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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU</p><p>AGRONOMIA</p><p>VITÓRIA FUKAMATSU MARIANO DA SILVA</p><p>PEDOLOGIA:</p><p>CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E O LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO</p><p>DE SOLOS NO ESTADO DE RONDÔNIA</p><p>CACOAL</p><p>2024</p><p>VITÓRIA FUKAMATSU MARIANO DA SILVA</p><p>PEDOLOGIA:</p><p>CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E O LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO</p><p>DE SOLOS NO ESTADO DE RONDÔNIA</p><p>Trabalho apresentado ao Curso de</p><p>Agronomia do Centro Universitário Maurício</p><p>de Nassau - UNINASSAU, como parte das</p><p>exigências da disciplina de Gênese do Solo.</p><p>Orientador: Dr. Genaldo Martins de Almeida</p><p>CACOAL</p><p>2024</p><p>RESUMO</p><p>3</p><p>O solo é um dos recursos naturais mais importantes, exercendo papel importante</p><p>sobre o ambiente e, principalmente, a sociedade. Desempenha funções como fonte</p><p>de alimentos, matérias-primas e energia, além de ser o mesmo que o homem é</p><p>capaz de construir e edificar casas, estradas, fábricas e canalizações. A pedologia é</p><p>a ciência encarregada de estudar o solo, tem por objetivo compreender os fatores e</p><p>os processos de formação do solo, além da influência dos mesmos sob os aspectos</p><p>morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do solo e, ainda, sua classificação</p><p>taxonômica. O primeiro nível categórico do Sistema Brasileiro de Classificação de</p><p>Solos (Ordem) é formado por 13 classes de solos: Argissolos, Cambissolos,</p><p>Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos,</p><p>Nitossolos, Organossolos, Planossolos, Plintossolos e Vertissolos. Este trabalho tem</p><p>por objetivo apresentar as principais características e aspectos das classes de solos</p><p>encontradas no estado de Rondônia. O mesmo foi construído com embasamento</p><p>científico de pesquisas realizadas em sites, artigos, livros e outros textos online</p><p>disponíveis na internet.</p><p>Palavras-chave: Solo; Pedologia; Classificação; Rondônia.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5</p><p>2. PEDOLOGIA........................................................................................................... 6</p><p>2.1 PEDOLOGIA: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA................................................6</p><p>2.2 DEFINIÇÃO E ASPECTOS GERAIS SOBRE O SOLO...................................7</p><p>2.3 O SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (SiBCS)........ 10</p><p>2.4 CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS BRASILEIROS...................................... 13</p><p>2.5 LEVANTAMENTO DE SOLOS NO ESTADO DE RONDÔNIA.......................15</p><p>2.5.1 ASPECTOS GERAIS.............................................................................15</p><p>2.5.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS SOLOS E APTIDÃO AGRÍCOLA.......... 18</p><p>2.5.2.1 LATOSSOLOS...............................................................................18</p><p>2.5.2.2 ARGISSOLOS............................................................................... 21</p><p>2.5.2.3 NEOSSOLOS................................................................................ 24</p><p>2.5.2.4 CAMBISSOLOS............................................................................ 26</p><p>2.5.2.5 GLEISSOLOS................................................................................28</p><p>2.5.2.6 PLINTOSSOLOS...........................................................................30</p><p>2.5.2.7 ORGANOSSOLOS........................................................................32</p><p>2.5.2.8 PLANOSSOLOS............................................................................33</p><p>3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 35</p><p>REFERÊNCIAS......................................................................................................... 36</p><p>5</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação do Solo, o solo pode ser</p><p>definido como uma coleção de corpos naturais, que são constituídos por partes</p><p>sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, e formados por materiais</p><p>minerais e orgânicos; os mesmos podem contêm a matéria viva e podem ser</p><p>vegetados na natureza e, eventualmente, terem sido modificados através da ação</p><p>do homem (Santos et al., 2018). A pedologia pode ser definida como a ciência da</p><p>gênese, morfologia e classificação dos solos. Tem por objetivo principal a</p><p>compreensão da interação entre os fatores e processos que possuem influência nos</p><p>atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do solo (PEREIRA et al.,</p><p>2019).</p><p>O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos representa o sistema oficial</p><p>de classificação de solos do Brasil. O SiBCS é constituído por seis níveis</p><p>categóricos, dos quais encontram-se efetivamente implementados os quatro</p><p>primeiros: Ordens, Subordens, Grandes Grupos e Subgrupos (FLORES & ALBA,</p><p>2014). O primeiro nível categórico do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos</p><p>(Ordem) é formado por 13 classes de solos: Argissolos, Cambissolos,</p><p>Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos,</p><p>Nitossolos, Organossolos, Planossolos, Plintossolos e Vertissolos (XAVIER, 2021).</p><p>Entretanto, é preciso compreender quais destes solos estão presentes no</p><p>estado de Rondônia e quais são os seus aspectos e características que possam ser</p><p>relevantes para se entender a melhor forma de manejá-los. Por isso, esse trabalho</p><p>foi construído como um método de se entender melhor sobre o comportamento do</p><p>solo e como ele é classificado. O trabalho está dividido em: Pedologia, conceitos e</p><p>importância; Definição e aspectos sobre o solo; O Sistema Brasileiro de</p><p>Classificação de Solos (SiBCS); Levantamento de solos no estado de Rondônia;</p><p>Aspectos gerais sobre o estado; Descrição sumária: Latossolos, Argissolos,</p><p>Neossolos, Cambissolos, Gleissolos, Plintossolos, Organossolos e Planossolos.</p><p>6</p><p>2. PEDOLOGIA</p><p>2.1 PEDOLOGIA: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA</p><p>O solo é um dos recursos naturais mais importantes, exercendo papel</p><p>importante sobre o ambiente e, principalmente, a sociedade. Desempenha funções</p><p>como fonte de alimentos, matérias-primas e energia, além de ser sob o mesmo que</p><p>o homem é capaz de construir e edificar casas, estradas, fábricas e canalizações</p><p>(RUELLAN, 1988). Logo, entender como o solo funciona é de vital importância para</p><p>se compreender todos os processos que o envolvem e as melhores técnicas de</p><p>manejo agrícola. De acordo com Pereira et.al (2019), a ciência da gênese,</p><p>morfologia e classificação dos solos é denominada de Pedologia (do grego pedon=</p><p>solo, terra). A pedologia tem por objetivo compreender os fatores e os processos de</p><p>formação do solo, além da influência dos mesmos sob os aspectos morfológicos,</p><p>físicos, químicos e mineralógicos do solo e, ainda, sua classificação taxonômica.