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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>INTERPRETAÇÃO</p><p>DE TEXTO</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais ........................................................................................3</p><p>1. Características das Principais Tipologias Textuais .......................................................3</p><p>1.1. Discurso Direto e Discurso Indireto ..........................................................................5</p><p>2. Definição dos Principais Gêneros Textuais ................................................................ 14</p><p>Resumo ........................................................................................................................ 19</p><p>Mapa Mental ................................................................................................................ 20</p><p>Questões de Concurso - Lista I ..................................................................................... 21</p><p>Gabarito .......................................................................................................................73</p><p>Gabarito Comentado .....................................................................................................74</p><p>Questões de Concurso - Lista II .................................................................................. 136</p><p>Gabarito ..................................................................................................................... 194</p><p>Gabarito Comentado ................................................................................................... 195</p><p>Referências ............................................................................................................... 264</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>1. CaraCterístiCas das PrinCiPais tiPologias textuais</p><p>Olá! Como foi a resolução dos exercícios da primeira aula? Espero que tenha sido provei-</p><p>tosa.</p><p>Na segunda aula, vou definir as principais tipologias textuais e os principais gêneros tex-</p><p>tuais. Darei destaque ao modo como a banca examinadora cobra esses dois assuntos, certo?</p><p>Vamos ao conteúdo!</p><p>Por tipologia textual (ou tipo textual), entende-se uma espécie de construção teórica defi-</p><p>nida pela natureza linguística de sua composição (ou seja, os aspectos lexicais, morfológicos</p><p>e sintáticos; os tempos verbais, as  relações lógicas, o estilo). Isso quer dizer o seguinte: a</p><p>depender de como o texto se organiza informacionalmente e linguisticamente, ele pode ser do</p><p>tipo X ou do tipo Y. Na classificação de Pereira & Neves, há seis tipos textuais:</p><p>• NARRATIVO;</p><p>• DESCRITIVO;</p><p>• EXPOSITIVO;</p><p>• ARGUMENTATIVO;</p><p>• INSTRUCIONAL OU INJUNTIVO;</p><p>• DIALOGAL.</p><p>Vamos discutir cada um desses tipos, começando pela NARRAÇÃO.</p><p>Na narração, há seres que participam de eventos em determinado tempo e espaço. Os par-</p><p>ticipantes desses eventos são os personagens, os quais podem ser reais ou fictícios. O evento</p><p>(uma espécie de ação) é denotado por verbos nocionais, como cantar, correr, beijar, nadar, ou-</p><p>vir etc. O tempo da narrativa é tipicamente o passado, mas pode ser o presente (a narração de</p><p>um jogo de futebol) ou o futuro (obras proféticas, por exemplo). Em uma narrativa, o espaço</p><p>pode ser físico (uma cidade, uma casa, uma escola) ou psicológico (mente do personagem ou</p><p>do narrador).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Quem conta a história é o narrador, que pode ser de primeira ou terceira pessoa: o nar-</p><p>rador em primeira pessoa participa das ações; o narrador em terceira pessoa não está di-</p><p>retamente envolvido nas ações, podendo ser observador (apenas relata os acontecimentos</p><p>vistos a olhos nus) ou observador onisciente (aquele que tudo sabe, que tudo vê, inclusive os</p><p>estados mentais das personagens).</p><p>Linguisticamente, o  tempo da narrativa é marcado pelas formas verbais (flexão de pas-</p><p>sado, presente, futuro) e por formas adverbiais (ontem, hoje etc.). O narrador é marcado pela</p><p>flexão de número e pessoa do verbo (primeira ou terceira).</p><p>Para você compreender melhor, vamos observar o trecho a seguir, o qual foi retirado da</p><p>obra Livro das Mil e Uma Noites:</p><p>Disse Sahrazad: conta-se, ó rei venturoso, de parecer bem orientado, que certo mercador vivia em</p><p>próspera condição, com abundantes cabedais, dadivosos, proprietário de escravos e servos, de</p><p>várias mulheres e filhos; em muitas terras ele investira, fazendo empréstimos ou contrariando dívi-</p><p>das. Em dada manhã, ele viajou para um desses países: montou um de seus animais, no qual pen-</p><p>durara um alforje com bolinhos e tâmaras que lhe serviriam como farnel, e partiu em viagem por</p><p>dias e noites, e Deus já escrevera que ele chegaria bem e incólume à terra para onde rumava; [...].</p><p>(Livro das mil e uma noites – volume I – ramo sírio)</p><p>Nesse texto, observamos um narrador em terceira pessoa, o qual introduz a fala da perso-</p><p>nagem Sahrazad. Essa personagem, por sua vez, é também uma narradora em terceira pes-</p><p>soa (ela fala sobre o mercador). O texto envolve personagens (Sahrazad, o rei, mercador etc.)</p><p>que realizam ações em determinado tempo (passado) e espaço (um reino).</p><p>Eu sei que você já leu outros livros. Tente puxar de memória uma narração que te marcou:</p><p>quais eram os personagens? Que ações desempenharam? Onde e quando aconteceram as</p><p>ações? Ao responder a essas perguntas, você estará organizando os elementos de uma nar-</p><p>rativa.</p><p>Os textos narrativos podem ser ficcionais ou não. Uma notícia, por exemplo, pode narrar um</p><p>acontecimento - nesse caso, trata-se de um fato não ficcional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>1.1. disCurso direto e disCurso indireto</p><p>O narrador possui dois papéis na narrativa:</p><p>I – apresentar as personagens (via descrição); e</p><p>II – trazer ao leitor as falas das personagens.</p><p>Vamos analisar com mais cuidado a função (II). O narrador pode trazer ao leitor as falas</p><p>das personagens de duas maneiras:</p><p>II – i) diretamente, exatamente como a personagem falou:</p><p>O Amanuense Belmiro disse ao colega:</p><p>- Estou farto de tanta burocracia.</p><p>II – ii) indiretamente, “traduzindo” com suas próprias palavras o que o personagem falou:</p><p>O Amanuense Belmiro disse ao colega que estava farto de tanta burocracia.</p><p>Conseguiu perceber a diferença? No primeiro caso, temos o chamado discurso direto. No</p><p>segundo caso, temos o discurso indireto. É simples diferenciar essa classificação:</p><p>Obs.: � II – i) discurso direto: a fala da personagem é apresentada diretamente.</p><p>� II – ii) discurso indireto: a fala da personagem é apresentada indiretamente</p><p>As bancas examinadoras pedem a transposição discurso direto discurso indireto.</p><p>Como você pode perceber, há uma diferença temporal nessa transposição: o discurso indireto</p><p>registra</p><p>caracteriza por uma uniformidade</p><p>de tratamento do destinatário da carta, verificada no emprego das formas pronominais.</p><p>(COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA)</p><p>A Paranaprevidência concluiu a análise e a revisão das 1.430 aposentadorias concedidas</p><p>por invalidez e que necessitaram passar por este processo a partir da publicação da Emenda</p><p>Constitucional de n.  70,  no final de março. De acordo com o diretor-presidente da Parana-</p><p>previdência, Jayme de Azevedo Lima, as revisões de benefícios continuarão a ser efetuadas</p><p>mesmo depois do final do prazo estipulado com a publicação da emenda, que era de 180 dias.</p><p>“Se um beneficiário achar que tem direito à revisão, ele pode dar a entrada no pedido e nós</p><p>vamos iniciar o processo e verificar se há o direito e, em caso afirmativo, implantar os valores</p><p>em seus vencimentos”, disse ele.</p><p>Segundo ele, mesmo os benefícios que tiveram pouco acréscimo de valores aos vencimen-</p><p>tos podem ser beneficiados futuramente com outras medidas, uma vez que terão isonomia e</p><p>paridade com os servidores da ativa. “Se, por exemplo, os servidores ativos receberem algum</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>benefício extra, esse pessoal que teve seus processos revisados também terá estas incorpo-</p><p>rações”, completou. A emenda trouxe novas regras para a concessão dos benefícios e tam-</p><p>bém previu a revisão das aposentadorias por invalidez concedidas anteriormente.</p><p>A emenda 70 prevê que os servidores que serão atingidos pela lei devem obedecer aos se-</p><p>guintes critérios:</p><p>• ter ingressado no serviço público mediante concurso público de provas ou de provas e</p><p>títulos até o dia 31 de dezembro de 2003.</p><p>• ter se aposentado por invalidez a partir de 1 de janeiro de 2004.</p><p>• ser titular de cargo efetivo da União, Estados, Municípios, Distrito Federal e suas autar-</p><p>quias e fundações.</p><p>(Adaptado de: Revisão de Benefícios. Disponível em: . Acesso em:</p><p>30 nov. 2012.)</p><p>Acerca do texto, julgue (Certo ou Errado) as afirmativas a seguir.</p><p>Questão 21 (COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA) É um texto argu-</p><p>mentativo, que apresenta o tema, discorre sobre ele e defende um ponto de vista.</p><p>Questão 22 (COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA) É um texto infor-</p><p>mativo, cuja intenção é manter o público leitor ciente de determinado assunto.</p><p>Questão 23 (QUADRIX/ASSISTENTE/CRM-DF/2018 - ADAPTADA)</p><p>Com incontáveis linhas de cosméticos, academias, centros de estética, salões de beleza, clí-</p><p>nicas de cirurgia plástica, revistas sobre beleza e boa forma, o mercado da aparência física é</p><p>um dos que mais crescem atualmente. Negócios nesse ramo proliferam, atendendo enorme</p><p>demanda da sociedade, mas o culto à beleza física não é uma novidade do nosso tempo.</p><p>Há registros bem antigos sobre a preocupação social com o corpo humano, não apenas por</p><p>seus aspectos funcionais, mas muito fortemente por sua estética também. Os gregos anti-</p><p>gos, na busca pela perfeição, valorizavam a beleza física, juntamente com um intelecto de-</p><p>senvolvido. Em Esparta, onde se chegava ao extremo da eugenia, os  recém-nascidos eram</p><p>examinados e podiam ser eliminados caso apresentassem alguma deficiência física ou men-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>tal, ou, ainda, se fossem considerados fracos. Apesar de essa prática ter motivações militares,</p><p>guardava relação com o ideal do padrão físico vigente.</p><p>Ao longo dos séculos, houve variações significativas quanto à importância que se dava à</p><p>forma física. Na Idade Média, com a supremacia da Igreja, predominou um dualismo entre</p><p>corpo como fonte de pecado e alma como objeto de salvação. O culto à estética corporal foi</p><p>proibido, assim como a exposição do corpo humano, mesmo nas artes. Somente no período</p><p>renascentista, foram retomados padrões artísticos da Antiguidade, de celebração do corpo e</p><p>da beleza física.</p><p>Entre os séculos XIX e XX, começaram a se disseminar popularmente programas de treina-</p><p>mento físico com um ideal de pessoas fisicamente mais eficientes e saudáveis. Apesar de</p><p>haver uma proposta inicial de saúde e eficiência física, com o desenvolvimento das indústrias</p><p>da beleza (moda, cosméticos etc.), a ênfase nos cuidados com o corpo foi recaindo sobre a</p><p>estética.</p><p>Hoje, para cada parte coisificada da pessoa, há uma grande variedade de soluções oferecidas:</p><p>produtos para “embelezar” os olhos, o rosto, o pescoço, o cabelo, as unhas, além de equipa-</p><p>mentos de ginástica que prometem modelar especificamente cada grupo muscular, normal-</p><p>mente sem nenhum esforço.</p><p>Além disso, a medicina também acena com soluções cada vez mais seguras e acessíveis para</p><p>os “problemas” estéticos: mude o nariz, aumente os seios e estique a barriga, pagando em</p><p>tranquilas prestações.</p><p>A coisificação e a comercialização do corpo como objeto de adoração estão profundamente</p><p>impregnadas no capitalismo. Somos bombardeados regularmente com propagandas sobre</p><p>nossas “imperfeições” e limitações. Nossas singularidades são convertidas em inadequa-</p><p>ções, enquanto a publicidade nos mostra soluções milagrosas para nos libertar da grande</p><p>infelicidade de sermos como somos.</p><p>A crueldade do mercado de estética reside no seu modo de operação: a mesma propaganda</p><p>que anuncia a oferta cria a demanda, o que não é, por certo, exclusividade desse mercado,</p><p>pois a base fundamental da publicidade comercial é gerar atitude de consumo pela crença</p><p>de uma necessidade, exista ela ou não. Entretanto, quando se trata do corpo-mercadoria,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>a autorreferência afeta seriamente a autoestima, cada vez mais sensível a esses estímulos.</p><p>A mensagem geral é que somos inadequados para os padrões estabelecidos e não consegui-</p><p>remos ser felizes sem consumir as soluções oferecidas. O bem-estar subjetivo é comprome-</p><p>tido quando se interfere na capacidade individual de autoavaliação.</p><p>Tudo isso traz consequências sérias à saúde. Por não corresponderem à imagem do corpo</p><p>perfeito que aparece o tempo todo na TV, no cinema, nas revistas e, claro, nos anúncios co-</p><p>merciais, cada vez mais pessoas mergulham em quadros de depressão, perda de libido, trans-</p><p>tornos alimentares (anorexia e bulimia) e obsessões diversas.</p><p>Enquadrar-se em padrões de grupo é uma necessidade humana, mas quanto mais autonomia</p><p>pudermos desenvolver em relação à aprovação dos outros para aprovarmos a nós mesmos,</p><p>melhor será nossa qualidade de vida.</p><p>Edwin Carrer. A escravidão do culto ao corpo perfeito: como a propaganda regula o seu espelho.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O texto configura-se como uma narrativa de fatos históricos que comprovam os efeitos ne-</p><p>gativos da propaganda sobre o comportamento humano.</p><p>Questão 24 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A1AAA</p><p>1 Está demonstrado,</p><p>portanto, que o revisor errou, que</p><p>se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas</p><p>venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,</p><p>4 confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é</p><p>próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as</p><p>palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que</p><p>7 não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser</p><p>utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria</p><p>de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve</p><p>10 perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar</p><p>deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem</p><p>sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>13 trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam</p><p>se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente</p><p>naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores,</p><p>16 não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e</p><p>milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade</p><p>inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu</p><p>19 próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor</p><p>ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de</p><p>informação, embora um simples olhar nos revele que estão</p><p>22 faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o</p><p>dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é</p><p>altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe.</p><p>25 Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao</p><p>seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado,</p><p>noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não</p><p>28 tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do</p><p>saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento,</p><p>o erro tentador.</p><p>31 Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros</p><p>estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro</p><p>deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar</p><p>34 que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo,</p><p>porque assim como vão variando as explicações do universo,</p><p>também a sentença que antes parecera imutável para todo o</p><p>37 sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade</p><p>duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio.</p><p>Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que</p><p>40 uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os</p><p>costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o</p><p>43 Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...].</p><p>José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.</p><p>Na construção do Texto, o autor, além de narrar fato que aconteceu com “o revisor”, explora,</p><p>repetidas vezes e de diferentes modos, a ideia de que a dúvida pode ser algo positivo.</p><p>(CESPE/MÉDIO/STM/2018)</p><p>Texto CB4A1BBB</p><p>1 O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um</p><p>macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão</p><p>conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo</p><p>4 horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque</p><p>estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando</p><p>abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, em vez de mergulhar</p><p>7 na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou</p><p>até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e</p><p>ficou bebericando no balcão.</p><p>10 Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas</p><p>edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que</p><p>o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro,</p><p>13 certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie.</p><p>Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze</p><p>anos satisfeito com sua vida. Pode abrir as grades da porta</p><p>16 contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em</p><p>frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.</p><p>Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou</p><p>19 sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com</p><p>satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria</p><p>para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>22 Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz,</p><p>possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em</p><p>cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo</p><p>25 que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da</p><p>Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol</p><p>escorrega sobre a região metropolitana, são trancafiados em</p><p>28 furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a</p><p>caçadores que comem carne de cavalo abatido em frigorífico.</p><p>De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não</p><p>31 do que foi, mas do que poderia ter sido.</p><p>Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adapta-</p><p>ções).</p><p>Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do Texto CB4A1BBB, julgue os itens</p><p>que se seguem.</p><p>Questão 25 (CESPE/MÉDIO/STM/2018) Ao narrar a história do macaco Alemão e ao comen-</p><p>tar a vida dos tigres-de-bengala nascidos em cativeiro, a autora remete à perspectiva de visi-</p><p>tar zoológicos que ela classifica como “sem inocência” (l. 19).</p><p>Questão 26 (CESPE/STM/MÉDIO/2018) A forma verbal “passara” (l. 5) denota um fato ocor-</p><p>rido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são descritas nos dois perí-</p><p>odos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.</p><p>Questão 27 (CESPE/DELEGADO/PC-MA/2018)</p><p>Texto CG1A1AAA</p><p>1 A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos</p><p>políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós,</p><p>independentemente de idade, sexo, estrato social, crença</p><p>4 religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacificado, um</p><p>mundo sob a égide de uma cultura da paz.</p><p>Mas, o que significa “cultura da paz”?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>7 Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças</p><p>e os adultos da compreensão de princípios como liberdade,</p><p>justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e</p><p>10 solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da</p><p>violência que tem sido percebida na sociedade, em seus mais</p><p>variados contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções</p><p>13 que advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam</p><p>impostas do exterior.</p><p>Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser</p><p>16 abordado em sentido negativo, quando se traduz em um estado</p><p>de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e</p><p>permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada</p><p>19 a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de se</p><p>concretizar e de se precisar. Em sua concepção positiva, a paz</p><p>não é o contrário da guerra, mas a prática da não violência para</p><p>22 resolver conflitos, a prática do diálogo na relação entre</p><p>pessoas, a postura democrática frente à vida, que pressupõe a</p><p>dinâmica da cooperação planejada e o movimento constante da</p><p>25 instalação de justiça.</p><p>Uma cultura de paz exige esforço para modificar o</p><p>pensamento e a ação das pessoas para que se promova a paz.</p><p>28 Falar de violência e de como ela nos assola deixa de ser, então,</p><p>a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada;</p><p>ela pertence ao nosso dia a dia e temos consciência disso.</p><p>31 Porém, o sentido do discurso, a ideologia que o alimenta,</p><p>precisa impregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os</p><p>valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e</p><p>34 promovem. A violência já é bastante denunciada, e quanto mais</p><p>falamos dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>social. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em</p><p>37 nós, entre nós, entre nações, entre povos.</p><p>Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à</p><p>gestão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos</p><p>40 potencialmente violentos e reconstruir a paz e a confiança entre</p><p>pessoas originárias de situação de guerra é um dos exemplos</p><p>mais comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às</p><p>43 escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho por</p><p>todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros de</p><p>comunicação e associações.</p><p>46 Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as</p><p>desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento</p><p>sustentado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as</p><p>49 instituições democráticas, promovendo a liberdade de</p><p>expressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente.</p><p>É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento</p><p>52 — direitos humanos — democracia” que podemos vislumbrar</p><p>a educação para a paz.</p><p>Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.</p><p>Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).</p><p>O Texto CG1A1AAA, essencialmente expositivo-argumentativo, estrutura-se a partir da defi-</p><p>nição de conceitos e do uso de recursos retóricos.</p><p>Questão 28 (CESPE/ANALISTA/TRF 1ª/2017)</p><p>Texto 4A1BBB</p><p>1 Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso</p><p>melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na</p><p>prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O</p><p>4 Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes</p><p>nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>46 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer</p><p>7 abstração.</p><p>O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista</p><p>é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina.</p><p>10 Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do</p><p>filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor,</p><p>trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho</p><p>13 ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que</p><p>se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de</p><p>Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim</p><p>16 que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe,</p><p>do que está tão perto que a gente nem vê.</p><p>Antonio Prata. É uma crônica, companheira. Internet (com adaptações).</p><p>O autor emprega as palavras amor, perdão e saudade com iniciais maiúsculas, no primeiro</p><p>parágrafo, e minúsculas, no segundo parágrafo, como um recurso de estilo associado ao tra-</p><p>balho do poeta e do cronista, respectivamente.</p><p>Questão 29 (CESPE/MÉDIO/EMAP/2018)</p><p>1 É curioso notar que a ideia de porto está presente</p><p>nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.</p><p>Isso porque uma das características das primeiras estruturas</p><p>4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a</p><p>presença do porto.</p><p>As primeiras cidades, no sentido moderno,</p><p>7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,</p><p>na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios</p><p>Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos</p><p>10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada</p><p>por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>e as células dos futuros palácios reais; uma espécie</p><p>13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências</p><p>e instalações para criação de animais e plantio; e o porto</p><p>fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era</p><p>16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,</p><p>cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.</p><p>Não se trata, portanto, de uma criação aleatória</p><p>19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece</p><p>como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional</p><p>que marcou o contexto do surgimento das cidades e da</p><p>22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança</p><p>localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,</p><p>na diversificação dos papéis sociais e na abertura para</p><p>25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau</p><p>de complexidade da sociedade.</p><p>Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de traba-</p><p>lho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)</p><p>O Texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta detalhadamente as</p><p>características dos portos na Antiguidade.</p><p>Questão 30 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>1 A língua continua sendo forte elemento de</p><p>discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em</p><p>outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos</p><p>4 serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).</p><p>Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação</p><p>de que a variação linguística não deve ser matéria de ensino na</p><p>7 escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como</p><p>tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver uma</p><p>pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>10 sociedade que, infelizmente,</p><p>ainda não reconheceu sua</p><p>complexa cara linguística e, como resultado da profunda</p><p>divisão socioeconômica que caracterizou historicamente sua</p><p>13 formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,</p><p>escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os</p><p>grupos socioeconômicos que recebem as menores parcelas da</p><p>16 renda nacional.</p><p>A maioria dos alunos que chegam à escola pública é</p><p>oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. E há,</p><p>19 entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe</p><p>à escola pública contribuir, pela oferta de educação de</p><p>qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma</p><p>22 melhor redistribuição da renda nacional.</p><p>Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver</p><p>precisamente com o ensino de língua — um ensino que garanta</p><p>25 o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala</p><p>nos espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui</p><p>o das variedades linguísticas historicamente identificadas</p><p>28 como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto</p><p>de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada</p><p>norma culta.</p><p>Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles</p><p>(orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.</p><p>p. 8-9 (com adaptações).</p><p>O Texto é predominantemente argumentativo, o que pode ser comprovado pela seleção de</p><p>palavras que remetem às posições e às opiniões dos seus autores.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 31 (CESPE/ASSISTENTE/TJ-AM/2019)</p><p>Texto CB3A1-I</p><p>1| O maior desafio do Poder Judiciário no Brasil é</p><p>tornar-se cada vez mais acessível às pessoas, até mesmo</p><p>a quem não pode arcar com o custo financeiro de um processo.</p><p>4| De um modo amplo, o acesso à justiça significa a garantia de</p><p>amparo aos direitos do cidadão por meio de uma ordem</p><p>jurídica justa e, caso tais direitos sejam violados, a</p><p>7| possibilidade de ele buscar a devida reparação. Para tornar</p><p>efetivo esse direito fundamental e popularizá-lo, foram feitas</p><p>várias mudanças na lei ao longo dos anos. Esse movimento de</p><p>10| inclusão é conhecido como ondas renovatórias. Atualmente, já</p><p>se fala no surgimento da quarta onda, que está relacionada aos</p><p>avanços da tecnologia.</p><p>13| Na primeira onda renovatória, buscou-se superar as</p><p>barreiras econômicas do acesso à justiça. No Brasil, as medidas</p><p>para garantir a assistência judiciária a quem não pode arcar</p><p>16| com as custas de um processo ou ser assistido por um</p><p>advogado particular foram efetivadas principalmente pela</p><p>Lei n.º 1.060, de 1950, e pela criação da Defensoria Pública da</p><p>19| União, em 1994, que atende muitos segurados do INSS que</p><p>têm de recorrer ao Poder Judiciário para conseguir um benefício.</p><p>A segunda onda renovatória enfrentou os desafios de</p><p>22| tornar o processo judicial acessível a interesses coletivos, de</p><p>grupos indeterminados, e não apenas limitado a ser um</p><p>instrumento de demandas individuais. Para assegurar a tutela</p><p>25| dos direitos difusos, que dizem respeito à sociedade em geral,</p><p>foram criados instrumentos para estimular a democracia</p><p>participativa. Os principais avanços ocorreram com a entrada</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>28| em vigor da Lei da Ação Civil Pública, em 1985, e do Código</p><p>de Defesa do Consumidor, em 1990, que, conjuntamente,</p><p>formaram o microssistema processual para assegurar os</p><p>31| interesses da população.</p><p>A terceira onda encorajou uma ampla variedade de</p><p>reformas na estrutura e na organização dos tribunais, o que</p><p>34| possibilitou a simplificação de procedimentos e,</p><p>consequentemente, do processo. Entendeu-se que cada tipo de</p><p>conflito tem uma forma adequada de solução: a decisão final</p><p>37| para uma controvérsia pode ser tomada por um juiz, árbitro ou</p><p>pelas próprias partes, com ou sem o auxílio de terceiros</p><p>neutros, como mediadores e conciliadores.</p><p>40| Hoje, na quarta onda renovatória, a chamada</p><p>revolução digital e suas mudanças rápidas aceleraram a</p><p>engrenagem judicial. Esse processo de transição do analógico</p><p>43| para o digital não se resume apenas à virtualização dos</p><p>tribunais com a chegada do processo eletrônico. As tecnologias</p><p>da informação e comunicação oferecem infinitas possibilidades</p><p>46| para redesenhar o que se entende por justiça.</p><p>| As plataformas digitais de solução de conflitos</p><p>popularizaram serviços antes tidos como caros e pouco</p><p>49| acessíveis. Hoje existe até a oferta de experiências de cortes</p><p>online, nas quais as pessoas têm acesso aos tribunais com um</p><p>clique, sem sair de casa.</p><p>Mariana Faria. O que tecnologia tem a ver com acesso à justiça?13/6/2018. Internet:</p><p>(com adaptações).</p><p>Como o texto elenca fatos ocorridos ao longo da história da justiça brasileira, é correto clas-</p><p>sificá-lo como predominantemente narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>51 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 32 (CESPE/ANALISTA/TJ-AM/2019)</p><p>Texto CB1A1-I</p><p>1| Em 1996, no artigo Contratos inteligentes, o</p><p>criptógrafo Nick Szabo predizia que a Internet mudaria para</p><p>sempre a natureza dos sistemas legais. A justiça do futuro,</p><p>4| dizia, estaria baseada em uma tecnologia chamada contratos inteligentes.</p><p>Os contratos legais com que habitualmente trabalham</p><p>os advogados estão escritos em linguagem frequentemente</p><p>7| ambígua e sujeita a interpretações diversas. Um contrato</p><p>inteligente é um acordo escrito em código de software, que,</p><p>como linguagem de programação, é claro e objetivo.</p><p>10| O contrato se executa de maneira automática quando se</p><p>cumprem as condições acordadas. Ambas as partes podem ter</p><p>certeza quase total de que o acordo se cumprirá tal como foi</p><p>13| combinado. E tudo ocorre em uma rede descentralizada de</p><p>computadores. Não há nada que as partes possam fazer para</p><p>evitar o cumprimento do contrato.</p><p>16| Imaginemos que Alice compre um automóvel com um</p><p>crédito bancário, mas deixe de pagar suas prestações. Uma</p><p>manhã, introduz sua chave digital no veículo, e a porta não</p><p>19| abre. Foi bloqueada por falta de cumprimento do contrato.</p><p>Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave</p><p>digital. Abre a porta, liga o motor e parte com o veículo.</p><p>22| O contrato inteligente bloqueou, de maneira automática, o uso</p><p>do dispositivo digital por Alice, porque ela não cumpriu o</p><p>contrato. O banco recupera o veículo, sem perder tempo com</p><p>25| advogados.</p><p>Szabo propôs os contratos inteligentes nos anos 90 do</p><p>século passado. Mas, durante muito tempo, a proposta ficou só</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>28| na ideia. Até que, em 2014, um jovem russo-canadense de 19</p><p>anos de idade, Vitalik Buterin, lançou a Ethereum, uma</p><p>legaltech que mantém registro compartilhado com a rede</p><p>31| bitcoin, mas tem linguagem de programação mais sofisticada</p><p>que permite a gravação de contratos inteligentes. Os contratos</p><p>inteligentes prometem automatizar muitas das ações que</p><p>34| historicamente se fizeram por meio de sistemas legais, com</p><p>redução de seus custos e aumento de sua velocidade e segurança.</p><p>Ainda que o segmento esteja em fase inicial, aos</p><p>37| poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos</p><p>inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos</p><p>principais desafios está no ambiente regulatório — em</p><p>40| particular, no reconhecimento legal desses contratos. “Hoje</p><p>contamos com projetos de implementação de contratos</p><p>inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys</p><p>43| (Estados Unidos da América – EUA), Accord Project (EUA e</p><p>Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos</p><p>empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado</p><p>46| especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo,</p><p>cofundador da comunidade LegalBlock.</p><p>Um segundo desafio é desenvolver a infraestrutura</p><p>49| necessária para que os contratos inteligentes possam ser</p><p>executados. Isso inclui a criação de fechaduras inteligentes que</p><p>respondam às ordens desses contratos. Elas farão a hipotética</p><p>52| devedora Alice não conseguir abrir o carro por ter deixado de</p><p>pagar as prestações. A empresa Slock.it desenvolve uma rede</p><p>universal de compartilhamento (universal sharing network) na</p><p>55| qual, espera-se, vão interagir carros, casas e outros ativos da</p><p>economia compartilhada. Será uma peça fundamental para o</p><p>desenvolvimento dos contratos inteligentes na nova economia.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Federico Ast. Como faremos justiça? – A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCA negócios. 9/12/2018.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>A respeito das propriedades linguísticas e dos sentidos do texto CB1A1-I, julgue o item se-</p><p>guinte.</p><p>Embora o texto seja predominantemente dissertativo, seu terceiro parágrafo é essencialmen-</p><p>te narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 33 (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURADEBOAVISTA-PR/2019)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz preceden-</p><p>te veiculado pelo Ministério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege.</p><p>No texto, observam-se trechos expositivo e injuntivo.</p><p>Questão 34 (CESPE/ASSISTENTE/PGE-PE/2019)</p><p>1| Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na</p><p>região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel</p><p>até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi.</p><p>4| Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais,</p><p>com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho</p><p>ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da</p><p>7| minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que</p><p>minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia</p><p>um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me</p><p>10| sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para10usar no dia seguinte.</p><p>Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017</p><p>O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias</p><p>que a personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.</p><p>Questão 35 (CESPE/ASSISTENTE/PGE-PE/2019)</p><p>1| A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a</p><p>ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia</p><p>em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de</p><p>4| rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa</p><p>comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde</p><p>moramos, quem amamos e como morremos.</p><p>7| À primeira vista, a modernidade parece ser um</p><p>contrato extremamente complicado, por isso poucos tentam</p><p>compreender no que exatamente se inscreveram. É como se</p><p>10| você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá</p><p>uma olhada nele, passa imediatamente para a última página,</p><p>13| tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade,</p><p>de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O contrato</p><p>interno pode ser resumido em uma única frase: humanos</p><p>16| concordam em abrir mão de significado em troca de poder.</p><p>Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com</p><p>adaptações).</p><p>O texto apresenta estratégia argumentativa que visa aproximar o leitor das ideias desenvol-</p><p>vidas pelo autor.</p><p>Questão 36 (CESPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)</p><p>Texto CB2A1-I</p><p>1| Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,</p><p>o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso</p><p>ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam</p><p>4| época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção</p><p>das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do</p><p>pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na</p><p>7| Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre</p><p>os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no</p><p>século XIX, tudo isso representa saltos de época, que</p><p>10| desorientaram gerações inteiras.</p><p>Se observarmos bem, essas ondas longas da história,</p><p>como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas.</p><p>13| Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura</p><p>pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um</p><p>século, um novo salto de época nos tomou de surpresa,</p><p>16| lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a</p><p>rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>57 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma</p><p>19| sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários</p><p>dos meios de informação.</p><p>O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade</p><p>22| pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial</p><p>anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico,</p><p>pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções</p><p>25| proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de</p><p>comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses</p><p>fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a</p><p>28| mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,</p><p>contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar</p><p>envolvidos em primeira pessoa.</p><p>31| Ninguém poderia ficar impassível diante de uma</p><p>mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais</p><p>difundida é a desorientação.</p><p>34| A nossa desorientação afeta as esferas econômica,</p><p>familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de</p><p>crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque</p><p>37| quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em</p><p>crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de</p><p>projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em</p><p>40| função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.</p><p>Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: paraentender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci</p><p>e FedericoCarotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).</p><p>O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à pre-</p><p>sença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>58 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 37 (CESPE/TÉCNICO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB3A1-I</p><p>1| As consequências da extinção de línguas são</p><p>diversas e irreparáveis. O desaparecimento de línguas tem</p><p>impacto imediato na perda de diversidade cultural.</p><p>4| O desconhecimento da diversidade linguística por</p><p>grande parte da população brasileira é sustentado pela</p><p>representação de uma suposta unidade da língua</p><p>7| portuguesa, ou seja, pela ideia de que a língua portuguesa é</p><p>a única língua falada no país. Essa falta de conhecimento e</p><p>de valorização leva, por conseguinte, à marginalização e à</p><p>10| discriminação de grupos falantes de outras línguas.