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<p>P á g i n a 1 | 13</p><p>SOCIEDADE ANÔNIMA</p><p>Considera-se anônima a sociedade empresária que tem seu capital social dividido em ações,</p><p>cujos sócios têm responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que subscrever ou</p><p>adquirir (art. 1º da Lei nº 6.404/76).</p><p>Na feliz expressão de Ripert, citado por Renaud Salomon, a sociedade anônima é um</p><p>“maravilhoso instrumento do capitalismo moderno” (2005, p. 246). A sociedade anônima ou</p><p>companhia, como também é denominada, apresenta quatro características que a</p><p>particularizam: trata-se de sociedade eminentemente de capital; de risco limitado; empresarial</p><p>em sua forma, e sempre assim considerada pelo ordenamento, e acentuadamente</p><p>hierarquizada. Sendo uma sociedade eminentemente de capital, interessa o capital aportado e</p><p>não a pessoa que o trouxe.</p><p>Dada sua natureza, suas ações são livremente circuláveis, não havendo proibição, como regra,</p><p>salvo se o estatuto dispuser (art. 36, da Lei nº 6.404, de 1976). Portanto, o falecimento de sócio</p><p>não traz consequências para a sociedade, pois a transmissão da condição de sócio opera-se</p><p>de pleno direito aos seus herdeiros.</p><p>O capital social da companhia é dividido em frações iguais representadas por títulos</p><p>negociáveis denominados de ações, limitando-se a responsabilidade do sócio ao valor que</p><p>investiu, ficando a salvo o seu patrimônio pessoal. As sociedades anônimas são regidas pela</p><p>Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404, de 1976).</p><p>Essa Lei disciplina rigidamente as companhias, sendo dotada de procedimentos formais para a</p><p>realização de quase todos os atos. O legislador do presente Código Civil certamente teve</p><p>nessa lei a inspiração ao enrijecer as disposições acerca das sociedades limitadas, não as</p><p>levando, porém, ao formalismo exacerbado em razão da diferença de objetivos.</p><p>Certo é que o legislador civil assumiu a natureza empresarial da sociedade anônima (art. 982,</p><p>parágrafo único). Pouco ou quiçá nada restou ao Código Civil para ser aplicado supletivamente</p><p>nos casos de omissão na Lei das Sociedades Anônimas. Essa norma é extensa e detalhada,</p><p>podendo inclusive reger supletivamente a própria sociedade limitada. A Lei das Sociedades</p><p>CURSO: Direito</p><p>Material Complementar</p><p>Nome do aluno(a): Matrícula:</p><p>Disciplina: Direito Empresarial II</p><p>Professor(a): Mayara Côgo Freitas</p><p>Período: 9/10 Turma:NA</p><p>Data:</p><p>____/____/____</p><p>P á g i n a 2 | 13</p><p>Anônimas traça uma estrutura rígida para a exploração da atividade econômica, criando um</p><p>sistema hierarquizado de poder em seus órgãos sociais, com o intuito de definir a</p><p>responsabilidade dos administradores com controle eficaz.</p><p>Modalidades de companhias</p><p>As sociedades anônimas, quanto à formação de seu capital social, são classificadas em</p><p>companhias abertas ou fechadas (art. 4º da Lei nº 6.404/76). Essa é a classificação que</p><p>importa investigar. Abertas são aquelas habilitadas a negociar seus valores mobiliários no</p><p>mercado de capitais, pela Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão.</p><p>O capital social, portanto, é captado junto ao público em geral. As Bolsas de Valores são</p><p>instituições privadas formadas pela reunião de sociedades corretoras operando no mercado</p><p>secundário de ações, realizando a venda e aquisição de valores mobiliários. Sua criação</p><p>depende de autorização do Banco Central. O Mercado de Balcão é formado por sociedades</p><p>corretoras e instituições financeiras atuando no mercado primário, no qual se realizam as</p><p>operações de aquisição originária das ações, assim como sua comercialização em geral de</p><p>ações não negociáveis na Bolsa. Por captar seus recursos sem discriminar o potencial do</p><p>investidor, essa modalidade de companhia submete-se a regras específicas, necessitando de</p><p>autorização governamental para ser constituída junto à Comissão de Valores Mobiliários</p><p>(CVM). São também fiscalizadas por órgãos especiais durante seu funcionamento. Nessa</p><p>perspectiva, o Estado colima jurisdição administrativa sobre as sociedades abertas,</p><p>considerando-as instituição de interesse público relevante.