</p><p>A pedologia apresenta uma grade interdisciplinar muito extensa, utilizando-se</p><p>de conjecturas dos campos de geologia, física, química, biologia, climatologia,</p><p>hidrologia, geomorfologia e outras áreas das ciências (MAMEDE et.al, 2019 apud.</p><p>FALCONI, 2004). Um dos grandes precursores no estudo dos solos foi Vasily</p><p>Dokuchaev (1846-1903) que buscou compreender os processos que envolvem a</p><p>formação do solo. Através de seus trabalhos, esse pesquisador pôde concluir que o</p><p>solo não se tratava apenas de um amontoado de material geológico, mas na</p><p>verdade uma interação de diferentes fatores. Através de Dokuchaev, outras</p><p>conquistas no âmbito de pesquisas do solo foram alcançadas, tais como: a</p><p>categorização dos solos em diferentes classes, o desenvolvimento do conceito de</p><p>horizonte, o entendimento da distribuição dos solos na paisagem e a formalização</p><p>do conceito "fator de formação" que estabeleceu os fundamentos da Pedologia.</p><p>Ainda, com base nos estudos de Dokuchaev, Hans Jenny (1899-1992) publicou o</p><p>modelo mais influente de gênese do solo, seu livro Factors of Soil Formation, em</p><p>1941. Em seu livro, Jenny propôs a influência de cinco fatores determinantes na</p><p>formação do solo: clima, organismos, relevo, material de origem e tempo (PEREIRA</p><p>et.al, 2019).</p><p>7</p><p>2.2 DEFINIÇÃO E ASPECTOS GERAIS SOBRE O SOLO</p><p>Diferentemente de minerais, plantas ou animais, o solo não possui distinções</p><p>perfeitas</p><p>e não pode ser definido com exatidão. Podem ser descritos como a</p><p>camada limite da superfície da terra, pertencendo a camada da pedosfera. Diversas</p><p>camadas como a litosfera, a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera se sobrepõem e</p><p>interagem com a mesma (Figura 1) (SCHROEDER, 1969). Diversos autores já</p><p>tentaram definir o conceito de solo.</p><p>Figura 1: Pedosfera</p><p>Fonte: SCHROEDER, Diedrich (1969)</p><p>De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solo, o mesmo pode</p><p>ser definido como uma coleção de corpos naturais, sendo constituído por partes</p><p>sólidas, líquidas e gasosas. Além de possuir aspectos tridimensionais e dinâmicos,</p><p>formado por partes minerais e orgânicas. Ainda, o solo pode conter matéria viva,</p><p>sendo vegetados na natureza e, eventualmente, são modificados através da ação</p><p>do homem (XAVIER, 2021 apud. SANTOS et.al, 2018).</p><p>Para Shinzato, Teixeira & Mendes (2010), o solo é constituído por diversos</p><p>indivíduos naturais, presentes em sua superfície, sendo eventualmente modificado</p><p>ou mesmo construído através do homem. O mesmo é constituído de matéria</p><p>orgânica, sendo capaz de servir de sustentação para as plantas. Em sua parte</p><p>superior, o solo limita-se entre a atmosfera ou massas de água ou corpos rochosos.</p><p>De forma lateral, limita-se gradualmente com rochas consolidadas ou parcialmente</p><p>alteradas, massas de água ou de gelo.</p><p>Para Schroeder (1969), o solo pode ser conceituado da seguinte maneira:</p><p>8</p><p>Solo é o produto de transformação das substâncias orgânicas e minerais da</p><p>superfície da terra sob a influência dos fatores ambientais que operam por</p><p>um período de tempo muito longo e apresentando uma organização e</p><p>morfologia definidas. É o meio de crescimento para as plantas superiores e</p><p>a base da vida para os animais e seres humanos. Como um sistema de</p><p>tempo-espaço, o solo apresenta quatro dimensões.</p><p>O solo pode ser considerado um dos recursos naturais mais importantes para</p><p>o equilíbrio do ecossistema terrestre (XAVIER, 2024). É o meio natural onde há o</p><p>crescimento e o desenvolvimento de diversos organismos vivos, além de fornecer</p><p>às raízes, crescimento e suporte, água, oxigênio e nutrientes necessários. Pode-se</p><p>concluir então que o solo pode ser considerado um importante componente, visto</p><p>que é um dos substratos mais utilizados para o desenvolvimento da agricultura ao</p><p>longo da história e crescimento das civilizações (RODRIGUES, 2018).</p><p>Ao examinar o solo através da superfície, é possível observar que o mesmo é</p><p>constituído em seções paralelas, organizadas como camadas e/ou horizontes que</p><p>se diferenciam do material de origem inicial. Essa diferenciação ocorre através de</p><p>adições, perdas, translocações e transformações de energia e matéria, que ocorrem</p><p>com o passar do tempo e sob a influência de cinco fatores: clima, organismos,</p><p>relevo, material de origem e tempo. Sabe-se que o clima e os organismos vivos são</p><p>diretamente influenciados pelo relevo e, dessa forma, atuam sobre um material de</p><p>origem ao longo de um determinado tempo, causando uma situação de desequilíbrio</p><p>e resultando no intemperismo e na formação dos solos (Figura 2) (RODRIGUES,</p><p>2018).</p><p>9</p><p>Figura 2: Solo sendo modificado pelos fatores ambientais</p><p>Fonte: RODRIGUES, Renato (2018) apud. Buol et al. (1973, p. 165)</p><p>Realizando uma simples analogia, pode-se dizer que os horizontes são como</p><p>a “impressão digital” dos solos de modo que o conhecimento destas informações</p><p>são são apenas fundamentais para o desenvolvimento científico, mas também na</p><p>definição de ações de uso e manejo do solo. Esquematicamente, os horizontes são</p><p>nomeados com as letras O, A, B ou C de acordo com a posição destes com relação</p><p>à posição deles na superfície do solo (Figura 3). Os horizontes O e A são</p><p>empregados aqueles que se encontram nas primeiras camadas, enquanto que B</p><p>aqueles subsuperficiais. As camadas denominadas com horizonte C estão próximas</p><p>ao material de origem e são pouco intemperizadas. Os processos de formação do</p><p>solo, como dito anteriormente, também são responsáveis pela distinção entre as</p><p>camadas/horizontes do solo. Esses processos de formação são os responsáveis</p><p>pelas características encontradas no solo, tais como a cor, o teor de argila, a</p><p>presença de alumínio, sódio, ferro, entre outros (XAVIER, 2021).</p><p>O solo é composto por fases sólidas, líquidas, gasosas e orgânicas. A fase</p><p>sólida é constituída pelos minerais, que compõem cerca de 45% do volume. As</p><p>fases líquida e gasosa (água e ar) correspondem a cerca de 50% - sendo 25% para</p><p>água e 25% para ar. Por fim, a fase orgânica do solo (matéria orgânica) que</p><p>corresponde aos últimos 5%. No entanto, mesmo que a menor parte do solo seja</p><p>composta pela matéria orgânica - presente nos primeiros 5 a 10 cm do solo -, a</p><p>mesma representa um papel fundamental como fonte de energia aos</p><p>microrganismos que nela habitam (XAVIER, 2021).