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<p>Inserir Título Aqui</p><p>Inserir Título Aqui</p><p>Fenômeno</p><p>Religioso Aportes</p><p>e Conceituações</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Dr. Elton de Oliveira Nunes</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin</p><p>Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:</p><p>• Introdução;</p><p>• Religião e Conceituação;</p><p>• A Religião e as Religiões;</p><p>• A Complexidade do Fenômeno-Objeto: Religião. Fonte: Getty Im</p><p>ages</p><p>Objetivo</p><p>• Apresentar ao aluno o universo de estudos das Religiões a partir das Ciências da Religião.</p><p>Caro Aluno(a)!</p><p>Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-</p><p>timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material</p><p>trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.</p><p>Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você</p><p>poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns</p><p>dias e determinar como o seu “momento do estudo”.</p><p>No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões</p><p>de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e</p><p>auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de</p><p>discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de</p><p>propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de</p><p>troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Bons Estudos!</p><p>As Religiões: Aproximações a</p><p>partir das Ciências da Religião</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Contextualização</p><p>Você já parou para pensar sobre tudo o que sabemos por simples observação, sem</p><p>muitas teorizações?</p><p>O problema se apresenta quando temos de conceituar e teorizar sobre o assunto.</p><p>Esta Unidade tratará sobre esse ponto em relação à conceituação de Religião.</p><p>6</p><p>7</p><p>Introdução</p><p>A Religião ou as Religiões (utilizaremos aqui o singular “Religião” para abarcar a</p><p>ideia de Religiões) é de longe o maior e mais duradouro fenômeno individual e coletivo</p><p>da Humanidade. Não há povo ou comunidade humana que não tenha ao menos uma</p><p>forma de manifestação religiosa em sua cultura.</p><p>Algumas Sociedades contam aos milhares as suas Religiões e manifestações religio-</p><p>sas e possuem uma rica história de interações entre Religião e cultura.</p><p>Em termos mundiais, temos matrizes religiosas que despontam com milhares de</p><p>anos; outras, apesar de historicamente não contar com milhares de anos de existência,</p><p>estão entre as grandes Religiões do mundo.</p><p>As dez maiores Religiões1 do mundo contam seus adeptos em bilhões e milhões.</p><p>O Cristianismo, em suas várias ramificações, conta com dois bilhões e duzentos milhões</p><p>de adeptos; o Islã, em seus diversos segmentos, tem aproximadamente um bilhão e sete-</p><p>centos milhões de seguidores; o Hinduísmo e suas correntes contam com um bilhão de</p><p>praticantes; os Budismos contam com um bilhão de seguidores; as Religiões da China</p><p>(Taoísmo e Confucionismo) contam com um bilhão de simpatizantes; os Xintoísmos e</p><p>suas derivações somam sessenta e cinco milhões de pessoas; o Sikhismo se aproxima</p><p>dos sessenta e oito milhões de praticantes; os Espiritismos somam vinte e oito milhões</p><p>de praticantes; os Judaísmos estão por volta de vinte milhões de adeptos e as chamadas</p><p>Religiões da Terra (Wicca) contam, hoje, com dezenove milhões de praticantes.</p><p>Esses números demonstram que a Religião, como objeto de estudo, é tão insti-</p><p>gante, complexa e multifacetada que, nos séculos XIX e XX, surgiu a ideia do homo</p><p>religious ou seja, do ser humano como ser religioso.</p><p>Para aprofundamento sobre o termo homo religious, ver: https://bit.ly/2V8hCdH</p><p>O fato é que a Religião é um dos mais fascinantes objetos de estudo, abordado por</p><p>diversas Ciências e com impactos importantes nas Sociedades. Se falamos de Política,</p><p>lá está a Religião; se falamos de Economia, encontramos intersecções com a Religião;</p><p>se tratamos de História, certamente haveremos, em algum momento, de tratar de Reli-</p><p>gião; enfim, a Religião está presente em nosso passado e, certamente, estará presente</p><p>em nosso futuro, da mesma forma que faz parte do nosso cotidiano.</p><p>Devemos pensar, também, no movimento ateu, que cresce no mundo, e entender</p><p>o que se apresenta como Ateísmo.</p><p>Para um aprofundamento sobre o tema, ver: MINOIS, Georges. História do Ateísmo. São</p><p>Paulo: UNESP, 2014.