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19/08/2020 1 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG Instituto Federal de Goiás Departamento IV - Coordenação de Mecânica Disciplina: Dinâmica das Máquinas Fundamentos da Cinemática 2ª Parte Capítulo 2 – Cinemática e Dinâmica dos Mecanismos - Norton Prof.: Marco Aurélio B C Badan E-mail: marco.badan.ifg@gmail.com Sala: Colaboração e agradecimentos: Prof . Ricardo Humberto de Oliveira Filho - UFTM Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Paradoxos O fato do critério de Gruebler não considerar o comprimento e a forma dos elos pode levar a resultados enganosos, tendo em vista configurações geométricas únicas. A estrutura mostrada em (a) é chamada mecanismo quinteto-E com GDL=0. Sua montagem condiz com o imposto pelo critério de Gruebler. Já a montagem em (b) é outro tipo de construção do mesmo mecanismo, mas agora com GDL=1, contradizendo o critério de Gruebler. Desta forma, deve-se tomar cuidado ao se utilizar o método, sempre avaliando a possibilidade de algum tipo de movimento. 1 23 1 2M L J J 19/08/2020 2 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Transformação de Mecanismos Existem várias técnicas ou regras para transformação de mecanismos básicos em outros mais úteis: 1. Juntas de revolução podem ser trocadas por juntas prismáticas sem mudar o GDL do mecanismo. A figura mostra uma montagem de 4 barras manivela-seguidor transformada em uma biela-manivela trocando-se o elo 4 por um bloco deslizante. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA 2. Qualquer junta completa pode ser trocada por uma meia junta, resultando no aumento de 1 GDL. 3. A remoção de 1 elo reduz o GDL de 1. 4. A combinação das regras 2 e 3 não alteram o GDL. A figura mostra um mecanismo de 4 barras transformado em um came-seguidor pela remoção do elo 3, e substituição de suas duas juntas completas por uma meia junta entre os elos 2 e 4. O mecanismo continua com 1 GDL. 19/08/2020 3 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA 5. Qualquer elo terciário ou de ordem maior pode ser parcialmente encolhido para um elo de ordem menor, fundindo os nós. Isso cria uma junta múltipla, mas não altera o GDL. A figura mostra um mecanismo de 6 barras de Stephenson transformado pelo encolhimento parcial do elo terciário 6 para criar uma junta múltipla, ainda é um sistema de GDL=1. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA 6. O completo encolhimento de um elo de ordem maior é equivalente à sua remoção. Uma junta múltipla será criada e o GDL reduzido. A figura mostra um mecanismo de 6 barras de Stephenson transformado pelo encolhimento completo do elo terciário 6 para criar uma junta múltipla, resultando em um sistema de GDL=0. 19/08/2020 4 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Movimento Intermitente É uma sequência de movimentos e tempos de espera. Sendo o tempo de espera um período no qual a peça de saída se mantém em estado estacionário, enquanto a peça de entrada continua em movimento. Mecanismo de Genebra A manivela tem um pino que entra em uma das fendas radias da roda de Genebra e faz com que a roda gire durante um trecho de uma revolução. Quando o pino deixa o canal, a roda de Genebra se mantém parada até que o pino entre no próximo canal. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Mecanismo Linear de Genebra 19/08/2020 5 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Mecanismo de Catraca e Lingueta O braço gira ao redor do centro da catraca e é movido de um lado para o outro. A lingueta de condução gira a catraca no sentido anti-horário e não faz nada no retorno. A lingueta de travamento evita que a catraca inverta a direção enquanto a lingueta de condução retorna. As molas pressionam as linguetas para manter o contato com a catraca. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG Mecanismo de Inversão Uma inversão é criada pelo fato de se fixar um elo diferente na cadeia cinemática. Assim, existem tantas inversões quanto o número de peças do mecanismo. Vamos avaliar as possíveis inversões do mecanismo biela-manivela, que possui a peça 1 fixa e a peça 4 em translação pura, comumente visto e usado em motores e bombas a pistão. FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA 19/08/2020 6 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG 1. Pode-se obter uma inversão fixando a manivela e deixando as demais peças móveis, obtendo-se um movimento complexo do bloco. Mecanismo clássico Inversão 1 FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA 2. Outra inversão é possível quando a biela é a peça fixa, resultando em um movimento de rotação pura do elo 4. Esta inversão é empregada em máquinas a vapor auxiliares. Mecanismo clássico Inversão 2 2. A terceira inversão, onde o cursor é a peça fixa, é usada em operações manuais, como em mecanismos de bombeamento de poços. Mecanismo clássico Inversão 3 19/08/2020 7 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA A Condição de GRASHOF Os mecanismos planos de quatro barras que possuem apenas pares rotativos são divididos em classes: • A classe 1 inclui todos os mecanismos em que um elo, o de menor dimensão, poderá realizar uma rotação completa em relação aos outros três; • Já quando nenhum elo pode realizar uma rotação completa em relação aos outros três é chamado de mecanismo de classe 2. A lei de Grashof é utilizada para verificar a classe destes tipos de mecanismos: A soma dos comprimentos do elo menor e do elo maior, devem ser menor ou igual à soma dos comprimentos dos elos restantes, para que um ou mais elos consigam realizar uma rotação completa (360 graus ou movimento circular contínuo). Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Então se: onde: S = comprimento do elo menor; L = comprimento do elo maior; P e Q = comprimento dos elos restantes. A montagem atende à condição de Grashof se pelo menos 1 dos elos consegue fazer uma revolução completa. Os movimentos possíveis para um mecanismo de 4 barras vai depender da condição de Grashof e da inversão escolhida, sendo as inversões definidas de acordo com o elo menor. S L P Q 19/08/2020 8 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Para o caso da Classe I, S+L<P+Q • Fixando qualquer elo adjacente ao menor obtêm-se o mecanismo manivela-seguidor, em que o menor elo girará totalmente e o elo conduzido irá oscilar. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA • Fixando o elo menor, obtêm-se a dupla manivela, na qual ambos os elos, motor e conduzido, girarão totalmente de acordo com o acoplador. 19/08/2020 9 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA • Fixando o elo oposto ao menor, obtêm-se o duplo seguidor, onde ambos elos, motor e conduzido, oscilarão e apenas o acoplador girará totalmente. Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Para o caso da Classe II, S+L>P+Q • Todas as inversões são triplo seguidores, nas quais nenhum elo conseguirá girar totalmente. 19/08/2020 10 Prof. Marco Aurélio Brazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA Existe ainda um caso particular, conhecido como Classe III, S+L=P+Q Tratado como caso especial de Grashof, todas as configurações serão dupla manivela ou manivela seguidor, mas terão 2 pontos de mudança para cada revolução da manivela de entrada quando os elos ficarem colineares. Neste ponto, o comportamento da mudança será indeterminado, sendo classificada como configuração incerta. O movimento deve ser limitado para se evitar chegar aos pontos de mudanças ou em um elo adicional fora de fase, fornecido para garantir a passagem por esses pontos de mudança. Prof. Marco AurélioBrazão Costa Badan - IFG FUNDAMENTOS DA CINEMÁTICA