</p><p>10</p><p>Figura 3: Horizontes do solo</p><p>Fonte: https://agroadvance.com.br/blog-perfil-do-solo/</p><p>Em grande parte, os problemas relacionados ao solo estão, principalmente,</p><p>na complexidade e dificuldade de sua caracterização e identificação. É através</p><p>desses dados que se pode determinar as limitações e potencialidades do solo,</p><p>refletindo diretamente em seu manejo para um uso adequado (SHINZATO,</p><p>TEIXEIRA & MENDES, 2010). O Brasil tem sido um país de destaque no que tange</p><p>a realização de estudos de solos tropicais, sendo a maior parte dos dados</p><p>adquiridos através do levantamento de solos, entre outros estudos. No entanto,</p><p>observa-se que a disponibilidade desses materiais é praticamente ineficiente, uma</p><p>vez que, em sua grande parte, esses dados são apresentados em grandes volumes,</p><p>além de apresentarem um alto grau de complexidade e pouca normatização dos</p><p>dados, que acaba por dificultar a utilização dos mesmos (FLORES & ALBA, 2014).</p><p>2.3 O SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (SiBCS)</p><p>Os solos são classificados, no Brasil e no mundo, através de classes. Cada</p><p>uma dessas classes reúne características distintas que são expressas em seu</p><p>horizontes, como por exemplo: teor de argila, cor, teor de nutrientes, profundidade,</p><p>tipos de estrutura e etc. A fim de facilitar a compreensão no estudo dos solos,</p><p>diferentes sistemas de classificação de solo foram criados para reunir todos dados</p><p>possíveis desses solos e enquadrá-los em suas respectivas classes. A Sociedade</p><p>11</p><p>Internacional de Ciência do Solo para os países da Europa, desenvolveu o mais</p><p>antigo sistema de classificação que originou o atual sistema World Reference Base</p><p>for Soil Resources (WRB), ou em português “Base Mundial de Referência para</p><p>Recursos do Solo”. Os Estados Unidos também criaram um importante sistema de</p><p>classificação de solos, denominado de Sistema Americano de Classificação do Solo</p><p>(“Soil Taxonomy” em inglês), sendo utilizado neste sistema a designação dos solos</p><p>em ordens, ao invés de classes (XAVIER, 2021).</p><p>O Brasil também criou um sistema de classificação de solo, SiBCS (Sistema</p><p>Brasileiro de Classificação de Solo). O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos</p><p>representa o sistema oficial de classificação de solos do Brasil. É uma prioridade</p><p>nacional que envolve diversas instituições de ensino e pesquisa do país desde os</p><p>primeiros esforços de organização, surgindo na década de 1970. Através de</p><p>abordagens sucessivas, o SiBCS busca estabelecer um sistema hierárquico, com</p><p>várias categorias e flexível o suficiente para a inclusão de novas classes,</p><p>possibilitando a classificação de todos os tipos de solos presentes no território</p><p>brasileiro (SANTOS et.al, 2018). Foi criado através da evolução do antigo sistema</p><p>americano, apresenta uma dinâmica de revisões e aperfeiçoamentos sistemáticos</p><p>realizados por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O</p><p>SiBCS é constituído por seis níveis categóricos, dos quais encontram-se</p><p>efetivamente implementados os quatro primeiros: Ordens, Subordens, Grandes</p><p>Grupos e Subgrupos (FLORES & ALBA, 2014).</p><p>A estrutura hierárquica de classificação do solo depende dos níveis</p><p>superiores para determinar o</p><p>nível categórico inferior ao qual pertence. Isso pode</p><p>ser visto na convenção de nomenclatura, onde o nome completo de uma subordem</p><p>inclui o nome da ordem e assim por diante para os demais níveis categóricos. Para</p><p>classificar um solo de acordo com o SiBCS, é realizada uma amostragem de campo</p><p>de um perfil de solo. O perfil do solo (Figura 4), é um corte vertical que abrange a</p><p>sequência de horizontes, bem como o material do solo subjacente que sofreu</p><p>mínima ou nenhuma transformação por processos pedogenéticos, juntamente com</p><p>a camada superficial de resíduos orgânicos (FLORES & ALBA, 2014).</p><p>12</p><p>Figura 4: Exemplo de Perfil do Solo</p><p>Fonte: https://www.agricultura.pr.gov.br/PronasolosPR/Pagina/PERFIL-DE-SOLO</p><p>O primeiro nível categórico do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos</p><p>(Ordem) é formado por 13 classes de solos: Argissolos, Cambissolos,</p><p>Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos,</p><p>Nitossolos, Organossolos, Planossolos, Plintossolos e Vertissolos (XAVIER, 2021).</p><p>Os nomes são formados pela associação de um elemento formativo com a</p><p>terminação “-ssolos” (Figura 5) (SANTOS et al., 2018).</p><p>13</p><p>Figura 5: Elementos formativos e significados dos nomes das classes</p><p>Fonte: SANTOS, Humberto et.al (2018)</p><p>2.4 CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS BRASILEIROS</p><p>A vasta extensão de terra no Brasil exibe uma variedade notável de tipos de</p><p>solo, que se correlaciona diretamente com os vários graus de interação entre</p><p>características topográficas distintas, padrões climáticos, materiais de origem,</p><p>vegetação e organismos associados. Consequentemente, esses fatores, aliados ao</p><p>passar do tempo, dão origem a diversos processos de formação do solo. Esta ampla</p><p>diversidade de solos é atribuída às características inerentes à nossa nação,</p><p>incluindo o seu potencial e limitações de utilização, bem como às disparidades</p><p>regionais em termos de ocupação, utilização e desenvolvimento global da terra</p><p>(MANZATTO, JUNIOR & PERES, 2002). As condições tropicais, porém, levam à</p><p>14</p><p>formação de tipos de solo no Brasil que são muito específicos, principalmente na</p><p>Amazônia e no Cerrado, onde os fatores de formação se combinam com os níveis</p><p>de precipitação muito superiores à evapotranspiração (SOUZA, 2019).</p><p>No Brasil (Figura 6), as classes de maior expressão são os Latossolos e</p><p>Argissolos, que correspondem a aproximadamente 56% do território nacional</p><p>(PEREIRA et al., 2019 apud SANTOS et al., 2018). Ao examinar as paisagens</p><p>brasileiras por região, fica evidente que as diferenças regionais são devido às</p><p>enormes mudanças em seu solo, condições climáticas e geomorfológicas que</p><p>refletem diretamente o potencial agrícola do terreno, a diversidade da paisagem e</p><p>os seus aspetos relacionados com a tipologia e o uso da terra domina, influenciando</p><p>o desenvolvimento diferenciado de diversas regiões do país (MANZATTO, JUNIOR</p><p>& PERES, 2002).</p><p>Figura 6: Solos brasileiros</p><p>Fonte:</p><p>https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/17550684/programa-fara-mapeamento-completo-</p><p>dos-solos-brasileiros</p><p>15</p><p>2.5 LEVANTAMENTO DE SOLOS NO ESTADO DE RONDÔNIA</p><p>A região norte do país é caracterizada por um território de planícies e baixos</p><p>planaltos, tipo de clima equatorial, calor permanente e um alto teor de umidade</p><p>atmosférica. Os solos desta região são predominantemente profundos, altamente</p><p>intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade natural, e comumente saturados por</p><p>alumínio tóxico para a maioria das plantas, o que diminui significativamente o</p><p>potencial produtivo de suas terras, quando não adequadamente manejadas</p><p>(MANZATTO, JUNIOR & PERES, 2002).</p><p>2.5.1 ASPECTOS GERAIS</p><p>Rondônia é uma das 27 unidades federativas do Brasil, possui 52 municípios.