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<p>2018</p><p>ComuniCação e</p><p>Linguagem</p><p>Prof.ª Cláudia Suéli Weiss</p><p>Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner</p><p>Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi</p><p>Prof.ª Luana Ewald</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2018</p><p>Elaboração:</p><p>Prof.ª Cláudia Suéli Weiss</p><p>Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner</p><p>Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi</p><p>Prof.ª Luana Ewald</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri</p><p>UNIASSELVI – Indaial.</p><p>Impresso por:</p><p>W429c</p><p>Weiss, Cláudia Suéli</p><p>Comunicação e linguagem. / Cláudia Suéli Weiss; Elisabeth Penzlien</p><p>Tafner; Estela Maris Bogo Lorenzi; Luana Ewald. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.</p><p>225 p.; il.</p><p>ISBN 978-85-515-0222-8</p><p>1.Linguagem e línguas. – Brasil. 2.Psicolinguística. – Brasil. I. Weiss,</p><p>Cláudia Suéli. II. Tafner, Elisabeth Penzlien. III. Lorenzi, Estela Maris Bogo. IV.</p><p>Ewald, Luana. V. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.</p><p>CDD 401</p><p>III</p><p>apresentação</p><p>Linguagem e comunicação são partes integrantes de nossas vidas,</p><p>indispensáveis não somente para a aquisição de conhecimentos, nas mais</p><p>diversas áreas do saber, como para a participação nos diferentes contextos</p><p>sociais.</p><p>O ritmo em que desenvolvemos nossas atividades é cada vez mais</p><p>acelerado, daí a necessidade de uma comunicação eficaz tanto nas relações</p><p>pessoais como nas interpessoais. E não somos apenas nós que vivemos</p><p>nesta rotina, a sociedade também é caracterizada pelo ritmo frenético</p><p>das mudanças, especialmente no mundo dos negócios, com a integração</p><p>apressada das diversas mídias, o perfil das organizações tanto empresariais</p><p>como sociais vem se alterando significativamente.</p><p>É preciso reconstruir o cenário em que tais modificações ocorrem,</p><p>porque na verdade a comunicação e a linguagem funcionam como um ícone,</p><p>que liga diferentes culturas e, inclusive, tendências. Tentar situá-las à revelia</p><p>deste contexto – amplo e complexo – implica esgotar o seu conteúdo e o seu</p><p>poder de persuasão.</p><p>Na Unidade 1, analisaremos a origem, a importância, as funções</p><p>e as formas que a linguagem e a comunicação apresentam. Saber a real</p><p>funcionalidade do processo de comunicação, utilizando recursos que</p><p>enfatizam a intenção do que o emissor quer compartilhar, reforça tanto a boa</p><p>comunicação das empresas e/ou instituições para com seus clientes, como</p><p>também gera um diferencial no profissional que partilha dessas informações.</p><p>Na Unidade 2, trataremos dos textos que compõem os documentos</p><p>(em especial os que você utiliza no seu dia a dia profissional), descreveremos</p><p>sua função, definiremos sua estruturação, apresentaremos modelos e</p><p>características. A compreensão de coesão e coerência textual também é parte</p><p>integrante dessa unidade, pois escrever é uma habilidade que pode ser</p><p>aperfeiçoada diariamente, por meio de atividades rotineiras simples, como</p><p>variadas leituras. Nesse sentido, quanto maior o contato com diferentes</p><p>gêneros, maior será a intimidade do leitor com eles e, por conseguinte,</p><p>menores seriam suas dificuldades em produzi-los.</p><p>Na Unidade 3, abordaremos os tópicos de gramática, no que se</p><p>refere ao uso da pontuação, classes gramaticais e expressões. O emprego da</p><p>norma padrão é importante para que você possa adotá-la em situações mais</p><p>formais de uso da linguagem, como em entrevistas de emprego, concursos,</p><p>produção de textos acadêmicos ou de sua área profissional. Para que a escrita</p><p>IV</p><p>Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para</p><p>você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há</p><p>novidades em nosso material.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é</p><p>o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um</p><p>formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.</p><p>O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova</p><p>diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também</p><p>contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,</p><p>apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade</p><p>de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para</p><p>apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto</p><p>em questão.</p><p>Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas</p><p>institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa</p><p>continuar seus estudos com um material de qualidade.</p><p>Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de</p><p>Desempenho de Estudantes – ENADE.</p><p>Bons estudos!</p><p>NOTA</p><p>e a comunicação sejam mais eficazes, devemos conhecer o vocabulário e as</p><p>regras que são aceitas pela nossa comunidade linguística, o que implica, em</p><p>determinados momentos, o uso da norma padrão da língua portuguesa.</p><p>Esperamos que, caro acadêmico, ao final deste livro, a partir dos</p><p>conhecimentos adquiridos, você possa interagir com maior segurança em</p><p>relação ao uso da Língua Portuguesa, nas modalidades falada e/ou escrita, em</p><p>situações formais ou informais, tanto corriqueiras como profissionais. Para</p><p>tanto, este livro de estudos contém textos, reflexões, ideias, imagens, dicas</p><p>funcionais e questões pertinentes ao uso adequado da Língua Portuguesa.</p><p>Bons estudos!</p><p>Prof.ª Cláudia Suéli Weiss</p><p>Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner</p><p>Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi</p><p>Prof.ª Luana Ewald</p><p>V</p><p>Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos</p><p>materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais</p><p>os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais</p><p>que possuem o código QR Code, que é um código</p><p>que permite que você acesse um conteúdo interativo</p><p>relacionado ao tema que você está estudando. Para</p><p>utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos</p><p>e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar</p><p>mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!</p><p>UNI</p><p>VI</p><p>VII</p><p>UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS</p><p>FUNÇÕES COGNITIVAS .......................................................................................... 1</p><p>TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................... 3</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3</p><p>2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM: LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ....... 5</p><p>2.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL ................................................................................................... 9</p><p>2.2 A LINGUAGEM VERBAL .............................................................................................................. 11</p><p>3 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA .................................... 13</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 16</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18</p><p>TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS .................................................... 19</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19</p><p>2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ..................................... 19</p><p>2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO .........................................................................................................</p><p>nesse processo, leia: RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da</p><p>influência. Rio de Janeiro: Objetiva, 1993. Você vai aprender muito numa leitura divertida e</p><p>de fácil acesso!</p><p>31</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral</p><p>de informações, ela só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas.</p><p>• Todas as relações humanas e interpessoais abrangem a comunicação, pois</p><p>ela é um veículo de significados que pode, inclusive, influenciar nossos</p><p>comportamentos.</p><p>• A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida, de uma forma</p><p>mais simplificada, como uma atividade caracterizada pela transmissão e</p><p>recepção de informações entre indivíduos.</p><p>• A comunicação formal é a comunicação oficial endereçada através dos canais</p><p>de diálogo existentes no organograma de uma empresa ou de uma instituição.</p><p>• A comunicação informal é aquela desenvolvida espontaneamente através da</p><p>estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação.</p><p>• Há seis elementos no processo de comunicação, que são: o emissor (remete a</p><p>informação); o receptor (o destinatário da mensagem); a mensagem (o objeto</p><p>de comunicação); o canal de comunicação (o meio pelo qual a mensagem pode</p><p>circular); o código (o meio através do qual a mensagem é transmitida) e o</p><p>referente (o contexto, a situação e os objetos reais a que a mensagem remete).</p><p>• A comunicação precisa ser simples, direta, lógica e adaptada ao público-alvo,</p><p>pois só se sabe verdadeiramente o que se disse depois de ouvir a resposta ao</p><p>que se disse, o chamado feedback.</p><p>• A redundância acontece quando o emissor transmite uma informação</p><p>repetindo-a, em vez de transmiti-la com clareza.</p><p>• O ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão de uma mensagem.</p><p>32</p><p>1 Duas pessoas conversam ao telefone celular. A pessoa que está ouvindo,</p><p>porém, não consegue entender o que a outra está dizendo, pois o seu aparelho</p><p>apresenta um pequeno defeito. O ruído, neste processo de comunicação,</p><p>está no:</p><p>a) ( ) Código.</p><p>b) ( ) Canal.</p><p>c) ( ) Emissor.</p><p>d) ( ) Receptor.</p><p>e) ( ) Mensagem.</p><p>2 Observe e responda:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>FIGURA 19 – CALVIN CONVERSA POR TELEFONE</p><p>FONTE: <https://escolakids.uol.com.br/public/upload/image/calvin-e-haroldo(1).jpg>.</p><p>Acesso em: 31 out. 18.</p><p>A tirinha ilustra elementos do processo de comunicação que você já</p><p>estudou. Com base no que foi visto, e com relação à tirinha, julgue os itens a</p><p>seguir:</p><p>I- A voz da personagem Calvin é um canal de comunicação.</p><p>II- A personagem Calvin desempenha o papel de emissor da mensagem.</p><p>III- A forma como o diálogo por telefone se desenvolveu indica que houve um</p><p>ruído no processo de comunicação.</p><p>IV- Os elementos fonte, código, canal, estão presentes na tirinha.</p><p>Estão corretos apenas os itens:</p><p>a) ( ) I e III.</p><p>b) ( ) I e IV.</p><p>c) ( ) II e III.</p><p>d) ( ) II e IV.</p><p>e) ( ) III e IV.</p><p>3 Diga quais são as barreiras para uma comunicação eficaz e explique-as.</p><p>Oi,</p><p>Eu, Calvin!</p><p>Como vai ?</p><p>.UH HUH...</p><p>Belo dia lá fora,</p><p>Não? ... YEP...</p><p>Ouça, eu suponho</p><p>que você deve estar</p><p>pensando por que</p><p>eu liguei...</p><p>33</p><p>TÓPICO 3</p><p>A LINGUAGEM E SUAS</p><p>PARTICULARIDADES</p><p>UNIDADE 1</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Abordamos no Tópico 1 que a linguagem possui peculiaridades. A língua</p><p>é de domínio público, pertence a todos os membros de uma comunidade, e</p><p>concretiza-se por meio do uso individual da fala, ou seja, cada falante a utiliza</p><p>conforme as suas necessidades de comunicação, seu grau de escolaridade,</p><p>sua faixa etária, ou sua região na qual reside, daí a dizer que a língua possui</p><p>variedades.</p><p>Você, ao imitar alguém, já acabou por reproduzir algumas palavras que</p><p>são características da pessoa imitada? Podemos dizer que a diversidade dessa</p><p>utilização ocorre devido a inúmeros fatores ou níveis, assunto a ser abordado</p><p>neste tópico.</p><p>2 NÍVEIS DE LINGUAGEM</p><p>Uma das variantes a ser estudada diz respeito aos níveis de linguagem. No</p><p>processo de comunicação torna-se imprescindível que o falante (emissor) faça a</p><p>seleção das variantes da língua, ou seja, as formas adequadas para cada situação,</p><p>considerando alguns aspectos, tais como: o que dizer, para quem dizer, em que</p><p>lugar e como dizer.</p><p>DICAS</p><p>Ao considerar os aspectos “o que dizer, para quem dizer, em que lugar e como</p><p>dizer”, você já está realizando seu planejamento textual. Acesse o portal UOL para conferir</p><p>mais dicas de planejamento textual para suas produções escritas: <https://alunosonline.uol.</p><p>com.br/portugues/dicas-para-planejar-sua-redacao.html>.</p><p>A partir disso, analisaremos distintos níveis de linguagem. Vamos</p><p>conhecer quais são e em que momento utilizar cada um?</p><p>34</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL</p><p>Em situações formais, como o próprio nome sugere, esse nível de fala é</p><p>utilizado pelas pessoas escolarizadas. A linguagem culta deve ser utilizada pelos</p><p>meios de comunicação escrita, como jornais, revistas, livros etc. O nível culto</p><p>se caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado com as regras</p><p>gramaticais. Em situações de cerimônia, deve ser usada a linguagem formal.</p><p>O fragmento a seguir apresenta linguagem em nível formal.</p><p>A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido</p><p>pelo Sistema Estadual de Museus (SISEM), órgão ligado à Secretaria de Estado</p><p>da Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao</p><p>menos, um problema grave.</p><p>Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização,</p><p>reservas técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há</p><p>instituições fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se</p><p>encontram documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se</p><p>bem utilizado [o levantamento], pode indicar quais medidas urgentes devem</p><p>ser tomadas pelos responsáveis pelos museus.</p><p>FONTE: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-</p><p>problemas-20110918.html>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>2.2 NÍVEL INFORMAL</p><p>A espontaneidade é característica presente neste nível de linguagem. No</p><p>dia a dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é certo ou</p><p>errado, segundo a linguagem padrão. Elas se comunicam com maior liberdade e</p><p>necessitam, muitas vezes, de agilidade na transmissão da mensagem.</p><p>Geralmente, nos diálogos encontramos exemplos da linguagem coloquial.</p><p>O texto que segue O Poeta na Roça, de Patativa do Assaré, reproduz o nível</p><p>informal. Observe:</p><p>O poeta da roça</p><p>Sou fio das mata, cantô da mão grossa,</p><p>Trabaio na roça, de inverno e de estio.</p><p>A minha chupana é tapada de barro,</p><p>Só fumo cigarro de paia de mio.</p><p>Sou poeta das brenha, não faço o papé</p><p>De argum menestré, ou errante cantô</p><p>Que veve vagando, com sua viola,</p><p>TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>35</p><p>Cantando, pachola, à percura de amô.</p><p>Não tenho sabença, pois nunca estudei,</p><p>Apenas eu sei o meu nome assiná.</p><p>Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,</p><p>E o fio do pobre não pode estudá.</p><p>Meu verso rastero, singelo e sem graça,</p><p>Não entra na praça, no rico salão,</p><p>Meu verso só entra no campo e na roça</p><p>Nas pobre paioça, da serra ao sertão.</p><p>Só canto o buliço da vida apertada,</p><p>Da lida pesada, das roça e dos eito.</p><p>E às vez, recordando a feliz mocidade,</p><p>Canto uma sodade que mora em meu peito.</p><p>Eu canto o caboco com suas caçada,</p><p>Nas noite assombrada que tudo apavora,</p><p>Por dentro da mata, com tanta corage</p><p>Topando as visage chamada caipora.</p><p>Eu canto o vaquero vestido de coro,</p><p>Brigando com o toro no mato fechado,</p><p>Que pega na ponta do brabo novio,</p><p>Ganhando lugio do dono do gado.</p><p>Eu canto o mendigo de sujo farrapo,</p><p>Coberto de trapo e mochila na mão,</p><p>Que chora pedindo o socorro dos home,</p><p>E tomba de fome, sem casa e sem pão.</p><p>E assim, sem cobiça dos cofre luzente,</p><p>Eu vivo contente e feliz com a sorte,</p><p>Morando no campo, sem vê a cidade.</p><p>Cantando as verdade das coisa do Norte.</p><p>FONTE: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1984, p. 20-21.</p><p>De acordo com Travaglia (1996),</p><p>a língua escrita e a oral apresentam cada</p><p>uma um conjunto próprio de variedades de grau de formalismo. As variedades</p><p>de grau de formalismo da língua escrita apresentam uma tendência para maior</p><p>regularidade e geralmente maior formalidade que as da língua falada, todavia,</p><p>importa lembrar que em cada caso existe uma mesma relação entre os níveis de</p><p>grau de formalismos propostos para a língua falada e para a escrita. É necessário</p><p>lembrar que não é válida a distinção que frequentemente encontramos enunciada</p><p>36</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>por professores de que a língua falada seria informal e a escrita formal. Isso</p><p>não é verdadeiro. Podemos ter textos altamente formais na língua falada e</p><p>textos totalmente informais na língua escrita. Isso fica claro no paralelismo dos</p><p>níveis de formalidade registrados no quadro a seguir. Convém anotar que a</p><p>língua escrita também pode apresentar variantes dialetais, embora essas sejam</p><p>usualmente pouco numerosas e menos marcantes que na língua falada, porque</p><p>no escrito desaparecem as diferenças fonéticas, prosódicas e outras. Assim,</p><p>entre o português escrito do Brasil e o de Portugal as diferenças de convenção</p><p>ortográfica, bem como as diferenças sintáticas, podem ser consideradas mínimas.</p><p>A maior diferença parece ficar no léxico.</p><p>Considerando cinco graus de formalismo distintos, tanto na língua oral</p><p>quanto na escrita, Bowen (1972) propõe o seguinte quadro das variedades de</p><p>modo e de grau de formalismo:</p><p>QUADRO 3 – VARIANTES DE MODO</p><p>Língua Falada Língua Escrita</p><p>Oratório</p><p>Formal (Deliberativo)</p><p>Coloquial</p><p>Coloquial distenso</p><p>Familiar</p><p>Hiperformal</p><p>Formal</p><p>Semiformal</p><p>Informal</p><p>Pessoal</p><p>Vejamos, a seguir, com algumas pequenas modificações, acréscimos ou</p><p>reduções, a caracterização sumária que se apresenta de cada grau de formalismo</p><p>em Bowen (1972).</p><p>1) Oratório: elaborado, intrincado, enfeitado, inteiramente composto</p><p>de períodos equilibrados e construções paralelas. É usado quase</p><p>exclusivamente por especialistas, tais como: advogados, sacerdotes, e</p><p>outros oradores religiosos, políticos etc. e é sempre reconhecido como</p><p>apropriado para uma situação muito formal. Poder-se-ia citar exemplos</p><p>tirados de nossa literatura, tais como os sermões do Padre Antônio Vieira e</p><p>as orações.</p><p>1a) Hiperformal: o equivalente escrito do oratório. Uma composição escrita</p><p>para efeitos grandiosos ou sublimes. Uma poesia que segue estritamente</p><p>os padrões formais, como o soneto, seria um exemplo. Um poema épico,</p><p>romances de autores como Machado de Assis e José de Alencar.</p><p>2) Deliberativo: usado quando se fala a grupos grandes ou médios, em que</p><p>se excluem as respostas informais. É preparado previamente e mantém de</p><p>proprósito uma distância entre falantes e ouvintes. Diferenciando-se do</p><p>grau de formalismo coloquial, o deliberativo se caracteriza por sentenças</p><p>que são mais rigorosamente definidas, por um número mais reduzido de</p><p>sentenças curtas, por um vocabulário mais rico, com muitos sinônimos</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>37</p><p>ou quase sinônimos, usados par evitar repetições léxicas desnecessárias,</p><p>mostrando assim uma preocupação do falante com o estilo de expressão.</p><p>Frequentemente é muito difícil para os falantes a aquisição de uma</p><p>performance nesse nível, embora entendam o que ouvem e apreciem as</p><p>habilidades reveladas pelos outros. Conferências científicas normalmente</p><p>são realizadas com esse nível de formalidade.</p><p>2a) Formal: apresenta características semelhantes ao do deliberativa, numa</p><p>forma de linguagem cuidada na variedade culta e padrão, mas dentro</p><p>do estilo escrito. É o caso da escrita dos bons jornais e revistas, por</p><p>exemplo, cuidadosamente editada e elaborada. Correspondências oficiais</p><p>normalmente se enquadram nesse nível.</p><p>3) Coloquial: comumente aparece no diálogo entre duas pessoas, ambas</p><p>participantes ativas, alternando-se no papel de falante e emitindo sinais</p><p>de realimentação, quando na posição de ouvinte. Sem planejamento</p><p>prévio, mas continuamente controlado, é caracterizado por construções</p><p>gramaticais soltas, repetições frequentes, frases bem curtas e conectivos</p><p>simples, léxico constituído de palavras de uso mais frequente.</p><p>3a) Semiformal: corresponde na escrita ao coloquial, mas tem um pouco mais</p><p>de formalidade que este. É a forma de língua que encontramos, por exemplo,</p><p>em cartas comerciais e de recomendação, declarações, reportagens escritas</p><p>para posterior leitura pelos locutores nas rádios e televisões, relatórios e</p><p>projetos.</p><p>4) Casual (coloquial distenso): nesse nível percebe-se uma completa</p><p>integração entre falante e ouvinte, com o uso frequente de gíria, que é um</p><p>indicador do relacionamento próprio de um grupo fechado (linguagem</p><p>particular ou semiparticular). É caracterizado pela omissão de palavras</p><p>e pouco cuidado em sua pronúncia, que pode ocorrer com mudanças de</p><p>sons, sem seus finais etc. Seriam exemplos desse nível as conversações</p><p>descontraídas entre amigos, colegas de trabalho.</p><p>4a) Informal: é o caso de correspondência entre membros de uma família ou</p><p>amigos íntimos e caracteriza-se pelo uso de formas abreviadas, abreviações</p><p>padronizadas, ortografia simplificada, construções simples, sentenças</p><p>fragmentadas.</p><p>5) Íntimo (familiar): inteiramente particular, pessoal, usado na vida familiar</p><p>privada. Este grau de formalismo é a língua em que há a intimidade da</p><p>afeição. Aparecem, portanto, muitos elementos da linguagem afetiva com</p><p>função emotiva.</p><p>5a) Pessoal: Quase sempre notas para uso próprio. Como exemplos podemos</p><p>citar um recado anotado ao telefone, um bilhete que deixamos para avisar</p><p>alguém da casa de algo ou mesmo uma lista de compras de uma dona de</p><p>casa.</p><p>FONTE: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/gestar/tpportugues/tp1.pdf>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018</p><p>38</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>2.3 USO ADEQUADO DA LÍNGUA ÀS SITUÇÕES DE</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>Quando pensamos em que roupa colocar para ir ao escritório, por</p><p>exemplo, certamente bermuda e camiseta não estão em nossa lista, não é? Com a</p><p>linguagem não é diferente, devemos adequá-la conforme o uso que faremos dela,</p><p>ou seja, conforme a situação, o lugar e as pessoas com que vamos nos comunicar.</p><p>Um diálogo entre amigos sugere uma situação de informalidade, sendo</p><p>possível utilizar a língua de forma espontânea, sem preocupação com as regras de</p><p>gramática normativa. Caso diferente é um discurso de formatura. Assim como há</p><p>a preocupação com a vestimenta, deve haver com a linguagem utilizada. Nessa</p><p>situação, não seria adequada a linguagem coloquial e, sim, a formal.</p><p>2.4 GÍRIAS</p><p>Apesar de muitas pessoas pensarem que a gíria é um desvio da linguagem,</p><p>a maioria já pronunciou palavras como: bacana, cara, cuca, entre outras, não é</p><p>mesmo? O que não podemos esquecer é que a gíria não pertence à linguagem</p><p>padrão, não é aceita em situações de formalidade, como, por exemplo, redações</p><p>de vestibular, ofícios, preenchimento de relatórios, e-mails, textos acadêmicos,</p><p>artigos científicos etc.</p><p>Assim, podemos afirmar que a língua formal não aprova o uso de gírias,</p><p>salvo em reprodução de falas de personagens. Quando usada em momento</p><p>oportuno, ela cumpre o papel de denotar expressividade, podendo revelar grande</p><p>criatividade do emissor, à medida que esteja adequada à situação: adaptada ao</p><p>meio, à mensagem e a quem a receber.</p><p>A gíria, portanto, é característica da linguagem informal. Para Terra (1997,</p><p>p. 66) “[...] a gíria é uma variante da língua padrão utilizada por indivíduos de um</p><p>grupo social ou profissional em circunstâncias especiais”. Muitas vezes utilizamos</p><p>algumas delas sem perceber que não estamos fazendo uso da linguagem formal,</p><p>pois encontramos gírias diferenciadas, como, por exemplo: a dos jovens, a dos</p><p>surfistas, a dos jogadores de futebol, entre outras.</p><p>Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso</p><p>porque a gíria, como já mencionado, é uma variante da língua, e esta, por sua</p><p>vez, está em constante</p><p>evolução e/ou reformulação.</p><p>Leia agora um pequeno texto sobre o assunto.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>39</p><p>GÍRIA: O LADO JOVEM E TRANSITÓRIO DA LINGUAGEM</p><p>Da festa do balacobaco à reúna onde se descolava aquela mina até o</p><p>“ficar” de hoje, os jovens de todas as épocas reinventam a língua portuguesa.</p><p>A juventude principalmente, mas todos os grupos de interesse e vivências</p><p>particulares criam seu próprio modo de expressão e identidade, enriquecendo</p><p>e dando gosto e graça ao vocabulário.</p><p>Perseguida pelos puristas, sempre provocadora de polêmicas entre os</p><p>gramáticos, escolas e redações de jornais, a gíria, na verdade, inova e renova a</p><p>linguagem. Chamar alguém de bacana anos atrás era um elogio e linguagem</p><p>de quem estava “por dentro”. Agora, a mesma palavra pode ser classificada</p><p>como uma expressão típica de um “mauricinho”. Com humor e criatividade,</p><p>as gírias são fugazes e estão sempre se renovando.</p><p>Recentemente, foi lançado em Brasília, pelo jornalista e professor</p><p>universitário, João Bosco Serra e Gurgel, o Dicionário de Gíria; modismo linguístico</p><p>e equipamento falado do brasileiro. Serra e Gurgel defende que a disseminação</p><p>da gíria pode estar levando o português a se tornar uma língua ágrafa, sem</p><p>representação gráfica para sua manifestação sonora.</p><p>O uso da gíria pela juventude e pelos meios de comunicação sempre</p><p>gerou polêmica. Serra e Gurgel dizem que 90% dos jovens adotam a gíria e</p><p>desprezam a estruturação de sujeito, verbo e complemento. “Suas frases são</p><p>vagas, carregadas de sons que nada significam”. Celso Luft afirma que a gíria</p><p>é própria da juventude e da linguagem coloquial, informal.</p><p>Descontraída, debochada ou crítica, a gíria tem contribuído para dar um</p><p>colorido próprio à linguagem. Sem ela, sem o recurso de regionalismo, acredita</p><p>Luft, a linguagem corre o risco de empobrecer pela padronização, ficando</p><p>sem vida. “Por trás do preconceito contra a gíria há sempre um conflito entre</p><p>conservadores e juventude, grupo social contra grupo social. Se a linguagem</p><p>da juventude se restringir só à gíria, então haverá perigo”.</p><p>FONTE: BRAGANÇA, Maria Alice. Revista ZH. Porto Alegre, 1991, p. 6-7.</p><p>3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO</p><p>A escolha de uma profissão não é algo que se decide de uma hora para</p><p>outra, não é? Vários fatores são levados em conta, como as habilidades que se</p><p>têm, a afinidade com alguma área em especial ou até mesmo a admiração por</p><p>profissionais que já exercem tal trabalho. Pode-se afirmar que cada vez mais a</p><p>pressão em torno da responsabilidade pela escolha certa, na era da informação,</p><p>do avanço tecnológico e comunicacional proporcionado pela globalização está</p><p>exigindo profissionais muito qualificados.</p><p>40</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>Você sabe, provavelmente, que não é possível haver indivíduos</p><p>qualificados sem levar em conta um item muito importante no currículo de</p><p>qualquer profissional das mais variadas áreas: o uso do nível culto da língua</p><p>portuguesa.</p><p>Vimos, anteriormente, que nós temos a linguagem falada e escrita, porém</p><p>não escrevemos como falamos nem vice-versa. Você deve concordar conosco que,</p><p>em situações de oralidade, a negociação de sentido entre os interlocutores é mais</p><p>imediata, o que pode implicar, muitas vezes, na facilidade de compreensão do</p><p>conteúdo da mensagem. Além disso, a oralidade dispõe de elementos como a</p><p>entonação e variação de voz, que contribuem para o entendimento. Em outras</p><p>palavras, dependendo da situação, você emprega a linguagem que mais se adequa:</p><p>se informal, usa-se uma linguagem sem formalidades; se formal, emprega-se</p><p>a norma culta. Você já estudou, também, que a modalidade escrita vem sendo</p><p>muito exigida em concursos e entrevistas para emprego. Assim, preste atenção,</p><p>acadêmico, pois a era digital parece informal, mas, no trabalho, requer o uso de</p><p>regras coerentes. Assim, o profissional que quer permanecer num mercado de</p><p>trabalho tão competitivo no mundo globalizado precisa ter domínio da norma</p><p>culta, bem como das regras, e ainda saber falar e escrever muito bem.</p><p>Queiramos ou não, a linguagem particular utilizada nas diversas</p><p>profissões, seja na elaboração de um ofício, relatório, ata, memorando, e-mail,</p><p>mala direta, num aviso a colegas de trabalho, numa conversa, entre outros, exige</p><p>o uso da norma culta da língua.</p><p>Reconhecemos, então, que a norma culta constitui como um aspecto da</p><p>linguagem importante para a comunicação empresarial. Acerca da linguagem</p><p>profissional, também é importante discutirmos a linguagem técnica ou jargão, que</p><p>corresponde a um palavreado particular de uma categoria ou de uma profissão.</p><p>Segundo o dicionário Michaelis (2008), jargão é uma gíria profissional. Perceba</p><p>que linguagem técnica ou jargão é um código da língua, pertencente a um grupo</p><p>profissional ou sociocultural com vocabulário especial.</p><p>Apesar de em muitos casos o jargão ser apenas um modo de impressionar</p><p>o receptor, há também os casos em que sua colocação é quase que obrigatória. Seja</p><p>qual for a causa de sua existência, o jargão tem um sentido muito importante para</p><p>quem o utiliza. Quando um advogado peticiona, por exemplo, ele expressa o que</p><p>os leigos conhecem por “pedir para o juiz”. Assim, podemos dizer que a linguagem</p><p>técnica ou o jargão é a “gíria” usada específica e limitadamente por grupos de</p><p>profissionais de um mesmo meio: professores, advogados, médicos etc.</p><p>O uso de jargões, como pudemos ver, corresponde a um recurso, a uma</p><p>função da linguagem, que contribui para a produção de textos (orais ou escritos)</p><p>na área profissional. Na seção a seguir, vamos refletir sobre a linguagem e suas</p><p>funções.</p><p>TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>41</p><p>4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES</p><p>As funções da linguagem são recursos que enfatizam a intenção do emissor</p><p>para que se estabeleça uma comunicação eficiente. Um texto pode apresentar</p><p>mais de uma função enfatizadora.</p><p>As funções da linguagem têm a finalidade de levar o leitor ou o receptor a</p><p>compreender determinado efeito ou conceito para determinado objetivo. Diante</p><p>disso, comungamos da ideia de Chalhub (1990, p. 9):</p><p>Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma</p><p>vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do código,</p><p>entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem. A emissão, que</p><p>organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase em</p><p>uma das funções – e as demais dialogarão em subsídio, [...].</p><p>Obviamente, as funções da linguagem requerem, antes de serem</p><p>individualmente estudadas e antes de observarmos suas influências no dia a dia,</p><p>indicar que todo processo comunicativo é centrado em elementos. Chalhub (1990,</p><p>p. 1) reflete a respeito disso dizendo:</p><p>Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas,</p><p>mostrando na sua marca e traço [...]. O funcionamento da mensagem</p><p>ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir – uma vez que</p><p>participam do processo comunicacional: um emissor que envia a</p><p>mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta,</p><p>por sua vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para</p><p>a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal. Aí estão,</p><p>portanto, os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor;</p><p>receptor; canal; código; referente; mensagem.</p><p>Os elementos da comunicação instituem funções, assim conhecidas:</p><p>• função referencial;</p><p>• função emotiva;</p><p>• função conativa;</p><p>• função fática;</p><p>• função metalinguística e</p><p>• função poética.</p><p>Vamos visualizar o esquema a seguir para poder entendê-las melhor?</p><p>42</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>FIGURA 20 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM</p><p>Emissor (emotiva) Mensagem</p><p>Contexto (referencial)</p><p>(poética) Receptor (conativa)</p><p>Canal (fática)</p><p>Código (metalinguística)</p><p>FONTE: As autoras</p><p>4.1 FUNÇÃO EMOTIVA</p><p>A função emotiva ou expressiva é focada nas opiniões, ideias e nas emoções</p><p>de quem emite a mensagem. As interjeições e as exclamações são geralmente</p><p>utilizadas. O texto</p><p>faz uso da primeira pessoa do singular.</p><p>Esta função aparece especialmente nas biografias, poesias líricas,</p><p>memórias e nas cartas de amor.</p><p>ATENCAO</p><p>Consulte seus conhecimentos e responda: o que é interjeição? Hum,</p><p>esqueceu?! Bem, saiba que as interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação</p><p>em gênero, número e grau. No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem</p><p>variação em grau. Deve-se entender que, neste caso, não se trata de um processo natural</p><p>dessa classe, mas tão somente uma variação que a linguagem permite.</p><p>Exemplos de frases contendo interjeições.</p><p>«Ah! não, minha filha, traga-me de volta os retratos.»</p><p>«Arre! Até que enfim chegamos.»</p><p>«Avante! O dia está raiando.»</p><p>«Bis! Excelente apresentação.»</p><p>«Bravo! Execução maravilhosa.»</p><p>«Calma, gente! O Brasil parece ser nosso.»</p><p>«Calma, governador! No fim do túnel sempre tem um pedágio.»</p><p>«Caramba! Tudo aqui parece abandonado.»</p><p>«Cruz-credo! Que medo daquele escuro.»</p><p>«Cuidado! Maria está chegando.»</p><p>«Ei, amigos, venham!»</p><p>«Epa! Tem alguém por aqui.»</p><p>«Fora, bicho!»</p><p>«Fora! Estou farta de você.»</p><p>TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>43</p><p>«Graças a Deus! Saí sã e salva dessa fria.»</p><p>«Hum, que chiqueza!»</p><p>«Macacos me mordam! Que dia de cão.»</p><p>«Meu Deus! Quanta chuva.»</p><p>«Não diga! Ela parecia tão boa.»</p><p>«Ô, venha!»</p><p>«Ôba! Feriado na terça!»</p><p>«Ôba! Férias de julho novamente.»</p><p>«Oh! Bendito aquele que cria e não copia.»</p><p>«Oi! Tudo bem por aí?»</p><p>«Olá! Tem alguém em casa?»</p><p>«Parabéns! Eu sabia que você ia conseguir a vaga.»</p><p>«Psiu! Preciso de uma ajudinha.»</p><p>«Puxa! Que calor.»</p><p>«Puxa vida! Isso não acaba nunca.»</p><p>«Que horror! Esse desrespeito passou dos limites.»</p><p>«Que pouca vergonha! Essas meninas perderam a noção.»</p><p>«Quem me dera! Um sorteiozinho na Mega e estaria feita.»</p><p>«Silêncio! Tem gente dormindo.»</p><p>«Tomara! Um dia ela se vinga!»</p><p>«Ué! Cadê sua ajuda?»</p><p>«Ui! Dói só de pensar!»</p><p>«Valha-me Deus! Não quero morrer agora.»</p><p>«Xi! Azedou o leite.»</p><p>«Xô, bicho!»</p><p>FONTE: <http://www.lpeu.com.br/q/tlua6>. Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>Leia o exemplo a seguir:</p><p>UMA MORENA</p><p>Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida</p><p>entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de</p><p>ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as</p><p>mãos para que se possa refrescar o rosto, mas, se tocada por dedos bruscos, num</p><p>segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado</p><p>se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques,</p><p>embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre</p><p>são suficientes para despertar a suavidade alheia, mesmo assim insisto: meus</p><p>gestos, minhas palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, que esboçados</p><p>à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus</p><p>passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos</p><p>tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que</p><p>a brisa da tardezinha. Para beber, além do chá, raramente admito um cálice de</p><p>vinho branco, mas que seja seco para não esbrasear em excesso minha garganta</p><p>em ardores...</p><p>FONTE: ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo:</p><p>Brasiliense, 1982, p. 93.</p><p>44</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>No texto, você pode observar que são descritas as sensações da mulher.</p><p>Esta descrição é pessoal e subjetiva. O emissor exterioriza seu estado psíquico,</p><p>predominando a função emotiva da linguagem. Observe que o texto se caracteriza,</p><p>também, pelo uso da 1ª pessoa do singular, o eu.</p><p>4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL</p><p>Esta função centra-se no referente. O texto apresenta informações sobre a</p><p>realidade, traduzindo objetivamente o fato acontecido, uma linguagem direta e</p><p>objetiva. Prevalece a terceira pessoa do singular. Sem emitir uma opinião pessoal,</p><p>é utilizada na ciência, na arte realista, no jornal e em livros científicos.</p><p>Leia o texto a seguir:</p><p>A índia Everon, da tribo Caiabi, que deu à luz três meninas, através de</p><p>uma operação cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter permanecido</p><p>no Hospital Base de Brasília desde o dia 16 de março. No início, os índios da</p><p>tribo foram contrários à ideia de Everon ir para o hospital, mas hoje já aceitam</p><p>o fato, e muitos já foram visitá-la. Everon não falava uma palavra de português</p><p>até ser internada e as meninas serão chamadas de Luana, Uiara e Potiara.</p><p>FONTE: <https://docgo.net/philosophy-of-money.html?utm_source=dinamica-dVozf7Z>.</p><p>Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>Observe que o texto apresenta, como objetivo único, informar ou confirmar</p><p>ao receptor um fato ocorrido. A linguagem é objetiva, não admite mais que uma</p><p>interpretação. Assim, evidencia-se a clara função de linguagem empregada, a</p><p>referencial, que traduz objetivamente a realidade.</p><p>4.3 FUNÇÃO APELATIVA</p><p>Esta função indica que a mensagem está centrada no receptor. O emissor,</p><p>por sua vez, busca influenciar a conduta do receptor com o intuito de convencê-lo</p><p>ou de lhe dar ordens. É comum o uso do tu e do você (2ª e 3ª pessoas do singular)</p><p>ou o próprio nome a quem se dirige a fala, além de usar vocativos e imperativos.</p><p>Nos discursos, nos sermões e nas propagandas, que são dirigidos diretamente ao</p><p>consumidor, é muito comum o uso desta função.</p><p>TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>45</p><p>Você lembra o que é um vocativo? Bem, é muito fácil! Vocativo é um termo</p><p>que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Exemplo: “Não</p><p>fale tão alto, Juliana!” O nome “Juliana” é um vocativo.</p><p>E o modo imperativo dos tempos verbais, você sabe sua função? Ele é usado quando</p><p>queremos ordenar ou aconselhar. Exemplos: “Traga-me um chá!” “Tome cuidado, menino!”</p><p>NOTA</p><p>Observe a imagem:</p><p>FIGURA 21 – PROPAGANDA</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-dLxAGiuQEnA/TaG2KWI7ZtI/AAAAAAAAABM/0eF-rRozbjw/</p><p>s320/greenpeace2.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>46</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>Ela propaga uma mensagem que, geralmente, chama muito a atenção</p><p>pelo impacto. As propagandas classificadas como apelativas têm a incumbência</p><p>de proporcionar, muitas vezes, uma mensagem de cunho social. Veja, a seguir,</p><p>mais um exemplo de textos publicitários que explicitamente utilizam o apelo</p><p>ao receptor.</p><p>FIGURA 22 – PROPAGANDA</p><p>FONTE: <https://empiricusimagens.s3.amazonaws.com/imagens/copys/fn01/13.png>.</p><p>Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>4.4 FUNÇÃO FÁTICA</p><p>A função fática objetiva verificar se o canal de comunicação está em pleno</p><p>funcionamento. Tem a finalidade de prolongar ou não a relação comunicativa com</p><p>o receptor. No linguajar das falas telefônicas, as saudações são características da</p><p>função fática, bem como as interjeições, comentários sobre o clima, entre outros</p><p>aspectos.</p><p>Veja o exemplo que segue:</p><p>FIGURA 23 – FUNÇÃO FÁTICA</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_8gWyZQJ8R0E/Svm0h1GIVzI/AAAAAAAAAQ8/</p><p>J1i7Akoomlw/s400/blog1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>A letra da música da figura, que serve como exemplo da função fática,</p><p>mostra que o emissor utiliza claramente expressões que tentam prolongar o</p><p>contato com o receptor.</p><p>TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>47</p><p>4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA</p><p>Na função metalinguística o código linguístico é posto em destaque, usando</p><p>a linguagem para falar dela mesma, ou seja, ela faz menção ao próprio código. A</p><p>poesia que fala da poesia, um texto que explana outro texto e os dicionários são</p><p>exemplos de metalinguagem. Então, dicionários, gramáticas, textos que analisam</p><p>textos, poemas que abordam o assunto da poesia são exemplos desta função.</p><p>Observe os exemplos a seguir:</p><p>FIGURA 24 – FUNÇÃO METALINGUÍSTICA</p><p>Mãe, você acha que eu</p><p>sou Mal-Educado?</p><p>Educado não é aquele que</p><p>sabe as regras de etiqueta.</p><p>Educado é aquele que</p><p>pensa nos outros!</p><p>Viu, seu �*!!!ξ?</p><p>Eu sou educado!</p><p>Você não</p><p>tá pensando</p><p>na minha mãe</p><p>quando diz isso!</p><p>FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_8gWyZQJ8R0E/SvBIbCGCozI/AAAAAAAAAQk/uk2njO4Ail8/</p><p>s1600-h/blog1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>Mulher. [Do lat. muliere.] S. f. 1. Pessoa do sexo feminino após a</p><p>puberdade. [Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona.] 2. Esposa.</p><p>FONTE: <http://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-</p><p>comunicacao>. Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>Os exemplos apresentam a função metalinguística, o primeiro tem como</p><p>objetivo explicar, de uma maneira bem-humorada, o significado de mal-educado</p><p>a um falante da nossa língua. O segundo é um verbete de um dicionário que</p><p>esclarece um elemento do código – a palavra mulher – empregando o próprio</p><p>código na explicação.</p><p>48</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>4.6 FUNÇÃO POÉTICA</p><p>É a função que se centraliza na mensagem e que utiliza recursos</p><p>imaginativos. Esta função tem uma linguagem figurada, geralmente apresentada</p><p>em obras literárias, letras de música ou em algumas propagandas. Além disso, a</p><p>métrica, o ritmo e a rima são alguns dos recursos inerentes à linguagem poética.</p><p>Veja o exemplo:</p><p>A mulher que passa</p><p>Meu Deus, eu quero a mulher que passa.</p><p>Seu dorso frio é um campo de lírios</p><p>Tem sete cores nos seus cabelos</p><p>Sete esperanças na boca fresca!</p><p>Oh! Como és linda, mulher que passas</p><p>Que me sacias e suplicias</p><p>Dentro das noites, dentro dos dias!</p><p>Teus sentimentos são poesia.</p><p>Teus sofrimentos, melancolia.</p><p>Teus pelos leves são relva boa</p><p>Fresca e macia.</p><p>Teus belos braços são cisnes mansos</p><p>Longe das vozes da ventania.</p><p>Meu Deus, eu quero a mulher que passa!</p><p>[...]</p><p>FONTE: MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In:______. Antologia poética. 4. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Ed. do autor, 1960, p. 90.</p><p>O exemplo apresentado é desenvolvido com criatividade. O som, o ritmo,</p><p>o jogo de ideias são explorados no texto e a linguagem poética desperta interesse</p><p>e desejo no leitor.</p><p>49</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• As funções da linguagem são recursos que destacam a intenção do emissor</p><p>para que uma comunicação eficiente aconteça. Um texto pode apresentar</p><p>várias funções enfatizadoras.</p><p>• As funções de linguagem são seis: função referencial ou denotativa; função</p><p>emotiva ou expressiva; função fática; função conativa ou apelativa; função</p><p>metalinguística e função poética.</p><p>• A função emotiva ou expressiva é centrada nas opiniões e emoções do emissor.</p><p>• A referencial ou denotativa centra-se no referente.</p><p>• Na função apelativa a mensagem é voltada para o receptor, e o emissor</p><p>procura persuadir o outro a determinado comportamento, com a intenção de</p><p>convencimento ou de, inclusive, dar ordens.</p><p>• A função fática tem foco no canal, que tem por finalidade prolongar ou não o</p><p>contato com o receptor.</p><p>• Na função metalinguística, o código linguístico é posto em destaque, utilizando</p><p>a linguagem para falar dela.</p><p>• A função poética é a que se centraliza na mensagem. É aquela que utiliza</p><p>recursos imaginativos inventados pelo emissor.</p><p>• A linguagem culta deve ser utilizada pelos meios de comunicação escrita, como</p><p>jornais, revistas, livros etc.</p><p>• O nível culto se caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado</p><p>com as regras gramaticais.</p><p>• No nível coloquial a espontaneidade é característica presente.</p><p>• No dia a dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é</p><p>certo ou errado, segundo a linguagem padrão.</p><p>• Devemos adequar a linguagem conforme o uso que faremos dela, ou seja,</p><p>conforme a situação, o lugar e as pessoas com quem vamos nos comunicar.</p><p>50</p><p>• Os desvios da norma culta não são aceitos pela gramática normativa.</p><p>• A gíria não pertence à linguagem padrão. Não é aceita em situações de</p><p>formalidade como, por exemplo, redações de vestibular, ofícios, preenchimento</p><p>de relatórios, e-mails, textos acadêmicos, artigos científicos etc.</p><p>• Quando usada em momento oportuno, a gíria cumpre o papel de denotar</p><p>expressividade, podendo revelar grande criatividade do emissor.</p><p>• Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso porque a</p><p>gíria é uma variante da língua, e esta, por sua vez, está em constante evolução</p><p>e/ou reformulação.</p><p>• Indivíduos qualificados precisam de um item muito importante no currículo</p><p>de qualquer profissional de qualquer área: o uso do nível culto da língua</p><p>portuguesa.</p><p>• A linguagem técnica ou o jargão é um conjunto de palavras particular de uma</p><p>categoria ou de uma profissão.</p><p>• Apesar de o jargão ser apenas um modo de impressionar o receptor, há também</p><p>os casos em que sua colocação é quase que obrigatória.</p><p>51</p><p>1 Caro acadêmico, para você entender melhor as funções da linguagem,</p><p>elabore um esquema que as represente e exemplifique cada uma delas.</p><p>2 Leia a tirinha que segue e identifique a alternativa que apresenta a linguagem</p><p>informal.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>FIGURA 25 – HAGAR</p><p>Tá legal, espertinho!</p><p>onde é que você esteve?! E lembre-se: se você disser</p><p>uma mentira, os seus</p><p>chifres cairão!</p><p>Tudo bem, eu vou contar... estou</p><p>atrasado porque ajudei uma</p><p>velhinha a atravessar a rua...</p><p>...E ela me deu um anel mágico</p><p>que me levou a um tesouro,</p><p>mas bandidos o roubaram</p><p>e os persegui</p><p>até a etiópia,</p><p>onde um</p><p>DRAGÃO...</p><p>FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-blzeTqcRaVk/Ud74tHKjiOI/AAAAAAAADWs/-5cl6r3xcxw/</p><p>s1600/enem+b76aa228250685c7eb97d63662ec8f14.jpg>. Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>a) ( ) "Tá legal, espertinho!"</p><p>b) ( ) "[...] e ela me deu um anel mágico [...]"</p><p>c) ( ) "[...] mas bandidos o roubaram [...]"</p><p>d) ( ) " Onde é que você esteve?!"</p><p>3 Relacione os textos a seguir com suas correspondentes funções textuais:</p><p>52</p><p>I- Pra você guardei o amor</p><p>Que aprendi, vem dos meus pais</p><p>O amor que tive e recebi</p><p>E hoje posso dar livre e feliz</p><p>Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris</p><p>Risca ao levitar</p><p>FONTE: <https://www.letras.mus.br/nando-reis/1491960/>.</p><p>Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>( ) Função</p><p>metalinguística</p><p>II-</p><p>pa·lan·fró·ri·o</p><p>(alteração de palavrório)</p><p>substantivo masculino</p><p>1. Conversa para enganar ou convencer = LÁBIA</p><p>2. Discurso inútil ou aborrecido = ARANZEL</p><p>Sinônimo Geral: PALAVRÓRIO</p><p>FONTE: <http://dicionario.priberam.pt/sobre.aspx>.</p><p>Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>( ) Função apelativa</p><p>III-</p><p>FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=sX8H4ToC-</p><p>OQ>. Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>( ) Função poética.</p><p>IV- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,</p><p>e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se reunirão</p><p>a sós durante um tempo – ainda indeterminado – ao</p><p>começo da sua cúpula desta terça-feira (segunda, 11,</p><p>no Brasil) em Singapura, informou a Casa Branca.</p><p>FONTE: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/trump-</p><p>e-kim-se-reunirao-a-sos-no-comeco-da-cupula.ghtml>.</p><p>Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>( ) Função emotiva</p><p>53</p><p>V- 17h30min</p><p>Ai, Deus. Tinha acabado de mandar: Eu ia amar,</p><p>mas tenho que trabalhar hoje à noite, então melhor</p><p>não, a Mabel de repente deu um pulo e começou a</p><p>cantar a música que o Billy mais odeia perto dele.