saliva. O</p><p>sistema gustativo inclui receptores localizados na língua, garganta e céu da boca, rotas</p><p>neurais de interconexão e partes do cérebro.</p><p>Sentidos corporais: O sentido da movimentação e posição do corpo é chamado de</p><p>cinestesia. Para comer, andar, estender a mão, precisamos saber em que posição do corpo</p><p>está nosso membro a ser utilizado.</p><p>Em cada músculo, tendão e articulação, se encontram milhões de sensores de</p><p>posição e movimento que informam ao cérebro a localização e o menor movimento deste.</p><p>O Sentido vestibular monitora a posição de movimento da cabeça e, por conseguinte,</p><p>do corpo. O giroscópio biológico situa-se no ouvido interno, em ligação com a cóclea,</p><p>indicando quando a cabeça gira, ou se inclina. (rodopiar)</p><p>Processos, conteúdos e estados cognitivos.</p><p>Inicialmente a psicologia foi definida como “a descrição e a explicação dos estados</p><p>de consciência”, entretanto, a dificuldade de se estudar cientificamente a consciência levou</p><p>muitos psicólogos, durante a primeira metade do século, a centralizar as pesquisas na</p><p>observação do comportamento. Movimento reforçado pelo surgimento da escola de</p><p>psicologia denominada de behaviorismo. A psicologia deixa então de ser definida como o</p><p>estudo da consciência, ou da “vida mental”, para ser definida como a ciência do</p><p>comportamento. O retorno dos conceitos mentais a psicologia se deu por volta de 1960,</p><p>onde os avanços da neurociência possibilitaram relacionar a atividade mental a vários</p><p>estados mentais: acordado, dormindo, sonhando. Pesquisadores também começaram a</p><p>estudar os demais estados de consciência alterada por hipnose, meditação e drogas.</p><p>Psicólogos de todas as correntes começam a proclamar a importância dos processos</p><p>mentais (cognição).</p><p>Consciência: Definir consciência é uma tarefa complexa. Algumas definições de</p><p>consciência:</p><p> A percepção atual do indivíduo em relação a estímulos externos e internos,</p><p>isto é, de eventos do ambiente e de sensações do corpo, memórias e</p><p>pensamentos.</p><p> Percepção de nós mesmos e do ambiente.</p><p>Essas duas definições identificam apenas um aspecto da consciência e ignoram o</p><p>fato de que também estamos conscientes quando deliberadamente escolhemos uma</p><p>sequência de ações em resposta a circunstâncias e aos objetos pessoais. Estar consciente</p><p>não é só monitorar o ambiente (interno e externo), mas também quando tentamos controlar</p><p>o ambiente e nós mesmos.</p><p>Consciência envolve:</p><p>1. O acompanhamento do ambiente e de nós mesmos, do modo que</p><p>percepções memórias e pensamentos estejam representados na consciência.</p><p>2. Controle de nós mesmos e do ambiente, de modo a que estejamos capazes</p><p>de iniciar e encerrar atividades comportamentais e cognitivas.</p><p>Estados alterados de consciência: Para a maioria dos psicólogos, um estado</p><p>alterado de consciência ocorre sempre que houver uma mudança de um padrão normal de</p><p>funcionamento mental para um estado em que pareça diferente para a pessoa que esteja</p><p>vivenciando</p><p>a mudança. Percebe-se então que estados de consciência são pessoais, e</p><p>altamente subjetivos.</p><p>Monitoramento: O processamento de informações do ambiente é a função principal</p><p>dos sistemas sensoriais do corpo, levando a consciência o que está acontecendo a nossa</p><p>volta, bem como dentro do nosso corpo. No entanto, não seria possível dar atenção a todos</p><p>os estímulos que incidem sobre os nossos sentidos sem ser sobrecarregado de</p><p>informações. Portanto nossa consciência se concentra em alguns estímulos e ignora outros,</p><p>e muitas vezes estes estímulos estão relacionados a mudanças em nosso universo interno e</p><p>externo.</p><p>Nossa atenção é seletiva e, alguns eventos têm prioridade sobre outros, em termos</p><p>de acesso à consciência e início de uma nova ação. Geralmente são eventos relacionados à</p><p>nossa sobrevivência.</p><p>Controle: Planejar e iniciar ações também são funções de nossa consciência. Sendo</p><p>o plano simples de ser realizado, como encontrar um amigo, ou complexo, como se preparar</p><p>para uma carreira, nossas ações devem ser orientadas e organizadas para estar em</p><p>harmonia com os acontecimentos ao nosso redor. Ao planejar, os eventos que ainda não</p><p>ocorreram, estes podem ser representados em nossa consciência como possibilidades</p><p>futuras. Isso nos permite fazer escolhas e iniciar atividades apropriadas.</p><p>Nem todas as ações são orientadas por decisões conscientes, nem tampouco as</p><p>soluções para todos os problemas são realizadas em nível consciente. Um dos princípios da</p><p>psicologia moderna é o fato de que os eventos envolvem processos mentais conscientes e</p><p>inconscientes, e que muitas decisões e ações são realizadas inteiramente fora da</p><p>consciência.</p><p>A consciência não só monitora o comportamento em curso como também</p><p>desempenha um papel do direcionamento e controle desse comportamento.