</p><p>É o 23º estado mais populoso do país e o 3º da Região Norte, com cerca de 1,58</p><p>milhões de habitantes (SCHLINDWEIN et al., 2012 apud IBGE, 2012). O estado de</p><p>Rondônia está localizado no Bioma Amazônico, possuindo uma área total de</p><p>23.757.600,00 ha (Figura 7). Cerca de 34% do seu território está ocupado por</p><p>cultivos perenes, anuais e bianuais não arbóreos, enquanto que 65% está ocupado</p><p>por complexos vegetativos naturais e/ou arbóreos (Figura 8) (SILVA, 2021). Ocupa a</p><p>22ª posição entre os estados, com um PIB (Produto Interno Bruto) de 15 bilhões de</p><p>reais, correspondendo a 0,56% do PIB nacional (SCHLINDWEIN et al., 2012).</p><p>16</p><p>Figura 7: Localização do estado de Rondônia no Bioma Amazônico do Brasil</p><p>Fonte: SILVA, Felipe (2012)</p><p>Figura 8: Uso e ocupação do solo de Rondônia, Brasil</p><p>Fonte: SILVA, Felipe (2012)</p><p>17</p><p>O clima predominante no estado de Rondônia é tropical quente e úmido,</p><p>possuindo uma média de chuvas (Figura 9) de 1400 a 2600 mm por ano, sendo os</p><p>meses de Outubro a Abril aqueles que apresentam chuvas intensas. Enquanto isso,</p><p>os mesmo de Junho a Agosto possuem precipitação menor que 50 mm ao mês.</p><p>Durante os meses mais frios, a temperatura é, em média, superior aos 18ºC,</p><p>enquanto que os meses mais quentes podem variar entre 30 a 35 ºC, uma média</p><p>geral variando entre 24 e 26 ºC (SILVA, 2021 apud SEDAM, 2012).</p><p>Schlindwein et al., (2012 apud SEDAM, 2012) descreve que o relevo</p><p>presente no estado é suavemente ondulado, sendo que 94% do território possui</p><p>altitudes de 100 a 600 metros (Figura 10). As principais rendas econômicas são</p><p>baseadas na pecuária de corte e de leite, agricultura (café, soja, milho, arroz, feijão,</p><p>mandioca, cacau) e também no extrativismo da madeira, de minérios e da borracha.</p><p>Figura 9: Precipitação (mm) média (período de 1977 a 2006) do acúmulo de chuvas</p><p>entre outubro e abril</p><p>Fonte: SILVA, Felipe (2012)</p><p>18</p><p>Figura 10: Declividade do estado de Rondônia, Brasil</p><p>Fonte: SILVA, Felipe (2012)</p><p>2.5.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS SOLOS E APTIDÃO AGRÍCOLA</p><p>2.5.2.1 LATOSSOLOS</p><p>Os Latossolos (Figura 11) são aqueles que se apresentam em maior</p><p>abundância no território brasileiro, ocupando cerca de 39% da área do Brasil. O</p><p>nome Latossolo deriva do latim “lato”: largo, vasto, amplo, extensivo. Os Latossolos</p><p>estão distribuídos nas regiões equatoriais e tropicais, onde há intensas atividades</p><p>erosivas (SANTANA & AZARIAS, 2021).</p><p>Latossolos são solos minerais, homogêneos, havendo pouca diferença entre</p><p>os horizontes ou camadas. Podem ser facilmente reconhecidos através de sua cor</p><p>quase homogênea com a profundidade. São solos profundos, bem drenados e com</p><p>baixa capacidade de troca de cátions, com textura média ou mais fina (argilosa,</p><p>muito argilosa) e, com mais frequência, apresentam pouca fertilidade (IAC, 2024).</p><p>Compreendem solos com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer</p><p>um dos tipos de horizonte diagnóstico superficial, exceto hístico (SHINZATO,</p><p>TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>19</p><p>Figura 11: Perfil de um Latossolo</p><p>Fonte: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/latossolos</p><p>Dentre os cinco fatores de formação do solo, relevo, clima e tempo são os</p><p>principais fatores que agem sobre a formação dos latossolos. Nos pontos mais altos</p><p>de uma paisagem, onde o fator relevo condiciona a boa drenagem e, associado a</p><p>pequenas declividades, favorecem uma maior infiltração de água (fornecida pelo</p><p>fator clima). Quanto maior a umidade condicionada ao sistema, intensifica-se as</p><p>reações de hidrólise que, por sua vez, são responsáveis pela transformação dos</p><p>minerais presentes no mesmo, predominando o quartzo na fração areia e caulinita e</p><p>óxidos de ferro e alumínio na fração argila. Devido às altas taxas de infiltração e</p><p>drenagem do solo, um processo denominado como lixiviação pode ser intensificado.</p><p>A lixiviação é o processo onde as camadas superficiais do solo são “lavadas” e seus</p><p>nutrientes dentre outros são levados ao lençol freático. Nos Latossolos, a lixiviação</p><p>leva a perda de nutrientes como os cátions Ca+2, Mg+2, K+, entre outros. Com o</p><p>passar do tempo, o processo de intemperização destes solos leva a formação de</p><p>20</p><p>solos maduros do ponto de vista pedogenético. A combinação dos fatores citados</p><p>anteriormente, em ação conjunta de múltiplas transformações e perda caracterizam</p><p>o processo</p><p>de ferralitização, principal atuante na formação dos Latossolos</p><p>(PEREIRA et al., 2019 APUD KAMPF & CURI, 2012).</p><p>Os Latossolos são caracterizados como normalmente profundos, mais de 2m,</p><p>apresentando um horizonte B bem espesso, geralmente maior a 50 cm, além de</p><p>horizontes A, B e C pouco diferenciados. De uma forma geral, estes solos possuem</p><p>coloração entre vermelho escuro e amareladas, sendo o horizonte A caracterizado</p><p>pelas cores escuras, cores vivas no horizonte B e mais claras no C. A Sílica (SiO2) e</p><p>as bases trocáveis (em particular Ca, Mg e K) são removidos do solo através do</p><p>intemperismo, o que leva ao enriquecimento do mesmo com óxidos de ferro e de</p><p>alumínio que são agentes agregantes, dando um aspecto maciço poroso, além</p><p>disso, apresentam uma estrutura granular muito pequena e, são macios quando</p><p>secos e altamente friáveis quando úmidos (SOUSA & LOBATO, 2021).</p><p>Apresentam teor de silte inferior a 20% e argila variando de 15% e 80%. São</p><p>solos com alta permeabilidade à água e podem ser trabalhados com uma grande</p><p>amplitude de umidade. Estes solos apresentam tendência em formar crostas</p><p>superficiais devido à floculação/agregação das porções de argila que passam a se</p><p>comportar como silte e areia fina. A fração silte desempenha papel importante no</p><p>encrostamento podendo ser evitado utilizando-se e manejando o solo com o uso da</p><p>cobertura vegetal especialmente em áreas de pastagem. Possuem uma pequena</p><p>reserva de nutrientes para as plantas, mais de 95% dos latossolos são distróficos e</p><p>ácidos, com pH entre 4,0 e 5,5 e teores de fósforo disponíveis extremamente</p><p>baixos, quase sempre inferiores a 1mg/dm3. Geralmente são solos com problemas</p><p>grandes de fertilidade (SOUSA & LOBATO, 2021).</p><p>Os Latossolos estão distribuídos em regiões amplas e antigas superficiais de</p><p>erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos, ocorrendo normalmente em relevos</p><p>planos e suavemente ondulados, embora possam ocorrer em áreas mais</p><p>acidentadas, inclusive em relevo montanhoso (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES,</p><p>2010). Encontram-se amplamente distribuídos pelo país, especialmente em</p><p>ambientes úmidos onde a intemperização ocorre de forma mais intensa (PEREIRA</p><p>et al., 2019). Está presente nas seguintes cidades: Porto Velho, Guajará-Mirim,</p><p>Machadinho do Oeste, Candeias do Jamari, São Miguel do Guaporé, Alto Paraíso,</p><p>21</p><p>Costa Marques, Seringueiras, Itapuã do Oeste, Vale do Anari, Rio Crespo e</p><p>Pimenteiras do Oeste (IBGE, 2006).</p><p>Os Latossolos podem ser divididos em quatro subordens: Latossolos Brunos,</p><p>Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelhos e Latossolos Vermelhos-Amarelos</p><p>(JACOMINE, 2009).