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<p>ACADÊMICA: DAIANA R. DA LUZ</p><p>Resumo 3 capítulos do Livro “Estudos de José Oliveira Ascensão sobre</p><p>Direito autoral & sociedade informacional" de José Oliveira Ascensão</p><p>TÍTULO I – A QUESTÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO</p><p>Apropriação privada e domínio público O autor refere que os bens</p><p>intelectuais, em um contexto histórico, sempre pertenceram ao domínio público,</p><p>até a Idade Moderna, quando surgiram as primeiras questões acerca dos</p><p>direitos sobre os bens intelectuais. Para isso, a principal justificativa foi a de</p><p>que se os bens intelectuais continuassem sendo de domínio público, não</p><p>teriam o mesmo cuidado do que se estivessem resguardados pelo direito de</p><p>propriedade.</p><p>O direito de autor passou pela questão da perpetuidade, que, em alguns países</p><p>europeus, teve efeito negativo, pois obras clássicas amplamente utilizadas no</p><p>ensino, por exemplo, tiveram seu preço aumentado por editoras, em razão de</p><p>não haver concorrência. Tal questão negativa finalizou em 1966, através da</p><p>edição do Código do Direito de Autor. Nesse subcapítulo, o autor do livro trouxe</p><p>à baila a reflexão sobre a questão da exclusividade quanto ao direito autoral.</p><p>Gênese do exclusivo autoral Aqui o autor trata sobre a origem dos direitos</p><p>autorais. Em sua obra ele refere que as tecnologias, como a impressão,</p><p>trouxeram a necessidade de regulamentação quanto à reprodução das obras.</p><p>Além disso, apresenta uma breve linha do tempo com marcos históricos</p><p>importantes quanto ao direito de autor, quais sejam, o Estatuto da Rainha Ana</p><p>(1710) que regulamentou o privilégio de exploração dos autores no Reino</p><p>Unido, a Revolução Francesa, que transformara o antigo instituto do privilégio</p><p>autor em propriedade, a Convenção de Berna e a Convenção de Roma (1961),</p><p>que trouxe um aumento no prazo de proteção ao direito. Além disso, trouxe a</p><p>legislação brasileira (Lei nº 5.988) e a legislação norte-americana sobre o tema,</p><p>sendo que esta última é a referência para tal proteção.</p><p>Âmbito do domínio público O autor traz o conceito de domínio público, qual</p><p>seja, quando a obra não está sob o domínio exclusivo de ninguém e pode ser</p><p>utilizada por qualquer pessoa sem necessidade de qualquer autorização. O</p><p>autor faz uma ressalva quanto à questão do uso do termo “sem autorização”,</p><p>referindo que não significa que seja uma utilização gratuita.</p><p>Além disso, Ascensão traz a Lei nº 9.610/88, que rege os direitos autorais no</p><p>Brasil, com as hipóteses de pertencimento ao domínio público. Ainda, analisa</p><p>que não há razão de não incluir em domínio público obras que nunca foram</p><p>protegidas pro direito de autor, especialmente aquelas que já existiam antes de</p><p>ser criada a norma que estabelece o direito de exclusividade autoral.</p><p>Direito Exclusivo ou Domínio Público Nesta parte do livro, o autor faz refletir</p><p>sobre o porquê todas as obras não são de domínio público e refere que toda</p><p>obra faz parte de um universo histórico-cultural. Nesse sentido, os direitos</p><p>foram analisados sob três óticas, a técnico-jurídica que considera a qualificação</p><p>do direito autoral como propriedade, a individual que considera questões como</p><p>recompensa ao criador intelectual, independência econômica na criação,</p><p>estímulo ao criador e a empresarial que versa no sentido de que o direito</p><p>autoral é exclusivamente para dar proteção ao investimento realizado.</p><p>As tecnologias da informação A partir da digitalização, tem se tornado cada</p><p>vez mais forte a questão da cópia (pirataria). Contudo, a internet não tem só</p><p>seu lado ruim, pelo contrário, ela permite que as obras se espalhem a nível</p><p>global. O autor refere o art. 215 da Constituição Federal.