</p><p>Memórias pré-conscientes: Como não podemos nos concentrar em tudo que esta</p><p>acontecendo ao nosso redor em um mesmo momento, nem examinar nosso estoque inteiro</p><p>de conhecimento e memórias de eventos passados, nós ignoramos, rejeitamos e</p><p>selecionamos o tempo todo, de modo que o conteúdo da consciência esta mudando o</p><p>tempo todo. Mesmo assim, objetos que não são o foco da atenção podem ter alguma</p><p>influência sobre a nossa consciência, como por exemplo, as badaladas de um relógio, que</p><p>você só percebe depois de alguns instantes, e então poderá voltar para contar. Outro</p><p>exemplo é a atenção periférica, ou monitoramento inconsciente, como quando estamos em</p><p>uma fila de espera conversando com um amigo, ignorando as outras vozes ao redor, mas no</p><p>momento em que somos chamados pelo atendente, temos nossa atenção alarmada.</p><p>O inconsciente: Instância onde armazenamos informações, memórias e crenças</p><p>sobre o mundo, o outro e nós mesmos, que não está acessível ao estado consciente no</p><p>momento, mas que de alguma forma podem influenciar nosso comportamento consciente.</p><p>Devaneios e fantasias: Estudos apontam que quase todas as pessoas apresentam</p><p>devaneios ou fantasias despertos, todos os dias, nas mais diversas situações de sua rotina.</p><p>São pensamentos sobre situações em que estamos ou estaríamos envolvidos, relacionados</p><p>à nossa vida em suas diversas áreas como sexual, profissional, social, familiar etc. Cerca de</p><p>4% da população fantasia com tanta intensidade que são chamadas de personalidades</p><p>propensas a fantasias. As horas que passamos em fantasia são um meio de nos adaptar,</p><p>podendo nos preparar para eventos e soluções futuras.</p><p>Ritmos biológicos e o sono: As variações dos nossos estados de consciência são</p><p>moldadas em parte pelos ritmos biológicos. Os padrões de luz diários, os ritmos impostos a</p><p>nossa volta, os ciclos mensais e anuais do tempo, as fases da lua, refletem na qualidade</p><p>dos nossos ritmos biológicos, que são flutuações periódicas no funcionamento fisiológico.</p><p>Ritmo cicardiano: são ciclos biológicos de 24 horas encontrados nos seres</p><p>humanos e em muitas espécies, e nos humanos são particularmente importantes na</p><p>regulação do sono, produzindo também variações rítmicas na pressão sanguínea, na</p><p>produção de urina, secreções hormonais, temperatura do corpo, e outras funções físicas.</p><p>As pessoas dormem geralmente quando sua temperatura corporal começa a baixar,</p><p>e acordam quando começa a levantar novamente, sendo esse processo individual a cada</p><p>pessoa. Quando ignoramos nosso relógio biológico, comprometemos nossa qualidade de</p><p>saúde. Quando saímos da sincronia, podemos causar Jet lag, fazendo-nos ir dormir em</p><p>horas erradas e comprometendo a qualidade do sono. Dicas e estratégias são consideradas</p><p>quando desempenho físico ou intelectual é necessário, como é o caso de equipes de</p><p>esporte quando tem de fazer viagens para atuar, ou executivos que viajam a negócios, para</p><p>locais distantes onde o fuso horário é modificado, como por exemplo, alterar gradativamente</p><p>a rotina e horários antes dos eventos.</p><p>Quando expostos a luz, alguns receptores da retina enviam impulsos diretos a uma</p><p>pequena estrutura no hipotálamo chamada núcleo supraquiasmático, chegando até a</p><p>glândula pineal cuja secreção do hormônio melatonina representa papel importante no</p><p>ajuste dos relógios biológicos.</p><p>Ciclo do sono-vigília: Durante o sono passamos por diversos estágios de</p><p>consciência, experimentando muitas atividades físicas e mentais durante a noite. Desde a</p><p>descoberta da fase REM (rapid eye moviment) por volta de 1950, muito tem se aprendido</p><p>sobre o sono, como a existência de cinco estágios em sua duração.</p><p>Estágios de 1 a 4: Embora possamos levar alguns minutos para adormecer, o</p><p>princípio do sono é gradual e não há nenhum ponto de transição óbvio entre o estado de</p><p>alerta e o sono. O tempo para adormecer varia de pessoa a pessoa, sendo em média de 25</p><p>minutos, variando em muito de acordo com fatores antecessores ao momento de se ir</p><p>dormir.</p><p>O estágio 1 é um estágio de transição leve que leva poucos minutos (1 a 7), onde a</p><p>respiração e a batida cardíaca diminuem, e declinam a tensão muscular e a temperatura do</p><p>corpo. As ondas teta são proeminentes. Enquanto atravessamos os estágios 2, 3 e 4 do</p><p>ciclo do sono, nossa respiração, batida cardíaca, tensão muscular e temperatura corporal</p><p>continuam a declinar. Gradualmente as ondas se tornam mais altas em amplitude e mais</p><p>baixas em frequência, na medida em que você segue para uma forma mais profunda do</p><p>sono, chamado sono de ondas lentas. Atingimos o ponto de ondas lentas em menos de uma</p><p>hora e permanecemos por cerca de meia hora.