</p><p>Esses cuidados miram proteger principalmente o pequeno investidor, aquele que aporta seus</p><p>recursos da poupança na perspectiva de obter bons resultados com pequeno investimento.</p><p>Consoante assevera Modesto Carvalhosa, “esse controle estatal extravasa o âmbito</p><p>contratualista voltado para os interesses dos acionistas e credores para se situar na proteção</p><p>aos investidores do mercado de capitais que devem minuciosamente ser informados sobre a</p><p>situação patrimonial, econômica e financeira da sociedade, bem como sobre os objetivos da</p><p>solicitação de capitais para a constituição da companhia ou o seu desenvolvimento e</p><p>expansão” (2009, p. 10).</p><p>P á g i n a 3 | 13</p><p>Além da proteção ao pequeno investidor, salienta Luigi Filippo Paulucci, há ainda a função de</p><p>garantir o correto funcionamento do mercado acionário no geral e de tutelar o público</p><p>independentemente de seu potencial investidor (2008, p. 165). A companhia fechada, por sua</p><p>vez, é formada por capital obtido pela reunião de sócios, não sendo suas ações ofertadas ao</p><p>público. Em razão de não buscar recursos no mercado de capitais, as companhias fechadas</p><p>não sofrem tutela estrita; seus interesses são regulados no âmbito interno de sua organização</p><p>e seu funcionamento é menos complexo em relação às abertas. Embora pertencentes à</p><p>mesma modalidade societária, há profunda distinção entre a sociedade anônima aberta e a</p><p>fechada, consoante ressaltado. Resumidamente, na companhia fechada a autonomia da</p><p>vontade consagra os interesses privatistas e egoísticos de seus sócios, objetivando</p><p>primordialmente o lucro pessoal, ao passo que a companhia aberta objetiva outros interesses</p><p>ligados ao mercado, no qual atua desde a colheita de recursos para a sua constituição até seu</p><p>autofinanciamento (REQUIÃO, 1975, p. 8).</p><p>Constituição das sociedades anônimas</p><p>O procedimento de constituição de uma companhia é composto de três fases distintas: (a)</p><p>providências preliminares (arts. 80 e 81); (b) constituição propriamente dita (arts. 82 a 93); e (c)</p><p>formalidades complementares (arts. 94 a 99).</p><p>Providências preliminares A constituição da companhia, em qualquer de suas modalidades,</p><p>depende do cumprimento dos seguintes requisitos (art. 80): I – subscrição de pelo menos duas</p><p>pessoas de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto. Como em</p><p>qualquer sociedade, sua constituição exige no mínimo duas pessoas para a exploração de</p><p>forma colegiada, sendo obrigação destas subscrever integralmente o capital social; II –</p><p>ingresso de pelo menos 10% do capital social subscrito em dinheiro. A subscrição das ações</p><p>nas companhias pode ser feita à vista e a prazo como nas demais espécies societárias. A</p><p>exigência repousa no depósito de 10% do valor das ações subscritas, em dinheiro,</p><p>independentemente de a subscrição ser a prazo ou à vista.</p><p>A justificativa do imperativo repousa na proteção do investimento captado junto ao público em</p><p>geral, sem distinção do potencial dos investidores; III – depósito da entrada em dinheiro no</p><p>Banco do Brasil S/A ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de</p><p>P á g i n a 4 | 13</p><p>Valores Mobiliários. Esse depósito deve ser feito em cinco dias a contar do recebimento, pelo</p><p>fundador da companhia, em nome do subscritor e em favor da pessoa jurídica em constituição.</p><p>A companhia dispõe do prazo de até seis meses para concluir sua constituição. Concluída no</p><p>prazo, o levantamento é autorizado; do contrário, o banco restituirá as quantias diretamente</p><p>aos subscritores (art. 81).