</p><p>“Forgeddaboudermoneymoneymoney, wedon’</p><p>needyermoneymoney, money!” Então o telefone</p><p>tocou. Agarrei o aparelho. O Billy deu um salto,</p><p>gritando “Mabel, pare de cantar Jessie J!” quando a</p><p>voz da recepcionista ronronou: “Brian Katzenberg vai</p><p>falar com você”. “Hum… Será que eu poderia retornar</p><p>a ligação para o Brian em…” “Berbling berbling!”,</p><p>cantou a Mabel, correndo em volta da mesa atrás do</p><p>Billy.</p><p>FONTE: FIELDING, Helen. Bridget Jones: Mad About the Boy.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 2009, s.p.</p><p>( ) Função fática</p><p>VI-</p><p>– Alô! Como você está?</p><p>– Tudo bem, e você?</p><p>– Vamos ao shopping hoje?</p><p>– Sim, adoraria. Ligo daqui a pouco para confirmar o</p><p>horário.</p><p>( ) Função</p><p>referencial</p><p>54</p><p>55</p><p>UNIDADE 2</p><p>A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender os conceitos de coesão e coerência;</p><p>• identificar os mecanismos de coesão no texto;</p><p>• conhecer a estruturação de um parágrafo e diferenciar as partes que o</p><p>compõem;</p><p>• refletir sobre a estrutura textual;</p><p>• caracterizar a narração, a descrição e a dissertação;</p><p>• aprimorar a interpretação textual;</p><p>• identificar as características</p><p>dos textos, aperfeiçoar sua escrita no que se</p><p>refere às regras gramaticais, à clareza, à impessoalidade e à objetividade;</p><p>• adequar a linguagem de acordo com a situação escrita;</p><p>• identificar e destacar alguns documentos oficiais utilizados no dia a dia</p><p>das empresas e/ou instituições;</p><p>• aprimorar as habilidades necessárias à redação do texto/documento oficial,</p><p>que vai além do simples uso de modelos prontos.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-</p><p>contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E</p><p>GÊNEROS</p><p>56</p><p>57</p><p>TÓPICO 1</p><p>O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Quando nos comunicamos, seja por escrito ou oralmente, temos em mente</p><p>repassar uma mensagem. Então, podemos dizer que todo texto tem uma intenção.</p><p>Para isso, existem componentes básicos que devem ser levados em consideração:</p><p>quem fala, para quem, como e com que intenção.</p><p>Assim, sempre que escrevemos ou nos comunicamos oralmente</p><p>organizamos toda uma estrutura para sermos entendidos pelo nosso ouvinte e/ou</p><p>leitor. Que estrutura é essa? É a organização dos parágrafos, a seleção das palavras,</p><p>a extensão do texto ou da fala. Em outras palavras, a linguagem difere quando</p><p>você se comunica com a família, com o superior, com uma pessoa desconhecida</p><p>ou muito conhecida, ou ainda em uma entrevista de emprego. Diante disso,</p><p>responda: sua linguagem se diferencia, dependendo da situação? Provavelmente</p><p>sua resposta foi positiva.</p><p>Então veja: é correto dizer que para cada situação adequamos nossa</p><p>linguagem, seja ela oral ou escrita, porque temos uma intenção e queremos ser</p><p>compreendidos. Sobre a adequação da linguagem, Infante (1998, p. 66) diz que:</p><p>O nível do vocabulário utilizado decorre dos fatores que condicionam</p><p>a elaboração do texto: o tema tratado, a finalidade a que se propõe,</p><p>o receptor a que se dirige, o meio de divulgação utilizado. Um</p><p>comunicado oficial a ser lido na ONU ou uma carta aberta à população</p><p>de uma pequena vila ameaçada pela devastação da natureza podem</p><p>tratar do mesmo assunto, mas a seleção vocabular deve ser apropriada</p><p>a cada caso... Dessa forma, as melhores palavras são as mais eficazes e</p><p>não as mais pomposas...</p><p>Muitas vezes, na oralidade, fazemos a seleção das palavras de maneira</p><p>natural, pois podemos nos certificar se estamos sendo entendidos pela reação do</p><p>receptor. E na escrita? Durante a redação de relatórios, e-mails e outros documentos,</p><p>o texto tem que estar claro para que a mensagem não seja prejudicada.</p><p>Convido você, acadêmico, a conhecer mais sobre a estrutura do texto, de</p><p>modo a tornar sua comunicação profissional e pessoal cada vez mais coerente e</p><p>coesa.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>58</p><p>2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA</p><p>Um texto deve apresentar textualidade, ou seja, um conjunto de</p><p>características que fazem com que seja um texto e não uma sequência de</p><p>frases. São sete os aspectos responsáveis pela textualidade: coesão, coerência,</p><p>intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade,</p><p>situacionalidade. Veremos a seguir a coerência e a coesão textual.</p><p>2.1 COESÃO</p><p>Segundo Infante (1998, p. 66), “Dominar um bom vocabulário é requisito</p><p>para a elaboração eficiente de textos escritos”. Contudo, não são apenas palavras</p><p>rebuscadas que permitem coesão ao texto. Um texto coeso precisa de mais</p><p>elementos que possam garantir a sua eficácia.</p><p>A coesão, de acordo com o Dicionário Michaelis, é a união entre as</p><p>partes formando um todo. Coeso, por sua vez, segundo Koch e Travaglia (2002),</p><p>significa quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente da</p><p>interpretação de outro.</p><p>Desta forma, podemos concluir que, para um texto ser coeso, ele precisa de</p><p>elementos que liguem suas partes de modo a transmitir claramente a mensagem</p><p>que deseja. Sobre o texto escrito, Infante (1998, p. 66) acrescenta que:</p><p>[...] dentre as características específicas da modalidade escrita</p><p>da língua, destaca-se a necessidade de um vocabulário preciso e</p><p>criterioso, capaz de suprir a ausência dos recursos mímicos e dos</p><p>matizes da entonação da língua falada. Manejar um bom vocabulário</p><p>não significa impressionar os outros com um punhado de palavras</p><p>difíceis e desconhecidas. O que importa é conhecer e utilizar as</p><p>palavras necessárias para a produção de textos claros e enxutos.</p><p>Perceba que, segundo Infante (1998), o mais importante para tornar um</p><p>texto coeso é usar as palavras apropriadas para cada situação. Agora que você já</p><p>conhece o conceito e a importância da coesão, vamos estudar como ela acontece</p><p>na prática? Vejamos a seguir.</p><p>2.1.1 Mecanismos de coesão</p><p>Como uma das marcas essenciais da textualidade, a coesão pode ocorrer</p><p>por meio de diferentes mecanismos. Entre eles citamos: a coesão sequencial, a</p><p>coesão referencial e a coesão recorrencial. Vejamos cada uma delas:</p><p>Coesão sequencial: refere-se ao desenvolvimento textual, seja por</p><p>procedimentos de manutenção do assunto, empregando os termos pertencentes</p><p>ao mesmo campo semântico, seja por meio de processos de progressão temática.</p><p>TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>59</p><p>Dito de outra maneira, é o que empregamos para relacionar o já dito ao que será</p><p>dito, à medida que progredimos com o texto.</p><p>De acordo com Carneiro (2001), a progressão temática pode se efetivar</p><p>por intermédio da satisfação de compromissos textuais anteriores ou, ainda,</p><p>utilizando-se de novos acréscimos ao texto. Para exemplificar a afirmativa, vamos</p><p>apresentar alguns exemplos. Observe a seguir exemplos da primeira situação que</p><p>apresentamos:</p><p>a) condicionalidade: Se chover, eu não apresentarei o teatro.</p><p>b) causalidade: Todos foram de roupa quente, pois estava fazendo muito frio.</p><p>c) implicação lógica: Somente há um meio de resolver a situação: contando a</p><p>verdade.</p><p>Agora, acompanhe exemplos de progressão temática com acréscimos ao</p><p>texto:</p><p>a) explicação ou justificativa: Os alunos fizeram o pagamento, pois o sistema estava</p><p>funcionando.</p><p>b) conjunção: Entreguei os trabalhos no dia agendado. E pude fazer as avaliações.</p><p>Podemos inferir, então, que a coesão sequencial, como o próprio nome</p><p>sugere, realiza-se conforme o texto vai se efetivando. Dito de outra maneira, ela é o</p><p>elemento responsável por apontar a evolução da narrativa e permite caracterizar</p><p>a passagem do tempo.</p><p>Coesão referencial: esta ocorre quando um elemento da sequência do</p><p>texto se remete a outro do mesmo texto, substituindo-o. Sendo assim, tal referência</p><p>estabelecida pelos elementos do texto podem acontecer com um elemento externo</p><p>ou interno do texto.</p><p>Dessa maneira, podemos classificar a coesão referencial em dois tipos:</p><p>Exofórica e Endofórica. Coesão referencial exofórica, como o próprio nome</p><p>sugere, ocorre quando a relação se estabelece com um elemento fora do texto.</p><p>Veja:</p><p>“A gente era pequena naquele tempo. E aquele era um tempo em</p><p>que ainda se apregoava nas ruas. Não em todas as ruas, mas naquela onde</p><p>vivíamos. Naquela rua, que tinha por nome a data de um santo, o tempo passava</p><p>mais lentamente do que no resto da cidade de Porto Alegre”.</p><p>FONTE:  <http://revistagloborural.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_</p><p>print/0,3916,597278-2868-1,00.html>. Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>60</p><p>Acadêmico, você percebeu que as informações destacadas (naquele,</p><p>aquele e naquela) referem-se a elementos que não estão presentes no texto? Nesse</p><p>exemplo ocorre a coesão referencial exofórica. Busque mais exemplos e treine</p><p>essa identificação em diversos textos.</p><p>Coesão referencial endofórica remete-nos à palavra dentro, não é mesmo?</p><p>Esse tipo de coesão referencial ocorre quando fazemos referência a algum elemento</p><p>que se encontra dentro do texto. Muito bem. Porém, com a coesão endofórica, a</p><p>referência pode acontecer a algo mencionado anteriormente no texto – anáfora –</p><p>ou a algo mencionado</p><p>posteriormente – catáfora.</p><p>Vamos explicar melhor:</p><p>Anáfora: algo mencionado antes</p><p>Catáfora: algo mencionado depois</p><p>Vejamos exemplos para compreender na prática:</p><p>Ex. 1: Não consegui pegar o avião, pois quando cheguei ao aeroporto, ele</p><p>já havia decolado.</p><p>Ex. 2: Lá foi ele, pelos ares, meu avião.</p><p>No exemplo 1 temos a ocorrência de anáfora, não é mesmo? Veja que o</p><p>termo anafórico é ele, que se refere ao avião (elemento mencionado anteriormente).</p><p>No exemplo 2 temos a ocorrência de catáfora, pois o termo ele exerce a</p><p>função catafórica, ou seja, refere-se a um termo expresso posteriormente na frase,</p><p>ou seja: meu avião.</p><p>Veja mais exemplos:</p><p>a) Encontrei o atleta na concentração, porém não conversei com ele.</p><p>Note que, neste caso, ocorre a anáfora, pois o elemento ele relaciona-se</p><p>com o elemento anterior: o atleta.</p><p>b) Ele estava lá, na concentração, o atleta.</p><p>Neste exemplo, temos um caso de catáfora, sendo que o primeiro elemento</p><p>relaciona-se com o segundo.</p><p>Coesão recorrencial: caracteriza-se pela repetição de algum tipo de</p><p>elemento anterior que não funciona como alusão ao mesmo referente, e sim como</p><p>uma recordação de um mesmo padrão. Observe o exemplo:</p><p>A criança chorava, chorava, chorava, enquanto os colegas a olhavam</p><p>tristes.</p><p>TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>61</p><p>Note que ocorre a repetição do termo chorava.</p><p>Para complementar, podemos dizer que neste tipo de coesão pode ocorrer</p><p>a elipse. Veja:</p><p>O maior objetivo da vida não é o conhecimento, mas [...] a ação.</p><p>Percebe-se aqui que se omite a estrutura “maior objetivo da vida é”.</p><p>Vamos entender melhor o que é ELIPSE? Veja: Elipse é uma figura de</p><p>linguagem da língua portuguesa que consiste na omissão de um ou mais termos de uma</p><p>oração, sendo que estes são facilmente identificados a partir do contexto do texto.</p><p>Na classificação das figuras de linguagem, a elipse é categorizada como uma figura de</p><p>construção, com o principal objetivo de atribuir maior expressividade ao significado de</p><p>determinado texto.</p><p>O termo omitido na sentença está subentendido, sendo identificável unicamente por</p><p>causa do contexto do texto. Etimologicamente, a palavra “elipse” se originou a partir do</p><p>grego élleipsis, que pode ser traduzido como “falta” ou “defeito”.</p><p>FONTE: <https://www.significados.com.br/elipse/>. Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>NOTA</p><p>2.2 COERÊNCIA</p><p>A coerência textual é a organização lógica das ideias, havendo assim</p><p>continuidade entre as frases e/ou sequências, produzindo um sentido único para</p><p>o todo. Segundo o Dicionário Michaelis (2008), é a ligação, harmonia, conexão</p><p>ou nexo entre os fatos, ou as ideias. Na construção do texto, portanto, ela é</p><p>fundamental para que se entenda a mensagem. Para explicitar na prática, leiamos</p><p>o texto que segue, Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Nele, o autor narra a viagem</p><p>de Fabiano e sua mulher com a cadelinha Baleia, que fogem da seca no Nordeste.</p><p>Na sequência, apresentamos algumas considerações.</p><p>BALEIA</p><p>A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-</p><p>lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde as manchas</p><p>escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a</p><p>inchação dos beiços dificultavam- lhe a comida e a bebida.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>62</p><p>Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio</p><p>de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho</p><p>queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral</p><p>ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas</p><p>murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas,</p><p>semelhante a uma cauda de cascavel.</p><p>Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira,</p><p>lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a</p><p>cachorra não sofrer muito.</p><p>Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados,</p><p>que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:</p><p>- Vão bulir com a Baleia?</p><p>Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano</p><p>afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria perigo.</p><p>[...]</p><p>FONTE: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 85 [Fragmento].</p><p>Podemos perceber que o texto possui coerência, não é mesmo? Ou seja, o</p><p>texto possui um sentido único, do início ao fim ele trata da mesma temática, mas</p><p>para que um texto tenha coerência ele será permeado por elementos coesivos.</p><p>Vejamos, então, alguns elementos coesivos que auxiliaram neste texto, para a sua</p><p>coerência:</p><p>Por isso: este conectivo estabelece uma relação de causa e consequência: a</p><p>aparência da boca da Baleia era tal que, consequentemente, Fabiano pensou que</p><p>ela estivesse com hidrofobia.</p><p>Mas: esta conjunção introduz uma situação contrária à tentativa de</p><p>Fabiano salvar a Baleia.</p><p>Então: esta palavra expressa a ideia de causa e consequência, sendo que</p><p>Baleia não melhora, continua muito mal.</p><p>La: este pronome (a na forma la), substitui a palavra Baleia.</p><p>Podemos perceber, então, a importância que tais elementos adquirem na</p><p>construção do texto: sem eles a mensagem ficaria prejudicada. Assim, podemos</p><p>afirmar que um texto, para ser coerente, precisa de coesão.</p><p>TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>63</p><p>Acadêmico, leia o texto a seguir e reflita se o trecho possui coerência:</p><p>“Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este</p><p>deve ter ideais muito elevados, Esses ideais se concretizarão durante a vigência</p><p>do seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos” (VIANA et al.,</p><p>1998, p. 28).</p><p>Reflita sobre o texto! Falta coesão a ele? Você deve ter pensado que não,</p><p>pois o texto possui elementos coesivos que ligam perfeitamente as frases umas às</p><p>outras, não é mesmo? Será que ele possui coerência? Vamos retomar o conceito de</p><p>coerência que elencamos anteriormente: sentido único/trata da mesma temática</p><p>do início ao fim do texto.</p><p>Então, podemos dizer que o trecho apresentado não é coerente, pois</p><p>não conseguimos elencar um assunto ou tema únicos, não é mesmo? Trata do</p><p>presidente? Dos problemas do povo? Do mandato? Podemos afirmar então que</p><p>a coesão não consegue atribuir coerência ao texto sozinha. Um texto coeso pode</p><p>não ser um texto coerente.</p><p>Sabemos que o assunto não se esgota por aqui. Por isso, acesse a sua trilha de</p><p>aprendizagem, assista aos vídeos que disponibilizamos e amplie seu estudo. Destacamos,</p><p>ainda, que o uso correto dos conectores facilita a interpretação do texto e a construção da</p><p>coerência pelo leitor.</p><p>UNI</p><p>DICAS</p><p>Caro acadêmico! Você deve habituar-se, sempre que estiver em uma situação</p><p>de escritura de qualquer modelo textual, a consultar um dicionário. Seja durante uma leitura</p><p>ou redação, como afirma Infante (1998, p. 67), “[...] consultá-lo contribui de forma decisiva para</p><p>a perfeita compreensão e expressão de ideias, opiniões e sentimentos”.</p><p>Para aprofundar os estudos, sugerimos a leitura do seguinte texto:</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>64</p><p>A REFERENCIAÇÃO/OS REFERENTES, COERÊNCIA E COESÃO</p><p>A fala e o texto escrito constituem-se não apenas numa sequência</p><p>de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma</p><p>cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um entrelaçamento</p><p>significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito.</p><p>Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada</p><p>e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas</p><p>estabelece relações de sentido e significado tanto com os elementos que a</p><p>antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual</p><p>significativa. Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo construída e</p><p>se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do</p><p>léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos que, num texto, não existem</p><p>ou não deveriam existir elementos dispensáveis. Os elementos constitutivos</p><p>vão construindo o texto, e são as articulações entre vocábulos, entre as partes</p><p>de uma oração,</p><p>entre as orações e entre os parágrafos que determinam a</p><p>referenciação, os contatos e conexões e estabelecem sentido ao todo).</p><p>Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto</p><p>coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmica</p><p>articuladora e garantem a progressão textual.</p><p>A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas</p><p>relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos</p><p>em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos</p><p>verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), na</p><p>organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras</p><p>de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as</p><p>unidades de um texto. Construída com os mecanismos gramaticais e lexicais,</p><p>confere unidade formal ao texto.</p><p>1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode dar-se pela</p><p>reiteração, pela substituição e pela associação. É garantida com o emprego</p><p>de:</p><p>• enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem tema do</p><p>texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos pode dar-se por</p><p>simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre</p><p>a simples redundância resultada da pobreza de vocabulário e o emprego</p><p>de repetições como recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As</p><p>contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro,</p><p>mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-lo.</p><p>Enganava” (Vidas Secas, p. 143);</p><p>• substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como de</p><p>palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui, além das palavras sinônimas,</p><p>TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>65</p><p>aquelas resultantes de famílias ideológicas e do campo associativo, como,</p><p>por exemplo, esvoaçar, revoar, voar;</p><p>• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido geral,</p><p>ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de sentido mais amplo</p><p>com outros de sentido mais específico, ex.: felino, gato);</p><p>• nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma de verbo</p><p>e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar,</p><p>a viagem). É preciso distinguir-se entre nominalização estrita e generalizações</p><p>(ex.: o cão < o animal) e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);</p><p>• substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O verbo fazer</p><p>em substituição ao verbo trabalhar);</p><p>• enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ex.: O curral</p><p>deserto,o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro</p><p>fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p. 11). Esse enunciado é</p><p>chamado de anáfora conceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global</p><p>a que ele se refere são retomados por outro enunciado que os resume e/</p><p>ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso</p><p>avançar, mantendo-se sua unidade.</p><p>2. À coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:</p><p>• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui</p><p>os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de</p><p>elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes</p><p>de 1ª e 2ª pessoa, que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala;</p><p>• certos advérbios e expressões adverbiais;</p><p>• artigos;</p><p>• conjunções;</p><p>• numerais;</p><p>• elipses: a elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a</p><p>palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia</p><p>que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido</p><p>e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do</p><p>termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio</p><p>enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais,</p><p>exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!)</p><p>e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não verbal. Nesse caso,</p><p>a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual);</p><p>• as concordâncias;</p><p>• a correlação entre os tempos verbais.</p><p>Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textual,</p><p>dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam,</p><p>remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes</p><p>concentram em si a significação. Referem os participantes do ato de comunicação,</p><p>o momento e o lugar da enunciação.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>66</p><p>Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: os pronomes pessoais</p><p>e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os</p><p>pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem</p><p>como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo</p><p>indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora,</p><p>hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns</p><p>dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de</p><p>(futuro).</p><p>Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam</p><p>relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre</p><p>frases e sequências de frases dentro de um texto”.</p><p>Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Muitas</p><p>vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada no</p><p>conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comunicativo</p><p>têm da língua.</p><p>FONTE: <http://professornogueira.blogspot.com/p/coesao-e-coerencia.html>.Acesso em:</p><p>7 ago. 2018.</p><p>3 PARÁGRAFO</p><p>Costumamos chamar de parágrafo o espaço em branco num trecho</p><p>escrito, que geralmente corresponde a seis ou sete caracteres de afastamento da</p><p>margem esquerda, ou seja, um recuo no início da frase. Entretanto, nosso foco é</p><p>destacar que o parágrafo é uma unidade do discurso formada por um ou mais</p><p>períodos, ou seja, é parte de uma redação. Segundo Medeiros (2004), utilizamos</p><p>o parágrafo para dividir o texto em partes menores, já que um texto possui</p><p>diferentes enfoques. As partes menores ou parágrafos de um texto auxiliam na</p><p>interpretação que faremos sobre o escrito, pois a divisão possui algumas funções,</p><p>as quais veremos adiante.</p><p>Quando se muda o parágrafo, não se muda o assunto. Este deve ser o</p><p>mesmo do princípio ao fim da redação. A abordagem, porém, pode mudar. E</p><p>é aqui que o parágrafo entra em ação. A cada novo ponto de vista, a cada nova</p><p>abordagem, haverá um novo parágrafo.</p><p>O entendimento da estrutura do parágrafo é o melhor caminho à segura</p><p>compreensão do texto. No caso de diálogos, percebemos o uso de parágrafos,</p><p>quando a abertura deste indica a mudança de interlocutor.</p><p>Agora que já sabemos quando utilizamos um parágrafo, vamos estudar</p><p>como ele está estruturado.</p><p>TÓPICO 1 | O TEXTO E SUA INTENÇÃO</p><p>67</p><p>O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (ss)</p><p>entrelaçados, iniciais das palavras latinas “signum sectionis”, que significam sinal de secção,</p><p>de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em</p><p>outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) significa</p><p>distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.</p><p>NOTA</p><p>3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO</p><p>Ao escrever não devemos iniciar sem abrir parágrafo. Uma vez aberto,</p><p>a leitura deve merecer pausa maior que a sinalizada pelo ponto final. Durante a</p><p>escrita, devemos observar com atenção o momento oportuno de abrir parágrafos,</p><p>a troca de abordagem ou ponto de vista, assim o escrito não se tornará cansativo</p><p>e desinteressante.</p><p>Você deve estar se perguntando: quando devo, efetivamente, iniciar novo</p><p>parágrafo? A resposta é que não existe uma regra que o escritor deva seguir.</p><p>A prática da escrita nos proporciona o equilíbrio nesse momento, fazendo com</p><p>que não escrevamos parágrafos compostos de frases muito curtas nem parágrafos</p><p>muito densos de informações.</p><p>Dito de outra maneira, quando concluímos a enunciação de diversos</p><p>conceitos para dar continuidade a outros relacionados ao mesmo discurso,</p><p>porém sob aspecto diverso, é que sentimos a necessidade de abertura de um novo</p><p>parágrafo.</p><p>Na escritura de um texto faz-se necessário estruturá-lo bem a partir dos</p><p>parágrafos, que podem variar de extensão de acordo com o tema que se escreve.</p><p>O parágrafo pode ser estruturado em partes bem distintas. Vamos estudá-las?</p><p>São elas:</p><p>a) Tópico frasal</p><p>O tópico frasal é a ideia núcleo que se encontra no interior do parágrafo,</p><p>pode ser denominado também como período tópico ou frase síntese. É através</p><p>deste que o escritor desenvolve o pensamento.</p><p>b) Desenvolvimento</p><p>O desenvolvimento é onde se agregam ideias secundárias ao tópico frasal.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>68</p><p>c) Conclusão</p><p>A conclusão nem sempre está presente; serve para resumir o conteúdo do</p><p>parágrafo e localiza-se ao final do mesmo.</p><p>d) Elemento relacionador</p><p>Este item poderia estar presente a partir do segundo parágrafo,</p><p>estabelecendo um encadeamento lógico entre as ideias, ou seja, serve de elo</p><p>entre o parágrafo em si e o tópico que o antecede.</p><p>Quando refletimos sobre parágrafo, estamos direta ou indiretamente</p><p>aprimorando a organização das ideias e o seu encadeamento lógico. Ao redigir um</p><p>texto, esta habilidade está sempre em prática, fazendo com que esta capacidade</p><p>seja cada vez mais aperfeiçoada.</p><p>O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis por indicar</p><p>os parágrafos únicos.</p><p>Exemplo: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação</p><p>do disposto no § 4º (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).</p><p>UNI</p><p>69</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• Todo texto tem uma intenção.</p><p>• Devemos organizar a linguagem, seja ela escrita ou oral, de acordo com a</p><p>situação comunicativa.</p><p>• Um texto tem coesão quando há concatenação entre seus vários elementos.</p><p>• Coerência é a organização lógica das ideias, sentido único.</p><p>• A coerência é fundamental para o entendimento do texto.</p><p>• O parágrafo é parte de uma redação.</p><p>• Na escrita, o parágrafo é um espaço em branco no início da linha.</p><p>• Quando iniciamos um novo parágrafo mudamos o enfoque do texto.</p><p>• A prática da escrita nos proporciona a compreensão sobre quando iniciar novo</p><p>parágrafo.</p><p>• O símbolo do parágrafo é representado por “§”, que equivale a dois esses (SS)</p><p>entrelaçados.</p><p>70</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Todo texto escrito ou falado, como vimos, possui uma intenção. Escreva</p><p>qual a intenção ou intenções do texto abaixo.</p><p>QUEM TEM MEDO DO ABSINTO</p><p>Em outras eras, o absinto era considerado um demônio verde das</p><p>artes, capaz de levar ao delírio escritores e artistas em geral, mas sabe qual</p><p>é a base do absinto? Pois é losna, aquela mesma das nossas melhores hortas.</p><p>Claro que, para chegar ao absinto de antigamente, a nossa boa e velha losna,</p><p>na espécie chamada Artemísia absinthum, tinha que passar por misturas e</p><p>formulações com outras ervas. O resultado era uma bebida de altíssimo</p><p>teor alcoólico, chegando a uns incendiários 75 graus. Tudo isso para dizer</p><p>que a Dubar elaborou e está lançando no Brasil um aperitivo de absinto, o</p><p>Lautrec, igualmente expressivo, mas bem mais maneiro (53,5 graus) que o seu</p><p>controvertido avô. Na nova composição, os vegetais aromáticos que se unem à</p><p>nossa losna passam por uma destilação cuidadosa e, posteriormente, por uma</p><p>retificação dos elementos indesejáveis. No mais, é o lendário, carregado de</p><p>história e de um verde sonhador.</p><p>FONTE: ÍCARO, abril de 2011. Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/redacao/o-</p><p>texto-e-sua-intencao.html>. Acesso em: 30 maio 2017.</p><p>2 Sobre os mecanismos de coesão estudados, aprendemos que eles servem</p><p>para apresentar uma leitura mais clara e eficiente. Sendo assim, encontre</p><p>sinônimos para substituir a expressão “O papa João Paulo II”.</p><p>TEXTO</p><p>O papa João Paulo II disse ontem, dia de seu 77º aniversário, que seu</p><p>desejo é “ser melhor”. ______ reuniu-se na igreja romana de Ant’Attanasio com</p><p>um grupo de crianças, sendo que uma delas disse: “No dia do meu aniversário</p><p>minha mãe sempre pergunta o que eu quero. E você, o que quer?” __________</p><p>respondeu: “Ser melhor”. Outro menino perguntou a __________ que presente</p><p>gostaria de ganhar neste dia especial. “A presença das crianças me basta”,</p><p>respondeu __________. Em seus aniversários, __________ costuma compartilhar</p><p>um grande bolo, preparado por irmã Germana, sua cozinheira polonesa, com</p><p>seus maiores amigos, mas não sopra as velinhas, pois este gesto não faz parte das</p><p>tradições de seu país, a Polônia. Os convidados mais frequentes a compartilhar</p><p>nesse dia a mesa com __________ no Vaticano são o cardeal polonês André</p><p>Marie Deskur e o engenheiro Jerzy Kluger, um amigo judeu polonês de colégio.</p><p>Com a chegada da primavera, __________ parece mais disposto. __________</p><p>deve visitar o Brasil na primeira quinzena de outubro.</p><p>FONTE: <http://hmg.pucrs.br/gpt/coesao.php>. Acesso em: 30 maio 2017.</p><p>71</p><p>3 Com base nos conhecimentos sobre coerência e coesão, que você estudou</p><p>nesta unidade de ensino, leia o texto a seguir e em seguida assinale V para</p><p>verdadeiro e F para falso, sobre as proposições elencadas para o texto lido:</p><p>Ulysses era impressionante sob vários aspectos, o primeiro e mais</p><p>óbvio dos quais era a própria figura. Contemplado de perto, cara a cara, ele</p><p>tinha a oferecer o contraste entre as longas pálpebras, que subiam e desciam</p><p>como pesadas cortinas de ferro, e os olhos claríssimos, de um azul leve como</p><p>o ar. As pálpebras anunciavam profundezas insondáveis. Quando ele as abria,</p><p>parecia estar chegando de regiões inacessíveis, a região dentro de si onde</p><p>guardava sua força.</p><p>FONTE: <http://professor-joseantonio.blogspot.com/2012/05/coesao-e-coerencia.html>.</p><p>Acesso em: 7 ago. 2018.</p><p>( ) O texto possui coerência, mas não possui coesão.</p><p>( ) Trata-se de um trecho de reportagem, o qual gira em torno de Ulysses</p><p>Guimarães.</p><p>( ) Faz descrição precisa desse político brasileiro com frases bem amarradas.</p><p>( ) Retomada direta ou indireta do nome de Ulysses, que dá estabilidade ao</p><p>texto.</p><p>Agora, assinale a alternativa correta:</p><p>a) ( ) F – V – V – V.</p><p>b) ( ) F – V – F – V.</p><p>c) ( ) F – F – V – V.</p><p>d) ( ) V – V – V – F.</p><p>4 Ainda baseando-se no texto da questão anterior, recorde os conhecimentos</p><p>adquiridos que versam sobre coesão. Sabemos que a coesão é um processo</p><p>de união das frases de modo a estabelecer uma estrutura sólida do texto.</p><p>Com base nesses apontamentos e no texto anterior, analise as</p><p>afirmativas a seguir:</p><p>I- Na primeira frase, vários aspectos projetam o texto para adiante.</p><p>II- Na segunda frase, o pronome relativo que retoma o termo as longas</p><p>pálpebras.</p><p>III- Na última frase, o sujeito ele (quando ele as abria) refere-se às pálpebras.</p><p>IV- Na última frase, o pronome relativo onde mantém o elo coesivo com a</p><p>região dentro de si.</p><p>Agora, assinale a alternativa correta:</p><p>a) ( ) Os itens I e II estão corretos.</p><p>b) ( ) Os itens II e IV estão corretos.</p><p>c) ( ) Apenas o item IV está incorreto.</p><p>d) ( ) Os itens I, II e IV estão corretos.</p><p>72</p><p>73</p><p>TÓPICO 2</p><p>OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Antes de partirmos para a caracterização dos textos, é importante saber o</p><p>que significa a palavra texto, não é mesmo? Você, acadêmico, consegue conceituá-</p><p>la? Uma análise etimológica é bastante esclarecedora. A palavra texto provém do</p><p>latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”.</p><p>Dito em outras palavras, um texto se desenvolve linearmente, pois a cada</p><p>parte agrega-se outra relacionando o que já foi dito com o que ainda se pretende</p><p>dizer. Segundo Koch (2008, p. 201-213):</p><p>O processamento de um texto, portanto, depende não só de</p><p>características textuais, como também de características sociocognitivas</p><p>dos usuários da língua. Ele pressupõe um conjunto de atividades do</p><p>ouvinte/leitor, de modo que se caracteriza como um processo ativo</p><p>e contínuo</p><p>de construção de sentidos, que se realiza na interação</p><p>entre os interlocutores. Dentro dessa concepção, considera-se o texto</p><p>o próprio lugar da interação e os interlocutores como sujeitos ativos</p><p>que – dialogicamente – nele se constroem e por ele são construídos.</p><p>A produção de linguagem constitui atividade cognitivo-interativa</p><p>altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza,</p><p>evidentemente, com base nos elementos linguísticos presentes na</p><p>superfície textual e na sua forma de organização, mas que requer não</p><p>apenas a mobilização de um vasto conjunto de saberes, como também,</p><p>sobretudo, a sua reconstrução no momento da interação verbal.</p><p>Para nós, no momento, basta termos em mente que a palavra texto deriva</p><p>da ação de tecer ou de entrelaçar algumas partes com a finalidade de tornar um</p><p>todo coeso e coerente. Partimos, então, para as características textuais.</p><p>2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS</p><p>Vimos que, ao escrevermos um texto, este sempre possui uma intenção.</p><p>Para conseguirmos transmitir a mensagem de maneira correta, faz-se necessário</p><p>que sigamos alguns passos de modo a caracterizar os textos.</p><p>A seguir, apresentamos um quadro no qual é possível perceber diferenças</p><p>marcantes entre os textos – modo descritivo, narrativo e dissertativo –.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>74</p><p>QUADRO 1 – SEQUÊNCIAS TEXTUAIS</p><p>MODO DESCRITIVO NARRATIVO DISSERTATIVO</p><p>Agente Observador Narrador Argumentador</p><p>Conteúdo Seres, objetos,</p><p>cenas, processos</p><p>Ações ou</p><p>sentimentos</p><p>Opiniões,</p><p>argumentos</p><p>Tempo Momento único Sucessão Ausência</p><p>Objetivo Identificar Relatar Discutir, informar</p><p>ou expor</p><p>Classes de</p><p>palavras</p><p>Substantivos e</p><p>adjetivos</p><p>Verbos, advérbios</p><p>e conjunções</p><p>temporais</p><p>Conectores</p><p>Tempos verbais Presente ou imperfeito</p><p>do indicativo</p><p>Presente ou perfeito</p><p>do indicativo</p><p>Presente do</p><p>indicativo</p><p>FONTE: CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2001, p. 29.</p><p>Marcuschi (2007) adota a terminologia tipologia textual, isto é, segundo</p><p>esse autor, narração, descrição, argumentação, injunção e exposição são tipologias textuais.</p><p>UNI</p><p>Vale lembrar que dificilmente um texto pertencerá exclusivamente a</p><p>um modo de organização, ou seja, um texto raramente será somente descritivo,</p><p>dissertativo ou narrativo. Geralmente sua classificação ocorre levando em conta</p><p>a predominância de sequências de um tipo sobre as demais.</p><p>A seguir, veremos como se desenvolvem os textos narrativos. Este</p><p>momento de seu estudo é muito importante, pois o conhecimento das sequências</p><p>textuais o auxiliará na interpretação dos diversos modelos textuais.</p><p>3 A NARRAÇÃO</p><p>Diariamente ouvimos, contamos, lemos ou redigimos histórias, não é</p><p>mesmo? Algumas pessoas com mais frequência, outras com menos, porém,</p><p>podemos dizer que todos saberiam contar, recontar ou inventar uma história.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>75</p><p>O contato com histórias auxilia no desenvolvimento da nossa imaginação.</p><p>Por meio delas podemos inventar, criar e nessa produção acabamos por buscar</p><p>palavras para exprimir o que pretendemos, resultando em aprimoramento da</p><p>fala e da escrita, do vocabulário e da comunicação.</p><p>Reveja o quadro que ilustramos na página anterior e vamos retomar</p><p>algumas informações importantes sobre a narração. Como já mencionamos, um</p><p>texto dificilmente pertence a apenas um modo de organização; para reconhecer</p><p>os elementos de uma narração, devemos atentar, por exemplo, para o uso das</p><p>classes de palavras. Nos textos narrativos prevalecerão os verbos, advérbios</p><p>e as conjunções temporais, bem como o objetivo central é narrar, relatar um</p><p>acontecimento. Antes de entrarmos mais detidamente nas particularidades das</p><p>narrativas, leia o texto que segue de Samira Nahid de Mesquita (1986. p. 7-8). Leia</p><p>com atenção e estabeleça uma tentativa de reconhecer as características narrativas</p><p>do texto.</p><p>CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS</p><p>Contar e ouvir histórias são atividades das mais antigas do homem.</p><p>Pessoas de todas as condições socioculturais têm o prazer de ouvir e de contar</p><p>histórias. Um romancista e ensaísta inglês, E. M. Forster, chama esta atividade</p><p>de atávica, isto é, transmitida desde a idade mais remota da humanidade,</p><p>ligada aos rituais pré-históricos do Homem de Neanderthal, força de vida e</p><p>de morte, conforme sua capacidade de manter acordados ou de adormecer os</p><p>membros de um grupo, nas noites dos primeiros dias... O mesmo autor cita</p><p>ainda a protagonista de As Mil e Uma Noites, Xerazade, que se salvou da morte</p><p>contando histórias que, a cada noite, eram interrompidas em momentos de</p><p>calculado suspense, a fim de motivar a curiosidade do sultão. Interessamo-</p><p>nos intensamente pelo desenrolar de uma história bem contada. (Estão aí as</p><p>novelas de TV, impondo a milhares de pessoas em todo o país, e até no exterior,</p><p>um tipo massificante de lazer, num horário igualmente imposto).</p><p>Todas as atividades que o inventar/narrar, ouvir/ler histórias envolvem</p><p>podem ser associadas também à natureza lúdica do homem. O jogo é uma</p><p>atividade muito presente em todas as situações do homem em sociedade. Sob</p><p>as mais diversas formas, o fenômeno lúdico mantém um significado essencial.</p><p>É um recorte na vida cotidiana, tem função compensatória, substitui os objetos</p><p>de conflito por objetos de prazer, obedece a regras, tem sentido simbólico,</p><p>de representação. Como a realização, supõe agenciamentos, manipulações,</p><p>mecanismos, movimentos, estratégias. Construir um enredo é começar um</p><p>jogo. O narrador é um jogador, e forma, com o leitor e o próprio texto, o que</p><p>pode chamar uma comunidade lúdica. No ritual de se pegar um livro para ler</p><p>ou de sentar à volta ou diante de um narrador, uma tela de cinema ou de TV,</p><p>para ler/ver/ouvir, contar-se uma história, desenrolar-se um enredo, tal como</p><p>no exercício do jogo, há a busca do prazer, há tensão, competição, há a máscara,</p><p>a simulação, pode haver até a vertigem.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>76</p><p>A partir da leitura do texto de Mesquita (1986), evidencia-se a importância</p><p>de ler, ouvir ou contar uma história. Veja, acadêmico, que demarcamos alguns</p><p>verbos do texto em negrito, para que você possa refletir sobre as características</p><p>desse modo de organização textual. Para que o narrador relate as ações e/ou</p><p>sentimentos, ele se vale da classe de palavras VERBO, que vamos aprofundar na</p><p>próxima unidade, bem como percebemos que há uma sucessão de acontecimentos,</p><p>de acordo com a progressão da história. Vamos nos deter agora na redação desses</p><p>textos. O fato de escrever uma narração nos obriga a assumir uma determinada</p><p>sequência a fim de que o texto adquira essa estrutura.</p><p>Assim, podemos afirmar que o texto narrativo é composto por:</p><p>apresentação, complicação, clímax e desfecho. Vamos conceituar cada parte para</p><p>que você compreenda melhor:</p><p>Apresentação: nesse momento identificam-se os personagens, lugares e</p><p>momentos da história. Complicação: momento em que se iniciam as ações, dando</p><p>origem às transformações dos fatos iniciais, podendo acontecer em um ou mais</p><p>episódios ou parágrafos.</p><p>Clímax: este é o momento em que a narrativa exige um desfecho, pois</p><p>a história atinge um momento de tensão onde é inevitável a resolução dos</p><p>fatos.</p><p>Desfecho: nesta parte, apresenta-se a solução dos conflitos gerados pelos</p><p>personagens, reestabelecendo assim o equilíbrio.</p><p>Além dessa estrutura, a narrativa elucida alguns acontecimentos, tais</p><p>como:</p><p>O QUÊ? - fato(s) que determina(m) a história;</p><p>QUEM? - a personagem ou personagens;</p><p>COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;</p><p>ONDE? - o lugar da ocorrência;</p><p>QUANDO? - o momento em que se passam os fatos;</p><p>POR QUÊ? - a causa do acontecimento.</p><p>Vamos exemplificar como essa estrutura e informações se organizam na</p><p>prática, com o texto narrativo “Tragédia brasileira”, de Manoel Bandeira:</p><p>Tragédia brasileira</p><p>Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.</p><p>Conheceu Maria Elvira na Lapa, – prostituída com sífilis, dermite nos</p><p>dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.</p><p>Misael tirou Maria Elvira</p><p>22</p><p>3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................................. 24</p><p>3.1 EMISSOR ........................................................................................................................................... 24</p><p>3.2 RECEPTOR ....................................................................................................................................... 25</p><p>3.3 MENSAGEM .................................................................................................................................... 25</p><p>3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 25</p><p>3.5 CÓDIGO ............................................................................................................................................ 25</p><p>3.6 REFERENTE ..................................................................................................................................... 26</p><p>4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ ......................................................................... 27</p><p>4.1 REDUNDÂNCIA ............................................................................................................................ 28</p><p>4.2 RUÍDO ............................................................................................................................................... 29</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 32</p><p>TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES .................................................... 33</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33</p><p>2 NÍVEIS DE LINGUAGEM ................................................................................................................. 33</p><p>2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL ........................................................................................................ 34</p><p>2.2 NÍVEL INFORMAL ......................................................................................................................... 34</p><p>2.3 USO ADEQUADO DA LÍNGUA ÀS SITUÇÕES DE COMUNICAÇÃO ............................... 38</p><p>2.4 GÍRIAS ............................................................................................................................................... 38</p><p>3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO ............................................................. 39</p><p>4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES ................................................................................................ 41</p><p>4.1 FUNÇÃO EMOTIVA ...................................................................................................................... 42</p><p>4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL .............................................................................................................. 44</p><p>4.3 FUNÇÃO APELATIVA ................................................................................................................... 44</p><p>sumário</p><p>VIII</p><p>4.4 FUNÇÃO FÁTICA ........................................................................................................................... 46</p><p>4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA .................................................................................................... 47</p><p>4.6 FUNÇÃO POÉTICA ........................................................................................................................ 48</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 51</p><p>UNIDADE 2 – A ESTRUTURA TEXTUAL ......................................................................................... 55</p><p>TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO ....................................................................................... 57</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57</p><p>2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA ......................................................... 58</p><p>2.1 COESÃO ............................................................................................................................................ 58</p><p>2.1.1 Mecanismos de coesão ........................................................................................................... 58</p><p>2.2 COERÊNCIA .................................................................................................................................... 61</p><p>3 PARÁGRAFO ........................................................................................................................................ 66</p><p>3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO ...................................................................................... 67</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 69</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70</p><p>TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TEXTOS ................................................................................................. 73</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73</p><p>2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS ................................................................................................ 73</p><p>3 A NARRAÇÃO ...................................................................................................................................... 74</p><p>4 A DESCRIÇÃO ...................................................................................................................................... 79</p><p>5 A ARGUMENTAÇÃO .......................................................................................................................... 81</p><p>6 COESÃO E ARGUMENTAÇÃO ........................................................................................................ 82</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 86</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 87</p><p>TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS ................ 91</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91</p><p>2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ............................................................................. 92</p><p>2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A COMUNICAÇÃO INTERNA ....................... 92</p><p>3 OS MODELOS TEXTUAIS ................................................................................................................. 93</p><p>3.1 RELATÓRIOS ................................................................................................................................... 95</p><p>3.1.1 Partes do relatório ................................................................................................................... 