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<p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>#MegeExtensivo</p><p>3 TURMA EXTENSIVA PARA</p><p>MAGISTRATURA ESTADUAL</p><p>ª</p><p>Do inventário e da partilha.</p><p>(PONTO 15)</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>Sumário</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3</p><p>1. DOUTRINA (RESUMO)..............................................................................................5</p><p>2. LEGISLAÇÃO ..........................................................................................................11</p><p>3. JURISPRUDÊNCIA ...................................................................................................16</p><p>4. QUESTÕES DE CONCURSOS ..................................................................................23</p><p>4.1 COMENTÁRIOS................................................................................................25</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>3</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>(Conforme Edital Mege)</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>15</p><p>Flávia Martins de CarvalhoDo inventário e da partilha.</p><p>(conteúdo atualizado em 17-02-2019)</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>4</p><p>Nesta rodada, trataremos dos temas Inventário e Par�lha (Ponto 15), que ainda</p><p>pertencem ao Livro das Sucessões, bastante cobrado nas provas de concurso. Embora não seja</p><p>um tema tão extenso, há importantes julgados que devem ser conhecidos, pois podem ser</p><p>objeto de avaliação. Além disso, deve-se dar especial atenção à literalidade dos ar�gos trazidos</p><p>no material, cuja seleção levou em consideração o que já foi cobrado em concursos anteriores.</p><p>Ao final, reuni cinco questões de diversos concursos, não apenas da Magistratura, para</p><p>auxiliar na fixação do material.</p><p>Com isso, finalizamos o Edital Mege, desejando a todos excelentes resultados!</p><p>Bons estudos!</p><p>Flávia Mar�ns de Carvalho</p><p>Apresentação</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>5</p><p>1. DOUTRINA (RESUMO)</p><p>1.1. INVENTÁRIO E PARTILHA</p><p>1.1.1. INVENTÁRIO</p><p>O inventário é a forma de se levantar o conjunto de a�vos e passivos (débitos e</p><p>créditos) que compunham o patrimônio do de cujus e que, com a morte, passa a compor a</p><p>herança (monte par�lhável).</p><p>A conclusão do inventário se dá com a par�lha, quando a comunhão forçada em razão</p><p>da morte deixa de exis�r, passando cada sucessor a exercer pleno direito sobre sua cota.</p><p>No inventário há, necessariamente, pluralidade de sucessores, pois, caso haja apenas</p><p>um herdeiro, este deverá solicitar a adjudicação dos bens.</p><p>Desde a assinatura do compromisso até a homologação da par�lha, a administração da</p><p>herança será exercida pelo inventariante. Enquanto não nomeado, a administração fica a cargo</p><p>do administrador provisório.</p><p>Prazo de Abertura e Duração – O ar�go 1.796 do CC estabelece prazo de 30 dias, a contar</p><p>da abertura da sucessão (da morte), para instauração do inventário. Entretanto, este ar�go foi</p><p>derrogado pela Lei 11.441, de 2007, que, ao tratar do inventário extrajudicial também modificou</p><p>regras do CPC referentes à modalidade judicial, estabelecendo o prazo de sessenta dias.</p><p>Todavia, com a entrada em vigor do NCPC, o prazo passou a ser de 2 (dois) meses,</p><p>conforme art. 611 do NCPC, que também define o prazo de 12 meses para o seu encerramento,</p><p>podendo o juiz prorrogar os prazos, de o�cio ou a requerimento da parte.</p><p>A Súmula 542 do STF reconhece a cons�tucionalidade da multa pela inobservância dos</p><p>prazos (Súmula 542 – Não é incons�tucional a multa ins�tuída pelo Estado-Membro, como</p><p>sanção pelo retardamento do início ou da ul�mação do inventário).</p><p>1.1.1.1. Inventário Nega�vo</p><p>Inventário nega�vo é o inventário realizado em razão da inexistência de bens a</p><p>par�lhar. Serve para dar segurança jurídica em relação ao inventário e à par�lha de bens, a fim</p><p>de que nada reste a ser ques�onado, tratando-se de uma forma ú�l e recomendável de</p><p>resguardo de eventuais interesses de interessados. Seu propósito, portanto, não é par�lhar</p><p>bens, mas sim obter a certeza de que o patrimônio do de cujus equivale a zero ou é nega�vo.</p><p>1.1.1.2. Inventário Administra�vo ou Extrajudicial</p><p>A Lei 11.441, de 2007, trouxe a possibilidade de realização de inventário administra�vo</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>6</p><p>ou extrajudicial, lavrado por escritura pública, consensualmente, no tabelionato de notas, se</p><p>todas as partes envolvidas forem capazes, es�verem assis�das por advogado e concordes e, não</p><p>houver testamento. Registre-se que, alguns estados, através de provimentos, vêm autorizando</p><p>a realização de inventário extrajudicial ainda quando haja testamento. Nesta hipótese, haverá</p><p>uma ação judicial para o cumprimento do testamento e, posteriormente, o inventário pode ser</p><p>feito pela via extrajudicial.</p><p>Além do inventário tradicional, também o arrolamento e a adjudicação podem ser</p><p>realizados através do procedimento administra�vo.</p><p>Atualmente, o procedimento é previsto no art. 610, §1º e 2º do NCPC e regulado pela</p><p>Resolução nº 35 do CNJ. Não preenchidos os requisitos para o inventário administra�vo, torna-</p><p>se obrigatório o inventário judicial.</p><p>1.1.1.3. Inventário Judicial</p><p>O inventário judicial possui três ritos dis�ntos, a saber: (i) inventário comum ou</p><p>tradicional (arts. 610 a 638 do NCPC), com fase dis�nta da par�lha; (ii) o inventário na forma de</p><p>arrolamento sumário (arts. 659 a 667 do NCPC), quando todas as partes forem capazes e</p><p>concordes, qualquer que seja o valor dos bens; e (iii) o inventário na forma de arrolamento</p><p>comum (art. 664 do NCPC), quando, mesmo exis�ndo partes incapazes, o valor dos bens for</p><p>igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos.</p><p>O inventário judicial é disciplinado como procedimento de jurisdição contenciosa. O</p><p>interessado o requererá com a prova do óbito (cer�dão do óbito); será nomeado inventariante,</p><p>na ordem legal. Se houver mais de um herdeiro, todos – quando não compareçam</p><p>espontaneamente – serão citados e, ao final, o juiz homologará a par�lha amigável ou julgará</p><p>fixando a par�lha, nos demais casos.</p><p>1.1.1.4. Dos sonegados</p><p>O obje�vo do inventário é iden�ficar a relação completa dos bens do falecido que</p><p>deverão ser par�lhados.</p><p>O direito possui mecanismos para evitar qualquer conduta atentatória à iden�ficação</p><p>dos bens do de cujus, como se dá na hipótese dos sonegados, assim considerados os bens que,</p><p>embora devessem ser par�lhados, não o foram, em razão de ocultação daquele que estava em</p><p>sua administração.</p><p>Conforme art. 1.992, “o herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no</p><p>inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os</p><p>omi�r na colação, a que os deva levar, ou que deixar de res�tuí-los, perderá o direito que sobre</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>7</p><p>eles lhe cabia”. Além disso, se o inventariante for o responsável pela sonegação, será removido</p><p>do exercício da inventariança.