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<p>Sumário</p><p>PARTE 01: UFRGS e universidades particulares ....................................................</p><p>O tradicional esquema da dissertação-argumentativa................................</p><p>O esforço pela autoria ...........................................................................</p><p>Duas perguntas a serem respondidas pelo vestibulando ..........................</p><p>Os alunos do Método na UFGRS em 2017 ........................................</p><p>Os alunos do Método na UFGRS em 2016 .......................................</p><p>Outras redações excelentes na UFRGS ...................................................</p><p>OS VESTIBULARES NAS UNIVERSIDADES GAÚCHAS ...............................</p><p>REDAÇÃO EXEMPLAR DA PUC RS.................................................................</p><p>Os alunos do Método na PUC RS ..............................................................</p><p>Outras redações exemplares na PUC RS ...............................................</p><p>MÉTODO NA PUC FAZ NOTA MÁXIMA .........................................................</p><p>O PROCESSO DE REDAÇÃO ENVOLVE PRECONCEITO? ..........................</p><p>Os alunos do Método na UNISC .............................................................</p><p>OS TEXTOS EXEMPLARES DA UNISC ..........................................................</p><p>UCPEL E O SEGREDO QUE MANTÉM NA AVALIAÇÃO ..................................</p><p>Os alunos do Método na ACAFE ...................................................................</p><p>Os alunos do Método admiram esta metáfora! ..............................................</p><p>Alunos do Método na ESPM ..........................................................................</p><p>Os alunos do Método na ULBRA ....................................................................</p><p>A REDAÇÃO DO IFRS ....................................................................................</p><p>A avaliação das redações na UCS ..................................................................</p><p>REDAÇÃO UCS NOTA MÁXIMA ............................................................................</p><p>Como chegar à excelência ..............................................................................</p><p>OS SEIS PASSOS PARA TER A MELHOR NOTA DE REDAÇÃO .............................</p><p>É possível elaborar estratégia para se ter nota exemplar ...................................</p><p>Um exemplo de estratégia para a nota máxima! ................................................</p><p>CITAÇÕES E O BLOCO DE ANOTAÇÃO .................................................................</p><p>Introdução: o convite para leitura da redação .....................................................</p><p>OS PRINCIPAIS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL ...................</p><p>UFGRS: A AVALIAÇÃO E OS CRITÉRIOS ADOTADOS PELA UNIVERSIDADE .......................................</p><p>O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PUC .............................................................................</p><p>O Sistema de Correção da UCS ........................................................................</p><p>O sistema de correção da UPF ..........................................................................</p><p>A Avaliação na ULBRA ..................................................................................</p><p>Avaliação da redação da UNIFRA ...................................................................</p><p>A avaliação da UCPEL .....................................................................................</p><p>A avaliação das redações na ACAFE ...................................................................</p><p>IFRS exige proposta de intervenção ....................................................................</p><p>PARTE 02: A REDAÇÃO DO ENEM</p><p>A RECOMPENSA DO ESFORÇO TAMBÉM NOS DÁ BOAS RESPOSTAS .......................</p><p>ENEM E OS DIREITOS HUMANOS .......................................................................</p><p>ENEM E A AVALIAÇÃO DAS REDAÇÕES .............................................................</p><p>ENEM E A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL ...............................................</p><p>TEMAS DO ENEM ........................................................................................</p><p>REDAÇÕES EXEMPLARES DOS ALUNOS DO MÉTODO NO ENEM 2017 e 2016 .............</p><p>ENEM 2018 .................................................................................................</p><p>Redações de outras edições do ENEM .............................................................</p><p>AGRADECIMENTO...........................................................................................</p><p>ATENÇÃO .................................................................................................</p><p>BIBLIOGRAFIA .........................................................................................</p><p>Este livro é um lembrete à liberdade de expressão: nem sempre o que</p><p>nos ensinam significa o caminho para a perfeição; afinal, o conhecimento adquirido deve</p><p>vir ao encontro do que se supõe como ideal e do que se tem como objetivo. Numa escola</p><p>em que nos treinam para redigirmos com fluência, há um problema: a repetição de</p><p>técnicas que impõem a forma como determinante do conteúdo. Veja o que normalmente</p><p>se obtém em sala de aula:</p><p>O tradicional esquema da dissertação-argumentativa</p><p>TÍTULO DA REDAÇÃO</p><p>1º parágrafo : introdução: tema + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3</p><p>2º parágrafo: primeiro desenvolvimento: argumento 1</p><p>3º parágrafo: segundo desenvolvimento: argumento 02</p><p>4º parágrafo: terceiro desenvolvimento: argumento 03</p><p>5º parágrafo: conclusão: expressão inicial + reafirmação do tema + observação</p><p>final</p><p>Fonte: Técnicas Básicas de Redação – Branca Granatic.</p><p>.</p><p>Neste esquema, percebe-se um comando, em que a obediência determinaria</p><p>o domínio da escrita desta espécie de texto, somente se as palavras contemplassem os</p><p>“espaços” sugeridos por ele. Ora, as dissertações foram introduzidas nos vestibulares</p><p>em plena ditadura militar; portanto, conforme nos afastamos daquele período,</p><p>encontramos qualidade de texto determinada pelo conteúdo – não pela forma, em que</p><p>o autor se dispõe a investir na autoria, quer por ideias originais, quer por reunião de</p><p>ideias intratextuais singulares. Ressalte-se: o esquema tradicional impede que o redator</p><p>explore seu conhecimento de mundo para construir seu ponto de vista. Contrariamente</p><p>ao que se encontra nos manuais e nas salas de aula, tem-se o que a UFRGS - modelo</p><p>para muitas universidades – oferece-nos como básico para uma boa dissertação: o</p><p>esforço pela autoria.</p><p>O esforço pela autoria</p><p>Ao observarmos o esquema que nos é exigido em toda a vida escolar, é</p><p>preciso que se considere o esforço pela autoria que deve ser empreendido pelo</p><p>redator: há contraste entre ele e com o que se pode observar nas provas das</p><p>universidades, a exemplo do Manual de Correção da UFRGS, que, literalmente, diz:</p><p>“Esforço pela autoria : trata-se de avaliar se o encaminhamento do</p><p>texto evidencia esforço pela autoria, isto é, se o texto apresenta abordagens</p><p>diferenciadas, fatos inusitados, tentativa de fugir do lugar comum, relacionando as</p><p>ideias com criatividade e com propriedade. No plano formal, o investimento autoral</p><p>pode revelar-se pelo uso de frases complexas, de vocabulário variado, além de</p><p>recursos retóricos bem empregado” [...]. Trata-se de avaliar o encaminhamento</p><p>que o autor deu ao texto; evidencia singularidade e esforço pela autoria, isto</p><p>é, se há um investimento do ponto de vista do autor no texto, relacionando as</p><p>ideias com propriedade, e se ele manifesta competência na articulação dos</p><p>planos textual/contextual, que servem de referência na sua escritura”. [...]</p><p>“ Verifica-se, pois, se o candidato revela ponto de vista criativo e original,</p><p>apresentando ideias incomuns ou incomumente relacionadas”.</p><p>vivências acabam sendo desejosas, pois, sem elas, não teríamos as atitudes que temos</p><p>sem as cicatrizes que possuímos e, dessa forma, não estaríamos em mutação constante.</p><p>Amanda Finatto. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 9,7. Tema: Memórias</p><p>indesejáveis.</p><p>Como apagar o que tanto nos define?</p><p>Mendel, ao cruzar ervilhas, percebeu que o fenótipo dos descendentes não</p><p>dependia, exclusivamente, do seu genótipo; o ambiente participava na definição de suas</p><p>características. O mesmo ocorre com o homem: além de seu código genético, as</p><p>experiências por ele vivenciadas, tanto as boas quanto as ruins, moldam a sua</p><p>personalidade. Se pudéssemos apagar essas experiências de sua memória,</p><p>especialmente as negativas, estaríamos o condicionando a esquecer e a ignorar as raízes</p><p>do que ele é hoje.</p><p>Todos nós possuímos memórias: lembramo-nos das brincadeiras da</p><p>infância, dos amigos da época do colégio e da formatura; lembramo-nos, também e</p><p>infelizmente, da primeira vez em que tivemos o nosso coração partido, da discussão que</p><p>tivemos com os nossos pais e da primeira vez em que pisaram nos nossos sonhos. Essas</p><p>últimas lembranças ruins muitos de nós gostaríamos de apagar, pois parecem somente</p><p>ter serventia para trazer tristeza e deixar um belo dia de sol nebuloso. Erra, mais uma</p><p>vez, o homem ao acreditar que apenas o que lhe é passado em sala de aula é</p><p>conhecimento; tais memórias, especialmente as negativas têm fundamental importância</p><p>na construção do nosso “eu”, determinando, muitas vezes, nosso comportamento.</p><p>Enquanto que o professor nos passa a técnica e as formalidades, as memórias nos</p><p>trazem conhecimento de vida; apagá-las seria desprezar os aprendizados da existência</p><p>humana.</p><p>Somente com recordações positivas, a sociedade deixaria de fazer algo</p><p>de que já costuma se esquecer: valorizar as pequenas alegrias e vitórias diárias. Somente</p><p>tendo vivenciado uma situação ruim, saberemos identificar uma conquista. Se eu, por</p><p>exemplo, jamais tivesse passado pela situação de prestar um vestibular e não conseguir</p><p>a aprovação, eu não me preocuparia tanto com o meu desempenho e com a data do</p><p>listão; além disso, eu não teria passado a me dedicar mais aos estudos – o que mora</p><p>que lembrar-se dos “tropeços” é essencial para o crescimento pessoal.</p><p>Os momentos ruins, mesmo que pareçam apenas obstáculos no caminho</p><p>pela busca da felicidade, são fundamentais para que saibamos a identificar quando a</p><p>encontrarmos. É de aprendizados que vive o homem. As experiências negativas, por</p><p>mais que pareça mais agradável tomar um "remédio" para apagá-las, têm um fundo</p><p>positivo: elas nos tornam mais humanos, nos permitem compreender a nós mesmos e</p><p>nos auxiliam a enfrentar de melhor forma situações semelhantes no presente. Além do</p><p>mais, esquecê-las não teria um poderio tão grande: seus efeitos estão, inegavelmente,</p><p>"tatuados" em nosso fenótipo - a influência do meio nem Mendel foi capaz de controlar.</p><p>Thalia Schmitz. Método Medicina Novo Hamburgo.Nota: 9,3. Tema: Memórias</p><p>indesejadas</p><p>Aventura inconsequente</p><p>Na medida em que o comércio moldava os centros urbanos nas primeiras</p><p>cidades europeias, a burguesia ascendia e a nova organização espacial se consolidava.</p><p>A vida urbana atual caracteriza-se pela saturação populacional e pela superficialidade</p><p>das relações humanas. Por esses e outros motivos, ela tornou-se, para muitos, um</p><p>motivo de fuga para a área rural.</p><p>Os poetas de 30, com os seus olhares frente ao “eu-no-mundo”, conceituaram</p><p>a existência humana uma aventura inconsequente – segundo Manuel Bandeira. O</p><p>escritor, de fato, observou que, embora as cidades possuam inúmeras facilidades, não</p><p>trazem o essencial à saúde humana: bem-estar individual e interpessoal. Ele, por sua</p><p>vez, é colocado em segundo plano num ambiente determinado pelas horas do relógio e</p><p>pela necessidade lucrativa constante.</p><p>Drummond, ao afirmar que mais do que conquistar universos externos cabe</p><p>ao homem humanizar-se, já previa o vazio causado nos urbanizados.</p><p>Consequentemente, a vida rural é almejada por muitos que buscam a paz e a</p><p>simplicidade encontradas no contato com a natureza. A concretização deste êxodo nem</p><p>sempre acontece, pois a globalização molda as pessoas: acostumamos com as</p><p>facilidades e mordomias que, na maioria das vezes, passam despercebidas no dia a dia.</p><p>Assim como o modernismo na literatura engajou-se a analisar o papel do meio</p><p>em moldar o ser humano, cada vez mais as pessoas se dão conta da grande desarmonia</p><p>em que se inserem. A migração em busca do bucólico, no entanto, não é uma solução</p><p>a longo prazo. O bem-estar social precisa estar consoante à inquieta vida nas cidades, a</p><p>partir da valorização da alma humana. Com isso, as relações concretas e verdadeiras</p><p>também serão consideradas riquezas a serem conquistados. Além disso, a preservação</p><p>da natureza e a sua presença marcante nas cidades é essencial para que a existência</p><p>humana torne-se uma aventura não só consequente, mas também prazerosa.</p><p>Júlia Gabriela Klein. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 9,0 . Tema: Êxodo Urbano.</p><p>MÉTODO NA PUC FAZ NOTA MÁXIMA</p><p>Com o tema “esvaziamento dos rituais religiosos que fazem parte da história</p><p>da humanidade, não importando a crença de origem”, Rodrigo Perozzo obteve o grau</p><p>máximo no vestibular 2017/1 da PUCRS. Observe o texto desenvolvido:</p><p>Fuga Religiosa</p><p>Historicamente, as religiões e crenças tiveram papéis importantíssimos,</p><p>justificando e moldando diversas práticas do homem: os gregos, por exemplo, usavam</p><p>seus deuses como representações da humanidade e explicações dos fenômenos</p><p>naturais. Como meio de afirmação da devoção, surgiram os rituais religiosos, cada um</p><p>com sua devida finalidade.</p><p>É preciso questionar o real papel dos ritos nos tempos modernos. É fato que</p><p>o mundo contemporâneo acelerou a maneira com que vivemos e nos relacionamos,</p><p>inclusive com nossas crenças; os rituais religiosos perderam seus sentidos originais e</p><p>acabaram sendo adaptados à vida moderna – usados, muitas vezes, como mera “rota</p><p>de fuga” ao estresse cotidiano.</p><p>O esvaziamento e a substituição dos significados das práticas religiosas são</p><p>representações do que o sociólogo Zygmunt Bauman chamaria de “relações líquidas”,</p><p>sendo usadas de maneira efêmera, inconstante e somente como maneira de fugir dos</p><p>problemas pessoais. Infelizmente, essa procura indevida aos rituais acaba justificando</p><p>atitudes fugazes e de isolamento de seus praticantes.</p><p>É preciso restabelecer os valores dos ritos religiosos. Independente da crença</p><p>de origem, as práticas ritualísticas precisam se adaptar ao mundo contemporâneo, mas</p><p>sem perder seus sentidos fundamentais. Devem, ao invés de servir como ferramenta de</p><p>escape do “mundo real”, ser suporte à vida moderna e seus problemas, preenchendo o,</p><p>tão defasado atualmente, lado espiritual de seus praticantes.</p><p>Rodrigo Perozzo: Método Intensivo Bento Gonçalves. Nota: 10.</p><p>Do prazer à cidadania</p><p>As fronteiras do planeta Terra encolheram. Essa seria uma maneira</p><p>(extremamente simplória) de resumir a globalização – fenômeno estudado pelo ícone da</p><p>geografia brasileira, Milton Santos. O encurtamento das distâncias globais se dá, dentre</p><p>diversos fatores, à facilidade do acesso à informação, justificada pela televisão, pela</p><p>“internet, e também, pela muitas vezes deixada de lado, literatura.</p><p>Com o livro certo na mão, é possível visitar qualquer parte do mundo,</p><p>conhecer qualquer cultura e vivenciar as mais diversas experiências. A questão é: para</p><p>que a literatura seja apreciada como deve, a iniciativa de ler precisa vir de dentro.</p><p>Quantos são os jovens que, ao estudar o Romantismo, no Ensino Médio,</p><p>foram obrigados</p><p>a ler “A Moreninha”? Certamente um número muito inferior ao dos que</p><p>apreciaram a obra. A literatura, assim como um bom vinho, não pode ser engolida de</p><p>forma brusca, mas sim, degustada.</p><p>A partir do momento em que se aprende o prazer proveniente de uma boa</p><p>leitura, são quase infinitas as possibilidades que surgem. Aprender se torna um desejo,</p><p>e conhecer, uma vontade. Tanto na vida e uma criança, quanto na de um idoso, a</p><p>literatura pode ser uma poderosa fonte de saber.</p><p>Quando uma população cria interesse pelas letras, ela se torna mais crítica e</p><p>mais culta. Ela passa a conhecer mais os seus direitos e deveres, e consegue distinguir</p><p>melhor o certo do errado. O acesso à cultura torna sua voz mais audível, e sua força,</p><p>respeitada.</p><p>Assim, ao mesmo tempo que o simples ato de ler literatura pode tornar as</p><p>obras de Joaquim Manuel de Macedo mais apreciadas, e a diminuição do espaço</p><p>geográfico, de Milton Santos, mais divertida, pode, também, empoderar uma sociedade</p><p>inteira, que as vezes, é esquecida.</p><p>Ricardo Vittielo:Método MED Novo Hamburgo. PUC 2017/2. Nota: 8,0</p><p>A infinita estupidez de Holywood</p><p>Mendel, “pai da genética”, recebeu esse nome por cruzar gerações</p><p>parentais de ervilhas e identificar a ação dos gene nesses novos frutos; ele não previa a</p><p>capacidade do ambiente em transformar uma geração de bons frutos em espécies que</p><p>divergem da normalidade. Atualmente, o cenário social é moldado por essa característica</p><p>biológica: o ambiente.</p><p>Talvez, Mendel nos descreveria como ervilhas e o nosso ambiente como</p><p>uma arma formada por uma mídia, em geral, influente e controladora; constrói a</p><p>felicidade encontrada no casamento em jovens e adultos com cenas em filmes, capas</p><p>de revistas e novela; instalando nessas gerações o instinto de sonhar com o dia em que</p><p>realmente serão felizes: o dia do casamento.</p><p>Einstein afirmava: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez</p><p>humana”. Por tanto a felicidade é um fundamento básico nos aspectos sociais,</p><p>existenciais e biológicos. No entanto, tornou-se fruto de influência dos “casamentos de</p><p>Holywood” e segue exemplos como o de Kim Kardashian e Kanye West – celebridades</p><p>americanas.</p><p>Hoje, se eu fosse o Mendel, trocaria o nosso ambiente, assim como ele</p><p>fez com as ervilhas, a fim de erradicar o vetor “modista” da nossa sociedade, para que</p><p>jovens e adultos passem a enxergar que o casamento não é a felicidade que faltava em</p><p>suas vidas, mas sim o seu complemento; deve ser cuidado e respeitado por toda a vida</p><p>para não acabar como um típico “casamento de Holywood” com um final desastroso</p><p>igual a separação dos atores Angelina Jolie e Brad Pitt.</p><p>Ana Cruz. Método Lajeado, Extensivo. Tema: Casar é “modinha”? Nota: 9,4</p><p>Aos domingos</p><p>Ao cruzar ervilhas com diferentes características, Mendel notou que alguns</p><p>aspectos se mantinham nas gerações seguintes; disso, elaborou-se o conceito de gene</p><p>(código genético) recessivo e dominante. Além da carga hereditária, fatores ambientais</p><p>também podem modificar nossa formação física e intelectual. Portanto, pode-se afirmar</p><p>que as tradições obedecem os fatores de dominância estudados pelo geneticista.</p><p>O filósofo Hume alertou sobre o cuidado que deve-se ter em relação ao</p><p>hábito: ao repetirmos determinada ação, ela se torna involuntária e rotineira. Contudo,</p><p>no cenário da preservação das tradições familiares, isso é extremamente importante. Na</p><p>minha casa, por exemplo, todos os domingos à noite são sagrados; pais, irmãos,</p><p>sobrinhos e netos, todos reunidos (sem precisar de aviso) para confraternizar.</p><p>Somando-se ao jogo de cartas, os encontros semanais proporcionam um</p><p>momento fundamental para nossa união como família. São em situações como essa que</p><p>encontro espaço para dividir meus problemas, comemorar minhas conquistas e traçar</p><p>metas futuras. A banda gaúcha “Forfun” canta que “alegria compartilhada, é alegria</p><p>redobrada”; de fato, a graça em poder dividir os sentimentos está em poder multiplicar</p><p>os efeitos que eles causam.</p><p>Se não fossem os domingos, sinceramente, não sei como seria o convívio</p><p>com meus familiares. Todos esses rituais ou tradições são primordiais para a formação</p><p>de identidade familiar. Cada família tem sua “cara”, seu jeito e suas necessidades;</p><p>portanto, é essencial que todos possam encontrar maneiras – como a minha encontrou</p><p>– de perpetuar laços de carinho e de afeto. Essas maneiras devem fazer parte do ideal</p><p>de dominância de Mendel; precisamos aproveitar nossa influência e tornar o gene da</p><p>“união familiar” dominante em todas as casas, afinal, em uma sociedade tão carente de</p><p>iniciativas positivas, é vital adicionar um vetor de esperança em nossa árvore</p><p>genealógica.</p><p>Luiza Cruz: Método Med Lajeado. Nota: 9,7</p><p>Acordem os Deuses</p><p>De fato os deuses existem. Desde a mitologia grega, cultivamos um</p><p>caráter religioso em nossa cultura e ideais, o qual prova tamanha importância de</p><p>distintos ritos religiosos para determinados grupos sociais que se identificam com os</p><p>mesmos.</p><p>Se Zeus - e seus companheiros - estivesse vivo, certamente afirmaria a</p><p>necessidade da crença humana, uma vez que ele era tido como o “todo poderoso”.</p><p>Entretanto, paradoxos assombram a mente humana nos tempos atuais, fazendo com</p><p>que isso afete sua crença e cria uma desilusão diante da dor, onde clamamos por ajuda</p><p>e, muitas vezes, ficamos com um vazio, que põe em jogo a justiça divina, fazendo com</p><p>que nos distanciemos cada vez mais da religião.</p><p>O motivo dessa distância? Não sabemos ao certo; mas é evidente que</p><p>fatores como nossa rotina atordoada em meio a inúmeros afazeres como estudos,</p><p>trabalho e namoro estão relacionados à falta de tempo e pouca importância que damos</p><p>para as doutrinas religiosas.</p><p>Em um dos seus pensamentos mais brilhantes, Claude Levi-Strauss prova</p><p>que a existência humana não passa de uma breve reflexão. “O mundo nasceu sem o</p><p>homem, e poderá acabar sem ele”. Está frase permite inúmeras interpretações, mas</p><p>nenhuma delas se sobressai a que mostra tamanha inexistência humana interna. As</p><p>consequências desse profundo vazio religioso que nos cerca ainda não sabemos, mas o</p><p>que resta é agir em busca do bem do próximo, pois somos mecanismos de mudança, e</p><p>não há gesto mais lindo do que a caridade.Certamente se o aspecto religioso fosse</p><p>tratado com mais importância, os deuses voltariam a ser lembrados, e o homem, teria</p><p>plenamente um conforto em momentos críticos, onde a existência é colocada em dúvida,</p><p>e poucos são os que estendem a mão para auxiliar o próximo.</p><p>Kainan Oliveira. Método Extensivo, Lajeado. Tema: A importânca de um ou mais rituais</p><p>ou hábitos familiares.PUC- 2017/1 Nota: 9,6</p><p>Eu, Caeiro e Garibaldi</p><p>Alberto Caeiro afirmaria: não há nada mais prazeroso do que observar a natureza.</p><p>Giuseppe Garibaldi diria que lutar por uma boa causa é o que importa. Se imaginássemos</p><p>como o escritor português vivia, poderíamos dizer que ele sentava, ao nascer do sol,</p><p>para observar os pássaros cantarem e a luz do dia iluminar, gradativamente, o horizonte.</p><p>O grande revolucionário, imaginaríamos sentado em uma poltrona, rodeado por netos,</p><p>contando-lhes todas as suas aventuras e suas histórias de guerras. Não sabemos se</p><p>Caeiro e Garibaldi fariam isso, mas concordariam: o modo de vida de cada um é um</p><p>retrato de sua personalidade.</p><p>A Globalização permitiu ao ser humano uma fácil e instantânea comunicação,</p><p>desde marcar o churrasco do fim de semana, até manter contato com pessoas de outros</p><p>continentes. Mas, como dizem os filósofos: não há o bem sem o mal. De um lado, o</p><p>prazer e a agilidade das redes sociais, do outro, o distanciamento das relações de</p><p>“toque”, do “ao vivo”,</p><p>em que não há a opção de “não visualizar” ou de desligar o “Wifi”</p><p>para não precisar responder o que não queremos.</p><p>Não tenho idade para dizer “naquele tempo”, mas quando eu era criança, celular</p><p>era só o “tijolão” e a televisão era uma e na sala. Foi desta época que surgiu o hábito</p><p>mais importante da minha família: o hábito familiar no jantar. Na infância, o momento</p><p>em família resumia-se em contar o que fazíamos na escola ou “rezar” para que os pais</p><p>não descobrissem que havíamos brigado entre os irmãos. Na juventude, tudo fica mais</p><p>revoltoso; passamos a reclamar mais e até querer ligar a televisão para não ter que</p><p>conversar enquanto comemos. Mas tudo passa e a vida adulta nos ensina a apreciar os</p><p>bons momentos que conseguimos ter, seja o abraço da mãe durante o “cafezinho”, seja</p><p>no simples aconchego de ter uma companhia “real” para jantar.</p><p>A família é infinita, mas precisa ser zelada. Caeiro pode ter o seu “Carpe Diem” e</p><p>Garibaldi, as suas batalhas, mas eu tenho o jantar, que serve para contar histórias ou</p><p>para apreciar alguma coisa.</p><p>Sarah Chittó. Método Medicina Lajeado: nota: 9,8 Tema: Os rituais familiares e a</p><p>criação da identidade familiar</p><p>A curiosidade como alternativa</p><p>Ao longo da história mundial, houve acontecimentos que foram especialmente</p><p>marcantes para chegarmos onde estamos. A Guerra Fria, acirrada disputa ideológica</p><p>entre os Estados Unidos, representante do capitalismo, e a Rússia, defensora do</p><p>socialismo, foi um deles. Apesar de ter dividido o mundo em dois polos de poder, esse</p><p>conflito provocou um imenso desenvolvimento da ciência, área de suma importância</p><p>para o progresso do país. Entretanto, o interesse dos jovens por ciência e tecnologia</p><p>vem decaindo. Afinal, quais estímulos são necessários para que um jovem se torne</p><p>cientista?</p><p>Muitos justificam o fato de não gostarem de crianças em certas fases por as</p><p>considerarem demasiadamente curiosas: estão sempre perguntando o porquê disso, o</p><p>porquê daquilo. Contudo, essa é justamente a característica que se deve estimular nos</p><p>jovens – a curiosidade. Possuir esse espírito faz com que saiamos da nossa “zona de</p><p>conforto” e busquemos informações para sanar nossas dúvidas. Marie Curie, após saber</p><p>que um cientista não havia conseguido descobrir pela qual partículas do elemento césio</p><p>impressionavam chapas metálicas, iniciou seus estudos e descobriu dois elementos com</p><p>a mesma característica: o polônio e o rádio. Iniciava-se o estudo da radioatividade, área</p><p>da física que possui diversas aplicações na medicina.</p><p>Além disso, a escola é grande responsável por apresentar a ciência aos jovens.</p><p>Para que haja dados crescentes no número de interessados pela ciência, as instituições</p><p>de ensino devem modificar seu método. Ao invés de promover aulas monótonas em que</p><p>o aluno perde o interesse com facilidade, devem instituir aulas práticas em laboratório.</p><p>Ademais, devem incitar o pensamento crítico, para que o jovem não se contente com o</p><p>conhecimento exposto e busque suas próprias respostas.</p><p>“Dos animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar”, já dizia</p><p>Platão. Portanto, praticando esses estímulos e contando com o potencial da juventude,</p><p>será possível alcançar o progresso do país sem a necessidade de enfrentar uma guerra.</p><p>Laura Heineck. Método Intensivo Lajeado. Tema: “O papel da escola no surgimento de</p><p>novos cientistas”. Nota: 9,4</p><p>Os deuses estão loucos?</p><p>E se os deuses usassem a internet? Imaginemos: Hermes criaria e divulgaria</p><p>linhas aéreas com grandes promoções em diversos sites; Morfeu teria redes onlines para</p><p>interpretar os sonhos da sociedade; já Hefesto, invadiria o Google à procura de possíveis</p><p>novas invenções, em especial, no campo mecânico-metalúrgico. Ainda que tão</p><p>diferentes, têm o mesmo ideal: difundir suas ciências.</p><p>A Revolução Tecnocientífica proporcionou ao ser humano, além de muitos</p><p>avanços sociais, a possibilidade de investir mais no campo científico, principalmente com</p><p>jovens (como eu, futura engenheira química). No entanto, nem todos os países</p><p>investem, de fato, nesse setor, enquanto que há, na população, grandes mentes que</p><p>não são incentivadas. Essas pessoas, para desenvolverem seus potenciais, devem ter o</p><p>apoio da família – a sua maior influência – e das escolas, através de projetos e oficinas</p><p>de debate científico, integrando comunidades, bem como aprimorar o conhecimento das</p><p>ciências, seja nas humanas, seja nas exatas.</p><p>Desse modo, o aluno será estimulado positivamente a desenvolver suas ideias</p><p>e ganhará confiança. Ela, porém, deve partir, fundamentalmente, de si. Renato Russo</p><p>já sabia disso. Imortalizou seu pensamento em “se quiser alguém em quem confiar;</p><p>confie em si mesmo; quem acredita sempre alcança”. Por isso, acredito em mim. De</p><p>forma análoga, confirma-se a necessidade dessa união (escola, família e jovens), com</p><p>Charles Coulomb, que provou que pólos opostos mais próximos têm maior força elétrica</p><p>que os mais distantes.</p><p>A ciência é um campo magnífico e, no Brasil, pelos menos, nós (jovens)</p><p>devemos mostrar sua importância, que pode trazer muitos avanços, inclusive prêmios</p><p>internacionais (fim ao “Complexo de Vira-lata”). Dos deuses, podemos seguir suas</p><p>ideologias: sonhar como Morfeu, viajar como Hermes e buscar inovações como Hefesto.</p><p>São eles que perdem tudo isso. Sua loucura é justificável.</p><p>Ohana Taís Lohmann. Método Med.Tema: “O papel da escola no surgimento de novos</p><p>cientistas”. Nota: 9,7</p><p>O PROCESSO DE REDAÇÃO ENVOLVE PRECONCEITO?</p><p>A expressão norma culta pode fazer com que o redator assuma um discurso que</p><p>não seja inteiramente seu, apropriando de construções sintáticas e uso de vocabulário</p><p>que não lhe é rotineiro. Em outras palavras, assume o risco da produção textual sem</p><p>verdade, artificial e sem conteúdo. O texto transcrito a seguir é ambíguo já no título,</p><p>mas nos ensina o valor da autoria e do uso apropriado de vocabulário, uma vez que</p><p>apresenta mais de vinte (!) falhas gramaticais, enquanto obteve nota 8,6 na PUC.</p><p>Observe:</p><p>Um cilindro e duas esferas</p><p>Sexo é bom e todo mundo gosta, isto é fato indiscutivel. A reprodução</p><p>humana é movida pelo sexo e impulsionada pelo prazer que este traz. Se foi Deus ou a</p><p>natureza que uniu prazer ao sexo, não cabe a nós discutir, pois, no final, a conclusão</p><p>será a mesma: sexo é bom e todo mundo gosta.</p><p>Como nada é perfeito, o sexo além de unir-se ao prazer, também uniu-se à</p><p>responsabilidade uma vez que transar gera decendentes. Tais decendentes, por fatores</p><p>biológicos (cuidado com a prole) e antrópicos (valores e divisão social do trabalho),</p><p>acabam na maioria das vezes ficando aos cuidados da fêmea, no caso, a mulher.</p><p>No entanto, um jovem ao auge dos seus 26 anos, na década de 50, conseguiu</p><p>sintetizar o composto noretindrona e que, mais tarde, viria a se tornar a famosa pílula</p><p>anticoncepcional. No início não imaginava-se as proporções que tal pílula iria chegar e</p><p>pouco ais de duas décadas depois o mundo já estava assistindo a uma revolução sexual</p><p>movida por mulheres.</p><p>Muito mais do que controle sobre si, a pílula trouxe a ascensão da mulher</p><p>para o mundo uma vez que a deu liberdade para escolher quando encarar suas</p><p>responsabilidades familiares e, principalmente, sair do meio doméstico para encarar o</p><p>mundo.</p><p>Hoje, a pílula, mesmo sofrendo algumas críticas religiosas e machistas, já está</p><p>consolidada na sociedade de forma que toda mulher pode a conseguir de forma bem</p><p>fácil e rápida. Basta apenas um pouco mais de informação e divulgação para sua</p><p>aceitação completa na sociedade.</p><p>João Pedro Zart. Método Extensivo. Nota: 8,5. PUC 2016/1. Tema: Uma</p><p>invenção/descoberta que revolucionou o mundo. Transcrição literal do rascunho da</p><p>prova. Sugere-se a leitura para</p><p>demonstrar a ausência de preconceito na Banda da PUC</p><p>Questione-se</p><p>1. Quais são as falhas gramaticais que o texto apresenta? Aponte-as e</p><p>corrija-as.</p><p>2. Por que o texto surpreende?</p><p>3. Quais as marcas de autoria?</p><p>4. O texto demonstra conhecimento acadêmico? Em que passagens?</p><p>5. Outras observações</p><p>Os alunos do Método na UNISC</p><p>A UNISC avalia, somente, a redação dos vestibulandos, incluindo-se entre as</p><p>universidades que optam pela avaliação do ENEM.</p><p>OS TEXTOS EXEMPLARES DA UNISC</p><p>Em 2017/1, a UNISC propõe a discussão doação de órgãos. Vejamos</p><p>algumas redações de sucesso:</p><p>Os Construtores dos Sonhos</p><p>No século XX, o poeta alemão Bertolt Brecht escreveu o poema “Se os tubarões</p><p>fossem homens”. Repleto de críticas à civilização ocidental, a leitura permite uma vasta</p><p>analogia com a sociedade atual. No Brasil, o transplante de órgãos apresenta obstáculos,</p><p>fazendo com que muitos pacientes – também conhecidos como “peixes” – não consigam</p><p>a realização de um sonho.</p><p>O país procura doadores. Com diversas propagandas na televisão, há a tentativa</p><p>de sensibilizar as pessoas. Os profissionais da saúde vivenciam esse drama, juntamente</p><p>com a família do paciente. A sociedade porém parece se sentir distante do problema,</p><p>desconhecendo a sua gravidade. Se os tubarões fossem homens, eles diriam aos peixes</p><p>que a vida apenas começa após entrarem nas goelas dos tubarões. A vida do paciente</p><p>se concretiza quando ele realiza o transplante. Como futura médica, quero ver e sentir</p><p>essa alegria.</p><p>Bertolt Brecht citou em seu poema que só haveria civilização no mar, se os</p><p>tubarões fossem homens. Apenas nós somos capazes de construir uma sociedade</p><p>complexa e de mantê-la. Um paciente precisa de cuidados, de afeto e de pessoas</p><p>“humanas”, que se distanciem dos mares e se tornem motivo de felicidade. Quando</p><p>forma cidadãos críticos e conscientes, a escola ajuda nessa construção. A família</p><p>concretiza sua importância, pois, através do diálogo, reflete sobre a doação, mostrando</p><p>grande influência na decisão.</p><p>O transplante de órgãos será efetivo no Brasil se buscarmos melhorias. As pessoas</p><p>precisam compreender que podem fazer a diferença. Os doadores também podem</p><p>receber benefícios, como, por exemplo, desconto em eventos, em cinemas e em teatros.