</p><p>Fase do sono REM: Depois de completada a etapa acima, entramos em uma quinta</p><p>fase denominada sono REM. Os olhos se movimentam de forma rápida por baixo das</p><p>pálpebras enquanto dormimos. Nesta fase tendemos a estar em sono profundo onde se é</p><p>mais difícil acordar uma pessoa. Marcada também por pulso e respiração irregulares,</p><p>músculos extremamente relaxados e movimentos mínimos do corpo. Embora</p><p>“profundamente” dormindo, as ondas cerebrais desta fase são semelhantes ao estado de</p><p>alerta e acordado (beta de alta frequência). Este paradoxo esta relacionado com a</p><p>associação da fase REM e os sonhos.</p><p>A fase REM é um estágio profundo do sono, marcada por movimentos oculares</p><p>rápidos, ondas de alta frequência e sonhos. É uma fase tão especial que as outras fases</p><p>são chamadas de “não REM”.</p><p>Durante o sono, repetimos este ciclo cerca de quatro vezes. A primeira fase REM é</p><p>relativamente curta, com duração de apenas alguns minutos, e os períodos subsequentes</p><p>aumentam progressivamente atingindo picos de 40 a 60 minutos, e os intervalos não REM</p><p>tendem a ficar mais curtos e superficiais.</p><p>Tendências da idade: A idade altera o sono.</p><p> Recém-nascidos dormem de 6 a 8 vezes em período de 24 horas, excedendo</p><p>16 horas. Fase REM representa cerca de 50% do sono, decrescendo</p><p>gradualmente com avanças da idade, até chegar aos 20% na adolescência.</p><p> Na fase adulta dormimos precisamos de um sono com duração média de 8</p><p>horas, declinando com o avanças da idade.</p><p>O sono tem sua importância na restauração da energia e outros</p><p>do somatório de suas partes, pois depende da relação</p><p>entre as partes. Mais tarde, outros psicólogos ampliaram a noção de que as pessoas</p><p>enxergam o todo e não as partes isoladas, para as relações mais complexas interpessoais,</p><p>e enxergando o processo de imposição de significado e estruturação dos estímulos</p><p>recebidos como sendo automático.</p><p>Figura e Fundo: A forma básica de organização da percepção quando recebemos</p><p>dois ou mais estímulos diferentes, geralmente é uma organização em que uma parte será a</p><p>figura, e o restante fundo. Os objetos de interesse aparecerão à frente e mais sólidos do que</p><p>o fundo. Podemos também observar a alternância de organização e percepção, ora fundo,</p><p>ora objeto, e não os dois ao mesmo tempo e, em linhas gerais, quanto menor a área, maior</p><p>a chance de se ver a figura como objeto.</p><p>Agrupamento de objetos: Além de vermos os objetos em relação a um fundo,</p><p>observamos também em grupamentos particulares. Até mesmo padrões simples de pontos</p><p>se enquadram em grupos seguindo certas características quando olhamos para eles. Os</p><p>mesmos determinantes do fenômeno perceptivo de grupamento nos estímulos visuais</p><p>puderam ser observados nos estímulos auditivos, quando estudados através da música.</p><p>Percepção de profundidade: Para que saibamos onde um objeto está, devemos</p><p>estar cientes da distância ou profundidade que se encontra em relação ao observador.</p><p>Embora possa parecer fácil a tarefa de identificar a distância de um objeto, podemos afirmar</p><p>que a tarefa é bem complexa uma vez que não temos acesso direto à dimensão da</p><p>profundidade. Levando-se em conta que a retina é uma superfície bidimensional onde são</p><p>refletidas imagens tridimensionais. Altura e profundidade são refletidas na retina, entretanto</p><p>as informações de profundidade se perdem, tendo que ser reconstituídas com base em</p><p>informações coletivas conhecidas como sugestões de profundidade, sendo estas</p><p>classificadas como binoculares e monoculares.</p><p>Dicas binoculares: Possuímos dois olhos o que nos dá a capacidade de observar a</p><p>profundidade. Esta capacidade ocorre por estarem separados na cabeça, o que significa</p><p>que cada um deles tem uma visão diferente do mesmo objeto, ou da cena em questão. O</p><p>termo disparate binocular é utilizado para se referir as diferenças nas visões vistas por cada</p><p>olho, sendo esta disparidade maior em objetos vistos de perto, tornando-se menor conforme</p><p>aumenta a distância (acima de 3-4 metros), perdendo sua eficácia como dica de</p><p>profundidade. Se as imagens de um objeto estiverem no mesmo lugar nas duas visões,</p><p>esse é o lugar onde o cérebro considera que os olhos estão se fixando. Se o diferença entre</p><p>as imagens for grande (exemplo do dedo perto), o cérebro conclui que o objeto está mais</p><p>perto.</p><p>Dicas monoculares: As dicas binoculares são ineficientes para objetos distantes,</p><p>entrando em ação as dicas monoculares quando a tarefa do sistema visual não é direta,</p><p>utilizando-se de informações disponíveis no meio ambiente:</p><p> Tamanho relativo: Uma fileira de objetos similares diferentes no tamanho faz</p><p>com que interpretemos objetos menores como mais distantes.</p><p> Interposição: Um objeto posicionado de forma a obstruir outro, será visto</p><p>como mais próximo e o objeto obstruído como mais distante.</p><p> Altura relativa: Entre objetos similares, o que estiver mais próximo do</p><p>horizonte será visto como mais longe.</p><p> Perspectiva: Linhas paralelas convergentes denotam distanciamento.</p><p> Movimento: Objetos próximos parecem se movimentar mais rapidamente, ao</p><p>passo que objetos distantes parecem se mover mais divagar.