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<p>SP013 - Comunicação assistencial</p><p>ATIVIDADE DO FÓRUM</p><p>FABIO HENRIQUE SANTANA TREVISAN</p><p>A formação em habilidades de comunicação é uma importante necessidade para os profissionais da saúde, uma vez que os resultados da atividade profissional são condicionados pelas relações estabelecidas com os pacientes e como são tratadas as dificuldades nessas relações.</p><p>Frequentemente, os profissionais da saúde, na hora de informar os pacientes sobre uma doença, costumam sobrecarregá-los com informações que chegam a deixá-los assustados. Especialmente com doenças silenciosas, com baixa adesão do paciente; procuram saturá-los e assustá-los com as melhores intenções no cumprimento do tratamento; no entanto, os resultados não são os desejados.</p><p>Dê a sua opinião a respeito:</p><p>Qual a importância da comunicação entre o profissional da saúde e o paciente? Quais recomendações são baseadas em evidências científicas? No seu país, você acha que a comunicação assistencial é realizada corretamente?</p><p>RESPOSTA:</p><p>Um dos desafios para garantir a segurança do paciente no ambiente hospitalar é enfatizar a comunicação efetiva como meta a ser atingida pela equipe interdisciplinar, como também, proporcionar um ambiente de trabalho harmonioso com assistência livre de danos. Nesse sentido, a comunicação é fundamental para um bom desenvolvimento do trabalho, pois é o elo de interação que fortalece o vínculo entre a equipe interdisciplinar e o cliente (NOGUEIRA; RODRIGUES, 2015).</p><p>Estudos mostram que a comunicação e o trabalho em equipe na saúde são determinantes na qualidade da assistência ao paciente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada dez pacientes no mundo é vítima de erros e eventos adversos relacionados à assistência aos pacientes que a levaram a investigar e propor soluções para prevenção dos danos. No Brasil, a importância da comunicação efetiva como meta de segurança do paciente foi difundida após publicação de Portaria Ministerial 529/2013 (BRASIL, 2013; MARQUES; LIEBER, 2014).</p><p>Uma comunicação eficaz, que seja pontual e precisa, diminui a incidência de falhas e contribui para aprimorar a segurança do paciente. A forma de comunicação pode ser digital, oral ou escrita. O momento da comunicação mais vulnerável a equívocos ocorre ao informar os resultados de exames críticos, como quando o laboratório liga para a unidade de cuidados para comunicar os resultados de um teste de urgência.</p><p>Alguns elementos podem impactar a qualidade da comunicação. Entre eles estão a falta de sono em jornadas extensas de trabalho, interrupção no atendimento, sobrecarga na Unidade/Setor de Saúde, falta de protocolos padronizados para a comunicação. Na área da saúde, a comunicação vai além da simples troca de informações, é a construção de significados, o que nos leva a refletir, compreender o processo comunicativo na assistência. O objetivo da comunicação eficaz é colaborar no desenvolvimento de políticas e/ou procedimentos para prescrições verbais ou telefônicas e para comunicar resultados de exames. A prática de ouvir e repetir a informação/ordem/prescrição recebida é vista como uma medida de segurança para assegurar uma comunicação clara, precisa, completa e sem ambiguidades para o receptor.</p><p>No Brasil, essa comunicação entre profissionais de saúde e pacientes é crucial para a eficácia do atendimento médico e para a experiência geral do paciente e a Comunicação Assistencial varia de acordo a diversos fatores como a região, o tipo de instituição de saúde e os recursos disponíveis. Algumas observações e desafios incluem:</p><p>Disparidade Regional e Recursos: Em regiões com recursos limitados ou em serviços de saúde pública, podem surgir desafios relacionados à carga de trabalho excessiva e à falta de tempo para uma comunicação mais aprofundada.</p><p>Educação e Capacitação: Apesar da existência de programas e iniciativas de capacitação em comunicação para profissionais de saúde, a implementação e a abrangência desses treinamentos podem ser irregulares. A ênfase na formação em comunicação nem sempre é priorizada na formação médica.</p><p>O Brasil é um país rico em diversidade cultural, e as barreiras linguísticas e culturais podem impactar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes. A adaptação da comunicação às necessidades culturais e linguísticas dos pacientes é essencial.</p><p>Concluindo que enquanto há uma crescente consciência sobre a importância da comunicação na saúde e esforços para melhorar essa comunicação no Brasil, a prática pode ainda enfrentar desafios. A implementação de boas práticas e treinamentos adequados é essencial para garantir uma comunicação eficaz e melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes.</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>NOGUEIRA J. W. S.; RODRIGUES M. C. S. Comunicação efetiva no trabalho em equipe em saúde: desafio para a segurança do paciente. Cogitare Enfermagem, 2015; v.20, n.3. [acesso em 19 dez 2017]. Disponível: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/40016/26245.</p><p>MARQUES, F.L.G.; LIEBER, N.S.L. Estratégias para a segurança do paciente no processo de uso de medicamentos após alta hospitalar. Rev. de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.24, n.2, p.401-420, 2014.</p><p>ICM, Padilla M, Nunes TCM. Trabalho e educação em saúde: desafios para a garantia do direito à saúde e acesso universal às ações e serviços no Sistema Único de Saúde. In: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Relatório 30 anos de SUS, que SUS para 2030? Brasília: OPAS; 2018.</p><p>SANTOS M.C., GRILO A., ANDRADE G., GUIMARÃES T., GOMES A. Comunicação em saúde e a segurança do doente: problemas e desafios. Rev. Port. Saúde Pública. Disponível: https://www.ensp.unl.pt/dispositivos-de-apoio/cdi/ cdi/sector-depublicacoes/revista/2010/pdf/volumetematico-seguranca-do-doente/6 Comunicacao%20 em%20saude%20e%20a%20seguranca%20do%20 doente.pdf</p>