</p><p>Dessa forma, a longo prazo, poderemos dizer que, se os tubarões fossem homens,</p><p>conquistariam o título de “Os construtores de sonhos”.</p><p>Tema: A doação de órgãos no Brasil e, especialmente, a possibilidade de reduzir a fila</p><p>de espera. Que ações poderiam ser realizadas para atingir mais doadores e para que</p><p>mais pessoas fossem beneficiadas com um novo sopro de vida?</p><p>Amanda Salvi. Método Extensivo Lajeado. Nota: 9,5</p><p>Aplausos de pé, por favor!</p><p>Milton Santos define o espaço geográfico como palco das relações humanas. O</p><p>sucesso da nossa peça (a vida) acontece no decorrer do abrir e fechar das cortinas. Os</p><p>aplausos, no final, não dependem apenas do esforço individual: temos o poder de fazer</p><p>continuar uma trama com um possível fim precoce – através da doação de órgãos.</p><p>O Brasil já vem mostrando um aumento no número de transplantes. Esse</p><p>crescimento é devido ao apelo da mídia sobre o tema: propagandas na televisão,</p><p>documentários nacionais e a repercussão nas redes sociais. Além disso, atualmente, é</p><p>possível se autodeclarar um doador através do perfil do “facebook”; contudo. O</p><p>Ministério da Saúde afirma: a resistência familiar é o maior obstáculo para realizar mais</p><p>doações e diminuir a fila de espera.</p><p>Durante a Idade Média era comum a prática da “morte assistida”, a passagem do</p><p>ente da família era acompanhada e o velório estendia-se por horas consecutivas. Apesar</p><p>do tempo, carregamos – mesmo indiretamente – a necessidade de uma despedida</p><p>exagerada e que tem o corpo como símbolo. Com esse hábito, a decisão das famílias</p><p>em autorizar a doação é afetada e os que aguardam por um transplante são</p><p>prejudicados.</p><p>Esse assunto não pode ser um “tabu” nas casas brasileiras. É preciso encontrar</p><p>espaço para expormos a nossa vontade às pessoas que nos cercam e, gradativamente,</p><p>aumentar o número de transplantes. Saramago dizia “se podes olhar, vê; se podes ver,</p><p>repare”; com isso, precisamos reparar no que o “sim” pode causar: a doação proporciona</p><p>a continuação de um legado. Devemos aproveitar a influência que temos às outras</p><p>“peças” e otimizar o nosso roteiro; ser um doador é poder somar o sucesso e multiplicar</p><p>os aplausos, resultando, sem dúvidas, em uma salva de palmas de pé.</p><p>Luíza Cruz. Método Medicina. Lajeado. Nota 8,0. Tema: Doação de órgãos.</p><p>O texto seguinte respondeu ao tema a opção do médico ao selecionar</p><p>pacientes no vestibular de julho de 2017:</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra</p><p>Durante o período conhecido por Baixa Idade Média, o mundo árabe</p><p>funcionava “a todo vapor”, estudando e produzindo muitos avanços que, para a época,</p><p>representavam um enorme passo. O Cânone da Medicina, primeiro livro fundamentado</p><p>nas práticas médicas e formulado por Avicena, serviu de base para que médicos e</p><p>pesquisadores tivessem a habilidade de cuidar dos doentes da época. Principalmente os</p><p>afetados pela peste.</p><p>Posso imaginar que, aqueles doutores, impressionaram-se com a amplitude e</p><p>modernidade dos estudos presentes no livro e com certeza acreditavam que a cura para</p><p>todas mazelas encontrava-se diante de seus olhos! Mas, como escreveu Thomas More,</p><p>em sua obra, a utopia da cidade perfeita e em digno funcionamento não existe! Assim</p><p>como enganaram-se os doutores em idealizar a cura para todas suas doenças.</p><p>Eu, como futura médica, impressionar-me-ia com tais estudos; entretanto,</p><p>tenho ciência de que na era que vivemos, as condições fornecidas para que hajam</p><p>tratamentos adequados e de qualidade à população são maiores, renovando minhas</p><p>esperanças. Assim como Sócrates, considerado o pai da filosofia, busco sempre</p><p>estabelecer meus ideais, minhas fundamentações e principalmente levar uma vida ética,</p><p>transmitindo-a à minha futura carreira profissional.</p><p>Com certeza, casos como a “Escolha de Sofia” atravessarão meu caminho,</p><p>propondo-me árduas condições e mais ainda, responsabilidade em ter a vida de outra</p><p>pessoa nas minhas mãos, que assim como eu, esse homem, mulher e criança, inclusive,</p><p>estabeleceu dogmas e objetivos para construir uma vida digna.</p><p>Quando chegar a minha vez de estar numa posição como essa, priorizarei o</p><p>que os resultados mostram, estudando e calculando todas possibilidades possíveis e</p><p>impossíveis que respeitem o código de ética médica, muitas vezes deixando de lado meu</p><p>jaleco e juntando-se às famílias dos pacientes, a fim de compreender seus medos e</p><p>inseguranças. Desse modo, o segredo para a obtensão de bons resultados é a</p><p>humanização daquilo que a gente ama fazer.</p><p>Laura Cornelli. Método Med Lajeado. Nota: 8,0</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1.O que justifica a nota obtida nos três textos?</p><p>2. O que lhes descontou os pontos para que não atingissem dez?</p><p>Na UNISC, Dener Heiermann obteve nota 9,5, em 2016/1, ao defender o</p><p>ponto de vista sobre as estratégias de manipulação da sociedade contemporânea.</p><p>A Escola, o Pão e o Circo</p><p>A alienação, ou seja, o domínio econômico e ideológico de uma</p><p>massa, sempre existiu: há 2500 anos, já havia em Roma a Política do “Pão e Circo”.</p><p>Apesar disso, nunca se tinha criado uma cultura de resistência, embora Karl Marx tivesse</p><p>tentado. Nunca até o século XIX, quando do Tropicalismo, na música brasileira, e de</p><p>Charles Chaplin, no cinema internacional.</p><p>O que o Tropicalismo fez foi denunciar a alienação, como na música “Panis Et</p><p>Circenses” (pão e circo), cujo próprio nome já é sugestivo (...”soltei os tigres e os leões</p><p>nos quintais,</p><p>mas as pessoas da sala de jantar são preocupadas em nascer e morrer” –</p><p>dispensando pensar na felicidade ou na liberdade). Já Chaplin foi mais direto: mostrou</p><p>como ocorre essa alienação, vide os filmes “Tempos Modernos” e “O Grande Ditador”,</p><p>sendo que os modos de a fazer são os mesmos, quais sejam pela divisão do trabalho e</p><p>pela falácia, que é transmitida pela mídia. O filósofo Ken Robinson, numa palestra no</p><p>TED Talks, ainda acrescentou a escola como alienadora, comparando-a com uma</p><p>indústria, onde os alunos seriam os produtos. Na escola é o fim das fantasias e ainda</p><p>temos de pensar num modo de adequação ao sistema (a profissão). No trabalho, a</p><p>especialização é tanta que requer dedicação total; não há tempo para questões</p><p>metafísicas.</p><p>Detalhe: se der tempo, não será a mídia que tratará da existência humana;</p><p>na verdade, ela dará circo. O que será de nós?! Não seria necessário pensar na</p><p>felicidade? Pelo menos a denúncia foi feita (até então Deus justificava as diferenças</p><p>sociais). Graças aos outros Deuses [Marx, Chaplin e os do Tropicalismo (Caetano Veloso,</p><p>Gilberto Gil...)], hoje existe a contracultura: mídias independentes, como a “Mídia Ninja”</p><p>e a “Quebrando o Tabu”, criticam as estratégias de alienação; bandas, como Fresno,</p><p>que lançou a música “Manifesto”, discutem a alienação. Graças aos deuses!</p><p>Dener Heierman. Método Med Lajeado. Nota: 9,5</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. O texto apresenta falhas gramaticais?</p><p>2. A pontuação se apresenta de forma variada – e surpreendente?</p><p>3. Quais as marcas de autoria que se evidenciam?</p><p>4. Há traços que, uma vez conhecidos os textos, permitem que se</p><p>identifiquem o autor?</p><p>Em 2014, o tema discutido na UNISC foi o legado que a Copa do Mundo</p><p>poderia deixar ao Brasil:</p><p>Copa do Mundo: advertência para o futuro</p><p>Miguel Cervantes, na obra “Dom Quixote”, afirmara que “a história é repertório</p><p>de fatos, êmula do passado e advertência para o futuro”. Adaptando a realidade do livro</p><p>à brasileira, a Copa do Mundo, no Brasil, é o retrato do que vem acontecendo desde a</p><p>República Velha: o dinheiro público – tirado de obras superfaturadas – acaba nas mãos</p><p>de alguns políticos, enquanto o povo se ilude com a paixão nacional (futebol).</p><p>Antiteticamente, essa é a oportunidade de mostramos como o País está bem</p><p>(economicamente) para receber investimentos estrangeiros, o que garante o</p><p>desenvolvimento da nação: o legado.</p><p>Há muito tempo, famílias como, por exemplo, a “Collor” que, mesmo após um</p><p>deles sofrer “impeachment” por corrupção, continuam no poder, sendo eleitas pelo povo.</p><p>Nessa perspectiva, a Copa do Mundo, no Brasil – a mais cara de todas as edições,</p><p>segundo a revista “The Economist” – ilude-se com a paixão nacional enquanto morre,</p><p>por esperar atendimento, na fila de um hospital, onde recursos desviados da Copa</p><p>poderiam salvar vidas. Logo, o evento poderia ter como legado a formação da</p><p>consciência política, no brasileiro, que, nas urnas lembrar-se-á dos superfaturamentos e</p><p>fará a eleição de políticos honestos.</p><p>Por outro lado, economistas afirmam que essa é a oportunidade de o Brasil</p><p>firmar-se como potência econômica. Com os olhos do mundo voltados para cá, temos</p><p>que mostrar que o país evoluiu e que ele é lugar para investimentos. Além disso, o</p><p>turismo beneficiar-se-á com a vida de estrangeiros e com a imagem projetada no</p><p>exterior. Então, além de obras de mobilidade e apesar de alguns estádios virarem</p><p>“elefantes brancos”, como ocorreu na África do Sul, última sede da Copa, o evento trará</p><p>benefícios que garantirão o desenvolvimento do país; o legado para a população.</p><p>Em suma, ao mesmo tempo em que sedia a Copa do Mundo, o Brasil consegue,</p><p>mesmo que pouco, criar um legado econômico e social. Por meio da visibilidade que o</p><p>País ganhará, conseguiremos atrair investimentos estrangeiros que garantirão o</p><p>desenvolvimento econômico. Dessa forma, confirmaremos a máxima de Cervantes: a</p><p>Copa deixará a consciência política com legado pela história ter nos mostrado os erros</p><p>do passado.</p><p>Felipe Spadini, Bento Gonçalves.Nota: 9,0. UNISC 2014</p><p>UCPEL E O SEGREDO QUE MANTÉM NA AVALIAÇÃO</p><p>A Universidade Católica de Pelotas mantém na banca os critérios de avaliação, e</p><p>os proprietários intelectuais da produção textual são impedidos de terem acesso</p><p>posterior ao que lhes pertence. A preparação dos alunos para a prova ficaria restrita à</p><p>excelente oferta de temas feita pela Universidade de Pelotas, cuja liberdade permite ao</p><p>alunos cingir a proposta temática de acordo com sua visão de mundo e, teoricamente,</p><p>como sujeito de eu tempo, não fosse o esforço de alguns alunos em remontar seus</p><p>rascunhos para análise que se oferece a seguir.</p><p>Gostaria que Saramago estivesse errado.</p><p>Durante a Segunda Guerra Mundial, Anne Frank, uma garota judia, escrevia em</p><p>seu diário suas inquietações sobre o extermínio de judeus e sua vida em um esconderijo.</p><p>Se Anne viesse ao Brasil hoje, ela, com certeza, abordaria um assunto que também a</p><p>inclui: os formadores de opinião e a mídia social, já que ela viu milhares de pessoas</p><p>serem influenciadas pela ideologia nazista e uma educação baseada no fanatismo</p><p>político.</p><p>Sabe-se que desde a antiguidade, a população sempre foi influenciada por aquilo</p><p>que visava “status” social. Atualmente, observa-se que há muitos formadores de</p><p>opiniões, todos eles buscam criar novas tendências e, com isso, ganhar fama e dinheiro.</p><p>De fato, John Locke estava certo quando disse que “a mente é uma folha de papel em</p><p>branco”, mostrando que até os “youtuber’s” já sofreram alguma influência; o problema</p><p>começa quando essa tal “influência” só é adquirida no mundo virtual, transformando a</p><p>geração em jovens alienados, que sentem necessidade de se enquadrar em grupos</p><p>(hippies, punk, nerd’s ...) ao mesmo tempo que sentem falta de ser feliz; os dados não</p><p>mentem: temos a população que mais toma antidepressivos do mundo.</p><p>Saramago, com seu livro “Ensaio sobre a cegueira”, ensinou-nos como a</p><p>sociedade vem se tornando cega: gananciosa, alienada e influenciada. Metáforas à parte,</p><p>observa-se que os formadores de opiniões do século XXI, tendem a excluir minorias e</p><p>fechar os olhos para a desigualdade social; os seguidores dessas pessoas tão influentes</p><p>seguem o exemplo e se trancam em um mundo que talvez nem seja deles mesmo. O</p><p>problema não está no mundo virtual e nem nas pessoas que criam opiniões, e sim na</p><p>sociedade que busca resposta e se apoia somente naquilo que é mais prático e está mais</p><p>na moda, esquecendo de buscar conhecimento em livros e nos estudos.</p><p>Quando Steve Jobs disse que trocaria toda sua tecnologia por uma hora com</p><p>Sartre, ele quis dizer que precisamos buscar conhecimento. Sempre existirá pessoas que</p><p>influenciarão a sociedade, mas elas só serão indispensáveis quando olharem para as</p><p>minorias sociais e incentivarem os jovens a irem em bibliotecas. Só assim, teremos uma</p><p>sociedade que não precisará ficar em esconderijos e que realizará o sonho de Anne</p><p>Frank: poder expressar tudo o que está escrito em seu diário interno – sem medo.</p><p>Thainá Junges Costa. Método Medicina Bento Gonçalves. Nota: 8,5. UCPEL</p><p>2017/1.Tema: Formadores de opinião no século XXI</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. O que você destaca importante no processo de correção UCPEL?</p><p>2. Há falhas de gramática neste texto? Corrija-as.</p><p>3. As falhas gramaticais prejudicaram a candidata, eliminando-a do</p><p>processo? Por quê?</p><p>4. A vinda de Anne Frank ao Brasil careceu de ajuste temporal?</p><p>Como deveria, então, ser feita a proposta?</p><p>5. O que poderia ser redigido para aumentar a nota? Faça-o.</p><p>Os alunos do Método na ACAFE</p><p>A Banca desse sistema de universidades particulares de Santa opta pela</p><p>discussão de temas que surpreendam pela atualidade, o que demonstra interesse pela</p><p>agilidade e pela dinamicidade no processo de formação de opinião dos vestibulandos.</p><p>Apenas recentemente esta</p><p>associação passou a liberar as provas de redação, interpondo</p><p>prazos para recurso – um privilégio para que os vestibulandos sejam respeitados durante</p><p>todo o processo e para que se reconheçam como avaliados com justiça. As redação que</p><p>se colocam como exemplos são de 2017/2 e de 2016/1.</p><p>A atitude da realeza nem sempre é um bom padrão</p><p>Durante o Período Colonial do Brasil, Portugal ficou sob comando de Dona</p><p>Maria, herdeira do trono português. Seu reinado não teve longa duração, pois foi</p><p>impedida de continuar no cargo, devido a ter apresentado problemas psicológicos – o</p><p>que lhe trouxe o apelido de “a louca”. Quando trazida para o Brasil, em 1808, juntamente</p><p>com a Família Real, ela permaneceu presa em uma jaula, para evitar que causasse</p><p>problemas durante a viagem. Esse fato histórico serve como metáfora para caracterizar</p><p>o sistema prisional brasileiro: o objetivo é somente prender os infratores, retirando-os</p><p>do convívio social, sem se preocupar com a sua reabilitação.</p><p>As prisões existentes no Brasil são incapazes de recuperar indivíduos do</p><p>mundo do crime; são superlotados, carecem de uma infraestrutura adequada, e não</p><p>apresentam programas sociais significativos para ocupar os detentos. Como</p><p>consequência dessa situação, os presidiários que são libertos se revoltam contra o</p><p>sistema e, por isso, não tardam a voltar a cometer delitos. Enquanto que esse modelo</p><p>prisional não passar por reformas, o país jamais viverá a realidade de muitos países</p><p>europeus, como a Islândia, uma nação que, devido aos altos investimentos na educação</p><p>dos presos, apresenta várias celas vazias.</p><p>A estrutura do sistema carcerário desse país é reflexo da ideologia sustentada</p><p>pela maioria de seus habitantes: o brasileiro, com base nos princípios da Lei de Talião,</p><p>acredita que um criminoso deve pagar pelos seus atos com dureza, castigo e violência –</p><p>a raiva predomina no momento do julgamento. O cidadão, como defendia Max Weber,</p><p>está preso em uma jaula de racionalidade: quer acabar com os problemas da melhor e</p><p>da mais rápida maneira, esquecendo-se, às vezes, de refletir sobre por que esses</p><p>cidadãos tornaram-se criminosos e, além disso, que é importante pensar sobre a</p><p>recuperação, visto que um dia retornarão à vida em sociedade.</p><p>A questão prisional no Brasil é, certamente, um dos principais assuntos que</p><p>devem ser discutidos, pois trata-se de um dos maiores desafios que se tem para</p><p>enfrentar. Esse sistema necessita de reformas imediatas diretas, em seu ambiente, e</p><p>indiretas, pois a mudança somente poderá se tornar efetiva quando houver uma</p><p>mudança no padrão ideológico, e as pessoas passarem a demonstrar preocupação com</p><p>a reabilitação dos presos. A nação clama por mudanças; para elas ocorrerem, é preciso</p><p>parar de tratar os presidiários como Dona Maria foi tratada – nem sempre a corte real é</p><p>o melhor exemplo a ser seguido.</p><p>Thalia Schimitz. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 9,25. A proposta debate o</p><p>sistema prisional no Brasil.</p><p>Uso e desuso</p><p>O renascimento foi o maior movimento científico, artístico e cultural da Idade</p><p>Média. Seu princípio baseava-se em duas vertentes: o humanismo e o racionalismo. A</p><p>espécie humana estaria propícia ao desaparecimento devido à sua natureza</p><p>essencialmente fraca, porém o surgimento de relações afetivas trouxe ao homem a vida</p><p>em sociedade – fator essencial para a nossa evolução.</p><p>Já dizia Lavoisier que “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”: essa</p><p>citação pode explicar as intensas transformações nos hábitos humanos desde a pré-</p><p>história. Com o passar dos anos e a chegada de novas inovações tecnológicas o homem</p><p>teve a oportunidade de desfrutar de um novo meio de locomoção em suas atividades</p><p>rotineiras: o automóvel.</p><p>O modelos japonês de produção “Toyotismo” foi implantado em fábricas da</p><p>Toyota após a Segunda Guerra Mundial baseando-se em modelos anteriores, como</p><p>Taylorismo e Fordismo. Saindo do continente asiático e viajando para o Brasil,</p><p>percebemos que o povo brasileiro ainda depende muito do transporte público, contudo</p><p>não conta com investimentos necessários para seu bom funcionamento.</p><p>A “teoria Marxista” alega que o desenvolvimento de uma nação é existente a</p><p>partir de medidas educacionais – e atualmente unidas a uma boa estruturação familiar.</p><p>A base da fundamentação racional surge na escola, por isso devem ser intensificadas as</p><p>palestras juntamente com projetos educativos do governo, aliados a uma bom</p><p>relacionamento entre pais e filhos para evitarmos uma crise em nossos sistemas de</p><p>transportes. A “teoria de Lamark” sobre uso e desuso alega que as características</p><p>herdadas não usadas atrofiam, enquanto o que é usado se desenvolve; desta maneira</p><p>o hábito de usar o transporte público para evitar um caos urbano deve ser desenvolvido</p><p>e passado de gerações em gerações. Se Lamark fosse político proporia que o transporte</p><p>público se desenvolvesse enquanto o transporte privado se atrofia-se, pois não é apenas</p><p>pelos “vinte centavos”, mas pelos governantes deixarem o povo como segundo plano,</p><p>beneficiando apenas a si próprios.</p><p>João Vítor Peixoto Frozi. Método Extensivo Bento Gonçalves. Nota: 7,8. ACAFE 2016/1. O</p><p>tema debate a mobilidade urbana</p><p>Exercícios sobre o texto ACAFE</p><p>1. O autor da dissertação observa que o texto tem características que são</p><p>exigidas pelo ENEM. Se você concorda com ele, aponte as passagens</p><p>enensianas e comente-as.</p><p>2. O que prioriza a banca da ACAFE?</p><p>3. As falhas gramaticais prejudicaram a clareza do texto? Corrija-as.</p><p>4. A dissertação apresenta uma digressão que pode ser confundida com</p><p>passagem extratexto. Identifique-a e analise-a quanto às exigências de</p><p>progressão semântica.</p><p>5. O que poderia ser redigido para aumentar a nota? Faça-o.</p><p>Os alunos do Método admiram esta metáfora!</p><p>A IMED inclui-se entre as universidades que optam pela avaliação do ENEM.</p><p>Aqui, reapresentamos redação com nota máxima naquela instituição, cuja metáfora</p><p>utilizada inspira colegas.</p><p>Sigamos a política Mendeliana</p><p>Mendel, “pai da genética”, recebe esse nome por cruzar gerações parentais de</p><p>ervilhas e identificar a influência dos genes nesses novos frutos. O que ele não previa</p><p>era tamanha força de influência do ambiente, capaz de transformar uma linhagem de</p><p>bons frutos em espécies divergentes da normalidade. Atualmente, o cenário do jovem</p><p>brasileiro é moldado por essa característica biológica, transformando crianças e</p><p>adolescentes em vítimas de um sistema sangrento e sem escrúpulos.</p><p>A violência é para o Brasil o que o ambiente é para as ervilhas: uma arma. Os</p><p>mais novos trocam o futebol da periferia pelo dinheiro fácil no transporte de gramas de</p><p>maconha e certas pedras de ‘crack’. A capoeira, típica brasileira, é esquecida em meio</p><p>ao sexo precoce e armas de verdade. Os amigos da escola são trocados pelos mais</p><p>velhos – parceiros do crime. Diante disso, explode no país a dúvida: reduzir ou não a</p><p>maioridade penal?</p><p>A lei hoje prevê o cumprimento de pena apenas para maiores de 18 anos e,</p><p>grande parte do Brasil discorda. Mergulhados em uma sociedade regida pela Lei de</p><p>Talião: “olho por olho, dente por dente”, os brasileiros defensores dessa causa partem</p><p>do princípio de que a culpa do delito é daquele que cometeu o ato. Apesar de lógica,</p><p>essa relação não cabe a um país como o nosso.</p><p>Reduzir a pena para 16 anos não coloca o futebol como prioridade ou transforma</p><p>a escola no melhor lugar do mundo. A deficiência no sistema jurídico do Brasil é explícita</p><p>e, no caso dessa polêmica virar realidade, as estruturas carcerárias do país não</p><p>suportariam tamanha demanda e acumulariam prisioneiros de forma a ferir brutalmente</p><p>os direitos humanos.</p><p>Se Mendel fosse político, ao invés de trocar ervilhas, ele as colocaria em um novo</p><p>ambiente, a fim de que não se modifiquem. Logo, o Brasil não precisa de</p><p>novos</p><p>criminosos, mas de um novo cenário. Deve-se prezar pela educação e por um ambiente</p><p>saudável, livre da violência e perto de um futuro digno; afinal, a justiça começa na</p><p>igualdade de ambientes.</p><p>Julia Giacomoni Bragagnolo, Método Medicina. Bento Gonçalves. 2015/2: “A maioridade</p><p>penal”. Nota: 10</p><p>Alunos do Método na ESPM</p><p>Conselho de Mãe</p><p>De acordo com o filósofo polonês Zigmunt Bauman, vivemos uma</p><p>modernidade líquida em constante mudança. Nela, as relações sociais são superficiais e</p><p>o respeito mútuo é seguidamente quebrado, resultando em discussões e brigas de</p><p>quaisquer conteúdos. Dessa maneira, percebemos o quanto o silêncio faz falta, já que o</p><p>barulho excessivo agrava ainda mais este mar inconstante de relacionamentos</p><p>fracassados.</p><p>Quando mentalizamos as demonstrações de silêncio de nossa sociedade, logo</p><p>imaginamos monges orientais, em total concentração, meditando. Paradoxalmente, a</p><p>China e o Japão – maiores economias do Oriente – têm os centros de suas cidades</p><p>extremamente barulhentos, demonstrando o avanço do capitalismo em detrimento da</p><p>saúde humana. Já, no Oriente Médio, grito de dor e horror percorrem fronteiras</p><p>internacionais, devido a guerra constante vivida por esse povo, iniciada pela intolerância</p><p>religiosa de alguns mais berrantes.</p><p>Lamentavelmente, o Brasil encontra-se no mesmo estado das outras nações:</p><p>disputas, físicas ou morais, de quem grita mais alto. A solução, porém, não está longe.</p><p>A consciência das pessoas que o silêncio é benéfico à saúde – como divulgado pela OMS</p><p>– deve partir da educação, já que ela molda o ser humano, dizia Kant, filósofo alemão.</p><p>Aulas de ética nas escolas visarão explicar o respeito e a importância da quietude para</p><p>manter relações com todos, inclusive desconhecidos.</p><p>Por isso, a liquidez de Bauman trabalha a nosso favor, trazendo mudanças no</p><p>espaço social. Todos os que necessitam expressar sua opinião devem seguir o conselho</p><p>de minha mãe: “a fala é de prata e o silêncio é de ouro”, justificando que qualquer fala</p><p>tem consequências e que, apesar de necessidade da conversa como parte da</p><p>constituição humana, o silêncio é útil para refletir e reorganizar pensamentos, como no</p><p>intervalo de um jogo olímpico. (*há a colocação de mais um ideia, neste espaço, não transcrita pela</p><p>autora)</p><p>Laura Geórgia Barretti: Método Intensivo Bento Gonçalves. ESPM 2017/1: Nota: 9,5.</p><p>Poluir está fora de moda, e de mercado</p><p>Neste ano, novamente parte do universo midiático parou para assistir ao</p><p>festival californiano coachilla; mais do que um festival de música, o evento tem se</p><p>tornado um espaço para o universo da moda, e por que não, para a moda</p><p>ecologicamente correta? Além disso, ao contrário do esperado, não foram apenas grifes</p><p>“gringuianes” que tomaram o deserto habitado por alternativos; a marca brasileira e</p><p>catarinense “Made in Guarda” compôs looks e também compromissos ambientais.</p><p>Da mesma forma que a empresa criada na Guarda do Embaú, outras companhias,</p><p>de inúmeros setores, das “micro às macro”, estão aderindo à onda do ecológico; seja na</p><p>postura do eixo vegano, reciclável ou mesmo na destinação correta do lixo. Moda,</p><p>estratégia de marketing, dedo na consciência ou medo da legislação, o fato é que não</p><p>estamos mais na Revolução Industrial e o foco não é mais na produção desenfreada à</p><p>qualquer custo. Prova disso tem sido assistida nos últimos anos: o chamado “pé no freio</p><p>chinês”, que teve suas consequências sentidas na economia brasileira, mostra que o</p><p>sistema de produção em massa pode não falhar imediatamente nos lucros, mas não é</p><p>mais suportado pelo planeta.</p><p>Longe da China, fomos atingidos por um dos maiores desastres ambientais</p><p>dos últimos tempos: a Samarco, empresa da companhia “Vale S.A.” matou o Rio Doce,</p><p>e levou junto da sua fauna e fauna destruídas, parte da história nacional. A dívida com</p><p>a natureza dificilmente será quitada, mas assusta a legislação e o mercado mundial: a</p><p>forma de produzir, vender e consumir precisa ser repensada.</p><p>Em qualquer uma das etapas do mercado, toneladas de lixo em “n” formas</p><p>são produzidas e destinadas aos ambientes mais frágeis ecologicamente. A agricultura,</p><p>vilã no consumo de água, tem na pecuária impactos além da irrigação: o desgaste do</p><p>basalto no solo da campanha gaúcha mostra apenas uma das consequências do</p><p>consumo exagerado de carne presente em quase todo o mundo; assim, fortificam-se</p><p>não apenas alternativas veganas e vegetarianas, mas principalmente o consumo</p><p>consciente da carne. Para a indústria alimentícia ou qualquer outra, a mensagem é a</p><p>mesma: não é apenas sobre lucro ou destaque, mas sobre o fim da essência da vida.</p><p>Eduarda Reginatto. Método Extensivo Lajeado. Tema: Consciência ambiental, mercado</p><p>empresarial e consumo. Nota: 8,5</p><p>Os alunos do Método na ULBRA</p><p>Abram as cortinas da existência!</p><p>Um papel secundário na peça de teatro de um curso de inglês, por volta</p><p>de meus sete anos de idade; um protagonista doente; um alheio, eu, torna-se o principal</p><p>por conhecer todas as falas, no último momento: a cena, que parece ser baseada em</p><p>um conto de Guimarães Rosa, representa e gera o eu atual – uma pessoa com receio de</p><p>tomar o protagonismo de sua existência, mas preparada para o fazer, sendo, em última</p><p>instância, o herói de sua própria história. A construção da personalidade de cada</p><p>indivíduo passa, necessariamente, pela aceitação tanto do que se é, quanto do que se</p><p>foi; a negação própria, nessa perspectiva, é falta de sinceridade com a memória e</p><p>negligência com o futuro. Só há como ser grande se você for, em algum momento, a</p><p>sua representação fiel, ainda que pareça pequena inicialmente.</p><p>Em “Mogli”, famosa e antiga animação da Disney, a realidade defendida pelo</p><p>urso, um dos protagonistas, é a de se fazer somente o necessário e nada mais. Caso eu</p><p>fosse um árido defensor da tese pregada por um dos papéis de minha peça,</p><p>provavelmente não teria feito o que fiz frente ao desmoronamento de todo o espetáculo</p><p>por uma fatalidade; possivelmente não teria escolhido caminhos árduos, que me marcam</p><p>e constroem uma resiliência a cada passo dado, para minha vida; certamente eu seria</p><p>outro eu.</p><p>O medo de ser só mais um suspiro de existência no mundo composto por</p><p>mais de sete bilhões de pessoas acompanha o sujeito pensante desde sua primeira</p><p>sinapse nervosa. A constante busca por notoriedade, por conquistas é o que, no passado</p><p>e hoje, faz e fez com que o primeiro passo rumo ao desconhecido sempre seja e fosse</p><p>dado. A vontade de sair da esteira da inércia existencial motiva os avanços em todas as</p><p>áreas do conhecimento, inclusive do próprio. É impossível saber quem você é se não</p><p>houver um raciocínio constante – a busca no passado pelo que fundamenta o presente.</p><p>Talvez, o papel secundário garantido a mim por minha professora</p><p>representasse a minha falta de proatividade, o silêncio na hora de decidir os papéis para</p><p>o teatro. Assim somos: temos medo de tomar as rédeas do que por direito é nosso. A</p><p>memória construída no dia em que o colega se retirou da peça e o palco chamou a mim,</p><p>convidando-me para assumir um posto renegado pela minha própria inferioridade ou,</p><p>simplificando-se, timidez baseia o futuro que tento construir nos dias atuais, sempre</p><p>revivendo o que fui, para lembrar quem sou e ser quem eu preciso e quero ser.</p><p>Rodrigo Scholz. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 13,9. O tema discutia uma</p><p>memória do passado que trouxesse lições ao passado ou ao presente do candidato.</p><p>Casa grande e senzala</p><p>Na obra “Casa grande e senzala”, Chico Buarque de Holanda retrata as</p><p>relações entre senhores e escravos. Além disso, ela demonstra as influências que a</p><p>senzala exerce sobre a casa grande – cultura brasileira. A presença da África em nossos</p><p>costumes é imensa – sendo no vocabulário, na alimentação.</p><p>Durante o governo de Getúlio Vargas, ele tornou o futebol, o samba e a</p><p>miscigenação entre brancos e afrodescendentes símbolos de nosso país. Desse modo, é</p><p>possível notar que a mistura entre 2 continentes moldou um país. Reconhecida, até,</p><p>pelas lideranças políticas que tivemos.</p><p>Na Idade Média, as cruzadas foram capazes de alterar toda a tradição vigente.</p><p>Os árabes apresentaram aos europeus uma nova visão da vida – repleta de prazeres e</p><p>não apenas de sofrimentos. Café, temperos e pimentas vieram a ser consumidos pelos</p><p>habitantes da Europa, transformando, assim, toda a culinária – aprimorando-a. De forma</p><p>análoga, o continente africano acrescentou pratos – como a feijoada – e vocábulos –</p><p>como bumbum, nenê. Por meio de amas de leite e escravas cozinheiras, ocorreram esses</p><p>acréscimos – como relata Chico.</p><p>A África está presente em nossa cultura – decorrente ao escravismo. Foi capaz</p><p>de modificar nossa cultura – semelhante ao que ocorreu na Europa medieval – e de</p><p>torná-la única. A senzala conseguiu adentrar a casa grande e deixar vestígios positivos,</p><p>apesar de haver tanto sofrimento.</p><p>Hélio Ibrahin. Método Medicina Lajeado. Nota: 11,5. Tema: A importância da África na</p><p>formação da cultura brasileira. 2017/2</p><p>O mundo que deixaremos a nossos filhos</p><p>Mário Sérgio Cortella afirmava que o mundo que deixaremos aos nossos</p><p>filhos depende muito dos filhos que deixaremos ao mundo. Trazendo essa ideia à</p><p>realidade da nação, pode-se dizer que se queremos que a presença da Àfrica na cultura</p><p>brasileira seja respeitada e valorizada, devemos começar por meio da educação das</p><p>novas gerações.</p><p>É fato que a cultura africana está fortemente ligada a todos os brasileiros.</p><p>Desde a sua “descoberta” até os dias atuais, o país recebeu um incontável número de</p><p>pessoas daquele continente que se tornaram escravos. Dessa forma, não é</p><p>surpreendente dizer que o Brasil é o país que possui a maior população negra fora da</p><p>África.</p><p>Durante muitos anos, mesmo após a abolição da escravidão, que ocorreu no</p><p>século XIX, o negro permaneceu excluído socialmente e teve sua cultura marginalizada.</p><p>A capoeira, por exemplo, um dos maiores símbolos brasileiros criados a partir da África,</p><p>teve sua prática, por muito tempo, considerada um “crime de vadiagem”. O negro,</p><p>apesar de legalmente livre, continuava aprisionado pelas correntes da intolerância e do</p><p>preconceito.</p><p>Muitos não percebem, mas “vivemos a África” diariamente. Não há como</p><p>negar a forte influência desse continente em nosso país: na música, na dança, na</p><p>religião, no vocabulário e, principalmente, em aspectos relacionados ao mundo infantil</p><p>como a palavra “nenêm” e o brinquedo “chocalho”, já que eram as negras as</p><p>responsáveis por cuidar das crianças dos “homens brancos”.</p><p>É necessário que haja uma mudança no pensamento de parte da população</p><p>que segue ideologias ridículas e ultrapassadas, achando que uma pessoa é superior à</p><p>outra por conta da cor de sua pele. Do mesmo modo, a cultura africana merece papel</p><p>de destaque na formação do povo brasileiro. Sendo assim, somente por meio da</p><p>educação o país acabará com o preconceito e a cultura africana será mais valorizada e</p><p>mais reconhecida.</p><p>Eduarda Vanzing da Silva. Método Medicina Lajeado. Nota: 15. Tema: A importância da</p><p>África na formação da cultura brasileira. 2017/2</p><p>Trancem seus cabelos</p><p>A vida não passa de diversas construções sintáticas: no decorrer de nossa</p><p>existência, a determinação de sujeitos, representados por nós, seres humanos, deveria</p><p>ficar mais explícita a cada análise de um novo período. Mas, assim como as princesas</p><p>dos contos infantis, a função sintática encontra-se aprisionada; esquecida nas torres dos</p><p>diferentes castelos, perde sua essência, necessitando de uma reconfiguração ao meio.</p><p>Não deixará de existir: apenas não se conhecerá ou não será dito quem é. Jogue-nos</p><p>suas tranças, “fulana”! Deixa de ser indeterminada!</p><p>As orações indicam que o sujeito é “prisioneiro” por sua conduta indiferente.</p><p>Apesar de existir e ser participativo, não contribui para a formação de uma sociedade</p><p>mais ética, justa e, principalmente, unida – complementos essenciais para o sentido da</p><p>frase. Aliado a isso, entra em cena a corrupção; atuando como coadjuvante na peça</p><p>principal – nascimento, vida e morte -, arruínam qualquer expectativa de sucesso. Assim,</p><p>as belíssimas fortalezas encantadas constituem arranha-céus inalcançáveis; a nação se</p><p>constrói a partir do tipo de sujeito que nós todos decidirmos exercer.