</p><p>Há consenso na doutrina e na jurisprudência de que a pena imposta em razão dos bens</p><p>sonegados somente é cabível se restar provado o elemento subje�vo (dolo) do agente. Assim,</p><p>não basta</p><p>que os bens não tenham sido trazidos à colação (elemento obje�vo) para que seja</p><p>aplicada sanção prevista no art. 1.992 do CC.</p><p>A ação de sonegados pode ser proposta por qualquer herdeiro ou credor do espólio,</p><p>conforme dispõe o art. 1.994 do CC: “Art. 1.994. A pena de sonegados só se pode requerer e</p><p>impor em ação movida pelos herdeiros ou pelos credores da herança”.</p><p>Em caso de condenação, se não forem res�tuídos os bens sonegados, por já não os ter</p><p>o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e</p><p>danos (art. 1.995 do CC).</p><p>1.1.1.5. Pagamento de dívidas</p><p>A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido. Desta forma, em regra, o</p><p>inventário somente conduzirá a eventual par�lha (ou adjudicação) dos bens se as dívidas do</p><p>falecido houverem sido pagas. Entretanto, feita a par�lha, só respondem os herdeiros na</p><p>proporção da parte da herança que receberem (art. 1.997 do CC).</p><p>Reserva dos Bens para o Pagamento de Dívidas Impugnadas - art. 1.997, § 1º do CC –</p><p>“Quando, antes da par�lha, for requerido no inventário o pagamento de dívidas constantes de</p><p>documentos, reves�dos de formalidades legais, cons�tuindo prova bastante da obrigação, e</p><p>houver impugnação, que não se funde na alegação de pagamento, acompanhada de prova</p><p>valiosa, o juiz mandará reservar, em poder do inventariante, bens suficientes para solução do</p><p>débito, sobre os quais venha a recair oportunamente a execução”.</p><p>Ação Regressiva entre Herdeiros - art. 1.999 do CC – “Sempre que houver ação</p><p>regressiva de uns contra outros herdeiros (porque pagou dívida comum), a parte do co-herdeiro</p><p>insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais”. Nessas hipóteses um herdeiro deve</p><p>determinada quan�a a outro, par�cularmente porque o herdeiro pagou dívida do espólio com</p><p>quan�a própria. Dessa forma, há previsão de rateio da quota do insolvente, porque o</p><p>pagamento realizado por apenas um herdeiro beneficiou a todos os demais.</p><p>Separação de Bens do Herdeiro - art. 2.000 do CC – “Os legatários e credores da</p><p>herança podem exigir que do patrimônio do falecido se discrimine o do herdeiro, e, em concurso</p><p>com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no pagamento”. Este disposi�vo tem o obje�vo de</p><p>evitar a confusão de patrimônios, e tornar discriminada a massa sobre a qual incidirá a execução</p><p>dos credores e da qual sairá o pagamento dos legados (separa�o bonorum).</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>8</p><p>Herdeiro Devedor do Espólio - art. 2.001 do CC – “Se o herdeiro for devedor ao espólio,</p><p>sua dívida será par�lhada igualmente entre todos, salvo se a maioria consen�r que o débito seja</p><p>imputado inteiramente no quinhão do devedor”.</p><p>1.1.1.6. Da colação</p><p>Denomina-se colação ou colla�o o ato pelo qual o descendente, cônjuge ou</p><p>companheiro beneficiado pela transferência gratuita feita pelo de cujus, em vida, promove o</p><p>retorno da coisa, ou do seu valor, excepcionalmente, ao monte par�lhável, para garan�r a</p><p>igualdade de quinhões entre os herdeiros necessários.</p><p>Assim, o art. 2.002 preconiza que: “Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à</p><p>sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legí�mas, a conferir o valor das</p><p>doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação”.</p><p>O prazo para tal informação é comum de 15 dias, contado da conclusão das citações,</p><p>conforme arts. 627 e 629 do NCPC.</p><p>O cálculo dos bens que devem ser colacionados no inventário, ou seja, dos bens que</p><p>foram antecipados, por doação, encontra conflito entre o art. 2.004, §1º do CC, que determina</p><p>que o cálculo seja feito pelo valor existente na data da liberalidade, e o art. 639, parágrafo único,</p><p>do NCPC, que determina que se proceda ao cálculo pelo valor do bem na data da abertura da</p><p>sucessão.</p><p>1.1.1.7. Dispensa da colação</p><p>A regra é a que as doações feitas por ascendente a descendente, cônjuge ou</p><p>companheiro sejam consideradas como antecipação de herança, sendo obrigatório que</p><p>venham à colação.</p><p>Entretanto, o doador pode re�rar a doação da parcela disponível de seus bens, preservando</p><p>a legí�ma, fazendo doação a quem quer que seja, inclusive para descendente, cônjuge ou</p><p>companheiro, sem que esta doação fique obrigada à colação. Nesse caso, a dispensa da colação deve</p><p>ser expressa, constando no próprio ato de liberalidade, não podendo ser superveniente.</p><p>A lei excepciona ainda as despesas e gastos ordinários com educação, saúde e outras</p><p>despesas essenciais para o beneficiado (art. 2.010 do CC), bem como as doações</p><p>remuneratórias (art. 2.011 do CC).</p><p>1.1.2. PARTILHA</p><p>Par�lhar, como o próprio nome diz, é dividir. Assim, concluída a fase de inventariança</p><p>dos bens deixados pelo de cujus, com a quitação das dívidas do falecido que foram apresentadas</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>9</p><p>pelos credores, bem como recolhida a tributação, e já delimitado o valor do patrimônio</p><p>transmi�do, é o momento em que o patrimônio líquido, também chamado de monte par�lhável</p><p>ou monte par�vel, será dividido entre os seus sucessores.</p><p>Com a par�lha cessa a indivisibilidade da herança, pois os bens são divididos entre os</p><p>herdeiros que adquirirem, pessoalmente e de forma consolidada, a propriedade dos seus bens</p><p>componentes.</p><p>Assim como no inventário, a par�lha também pode ser judicial ou extrajudicial.</p><p>1.1.2.1. Legi�midade para requerer a par�lha</p><p>O herdeiro pode sempre requerer a par�lha, ainda que o testador o proíba, cabendo</p><p>igual faculdade aos seus cessionários e credores (art. 2.013 do CC).</p><p>Par�lha pelo Testador - art. 2.014 do CC – “Pode o testador indicar os bens e valores</p><p>que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a par�lha, que</p><p>prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas”.</p><p>Critérios da Par�lha:</p><p>· Igualdade/Proporcionalidade - art. 2.017 do CC – “No par�lhar os bens, observar-se-</p><p>á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível”.</p><p>· Melhor Comodidade Possível - art. 2.019 do CC – “Par�lha mais cômoda é aquela que</p><p>evita o condomínio”.</p><p>Sobrepar�lha é a par�lha fracionada e posterior, como decorrência de situações</p><p>fá�cas específicas que impossibilitaram a realização oportuna. Quando parte da herança</p><p>consis�r em bens remotos do lugar do inventário, li�giosos, ou de liquidação morosa ou di�cil,</p><p>poderá proceder-se, no prazo legal, à par�lha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou</p><p>mais sobrepar�lhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e</p><p>consen�mento da maioria dos herdeiros (art. 2.021 do CC).</p><p>Ficam sujeitos à sobrepar�lha os bens sonegados e quaisquer outros bens da herança</p><p>de que se �ver ciência após a par�lha (art. 2.022 do CC).</p><p>1.1.2.2. Espécies de Par�lha</p><p>Há duas espécies de par�lha: (i) judicial; e (ii) amigável.