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<p>FUNDAMENTOS DA</p><p>PUBLICIDADE</p><p>AULA 6</p><p>Prof. Alexandre Correia dos Santo</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Nesta aula, vamos estudar as marcas e as estratégias para a sua</p><p>construção. Veremos também a importância de uma boa reputação da marca.</p><p>Conheceremos, ainda, os principais efeitos da publicidade no mercado, mostrando</p><p>quem são os verdadeiros parceiros, ou fornecedores especializados da</p><p>comunicação.</p><p>Assim, finalizamos esta divertida viagem pelos primeiros passos e</p><p>fundamentos da publicidade e propaganda. Se você se divertiu até aqui, não tenha</p><p>dúvidas: você já está apaixonado pela comunicação e pela publicidade e</p><p>propaganda.</p><p>Boa aula!</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>Estudaremos nesta aula elementos importantes para o mercado da</p><p>publicidade e comunicação; acima de tudo, vamos pensar no futuro da</p><p>comunicação. Nossa área é fascinante justamente por isso. Todo dia um novo</p><p>cliente, todo dia um novo desafio, sempre em busca de uma nova solução.</p><p>A publicidade e a propaganda não têm uma fórmula pronta, ou receita.</p><p>Você aumentará o seu repertório e a sua experiência a cada nova imersão</p><p>que na área, a cada nova leitura, a cada nova prática. Aproveite!</p><p>TEMA 1 – RELAÇÃO CLIENTE-AGÊNCIA</p><p>A relação entre os clientes e os responsáveis pela sua imagem, e pela</p><p>presença nas mídias, é constante: 365 dias ao ano, 7 dias na semana e 24 horas</p><p>por dia. A relação entre marcas e agências deve ser próxima (costumamos brincar</p><p>que é um casamento), uma vez que o entendimento das questões da marca – todos</p><p>os seus cenários, a concorrência e o entorno – demanda flexibilidade e</p><p>simplificação, justamente para que se tenha agilidade. Como num casamento,</p><p>relações passivas, descompromissadas e distanciadas esfriam a ponto de o cliente</p><p>e a agência não se relacionarem (ou não se reconhecerem) mais.</p><p>Sabe o que isso pode ocasionar? Por exemplo, a apresentação de</p><p>campanhas completamente desalinhadas com os propósitos e intentos do cliente,</p><p>amornando ainda mais uma relação que já estava desaquecida. Demandas do</p><p>3</p><p>passado passam a assombrar as pautas e os trabalhos das agências que não se</p><p>mantêm completamente conectadas aos clientes.</p><p>Quanto à prospecção, cada atendimento, ou cada contato, carrega consigo</p><p>uma metodologia própria. Segundo pesquisa da Operand (2020), as indicações</p><p>continuam sendo o melhor caminho para a conquista de novos clientes.</p><p>Gráfico 1 – Pesquisa Censo Agências</p><p>Fonte: Operand, 2020.</p><p>Assim, identificamos que 48,1% das prospecções de novos clientes provêm</p><p>de indicações de antigos clientes. Esses resultados sinalizam que o trabalho das</p><p>agências com os clientes de sua carteira, quando bem-feito, leva os clientes a</p><p>advogarem pela agência. Isto fortalece a relação. Contatos diretos e boas parcerias</p><p>estratégicas também são fonte de boas indicações.</p><p>Assim, fica claro que, quanto melhor a relação entre a agência e seus</p><p>clientes, melhores serão os resultados, e as indicações virão naturalmente.</p><p>Como bem disse um antigo publicitário, para que seja possível conversar de</p><p>igual para igual com um cliente, é preciso entender que, do lado de lá, além de um</p><p>cliente cheio de pressa, cobranças e ansiedade por resultados, há um indivíduo</p><p>cheio de manias, peculiaridades e mazelas. Cada cliente é uma experiência</p><p>diferente. E que bom que é assim.