</p><p>Apresentem-se, “fulanas”! Trancem seus cabelos e se determinem,</p><p>retomando a essência que deveria ter sido construída no seu espaço geográfico</p><p>identitário. Os nossos interesses estão “em jogo” – a busca por uma convivência mais</p><p>harmônica e agradável, além de uma sociedade mais pura e simples, definem como</p><p>serão as construções sintáticas. Indispensáveis, os complementos dão vida e espírito ao</p><p>se combinarem nas orações. Mas cuidado! Com a intenção de roubar o papel principal,</p><p>a corrupção é, nos dizeres de Paulo Leminski, “possessiva como pronomes”, podendo</p><p>algum dia “matar-lhe com um objeto indireto na cabeça”.</p><p>Blenda. Método Medicina Lajeado. Ulbra 2017/2: Nota: 14,4. Tema: O risco e as</p><p>conseqüências de uma gravidez ou de um casamento precoce, focalizando</p><p>principalmente a condição feminina sob o ponto de vista pessoal e social.</p><p>Sonhar é viver!</p><p>Os sonhos são resultado do nosso subconsciente. Eles expressam nossos</p><p>desejos e nossos medos. Muitas vezes os sonhos escapam de nossas memórias, mas</p><p>quando permanecem, tentamos decifrar a importância simbólica que eles têm para cada</p><p>um.</p><p>Na obra “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll, Alice vai para um</p><p>mundo novo, com criaturas mágicas. Lá, a menina sofre uma crise de identidade por</p><p>causa de suas constantes transformações. Nem no país das maravilhas tudo é perfeito!</p><p>Alice acorda e descobre que foi um sonho. Durante o sono, inconscientemente,</p><p>revelamos segredos que nem sempre conseguimos admitir- como no caso de Alice: a</p><p>crise de identidade.</p><p>Além de sonhar dormindo, há quem sonhe acordado. Fazer com que as</p><p>aspirações guiem a rotina é correr em busca da possibilidade de realizá-las. Nesse</p><p>contexto, os desejos movem o mundo; a noite vira dia e o empenho é grande até que</p><p>se atinja o objetivo principal: a realização dos sonhos.</p><p>Dom Quixote vivia em um mundo criado por ele, onde transformou moinhos de</p><p>vento em gigantes- representando seus medos- e os enfrentou! Isso é o que devemos</p><p>fazer em nossos pesadelos: enfrentá-los, pois só assim sobrará espaço para viver e</p><p>realizar nossos sonhos. Cada um sabe a simbologia que seu subconsciente expressa</p><p>durante o sono- seja ela a revelação de segredos, de desejos ou de medos.</p><p>Saint Exupéry, na obra “O Pequeno Príncipe”, afirma que “o essencial é invisível</p><p>aos olhos”. Assim, a importância dos sonhos para a leitura da vida está na interpretação</p><p>da sua invisibilidade. Com isso, podemos buscar a realização do essencial: o sonho.</p><p>Monique Larissa Brand. Método Medicina Lajeado.ULBRA 2017/1. Nota: 15. Tema:</p><p>Sonhos, sonhados durante o sono ou em vigília, sua importância simbólica para a</p><p>compreensão e/ou leitura da vida e sua possibilidade de realização.</p><p>Almoço na casa dos avós</p><p>Marx afirmava que os homens sabem a história, mas não percebem que a</p><p>fazem. Trazendo essa ideia à realidade do âmbito familiar, pode-se afirmar que as</p><p>famílias, através de seus rituais e tradições, mesmo muitas vezes sem perceber,</p><p>modificam a história e a cultura daqueles ao seu redor.</p><p>Em minha família, todos os domingos é feito um churrasco na casa dos meus</p><p>avós, algo simples que se transformou em uma</p><p>tradição respeitada a décadas. É</p><p>extremamente difícil alguém deixar de ir, desta forma, não só me orgulho da nossa</p><p>união, como também ela reflete no relacionamento que temos com toda a sociedade.</p><p>Assim como a minha, muitas outras famílias nutrem rituais que sobrevivem e se</p><p>ampliam ao longo dos anos, alcançando proporções maiores que chegam a atrair outras</p><p>pessoas na comunidade, como os amigos e os vizinhos.</p><p>Reuniões familiares podem ter sentido mais abrangente do que simplesmente</p><p>“rever a família”. Nestes encontros semanais que temos, além de trocarmos informações</p><p>a respeito de nossa vida, levamos as conversas para um âmbito social, no qual</p><p>realizamos campanhas como, por exemplo, a de doação de roupas às pessoas</p><p>necessitadas da região, que ocorreu no início desse outono.</p><p>Ao ver os pais, os tios e os avós unidos a favor de uma “causa nobre”, as</p><p>crianças se inspiram a ajudar o próximo e a levar essa tradição às gerações seguintes.</p><p>Assim, o que começa meramente como um almoço na casa dos avós, toma proporções</p><p>imensas que chega a transformar a comunidade em um lugar melhor.</p><p>Eduarda Vanzing da Silva. Método Medicina. ULBRA, 2016/1. Nota: 14,7, respondendo</p><p>ao tema a importância das tradições.</p><p>A REDAÇÃO DO IFRS</p><p>As luzes da melhor idade</p><p>“Igualdade, justiça e fraternidade” era o que gritavam os franceses. O século</p><p>das luzes inspirou em cada coração o desejo de alcançarmos uma sociedade harmônica;</p><p>entretanto, mesmo que se acredite que a maioria dos brasileiros chegará aos 65 anos,</p><p>não estamos preparados como comunidade para acolher e conviver com a população</p><p>idosa.</p><p>A busca de qualidade de vida – como manter uma alimentação regrada,</p><p>praticar esportes e “fazer o que se ama” – promete o aumento do número de velinhas</p><p>no bolo. Nessa perspectiva, lutamos pelas nossas conquistas diárias e sonhamos com a</p><p>“melhor idade”: meus pais, por exemplo, há anos planejam a aposentadoria e a morada</p><p>em uma praia longe da “Babilônia” – como eles dizem – dos centros urbanos.</p><p>Infelizmente, mesmo que o Estado invista em políticas que garantam aos</p><p>velhinhos o direito à saúde, à proteção e à vida – como o “Estatuto do Idoso” –, é nas</p><p>pequenas ações que percebemos que não estamos abertos à presença dos anciãos,</p><p>justamente porque, de forma errônea, os vemos como “peso morto” por não</p><p>conseguirem produzir mais do que consomem: o filho deixa de visitar os pais nas casa</p><p>de repouso; as filas e os acentos preferenciais não são respeitadas; e os hospitais</p><p>esquecem da “Polícia Nacional de Saúde do Idoso” (PNSI).</p><p>Para que haja a mudança necessária nesse cenário, pede-se às famílias</p><p>conversas sobre a urgência do respeito às pessoas de maior idade, colocando os filhos</p><p>em contato com a realidade dos “vovôs”. Sugere-se às escolas a criação de oficinas de</p><p>visitação a casas de repouso, levando-lhes a alegria das crianças. Propõe-se aos hospitais</p><p>a formação de profissionais responsáveis pela saúde dos idosos, fazendo jus à PNSI.</p><p>Recomenda-se às empresas de transporte, aos comerciantes e à comunidade a</p><p>fiscalização do uso das filas e os acentos preferenciais, como forma de apoio ao</p><p>“Estatuto”. Pede-se ao Governo Federal que continue a investir em políticas de amparo</p><p>aos cidadãos com mais de 60 anos.</p><p>Assim, estaremos mais perto da, fraternidade inspirada pelo iluminismo, e a</p><p>harmonia da “melhor idade” nos tirará do escuro.</p><p>Samara Garcia. Método Extensivo Novo Hamburgo. Nota: 9,75. O tema discutia a</p><p>condição do idoso e exigia proposta de intervenção social.</p><p>A avaliação das redações na UCS</p><p>A UCS também opta por manter as anotações dos alunos, inclusive os</p><p>rascunhos. O material a seguir dispôs da boa vontade da aluna em transcrever a redação</p><p>imediatamente após a prova, respondendo à proposta de valer mais o esforço ou a</p><p>persistência; no segundo exemplo, a nosso pedido, a professora mestre Isabel</p><p>Pressanto, chefe da banca de redação da UCS à época, fez a correção de uma redação</p><p>desenvolvida por aluno do autor, com o tema hipotético o que o leva a optar por este</p><p>curso no ensino superior? A redação, que teve nota 08 (oito) sobre 10 (dez), está</p><p>reproduzida, aproveitando-se da intratextualidade desenvolvida pelo aluno na defesa de</p><p>seu ponto de vista. Em ambas as redações foram mantidos os registros originais</p><p>desenvolvidos pelos alunos.</p><p>REDAÇÃO UCS NOTA MÁXIMA</p><p>Errônea despreocupação</p><p>Ao longo da história, grandes personalidades promoveram descobertas,</p><p>realizaram empreendimentos e desenvolveram novos aparatos. Dentre elas, o célebre</p><p>cientista Tomas Édison. Inventor da lâmpada e autor da frase: ”A genialidade é 99%</p><p>transpiração e 1% inspiração”, ele nos explicita uma realidade irrefutável: grandes metas</p><p>e conquistas são regidas pelo esforço, determinação e persistência.</p><p>Nossa realidade também comprova isso: inúmeros são os vestibulandos</p><p>que afirmam ter conquistado os melhores resultados e colocações, pois subordinaram</p><p>horas de diversão e despreocupação ao estudo. Além disso, é evidentemente mais</p><p>expressiva a quantidade de empresários e trabalhadores que são bem-sucedidos devido</p><p>ao comprometimento e esforço próprio. Grandes impérios e sociedades também foram</p><p>construídos com base no trabalho e persistência.</p><p>Uma realidade diferente talvez só exista na literatura, como em “Memórias</p><p>de um Sargento de Milícias”, em que o personagem designado por “padrinho” alcançou</p><p>a realização pessoal por meio do famoso “arranjei-me”. Na “vida real”, o mais apropriado</p><p>é, de fato, deixar de lado momentos de descontração e despreocupação em função de</p><p>certos objetivos específicos.</p><p>Enfim, seja para criar invenções, construir sociedades ou conquistar</p><p>alguma meta, é iminente que reservemos parte do nosso tempo para estudo, trabalho</p><p>e “transpiração”. Almejar deve ser acompanhado por tentar, para que nossos anseios</p><p>venham acompanhados de conquistas.</p><p>Isadora Bianchin. Prime. UCS/verão 2013. Nota: 10,0</p><p>A Ponte Japonesa. Monet</p><p>A Ponte Aorta</p><p>Ainda bem que Monet não soube de sua catarata antes de terminar “A Ponte</p><p>Japonesa”! Naquele tempo, a medicina dava os primeiros passos para permitir aos</p><p>médicos abrirem seus olhos. Pouco a pouco, o sangue do homem foi desvendado; o</p><p>coração deixou de amar e os “loucos” deixaram de se matar.</p><p>“A”, “B”, “AB e “O” encontram-se no abecedário de qualquer cardiologista,</p><p>graças a tragédia da Primeira Grande Guerra. Não foi culpa das ciências médicas,</p><p>contudo, mas elas aproveitaram o fato para descobrir que até mesmo em nossa</p><p>“essência vermelha" somos diferentes. Antes, inúmeros pacientes recebiam transfusões</p><p>com esperança de sobrevida e nunca viviam para ouvir “você está curado”. Agora, em</p><p>um simples exame de rotina, o doutor (dermatologista, psiquiatra, geriatra, ...) pode</p><p>informar-lhe o seu tipo sanguíneo.</p><p>Também na área da “essência humana”, a paixão deixou de ser patologia.</p><p>Freud conseguiu destacar-se brilhantemente com a explanação de sua “teoria da</p><p>psicossexualidade”, pois desmistificou a fase na qual meninos apaixonam-se pela mãe e</p><p>meninas pelo pai (Complexo de Édipo). Por vezes, a homossessualidade fora tida como</p><p>depravação; o apego à mãe, como fragilidade; o “bico”, como necessidade infantil.</p><p>Entretanto, o pai da psicanálise não só salvou almas, como deixou seu legado aos</p><p>psiquiatras contemporâneos para que realizassem-no através de seus ideais.</p><p>Se Virgínia Woof assistísse à última novela da Rede Globo (Caminho das</p><p>Índias), cairía em prantos ao ver a esquizofrenia diagnosticada, tratada e controlada. Ela</p><p>e muitos outros grandes nomes da história foram chamados de “malucos, birutas,...”</p><p>pela simples ignorância alheia. Com o avanço das técnicas</p><p>de diagnóstico e com os</p><p>fármacos modernos, essas pessoas poderiam ser consideradas doentes e receberem</p><p>tratamento justo, permitindo-lhes dignidade humana e convívio social.</p><p>Devemos ficar agradecidos, pois os avanços médicos “obrigaram” Monet a</p><p>nos presentear com uma releitura de seu quadro. E eu devo ficar extremamente</p><p>entusiasmado em poder desfrutar de tantas informações no meu futuro médico.</p><p>Gabriel Tognon. 2010.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. Os textos apresentam falhas gramaticais?</p><p>2. A pontuação se apresenta de forma variada – e surpreendente?</p><p>3. Quais as marcas de autoria que se evidenciam?</p><p>4. Há traços que, uma vez conhecidos os textos, permitem que se</p><p>identifiquem o autor?</p><p>5. O que é a nova tese?</p><p>Como chegar à excelência</p><p>O tema de redação, proposto semanalmente em sala de aula, exige que o aluno dialogue</p><p>com a proposta dada até entendê-la, ou melhor, a fim de definir um ponto de vista a ser</p><p>discutido sobre o tema. Esse é o passo número um para se atingir à excelência na</p><p>produção textual.</p><p>OS SEIS PASSOS PARA TER A MELHOR NOTA DE REDAÇÃO</p><p>PASSO 01: assumir uma opinião sobre o tema proposto</p><p>Passo 01: tópicos relevantes discutidos em sala de aula.</p><p>Uma palavra-chave deve nortear o aluno que se pretende ser redator de</p><p>sucesso: liberdade de expressão , o que é atingido se não houver fixação em regras pré-</p><p>estabelecidas. Em outras palavras, bom texto e autocensura não caminham na mesma</p><p>direção. Esse é o passo número dois.</p><p>PASSO 02: liberdade de expressão</p><p>Passo 02: tópicos relevantes discutidos em sala de aula</p><p>Confundir vocabulário rico com linguagem artificial está</p><p>mais para a robótica do que para a produção textual; devemos, pois, ser claros na</p><p>colocação das ideias, objetivos na progressão discursiva, ou seja, devemos usar o</p><p>vocabulário que nos pertence em pensamento e nas comunicações que travamos. Não</p><p>significa produzir um texto pobre, mas verdadeiro, o que se compreende como</p><p>simplicidade. Esse é o passo número três.</p><p>PASSO 03: vocabulário adequado e verdade textual</p><p>Passo 03: tópicos relevantes discutidos em sala de aula</p><p>Grande mérito da liberdade de expressão, deve haver a impressão de nossa presença</p><p>em todo texto que produzimos. Trata-se de marcarmos o texto com nossa</p><p>personalidade tal qual marcamos diálogos que travamos, quando usamos recursos de</p><p>convencimento para que o nosso interlocutor acredite naquilo que falamos. Há</p><p>evidentes esforços nos argumentos que consistem em dar crédito ao ponto de vista</p><p>que apresentamos, quer seja por meio de comparações, pelo uso de metáforas, por</p><p>citações, por exemplos diversos ou por vivências pessoais. Esse é o passo número</p><p>quatro.</p><p>PASSO 04: ESFORÇO PELA AUTORIA</p><p>Passo 04: tópicos relevantes discutidos em sala de aula</p><p>Quando pensamos – ato involuntário – usamos as palavras</p><p>ordenadamente, enriquecidas por expressões faciais, por gestos, pela entonação da voz</p><p>e, inclusive, pelo ambiente. Se o discurso fosse transcrito para o papel, em que ficam</p><p>ausentes os elementos complementares, perceberíamos esta estrutura:</p><p>sujeito + verbo + CV ou predicativo + advérbio</p><p>A gramática, ou seja, o domínio lingüístico da escrita, origina-se na</p><p>espontaneidade do pensar: dominar a gramática exigida pela escola é, pois, questão</p><p>posterior à produção textual. Em outras palavras, o texto não pode ser avaliado apenas</p><p>pela codificação, razão pela qual a gramática representa 25 por cento da prova da</p><p>UFRGS: os 75% obtêm-se na exposição das ideias.</p><p>Arregimentar argumentos é defender ponto de vista com credibilidade.</p><p>Em suma: é preciso sintetizar o conhecimento adquirido ao longo da vida – salas de</p><p>aula: livros, professores; leituras: as da escola e as de nossa escolha; filmes,</p><p>comerciais; citações: pensadores, cientistas, literatos; impressões pessoais:</p><p>arquitetura das cidades , a engenharia de tráfego; os penteados das pessoas nas ruas,</p><p>maneira de se vestir, de caminhar... enfim, o texto é a síntese de tudo o que sabemos.</p><p>O próximo passo, portanto, é acreditar no conhecimento adquirido.</p><p>PASSO 05: CONHECIMENTO ADQUIRIDO</p><p>Passo 05: tópicos relevantes discutidos em sala de aula</p><p>Imagine-se a banca de vestibular: milhares de redação com a mesma</p><p>estrutura, com argumentos superficiais e idênticos... não é possível ter simpatia pelos</p><p>textos lidos e a avaliação que se observará dos corretores é que poucos sabem escrever.</p><p>Quebrar a monotonia dessas leituras é simples: fazer uma dissertação única, diferente</p><p>de todas as demais. Esse é o sexto passo do texto.</p><p>PASSO 06: AUTONOMIA</p><p>Passo 06: tópicos relevantes discutidos em sala de aula</p><p>Se observarmos tudo o que foi discutido até aqui, a conclusão que se</p><p>evidencia é esta: a redação é processo internalizado como o é o pensar; portanto, exige</p><p>liberdade de expressão, autoconfiança e exercício contínuo. Não há segredo para que se</p><p>faça uma boa dissertação que não esteja nessa definição que se dá no esforço contínuo</p><p>do aluno. A experiência demonstra que todo aluno que se dedica obtém sucesso; trata-</p><p>se,pois, de opção pessoal fazer do texto sucesso na avaliação.</p><p>É possível elaborar estratégia para se ter nota exemplar</p><p>Sabe-se que o sucesso na redação – o vestibular propriamente dito - depende</p><p>da prática constante de acordo com o que se exige na banca da universidade em que se</p><p>pretende aluno. Em outras palavras, o juízo próprio, a individualidade expressa na crítica</p><p>autônoma é o grande treino.</p><p>Um exemplo de estratégia para a nota máxima!</p><p>Vejamos o que declara sobre isso a autora da redação nota 25, no vestibular</p><p>de 2010, transcrita de entrevista concedida à Zero Hora (a transcrição é fiel à matéria</p><p>publicada):</p><p>Aprovada em Medicina foi única estudante com nota máxima na</p><p>Redação da UFRGS</p><p>Clarissa Both Pinto mantém um caderno de citações onde registra frases de</p><p>autores nacionais e internacionais</p><p>Antes de pensar em estudar para o vestibular da Universidade Federal do Rio</p><p>Grande do Sul (UFRGS), a jovem Clarissa Both Pinto, natural de São Francisco de Paula,</p><p>já tinha um hábito curioso: ela mantinha um caderno de citações no qual registrava</p><p>frases de autores nacionais e internacionais.</p><p>Esse caderno acabou sendo um forte aliado na hora da prova de redação da</p><p>UFRGS deste ano. Dele, a vestibulanda retirou três citações que ajudaram sua redação</p><p>a tirar a nota máxima no concurso, 25. Clarissa foi a única a conseguir “gabaritar” essa</p><p>prova.</p><p>– Quando fui para casa naquele dia, acreditava que tinha feito uma boa redação. Mas</p><p>uma nota assim, tão alta, jamais passou pela minha cabeça. Quando contei para minha</p><p>professora, ela perguntou se eu tinha visto direito – conta a estudante, aprovada em</p><p>Medicina, aos 20 anos.</p><p>Ir bem, de qualquer forma, não seria uma surpresa para ela. Desde que</p><p>começou a estudar para o vestibular, nos últimos três anos, raramente deixou de</p><p>escrever uma redação por semana. Ao mesmo tempo, leu dezenas de textos feitos por</p><p>outros vestibulandos. Está aí um dos segredos que Clarissa não quer guardar, mas dividir</p><p>com outros candidatos.</p><p>– A redação é uma prova lógica. Ela deve ser considerada uma disciplina igual as outras.</p><p>É preciso estudá-la da mesma forma que</p><p>matemática, física ou química. O estudo, no caso da redação, é produzir muitos textos</p><p>e ir aperfeiçoando.</p><p>Entretanto, também é verdade que o esforço de Clarissa começou muito antes e, de</p><p>certa forma, sem ser percebido. Trata-se de seu hábito de leitura. Para ela, está longe</p><p>de ser uma obrigação, ler sempre foi um prazer. E, mesmo para uma vestibulanda, vai</p><p>além das leituras obrigatórias da UFRGS. Seu gosto literário vai de Luis Fernando</p><p>Duas perguntas a serem respondidas pelo vestibulando</p><p>Desconfio de que escrevi uma redação.</p><p>Saber lidar com a função prática da linguagem é a essência da poesia. A crise</p><p>se instaura já nas primeiras linhas, quando a redação espera ser escrita, e é preciso</p><p>encontrar a chave para o reino das palavras.</p><p>Carlos Drummond de Andrade, na obra “A Cyro dos Anjos”, afirma que “é</p><p>impossível escrever um poema – de verdadeira poesia – a essa altura da evolução da</p><p>humanidade”. Não distante disto, encontram-se as redações. Quase tudo o que havia de</p><p>ser dito já o foi. Quase! Todos os dias, milhões de vestibulandos enfrentam a crise de</p><p>escrever uma redação. Os temas não são modificados; são apenas releituras atualizadas</p><p>da repetida história humana.</p><p>A metapoesia – técnica bastante utilizada pelos modernistas – afirma que a</p><p>poesia se faz pelo trabalho com a linguagem. Os textos ganham vida de acordo com a</p><p>capacidade e com a dedicação que o escritor lhes impõe. Como proceder para driblar a</p><p>crise que nos assola? Como bons brasileiros, devemos dar um “jeitinho” – não como</p><p>técnicos manipuladores de jogadas, mas como torcedores esperançosos. A simplicidade</p><p>e a alegria devem unir-se de forma criativa, erradicando os problemas, levando uma vida</p><p>leve e plena.</p><p>Cada um deve confiar em si, deixando que as ideias aflorem, dar-se liberdade</p><p>e escrever de maneira gostosa – gozando dos prazeres de folhear as páginas e entrar</p><p>no mundo da literatura. Imaginar-se dentro do próprio texto é uma forma de almejar</p><p>torná-lo estupendo. Precisamos contemplar as palavras. Cada uma delas têm mil faces</p><p>secretas, e o poder de acendê-las é todo nosso.</p><p>Assim como Drummond, “desconfio de que escrevi uma redação”.</p><p>Larissa Monique Brand. Método Medicina. Lajeado, 2015.Tema: Como superar a crise</p><p>(exercício de sala de aula). Repare-se que a crise não está definida; cabe ao redator</p><p>desvendar essa palavra, ressignificando a proposta. O exemplo a seguir considera crise</p><p>redigir um texto.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>Que nota você daria para este texto?</p><p>O texto nos permite as seguintes observações:</p><p>É possível ser feliz ao escrever uma dissertação?</p><p>Basta entrar num táxi e apresentar-se como professor de redação para escutar</p><p>a cansativa exclamação: escrever sempre foi meu fraco! Ao desembarcar do veículo,</p><p>tendo como chegada o curso, não serão feitas observações diferentes, quer pelos demais</p><p>professores quer pelos alunos. Se houver sorte, não se ouvirá a frase eu odeio redação!</p><p>Desvendar o mal-estar que envolve o exercício inicia-se na pergunta que</p><p>intitula este capítulo. Vejamos algumas redações avaliadas por bancas diversas sob</p><p>este princípio: os vestibulandos tinham motivos para ser felizes ao redigir a redação</p><p>que lhes foram propostas? Se a resposta for positiva, anote as razões deles.</p><p>A Utopia de um Tango</p><p>Se Eduard Munch estivesse presente no século XXI, possivelmente pintaria “O</p><p>Grito” para expressar a disformidade da política. Participar das eleições é o primeiro</p><p>passo para que aconteçam medidas que objetivem o bem-estar da humanidade. O</p><p>simples votar não é o necessário para construir uma sociedade perfeita.</p><p>José Saramago, em “Ensaio sobre a cegueira”, através das metáforas, asseverou</p><p>que, nas sociedades modernas, os indivíduos tornam-se cegos, ou seja, cada um observa</p><p>seus próprios interesses. Na política, não é cabível que os cidadãos votem por interesse</p><p>particular, como também que os representantes do povo governem para poucos. Caso</p><p>isso aconteça, Manuel Bandeira entra em ação: “A única coisa a fazer é tocar um tango</p><p>argentino”. Não há outro ritmo para expressar o quão melancólico é impossível</p><p>proporcionar o bem a todos os seres.</p><p>Nada está perdido. Assim como muitos indivíduos lutaram para poderem</p><p>participar das eleições – ato notório ao analisarmos as Constituições que o Brasil teve,</p><p>normalmente, a cada modificação, foi aumentando a participação de todos os seres</p><p>humanos na política – é preciso, como primeira atitude, que nenhum cidadão seja</p><p>impedido de expressar suas ideias através das escolhas nas urnas. Dessa forma, o</p><p>primeiro gesto democrático será o voto sem restrições. Outra atitude democrática</p><p>começa antes das eleições, ou seja, quando há a análise, com criatividade, dos</p><p>candidatos. Essa ação impede que ídolos sejam eleitos; proporcionar a governabilidade</p><p>a indivíduos que pouco sabem exercer sua função, como também aos que apenas</p><p>buscam o seu sustento e o aumento de seus bens.</p><p>Outro gesto democrático seria a leitura da obra “Utopia”, de Thomas More, pois</p><p>ela proporciona ampliar a ideia de que a coletividade deve ser superior à individualidade.</p><p>Dessa forma, a democracia não deve estar contida apenas em seu conceito. É preciso</p><p>que todos os setores da sociedade estejam unidos, a fim de oferecer o bem e a melhor</p><p>qualidade de vida aos indivíduos. Vale ressaltar que o diálogo familiar tem característica</p><p>importante, pois, através dele, é possível discutir a melhor opção de representante. Caso</p><p>nenhum gesto democrático seja exercido, só restará à população apreciar um tango</p><p>argentino enquanto o governo seja inspiração para a pintura de um quadro.</p><p>Maurício Casaril Vian. Médido Medicina Lajeado. 2015. Assunto: voto, representação</p><p>popular e democracia (exercício de sala de aula) . Obs.: este texto apresenta uma das</p><p>metáforas mais admiradas e adaptadas pelos colegas do Método, em todas as sedes do</p><p>interior</p><p>Não esqueça: a leitura que você faz deve preocupar-se com a</p><p>possibilidade de fazer dissertação com prazer! Continue lendo e observando as</p><p>metáforas.</p><p>Comparando-se o ideal que nos é proposto com a liberdade de expressão que</p><p>a UFRGS possibilita, como se avaliaria, em cada caso, as redações que se transcrevem</p><p>a seguir para o tema em que os candidatos refletiram sobre o que é ter estilo (obs.:</p><p>os textos não foram corrigidos, a fim de que o leitor possa refazer a avaliação)</p><p>Os dois próximos textos foram feitos para o ENEM cuja dissertação</p><p>deve obedecer aos direitos humanos e propor uma ação solidária para a</p><p>solução do problema que discute, a chamada proposta de intervenção social.</p><p>A morte pede carona</p><p>O Renascimento foi o maior movimento científico, artístico e cultural da Idade</p><p>Média. Seu princípio baseava-se em duas vertentes: o humanismo e o racionalismo. Com</p><p>o passar dos séculos, as novas teorias reafirmaram o papel soberano do homem no</p><p>planeta: o único ser dotado de racionalidade; entretanto, o paradoxo surge quando este</p><p>começa a dirigir sob os efeitos alcóolicos. Toda racionalidade é perdida, e este começa</p><p>a matar seus semelhantes; atitude totalmente irracional.</p><p>A Teoria da Exclusão Competitiva de Gauss explica a importância das relações</p><p>competitivas na natureza, mostrando que a predação é fator vital para o equilíbrio das</p><p>populações; o que é comum para os animais parece loucura para o ser humano, mas,</p><p>infelizmente, o trânsito é a predação do ser humano. O álcool é o principal agente desta</p><p>carnificina; todos conhecem seus efeitos e consequências, mas ainda existem diversos</p><p>casos em ocorrência. Nessa perspectiva, é que foi promulgada, em 2008, a “Lei Seca”,</p><p>forma de coibir e de conscientizar aqueles que usufruem destas drogas durante o ato de</p><p>dirigir.</p><p>A “Lei Seca” surgiu como uma das melhores leis dos últimos anos; além de seu</p><p>papel na segurança do trânsito, ela é indispensável para a segurança geral da sociedade,</p><p>uma vez que, inúmeros são os casos de criminosos, portadores de armas e de drogas</p><p>apreendidos durante vistorias policiais. O artigo III da Declaração Universal dos Direitos</p><p>Humanos cita que todo homem tem direito à vida; logo, a lei não se pauta apenas na</p><p>punição de infratores como forma de precaução, mas como instrumento de valorização</p><p>Veríssimo a Franz Kafka.</p><p>Como ela fez:</p><p>- Primeiro, Clarissa leu mais de uma vez o enunciado para saber, sem qualquer dúvida,</p><p>o que estava sendo pedido</p><p>- Depois, ela fez o esquema do texto. No desenvolvimento, um parágrafo seria para falar</p><p>das infrações e outro para as incivilidades. Em cada parágrafo, decidiu falar de três das</p><p>opções oferecidas em cada quadro.</p><p>- A vestibulanda lembrou de cinco citações que se encaixavam na redação, optou por</p><p>três delas.</p><p>- Colocou Claude Levi-Strauss na abertura para, segundo ela, impactar logo de cara o</p><p>avaliador</p><p>- Manuel Bandeira, no meio, para mostrar que conhecia literatura e, no final, Saramago.</p><p>- Ela escreveu a redação fazendo pausas para responder às questões de português.</p><p>Segundo ela, isso dava tempo para pensar melhor nos argumentos.</p><p>UM MUNDO DE CEGOS</p><p>Já afirmava Claude Levii-Strauss que "o mundo começou sem o homem e poderá</p><p>acabar sem ele." Nessa perspectiva, a sociedade atual demonstra um paradoxo, visto</p><p>que, apesar da tecnologia corroborar a capacidade técnica e intelectual do homem,</p><p>continuamos cometendo infrações e incivilidades diariamente.</p><p>Lamentavelmente, muitas pessoas praticam incivilidades no cotidiano, as quais</p><p>atestam o caráter egocêntrico do homem: ocupar assentos especiais em transportes</p><p>coletivos, poluir o meio ambiente e não coletar as fezes de nosso animal de estimação</p><p>são algumas das atitudes inconsequentes que manifestamos no dia a dia, as quais</p><p>contribuem para uma realidade hostil e desagradável. Nesse sentido, a construção de</p><p>uma sociedade sadia consiste em ter discernimento de que o espaço de nosso próximo</p><p>começa onde termina o nosso espaço. Assim, quando prejudicamos o nosso entorno,</p><p>estamos impedindo que a cooperação minimize as mazelas latentes da sociedade</p><p>moderna.</p><p>As infrações que cometemos também prejudicam muito a construção de uma</p><p>sociedade sadia: a sonegação de impostos é uma atitude tão condenável quanto o ato</p><p>do político se valer das finanças públicas; a compra de produtos piratas engendra um</p><p>tráfico que se conecta a tantos outros, como o tráfico de drogas e de armas, os quais</p><p>aliciam desassistidos e vitimam inocentes; a ultrapassagem do sinal vermelho é uma</p><p>infração grave, uma vez que recrudesce o trânsito violento que verificamos atualmente.</p><p>Além</p><p>disso, é imprescindível que mudemos o nosso "mundo particular", porque tal mudança</p><p>se reflete no "mundo coletivo", do qual todos nós fazemos parte. Caso contrário, só</p><p>confirmaremos o que Manuel Bandeira escreveu "a existência humana é uma aventura,</p><p>de tal modo inconsequente."</p><p>O escritor português José Saramago, em seu livro "Ensaio sobre a cegueira",</p><p>descreve uma sociedade que, paulatinamente, se torna cega. Metáforas à parte, é</p><p>exatamente isso o que acontece com nossa sociedade, já que ignoramos que, não só</p><p>infrações, mas também incivilidades prejudicam a construção de uma sociedade sadia,</p><p>pois abdicamos de atitudes abnegadas para sermos completamente egoístas,cegos.</p><p>Portanto, o mundo só atenuará suas mazelas, quando percebermos que tudo depende</p><p>de esforços coletivos, ou, como Saramago registrou, "se podes olhar, vê; se podes ver,</p><p>repara."</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. Se é possível planejar a redação, qual a “minha” estratégia?</p><p>CITAÇÕES E O BLOCO DE ANOTAÇÃO</p><p>O bom escritor não confia na memória para registrar impressões de mundo</p><p>interessantes: mantém um caderninho com citações com fatos históricos, com</p><p>experiências de vida interessantes... enfim, organiza-se ao longo do ano para a redação</p><p>da UFRGS. Penso que o ideal é o aluno exercitar-se já na seleção de registros. Aqui,</p><p>compartilha-se o início dela...</p><p>Há duas coisas infinitas: O Universo e a tolice dos Homens. – Albert Einstein</p><p>Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será</p><p>lutada com paus e pedras. – Albert Einstein</p><p>Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou. – Albert</p><p>Einstein</p><p>O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. – Albert Einstein</p><p>Tudo é aliado do homem que sabe querer. – Machado de Assis</p><p>Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um. – Mário</p><p>Quintana</p><p>Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, que são os</p><p>nossos chatos prediletos. – Mário Quintana</p><p>Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde,</p><p>tudo muda de dono. – Mário Quintana</p><p>Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? – Mário Quintana</p><p>Se matamos uma pessoa somos assassinos; se matamos milhões de homens,</p><p>celebram-nos como heróis. – Charles Chaplin</p><p>Não encontro defeitos. Encontro soluções. Qualquer um sabe queixar-se. –Henry Ford</p><p>Não é o empregador quem paga os salários, mas o cliente. – Henry Ford</p><p>Se você acha que pode, ou você acha que não pode, você está certo. – Henry Ford</p><p>Só existem 2 dias no ano em que não podemos fazer nada. Um se chama ontem e o</p><p>outro amanhã. – Dalai Lama</p><p>Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a</p><p>sociedade muda. – Paulo Freire</p><p>Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-</p><p>reflexão – Paulo Freire</p><p>Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes. – Paulo Freire</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>............................................................................................................................. ..</p><p>...............................................................................................................................</p><p>Introdução: o convite para leitura da redação</p><p>Há vários anos, a COPERVES – Comissão Permanente de Vestibular – liberou o</p><p>resultado de pesquisa sobre as boas redações; usando-se de textos da imprensa,</p><p>catalogou introduções, que estão sintetizadas a seguir:</p><p>1. Declaração: A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure</p><p>fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.</p><p>2. Definição: A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-</p><p>chave. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o</p><p>parágrafo.</p><p>3. Oposição: De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo</p><p>governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas,</p><p>aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.</p><p>As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/de outro) que</p><p>estabelecerá o rumo da argumentação.</p><p>4. Alusão histórica: Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os</p><p>antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a</p><p>globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota</p><p>acelerada de competição. O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a</p><p>iniciar um texto. O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão</p><p>do problema.</p><p>5. Uma pergunta: Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no</p><p>Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro o bolso para tapar um</p><p>buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos</p><p>para alimentar um sistema que só parece piorar.