</p><p>Domínio Público como meta O autor defende com muito afinco que o</p><p>domínio público é a situação natural da obra intelectual e não o resultado de</p><p>obras que o público perdera o interesse. Desse modo, como o direito à</p><p>propriedade é uma exceção, depende de sua fundamentação bem feita.</p><p>Na senda da perpetuidade:</p><p>A) A vertente pessoal – aqui o autor distingue o plano pessoal e o plano</p><p>patrimonial. No pessoal, chamado vulgarmente de domínio moral (termo</p><p>que é rejeitado pelo autor), pode ser definido como o direito que tem</p><p>nuances diversas do direito patrimonial, ensejando maior prazo de</p><p>proteção. Refere que na França o direito pessoal tem a questão da</p><p>perpetuidade como regra e em sentido contrário estão os países de</p><p>língua alemã.</p><p>B) A vertente patrimonial – aqui o autor traz o conceito dos sinais distintivos</p><p>de comércio (tendendo a perpetuidade em detrimento das sucessivas</p><p>renovações de direitos autorais). O autor também refere que não há</p><p>nada de errado quanto a isso, pois permite que o público consiga</p><p>distinguir bens de serviços.</p><p>Ademais, refere que quando se fala no domínio das inovações</p><p>industriais, o paradigma é a patente. O prazo atualmente é de 20 anos</p><p>após o pedido. A patente dá o tom de exclusividade, pois não permite a</p><p>nenhuma pessoa, exceto o dono da patente, a exploração da invenção</p><p>(o que para o autor seria um direito natural).</p><p>Problemas originados pela sucessão de Leis. Os direitos adquiridos </p><p>Ascensão perpassa pelo desenvolvimento histórico, desde o código civil de</p><p>1916, da questão da sucessão por morte. Refere que a Lei 5.988 torna a</p><p>proteção dos filhos, pais ou cônjuges que sucedam o autor maior, estendendo</p><p>para 60 anos após a morte. Porém, na lei atual, a Lei 9.610, prolonga este</p><p>prazo para 70 anos, se tornando idêntico ao da comunidade europeia. Por fim,</p><p>refere que o art. 2035 do código civil de 2002 permite uma interpretação mais</p><p>coerente e menos radical da norma.</p><p>Critério Geral de Solução o autor refere que o critério a ser utilizado é o</p><p>geral, o do direito intertemporal, ou seja, a lei nova tem aplicação imediata. Isso</p><p>na prática significa que, se o prazo estabelecido era mais curto, a nova lei irá</p><p>estendê-lo e vice-versa. Então, após reflexão no texto, o autor conclui que a</p><p>questão dos prazos da perpetuidade é de entendimento do legislador</p><p>(transitórios) e, caso este assim não dispuser, a aplicação será imediata.</p><p>As prorrogações de prazo e as obras já tombadas no domínio público aqui a</p><p>reflexão do autor gira em torno da problemática da proteção de 60 anos na</p><p>vigência da Lei que estendeu pra 70 anos após a morte, se os sucessores</p><p>teriam direito aos 10 anos que restariam para completar os 70 anos ou não. No</p><p>Brasil não existe lei que trate sobre as obras que caíram no domínio público</p><p>retornarem a proteção, contudo, tem-se a percepção de que a queda no</p><p>domínio público é irreversível, ou seja, se extinguiu o direito, não se pode</p><p>renascer.</p><p>Caracterização do domínio público Existem 3 hipóteses para caracterizar o</p><p>domínio público: (i) É uma propriedade do estado?; (ii) É a persistência</p><p>mitigada da apropriação pelos particulares?; e (iii) É um bem nullius, portanto</p><p>não apropriado?</p><p>Na primeira delas o autor refere que o Estado ocupa uma posição funcional,</p><p>pois não age na defesa de interesses próprios, mas na posição de quem</p><p>garante os bens coletivos, ou seja, não tem nenhuma atribuição de titularidade</p><p>ao Estado. Na segunda o autor conclui que não há legislação e nem</p><p>autorização para que o Estado apoie uma extensão ou uma revalidação de</p><p>direito pessoal de obra que já caiu em domínio público. Na última, refere-se</p><p>que os bens de domínio público são bens livres.</p><p>O domínio público remunerado Apesar de o domínio público ser uma zona</p><p>de exercício livre, não significa que é uma zona de exercício gratuito, isso</p><p>porque o domínio público pode ser remunerado ou pagante. Apesar de terem</p><p>sido experiências de curta duração, o domínio público remunerado já foi</p><p>testado em vários países, tendo como beneficiários os órgãos públicos, os</p><p>antigos titulares ou os autores ou artistas. Além disso, referiu a experiência</p><p>portuguesa que fora sido mista.