</p><p>4</p><p>TEMA 2 – PAPEL DA MARCA</p><p>Se pensamos na comunicação atualmente, estabelecendo comparações</p><p>entre marcas efetivas, consolidadas no mercado, podemos ter diferentes</p><p>percepções acerca de seus valores, justamente por seu posicionamento, suas</p><p>práticas e atitudes. A Apple, considerada uma das dez marcas mais valiosas do</p><p>mundo, carrega consigo uma áurea de marca moderna, equilibrada, com foco na</p><p>modernidade, sempre em busca de estabelecer um convívio sadio com os seus</p><p>usuários.</p><p>Já a marca Microsoft, por essência e modus operandi, é afetada por</p><p>discursos que não carregam projetos de sentidos, buscando se aproveitar de sua</p><p>posição de monopólio nos segmentos em que atua, para tentar justificar suas</p><p>práticas de mercado. Ou seja, diferentemente da Apple, a Microsoft impõe a</p><p>aquisição de seus produtos com base em uma sólida estratégia de sistemas</p><p>operacionais pré-instalados, não deixando muitas escolhas para os usuários.</p><p>A Apple, obviamente, depende de construções sistemáticas de marca, o que</p><p>realiza com sucesso, de modo a obter resultados satisfatórios com os produtos que</p><p>comercializa – lembrando que, no Brasil, devido aos elevados impostos, ainda é</p><p>uma marca que segrega a maioria dos públicos, mesmo entre consumidores de</p><p>tecnologia.</p><p>A Microsoft, não raro, investe pesadamente em comunicação, para tentar</p><p>reverter a imagem de uma marca impositiva, obrigatória, considerando que o</p><p>usuário fica refém do sistema operacional que já vem pré-instalado na maioria dos</p><p>computadores de uso pessoal, independentemente da marca.</p><p>Em ambos os exemplos, as marcas são globais. Nesses casos, o papel da</p><p>marca ganha novas nuances e contornos. Comunicar para o mundo inteiro exige um</p><p>esforço de marketing ainda maior por parte das organizações.</p><p>Pensar o papel da marca implica extrapolar o antigo sistema de comunicar</p><p>com a “língua deles” e “absorver” a cultura deles. Significa dizer que as empresas</p><p>ainda acreditam que uma única comunicação é capaz de dar conta de todos os</p><p>públicos espalhados pelo mundo. Uma corporação multinacional opera em vários</p><p>países, devendo ajustar seus produtos e práticas a cada um deles, mesmo que o</p><p>custo seja alto. Assim, quando desaparecem as antigas diferenças, de gostos e</p><p>costumes, com a finalidade de que o mundo inteiro (ou grande parte dele) consuma,</p><p>parece que todos dividem uma mesma identidade.</p><p>5</p><p>Nesses casos, o papel da marca extrapola os processos comuns de</p><p>comunicação, obrigando-a a obedecer princípios básicos de interação com</p><p>qualquer sociedade, comunidade ou língua, mostrando até para os seus públicos</p><p>que a marca se preocupa com os costumes e os hábitos da região.</p><p>Uma das marcas que mais investe em comunicação global é a RedBull</p><p>energéticos. A estratégia da companhia é muito clara, desde que começou suas</p><p>atividades em 1984: baixíssima frequência e presença em plataformas de mídia</p><p>tradicionais, elevados investimentos em eventos esportivos (preferencialmente não</p><p>convencionais), em especial os mais radicais e extremos (como patrocínios na</p><p>RBR, equipe de Fórmula 1 e Red Bull Air Racing), e, por fim, patrocínios privados</p><p>aos principais atletas de modalidades também extremas e radicais.</p><p>2.1 Marcas no Brasil</p><p>Os brasileiros, de forma em geral, respeitam a força das marcas. Ainda que o</p><p>apelo para promoções de preço baixo seja atraente, os clientes costumam se sentir</p><p>incomodados quando são obrigados, por força das circunstâncias, a substituir as</p><p>marcas que consomem. Seja por incapacidade financeira ou pela falta de</p><p>determinada marca em gôndolas e prateleiras, o consumidor nacional privilegia</p><p>suas preferências.