</p><p>1 Dados divulgados pela Pew Research Center em pesquisa realizada em 2012. Para maiores informações, acesse:</p><p><http://www.pewforum.org>.</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>A própria definição de Religião é problemática e quando falamos de fenômeno</p><p>religioso precisamos clarificar o que se está falando.</p><p>Se por Ateísmo estamos tratando de certo abandono das práticas institucionais</p><p>e mesmo de um afastamento ou abandono de práticas ditas religiosas por pessoas</p><p>de alguns países do centro do Ocidente letrado (Europa, Estados Unidos, partes do</p><p>Canadá e pontos isolados da América Latina), devemos nos indagar de que Religião</p><p>(conceitual) estamos falando.</p><p>Autores como Jung Mo Sung2 alertam que os atuais estudos sobre Religião deno-</p><p>tam que ela é muito maior e mais ampla do que se propaga.</p><p>Assim, podemos afirmar que, na atualidade, a Religião se apresenta como algo</p><p>incontornável, seja nas suas interfaces, seja na questão da história, seja nas culturas e</p><p>suas influências.</p><p>Estudar Religião é estudar a Sociedade e o ser humano em suas buscas por transcen-</p><p>dência e imanência. A Religião é a manifestação que responde a um anseio pessoal e</p><p>coletivo: O que mais podemos alcançar? O que mais não sabemos sobre nós mesmos?</p><p>Religião e Conceituação</p><p>Uma das tarefas mais difíceis e ingratas nas Ciências e, também, paradoxalmente,</p><p>mais importantes e fundamentais é a questão da conceituação do objeto de pesquisa.</p><p>Por exemplo, os antropólogos, sociólogos, historiadores e outros cientistas da Área de</p><p>Humanas e Sociais trabalham a partir do conceito de cultura.</p><p>Nenhum cientista ou pesquisador de Humanas pode prescindir da adoção de um</p><p>conceito de cultura como locus e objeto, seja lateralmente, seja centralmente, em</p><p>suas pesquisas.</p><p>Pois bem!</p><p>Atualmente, existem mais de cinquenta definições sobre o que é ou como se define</p><p>cultura. Ora, se alguém disser que existem cinquenta definições para o mesmo objeto é</p><p>o mesmo que dizer que não existe nenhuma.</p><p>Em relação à Religião é a mesma coisa. Como definir Religião, transformando-a em</p><p>algo a ser investigado dentro dos parâmetros científicos que exigem um processo de rei-</p><p>ficação da “coisa” estudada para que a ela possa ser assim “entendida cientificamente”?</p><p>Isto é, o que é Religião? Ou o que são as Religiões? Como definir esse “objeto”?</p><p>Essa dificuldade é sentida por muitos, como atesta SILVEIRA:</p><p>Vista como a mais fundamental para a compreensão moderno-cien-</p><p>tífica, a tarefa de conceituar torna-se extenuante e infrutífera, na me-</p><p>dida em que os contornos nunca são suficientemente nítidos para ad-</p><p>2 Ver: SUNG, Jung Mo. Idolatria do dinheiro e Direitos Humanos: uma crítica teológica do mito do capitalismo.</p><p>São Paulo: PAULUS, 2018. p. 143.</p><p>8</p><p>User</p><p>Realce</p><p>9</p><p>quirirem consensos sólidos. Se a conceituação define zonas claras e</p><p>delimitadas, logo surgem fenômenos que desestabilizam as fronteiras,</p><p>iniciando-se uma nova tarefa de conceituação. Por entre os dedos do</p><p>conceito, o líquido da Religião, da modernidade e do religioso, escapa</p><p>constantemente. Talvez seja o caso de opor ao conceito a noção de</p><p>narrativa, mais aberta e porosa, o que não significa menos rigor inte-</p><p>lectual compreensivo (2017, p. 29).</p><p>Os estudos sobre a tentativa de definição da Religião são antigos. A primeira defi-</p><p>nição de Religião veio de um processo de busca histórica e etimológica sobre o termo.</p><p>Para aprofundamento sobre esse ponto, ver: FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. As Ciên-</p><p>cias da Religião. São Paulo: Paulus, 1999. p. 5-23.</p><p>A primeira menção sobre a definição de Religião no Ocidente veio da palavra latina:</p><p>religio. Esse termo tem como conotação a ideia de um conjunto qualquer de regras</p><p>e interdições. Assim, Religião seria um conjunto de crenças, preceitos e valores que</p><p>compõem artigo de fé de determinado grupo num contexto histórico e cultural próprio.</p><p>O termo aparece no período romano com Cícero (103-43 a.C.), na sua obra De natura</p><p>deorum, (45 a.C.).</p><p>Ele apresentou o termo em latim: Relegere, que significa “reler, revisitar, retomar o</p><p>que estava largado”. Essa definição traz consigo a ideia de releitura e interpretação como</p><p>ato constante de leitura de textos religiosos. Também leva em si o conceito de retomar</p><p>uma dimensão (espiritual) da qual a vida terrena tende a afastar os homens.