</p><p>A experiência Brasileira O Brasil tem seu próprio sistema de direitos</p><p>autorais, onde cobra uma porcentagem dos</p><p>direitos autorais para fins</p><p>claramente tributários, destinados ao Fundo de Direito Autoral (ECAD). O autor</p><p>refere que não concorda com este recolhimento por parte do Estado.</p><p>TÍTULO 2 – DIREITO INTELECTUAL EXCLUSIVO E LIBERDADE</p><p>A ocupação dos espaços livres por direitos de exclusivo o autor refere que o</p><p>ponto de partida ou o objeto de tais bens é: bens imateriais ou obras artísticas,</p><p>literárias, invenções, marcas e por aí vai. A categoria está se expandindo para</p><p>abranger os bens informáticos, que aos poucos se tornaram direito intelectuais.</p><p>Os direitos intelectuais são direitos de exclusivo ou de monopólio, dando aos</p><p>titulares a exclusividade na exploração de tais obras, reservando-se ao abrigo</p><p>da concorrência. Também são classificados como direitos de propriedade,</p><p>especialmente quando se tratam de obras literárias, artísticas e propriedade</p><p>intelectual. O autor também trouxe a questão da redução incessante dos limites</p><p>e o quanto tal tema é de se preocupar. Trata também sobre os direitos dos</p><p>bens informativos, que ganhou a fachada de direito de autor, ou seja, ganha</p><p>direito à extensão de 70 anos após a morte do autor.</p><p>Além disso, o livro nos faz refletir sobre a questão da marca, como sendo um</p><p>sinal distintivo de uma série de produtos ou serviços em relação aos demais.</p><p>Nesse caso, abrange a especificidade. O direito à marca tornou-se um direito</p><p>independente, se revelando um dos principais ativos de uma empresa.</p><p>Perda da sensibilização pelo interesse público O autor refere que no início</p><p>do século XIX os direitos de autor eram dados com uma consciência do</p><p>interesse público. Contudo, no decorrer do século XX o interesse pelo público</p><p>se perdeu e os interesses do setor privado começaram a se multiplicar e se</p><p>tornaram o principal motivo que os direitos autorais são concedidos.</p><p>Além disso, o livro também menciona que os movimentos norte-americanos</p><p>trouxeram o ideal de que a internet seria um espaço livre naturalmente. Tais</p><p>movimentos vêm ganhando mais espaço e tem trazido consigo a necessidade</p><p>de equilíbrio entre o domínio legal com a liberdade que a internet oferece.</p><p>Direitos Intelectuais Exclusivos na Constituição O autor nos traz a reflexão</p><p>de que a Constituição faz poucas referências aos direitos intelectuais</p><p>exclusivos, pois traz um foco maior na liberdade de expressão. Contudo, a CF</p><p>traz direitos exclusivos para autor, o que garante um direito hereditário e</p><p>temporário de utilização, publicação e reprodução dessas obras. Tais direitos</p><p>têm como objetivo garantir a exclusividade, com o aproveitamento econômico</p><p>das obras.</p><p>Aos direitos de propriedade intelectual industrial (invenções e marcas) é</p><p>garantido um privilégio temporário, visando o interesse social e o</p><p>desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Além disso, refere também</p><p>à função social da propriedade.</p><p>A patente como exclusivo comercial O autor refere que a patente é dada ao</p><p>inventor em troca da exploração industrial da invenção, contribuindo para o</p><p>progresso econômico do país. Nesse sentido, o livro nos traz a ideia de que o</p><p>Brasil estabeleceu constitucionalmente que o privilégio de utilização da patente</p><p>deve privilegiar e obrigar a produção local.</p><p>A propriedade da marca de prestígio ou de alto renome O autor revela que a</p><p>marca de alto renome é protegida no direito brasileiro pela Lei da Propriedade</p><p>Industrial, assegurando a proteção especial em todos os ramos da atividade.</p><p>Contudo, não se pode confundir esta proteção com um monopólio absoluto.