</p><p>Costumamos dar preferência a certas marcas pela sua tradição, pela</p><p>confiança, pela qualidade, pela empatia, por diversos motivos. Hoje, a preocupação</p><p>da marca com o seu entorno também tem chamado a atenção dos consumidores.</p><p>Aspectos como responsabilidade ambiental, preocupação social e conscientização</p><p>sobre temas específicos têm feito a diferença na percepção dos clientes,</p><p>aumentando o valor da marca.</p><p>Porém, vale lembrar que nem todos esses atributos, essenciais para uma</p><p>marca, garantem a sua permanência no mercado. Uma série de tropeços, como má</p><p>administração, falhas de entrega e ausência de controle de imagem, podem indicar</p><p>um eminente prejuízo à organização, à marca. Isso desconsiderando questões</p><p>macroeconômicas, problemas políticos, entre outros fatores que, do ponto de vista</p><p>da empresa, são incontroláveis, justamente por fugirem da sua alçada.</p><p>A empresa, não raro, precisa se adaptar a esses cenários. Porém, nem todas</p><p>têm</p><p>facilidade para enfrentar uma crise econômica nacional, por exemplo. Com</p><p>isso, fica claro que uma empresa precisa entregar ao seu consumidor mais do que</p><p>as suas promessas: é preciso oferecer experiência, valor, entrega e satisfação.</p><p>6</p><p>Ainda que seja óbvio, a comunicação da marca também é vital para a sua</p><p>integridade e consolidação. A marca, e suas extensões, quando voltadas para a</p><p>consciência ambiental ou social, com considerável responsabilidade financeira,</p><p>terão melhores condições de sobreviver no mercado. Toda e qualquer gestão de</p><p>marca deve estar preocupada com processos, e sabemos que gestão,</p><p>planejamento e implantação demandam um tempo que às vezes a organização não</p><p>tem. Campanhas de conscientização também são bem-vistas pelo cidadão.</p><p>TEMA 3 – BRANDING</p><p>Muitas empresas equivocadamente contabilizam ações de comunicação e</p><p>marketing como despesas, quando na verdade deveriam considerá-las como</p><p>investimento. Investir em marca significa planejar uma construção de marca sólida,</p><p>perene, que ao longo do tempo traga lucros e dividendos aos esforços financeiros</p><p>ali empregados; afinal, em mercados fragilizados, as marcas bem constituídas,</p><p>além de mostrar a sua força, conseguem demonstrar o seu valor, propriedades que</p><p>são notadas por seus consumidores.</p><p>Crescer em um mercado mais favorável é o sonho de qualquer empresa.</p><p>Porém, a realidade é que gerir uma marca em tempos de crise tem se tornado um</p><p>grande desafio para aqueles que as planejam e administram. Se analisarmos o</p><p>mercado nacional, notamos crescimentos exponenciais em determinados</p><p>segmentos mas a extinção de marcas e empresas em outros, por vários motivos:</p><p>crise, falta de investimentos, incapacidade gerencial, falta de planejamento, entre</p><p>outros.</p><p>A velocidade que hoje dita os mercados obriga os departamentos de</p><p>marketing e comunicação a pensar a empresa ou a marca de uma forma ainda mais</p><p>holística, integrada, sem se esquecer de todos os elementos de boa gestão de uma</p><p>identidade.</p><p>Antigamente, a publicidade informava os clientes, primeiramente, dos novos</p><p>lançamentos, das novas invenções, para daí pensar na utilidade daquela oferta e</p><p>na marca, em termos de identidade do produto ou serviço. Os produtos em si eram</p><p>novidades, e isso já bastava como propaganda.