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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 1 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL 
 
Enunciado 
 
No dia 11 de abril de 2022, Ricardo foi alertado por sua secretária, via whatsapp, da data de aniversário do seu 
casamento, que seria no dia seguinte, ou seja, no dia 12 de abril, tendo, no entanto, visualizado a mensagem 
somente nessa data. Após visualizar a mensagem, sabendo que sua esposa ficaria muito decepcionada se não 
recebesse qualquer presente alusivo à data, Ricardo se desloca até uma famosa loja de grife da cidade de Porto 
Alegre/RS, localizada no Shopping da Barra, com a finalidade de adquirir uma bolsa LV (Louis Vuitton). Passados 
alguns minutos sem ser atendido, devido ao grande movimento da loja, Ricardo, em tom alterado, dirigiu-se até 
Mauro, gerente da loja, e afirmou, na presença de vários clientes, dentre eles Arnaldo, Débora e Letícia, que ele era 
incompetente e não reunia qualquer condição para gerenciar a famosa loja. Disse, ainda, na mesma ocasião, que 
já o conhecia de outra loja da qual era cliente, e, com a intenção de macular a imagem do gerente, acrescentou que 
Mauro havia sido demitido da referida loja, porque prestava péssimo atendimento aos clientes, principalmente 
quando se encontrava sob o efeito de álcool, acrescentando que no dia anterior à sua demissão foi encontrado 
desacordado no banheiro da loja, completamente embriagado. Mauro, extremamente irritado e envergonhado, 
ficou sem reação, não conseguindo disfarçar o constrangimento. Passados alguns dias da data dos fatos, Mauro 
procurou seu escritório de advocacia e narrou a conduta de Ricardo que o deixou envergonhado, pedindo 
providências na seara criminal. Você, na qualidade de advogado(a) de Mauro, deve assisti-lo. Informa-se que a 
cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija 
a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a, ainda, no último dia do prazo. 
(Valor: 5,00) 
 
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 2 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
Gabarito comentado 
 
O examinando deve redigir a peça Queixa-Crime (ação penal de iniciativa privada, exclusiva ou 
propriamente dita), com fundamento no Art. 41 do CPP E/OU no Art. 100, § 2º, do CP, c/c o Art. 30 do CPP, dirigida 
ao Juizado Especial Criminal de Porto Alegre/RS. 
Deveria o examinando apontar que a peça é tempestiva, pois apresentada dentro do prazo de 06 meses, 
previsto nos artigos 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal. 
Os crimes contra a honra narrados no enunciado são de menor potencial ofensivo (Art. 61 da Lei nº 
9.099/95). Não obstante a incidência de causa especial de aumento de pena e do concurso formal imperfeito, a 
pena máxima não ultrapassa o patamar de 2 anos. Isso porque a pena máxima do crime de difamação (Art. 139 do 
CP) é de 01 ano, e com o acréscimo de 1/3, em relação à causa de aumento de pena do Art. 141, inciso III, do CP, 
resultará em 01 ano e 04 meses. O crime de injúria (Art. 140 do CP) prevê pena máxima de 06 meses, com o 
acréscimo de 1/3, em relação à causa de aumento de pena do Art. 141, inciso III, do CP, ficará em 08 meses. Como 
se trata de concurso formal imperfeito (Art. 70, segunda parte, do CP), as penas devem ser somadas (01 ano e 04 
meses + 08 meses = 24 meses = 02 anos). 
A queixa-crime, como petição inicial da ação penal privada, deve conter os requisitos do Art. 41 do CPP. 
A queixa-crime será proposta pelo ofendido (querelante), patrocinado por advogado(a), sendo exigida para esse 
ato processual capacidade postulatória, de tal sorte que da procuração devem constar poderes especiais (Art. 44 
do CPP). 
O examinando, deveria, assim, redigir a queixa-crime de acordo com o Art. 41 do CPP, observando, 
necessariamente, os requisitos ali estabelecidos, a saber: “a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do 
crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”. Quanto à qualificação, deveria o examinando propor a Queixa-
Crime contra o querelado Ricardo. 
Em relação à estrutura, deveria o examinando, ainda, apresentar relato dos fatos descritos no enunciado, 
com exposição dos fatos criminosos (difamação, por afirmar que o querelante havia sido demitido da loja onde 
trabalhava, porque prestava mau atendimento aos clientes, principalmente quando se encontrava sob o efeito de 
álcool, acrescentando que no dia anterior à sua demissão foi encontrado desacordado no banheiro da loja, 
completamente embriagado), e injúria (porque afirmou que Mauro era incompetente e não reunia qualquer 
condição para gerenciar a famosa loja). 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 3 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
Além disso, deveria o candidato mencionar a causa de aumento de pena por ter sido a difamação e a 
injúria proferida na presença de várias pessoas, bem como a tipificação dos delitos, praticados em concurso formal 
imperfeito (Arts. 139 e 140, ambos combinados com o Art. 141, inciso III, na forma do Art. 70, segunda parte, todos 
do CP), já que os crimes contra a honra foram praticados na mesma ocasião, ou seja, no mesmo contexto fático. 
Além disso, também é observado na estrutura da peça o respeito às formalidades técnico-jurídicas pertinentes, tais 
como: existência de endereçamento, divisão das partes, aposição de local, data advogado, OAB, dentre outros. 
Acerca da ocorrência de concurso formal imperfeito, cumpre destacar que o enunciado da questão, de 
modo expresso, indicou que Ricardo, na mesma ocasião, afirmou que o querelante havia sido demitido da loja onde 
trabalhava, porque prestava mau atendimento aos clientes, principalmente quando se encontravasob o efeito de 
álcool, acrescentando que no dia anterior à sua demissão foi encontrado desacordado no banheiro da loja, bem 
como porque afirmou que Mauro era incompetente e não reunia qualquer condição para gerenciar a famosa loja. 
 