95</p><p>3.1.2 Aplicação .................................................................................................................................. 96</p><p>3.2 ATA .................................................................................................................................................... 97</p><p>3.2.1 Escritura e modelo ..................................................................................................................</p><p>da vida, instalou-a num sobrado no Estácio,</p><p>pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>77</p><p>Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um</p><p>namorado.</p><p>Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada.</p><p>Não fez nada disso: mudou de casa.</p><p>Viveram três anos assim.</p><p>Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de</p><p>casa.</p><p>Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra,</p><p>Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói,</p><p>Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi,</p><p>Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...</p><p>Por fim, na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e</p><p>inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito</p><p>dorsal, vestida de organdi azul.</p><p>FONTE: <http://www.escritas.org/pt/t/11095/tragedia-brasileira>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Quanto à estruturação da narrativa, podemos destacar:</p><p>Apresentação: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria</p><p>Elvira, prostituta.</p><p>Complicação: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova</p><p>moradia para o casal.</p><p>Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo</p><p>comportamento desregrado de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional</p><p>de Misael.</p><p>Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.</p><p>Observe os acontecimentos da narrativa:</p><p>O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional.</p><p>Quem? Misael e Maria Elvira.</p><p>Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com</p><p>uma prostituta.</p><p>Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares.</p><p>Quando? Duração do relacionamento: três anos.</p><p>Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.</p><p>Da próxima vez em que você se deparar com um texto, observe quais desses</p><p>recursos estão presentes. Este exercício fará com que você perceba que a narrativa se</p><p>estrutura dentro de uma gama de possibilidades e estas são escolhidas pelo escritor.</p><p>Ainda sobre as narrativas, vale ressaltar que existem diferenciadas formas</p><p>de apresentar as falas dos personagens (INFANTE, 1998). Vamos conhecê-las?</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>78</p><p>Discurso direto: este tipo de discurso nos permite reproduzir diretamente</p><p>a fala dos personagens, imprimindo assim maior agilidade ao texto. Vamos</p><p>conhecer um exemplo:</p><p>FIGURA 1 – MAFALDA</p><p>Você não disse que a</p><p>gente vai para o céu</p><p>quando morre?</p><p>Disse</p><p>por que?</p><p>Porque tem uma</p><p>coisa que eu não entendo.</p><p>Por exemplo, como é</p><p>que os gordos fazem</p><p>para tomar o impulso?</p><p>Não é assim,</p><p>Miguelito! É a alma</p><p>que vai para o céu,</p><p>o corpo fica</p><p>aqui.</p><p>Como assim?...</p><p>Quer dizer que</p><p>tem que devolver</p><p>o vasilhame?</p><p>FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/04/4e/d7/044ed7da98c850c4b852522f21d6d4a9--comic-</p><p>book-cartoons.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Perceba, acadêmico, que nesta tirinha não há a presença de um narrador,</p><p>ou seja, as falas das personagens são reproduzidas diretamente.</p><p>Discurso indireto: é onde as falas dos personagens são incorporadas pelo</p><p>narrador. Observe um pequeno exemplo do romance “Vidas Secas”, de Graciliano</p><p>Ramos:</p><p>"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais</p><p>velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.”</p><p>Note que as falas das personagens não estão reproduzidas diretamente,</p><p>e sim através do narrador. Em outras palavras, podemos dizer que o narrador</p><p>conta o que a personagem diz.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>79</p><p>Discurso indireto livre: é uma maneira de unir os dois tipos já</p><p>mencionados, com a intenção de mostrar e contar os fatos ao mesmo tempo. Veja,</p><p>através de um trecho de “Vidas Secas”:</p><p>"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais</p><p>e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser</p><p>cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah!</p><p>Quem disse que não obedeciam?".</p><p>Neste exemplo, notamos a mescla entre a fala do narrador e da personagem.</p><p>4 A DESCRIÇÃO</p><p>Pode-se dizer que o ato de descrever é empregar os sentidos a fim de</p><p>captar uma realidade e exemplificá-la no texto.</p><p>Então, para elaborar um texto descritivo, faz-se necessário utilizar os</p><p>conhecimentos linguísticos na construção de imagens. Segundo Infante (1998, p.</p><p>136), “Elaborar um texto descritivo é apresentar um ser, um objeto, um recorte da</p><p>realidade a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, o objeto da descrição</p><p>deve ser observado a partir de uma determinada posição física”. Se retomarmos</p><p>o quadro em que apresentamos as características do modo descritivo, vamos</p><p>perceber claramente o que Infante nos diz, pois no texto descritivo o momento é</p><p>único e o objetivo e identificar, a partir de um ponto de vista, um ser, um objeto,</p><p>uma cena e/ou um processo, sendo que as classes de palavras que predominarão</p><p>no texto são: substantivos e adjetivos.</p><p>Leia o texto que segue de Cecília Meireles, ele servirá de exemplo sobre as</p><p>sequências descritivas.</p><p>SE EU FOSSE PINTOR...</p><p>Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de</p><p>trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas,</p><p>por onde flutua uma borboleta de cor marfim, com um pouco de ouro nas</p><p>pontas das asas.</p><p>Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos</p><p>de cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria</p><p>impossível deixar de fixá-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os</p><p>viram ou verão.</p><p>Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira,</p><p>ainda com moles folhas cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma</p><p>delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>80</p><p>destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a árvore</p><p>um ornamento vivo, entre os muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das</p><p>escadas e dos telhados em redor.</p><p>E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros</p><p>e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada</p><p>um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?</p><p>Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores</p><p>vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa,</p><p>saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente</p><p>pela lavadeira que ali os colocou.</p><p>Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e</p><p>natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito?</p><p>Mas, depois disso, aparecem várias fachadas, que se vão sobrepondo</p><p>umas às outras, dispostas entre palmeiras e arbustos vários, pela encosta do</p><p>morro. Aparecem mesmo dois ou três castelos, azuis e brancos, e um deles tem</p><p>até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu, pintor, como deixaria de</p><p>pintar tão graciosos motivos?</p><p>Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do</p><p>vale à montanha, possui uma riqueza invisível, que a distância abafa e desfaz:</p><p>por detrás dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses</p><p>castelinhos de brinquedo, há criaturas que falam, discutem, entendem-se e</p><p>não se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil</p><p>perguntas e não sei se chegam à noite com alguma resposta.</p><p>Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último</p><p>recesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse</p><p>móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento</p><p>humano?</p><p>FONTE: MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976, p. 17-18.</p><p>Percebem-se, ao final da leitura, várias sequências descritivas, não é? O</p><p>modo como foram escolhidas as palavras, estabelecida a ordem, revela que a</p><p>autora elaborou um plano para desenvolver a descrição.</p><p>No primeiro parágrafo descreve o que acontece na casa, primeiro plano.</p><p>No segundo, apresenta-nos o que acontece entre o primeiro plano e a casa fechada,</p><p>existem aves...</p><p>No terceiro parágrafo nos revela, por meio da descrição, as aves e</p><p>a vegetação existente.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>81</p><p>Perceba que o esquema segue uma dimensão que nos desvenda um olhar</p><p>do perto para o longe. Resquícios dessa descrição podem ser retirados do trecho</p><p>“as asas das borboletas”, no qual diz: “uma borboleta de cor marfim, com um</p><p>pouco de ouro nas pontas das asas”.</p><p>Você poderá continuar fazendo este exercício de observação, que ajudará</p><p>a estabelecer a sequência adotada, ou melhor, escolhida por Cecília. Além disso,</p><p>reforçará o seu entendimento sobre parágrafo estudado anteriormente. Lembre-se</p><p>de que cada parágrafo representa não a mudança de assunto, mas outro enfoque.</p><p>Pensamos que esse texto exemplifica bem a questão.</p><p>Muito raramente um texto pertencerá somente a uma sequência. No</p><p>entanto, analisamos a predominância delas durante a leitura.</p><p>5 A ARGUMENTAÇÃO</p><p>Em nosso dia a dia é muito comum termos que expor nossas opiniões ou</p><p>até mesmo convencer as pessoas sobre as diversas temáticas. Pense em várias</p><p>situações nas quais utilizamos uma linguagem argumentativa e/ou persuasiva,</p><p>seja em um relacionamento amoroso, na vida profissional, na venda de um</p><p>produto, em uma reunião de negócios e, também, ao nos relacionarmos com os</p><p>professores, vizinhos ou amigos.</p><p>Ao analisarmos por outro viés, percebemos que muitas mensagens nos</p><p>chegam através de jornais, televisão, e-mail, celular, cujo fim é conquistar a nossa</p><p>adesão, seja a uma ideia ou produto, seja para escolha de um candidato, um carro</p><p>ou mudança na maneira de conduzir nossa vida.</p><p>O texto argumentativo, no entanto, nos permite utilizar a linguagem de</p><p>modo a expressar nossas ideias, articular argumentos e conclusões. Outro aspecto</p><p>importante é conhecer o assunto a ser comunicado, pois na dissertação nosso</p><p>posicionamento crítico é fator decisivo.</p><p>Vamos conhecer mais sobre essa temática? Leia o texto que segue.</p><p>Você já refletiu sobre o poder de persuasão das pessoas? É inevitável que</p><p>tenhamos domínio do funcionamento da língua escrita para aprimorar essa habilidade.</p><p>UNI</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>82</p><p>6 COESÃO E ARGUMENTAÇÃO</p><p>O fato de o ato de escrever ser um momento em que aquele que escreve</p><p>se vê sozinho frente ao papel, tendo em mente apenas uma imagem de um</p><p>possível interlocutor, faz com que haja necessidade de uma maior preocupação</p><p>em relação à coesão. Em geral, o aluno não sabe até que ponto deve explicitar o</p><p>que tenta dizer para que se faça compreender.</p><p>Entretanto, o “fazer-se compreender” é um ponto central em qualquer</p><p>texto escrito; a coesão deve colaborar nesse sentido, facilitando o estabelecimento</p><p>de uma relação entre os interlocutores do texto. O que se busca não é um texto</p><p>fechado em si mesmo, impenetrável a qualquer leitura, e sim algo que possa</p><p>servir como veículo de interação entre os interlocutores.</p><p>Há ainda mais uma questão em que se deve pensar na consideração das</p><p>especificidades da modalidade escrita – a argumentação. É através dela que o</p><p>locutor defende seu ponto de vista. A argumentação contribui na criação de</p><p>um jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele discute</p><p>com este, procurando mostrar-lhe que tipo de ideias o levou a determinado</p><p>posicionamento. Dito de outra maneira, ao escrever um texto, o locutor</p><p>estabelece relações a partir do tema a que se propôs discutir e tira conclusões,</p><p>procurando convencer o receptor ou conseguir adesão ao texto.</p><p>Não se pode traçar uma distinção absoluta entre coesão e argumentação:</p><p>a coesão garante a existência de uma relação entre as partes do texto que</p><p>tomadas como um todo devem constituir um ato de argumentação. As duas</p><p>noções contribuem para a constituição de um conjunto significativo capaz de</p><p>estabelecer uma relação entre o sujeito que escreve e seu virtual interlocutor.</p><p>É próprio da linguagem seu caráter de interlocução. A escrita não foge</p><p>a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. O</p><p>texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto um agente,</p><p>um sujeito daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao</p><p>seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados,</p><p>acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor.</p><p>FONTE: DURIGAN, Regina H. de Almeida et al. A dissertação no vestibular. In: A magia da mudança</p><p>-vestibular Unicamp: língua e literatura. Campinas: Unicamp, 1987, p. 14-15.</p><p>Agora, vamos conhecer a estrutura de um texto argumentativo? Como</p><p>já foi dito, a argumentação requer do escritor o seu posicionamento crítico.</p><p>Além disso, é preciso conhecimento sobre o assunto. Adequar a linguagem aos</p><p>interlocutores também é muito importante, pois queremos ser compreendidos.</p><p>Sobre a estrutura, podemos afirmar que existe uma maneira muito usada</p><p>para a organização desses textos. Basicamente, precisamos dispor as informações</p><p>que obtemos em três momentos: introdução, desenvolvimento e conclusão.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>83</p><p>Introdução: é o momento de apresentar de maneira clara o assunto que</p><p>se pretende abordar. Ela deve atuar como um roteiro, que norteará o leitor para</p><p>o desenvolvimento da temática. Uma introdução bem construída ajuda quem</p><p>escreve a controlar a coesão e a coerência do texto.</p><p>Desenvolvimento: como o nome diz, nessa parte do texto é que se</p><p>desenvolve o assunto apresentado na introdução. Faz-se necessário ampliar a</p><p>explicação retomando o que foi explicitado de forma sucinta na introdução.</p><p>Conclusão: é a parte que finaliza o texto. Dessa forma, deve conter um</p><p>resumo de tudo que foi dito, de modo a reafirmar seu posicionamento. Poderá</p><p>também trazer propostas de ações sobre o tema discutido.</p><p>Com base nessas informações, vamos verificar na prática, por meio de um</p><p>exemplo, como essa estrutura se organiza. Leia o texto que segue:</p><p>Considerações sobre justiça e equidade</p><p>Luís Alberto Thompson Flores Lenz</p><p>1. Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a acadêmico nacional, a</p><p>ideia de que o julgador, ao apreciar os caos concretos que são apresentados</p><p>perante os tribunais, deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça</p><p>e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar,</p><p>sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos a sua apreciação.</p><p>2. Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reiterado, na</p><p>atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem</p><p>ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas</p><p>legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional.</p><p>3. Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal aos insignes juízes</p><p>que se filiam a esta corrente, alguns dos quais reconhecidos como dos mais</p><p>brilhantes do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações</p><p>sobre os perigos da generalização desse entendimento.</p><p>4. Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos arts. 126 e 127</p><p>do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e</p><p>da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de</p><p>democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.</p><p>5. Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insuperável José Alberto</p><p>dos Reis, o maior processualista português, ao afirmar que: "O magistrado</p><p>não pode sobrepor os seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados</p><p>na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, não o</p><p>pode fazer mesmo quando o caso é omisso".</p><p>6. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de</p><p>legalidade ou garantia de soberania popular proveniente dos parlamentos,</p><p>até porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa</p><p>situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de</p><p>legislador.</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>84</p><p>7. A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institucionalizada a</p><p>insegurança social, sendo que não haveria</p><p>mais qualquer garantia, na medida</p><p>em que tudo estaria ao sabor dos humores e amores do juiz de plantão.</p><p>8. De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes indicados pelo</p><p>povo não poderiam se valer de sua maior atribuição, ou seja, a prerrogativa</p><p>de editar as leis.</p><p>9. Desapareceriam também os juízes de conveniência e oportunidade política</p><p>típicos dessas casas legislativas, na medida em que sempre poderiam ser</p><p>afastados por uma esfera revisora excepcional.</p><p>10. A própria independência do parlamento sucumbiria integralmente frente</p><p>à possibilidade de inobservância e desconsideração de suas deliberações.</p><p>11. Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nossa civilização.</p><p>12. Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fiscalizar a</p><p>constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais poderes do Estado,</p><p>praticamente aniquilaria as atribuições destes, ditando a eles, a todo</p><p>momento, como proceder.</p><p>13. Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto dessa concepção.</p><p>14. Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem sombra de</p><p>dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito de justiça, incorrendo</p><p>inclusive numa contradictio in adjecto.</p><p>15. Isto porque, e como magistralmente o salientou o insuperável Calamandrei,</p><p>"a justiça que o juiz administra é, no sistema da legalidade, a justiça em</p><p>sentido jurídico, isto é, no sentido mais apertado, mas menos incerto,</p><p>da conformidade com o direito constituído, independentemente da</p><p>correspondente com a justiça social".</p><p>16. Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concretos de</p><p>efetivação da Justiça social compete, fundamentalmente, ao Legislativo e</p><p>ao Executivo, eis que seus membros são indicados diretamente pelo povo.</p><p>17. Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, adequando o</p><p>proceder daqueles aos ditames da Constituição e da Legislação.</p><p>FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/9736761>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Ao ler o texto, percebemos que no primeiro parágrafo é apresentada a</p><p>ideia, ou seja, o assunto que será desenvolvido no decorrer dos parágrafos. Na</p><p>continuação do texto há a explicitação da temática com base em argumentos e</p><p>dados que o autor utiliza no intuito de expor a sua opinião e convencer o leitor.</p><p>No decorrer da leitura, acadêmico, você notou que nos dois últimos parágrafos o</p><p>autor retoma as afirmações já realizadas e conclui a sua argumentação.</p><p>Além disso, você observou que cada parte de um texto relaciona-se com</p><p>as demais, ou retomando ou preparando para o que é ou foi dito? Tecemos um</p><p>texto à medida que acrescentamos ao que foi dito o que ainda temos por dizer. No</p><p>momento de redigir um texto, há que se considerar aquele para quem escrevemos</p><p>e quais são nossos objetivos com o texto. Dessa maneira, adequamos a linguagem</p><p>à situação e nos fazemos entender, atingindo assim nosso propósito.</p><p>TÓPICO 2 | OS DIVERSOS TEXTOS</p><p>85</p><p>A persuasão é utilizada pela propaganda, que visa convencer o consumidor</p><p>sobre o que pretende vender. Busca-se empregar a linguagem de maneira inteligente com a</p><p>finalidade de chamar a atenção do interlocutor. Nos textos publicitários, outra ferramenta está</p><p>presente: é a ambiguidade. Você sabe o que ela significa?</p><p>Estudaremos na próxima unidade!</p><p>UNI</p><p>86</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• A palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento”.</p><p>• O texto desenvolve-se de maneira linear.</p><p>• A classificação de um texto se faz através da predominância de uma das</p><p>características com relação às demais.</p><p>• Na narrativa o tempo é marcado pela sucessão dos fatos. O agente é o narrador.</p><p>• Na descrição o tempo é um momento único. O agente é observador.</p><p>• Na argumentação não há marcação do tempo. O agente é argumentador.</p><p>• Apresentação, complicação, clímax e desfecho são partes estruturantes da</p><p>narrativa.</p><p>• Nos textos argumentativos a ideia central é a argumentação/persuasão.</p><p>• Adequar a linguagem aos interlocutores é muito importante, pois esse cuidado</p><p>auxilia a compreensão.</p><p>• A argumentação é que nos permite utilizar a linguagem de modo a expressar</p><p>nossas ideias, articular argumentos e conclusões.</p><p>• Descrever é empregar os sentidos a fim de captar uma realidade e exemplificá-</p><p>la no texto.</p><p>• Discurso direto: é reproduzir diretamente a fala dos personagens.</p><p>• Discurso indireto: é quando o narrador adapta as falas das personagens.</p><p>• Discurso indireto livre: é a intenção de mostrar e contar os fatos ao mesmo</p><p>tempo.</p><p>• A persuasão é muito utilizada nos textos publicitários.</p><p>87</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Classifique as sequências textuais predominantes nos textos abaixo em</p><p>sequência descritiva (SD), sequência narrativa (SN) ou sequência dissertativa</p><p>(SDI):</p><p>a) ( ) Uma vez, dois homens saíram na Semana Santa para caçar tatu.</p><p>Quando eles estavam cavando o buraco, o tatu saiu para fora e falou para</p><p>eles: - Isso tudo é vontade de comer carne? (Antonio Henrique Weitzel)</p><p>b) ( ) A aventura pode ser louca, mas o aventureiro tem que ser lúcido!</p><p>(Chesterton)</p><p>c) ( ) De repente entrou aquele bruto crioulo. Tinha quase dois metros de</p><p>altura, era forte como um touro, e caminhava no mais autêntico estilo da</p><p>malandragem carioca. Ladeado por duas mulheres imobilizadas por uma</p><p>chave de braço cada uma, caminhou calmamente até o centro da sala,</p><p>enquanto as duas faziam o maior banzé, sem que</p><p>ele tomasse o menor conhecimento.</p><p>d) ( ) Um homem estava contando que tinha ido pescar no Rio Paraibuna e</p><p>matou uma traíra tão grande que quase não coube dentro do barco. Aí o</p><p>outro falou:</p><p>- Na minha fazenda tem um tacho tão grande que quando alguém, que está</p><p>mexendo o tacho, fala, do outro lado nem dá para escutar.</p><p>Aí o pescador perguntou:</p><p>- Mas, para que serve um tacho tão grande assim?</p><p>O homem respondeu:</p><p>- É para fritar a traíra que você pescou!</p><p>e) ( ) Só há dois minutos importantes no destino de um homem: o minuto em</p><p>que nasce e aquele em que morre. O resto são horas perdidas na vida.</p><p>f) ( ) É necessário que se ensine às crianças o que seja moral; contudo, é</p><p>dispensável que lhes ensine o que seja imoral.</p><p>2 Ainda sobre os textos narrativos, descritivos e argumentativos, leia o texto</p><p>de Rubem Braga, no intuito de reconhecer qual tipologia prevalece:</p><p>88</p><p>A outra noite</p><p>Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento</p><p>sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei</p><p>um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das</p><p>nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam</p><p>a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma</p><p>paisagem irreal.</p><p>Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal</p><p>fechado para voltar-se para mim:</p><p>- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem</p><p>mesmo luar lá em cima?</p><p>Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia</p><p>uma outra – pura, perfeita e linda.</p><p>- Mas, que coisa...</p><p>Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de</p><p>chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser</p><p>aviador ou pensava em outra coisa.</p><p>- Ora, sim senhor...</p><p>E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um</p><p>“muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse</p><p>feito um presente de rei.</p><p>Rubem Braga</p><p>FONTE: <http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/09/sessao-leitura-outra-noite-</p><p>rubem-braga.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Com base nas principais características do texto lido, podemos dizer</p><p>que predomina(m) a(s):</p><p>a) ( ) Narração.</p><p>b) ( ) Narração e Descrição.</p><p>c) ( ) Argumentação.</p><p>d) ( ) Descrição.</p><p>e) ( ) Argumentação e Narração.</p><p>3 Leia o texto a seguir, ele é predominantemente descritivo, mas apresenta</p><p>algumas sequências narrativas.</p><p>De súbito, surgiu no pátio, dum corredor escuro, um cão. Um cão</p><p>trivial e sorna, que arrastava atrás de si uma velha lata vazia,</p><p>de marmelada,</p><p>amarrada por mão gaiata a sua cauda. E sobre a lata vinha a metade de um</p><p>tijolo. [...] Por toda a área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta.</p><p>Pelas lajes a folha entrebatida, monótona, arrastava-se, levando o tijolo. [...]</p><p>89</p><p>Passeava pelos cantos; tornava ao Sol; estirava-se; em três patas, coçava o ventre;</p><p>prosseguia; farejava; volvia aos mesmos pontos, a cauda estirada, o tijolo atrás,</p><p>sobre a lata, chiando. Por fim, encontrou um velho osso, voltou ao Sol, estirou-</p><p>se sobre o ventre, a roer a presa, com pachorra.</p><p>FONTE: VAZ, Leo. In: CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. São Paulo:</p><p>Moderna, 2001, p. 31.</p><p>Assinale a alternativa que contém todas as sequências narrativas do</p><p>texto:</p><p>a) ( ) Passeava pelos cantos; tornava ao Sol; estirava-se; em três patas, coçava</p><p>o ventre; prosseguia; farejava; volvia aos mesmos pontos, a cauda estirada, o</p><p>tijolo atrás, sobre a lata, chiando.</p><p>b) ( ) Por toda a área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta./</p><p>Pelas lajes a folha entrebatida, monótona, arrastava-se, levando o tijolo.</p><p>c) ( ) Por fim, encontrou um velho osso, voltou ao Sol, estirou-se sobre o</p><p>ventre, a roer a presa, com pachorra.</p><p>d) ( ) De súbito, surgiu no pátio, dum corredor escuro, um cão./Por toda a</p><p>área vagueou o cachorro, arrastando a carga barulhenta./Por fim, encontrou</p><p>um velho osso, voltou ao Sol, estirou-se sobre o ventre, a roer a presa, com</p><p>pachorra.</p><p>e) ( ) E sobre a lata vinha a metade de um tijolo. [...]/Por toda a área vagueou</p><p>o cachorro, arrastando a carga barulhenta.</p><p>90</p><p>91</p><p>TÓPICO 3</p><p>O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA,</p><p>INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>As habilidades de leitura e escrita são muito mais que uma necessidade.</p><p>Saber ler e interpretar diferentes textos em diferentes linguagens, avaliar</p><p>e comentar informações ou ideias, além de estabelecer relações e formular</p><p>perguntas, são competências primordiais básicas para que uma organização</p><p>empresarial ou para que qualquer instituição possa oferecer ao seu público o</p><p>retorno e/ou atendimento que merecem.</p><p>Neste sentido, caro acadêmico, queremos dizer que conseguir dominar a</p><p>leitura e a escrita num determinado campo não significa saber ler e escrever em</p><p>outro. A compreensão dos textos nas diversas áreas depende necessariamente</p><p>do conhecimento anterior que o receptor tem sobre o assunto e da familiaridade</p><p>que tiver construído com a leitura de textos de diferentes gêneros. Para ilustrar a</p><p>importância dos gêneros textuais, Bakhtin (1988, p. 71) explica:</p><p>Gêneros são tipos de enunciados relativamente estáveis e normativos,</p><p>que se constituem historicamente, elaborados pelas esferas de utilização</p><p>da língua. Esses enunciados se relacionam diretamente a diferentes</p><p>situações sociais, que geram, por sua vez, um determinado gênero com</p><p>características temáticas, composicionais e estilísticas próprias.</p><p>Nesta linha de raciocínio, aliadas à leitura, estão a compreensão e a</p><p>interpretação dos gêneros textuais. À medida que eles focalizam discussões</p><p>para determinadas estratégias de escrita, ampliam o conhecimento linguístico e</p><p>também o textual.</p><p>Diante disso, conforme Geraldi (2001), produzir esquemas, sínteses que</p><p>norteiem o processo de compreensão dos textos, bem como criar roteiros que</p><p>indiquem os objetivos e expectativas que cercam o texto que se espera produzir</p><p>não pode mais ser uma tarefa alheia ao seu dia a dia no trabalho.</p><p>Caro acadêmico, diante dessa reflexão, a partir de hoje, preste atenção na</p><p>hora da leitura e da escritura de um texto. Ter uma boa escrita e ainda conseguir</p><p>ler e entender textos ou documentos é um diferencial positivo na sua área de</p><p>atuação. Convido você a ler e aprender mais sobre este interessante assunto.</p><p>Continue atento!</p><p>92</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>Se você quiser saber mais sobre gêneros textuais, visite o site: <http://www.</p><p>portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_ Discurso/article/view/347/368> e leia na</p><p>íntegra O ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL COM BASE EM ATIVIDADES SOCIAIS E GÊNEROS</p><p>TEXTUAIS, da professora Désirée Motta-Roth.</p><p>UNI</p><p>2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL</p><p>A leitura é uma atividade que requer, além do prazer, concentração. A</p><p>importância do ato de ler é incontestável, pois, além de abrir caminhos para</p><p>o conhecimento, exige uma visão perceptível do leitor para com os textos e</p><p>linguagens.</p><p>Cabe lembrar que a tecnologia facilitou, e muito, a comunicação entre as</p><p>empresas e/ou instituições. Todavia, ao mesmo tempo, incutiu nos usuários uma</p><p>habilidade que limita o ato da leitura ou até no escrever um texto ou documento</p><p>na sua íntegra. A rapidez e a agilidade que esta ferramenta nos trouxe deixam-</p><p>nos tão seguros que esquecemos a produção com qualidade, apenas priorizamos</p><p>a quantidade. E amenizar esta crise da leitura e da interpretação textual correta</p><p>merece interação e compromisso, pois estes são pontos decisivos para a mudança</p><p>desse quadro. As pessoas que têm o hábito de ler têm mais facilidade para</p><p>interpretar textos e, obviamente, os que não possuem esse hábito encontram mais</p><p>dificuldade.</p><p>Fique atento, acadêmico, por intermédio da leitura você se familiariza</p><p>com as normas gramaticais e pode expandir seu vocabulário. Dessa forma, a</p><p>leitura é uma construção que leva você, gradativamente, a interagir com o autor</p><p>em um determinado momento no texto e, consequentemente, você também</p><p>interage com o mundo, ampliando sua competência discursiva tanto na língua</p><p>escrita como na oral.</p><p>2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A</p><p>COMUNICAÇÃO INTERNA</p><p>Diante do cenário exposto, vamos encaminhar nosso estudo para um</p><p>ponto relevante, pois, nas dificuldades que existem em qualquer empresa ou</p><p>instituição, pode-se dizer que uma causa muitas outras. Então, já tem em mente</p><p>do que estamos falando?</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>93</p><p>Como você já deve ter percebido, toda empresa e/ou instituição é única,</p><p>como todo ser humano também o é. Cada um tem sua história, sua cultura, seus</p><p>valores, sua missão ou metas, perfil de funcionários, de clientela, entre outros. A</p><p>comparação com o ser humano fez-se necessária, pois as empresas/instituições</p><p>são compostas, fundamentalmente, de pessoas. E, pasme! sofrem do mesmo mal.</p><p>Afinal, que mal é esse? Hum, o mal da ausência ou da má comunicação.</p><p>A comunicação, em especial a interna, envolve procedimentos</p><p>comunicacionais que reúnem papéis, cartas internas, memorandos, entre</p><p>outros. E este tipo de comunicação se desenvolve paralelamente à comunicação</p><p>administrativa, que visa proporcionar meios para promover maior integração</p><p>dentro da organização mediante o diálogo, a troca de informações, experiências e</p><p>a participação de todos os níveis (TORQUATO, 2003).</p><p>Para Kunsch (1999), a comunicação interna é planejada em torno de</p><p>propósitos claramente definidos que viabilizam toda a interação possível entre a</p><p>organização e seus colaboradores, lançando mão de metodologias e técnicas de</p><p>comunicação institucional e até da comunicação mercadológica.</p><p>Bem, como você pode perceber, apesar de Torquato e Kunsh utilizarem</p><p>terminologia e até conceitos distintos sobre o que é e qual o papel da comunicação,</p><p>ambos enfatizam a necessidade de a comunicação ser pensada de forma integrada</p><p>e como uma ferramenta estratégica.</p><p>Para tanto, podemos pautar ações comunicacionais utilizando-se da</p><p>transferência de informações de modo claro, curto e rápido. O gestor pode ainda</p><p>tornar habitual a frequência de encontros, tornando assim as informações mais</p><p>objetivas.</p><p>Lembre-se, devemos começar levando em consideração os aspectos</p><p>humanos e gerenciais: avalie a cultura participativa do seu grupo, faça uma</p><p>autoavaliação e identifique como a comunicação na instituição ou empresa em</p><p>que você trabalha acontece nos diversos setores e, a partir desta imagem, crie</p><p>estratégias simples, porém eficazes.</p><p>3 OS MODELOS TEXTUAIS</p><p>A correspondência de uma empresa e/ou instituição é vista hoje como</p><p>um importante instrumento de boa organização</p><p>e até de marketing. Assim, a</p><p>comunicação feita através da correspondência interna ou externa é a responsável</p><p>pela representação da instituição ou empresa perante os deus diferentes públicos.</p><p>A eficiência e a clareza são importantes itens exigidos quanto ao teor da</p><p>mensagem que se quer transmitir. Tal elegância e clareza devem estar explícitas</p><p>na forma e na língua utilizadas. Na forma quanto à disposição dos elementos na</p><p>correspondência, e na língua, quanto ao estilo de linguagem utilizada.</p><p>94</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>Neste sentido, a noção de gêneros textuais como sistemas discursivos</p><p>complexos, socialmente construídos pela linguagem, com padrões de organização</p><p>facilmente identificáveis e configurados pelo contexto sócio-histórico produtor</p><p>das atividades comunicativas, é bastante esclarecedora para os nossos propósitos</p><p>neste livro de estudos (MARCUSCHI, 2002).</p><p>O que toda empresa e/ou instituição, inclusive o público externo, deseja</p><p>é que, além da clareza e da eficiência, a correspondência ou a comunicação seja</p><p>rápida e objetiva, e isso não se consegue com um texto desorganizado e mal</p><p>escrito. Portanto, caro acadêmico, há alguns pontos que devemos levar em conta</p><p>quando o assunto é a produção textual. Comece prestando atenção no estilo, na</p><p>língua e na forma.</p><p>Quanto ao estilo, podemos dizer que é conversão da linguagem escrita</p><p>na imagem que queremos passar. É como se você soubesse dosar a formalidade</p><p>e a informalidade, já que ambas são exigidas num texto profissional para atingir</p><p>muitos objetivos, dentre eles o de conquistar clientela ou até mesmo motivar</p><p>colaboradores.</p><p>A língua é responsável pela comunicação com e entre seus diversos</p><p>públicos. Assim, devemos ter o cuidado para que nossa correspondência chegue</p><p>aos receptores sem falhas gramaticais, pois isso pode gerar uma incontornável</p><p>má impressão de qualquer natureza.</p><p>Já a forma é a embalagem do documento profissional. Assim, o que se</p><p>quer comunicar deve estar disposto de forma prática e atraente. As informações</p><p>que constam no texto, como a data, o assunto, o destinatário, os endereços, entre</p><p>outros aspectos, não podem estar obscuros.</p><p>Agora vamos conhecer algumas correspondências oficiais e perceber</p><p>como cada uma tem particularidades na sua forma, conteúdo e linguagem.</p><p>Os conceitos das correspondências aqui apresentados foram extraídos</p><p>de manuais de redação, tais como: Redação Científica, O texto oficial: aspectos gerais e</p><p>interpretações e Manual de modelos de cartas comerciais.</p><p>UNI</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>95</p><p>3.1 RELATÓRIOS</p><p>O relatório é um documento no qual se apresenta uma descrição de um</p><p>acontecimento, ou a forma como um serviço foi executado. Ele pode ser também</p><p>um relato das ocorrências administrativas, de uma apresentação de resultado de</p><p>uma pesquisa ou até de uma investigação.</p><p>Preste atenção, acadêmico, pois um bom relatório apresenta os dados</p><p>necessários que abrangem sua finalidade, como: a quem ele se destina, qual</p><p>periodicidade e o que quer comunicar. E para que isso aconteça, gráficos,</p><p>ilustrações, mapas, entre outros, devem acompanhá-lo.</p><p>Cabe lembrar que um relatório pode ser desenvolvido em tópicos ou em</p><p>forma de texto discursivo.</p><p>Assim, antes de iniciar a elaboração de um relatório, pense:</p><p>• Para quem vou escrever?</p><p>• Com qual objetivo?</p><p>• Qual canal de comunicação vou utilizar?</p><p>• Qual a melhor forma de dizer o que realmente quero apresentar?</p><p>Agora mãos à obra, escreva seu texto, relate tudo o que for necessário e</p><p>lembre-se de reler e revisar o que escreveu.</p><p>3.1.1 Partes do relatório</p><p>Geralmente, nas empresas ou nas instituições, os relatórios já estão</p><p>preestabelecidos no formato de formulários e estes apenas necessitam do simples</p><p>preenchimento dos setores ou órgãos competentes. Assim, o que você, acadêmico,</p><p>deve fazer é preencher os espaços em branco, observando o tipo de relatório que</p><p>lhe é requerido, seja em tópicos ou em texto discursivo, como já foi mencionado.</p><p>No entanto, podemos citar seis principais partes integrantes de um</p><p>relatório, segundo as normas técnicas. Vamos conhecê-las?</p><p>a) TÍTULO: com ele você identificará claramente o tema do relatório.</p><p>b) VOCATIVO: você escreverá aqui a quem se dirige o relato.</p><p>c) TEXTO: quando você relatar, preste atenção na introdução, que deve indicar</p><p>o motivo ou, ainda, lembrar quem determinou a execução do relatório. No</p><p>desenvolvimento, você expõe o assunto cronologicamente, em parágrafos ou</p><p>em tópicos, e no encerramento deve haver as considerações finais, ou sugestões,</p><p>bem como os agradecimentos.</p><p>96</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>d) LOCAL e DATA.</p><p>e) ASSINATURA.</p><p>f) ANEXOS, quando necessários.</p><p>3.1.2 Aplicação</p><p>Antes de você visualizar e analisar o relatório a seguir, cabe salientar que</p><p>escrever serve para comunicar nossas ideias e, para dominar a habilidade da</p><p>escrita, ela deve ser exercitada.</p><p>Considere especialmente importante no ato da escritura de um relatório a</p><p>clareza, a coesão e a exatidão. Não esqueça que, quando não houver normas para</p><p>a escritura do relatório, você deve seguir o seu bom senso.</p><p>Leia o exemplo a seguir e reconheça as seis partes integrantes do relatório</p><p>que citamos acima. Enumeramos as partes do relatório com as mesmas letras.</p><p>a) RELATÓRIO DEMONSTRATIVO DAS DESPESAS E O LUCRO TOTAL DA</p><p>EMPRESA XXXX S/A</p><p>b) À Gerente Administrativa XXXX</p><p>c) Como solicitado por V.Sa., um levantamento da empresa XXXX S.A. fora feito.</p><p>Este levantamento realizou-se no período de 20/08/2003, com o objetivo de</p><p>demonstrar as despesas e o lucro total da empresa, no período de 01/01/2003</p><p>a 30/06/2003.</p><p>Os procedimentos que foram utilizados estão descritos abaixo:</p><p>1. levantamento contábil da empresa durante o período indicado;</p><p>2. levantamento das vendas;</p><p>3. outros métodos em que confio mais.</p><p>A empresa em questão demonstra que obtém uma grande margem de</p><p>lucro, apesar de ser uma empresa multinacional, e retém mais de 70% do lucro</p><p>no Brasil. Existe em seus registros que, durante o ano de 2002, obteve um alto</p><p>volume de vendas, em torno de US$ 50.000.000,00, e durante o período avaliado</p><p>o volume de vendas já era de 65% sobre o valor do ano passado.</p><p>Para o ano de 2003, a empresa espera que suas vendas aumentem e</p><p>os lucros também. Espera também que consiga uma maior participação no</p><p>mercado nacional para o ano de 2003 e 2004. Este ano há um planejamento</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>97</p><p>de entrada em uma nova divisão do mercado, o ramo de Administração de</p><p>Empresas, e também aumentar o seu nível tecnológico com relação ao seu</p><p>maquinário e computadores.</p><p>A empresa está em crescimento, já podendo competir com as grandes</p><p>corporações.</p><p>Depois de feita a atualização de tecnologia, espera-se a possibilidade de</p><p>domínio do mercado e o crescimento em outras áreas; este foi o único problema</p><p>encontrado na empresa XXXX S.A.</p><p>d) XXXXX, 24 de agosto de 2003.</p><p>Atenciosamente</p><p>XXXX XXXX</p><p>e) MM Business</p><p>FONTE: Adaptado de: <http://www.coladaweb.com/administracao/relatorio-administrativo>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>3.2 ATA</p><p>É o registro escrito, objetivo, claro e confiável, com valor administrativo</p><p>ou legal dos acontecimentos de uma reunião, assembleia ou convenção. Se for</p><p>um documento tão valorativo, ela deve ser redigida de forma a não permitir</p><p>qualquer modificação posterior.</p><p>Logo, caro acadêmico, é preciso tomar alguns cuidados ao escrever uma</p><p>ata, preste atenção nas orientações a seguir descritas:</p><p>a) Atas manuscritas: elas são registradas num livro específico para esse fim, o</p><p>qual deve ter um termo de abertura e as páginas devem estar numeradas. Se</p><p>a ata for digitada, precisa ser arquivada em uma pasta e deve ser organizada</p><p>levando em conta a data de sua escritura.</p><p>b) Escreva em linhas corridas: sem os parágrafos e evite espaços, pois estes</p><p>elementos podem ser utilizados no intuito de garantir que acréscimos ou</p><p>alterações aconteçam.</p><p>c) Rasuras: não podem aparecer, nem emendas ou</p><p>uso de corretivos. Para retificar</p><p>um erro, utilize palavras como “digo”. Se o erro for notado após a redação</p><p>da ata, recorre-se à expressão “em tempo”, ou apresente uma errata, que será</p><p>colocada sempre após o texto.</p><p>98</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>d) Abreviaturas ou expressões: não podem ser utilizadas.</p><p>e) Os números devem ser escritos por extenso.</p><p>3.2.1 Escritura e modelo</p><p>Observe alguns elementos básicos na escritura de uma ata e, em seguida,</p><p>visualize um exemplo:</p><p>a) título: identifique a reunião;</p><p>b) data: escreva por extenso: dia, mês, ano e hora da reunião;</p><p>c) local: não se esqueça de indicar o local onde está sendo realizada a reunião;</p><p>d) finalidade ou ordem do dia: aqui você escreve o objetivo da reunião;</p><p>e) identificação da Presidência e do Secretário: indique quem está presidindo a</p><p>reunião;</p><p>f) discussão/votação e deliberações: neste tópico você escreve o que foi discutido,</p><p>votado e aprovado;</p><p>g) encerramento: neste momento finalize a ata;</p><p>h) assinatura: todos os presentes assinam.</p><p>Agora observe o exemplo e verifique os elementos apontados acima, eles</p><p>se apresentam na sequência em que explicitamos.</p><p>ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO DE</p><p>ASSOCIAÇÃO OU SOCIEDADE CIVIL</p><p>Ao(s)......... dia(s) do mês de........... do ano</p><p>de......... , às.......... horas, reuniram-se, em Assembleia Geral, no</p><p>endereço da.............. as pessoas a seguir relacionadas: (nominar as pessoas,</p><p>profissão, estado civil, endereço residencial e número do CPF). Os membros</p><p>presentes escolheram, por aclamação, para presidir os trabalhos (nome de</p><p>membro), e para secretariar (nome de membro). Em seguida, o Presidente</p><p>declarou abertos os trabalhos e apresentou a pauta de reunião, contendo os</p><p>seguintes assuntos: 1º) discussão e aprovação do Estatuto da associação;</p><p>2º) escolha dos associados ou sócios que integrarão os órgãos internos da</p><p>associação; e 3º) designação de sede provisória da associação. Em seguida,</p><p>começou-se a discussão do estatuto apresentado e, após ter sido colocado em</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>99</p><p>votação, foi aprovado por unanimidade, com a seguinte redação: (transcrever</p><p>redação do estatuto aprovado). Passou-se, em seguida, ao item “2” da pauta,</p><p>em que foram escolhidos os seguintes membros para comporem os órgãos</p><p>internos: DIRETORIA EXECUTIVA: (nominar os membros, estado civil,</p><p>profissão, endereço residencial, número do CPF e cargo). Por fim, passou-</p><p>se à discussão do item “3” da pauta e foi deliberado que a sede provisória</p><p>da associação será no seguinte endereço: (discriminar o endereço completo).</p><p>Nada mais havendo, o Presidente fez um resumo dos trabalhos do dia, bem</p><p>como das deliberações, agradeceu a participação de todos os presentes e deu</p><p>por encerrada a reunião, da qual eu, (nome do secretário da reunião), secretário</p><p>ad hoc reunião, lavrei a presente ata, que foi lida, achada conforme e firmada</p><p>por todos os presentes abaixo relacionados.</p><p>FONTE: <http://www.pgj.ce.gov.br/orgaos/orgaosauxiliares/cao/caofunda_reg/modelos/</p><p>Modelo.Ata.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2018.</p><p>3.3 OFÍCIO</p><p>O ofício, dentre os tipos de comunicação, é um dos mais utilizados tanto</p><p>no setor público como privado. Sua utilidade é das mais variadas, ora como</p><p>troca de informações administrativas, solicitações, agradecimentos, ora como</p><p>estabelecimento de uma ordem, entre outras.</p><p>Segundo Campos Mello (1978, p. 122), o ofício serve para:</p><p>[...] informar, encaminhar documentos importantes, solicitar</p><p>providências ou informações, propor convênios, ajustes, acordos etc.,</p><p>convidar alguém com distinção para a participação em certos eventos,</p><p>enfim, tratar o destinatário com especial fineza e consideração.</p><p>É uma correspondência oficial, podendo ser usada também por clubes,</p><p>associações e, ainda, como correspondência protocolar. A linguagem utilizada</p><p>é formal e, sendo uma correspondência dirigida a autoridades, devemos prestar</p><p>atenção ao tratamento exigido para cada cargo.</p><p>Se quiser saber mais sobre as normas que regulamentam uma redação de</p><p>atos e comunicações oficiais, acesse o site: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/</p><p>ManualRedPR2aEd.PDF> e visualize o Manual de Redação da Presidência da República, que</p><p>mostra as regras que a linguagem deve ter nas correspondências.</p><p>UNI</p><p>100</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>3.3.1 Elaboração e modelo</p><p>Um modelo moderno de estruturação de ofício contém:</p><p>• cabeçalho e/ou papel timbrado;</p><p>• o número de ordem fica na margem superior esquerda;</p><p>• local e data ficam na mesma linha do número de ordem, do lado direito, o mês</p><p>vem escrito por extenso;</p><p>• um resumo e/ou referência sobre o assunto é escrito abaixo do número;</p><p>• vocativo (observar o pronome de tratamento adequado);</p><p>• o texto pode ser dividido em parágrafos;</p><p>• deve ser concluído com cortesia;</p><p>• assinatura, com nome completo e cargo do emissor;</p><p>• endereçamento na parte inferior esquerda na primeira página, mesmo que haja</p><p>páginas seguintes (nome, cargo, local).</p><p>Conheça algumas observações pertinentes à elaboração de um ofício:</p><p>A epígrafe é uma palavra ou expressão que resume o assunto de que o</p><p>texto trata. Ela não é obrigatória, mas conveniente, pois torna a tramitação do</p><p>documento no ambiente de destino mais rápida. O recebedor, ao ver a epígrafe,</p><p>encaminha imediatamente o ofício ao setor competente. Ela costuma aparecer à</p><p>esquerda, entre a data e o vocativo.</p><p>Os parágrafos do corpo do texto podem ser numerados. Neste caso, o</p><p>primeiro parágrafo e o fecho não recebem número.</p><p>Se houver anexos, será indicado seu número (Anexo 1, Anexo 3) entre a</p><p>assinatura e o endereçamento. Às vezes, o anexo é volume composto de diversas</p><p>folhas, o que é indicado pelo número de volumes e o total de folhas de que se</p><p>compõem: Anexos: 1/10, 2/15.</p><p>Visualize um exemplo de ofício:</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>101</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOEXPEDICIONÁRIOS (ABRA)</p><p>Of. nº 15/02 Brasília (DF), 25 de março de 2002.</p><p>Ref.: Expedição à ilha da Coroa Vermelha</p><p>Excelentíssimo Senhor Comandante,</p><p>Tendo em vista que nossa associação pretende realizar expedição rádio</p><p>amadorística à ilha da Coroa Vermelha, da jurisdição desse distrito naval,</p><p>solicitamos-lhe a especial fineza de autorizar nosso desembarque e permanência</p><p>naquela ilha. Seguem os dados do empreendimento:</p><p>• Período: de 17 a 19 de maio de 2002.</p><p>• Número de operadores: três.</p><p>• Transporte: traineira "Teixeira de Freitas", baseada no porto de Caravelas</p><p>(BA).</p><p>• Estações a serem instaladas: duas.</p><p>• Abrigo:</p><p>- das estações - barraca militar cedida pelo Comando Militar do Planalto, do</p><p>Exército Brasileiro.</p><p>- dos operadores - três barracas do tipo canadense.