</p><p>Vale lembrar que, na década de 1880, os logotipos corporativos ainda não</p><p>eram chamados necessariamente de brands; seu principal objetivo era dotar de</p><p>nomes próprios bens genéricos como açúcar, farinha de trigo, sabão e cereais,</p><p>produtos que eram comercializados dentro de barris e que não apresentavam</p><p>7</p><p>então, marca própria, nem ao menos uma comunicação.</p><p>Com o passar dos anos, e novos esforços de vendas, foi criado um</p><p>vocabulário nacional de marcas, que substituiu o pequeno lojista local (como</p><p>vendedor informal do produto), tornando-se a interface entre o consumidor e a</p><p>marca.</p><p>Uma das primeiras identidades a surgir foi a aveia Quaker, que em 1877</p><p>ganhou seu primeiro rascunho de marca, que deu origem ao logotipo mundialmente</p><p>conhecido até hoje.</p><p>A marca realiza diversos lançamentos, primeiramente em plataformas</p><p>online, e lança mão de recursos digitais para estabelecer conversações mais</p><p>efetivas com os consumidores. No site americano da Quaker Oats, há diferentes</p><p>níveis de interação da marca, contando inclusive com ofertas e promoções</p><p>exclusivas para os usuários da plataforma digital, como interações de co-branding</p><p>e merchandising.</p><p>A preocupação de promover a marca digitalmente, estabelecendo uma</p><p>interação lógica com os clientes online, vem cada vez mais conquistando os</p><p>usuários de novas gerações, que convivem com tecnologia desde cedo.</p><p>Assim, empresas estabelecem planos de marketing e comunicação que</p><p>privilegiam – diretamente – os verdadeiros leads e stakeholders da marca. Sabemos</p><p>que todas as marcas, principalmente as mais antigas, carregam uma história muito</p><p>rica em transformações, adaptações e, principalmente, posicionamento ao longo</p><p>de sua existência. Se pensamos nos registros de posicionamento das marcas, a</p><p>estratégia evoluiu muito de décadas para cá.</p><p>Na década de noventa, inúmeras marcas, preocupadas com a sua</p><p>permanência no mercado, se preocuparam em posicionar as empresas em um</p><p>novo patamar: não apenas conferir marcas a seus produtos, mas à cultura externa,</p><p>ao patrocinar eventos culturais e esportivos, saindo pelo mundo e cobiçosamente</p><p>infiltrando ideias de extensão de marca.</p><p>Nesse primeiro momento, a extensão de marca era todo o esforço que as</p><p>marcas deveriam fazer em termos de promoção. Quaker Oats é um bom exemplo de</p><p>marca que perdura, há cento e quarenta e um anos, mas que procura sempre estar</p><p>alinhada primeiramente às necessidades da marca em relação aos consumidores,</p><p>sem perder a sua essência; além disso, está sempre de olho nas tecnologias e nas</p><p>técnicas de relacionamento mais atuais que estão disponíveis no mercado.</p><p>Grandes marcas, como Coca-Cola (1886), Pepsi (1893), Campbell´s (1869) e</p><p>Heinz (1869), que são centenárias, também investem pesadamente até hoje – e</p><p>8</p><p>não poderia sem diferente – em sustentação de marca, com base em sua tradição,</p><p>buscando transmitir qualidade e confiança, sem virar as costas para a tecnologia,</p><p>utilizando recursos capazes de atingir seus clientes mundialmente.</p><p>TEMA 4 – EFEITOS DA PUBLICIDADE NO MERCADO</p><p>Como abordamos, o prime time (horário nobre) da comunicação já não dá</p><p>mais conta de anunciar as grandes marcas e empresas, ou de entregar bons</p><p>resultados como antigamente – claro, respeitando algumas exceções. Sabemos</p><p>que existem telejornais, telenovelas, programas de auditório e entretenimento que</p><p>ainda vendem demais, entregando muito para os clientes, devido a seus altos</p><p>pontos de audiência. Mesmo assim, vêm perdendo fôlego anualmente.