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<p>Table of Contents</p><p>Introdução</p><p>1 Decisões importantes</p><p>2 Inteligência emocional e motivação</p><p>3 Organização do ambiente de estudos e saúde</p><p>4 Cronograma de estudos e rotina eficiente</p><p>5 Materiais e cursos para os estudos</p><p>6 Métodos e técnicas de estudos</p><p>7 Revisões e memorização dos estudos</p><p>8 Estratégias para o dia da prova e preparação para fases</p><p>específicas</p><p>9 Mitos e verdades sobre os estudos para concursos públicos</p><p>BÔNUS I Como criar hábitos novos e produtivos</p><p>BÔNUS II Como montar seu cronograma de estudos personalizado</p><p>BÔNUS III Características comuns dos aprovados em concursos</p><p>públicos</p><p>PERGUNTAS</p><p>E RESPOSTAS</p><p>PARA PASSAR EM CONCURSOS</p><p>PÚBLICOS</p><p>As melhores respostas para as melhores</p><p>perguntas sobre os temas realmente</p><p>necessários em concursos públicos</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>Angelica Ilacqua CRB-8/7057</p><p>Pureza, Diego Luiz Victório</p><p>Perguntas e respostas [livro eletrônico] : para passar em concursos públicos : as melhores respostas para as</p><p>melhores perguntas sobre os temas realmente necessários em concursos públicos / Diego Luiz Victório Pureza.</p><p>-- São José dos Campos, SP : DP Editorial, 2022.</p><p>?? Mb ; ePUB</p><p>ISBN 978-65-998652-0-6</p><p>1. Concursos - Métodos de estudo I. Título</p><p>22-4954 CDD 351.81076</p><p>Índices para catálogo sistemático:</p><p>1. Concursos públicos - Métodos de estudo</p><p>A Deus.</p><p>Aos pilares da minha vida:</p><p>minha amada esposa Anne e amados filhos</p><p>Luiza e Daniel.</p><p>Aos meus milhares de alunos e seguidores que,</p><p>em razão da dinâmica desta obra,</p><p>os considero coautores.</p><p>SUMÁRIO</p><p>Introdução</p><p>Como esse livro pode te ajudar a passar em concursos públicos</p><p>1</p><p>Decisões importantes</p><p>2</p><p>Inteligência emocional e motivação</p><p>3</p><p>Organização do ambiente de estudos e saúde</p><p>4</p><p>Cronograma de estudos e rotina eficiente</p><p>5</p><p>Materiais e cursos para os estudos</p><p>6</p><p>Métodos e técnicas de estudos</p><p>7</p><p>Revisões e memorização dos estudos</p><p>8</p><p>Estratégias para o dia da prova e preparação para fases específicas</p><p>8.1 Provas objetivas</p><p>8.2 Provas discursivas</p><p>8.3 Prova oral</p><p>9</p><p>Mitos e verdades sobre os estudos para concursos públicos</p><p>Bônus I</p><p>Como criar hábitos novos e produtivos</p><p>Bônus II</p><p>Como montar seu cronograma de estudos personalizado</p><p>Bônus III</p><p>Características comuns dos aprovados em concursos públicos</p><p>Com o avanço da tecnologia, especialmente das redes sociais, o</p><p>acesso à informação se tornou cada vez mais possível a todos. A</p><p>atual geração desfruta de um acervo absurdo de informações que</p><p>são geradas por especialistas e influenciadores diariamente.</p><p>Dessa forma, o desafio deixa de ser a busca por informações e</p><p>passa a ser o filtro por informações de qualidade. Nas redes sociais</p><p>há uma verdadeira poluição de ideias equivocadas fantasiadas de</p><p>dicas, conselhos e “segredos infalíveis”.</p><p>Além disso, por conta da dinâmica de algumas redes sociais,</p><p>algumas informações preciosas ficam disponíveis por apenas 24</p><p>horas. Sim, muito rápido! Se perdeu, dificilmente terá outra chance!</p><p>Somado a todos estes fatores, no mundo dos concursos é comum</p><p>as pessoas desperdiçarem muito tempo “andando em círculos”,</p><p>repetindo erros e com dificuldades de avançarem. Não conseguem</p><p>progredir e, na maioria dos casos, não avançam por falta de</p><p>informação.</p><p>Mas como isso é possível? Como não conseguem a informação</p><p>necessária em um mundo mergulhado em um oceano de</p><p>informações? A resposta é simples: muitos não conseguem as</p><p>respostas certas porque fazem as perguntas erradas.</p><p>Foi pensando nessas circunstâncias que criamos esta obra, cuja</p><p>principal finalidade foi compilar as melhores perguntas com as</p><p>melhores respostas de forma direta e objetiva sobre diversos temas</p><p>necessários à preparação para passar em provas e concursos</p><p>públicos.</p><p>Em minha jornada, acumulei algumas reprovações e aprovações;</p><p>tive a oportunidade de estudar e me aprofundar em técnicas de</p><p>aprendizagem acelerada e neurociência; me tornei processor e</p><p>mentor e, em mais de dez anos de experiência, tive o privilégio de</p><p>ajudar milhares de concurseiros a alcançarem a tão sonhada</p><p>aprovação.</p><p>Depois de um tempo ficou fácil diagnosticar que o sucesso deixa</p><p>rastros. Que a aprovação em concursos públicos passa</p><p>necessariamente por alguns padrões. Por isso essa obra foi</p><p>estrategicamente organizada de modo que o(a) leitor(a) terá acesso</p><p>a informações realmente indispensáveis no processo de</p><p>aprendizagem. Mais do que isso, alguns temas explorados servirão</p><p>como verdadeiros otimizadores em sua jornada!</p><p>Ao final, preparamos três bônus que ajudarão a ir além! Para</p><p>ajudar de forma prática nas mudanças necessárias, destacamos</p><p>como criar hábitos novos e produtivos; para encarar os estudos com</p><p>profissionalismo, um capítulo sobre como construir o seu</p><p>cronograma de estudos de forma personalizada; e, por fim, para</p><p>nunca deixar de avançar, listamos quais são as características mais</p><p>comuns entre aprovados em concursos públicos.</p><p>Que esta obra seja o início de uma grande mudança em sua</p><p>jornada!</p><p>Avante!</p><p>Primeiro é importante destacar como NÃO escolher: levar em</p><p>consideração apenas fatores como remuneração, benefícios, carga</p><p>de trabalho e status pode ser um grande erro. No longo prazo,</p><p>fatores como esses não costumam garantir a efetiva satisfação com</p><p>o cargo – são pontos que devem ser considerados, mas não com</p><p>um peso determinante.</p><p>Outro grande erro é levar em consideração apenas o aparente</p><p>grau de facilidade do concurso. Lembre-se: a capacidade cognitiva</p><p>de alguém que passa em um concurso de nível fundamental é a</p><p>mesma de alguém que passa em um concurso de alto nível (são</p><p>outros fatores que determinarão as suas chances de aprovação,</p><p>conforme veremos adiante).</p><p>A minha recomendação é que essa escolha demanda uma</p><p>atenção especial sobre a sua vocação, as suas paixões. O que</p><p>você gosta de fazer? Como se vê como profissional? Como se</p><p>imagina atuando em um cargo público? Como juiz? Como policial?</p><p>Como auditor fiscal?</p><p>Vencida essa reflexão, antes de tomar uma decisão definitiva</p><p>procure visitar órgãos públicos para ver de perto a atuação do cargo</p><p>que almeja (exemplo: se quer ser policial, visite delegacias e passe</p><p>um tempo por lá; se quer ser juiz, promotor, advogado, defensor</p><p>público, assista audiências públicas, plenários do júri etc.).</p><p>Aliás, após ter total convicção sobre a área de concurso que vai</p><p>direcionar os seus estudos por vocação e desejo (especialmente por</p><p>já se enxergar no cargo), muito provavelmente o seu foco e</p><p>motivação nos estudos serão infinitamente maiores e mais</p><p>consistentes.</p><p>A concorrência no mundo dos concursos está cada vez mais</p><p>acirrada, e as bancas cada vez mais aumentando o nível das</p><p>provas. Logo, não faz mais sentido conciliar áreas diferentes em</p><p>seus estudos (exemplo: estudar para carreiras policiais e fiscais ao</p><p>mesmo tempo).</p><p>É melhor fazer uma única coisa bem feita do que duas ou mais</p><p>“meia boca”.</p><p>Se já tomou a decisão sobre em qual área quer atuar (exemplo:</p><p>policial, tribunais, fiscal etc.), mas ainda não decidiu qual edital</p><p>específico, comece estudando ao menos as matérias comuns da</p><p>sua área.</p><p>Toda área de atuação tem um núcleo de matérias comum</p><p>(exemplo: para as carreiras policiais, é comum cobrarem Língua</p><p>Portuguesa, Informática, Raciocínio Lógico, Direito Constitucional,</p><p>Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual Penal,</p><p>Legislação Especial e Direitos Humanos).</p><p>Dessa forma, em uma reta final após a publicação de um edital</p><p>que te interessar, ficará mais fácil conciliar com as matérias</p><p>específicas cobradas, já que você terá uma base muito forte das</p><p>principais matérias cobradas.</p><p>Então, se decidir por outros concursos além do seu objetivo final,</p><p>então ao menos permaneça dentro da mesma área. Se for para</p><p>fazer outras provas, que seja para pegar ritmo de prova (isso é algo</p><p>importantíssimo), mas sem se desviar nos estudos.</p><p>Essa é uma das maiores armadilhas para um concurseiro e a que</p><p>mais derruba! Sim, pois ao não atingir o objetivo (ser aprovado) no</p><p>prazo previamente definido (geralmente sem nenhum critério</p><p>plausível) o concurseiro passa a se sentir um fracassado, incapaz, e</p><p>com isso a tendência é que acabe</p><p>em reta final pós edital, se possível faça um</p><p>simulado por semana. Em estudos de longo prazo sem edital,</p><p>realizando um ou dois simulados por mês já estará de bom</p><p>tamanho;</p><p>• Tipo de prova: faça as provas anteriores do seu concurso-alvo.</p><p>Após, procure simulados que cobrem as mesmas matérias, de</p><p>preferência com questões inéditas e atuais (atualmente há</p><p>cursos que vendem pacotes de simulados com questões inéditas</p><p>e voltados para o seu concurso específico);</p><p>• Não sendo possível, ao menos monte simulados com</p><p>questões da banca do seu concurso;</p><p>• Durante a realização do simulado, simule as características</p><p>do ambiente de um concurso público (ao menos no que for</p><p>possível). Os mais importantes são: cronometrar o tempo, com o</p><p>período previsto no edital; se isole de pessoas; desligue e não</p><p>tenha contato com nenhum aparelho eletrônico; opte por cadeira</p><p>e mesa duras e desconfortáveis; pare para comer, beber água e</p><p>ir ao banheiro, apenas;</p><p>• O mais importante: após o simulado, você precisará nos dias</p><p>seguintes, conforme a organização em seu cronograma de</p><p>estudos, separar um tempo para investigar e entender cada</p><p>questão que errou (ou que acertou “chutando”). Esse hábito no</p><p>longo prazo fará com que você suba de nível em suas notas e vá</p><p>pegando o jeito.</p><p>Desenvolvida pelo italiano Francesco Cirillo, a técnica Pomodoro</p><p>combina estudo e descanso em períodos específicos.</p><p>Parte da premissa de que o cérebro necessita de descansos para</p><p>assimilar mais conteúdo.</p><p>A ideia é: sempre que o foco estiver caindo, sempre que a atenção</p><p>aos estudos estiver perdendo força, curtas pausas de descanso</p><p>funcionarão como um “carregador de bateria”.</p><p>Em outras palavras, visa aumentar o tempo de concentração e a</p><p>produtividade nos estudos.</p><p>Na prática, consiste em estudar entre sessões de 25 minutos</p><p>ininterruptos intercalando com pausas de 5 minutos para descanso.</p><p>Depois, você pode refazer o processo. Após 2 horas estudando,</p><p>você deve realizar uma pausa de 30 minutos.</p><p>Foi a técnica que mais me fez evoluir em termos de qualidade</p><p>no aprendizado e na memorização.</p><p>A ideia da técnica de Feynman é simples e sua validade tem base</p><p>científica.</p><p>Em síntese, a técnica é dividida em 4 etapas:</p><p>1. Escolha um assunto a estudar;</p><p>2. Ensine para uma criança;</p><p>3. Identifique falhas na compreensão da criança;</p><p>4. Revise e simplifique ainda mais a explicação.</p><p>A ideia é que se você estudou a ponto de conseguir explicar de</p><p>uma forma simples, então você efetivamente entendeu o assunto.</p><p>De fato, quando se trata de uma informação que dominamos fica</p><p>fácil explicar o tema para qualquer pessoa, até mesmo para uma</p><p>criança.</p><p>Essa técnica é mais profunda do que aparenta. O ser humano</p><p>absorve informações por meio dos sentidos (visão, audição, tato,</p><p>paladar e olfato).</p><p>A ciência há algumas décadas já concluiu que quanto maior o</p><p>número de sentidos utilizamos para captar uma única informação,</p><p>mais forte será o recado ao cérebro de que aquela informação é</p><p>importante e merece a retenção (armazenamento na memória de</p><p>longo prazo).</p><p>Quando você explica um tema para alguém, primeiro que antes da</p><p>explicação você acaba se forçando a entender de verdade o</p><p>assunto (até para não passar vergonha), e segundo que ao explicar</p><p>o tema você reafirma aquela informação para o seu cérebro</p><p>ativando todos os cinco sentidos.</p><p>O efeito é tão forte que consigo me recordar até mesmo do tema e</p><p>de detalhes da primeira palestra que ministrei na vida (há muitos</p><p>anos).</p><p>Aliás, comecei a utilizar essa técnica muito antes de me tornar</p><p>professor (antes de desejar a profissão). Então para fins de</p><p>concurso, vale acrescentar:</p><p>• Você não precisa carregar uma criança em todos os momentos</p><p>em que for estudar. Melhor, você não precisa efetivamente</p><p>explicar para outra pessoa. Só o fato de explicar para si mesmo</p><p>na frente do espelho já funcionará, eu mesmo fazia dessa forma;</p><p>• Sugestão: comece pelos pontos basilares de cada matéria. Isso</p><p>tornará mais fácil a compreensão do restante na medida em que</p><p>for avançando;</p><p>• É uma excelente técnica para conciliar com os flashcards</p><p>(método de revisão). Dessa forma, você responderá para si</p><p>mesmo as perguntas construídas para revisar. Serão dois</p><p>coelhos numa cajadada só, otimizando o seu tempo.</p><p>Como o próprio nome sugere, no estudo reverso há uma</p><p>inversão no processo de estudos.</p><p>Geralmente, começamos estudando a teoria de algum assunto</p><p>para, só depois, enfrentar questões anteriores sobre o tema visando</p><p>verificar se realmente aprendeu.</p><p>Já no estudo reverso a ordem é invertida: primeiro enfrentamos as</p><p>questões anteriores e depois focamos na teoria.</p><p>Temos as seguintes vantagens nesse processo: permite que você</p><p>identifique exatamente a forma como cada tema é cobrado pela</p><p>respectiva banca; aponta quais detalhes e informações de cada</p><p>matéria são realmente relevantes; evidencia o nível de profundidade</p><p>do seu concurso, ajudando inclusive a selecionar os materiais</p><p>adequados para estudar a teoria.</p><p>Dessa forma, quando partir para a teoria o seu foco será muito</p><p>mais preciso, passando a absorver o conteúdo que realmente</p><p>interessa.</p><p>Mas cuidado! Esse método não é para todo mundo.</p><p>O estudo reverso só vai funcionar para quem está em uma zona</p><p>intermediária ou avançada dos estudos, isso porque se você está</p><p>começando agora não será capaz de identificar temas específicos</p><p>por meio de questões anteriores.</p><p>A título de exemplo, se está começando do zero de nada adiantará</p><p>realizar algumas questões sobre regras envolvendo o acento grave</p><p>(crase), ou sobre direitos fundamentais, ou mesmo sobre atributos</p><p>dos atos administrativos. Você simplesmente não entenderá nada.</p><p>Mas repetimos: se tem uma noção sobre cada matéria cobrada em</p><p>seu edital, então o estudo reverso poderá ser muito útil,</p><p>especialmente em retas finais – períodos em que não há tempo a</p><p>perder e, portanto, precisará otimizar ao máximo a aprendizagem de</p><p>curto prazo.</p><p>Sim, eu utilizei essa técnica por algum tempo e os resultados</p><p>realmente me surpreenderam.</p><p>É uma técnica que promete que você conseguirá ler mais rápido e</p><p>absorver mais conteúdo e com maior qualidade. Parece bom demais</p><p>pra ser verdade e a melhor parte é que funciona mesmo.</p><p>Mas preciso fazer algumas observações:</p><p>• Ao contrário do que muitos acreditam, não se trata de nada</p><p>místico ou sobrenatural, tampouco algo voltado à autoajuda.</p><p>Trata-se de um exercício físico, isso mesmo, um treino do</p><p>músculo do globo ocular, então vai requerer treinos diários;</p><p>• Sobre os treinos, não se preocupe. Você não vai utilizar mais do</p><p>que 10 minutos por dia. Eu mesmo utilizava aproximadamente 5</p><p>minutos por dia e já funcionava muito bem;</p><p>• Porém, como qualquer treino muscular, se você parar você</p><p>perderá essa velocidade e qualidade na leitura. Se um atleta de</p><p>alto nível se aposenta e para de treinar, em pouco tempo terá o</p><p>desempenho físico de uma pessoa comum, na média. O mesmo</p><p>acontece com o treino da leitura dinâmica, então mantenha os</p><p>treinos enquanto a leitura for importante para os seus estudos.</p><p>Como os treinos são físicos, ficará mais fácil você aprender as</p><p>técnicas por meio de vídeos. Há inúmeros tutoriais rápidos e</p><p>gratuitos no YouTube e você precisará apenas de papel A4, outro</p><p>papel com tabela (4 colunas), um metrônomo (há aplicativos no</p><p>celular com essa função) e tempo disponível em sua rotina (de 4 a</p><p>20 minutos do seu dia, no máximo).</p><p>PNL é a abreviação da expressão “Programação</p><p>Neurolinguística”. Neuro nos apresenta a ideia dos processos</p><p>mentais, enquanto que linguística melhor se traduz em comunicação</p><p>verbal e não verbal.</p><p>Em síntese, PNL é a forma como organizamos e/ou refazemos</p><p>nossas ideias e comportamentos (e, consequentemente, nossos</p><p>resultados).</p><p>Um erro muito comum do concurseiro é não explorar a sua</p><p>principal ferramenta para os estudos: o cérebro.</p><p>Muitos acabam nem se dando conta que, sendo a nossa “caixa de</p><p>ferramentas” aperfeiçoada constantemente, com a substituição de</p><p>crenças e hábitos negativos por positivos, na prática isso significará</p><p>um aceleramento incrível até a sua aprovação.</p><p>Confesso que ter começado a estudar PNL e – mais importante –</p><p>ter</p><p>colocado em prática as técnicas e treinamentos mudou a minha</p><p>vida (em praticamente todas as áreas, não se limitando apenas aos</p><p>estudos).</p><p>Sei que muitos não têm tempo disponível para se aprofundarem</p><p>no tema, mas sempre que for possível vale a pena buscar</p><p>informações. Atualmente há livros, manuais e cursos</p><p>descomplicados, voltados para leigos na neurociência, ou seja, o</p><p>caminho foi encurtado.</p><p>Por meio da PNL você poderá superar crenças limitantes, adquirir</p><p>novas capacidades e inteligências, superar dificuldades, aperfeiçoar</p><p>seus pontos fortes e muito mais. Espero que daqui pra frente esse</p><p>assunto comece e te interessar!</p><p>O ideal é tentar memorizar.</p><p>A maioria das pessoas prefere tentar decorar, especialmente</p><p>porque decorar exige menos esforço e há inúmeras técnicas que</p><p>auxiliam nesse processo (exemplo: processos mnemônicos).</p><p>O problema é que ao decorar você passa a correr o risco de se</p><p>esquecer. Decorar para o cérebro significa armazenar uma</p><p>informação de forma estática e sem propósito definido. Com isso, há</p><p>grandes chances de se esquecer do que estudou com o passar do</p><p>tempo ou em situações de estresse (como ocorre no dia da prova).</p><p>É também uma tendência tentar decorar na medida em que o</p><p>sistema de ensino brasileiro, de um modo geral, tem apenas a</p><p>preocupação de entulhar matérias e assuntos nas cabeças dos</p><p>alunos ao invés de ensiná-los a pensar e se comunicar sobre cada</p><p>tema. Somos, portanto, adestrados desde cedo apenas a decorar</p><p>informações até passar de ano e sem a preocupação da aplicação</p><p>prática de cada informação.</p><p>Portanto, abandonar a “decoreba” e passar a melhorar a qualidade</p><p>dos estudos para tentar memorizar o que estudou acaba se</p><p>tornando um processo contraintuitivo, mas vale o esforço!</p><p>Já a memorização exige que antes você tenha efetivamente</p><p>compreendido o que estudou e, em um segundo momento,</p><p>revisar o assunto até dominá-lo. Dá mais trabalho, porém o</p><p>conhecimento na memória acaba se tornando muito mais sólido na</p><p>medida em que passará a fazer parte do seu conhecimento</p><p>(memória de longo prazo).