</p><p>Posteriormente, Lactâncio (século III e IV d.C.) apresentou outra definição para Reli-</p><p>gião. Para ele, Religião é etimologicamente ligada ao termo religare, que traz a ideia de</p><p>religação do ser humano à Divindade (Deus).</p><p>Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) apresentou em seus textos: De civitate Dei</p><p>(A Cidade de Deus) e De vera religione (A verdadeira Religião) a ideia de que o termo</p><p>Religião derivava de religere.</p><p>Esse termo aprofunda-se na ideia de “reeleição”. A Humanidade, a partir da Re-</p><p>ligião, reelegia Deus como o seu Deus, num processo de reencontro, após ter se se-</p><p>parado. A Religião, para Agostinho, é a passagem da negligência para a diligência,</p><p>do descuido para a atenção, tornando a Divindade (Deus) o centro das atenções e do</p><p>amor do ser humano.</p><p>Outro que buscou a definição de Religião foi Macróbio (século V d.C.) que apresentou</p><p>a ideia de Religião como relinquere. Esse termo traz consigo a ideia de “deixar para</p><p>trás”. A Religião seria a mudança ou a trilha para a mudança de uma atitude de distan-</p><p>ciamento da Divindade para uma reaproximação a partir do trilhar o caminho correto.</p><p>Na Idade Média, temos Tomás de Aquino, com sua obra intitulada Suma Teológica</p><p>e um processo de unificação dos conceitos.</p><p>9</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Para Tomás, tanto religio quanto relegere e religere exprimem facetas ou nuan-</p><p>ces da Religião (entendida como a Religião cristã). Essa Religião implica uma relação</p><p>real, sincera e devota a Deus. Sua concepção influenciou de forma cabal a cultura</p><p>cristã europeia.</p><p>Assim, o conceito de Religião entendido como a Religião cristã foi majoritário na</p><p>Europa e no interior das Universidades por centenas de anos, fruto da forte influên-</p><p>cia cristã.</p><p>Somente o encontro com outras civilizações não europeias, a partir do século XVIII,</p><p>trouxe uma crise em relação ao termo, pois ele não fazia sentido ou não conseguia con-</p><p>templar outras manifestações culturais que eram reconhecidas como Religiões.</p><p>Para uma visão sintética, observe a Tabela a seguir.</p><p>Tabela 1 – Defi nição etimológica de Religião</p><p>Religião</p><p>Termo Definição Observação</p><p>Religio Conjunto qualquer de regras e interdições Termo mais antigo no</p><p>Ocidente</p><p>Relegere Releitura e interpretação como ato constante de</p><p>leitura de textos religiosos</p><p>Cícero</p><p>(103-43 a.C.)</p><p>Religare Religação do ser humano à Divindade (Deus) Lactâncio</p><p>(séculos III e IV d.C.)</p><p>Religere Processo de reeleição do ser humano com Deus.</p><p>Retorno a partir de uma escolha</p><p>Agostinho de Hipona</p><p>(354-430 d.C.)</p><p>Relinquere</p><p>Mudança de uma atitude de distanciamento da</p><p>Divindade para uma reaproximação a partir do</p><p>trilhar o caminho correto</p><p>Macróbio</p><p>(século V d.C.)</p><p>Fonte: o próprio autor, 2018 (baseado em: COUTINHO, 2012; CRAWFORD, 2005).</p><p>No contato dos europeus com a Índia e o Hinduísmo antigo, os etimologistas desco-</p><p>briram que tais manifestações eram denominadas a partir da derivação do sânscrito rita,</p><p>que designa a ordem cósmica do mundo e a correta execução dos ritos pelos brâmanes.</p><p>Esse termo antigo foi relacionado à manifestação milenar humana de um sentimento</p><p>religioso e que revela um vínculo com a Terra e com a Natureza e os ciclos e a fertilidade.</p><p>Outro termo que foi posteriormente adotado foi o sânscrito: dharma, que exprime a</p><p>ideia de uma Lei cósmica, divina e eterna, mas também traz a ideia de “carregar, segurar”.</p><p>No idioma páli, dhamma relaciona-se ao caminho de Buda, a senda de oito precei-</p><p>tos ou regras que ordena todas as coisas. Irá significar, também, a ideia de doutrina ou</p><p>norma. Na língua árabe, temos a palavra dîn, que significa acertar algo, ou os deveres</p><p>para com a Divindade.</p><p>No Japão, temos a palavra shintô para designar a Religião xintoísta. Essa palavra</p><p>surgiu a partir da expressão Kami-no-Michi, que significa “Caminho dos deuses”. Kami</p><p>(deus ou deuses ou energia divina) e michi (caminho). Assim, shintô é a forma de apro-</p><p>ximação das Divindades.</p><p>10</p><p>11</p><p>No século XVIII, com a afirmação da Ciência Moderna, como a Antropologia, a</p><p>Sociologia, a História e a Psicologia, muitos pesquisadores buscaram a definição do fe-</p><p>nômeno religioso e do conceito de Religião. Assim, cada área ou Ciência buscou definir</p><p>a Religião a partir do seu aspecto específico.