Ao final, o examinando deveria formular os seguintes pedidos: 
a) a designação de audiência preliminar ou de conciliação, nos termos do artigo 72 da Lei 9.099/95; 
b) o recebimento da queixa-crime; 
c) a citação do querelado; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos Arts. 139 e 140, 
ambos do Código Penal c/c o Art. 141, inciso III, na forma do Art. 70, segunda parte, todos do Código Penal; 
e) a produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a prova testemunhal, com 
designação de audiência para a oitiva das testemunhas arroladas. 
f) a fixação do valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, inciso IV do Código de Processo 
Penal. 
Deveria, ainda, apresentar o rol de testemunhas, indicando expressamente os nomes das testemunhas 
apontadas no próprio enunciado, a saber: Arnaldo, Débora e Letícia. 
Datar a peça no dia 11/10/2022. 
 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 4 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM 
 
PONTUAÇÃO 
1. Endereçamento 0 
Endereçamento correto: Juizado Especial Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS (0,10) 0,00/0,10 
2. Indicação Correta do dispositivo legal que embasa a queixa-crime 
Art. 41 e 44 do CPP OU Art. 100, §2º, do CP OU o Art. 30, do CPP OU Art. 145 do CP (0,10). 0,00/0,10 
3. Qualificação do querelante e do querelado 0 
Indicação da qualificação do querelante (0,10) e do querelado (0,10) 0,00/0,10/0,20 
4. Procuração com poderes especiais 0 
Existência de Procuração com poderes especiais (0,20) de acordo com o artigo 44 do CPP 
em anexo (0,10) OU menção acerca de sua existência no corpo da qualificação (0,30) 
0,00/0,10/ 
0,20/0,30 
5. Tempestividade 
Prazo de 06 meses na forma do Art. 38 do CPP e Art. 103 CP (0,10). 0,00/0,10 
6. Exposição dos fatos criminosos 
Descrição do delito de difamação (0,50) e sua classificação típica (Art. 139 do CP) (0,10) 0,00/0,10/ 
0,50/0,60 
7. Exposição dos fatos criminosos 
Descrição do delito de injúria (0,50) e sua classificação típica (Art. 140 do CP) (0,10) 0,00/0,10/ 
0,50/0,60 
8. Causa de aumento 
Incidência da causa de aumento de pena por estar na presença de várias pessoas (0,20), 
nos termos do Art. 141, inciso III, do CP (0,10) 
0,00/0,10/ 
0,20/0,30 
9. Concurso formal imperfeito 
Incidência do concurso formal imperfeito (0,20), previsto no Art. 70, segunda parte, do 
CP (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
10. Dos Pedidos 
a) Designação de audiência preliminar ou de conciliação (0,20); 0,00/0,20 
b) recebimento da queixa-crime (0,20); 0,00/0,20 
c) a citação do querelado (0,20); 0,00/0,20 
d) A condenação do querelado (0,40) pelo crime de difamação (Art. 139 do CP) (0,10) e 
pelo crime de injúria (Art. 140 do CP) (0,10), com a causa de aumento de pena (Art. 141, 
inciso III, do CP) (0,10) em concurso formal imperfeito de delitos (Art. 70, segunda parte, 
do CP) (0,10); 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30/0,40/0,50/ 
0,60/0,70/0,80 
 