</p><p>A par�lha judicial é aquela deliberada pelo juiz, sem que haja consenso entre os</p><p>interessados ou quando houver incapaz (CC, art. 2.016), razão pela qual a sentença não será</p><p>meramente homologatória. Noutro giro, a par�lha amigável se caracteriza pelo consenso entre</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>10</p><p>todos os herdeiros, podendo ser feita por escritura pública (desde que preenchidos os demais</p><p>requisitos) ou pela via judicial.</p><p>O procedimento da par�lha é regulado pelo art. 647 e ss do NCPC. Julgada a par�lha, a</p><p>divisão patrimonial estará concluída, mo�vo pelo qual o direito de cada um dos herdeiros estará</p><p>adstrito aos bens do seu quinhão.</p><p>Entretanto, os coerdeiros con�nuarão reciprocamente obrigados a indenizar-se no</p><p>caso</p><p>de evicção dos bens aquinhoados (arts. 2.024 a 2.026 do CC).</p><p>1.1.2.3. Anulação da Par�lha</p><p>A par�lha amigável, uma vez concluída, pode vir a ser anulada pelos vícios e defeitos</p><p>que invalidam, em geral, os negócios jurídicos, no prazo decadencial de um ano, conforme</p><p>parágrafo único do art. 2.027 do CC e art. 657 (parágrafo único) do NCPC.</p><p>Havendo sentença judicial deliberando a par�lha, esta pode ser rescindida no prazo de</p><p>dois anos contados do trânsito em julgado da sentença que julgou a par�lha (NCPC, art. 658 c/c</p><p>art. 975).</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>11</p><p>2. LEGISLAÇÃO</p><p>TÍTULO IV</p><p>Do Inventário e da Par�lha</p><p>CAPÍTULO I</p><p>Do Inventário</p><p>Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da par�lha, a administração</p><p>da herança será exercida pelo inventariante.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>Dos Sonegados</p><p>Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando</p><p>estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omi�r na colação,</p><p>a que os deva levar, ou que deixar de res�tuí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.</p><p>Art. 1.993. Além da pena cominada no ar�go antecedente, se o sonegador for o próprio</p><p>inventariante, remover-se-á, em se provando a sonegação, ou negando ele a existência dos</p><p>bens, quando indicados.</p><p>Art.1.994. A pena de sonegados só se pode requerer e impor em ação movida pelos herdeiros</p><p>ou pelos credores da herança.</p><p>Parágrafo único. A sentença que se proferir na ação de sonegados, movida por qualquer dos</p><p>herdeiros ou credores, aproveita aos demais interessados.</p><p>Art. 1.995. Se não se res�tuírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em seu poder,</p><p>pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos.</p><p>Art. 1.996. Só se pode arguir de sonegação o inventariante depois de encerrada a descrição dos</p><p>bens, com a declaração, por ele feita, de não exis�rem outros por inventariar e par�r, assim</p><p>como arguir o herdeiro, depois de declarar-se no inventário que não os possui.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>Do Pagamento das Dívidas</p><p>Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a par�lha,</p><p>só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.</p><p>§ 1º Quando, antes da par�lha, for requerido no inventário o pagamento de dívidas constantes</p><p>de documentos, reves�dos de formalidades legais, cons�tuindo prova bastante da obrigação, e</p><p>houver impugnação, que não se funde na alegação de pagamento, acompanhada de prova</p><p>valiosa, o juiz mandará reservar, em poder do inventariante, bens suficientes para solução do</p><p>débito, sobre os quais venha a recair oportunamente a execução.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>12</p><p>§ 2º No caso previsto no parágrafo antecedente, o credor será obrigado a iniciar a ação de cobrança</p><p>no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar de nenhum efeito a providência indicada.</p><p>Art. 1.998. As despesas funerárias, haja ou não herdeiros legí�mos, sairão do monte da herança;</p><p>mas as de sufrágios por alma do falecido só obrigarão a herança quando ordenadas em</p><p>testamento ou codicilo.</p><p>Art. 1.999. Sempre que houver ação regressiva de uns contra outros herdeiros, a parte do co-</p><p>herdeiro insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais.</p><p>Art. 2.000. Os legatários e credores da herança podem exigir que do patrimônio do falecido se</p><p>discrimine o do herdeiro, e, em concurso com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no</p><p>pagamento.</p><p>Art. 2.001. Se o herdeiro for devedor ao espólio, sua dívida será par�lhada igualmente entre</p><p>todos, salvo se a maioria consen�r que o débito seja imputado inteiramente no quinhão do</p><p>devedor.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>Da Colação</p><p>Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados,</p><p>para igualar as legí�mas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena</p><p>de sonegação.</p><p>Parágrafo único. Para cálculo da legí�ma, o valor dos bens conferidos será computado na parte</p><p>indisponível, sem aumentar a disponível.</p><p>Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legí�mas</p><p>dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo</p><p>do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.</p><p>Parágrafo único. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legí�ma,</p><p>não houver no acervo bens suficientes para igualar as legí�mas dos descendentes e do cônjuge,</p><p>os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o</p><p>donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade.</p><p>Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou es�ma�vo, que lhes</p><p>atribuir o ato de liberalidade.</p><p>§ 1º Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver es�mação feita naquela época, os</p><p>bens serão conferidos na par�lha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.</p><p>§ 2º Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as</p><p>quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou</p><p>lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>13</p><p>Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte</p><p>disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.</p><p>Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente</p><p>que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário.</p><p>Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no</p><p>próprio �tulo de liberalidade.</p><p>Art. 2.007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador</p><p>poderia dispor, no momento da liberalidade.</p><p>§ 1º O excesso será apurado com base no valor que os bens doados �nham, no momento da</p><p>liberalidade.</p><p>§ 2º A redução da liberalidade far-se-á pela res�tuição ao monte do excesso assim apurado; a</p><p>res�tuição será em espécie, ou, se não mais exis�r o bem em poder do donatário, em dinheiro,</p><p>segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão, observadas, no que forem aplicáveis, as</p><p>regras deste Código sobre a redução das disposições testamentárias.</p><p>§ 3º Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo antecedente, a parte da doação feita a</p><p>herdeiros necessários que exceder a legí�ma e mais a quota disponível.</p><p>§ 4º Sendo várias as doações a herdeiros necessários, feitas em diferentes datas, serão elas</p><p>reduzidas a par�r da úl�ma, até a eliminação do excesso.