</p><p>A construção de uma política específica para a</p><p>diversidade linguística constitui uma iniciativa que busca a</p><p>13| valorização da diversidade linguística do país. Atuar para a</p><p>sustentabilidade da diversidade linguística, entretanto,</p><p>exige a articulação de produção de conhecimento sobre as</p><p>16| línguas existentes no território nacional e de valorização e</p><p>promoção dessas línguas.</p><p>As línguas faladas por grupos sociais minoritários</p><p>19| requerem atenção especial de uma política de salvaguarda</p><p>da diversidade linguística, pois elas se encontram em</p><p>posição de maior vulnerabilidade linguística. Tal situação</p><p>22| decorre não só do fato de essas línguas serem faladas por</p><p>grupos sociais pouco numerosos, mas também da falta de</p><p>conhecimento sobre elas. Colocar no mapa as centenas de</p><p>25| línguas ainda ocultadas pela representação majoritária de</p><p>um país com uma única língua talvez seja o caminho mais</p><p>significativo para o reconhecimento das línguas como</p><p>28| patrimônio cultural.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>59 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Guia de pesquisa e documentação para o INDL: patri-</p><p>mônio cultural e diversidade linguística. Brasília: IPHAN, 2016, p. 23-4 (com adaptações).</p><p>O texto foi construído com o uso de elementos que caracterizam a tipologia argumentativa.</p><p>Questão 38 (CESPE/TÉCNICO/IPHAN/2018)</p><p>No texto, predomina a tipologia instrucional, uma vez que seu propósito comunicativo é cons-</p><p>cientizar o leitor acerca do que são pichação e grafitagem, a fim de convencê-lo a não come-</p><p>ter crimes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>60 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 39 (CESPE/NÍVELMÉDIO/FUB/2018)</p><p>1| O ensino superior no Brasil é oferecido por</p><p>universidades, centros universitários, faculdades, institutos</p><p>superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode</p><p>4| optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura</p><p>e formação tecnológica. Os cursos de pós-graduação</p><p>são divididos entre lato sensu (especializações e MBAs)</p><p>e strictu sensu (mestrados e doutorados).</p><p>Além da forma presencial, em que o aluno deve</p><p>ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações,</p><p>10| ainda é possível formar-se por meio do ensino a distância.</p><p>Nessa modalidade, não é necessária a presença do aluno</p><p>dentro de sala de aula, e ele recebe livros e apostilas e conta</p><p>com a ajuda da Internet. Há também cursos semipresenciais,</p><p>13| com aulas em sala e também a distância.</p><p>A Secretaria de Regulação e Supervisão</p><p>16| da Educação Superior, órgão do Ministério da Educação,</p><p>é a unidade responsável por afiançar que a legislação</p><p>educacional seja cumprida para garantir a qualidade</p><p>19| dos cursos superiores do país.</p><p>Para medir a qualidade dos cursos de graduação</p><p>no país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas</p><p>22| Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da</p><p>Educação utilizam o índice geral de cursos (IGC), divulgado</p><p>uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados</p><p>25| do ENADE. A base de cálculo do IGC é uma média</p><p>dos conceitos dos cursos de graduação de uma instituição,</p><p>ponderada a partir do número de matrículas mais as notas</p><p>28| de pós-graduação de cada instituição de ensino superior.</p><p>Internet: (com adaptações)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>61 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O texto, tipicamente argumentativo, apresenta informações acerca do ensino superior com o</p><p>propósito de convencer o leitor da importância desse nível de ensino na formação educacio-</p><p>nal do cidadão brasileiro.</p><p>Questão 40 (CESPE/NÍVELSUPERIOR/FUB/2018)</p><p>1| Em um momento no qual a presença da inteligência</p><p>artificial na vida cotidiana frequentemente gera medo</p><p>e paranoia na mesma proporção em que fascina, pode ser</p><p>4| mesmo assustador descobrir que 99% de todas as traduções</p><p>são feitas, atualmente, com o auxílio de máquinas.</p><p>A informação consta do mais recente relatório de uma</p><p>7| organização dedicada a fazer avançar o uso do computador</p><p>nessa atividade, que, particularmente em sua vertente</p><p>literária, pleiteia para si o status de arte — ou, no mínimo,</p><p>10| de processo criativo.</p><p>“A cada dia do ano de 2016, mais de 250 bilhões</p><p>de palavras foram traduzidas por máquinas”, contabiliza</p><p>13| o estudo. É um cenário devastador</p><p>para os tradutores</p><p>profissionais. E, de fato, muitos foram dispensados ao longo</p><p>das últimas décadas, exceto um punhado de privilegiados,</p><p>16| pois aquilo de que ainda não se tem notícia é que algum</p><p>romance, conto ou poema tenha sido traduzido inteira e,</p><p>sobretudo, satisfatoriamente por algoritmos.</p><p>19| Uma primeira e boa razão para isso é que</p><p>até a menos sofisticada das recriações de uma língua a outra</p><p>não se faz palavra por palavra. É curioso que o tal relatório</p><p>22| venha nos contar hiperbolicamente as vantagens do</p><p>computador com base nessa falsa medida de eficiência.</p><p>O espantoso avanço das máquinas sobre o engenho</p><p>25| humano nessa área só começou, precisamente, quando seus</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>62 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>desenvolvedores perceberam que a linguagem humana</p><p>transcende o nível lexical: ela é sempre texto — uma interação</p><p>28| verbal com um fim específico — e, principalmente, contexto.</p><p>Christian Schwartz. Avanço da tradução por máquinas gera debate sobre papel de humanos na tarefa. Inter-</p><p>net: (com adaptações)</p><p>O texto apresenta elementos textuais característicos das tipologias expositiva e argumenta-</p><p>tiva.</p><p>Questão 41 (CESPE/ANALISTA/BNB/2018)</p><p>1| O avião demorou a decolar, havia nevascas pela</p><p>Europa, fui parar em Copenhague, perdi a conexão em Paris,</p><p>me mandaram para Buenos Aires, mas gostei de chegar em</p><p>4| casa quase à meia-noite. O menino já estaria dormindo, e</p><p>mesmo a Vanda logo iria para a cama. Estaria bicando um</p><p>vinho, ou fechando as cortinas, ou tomando um banho, ou em</p><p>7| frente ao espelho, catando fios de cabelo branco, para mim era</p><p>importante pegá-la desprevenida, queria ver com que gênero de</p><p>surpresa me receberia. Girei a chave, na sala havia uma árvore</p><p>10| de Natal, a Vanda estava no quarto, do corredor ouvi sua voz.</p><p>Devo ter aberto a porta com muito ímpeto, pois a babá, que</p><p>estava sentada na ponta da cama, se levantou num pulo. Mas o</p><p>13| menino não se mexeu, continuou recostado na cabeceira com</p><p>os olhos fitos na televisão.</p><p>Chico Buarque. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003 (com adaptações)</p><p>O texto é predominantemente narrativo, haja vista, entre outras características, o emprego de</p><p>verbos no passado.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>63 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 42 (CESPE/ANALISTA/BNB/2018)</p><p>Texto 2A1-I</p><p>1| O carrinho de compras do sítio eletrônico está lotado,</p><p>e o preço total agrada. Animado, você digita todas as</p><p>informações referentes ao cartão de crédito e, sem entender,</p><p>4| observa a transação ser negada. Mais tarde, descobre que o</p><p>banco tinha considerado suspeito aquele seu procedimento</p><p>virtual, uma vez que tinha características semelhantes às de</p><p>7| uma fraude. Decepcionante, não? E muito comum.</p><p>A fim de melhorar a experiência dos consumidores em</p><p>compras pela Internet, cientistas do Instituto de Tecnologia de</p><p>10| Massachusetts, nos Estados Unidos da América,</p><p>desenvolveram um sistema baseado em princípios de</p><p>aprendizagem de máquina.</p><p>13| A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude</p><p>é baseada em equações matemáticas e algoritmos e funciona</p><p>em duas etapas. Na primeira, o sistema recebe exemplificações</p><p>16| de compras legítimas e ilegítimas. Em seguida, a máquina</p><p>avalia compras reais, levando em consideração os padrões</p><p>observados. O sistema funciona mais ou menos como nossos</p><p>19| neurônios. A partir de números e fórmulas, une ponto a ponto</p><p>informações sobre características de transações já feitas pelo</p><p>usuário — como valores médios gastos, horários de compra,</p><p>22| uso de celular, pontos usados, principais estabelecimentos —,</p><p>até chegar a uma probabilidade de fraude final. Com cada</p><p>constatação, o programa consegue melhorar os padrões</p><p>25| aprendidos.</p><p>Segundo um arquiteto de software de uma empresa</p><p>não participante do estudo, o modo como a máquina aprende</p><p>28| os padrões antes de começar a analisar compras interfere</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>64 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>diretamente no registro de falsos positivos e fraudes reais. “Se</p><p>a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude,</p><p>31| podemos aumentar os riscos de fraudes que passam. Sendo</p><p>assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações</p><p>apresentadas à máquina para não pesar um lado mais do que o</p><p>34| outro”, detalha.</p><p>Correio Braziliense, 1º/10/2018, p. 14 (com adaptações)</p><p>No primeiro parágrafo do texto, predomina o tipo textual narrativo.</p><p>Questão 43 (CESPE/DELEGADO/PC-SE/2018)</p><p>1| O Departamento de Atendimento</p><p>a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil de Sergipe atende a</p><p>um público específico, que frequentemente se torna vítima</p><p>4| de diversos tipos de violência. Idosos, homossexuais,</p><p>mulheres, crianças e adolescentes têm recebido atenção</p><p>constante no DAGV, onde o atendimento ganha força e se</p><p>7| especializa diariamente.</p><p>A unidade surgiu como delegacia especializada</p><p>em setembro de 2004. Agentes e delegados de atendimento a</p><p>10| grupos vulneráveis realizam atendimento às vítimas,</p><p>centralizam procedimentos relativos a crimes contra o</p><p>público vulnerável registrados em outras delegacias, abrem</p><p>13| inquéritos e termos circunstanciados e fazem investigações de queixas.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>Predomina no texto a tipologia narrativa, a  qual é adequada ao propósito comunicativo de</p><p>apresentar ao leitor um relato linear e objetivo da história do DAGV desde o seu surgimento</p><p>até os dias atuais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>65 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 44 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)</p><p>1| Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser</p><p>feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,</p><p>Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que</p><p>4| precisamos visitar antes que desapareçam (500places to see</p><p>before they disappear). O livro traz lugares naturais e</p><p>históricos, de antigos centros de culto a paisagens em vias de</p><p>7| extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o</p><p>Fenway Park, de Boston, inaugurado em 1912: um dos últimos</p><p>estádios norte-americanos que mantêm sua construção original,</p><p>10| diz o Atlanta Journal Constitution.</p><p>Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações)</p><p>O texto é essencialmente informativo.</p><p>Questão 45 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)</p><p>1| Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na</p><p>vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com</p><p>os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.</p><p>4| E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato,</p><p>já que me</p><p>é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que</p><p>inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de nenhuma</p><p>7| encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus</p><p>esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha</p><p>terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que</p><p>10| disponho, encerrando em desventuras as aventuras de</p><p>Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.</p><p>Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002</p><p>A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto</p><p>como narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>66 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>(CESPE/AGENTE/PF/2018)</p><p>Texto 12A1AAA</p><p>1| — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente</p><p>hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,</p><p>engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos</p><p>4| conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo</p><p>especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,</p><p>pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas</p><p>7| pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara</p><p>uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou</p><p>o seu trabalho.</p><p>10| — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —</p><p>perguntei.</p><p>— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas</p><p>13| não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas</p><p>realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse</p><p>depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,</p><p>16| sem dúvida, a teriam encontrado.</p><p>Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo</p><p>aquilo com a máxima seriedade.</p><p>19| — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em</p><p>seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em</p><p>serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo</p><p>22| conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,</p><p>uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à</p><p>força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu</p><p>25| uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado</p><p>superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm</p><p>cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>67 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>28| inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência</p><p>daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas</p><p>as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache</p><p>31| escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios</p><p>teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num</p><p>ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente</p><p>34| a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da</p><p>deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre</p><p>acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,</p><p>37| muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu</p><p>sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são</p><p>instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa</p><p>40| extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir</p><p>habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.</p><p>(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao</p><p>43| afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro</p><p>do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras</p><p>palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos</p><p>46| princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão</p><p>inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se</p><p>enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside</p><p>49| na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu</p><p>renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são</p><p>idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non</p><p>52| distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.</p><p>— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei</p><p>que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas</p><p>55| letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o</p><p>cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>68 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as</p><p>58| coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como</p><p>mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,</p><p>assim, à mercê do delegado.</p><p>61| — Você me surpreende — respondi — com essas</p><p>opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.</p><p>Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias</p><p>64| amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há</p><p>muito considerada como a razão par excellence.</p><p>Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. VictorCivita, 1981. Tradução de Brenno Sil-</p><p>veira e outros.</p><p>Questão 46 (CESPE/AGENTE/PF/2018) Infere-se das falas de Dupin que a opinião do dele-</p><p>gado a respeito dos poetas foi determinante para que ele não encontrasse “a carta roubada”.</p><p>Questão 47 (CESPE/AGENTE/PF/2018) O primeiro parágrafo do texto é predominantemente</p><p>descritivo, pois apresenta as características da “polícia parisiense”.</p><p>Questão 48 (CESPE/NÍVELSUPERIOR/IPHAN/2018)</p><p>1| Uma das grandes cousas que se veem hoje no</p><p>mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes</p><p>e nações etíopes, que da</p><p>4| África continuamente estão passando a esta América. Entra</p><p>uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos,</p><p>seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas atravessaram</p><p>7| o Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do</p><p>cativeiro; estes atravessam o mar oceano na sua maior</p><p>largura, e passam da mesma África à América e para viver</p><p>10| e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para</p><p>servir. Nas outras terras do que aram os homens, e do que</p><p>fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios: naquela</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>69 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>13| o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é</p><p>o que se vende, e se compra. Oh trato desumano, em que a</p><p>mercancia são homens! Oh mercancia diabólica, em que os</p><p>16| interesses se tiram das almas alheias, e os riscos das</p><p>próprias!</p><p>Já se depois de chegados olharmos para estes</p><p>19| miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que</p><p>se viu nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a</p><p>fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo</p><p>22|teatro. Os senhores poucos, e os escravos muitos; os</p><p>senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os</p><p>senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os</p><p>25|senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados</p><p>de ferros; os</p><p>senhores tratando-os como brutos, os escravos</p><p>adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé</p><p>28| apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da</p><p>tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás</p><p>como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da</p><p>31| extrema miséria.</p><p>Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdu-</p><p>ção de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).</p><p>Apesar de conter marcas de primeira pessoa do plural – como “nós” (l.2), “admiramos” (l.2) e</p><p>“olharmos” (l.18) –, o texto caracteriza-se como uma descrição objetiva do tráfico de escra-</p><p>vos da África para o Brasil.</p><p>Questão 49 (CESPE/NÍVELMÉDIO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB2A1BBB</p><p>1| Uma das principais características da sociedade</p><p>contemporânea é a velocidade de suas transformações.</p><p>Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>70 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>4| necessidade de conciliar os novos hábitos de sua</p><p>população, em constante mutação, com a ocupação</p><p>territorial, ou seja, com as soluções de habitação, de</p><p>7| localização de equipamentos públicos, de mobilidade.</p><p>Essas mudanças são um reflexo da inserção das</p><p>cidades na economia global, o que aumentou o número de</p><p>10| atores (empresas, instituições públicas, associações)</p><p>envolvidos na condução das políticas públicas.</p><p>Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar</p><p>13| de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a</p><p>segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais</p><p>difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a</p><p>16| aspiração de todos em um único objetivo comum.</p><p>Há de se pensar em sistemas mais ágeis de</p><p>governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a</p><p>19| participar das decisões para ações de pequena ou grande</p><p>escala.</p><p>Além de todos os desafios impostos pela</p><p>22| inconstância e pela fragmentação das demandas sociais,</p><p>vivemos um divórcio entre política e poder.</p><p>Para fazer frente a essas transformações, é</p><p>25| necessário um novo tipo de planejamento urbano.</p><p>Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de</p><p>cenários alternativos e à inclusão da sociedade na</p><p>28| formulação das políticas.</p><p>Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de</p><p>ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar</p><p>31| à deriva em um mar de interesses puramente econômicos.</p><p>Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea.</p><p>In: Preservando o patrimônio histórico –um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>71 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O texto apresenta características da tipologia textual dissertativo-argumentativa.</p><p>Questão 50 (CESPE/NÍVELMÉDIO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB2A1AAA</p><p>1| Se os historiadores produzem o passado e é o</p><p>passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio</p><p>fazem política, inventando o patrimônio nacional,</p><p>4| atribuindo valor e significados a bens e práticas culturais</p><p>que circunscrevem os limites da nação.</p><p>Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao</p><p>7| fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da</p><p>história, está integrado a um projeto de nacionalização, de</p><p>construção do Estado e, portanto, de poder.</p><p>10| Certa produção historiográfica e sociológica, em</p><p>debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já</p><p>clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a</p><p>13| reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e</p><p>do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os</p><p>numerosos constrangimentos a que estavam submetidos, na</p><p>16| sua produção intelectual, em função de um processo de</p><p>formação, enquadramento e disciplinarização que</p><p>delineava um lugar de fala, limitado por regras de diversas</p><p>19| naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de</p><p>financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas</p><p>finalidades e objetivos por comissões de alto nível, bem</p><p>22| como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a</p><p>política das instituições em que estão inseridos, entre</p><p>outros aspectos, impõem a agenda dos estudos do momento.</p><p>Alguns desses autores, em confronto com</p><p>interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>72 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>28| verificavam, também, que, diante de estratégias</p><p>de dominação — identificadas em microescalas e em</p><p>diferentes tipos e níveis de relações —, havia a</p><p>31| possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de</p><p>sutis táticas de resistência; noutra vertente, pode-se falar</p><p>nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam</p><p>34| e alimentam esperanças de transformação.</p><p>Ainda que circunscritas a determinados limites,</p><p>essas ações de resistência, aparentemente insignificantes,</p><p>37| colocam em movimento as relações e podem alterar a</p><p>realidade de uma ordem imposta ou dominante, em um</p><p>jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.</p><p>40| É evidente, nessa perspectiva, que, diante do</p><p>exercício de violência simbólica ao qual somos</p><p>submetidos, na qualidade de sujeitos históricos,</p><p>43| verificam-se nossas capacidades inventivas nos limites de</p><p>possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha</p><p>“margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa</p><p>46| interseção entre um profundo pessimismo e a utopia de se</p><p>construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens</p><p>para a ação.</p><p>Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, n.º 34, 2012, p.</p><p>11 (com adaptações)</p><p>Por expor as ideias da autora, o texto é predominantemente descritivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>73 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>GABARITO</p><p>1. C</p><p>2. E</p><p>3. C</p><p>4. C</p><p>5. E</p><p>6. E</p><p>7. C</p><p>8. C</p><p>9. C</p><p>10. C</p><p>11. E</p><p>12. C</p><p>13. C</p><p>14. E</p><p>15. E</p><p>16. C</p><p>17. C</p><p>18. E</p><p>19. C</p><p>20. E</p><p>21. E</p><p>22. C</p><p>23. E</p><p>24. C</p><p>25. C</p><p>26. E</p><p>27. C</p><p>28. C</p><p>29. E</p><p>30. C</p><p>31. E</p><p>32. C</p><p>33. C</p><p>34. E</p><p>35. C</p><p>36. C</p><p>37. C</p><p>38. E</p><p>39. E</p><p>40. C</p><p>41. C</p><p>42. C</p><p>43. E</p><p>44. C</p><p>45. C</p><p>46. C</p><p>47. E</p><p>48. E</p><p>49. C</p><p>50. E</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>74 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>GABARITO COMENTADO</p><p>Questão 1 (CEBRASPE/TÉCNICO/MPU/2015)</p><p>1 A partir de uma ação do Ministério Público Federal</p><p>(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.a Região (TRF2)</p><p>determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15</p><p>4 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a</p><p>intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana,</p><p>e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de</p><p>7 descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a</p><p>Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ)</p><p>alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a</p><p>10 obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também</p><p>a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas</p><p>pessoas em suas relações recíprocas.</p><p>13 Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos</p><p>vídeos da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,</p><p>nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.</p><p>16 Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a</p><p>veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores</p><p>do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de</p><p>19 matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do</p><p>direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a</p><p>liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às</p><p>22 diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela</p><p>encontra limites no próprio exercício de outros direitos</p><p>fundamentais.</p><p>Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>75 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Certo.</p><p>O gabarito Certo é justificado da seguinte maneira: o texto relata acontecimentos do passa-</p><p>do. Nesses acontecimentos, há participantes (considerados como personagens) que exercem</p><p>ações. Essa é a principal razão para que o texto seja considerado como narrativo.</p><p>Questão 2 (CEBRASPE/TÉCNICO/MPU/2013)</p><p>1 Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a</p><p>edição de biografias à autorização do biografado ou</p><p>descendentes. As consequências da norma são negativas. Uma</p><p>4 delas é a impossibilidade de se registrar e deixar para a</p><p>posteridade a vida de personagens importantes na formação do</p><p>país, em qualquer ramo de atividade. Permite-se a interdição de</p><p>7 registros de época, em prejuízo dos historiadores e</p><p>pesquisadores do futuro.</p><p>Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o</p><p>10 relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário</p><p>de Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto na</p><p>literatura não pode haver censura prévia. Publicada a</p><p>13 reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos que</p><p>recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente em</p><p>muitos países, em que há biografias “autorizadas” e “não</p><p>16 autorizadas”.</p><p>Reclamações posteriores, quando existem, são</p><p>encaminhadas ao foro devido, os tribunais.</p><p>19 O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil</p><p>para justificar o veto a que a historiografia do país seja</p><p>enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder de censura</p><p>22 concedido a biografados e herdeiros ser um atentado à</p><p>Constituição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>76 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Dada a apresentação de fatos, acontecimentos e personagens, o texto é predominantemente</p><p>narrativo.</p><p>Errado.</p><p>Para a banca CEBRASPE, uma das principais características (dentre outras) do texto narrativo</p><p>é a existência de relatos que ocorrem no passado. Esses eventos são realizados por entidades</p><p>(personagens) em determinado espaço. No texto analisado, os eventos não ocorrem no pas-</p><p>sado. Além disso, o texto possui marcas de argumentação (defesa de ponto de vista), o que</p><p>o diferencia da natureza do texto narrativo. Estamos diante, portanto, de um texto dissertati-</p><p>vo-argumentativo.</p><p>Questão 3 (CESPE/ANALISTA/STJ/2018)</p><p>Texto CB1A1BBB</p><p>1 O conceito de direitos humanos assenta em um bem</p><p>conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente</p><p>ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser</p><p>4 conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente</p><p>diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui</p><p>uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida</p><p>7 da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que</p><p>a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como</p><p>soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses</p><p>10 pressupostos são claramente ocidentais e facilmente</p><p>distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em</p><p>outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão</p><p>13 da universalidade dos direitos humanos se tornou tão</p><p>acesamente debatida.</p><p>Boaventura de Sousa Santos.</p><p>Por uma concepção multicultural dos direitos humanos.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>77 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O Texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua opinião a</p><p>respeito do assunto tratado.</p><p>Certo.</p><p>Olha aí que interessante: a banca usa a mesma nomenclatura adotada em nossa aula. No</p><p>texto em análise, o autor procura convencer o leitor em relação ao seu ponto de vista – e no</p><p>parágrafo em destaque isso é feito por meio de um questionamento.</p><p>Questão 4 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>Neste final de semana, esta Folha publicou editorial</p><p>criticando a proposta de ampliar a pena daqueles que assassinam</p><p>mulheres por “razões de gênero”. O Texto alega que tal “populismo”</p><p>jurídico seria uma extravagância, já que todas as circunstâncias</p><p>agravantes que poderiam particularizar o homicídio contra mulheres</p><p>(motivo fútil, crueldade, dificuldade de defesa) estariam</p><p>contempladas pela legislação vigente. Neste sentido, criar a</p><p>categoria jurídica “razões de gênero” de nada serviria, a não ser</p><p>para quebrar o quadro universalista que deveria ser o fundamento</p><p>da lei.</p><p>Vladimir Safatle. Feminicídio. In: Folha de S. Paulo. mar./2015, p. A 2.</p><p>Trata-se de um Texto publicado no jornal para o qual o próprio autor escreve, havendo indí-</p><p>cios de que ele apresentará a tal Texto uma crítica.</p><p>Certo.</p><p>Primeiramente, o  editorial é um artigo (gênero da tipologia dissertativo-argumentativa) que</p><p>expressa a opinião do Jornal (no caso, Folha de São Paulo). Essas informações podem ser</p><p>observadas no primeiro período do texto e na referência ao final do texto. Notamos que o tex-</p><p>to apresentará uma crítica por duas marcas linguísticas: o uso de aspas e a forma verbal no</p><p>futuro do pretérito.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>78 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>(CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>que a fala da personagem ocorreu antes do momento da enunciação. Fique aten-</p><p>to(a), viu?</p><p>Podemos agora falar da DESCRIÇÃO, que pode ser objetiva ou subjetiva.</p><p>Em uma descrição, apresentamos uma série de característica de determinado ser/objeto/</p><p>espaço, formando na memória do leitor/ouvinte a imagem do que está sendo descrito.</p><p>Na descrição, essa apresentação de características é verbal (oral ou escrita). Linguisti-</p><p>camente, a descrição é tipicamente formada por predicações nominais (Sujeito + Verbo de</p><p>ligação + Predicativo) ou por adjetivação (Substantivo + adjetivo (atributivo)).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Como eu disse, a descrição pode ser objetiva ou subjetiva. Na descrição objetiva, o ser/</p><p>objeto/espaço é descrito tal qual se apresenta ao mundo. Na descrição subjetiva, diferente-</p><p>mente, o ser/objeto/espaço é descrito a partir das impressões pessoais (subjetivas) de quem</p><p>está realizando a caracterização. Vamos tentar diferenciar essas duas formas de descrição.</p><p>Imagine a seguinte situação: eu peço a um botânico para descrever um açaizeiro. Muito</p><p>provavelmente, a descrição será a seguinte: “o açaí é uma palmeira do gênero Euterpe que</p><p>produz um fruto bacáceo de cor roxa”. Essa é uma descrição objetiva. Imagine agora que eu</p><p>peça a alguém da região Norte que descreva um açaizeiro. É muito provável que a descrição</p><p>envolva subjetividades do tipo: “o açaizeiro é nossa árvore guardiã, protetora de nossos ir-</p><p>mãos” (lembra-se da música do Djavan? Uma parte dela diz “açaí, guardiã”, que traduz essa</p><p>característica do açaizeiro como fonte de alimento e renda). Essa segunda descrição envolve,</p><p>portanto, subjetividades (as impressões pessoais/regionais das características do açaizeiro).</p><p>Observe a descrição a seguir, em que Tchekhov apresenta uma paisagem:</p><p>Depois das propriedades dos camponeses, começava um barranco abrupto e escarpado, que ter-</p><p>minava no rio; aqui e ali, no meio da argila, afloravam pedras enormes. Pelo declive, perto das</p><p>pedras e das valas escavadas pelos ceramistas, corriam trilhas sinuosas, entre verdadeiras monta-</p><p>nhas de cacos de louça, ora pardos, ora vermelhos, e lá embaixo se estendia um prado vasto, plano,</p><p>verde-claro, já ceifado, onde agora vagava o rebanho de camponeses.</p><p>(Anton Tchekhov. O assassinato e outras histórias)</p><p>Bom, espero que essa ilustração tenha ficado clara. Vamos agora à apresentação dos</p><p>tipos textuais DISSERTATIVO-EXPOSITIVO e DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO.</p><p>No tipo textual dissertativo expositivo, o autor do texto expõe/apresenta ideias, fatos, fe-</p><p>nômenos. Por ser de caráter expositivo, não se busca convencer o leitor em relação ao ponto</p><p>de vista - pressupõe-se, assim, que a dissertação expositiva apenas apresenta a ideia, o fato</p><p>ou o fenômeno.</p><p>A dissertação expositiva é tipicamente em terceira pessoa (ou impessoal), uma vez que o</p><p>autor discorre sobre algo. Em relação à exposição sem defesa de um ponto de vista, temos a</p><p>seguinte ilustração: pode-se discorrer (dissertar) sobre partidos políticos com absoluta isen-</p><p>ção, apresentado os diversos partidos em totalidade, dando deles a ideia exata, sem tentar</p><p>convencer o meu leitor das qualidades ou falhas de partido A ou B. Não procuro, nesse caso,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>formar a opinião de meu leitor; ao contrário, deixo-o em inteira liberdade de se decidir por se</p><p>filiar a determinado partido.</p><p>No excerto a seguir, de Gilberto Amado (citado em Othon M. Garcia), observamos que o</p><p>autor apenas mostra certas características do Brasil. Não há, em nenhuma parte do texto,</p><p>recursos argumentativos que visam ao convencimento do leitor (característica da argumen-</p><p>tação). Observe:</p><p>No seu aspecto exterior, na sua constituição geográfica, o Brasil é um todo único. Não o separa</p><p>nenhum lago interior, nenhum mar mediterrâneo. As  montanhas que se erguem dentro dele, em</p><p>vez de divisão, são fatores de unidade. Os seus rios prendem e aproximam as populações entre si,</p><p>assim os que correm dentro do país como os que marcam fronteiras.</p><p>Por sua produção e por seu comércio, é o Brasil um dos raros países que se bastam em si mesmos,</p><p>que podem prover ao sustento e assegurar a existência de seus filhos. De norte a sul e de leste a</p><p>oeste, os brasileiros falam a mesma língua quase sem variações dialetais. Nenhuma memória de</p><p>outros idiomas subjacentes na sua formação perturba a unidade íntima da consciência do brasilei-</p><p>ro na enunciação e na comunicação do seu pensamento e do seu sentimento.</p><p>(Gilberto Amado. Três livros)</p><p>Agora observe como é o tipo textual dissertação argumentativa. Por ser mais complexa e</p><p>mais recorrente em concursos públicos, eu detalharei mais esse tipo textual, certo? Seguirei</p><p>os ensinamentos do professor Othon M. Garcia.</p><p>No tipo textual dissertação argumentativa, diferentemente da dissertação expositiva, pro-</p><p>curamos formar a opinião do leitor ou ouvinte, objetivando convencê-lo de que a razão (o</p><p>discernimento, o bom senso, o juízo) está conosco, de que nós é que estamos de posse da</p><p>verdade.</p><p>Imagine a seguinte situação: eu sou filiado a determinado partido político. Se eu produzir</p><p>um texto em que o objetivo seja demonstrar as vantagens, a conveniência, a coerência, a qua-</p><p>lidade, a verdade de meu partido (em oposição aos demais), estou argumentando. Em suma,</p><p>argumentar é convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões, em face da</p><p>evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.</p><p>O texto a seguir, de autoria de Sérgio Buarque de Holanda, é um excelente exemplar de</p><p>texto argumentativo. Perceba que o autor se posiciona em relação aos fatos e defende uma</p><p>tese. Sérgio Buarque claramente procura convencer o leitor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agru-</p><p>pamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe,</p><p>entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma opo-</p><p>sição. A indistinção fundamental entre as duas formas é prejuízo romântico que teve os seus adep-</p><p>tos mais entusiastas durante o século décimo nono. De acordo com esses doutrinadores, o Estado</p><p>e as suas instituições descenderiam em linha reta, e por simples evolução da Família. A verdade,</p><p>bem outra, é que pertencem a ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem do-</p><p>méstica e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte,</p><p>eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral</p><p>sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo e não uma depura-</p><p>ção sucessiva, uma espiritualização de formas mais naturais e rudimentares, uma procissão</p><p>1 O índice de leitura no Brasil continua baixo. Uma</p><p>pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro revelou que, após</p><p>sair da escola, o brasileiro lê em média 1,3 livro por ano.</p><p>4 Quando se inclui a leitura de didáticos e paradidáticos</p><p>— aqueles títulos lidos por obrigação, como parte do programa</p><p>de alguma disciplina —, o número sobe para 4,7. Ainda assim,</p><p>7 trata-se de uma média baixíssima se comparada à de países</p><p>desenvolvidos. Cada francês, por exemplo, lê, em média,</p><p>anualmente, sete livros; na Finlândia, são mais de 25. O</p><p>10 levantamento apontou também que 45% dos entrevistados não</p><p>havia lido nenhuma obra sequer nos três meses anteriores à</p><p>enquete. O estudo, feito entre novembro e dezembro de 2007,</p><p>13 também mostrou que, para os brasileiros, a leitura é apenas a</p><p>quinta opção de entretenimento. Em primeiro lugar, está a</p><p>televisão. Alguma surpresa?</p><p>Leitura em baixa. In: Welcome Congonhas. Camarinha</p><p>Editora & Comunicação, jul./2008, p. 9 (com adaptações).</p><p>No que se refere ao Texto precedente e às ideias nele veiculadas, julgue os itens subsequen-</p><p>tes.</p><p>Questão 5 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) Conforme as pesquisas citadas no Tex-</p><p>to, o brasileiro não sabe ler.</p><p>Errado.</p><p>Não se pode afirmar, a partir do texto, que o brasileiro não sabe ler. Pode-se dizer, a partir do</p><p>texto, que o brasileiro (alfabetizado) lê pouco.</p><p>Questão 6 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) O Texto é um artigo de opinião no qual o</p><p>autor discute o baixo envolvimento do brasileiro com a leitura em oposição ao que ocorre na</p><p>França e na Finlândia.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>79 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente (ou seja, tem a função de ser) expositivo. O autor expõe os fatos</p><p>tais quais eles se apresentam, não objetivando convencer o leitor sobree determinado ponto</p><p>de vista. O artigo de opinião, diferentemente, é de natureza argumentativa e o autor objetiva</p><p>convencer o leitor.</p><p>Questão 7 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>Texto 11A3CCC</p><p>1 Ainda na infância, a literatura me encantou, me</p><p>conquistou: as histórias com suas tramas, os poemas com sua</p><p>musicalidade, seu uso especial da linguagem, todos com uma</p><p>4 precisão e um concretizar de fatos e sentimentos que a intuição</p><p>apenas adivinhava. Acho que foi isso que me fez amar a língua,</p><p>e esse amor me fez querer ser professor de Língua Portuguesa.</p><p>7 Já quando estava na quarta série do ginásio (hoje nono ano do</p><p>ensino fundamental), tinha certeza de que queria ser</p><p>professor... de Língua Portuguesa.</p><p>10 Quem, além de um poeta, poderia chamar a nossa</p><p>língua de “última flor do Lácio inculta e bela”? Quem, além de</p><p>Bandeira, poderia ir “embora pra Pasárgada... uma outra</p><p>13 civilização, para andar de bicicleta, montar em burro bravo,</p><p>subir em pau de sebo e tomar banho de mar”? Viajando por</p><p>entre as palavras mágicas de poetas, contistas, romancistas, fui</p><p>16 percorrendo os caminhos e descaminhos da linguagem.