</p><p>Eis alguns exemplos sobre como não realizar revisões:</p><p>• Revisões em períodos muito espaçados: não faça revisões</p><p>sem um cronograma previamente elaborado. Revisar sem</p><p>periodicidade e com intervalos muito longos não costuma ser</p><p>muito efetivo. Se demorar muito, você poderá não se lembrar do</p><p>que colocou em seu material de revisão, logo, precisará</p><p>reestudar o tema;</p><p>• Revisões longas e aprofundadas: revisão não significa</p><p>reestudar toda a matéria. Se você está revendo TODO o</p><p>conteúdo já estudado, então você está, por óbvio, estudando</p><p>tudo novamente. Isso fará com que você perca muito tempo útil</p><p>para alcançar informações novas. A revisão precisa ser rápida e</p><p>objetiva, focando preferencialmente nos pontos mais importantes</p><p>de cada assunto e explorando a velocidade de sua memória no</p><p>processo de recordação sobre cada tema.</p><p>As melhores técnicas de revisão têm características destacadas</p><p>na base da Pirâmide de Aprendizagem, desenvolvida a partir dos</p><p>estudos de William Glasser:</p><p>São as seguintes:</p><p>Mapas Mentais;</p><p>Flashcards;</p><p>Resumos (com algumas ressalvas).</p><p>IMPORTANTE: Não vale comprar materiais de revisão prontos. A</p><p>ideia é que o processo de revisão exige aprendizagem prévia.</p><p>Apenas ler o que outra pessoa fez pode ser tudo (um material</p><p>bonitinho, na melhor das hipóteses), menos revisão (exige recordar</p><p>algo que você efetivamente aprendeu).</p><p>Vale acrescentar que melhor será o processo de fixação do</p><p>conhecimento na medida em que aguçar o maior número de</p><p>sentidos possível (exemplos: inserir cores, para a visão; falar sobre</p><p>o conteúdo, para a audição e paladar etc.). Falaremos sobre cada</p><p>uma das técnicas acima destacadas em perguntas seguintes.</p><p>Os mapas mentais funcionam como esquemas cuja finalidade é</p><p>resumir um conteúdo de forma bastante visual e com pouca</p><p>informação escrita (apenas palavras-chave), conforme a ilustração</p><p>abaixo:</p><p>Você deve inserir o tema estudado no centro, e as respectivas</p><p>características, espécies e demais detalhes você desenvolve em</p><p>forma de ramificações (e, se necessário, sub-ramificações).</p><p>Quanto mais cores e ilustrações, melhor será para o processo</p><p>de memorização. Você pode fazer manualmente ou por meio de</p><p>aplicativos e softwares.</p><p>São cartões com a finalidade de testar a sua memória a partir do</p><p>acionamento de um gatilho mental (o gatilho da curiosidade), na</p><p>medida em que por meio de flashcards você resumirá informações</p><p>estudadas em perguntas e respostas – com isso, também treinará o</p><p>processo de evocação da memória (processo responsável por</p><p>“buscar” a informação acionada até o seu consciente, tornando a</p><p>informação disponível para ser usada em provas).</p><p>Você pode construir flashcards virtualmente (aplicativos e</p><p>softwares) ou fisicamente, comprando em qualquer papelaria fichas</p><p>pautadas como essas:</p><p>Na frente você transformará um conteúdo em perguntas. Exemplo:</p><p>se está estudando os requisitos da legítima defesa, então na frente</p><p>você poderá colocar a seguinte indagação: “quais os requisitos da</p><p>legítima defesa?” No verso, você colocará a resposta resumida.</p><p>Não é necessário construir longos textos na resposta. Você só</p><p>deve construir um flashcard se realmente entendeu o conteúdo</p><p>estudado. Dessa forma, você conseguirá inserir na resposta apenas</p><p>palavras-chave. Para a sua memória, se fizer sentido e se funcionar</p><p>como meio de lembrança do conteúdo estudado, então está correto!</p><p>Não. Flashcard eficiente é aquele capaz de efetivamente provocar</p><p>a lembrança completa de temas que você estudou e aprendeu.</p><p>A forma como você irá construí-los poderá variar de pessoa para</p><p>pessoa, conforme o estilo de cada uma.</p><p>Aliás, a forma será mesmo importante se optar por aquela que</p><p>facilite a sua organização. Com o tempo, você acumulará um</p><p>volume significativo de flashcards, logo, ter uma organização</p><p>funcional da sua revisão será extremamente importante.</p><p>Trataremos sobre a periodicidade da realização das revisões em</p><p>páginas seguintes.</p><p>Essa é a técnica mais arriscada de revisão!</p><p>A ideia de fazer resumos é compilar em forma de redação os</p><p>pontos mais importantes de determinado assunto estudado. O</p><p>problema é que no início dos estudos não temos a devida</p><p>maturidade e conhecimento para saber exatamente o que é mais</p><p>importante em cada disciplina.</p><p>Então, no início é comum as pessoas criarem resumos enormes</p><p>(ou seja, não são efetivamente resumos). Com um material extenso,</p><p>o que acabam fazendo não é exatamente revisar e sim reestudar.</p><p>Não há nada de errado (em termos de conteúdo) em reestudar um</p><p>assunto. É até comum absorver detalhes que não haviam sido</p><p>captados no primeiro estudo. O problema é que no processo de</p><p>estudos para concursos há um volume enorme de conteúdo para</p><p>ser estudado, então a revisão precisa ser rápida. Com o reestudo</p><p>muito tempo é investido, afastando a eficiência de uma boa revisão.</p><p>Por esse motivo, fazer resumos não costuma ser tão eficiente</p><p>quanto fazer mapas mentais e/ou flashcards.</p><p>Mesmo assim, se for insistir em fazer resumos, uma dica para</p><p>identificar pontos relevantes de cada assunto é construir o seu</p><p>resumo após fazer uma bateria de questões anteriores. Logo, assim</p><p>ficará a sequência:</p><p>Estudar o assunto até entender;</p><p>Fazer questões anteriores sobre o tema;</p><p>Fazer o resumo.</p><p>A partir dos estudos do alemão Herman Ebbinghaus, foi</p><p>desenvolvido a chamada “curva do esquecimento”.</p><p>Não estamos diante de uma ciência exata, então essa curva irá</p><p>naturalmente variar de pessoa para pessoa, e ainda assim, para a</p><p>mesma pessoa pode variar de disciplina para disciplina, de assunto</p><p>para assunto. Mesmo assim, a ideia ilustrará bem o raciocínio. Eis a</p><p>ilustração da curva do esquecimento:</p><p>O que ficou demonstrado é que após estudar um conteúdo novo,</p><p>você será capaz de absorver no máximo 70% da informação (isso</p><p>explica o motivo de percebermos detalhes “novos” após ler o</p><p>mesmo livro ou estudar o mesmo conteúdo pela segunda vez).</p><p>Perceba que 24 horas após estudar, se não for realizada uma</p><p>revisão você terá se esquecido da maior parte do que estudou,</p><p>retendo em média 20% do conteúdo (linha</p><p>azul).</p><p>Se revisa uma vez você terá um pico na absorção do</p><p>conhecimento e passará e ter mais retenção. Mas fazer uma única</p><p>revisão ainda é pouco, no longo prazo (após mais de uma semana),</p><p>apesar de memorizar o dobro comparado com quem não revisa,</p><p>ainda assim a retenção será de, em média, 15% da informação.</p><p>Muito pouco!</p><p>Todavia, seguindo a sequência de revisões, fica claro que a</p><p>absorção e retenção do conteúdo estudado ultrapassará a barreira</p><p>dos 80% da informação (e pode tranquilamente chegar a 100%).</p><p>CONCLUSÃO: Você poderá revisar o mesmo conteúdo com a</p><p>seguinte periodicidade:</p><p>• 1ª Revisão: logo no dia seguinte (em aproximadamente 24 horas</p><p>após o estudo);</p><p>• 2ª Revisão: 7 dias após o estudo;</p><p>• 3ª Revisão: 15 dias após o estudo;</p><p>• Revisões seguintes: de 30 em 30 dias (sendo possível, de 15</p><p>em 15 dias).</p><p>IMPORTANTE: evidentemente chegará uma hora em que você</p><p>terá muito conteúdo para revisar, por isso a organização será</p><p>importantíssima. É fundamental que você sempre tenha mais tempo</p><p>para adquirir novos conteúdos. Perceba que com a sugestão acima,</p><p>você alcançará um ponto de equilíbrio em cada assunto (chegando</p><p>em um momento em que dificilmente se esquecerá de cada assunto</p><p>exaustivamente revisado e, nesse momento, poderá arquivar o tema</p><p>memorizado dando espaço para outros temas).</p><p>Já ouvi diversas estratégias, mas vou sugerir a estratégia que me</p><p>ajudou em todas as minhas aprovações em provas objetivas e</p><p>que funciona com todos os meus alunos que a colocam em</p><p>prática. Eis o passo a passo:</p><p>1. Visão panorâmica da prova: leia rapidamente e de forma</p><p>superficial as questões da prova assim que abrir o caderno.</p><p>Dessa forma, você poderá classificar as questões em “fácil”,</p><p>“média” e “difícil”. Além disso, você ativará um processo mental</p><p>chamado de “evocação da memória” (processo responsável por</p><p>“perseguir” informações na sua memória e torná-la acessível</p><p>para a prova – é por isso que às vezes nos recordamos sobre</p><p>algo que perguntamos minutos ou horas antes, ou seja, a partir</p><p>da pergunta seu cérebro passou a buscar a informação);</p><p>2. O começo: comece resolvendo as questões mais fáceis, depois</p><p>as medianas, deixando mais tempo para as difíceis. Já ouvi</p><p>diversas pessoas falarem que basta calcular o tempo disponível</p><p>para fazer a prova e dividir pelo número de questões para ter a</p><p>média de tempo para cada resolução. Isso não faz o menor</p><p>sentido! É preciso considerar o tempo necessário para o</p><p>gabarito, bem como entender que diante das diferenças entre</p><p>cada questão (níveis de dificuldade; textos longos e curtos etc.)</p><p>será praticamente impossível destinar o mesmo tempo para cada</p><p>questão;</p><p>3. Gabarito: sempre separe um tempo fechado para o</p><p>preenchimento do gabarito. É impressionante o número de</p><p>candidatos preparados para serem aprovados mas que são</p><p>reprovados por não separarem tempo suficiente para o gabarito.</p><p>Com isso, o gabarito fica incompleto ou, diante da correria e do</p><p>nervosismo, acabam cometendo inúmeros erros no</p><p>preenchimento.</p><p>É comum se surpreender ao abrir o caderno de questões e notar</p><p>que o nível da prova é mais difícil que o esperado. O erro, por</p><p>vezes, está na expectativa equivocada de muitos concurseiros.</p><p>A maioria acredita que os examinadores têm a obrigação de</p><p>manterem os padrões de provas anteriores, e se esquecem que os</p><p>examinadores, como profissionais e seres humanos que são,</p><p>também tentarão diferenciar os próprios trabalhos e provas</p><p>elaboradas anteriormente. Então sempre se prepare mentalmente</p><p>para pior.</p><p>Mesmo assim, se o pânico bater, eis algumas dicas que podem ao</p><p>menos atenuar a sensação de desespero:</p><p>• Mascar chiclete: há um sintoma na carga genética dos seres</p><p>humanos, uma herança deixada por nossos ancestrais: “o</p><p>momento de comer é um momento de tranquilidade”. Nossos</p><p>ancestrais passavam a maior parte do tempo fugindo de</p><p>predadores e só paravam para se alimentarem quando tudo</p><p>estava tranquilo. Nós ainda respondemos da mesma forma (já</p><p>viu alguém comendo em momentos de pânico ou de perigo? Eu</p><p>não). Ao mascar chiclete você estará passando para o seu</p><p>cérebro o recado de que “está tudo bem”, que não é motivo para</p><p>pânico. Em pouco tempo, seu cérebro reduzirá a produção de</p><p>doses de cortisol e iniciará a produzir hormônios ligados ao bem</p><p>estar (endorfina, serotonina, ocitocina e eventualmente até</p><p>mesmo a dopamina);</p><p>• Vá ao banheiro e beba água: continuar na prova em um</p><p>momento de pânico não resolverá nada, então “quebre” esse</p><p>momento indo ao banheiro e bebendo água. Relaxe um pouco. A</p><p>finalidade será parecida com a dica anterior: passar o recado ao</p><p>cérebro de que saiu daquele ambiente de desespero;</p><p>• Reações físicas: em último caso, vá ao banheiro e “force” o seu</p><p>organismo a produzir adrenalina (e, consequentemente, reduzir o</p><p>excesso de cortisol) por meio de reações físicas (exemplos:</p><p>flexão de braços, polichinelo, saltos etc. – eu, por exemplo, dava</p><p>tapas nos meus braços, pernas e rosto). Momentos drásticos</p><p>pedem medidas drásticas, então repito: faça isso em último caso,</p><p>para evitar de se expor ao ridículo (que, vale dizer: se resolver</p><p>terá valido a pena).</p><p>• Programe-se e se organize para chegar ao local da prova</p><p>com bastante antecedência: Pesquise o trajeto até a prova</p><p>previamente. Já conheci pessoas que chegaram atrasadas por</p><p>ficarem presas em um trânsito incomum e que poderia ter sido</p><p>evitado se tivessem feito uma pesquisa simples pela internet;</p><p>• Não invente sobre sono: tenha uma excelente noite de sono na</p><p>véspera. Nada de virar a noite estudando, você não aprenderá</p><p>nada de novo na madrugada que antecede a sua prova;</p><p>• Não invente sobre alimentação: evite comidas pesadas e</p><p>gordurosas no dia da prova (e durante a prova). O excesso de</p><p>gordura somado com níveis altos de ansiedade não costuma</p><p>gerar um bom resultado, especialmente durante a prova. Opte</p><p>por alimentos leves e naturais.</p><p>Nem um e nem outro!</p><p>O dia da prova não é mais o momento para aprender temas novos!</p><p>Seu nível de ansiedade provavelmente estará alto e você deverá</p><p>usar o seu tempo disponível para controlar o nervosismo.</p><p>Aliás, falando em nervosismo, evite também conversar com outros</p><p>candidatos. É impressionante como só existe “gênios” falando pelos</p><p>corredores e na entrada do local de prova. Geralmente quem gosta</p><p>de falar nessas ocasiões fica contando vantagens e “dando aulas”</p><p>sobre os temas que domina para os demais candidatos. Se você</p><p>não estiver seguro, passará a ter a sensação de que não sabe nada</p><p>comparado com a concorrência.</p><p>Se isole!</p><p>Me recordo dos meus primeiros concursos. Me sentia mesmo</p><p>intimidado por essa turma. Por curiosidade, anotava o nome de</p><p>alguns acreditando que encontraria um por um entre os primeiros</p><p>colocados. Em todas as ocasiões, nunca encontrei o nome de</p><p>nenhum desses “gênios” entre os aprovados.</p><p>Então vá para a sua prova blindado em relação aos marqueteiros</p><p>de última hora.</p><p>Concentre-se apenas em seu controle emocional!</p><p>Duas experiências pessoais para responder essas perguntas:</p><p>1. A primeira vez que participei de uma aula de véspera ocorreu</p><p>durante a minha preparação para a prova da OAB (X Exame de</p><p>Ordem). À época, o maior curso preparatório do país</p><p>disponibilizou gratuitamente algumas vagas e eu fui contemplado</p><p>(era estagiário, cursando o 9º semestre do curso de Direito, e</p><p>não tinha grana para comprar um curso preparatório). O evento</p><p>foi incrível, elevou a minha confiança e motivação ao máximo, e</p><p>com base nas aula consegui acertar no dia seguinte 6 questões.</p><p>Fui aprovado;</p><p>2. Para a segunda fase do X Exame de Ordem, muitos “gurus” e</p><p>“especialistas” que nunca passaram em nada (ou que só</p><p>conseguem analisar o mundo a partir dos próprios umbigos)</p><p>esbravejaram pelos quatro cantos que não era correto estudar na</p><p>véspera de prova, que isso poderia causar uma sobrecarga no</p><p>cérebro e deixar os concurseiros exaustos mentalmente para o</p><p>dia seguinte... eu caí nessa, não estudei nada. Passei a véspera</p><p>toda agoniado e, no dia seguinte, e peça prática cobrada foi</p><p>exatamente uma das três que eu havia separado para estudar.</p><p>Felizmente eu fui aprovado, mas me recordo que perdi mais de</p><p>40 minutos</p><p>com uma dúvida sobre um detalhe pequeno da peça</p><p>e que poderia ter me custado a aprovação.</p><p>Por outro lado, conheço inúmeras pessoas que já me</p><p>confidenciaram que preferem descansar totalmente em vésperas e</p><p>que isso faz com que o rendimento no dia seguinte seja muito</p><p>melhor.</p><p>CONCLUSÃO: você precisa se conhecer! Faça aquilo que o</p><p>deixa mais confortável e que sabe que aumentará o seu rendimento.</p><p>Estudar no dia da prova não é recomendável para ninguém, todo</p><p>ser-humano tem um nível de energia a partir do momento em que</p><p>acorda, e começar a gastá-lo antes de fazer um concurso ou prova</p><p>muito importante não faz o menor sentido. Todavia, para a véspera</p><p>da prova decidir (ou não) estudar poderá ser uma escolha acertada</p><p>a depender de pessoa para pessoa.</p><p>Reitero o meu conselho: tome a decisão que te deixar mais à</p><p>vontade e pare de escutar “gurus” de última hora que</p><p>apresentam conselhos que funcionaram para eles como se</p><p>fossem soluções universais.</p><p>Inicialmente, é importante entender a origem do “branco”. Em</p><p>resumo, sempre que o ser humano se coloca em situações de</p><p>extrema pressão, nervosismo, estresse, as glândulas adrenais</p><p>(localizadas acima dos rins) começam a produzir um hormônio</p><p>chamado cortisol e liberá-lo na corrente sanguínea. O cortisol</p><p>produz diversas alterações no organismo. Basicamente, visa criar</p><p>uma espécie de proteção contra sensações ruins (depressão, mal</p><p>estar, nervosismo etc.), assim como um casco serve para blindar a</p><p>tartaruga. Ocorre que o cortisol também bloqueia o correto</p><p>funcionamento da memória. Logo, diante de uma prova tão</p><p>importante como é o concurso público dos seus sonhos, diante de</p><p>tamanho nervosismo, com a respectiva produção de cortisol, sua</p><p>memória é bloqueada dando lugar para o tão temido “branco”.</p><p>A prevenção começa com uma mudança de postura e de visão</p><p>sobre o concurso público. É comum pensar que o concurso é um</p><p>bicho papão, um verdadeiro monstro entre você e seus sonhos.</p><p>Nada mais enganoso. O concurso público é a porta de entrada</p><p>para o cargo que você deseja. É necessário, portanto, mudar a</p><p>perspectiva: VOCÊ PRECISA GOSTAR DE REALIZAR PROVAS DE</p><p>CONCURSOS PÚBLICOS!</p><p>Ótimo, excelente! Aprendemos a nos prevenir... agora, se você já</p><p>está ali, sentado na cadeira, na sala de aula, diante da prova que</p><p>poderá levá-lo ao cargo dos seus sonhos, nervosismo, ansiedade e,</p><p>pronto! Lá vem o “branco”! É possível encontrar solução? A resposta</p><p>é SIM!</p><p>Ao contrário do que muitos acreditam, o nosso cérebro não é</p><p>limitado. Há um ponto em nosso cérebro que é simplesmente</p><p>incapaz de diferenciar fantasia de realidade. Não sabe diferenciar</p><p>um sonho (que gera, inclusive, reações orgânicas) de um fato que</p><p>está efetivamente acontecendo (basta se lembrar de sua infância,</p><p>sonhando estar em uma piscina, cachoeira, lagoa etc., e como você</p><p>acorda? Sim, todo ensopado).</p><p>Munido dessa informação, agora você aprenderá a “driblar” seu</p><p>cérebro, “enganando-o”, fazendo-o acreditar que não está mais</p><p>naquele ambiente que, até então, é de extrema tensão. Então faça o</p><p>seguinte:</p><p>Feche os olhos e abaixe a cabeça, pra não passar vergonha. Em</p><p>seguida, comece a imaginar com riqueza de detalhes e emoções</p><p>você terminando a prova, preenchendo o gabarito, entregando-a ao</p><p>fiscal, deixando o prédio... para o seu cérebro, ao “sair do prédio”</p><p>seu organismo acredita que aquilo realmente aconteceu, acredita</p><p>que você efetivamente deixou aquele ambiente de estresse e muita</p><p>tensão e, assim, interrompe a produção de cortisol, liberando em</p><p>instantes o regular funcionamento da memória.</p><p>Obviamente, você deverá fazer isso com rapidez (repetimos:</p><p>priorizando a riqueza de detalhes em sua imaginação), já que o</p><p>tempo da prova está passando.</p><p>Bom, pra finalizar: se você desconfia da dica (mesmo com</p><p>centenas de testemunhos positivos), não custará nada tentar. Além</p><p>disso, é muito melhor prevenir, passando a gostar de provas e</p><p>concursos públicos.</p><p>Isso acontece com muitos e por um motivo específico!</p><p>A regra é que ao iniciarmos os estudos para concursos públicos,</p><p>diante da falta de ritmo e por não sabermos ainda estudar</p><p>corretamente, muitas informações absorvidas nos primeiros meses</p><p>são armazenadas em nossa memória de curso prazo (de difícil</p><p>acesso após alguns dias).</p><p>Tempos depois, ao realizarmos uma prova ocorre de, em algumas</p><p>questões, sentirmos algo (como se fosse uma voz falando em</p><p>nossa mente) apontando para uma determinada alternativa. Aí</p><p>começa o conflito: você sentindo que uma determinada alternativa</p><p>está correta, e o seu lado racional desconfiando ser outra a</p><p>alternativa correta. Em síntese, você perde muito tempo nessa</p><p>questão e fica mudando a resposta na hora de preencher o gabarito.