</p><p>Percepção de movimento: Para nos movimentarmos em um ambiente, precisamos</p><p>saber localizar os objetos próximos estacionados e prever os que estão em movimento, para</p><p>que nosso deslocamento ocorra sem incidentes. Saber identificar o ponto futuro de um carro</p><p>em movimento é um processamento necessário para não nos colocarmos em perigo.</p><p>Movimento estroboscópico: Percebemos que um objeto está em movimento</p><p>sempre que sua imagem se desloca em nossa retina, embora possamos ter a percepção de</p><p>movimento, mesmo que o objeto não se mova, e nada se mova em nossa retina. Uma</p><p>sequência de quadros fixos, mostrados em intervalos apropriados resultará na percepção de</p><p>movimento, sendo a base do movimento em filmes, e televisão. O movimento</p><p>estroboscópico também é produzido por uma luz que pisque no escuro, sucedida por outra</p><p>milissegundos depois que pisca de local próximo, causando a percepção de movimento do</p><p>objeto.</p><p>Movimento real: Logicamente nosso sistema visual é também sensível ao</p><p>movimento real dos objetos, entretanto, a análise deste objeto também é bastante</p><p>complexa. Atribuímos algumas rotas do movimento da retina ao movimento dos olhos,</p><p>desde cenas estacionárias, como quando lemos, até quando um pássaro em voo entra em</p><p>nosso campo visual, ou acompanhamos com o olhar o voo do pássaro. O que podemos</p><p>então afirmar é que a análise do movimento é bastante relativa, e que somos bem melhores</p><p>para detectar movimento quando o objeto se situa contra um fundo de cor uniforme e</p><p>estacionário.</p><p>Reconhecimento: Nosso sistema perceptivo precisa não só determinar onde os</p><p>objetos relevantes estão como também o que são. Precisamos saber identificar o que é do</p><p>nosso interesse, o que tem importância e o que representa perigo. Entramos novamente em</p><p>um sistema complexo de processamento que segue uma sequência, onde inicialmente</p><p>recolhemos informações fundamentais ou primitivas do meio ambiente.</p><p>Processamento global e local: O nosso sistema perceptivo se utiliza de uma</p><p>ferramenta eficiente que é usar o contexto na qual o objeto se encontra para inferir sobre o</p><p>que é o objeto, ou seja, iniciamos executando o processamento global, entendendo o que é</p><p>a cena, em seguida processando o local, utilizando-se do nosso conhecimento sobre a</p><p>cena, auxiliando a identificar o objeto. Pesquisas revelam que nosso sistema visual tende a</p><p>obter informações globais inicialmente, seguido das informações locais.</p><p>O problema do vínculo, processos pré-atencionais e de atenção: A atenção</p><p>também foi associada à forma como identificamos o objeto na organização dos estímulos</p><p>recebidos, inferindo as características corretas a cada objeto observado.</p><p>Objetos naturais: As características dos objetos naturais são mais complexas do</p><p>que simplesmente linhas e curvas, sendo mais parecidas com formas geométricas. Partindo</p><p>do princípio de que temos formas geométricas como características dos objetos (cones,</p><p>blocos, cunhas, cubos, etc..), podemos concluir que os objetos são a junção destas formas,</p><p>onde as formas primitivas seriam as formas geométricas. O embasamento desta teoria é</p><p>que os objetos são bem reconhecíveis quando as formas geométricas são visíveis.</p><p>Reconhecimento top-down e button-up: Distinguimos dois processos importantes</p><p>na percepção, denominados top-down e button-up.</p><p>Button-up se resume aos estímulos brutos, os dados sensoriais, iniciando pela</p><p>percepção das formas geométricas do objeto, ou somente com sua descrição, fornecendo</p><p>consequentemente informação a ser armazenada na memória.</p><p>Top-down é o reconhecimento considerando o conhecimento da pessoa, suas</p><p>experiências, informações armazenadas na memória, atenção e expectativas. As</p><p>expectativas formam uma base poderosa de efeitos no contexto de reconhecimento de</p><p>objetos e pessoas.</p><p>Os efeitos do contexto são particularmente chocantes quando o objeto de estímulo é</p><p>ambíguo, ou seja, quando pode ser percebido de mais de uma maneira. Este efeito do</p><p>contexto de processamento top-down também ocorre com letras e palavras, tendo papel</p><p>significativo na leitura. Na medida em que o material se torna familiar, podemos trazer</p><p>nosso conhecimento anterior e confiar nele, nossas fixações se tornam mais curtas e</p><p>amplamente mais espaçadas.</p><p>O processamento top-down ocorre também na ausência de contexto ou estimulação</p><p>sensorial de intensidade degradada, onde somos levados a completar a gama de</p><p>informações com nossa bagagem de</p><p>experiências, expectativas e memória.