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<p>Questões para análise</p><p>1. Um tijolo de material, em pó, marrom, foi apreendido no aeroporto, e a autoridade policial</p><p>que conduziu a investigação garantiu que se tratava de heroína, baseado nas escutas</p><p>telefônicas que levaram à prisão do suspeito de tráfico. O perito realizou o teste de Scott</p><p>(teste preliminar para identificação de cocaína), que resultou em uma coloração azul. Com</p><p>o teste realizado é possível descartar a possibilidade de o material ser heroína? Explique.</p><p>R: Com base no teste de Scott, que é usado para identificar cocaína, uma coloração azul</p><p>indica uma reação positiva. No entanto, esse teste não é específico apenas para cocaína e</p><p>pode apresentar falso-positivos com outras substâncias que também contêm grupos</p><p>amínicos terciários, como a heroína. Portanto, mesmo com o resultado positivo do teste de</p><p>Scott, não é possível descartar com certeza a possibilidade de o material ser heroína</p><p>apenas com esse teste. Seriam necessários testes adicionais e mais específicos para</p><p>confirmar a identidade do material.</p><p>2. Voltando à cena do filme, exemplificada no resumo do capítulo. Porque o policial teve</p><p>esta conclusão ao colocar o pó em sua língua? É certo o procedimento de prova material</p><p>suspeito?</p><p>R: O policial provavelmente colocou o pó na língua para verificar a sensação que ele</p><p>poderia causar, o que é uma prática perigosa e não recomendada. Algumas substâncias,</p><p>como a cocaína, podem produzir uma sensação de formigamento ou anestesia quando</p><p>entram em contato com as mucosas, o que pode ter levado o policial a suspeitar que o pó</p><p>poderia ser uma droga controlada. No entanto, esse método não é seguro nem confiável.</p><p>Testar substâncias desconhecidas dessa forma pode ser prejudicial à saúde e não é um</p><p>procedimento adequado para identificar material suspeito. O correto é usar testes</p><p>laboratoriais e métodos científicos para confirmar a identidade da substância de maneira</p><p>segura e precisa.</p><p>As questões 3 e 4 são baseadas no fragmento de texto apresentado a seguir.</p><p>Em dezembro de 2006, foi publicado na mídia o caso de Daniele Toledo que foi acusada de</p><p>matar a filha de 1 ano e 3 meses por overdose de cocaína e em maio do mesmo ano a</p><p>bióloga Márcia Elisa dos Santos foi detida por 10 dias por porte ilegal de drogas. Nestes</p><p>dois casos o Blue Test (ou teste de Scott) foi aplicado dando resultados positivos em ambos</p><p>os casos. Tratavam de falso-positivos, visto que o material analisado não apresentava</p><p>cocaína.</p><p>3. Os resultados falso-positivos podem acarretar, além de constrangimentos, a detenção,</p><p>mesmo que temporária, de pessoas inocentes. Por que ocorrem os falso-positivos no teste</p><p>de Scott?</p><p>R: Os falso-positivos no teste de Scott ocorrem porque o reagente, o tiocianato de cobalto</p><p>II, não é exclusivo para a cocaína. Ele pode reagir com outras substâncias que possuem</p><p>grupos amínicos semelhantes, resultando em uma coloração azul mesmo quando a</p><p>substância não é cocaína. Isso significa que o teste pode dar resultados positivos para</p><p>materiais que não são realmente cocaína, como aconteceu nos casos de Daniele Toledo e</p><p>Márcia Elisa dos Santos. Portanto, esses falso-positivos podem causar sérios problemas,</p><p>como constrangimentos e até a detenção de pessoas inocentes, já que o teste não</p><p>distingue com precisão a cocaína de outras substâncias semelhantes. É essencial utilizar</p><p>métodos mais específicos e confirmatórios para evitar esses erros e garantir que a justiça</p><p>seja feita corretamente.</p><p>4. Explique as diferenças existentes entre testes de identificação de drogas preliminares e</p><p>definitivas.</p><p>R:Testes preliminares são rápidos e são usados para dar uma indicação inicial se uma</p><p>substância pode ser uma droga, mas não são muito precisos e podem dar falso-positivos.</p><p>Um exemplo é o teste de Scott para cocaína, que pode reagir com outras substâncias e não</p><p>apenas com cocaína. Já os testes definitivos são mais detalhados e precisos, realizados</p><p>em laboratórios especializados. Eles usam métodos avançados, como cromatografia e</p><p>espectrometria, para confirmar com certeza a presença e a identidade da droga.Enquanto</p><p>os testes preliminares ajudam a identificar rapidamente a possível presença de uma droga,</p><p>os testes definitivos são essenciais para confirmar a substância de forma precisa e</p><p>confiável.</p><p>5. Modelos baseados em diretrizes sugeridas por organismos internacionais, como o SWG</p><p>DRUG (Scientific Working Group for the Analysis of Seized Drugs), são utilizados para</p><p>orientar os exames realizados em drogas de abuso. Considerando as recomendações deste</p><p>grupo internacional, é possível a identificação definitiva de uma droga de abuso, que</p><p>absorve luz visível, lançando mão apenas de uma técnica de espectroscopia UV-VIS?</p><p>R: Não, não é possível identificar definitivamente uma droga de abuso apenas com a</p><p>espectroscopia UV-VIS, mesmo que a droga absorva luz visível. De acordo com as</p><p>diretrizes do SWAG DRUG, é necessário usar múltiplas técnicas e métodos de diferentes</p><p>categorias para garantir a precisão da identificação. A espectroscopia UV-VIS é útil, mas</p><p>deve ser combinada com outras técnicas mais específicas para uma identificação definitiva</p><p>e confiável.</p>