</p><p>Art. 2.008. Aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve, não obstante, conferir as</p><p>doações recebidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.</p><p>Art. 2.009. Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão obrigados</p><p>a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir.</p><p>Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente,</p><p>enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades,</p><p>enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em</p><p>processo-crime.</p><p>Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão</p><p>sujeitas a colação.</p><p>Art. 2.012. Sendo feita a doação por ambos os cônjuges, no inventário de cada um se conferirá</p><p>por metade.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>Da Par�lha</p><p>Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a par�lha, ainda que o testador</p><p>o proíba, cabendo</p><p>igual faculdade aos seus cessionários e credores.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>14</p><p>Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões</p><p>hereditários, deliberando ele próprio a par�lha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não</p><p>corresponder às quotas estabelecidas.</p><p>Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer par�lha amigável, por escritura</p><p>pública, termo nos autos do inventário, ou escrito par�cular, homologado pelo juiz.</p><p>Art. 2.016. Será sempre judicial a par�lha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum</p><p>deles for incapaz.</p><p>Art. 2.017. No par�lhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a</p><p>maior igualdade possível.</p><p>Art. 2.018. É válida a par�lha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de úl�ma vontade,</p><p>contanto que não prejudique a legí�ma dos herdeiros necessários.</p><p>Art. 2.019. Os bens insusce�veis de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge</p><p>sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente, par�lhando-se o</p><p>valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.</p><p>§ 1º Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem</p><p>lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação</p><p>atualizada.</p><p>§ 2º Se a adjudicação for requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o processo da</p><p>licitação.</p><p>Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos bens da herança, o cônjuge sobrevivente e o</p><p>inventariante são obrigados a trazer ao acervo os frutos que perceberam, desde a abertura da</p><p>sucessão; têm direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fizeram, e respondem</p><p>pelo dano a que, por dolo ou culpa, deram causa.</p><p>Art. 2.021. Quando parte da herança consis�r em bens remotos do lugar do inventário,</p><p>li�giosos, ou de liquidação morosa ou di�cil, poderá proceder-se, no prazo legal, à par�lha dos</p><p>outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepar�lhas, sob a guarda e a administração</p><p>do mesmo ou diverso inventariante, e consen�mento da maioria dos herdeiros.</p><p>Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepar�lha os bens sonegados e quaisquer outros bens da</p><p>herança de que se �ver ciência após a par�lha.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>Da Garan�a dos Quinhões Hereditários</p><p>Art. 2.023. Julgada a par�lha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito aos bens do</p><p>seu quinhão.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>15</p><p>Art. 2.024. Os co-herdeiros são reciprocamente obrigados a indenizar-se no caso de evicção dos</p><p>bens aquinhoados.</p><p>Art. 2.025. Cessa a obrigação mútua estabelecida no ar�go antecedente, havendo convenção</p><p>em contrário, e bem assim dando-se a evicção por culpa do evicto, ou por fato posterior à</p><p>par�lha.</p><p>Art. 2.026. O evicto será indenizado pelos co-herdeiros na proporção de suas quotas</p><p>hereditárias, mas, se algum deles se achar insolvente, responderão os demais na mesma</p><p>proporção, pela parte desse, menos a quota que corresponderia ao indenizado.</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>Da Anulação da Par�lha</p><p>Art. 2.027. A par�lha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios</p><p>jurídicos. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)</p><p>Parágrafo único. Ex�ngue-se em um ano o direito de anular a par�lha.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>16</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>3. JURISPRUDÊNCIA</p><p>ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL</p><p>Enunciado 119 – Para evitar o enriquecimento sem causa, a colação será efetuada com base no</p><p>valor da época da doação, nos termos do caput do art. 2.004, exclusivamente na hipótese em</p><p>que o bem doado não mais pertença ao patrimônio do donatário. Se, ao contrário, o bem ainda</p><p>integrar seu patrimônio, a colação se fará com base no valor do bem na época da abertura da</p><p>sucessão, nos termos do art. 1.014 do CPC, de modo a preservar a quan�a que efe�vamente</p><p>integrará a legí�ma quando esta se cons�tuiu, ou seja, na data do óbito (resultado da</p><p>interpretação sistemá�ca do art. 2.004 e seus parágrafos, juntamente com os arts. 1.832 e 884</p><p>do Código Civil).</p><p>Enunciado 612 – O prazo para exercer o direito de anular a par�lha amigável judicial, decorrente</p><p>de dissolução de sociedade conjugal ou de união estável, ex�ngue-se em 1 (um) ano da data do</p><p>trânsito em julgado da sentença homologatória, consoante dispõem o art. 2.027, parágrafo</p><p>único, do Código Civil de 2002, e o art. 1.029, parágrafo único, do Código de Processo Civil (art.</p><p>657, parágrafo único, do Novo CPC).</p><p>Enunciado 643 – O rompimento do testamento (art. 1.973 do Código Civil) se refere</p><p>exclusivamente às disposições de caráter patrimonial, mantendo-se válidas e eficazes as de</p><p>caráter extrapatrimonial, como o reconhecimento de filho e o perdão ao indigno.</p><p>Enunciado 644 – Os arts. 2.003 e 2.004 do Código Civil e o art. 639 do CPC devem ser</p><p>interpretados de modo a garan�r a igualdade das legí�mas e a coerência do ordenamento. O</p><p>bem doado, em adiantamento de legí�ma, será colacionado de acordo com seu valor atual na</p><p>data da abertura da sucessão, se ainda integrar o patrimônio do donatário. Se o donatário já não</p><p>possuir o bem doado, este será colacionado pelo valor do tempo de sua alienação, atualizado</p><p>monetariamente.</p><p>SÚMULAS DO STF</p><p>Súmula 542 - Não é incons�tucional a multa ins�tuída pelo Estado-Membro, como sanção pelo</p><p>retardamento do início ou da ul�mação do inventário</p><p>JULGADOS DO STJ</p><p>Ação de inventário. Suspensão. Possibilidade. Regularização dos bens imóveis. Averbação.