</p><p>O cerceamento da liberdade O autor traz uma crítica às proteções de zonas</p><p>de lucro em detrimento aos espaços que anteriormente eram de liberdade e de</p><p>interesse público. Refere também sua preocupação quanto à liberdade de</p><p>informação, ao passo que a maioria das informações disponíveis são</p><p>controladas por alguns poucos conglomerados gigantes. Além disso, também</p><p>traz a questão dos instrumentos de busca na internet, que por sua vez, acabam</p><p>limitando o vasto conhecimento teórico na internet, haja vista, liberarem o</p><p>acesso a apenas alguma pequena fração desta vastidão de materiais. Conclui</p><p>com o entendimento de que a rede mundial de computadores está se</p><p>distanciando de seu propósito inicial, o de ser um campo de informações livre e</p><p>acessível a todos.</p><p>A transformação do saber em mercadoria O autor refere que a liberdade de</p><p>informação deve ter uma ampla interpretação, pois não se pode reduzir tal</p><p>liberdade em um mero direito de consumir informação (o que transformaria os</p><p>internautas em consumidores). Além disso, também versa no sentido de que a</p><p>transformação da informação em ativo de mercado também traz impactos</p><p>negativos quanto à busca pela verdade, ou seja, há a preocupação de que a</p><p>quantidade de informação e a utilidade da informação ganharia mais espaço</p><p>frente à veracidade da informação.</p><p>A propriedade da informação Aqui o autor nos traz a reflexão sobre a</p><p>utilização da informação. Traz a experiência europeia, dando o sentido de que</p><p>por lá, se a informação desejada tiver sido produzida a um alto custo, para os</p><p>criadores de bases de dados, ela não poderá ser extraída ou reutilizada. O</p><p>autor expressa sua opinião no sentido de que tal medida seria muito prejudicial,</p><p>pois transformaria a informação em um produto comercial.</p><p>Função social e limitações dos direitos exclusivos A função social da</p><p>propriedade também vale para os direitos exclusivos de propriedade intelectual,</p><p>o que não os torna absolutos. Essas limitações tornam seu exercício</p><p>compatível com a função social. O autor refere uma tendência da comunidade</p><p>europeia de transformá-los em direitos de remuneração, em uma tentativa de</p><p>eliminar os limites de tais direitos. Ainda, refere que caso essa orientação seja</p><p>adotada no Brasil, seria uma orientação que iria contrariar e muito o princípio</p><p>da função social da propriedade.</p><p>Globalização O autor afirma que a globalização não pode ser vista como um</p><p>movimento único e pré-determinado, pois como todas as realidades técnicas,</p><p>nos apresenta alternativas. Há o risco de sermos dominados pelas grandes</p><p>potências e isso não poderia se realizar, caso contrário, estaríamos sujeitos</p><p>aos interesses econômicos das grandes corporações capitalistas, gerando</p><p>enorme prejuízo cultural. O outro caminho sugerido para a globalização é o de</p><p>harmonia, onde todos os princípios da liberdade seriam preservados.</p><p>TÍTULO III – O “FAIR USE” NO DIREITO AUTORAL</p><p>Os limites e as “exceções” O fair use é um conceito muito importante nos</p><p>direitos autorais dos EUA, com grandes diferenças dos regimes de direito</p><p>romano. O autor afirma que a maior diferença entre eles é a questão do</p><p>sistema do direito que é oriundo do romano enfatizar restrições estritas sobre o</p><p>uso de obras protegidas, o fair use traz o conceito de flexibilidade, pois permite</p><p>o uso de obras que são protegidas sob certas circunstâncias, como crítica,</p><p>comentário, ensino e pesquisa.</p><p>Além disso, o livro faz uma reflexão sobre os limites do direito de autor quando</p><p>desafia o direito de propriedade intelectual como um privilégio absoluto, pois</p><p>defende que tais direitos devam ser equilibrados com os interesses públicos</p><p>(cultura e educação). Ao invés disso, os limites são estendidos como uma parte</p><p>essencial dos direitos subjetivos, trazendo o equilíbrio, tão necessário.