</p><p>Na maioria esmagadora das vezes, você insere no gabarito a</p><p>alternativa que, posteriormente ao conferir, percebe se tratar da</p><p>resposta incorreta. Para piorar: percebe que a outra alternativa que</p><p>invocava a dúvida era a resposta correta.</p><p>Não, eu não sou vidente e não estou te vigiando! Isso acontece</p><p>com muitas pessoas e acontecia muito comigo (especialmente em</p><p>meus primeiros concursos).</p><p>O fato é que aquela “voz” em sua mente nada mais era que o seu</p><p>inconsciente tentando te passar um recado sobre qual era a</p><p>alternativa correta. O recado não chegava de forma clara justamente</p><p>por ter sido armazenado em sua memória de curto prazo (chamado</p><p>por alguns de subconsciente).</p><p>O problema é que no momento da prova predomina o nosso lado</p><p>racional, e a tendência é nos esforçarmos para que essa “voz” seja</p><p>ignorada (encarada praticamente como uma armadilha, como se</p><p>fosse a “voz do examinador” com uma pegadinha ou, para outros,</p><p>até mesmo a “voz de satanás”).</p><p>Portanto, saiba que esse processo ocorre e que com o tempo</p><p>passará na medida em que seu cérebro entender que os assuntos</p><p>estudados merecem retenção (fazer revisões ajudam a evitar esses</p><p>momentos). Mas quando isso acontecer, ao perceber que se trata</p><p>de uma questão cuja quantidade maior de tempo investido não</p><p>mudará em nada a sua decisão (pelo contrário, só aumentará a</p><p>tentação de ficar mudando o gabarito), então escute essa “voz” em</p><p>sua mente, provavelmente ela estará certa!</p><p>A primeira vez que fiz isso, acertei 11 questões. Não se trata de</p><p>uma fórmula mágica, mas eu já conhecia os motivos por trás dessa</p><p>“voz” e resolvi usá-la a meu favor. No meu caso, deu certo.</p><p>Sim, e você pode fazer isso de duas formas, mas antes</p><p>precisamos destacar o que NÃO DEVE SER FEITO.</p><p>Impressiona o número de candidatos que deixam para a última</p><p>hora o preenchimento do gabarito e acaba não conseguindo finalizá-</p><p>lo a tempo. Cansei de conhecer pessoas que já haviam atingido o</p><p>número necessário de acertos na prova para serem aprovadas mas</p><p>que, por alguma razão, decidiam só começarem a mexer no</p><p>gabarito após enfrentarem a última questão da prova (em alguns</p><p>casos, diante do término do tempo, o fiscal precisava puxar do</p><p>candidato a folha de rascunho sem o completo preenchimento).</p><p>Para não passar por isso, tenho duas sugestões:</p><p>1. Separe um tempo exclusivamente para o preenchimento do</p><p>gabarito. Dependerá do número de questões da sua prova, mas</p><p>em média 30 minutos costuma ser o suficiente. Então, nos 30</p><p>minutos finais pare o que está fazendo e comece a preencher o</p><p>gabarito com o máximo de cuidado para não errar. Se sobrar</p><p>tempo, volte para as questões (nos meus primeiros concursos eu</p><p>fazia isso);</p><p>2. Vá marcando no gabarito as respostas a lápis, de forma</p><p>bem leve, na medida em que for fazendo questão por</p><p>questão. É mais difícil errar no gabarito quando você precisa</p><p>marcar apenas uma única questão por vez. E depois, ao final,</p><p>você precisará separar poucos minutos para confirmar as</p><p>respostas com a caneta, na medida em que as alternativas já</p><p>estarão visivelmente selecionadas (depois de um tempo,</p><p>comecei a utilizar essa estratégia por considerá-la mais segura</p><p>em todos os aspectos).</p><p>Teste ambas, de preferência em simulados, para saber com qual</p><p>você melhor se adapta.</p><p>É fundamental que você leia com cuidado em seu edital o capítulo</p><p>relativo à prova escrita, isso porque nos últimos anos essa fase tem</p><p>se tornado cada vez mais comum</p><p>em concursos públicos de modo</p><p>que cada banca exige peculiaridades específicas. Em outras</p><p>palavras, não há mais um padrão entre os concursos.</p><p>Mesmo assim, é possível distinguirmos dois grandes grupos de</p><p>provas escritas:</p><p>• Provas com questões dissertativas: geralmente cobram 4 ou</p><p>mais questões distribuídas entre as disciplinas revistas no</p><p>conteúdo programático do edital. Nesse tipo de prova, sugiro que</p><p>aposte em uma linguagem objetiva para chamar a atenção do</p><p>seu examinador (ele estará procurando palavras-chave no</p><p>espelho de prova para atribuir a sua nota final) e, mesmo de</p><p>forma objetiva, demonstre todo o conhecimento que tem sobre os</p><p>detalhes de cada questão;</p><p>• Redação: um tema surpresa é colocado em sua prova para que</p><p>você realize uma redação completa sobre o assunto. A</p><p>pontuação é geralmente distribuída proporcionalmente entre</p><p>aspectos formais (ortografia, pontuação, acentuação etc.) e</p><p>aspectos materiais (conteúdo, coerência e coesão nos</p><p>argumentos, raciocínio desenvolvido etc.).</p><p>Muito treino!</p><p>Os concurseiros que chegam até esta etapa têm boa parte do</p><p>conhecimento exigido no conteúdo programático do edital, todavia,</p><p>uma coisa é acertar questões objetivas escolhendo um alternativa</p><p>dentre outras, outra coisa bem diferente é construir uma redação ou</p><p>responder uma questão discursiva com coerência e coesão, com</p><p>início, desenvolvimento e conclusão, com conteúdo correto e tudo</p><p>sem cometer erros ortográficos.</p><p>A escrita é uma capacidade que pode ser desenvolvida por</p><p>qualquer pessoa como qualquer outra capacidade. Você só</p><p>desenvolve uma nova capacidade com muito treino, então mãos à</p><p>obra!</p><p>Para não deixar para a última hora, você pode criar o hábito de</p><p>escrever construindo materiais de revisão durante os estudos</p><p>(especialmente flashcards e resumos, que exigem a escrita e</p><p>exigem um ótimo poder de síntese).</p><p>Se possível, tendo algum professor de língua portuguesa de sua</p><p>confiança e de fácil acesso, envie periodicamente textos e redações</p><p>construídas nos treinos para correção. Identificando os erros de</p><p>forma específica você terá uma excelente oportunidade para evoluir</p><p>de forma cirúrgica.</p><p>Não, mas uma caligrafia ilegível poderá provocar a sua</p><p>reprovação!</p><p>Todos os editais de concurso público, no capítulo relativo à parte</p><p>escrita, deixam claro que se a resposta for ilegível ela não será</p><p>corrigida e, portanto, será atribuída nota zero ao respectivo</p><p>candidato.</p><p>Imagine estar preparado para ser aprovado no concurso dos seus</p><p>sonhos e receber uma nota zero por conta de uma caligrafia ilegível.</p><p>Isso é um verdadeiro pesadelo! Nunca me esqueço da primeira vez</p><p>que vi de perto esse cenário.</p><p>Um grande amigo de faculdade e estágio se preparava comigo</p><p>para a prova da OAB. Ambos nos inscrevemos no X Exame de</p><p>Ordem e, sempre que podíamos, estudávamos juntos fazendo</p><p>perguntas e respostas e discutindo nossos resumos. Sempre que</p><p>tentava me mostrar os próprios resumos, esse amigo travava na</p><p>leitura. Sim, ele não conseguia entender a própria letra (por esse</p><p>problema nem mesmo os médicos e farmacêuticos passam).</p><p>Cheguei a sugerir que treinasse a caligrafia, mas ele não levou a</p><p>sério. Ao final, já na segunda fase do X Exame de Ordem eu fui</p><p>aprovado com uma excelente nota, mas o meu amigo recebeu um</p><p>zero por conta da caligrafia ilegível – e ele estava mais preparado</p><p>do que eu em termos de conteúdo.</p><p>O pior é que insistiu no erro. Apenas após a terceira reprovação</p><p>seguida, esse meu amigo resolveu treinar a caligrafia. Na quarta</p><p>tentativa foi aprovado.</p><p>Moral da história: não permita que um fator tão periférico como</p><p>esse te derrube em uma fase tão relevante! Aprenda a lidar com as</p><p>regras do jogo. Se o seu problema é caligrafia ilegível, trabalhe para</p><p>corrigir essa falha o quanto antes.</p><p>Todos os editais que aplicam provas discursivas atribuem um</p><p>percentual relevante da nota final apenas a aspectos ligados à</p><p>escrita (ortografia, acentuação gráfica, pontuação etc.).</p><p>Todos os editais que analisei até hoje conferem um percentual tão</p><p>relevante que acaba funcionando como barreira de entrada para as</p><p>próximas fases. De nada adiantará você mandar super bem no</p><p>conteúdo de tropeçar na forma.</p><p>Até mesmo em provas discursivas de concursos que não exigem</p><p>diretamente o conhecimento da língua portuguesa (exemplo:</p><p>carreiras jurídicas, em geral), se “escorregar” feio em questões</p><p>ortográficas certamente você será reprovado!</p><p>Portanto, ter segurança em uma escrita correta será de</p><p>fundamental importância se o seu edital conta com fase discursiva.</p><p>Pedir feedback para um professor poderá ser o seu termômetro</p><p>para saber se está escrevendo de forma clara o conteúdo que</p><p>deseja transmitir ao leitor.</p><p>Há um risco em corrigir os próprios textos: em geral, partimos de</p><p>uma leitura “viciada”, isso porque a tendência é de nosso cérebro</p><p>captar a ideia que você tentou transmitir – e não exatamente a ideia</p><p>que efetivamente transmitiu por escrito.</p><p>Ainda assim, se não puder contar com nenhum professor ou com</p><p>algum colega para ler o que você escreve em seus treinos, você</p><p>deverá conferir sozinho mesmo. Nesse caso, a dica é que não</p><p>confira os próprios textos no mesmo dia em que as produziu.</p><p>Deixando para os dias seguintes você diminuirá as chances de</p><p>realizar uma leitura “viciada”.</p><p>Enrolar, jamais!</p><p>Precisamos colocar os pingos nos “is” sobre esse tema:</p><p>• Alguns concursos limitam o número de linhas para cada</p><p>resposta. Nesse caso, aposte no poder de síntese. Em outras</p><p>palavras, responda de forma direta e objetiva exatamente o que</p><p>foi perguntado;</p><p>• Há, porém, concursos que não limitam o número de linhas (ou</p><p>que, apesar de limitarem, permitem um número extenso de linhas</p><p>para cada questão). Nesses casos, não economize conteúdo.</p><p>Sem se desviar do que foi perguntado, entregue tudo o que sabe</p><p>sobre o tema, ou seja, aposte na verticalização da resposta</p><p>(profundidade).</p><p>É importante ter a consciência de que o examinador que irá</p><p>conferir a sua resposta tem um espelho de prova (o equivalente ao</p><p>gabarito, porém, para a prova escrita). Logo, quanto mais</p><p>informações e detalhes sobre o objeto da questão, maior será a sua</p><p>chance de conquistar mais pontos.</p><p>Não caia na armadilha propagada por muitos “especialistas” de</p><p>que você deve ser o mais sucinto possível. Já vi vários concurseiros</p><p>deixarem de conquistar pontos fáceis por medo de passarem a</p><p>impressão ao examinador de que poderiam estar enrolando ou se</p><p>exibindo.</p><p>Lembre-se: ainda é uma prova de conhecimentos, então</p><p>entregue tudo o que sabe sobre o tema dentro dos limites</p><p>estabelecidos pelo edital (número de linhas, por exemplo).</p><p>Cuidados prévios:</p><p>• Ter lido o capítulo relativo à prova escrita no edital para conhecer</p><p>as “regras do jogo”, saber o que pode e deve ser feito, bem como</p><p>saber o que pode causar a eliminação direta (exemplo bastante</p><p>comum: identificação da prova com assinatura, rubrica etc.) e</p><p>deduzir pontos;</p><p>• Considerando o número de questões ou a quantidade mínima e</p><p>máxima de linhas em caso de redação, confrontando com o</p><p>tempo disponível de prova, calcule o tempo médio que terá</p><p>disponível para se concentrar em cada questão.</p><p>Cuidados na hora da prova:</p><p>• Leia as instruções na primeira página da prova com bastante</p><p>atenção;</p><p>• Faça a leitura de todas as questões (em caso de provas com</p><p>questões dissertativas), identificando as fáceis e as difíceis;</p><p>• Comece pelas questões fáceis para conseguir acumular tempo</p><p>extra para dedicar às questões mais difíceis;</p><p>• Use a folha de rascunho com sabedoria (falaremos sobre isso na</p><p>próxima pergunta diante da importância e riqueza de detalhes do</p><p>tema).</p><p>Aconselho os meus alunos a utilizarem a folha de rascunho</p><p>com muita sabedoria! E o que isso quer dizer em termos práticos?</p><p>Vamos por partes:</p><p>Há pessoas que desenvolvem toda a resposta da prova escrita na</p><p>folha de rascunho para, só após uma minuciosa conferência,</p><p>passarem a limpo para a folha de resposta definitiva. Esse é um uso</p><p>arriscado da folha de rascunho, na medida em que você gastará um</p><p>tempo preciosíssimo apenas passando a resposta toda a limpo (e</p><p>correndo o risco e não conseguir terminar).</p><p>Há, porém,</p><p>pessoas que seguem em sentido diametralmente</p><p>oposto: não utilizam a folha de rascunho sob o argumento de que</p><p>estariam perdendo tempo. Neste caso, apesar do tempo de sobra,</p><p>haverá um enorme risco de errar, e em provas escritas rasuras</p><p>podem significar perda de pontos ou a não correção do tema</p><p>rasurado, conforme cada edital. Também existe o risco da</p><p>elaboração de uma resposta toda desconexa, casos em que o</p><p>candidato se lembra de pontos que deveria ter escrito no início e</p><p>passa a colocar no desenvolvimento ou após a conclusão da</p><p>resposta (motivo para a dedução de mais pontos).</p><p>Então o que fazer? Como usar a folha de rascunho com</p><p>sabedoria? Bom, vamos lá:</p><p>Para cada questão, você irá separar um espaço na folha de</p><p>rascunho; em seguira, crie uma tabela com duas colunas; a primeira</p><p>coluna servirá para você colocar por meio de tópicos (palavras-</p><p>chave) tudo o que sabe sobre o tema, sem compromisso com</p><p>organização (o objetivo é ir se lembrando de tudo o que deverá</p><p>constar em sua resposta sobre o assunto); só depois, na coluna da</p><p>direita é que você irá organizar os respectivos tópicos com coesão e</p><p>coerência (em síntese, com começo, meio e fim). Exemplo:</p><p>Dessa forma, você não desperdiçará tempo e garantirá respostas</p><p>organizadas e completas. Na medida em que eu ia desenvolvendo</p><p>tópico por tópico no caderno de resposta definitivo, eu riscava os</p><p>respectivos tópicos na folha de rascunho para não me perder (não</p><p>repetir o mesmo assunto ou não pular um ponto importante).</p><p>Vamos com calma, considere o seguinte:</p><p>Em questões que não se sabe absolutamente nada: aqui não</p><p>vale a pena chutar, já que o risco de causar uma péssima impressão</p><p>no examinador supera (e muito) as chances de conseguir algum</p><p>pontinho.</p><p>Já diante de questões em que se sabe um pouco sobre o</p><p>assunto, eu sugiro que:</p><p>I. Mencione o assunto geral em que a pergunta se insere</p><p>(exemplo: se a pergunta foi sobre estado de necessidade no</p><p>Direito Penal, comece falando sobre os aspectos gerais relativos</p><p>às excludentes de ilicitude);</p><p>II. Escreva sobre os princípios gerais do tema, se houver;</p><p>III. Se o assunto comportar divergências de que conhece,</p><p>mencione-as;</p><p>IV. Se a sua prova permitir a consulta de algum material (exemplo:</p><p>legislação), procure o tema e escreva sobre o que encontrar;</p><p>V. Seja objetivo;</p><p>VI. Atenção: muitas perguntas trazem consigo as respostas. Então</p><p>preste atenção no enunciado, pois é comum encontrarmos ali</p><p>alguns elementos que podem servir ao menos de pontapé inicial</p><p>para a resposta.</p><p>Ótima pergunta cuja resposta poderá ser aplicada para todas as</p><p>fases de um concurso público e para a vida.</p><p>Nós só ampliamos o nosso vocabulário aprendendo novas</p><p>palavras. Parece óbvio, porém se atente à expressão utilizada:</p><p>aprendendo!</p><p>Aprender exige mais do que o mero conhecer ou ouvir falar. Para</p><p>aprender você precisa desvendar o significado de uma palavra</p><p>nova, a sua escrita da forma correta e sua aplicação contextual.</p><p>Para ter acesso a novas palavras, você só consegue por meio da</p><p>leitura ou por meio de aulas. Ao ler conteúdos voltados aos temas</p><p>exigidos pelo seu edital, você terá acesso às expressões</p><p>efetivamente pertinentes para os seus estudos e aqui chegamos em</p><p>um ponto crucial onde muitos “derrapam”.</p><p>A maioria esmagadora dos concurseiros, ao se depararem com</p><p>uma nova expressão tentam descobrir o seu significado por meio da</p><p>intuição com base no contexto ou simplesmente passam por cima,</p><p>como se o conteúdo não fosse relevante. Com o tempo, a sensação</p><p>é de que não aprenderam de fato o que foi estudado – e isso é</p><p>natural, já que ficaram faltando algumas peças do quebra-cabeça.</p><p>Então o meu conselho é que sempre tenha em mãos (ou em</p><p>alguma aba ou aplicativo no computador ou celular) um dicionário.</p><p>Você não pode sair com dúvidas após estudar um assunto. É</p><p>inadmissível para qualquer estudante que se preze ler um texto e</p><p>terminá-lo sem entender o significado de uma ou outra palavra.</p><p>Confie em mim: depois de um tempo, após enriquecer o seu</p><p>vocabulário, será muito mais fácil entender qualquer outro</p><p>assunto estudado. Se é fácil entender, é fácil aprender.</p><p>Uma preparação adequada para a prova oral certamente te tirará</p><p>da zona de conforto.</p><p>O melhor treino é falar, mas falar de forma específica.</p><p>Dessa forma, procure arguições cobradas em concursos</p><p>anteriores (na internet há muito conteúdo gratuito) e simule a sua</p><p>prova. Treine responder algumas arguições todos os dias. O ideal é</p><p>que você estude o tema antes – lembre-se: estamos falando de</p><p>treinos, então você não precisa ficar se submetendo a temas que</p><p>ainda não estudou (eu sei que no dia de sua prova você poderá ser</p><p>confrontando com questões sobre temas que desconhece, mas</p><p>esse já é um ponto mais avançado para os treinos, falaremos sobre</p><p>isso adiante).</p><p>Logo, no início de seus treinos o importante será baixar a</p><p>ansiedade, se soltar aos ponchos, treinar a dicção, eliminar vícios</p><p>de linguagem, trabalhar a construção do raciocínio de sua resposta</p><p>com começo, desenvolvimento e conclusão, fazer “ganchos” para</p><p>detalhes que domina etc.</p><p>Logo, se você vai encarar uma prova oral, será prioridade máxima</p><p>conciliar os estudos com os treinos.</p><p>Gosto de sugerir aos meus alunos o uso dos flashcards. Além de ser</p><p>um poderoso método de revisão, você poderá utilizar como</p><p>arguições para treinar sua oratória simulando a prova oral, se</p><p>fazendo a pergunta (ou pedindo para alguém lhe perguntar),</p><p>formulando a resposta oralmente e, só após, conferir a resposta no</p><p>verso do flashcard.</p><p>Em poucos minutos, você conseguirá treinar inúmeras questões.</p><p>Há 5 situações possíveis para o candidato sabatinado em uma</p><p>prova oral e em cada situação o candidato poderá se valer de</p><p>estratégias distintas para apresentar o que o examinador gostaria de</p><p>ouvir (ou o mais próximo disso). Eis as situações:</p><p>• Candidato domina a pergunta;</p><p>• Candidato domina a pergunta, porém precisa organizar a</p><p>resposta;</p><p>• Candidato tem conhecimento superficial sobre o assunto</p><p>questionado;</p><p>• Candidato não conhece absolutamente nada sobre a questão;</p><p>• Candidato percebe que respondeu a questão de forma</p><p>equivocada.</p><p>A seguir, trabalharemos cada uma das hipóteses acima em</p><p>perguntas específicas, diante da importância do tema.</p><p>Conselhos:</p><p>• Não atue como um “dicionário” despejando de forma</p><p>desenfreada o conteúdo e de forma exageradamente objetiva. Se</p><p>domina o conteúdo então terá uma oportunidade de ouro para</p><p>falar tudo o que sabe sem pressa e até mesmo “ganhando”</p><p>tempo que poderia ser destinado para perguntas mais difíceis se</p><p>você “corresse” com a resposta;</p><p>• Prefira responder como uma “enciclopédia”, abordando todos os</p><p>aspectos do tema de forma devidamente fundamentada. Se seu</p><p>examinador ficar satisfeito durante a resposta, ele irá te cortar e</p><p>isso não é necessariamente algo ruim. Se acertou a questão, o</p><p>ponto será seu. Há examinadores que cortam o candidato</p><p>apenas pelo tempo, por quererem fazer mais perguntas.