</p><p>2. Informamos-lhe ainda que os indicativos de chamada das estações já foram</p><p>requeridos com a ANATEL. Estamos a seu dispor para mais informações, se</p><p>necessárias. Na expectativa de resposta favorável, subscrevemo-nos.</p><p>Atenciosamente,</p><p>PAULO ANTONIO OUTEIRO HERNANDES</p><p>Secretário</p><p>Ex.mo Sr. Vice-Almirante</p><p>JOSÉ DA SILVA PEREIRA</p><p>102</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>DD. Comandante do 2º Distrito Naval</p><p>Rua Conceição da Praia, 335</p><p>40015-250 - Salvador (BA)</p><p>FONTE: <http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica082.html>. Acesso em: 30 maio 2017.</p><p>3.4 REQUERIMENTO</p><p>O requerimento é um documento utilizado para solicitar informações</p><p>ou para fazer pedidos a um organismo público, a uma instituição ou ainda a</p><p>uma autoridade. Ele possui características próprias e pode ser tanto manuscrito</p><p>como digitado. Ele deve ser entregue pessoalmente, em duas vias: uma das vias</p><p>protocoladas é sua, ou deve ser enviado pelos correios com Aviso de Recebimento</p><p>(AR).</p><p>3.4.1 Escritura e modelo</p><p>Um requerimento bem estruturado e escrito ajuda a autoridade competente</p><p>a melhor compreender aquilo que lhe é pedido. Geralmente, após o vocativo,</p><p>dez espaços são deixados destinados ao despacho da autoridade competente e</p><p>sempre se finaliza com o pedido.</p><p>Observe as partes de um requerimento:</p><p>• identificação (a quem o requerimento</p><p>é dirigido);</p><p>• introdução (que contém os dados pessoais do requerente: nome, naturalidade,</p><p>idade, profissão etc.);</p><p>• mensagem e/ou exposição (que manifesta o pedido e as razões que justificam</p><p>o motivo do pedido enumerando, de forma ordenada, os argumentos e as</p><p>causas);</p><p>• petição: espaço onde se expressa o que se solicita à pessoa ou entidade a que é</p><p>dirigido o requerimento (pode-se utilizar: SOLICITO a V. Ex.ª que...);</p><p>• fecho: consta de três elementos (expressão da conclusão: Pede deferimento;</p><p>data: escrita por extenso, antecedida da indicação do lugar e assinatura do</p><p>requerente).</p><p>Quanto à apresentação, deve-se utilizar uma folha branca; separar os</p><p>diferentes pontos do requerimento; adequar as formas de tratamento à entidade</p><p>a que se destina.</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>103</p><p>Se você não recorda os pronomes de tratamento que se utilizam para</p><p>determinada autoridade, não se preocupe! Na Unidade 3, você vai encontrar: PRONOMES e</p><p>OS PRONOMES DE TRATAMENTO.</p><p>UNI</p><p>SENHOR DIRETOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO</p><p>DA VINCI</p><p>(seu nome), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e</p><p>no RG nº (informar), residente e domiciliado à rua (informar endereço), nesta</p><p>cidade, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria informar que (expor</p><p>aqui as razões que o levam a formular o pedido).</p><p>Dessa forma, requer (colocar aqui o seu requerimento).</p><p>Nestes Termos,</p><p>Pede Deferimento.</p><p>Localidade, dia, mês e ano.</p><p>FONTE: Adaptado de: <http://www.tudobox.com/72/modelo_de_requerimento.html>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>3.5 E-MAIL</p><p>O correio eletrônico (e-mail) transformou-se na principal forma de</p><p>comunicação para expedição de avisos e, inclusive, de documentos em empresas</p><p>e instituições. Isso tudo se deu com o advento da internet, e a comunicação por</p><p>e-mail tornou-se essencial nas relações comerciais, tanto interna como externa,</p><p>seja por seu baixo custo ou pela sua celeridade. O e-mail proporciona rapidez e,</p><p>também, oficializa, por se utilizar da modalidade escrita, a comunicação.</p><p>104</p><p>UNIDADE 2 | A ESTRUTURA TEXTUAL</p><p>3.5.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail</p><p>formal</p><p>Um dos encantos deste tipo de comunicação é sua flexibilidade, pois não</p><p>há preocupação quanto à forma para sua composição. No entanto, deve-se evitar</p><p>o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.</p><p>O campo assunto do formulário do e-mail, deve-se preencher com</p><p>uma informação que resume o objetivo da mensagem, de modo a facilitar o</p><p>entendimento tanto do destinatário quanto do remetente.</p><p>Os arquivos anexos à mensagem devem trazer informações mínimas</p><p>sobre seu conteúdo.</p><p>É muito interessante utilizar, sempre que possível, o recurso de</p><p>“confirmação de leitura” ou deve constar na própria mensagem o pedido de</p><p>confirmação de recebimento.</p><p>Lembre-se de que, quando redigir um e-mail, escreva textos de fácil e</p><p>rápida assimilação.</p><p>Portanto, textos curtos são os melhores e, na hora de responder, seja ágil.</p><p>O padrão dos textos para internet é de cerca de 60 caracteres por linha e, se a</p><p>quantidade de informações for muito grande, prefira anexar em arquivos. Não</p><p>utilize letras maiúsculas ou em negrito, nem abreviaturas e ícones de emoção.</p><p>Cuidado com as respostas, pois elas não devem ser pomposas e longas,</p><p>porém, preste atenção, as respostas curtas demais também não são bem vistas,</p><p>pois elas podem prejudicar o entendimento da mensagem.</p><p>Ao finalizar a redação do e-mail, leia sempre o que você escreveu, pois é</p><p>muito desagradável receber um texto cheio de erros ortográficos e/ou concordância,</p><p>não é mesmo? Com a leitura final da mensagem do e-mail, certifique-se de que</p><p>seu destinatário compreenderá as informações que você deseja repassar.</p><p>Quando uma informação é dirigida a um destinatário externo da empresa ou</p><p>instituição escolar, o correio é apenas um meio mais moderno e eficaz de fazer chegar a</p><p>mensagem com rapidez. Dessa maneira, deve-se manter a formalidade que se exige em</p><p>cada situação comunicativa.</p><p>IMPORTANTE</p><p>TÓPICO 3 | O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS</p><p>105</p><p>Observe, a seguir, alguns exemplos de e-mail formal:</p><p>1 – E-mail para envio de currículo</p><p>Boa tarde (nome/cargo do destinatário)</p><p>Venho, por este meio, candidatar-me à vaga de auxiliar administrativo, de</p><p>acordo com o anúncio publicado no site da UNIASSELVI.</p><p>Anexo, segue o meu curriculum vitae, assim como a minha carta de</p><p>apresentação, explicando os motivos da minha candidatura.</p><p>Qualquer questão, não hesite em contatar-me.</p><p>Atenciosamente,</p><p>Monalisa</p><p>2 – E-mail para pedido de esclarecimentos</p><p>Boa tarde (nome/cargo do destinatário)</p><p>Solicito esclarecimentos relativos à proposta enviada na última quinta-feira,</p><p>relativa à compra dos equipamentos.</p><p>Agradeço a disponibilidade,</p><p>Atenciosamente</p><p>Monalisa</p><p>3 – E-mail para confirmação de reunião</p><p>Boa tarde (nome/cargo do destinatário)</p><p>Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira, às 14h. Não se atrasem,</p><p>pois temos vários assuntos na pauta para discussão. A reunião ocorrerá na sala dos</p><p>professores, no prédio do NEAD.</p><p>Estamos à disposição,</p><p>Atenciosamente,</p><p>Monalisa</p><p>106</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• A comunicação feita através da correspondência interna ou externa é</p><p>responsável pela representação da instituição ou empresa perante os seus</p><p>diferentes públicos.</p><p>• A comunicação é vista hoje também como um importante instrumento de boa</p><p>organização e de marketing.</p><p>• Numa produção textual, deve-se prestar atenção no estilo, na língua e na forma.</p><p>• Ao estilo cabe converter a linguagem escrita em uma imagem que se quer</p><p>passar; quanto à língua, ela é responsável pela comunicação com e entre seus</p><p>diversos públicos.</p><p>• A forma é a embalagem do documento profissional.</p><p>• Dentre as diversas correspondências que existem, estudamos em especial:</p><p>relatório, ata, ofício, requerimento e e-mail.</p><p>• Quando redigir um e-mail, escreva textos de fácil e rápida assimilação.</p><p>• Textos curtos são os melhores e, na hora de responder, seja ágil, porém</p><p>compreensível.</p><p>• O requerimento é um documento utilizado para solicitar informações ou para</p><p>fazer pedidos a um organismo público, a uma instituição ou a uma autoridade.</p><p>• O ofício, dentre os tipos de comunicação, é um dos mais utilizados, tanto no</p><p>setor público como privado.</p><p>• Ata é o registro escrito, objetivo, claro e confiável, com valor administrativo ou</p><p>legal dos acontecimentos de uma reunião, assembleia ou convenção.</p><p>• E-mail é o meio de comunicação mais utilizado nos dias atuais.</p><p>107</p><p>1 Releia os documentos oficiais que estudamos no tópico: relatório, ata,</p><p>ofício, requerimento e e-mail e elabore um esquema com as principais</p><p>características de cada um. O mapa conceitual elaborado auxiliará na</p><p>compreensão e assimilação das características de cada documento.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Documento Características</p><p>Ata</p><p>E-mail</p><p>Ofício</p><p>Relatório</p><p>Requerimento</p><p>2 Uma boa comunicação empresarial é condição primária para a constituição</p><p>de uma boa imagem institucional, pois ela transmite maior credibilidade</p><p>da empresa ou instituição escolar junto ao seu destinatário. Nesse sentido,</p><p>sobre a comunicação empresarial, junto aos diversos públicos, analise as</p><p>afirmativas a seguir:</p><p>I- Na correspondência empresarial, na qual o cliente é sempre o destinatário, é</p><p>para ele que é redigido o documento e é ele quem deve responder à mensagem.</p><p>Se o cliente der a resposta que se espera, o texto foi eficaz; se não, o texto tem</p><p>de ser obrigatoriamente repensado e reescrito.</p><p>II- Quando circulam documentos mal escritos na empresa as pessoas tornam-</p><p>se desmotivadas para prestar atenção ao que estão lendo.</p><p>III- Quando o texto da mensagem é muito longo, a empresa tem sua</p><p>credibilidade enfraquecida, pois a ideia que se transmite é a de que se deseja</p><p>“enrolar”.</p><p>Agora, assinale a opção CORRETA:</p><p>a) ( ) Apenas o item I está correto.</p><p>b) ( ) Apenas os itens II e III estão corretos.</p><p>c) ( ) Os itens I, II e III estão corretos.</p><p>d) ( ) Apenas o item</p><p>III está correto.</p><p>e) ( ) Os itens estão incorretos.</p><p>108</p><p>3 (QUESTÃO 19, ENADE 2012, TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS</p><p>HUMANOS) Diante de um cenário de constantes mudanças e concorrência</p><p>altamente acirrada, conquistar, manter e satisfazer os clientes são desafios</p><p>para as empresas que desejam expandir-se no mercado. Nesse contexto, os</p><p>gestores devem compreender que o sucesso da empresa também depende</p><p>dos recursos humanos que nela trabalham e, para tanto, os profissionais</p><p>devem estar satisfeitos e motivados, de forma a responderem com alto nível</p><p>de envolvimento e comprometimento com os objetivos da organização.</p><p>Nesse sentido, a comunicação interna, baseada nas ações de endomarketing,</p><p>é fundamental para se criarem e manterem níveis elevados de satisfação</p><p>humana e clima organizacional saudável. Considerando que a comunicação</p><p>organizacional está diretamente relacionada à qualidade de vida das pessoas</p><p>que atuam em organizações, avalie as afirmações abaixo.</p><p>I- As ações de endomarketing desenvolvem os Programas de Qualidade de</p><p>Vida no Trabalho (QVT), que efetivamente garantem a melhoria do clima</p><p>organizacional.</p><p>II- O endomarketing reforça a noção de cliente interno e proporciona o</p><p>fortalecimento das relações entre empresa e colaboradores.</p><p>III- O alinhamento dos Programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e</p><p>as ações do endomarketing convergem para resultados de uma gestão efetiva</p><p>e bem-sucedida.</p><p>FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2012/13_CST_</p><p>RECURSOS_HUMANOS.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) ( ) I, apenas.</p><p>b) ( ) III, apenas.</p><p>c) ( ) I e II, apenas.</p><p>d) ( ) II e III, apenas.</p><p>e) ( ) I, II e III.</p><p>109</p><p>UNIDADE 3</p><p>A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer as regras que compõem as classes de palavras e sua aplicação;</p><p>• identificar as características de cada classe de palavras;</p><p>• utilizar, conforme a norma padrão da língua, a colocação pronominal;</p><p>• compreender a acentuação gráfica e, em especial, o acento indicativo de</p><p>crase;</p><p>• realizar a pontuação cabível de acordo com cada situação textual;</p><p>• empregar o hífen com eficiência;</p><p>• reconhecer as funções da ambiguidade;</p><p>• reconhecer e utilizar, quando necessário, os estrangeirismos;</p><p>• compreender o que é um pleonasmo;</p><p>• identificar o emprego adequado de expressões como: porque e por que;</p><p>mau e mal; senão e se não; entre outros;</p><p>• escrever de acordo com a norma padrão da língua portuguesa</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-</p><p>contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA</p><p>ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>110</p><p>111</p><p>TÓPICO 1</p><p>AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O estudo de regularidades de uma língua por pessoas que já são falantes</p><p>dessa língua oportuniza a reflexão de usos linguísticos para diferentes práticas</p><p>de leitura e escrita, interpretação e oralidade. É a escola a responsável por dar</p><p>acesso à aprendizagem da norma padrão da língua, reconhecendo estruturas</p><p>que constituem regras da gramática normativa, da língua cotidiana, da língua</p><p>falada e da língua escrita. É preciso, então, incitar a reflexão e compreensão acerca</p><p>de recursos linguísticos e textuais (como o uso de intensificadores, conectivos,</p><p>pontuação, entre outros) para oportunizar diferentes práticas de leitura e escrita</p><p>para a vida social, que extrapola os muros da escola. Assim, cabe lembrar que ler</p><p>e escrever devem ser atividades primordiais no ensino de qualquer língua.</p><p>Dentre as atividades de reflexão de textos (orais e escritos), é fundamental</p><p>realizar-se a prática de análise linguística, isto é, a análise de regularidades</p><p>de recursos argumentativos, literários, ortográficos, discursivos, sintáticos</p><p>morfológicos, semânticos, dentre outros, para a leitura, escrita e interpretação</p><p>dos mais variados textos que constituem nossa vida social. Não são apenas erros</p><p>ortográficos ou de acentuação que precisam ser evitados para que um texto seja</p><p>considerado bem escrito, haja vista que em muitos textos há uma considerável</p><p>perda com relação à semântica, sendo, inclusive, impossível resgatar elementos</p><p>de coerência.</p><p>Neste tópico, vamos realizar um recorte desse quadro e estudar sobre a</p><p>formação das palavras. As classes relacionadas neste processo são o substantivo,</p><p>o adjetivo, o verbo, o advérbio, o numeral, o artigo, a preposição, a conjunção, a</p><p>interjeição e os pronomes. Vamos relembrar?</p><p>2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE</p><p>Você sabe dizer o que são classes de palavras e por que o estudo de seus</p><p>usos é importante? Na Língua Portuguesa, as palavras são classificadas de acordo</p><p>com a função que exercem dentro de uma frase (seja a função de substantivo,</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>112</p><p>adjetivo, verbo, advérbio, numeral, artigo, preposição, conjunção, interjeição ou</p><p>pronome). Você deve ter percebido que são reconhecidas dez classes de palavras,</p><p>e cada uma delas tem um papel específico na frase. Logo, qualquer expressão ou</p><p>palavra na nossa língua, dependendo das suas características, está conectada a</p><p>uma dessas dez classes de palavras.</p><p>Para quê, então, estudamos os usos dessas classes de palavras/classes</p><p>gramaticais? Mais importante que reconhecer a classificação gramatical de uma</p><p>palavra, como substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, por exemplo, é compreender</p><p>de que forma essas palavras são utilizadas nos textos, reconhecer de que forma</p><p>ocorre a concordância nominal ou verbal, como modalizar nossas afirmações, ou</p><p>ainda, quando e como podemos utilizar intensificados textuais (como advérbios</p><p>de intensidade). Toda essa discussão, importante para sua reflexão linguística,</p><p>isto é, reflexão de usos da linguagem, acerca da produção e leitura de variados</p><p>textos, será foco deste tópico.</p><p>A partir de agora, você estudará com maior detalhamento as classes</p><p>de palavras ou classes gramaticais, que podem ser variáveis (admitem flexão</p><p>(mudança) em sua forma) ou invariáveis (não admitem alteração em sua</p><p>estrutura). Procure pensar, agora, em palavras variáveis e palavras invariáveis.</p><p>Pensou? Vamos citar, por enquanto, apenas dois exemplos: “mal” e “mau”. Você</p><p>sabe dizer qual dessas duas palavras é a variável? Certamente, você já ouviu falar</p><p>na história da Chapeuzinho Vermelho, na qual narra-se sobre o Lobo Mau que</p><p>vive na floresta. Se, na história, não tivéssemos um lobo, mas uma loba, diríamos</p><p>que a loba é má. Portanto, a palavra variável entre “mau” e “mal” é “mau”, cuja</p><p>classe gramatical corresponde a um adjetivo, assim como “bom” (a função é de</p><p>atribuir uma característica ao substantivo, neste caso, o lobo). “Mal”, antônimo</p><p>(oposto) de “bem”, por sua vez, um advérbio de modo, e por isso é invariável:</p><p>Hoje, a criança não está bem, ela está mal. Percebeu como algumas palavras</p><p>podem variar (mau e má) e outras não (mal) conforme sua classe gramatical?</p><p>O Dicionário Michaelis (2008, p. 901) apresenta que um termo variável</p><p>está: “1 Sujeito a variações. 2 Que pode ser variado ou mudado; mutável”.</p><p>Segundo o mesmo dicionário (p. 489), invariável é o termo: “1 Que não é variável.</p><p>2 Constante. 3 Inalterável”. Então, algumas classes podem sofrer alterações em</p><p>sua forma, tendo uma escrita para o plural e singular, outra para o feminino</p><p>e masculino, como vimos com o exemplo do adjetivo mau. Entretanto, outras</p><p>classes possuem apenas uma forma escrita, conforme o exemplo de mal. Vamos</p><p>conhecer estas e outras palavras!</p><p>Variáveis: Substantivo – Artigo – Adjetivo – Numeral – Pronome – Verbo.</p><p>Invariáveis: Advérbio – Preposição – Conjunção – Interjeição.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>113</p><p>Se estudarmos um pouco da língua, observaremos que alterações aconteceram</p><p>ao longo do tempo quanto às classes de palavras.</p><p>Isso se deu porque a nossa língua é viva, e</p><p>é alterada pelos falantes, ou seja, nós somos os principais responsáveis por mudanças que já</p><p>ocorreram e por aquelas que ainda virão.</p><p>NOTA</p><p>É importante saber que a parte da gramática normativa que lida com as</p><p>classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o</p><p>estudo da forma. Deste modo, na morfologia, não estudamos o contexto em que</p><p>as palavras são empregadas, mas somente a forma da palavra.</p><p>Convidamos você, agora, a conhecer e distinguir as principais</p><p>características de cada classe de palavras.</p><p>2.1 SUBSTANTIVO</p><p>Para tratarmos dessa classe de palavras, vamos fazer uma reflexão inicial.</p><p>Se alguém lhe perguntar onde você estuda, você certamente responderia: na</p><p>UNIASSELVI. Se lhe perguntassem o que é a UNIASSELVI, você provavelmente</p><p>responderia que é uma instituição de ensino superior. Os nomes que você daria</p><p>a essas respostas são substantivos: UNIASSELVI (um substantivo próprio, pois</p><p>corresponde a um nome específico) e instituição (substantivo comum, pois é um</p><p>nome mais genérico de determinada classe).</p><p>De maneira bem sucinta, podemos dizer que substantivo é a palavra que</p><p>nomeia os seres com vida ou sem vida, ou seja, tudo que recebe um nome é um</p><p>substantivo. Veja:</p><p>Seres materiais: João, criança, casa, fogo, carro, escritório, relatório...</p><p>Seres espirituais: Deus, anjo, alma...</p><p>Seres fictícios: Branca de Neve, curupira, cupido, fada... Observe a frase:</p><p>Assim que o relatório foi redigido, João foi para casa.</p><p>As palavras em destaque – relatório, João e casa – são substantivos, pois</p><p>nomeiam entidades (neste caso, coisas, como casa e relatório, e pessoas, como</p><p>João). Os substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos e</p><p>coletivos. Vamos conhecê-los?</p><p>Comuns: são nomes ou designações a entidades, seres de qualquer</p><p>espécie, ou fatos. Ex.: criança, país, estado, cidade, gato, cachorro.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>114</p><p>Próprios: “não são nomes que se aplicam, em geral, a qualquer elemento</p><p>de uma classe” (NEVES, 2011, p. 69, grifo nosso), como ocorre com os substantivos</p><p>comuns. Os substantivos próprios são, na verdade, os que dão nome a seres</p><p>específicos de cada espécie ou entidade e, por isso, são escritos com a letra inicial</p><p>maiúscula. Ex.: João, Brasil, São Paulo, Campinas.</p><p>Concretos: são os substantivos comuns que nomeiam seres que existem</p><p>independentemente de outros, sejam eles reais ou fictícios. Ex.: duende, elfo,</p><p>computador, homem, bruxa, ar.</p><p>Abstratos: são os substantivos comuns que nomeiam seres que dependem</p><p>da existência de outros. Eles designam noções, ações, estados e qualidades dos</p><p>seres. Ex.: corrida (existe no ser que corre), beleza (existe no ser que é belo).</p><p>Coletivos: esse é um tipo de substantivo comum que, mesmo estando</p><p>na forma singular, nomeia vários seres de uma mesma espécie. Ex.: vocabulário</p><p>(palavras), frota (navios, ônibus, aviões), biblioteca (livros).</p><p>Agora, você já se sente capaz de identificar o substantivo em uma frase?</p><p>Vamos conferir um pouco mais este seu reconhecimento. Leia o parágrafo</p><p>de uma notícia, cujo conteúdo divulga um seminário que pretende discutir</p><p>educação, cultura e universidade:</p><p>Para participar do debate, foram convidados o cineasta Manoel Rangel,</p><p>ex-presidente da Agência Nacional do Cinema, o sociólogo Cesar Barreira,</p><p>professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), o cientista político Hélgio</p><p>Trindade, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da</p><p>Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), e a educadora</p><p>Jaqueline Moll, da Ufrgs.</p><p>FONTE: Jornal do Comércio. Disponível em: <http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/</p><p>politica/623410-seminario-discute-educacao-cultura-e-universidade.html>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Procure identificar os substantivos comuns e próprios. Para diferenciá-</p><p>los, abaixo, sublinhamos os substantivos próprios e negritamos os comuns:</p><p>Para participar do debate, foram convidados o cineasta Manoel Rangel,</p><p>ex-presidente da Agência Nacional do Cinema, o sociólogo Cesar Barreira,</p><p>professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), o cientista político Hélgio</p><p>Trindade, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da</p><p>Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), e a educadora</p><p>Jaqueline Moll, da Ufrgs.</p><p>Você percebeu como é importante diferenciar um substantivo próprio</p><p>de comum para nos atentarmos ao uso de letras iniciais maiúsculas na palavra?</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>115</p><p>Perceba, por exemplo, que quando identificamos uma pessoa por cineasta, ex-</p><p>presidente, sociólogo, professor, cientista, ex-reitor, educadora, utilizamos</p><p>letras minúsculas, pois temos substantivos comuns (que designam categorias</p><p>mais gerais). Contudo, quando passamos a utilizar os substantivos próprios, a</p><p>fim de atribuir um nome às pessoas ou às entidades, passamos a usar as letras</p><p>iniciais maiúsculas: Manoel Rangel, Agência Nacional do Cinema, Cesar Barreira,</p><p>Universidade Federal do Ceará (UFCE), Hélgio Trindade, Universidade Federal</p><p>do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Federal da Integração Latino-</p><p>Americana (Unila), Jaqueline Moll.</p><p>No caso das universidades, você deve ter percebido que elas vêm acompanhadas</p><p>de suas siglas, que podem ser redigidas com todas as letras em caixa alta (maiúsculas), como</p><p>em UFCE, ou apenas a primeira letra maiúscula, como em Ufrgs, caracterizando nome</p><p>próprio. Conforme Nicola e Terra (2000), quando as siglas são formadas por até três letras,</p><p>obrigatoriamente são grafadas em maiúsculas (como é o caso de PT, ONU, STF). Contudo, se</p><p>as siglas possuírem mais de três letras, podem ser grafadas com inicial maiúscula e as demais</p><p>letras minúsculas (como é o caso de Unesco e Ufrgs), desde que possam ser pronunciadas</p><p>como uma palavra.</p><p>FONTE: NICOLA, José de; TERRA, Ernani. 1.001 Dúvidas de Português. 10. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2000, p. 118.</p><p>NOTA</p><p>No parágrafo lido, não possuímos substantivos comuns que sejam</p><p>abstratos ou coletivos. Contudo, é importante reconhecermos sua importância</p><p>para, no caso dos coletivos, reconhecermos a possibilidade de agrupamentos de</p><p>seres ou coisas em uma só palavra sem a colocarmos no plural. O reconhecimento</p><p>de substantivos abstratos, por sua vez, nos permite refletir sobre os termos</p><p>que estamos utilizando em nossos textos para designar conceitos e realidades</p><p>imateriais. Nesse sentido, a escolha de substantivos utilizados nos textos não se</p><p>dá de forma aleatória, mas pensada com precisão e clareza para nomearmos os</p><p>seres (reais ou imaginários), concretos ou abstratos.</p><p>ATENCAO</p><p>Como vimos, o substantivo é responsável por nomear tudo o que vemos</p><p>e imaginamos. Na construção do texto, esta classe gramatical é essencial, pois oferece</p><p>referência que permite ao leitor a construção de imagens, proporcionando a interpretação</p><p>da leitura. O substantivo é uma das classes de palavras variáveis, ou seja, ele sofre flexões em</p><p>sua estrutura, para concordar com os termos de uma frase.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>116</p><p>Leia o texto do escritor Alan Lightman: ele recorre ao poder de nomeação</p><p>dos substantivos para criar imagens.</p><p>15 DE MAIO DE 1905</p><p>[...] Uma folha no chão no outono, vermelha, dourada e marrom, delicada.</p><p>[...] Poeira em um peitoril de janela. Uma pilha de pimentões na Marktgasse,</p><p>amarelos, verdes, vermelhos. [...] O buraco de uma agulha. Mofo nas folhas,</p><p>cristal, opalescente. Uma mãe em sua cama, chorando, cheiro de manjericão no</p><p>ar. [...] Uma torre para preces, alta e octogonal, sacada aberta, solene, rodeada</p><p>de brasões. Vapor subindo de um lago no início da manhã. Uma gaveta aberta.</p><p>Dois amigos em um café, o lustre iluminando o rosto de um dos amigos, o outro</p><p>na penumbra. Um gato olhando um inseto na janela. Uma jovem em um banco,</p><p>lendo uma carta, lágrimas de contentamento em seus olhos verdes. [...] Uma</p><p>imensa árvore caída, raízes esparramadas no ar, casca e ramos ainda verdes. O</p><p>branco de um veleiro, com o vento</p><p>de popa, velas se agitando como asas de um</p><p>gigantesco pássaro branco. Um pai e um filho sozinhos em um restaurante, o</p><p>pai, triste, olhos fixos na toalha de mesa. Uma janela oval, de onde se avistam</p><p>campos de feno, uma carroça de madeira, vacas, verde e púrpura na luz da</p><p>tarde. Uma garrafa quebrada no chão, líquido marrom nas fissuras do piso,</p><p>uma mulher com os olhos vermelhos. Um velho na cozinha, preparando o café</p><p>da manhã para o neto, o menino à janela com os olhos fixos em um banco</p><p>pintado de branco. Um livro surrado sobre uma mesa ao lado de um abajur de</p><p>luz branda. O branco na água quando quebra uma onda, erguida pelo vento.</p><p>Uma mulher deitada no sofá, cabelos molhados, segurando a mão de um</p><p>homem que nunca voltará a ver. Um trem com vagões vermelhos, sobre uma</p><p>grande ponte de pedra, de arcos delicados, o rio que sob ela corre, minúsculos</p><p>pontos que são as casas a distância. Partículas de poeira flutuando nos raios</p><p>de sol que entram por uma janela. A pele fina que recobre um pescoço, fina o</p><p>suficiente para se sentir o pulsar do sangue que sob ela corre. Um homem e uma</p><p>mulher nus, envolvidos um no outro. As sombras azuis das árvores numa noite</p><p>de lua cheia. O topo de uma montanha com um vento forte constante, os vales</p><p>que se esparramam por todas as suas bordas, sanduíches de carne e queijo. [...]</p><p>Uma foto de família, os pais jovens e tranquilos, as crianças trajando gravatas</p><p>e vestidos e sorrindo. Uma pequeniníssima luz, visível por entre as árvores de</p><p>um bosque. O vermelho do pôr do sol. Uma casca de ovo, branca, frágil, intacta.</p><p>Um chapéu azul na praia, trazido pela maré. Rosas aparadas flutuando sob</p><p>uma ponte, próximas a um castelo que vai emergindo. O cabelo ruivo de uma</p><p>amante, selvagem, traiçoeiro, promissor. As pétalas púrpuras de uma íris na</p><p>mão de uma jovem mulher. Um quarto com quatro paredes, duas janelas, duas</p><p>camas, uma mesa, um lustre, duas pessoas de rostos vermelhos, lágrimas. [...]</p><p>FONTE: Lightman (1977, p. 72-76)</p><p>Note que nesse texto, acadêmico, o autor emprega a nomeação de</p><p>substantivos. Estes são sempre acompanhados de adjetivos que permitem</p><p>ao leitor a construção de imagens. Vamos, no próximo subtópico, conceituar</p><p>adjetivo. Assim, você perceberá que estas duas classes de palavras sempre</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>117</p><p>estarão muito próximas na construção de textos. Antes, faça a autoatividade a</p><p>seguir para se certificar de sua aprendizagem até o momento.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Leia o poema que segue:</p><p>Dona-de-casa</p><p>Carine Vargas</p><p>Sol.</p><p>Bom dia, dentes, filhos, uniforme,</p><p>merenda, café, carro, escola, carro, supermercado,</p><p>carne, pão, banana, refrigerante, alface, cebola, tomate. Carro,</p><p>casa, cama, lençol, travesseiro, colcha, roupa, lavanderia, máquina, sabão, sala,</p><p>almofada, pano, pó, cortina, tapete, feiticeira. Banheiro, descarga, balde, água,</p><p>desinfetante, toalha molhada, lavanderia, arame, prendedor. Cozinha, pia,</p><p>tábua, faca, panela, fogão, bife, arroz, molho, feijão, salada, mesa, toalha,</p><p>pratos, talheres, copos, guardanapos, carro, escola, filhos, carro, almoço, mesa,</p><p>pia, louça, armário, fogão, piso. Televisão, jornal, filhos, tema, lanche, leite,</p><p>Nescau, pão, margarina, banana, louça, pia, armário. Carro, filhos, natação,</p><p>futebol, mensalidade, espera, revista, filhos, carro, casa. Vizinha, conversa rápida,</p><p>lavanderia, arame, roupas, agulha, linha, camisa, calça, ferro de passar.</p><p>Janta, marido, filhos, sala, televisão, família reunida, dinheiro, discussão,</p><p>cozinha, mesa, louça, pia, armário. Filhos, sono, escova, creme dental, cama,</p><p>beijo, durmam com os anjos. Portas chaveadas, janelas fechadas,</p><p>banho, sabonete, água, toalha, creme no corpo, camisola,</p><p>renda, escova, cabelo, perfume, dentes limpos,</p><p>cama, marido, sexo, sono, boa noite,</p><p>Lua."</p><p>Até o presente momento, você estudou o que são classes de palavras e,</p><p>dentre elas, estudou os substantivos, reconhecendo os substantivos próprios e</p><p>comuns. Dentre os substantivos comuns, você passou a reconhecer os concretos,</p><p>abstratos e coletivos. Diante dessas considerações, assinale V para as sentenças</p><p>verdadeiras e F para as falsas.</p><p>( ) O poema é composto por vários substantivos que sinalizam o cotidiano de</p><p>uma dona-de-casa.</p><p>( ) Na quarta linha, o substantivo CARRO é um substantivo comum, embora</p><p>inicie com letra maiúscula.</p><p>( ) DONA-DE-CASA é um substantivo composto e concreto.</p><p>( ) Na sétima linha, MOLHADA, é um substantivo comum e abstrato.</p><p>( ) NATAÇÃO, na linha 11, é um substantivo comum e concreto.</p><p>2 A partir das sentenças assinaladas como falsas na atividade anterior, procure</p><p>explicar individualmente cada sentença, justificando o porquê você a(s)</p><p>considera falsa(s).</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>118</p><p>2.2 ADJETIVO</p><p>Estudamos que os substantivos são as palavras que nomeiam os seres,</p><p>não é mesmo? Os adjetivos, por sua vez, são as palavras que os caracterizam.</p><p>Para iniciarmos nossa conversa sobre os adjetivos, recomendamos que leia</p><p>atentamente o meme a seguir.</p><p>Os memes “constituíram formas [...] de construção de significados de ver e</p><p>agir em sociedade”, proliferando-se em ambientes virtuais na forma de gêneros textuais</p><p>permeados de simbologias gráficas, imagéticas e textuais (PASSOS, 2012, p. 9).</p><p>NOTA</p><p>FIGURA 1 - MEME PARA ENTENDER AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>FONTE: Adaptado de <https://i.pinimg.</p><p>com/564x/2c/6e/70/2c6e70ffa8eb8157db7ed1c47cbc6665.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>( ) Na sétima linha, MOLHADA, é um substantivo comum e abstrato. – A</p><p>alternativa é falsa porque MOLHADA exerce função de caracterizar</p><p>outro substantivo (toalha). Portanto, sua classe gramatical não é de um</p><p>substantivo, mas de adjetivo.</p><p>( ) NATAÇÃO, na linha 11, é um substantivo comum e concreto. Natação não</p><p>é substantivo concreto, mas abstrato, porque depende de outro ser para</p><p>existir (de quem nada). Este substantivo abstrato designa uma ação (é</p><p>derivado de um verbo): natação (de nadar).</p><p>FONTE: <https://www1.educacao.pe.gov.br/cpar/ProfessorAutor/L%C3%ADngua%20</p><p>Portuguesa/L%C3%ADngua%20Portuguesa%20%20I%20%207%C2%BA%20ano%20</p><p>%20I%20%20Fundamental/Fun%C3%A7%C3%A3o%20do%20substantivo%20na%20</p><p>nomea%C3%A7%C3%A3o%20de%20personagens%20e%20lugares.ppt>. Acesso em: 30 out. 18.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>119</p><p>Na figura acima, você se deparou com um meme bastante interessante</p><p>para reconhecermos a função do substantivo e adjetivo no texto. No meme, há um</p><p>efeito de humor causado justamente a partir das classes de palavras substantivo</p><p>e adjetivo, bem como a partir das características da personagem de um desenho</p><p>animado da MTV, Funérea, que está sempre mal-humorada. Ao mesmo tempo,</p><p>há uma crítica essencialmente levantada ao jornalismo e ao humor, que se revela</p><p>no conhecimento linguístico das classes de palavras adjetivo e substantivo, a fim</p><p>de confirmar que o humor da personagem é inteligente.</p><p>Em “Jornalismo criativo; humor inteligente; hotel limpo”, temos</p><p>combinados aos substantivos jornalismo, humor e hotel, os adjetivos criativo,</p><p>inteligente e limpo. Para a personagem, todo jornalismo tem que ser criativo; todo</p><p>humor tem que ser inteligente; e todo hotel tem que ser limpo. Por isso, ela afirma</p><p>haver problema com o substantivo. Esses adjetivos, isto é, essas características,</p><p>não deveriam ser necessárias, pois todos os substantivos elencados deveriam</p><p>atender tais características como obrigação.</p><p>A partir do que você viu até aqui, deve ter percebido que o adjetivo se</p><p>liga ao substantivo, como limpo (adjetivo) está ligado a hotel (substantivo);</p><p>inteligente (adjetivo) está ligado a humor (substantivo); criativo (adjetivo) está</p><p>ligado a jornalismo (substantivo). Observe mais um exemplo:</p><p>Os acadêmicos maranhenses visitaram o polo de Indaial.</p><p>Note que a palavra “acadêmicos” é um substantivo. A palavra em</p><p>destaque (maranhenses) acompanha este nome a fim de caracterizar, identificar</p><p>os acadêmicos. Os adjetivos podem ser: primitivos, derivados, simples ou</p><p>compostos.</p><p>Os primitivos são aqueles que não provêm de nenhuma outra palavra da</p><p>língua. Exemplo:</p><p>98</p><p>3.3 OFÍCIO .............................................................................................................................................. 99</p><p>3.3.1 Elaboração e modelo ............................................................................................................100</p><p>3.4 REQUERIMENTO .........................................................................................................................102</p><p>3.4.1 Escritura e modelo ................................................................................................................102</p><p>3.5 E-MAIL ............................................................................................................................................103</p><p>3.5.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail formal .................................................104</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................106</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107</p><p>IX</p><p>UNIDADE 3 – A GRAMÁTICA E SUAS PARTES ..........................................................................109</p><p>TÓPICO 1– AS CLASSES DE PALAVRAS .......................................................................................111</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111</p><p>2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE .............................................................................111</p><p>2.1 SUBSTANTIVO ..............................................................................................................................113</p><p>2.2 ADJETIVO ......................................................................................................................................118</p><p>2.3 ADVÉRBIO .....................................................................................................................................123</p><p>2.4 NUMERAL ......................................................................................................................................125</p><p>2.5 ARTIGO ...........................................................................................................................................126</p><p>2.6 PREPOSIÇÃO .................................................................................................................................129</p><p>2.7 CONJUNÇÃO ................................................................................................................................131</p><p>2.8 INTERJEIÇÃO ...............................................................................................................................134</p><p>2.9 VERBO .............................................................................................................................................135</p><p>2.10 PRONOMES .................................................................................................................................147</p><p>2.10.1 Os pronomes de tratamento ...............................................................................................154</p><p>3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ......................................................................................................156</p><p>3.1 PRÓCLISE .......................................................................................................................................156</p><p>3.2 MESÓCLISE ....................................................................................................................................157</p><p>3.3 ÊNCLISE .........................................................................................................................................157</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................159</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161</p><p>TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN ..........................................163</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163</p><p>2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ...........................................................................164</p><p>2.1 O PONTO .................................................................................................................................................... 164</p><p>2.2 DOIS-PONTOS ...............................................................................................................................166</p><p>2.3 O PONTO E VÍRGULA ................................................................................................................166</p><p>2.4 A VÍRGULA ....................................................................................................................................167</p><p>2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO ...............................................................................................174</p><p>2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO....................................................................................................174</p><p>2.7 AS RETICÊNCIAS .........................................................................................................................175</p><p>2.8 AS ASPAS ........................................................................................................................................176</p><p>2.9 O TRAVESSÃO ...........................................................................................................................................176</p><p>2.10 OS PARÊNTESES .........................................................................................................................177</p><p>3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS ......................................................................................................178</p><p>3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE DAS SÍLABAS ..........................179</p><p>4 CRASE ...................................................................................................................................................183</p><p>5 HÍFEN ....................................................................................................................................................185</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................191</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................193</p><p>TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA</p><p>DE UM TEXTO ................................................................................................................195</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................195</p><p>2 AMBIGUIDADE .................................................................................................................................196</p><p>3 ESTRANGEIRISMOS ........................................................................................................................198</p><p>4 PLEONASMO ......................................................................................................................................200</p><p>5 EXPRESSÕES .......................................................................................................................................201</p><p>X</p><p>5.1 USO DOS PORQUÊS ....................................................................................................................201</p><p>5.2 USO DE MAU E MAL ..................................................................................................................203</p><p>5.3 USO DE</p><p>Redigi a ata no livro de capa azul.</p><p>Observe que a palavra em destaque (azul) é um adjetivo primitivo, ou</p><p>seja, azul é uma palavra primitiva e, neste caso, caracteriza o substantivo capa.</p><p>Os derivados são aqueles que se formam a partir de uma palavra que já</p><p>existe. Exemplo: Seu trabalho está belíssimo.</p><p>A palavra em destaque (belíssimo) é um adjetivo derivado da palavra “belo”.</p><p>Os adjetivos simples se formam de apenas um radical. Exemplo: O povo</p><p>brasileiro quer qualidade em educação.</p><p>Neste exemplo, temos o substantivo “povo” acompanhado do adjetivo</p><p>simples “brasileiro”.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>120</p><p>Os compostos são aqueles que se formam a partir de dois ou mais radicais.</p><p>Exemplo: A literatura infanto-juvenil em nosso país é ampla.</p><p>Aqui temos o substantivo “literatura” seguido do adjetivo composto</p><p>“infanto-juvenil”, que se formou a partir de infantil + juvenil.</p><p>Então, podemos dizer que os adjetivos acompanham um substantivo,</p><p>formam-se a partir de um verbo, um substantivo e/ou outro adjetivo e podem</p><p>conter um, dois ou mais radicais. Ufa! Respire fundo, pois temos ainda o adjetivo</p><p>pátrio e a locução adjetiva.</p><p>A locução adjetiva nada mais é que uma expressão representada por mais</p><p>de uma palavra, ou seja, um conjunto de palavras que tenham valor de adjetivo.</p><p>São exemplos de locução adjetiva:</p><p>QUADRO 1 – LOCUÇÕES ADJETIVAS</p><p>LOCUÇÃO ADJETIVA ADJETIVO CORRESPONDENTE</p><p>da audição auditivo</p><p>de cidade urbano</p><p>de estômago gástrico</p><p>de inverno hibernal</p><p>de orelha auricular</p><p>de professor docente</p><p>do campo campestre</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Até agora, você viu que os adjetivos, ou as locuções adjetivas, são usados</p><p>para modificar o significado de substantivos, atribuindo-lhes uma característica (como os</p><p>acadêmicos maranhenses), uma qualidade (como o hotel limpo) ou um julgamento (como</p><p>o homem imaturo). Tanto os adjetivos quanto as locuções adjetivas são recursos que devem</p><p>ser utilizados com cautela na produção textual, já que exprimem o juízo de valor do escritor</p><p>diante de um substantivo (quando se descreve um livro como importantíssimo, ou uma</p><p>pessoa como desprezível, por exemplo). Além disso, quando você procura escrever com maior</p><p>objetividade e de forma sucinta, pode ser prudente evitar o uso de locuções adjetivas e substitui-</p><p>las por adjetivos correspondentes (por exemplo: animais do campo/animais campestres).</p><p>IMPORTANTE</p><p>O adjetivo pátrio é aquele que designa local de origem, como continentes,</p><p>países, estados e municípios, entre outros. Em sua maioria são adjetivos derivados</p><p>do nome do local e acrescidos de sufixo. Confira alguns adjetivos pátrios, seguidos</p><p>das localidades brasileiras, no quadro a seguir:</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>121</p><p>QUADRO 2 – ADJETIVOS PÁTRIOS</p><p>ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES BRASILEIRAS</p><p>acriano Acre</p><p>baiano Bahia</p><p>cearense Ceará</p><p>maceioense Maceió</p><p>manauense, manauara Manaus</p><p>paraense Pará</p><p>catarinense, barriga-verde Santa Catarina</p><p>potiguar, rio-grandense-do-norte Rio Grande do Norte</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Vamos relembrar também alguns adjetivos pátrios que se referem a</p><p>localidades estrangeiras:</p><p>QUADRO 3 – ADJETIVOS PÁTRIOS</p><p>ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES ESTRANGEIRAS</p><p>alemão, germânico Alemanha</p><p>buenairense, portenho Buenos Aires</p><p>indiano, hindu Índia</p><p>lisboeta, lisbonense Lisboa</p><p>madrilense, madrileno Madri</p><p>patagão Patagônia</p><p>pequinês Pequim</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Os adjetivos pátrios podem ser compostos, ou seja, formados de dois ou</p><p>mais radicais. Confira:</p><p>luso-brasileira – greco-romana – indo-europeia</p><p>Quando se forma um adjetivo pátrio composto, as palavras com menor</p><p>número de letras devem aparecer primeiro. Quando houver coincidência de</p><p>número de sílabas, deve ser seguida a ordem alfabética.</p><p>Vamos colocar em prática algumas de suas aprendizagens? Faça a</p><p>autoatividade a seguir.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>122</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Leia o fragmento do texto narrativo a seguir, recorte de O Sítio do Pica-Pau</p><p>Amarelo:</p><p>Numa casinha branca, lá no Sítio do Pica-Pau Amarelo, mora uma velha</p><p>de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e</p><p>a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do</p><p>nariz, segue seu caminho pensando:</p><p>- Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto.</p><p>Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em</p><p>companhia da mais encantadora das netas — Lúcia, a menina do narizinho</p><p>arrebitado, ou Narizinho como todos dizem.</p><p>Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca</p><p>e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos. [...]</p><p>FONTE: <http://pausapraleitura.blogspot.com.br/2011/10/o-sitio-de-picapau-amarelo.html>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Branca é um adjetivo primitivo utilizado para caracterizar casinha.</p><p>( ) O termo velha é utilizado no texto como um adjetivo primitivo.</p><p>( ) Morena é um adjetivo derivado utilizado para atribuir uma característica à</p><p>Narizinho.</p><p>( ) Arrebitado é um adjetivo, pois caracteriza o nariz da neta de Dona Benta.</p><p>2 Explique cada alternativa falsa assinalada na atividade anterior.</p><p>3 Leia a tirinha a seguir:</p><p>Helga disse que eu sou</p><p>um bárbaro sem modos,</p><p>rude e grosseiro!</p><p>E o que</p><p>você</p><p>disse?</p><p>Eu disse, "todo</p><p>mundo precisa ser</p><p>alguma coisa"!</p><p>Nossa! Essa foi</p><p>uma resposta</p><p>devastadora!</p><p>FONTE: <https://scontent.cdninstagram.com/vp/</p><p>bdb42b008d5b3f91473acb89df928b33/5BFE9E1F/t51.2885-15/e35/32362813_18413</p><p>58149502282_4578854979179118592_n.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>a) Identifique, na tirinha, o uso de uma locução adjetiva e identifique a quem</p><p>se refere essa característica.</p><p>b) Caso fosse necessário substituir a locução adjetiva identificada na atividade</p><p>acima por um adjetivo equivalente, que adjetivo você escolheria?</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>123</p><p>Caro acadêmico, como vimos até o momento, os adjetivos, quando</p><p>bem selecionados, têm o poder de definir a atmosfera de um texto. Nos textos</p><p>narrativos, como você viu na primeira autoatividade, que esta classe gramatical</p><p>é a responsável por caracterizar as personagens e ajudar na criação de imagens da</p><p>narração. Agora, vamos conhecer outra classe, o advérbio!