</p><p>Exemplo prático: antigamente, quando assistíamos a TV, não tínhamos</p><p>múltiplos suportes (ou múltiplas telas) batalhando pela mesma atenção e audiência.</p><p>Hoje, as crianças até assistem TV aberta, mas – não raro – estão com os seus</p><p>celulares ou tablets, brincando e jogando, dividindo a atenção. Nesse caso, a</p><p>televisão se tornou o “som ambiente”, ou o que chamamos de “som de fundo” (BG</p><p>– background), sempre alternando (ou disputando) a atenção dos pequenos. Aliás,</p><p>nós, adultos, agimos da mesma forma: ligamos a televisão, mas estamos</p><p>resolvendo problemas no notebook que está no colo, ou falando com as pessoas</p><p>no telefone celular.</p><p>Ora, se o horário nobre já não entrega mais tanto resultado, o que fazer?</p><p>Como aumentar os pontos de contato com os clientes? Como conquistar</p><p>novamente a sua atenção?</p><p>É aí que a comunicação integrada deve entrar como protagonista, como</p><p>estrela numa constelação de possibilidades de mídias, buscando alcançar o nosso</p><p>público. Quer outro exemplo? Onde encontrar a dona de casa “moderna”? Sem</p><p>discutir termos (ou semântica), porque felizmente esse é um modelo</p><p>completamente ultrapassado, a mulher moderna está em múltiplos lugares, menos</p><p>em casa. Ela está desde cedo na academia, levando o filho à escola, chegando</p><p>esbaforida no trabalho, muitas vezes se virando sem almoçar, tendo uma tarde</p><p>atribulada de reuniões; quando chega de noite, no jornal das 20:30, sente-se</p><p>completamente destruída. Esse exemplo nos mostra que não adianta mais anunciar</p><p>“no horário nobre” do canal de TV aberta com maior audiência, no programa de</p><p>entretenimento para casa e saúde pela manhã, no jornal da hora do almoço, na</p><p>sessão de filmes da tarde, muito menos na novela das 19:30 e no jornal das 20:30.</p><p>9</p><p>É preciso muito mais.</p><p>Este texto resumo a relevância das novas mídias e dos novos formatos de</p><p>comunicação:</p><p>Após cinco anos de estagnação, a indústria americana de propaganda</p><p>vê-se em face de um futuro obscuro e incerto... As agências de</p><p>propaganda estão fazendo uma adaptação apenas intermitente a uma</p><p>mudança profunda: a divisão do mercado de massa em centenas de</p><p>mercados menores,</p><p>e o desenvolvimento de novas maneiras para se</p><p>comunicar com eles... O crescimento da propaganda de massa atingiu</p><p>uma interrupção virtual, as margens de lucro de agência foram cortadas</p><p>ao meio, e as agências de propaganda estão passando por uma</p><p>consolidação dolorosa que atinge as áreas mais profundas da</p><p>indústria... (Rapp; Collins, 1991, p. 12)</p><p>Percebam a data do texto de Rapp e Collins? Década de 90. Ali já havia a</p><p>preocupação com a “pulverização” das novas mídias e dos novos formatos de</p><p>“fazer comunicação”. Ali os autores já alertavam que, se as empresas</p><p>continuassem fazendo o feijão com arroz de tempos anteriores, estariam fadados</p><p>ao insucesso, sem conseguir resultados eminentes com a entrega das mídias</p><p>tradicionais.</p><p>Hoje, se pararmos para pensar, alguns modelos já não ocupam mais o</p><p>imaginário de nossos diferentes públicos: o jornal impresso, a revista (de uma forma</p><p>geral), o rádio, a televisão aberta com seus programas no mesmo formato há mais</p><p>de 20 anos. Atualmente, a televisão disputa espaço com outros canais de</p><p>comunicação: o canal mais assistido da televisão brasileira (TV Globo), por</p><p>exemplo, perde audiência diária para mídias sociais, Netflix e Youtube. Percebem</p><p>as diferenças e evoluções dos meios?