</p><p>Conselhos:</p><p>• É possível organizar as ideias na medida em que você for</p><p>falando sobre o tema. Dessa forma, inicie sua fala abordando os</p><p>aspectos gerais sobre o tema, com exemplos. É o tempo que</p><p>precisará para organizar a sua reposta. Na medida em que for</p><p>treinando, o seu cérebro ficará cada vez mais rápido e preciso na</p><p>construção da resposta. Não é algo simples, o objetivo é:</p><p>enquanto você começa falando a introdução da resposta, seu</p><p>cérebro está construindo o desenvolvimento e a conclusão. Ficar</p><p>bom nisso requer muitos treinos e dedicação;</p><p>• Uma vez com as ideias organizadas, entregue-as, sob pena de</p><p>dar a entender que está enrolando o examinador.</p><p>Conselhos:</p><p>• Não entregue a toalha! Fale aos examinadores o pouco que sabe</p><p>sobre o tema questionado. Você pode utilizar aqui em alguns</p><p>casos a técnica da aproximação (se não sabe detalhes do tema</p><p>questionado, fale de um modo geral sobre o tema mais próximo</p><p>em perspectiva ampla – exemplificando, se não souber detalhes</p><p>sobre a legítima defesa, fale o que sabe de um modo geral sobre</p><p>as excludentes de ilicitude);</p><p>• Lembre-se: resposta curta e genérica é melhor do que resposta</p><p>nenhuma (sua postura também</p><p>está sendo avaliada);</p><p>• Mesmo assim, não enrole no pouco que sabe.</p><p>Conselhos:</p><p>• Não se desespere! Antes de admitir que desconhece o tema, é</p><p>possível “buscar auxílio” da banca: peça sinônimos! Exemplo: se</p><p>te perguntarem o que significa “Ponte de Ouro” (Direito Penal) e</p><p>você não souber, peça algum sinônimo. Sua postura também</p><p>está sendo avaliada e isso agregará valor. Seu examinador</p><p>apresentará sinônimos como “tentativa abandonada”,</p><p>“desistência voluntária e arrependimento eficaz”... E se você</p><p>estudou um pouco do Direito Penal agora ficará mais fácil</p><p>responder a questão. Em outras palavras, às vezes você até</p><p>conhece o assunto, mas desconhece a forma como a banca o</p><p>apresentou;</p><p>• Se mesmo assim desconhecer o tema, informe com sinceridade</p><p>e humildade que “desconhece o tema” ou, se for o caso, que não</p><p>se recorda.</p><p>Isso realmente acontece com uma certa frequência em provas</p><p>orais. É comum que, durante a sabatina o candidato acabe se</p><p>dando conta que errou em alguma questão no início das arguições,</p><p>em um momento em que ainda estava muito ansioso.</p><p>Nesse caso, não avance! De forma firme, sincera e humilde refaça</p><p>a resposta, deixando claro ter se equivocado inicialmente.</p><p>Essa postura demonstrará maturidade e confiança. Além disso, o</p><p>seu examinador certamente poderá reconsiderar a questão,</p><p>passando a te atribuir também aquele ponto que até então havia</p><p>sido perdido.</p><p>Aqui vão algumas sugestões para não errar na postura:</p><p>• Mantenha-se ereto(a) e sempre olhando para frente (cuidado</p><p>para não ficar olhando para os cantos, para cima e cuidado para</p><p>não ficar curvado em posição de fraqueza e insegurança);</p><p>• Ao ser indagado, construa a sua resposta olhando para os</p><p>examinadores (não apenas ao examinador que fez a pergunta,</p><p>mas também compartilhando atenção e respeito aos demais</p><p>examinadores);</p><p>• Queixo paralelo ao chão (nem para cima em posição de</p><p>superioridade, nem para baixo em posição de inferioridade);</p><p>• Não cruze os braços e pernas. Não é desejável ficar com os</p><p>braços sobre a mesa (se tiver uma à sua frente);</p><p>• Gesticule com naturalidade ao falar (gesticular ajudará a quebrar</p><p>a inércia e ajudará a diminuir eventual ansiedade, na medida em</p><p>que estará extravasando fisicamente, além disso permitirá uma</p><p>desenvoltura mais natural conduzindo o ritmo das respostas aos</p><p>seus ouvintes-examinadores);</p><p>• Fale em um ritmo natural (nem correndo, e nem lento demais a</p><p>ponto de ficar robotizado).</p><p>Parece muita coisa, mas se colocar cada dica acima em seus</p><p>treinos, com o tempo tudo ficará naturalmente adequado.</p><p>Sim, apesar de os editais não deixarem isso claro.</p><p>A experiência evidencia que a postura poderá ser determinante</p><p>para aprovações e reprovações. Aliás, muitos editais deixam claro</p><p>que os candidatos precisam acertar ao menos 50% das arguições</p><p>apresentadas para não serem eliminados, e isso deixa claro que o</p><p>conteúdo, apesar de ter sim muita importância, é secundário quando</p><p>comparado com a postura (abrangendo a linguagem corporal,</p><p>dicção, oratória, construção do raciocínio, controle emocional etc.).</p><p>Já tive a oportunidade de assistir dezenas de candidatos em</p><p>provas orais (também participei e fui aprovado em 6 provas orais).</p><p>Nesse processo, vi candidatos que cometiam alguns deslizes em</p><p>relação ao conteúdo, porém mandavam muito bem no quesito</p><p>postura. Visivelmente superavam a ansiedade (os examinadores</p><p>sabem que nenhum candidato é um robô ou frio como um</p><p>psicopata) e apresentavam um controle emocional necessário para</p><p>o cargo.</p><p>Por outro lado, já vi candidatos que dominavam o conteúdo,</p><p>acertavam tudo com excelência e profundidade, porém ficavam</p><p>fazendo piadas em momentos errados, “jogando” risadas para</p><p>alguns examinadores (em alguns momentos, em tom de paquera) e</p><p>se posicionavam em alguns temas desdenhando de autoridades</p><p>doutrinárias. Resultado: eram reprovados, sendo superados por</p><p>outros candidatos com desempenho muito inferior em relação ao</p><p>conteúdo.</p><p>Não será necessário.</p><p>Cada pergunta realizada tem o seu próprio grau de dificuldade</p><p>e profundidade.</p><p>• Para questões simples, seja direto, objetivo, portanto não enrole!;</p><p>• Para questões mais abertas, entregue tudo o que sabe sobre o</p><p>tema;</p><p>• Para questões complexas, tente aprofundar ao máximo.</p><p>Já ouvi muitos candidatos especulando e dizendo que você deve</p><p>ser sempre objetivo e sucinto, para não demonstrar arrogância...</p><p>Ora, qual o sentido desse conselho? Não é hora de economizar,</p><p>então se você domina o conteúdo da arguição apresentada por</p><p>seu examinador, entregue todo o conteúdo que tem, foi para isso</p><p>que você se preparou (ou deve se preparar).</p><p>Aliás, entregar tudo o que sabe não é enrolar. Enrolação ocorre</p><p>quando o candidato tenta tergiversar, ou seja, tenta fugir da</p><p>pergunta que foi apresentada e falar sobre temas periféricos – isso</p><p>você realmente não deve fazer!</p><p>Se o seu examinar achar que está “esticando” muito a sua</p><p>resposta, ele irá te interromper e passar para a próxima – se você</p><p>acertou o conteúdo, mesmo sendo interrompido você receberá a</p><p>pontuação respectiva.</p><p>Treinos, autoavaliações, treinos e autoavaliações – e, se possível,</p><p>seja avaliado por outra pessoa.</p><p>Em geral, os vícios de linguagem podem ser adquiridos por dois</p><p>fatores:</p><p>1. Sotaques e manias de pessoas próximas;</p><p>2. Medo do silêncio, ou seja, a pessoa precisa de uma rápida</p><p>pausa para pensar no quer irá falar em seguida e, ao invés de</p><p>ficar em silêncio, começa com um “éééééé” ou “ãããããããã”,</p><p>dentre outros vícios de linguagem.</p><p>Se você quer se livrar desse problema, minha sugestão é que</p><p>durante os treinos se policie ao máximo para trocar os vícios</p><p>de linguagem por pausas, por momentos de silêncio.</p><p>No começo não será fácil, pois você está em um processo de</p><p>substituição entre algo que “sai” naturalmente (por ser um vício) por</p><p>algo que a princípio pode parecer esquisito em uma resposta (o</p><p>silêncio).</p><p>Mas a boa notícia é que algumas pausas, quando colocadas em</p><p>certas frases estrategicamente, podem chamar ainda mais a</p><p>atenção dos ouvintes. Oradores profissionais usam muito esse</p><p>recurso em momentos de suspense, por exemplo.</p><p>Então faça isso de forma racional e consciente.</p><p>Com o tempo e com muito treino, ficará natural manter o silêncio</p><p>nos momentos de raciocínio.</p><p>Mas esta etapa é intermediária, pois na medida em que for</p><p>ficando bom em construir a resposta no mesmo instante em que seu</p><p>cérebro constrói o desenvolvimento e conclusão, você não precisará</p><p>nem mesmo do silêncio.</p><p>A melhor forma de se autoavaliar é realizar filmagens dos</p><p>seus treinos respondendo arguições de provas anteriores.</p><p>Quando você se assiste a percepção é completamente diferente</p><p>de quando se olha na frente do espelho, por exemplo.</p><p>A nossa percepção em tempo real costuma nos trair. Quando</p><p>falamos, por exemplo, na frente do espelho, é comum o nosso</p><p>cérebro captar aquilo que queremos transmitir. Quando assistimos a</p><p>nós mesmos em uma gravação, o que ocorre é exatamente o</p><p>oposto, passamos a nos incomodar com detalhes que consideramos</p><p>defeitos.</p><p>Ao se assistir, você poderá notar problemas com sua postura,</p><p>dicção, construção e raciocínio das respostas, tempo de fala,</p><p>controle emocional, vícios de linguagem, tiques nervosos como</p><p>sintomas de ansiedade, dentre outros fatores importantes.</p><p>Já tive a oportunidade de ser o mentor de centenas de candidatos</p><p>submetidos a prova oral. Sempre que começam a me mandar os</p><p>primeiros vídeos respondendo algumas arguições a maioria</p><p>esmagadora costuma antecipar as próprias conclusões afirmando</p><p>que identificaram inúmeros erros ao se assistirem nessa situação</p><p>pela primeira vez. De fato, a autoavaliação por meio de vídeos</p><p>não costuma falhar!</p><p>A velocidade para buscar uma resposta depende do seu processo</p><p>de evocação da memória (também chamado de processo de</p><p>recuperação da memória, fenômeno que ocorre principalmente no</p><p>córtex pré-frontal).</p><p>O processo de evocação da memória é ativado a partir de um</p><p>gatilho mental: a curiosidade (iniciada por perguntas).</p><p>Em termos práticos, se eu te perguntar algo que para você é fácil,</p><p>a resposta estará na “ponta da língua” (processo de evocação</p><p>trabalhando em décimos</p><p>de segundos). Exemplos: qual o número</p><p>do seu CPF? Qual o seu número de celular? Qual o nome completo</p><p>dos seus pais?</p><p>Todavia, se a pergunta versar sobre um tema que conhece, porém</p><p>não domina (ou trabalhou com isso há muito tempo) o processo</p><p>naturalmente será mais lento. Você já deve ter passado pela</p><p>experiência de ser questionado por alguém sobre algum assunto, se</p><p>desculpar por não conseguir responder com segurança, e,</p><p>geralmente ao final do dia, se lembrar da resposta (em geral, diante</p><p>do atraso a resposta não costuma servir mais). O que ocorre é que</p><p>em todo esse período o seu processo de evocação da memória</p><p>continuou trabalhando até encontrar a resposta, porém, de forma</p><p>bastante lenta.</p><p>A única forma de acelerar o processo de evocação da</p><p>memória é com muito treino sobre temas que estudou e</p><p>entendeu. Com treinos constantes você ficará rápido em encontrar</p><p>as respostas certas.</p><p>Aliás, os cursos sobre “como memorizar qualquer coisa” têm como</p><p>base alguma técnica para facilitar a decoreba, seguido de muitos</p><p>treinos (muitos mesmo!).</p><p>Certamente!</p><p>A falta de controle emocional é o fator que mais reprova em</p><p>provas orais.</p><p>Inúmeros candidatos literalmente travam, outros entram em</p><p>desespero, começam a suar sem parar, a gaguejar, a “atropelar” as</p><p>palavras, dentre outros sintomas do desespero.</p><p>O problema é que muitos demonizam a prova oral, e o monstro</p><p>criado na mente acaba se manifestando emocionalmente no</p><p>momento das arguições. São, em síntese, programações mentais</p><p>negativas, limitantes, criadas a partir de alguma experiência</p><p>negativa anterior sobre falar em público e/ou sobre ser questionado</p><p>por alguma autoridade.</p><p>Atualmente há diversas ferramentas que conseguem com</p><p>segurança diminuir a ansiedade e eliminar o pânico de medos não</p><p>racionais (como o medo da prova oral). Como exemplos podemos</p><p>citar: técnicas de PNL (programação neurolinguística), sessões</p><p>com um coach profissional (cuidado, precisa ser alguém que</p><p>realmente entende e tem experiência com o verdadeiro processo de</p><p>coaching), dentre outras.</p><p>Aliás, o hábito de treinar constantemente para a prova oral</p><p>(falamos sobre os treinos em perguntas anteriores) já ajudará</p><p>muito com o controle da ansiedade, na medida em que seu</p><p>cérebro irá se ambientando com a situação de ser questionado e</p><p>formular as respostas da forma correta. Repetir e naturalizar o</p><p>ambiente ajuda muito nesse processo, na medida em que o ser</p><p>humano costuma temer o desconhecido; logo, se você tornou tal</p><p>desafio em algo corriqueiro então não haverá o que temer.</p><p>Antes da prova:</p><p>• Muitos treinos sempre falando sobre as matérias estudadas, de</p><p>preferência no formato perguntas e respostas, para treinar</p><p>também o tempo de reação, construção da resposta e sempre –</p><p>repito – falando sobre o conteúdo. Esse processo irá naturalizar</p><p>o ato de falar sobre o conteúdo, e isso ajuda muito na redução da</p><p>ansiedade (preparação de médio a longo prazo);</p><p>• Há técnicas de PNL que podem ajudar, mas em síntese, tente</p><p>sempre mentalizar o dia da prova como um dia tranquilo, em que</p><p>você se sai bem, confiante, com boa desenvoltura. O nosso</p><p>cérebro (ao menos nesse aspecto) não faz diferenciação entre</p><p>fantasia e realidade, então ao mentalizar o dia da prova oral com</p><p>riqueza de detalhes, sentimentos e emoções, o seu cérebro</p><p>passa a acreditar que aquilo está mesmo acontecendo e passa a</p><p>entender que aquele ambiente não é hostil. No dia da prova,</p><p>muito provavelmente sua ansiedade estará em níveis aceitáveis.</p><p>Essa técnica de PNL sempre me ajudou bastante e tem</p><p>funcionado com meus alunos também.</p><p>No dia da prova:</p><p>• Evite alimentos pesados e gordurosos;</p><p>• Se a ansiedade estiver muito alta, faça algum</p><p>exercício/movimento físico para extravasar e liberar hormônios</p><p>que combatem a ansiedade e o excesso de cortisol (exemplos:</p><p>polichinelo, flexão de braço, saltar... Eu, por exemplo, estapeava</p><p>meus ombros, pernas e até o rosto, algo que aprendi na época</p><p>em que lutava judô e isso me ajudava antes das lutas em</p><p>competições);</p><p>• Gesticular enquanto responde as arguições. Gesticule de forma</p><p>natural e no ritmo de sua fala. Isso te ajudará a quebrar a inércia</p><p>e a extravasar energia, controlando os níveis de ansiedade.</p><p>Perceberá que na medida em que for respondendo às arguições</p><p>irá ficando cada vez mais à vontade.</p><p>Em sua jornada na preparação e estudos para passar em provas e</p><p>concursos públicos, você certamente será confrontado por inúmeros</p><p>mitos, uma verdadeira tempestade de desinformação, quase sempre</p><p>mascaradas e escondidas em frases de efeitos e mantras (nesse</p><p>caso, mantras tóxicos) e propagados em geral por pessoas que</p><p>nunca estudaram a fundo os temas ventilados.</p><p>Por esse motivo, como forma de criar uma espécie de imunização</p><p>em sua jornada, resolvi listar os mitos mais repetidos no mundo dos</p><p>concursos em forma de perguntas e respostas.</p><p>Evidentemente esse capítulo não tem a pretensão de esgotar o</p><p>tema. Possivelmente no dia a dia você ouvirá de terceiros outros</p><p>mitos maquiados de conselhos profundos e sérios.</p><p>Logo, a finalidade deste capítulo será também abrir os seus olhos</p><p>para que você se torne uma pessoa minimamente questionadora de</p><p>modo que, diante de outros possíveis mitos consiga questionar,</p><p>pesquisar a veracidade da informação e refletir sobre os resultados.</p><p>Em outras palavras, o objetivo é que você não seja uma pessoa</p><p>alienada (como eu já fui um dia) e passe a criar um verdadeiro filtro</p><p>das informações que levará ou não a sério em seus estudos.</p><p>Então vamos lá!</p><p>Vamos logo começando por essa polêmica pois aqui eu sei que</p><p>algumas pessoas contestarão, então peço que confiram a resposta</p><p>completa.</p><p>Atualmente, entendo se tratar de MITO!</p><p>Talvez você esteja agora se contorcendo todo e esbravejando algo</p><p>como: “mas eu conheço o Fulano e o Beltrano que passaram só</p><p>estudando por questões anteriores”.</p><p>Vamos com calma! Eu mesmo fui aprovado na prova da OAB em</p><p>minha primeira tentativa, sem cursinho e quando ainda cursava a</p><p>faculdade de Direito (9º semestre) me valendo basicamente desse</p><p>método. Conheço pessoas também que passaram da mesma forma</p><p>em concursos diversos.</p><p>Ocorre que atualmente temos alguns motivos convincentes para</p><p>acreditar que utilizar apenas esse método pode ser insuficiente para</p><p>uma aprovação. Vejamos:</p><p>• Em questões jurídicas, vivemos em uma época em que todo ano</p><p>a legislação é alterada, novas leis surgem e outras são</p><p>revogadas. Nesse aspecto, não é segredo para ninguém que</p><p>novidades sempre chamam a atenção dos examinadores. Só</p><p>aqui já temos um “furo” na decisão de limitar os estudos apenas</p><p>sobre questões anteriores: você não estudaria nenhuma</p><p>novidade, já que elas só poderão cair pela primeira vez no</p><p>próximo concurso;</p><p>• Como tudo o que evolui, os examinadores também estão ficando</p><p>cada vez mais espertos e astutos. Não seja arrogante ao ponto</p><p>de achar que só você teve a brilhante ideia de achar que os</p><p>temas mais cobrados historicamente continuarão se repetindo,</p><p>nem ingênuo ao ponto de acreditar que existe um pacto entre o</p><p>examinador e as provas anteriores que o obriga a cobrar um</p><p>número relevante de questões sobre temas já cobrados em</p><p>provas anteriores. Só nos anos de 2016, 2017, 2018, 2019, 2021</p><p>e 2022 ficou evidente que as bancas estão se esforçando ao</p><p>máximo para cobrarem temas inéditos e fugirem da</p><p>previsibilidade;</p><p>• Em uma prova, os examinadores não costumam cobrar nem 10%</p><p>do conteúdo previsto no edital. Comparado com o volume de</p><p>temas previstos no conteúdo programático, 80, 100 ou 120</p><p>questões representam uma pequena margem para selecionar os</p><p>temas que serão efetivamente cobrados. Logo, os examinadores</p><p>têm uma ampla gama de assuntos para construírem uma prova</p><p>só com temas nunca antes cobrados em seu concurso (e alguns</p><p>estão mesmo fazendo isso).</p><p>O objetivo aqui não é te desanimar, mas é evidenciar que</p><p>atualmente limitar os seus estudos só em questões anteriores acaba</p><p>sendo uma escolha extremamente arriscada.</p><p>Esse método deve sim estar presente em sua rotina. Ajudará</p><p>inclusive a entender o estilo da banca organizadora do seu concurso</p><p>e te dará ritmo de provas. O ponto é que você não deve se limitar</p><p>só</p><p>nisso!</p><p>MITO!</p><p>Muita gente cai nessa acreditando que precisa se especializar no</p><p>estilo de uma determinada banca. Muitas pessoas chegam a desistir</p><p>de fazer determinado concurso (em muitos casos, o concurso dos</p><p>sonhos) apenas pelo fato de terem alterado a banca organizadora.</p><p>Não façam isso!</p><p>De fato, há muitas diferenças na forma como cada conteúdo é</p><p>cobrado de banca para banca. Algumas cobram o conteúdo de</p><p>forma mais superficial, outras aprofundam mais, tem aquelas que</p><p>apostam por um enunciado mais truncado com o objetivo de</p><p>confundir, outras cobram mais a letra de lei etc.</p><p>Porém, esses detalhes funcionam apenas como um nevoeiro para</p><p>quem está iniciando ou está em uma zona intermediária nos</p><p>estudos. Após adquirir maturidade e qualidade nos estudos, fica</p><p>claro que o que importa é buscar a compreensão e, se possível, o</p><p>domínio dos conteúdos previstos no edital. Se você entende um</p><p>tema (conteúdo), pouco importa a forma como será cobrado (estilo</p><p>da banca), o fato é que você terá boas condições de acertar se</p><p>prestar atenção ao enunciado, às alternativas e entender o que a</p><p>questão está pedindo.