e) a produção de todas as provas admitidas de direitos, especialmente oitiva das 
testemunhas arroladas (0,20); 
0,00/0,20 
f) a fixação de valor mínimo de indenização (0,20), nos termos do Art. 387, inciso IV, do 
CPP (0,10) 
0,00/0,10/ 
0,20/0,30 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 5 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
11. Rol de Testemunhas 0 
Arrolar as testemunhas Arnaldo, Débora e Letícia (0,20) 0,00/0,20 
12. Estrutura Correta 
Divisão das partes / indicação de local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
13. Data 
Datar a peça no dia 11/10/2022 (0,20) 0,00/0,20 
TOTAL 5,00 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
 
 
MAURO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., 
CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., por meio do seu 
procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em 
anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer a 
presente QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44 todos do Código 
de Processo Penal, e artigo 100, §2º do Código Penal, contra RICARDO, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., CPF nº..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado..., pelos fatos e fundamentos a seguir 
expostos: 
 
I)DA TEMPESTIVIDADE 
A presente queixa-crime foi oferecida dentro do prazo de 6 
meses, previsto nos artigos 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do 
Código Penal. 
 
II) DOS FATOS 
No dia 12 de abril de 2022, no interior de uma famosa loja de grife 
na cidade de Porto Alegre/RS, o querelado difamou e injuriou o querelante, 
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, bem como ofendeu sua 
dignidade e decoro. 
Na ocasião, o querelado afirmou, na presença de vários clientes, 
dentre eles Arnaldo, Débora e Letícia, que o querelante era incompetente e 
não reunia qualquer condição para gerenciar a loja. 
Na mesma ocasião, disse que conhecia o querelante de outra loja 
da qual era cliente, e com a intenção de macular a imagem do gerente, disse 
que ele havia sido demitido da referida loja, pois prestava mau atendimento 
 
 
aos clientes, principalmente quando se encontrava sob efeito de álcool, que 
no dia anterior à sua demissão foi encontrado desacordado no banheiro da 
loja, completamente embriagado. 
Os crimes de difamação e injúria foram praticados na presença 
de vários clientes, já que o querelado fez as afirmações contra a honra do 
querelante na loja em que trabalhava, na presença de vários clientes, dentre 
elas Arnaldo, Débora e Letícia. 
 
III) DO DIREITO 
Ao afirmar, na presença de vários clientes, que o querelante havia 
sido demitido da loja em que trabalhava, porque prestava mau atendimento 
aos clientes, principalmente quando se encontrava sob efeito de álcool, e que 
no dia anterior à sua demissão foi encontrado desacordado no banheiro da 
loja, completamente embriagado, o querelado praticou o crime de difamação, 
previsto no artigo 139 c/c 141, inciso III, ambos do Código Penal. 
Ao afirmar, na presença de várias pessoas, que o querelante era 
incompetente e que não reunia qualquer condição para gerenciar a loja, o 
querelado praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140, c/c 141, inciso 
III, ambos do Código Penal. 
Ao cometer os crimes de difamação e injúria na presença de 
várias pessoas, o querelado incorreu, para cada um dos delitos, na causa de 
aumento de pena, prevista noartigo 141, inciso III, do Código Penal. 
O querelado praticou os crimes de difamação e injúria em 
concurso formal imperfeito de crimes, nos termos do artigo 70, segunda parte, 
do Código Penal, já que com uma ação praticou dois crimes com desígnios 
autônomos, no mesmo contexto fático. 
 