</p><p>Reconhecimento de faces: Fatores sociais influenciam em nossa percepção, sendo</p><p>proeminente no reconhecimento de faces. Podemos admitir que é de grande importância o</p><p>reconhecimento de familiares, amigos e inimigos. Enquanto outros objetos como casas</p><p>podem diferir em número e características de construção e localização, faces tem a</p><p>regularidade de constituição com dois olhos, um nariz e uma boca, levando os</p><p>pesquisadores a levantar uma tese, baseada em pesquisas, de que os processos de</p><p>reconhecimento de faces não são os mesmos para reconhecimento de objetos. Para</p><p>corroborar esta tese, observamos uma síndrome chamada de prosopagnosia, que pode</p><p>surgir após lesão no cérebro, onde a pessoa se torna incapaz de reconhecer rostos, mas</p><p>mantém a capacidade de reconhecer objetos. Outro fenômeno que reforça a tese acima é</p><p>de que objetos são de mais fácil reconhecimento do que faces quando de cabeça para</p><p>baixo.</p><p>Abstração: A descrição física de um objeto é a lista de todas as informações</p><p>necessárias para reproduzi-lo completamente. Imagine essa tarefa para descrever um rosto</p><p>de alguém conhecido, em todos os detalhes contidos em sua face. Entretanto, essa</p><p>aparente impossibilidade não é obstáculo, pois não precisamos de todos os detalhes para a</p><p>tarefa de reconhecimento, mas somente alguns poucos traços principais, e ainda tem-se a</p><p>condição de determinar seu estado de humor. Esta situação não se limita somente a faces,</p><p>mas também é aplicável a objetos comuns, fazendo com que sejamos capazes de identificá-</p><p>los apenas algumas informações.</p><p>Constâncias perceptivas: Assistir a um filme no cinema sentado em uma cadeira</p><p>na beirada é fazer com que as formas contidas nas cenas cheguem a nossa retina de forma</p><p>trapezoidal. A manutenção da Constancia é que vai nos dar condição de não nos</p><p>incomodarmos com este fato. Para entender como é importante a ideia da constância,</p><p>devemos entender sua natureza. Um rato perto e um elefante a distância não nos engana</p><p>quanto aos seus tamanhos reais. Continuamos sabendo que o elefante é maior, assim como</p><p>um animal preto sob uma luz forte se tornando brilhante, e um animal branco sob pouca luz,</p><p>não nos tira o entendimento de que um é branco e outro é preto. Esse fenômeno da</p><p>constância perceptiva acontece quando estamos em movimento, fazendo com que não nos</p><p>enganemos com as formas e cores dos objetos que vão se modificando em nossa</p><p>perspectiva de visão. Se nossa percepção fosse somente objetiva, o reconhecimento dos</p><p>objetos seria praticamente impossível.</p><p>Podemos dizer então que a grande importância das constâncias perceptivas é nos</p><p>permitir perceber características fundamentais do mundo ao nosso redor, mesmo quando as</p><p>informações e estímulos que recebemos em nossos órgãos sensoriais se modificam.</p><p>Constância de brilho: A luz que é refletida e que atinge nossa retina vai variar de</p><p>acordo com a intensidade da fonte, e do ambiente. Entretanto mantemos o nosso</p><p>entendimento que uma folha é vermelha, mesmo quando nos é mostrada em condições</p><p>diferentes.</p><p>Constância de forma: Quando identificamos um objeto, e este se move,</p><p>modificando sua forma na nossa retina, mesmo assim continuamos com o entendimento do</p><p>que é o objeto.</p><p>Constancia de tamanho: Conforme um objeto se afasta de nós, o vemos menor. O</p><p>tamanho percebido vai depender das sugestões de profundidade que detectamos no</p><p>ambiente. Estudos indicam que mantemos uma relativa constância da nossa percepção de</p><p>tamanho real do objeto.</p><p>Ilusões: Quando olhamos os olhos de uma face em uma pintura e nos</p><p>movimentamos, temos a impressão de que o olhar desta face nos segue. O que se move de</p><p>fato é a nossa percepção sobre o fato.</p><p>Ocorre que todo esse processamento perceptivo, tendo a constância perceptiva</p><p>como parte característica, nos leva a inúmeras ilusões ópticas.</p><p>Funcionamento do cérebro: As últimas pesquisas relacionadas ao entendimento da</p><p>atenção levantam as seguintes questões:</p><p>1. Que estruturas cerebrais mediam o ato psicológico de selecionar um objeto</p><p>ao qual dedicar atenção?</p><p>2. Como o processamento neural subsequente difere estímulos atendidos dos</p><p>não atendidos?</p><p>Existem evidências de três sistemas separados que interagem no processo da</p><p>atenção. Um funciona para nos manter alerta e os outros dois para a orientação da direção</p><p>do estímulo, sendo um deles, denominado de sistema posterior, nos orienta quanto a</p><p>localização no espaço, forma e cor; e o outro, denominado de sistema anterior, controla</p><p>como e quando essas características serão usadas para a seleção. Embora a seleção real</p><p>das características do objeto ocorra na parte posterior, é a parte anterior que guia o</p><p>processo. Algumas descobertas relativas ao funcionamento destes sistemas provêm de PET</p><p>scans que são tomografias por emissão de pósitrons.</p><p>Quando selecionamos um objeto e somos direcionados a observar a cor, observa-se</p><p>uma atividade nas regiões do córtex visual que processam a cor, sendo assim para a</p><p>observação de forma, textura, movimento, e assim por diante. Esse fenômeno pode ser</p><p>observado em exames de PET quando se solicita a atenção a determinada característica do</p><p>objeto e a variação dos locais ativos no cérebro. Dessa forma podemos concluir que a</p><p>atenção aumenta o que é relevante não somente psicologicamente, mas também</p><p>biologicamente.