</p><p>Aos poucos cresceu no meu conhecimento a gramática</p><p>e a seguir a linguística com todas as suas correntes e</p><p>19 disciplinas. Aumentou assim o meu entusiasmo pelas</p><p>possibilidades expressivas da língua, sua relação com os</p><p>recursos linguísticos e seu funcionamento em textos resultantes</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>80 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>22 de sujeitos, de ideologias, de atividades e esferas de ação do</p><p>ser humano concretizando modos/formas e objetivos de ação</p><p>em tipos de gêneros e espécies de textos.</p><p>25 Parece-me, pois, que primeiro a literatura nos faz</p><p>sentir o que a língua é e pode, e, só depois, a gramática e a</p><p>linguística nos possibilitam saber o que é e como a língua é e</p><p>28 o que ela pode.</p><p>A literatura concentra, converge, encontra</p><p>possibilidades de expressão presentes na língua em todas as</p><p>31 suas variedades escritas e orais. Mesmo atualmente, quando os</p><p>estudos linguísticos se acostumaram a observar, descrever e</p><p>explicar os recursos da língua e seus usos nas variedades orais</p><p>34 e escritas não literárias (como na imprensa falada e escrita,</p><p>nos documentos orais e em todos os gêneros de todas as</p><p>esferas de ação social ou comunidades discursivas), parece</p><p>37 que a literatura continua a Senhora que nos mostra e aponta</p><p>a magia da língua.</p><p>É por esse espírito que acredito que ser linguista</p><p>40 ou gramático, ser professor de Língua Portuguesa tem</p><p>mais brilho, mais sabor, mais verdade, mais possibilidade</p><p>quando se acredita, mais ainda, quando se sabe que língua e</p><p>43 literatura são uma só coisa e que a segunda é a primeira</p><p>transformada em arte, que a literatura é o que há de mais livre,</p><p>mais forte e, por que não dizer, de mais belo de tudo o que se</p><p>46 pode fazer com a língua.</p><p>Luiz Carlos Travaglia. Da infância à ciência: língua e</p><p>literatura. In: Beth Brait. Literatura e outras linguagens.</p><p>São Paulo: Contexto, 2010, p. 36-8 (com adaptações).</p><p>Com relação aos fatores de coerência textual, o segundo parágrafo do Texto caracteriza-se</p><p>pela intertextualidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>81 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Certo.</p><p>O autor do texto (Luiz Carlos Travaglia) cita um trecho da obra de Olavo Bilac (Soneto “Língua</p><p>Portuguesa”) e um trecho da obra de Manuel Bandeira (poema “Vou-me embora pra Pasárga-</p><p>da”). Ambas as citações são destacadas pelo recurso de pontuação “aspas”.</p><p>Questão 8 (CESPE/AGENTE/ABIN/2018)</p><p>Texto CB3A1AAA</p><p>1 A atividade de inteligência é o exercício de ações</p><p>especializadas para a obtenção e análise de dados, produção de</p><p>conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país.</p><p>4 Inteligência e contrainteligência são os dois ramos dessa</p><p>atividade. A inteligência compreende ações de obtenção de</p><p>dados associadas à análise para a compreensão desses dados.</p><p>7 A análise transforma os dados em cenário compreensível para</p><p>o entendimento do passado, do presente e para a perspectiva de</p><p>como tende a se configurar o futuro. Cabe à inteligência tratar</p><p>10 fundamentalmente da produção de conhecimentos com o</p><p>objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar decisões de</p><p>maneira mais fundamentada. A contrainteligência tem como</p><p>13 atribuições a produção de conhecimentos e a realização de</p><p>ações voltadas à proteção de dados, conhecimentos,</p><p>infraestruturas críticas — comunicações, transportes,</p><p>16 tecnologias de informação — e outros ativos sensíveis e</p><p>sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. O trabalho</p><p>desenvolvido pela contrainteligência tem foco na defesa</p><p>19 contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o vazamento</p><p>de informações e o terrorismo, patrocinadas por instituições,</p><p>grupos ou governos estrangeiros.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>82 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>No Texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comunicativo de trans-</p><p>mitir ao leitor um conjunto de informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo</p><p>de inteligência.</p><p>Certo.</p><p>O texto apresentado pela banca é um exemplar típico da tipologia textual dissertativa exposi-</p><p>tiva. Não há, em qualquer ponto do texto, a tentativa de convencer o leitor sobre determinado</p><p>ponto de vista.</p><p>(CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018)</p><p>Texto 1A9BBB</p><p>1 Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo</p><p>de integração efetiva dos paulistas no mundo da língua</p><p>portuguesa ocorreu, provavelmente, na primeira metade</p><p>4 do século XVIII. Até então, a gente paulista, fossem</p><p>índios, brancos ou mamelucos, não se comunicava em</p><p>português, mas em uma língua de origem indígena,</p><p>7 derivada do tupi e chamada língua brasílica, brasiliana ou,</p><p>mais comumente, geral.</p><p>No Brasil colônia, coexistiam duas versões de</p><p>10 língua geral: a amazônica, ou nheengatu, ainda hoje</p><p>empregada por cerca de oito mil pessoas, e a paulista,</p><p>que desapareceu, não sem que deixasse marcas na toponímia</p><p>13 do país e na língua portuguesa. São elas que nos</p><p>possibilitam olhar um caipira jururu à beira de um igarapé</p><p>socando milho para preparar mingau — sem os termos</p><p>16 que migraram para o português, só veríamos um habitante</p><p>da área rural, melancólico, preparando comida às margens</p><p>de um riacho. Sem caipira, sem jururu, sem igarapé,</p><p>19 sem socar e sem mingau, a cena poderia descrever uma</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>83 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>bucólica paisagem inglesa.</p><p>O idioma da gente paulista formou-se como</p><p>22 resultado de duas práticas: a miscigenação de portugueses</p><p>e índias e a escravização dos índios. Os primeiros europeus</p><p>que aqui aportaram, sem mulheres, uniram-se às nativas</p><p>25 e criaram os filhos juntos e misturados — as crianças</p><p>usavam o tupi da mãe e o português do pai. Aos poucos,</p><p>essas famílias mestiças se afastavam da cultura indígena</p><p>28 e casavam entre si, não mais em suas aldeias de origem.</p><p>Formava-se assim uma cultura mameluca, nem europeia</p><p>nem indígena, com uma língua que já não era o tupi, tampouco</p><p>31 era o português. Era o que falavam os primeiros paulistas,</p><p>os bandeirantes, que a difundiram nas bandeiras até as terras</p><p>que hoje constituem o Mato Grosso e o Paraná.</p><p>Branca Vianna. O contrário da memória.</p><p>In: Piauí, ed. 116, maio/2016 (com adaptações).</p><p>Questão 9 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) No Texto 1A9BBB, é verificado o emprego</p><p>de discurso indireto no trecho “Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo (...) metade</p><p>do século XVIII” (l. 1 a 4).</p><p>Certo.</p><p>Como vimos em nossa aula, no discurso indireto o leitor tem acesso à fala de alguém pela</p><p>voz do narrador do texto. Como o texto da questão é dissertativo, o “narrador/enunciador” é</p><p>o próprio autor (Branca Vianna). Se o trecho fosse em discurso direto, teríamos o seguinte:</p><p>Sérgio Buarque de Holanda afirma:</p><p>“o processo de integração efetiva dos paulistas no mundo da língua portuguesa ocorreu, pro-</p><p>vavelmente, na primeira metade do século XVIII.”</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>84 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 10 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) O vocábulo “toponímia” (l. 12) refere-se, no</p><p>Texto 1A9BBB, ao conjunto de nomes próprios de lugares.</p><p>Certo</p><p>“Marcas na toponímia do país” = “marcas na origem de nomes geográficos do país”.</p><p>A toponímia é uma parte específica da onomástica (estudo linguístico dos nomes próprios) e</p><p>estuda os nomes próprios de lugares.</p><p>Questão 11 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A1AAA</p><p>1 Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que</p><p>se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas</p><p>venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,</p><p>4 confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é</p><p>próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as</p><p>palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que</p><p>7 não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser</p><p>utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria</p><p>de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve</p><p>10 perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar</p><p>deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem</p><p>sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está</p><p>13 trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam</p><p>se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente</p><p>naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores,</p><p>16 não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e</p><p>milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade</p><p>inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu</p><p>19 próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>85 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de</p><p>informação, embora um simples olhar nos revele que estão</p><p>22 faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o</p><p>dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é</p><p>altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe.</p><p>25 Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao</p><p>seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado,</p><p>noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não</p><p>28 tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do</p><p>saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento,</p><p>o erro tentador.</p><p>31 Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros</p><p>estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro</p><p>deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar</p><p>34 que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo,</p><p>porque assim como vão variando as explicações do universo,</p><p>também a sentença que antes parecera imutável para todo o</p><p>37 sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade</p><p>duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio.</p><p>Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que</p><p>40 uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os</p><p>costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e</p><p>Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o</p><p>43 Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...].</p><p>José Saramago. História do cerco de Lisboa.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.</p><p>O emprego das palavras “cara” (l. 40) e “vademeco” (l. 43) confere um caráter informal ao úl-</p><p>timo parágrafo do Texto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>86 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Errado.</p><p>O parágrafo mantém o registro linguístico de todo o texto. As palavras “cara” e “vademeco”</p><p>(vade-mécum) não são exemplares de variação linguística: ambas são utilizadas em suas</p><p>acepções originais e registradas conforme o padrão linguístico.</p><p>(CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A4CCC</p><p>Questão 12 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018) A linguagem do Texto apresenta elementos ca-</p><p>racterísticos de um nível de linguagem mais informal com função comunicativa bem definida:</p><p>estabelecer uma aproximação com o leitor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>87 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Certo.</p><p>A informalidade é atingida pela estratégia de polidez (“desculpem se”), por estruturas sintáti-</p><p>cas próximas da oralidade (“é que”) e pelo uso de “a gente” como pronome de primeira pessoa</p><p>do plural. Essas estratégias buscam estabelecer uma aproximação com o público-alvo.</p><p>Questão 13 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018) O público a quem a mensagem do Texto 6A4CCC</p><p>se destina é específico: trata-se de revisores e diagramadores.</p><p>Certo.</p><p>O “você” a quem o texto faz referência é o receptor do desejo de sucesso registrado na men-</p><p>sagem. Por ser o dia do revisor e do diagramador (28 de março), assume-se que o público-al-</p><p>vo seja composto por esses profissionais.</p><p>Questão 14 (CESPE/MÉDIO/STM/2018)</p><p>Texto CB4A1AAA</p><p>1 Narração é diferente de narrativa, uma vez que</p><p>mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que</p><p>eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de</p><p>4 acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está</p><p>presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e</p><p>sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas,</p><p>7 peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos</p><p>corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas,</p><p>desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas,</p><p>10 nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração,</p><p>por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador enuncia.</p><p>Uma contagem de palavras na base de dados do</p><p>13 Google mostra uma mudança nos usos de narrativa. A palavra</p><p>vem sendo cada vez mais empregada nas últimas décadas, mas</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>88 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>seu sentido vem mudando.</p><p>16 A expressão disputa de narrativas, que teve um boom</p><p>dos anos 80 do século XX para cá, não costuma dizer respeito</p><p>à acepção mais literária do termo, como narrativa de um</p><p>19 romance. Fala antes sobre trazer a público diferentes formas de</p><p>narrar o mundo, para que narrativas plurais possam ser</p><p>elaboradas e disputadas. É um uso do termo que talvez</p><p>22 aproxime narrativa de narração, porque sugere que toda</p><p>narrativa histórica e cultural carrega em si um processo e um</p><p>movimento e que dentro dela há sempre sinais deixados pelas</p><p>25 escolhas de um narrador.</p><p>Sofia Nestrovski. Narrativa. Internet:</p><p>(com adaptações).</p><p>Dadas a temática apresentada e a presença de referências temporais, como as expressões</p><p>“nas últimas décadas” (l. 14) e “dos anos 80 do século XX para cá” (l. 17), o Texto classifica-se</p><p>como narrativo.</p><p>Errado.</p><p>A marcação temporal não é a única marca linguística a ser considerada na classificação de</p><p>um texto como pertencente à tipologia narrativa. O texto é claramente dissertativo-expositivo</p><p>(perceba que a autora apenas expõe as características da narrativa, sem o objetivo de con-</p><p>vencer o leitor).</p><p>Para ser uma narrativa, faz-se necessária também a presença de personagens que sofrem e/</p><p>ou pratiquem ações em determinado tempo e espaço. Além disso, a função do texto deve ser</p><p>a de relatar um evento – e esse não é o caso do texto em análise.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>89 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 15 (CESPE/AGENTE/TCE-PB/2018)</p><p>Texto 1A1AAA</p><p>1 O medo do esquecimento obcecou as sociedades</p><p>europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua</p><p>inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do</p><p>4 passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos</p><p>os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o</p><p>tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos</p><p>7 quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.</p><p>No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca,</p><p>na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais</p><p>10 simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade</p><p>da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser</p><p>apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros</p><p>13 estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil.</p><p>Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro</p><p>perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um</p><p>16 discurso sem ordem nem limites.</p><p>O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis</p><p>e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi</p><p>19 considerado um perigo tão grande quanto seu contrário.</p><p>Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim</p><p>como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos</p><p>22 os escritos foram destinados a se tornar arquivos cuja proteção</p><p>os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram</p><p>traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e</p><p>25 depois escrever de novo.</p><p>Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura</p><p>(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:</p><p>UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>90 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Predomina no Texto 1A1AAA a tipologia narrativa.</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente dissertativo-expositivo. Como eu já afirmei, para ser uma nar-</p><p>rativa, faz-se necessária a presença de personagens que sofrem e/ou pratiquem ações em</p><p>determinado tempo e espaço. Além disso, a função do texto deve ser a de relatar um evento</p><p>– e esse não é o caso do texto em análise.</p><p>Questão 16 (CESPE/ANALISTA/TRF 1ª/2017)</p><p>Texto 4A1BBB</p><p>1 Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso</p><p>melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na</p><p>prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O</p><p>4 Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes</p><p>nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que</p><p>com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer</p><p>7 abstração.</p><p>O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista</p><p>é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina.</p><p>10 Verdade que às vezes, na gaveta</p><p>de meias, na lancheira do</p><p>filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor,</p><p>trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho</p><p>13 ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que</p><p>se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de</p><p>Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim</p><p>16 que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe,</p><p>do que está tão perto que a gente nem vê.</p><p>Antonio Prata. É uma crônica, companheira.</p><p>Internet (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>91 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O emprego de expressões coloquiais como “dar umas bandas” (l. 14) e “de leve” (l. 15) é ade-</p><p>quado ao gênero em que se classifica o Texto.</p><p>Certo</p><p>O texto é uma crônica – e uma das características desse gênero é a linguagem coloquial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>92 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 17 (CESPE/TÉCNICO/CGM-PB/2018)</p><p>O Texto apresentado combina elementos das tipologias expositiva e injuntiva.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>93 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Certo.</p><p>O texto injuntivo é representado pela expressão central “DIGA NÃO”, além das formas infini-</p><p>tivas: “não dar nota fiscal”; “colar na prova” etc. A tipologia dissertativo-expositiva está pre-</p><p>sente no trecho disposto na parte superior à direita do texto.</p><p>Questão 18 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>No terceiro período do Texto, predomina a função fática da linguagem, dada a finalidade co-</p><p>municativa do Texto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>94 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Errado.</p><p>A função fática é caracterizada quando a comunicação está centrada no próprio canal, ob-</p><p>jetivando manter ininterrupta a comunicação entre emissor e receptor. Não é este o caso da</p><p>finalidade comunicativa do texto acima. Como a finalidade comunicativa é o convencimento</p><p>do receptor (leitor), a função predominante é a conativa (e a tipologia será argumentativa).</p><p>(CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>1 Meu querido neto Mizael,</p><p>Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado</p><p>muito me deu muito prazer.</p><p>4 Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em</p><p>princípio de maio estarão cá, pois estou com muitas saudades</p><p>de vocês todos. Vovó te manda muitas lembranças.</p><p>7 A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2</p><p>dentinhos.</p><p>Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,</p><p>10 Bárbara</p><p>Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus</p><p>Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras. Rio de</p><p>Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de</p><p>Letras. Internet: (com adaptações).</p><p>Julgue os itens seguintes, a respeito do Texto precedente.</p><p>Questão 19 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017) O emprego do diminutivo no Texto está rela-</p><p>cionado à expressão de afeto e ao gênero textual: carta familiar.</p><p>Certo.</p><p>Um dos efeitos de sentido do uso do diminutivo é o de trazer afetividade ao conteúdo do texto</p><p>(uma carta familiar, que também possui traços de afetividade).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>95 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 20 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017) O Texto se caracteriza por uma uniformidade</p><p>de tratamento do destinatário da carta, verificada no emprego das formas pronominais.</p><p>Errado.</p><p>Não há uniformidade, visto haver flutuação entre formas pronominais (inclusive a denotada</p><p>pela flexão verbal).</p><p>(COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA)</p><p>A Paranaprevidência concluiu a análise e a revisão das 1.430 aposentadorias concedidas</p><p>por invalidez e que necessitaram passar por este processo a partir da publicação da Emenda</p><p>Constitucional de n.  70,  no final de março. De acordo com o diretor-presidente da Parana-</p><p>previdência, Jayme de Azevedo Lima, as revisões de benefícios continuarão a ser efetuadas</p><p>mesmo depois do final do prazo estipulado com a publicação da emenda, que era de 180 dias.</p><p>“Se um beneficiário achar que tem direito à revisão, ele pode dar a entrada no pedido e nós</p><p>vamos iniciar o processo e verificar se há o direito e, em caso afirmativo, implantar os valores</p><p>em seus vencimentos”, disse ele.</p><p>Segundo ele, mesmo os benefícios que tiveram pouco acréscimo de valores aos vencimen-</p><p>tos podem ser beneficiados futuramente com outras medidas, uma vez que terão isonomia e</p><p>paridade com os servidores da ativa. “Se, por exemplo, os servidores ativos receberem algum</p><p>benefício extra, esse pessoal que teve seus processos revisados também terá estas incorpo-</p><p>rações”, completou. A emenda trouxe novas regras para a concessão dos benefícios e tam-</p><p>bém previu a revisão das aposentadorias por invalidez concedidas anteriormente.</p><p>A emenda 70 prevê que os servidores que serão atingidos pela lei devem obedecer aos se-</p><p>guintes critérios:</p><p>• ter ingressado no serviço público mediante concurso público de provas ou de provas e</p><p>títulos até o dia 31 de dezembro de 2003.</p><p>• ter se aposentado por invalidez a partir de 1 de janeiro de 2004.</p><p>• ser titular de cargo efetivo da União, Estados, Municípios, Distrito Federal e suas autar-</p><p>quias e fundações.</p><p>(Adaptado de: Revisão de Benefícios. Disponível em: . Acesso em:</p><p>30 nov. 2012.)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>96 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Acerca do texto, julgue (Certo ou Errado) as afirmativas a seguir.</p><p>Questão 21 (COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA) É um texto argu-</p><p>mentativo, que apresenta o tema, discorre sobre ele e defende um ponto de vista.</p><p>Errado.</p><p>O texto se caracteriza por ser expositivo, não havendo defesa de ponto de vista pelo autor.</p><p>Questão 22 (COPS-UEL/TÉCNICO/PREVIDÊNCIA-PR/2013 - ADAPTADA) É um texto infor-</p><p>mativo, cuja intenção é manter o público leitor ciente de determinado assunto.</p><p>Certo.</p><p>O traço informativo advém de sua tipologia dissertativa-expositiva. Nesse tipo de texto, a in-</p><p>tenção do autor é informar o público-leitor acerca de determinado tema ou ideia.</p><p>Questão 23 (QUADRIX/ASSISTENTE/CRM-DF/2018 - ADAPTADA)</p><p>Com incontáveis linhas de cosméticos, academias, centros de estética, salões de beleza, clí-</p><p>nicas de cirurgia plástica, revistas sobre beleza e boa forma, o mercado da aparência física é</p><p>um dos que mais crescem atualmente. Negócios nesse ramo proliferam, atendendo enorme</p><p>demanda da sociedade, mas o culto à beleza física não é uma novidade do nosso tempo.</p><p>Há registros bem antigos sobre a preocupação social com o corpo humano, não apenas por</p><p>seus aspectos funcionais, mas muito fortemente por sua estética também. Os gregos anti-</p><p>gos, na busca pela perfeição, valorizavam a beleza física, juntamente com um intelecto de-</p><p>senvolvido. Em Esparta, onde se chegava ao extremo da eugenia, os  recém-nascidos eram</p><p>examinados e podiam ser eliminados caso apresentassem alguma deficiência física ou men-</p><p>tal, ou, ainda, se fossem considerados fracos. Apesar de essa prática ter motivações militares,</p><p>guardava relação com o ideal do padrão físico vigente.</p><p>Ao longo dos séculos, houve variações significativas quanto à importância que se dava à</p><p>forma física. Na Idade Média, com a supremacia da Igreja, predominou um dualismo entre</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>97 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>corpo como fonte de pecado e alma como objeto de salvação. O culto à estética corporal foi</p><p>proibido, assim como a exposição do corpo humano, mesmo nas artes. Somente no período</p><p>renascentista, foram retomados padrões artísticos da Antiguidade, de celebração do corpo e</p><p>da beleza física.</p><p>Entre os séculos XIX e XX, começaram a se disseminar popularmente programas de treina-</p><p>mento físico com um ideal de pessoas fisicamente mais eficientes e saudáveis. Apesar de</p><p>haver uma proposta inicial de saúde e eficiência física, com o desenvolvimento das indústrias</p><p>da beleza (moda, cosméticos etc.), a ênfase nos cuidados com o corpo foi recaindo sobre a</p><p>estética.</p><p>Hoje, para cada parte coisificada da pessoa, há uma grande variedade de soluções oferecidas:</p><p>produtos para “embelezar” os olhos, o rosto, o pescoço, o cabelo, as unhas, além de equipa-</p><p>mentos de ginástica que prometem modelar especificamente cada grupo muscular, normal-</p><p>mente sem nenhum esforço.</p><p>Além disso, a medicina também acena com soluções cada vez mais seguras e acessíveis para</p><p>os “problemas” estéticos: mude o nariz, aumente os seios e estique a barriga, pagando em</p><p>tranquilas prestações.</p><p>A coisificação e a comercialização do corpo como objeto de adoração estão profundamente</p><p>impregnadas no capitalismo. Somos bombardeados regularmente com propagandas sobre</p><p>nossas “imperfeições” e limitações. Nossas singularidades são convertidas em inadequa-</p><p>ções, enquanto a publicidade nos mostra soluções milagrosas para nos libertar da grande</p><p>infelicidade de sermos como somos.</p><p>A crueldade do mercado de estética reside no seu modo de operação: a mesma propaganda</p><p>que anuncia a oferta cria a demanda, o que não é, por certo, exclusividade desse mercado,</p><p>pois a base fundamental da publicidade comercial é gerar atitude de consumo pela crença</p><p>de uma necessidade, exista ela ou não. Entretanto, quando se trata do corpo-mercadoria,</p><p>a autorreferência afeta seriamente a autoestima, cada vez mais sensível a esses estímulos.</p><p>A mensagem geral é que somos inadequados para os padrões estabelecidos e não consegui-</p><p>remos ser felizes sem consumir as soluções oferecidas. O bem-estar subjetivo é comprome-</p><p>tido quando se interfere na capacidade individual de autoavaliação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>98 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Tudo isso traz consequências sérias à saúde. Por não corresponderem à imagem do corpo</p><p>perfeito que aparece o tempo todo na TV, no cinema, nas revistas e, claro, nos anúncios co-</p><p>merciais, cada vez mais pessoas mergulham em quadros de depressão, perda de libido, trans-</p><p>tornos alimentares (anorexia e bulimia) e obsessões diversas.</p><p>Enquadrar-se em padrões de grupo é uma necessidade humana, mas quanto mais autonomia</p><p>pudermos desenvolver em relação à aprovação dos outros para aprovarmos a nós mesmos,</p><p>melhor será nossa qualidade de vida.</p><p>Edwin Carrer. A escravidão do culto ao corpo perfeito: como a propaganda regula o seu espelho.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O texto configura-se como uma narrativa de fatos históricos que comprovam os efeitos ne-</p><p>gativos da propaganda sobre o comportamento humano.</p><p>Errado.</p><p>O texto não é uma narrativa, mas uma sequência argumentativa que faz uso de trechos nar-</p><p>rativos.</p><p>Questão 24 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A1AAA</p><p>1 Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que</p><p>se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas</p><p>venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,</p><p>4 confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é</p><p>próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as</p><p>palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que</p><p>7 não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser</p><p>utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria</p><p>de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve</p><p>10 perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar</p><p>deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>99 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está</p><p>13 trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam</p><p>se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente</p><p>naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores,</p><p>16 não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e</p><p>milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade</p><p>inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu</p><p>19 próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor</p><p>ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de</p><p>informação, embora um simples olhar nos revele que estão</p><p>22 faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o</p><p>dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é</p><p>altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe.</p><p>25 Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao</p><p>seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado,</p><p>noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não</p><p>28 tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do</p><p>saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento,</p><p>o erro tentador.</p><p>31 Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros</p><p>estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro</p><p>deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar</p><p>34 que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido</p><p>novo,</p><p>porque assim como vão variando as explicações do universo,</p><p>também a sentença que antes parecera imutável para todo o</p><p>37 sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade</p><p>duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio.</p><p>Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que</p><p>40 uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>100 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e</p><p>Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o</p><p>43 Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...].</p><p>José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.</p><p>Na construção do Texto, o autor, além de narrar fato que aconteceu com “o revisor”, explora,</p><p>repetidas vezes e de diferentes modos, a ideia de que a dúvida pode ser algo positivo.</p><p>Certo.</p><p>Vamos nos concentrar na parte em que o item afirma ser o texto uma narração. O “persona-</p><p>gem” dessa narração é o revisor, apresentado pelo narrador (é, portanto, uma terceira pes-</p><p>soa). Esse revisor realiza ações em terceira pessoa (“errou”, “confundiu”). Trata-se, assim, de</p><p>estrutura narrativa.</p><p>(CESPE/MÉDIO/STM/2018)</p><p>Texto CB4A1BBB</p><p>1 O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um</p><p>macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão</p><p>conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo</p><p>4 horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque</p><p>estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando</p><p>abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, em vez de mergulhar</p><p>7 na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou</p><p>até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e</p><p>ficou bebericando no balcão.</p><p>10 Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas</p><p>edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que</p><p>o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro,</p><p>13 certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie.</p><p>Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>101 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>anos satisfeito com sua vida. Pode abrir as grades da porta</p><p>16 contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em</p><p>frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.</p><p>Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou</p><p>19 sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com</p><p>satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria</p><p>para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.</p><p>22 Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz,</p><p>possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em</p><p>cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo</p><p>25 que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da</p><p>Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol</p><p>escorrega sobre a região metropolitana, são trancafiados em</p><p>28 furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a</p><p>caçadores que comem carne de cavalo abatido em frigorífico.</p><p>De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não</p><p>31 do que foi, mas do que poderia ter sido.</p><p>Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adapta-</p><p>ções).</p><p>Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do Texto CB4A1BBB, julgue os itens</p><p>que se seguem.</p><p>Questão 25 (CESPE/MÉDIO/STM/2018) Ao narrar a história do macaco Alemão e ao comen-</p><p>tar a vida dos tigres-de-bengala nascidos em cativeiro, a autora remete à perspectiva de visi-</p><p>tar zoológicos que ela classifica como “sem inocência” (l. 19).</p><p>Certo.</p><p>A parte narrativa do texto possui uma finalidade (a de apresentar um ponto de vista sobre de-</p><p>terminado fato no mundo). Nessa narração, há personagens que sofrem e ou praticam ações</p><p>(especialmente no passado), como lemos em “Alemão conseguiu abrir o cadeado de sua jaula</p><p>e escapou”. Temos, então, uma estrutura narrativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>102 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 26 (CESPE/STM/MÉDIO/2018) A forma verbal “passara” (l. 5) denota um fato ocor-</p><p>rido antes de duas outras ações também já concluídas, as quais são descritas nos dois perí-</p><p>odos imediatamente anteriores ao período em que ela se insere.</p><p>Errado.</p><p>A forma verbal “passara” está na terceira pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito</p><p>do indicativo. Esse evento (passar) ocorre antes de um evento no passado, o de escapar. Esse</p><p>passado, portanto, refere-se a um único evento anterior.</p><p>Questão 27 (CESPE/DELEGADO/PC-MA/2018)</p><p>Texto CG1A1AAA</p><p>1 A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos</p><p>políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós,</p><p>independentemente de idade, sexo, estrato social, crença</p><p>4 religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacificado, um</p><p>mundo sob a égide de uma cultura da paz.</p><p>Mas, o que significa “cultura da paz”?</p><p>7 Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças</p><p>e os adultos da compreensão de princípios como liberdade,</p><p>justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e</p><p>10 solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da</p><p>violência que tem sido percebida na sociedade, em seus mais</p><p>variados contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções</p><p>13 que advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam</p><p>impostas do exterior.</p><p>Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser</p><p>16 abordado em sentido negativo, quando se traduz em um estado</p><p>de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e</p><p>permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>103 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>19 a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de se</p><p>concretizar e de se precisar. Em sua concepção positiva, a paz</p><p>não é o contrário da guerra, mas a prática da não violência para</p><p>22 resolver conflitos, a prática do diálogo na relação entre</p><p>pessoas, a postura democrática frente à vida, que pressupõe a</p><p>dinâmica da cooperação planejada e o movimento constante da</p><p>25 instalação de justiça.</p><p>Uma cultura de paz exige esforço para modificar o</p><p>pensamento e a ação das pessoas para que se promova a paz.</p><p>28 Falar de violência e de como ela nos assola deixa de ser, então,</p><p>a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada;</p><p>ela pertence ao nosso dia a dia e temos consciência disso.</p><p>31 Porém, o sentido do discurso, a ideologia que o alimenta,</p><p>precisa impregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os</p><p>valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e</p><p>34 promovem.</p><p>A violência já é bastante denunciada, e quanto mais</p><p>falamos dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio</p><p>social. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em</p><p>37 nós, entre nós, entre nações, entre povos.</p><p>Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à</p><p>gestão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos</p><p>40 potencialmente violentos e reconstruir a paz e a confiança entre</p><p>pessoas originárias de situação de guerra é um dos exemplos</p><p>mais comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às</p><p>43 escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho por</p><p>todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros de</p><p>comunicação e associações.</p><p>46 Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as</p><p>desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>104 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>sustentado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as</p><p>49 instituições democráticas, promovendo a liberdade de</p><p>expressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente.</p><p>É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento</p><p>52 — direitos humanos — democracia” que podemos vislumbrar</p><p>a educação para a paz.</p><p>Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.</p><p>Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).</p><p>O Texto CG1A1AAA, essencialmente expositivo-argumentativo, estrutura-se a partir da defi-</p><p>nição de conceitos e do uso de recursos retóricos.</p><p>Certo.</p><p>Como podemos perceber pela leitura do texto, a autora busca expor os conceitos de paz (cul-</p><p>tura de paz) e gestão de conflitos, por exemplo. Há também, recursos retóricos, como a gra-</p><p>dação. Assim, o item está correto.</p><p>Questão 28 (CESPE/ANALISTA/TRF 1ª/2017)</p><p>Texto 4A1BBB</p><p>1 Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso</p><p>melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na</p><p>prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O</p><p>4 Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes</p><p>nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que</p><p>com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer</p><p>7 abstração.</p><p>O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista</p><p>é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina.</p><p>10 Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do</p><p>filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>105 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho</p><p>13 ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que</p><p>se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de</p><p>Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim</p><p>16 que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe,</p><p>do que está tão perto que a gente nem vê.</p><p>Antonio Prata. É uma crônica, companheira. Internet (com adaptações).</p><p>O autor emprega as palavras amor, perdão e saudade com iniciais maiúsculas, no primeiro</p><p>parágrafo, e minúsculas, no segundo parágrafo, como um recurso de estilo associado ao tra-</p><p>balho do poeta e do cronista, respectivamente.</p><p>Certo.</p><p>O uso das maiúsculas categorizantes é claro no primeiro parágrafo. Nesse recurso, o autor</p><p>transforma substantivos comuns em entidades personificadas. Quando faz uso desses ter-</p><p>mos com minúscula, coloca essas noções como mais próximas ao cronista (diferentemente</p><p>do que ocorre com o poeta).</p><p>Questão 29 (CESPE/MÉDIO/EMAP/2018)</p><p>1 É curioso notar que a ideia de porto está presente</p><p>nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.</p><p>Isso porque uma das características das primeiras estruturas</p><p>4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a</p><p>presença do porto.</p><p>As primeiras cidades, no sentido moderno,</p><p>7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,</p><p>na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios</p><p>Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos</p><p>10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada</p><p>por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>106 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>e as células dos futuros palácios reais; uma espécie</p><p>13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências</p><p>e instalações para criação de animais e plantio; e o porto</p><p>fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era</p><p>16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,</p><p>cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.