IV) DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o querelante: 
a) A designação de audiência preliminar ou de conciliação, nos 
 
 
 
termos do artigo 72 da Lei 9099/95; 
b) O recebimento da queixa-crime; 
c) Citação do querelado; 
d) A procedência do pedido, com a consequente condenação do 
querelado nas penas dos artigos 139 e 140 do Código Penal c/c o artigo 
141, inciso III, na forma do artigo 70, segunda parte, todos do Código Penal. 
 e) A produção de todas as provas admitidas em direito, 
especialmente a prova testemunhal, com designação de audiência para a 
oitiva das testemunhas arroladas; 
f) A fixação do valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 
387, inciso IV do Código de Processo Penal. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) Arnaldo; 
2) Débora; 
3) Letícia. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 11 de outubro de 2022. 
Advogado... 
OAB...
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 9 
 
 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1 
 
Enunciado 
 
Lucas foi preso em flagrante na cidade de Niterói/RJ. De acordo com o que consta do procedimento, Lucas teria 
praticado crime de roubo majorado tentado com emprego de arma branca contra a Caixa Econômica Federal, 
empresa pública federal. Durante o inquérito policial, sobreveio aos autos imagens gravadas por câmera de celular, 
revelando que Russo determinou que Lucas realizasse o roubo, sob pena de matar seu filho. Com medo de que a 
ameaça se concretizasse, sem outra alternativa, já que sabia que Russo era pessoa violenta e capaz de cumpri-la, 
Lucas se dirigiu até a agência bancária e anunciou o assalto ao caixa do referido banco, sendo, no entanto, preso 
em flagrante pelos seguranças, sem nada levar. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público Estadual 
ofereceu denúncia perante a Justiça Estadual, imputando a Lucas o crime de roubo majorado tentado, nos termos 
do artigo 157, § 2º, VII c/c 14, II, ambos do Código Penal, sendo a peça acusatória distribuída à 1ª Vara Criminal de 
Niterói, tendo o Juiz de Direito recebido a denúncia e determinada a citação do réu. Na condição de advogado(a) 
de Lucas, contratado(a) para apresentar a resposta à acusação, responda às perguntas a seguir. 
 
A) Qual o argumento de direito processual pode ser apresentado para questionar o oferecimento da denúncia 
perante a Justiça Estadual? (Valor: 0,60) 
 
B) Qual argumento de direito material pode ser apresentado para buscar a absolvição sumária de Lucas? (Valor: 
0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 10 
 
 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
Gabarito comentado 
 
A) O argumento de direito processual a ser apresentado é a incompetência do juízo, uma vez que Lucas teria 
praticado crime de roubo majorado tentado com emprego de arma branca contra a Caixa Econômica Federal, 
empresa pública federal. Sendo assim, o juízo competente seria a Justiça Federal, de acordo com o artigo 109, inciso 
IV, da Constituição Federal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado é a absolvição por inexigibilidade de conduta diversa, causa 
excludente de culpabilidade. No caso, Lucas somente se dirigiu até o banco e anunciou o assalto, porque Russo 
determinou que o ato fosse praticado, sob pena de matar seu filho. Diante das circunstâncias, atemorizado, pois 
sabia que Russo era pessoa violenta, não seria possível exigir do acusado conduta diversa. Trata-se de hipótese de 
coação moral irresistível, prevista no artigo 22 do Código Penal. Assim, deve o réu ser absolvido sumariamente, 
com base no artigo 397, inciso II, do Código de Processo Penal. 
 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) O argumento de direito processual a ser apresentado é a incompetência do juízo (0,20), 
uma vez que foi praticado crime contra a Caixa Econômica Federal, empresa pública federal 
(0,10), razão pela qual a competência é da Justiça Federal (0,20), nos termos do artigo 109, 
inciso IV, da Constituição Federal (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,30/
0,40/0,50/0,60 
B) Desenvolvimento fundamentado de que Lucas agiu sob coação moral irresistível (0,25), 
previsto no artigo 22 do Código Penal (0,10), causa excludente da culpabilidade (0,20), pela 
inexigibilidade de conduta diversa (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,25/0,30/0,35/ 
0,40/0,45/ 
0,55/0,65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A) O argumento de direito processual a ser apresentado é a incompetência do 
juízo, uma vez que Lucas teria praticado crime de roubo majorado tentado com 
emprego de arma branca contra a Caixa Econômica Federal. Sendo assim, o 
juízo competente seria a Justiça Federal, de acordo com o artigo 109, inciso IV, 
da Constituição Federal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado é a absolvição por 
inexigibilidade de conduta diversa, causa excludente de culpabilidade. No caso, 
Lucas somente se dirigiu até o banco e anunciou o assalto, porque Russo 
determinou que o ato fosse praticado, sob pena de matar seu filho. Diante das 
circunstâncias, atemorizado, pois sabia que Russo era pessoa violenta, não 
seria possível exigir do acusado conduta diversa. Trata-se de hipótese de 
coação moral irresistível, prevista no artigo 22 do Código Penal. Assim, deve o 
réu ser absolvido sumariamente, com base no artigo 397, inciso II, do Código 
de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
40º EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
SIMULADO DA REPESCAGEM 04 
 