</p><p>Temos, então, a proliferação de Teorias sobre a Religião, não em função da etimolo-</p><p>gia da palavra, mas de sua essência ou abrangência. A Religião se torna, na Psicologia,</p><p>um sentimento; na Sociologia, destaca-se o aspecto institucional; na Antropologia, o</p><p>aspecto orgânico social e de crença, baseada na formação familiar e tribal.</p><p>É com Freud (1856-1939) que teremos a primeira definição de Religião a partir</p><p>da Psicologia.</p><p>Ele aborda o assunto em pelo menos quatro de seus textos: “Totem e tabu” (1913),</p><p>“O Futuro de uma ilusão” (1926), “O mal-estar na civilização” (1929) e “Moisés e o mo-</p><p>noteísmo” (1938).</p><p>Para ele, a Religião é um fenômeno emocional que se manifesta na necessidade do</p><p>ser humano de lidar com suas contradições e emoções conflitantes em relação ao mundo.</p><p>Dessa forma, a Religião é uma forma paternalista de substituição e conforto que aju-</p><p>da o ser humano na sua relação consigo mesmo e com o mundo.</p><p>Já para Emile Durkheim (1858-1917), considerado o pai da Sociologia, a Religião é</p><p>a fundadora da Sociedade na medida em que a organiza num estágio inicial, separando</p><p>e dando uma ordem a partir da interdição.</p><p>Durkheim não faz uma ligação entre a crença em uma ou mais Divindades como</p><p>sendo a característica da Religião. Segundo ele, a Religião é um sistema de crenças e</p><p>práticas que fundam a Sociedade.</p><p>Contudo, nenhum desses conceitos conseguiu abranger em definitivo o que é a Re-</p><p>ligião e nem mesmo sua essência. Estudos recentes apontam que tal preocupação, so-</p><p>bretudo europeia, veio na esteira de uma pacificação na retirada do campo político da</p><p>Religião para o campo privado.</p><p>O fato é que a Religião é complexa, multifacetada e expansiva a ponto de se tornar</p><p>um objeto em constante mutação social e cultural. Talvez aí resida todo o fascínio que a</p><p>Religião causa.</p><p>A Religião e as Religiões</p><p>Como dissemos, os europeus tinham como parâmetro e medida de julgamento para</p><p>a definição de Religião, a partir do século XVIII, a Religião cristã.</p><p>Ao entrar em contato com outras culturas e buscar um controle e um discurso que</p><p>autorizasse uma série de ações tendo a Europa por superior tanto historicamente quanto</p><p>tecnologicamente, a crise nos estudos sobre Religião entrou em foco.</p><p>11</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>O contato dos europeus com outros países no processo expansionista ligado à neces-</p><p>sidade de matéria-prima no processo da Revolução Industrial fez com que os cientistas,</p><p>pesquisadores e acadêmicos buscassem conhecer e mapear todas as culturas de proce-</p><p>dência dos europeus.</p><p>A Filologia, a partir da segunda metade do século XVII, possibilitou grande avanço</p><p>no conhecimento das Religiões pela decifração de hieróglifos no Egito, nas tabuletas</p><p>cuneiformes na Mesopotâmia e na decifração e tradução das Línguas orientais (Sânscrito,</p><p>Chinês, Árabe, Malaio e Persa, entre outras).</p><p>Esse</p><p>contato com o Oriente e suas Religiões e culturas levou ao questionamento</p><p>sobre a superioridade da Religião cristã europeia frente a Religiões milenares e textos</p><p>ainda mais antigos do que a Bíblia.</p><p>Na metade do século XIX, os estudos antropológicos de campo, inaugurados por di-</p><p>versos pesquisadores, dentre os quais se destaca o pioneirismo de Friedrich Max Müller</p><p>(1823-1900) e Edward Burnett Tylor (1832-1917), junto aos povos da península indiana</p><p>de cultura hindu trouxeram uma série de perguntas sobre a origem da Religião.</p><p>Em 1856, Muller publica uma obra intitulada Comparative Mithology, que acaba</p><p>por inaugurar uma nova era nos estudos sobre Religião na Europa. Com ela, ele apre-</p><p>senta uma metodologia comparada da Religião.</p><p>Além disso, ele traduz os Upanishads, os textos sagrados da cultura hindu, abrindo</p><p>caminho para estudos mais aprofundados sobre o Hinduísmo.</p><p>Já Tylor criou a tese da origem da Religião a partir da Teoria Animista, aplicando</p><p>ideias evolucionistas de Charles Darwin ao estudo das culturas e das Religiões.</p><p>A Europa sente-se abalada com a multiplicidade de Religiões em contato com outras</p><p>civilizações e busca nas teses de Darwin a compatibilização entre a noção eurocentrista</p><p>e a questão da superioridade do Cristianismo em relação às outras Religiões; porém, a</p><p>crise estava estabelecida.