</p><p>2.3 ADVÉRBIO</p><p>Vamos iniciar o estudo desta classe de palavras lendo o texto que segue:</p><p>QUE TIPO DE CLASSE GRAMATICAL VOCÊ É? ADVÉRBIO,</p><p>MUITO PRAZER!</p><p>Se eu fosse uma classe gramatical, desejaria ser o advérbio. Não porque</p><p>sou invariável, pelo contrário. Vario muito. Por indicar circunstância, e esta</p><p>varia, como varia! Além disso, modifico... Ah! se modifico! Altero frases,</p><p>palavras (verbos, adjetivos e até "euzinho" mesmo, o advérbio). Assim são as</p><p>pessoas, precisam modificar suas ações, suas características, a si mesmas.</p><p>Além disso, posso transformar a frase mais proferida do mundo "Eu te</p><p>amo” em mensagens extraordinárias: Eu te amo muito, Eu te amo devagar, Eu</p><p>te amo silenciosamente, Eu te amo à noite, ao amanhecer, aqui, ali e sempre...</p><p>Tenho, ainda, o poder do desprezo: eu te amo pouco, talvez nem ame; não, na</p><p>verdade eu não te amo. Nunca te amei.</p><p>FONTE: Texto adaptado (autor desconhecido)</p><p>As palavras em destaque no texto são advérbios. Dito de outra maneira,</p><p>o advérbio é a palavra que modifica, principalmente, o verbo, indicando a</p><p>circunstância em que ocorre a ação que ele expressa.</p><p>Os advérbios, bem como as locuções adverbiais (conjunto de palavras</p><p>com valor de advérbio), podem representar sete tipos de circunstâncias. São</p><p>elas: tempo, lugar, modo, afirmação, negação, intensidade e dúvida. Conheça</p><p>alguns exemplos de advérbios e locuções adverbiais.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>124</p><p>QUADRO 4 – EXEMPLOS DE ADVÉRBIOS</p><p>TEMPO LUGAR MODO AFIRMAÇÃO NEGAÇÃO INTENSIDADE DÚVIDA</p><p>ontem Aqui bem sim não bem Talvez</p><p>hoje Perto mal certamente tampouco bastante Acaso</p><p>amanhã Além melhor realmente absolutamente mais Quiçá</p><p>cedo por perto depressa efetivamente de jeito</p><p>nenhum menos provavelmente</p><p>quando em cima devagar por certo de forma</p><p>alguma muito possivelmente</p><p>às vezes por ali às pressas</p><p>com certeza de modo</p><p>nenhum de pouco por certo</p><p>FONTE: As autoras</p><p>No quadro de advérbios acima, você deve ter visto que, dentre os advérbios de</p><p>tempo, temos a palavra “quando”. Contudo, essa palavra nem sempre terá função de advérbio!</p><p>Vamos explicar melhor a condição do termo “quando” a partir do que o portal Ciber Dúvidas</p><p>(site sem fins lucrativos que esclarece, informa e debate questões sobre a língua portuguesa)</p><p>explica:</p><p>O advérbio quando pode ocorrer com valor circunstancial expressando uma circunstância</p><p>de tempo, indicando «em que ocasião» (ex.: «Ele decidiu levá-la para passear, mas não disse</p><p>quando»). Pode ainda ocorrer em frases interrogativas diretas ou indiretas (ex.: «Quando ela</p><p>chega?»). Neste exemplo, a palavra quando é um advérbio interrogativo.</p><p>Quando também pode ser, no entanto, uma conjunção. Como conjunção, a</p><p>palavra quando pode ser conjunção subordinativa:</p><p>— temporal (ex.: «Quando chove, fico em casa»);</p><p>— proporcional (ex.: «Quando a mãe refilava, ela gritava mais alto»);</p><p>— condicional (ex: «Quando queria sair, sempre dava um jeitinho»);</p><p>— concessiva (ex: «Costuma convidá-la para sair, quando sabe muito bem que ela tem de</p><p>estudar para os exames»).</p><p>FONTE: Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-diferenca-</p><p>entre-quando-conjuncao-e-quando-adverbio/22786>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Revisite este UNI quando chegar à classe das conjunções!</p><p>IMPORTANTE</p><p>Depois de tantos exemplos ficou mais fácil compreender o que é um</p><p>advérbio, não é? Vamos continuar nossos estudos!</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>125</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Analise as sentenças a seguir e identifique os advérbios:</p><p>a) Hoje, estudamos o material de Linguagem e Comunicação.</p><p>b) Não realizei toda a leitura do livro.</p><p>c) Talvez possamos fazer um grupo de estudos on-line.</p><p>d) Estamos muito preocupados com as atividades da graduação.</p><p>e) Alegremente o professor nos comunicou sobre nosso sucesso na disciplina.</p><p>2.4 NUMERAL</p><p>Esta classe indica a ideia numérica dos seres. De acordo com as ideias que</p><p>exprime, o numeral pode ser classificado da seguinte maneira:</p><p>Cardinais: por expressar a quantidade exata dos seres.</p><p>Ordinais: por expressar a ordem dos seres.</p><p>Multiplicativos: por expressar aumento de proporção de uma quantidade</p><p>ou multiplicação.</p><p>Fracionários: por expressar diminuição de proporção de uma quantidade</p><p>ou divisão.</p><p>Vamos conhecer alguns exemplos dispostos no quadro a seguir:</p><p>QUADRO 5 – EXEMPLOS DE NUMERAIS</p><p>ALGARISMOS</p><p>CARDINAIS ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOSRomanos indo-</p><p>arábicos</p><p>I 1 Um Primeiro - -</p><p>II 2 Dois Segundo dobro, duplo meio, metade</p><p>III 3 Três Terceiro triplo, tríplice terço</p><p>IV 4 quatro Quarto Quádruplo quarto</p><p>V 5 cinco quinto quíntuplo quinto</p><p>VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto</p><p>VII 7 sete sétimo séptuplo sétimo</p><p>VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo</p><p>IX 9 nove nono nônuplo nono</p><p>X 10 dez décimo décuplo décimo</p><p>FONTE: As autoras</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>126</p><p>Incluem-se nos numerais cardinais o “zero” (0) e “ambos” (os dois).</p><p>NOTA</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Relacione as colunas a seguir:</p><p>(1) Numerais Cardinais</p><p>(2) Numerais Ordinais</p><p>(3) Numerais Multiplicativos</p><p>(4) Numerais Fracionários</p><p>(5) Algarismos romanos</p><p>(6) Algarismos indo-arábicos</p><p>( ) Quarto</p><p>( ) 10</p><p>( ) Quatro</p><p>( ) Dobro</p><p>( ) XXI</p><p>( ) Oitavo</p><p>2.5 ARTIGO</p><p>Você viu, ao longo deste tópico, os usos dos substantivos, adjetivos,</p><p>advérbios e numerais, relacionando algumas questões de regras normativas com</p><p>a textualidade. Tendo em vista o que aprendeu até agora, leia a fábula a seguir:</p><p>O cavalo e o asno</p><p>Um homem tinha um cavalo e um asno. Certo dia, quando ambos</p><p>caminhavam por uma estrada, o asno disse ao cavalo:</p><p>– Se minha vida importa-lhe, carregue um pouco de minha carga.</p><p>Mas o cavalo não deu ouvido ao sofrimento do asno. O asno acabou caindo</p><p>morto de tanto esforço. O dono então pôs toda a carga do asno sobre o lombo</p><p>do cavalo, inclusive os despojos do asno morto.</p><p>O cavalo pôs-se a lamentar seu destino aos brandos:</p><p>– Como sou infeliz! Que triste destino o meu! Não quis carregar parte</p><p>da carga do asno e agora estou carregando tudo em dobro, e, como prêmio, a</p><p>pele do outro.</p><p>Moral da história: Quem ajuda ao próximo ajuda a si mesmo.</p><p>FONTE: <https://www.epochtimes.com.br/fabulas-de-esopo-um-modo-inteligente-e-moral-de-</p><p>ensinar-criancas/#.WlAIh0qnGM8>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>127</p><p>“[...] o clássico conceito de fábula que tem sua origem em Esopo (séc. VI a.C.)</p><p>e Fredo (séc. I d.C.) e foi retomada no Classicismo francês, por La Fontaine. Trata-se de uma</p><p>narrativa, quase sempre breve, em prosa ou, na maioria, em verso, de ação não muito tensa,</p><p>de grande simplicidade e cujos personagens (muitas vezes animais irracionais que agem</p><p>como seres humanos) não são de grande complexidade. Aponta sempre para uma conclusão</p><p>ético-moral. É um gênero de grande projeção pragmática por seu claro objetivo moralizador</p><p>e de grande efeito perlocutório, próprio dos textos narrativos, pois vai ao encontro dos</p><p>hábitos, das expectativas e das disponibilidades culturais do leitor” (COSTA, 2012, p. 124).</p><p>NOTA</p><p>Você deve ter percebido, em sua leitura, o uso de animais como</p><p>personagens com características mais humanas. Reveja o texto e destaque as</p><p>palavras que aparecem antes dos animais e dos termos que referenciam o homem</p><p>(que são substantivos, quando analisamos sua classe de palavras). Dentre essas</p><p>palavras, você irá se deparar com o uso de “um” e “o”, dois artigos masculinos,</p><p>o primeiro indefinido, e, o segundo, definido. Agora, procure identificar em que</p><p>situação no texto foi utilizado o artigo indefinido diante do personagem (que</p><p>é um substantivo) e em que situação foi utilizado o artigo definido. Você deve</p><p>perceber que “um” introduz pela primeira vez homem, cavalo e asno, quando</p><p>ainda não conhecemos os personagens da história. A partir do momento que já</p><p>conhecemos os personagens, o texto passa a empregar o artigo definido “o” antes</p><p>dos personagens. Identificou como é importante empregar artigos definidos e</p><p>indefinidos em diferentes situações do texto?</p><p>Agora, propomos a você, acadêmico, mais uma reflexão: Como é possível</p><p>sabermos que o “um” utilizado no texto é um artigo indefinido e não um</p><p>numeral? A resposta a esta pergunta não é tão complexa. Sabemos que “um” é</p><p>artigo indefinido porque sua função dentro do texto é de apresentar, inicialmente,</p><p>personagens que ainda não conhecemos. Se “um” fosse numeral, teria a função</p><p>de contabilizar um homem dentre outros apresentados, um asno dentre outros</p><p>asnos, um cavalo dentre outros cavalos (apresentar como quantidade).</p><p>A partir do que vimos até aqui, podemos afirmar que artigos são utilizados</p><p>antes de substantivos; e podem ter duas classificações: os artigos definidos e os</p><p>indefinidos. Vejamos:</p><p>Definidos: indicam que se trata de um ser da mesma espécie. São artigos</p><p>definidos: o, a, os, as. Observe:</p><p>O administrador da empresa compareceu à reunião.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>128</p><p>Note que estamos tratando de um ser específico naquela situação.</p><p>Indefinidos: indicam que se trata de um ser de qualquer espécie. São eles: um,</p><p>uma, uns, umas. Observe:</p><p>Um administrador da empresa compareceu à reunião.</p><p>Neste caso, trata-se de um administrador qualquer entre outros naquela</p><p>situação.</p><p>Como você viu no início desta unidade, o artigo é uma classe de palavra</p><p>variável, isto é, possui diferentes formas para concordar com o substantivo a que se</p><p>refere. Ele varia em gênero (feminino e masculino) e em número (singular e plural).</p><p>o administrador – a administradora – os administradores – as</p><p>administradoras</p><p>um administrador – uma administradora – uns administradores – umas</p><p>administradoras</p><p>Vamos colocar em prática algumas de suas aprendizagens?</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Leia as sentenças abaixo e identifique se a palavra destacada é um artigo ou</p><p>numeral. Explique sua escolha pela classe de palavra.</p><p>a) Fui à livraria e comprei só um livro.</p><p>b) Fui à livraria e comprei um livro.</p><p>2 Leia a tirinha</p><p>a seguir e explique se a palavra UM no primeiro quadrinho se</p><p>refere a um artigo ou a um numeral:</p><p>Aquele rato</p><p>roubou um</p><p>biscoito!</p><p>Vá pega-lo Garfield!</p><p>Peguei!</p><p>FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_yEE_GL-q3ho/S8sVa2Eo5aI/</p><p>AAAAAAAAAnk/_9jPV1kG8k0/s400/garfield.png>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>FIGURA 3 – GARFIELD</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>129</p><p>2.6 PREPOSIÇÃO</p><p>Você já ouviu alguma vez a música Eduardo e Mônica? Caso conheça a</p><p>música, procure lembrar da letra e preencher as lacunas:</p><p>Eduardo e Mônica</p><p>Legião Urbana</p><p>Quem um dia irá dizer</p><p>Que existe razão</p><p>__________ coisas feitas _________coração?</p><p>E quem irá dizer</p><p>Que não existe razão?</p><p>Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar</p><p>Ficou deitado e viu que horas eram</p><p>Enquanto Mônica tomava um conhaque</p><p>__________outro canto __________cidade, como eles disseram</p><p>FONTE: Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/eduardo-e-monica.html>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Pelo título deste subtópico, certamente você já sabe classificar</p><p>gramaticalmente as palavras que estão faltando na música: são as preposições</p><p>“nas”, “pelo”, “no”, “da”. Veja como a preposição é importante para</p><p>compreendermos o texto, a fim de ligarmos diferentes termos. Além desse elo</p><p>que a preposição estabelece entre diferentes elementos textuais, ela estabelece</p><p>sentidos. Por exemplo: tente substituir a preposição “pelo”, no verso “Nas coisas</p><p>feitas pelo coração”, pela preposição “para” mais artigo definido “o”: “nas coisas</p><p>feitas para o coração”. Está percebendo a importância da preposição? Em “pelo</p><p>coração”, é o coração que faz a ação; em “para o coração”, as coisas são feitas em</p><p>razão do coração, para ele e não por ele. Podemos dizer, então, que a preposição</p><p>não é empregada aleatoriamente no texto, ela precisa ligar os termos de forma</p><p>que estabeleça o sentido pretendido pelo autor.</p><p>As relações que são estabelecidas entre as partes do discurso por meio</p><p>das preposições podem possuir noções de tempo, causa, assunto, finalidade etc.</p><p>Por isso, dizemos que, na língua portuguesa, as preposições são imprescindíveis</p><p>para a construção do sentido nos textos que produzimos, constituindo-se como</p><p>importante recurso para estabelecermos a conexão entre palavras e orações.</p><p>Vejamos, agora, de que forma essa conexão ocorre:</p><p>Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?</p><p>razão nas coisas: “razão” e “coisas” são elementos ligados pela preposição</p><p>“nas”.</p><p>nas: preposição “em” + artigo definido “as” = nas.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>130</p><p>feitas pelo coração: “feitas” e “coração” são elementos ligados pela</p><p>preposição “pelo”.</p><p>pelo: preposição “por” (ou sua forma antiga per) + artigo definido “o” =</p><p>pelo.</p><p>As principais preposições essenciais que elencamos para seus estudos são:</p><p>a, ante, até, após, com, contra, dês / desde, em, entre, para, perante,</p><p>por, sem, sob, sobre.</p><p>Além dessas preposições, também temos as locuções prepositivas!</p><p>Como já vimos, locução é um conjunto. As locuções prepositivas são duas ou</p><p>mais palavras com valor de uma preposição, sendo que a última é sempre uma</p><p>preposição essencial.</p><p>Podemos elencar, como de uso mais frequente, as seguintes locuções</p><p>prepositivas:</p><p>QUADRO 6 – EXEMPLOS DE LOCUÇÕES PREPOSITIVAS</p><p>abaixo de a par de além de diante de em frente a junto a</p><p>acerca de a respeito de dentro de embaixo de em vez de por cima de</p><p>de trás de por detrás de por trás de ao lado de perto de graças a</p><p>FONTE: As autoras</p><p>ATENCAO</p><p>Você reparou na grafia “trás”, escrita com “s” e acento gráfico na letra “a”? É</p><p>comum as pessoas se confundirem com a grafia de “atrás”, “trás” e “traz”. Para que você não se</p><p>confunda com esse aspecto, basta reconhecer a função da palavra e sua classe gramatical.</p><p>“Atrás”, por exemplo, é grafado com acento agudo e “s” e sua classe gramatical é de advérbio</p><p>de lugar: “Estou atrás da biblioteca esperando por você”. Perceba que “atrás” está indicando o</p><p>lugar. “Traz”, por sua vez, é um verbo conjugado em terceira pessoa do singular: Ela traz todos</p><p>os livros sempre que necessário. “Trás” é empregado como preposição (especialmente dentro</p><p>de uma locução prepositiva): O meu vizinho estava por trás de toda essa confusão; Se você</p><p>não andar rápido, vai ficar para trás.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>131</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Observe neste anúncio o papel da preposição e assinale a alternativa</p><p>verdadeira:</p><p>FONTE: <https://byzezinho.files.wordpress.com/2009/06/03.jpg>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>a) ( ) SAIR DE é uma locução prepositiva que tem o papel de ligar a palavra</p><p>"sem" da palavra "casa".</p><p>b) ( ) DE é uma locução prepositiva que expressa a noção de lugar.</p><p>c) ( ) SEM é uma preposição que indica ausência.</p><p>d) ( ) Na locução prepositiva SAIR DE, DE cumpre papel de preposição</p><p>essencial.</p><p>2.7 CONJUNÇÃO</p><p>Assim como a preposição, a conjunção tem função de ligar, unir,</p><p>mas em uma perspectiva um pouco diferente da que vimos anteriormente,</p><p>já que, do ponto de vista sintático, estabelece a relação de subordinação ou</p><p>coordenação quando liga duas orações. Você recorda o que é oração em</p><p>língua portuguesa? Pois bem, oração é uma frase ou parte de uma frase</p><p>com verbo. Assim, para existir oração tem que haver um verbo. Se uma</p><p>frase contiver dois verbos, teremos duas orações, três verbos, três orações...</p><p>Vamos visualizar na prática? Então, segue um exemplo:</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>132</p><p>Os jovens adormeceram e o silêncio espalhou-se pela casa.</p><p>Observe que as palavras “adormeceram” e “espalhou” são verbos.</p><p>Portanto, temos nessa frase duas orações. Agora, a palavra em destaque</p><p>“e” é a que liga as duas orações, sendo, portanto, uma conjunção.</p><p>Podemos dizer, então, que conjunções são palavras invariáveis que</p><p>conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação</p><p>ou de coordenação. Portanto, as conjunções são classificadas em</p><p>coordenativas e subordinativas. Estas, por sua vez, apresentam outra</p><p>divisão. Veja:</p><p>Conjunção coordenativa: são as que simplesmente coordenam as</p><p>orações.</p><p>Não estabelecem relação de dependência sintática (sentido).</p><p>Dividem-se em:</p><p>• Aditivas: são as que expressam relação de soma. Ex.: nem, e, não só, mas</p><p>também.</p><p>• Adversativas: são as que expressam relação de adversidade ou</p><p>oposição. Ex.: mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto.</p><p>• Alternativas: são as que expressam sentido de alternância ou exclusão.</p><p>Ex.: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.</p><p>• Conclusivas: estas exprimem relação de conclusão. Ex.: logo, assim,</p><p>portanto, por isso, pois (posposto ao verbo).</p><p>• Explicativas: são as que exprimem sentido de explicação. Ex.: que,</p><p>porque, pois (anteposto ao verbo).</p><p>Conjunção subordinativa: são as que ligam duas orações e estas</p><p>são dependentes uma(s) da(s) outra(s).</p><p>• Causais: expressam relação de causa. Ex.: porque, pois, porquanto,</p><p>como (= porque), pois que, visto que, visto como, por isso que, já que,</p><p>uma vez que, entre outras.</p><p>• Concessivas: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem</p><p>concessão. Ex.: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que,</p><p>apesar de que, entre outras.</p><p>• Condicionais: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem</p><p>condição. Ex.: se, caso, contanto que, salvo se, desde que.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>133</p><p>• Conformativas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam</p><p>conformidade. Ex.: conforme, segundo, como, consoante.</p><p>• Comparativas: estas iniciam orações adverbiais que exprimem</p><p>comparação. Ex.: como, mais... que, menos... que, maior... que, menor...</p><p>que, entre outras.</p><p>• Consecutivas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam</p><p>consequência. Ex.: que (combinado com tal, tanto, tão, tamanho), de</p><p>sorte que, de forma que.</p><p>• Finais: são as que iniciam orações adverbiais para expressar finalidade.</p><p>Ex.: para que, a fim de que.</p><p>• Proporcionais: estas iniciam as orações adverbiais que indicam</p><p>proporção. Ex.: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto</p><p>mais, quanto menos.</p><p>• Temporais: iniciam orações</p><p>adverbiais que exprimem tempo. Ex.:</p><p>quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que, sempre</p><p>que, até que, assim que, todas as vezes que.</p><p>• Integrantes: estas iniciam as orações subordinadas substantivas que</p><p>representam sujeito, objeto direto etc. Ex.: que, se.</p><p>Vale lembrar que uma mesma conjunção ou locução conjuntiva pode iniciar</p><p>orações que indicam sentidos distintos. Então, caro acadêmico, o estudo não deve voltar-se</p><p>para a memorização classificatória, mas, sim, para o sentido das frases no texto.</p><p>NOTA</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Na tirinha a seguir você verá Armandinho interagindo com seu pai. A partir</p><p>de sua leitura, verifique as sentenças corretas:</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>134</p><p>Uma história</p><p>pra dormir?</p><p>Tudo bem...</p><p>Há muitos</p><p>e muitos</p><p>anos...</p><p>... Quando ainda</p><p>havia jornalismo</p><p>investigativo ...</p><p>FONTE: <https://retalhosinterativos.files.wordpress.com/2013/09/1045104_598360100209</p><p>300_1527914012_n.png>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>I- QUANDO é uma conjunção subordinativa que une duas orações: “Há</p><p>muitos e muitos anos” e “quando ainda havia jornalismo investigativo”.</p><p>II- No segundo quadrinho, a conjunção E une duas palavras da mesma classe</p><p>gramatical.</p><p>III- QUANDO é uma conjunção coordenativa temporal, cuja função é de unir</p><p>duas orações independentes.</p><p>IV- A intensidade atribuída ao tempo (muitos e muitos anos) a partir do</p><p>uso de advérbio e conjunção, ao ligar-se à oração subordinada iniciada pela</p><p>conjunção temporal QUANDO, dá ideia de que o jornalismo investigativo</p><p>pertence a uma época passada e não existe mais.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) ( ) Apenas a sentença IV está correta.</p><p>b) ( ) Apenas as sentenças II e IV estão corretas.</p><p>c) ( ) Apenas as sentenças I, II e IV estão corretas.</p><p>d) ( ) Apenas as sentenças III e IV estão corretas.</p><p>2.8 INTERJEIÇÃO</p><p>A interjeição é uma das classes de palavras invariáveis. Ela exprime</p><p>sensações e estados emocionais. Dito em outras palavras, com a interjeição</p><p>traduzimos de modo vivo nossas emoções. Podemos dizer que o uso dessa</p><p>classe é mais frequente em textos narrativos, nos quais há a apresentação</p><p>de falas coloquiais, pois contribuem para transmitir ao leitor as emoções e</p><p>reações das personagens.</p><p>O significado da interjeição dependerá do momento em que é</p><p>expressa e também da entonação de voz. Vamos conhecer algumas, então?!</p><p>Veja a classificação, conforme os sentimentos que indicam:</p><p>De alegria: Ah! Eh! Oh! Oba! Viva! De dor: Ai! Ui!</p><p>De animação: Vamos! Coragem!</p><p>De chamamento: Psiu! Olá! Alô!</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>135</p><p>De desejo: Quem me dera! Tomara! Oxalá! De silêncio: Psiu! Boca</p><p>fechada! Quieto!</p><p>De aplauso: Bis! Viva! Bravo!</p><p>De medo: Ui! Uh! Ai! Credo! Que horror!</p><p>De espanto, surpresa: Ah! Oh! Nossa! Xi! De alívio: Ufa! Ah! Uf! Arre!</p><p>Uai!</p><p>De afugentamento: Fora! Xô! Passa!</p><p>Você percebeu uma característica comum às interjeições? Se você</p><p>pensou no ponto de exclamação, acertou! Na escrita, as interjeições são</p><p>seguidas do ponto de exclamação. Observe a tirinha que segue:</p><p>FIGURA 4 – MAFALDA</p><p>FONTE: <https://guiroque.files.wordpress.com/2008/07/mafalda1.jpg>.</p><p>Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>Podemos destacar facilmente várias interjeições, não é mesmo? Muito bem,</p><p>completamos, assim, o estudo de mais uma classe. Vamos continuar?</p><p>2.9 VERBO</p><p>Dentre as classes de palavras, podemos dizer que o verbo é a palavra que</p><p>mais varia. Assim, ele indica: pessoa, número, tempo, modo, estados e fenômenos</p><p>naturais e voz. Ele exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado</p><p>no tempo.</p><p>Algumas dúvidas acerca do tema verbos podem ser um pouco frequentes,</p><p>como a própria ortografia. Você já se confundiu alguma vez com a escrita de</p><p>conseguiram e conseguirão? Com surge e surgi? O conhecimento acerca da sílaba</p><p>tônica e desinência do verbo pode contribuir para você escolher entre a grafia</p><p>“am” e “ão”, na conjugação dos verbos na terceira pessoa do plural (compraram</p><p>e comprarão); e a grafia “e” e “i”, na terceira e primeira pessoa do singular (surge</p><p>e surgi).</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>136</p><p>Para não se confundir mais, pense na sílaba tônica da palavra. Em</p><p>conseguirão, a sílaba tônica é a última sílaba da palavra, logo, sua grafia é com</p><p>“ão” e seu tempo verbal é o futuro do presente. Em conseguiram, a sílaba tônica é</p><p>a penúltima da palavra, logo, a grafia do som nasal na última sílaba é com “am”, e</p><p>seu tempo verbal é o pretérito perfeito, que expressa uma ação passada. Em surge</p><p>(ele surge), temos como sílaba tônica a penúltima sílaba da palavra (sur), logo, a</p><p>grafia final é com “e”, embora em algumas regiões do nosso país a pronúncia seja</p><p>de “i” (algo como súrgi). Em surgi (eu surgi), a sílaba tônica é a última da palavra</p><p>(gi), logo, a grafia é com a letra “i” e sua desinência é para a primeira pessoa do</p><p>singular no pretérito perfeito do indicativo. Não se preocupe com todos esses</p><p>termos, pois nas discussões a seguir, você conhecerá um pouco melhor sobre a</p><p>flexão e função dos verbos.</p><p>O verbo constitui-se basicamente em duas partes: radical e terminação</p><p>(desinência). Veja o exemplo com os verbos amar, sofrer e partir, conjugados no</p><p>presente do indicativo:</p><p>QUADRO 7 – EXEMPLOS DE VERBOS</p><p>AMAR SOFRER PARTIR</p><p>EU Amo sofro parto</p><p>TU Amas sofres partes</p><p>ELE Ama sofre parte</p><p>NÓS Amamos sofremos partimos</p><p>VÓS Amais sofreis partis</p><p>ELES Amam sofrem partem</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Podemos notar que, em cada conjugação, uma parte do verbo não sofreu</p><p>alteração (amar = AM; sofrer = SOFR; partir = PART), portanto, esta parte, que</p><p>contém a base do significado, é denominada radical.</p><p>A terminação ou desinência é a parte do verbo que contém as indicações de</p><p>pessoa, tempo, modo e voz. Conjugar um verbo significa apresentá-lo em todos os</p><p>seus modos, pessoas, tempos, vozes e números. Quando agrupamos todas essas</p><p>flexões, de acordo com uma ordem, temos uma conjugação.</p><p>Os verbos da Língua Portuguesa são classificados em três diferentes</p><p>grupos, caracterizados pela vogal temática. Conhecer a vogal temática do verbo</p><p>contribui para refletirmos sobre a regularidade da conjugação desse verbo.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>137</p><p>Vogal temática é a parte que indica a conjugação à qual os verbos pertencem.</p><p>É formada pela vogal que vem depois do radical. Ex.: cant - a - r (a - vogal temática); sofr - e</p><p>- r (e - vogal temática); part - i - r (i - vogal temática).</p><p>NOTA</p><p>Conheça os três grupos de conjugação da Língua Portuguesa:</p><p>QUADRO 8 – AS TRÊS CONJUGAÇÕES</p><p>1ª conjugação - verbos terminados em AR, cuja vogal temática é A. Ex.:</p><p>cantar, sonhar, falar, amar, andar, nadar, limpar, anotar, flexionar, escapar,</p><p>rasgar, amarrar...</p><p>2ª conjugação - verbos terminados em ER, cuja vogal temática é E. Ex.: comer,</p><p>sofrer, mexer, roer, escrever, absorver, expor, compor, repor, compor...</p><p>3ª conjugação - verbos terminados em IR, cuja vogal temática é I. Ex.: partir,</p><p>sentir, emitir, sorrir, fingir, falir, mentir, iludir, cair, abrir...</p><p>FONTE: As autoras</p><p>E os verbos terminados em OR, como compor e expor? Por que foram</p><p>classificados na segunda conjugação, terminados em ER? Você já deve ter ouvido</p><p>que a língua passa por mudanças ao longo dos anos, não é mesmo!? Esses verbos</p><p>(compor e expor), por terem origem no antigo verbo “poer”, são encaixados na</p><p>segunda conjugação. Cada conjugação verbal possui terminações específicas que</p><p>são utilizadas para flexionar seus respectivos verbos</p><p>ATENCAO</p><p>Lembre-se! Dizemos que o verbo não é flexionado ou que está no infinitivo</p><p>quando termina em R. Veja: enviar, escrever, comprar, relatar, sorrir, latir, ser, caber, fazer...</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>138</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Muito bem! Agora que já conhecemos as conjugações verbais,</p><p>vamos praticar? Classifique os verbos a seguir em 1ª, 2ª e 3ª conjugação:</p><p>a) Explicar:</p><p>b) Dividir:</p><p>c) Rever:</p><p>d) Supor:</p><p>e) Mentir:</p><p>f) Dispor:</p><p>g) Caprichar:</p><p>h) Absorver:</p><p>Na aula de português, a professora pergunta para Joãozinho:</p><p>Joãozinho, qual é o futuro do verbo roubar? Ele, sem</p><p>pestanejar, responde:</p><p>Ir preso, professora.</p><p>A professora mandou Joãozinho recitar uma poesia. Ele, todo cheio de compostura, começou</p><p>a declamar:</p><p>Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. A professora, intrigada, pede</p><p>ao Joãozinho:</p><p>Joãozinho, mas o que há de poético nestes verbos? Joãozinho, com muita convicção,</p><p>responde:</p><p>Professora, isso pode não ser poético, mas é bastante profundo.</p><p>FONTE: Adaptado de: <https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Curso-De-Nivelmanento-</p><p>Portugues/51209813.html>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>UNI</p><p>Sendo o verbo uma palavra variável, podemos afirmar que se</p><p>flexiona em:</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>139</p><p>QUADRO 9 – FLEXÃO DO VERBO</p><p>Número Singular e plural</p><p>Pessoa 1ª, 2ª e 3ª</p><p>Modo Indicativo, Subjuntivo e Imperativo</p><p>Tempo Presente, Passado e Futuro</p><p>Voz Ativa, Passiva e Reflexiva</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Afinal, o que é flexionar um verbo? Flexionar quer dizer adaptar o verbo ao</p><p>número, ao modo, ao tempo, à voz e às formas nominais, fazendo com que ele</p><p>concorde com o pronome anterior a ele. Quanto a essas flexões, estudaremos uma</p><p>a uma detalhadamente para facilitar a sua compreensão. Vejamos:</p><p>Número e pessoa: quando a forma indica se o verbo está no singular ou no</p><p>plural. Singular quando se refere a apenas uma pessoa (eu ando, tu andas, ele anda).</p><p>Plural quando se refere a mais de uma pessoa (nós andamos, vós andais, eles andam).</p><p>O número, então, refere-se à primeira pessoa do singular (eu ando), primeira pessoa</p><p>do plural (nós andamos), segunda pessoa do singular (tu andas), segunda pessoa do</p><p>plural (vós andais), terceira pessoa do singular (ele(a) ou você anda), terceira pessoa</p><p>do plural (eles(as) ou vocês andam).</p><p>Modo verbal: é a flexão que nos mostra qual é a intenção do falante ao</p><p>expor suas ideias. Através dessa flexão, podemos perceber se o que é expresso por</p><p>ele indica uma dúvida ou possibilidade, uma certeza ou uma ordem. Os verbos</p><p>são classificados em três modos. Confira:</p><p>• Modo indicativo: indica um fato que ocorre, ocorreu ou ocorrerá com certeza.</p><p>Um fato real. Por exemplo: Pedro partiu ontem.</p><p>Nessa oração, temos certeza de que Pedro realmente partiu. O fato está</p><p>concretizado. Dito de outra maneira, o indicativo indica uma ação.</p><p>• Modo subjuntivo: indica um fato hipotético, ou seja, não é certo que acontecerá.</p><p>Pode exprimir dúvida, probabilidade ou suposição. Por exemplo: Quem sabe</p><p>eu vá à reunião, se não chover.</p><p>Nessa oração, não se sabe ao certo se a ação ocorrerá. O fato não está</p><p>concretizado.</p><p>• Modo imperativo: indica ordem, pedido, súplica, sugestão, convite. Observe o</p><p>exemplo:</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>140</p><p>Estude para a avaliação.</p><p>Neste exemplo, percebemos que a oração exprime uma ordem ao seu</p><p>receptor. Reconhecer o modo do verbo é importante para que entendamos a</p><p>intenção do autor de algum texto (oral ou escrito) acerca da ação expressa pelo</p><p>verbo. Além disso, quando você ocupar a posição de autor, seja escrevendo um</p><p>e-mail, redigindo uma resposta dissertativa de avaliação, um relatório, entre</p><p>outros textos, você deve estar ciente se o verbo indica a ação de um sujeito, a</p><p>ordem/pedido a um sujeito ou, ainda, um fato hipotético, para flexionar o verbo</p><p>conforme o modo correspondente.</p><p>Tempo verbal: o estudo do tempo verbal é um pouco mais complexo do</p><p>que os demais, porém muito interessante, pois, a partir da observação deste,</p><p>podemos saber quando a ação ou o fato foram realizados. Desta forma, o tempo</p><p>verbal divide-se em três grandes grupos: presente, pretérito (que é o mesmo que</p><p>passado) e futuro. O passado, por sua vez, subdivide-se em pretérito perfeito,</p><p>pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito (quando no modo indicativo), e</p><p>o futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito (quando no</p><p>modo indicativo).</p><p>Voz verbal: em algumas ações verbais, o verbo admite estruturas com</p><p>diferentes atuações do sujeito. São os casos em que o verbo sofre a flexão de voz.</p><p>São três as vozes verbais, vamos conhecê-las?</p><p>Ativa: é quando o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, ele pratica a</p><p>ação. Ex.: Os alunos estudaram muito para a avaliação. Neste caso, o sujeito da</p><p>frase é “Os alunos”, e estes realizaram a ação do verbo estudar.</p><p>Passiva: é quando o sujeito é paciente da ação verbal, isto é, ele recebe</p><p>ou sofre a ação. Ex.: Carolina foi machucada por Aline. Neste caso, o sujeito é</p><p>“Carolina”, e este sofre ou recebe a ação expressa pelo verbo machucar.</p><p>Reflexiva: acontece quando o sujeito é agente e paciente da ação verbal.</p><p>Dito em outras palavras, ele pratica a ação em si mesmo e a recebe. Ex.: Cláudio</p><p>penteou-se assim que levantou. Note que o sujeito “Cláudio” pratica e recebe a</p><p>ação expressa pelo verbo.</p><p>Quanto às vozes verbais, vale destacar que, dentro de um texto, elas</p><p>possuem funções bastante específicas. Por exemplo, em textos acadêmicos,</p><p>como os papers, que são produzidos nas disciplinas de prática interdisciplinar,</p><p>predominantemente, recomendamos que você escreva na voz ativa, seja da forma</p><p>pessoal ou impessoal, por exemplo:</p><p>Este trabalho tem por objetivo analisar a produção acadêmica voltada à</p><p>morfologia da língua portuguesa publicada nos anais dos principais congressos</p><p>de linguística do país.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>141</p><p>Objetivamos analisar a produção acadêmica voltada à morfologia da</p><p>língua portuguesa publicada nos anais dos principais congressos de linguística</p><p>do país.</p><p>Na linguagem impessoal, o sujeito é “Este trabalho” e é o sujeito agente</p><p>que explicitamente está ligado ao verbo “ter (tem)”. Nessas situações, outros</p><p>sujeitos ainda podem ser produzidos textualmente, como “o presente estudo”,</p><p>“esta pesquisa”, “a investigação”, “este paper”, entre outros. Na linguagem</p><p>pessoal, o sujeito é “Nós”, embora esteja oculto na frase. É o sujeito agente “nós”</p><p>que explicitamente está ligado ao verbo “objetivar (objetivamos)”. Tanto na</p><p>linguagem pessoal quanto impessoal, o uso da voz ativa torna o trabalho mais</p><p>claro, objetivo e argumentativo. Atente-se, nesses casos, sempre à concordância</p><p>verbal com o sujeito!</p><p>A voz passiva, por sua vez, também possui uma função importante na</p><p>escrita acadêmica, como na seção voltada à descrição metodológica do trabalho.</p><p>Por exemplo, é possível afirmar:</p><p>Realiza-se um estudo bibliográfico para atender ao objetivo da pesquisa.</p><p>Foi realizado um estudo bibliográfico para atender ao objetivo da pesquisa.</p><p>Quando descrevemos o passo a passo do nosso trabalho não buscamos</p><p>mais argumentar a validade, relevância da pesquisa, não estamos tentando</p><p>comprovar nossos argumentos. Por isso, a voz ativa não se faz tão necessária.</p><p>Contudo, quando o trabalho é escrito em uma linguagem mais pessoal, mesmo</p><p>na metodologia, devemos evitar o uso de voz passiva sintética (realiza-se), apesar</p><p>de a voz passiva analítica ainda poder ser aplicada (Foi realizado um estudo</p><p>bibliográfico).</p><p>Perceba que na construção da voz passiva, “Foi realizado um estudo bibliográfico</p><p>para atender ao objetivo da pesquisa”, o verbo “realizado”, em sua forma nominal, precisa</p><p>concordar com o sujeito paciente, neste caso, “um estudo”. Se substituirmos “um estudo”</p><p>para “uma pesquisa”, por exemplo, teríamos de dizer “realizada”: Foi realizada uma pesquisa.</p><p>Percebeu como ocorre a concordância? Veja, ainda, se colocarmos o sujeito paciente no</p><p>plural e feminino: Foram realizadas pesquisas.</p><p>IMPORTANTE</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>142</p><p>Formas nominais: os verbos, além de todas essas flexões que já foram</p><p>estudadas, podem ser ainda apresentados em três formas nominais: infinitivo,</p><p>gerúndio e particípio. Vamos aprender um pouco mais? Vejamos cada uma delas:</p><p>• Infinitivo: exprime a própria ação verbal, porém sem nenhuma localização de</p><p>tempo. É marcado pela terminação R, quando no singular.</p><p>Observe o exemplo: Estudar é preciso. Esta forma nominal indica a</p><p>ação: estudar. O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal. Caso apresente</p><p>um sujeito, será pessoal, caso não apresente, ou seja, não se refira a</p><p>ninguém, será impessoal. Veja mais alguns exemplos:</p><p>É proibido fumar neste local.</p><p>Comer muita doçura faz mal à saúde.</p><p>No caso de infinitivo pessoal, termos as seguintes flexões:</p><p>para comer (eu)</p><p>para comeres (tu)</p><p>para comer (ele/a ou você)</p><p>para comermos (nós)</p><p>para comerdes (vós)</p><p>para comerem (eles/as ou vocês)</p><p>• Gerúndio: exprime um fato que está em desenvolvimento, ou seja, que ainda</p><p>não chegou ao fim. É marcado pela terminação NDO. O exemplo “Alex está</p><p>viajando” mostra que a ação ainda está em andamento. Veja alguns exemplos:</p><p>Ele está estudando.</p><p>Emília ficou na escola treinando para a apresentação.</p><p>• Particípio: ao contrário do gerúndio, o particípio indica um fato já terminado.</p><p>O verbo apresenta-se, em geral, com as terminações ADO e IDO. No</p><p>exemplo “José foi multado”, a ação já foi concluída. Exemplos:</p><p>O carro está estragado.</p><p>A casa foi vendida.</p><p>Vamos colocar em prática alguns de seus conhecimentos?</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>143</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Relacione a coluna das formas nominais dos verbos com a coluna que</p><p>apresenta os verbos em uso:</p><p>(1) Infinitivo</p><p>(2) Gerúndio</p><p>(3) Particípio</p><p>( ) Procure estudar regularmente.</p><p>( ) A turma tinha acertado todas as autoatividades do livro.</p><p>( ) É para estudarmos em conjunto.</p><p>( ) Deise estava lendo o material de Comunicação e</p><p>Linguagem.</p><p>2 Leia o fragmento a seguir:</p><p>“Essa corrente precisa de você. DOE SANGUE!</p><p>Procure o hemocentro mais próximo de você. Torne isso um hábito, seja um</p><p>doador. Entregue-se a esta causa e compartilhe sua alegria de viver.</p><p>SEJA UM HERÓI, SALVE VIDAS!”</p><p>FONTE: <http://www.quempodedoarsangue.com.br/porque-doar-sangue/>. Acesso em:</p><p>25 abr. 2018.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o modo verbal dos verbos</p><p>destacados:</p><p>a) ( ) Imperativo.</p><p>b) ( ) Indicativo.</p><p>c) ( ) Subjuntivo.</p><p>3 Relacione cada frase com a numeração correspondente à voz do verbo:</p><p>1.ativa</p><p>2. passiva</p><p>3. reflexiva</p><p>( ) O livro de Comunicação e Linguagem já foi entregue aos</p><p>acadêmicos.</p><p>( ) Deise realizou a prova às pressas.</p><p>( ) Os animais viram-se no espelho pela primeira vez.</p><p>( ) Realiza-se, neste trabalho, uma pesquisa quantitativa.</p><p>Agora que terminamos uma fase importante dos nossos estudos sobre</p><p>verbos, que foram as flexões verbais, vamos entrar em uma nova etapa, que é o</p><p>estudo da CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS.</p><p>Por que classificar os verbos?</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>144</p><p>A conjugação dos verbos segue um determinado padrão, um paradigma.</p><p>No caso de um verbo regular, dependendo da sua terminação, ele terá uma forma</p><p>a ser conjugada. Também há casos em que este paradigma não é seguido, que é</p><p>o que chamamos de verbo irregular. Há verbos que são utilizados em apenas</p><p>algumas pessoas, tempos ou modos. O motivo pelo qual isto acontece é bastante</p><p>variável. Em muitos casos, a própria ideia que o verbo quer transmitir não se</p><p>aplica a todas as pessoas. E há também os verbos que possuem duas formas</p><p>equivalentes, que precisamos conhecer para saber onde aplicá-las. Então, agora</p><p>que já sabemos o porquê da classificação dos verbos, vamos conhecê-las?</p><p>Verbo regular: classificamos como regulares aqueles verbos que são</p><p>conjugados sem que sejam feitas alterações em seu radical. Utilizaremos, como</p><p>exemplo, o verbo sofrer. Este verbo é formado pelo radical sofr-, e, quando o</p><p>conjugamos, ele permanece. Observe:</p><p>Eu sofro com esta situação. Confira mais exemplos, de verbo regular, no</p><p>quadro a seguir:</p><p>QUADRO 10 – INDICATIVO PRESENTE</p><p>ANDAR VENDER PARTIR</p><p>And-o Vend-o Part-o</p><p>And-as Vend-es Part-es</p><p>And-a Vend-e Part-e</p><p>And-amos Vend-emos Part-imos</p><p>And-ais Vend-eis Part-is</p><p>And-am Vend-em Part-em</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Verbo irregular: classificamos como irregulares aqueles verbos que, quando</p><p>conjugados, têm seu radical modificado. Para este exemplo, utilizaremos o verbo</p><p>pedir. Este verbo é formado pelo radical ped-, e, quando conjugamos, o radical é</p><p>modificado. Observe:</p><p>Eu peço um presente de Natal. Observe o quadro a seguir com mais</p><p>exemplos.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>145</p><p>QUADRO 11 – VERBO FAZER (PRESENTE DO INDICATIVO)</p><p>FAZER</p><p>Eu Faço</p><p>Tu Fazes</p><p>Ele Faz</p><p>Nós Fazemos</p><p>Vós Fazeis</p><p>Eles Fazem</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Verbo anômalo: classificamos como anômalos aqueles verbos que, quando</p><p>conjugados, apresentam no seu radical mudanças mais evidentes e profundas do</p><p>que os verbos irregulares. Podemos citar os verbos “ser” e “ir” como exemplos de</p><p>verbos anômalos. Observe o quadro com o exemplo do verbo ser.</p><p>QUADRO 12 – VERBO SER (INDICATIVO)</p><p>PRESENTE PRETÉRITO</p><p>Perfeito</p><p>PRETÉRITO</p><p>imperfeito</p><p>Eu sou Fui era</p><p>Tu és foste eras</p><p>Ele é foi era</p><p>Nós somos fomos éramos</p><p>Vós sois fostes éreis</p><p>Eles são foram eram</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Verbo defectivo: classificamos como defectivos aqueles verbos que não</p><p>possuem todas as suas formas. Por exemplo, o verbo abolir. Não podemos dizer</p><p>“eu abolo”, mas usamos a expressão “eu vou abolir” ou “eu estou abolindo”. Da</p><p>mesma forma “eu coloro”. Quando queremos nos expressar utilizando este verbo</p><p>(colorir), usamos a expressão “eu vou colorir” ou “eu estou colorindo”. Confira a</p><p>conjugação do verbo colorir nos seguintes tempos:</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>146</p><p>QUADRO 13 – VERBO COLORIR (INDICATIVO)</p><p>PRESENTE PRETÉRITO</p><p>perfeito</p><p>PRETÉRITO</p><p>imperfeito</p><p>Eu - colori coloria</p><p>Tu colores coloriste colorias</p><p>Ele colore coloriu coloria</p><p>Nós colorimos colorimos coloríamos</p><p>Vós coloris coloristes coloríeis</p><p>Eles colorem coloriram coloriam</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Verbo abundante: classificamos como abundantes aqueles verbos que</p><p>possuem duas formas aceitáveis de particípio, uma regular e uma irregular.</p><p>Observe:</p><p>QUADRO 14 – VERBOS ABUNDANTES</p><p>INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR</p><p>acender acendido aceso</p><p>benzer benzido bento</p><p>eleger elegido eleito</p><p>enxugar enxugado enxuto</p><p>expulsar expulsado expulso</p><p>frigir frigido frito</p><p>ganhar ganhado ganho</p><p>isentar isentado isento</p><p>imprimir imprimido impresso</p><p>matar matado morto</p><p>romper rompido roto</p><p>soltar soltado solto</p><p>suspender suspendido suspenso</p><p>tingir tingido tinto</p><p>FONTE: As autoras</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>147</p><p>ATENCAO</p><p>Acadêmico! Acesse a trilha de aprendizagem da disciplina. Lá você encontrará</p><p>vários modelos de verbos conjugados. Bom estudo!</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Preencha as lacunas com as formas verbais indicadas entre parênteses:</p><p>a) Nós _______________________ sobre os estudos linguísticos antes de</p><p>termos lido o material. (saber – pretérito mais-que- perfeito do indicativo)</p><p>b) Os acadêmicos _______________________o material didático regularmente.</p><p>(ler – presente do indicativo)</p><p>c) Você _______________________pelo resultado da avaliação? (ansiar –</p><p>presente do indicativo)</p><p>d) Eles _______________________nas promessas políticas dessas últimas</p><p>eleições. (crer – pretérito imperfeito do indicativo)</p><p>e) Raquel _______________________o livro de Comunicação e Linguagem</p><p>para mim (trazer – futuro do presente)</p><p>f) Onde tu _______________________as chaves? (pôr – pretérito perfeito do</p><p>indicativo)</p><p>g) Se você _______________________, podemos estudar juntos. (querer –</p><p>futuro do subjuntivo)</p><p>2.10 PRONOMES</p><p>Pronomes são palavras empregadas na frase utilizadas para</p><p>substituir um substantivo ou para acompanhá-lo, determinando sua</p><p>extensão. Vejamos alguns exemplos:</p><p>Os acadêmicos estudaram muito para a prova, mas ela era difícil.</p><p>Perceba no exemplo acima como o pronome “ela” substitui o</p><p>substantivo “prova”, evitando que o termo seja repetido na frase. O</p><p>pronome, portanto, é um elemento de coesão textual. Vamos a outro</p><p>exemplo:</p><p>Estava conversando com aquela professora agora a pouco.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>148</p><p>Perceba que o pronome aquela acompanha o substantivo professora,</p><p>a fim de determinar quem é a professora com a qual estava conversando.</p><p>Os pronomes pertencem à classe de palavras variáveis e podem</p><p>ser classificados em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,</p><p>interrogativos e relativos. Veremos cada um deles separadamente:</p><p>Pronome pessoal: é aquele que substitui</p><p>o substantivo. Observe o</p><p>exemplo:</p><p>Cláudio saiu mais cedo do trabalho. Ele precisava ir ao médico.</p><p>Note, neste exemplo, que a palavra “Cláudio” é um substantivo.</p><p>A palavra empregada para substituí-la foi “ele”, ou seja, um pronome</p><p>pessoal.</p><p>Os pronomes pessoais indicam os seres que representam as pessoas</p><p>do discurso. Eles se dividem em três tipos: do caso reto, do caso oblíquo e os de</p><p>tratamento. Essa classificação se dá de acordo com a função que eles exercem</p><p>nas orações. Veremos separadamente os dois primeiros.</p><p>Observe:</p><p>QUADRO 15 – PRONOMES</p><p>PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO E DO CASO OBLÍQUO</p><p>Pessoas do</p><p>discurso Caso reto</p><p>Oblíquos</p><p>Átonos Tônicos</p><p>Singular</p><p>1ª pessoa eu me mim, comigo</p><p>2ª pessoa tu te ti, contigo</p><p>3ª pessoa ele, ela o, a, lhe, se ele, ela, si, consigo</p><p>Plural</p><p>1ª pessoa nós nos nós, conosco</p><p>2ª pessoa vós vos vós, convosco</p><p>3ª pessoa eles, elas os, as, lhes, se eles, elas, si, consigo</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Pronomes possessivos: são os que fazem referência às pessoas do</p><p>discurso, indicando a relação de posse existente. Assim, eles mantêm com</p><p>os pronomes pessoais uma estreita relação, pois designam o que pertence</p><p>aos seres referidos pelos pronomes pessoais. Observe a disposição deles</p><p>no quadro a seguir:</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>149</p><p>QUADRO 16 – PRONOMES POSSESSIVOS</p><p>Pessoas do discurso Pronomes possessivos</p><p>1ª pessoa do singular meu, minha, meus, minhas</p><p>2ª pessoa do singular teu, tua, teus, tuas</p><p>3ª pessoa do singular seu, sua, seus, suas</p><p>1ª pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas</p><p>2ª pessoa do plural vosso, vossa, vossos, vossas</p><p>3ª pessoa do plural seu, sua, seus, suas</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Por indicar uma relação de posse com relação à pessoa do discurso, o</p><p>pronome possessivo é facilmente identificado. Observe o uso na seguinte tira:</p><p>FIGURA 5 – CALVIN</p><p>Você sabe o</p><p>que há de</p><p>errado com</p><p>sua mãe?</p><p>Não, no</p><p>entanto,</p><p>ela foi ao</p><p>médico</p><p>hoje.</p><p>Eu adoraria</p><p>se... não. O quê?</p><p>Você não</p><p>acha que ela</p><p>está esperando</p><p>um bebê, acha?</p><p>Um</p><p>bebê?!?</p><p>Por que ela iria</p><p>querer outra criança?</p><p>Ela já tem a mim!</p><p>Sim, ela deve</p><p>ter aprendido</p><p>a lição...</p><p>FONTE: <https://apatossauros.files.wordpress.com/2007/10/calvinharodotira354.gif>.</p><p>Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>No primeiro quadrinho, identificamos o uso de sua na expressão “sua</p><p>mãe”. Analisando o quadro, vemos que o pronome possessivo sua refere-se à</p><p>terceira pessoa do singular, no caso, ela.</p><p>Pronomes demonstrativos são aqueles que substituem ou acompanham o</p><p>substantivo, indicando relações de espaço entre os seres e as pessoas do discurso.</p><p>O pronome demonstrativo, assim como o possessivo, também mantém um</p><p>vínculo estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com relação às pessoas</p><p>do discurso, o que delas está mais próximo ou distante, no espaço e no tempo.</p><p>Observe as formas dos pronomes demonstrativos no quadro:</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>150</p><p>QUADRO 17 – PRONOMES DEMONSTRATIVOS</p><p>VARIÁVEIS</p><p>INVARIÁVEISMasculino Feminino</p><p>este estes esta estas isto</p><p>esse esses essa essas isso</p><p>aquele aqueles aquela aquelas aquilo</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Você deve estar se perguntando: quando devo usar este ou esse?