</p><p>A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar atenção do</p><p>leitor para o tema e será respondida ao longo da argumentação.</p><p>6. Uma frase nominal, seguida de explicação: Uma tragédia. Essa é a</p><p>conclusão da própria secretária de Avaliação e Informação Educacional do</p><p>Ministério da Educação sobre o desempenho dos alunos do terceiro ano do ensino</p><p>médio submetidos ao SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que</p><p>ainda avaliou estudantes da quarta série e da oitava série do ensino fundamental</p><p>em todas as regiões do território nacional. (Folha de São Paulo, 27 de nov. 96)</p><p>A palavra tragédia é explicada logo depois, retomada por Essa é a conclusão.</p><p>7. Um citação: “As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não</p><p>chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as</p><p>costas e irem embora”. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado, falando</p><p>sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina</p><p>algumas nações do primeiro mundo. ( Carlos Di Franco. Jornalismo, ética e</p><p>qualidade. Vozes, 1995)</p><p>A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela</p><p>palavra comentário da segunda frase.</p><p>09. Citação indireta: Para Marx, a religião é o ópio do povo. Raymond Aron</p><p>deu o troco: o marxismo é o ópio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos o ópio</p><p>do povo é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é</p><p>bom ver de que se trata. (Cláudio de Moura e Castro, Veja, 13 de nov. 96)</p><p>Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É</p><p>melhor citar de forma indireta que de forma errada.</p><p>10. Retomada de um provérbio: O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que</p><p>não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia:</p><p>desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias,</p><p>e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é</p><p>simplesmente impossível. (Jaime Sirotsky, Folha de São Paulo, 05 dez.</p><p>95).Sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente.</p><p>Faça um comentário sobre ele para quebrar a ideia de lugar- comum que</p><p>todos eles trazem. Nesse exemplo, o autor diz “O corriqueiro adágio” e assim</p><p>demonstra que está consciente de que está partindo de algo por demais</p><p>conhecido.</p><p>11. Alusão a conto, a poema, a filme: Quem assistiu ao filme A Rainha Margot,</p><p>com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória.</p><p>Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob as</p><p>ordens de Catarina de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante,</p><p>desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da História (...)</p><p>Desse horror a História do Brasil está praticamente livre (...) (Veja, 25 out. 95).</p><p>O resumo do filme A Rainha Margot serve de introdução para desenvolver o</p><p>tema da intolerância religiosa.</p><p>A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror , que</p><p>sintetiza o enredo do filme contado no parágrafo inicial.</p><p>12. Ilustração: O Jornal do Comércio, de Manaus, publicou um anúncio em que</p><p>uma jovem de dezoito anos, já mãe de duas filhas, dizia estar grávida mas não</p><p>queria a criança. Ela a entregaria a quem se dispusesse a pagar sua ligação de</p><p>trompas. Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto. O</p><p>tema é tabu no Brasil (...) (Antonio C. Viana. O Quê!. 1994)</p><p>Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coesão do</p><p>parágrafo seguinte se faz de forma fácil: a palavra tema retoma a questão que vai</p><p>ser discutida.</p><p>13. Adjetivação: Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para</p><p>a política educacional da Secretária da Educação.</p><p>A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos ]</p><p>parágrafos seguintes, por que acha a política educacional do estado</p><p>equivocada e pouco racional.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. Posso prever introdução para a minha redação?</p><p>2. Esta será minha introdução:</p><p>OS PRINCIPAIS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL</p><p>UFGRS: A AVALIAÇÃO E OS CRITÉRIOS ADOTADOS PELA UNIVERSIDADE</p><p>A UFRGS desenvolve processo de avaliação de redações sério e qualificado, exemplo para outras</p><p>instituições. A base de nosso trabalho é o determinado pelo sistema que desenvolveu por ser o mais</p><p>completo e claro entre os existentes. Utilizamos a planilha de correção da UFRGS, por ser a mais detalhada.</p><p>Neste capítulo, analisam-se os tópicos constantes da planilha de correção vigente desde 2010 e a que</p><p>adotamos, com a exposição de todos os critérios e pontuações em uso (note-se que a lauda de redação traz</p><p>somente a indicação dos tópicos analisados pela banca).</p><p>I. Estrutura e conteúdo</p><p>Item Descrição</p><p>01 Domínio da tipologia Trata-se de verificar se o texto apresenta adequação às</p><p>características da tipologia textual solicitada na proposta de</p><p>redação: dissertativa, narrativa, epistolar etc. Essa adequação diz</p><p>respeito tanto à apresentação formal do texto quanto à</p><p>manipulação de ideias/argumentos. Por exemplo, no caso do tipo</p><p>dissertativo, é possível identificar a tese principal e os argumentos</p><p>que a sustentam; no caso da narrativa, é possível identificar o</p><p>narrador, o protagonista, a trama, o desenlace, a avaliação etc.</p><p>02 Organização do texto Trata-se de verificar se a organização do texto, do ponto de vista</p><p>formal, refletida na estruturação dos parágrafos, e do ponto de</p><p>vista das ideias/argumentos que sustentam o texto, é adequada.</p><p>Nesse item, avalia-se se os parágrafos apresentam organização</p><p>adequada à sua função no texto, inclusive quanto ao número e</p><p>extensão dos períodos; se há organicidade, ou seja,</p><p>estabelecimento de relações adequadas, tanto no</p><p>desenvolvimento interno dos parágrafos quanto na transição</p><p>entre eles.</p><p>03 Desenvolvimento do</p><p>tema e do ponto de vista</p><p>Trata-se de verificar o grau de aproximação da abordagem feita</p><p>no texto em relação ao tema proposto. Além disso, deve-se</p><p>verificar se o autor do texto apresenta um ponto de vista, ou</p><p>seja, se o candidato expressa seu posicionamento ao abordar o</p><p>tema.</p><p>04 Qualidade do conteúdo Trata-se de verificar o uso de elementos capazes de sustentar</p><p>qualificadamente a inteligibilidade e a interpretabilidade do texto,</p><p>bem como aspectos referentes à consistência das</p><p>ideias/argumentos manipulados. Avalia-se aqui o uso de</p><p>elementos responsáveis pela progressão temática, como</p><p>mobilização de dados e densidade informacional, entre outros</p><p>aspectos.</p><p>05 Coesão textual Trata-se de verificar se o autor demonstra conhecimento dos</p><p>recursos coesivos que a língua oferece, utilizando-os de forma</p><p>apropriada e qualificada, isto é, se essa habilidade fica</p><p>evidenciada na tessitura por ele constituída,</p><p>através do emprego</p><p>de nexos, de modalizadores, de correlação de tempos verbais, de</p><p>referências anafóricas e de substituições lexicais.</p><p>06 Investimento autoral Trata-se de avaliar se o encaminhamento do texto evidencia</p><p>esforço pela autoria, isto é, se o texto apresenta abordagens</p><p>diferenciadas, fatos inusitados, tentativa de fugir do lugar</p><p>comum, relacionando as ideias com criatividade e com</p><p>propriedade. No plano formal, o investimento autoral pode</p><p>revelar-se pelo uso de frases complexas, de vocabulário</p><p>variado, além de recursos retóricos bem empregados</p><p>Cada item é avaliado em pontos : 5, 4, 3, 2, 1 ,0, podendo-se atingir 30 pontos, que devem ser</p><p>divididos por 03 (três):</p><p>Total : x :3 (que deverá ser acrescido ao item II)</p><p>II. EXPRESSÃO</p><p>01 Convenções ortográficas: maiúsculas e minúsculas, números,</p><p>separação e junção de vocábulos, acentuação, hífen, aspas,</p><p>sublinhas, trema, internetês, separação de silabadas, grafia das</p><p>palavras</p><p>Até 2 erros 2</p><p>3 a 4 erros 1</p><p>5 erros ou mais 0</p><p>02 Semântica: inadequação (nexos, retomada lexical,</p><p>impropriedade de registro, afixos, coordenação e paralelismo</p><p>vocabular); imprecisão (retomada pronominal, vocábulos de</p><p>sentido amplo); redundância (paráfrase, repetição de palavras</p><p>ou expressões)</p><p>Não há erro 5</p><p>1 erro 4</p><p>2 a 3 erros 3</p><p>4 a 5 erros 2</p><p>6 a 7 erros 1</p><p>8 ou mais erros 0</p><p>03 Pontuação: adjunto adverbial deslocado, orações adverbiais,</p><p>elementos intercalados, coordenação, conjunções coordenadas</p><p>adversativas e conclusivas, pontuação dos adjetivos, aposto e</p><p>construções elípticas, orações coordenadas explicativas.</p><p>Não há erro 5</p><p>1 erro 4</p><p>2 a 3 erros 3</p><p>4 a 5 erros 2</p><p>6 a 7 erros 1</p><p>8 ou mais erros 0</p><p>04</p><p>Sintaxe e Morfossintaxe: concordância nominal e verbal;</p><p>regência nominal e verbal (omissão ou uso indevido de</p><p>preposição, paralelismo de regência, regência dos pronomes</p><p>relativos, crase, uso de o e lhe); flexão, problemas de sintaxe da</p><p>oração: omissão de termos da oração, concordância inadequada</p><p>de pronomes, colocação indevida dos pronomes átonos,</p><p>ambiguidade estrutural de adjetivos, advérbios etc., uso indevido</p><p>dos tempos verbais, problemas de representação do período</p><p>independente (frase siamesa, fragmento de frase), problema de</p><p>composição do período (coordenação por subordinação),</p><p>problemas de paralelismo sintático</p><p>Não há erro 8</p><p>1 erro 7</p><p>2 erros 6</p><p>3 erros 5</p><p>4 erros 4</p><p>5 erros 3</p><p>6 erros 2</p><p>7 erros</p><p>1</p><p>8 erros 0</p><p>Fonte: Manual do Avaliador CV 2010</p><p>Observa-se que cada pontuação é determinada conforme a expressão; no máximo, obtêm-se vinte</p><p>pontos que deverão ser divididos por dois: TOTAL parte II= 20 : 2 = 10, ao que se soma o total de I:</p><p>(10 + 10) : 2 = 10 . 1,25 = 12,5, ou seja, tem-se aqui a metade da nota que pode ser obtida na redação.</p><p>I. HOLÍSTICA</p><p>1.TEMA</p><p>5 PONTOS</p><p>Trata-se de verificar o grau de compatibilidade da abordagem feita pelo</p><p>candidato com a proposta da prova de redação, isto é, se a abordagem</p><p>representa uma interpretação qualificada da proposta e se</p><p>responde a esta interpretação; se o texto explicita um ponto de</p><p>vista identificável com relação à questão colocada pela proposta,</p><p>optando por uma solução possível entre um conjunto de soluções e</p><p>sustentando esta escolha. Sustentar uma escolha de ponto de vista</p><p>significa justificá-la, seja pela argumentação no caso do texto</p><p>dissertativo, seja pela coerência entre trama, desenlace e avaliação, no</p><p>caso de texto narrativo, etc. Em resumo, considera-se: a qualidade da</p><p>abordagem do tema apresentado; o encadeamento lógico das</p><p>ideias relativamente ao tema; e a manutenção da abordagem eleita</p><p>ao longo do texto.</p><p>2.MODO</p><p>COMPOSICIONAL</p><p>Trata-se de avaliar o modo de organização do texto. Isto inclui observar-</p><p>se o texto como um todo: a) apresenta estruturação semântica</p><p>manifesta em suas partes, evidenciada a partir de relações de natureza</p><p>3 PONTOS lógica (implicação: causa e efeito, fato e condição, premissa e conclusão,</p><p>tese e argumento); e b) conduz o leitor para a distinção entre o mais</p><p>abrangente e o mais restrito, entre o que faz parte da tese e o que</p><p>serve para comprová-la.</p><p>3.DOMÍNIO</p><p>LINGUÍSTICO</p><p>2 PONTOS</p><p>Trata-se neste caso de avaliar o desempenho do candidato em relação</p><p>ao uso da língua, o que inclui o domínio da norma culta e o emprego de</p><p>recursos estilísticos. Em resumo, observam-se qualitativamente aspectos</p><p>como os seguintes: a) adequação vocabular; relacionamentos</p><p>sintáticos (as ideias se coordenam ou se subordinam); b)</p><p>redundâncias; c) conveniência da linguagem padrão ou coloquial,</p><p>marcas de oralidade; e d) outros aspectos gramaticais (ortografia,</p><p>pontuação,morfossintaxe etc.).</p><p>Fonte: Manual do Avaliador CV 2010</p><p>A avaliação holística vê o texto como unidade; representa 50% do total da nota da prova. Na parte</p><p>III, o candidato pode atingir dez pontos que devem ser multiplicados por 1,25 (10 . 1,25 =</p><p>12,50). Somam-se as notas obtidas nas partes I e II com a III: essa é a nota da redação.</p><p>Observações sobre o sistema de correção</p><p>O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PUC</p><p>Bastante semelhante ao sistema da UFRGS, a PUC mostra-se como um dos sistemas mais</p><p>democráticos de avaliação das redações, em que se sobressaem os comandos para a autenticidade do</p><p>discurso do vestibulando.</p><p>Verão 2018</p><p>. Tema 1:Êxodo urbano</p><p>. Tema 2. Mobilidade urbana e qualidade de vida.</p><p>. Tema 3: Memórias indesejadas</p><p>Inverno 2015</p><p>▪ Tema 1: Vida simples: quando menos é mais</p><p>▪ Tema 2: O homem virtuoso: a qualidade moral que o distingue dos demais</p><p>▪ Tema 3: O lugar da filosofia nos dias de hoje</p><p>Verão 2015</p><p>▪ Tema 1: Moradores de rua X Circulação pública</p><p>▪ Tema 2: Ajuda X Esmola</p><p>▪ Tema 3: Publico X Privado: como o cidadão deve se comportar em ambientes</p><p>partilhados</p><p>Inverno 2014</p><p>▪ Tema 1: Escrita digital e clareza de expressão</p><p>▪ Tema 2: Motivos para estudar Matemática</p><p>▪ Tema 3: Analfabetismo funcional</p><p>Verão 2014</p><p>▪ Tema 1: Proteção e autonomia: como dosar o cuidado com as crianças e os</p><p>adolescentes</p><p>▪ Tema 2: Exposição pública e direito à privacidade: o que pode e o que não pode</p><p>ser revelado nas redes sociais</p><p>▪ Tema 3: Espionagem internacional e controle da internet</p><p>Inverno 2013</p><p>▪ Tema 1: Jeitinho brasileiro: comportamento antiético ou criatividade?</p><p>▪ Tema 2: Medidas para melhorar as condições de vida dos brasileiros</p><p>▪ Tema 3: A eficácia da Lei Seca para tornar o trânsito mais seguro</p><p>Verão 2013</p><p>▪ Tema 1: A Vida depois dos 70</p><p>▪ Tema 2: Os limites e as possibilidades da ciência</p><p>▪ Tema 3: O desenvolvimento da ciência no Brasil</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red152a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red152b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red152c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red151a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red151b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red151c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red151c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red142a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red142b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red142c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red141a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red141a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red141b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red141b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red141c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red132a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red132b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red132c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red131a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red131b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red131c.htm</p><p>Inverno 2012</p><p>▪ Tema 1: Preconceito: experiências e ensinamentos</p><p>▪ Tema 2: A importância de conhecer e desenvolver o padrão culto da língua</p><p>▪ Tema 3: A escola como espaço privilegiado para o desenvolvimento da cidadania</p><p>Verão 2012</p><p>▪ Tema 1: Aprendendo com as experiências dos mais velhos</p><p>▪ Tema 2: Erros e acertos da Educação de hoje, no Brasil</p><p>▪ Tema 3: A importância da música em nossa vida</p><p>Inverno 2011</p><p>▪ Tema</p><p>1: De que forma posso, como cidadão, contribuir positivamente para a</p><p>preservação do planeta?</p><p>▪ Tema 2: Acredito que, no futuro, o meio ambiente no planeta Terra estará muito</p><p>............. (melhor/pior), porque ..............</p><p>▪ Tema 3: Uma experiência que foi decisiva para a minha vida</p><p>Verão 2010</p><p>▪ Tema 1: Sobre o medo, suas consequências e a necessidade de enfrentá-lo</p><p>▪ Tema 2: Sobre o heroísmo e seu significado na sociedade contemporânea</p><p>▪ Tema 3: Sobre o aprendizado e a prática das virtudes</p><p>Inverno 2007</p><p>▪ Tema 1: Como cidadão ou como autoridade, que medidas você proporia para</p><p>reduzir o número e a gravidade dos acidentes de trânsito?</p><p>▪ Tema 2: Consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes: um grave problema a</p><p>resolver</p><p>▪ Tema 3: Um bem indispensável para uma vida confortável</p><p>Inverno 2006</p><p>▪ Tema 1: Dizer a verdade ou omiti-la: uma difícil escolha</p><p>▪ Tema 2: Verdades e mentiras a respeito de um país chamado Brasil e do povo</p><p>que nele habita</p><p>▪ Tema 3: Como construir um mundo de paz</p><p>Inverno 2005</p><p>▪ Tema 1: A Experiência de Deixar a Casa de Origem</p><p>▪ Tema 2: Os Benefícios Advindos de uma Experiência Acadêmica no Exterior</p><p>▪ Tema 3: Tentar a vida longe de seu país ou de sua família de origem</p><p>Inverno 2004</p><p>▪ Tema 1: Exploração do Espaço</p><p>▪ Tema 2: A Viagem ao Interior do Próprio Ser</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red122a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red122b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red122c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red121a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red121b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red121c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red112a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red112a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red112b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red112b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red112c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red101a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red101b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red101c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red072a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red072a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red072b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red072b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red072c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red062a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red062b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red062b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red062c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red052a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red052b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red052c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red042a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red042b.htm</p><p>▪ Tema 3: A rotina que entedia, estressa e robotiza</p><p>Inverno 2003</p><p>▪ Tema 1: Qual o pior tipo de preconceito?</p><p>▪ Tema 2: A Adoção de Cotas para Negros e Pardos nas Universidades</p><p>▪ Tema 3: O Brasil é feito de vários brasis</p><p>Verão 2003</p><p>▪ Tema 1: Como se preparar para o Vestibular?</p><p>▪ Tema 2: Qual é o papel do profissional na sociedade em que vivemos?</p><p>▪ Tema 3: Existem “profissões para homem” e “profissões para mulher”?</p><p>Inverno 2002</p><p>▪ Tema 1: Uma Leitura Imperdível</p><p>▪ Tema 2: Os "Reality Shows"</p><p>▪ Tema 3: A Possibilidade de uma Dominação Planetária</p><p>Verão 2002</p><p>▪ Tema 1: O Estudo da Língua Portuguesa na Universidade</p><p>▪ Tema 2: Linguagem Culta x Linguagem Coloquial</p><p>Tema 3: Aprendizagem e Desenvolvimento da Língua Materna Fora da Sala de Aula</p><p>O Sistema de Correção da UCS</p><p>A UCS não divulga os critérios de correção nem devolve a redação avaliada;</p><p>entretanto, sabe-se que os critérios são estes:</p><p>Partes 1 e 2: eliminatórias</p><p>1.1 O texto produzido é uma dissertação? Sim/Não</p><p>2.1 O tema proposto foi observado? Sim/Não</p><p>Parte 3: classificatória</p><p>3.1 Consistência/coerência textuais (pontos ganhos sobre 100)</p><p>Avalia mecanismos/elementos de articulação, nos níveis macro e microestruturais</p><p>(sequenciação, paragrafação, coordenação/subordinação definitivização,</p><p>pronominalização, nominalização,uso de operadores argumentativos, seleção lexical,</p><p>grau de informatividade, seleção e hierarquização dos argumentos)</p><p>3.1.1 TESE: expressão de posicionamento crítico: 10 -15</p><p>3.1.2 Argumento (s): presença: zero -10 – 25 – 40</p><p>3.1.3 Evidência(s): demonstração/ilustração: zero – baixa: 10 – média: 20 – alta: 30</p><p>3.1.4 Nova tese: ratificação/reelaboração do posicionamento: zero – 05 – 10</p><p>3.2 Título como elemento contextualizador à produção: zero – 03 – 05</p><p>Subtotal: 3.1 +3.2 (máximo 100 pontos)</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red042c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red032a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red032b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red032c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red031a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red031b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red031c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red022a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red022b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red022c.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red021a.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red021b.htm</p><p>http://www.pucrs.br/provas/red021c.htm</p><p>3.3 Mecanismos morfossintáticos e convenções ortográficas: pontos perdidos</p><p>sobre 05</p><p>3.3.1 Regência nominal e verbal, concordância verbal e nominal, flexão nominal e</p><p>verbal, pontuação, paralelismo, colocação pronominal, ambigüidade sintática</p><p>(pontos perdidos sobre 10)</p><p>a) Não há erros: zero</p><p>b) 1 a 6 erros: -03</p><p>c) 7 a 10 erros: -05</p><p>d) 11 a 15 erros: -07</p><p>e) + de 16 erros: -10</p><p>3.3.2 Grafia das palavras, acentuação gráfica e outras marcações</p><p>(pontos perdidos sobre 05)</p><p>a) Não há erros: zero</p><p>b) 1 a 4 erros: - 01</p><p>c) 5 a 8 erros: - 02</p><p>d) 9 a 10 erros: - 03</p><p>e) + de 10 erros: -05</p><p>Subtotal: 3.3.1 (menos) 3.3</p><p>Total: 3.1 (mais) 3.2 (menos) 3.3</p><p>O sistema de correção da UPF</p><p>A Universidade de Passo Fundo não permite que a redação de propriedade intelectual</p><p>do vestibulando seja-lhe de domínio naturalmente, a exemplo da UCS. Sabemos quais</p><p>os critérios de avaliação, que sintetizamos a seguir:</p><p>01. Redação de 25 a 30 linhas;</p><p>01. Estrutura externa: presença de título; distribuição dos parágrafos: 04</p><p>pontos</p><p>02. Estrutura interna: abordagem temática: 20 pontos; argumentação: 30</p><p>pontos; vocabular adequado: 20 pontos;</p><p>03. Correção gramatical: 26 pontos.</p><p>Alguns temas da UPF</p><p>2017/1 Como, na sociedade atual, os Jogos Olímpicos podem ser exemplo da</p><p>vivência de valores como igualdade e respeito?</p><p>2017/1 A crise no sistema de saúde pública.</p><p>2016/2 Qual o papel das mídias sociais na formação da opinião pública?</p><p>2016/2 Educar para a Cidadania Global pressupõe: 1) alcançar a educação</p><p>de qualidade para todos e a aprendizagem permanente ao longo de toda a</p><p>vida; 2) mobilizar o conhecimento científico e as políticas relativas à Ciência</p><p>com vistas ao desenvolvimento sustentável; 3) enfrentar e resolver os novos</p><p>problemas éticos e sociais; 4) construir sociedades do conhecimento</p><p>inclusivas e integradoras com o apoio da informação e da comunicação.</p><p>Diante disso, escolha um dos quatro itens acima e escreva um texto</p><p>dissertativo argumentativo, justificando a relevância do tópico na proposta</p><p>de uma Educação Cidadã.</p><p>2016/1 A ONU proclamou o dia 30 de janeiro como o dia da não violência</p><p>em homenagem a Gandhi, cujo assassinato ocorreu em 1948. Trata-se de</p><p>uma iniciativa voltada à educação para a paz, à solidariedade e ao respeito</p><p>pelos direitos humanos. Com base no texto e em suas leituras sobre o</p><p>assunto, escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discuta o</p><p>tema que trata da cultura da PAZ, respondendo à pergunta: Por que uma</p><p>cultura de paz? Aponte consequências para uma vida em sociedade na qual</p><p>os cidadãos cultivam a PAZ.</p><p>2016/1 Escreva um texto dissertativo-argumentativo, trazendo prós e contras</p><p>para o uso da tecnologia na vida diária das pessoas.</p><p>REDAÇÕES ULBRA</p><p>A ULBRA é suficientemente clara no processo de avaliação das redações, cujos</p><p>temas tem surpreendido os vestibulandos. É interessante salientar que, junto à PUC e à</p><p>UFRGS, antecipa assuntos que serão abordados nas provas de redação de outras</p><p>universidades. Com a nota máxima 15, a ULBRA divide sua avaliação em cinco itens,</p><p>todos com o mesmo peso:</p><p>1. Pertinência ao tema e qualidade de argumentação;</p><p>2. Coesão e</p><p>coerência;</p><p>3. Aspectos gramaticais;</p><p>04. Estrutura textual (introdução, desenvolvimento e conclusão, além do número mínimo</p><p>de linhas exigido e respeito ao número de parágrafos sugeridos);</p><p>5. Adequação à norma-padrão.</p><p>As redações na UNIFRA</p><p>A UNIFRA não libera as redações para posterior conferência; deixa claro o que é</p><p>avaliado pela banca, favorecendo o entendimento do processo pelos que buscam uma</p><p>vaga nesta universidade santa-mariense, como se demonstra a seguir.</p><p>Avaliação da redação da UNIFRA</p><p>1. Atendimento ao tema proposto, com as seguintes habilidades observadas:</p><p>a) fluência, clareza, coesão e coerência;</p><p>b) organização das ideias; lógica e coerência na exposição</p><p>c) argumentos coesos;</p><p>d) relação entre termos da oração; relação entre as orações do período;</p><p>e) paragrafação adequada;</p><p>f) normas gramaticais; ortografia atualizada; pontuação;</p><p>g) aplicação de conceitos de várias áreas do conhecimento; limites</p><p>estruturais do texto.</p><p>Obs.: A UNIFRA exige proposta de intervenção para a discussão</p><p>que levanta na prova.</p><p>A avaliação da UCPEL</p><p>A UCPEL divulga no Manual do Candidato 2018 poucas informações, que são as</p><p>seguintes:</p><p>Objetivos: Na redação, o candidato desenvolverá um dos temas propostos, redigindo</p><p>uma dissertação de vinte e cinco a trinta linhas. O candidato deverá desenvolver a</p><p>argumentação de seu texto com ideias relacionadas ao tema escolhido e suficientes para</p><p>abrangê-lo, observando o encadeamento lógico das orações, períodos e parágrafos e a</p><p>adequada progressão no desenvolvimento do assunto. Recomenda clareza na</p><p>construção das frases, emprego de palavras em nível culto, uso adequado da pontuação</p><p>e cuidado com ortografia, concordância e regência.</p><p>Obs.: a UCPEL exigiu nos últimos vestibulares proposta de intervenção social.</p><p>A avaliação das redações na ACAFE</p><p>A Banca desse sistema de universidades particulares de Santa Catarina opta</p><p>pela discussão de temas que surpreendam pela atualidade, o que demonstra interesse</p><p>pela agilidade e pela dinamicidade no processo de formação de opinião dos</p><p>vestibulandos. Apenas recentemente esta associação passou a liberar as provas de</p><p>redação, interpondo prazos para recurso – um privilégio para que os vestibulandos sejam</p><p>respeitados durante todo o processo e para que se reconheçam como avaliados com</p><p>justiça. A redação que se coloca como exemplo é de 2016/1 e tem como assunto</p><p>proposto a mobilidade urbana.</p><p>Cada redação é corrigida por dois avaliadores, de forma individual e sigilosa. A nota do</p><p>candidato é uma média das duas pontuações. A Acafe gosta bastante de imagens,</p><p>então o candidato também tem grandes chances de encontrar uma charge, uma foto</p><p>ou um quadrinho. Além disso, a redação costuma trabalhar com temas atuais e muito</p><p>locais, mas nada impede que o assunto seja de interesse global</p><p>Valem pontos na redação:</p><p>Capacidade de compreender a proposta e aplicar conceitos para desenvolver o tema</p><p>Demonstração de domínio da norma padrão da língua escrita</p><p>Defesa bem elaborada de um ponto de vista a partir dos fatos e informações</p><p>Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da ar</p><p>Alguns temas das redações da ACAFE:</p><p>2013/2</p><p>• Tema 1: A proposta discutia os direitos das mulheres a partir de uma discussão bem</p><p>específica: "No século IX, as leis viam com diferença o adultério praticado pelo homem</p><p>e o praticado pela mulher". O candidato deveria ampliar a temática e falar de</p><p>machismo, repressão ou falta de direitos para o sexo feminino.</p><p>• Tema 2: Uma foto de um manifestante segurando um cartaz que diz "Impunidade:</p><p>câncer do Brasil!!!". O candidato precisava relacionar a imagem e discutir as causas e</p><p>consequências da impunidade no país.</p><p>2013/1</p><p>• Tema 1: A charge mostra um funcionário de uma montadora de carros trabalhando</p><p>próximo a uma câmera de vigilância, debaixo da qual se lê "Sorria, você está sendo</p><p>assediado". O trabalhador leva um susto com a exclamação que sai da câmera de</p><p>vigilância: "Por quê você não está sorrindo?!".</p><p>• Tema 2: Uma professora carrega uma pilha de papéis, e um homem de terno</p><p>pergunta: "A senhora quer pagar suas contas com... amor?". Ela responde: "Sim, é</p><p>que eu sou professora. Como eu trabalho por amor, é o que sobra no fim do mês!".</p><p>2012/2</p><p>• Tema único: Três textos abordavam o novo Código Florestal Brasileiro sob opiniões</p><p>muito diferentes _ um criticando os "jahadistas do ambientalismo fundamentalista",</p><p>outro defendendo a importância da produção agrícola no Brasil, e um terceiro</p><p>afirmando que a necessidade de se ampliar a área para plantações é uma falácia, pois</p><p>os países mais desenvolvidos tem trabalhado intensamente com a preservação</p><p>ambiental. As instruções orientavam o candidato a "expor e analisar as controvérsias</p><p>sobre o novo código florestal brasileiro".</p><p>2012/1</p><p>• Tema único: Três textos sobre protestos de rua levavam o candidato a discutir as</p><p>manifestações como "movimentos reivindicatórios ou de demonstração de força de</p><p>determinada entidade ou classe religiosa, ou mesmo de movimentos corporativistas".</p><p>Os trechos trazidos na prova citam situações muito diferentes, como a Marcha da</p><p>Maconha e a Marcha para Jesus, tentando apresentar os diferentes pontos da</p><p>discussão ao estudante.</p><p>REDAÇÃO NO VESTIBULAR ACAFE</p><p>De acordo com o edital, os textos serão avaliados duas vezes por professores</p><p>diferentes, os quais atribuirão notas de 0,0 a 10,0.</p><p>A avaliação da “disciplina” de redação será considerada nos planos do conteúdo e da</p><p>expressão escrita, quanto à/ao:</p><p>a) adequação ao tema proposto;</p><p>b) modalidade escrita da norma culta da língua portuguesa (padrão formal);</p><p>c) coerência e coesão;</p><p>d) nível de informação e de argumentação;</p><p>e) marca de autoria e estilo.</p><p>A nota da redação será igual à média aritmética das notas de ambos avaliadores.</p><p>Quando houver uma diferença de três ou mais pontos entre os valores atribuídos por</p><p>eles, será realizada uma terceira avaliação por diferente professor. Nesse caso, a nota</p><p>final será a média aritmética das duas notas mais próxima.</p><p>Fique ligado!</p><p>- Somente serão avaliadas as redações transcritas para folha de redação personalizada</p><p>e entregue para tal finalidade.</p><p>- A redação deve ser resultado da produção e criatividade do candidato.</p><p>- Será atribuída nota zero à redação:</p><p>a) com fuga total do tema;</p><p>b) resultante de plágio;</p><p>c) que fugir às orientações apresentadas no caderno de prova.</p><p>d) que não tiver no mínimo 20 (vinte) linhas e no máximo 30 (trinta) linhas;</p><p>e) escritas a lápis</p><p>IFRS exige proposta de intervenção</p><p>Prova de Redação - pontuação numa escala de 0 a 10; é fornecido um texto motivador</p><p>e após sua leitura será solicitado que o candidato escreva um texto argumentativo</p><p>(dissertação), sobre o tema proposto.</p><p>O candidato será avaliado segundo cinco competências:</p><p>I. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita;</p><p>http://www.downloads.acafe.org.br/download/concursos/vest_15_2/edital/Edital_N_01_2015.pdf</p><p>II. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de</p><p>conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do</p><p>texto dissertativo-argumentativo;</p><p>III. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e</p><p>argumentos em defesa de um ponto de vista;</p><p>IV. . Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a</p><p>construção da argumentação;</p><p>V. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito</p><p>aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.</p><p>As redações devem ser escritas com caneta esferográfica azul ou preta</p><p>e elaboradas de acordo com as orientações constantes no caderno de provas.</p><p>O texto da Redação deverá ser escrito com letra legível, respeitando o</p><p>número mínimo de linhas estabelecido no caderno de provas; não será</p><p>permitido uso de</p><p>corretivo.</p><p>São critérios que zeram automaticamente a Redação:</p><p>I. Gênero textual diferente do solicitado;</p><p>II. Fugir do tema proposto.</p><p>A REDAÇÃO DO ENEM</p><p>ENEM E A REDAÇÃO</p><p>Alguns aspectos devem ser considerados, sempre, ao se pensar a redação do</p><p>ENEM: trata-se de uma prova ideologizada, o que significa dizer que a liberdade de</p><p>expressão do redator está limitada a aspectos pré-determinados. O primeiro deles</p><p>pressupõe que o candidato vive numa sociedade ideal; o segundo é o respeito aos</p><p>direitos humanos em que temos de reconhecer a igualdade imperante no país.</p><p>Novamente, retoma-se o idealismo proposto pela banca. Além disso, é preciso obedecer</p><p>ao comando de que haja uma proposta de intervenção social, que apresente ação para</p><p>essa sociedade ideal em que todos os setores atuem com igualdade e justiça. Pergunta-</p><p>se: uma vez que o ENEM é uma prova ideologizada, a proposta de intervenção social</p><p>pode ser a mesma para todos os candidatos? A resposta cabe aos integrantes da Banca</p><p>responder, em que se constata um detalhe curioso: quem são eles? Como foram</p><p>selecionados? Que conhecimento possuem para executarem o trabalho? Onde realizam</p><p>as correções?</p><p>A RECOMPENSA DO ESFORÇO TAMBÉM NOS DÁ BOAS RESPOSTAS</p><p>Três redações do mesmo aluno, em três edições diferentes do ENEM, abrem nova</p><p>discussão: a autoria e o esforço para o bom desempenho do candidato são aspectos</p><p>excludentes? Vejamos os textos:</p><p>2015</p><p>Tema: Publicidade Infantil</p><p>A Criança De Hoje</p><p>A publicidade sempre esteve presente em nossas vidas, desde o tempo do rádio</p><p>até os tempos moderno.