</p><p>A região mais importante do cérebro para o processamento visual é a área</p><p>conhecida como córtex visual, localizado na parte posterior do cérebro. Conhecido também</p><p>pelo local onde geramos nossas imagens no cérebro. A descoberta dessa área se deu</p><p>inicialmente quando pacientes que haviam sofrido danos localizados na cabeça,</p><p>especificamente na região do córtex visual apresentavam problema de visão e até cegueira,</p><p>sem que houvesse danos nos tecidos e células no olho ou nervo ótico. Mais tarde, com a</p><p>tecnologia do PET, os estudos avançaram no entendimento do funcionamento do sistema</p><p>visual, e na importância e funcionamento do processo de atenção. Um dos benefícios da</p><p>tecnologia é a capacidade de analisar o funcionamento do córtex visual coordenado com</p><p>outras regiões cerebrais. Observou-se que os neurônios corticais enviam informações do</p><p>córtex visual para muitas outras regiões do cérebro que analisam as informações visuais. E</p><p>cada uma dessas regiões se especializa em uma tarefa particular, como analisar cor,</p><p>movimento e forma. Uma das mais importantes divisões nesse trabalho em conjunto é a do</p><p>reconhecimento.</p><p>Reconhecimento e localização: Sustenta-se a ideia de que localização e</p><p>reconhecimento são tarefas qualitativamente diferentes pelo fato de pesquisas</p><p>demonstrarem que são executadas por regiões diferentes do cérebro, e as ramificações das</p><p>regiões específicas com o córtex visual.</p><p>Podemos concluir que três sistemas cerebrais separados parecem mediar o ato</p><p>psicológico de selecionar um objeto e observá-lo. O primeiro sistema é geralmente</p><p>associado ao estado de alerta, o segundo seleciona os objetos com base na localização,</p><p>forma ou cor, e o terceiro sistema é responsável por guiar este processo dependendo das</p><p>metas do observador.</p><p>Desenvolvimento da percepção: Nossa capacidade de perceber é inata ou</p><p>aprendida? Atualmente se admite que tanto a genética quanto o aprendizado influencie na</p><p>percepção, passando a ser relevante então apontar a contribuição de cada um e decifrar</p><p>suas interações. Deparamo-nos então com questões mais específicas como:</p><p>a. Que habilidades discriminativas tem as crianças, e como essas habilidades</p><p>mudam com o avançar da idade sob condições normais de educação?</p><p>b. Se os animais são educados sob condições que limitam o que eles podem</p><p>aprender, que efeitos isto tem na sua capacidade de discernimento?</p><p>c. Que efeitos a educação tem sob condições controladas, sobre a</p><p>coordenação motora perceptiva?</p><p>Uma forma de descobrir as habilidades inatas é observar as habilidades que uma</p><p>criança tem, observando as habilidades de um recém-nascido e também habilidades</p><p>que</p><p>dependem de outras básicas adquiridas após o input do ambiente por um período de tempo,</p><p>que podem se dar nos primeiros anos de vida. Observar crianças exige que o pesquisador</p><p>encontre formas de obter dados confiáveis diante da incapacidade da fala e de seguir</p><p>instruções e deter ainda um conjunto bem limitado de condutas. Dois métodos são utilizados</p><p>para a pesquisa com crianças, o método de preferência do olhar (Teller, 1979), e o método</p><p>da habituação (Frantz, 1966; Horowitz, 1974).</p><p>Outro dado com referência a percepção de crianças é o fato de bebês com um mês</p><p>terem acuidade muito baixa, reconhecendo formas como a fisionomia, de forma mais</p><p>acurada depois dos seis meses de vida, aumentando gradativamente até atingir o nível</p><p>adulto por volta de um ou dois anos de idade. Da mesma forma, a percepção de</p><p>profundidade também passa por um processo de maturação, começando a aparecer por</p><p>volta dos três meses de idade, estabelecendo-se completamente por volta dos seis meses.</p><p>Ausência de estimulação: Pesquisas comprovaram que a ausência de estimulação,</p><p>principalmente na fase inicial da vida, prejudica a formação da capacidade de percepção,</p><p>sendo um exemplo a pesquisa com macacos privados de luz nos primeiros 16 meses de</p><p>vida, tiveram sua percepção prejudicada, constatando-se a deterioração de neurônios em</p><p>várias partes do sistema visual.</p><p>Estimulação limitada: Gatos criados em ambiente controlado contendo somente</p><p>tiras horizontais se tornaram cegos a foram verticais, onde estudos registraram que muitas</p><p>células no córtex visual respondiam a estímulos horizontais, mas nenhuma respondia a</p><p>estímulos verticais. Estes fenômenos podem ser observados em humanos não em situação</p><p>de pesquisa, mas em decorrência de acidentes que proporcionam tal situação.</p><p>Percepção e coordenação motora: O bom desenvolvimento da coordenação</p><p>perceptivo-motora está ligado diretamente à boa condição de aprendizado tendo o</p><p>movimento como resposta ao estímulo. Receber o estímulo sendo impedido, por qualquer</p><p>circunstância, de agir em reação, compromete o aprendizado motor.</p>experiências, expectativas e memória. 