 
 
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Padrão de Resposta Simulado 
Prova Prático-Profissional –Exame de Ordem Unificado -Prof. Nidal Ahmad 
Página 12 
 
 
ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2 
 
Enunciado 
 
No dia 25 de março de 2022, Wilson encontra, em uma boate, Joaquina, com quem mantivera uma relação íntima 
de afeto, na companhia da sua amiga Roberta. Já alterado em razão da ingestão de bebida alcoólica, Wilson,com 
ciúmes de Joaquina, inicia com esta uma discussão. Roberta, visualizando a cena, vai em defesa da amiga, momento 
em que Wilson lhe desferiu um soco, causando-lhe lesões corporais leves. Diante da confusão, o proprietário da 
boate acionou a polícia, sendo Wilson conduzido à Delegacia de Polícia. Na sequência, Roberta foi submetida a 
exame de corpo de delito, cujo laudo confirmou as lesões corporais leves. Joaquina é ouvida na Delegacia de Polícia 
e confirma que o ex-namorado agrediu a amiga. Roberta também confirmou a agressão, mas manifestou não ter 
interesse no procedimento criminal, porque realizaria uma longa viagem, e não teria tempo para acompanhar a 
tramitação. O procedimento criminal foi enviado ao Ministério Público, que, considerando tratar de lesão corporal 
leve praticada contra mulher, oferece, em 05 de outubro de 2022, denúncia em face de Wilson, imputando-lhe a 
prática do crime lesão corporal leve qualificada, prevista no artigo 129, § 13º, do Código Penal. Na condição de 
advogado(a) de Wilson, contratado para apresentar resposta à acusação, responda às perguntas a seguir. 
 
A) Qual o argumento de direito processual pode ser apresentado para questionar o oferecimento da denúncia? 
(Valor: 0,60) 
 
B) Qual argumento de direito material pode ser apresentado para buscar a absolvição sumária de Wilson? (Valor: 
0,65) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
 
 
 
 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
Gabarito comentado 
A) O examinando deveria alegar rejeição da denúncia, nos termos do artigo 395, inciso II, do Código de Processo 
Penal OU nulidade pela falta de representação, nos termos do artigo 564, III, “a”, do CPP. Considerando que não se 
trata de lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, o crime é de ação 
penal pública condicionada à representação, nos termos do artigo 88 da Lei 9099/95, não se aplicando, pois, a 
Súmula 542 do Superior Tribunal de Justiça. No caso, Roberta manifestou não ter interesse em ver Wilson 
responsabilizado criminalmente, não havendo, pois, condição de procedibilidade da ação penal pública 
condicionada à representação. 
 