</p><p>Constituição A lei prevê duas modalidades de constituição: por subscrição pública e a</p><p>particular. Ocorre a subscrição pública quando há captação de recursos no mercado de</p><p>capitais, como ocorre com as companhias abertas. Há constituição particular, entretanto,</p><p>quando</p><p>os recursos são aportados pelos fundadores, sem recorrerem ao público investidor. O</p><p>procedimento de constituição por subscrição pública é complexo se comparado ao particular,</p><p>que demanda a realização de poucos atos.</p><p>a)Subscrição pública: o procedimento depende do prévio registro da emissão na Comissão</p><p>de Valores Mobiliários (CVM), e somente poderá ser efetuada com a intermediação de</p><p>instituição financeira (art. 83). O pedido de registro de emissão é feito perante a Comissão de</p><p>Valores Mobiliários, devendo vir instruído com o estudo de viabilidade econômica e financeira</p><p>do empreendimento, projeto do estatuto social (art. 83) e prospecto (art. 84), organizado e</p><p>assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária.</p><p>Verificado o pedido de registro, a CVM poderá condicioná-lo a modificações no estatuto ou no</p><p>prospecto ou denegá-lo caso verifique a inviabilidade ou temeridade do empreendimento, ou,</p><p>ainda, a inidoneidade dos fundadores.</p><p>Deferido o pedido do registro de emissão e da sociedade, passa-se à fase seguinte, que</p><p>compreende a subscrição das ações representativas do capital social. A instituição financeira</p><p>intermediária oferece, então, as ações ao público e, com a nova redação dada ao art. 85 pela</p><p>Lei 13.874/2019, a subscrição poderá ser feita nas condições previstas no prospecto, por carta</p><p>à instituição, acompanhada das declarações a que se refere esse artigo e do pagamento da</p><p>entrada. Ainda, de acordo com a nova lei, será dispensada a assinatura de lista ou boletim a</p><p>que se refere o caput do art. 85 na hipótese de oferta pública cuja liquidação ocorra por meio</p><p>de sistema administrado por entidade administradora de mercados organizados de valores</p><p>mobiliários.</p><p>P á g i n a 5 | 13</p><p>Encerrada a subscrição da totalidade do capital social, os fundadores convocarão Assembleia</p><p>Geral de Fundação na qual será deliberado acerca da constituição da companhia, bem como</p><p>avaliados os bens que compõem o capital social, se for o caso (art. 86).</p><p>Nessa Assembleia, todos os acionistas terão direito a voto, independentemente da espécie de</p><p>ação da qual são titulares. Verificando-se que foram observadas todas as formalidades legais e</p><p>não havendo oposição de subscritores que representem mais da metade do capital social, o</p><p>presidente declarará constituída a companhia, elegendo-se, na sequência, os administradores</p><p>e fiscais.</p><p>b)Subscrição particular: a subscrição particular, por não ser feita mediante apelo ao público,</p><p>é simplificada e dispensa exigências feitas no caso de subscrição pública, como, por exemplo,</p><p>pedido de emissão e registro na CVM.</p><p>Tampouco é necessária instituição financeira intermediária para a negociação das ações. A</p><p>constituição da companhia por subscrição particular do capital pode ocorrer por deliberação</p><p>dos subscritores em assembleia geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores</p><p>todos os subscritores. Independentemente da opção, todos subscritores deverão assinar os</p><p>instrumentos de constituição, projeto do estatuto ou escritura pública (art. 88).</p><p>Formalidades complementares As providências complementares são comuns à constituição</p><p>por subscrição pública e particular. Para que a companhia funcione após sua regular</p><p>constituição é exigido o arquivamento e a publicação de seus atos constitutivos (art. 94). Essa</p><p>providência é manifestação clara da proteção de terceiros, efeito comum aos atos registrais.