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<p>1</p><p>HISTÓRIA, ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM</p><p>ENFERMAGEM</p><p>Prof.: Leandro</p><p>PORTUGAL</p><p>• Marcella Beatriz Rodrigues Pereira – 1240102889</p><p>• Mariana de Freitas Domingues – 1240102266</p><p>• Maria Thalia Alves de Sousa – 1240105848</p><p>• Larissa de Paula da Silva – 1240103177</p><p>• Natália Azevedo Stuart – 1240111623</p><p>• Juliana Freitas de Brito – 1240108156</p><p>• Julienne Ramos Vance – 1240116568</p><p>• Diego Calado Santana - 1240100744</p><p>Rio de Janeiro</p><p>2014</p><p>2</p><p>COMO OCORREU A PROFISSIONALIZAÇÃO DA ENFERMAGEM EM</p><p>PORTUGAL.</p><p>A enfermagem em Portugal teve a sua origem sob o domínio da profissão médica e</p><p>da administração hospitalar, tendo sido encarada, ao longo de várias décadas, como</p><p>uma profissão de abnegação e de submissão ao poder médico, desempenhando</p><p>tarefas delegadas pelo médico em que o nível de formação era deficiente, sendo este</p><p>o aspeto mais evidente nas enfermeiras dessa época.</p><p>Nos finais do século XIX, quase todo o pessoal admitido para prestar cuidados aos</p><p>doentes era analfabeto e apenas alguns hospitais se preocupavam em dar-lhes,</p><p>pontualmente, alguma formação empírica. Nos finais deste mesmo século assistiu-se</p><p>a avanços científicos, decorrentes das descobertas científicas, e a transformações</p><p>políticas e sociais que colocaram em causa o sistema de saúde em Portugal, assim</p><p>sendo tornou-se impreterível a formação de enfermeiros.</p><p>Tendo por base este contexto, os primeiros cursos de enfermagem realizados em</p><p>Portugal datam de 1881, 1886 e 1887. Surgiram nos hospitais das grandes cidades</p><p>portuguesas (Coimbra, Lisboa e Porto). Nestes cursos era fornecida instrução prática</p><p>e para tal foram elaborados manuais, com apontamentos das lições, os quais</p><p>explicavam as diversas atividades que as enfermeiras deveriam dominar. Apesar da</p><p>primeira escola de enfermagem portuguesa ter sido criada em 1881, só em 1920 surge</p><p>o Curso de Enfermagem devidamente estruturado, sendo regulamentado para</p><p>funcionar nos Hospitais da Universidade de Coimbra, sob tutela dos médicos, com a</p><p>duração de dois anos.</p><p>O ensino da enfermagem portuguesa sofreu transformações ao longo dos tempos,</p><p>resultantes do progresso do conhecimento em enfermagem e desta forma constituiu-</p><p>se um passo determinante para a construção e consolidação de um conhecimento</p><p>científico, próprio, capaz de orientar a educação e a prática, cooperando, assim, para</p><p>o desenvolvimento da enfermagem enquanto disciplina e profissão.</p><p>Sendo nosso objetivo aprofundar o conhecimento, através de análise bibliográfica,</p><p>sobre a evolução do ensino de Enfermagem em Portugal, procuramos refletir sobre a</p><p>forma como ao longo dos anos se foi construindo o percurso formativo em</p><p>enfermagem e quais os contributos mais relevantes para o sucesso do mesmo.</p><p>3</p><p>Do ponto de vista empírico a investigação sustenta-se em fontes documentais, do</p><p>ponto de vista metodológico optamos pela análise histórica.</p><p>QUANDO É COMO SURGIU A PRIMEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM</p><p>EM PORTUGAL.</p><p>Antônio Augusto da Costa Simões fundou, em 1881, a primeira Escola de</p><p>Enfermagem Portuguesa com o objetivo de formar enfermeiros para a crescente</p><p>complexidade dos cuidados de saúde a que se assistia na época. A Escola que dava</p><p>na altura pelo nome de Escola dos Enfermeiros de Coimbra acabaria por estar na</p><p>génese da atual Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC). Com o</p><p>presente artigo, procuramos destacar e homenagear o homem, clínico, professor,</p><p>cientista, político e reformador que foi o Professor Doutor António Augusto da Costa</p><p>Simões, dando a conhecer o seu percurso de vida, contemplando os principais</p><p>aspectos que o destacaram na sua época.