B) O argumento de direito material a ser invocado é o de decadência do direito de representação. Os fatos 
ocorreram em 25 de março de 2022 e a denúncia foi oferecida em 05 de outubro de 2022, sem qualquer 
manifestação de vontade da ofendida, pelo que forçoso concluir que já teria extrapolado o prazo de 06 meses, a 
contar da ciência da autoria do fato, para exercer o direito de representação, nos termos do artigo 38 do Código de 
Processo Penal e 103 do Código Penal. Logo, incidiu a causa de extinção da punibilidade prevista no artigo 107, 
inciso IV, do Código Penal. Como se trata de resposta à acusação, o pedido deve ser o de absolvição sumária, com 
base no artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) Rejeição da denúncia OU Nulidade do recebimento da denúncia (0,30), por falta de 
representação (0,20), nos termos do artigo 395, inciso II, do Código de Processo Penal 
E/OU artigo 564, inciso III, alínea “a”, do Código de Processo Penal (0,10). 
0,00/0,10/ 
0,20/0,30/0,40/0,50/0,60 
B) O argumento de direito material que deve ser alegado é a extinção de punibilidade 
pela decadência (0,30), nos termos do artigo 107, IV, do CP (0,10), tendo em vista que 
Roberta deixou de oferecer representação no prazo de 6 meses, a partir da ciência da 
autoria do fato (0,15), conforme estabelecido no Art. 38 do CPP (0,10). 
0,00/0,10/0,15/0,25/0,30/0,3
5/0,40/0,45/0,50/0,55/0,65 
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A) O argumento de direito processual a ser apresentado é a rejeição da 
denúncia, nos termos do artigo 395, inciso II, do Código de Processo Penal OU 
a nulidade pela falta de representação, nos termos do artigo 564, inciso III, “a”, 
do Código de Processo Penal. Wilson e Roberta não possuíam relação intima 
de afeto, ou seja, não se trata de lesão corporal praticada no contexto de 
violência doméstica e familiar contra mulher, não sendo aplicável, portanto, a 
Súmula 542 do Superior Tribunal de Justiça. Sendo assim, o crime é de ação 
penal pública condicionada à representação e, no caso narrado, Roberta 
manifestou não ter interesse no procedimento criminal. 
 
B) O argumento de direito material a ser apresentado em busca da absolvição 
sumária de Wilson é a extinção de punibilidade pela decadência do direito de 
representação, nos termos no artigo 107, inciso IV, do Código Penal. Os fatos 
ocorreram no dia 25 de março de 2022 e a denúncia foi oferecida em 05 de 
outubro de 2022, ou seja, extrapolado o prazo de 06 meses, a partir da ciência 
da autoria do fato, com base no artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 
103 do Código Penal. Sendo assim, Wilson deve ser absolvido sumariamente, 
com base no artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3 
 
Enunciado 
 
No dia 07 de fevereiro de 2019, durante uma reunião de trabalho, Wilson, com a intenção de ofender a honra objetiva 
do funcionário Pedro, que estava presente, mesmo sabendo que o ofendido foi absolvido daquela imputação por 
decisão transitada em julgado, afirmou que Pedro não tem condições morais para trabalhar naquela empresa, 
porquanto explora, de forma reiterada, jogo de azar, contravenção penal tipificada no artigo 50 do Decreto-Lei nº 
3.688/41. Inconformado com a ofensa à sua honra, Pedro procura um advogado que, no dia 07 de agosto de 2019, 
ofereceu queixa-crime em face de Wilson, imputando-lhe a prática do crime de calúnia. Preocupado com as 
consequências de seu ato, após ser regularmente citado, Wilson procura você, como advogado(a), para assistência 
técnica. Nesse sentido, tendo como base apenas as informações contidas no enunciado, responda justificadamente 
às questões a seguir. 
 
A) Qual argumento de direito material deverá ser apresentado para questionar a capitulação jurídica constante 
na queixa-crime? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual argumento de direito material deverá ser apresentado para evitar a punibilidade de Wilson? (Valor: 
0,60) 
 
Obs.: O examinando deve fundamentar suas respostas. A simples menção ao dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
Gabarito comentado 
 
A) O argumento de direito material a ser apresentado é de que o crime praticado por Wilson seria de difamação, 
previsto no artigo 139 do Código Penal, e não o de calúnia. Segundo o artigo 138 do Código Penal, o crime de calúnia 
consiste em imputar falsamente fato definido como crime. No caso, Wilson imputou a Pedro fato ofensivo 
consistente na prática da contravenção penal prevista no artigo 50 do Decreto -Lei nº 3688/41. Logo, a conduta de 
Wilson não se enquadra no crime de calúnia, já que o fato imputado se trata de contravenção, e não de crime. 
 