</p><p>Modos técnicos de limitação dos direitos A questão dos limites no direito</p><p>autoral são consideradas muitas vezes como faculdades que não são próprias</p><p>do direito autoral, mas sim algo que é externo a ele. Contudo, para os limites</p><p>extrínsecos, temos outros ramos do direito, como consumidor e direito da</p><p>concorrência, deixando essa percepção dos limites ainda mais confusa.</p><p>Por outro lado, os limites intrínsecos, por outro lado, estão ligados ao próprio</p><p>conteúdo do direito autoral. O autor ensina que o fair use exemplifica esses</p><p>limites quando permite o uso</p><p>específico de obras protegidas. Finaliza</p><p>mencionando que a interpretação de tais limites pode variar, nos brindando</p><p>com abordagens jurídicas diversas.</p><p>Os sistemas Romanísticos O autor nos ensina que os sistemas romanísticos</p><p>têm uma tendência a utilizar uma abordagem de listagem detalhada das</p><p>exceções aceitas dentro do direito autoral (Diretiva da Comunidade Europeia n.</p><p>01/29). Essas limitações podem ser aplicadas apenas em casos especiais que</p><p>não afetem a exploração normal da obra ou que não prejudiquem injustamente</p><p>os interesses do autor legítimo.</p><p>O fair use O autor refere que o sistema de fair use dos EUA se baseia no</p><p>common law e oferece uma abordagem equitativa para dizer se o uso daquela</p><p>obra é justo. Ainda, ensina sobre os critérios legais do fair use: o propósito e a</p><p>natureza do uso (se é comercial ou educativo sem fins lucrativos), a natureza</p><p>da obra, a quantidade e qualidade da utilização em relação à obra original e o</p><p>impacto do uso no mercado potencial da obra. Tais critérios servem apenas</p><p>para permitirem uma análise judicial, permitindo uma avaliação flexível caso a</p><p>caso. No mais, o autor afirma que o sistema dos EUA combina a cláusula do</p><p>fair use com especificações positivas e diretrizes detalhadas, especialmente</p><p>relevantes em setores como bibliotecas e educação, o que também traz uma</p><p>abordagem bem adaptável aos novos desafios da era digital.</p><p>O confronto dos sistemas O autor traz a distinção e a comparação entre os</p><p>sistemas do fair use e o do direito romanístico. O primeiro é baseado em</p><p>critérios valorativos e é flexível, enquanto o romanístico é mais rígido e se</p><p>baseia em limites bem definidos (o que nem sempre torna eles adaptáveis as</p><p>novas tecnologias). Então, Ascensão conclui que o fair use é um sistema</p><p>superior, pois tem uma capacidade maior de responder com agilidade as</p><p>mudanças globais. Além disso, também refere que mais um benefício do fair</p><p>use em comparação com o sistema europeu é a prioridade do interesse do</p><p>usuário, sendo dotado de maior autonomia contratual.</p><p>Os constrangimentos na informática O autor ensina que dentro do contexto</p><p>da era da informática, os direitos autorais precisaram passar por uma</p><p>adaptação na lei, tendo prevalecido à estrutura mais tradicional desse direito,</p><p>contudo, foram feitas abordagens específicas para ela. A proteção dos</p><p>dispositivos tecnológicos que vão surgindo se depararam com a falta de</p><p>adequação da legislação existente. Além disso, refere também o fair use</p><p>positivamente, pois detalha que é uma cláusula mais flexível para se utilizar</p><p>quanto à regulamentação de novas tecnologias, por exemplo.</p><p>Remendo novo em pano velho A integração dos programas de computador</p><p>dentro do âmbito do direito autoral trouxe a necessidade de adaptar a</p><p>legislação tradicional. A discussão sobre o time shifting trouxe à tona as</p><p>divergências entre os sistemas jurídicos. Enquanto o sistema dos EUA é mais</p><p>flexível, o europeu tende a ser mais rígido e com restrições mais severas,</p><p>limitando a liberdade de uso.</p><p>A intervenção de outros ramos do direito em colisão com o direito autoral O</p><p>autor refere que no âmbito do direito autoral, outros ramos do direito</p><p>complementam e o desafia, como o da concorrência, informação e do</p><p>consumidor.</p>