</p><p>Ou isso, isto e aquilo? Existe, sim, uma regrinha para o uso dos pronomes</p><p>demonstrativos. Vamos conhecer o emprego deles.</p><p>Este, esta, isto: referem-se à 1ª pessoa (eu), são usados para objetos</p><p>que estão próximos do falante. Com relação ao tempo, é usado no presente.</p><p>Exemplos:</p><p>Este é o livro de Comunicação e Linguagem de que lhe falei.</p><p>Esta semana a turma está com sorte.</p><p>Isto na minha mão é o seu lápis?</p><p>Esse, essa, isso: referem-se à 2ª pessoa (tu, você), portanto são</p><p>usados para objetos que estão próximos da pessoa com quem se fala. Com</p><p>relação ao tempo é usado no passado ou futuro. Exemplo:</p><p>Esse mês vai haver muitas provas.</p><p>Quando você comprou essa coletânea?</p><p>Isso que você está segurando são seus materiais?</p><p>Aquele, aquela, aquilo: referem-se à 3ª pessoa (ele, ela) e são</p><p>usados para indicar distanciamento espacial com relação à 1ª e 2ª pessoas</p><p>do discurso. Exemplos:</p><p>Aquelas disciplinas foram muito interessantes.</p><p>Pensei muito sobre aquilo que você me disse.</p><p>DICAS</p><p>Nos momentos de escrita, quando aparecerem dúvidas a respeito do uso de</p><p>“esse” ou “este”, lembre-se:</p><p>• este = próximo a mim, presente;</p><p>• esse = distante de mim, passado e futuro.</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>151</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Leia a tirinha que segue, identifique e explique o uso do pronome</p><p>que nela aparece. Discuta com seu professor e demais colegas sobre a</p><p>resposta.</p><p>FIGURA 6 – MAFALDA</p><p>É incrível a</p><p>importância do</p><p>dedo indicador!</p><p>Um patrão faz assim</p><p>com o indicador... E</p><p>três mil operários</p><p>vão para a rua!</p><p>AAAAAAH!...</p><p>Esse deve ser o</p><p>tal indicador de</p><p>desemprego de</p><p>que tanto se fala!</p><p>FONTE: <http://s3.static.brasilescola.com/img/2015/06/tirinha-da-mafalda.jpg>. Acesso em:</p><p>13 ago. 2018</p><p>Pronomes indefinidos: esses pronomes referem-se à 3ª pessoa do discurso</p><p>e, como o nome indica, de maneira imprecisa, indefinida. Faz-se uma divisão entre</p><p>os pronomes indefinidos. São eles: variáveis e invariáveis. Acompanhe o quadro a</p><p>seguir e conheça alguns exemplos.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>152</p><p>QUADRO 18 – PRONOMES INDEFINIDOS</p><p>VARIÁVEIS INVARIÁVEIS</p><p>algum, alguma, alguns, algumas Alguém</p><p>nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Algo</p><p>todo, toda, todos, todas Ninguém</p><p>muito, muita, muitos, muitas Nada</p><p>pouco, pouca, poucos, poucas Tudo</p><p>vário, vária, vários, várias Cada</p><p>tanto, tanta, tantos, tantas Outrem</p><p>quanto, quanta, quantos, quantas Mais</p><p>outro, outra, outros, outras Menos</p><p>bastante, bastantes Demais</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Pronomes interrogativos: como o nome sugere, os interrogativos são</p><p>usados para formular perguntas diretas ou indiretas. Ex.: Que assunto é esse?</p><p>(pergunta direta). Diga-me que assunto é esse. (pergunta indireta)</p><p>São pronomes interrogativos:</p><p>QUADRO 19 – PRONOMES INTERROGATIVOS</p><p>VARIÁVEIS INVARIÁVEIS</p><p>qual, quais Que</p><p>quanto, quanta, quantos, quantas Quem</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Pronomes relativos: são os que substituem um substantivo citado</p><p>anteriormente e dão início a uma nova oração. Ex.:</p><p>Comprei uma casa. A casa é perfeita.</p><p>SUBSTANTIVO</p><p>A casa que comprei é perfeita.</p><p>PRONOME RELATIVO</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>153</p><p>Lembre-se! Oração é uma frase ou parte de uma frase que contenha verbo.</p><p>NOTA</p><p>Existe uma confusão recorrente na aplicação dos pronomes relativos precedidos</p><p>de preposição, “em que”, “no qual”, e o advérbio “onde”, relativo de lugar. O Portal Ciber Dúvidas,</p><p>do Instituto Universitário de Lisboa, traz algumas importantes explicações que podemos</p><p>explorar:</p><p>O termo onde deve empregar-se quando se está perante a referência a lugares. Exemplo: «A</p><p>universidade onde estudei é muito boa.» No entanto, pode ser substituído por em que ou na</p><p>qual: «A universidade em que estudei é muito boa»; «A universidade na qual estudei é</p><p>muito boa.» Nestes casos, a escolha deve recair sobre a melhor sonoridade, ou seja, utiliza-</p><p>se sempre onde para se referir a lugares, mas pode substituir-se por em que ou no qual,</p><p>permanecendo a frase correta do ponto de vista gramatical e semântico.</p><p>O mesmo não acontece com em que e no qual, que devem ser aplicados em situações</p><p>que não se referem a lugares. Passa-se a exemplificar: «O processo em que tal foi referido</p><p>foi arquivado»; «O contexto no qual isso foi dito era justificável.» Nestes casos não se deve</p><p>utilizar o advérbio de lugar onde, mas utiliza-se o pronome relativo precedido de preposição.</p><p>FONTE: Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/onde-em-</p><p>que-no-qual/34035>. Acesso em: 1º maio 2018.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Conheça alguns pronomes relativos visualizando o quadro a seguir:</p><p>QUADRO 20 – PRONOMES RELATIVOS</p><p>VARIÁVEIS INVARIÁVEIS</p><p>o qual, a qual, os quais, as quais Que</p><p>cujo, cuja, cujos, cujas Quem</p><p>quanto, quantos, quantas Onde</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Note que o pronome relativo que (= a qual) se refere ao substantivo “casa”.</p><p>Com a junção das frases o pronome substitui o termo expresso anteriormente</p><p>(casa) e inicia uma nova</p><p>oração.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>154</p><p>ATENCAO</p><p>Caro acadêmico! Vimos que “quem” pode tanto ser um pronome interrogativo</p><p>quanto relativo, não é mesmo? Para saber a qual pronome estamos nos referindo em</p><p>determinada situação, basta que você recorde a função de cada um na frase!</p><p>2.10.1 Os pronomes de tratamento</p><p>Para indicar o grau de formalidade que existe entre as pessoas do</p><p>discurso, devemos empregar os pronomes de tratamento. Ao redigir relatórios,</p><p>enviar e-mails, escrever atas e demais documentos, sempre nos perguntamos:</p><p>qual pronome devemos usar?</p><p>Nestas e demais situações certas autoridades exigem tratamentos</p><p>específicos. Consulte os quadros a seguir e relembre alguns tipos de pronome de</p><p>tratamento.</p><p>QUADRO 21 – EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO - PODER JUDICIÁRIO</p><p>Destinatário Tratamento Abreviação Vocativo</p><p>Presidente do Supremo</p><p>Tribunal Federal</p><p>Vossa</p><p>Excelência Não se usa</p><p>Excelentíssimo</p><p>Senhor Presidente</p><p>do Supremo</p><p>Tribunal Federal</p><p>Membros do Supremo</p><p>Tribunal Federal</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Superior Tribunal</p><p>de Justiça</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Tribunal Superior</p><p>Militar</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Tribunal Superior</p><p>Eleitoral</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Tribunal Superior</p><p>do Trabalho</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>dos Tribunais de</p><p>Justiça</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>155</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Tribunais Regionais</p><p>Federais</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e Membros</p><p>dos Tribunais</p><p>Regionais Eleitorais</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo,</p><p>Presidentes e Membros</p><p>dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + Cargo</p><p>respectivo</p><p>Juízes Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor Juiz</p><p>Desembargadores Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor</p><p>Desembargador</p><p>Auditores da Justiça</p><p>Militar</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>FONTE: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9>.</p><p>Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>QUADRO 22 – EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO - PODER LEGISLATIVO</p><p>Destinatário Tratamento Abrev. Vocativo</p><p>Presidente do</p><p>Congresso Nacional</p><p>Vossa</p><p>Excelência</p><p>Não se</p><p>usa</p><p>Excelentíssimo</p><p>Senhor</p><p>Presidente</p><p>do Congresso</p><p>Nacional</p><p>Presidente da Câmara Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor</p><p>Presidente</p><p>Vice-Presidente da</p><p>Câmara</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor Vice-</p><p>Presidente</p><p>Membros da Câmara</p><p>dos Deputados</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor</p><p>Deputado</p><p>Membros do Senado</p><p>Federal</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor Senador</p><p>Presidente e Membros</p><p>do Tribunal de</p><p>Contas da União e</p><p>dos Tribunais de</p><p>Contas Estaduais</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidente e</p><p>Membros das</p><p>Assembleias</p><p>Legislativas Estaduais</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>Presidentes das</p><p>Câmaras Municipais</p><p>Vossa</p><p>Excelência V.Exa. Senhor + cargo</p><p>respectivo</p><p>FONTE: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9>.</p><p>Acesso em: 13 ag. 2018.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>156</p><p>DICAS</p><p>Para acessar outros pronomes de tratamento que podem lhe ser importantes,</p><p>consulte o site da Casa Civil: <http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.</p><p>php?conteudo=9>.</p><p>3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL</p><p>Antes de estudarmos na prática a colocação pronominal, é interessante</p><p>saber que o emprego dos pronomes oblíquos se deve, especialmente, à eufonia, ou</p><p>seja, à sonoridade da frase. Portanto, em determinados casos ocorrem diferenças</p><p>entre o que a norma gramatical recomenda e o que é realmente utilizado.</p><p>Vamos observar, a seguir, as orientações para a colocação dos pronomes</p><p>oblíquos nas formas mais prestigiadas da língua escrita. Os pronomes oblíquos</p><p>átonos são: me, te, se, nos, vos, lhe, lhes. Nas frases, estes pronomes podem</p><p>aparecer em três diferentes posições com relação ao verbo: antes, no meio ou</p><p>depois do verbo. Vamos conhecê-las, então.</p><p>Para relembrar os pronomes oblíquos, átonos e tônicos, consulte o quadro</p><p>estudado anteriormente.</p><p>UNI</p><p>3.1 PRÓCLISE</p><p>Chamamos de próclise quando o pronome se posiciona antes do verbo.</p><p>Vamos conhecer algumas situações que determinam a próclise!</p><p>Usa-se a próclise depois de:</p><p>• advérbios (Ex.: Não me deixe esperando!);</p><p>• pronomes demonstrativos (Ex.: Para Silva, isso se deve devido a misturas</p><p>homogêneas.);</p><p>• pronomes indefinidos (Ex.: Poucos me disseram bom dia quando entrei.);</p><p>TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS</p><p>157</p><p>• pronomes relativos (Ex.: Dentre os resíduos de plástico que se encontravam no</p><p>mar, havia uma grande quantidade de canudos de bebidas.);</p><p>• conjunções subordinativas (Ex.: Os resultados do estudo contribuíram com a</p><p>realidade ambiental, visto que se realizou uma intervenção no contexto a partir</p><p>de uma pesquisa-ação);</p><p>• preposição seguida de gerúndio e infinitivo pessoal (Ex.: Em se tratando de</p><p>aspectos metodológicos, o autor destaca cinco características de estudos</p><p>qualitativos);</p><p>• frases optativas/que exprimem desejo (Esperamos que se contribua com o</p><p>contexto educacional a partir do estudo realizado).</p><p>3.2 MESÓCLISE</p><p>Denomina-se mesóclise o fato de o pronome posicionar-se no meio do</p><p>verbo. Em duas situações é admitido o emprego da mesóclise. Vejamos:</p><p>• Verbo no futuro do presente. Ex.: Comprar-te-ei um presente. (comprarei +</p><p>te)</p><p>• Verbo no futuro do pretérito. Ex.: Comprar-te-ia um presente, se tivesse dinheiro.</p><p>(compraria + te)</p><p>DICAS</p><p>Caso você não recorde a conjugação desses tempos, consulte o item VERBOS,</p><p>estudado anteriormente neste livro.</p><p>3.3 ÊNCLISE</p><p>A ênclise ocorre quando o pronome se encontra depois do verbo. São</p><p>justificativas para a ênclise:</p><p>• Frase iniciada com verbo. Ex.: Entregaram-me os relatórios no momento da</p><p>reunião.</p><p>• Depois de pausa. Ex.: Crianças, comportem-se!</p><p>• Verbo no infinitivo impessoal. Ex.: Irei contar-lhe tudo sobre a reunião.</p><p>Vamos praticar o que você estudou sobre os pronomes?</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>158</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O livro é para _________ estudar ________ agora, mas não __________</p><p>encontrei na aula de hoje.</p><p>a) ( ) eu – com ele – o</p><p>b) ( ) eu – com ele – lhe</p><p>c) ( ) mim – consigo – lhe</p><p>d) ( ) mim – contigo – te</p><p>2 Complete as lacunas com o pronome adequado:</p><p>1) _____ livro que você recebeu, é o livro de Comunicação e Linguagem?</p><p>2) _______ é meu paper da disciplina Seminário da Prática VI.</p><p>a) ( ) Esse – este</p><p>b) ( ) Este – este</p><p>c) ( ) Este – esse</p><p>d) ( ) Esse – esse</p><p>3 Complete as lacunas com os pronomes oblíquos que substituam os pronomes</p><p>retos de dentro dos parênteses, fazendo as modificações necessárias:</p><p>a) Envio ________ os livros pelo correio. (a eles)</p><p>b) Encontraram _______ escondido nos fundos da escola. (ele)</p><p>c) Quanto aos trabalhos de aula, fiz _________ dentro do prazo. (eles)</p><p>d) Ao iniciar uma disciplina nova, você precisará do livro. Por isso, é preciso</p><p>buscar _________ no polo. (ele)</p><p>159</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• As classes de palavras são dez: substantivo, adjetivo, advérbio, numeral, artigo,</p><p>preposição, conjunção, verbo, interjeição e pronome.</p><p>• O substantivo é a classe de palavras que dá nome aos seres.</p><p>• O substantivo pode se classificar em: comum, próprio, concreto e abstrato.</p><p>• O adjetivo caracteriza o substantivo.</p><p>• O adjetivo pátrio indica a localidade de origem.</p><p>• O advérbio tem a função de acompanhar e/ou modificar um verbo, um adjetivo</p><p>ou um advérbio.</p><p>• O numeral é a classe de palavra que indica a quantidade.</p><p>• O numeral divide-se em quatro tipos: cardinal, ordinal, multiplicativo e</p><p>fracionário.</p><p>• O artigo tem a função de determinar ou indeterminar o substantivo.</p><p>• Definidos e indefinidos são os tipos de artigo.</p><p>• As preposições são palavras que ligam dois termos. Elas podem ser</p><p>essenciais</p><p>e acidentais.</p><p>• A conjunção é a palavra que liga duas orações.</p><p>• A conjunção divide-se em coordenativa e subordinativa.</p><p>• A interjeição caracteriza-se por expressar alegria, espanto, tristeza, admiração.</p><p>• O ponto de exclamação acompanha a interjeição.</p><p>• O verbo é a classe gramatical mais variável, pois flexiona em pessoa, número,</p><p>tempo, modo e voz.</p><p>• Existem três modos verbais: indicativo, imperativo e subjuntivo.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>160</p><p>• O modo indicativo divide-se entre os tempos: presente, pretérito imperfeito,</p><p>perfeito e mais-que-perfeito e futuro do presente e do pretérito.</p><p>• O modo imperativo apresenta duas divisões. São elas: imperativo negativo e</p><p>afirmativo.</p><p>• O modo subjuntivo apresenta três tempos. São eles: presente, pretérito imperfeito</p><p>e futuro.</p><p>• As vozes verbais são divididas em: passiva, ativa e reflexiva.</p><p>• Pronome é a palavra que acompanha ou substitui um nome.</p><p>• São tipos de pronomes: pessoal, tratamento, possessivo, demonstrativo,</p><p>interrogativo e relativo.</p><p>• O pronome pessoal subdivide-se em: caso reto, caso oblíquo e de tratamento.</p><p>• Empregamos os pronomes de tratamento para indicar o grau de formalidade</p><p>existente entre as pessoas do discurso.</p><p>• O pronome pode aparecer em três posições na frase.</p><p>o Próclise: pronome antes do verbo.</p><p>o Mesóclise: pronome no meio do verbo.</p><p>o Ênclise: pronome depois do verbo.</p><p>161</p><p>1 Leia a tirinha que segue:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>FIGURA 7 – MAFALDA</p><p>Tem razão, Mafalda.</p><p>Não posso ser uma mulher</p><p>como nossas mães, que se</p><p>conformavam em aprender</p><p>corte e costura.</p><p>Nossa geração é</p><p>diferente, é a geração da</p><p>tecnologia, da era</p><p>espacial, da eletrônica, etc.</p><p>Portanto,</p><p>não vou cair na</p><p>mediocridade do corte e</p><p>costura! Nunca! A ciência</p><p>me chama!</p><p>Quando eu crescer,</p><p>vou comprar uma</p><p>máquina de tricô.</p><p>A cibernética me atrai!</p><p>Adoro a cibernética!</p><p>FONTE: <https://d2q576s0wzfxtl.cloudfront.net/2018/01/10162528/921.png>. Acesso em:</p><p>13 ago. 2018.</p><p>Agora, destaque do primeiro quadrinho do texto:</p><p>a) Os verbos. _____________________________________________________</p><p>b) Os substantivos. _______________________________________________</p><p>2 Os pronomes de tratamento indicam o grau de formalidade existente</p><p>entre as pessoas do discurso. Com base no exposto, indique o pronome de</p><p>tratamento adequado para as seguintes situações:</p><p>a) Funcionários públicos graduados. ________________________________</p><p>b) Altas autoridades do governo. ____________________________________</p><p>c) Reis. __________________________________________________________</p><p>d) Cardeais. ______________________________________________________</p><p>e) Reitores de universidades. _______________________________________</p><p>3 A colocação pronominal pode ocorrer de três maneiras distintas. São elas:</p><p>próclise (pronome antes do verbo), mesóclise (pronome no meio do verbo),</p><p>ênclise (pronome depois do verbo). Baseando-se nisso, escreva:</p><p>• Uma regra para cada caso.</p><p>• Elabore uma frase para exemplificar cada regra que você escreveu.</p><p>• Socialize sua resposta com a turma e seu tutor externo.</p><p>162</p><p>163</p><p>TÓPICO 2</p><p>PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO</p><p>DO HÍFEN</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Todos nós sabemos o valor do uso da pontuação e da acentuação adequada</p><p>e precisa, seja oral ou escrita.</p><p>Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a</p><p>coesão e a coerência textual. Servem, também, para representar pausas, entonação</p><p>e ritmo da língua falada. Seu uso é fundamental, dado que, se utilizados</p><p>inadequadamente, podem levar a interpretações errôneas.</p><p>O mesmo acontece com a acentuação. Na Língua Portuguesa, a pronúncia</p><p>é que permite ao leitor identificar o real significado das palavras. Observe a tirinha</p><p>e tire suas conclusões quanto ao emprego do termo cágados com ou sem acento!</p><p>FIGURA 8 – CÁGADOS</p><p>Só os cágados, tem noção exata de como é</p><p>importante acentuar as palavras</p><p>corretamente.</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_KLpOBs9YT5E/S8d4e8jEb7I/AAAAAAAAAfE/_fNGy-aa4o4/</p><p>s640/c%C3%A1gados.PNG>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>164</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO</p><p>Na linguagem escrita, utilizamos sinais para marcar pausas, ritmo,</p><p>divisões das ideias, relacionamento das palavras e grupos de palavras entre si,</p><p>como também os sinais que indicam a entonação na voz e melodia do texto.</p><p>Esses são chamados de sinais de pontuação e permitem à escrita maior clareza e</p><p>simplicidade. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação</p><p>reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.</p><p>Nesta unidade, apresentaremos algumas das regras básicas para o uso</p><p>adequado da pontuação. Este livro servirá de guia durante sua caminhada</p><p>intelectual, aprimorando sua escrita e auxiliando-o na elaboração de papers,</p><p>trabalho de conclusão de curso, provas dissertativas, relatórios de estágio,</p><p>interpretação de textos e melhor desempenho em sua vida profissional durante a</p><p>escritura e leitura de textos escritos. Vamos começar?</p><p>2.1 O PONTO</p><p>O ponto final representa a pausa máxima da voz. É empregado ao final de</p><p>frases imperativas e declarativas (afirmativas). Exemplos:</p><p>Estude para a avaliação. (frase imperativa)</p><p>Vamos redigir o relatório ainda hoje. (frase declarativa/afirmativa)</p><p>Observe o texto a seguir, que traz mais informações sobre o uso do ponto final.</p><p>Ponto Final:</p><p>O ponto tem uso ortográfico em dois casos: para indicar o fim de período</p><p>declarativo e no final de abreviaturas (ex.: Sr., a.C., V.Sa.). No primeiro caso, a</p><p>função é sintática e equivale à pausa do discurso oral. No segundo caso, trata-se</p><p>de uma convenção ortográfica para orientar a leitura e sem correspondência no</p><p>discurso oral.</p><p>O uso do ponto como indicador de fim de período se dá no corpo de texto.</p><p>Praticamente não se usa ponto com essa função em final de títulos, manchetes e</p><p>em comunicação visual, mesmo que tenhamos, nesses casos, período completo.</p><p>Se o redator desejar, o ponto pode ser substituído pelo ponto de</p><p>exclamação. Com isso, está sugerindo uma leitura mais intensa para o período.</p><p>Nas frases interrogativas, a indicação de fim de período é feita pelo ponto de</p><p>interrogação.</p><p>Se o período terminar com uma abreviatura, não se deve colocar dois</p><p>pontos seguidos, um indicando final de período; e outro, abreviatura. Um ponto é</p><p>considerado suficiente para representar as duas funções. Exemplo:</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>165</p><p>Vários estados participarão do torneio: Paraná, Minas Gerais, São Paulo</p><p>etc.</p><p>Algumas abreviaturas não são finalizadas com ponto, como as de</p><p>unidades métricas. São exemplos: metro (m), grama (g), Kelvin (K).</p><p>FONTE: <http://radames.manosso.nom.br/linguagem/gramatica/grafologia/ponto/>. Acesso</p><p>em: 13 ago. 2018.</p><p>Em abreviaturas também utilizamos o ponto final (exceto em unidades de</p><p>medida: m (metros), h (horas), kg (quilogramas). Veja: Sr. (senhor), Sra. (senhora),</p><p>Srta. (senhorita), p. (página), etc. (et cetera), Cia. (companhia).</p><p>Caro acadêmico, que tal exercitar um pouco os seus conhecimentos?</p><p>Comente a utilização de pontos no texto seguinte.</p><p>Chegaram a Lisboa ao cair da tarde, na hora em que a suavidade do</p><p>céu infunde nas almas um doce pungimento, agora se vê como tinha razão</p><p>aquele admirável entendedor de sensações e impressões que afirmou ser a</p><p>paisagem um estado de alma, o que ele não soube foi dizer-nos como seriam</p><p>as vistas nos tempos em que não havia no mundo mais que pitecantropos,</p><p>com pouca alma ainda, e além de pouca, confusa. Passados tantos milênios,</p><p>e graças ao aperfeiçoamento, já pode Pedro Orce reconhecer na melancolia</p><p>aparente da cidade a imagem fiel de sua própria tristeza íntima. Habituara-</p><p>se à companhia destes portugueses que o tinham ido procurar às inóspitas</p><p>paragens onde nascera e vivia, agora não tarda que devam separar-se, cada</p><p>um para seu lado nem as famílias resistem à erosão da necessidade, que</p><p>fariam simples conhecidos, amigos de fresca data e tenras raízes.</p><p>FONTE: SARAMAGO, José. A jangada de pedra. Porto Alegre: Companhia de Bolso, 2006, p.93.</p><p>Acesse</p><p>o material de apoio para encontrar a resolução desta atividade.</p><p>UNI</p><p>166</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>2.2 DOIS-PONTOS</p><p>Os dois-pontos são empregados, na escrita, para marcar uma sensível</p><p>suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída. São empregados nos</p><p>seguintes casos:</p><p>• Para iniciar uma enumeração. Exemplo:</p><p>O computador tem a seguinte configuração:</p><p>- memória RAM 500 MB;</p><p>- HD 120 GB;</p><p>- fax-modem;</p><p>- placa de rede;</p><p>- som.</p><p>• Antes de uma citação. Exemplos:</p><p>“Eu lhe responderia: a vida é uma ilusão”... (A. PEIXOTO)</p><p>Como já diz a música: o poeta não morreu.</p><p>• Para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo:</p><p>O repórter disse: – Nossa reportagem volta à cena do crime.</p><p>• Para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. Exemplos:</p><p>O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.</p><p>Nota de esclarecimento: nossa empresa não envia e-mail a seus clientes.</p><p>Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso escritório.</p><p>2.3 O PONTO E VÍRGULA</p><p>Como o próprio nome indica, este sinal serve de intermediário entre</p><p>o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta,</p><p>segundo os valores pausais e melódicos que representa no texto. Emprega-se</p><p>o ponto e vírgula nos seguintes casos:</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>167</p><p>• Para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes verbais são:</p><p>a) voz ativa;</p><p>b) voz passiva;</p><p>c) voz reflexiva.</p><p>• Para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém,</p><p>contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo:</p><p>Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite.</p><p>• Para separar orações coordenadas que já tenham vírgula em seu interior.</p><p>Exemplo:</p><p>“Não gostem, e abrandem-se; não gostem, quebrem-se; não gostem, e</p><p>frutifiquem”. (Pe. Antônio Vieira)</p><p>Chegamos ao final da explicação de mais um sinal de pontuação. O</p><p>próximo que estudaremos é a vírgula. Esta requer muita atenção.</p><p>2.4 A VÍRGULA</p><p>A vírgula é um recurso textual que pode modificar o sentido do texto. Por</p><p>isso, é sempre importante que você revise bem seus escritos para verificar se suas</p><p>intenções estão claras. Para entender melhor sobre o que estamos falando, veja a</p><p>figura a seguir:</p><p>168</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>FIGURA 9– VALOR SEMÂNTICO DA VÍRGULA</p><p>FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/df/55/58/df5558ddab2789f46da6eebf0884649c.</p><p>jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>169</p><p>A vírgula também marca uma pequena pausa e deve indicar uma</p><p>mudança na entonação. Ela ainda é usada nos seguintes casos:</p><p>• Para separar o nome de localidades das datas. Exemplo:</p><p>Indaial, 14 de janeiro de 2012.</p><p>Salvador, 24 de dezembro de 2011.</p><p>Capivari de Baixo, 25 de março de 2011.</p><p>• Para separar o vocativo. Exemplo:</p><p>“Oremos, Maria, porque eu quero agradecer ao Divino Criador sua</p><p>proteção</p><p>sobre esta casa”. (Cornélio Penna)</p><p>Senhor, eu preciso que você envie a ata da reunião com antecedência.</p><p>ATENCAO</p><p>Caro acadêmico, você recorda o que é VOCATIVO? Então, vamos conceituar.</p><p>Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não</p><p>pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar,</p><p>invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona</p><p>à segunda pessoa do discurso.</p><p>• Para separar o aposto. Exemplo:</p><p>Pelé, o rei do futebol, é um grande ídolo para muitos jogadores.</p><p>Brasília, capital da república, fundou-se em 1960.</p><p>Brasil, um dos maiores países do mundo, tem parte da população que</p><p>vive em baixas condições.</p><p>170</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>ATENCAO</p><p>APOSTO é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal</p><p>para explicá-lo ou especificá-lo melhor.</p><p>• Para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás,</p><p>além, por exemplo, além disso, então. Exemplos:</p><p>O sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus.</p><p>[...] além disso, precisamos de alunos conscientes.</p><p>Os visitantes viajaram ontem, aliás, anteontem.</p><p>• Para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplos:</p><p>“Os anos vieram,/ o menino crescia,/ as esperanças maternas de D. Carmo</p><p>iam morrendo”. (Machado de Assis)</p><p>Abriu a janela vagarosamente,/ sentiu o vento,/ foi até a sala,/ adormeceu</p><p>em paz.</p><p>ATENCAO</p><p>Oração coordenada assindética é aquela colocada justaposta, ou seja, uma ao</p><p>lado da outra, sem qualquer conectivo que as enlace.</p><p>• Para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas</p><p>por e, ou, nem. Exemplo:</p><p>“Nas horas nobres deitava no chão, cruzava as mãos debaixo da cabeça e</p><p>ficava olhando as nuvens...” (Lygia Fagundes Telles)</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>171</p><p>ATENCAO</p><p>Oração coordenada sindética é aquela ligada por uma conjunção coordenativa.</p><p>No exemplo a conjunção coordenativa é a vogal “e”.</p><p>• Para separar orações adjetivas explicativas. Exemplos:</p><p>O motorista, que fumava nervosamente, ficou quieto. As crianças, que</p><p>gostam de pular, divertiram-se muito.</p><p>ATENCAO</p><p>Oração adjetiva explicativa é aquela que acrescenta ao antecedente uma</p><p>qualidade acessória, isto é, esclarece a qualidade ou a sua significação. No exemplo anterior,</p><p>a oração adjetiva explicativa é introduzida pelo pronome relativo “que”.</p><p>• Para separar o adjunto adverbial. Exemplo:</p><p>Com a pá, retirou a sujeira.</p><p>ATENCAO</p><p>Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando</p><p>ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc.). O adjunto adverbial é o termo que</p><p>modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. No exemplo anterior, o</p><p>adjunto adverbial indica modo.</p><p>• Para separar termos da mesma função sintática. Exemplos:</p><p>Gostava dos amigos, da cidade, das coisas.</p><p>172</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>Crianças, jovens e idosos participaram do manifesto contra a violência.</p><p>• Para separar elementos paralelos de um provérbio. Exemplos:</p><p>Tal pai, tal filho.</p><p>Casa de ferreiro, espeto de pau.</p><p>Quanto maior a nau, maior a tormenta.</p><p>Segundo o Dicionário Michaelis (2008, p. 709), um provérbio é: “Frase curta de</p><p>caráter prático e popular [...] aforismo, anexim, ditado, máxima, rifão”.</p><p>NOTA</p><p>Vale ressaltar que, em alguns casos, é proibido o uso da vírgula. São eles:</p><p>• Entre o sujeito e o verbo de uma oração. Exemplo:</p><p>Alguns administradores estiveram no Congresso.</p><p>Note que o emprego de uma vírgula entre o sujeito (Alguns</p><p>administradores) e o verbo (estiveram) não seria admissível, pois comprometeria</p><p>a lógica estabelecida na relação sujeito-verbo.</p><p>• Entre o verbo de uma oração e seus complementos. Exemplo:</p><p>Alguns jovens ganharam um prêmio.</p><p>Perceba, acadêmico, que o emprego de uma vírgula entre o verbo</p><p>(ganharam) e o objeto direto (um prêmio) não seria cabível, pois comprometeria</p><p>a lógica estabelecida nesta relação - verbo e objeto direto.</p><p>Leia o trecho do texto que segue, o qual faz referência sobre a importância</p><p>da vírgula nos textos escritos. Você perceberá que a falta dela ou o uso inadequado</p><p>podem gerar informações distintas.</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>173</p><p>A vírgula pode ser uma pausa ou não. Não, espere. Não espere. Ela pode</p><p>sumir com o seu dinheiro. 23,4. 2,34. Pode ser autoritária. Aceito, obrigado.</p><p>Aceito obrigado. Pode criar heróis. Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve. A</p><p>vírgula muda uma opinião. Não queremos saber. Não, queremos saber...</p><p>FONTE: <https://brainly.com.br/tarefa/14700527>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>DICAS</p><p>No Youtube, você encontrará a Campanha dos 100 anos da ABI, que aborda a</p><p>importância da vírgula. Veja o vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=NDn1tukRE_E> e</p><p>reflita sobre algumas frases que nele se fazem presentes:</p><p>• Não, espere! / Não espere!</p><p>• Aceito, obrigado. / Aceito obrigado.</p><p>• Isso só, ele resolve. / Isso, só ele resolve.</p><p>• Esse, juiz, é corrupto. / Esse juiz é corrupto.</p><p>• Vamos perder, nada foi resolvido. / Vamos perder nada, foi resolvido.</p><p>• “Não queremos saber!” / “Não, queremos</p><p>SENÃO E SE NÃO ........................................................................................................205</p><p>5.4 USO DE MAIS E MAS ..................................................................................................................206</p><p>5.5 USO DO HÁ E A ...........................................................................................................................207</p><p>5.6 USO DE AONDE E ONDE ..........................................................................................................208</p><p>5.7 USO DE A FIM E AFIM ...............................................................................................................210</p><p>5.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS .....................................................................................................211</p><p>5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A ................................................................212</p><p>5.10 USO DE ACERCA, A CERCA E HÁ CERCA ..........................................................................213</p><p>5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO ...............................................................................214</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216</p><p>AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................218</p><p>REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................219</p><p>1</p><p>UNIDADE 1</p><p>LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO:</p><p>REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES</p><p>COGNITIVAS</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• identificar as particularidades e a importância da língua escrita e falada;</p><p>• entender os processos e elementos da comunicação;</p><p>• refletir e adequar o uso da linguagem em diferentes situações;</p><p>• conhecer e diferenciar as funções da linguagem, bem como compreender</p><p>a importância de cada uma no processo comunicativo;</p><p>• refletir sobre os tipos de comunicação e verificar sua real e eficaz utilização</p><p>no contexto comunicativo;</p><p>• identificar e apresentar soluções para os problemas relacionados às falhas</p><p>comunicativas no cotidiano profissional.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você</p><p>encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES</p><p>2</p><p>3</p><p>TÓPICO 1</p><p>UNIDADE 1</p><p>LINGUAGEM: UM MEIO DE</p><p>COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Expressar-se de maneira competente na língua materna é uma necessidade</p><p>inegável para o bom desempenho de atividades que envolvam a palavra. Portanto,</p><p>uma primeira reflexão merece atenção: qual é a distinção de linguagem e língua?</p><p>De maneira geral, a linguagem está atrelada ao ato de comunicar-se com</p><p>as pessoas. De acordo com Terra (1997), damos o nome de linguagem a todo</p><p>sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação.</p><p>Existem várias linguagens: a dos surdos, a que você fala, a dos sinais de trânsito,</p><p>a das bandeiras em corridas de automóveis, entre outras.</p><p>Língua, por sua vez, refere-se ao conjunto de expressões e palavras que</p><p>são usadas por um determinado povo, sendo esta munida de regras para o uso</p><p>adequado. A língua é um dos atributos da linguagem.</p><p>Para interagir, articular a linguagem, o ser humano faz uso de uma língua,</p><p>constituída de uma gramática própria. É importante ressaltar que a língua é um</p><p>organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento, por</p><p>vezes, entre o que é prescrito pelas normas de uma gramática tradicional e o que</p><p>é efetivamente utilizado por seus falantes.</p><p>De acordo com Terra (1997, p. 13), a definição de língua é: “[...] a linguagem</p><p>que utiliza a palavra como sinal de comunicação”. Entendemos, então, que a</p><p>língua é um aspecto da linguagem e pertence a um grupo de indivíduos, estes,</p><p>por sua vez, concretizam a língua através da fala.</p><p>Podemos dizer que no ato da comunicação não utilizamos somente um</p><p>conjunto de palavras faladas e/ou escritas, mas também imagens, gestos, cores e</p><p>sinais. Observe:</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>4</p><p>FIGURA 1 – COMUNICAÇÃO</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_R98DBfPQdxw/S8dsVEpZvGI/AAAAAAAAAFk/gAJ9vRnexR4/</p><p>s400/libras-708316.png>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>Temos, como exemplo de gestos e sinais, o alfabeto de libras. A seguir,</p><p>você pode visualizar a importância das cores na comunicação.</p><p>FIGURA 2 – A COR NA COMUNICAÇÃO</p><p>FONTE: <https://vilamulher.uol.com.br/imagens/thumbs/2010/10/08/o-significado-das-cores-</p><p>32-807-thumb-570.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>5</p><p>A cor é muito explorada pelos publicitários, pois é um elemento que causa</p><p>distintas sensações. Elas são fundamentais na representação de logomarcas e</p><p>produtos de empresas.</p><p>Para compartilhar a essência da empresa e/ou corporação e provocar a percepção</p><p>da marca nos consumidores, é necessário fazer um estudo das cores mais adequadas para</p><p>o seu negócio. A logomarca precisa causar impacto, ser lembrada e reconhecida perante os</p><p>diversos públicos das empresas. Este é o grande desafio dos designers, criar marcas que se</p><p>destaquem entre tantos concorrentes.</p><p>NOTA</p><p>Além disso, é preciso adequar a linguagem para as diferentes situações,</p><p>ou seja, dependendo do lugar, do momento e das pessoas com quem nos</p><p>comunicamos, faz-se necessária a adequação da linguagem. É com base nessas</p><p>questões que convidamos você, acadêmico, a aprofundar seus estudos nos tópicos</p><p>seguintes.</p><p>2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM: LINGUAGEM VERBAL</p><p>E NÃO VERBAL</p><p>Como vimos, a linguagem não é somente um conjunto de palavras –</p><p>faladas ou escritas –, mas de gestos e imagens. Assim, não nos comunicamos</p><p>apenas pela fala ou escrita, não é verdade? A linguagem pode ser verbalizada,</p><p>daí é que vem a analogia com o verbo. Alguma vez você já tentou comunicar-se</p><p>sem utilizar um verbo? Faça o teste e você vai perceber o quão difícil é obter algo</p><p>coerente.</p><p>As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, por gestos,</p><p>pelo telefone, e-mail, internet etc.</p><p>UNI</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>6</p><p>A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais</p><p>e/ou educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe</p><p>comunicação quando a mensagem é recebida com o mesmo valor com que ela</p><p>foi transmitida. A linguagem possui, então, particularidades que vão além de</p><p>somente substantivo, adjetivo, verbo, pronomes e/ou preposições. Por isso,</p><p>veremos a distinção entre linguagem verbal e linguagem não verbal.</p><p>Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal têm um papel muito</p><p>importante na comunicação. Para tanto, torna-se imprescindível que as duas</p><p>estejam em concordância, para que a comunicação seja coerente.</p><p>A linguagem humana é um processo altamente complexo. Podemos</p><p>afirmar que ela está presente nas diversas situações de comunicação. Por exemplo:</p><p>FIGURA 3 – NA CONVERSA DAS PESSOAS</p><p>BLABLABLA</p><p>BLABLABLA</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_mtUsGlokEt4/TOvPfReYhwI/AAAAAAAAAKY/</p><p>hN8UdcwgWpc/s320/desenho%2Bde%2Bpessoas%2Bconversando%2B2.jpg>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>FIGURA 4 – EM PLACAS DE SINALIZAÇÃO</p><p>FONTE: <https://www.portaldecarapicuiba.com/wp-content/uploads/placa-de-sinalizacao-</p><p>120x120.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>7</p><p>FIGURA 5 – EM LIVROS, JORNAIS E REVISTAS</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-CGRsjBidsJo/Tx9ZRzB6yAI/AAAAAAAAALo/rqyFs14GpSQ/</p><p>s400/imagesCAMA8X5Z.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>FIGURA 6 – NAS MENSAGENS PUBLICITÁRIAS</p><p>FONTE: As autoras</p><p>FIGURA 7 – NA DANÇA</p><p>FONTE: <http://the-contact.org/wp-content/uploads/2018/03/380x380-M1-Open-Stage.jpg>.</p><p>saber!”</p><p>Agora que já entendemos o importante papel que este sinal de pontuação</p><p>assume em textos escritos, vamos adiante?</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 No trecho a seguir, de uma notícia do portal G1, a pontuação foi removida,</p><p>dificultando nossa leitura. Leia atentamente o parágrafo e procure pontuar</p><p>com vírgula, ponto final, e dois-pontos onde for necessário (ao total, serão</p><p>três vírgulas; dois dois-pontos; dois pontos finais):</p><p>Em 1982 o humorista teve seu próprio programa "Estúdio A... Gildo"</p><p>uma das últimas aparições do ator na televisão foi em um episódio especial</p><p>de "Tá no Ar a TV na TV" da Rede Globo que homenageou grandes nomes do</p><p>humor</p><p>FONTE: <https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/agildo-ribeiro-morre-aos-86-anos.ghtml>.</p><p>Acesso em: 28 abr. 2018.</p><p>174</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>2 Assinale a alternativa cuja vírgula está mal empregada:</p><p>a) ( ) As pesquisas sobre células-troncos, que foram empreendidas ao longo</p><p>dos últimos cinco anos, revelaram resultados surpreendentes.</p><p>b) ( ) Este trabalho, tem o objetivo de realizar um levantamento bibliográfico</p><p>das pesquisas de gênero no campo da educação no período de dez anos.</p><p>c) ( ) Com as entrevistas semiestruturadas, geram-se os dados qualitativos</p><p>do estudo.</p><p>d) ( ) Utilizaram-se como principais instrumentos de pesquisa as entrevistas</p><p>narrativas, diário de campo e questionários com perguntas abertas e</p><p>fechadas.</p><p>3 Leia a frase a seguir:</p><p>“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro aos</p><p>seus pés”.</p><p>Procure pontuar a frase com o uso da vírgula onde achar mais</p><p>apropriado. Em seguida, reflita sobre a possibilidade de essa vírgula poder</p><p>ser usada em outro espaço da frase, alterando seu sentido.</p><p>2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO</p><p>É utilizado ao fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta</p><p>direta. Exemplos:</p><p>Quem é você?</p><p>Por que não me disseram nada sobre o caso?</p><p>O ponto de interrogação não deve ser usado nas perguntas indiretas.</p><p>Exemplo:</p><p>Perguntei a você quem estava no quarto.</p><p>Atenção! Compare: - Quem chegou? [= interrogação direta]</p><p>- Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta]</p><p>2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO</p><p>É usado no fim de frases exclamativas, depois de interjeições ou do</p><p>imperativo. Exemplos:</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>175</p><p>Ah! Não se esqueça de trazer o material amanhã! (FRASE EXCLAMATIVA)</p><p>Nossa! Que lindo seu trabalho! (INTERJEIÇÃO)</p><p>Coração, para! Ou refreia, ou morre! (A. de Oliveira) (IMPERATIVO)</p><p>Leia a tirinha que segue. Nela, encontramos mais exemplos do emprego</p><p>do ponto de exclamação.</p><p>FIGURA 10 – TIRINHA</p><p>FONTE: <http://mariabobrinha.blogspot.com/2008/04/melhor-tirinha-dos-ltimos-tempos.</p><p>html>. Acesso em: 08 nov. 2018.</p><p>2.7 AS RETICÊNCIAS</p><p>Este sinal de pontuação marca uma suspensão na frase, devido, muitas</p><p>vezes, a elementos de natureza emocional. Dito em outras palavras, as reticências</p><p>indicam uma interrupção ou suspensão na sequência normal da frase. São usadas</p><p>nos seguintes casos:</p><p>• Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Exemplos:</p><p>Estava digitando quando...</p><p>Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e...</p><p>• Para marcar suspensões provocadas por hesitações, surpresa, dúvida e timidez,</p><p>comuns na língua falada. Exemplos:</p><p>Fiador... para o senhor?! Ora!... (G. AMADO) Falaram todos. Quis falar...</p><p>Não pude...</p><p>Baixei os olhos... e empalideci... (A.TAVARES)</p><p>Adoro a</p><p>Natureza!</p><p>Os</p><p>passarinhos</p><p>moram dentro</p><p>do meu coração!</p><p>Vou</p><p>bater nessa</p><p>garota!</p><p>176</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>• Para indicar movimento ou continuação de um fato. Exemplo:</p><p>E as pessoas foram entrando...</p><p>2.8 AS ASPAS</p><p>São empregadas nos seguintes casos:</p><p>• Citações diretas. Exemplo:</p><p>Segundo Silva (2012, p. 91), a representação é “uma forma de atribuição de</p><p>sentido. Como tal, a representação é um sistema linguístico e cultural: arbitrário,</p><p>indeterminado e estreitamente ligado a relações de poder”.</p><p>Na disciplina de metodologia científica, você deve ter se deparado com</p><p>a explicação de aspas nas citações, mas é sempre bom lembrar! Usamos aspas</p><p>quando a citação é direta, isto é, quando trazemos um trecho literal da produção</p><p>intelectual de outra pessoa. Além disso, para o uso de aspas, a citação direta</p><p>precisa ser igual ou menor que três linhas. Se a citação direta for maior que isto,</p><p>não utilizamos aspas para marcar o trecho citado, mas realizamos o recuo de 4</p><p>cm do trecho, com espaçamento simples entre linhas e tamanho da fonte em 10.</p><p>Para relembrar esse conteúdo, não deixe de revisitar seu material de metodologia</p><p>científica.</p><p>• Também usamos aspas na representação de nomes de livros e legendas.</p><p>Exemplos:</p><p>Já li “O Ateneu”, de Raul Pompéia.</p><p>“Os Lusíadas”, de Camões, têm grande importância literária.</p><p>2.9 O TRAVESSÃO</p><p>Este sinal de pontuação é utilizado:</p><p>• Para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos.</p><p>– Por que você não toca? – perguntei.</p><p>– Eu queria, mas tenho medo.</p><p>– Medo de quê?... (José J. Veiga. Os cavalinhos de Platiplanto)</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>177</p><p>Neste exemplo, você pode perceber que a mudança de interlocutor é</p><p>indicada através do uso do travessão, certo? Em outro gênero literário (histórias</p><p>em quadrinhos), a mudança de interlocutor é marcada através da mudança de</p><p>balões. Veja:</p><p>FIGURA 11 – Calvin e Hobbes</p><p>FONTE: <http://i.imgur.com/SjzYc85.gif>. Acesso em: 05 nov. 2018.</p><p>• Para isolar a fala da personagem da fala do narrador. Exemplo:</p><p>– Que deseja agora? – gritou-lhe afinal, a voz transtornada.</p><p>– Já não lhe disse que não tenho nada a ver com suas histórias? (Fernando Sabino)</p><p>• Para destacar ou isolar palavras ou expressões no interior das frases (como</p><p>se fossem parênteses). Exemplo: Grande futuro? Talvez naturalista, literato,</p><p>arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo – bispo que fosse –, uma vez</p><p>que fosse um cargo... (Machado de Assis).</p><p>2.10 OS PARÊNTESES</p><p>Este sinal de pontuação tem a função de intercalar, no texto, qualquer</p><p>indicação acessória. É geralmente utilizado nos seguintes casos:</p><p>• Na separação de indicação de ordem explicativa. Exemplo:</p><p>Como vamos</p><p>brincar de guerra?</p><p>Tem tantos</p><p>modelos.</p><p>Eu serei o des-</p><p>temido americano,</p><p>defensor da</p><p>liberdade e da</p><p>democracia.</p><p>...E você vai ser o</p><p>repugnante e dis-</p><p>crente comunista</p><p>opressor.</p><p>Nós começamos a guerra, ai</p><p>se você for acertado por um</p><p>dardo, você esta morto e o</p><p>outro lado ganha, ok? Certo.</p><p>Tipo de brinca-</p><p>deira estúpida</p><p>não acha?</p><p>178</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo</p><p>verbal) e o predicativo (núcleo nominal).</p><p>• Na separação de um comentário ou reflexão. Exemplo:</p><p>Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está</p><p>manchada) por todo o país.</p><p>• Para separar indicações bibliográficas. Leia o poema que segue, ele será nosso</p><p>exemplo:</p><p>Pra que partiu?</p><p>Estou sentado sobre a minha mala</p><p>No velho bergantim desmantelado...</p><p>Quanto tempo, meu Deus, malbaratado Em tanta inútil, misteriosa escala!</p><p>(Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).</p><p>Depois de conhecermos detalhadamente os sinais de pontuação e suas</p><p>funções, observe o texto que segue. Os sinais de pontuação foram omitidos</p><p>propositalmente. Para você, qual a pontuação correta? De que forma você</p><p>pontuaria o fragmento que segue? Reescreva-o e depois socialize o resultado com</p><p>a turma. Você perceberá que o sinal de pontuação pode mudar todo o sentido</p><p>conforme for empregado.</p><p>Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena, escreveu assim:</p><p>“deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a</p><p>conta do alfaiate nada dou aos pobres” (autor desconhecido)</p><p>Morreu antes de fazer a pontuação. A quem ele deixou a fortuna?</p><p>3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS</p><p>Você já parou para pensar como seria complexo para um leitor</p><p>compreender um texto sem uso da acentuação? Pense, por exemplo, como o</p><p>acento é responsável para evitar ambiguidades ou trocas em palavras que teriam</p><p>a mesma grafia, se não fosse o acento (é/e; está/esta/ substância/substancia).</p><p>Na língua escrita, existem sinais que acompanham as letras. Tais sinais estão</p><p>relacionados à pronúncia das palavras. O acento gráfico é um desses sinais e</p><p>possui três nomenclaturas. São elas:</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>179</p><p>• agudo (´);</p><p>• circunflexo (^);</p><p>• grave (`).</p><p>Antes de iniciarmos o estudo da acentuação gráfica, devemos conhecer a</p><p>sílaba tônica das palavras. Todas as palavras da língua portuguesa apresentam</p><p>uma sílaba mais forte. Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade,</p><p>mais força. As demais sílabas de uma palavra são chamadas átonas.</p><p>Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo: na palavra</p><p>cadeira, a sílaba tônica é a penúltima (dei); as outras, (ca) e (ra) são átonas. Na</p><p>língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer nas três últimas sílabas (sempre</p><p>contadas de trás para frente): quando ocorre na última é chamada de oxítona; na</p><p>penúltima, de paroxítona; e na antepenúltima, de proparoxítona. Vamos conhecer</p><p>as particularidades de cada classificação.