</p><p>Antônio Augusto da Costa Simões foi um homem empenhado e interveniente na</p><p>comunidade, que somou uma sólida carreira científica ao desempenho de importantes</p><p>cargos, deixando uma vasta obra escrita, resultante da intensa atividade que</p><p>desenvolveu, praticamente, até ao fim da sua vida.</p><p>A 8 de Novembro de 1881, o jornal A Correspondência de Coimbra, noticiava a</p><p>inauguração da primeira Escola de Enfermagem Portuguesa, em 17 de Outubro desse</p><p>mesmo ano, nos Hospitais da Universidade de Coimbra. A Escola, fundada pelo</p><p>Professor Doutor António Augusto da Costa Simões, dava pelo nome de Escola dos</p><p>Enfermeiros de Coimbra e, volvidos todos estes anos até à atualidade, acabaria por</p><p>estar na génese da atual Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC). A</p><p>criação desta escola representa um marco importante, decisivo e incontornável,</p><p>naquele que foi o percurso de construção, evolução e solidificação da Enfermagem</p><p>enquanto profissão. Considerando o passado como exemplo para o futuro, torna-se</p><p>pertinente uma breve análise da história do fundador da primeira Escola de</p><p>Enfermagem Portuguesa, homem de reconhecido mérito na vida acadêmica e</p><p>institucional de Coimbra.</p><p>4</p><p>FATOS HISTÓRICOS QUE ACONTECERAM NA MESMA ÉPOCA DO</p><p>SURGIMENTO DA ESCOLA DE ENFERMAGEM E COMO PODERIA</p><p>TER INFLUENCIADO E IMPULSIONADO O SURGIMENTO DA</p><p>MESMA.</p><p>A enfermagem em Portugal tem uma longa história, mas a profissão, como a</p><p>conhecemos hoje, começou a tomar forma no século XIX. Antes disso, a assistência</p><p>aos doentes era prestada principalmente por religiosos e pelos próprios familiares dos</p><p>pacientes.</p><p>Os primeiros cursos de enfermagem em Portugal surgiram em 1881 em Coimbra,</p><p>1886 em Lisboa, 1887 em Porto. Podemos considerar essa fase intermediária da</p><p>passagem de Enfermagem ofício à profissão. Esses cursos terminaram em 1889</p><p>devido a dificuldade que os profissionais de saúde tinham em ministrar os cursos a</p><p>grande maioria dos alunos de enfermagem que eram praticamente analfabetos.</p><p>Em 1901 foi fundada a Escola Profissional de Enfermagem com sede no Hospital de</p><p>São José. Era ministrado um curso básico de um ano e um curso completo com</p><p>duração de 2 anos, funcionando nas instalações do próprio hospital.</p><p>A escola tinha como missão ministrar as instruções técnicas e os conhecimentos da</p><p>prática</p><p>O ENSINO DA ENFERMAGEM NO ESTADO NOVO</p><p>Durante o período do Estado Novo, começou a reforma do ensino e da prática de</p><p>enfermagem porque o governo queria aumentar o nível de escolaridade necessário</p><p>para o Curso de Enfermagem Geral.</p><p>Em 1940, foi criado pelo Decreto Lei nº 30447, de 17 de maio, o Ministério da</p><p>Educação Nacional, a Escola Técnica de Enfermeiras do Instituto Português de</p><p>Oncologia em Lisboa. Essa escola, com apoio da Fundação Rockefeller, tinha o</p><p>objetivo de formar enfermeiras altamente qualificadas para melhorar a assistência à</p><p>saúde no país. Foi um grande passo para modernizar a formação em enfermagem em</p><p>Portugal, com um curso de três anos e exigência de nove anos de escolaridade para</p><p>entrar. A escola teve um papel crucial na evolução do ensino de enfermagem. Também</p><p>foi nessa época que começaram a ser regulamentados os cursos de especialidades</p><p>de enfermagem.</p><p>5</p><p>Além disso, foi criado o Curso de Auxiliares de Enfermagem para lidar com a falta de</p><p>enfermeiras na época. Esse curso preparava os candidatos para tarefas mais simples</p><p>e de menor responsabilidade, trabalhando sob a supervisão de médicos e</p><p>enfermeiros.