Reconhecimento de faces: Fatores sociais influenciam em nossa percepção, sendo 
proeminente no reconhecimento de faces. Podemos admitir que é de grande importância o 
reconhecimento de familiares, amigos e inimigos. Enquanto outros objetos como casas 
podem diferir em número e características de construção e localização, faces tem a 
regularidade de constituição com dois olhos, um nariz e uma boca, levando os 
pesquisadores a levantar uma tese, baseada em pesquisas, de que os processos de 
reconhecimento de faces não são os mesmos para reconhecimento de objetos. Para 
corroborar esta tese, observamos uma síndrome chamada de prosopagnosia, que pode 
surgir após lesão no cérebro, onde a pessoa se torna incapaz de reconhecer rostos, mas 
mantém a capacidade de reconhecer objetos. Outro fenômeno que reforça a tese acima é 
de que objetos são de mais fácil reconhecimento do que faces quando de cabeça para 
baixo. 
Abstração: A descrição física de um objeto é a lista de todas as informações 
necessárias para reproduzi-lo completamente. Imagine essa tarefa para descrever um rosto 
de alguém conhecido, em todos os detalhes contidos em sua face. Entretanto, essa 
aparente impossibilidade não é obstáculo, pois não precisamos de todos os detalhes para a 
tarefa de reconhecimento, mas somente alguns poucos traços principais, e ainda tem-se a 
condição de determinar seu estado de humor. Esta situação não se limita somente a faces, 
mas também é aplicável a objetos comuns, fazendo com que sejamos capazes de identificá-
los apenas algumas informações. 
 
Constâncias perceptivas: Assistir a um filme no cinema sentado em uma cadeira 
na beirada é fazer com que as formas contidas nas cenas cheguem a nossa retina de forma 
trapezoidal. A manutenção da Constancia é que vai nos dar condição de não nos 
incomodarmos com este fato. Para entender como é importante a ideia da constância, 
devemos entender sua natureza. Um rato perto e um elefante a distância não nos engana 
quanto aos seus tamanhos reais. Continuamos sabendo que o elefante é maior, assim como 
um animal preto sob uma luz forte se tornando brilhante, e um animal branco sob pouca luz, 
não nos tira o entendimento de que um é branco e outro é preto. Esse fenômeno da 
constância perceptiva acontece quando estamos em movimento, fazendo com que não nos 
enganemos com as formas e cores dos objetos que vão se modificando em nossa 
perspectiva de visão. Se nossa percepção fosse somente objetiva, o reconhecimento dos 
objetos seria praticamente impossível. 
Podemos dizer então que a grande importância das constâncias perceptivas é nos 
permitir perceber características fundamentais do mundo ao nosso redor, mesmo quando as 
informações e estímulos que recebemos em nossos órgãos sensoriais se modificam. 
Constância de brilho: A luz que é refletida e que atinge nossa retina vai variar de 
acordo com a intensidade da fonte, e do ambiente. Entretanto mantemos o nosso 
entendimento que uma folha é vermelha, mesmo quando nos é mostrada em condições 
diferentes. 
Constância de forma: Quando identificamos um objeto, e este se move, 
modificando sua forma na nossa retina, mesmo assim continuamos com o entendimento do 
que é o objeto. 
Constancia de tamanho: Conforme um objeto se afasta de nós, o vemos menor. O 
tamanho percebido vai depender das sugestões de profundidade que detectamos no 
ambiente. Estudos indicam que mantemos uma relativa constância da nossa percepção de 
tamanho real do objeto. 
 
Ilusões: Quando olhamos os olhos de uma face em uma pintura e nos 
movimentamos, temos a impressão de que o olhar desta face nos segue. O que se move de 
fato é a nossa percepção sobre o fato. 
Ocorre que todo esse processamento perceptivo, tendo a constância perceptiva 
como parte característica, nos leva a inúmeras ilusões ópticas. 
 
 
 
Funcionamento do cérebro: As últimas pesquisas relacionadas ao entendimento da 
atenção levantam as seguintes questões: 
1. Que estruturas cerebrais mediam o ato psicológico de selecionar um objeto 
ao qual dedicar atenção? 
2. Como o processamento neural subsequente difere estímulos atendidos dos 
não atendidos? 
Existem evidências de três sistemas separados que interagem no processo da 
atenção. Um funciona para nos manter alerta e os outros dois para a orientação da direção 
do estímulo, sendo um deles, denominado de sistema posterior, nos orienta quanto a 
localização no espaço, forma e cor; e o outro, denominado de sistema anterior, controla 
como e quando essas características serão usadas para a seleção. Embora a seleção real 
das características do objeto ocorra na parte posterior, é a parte anterior que guia o 
processo. Algumas descobertas relativas ao funcionamento destes sistemas provêm de PET 
scans que são tomografias por emissão de pósitrons. 