</p><p>Constituída a companhia por deliberação em assembleia geral, o art. 95 traz o rol de</p><p>documentos que devem ser arquivados no Registro do Comércio do lugar de sua sede e,</p><p>sendo constituída mediante escritura pública, bastará o arquivamento de certidão do</p><p>instrumento. Arquivados os documentos relativos à constituição da companhia, os seus</p><p>administradores providenciarão, nos trinta dias subsequentes, a publicação, bem como a</p><p>certidão do arquivamento, em órgão oficial do local da sede.</p><p>Capital social O capital social das companhias é o valor correspondente ao montante das</p><p>contribuições dos acionistas para a constituição da sociedade, ou, na definição de Alfredo de</p><p>Assis Gonçalves Neto, “é a expressão em dinheiro correspondente ao montante de</p><p>contribuições que os sócios fazem para compor o patrimônio mínimo da sociedade, por eles</p><p>P á g i n a 6 | 13</p><p>reputado necessário ao exercício das atividades sociais e à produção de lucros” (2005, p. 50).</p><p>Não há exigência de capital mínimo para a constituição das companhias, aspecto que</p><p>possibilita sua utilização para pequenos negócios, especialmente na modalidade de companhia</p><p>fechada.</p><p>Entretanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem poderes para exigir um patamar</p><p>mínimo de capital social (§ 6º, do art. 19, da Lei nº 6.385/76) verificando a necessidade</p><p>decorrente da atividade a ser explorada, protegendo, assim, os interesses do público</p><p>investidor. O capital social é instrumento de equilíbrio entre os interesses dos credores e dos</p><p>acionistas (CARVALHOSA, 2009, p. 108).</p><p>Sob o prisma do interesse dos credores, o capital tem a função de “garantia mínima” do</p><p>cumprimento das obrigações sociais, prevendo a lei normas para evitar dispersão do</p><p>patrimônio. Quanto aos acionistas, tem por função calcular o índice de endividamento,</p><p>traduzindo o equilíbrio ou desequilíbrio entre os meios próprios e os recursos de terceiros</p><p>aplicados na atividade empresarial. Segundo estabelece o art. 7º da Lei nº 6.404/76, o capital</p><p>social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens</p><p>suscetíveis de avaliação em pecúnia. Quando a subscrição for realizada em dinheiro, a</p><p>integralização pode ocorrer à vista ou a prazo, observada a exigência de 10% de entrada</p><p>desse valor à vista para depósito na Instituição Financeira (art. 85 da LSA). Na hipótese de a</p><p>contribuição ocorrer em bens, estes devem ser suscetíveis de avaliação pecuniária, seguindo o</p><p>procedimento de avaliação determinado no art. 8º da LSA.</p><p>Assim, a avaliação dos bens será realizada por três peritos ou por empresa especializada,</p><p>nomeados em assembleia geral dos subscritores. Os peritos ou empresa avaliadora</p><p>apresentarão laudo fundamentado e documentado devendo estar presentes à assembleia que</p><p>conhecer do laudo, a fim de prestarem esclarecimentos necessários. Aceitando o subscritor o</p><p>valor atribuído no laudo, os bens são incorporados ao patrimônio da companhia.</p><p>Do contrário, não havendo aceitação, ficará sem efeito, ainda que temporariamente, o projeto</p><p>de constituição da companhia. Os avaliadores respondem perante a companhia, os acionistas</p><p>ou terceiros, civil e criminalmente, pelos danos que causarem por dolo ou culpa na avaliação</p><p>dos bens. Ocorrendo a integralização por créditos de que seja titular o subscritor, este</p><p>responde pela existência e solvência do devedor, uma vez que há disposição expressa na LSA</p><p>nesse sentido (art. 10, parágrafo único).</p><p>O capital social deve vir expressamente previsto no estatuto social (art. 5º), exigência idêntica</p><p>às demais modalidades societárias, e será dividido em ações com valor nominal ou não.</p><p>P á g i n a 7 | 13</p><p>Também nas sociedades anônimas vige o princípio da intangibilidade do capital social (art. 6º),</p><p>ressaltando, assim, sua função de garantia mínima dos credores. Na prática, entretanto, suas</p><p>modificações são frequentes, geralmente para aumentá-lo. A modificação do capital social</p><p>poderá ser realizada, desde que observados os preceitos dos arts. 166 a 174 da LSA e do</p><p>estatuto social.