</p><p>Como explicar a complexidade e antiguidade das Religiões orientais se o Cristianis-</p><p>mo (tanto na vertente católica quanto na vertente protestante) era a Religião hegemônica</p><p>na Europa?</p><p>Simplesmente admitir a existência de Religiões mais complexas e antigas poderia</p><p>fazer frente ao discurso da hegemonia superior da raça europeia.</p><p>Era necessário “explicar” a Religião tal e qual se “explicavam” os diversos povos</p><p>do Planeta. Surgem, então, as Teorias evolucionistas como as de James Frazer (1854-</p><p>1941), que teoriza a partir de sua obra The Golden Bough: A Study in comparative</p><p>Religion (O Ramo de Ouro: Um Estudo em Religião Comparada), publicada em 1890.</p><p>Para uma visão panorâmica da História, ver: MARTELLI, Stefano. A religião na Sociedade</p><p>pós-moderna. São Paulo: Paulinas, 1995.</p><p>12</p><p>13</p><p>Nessa obra, Frazer apresenta a ideia de hierarquização dos povos e de suas crenças</p><p>religiosas. Para ele, a Religião é o caminho para demonstrar a evolução dos povos “pri-</p><p>mitivos” em relação aos povos “civilizados”.</p><p>Dessa forma, a passagem da crença animista, exotérica, sobrenatural para a Religião</p><p>institucionalizada era a prova da escala evolutiva que os povos tinham de percorrer,</p><p>como acontecera com os europeus.</p><p>Assim, os povos “primitivos” não teriam as condições culturais e científicas para a</p><p>dominação da Natureza e nem as condições mentais para o uso e o aprimoramento das</p><p>faculdades humanas “superiores” e a criação da Ciência.</p><p>Quanto às Religiões orientais, como o Budismo japonês, o Xintoísmo e o Confu-</p><p>cionismo, elas foram peremptoriamente classificadas como “filosofia religiosa” dado ao</p><p>seus altos graus de complexidade e que “fugiam” a essa classificação.</p><p>Apesar dessa tentativa de enquadramento para justificar uma posição ideológica, a</p><p>Academia acabou tendo de se debruçar na questão da Religião como objeto de estudos.</p><p>No decorrer do século, outras investigações começaram a questionar as teorias evolu-</p><p>cionistas vigentes. Antropólogos como Bronisław Kasper Malinowski (1884-1942) inclu-</p><p>íram a magia na formação da Sociedade, integrando-a ao conjunto de bens, instrumen-</p><p>tos, costumes e hábitos que estavam na formação cultural de um povo.</p><p>Dessa forma, a magia não era um estágio primitivo de Religião, a forma científica de</p><p>um povo no lidar com as forças da Natureza.</p><p>Paralelamente, Emile Durkheim (1858-1917) apresentou a Religião como a formado-</p><p>ra da Sociedade a partir dos interditos e na divisão do trabalho social que ela proporcio-</p><p>na a partir da diferenciação entre classes e ações coordenadas.</p><p>Em seu texto de 1912, Les formes élémentaires de lavie religieuse (As Formas</p><p>Elementares da Vida Religiosa), Durkheim apresentou suas pesquisas, destacando que</p><p>a Religião estava presente nos primeiros sistemas de representação do mundo.</p><p>Na área de Teologia, surge Rudolf Otto (1896-1937) que apresenta em seu texto,</p><p>Das Heilige (O Sagrado), a ideia de uma essência comum entre todas as Religiões que</p><p>denominou de “sagrado”.</p><p>Nessa mesma linha, Gerardus van der Leeuw (1890-1850) publicou um livro intitula-</p><p>do Phänomenologie der Religion (Fenomenologia da Religião), que se tornou célebre,</p><p>apresentando o conceito de “sagrado” como aquilo que escapa à racionalidade e que</p><p>está presente em todas as formas religiosas.</p><p>Para aprofundamento sobre o tema, ver: RIES, Julien. O sagrado na história religiosa da</p><p>humanidade. Petrópolis: Vozes, 2017. Para um aprofundamento sobre as teorias de Petta-</p><p>zoni e a escola italiana de história das religiões, ver: AGNOLIN, Adone. História das religiões:</p><p>perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013.</p><p>13</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Porém, a ideia de uma essência que seria compartilhada pelas Religiões foi ampla-</p><p>mente rejeitada pelos chamados historicistas que apontavam a preocupação de uma</p><p>des-historicização da Religião, elevando-a acima da cultura e da civilização. Em destaque</p><p>para essa situação, citamos Raffaelle Pettazoni (1883-1959).</p><p>Para um aprofundamento sobre as teorias de Pettazoni e a escola italiana de história das</p><p>religiões, ver: AGNOLIN, Adone. História das religiões: perspectiva histórico-comparativa.</p><p>São Paulo: Paulinas, 2013.