</p><p>Vou além: quando eu estava focado em determinado concurso</p><p>com uma banca específica, eu adicionava em meus estudos</p><p>questões anteriores da respectiva banca somadas com questões</p><p>sobre os mesmos temas, porém, formuladas pela banca</p><p>considerada difícil por muitos (por muito tempo Cespe/Cebraspe).</p><p>Esse hábito em pouco tempo elevou o meu nível em acertar</p><p>questões.</p><p>MITO!</p><p>Sacrificando o seu sono em prol de algumas horas adicionais de</p><p>estudos você estará matando não só a qualidade, mas também a</p><p>possibilidade de fixar e armazenar o que estudou.</p><p>Em síntese, estará jogando no lixo todo o tempo investido nos</p><p>estudos.</p><p>É justamente durante o sono (especialmente no sono profundo)</p><p>que nosso cérebro fixa e armazena as informações absorvidas no</p><p>dia anterior.</p><p>Uma pesquisa recente da Universidade de Lübeck, Alemanha,</p><p>concluiu que o ato de dormir está umbilicalmente ligada ao</p><p>aprendizado com qualidade, favorecendo a consolidação na</p><p>memória de novos conhecimentos adquiridos. Conforme os</p><p>pesquisadores concluíram, a consolidação da memória se dá por</p><p>meio de um processo ativo que é resultado dos efeitos de</p><p>neurotransmissores e neuro-hormônios produzidos apenas durante</p><p>o sono.</p><p>Conclusão: o aprendizado e a memorização estão diretamente</p><p>ligados a boas noites de sono. Logo, o sono de qualidade faz parte</p><p>do seu processo de estudos.</p><p>MITO!</p><p>Dedicamos um capítulo todo ao tema e a conclusão que desejo</p><p>que você tenha extraído é que métodos são ferramentas de</p><p>otimização dos estudos.</p><p>Há métodos que geram melhores resultados do que outros, a</p><p>depender do estilo e de características de pessoa para pessoa.</p><p>Alguns métodos, inclusive, podem ser somados em sua rotina de</p><p>estudos conforme cada finalidade (métodos de leitura dinâmica para</p><p>ler, mapas mentais para revisar etc.).</p><p>Geralmente pessoas que condicionam todo o resultado sobre</p><p>algum método foram enganadas por algum “guru” ou, por funcionar</p><p>com elas, acabam acreditando que todas as pessoas são iguais (“se</p><p>funciona pra mim, então funciona pra todo mundo”).</p><p>Comece a testar os métodos que lhe parecem mais plausíveis e</p><p>harmônicos com os seus estudos. Insista por pelo menos um mês</p><p>para se adaptar e conhecer a forma correta de colocá-los em</p><p>prática. É assim que se testa e valida métodos de estudos. Durante</p><p>o processo você irá encontrando os melhores métodos PARA</p><p>VOCÊ, treinando e ajustando sempre.</p><p>MITO!</p><p>Confesso que fiquei muito tempo preso nesse mito. O raciocínio</p><p>enganoso é de que vale mais a pena utilizar o tempo disponível para</p><p>estudar temas novos ao invés de revisar assuntos que já</p><p>entendemos.</p><p>É uma conclusão imediatista, pois logo no dia seguinte já é</p><p>possível notar que boa parte do que foi estudado no dia anterior não</p><p>é facilmente recordado (isso para quem não revisa, como foi o meu</p><p>caso por muito tempo).</p><p>Já explicamos em páginas anteriores como funciona a nossa</p><p>memorização e a curva do esquecimento; o fato é que o hábito de</p><p>revisar garantirá a consolidação do aprendizado e garantirá uma</p><p>efetiva memorização do que se estudou.</p><p>Comparando de forma prática, é preferível ter estudado 50% dos</p><p>temas previstos no edital e memorizado tudo o que estudou por</p><p>meio de revisões, ao invés de ter estudado 100% do edital, de forma</p><p>atropelada, e chegar na prova com menos de 10% das informações</p><p>por falta de revisão.</p><p>Gosto de explicar a importância da revisão por meio de exemplo</p><p>ilustrativo:</p><p>Imagine que o seu trabalho será transportar 5 toneladas de areia</p><p>do estado de São Paulo para o estado do Amazonas. Você tem</p><p>duas opções: levar a carga em um caminhão com capacidade para</p><p>transportar 6 toneladas de areia, porém que se locomove com</p><p>segurança em no máximo 100km/h; ou levar a mesma carga em um</p><p>carro esportivo, que se locomove com segurança em mais de</p><p>200km/h, porém, que só consegue transportar 500 quilos de areia</p><p>por viagem. Qual você escolheria?</p><p>A viagem de carro esportivo representa o estudante que não</p><p>revisa. Para consolidar todo o conhecimento previsto no edital,</p><p>deverá realizar inúmeras viagens por todo o conteúdo programático.</p><p>Isso pode levar anos de reestudo (nesse tempo, muitos não</p><p>aguentam e desistem).</p><p>Já a viagem de caminhão representa o estudante que revisa com</p><p>qualidade. Fará uma única viagem, ainda que de forma</p><p>aparentemente mais lenta, mas ainda assim uma só viagem. Com o</p><p>acervo pessoal de material de revisão, em retas finais poderá rever</p><p>em pouquíssimo tempo o que levou meses para estudar e entender.</p><p>Esse costuma passar rápido.</p><p>MITO!</p><p>É uma crença limitante bastante comum, especialmente sobre</p><p>pessoas que ainda não aprenderam a estudar ativamente</p><p>(permanecem no estudo passivo após saírem da escola).</p><p>O que você tem não é falta de foco (ou deficiência no foco), e sim</p><p>falta de interesse. Pense em algo que você gosta de fazer. Assuma,</p><p>você conseguiria ficar focado nisso por horas, não é verdade?</p><p>Não tenho nada contra cursos presenciais (ministrei aulas em</p><p>alguns por anos, amo esse ambiente), mas deve ser um</p><p>complemento e não a única fonte de conhecimento. Cursos</p><p>presenciais geralmente são mais caros, te exigem uma agenda</p><p>rídica (você deve se adequar aos horários do curso e não o</p><p>contrário) e dificilmente há a possibilidade de esgotarem o edital (os</p><p>professores devem conduzir as aulas em um ritmo médio que seja</p><p>satisfatório para todos, logo você vira refém do ritmo do professor).</p><p>Também sou contra crenças limitantes. Então se vai fazer um</p><p>curso presencial, faça por motivos legítimos e não com base em</p><p>mitos ou crenças negativas.</p><p>“Eu só aprendo escrevendo, pois sou sinestésico”.</p><p>Mito ou verdade?</p><p>MITO!</p><p>É uma das crenças limitantes mais absurdas que já ouvi, seguida</p><p>de uma conclusão ainda mais absurda: “sou sinestésico” (segundo</p><p>pesquisas, uma em cada duas mil pessoas têm sinestesia –</p><p>condição em que o cérebro capta informações externas confundindo</p><p>os sentidos, casos em que algumas pessoas podem ver sons, sentir</p><p>o gosto de formas, o cheiro de cores etc.).</p><p>Esses pequenos detalhes demonstram que quem fala ou pensa</p><p>dessa forma não entendeu o mínimo necessário sobre o tema.</p><p>Provavelmente ouviu de alguém, passou a acreditar que também é</p><p>dessa forma por alguma experiência pessoal e passou a viver com</p><p>essa crença limitante.</p><p>Se até então você acreditava nisso, saiba que provavelmente você</p><p>ainda é refém do estudo passivo. Isso porque, ao estudar</p><p>passivamente você sempre sentiu que não aprendia efetivamente e,</p><p>após escrever sobre determinado assunto você sentiu que seu</p><p>desempenho melhorou.</p><p>Veja bem: escrever não é necessariamente uma forma de estudo</p><p>ativo. Se você escreve apenas copiando o conteúdo de uma aula ou</p><p>apostila, então o estudo continua sendo passivo, já que você não</p><p>precisou raciocinar ou construir a informação a partir do que estudou</p><p>e entendeu.</p><p>Mesmo assim, escrever algo é melhor do que só ver ou ouvir.</p><p>Ainda que se tratando de um estudo passivo, você acaba tendo</p><p>fragmentos de um estudo ativo. Esse fato já eleva um pouco a</p><p>qualidade dos estudos.</p><p>O problema é</p><p>que ao invés de avançar e continuar melhorando na</p><p>forma de estudar (de forma cada vez mais ativa), muitos param por</p><p>aí acreditando que encontraram “a única forma de estudar que</p><p>funciona para si”.</p><p>Modifique essa crença, avance e comece a utilizar métodos</p><p>genuinamente ativos de estudos. Você perceberá um salto enorme</p><p>em sua evolução!</p><p>Falamos sobre estudo ativo no capítulo “Métodos e técnicas de</p><p>estudos”.</p><p>Partindo do pressuposto de que você passou pelas páginas</p><p>anteriores com a devida atenção, podemos concluir que já tem</p><p>informações suficientes para estudar com qualidade daqui em</p><p>diante. Já sabe como se organizar com profissionalismo, como fazer</p><p>revisões com qualidade e periodicidade adequadas, como estudar</p><p>ativamente, enfim, já detém o arcabouço de informações necessário</p><p>para avançar.</p><p>Então é só isso? Só colocar tudo em prática? Bom, na prática</p><p>sabemos que não é tão simples quanto parece.</p><p>Aliás, nunca foi tão fácil obter informação – e me refiro a</p><p>informações de qualidade mesmo – nos tempos atuais. O real</p><p>problema surge quando tentamos colocar tudo em prática. Mesmo</p><p>superando a dificuldade dos primeiros dias, ter constância, ou seja,</p><p>criar efetivamente uma rotina acaba parecendo uma verdadeira</p><p>missão impossível.</p><p>É justamente durante o processo de transformar um novo</p><p>comportamento em um hábito que muitos acabam desistindo. Quem</p><p>já tentou sabe que não é fácil abandonar hábitos ruins; mais difícil</p><p>ainda é substituí-los por novos hábitos.</p><p>A boa notícia é que há solução, e o melhor: com a estratégia</p><p>correta é possível desenvolver novos hábitos de forma mais leve e</p><p>consistente.</p><p>Excelentes profissionais dedicaram muitos anos de suas vidas</p><p>investigando como novos hábitos são criados, abandonados e</p><p>substituídos. Já na década de 1930, B. F. Skinner chegou à</p><p>conclusão de que um novo hábito poderia ser desenvolvido por meio</p><p>de três passos: “estímulo, resposta e reforço”. Posteriormente, o</p><p>repórter norte-americano Charles Duhigg, por meio do best-seller O</p><p>Poder do Hábito, aprofundou-se no tema por meio da análise de</p><p>diversos casos que investigou e concluiu que um novo hábito pode</p><p>ser criado por meio dos passos “deixa, rotina e recompensa”. Mais</p><p>recentemente o tema foi sistematizado de uma forma ainda mais</p><p>didática e estratégica por James Clear, na obra Hábitos Atômicos. O</p><p>mencionado autor ensina que um novo hábito pode ser criado mais</p><p>facilmente por meio de quatro passos: “estímulo, desejo, resposta e</p><p>recompensa”.</p><p>Os especialistas acima mencionados verticalizaram os estudos</p><p>sobre a forma como o cérebro reage diante de novos hábitos (e de</p><p>tentativas frustradas na criação de novos hábitos), bem como nas</p><p>formas de facilitar esse processo com base na neurociência.</p><p>Logo, o que ensinaremos nas próximas linhas não é nenhuma</p><p>novidade, são em verdade conhecimentos disponíveis há algumas</p><p>décadas, porém pouco explorados pela maioria das pessoas, em</p><p>especial por concurseiros.</p><p>Também não temos a pretensão de aprofundar ou esgotar o tema.</p><p>O objetivo é resumir as informações mais relevantes sobre o</p><p>assunto contextualizando-o com o mundo dos estudos. Portanto,</p><p>caso sinta a necessidade de verticalizar os seus estudos sobre as</p><p>formas de criação de novos hábitos, sugerimos a leitura dos livros O</p><p>Poder do Hábito e Hábitos Atômicos.</p><p>O motivo do cérebro criar hábitos</p><p>Segundo James Clear, “um hábito é um comportamento repetido o</p><p>suficiente para se tornar automático” (Hábitos Atômicos, 2019, p.</p><p>44). No começo tudo parece mais difícil, seu cérebro se concentra</p><p>em inúmeros detalhes consumindo muita energia, tudo é realizado</p><p>de forma consciente, você tenta manter o foco, em alguns</p><p>momentos acerta, em outros erra, e se mantém concentrado até</p><p>finalizar a tarefa na busca de algum resultado ou recompensa.</p><p>Com repetições do comportamento, você passa a eliminar erros e</p><p>ajustar os acertos até realizar o comportamento da forma como julga</p><p>adequada. Seu cérebro está criando padrões e a finalidade é</p><p>realizar a respectiva conduta de forma automática. Um dos objetivos</p><p>do cérebro, por força de um instinto de autopreservação, é</p><p>economizar o máximo possível de energia, por isso cria hábitos,</p><p>como forma de praticar comportamentos de forma automática.</p><p>Exemplificando, é o que ocorre quando aprendemos a dirigir. Nos</p><p>esforçamos para não deixar passar nenhum detalhe, focamos no</p><p>ajuste do banco e dos retrovisores, colocamos o cinto de segurança,</p><p>giramos a chave, pisamos no pedal da embreagem, posicionamos o</p><p>câmbio na primeira marcha, tentamos levemente tirar o pé esquerdo</p><p>da embreagem ao passo que pisamos com o pé direito no pedal do</p><p>acelerador (o carro “dá alguns pulos” mas sai do lugar). Com o</p><p>mínimo de velocidade repetimos o processo e passamos para a</p><p>segunda marcha, e daí por diante.</p><p>Depois de dirigir pela primeira vez nos sentimos mentalmente (e</p><p>às vezes fisicamente) exaustos. Nosso cérebro consumiu uma</p><p>enorme quantidade de energia se concentrando nos detalhes de</p><p>todo o processo. Da próxima vez, tentará se concentrar em eliminar</p><p>os erros, ajustar os acertos e economizar energia.</p><p>Após semanas ou meses de prática, dirigir deixa de ser um</p><p>problema. Tudo passa a ser extremamente natural. Quanto mais</p><p>prática, mais natural e automático o processo se torna. Algumas</p><p>pessoas simplesmente “desligam” o modo consciente e passam a</p><p>agir no modo “piloto automático”. Pernas e braços atuam</p><p>automaticamente sem a necessidade de concentração (assim como</p><p>a visão e atenção no trânsito).</p><p>Nessa fase o hábito está criado e tudo é realizado de forma</p><p>automática e com o máximo de economia de energia possível.</p><p>Com os estudos – e com a necessidade de aplicação de métodos</p><p>de estudos – o processo não é tão diferente assim. Novos hábitos</p><p>podem ser criados, com a diferença de que durante os estudos</p><p>manteremos um alto nível de consciência para a concentração e</p><p>foco. Mas isso também fará parte da criação do hábito.</p><p>O processo de criação de um novo hábito é dividido em quatro</p><p>etapas necessariamente na seguinte ordem:</p><p>Quando falhamos em pelo menos uma das etapas acima,</p><p>certamente o comportamento necessário não se tornará um hábito.</p><p>Vamos partir do pressuposto de que o hábito que deseja criar é</p><p>estudar com qualidade. Se retirar o estímulo então o comportamento</p><p>nunca começará; se reduzir o desejo não haverá motivação para dar</p><p>o primeiro passo; se tiver dificuldades na resposta (comportamento),</p><p>o praticará poucas vezes, em número insuficiente para se</p><p>transformar em um hábito (que é o que geralmente acontece com</p><p>quem para de estudar e fica no meio do caminho); e se a</p><p>recompensa não for específica e grande o suficiente para satisfazer</p><p>o seu desejo, então você perderá os motivos para repetir o</p><p>comportamento.</p><p>A seguir passaremos a analisar cada uma das etapas acima com</p><p>dicas para otimizá-las e facilitá-las.</p><p>Etapa 1: estímulo</p><p>O estímulo é responsável por acionar o cérebro para começar um</p><p>comportamento. Surge a partir de uma informação que faz com que</p><p>o cérebro consiga prever uma recompensa.</p><p>Passamos muito tempo assimilando estímulos que apresentam</p><p>sinais de recompensas (as recompensas secundárias mais comuns</p><p>e ligadas às nossas chances de sobrevivência são dinheiro, poder,</p><p>aprovação, status, fama, amor, elogios, amizade e outros</p><p>sentimentos pessoais).</p><p>Se o hábito que deseja desenvolver é estudar com qualidade, na</p><p>prática sabemos que muitos acabam iniciando algum estudo apenas</p><p>quando “bate a vontade”, ou estudam de forma intuitiva (estudam a</p><p>matéria que deu vontade naquele dia). Perceba que o estímulo é</p><p>extremamente fraco.</p><p>Internamente, a escolha de estudar é puramente racional, pois</p><p>como o hábito ainda não foi criado você não será movido pelo seu</p><p>inconsciente, e externamente dificilmente você conta com algum</p><p>fator criará o desejo de estudar.</p><p>Então a dica de ouro é: torne o seu estímulo o mais claro e</p><p>específico possível!</p><p>O objetivo é não esperar o estímulo cair do céu, mas criá-lo de</p><p>forma organizada e específica. A especificidade também é</p><p>fundamental. Inúmeros estudos científicos sobre o hábito</p><p>demonstraram que pessoas que desejam mudar algum hábito de</p><p>desistindo.</p><p>Há inúmeros fatores internos que podem contribuir para a</p><p>aprovação de alguém (ou para a reprovação). Não há como fixar um</p><p>prazo específico. Além disso, há também fatores externos, ou seja,</p><p>fatores fora do controle dos concurseiros (exemplos: demora na</p><p>publicação do edital, prova anulada, concurso cancelado etc.).</p><p>Se passar em um concurso público é o seu objetivo profissional,</p><p>então você deve persegui-lo até passar. Lembre-se: o tempo</p><p>passará de qualquer forma, então é melhor que passe com você</p><p>sabendo que está trabalhando em seus objetivos.</p><p>Muitos confundem fracasso com reprovação. Estão errados!</p><p>Reprovação faz parte do processo, faz parte da jornada de um</p><p>concurseiro, em que souber aproveitar uma reprovação de forma</p><p>sábia certamente crescerá na prova seguinte.</p><p>Fracasso aqui pode ser compreendido como sinônimo de</p><p>desistência. Se você desistiu então você fracassou.</p><p>Portanto, não defina prazos. Como diz um dos maiores</p><p>especialistas em concursos públicos do país:</p><p>“Concurso não se faz para passar, mas até passar”.</p><p>William Douglas</p><p>Pensar demais em inúmeros possíveis problemas, circunstâncias</p><p>e desafios nos estudos é um dos maiores sintomas de ansiedade.</p><p>Ansiedade é um sentimento relacionado ao medo, nervosismo</p><p>e preocupação com um futuro incerto, ou seja, com fatores que na</p><p>maioria esmagadora das vezes não irão se concretizar.</p><p>Então se você se encaixa na descrição acima, provavelmente está</p><p>sofrendo de ansiedade e, portanto, está sim “pensando demais”.</p><p>DICA PARA CONTROLAR A ANSIEDADE NESSES CASOS:</p><p>como o seu lado emocional está desequilibrado, você precisará</p><p>trazer à tona o seu lado racional. A melhor forma de fazer isso é</p><p>focar em tarefas imediatas, focar nas suas metas diárias</p><p>(aprofundaremos quando falarmos sobre organização e plano de</p><p>estudos).</p><p>A sensação de êxito em concretizar tarefas e metas fará com que</p><p>o seu passe a produzir hormônios como a dopamina, serotonina e</p><p>endorfina, inibindo fatores orgânicos gerados pela ansiedade.</p><p>Essa é uma pergunta que todo concurseiro deveria se fazer com</p><p>sinceridade.</p><p>Queimar os barcos significa eliminar o plano B, eliminar distrações,</p><p>alternativas, válvulas de escapes.</p><p>A princípio, pode bater aquele medo de focar todas as forças em</p><p>um único objetivo e colocar tudo a perder diante de um insucesso.</p><p>Não se desespere, não é bem assim que funciona no mundo dos</p><p>concursos, e asseguro com base na experiência de quem abdicou</p><p>de tudo (trabalhos improdutivos, hobbies, prazeres momentâneos) e</p><p>todos (redes sociais, saídas com amigos, eventos etc.)</p><p>temporariamente até começar a alcançar minhas primeiras</p><p>aprovações.</p><p>Ilustrando: enquanto que em um campeonato de futebol um time</p><p>precisa somar mais pontos para se sagrar campeão, o concurseiro</p><p>só precisa de uma única vitória. Entender que algumas</p><p>reprovações durante o processo são normais (grandes escolas, para</p><p>os sábios e maduros) e que não são sinônimos de fracasso o</p><p>manterão firme em seu foco.</p><p>Logo, é importante que você tome uma decisão sobre o seu foco</p><p>daqui em diante para não retroceder mais! Tenha o máximo de</p><p>clareza possível para tomar essa decisão! Avante!</p><p>O principal fator é ter clareza e, para isso, coloque no papel com</p><p>sinceridade as respostas para as seguintes perguntas:</p><p>– Qual o seu sonho? Qual o objetivo real? (concurso, órgão e</p><p>cargo);</p><p>– Quais matérias você precisa estudar para ser aprovado(a)?