</p><p>2.5.2.2 ARGISSOLOS</p><p>Os Argissolos ocupam a segunda maior extensão de área no Brasil</p><p>(PEREIRA et al., 2019), em Rondônia, ocupando aproximadamente 40% da área do</p><p>estado. Compreendem solos que têm como característica principal a presença do</p><p>horizonte B textural imediatamente abaixo do horizonte A ou E (SHINZATO,</p><p>TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Dentre os fatores de formação dos solos, relevo e clima são aqueles que</p><p>possuem maior relevância quanto aos Argissolos. Na paisagem, em áreas de</p><p>declive suave e com boa drenagem, o clima, através das chuvas, pode favorecer a</p><p>uma maior infiltração de água no solo e, assim, ocasionar o processo de</p><p>translocação de partículas de argila dispersas, dos horizontes superficiais para os</p><p>horizontes subsuperficiais, caracterizando o processo de eluviação/iluviação, agente</p><p>responsável pelo aumento do teor de argila em profundidade. Em locais de maior</p><p>declividade, há uma intensificação no escoamento superficial e, consequentemente,</p><p>levando a perda das partículas de argilas dos horizontes superficiais através da</p><p>erosão, caracterizando o processo de elutriação, resultando em um aumento</p><p>significativo do teor de argila nas camadas mais profundas (PEREIRA et al., 2019</p><p>APUD KAMPF & CURI, 2012).</p><p>Os Argissolos são solos minerais que apresentam uma nítida diferenciação</p><p>entre as camadas ou horizontes. Estes solos podem ser arenosos, de textura média</p><p>ou argilosos no horizontes mais superficiais. Além disso, apresentam uma coloração</p><p>mais forte (amareladas, brunadas ou avermelhadas), maior coesão e maior</p><p>plasticidade e pegajosidade em profundidade, devido ao alto teor de argila. Em</p><p>relação à fertilidade dos Argissolos, esta pode variar de acordo com o material de</p><p>origem. Sua retenção de água é maior nos horizontes subsuperficiais,</p><p>constituindo-se como um reservatório de água para as plantas (IAC, 2024).</p><p>22</p><p>Figura 12: Perfil de um Argissolo</p><p>Fonte:</p><p>https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-caatinga/solos/argissolo</p><p>s#:~:text=S%C3%A3o%20solos%20medianamente%20profundos%20a,baixos%20teores%20de%20</p><p>mat%C3%A9ria%20org%C3%A2nica.</p><p>Apresentam com frequência uma baixa atividade de argila (CTC), podendo</p><p>ser alíticos (altos teores de alumínio), distróficos (baixa saturação de bases) ou</p><p>eutróficos (alta saturação de bases), sendo normalmente ácido. Os argissolos</p><p>distróficos e os alíticos apresentam uma baixa fertilidade natural e acidez elevada e,</p><p>nos casos dos alíticos, além dessas características, a presença de altos teores de</p><p>alumínio. Os eutróficos são naturalmente mais ricos em elementos essenciais às</p><p>plantas como cálcio, magnésio e potássio (ZARONI, 2021). Ocorrem</p><p>predominantemente no terço superior e médio da paisagem, normalmente em relevo</p><p>suave ondulado e ondulado (PEREIRA et al., 2019 e estão presentes nos</p><p>municípios de Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Espigão</p><p>23</p><p>d’Oeste, Buritis, Nova Mamoré, Alta Floresta do Oeste, Presidente Médici,</p><p>Cerejeiras, Nova Brasilândia do Oeste, Alvorada do Oeste, Monte Negro, Alto</p><p>Alegre dos Parecis, Urupá, Mirante da Serra, Campo Novo de Rondônia,</p><p>Theobroma, Governador Jorge Teixeira, Novo Horizonte do Oeste, Corumbiara,</p><p>Santa Luzia do Oeste, Vale do Paraíso, Ministro Andreazza, Nova União, São Felipe</p><p>do Oeste, Teixeirópolis, Cacaulândia, Parecis, Castanheiras e Primavera de</p><p>Rondônia (IBGE, 2006). É importante frisar que esse mesmo horizonte (B) pode</p><p>ocorrer em diversas profundidades, implicando em solos com aspectos</p><p>semelhantes, mas com comportamentos diferenciados, principalmente devido às</p><p>características dos horizontes subjacentes. É comum a presença de cascalhos,</p><p>pedregosidade e, até mesmo, rochosidade, quando desenvolvidos em relevos</p><p>montanhosos. Essas características podem limitar tanto a utilização agrícola destes</p><p>solos, como aterros sanitários, cemitérios, etc (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES,</p><p>2010).</p><p>Argissolos com maior fertilidade natural (eutróficos), com boas condições de</p><p>drenagem físicas e em relevos mais suaves possuem um maior potencial para uso</p><p>agrícola. As principais limitações destes solos estão relacionadas com a baixa</p><p>fertilidade, acidez, teores elevados de alumínio e a suscetibilidade aos processos</p><p>erosivos, principalmente quando estes estão presentes em relevos com maior</p><p>movimentação. Os Argissolos tendem a ter uma maior facilidade em sofrer com o</p><p>processo de erosão por conta da relação textural presente, havendo uma diferença</p><p>nas taxas de infiltração de água nos solos superficiais e subsuperficiais. Entretanto,</p><p>em solos com textura mais leve ou de textura média, e com menor relação textural,</p><p>são mais porosos, possuindo uma alta permeabilidade e, portanto, são menos</p><p>suscetíveis à erosão (ZARONI, 2021).</p><p>De acordo com as limitações relacionadas aos Argissolos, a sua utilização</p><p>exige um manejo adequado com a adoção de correção, adubação e de práticas</p><p>conservacionistas para o controle da erosão (ZARONI, 2021). Devem ser</p><p>destinados principalmente ao cultivo de lavouras perenes com menor revolvimento</p><p>do solo, ou culturas anuais com intensa utilização de práticas conservacionistas</p><p>(PEREIRA et al., 2019).</p><p>24</p><p>2.5.2.3 NEOSSOLOS</p><p>A palavra Neossolo deriva do grego “neos” que significa novo, jovem.</p><p>Representação de solos em início de formação ou pouco desenvolvidos. No Brasil,</p><p>os Neossolos representam cerca de 15% do território nacional e podem estar</p><p>distribuídos por todas as regiões (SANTANA & AZARIAS, 2021). A classe dos</p><p>Neossolos representa tipos distintos de ambiente, desde planícies fluviais até áreas</p><p>montanhosas, abrangendo 10% do território do estado de Rondônia (SHINZATO,</p><p>TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>São solos constituídos por material mineral ou material orgânico de pouca</p><p>espessura que não apresentam alterações expressivas de seu material de origem</p><p>devido à baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos, seja em</p><p>relação das características relacionadas ao material de origem, como maior</p><p>resistência ao intemperismo ou sua composição químico-mineralógica, ou por</p><p>influência dos demais fatores de formação (clima, relevo ou tempo), que podem</p><p>impedir ou limitar a evolução dos solos (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Apresentam uma certa predominância de características herdadas do material de</p><p>origem, o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos define-os como pouco</p><p>desenvolvidos e sem a presença de horizonte diagnóstico (ZARONI, 2021).