</p><p>Esse historiador italiano se contrapôs a essa Teoria, apresentando a singularidade his-</p><p>tórica das Religiões e o reconhecimento de seu status como objetivo de pesquisa que está</p><p>intimamente em contato com a cultura local e em intercâmbio de influências com ela.</p><p>O fato é que depois de tantas críticas, a ideologia eurocentrista teve de abrir espaço</p><p>para o reconhecimento das Religiões e a valorização dos estudos delas.</p><p>Assim, a Religião torna-se não só um objeto de análise, como as Religiões acabam</p><p>por ser consideradas em suas singularidades e não numa escala hierárquica em que o</p><p>Cristianismo Ocidental Europeu estaria no topo da pirâmide.</p><p>A Complexidade do Fenômeno-</p><p>Objeto: Religião</p><p>Como tratar, então, a Religião?</p><p>Essa é a grande pergunta em relação aos estudos de Religião que muitos tentaram</p><p>responder. A Religião, como objeto das Ciências da Religião, é polissêmica isso é, tem</p><p>mais de um significado para as diversas Ciências.</p><p>Assim, o olhar para a Religião é um olhar especializado que apresenta uma nuance</p><p>da Religião, seja histórica, seja psicológica, seja sociológica seja antropológica.</p><p>O objeto Religião não se esgota no seu exame a partir de um viés. Dessa forma, as</p><p>Ciências da Religião buscam a análise em diálogo interdisciplinar para ampliar, assim, o</p><p>escopo da própria análise.</p><p>Como nos diz Coutinho:</p><p>A Religião como sistema aparece, geralmente, consensual, por com-</p><p>portar “padrões actuais de relações sociais formados em instituições</p><p>sociais e coletividades interdependentes”, produzidos e reproduzidos</p><p>com base em estruturas (regras e recursos) próprias (Scott, 1997, p.</p><p>204). Deste sistema participam crenças, práticas, símbolos, visões de</p><p>mundo, valores, coletividades e experiências. Os três primeiros, par-</p><p>te de um sistema de símbolos, reforçam-se reciprocamente. A visão</p><p>do mundo e os valores, mutuamente intensificados, encontram-se no</p><p>coração da Religião, mas, por serem abstratos, concretizam-se e forta-</p><p>14</p><p>15</p><p>lecem-se pelos três anteriores. As coletividades são componentes ine-</p><p>rentes ao sistema e as experiências são, por vezes, a única forma de o</p><p>tornar evidente. Embora cada elemento seja descrito separadamente,</p><p>as visões do mundo podem juntar-se às crenças, pela sua essência</p><p>análoga, os símbolos e as experiências podem fazê-lo em relação às</p><p>práticas pela mesma razão (2012, p.177).</p><p>Ao abordarmos uma Religião, podemos nos aproximar por sua produção cultural,</p><p>âmbito mais visível, pois toda a Religião acaba</p><p>por se constituir a partir de produ-</p><p>ções culturais.</p><p>A Arte produzida na Religião chama a atenção em seus diversos aspectos. Ao mesmo</p><p>tempo em que tem ligações e laços culturais fortíssimos, ela produz uma Arte singular,</p><p>fruto daquela Religião e não de outra.</p><p>Para ampla visão sobre o tema Religião e Arte, recomendamos a série de artigos disponí-</p><p>veis no site: https://bit.ly/2Vr972q</p><p>Outra Religião, estando na mesma cultura, local e período histórico, produzirá outra</p><p>Arte, talvez com semelhanças, mas nunca a mesma. Dessa forma, podemos inferir que</p><p>as Religiões são produtoras culturais por excelência.</p><p>No contato com as Religiões, transparece a Arte como um dos seus elementos mais</p><p>significativos. Assim, música, dança, pintura, escultura, poesia, literatura, vestimentas,</p><p>adereços, instrumentos, utensílios e demais objetos afins apresentam-se como expres-</p><p>sões religiosas que caracterizam as Religiões.</p><p>A Arquitetura é um capítulo à parte, pois é na junção entre Arte, Técnica e Engenha-</p><p>ria que a Religião demonstra sua complexidade ainda mais interessante.</p><p>Os inúmeros templos constitutivos das ações de diversas Religiões apresentam</p><p>como elas transformam o ambiente natural numa apropriação da técnica que a socie-</p><p>dade acaba dominando em seu progresso de manipulação dos elementos materiais à</p><p>sua disposição.</p><p>Em relação ao tempo também temos conexões profundas da Religião. O calendário</p><p>e a contagem do tempo nas Religiões são partes da história das Religiões, que criam um</p><p>tempo sagrado, determinando datas e separando tempos para seus rituais.</p><p>Além disso, as Religiões produzem e influenciam a Arte e os artistas extrapolando</p><p>seus ambientes próprios e contribuindo para a riqueza de um povo, de uma nação e até</p><p>mesmo de um Continente.