</p><p>– De quanto tempo dispõe por dia para os estudos? É possível</p><p>conciliar com o trabalho e afazeres pessoais?</p><p>– Precisará abrir mão de algo? Eliminar ou deixar algum hábito</p><p>que atualmente não agrega nada ao seu objetivo para só depois da</p><p>aprovação? Se sim, qual?</p><p>Tendo clareza sobre esses fatores que envolvem a sua rotina,</p><p>ficará muito mais fácil tomar uma decisão importante sobre o seu</p><p>objetivo.</p><p>IMPORTANTE: busque conselheiros, converse com as pessoas</p><p>mais próximas e que serão necessariamente impactadas pela sua</p><p>decisão e mudança de rotina (cônjuge, filhos, pais etc.), mas</p><p>JAMAIS delegue a decisão a elas. Lembre-se: você é</p><p>responsável pelas consequências de suas decisões, então</p><p>depois não adiantará tentar culpar terceiros por seus medos,</p><p>frustrações e arrependimentos.</p><p>Já ouvi todo o tipo de opinião sobre essa pergunta, então antes de</p><p>dar o meu conselho preciso registrar dois fatos indispensáveis que</p><p>você deverá sopesar em sua decisão:</p><p>• Há pessoas maldosas e invejosas espalhadas pelo mundo. Se</p><p>for contar, conte para pessoas de sua confiança. Já vi situações</p><p>de muitos alunos que tinham inimigos dentro dos próprios lares</p><p>e/ou em pessoas próximas que consideravam amigos. Ao</p><p>contarem que estavam estudando para concursos, passavam a</p><p>enfrentar toda a sorte de resistências, críticas e sabotagens;</p><p>• Algumas pessoas no fundo querem apenas o reconhecimento de</p><p>seus pares. Podem estar passando por uma fase de carência e</p><p>insegurança, e por esse motivo acabam contando para as</p><p>pessoas com o objetivo de receberem “aprovação” e apoio,</p><p>especialmente dos entes mais próximos. CUIDADO: nesses</p><p>casos, a ciência comprovou que ao receber a aprovação e o</p><p>apoio das pessoas, o seu cérebro passa a produzir hormônios</p><p>ligados ao bem-estar e ao prazer (endorfina, serotonina,</p><p>dopamina, oxitocina, dentre outros), isso porque o seu ego ainda</p><p>está acima do seu real objetivo, que é ser aprovado. Isso, no</p><p>longo prazo, é um perigo, pois aos poucos você vai perdendo</p><p>motivação nos estudos (chegando em alguns casos a desistir).</p><p>Em síntese, seu cérebro se contentou em ganhar a aprovação</p><p>das pessoas (diante de sua fragilidade emocional, era o objetivo</p><p>nº 1) e afastou-se do objetivo secundário, que era passar em</p><p>concurso público.</p><p>Logo, meu conselho é que se você for contar então selecione as</p><p>pessoas para quem irá compartilhar os seus objetivos, de</p><p>preferência pessoas de sua confiança e que poderão agregar em</p><p>sua preparação (no mínimo, respeitando os seus horários de</p><p>estudos).</p><p>Além disso, decida contar quando estiver em uma fase de</p><p>confiança, de convicção de que o seu objetivo é mesmo passar em</p><p>concurso e não propriamente receber alguns “tapinhas nas costas” e</p><p>ser aceito por terceiros.</p><p>Para ajustar qualquer método eficiente de estudos em sua rotina</p><p>você precisará de 3 coisas:</p><p>PRÁTICA, PRÁTICA e PRÁTICA!</p><p>Toda mudança de hábito requer tempo e exige insistência,</p><p>especialmente nos primeiros dias.</p><p>Não caia na tentação de achar que um método não funciona</p><p>apenas por não se sentir bem com ele após colocar em prática por</p><p>apenas alguns poucos dias (já ouvi vários alunos reclamando e</p><p>garantindo que alguns métodos não funcionam após testá-los por</p><p>alguns minutos).</p><p>É importante você entender que seu corpo estará em uma fase de</p><p>transição, saindo de uma zona de conforto e, por instinto de</p><p>autopreservação e manutenção de energia, resistirá no início. Então</p><p>insista com muita prática, com o tempo o método passará a render</p><p>frutos. Só depois você terá uma real noção se esse ou aquele</p><p>método funciona mais ou menos para você.</p><p>A intuição, especialmente para quem está começando, costuma</p><p>ser a PIOR conselheira de todas!</p><p>Se você ainda não criou uma rotina eficiente de estudos, as suas</p><p>programações mentais não são as melhores para atingir o seu</p><p>objetivo. Logo, contar com a intuição (que nada mais é do que o seu</p><p>inconsciente, o seu “piloto-automático” lhe enviando comandos) será</p><p>uma péssima decisão.</p><p>Provavelmente você ficará sempre rodando em círculos dentro de</p><p>sua zona de conforto, sem entender o motivo de não avançar nos</p><p>estudos.</p><p>Aliás, se não está dando certo é porque algo está errado e precisa</p><p>ser corrigido.</p><p>Albert Einstein conceituou loucura da seguinte forma:</p><p>“Loucura é querer resultados diferentes fazendo as mesmas</p><p>coisas”.</p><p>A sua preparação precisa ser planejada estrategicamente e de</p><p>forma racional!</p><p>Apenas com base na pergunta é possível extrairmos duas</p><p>conclusões:</p><p>1ª: você não está feliz na iniciativa privada, do contrário, não faria</p><p>sentido cogitar os estudos para concursos públicos;</p><p>2ª: acredita que o avanço da idade significa o aumento gradual de</p><p>uma suposta desvantagem perante a concorrência em concursos</p><p>públicos.</p><p>Meu</p><p>forma genérica tendem a fracassar, enquanto que outras que se</p><p>organizam de forma específica acabam obtendo êxito.</p><p>Você pode tornar o seu estímulo específico e organizado por meio</p><p>de duas fases:</p><p>• Construindo um cronograma (ou ciclo) de estudos. Já ensinamos</p><p>como fazer isso em capítulo próprio desta obra, mas vale reiterar</p><p>que o seu plano de estudos precisa ser o mais detalhado</p><p>possível, de modo que você saiba quais disciplinas estudará em</p><p>cada dia da semana, a partir de quais horários, o que fará</p><p>durante o tempo de estudos (revisão, questões anteriores etc.);</p><p>• Organizando o seu ambiente de estudos. O objetivo é que a</p><p>facilidade de acessar os materiais de estudos fomentem o</p><p>próximo passo: o desejo. Ademais, as pessoas costumam</p><p>superestimar a motivação e deixar em segundo plano o</p><p>ambiente, e fazem isso sem saber que o ambiente em que</p><p>vivemos pode influenciar-nos muito mais do que a motivação.</p><p>Então construa o seu ambiente de estudos otimizando-o ao</p><p>máximo para que seus materiais sejam facilmente vistos por</p><p>você.</p><p>Outra vantagem da especificidade em seu planejamento é criar a</p><p>consciência de profissionalismo em seus estudos. Isso certamente</p><p>ajudará a dizer não para distrações e tentações e manter-se firme</p><p>em seus objetivos.</p><p>Não espere a vontade cair milagrosamente do céu, não dependa</p><p>de motivação. Concurseiros profissionais e aprovados em concursos</p><p>não são super pessoas, o diferencial dessas pessoas geralmente</p><p>passa pela organização e comprometimento independente de</p><p>vontade. Lembre-se: depois que transformar esse comportamento</p><p>em um hábito, então tudo ficará mais fácil e natural, seu corpo</p><p>passará a “pedir” pelos estudos.</p><p>Aliás, você pode utilizar estratégia inversa para se livrar de maus</p><p>hábitos e distrações. Enquanto que sugerimos clareza e</p><p>especificidade para criar os seus próprios estímulos, em relação às</p><p>distrações e maus hábitos você deve criar mecanismos de</p><p>obstáculos. A finalidade será torná-los de difícil alcance.</p><p>Exemplificando, no horário dos estudos você pode guardar o</p><p>celular em uma gaveta em outro cômodo e deixá-lo no silencioso;</p><p>pode deixar TV, vídeogame ou qualquer outra distração também em</p><p>outro cômodo. Dificulte as distrações e assim facilitará o seu</p><p>caminho.</p><p>Perceba que o estímulo existe para fomentar a previsão de uma</p><p>recompensa. A recompensa é o alvo final para o nosso cérebro.</p><p>Com o estímulo, naturalmente partimos para o próximo passo: os</p><p>desejos.</p><p>Etapa 2: desejo</p><p>Os desejos funcionam como o combustível de cada hábito. É o</p><p>que nos move – se não tiver desejo sobre alguma mudança então</p><p>não haverá motivo para agir.</p><p>Assim como ocorre na etapa anterior, o alvo final continua sendo a</p><p>recompensa (e não o comportamento). Exemplificando, um fumante</p><p>não deseja meramente fumar, mas o relaxamento e toda a mudança</p><p>de sensação proporcionada pelo tabaco e nicotina; você não quer</p><p>simplesmente ligar o vídeogame e ativar comandos, você quer a</p><p>diversão; não quer escovar os dentes, e sim ter a sensação de ter a</p><p>boca higienizada e limpa.</p><p>Importante destacar que os desejos naturalmente diferem de uma</p><p>pessoa para outra. Para um baladeiro, música alta pode ensejar o</p><p>desejo da euforia de festas e baladas; já para outras pessoas pode</p><p>significar apenas barulho (pode até gerar efeito contrário, irritando</p><p>alguns).</p><p>Essa diferença de pessoa para pessoa ocorre por um fator</p><p>extremamente importante: para que um estímulo se transforme em</p><p>desejo deve ser interpretado, e são interpretados a partir de</p><p>emoções e sentimentos de quem observa. Como cada pessoa é</p><p>única, com experiências próprias, cada um contará com um</p><p>arcabouço de sentimentos e emoções único.</p><p>A primeira dica é: torne o seu novo hábito atraente. É uma das</p><p>estratégias mais utilizadas pelo marketing das grandes empresas,</p><p>quanto mais atraente parece ser a recompensa de um</p><p>comportamento, maiores as chances de construir um novo hábito.</p><p>Sendo atraído (aumento de desejo) a realizar o comportamento</p><p>desejado, você também estará estimulando o seu cérebro a produzir</p><p>hormônios ligados ao bem-estar (o principal é a dopamina). Muitos</p><p>hábitos – alguns se tornando verdadeiros vícios – nascem a partir</p><p>da produção de dopamina após o estímulo, gerando o desejo (é o</p><p>caso de pessoas viciadas em redes sociais, sendo motivadas</p><p>verdadeiramente pela produção desenfreada de curtas doses de</p><p>dopamina cada vez que abre alguma rede social).</p><p>A criatividade aqui deverá entrar em ação. Tente encontrar alguma</p><p>forma de se divertir praticando o comportamento que deseja</p><p>transformar em um hábito. Eu, por exemplo, gostava de me fazer</p><p>quizzes de temas que eu já havia estudado em dias anteriores como</p><p>forma de revisão. Criava um compromisso pessoal de que deveria</p><p>acertar no mínimo 80% dos quizzes. Cuidado: isso para mim era</p><p>uma diversão, eu sempre fui competitivo, porém, para outras</p><p>pessoas pode significar um excesso de autocobrança. Apresentei o</p><p>meu caso apenas para exemplificar, então você deverá identificar</p><p>criativamente como utilizar essa dica conforme as suas próprias</p><p>características e prazeres.</p><p>Outra dica para aumentar o desejo é tentar combinar o</p><p>comportamento desejado com alguma atividade que goste de</p><p>realizar. No caso do ato de estudar a missão acaba sendo difícil, até</p><p>porque você deverá combiná-la com alguma atividade que gosta e</p><p>que não afaste o seu foco, do contrário será improdutivo, mas você</p><p>pode deixar a criatividade trabalhar a seu favor conforme as</p><p>circunstâncias em que vive atualmente.</p><p>No meu caso, sempre gostei de me exercitar correndo, sempre foi</p><p>uma atividade que realmente me fazia bem. Dessa forma, no</p><p>período em que estudava para concursos e já ciente desta dica eu</p><p>passei a utilizar esse tempo para estudar por meio de aulas em</p><p>MP3. Para não perder o foco, passei a correr em uma ciclovia</p><p>dentro de um centro poliesportivo, dessa forma eu não precisava</p><p>mais me preocupar com distrações e possíveis perigos de correr na</p><p>rua e em locais abertos (entrava facilmente em um estado de</p><p>concentração em que meu foco permanecia no teor dos áudios e o</p><p>meu corpo continuava se movimentando de forma mecânica e</p><p>inconsciente).</p><p>Não sendo possível, tente ao menos intercalar o novo</p><p>comportamento com algum hábito que goste (algo que te dá prazer,</p><p>por exemplo, entre os intervalos de descanso), como um efeito</p><p>sanduíche.</p><p>A terceira dica para otimizar o desejo é, de longe, a mais</p><p>poderosa: a imitação.</p><p>Sendo o ser humano um ser sociável, procura imitar os seus pares</p><p>com o objetivo de ser aceito. Um exemplo simples é observado</p><p>quando uma pessoa se muda de residência (percebi isso em meus</p><p>irmãos em dois momentos de nossas vidas). Após a mudança, é</p><p>fácil perceber como algumas pessoas mudam ou adaptam o próprio</p><p>sotaque, passam a falar novas gírias e a produzir novos</p><p>comportamentos típicos da nova região. É uma questão simples de</p><p>querer se adaptar e ser aceito.</p><p>O fato é que absorvemos de forma inconsciente os valores e</p><p>características de pessoas ao nosso redor. É desse fato já</p><p>comprovado por ciências comportamentais que vem a frase: “você é</p><p>a síntese das cinco pessoas mais próximas”.</p><p>Logo, a sugestão é que procure mudar de grupo, tente andar com</p><p>pessoas que já tenham o hábito desejado, pessoas que já estudam</p><p>de forma eficaz e que têm os mesmos objetivos que você.</p><p>É válido também se espelhar em pessoas que, apesar de não</p><p>estarem fisicamente próximas, são de fácil acesso, por exemplo por</p><p>meio das redes sociais. Atualmente, alguns influenciadores</p><p>produzem tanto conteúdo gratuito que passam a sensação de serem</p><p>próximas. Você consegue saber como aquela pessoa era quando</p><p>decidiu estudar para concursos, como corrigiu as fraquezas, como</p><p>conseguiu criar o hábito de estudar com qualidade, quais métodos</p><p>utiliza, enfim, você conseguirá “conviver” com essa referência e</p><p>absorver os valores e motivações que sejam compatíveis com a sua</p><p>realidade.</p><p>Esta é, aliás, uma técnica de PNL (programação neurolinguística)</p><p>chamada de “modelagem”. Em síntese, você passa a identificar</p><p>virtudes de uma pessoa que enxerga como autoridade e referência</p><p>e passa a copiá-las e adaptá-las à sua própria realidade.</p><p>Etapa 3: resposta</p><p>Resposta é o real hábito que alguém pratica (pode ser uma ação</p><p>ou pensamento). Aqui há uma espécie de equação para sabermos</p><p>se a resposta será ou não praticada: a realização do comportamento</p><p>dependerá do seu nível de (a) motivação e, (b) capacidade.</p><p>Se o comportamento exigir muito de você (física e/ou</p><p>mentalmente) a ponto de tais dificuldades superarem o seu desejo,</p><p>então você provavelmente não agirá.</p><p>Exemplificando, se você quer passar em um concurso público mas</p><p>tem dificuldade em entender o que está estudando (capacidade</p><p>atual) e não está tão interessado assim em superar essa dificuldade</p><p>pontual por uma recompensa distante (motivação), então você</p><p>provavelmente não avançará.</p><p>Estamos diante de um detalhe crucial, pois é justamente nessa</p><p>equação que muitos travam e não avançam. Sendo assim, o</p><p>objetivo agora é que você passe a conhecer formas de estimular e</p><p>otimizar o seu desejo de tal forma que acabe superando eventual</p><p>dificuldade ou falha nas capacidades (momentaneamente, já que</p><p>você evoluirá com a prática do hábito de estudar corretamente), que</p><p>acabe colocando a resposta em prática, é assim que o hábito será</p><p>desenvolvido.</p><p>A dica para que essa equação jogue a seu favor é: torne o</p><p>comportamento que deseja transformar em um hábito o mais</p><p>fácil possível, e você pode fazer isso utilizando as seguintes</p><p>estratégias:</p><p>• Reduza a distância entre você e o comportamento desejado,</p><p>facilitando o acesso ao local e material de estudos;</p><p>• A dica para criar um ambiente exclusivamente para os estudos</p><p>entra aqui também e ajudará muito a facilitar a prática do</p><p>comportamento;</p><p>• Automatize tudo o que puder ser automatizado (exemplo:</p><p>cronograma de estudos, organização da periodicidade das</p><p>revisões etc.).</p><p>O caminho inverso pode ser tomado para tornar difíceis (ou até</p><p>mesmo invisíveis) os hábitos e distrações que deseja afastar para</p><p>tornar o comportamento desejado mais fácil:</p><p>• Aumentando a distância entre você e os hábitos indesejados</p><p>(deslocando as distrações, por exemplo, para cômodos</p><p>distantes);</p><p>• Afastando de seus planos por escrito (cronograma de estudos e</p><p>de vida) os hábitos inúteis e/ou pouco relevantes para o seu</p><p>objetivo.</p><p>Etapa 4: recompensa</p><p>Recompensa é o objetivo final cujo propósito é satisfazer o</p><p>respectivo desejo. O ser humano persegue recompensas por dois</p><p>motivos: (a) satisfação pessoal (com todo o processo neuroquímico</p><p>envolvido); e, (b) crescimento (nem que seja por meio do</p><p>ensinamento).</p><p>Aqui o objetivo é simples: tornar a recompensa tão satisfatória a</p><p>ponto de seu cérebro almejá-la com todas as forças.</p><p>James Clear, explicando a Regra Essencial de Mudança de</p><p>Comportamento leciona que “o que é recompensado é repetido. O</p><p>que é punido é evitado. Você aprende o que fazer no futuro com</p><p>base no que foi recompensado (ou punido) por fazer no passado.</p><p>Emoções positivas cultivam hábitos. Emoções negativas os</p><p>destroem” (Hábitos Atômicos, p. 182).</p><p>A partir dessa informação, somada com o fato de que nosso</p><p>cérebro cria hábitos e desejos com facilidade a partir da produção</p><p>de dopamina e outros hormônios ligados ao bem estar, a conclusão</p><p>é de que recompensas imediatas são fundamentais.</p><p>Recompensas de longo prazo (exemplo: ser aprovado no concurso</p><p>X) não são boas, pois ao longo do caminho a tendência é de você ir</p><p>desanimando, perdendo o desejo e a motivação, passando a</p><p>procrastinar. Já as recompensas de curto prazo estimulam o seu</p><p>cérebro a produzir os hormônios desejados diariamente,</p><p>funcionando como um abastecimento diário de motivação.</p><p>Eis, portanto, a dica de ouro para desmembrar o seu objetivo final</p><p>(aprovação) em metas de médio e de curto prazo:</p><p>Em um caderno ou agenda com organização diária, comece a</p><p>descrever, preferencialmente no domingo, todas as suas tarefas ao</p><p>longo da semana seguinte, dia por dia e em detalhes. Em cada dia,</p><p>na medida em que for cumprindo cada meta, você deverá sinalizar a</p><p>linha com a descrição da tarefa com um “ ”.</p><p>Apesar de aparentemente simples, isso gera uma recompensa</p><p>instantânea. O ser humano gosta de obter conquistas, de atingir</p><p>objetivos, de bater metas. O simples fato de atingir de forma</p><p>consciente metas diárias fará com que o seu cérebro se acostume a</p><p>produzir curtas doses de dopaminas nessas ocasiões – isso</p><p>facilitará absurdamente na construção do novo hábito.</p><p>Essa dica é tão poderosa que foi responsável por me fazer superar</p><p>a procrastinação em meados de 2012 (sim, eu era um tremendo de</p><p>um procrastinador). Com o tempo, fui me tornando um profissional</p><p>em cumprir metas diárias. Resumindo: em poucos anos consegui</p><p>atingir resultados em diversas áreas que atuo profissionalmente que</p><p>outros colegas só conseguiram atingir com pelo menos o triplo de</p><p>tempo de dedicação (e colegas com muito mais experiência e tempo</p><p>de carreira).</p><p>Você se transformará em uma pessoa extremamente produtiva.</p><p>Entendendo agora como funciona o processo neuroquímico em seu</p><p>cérebro a partir do momento em que alcança uma recompensa,</p><p>passa a ser fácil entender como isso é possível. Imagine algum</p><p>hábito que você adora fazer; você praticaria esse comportamento o</p><p>dia todo se fosse possível, não é mesmo? Agora imagine ter o</p><p>mesmo prazer, as mesmas sensações de recompensa, porém, com</p><p>a prática do comportamento que hoje você sabe que é necessário</p><p>para atingir os seus objetivos. Pois é, isso é possível e a dica acima</p><p>ajudará muito.</p><p>Em sentido contrário, você pode tornar hábitos ruins o mais</p><p>insatisfatório possível. Há várias formas de fazer isso, mas uma dica</p><p>bacana – e que basicamente resume-se a uma das tarefas mais</p><p>importantes de um coach, mentor ou parceiro de estudos – é ter</p><p>uma pessoa próxima ciente de suas responsabilidades e</p><p>compromissos diários. Essa pessoa terá a liberdade de repreendê-</p><p>lo(a) sempre que se desviar do caminho, cair em alguma tentação</p><p>ou simplesmente deixar de praticar o comportamento desejado.