</p><p>Condicionante razoável. É legí�ma a decisão judicial que determina a averbação, no</p><p>respec�vo registro, das modificações realizadas em bens imóveis subme�dos à par�lha como</p><p>condição de procedibilidade da ação de inventário. A averbação das alterações realizadas em</p><p>bens imóveis é um ato de natureza obrigatória, na forma dos arts. 167, II, "4", e 169, da Lei de</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>17</p><p>Registros Públicos. No âmbito da ação de inventário, constata-se que o art. 1.026 do CPC/1973</p><p>sujeita a prolação da sentença homologatória de par�lha ao prévio recolhimento do imposto de</p><p>transmissão a �tulo de morte e a apresentação, nos autos, da cer�dão ou da informação</p><p>nega�va de dívida para com a Fazenda Pública. A imposição judicial para que sejam</p><p>regularizados os bens imóveis que pertenciam ao falecido para que, apenas a par�r deste ato,</p><p>seja dado adequado desfecho à ação de inventário é, como diz a doutrina, uma "condicionante</p><p>razoável", especialmente por razões de ordem prá�ca – a par�lha de bens imóveis em situação</p><p>irregular, com acessões não averbadas, dificultaria sobremaneira, senão inviabilizaria, a</p><p>avaliação, a precificação, a divisão ou, até mesmo, a eventual alienação dos referidos bens</p><p>imóveis. Dessa forma, o art. 993, IV, alínea "a" do CPC/1973, que versa sobre o modo e o</p><p>procedimento de realização das primeiras declarações relacionadas aos imóveis, deve ser lido</p><p>em consonância com os arts. 167 e 169 da Lei de Registros Públicos, diante da efe�va</p><p>necessidade de que os referidos bens tenham sido ou sejam regularizados durante a ação de</p><p>inventário para que não haja nenhuma dúvida acerca do conteúdo do monte par�vel e,</p><p>consequentemente, do quinhão des�nado a cada herdeiro. Deste modo, nada obsta que seja</p><p>fixado, como condição de procedibilidade da ação de inventário, que seja realizada a</p><p>regularização dos bens imóveis</p><p>que serão par�lhados entre os herdeiros, como consequência</p><p>lógica da obrigatoriedade con�da nos arts. 167, II, "4", e 169, da Lei de Registros Públicos. (REsp</p><p>1.637.359-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 08/05/2018, DJe</p><p>11/05/2018).</p><p>Inventário. Exame de questões de alta indagação. Juízo universal. Não exclusividade. Ação</p><p>autônoma. Possibilidade. Celeridade processual. Art. 984 do CPC/1973. É cabível o ajuizamento</p><p>de ação autônoma perante o juízo cível quando se constatar, desde logo, a necessidade de</p><p>dilação probatória incompa�vel com o rito especial do inventário. Discute-se a possibilidade</p><p>de, havendo questão de alta indagação no inventário, a parte, ao antever tal questão, ajuizar</p><p>desde logo uma ação autônoma em relação ao inventário ou se a remessa das partes às vias</p><p>ordinárias para apuração dos fatos de maior complexidade é uma tarefa exclusiva do</p><p>magistrado. Inicialmente, verifica-se que é induvidoso na ação de prestação de contas que a</p><p>apuração relacionada à dilapidação do patrimônio é uma questão de alta indagação, assim</p><p>compreendida como aquela que depende de ampla dilação probatória incompa�vel com o rito</p><p>especial do inventário. Nesse contexto, o fato de a parte, ao vislumbrar desde logo a</p><p>necessidade de uma a�vidade instrutória diferenciada e ampla, manejar uma ação autônoma</p><p>em juízo dis�nto do inventário, não acarreta nulidade de nenhuma espécie, tratando-se, ao</p><p>revés, de medida que atende aos princípios da celeridade e da economia processual. A esse</p><p>respeito, verifica-se em primeiro lugar que o art. 984 do CPC/1973 não proíbe a parte de buscar,</p><p>pelas vias ordinárias, o acolhimento de pretensão incompa�vel com o rito do inventário. De</p><p>fato, apenas está dito no referido disposi�vo legal que, se a parte deduzir uma pretensão que</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>18</p><p>envolva uma questão de alta indagação no juízo do inventário, deverá o magistrado remetê-la às</p><p>vias ordinárias. Não está dito, todavia, que está excluída a possibilidade de a parte deduzir a sua</p><p>pretensão de modo autônomo, inclusive porque o juízo cível também deve examinar a sua</p><p>própria competência, sendo-lhe lícito, por exemplo, reconhecer que a questão a ele subme�da</p><p>não era de alta indagação e que, em razão disso, a competência era do juízo universal do</p><p>inventário. Entendimento contrário a este fere os princípios da razoável duração do processo, da</p><p>celeridade, da economia processual e, na hipótese, também da inafastabilidade da jurisdição</p><p>em sua perspec�va substancial, diante da comprovada necessidade de obtenção de tutela</p><p>jurisdicional provisória que sustasse os atos de dilapidação de bens, mo�vo pelo qual não há</p><p>que se falar em violação aos arts. 87, 113 e 984, todos do CPC/1973. (REsp 1.480.810-ES, Rel.</p><p>Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 20/03/2018, DJe 26/03/2018).</p><p>Divórcio Consensual. Acordo sobre par�lha de bens. Homologação por sentença. Posterior</p><p>ajuste consensual acerca da des�nação dos bens. Violação à coisa julgada. Inocorrência.</p><p>Convenção sobre par�lha de bens privados e disponíveis. Partes maiores e capazes.</p><p>Possibilidade. A coisa julgada material formada em virtude de acordo celebrado por partes</p><p>maiores e capazes, versando sobre a par�lha de bens imóveis privados e disponíveis e que fora</p><p>homologado judicialmente por ocasião de divórcio consensual, não impede que haja um novo</p><p>acordo sobre o des�no dos referidos bens. No caso analisado, foi celebrado acordo em ação de</p><p>divórcio, em que ficou estabelecido que os bens imóveis do casal seriam vendidos e par�lhados em</p><p>50% para cada parte. No entanto, as partes no�ciaram dificuldade em realizar a venda dos imóveis</p><p>e requereram a homologação de novo acordo, por meio do qual ficou avençado que um cônjuge</p><p>ficaria com os direitos de posse sobre um determinado imóvel e o outro com os demais. A</p><p>pretensão, todavia, foi indeferida aos fundamentos de que o acordo homologado havia transitado</p><p>em julgado, que se trataria de mero arrependimento das partes e que eventual alteração das</p><p>cláusulas do acordo deveria ser examinada em ação anulatória. Entretanto, não se afigura correto</p><p>indeferir o pedido de homologação de acordo que versa sobre o novo modelo de par�lha de bens</p><p>que as partes entenderam ser mais vantajoso e interessante para elas próprias. Isso porque, em</p><p>primeiro lugar, reconhecendo-se que possuem as partes uma gama bastante ampla de poderes</p><p>negociais, há que não apenas se proteger, mas também efe�vamente se es�mular a resolução dos</p><p>conflitos a par�r dos próprios poderes de disposição e de transação que possuem as partes. De</p><p>outro lado, simplesmente remeter as partes a uma ação anulatória para a modificação do acordo</p><p>traduz-se, em úl�ma análise, no privilégio da forma em detrimento do conteúdo, em clara afronta</p><p>à economia, celeridade e razoável duração do processo. Nessas circunstâncias, é possível concluir que</p><p>podem as partes, livremente e com base no princípio da autonomia da vontade, renunciar ou transigir</p><p>sobre um direito ou um crédito reconhecido judicialmente em favor de uma delas, mesmo após o</p><p>trânsito em julgado da decisão judicial que os reconheceu ou fixou. (REsp 1.623.475-PR, Rel. Min.</p><p>Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 17/04/2018, DJe 20/04/2018).