</p><p>Da década de 90 até os anos atuais, aumentou gradativamente a propaganda de</p><p>produtos infantis de modo geral, utilizando como personagem principal, seu próprio</p><p>público, alvo as crianças.</p><p>No Brasil a publicidade com crianças é grande, e isso não pode ser visto como</p><p>algo negativo ou como exploração da criança. Pois isso ajudara na formação psicosocial</p><p>dela, ajudando assim ela a se comunicar, interagir com mais facilidade. Com isso</p><p>ajudando a dar um passo para o futuro dela até mesmo no meio artístico.</p><p>Não devemos menosprezar a criança na publicidade, e nem em outro meio que</p><p>seja, pois ela é o futuro do nosso Brasil.</p><p>E.W. (a pedido do autor, não revelamos sua autoria) Nota: 300. O texto original apresenta-se em 13</p><p>linhas. O autor não tinha frequentado curso de redação nem era exigida esta tarefa em sua vida escolar. A</p><p>transcrição é fiel ao texto original.</p><p>2016</p><p>Tema: A persistência da violência contra as mulheres</p><p>O fruto do passado</p><p>A paz era impossível e a guerra improvável. Esse era o pensamento que se tinha</p><p>entre 1945-1991, na chamada Guerra Fria, em que as duas potências mundiais, EUA e</p><p>URSS, viviam momentos de tensões entre si. Nessa metáfora de paz e guerra, vivemos</p><p>hoje com a violência contra a mulher; havendo altos índices de crimes cometidos por</p><p>seus acompanhantes, foi preciso criar a lei do feminicídio para acabar com a morte de</p><p>nossas brasileiras.</p><p>No Brasil, a mulher é menosprezada e violentada, fruto isso de um passado</p><p>escravista e patriarcal, em que a esposa não tinha voz e vivia para servir ao seu marido</p><p>e cuidar da família. Nos anos 60, tivemos o “movimento hippie” que tinha como lema</p><p>“faça amor e não faça guerra”. Era a revolução da mulher com a descoberta da pílula</p><p>anticoncepcional, a mulher podia ser dona de seu próprio corpo, podendo engravidar</p><p>quando ela quiser, isso colocou fim numa sociedade machista, havendo a liberdade da</p><p>mulher. Em nosso país, não foi diferente, a mulher em 1932 pela constituição de Vargas,</p><p>garantiu seu direito de votar e a partir daquele momento prosperou em várias</p><p>conquistas, conseguimos então nessa sociedade conservadora eleger a 1ª. mulher</p><p>presidente, colocando para o mundo que a mulher pode conquistar algo tanto como os</p><p>homens.</p><p>Para haver um combate e acabar com a violência e desigualdade de gênero, o</p><p>governo, juntamente com empresas, devem criar programas para maior incersão da</p><p>mulher no mercado de trabalho, garantindo salários iguais para homens e mulheres. A</p><p>família, através do diálogo, deve debater com os filhos sobre o papel da mulher na</p><p>sociedade, expondo para eles que a mulher tem os mesmos direitos e deveres que</p><p>qualquer cidadão e com isso deve ser respeitada. A escola, junto com os meios de</p><p>comunicação, deve promover oficinas para os alunos, com palestras educativas, em que</p><p>o palestrante é uma mulher que vai falar de sua vida e de suas conquistas, encentivando</p><p>todos a ir em busca do seu objetivo.</p><p>Fica evidente que o preconceito e a violência contra a mulher é fruto do passado</p><p>de nosso país, mas pode ser superado com iniciativas sociais e governamentais,</p><p>acabando com as desigualdades e assim com a violência de gênero. Freud dizia: “o</p><p>pensamento é o ensaio da ação”. Devemos pensar na melhor maneira de acabar com</p><p>essa mazela e colocá-la em prática para o melhor viver da sociedade”.</p><p>E.W. (a pedido do autor, não revelamos sua autoria). Método Medicina Lajeado. Nota:900. A</p><p>transcrição é fiel ao texto original.</p><p>2017</p><p>Tema: Caminhos para acabar com a intolerância religiosa</p><p>O fruto do passado</p><p>A paz era impossível e a guerra improvável. Esse era o pensamento que se tínha</p><p>entre, 1945-1991, na chamada Guerra Fria, em que as duas potências mundiais, EUA e</p><p>URSS, viviam momentos de tensões entre si. Nessa metáfora de paz e guerra, vivemos</p><p>hoje com a intolerância religiosa, havendo preconceito contra fiéis de diferentes crenças,</p><p>levando à agressão física e até a morte.</p><p>No Brasil, o cristianismo, é seguido pela maioria da população; outras religiões</p><p>como o luteranismo, espiritismo e islamismo vêem crescendo, progressivamente,</p><p>levando novos seguidores e assim causando uma disputa entre religiões, opinando em</p><p>qual é a mais correta de se seguir. Essas tensões é fruto de uma Igreja Católica muito</p><p>forte e oponente na época do absolutismo; em que começou a ser questionada e</p><p>enfraquecida com as teses de Lútero. A descoberta do Brasil teve como principal objetivo</p><p>inicial de catequisar os indígenas, não compreendendo suas crenças e mitos; essa</p><p>imposição está presente nos dias atuais, levando pessoas a morte por questionar e não</p><p>aderirem s certa religião. Brigas de rua, estrangulamento são algumas barbáries</p><p>cometidas por certos grupos religiosos.</p><p>Para haver um controle da intolerância entre as religiões, o governo juntamente,</p><p>com as escolas, devem ampliar o ensino religioso, levando o aluno desde pequeno em</p><p>oficina de ensino incentivando o respeitando as diferentes religiões. A sociedade,</p><p>juntamente com entidades comunitárias devem promover grupos de apoio a não</p><p>violência, mostrando para a população como cada religião contribui a formação de laços</p><p>de amizade e respeito. A família, através do diálogo, deve demonstrar às diferentes</p><p>opiniões religiosas, colocando em prática o que todas as religiões pregam, a paz no</p><p>mundo e respeito ao próximo.</p><p>Fica evidente que a intolerância a diferente religiões é fruto do passado de</p><p>conservador e de forte repressão aos diferentes. No entanto, pode ser mudado, com o</p><p>simples ato de conversar e de respeitar as diferentes ideais religiosos, havendo sempre</p><p>o respeito mútuo. Freud dizia: “o pensamento é o ensaio da ação”. Portanto, devemos</p><p>por em prática essas ações para o melhor viver da sociedade.</p><p>E.J. W. (a pedido do autor, não revelamos sua autoria). Método Medicina Lajeado. Nota:960. A</p><p>transcrição é fiel ao texto original.</p><p>300 900 960</p><p>MEDICINA</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. O que leva o aluno a produzir com qualidade tão diferente em cada ano?</p><p>2. A semelhança na arquitetura dos textos de</p><p>2015 e de 2016 apresenta “quebra”</p><p>da autoria?</p><p>3. Quantas falhas gramaticais são detectadas em cada texto?</p><p>4. Que qualidades você aponta em cada texto?</p><p>5. Quais são os exemplos de autoridade que ilustram cada texto?</p><p>ENEM E OS DIREITOS HUMANOS</p><p>Entender o que são os direitos humanos no Brasil de diferenças imensamente</p><p>acentuadas, em que todos os candidatos são avaliados da mesma maneira por serem</p><p>submetidos aos mesmos princípios de compreensão de cidadania, exige-nos abstração</p><p>para o que é de conhecimento comum. Uma das maneiras de identificarmos os mesmos</p><p>direitos humanos para todos é buscarmos documentos que se refiram a eles, a exemplo</p><p>da Declaração Universal dos Direitos do Homem e dos diversos estatutos de proteção às</p><p>minorias. A seguir são colocados excertos de diversos esforços que houve na história</p><p>para valorização dos direitos do homem.</p><p>I. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão</p><p>Estes são os artigos tratados na declaração original de 1789</p><p>Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só</p><p>podem fundamentar-se na utilidade comum.</p><p>Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e</p><p>imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e</p><p>a resistência à opressão.</p><p>Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum</p><p>corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.</p><p>Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo:</p><p>assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão</p><p>aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos</p><p>direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.</p><p>Art. 5.º A lei proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela</p><p>lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não</p><p>ordene.</p><p>Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de</p><p>concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser</p><p>a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais</p><p>a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos</p><p>públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas</p><p>virtudes e dos seus talentos.</p><p>Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados</p><p>pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem,</p><p>executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer</p><p>cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso</p><p>contrário torna-se culpado de resistência.</p><p>Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e</p><p>ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes</p><p>do delito e legalmente aplicada.</p><p>Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar</p><p>indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser</p><p>severamente reprimido pela lei.</p><p>Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões , incluindo opiniões religiosas,</p><p>desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.</p><p>Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos</p><p>direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente,</p><p>respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.</p><p>Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força</p><p>pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade</p><p>particular daqueles a quem é confiada.</p><p>Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é</p><p>indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de</p><p>acordo com suas possibilidades.</p><p>Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus</p><p>representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de</p><p>observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a colecta, a cobrança e a duração.</p><p>Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua</p><p>administração.</p><p>Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem</p><p>estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.</p><p>Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser</p><p>privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob</p><p>condição de justa e prévia indenização.</p><p>II. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS</p><p>HUMANOS (ONU – 1948)</p><p>Artigo I: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São</p><p>dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito</p><p>de fraternidade.</p><p>Artigo II 1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades</p><p>estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,</p><p>sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,</p><p>riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.</p><p>2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política,</p><p>jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate</p><p>de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a</p><p>qualquer outra limitação de soberania.</p><p>Artigo III Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.</p><p>Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico</p><p>de escravos serão proibidos em todas as suas formas.</p><p>Artigo VI Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido</p><p>como pessoa perante a lei.</p><p>Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual</p><p>proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que</p><p>viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.</p><p>Artigo VIII Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes</p><p>remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam</p><p>reconhecidos pela constituição ou pela lei.</p><p>III. CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA</p><p>dos direitos e deveres individuais e coletivos</p><p>Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,</p><p>garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do</p><p>direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos</p><p>seguintes:</p><p>I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta</p><p>Constituição;</p><p>II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude</p><p>de lei;</p><p>III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;</p><p>IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;</p><p>V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização</p><p>por dano material, moral ou à imagem;</p><p>VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre</p><p>exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto</p><p>e a suas liturgias;</p><p>VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas</p><p>entidades civis e militares de internação coletiva;</p><p>VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção</p><p>filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos</p><p>imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;</p><p>IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,</p><p>independentemente de censura ou licença;</p><p>X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,</p><p>assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua</p><p>violação;</p><p>XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para</p><p>prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;</p><p>XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de</p><p>dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas</p><p>hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução</p><p>processual penal;</p><p>XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as</p><p>qualificações profissionais que a lei estabelecer;</p><p>XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,</p><p>quando necessário ao exercício profissional;</p><p>XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer</p><p>pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;</p><p>XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,</p><p>independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião</p><p>anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à</p><p>autoridade competente;</p><p>XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter</p><p>paramilitar;</p><p>IV – ECA – ESTUTUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.</p><p>Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de</p><p>idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este</p><p>Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.</p><p>Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes</p><p>à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-</p><p>se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes</p><p>facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de</p><p>liberdade e de dignidade.</p><p>Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e</p><p>adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça,</p><p>etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e</p><p>aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra</p><p>condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.</p><p>Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público</p><p>assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde,</p><p>à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à</p><p>dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.</p><p>Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:</p><p>a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;</p><p>b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;</p><p>c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;</p><p>d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a</p><p>proteção à infância e à juventude.</p><p>Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de</p><p>negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma</p><p>da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.</p><p>Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se</p><p>dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a</p><p>condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.</p><p>V- ESTATUTO DO IDOSO</p><p>Art. 1° É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às</p><p>pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.</p><p>Art. 2° O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem</p><p>prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurandose-lhe, por lei ou por</p><p>outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física</p><p>e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de</p><p>liberdade e dignidade.</p><p>Art. 3° É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público</p><p>assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à</p><p>alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à</p><p>liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.</p><p>Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: I – atendimento preferencial</p><p>imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços</p><p>à população; II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas</p><p>específicas; III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas</p><p>com a proteção ao idoso;</p><p>Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 2 IV – viabilização de formas alternativas de</p><p>participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; V – priorização do</p><p>atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar,</p><p>exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria</p><p>sobrevivência; VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de</p><p>geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; VII – estabelecimento de</p><p>mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os</p><p>aspectos biopsicossociais de envelhecimento; VIII – garantia de acesso à rede de</p><p>serviços de saúde e de assistência social locais. IX – prioridade no recebimento da</p><p>restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).</p><p>Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação,</p><p>violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou</p><p>omissão, será punido na forma da lei. § 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou</p><p>violação aos direitos do idoso. § 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da</p><p>prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados</p><p>.</p><p>VI- LEI MARIA DA PENHA</p><p>Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e</p><p>familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da</p><p>Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da</p><p>Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher</p><p>e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe</p><p>sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e</p><p>estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência</p><p>doméstica e familiar.</p><p>Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual,</p><p>renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais</p><p>inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para</p><p>viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,</p><p>intelectual e social.</p><p>Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos</p><p>direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia,</p><p>ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à</p><p>dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.</p><p>§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos</p><p>das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-</p><p>las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e</p><p>opressão.</p><p>§ 2o Cabe à família,</p><p>à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias</p><p>para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.</p><p>Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se</p><p>destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência</p><p>doméstica e familiar.</p><p>VII – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA</p><p>Art. 1º. Fica instituído o Estatuto da Pessoa com Deficiência, com, base na</p><p>Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU e seu Protocolo</p><p>Facultativo, ratificados na forma do § 3º, artigo 5º da Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil, destinado a estabelecer as diretrizes e normas gerais, bem como</p><p>os critérios básicos para assegurar, promover e proteger o exercício pleno e em</p><p>condições de igualdade de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais pelas</p><p>pessoas com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania plena e efetiva.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226§8</p><p>Art. 2º. Consideram-se pessoas com deficiência aquelas que têm impedimentos de</p><p>longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação</p><p>com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade</p><p>em igualdade de condições com as demais pessoas.</p><p>Art. 3º. Para o reconhecimento dos direitos de que trata esta Lei, serão consideradas</p><p>as deficiências que acarretem impedimentos nas funções ou na estrutura do corpo,</p><p>referentes às capacidades comunicativas, mentais, intelectuais, sensoriais ou motoras.</p><p>§ 1º As funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluindo</p><p>as funções psicológicas. § 2º As estruturas do corpo são as suas partes anatômicas, tais</p><p>como órgãos, membros e seus componentes.</p><p>Art. 4º. A avaliação da deficiência será médica e social. § 1º A avaliação médica da</p><p>deficiência e do respectivo grau considerará as deficiências nas funções e nas estruturas</p><p>do corpo. § 2º A avaliação social considerará os fatores ambientais e pessoais. § 3º As</p><p>avaliações médicas e sociais considerarão a limitação do desempenho de atividades,</p><p>segundo suas especificidades. § 4º As avaliações de que tratam os parágrafos 2º e 3º</p><p>serão realizadas pelo Poder Público, por meio de instrumento desenvolvido para este</p><p>fim. § 5º As categorias e suas definições expressas neste artigo não excluem outras</p><p>decorrentes de normas regulamentares a serem estabelecidas, ouvido o Conselho</p><p>Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade).</p><p>Art. 5º. Regulamento especificará o grau de limitação física, mental, intelectual,</p><p>auditiva, visual ou múltipla que associada à avaliação social levará à classificação da</p><p>pessoa como com deficiência para os fins desta Lei e em que grau de deficiência o</p><p>mesmo deverá ser classificado, servindo como prova da deficiência quando exigida.</p><p>Art. 6º. Para fins de aplicação desta lei considera-se: I – acessibilidade: possibilidade</p><p>e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços,</p><p>mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes, da informação e</p><p>comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e</p><p>instalações abertas ao público, de uso público ou privadas de uso coletivo, tanto na zona</p><p>urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;</p><p>VII – LEI DO FEMINICÍDIO</p><p>A lei de número 13.104 altera o código penal para prever o feminicídio como</p><p>um tipo de homicídio qualificado e incluí-lo no rol dos crimes hediondos. Na prática, isso</p><p>quer dizer que casos de violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação</p><p>contra a condição de mulher passam a ser vistos como qualificadores do crime. Os</p><p>homicídios qualificados têm pena que vai de 12 a 30 anos, enquanto os homicídios</p><p>simples preveem reclusão de 6 a 12 anos.</p><p>VIII -Estatuto da cidade e do meio ambiente</p><p>Em 2001, foi aprovada e sancionada a Lei Federal n.º 10.257, o chamado</p><p>Estatuto da Cidade, que traça as diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano dos</p><p>municípios brasileiros. O Estatuto da Cidade é caracterizado, essencialmente, pela</p><p>formulação de políticas de gestão da cidade democráticas e planejadas, bem como pelo</p><p>aprofundamento no tema da regularização fundiária, que toma a maior parte das</p><p>preocupações dessa lei urbanística. A priori, caberia questionar qual a relação do</p><p>Estatuto da Cidade com a problemática das questões ambientais. Contudo, já após a</p><p>leitura do texto legal, percebe-se uma grande preocupação com os temas ligados ao</p><p>meio ambiente. Como se sabe, as cidades brasileiras foram vítimas do processo</p><p>desordenado de urbanização que marcou a metade do século passado e essas intensas</p><p>transformações no meio urbano também impactaram sobre o meio ambiente. Como</p><p>afirma Spósito, “o processo de urbanização no mundo contemporâneo, expressão da</p><p>acentuação dos papéis urbanos sob o industrialismo e de novas formas de produção e</p><p>consumo da e na cidade, tem provocado o aprofundamento das contradições entre o</p><p>ambiental e o social nos espaços urbanos”1. Esse cenário de contradições entre o</p><p>ambiental e o social, observado nas cidades brasileiras, foi acentuado por Nelson Nefussi</p><p>e Eduardo Licco2: os grandes assentamentos urbanos concentram os maiores</p><p>problemas ambientais: poluição do ar, sonora e hídrica; destruição dos recursos naturais;</p><p>desintegração social; desemprego; perda de identidade cultural e de produtividade</p><p>econômica; formas de ocupação do solo informais e irregulares; abandono de áreas</p><p>verdes e de lazer; mal gerenciamento de áreas de risco, do tratamento dos esgotos e</p><p>da destinação final do lixo coletado; nas metrópoles com grande concentração industrial</p><p>coexistem os problemas de degradação ambiental e o trânsito caótico, as enchentes, a</p><p>favelização e os assentamentos em áreas inundáveis, de risco e carentes em</p><p>saneamento; em cidades costeiras, as condições de balneabilidade das praias vêm</p><p>sendo comprometidas cada vez mais pelas descargas de esgotos in natura e pelas</p><p>precárias condições de limpeza pública e coleta de lixo; os interesses especulativos</p><p>imobiliários forçam a ocupação de áreas de preservação ambiental, desfigurando a</p><p>paisagem e destruindo ecossistemas naturais; as cidades históricas e religiosas também</p><p>sofrem com a especulação imobiliária, com a favelização e com o turismo indiferente à</p><p>preservação do patrimônio cultural e ambiental; na Amazônia, as atividades extrativistas</p><p>e o avanço da fronteira agrícola produzem cidades de crescimento explosivo, que se</p><p>tornaram paradigmas para a degradação da qualidade de vida no meio urbano.</p><p>Esta seleção pode ser ampliada por todas as medidas protetivas, em</p><p>forma de lei ou de discussões por organizações não governamentais, que</p><p>procurem estabelecer os direitos sociais, quer de grupos minoritários quer de</p><p>instituições ou objetivamente da população.</p><p>ENEM E A AVALIAÇÃO DAS REDAÇÕES</p><p>Neste ano, houve aproximadamente seis milhões de inscritos para as provas do</p><p>ENEM; na redação, esse número deve ser multiplicado por dois, uma vez que o mesmo</p><p>trabalho deverá ser lido por duas pessoas: são 12.000.000 (doze milhões) de redações</p><p>para serem lidas. Os corretores não são revelados, mas sabe-se que cada redação leva,</p><p>em média, no ENEM e somente no ENEM, de um a dois minutos para ser corrigida,</p><p>enquanto o tempo médio, nos concursos vestibulares sérios, é de seis minutos!, ou seja,</p><p>o ENEM dedica ao trabalho do candidato apenas 30 por cento do necessário para uma</p><p>avaliação séria. Abaixo são apresentadas, resumidamente, as competências avaliadas</p><p>pela banca.</p><p>AS CINCO COMPETÊNCIAS</p><p>Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa.</p><p>Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias</p><p>áreas de conhecimento para desenvolver</p><p>o tema, dentro dos limites estruturais do texto</p><p>dissertativo-argumentativo em prosa.</p><p>Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,</p><p>opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.</p><p>Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários</p><p>para a construção da argumentação.</p><p>Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,</p><p>respeitando os direitos humanos.</p><p>Repare-se que há duplicidade nas competências 1 e 04 e 2 e 5 , enquanto</p><p>a 3 transita livremente, o que dá a chance do candidato expor toda a sua</p><p>criatividade, conhecimento acadêmico e de mundo.</p><p>Além de respeitar direitos humanos e elaborar proposta de intervenção social, a</p><p>redação será avaliada se tiver entre oito e 30 linhas; se houver cópia de textos</p><p>motivadores, o espaço será descontado no cômputo das linhas. O título, apesar de</p><p>opcional, garante ao texto identidade e favorece avaliação.</p><p>O quadro, a seguir, apresenta os seis níveis de desempenho que serão utilizados</p><p>para avaliar a Competência 1 das redações do Enem 2013 (últimas instruções divulgadas</p><p>pelo INEP, responsável pela elaboração das provas), cujas notas, se não apresentarem</p><p>diferença de cem pontos ou mais, na visão dos dois corretores, serão somadas e</p><p>divididas por dois.</p><p>AS NOTAS POR COMPETÊNCIA</p><p>Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa.</p><p>200 pontos Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita</p><p>serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizem reincidência.</p><p>160 pontos Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções</p><p>da escrita.</p><p>120 pontos Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções</p><p>da escrita.</p><p>80 pontos Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da</p><p>escrita.</p><p>40 pontos Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais,</p><p>de escolha de registro e de convenções da escrita.</p><p>0 ponto Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da Língua</p><p>Portuguesa</p><p>Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das</p><p>várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites</p><p>estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.</p><p>O quadro, a seguir, apresenta os seis níveis de desempenho que serão</p><p>utilizados para avaliar a Competência 2 das redações do Enem:</p><p>200 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um</p><p>repertório sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-</p><p>argumentativo.</p><p>160 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta</p><p>bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e</p><p>conclusão.</p><p>120 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta</p><p>domínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e</p><p>conclusão.</p><p>80 pontos Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores</p><p>ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo</p><p>à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.</p><p>40 pontos Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio precário</p><p>do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de outros tipos textuais.</p><p>0 ponto Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa.</p><p>Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações,</p><p>fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.</p><p>200 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto,</p><p>de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de</p><p>vista.</p><p>160 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma</p><p>organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.</p><p>120 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados</p><p>aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa de um ponto</p><p>de vista.</p><p>80 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas</p><p>desorganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos textos motivadores,</p><p>em defesa de um ponto de vista.</p><p>40 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou</p><p>incoerentes e sem defesa de um ponto de vista.</p><p>0 ponto Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionados ao tema e sem defesa</p><p>de um ponto de vista.</p><p>Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos</p><p>necessários à construção da argumentação”</p><p>O quadro, a seguir, apresenta os seis níveis de desempenho que serão utilizados para</p><p>avaliar a Competência 4 das redações do Enem:</p><p>200 pontos Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de</p><p>recursos coesivos.</p><p>160 pontos Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório</p><p>diversificado de recursos coesivos.</p><p>120 pontos Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações e</p><p>apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.</p><p>80 pontos Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequações</p><p>e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.</p><p>40 pontos Articula as partes do texto de forma precária.</p><p>0 pontos Ausência de marcas de articulação, resultando em fragmentação das ideias.</p><p>Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,</p><p>respeitando os direitos humanos.</p><p>O seu texto será avaliado com base na combinação dos seguintes critérios:</p><p>a) presença de proposta x ausência de proposta;</p><p>b) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta sem o</p><p>detalhamento dos meios para sua realização.</p><p>O quadro, a seguir, apresenta os seis níveis de desempenho que serão utilizados para</p><p>avaliar a Competência 5 das redações do Enem:</p><p>200 pontos Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao</p><p>tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.</p><p>160 pontos Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à</p><p>discussão desenvolvida no texto.</p><p>120 pontos Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema</p><p>e articulada à discussão desenvolvida no texto.</p><p>80 pontos Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao tema</p><p>ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto.</p><p>40 pontos Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas ao</p><p>assunto.</p><p>0 ponto Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não ao tema</p><p>ou ao assunto.</p><p>ENEM E A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL</p><p>A nossa redação deve começar pela proposta de intervenção social, que pode</p><p>ser resumida no quadro abaixo:</p><p>Proposta de intervenção social: como garantir a melhor nota!</p><p>a) palavras-chaves:</p><p>b) a proposta:</p><p>TEMAS DO ENEM</p><p>QUAIS PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO PODEM SER FEITAS EM CADA TEMÁTICA?</p><p>Ano</p><p>2017</p><p>2016</p><p>2015</p><p>Temática da Redação</p><p>A inclusão dos surdos no sistema educacional</p><p>Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil</p><p>A persistência da violência contra a mulher</p><p>2014 Publicidade infantil em questão no Brasil</p><p>2013 Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil</p><p>2012 Movimento imigratório para o Brasil no século 21</p><p>2011 Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado</p><p>2010 O trabalho na</p><p>à vida, neste que se enquadra como o segundo maior ceifador de vidas deste país.