</p><p>Os Neossolos apresentam sequência de horizontes A-C, podendo ser muito</p><p>profundos (Neossolos Quartzarênicos e Neossolos Flúvicos), rasos (Neossolos</p><p>Regolíticos) e muito rasos (Neossolos Litólicos) (CARVALHO, 2024). São</p><p>constituídos por material mineral herdado do material de origem e orgânicos com</p><p>menos de 20 cm de espessura (SANTANA & AZARIAS, 2021).</p><p>Uma vez que estes solos são rasos, os mesmos apresentam uma baixa</p><p>capacidade de retenção de água e elevada suscetibilidade à inundação, os</p><p>Neossolos têm restrições para o uso agrícola. Desta maneira, torna-se</p><p>indispensável o manejo conservacionista que evite a degradação desse solo</p><p>(SANTANA & AZARIAS, 2021). Em regiões de áreas planas, os Neossolos com</p><p>maior fertilidade natural (eutróficos) e de maior profundidade, apresentam um maior</p><p>potencial para utilização agrícola. Os Neossolos com baixa fertilidade natural</p><p>(distróficos) e mais ácidos, possuem uma maior dependência do uso de adubação e</p><p>de calagem para correção da acidez. Os Neossolos de textura arenosa apresentam</p><p>restrição causada pela baixa retenção de umidade (ZARONI, 2021).</p><p>25</p><p>Figura 13: Perfil de um Neossolo</p><p>Fonte: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/neossolos</p><p>O uso dos Neossolos deve ser restringido quando estes estiverem próximos</p><p>dos cursos d’água, por ser área de preservação das matas ciliares. Já em</p><p>ambientes onde há relevos mais declivosos, os Neossolos mais rasos apresentam</p><p>fortes limitações para o uso agrícola relacionadas à restrição à mecanização e à</p><p>forte suscetibilidade aos processos erosivos (ZARONI, 2021). Está presente nos</p><p>seguintes municípios: Vilhena e Chupinguaia (IBGE, 2006).</p><p>Os Neossolos podem ser classificados em quatro subordens: Neossolos</p><p>Litólicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Regolíticos e Neossolos Quartzarênicos</p><p>(JACOMINE, 2009). O mesmo descreveu-os como:</p><p>– Neossolos Litólicos: solos com horizonte A ou hístico, assentes</p><p>diretamente sobre a rocha, sobre horizonte e/ou Cr, ou sobre material com</p><p>90% (por volume) ou mais de sua massa constituída por fragmentos de</p><p>rocha com diâmetro maior que 2mm, que apresentam um contato lítico ou</p><p>fragmentário dentro de 50cm da superfície do solo.</p><p>26</p><p>– Neossolos Flúvicos: solos derivados de sedimentos aluviais e que</p><p>apresentam caráter flúvico.</p><p>– Neossolos Regolíticos: solos com contato lítico a uma profundidade maior</p><p>que 50 cm e horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr e que</p><p>apresentam também:</p><p>a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis na fração areia total e/ou no</p><p>cascalho, porém referidos a 100g de TFSA; e/ou,</p><p>b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr dentro de 150cm</p><p>de profundidade, apresentando fragmentos da rocha semi–intemperizada,</p><p>saprólito ou fragmentos formados por restos de estrutura orientada da</p><p>rocha.</p><p>– Neossolos Quartzarênicos: outros solos essencialmente quartzosos,</p><p>virtualmente desprovidos de materiais primários alteráveis, sem contato</p><p>lítico dentro de 50cm de profundidade, com sequência de horizontes A–C,</p><p>porém apresentando textura areia ou areia franca em todos os horizontes</p><p>até no mínimo, a profundidade de 150cm a partir da superfície do solo ou</p><p>até contato lítico (JACOMINE, 2009).</p><p>2.5.2.4 CAMBISSOLOS</p><p>Em Rondônia, os Cambissolos (Figura 14) ocupam apenas 4% da área total</p><p>do estado. Estes solos se encontram em estágio intermediário de intemperismo,</p><p>com alterações físicas e químicas não muito avançadas. Não são solos profundos e</p><p>mostram teores significativos dos minerais primários facilmente intemperizáveis e</p><p>atividade da fração argila de média a alta. Ocorrem em todos os planos de relevo,</p><p>desde plano até montanhoso (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Os Cambissolos são solos constituídos por material mineral, com horizonte B.</p><p>Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das</p><p>condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para</p><p>outro (CUNHA et al., 2021). O horizonte B, também chamado de horizonte B</p><p>incipiente (Bi) que pode apresentar baixa ou alta saturação por bases (distróficos e</p><p>eutróficos, respectivamente), baixa a alta atividade da argila. Variam de solos</p><p>poucos profundos a profundos, sendo normalmente de baixa permeabilidade</p><p>(ZARONI, 2021).</p><p>27</p><p>Figura 14: Perfil de um Cambissolo</p><p>Fonte:</p><p>https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-caatinga/solos/cambiss</p><p>olos#:~:text=S%C3%A3o%20solos%20fortemente%2C%20at%C3%A9%20imperfeitamente,atividade</p><p>%20qu%C3%ADmica%20da%20fra%C3%A7%C3%A3o%20coloidal.</p><p>Abrangem solos com textura média ou mais fina e ausência de grande</p><p>desenvolvimento pedogenético, são solos que apresentam uma significativa taxa de</p><p>fragmentos de rocha na massa do solo e outros indícios do intemperismo incipiente</p><p>do solo (que está no começo). A depender do caso, o acúmulo de materiais</p><p>primários nos Cambissolos pode contribuir para a formação de uma reserva</p><p>nutricional para as plantas, imprescindível para os cultivos florestais e perenes.</p><p>Estes solos apresentam cores mais vivas e mais desenvolvidas nos horizontes</p><p>subsuperficiais em relação aos materiais puramente herdados da rocha,</p><p>tornando-os em muitos casos, aptos para o uso agrícola, desde que, haja ações</p><p>28</p><p>mitigadoras de alguns fatores restritivos, tais como: pedregosidade, pequena</p><p>profundidade e declividade excessiva (IAC, 2024).</p><p>O horizonte B incipiente (Bi) tem uma textura franco-arenosa ou mais</p><p>argilosa, e o solum, geralmente apresenta uniformemente teores de argila, podendo</p><p>ocorrer uma ligeira mudança (decréscimo ou incremento) de argila do horizonte A</p><p>para o Bi. A estrutura do horizonte B pode se apresentar em formas de blocos,</p><p>granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de</p><p>agregados, com grãos simples ou maciços. Quando os Cambissolos apresentam</p><p>uma espessura mínima mediana (50-100 cm de profundidade) e sem restrição de</p><p>drenagem, em relevo pouco movimentado, eutróficos ou distróficos, apresentam</p><p>bom potencial agrícola. Quando situados em planícies aluviais estão sujeitas a</p><p>inundações, que se frequente e de média a longa duração são fatores limitantes ao</p><p>pleno uso agrícola desses solos (CUNHA et al., 2021).</p><p>Os Cambissolos compreendem três subordens: Cambissolos Húmicos, que</p><p>apresentam o horizonte A húmico; Cambissolos Flúvicos, aquele que tem caráter</p><p>flúvico dentro de 120cm da superfície do solo; e Cambissolos Háplicos, que não se</p><p>enquadram nos anteriores (JACOMINE, 2009). Este solo está de forma</p><p>predominantemente nos municípios de Pimenta Bueno e Rolim de Moura (IBGE,</p><p>2006).