</p><p>Em 1952, foram criadas leis (Decreto-lei nº38884 e nº38885) para organizar o ensino</p><p>de enfermagem nas escolas oficiais. Essas leis tinham o objetivo de formar</p><p>profissionais melhores para trabalhar em hospitais e serviços de saúde pública. A</p><p>partir disso, surgiram três cursos:</p><p>1. Curso Geral de Enfermagem - Duração de três anos, com exigência de seis anos</p><p>de escolaridade.</p><p>2. Curso de Auxiliares de Enfermagem - Um ano teórico e seis meses de estágio,</p><p>exigindo quatro anos de escolaridade.</p><p>3. Curso Complementar - Um ano de duração, com a exigência de ter o Curso Geral</p><p>de Enfermagem e nove anos de escolaridade.</p><p>Outras mudanças incluíram a limitação do ensino de enfermagem a escolas oficiais</p><p>ou particulares, que ganharam mais autonomia. Para os professores de enfermagem,</p><p>foi criado um</p><p>curso específico. Os alunos precisavam ter entre 18 e 30 anos, atender</p><p>às exigências do curso escolhido, estar em boas condições físicas e ter um</p><p>comportamento impecável. O curso incluía aulas teóricas, práticas e estágios, com</p><p>frequência obrigatória, e era ensinado por enfermeiras experientes. Ao final, os alunos</p><p>passavam pelo Exame de Estado.</p><p>Apesar das boas intenções, a reforma de 1952 enfrentou problemas, como a falta de</p><p>monitores qualificados e o uso inadequado dos estagiários nos hospitais, o que</p><p>prejudicava a formação dos alunos e favorecia uma visão centrada nos hospitais e</p><p>médicos.</p><p>Por causa dessas dificuldades, o governo lançou uma nova reforma em 20 de julho</p><p>de 1960, com o Decreto-Lei nº46448, para melhorar o Curso Geral de Enfermagem.</p><p>Essa reforma foi bem planejada e recebida por várias organizações internacionais,</p><p>buscando melhorar a qualidade do curso e a autonomia dos enfermeiros portugueses.</p><p>A reforma de 1965 finalmente começou a tirar a enfermagem do domínio excessivo</p><p>dos médicos e a dar mais autonomia ao ensino de enfermagem em Portugal.</p><p>6</p><p>A REFORMA DE 1965 NO ENSINO DA ENFERMAGEM</p><p>Com a reforma de 1965, mudaram algumas coisas importantes, como a exigência de</p><p>nove anos de escolaridade, ou algo equivalente, para entrar no Curso Geral de</p><p>Enfermagem, que continuou com a duração de três anos. O curso foi ajustado para</p><p>dar aos alunos uma formação mais completa e diversificada, preparando-os tanto para</p><p>trabalhar em hospitais quanto em serviços de saúde pública, e para melhorar a</p><p>conexão entre a teoria e a prática. Foi decidido que um terço do curso seria para aulas</p><p>teóricas e dois terços para estágios, e os hospitais passaram a ser vistos também</p><p>como centros de educação para prevenir doenças e promover a saúde e o bem-estar</p><p>social. A ideia era adotar uma abordagem mais participativa e ativa no ensino, então</p><p>os exames passaram a focar mais em enfermagem do que em áreas médicas. Esse</p><p>curso reformado começou a funcionar em 1965 nas Escolas de Enfermagem do</p><p>Ministério da Saúde. No começo, surgiram algumas dificuldades devido à organização</p><p>das escolas e à falta de professores-enfermeiros bem preparados. Para resolver isso,</p><p>foram feitas ações de formação para os professores e começou-se a pensar em novas</p><p>formas de organizar as escolas e revisar a carreira de ensino de enfermagem.</p><p>O plano curricular da reforma de 1965 tinha o objetivo de preparar os alunos tanto</p><p>como pessoas quanto como técnicos, para que eles se tornassem profissionais</p><p>competentes em qualquer área da enfermagem. O ensino passou a ser dividido entre</p><p>teoria e prática, com estágios conectados diretamente com o que era aprendido nas</p><p>aulas teóricas. Além disso, havia programas específicos para formar enfermeiros para</p><p>a docência e gestão de unidades de saúde.