</p><p>Aumento do capital social As companhias necessitam de tempos em tempos reforçar seus</p><p>fundos para manter o equilíbrio econômico-financeiro. Podem fazê-lo por aumento do capital</p><p>social. Esse aumento do capital social pode constituir uma sofisticada técnica de engenharia</p><p>financeira (LEGEAIS, 2007, p. 254).</p><p>O ingresso de novos recursos, nos termos do art. 166 da LSA, pode ocorrer pela emissão</p><p>e</p><p>subscrição de novas ações; pela incorporação de reservas ao capital social e pela conversão</p><p>de partes beneficiárias ou de debêntures em ações. Na hipótese de emissão e subscrição de</p><p>novas ações, há o ingresso de novos recursos no patrimônio social dentro do limite</p><p>estabelecido no estatuto.</p><p>O aumento será deliberado em Assembleia Geral Extraordinária (art. 166, IV, da LSA),</p><p>observado o capital autorizado no estatuto da companhia. Trata-se de um autofinanciamento</p><p>(Gonçalves Neto, 2005, p. 58), atuando como forma de captação de valores ao invés de a</p><p>companhia captar empréstimos.</p><p>Em princípio, os acionistas nessa modalidade de aumento têm direito de preferência na</p><p>subscrição das novas ações (arts. 109, IV, e 171, da LSA), podendo tal regra ser modificada</p><p>por disposição diversa do estatuto social (art. 172 da LSA). A supressão do direito de</p><p>preferência é manifestação do sacrifício do interesse individual dos acionistas em prol do</p><p>interesse coletivo da sociedade (Merle, 2008, p. 684). É decadencial o prazo para o exercício</p><p>do direito de preferência e seu exercício será proporcional ao número de ações que os</p><p>acionistas possuírem na companhia.</p><p>O aumento de capital pode ocorrer também por incorporação de lucros e reservas, legais ou</p><p>estatutárias. Em qualquer hipótese, o aumento deve ser precedido de deliberação e aprovação</p><p>da Assembleia Geral Extraordinária com a soma das reservas ao capital social, aumentando o</p><p>valor nominal das ações já existentes, podendo ser emitidas novas ações (art. 169 da LSA).</p><p>Havendo a emissão de novas ações, o que não é necessário, uma vez que basta aumentar o</p><p>valor nominal das já existentes, os acionistas recebem-nas a título de bonificação, sem nada a</p><p>desembolsar, independentemente de subscrição. Por fim, pode ocorrer o aumento do capital</p><p>P á g i n a 8 | 13</p><p>social por conversão de debêntures e partes beneficiárias em ações, bem como o exercício dos</p><p>direitos conferidos por bônus de subscrição ou opção de compra de ações (art. 166, III, da</p><p>LSA). Para que esse aumento ocorra é necessária a previsão do fundo de resgate das</p><p>debêntures ou das partes beneficiárias na escritura de emissão das debêntures ou no estatuto</p><p>da companhia.</p><p>Redução do capital social A redução do capital social da companhia é geralmente motivada por</p><p>perdas. Trata-se de medida de saneamento financeiro permitindo adequar o capital social à</p><p>sua real necessidade.</p><p>Cuida-se de medida de exceção, pois o capital da sociedade deve, em princípio, permanecer</p><p>inalterado. O art. 173 da LSA aponta duas causas voluntárias de redução do capital social,</p><p>mediante deliberação da Assembleia Geral Extraordinária: perda patrimonial ou capital</p><p>reputado excessivo. Ocorrendo perda patrimonial, a redução é permitida até o montante dos</p><p>prejuízos acumulados, podendo efetivar-se pelo cancelamento de certo número de ações ou</p><p>pela redução do respectivo valor nominal, se possuírem.</p><p>A partir da deliberação de redução, ficam suspensos os direitos correspondentes às ações</p><p>cujos certificados tenham sido emitidos, até sua apresentação, à companhia para substituição.