</p><p>3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE</p><p>DAS SÍLABAS</p><p>Como vimos, de acordo com a classificação da sílaba tônica, as palavras</p><p>podem ser: oxítona, paroxítona e proparoxítona. Vejamos exemplos:</p><p>Pa-le-tó (última) - oxítona</p><p>Pa-li-to (penúltima) - paroxítona</p><p>Pá-li-do (antepenúltima) - proparoxítona</p><p>Em todos os exemplos mencionados, temos palavras com mais de uma</p><p>sílaba. Existem, todavia, em nossa língua, palavras com uma única sílaba. São os</p><p>chamados monossílabos, que podem ser tônicos ou átonos. Confira:</p><p>Monossílabos tônicos: são independentes e possuem a mesma força das</p><p>sílabas tônicas. Ex.: há, pá, pó, lês.</p><p>Monossílabos átonos: precisam de outras palavras que lhes deem suporte,</p><p>pois não são independentes e se parecem com sílabas átonas. Além disso, não têm</p><p>sentido quando usadas de forma isolada. Fazem parte desse grupo os artigos,</p><p>pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções,</p><p>pronome relativo que. Ex.: o, a, os, as, lhe, com etc.</p><p>Agora que já sabemos o que é tonicidade e que, conforme a posição da</p><p>sílaba tônica, as palavras podem ter classificações diferentes, veremos em quais</p><p>situações devemos acentuar as palavras. Preparado? Então, vamos em frente!</p><p>180</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>ATENCAO</p><p>Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas graficamente. Apesar</p><p>de existirem palavras que não levam acento, elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante</p><p>em que ocasiões devemos acentuar as palavras, conforme algumas regras. Lembre-se de</p><p>que quando uma palavra recebe acento, este deve ser colocado necessariamente na sílaba</p><p>tônica.</p><p>As regras de acentuação gráfica relacionam-se ao emprego dos acentos</p><p>agudo e circunflexo. Veja a seguir as regras de acentuação gráfica das palavras</p><p>proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas.</p><p>DICAS</p><p>Para compreender as explicações a seguir, você precisa ter um conhecimento</p><p>prévio acerca de sílabas e separação de sílabas. Caso precise revisitar esse conteúdo,</p><p>recomendamos que acesse o site a seguir: <https://www.gramaticaparaconcursos.</p><p>com/2014/06/regras-de-separacao-de-silabas.html>. Você também pode acessar vídeos</p><p>disponíveis no Youtube para complementar seus estudos, como o vídeo: <https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=J9n6mT0wnUA>. Não deixe de tirar suas dúvidas com a equipe da</p><p>UNIASSELVI!</p><p>Proparoxítonas: todas as palavras levam acento. Ex.: sábado, elétrico,</p><p>música, matemática, límpido, lúcido, lâmpada, fôlego, excêntrico, gênio, crânio,</p><p>sílaba etc.</p><p>Paroxítonas: acentuam-se todas as palavras paroxítonas com a seguinte</p><p>terminação:</p><p>• L – amável, louvável, túnel...</p><p>• N – elétron, próton, hífen...</p><p>• R – açúcar, câncer...</p><p>• X – ônix, tórax...</p><p>• Ps – bíceps, tríceps, fórceps...</p><p>• us – vírus, bônus, ânus...</p><p>• ã(s) – órfã, ímã...</p><p>• ão(s) – bênção, órfãos, órgãos...</p><p>• ei(s) – pônei, jóquei...</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>181</p><p>• i(s) – táxi, júris, tênis...</p><p>• um, uns – bônus, álbum, álbuns...</p><p>• Ditongo crescente – sério, ânsia, mágoa, substância...</p><p>Oxítonas: acentuam-se todas as palavras oxítonas terminadas em:</p><p>• a(s) – Pará, sofás, babá, está...</p><p>• e(s) – café, chulé, boné, pontapé...</p><p>• o(s) – jiló, avó, avôs...</p><p>• em, ens – também, parabéns, alguém...</p><p>ATENCAO</p><p>Muitas pessoas costumam acentuar palavras oxítonas terminadas em “U”.</p><p>Lembre- se: oxítonas terminadas em “U” não são acentuadas. Portanto, as palavras: angu,</p><p>anu, Aracaju, babaçu, belzebu, bambu, iglu, Iguaçu, inhambu, Itaipu, Itu, jaburu, jacu, peru,</p><p>pirarucu, surucucu, tatu e tantas outras não recebem acento.</p><p>O Acordo Ortográfico de 1991 (uso oficial no início de 2012) permitiu o uso</p><p>tanto do acento agudo quanto do circunflexo nos casos de vogais finais tônicas “e” e “o” em</p><p>posição final de sílaba, seguidas de “m” ou “n”, das palavras paroxítonas e proparoxítonas. No</p><p>Brasil, usa-se o circunflexo e, em Portugal, agudo. Ex.: ônix/ónix, acadêmico/académico.</p><p>NOTA</p><p>Além dessas regras, existem outras muito importantes, e devem ser</p><p>estudadas. Vejamos:</p><p>• Regra do U e do I: quando a vogal I ou U estiver sozinha na sílaba ou</p><p>acompanhadas de S, em uma sílaba tônica, e formar um hiato com a vogal</p><p>anterior, deve ser acentuada. Ex.: sa-ú-de, ca-ís-te, ra-í-zes, Cam-bo-ri-ú.</p><p>182</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>Hiato é o encontro de dois sons vocálicos pronunciados em sílabas separadas.</p><p>Ex.: escoar (es-co-ar), traído (tra-í-do).</p><p>NOTA</p><p>• Regra do U e do I: não há acento no I e U tônico dos hiatos quando vierem</p><p>precedidos de ditongo. Ex.:</p><p>ANTES do Acordo AGORA</p><p>Bocaiúva Bocaiuva</p><p>feiúra feiura</p><p>Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba</p><p>NOTA</p><p>• Regra do U e do I: não devem ser acentuadas as palavras em que o I e U forem</p><p>tônicos, porém sucedidos de NH. Ex.: ba-i-nha, ta-i-nha, ra-i-nha.</p><p>• Regra dos hiatos: quando a palavra paroxítona terminar em hiato OO e EE, o</p><p>acento não deve mais existir. Ex.: voo, enjoo, leem, creem.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Acentue, quando for possível, as palavras a seguir e explique a regra que lhe</p><p>norteou para a acentuação:</p><p>a) Coco (fruta): _______________________________________________________</p><p>b) Estuda-lo: _________________________________________________________</p><p>c) Viuva: ____________________________________________________________</p><p>d) Estatico: __________________________________________________________</p><p>e) Urubu: ____________________________________________________________</p><p>f) Pantano: ___________________________________________________________</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>183</p><p>4 CRASE</p><p>A crase é um fenômeno fonético que corresponde à união do a preposição</p><p>com o a artigo, ou ainda os pronomes demonstrativos aquele, aquela. Quando</p><p>ocorre essa união, devemos indicá-la com o acento grave. Existem regras para</p><p>o uso correto do acento grave. Para melhor explicação e visualização, dispomo-</p><p>las em um quadro, que segue:</p><p>QUADRO 22 - CRASE</p><p>CASOS OBRIGATÓRIOS USO IMPRÓPRIO DA CRASE</p><p>Diante de nome feminino acompanhado</p><p>de artigo. Diante de nomes masculinos.</p><p>Diante de nomes de cidade e países</p><p>particularizados. Antes de verbo.</p><p>Diante de demonstrativos começados</p><p>por a. Antes de palavras de sentido indefinido.</p><p>Nas locuções formadas por nomes</p><p>femininos.</p><p>Antes da palavra casa, quando significar</p><p>lugar onde o falante mora.</p><p>Diante de pronomes possessivos que se</p><p>referem a substantivo oculto.</p><p>Antes da palavra terra, no sentido de chão</p><p>firme.</p><p>Antes de palavras tomadas em sentido</p><p>geral.</p><p>Nas expressões de palavras repetidas.</p><p>Antes de pronomes pessoais de</p><p>tratamento.</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Estas são as regrinhas para o uso da crase, no entanto, nem sempre é simples</p><p>identificar se a palavra admite ou não o artigo. No caso de nomes de lugares, uma</p><p>maneira prática de identificar a crase (fusão de a + a) é construindo uma frase com</p><p>o verbo voltar. Ficou complicado? Vamos ver um exemplo:</p><p>Fui a São Paulo.</p><p>Voltei de São Paulo. Note que a preposição de não admite artigo.</p><p>Fui à Bahia.</p><p>Voltei da Bahia. Neste caso, a preposição da</p><p>é formada pela preposição</p><p>de + a, logo, ocorre a fusão de a + a quando dizemos “Fui à Bahia”. Portanto, há o</p><p>emprego do acento grave.</p><p>184</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>Existem, ainda, casos em que o emprego da crase é facultativo. São eles:</p><p>• Antes de nomes femininos referentes a pessoas. Ex.:</p><p>Quando questiono problemas sobre a empresa, refiro-me a Ariane.</p><p>Quando questiono problemas sobre a empresa, refiro-me à Ariane.</p><p>• Antes de pronomes possessivos femininos. Ex.:</p><p>A felicidade está relacionada a nossa capacidade de colocar-se no lugar</p><p>do outro.</p><p>A felicidade está relacionada à nossa capacidade de colocar-se no lugar</p><p>do outro.</p><p>Para usar corretamente o sinal grave (indicativo de crase), é necessário</p><p>atenção.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Em uma das frases abaixo a crase foi empregada incorretamente. Localize o</p><p>erro e explique porque é incorreto utilizar crase nessa situação.</p><p>a) ( ) Iremos à fazenda amanhã.</p><p>b) ( ) A professora fez críticas à algumas alunas.</p><p>c) ( ) Ela está à espera de vocês.</p><p>d) ( ) Vou à biblioteca depois da aula.</p><p>2 Verifique, novamente, a alternativa que apresenta o emprego incorreto da</p><p>crase.</p><p>a) ( ) O suspeito não estava disposto à colaborar com as investigações.</p><p>b) ( ) Os dois times estavam frente à frente novamente para disputar o prêmio.</p><p>c) ( ) Os estudantes foram à São Paulo para assistir ao show.</p><p>d) ( ) Nenhuma frase aplica corretamente a crase.</p><p>3 Complete as lacunas com a ou à:</p><p>“Ontem fui _______ aula para realizar _______ avaliação de Comunicação</p><p>e Linguagem. O livro, apresentou tópicos desde classes de palavras _______</p><p>estudos da acentuação. Por isso, comecei _______ estudar bastante desde o</p><p>início da disciplina”.</p><p>Agora, convidamos você a iniciar o estudo sobre a hifenização!</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>185</p><p>5 HÍFEN</p><p>Iniciamos, agora, mais uma etapa de estudos. Apresentamos a seguir as</p><p>regras da hifenização. Veremos uma a uma, seguidas de exemplos para facilitar</p><p>e aprimorar sua escrita. Este livro será, durante sua caminhada intelectual, uma</p><p>ferramenta indispensável e de constante consulta, deixando-o mais seguro na</p><p>sua escrita, durante a produção de trabalhos, elaboração de e-mails, relatórios,</p><p>atas, ofícios e demais documentos presentes em sua vida acadêmica, pessoal e</p><p>profissional. Vamos iniciar?</p><p>a) Em locuções: em geral, não recebem hífen, sejam substantivas, adjetivas</p><p>pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. Exemplos:</p><p>• Locuções substantivas: ponto e vírgula, fim de semana, sala de jantar, comum</p><p>de dois.</p><p>• Locuções adjetivas: à toa, cor de café com leite.</p><p>• Locuções pronominais: ele próprio, quem quer que seja, nós mesmos.</p><p>• Locuções adverbiais: à vontade, a olhos vistos, tão somente.</p><p>• Locuções prepositivas: por cima de, abaixo de, a cerca de, apesar de.</p><p>• Locuções conjuncionais: ao passo que, logo que, por conseguinte.</p><p>Caro acadêmico! Vimos que as locuções, em geral, não recebem hífen. Em</p><p>algumas delas, porém, o uso do hífen tornou-se consagrado e permaneceu, mesmo</p><p>depois da última reforma ortográfica. São elas: cor-de-rosa, mais-que-perfeito,</p><p>água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia, à queima-roupa, ao deus-dará.</p><p>Agora, vamos em frente! Falaremos das palavras compostas.</p><p>b) Em compostos:</p><p>• Palavras compostas por aglutinação, aquelas que têm mais de um radical, mas</p><p>se unem e se integram, formando uma só palavra, não recebem hífen. Veja alguns</p><p>exemplos:</p><p>Girassol Paraquedas</p><p>Pontapé Mandachuva</p><p>186</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>• Usa-se o hífen em compostos com elementos repetidos, alternadamente ou não.</p><p>Exemplos:</p><p>blá-blá-blá zigue-zague</p><p>lenga-lenga zás-trás</p><p>Bom, até aqui tudo certo, não é mesmo? Agora, vamos conhecer as regras da</p><p>hifenização nas formações com prefixos. Nessas formações, as regras apresentam-</p><p>se mais detalhadas. São vários os casos, precisamos conhecê-los separadamente.</p><p>c) Em formações com prefixos:</p><p>• Devemos hifenizar quando a palavra é formada por um prefixo ou (falso prefixo)</p><p>terminado por vogal igual à vogal que inicia o segundo elemento. Exemplos:</p><p>anti-ibérico contra-assalto</p><p>anti-iluminismo micro-ondas</p><p>auto-ônibus sobre-estimar</p><p>semi-improviso sobre-exposição</p><p>FALSOS PREFIXOS são elementos de composição que ora funcionam como</p><p>radicais, ora como prefixos. Como exemplos, podemos citar: mal, proto, auto, contra, semi,</p><p>pseudo, infra, neo, entre outros.</p><p>NOTA</p><p>Leia a tirinha em destaque, da Turma do Português.</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>187</p><p>FIGURA 12 – TURMA DO PORTUGUÊS</p><p>Ana,</p><p>to tentando</p><p>entender o</p><p>que é um falso</p><p>prefixo. Você já</p><p>viu algum?</p><p>Shirley, fofa.</p><p>O Bomba ta com</p><p>uma dúvida. Já</p><p>falo com você.</p><p>Sei sim.</p><p>É quando não</p><p>acerto o prefixo</p><p>do telefone da</p><p>vó que mora em</p><p>outro estado.</p><p>Ana,</p><p>depois dessa</p><p>vou colocar</p><p>um hífen na</p><p>nossa relação.</p><p>Assim</p><p>como os</p><p>anti-ignorantes</p><p>fazem!</p><p>em... um hífen entre nós</p><p>• Não devemos hifenizar quando o primeiro elemento termina por vogal</p><p>diferente daquela que inicia o segundo elemento. Exemplos:</p><p>aeroespacial Antialcoólico</p><p>autoescola Extraescolar</p><p>infraestrutura Infraumbilical</p><p>plurianual Pluriocular</p><p>• Nos casos em que o segundo elemento iniciar pela mesma consoante dos prefixos,</p><p>hiper, inter, sub e super, devemos escrever com hífen. Exemplos:</p><p>hiper-realista inter-relação</p><p>sub-base super-regeneração</p><p>• Usa-se o hífen nos casos de “sub” e “sob”, também diante de palavra iniciada</p><p>por “r”. Exemplos:</p><p>sub-região sub-reitor</p><p>sub-regional sob-roda</p><p>Seguindo, temos as palavras iniciadas com H. Estas devem seguir as</p><p>regras:</p><p>• Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:</p><p>188</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>anti-higiênico anti-histórico</p><p>auto-hemoterapia contra-habitual</p><p>macro-história super-homem</p><p>• Com prefixos acentuados graficamente, como: pós, pré e pró, e seguidos de</p><p>palavras independentes, usa-se o hífen. Exemplos:</p><p>pós-classicismo pré-contratação</p><p>pós-data pré-medicação</p><p>pró-forma pró-homem</p><p>• Não se usa o hífen quando o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar</p><p>por r ou s. Neste caso, dobram-se essas letras. Exemplos:</p><p>minissaia antirracismo</p><p>ultrassom semirreta</p><p>• Usa-se o hífen com os prefixos circum e pan diante de palavra iniciada por</p><p>“m”, “n”, “h” e “vogal”. Exemplos:</p><p>circum-murado circum-navegação</p><p>pan-americano pan-hidrômetro</p><p>• Os prefixos co, pro, pre e re unem-se ao segundo elemento, mesmo quando</p><p>este inicia com “o” e “e”. Exemplos:</p><p>Coacusado cocontratado</p><p>Preexistente prodivisão</p><p>Reeleição reescrever</p><p>Note que, neste caso, os prefixos pro e pre não estão acentuados graficamente,</p><p>portanto são escritos aglutinadamente (junto).</p><p>UNI</p><p>TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN</p><p>189</p><p>• Quando o primeiro elemento é um dos prefixos ex, sota, soto, vice, usa-se o hífen.</p><p>Exemplos:</p><p>ex-voto sota-embaixador</p><p>soto-general vice-tutor</p><p>• Não devemos usar o hífen em palavras em que o primeiro elemento termina</p><p>com consoante e o segundo inicia com vogal. Exemplos:</p><p>hiperárido interacadêmico Superácido</p><p>Outra dica importante em se tratando de hifenização é de que não devemos</p><p>hifenizar vocábulos que tragam o NÃO com função prefixal. Observe alguns</p><p>exemplos:</p><p>não agressão não violência não participação</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Você estudou que locuções (sejam substantivas, adjetivas pronominais,</p><p>adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) e palavras compostas por</p><p>aglutinação, em geral, não recebem hífen.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o uso de hífen incorretamente:</p><p>a) ( ) fim-de-semana, semi-estruturada.</p><p>b) ( ) lenga-lenga, micro-ônibus.</p><p>c) ( ) semi-improviso, inter-relação.</p><p>d) ( ) sub-regional, anti-higiênico.</p><p>2 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:</p><p>a) ( ) pós-guerra.</p><p>b) ( ) pós guerra.</p><p>3 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:</p><p>a) ( ) ultra-sonografia.</p><p>b) ( ) ultrassonografia.</p><p>190</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>4 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:</p><p>a) ( ) pan-americano.</p><p>b) ( ) panamericano.</p><p>5 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:</p><p>a) ( ) co-oficial.</p><p>b) ( ) cooficial.</p><p>6 Escolha a alternativa que apresenta o uso correto do hífen:</p><p>a) ( ) vice reitor.</p><p>b) ( ) vice-reitor.</p><p>191</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• Os sinais de pontuação são recursos próprios da língua escrita.</p><p>• Não possuem critérios rígidos a serem seguidos.</p><p>• O ponto final representa a pausa máxima da voz.</p><p>• O ponto de interrogação é usado ao final das interrogações diretas.</p><p>• O ponto de exclamação é empregado ao final de frases exclamativas e/ou</p><p>imperativas.</p><p>• A vírgula pode ser um recurso importante para definir sentidos diferentes para</p><p>o texto, por isso seu uso deve ser analisado com cautela.</p><p>• A vírgula também é usada para separar datas, vocativo, aposto e elementos de</p><p>um provérbio.</p><p>• O ponto e vírgula não tem função nem de vírgula nem de ponto final (mas</p><p>funciona como um intermediário entre os dois) e é especialmente usado para</p><p>separar itens em uma enumeração.</p><p>• Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da voz numa frase não</p><p>concluída.</p><p>• As reticências são empregadas para realçar uma palavra ou expressão.</p><p>• Nas citações empregamos as aspas.</p><p>• Os parênteses intercalam, no texto, informação acessória.</p><p>• Usa-se o travessão para evidenciar palavras.</p><p>• A classificação das palavras se dá por meio da sílaba tônica.</p><p>• As oxítonas são palavras que possuem a última sílaba tônica.</p><p>• As paroxítonas são palavras que possuem a penúltima sílaba tônica.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>192</p><p>• As proparoxítonas são palavras que possuem a antepenúltima sílaba tônica.</p><p>• Todas as palavras proparoxítonas da língua portuguesa recebem acento gráfico.</p><p>• Não existe, na língua portuguesa, palavra acentuada além da antepenúltima</p><p>sílaba.</p><p>• Ditongo é o encontro de duas vogais na mesma sílaba.</p><p>• Hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes.</p><p>• Tritongo é o encontro de três vogais na mesma sílaba.</p><p>• A crase é a fusão de a + a.</p><p>• Grave é o nome do acento indicativo de crase.</p><p>• Não se utiliza crase diante de nomes masculinos ou verbos no infinitivo.</p><p>• Antes das palavras: distância, terra e casa, em geral, não se deve utilizar</p><p>acento grave.</p><p>• Deve-se empregar a crase diante de palavras femininas acompanhadas de</p><p>artigo.</p><p>• O hífen é utilizado na separação das sílabas.</p><p>• Utiliza-se a hifenização para separar os verbos dos pronomes oblíquos</p><p>átonos.</p><p>• Falso prefixo é um elemento de composição que funciona como radical ou</p><p>prefixo.</p><p>• As locuções, em geral, não devem ser hifenizadas.</p><p>193</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Sobre a acentuação das palavras e de acordo com as regras estudadas, acentue,</p><p>se necessário, as palavras abaixo e, em seguida, explique e justifique por que</p><p>tal vocábulo deve ou não receber acento gráfico.</p><p>a) social: ____________________________________________________________</p><p>b) historia: __________________________________________________________</p><p>c) geleia: ____________________________________________________________</p><p>d) enjoo: ____________________________________________________________</p><p>e) juizes:_____________________________________________________________</p><p>f) carater:____________________________________________________________</p><p>2 Sobre o uso do acento grave (indicativo de crase), indique em qual(is)</p><p>alternativa(s) pode ocorrer a crase (fusão de a + a).</p><p>a) Começaram a chorar assim que souberam.</p><p>b) Usava chapéu a Santos Dumont.</p><p>c) Comprava a prazo e vendia a vista.</p><p>d) Dirigi-me a Vossa Excelência.</p><p>e) Vou a terra de meus pais.</p><p>3 Vamos colocar em prática o que você aprendeu sobre a hifenização. Nas</p><p>formações com prefixos e com falsos prefixos, usaremos o hífen somente em</p><p>alguns casos. Assinale a forma correta e explique o uso ou não uso do hífen.</p><p>a) ( ) autorretrato: ___________________________________________________</p><p>b) ( ) automedicação: ________________________________________________</p><p>c) ( ) contraindicação: ________________________________________________</p><p>d) ( ) contrassenso: __________________________________________________</p><p>e) ( ) extraoficial: ____________________________________________________</p><p>f) ( ) infraassinado: __________________________________________________</p><p>g) ( ) infrarrenal: ____________________________________________________</p><p>h) ( ) intrauterino: ___________________________________________________</p><p>i) ( ) neoamburguês: ________________________________________________</p><p>194</p><p>195</p><p>TÓPICO 3</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS</p><p>PERTINENTES NA ESCRITURA DE</p><p>UM TEXTO</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O processo de escrita é uma experiência única, individual e dialógica. É</p><p>individual e única porque a escritura de um texto provoca escolhas individuais</p><p>quanto ao que e como se quer dizer. É dialógica porque se escreve relacionando a</p><p>nova ideia a ideias já escritas ou lidas.</p><p>Além do contexto exposto, escrever implica o domínio de determinados</p><p>procedimentos, como o de planejar o que vai ser escrito, redigir o que foi planejado,</p><p>revisar o que foi redigido e reescrever o que foi produzido e revisado. Ainda se</p><p>deve prestar atenção a expressões ambíguas ou ao uso de palavras estrangeiras,</p><p>entre outras ocorrências.</p><p>ATENCAO</p><p>A revisão do texto corresponde à conferência de alguns elementos da escrita,</p><p>como: coesão e coerência, ortografia, acentuação, concordância e pontuação. Devemos</p><p>sempre revisar o que escrevemos mais de uma vez, pois revisar faz toda a diferença para</p><p>a compreensão do leitor, já que evita frases muito longas no seu texto, problemas de</p><p>concordância (que levam o leitor a se perder nas informações), problemas com ambiguidade,</p><p>dentre outros. Por isso, ao longo de suas atividades acadêmicas e profissionais, destine</p><p>sempre bastante tempo para revisão e reescrita de seus trabalhos. Quando possível, peça</p><p>para que algum colega leia para que você perceba se seu texto está compreensível para</p><p>diferentes leitores.</p><p>Assim, vamos estudar a partir de agora alguns importantes itens na</p><p>elaboração da escritura de um bom texto. Vale a pena continuar e verificar!</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>196</p><p>2 AMBIGUIDADE</p><p>A ambiguidade consiste na duplicidade de sentido e, acredite, nem</p><p>sempre ela é um problema. Muitas vezes, a ambiguidade é fruto de uma</p><p>intenção determinada e clara, encontrada especialmente em textos publicitários e</p><p>humorísticos. Em outras ocasiões, porém, ela surge sem que seja desejada e pode</p><p>até causar algum tipo de constrangimento.</p><p>Observe os textos:</p><p>Texto 1</p><p>FIGURA 13 - PROPAGANDA</p><p>FONTE: <https://bit.ly/2CR3oJp>. Acesso em: 17 out. 2018.</p><p>Texto 2</p><p>O garçom pergunta a um sujeito que entra no bar:</p><p>- O senhor, o que toma? Ele responde:</p><p>- Eu tomo uma boa vitamina pela manhã, remédio para combater</p><p>minhador nas costas e, aos sábados, uma cervejinha com os amigos.</p><p>- Acho que o senhor não me entendeu – diz o garçom. O que eu perguntei é</p><p>o que o senhor gostaria!</p><p>- Ah, bom! Eu gostaria de ser rico, de ter uma casa na praia, de viajar</p><p>bastante...</p><p>- O que eu quero saber é o que o senhor quer para beber! – diz o garçom,</p><p>já irritado.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>197</p><p>- Ah, bom! Vamos ver... que é que você tem?</p><p>- Eu? Nada, não, só um pouco chateado porque o meu time perdeu, o</p><p>salário daqui é muito baixo, eu estou me sentindo sozinho...</p><p>FONTE: <http://www.sobobagem.com.br/shtml/345.shtml#.W8e1W2hKjIU>.</p><p>Acesso em: 18 out. 2018.</p><p>No Texto 1, você pode notar que a ambiguidade foi intencional, ou seja,</p><p>no texto publicitário foi explorado o duplo sentido com a intenção de despertar,</p><p>no interlocutor, a devida atenção.</p><p>No Texto 2 a ambiguidade surgiu sem ser desejada, ou seja, não era</p><p>intencional num primeiro momento. Podemos dizer, então, que a ambiguidade é</p><p>um vício de linguagem muito encontrado em textos publicitários e humorísticos.</p><p>Ambiguidade, como vimos, significa duplo sentido. Você sabia que ela tem</p><p>outro nome? Isso mesmo, anfibologia é um sinônimo da palavra ambiguidade.</p><p>NOTA</p><p>Leia as frases que seguem:</p><p>A caixa caiu perto do supermercado.</p><p>Comprou balas perto</p><p>da praia.</p><p>Suas ações lhe trouxeram muitos bens.</p><p>Note que as palavras em negrito podem deixar o enunciado dúbio.</p><p>Na primeira frase, quem caiu? A caixa (embalagem) ou a mulher que trabalha</p><p>na caixa registradora? É essa dupla interpretação que se chama ambiguidade.</p><p>Normalmente os contextos linguístico e situacional indicam qual a interpretação</p><p>correta. Agora descubra a ambiguidade presente nas demais frases acima.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>198</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A imagem a seguir é um recorte das informações de um software disponível</p><p>para download. Na imagem, você vê o seguinte destaque: “Está em dúvida</p><p>quanto à configuração de sua máquina? Então acabe com ela agora mesmo!”.</p><p>FONTE: <https://seumadruga72.files.wordpress.com/2009/10/ambiguidade.jpg>. Acesso em:</p><p>30 abr. 2018.</p><p>a) Localize no texto a ambiguidade e explique quais são as possíveis</p><p>significações que podemos criar a partir dessa ambiguidade.</p><p>____________________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________________</p><p>b) Procure reescrever o excerto destacado a fim de eliminar a ambiguidade que</p><p>você encontrou na questão anterior:</p><p>_____________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________</p><p>3 ESTRANGEIRISMOS</p><p>Entende-se por estrangeirismos palavras e expressões de línguas</p><p>estrangeiras utilizadas cotidianamente em um país onde a língua oficial é outra,</p><p>como no caso do Brasil: o uso do inglês “misturado” com a Língua Portuguesa.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>199</p><p>É importante notar que a língua está em constante modificação. A própria</p><p>evolução dos costumes, das ideias, enfim, da vida social de modo geral, estabelece a</p><p>criação de novas palavras e formas de dizer certos vocábulos.</p><p>Os estrangeirismos são vocábulos, expressões e estruturas que se</p><p>incorporam ao repertório e à estrutura da língua portuguesa, ou seja,</p><p>integram-se ao código linguístico do português do Brasil. Da mesma</p><p>maneira que transformam a língua portuguesa, os empréstimos</p><p>de outras línguas, especialmente a língua inglesa, também sofrem</p><p>adaptações ao incorporarem-se ao seu léxico. O português do Brasil</p><p>conhece bem a influência de outras culturas e línguas, o que, ao</p><p>contrário do que muitos denunciam, não empobrece a língua, mas a</p><p>enriquece (FARELLI, 2001, p. 13).</p><p>Novas palavras são instituídas como produto da dinâmica social e</p><p>incorporadas ao idioma inúmeras expressões de origem estrangeira – os</p><p>estrangeirismos, que vêm para indicar ou explicar realidades não contempladas</p><p>no repertório da língua portuguesa.</p><p>Vamos conhecer o uso de estrangeirismo em nosso cotidiano, através da</p><p>figura que segue:</p><p>FIGURA 14 – ESTRANGEIRISMO</p><p>FONTE: <http://www.unesp.br/aci/jornal/151/estrangeirismos.JPG>.</p><p>Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>Percebeu como estamos cercados de estrangeirismos na nossa vida</p><p>cotidiana? Palavras como food delivery, sale, off, welcome, estão na nossa vida</p><p>globalizada. Além delas, ainda temos muitas outras, como delete, enter, notebook,</p><p>entre outras. O problema do abuso de estrangeirismos, se desnecessários ou</p><p>deslocados do seu contexto, é normalmente causado ou pelo desconhecimento</p><p>da riqueza vocabular de nossa própria língua, ou pela incorporação acrítica do</p><p>estrangeirismo.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>200</p><p>Lembre-se, acadêmico, ao utilizar palavras estrangeiras elas devem ser grafadas</p><p>em itálico</p><p>UNI</p><p>4 PLEONASMO</p><p>Você já ouviu alguém falando: entrar para dentro, subir pra cima,</p><p>hemorragia de sangue, goteira no teto, certeza absoluta ou ainda prefeitura</p><p>municipal? Pois bem, essas expressões são vícios de linguagem e não são aceitas</p><p>nas normas mais prestigiadas da língua portuguesa.</p><p>Observe:</p><p>FIGURA 15 – PLEONASMO</p><p>FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_qyuOh9JmfR0/S6_0uThqVFI/AAAAAAAAAFU/</p><p>lJwwIk6HRWQ/w1200-h630-p-k-no-nu/pleonasmo.jpg>.</p><p>Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>Enfermeira,</p><p>eu estou com uma dor</p><p>que dói muito.</p><p>HÃ!?</p><p>Você está</p><p>é com pleonasmo! OHH!!!!</p><p>E isso é grave</p><p>enfermeira?</p><p>Perceba, acadêmico, que pleonasmo é a repetição desnecessária de uma</p><p>informação. Na tirinha em questão, o paciente relata que está com uma dor que</p><p>dói. A repetição da palavra “dói” é desnecessária, visto que “dor” dá conta de</p><p>transmitir a mensagem.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>201</p><p>5 EXPRESSÕES</p><p>Você certamente já teve dúvidas ao utilizar algumas expressões, não é</p><p>mesmo? Pois bem, neste momento, pretendemos dirimi-las de uma maneira</p><p>simples e prática a fim de contribuir em sua vida acadêmica e profissional,</p><p>quando em momentos de escrita.</p><p>Salientamos novamente a importância de grafar as palavras de acordo com</p><p>a norma padrão da língua portuguesa, pois dessa forma diminuímos as chances</p><p>de equívoco e efetivamos positivamente o ato da comunicação. Convidamos você</p><p>a conhecer as regras para o uso de cada expressão, que virá acompanhada de</p><p>exemplos para melhor compreensão.</p><p>5.1 USO DOS PORQUÊS</p><p>Existem quatro diferentes maneiras de grafar o porquê. Observe:</p><p>FIGURA 16 – EMPREGO DOS “PORQUÊS”</p><p>FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/usodosporqus-160701235450/95/uso-dos-</p><p>porqus-2-638.jpg?cb=1467417701>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>• Por que: com essa grafia é utilizado em duas situações. Confira:</p><p>• Em frases interrogativas diretas, quando as inicia, e nas interrogativas indiretas.</p><p>Exemplos:</p><p>Por que você não estudou para a avaliação?</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>202</p><p>Ela perguntou por que você não estudou para a avaliação.</p><p>• Quando equivale a: pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais.</p><p>Exemplo:</p><p>São muitos os motivos por que estou aqui hoje. (pelos quais)</p><p>• Porque: a palavra adquire esta grafia quando é empregada como conjunção</p><p>explicativa ou causal. Veja:</p><p>Não chores, porque é pior. (porque = pois, conjunção explicativa)</p><p>Faltou ao trabalho porque estava em reunião. (porque = conjunção causal)</p><p>• Por quê: escreve-se com acento quando aparece no fim das frases interrogativas.</p><p>Assim, o “que” passa a ser um monossílabo tônico. Observe um exemplo na</p><p>tirinha que segue.</p><p>FIGURA 17 – MÁRCIA NEURÓTICA</p><p>FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_I-dYUG1GKo0/TPWsPV1bgxI/</p><p>AAAAAAAAAM8/2AF0bM0G1oA/s1600/tirinha-marcia-47.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>Perceba, acadêmico, que no segundo quadro, ao final de frase interrogativa,</p><p>utilizou-se o porquê escrito separado e com acento (Mas por quê?).</p><p>• Porquê: é escrito dessa maneira quando empregado como substantivo. Significa</p><p>motivo, razão ou causa, e geralmente aparece acompanhado de determinantes,</p><p>ou seja, artigos e pronomes, entre outros. Exemplos:</p><p>Não compreendi o porquê de sua reclamação.</p><p>Seus porquês não mudaram a situação.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>203</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Complete o parágrafo a seguir:</p><p>Diferentes pesquisadores perguntam-se ___________________</p><p>(pergunta indireta) o desenvolvimento científico brasileiro passou a receber</p><p>menos verbas no último ano. Não sabem ___________________ (por qual</p><p>motivo) a redução de investimentos para pesquisas nacionais. Contudo,</p><p>reivindicam por equipamentos e bolsas de estudos ___________________</p><p>(explicação) precisam de materiais novos para avançarem em seus trabalhos.</p><p>O governo parece ignorar o ___________________ (o motivo = substantivo) do</p><p>pedido dos pesquisadores.</p><p>5.2 USO DE MAU E MAL</p><p>Estas duas palavras causam muitas dúvidas no momento da escrita, apesar</p><p>de existir uma regrinha fácil de usar que o ajudará a diferenciar a grafia com</p><p>“L” ou “U”. Em primeiro lugar, lembre-se sempre de que mal (que será um</p><p>substantivo ou advérbio ou conjunção) é antônimo de bem; e mau (que será um</p><p>adjetivo) é antônimo de bom.</p><p>Quando mal for empregado como substantivo, variará</p><p>em número</p><p>(singular: mal; plural: males). Quando advérbio e conjunção, a palavra mal será</p><p>invariável.</p><p>Você lembra, por exemplo, da música “Vida Real”, cantada pelo Paulo</p><p>Ricardo? Veja, no refrão da música o emprego do termo mal:</p><p>“Se pudesse escolher</p><p>Entre o bem e o mal</p><p>Ser ou não ser...</p><p>Se querer é poder</p><p>Tem que ir até o final</p><p>se quiser vencer...”</p><p>FONTE: Vida Real, Compositores: Paulo Ricardo, Raphael Pinheiro. Disponível em: <https://</p><p>www.vagalume.com.br/bbb/vida-real-paulo-ricardo.html>. Acesso em: 30 abr. 2018.</p><p>Nessa situação, mal é um substantivo (o mal). Imagine se a letra se referisse</p><p>aos males da vida. Seria perfeitamente possível, ainda, utilizar o substantivo no</p><p>plural. Além disso, na música, podemos perceber nitidamente o termo mal sendo</p><p>empregado em oposição a bem. Sempre que mal for oposto de bem, será grafado</p><p>com “L”.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>204</p><p>Vejamos mais um exemplo do emprego de mal:</p><p>Tirei uma nota baixa porque meu trabalho está mal feito.</p><p>Neste caso, mal é um advérbio que altera o sentido de um verbo (fazer/</p><p>feito) e indica o modo (como foi feito o trabalho). Perceba como também</p><p>poderíamos substituir o termo pela palavra bem: “meu trabalho está bem feito”.</p><p>Agora, vamos analisar o emprego de mal enquanto conjunção:</p><p>Mal entreguei minha avaliação, bateu o sinal indicando término da aula.</p><p>Temos, no exemplo acima, a palavra mal exercendo função de conjunção</p><p>subordinativa temporal, pois indica um tempo aproximado entre as informações</p><p>da primeira e da segunda oração.</p><p>A palavra mau, grafada com “U”, é um adjetivo, como na história da</p><p>“Chapeuzinho Vermelho” que fugia do “Lobo Mau” na floresta. Nesse caso,</p><p>perceba que mau tem a função de atribuir uma característica ao lobo, assim como</p><p>o adjetivo bom faria. Veja mais um exemplo:</p><p>Não era mau (ou bom) cliente, apenas atrasava os pagamentos.</p><p>Caro acadêmico, na dúvida, procure usar os termos “bem” ou “bom” para</p><p>testar se precisa escrever “mal” ou “mau”. Simples, não é?</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:</p><p>Acabo de tirar a carteira, por isso ainda dirijo _____________.</p><p>a) ( ) mal.</p><p>b) ( ) mau.</p><p>2 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:</p><p>Seu ____________ comportamento tem lhe prejudicado.</p><p>a) ( ) mal.</p><p>b) ( ) mau.</p><p>3 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:</p><p>__________________ terminamos esta avaliação e já estamos estudando para a</p><p>próxima.</p><p>a) ( ) mal.</p><p>b) ( ) mau.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>205</p><p>4 Escolha a alternativa correta para preencher a lacuna:</p><p>O excesso de medicamento também faz _______________.</p><p>a) ( ) mal.</p><p>b) ( ) mau.</p><p>5.3 USO DE SENÃO E SE NÃO</p><p>Você lembra a música “Pais e Filhos” da banda “Legião Urbana”? Repare</p><p>no excerto da música o uso do termo “se não” no segundo verso:</p><p>“É preciso amar as pessoas</p><p>Como se não houvesse amanhã</p><p>Porque se você parar pra pensar</p><p>Na verdade não há”</p><p>FONTE: <https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22488/>. Acesso em: 30 abr. 2018.</p><p>Nesse verso, “se não” é escrito separadamente porque tem sentido de</p><p>uma condição negativa. A palavra se não (separada) é utilizada quando equivale</p><p>a caso não, introduzindo orações subordinadas condicionais. Exemplo:</p><p>Se não quiser, não redija o relatório.</p><p>A palavra senão (junto), por sua vez, é empregada em duas situações. São</p><p>elas:</p><p>• Quando equivale a caso contrário.</p><p>Exemplo: Saia daí, senão vai se atrasar.</p><p>• Quando equivale a “a não ser”.</p><p>Exemplo: Não faz outra coisa senão choramingar.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Preencha as lacunas com se não ou senão:</p><p>a) Estude bastante, _____________________ reprovará na prova.</p><p>b) Evite confrontar desnecessariamente as pessoas _____________________em</p><p>situações realmente significativas.</p><p>c) A data de entregue do trabalho não será alterada _____________________</p><p>houver consenso.</p><p>d) _____________________me levar a sério, pare de discutir comigo.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>206</p><p>5.4 USO DE MAIS E MAS</p><p>É comum confundir o uso de mais e mas, porém tais palavras têm sentidos</p><p>completamente distintos. Por isso, é necessário o uso correto para que a mensagem</p><p>não seja prejudicada.</p><p>A palavra mas é uma conjunção adversativa, portanto, significa</p><p>“contrário”. Equivale a porém, contudo, todavia ou entretanto. Assim, sempre</p><p>que a substituição por estas palavras for possível, deve-se escrever MAS, sem o</p><p>“i”. Observe a tirinha que segue:</p><p>FIGURA 18 – MAFALDA</p><p>Hoje estou com um</p><p>humor péssimo</p><p>Mas você</p><p>parece muito</p><p>contente,</p><p>Susanita</p><p>É que eu não quero</p><p>que ninguém perceba</p><p>que eu estou de</p><p>mau humor</p><p>Então você não</p><p>devia dizer</p><p>Ai eu estaria</p><p>sendo hipócrita.</p><p>Acho estranho você</p><p>defender a hipocrisia,</p><p>Mafalda.</p><p>Um dia vou</p><p>analisar o que me</p><p>deixa mais doente:</p><p>a Susanita ou a</p><p>sopa</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-CjVipgXeqfc/TiYPg-JKN7I/AAAAAAAAAPU/OGGTjPZ9eVA/</p><p>s1600/mafalda-uso+de+mau.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>Verificamos, no primeiro quadrinho, o emprego de mas. Note, acadêmico,</p><p>que é possível fazer a substituição por “porém” ou “entretanto”. Portanto, trata-</p><p>se de uma conjunção adversativa.</p><p>O uso de mais ocorre quando este funciona como pronome ou advérbio</p><p>de intensidade. Para saber se o uso está correto, basta trocar por menos, seu</p><p>antônimo. No último quadro da tirinha apareceu o uso da expressão mais. Note</p><p>que é possível realizar a substituição pela palavra menos. Agora, leia a tirinha a</p><p>seguir, com mais um exemplo.</p><p>FIGURA 19 – MÁRCIA NEURÓTICA</p><p>FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/_I-dYUG1GKo0/TPBYhGIz4KI/AAAAAAAAAMs/</p><p>VTEcClnUdAM/s1600/tirinha-marcia-45.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>207</p><p>O uso de “mais”, no primeiro quadrinho, permite exemplificar, na prática,</p><p>as situações em que deve ocorrer o uso de tal expressão. Lembre-se: confundir</p><p>estas expressões, no momento de escritura, pode prejudicar a mensagem.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o uso da norma padrão da língua</p><p>portuguesa:</p><p>a) ( ) Os estudos foram teóricos, mais comprovaram fatos importantes para o</p><p>campo prático.</p><p>b) ( ) Fizemos de tudo, mais não conseguimos salvar a vítima.</p><p>c) ( ) Procuram por mas provas para poderem declarar o réu culpado.</p><p>d) ( ) Cinquenta e nove pessoas preencheram o questionário, mas apenas</p><p>vinte delas participaram das entrevistas.</p><p>5.5 USO DO HÁ E A</p><p>O uso de há deve ocorrer quando equivaler ao verbo fazer. Este, por sua</p><p>vez, indica tempo já transcorrido. Exemplo:</p><p>Saiu da sua casa há (faz) 1 hora.</p><p>Não o vejo há (faz) dois meses.</p><p>Além disso, há é usado no sentido de existir. Na linguagem coloquial,</p><p>podemos dizer que “tem cem livros na biblioteca”. Contudo, na norma padrão,</p><p>recomenda-se utilizar “há cem livros na biblioteca”.</p><p>A forma a deve ser empregada quando for uma preposição, um artigo ou</p><p>um pronome. Nesses casos, você não conseguirá substituir o termo nem por “faz”</p><p>nem por “existe”, como nos casos apresentados acima com há. Exemplo:</p><p>Daqui a pouco, os alunos chegarão para socializar o trabalho. (preposição)</p><p>A pesquisa tem caráter qualitativo. (artigo)</p><p>Apresentei-a aos meus irmãos. (pronome)</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>208</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Preencha as lacunas com há, a ou à:</p><p>O estudo, desenvolvido ____________ dez anos, apresenta contribuições</p><p>importantes para entendermos aspectos da língua. Por isso, estão relacionados</p><p>____________ normas, variedades, e usos linguísticos. ____________ pesquisa</p><p>é base, nos dias de hoje, ____________ diversos estudiosos, preocupados com o</p><p>viés teórico dado ____________ língua. ____________, portanto, um campo de</p><p>estudos se fortalecendo sobre esse aspecto.</p><p>Acadêmico, você deve ter percebido que o uso correto das expressões</p><p>requer muita atenção. Vamos adiante?</p><p>5.6 USO DE AONDE E ONDE</p><p>O emprego do aonde deve acontecer quando este equivaler a: preposição</p><p>a + advérbio onde. Sendo assim, significa “a que lugar”, ou seja, é usado com</p><p>verbos que exprimem movimento e que regem</p><p>a preposição a. Veja:</p><p>• Ir a:</p><p>Aonde você vai?</p><p>Você vai aonde?</p><p>• Chegar a:</p><p>Você quer chegar aonde com tantas perguntas?</p><p>• Dirigir-se a:</p><p>Não sei aonde dirigir-me para obter as fichas cadastrais.</p><p>O uso de onde está relacionado com verbos que não regem a preposição a.</p><p>Dito de outra maneira, equivale a “em que lugar” ou “no lugar que”.</p><p>Confira:</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>209</p><p>Onde você está?</p><p>Onde fica sua empresa?</p><p>O anel perdido estava onde não havia procurado ainda.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Para esta autoatividade, releia também as explicações acerca dos</p><p>advérbios trabalhados anteriormente.</p><p>Analise as sentenças a seguir quanto ao uso de onde, aonde e no(a) qual:</p><p>I- Fizemos a avaliação de Comunicação e Linguagem, onde nos saímos muito</p><p>bem.</p><p>II- O curso de LIBRAS, no qual há várias dicas de expressão facial interessantes,</p><p>ajudou minha comunicação com meus colegas surdos.</p><p>III- Aonde foram levados os livros?</p><p>IV- O livro de Comunicação e Linguagem apresenta dicas de escrita importantes,</p><p>aonde também há algumas atividades para colocarmos em prática nossa</p><p>aprendizagem.</p><p>V- Ontem, estive no polo, onde fiz minha avaliação final.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) ( ) Estão corretas as sentenças I – III – IV – V.</p><p>b) ( ) Estão corretas as sentenças I – IV – V.</p><p>c) ( ) Estão corretas as sentenças II – III – V.</p><p>d) ( ) Todas as sentenças estão corretas.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>210</p><p>FIGURA 20 – AFIM X A FIM</p><p>5.7 USO DE A FIM E AFIM</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Uma maneira prática para diferenciar essas expressões é:</p><p>• A fim de: indica uma finalidade. Exemplo: Vive cantarolando a fim de me</p><p>incomodar.</p><p>• Afim: significa que existe uma afinidade, é semelhante. Exemplo: As matérias</p><p>que cursei são afins.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Preencha as lacunas com a fim ou afim:</p><p>a) Procuro estudar Comunicação e Linguagem para aprender algumas</p><p>regularidades da língua portuguesa padrão, ________________ de revisar</p><p>meus próprios textos acadêmicos.</p><p>b) Procuro por disciplinas ________________que cursei na minha primeira</p><p>graduação para convalidar na segunda.</p><p>Agora, vamos diferenciar o uso de demais e de mais.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>211</p><p>5.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS</p><p>FIGURA 21 - DEMAIS</p><p>FONTE: Adaptado de <http://capasanimacao.blogspot.com/2012/08/tres-espias-demais-o-</p><p>filme.html?m=0>; <http://capas-silver.com/wp-content/uploads/A-Hist%C3%B3ria-N%C3%A3o-</p><p>Autorizada-de-Tr%C3%AAs-%C3%A9-Demais.jpg>. Acesso em: 1º maio 2018.</p><p>Talvez você já tenha se deparado com o desenho “Três espiãs demais”</p><p>ou com a série de TV que foi sucesso nos anos 1980 “Três é demais”. Em ambas</p><p>as situações, “demais” se escreve da mesma maneira (junto) e possui o mesmo</p><p>significado. Você sabe qual é? Tanto no desenho quanto na série, demais exerce</p><p>papel de advérbio de intensidade (muito). Logo, quando dizemos três espiãs</p><p>demais ou três é demais, estamos intensificando, afirmando que as três espiãs são</p><p>muito qualificadas e que três crianças já são muitas crianças.</p><p>A palavra “demais” (junto) pode ser classificada como advérbio ou</p><p>pronome. Observe o exemplo:</p><p>• Advérbio de intensidade (= muito). Exemplo: Não se deve dormir demais.</p><p>• Pronome indefinido (= outros). Exemplo: Voltei antes que os demais alunos</p><p>finalizassem os trabalhos.</p><p>A expressão “de mais” (separado) significa o contrário de menos. Observe</p><p>o exemplo: Entraram alunos de mais no auditório de reuniões.</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>212</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Assinale a alternativa correta quanto ao uso de “demais” ou “de</p><p>mais”:</p><p>a) ( ) Enquanto minha equipe já finalizava o trabalho, as de mais equipes</p><p>estavam apenas começando.</p><p>b) ( ) Minha irmã assistiu ao filme e o achou de mais!</p><p>c) ( ) Dificilmente alguém diria que tem dinheiro de mais, normalmente</p><p>ouvimos que tem de menos.</p><p>d) ( ) Há pessoas demais inscritas para esse curso de graduação em comparação</p><p>com o número de vagas ofertadas.</p><p>5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A</p><p>FIGURA 22 – DE ENCONTRO E AO ENCONTRO</p><p>FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/11/fa/93/11fa933b56685e0e562bb18b0ab90046.jpg>.</p><p>Acesso em: 1º maio 2018.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>213</p><p>A expressão ao encontro de possui dois significados. São eles:</p><p>• Aproximar-se de. Exemplo: Assim que cheguei, fui ao encontro de meu pai.</p><p>• Ser favorável a. Exemplo: Suas ideias vêm sempre ao encontro das minhas.</p><p>A expressão de encontro a pode significar:</p><p>• Colisão, choque. Exemplo: Ao correr, o aluno foi de encontro à parede.</p><p>• Ser contrário a. Exemplo: Por sermos muitos diferentes, suas opiniões vêm</p><p>sempre de encontro às minhas.</p><p>Muito bem, depois de conhecermos mais estas importantes expressões,</p><p>convido você a continuar o estudo.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Relacione as colunas de acordo com o uso adequado das expressões</p><p>abaixo:</p><p>I- de encontro</p><p>II- ao encontro</p><p>a) ( ) É utilizada para dizer que algo é favorável.</p><p>b) ( ) É utilizada para expressar discordância.</p><p>c) ( ) É utilizada para afirmar a aproximação entre ideias, pessoas ou objetos.</p><p>d) ( ) É utilizada para expressar colisão.</p><p>5.10 USO DE ACERCA, A CERCA E HÁ CERCA</p><p>A CERCA ACERCA DE HÁ CERCA DE</p><p>FONTE: Disponível em:</p><p><https://thumbs.dreamstime.</p><p>com/z/cerca-de-madeira-e-</p><p>grama-isoladas-no-fundo-</p><p>branco-58780409.jpg>. Acesso</p><p>em: 1º maio 2018.</p><p>SOBRE / A</p><p>RESPEITO DE</p><p>FONTE: Disponível em: <http://</p><p>www.winesofportugal.info/</p><p>uploads/1_2000ac_pt.jpg>. Acesso</p><p>em: 1º maio 2018.</p><p>A CERCA É DE MADEIRA.</p><p>O ESTUDO</p><p>TRATA ACERCA</p><p>DO USO DE</p><p>AGROTÓXICOS.</p><p>HÁ CERCA DE 2000 a.C.,</p><p>INICIAVA-SE UMA NOVA ERA.</p><p>2000 a.C.</p><p>Reino dos Tartessos</p><p>Séc. X a.C.</p><p>Fenícios</p><p>Séc. VII a.C.</p><p>Gregos</p><p>Séc. VI a.C.</p><p>Celtas e</p><p>Iberos</p><p>Séc. II a.C.</p><p>Romanos</p><p>Séc.VII</p><p>Bárbaros</p><p>UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES</p><p>214</p><p>A cerca (separado) corresponde ao artigo definido “a” mais substantivo</p><p>“cerca”, cujo sentido está vinculado a uma construção feita ao redor de um</p><p>terreno.</p><p>A expressão acerca (junto) significa a respeito de. Veja um exemplo: Nada</p><p>comunicou acerca de suas dúvidas na disciplina.</p><p>A expressão há cerca de indica um tempo já transcorrido. Observe a frase</p><p>que segue: Estivemos na minha cidade natal há cerca de uns 15 anos.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>A partir do que lhe foi apresentado acerca dos termos: acerca de, a</p><p>cerca, há cerca de, complete as lacunas:</p><p>a) ___________________________ de três anos ingressei na graduação.</p><p>b) Falamos ___________________________dos conteúdos de Comunicação e</p><p>Linguagem.