</p><p>A seguir, uma ideia dos investimentos nas diferentes mídias.</p><p>Tabela 1 – Investimento em mídia</p><p>Fonte: Elaborado com base em Sacchitiello, 2019.</p><p>10</p><p>Importante perceber o share (a fatia de mercado) dos meios tradicionais,</p><p>como jornal, rádio e revista; também é interessante considerar que os seus</p><p>investimentos são relativamente baixos em relação a outros meios, enquanto</p><p>investimentos em display (Internet) sofrem incrementos e evoluções sensíveis, mês</p><p>a mês.</p><p>TEMA 5 – TENDÊNCIAS DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA</p><p>Fica difícil prever ou tentar adivinhar quais ações vão trazer resultado daqui</p><p>para frente. A comunicação carrega consigo as evoluções diárias da mídia, as</p><p>mudanças de hábito, além de novas práticas, costumes e ações que hoje trazem</p><p>resultados, mas que não se sustentam amanhã.</p><p>Quantas plataformas, quantas formas e métodos vimos surgir e deixar de ser</p><p>tendência nos últimos anos. Nota importante: na história da comunicação, não há</p><p>registro de algum meio que tenha sido enterrado pela criação de um novo meio ou</p><p>formato. O que percebemos é uma evolução da mensagem por meio de diferentes</p><p>mídias.</p><p>Podemos aqui citar que o disco vinil foi suplantado pela criação do disco</p><p>laser. Em seguida, vieram os downloads de música e álbuns inteiros; em seguida</p><p>veio o streaming e agora experenciamos a compra on demand de tracks. Mas, vou</p><p>contar um segredo para alguns: o vinil, ao invés de morrer, está voltando com toda</p><p>força, com seus tocadores custando alguns milhares de reais. Há quem diga que</p><p>não existe fidelidade maior do que o som emitido pelo velho e bom bolachão de</p><p>vinil.</p><p>Se paramos friamente para pensar, o mesmo acontece com os videoteipes,</p><p>com as televisões, com os celulares, computadores etc. Isso sem contar a velha</p><p>máxima (que nunca esteve tão nova) da obsolescência programada. É realmente</p><p>frustrante saber que gastamos milhares de reais em um celular que tem data pré-</p><p>programada para a falência de seu sistema operacional, porque não poderá mais</p><p>se atualizar, por conta da política da empresa dona da marca.</p><p>Porém, isso faz parte do ciclo de vida do produto; como consequência, faz</p><p>parte das práticas de mercado, e nós fazemos parte dele, sempre em um dos lados</p><p>do balcão.</p><p>É importante ressaltar que definir os rumos, ou gerir uma marca, é muito</p><p>mais do que apenas sugerir direções ou pensar no seu posicionamento. Princípios</p><p>organizacionais, como missão, visão e valores, que há anos orientam as empresas</p><p>11</p><p>dos mais diferentes níveis (sendo imprescindíveis para a definição de metas e</p><p>objetivos de uma organização), às vezes acabam por ser construídos,</p><p>equivocadamente, por pessoas alheias aos processos da empresa.</p><p>Como tendência e prática contemporânea, a alta administração das</p><p>empresas deve ser a responsável pelo processo, junto com seus colaboradores,</p><p>com a definição de processos e princípios, porque afinal essa construção deve ser</p><p>coletiva – deve ser um sistema gerido de dentro para fora, e não o contrário. É</p><p>prática comum, de alguns anos para cá, dar aos colaboradores autonomia para que</p><p>opinem sobre os negócios da organização de que fazem parte. Indiretamente,</p><p>passamos a dividir as conquistas e as derrotas com todos. Trata-se de divisão de</p><p>responsabilidade.</p><p>Por melhor que seja a consultoria de marketing, por exemplo, não é ela que</p><p>deve sugerir ou prescrever tais norteadores, tais princípios, justamente por – em</p><p>tese – não pertencer à organização, não fazer parte do seu dia a dia.