</p><p>Já afirmava Einstein: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez</p><p>humana.” Portanto, resta amenizar os impactos produzidos pelo homem no trânsito, a</p><p>escola e o governo criando campanhas, as autoridades aplicando as leis e a família</p><p>ensinando a seus filhos tudo a respeito dos malefícios do álcool, pois com a educação</p><p>aprenderemos a respeitar os limites do trânsito, tornando-nos bons motoristas e bons</p><p>cidadãos. Só assim, podemos olhar para as estatísticas de óbitos e ver que a “morte não</p><p>anda no banco de trás”.</p><p>Gabriel Sartori.Caxias do Sul. Nota: 980. Tema: A lei Seca. ENEM 2013.</p><p>Não deixe uma criança cuidar de outra criança.</p><p>De acordo com a teoria difundida pelo cientista Edward Lorenz, denominada</p><p>de "efeito borboleta", o simples bater de asas de uma borboleta poderia acarretar um</p><p>tsunami do outro lado do mundo. Metáforas à parte e enquadrando essa tese num</p><p>contexto atual, é visível que gravidezes no decorrer da adolescência podem desenvolver</p><p>inúmeras decorrências negativas.</p><p>Segundo dados apresentados pelo IBGE, no Brasil, anualmente, ocorrem três</p><p>milhões de partos na faixa etária de quinze a dezenove anos. Esse dado, pode aparentar</p><p>controversas em detrimento de todos os métodos contraceptivos disponíveis no</p><p>mercado. Entre eles se encontram: preservativos, tanto masculinos como femininos,</p><p>pílulas anticoncepcionais e o DIU (dispositivo intrauterino). Apesar disso, as gravidezes</p><p>precoces acontecem devido à falta de informação, falta de controle e de cuidado e por</p><p>fim, devido a ambientes familiares hostis.</p><p>Apesar de já implantadas medidas que visem à diminuição de partos na</p><p>juventude, é imprescindível que haja mudança nos hábitos da população. Sendo assim,</p><p>que as famílias, por meio de diálogo, instruam as crianças que há um tempo adequado</p><p>para todas as experiências. Sem dúvida, as escolas devem, por intermédio de palestras</p><p>e de teatros, demonstrar a realidade de jovens que tiveram que abdicar dos estudos</p><p>devido à presença de filhos. Aliás, é oportuno incorporar, à grade curricular, a disciplina</p><p>de educação sexual com enfoque nos métodos preventivos. Além disso, é necessário</p><p>que o governo invista na divulgação das consequências das gravidezes na mocidade,</p><p>lançando campanhas chamadas de "não deixe uma criança cuidar de outra criança."</p><p>Indo ao encontro do pensamento de Lorenz, é visível que a aparente</p><p>insignificante ocorrência de gestações na juventude pode causar várias complicações</p><p>para a gestante e para a criança, tais como: diabetes, anemia, pressão alta e distúrbios</p><p>psicológicos, sendo o furacão, não do outro lado do mundo, mas do lado de duas vidas.</p><p>Louise Sebben. Método Extensivo Bento Gonçalves. 2016Enem: exercício de sala de</p><p>aula: como diminuir os casos indesejados gravidez na adolescência: exercício de aula.</p><p>obs.: Esta redação apresenta metáfora entre as mais admiradas pelos alunos do</p><p>Método.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. As duas últimas redações visam ao ENEM (até a edição de 2017). O que as</p><p>diferencia dos demais sistemas de produção?</p><p>2. Os autores tiveram tranquilidade para redigir, ou se sentiram pressionados</p><p>para responder à determinada fórmula de impessoalidade?</p><p>03. Vocabulário:</p><p>04. Uso da primeira pessoa:</p><p>05. Verossimilhança:</p><p>06. Investimento autoral:</p><p>07. Que elementos trazem a proposta de intervenção social em cada texto?</p><p>Os alunos do Método na UFGRS em 2017</p><p>Reparando e construindo estilos</p><p>“Quem pode olhar, vê; quem pode ver, repara”; José Saramago,</p><p>por meio de metáforas, diferencia o simples ato de enxergar da capacidade de</p><p>analisar situações. Imersos numa cultura de massa, da qual mais recebem</p><p>conhecimentos do que os produzem, os indivíduos precisam aguçar sua</p><p>capacidade de selecionar e filtrar o essencial, elementos imprescindíveis para a</p><p>construção de seu estilo e de sua singularidade.</p><p>Todo ser humano carrega consigo peculiaridades que o diferenciam</p><p>do meio social em que está inserido. Ter estilo é possuir identidade, é ser dotado</p><p>de cultura, de valores, de costumes e de posturas próprias. O indivíduo se</p><p>distingue usando o conhecimento existente e produzido na sociedade, dando-lhe</p><p>suas pinceladas e pondo-lhe suas marcas. Inovar e se apresentar totalmente</p><p>desigual, ao seu entorno, nem sempre é bem-vindo: as rupturas estilísticas</p><p>promovidas pelo “Modernismo Brasileiro” não foram, inicialmente, aceitas pela</p><p>maioria da população. Temos medo e insegurança do novo.</p><p>Oswald de Andrade, participante do projeto modernista de criar uma</p><p>cultura tipicamente brasileira, criou a “Antropofagia”, que afirma a necessidade</p><p>de absorver as influências externas, “degluti-las” e permanecer somente o que é</p><p>essencial. Hoje, precisamos atuar como antropófagos, partindo das influências</p><p>do meio para a construção do estilo próprio, cabendo-nos filtrar e selecionar</p><p>aquilo que é importante. Machado de Assis delegou-nos um personagem que é</p><p>exemplo explícito disso: Bentinho, de “Dom Casmurro”, é singular por sua</p><p>“casmurrice”- resultado de uma vida cheia de lacunas e de desconfianças que lhe</p><p>são inerentes.</p><p>Isso posto, é indispensável que o homem seja um “deglutidor” das</p><p>informações que o cercam e, sobretudo, que saiba filtrar aquilo que é construtivo</p><p>para seu estilo. Sendo a “casmurrice” ou a brasilidade, o que importa é se sentir</p><p>único e diferenciado. Por fim, relacionando à metáfora de Saramgo, resume-se:</p><p>quem vê, imita; quem repara, constrói!</p><p>Larissa Schneider, Método Medicina. UFRGS: nota 23,9</p><p>Bigode: cada um tem o seu.</p><p>Para que as pessoas reconheçam Hitler, não é necessário falar da Alemanha, nem</p><p>da Segunda Guerra Mundial e, nem mesmo, de nazismo; basta mencionar o bigode.</p><p>Adiciona-se um chapéu e, sem maiores esforços, outra figura famosa – que, de jeito</p><p>nenhum, parece ser um ditador – surge à mente: Charles Chaplin. Essas características</p><p>marcantes de personalidades completamente opostas fazem parte dos seus estilos.</p><p>A lista de pessoas que levam (ou levavam) no rosto um bigode singular é longa,</p><p>e nela está o nome de Salvador Dalí. O pintor é conhecido pela peculiaridade, que</p><p>também está presente em suas obras: o Surrealismo de Dalí mostrou, por exemplo, que</p><p>relógios servem para muito mais do que simplesmente contar segundos. O estilo surreal,</p><p>entretanto, não é apenas o que se pode ver pintado nas telas; é o conjunto de cores,</p><p>de ideais e de objetivos que define o movimento.</p><p>Com um bigode que, por incrível que pareça, não perde para o de homem</p><p>nenhum, Frida Kahlo é outro exemplo de personalidade que tem estilo de sobra. Ao se</p><p>recusar a remover os pelos do buço, do meio das sobrancelhas e das axilas, a artista</p><p>mexicana adotou singularidades físicas que a definem – além de representar o feminismo</p><p>de maneira espetacular.</p><p>Estilo é o conjunto de características que destacam a pessoa do grupo social ao</p><p>qual ela pertence; é tudo o que caracteriza as diferentes personalidades: pode ser um</p><p>jeito de escrever, de desenhar, de cantar, de se vestir, de amar, de pensar, ou, como</p><p>comprovam Hitler, Chaplin, Salvador Dalí e Frida Kahlo, pode até mesmo ser um bigode.</p><p>Júlia Fontanive Lunelli: Método Intensivo Bento Gonçalves: Nota 23,5. UFRGS 2017</p><p>Diferentemente únicos</p><p>Se fosse possível encaixar o que é estilo em apenas uma frase, a música de</p><p>Kurt Cobain seria perfeita: venha como você é. Diante disso, fica evidente a relação</p><p>entre o ser interior – opiniões, pensamentos e gostos – e o ser aparente, ou seja, o que</p><p>é visto pelos outros.</p><p>Juntamente com a aparência, vem a moda, julgada por ser inibidora das</p><p>individualidades estilísticas, entrelaçada, paradoxalmente, com o jeito de cada um.</p><p>Explico: o estilo de alguns prevalece na mídia munida</p><p>construção da dignidade humana</p><p>2009</p><p>O indivíduo frente à ética nacional</p><p>2008</p><p>Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o</p><p>desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de</p><p>desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar</p><p>2007 O desafio de se conviver com as diferenças</p><p>2006 O poder de transformação da leitura</p><p>2005 O trabalho infantil na sociedade brasileira</p><p>2004</p><p>Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de</p><p>comunicação</p><p>2003 A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo</p><p>2002</p><p>O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as</p><p>transformações sociais que o Brasil necessita?</p><p>2001</p><p>Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em</p><p>conflito?</p><p>2000 Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional</p><p>1999 Cidadania e participação social</p><p>1998 Viver e aprender</p><p>REDAÇÕES DO ENEM</p><p>A seguir são apresentadas redações corrigidas pela banca do ENEM com as</p><p>respectivas notas recebidas nestas correções. Todos os textos pertencem a alunos</p><p>nossos que autorizaram a publicação nesta apostila. Como exercício, devemos dar nota,</p><p>em casa competência, para entendermos o processo de correção. Observe também o</p><p>que estas redações nos oferecem em termos de proposta de intervenção social.</p><p>Acredite na sua felicidade</p><p>No século XX, o poeta alemão Bertolt Brecht escreveu o poema “Se os tubarões</p><p>fossem homens”. Repleto de críticas à civilização ocidental, a leitura permite uma vasta</p><p>analogia com a sociedade atual. No Brasil, a intolerância religiosa faz muitas vítimas –</p><p>conhecidas como “peixes” -, mostrando que precisamos aprender a aceitar as escolhas</p><p>de cada um.</p><p>Nosso país apresenta diversas crenças religiosas: o resultado de várias culturas.</p><p>Como destacou o autor, se os tubarões fossem homens, eles ensinariam diferentes</p><p>línguas aos peixinhos para que não se entendessem. As religiões também são</p><p>divergentes, todavia, buscam o mesmo propósito: a liberdade de acreditar naquilo que</p><p>traz a felicidade e o bem-estar.</p><p>Os problemas pontuados por Bertolt Brecht continuam sendo salientados um</p><p>século depois. As escolas dos peixes ensinariam a nadar até as goelas dos tubarões. Os</p><p>nossos centros de ensino devem visar um cidadão autônomo e consciente, contrariando</p><p>o poema. Os professores, juntamente com a comunidade escolar, devem organizar</p><p>oficinas com o tema “Acredite na sua felicidade”, demonstrando que todos têm o direito</p><p>de escolher a religião.</p><p>A mídia, através de propagandas, pode mostrar a convivência pacífica de pessoas</p><p>com crenças diferentes. A família tem quem dialogar sobre a necessidade de prevalecer</p><p>o respeito. Os órgãos competentes devem continuar atentos a qualquer manifestação</p><p>preconceituosa. Dessa forma, a longo prazo, poderemos dizer que, se os tubarões</p><p>fossem homens, eles se orgulhariam das diferenças e aprenderiam a aceitá-las.</p><p>Amanda Salvi. Método Extensivo Lajeado. Nota: 880. Tema: Intolerância religiosa no</p><p>Brasil.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. A proposta de intervenção social está completa? Em caso negativo, o</p><p>que deve ser acrescentado?</p><p>2. A comparação vítimas e peixes está bem construída?</p><p>Minha religião é o brasileiro!</p><p>O Iluminismo foi, sem dúvida, o maior movimento ideológico da Idade Moderna.</p><p>Baseado nos ideais de liberdade, igualdade, fraternidade e valorização da racionalidade</p><p>humana, serviu de base para as estruturas políticas, econômicas e sociais da sociedade</p><p>contemporânea. A incongruência surge quando o homem começa a discriminar o outro</p><p>devido à crença religiosa, ignorando qualquer espírito de fraternidade ou de liberdade.</p><p>Neste contexto, é preciso educar as crianças e os jovens para que ocorra, efetivamente,</p><p>a sedimentação do senso crítico contra toda ação intolerante.</p><p>Em 1545, a Contrarreforma Católica reabriu os Tribunais da Inquisição para</p><p>perseguir, torturar e matar os hereges (protestantes, judeus e “bruxos”), mais tarde, a</p><p>Alemanha nazista, comandada por Hitler, foi responsável pela morte de milhões de</p><p>judeus. O histórico preconceituoso enraizou as ideologias intolerantes na sociedade,</p><p>exemplificadas pelos altos índices de denúncias no Brasil. Com isso, faz-se necessário a</p><p>elaboração de medidas que mostram que a ética, ou seja, a dignidade humana está</p><p>acima de qualquer religião.</p><p>Segundo Vítor Hugo, escritor e filósofo francês, “a tolerância é a melhor de todas</p><p>as religiões”. Nesse pensamento, a liberdade de crença é, indubitavelmente, o melhor</p><p>caminho a ser seguido. Para sedimentar o senso crítico contra as ações preconceituosas</p><p>é essencial o envolvimento da comunidade civil em todas as esferas, pois, somente desta</p><p>forma, a sociedade será iluminada pela luzes da razão, fraternidade e liberdade.</p><p>Para Rousseau, filósofo iluminista, “a única maneira de mudar a concepção das</p><p>pessoas é através da educação”. Nesta ideologia, cabe às escolas, em parcerias com as</p><p>Secretarias regionais de cultura, promoverem teatros e oficinas que mostram que as</p><p>diferenças são importantes e que todas as religiões podem conviver de maneira pacífica</p><p>e respeitosa. O governo pode criar punições socioeducativas, ou seja, quem cometer</p><p>esse crime terá de fazer um curso de um ano para aprender sobre todas as religiões e</p><p>crenças, seus valores e suas qualidades, além disso, pode criar um aplicativo para que</p><p>denúncias possam ser feitas de maneira rápida e anônima. As mídias podem veicular</p><p>campanhas com o “slogan”: “Minha religião é o brasileiro” com o intuito de esclarecer</p><p>que todas religiões fazem parte da cultura e do patrimônio histórico nacional. Com isso,</p><p>a sociedade se tornará a maior discípula de Diderot, Montesquieu e Rousseau.</p><p>Diego Seibel Júnior. Médodo Extensivo Lajeado. Nota: 980. Tema: A intolerância</p><p>religiosa. Diego está na FUCSPA, em que obteve o segundo lugar na seleção; também</p><p>obteve primeiro lugar na UFPel.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. Seccione a proposta de intervenção social e averigúe sua exeqüibilidade.</p><p>2. Observe o paralelismo de regência e comente-o.</p><p>3. O texto apresenta falhar gramaticais? Quantas?</p><p>4. A proposta de intervenção social e a conclusão são independentes?</p><p>5. Por que o texto não obteve a nota máxima?</p><p>Não sejamos o lobo</p><p>O homem evoluiu. Independentemente da teoria, essa evolução se deu de</p><p>diversas formas no transcorrer do tempo; percorremos um longo caminho da Pedra</p><p>Lascada à Idade Contemporânea, em que o ser humano é testado diariamente ao</p><p>retirar as “pedras do meio do caminho” impostas e transpostas devido à convivência</p><p>em sociedade.</p><p>Albert Einstein já afirmava: “Triste época, é mais fácil desintegrar um átomo</p><p>do que um preconceito”, se o físico alemão ainda estivesse vivo dar-se-ia conta que</p><p>sua frase, infelizmente ainda cai como uma luva para os dias de hoje; independente</p><p>de acharmos nossa sociedade justa e igualitária ainda há lacunas a serem</p><p>preenchidas. Apesar de nossa evolução, a intolerância religiosa ainda marca nosso</p><p>cotidiano, o que era para ser um resquício do passado e somente retratado em livros</p><p>de História como as Cruzadas em Jerusalém e o ódio de Hitler pelo povo semita, por</p><p>achá-los “inferiores” a raça ariana, hoje se apresenta na forma de agressões verbais</p><p>e físicas; um exemplo recente disso é a menina Carla que estava saindo de um culto</p><p>de Candomblé com a avó quando foi ridicularizada por dois católicos que a difamaram</p><p>e a apedrejaram por ela ser de religião diferente, porém não menos importante.</p><p>O teórico Hobbes ressaltou: “O homem é o lobo do homem”, a predação a</p><p>nossa própria espécie no âmbito religioso, acarretará em graves conseqüências se</p><p>não mudarmos de atitude, o preconceito e a violência entre as religiões brasileiras</p><p>deve deixar de existir.</p><p>Diante</p><p>das desigualdades que ainda persistem na sociedade brasileira é visto</p><p>que, mudanças são necessárias; esse processo metamórfico pode ser iniciado por</p><p>meio da educação de base: a família pode instruir por meio de diálogo junto a escola</p><p>o projeto “Minha fé meu orgulho” em que os participantes debateriam sobre os</p><p>pontos iguais que uma religião possui com a outra, isto também pode ser</p><p>representado por meio de teatros que a comunidade proporcionaria, o poder</p><p>legislativo atuaria criando campanhas espalhadas pelas cidades que enalteçam a</p><p>diversidade religiosa brasileira. Se estas medidas forem implantadas, não seremos</p><p>os “cegos que mesmo vendo não veem” como afirmou Saramago, mas aqueles que,</p><p>se podem olhar, veem, se podem ver, reparam.</p><p>Bruno Tregnago Garcia. Método Medicina Bento Gonçalves. Nota: 960. Tema: A</p><p>intolerância religiosa no Brasil.</p><p>QUESTIONE-SE</p><p>1. Identifique as falhas gramaticais e conte-as, antes de responder: os</p><p>corretores desta redação subavaliaram as competências 01 e 04?</p><p>Vamos pintar um grito mais feliz para o Brasil?</p><p>Buda dizia que tudo que somos é resultado do que pensamos. A teoria do</p><p>mestre religioso nos remete à ideia de que a mente é a força criadora de todas as</p><p>manifestações. Quando compreendemos esse poder, tornamo-nos mais hábeis para o</p><p>convívio em sociedade. No ponto de vista sociológico, a assimilação desse conceito é</p><p>imprescindível para que se encontrem caminhos viáveis de combate à intolerância</p><p>religiosa no Brasil.</p><p>Na literatura, o Expressionismo foi um movimento de vanguarda que procurou</p><p>demonstrar as emoções que os acontecimentos suscitavam no artista, como na obra “O</p><p>Grito”, de Eduard Munch. Se o autor pintasse esse quadro hoje, com certeza retrataria</p><p>a violência sofrida pelas vítimas de discriminação religiosa. Essas pessoas fazem parte</p><p>de uma parcela da população que é ofendida e excluída socialmente em função de sua</p><p>crença.</p><p>Acredita-se que a falta de respeito pela diversidade de cultos possa ter origem</p><p>na formação da nação brasileira visto que o país foi colônia de Portugal por muitos anos.</p><p>Durante esse período, os portugueses tentaram impor o catolicismo não apenas aos</p><p>indígenas, mas também aos escravos africanos. Além disso, a sociedade foi novamente</p><p>direcionada ao preconceito quando os militares tomaram o poder, instaurando uma</p><p>ditadura que censurou correntes religiosas, sociais e políticas.</p><p>Em pleno século XXI, vivemos o ápice do sistema democrático; devemos</p><p>associá-lo ao conceito de Buda para que possibilitem mudanças comportamentais. A</p><p>família, como base educacional, deve dialogar sobre a importância do respeito aos</p><p>diferentes dogmas. As escolas, pela influência que exercem na formação do caráter dos</p><p>alunos, precisam fornecer conhecimento histórico para que eles conheçam outras</p><p>origens religiosas e não as tratem de forma desigual. A comunidade, em apoio à ação</p><p>do governo de assegurar a efetividade das leis de proteção à liberdade de crença, tem</p><p>a função de criar ações solidárias que conscientizem os cidadãos, como a oficina “Vamos</p><p>pintar um grito mais feliz para o Brasil”?</p><p>Luiza Pedralli. Método Medicina Lajeado. Nota: 960. Tema: A intolerância religiosa no</p><p>Brasil.</p><p>Forte como um leão e astuto como uma raposa</p><p>Filósofo do século XVIII, Immanuel Kant acreditava que o objeto de ciência</p><p>era o homem. Para ele, o valor moral residia nos motivos e nas intenções que inspiravam</p><p>uma atitude – assim, pessoas virtuosas seriam guiadas pelo sentimento de dever,</p><p>chamado de “imperativo categórico”.</p><p>Distante das propostas de Kant, a sociedade brasileira caminha em direção</p><p>ao desrespeito. As intolerâncias, como a de cunho religioso, mostram um Brasil</p><p>extremista e contraditório, visto a diversidade cultural do país. O caráter histórico desses</p><p>atos pode levar a crer que eles representam um processo natural; quando os</p><p>portugueses chegavam ao Brasil, caracterizavam os nativos como “um povo a ser salvo”</p><p>e iniciavam o processo de catequização.</p><p>A falta de respeito a qualquer tipo de culto religioso não pode ser banalizada.</p><p>Por mais histórica que seja, passar as gerações futuras a ideia de que existe uma cultura</p><p>padrão, formaria cidadãos com caráter similar ao de Maquiavel, ou seja, de indivíduos</p><p>que não se importam em ferir valores, desde que os resultados os beneficiem. Basta</p><p>analisarmos a unidade formadora de todos os seres vivos para entendermos o quanto</p><p>as diferenças são importantes; cada célula possui organelas e, apesar de o núcleo</p><p>exercer o controle, as atividades celulares só ocorrem com a participação de todos.</p><p>Kant diria que somos movidos por interesses pessoais e nos enquadraria no</p><p>“imperativo hipotético”. Para que seja possível mudar essa classificação, talvez</p><p>devêssemos unir os conhecimentos dele com as ideias de Maquiavel, que dizia que o</p><p>homem deveria ser forte como um leão e astuto como uma raposa. Assim, a família, por</p><p>meio do diálogo e do exemplo, deveria mostrar as crianças que o respeito é a maior</p><p>força, criando cidadãos virtuosos e diminuindo a violência por intolerância. A escola, com</p><p>o apoio do governo, poderia criar um projeto chamado: “diversidade, aceite essa ideia”,</p><p>em que seriam ministradas palestras (abertas a comunidade) sobre a importância da</p><p>tolerância em todas as esferas sociais. Além disso, as aulas de história poderiam</p><p>contextualizar o surgimento de algumas religiões no Brasil como conteúdos,</p><p>proporcionando maior naturalidade e conhecimento crítico (astuto) aos estudantes.</p><p>Essas atitudes, juntamente com as já vem sendo realizadas, serão capazes de tornar</p><p>nossa sociedade movida pelo dever moral de Kant.</p><p>Andressa Rafaela de Moura Hining. Método Medicina Bento Gonçalves. Nota: 960.</p><p>Tema: A intolerância religiosa no Brasil.</p><p>(sem título)</p><p>O pintor Eduard Munch pintou o quadro “O Grito” para retratar seu espanto</p><p>frente aos problemas presenciados em sua época, como a fome a injustiça social. No</p><p>contexto brasileiro, Eduard pincelaria uma tela para evidenciar a intolerância religiosa</p><p>que ainda persiste em nossa sociedade.</p><p>A Era Vargas marcou a entrada de imigrantes em nosso país, assim como, a</p><p>entrada de inúmeras culturas e crenças. A diversidade cultural trazida por esses novos</p><p>conterrâneos ajudou a construir nossa história. As novas religiões trazidas por eles foram</p><p>incorporadas em nossa sociedade, já que, atualmente, o Brasil tem uma grande</p><p>diversidade de religiões em seu território. Apesar disso, ainda há intolerância religiosa,</p><p>assim como houve, no século passado, na Alemanha de Hitler. Naquele momento, ideias</p><p>intolerantes eram perpetuadas, pois acreditava-se que o povo judeu era impuro, infiel e</p><p>desprovido de cultura. Milhares de judeus foram mortos por não cultuarem as ideias do</p><p>ditador alemão Adolf Hitler.</p><p>O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, o legado deixado por Zumbi dos</p><p>Palmares, os Centros Judaicos de oração são resultado da cultura e do conhecimento</p><p>deixado por diversas matrizes religiosas presentes no Brasil. A troca de experiências, de</p><p>histórias e de diferentes crenças faz do nosso país um lugar lindo para se viver. O legado</p><p>deixado por todas as religiões deve ser preservado para as gerações futuras. A sociedade</p><p>deve frequentar espaços como igrejas, mosteiros, cultos e templos para se tornarem</p><p>agentes da nossa diversidade religiosa, pois, somente assim, aceitaremos nossa</p><p>diversidade de crença.</p><p>Assim como dizia Bertold Brecht, “Somente quando somos instruídos pela</p><p>realidade é que podemos mudá-la”, deve-se criar rotas turísticas que envolvam centros</p><p>religiosos e momentos históricos vinculados às religiões. As escolas devem promover</p><p>palestras que demonstrem a importância das religiões em nosso país. Os órgãos públicos</p><p>devem ajudar a preservar</p><p>prédios que guardam a história religiosa do nosso Brasil.</p><p>Melissa Johner. Método Medicina Lajeado. Nota: 800. Tema: A intolerância religiosa no</p><p>Brasil.</p><p>É preciso tirar os óculos escuros</p><p>O homem não se adaptou para viver na água, mas tira do mar uma infinidade</p><p>de recursos naturais; não tem asas, mas atravessa os céus em potentes jatos; não faz</p><p>fotossíntese, mas transforma energia solar em eletricidade. Assim, percebe-se a</p><p>capacidade de adaptação do homem àquilo que ele deseja. Segundo Raul Seixas, “quem</p><p>não tem colírio, usa óculos escuros”; logo, a sociedade brasileira parece querer se</p><p>adaptar à lógica da intolerância religiosa e coloca óculos escuros para não precisar</p><p>enxergar os caminhos para combatê-la.</p><p>O Brasil é marcado pela grande pluralidade de crenças religiosas dos que essa</p><p>terra habitam ou já habitaram. O equilíbrio dessa fusão, entretanto, nem sempre é</p><p>alcançado, uma vez que o sentimento de superioridade ultrapassa o de igualdade. Dessa</p><p>forma, muitas manifestações religiosas são desrespeitadas e a alcunha de “homem</p><p>cordial” dada por Sérgio Buarque de Holanda ao brasileiro, passa a ser questionável.</p><p>Assim, na tentativa de cordialização, o Brasil – país laico – assegura, por meio de leis,</p><p>liberdade religiosa à nação, punindo toda forma de desrespeito.</p><p>Pitágoras dizia que era preciso educar as crianças para que não fosse</p><p>necessário punir os adultos. Essa afirmativa é válida ainda hoje e, para a sociedade</p><p>brasileira tirar os óculos escuros, a educação se faz necessária. Assim, esse panorama</p><p>poderia ser ampliado por meio do diálogo familiar, uma vez que as crianças entenderiam</p><p>a importância de respeitar todo o tipo de crença. A escola, por sua vez, poderia criar</p><p>oficinas que debatessem, junto à comunidade, a pluralidade religiosa do país, além de</p><p>realizar confraternizações entre representantes das mais variadas religiões. Por fim, o</p><p>governo, em parceria com a mídia, poderia promover campanhas que incentivassem a</p><p>população a denunciar casos de desrespeito à sua crença religiosa.</p><p>Amanda Segato Bisognin. Método Medicina Lajeado. Nota: 860. Tema: A intolerância</p><p>religiosa no Brasil.</p><p>O excesso e a falta</p><p>A crise de 1929 já anunciava: tudo em excesso tende ao fracasso. Assim como</p><p>a produção em massa, as constantes práticas de discriminação, violência e desrespeito</p><p>aos mais diversos credos religiosos presentes no Brasil, quando muito presentes, podem</p><p>ser prejudiciais, uma vez que desrespeitam os direitos humanos primordiais – entre eles</p><p>a cidadania e a liberdade individual.</p><p>Garantida pela Constituição Cidadã de 1988, a liberdade de culto foi uma</p><p>grande conquista para o povo brasileiro, principalmente por se tratar de um conjunto</p><p>tão miscigenado de cidadãos, advindos das mais variadas culturas. Ademais, ao declarar</p><p>o Brasil como Estado Laico, práticas advindas dos afrodescendentes como a Umbanda e</p><p>o Candomblé, antes pouco valorizadas e vistas com “maus olhos” por uma parcela</p><p>conservadora, passaram a adquirir espaço e respaldo dentro da sociedade.</p><p>Apesar de uma significativa mudança no plano teórico, a prática da tolerância</p><p>ainda enfrenta desafios para se solidificar. Atualmente, muitos casos de violência física,</p><p>moral e psicológica são notificadas à Secretaria de Direitos Humanos, frutos de</p><p>pensamentos retrógrados, individualistas e preconceituosos, que muitas vezes baseiam-</p><p>se na ilusão de uma superioridade religiosa. Uma consequência notória dessa</p><p>problemática foi, no cenário mundial, o atentado ao jornal Charlie Hebdo, na França,</p><p>após a publicação de charges que satirizavam a figura sagrada de Maomé.</p><p>Dessa forma, é necessário que se atinja um relacionamento saudável entre</p><p>as mais heterogêneas praticas religiosas, a fim de garantir a harmonia social e os direitos</p><p>individuais. Parcerias entre o governo e a comunidade estudantil podem realizar</p><p>semanas temáticas, com palestras e debates, ministradas por professores de sociologia,</p><p>história e ensino religioso, a fim de informar e corroborar com a diminuição dos casos.</p><p>A mídia, também, pode discutir o assunto e apresentar programas que abordem as</p><p>diversas práticas religiosas e suas tradições. Por fim, a família, por meio de diálogo, deve</p><p>educar com base no altruísmo, no respeito e na solidariedade, uma vez que, segundo</p><p>Paulo Freire, “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a</p><p>sociedade muda”. Só assim será possível dosar visando ao equilíbrio, e nunca ao</p><p>excesso.</p><p>Rafaella Alessio Naibo. Método Medicina Bento Gonçalves. Nota: 940. Tema: A</p><p>intolerância religiosa no Brasil.</p><p>Repara bem no que não digo</p><p>“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”. Aristóteles, realista e</p><p>consciente de seus argumentos, expõe um panorama conceitual perfeito sobre os</p><p>indivíduos e suas respectivas ações. Assim como a cultura e a ética de um indivíduo são</p><p>visíveis em seus atos, a construção de uma sociedade liberta dos dogmas</p><p>preconceituosos relacionados à diversidade religiosa no país é fruto da valorização e do</p><p>respeito a todos os brasileiros que merecem usufruir de sua dignidade.</p><p>Em meio a um Brasil onde a liberdade de expressão tem o seu valor, ainda</p><p>há resquícios de uma sociedade que pouco tenta se adequar às mudanças e a modificar</p><p>seus ideais. A ignorância do povo aliada a uma massa convicta demais quanto aos seus</p><p>pensamentos individuais faz com que o meio social se torne uma ameaça para todos</p><p>aqueles que o habitam.</p><p>Violência física. Perturbações emocionais, crimes e agressões. Estas são</p><p>apenas algumas das consequências que “impedem” o convívio saudável entre os</p><p>brasileiros e automaticamente o crescimento do país. Por isso, as famílias, através do</p><p>diálogo devem desde cedo ensinar seus filhos a valorizarem todas as formas de</p><p>expressões religiosas, para que estes possam romper os moldes de uma sociedade que,</p><p>majoritariamente detém apenas conhecimentos enciclopédicos.</p><p>Cabe às escolas criarem oficinas em que os alunos confeccionem cartazes, os</p><p>quais representem, através de imagens laços de amizades entre pessoas das mais</p><p>variadas religiões. A comunidade deve criar ONG’S com o tema “Penso, logo repenso”,</p><p>evidenciando-o nas ruas. Além disso, a mídia deve divulgar este projeto devido sua</p><p>função apelativa. As prefeituras devem disponibilizar palestras nas cidades com pessoas</p><p>que já superaram processos discriminatórios devido sua religião, para que o povo saiba</p><p>ver essa realidade a partir de novas perspectivas. Como já dizia Sócrates: “Sábio é aquele</p><p>que conhece os limites da própria ignorância”.</p><p>Amanda Henz. Método Extensivo Lajeado. Nota: 840. Tema: A intolerância religiosa no</p><p>Brasil.</p><p>Sem burcas</p><p>Já dizia Manuel Bandeira que “somos duplamente prisioneiros: de nós</p><p>mesmos e da sociedade em que vivemos”. Nessa perspectiva, deparamo-nos com</p><p>números alarmantes de casos de violência contra a mulher, mostrando uma realidade</p><p>hostil e desagradável. Dentre os casos de violência, destacam-se a física, a psicológica</p><p>e a moral, revelando traços de herança patriarcal e machista, que assolam a humanidade</p><p>desde o Paleolítico.</p><p>Cenas comuns no mundo islâmico são mulheres encobertas por uma</p><p>vestimenta negra que as cobre dos pés à cabeça: a burca não é somente um instrumento</p><p>de repressão de liberdade de expressão, é reflexo da posição de submissão que a mulher</p><p>carrega. Não só no mundo árabe como no Brasil, a mulher vem sofrendo violências.</p><p>Segundo a Constituição Federal, todo cidadão tem direito à vida, à liberdade, à igualdade</p><p>e, principalmente, à segurança. Pensando nisso foi criada a Lei Maria da Penha, com</p><p>intuito de amenizar as vítimas de violência.</p><p>Indubitavelmente, deve-se promover ações que visem à redução de</p><p>todo e</p><p>qualquer tipo de violência, no entanto, esbarra-se no empecilho “medo”. Muitas</p><p>mulheres sofrem, diariamente, com os efeitos das agressões e têm medo de denunciar</p><p>o agressor, que na maioria dos casos, é o companheiro. A situação se repete até que,</p><p>infelizmente, muitas vezes chegue a casos extremos, como a morte da violentada.</p><p>Campanhas de conscientização vêm sendo criadas a fim de que se denuncie as</p><p>agressões; qualquer um pode denunciar, visto que é mantido o sigilo total. Como dizia</p><p>Saramago, “se podes olhar, vê; se podes ver, repara”.</p><p>Em suma, para que ninguém seja prisioneiro da sociedade em que vive, é</p><p>imprescindível que o poder público continue com as campanhas de conscientização, no</p><p>entanto, deve ser rigoroso na hora de punir os acusados, garantindo a lisura da lei. A</p><p>todos os cidadãos, deve ser mostrado a igualdade de gênero para que ninguém acredite</p><p>em submissão, destarte, construiremos uma sociedade sadia e igualitária, com homens</p><p>e mulheres “caminhando” lado a lado, buscando sempre o melhor, sem burcas, nem</p><p>nada.</p><p>Daniele Paola Oliveira. Cotiporã. Nota: 920. Tema: a persistência da violência</p><p>contra a mulher.</p><p>Capaz de muito</p><p>A mulher já mostrou que é capaz de muito: conquistou a Presidência da</p><p>República, assumiu dentro do lar o papel de mãe e pai, lutou incansavelmente por seus</p><p>direitos na Marcha das Vadias e se tornou, finalmente, dona de seu próprio corpo com</p><p>a Revolução dos Costumes em 1963. Seria, então, o motivo da persistência da violência</p><p>contra mulher a ameaça que ela parece representar? Ou talvez porque ainda não é</p><p>considerada capaz de ser o que o homem é na sociedade?</p><p>Na sociedade pré-histórica, a mulher tinha o papel de cuidar dos filhos e do</p><p>lar. Em Esparta, sua função era, principalmente, parir bons guerreiros. Hoje, a mulher é</p><p>o alicerce do lar. Dessa forma, muitos homens se sentem encomodados e como se</p><p>tivessem sua masculinidade ferida, principalmente se a renda da esposa for maior do</p><p>que a sua. Eles encontram na agressão uma maneira de mostrar quem manda no lar.