</p><p>c) Este trabalho discute questões ___________________________da cidadania.</p><p>d) Mesmo quando ___________________________for de ferro, é preciso pintá-</p><p>la, a fim de evitar que enferruje.</p><p>5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO</p><p>FIGURA 23 – EM PRINCÍPIO X A PRINCÍPIO</p><p>EM PRINCÍPIO</p><p>ou A PRINCÍPIO?</p><p>EM PRINCÍPIO = em tese, em teoria.</p><p>"EM PRINCÍPIO, ele é contra o aborto."</p><p>(= por princípios, talvez religiosos)</p><p>A PRINCÍPIO = no começo, inicialmente.</p><p>" A PRINCÍPIO sou contra as suas ideias."</p><p>(= num primeiro momento).</p><p>FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/db/aa/3e/dbaa3e0118d5620a41fc902b8cabd333.jpg>.</p><p>Acesso em: 1º maio 2018.</p><p>TÓPICO 3 | LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO</p><p>215</p><p>Estamos chegando ao final do estudo das expressões. Vale ressaltar, ainda,</p><p>que o uso de a princípio significa no começo ou inicialmente. Observe:</p><p>A princípio, seu relatório parecia-me completo, mas depois percebi que</p><p>faltam itens importantes.</p><p>A expressão em princípio significa em tese ou teoricamente. Confira o</p><p>exemplo:</p><p>Em princípio, sua sugestão é muito boa, agora, vamos vê-la na prática.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>Analise as sentenças a seguir quanto ao uso das expressões a princípio</p><p>ou em princípio:</p><p>I- Em princípio, acredito que a educação possa transformar realidades diversas.</p><p>II- A princípio, pretendemos aplicar questionários com agricultores locais</p><p>para, em seguida, realizarmos entrevistas com aqueles cujos perfis atenderão</p><p>aos objetivos expressos no projeto de pesquisa.</p><p>III- Em princípio, entende-se a importância de pesquisas voltadas à educação</p><p>agropecuária nacional devido à urgência em modificarmos a agressividade do</p><p>modelo de agronegócio brasileiro.</p><p>As expressões foram utilizadas adequadamente apenas nas sentenças:</p><p>a) ( ) I – II – III.</p><p>b) ( ) I – III.</p><p>c) ( ) II – III.</p><p>d) ( ) I – II.</p><p>216</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• A ambiguidade consiste na duplicidade de sentido.</p><p>• Entende-se por estrangeirismos o uso de palavras e expressões de línguas</p><p>estrangeiras.</p><p>• Pleonasmo é a repetição desnecessária de uma informação.</p><p>• Pleonasmo é um vício de linguagem e não é aceito na norma culta da língua</p><p>portuguesa.</p><p>• Na escrita é importante grafar as palavras de acordo com a norma padrão da</p><p>língua portuguesa.</p><p>• Existem quatro diferentes maneiras de empregar o porquê.</p><p>• Mal é o antônimo de bem.</p><p>• Mau é o antônimo de bom.</p><p>• Mas é conjunção adversativa.</p><p>• Mais é o antônimo de menos.</p><p>• Emprega-se o aonde quando o verbo indicar movimento.</p><p>• Utiliza-se o onde quando este está relacionado com verbos que não regem a</p><p>preposição a.</p><p>• “Senão” é empregado quando equivale a caso contrário.</p><p>• “Se não” equivale a “caso não”.</p><p>• Usa-se há quando equivaler ao verbo fazer.</p><p>• A forma a deve ser empregada quando for uma preposição, artigo definido ou</p><p>pronome.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>217</p><p>• A fim de (separado) indica uma finalidade.</p><p>• Afim (junto) significa semelhante.</p><p>• A expressão “acerca de” significa a respeito de.</p><p>• A expressão “há cerca de” indica um tempo já transcorrido.</p><p>218</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Exercite o uso de ONDE ou AONDE, preenchendo as lacunas:</p><p>a)______ essas medidas do governo vão nos levar?</p><p>b) Não entendo______ele estava com a cabeça.</p><p>c) De______você está falando?</p><p>d) ______ querem chegar com essas atitudes?</p><p>e)______ se situa o Morumbi?</p><p>f)______pensas que vais?</p><p>g) ______ nos levará tamanha discussão?</p><p>h) Até______vai sua rebeldia?</p><p>i) Não sei______me apresentar, nem a quem me dirigir.</p><p>j)_______acaba o mar e começa o céu?</p><p>2 Exercite o uso de MAU ou MAL, preenchendo as lacunas:</p><p>a) A firma possuía um_____administrador.</p><p>b) Ficamos preocupados,______ouvimos a notícia.</p><p>c) O______está sempre à nossa volta.</p><p>d) Eu______compreendia o que estava acontecendo.</p><p>e)______ saímos de casa, quase fomos assaltados.</p><p>3 Utilize SE NÃO ou SENÃO para completar as lacunas a seguir:</p><p>a) Vá de uma vez,______você vai se atrasar.</p><p>b) Nada mais havia a fazer______conformar-se com a situação.</p><p>c) O presidente nada assinará______houver consenso.</p><p>d) Luta,______estás perdido.</p><p>e) Não era ouro nem prata,______ferro.</p><p>219</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BAKHTIN, M. M. O discurso no romance. In: Questões de literatura e de estética</p><p>– a teoria do romance. São Paulo: Hucitec; EdUNESP, 1988.</p><p>BAITELLO JÚNIOR, Norval. Comunicação, mídia e cultura. São Paulo em</p><p>Perspectiva, São Paulo, v. 12, n. 4, out./dez. 1998.</p><p>BERLO, David K. O processo da comunicação. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes,</p><p>1991.</p><p>BONINI, Luci Mendes de Melo. Teoria da comunicação. Disponível em: <https://</p><p>www.slideshare.net/lucibonini/funes-da-libguagem-presentation>. Acesso em:</p><p>14 ago. 2018.</p><p>BOWDITCH, James L.; BUONO, A. F. Elementos de comportamento</p><p>organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992.</p><p>CAMPOS MELLO, H. Instrumentos de comunicação oficial. São Paulo: Estrutura,</p><p>1978.</p><p>CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. 2. ed. rev. e ampl. São</p><p>Paulo: Moderna, 2001.</p><p>CASAGRANDE, Fernanda Couto Guimarães. Língua falada e língua escrita: uma</p><p>proposta didática para as aulas de língua portuguesa. In: Seminário de Pesquisa</p><p>em Ciências Humanas – SEPECH, XI, 2016, Londrina. Anais... Londrina: Editora</p><p>da Universidade Estadual de Londrina. p. 724-736. Disponível em: <http://www.</p><p>uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/lingua_falada_e_lingua_escrita_uma_</p><p>proposta_didatica_para_as_aulas_de_lingua_portuguesa.pdf>. Acesso em: 12</p><p>jun. 2018.</p><p>CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1990.</p><p>CONTENTE, Sérgio (Fundação IDEPAC). Técnicas administrativas. São Paulo:</p><p>Fundação IDEPAC, 2009. Disponível em: http://www.cliqueapostilas.com.br/</p><p>administracao/tecnicas-administrativas. Acesso em: 17 out. 2018.</p><p>COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 3. ed. rev. ampl. Belo</p><p>Horizonte: Autêntica Editora, 2012.</p><p>DAD, Squarisi; SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem: um guia para</p><p>jornalistas e profissionais do texto. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.</p><p>220</p><p>DEITOS, Fátima. Comunicação humana. 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Acesso em: 14 ago.</p><p>2018.</p><p>224</p><p>225</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>____________________________________________________________</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>8</p><p>FIGURA 8 – NOS GESTOS</p><p>FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-L0V8GSkudOg/TY8usvQOxDI/AAAAAAAAABc/</p><p>CJa3Hyq3w-0/s320/allgestures.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>FIGURA 9 – NA EXPRESSÃO FISIONÔMICA</p><p>FONTE: <http://lh5.ggpht.com/I5_d4Qbmx3KoM5cz0SrBfqEemxgNTM67H_</p><p>MP22cmJZ7ySfdGoXUzq1gTZZOnjlbFhQ=h310>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>FIGURA 10 – NOS CÓDIGOS CIENTÍFICOS</p><p>FONTE: <https://www.grupoescolar.com/thumbnail.php?imagem=painel/files/8C0ED.</p><p>jpg&l=330&a=170>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>9</p><p>Todas as situações mencionadas demonstram a capacidade humana de</p><p>se comunicar utilizando as linguagens não verbais e verbais. Vamos conhecê-las?</p><p>2.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL</p><p>A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras para comunicar.</p><p>Como ela ocorre? Ela é estabelecida por meio de gestos, sons, cores, imagens,</p><p>entre outras. Os sinais de trânsito, por exemplo, demonstram que a mensagem</p><p>é repassada através das cores. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) efetiva-se</p><p>através dos gestos.</p><p>Muitas vezes a linguagem não verbal serve como reforço para aquilo</p><p>que dizemos: em determinados momentos, junto com a fala, utilizamos outros</p><p>recursos para reforçar nossa mensagem. Podemos citar como exemplo as histórias</p><p>em quadrinhos, pois o conteúdo da fala da personagem é reafirmado através da</p><p>imagem. Nas propagandas publicitárias também fica evidente a importância e</p><p>função da linguagem não verbal.</p><p>Segundo Terra (1997, p. 12), “[...] a linguagem não verbal é aquela que</p><p>utiliza para atos de comunicação outros sinais que não as palavras”.</p><p>Vamos conhecer mais sobre a linguagem não verbal através das figuras</p><p>que seguem:</p><p>FIGURA 11 – PROIBIDO FUMAR</p><p>FONTE: <https://i1.wp.com/piniglarism.com/wp-content/uploads/2008/05/nosmoking.jpg>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>10</p><p>FIGURA 12 – ADEUS À CIDADE</p><p>FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_Y95C4ipvBCA/TIfU9caW2mI/AAAAAAAAAEs/5r8cYpXiwds/</p><p>s320/charge3.JPG>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>Entendemos facilmente a mensagem que cada figura quer transmitir, não</p><p>é mesmo? A linguagem não verbal, então, apesar de não utilizar as palavras, é</p><p>capaz de efetivar um ato comunicativo. Além disso, é importante destacarmos</p><p>que a linguagem não verbal também se faz presente em situações de avaliações</p><p>acadêmicas, como o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).</p><p>Gráficos, tabelas, infográficos e figuras compõem a linguagem não verbal e</p><p>comumente são usados com finalidades comunicativas em avaliações e, inclusive,</p><p>no ambiente empresarial. Por isso, convidamos você a analisar e praticar as</p><p>orientações a seguir, que tratam dos recursos visuais de áudio em apresentações</p><p>empresariais.</p><p>DICAS</p><p>• O público consegue ler projeções visuais muito mais rápido do que você</p><p>consegue falá-las. Portanto, não tente ler.</p><p>• Recursos visuais que funcionam com uma plateia pequena não funcionam bem com uma</p><p>grande.</p><p>• Não se mova quando desejar que a plateia se concentre no material visual.</p><p>• Ideias abstratas são mais fáceis de serem compreendidas quando são representadas</p><p>visualmente, através de desenhos, gráficos etc. Estes devem ser simples, porém impactantes.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>11</p><p>O mais importante sobre a utilização de recursos tecnológicos (informática,</p><p>telecomunicações etc.) é saber acompanhar as novidades e tendências que surgem</p><p>a cada dia, e manter-se atualizado – up to date – para renovar e incorporar novas</p><p>práticas ao seu repertório.</p><p>2.2 A LINGUAGEM VERBAL</p><p>Podemos definir como linguagem verbal aquela em que as palavras são</p><p>os sinais utilizados para os atos comunicativos. O termo “verbal” vem do latim</p><p>verbale e significa palavra. Assim, é por meio de palavras – linguagem verbal – que</p><p>expressamos desejos, sentimentos, ordens, opiniões, revelando nossas opiniões e</p><p>expondo nosso raciocínio.</p><p>Segundo Nicola (2009, p. 126), “[...] a linguagem verbal é aquela que</p><p>utiliza a língua (falada ou escrita)”. A linguagem verbal pode ser abordada sob</p><p>duas modalidades: a língua escrita e a oral. Veremos a seguir algumas charges</p><p>que exemplificam a linguagem verbal.</p><p>FIGURA 13 – LINGUAGEM VERBAL ESCRITA</p><p>FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_zf0VLAWc7Vs/TIAeYGtNrCI/AAAAAAAAACM/</p><p>fw3M6Db8xPo/s320/charge_calvin_haroldo-480x304.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>Às vezes eu acho que o indício</p><p>mais óbvio de que existem formas</p><p>de vida inteligente fora da terra</p><p>é que nenhuma delas tentou</p><p>entrar em contato conosco.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>12</p><p>FIGURA 14 – LINGUAGEM VERBAL FALADA</p><p>Quando eu crescer</p><p>quero ter</p><p>muitos</p><p>vestidos! E eu muita</p><p>cultura!</p><p>Se você sair na rua</p><p>sem cultura, a polícia</p><p>te prende?</p><p>Não</p><p>Experimenta</p><p>sair sem vestido</p><p>É triste ter</p><p>que bater em alguém</p><p>que tem razão!</p><p>FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_UM5gUHvwWrA/S5Am8El0vvI/AAAAAAAAAB4/</p><p>G7C3XjX17no/s400/mafa1.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>Você já encontrou dificuldades em colocar no papel algo que na linguagem</p><p>oral consegue transmitir sem dificuldades? Acreditamos que sua resposta seja</p><p>sim. Então, vamos aprofundar nossos estudos?</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>13</p><p>3 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA</p><p>Vimos que língua é um sistema de representação constituído por palavras</p><p>e por regras que se combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma</p><p>ordem, emoção, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece</p><p>comunicação. Tais regras e palavras são comuns aos membros de uma sociedade,</p><p>assim, a língua pertence a toda comunidade.</p><p>A fala, por sua vez, se concretizará a partir do uso que o falante faz da</p><p>língua. No momento em que efetivamos o processo de comunicação o fazemos</p><p>através da fala ou da escrita. Ao analisarmos a história da humanidade ou a nossa,</p><p>podemos perceber que primeiro falamos e depois escrevemos. Adquirimos a fala</p><p>naturalmente, porém a escrita nos é ensinada. Na fala, o significante é sonoro; e na</p><p>escrita, é gráfico. Caro acadêmico, ao transmitirmos uma mensagem percebemos</p><p>que a fala e a escrita adquirem algumas particularidades, não é mesmo?</p><p>Quando falamos da importância da língua escrita, esta reside nas suas</p><p>próprias características se comparada à língua falada. A língua oral possui</p><p>diversos recursos, como entonação da voz, expressão fisionômica, gestos, além</p><p>de ser mais espontânea. A escrita requer mais atenção, pois não é uma simples</p><p>representação do que se fala. Em todas as línguas as pessoas escrevem e falam de</p><p>maneira distinta, porém podemos efetivar a comunicação tanto num enunciado</p><p>falado quanto em um escrito.</p><p>Perceba que não escrevemos conforme falamos, nem falamos conforme</p><p>escrevemos. O humorista Jô Soares, em uma entrevista à revista VEJA (1990), fez</p><p>o seguinte comentário, "Português é fácil de aprender porque é uma língua que</p><p>se escreve exatamente como se fala”. Ele brinca com a diferença entre a fala e a</p><p>escrita, observe:</p><p>Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua</p><p>qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até</p><p>vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras.</p><p>Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais</p><p>doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi</p><p>muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá</p><p>sabi iscrevê.</p><p>FONTE: <http://educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-como-se-</p><p>escreve.jhtm>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>14</p><p>Na linguagem falada, especialmente em situações mais informais, temos</p><p>menos planejamento que na escrita, pois podemos detectar se estamos sendo</p><p>entendidos ou não. Então, a linguagem é mais espontânea, a coesão se dá por</p><p>meio</p><p>de gestos, entonação da voz, expressão fisionômica, entre outros. Há também a</p><p>presença de elementos que mantêm a conversação aberta, como, por exemplo,</p><p>“você entendeu?”, “está claro?”, “você concorda?”. Contudo, se pensarmos em</p><p>um discurso mais formal, como o próprio pronunciamento de um presidente, ou</p><p>a apresentação de um telejornal, ou a apresentação de um trabalho acadêmico, a</p><p>linguagem apresentará um grau de planejamento bastante significativo.</p><p>A modalidade escrita formal, como a produção dos seus textos acadêmicos,</p><p>avaliações, textos empresariais, requer ainda mais planejamento. Marcuschi</p><p>(2004), ao tratar da fala e da escrita, explica que, embora normalmente sejam</p><p>vistas de forma dicotômica, polarizadas, estão fortemente entrelaçadas. Nos</p><p>gêneros mais planejados, como a apresentação e produção escrita de trabalhos</p><p>acadêmicos, vemos que o planejamento linguístico é alto em ambas as situações,</p><p>especialmente porque a escrita envolve, neste caso, também a oralidade. Em</p><p>gêneros menos planejados, como os bilhetes, mensagem de Whatsapp e conversas</p><p>orais, percebemos que a oralidade está influenciando não somente a fala, mas</p><p>também a escrita. Por isso, a dicotomização da fala e escrita não tem sido aceita</p><p>entre estúdios da linguagem.</p><p>Apesar de a linguagem falada ser mais utilizada, na comunicação</p><p>é a escrita que adquire maior importância para as teorias gramaticais, pois se</p><p>considera que a última possui aspecto de maior permanência. Há um dizer dos</p><p>antigos romanos: “verba volant; scripta manent”, que se traduz: “as palavras voam,</p><p>aquilo que está escrito permanece”.</p><p>Não há como negar que a língua escrita é mais bem elaborada que a</p><p>língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade linguística</p><p>de um povo e é a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo.</p><p>Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem</p><p>a língua escrita, cujas transformações se processam lentamente e</p><p>em número consideravelmente menor, quando comparada com a</p><p>modalidade falada (CASAGRANDE, 2016, p. 729).</p><p>É importante compreendermos que a escrita NÃO é superior à fala,</p><p>mas que ambas são modalidades distintas para a realização da língua, tanto em</p><p>situações formais quanto informais. O contexto da escrita, contudo, é claramente</p><p>diferente do contexto da fala, já que o autor precisa considerar o distanciamento</p><p>físico do leitor no planejamento linguístico, a fim de buscar sua compreensão.</p><p>TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>15</p><p>Assim, a sintaxe da língua falada e da escrita se diferencia. Enquanto</p><p>esta tem a possibilidade de planejar, corrigir e apresentar o resultado</p><p>pronto fazendo com que o leitor não tenha acesso nem controle sobre</p><p>o mecanismo de preparação do texto; aquela sucede orações sem a</p><p>preocupação de estruturar as frases, o interlocutor se preocupa</p><p>sempre em preencher vazios, o que resulta na presença de parênteses,</p><p>correções, paráfrases, truncamentos, repetições, elipses, pausas,</p><p>anacolutos, marcadores conversacionais, digressões (CASAGRANDE,</p><p>2016, p. 726).</p><p>Depois de apresentadas algumas distinções entre as modalidades da</p><p>língua, você, acadêmico, já está apto para diferenciá-las. Dispomos, na sequência,</p><p>um texto sobre esse assunto.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>16</p><p>NO BOCHINCHO</p><p>Manuel do Nascimento Vargas Neto</p><p>Ao Rubens de Barcellos</p><p>Huai-huin, huai-huin, huai-huin, hua-huaia-huin...</p><p>O gaiteiro abre a gaita no bochincho...</p><p>Por gostar de fandango foi que eu vim,</p><p>Mas ‘stá apertado como queijo em cincho...</p><p>Gaiteiro, toca um “chote” só pra mim,</p><p>Pois ninguém “junta” no rincão que eu rincho!</p><p>Quero ver se aqui tem algum micuim</p><p>Que queira se meter como capincho...</p><p>Veio o dono com parte de teteia,</p><p>Já le traquei meu mango bem na ideia,</p><p>Pois pra esparramar foi mesmo um upa!</p><p>Dei um talho de adaga no gaiteiro</p><p>Atravanquei um coice no candiero</p><p>E levei uma china na garupa...</p><p>FONTE: VARGAS NETO, Manuel do Nascimento. In: BERTUSSI, Lisana. De Simões Lopes Neto</p><p>aos poetas da Califórnia. Porto Alegre: Tchê! Comunicações, 1985, p. 63.</p><p>Na leitura acima, você deve ter identificado que, embora o texto esteja</p><p>representado na modalidade escrita, possui traços da oralidade, como na própria</p><p>escolha lexical: talho; china; capincho, só para citar alguns exemplos. Além</p><p>disso, as escolhas morfológicas e sintáticas (como em “Atravanquei um coice no</p><p>candiero” e “Já le traquei meu mango bem na ideia”) reforçam a intenção do autor</p><p>em aproximar a oralidade da escrita com finalidades poéticas. Outros gêneros,</p><p>em contrapartida, dificilmente aceitariam essa aproximação da oralidade com a</p><p>escrita, como é o caso da produção de relatórios, avaliações, artigos, entre outros.</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>17</p><p>Neste tópico, você aprendeu que:</p><p>• Linguagem é o uso da língua para comunicar-se com os pares.</p><p>• A linguagem humana é um processo complexo e está presente em diversas</p><p>situações.</p><p>• Língua refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas por um</p><p>determinado povo.</p><p>• A língua não é uniforme.</p><p>• Não utilizamos somente um conjunto de palavras – faladas e escritas – para nos</p><p>comunicar, mas também gestos, expressão fisionômica, entre outros elementos.</p><p>• Faz-se necessário adequar a linguagem de acordo com os momentos de uso.</p><p>• A comunicação é vital nas relações interpessoais.</p><p>• A fala concretiza-se a partir do uso que o falante faz dela.</p><p>• A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para efetivar o ato</p><p>comunicativo.</p><p>• A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras, efetiva-se através de</p><p>gestos, cores, sinais e imagens.</p><p>• A linguagem não verbal não é menos importante que a verbal e, portanto,</p><p>complementam-se.</p><p>• A linguagem escrita tende a apresentar maior preocupação com as regras</p><p>gramaticais e a coerência da mensagem por não dispor da negociação de</p><p>sentidos simultânea que costuma ocorrer na fala durante conversas face a face,</p><p>por exemplo.</p><p>• Na linguagem oral menos planejada, a comunicação ocorre de forma mais</p><p>espontânea e está acompanhada da entonação de voz, expressão fisionômica</p><p>e gestos. Além disso, o uso de repetições é mais frequente, enquanto na</p><p>linguagem escrita deve ser evitado.</p><p>• Não falamos conforme escrevemos. Não escrevemos conforme falamos.</p><p>• A fala antecede a escrita.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>18</p><p>1 Leia o excerto de texto apresentado a seguir, produzido pela Equipe IBC</p><p>Coaching, em 15 de abril de 2013, intitulado A importância da comunicação</p><p>interpessoal nas empresas.</p><p>“A efetiva comunicação interpessoal nas empresas é um dos itens</p><p>fundamentais para o sucesso de líderes, liderados e o alcance dos resultados</p><p>planejados pela organização. Imagine um “chefe” que não consegue ser</p><p>entendido, pois não sabe dar ordens ou explicar, de forma clara, a finalidade</p><p>de uma ação, projeto, compartilhar seus conhecimentos ou dar um feedback.</p><p>Com certeza, os colaboradores sob sua tutela terão dificuldades de entender as</p><p>tarefas e executá-las com exatidão”.</p><p>FONTE: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-importancia-da-</p><p>comunicacao-interpessoal-nas-empresas/74968/>. Acesso em: 12 jun. 2018.</p><p>Elabore, com suas palavras, um comentário sobre a temática: A</p><p>importância da comunicação nas relações interpessoais. Procure relacionar</p><p>seu comentário com a compreensão de linguagem construída ao longo de seus</p><p>estudos até o momento.</p><p>2 Sobre a presença de linguagem verbal e não verbal em seu cotidiano, indique</p><p>uma situação de ocorrência para cada.</p><p>3 Sobre a linguagem escrita e a linguagem oral, aponte três particularidades</p><p>de cada.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>LINGUAGEM ESCRITA LINGUAGEM ORAL</p><p>19</p><p>TÓPICO 2</p><p>COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E</p><p>ELEMENTOS</p><p>UNIDADE 1</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Vive-se num mundo globalizado, recheado de situações incertas. A</p><p>sociedade é caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, seja por uma</p><p>nova geografia (ou nova geopolítica) ou pela acelerada integração das mídias. E,</p><p>neste contexto, a comunicação tem seu valor. E só poderão fazer o diferencial as</p><p>empresas e/ou instituições que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma</p><p>interligada, somando forças e gerando o “saber fazer” na sua equipe. Condição</p><p>essencial para que os resultados se aperfeiçoem e se transformem num diferencial,</p><p>visto que se vive numa época em que a competitividade é demasiadamente</p><p>acirrada em qualquer organização.</p><p>É preciso reconstruir o cenário em que estas modificações ocorrem</p><p>porque, na verdade, a comunicação funciona como um ícone que liga diferentes</p><p>culturas e tendências. Tentar situá-la à revelia deste contexto – amplo e complexo</p><p>– implica esvaziar o seu conteúdo e o seu poder de persuasão.</p><p>Convidamos você, acadêmico, a explorar o vastíssimo campo da</p><p>comunicação em seus variados aspectos. Temos ainda por objetivo estudar a</p><p>questão da comunicação e os diversos conceitos que a envolvem, além de refletir</p><p>sobre os elementos que a completam. Faremos, também, algumas reflexões sobre</p><p>a sua importância nas relações interpessoais como num todo.</p><p>2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES</p><p>INTERPESSOAIS</p><p>A capacidade comunicativa não é privilégio dos seres humanos; ela é</p><p>bastante complexa e pode ser encontrada em outros momentos da vida animal,</p><p>nas aves, nos peixes, nos mamíferos e outros. Em sua etimologia, Marques de</p><p>Melo (1975, p. 14) lembra que “[...] comunicação vem do latim ‘communis’, comum.</p><p>O que introduz a ideia de comunhão, comunidade”. Se falamos em “processo de</p><p>comunicação”, cabe também uma rápida verificação no termo “processo”. Berlo</p><p>(1991, p. 33) o descreve como “[...] qualquer fenômeno que apresente contínua</p><p>mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>20</p><p>Entendê-lo implica relacioná-lo com a linguagem, a cultura e a tecnologia.</p><p>Quanto à linguagem, Tattersall (2006, p. 73) afirma que “[...] se estamos</p><p>procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a</p><p>cognição simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia”.</p><p>Quanto à cultura e tecnologia, nos parece essencial concordar com Mayr</p><p>(2006, p. 95) ao sugerir que “Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira</p><p>bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança</p><p>teve fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia”.</p><p>Souza Brasil (1973, p 76), mais ousado, enxerga a cultura como subordinada</p><p>à comunicação. E sabe-se que um subordinado, geralmente, identifica-se com o</p><p>seu superior.</p><p>Logo, caro acadêmico, podemos dizer que comunicação é uma ação pela</p><p>qual os indivíduos trocam entre si informações, sentimentos ou experiências.</p><p>É através dela, por exemplo, que podemos alcançar sinergia dentro de uma</p><p>organização, visto que ela nos permite unir forças e atuar de maneira a cooperar</p><p>e colaborar obtendo resultados positivos por meio do trabalho em equipe.</p><p>Quando nos comunicamos partilhamos algo e, por este ato de compartilhar</p><p>ou comunicar, conhecemos e somos conhecidos. E, se somos conhecidos e</p><p>conhecemos, estamos vivendo em relação, por isso a qualidade da nossa existência</p><p>humana depende, e muito, de nossos relacionamentos.</p><p>A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão</p><p>unilateral de informações. A comunicação humana exige a participação, no</p><p>mínimo, de duas pessoas. Assim, ela só existe quando se estabelece entre mais de</p><p>uma pessoa. Quando há um bloqueio, a mensagem não é captada e a comunicação</p><p>é interrompida, pois, “[...] se um indivíduo fala e ninguém ouve, o processo da</p><p>comunicação humana não se completou” (PENTEADO, 1977, p. 5). Existindo esse</p><p>problema, a diferença de significado do que foi captado de uma mensagem e o</p><p>que o transmissor queria exatamente dizer é o ícone que pode atrapalhar o elo</p><p>comunicativo.</p><p>Acredita-se, acadêmico, que praticamente todas as relações humanas e</p><p>interpessoais abrangem a comunicação, pois ela é um veículo de significados que</p><p>pode influenciar, inclusive, nossos comportamentos. Vamos entender melhor?</p><p>Cada pessoa produz significados próprios diante dos acontecimentos ou das mais</p><p>variadas situações e, ao expressá-los, acrescenta algo de sua personalidade, por</p><p>isso os significados que damos às experiências são desfigurados, enriquecidos ou</p><p>empobrecidos através da comunicação.</p><p>A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida de uma forma</p><p>mais simplificada, como sendo uma atividade caracterizada pela transmissão</p><p>e recepção de informações entre indivíduos ou, ainda, como o modo pelo qual</p><p>TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>21</p><p>se constroem e se interpretam significados a partir das trocas de experiências.</p><p>Enfim, o processo de comunicação é marcado por um procedimento resultante</p><p>de uma interação social.</p><p>Então, caro acadêmico, só há comunicação quando, de alguma forma,</p><p>o conteúdo da mensagem é interpretado e internalizado pelo receptor, ou seja,</p><p>quando é notada uma resposta em decorrência da mensagem. Enviar um e-mail</p><p>ou deixar uma mensagem gravada no celular, por exemplo, não representa</p><p>exatamente o comunicar, mas, sim, transmitir uma informação. Só haverá uma</p><p>comunicação completa se, de alguma forma, o receptor indicar ao emissor que</p><p>recebeu a informação que lhe foi emitida. E isso só acontecerá quando uma nova</p><p>ação desencadeie significação, ou seja, um sinal de retorno for identificado.</p><p>A linguagem é um elemento essencial para que o processo de interação</p><p>aconteça, pois é a partir do significado dos sinais que as pessoas atribuem sentido</p><p>às atividades. Desse modo, o processo de comunicação implica retorno ou</p><p>feedback para as interações sociais. O resultado da comunicação pode ser aquele</p><p>que o emissor pretendia (ou não). Se for o que pretendia, houve comunicação</p><p>eficaz. E, como processo interativo de troca de mensagens, o emissor atua sempre</p><p>simultaneamente com o receptor e vice-versa.</p><p>ATENCAO</p><p>Afinal, você sabe o que é feedback? É uma palavra de origem inglesa, que já</p><p>pertence ao nosso idioma, isto é, ela foi aportuguesada e, segundo o Dicionário Houaiss</p><p>2009, significa a informação que o emissor (o que envia a mensagem) obtém da reação do</p><p>receptor, e que serve para avaliar os resultados da transmissão.</p><p>No entanto, os significados atribuídos a uma mensagem dependem das</p><p>características pessoais de quem a envia, de quem a recebe e do contexto da</p><p>interação social. A cada mensagem o receptor agrega determinado significado, o</p><p>qual poderá ou não corresponder à intenção do emissor. Assim, constata-se que a</p><p>comunicação tem um procedimento imperfeito, dependendo do grau de eficácia</p><p>com as variáveis que intervêm na interpretação de significados.</p><p>Nas relações interpessoais, a comunicação está, também, atrelada aos</p><p>movimentos corporais que podem exprimir o positivo ou o negativo do que se</p><p>sente em relação ao outro. Os gestos que desenvolvemos podem transmitir muitas</p><p>informações, principalmente relativas ao nível social, à competência, à segurança</p><p>e à franqueza. Entretanto, acredita-se que a maior barreira para a comunicação</p><p>interpessoal é a nossa tendência automática de julgar, avaliar, aprovar ou não o</p><p>comportamento ou a opinião de outra pessoa ou de um grupo.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>22</p><p>Então, acadêmico, você acredita que existe alguma maneira de solucionar</p><p>ou amenizar essa barreira? Certamente há! Quando ouvimos com atenção, essa</p><p>tendência é minimizada. Isto significa que devemos analisar e avaliar a ideia</p><p>expressa e a atitude de interpretação da outra pessoa, devemos perceber como</p><p>ela se posiciona diante do assunto do qual se está falando.</p><p>Você precisa ser capaz de ver o ponto de vista do outro, assim os seus</p><p>próprios conceitos serão reavaliados. Agindo desta maneira, a emoção não</p><p>será mais o ápice da discussão, as diferenças serão diminuídas e aquelas</p><p>que permanecerem serão racionalmente compreensíveis, e a comunicação se</p><p>estabelecerá.</p><p>Assim, a clara e efetiva comunicação é, absolutamente, essencial para os</p><p>relacionamentos</p><p>de qualquer ordem como muitas outras realizações humanas.</p><p>Comunicar-se bem e de forma favorável é uma questão de prática diária. A falta</p><p>ou deficiência de comunicação nos relacionamentos, sejam pessoais, profissionais</p><p>ou sociais pode afetar em níveis variados todas as áreas da vida ou ocasionar</p><p>muito desgaste e até angústia. Praticar a arte da boa comunicação é muito valioso:</p><p>é, acima de tudo, agregar maturidade pessoal que trará bons resultados para</p><p>muitos segmentos de sua vida.</p><p>2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO</p><p>Caro acadêmico, vimos a importância da comunicação para a</p><p>sobrevivência de uma organização e/ou instituição, mas, para que esta tenha</p><p>sucesso, é necessário que os tipos de comunicação sejam entendidos com atenção,</p><p>pois, como você já estudou até aqui, a comunicação é um processo de interação</p><p>no qual compartilhamos mensagens, ideias, sentimentos e emoções, podendo</p><p>influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, reagirão a partir de</p><p>suas vivências, crenças, valores, história de vida e cultura. Por isso, a eficácia da</p><p>interpretação não pode ser garantida, embora possa haver planejamento para</p><p>auxiliar esse processo.</p><p>No cotidiano profissional utilizamos a comunicação para o desempenho de</p><p>nossas atividades, o que nos traz muitos benefícios se seu uso for consciente, pois</p><p>a boa comunicação tende a facilitar o alcance dos nossos objetivos, independente</p><p>da área em que atuamos.</p><p>Assim, você pode notar que existem vários tipos de comunicação. Ela</p><p>pode ser direta, indireta, formal ou não, unilateral ou bilateral. Vamos observar</p><p>alguns conceitos:</p><p>A comunicação formal é uma transmissão oficial feita através das vias de</p><p>diálogo que existem no organograma de uma empresa e/ou instituição. Geralmente</p><p>é feita por escrito e devidamente documentada através de correspondências ou</p><p>formulários (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010).</p><p>TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>23</p><p>Já a comunicação informal é a desenvolvida espontaneamente através</p><p>da estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação estabelecidos</p><p>pelo organograma de uma empresa e/ou instituição. Segundo Gomes, Cardoso e</p><p>Dias (2010), esta conduz mensagens que podem ou não ser relativas às atividades</p><p>profissionais. Através dela, pode-se conseguir mais rapidamente mensurar</p><p>opiniões e insatisfações dos colaboradores, ao ter uma ideia mais ampla do clima</p><p>organizacional e da reação das pessoas aos processos de mudança.</p><p>Quando pensamos na comunicação unilateral, temos que ter em mente</p><p>que é estabelecida de um emissor para um receptor, e este último é passivo.</p><p>Pertencem a este grupo os locutores de uma rádio, da televisão, o cartaz de</p><p>parede com mensagens publicitárias e de propaganda ou aquele que pronuncia</p><p>uma palestra ou um discurso (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010).</p><p>A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o receptor.</p><p>É o que acontece nas conversas, nos diálogos, nas entrevistas, enfim, onde há uma</p><p>troca de mensagens. Este tipo de comunicação permite que se estabeleça, entre</p><p>emissor e receptor, uma troca de papéis (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010).</p><p>Existe ainda a comunicação direta, na qual duas ou mais pessoas estão cientes</p><p>do que se quer fazer em comum; está muito claro o que se pretende.</p><p>A comunicação indireta pode ser definida como a que o emissor está consciente do que</p><p>pretende, embora o receptor não o esteja. Neste tipo de comunicação há a persuasão, que</p><p>influi no pensamento do outro sem que este perceba.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Há de se considerar que a utilização dos diversos tipos de comunicação</p><p>em uma empresa e/ou instituição não garante a sua eficácia. Portanto, antes de</p><p>iniciar um comunicado, é sensato perguntar-se:</p><p>• O que e a quem quero comunicar?</p><p>• Que causas e finalidades tenho ao transmitir este conteúdo?</p><p>• Este conteúdo é justo para que eu consiga persuadir o receptor?</p><p>Partindo destas questões, observe o esquema a seguir, elaborado por</p><p>Harold Lasswell (1902-1978), que representa o ato comunicativo.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>24</p><p>FIGURA 15 – ESQUEMA LINEAR DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL</p><p>• Emissor</p><p>• Estudo da</p><p>produção</p><p>• Mensagem</p><p>• Análise de</p><p>conteúdo</p><p>• Meio</p><p>• Análise da</p><p>mídia</p><p>• Receptor</p><p>• Análise da</p><p>audiência</p><p>• Efeitos</p><p>• Estudo dos</p><p>Efeitos</p><p>FONTE: <http://raquelcamargo.com/blog/wp-content/uploads/2010/08/midia.jpg>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>A diretora-geral de informação da Agência Angola Press (ANGOP), Luísa</p><p>Damião, afirmou em entrevista à Rádio Luanda em 30 de março de 2010 que “o uso correto</p><p>da comunicação, através da transmissão de mensagens adequadas e eficazes, é capaz de</p><p>promover mudanças de atitudes na sociedade”.</p><p>NOTA</p><p>Caro acadêmico, existem alguns elementos que são fundamentais</p><p>para que haja comunicação. Assim, podemos afirmar que estes elementos, na</p><p>maioria das vezes, são utilizados sem que nós percebamos, alguns, porém, são</p><p>identificados, pois sem eles não haveria como comunicar-se. Quer saber como?</p><p>É o que veremos a seguir.</p><p>3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO</p><p>Nas diversas situações de comunicação, seja falada, escrita ou até mesmo</p><p>nos sinais de trânsito, você está interagindo com o mundo e com os demais a sua</p><p>volta. Assim, o ato comunicativo, às vezes, é muito sutil, mas sempre engloba</p><p>alguns elementos básicos, tais como: emissor, receptor, mensagem, canal de</p><p>comunicação, código e referente.</p><p>3.1 EMISSOR</p><p>É o remetente, ou seja, o que envia uma mensagem, e pode ser uma pessoa</p><p>ou um grupo, um órgão, uma empresa, um canal de televisão, um site na internet</p><p>e assim por diante. Em conformidade com Penteado (1977, p. 4):</p><p>Ninguém se comunica consigo mesmo. O clássico exemplo do</p><p>faroleiro ilustra esse princípio: – Na solidão em que vive, o processo</p><p>da comunicação humana somente se completa quando o facho de luz</p><p>TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>25</p><p>– transmissor – atinge o navio que passa – receptor. Enquanto o facho</p><p>de luz não é percebido de bordo, não existe comunicação humana.</p><p>Cabe, ainda, lembrar que geralmente o emissor analisa o nível de</p><p>conhecimento de seu público-alvo antes de emitir uma mensagem.</p><p>3.2 RECEPTOR</p><p>É o destinatário da mensagem, isto é, para quem a mensagem foi ou será</p><p>enviada. Pode ser para uma pessoa ou para um público-alvo, ou ainda um animal</p><p>ou uma máquina, como o computador.</p><p>3.3 MENSAGEM</p><p>“É o objeto de comunicação, ela é estabelecida pelo conteúdo das</p><p>informações transmitidas. A mensagem é o elo dos dois pontos do circuito; é o objeto</p><p>da comunicação humana e sua finalidade” (PENTEADO, 1977, p. 5). Chamamos</p><p>ainda de mensagem o que o emissor transmite e o que o receptor recebe.</p><p>3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO</p><p>Meio pelo qual a mensagem pode circular: jornal, revista, televisão, rádio,</p><p>folheto, folder, outdoor e o próprio ar.</p><p>Concordamos com Penteado (1977, p. 5) quando menciona o exemplo:</p><p>“Suponhamos que alguém – o receptor – encontre uma garrafa numa praia</p><p>deserta e que dentro dessa garrafa exista uma mensagem [...]”. Nesta situação,</p><p>percebemos um canal de comunicação, pois o mesmo cumpriu seu papel, que é o</p><p>de transportar uma mensagem.</p><p>3.5 CÓDIGO</p><p>O código é o meio através do qual a mensagem é transmitida, isto é, através</p><p>da fala, da escrita, dos gestos ou das imagens. De acordo com Penteado (1977, p.</p><p>5), “[...] um pedaço de papel coberto de garatujas não é uma mensagem, porque é</p><p>ininteligível, não pode ser percebido pela inteligência”. Em suma, pode-se dizer</p><p>que é o conjunto de elementos com significado aceitos pelo emissor e receptor.</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>26</p><p>Garatujas correspondem a um desenho rudimentar, sem forma e ilegível.</p><p>NOTA</p><p>3.6 REFERENTE</p><p>O referente é o contexto ou a situação a que a mensagem remete ou ainda</p><p>é a situação na qual emissor e receptor estão inseridos. Assim, a linguagem irá</p><p>adquirir diversas funções, como a de emocionar, informar, persuadir, fazer</p><p>refletir, entre outras.</p><p>Existem dois tipos de referente: o situacional, formado</p><p>pelos elementos</p><p>que situam o emissor e o receptor e pelas circunstâncias da transmissão da</p><p>mensagem; e o textual, formado pelos elementos de todo o contexto linguístico.</p><p>Agora que você conhece os elementos da comunicação, veja como eles</p><p>podem ser representados observando o esquema a seguir:</p><p>FIGURA 16 – ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO</p><p>Emissor Receptor</p><p>Código</p><p>Referente</p><p>Canal de Comunicação</p><p>Mensagem</p><p>FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/linguagem_2.JPG>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>É importante ressaltar, portanto, que a comunicação deve ser simples,</p><p>direta, lógica e adaptada ao público-alvo, pois só se sabe verdadeiramente o que se</p><p>disse depois de ouvir a resposta ao que se disse. Para que isto aconteça, o emissor</p><p>deve ser um bom observador e ouvinte; a mensagem deve ser clara, precisa e</p><p>com uma informação de retorno, já que a comunicação serve para informar,</p><p>persuadir, motivar, educar, integrar os indivíduos na sociedade, distrair, divertir</p><p>e muito mais.</p><p>TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>27</p><p>4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ</p><p>Conforme vimos, se analisarmos o ato da comunicação, vale ressaltar que</p><p>ela é um tanto dificultada já entre pessoas próximas, com laços afetivos, pois há</p><p>uma tendência de dispensar tolerância, paciência e cuidado com o que vai ser</p><p>falado ou ouvido.</p><p>Em uma instituição ou empresa, onde a afetividade é praticamente</p><p>imperceptível ou, por muitas vezes, inexistente, conclui-se que a comunicação</p><p>tende a ser ainda mais complexa. Entretanto, Pimenta (2004), com um ponto</p><p>de vista adverso, diz que a neutralidade e a racionalidade, características do</p><p>ambiente empresarial, tendem a facilitar a comunicação, uma vez que as emoções</p><p>e a passionalidade, às vezes exageradas das relações familiares, podem servir</p><p>como empecilhos.</p><p>Em muitas situações, os deslizes que suscitam esses problemas são</p><p>involuntários, os indivíduos os cometem sem perceber, seja por uma questão</p><p>de hábitos adquiridos ou por referências culturais e familiares. É imprescindível</p><p>pensar bem antes de falar, agir e ter sempre em mente que, em uma empresa</p><p>ou instituição, as opiniões e percepções serão sempre suscetíveis a discussões e</p><p>confusão, principalmente quando se trabalha com grupos heterogêneos. Vamos</p><p>conhecer alguns tipos de barreiras que podem gerar falhas à boa comunicação?</p><p>Vejamos:</p><p>• A distração é um elemento de alta capacidade de embaralhar a recepção correta</p><p>de uma informação, é uma ligação inesperada.</p><p>• A presunção não enunciada acontece quando o emissor pressupõe que o</p><p>receptor já saiba o significado, porém não o sabe, assim as informações são</p><p>perdidas.</p><p>• A apresentação confusa é a falta de ordem e coerência que dificultam o</p><p>entendimento das informações.</p><p>• A representação mental pode causar confusão, pois o receptor obtém os</p><p>dados e constrói uma imagem do que está sendo dito. Uma voz carinhosa, por</p><p>exemplo, chama a atenção do receptor, o que pode distorcer a mensagem.</p><p>• A credibilidade, que é a autoridade das pessoas, tem um peso muito grande</p><p>na hora do recebimento de uma informação.</p><p>• A distância física é a probabilidade decrescente de as pessoas se comunicarem</p><p>quando a distância é significativa entre elas.</p><p>• A defensidade acontece quando temos um conceito sobre o emissor e a</p><p>defensiva impede a comunicação.</p><p>• A limitação do receptor, que é o grau cultural ou a forma de encarar situações</p><p>e os interesses que temos, limita a capacidade de entender o que é proposto.</p><p>Diante do exposto, ainda pode-se acrescentar um último tipo de barreira que</p><p>efetivamente dificulta a condição de uma boa comunicação, a autossuficiência. E</p><p>podemos concordar com Penteado (1977, p. 71) quando diz: “Para a comunicação</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>28</p><p>humana, a autossuficiência, com todas as suas consequências, significa obstáculo</p><p>por vezes intransponível: é impossível para qualquer pessoa começar a aprender</p><p>o que ela julga que já sabe. O sucesso do aprendizado depende da disposição em</p><p>se admitir que não se sabe”.</p><p>Quem tem autossuficiência é autossuficiente. Afinal, caro acadêmico, você</p><p>sabe o que é ser uma pessoa autossuficiente?</p><p>Autossuficiente é aquele que tem a capacidade de viver sem depender de outrem;</p><p>independente, ou capaz de atender às próprias necessidades de consumo, sem necessitar</p><p>de recorrer à importação de produtos.</p><p>FONTE: <https://www.dicio.com.br/autossuficiente/>. Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>NOTA</p><p>Nos próximos subtópicos veremos com mais detalhamento alguns tipos</p><p>de barreiras que podem gerar falhas à boa comunicação.</p><p>4.1 REDUNDÂNCIA</p><p>A redundância na comunicação acontece quando o emissor transmite</p><p>uma informação repetindo-a, quando poderia utilizar uma linguagem mais</p><p>clara e objetiva. Utilizar positivamente este artifício é um dos maiores desafios</p><p>de quem almeja ser um bom comunicador. Se você prestar atenção, muitas</p><p>informações retratam redundâncias sintáticas, quando falamos “subir para</p><p>cima”, por exemplo; redundâncias gestuais, quando apontamos o polegar para</p><p>cima para dizer positivo, ou redundâncias tonais, quando exclamamos: “Estou</p><p>morto de fome!”, entre outras. Por vezes, a redundância se faz necessária para</p><p>que uma mensagem mostre perceptibilidade, como também para nos livrarmos</p><p>de possíveis ruídos. Bem, estes você estudará logo mais.</p><p>Pode-se dizer, então, que redundância é toda a parte da mensagem que não</p><p>traz nenhuma informação nova, isto é, refere-se a um excesso ou a um pleonasmo.</p><p>A redundância se associa à contenção da informação. Na comunicação cotidiana</p><p>a encontramos na união dos gestos com a fala. Então, quando dizemos “nós</p><p>estamos aqui”, poderíamos apenas falar “estamos aqui”.</p><p>TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS</p><p>29</p><p>Ei, você lembra o que é pleonasmo?</p><p>O pleonasmo pode ser tanto uma figura quanto um vício de linguagem. Ele é uma</p><p>redundância, proposital ou não, numa expressão, enfatizando-a. Não se preocupe, adiante</p><p>você encontrará uma explicação completa, ok?</p><p>NOTA</p><p>4.2 RUÍDO</p><p>De modo mais informal, o ruído ou a interferência é tudo o que afeta a</p><p>transmissão da mensagem. São fatores que surgem ou que se colocam entre o</p><p>emissor e o receptor no processo de comunicação.</p><p>“A interferência ou ruído é criado por todos os fatores que, embora</p><p>não pretendidos pela fonte, acrescentam-se ao sinal durante o processo de</p><p>transmissão” (RÜDIGER, 1998, p. 21).</p><p>Se você falar em voz muito baixa, se efetuar erros de codificação, se você</p><p>estiver nervoso, se faltar com a atenção, se faltar energia elétrica, se manchar o</p><p>papel que contém a informação, certamente ocorrerão ruídos num contexto de</p><p>comunicação. Para que todas essas informações fiquem claras, observe o esquema</p><p>a seguir:</p><p>FIGURA 17 – ESQUEMA DE RUÍDO NA COMUNICAÇÃO</p><p>FONTE: As autoras</p><p>Emissor Receptor</p><p>Ruído</p><p>Mensagem</p><p>UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS</p><p>30</p><p>O bom senso é palavra de ordem dentro das relações comunicativas</p><p>profissionais. Para tanto, cabe a cada um a constante autoanálise em relação ao</p><p>comportamento e à postura diante do grupo e das situações comunicativas que</p><p>exercemos.</p><p>Caro acadêmico, após esta etapa de estudos, quando você se comunicar,</p><p>tente minimizar as barreiras para uma comunicação eficaz. E para tanto, observe</p><p>algumas dicas:</p><p>• utilize uma linguagem apropriada e direta;</p><p>• forneça informações claras e completas;</p><p>• use canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor;</p><p>• comunique-se face a face;</p><p>• ouça ativamente; e</p><p>• tenha empatia.</p><p>Para você visualizar como a comunicação funciona, observe o esquema de</p><p>Shannon e Weaver:</p><p>FIGURA 18 – O MODELO DE SHANNON-WEAVER DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO</p><p>Fonte de</p><p>Informação Transmissor Canal Receptor Destino</p><p>Mensagem MensagemSinal Sinal</p><p>Fonte de</p><p>Ruído</p><p>Feedback</p><p>FONTE: Adaptado de <http://www.ceismael.com.br/oratoria/shannon.gif>.</p><p>Acesso em: 6 ago. 2018.</p><p>DICAS</p><p>Para você aprofundar seus conhecimentos em relação à comunicação e sentir-</p><p>se mais autoconfiante</p>

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