</p><p>Não se trata, portanto, de uma criação aleatória</p><p>19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece</p><p>como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional</p><p>que marcou o contexto do surgimento das cidades e da</p><p>22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança</p><p>localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,</p><p>na diversificação dos papéis sociais e na abertura para</p><p>25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau</p><p>de complexidade da sociedade.</p><p>Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos portos e as relações de traba-</p><p>lho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)</p><p>O Texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta detalhadamente as</p><p>características dos portos na Antiguidade.</p><p>Errado.</p><p>No texto, há trechos descritivos, como podemos ler no segundo parágrafo. No entanto, a fun-</p><p>ção central do texto é apresentar ao leitor o modo como uma localidade (o porto) é tida pelas</p><p>sociedades humanas (“o porto é um elemento de uma forte mudança civilizacional” – linhas</p><p>19 e 20).</p><p>Questão 30 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>1 A língua continua sendo forte elemento de</p><p>discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>107 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos</p><p>4 serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).</p><p>Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação</p><p>de que a variação linguística não deve ser matéria de ensino na</p><p>7 escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como</p><p>tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver uma</p><p>pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma</p><p>10 sociedade que, infelizmente, ainda não reconheceu sua</p><p>complexa cara linguística e, como resultado da profunda</p><p>divisão socioeconômica que caracterizou historicamente sua</p><p>13 formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,</p><p>escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os</p><p>grupos socioeconômicos</p><p>que recebem as menores parcelas da</p><p>16 renda nacional.</p><p>A maioria dos alunos que chegam à escola pública é</p><p>oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. E há,</p><p>19 entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe</p><p>à escola pública contribuir, pela oferta de educação de</p><p>qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma</p><p>22 melhor redistribuição da renda nacional.</p><p>Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver</p><p>precisamente com o ensino de língua — um ensino que garanta</p><p>25 o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala</p><p>nos espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui</p><p>o das variedades linguísticas historicamente identificadas</p><p>28 como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto</p><p>de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada</p><p>norma culta.</p><p>Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles</p><p>(orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.</p><p>p. 8-9 (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>108 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O Texto é predominantemente argumentativo, o que pode ser comprovado pela seleção de</p><p>palavras que remetem às posições e às opiniões dos seus autores.</p><p>Certo.</p><p>O texto é, sim, argumentativo. Nele, vemos que os autores buscam convencer o leitor, apre-</p><p>sentando seus pontos de vista sobre determinado fato no mundo. A seleção de palavras a que</p><p>o item faz referência pode ser notada na linha 10, por exemplo: “uma sociedade que, infeliz-</p><p>mente, ainda não reconheceu sua complexa cara linguística”.</p><p>Questão 31 (CESPE/ASSISTENTE/TJ-AM/2019)</p><p>Texto CB3A1-I</p><p>1| O maior desafio do Poder Judiciário no Brasil é</p><p>tornar-se cada vez mais acessível às pessoas, até mesmo</p><p>a quem não pode arcar com o custo financeiro de um processo.</p><p>4| De um modo amplo, o acesso à justiça significa a garantia de</p><p>amparo aos direitos do cidadão por meio de uma ordem</p><p>jurídica justa e, caso tais direitos sejam violados, a</p><p>7| possibilidade de ele buscar a devida reparação. Para tornar</p><p>efetivo esse direito fundamental e popularizá-lo, foram feitas</p><p>várias mudanças na lei ao longo dos anos. Esse movimento de</p><p>10| inclusão é conhecido como ondas renovatórias. Atualmente, já</p><p>se fala no surgimento da quarta onda, que está relacionada aos</p><p>avanços da tecnologia.</p><p>13| Na primeira onda renovatória, buscou-se superar as</p><p>barreiras econômicas do acesso à justiça. No Brasil, as medidas</p><p>para garantir a assistência judiciária a quem não pode arcar</p><p>16| com as custas de um processo ou ser assistido por um</p><p>advogado particular foram efetivadas principalmente pela</p><p>Lei n.º 1.060, de 1950, e pela criação da Defensoria Pública da</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>109 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>19| União, em 1994, que atende muitos segurados do INSS que</p><p>têm de recorrer ao Poder Judiciário para conseguir um benefício.</p><p>A segunda onda renovatória enfrentou os desafios de</p><p>22| tornar o processo judicial acessível a interesses coletivos, de</p><p>grupos indeterminados, e não apenas limitado a ser um</p><p>instrumento de demandas individuais. Para assegurar a tutela</p><p>25| dos direitos difusos, que dizem respeito à sociedade em geral,</p><p>foram criados instrumentos para estimular a democracia</p><p>participativa. Os principais avanços ocorreram com a entrada</p><p>28| em vigor da Lei da Ação Civil Pública, em 1985, e do Código</p><p>de Defesa do Consumidor, em 1990, que, conjuntamente,</p><p>formaram o microssistema processual para assegurar os</p><p>31| interesses da população.</p><p>A terceira onda encorajou uma ampla variedade de</p><p>reformas na estrutura e na organização dos tribunais, o que</p><p>34| possibilitou a simplificação de procedimentos e,</p><p>consequentemente, do processo. Entendeu-se que cada tipo de</p><p>conflito tem uma forma adequada de solução: a decisão final</p><p>37| para uma controvérsia pode ser tomada por um juiz, árbitro ou</p><p>pelas próprias partes, com ou sem o auxílio de terceiros</p><p>neutros, como mediadores e conciliadores.</p><p>40| Hoje, na quarta onda renovatória, a chamada</p><p>revolução digital e suas mudanças rápidas aceleraram a</p><p>engrenagem judicial. Esse processo de transição do analógico</p><p>43| para o digital não se resume apenas à virtualização dos</p><p>tribunais com a chegada do processo eletrônico. As tecnologias</p><p>da informação e comunicação oferecem infinitas possibilidades</p><p>46| para redesenhar o que se entende por justiça.</p><p>| As plataformas digitais de solução de conflitos</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>110 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>popularizaram serviços antes tidos como caros e pouco</p><p>49| acessíveis. Hoje existe até a oferta de experiências de cortes</p><p>online, nas quais as pessoas têm acesso aos tribunais com um</p><p>clique, sem sair de casa.</p><p>Mariana Faria. O que tecnologia tem a ver com acesso à justiça?13/6/2018. Internet:</p><p>(com adaptações).</p><p>Como o texto elenca fatos ocorridos ao longo da história da justiça brasileira, é correto clas-</p><p>sificá-lo como predominantemente narrativo.</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente expositivo. O autor busca apresentar ao leitor o modo como a</p><p>tecnologia (e as ondas renovatórias) está relacionada ao direito ao acesso à justiça. Nessa</p><p>exposição, não há personagens (reais ou fictícios) inseridos em um tempo e um espaço.</p><p>Questão 32 (CESPE/ANALISTA/TJ-AM/2019)</p><p>Texto CB1A1-I</p><p>1| Em 1996, no artigo Contratos inteligentes, o</p><p>criptógrafo Nick Szabo predizia que a Internet mudaria para</p><p>sempre a natureza dos sistemas legais. A justiça do futuro,</p><p>4| dizia, estaria baseada em uma tecnologia chamada contratos inteligentes.</p><p>Os contratos legais com que habitualmente trabalham</p><p>os advogados estão escritos em linguagem frequentemente</p><p>7| ambígua e sujeita a interpretações diversas. Um contrato</p><p>inteligente é um acordo escrito em código de software, que,</p><p>como linguagem de programação, é claro e objetivo.</p><p>10| O contrato se executa de maneira automática quando se</p><p>cumprem as condições acordadas. Ambas as partes podem ter</p><p>certeza quase total de que o acordo se cumprirá tal como foi</p><p>13| combinado. E tudo ocorre em uma rede descentralizada de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>111 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>computadores. Não há nada que as partes possam fazer para</p><p>evitar o cumprimento do contrato.</p><p>16| Imaginemos que Alice compre um automóvel com um</p><p>crédito bancário, mas deixe de pagar suas prestações. Uma</p><p>manhã, introduz sua chave digital no veículo, e a porta não</p><p>19| abre. Foi bloqueada por falta de cumprimento</p><p>do contrato.</p><p>Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave</p><p>digital. Abre a porta, liga o motor e parte com o veículo.</p><p>22| O contrato inteligente bloqueou, de maneira automática, o uso</p><p>do dispositivo digital por Alice, porque ela não cumpriu o</p><p>contrato. O banco recupera o veículo, sem perder tempo com</p><p>25| advogados.</p><p>Szabo propôs os contratos inteligentes nos anos 90 do</p><p>século passado. Mas, durante muito tempo, a proposta ficou só</p><p>28| na ideia. Até que, em 2014, um jovem russo-canadense de 19</p><p>anos de idade, Vitalik Buterin, lançou a Ethereum, uma</p><p>legaltech que mantém registro compartilhado com a rede</p><p>31| bitcoin, mas tem linguagem de programação mais sofisticada</p><p>que permite a gravação de contratos inteligentes. Os contratos</p><p>inteligentes prometem automatizar muitas das ações que</p><p>34| historicamente se fizeram por meio de sistemas legais, com</p><p>redução de seus custos e aumento de sua velocidade e segurança.</p><p>Ainda que o segmento esteja em fase inicial, aos</p><p>37| poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos</p><p>inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos</p><p>principais desafios está no ambiente regulatório — em</p><p>40| particular, no reconhecimento legal desses contratos. “Hoje</p><p>contamos com projetos de implementação de contratos</p><p>inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>112 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>43| (Estados Unidos da América – EUA), Accord Project (EUA e</p><p>Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos</p><p>empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado</p><p>46| especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo,</p><p>cofundador da comunidade LegalBlock.</p><p>Um segundo desafio é desenvolver a infraestrutura</p><p>49| necessária para que os contratos inteligentes possam ser</p><p>executados. Isso inclui a criação de fechaduras inteligentes que</p><p>respondam às ordens desses contratos. Elas farão a hipotética</p><p>52| devedora Alice não conseguir abrir o carro por ter deixado de</p><p>pagar as prestações. A empresa Slock.it desenvolve uma rede</p><p>universal de compartilhamento (universal sharing network) na</p><p>55| qual, espera-se, vão interagir carros, casas e outros ativos da</p><p>economia compartilhada. Será uma peça fundamental para o</p><p>desenvolvimento dos contratos inteligentes na nova economia.</p><p>Federico Ast. Como faremos justiça? – A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCA negócios.</p><p>9/12/2018. Internet: (com adaptações).</p><p>A respeito das propriedades linguísticas e dos sentidos do texto CB1A1-I, julgue o item se-</p><p>guinte.</p><p>Embora o texto seja predominantemente dissertativo, seu terceiro parágrafo é essencialmen-</p><p>te narrativo.</p><p>Certo.</p><p>Primeiramente, o item está correto ao afirmar que o texto é predominantemente dissertativo.</p><p>Em segundo lugar, o terceiro parágrafo é predominantemente narrativo: há personagens (re-</p><p>ais, como Szabo e Vitalik Buterin) que realizam ações em um tempo (passado). Essa narração,</p><p>é claro, tem como finalidade ilustrar um dos temas abordados na dissertação (e, assim, a nar-</p><p>ração não é a tipologia predominante).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>113 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 33 (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURADEBOAVISTA-PR/2019)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>114 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz preceden-</p><p>te veiculado pelo Ministério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege.</p><p>No texto, observam-se trechos expositivo e injuntivo.</p><p>Certo.</p><p>O trecho expositivo está no texto “Quem explora ilegalmente [...]” e no seguinte: “Antes, iden-</p><p>tificar quem explorava [...]”. O trecho injuntivo (aquele que busca indicar ao leitor comporta-</p><p>mentos, ações) está em “Acesse..., conheça... e consulte”. Assim, o item está correto!</p><p>Questão 34 (CESPE/ASSISTENTE/PGE-PE/2019)</p><p>1| Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na</p><p>região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel</p><p>até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi.</p><p>4| Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais,</p><p>com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho</p><p>ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da</p><p>7| minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que</p><p>minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia</p><p>um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me</p><p>10| sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para10usar no dia seguinte.</p><p>Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017</p><p>O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias</p><p>que a personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.</p><p>Errado.</p><p>O texto é essencialmente NARRATIVO. O  autor, em primeira pessoa, rememora situações</p><p>(eventos) de sua infância.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>115 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 35 (CESPE/ASSISTENTE/PGE-PE/2019)</p><p>1| A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a</p><p>ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia</p><p>em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de</p><p>4| rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa</p><p>comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde</p><p>moramos, quem amamos e como morremos.</p><p>7| À primeira vista, a modernidade parece ser um</p><p>contrato extremamente complicado, por isso poucos tentam</p><p>compreender no que exatamente se inscreveram. É como se</p><p>10| você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar</p><p>um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá</p><p>uma olhada nele, passa imediatamente para a última página,</p><p>13| tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade,</p><p>de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O contrato</p><p>interno pode ser resumido em uma única frase: humanos</p><p>16| concordam em abrir mão de significado em troca de poder.</p><p>Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com</p><p>adaptações).</p><p>O texto apresenta estratégia argumentativa que visa aproximar o leitor das ideias desenvol-</p><p>vidas pelo autor.</p><p>Certo.</p><p>A estratégia argumentativa que busca aproximar o leitor das ideias expressas pelo autor pode</p><p>ser vista nos seguintes trechos: “É como se você tivesse baixado” (linha 10); “você dá uma</p><p>olhada nele” (linha 11). Nesses trechos, o uso da forma “você” é uma forma de atingir o leitor.</p><p>Notamos, também, o uso de linguagem não formal, como “dá uma olhada”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>116 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 36 (CESPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)</p><p>Texto CB2A1-I</p><p>1| Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,</p><p>o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso</p><p>ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam</p><p>4| época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção</p><p>das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do</p><p>pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na</p><p>7| Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre</p><p>os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no</p><p>século XIX, tudo isso representa saltos de época, que</p><p>10| desorientaram gerações inteiras.</p><p>Se observarmos bem, essas ondas longas da história,</p><p>como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas.</p><p>13| Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura</p><p>pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um</p><p>século, um novo salto de época nos tomou de surpresa,</p><p>16| lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a</p><p>rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada</p><p>pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma</p><p>19| sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários</p><p>dos meios de informação.</p><p>O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade</p><p>22| pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial</p><p>anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico,</p><p>pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções</p><p>25| proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de</p><p>comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses</p><p>fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>117 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>28| mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,</p><p>contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar</p><p>envolvidos em primeira pessoa.</p><p>31| Ninguém poderia ficar impassível diante de uma</p><p>mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais</p><p>difundida é a desorientação.</p><p>34| A nossa desorientação afeta as esferas econômica,</p><p>familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de</p><p>crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque</p><p>37| quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em</p><p>crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de</p><p>projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em</p><p>40| função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.</p><p>Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: paraentender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci</p><p>e FedericoCarotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).</p><p>O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à pre-</p><p>sença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.</p><p>Certo.</p><p>Dentre os fatos históricos que trazem ao texto uma feição de dissertativo-argumentativo,</p><p>temos “a ultrapassagem da agricultura pela indústria” (linhas 13 e 14) e “invenção das téc-</p><p>nicas para controlar o fogo” (linhas 4 e 5). O uso desses fatos históricos tem por finalidade o</p><p>convencimento do leitor acerca de um ponto de vista.</p><p>Questão 37 (CESPE/TÉCNICO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB3A1-I</p><p>1| As consequências da extinção de línguas são</p><p>diversas e irreparáveis. O desaparecimento de línguas tem</p><p>impacto imediato na perda de diversidade cultural.</p><p>4| O desconhecimento da diversidade linguística por</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>118 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>grande parte da população brasileira é sustentado pela</p><p>representação de uma suposta unidade da língua</p><p>7| portuguesa, ou seja, pela ideia de que a língua portuguesa é</p><p>a única língua falada no país. Essa falta de conhecimento e</p><p>de valorização leva, por conseguinte, à marginalização e à</p><p>10| discriminação de grupos falantes de outras línguas.</p><p>A construção de uma política específica para a</p><p>diversidade linguística constitui uma iniciativa que busca a</p><p>13| valorização da diversidade linguística do país. Atuar para a</p><p>sustentabilidade da diversidade linguística, entretanto,</p><p>exige a articulação de produção de conhecimento sobre as</p><p>16| línguas existentes no território nacional e de valorização e</p><p>promoção dessas línguas.</p><p>As línguas faladas por grupos sociais minoritários</p><p>19| requerem atenção especial de uma política de salvaguarda</p><p>da diversidade linguística, pois elas se encontram em</p><p>posição de maior vulnerabilidade linguística. Tal situação</p><p>22| decorre não só do fato de essas línguas serem faladas por</p><p>grupos sociais pouco numerosos, mas também da falta de</p><p>conhecimento sobre elas. Colocar no mapa as centenas de</p><p>25| línguas ainda ocultadas pela representação majoritária de</p><p>um país com uma única língua talvez seja o caminho mais</p><p>significativo para o reconhecimento das línguas como</p><p>28| patrimônio cultural.</p><p>Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Guia de pesquisa e documentação para o INDL: patri-</p><p>mônio cultural e diversidade linguística. Brasília: IPHAN, 2016, p. 23-4 (com adaptações).</p><p>O texto foi construído com o uso de elementos que caracterizam a tipologia argumentativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>119 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Certo.</p><p>O autor claramente busca convencer o leitor sobre determinado ponto de vista: o impacto do</p><p>desaparecimento de línguas e a necessidade de se valorizar os diversos registros linguísti-</p><p>cos. Esse é o objetivo central do texto.</p><p>Questão 38 (CESPE/TÉCNICO/IPHAN/2018)</p><p>No texto, predomina a tipologia instrucional, uma vez que seu propósito comunicativo é cons-</p><p>cientizar o leitor acerca do que são pichação e grafitagem, a fim de convencê-lo a não come-</p><p>ter crimes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>120 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Errado.</p><p>Predomina, no texto, a tipologia expositiva. Apresentam-se, basicamente, o entendimento de</p><p>que o ato de pichação é crime e de que o grafite, quando consentido pelo proprietário/Esta-</p><p>do, é manifestação artística. A consequência da apresentação desse entendimento é, claro,</p><p>a mudança de comportamento da população.</p><p>Questão 39 (CESPE/NÍVELMÉDIO/FUB/2018)</p><p>1| O ensino superior no Brasil é oferecido</p><p>das</p><p>hipóstases, para falar como na filosofia alexandrina. A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida</p><p>por uma transcendência.</p><p>(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil)</p><p>A grande questão envolvendo a argumentação é sua consistência, sua fundamentação.</p><p>Os  estudos clássicos defendem que a argumentação é fundamentada em dois elementos</p><p>principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas. Vou expor, em mais detalhes,</p><p>o segundo aspecto: a evidência das provas.</p><p>Há cinco tipos mais comuns de evidência das provas:</p><p>• os fatos</p><p>• os exemplos</p><p>• as ilustrações</p><p>• os dados estatísticos</p><p>• o testemunho.</p><p>Vamos conhecer cada um em síntese:</p><p>Os fatos</p><p>Os fatos constituem o elemento mais importante da argumentação: eles são capazes de</p><p>provar, de convencer. Porém, é  importante lembrar que nem todos os fatos são irrefutáveis.</p><p>O valor de prova de certos fatos está sujeito à evolução da ciência, da técnica e dos próprios</p><p>conceitos utilizados. Além disso, há casos em que fatos são distorcidos.</p><p>Há fatos que são evidentes ou notórios: esses são os que mais provam. Afirmar que no</p><p>Brasil há desigualdade social é um fato, por exemplo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Os exemplos</p><p>Os exemplos são caracterizados por revelar fatos típicos ou representativos de determi-</p><p>nada situação. O fato de o motorista Fulano de Tal ter uma jornada de trabalho de 12 horas</p><p>diárias é um exemplo típico dos sacrifícios a que estão sujeitos esses profissionais, revelando</p><p>uma das falhas do setor de transporte público.</p><p>As ilustrações</p><p>A ilustração ocorre quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e entremeada de</p><p>descrições. Observe que a ilustração é um recurso utilizado pela argumentação. Não deve,</p><p>portanto, ser o centro da produção (a ilustração não deve ser predominante).</p><p>Imagine um texto argumentativo que procura comprovar, por evidência, a falta de planeja-</p><p>mento habitacional em algumas cidades serranas. Nessas cidades, há construções irregula-</p><p>res próximas a encostas. Essas encostas ficam frágeis em épocas chuvosas. É possível, as-</p><p>sim, ilustrar essa situação com um caso hipotético ou real. No caso da ilustração hipotética,</p><p>é necessário que haja verossimilhança e consistência no relato. Importante: o valor de prova</p><p>da ilustração hipotético é muito relativo.</p><p>Um caso real, o qual pode ser citado no texto-exemplo, é o da família do lavrador Francis-</p><p>co Edézio Lopes, de 46 anos. Edézio e seus familiares, moradores do distrito de Jamapará, em</p><p>Sapucaia, no centro sul-fluminense, procuraram abrigo no carro durante o temporal e acaba-</p><p>ram arrastados pela enxurrada. Todos morreram.</p><p>Observe, mais uma vez, que a ilustração tem a função de ilustrar a tese e deve ser clara,</p><p>objetiva, sintomática e obviamente relacionada com a proposição.</p><p>Os dados estatísticos</p><p>Os dados estatísticos também são fatos, mas possuem uma natureza mais específica e</p><p>possuem grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência incontes-</p><p>tável. Quanto mais específico e completo for o dado, melhor.</p><p>Além disso, é importante que haja fonte, pois os dados não surgem naturalmente. Assim,</p><p>afirmar que o índice de analfabetismo por raça no Brasil é de 14% para os negros e 6,1% para</p><p>os brancos é diferente de afirmar que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),</p><p>realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2007, revela que índice</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>de analfabetismo por raça no Brasil é de 14% para os negros e 6,1% para os brancos. A segun-</p><p>da proposição é mais convincente, pois há referência explícita à fonte.</p><p>O testemunho</p><p>A evidência por testemunho é composta por uma afirmação fundamentada, por um de-</p><p>poimento, uma comprovação. É  um fato trazido à composição por intermédio de terceiros.</p><p>O  testemunho por autoridade é um recurso que possui alto valor de prova. Se, em minha</p><p>produção, defendo que o sistema de transporte público no Brasil precisa de planejamento</p><p>estratégico (longo prazo), posso trazer a voz (realizações, propostas, ideias) de uma autori-</p><p>dade no assunto. No caso do tema proposto (transporte público), posso citar as propostas de</p><p>Jaime Lerner, arquiteto e urbanista brasileiro que propôs, na década de 70, a abertura de vias</p><p>exclusivas para os ônibus urbanos na cidade de Curitiba-PR.</p><p>Muito bem, fechamos a análise do tipo textual dissertação argumentativa. Agora pode-</p><p>mos falar brevemente do tipo textual instrucional ou injuntivo e do tipo dialogal.</p><p>O tipo textual INSTRUCIONAL ou INJUNTIVO é muito comum em nosso dia a dia. Se você</p><p>já assistiu a algum programa de culinária, certamente teve contato com o tipo textual ins-</p><p>trucional (ou injuntivo): o(a) apresentador(a) listou os ingredientes e deu orientações sobre</p><p>como o preparo do prato deve ser feito. Ao dar orientações, o(a) apresentador(a) ensinou o</p><p>espectador a realizar uma tarefa. Essa é a propriedade básica desse tipo textual: ensinar/</p><p>orientar/instruir o leitor/ouvinte/espectador a realizar uma tarefa.</p><p>As tarefas podem ser várias: usar um aparelho, jogar, cozinhar, tomar um remédio, conser-</p><p>tar um objeto, conduzir um veículo etc. Os principais gêneros que se organizam no tipo textual</p><p>instrucional (ou injuntivo) são os seguintes: receita culinária, manual de instruções, bula de</p><p>remédio, regras de jogo, roteiro de viagem, mapas.</p><p>Linguisticamente, o tipo textual instrucional (ou injuntivo) organiza-se da seguinte forma:</p><p>Primeira parte: lista que denomina as partes que compõem o objeto, o aparelho, os  in-</p><p>gredientes de um prato etc.</p><p>Segunda parte: instruções a serem seguidas; essas instruções são apresentadas em ver-</p><p>bos no imperativo ou no infinitivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Atualmente, os gêneros que compõem o tipo textual instrucional (ou injuntivo) procuram</p><p>utilizar uma linguagem objetiva, clara e didática. Isso porque, antigamente, muitos não con-</p><p>seguiam compreender o conteúdo do texto, não seguindo corretamente as orientações.</p><p>Observe o exemplo a seguir, retirado do site www.tudogostoso.com.br:</p><p>Agora vamos encerrar essa parte da nossa aula abordando o tipo textual dialogal.</p><p>Você já leu ou assistiu a uma entrevista, certo? Pois então, a entrevista é um gênero per-</p><p>tencente ao tipo textual dialogal, pois dois ou mais interlocutores (participantes do evento de</p><p>comunicação) discutem algum assunto.</p><p>A estrutura de um diálogo é relativamente simples: o interlocutor 1 interage verbalmente e,</p><p>em seguida, o interlocutor 2 também interage. A interação do interlocutor 2 pode ser espontâ-</p><p>nea ou induzida. Na interação espontânea, o interlocutor concorda, complementa ou discorda</p><p>em relação ao que é dito pelo interlocutor 1. Na interação induzida, o interlocutor 2 responde</p><p>a uma pergunta realizada</p><p>por</p><p>universidades, centros universitários, faculdades, institutos</p><p>superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode</p><p>4| optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura</p><p>e formação tecnológica. Os cursos de pós-graduação</p><p>são divididos entre lato sensu (especializações e MBAs)</p><p>e strictu sensu (mestrados e doutorados).</p><p>Além da forma presencial, em que o aluno deve</p><p>ter frequência em pelo menos 75% das aulas e avaliações,</p><p>10| ainda é possível formar-se por meio do ensino a distância.</p><p>Nessa modalidade, não é necessária a presença do aluno</p><p>dentro de sala de aula, e ele recebe livros e apostilas e conta</p><p>com a ajuda da Internet. Há também cursos semipresenciais,</p><p>13| com aulas em sala e também a distância.</p><p>A Secretaria de Regulação e Supervisão</p><p>16| da Educação Superior, órgão do Ministério da Educação,</p><p>é a unidade responsável por afiançar que a legislação</p><p>educacional seja cumprida para garantir a qualidade</p><p>19| dos cursos superiores do país.</p><p>Para medir a qualidade dos cursos de graduação</p><p>no país, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas</p><p>22| Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da</p><p>Educação utilizam o índice geral de cursos (IGC), divulgado</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>121 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>uma vez por ano, logo após a publicação dos resultados</p><p>25| do ENADE. A base de cálculo do IGC é uma média</p><p>dos conceitos dos cursos de graduação de uma instituição,</p><p>ponderada a partir do número de matrículas mais as notas</p><p>28| de pós-graduação de cada instituição de ensino superior.</p><p>Internet: (com adaptações)</p><p>O texto, tipicamente argumentativo, apresenta informações acerca do ensino superior com o</p><p>propósito de convencer o leitor da importância desse nível de ensino na formação educacio-</p><p>nal do cidadão brasileiro.</p><p>Errado.</p><p>O texto é claramente expositivo. Não há, em nenhum parágrafo, uso de estratégias argumen-</p><p>tativas que visem o convencimento do leitor. Encontramos apenas a exposição de fatos no</p><p>mundo (relativos à organização do Ensino Superior Brasileiro).</p><p>Questão 40 (CESPE/NÍVELSUPERIOR/FUB/2018)</p><p>1| Em um momento no qual a presença da inteligência</p><p>artificial na vida cotidiana frequentemente gera medo</p><p>e paranoia na mesma proporção em que fascina, pode ser</p><p>4| mesmo assustador descobrir que 99% de todas as traduções</p><p>são feitas, atualmente, com o auxílio de máquinas.</p><p>A informação consta do mais recente relatório de uma</p><p>7| organização dedicada a fazer avançar o uso do computador</p><p>nessa atividade, que, particularmente em sua vertente</p><p>literária, pleiteia para si o status de arte — ou, no mínimo,</p><p>10| de processo criativo.</p><p>“A cada dia do ano de 2016, mais de 250 bilhões</p><p>de palavras foram traduzidas por máquinas”, contabiliza</p><p>13| o estudo. É um cenário devastador para os tradutores</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>122 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>profissionais. E, de fato, muitos foram dispensados ao longo</p><p>das últimas décadas, exceto um punhado de privilegiados,</p><p>16| pois aquilo de que ainda não se tem notícia é que algum</p><p>romance, conto ou poema tenha sido traduzido inteira e,</p><p>sobretudo, satisfatoriamente por algoritmos.</p><p>19| Uma primeira e boa razão para isso é que</p><p>até a menos sofisticada das recriações de uma língua a outra</p><p>não se faz palavra por palavra. É curioso que o tal relatório</p><p>22| venha nos contar hiperbolicamente as vantagens do</p><p>computador com base nessa falsa medida de eficiência.</p><p>O espantoso avanço das máquinas sobre o engenho</p><p>25| humano nessa área só começou, precisamente, quando seus</p><p>desenvolvedores perceberam que a linguagem humana</p><p>transcende o nível lexical: ela é sempre texto — uma interação</p><p>28| verbal com um fim específico — e, principalmente, contexto.</p><p>Christian Schwartz. Avanço da tradução por máquinas gera debate sobre papel de humanos na tarefa. Inter-</p><p>net: (com adaptações)</p><p>O texto apresenta elementos textuais característicos das tipologias expositiva e argumenta-</p><p>tiva.</p><p>Certo.</p><p>A parte expositiva está presente na apresentação de fatos e dados. A parte argumentativa</p><p>está presente no modo como o autor se posiciona sobre os fatos e dados, concordando ou</p><p>discordando sobre o que expõe. Esse posicionamento pode ser verificado no uso de certos</p><p>vocábulos, como “curioso” (linha 21) e “espantoso” (linha 24). Por meio desse posicionamen-</p><p>to, o autor busca, sim, convencer o leitor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>123 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 41 (CESPE/ANALISTA/BNB/2018)</p><p>1| O avião demorou a decolar, havia nevascas pela</p><p>Europa, fui parar em Copenhague, perdi a conexão em Paris,</p><p>me mandaram para Buenos Aires, mas gostei de chegar em</p><p>4| casa quase à meia-noite. O menino já estaria dormindo, e</p><p>mesmo a Vanda logo iria para a cama. Estaria bicando um</p><p>vinho, ou fechando as cortinas, ou tomando um banho, ou em</p><p>7| frente ao espelho, catando fios de cabelo branco, para mim era</p><p>importante pegá-la desprevenida, queria ver com que gênero de</p><p>surpresa me receberia. Girei a chave, na sala havia uma árvore</p><p>10| de Natal, a Vanda estava no quarto, do corredor ouvi sua voz.</p><p>Devo ter aberto a porta com muito ímpeto, pois a babá, que</p><p>estava sentada na ponta da cama, se levantou num pulo. Mas o</p><p>13| menino não se mexeu, continuou recostado na cabeceira com</p><p>os olhos fitos na televisão.</p><p>Chico Buarque. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003 (com adaptações)</p><p>O texto é predominantemente narrativo, haja vista, entre outras características, o emprego de</p><p>verbos no passado.</p><p>Certo.</p><p>Novamente, vemos um item da banca CEBRASPE com alusão a uma das características da</p><p>narrativa: a ocorrência de eventos (expressos por verbos) no passado. A existência desses</p><p>verbos no passado, no entanto, não é suficiente para caracterizar um texto como narrativo.</p><p>É preciso haver personagens que sofrem e ou praticam essas ações (expressas por verbos)</p><p>– e, no texto em análise, há essas características: vemos um personagem-narrador (primeira</p><p>pessoa).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>124 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 42 (CESPE/ANALISTA/BNB/2018)</p><p>Texto 2A1-I</p><p>1| O carrinho de compras do sítio eletrônico está lotado,</p><p>e o preço total agrada. Animado, você digita todas as</p><p>informações referentes ao cartão de crédito e, sem entender,</p><p>4| observa a transação ser negada. Mais tarde, descobre que o</p><p>banco tinha considerado suspeito aquele seu procedimento</p><p>virtual, uma vez que tinha características semelhantes às de</p><p>7| uma fraude. Decepcionante,</p><p>não? E muito comum.</p><p>A fim de melhorar a experiência dos consumidores em</p><p>compras pela Internet, cientistas do Instituto de Tecnologia de</p><p>10| Massachusetts, nos Estados Unidos da América,</p><p>desenvolveram um sistema baseado em princípios de</p><p>aprendizagem de máquina.</p><p>13| A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude</p><p>é baseada em equações matemáticas e algoritmos e funciona</p><p>em duas etapas. Na primeira, o sistema recebe exemplificações</p><p>16| de compras legítimas e ilegítimas. Em seguida, a máquina</p><p>avalia compras reais, levando em consideração os padrões</p><p>observados. O sistema funciona mais ou menos como nossos</p><p>19| neurônios. A partir de números e fórmulas, une ponto a ponto</p><p>informações sobre características de transações já feitas pelo</p><p>usuário — como valores médios gastos, horários de compra,</p><p>22| uso de celular, pontos usados, principais estabelecimentos —,</p><p>até chegar a uma probabilidade de fraude final. Com cada</p><p>constatação, o programa consegue melhorar os padrões</p><p>25| aprendidos.</p><p>Segundo um arquiteto de software de uma empresa</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>125 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>não participante do estudo, o modo como a máquina aprende</p><p>28| os padrões antes de começar a analisar compras interfere</p><p>diretamente no registro de falsos positivos e fraudes reais. “Se</p><p>a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude,</p><p>31| podemos aumentar os riscos de fraudes que passam. Sendo</p><p>assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações</p><p>apresentadas à máquina para não pesar um lado mais do que o</p><p>34| outro”, detalha.</p><p>Correio Braziliense, 1º/10/2018, p. 14 (com adaptações)</p><p>No primeiro parágrafo do texto, predomina o tipo textual narrativo.</p><p>Certo.</p><p>O primeiro parágrafo do texto é, sim, narrativo. O personagem que realiza as ações é formal-</p><p>mente de terceira pessoa (veja as flexões verbais). Em termos discursivos, esse personagem</p><p>é um leitor-ideal, o qual, em situação hipotética, encontra-se em diante de uma fraude.</p><p>Questão 43 (CESPE/DELEGADO/PC-SE/2018)</p><p>1| O Departamento de Atendimento</p><p>a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil de Sergipe atende a</p><p>um público específico, que frequentemente se torna vítima</p><p>4| de diversos tipos de violência. Idosos, homossexuais,</p><p>mulheres, crianças e adolescentes têm recebido atenção</p><p>constante no DAGV, onde o atendimento ganha força e se</p><p>7| especializa diariamente.</p><p>A unidade surgiu como delegacia especializada</p><p>em setembro de 2004. Agentes e delegados de atendimento a</p><p>10| grupos vulneráveis realizam atendimento às vítimas,</p><p>centralizam procedimentos relativos a crimes contra o</p><p>público vulnerável registrados em outras delegacias, abrem</p><p>13| inquéritos e termos circunstanciados e fazem investigações de queixas.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>126 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Predomina no texto a tipologia narrativa, a  qual é adequada ao propósito comunicativo de</p><p>apresentar ao leitor um relato linear e objetivo da história do DAGV desde o seu surgimento</p><p>até os dias atuais.</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente expositivo. O DAGV não pode ser tido como um personagem.</p><p>O  texto, assim, busca apresentar fatos no mundo acerca do funcionamento desse departa-</p><p>mento (com o objetivo de informar o leitor). Ademais, o autor não busca convencer o leitor (e</p><p>por isso não se trata de um texto argumentativo).</p><p>Questão 44 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)</p><p>1| Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser</p><p>feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez,</p><p>Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que</p><p>4| precisamos visitar antes que desapareçam (500places to see</p><p>before they disappear). O livro traz lugares naturais e</p><p>históricos, de antigos centros de culto a paisagens em vias de</p><p>7| extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o</p><p>Fenway Park, de Boston, inaugurado em 1912: um dos últimos</p><p>estádios norte-americanos que mantêm sua construção original,</p><p>10| diz o Atlanta Journal Constitution.</p><p>Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações)</p><p>O texto é essencialmente informativo.</p><p>Certo.</p><p>Quando a banca diz que o texto é essencialmente informativo, é o mesmo que dizer que o texto</p><p>é expositivo. E, de fato, é isso o que vemos no texto: o autor busca apresentar fatos no mundo</p><p>(o conteúdo de um livro). Não há personagens que sofrem e ou praticam ações (por isso não</p><p>é uma narração) e não há busca por convencer o leitor (por isso não é uma argumentação).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>127 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 45 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)</p><p>1| Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na</p><p>vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com</p><p>os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.</p><p>4| E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me</p><p>é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que</p><p>inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de nenhuma</p><p>7| encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus</p><p>esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha</p><p>terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que</p><p>10| disponho, encerrando em desventuras as aventuras de</p><p>Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.</p><p>Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002</p><p>A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto</p><p>como narrativo.</p><p>Certo.</p><p>O narrador é de primeira pessoa (veja as formas verbais flexionadas). Esse narrador em pri-</p><p>meira pessoa às vezes se volta para a apresentação de uma terceira pessoa (Viramundo).