</p><p>2.5.2.5 GLEISSOLOS</p><p>A palavra Gleissolo deriva do russo “gley” que significa massa pastosa,</p><p>conotativo do excesso de água nestes solos. Os Gleissolos (Figura 15) ocupam</p><p>cerca de 4% do território nacional, e podem ser encontrados em áreas de restrição</p><p>de drenagem como em regiões próximas aos cursos d’água, várzeas e baixadas</p><p>(SANTANA & AZARIAS, 2021). No estado de Rondônia, eles ocupam 2,20% da</p><p>área total do estado. Compreendem solos</p><p>hidromórficos, constituídos por material</p><p>mineral que apresenta horizonte glei dentro de 150cm da superfície do solo,</p><p>imediatamente abaixo do hístico (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Os Gleissolos são formados em condições de alagamento, seja ele</p><p>temporário ou permanente, determinando a formação do horizonte glei. O horizonte</p><p>possui características peculiares, com cores acinzentadas, que retratam o efeito de</p><p>ascensão e descensão do lençol freático, processo que regula os fenômenos de</p><p>oxirredução de ferro (CURCIO, BONNET & DEBRINO, 2021). A textura destes solos</p><p>29</p><p>pode ser variável entre arenosa e argilosa, fertilidade entre baixa e alta são bastante</p><p>dependentes dos solos do seu entorno e de solos de outras posições à montante.</p><p>As limitações mais comuns dos Gleissolos são sua elevada frequência de</p><p>inundação e o longo período de solo saturado por água, consequência de cheias</p><p>dos cursos d’água ou da elevação do lençol freático (ICA, 2024).</p><p>Figura 15: Perfil de um Gleissolo</p><p>Fonte:</p><p>https://www.agricultura.pr.gov.br/PronasolosPR/Pagina/GLEISSOLOS-DO-SUBPLANALTO-CASCAV</p><p>EL-caracteristicas-e-potencial-de-uso#:~:text=Gleissolos%20s%C3%A3o%20solos%20minerais%20f</p><p>ormados,dentro%20dos%20primeiros%2050%20cm.</p><p>Caracteriza-se pelo baixo grau de desenvolvimento e pela variabilidade de</p><p>sua composição química e física porque seu processo de formação depende da</p><p>natureza do material sedimentado em ambiente de várzea ou depressão. As cores</p><p>predominantes são acinzentadas e avermelhadas, devido aos processos de</p><p>30</p><p>oxidação do ferro. Apesar do potencial para a exploração agrícola, estes solos</p><p>apresentam limitações de uso e manejo, em razão da elevação do lençol freático</p><p>durante boa parte do ano (SANTANA & AZARIAS, 2021).</p><p>São eventualmente formados em áreas inclinadas sob influência do</p><p>afloramento de água subterrânea (surgentes). São solos que ocorrem sob</p><p>vegetação hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea (ZARONI, 2021). Os</p><p>Gleissolos podem ser encontrados com predominância em cidades como: São</p><p>Francisco do Guaporé, Cujubim e Cabixi (IBGE, 2006).</p><p>Os Gleissolos podem ser classificados em quatro subordens: Gleissolos</p><p>Tiomórficos, Gleissolos Sálicos, Gleissolos Melânicos e Gleissolos Háplicos</p><p>(JACOMINE, 2009).</p><p>– Gleissolos Tiomórficos: solos com horizonte sulfúrico e/ou materiais</p><p>sulfídricos, dentro de 100cm a partir da superfície.</p><p>– Gleissolos Sálicos: solos com caráter sálico (CE ≥ 7ds/m, a 25ºC) em um</p><p>ou mais horizontes, dentro de 100cm a partir da superfície.</p><p>– Gleissolos Melânicos: solos com horizonte H hístico com menos de 40cm</p><p>de espessura, ou horizonte A húmico, proeminente ou chernozêmico.</p><p>– Gleissolos Háplicos: outros solos que não se enquadram nas classes</p><p>anteriores (JACOMINE, 2009).</p><p>2.5.2.6 PLINTOSSOLOS</p><p>Plintossolo, palavra derivada do grepo "plinthos" significa material argiloso</p><p>colorido que tem como característica principal o endurecimento quando estão secos</p><p>(SANTANA & AZARIAS, 2021). Estes solos são formados pelas seguintes</p><p>substâncias minerais: plíntico, litoplíntico ou concrecionário, sendo todas elas</p><p>resultando do processo de separação localizada do ferro, elemento que funciona</p><p>como a ligação. São formados em condições em que há dificuldade de drenagem.</p><p>(SANTOS et al., 2018).</p><p>Os Plintossolos (Figura 16) podem ser encontrados em quase todas as</p><p>regiões, mas geralmente é característico de paisagens com clima quente e úmido,</p><p>em especial aquelas onde as estações são secas e ensolaradas, ou com um</p><p>período de chuvas reduzido (SANTOS et al., 2018). Representam cerca de 6% do</p><p>território nacional (SANTANA & AZARIAS, 2021) e pelo menos 5% da área total do</p><p>estado de Rondônia (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Devido ao seu terreno plano ou suavemente ondulado, possui potencial</p><p>agrícola e é muito utilizado para o cultivo de arroz irrigado. Os materiais de</p><p>construção de estradas podem ser produzidos a partir de concreto. As principais</p><p>31</p><p>limitações deste tipo de solo utilizado para fins agrícolas estão associadas à baixa</p><p>fertilidade natural, elevada acidez e drenagem. Além de manter a drenagem, o</p><p>cuidado adequado dos Plintossolos inclui a correção dos níveis de acidez e</p><p>alumínio, prejudiciais à maioria das plantas, e a fertilização de acordo com a</p><p>necessidade da planta (ZARONI, 2021). Os Plintossolos apresentam aptidão</p><p>restrita para pastagem natural, sem aptidão para reflorestamento (SPERA et al.,</p><p>2004).</p><p>Figura 16: Perfil de um Plintossolo</p><p>Fonte: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/plintossolos</p><p>Compreende 3 subordens.</p><p>– Plintossolos Pétricos: solos com horizonte concrecionário ou horizonte</p><p>litoplíntico.</p><p>– Plintossolos Argilúvicos: solos com horizonte plíntico e caráter argilúvico.</p><p>– Plintossolos Háplicos: outros solos que não se enquadram nas classes</p><p>anteriores (JACOMINE, 2009).</p><p>Os Plintossolos Argilúvicos podem ser encontrados predominando no</p><p>município de São Francisco do Guaporé (IBGE, 2006).</p><p>32</p><p>2.5.2.7 ORGANOSSOLOS</p><p>Os Organossolos (Figura 17) são pouco representativos no estado de</p><p>Rondônia. A palavra deriva do termo grego “organikós” que significa solos que</p><p>possuem uma maior expressão do carbono orgânico (SANTANA & AZARIAS, 2021).</p><p>No estado de Rondônia, os Organossolos são a classe de menor</p><p>representatividade, ocupando apenas 7 km2 da área do estado (SHINZATO,</p><p>TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>Figura 17: Perfil de um Organossolo</p><p>Fonte: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos/organossolos</p><p>De acordo com Jacomine (2009), os Organossolos são caracterizados por</p><p>serem solos pouco evoluídos e apresentando características predominantes do</p><p>material orgânico. Além disso, a coloração destes solos varia do preto ao cinza,</p><p>proveniente dos acúmulo de restos vegetais em diferentes graus de decomposição</p><p>sob o mesmo, de um ambiente com aspectos de má drenagem e de ambientes</p><p>úmidos em altitudes elevadas, saturados durante poucos dias em períodos de</p><p>chuva.</p><p>Os solos desta classe possuem horizontes de constituição orgânica, e são</p><p>fortemente ácidos, apresentando uma capacidade de troca de cátions bem elevada</p><p>e uma saturação por bases diminuta (SHINZATO, TEIXEIRA & MENDES, 2010).</p><p>33</p><p>Podem ser encontrados em diversos ambientes, mas principalmente aqueles que</p><p>são mal drenados, como em: planícies aluviais baixas, depressões e locais de</p><p>nascentes. Ainda que esses solos possam ser submersos em água por um curto</p><p>período durante a estação das chuvas (menos de 30 dias seguidos), são bastante</p><p>propícios para cultivo. Mesmo com práticas corretas, as mudanças nesses solos se</p><p>desenvolvem lentamente. É essencial uma drenagem cuidadosa para garantir seu</p><p>manejo apropriado. O excesso ou manejo inadequado da drenagem pode afetar</p><p>negativamente o potencial de uso dos solos orgânicos (ZARONI, 2021).