B) O argumento de direito material seria a incidência da decadência do direito de queixa-crime, uma vez que o 
querelante ajuizou a ação penal fora do prazo de 06 meses, a contar da ciência da autoria do fato. A contagem do 
prazo para queixa-crime segue a regra do artigo 10 do Código Penal, contando-se o dia do começo. No caso, o prazo 
iniciou no dia 07/02/2019, sendo que o último dia do prazo seria no dia 06/08/2019. Logo, como a ação foi ajuizada 
no dia 07/08/2019, incidiu a decadência do direito de queixa, causa de extinção da punibilidade, nos termos do artigo 
107, inciso IV, do Código Penal. 
 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) O crime seria de difamação (0,35), previsto no Art. 139 do CP (0,10), já que foi imputado fato 
definido como contravenção OU não foi imputado fato definido como crime (0,20) 
0,00/0,10/0,20/0,30/
0,35/0,45/0,55/0,65 
B) Ocorreu a incidência da decadência do direito de queixa-crime (0,30), causa de extinção da 
punibilidade (0,20), nos termos do Art. 107, inciso IV, do CP (0,10). 
0,00/0,10/0,20/0,25/
0,30/0,35/0,40/ 
0,45/0,55/0,65 
 
 
 
 
A) O argumento de direito material a ser apresentado é de que o crime 
praticado por Wilson seria de difamação, previsto no artigo 139 do Código 
Penal, e não o de calúnia. Segundo o artigo 138 do Código Penal, o crime 
de calúnia consiste em imputar falsamente fato definido como crime. No 
caso, Wilson imputou a Pedro fato ofensivo consistente na prática da 
contravenção penal prevista no artigo 50 do Decreto -Lei nº 3688/41. Logo, 
a conduta de Wilson não se enquadra no crime de calúnia, já que o fato 
imputado se trata de contravenção, e não de crime. 
 
B) O argumento de direito material para evitar a punibilidade de Wilson seria 
a incidência da decadência do direito de queixa-crime, uma vez que o 
querelante ajuizou a ação penal fora do prazo de 06 meses, a contar da 
ciência da autoria do fato, previsto no artigo 38 do Código de Processo 
Penal e artigo 103 do Código Penal. A contagem do prazo para queixa-crime 
segue a regra do artigo 10 do Código Penal, contando-se o dia do começo. 
No caso, o prazo iniciou no dia 07/02/2019, sendo que o último dia do prazo 
seria no dia 06/08/2019. Logo, como a ação foi ajuizada no dia 07/08/2019, 
incidiu a decadência do direito de queixa, causa de extinção da punibilidade, 
nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
“Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.” 
**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4 
 
Enunciado 
 
Decidido a praticar crime de furto, a fim de trocar os objetos subtraídos por droga, Wilson, que era reincidente, 
ingressa na residência de um vizinho. Enquanto procurava objetos para subtrair, Wilson lembrou da sua querida mãe 
e da decepção que poderia causar a ela, e, antes de se apossar de qualquer objeto, resolve deixar a residência, sem 
nada levar. No dia seguinte, o vizinho visualiza as imagens do sistema de monitoramento instalado na sua residência 
e percebe a ação de Wilson, razão pela qual resolveu comparecer à Delegacia de Polícia e promover o registro 
próprio. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público oferece denúncia contra Wilson, imputando-lhe a 
prática do crime previsto no artigo 155 c/c 14, II, ambos do Código Penal. Após o recebimento da denúncia, Wilson 
é devidamente citado, não apresentando, todavia, a resposta à acusação e nem constituiu defensor para apresentá-
la. Diante da inércia de Wilson, o Magistrado decretou sua revelia e designou audiência de instrução e julgamento. 
Encerrada a instrução, o Ministério Público pugnou pela condenação do réu nos termos da denúncia. Considerando 
as informações narradas, responda, na condição de advogado(a) nomeado para acompanhar Wilson a partir da 
audiência de instrução, na ocasião da apresentação dos memoriais: 
 
A) Qual argumento de direito processual poderia ser alegado em busca da anulação do processo a partir da citação 
de Wilson? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
B) Qual o argumento de direito material a ser apresentado para questionar a capitulação delitiva? Justifique. 
(Valor: 0,60) 
 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
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ÁREA: DIREITO PENAL 
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta, 
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.” 
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**Esse documento é uma simulação que usa os mesmos padrões da prova prático-profissional aplicada pela 
Fundação Getúlio Vargas. 
 