</p><p>Essas ações de cobrança tornarão tais ações insatisfatórias</p><p>(ninguém gosta de ser cobrado e seu cérebro associará a ação</p><p>praticada com essa “recompensa”).</p><p>Conclusão</p><p>Neste capítulo, em poucas linhas você aprendeu quais são as</p><p>quatro etapas necessárias para a construção de um hábito:</p><p>estímulo, desejo, resposta e recompensa.</p><p>Daqui pra frente, você terá condições de realizar autoavaliações</p><p>sempre que estiver praticando um hábito. Será capaz de identificar</p><p>qual foi o estímulo naquela ocasião, bem como o desejo, a resposta</p><p>praticada e até mesmo a recompensa.</p><p>Em poder de tais informações, você conseguirá “mexer no</p><p>tabuleiro” movendo as peças necessárias para criar novos hábitos</p><p>realmente relevantes para os seus objetivos, bem como afastar</p><p>hábitos ruins e indesejados. Fica muito mais fácil se tornar o</p><p>protagonista da própria vida quando estamos em posse das</p><p>ferramentas e informações adequadas.</p><p>Com as dicas de otimização isso se tornará ainda mais fácil. Em</p><p>síntese:</p><p>Você poderá utilizar essas informações para criar hábitos</p><p>relevantes em qualquer área de sua vida, não se restringindo</p><p>apenas ao mundo dos estudos e concursos públicos. Aliás, esse é</p><p>meu conselho: seja uma pessoa produtiva! Essa característica pode</p><p>ser conquistada por qualquer pessoa e os passos acima facilitarão</p><p>(e muito) a sua jornada. Avante!</p><p>Se você já está no mundo dos concursos, estudando há meses ou</p><p>anos, certamente já deve ter passado por obstáculos em</p><p>decorrência de uma agenda conturbada, desorganizada, cheia de</p><p>“imprevistos”.</p><p>Bate aquele desânimo por acreditar que, com seu estilo de vida,</p><p>não há tempo suficiente para os estudos com eficiência suficiente</p><p>para a aprovação no concurso público dos seus sonhos.</p><p>E se você ainda não passou por isso, se ainda não teve essa</p><p>sensação terrível, vale a pena prevenir e levar a sério as dicas aqui</p><p>apontadas.</p><p>Pode acontecer também de você se lamentar concluindo: “ah</p><p>Diego, mas eu não tenho tempo” (essa é uma das reclamações que</p><p>mais tenho escutado nos últimos anos e, ao analisar em detalhes a</p><p>rotina dos alunos, a conclusão é de que há tempo disponível sim!).</p><p>Se você acha que não tem tempo disponível para os estudos,</p><p>então pode estar</p><p>sendo atrapalhado por um dos seguintes motivos:</p><p>• Ausência de prioridade nos estudos: eliminando hábitos</p><p>inúteis ou pouco relevantes nesse período de preparação você</p><p>certamente resolverá esse problema, conforme detalharemos</p><p>adiante;</p><p>• Falta de organização: esse problema será resolvido nos</p><p>parágrafos seguintes;</p><p>• Acumulo excessivo de responsabilidades e afazeres: todos</p><p>nós temos as mesmas 24 horas em um dia e algumas pessoas</p><p>acabam querendo “abraçar o mundo” acumulando um número</p><p>surreal de tarefas. Já tive alunos que desejavam estudar para</p><p>alguns concursos, porém, além de serem casados, com filhos,</p><p>trabalho, ainda mantinham uma rotina indo para a academia</p><p>todos os dias, cursavam a segunda ou terceira faculdade,</p><p>cursavam a primeira pós-graduação, participavam de cultos e</p><p>cerimônias religiosas ao menos duas vezes por semana, e tudo</p><p>isso fora alguns imprevistos que sempre apareciam. Pra quê tudo</p><p>isso? É o que eu chamo de “concurseiro pato”, faz tudo meia-</p><p>boca, nada com qualidade (o pato tem asas mas não voa, boia</p><p>sobre as águas mas não mergulha etc.). Isso é sintoma de</p><p>pessoas que não sabem ainda o que realmente querem da vida,</p><p>perderam totalmente o foco. Minha sugestão: tenha clareza em</p><p>seus objetivos e elimine tudo o que estiver tumultuando a sua</p><p>agenda (ou ao menos adiando para um momento posterior a sua</p><p>aprovação).</p><p>Também é importante que você não se permita ser impulsionado</p><p>pela preguiça na hora de ter o próprio cronograma de estudos, pois</p><p>muitos optam por comprar um cronograma pronto. Ora, isso faz</p><p>algum sentido? Como é possível um mesmo cronograma servir</p><p>igualmente para todos? E a minha rotina específica? E os meus</p><p>afazeres? Bom, não faz o menor sentido.</p><p>Cronograma de estudos não pode ser tratado como uma forma de</p><p>bolo capaz de moldar toda a sorte de rotina. Cada pessoa é única e</p><p>tem seus próprios afazeres.</p><p>Por isso, o que ensinarei neste capítulo será o caminho para</p><p>adquirir independência organizacional e, com isso, construir mais do</p><p>que um cronograma meramente de estudos, mas um cronograma</p><p>de vida. Então vamos lá!</p><p>Para construir de forma personalizada um cronograma de estudos</p><p>(ou de vida), você precisará conhecer em detalhes a sua rotina e, se</p><p>não “colocar no papel” será incapaz de identificar os erros em sua</p><p>rotina e, em geral, hábitos que só atrapalham em seus estudos.</p><p>IMPORTANTE: quadro-horário é um assunto que todo mundo</p><p>conhece, porém quase ninguém faz e, de quem faz, poucos</p><p>cumprem.</p><p>É fundamental que você leve esse assunto a sério, tratando os</p><p>estudos com profissionalismo e seriedade.</p><p>Por meio do depoimento de vários alunos (e até mesmo por</p><p>experiência própria) constatamos que com organização do</p><p>quadro-horário de estudos você descobrirá inúmeras horas por</p><p>semana que são desperdiçadas com hábitos inúteis ou com</p><p>hábito nenhum, que poderiam muito bem serem utilizadas para</p><p>os estudos.</p><p>O primeiro passo será detalhar a sua rotina de vida. Aqui é</p><p>fundamental total transparência e honestidade consigo mesmo.</p><p>Dessa forma, sabendo exatamente o que tem feito, ficará mais fácil</p><p>identificar os horários que tem livres para estudar, bem como os</p><p>horários que poderá reorganizar aos estudos, afastando a prática de</p><p>hábitos inúteis.</p><p>DICA: o ideal é organizar tais informações em algum software,</p><p>pois você precisará sempre que necessário editar o seu</p><p>cronograma, então se for fazer no papel de forma manuscrita você</p><p>precisará sempre reconstruir todo o cronograma diante de eventuais</p><p>modificações. Ao final deste capítulo, disponibilizaremos dois</p><p>modelos (Word e Excel) para você realizar o download.</p><p>Vamos exemplificar essa organização por meio de ilustração de</p><p>um estudante hipotético:</p><p>Exemplo hipotético:</p><p>Fulano tem 28 anos, trabalha em uma empresa privada, é casado</p><p>e tem dois filhos. Pretende estudar para concursos públicos mas</p><p>acredita não ter mais tempo para isso. Vejamos a rotina semanal de</p><p>Fulano por meio do quadro-horário geral:</p><p>Elencamos como necessário para uma vida saudável e equilibrada</p><p>para os estudos, atividades como exercícios físicos, um pouco de</p><p>lazer (moderado) e períodos com a família.</p><p>Perceba a quantidade de períodos vagos (em azul, totalizando 19</p><p>horas semanais) – esse “caso hipotético” na verdade foi extraído de</p><p>um dos meus alunos, em mentoria, e quando me procurou ele</p><p>afirmava que “não tinha tempo”. Além disso, perceba os períodos</p><p>em que nosso personagem pratica atos inúteis ou de pouca</p><p>relevância (em vermelho, totalizando 9 horas).</p><p>Ao todo, e sem contar o período da noite (vale repetir: o descanso</p><p>é muito importante!), fica fácil perceber após a devida organização</p><p>do quadro-horário geral que Fulano tem 19 horas por semana</p><p>completamente livres para os estudos.</p><p>Além disso, tem 9 horas com hábitos sem qualquer relevância, que</p><p>poderiam ser dedicadas aos estudos.</p><p>Voltando ao caso de Fulano: Fulano tem o desejo de se preparar</p><p>para Carreiras Policiais, e após analisar os editais de concursos de</p><p>seu interesse percebeu que será fundamental estudar Português,</p><p>Matemática, Informática, Direito Constitucional, Direito</p><p>Administrativo, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação</p><p>Especial.</p><p>Eis uma sugestão para Fulano (essa organização de temas e</p><p>maior ou menor período para cada tema dependerá da importância</p><p>de cada assunto conforme cada edital, bem como fatores como</p><p>“disciplina em que você tem maior dificuldade” etc., temas já</p><p>trabalhados ao longo deste livro):</p><p>Fica fácil constatar que, mesmo com uma vida com inúmeros</p><p>compromissos (trabalho, filhos, esposa etc.), Fulano, após organizar</p><p>a agenda, conseguiu encontrar uma considerável carga horária</p><p>disponível para os estudos, mantendo os compromissos mais</p><p>importantes.</p><p>Vale ressaltar que com um estudo focado, será natural a renúncia</p><p>de hábitos que não agregam em absolutamente nada na busca dos</p><p>seus sonhos – deixe o chopp com os amigos para períodos após</p><p>aprovação.</p><p>Mas frisamos novamente: organizar sua agenda de estudos é só o</p><p>primeiro passo! Muitos que organizam acabam não cumprindo e</p><p>procrastinam sempre (tratamos sobre como superar a</p><p>procrastinação no capítulo “Cronograma de estudos e rotina</p><p>eficiente”).</p><p>Outros tantos, quando cumprem, estudam com o peso na</p><p>consciência de que poderiam estar se divertindo. Quando estão no</p><p>período de lazer, ficam com peso na consciência por acharem que</p><p>poderiam estar estudando.</p><p>Não permita que seu subconsciente sabote seus sentimentos.</p><p>Uma boa organização certamente trará uma sensação de que você</p><p>está fazendo exatamente o que deve fazer.</p><p>Haverá o período de estudos (onde você deverá encarar com total</p><p>seriedade e foco), bem como o período de lazer, que você poderá</p><p>desfrutar sem qualquer sentimento de culpa.</p><p>Então dê esse primeiro passo e construa o seu cronograma</p><p>personalizado de estudos.</p><p>Para dar esse primeiro passo, preparamos dois modelos de</p><p>cronogramas que você poderá realizar o download abaixo via QR</p><p>Code. Você encontrará dois quadros: em Word e em Excel,</p><p>conforme preferir. Caberá a você preencher conforme os seus</p><p>hábitos semanais, inserir cores para facilitar, ser totalmente honesto</p><p>consigo mesmo e, o mais importante, cumprir!</p><p>Quando iniciei a minha jornada no mundo dos concursos públicos,</p><p>precisei superar inúmeros obstáculos. Não foi nada fácil e não tinha</p><p>por perto nenhum amigo ou mentor com experiência e</p><p>conhecimento que pudesse me orientar, me mostrar os melhores</p><p>caminhos.</p><p>Apesar de ser filho de funcionários públicos, nunca nem ao menos</p><p>cogitei pedir conselho aos meus pais sobre como estudar</p><p>corretamente para concursos. Como “santo de casa não faz</p><p>milagre”, eu acreditava que como eles eram de outra época, não</p><p>teriam muito a contribuir (só muitos anos depois descobri o quanto</p><p>estava equivocado).</p><p>Por isso a minha jornada teve início em um completo escuro. Se</p><p>você já realizou algum concurso público sem saber de quase nada</p><p>então sabe muito bem do que estou falando.</p><p>Me recordo da minha primeira prova, concurso para o cargo de</p><p>Oficial de Justiça de SP, eu com 18 anos, no auge de minha</p><p>arrogância, acreditando que detonaria na prova, principalmente</p><p>porque</p><p>mandava bem na língua portuguesa durante o ensino médio,</p><p>fiz a minha inscrição após ler apenas os requisitos para o cargo e as</p><p>matérias cobradas. Comprei uma apostila de banca (que cheguei a</p><p>ler – e não estudar – apenas algumas páginas). No dia e local da</p><p>prova, enquanto não chegava o horário de início eu decidi ficar perto</p><p>de um grupo de concurseiros. Eles falavam de vários pontos do</p><p>conteúdo programático como forma de revisar alguns temas.</p><p>Falavam de temas que eu nunca havia escutado em toda a minha</p><p>vida e ali a minha insegurança começou a bater. Quando a prova</p><p>começou eu só me lembro de ter sido atropelado e de não conseguir</p><p>anotar a placa.</p><p>Quando reprovei pela primeira vez fui invadido por um sentimento</p><p>de incapacidade total, senti que não sabia de nada, ficou claro que</p><p>se eu quisesse ser aprovado em concurso público teria uma longa</p><p>jornada com muito esforço pela frente.</p><p>Apesar da ingenuidade e falta de conhecimento mínimo para</p><p>pensar em realizar a prova de um concurso, eu tive um mérito, um</p><p>fator que me fez avançar rapidamente em pouco tempo: uma</p><p>curiosidade insaciável!</p><p>Curioso e muito introspectivo, eu vivia me fazendo perguntas</p><p>como:</p><p>• “Como é possível alguém passar em concurso público estudando</p><p>por alguns meses (no máximo um ou dois anos), enquanto que</p><p>outros, depois de anos de insistência, desistem?”;</p><p>• “Será que concurso é pra gênio?”;</p><p>• “Será que algumas pessoas nascem com uma capacidade</p><p>cognitiva acima da média?”;</p><p>• “Ou será que algumas poucas pessoas simplesmente descobrem</p><p>algum segredo, alguma fórmula capaz de otimizar a qualidade</p><p>dos estudos?”.</p><p>Além dos estudos, investia boa parte do meu tempo procurando</p><p>histórias de aprovados, eu queria encontrar padrões, características,</p><p>segredos, milagres ou qualquer fator que pudesse otimizar os meus</p><p>estudos. Naquela época, não havia muito conteúdo disponível,</p><p>poucas entrevistas e depoimentos de aprovados. Mesmo assim,</p><p>aproveitava tudo o que encontrava.</p><p>Comecei a ler alguns livros que se aprofundavam em neurociência</p><p>e técnicas de estudos. Tudo o que podia agregar algum valor eu</p><p>tentava absorver e aos poucos tudo começava a fazer sentido, até</p><p>que finalmente os meus estudos embalaram de vez! Consegui as</p><p>minhas primeiras aprovações.</p><p>Dando um salto no tempo – e nunca tendo parado de estudar –, o</p><p>sonho de me tornar professor começou a bater cada vez mais forte</p><p>e passei a perseguir essa meta com todas as minhas forças.</p><p>Trabalhei incansavelmente até adquirir a capacidade de escrever e</p><p>de falar em público (eu sempre fui extremamente tímido e travado,</p><p>então esse foi um período da minha vida de máxima dedicação,</p><p>estudos e muito trabalho).</p><p>Depois de finalmente me tornar professor, comecei a ajudar</p><p>diversos alunos em cursos presenciais e nas redes sociais. Já são</p><p>quase 10 anos de dedicação na docência.</p><p>Você deve estar se perguntando o motivo de eu estar contando</p><p>tudo isso. A resposta é simples: ao resolver os meus problemas nos</p><p>estudos e investigar histórias de aprovados pude perceber que há,</p><p>de fato, fatores que podem otimizar os estudos de qualquer pessoa.</p><p>Percebi que passar em concurso em nada se conectava com</p><p>alguma forma de genialidade.</p><p>Posteriormente, pude utilizar essas mesmas lições ajudando os</p><p>meus alunos. Cada tese, cada informação, cada dica era validada</p><p>na prática na vida de outras pessoas.</p><p>A conclusão foi de que o sucesso deixa rastros!</p><p>Abaixo passarei a listar as características mais comuns dos</p><p>aprovados em concursos públicos. Trata-se de um compilado de</p><p>capacidades, decisões e abdicações que qualquer pessoa, com o</p><p>necessário esforço, consegue incorporar para a própria vida.</p><p>Mas vale frisar: não se pressione exageradamente! Você não</p><p>precisa de todas as características a seguir listadas para ser</p><p>aprovado. Os aprovados, em geral, têm algumas (poucos</p><p>adquiriram todas). Uns tinham mais de algumas, outros de outras.</p><p>Enfim, o que você precisa entender é que são fatores de otimização</p><p>para a sua jornada de modo que quanto maior o número de</p><p>características você puder adquirir, melhor será a sua jornada.</p><p>Outra observação também muito importante é que não há uma</p><p>hierarquização entre as respectivas qualidades. Uma não é</p><p>necessariamente mais importante do que a outra. Todas agregarão</p><p>de alguma forma em seus estudos.</p><p>Então vamos lá!</p><p>Clareza nos objetivos</p><p>Ter os objetivos muito bem traçados é algo comum entre os</p><p>aprovados, ainda mais na fase atual dos concursos públicos em que</p><p>as provas estão cada vez mais exigentes e a concorrência cada vez</p><p>mais afiada.</p><p>Cremos que o tempo de estudar para várias ao mesmo tempo já</p><p>acabou! É importante que você mantenha-se firme em sua meta.</p><p>É até válido realizar provas de concursos diversos para treinar</p><p>tempo e ritmo de prova, mas vale se manter ao menos dentro da</p><p>área do seu concurso-alvo (exemplo: se quer passar na PC-SP, é</p><p>válido fazer concurso das carreiras policiais, em especial concursos</p><p>de polícia civil; se vai fazer TJ-SP, ajudará enfrentar concursos de</p><p>tribunais diversos etc.).</p><p>No início, é comum por falta de informação sair estudando de</p><p>qualquer jeito e cogitar participar de diversos concursos de áreas</p><p>completamente distintas. Durante o processo de preparação é que</p><p>você vai tomando ciência das informações necessárias para tomar</p><p>uma decisão firme e, aí sim, ter clareza nos seus objetivos.</p><p>Então se já está em posse desse livro e ainda não tem clareza nos</p><p>objetivos, sugiro que pare e comece a organizar as ideias</p><p>esboçando por escrito as informações que são importantes para</p><p>tomar a sua decisão (vocação profissional, remuneração, rotina e</p><p>escala de trabalho etc.).</p><p>É importante tomar uma decisão firme e com clareza para diminuir</p><p>as chances de ficar mudando de direção no meio do caminho, isso</p><p>poupará tempo em sua jornada até a aprovação.</p><p>Constância nos estudos</p><p>É preferível estudar poucas horas por dia com regularidade ao</p><p>invés de estudar por várias horas do dia e, após algumas semanas</p><p>parar diante de exaustão ou desânimo.</p><p>Esse “efeito sanfona” de começar os estudos, parar, voltar, parar e</p><p>voltar é terrível. Você perde ritmo de estudos, se esquece de boa</p><p>parte do conteúdo estudado e, consequentemente, acaba</p><p>desperdiçando muito tempo de sua jornada.</p><p>Meu conselho é que mantenha um ritmo de estudos agradável e</p><p>aos poucos, na medida que for evoluindo e ganhando qualidade na</p><p>absorção do conteúdo, você poderá aumentar gradativamente a</p><p>carga horária de estudos por dia.</p><p>Seu cérebro tem a capacidade de se adaptar a inúmeras</p><p>adversidades e mudanças de ritmos, porém, quando há alguma</p><p>mudança muito brusca o efeito tende a ser o contrário: como instinto</p><p>de autopreservação e de manutenção de energia, o seu cérebro</p><p>poderá sabotar os seus estudos e “te livrar” desse ambiente.</p><p>Então comece devagar e acelere aos pontos! Lembre-se: no longo</p><p>prazo a constância é mais importante do que a intensidade.</p><p>Preparação antes da publicação do edital</p><p>A maioria esmagadora das decisões humanas é motivada pela</p><p>emoção – e não pela razão! Todos conhecem os malefícios do</p><p>álcool, do tabaco e de outras drogas, bem como dos malefícios de</p><p>uma vida sedentária, ou de péssima alimentação, ou de qualquer</p><p>outra escolha aparentemente óbvia para a maioria das pessoas, e</p><p>mesmo assim muitos optam pelo pior caminho.</p><p>Aliás, o marketing, já percebendo esse cenário, acaba apostando</p><p>(e muito) na utilização de fatores puramente emocionais para o</p><p>convencimento de seus clientes visando sempre vender cada vez</p><p>mais.</p><p>No mundo dos concursos a realidade não é diferente. É</p><p>impressionante o número de pessoas que decidem estudar para um</p><p>determinado concurso apenas após a publicação do edital. Sabem o</p><p>que querem, percebem sinais (publicação de autorização do edital,</p><p>contratação da banca etc.), e mesmo assim escolhem começar</p><p>apenas com a publicação do edital.</p><p>Se baseiam sempre em uma possível exceção (“me falaram que o</p><p>filho da vizinha do amigo do Fulano passou estudando em apenas 2</p><p>ou 3 meses, então se ele pode eu também posso”).