</p><p>Segundo Tavares (2007), tais princípios “podem ser entendidos como regras</p><p>ou códigos de conduta segundo os quais as pessoas e organizações governam</p><p>suas ações, sua vida social e profissional” – ou seja, sua própria história. O mesmo</p><p>acontece com as marcas: toda estratégia deve ter uma razão, ou um propósito.</p><p>Obviamente, as estratégias têm que estar alinhadas com aquilo que a empresa</p><p>deseja, sonha. Assim, se a marca não for compartilhada com todos os seus públicos</p><p>– inclusive o interno, de colaboradores –, seus resultados certamente não serão os</p><p>esperados.</p><p>Tavares (2007) defende também que, para proporcionar suficiente</p><p>orientação para uma tomada de decisões, os valores precisam ser assimilados e</p><p>internalizados por todos os membros e todos os níveis da organização.</p><p>Assim, quando possível torne os colaboradores da marca (clientes,</p><p>consumidores, parceiros, fornecedores) partícipes do processo. Eles se sentirão</p><p>valorizados e enxergarão valor nas práticas de colaboração.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Se você chegou até aqui, satisfeito com tudo o que aprendeu (ou</p><p>reaprendeu), e ainda assim está decidido a continuar na área de publicidade e</p><p>propaganda, temos um diagnóstico para você: parabéns, você está apto a continuar</p><p>viajando pelo delicioso mundo da comunicação, em especial da publicidade e</p><p>propaganda.</p><p>12</p><p>Mais do que isso, você está habilitado a não apenas pensar, criar, estruturar</p><p>ou formular soluções. Você está completamente pronto, a partir de agora, para</p><p>inspirar. Essa é a nossa função. Desejo todo o sucesso do mundo para você! Foi</p><p>um prazer trabalhar contigo! Grande abraço!</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Sempre que possível, fique de olho! Algumas agências abrem suas portas</p><p>algumas vezes por ano para visitação, para bater um papo com os criativos, para</p><p>conhecer o ambiente. Se não tiver uma oportunidade dessas, busque conhecer as</p><p>agências da sua cidade, da sua região para começar – literalmente – a se</p><p>ambientar. O mesmo serve para os parceiros da agência: visite editoras, gráficas,</p><p>rádios e produtoras, para alimentar ainda mais a sua paixão.</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nestas aulas, estudamos as bases, os fundamentos da publicidade e da</p><p>propaganda. Esperamos que você tenha compreendido tudo o que tentamos</p><p>mostrar aqui. Busque mais informações, faça visitas técnicas, questione, leia,</p><p>tencione, produza. Aliando teoria e prática, você vai se aprofundar e desenvolver</p><p>novos conhecimentos. Boa sorte!</p><p>13</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>OPERAND. Pesquisa Censo Agências. 2020. Disponível em:</p><p>.</p><p>Acesso em: 2 jun. 2021.</p><p>RAPP, S.; COLLINS, T. 5ª geração do marketing: maximarketing II. São Paulo:</p><p>McGraw-Hill, 1991.</p><p>SACCHITIELLO, B. Comparativo do Cenp-Meios destaca Internet e OOH.</p><p>Meio&Mensagem, 8 nov. 2019. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 2 jun. 2021.</p><p>TAVARES, M. Comunicação Empresarial e planos de comunicação. São Paulo:</p><p>Atlas, 2007.</p><p>Sempre que possível, fique de olho! Algumas agências abrem suas portas algumas vezes por ano para visitação,</p><p>para bater um papo com os criativos, para conhecer o ambiente. Se não tiver uma oportunidade dessas, busque conhecer as agências da sua cidade...</p><p>FINALIZANDO</p>

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