</p><p>Como medida de proteção aos credores, havendo redução do capital social com restituição aos</p><p>acionistas de parte do valor das ações ou pela diminuição do seu valor, quando não</p><p>integralizadas, o legislador condiciona a eficácia da deliberação da Assembleia Geral ao</p><p>transcurso do prazo de 60 dias após a publicação de sua correspondente ata. Ainda, como</p><p>causa de redução voluntária do capital social, Alfredo de Assis Gonçalves Neto (2005, p. 70)</p><p>aponta a hipótese de cisão parcial da sociedade, sem extinção da sociedade cindida (art. 229</p><p>da LSA).</p><p>Duas outras hipóteses obrigatórias de redução do capital social podem ocorrer: no caso de</p><p>exercício do direito de recesso pelos acionistas dissidentes de deliberações que o admitem</p><p>(art. 45, § 6º, da LSA) e em caso de não pagamento das ações pelo acionista, se não for</p><p>possível obter sua integralização pelos outros meios previstos na lei (art. 107, § 3º, da LSA).</p><p>Ações</p><p>As ações são as frações em que se divide o capital social da companhia, gerando um</p><p>complexo de direitos e obrigações aos acionistas, decorrentes do estatuto social (VIVANTE,</p><p>1912, p. 263). As ações, portanto, são títulos negociáveis representativos de unidade do capital</p><p>P á g i n a 9 | 13</p><p>social e dos direitos e obrigações dos acionistas. Fábio Ulhoa Coelho (2005, p. 82) anota ter a</p><p>ação de uma companhia valores diferentes de acordo com os objetivos da avaliação,</p><p>apontando cinco: nominal, patrimonial, de negociação, econômico e de emissão. O valor</p><p>nominal da ação é obtido pela divisão do capital social da companhia pelo número de ações</p><p>que ela tem emitidas.</p><p>Podem ou não as ações terem valor nominal, sendo a função deste garantir a diluição do</p><p>patrimônio acionário, na hipótese de emissão de novas ações. Valor patrimonial da ação é o</p><p>obtido pela divisão do patrimônio líquido da sociedade pelo número de ações emitidas. Esse</p><p>valor é utilizado para pagamento dos acionistas no caso de liquidação da sociedade ou de</p><p>partilha do acervo social remanescente. Valor de negociação, por sua vez, é o valor de</p><p>mercado praticado entre quem aliena e quem adquire a ação.</p><p>A expectativa de ganhos é um dos fatores para estabelecer esse valor, sendo a espécie de</p><p>ação outro, uma vez que os direitos titularizados nas ações são diversos, dependendo da</p><p>categoria a que pertencem. Para se obter o valor econômico de uma ação faz-se necessária</p><p>complexa avaliação realizada segundo critérios técnicos por profissionais especializados, com</p><p>o objetivo de se apurar o preço que seria pago pela ação por um negociador racional. Por fim,</p><p>o valor de emissão é o preço da ação no ato de subscrição.</p><p>Esse valor é definido pela companhia criadora do valor mobiliário. Importante lembrar que a</p><p>ação é indivisível em relação à companhia; os direitos a ela inerentes são exercidos pela</p><p>unanimidade de seus titulares, por meio do representante do condomínio (art. 28 da LSA).</p><p>Essa regra opera tanto no interesse da sociedade como do acionista: no interesse da primeira</p><p>porque a subdivisão da propriedade das ações complicaria o pagamento de dividendos, o</p><p>cômputo dos votos, entre outras razões. No interesse do acionista, porque a ação conserva</p><p>sua facilidade de circulação (VIVANTE, 1912, p. 273).</p><p>Categorias de ações As ações classificam-se de acordo com três critérios: espécie, forma e</p><p>classe. Três são as espécies de ações: ordinárias, preferenciais e de fruição. Essa</p><p>classificação é feita levando-se em consideração os direitos e vantagens titularizados pelos</p><p>acionistas.</p><p>Ações ordinárias são aquelas que conferem ao titular os direitos comuns de sócios, sem</p><p>nenhuma vantagem ou restrição. As ações ordinárias da companhia fechada e as ações</p><p>P á g i n a 10 | 13</p><p>preferenciais da companhia aberta ou fechada podem ser de uma ou mais categorias. As</p><p>ações ordinárias da companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de sua</p><p>conversibilidade em ações preferenciais; pela exigência de nacionalidade brasileira do</p><p>acionista ou pelo direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos</p><p>de órgãos administrativos. De se observar a regra do parágrafo único do art. 16, segundo a</p><p>qual a alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for</p><p>expressamente prevista e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações</p><p>atingidas.