</p><p>Além disso, alguns as consideram incapazes de assumir papéis diferentes da submissão</p><p>e quando elas tentam provar que são capazes de muito mais que apenas cuidar da casa</p><p>e dos filhos, são agredidas mais uma vez. A partir de muitos casos de violência contra</p><p>mulher, foram criadas leis como a Maria da Penha, Feminicídio e Carolina Dieckmann,</p><p>que punem a agressão física, psicológica e virtual, assim como o homicídio, dos quais as</p><p>mulheres são vítimas.</p><p>Para comprovar a teoria de que o brasileiro é um “Homem Cordial” de Sérgio</p><p>Buarque de Holanda, o diálogo deve ser instítuído dentro do lar como principal forma de</p><p>redução nos índices de violência contra mulher, assim como as escolas devem criar</p><p>oficinas que debatam a capacidade da mulher dentro da sociedade. Além disso, ONG’S</p><p>devem incentivar e apoiar as mulheres a denunciarem os casos de agressão, e o governo</p><p>só depois disso, deve intervir aplicando rigorosamente as leis já criadas.</p><p>Amanda Segatto Bisognin. Método Medicina Lajeado. Nota: 960. Tema: A</p><p>persistência da violência contra a mulher.</p><p>Inseguridade: a velha causa do problema</p><p>Sabe-se que a questão da violência contra a mulher sempre foi um problema</p><p>que se fez presente na sociedade brasileira. Analisando o contexto social e histórico</p><p>deste país, percebe-se que as mulheres sempre foram vítimas das desigualdades sociais</p><p>e, principalmente, da violência doméstica. Na atualidade, existem mecanismos que</p><p>trabalham em prol da defesa da mulher, como a Lei Maria da Penha. Porém, apesar de</p><p>sua existência, a violência ainda se faz presente no cotidiano das mulheres. As razões</p><p>para isso são variadas, mas as que as merecem destaque são: a fragilidade da lei, o</p><p>machismo e a falta de segurança para fazer denúncias.</p><p>Muitas mulheres que já recorreram à justiça sabem o que significa dizer que as</p><p>leis são frágeis, ou seja, não são eficazes como deveriam. Existem várias medidas que</p><p>podem ser aplicadas em casos de denúncias, como aquelas que implicam no afastamento</p><p>temporário do agressor da acusadora. Porém, essa é uma medida que possui tempo</p><p>determinado de vigência, ou seja, a mulher que faz a denúncia sabe que ficará livre do</p><p>agressor por um período e que, posteriormente, ele poderá voltar e maltratá-la ainda</p><p>mais, visando vingança. Aqui entra outro grave problema: o medo de fazer denúncias e</p><p>depois sofrer, do mesmo agressor, represálias ainda mais severas.</p><p>Além disso, há de se salientar a questão do machismo que se faz presente há</p><p>décadas no cenário social brasileiro. Muitos homens, aparentemente, vivem ainda um</p><p>período medieval, no qual o homem era visto como superior à mulher, algo que foge da</p><p>realidade contemporânea. Vários, inclusive, acreditam que a mulher deve agir como</p><p>submissa, obedecendo-os fielmente, pois, caso contrário, eles possuem o direito de puni-</p><p>las, o que não é verídico. Homens e mulheres devem gozar dos mesmo direitos.</p><p>A partir dessas questões, percebe-se que ainda há muito a fazer pela segurança</p><p>e pelos direitos da mulher brasileira. Primeiramente, deve-se trabalhar a questão da</p><p>igualdade e respeito entre homens e mulheres, nas escolas e nos lares brasileiros, a</p><p>partir de campanhas socioeducativas. Posteriormente, a justiça brasileira, juntamente</p><p>com as mulheres, devem promover diálogos e consultas populares, a fim de colher</p><p>sugestões para aprimorar o sistema de denúncias, buscando sempre mais segurança</p><p>para as mulheres.</p><p>Thalia Michele Vier Schmitz. Método Revisão Novo Hamburgo. Nota: 960. Tema: A</p><p>persistência da violência contra a mulher.</p><p>(sem título)</p><p>A violência contra a mulher é, atualmente, um problema persistente em nosso</p><p>país, já que há elevados índices de violência em nossa sociedade. No entanto, esse tipo</p><p>de crime deve ser combatido, constantemente, por meio de ações concretas que</p><p>eliminem essa prática, pois as mulheres, ao longo da história da humanidade, foram de</p><p>suma importância para o desenvolvimento das sociedades atuais.</p><p>É notável, em nosso país, o elevado número de mulheres que ainda sofrem</p><p>abusos físicos e sexuais mesmo após a criação da Lei Maria da Penha. A violência moral</p><p>e psicológica sofrida pelo gênero feminino está presente na sociedade atual desde a 2ª</p><p>Guerra Mundial, quando milhares de mulheres saíram de seus lares para trabalhar em</p><p>fábricas, tendo em vista, a ausência masculina que havia ido lutar na grande guerra. A</p><p>partir desse momento histórico, as mulheres começaram a atuar de forma mais presente</p><p>na sociedade. Mesmo atuante até hoje, o gênero feminino é, constantemente, alvo de</p><p>críticas e ofensas devido ao machismo presente em nosso país.</p><p>Por outro lado, a violência contra as mulheres ainda persiste em nosso meio</p><p>pois muitas mulheres tem medo de denunciar seus parceiros, já que em muitos casos</p><p>não ocorre punição severa para combater essa prática. É fundamental, que as mulheres</p><p>se sintam acolhidas e seguras em repartições públicas que são responsáveis pela</p><p>segurança do nosso país. Para promover essa segurança às denunciantes pode-se criar</p><p>em prédios públicos de segurança sala com grupos formados por psicólogas, médicas e</p><p>policiais somente do sexo feminino, para oferecer menos exposição e constrangimento</p><p>as vítimas.</p><p>Em suma, a violência contra as mulheres deve ser combatida severamente</p><p>em todo território nacional, tendo em vista a importância da mulher no Brasil. É preciso</p><p>que se criem parcerias entre órgãos públicos e empresas privadas para promover</p><p>eventos que estimulem o bem estar social das mulheres sobretudo para aquelas que</p><p>vivem em casas de acolhimento. Esses eventos podem conter apresentação de peças</p><p>teatrais, realização de maquiagem e consultorias de moda, além de oferecer palestras</p><p>motivacionais</p><p>para que as mulheres brasileiras tenham coragem de denunciar seus</p><p>companheiros agressores.</p><p>Melissa Johner. Método Medicina Lajeado. Nota: 900. Tema: A persistência da violência</p><p>contra a mulher.</p><p>(Sem título)</p><p>Nota-se, nos dias atuais, um acentuado aumento da violência contra a</p><p>mulher na sociedade brasileira.Este problema está profundamento ligado às raizes socio-</p><p>culturais brasileiras que vêm sendo formadas desde o descobrimento do Brasil.Tais</p><p>raizes, ainda hoje, exercem grande influenência social sobre a crescente valorização da</p><p>mulher no mundo contemporâneo.</p><p>Na pré-história, a divisão do trabalhou acarretou na primeira divisão</p><p>social que se tem conhecimento:homens caçavam a mulheres cultivavam.Na esfera</p><p>brasileira, a história não foi tão diferente. Das Capitanias Hereditárias à Proclamação da</p><p>República,o papel das mulheres era basicamente guardar-se e servir ao seu marido. Tal</p><p>pensamento, hoje em dia, é encontrado no Brasil sobre a forma de violência e escárnio</p><p>às mulheres que fazem reivindicações sociais ou ,até mesmo, que se dizem donas de sí.</p><p>Outro fato importante foi a industrialização tardia do Brasil que gerou</p><p>numa também tardia entrada da mulher no mercado de trabalho brasileiro.Embora a</p><p>efetiva participação a mulher no mercado de trabalha já fosse vista na Europa desde o</p><p>século XIX , no Brasil esse fato só aconteceu a partir da década de sessenta e ainda hoje</p><p>sofre graves preconceitos e receios.Esses ,no caso, incompátiveis que conhecimento</p><p>atual que já provou incontaveis vezes que que as mulheres são tão boas quanto os</p><p>homens.</p><p>Segundo a óptica rousseauriana, a igualitarização do gêneros é um fato</p><p>social. Este fato deve ser compreendido e aceito pela sociedade brasileira um vez que</p><p>se diz igualitária. Embora o problema esteja nas raizes socio-culturais brasileiras, ele</p><p>pode ser combatico com educação e diálogo. Deve-se parar de pensar em como punir</p><p>alguém por fazer algo que não foi lhe ensinado ser errado, mas,na verdade, pensar em</p><p>como ensinar o que é o certo e o errado.</p><p>João Pedro Ferreira, Método Lajeado, Intensivo. ENEM 2015. Nota: 980. Tema: A</p><p>persistência da violência contra a mulher.</p><p>Humanidade</p><p>Movimentos feministas e de empoderamento da mulher nas vertentes</p><p>políticas, sociais e educativas são uma alavanca para a obtenção de uma sociedade</p><p>justa. Entretanto, a voz masculina ainda se sobressai e muitas mulheres sofrem</p><p>violência pelo simples fato de serem mulheres.</p><p>O século XX foi o apogeu da libertação feminina, momento em que a</p><p>pílula anticoncepcional foi criada e a mulher teve controle sobre seu corpo e pôde</p><p>planejar a maternidade. A autonomia feminina é encarada, por muitos homens, como</p><p>uma forma de desmerecimento dos esforços masculinos e a maneira encontrada para</p><p>interromper essa caminhada igualitária são insultos, agressões e desrespeito.</p><p>Índices atuais de violência contra a mulher são um alerta para que as</p><p>lutas e os movimentos não tenham fim. O âmbito familiar deve, através do diálogo e</p><p>bons exemplos, incentivar que todos ajudem nas tarefas domésticas, independente de</p><p>ser menino ou menina. Os pais, juntamente, com a escola, devem mostrar para as</p><p>crianças que sucesso pessoal e profissional não dependem do sexo, mas dos esforços</p><p>que a pessoa possui em conjunto com o seu respeito pelo próximo.</p><p>As comunidades devem ter grupos de encontro para vítimas de agressão,</p><p>para que possam ser acolhidas, reconfortadas e ouvidas. Apesar de serem 55 milhões</p><p>de votantes no Brasil, apenas 6% do Congresso Nacional é ocupado por uma figura</p><p>não engravatada. A presença feminina nas decisões políticas do país seria de extrema</p><p>importância, para que leis de amparo em casos de violência sejam mais abrangentes e</p><p>disponíveis.</p><p>A violência contra a mulher é uma triste realidade que prova que itens</p><p>como sexo, raça e credo são ainda fatores de pré julgamento. Só viveremos em plena</p><p>humanidade quando a educação for presente em todas as pessoas e quando nos</p><p>tratarmos como "simples'' seres humanos.</p><p>Letícia Girotto, Método Extensivo Bento Gonçalves. ENEM 2015. Nota:920.Tema: A</p><p>persistência da violência contra a mulher</p><p>Proteja a mulher.</p><p>De acordo com a teoria difundida pelo cientista Edward Lorenz,</p><p>denominada de “efeito borboleta”, o simples bater de asas de uma borboleta poderia</p><p>originar um furacão do outro lado do mundo. Metáforas à parte, e enquadrando essa</p><p>tese num contexto atual, é visível que a violência contra a mulher gera inúmeros</p><p>problemas para a sociedade.</p><p>De fato, antigamente predominava o pensamento machista que o</p><p>marido era o “proprietário” da mulher; ele decretava as regras e, caso ela fosse contra,</p><p>a agressão era utilizada para reprimir qualquer forma de protesto. Graças à inserção da</p><p>figura feminina no mercado de trabalho e graças às leis trabalhistas defendendo-a,</p><p>houve o marco da geração determinada a lutar contra a descriminação e contra a</p><p>violência feminina. Como célebre exemplo, é importante ressaltar Simone de Beauvoir,</p><p>líder do movimento “feminismo”, que defendia a ideia de direitos iguais para ambos os</p><p>gêneros, além de pregar que a mulher era “dona do seu corpo” e que merecia respeito.</p><p>Apesar de já implantadas medidas que visem à diminuição da violência</p><p>contra as mulheres, é necessário que haja mudança no comportamento de todos</p><p>inseridos na sociedade. Sendo assim, que as famílias, por meio do diálogo, instruam a</p><p>nova geração a valorizar a mulher e a combater qualquer assédio contra ela. Sem dúvida,</p><p>as escolas devem investir em palestras e em teatros que demonstrem a importância dos</p><p>departamentos jurídicos voltados às mulheres. Além disso, é oportuno que o governo</p><p>lance campanhas denominadas de “Proteja a mulher”, com o propósito de conscientizar</p><p>a população, e que na esfera municipal sejam implementadas mais delegacias</p><p>específicas, que combatam a violência e o feminicídio.</p><p>Indo ao encontro do pensamento de Lorenz, é visível que crimes</p><p>cometidos contra as mulheres, podem acarretar várias consequências que, facilmente,</p><p>se transformarão em um furacão tenebroso.</p><p>Louise Sebben. Método Extensivo. Bento Gonçalves. ENEM 2015. Nota: 980. Tema: A</p><p>persistência da violência contra a mulher</p><p>ENEM 2018</p><p>A inclusão vista pela janela!</p><p>Buda dizia que tudo que somos é resultado do que pensamos. A teoria do</p><p>mestre religioso nos remete à ideia de que a mente é a força criadora de todas as</p><p>manifestações. Quando compreendemos esse poder, tornamo-nos mais hábeis para</p><p>fazer escolhas que beneficiem o convívio consciente em sociedade. Do ponto de vista</p><p>sociológico, a assimilação desse conceito é imprescindível para que se estabeleça o pleno</p><p>exercício da formação educacional de surdos no Brasil.</p><p>Durante o Holocausto, Anne Frank olhava pela janela, tentando imaginar</p><p>como seria sua vida em liberdade. Em seu cativeiro, a heroína refletia sobre as</p><p>transformações por que passaram para vencer o regime político alemão. Se a jovem</p><p>vivesse hoje, com certeza, analisaria as atitudes necessárias para a superação dos</p><p>desafios existentes no processo de aprendizagem de deficientes auditivos, defendendo</p><p>a valorização das diferenças e a extinção do preconceito.</p><p>Os caminhos que permitem o encaixamento de um ensino de um ensino de</p><p>qualidade para indivíduos portadores de necessidades especiais encontram base nas</p><p>palavras de Jean Jacques Rousseau. O filósofo iluminista defendia que a educação é a</p><p>arma mais poderosa que um povo pode utilizar como mecanismo de transformação</p><p>social. Nesse pensamento, as escolas pela influência que exercem na formação do</p><p>caráter dos cidadãos, precisam incentivar, por meio de atividades de integração, a</p><p>inclusão</p><p>dos surdos no ambiente alfabetizador. Além disso, as instituições têm o dever</p><p>de garantir um ensinamento de igual eficiência para todos os alunos.</p><p>Em pleno século XXI, vivemos o ápice do desenvolvimento intelectual</p><p>humano; devemos associá-lo ao conceito de Buda para que, juntos, possibilitem a</p><p>conscientização do corpo civil. A família, como base educacional, deve estabelecer</p><p>dialogo constante sobre importância do respeito mútuo às pessoas, independente de</p><p>suas condições físicas e intelectuais. A comunidade, em apoio à ação do governo de</p><p>assegurar, por meio de legislação, o acesso de deficientes a um sistema educacional</p><p>com amplos recursos, tem a função de promover praticas solidárias que visem inserir,</p><p>adequadamente, pessoas com surdez em nossa sociedade, como a palestra “A inclusão</p><p>vista pela janela”. Apenas assim, os resultados do poder da mente, expostos pela teoria</p><p>de Buda, terão consequências benéficas para o progresso da nação.</p><p>Luiza Petralli. Método Medicina Lajeado. Tema de 2018: desafios para a formação</p><p>educacional dos surdos no Brasil.</p><p>Redações de outras edições do ENEM</p><p>Educar para transformar</p><p>Pode-se afirmar que o novo milênio entrou sob a égide da internacionalização</p><p>e da informação. Todo o empenho tecno-científico feito no século passado sobre a</p><p>necessidade de expandir a informação mundialmente criou uma cultura em crescimento</p><p>permanente e já permeia quase todos os extratos sociais. Aquelas nações que não</p><p>adotam a tecnologia em rede cada vez se tornam menores em número e vencidas pela</p><p>pressão das exigências populacionais e internacionais.</p><p>A internet, que até pouco tempo era sinônimo de distinção social, passou a</p><p>ser uma ferramenta educacional de amplo acesso em muitos países. No Brasil a</p><p>quantidade de centros de ensino que estão investindo nessa realidade está em crescente</p><p>ascensão e o uso dessa ferramenta influencia gradativamente à educação pueril.</p><p>Enquanto essa realidade virtual está conquistando seu espaço entre o público de uma</p><p>nova geração, suas consequências proporcionam uma situação de alerta mundial: a</p><p>difícil distinção de limites entre o público e o particular, e o monopólio da internet por</p><p>grandes empresas em alguns países são casos que exigem uma rápida reestruturação</p><p>funcional dessa tecnologia.</p><p>Usuários de redes sociais frequentemente esquecem o inestimável alcance</p><p>informativo da internet e publicam desde particularidades a segredos íntimos, ao mundo</p><p>todo, acreditando que apenas uma pequena rede de “amigos” irá tomar conhecimento</p><p>da situação. Também é um motivo para uma maior cautela o fato de países populosos</p><p>pagarem taxas elevadas e crescentes pelo acesso à internet. A Constituição brasileira,</p><p>por exemplo, atesta que todo cidadão tem direito a educação; o bom uso da internet já</p><p>é um excelente coadjuvante do ensino.</p><p>A teoria Marxista alega que o desenvolvimento de uma nação é existente a</p><p>partir de reformas educacionais – unidas com uma boa estruturação familiar: elas</p><p>proporcionaram sociedades mais engajadas com o setor público e passaram a auxiliar a</p><p>resiliência humana. Além de ser a base da cidadania, a educação pode ajudar a extinguir</p><p>a linha tênue que separa o público do privado, e o bom uso da internet pode render</p><p>transformações realmente eficientes e gratificantes.</p><p>Daniel Furlanetto, Bento Gonçalves. ENEM 2011.Nota 1000. Tema: O limite entre o</p><p>público e o privado</p><p>Construindo um Brasil para todos</p><p>As más condições de desenvolvimento humano, na África,</p><p>desencadearam um processo migratório, pelo qual chegam, através do Mar</p><p>Mediterrâneo, levas de africanos na Europa. O que não se esperava era que, em vista</p><p>da crise econômica vivida pelo continente europeu, a chegada de novas etnias</p><p>despertasse na população europeia um sentimento de hostilidade pelos novos habitantes</p><p>de seus países: a xenofobia.</p><p>Ao contrário da Europa, no Brasil, a última década foi marcada pelo</p><p>desenvolvimento da economia e pela melhor distribuição da renda; no entanto, não se</p><p>pode ignorar questionamentos sobre o lugar que é dado aos imigrantes que aqui chegam</p><p>na participação dos avanços experimentados pelo povo brasileiro. Refletindo sobre a</p><p>vinda de diferentes etnias, como a haitiana, a senegalesa, a boliviana, entre outras, há</p><p>que se ter em mente o exemplo europeu, para que a xenofobia não tenha espaço no</p><p>cotidiano da sociedade brasileira.</p><p>Acolher os imigrantes não significa tolerar sua existência apenas, mas</p><p>é dar-lhes condições humanas de desenvolvimento de suas capacidades, isto é, garantir-</p><p>lhes, além do atendimento das suas necessidades básicas, espaço para participação na</p><p>educação pública e no mercado de trabalho formal. Para que isso ocorra não basta que</p><p>o Estado faça uso de suas atribuições; a sociedade, através das entidades civis, como</p><p>instituições religiosas e culturais, sindicatos e associações diversas devem se mobilizar</p><p>para que se forneça o necessário aos imigrantes.</p><p>Lucas Vanni, Caxias do Sul, ENEM 2012. Nota: 920. Tema: A imigração no Brasil no</p><p>século XXI</p><p>AGRADECIMENTO</p><p>Agradecemos a todos, alunos e ex-alunos e a seus familiares, que participam</p><p>deste trabalho, mesmo que não tenham as redações publicadas.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Este livro tem valor didático porque não corresponde aos manuais de redação</p><p>tradicionais; ou seja: a voz do aluno está sendo ouvida e a do professor,</p><p>compartilhada; por isso, todos os textos dos alunos são transcritos conforme</p><p>dispostos pelos autores para este trabalho; em outra palavras, mantêm-se as</p><p>arquiteturas que apresentam, nas macro e nas microestruturas, sem que</p><p>passem por correções. Agradecemos a todos que participam do trabalho,</p><p>mesmo que não tenham as redações publicadas.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>ABREU, Sabrina (org.) Reflexões Linguísticas e Redação no Vestibular. Comissão</p><p>Permanente de Seleção – COPERSE/UFRGS. Editora UFGRS, Porto Alegre, 2010.</p><p>MANUAL DO AVALIADOR. UFRGS/COPERVES, 2010.</p><p>MANUAL DE REDAÇÃO DO ENEM. 2012, 2017 E 2018.</p><p>Textos de alunos do autor em diversos cursos de preparação para o vestibular,</p><p>produzidos nos vestibulares de 2010, de 2011, de 2012, de 2013, de 2014 de 2015, de</p><p>2016 e de 2017.</p><p>I. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão</p><p>Estes são os artigos tratados na declaração original de 1789</p><p>0 ponto Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não ao tema ou ao assunto.</p><p>ENEM E A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL</p><p>A nossa redação deve começar pela proposta de intervenção social, que pode ser resumida no quadro abaixo:</p><p>Proposta de intervenção social: como garantir a melhor nota!</p><p>a) palavras-chaves:</p><p>b) a proposta:</p><p>QUAIS PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO PODEM SER FEITAS EM CADA TEMÁTICA?</p><p>de padrões; segui-los, porém, é</p><p>nossa escolha e do próprio famoso. A cantora Myley Cyrus, por exemplo, fez sua</p><p>transição para a maioridade desistindo de se apresentar em canais infantis e afirmando</p><p>seu desejo: quebrar todos os padrões impostos por ela mesma.</p><p>Essa mudança é especialmente bem-vinda, pois é acompanhada de um</p><p>melhor conhecimento sobre si mesmo. Nesse exato momento, presencio minha própria</p><p>reforma; para poder competir por uma vaga na universidade, alterei a maneira que</p><p>estudo para encaixá-la nos meus anseios e objetivos. Mesmo que, num primeiro</p><p>momento, estudar não pareça estar relacionado com estilo, posso assegurar que</p><p>“reciclei” o jeito como vejo o mundo, já que comecei a firmar minhas opiniões e a usar</p><p>óculos por mais tempo.</p><p>A minha recomendação, por fim, é sempre consultar seu oftalmologista</p><p>interior para testar sua visão – interior e aparente – e passar o colírio da diversidade</p><p>para confirmar a lente da pluralidade de estilos e, finalmente, para seguir as palavras de</p><p>Kurt Cobain, mostrando, a quem interessar, a capacidade humana de ser diferente sendo</p><p>único.</p><p>Laura Giórgia B. Barreti: Método Intensivo Bento Gonçalves: Nota 22. UFRGS 2017</p><p>Procura-se estilo</p><p>Estilo está em falta; todos querem criar um modo próprio de ser, mas poucos</p><p>o fazem. Na era da comunicação, em que as pessoas se conectam, buscam e trocam</p><p>experiências ao toque de um dedo, chega a ser estranho afirmar esta falta de</p><p>singularidade.</p><p>Estilo é comumente aproximado a usar uma roupa ou falar de forma</p><p>diferente, mas é muito mais do que isto: é pensar e agir de maneiras únicas.</p><p>O que está em precariedade não são as referências e os ídolos – sejam eles</p><p>artistas, pensadores ou atletas -, mas sim a busca diferenciada por opiniões.</p><p>É preciso não apenas copiar inspirações, mas criar seu próprio jeito, seu</p><p>pensamento, partindo delas. Há diversos exemplos disso na história: Platão, discípulo de</p><p>Sócrates, desenvolveu uma filosofia muito diferente da de seu mestre; Rothbard,</p><p>pensador da escola austríaca, é considerado seguidor de Ludwig Von Mises, porém distoa</p><p>de sua principal referência em vários pontos.</p><p>Pensar de modo singular é extremamente importante para o aperfeiçoamento</p><p>do nosso senso crítico. Ter a consciência de que somente copiar opiniões prontas é o</p><p>primeiro passo para virar “massa de manobra é essencial.</p><p>Para quebrar a crescente falta de estilo, é claro que não é preciso tornar-se</p><p>um grande filósofo ou artista revolucionário. Basta agir de maneira única, que consiga</p><p>se diferenciais em meio à multidão.</p><p>Rodrigo Pastorello Perozzo: Método Intensivo Bento Gonçalves: Nota:23. UFRGS 2017</p><p>Diferentes, parecidos ou iguais.</p><p>O famigerado poeta Fernando Pessoa, diante dos diversos heterônimos que</p><p>criou, com certeza conseguiria definir o que é um estilo; tanto que desenvolveu mais de</p><p>cinco personalidades: Alberto Caero, Ricardo Reis, o próprio Fernando Pessoa, entre</p><p>outros. Ao ler os poemas do autor, as marcas de identidade presentes nos versos levam</p><p>ao leitor identificar imediatamente qual dos "personagens" assinou a poesia,</p><p>considerando a singularidade de escrita que cada nome carrega.</p><p>Não é só no campo da literatura que está presente a busca pela criação do</p><p>novo, do diferente e do único . Movimentos contracultura, durante a história do Brasil,</p><p>influenciaram na formação de diversos músicos, artistas plásticos e escritores</p><p>renomados. A tropicalia , por exemplo, com a ideia da antropofagia, ou seja, pegar</p><p>influências da Bossa Nova, do "rock" Inglês, dos batuques africanos e do samba para</p><p>criar uma nova MPB ( música popular brasileira ), construiu um novo estilo musical para</p><p>o Brasil que , hoje, influência artistas contemporâneos como Criolo, Legião urbana e</p><p>Emicida.</p><p>Os movimentos e os livros não agiram apenas sobre outros artistas;</p><p>influenciaram " gente comum" também: meu pai, que viveu a adolescência nos anos 70</p><p>e 80, aderiu ao estilo de roqueiro - Rolling Stones e Beatles - então, não teve o "trabalho"</p><p>de criar um novo, pois escolheu o " Rock style". Em contrapartida, minha mãe optou</p><p>pelo " Peace and love" ( paz e amor ) dos hippies americanos.</p><p>Ter um estilo é sentir-se especial e único de um jeito confortável e subjetivo</p><p>que pode se manifestar pela escrita, pelas gírias, pela forma de vestimenta, pelas</p><p>atitudes, pela maquiagem, pela obra de arte e pela música. Meus pais escolheram</p><p>"imitar" um "style"; já Fernando Pessoa sentiu-se à vontade de personificar vários estilos</p><p>nos seus poemas; assim, a diversidade e a " reciclagem" de personalidades, de legados</p><p>e de estilos continuarão tendo influência sobre o nosso mundo, onde cada um não</p><p>deixará de ter um "jeito" singular.</p><p>Helena Dahlen: Método MED Lajeado. Nota: 22. UFRGS 2017.</p><p>Inspiração para um estilo único</p><p>Os filósofos iluministas John Locke, Rosseau e Voltaire revolucionaram o</p><p>pensamento do século XVIII através da razão e legaram à sociedade atual seus ideais</p><p>de igualdade, de liberdade e de fraternidade. Essas concepções apresentaram um novo</p><p>conceito sobre o comportamento humano, com um homem livre e racional em suas</p><p>relações sociais, inclusive na produção de conteúdos com ideias inovadoras, geralmente</p><p>a partir de inspirações externas. A formação de um estilo próprio se dá pela absorção e</p><p>“digestão” das influências adquiridas ao longo da vida, que levam à constituição de uma</p><p>identidade.</p><p>Assim como a inconfundível Elis Regina, que criou seu estilo a partir da</p><p>“imitação”, importantes composições e descobertas foram realizadas com base no</p><p>trabalho de outros. Um exemplo disso foi quando o alemão Albert Einstein, ao estudar a</p><p>Física Newtoniana e refletir sobre ela, percebeu que o tempo dilatava quando um ser</p><p>viajava em velocidade próxima a da luz e redigiu a Teoria da Relatividade. Muito tempo</p><p>antes, o químico Lavoisier, para a formulação da Lei da Conservação das Massas, já</p><p>havia utilizado a máxima: “Na vida, nada se perde, nada se cria; tudo se transforma”.</p><p>Os tropicalistas, no século XX, confeccionaram um estilo único com o que</p><p>denominavam de “colcha de retalhos”, unindo a influência internacional – como o rock</p><p>e a guitarra elétrica – a aspectos da cultura brasileira – o samba, a mulata e o carnaval.</p><p>Enquanto isso, Clarice Lispector inovou ao publicar obras intimistas, com foco em</p><p>personagens femininas, podendo seu estilo ser facilmente identificado em qualquer uma</p><p>de suas leituras.</p><p>De acordo com o liberalismo proposto pelos filósofos iluministas, o estilo</p><p>representa a identidade individual, composta pelas características e práticas habituais</p><p>de cada um – resultantes de suas inspirações - e que permitem sua identificação. Meu</p><p>professor de inglês apresentava uma caligrafia singular, em que escrevia a primeira letra</p><p>da frase bem maior do que as outras. Quando questionado sobre o motivo de escrever</p><p>assim, ele brincava: respondia que aquilo era estilo, o qual desenvolvera pois havia</p><p>estudado na UFGRS. Sendo verdade ou não, é fato que a universidade influenciou o seu</p><p>“jeito de ser”, assim como eu espero ser inspirada ao ingressar no curso de Engenharia</p><p>Civil. Juntamente com o conhecimento que já adquiri, a UFRGS certamente colaborará</p><p>com meu estilo, tornando-o como um número par e primo: único.</p><p>Eduarda Agostini: Método Extensivo Lajeado. Nota: 21,875. UFRGS 2017</p><p>Obs: o texto apresenta onze eliminações de rasuras com um traço; oito delas, com palavras sobrepostas.</p><p>Questione-se</p><p>1. Que elementos foram trazidos à Banca para que fossem avaliadas como textos</p><p>excelentes?</p><p>2. Compare os exemplos de autoridade trazidos aos debates e as vivências que são</p><p>apresentadas: há hierarquização</p><p>entre elas?</p><p>Os alunos do Método na UFGRS em 2016</p><p>O vestibular de 2016 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul discutiu os</p><p>processos de leitura a partir da digitalização de livros? Unindo tecnologia e literatura, o</p><p>tema convidou os vestibulandos a pensarem sobre impacto do formato de uma obra na</p><p>leitura.</p><p>As formas da escrita</p><p>O surgimento da sociedade apenas se tornou possível após a invenção da escrita.</p><p>Durante a Antiguidade, diversos alfabetos foram criados, como, por exemplo, o fonético,</p><p>que contribuiu para o aprimoramento das civilizações. Desta forma, pôde-se,</p><p>posteriormente, difundir ideais e pensamentos utilizados nos dias atuais, como a filosofia</p><p>e a democracia grega. Da Antiguidade para o século XXI, a criação de novas tecnologias</p><p>tem alterado o cenário mundial, e a escrita encontra-se gradativamente digitalizada.</p><p>A internet possibilitou o acesso a informações de forma facilitada, em vista que</p><p>todos os dados estão disponíveis na aldeia global. Devido a isso, inúmeros livros já foram</p><p>digitalizados para compra online, como também há as bibliotecas virtuais que eliminam</p><p>a necessidade de locomoção e permitem que o indivíduo adquira livros com gasto</p><p>reduzido.</p><p>Na obra literária “A menina que roubava livros”, a protagonista Liesel, em busca</p><p>de aprendizado, furtava livros para obter conhecimento. A virtualização da escrita</p><p>permitiria que Liesel não precisasse furtar, sendo apenas necessário um dispositivo</p><p>eletrônico com acesso à internet. Desta forma, as novas ferramentas de leitura</p><p>abrangem um número maior de leitores, e também não impedem que os amantes de</p><p>livros físicos continuem a comprá-los. Assim, o livro não deixará de existir e obterá</p><p>diversas formas.</p><p>Segundo um sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, onde se queimam livros,</p><p>acabam-se queimando, consequentemente, pessoas; uma vez que era por meio deles</p><p>que as ideias eram transmitidos. O homem, como um ser em permanente movimento</p><p>de procura, faz e refaz o seu saber. Com base nisso, é essencial que, indiferentemente</p><p>do meio, seja físico ou virtual, a leitura e a difusão de conhecimento sejam mantidas</p><p>integralmente.</p><p>Monique Machado Invernizzi : Método Extensivo, Bento Gonçalves. Nota:</p><p>21,6666. UFRGS 2016</p><p>Quando casam as palavras.</p><p>Não há casamento mais admirável que o das palavras: se der certo, torna-se</p><p>eterno; se der errado, simplesmente arranja-se outro arranjo. Agora, uniu-se também o</p><p>eletrônico o (E.Book). Casamento perfeito! A semelhança dos mais difundidos meios de</p><p>conhecimento os uniu.</p><p>Há quem diga que não dará certo; digo-lhes: é o futuro que já deu certo. Vê-</p><p>se pelo exemplo da “Vogler” Kéfera Buchmann, que nem escritora era e, de repetente,</p><p>seu livro “Muito Mais que Cinco Minutos” inundou as prateleiras das livrarias. Culpa da</p><p>internet. Explico: as redes sociais fazem parte da vida de milhões de brasileiros, sendo,</p><p>portanto, o meio perfeito para a difusão de todo o tipo de arte, da música à literatura.</p><p>O músico gaúcho Esteban, numa entrevista no “Youtube”, diz que a</p><p>digitalização de seus álbuns musicais nunca impedirá essa modalidade de arte de</p><p>crescer; “o artista faz música porque gosta”, diz ele. Esteban pode representar qualquer</p><p>escritor, visto que a internet facilita a difusão das obras, sem, no entanto, diminuir os</p><p>lucros do artista. Até porque nem tudo é liberado nos meios digitais.</p><p>Há quem pense que se encontra tudo na internet; é claro – se pagar.</p><p>Obviamente um “E.Book” custa menos ao bolso do leitor que o livro impresso, vez que</p><p>há a supressão dos gastos de impressão e transporte, mas o artista merece sua</p><p>remuneração. Ciúmes à parte, o barateamento dos “E.Books” não impede que az lojas</p><p>físicas sejam madrinhas de casamento internet-livros. O maior exemplo disso é a livraria</p><p>on-line “Amazon Books” abrir sua primeira loja física nos EUA.</p><p>Ando pela Feira do Livro de Porto Alegre todo outubro que ela ocorre; não vejo</p><p>livrarias prejudicadas pela digitalização de obras. Há quem goste mesmo de apreciar um</p><p>belo casamento de corpo e alma; há quem se emocione e goste de sentir,</p><p>de tocar, de beijar. E manter consigo as palavras, tornando-as eternas.</p><p>Dener Heiermann. Método Medicina Lajeado. Nota 22.</p><p>“Seleção Natural da Tecnologia”</p><p>A teoria da seleção natural, de Charles Darwin, determina que uma espécie</p><p>pode permanecer com sua evolução ou ser extinta, dependendo de sua capacidade de</p><p>adaptação ao meio. Essa brilhante teoria não precisa ser limitada à analise das espécies;</p><p>ela pode ser facilmente adaptada para o estudo da evolução tecnológica. Com o</p><p>surgimento das novas tecnologias, as antigas passam a ser descartadas.</p><p>A principal diferença em utilizar essa teoria para analisar a tecnologia é que,</p><p>diferentemente das espécies, a tecnologia não entra em extinção; se meu microondas</p><p>quebrar, vou esquentar meu leite no fogão; se ficar preso em uma ilha, farei uma</p><p>fogueira. Com base nisso, posso afirmar que o livro físico tradicional não deixará de</p><p>existir. Mas, o livro eletrônico, sem dúvida, por suas vantagens, como:praticidade no</p><p>transporte, capacidade de carregar milhares de livros em um tablet e de não precisar de</p><p>luz externa, irá substituir o tradicional como prevê a teoria.</p><p>Newton, um dos meus maiores ídolos, em sua história de vida, por pouco não</p><p>conseguiu publicar o livro das suas famosas leis por falta de investimentos; penso no</p><p>atraso científico caso ele não tivesse conseguido, talvez hoje nem existiriam livros</p><p>eletrônicos; irônico, não? Com essa nova geração de livros os escritores não estão mais</p><p>sujeitos e dependentes de enormes recursos financeiros para publicação, e isso não se</p><p>limita à ciência; na arte, na política, na religião, esse benefício abrange todos os tipos</p><p>de literatura.