</p><p>(CESPE/AGENTE/PF/2018)</p><p>Texto 12A1AAA</p><p>1| — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente</p><p>hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,</p><p>engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos</p><p>4| conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo</p><p>especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,</p><p>pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas</p><p>7| pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>128 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou</p><p>o seu trabalho.</p><p>10| — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —</p><p>perguntei.</p><p>— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas</p><p>13| não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas</p><p>realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse</p><p>depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,</p><p>16| sem dúvida, a teriam</p><p>encontrado.</p><p>Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo</p><p>aquilo com a máxima seriedade.</p><p>19| — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em</p><p>seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em</p><p>serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo</p><p>22| conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,</p><p>uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à</p><p>força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu</p><p>25| uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado</p><p>superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm</p><p>cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação</p><p>28| inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência</p><p>daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas</p><p>as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache</p><p>31| escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios</p><p>teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num</p><p>ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente</p><p>34| a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da</p><p>deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre</p><p>acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>129 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>37| muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu</p><p>sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são</p><p>instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa</p><p>40| extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir</p><p>habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.</p><p>(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao</p><p>43| afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro</p><p>do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras</p><p>palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos</p><p>46| princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão</p><p>inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se</p><p>enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside</p><p>49| na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu</p><p>renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são</p><p>idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non</p><p>52| distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.</p><p>— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei</p><p>que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas</p><p>55| letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o</p><p>cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.</p><p>— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as</p><p>58| coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como</p><p>mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,</p><p>assim, à mercê do delegado.</p><p>61| — Você me surpreende — respondi — com essas</p><p>opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.</p><p>Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias</p><p>64| amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há</p><p>muito considerada como a razão par excellence.</p><p>Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. VictorCivita, 1981. Tradução de Brenno Sil-</p><p>veira e outros.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>130 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 46 (CESPE/AGENTE/PF/2018) Infere-se das falas de Dupin que a opinião do dele-</p><p>gado a respeito dos poetas foi determinante para que ele não encontrasse “a carta roubada”.</p><p>Certo.</p><p>Nesse item, interessa-nos o direcionamento às falas de Dupin (personagem que conduz a</p><p>narrativa). Essas falas são apresentadas em discurso direto, e são nelas que encontramos a</p><p>resposta para o item.</p><p>Questão 47 (CESPE/AGENTE/PF/2018) O primeiro parágrafo do texto é predominantemente</p><p>descritivo, pois apresenta as características da “polícia parisiense”.</p><p>Errado.</p><p>Apesar de haver pequenas caracterizações, o primeiro parágrafo é claramente narrativo: há</p><p>um narrador-personagem (primeira pessoa) que relata eventos ocorridos em um tempo e um</p><p>espaço.</p><p>Questão 48 (CESPE/NÍVELSUPERIOR/IPHAN/2018)</p><p>1| Uma das grandes cousas que se veem hoje no</p><p>mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes</p><p>e nações etíopes, que da</p><p>4| África continuamente estão passando a esta América. Entra</p><p>uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos,</p><p>seiscentos e talvez mil escravos. Os israelitas atravessaram</p><p>7| o Mar Vermelho, e passaram da África à Ásia, fugindo do</p><p>cativeiro; estes atravessam o mar oceano na sua maior</p><p>largura, e passam da mesma África à América e para viver</p><p>10| e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para</p><p>servir. Nas outras terras do que aram os homens, e do que</p><p>fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios: naquela</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>131 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>13| o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é</p><p>o que se vende, e se compra. Oh trato desumano, em que a</p><p>mercancia são homens! Oh mercancia diabólica, em que os</p><p>16| interesses se tiram das almas alheias, e os riscos das</p><p>próprias!</p><p>Já se depois de chegados olharmos para estes</p><p>19| miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que</p><p>se viu nos dous estados de Jó, é o que aqui representa a</p><p>fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo</p><p>22|teatro. Os senhores poucos, e os escravos muitos; os</p><p>senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os</p><p>senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os</p><p>25|senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados</p><p>de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos</p><p>adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé</p><p>28| apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da</p><p>tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás</p><p>como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da</p><p>31| extrema miséria.</p><p>Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdu-</p><p>ção de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).</p><p>Apesar de conter marcas de primeira pessoa do plural – como “nós” (l.2), “admiramos” (l.2) e</p><p>“olharmos” (l.18) –, o texto caracteriza-se como uma descrição objetiva do tráfico de escra-</p><p>vos da África para o Brasil.</p><p>Errado.</p><p>O item erra ao afirmar que o texto é uma descrição objetiva. Trata-se, na verdade, de um relato</p><p>cujo ponto de vista pessoal (subjetivo) prevalece.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>132 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 49 (CESPE/NÍVELMÉDIO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB2A1BBB</p><p>1| Uma das principais características da sociedade</p><p>contemporânea é a velocidade</p><p>de suas transformações.</p><p>Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a</p><p>4| necessidade de conciliar os novos hábitos de sua</p><p>população, em constante mutação, com a ocupação</p><p>territorial, ou seja, com as soluções de habitação, de</p><p>7| localização de equipamentos públicos, de mobilidade.</p><p>Essas mudanças são um reflexo da inserção das</p><p>cidades na economia global, o que aumentou o número de</p><p>10| atores (empresas, instituições públicas, associações)</p><p>envolvidos na condução das políticas públicas.</p><p>Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar</p><p>13| de soluções únicas para a cidade, passou-se a considerar a</p><p>segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais</p><p>difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a</p><p>16| aspiração de todos em um único objetivo comum.</p><p>Há de se pensar em sistemas mais ágeis de</p><p>governança urbana, em que os cidadãos sejam chamados a</p><p>19| participar das decisões para ações de pequena ou grande</p><p>escala.</p><p>Além de todos os desafios impostos pela</p><p>22| inconstância e pela fragmentação das demandas sociais,</p><p>vivemos um divórcio entre política e poder.</p><p>Para fazer frente a essas transformações, é</p><p>25| necessário um novo tipo de planejamento urbano.</p><p>Conceitos rígidos dão lugar à flexibilidade, à análise de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>133 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>cenários alternativos e à inclusão da sociedade na</p><p>28| formulação das políticas.</p><p>Nesse contexto novo, o patrimônio histórico tem de</p><p>ser integrado ao planejamento da cidade, sob pena de ficar</p><p>31| à deriva em um mar de interesses puramente econômicos.</p><p>Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea.</p><p>In: Preservando o patrimônio histórico –um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações).</p><p>O texto apresenta características da tipologia textual dissertativo-argumentativa.</p><p>Certo.</p><p>Logo no segundo parágrafo, percebemos a presença de uma tese. Nos demais parágrafos,</p><p>os autores buscam convencer o leitor sobre essa tese mediante a apresentação de argumen-</p><p>tos.</p><p>Questão 50 (CESPE/NÍVELMÉDIO/IPHAN/2018)</p><p>Texto CB2A1AAA</p><p>1| Se os historiadores produzem o passado e é o</p><p>passado que faz uma nação, os historiadores do patrimônio</p><p>fazem política, inventando o patrimônio nacional,</p><p>4| atribuindo valor e significados a bens e práticas culturais</p><p>que circunscrevem os limites da nação.</p><p>Sabemos bem que o trabalho do historiador, ao</p><p>7| fabricar um patrimônio no seu próprio ofício da escrita da</p><p>história, está integrado a um projeto de nacionalização, de</p><p>construção do Estado e, portanto, de poder.</p><p>10| Certa produção historiográfica e sociológica, em</p><p>debate pelo menos desde os anos 70 do século passado e já</p><p>clássica na atualidade, trouxe novos ingredientes para a</p><p>13| reflexão sobre essa ambiguidade do papel do historiador e</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>134 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>do intelectual de um modo geral. Essa literatura aponta os</p><p>numerosos constrangimentos a que estavam submetidos, na</p><p>16| sua produção intelectual, em função de um processo de</p><p>formação, enquadramento e disciplinarização que</p><p>delineava um lugar de fala, limitado por regras de diversas</p><p>19| naturezas. Dentre elas, podem ser destacadas as de</p><p>financiamento de estudos, postos a julgamentos sobre suas</p><p>finalidades e objetivos por comissões de alto nível, bem</p><p>22| como as regras que regem a oferta de trabalho. O perfil e a</p><p>política das instituições em que estão inseridos, entre</p><p>outros aspectos, impõem a agenda dos estudos do momento.</p><p>Alguns desses autores, em confronto com</p><p>interpretações totalizantes acerca dos fenômenos sociais,</p><p>28| verificavam, também, que, diante de estratégias</p><p>de dominação — identificadas em microescalas e em</p><p>diferentes tipos e níveis de relações —, havia a</p><p>31| possibilidade de pequenas subversões ou da adoção de</p><p>sutis táticas de resistência; noutra vertente, pode-se falar</p><p>nas brechas que se verificam em todo sistema e que arejam</p><p>34| e alimentam esperanças de transformação.</p><p>Ainda que circunscritas a determinados limites,</p><p>essas ações de resistência, aparentemente insignificantes,</p><p>37| colocam em movimento as relações e podem alterar a</p><p>realidade de uma ordem imposta ou dominante, em um</p><p>jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente.</p><p>40| É evidente, nessa perspectiva, que, diante do</p><p>exercício de violência simbólica ao qual somos</p><p>submetidos, na qualidade de sujeitos históricos,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>135 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>43| verificam-se nossas capacidades inventivas nos limites de</p><p>possibilidades de ação de que dispomos. Essa estranha</p><p>“margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa</p><p>46| interseção entre um profundo pessimismo e a utopia de se</p><p>construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens</p><p>para a ação.</p><p>Márcia Chuva. História e patrimônio. In: Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, n.º 34, 2012, p.</p><p>11 (com adaptações)</p><p>Por expor as ideias da autora, o texto é predominantemente descritivo.</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente dissertativo-argumentativo. A autora não realiza mera caracte-</p><p>rização de uma entidade/local/situação; antes, busca convencer o leitor sobre determinado</p><p>ponto de vista.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>136 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO - LISTA II</p><p>Questão 1 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018)</p><p>“O policial guardou as anotações e a arma na gaveta da sala. Parou os olhos no cartão de pon-</p><p>to... [Falaria ou não com o delegado sobre o caso daquele furto?] Enfiou a caneta no bolso da</p><p>camisa e dirigiu-se ao estacionamento”.</p><p>Esse segmento narrativo mostra uma interrupção marcada por colchetes; esse tipo de inter-</p><p>rupção é caracterizado por um(a):</p><p>a) descrição de um ambiente externo.</p><p>b) descrição de uma cena imaginária.</p><p>c) flash-back.</p><p>d) reflexão sobre a própria trama.</p><p>e) reflexão sobre a estrutura narrativa.</p><p>Questão 2 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018)</p><p>“A mulher aproximou-se da beira do cais e olhou em volta. O cenário da baía era lindíssimo,</p><p>com suas pequenas ilhas cercadas de água azulada. Voltou para dentro do restaurante e cha-</p><p>mou o marido”.</p><p>Sobre a estruturação narrativa desse segmento a afirmativa adequada é:</p><p>a) o primeiro período do texto não apresenta continuidade.</p><p>b) o segundo período do texto mostra uma interrupção na narrativa.</p><p>c) o segundo período do texto constitui o que se chama de flash-back.</p><p>d) o último período está cronologicamente situado antes do primeiro.</p><p>e) O segundo período do texto é classificado como argumentativo.</p><p>Questão 3 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018) O texto abaixo em que o argumentador, na tenta-</p><p>tiva de convencer o leitor, apela para a intimidação por constrangimento é:</p><p>a) Não deixe para amanhã o que pode fazer depois de amanhã.</p><p>b) Não passe vergonha em público: use Corega em sua dentadura.</p><p>c) Compre dois vidros de remédio e receba um de graça!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>137 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>d) Não urine na rua, pois isso pode levá-lo à prisão.</p><p>e) Fique mais atraente usando perfumes Dior.</p><p>Questão 4 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018)</p><p>“De Roma, o correspondente da Folha de São Paulo informa que o Papa vai condenar publica-</p><p>mente os atentados terroristas da Espanha”.</p><p>Essa é uma notícia de jornal; o elemento argumentativo que dá mais credibilidade à informa-</p><p>ção dada é:</p><p>a) a proximidade do correspondente em relação à fonte da informação.</p><p>b) o fato de a informação ter sido dada por um jornal de grande circulação.</p><p>c) a circunstância de o jornal informante estar localizado na cidade de São Paulo.</p><p>d) a condenação anunciada ter sido proferida pelo Papa.</p><p>e) o tema da informação ser uma atividade amplamente condenada pela opinião pública.</p><p>Questão 5 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018) O fragmento textual abaixo que não apresenta</p><p>humanização do personagem animal é:</p><p>a) Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Não se</p><p>sabia se ia chover logo, ou se ainda ia demorar.</p><p>b) Morreu a colibri. Morreu rápido, fácil, sem dores ou aflições. Morreu como um passarinho.</p><p>Sua única tristeza, ao partir, parecia a certeza de que, como todos os colibris, o esposo morre-</p><p>ria assim que ela abandonasse o mundo</p><p>c) Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo</p><p>de um quintal e, entre uma bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava</p><p>mudado</p><p>d) O leão fugido do circo vinha correndo pela rua quando viu um senhor à sua frente. Aí cami-</p><p>nhou pé ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e disse, disfarçando a voz leonina</p><p>o mais possível: “Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de ouvir dizer que um maca-</p><p>co fugiu do circo agora mesmo”.</p><p>e) Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística para verificar se ainda era o Rei das Selvas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>138 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 6 (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018) A afirmativa abaixo que é inadequada em rela-</p><p>ção às narrativas é:</p><p>a) toda narrativa implica mudanças de situações ou estados.</p><p>b) as narrativas implicam uma causalidade na intriga.</p><p>c) todas as narrativas mostram personagens humanos ou humanizados.</p><p>d) uma narrativa mostra sempre uma integração de ações.</p><p>e) os relatos narrativos implicam sempre um narrador personagem.</p><p>Questão 7 (FGV/TÉCNICO/TJ-SC/2018)</p><p>O discurso da separação amorosa</p><p>Flávio Gikovate em 16/03/2015</p><p>Um dos sentimentos mais comuns depois de uma separação amorosa é a enorme curiosidade</p><p>em relação ao destino do outro. Mesmo o parceiro que tomou a iniciativa fará de tudo para</p><p>saber como o abandonado está passando. Esse interesse raras vezes resulta de uma genuí-</p><p>na solidariedade. Decorre, na maioria dos casos, de uma situação ambivalente que lembra o</p><p>mecanismo da gangorra. Por um lado, ver o sofrimento de uma pessoa tão íntima nos deixa</p><p>tristes; por outro, satisfaz a vaidade. Num certo sentido, é gratificante saber que o ex-compa-</p><p>nheiro vive mal longe de nós e teve prejuízos com a separação. Esse aspecto menos nobre da</p><p>personalidade humana, infelizmente, costuma predominar.</p><p>O texto 3 deve ser visto como argumentativo. Os argumentos apresentados pelo autor se fun-</p><p>damentam nos(na):</p><p>a) opinião pessoal do autor;</p><p>b) testemunhos de autoridade;</p><p>c) experiência profissional de psicólogos;</p><p>d) observação científica da natureza humana;</p><p>e) depoimentos pessoais de pessoas separadas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>139 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 8 (FGV/ANALISTA/MPE-AL/2018)</p><p>OPORTUNISMO À DIREITA E À ESQUERDA</p><p>Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, entre</p><p>outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades, há</p><p>sempre o risco de excessos, a  serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,</p><p>conforme estabelecido na legislação.</p><p>É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as investiga-</p><p>ções, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do</p><p>barateamento do combustível.</p><p>Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclusive,</p><p>neste ano de eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os arau-</p><p>tos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, por</p><p>mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático</p><p>de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polí-</p><p>cia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc.</p><p>A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema</p><p>produtivo funcionando, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não pode</p><p>ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades desenvolvam planos de contingência.</p><p>O Globo, 31/05/2018.</p><p>O texto, em sua organização, deve ser caracterizado como:</p><p>a) narrativo, já que expõe uma série de fatos.</p><p>b) argumentativo, pois defende uma tese.</p><p>c) expositivo, já que informa fatos recentemente ocorridos.</p><p>d) descritivo, porque fornece características e qualidades.</p><p>e) poético, pois expõe uma realidade de forma sentimental.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>140 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 9 (FGV/TÉCNICO/MPE-AL/2018)</p><p>NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE</p><p>A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. Mostrou também danos morais.</p><p>Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A dona, diligente, havia conseguido al-</p><p>gumas verduras e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma grande discussão.</p><p>Uma senhora havia arrematado todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas</p><p>perguntaram se ela tinha restaurante. Não tinha. Observaram que a verdura acabaria estra-</p><p>gada. Ela explicou que ia cozinhar e congelar. Então, foram ao ponto: caramba, havia outras</p><p>pessoas na fila, ela não poderia levar só o que consumiria de imediato?</p><p>“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.</p><p>Compras exageradas nos supermercados,</p><p>estoques domésticos, filas nervosas nos postos de</p><p>combustível – teve muito comportamento na base de cada um por si.</p><p>Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportunistas. Governo, cedendo, também</p><p>vou buscar o meu – tal foi o comportamento de muita gente.</p><p>Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.</p><p>No segmento a seguir, a pergunta é feita em discurso indireto.</p><p>“No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha restaurante.”</p><p>Assinale a opção que apresenta a forma dessa pergunta em discurso direto.</p><p>a) A senhora tinha restaurante?</p><p>b) A senhora tinha tido restaurante?</p><p>c) A senhora teria restaurante?</p><p>d) A senhora teve restaurante?</p><p>e) A senhora tem restaurante?</p><p>Questão 10 (FGV/ASSISTENTE/MPE-BA/2017)</p><p>REFEIÇÃO EM FAMÍLIA</p><p>Rosely Sayão</p><p>Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que ali-</p><p>mentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>141 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevi-</p><p>dade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos, para hiper-</p><p>tensos, para gestantes, para obesos, para idosos.</p><p>Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encon-</p><p>trar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham esco-</p><p>lhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no</p><p>Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.</p><p>[....]</p><p>O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com regularida-</p><p>de e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus afetos pelos</p><p>filhos de modo mais natural.</p><p>(adaptado)</p><p>Ainda que predominantemente dissertativo, o texto mostra elementos descritivos; o termo su-</p><p>blinhado abaixo que NÃO possui caráter objetivo, mas subjetivo, é:</p><p>a) ...informações científicas;</p><p>b) ...corpo magro;</p><p>c) ...alto índice;</p><p>d) ...pesquisa recente;</p><p>e) ...modo mais natural.</p><p>Questão 11 (FCC/TÉCNICO/TRF-5ª/2017)</p><p>Numa visita ao Brasil, pouco depois de sair do Governo da Espanha, Felipe Gonzalez foi ques-</p><p>tionado sobre o que gostaria de ter feito e não conseguiu. Depois de pensar alguns minutos,</p><p>disse lamentar que, apesar de avanços importantes em educação, os jovens ainda se forma-</p><p>vam e queriam saber o que o Estado faria por eles.</p><p>Transpondo-se para o discurso direto a fala atribuída a Felipe Gonzalez, obtêm-se as seguintes</p><p>formas verbais:</p><p>a) Lamento – formem – queiram</p><p>b) Lamento – formem – querem</p><p>c) Lamentei – formaram – queriam</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>142 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>d) Lamentou – vão se formar – irão querer</p><p>e) Lamento – tinham se formado – quiseram</p><p>Questão 12 (FCC/AGENTE/ARTESP/2017)</p><p>Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia o futebol pelo</p><p>rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava com a narração; às vezes,</p><p>a estação sumia; sem mais nem menos, voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emo-</p><p>cionante, repleto de lances espetaculares, que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir</p><p>os melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela televisão. Isso</p><p>é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.</p><p>Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o avanço tecnológico,</p><p>principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa pra muita gente. Lembro que</p><p>ainda engatinhava no plano do Direito e, se quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, ti-</p><p>nha que fazer assinatura. Hoje, está tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu</p><p>numa época em que não havia a internet tem condições de dimensionar o nível de transforma-</p><p>ção e de reprodução do conhecimento humano que ela representou...</p><p>Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em:</p><p>a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa.</p><p>b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética.</p><p>c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial.</p><p>d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada.</p><p>e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com linguagem formal.</p><p>Questão 13 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>As enchentes de minha infância</p><p>Rubem Braga</p><p>Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava</p><p>os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos</p><p>Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com</p><p>varanda fresquinha dando para o rio.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>143 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara</p><p>a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às</p><p>bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite,</p><p>o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.</p><p>Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arru-</p><p>mar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam</p><p>todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o</p><p>rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos</p><p>para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha</p><p>quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo</p><p>era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá,</p><p>para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormí-</p><p>amos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a</p><p>maior de todas as enchentes.</p><p>Há a presença do discurso indireto em:</p><p>a) Eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio.</p><p>b) Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde che-</p><p>gara a enchente.</p><p>c) Então vinham todos dormir em nossa casa.</p><p>d) Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se toma-</p><p>va café tarde da noite!</p><p>e) Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva</p><p>muita.</p><p>Questão 14 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal, explica que: “O emprego da língua efetua-se em for-</p><p>ma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse</p><p>ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados</p><p>refletem as condições específicas</p><p>e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da</p><p>linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>144 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado</p><p>particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamen-</p><p>te estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”.</p><p>Depreende-se do texto que, na caracterização de um gênero discursivo, deve-se considerar,</p><p>principalmente:</p><p>a) o emprego de recursos linguísticos específicos e a fixação dos enunciados orais e escritos.</p><p>b) a ocorrência particular, específica, dependendo da esfera de comunicação a que pertencem</p><p>os falantes.</p><p>c) o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às finalidades de cada</p><p>campo de atividade humana.</p><p>d) a irregularidade no emprego de enunciados orais e escritos em determinados campos de</p><p>atividade verbal.</p><p>e) os enunciados escritos que dão concretude à oralidade, dependendo da esfera de comuni-</p><p>cação.</p><p>Questão 15 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>AquiÁfrica</p><p>Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana – que compreende países ao</p><p>sul do Deserto do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola – abordam em suas obras</p><p>questões sobre imigração, xenofobia, sistemas de poder e tradições culturais. A mostra faz</p><p>parte do projeto Art for the World, da curadora suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os di-</p><p>reitos humanos em exposições de arte. Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho.</p><p>Terça a sexta, 13h às 21h; sábado, domingo e feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro</p><p>de 2016.</p><p>Esse texto é:</p><p>a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural.</p><p>b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano.</p><p>c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural.</p><p>d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato.</p><p>e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>145 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 16 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>A maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, só começou a montar seu sistema</p><p>escolar quando em muitas outras nações do mundo já existiam universidades bem estrutu-</p><p>radas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e</p><p>1980 começou na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas</p><p>claramente ainda nos falta a percepção moderna de que esse é um fator estratégico para o</p><p>avanço. Se buscamos uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo,</p><p>deve se voltar para a escola.</p><p>Em relação aos modos de organização textual, esse texto apresenta, em sequência, a:</p><p>a) descrição e a narração observadas na recuperação histórica de fatos, em formas verbais</p><p>do pretérito; a argumentação, apoiada em argumentos de autoridade, em formas verbais do</p><p>presente.</p><p>b) descrição de acontecimentos do passado, por meio de relato histórico, em formas verbais</p><p>do presente; a narração, responsável pela apreciação do autor, em formas verbais do pretérito.</p><p>c) narração, em formas verbais do pretérito, fundamentada na descrição de acontecimentos</p><p>históricos, situados no tempo presente.</p><p>d) argumentação, no pretérito, sobre acontecimentos históricos; a descrição e a narração de</p><p>argumentos e de pontos de vista, em formas verbais do presente.</p><p>e) narração de fatos historicamente situados, em formas verbais do pretérito; a argumentação,</p><p>observada nas opiniões emitidas em formas verbais do presente.</p><p>Questão 17 (FCC/TÉCNICO/TRT-6ª/2018)</p><p>- Você pode entrar no ramo, disse-lhe.</p><p>A frase acima está corretamente transposta para o discurso indireto em:</p><p>a) Disse-lhe “você pudera entrar no ramo”.</p><p>b) Disse-lhe que você pode entrar no ramo.</p><p>c) Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.</p><p>d) Disse-lhe: “ele pôde entrar no ramo”.</p><p>e) Disse-lhe: você poderá entrar no ramo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>146 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 18 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2018)</p><p>eu disse: sou um nômada</p><p>tu disseste: tens a febre do deserto</p><p>eu disse: tenho uma vontade de ir</p><p>tu disseste: do deserto conheces as miragens</p><p>eu disse: e a lonjura que dentro de mim vai</p><p>tu disseste: em ti quero viajar</p><p>Os dois primeiros versos do poema encontram-se transpostos para o discurso indireto, com</p><p>clareza e correção, em:</p><p>a) Dizendo que sou um nômada, respondeu-lhe que tinha a febre do deserto.</p><p>b) Eu lhe disse que era um nômada, ao que respondeu-me que tenho a febre do deserto.</p><p>c) Ao dizer-te que sou um nômada, respondes-me que tens a febre do deserto.</p><p>d) Quando te digo que sou um nômada, me respondeste que tenho a febre do deserto.</p><p>e) Disse-lhe que era um nômada, e sua resposta foi que tinhas a febre do deserto.</p><p>Questão 19 (FCC/ASSISTENTE/DPE-AM/2018)</p><p>Limites da ciência</p><p>Os deuses parecem ter um prazer especial em desmoralizar quem faz profecias sobre os limi-</p><p>tes da ciência. Auguste Comte afirmou, em 1835, que nunca surgiria um meio para estudarmos</p><p>a composição química das estrelas. Bem, o método existe e hoje sabemos do que elas são</p><p>feitas. Sabemos até que nós somos feitos de poeira estelar.</p><p>É verdade que Comte não era cientista, mas filósofo. Só que cientistas não se saem muito me-</p><p>lhor. Um dos maiores físicos de seu tempo, lorde Kelvin, escreveu em 1900: “Não há mais nada</p><p>novo a ser descoberto na física; só o que resta fazer são medidas cada vez mais precisas”.</p><p>Vieram depois disso relatividade, mecânica quântica, modelo padrão etc.</p><p>Marcus du Sautoy conta essas histórias em The Great Unknown (O Grande Desconhecido). Ele</p><p>sabe, portanto, que caminha em terreno perigoso quando se propõe a discutir os limites do</p><p>conhecimento humano. Mas Du Sautoy, que é professor de matemática em Oxford e autor de</p><p>vários livros de divulgação, tenta jogar em território razoavelmente seguro. Ele vai às fronteiras</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>147 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>da ciência em que já temos informações suficientes para saber que há barreiras formidáveis a</p><p>um conhecimento total.</p><p>A teoria do caos, por exemplo, assegura que nunca conseguiremos fazer previsões de longo</p><p>prazo acerca de fenômenos como a meteorologia e engarrafamentos de trânsito. O problema</p><p>é que alterações</p><p>mínimas nas condições iniciais podem produzir alterações dramáticas depois</p><p>de um tempo – e nós nunca temos conhecimento completo do presente.</p><p>Analogamente, ele mostra como o princípio da incerteza, a extensão do cosmo e a provável</p><p>inexistência do tempo também limitam a possibilidade de conhecimento. Ao final, Du Sautoy</p><p>retorna à sua especialidade e mergulha nas implicações dos teoremas da incompletude de</p><p>Gödel, que criam embaraços para a própria matemática. É diversão certa para quem gosta de</p><p>grandes questões.</p><p>Entre os objetivos do texto, estão:</p><p>a) questionar a existência do tempo e censurar a teoria do caos.</p><p>b) apresentar o livro de Du Sautoy e recomendar a sua leitura.</p><p>c) conferir à filosofia status de ciência e opor-se à tese de Du Sautoy.</p><p>d) reprovar o obscurantismo dos filósofos e elogiar a clareza dos cientistas.</p><p>e) detalhar as correntes científicas atuais e anunciar seus limites.</p><p>Questão 20 (FCC/AGENTE/ARTESP/2017)</p><p>Aplicativos para celular e outros avanços tecnológicos têm transformado as formas de ir e vir</p><p>da população e podem ser grandes aliados na melhoria da mobilidade urbana.</p><p>Segundo a União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), simulações feitas nas capitais</p><p>de países da União Europeia mostram que a combinação de transporte público de alta capa-</p><p>cidade e o compartilhamento de carros e caronas poderia remover até 65 de cada 100 carros</p><p>nos horários de pico.</p><p>O segundo parágrafo do texto apresenta uma mensagem com teor:</p><p>a) ilustrativo, que relativiza a tese do primeiro parágrafo.</p><p>b) informativo, que corrobora a tese do primeiro parágrafo.</p><p>c) científico, que refuta a tese do primeiro parágrafo.</p><p>d) controverso, que retifica a tese do primeiro parágrafo.</p><p>e) apelativo, que questiona a tese do primeiro parágrafo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>148 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 21 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>As enchentes de minha infância</p><p>Rubem Braga</p><p>Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava</p><p>os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos</p><p>Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com</p><p>varanda fresquinha dando para o rio.</p><p>Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara</p><p>a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às</p><p>bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite,</p><p>o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.</p><p>Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arru-</p><p>mar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam</p><p>todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o</p><p>rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos</p><p>para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha</p><p>quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo</p><p>era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá,</p><p>para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormí-</p><p>amos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a</p><p>maior de todas as enchentes.</p><p>É correto afirmar sobre a crônica:</p><p>a) A organização compositiva da narrativa se dá no momento presente, mas “de repente”, algo</p><p>surge, que faz com que o narrador se recorde de algo que ele viveu em seu passado. A partir</p><p>do “estalo”, que é captado pelo narrador a partir de um detalhe, a narrativa toma outro rumo e</p><p>incursiona em algum momento do passado.</p><p>b) Após cercar-se dos acontecimentos diários, o narrador dá-lhes um toque próprio, incluindo</p><p>em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo. A crônica toma uma forma realista</p><p>que se plasma com essa matéria mesclada do cotidiano, aspirando à comunicação humana e</p><p>fazendo da solidariedade social um valor básico.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>149 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>c) Prepondera uma atmosfera restauradora de painéis temporais pretéritos, dispostos na re-</p><p>composição de elementos relacionados à própria experiência de vida do autor. O narrador evo-</p><p>ca fatos, pessoas, objetos e espaços e os resgata à momentaneidade do presente.</p><p>d) Depois de falar de negócios, família, política e da vida de todo o dia. O narrador volta ao tem-</p><p>po presente e exalta os cantos pitorescos de sua terra, fatos e valores substanciais que darão</p><p>contornos, através do manejo da linguagem, a um quadro de imagens nostálgicas.</p><p>e) O narrador ridiculariza e ironiza o fato, tema da crônica, e, sendo, sorrateiramente, corrosi-</p><p>vo e impiedoso, mas sob um tom que não perde o humor, fixa um olhar investigativo sobre a</p><p>confluência de dois planos temporais primordiais que assinalam a recordação contemplativa.</p><p>Questão 22 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>Medo da eternidade</p><p>Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.</p><p>Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se</p><p>pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di-</p><p>nheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas</p><p>balas.</p><p>Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:</p><p>Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.</p><p>- Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.</p><p>- Não acaba nunca, e pronto.</p><p>Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas.</p><p>Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a,</p><p>quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca</p><p>uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela</p><p>coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu</p><p>já começara a me dar conta.</p><p>Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.</p><p>- E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>150 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você</p><p>começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.</p><p>Perder a eternidade? Nunca.</p><p>O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encami-</p><p>nhávamo-nos para a escola.</p><p>- Acabou-se o docinho. E agora?</p><p>- Agora mastigue para sempre.</p><p>Assustei-me, não saberia dizer por</p><p>quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele</p><p>puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me</p><p>sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala</p><p>eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de</p><p>infinito.</p><p>Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. En-</p><p>quanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.</p><p>Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle masti-</p><p>gado cair no chão de areia.</p><p>- Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso</p><p>mastigar mais! A bala acabou!</p><p>- Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até</p><p>de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na</p><p>cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.</p><p>Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pre-</p><p>gara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade</p><p>sobre mim.</p><p>06 de junho de 1970</p><p>Ainda que se saiba da liberdade com que Clarice Lispector lidava com esse gênero, pode-se</p><p>assegurar que “Medo da eternidade” é uma crônica na medida em que se trata:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>151 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>a) de uma dissertação filosófica sobre uma questão fundamental da vida humana, ainda que</p><p>a escritora acabe se valendo de sua experiência pessoal para ilustrar a tese que se dispõe a</p><p>defender.</p><p>b) de uma visão subjetiva, pessoal, de um acontecimento do cotidiano imediato, muito embora</p><p>vivenciado na infância, que acaba dando margem à reflexão sobre uma questão capaz de inte-</p><p>ressar a todos.