</p><p>Os Organossolos podem ser classificados em três subordens: Tiomórficos,</p><p>Fólicos e Háplicos. Descritos a seguir:</p><p>– Organossolos Tiomórficos: solos que apresentam horizonte sulfúricos</p><p>dentro de 100cm da superfície do solo.</p><p>– Organossolos Fólicos: solos que estão saturados de água, no máximo</p><p>por 30 dias consecutivos por ano, durante o período mais chuvoso e que</p><p>apresentam horizonte O hístico.</p><p>– Organossolos Háplicos: outros solos que não se encontram nas classes</p><p>anteriores (JACOMINE, 2009).</p><p>2.5.2.8 PLANOSSOLOS</p><p>Os solos da ordem dos Planossolos (Figura 18) são encontrados em várias</p><p>regiões do mundo, possuindo grande expressão na América do Sul, especialmente</p><p>no Brasil, onde são utilizados com culturas de arroz no sul, com pastagens no</p><p>nordeste e estando também presentes no pantanal (IBGE, 2007; FAO, 2006).</p><p>Ocorrem tipicamente em áreas de cotas baixas, planas a suave onduladas. São,</p><p>geralmente, pouco profundos, com horizonte superficial de cores claras e textura</p><p>arenosa ou média, seguido de um horizonte B plânico com características dos</p><p>planossolos, de textura média, argilosa ou muito argilosa, adensado, pouco</p><p>permeável, com cores de redução, decorrente de drenagem imperfeita, e</p><p>responsável pela formação de lençol</p><p>suspenso temporário. Geralmente, apresentam</p><p>alta CTC, elevada saturação por bases e sorção de Na, com PST (percentagem de</p><p>saturação total) entre 8 e 20%, nos horizontes B ou C (CUNHA et al., 2021).</p><p>Os Planossolos são aqueles que se desenvolvem principalmente em áreas</p><p>com topografia plana e cobrem cerca de 2% da área total do Brasil. Estes solos são</p><p>arenosos nas camadas superiores e argilosos nas camadas mais profundas,</p><p>resultando num contraste textural significativo entre os dois. Durante os períodos de</p><p>seca, os planossolos tendem a tornar-se mais densos e menos permeáveis,</p><p>formando um horizonte fundido pronunciado na superfície e um horizonte mais</p><p>34</p><p>acinzentado nas camadas subterrâneas. Quando não saturadas de água, estas</p><p>áreas são adequadas para fins agrícolas devido à sua elevada saturação alcalina e</p><p>riqueza em minerais primários. Além disso, a área de plantio plana ou levemente</p><p>ondulada permite métodos de cultivo mecanizados (SANTANA & AZARIAS, 2021).</p><p>Figura 18: Perfil de um Planossolo</p><p>Fonte:</p><p>https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-caatinga/solos/planosso</p><p>los</p><p>Os Planossolos podem ser classificados em: Planossolos Nátricos e</p><p>Planossolos Háplicos. Suas descrições são abordadas a seguir:</p><p>– Planossolos Nátricos: solos que apresentam horizonte plânico com</p><p>caráter sódico imediatamente abaixo do horizonte A ou E.</p><p>– Planossolos Háplicos: outros solos que não se enquadram na classe</p><p>anterior (JACOMINE, 2009).</p><p>35</p><p>3. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Através deste trabalho foi possível concluir que o estudo sobre o solo é</p><p>complexo e rico de informações muito importantes para os estudantes dos cursos</p><p>de Agrária. O solo é um importante componente dos ecossistemas que permite a</p><p>subsistência do homem e todos os outros animais da Terra, promovendo o</p><p>crescimento das raízes de plantas, agindo como suporte para as mesmas, sendo</p><p>base para as construções civis, abrigando inúmeros organismos diminutos que</p><p>dependem do mesmo para sobreviver, dentre muitos outros.</p><p>Compreender o solo e como este se comporta é um importante passo para</p><p>que os futuros profissionais da Agronomia possam determinar o manejo correto</p><p>destes solos e quais as formas de se trabalhar com ele. Pois em alguns solos, as</p><p>culturas anuais estão mais adaptadas, e em outros as culturas perenes ou</p><p>pastagens. Por tanto, definir a forma correta para utilizá-los pode evitar que ações</p><p>erradas os deixem inaptos para cultivo.</p><p>36</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARVALHO, J.P. Gênese, classificação e aspectos de manejo de Latossolos e</p><p>Neossolos; Pedologia Fácil. Disponível em:</p><p>https://www.pedologiafacil.com.br/enquetes/enq71.php. Acesso em 21 de Março de</p><p>2024.</p><p>IAC - Instituto Agronômico de Campinas. Solos do Estado de São Paulo.</p><p>Disponível em: https://solossp.iac.sp.gov.br/pdf/Latossolos.pdf. Acesso em 18 de</p><p>Março de 2024.</p><p>JACOMINE, P.K.T. A Nova Classificação Brasileira de Solo. Rev. Anais da</p><p>Academia Pernambucana de Ciência Agronômica. Universidade Federal Rural</p><p>de Pernambuco, Recife, v. 5 e 6, p. 161-179, 2008-2009. Disponível em:</p><p>https://www.journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/178. Acesso em 25 de mar.</p><p>de 2024.</p><p>MAMEDE, T. C. A. et.al. O Ensino-Aprendizagem em Pedologia: Diálogo entre</p><p>Agroecologia, Agricultura Familiar e Extensão Rural. Rev. Conexão UEPG. v. 15, n.</p><p>3, p. 250-256, set-dez. 2019. Disponível em:</p><p>https://www.redalyc.org/journal/5141/514162319003/html/. Acesso em 17 de Março</p><p>de 2024.</p><p>PEREIRA, M.G. et.al. Formação, classificação e cartografia dos solos [recurso</p><p>eletrônico] / Organizador Leonardo Tullio. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019.</p><p>126p.</p><p>RUELLAN, Alain. Pedologia e desenvolvimento: A Ciência do Solo a serviço do</p><p>Desenvolvimento. in: XXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Campinas-SP,</p><p>pg. 69-74, 1988. Ministère de l'Agriculture, Paris, França. Disponível em:</p><p>https://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/geo308/complementar/Pedologia_e</p><p>_Desenvolvimento.pdf. Acesso em 17 de Março de 2024.</p><p>SANTANA, M.; AZARIAS, V. Solos do Brasil. CienTec-USP. Disponível em:</p><p>https://www.parquecientec.usp.br/saiba-mais/solos-do-brasil-latossolos. Acesso em</p><p>19 de Março de 2024.</p><p>SANTOS, H.G. et al. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5ª ed.</p><p>Brasília: EMBRAPA, 2018. 356p.</p><p>SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. Bioma Cerrado; Embrapa. Disponível em:</p><p>https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-cerrad</p><p>o/solo/tipos-de-solo/latossolos#:~:text=S%C3%A3o%20solos%20com%20alta%20p</p><p>ermeabilidade,como%20silte%20e%20areia%20fina. Acesso em 17 de Março de</p><p>2024.</p><p>XAVIER, F. A. S. Recomendações de calagem e adubação para abacaxi,</p><p>acerola, banana, citros, mamão, mandioca, manga e maracujá / Ana Lúcia</p><p>Borges, editora técnica. 2a ed. Brasília, DF: Embrapa, 2021. 303p.</p><p>37</p><p>ZARONI, M.J. Solos Tropicais; Embrapa. Disponível em:</p><p>https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/solos-tropicai</p><p>s/sibcs/chave-do-sibcs/argissolos. Acesso em 20 de Março de 2024.</p><p>38</p><p>39</p>

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