</p><p>Eu, como leitor presente nessa transição tecnológica, vou continuar desfrutando</p><p>dos benefícios que o livro eletrônico fornece; e permanecer no aguardo da próxima</p><p>tecnologia que fará mudar meus hábitos de leitura.</p><p>Renan Ritter Soares. Método Extensivo.Bento Gonçalves. UFRGS: nota 21,30. 2016do.</p><p>2016. UFRGS. Nota: 22</p><p>Questione-se</p><p>1. Localize o tema proposto e o ponto de vista de cada autor.</p><p>2. Identifique a singularidade que todos apresentam.</p><p>3. Por que a Banca os considera textos de excelência?</p><p>Outras redações excelentes na UFRGS</p><p>Não entendi o que o senhor disse, seu Saramago!</p><p>Quando comecei a ler “História do Cerco de Lisboa”, deparei-me com a supressão</p><p>de sinais pontuadores e com certa dificuldade para compreender o texto. Ao alcançar a</p><p>trigésima página, notei que o esforço para a leitura não era mais necessário: além de</p><p>me acostumar com o estilo do autor, eu compreendi que aquelas palavras pertenciam a</p><p>um idioma não inteiramente meu.</p><p>Como explicar que para uma leitora é mais fácil compreender textos de Machado</p><p>de Assis ao de Saramago, quando eles estão cem anos mais próximos da</p><p>contemporaneidade? A resposta talvez esteja na correção da pergunta: os textos do</p><p>autor português estão mais de quinhentos anos distantes da língua falada hoje no Brasil.</p><p>A verdade é que, mesmo seguindo igual gramática, cada país incorporou, ao longo do</p><p>tempo, aspectos próprios – se não exclusivos – da história e da população que o</p><p>moldaram.</p><p>As sucessivas reformar ortográficas aplicadas à língua portuguesa tiveram como</p><p>objetivo principal a uniformização da língua escrita. Na prática, a circulação de</p><p>documentos gramaticalmente aceitos em qualquer país lusófono facilita a atividade</p><p>econômica cuja circulação monetária, apenas em 2008, foi de 6,5 bilhões de dólares.</p><p>Outro efeito das reformas é o fato de uma estudante angolana escrever textos quase</p><p>tão compreensíveis aos corretores da UFRGS quanto este. Ainda assim, quando os</p><p>leitores tivessem em mãos a redação da estudante</p><p>hipotética, perceberiam</p><p>características de uma coletividade desconhecida aos olhos de um brasileiro: os</p><p>compatriotas da menina habitam uma região geograficamente diferente, vêm da mistura</p><p>de outras raças e vivem sob outros costumes.</p><p>Resume-se que o ato de expressar-se com palavras seja majoritariamente</p><p>individual, quando, na verdade, os pensamentos articulados por uma pessoa têm como</p><p>maior influência o meio em que ela vive. Talvez essa coletividade seja o “Adamastor” de</p><p>qualquer língua falada em mais de uma região do mundo. Mas, ao mesmo tempo em</p><p>que complica a unidade do português, faz com que as nações sejam únicas e fortes.</p><p>Parece que a língua terá de se conformar com isso.</p><p>Alana Barbizan dos Santos: UFRGS 2012: 22,085, respondendo ao tema “qual o</p><p>Adamastor da Língua Portuguesa?”</p><p>A mesma aluna produziu o texto que segue:</p><p>Minha avó é professora.</p><p>Em “O Clube do Imperador’’, o professor de história percebe o potencial de</p><p>um rapaz problemático e tenta fazer dele um rapaz honrado. Anos depois da formação</p><p>daquela turma, o professor percebe que falhou e tem de lidar com a culpa – o erro</p><p>alcançou outro aluno da classe.</p><p>Longe da realidade dos estúdios de cinema, estão os trabalhadores reais –</p><p>os que precisam pagar as contas no final do mês. Entretanto, há algo da trama que não</p><p>fica restrito ao mundo da fantasia: a extensão da sala-de-aula na vida dos estudantes.</p><p>De lá, vem a maior parte das sentenças que farão parte das conversas, o conhecimento</p><p>da natureza e da humanidade, além de grande parcela dos valores da pessoa. É o</p><p>primeiro lugar onde somos vistos como cidadãos.</p><p>Minha avó é professora de Língua Portuguesa em uma faculdade particular.</p><p>Trabalha muito, tem uma vida confortável, embora humilde, e, toda vez que a elegem</p><p>para paraninfa, fica emocionada. Acho que ela realmente ama o que faz: os livros, os</p><p>alunos, a rotina. Há, contudo, um problema: minha avó vai se aposentar, quem irá</p><p>substituí-la?</p><p>A Fundação Carlos Chagas, como apresentado no Jornal “Zero Hora”, realizou</p><p>pesquisa na qual quase um terço dos entrevistados cursantes do ensino médio pensou</p><p>em lecionar. É uma pena que a maior parte deles não vá seguir esse caminho. É o que</p><p>mostram as tabelas comparativas do número dos candidatos por vaga referentes aos</p><p>anos de 2005 e 2011 na UFRGS: em todos os cursos de licenciatura, houve diminuição</p><p>de procura.</p><p>A desvalorização desses cursos é resultado de vários fatores combinados: o</p><p>salário baixo, a falta de boas oportunidades e a muitas vezes complicada relação com os</p><p>jovens. No Brasil, nem todas as escolas são particulares, grande parte dos alunos não</p><p>acorda com vontade de aprender todos os dias e a maioria dos professores tem o desafio</p><p>de se fazer escutar.</p><p>Em pouco tempo, o cenário será outro: haverá menos mestres que o</p><p>necessário. É a famosa Lei da Oferta e da Procura: maior número de vagas, boa</p><p>remuneração, até mais respeito. Talvez, se essa perspectiva for inserida na sociedade,</p><p>haverá esperança. Enquanto isso não acontece, eu fico sob os cuidados de um professor</p><p>de Português experiente e ouvindo os conselhos da minha avó para redações.</p><p>Alana Barbizan dos Santos: UFRGS 2011, nota 22,70, respondendo ao tema por que os</p><p>jovens não querem ser professores e sobre quais as possíveis soluções para mudar</p><p>esse quadro.</p><p>Morte e Vida da Educação</p><p>A Revolução Francesa foi, indubitavelmente, o maior marco da história moderna.</p><p>Nela, os ideais iluministas, que exaltavam o uso da razão, irradiaram-se da Europa para</p><p>os demais continentes, sendo imprescindíveis para que o conhecimento fosse</p><p>universalizado, a partir dos professores.</p><p>A importância do educador no período pós-revolucionário contrasta com a falta</p><p>de crédito do profissional contemporâneo. Em recente pesquisa, a maioria (67%) dos</p><p>jovens entrevistados afirmou que nunca havia pensado em ser professor. Isso se deve,</p><p>entre outros motivos, pela baixa remunerabilidade da profissão, sobretudo na rede</p><p>pública, gerando desinteresse em exercer a atividade.</p><p>Além dos problemas econômicos, os entraves sociais, como a violência,</p><p>cresceram nos últimos anos, aumentando a falta de perspectiva da profissão. Essa</p><p>situação foi comprovada por uma evidente diminuição no número de candidatos para o</p><p>vestibular de cursos de Licenciatura da UFRGS, como a graduação de Letras, em que a</p><p>procura é quase 50% menor em 2010 em relação a 2005.</p><p>Em “Morte e Vida Severina”, de João Cabra de Melo Neto, o autor generaliza os</p><p>cidadãos nordestinos com uma nomeação única: Severinos , o que mostra a perpetuação</p><p>da miséria e as dificuldades do nordeste brasileiro. Os jovens interpretam o cargo de</p><p>professor da mesma forma, reflexo do que vêem na escola: a contínua desmoralização</p><p>da profissão.</p><p>Sendo o problema mais visível no setor púbico, o Estado deve investir mais na</p><p>educação, seja recompensando com salários justos ou com outras medidas que tornem</p><p>o trabalho educacional atrativo. Isso geraria concorrência, que resultaria em maior</p><p>esforço dos profissionais na prática e, finalmente, elevaria o conhecimento dos jovens</p><p>do país. Desta forma, os professores deixarão de ser Severinos, e voltarão a ter seu</p><p>lugar destacado como discípulos de Diderot, Rousseau e Montesquieu.</p><p>UFRGS, 2011. Guilherme Araújo, 28º. Lugar. Nota: 21,56</p><p>Educar para transformar.</p><p>Às margens do século XXI, é possível perceber que diversas profissões</p><p>tiveram seus conceitos repensados. Dentre elas está a do professor, que, além de</p><p>lecionar em disciplinas tradicionais exercem um papel muito mais amplo na sociedade –</p><p>formar cidadãos conscientes.</p><p>É de praxe para a maioria dos jovens ter escutado alguma vez o</p><p>depoimento dos pais e dos avós sobre como era a educação em seu tempo e,</p><p>principalmente, sobre a autoridade e respeito que toda a comunidade escolar concedia</p><p>aos professores. Atualmente, é visível que esse cenário mudou – é só acompanhar os</p><p>jornais e noticiários que logo aparece uma reportagem relatando agressões físicas,</p><p>morais e psicológicas contra os educadores.</p><p>Diante de tantos desrespeitos, não apenas cometidos pela população,</p><p>mas também por parte dos governantes – salários baixos, atrasos nos pagamentos, alta</p><p>carga horária -, os jovens estão perdendo, sistematicamente, a vontade de exercer a</p><p>profissão. Esse dado é comprovado pela pesquisa realizada pela Fundação Carlos</p><p>Chagas, em que 67% dos jovens entrevistados não pensaram em ser professor.</p><p>Observando as densidades dos cursos universitários de licenciatura da UFRGS, também</p><p>se pode inferir que a formação está sendo cada vez menos procurada. Em 2005, por</p><p>exemplo, a relação candidatos/vaga do curso de Educação Física era de 13,44. Em 2011,</p><p>esse número caiu para 3,76 candidatos/vaga.</p><p>Em contrapartida dessas assustadoras realidades, o Governo Federal, em</p><p>parceria com as Universidades e Institutos Federais, está proporcionando formação</p><p>continuada para quem leciona: graduações e pós-graduações de qualidade, que, sem</p><p>dúvida, permitem maior prestígio profissional e social aos professores. Ações como essa</p><p>servem de exemplo e de incentivo aos jovens que desejam exercer a educação, já que,</p><p>assim, poderão almejar um futuro próspero.</p><p>Educar para transformar, tese afirmada por Paulo Freire, demonstra o</p><p>quanto importante é a função do professor, que, além de ensinar, por exemplo, a</p><p>matemática e o português, prepara seus alunos para a vida e para os desafios que a</p><p>acompanham. Sendo assim, é preciso que a sociedade reconheça os valores do</p><p>educador, pois só em presença desse profissional, o provérbio “as flores do amanhã são</p><p>as sementes que hoje plantamos” assume seu verdadeiro significado.</p><p>Deise Pancotto, nota 21,70, UFRGS 2011.</p><p>OS VESTIBULARES NAS</p><p>UNIVERSIDADES GAÚCHAS</p><p>Não deixe de observar as metáforas usadas e perceba que elas fazem parte</p><p>das vivências dos autores.</p><p>REDAÇÃO EXEMPLAR DA PUC</p><p>Universidade divulga esta redação como modelo</p><p>O texto a seguir é considerado exemplar pela Banca de</p><p>Redação da PUC-RS, inclusive consta como modelo no sítio da Universidade. Responde</p><p>ao tema “como nos prepararmos para a velhice”.</p><p>O recado do meu amigo</p><p>O prolongamento da vida já foi tema de inúmeros filmes. Em sua maioria, o</p><p>cérebro humano seria colocado em robôs e a pessoa viveria eternamente. Em outros,</p><p>há a busca pela “poção da vida eterna”, normalmente escondida em cavernas. O sortudo</p><p>que a encontrasse, após muito penar, dela beberia e rejuvenesceria como mágica.</p><p>O avanço das ciências da saúde, no entanto, mostra que não há magia. Cada vez</p><p>entende-se mais o corpo humano e suas patologias. Práticas simples, como exercícios</p><p>físicos e uma dieta balanceada, prometem aumentar o número de velinhas sobre o bolo.</p><p>Com o tempo, os padrões para “jovem”, “adulto” e “idoso” deverão ser remodelados</p><p>para se adequarem à nova realidade.</p><p>Sou vestibulanda de medicina e já ouvi milhares de vezes que se deve entrar</p><p>cedo na universidade, pois “o curso é demorado e ainda tem a residência!”. Em meio a</p><p>todo esse burburinho, recebi um recado de um amigo: “Vá calminha a caminho do seu</p><p>destino”. Ao ler essas palavras, entendi que há tempo para tudo e, com o aumento da</p><p>expectativa de vida, pode-se, enfim, tentar diminuir a pressão sobre as pessoa.</p><p>Desde a pré-história, o meio selecionou os mais aptos. Evoluímos a partir</p><p>de hominídeos que corriam contra o tempo. As esteiras da revolução Industrial surgiram</p><p>para apressar o modo de vida. “Facilidades” como a internet, os fast foods e o automóvel</p><p>formaram uma legião de viciados no relógio. A seleção natural, porém, pode estar se</p><p>invertendo, e talvez toda essa evolução regulada pela pressa destrua a espécie humana.</p><p>Como o prolongamento da vida, ter-se-á mais tempo para aprender, para</p><p>trabalhar e para aproveitar o que é bom. Mesmo que a tentação de fazer tudo rapidinho</p><p>apareça, é válido esquecer-se um pouco do relógio e relaxar. Quero chegar saudável à</p><p>comemoração do meu centenário para rever amigos e, quem sabe, agradecer àquele</p><p>que escreveu o recado que me aconselhou a ir calminha a caminho do meu destino.</p><p>Sofia Marasca Giongo. Garibáldi. Redação exemplar PUC/RS, nota máxima, discutindo</p><p>o tema “A Vida depois dos 70”.</p><p>Os alunos do Método na PUC</p><p>Vejamos o que propõem as diversas bancas de redação das universidades do Rio</p><p>Grande do Sul, sem nos afastarmos da questão central: um bom texto e a possibilidade</p><p>de ser feliz ao escrever andam juntos?</p><p>Outras redações exemplares na PUC RS</p><p>Devemos repensar a mobilidade urbana brasileira</p><p>Elaborando-se uma análise compatível com o mundo contemporâneo,</p><p>observa-se que as bases da sociedade estão postas de acordo com alguns pilares, como</p><p>o indivíduo e a cultura que o envolve. É evidente que, em uma perspectiva social, ambos</p><p>possuem correlação na determinação do nosso meio, mediante a importância que as</p><p>vivências interpessoais têm para a coletividade. A mobilidade urbana está, então,</p><p>relacionada aos alicerces do desenvolvimento da nossa comunidade, pois deriva da</p><p>relação entre o convívio e os ideais de vida individuais, gerando, também, diversos</p><p>reflexos na qualidade de vida da população.</p><p>A partir do século XX, com os governos populistas, o Brasil teve um período</p><p>de intensa industrialização. Inúmeras empresas internacionais passaram a produzir no</p><p>país, principalmente na área automobilística. Paralelamente ao crescente número de</p><p>carros, os ideais foram modificados e começaram a “ver” os automóveis como</p><p>representantes do luxo. Como consequência da praticidade e do valor que um carro tem,</p><p>quilômetros de rodovias foram construídos, dando, pouco a pouco, mais força para o</p><p>mercado automobilístico.</p><p>Socialmente, a ideia do transporte público foi deixada de lado, pois o objetivo</p><p>de todo cidadão era comprar o próprio carro. Com isso, o número de veículos nas ruas</p><p>cresceu de forma exponencial, gerando inúmeros problemas para a população, como</p><p>congestionamentos. No século XXI, ao analisarmos as consequências do enorme modal</p><p>rodoviário brasileiro, procuramos meios para desenvolver o transporte público, como</p><p>ônibus e trens, para que possamos amenizar os prejuízos da vida estressante relacionada</p><p>ao trânsito, que, para muitos, acaba sendo fatal.</p><p>Correlacionando os fatos, é evidente que a mobilidade urbana desempenha</p><p>um importante papel no cotidiano das pessoas. No Brasil, o saturado modal rodoviário,</p><p>que conta com um excesso de veículos individuais, tem um forte impacto na qualidade</p><p>de vida das pessoas, pois o trânsito torna a simples necessidade humana de se</p><p>locomover um problema. Analisando as consequências dos meios de transporte</p><p>brasileiros, acredito, pois, que a saúde e a tranquilidade do ser humano não devem ser</p><p>consideradas apenas consequências da sociedade, mas princípios elementares dela.</p><p>Nesse sentido, devemos repensar a mobilidade urbana no país, de forma que possamos</p><p>reduzir os impactos negativos dos modais utilizados e melhorar a qualidade de vida dos</p><p>brasileiros, sem que esse ideal fique apenas na mente das pessoas, pois “a eternidade</p><p>é o estado das coisas nesse momento”, como escreveu Clarice Lispector, replicando as</p><p>evidências da correlação entre o individuo e sua cultura no nosso contexto social.</p><p>Augusto M. Brenner. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 8,7. Tema: Mobilidade</p><p>urbana e qualidade de vida. Obs.: A UPF discutiu a mobilidade urbana e este aluno fez</p><p>a redação da UPF e da PUC bastante semelhantes.</p><p>Quando me mudar para Porto Alegre</p><p>Moro no interior e fico impaciente quando tenho que esperar dois minutos em</p><p>um semáforo. Quando eu morar em Porto Alegre, não tenho dúvida que meu carro ficará</p><p>muito mais na garagem enquanto minha bicicleta estará rodando e “conhecendo” cada</p><p>canto dessa cidade.</p><p>Estudei em geografia que para cada distância existe um meio de transporte</p><p>apropriado que atende as demandas de cada região. De fato, para curtas distâncias, o</p><p>carro é o meio de transporte mais indicado e o conforto que ele nos proporciona é</p><p>incrível. Trocar uma “caixa” geladinha em que ficamos sentados, mexendo os pés e as</p><p>mãos, sem que haja nenhum esforço por bruscas pedaladas abaixo de um sol de quase</p><p>quarenta graus não deve ser nada fácil. Mas ver a barriga crescer, não ter mais</p><p>disposição para brincar com seus filhos ou cachorros, sentir-se cansado o tempo inteiro</p><p>são algumas das consequências de usar sempre o veículo.</p><p>O educador Mário Sérgio Cortella diz que o homem só é perfeito quando</p><p>morre. Tendo em vista que o homem é imperfeito e que uma coisa imperfeita não pode</p><p>criar algo perfeito, fica evidente que há falhas em todos os nossos meios de locomoção</p><p>criados pelo homem. É interessante notar que para melhorar o caos do transito brasileiro</p><p>juntamente com a qualidade de vida, devemos alternar, sempre que possível, nossas</p><p>formas de chegarmos ao nosso destino.</p><p>Quando me mudar para Porto Alegre, tentarei usar os meios de transporte</p><p>certos, para que nos finais de semana eu continue a brincar de pega-pega com minha</p><p>irmã quer a pouco tempo fez quatro anos.</p><p>David Mello. Método Medicina Lajeado. Nota: 8,85. Tema: Mobilidade Urbana e</p><p>qualidade de vida.</p><p>Somos tão jóvens!</p><p>Me afogo tão violentamente, porque esqueci da máscara de mergulho e do</p><p>tanque de oxigênio que não penso em voltar à superfície. Máximo postulado por meu</p><p>jovem – e talvez até sábio – amigo, que acompanha diversos drama existenciais. Ele é</p><p>conhecedor das artes do</p><p>sofrimento de tal forma que, mesmo com uma colocação</p><p>pronominal errada, sua frase universaliza a dor de cada crise: tão grande é o desespero</p><p>do presente quanto a culpa que coloca em si mesmo, o foco para as decisões que nos</p><p>trazem até uma situação.</p><p>Por vezes, na escola, especificamente na disciplina de história, o pensamento</p><p>se volta para o “e se”: “e se o arquiduque Francisco Ferdinando não tivesse tomado</p><p>aquele fatídico tiro”, “e se Otávio não tivesse perseguido e eliminado os outros dois</p><p>cônsules na final da República Romana?” Sua inocência, inerente ao ser humano</p><p>principalmente em suas primeiras fases da vida, tende a levar nossas ideias ao campo</p><p>de possibilidade e de otimismo. Tentamos construir uma nova realidade com decisões</p><p>tomadas no passado quando, na verdade, a história já foi claramente construída com as</p><p>pedras do tempo. Assim, a única alternativa restante é aprender com o que acontece e</p><p>melhorar a sociedade, impedindo-a de solaprar.</p><p>Com uma dose forte de hormônios, a pílula do dia seguinte dá grandes</p><p>chances de apagar as consequências de uma ação praticada anteriormente – de fato um</p><p>anticoncepcional. Diferentemente desse método contraceptivo, existe um medicamento</p><p>em discussão e processo e desenvolvimento que promete – apenas – apagar as</p><p>memórias de atitudes tomadas... eu, particularmente, não teria vontade de esquecer do</p><p>erro cometido para receber uma surpresa desagradável depois. Em algumas situações</p><p>seria de fato perfeita essa oportunidade de voltar atrás e impedir o lançamento da</p><p>flecha... mas ela já está no ar e, em breve, atingirá um alvo. Em nossa franca energia</p><p>juvenil, tudo o que podemos fazer é aperfeiçoar o próximo tiro; e, para isso, precisamos</p><p>acompanhar a trajetória dos outros projéteis.</p><p>Sem dúvida, nós, os jóvens – acentuados pela inocência aliada à experiência –</p><p>sonhadores, podemos mudar a nós mesmos e ao mundo, basta que olhemos os alvos</p><p>marcados e pratiquemos o tiro. Sempre haverá chances de errar, contudo, são as</p><p>decisões errôneas que nos fazem melhorar; em algum momento nos afogaremos de</p><p>novo, do mesmo jeito, se não nos prepararmos, vivendo assim, o mesmo erro o tempo</p><p>todo. Podemos, pois, colocar em prática aquele sonho idealizado do passado; precisamos</p><p>apenas lembrar dele.</p><p>Wágner Azevedo. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 7,0. Tema: Memórias</p><p>indesejadas.</p><p>Faça amor, não faça remédios!</p><p>Assim como nosso sistema imunológico possui uma memória das patologias</p><p>que acometem nosso corpo ao longo da vida, nós registramos, desde lembranças boas,</p><p>até os piores acontecimentos. Como não cometer o mesmo erro se não nos recordarmos</p><p>de tê-lo cometido antes?</p><p>As nossas piores lembranças – pelo menos a maioria delas – nos forneceu o</p><p>aprendizado de como agir melhor ou de como evitar que ocorra uma situação</p><p>semelhante. Na obra “O gene egoísta”, Richard Dawkings, disserta sobre a luta pela</p><p>sobrevivência dos genes no ambiente adverso em que vivemos; ao longo da obra,</p><p>argumenta que indivíduos que possuem memória combativa podem ter vantagens sobre</p><p>os que não possuem – ou seja, por mais que, nas lidas anteriores, não tenham obtido</p><p>êxito, nas próximas eles terão aprendido o padrão de combate de seus oponentes e</p><p>lograrão vitórias.</p><p>Preservar memórias não significa relembrá-las a todo instante, mas sim</p><p>mantê-las como recurso de autopreservação, semelhante aos nossos anticorpos. Eu não</p><p>abriria mão de nenhuma das minhas lembranças indesejadas, mesmo que me causem</p><p>uma tristeza profunda sempre que as acesso, pois sem elas eu não teria construído</p><p>alguns princípios que considero básicos, como a lealdade, a sinceridade e,</p><p>principalmente, a humildade; podem inventar remédios para esquecer situações ruins,</p><p>mas duvido que consigam encapsular “caráter”.</p><p>Uma sociedade livre de suas piores lembranças certamente seria composta</p><p>de cidadãos insatisfeitos e infelizes com suas lembranças alegres; afinal de contas, como</p><p>saberíamos o que é feliz e bom, se fôssemos privados do triste e do ruim? Claro que</p><p>memórias que não causaram traumas, ou que não arruinaram a vida de alguém devem</p><p>ser lembradas. Eventos traumáticos, no entanto, necessitam de um tratamento</p><p>diferenciado: ajuda de profissionais de saúde mental a longo prazo.</p><p>Esquecer o que nos causou mal uma vez seria tão catastrófico quanto perder</p><p>a memória imunológica por parte de nosso sistema de defesa. Buscar um</p><p>acompanhamento psicológico seria muito mais efetivo do que uma droga, na medida em</p><p>que, de acordo com a antropologia e com a sociologia, o simples contato entre seres</p><p>humanos já ameniza sofrimentos emocionais, principalmente se houver contato físico (o</p><p>que leva à neuro-hipófese a liberar ocitocina – o hormônio do amor) – ou seja, para um</p><p>tratamento natural, deveríamos nos relacionar mais e nos drogar menos.</p><p>Sarah Hanna de Almeida. Método Medicina Lajeado. Nota: 9,55. Tema: Memórias</p><p>indesejadas.</p><p>Correndo do mal</p><p>A menina de olhos puxados, embargada pelo choro, correndo nua em frente a</p><p>militares norte-americanos, em virtude das armas químicas usadas contra seu povoado,</p><p>foi imortalizada por um fotógrafo e se tornou uma das imagens mais marcantes do século</p><p>XX. Assim como a guerra do Vietnã, diversos processos históricos e lembranças</p><p>decorrentes disso são forjadas ao esquecimento, tornando o caminho, fácil, para que se</p><p>repitam.</p><p>Memórias indesejadas sempre foram um instrumento de sobrevivência ao</p><p>“Sapiens sapiens”. Das pinturas rupestres em cavernas paleolíticas aos monumentos</p><p>gregos, em homenagem aos combatentes mortos, colecionar lembranças ruins é reflexo</p><p>humano para que os erros do passado não voltem a se repetir. Nesse sentido, tais</p><p>recordações impõem limites ao comportamento humano lembrando, constantemente, as</p><p>consequências de alguns atos. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma que a</p><p>“modernidade líquida” trouxe a fluidez e a inconstância ao pensamento. Devido a isso,</p><p>o homem contemporâneo busca apenas os momentos bons e relega o aprendizado que</p><p>situações desagradáveis, experiências ruins e acontecimentos históricos trágicos</p><p>promovem.</p><p>A humanidade tem memória curta: a facilidade com que buscamos substituir</p><p>lembranças dolorosas por recordações alegres faz com que tragédias como o Holocausto</p><p>nazista ou o uso de armas químicas no Vietnã possam, rapidamente, se repetir. Exemplo</p><p>dos prejuízos do esquecimento são sentidos pela Europa: o continente, vítima de um</p><p>dos regimes mais sanguinários, durante a Segunda Guerra, assiste a mesma extrema</p><p>direita dos ideais que colocaram Hitler no poder, crescer espantosamente. É provável</p><p>que, se à época, fosse perguntado à menina vietnamita seu desejo de excluir a fotografia</p><p>nua, sua resposta seria: sim. Entretanto, talvez o resultado da assembleia que utilizou</p><p>seu retrato histórico como evidência para aprovar, como crime de guerra, o uso de armas</p><p>químicas, seria outro.</p><p>É evidente, portanto, que apagar lembranças indesejadas é, também, abdicar de</p><p>parte da história. Nesse sentido, falar e discutir sobre o que se almeja deletar é uma</p><p>forma de manter essas memórias vivas, para que o esquecimento não traga consigo</p><p>novos ditadores e episódios de extermínio em massa. A corrida para se afastar do mal</p><p>não é somente da menina cuja pele ardia e sim, de todos nós, que devemos ter</p><p>consciência para aprender com a dor e para preservar a história integralmente.</p><p>João Vitor Dal Molin. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 8,05. Tema: Memórias</p><p>indesejáveis.</p><p>Vida utópica? Não, muito obrigada!</p><p>Durante toda minha vida, vivi “altos e baixos”: bons e maus momentos; todos</p><p>eles, essenciais para meu crescimento pessoal. A vida é uma bagagem e nela carregamos</p><p>todas as experiências já vividas; seria injusto, comigo mesma e com meu subconsciente,</p><p>apagar momentos que, por mais horríveis</p><p>que tenham sido, fazem parte de mim.</p><p>Inúmeras são as pessoas que chegaram à perfeição apenas com os erros: se</p><p>Ayrton Senna tivesse desistido em sua primeira corrida, por conta de uma derrota, não</p><p>teríamos um dos melhores pilotos da história do automobilismo mundial; se todas as</p><p>experiências indesejadas fossem apagadas, do que seria a história e da literatura? As</p><p>más memórias são necessárias – não em excesso, é claro – mas na medida certa, para</p><p>que possamos, a cada erro, crescer mais e mais.</p><p>Recordo-me de minhas férias no interior do Rio Grande do Sul, na casa de</p><p>meus avós e de quando caí de bicicleta ao tentar andar pela primeira vez: a dor do</p><p>machucado perdurou por dias, mas ela foi indispensável para que eu me desse conta de</p><p>que precisava da ajuda de meus avós para dar as primeiras pedaladas. A sociedade sem</p><p>memórias indesejadas seria monótona, homogênea, um tanto utópica e me é nítido que</p><p>a utopia existe apenas em meus pensamentos.</p><p>Assim como todos os seres humanos, vivi memórias indesejadas, como a</p><p>morte do meu avô; apesar de ter sentido e ainda sentir uma dor imensa e irreparável,</p><p>vários foram os métodos que utilizei para neutralizá-la. As consequências deste</p><p>acontecimento foram inúmeras: passei a dar mais valor à minha família e àqueles que</p><p>me rodeiam, “amadureci” e vi que ainda tenho muita coisa para viver e enfrentar. No</p><p>filme “Forest Gump”, Forest, o personagem principal, diz que “a vida é uma caixa de</p><p>chocolates, nunca saberemos o que vamos encontrar”. Na vida, temos de estar</p><p>preparados para surpresas que vamos achar, pois cada acontecimento é necessário:</p><p>devemos esperá-los sempre, ao contrário disso, sempre desejaremos uma vida sem</p><p>sofrimento, sem graça, mas desejo uma vida com “tudo que tenho direito”.</p><p>Talia Greice Sette. Método Medicina Novo Hamburgo. Nota: 8,3. Tema: Memórias</p><p>indesejadas.</p><p>A genética das memórias</p><p>Mendel, “pai da genética”, estudou o cruzamento entre ervilhas para explicar</p><p>a influência do ambiente nas diferentes gerações de frutos. Sua teoria, que revolucionou</p><p>o estudo da genética, baseava-se nas mudanças fisiológicas e morfológicas das gerações</p><p>filiais, decorrentes da pressão (seleção natural) que o meio impõe aos indivíduos</p><p>progenitores. De modo análogo, nossas características e nossas lembranças são</p><p>formadas ao longo da vida, regidas pelo ambiente em que vivemos – escola, festas,</p><p>espaços públicos – e pelas vivências pelas quais passamos – viagens, encontros,</p><p>brincadeiras. Por nos tornarem únicos e quem somos, nossas memórias, sejam elas boas</p><p>ou ruins, são imprescindíveis para lembrarmos quem somos.</p><p>Segundo a “Teoria Machadista”, o homem é um ser imoral, desprovido de virtudes. De</p><p>fato, se o analisarmos num contexto social semelhante à sociedade criada por José</p><p>Saramago – um mundo de “cegos”, tal como em “Ensaio sobre a cegueira” –, se</p><p>encaixará perfeitamente; longe disso, entretanto, presenciamos uma sociedade formada</p><p>por distintas personalidades, com diferentes memórias, que sem essas, seriam todos</p><p>iguais na população.</p><p>Morte, tragédias, acidentes de carro; toda e qualquer acontecimento ruim fica</p><p>armazenado em nossas memórias indesejadas para sempre. A invenção de um remédio</p><p>capaz de apagá-las, livrando-nos da dor da perda, dados de relembrar momentos ruins,</p><p>poderia ser o caminho perfeito para uma vida plena, se não fosse, porém, pelo efeito</p><p>colateral gerado, assim como não recordaríamos mais dos maus momentos,</p><p>esqueceríamos dos aprendizados e do crescimento pessoal advindos deles, tornando-</p><p>nos desvirtuosos, bem como acreditava Machado de Assis.</p><p>Se Mendel ainda estivesse vivo, com certeza estudaria a influência do</p><p>ambiente, e da sociedade, na formação fenotípica dos genes. Concluiría, então, que a</p><p>genética dos genes não está baseada apenas nas influências externas dos indivíduos,</p><p>mas também nas memórias deixadas pela vida.</p><p>Gustavo K. Bangemann. Método Medicina Lajeado. Nota: 9,0. Tema: Memórias</p><p>indesejadas.</p><p>Sem remédio</p><p>Se o filósofo Jean – Jacques Rousseau vivesse hoje, certamente, diria que as</p><p>memórias (boas e ruins) são as correntes da nossa própria existência; pois, como</p><p>afirmou, no século XVIII, “o homem nasce livre, mas por toda parte se encontra</p><p>acorrentado”.</p><p>Estamos presos às nossas memórias – e isso é ótimo! Sejam elas boas ou</p><p>ruins, foram elas que moldaram o que somos hoje. O biólogo Darwin defendia que a</p><p>seleção natural leva à sobrevivência do mais apto. Apagar as memórias indesejadas é ir</p><p>contra a nossa evolução – afinal, precisamos lembrar que, se encostarmos numa</p><p>superfície quente, nos queimaremos. As lembranças ruins nos tornam mais fortes e aptos</p><p>para enfrentarmos os obstáculos que a vida impõe, mesmo que tragam sofrimentos.</p><p>Além disso, esquecer pode levar à repetição de um fato trágico ou de um</p><p>erro. Não só o individuo, mas toda a humanidade precisa aprender com os atos falhos</p><p>do passado – como o holocausto. A Segunda Guerra Mundial deixou marcas que não</p><p>podem ser simplesmente deletadas; precisamos lembrar que milhares de pessoas foram</p><p>cruelmente mortas por serem judeus. Isso não pode ser repetido jamais na nossa</p><p>história, apesar da dor que causou nas vitimas.</p><p>Negar as memórias ruins não nos torna melhores (pelo contrário). Não</p><p>podemos nos livrarmos dessas correntes, pois elas são parte de nós! Devemos apenas</p><p>tentar amenizar o sofrimento que essas lembranças causam. Assim, estaremos aptos</p><p>para evoluirmos e não repetiremos aquilo que nos trouxe dor. A solução não é esquecer</p><p>o que vivemos, mas aprender com esses “fantasmas” do passado – e para isso não</p><p>precisamos remédio.</p><p>Renatha Marques. Método Medicina Lajeado. Nota: 8,3. Tema: Memórias indesejadas.</p><p>Desejosas cicatrizes indesejáveis!</p><p>Lovoasier afirmava que “na natureza nada se perde, nada se cria: tudo se</p><p>transforma”. Curiosamente, ainda que em um tempo cronologicamente muito distante,</p><p>o gênio da química já antecipava muito mais do que ele mesmo pensava acerca da nossa</p><p>sociedade; somos movidos por momentos, por emoções que fazem parte de nós e que</p><p>dizem muito sobre quem fomos ou quem nos tornamos. Essas lembranças, por mais</p><p>indesejáveis que pareçam ser, não podem ser, simplesmente deletadas, como se</p><p>fôssemos uma “CPU” formatada cuja estrutura não foi afetada por cicatrizes do passado.</p><p>O pensador Victor Hugo não deixou dúvida quando afirmou serem as ideias</p><p>que arrastam e movem o mundo; não são as máquinas – são as ideias; de fato, apesar</p><p>de se saber da importância da ciência e do reflexo dela na atualidade, é importante que</p><p>saibamos compreender e valorizar as atitudes humanas em detrimento das demais.</p><p>Nesse sentido, não existe o menor sentido na criação de um medicamento que apague</p><p>as memórias ruins – somos um conjunto complexo e essas indesejáveis vivências</p><p>também constituem esse sistema.</p><p>Ainda assim, sabe-se dos reflexos negativos que essas lembranças</p><p>indesejáveis podem gerar ao longo do nosso ciclo de vida, como transtornos e insucessos</p><p>que podem ser prejudiciais às nossas relações na sociedade. Além disso, são conhecidos</p><p>tratamentos alternativos à droga do esquecimento, cujos objetivos consistem na</p><p>aceitação e no desenvolvimento de mecanismos de aprendizagem, para que sejamos</p><p>capazes de lidar com as nossas próprias cicatrizes. As técnicas psicoterapêuticas, assim</p><p>como as constatações sistemáticas de Burt Hellinger comprovam que as células são</p><p>portadoras de memória e, portanto, é inútil o desenvolvimento de uma substância para</p><p>apagá-las.</p><p>Em suma, claramente não seríamos os mesmos se possuíssemos apenas boas</p><p>lembranças; esse bombardeio de rememorações, boas ou ruins, é que molda o nosso</p><p>“eu” mais íntimo e nos transforma constantemente. Assim, algumas indesejáveis</p>

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