</p><p>A Religião é um sistema simbólico que constrói uma narrativa de vida e acaba por dar</p><p>significado às ações humanas, determinando comportamentos por meio de proposições</p><p>de normas e interditos.</p><p>Dessa maneira, as Religiões imprimem no ser humano e na coletividade um estilo</p><p>de vida e uma identidade cultural religiosa ressignificando a sensação de pertença no</p><p>15</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>subgrupo identitário de um povo. Isso fica muito claro em Religiões como o Judaísmo,</p><p>o Islã e mesmo o Cristianismo, no Oriente e na África.</p><p>As Religiões também possuem forte ligação com a Política e, dependendo de sua</p><p>configuração, podem passar da apatia política ao engajamento total na vida pública,</p><p>como bem nos lembra da Silveira:</p><p>O religioso está, e se dá, sempre em tensão e relação com o social.</p><p>Primeiro, porque as fronteiras entre as duas esferas nunca estão fe-</p><p>chadas, ao contrário, são incertas e tensas, mantêm-se em estado de</p><p>contínua negociação. Segundo, porque em nome de deus, de deuses,</p><p>de princípios espirituais ou laicos, reivindica-se intervenção nos assun-</p><p>tos deste e do outro mundo, em variados graus de rejeição e aceitação</p><p>dos campos político, econômico, moral, artístico e intelectual e do</p><p>mundo religioso (2017, p. 28).</p><p>Para aprofundamento sobre o tema, acesse: https://youtu.be/oubTXEY7iyw</p><p>A Religião também funciona como um canal de vocalização de expressões e senti-</p><p>mentos individuais e coletivos que se manifestam no espaço público e pode legitimar ou</p><p>subverter a ordem pública. Dessa forma, as Religiões tanto podem garantir a hegemonia</p><p>de uma determinada classe social quanto favorecer a autonomia de classes oprimidas.</p><p>No campo simbólico, as Religiões também apresentam suas complexidades ao cons-</p><p>truir todo um universo de símbolos e imagens que norteiam uma cosmovisão particular</p><p>e própria de cada Religião, de forma a tornar o universo dos fiéis um todo coerente.</p><p>O fiel, em sua Religião, encontra-se mergulhado na simbologia abstrata e concreta da</p><p>sua Religião que traz para si mesmo e para os outros pertencentes a essa tradição expli-</p><p>cações sobre o início e o fim da vida o alfa e o ômega no processo da existência e além.</p><p>Buscou-se, também, uma classificação das Religiões para que com isso pudessem, a</p><p>partir de pontos em comum, traçar uma genealogia das Religiões.</p><p>Assim, surgiram os conceitos de deísmo, teísmo, monoteísmo, politeísmo, pante-</p><p>ísmo, panenteísmo e catenoteísmo.</p><p>O deísmo abarca a ideia de que a consideração da existência de uma Divindade é</p><p>um dado necessário, uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de uma</p><p>Divindade criadora apenas como ponto formal.</p><p>Já o teísmo é a ideia própria da Divindade cristã. Criador, sustentador e salvador.</p><p>O monoteísmo deriva do Cristianismo, principalmente, e apregoa a existência de ape-</p><p>nas uma só Divindade.</p><p>O termo mono+teísmo é a junção de duas palavras gregas que significam Divindade</p><p>+ único.</p><p>16</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>17</p><p>Diametralmente oposto é o conceito de politeísmo, oriundo da junção dos termos</p><p>gregos: Poli (muitos), e Théos, (deus, Divindade).</p><p>Esse conceito abarca a ideia de uma pluralidade de Divindades e, também, a noção de</p><p>personificação de elementos da Natureza: Sol, Lua, Fertilidade ou de sentimentos como</p><p>amor, medo, tristeza e pode conter, ainda, a ideia de poder, violência, misericórdia.</p><p>São exemplos de Religiões politeístas as Religiões da antiga Grécia, Roma, Egito,</p><p>Escandinávia, Ibéria, Ilhas Britânicas e regiões eslavas, assim como o Xamanismo, o</p><p>Druidismo e o Xintoísmo, entre outras.</p><p>Há, ainda, o conceito de panteísmo, que é a junção das palavras gregas pan (todos)</p><p>e théos (deus, Divindade). Denota a ideia de que a Divindade é uma força presente no</p><p>mundo e permeia tudo o que nele existe.</p><p>Nesse sentido, Natureza e a Divindade se equivalem. A Divindade é, nessa categoria,</p><p>experienciada de forma impessoal, como a alma da Natureza ou o próprio mundo. Cabe</p><p>ainda, nessa categoria, a ideia do cosmos como uma unidade abrangente e a sacralidade</p><p>da vida.</p><p>Dentro do sistema de classificação, temos o Panenteísmo, do grego, pan (todos) + em</p><p>(junto) + théos (Divindade). Essa categoria abrange a ideia de que o universo está contido</p><p>na Divindade(s), mas esta(s) ou este(s) é(são) maior(es) do que o Universo. Essa categoria</p><p>foi criada por Friedrich Krause.