</p><p>Em 14 de janeiro de 1970, a Portaria nº 34/70 atualizou o regulamento de 1965, dando</p><p>mais autonomia às escolas de enfermagem e passando a direção para enfermeiros</p><p>com funções de ensino. No entanto, poucas escolas conseguiram implementar essas</p><p>mudanças na prática.</p><p>Após a reforma de 1971, foram abertas novas escolas de enfermagem, incluindo a</p><p>Escola de Ensino e Administração de Enfermagem e a Escola de Enfermagem de</p><p>Saúde Pública, além de escolas de enfermagem psiquiátrica em Lisboa, Porto e</p><p>Coimbra.</p><p>A Revolução de 25 de Abril de 1974 trouxe grandes mudanças também para o ensino</p><p>de enfermagem. Entre 1974 e 1975, representantes das escolas, sindicatos e</p><p>7</p><p>associações de enfermagem trabalharam na reforma do currículo do Curso Geral de</p><p>Enfermagem, resultando na abolição do exame de estado em 1974.</p><p>O ENSINO DA ENFERMAGEM PÓS 25 DE ABRIL</p><p>A reforma de 1976, feita pelo Despacho do Secretário de Estado da Saúde, trouxe</p><p>várias mudanças para o Curso Geral de Enfermagem. O objetivo era:</p><p>* Dar uma formação completa para que os enfermeiros possam atuar em todos os</p><p>níveis de prevenção na comunidade.</p><p>* Preparar os enfermeiros para serem agentes de mudança.</p><p>* Capacitar os enfermeiros para diagnosticar e resolver problemas de saúde.</p><p>* Ensinar os enfermeiros a se integrar na planificação do sistema de saúde do país.</p><p>* Definir claramente os objetivos das instituições de ensino.</p><p>* Manter a duração do Curso Geral de Enfermagem em três anos, divididos em</p><p>diferentes áreas de aprendizado.</p><p>* Garantir que o curso fosse ensinado por enfermeiros-docentes em equipes</p><p>pedagógicas.</p><p>* Exigir frequência obrigatória em aulas teóricas e práticas.</p><p>* Fazer com que as escolas organizem estágios que ajudem os alunos a integrar o</p><p>conhecimento com a prática, com a ajuda dos enfermeiros dos locais de estágio.</p><p>* Incluir no currículo conceitos de Saúde, Pedagogia, Gestão e Pesquisa.</p><p>Em 1976, uma reforma no ensino de enfermagem estabeleceu várias metas, como</p><p>formar enfermeiros para atuar em todos os níveis de prevenção, serem agentes de</p><p>mudança, e integrarem-se na planificação do sistema de saúde. O currículo do Curso</p><p>Geral de Enfermagem continuou com três anos de duração e incluiu um foco maior na</p><p>prática e na responsabilidade dos enfermeiros formadores.</p><p>Após o 25 de Abril de 1974, o ensino de enfermagem enfrentou desafios na gestão</p><p>democrática. Em 1976, foram criados novos regulamentos e cursos de especialização</p><p>divididos em gestão, ensino e pesquisa. Em 1979, passou a ser exigido 11 anos de</p><p>escolaridade para o Curso Geral de Enfermagem.</p><p>A reforma de 1976 também visava criar uma formação única em enfermagem e trazer</p><p>o ensino para o sistema educativo nacional. Em 1987, o ensino de enfermagem foi</p><p>integrado ao Ensino Superior Politécnico, sob a supervisão do Ministério da Educação</p><p>e do Ministério da Saúde. As escolas foram transformadas em Escolas Superiores de</p><p>8</p><p>Enfermagem, oferecendo cursos de três anos que conferiam o grau de Bacharel e</p><p>especializações em diversas áreas.</p><p>Em 1990, foi concedida equivalência ao Diploma de Estudos Superiores para</p><p>enfermeiros com especializações. A integração das escolas trouxe mais autonomia</p><p>científica, valorizando os professores e incentivando a pesquisa. Os docentes</p><p>passaram a fazer parte da carreira do Ensino Superior Politécnico e precisavam obter</p><p>graus de mestre e doutor.</p><p>Com o Decreto-Lei nº 353/99, de 3 de setembro, o Ministério da Educação criou os</p><p>Cursos de Licenciatura e Pós-Licenciatura em Enfermagem. A licenciatura dura quatro</p><p>anos e dá o grau de licenciado, enquanto a pós-licenciatura dura de dois a três</p><p>semestres e não dá grau acadêmico, podendo excepcionalmente durar quatro</p><p>semestres. A formação em Mestrado e Doutoramento é responsabilidade das</p><p>universidades.