Gabarito comentado 
 
A) O argumento de direito processual é que houve nulidade do processo a partir da citação em razão da ausência de 
nomeação de defensor para apresentar a resposta à acusação. Nos termos do artigo 396-A, § 2º, do Código de 
Processo Penal, se o réu, devidamente citado, não apresentar resposta à acusação ou não constituir defensor, deverá 
o juiz nomear defensor para oferecê-la no prazo de 10 (dez) dias. Em assim não procedendo e decretando a revelia 
do réu, o Magistrado se equivocou, ensejando evidente cerceamento ao exercício do direito de defesa, violando, 
assim, o disposto nos artigos 261 e 564, inciso III, alínea “c”, ambos do Código de Processo Penal, bem como no artigo 
5º, inciso LV, da Constituição Federal/88. Esse, ainda, é o entendimento que se extrai da Súmula 523 do STF, segundo 
a qual a falta da defesa, no processo penal, constitui nulidade absoluta. 
 
B) O argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva é o da aplicação do instituto da desistência 
voluntária, prevista no artigo 15 do Código Penal. Wilson ingressou na residência com intenção de praticar o delito 
de furto, mas, pensando na decepção que poderia causar à sua mãe, sai do localsem nada levar. Trata-se, portanto, 
de desistência voluntária, uma vez que Wilson deixou de prosseguir nos atos executórios. Logo, não poderia ser 
responsabilizado pelo crime de furto tentado, mas pelos atos até então praticados, quais sejam, violação de 
domicílio, previsto no artigo 150 do Código Penal. 
 
Distribuição de pontos 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
A) Nulidade do processo a partir da citação (0,20), pois se o réu, devidamente citado, 
não apresentar resposta à acusação ou não constituir defensor, deveria o juiz nomear 
defensor para oferecê-la no prazo de 10 (dez) dias (0,35), sob pena de violação do 
disposto nos artigos 396-A, § 2º OU 261 OU 564, inciso III, alínea “c”, do Código de 
Processo Penal OU da Súmula 523 do STF (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30/0,35/0,45/ 0,55/0,65 
B) Desenvolvimento fundamentado acerca da aplicação da desistência voluntária (0,40), 
já que, pensando na decepção que poderia causar à sua mãe, deixou de prosseguir nos 
atos executórios OU saiu da residência sem nada levar (0,10), nos termos do artigo 15 
do CP (0,10). 
0,00/0,10/0,20/ 
0,40/0,50/ 0,60 
 
 
 
 
A) O argumento de direito processual é no sentido de que houve nulidade 
do processo a partir da citação, em razão da ausência de nomeação de 
defensor para apresentar a resposta à acusação. Nos termos do artigo 396-
A, § 2º, do Código de Processo Penal, se o réu, devidamente citado, não 
apresentar resposta à acusação ou não constituir defensor, deverá o juiz 
nomear defensor para oferecê-la no prazo de 10 (dez) dias. Assim, houve 
evidente cerceamento ao exercício do direito de defesa, violando disposto 
nos artigos 396-A, §2º, 261 e 564, inciso III, alínea “c”, todos do Código de 
Processo Penal, e o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal/88. Esse, 
ainda, é o entendimento que se extrai da Súmula 523 do Supremo Tribunal 
Federal, segundo a qual a falta da defesa, no processo penal, constitui 
nulidade absoluta. 
 
B) O argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva é 
o da aplicação do instituto da desistência voluntária, prevista no artigo 15 do 
Código Penal. Wilson ingressou na residência com intenção de praticar o 
delito de furto, mas, pensando na decepção que poderia causar à sua mãe, 
sai do local sem nada levar. Trata-se, portanto, de desistência voluntária, 
uma vez que Wilson deixou de prosseguir nos atos executórios. Logo, não 
poderia ser responsabilizado pelo crime de furto tentado, mas pelos atos até 
então praticados, quais sejam, violação de domicílio, previsto no artigo 150 
do Código Penal.

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