</p><p>c) de um texto poético, mesmo que em prosa, em que os acontecimentos vividos no passado</p><p>ganham uma tonalidade lírica e, em lugar de serem explicitamente narrados, são dados a co-</p><p>nhecer de modo alusivo e sugestivo.</p><p>d) da rememoração de um episódio ocorrido na infância e que é narrado tal como foi vivido,</p><p>sem deixar transparecer as crenças e convicções do adulto que rememora.</p><p>e) de um texto alegórico, em que a história narrada oculta um sentido que vai muito além dela,</p><p>servindo apenas como veículo da expressão de ideias abstratas que os acontecimentos per-</p><p>mitem concretizar.</p><p>Questão 23 (FCC/PROFESSOR/SEDU-ES/2016)</p><p>“O locutor pode indicar diferentes pontos de vista em uma asserção, atribuindo sua responsa-</p><p>bilidade a outro enunciador. Para isso, pode utilizar-se da negação, de marcadores de pressu-</p><p>posição, do emprego de verbos que indiquem mudança ou permanência de estado, de certos</p><p>operadores argumentativos, do futuro do pretérito com valor de metáfora temporal.”</p><p>Essa definição de KOCH, BENTES e CAVALCANTE (2008) corresponde ao conceito de:</p><p>a) polifonia.</p><p>b) intertextualidade temática.</p><p>c) intertextualidade tipológica.</p><p>d) intertextualidade explícita.</p><p>e) intertextualidade implícita.</p><p>Questão 24 (FCC/TÉCNICO/TST/2017)</p><p>Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe</p><p>de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, con-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>152 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>cluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre</p><p>a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular</p><p>a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como</p><p>“grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou</p><p>um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam en-</p><p>contrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da</p><p>verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado</p><p>de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indese-</p><p>jável para um homem ou uma mulher de cultura.</p><p>Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da</p><p>palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de</p><p>gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunha-</p><p>do por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório</p><p>de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a</p><p>“grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daqui-</p><p>lo, hoje isto, amanhã algo mais.</p><p>Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifi-</p><p>co cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me</p><p>em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exa-</p><p>tamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas</p><p>do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessi-</p><p>va. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está</p><p>preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à</p><p>cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.</p><p>O autor organiza sua argumentação por meio:</p><p>a) do uso do discurso direto; por exemplo, ao ilustrar seu ponto de vista dando voz a pesquisa-</p><p>dores de instituições de prestígio.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>153 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>b) da correlação entre causa e efeito; por exemplo, ao apresentar as escolhas da elite cultural</p><p>no passado e o impacto dessas escolhas na cultura atual.</p><p>c) da combinação de afirmações categóricas; por exemplo, ao remeter a uma verdade univer-</p><p>sal quando cita a obra de Richard A. Peterson.</p><p>d) da negação de pontos de vista de acadêmicos; por exemplo, ao questionar o resultado do</p><p>estudo conduzido por John Goldthorpe.</p><p>e) do estabelecimento de contrastes; por exemplo, ao opor produções artísticas mais ou me-</p><p>nos afinadas com o gosto da elite cultural tradicional.</p><p>Questão 25 (IDECAN/TÉCNICO/DETRAN-RO/2014)</p><p>Depois dos táxis, as ‘caronas’</p><p>No princípio era o táxi. Dezenas de aplicativos de celular para chamar amarelinhos proliferaram</p><p>no ano passado, seduzindo passageiros e incomodando cooperativas. Agora, a nova onda de</p><p>soluções móveis para o trânsito tenta abolir taxistas por completo em busca de objetivo mais</p><p>ambicioso: convencer motoristas a aderirem, de vez, às caronas.</p><p>Um dos modelos é inspirado em softwares que fazem sucesso – e barulho – em São Francis-</p><p>co e Nova York, a exemplo de Uber e Lyft. A primeira experiência do tipo</p><p>no Brasil atende pelo</p><p>nome de Zaznu – gíria em hebraico equivalente ao nosso “partiu?” – e começou pelo Rio, mês</p><p>passado.</p><p>Por meio do app, donos de smartphones solicitam e oferecem caronas a desconhecidos. Tudo</p><p>começa com o passageiro, que aciona o programa para pedir uma carona. Com base na loca-</p><p>lização e no perfil da pessoa, motoristas cadastrados que estiverem nas redondezas decidem</p><p>se topam ou não pegá‐lo. Quando a carona é aceita, os dois conversam por telefone para com-</p><p>binar o ponto de encontro.</p><p>Para garantir a segurança dos passageiros, o Zaznu diz entrevistar os motoristas cadastrados,</p><p>além de checar antecedentes criminais. Já os passageiros precisam registrar um cartão de</p><p>crédito para pagamentos “voluntários”.</p><p>É justamente por não ser gratuito que o aplicativo já faz barulho. Tão logo surgiu, taxistas abri-</p><p>ram a página no Facebook “Zaznu, a farsa da carona solidária”, que denuncia “o crime que é</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>154 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>oferecer serviço de transporte em carro particular”, como explicou o criador do grupo, Allan de</p><p>Oliveira. O sindicato da categoria no Rio concorda.</p><p>– É irregular, iremos à Justiça. Mas temos certeza de que a prefeitura vai detê‐lo – disse o di-</p><p>retor José de Castro.</p><p>Procurada por duas semanas, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio não se manifestou.</p><p>Em sua defesa, Yuri Faber, fundador do Zaznu, alegou que o aplicativo não constitui um serviço</p><p>pago de transportes porque seus termos de uso classificam o pagamento como “doação op-</p><p>cional”. A sugestão de preço equivale a 80% do preço que seria cobrado por um táxi no mesmo</p><p>trajeto. A Zaznu fica com um quinto do valor, o resto vai para o motorista.</p><p>– O passageiro tem todo o direito de decidir se paga, e quanto paga. O app só sugere um valor</p><p>– justificou.</p><p>(O Globo, 20/04/2014.)</p><p>De acordo com as estruturas textuais e seu principal objetivo, é correto afirmar que o texto é</p><p>predominantemente:</p><p>a) científico.</p><p>b) instrutivo.</p><p>c) dissertativo.</p><p>d) informativo.</p><p>e) argumentativo.</p><p>Questão 26 (IDECAN/PROFESSOR/SEARH-RN/2016)</p><p>Arte e natureza</p><p>A natureza é uma grande musa. É por ela, e por meio dela, que sentimos a força criadora do</p><p>entusiasmo – energia maior da inspiração que nos permite registrar, com prazer, a experiência</p><p>da beleza refletida na harmonia das formas e no delicado equilíbrio das cores naturais. Para os</p><p>antigos gregos, o entusiasmo (em + theos) nascia do encontro com odaimon, um gênio bon-</p><p>doso que seria o nosso guia pela vida inteira. Essa experiência nos permite também ter uma</p><p>simpatia especial com o natural. E desperta a nossa criança interior, que estaria ansiosa para</p><p>continuar brincando.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>155 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Esse é o momento em que o fotógrafo de natureza pega sua câmera, pois escuta a voz interior</p><p>da inspiração falar: “Vá, exercite suas asas, faça o registro, descubra sua luz e espalhe sua voz</p><p>pelos quatro cantos do mundo!” O desejo começará a fazer as pazes com o coração para que</p><p>todos possam aprender, apreciar e amar a natureza. Conjugar o natural com o artístico, fazer</p><p>da imagem um ornamento, um texto atraente – eis as primeiras condições de uma estética do</p><p>natural.</p><p>O belo natural é a matriz primeira do belo artístico. Essa é a expressão mimética mais con-</p><p>vincente da beleza ideal como tanto defendia Kant. É por isso que a arte ecológica tanto nos</p><p>seduz, porque estimula o olhar na ampliação desse grande mistério que é ser. O artista é o que</p><p>intui melhor esse sentimento e busca compulsivamente exprimi-lo por meio do seu trabalho.</p><p>O artista ecológico vive dessa temperatura e é por meio da natureza que ele fala, ou melhor,</p><p>é por ela que ele aprende a falar com sua própria voz. E o momento da criação surge quando,</p><p>levados por aquela força inspiradora, a intuição e a experiência racional se abraçam numa feliz</p><p>alquimia. Fiat lux! É o instante em que esse encontro torna-se obra, registro e documentação.</p><p>Se o artista foi tocado pela musa, desse momento em diante será sempre favorecido por esse</p><p>impulso. Essa força não é apenas a expressão passageira de uma vontade, mas uma busca</p><p>pela vida toda na direção de algo ansioso por se tornar imagem. Esse algo é a obra de arte cuja</p><p>função não vai ser apenas a de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência.</p><p>Quando o homem está inspirado, nada o detém. Se o sofrimento e toda sorte de obstáculos</p><p>o atingem, ele cria na dor; e esse sacrifício (sacro-ofício), ao término da obra, se tornaria um</p><p>exemplo de persistência e de nobreza de espírito. Se está feliz, ele expressa sua felicidade no</p><p>trabalho. Nesse instante, por exemplo, o fotógrafo da natureza, no sozinho da sua alma, poderá</p><p>dizer: “Translúcida inspiração, eu a vejo em brilho com seu sorriso pintado em azul. Deixe-me</p><p>por um momento desenhar seu vulto na alquimia luminosa da minha lente!”</p><p>Podemos concluir que o brilho de uma obra de arte nunca se apaga, isto é, ela nunca termina</p><p>de dizer. No sentido de que, enquanto houver espectador para avaliar, apreciar, cuidar, guardar</p><p>e restaurar, haverá obra e, assim, ela estará sempre acima do tempo. Desse tempo que destrói,</p><p>desfigura e mata. O quadro “Guernica”, do pintor espanhol Pablo Picasso, por exemplo, devolve</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>156 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>ao avaliador uma mensagem tão poderosa que aquela obra provocará surpresa e admiração</p><p>enquanto existir um olhar que a contemple e avalie.</p><p>E é esse olhar que faz da obra do tempo histórico uma surpreendente permanência, a despeito</p><p>da perda do efêmero e do fugidio. No final, o artista, o espectador, a obra e o tempo se con-</p><p>gratulam. É essa junção de forças que mantém vivo todo trabalho artístico. Ainda bem que a</p><p>natureza sabe escolher com paciência seus artesãos. Isto é, aqueles que vão dizê-la com suas</p><p>próprias vozes, como o fotógrafo, o escultor, o desenhista, o músico e o pintor.</p><p>(Alfeu Trancoso – Ambientalista e professor de Filosofia da PUC/Minas.)</p><p>O texto deve ser incluído, por suas marcas predominantes, entre o seguinte modo de organiza-</p><p>ção discursiva:</p><p>a) narrativo.</p><p>b) descritivo.</p><p>c) expositivo.</p><p>d) argumentativo.</p><p>Questão 27 (IDECAN/AGENTE/PREFEITURA DE RIO NOVO DO SUL/2015)</p><p>Como cuidar de seu dinheiro em 2015</p><p>Gustavo Cerbasi.</p><p>Em 2015, cuidarei bem do meu dinheiro. Organizarei bem os números e as verbas. Esses nú-</p><p>meros mudarão bastante ao longo do ano. Um monstro chamado inflação ronda o país. Só</p><p>que, agora, ele usa um manto da invisibilidade, que ganhou de seu criador, o governo. Quando</p><p>morder meu bolso, eu nem saberei de onde terá vindo o ataque, não terei tempo de me defen-</p><p>der. Por isso, deixarei boas gorduras no orçamento para atirar a ele, quando aparecer. Essas</p><p>gorduras serão chamadas de verba para lazer e reservas de emergência.</p><p>Em 2015,</p><p>pelo interlocutor 1.</p><p>Nós realizamos diálogos constantemente em nosso dia a dia. A maioria deles é espon-</p><p>tânea e informal. Os diálogos induzidos, por sua vez, são mais comuns em entrevistas (de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>http://www.tudogostoso.com.br</p><p>12 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>emprego, jornalística etc.) e têm caráter mais formal. Vamos ver um exemplo de entrevista</p><p>(diálogo induzido, formal):</p><p>América Rebelde – Uma entrevista com Noam Chomsky</p><p>EDIÇÃO - 1 LE MONDE DIPLOMATIQUE</p><p>Por Daniel Mermet</p><p>Agosto 8, 2007</p><p>Tão respeitado nos pequenos seminários acadêmicos quanto nas grandes reuniões do Fórum So-</p><p>cial Mundial, Noam Chomsky é um dos mais importantes intelectuais da atualidade. Com 78 anos,</p><p>esse professor do renomado MIT (o Instituto de Tecnologia de Massachusetts) tornou-se uma</p><p>referência mundial, seja no domínio da linguística, sua área de especialização científica, seja nas</p><p>fileiras da esquerda, seu campo de atuação política. Como linguista, Chomsky teve o nome interna-</p><p>cionalmente projetado por sua teoria acerca dos princípios estruturais inatos da linguagem. Como</p><p>político, tem-se destacado na crítica à globalização neoliberal e aos mecanismos de controle dos</p><p>regimes totalitários e das sociedades ditas democráticas.</p><p>De origem judaica (seu pai, professor em escola religiosa, foi um dos grandes eruditos da língua</p><p>hebraica), não poupa críticas a Israel, pelo tratamento dado aos palestinos e pela prática do que</p><p>qualifica como “terrorismo de Estado”. Nascido em Filadélfia (o berço da identidade nacional norte-</p><p>-americana), é um dos principais opositores da política imperialista dos Estados Unidos, em geral,</p><p>e do governo George W. Bush, em particular. Intelectual engajado (que se define como “socialista</p><p>libertário”), vem sendo tão radical na condenação do stalinismo quanto do nazismo. Sua indepen-</p><p>dência intelectual tem-lhe valido pesados ataques, vindos de várias direções. Mas também lhe tem</p><p>granjeado amplas simpatias e apoios.</p><p>Nesta entrevista exclusiva a Le Monde Diplomatique, ele discorre extensamente sobre alguns dos</p><p>temas mais relevantes do mundo contemporâneo (nota da edição brasileira).</p><p>Diplomatique</p><p>Comecemos pela questão da mídia. Na França, em maio de 2005, por ocasião do referendo sobre</p><p>o Tratado da Constituição Europeia, a maioria dos meios de comunicação de massa era partidária</p><p>do “sim”. No entanto, 55% dos franceses votaram “não”. O  poder de manipulação da mídia não</p><p>parece, portanto, absoluto. Esse voto dos cidadãos representaria um “não” também aos meios de</p><p>comunicação?</p><p>Chomsky</p><p>O trabalho sobre a manipulação midiática ou a fábrica do consentimento, feito por mim e Edward</p><p>Herman, não aborda a questão dos efeitos das mídias sobre o público1. É um assunto complicado,</p><p>mas as poucas pesquisas detalhadas sugerem que a influência das mídias é mais expressiva na</p><p>parcela da população com maior escolaridade. A massa da opinião pública parece menos depen-</p><p>dente do discurso dos meios de comunicação.</p><p>Tomemos como exemplo a eventualidade de uma guerra contra o Irã: 75% dos norte-americanos</p><p>acham que os Estados Unidos deveriam pôr fim às ameaças militares e privilegiar a busca de um</p><p>acordo pela via diplomática. Pesquisas conduzidas por institutos ocidentais mostram que a opi-</p><p>nião pública dos Estados Unidos e a do Irã convergem também sobre certos aspectos da questão</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://diplomatique.org.br/category/edicao-1/</p><p>13 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>nuclear: a esmagadora maioria das populações dos dois países acha que a zona que se estende de</p><p>Israel ao Irã deveria estar totalmente livre de artefatos nucleares, inclusive os que hoje estão nas</p><p>mãos das tropas norte-americanas na região. Ora, para se encontrar esse tipo de opinião na mídia,</p><p>é preciso procurar muito.</p><p>Quanto aos principais partidos políticos norte-americanos, nenhum defende este ponto-de-vista.</p><p>Se o Irã e os Estados Unidos fossem autênticas democracias, no seio das quais a maioria realmen-</p><p>te determinasse as políticas públicas, o impasse atual sobre a questão nuclear estaria sem dúvida</p><p>resolvido.</p><p>Há outros casos parecidos. No que se refere, por exemplo, ao orçamento federal dos Estados Uni-</p><p>dos, a maioria dos norte-americanos deseja uma redução das despesas militares e um aumento</p><p>correspondente das despesas sociais, dos créditos depositados para as Nações Unidas, da ajuda</p><p>humanitária e econômica internacional. Deseja também a anulação da redução de impostos que</p><p>beneficia os mais ricos, decidida por Bush.</p><p>Em todos esses aspectos, a política da Casa Branca é contrária aos anseios da opinião pública.</p><p>Mas as pesquisas de opinião que revelam essa persistente oposição pública raramente são publi-</p><p>cadas pelas mídias. Resulta que não somente os cidadãos são descartados dos centros de decisão</p><p>política, como também são mantidos na ignorância sobre o real estado da opinião pública.</p><p>Existe uma preocupação internacional com o abissal déficit duplo dos Estados Unidos: o déficit</p><p>comercial e o déficit orçamentário. Estes somente existem em estreita relação com um terceiro: o</p><p>déficit democrático, que aumentar sem cessar, não somente nos Estados Unidos, mas em todo o</p><p>mundo ocidental.</p><p>Como você percebeu, há dois interlocutores no diálogo (entrevista) acima: o representan-</p><p>te da revista Le Monde Diplomatique (Daniel Mermet) é o interlocutor 1 e o intelectual Noam</p><p>Chomsky é o interlocutor 2.</p><p>Os diálogos estão muito presentes em narrativas e em textos teatrais. A  marcação do</p><p>diálogo, nesses casos, é feita pelo travessão (─).</p><p>E em concursos, professor, como esse conteúdo é avaliado? Não há muitas complicações,</p><p>mas é preciso ficar atento ao seguinte fato:</p><p>Os textos são predominantemente de um tipo textual. Isso porque pode haver, em um mesmo</p><p>texto, uma narração, uma descrição e uma argumentação. O que determina a predominância é</p><p>a função do texto: se a função é argumentar (defender um ponto de vista) e, para isso, faz-se</p><p>uso de uma narração, o texto será predominantemente argumentativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>2. definição dos PrinCiPais gêneros textuais</p><p>Se você concluiu o Ensino Médio após o ano 2000, certamente ouviu falar de gêneros tex-</p><p>tuais nas aulas de Língua Portuguesa. A proposta de ensinar o nosso idioma pela abordagem</p><p>dos gêneros textuais é relativamente nova, mas a teoria que caracteriza os gêneros é mais</p><p>antiga (início do século XX).</p><p>Os gêneros textuais não são semelhantes aos tipos textuais. Os  tipos textuais são es-</p><p>truturas linguísticas prototípicas, as  quais possuem estabilidade interna. Os  gêneros textu-</p><p>ais partem das tipologias e estão mais ligados a situações concretas de comunicação. Por</p><p>exemplo: um relato de viagem é um gênero textual que parte da tipologia narrativa (e des-</p><p>critiva). O relato de viagem é um gênero porque está vinculado a uma situação concreta</p><p>não farei apostas. Já há gente demais apostando em imóveis, ações e outros inves-</p><p>timentos especulativos. Farei escolhas certeiras. Deixarei a maior parte de meu investimento</p><p>na renda fixa. Ela está com uma generosidade única no mundo. Enquanto isso, estudo o deses-</p><p>pero de especuladores que aguardarão a improvável recuperação dos imóveis, da Petrobras,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>157 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>da credibilidade dos mercados. Quando esses especuladores jogarem a toalha, usarei parte de</p><p>minhas reservas para fazer investimentos bons e baratos. Mas não na Petrobras.</p><p>Muita gente fala que, com a inflação e a recessão, pode perder o emprego ou os clientes. Fal-</p><p>tará renda, faltarão consumidores. O ano de 2015 será, mais uma vez, ruim para quem vende.</p><p>Será um ano bom para quem pensa em comprar. Estarei atento aos bons negócios para quem</p><p>tem dinheiro na mão. Se a renda fixa paga bem, a compra à vista tende a me dar descontos</p><p>maiores. É por esse mesmo motivo que, em 2015, evitarei as dívidas. Os juros estão altos e</p><p>isso me convida a poupar, e não a alugar dinheiro dos bancos. Dívidas de longo prazo são corri-</p><p>gidas pela inflação, também em alta. Por isso, aproveitarei os ganhos extras de fim de ano para</p><p>liquidar dívidas e me policiar para não contrair novas.</p><p>No ano que começa, também não quero fazer papel de otário e deixar nas mãos do governo</p><p>mais impostos do que preciso. Não sonegarei. Mas aproveitarei o fim do ano para organizar</p><p>meus papéis e comprovantes, planejar a declaração de Imposto de Renda de março e tentar</p><p>a maior restituição que puder, ou o mínimo pagamento necessário. Listarei meus gastos com</p><p>dependentes, educação e saúde, doarei para instituições que fazem o bem, aplicarei num PGBL</p><p>o que for necessário para o máximo benefício. Entregarei minha declaração quanto antes, no</p><p>início de março. Quero ver minha restituição na conta mais cedo, já que 2015 será um ano bom</p><p>para quem tiver dinheiro na mão.</p><p>Para quem lamenta, recomendo cuidado com o monstro e com o governo. Para quem está</p><p>atento às oportunidades, desejo boas compras.</p><p>(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/gustavo-cerbasi/noticia/2015/01/como-cuidar-de-b-</p><p>seu-dinheirob-em-2015.html Acesso em: 06/02/2015.)</p><p>De acordo com a tipologia textual, o objetivo principal do autor é:</p><p>a) narrar.</p><p>b) instruir.</p><p>c) descrever.</p><p>d) argumentar.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>158 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 28 (IDECAN/ADVOGADO/HC-UFPE/2014)</p><p>Liberdade de imprensa e liberdade de opinião</p><p>Há muita dificuldade conceitual, especialmente no Judiciário, para entender o papel dos gru-</p><p>pos de mídia e de conceitos como liberdade de imprensa, liberdade de opinião e direito à infor-</p><p>mação.</p><p>Tratam como se fossem conceitos similares.</p><p>Direito à informação e liberdade de expressão são direitos dos cidadãos, cláusulas pétreas da</p><p>Constituição.</p><p>Liberdade de imprensa é um direito acessório das empresas jornalísticas. Por acessório sig-</p><p>nifica que só se justifica se utilizado para o cumprimento correto da importantíssima missão</p><p>constitucional que lhe foi conferida.</p><p>No Brasil, no entanto, o conceito de liberdade de imprensa tornou-se extraordinariamente elás-</p><p>tico, fugindo completamente dos princípios que o originaram. E há enorme resistência do Judi-</p><p>ciário em discutir o tema. É tabu.</p><p>Os grupos de mídia trabalham com jornalismo, entretenimento e marketing. E têm interesses</p><p>comerciais próprios de uma empresa privada.</p><p>Jogaram todas as atividades de mídia debaixo da proteção da liberdade de imprensa, mesmo</p><p>as não jornalísticas, tornando-as imunes a qualquer forma de controle seja de costumes seja</p><p>da mera classificação indicativa.</p><p>Anos atrás, uma procuradora da República intimou a Rede Globo devido a conceitos incorretos</p><p>sobre educação inclusiva propagados em uma novela. Foi alvo de artigos desmoralizadores</p><p>do colunista Arthur Xexéo – “acusando-a” de pretender interferir no roteiro, ferindo a liberdade</p><p>de expressão.</p><p>A ação proposta contra o apresentador Gugu, por ocasião da falsa reportagem sobre o PCC,</p><p>rendeu reportagem desmoralizadora da revista Veja contra os proponentes da ação, em nome</p><p>da liberdade de expressão.</p><p>A mera tentativa do Ministério da Justiça de definir uma classificação etária indicativa para</p><p>programas de televisão foi torpedeada pela rede Globo, sob a acusação de interferência na</p><p>liberdade de expressão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>159 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Em todos os casos, a Justiça derrubou as ações em nome da liberdade de imprensa.</p><p>Quando o conceito de liberdade de imprensa foi desenvolvido – no bojo da criação do modelo</p><p>de democracia norte-americano – o pilar central era o da mídia descentralizada, exprimindo</p><p>a posição de grupos diversificados, permitindo que dessa atoarda nascessem consensos e</p><p>representações.</p><p>As rádios comunitárias eram a expressão mais autêntica desse papel democratizante da mí-</p><p>dia, assim como as mídias regionais.</p><p>Hoje as rádios comunitárias são criminalizadas. E as concessões públicas tornaram-se moe-</p><p>da de troca com grupos políticos, com coronéis eletrônicos, que a tratam como propriedade</p><p>privada. É inacreditável a naturalidade com que se aceita o aluguel de horários para grupos re-</p><p>ligiosos, ou a venda das concessões para outros grupos, como se fossem propriedade privada</p><p>e não um ativo público.</p><p>Tudo isso decorre da enorme concentração do setor, responsável por inúmeras distorções.</p><p>Houve perda de representatividade da mídia regional, esmagamento das diferenças culturais,</p><p>ideológicas.</p><p>Daí o movimento, em muitos países, por um marco regulatório que de maneira alguma interfira</p><p>na liberdade de expressão. Mas que permita a desconcentração de mercado, promovendo o</p><p>florescimento de novos grupos de mídia que tragam a diversificação e a pluralidade para o</p><p>setor.</p><p>Enfim, instituir a verdadeira economia de mercado no setor.</p><p>(Luis Nassif. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/liberdade-de-imprensa-e-liberdade-de-opiniao.)</p><p>Acerca das características textuais e semânticas, o texto configura-se como sendo:</p><p>a) narrativo.</p><p>b) instrutivo.</p><p>c) descritivo.</p><p>d) explicativo.</p><p>e) argumentativo.</p><p>Questão 29 (IDECAN/PESQUISADOR/INMETRO/2015)</p><p>A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas sobre</p><p>Meio Ambiente e diante dos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou-se no mun-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>160 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE</p><p>TEXTO</p><p>do uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada do ser humano</p><p>se relacionar com a natureza, e de gerar e distribuir riquezas.</p><p>Por outro lado, em paralelo a este movimento chamado “verde”, a desigualdade social foi nas</p><p>últimas décadas expandindo numa velocidade vertiginosa e com ela crescendo a exclusão</p><p>social e a violência.</p><p>Em decorrência destes dois fatores deparamo-nos, na década de 90, com um novo fenômeno</p><p>social, qual seja a proliferação do 3º setor: a esfera pública não-estatal. Somado a isto, ganha-</p><p>ram força os movimentos da qualidade empresarial e dos consumidores. De agente passivo</p><p>de consumo, o consumidor passa a ser agente de transformação social, por meio do exercício</p><p>do seu poder de compra, uso e descarte de produtos, de sua capacidade de poder privilegiar</p><p>empresas que tinham valores outros que não somente o lucro na sua visão de negócios. As-</p><p>sim, sociedade civil e empresas passam a estabelecer parcerias na busca de soluções, diante</p><p>da convicção de que o Estado sozinho não é capaz de solucionar a todos os problemas e a</p><p>responder a tantas demandas.</p><p>É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. Movimento este</p><p>que vem crescendo e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma aliança estra-</p><p>tégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da inclusão social, da promoção da cidadania, da pre-</p><p>servação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os setores têm responsabi-</p><p>lidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que lhe é mais peculiar, mais</p><p>característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a transparência são princípios</p><p>fundamentais no modo de fazer negócios e de relacionar-se com todas as partes interessadas.</p><p>À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – valores, co-</p><p>nhecimento, inventividade e capacidades de mobilização e transformação.</p><p>A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a respon-</p><p>sabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse</p><p>sentido, os setores produtivos e empresariais ganham um papel particularmente importante,</p><p>pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade de formular</p><p>estratégias e concretizar ações.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>161 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, entretanto, em</p><p>menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de</p><p>grande formulador de políticas públicas de grande alcance, visando o bem comum e a equida-</p><p>de social, aumentando sua responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, os recursos pú-</p><p>blicos e naturais na sua prestação de contas à sociedade. Além disso, pode e deve ser o gran-</p><p>de fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.</p><p>http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/contextualizacao.asp.</p><p>De acordo com a predominância de certos elementos textuais, pode-se afirmar eu o texto apre-</p><p>sentado é um exemplo de:</p><p>a) injunção.</p><p>b) narração.</p><p>c) descrição.</p><p>d) dissertação.</p><p>e) conversação.</p><p>Questão 30 (IDECAN/AUXILIAR/CRA-MA/2014)</p><p>Pregos</p><p>Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém os</p><p>havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura.</p><p>Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes. Não consegui admitir</p><p>essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, haveria de ter uma.</p><p>Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam, estava lendo um livro do</p><p>italiano Alessandro Baricco, chamado Novecentos, em que ele descrevia exatamente a mesma</p><p>situação. “No silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma mosca</p><p>se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente neste instante? Não se sabe.</p><p>Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?”</p><p>Alessandro Baricco não procura desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo dia</p><p>a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>162 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>que não ama mais uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar</p><p>parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.</p><p>Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas inquie-</p><p>tações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade da nossa</p><p>paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso eles</p><p>podem aguentar. O  quanto podemos conosco? Uma boa definição para felicidade: ser leve</p><p>para si mesmo.</p><p>Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo lu-</p><p>gar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.</p><p>Disponível em: http://www.dihitt.com/barra/pregos-de-martha-medeiros.</p><p>Acerca do gênero textual, é correto afirmar que “Pregos” trata-se de um(a):</p><p>a) conto</p><p>b) crônica.</p><p>c) descrição.</p><p>d) dissertação.</p><p>e) argumentação.</p><p>Questão 31 (IDECAN/AUXILIAR/COLÉGIO PEDRO II/2014)</p><p>A complicada arte de ver</p><p>Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio</p><p>aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar.</p><p>Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz</p><p>uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebo-</p><p>las. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi</p><p>que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo</p><p>neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente,</p><p>a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o</p><p>mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa</p><p>espanto.”</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>163 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei</p><p>as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturba-</p><p>ção ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola</p><p>igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não</p><p>está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver”.</p><p>William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo</p><p>vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos,</p><p>sinto-me como Moisés</p><p>diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da</p><p>minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o</p><p>chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.</p><p>http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp. Acesso em: 05/2014.</p><p>“O autor narra os acontecimentos a partir de um ponto de vista, o foco narrativo. Deste modo,</p><p>é correto afirmar que, no texto, observa-se o foco narrativo em _________________, sendo a visão</p><p>dos fatos ________________.”</p><p>Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmação anterior.</p><p>a) terceira pessoa / neutra</p><p>b) terceira pessoa / objetiva</p><p>c) primeira pessoa / objetiva</p><p>d) terceira pessoa / subjetiva</p><p>e) primeira pessoa / subjetiva</p><p>Questão 32 (IDECAN/ADMINISTRADOR/AGU/2014)</p><p>[...] Pesquisas mostraram baixo stress em advogados defendendo causas difíceis, o qual vira-</p><p>va alto stress diante do trânsito engarrafado. Policiais de Los Angeles tomam facas de crimi-</p><p>nosos, perseguem bêbados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu relatório.</p><p>Supressa! O stress só aparece na delegacia, absolutamente segura. A lógica é cristalina. O ad-</p><p>vogado passou anos se preparando para lidar como stress dos tribunais, mas não os imponde-</p><p>ráveis do trânsito. O mesmo ocorre com o policial. Tomar facas é sua profissão. Escrever um</p><p>relatório que pode ser criticado por seus superiores é terreno pantanoso.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>164 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Em segundo lugar,  stress  não é necessariamente uma coisa ruim. Pode ser boa. O  ato de</p><p>criação pode ser estressante. Tarefas desafiadoras podem ser estressantes e boas. Portanto,</p><p>evitar o stress pode significar distanciar-se de realizações. Entrar nas universidades de primei-</p><p>ra linha é dificílimo. Mas é nelas que se concentram as melhores cabeças e de onde saem as</p><p>melhores ideias e inovações. É por isso que ouvimos falar tanto de Harvard ou Stanford. [...]</p><p>Cláudio de Moura Castro – Veja, 23 de agosto de 2011.</p><p>De acordo com o tipo textual apresentado, uma ________________ é construída utilizando para</p><p>isso, como recurso, _________________________.”</p><p>Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.</p><p>a) exposição / exemplificação</p><p>b) argumentação / exemplificação</p><p>c) exposição / citação de autoridade</p><p>d) dissertação / contra-argumentação</p><p>e) argumentação / citação de autoridade</p><p>Questão 33 (IDECAN/AGENTE/AGU/2014)</p><p>50 anos depois</p><p>[...] No cinquentenário da República, ninguém questionava a quartelada que derrubou o Império</p><p>em 1889. Nos 50 anos do Estado Novo, poucos deram atenção ao período que transformou</p><p>a economia e a sociedade brasileiras. Pois hoje, dia 31 de março de 2014, 50 anos depois do</p><p>golpe militar, o Brasil é tomado de debates inflamados e de um surto incomum de memória</p><p>histórica. [ ...]</p><p>Houve avanços em quase todas essas áreas. Estabilizamos a moeda, distribuímos renda, pu-</p><p>semos as crianças na escola. As conquistas não são poucas, vieram aos poucos e estão longe</p><p>de terminadas. Todas elas são fruto do ambiente livre, em que diferentes ideias podem ser</p><p>debatidas e testadas. Todas são fruto, numa palavra, da democracia.</p><p>Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos: em 1964 havia, à direita</p><p>e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais. Se há pensamento autoritá-</p><p>rio no país, ele é minoritário. Nossas instituições democráticas deram prova de vitalidade ao</p><p>promover o impeachment de um presidente, a condenação de corruptos poderosos no caso do</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>165 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>mensalão e ao manter ampla liberdade de opinião e de expressão. A cada eleição, o brasileiro</p><p>gosta mais da democracia.</p><p>Nada disso significa, porém, que possamos considerá-la uma conquista perene e consolidada.</p><p>Democracias jovens, como Venezuela, Argentina ou Rússia, estão aí para mostrar como o es-</p><p>pectro do autoritarismo pode abalar os regimes de liberdade. A luta pela democracia e pelas</p><p>liberdades individuais precisa ser constante, consistente e sem margem para hesitação.</p><p>Helio Gurovitz. Época, 31 de março de 2014.</p><p>De acordo com a estrutura e os recursos utilizados no texto na construção das ideias, é correto</p><p>afirmar que se trata de um texto, predominantemente,</p><p>a) apelativo.</p><p>b) instrutivo.</p><p>c) expositivo.</p><p>d) informativo.</p><p>e) argumentativo.</p><p>Questão 34 (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO/TRT 1º REGIÃO/2018)</p><p>A indústria do espírito</p><p>Jordi Soler – 23 DEZ 2017 – 21:00</p><p>O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais</p><p>importante que você e dedique sua vida a isso”.</p><p>Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que</p><p>nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode</p><p>ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do es-</p><p>pírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de</p><p>fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo,</p><p>etc. [...]</p><p>A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo,</p><p>cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos</p><p>de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop</p><p>para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>166 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandi-</p><p>sing e suas toxinas culturais. [...]</p><p>Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior,</p><p>por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente,</p><p>a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com</p><p>a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]</p><p>A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm</p><p>muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify.</p><p>Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se</p><p>movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.</p><p>Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conse-</p><p>guiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autor-</p><p>referencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore</p><p>sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]</p><p>Esse inovador egocentrismo</p><p>new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea</p><p>de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história</p><p>da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os</p><p>idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não</p><p>querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do</p><p>primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]</p><p>Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a al-</p><p>guém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver</p><p>cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo princi-</p><p>pal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do</p><p>espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX,</p><p>aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos mon-</p><p>ges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em</p><p>gratificante solidão.</p><p>Sobre tipologia e gêneros textuais, assinale a alternativa correta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>167 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>a) O texto “A indústria do espírito” apresenta, majoritariamente, a  tipologia narrativa, a qual</p><p>tipicamente emprega verbos no pretérito, como é possível notar neste excerto: “A indústria do</p><p>espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu expo-</p><p>nencialmente nos últimos anos [...]”.</p><p>b) Não há um número definido de tipologias textuais, uma vez que elas surgem e desaparecem</p><p>conforme as necessidades sociodiscursivas de determinada comunidade.</p><p>c) O segundo parágrafo do texto “Aindústria do espírito” é composto por períodos simples,</p><p>típicos da tipologia injuntiva.</p><p>d) A maneira com que o texto “A indústria do espírito” se inicia, utilizando uma citação, é co-</p><p>mum no gênero textual carta aberta.</p><p>e) O texto “A indústria do espírito” é um exemplar do gênero textual artigo de opinião.</p><p>Questão 35 (INSTITUTO AOCP/ANALISTA/TRT-1ª REGIÃO/2018)</p><p>[...] Saiu da casa da cartomante aos tropeços e parou no beco escurecido pelo crepúsculo</p><p>— crepúsculo que é hora de ninguém. Mas ela de olhos ofuscados como se o último final da</p><p>tarde fosse mancha de sangue e ouro quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a recebeu e o</p><p>primeiro esgar da noite que, sim, sim, era funda e faustosa. Macabéa ficou um pouco aturdida</p><p>sem saber se atravessaria a rua pois sua vida já estava mudada. E mudada por palavras —</p><p>desde Moisés se sabe que a palavra é divina. Até para atravessar a rua ela já era outra pessoa.</p><p>Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em si uma esperança tão violenta como jamais sentira</p><p>tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma, isso significava uma perda que valia por</p><p>um ganho. Assim como havia sentença de morte, a  cartomante lhe decretara sentença de</p><p>vida. Tudo de repente era muito e muito e tão amplo que ela sentiu vontade de chorar. Mas</p><p>não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que morria. Então ao dar o passo de descida</p><p>da calçada para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é agora é já,</p><p>chegou a minha vez! E enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo pegou-a — e neste</p><p>mesmo instante em algum único lugar do mundo um cavalo como resposta empinou-se em</p><p>gargalhada de relincho.</p><p>Macabéa ao cair ainda teve tempo de ver, antes que o carro fugisse, que já começavam a ser</p><p>cumpridas as predições de madama Carlota, pois o carro era de alto luxo. Sua queda não era</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>168 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>nada, pensou ela, apenas um empurrão. Batera com a cabeça na quina da calçada e ficara caí-</p><p>da, a cara mansamente voltada para a sarjeta. E da cabeça um fio de sangue inesperadamente</p><p>vermelho e rico. O que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia a uma resistente raça não</p><p>teimosa que um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito. [...]</p><p>A Hora da Estrela. Clarice Lispector.