</p><p>Também foi aprovado o Ano de Formação Complementar, que permitiu aos alunos do</p><p>Curso de Bacharelato em Enfermagem obter imediatamente o grau de Licenciado. O</p><p>mesmo decreto aprovou um Curso de Complemento de Formação para Bacharéis em</p><p>Enfermagem, dando-lhes acesso ao grau de Licenciado.</p><p>As escolas públicas de enfermagem passaram a ser supervisionadas pelo Ministério</p><p>da Educação e foram reorganizadas em unidades maiores, como Institutos</p><p>Politécnicos e Universidades.</p><p>No início dos anos 90, surgiram os Mestrados em Enfermagem na Universidade</p><p>Católica e em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel</p><p>Salazar, que começou a oferecer Doutoramento a partir de 2001. Em 2004, o</p><p>Programa de Doutoramento em Enfermagem foi lançado na Universidade de Lisboa</p><p>e na Universidade Católica, alinhando-se com as diretrizes de Bolonha a partir de</p><p>2007.</p><p>O XVII Governo, para o período de 2005-2009, fez do Processo de Bolonha uma</p><p>prioridade para o Ensino Superior. Assim, o ensino de enfermagem também se</p><p>adaptou a Bolonha, oferecendo tanto o grau de licenciado quanto o de mestre.</p><p>Atualmente, o ciclo de estudos para o grau de licenciado em enfermagem tem 240</p><p>ECTS e dura oito semestres, enquanto o ciclo para o grau de mestre varia entre 90 a</p><p>120 ECTS e inclui uma especialização</p><p>profissional.</p><p>* ECTS significa European Credit Transfer and Accumulation System (Sistema</p><p>Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos). É um sistema usado na União</p><p>9</p><p>Europeia para facilitar o reconhecimento e a transferência de créditos acadêmicos</p><p>entre diferentes instituições de ensino superior.</p><p>PRINCIPAIS PERSONAGENS ENVOLVIDOS NA</p><p>PROFISSIONALIZAÇÃO DA ENFERMAGEM EM PORTUGAL.</p><p>Isaura Silva Borges Coelho foi uma figura marcante na história da enfermagem e da</p><p>luta pelos direitos humanos em Portugal. Ela se destacou por sua coragem e</p><p>determinação, lutando por melhores condições de trabalho para as enfermeiras e pelo</p><p>direito de se casarem.</p><p>Isaura começou a trabalhar como enfermeira em condições precárias, com longas</p><p>jornadas de trabalho e pouca valorização. Ela decidiu liderar uma luta para garantir o</p><p>direito ao casamento para as enfermeiras, que era proibido na época. Sua luta a levou</p><p>para a prisão, onde foi torturada e mantida em isolamento por defender os direitos das</p><p>enfermeiras. Sua prisão gerou grande repercussão e mobilizou a sociedade civil.</p><p>Após a revolução de 1974, Isaura continuou a trabalhar em prol da enfermagem e dos</p><p>direitos humanos. Sua história é um exemplo de coragem e determinação, e serve de</p><p>inspiração para as novas gerações de enfermeiros.</p><p>Paulo Joaquim Pina Queirós. Concluiu o Doutoramento em Desarrollo e Intervención</p><p>Psicológica - Depart. Psic.e Sociol. Educación - Universidad de Extremadura em 2004.</p><p>Efetuou pós-doc. na área da enfermagem no ICBAS-UP em 2014. É Professor</p><p>Coordenador na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Investigador da</p><p>UICISA:E responsável pelo projeto estruturante "História e Epistemologia da Saúde e</p><p>Enfermagem". Publicou 90 artigos em revistas especializadas e 59 trabalhos em actas</p><p>de eventos, efetuou múltiplas comunicações orais e em poster. Autor de 27 capítulos</p><p>de livros e de 1 livros de autor único. Possui 2 softwares com registo. Participou em</p><p>eventos no estrangeiro e em Portugal, membro de comissões organizadoras e</p><p>cientificas. Orientou 3 pós-doutoramentos (um estudante brasileiro, um espanhol e um</p><p>português). Orientou 1 estágio doutoral de curta duração de estudante brasileiro.