Quando selecionamos um objeto e somos direcionados a observar a cor, observa-se 
uma atividade nas regiões do córtex visual que processam a cor, sendo assim para a 
observação de forma, textura, movimento, e assim por diante. Esse fenômeno pode ser 
observado em exames de PET quando se solicita a atenção a determinada característica do 
objeto e a variação dos locais ativos no cérebro. Dessa forma podemos concluir que a 
atenção aumenta o que é relevante não somente psicologicamente, mas também 
biologicamente. 
A região mais importante do cérebro para o processamento visual é a área 
conhecida como córtex visual, localizado na parte posterior do cérebro. Conhecido também 
pelo local onde geramos nossas imagens no cérebro. A descoberta dessa área se deu 
inicialmente quando pacientes que haviam sofrido danos localizados na cabeça, 
especificamente na região do córtex visual apresentavam problema de visão e até cegueira, 
sem que houvesse danos nos tecidos e células no olho ou nervo ótico. Mais tarde, com a 
tecnologia do PET, os estudos avançaram no entendimento do funcionamento do sistema 
visual, e na importância e funcionamento do processo de atenção. Um dos benefícios da 
tecnologia é a capacidade de analisar o funcionamento do córtex visual coordenado com 
outras regiões cerebrais. Observou-se que os neurônios corticais enviam informações do 
córtex visual para muitas outras regiões do cérebro que analisam as informações visuais. E 
cada uma dessas regiões se especializa em uma tarefa particular, como analisar cor, 
movimento e forma. Uma das mais importantes divisões nesse trabalho em conjunto é a do 
reconhecimento. 
Reconhecimento e localização: Sustenta-se a ideia de que localização e 
reconhecimento são tarefas qualitativamente diferentes pelo fato de pesquisas 
demonstrarem que são executadas por regiões diferentes do cérebro, e as ramificações das 
regiões específicas com o córtex visual. 
Podemos concluir que três sistemas cerebrais separados parecem mediar o ato 
psicológico de selecionar um objeto e observá-lo. O primeiro sistema é geralmente 
associado ao estado de alerta, o segundo seleciona os objetos com base na localização, 
forma ou cor, e o terceiro sistema é responsável por guiar este processo dependendo das 
metas do observador. 
 
Desenvolvimento da percepção: Nossa capacidade de perceber é inata ou 
aprendida? Atualmente se admite que tanto a genética quanto o aprendizado influencie na 
percepção, passando a ser relevante então apontar a contribuição de cada um e decifrar 
suas interações. Deparamo-nos então com questões mais específicas como: 
a. Que habilidades discriminativas tem as crianças, e como essas habilidades 
mudam com o avançar da idade sob condições normais de educação? 
b. Se os animais são educados sob condições que limitam o que eles podem 
aprender, que efeitos isto tem na sua capacidade de discernimento? 
c. Que efeitos a educação tem sob condições controladas, sobre a 
coordenação motora perceptiva? 
Uma forma de descobrir as habilidades inatas é observar as habilidades que uma 
criança tem, observando as habilidades de um recém-nascido e também habilidadesque 
dependem de outras básicas adquiridas após o input do ambiente por um período de tempo, 
que podem se dar nos primeiros anos de vida. Observar crianças exige que o pesquisador 
encontre formas de obter dados confiáveis diante da incapacidade da fala e de seguir 
instruções e deter ainda um conjunto bem limitado de condutas. Dois métodos são utilizados 
para a pesquisa com crianças, o método de preferência do olhar (Teller, 1979), e o método 
da habituação (Frantz, 1966; Horowitz, 1974). 
Outro dado com referência a percepção de crianças é o fato de bebês com um mês 
terem acuidade muito baixa, reconhecendo formas como a fisionomia, de forma mais 
acurada depois dos seis meses de vida, aumentando gradativamente até atingir o nível 
adulto por volta de um ou dois anos de idade. Da mesma forma, a percepção de 
profundidade também passa por um processo de maturação, começando a aparecer por 
volta dos três meses de idade, estabelecendo-se completamente por volta dos seis meses. 
Ausência de estimulação: Pesquisas comprovaram que a ausência de estimulação, 
principalmente na fase inicial da vida, prejudica a formação da capacidade de percepção, 
sendo um exemplo a pesquisa com macacos privados de luz nos primeiros 16 meses de 
vida, tiveram sua percepção prejudicada, constatando-se a deterioração de neurônios em 
várias partes do sistema visual. 
Estimulação limitada: Gatos criados em ambiente controlado contendo somente 
tiras horizontais se tornaram cegos a foram verticais, onde estudos registraram que muitas 
células no córtex visual respondiam a estímulos horizontais, mas nenhuma respondia a 
estímulos verticais. Estes fenômenos podem ser observados em humanos não em situação 
de pesquisa, mas em decorrência de acidentes que proporcionam tal situação. 
Percepção e coordenação motora: O bom desenvolvimento da coordenação 
perceptivo-motora está ligado diretamente à boa condição de aprendizado tendo o 
movimento como resposta ao estímulo. Receber o estímulo sendo impedido, por qualquer 
circunstância, de agir em reação, compromete o aprendizado motor.

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