</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>19</p><p>O valor de colação dos bens doados deverá ser aquele atribuído ao tempo da liberalidade,</p><p>corrigido monetariamente até a data da abertura da sucessão. De início, verifica-se a</p><p>ocorrência de an�nomia entre o Código Civil de 2002 - visto que, no capítulo IV, "Da Colação", o</p><p>art. 2.004, caput, estabelece que os bens doados serão trazidos à colação pelo valor atribuído</p><p>no ato de liberalidade - e o Código de Processo Civil de 1973, no Capítulo IX, Seção VI,</p><p>denominada "Das Colações" - em que o art. 1.014, parágrafo único, determina que os bens</p><p>recebidos em doação deverão ser calculados pelo valor que �verem ao tempo da abertura da</p><p>sucessão. Essa contradição deve ser solucionada com observância do princípio de direito</p><p>intertemporal tempus regit actum. Assim, nas hipóteses de abertura da sucessão após o início</p><p>da vigência do Código Civil de 2002, deve ser aplicada a regra prevista nesse diploma. Dessa</p><p>forma, consoante se extrai do texto do art. 2.004 do CC/2002, o valor de colação dos bens</p><p>deverá ser aquele atribuído ao tempo da doação. Todavia, apesar da ausência de previsão</p><p>expressa, o valor dos bens doados deverá ser corrigido monetariamente até a data da abertura</p><p>da sucessão para preservar a igualdade dos quinhões legi�mários. Cabe ressaltar que, se o valor</p><p>atribuído aos bens no ato de liberalidade não corresponder ao valor que efe�vamente possuía à</p><p>época, é cabível a realização de avaliação dos bens através de perícia técnica. Ademais, a</p><p>interpretação do art. 2.004 do CC/2002 apresentada na I Jornada de Direito Civil promovida</p><p>pelo Conselho da Jus�ça Federal (Enunciado 119), no sen�do de que, "para evitar o</p><p>enriquecimento sem causa, a colação será efetuada com base no valor da época da doação, nos</p><p>termos do caput do art. 2004, exclusivamente na hipótese em que o bem doado não mais</p><p>pertença ao patrimônio do donatário. Se, ao contrário, o bem ainda integrar seu patrimônio, a</p><p>colação se fará com base no valor do bem na época da abertura da sucessão, nos termos do art.</p><p>1.014 do CPC, de modo a preservar a quan�a que efe�vamente integrar a legí�ma quando esta</p><p>se cons�tuiu, ou seja, na data do óbito (resultado da interpretação sistemá�ca do art. 2004 e</p><p>seus parágrafos, juntamente com os arts. 1.832 e 884 do Código Civil)", não se coaduna com as</p><p>regras estabelecidas</p><p>no Código Civil de 2002 sobre a matéria, bem como afronta o princípio de</p><p>direito intertemporal tempus regit actum. (REsp 1.166.568-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães</p><p>(Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), por unanimidade, julgado em 12/12/2017,</p><p>DJe 15/12/2017)</p><p>O pedido de abertura de inventário e o arrolamento de bens, com a regularização processual</p><p>por meio de nomeação de advogado, implicam a aceitação tácita da herança. A questão</p><p>abordada no recurso especial cingiu-se a analisar se o pedido de abertura de inventário e</p><p>arrolamento de bens, com a regularização processual por meio de nomeação de advogado,</p><p>implicam a aceitação tácita da herança. Inicialmente, cabe destacar que a referida demanda foi</p><p>ajuizada em conjunto pelo pai e irmão da falecida, sendo que o genitor veio a óbito 30 dias após</p><p>a realização do ato. Em virtude desse fato, o inventariante, filho do falecido e irmão da pré-</p><p>morta, formulou o pedido de renúncia em nome do genitor à herança da falecida. Com efeito,</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>20</p><p>impõe-se o reconhecimento tácito da aceitação da herança da filha pré-morta visto ter ocorrido</p><p>a regularização processual no inventário por parte do seu genitor, que veio a falecer 30 (trinta)</p><p>dias após o ingresso da referida ação. A sua aceitação infere-se da prá�ca de um ato próprio de</p><p>quem se reputa herdeiro e demonstra de forma concludente sua intenção em aderir à herança.</p><p>O exercício do direito pela via judicial conferiu a qualidade de herdeiro ao pai do recorrente.</p><p>(REsp 1.622.331-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em</p><p>8/11/2016, DJe 14/11/2016).</p><p>DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE DOS HERDEIROS PELO PAGAMENTO DE DÍVIDA DIVISÍVEL</p><p>DO AUTOR DA HERANÇA. Em execução de dívida divisível do autor da herança ajuizada após a</p><p>par�lha, cada herdeiro beneficiado pela sucessão responde na proporção da parte que lhes</p><p>coube na herança. De fato, os herdeiros e legatários do autor da herança não respondem pelas</p><p>dívidas do de cujus acima das forças dos bens que receberam. Dessarte, com a abertura da</p><p>sucessão, há a formação de um condomínio necessário, que somente é dissolvido com a</p><p>par�lha, estabelecendo o quinhão hereditário de cada beneficiário no tocante ao acervo</p><p>transmi�do. Nesse contexto, a herança é cons�tuída pelo acervo patrimonial e dívidas</p><p>(obrigações) deixadas por seu autor, sendo que aos credores do autor da herança é facultada,</p><p>antes da par�lha dos bens transmi�dos, a habilitação de seus créditos no juízo do inventário ou</p><p>o ajuizamento de ação em face do espólio. Ul�mada a par�lha, o acervo outrora indiviso,</p><p>cons�tuído pelos bens e direitos que pertenciam ao de cujus, transmi�dos com o seu</p><p>falecimento, estará discriminado e especificado, de modo que só caberá ação em face dos</p><p>beneficiários, que, em todo caso, responderão até o limite de seus quinhões. Com efeito, é</p><p>ní�do do exame do art. 1.997, caput, do CC, c/c o art. 597 do CPC (correspondente ao art. 796 do</p><p>novo CPC) que, feita a par�lha, cada herdeiro responde pelas dívidas (divisíveis) do falecido</p><p>dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube, e não necessariamente no</p><p>limite de seu quinhão hereditário. Portanto, após a par�lha, não há cogitar em solidariedade</p><p>entre os herdeiros de dívidas divisíveis, mo�vo pelo qual caberá ao credor executar os herdeiros</p><p>pro rata, observando a proporção da parte que lhes coube (quinhão) no tocante ao acervo</p><p>par�lhado. Precedente citado: REsp 1.290.042-SP, Sexta Turma, DJe 29/2/2012. REsp</p><p>1.367.942-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/5/2015, DJe 11/6/2015.</p><p>DIREITO CIVIL. DIREITO DE HERDEIRO DE EXIGIR A COLAÇÃO DE BENS. O filho do autor da</p><p>herança tem o direito de exigir de seus irmãos a colação dos bens que receberam via doação a</p><p>�tulo de adiantamento da legí�ma, ainda que sequer tenha sido concebido ao tempo da</p><p>liberalidade. De fato, para efeito de cumprimento do dever de colação, é irrelevante se o</p><p>herdeiro nasceu antes ou após a doação, não havendo também diferença entre os</p><p>descendentes, se são eles irmãos germanos ou unilaterais ou se supervenientes à eventual</p><p>separação ou divórcio do doador. O que deve prevalecer é a ideia de que a doação feita de</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>21</p><p>ascendente para descendente, por si só, não é considerada inválida ou ineficaz pelo</p><p>ordenamento jurídico, mas impõe ao donatário obrigação protraída no tempo, de à época do</p><p>óbito do doador, trazer o patrimônio recebido à colação, a fim de igualar as legí�mas, caso não</p><p>seja aquele o único herdeiro necessário (arts. 2.002, parágrafo único, e 2.003 do CC).</p><p>Importante destacar que o dever de colacionar os bens recebidos a �tulo de liberalidade só se</p><p>dispensa por expressa manifestação do doador, determinando que a doação seja extraída da</p><p>parte disponível de seus bens, o que também não ocorre na hipótese em análise, na qual a</p><p>liberalidade de fato configura adiantamento da legí�ma. Precedentes citados: REsp 730.483-</p><p>MG, Terceira Turma, DJ 20/6/2005; e REsp 9.081-SP, Terceira Turma, DJ 20/4/1992. REsp</p><p>1.298.864-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/5/2015, DJe 29/5/2015.