</p><p>As ações preferenciais, por sua vez, são as que conferem aos seus titulares direitos e</p><p>vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no</p><p>reembolso do capital (art. 17, II e III, da LSA).</p><p>O direito a voto pode ou não ser inerente a essa categoria de ação. As ações preferenciais sem</p><p>direito a voto ou com restrição ao seu exercício somente serão</p><p>admitidas à negociação no</p><p>mercado mobiliário se a elas for atribuída pelo menos uma das vantagens elencadas nos</p><p>incisos do § 1º do art. 17 da LSA. Todas as vantagens ou privilégios decorrentes das ações</p><p>preferenciais devem vir expressamente previstos no estatuto social (art. 19 da LSA), sendo</p><p>direitos mínimos assegurados aos acionistas a participação nos lucros; participação no acervo</p><p>da companhia, em caso de liquidação; direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais;</p><p>preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações,</p><p>debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição e direito de recesso nas hipóteses</p><p>legais (art. 109 da LSA).</p><p>Uma espécie de ação preferencial a merecer referência são as golden shares, ações</p><p>preferenciais de classe especial (art. 17, § 7º, da LSA), de titularidade exclusiva do ente</p><p>governamental desestatizante, que possibilitam ao Estado manter as sociedades privatizadas</p><p>no seu controle, uma vez que detém o poder de veto da Assembleia Geral (VERÇOSA, 2008,</p><p>p. 153), isto é, controle gerencial da companhia (SALOMÃO FILHO, 2006, p. 127).</p><p>As ações de fruição são as resultantes da amortização das ações ordinárias ou preferenciais.</p><p>A amortização, segundo Alfredo de Assis Gonçalves Neto (2005, p. 82), “consiste na</p><p>distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias</p><p>que lhes poderiam tocar em caso de dissolução e consequente liquidação da companhia”.</p><p>P á g i n a 11 | 13</p><p>Havendo posterior liquidação da companhia, os acionistas beneficiados com a antecipação</p><p>decorrente da amortização das ações de fruição concorrerão com os demais, deduzido o valor</p><p>antecipado com a amortização, devidamente atualizado. Quanto à forma de transferência ou</p><p>circulação, as ações classificam-se em nominativas ou escriturais. Com a entrada em vigor da</p><p>Lei nº 8.021/90, as ações endossáveis e ao portador foram excluídas da classificação,</p><p>consoante dispõe o art. 20 da LSA.</p><p>Ações nominativas são aquelas cuja propriedade é conferida ao titular mediante inscrição do</p><p>nome do acionista no livro de “Registro de Ações Nominativas” ou pelo extrato que seja</p><p>fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciante das ações (art. 31</p><p>da LSA). A sociedade conhece, assim, a identidade de seus acionários, facilitando suas</p><p>relações com eles, no tocante a informação, convocação de assembleias, pagamento de</p><p>dividendos etc. (MERLE, 2008, p. 336).</p><p>A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro de “Transferência</p><p>de Ações Nominativas”, datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos</p><p>representantes. A eficácia da circulação dessa espécie de ação está condicionada a sua</p><p>inscrição no livro próprio.</p><p>Assim, se a companhia paga dividendos ao acionista cujo nome consta no livro e a ação não</p><p>mais lhe pertence, o pagamento será considerado válido, porque sem eficácia a transferência</p><p>da ação, já que não houve a anotação exigida legalmente, condição de eficácia do ato. No</p><p>caso das ações nominativas negociadas na bolsa de valores, a representação do cessionário</p><p>independerá de instrumento de procuração outorgado por sociedade corretora ou pela caixa de</p><p>liquidação da bolsa de valores.