Prévia do material em texto
<p>Em Tramas Cotidianos , de José Alves, o autor argumenta que o cotidiano, muitas vezes banal e rotineiro, é repleto de significados profundos e reflexões sobre a vida humana. Ele transforma pequenos acontecimentos e interações diárias em narrativas que revelam emoções, podem conflitos internos, e questões sociais que passam despercebidas em meio à pressa e ao hábito.</p><p>Alves discute como a sociedade e o Estado se influenciam mutuamente. As políticas estatais afetam as práticas sociais, enquanto as demandas da população moldam as decisões políticas. O autor explora como o Estado exerce controle sobre a sociedade, mas também como há formas de resistência e adaptação por parte dos indivíduos e grupos sociais.</p><p>A "Suma Teológica" oferece uma base ética que pode ser aplicada às ações dos jesuítas. Alves pode discutir como os valores propostos por Tomás de Aquino, como justiça e caridade, influenciaram as práticas educacionais e sociais dos jesuítas. A obra de São Tomas de Aquino aborda a justiça social, um conceito que pode ser usado para analisar as relações de poder entre os jesuítas, o Estado e a sociedade.</p><p>Os jesuítas desempenharam um papel crucial na educação, promovendo uma formação que integrava valores cristãos e saberes seculares. Sua abordagem buscava a formação moral e intelectual dos indivíduos. Os jesuítas tentaram adaptar suas práticas às culturas locais, o que gerou tensões, mas também oportunidades de diálogo e reflexão sobre a moralidade, que podem ser correlacionadas com os princípios da "Suma Teológica".</p><p>O autor explora como as práticas religiosas, incentivadas pelos jesuítas, moldaram a vida cotidiana, desde rituais até a organização comunitária, a interação entre as políticas do Estado e a atuação jesuítica gerou tanto conflitos quanto colaborações, refletindo a complexidade das relações de poder e a busca por valores éticos. Alves contextualiza suas análises em uma história mais ampla, refletindo sobre como as tramas cotidianas foram moldadas por eventos políticos, sociais e culturais ao longo do tempo.</p><p>Florenzo modesto</p><p>O texto "Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente", de Modesto Florenzano, analisa a evolução do Estado moderno, destacando a visão de Max Weber sobre a relação entre Estado e capitalismo. Weber argumenta que o Estado, como uma entidade política estruturada, só se desenvolveu plenamente no Ocidente a partir do século XVIII, embora formas de dominação existissem antes.</p><p>Florenzano também menciona Karl Marx, que vê o Estado como um reflexo das lutas de classe, e Pierre Clastres, que sugere que sociedades primitivas optaram por não criar Estados. O autor discute a falta de consenso entre historiadores sobre a origem do Estado moderno, com diferentes interpretações sobre seu surgimento, que é geralmente situado entre o século XV e XVI, e a forma que assumiu.</p><p>A historiografia, especialmente a partir do século XIX, associou o surgimento do Estado moderno à formação do sentimento nacional e ao absolutismo, debatendo fatores como guerra, religião e luta de classes como causas desse desenvolvimento. Florenzano conclui destacando a importância de repensar a relação entre absolutismo e modernidade, levando em conta as inovações políticas e administrativas que ocorreram, especialmente na Itália durante o Renascimento.</p><p>Wood</p><p>A Origem do Capitalismo de Ellen Meiksins Wood explora as raízes históricas e sociais do capitalismo, argumentando que sua emergência não é apenas um resultado de fatores econômicos, mas também de transformações políticas e sociais.</p><p>Wood enfatiza que o capitalismo surgiu na Europa Ocidental, especialmente na Inglaterra, como uma resposta a circunstâncias específicas, incluindo a crise do feudalismo e o desenvolvimento do comércio.</p><p>O livro discute como a transição do feudalismo para o capitalismo foi marcada por mudanças nas relações de propriedade e trabalho, onde a propriedade privada e a acumulação de capital tornaram-se centrais.</p><p>Wood argumenta que o Estado desempenhou um papel crucial na criação de um ambiente favorável ao capitalismo, protegendo os interesses de proprietários e comerciantes, e garantindo a estabilidade necessária para o desenvolvimento econômico.</p><p>A autora compara a trajetória do capitalismo em diferentes regiões, destacando como fatores como a geografia, a política e as relações sociais influenciaram o seu desenvolvimento. Wood critica abordagens que veem o capitalismo como uma inevitabilidade histórica, propondo que suas origens foram resultado de escolhas políticas e sociais específicas.</p>