</p><p>No panenteísmo, todas as coisas estão na Divindade, são abarcadas por ela, iden-</p><p>tificam-se com a Divindade, mas esta está além, transcendendo a matéria sem perder</p><p>sua unidade.</p><p>Por fim, temos o catenoteísmo, que foi cunhado por Max Muller para indicar a</p><p>doutrina de que o mundo é governado por uma só Divindade de cada vez, enquanto as</p><p>outras Divindades esperam o seu momento. Assim, teríamos um revezamento de Divin-</p><p>dades em períodos específicos.</p><p>Para uma síntese, observe o que é apresentado na Tabela 2.</p><p>Tabela 2 – Tipos de Classifi cação das Divindades</p><p>Tipo Definição</p><p>Deísmo Admissão, reconhecimento ou aceitação de que deus ou a Divindade é o princípio</p><p>criador, mas que não há revelação.</p><p>Teísmo Crença em um deus criador e pessoal, que se revela aos seres humanos.</p><p>Politeísmo Crença em diversas Divindades.</p><p>Panteísmo Crença de que a Natureza é o próprio deus ou Divindade.</p><p>Panenteísmo Crença de que a Divindade está permeada no cosmos, mas transcende a ele.</p><p>Monoteísmo Crença em uma única Divindade.</p><p>Catenoteísmo Crença de que o mundo só é governado por um deus por vez.</p><p>Fonte: O próprio autor, 2018 (baseado em CAMPBELL, 2000; ABBAGNANO, 1998</p><p>17</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Porém, essa classificação não foi suficiente para abarcar todas as Religiões e nem</p><p>mesmo conseguiu satisfazer os estudiosos na medida em que muitas Religiões agrupa-</p><p>das não correspondiam em outros elementos.</p><p>Dessa forma, a questão das Religiões requer um tratamento acadêmico de investigação</p><p>tanto teórico quanto prático.</p><p>As Ciências da Religião, constituídas desde o século XIX, buscam apresentar-se como uma</p><p>área de valorização e análise do que é a Religião de forma multidisciplinar, interdisciplinar</p><p>e transdisciplinar.</p><p>Para que possamos entender e compreender essa área, será necessário entrar na história</p><p>da</p><p>sua constituição e afirmação dentro da Academia.</p><p>É o que faremos na próxima Unidade.</p><p>18</p><p>19</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>A Condição Humana. Um Tema para Religiões Comparadas</p><p>NEVILLE, Robert Cummings (org.). A Condição humana. Um tema para Religiões</p><p>comparadas. São Paulo: Paulus, 2005.</p><p>O Dossel Sagrado: Elementos para uma teoria sociológica da religião</p><p>BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da Religião.</p><p>2.ed. São Paulo: Paulus, 1985.</p><p>As Máscaras de Deus: Mitologia ocidental</p><p>CAMPBELL, Joseph. As Máscaras de Deus: Mitologia Ocidental. São Paulo: Palas</p><p>Athena, 2000.</p><p>Vídeos</p><p>A Ciência é Maior que a Religião?</p><p>https://youtu.be/Bg_I1doyfgI</p><p>Ciências da Religião</p><p>https://youtu.be/JA2yOKMwOAc</p><p>19</p><p>UNIDADE</p><p>As Religiões: Aproximações a partir das Ciências da Religião</p><p>Referências</p><p>ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>CAMPBELL, Joseph. As Máscaras de Deus: Mitologia Ocidental. São Paulo: Palas</p><p>Athena, 2000</p><p>COUTINHO, José Pereira. Religião e outros conceitos, Revista de Sociologia, Revis-</p><p>ta da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Universidade do Porto, Portugal,</p><p>v. XXIV, p. 171-193, 2012.</p><p>CRAWFORD, Robert. O que é Religião? Petrópolis: Vozes, 2005.</p><p>ELLER, Jack David. Introdução à Antropologia da Religião. Petrópolis: Vozes, 2018.</p><p>HERVIEU-LÉGER, Danièle; WILLAIME, Jean-Paul. Sociologia e Religião, aborda-</p><p>gens clássicas. Aparecida: Ideias & Letras, 2009.</p><p>LUNA, Mario Roso de. O simbolismo das Religiões. São Paulo: Siciliano, 1990.</p><p>MESLIN, Michel. Fundamentos de Antropologia religiosa. Petrópolis: Vozes, 2014.</p><p>PADEN, William E. Interpretando o sagrado, modos de conceber a Religião. São</p><p>Paulo: Paulinas, 2001.</p><p>RAMPAZZO, Lino. Antropologia: Religiões e valores cristãos. São Paulo: Paulus, 2014.</p><p>SILVEIRA, Emerson José Sena da. Religião, religiões e conceitos sociológicos: notas</p><p>críticas sobre a hermenêutica normativa da religião, Revista Esboços, Florianópolis, v.</p><p>24, n. 37, ago. 2017.</p><p>SUNG, Jung Mo. Idolatria do dinheiro e direitos humanos: uma crítica teológica do</p><p>mito do Capitalismo. São Paulo: Paulus, 2018.</p><p>TERRIN, Aldo. Introdução ao estudo comparado das Religiões. São Paulo:</p><p>Paulinas, 2003.</p><p>Sites visitados</p><p><http://www.pewforum.org>.</p><p>20</p>