</p><p>Ações escriturais, por sua vez, são aquelas mantidas em conta de depósito, em nome de seus</p><p>titulares, na instituição que designar, sem emissão de certificados. A companhia pode ter todas</p><p>as suas ações sob a forma escritural e assim dispensar a manutenção dos livros de registro e</p><p>transferência de ações ou pode optar por manter as duas categorias de ações: nominativas e</p><p>escriturais. A transferência das ações escriturais opera-se pelo lançamento efetuado pela</p><p>instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações do alienante e a crédito da</p><p>conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita do alienante, ou de autorização ou</p><p>ordem judicial, em documento hábil que ficará em poder da instituição. A companhia responde</p><p>pelas perdas e danos causados aos interessados por erros ou irregularidades no serviço das</p><p>ações escriturais, sem prejuízo de eventual direito de regresso contra a instituição financeira.</p><p>P á g i n a 12 | 13</p><p>As ações podem, ainda, ser classificadas em razão de seu valor de face em ações com valor</p><p>nominal ou ações sem valor nominal.</p><p>As primeiras são as ações que trazem o valor da parcela que representam o capital social e as</p><p>segundas, aquelas que não mencionam um valor de referência do capital social, mas que</p><p>possibilitam saber esse valor mediante simples operação numérica, obtido pela divisão do</p><p>capital social pelo número de ações existentes. As ações com valor nominal possibilitam aos</p><p>seus titulares evitar perdas no caso de aumento do capital social, com a emissão de novas</p><p>ações, uma vez que não poderão ter valor inferior às já subscritas (art. 13 da LSA).</p><p>Havendo aumento do capital social sem a emissão de novas ações, as nominais terão seu</p><p>valor aumentado na proporção da captação do novo aporte. As companhias não têm a opção</p><p>de instituir um regime misto de ações: ou todas terão valor nominal ou nenhuma delas.</p><p>Referências:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597024791/epubcfi/6/48[%3Bvnd.vs</p><p>t.idref%3Dhtml22]!/4/1120/3:33[%C3%A3o%20%2Cdo%20]</p><p>BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA</p><p>VENOSA, Sílvio Salvo; RODRIGUES Cláudia. Direito empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas,</p><p>2019. Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>MAMEDE, Gladston. Manual de Direito Empresarial. 13. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:</p><p>Atlas, 2019. Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito empresarial. 8. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.</p><p>Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR</p><p>SANCHEZ, Alessandro. Direito empresarial: sistematizado. Rio de Janeiro: Forense; São</p><p>Paulo: Método, 2018. Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>CHAGAS, Edilson E. das. Direito empresarial esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva</p><p>Educação. 2019. (Coleção Esquematizado / coordenador Pedro Lenza). Livro digital/recurso</p><p>online [Minha Biblioteca].</p><p>P á g i n a 13 | 13</p><p>CRUZ, André Santa. Direito empresarial: volume único. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense; São</p><p>Paulo: Método, 2018. Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: teoria geral e direito societário. 10. ed. rev.</p><p>e atual. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Livro digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>VIDO, Elisabete. Curso de direito empresarial. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Livro</p><p>digital/recurso online [Minha Biblioteca].</p><p>Leitura Complementar :</p><p>Sociedades anônimas de capital aberto: politica de distribuição de resultados</p><p>https://www.scielo.br/j/rae/a/bNRJsWVsgTkLqRSVbMYH8kn/?lang=pt</p>

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