</p><p>DIREITO CIVIL. SUCESSÃO CAUSA MORTIS E REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. O</p><p>cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão parcial de bens concorrerá com os</p><p>descendentes do cônjuge falecido apenas quanto aos bens par�culares eventualmente</p><p>constantes do acervo hereditário. O art. 1.829, I, do CC estabelece que o cônjuge sobrevivente</p><p>concorre com os descendentes do falecido, salvo se casado: i) no regime da comunhão</p><p>universal; ou ii) no da separação obrigatória de bens (art. 1.641, e não art. 1.640, parágrafo</p><p>único); ou, ainda, iii) no regime da comunhão parcial, quando o autor da herança não houver</p><p>deixado bens par�culares. Com isso, o cônjuge supérs�te é herdeiro necessário, concorrendo</p><p>com os descendentes do morto, desde que casado com o falecido no regime: i) da separação</p><p>convencional (ou consensual), em qualquer circunstância do acervo hereditário (ou seja,</p><p>exis�ndo ou não bens par�culares do falecido); ou ii) da comunhão parcial, apenas quando</p><p>tenha o de cujus deixado bens par�culares, pois, quanto aos bens comuns, já tem o cônjuge</p><p>sobrevivente o direito à meação, de modo que se faz necessário assegurar a condição de</p><p>herdeiro ao cônjuge supérs�te apenas quanto aos bens par�culares. Dessa forma, se o falecido</p><p>não deixou bens par�culares, não há razão para o cônjuge sobrevivente ser herdeiro, pois já</p><p>tem a meação sobre o total dos bens em comum do casal deixados pelo inventariado,</p><p>cabendo a outra metade somente aos descendentes deste, estabelecendo-se uma situação</p><p>de igualdade entre essas categorias de herdeiros, como é justo. Por outro lado, se o falecido</p><p>deixou bens par�culares e não se adotar o entendimento ora esposado, seus descendentes</p><p>ficariam com a metade do acervo de bens comuns e com o total dos bens par�culares, em</p><p>clara desvantagem para o cônjuge sobrevivente. Para evitar essa situação, a lei estabelece a</p><p>par�cipação do cônjuge supérs�te, agora na qualidade de herdeiro, em concorrência com os</p><p>descendentes do morto, quanto aos bens par�culares. Assim, impõe uma situação de igualdade</p><p>entre os interessados na par�lha, pois o cônjuge sobrevivente permanece meeiro em relação</p><p>aos bens comuns e tem par�cipação na divisão dos bens par�culares, como herdeiro</p><p>necessário, concorrendo com os descendentes. A preocupação do legislador de colocar o</p><p>cônjuge sobrevivente na condição de herdeiro necessário, em concorrência com os</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida</p><p>a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>22</p><p>descendentes do falecido, assenta-se na ideia de garan�r ao cônjuge supérs�te condições</p><p>mínimas para sua sobrevivência, quando não possuir obrigatória ou presumida meação com o</p><p>falecido (como ocorre no regime da separação convencional) ou quando a meação puder ser até</p><p>inferior ao acervo de bens par�culares do morto, ficando o cônjuge sobrevivente (mesmo</p><p>casado em regime de comunhão parcial) em desvantagem frente aos descendentes. Noutro</p><p>giro, não se mostra acertado o entendimento de que deveria prevalecer para fins sucessórios a</p><p>vontade dos cônjuges, no que tange ao patrimônio, externada na ocasião do casamento com a</p><p>adoção de regime de bens que exclua da comunhão os bens par�culares de cada um. Com</p><p>efeito, o regime de bens tal qual disciplinado no Livro de Família do Código Civil, ins�tuto que</p><p>disciplina o patrimônio dos nubentes, não rege o direito sucessório, embora tenha repercussão</p><p>neste. Ora, a sociedade conjugal se ex�ngue com o falecimento de um dos cônjuges (art. 1.571,</p><p>I, do CC), incidindo, a par�r de então, regras próprias que regulam a transmissão do patrimônio</p><p>do de cujus, no âmbito do Direito das Sucessões, que possui livro próprio e específico no Código</p><p>Civil. Assim, o regime de bens adotado na ocasião do casamento é considerado e tem influência</p><p>no Direito das Sucessões, mas não prevalece tal qual enquanto em curso o matrimônio, não</p><p>sendo extensivo a situações que possuem regulação legisla�va própria, como no direito</p><p>sucessório (REsp 1.472.945-RJ, Terceira Turma, DJe de 19/11/2014). Por fim, ressalte-se que</p><p>essa linha exegé�ca é a mesma chancelada no Enunciado 270 do Conselho da Jus�ça Federal,</p><p>aprovado na III Jornada de Direito Civil. Precedente citado: REsp 974.241-DF, Quarta Turma, DJe</p><p>5/10/2011. REsp 1.368.123-SP, Rel. Min. Sidnei Bene�, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo,</p><p>julgado em 22/4/2015, DJe 8/6/2015.</p><p>@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>23</p><p>1. (Ano: 2017; Banca: VUNESP; Órgão: TJ-SP;</p><p>Prova: Juiz Subs�tuto) Aberto o inventário</p><p>dos bens deixados pelo falecimento de José, o</p><p>automóvel, único bem a ser par�lhado entre</p><p>seus dois filhos, Pedro e Antônio, passa a ser</p><p>reivindicado na totalidade por Pedro sob a</p><p>alegação de que o veículo foi objeto de</p><p>doação feita a ele verbalmente 1 (um) ano</p><p>antes da morte do pai.</p><p>Considerando o processo de inventário, é</p><p>correto afirmar que o veículo deve ser:</p><p>a) par�lhado entre os dois herdeiros, ainda que</p><p>tenha sido entregue ao donatário incon�nen�</p><p>à doação verbal.</p><p>b) des�nado a Pedro, ainda que não tenha saído</p><p>da parte disponível do patrimônio do doador,</p><p>uma vez que a doação, mesmo que verbal, não</p><p>perde o caráter de liberalidade e torna</p><p>obrigatório o prevalecimento da manifestação</p><p>de vontade do falecido doador.</p><p>c) levado à colação e par�lhado entre os dois</p><p>herdeiros, exceto se foi entregue ao donatário</p><p>incon�nen� à doação verbal.</p><p>d) des�nado a Pedro, considerando que a doação</p><p>tem preferência sobre a herança e não a torna</p><p>sujeita à colação.</p><p>2. (Ano: 2015; Banca: FAURGS; Órgão: TJ-RS;</p><p>Prova: Titular de Serviços de Notas e de</p><p>Registros – Remoção) Assinale a alterna�va</p><p>que apresenta afirmação correta a respeito</p><p>da disciplina das Sucessões no Código Civil.</p><p>a) Havendo herdeiros necessários, o testador não</p><p>pode dispor da herança.</p><p>b) O direito à sucessão aberta, bem como o</p><p>quinhão de que disponha o coerdeiro, não</p><p>pode ser objeto de cessão por escritura</p><p>pública.</p><p>c) Até a par�lha, o direito dos coerdeiros, quanto</p><p>à propriedade e posse da herança, será</p><p>indivisível, e regular-se-á pelas normas</p><p>rela�vas ao condomínio.</p><p>d) Os direitos, conferidos ao herdeiro em</p><p>consequência de subs�tuição ou de direito de</p><p>acrescer, presumem-se abrangidos pela</p><p>cessão feita anteriormente.</p><p>3. (Ano: 2015; Banca: FAURGS; Órgão: TJ-RS;</p><p>Prova: Titular de Serviços de Notas e de</p><p>Registros – Remoção) Assinale a alterna�va</p><p>que apresenta afirmação correta a respeito</p><p>da disciplina da realização de inventário,</p><p>par�lha e divórcio consensual (adaptada).</p><p>a) Havendo testamento ou interessado incapaz,</p><p>poderá fazer-se o inventário e a par�lha por</p><p>escritura pública, a qual cons�tuirá �tulo hábil</p><p>para o registro imobiliário.