</p><p>De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O narrador, em primeira pessoa, descreve o momento em que a personagem vai à casa de</p><p>uma vidente e descobre estar grávida.</p><p>b) Trata-se de um texto predominantemente dissertativo, em que se expõe o relato de uma</p><p>tragédia ocorrida com Macabéa.</p><p>c) A mudança na vida de Macabéa, citada em “[...] pois sua vida já estava mudada.”, refere-se à</p><p>viagem empreendida por ela, que se realizara após encontrar o carro que estava à sua espera.</p><p>d) O excerto demonstra a fragilidade social da personagem que, ironicamente, teve um mo-</p><p>mento de esperança antes de ser atropelada.</p><p>e) A narrativa descreve uma cena trivial de final de tarde, em que Macabéa presencia o atrope-</p><p>lamento e a morte de um cavalo.</p><p>Questão 36 (INSTITUTO AOCP/ANALISTA/TRT-1ª REGIÃO/2018)</p><p>Os medos que o poder transforma em mercadoria política e comercial</p><p>Zygmunt Bauman</p><p>O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a</p><p>maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud,</p><p>a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar total-</p><p>mente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do pró-</p><p>ximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe</p><p>de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência</p><p>da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.</p><p>Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte</p><p>é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>169 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e,</p><p>em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo:</p><p>é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tor-</p><p>nam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.</p><p>A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da</p><p>mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente)</p><p>sonhamos, a cultura pararia de repente [...].</p><p>Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possi-</p><p>bilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imagi-</p><p>nação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que</p><p>transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a</p><p>sua longa história, o motor da</p><p>cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o</p><p>transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma</p><p>ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais,</p><p>tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem,</p><p>embora fugaz.</p><p>Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na exis-</p><p>tência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de</p><p>sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e</p><p>dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem</p><p>medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época</p><p>e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das</p><p>propostas. [...]</p><p>http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-arti-</p><p>go-dezygmunt-bauman</p><p>Em relação ao texto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Uma das propriedades linguísticas que caracterizam o texto como argumentativo é a predo-</p><p>minância de formas verbais no pretérito.</p><p>b) Os verbos e pronomes em primeira pessoa do plural, presentes em “Poderíamos até conse-</p><p>guir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo [...]” e “[...] é a nossa cons-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>170 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>ciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo [...]” são fortes marcas do tipo textual</p><p>injuntivo, predominante no texto.</p><p>c) O tipo argumentativo é o eixo da construção do texto, tendo em vista que o autor defende</p><p>uma tese por meio de relações lógicas de argumentação. Uma dessas relações é a de con-</p><p>dição, presente no excerto “E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes</p><p>(estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...]”.</p><p>d) Não é possível classificar o tipo textual predominante no texto, uma vez que os tipos textu-</p><p>ais constituem uma lista irrestrita na cultura linguística. Ao contrário disso, os gêneros textuais</p><p>compõem uma lista restrita, o que possibilita que se classifique o texto como um artigo de</p><p>opinião.</p><p>e) O amplo uso de figuras de linguagem, especialmente de metáforas, no texto, é uma pista de</p><p>que o tipo narrativo é o eixo da construção textual, enriquecendo as formas de expressão do</p><p>autor a partir do uso de uma linguagem denotativa.</p><p>Questão 37 (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE/CÂMARA DE MARINGÁ/2017)</p><p>Oh! Minas Gerais</p><p>O irresistível sotaque dos mineiros me encanta.</p><p>Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra rever</p><p>meus parentes, meus amigos, pra não perder o sotaque.</p><p>Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos, desde aquele 1973, quando abandonei</p><p>Belo Horizonte pra ir morar a mais de dez mil quilômetros de lá.</p><p>Senti isso quando, outro dia, pousei no aeroporto de Uberlândia e fui direto na lanchonete co-</p><p>mer um pão de queijo que, fora de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do mundo.</p><p>- Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê?</p><p>Foi assim que a mocinha me recebeu, quase de braços abertos, como se fosse uma amiga</p><p>íntima de longo tempo.</p><p>Sei não, mas eu acho que o sotaque mineiro aumentou – e muito – desde que parti. Quando</p><p>peguei o primeiro avião com destino à felicidade, todos chamavam o centro de Belo Horizonte</p><p>de cidade. O trólebus subia a Rua da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan, andavam de Opala,</p><p>ouviam Fagner cantando Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente de trombada e a polícia</p><p>de Radio Patrulha.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>171 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Como pode, meu filho mais velho, que nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora lá, me ligar</p><p>e perguntar:</p><p>- E ai pai, tudo jóia, tudo massa?</p><p>A repórter Helena de Grammont, quando ainda trabalhava no Show da Vida, voltou encantada</p><p>de lá e veio logo me perguntar se o sotaque mineiro era mesmo assim ou se estavam brincan-</p><p>do com ela. Helena estava no carro da Globo, procurando um endereço perto de Belo Horizon-</p><p>te, quando perguntou para um guarda de trânsito se ele poderia ajudá-la. A resposta veio de</p><p>imediato.</p><p>- Cê ségui essa istrada toda vida e quando acabá o piche, cê quebra pra lá e continua siguino</p><p>toda vida!</p><p>Já virou folclore esse negócio de mineiro engolir parte das palavras. Debaixo da cama é ba-</p><p>dacama, conforme for é confórfô, quilo de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, atrás da</p><p>porta é trádaporta, ponto de ônibus é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de tomate é mas-</p><p>tumati e tira isso daí é tirisdaí.</p><p>Isso é verdade. Um garoto que mora em São Paulo foi a Minas Gerais e voltou com essa: Lá</p><p>deve ser muito mais fácil aprender o português porque as palavras são muito mais curtas.</p><p>Mineiro quando para num sinal de trânsito, se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca o ama-</p><p>relo: Prestenção. Quando vem o verde: Podií.</p><p>Mas não é só esse sotaque delicioso que o mineiro carrega dentro dele. Carrega também um</p><p>jeitinho de ser.</p><p>A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui em casa,</p><p>chega com um balaio de casos de Minas Gerais.</p><p>Da última vez que foi a Minas, ela viu na mesa de café da tia Teresa uma capinha de crochê,</p><p>cobrindo a embalagem do adoçante. Achou aquilo uma graça e comentou com a tia prendada.</p><p>Pra quê? Tem dias que Teresa não dorme, preocupada querendo saber qual é a marca do ado-</p><p>çante que a Gabi usa, pra ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou tanto. Chega a ligar</p><p>interurbano pra São Paulo:</p><p>- Num isquéci de mi falá a marca do seu adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê procê...</p><p>Coisa de mineiro.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>172 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Bastou ela contar essa história que a Catia, outra amiga mineira – e praticante – que estava</p><p>aqui em casa também, contar a história de um doce de banana divino que comeu na casa da</p><p>mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois de todos elogiarem aquele doce que merecia ser</p><p>comido de joelhos, ela revelou o segredo:</p><p>- Cês criditam que eu vi um cacho de banana madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho, e pensei:</p><p>Genti, num podêmo dispidiçá não!</p><p>Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, o jeito mineiro de ser me</p><p>encanta e cada vez mais.</p><p>Quer saber o que é ser mineiro? No final dos anos 80, quando o meu primeiro casamento se</p><p>acabou, minha mãe, que era uma mineira cem por cento, queria saber se eu já “tinha outra”,</p><p>como se diz lá em Minas Gerais. Um dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao invés de perguntar</p><p>assim, na lata, se eu já tinha um novo amor, usou seu modo bem mineiro de ser:</p><p>- Eu tava pensâno em comprá um jogo de cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua cama nova</p><p>é di casal ou di</p><p>soltero?</p><p>Oh! Minas Gerais. Alberto Villas.</p><p>Em relação à tipologia textual, no texto Oh! Minas Gerais, há o predomínio do tipo:</p><p>a) argumentativo, visto que o autor busca convencer o seu leitor sobre o quão irresistível é o</p><p>sotaque mineiro.</p><p>b) descritivo, pois o autor descreve, por meio de exemplos, o sotaque mineiro.</p><p>c) instrutivo, visto que o autor incentiva o uso do sotaque mineiro.</p><p>d) narrativo, uma vez que o autor narra suas memórias sobre o falar mineiro.</p><p>e) expositivo, pois o autor declara toda sua admiração sobre o sotaque dos mineiros.</p><p>Questão 38 (INSTITUTO AOCP/PROFESSOR/IFBA/2016)</p><p>O desafio de usar a tecnologia a favor do ensino</p><p>Não basta usar computador e tablet em sala de aula.</p><p>Professores devem estar capacitados para auxiliar e orientar alunos</p><p>Não restam dúvidas sobre a intensa presença da tecnologia no dia a dia dos jovens – uma</p><p>geração que já nasceu conectada com o mundo virtual – e os impactos que esse novo perfil</p><p>de aluno traz ao ambiente escolar. Esse contexto lança o desafio para escolas e professores</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>173 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>sobre como usar os novos recursos tecnológicos a favor do ensino. Lutar contra a presença</p><p>deles não é mais visto como uma opção.</p><p>“Estamos no século 21, não tem como dar aula como se dava há 10 anos”, diz Glaucia Bri-</p><p>to, professora do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná</p><p>(UFPR) e especialista em Tecnologia na Educação. Para ela, a escola está atrasada. Os jovens</p><p>são outros e os professores precisam se transformar para seguir essa mudança.</p><p>O uso da tecnologia pode ser proveitoso no estudo interativo de conteúdos, tornando-os mais</p><p>atraentes e fazendo com que o aluno adote uma postura mais participativa. No Colégio Dom</p><p>Bosco, em Curitiba, tablets e netbooks são fornecidos aos alunos desde o 6º ano do ensino</p><p>fundamental. “A ideia é tentar falar a mesma linguagem [dos alunos]. Não adianta ser diferen-</p><p>te em casa. Trabalhamos o uso responsável”, explica o professor de Física e coordenador de</p><p>Tecnologias, Raphael Corrêa.</p><p>A escola trabalha de duas maneiras: recorre a objetos educacionais digitais, como vídeos, ani-</p><p>mações, imagens e infográficos, para dar suporte às aulas, e estimula a pesquisa dos alunos</p><p>na internet, com a orientação do professor sobre como encontrar a informação desejada de</p><p>forma segura e a partir de fontes confiáveis. Entretanto, não são só benefícios que os dispo-</p><p>sitivos móveis trazem. O colégio controla o uso quando a aula não necessita dos aparelhos e</p><p>bloqueia o acesso às redes sociais, os principais vilões quando o assunto é distração.</p><p>“Tem professor que reclama que os alunos não prestam atenção, ficam só no celular. Mas, na</p><p>minha época, por exemplo, nos distraíamos com gibi. A questão é como está a aula do pro-</p><p>fessor”, avalia Glaucia, que defende ser possível dar uma aula de qualidade e atraente mesmo</p><p>sem usar aparatos modernos.</p><p>Envolvimento</p><p>No Colégio Sion, a  tecnologia é mais usada pelos professores, embora os alunos também</p><p>usufruam em determinados momentos. Para a coordenadora do ensino médio, Cinthia Rene-</p><p>aux, é preciso fazer com que o estudante participe do processo, saiba contar o que aprendeu.</p><p>“Para não ficar muito no virtual, fazemos muitos seminários, debates e pesquisas. Tentamos</p><p>resgatar o diálogo, a conversa e discussão entre eles”, explica Cinthia, citando o formato semi-</p><p>circular na disposição das carteiras nas salas para facilitar o método.</p><p>http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/o-desafio-de-usar-a-tecnologia-a-favor-do-ensino-almosyp83vcnzak-</p><p>775day3bi</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>174 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Os textos, de acordo com a sua intencionalidade, estrutura e formato, podem ser classificados</p><p>de acordo com sua tipologia. Com relação ao texto “O desafio de usar a tecnologia a favor do</p><p>ensino”, é correto afirmar que ele pode ser classificado como:</p><p>a) epistolar.</p><p>b) narrativo.</p><p>c) informativo.</p><p>d) injuntivo.</p><p>e) descritivo.</p><p>Questão 39 (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO/CASAN/2016)</p><p>“Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de Menos”</p><p>31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos</p><p>Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás parece</p><p>ficar mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 50 anos</p><p>a cada 5. E o mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se educa (ou</p><p>brinca, alimenta, veste, entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) crianças como</p><p>antigamente!</p><p>O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de crianças.</p><p>Em muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil – naqueles</p><p>canais cujo volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – mesmo quando elas</p><p>estão comendo com o iPad à mesa.</p><p>Muitas e muitas crianças têm atividades extracurriculares pelo menos três vezes por semana,</p><p>algumas somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e</p><p>reforços escolares.</p><p>Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e pessoas</p><p>disponíveis o tempo todo para garantir que a criança “aprenda coisas” e não “morra de tédio”.</p><p>As pré- escolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-vestibulares.</p><p>Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, poten-</p><p>cializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crian-</p><p>ças uma preparação praticamente militar, visando seu “sucesso”. O ar nas casas onde essa</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>175 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por</p><p>desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos</p><p>e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos e atitudes, de verdade: fica</p><p>tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se misturam fazendo com que a crian-</p><p>ça mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer.</p><p>Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças não</p><p>sabem conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar em uma</p><p>brincadeira ou atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar sem a orienta-</p><p>ção de um adulto!). Não conseguem ler um livro, por menor que seja. Não aceitam regras. Não</p><p>sabem o que é autoridade. Pior e principalmente: não sabem esperar.</p><p>Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, indepen-</p><p>dente e pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas.</p><p>Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um pouco</p><p>da carteira, do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e</p><p>as estamos</p><p>impedindo de entender e saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas qualidades e talen-</p><p>tos. Estamos roubando o tempo precioso que nossos filhos tanto precisam para processar a</p><p>quantidade enorme de informações e estímulos que nós e o mundo estamos lhes dando.</p><p>Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a cada</p><p>vez que ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de “tédio”. Não obriguemos a babá a</p><p>ter um repertório mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter a criança</p><p>entretida o tempo todo. O “tédio” nada mais é que a oportunidade de estarmos em contato co-</p><p>nosco, de estimular o pensamento, a fantasia e a concentração.</p><p>Sugiro que leiamos todos, pais ou não, “O Ócio Criativo” de Domenico di Masi, para que enten-</p><p>damos a importância do uso consciente do nosso tempo.</p><p>E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não lêem mais. Muitos livros</p><p>infantis estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor estímulo e</p><p>descaracteriza a principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente respirar, aprender</p><p>a juntar uma palavra com outra, paulatinamente formando frases e sentenças, e, finalmente,</p><p>concluir um raciocínio ou uma estória.</p><p>Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem em</p><p>almofadas e façam sua imaginação voar!</p><p>http://www.saudecuriosa.com.br/estamos-enlouquecendo-nossas-criancas-estimulos-demais-concentracao-de-</p><p>-menos/</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>176 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Qual é o gênero textual que mais se adequa ao texto “Estamos Enlouquecendo Nossas Crian-</p><p>ças! Estímulos Demais... Concentração de Menos”?</p><p>a) Relatório Científico.</p><p>b) Artigo de opinião.</p><p>c) Debate.</p><p>d) Charge.</p><p>e) Carta.</p><p>Questão 40 (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE/CASAN/2016)</p><p>Campinas tem alerta após 10 casos de microcefalia</p><p>Por Inaê Miranda – publicado em 05/12/2015</p><p>O número de casos de microcefalia registrados em Campinas chegou a dez, segundo informou</p><p>na última sexta-feira (4) a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Brigina</p><p>Kemp. Todos os bebês nasceram em Campinas, mas três deles são de mães moradoras de</p><p>Sumaré.</p><p>Uma criança nasceu no mês de outubro, a segunda no dia 3 de novembro e as outras oito nas-</p><p>ceram nos últimos dias — do final de novembro até ontem. A média anual da doença até 2014</p><p>era de um registro, o que torna os casos recentes uma preocupação para os Serviços de Saúde</p><p>da cidade. O município apura a relação dos casos com o zika vírus.</p><p>No último sábado, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o surto de</p><p>microcefalia na região Nordeste do País. Até esta data, foram notificados 1.248 casos suspei-</p><p>tos, identificados em 311 municípios de 14 unidades da federação. Até então, São Paulo não</p><p>figurava nesta lista e os únicos dois casos registrados ocorreram em Sumaré e São José do</p><p>Rio Preto. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o vírus pode ter ocorrido na cidade sem</p><p>que as autoridades tenham conhecimento.</p><p>Segundo Brigina, Campinas está contabilizando os casos dos três residentes de Sumaré por-</p><p>que os bebês nasceram na cidade. “A gente notifica, avisando que é de outro município e esse</p><p>município também é informado. As investigações iniciais ocorrem aqui e, na hora que a criança</p><p>tem alta, a investigação tem continuidade na cidade onde ela reside”, explicou.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>177 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Ela informou que as crianças nasceram nas redes pública e privada, sendo que a maior parte</p><p>foi na Maternidade de Campinas. “Quase todos”, disse. Uma das mães é moradora de rua e</p><p>usuária de crack. “Mas todos os dez permanecem sob investigação para o zika. Não confirma-</p><p>mos nenhum até agora, mas também não descartamos.”</p><p>A diretora do Devisa acrescentou que as mães estão recebendo toda a assistência necessária.</p><p>“Se alguma mãe não tem condição de fazer a tomografia, nós estamos fazendo.”</p><p>Campinas tinha um caso de microcefalia por ano, entre 2010 a 2014, causada por infecção</p><p>congênita. Sendo que em 2011 foram registrados quatro casos de microcefalia por infecção</p><p>congênita. “Mas a gente acredita que esse era um número subnotificado. Agora todos estão</p><p>bem sensibilizados para fazer as notificações”, disse.</p><p>Segundo Brigina, esse aumento da notificação pode estar relacionado com o alerta que foi</p><p>dado pelo Ministério da Saúde.</p><p>Múltiplas causas</p><p>A microcefalia não é uma doença nova. Trata-se de uma malformação congênita, em que o</p><p>cérebro não se desenvolve de maneira adequada. “É quando você mede a cabeça e vê que está</p><p>menor do que deveria ser para a idade gestacional em que o bebê nasceu”, explicou Brigina.</p><p>A especialista esclarece que a microcefalia pode ser efeito de uma série de fatores de diferen-</p><p>tes origens. “Microcefalia não significa zika vírus. É importante dizer isso para as pessoas não</p><p>relacionarem imediatamente esses 10 casos de Campinas ao vírus”, diz.</p><p>As causas, segundo ela, em geral são o uso de drogas, medicamentos, cigarro, tabagismo, be-</p><p>bida, traumatismo, falta de irrigação adequada da cabeça do bebê durante a gestação, contato</p><p>com radiação, fatores genéticos e uma série de vírus ou outros agentes infecciosos, chamados</p><p>de infecção congênita.</p><p>Segundo Brigina, o que tem causado a microcefalia nas crianças é o que está em questão. “As</p><p>notificações chegaram para a gente e agora vamos investigar.” De acordo com ela, a investiga-</p><p>ção consiste num exame de tomografia sem contraste, exames no sangue, na urina e no líquor,</p><p>que é um líquido do sistema nervoso da coluna.</p><p>As tomografias estão sendo feitas em Campinas, mas os exames estão sendo conduzidos</p><p>pelo Instituto Adolfo Lutz, na Capital. “Vai para o Lutz porque toda doença sob vigilância e de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>178 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>importância para saúde pública a gente tem que fazer num laboratório de referência de saúde</p><p>pública.”</p><p>Vírus</p><p>Segundo as secretarias estadual e municipal de Saúde, o vírus zika não está circulando em São</p><p>Paulo. Brigina, entretanto, não descarta que ele tenha entrado no Estado e se mantém desper-</p><p>cebido. “Só posso dizer que tem uma possibilidade. E porque digo que tem uma possibilidade?</p><p>Porque o vírus circulou amplamente no Norte e Nordeste, tem um percentual de casos que não</p><p>apresentam sintomas, e porque é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.”</p><p>Desde junho, Campinas organizou cinco unidades sentinelas na tentativa de detecção precoce</p><p>do zika vírus. “A gente se organizou para tentar detectar, mas isso não me dá garantia de dizer</p><p>que não teve. As pessoas circulam e viajam muito hoje em dia pelo País.”</p><p>http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/12/campinas_e_rm-c/402739-campinas-tem-alerta-apos-dez-casos-</p><p>-de-microcefalia.html</p><p>Qual é a tipologia do texto “Campinas</p><p>tem alerta após 10 casos de microcefalia”?</p><p>a) Texto narrativo.</p><p>b) Texto dissertativo.</p><p>c) Texto descritivo.</p><p>d) Texto informativo.</p><p>e) Texto injuntivo.</p><p>Questão 41 (IADES/ASSISTENTE/APEX BRASIL/2018)</p><p>Há vários países que possuem economias dinâmicas e diversificadas, que apresentam uma</p><p>participação percentual significativa na corrente mundial de comércio e que desenvolveram</p><p>parques industriais e um universo empresarial diversificado e pujante. No entanto, muitos não</p><p>sabem que vários desses países não possuem grandes mercados internos e que, para crescer</p><p>e ampliar os negócios, suas empresas buscaram o caminho do comércio exterior.</p><p>O Brasil possui um grande mercado interno, o que, sem dúvida, representou uma oportunidade</p><p>e uma situação cômoda para muitas empresas, que preferiram priorizar o mercado doméstico</p><p>e não chegaram a se interessar seriamente pelas exportações. Entretanto, mesmo nesse ce-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>179 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>nário, cada vez mais, os empresários brasileiros começam a considerar as exportações como</p><p>uma decisão estratégica importante para as respectivas empresas e para o desenvolvimento</p><p>dos próprios negócios.</p><p>Perceberam que, ao exportar, a empresa adquire um diferencial de qualidade e competência,</p><p>pois precisa adequar seus produtos aos padrões do mercado externo, precisa gerenciar con-</p><p>dições que não ocorriam anteriormente e obtém ganhos de competitividade. A empresa que</p><p>passa a exportar de forma sustentável, geralmente, obtém melhoria da sua imagem com forne-</p><p>cedores, bancos e clientes, e isso se reflete, também, em suas operações no mercado interno.</p><p>Outra vantagem bastante perceptível é a melhoria da qualidade do produto. Esta também ten-</p><p>de a aumentar, pois a empresa tem de adaptá-lo às exigências do mercado ao qual se destina,</p><p>o que a obriga a aperfeiçoá-lo.</p><p>Com relação à tipologia textual, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O texto é predominantemente argumentativo, visto que defende uma ideia acerca do comér-</p><p>cio exterior de alguns países.</p><p>b) O texto é predominantemente narrativo, pois narra fatos ocorridos em alguns países do</p><p>mundo, quanto ao comércio destes.</p><p>c) O texto é predominantemente informativo, uma vez que busca transmitir informações a res-</p><p>peito do comércio exterior e da respectiva relevância para a economia mundial.</p><p>d) O texto é predominantemente descritivo, o que se verifica pelo emprego de um número ex-</p><p>pressivo de substantivos e adjetivos, cuja função no texto é caracterizar o comércio exterior.</p><p>e) O texto apresenta características de mais de um tipo textual, com trechos argumentativos</p><p>(como o primeiro parágrafo) e trechos descritivos (como o segundo parágrafo).</p><p>Questão 42 (IADES/ANALISTA/APEX BRASIL/2018)</p><p>Apesar do pessimismo generalizado em relação à guerra comercial entre os Estados Unidos</p><p>da América (EUA) e a China, as barreiras impostas de um lado a outro contribuíram para au-</p><p>mentar as exportações brasileiras para os dois países em alguns setores.</p><p>Um levantamento feito pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mos-</p><p>tra que, de janeiro a julho deste ano, aumentaram as vendas para esses países de produtos</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>180 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>como siderúrgicos, proteína animal e soja. Os setores atribuem o crescimento das exporta-</p><p>ções, em parte, à imposição de barreiras comerciais entre americanos e chineses.</p><p>Em retaliação às sobretaxas impostas pelos americanos, a China também aumentou as tarifas</p><p>de importação de produtos dos EUA, o que trouxe um efeito colateral positivo para a venda de</p><p>produtos brasileiros para aquele mercado. Com isso, de janeiro a julho, houve alta de 18% na</p><p>venda de soja para a China, o que já é visto como um sinal de que o Brasil pode ocupar o es-</p><p>paço dos EUA no fornecimento do grão ao país asiático. A venda de carne de porco aumentou</p><p>em 199% para a China nesse período.</p><p>Já a exportação de siderúrgicos subiu 38% no período para os EUA, passando de US$ 1,3 bi-</p><p>lhão para US$ 1,8 bilhão. Em volume, as vendas crescem 14,2% no ano, acima do patamar de</p><p>alta permitido pelos americanos para este ano. Em maio, os EUA estabeleceram tarifas de 25%</p><p>para a importação de aço de países como a China e os da União Europeia. O Brasil ficou fora</p><p>da sobretaxa, mas foi estabelecida uma cota anual com base na média das vendas do produto</p><p>brasileiro nos últimos três anos, o que, na prática, permite uma alta de cerca de 7% sobre 2017.</p><p>Com relação à tipologia textual, assinale a alternativa certa.</p><p>a) O primeiro parágrafo do texto poderia ser considerado como a introdução de um texto ar-</p><p>gumentativo, em que se apresenta uma ideia que será defendida: o aumento das exportações</p><p>brasileiras para os Estados Unidos da América (EUA) e a China.</p><p>b) O terceiro parágrafo do texto é predominantemente narrativo, visto que narra fatos que se</p><p>sucederam ao longo do tempo nos EUA e na China.</p><p>c) O quarto parágrafo do texto descreve objetivamente a exportação de siderúrgicos, pelo que</p><p>pode ser considerado como essencialmente descritivo.</p><p>d) O texto mescla características de texto argumentativo e de texto descritivo.</p><p>e) O texto é predominantemente informativo.</p><p>Questão 43 (VUNESP/AGENTE/PC-SP/2018)</p><p>Frei Caneca e a Virgem Maria</p><p>No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da for-</p><p>ca, no centro do Recife. Era o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, luta-</p><p>dor incansável pela independência do Brasil. Ele tinha participado da revolta da Confederação</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>181 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o hábito da Irmandade da Madre de</p><p>Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da desautoração*,</p><p>perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.</p><p>Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu fir-</p><p>me quando recebeu na tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se prepara-</p><p>va para o gesto fatal, quando recuou, com o rosto pálido, dizendo que a Virgem Maria estava</p><p>junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que também se recusou a executar</p><p>Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E esses, mesmo</p><p>duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos</p><p>da cadeia pública e lhes ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles</p><p>igualmente se negaram, alegando a visão da Virgem Maria.</p><p>Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros</p><p>conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tre-</p><p>miam com as armas na mão, Frei Caneca procurou exortá-los:</p><p>– Vamos, meus</p><p>amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vos-</p><p>sos temores. Tenham fé, ela já os perdoou.</p><p>E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.</p><p>Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil.</p><p>*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.</p><p>**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.</p><p>Considerando-se as características do texto, é correto afirmar que se trata do tipo:</p><p>a) dissertativo, com discussão de ideias.</p><p>b) dissertativo, com pontos de vista de personagens.</p><p>c) narrativo, com apresentação de uma tese.</p><p>d) descritivo, com caracterização de ambiente.</p><p>e) narrativo, com exposição de fatos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>182 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 44 (FUMARC/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATOZINHOS/2016)</p><p>O grande paradoxo das redes sociais virtuais</p><p>Por Vinicius Pereira Colares</p><p>em 12/02/2016 na edição 889</p><p>Existe uma contradição inerente ao uso de mídias digitais. Essa afirmação comprova-se, princi-</p><p>palmente, quando a ligamos ao smartphones. Ninguém usaria o celular por tanto tempo se não</p><p>acreditasse de verdade nos benefícios dele. Poupar tempo, ser mais produtivo e ter acesso à</p><p>informação em qualquer lugar são alguns dos aspectos positivos citados, geralmente.</p><p>Ao mesmo tempo, é cada vez mais comum ouvir relatos, quando estes são sinceros, de donos</p><p>de smartphones que se sentem frustrados com o tempo empreendido nas redes sociais ou em</p><p>outros aplicativos inúteis. Na tentativa de 4 controlar sua rotina (e imagem), o indivíduo, em</p><p>sua contemporaneidade, é cada vez mais vulnerável.</p><p>Desde 2007, com o lançamento do primeiro aparelho celular com um sistema operacional pró-</p><p>prio totalmente touch-screen (o primeiro iPhone da Apple), os hábitos mudaram. E mudam-se</p><p>os hábitos, sabe-se, mudam-se as pessoas.</p><p>A psicóloga e socióloga do MIT (Massachusetts Institute of Technology), Sherry Turkle, anali-</p><p>sou a possibilidade de um novo tipo de comunicação estar surgindo com as novas tecnologias.</p><p>As amizades nesse cenário, por exemplo, mudaram. Hoje “a arte da amizade”, diz Turkle, virou</p><p>a arte de saber dividir a atenção de alguém constantemente – com o smartphone, por exemplo.</p><p>Quem nunca passou por uma situação parecida, de encontrar-se falando consigo mesmo, que</p><p>atire a primeira pedra.</p><p>É a possibilidade de repensar um ato que faz com que, normalmente, um indivíduo não repita</p><p>um erro. Para alcançar esse tipo de reflexão, porém, é preciso estar sozinho. Não é uma regra,</p><p>mas é sozinho que o sujeito consegue ponderar sua existência individual e, respectivamente,</p><p>perceber a independência daqueles que o cercam. As relações através das redes sociais im-</p><p>possibilitam, de certa forma, que tudo isso aconteça.</p><p>O termo fight over text – que significa mais ou menos “briga por mensagem de texto” – é extre-</p><p>mamente ilustrativo para pensar esse aspecto. Um exemplo usado por Turkle: Adam teve uma</p><p>discussão séria com sua namorada. Ou melhor, teve uma fight over text. Em uma situação onde</p><p>ele seria tomado por um surto de pânico, Adam resolve mandar – e esse é o exemplo que a</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>183 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>autora dá – uma foto de seu próprio pé (risos?) para a namorada. Isso alivia a situação e tudo</p><p>acaba bem.</p><p>Essa possibilidade de esconder vulnerabilidades explica, de certa forma, o  crescimento de</p><p>aplicativos como o Snapchat (e suas mensagens “fantasmas”) e o Instagram. Nessas redes</p><p>sociais, o Adam de Turkle é sempre o Adam que quer ser. Não é por um acaso que o Facetime,</p><p>aplicativo da Apple onde os envolvidos conversam por vídeo, não deu tão certo quanto o espe-</p><p>rado. 5</p><p>As mídias digitais e as redes sociais estão movimentando uma quantidade cada vez maior de</p><p>pesquisas em torno de suas problemáticas. Termos como Fomo (Fear Of Missing Out – algo</p><p>equivalente a “medo de perder algo”) estão tentando explicar o que está por trás do desenvol-</p><p>vimento de aplicativos e dispositivos.</p><p>Em Stanford, por exemplo, foi criado o Persuasive Technology Lab (Laboratório de Tecnolo-</p><p>gia da Persuasão). São estudados nesse centro, por exemplo, os mecanismos que causam</p><p>essa espécie de “dependência” por parte do usuário das redes sociais. Os resultados desses</p><p>estudos acabam gerando mais aplicativos de persistent routine (rotina persistente, quase um</p><p>pleonasmo ) ou behavioral loop (comportamento repetitivo), que integram-se à nossa rotina e,</p><p>na maioria dos casos, não são produtivos – e sim, distrativos.</p><p>O Instagram talvez venha a ser o melhor exemplo, definido como um produto habit-forming (ou</p><p>criador de hábito). É comum conhecer pessoas que, ao acordar, assumem abrir o aplicativo</p><p>antes mesmo de sair da cama. Isso se torna, em curto e médio prazo, o equivalente a despertar</p><p>toda manhã e puxar a alavanca de uma máquina de apostas em um cassino.</p><p>Essa incapacidade de controlar os próprios hábitos implica geralmente na falta de capacidade</p><p>de controlar as próprias emoções. E são esses indivíduos que tentam, com o uso das redes</p><p>sociais, apropriar-se de uma imagem idealizada e controlar (ou contrariar) os atos do próximo.</p><p>Existem maneiras de tentar mudar isso. Deixar o smartphone longe da mesa enquanto faz uma</p><p>refeição ou sair de casa sem o celular no bolso, por exemplo. Mas a melhor e mais valiosa dica</p><p>é de Sherry Turkle: leia (ou releia) Walden, de Henry David Thoreau.</p><p>O texto anterior caracteriza-se:</p><p>a) como um texto jornalístico, o que o torna acessível a qualquer leitor.</p><p>b) como uma prescrição, por convencer os leitores sobre a dependência das redes sociais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>184 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>c) pela informalidade, característica típica dos textos da internet.</p><p>d) por ser uma narrativa em que o autor apresenta uma pesquisa.</p><p>Questão 45 (FUMARC/ANALISTA/PC-MG/2013)</p><p>Manual de Policiamento Comunitário</p><p>Apresentação: Nancy Cardia</p><p>O policiamento comunitário, hoje em dia, encontra-se amplamente disseminado nos países</p><p>economicamente mais desenvolvidos. Sem dúvida isso é uma conquista desses países, pois</p><p>essa é a forma de policiamento que mais se aproxima das aspirações da população: ter uma</p><p>polícia que trabalhe próxima da comunidade e na qual ela possa crer e confiar.</p><p>Acreditar e confiar na polícia são considerados elementos essenciais para que a polícia possa</p><p>ter legitimidade para aplicar as leis, isto é, para a polícia ser percebida pela população como</p><p>tendo um direito legítimo de restringir comportamentos, retirar a liberdade de cidadãos e, em</p><p>casos extremos, até mesmo a vida.</p><p>Ter legitimidade para aplicar as leis significa poder contar com o apoio e a colaboração da</p><p>população para exercer seu papel. Isso difere da falta de reação da população às ações da po-</p><p>lícia, quer por apatia ou por medo, ou ainda, da reação daqueles que delínquem. Em qualquer</p><p>um desses</p><p>casos a reação da população já sugere que há um déficit de confiança na polícia.</p><p>Nos países economicamente mais desenvolvidos, a adoção do policiamento comunitário de-</p><p>correu da constatação de que os modelos de policiamento em vigência não eram mais efi-</p><p>cazes diante dos novos padrões de violência urbana que emergiram no fim dos anos 1960 e</p><p>meados dos anos 1970. Ao longo desse período, cresceram, em muitos desses países, tanto</p><p>diferentes formas de violência criminal como também manifestações coletivas (pacíficas ou</p><p>não) por melhor acesso a direitos. O desempenho das polícias em coibir a violência criminal</p><p>ou ao conter (ou reprimir) as manifestações coletivas adquiriu grande visibilidade e saliência,</p><p>resultando em muitas críticas. Em decorrência disso, houve, em vários países, forte deteriora-</p><p>ção da imagem das forças policiais junto à população.</p><p>Uma pior imagem tem impacto na credibilidade da população na polícia. A falta ou baixa credi-</p><p>bilidade afeta o desempenho da polícia no esclarecimento de delitos e, até mesmo, no registro</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>185 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>de ocorrências. De maneira geral, quando não há confiança, a população hesita em relatar à</p><p>polícia que foi vítima de violência ou, até mesmo, de fornecer informações que poderiam auxi-</p><p>liar a polícia a esclarecer muitos delitos.</p><p>O policiamento comunitário foi adotado nesses países como uma forma de melhorar o rela-</p><p>cionamento entre a polícia e a sociedade. Para isso, procurou reconstruir a credibilidade e a</p><p>confiança do público na polícia e, desse modo, melhorar o desempenho dela na contenção da</p><p>violência urbana.</p><p>A adoção desse tipo de policiamento não só exige empenho das autoridades e da comunidade,</p><p>mas, sobretudo, mudança na cultura policial: requer retreinamento dos envolvidos, alteração</p><p>na estrutura de poder de tomada de decisão com maior autonomia para os policiais que es-</p><p>tão nas ruas; alteração nas rotinas de administração de recursos humanos, com a fixação de</p><p>policiais a territórios; mudanças nas práticas de controle interno e externo e de desempenho,</p><p>entre outros. Essas mudanças, por sua vez, exigem também que a decisão de implementar o</p><p>policiamento comunitário seja uma política de governo, entendendo-se que tal decisão irá atra-</p><p>vessar diferentes administrações: o policiamento comunitário leva anos para ser totalmente</p><p>integrado pelas forças policiais.</p><p>No Brasil, ocorreram, ao longo dos últimos 18 anos, várias tentativas de implementar o policia-</p><p>mento comunitário. Quase todas as experiências foram, nos diferentes Estados, lideradas pela</p><p>Polícia Militar: a) em 1991, a Polícia Militar de São Paulo promoveu um Seminário Internacional</p><p>sobre o Policiamento Comunitário, abordando os obstáculos para esse tipo de policiamento; b)</p><p>em 1997, ainda em São Paulo, projetos piloto foram implantados em algumas áreas da capital;</p><p>c) nessa mesma época, no Espírito Santo e em algumas cidades do interior do Estado, também</p><p>houve experimentos com policiamento comunitário; o mesmo se deu na cidade do Rio de Ja-</p><p>neiro, nos morros do Pavão e Pavãozinho, com a experiência do GEPAE.</p><p>Apesar de não ter havido uma avaliação dessas experiências, os relatos dos envolvidos, tanto</p><p>de policiais como da população, revelam satisfação com o processo e com os resultados e</p><p>insatisfação com o término das mesmas.</p><p>Ao longo desses últimos anos, a violência urbana continuou a crescer e passou a atingir cida-</p><p>des que antes pareciam menos vulneráveis – aquelas de médio e pequeno porte. Nesse perí-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>186 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>odo, a população continuou a cobrar das autoridades uma melhora na eficiência das polícias.</p><p>Essa melhora não depende só das autoridades, depende também da crença que a população</p><p>tem na polícia: crença que as pessoas podem ajudar a polícia com informações e que essas</p><p>serão usadas para identificar e punir responsáveis por delitos e não para colocar em risco a</p><p>vida daqueles que tentaram ajudar a polícia a cumprir seu papel.</p><p>Sem a colaboração do público, a polícia não pode melhorar seu desempenho e essa colabo-</p><p>ração exige confiança. A experiência tem demonstrado que o policiamento comunitário é um</p><p>caminho seguro para se reconstruir a confiança e credibilidade do público na polícia. [...]</p><p>O tipo textual predominante é DISSERTATIVO. Marque a alternativa que  NÃO  justifica essa</p><p>afirmativa.</p><p>a) Observa-se progressão de fatos e sequência narrativa.</p><p>b) Parte da argumentação estrutura-se na relação causa e consequência.</p><p>c) Há afirmações consistentes, sustentadas pelos exemplos apresentados.