</p><p>Orientou 6 teses de doutoramento e co-orientou 7, orientou 15 dissertações de</p><p>mestrado e co-orientou 1, nas áreas de Enfermagem, Gestão, Ciências da Saúde,</p><p>Psicologia e Ciências da Educação. Recebeu 4 prémios e/ou homenagens. Actua na</p><p>10</p><p>área de Ciências da Saúde e Ciências Sociais com ênfase em Enfermagem, História</p><p>da Enfermagem e Ciências da Educação. No seu curriculum os termos mais</p><p>frequentes são: Enfermagem, História de Enfermagem, Enfermagem de Reabilitação,</p><p>Teoria de Enfermagem e Epistemologia.</p><p>Simões, nasceu a 1819 e morreu em 1903, médico, professor da Universidade de</p><p>Coimbra, administrador dos HUC, introduziu o ensino experimental na medicina</p><p>portuguesa, sentiu necessidade de qualificação do pessoal hospitalar e criou em 1881,</p><p>a primeira escola de enfermeiros em Portugal, precisamente em Coimbra. Para a</p><p>percepção dos seus objetivos viajou pela Europa, inteirando-se do que mais moderno</p><p>se fazia. Inserindo-se nas correntes higienistas, preocupou-se com a organização e</p><p>funcionalidade dos espaços hospitalares.</p><p>A leitura e análise do livro “Hospitais Estrangeiros de Construção Moderna. Alemães,</p><p>Belgas, Suíços, Italianos</p><p>e espanhóis”, de Costa Simões, publicado em 1901, permitiu-nos identificar um</p><p>conjunto de Instituições visitadas por Costa Simões com referências a enfermeiros</p><p>(Tabela 1), de onde recolhemos ao seguintes tópicos de análise: i) Os espaços</p><p>hospitalares, os quartos dos enfermeiros, e as residências; ii) as dotações de</p><p>enfermeiros e enfermeiras; iii) a formação de enfermeiros e enfermeiras; iv) as irmãs</p><p>da caridade.</p><p>TABELA 1:</p><p>Instituições visitadas por Costa Simões com referências a enfermeiros</p><p>País Hospital</p><p>Data da</p><p>visita</p><p>Data da</p><p>inauguração</p><p>Referência</p><p>enf. os/as</p><p>Hospital de</p><p>Hamburgo, em</p><p>Eppendorf</p><p>Julho</p><p>1891</p><p>1887 Sim</p><p>Hospital Frederico, no</p><p>Parque de Berlim</p><p>1891 1874 Sim</p><p>11</p><p>Alemanha Hospital D’Urban, em</p><p>Berlim</p><p>Julho</p><p>1891</p><p>1890 Sim</p><p>Hospital do Instituto</p><p>Koch, em Berlim</p><p>Junho</p><p>1891</p><p>Em construção</p><p>adiantada em 1891</p><p>Sim</p><p>Hospital Militar de</p><p>Bruxelas</p><p>1891 1888 Sim</p><p>Bélgica</p><p>Hospital de</p><p>Enfermarias Circulares</p><p>em Anvers</p><p>Julho</p><p>1891</p><p>1883 Sim</p><p>Hospital de Mons 1891 1875 Sim</p><p>Hospital de Berne ou</p><p>Hospital da Ilha</p><p>a) 1885 Sim</p><p>Suíça Hospital de Aarau,</p><p>cantão de Argovie</p><p>a) 1887 Sim</p><p>Itália</p><p>Novo Hospital de</p><p>Roma, Policlínico</p><p>Umberto 1º</p><p>a) Projeto 1888</p><p>1894 construídos 4 pav.</p><p>Sim</p><p>Hospital de Santo</p><p>André em Génova</p><p>a) Estatutos 1896 Sim</p><p>Hospital Militar de</p><p>Madrid, em</p><p>Carabanchel</p><p>a) Ordem de construção</p><p>1889</p><p>Sim</p><p>Espanha Hospital de la</p><p>Princesa, em Madrid</p><p>Agosto</p><p>1891</p><p>Mandado edificar 1852</p><p>Restauro 1880</p><p>Não</p><p>Hospital Rubio, em</p><p>Madrid</p><p>1891 Posterior a 1891 Sim</p><p>12</p><p>13</p><p>Fontes:</p><p>https://revistas.pucsp.br/hcensino/article/download/57945/40458</p><p>REVISTA DE ENFERMAGEM UFPE ONLINE. Revista de Enfermagem UFPE online,</p><p>[s.l.], v. 3, n. 2, jul./set. 2009. Disponível em:</p><p>http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/</p><p>SEP (Sociedade Portuguesa de Enfermagem):</p><p>https://www.sep.org.pt/files/uploads/2019/06/sep_12062019_entrevista_Borges_coel</p><p>hoEnfermagem-em-foco-N14-1994.pdf</p><p>Sociedade Portuguesa de História da Enfermagem: https://sphenf.com/isaura-</p><p>assuncao-da-silva-borges-coelho/ir</p><p>REVISTA PUC – A história do ensino de enfermagem em Portugal:</p><p>http://dx.doi.org/10.23925/2178-2911.2022v25espp88-101</p><p>https://revistas.pucsp.br/hcensino/article/download/57945/40458</p>

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