</p><p>b) A escritura do divórcio consensual não depende</p><p>de homologação judicial e cons�tui �tulo hábil</p><p>para o registro civil e o registro de imóveis.</p><p>c) O tabelião somente lavrará a escritura pública</p><p>se todas as partes interessadas es�verem de</p><p>comum acordo, sendo faculta�va a assistência</p><p>por advogado.</p><p>d) O divórcio consensual pode ser realizado por</p><p>escritura pública, da qual constarão as</p><p>disposições rela�vas à descrição e à par�lha</p><p>dos bens comuns e à pensão alimen�cia dos</p><p>filhos menores.</p><p>4. (Ano: 2015; Banca: CONSULPLAN; Órgão: TJ-</p><p>MG; Prova: Titular de Serviços de Notas e de</p><p>Registros – Provimento) “João faleceu,</p><p>deixando dois imóveis de mesmo valor e dois</p><p>filhos, Lucas e Júlia. Na par�lha, o imóvel da</p><p>rua x ficou para Lucas, enquanto o imóvel da</p><p>rua y, para Júlia.” Nesse caso, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>4. QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>OBSERVAÇÕES: Ler os comentários somente após a tenta�va de resolução das questões sem consulta.</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>24</p><p>a) a propriedade dos imóveis só se transmi�u</p><p>com a par�lha.</p><p>b) a propriedade dos imóveis só se transmi�u</p><p>com o registro do formal de par�lha.</p><p>c) cada filho terá direito a romper o testamento,</p><p>uma vez que não foi respeitada a legí�ma.</p><p>d) a propriedade dos imóveis se transmi�u com a</p><p>morte e se individualizou com a par�lha.</p><p>5. (Ano: 2015; Banca: CS-UFG; Órgão: AL-GO;</p><p>Prova: Procurador) O livro V do Código Civil de</p><p>2002 trata da norma�zação jurídica da</p><p>transmissão do patrimônio em decorrência</p><p>da morte, fato que se jus�fica em aspectos</p><p>religiosos, polí�cos, familiares e psicológicos.</p><p>No a�nente ao Direito das Sucessões,</p><p>disciplina o Código Civil que:</p><p>a) o companheiro não pode ser escolhido e</p><p>nomeado inventariante em processo de</p><p>inventário, por expressa vedação legal.</p><p>b) a administração da herança será exercida pelo</p><p>inventariante desde a morte do de cujus até a</p><p>homologação da par�lha.</p><p>c) a par�lha será sempre judicial, se os herdeiros</p><p>divergirem, assim como se algum deles for</p><p>incapaz.</p><p>d) a pretensão de anular a par�lha prescreve em</p><p>3 (três) anos.</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>25</p><p>4.1 COMENTÁRIOS</p><p>1. A</p><p>ALTERNATIVA A: CORRETA</p><p>Conforme art. 1.846, do CC: “Pertence aos</p><p>herdeiros necessários, de pleno direito, a metade</p><p>dos bens da herança, cons�tuindo a legí�ma”.</p><p>Portanto, o bem pertence a ambos em partes</p><p>iguais.</p><p>ALTERNATIVA B: INCORRETA</p><p>Conforme art. 2.002, parágrafo único, do CC:</p><p>“Para cálculo da legí�ma, o valor dos bens</p><p>c o n fe r i d o s s e r á c o m p u t a d o n a p a r t e</p><p>indisponível, sem aumentar a disponível”.</p><p>ALTERNATIVA C: INCORRETA</p><p>Conforme art. 541, parágrafo único, do CC: “A</p><p>doação verbal será válida, se, versando sobre</p><p>bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir</p><p>incon�nen� a tradição”.</p><p>ALTERNATIVA D: INCORRETA</p><p>Conforme art. 2.002 do CC: “Os descendentes</p><p>que concorrerem à sucessão do ascendente</p><p>comum são obrigados, para igualar as legí�mas, a</p><p>conferir o valor das doações que dele em vida</p><p>receberam, sob pena de sonegação”.</p><p>2. C</p><p>ALTERNATIVA A: INCORRETA</p><p>O art. 1.789 do CC dispõe que: “Art. 1.789, CC:</p><p>Havendo herdeiros necessários, o testador só</p><p>poderá dispor da metade da herança”.</p><p>ALTERNATIVA B: INCORRETA</p><p>O art. 1.793 do CC estabelece que: “Art. 1.793, CC:</p><p>O direito à sucessão</p><p>aberta, bem como o quinhão</p><p>de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de</p><p>cessão por escritura pública”.</p><p>ALTERNATIVA C: CORRETA</p><p>A alterna�va é a literalidade do parágrafo único</p><p>do art. 1.791, CC.</p><p>ALTERNATIVA D: INCORRETA</p><p>O art. 1.793, §1º do CC, dispõe que: “Art. 1.793,</p><p>§1º - Os direitos, conferidos ao herdeiro em</p><p>consequência de subs�tuição ou de direito de</p><p>acrescer, presumem-se não abrangidos pela</p><p>cessão feita anteriormente”.</p><p>3. B</p><p>ALTERNATIVA A: INCORRETA</p><p>Conforme arts. 2.015 e 2.016 do CC: “Art. 2.015.</p><p>Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer</p><p>par�lha amigável, por escritura pública, termo</p><p>nos autos do inventário, ou escrito par�cular,</p><p>homologado pelo juiz”; “Art. 2.016. Será sempre</p><p>judicial a par�lha, se os herdeiros divergirem,</p><p>assim como se algum deles for incapaz”.</p><p>Portanto, havendo incapaz não será possível que</p><p>o inventário e par�lha se dê pela via extrajudicial.</p><p>No que tange a existência de testamentos, alguns</p><p>estados vêm permi�ndo a realização de</p><p>inventário extrajudicial ainda quando haja</p><p>testamento, embora a regra se ja pe la</p><p>impossibilidade quando da existência de</p><p>testamento.</p><p>ALTERNATIVA B: CORRETA</p><p>É o que dispõe o art. 733, §§ 1º e 2º do NCPC.</p><p>ALTERNATIVA C: INCORRETA</p><p>Conforme arts. 610. § 2º e 733. §2º do NPC, é</p><p>sempre necessário advogado em todos os casos.</p><p>ALTERNATIVA D: INCORRETA</p><p>A asser�va contradiz o que dispõe o art. 733 do</p><p>NCPC, que assim estatui: “Art. 733. O divórcio</p><p>consensual, a separação consensual e a ex�nção</p><p>consensual de união estável, não havendo</p><p>nascituro ou filhos incapazes e observados os</p><p>requisitos legais, poderão ser realizados por</p><p>escritura pública, da qual constarão as</p><p>disposições de que trata o art. 731”.</p><p>É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.</p><p>26</p><p>4. D</p><p>Pelo princípio da saisine, a herança se transmite</p><p>com a morte (art. 1.784 do CC). Até que se ul�me</p><p>a par�lha, a herança será considerada um todo</p><p>indivisível, que permanecerá em condomínio,</p><p>quando então o quinhão de cada herdeiro será</p><p>individualizado (art. 647 e ss do NCPC).</p><p>5. C</p><p>ALTERNATIVA A: INCORRETA</p><p>O art. 617, I, do NCPC dispõe que: “Art. 617. O juiz</p><p>nomeará inventariante: I - o cônjuge ou</p><p>companheiro sobrevivente, desde que es�vesse</p><p>convivendo com o outro ao tempo da morte</p><p>deste”. Portanto, não há qualquer vedação legal a</p><p>que o companheiro seja nomeado inventariante,</p><p>ao contrário, há expressa previsão legal.</p><p>ALTERNATIVA B: INCORRETA</p><p>O art. 1.797 do CC prevê a figura do administrador</p><p>provisório, que poderá ou não ser a mesma</p><p>pessoa do inventariante. O inventariante só</p><p>responde pela herança a par�r do momento em</p><p>que presta compromisso, conforme dispõe o art.</p><p>1.991 do CC, que assim estabelece: “Art. 1.991.</p><p>Desde a assinatura do compromisso até a</p><p>homologação da par�lha, a administração da</p><p>herança será exercida pelo inventariante”.</p><p>ALTERNATIVA C: CORRETA</p><p>O art. 2.016 do CC estabelece que: “Art. 2.016.</p><p>Será sempre judicial a par�lha, se os herdeiros</p><p>divergirem, assim como se algum deles for</p><p>incapaz”.</p><p>ALTERNATIVA D: INCORRETA</p><p>O prazo é de um ano, conforme parágrafo único</p><p>do art. 2.027 do CC.</p>

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