</p><p>d) Indicações de fatos passados estão relacionadas como elementos comparativos.</p><p>Questão 46 (FUMARC/ESCRIVÃO/PC-MG/2011)</p><p>A educação e a construção da cidadania</p><p>Ulisses F. Araújo</p><p>Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um conjunto de direitos e de deveres que</p><p>permite aos cidadãos e cidadãs o direito de participar da vida política e da vida pública, poden-</p><p>do votar e serem votados, participando ativamente na elaboração das leis e do exercício de</p><p>funções públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado da cidadania assume contornos</p><p>mais amplos, que extrapolam o sentido de apenas atender às necessidades políticas e sociais,</p><p>e assume como objetivo a busca por condições que garantam uma vida digna às pessoas.</p><p>Entender a cidadania a partir da redução do ser humano às suas relações sociais e políticas</p><p>não é coerente com a multidimensionalidade que nos caracteriza e com a complexidade das</p><p>relações que cada um e todas as pessoas estabelecem com o mundo à sua volta. Deve-se</p><p>buscar compreender a cidadania também sob outras perspectivas, por exemplo, considerando</p><p>a importância que o desenvolvimento de condições físicas, psíquicas, cognitivas, ideológicas,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>187 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>científicas e culturais exerce na conquista de uma vida digna e saudável para todas as pesso-</p><p>as.</p><p>Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a educação de todos (crianças, jovens e adultos),</p><p>a partir de princípios coerentes com esses objetivos, e com a intenção explícita de promover a</p><p>cidadania pautada na democracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na participação ativa</p><p>de todos os membros da sociedade nas decisões sobre seus rumos. Dessa maneira, pensar</p><p>em uma educação para a cidadania torna-se um elemento essencial para a construção da de-</p><p>mocracia social.</p><p>Entendemos que tal forma de educação deve visar, também, ao desenvolvimento de compe-</p><p>tências para lidar com: a diversidade e o conflito de ideias, as influências da cultura e os sen-</p><p>timentos e emoções presentes nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo à sua</p><p>volta.</p><p>Uma questão a ser apontada é que atualmente as crianças e os adolescentes vão à escola</p><p>para aprender as ciências,</p><p>de</p><p>comunicação, o relato de uma viagem. Outro gênero narrativo é a crônica.</p><p>Cada gênero textual é identificado (e classificado) a partir de aspectos básicos, como as-</p><p>sunto, finalidade, perfil dos participantes, estrutura, suporte e estilo (formal, informal, técnico</p><p>etc.). Veja na lista a seguir alguns gêneros textuais:</p><p>biografia;</p><p>bula de remédio;</p><p>carta;</p><p>carta do/ao leitor;</p><p>conto; diário;</p><p>editorial;</p><p>e-mail;</p><p>fábula;</p><p>homilia;</p><p>notícia;</p><p>petição;</p><p>propaganda;</p><p>receita culinária;</p><p>recurso;</p><p>reportagem.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Em concursos públicos, os  gêneros textuais mais recorrentes são os de grande circu-</p><p>lação, como editoriais, artigos de opinião, notícias, reportagens, crônicas e contos. Veja as</p><p>definições de cada um destes gêneros (os mais relevantes para concursos públicos):</p><p>• Editorial: nesse gênero, discute-se uma questão, apresentando o ponto de vista do jor-</p><p>nal, da empresa jornalística ou do redator-chefe. É um gênero pertencente ao tipo tex-</p><p>tual dissertativo-argumentativo.</p><p>• Artigo de opinião: neste gênero, busca-se convencer o leitor em relação a uma determi-</p><p>nada ideia. O autor do artigo de opinião não representa o ponto de vista do veículo que</p><p>publica o texto. Esse também é um gênero pertencente ao tipo textual dissertativo-ar-</p><p>gumentativo. É frequente o uso da primeira pessoa do singular, marcando o posiciona-</p><p>mento individual do articulista (aquele que escreve o artigo de opinião).</p><p>• Notícia: nesse gênero, relata-se concisamente e objetivamente os fatos da realidade.</p><p>Na notícia, encontramos as seguintes informações: o que, quem, quando, onde, como</p><p>e por quê.</p><p>• Reportagem: os livros didáticos de Língua Portuguesa caracterizam o gênero reporta-</p><p>gem como um texto jornalístico que trata de fatos de interesse público. A abordagem</p><p>desses fatos é mais aprofundada (e didática) em relação à abordagem observada no</p><p>gênero notícia.</p><p>• Crônica: a crônica é um texto literário breve, com trama quase sempre pouco definida</p><p>e motivos geralmente extraídos do cotidiano imediato. É um texto de natureza tipica-</p><p>mente narrativa.</p><p>• Conto: narrativa breve e concisa. No conto, há um só conflito, uma única ação (com es-</p><p>paço geralmente limitado a um ambiente). Além disso, há unidade de tempo e número</p><p>restrito de personagens. O conflito é quase sempre resolvido após o clímax.</p><p>Veja bem, essas definições obviamente não contemplam todas as possibilidades de rea-</p><p>lização de cada um dos gêneros. Eu optei pelas definições simples e objetivas para facilitar o</p><p>seu aprendizado, ok?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Ao longo da resolução das questões e dos comentários do gabarito, você vai ter contato com</p><p>muitos exemplares de tipos e gêneros textuais.</p><p>Perfil da banca</p><p>Legal, avançamos um pouco mais na parte teórica de nosso curso. Na sequência, gostaria de</p><p>destacar o padrão de abordagem da banca CE(BRA)SPE em relação ao conteúdo específico</p><p>de nossa aula sobre Tipologias e Gêneros Textuais, certo? As questões a seguir ilustram bem</p><p>esse padrão:</p><p>Questão 1 (CEBRASPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019)</p><p>A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula</p><p>nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo</p><p>ou transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos;</p><p>ele decide onde moramos, quem amamos e como morremos.</p><p>À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso</p><p>poucos tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse bai-</p><p>xado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “ju-</p><p>ridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última página, tica em “con-</p><p>cordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato, é um contrato surpreendentemente</p><p>simples. O contrato interno pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em</p><p>abrir mão de significado em troca de poder.</p><p>Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>O texto apresenta estratégia argumentativa que visa aproximar o leitor das ideias desenvol-</p><p>vidas pelo autor.</p><p>Certo.</p><p>Dentre as estratégias adotadas pelo autor para se aproximar do leitor, está o uso da primeira</p><p>pessoa do plural (NÓS), a qual integra autor e leitor. Além disso, o autor se dirige diretamente</p><p>ao leitor (“É como se você tivesse”).</p><p>Nesta próxima questão, você perceberá que a tipologia descritiva é avaliada.</p><p>Questão 2 (CEBRASPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019)</p><p>Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafe-</p><p>eiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me</p><p>do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Tei-</p><p>moso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância,</p><p>às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capri-</p><p>cho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade,</p><p>porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.</p><p>Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia</p><p>desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.</p><p>O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias</p><p>que a personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.</p><p>Errado.</p><p>O texto é predominantemente narrativo, tendo em vista que a função central é a de apresentar</p><p>eventos (no passado) em que personagens sofrem e ou praticam ações. Há, nessa narração,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>partes descritivas, as quais possuem função secundária de ilustrar personagens, locais, ob-</p><p>jetos etc.</p><p>Ótimo, estamos cada vez mais habituados com a banca CE(BRA)SPE, organizadora do</p><p>concurso para o qual você está se preparando. Mais uma vez, encorajo você a trabalhar mais</p><p>e mais na resolução das questões selecionadas por mim, ok? Bons estudos!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação</p><p>a  língua, a matemática, a história, a  física, a geografia, as artes,</p><p>e apenas isso. Não existe o objetivo explícito de formação ética e moral das futuras gerações.</p><p>Entendemos que a escola, enquanto instituição pública criada pela sociedade para educar as</p><p>futuras gerações, deve se preocupar também com a construção da cidadania, nos moldes que</p><p>atualmente a entendemos. Se os pressupostos atuais da cidadania têm como base a garantia</p><p>de uma vida digna e a participação na vida política e pública para todos os seres humanos e</p><p>não apenas para uma pequena parcela da população, essa escola deve ser democrática, inclu-</p><p>siva e de qualidade, para todas as crianças e adolescentes. Para isso, deve promover, na teoria</p><p>e na prática, as condições mínimas para que tais objetivos sejam alcançados na sociedade.</p><p>Mas como os valores são apropriados pelos sujeitos? Adotamos a premissa de que os valores</p><p>não são nem ensinados, nem nascem com as pessoas. Eles são construídos na experiência</p><p>significativa que as pessoas estabelecem com o mundo. Essa construção depende diretamen-</p><p>te da ação do sujeito, dos valores implícitos nos conteúdos com que interage no dia-a-dia e da</p><p>qualidade das relações interpessoais estabelecidas entre o sujeito e a fonte dos valores.</p><p>http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015509.pdf</p><p>Quanto ao tipo textual escolhido pelo autor, pode-se afirmar que foi utilizada a sequência:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>188 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>a) narrativa, pelas marcas de temporalidade.</p><p>b) injuntiva, pela presença de verbos no imperativo.</p><p>c) argumentativa, caracterizada pela progressão lógica de ideias.</p><p>d) explicativa, pela identificação de fenômenos e exposição de conceitos.</p><p>Questão 47 (QUADRIX/ASSISTENTE/CRP-2ª REGIÃO/2018)</p><p>Dia nacional da luta antimanicomial é tema de evento de psicologia na Universidade Federal</p><p>de Roraima (UFRR)</p><p>O curso de psicologia da UFRR realizará, no auditório Alexandre Borges, o seminário “Outros</p><p>manicômios, outras resistências”, em alusão ao Dia nacional da luta antimanicomial, celebrado</p><p>no dia 18 de maio.</p><p>O evento será uma parceria da disciplina com o Departamento de Políticas de Saúde Mental do</p><p>estado e contará com mesas redondas, capacitações e intervenções culturais.</p><p>Os interessados em participar das atividades poderão fazer as inscrições na página do evento.</p><p>A participação será gratuita, com exceção do minicurso, que custará R$ 15.</p><p>De acordo com a organização, as palestras serão voltadas a estudantes, psicólogos, profissio-</p><p>nais envolvidos com o cuidado de pessoas em sofrimento psíquico e interessados.</p><p>“A ideia é fomentar o debate acerca das formas manicomiais ainda presentes no cotidiano do</p><p>estado e ampliar o enfrentamento para além dos serviços de saúde mental”, destaca a comis-</p><p>são organizadora.</p><p>Durante o evento, serão debatidas a situação de imigrantes venezuelanos em Roraima e as</p><p>repercussões 22 psicossociais desse assunto.</p><p>Também serão debatidas possibilidades de intervenção clínica dos imigrantes que tenham</p><p>sido expostos 25 a situações extremas, como guerras, genocídios e tortura, além daqueles que</p><p>apresentam sintomas severos de estresse psicológico e outros sintomas.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>Quanto à organização, à finalidade e ao conteúdo do texto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O texto é dissertativo-argumentativo, apresentando argumentos favoráveis e contrários à</p><p>presença de instituições manicomiais no Brasil.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>189 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>b) É um texto eminentemente instrucional, o que se mostra pela presença de verbos quase que</p><p>exclusivamente no imperativo.</p><p>c) O texto é majoritariamente literário e, por isso, marcado pelo lirismo e pela sonoridade bem</p><p>delineada.</p><p>d) O texto é primordialmente informativo, apresentando, por meio de linguagem clara e objeti-</p><p>va, dados relacionados a um evento acadêmico.</p><p>e) O texto é exclusivamente panfletário, já que faz apologia às internações manicomiais.</p><p>Questão 48 (QUADRIX/ADVOGADO/CONTER/2017)</p><p>Radiologia: o que há de novo</p><p>A radiologia, assim como diversas outras áreas da medicina, evolui ano a ano, mês a mês,</p><p>pesquisa após pesquisa.</p><p>Por meio da Ressonância Magnética Funcional (FMRI), investigadores identificaram anorma-</p><p>lidades nos cérebros de crianças com déficit de atenção / hiperatividade (TDAH), que podem</p><p>servir como um biomarcador para a desordem, de acordo com um estudo divulgado durante o</p><p>RSNA (Radiological Society of North America), em Chicago (EUA).</p><p>O TDAH é uma das doenças mais comuns na infância. De acordo com o Instituto Nacional de</p><p>Saúde Mental, não há um único teste capaz de diagnosticar uma criança com o transtorno.</p><p>“Diagnosticar o TDAH é muito difícil por causa de sua grande variedade de sintomas compor-</p><p>tamentais”, disse o pesquisador Li Xiaobo, Ph.D., professor assistente de radiologia no Albert</p><p>Einstein College of Medicine, em Nova York.</p><p>“Estabelecer um biomarcador de imagem confiável do TDAH seria uma grande contribuição</p><p>para o campo”, completa.</p><p>Os pesquisadores submeteram 18 crianças com o transtorno (faixa etária de 9 a 15 anos) ao</p><p>FMRI. Para cada participante, a ressonância produziu um mapa de ativação cerebral que reve-</p><p>lou quais regiões do cérebro se tornaram ativadas enquanto a criança realizava determinada</p><p>tarefa. Os pesquisadores então compararam os mapas cerebrais da ativação nos dois grupos.</p><p>Em comparação ao grupo de controle normal, as crianças com TDAH mostraram atividade</p><p>funcional anormal em várias regiões do cérebro envolvidas no processamento de informações</p><p>e atenção visual. Os pesquisadores também descobriram que a comunicação entre regiões do</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>190 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>cérebro, durante o processamento visual, foi interrompida nas crianças com ADHD. “O que isso</p><p>nos diz é que as crianças com TDAH utilizam diferentes vias de funcionamento do cérebro para</p><p>processar as informações”, disse Li.</p><p>Outra descoberta surpreendente é a de que a restrição de calorias melhora a função cardíaca</p><p>em pacientes obesos e diabéticos.</p><p>A dieta de baixa caloria elimina a dependência de insulina e melhora a função cardíaca de pa-</p><p>cientes obesos com diabetes tipo 2, segundo um estudo apresentado durante o Radiological</p><p>Society of North America (RSNA). “É impressionante ver como uma intervenção relativamente</p><p>simples de uma dieta baixa em calorias efetivamente cura a diabetes mellitus tipo 2”, disse o</p><p>principal autor do estudo, Sebastiaan Hammer, MD, Ph.D., do Departamento de Radiologia da</p><p>Leiden University Medical Center, na Holanda.</p><p>Usando ressonância magnética cardíaca, os pesquisadores analisaram a função cardíaca e a</p><p>gordura pericárdica em 15 pacientes, incluindo sete homens e oito mulheres com diabetes tipo</p><p>2, antes e após quatro meses de uma dieta</p><p>ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>19 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>RESUMO</p><p>Tipologias textuais</p><p>Narração</p><p>Nessa tipologia, há presença de:</p><p>• eventos</p><p>• personagens</p><p>• narrador</p><p>• espaço</p><p>• tempo</p><p>• discurso:</p><p>– direto</p><p>– indireto</p><p>Descrição</p><p>• objetiva (descrição do objeto tal qual ele se apresenta)</p><p>• subjetiva (impressões pessoais de quem descreve)</p><p>Dissertação expositiva: apresentação de ideias, fatos, fenômenos - não havendo defesa</p><p>de ponto de vista.</p><p>Dissertação argumentativa: há defesa de um ponto de vista. Para essa defesa, o autor faz</p><p>uso de argumentos (sustentados pela evidência das provas).</p><p>Instrucional ou injuntivo: dirige-se à segunda pessoa do discurso, instruindo ou orien-</p><p>tando a realização de uma tarefa; faz uso de estruturas verbais no infinitivo ou no imperativo.</p><p>Dialogal: tipologia em que dois ou mais interlocutores interagem verbalmente. O diálogo</p><p>pode ser espontâneo ou induzido.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>MAPA MENTAL</p><p>Dissertativo-expositivo (não</p><p>busca convencer o leitor a</p><p>respeito de determinado</p><p>ponto de vista)</p><p>Narração</p><p>Injuntivo (busca ensinar, instruir, orientar ações)</p><p>Dialogal (registro da interação entre interlocutores)</p><p>Dissertativo-argumentativo</p><p>(busca convencer o leitor</p><p>a respeito de determinado</p><p>ponto de vista)</p><p>Descrição</p><p>Pode ser objetiva ou subjetiva</p><p>É a apresentação verbal de características/propriedades</p><p>Ocorre via predicados nominais e adjetivação</p><p>Personagens</p><p>Narrador</p><p>Tempo</p><p>Espaço</p><p>Discursos</p><p>Principal</p><p>Secundário</p><p>Cronológico</p><p>Pscológico</p><p>Físico</p><p>Pscológico</p><p>Direto</p><p>Indireto</p><p>Observador</p><p>Onisciente</p><p>1a pessoa (participa dos eventos)</p><p>3a pessoa</p><p>Tipologias</p><p>textuais</p><p>Editorial</p><p>Crônica</p><p>Conto</p><p>Artigo de opnião</p><p>Notícia</p><p>Reportagem</p><p>Gêneros</p><p>textuais</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO - LISTA I</p><p>Questão 1 (CEBRASPE/TÉCNICO/MPU/2015)</p><p>1 A partir de uma ação do Ministério Público Federal</p><p>(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.a Região (TRF2)</p><p>determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15</p><p>4 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a</p><p>intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana,</p><p>e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de</p><p>7 descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a</p><p>Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ)</p><p>alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a</p><p>10 obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também</p><p>a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas</p><p>pessoas em suas relações recíprocas.</p><p>13 Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos</p><p>vídeos da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,</p><p>nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.</p><p>16 Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a</p><p>veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores</p><p>do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de</p><p>19 matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do</p><p>direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a</p><p>liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às</p><p>22 diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela</p><p>encontra limites no próprio exercício de outros direitos</p><p>fundamentais.</p><p>Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 2 (CEBRASPE/TÉCNICO/MPU/2013)</p><p>1 Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a</p><p>edição de biografias à autorização do biografado ou</p><p>descendentes. As consequências da norma são negativas. Uma</p><p>4 delas é a impossibilidade de se registrar e deixar para a</p><p>posteridade a vida de personagens importantes na formação do</p><p>país, em qualquer ramo de atividade. Permite-se a interdição de</p><p>7 registros de época, em prejuízo dos historiadores e</p><p>pesquisadores do futuro.</p><p>Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o</p><p>10 relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário</p><p>de Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto na</p><p>literatura não pode haver censura prévia. Publicada a</p><p>13 reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos que</p><p>recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente em</p><p>muitos países, em que há biografias “autorizadas” e “não</p><p>16 autorizadas”.</p><p>Reclamações posteriores, quando existem, são</p><p>encaminhadas ao foro devido, os tribunais.</p><p>19 O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil</p><p>para justificar o veto a que a historiografia do país seja</p><p>enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder de censura</p><p>22 concedido a biografados e herdeiros ser um atentado à</p><p>Constituição.</p><p>Dada a apresentação de fatos, acontecimentos e personagens, o texto é predominantemente</p><p>narrativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 3 (CESPE/ANALISTA/STJ/2018)</p><p>Texto CB1A1BBB</p><p>1 O conceito de direitos humanos assenta em um bem</p><p>conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente</p><p>ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser</p><p>4 conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente</p><p>diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui</p><p>uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida</p><p>7 da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que</p><p>a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como</p><p>soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses</p><p>10 pressupostos são claramente ocidentais e facilmente</p><p>distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em</p><p>outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão</p><p>13 da universalidade dos direitos humanos se tornou tão</p><p>acesamente debatida.</p><p>Boaventura de Sousa Santos.</p><p>Por uma concepção multicultural dos direitos humanos.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>O Texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua opinião a</p><p>respeito do assunto tratado.</p><p>Questão 4 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>Neste final de semana, esta Folha publicou editorial</p><p>criticando a proposta de ampliar a pena daqueles que assassinam</p><p>mulheres por “razões de gênero”. O Texto alega que tal “populismo”</p><p>jurídico seria uma extravagância, já que todas as circunstâncias</p><p>agravantes que poderiam particularizar o homicídio contra mulheres</p><p>(motivo fútil, crueldade, dificuldade</p><p>de defesa) estariam</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>contempladas pela legislação vigente. Neste sentido, criar a</p><p>categoria jurídica “razões de gênero” de nada serviria, a não ser</p><p>para quebrar o quadro universalista que deveria ser o fundamento</p><p>da lei.</p><p>Vladimir Safatle. Feminicídio. In: Folha de S. Paulo. mar./2015, p. A 2.</p><p>Trata-se de um Texto publicado no jornal para o qual o próprio autor escreve, havendo indí-</p><p>cios de que ele apresentará a tal Texto uma crítica.</p><p>(CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>1 O índice de leitura no Brasil continua baixo. Uma</p><p>pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro revelou que, após</p><p>sair da escola, o brasileiro lê em média 1,3 livro por ano.</p><p>4 Quando se inclui a leitura de didáticos e paradidáticos</p><p>— aqueles títulos lidos por obrigação, como parte do programa</p><p>de alguma disciplina —, o número sobe para 4,7. Ainda assim,</p><p>7 trata-se de uma média baixíssima se comparada à de países</p><p>desenvolvidos. Cada francês, por exemplo, lê, em média,</p><p>anualmente, sete livros; na Finlândia, são mais de 25. O</p><p>10 levantamento apontou também que 45% dos entrevistados não</p><p>havia lido nenhuma obra sequer nos três meses anteriores à</p><p>enquete. O estudo, feito entre novembro e dezembro de 2007,</p><p>13 também mostrou que, para os brasileiros, a leitura é apenas a</p><p>quinta opção de entretenimento. Em primeiro lugar, está a</p><p>televisão. Alguma surpresa?</p><p>Leitura em baixa. In: Welcome Congonhas. Camarinha</p><p>Editora & Comunicação, jul./2008, p. 9 (com adaptações).</p><p>No que se refere ao Texto precedente e às ideias nele veiculadas, julgue os itens subsequen-</p><p>tes.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>25 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 5 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) Conforme as pesquisas citadas no Tex-</p><p>to, o brasileiro não sabe ler.</p><p>Questão 6 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018) O Texto é um artigo de opinião no qual o</p><p>autor discute o baixo envolvimento do brasileiro com a leitura em oposição ao que ocorre na</p><p>França e na Finlândia.</p><p>Questão 7 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)</p><p>Texto 11A3CCC</p><p>1 Ainda na infância, a literatura me encantou, me</p><p>conquistou: as histórias com suas tramas, os poemas com sua</p><p>musicalidade, seu uso especial da linguagem, todos com uma</p><p>4 precisão e um concretizar de fatos e sentimentos que a intuição</p><p>apenas adivinhava. Acho que foi isso que me fez amar a língua,</p><p>e esse amor me fez querer ser professor de Língua Portuguesa.</p><p>7 Já quando estava na quarta série do ginásio (hoje nono ano do</p><p>ensino fundamental), tinha certeza de que queria ser</p><p>professor... de Língua Portuguesa.</p><p>10 Quem, além de um poeta, poderia chamar a nossa</p><p>língua de “última flor do Lácio inculta e bela”? Quem, além de</p><p>Bandeira, poderia ir “embora pra Pasárgada... uma outra</p><p>13 civilização, para andar de bicicleta, montar em burro bravo,</p><p>subir em pau de sebo e tomar banho de mar”? Viajando por</p><p>entre as palavras mágicas de poetas, contistas, romancistas, fui</p><p>16 percorrendo os caminhos e descaminhos da linguagem.</p><p>Aos poucos cresceu no meu conhecimento a gramática</p><p>e a seguir a linguística com todas as suas correntes e</p><p>19 disciplinas. Aumentou assim o meu entusiasmo pelas</p><p>possibilidades expressivas da língua, sua relação com os</p><p>recursos linguísticos e seu funcionamento em textos resultantes</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>22 de sujeitos, de ideologias, de atividades e esferas de ação do</p><p>ser humano concretizando modos/formas e objetivos de ação</p><p>em tipos de gêneros e espécies de textos.</p><p>25 Parece-me, pois, que primeiro a literatura nos faz</p><p>sentir o que a língua é e pode, e, só depois, a gramática e a</p><p>linguística nos possibilitam saber o que é e como a língua é e</p><p>28 o que ela pode.</p><p>A literatura concentra, converge, encontra</p><p>possibilidades de expressão presentes na língua em todas as</p><p>31 suas variedades escritas e orais. Mesmo atualmente, quando os</p><p>estudos linguísticos se acostumaram a observar, descrever e</p><p>explicar os recursos da língua e seus usos nas variedades orais</p><p>34 e escritas não literárias (como na imprensa falada e escrita,</p><p>nos documentos orais e em todos os gêneros de todas as</p><p>esferas de ação social ou comunidades discursivas), parece</p><p>37 que a literatura continua a Senhora que nos mostra e aponta</p><p>a magia da língua.</p><p>É por esse espírito que acredito que ser linguista</p><p>40 ou gramático, ser professor de Língua Portuguesa tem</p><p>mais brilho, mais sabor, mais verdade, mais possibilidade</p><p>quando se acredita, mais ainda, quando se sabe que língua e</p><p>43 literatura são uma só coisa e que a segunda é a primeira</p><p>transformada em arte, que a literatura é o que há de mais livre,</p><p>mais forte e, por que não dizer, de mais belo de tudo o que se</p><p>46 pode fazer com a língua.</p><p>Luiz Carlos Travaglia. Da infância à ciência: língua e</p><p>literatura. In: Beth Brait. Literatura e outras linguagens.</p><p>São Paulo: Contexto, 2010, p. 36-8 (com adaptações).</p><p>Com relação aos fatores de coerência textual, o segundo parágrafo do Texto caracteriza-se</p><p>pela intertextualidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 8 (CESPE/AGENTE/ABIN/2018)</p><p>Texto CB3A1AAA</p><p>1 A atividade de inteligência é o exercício de ações</p><p>especializadas para a obtenção e análise de dados, produção de</p><p>conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país.</p><p>4 Inteligência e contrainteligência são os dois ramos dessa</p><p>atividade. A inteligência compreende ações de obtenção de</p><p>dados associadas à análise para a compreensão desses dados.</p><p>7 A análise transforma os dados em cenário compreensível para</p><p>o entendimento do passado, do presente e para a perspectiva de</p><p>como tende a se configurar o futuro. Cabe à inteligência tratar</p><p>10 fundamentalmente da produção de conhecimentos com o</p><p>objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar decisões de</p><p>maneira mais fundamentada. A contrainteligência tem como</p><p>13 atribuições a produção de conhecimentos e a realização de</p><p>ações voltadas à proteção de dados, conhecimentos,</p><p>infraestruturas críticas — comunicações, transportes,</p><p>16 tecnologias de informação — e outros ativos sensíveis e</p><p>sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. O trabalho</p><p>desenvolvido pela contrainteligência tem foco na defesa</p><p>19 contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o vazamento</p><p>de informações e o terrorismo, patrocinadas por instituições,</p><p>grupos ou governos estrangeiros.</p><p>Internet: (com adaptações).</p><p>No Texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comunicativo de trans-</p><p>mitir</p><p>ao leitor um conjunto de informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo</p><p>de inteligência.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>(CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018)</p><p>Texto 1A9BBB</p><p>1 Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo</p><p>de integração efetiva dos paulistas no mundo da língua</p><p>portuguesa ocorreu, provavelmente, na primeira metade</p><p>4 do século XVIII. Até então, a gente paulista, fossem</p><p>índios, brancos ou mamelucos, não se comunicava em</p><p>português, mas em uma língua de origem indígena,</p><p>7 derivada do tupi e chamada língua brasílica, brasiliana ou,</p><p>mais comumente, geral.</p><p>No Brasil colônia, coexistiam duas versões de</p><p>10 língua geral: a amazônica, ou nheengatu, ainda hoje</p><p>empregada por cerca de oito mil pessoas, e a paulista,</p><p>que desapareceu, não sem que deixasse marcas na toponímia</p><p>13 do país e na língua portuguesa. São elas que nos</p><p>possibilitam olhar um caipira jururu à beira de um igarapé</p><p>socando milho para preparar mingau — sem os termos</p><p>16 que migraram para o português, só veríamos um habitante</p><p>da área rural, melancólico, preparando comida às margens</p><p>de um riacho. Sem caipira, sem jururu, sem igarapé,</p><p>19 sem socar e sem mingau, a cena poderia descrever uma</p><p>bucólica paisagem inglesa.</p><p>O idioma da gente paulista formou-se como</p><p>22 resultado de duas práticas: a miscigenação de portugueses</p><p>e índias e a escravização dos índios. Os primeiros europeus</p><p>que aqui aportaram, sem mulheres, uniram-se às nativas</p><p>25 e criaram os filhos juntos e misturados — as crianças</p><p>usavam o tupi da mãe e o português do pai. Aos poucos,</p><p>essas famílias mestiças se afastavam da cultura indígena</p><p>28 e casavam entre si, não mais em suas aldeias de origem.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Formava-se assim uma cultura mameluca, nem europeia</p><p>nem indígena, com uma língua que já não era o tupi, tampouco</p><p>31 era o português. Era o que falavam os primeiros paulistas,</p><p>os bandeirantes, que a difundiram nas bandeiras até as terras</p><p>que hoje constituem o Mato Grosso e o Paraná.</p><p>Branca Vianna. O contrário da memória.</p><p>In: Piauí, ed. 116, maio/2016 (com adaptações).</p><p>Questão 9 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) No Texto 1A9BBB, é verificado o emprego</p><p>de discurso indireto no trecho “Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo (...) metade</p><p>do século XVIII” (l. 1 a 4).</p><p>Questão 10 (CESPE/AUDITOR/SEFAZ-RS/2018) O vocábulo “toponímia” (l. 12) refere-se, no</p><p>Texto 1A9BBB, ao conjunto de nomes próprios de lugares.</p><p>Questão 11 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A1AAA</p><p>1 Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que</p><p>se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas</p><p>venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado,</p><p>4 confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é</p><p>próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as</p><p>palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que</p><p>7 não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser</p><p>utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria</p><p>de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve</p><p>10 perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar</p><p>deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem</p><p>sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está</p><p>13 trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam</p><p>se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores,</p><p>16 não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e</p><p>milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade</p><p>inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu</p><p>19 próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor</p><p>ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de</p><p>informação, embora um simples olhar nos revele que estão</p><p>22 faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o</p><p>dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é</p><p>altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe.</p><p>25 Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao</p><p>seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado,</p><p>noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não</p><p>28 tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do</p><p>saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento,</p><p>o erro tentador.</p><p>31 Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros</p><p>estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro</p><p>deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar</p><p>34 que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo,</p><p>porque assim como vão variando as explicações do universo,</p><p>também a sentença que antes parecera imutável para todo o</p><p>37 sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade</p><p>duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio.</p><p>Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que</p><p>40 uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os</p><p>costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e</p><p>Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o</p><p>43 Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...].</p><p>José Saramago. História do cerco de Lisboa.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>O emprego das palavras “cara” (l. 40) e “vademeco” (l. 43) confere um caráter informal ao úl-</p><p>timo parágrafo do Texto.</p><p>(CESPE/SUPERIOR/STM/2018)</p><p>Texto 6A4CCC</p><p>Questão 12 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018) A linguagem do Texto apresenta elementos ca-</p><p>racterísticos de um nível de linguagem mais informal com função comunicativa bem definida:</p><p>estabelecer uma aproximação com o leitor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 13 (CESPE/SUPERIOR/STM/2018) O público a quem a mensagem do Texto 6A4CCC</p><p>se destina é específico: trata-se de revisores e diagramadores.</p><p>Questão 14 (CESPE/MÉDIO/STM/2018)</p><p>Texto CB4A1AAA</p><p>1 Narração é diferente de narrativa, uma vez que</p><p>mantém algo da ideia de acompanhar os</p><p>fatos à medida que</p><p>eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de</p><p>4 acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está</p><p>presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e</p><p>sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas,</p><p>7 peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos</p><p>corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas,</p><p>desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas,</p><p>10 nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração,</p><p>por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador enuncia.</p><p>Uma contagem de palavras na base de dados do</p><p>13 Google mostra uma mudança nos usos de narrativa. A palavra</p><p>vem sendo cada vez mais empregada nas últimas décadas, mas</p><p>seu sentido vem mudando.</p><p>16 A expressão disputa de narrativas, que teve um boom</p><p>dos anos 80 do século XX para cá, não costuma dizer respeito</p><p>à acepção mais literária do termo, como narrativa de um</p><p>19 romance. Fala antes sobre trazer a público diferentes formas de</p><p>narrar o mundo, para que narrativas plurais possam ser</p><p>elaboradas e disputadas. É um uso do termo que talvez</p><p>22 aproxime narrativa de narração, porque sugere que toda</p><p>narrativa histórica e cultural carrega em si um processo e um</p><p>movimento e que dentro dela há sempre sinais deixados pelas</p><p>25 escolhas de um narrador.</p><p>Sofia Nestrovski. Narrativa. Internet:</p><p>(com adaptações).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Dadas a temática apresentada e a presença de referências temporais, como as expressões</p><p>“nas últimas décadas” (l. 14) e “dos anos 80 do século XX para cá” (l. 17), o Texto classifica-se</p><p>como narrativo.</p><p>Questão 15 (CESPE/AGENTE/TCE-PB/2018)</p><p>Texto 1A1AAA</p><p>1 O medo do esquecimento obcecou as sociedades</p><p>europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua</p><p>inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do</p><p>4 passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos</p><p>os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o</p><p>tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos</p><p>7 quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.</p><p>No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca,</p><p>na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais</p><p>10 simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade</p><p>da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser</p><p>apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros</p><p>13 estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil.</p><p>Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro</p><p>perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um</p><p>16 discurso sem ordem nem limites.</p><p>O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis</p><p>e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi</p><p>19 considerado um perigo tão grande quanto seu contrário.</p><p>Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim</p><p>como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos</p><p>22 os escritos foram destinados a se tornar arquivos cuja proteção</p><p>os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram</p><p>traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e</p><p>25 depois escrever de novo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura</p><p>(séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo:</p><p>UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).</p><p>Predomina no Texto 1A1AAA a tipologia narrativa.</p><p>Questão 16 (CESPE/ANALISTA/TRF 1ª/2017)</p><p>Texto 4A1BBB</p><p>1 Eu ia começar com “Em tese, o cronista”, mas penso</p><p>melhor e me dou conta de que deveria começar com “Na</p><p>prática, o cronista”, pois o cronista só existe na prática. O</p><p>4 Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes</p><p>nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que</p><p>com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer</p><p>7 abstração.</p><p>O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista</p><p>é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina.</p><p>10 Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do</p><p>filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor,</p><p>trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho</p><p>13 ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que</p><p>se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de</p><p>Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim</p><p>16 que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe,</p><p>do que está tão perto que a gente nem vê.</p><p>Antonio Prata. É uma crônica, companheira.</p><p>Internet (com adaptações).</p><p>O emprego de expressões coloquiais como “dar umas bandas” (l. 14) e “de leve” (l. 15) é ade-</p><p>quado ao gênero em que se classifica o Texto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 17 (CESPE/TÉCNICO/CGM-PB/2018)</p><p>O Texto apresentado combina elementos das tipologias expositiva e injuntiva.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>Questão 18 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>No terceiro período do Texto, predomina a função fática da linguagem, dada a finalidade co-</p><p>municativa do Texto.</p><p>(CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017)</p><p>1 Meu querido neto Mizael,</p><p>Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado</p><p>muito me deu muito prazer.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOSE FLAVIO LISBOA DA SILVA - 09859404410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 267www.grancursosonline.com.br</p><p>Bruno Pilastre</p><p>Tipologias e Gêneros Textuais</p><p>INTERPRETAÇÃO DE TEXTO</p><p>4 Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em</p><p>princípio de maio estarão cá, pois estou com muitas saudades</p><p>de vocês todos. Vovó te manda muitas lembranças.</p><p>7 A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2</p><p>dentinhos.</p><p>Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,</p><p>10 Bárbara</p><p>Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus</p><p>Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras. Rio de</p><p>Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de</p><p>Letras. Internet: (com adaptações).</p><p>Julgue os itens seguintes, a respeito do Texto precedente.</p><p>Questão 19 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017) O emprego do diminutivo no Texto está rela-</p><p>cionado à expressão de afeto e ao gênero textual: carta familiar.</p><p>Questão 20 (CESPE/PROFESSOR/SEDF/2017) O Texto se</p>

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