</p><p>Muitos cursos preparatórios, conhecendo esse cenário se</p><p>aproveitam da “oportunidade” e passam a fazer promessas</p><p>milagrosas (“mesmo se você não tiver nenhuma base ou</p><p>conhecimento, adquirindo o nosso curso você terá condições de ser</p><p>aprovado mesmo estudando por apenas 2 ou 3 meses” –</p><p>promessas assim estão se tornando cada vez mais frequentes e</p><p>beiram o charlatanismo). Após os primeiros dias de estudos pós-</p><p>edital, ao perceberem que a realidade não é nada parecida com a</p><p>ilusão, muitos acabam desanimando e desistindo.</p><p>Não caia nessa! Não caia no efeito manada, se quer otimizar o</p><p>máximo possível das chances de uma aprovação, então comece a</p><p>preparação com o máximo de antecedência possível. Se for se</p><p>comparar, é mais seguro se comparar com quem faz parte da regra</p><p>(preparação muito antes do edital), e não com exceções (histórias</p><p>espetaculares e, por vezes, mentirosas, de pessoas que começaram</p><p>do zero após o edital e foram aprovadas).</p><p>Não estou dizendo que essas exceções não existem. O fato é que</p><p>muitas histórias são mentirosas, outras são exageradas (os</p><p>aprovados já tinham uma forte base nos estudos). Logo, se alguém</p><p>realmente começa do absoluto zero após a publicação do edital e</p><p>consegue êxito em ser aprovado, então essa pessoa está</p><p>totalmente fora da curva, uma exceção que dificilmente será</p><p>parâmetro para outras pessoas. Você até poderá absorver as</p><p>qualidades de alguém assim, mas não a utilize como desculpa para</p><p>tomar decisões tardias.</p><p>Organização de uma rotina profissional de estudos</p><p>Aprovados não costumam estudar com base na intuição ou no</p><p>sentimento. Se quer ser aprovado, então precisará encarar a sua</p><p>jornada de estudos com profissionalismo.</p><p>Estudar precisa se tornar um hábito e o primeiro passo para isso é</p><p>organizar uma rotina muito bem definida de estudos. Você precisa</p><p>saber, por exemplo já no domingo, o que estudará (e como) durante</p><p>toda a semana seguinte.</p><p>Esse passo é tão importante que costuma reduzir as</p><p>possibilidades de alguém procrastinar.</p><p>Você também não pode depender de vontade ou de motivação</p><p>para estudar. Se você trabalha e quer passar em algum concurso,</p><p>então posso concluir com segurança de que está infeliz em seu</p><p>trabalho atual. Mesmo assim, provavelmente você deve ser pontual</p><p>e deve cumprir regularmente com suas obrigações (do contrário,</p><p>não iria durar muito).</p><p>E qual o motivo de seguir essa rotina mesmo sem vontade ou</p><p>motivação, enquanto que para muitos o hábito de estudar aparenta</p><p>ser algo tão exaustivo? A resposta é simples: o nosso cérebro tende</p><p>a determinar que seja feito aquilo que é importante, ou seja, o que</p><p>precisa ser efetivamente realizado.</p><p>No início dos estudos, você está saindo de uma zona de conforto,</p><p>então é normal o cérebro encarar essa nova rotina como algo sem</p><p>valor e que servirá apenas para desperdiçar energia.</p><p>Esse é, aliás, um dos principais motivos para a perda de foco: seu</p><p>cérebro está criando artifícios para te tirar dos estudos por entender</p><p>que é algo irrelevante e que consumirá energia (autossabotagem). É</p><p>por isso que quando começamos a estudar até uma mosca</p><p>passando se torna mais interessante do que os estudos.</p><p>Então a dica para superar essa dificuldade inicial é a criação de</p><p>um cronograma de estudos ou de um ciclo eficiente de estudos</p><p>(como preferir). Dessa forma, você conseguirá passar a informação</p><p>ao seu cérebro de que estudar é importante, é prioridade e que</p><p>precisará investir energia nesse novo hábito.</p><p>Ambiente de estudos organizado e sem distrações</p><p>Além da sua rotina, o seu ambiente de estudos deve ser</p><p>organizado também, de modo a facilitar o acesso aos estudos</p><p>(livros, apostilas, computador e qualquer outro material que utilize</p><p>de fácil acesso) e a afastar o máximo possível as distrações.</p><p>Sei que há pessoas que passam em concursos mesmo estudando</p><p>em um ambiente bagunçado, mas esse não é o ideal. Como já</p><p>estive dos dois lados (bagunçados e organizados), gosto de pensar</p><p>que essas pessoas poderiam ter facilitado o caminho com um pouco</p><p>de organização.</p><p>O fundamento para esse pensamento é simples: ao longo do dia,</p><p>vamos gastando uma grande quantidade de energia ao tomarmos</p><p>inúmeras decisões. Então, quanto mais decisões, mais energia</p><p>consumida; quanto menos decisões, maior a preservação de</p><p>energia. Ter um ambiente voltado para os estudos garante que você</p><p>não precise tomar decisões pequenas e desnecessárias (aliado com</p><p>um cronograma previamente definido de estudos). Dessa forma,</p><p>você poderá utilizar mais energia concentrando-se nos estudos.</p><p>Qualidade do material de estudos</p><p>O material de estudos é a sua fonte de conhecimento. Logo, não</p><p>poderá ser:</p><p>• Material desatualizado;</p><p>• Material com informações impertinentes ao seu concurso (muitos</p><p>cursos e editoras preparam materiais genéricos para venderem</p><p>para o maior número de concurseiros e, com isso, é comum</p><p>“entregarem” informações além do necessário e cobrado por</p><p>alguns editais);</p><p>• Material com informações incompletas (pelas mesmas razões do</p><p>item acima, alguns materiais comercializados, por serem</p><p>genéricos, acabam sendo incompletos).</p><p>No final das contas, você deverá estar sempre atento com os</p><p>materiais que utiliza. Durante a sua jornada, na medida em que for</p><p>avançando nos estudos e evoluindo em simulados e questões</p><p>anteriores, ficará cada vez mais fácil diferenciar bons materiais de</p><p>materiais ruins.</p><p>Revisão constante</p><p>Após anos ajudando inúmeras pessoas a estudarem corretamente</p><p>até atingirem a aprovação, ficou claro que um dos hábitos mais</p><p>subestimados por concurseiros que não conseguem atingir a</p><p>aprovação é o ato de revisar constantemente o que foi estudado.</p><p>Muitos acreditam que revisar é perda de tempo, que poderiam</p><p>utilizar esse período para estudar temas novos.</p><p>Ora, de que vale estudar de forma desenfreada temas novos se no</p><p>médio ou no longo prazo você irá se esquecer da maior parte das</p><p>informações?</p><p>Revisão com organização e qualidade garantirá a fixação e</p><p>manutenção de tudo o que foi estudado e compreendido.</p><p>Detalhamos os melhores métodos de revisão e a periodicidade</p><p>adequada para revisar cada conteúdo ao longo desta obra em</p><p>capítulo próprio ao qual remetemos o(a) leitor(a) como forma de não</p><p>tornar este capítulo repetitivo.</p><p>Resolução de questões</p><p>Para passar em concurso público você evidentemente precisará</p><p>acertar em sua prova um número relevante de questões.</p><p>Logo, durante a preparação é importante que tenha o hábito de</p><p>fazer muitas questões como método de fixação do conteúdo, bem</p><p>como com a finalidade de entender como funciona a dinâmica de</p><p>um concurso conforme a banca organizadora do seu certame.</p><p>É a forma mais fácil de desvendar a “malícia” dos seus</p><p>examinadores. Estudar para concursos é completamente diferente</p><p>de um estudo acadêmico (mestrado, doutorado etc.). Em concurso,</p><p>você precisa se tornar acima da média em termos de resoluções de</p><p>questões, então o treino constante é o melhor caminho.</p><p>Perceba que com as recomendações até aqui a sua rotina de</p><p>estudos já se tornará extremamente dinâmica. Dessa forma, além</p><p>de otimizar a qualidade nos estudos, tudo ficará muito mais leve (é</p><p>um excelente caminho para adquirir prazer nos estudos, fator que</p><p>facilitará muito a sua jornada). Lembrando, no dia a dia dos seus</p><p>estudos haverá:</p><p>• Revisão;</p><p>• Estudo de temas novos;</p><p>• Construção de novos materiais de revisão;</p><p>• Questões anteriores.</p><p>Transformar o estudo passivo em estudo ativo</p><p>Esse é um enorme ponto de virada na vida de qualquer</p><p>concurseiro. A maioria dos brasileiros foi condicionada na escola</p><p>pública a estudar de forma puramente passiva, logo desconhece</p><p>existir outra forma de estudar e aprender.</p><p>A partir do momento em que você começa a estudar ativamente,</p><p>tudo muda! A absorção do conteúdo passa a ser muito maior e</p><p>melhor utilizando a mesma carga-horária.</p><p>No estudo passivo você se resume em ser um mero expectador da</p><p>informação. Apenas se limita em captar aquilo que é passado, da</p><p>forma com que é passado. É a forma tradicional (e ineficiente) como</p><p>somos acostumados desde a infância nas escolas brasileiras.</p><p>Exemplos de estudo passivo: apenas ler o que está escrito em</p><p>livros, apostilas, PDF; em sala de aula ou em vídeos, apenas assistir</p><p>a explicação do professor e copiar o que foi</p><p>escrito na lousa; em</p><p>explicações por áudio, se limitar em escutar o professor/narrador.</p><p>O estudo passivo é fraco, ineficiente, e de pouca retenção. Se</p><p>você estuda passivamente, provavelmente você, logo no dia</p><p>seguinte, sente que não aprendeu nada, não consegue se recordar</p><p>de detalhes... Sabe que entendeu durante os estudos, mas a</p><p>memorização praticamente não existiu.</p><p>Já no estudo ativo você produz o conteúdo, você cria informações,</p><p>questiona e extrai respostas. Ao invés de ser um mero receptor de</p><p>informações, no estudo ativo você se obriga a criar o seu próprio</p><p>conteúdo.</p><p>Exemplos de estudo ativo: ao assistir aulas, criar o próprio material</p><p>caseiro com as próprias palavras; questionar o professor sempre</p><p>que tiver alguma dúvida; construir o próprio material de revisão</p><p>(mapas mentais, flashcards etc.); falar sobre o conteúdo etc.</p><p>Resiliência e inteligência emocional</p><p>É comum às vezes bater aquela sensação de que a vida dos</p><p>outros corre regularmente enquanto que problemas e imprevistos</p><p>ocorrem exageradamente na nossa vida. É só uma sensação</p><p>mesmo, pois o fato é que todos nós enfrentamos problemas diários.</p><p>A diferença é que algumas pessoas adquirem resiliência e</p><p>inteligência emocional, fatores que fazem total diferença para</p><p>superar qualquer obstáculo e prosseguir ainda forte.</p><p>Resiliência é a capacidade de se adaptar às adversidades. Não</p><p>confunda com resistência (capacidade de resistir a confrontos e</p><p>impactos). O resistente apenas aguenta a pancada, enquanto que o</p><p>resiliente se adapta passando a utilizar o novo cenário de</p><p>adversidades e imprevistos a seu favor.</p><p>Vou dar um exemplo de resiliência no mundo dos estudos para</p><p>ficar claro como decisões simples podem fazer total diferença:</p><p>Quando me preparava para a prova da OAB, em uma fase</p><p>intermediária dos meus estudos eu perderia os meus dias com</p><p>tempo para estudar em casa com tranquilidade diante de mudanças</p><p>de trabalho e por morar longe. Dessa forma, eu não teria mais as 3</p><p>horas de estudos que eu tinha diariamente e passaria por volta de 4</p><p>horas do meu dia em transportes (transporte público para o trabalho</p><p>e depois van escolar para a faculdade).</p><p>Dessa forma, ao invés de desistir ou “dar um tempo” nos estudos,</p><p>eu resolvi utilizar dois métodos simples, porém, que até então</p><p>pareciam impossíveis de serem aplicados na prática: estudar por</p><p>materiais escritos mesmo com o ônibus e van em andamento (quem</p><p>já tentou sabe que chega a dar ânsia de vômito, especialmente por</p><p>conta da visão periférica captar a movimentação externa rápida</p><p>enquanto que o nosso foco está fixo no material) e estudar por aulas</p><p>em áudio.</p><p>O início foi terrível, muita ânsia de vômito, dificuldade em focar no</p><p>material por mais que cinco minutos, sono durante as aulas em</p><p>áudio etc. Porém, nessa fase eu já conhecia a capacidade de</p><p>adaptação do cérebro e, por esse motivo, insisti. Após um pouco</p><p>mais de uma semana eu estava completamente adaptado e já havia</p><p>adquirido novas capacidades. Meu foco estava muito maior e</p><p>movimentos e barulhos externos não me atrapalhavam mais. Isso é</p><p>resiliência na prática.</p><p>Enquanto que a resiliência nos ajuda com adversidades externas,</p><p>a inteligência emocional nos ajuda com turbilhões internos.</p><p>A atual geração de concurseiros tem sofrido muito com excesso de</p><p>ansiedade, pânico, depressão e outros problemas de ordem</p><p>emocional. Por já ter passado por alguns desses problemas (já fui</p><p>internado duas vezes após passar por crises de ansiedade), sei</p><p>muito bem que de nada adianta ter os melhores materiais, muito</p><p>tempo disponível e rotina organizada se você não tiver paz interior.</p><p>Logo, a inteligência emocional funciona como uma verdadeira</p><p>coluna em seus estudos. Sem ela, mais cedo ou mais tarde tudo</p><p>desaba.</p><p>O tema “inteligência emocional” requer aprofundamento,</p><p>merecendo uma obra inteira apenas para explorá-lo, mas para dar</p><p>os primeiros passos, sugiro que sempre tome decisões com o</p><p>máximo de clareza possível e exerça a resiliência de forma</p><p>consciente. Dessa forma, naturalmente você estará se exercitando</p><p>para ter inteligência emocional e paz interior.</p><p>O nosso interior está umbilicalmente conectado com nossas</p><p>decisões e formas como encaramos fatores exteriores, por esse</p><p>motivo a inteligência emocional requer constância e esforço até se</p><p>tornar uma capacidade natural.</p><p>Se necessário, peça ajuda!</p><p>Com humildade e maturidade surge a percepção de que não é</p><p>possível superarmos toda a sorte de adversidades sozinhos.</p><p>Concurseiros aprovados costumam ter em suas jornadas histórias</p><p>de gratidão. Em algum momento (ou vários) foram ajudados por</p><p>alguém a superarem algum importante obstáculo.</p><p>Me recordo em detalhes dos poucos meses em que estagiei na</p><p>Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Por lá, trabalhei para</p><p>um Defensor Público (atualmente Promotor de Justiça no MP/RJ)</p><p>que mudou a forma como enxergo os estudos: Rafael Thomas</p><p>Schinner (que, aliás, foi o primeiro convidado do DP Podcast, o</p><p>podcast dos concurseiros no YouTube).</p><p>Em aproximadamente um mês e meio consegui uma evolução que</p><p>tranquilamente me custaria anos se não fosse pela ajuda e</p><p>conselhos do Rafa. Por meio de dicas e conselhos diários, ele me</p><p>passou preciosíssimas lições que provavelmente deve ter aprendido</p><p>em alguns anos de muitas tentativas e erros. Também busquei ajuda</p><p>em livros e cursos.</p><p>Por outro lado, no mesmo ambiente em que estagiava conheci</p><p>outros estagiários que optavam por serem travados. Não</p><p>progrediam, seja por preguiça, seja por falta de atitude. Essa fase</p><p>ocorreu há aproximadamente dez anos. Recentemente, tive contato</p><p>com alguns colegas daquela época e a maioria continua na mesma,</p><p>praticamente não evoluíram.</p><p>Nesse sentido, costumo dizer que há pessoas que aprendem na</p><p>dor (precisam quebrar a cara para aprender), há pessoas que</p><p>aprendem no amor (aceitam conselhos de pessoas mais</p><p>experientes e aprendem com os erros dos outros) e há pessoas que</p><p>simplesmente escolhem não aprender nada.</p><p>Aprender no amor sem dúvida é a escolha mais sábia a se fazer –</p><p>sim, é uma escolha que exige atitude, e não uma característica</p><p>inata.</p><p>Você pode aprender com mentores, professores, colegas que</p><p>passaram pela jornada em que você se encontra atualmente, ou por</p><p>meio de livros, cursos, materiais gratuitos, enfim... O que não falta</p><p>atualmente é fonte de informação.</p><p>Acredito que você já tenha escutado a seguinte frase: “você é a</p><p>síntese das cinco pessoas mais próximas”. Essa frase sintetiza a</p><p>conclusão de alguns estudos sociológicos e psicológicos no sentido</p><p>de que o ser humano, sendo um ser sociável e tendo a necessidade</p><p>de ser aceito, naturalmente tende a absorver as características das</p><p>pessoas mais próximas ou de grupos em que procura ser aceito.</p><p>Há exceções nos casos de pessoas que encaram essa realidade</p><p>de forma racional e consciente, mas a regra é essa. Então o meu</p><p>conselho é que se livre das más amizades, de companhias</p><p>destrutivas, de pessoas que te impedem de evoluir e passe a andar</p><p>com pessoas melhores do que você, pessoas que lutam pelos</p><p>próprios objetivos.</p><p>Se não vive em um ambiente que viabiliza a ajuda das pessoas</p><p>certas, então mude de ambiente!</p><p>Concentre-se nas coisas que você pode controlar</p><p>Um reflexo da ausência de inteligência emocional é o excesso de</p><p>ansiedade. Ansiedade nada mais é do que a preocupação com</p><p>fatores futuros e incertos (a maioria das nossas preocupações</p><p>acaba nem se concretizando).</p><p>Muitos concurseiros vivem em um ciclo vicioso de preocupações</p><p>em fatores externos que estão completamente fora de alcance. Com</p><p>isso, algumas notícias funcionam como verdadeiros termômetros</p><p>capazes de, a depender do grau, fazer com que muitos acabem</p><p>desistindo dos estudos.</p><p>Exemplos de fatores fora do seu controle: quando o edital será</p><p>publicado; qual será a banca do próximo concurso; o nível de</p><p>dificuldade de provas futuras; o número de vagas; o nível da</p><p>concorrência; se vai dar tempo de esgotar o edital etc.</p><p>Eu sei que no começo não é fácil, mas garanto: é possível superar</p><p>esse tipo de preocupação desnecessária e que sabota</p><p>constantemente os estudos.</p><p>Naturalmente esse amadurecimento irá requerer</p><p>esforço constante</p><p>nos primeiros dias, semanas ou talvez meses. Sempre que surgir</p><p>alguma informação (ou ausência de informação) capaz de te abalar</p><p>emocionalmente, diga para si mesmo que só deve se preocupar</p><p>com fatores sob o seu controle e alcance.</p><p>Esse é um exercício simples, porém poderoso, de processo de</p><p>racionalização de uma informação com enorme carga emocional</p><p>para você. Com o tempo, se tornará natural ignorar fatores externos</p><p>e ficar ainda mais focado em seus objetivos sem oscilações</p><p>emocionais.</p><p>Abra mão de alguns hábitos e prazeres</p><p>Todos nós temos as mesmas 24 horas por dia. É impossível</p><p>querer estudar com muita qualidade, trabalhar, cuidar do cônjuge e</p><p>dos filhos, ir para a igreja, para a academia, para o bar, para a</p><p>balada, para o futebol, ver novelas e séries, assistir ao jogo, dormir</p><p>com qualidade, fazer exercício físico, se alimentar, dentre outras</p><p>tarefas, tudo no mesmo dia.</p><p>Projetos de longo prazo e com um grau relevante de dificuldade –</p><p>como ocorre com concursos públicos – requerem muito esforço e</p><p>foco.</p><p>Vivi algumas fases da minha vida em que tentava conciliar muitos</p><p>afazeres e posso garantir: ou dá muito errado ou tudo acaba saindo</p><p>meia boca, ou seja, sem a qualidade mínima necessária.</p><p>Tive casos de alunos em minha mentoria em que precisei ser firme</p><p>e mandar a real: se continuar dessa forma, não vai passar! Me</p><p>recordo de uma situação em detalhes e será importante utilizá-la</p><p>para exemplificar como o excesso de afazeres pode sabotar a sua</p><p>preparação. Um determinado aluno me procurou querendo se</p><p>preparar para os concursos da PC-SP. Quando estávamos</p><p>construindo o cronograma de estudos eu percebi que mesmo com</p><p>muita organização o sujeito não teria tempo, mas percebam que no</p><p>caso desse aluno a falta de foco somada com incertezas fez com</p><p>que ele “atirasse” para todos os lados. Além de ser casado, com</p><p>filho e com trabalho fixo (fatores que precisavam ser mantidos na</p><p>rotina), o sujeito estava cursando a segunda faculdade (curso em</p><p>que não iria trabalhar na área, ou seja, cursava apenas para decorar</p><p>o currículo) e conciliava com uma pós-graduação (mais um enfeite</p><p>para o currículo).</p><p>Ele também treinava regularmente em uma academia e participava</p><p>de cultos religiosos ao menos três vezes por semana. Não teve jeito,</p><p>ele precisou tomar algumas decisões firmes: trancar a faculdade e a</p><p>pós para ter o mínimo de disponibilidade na semana para os</p><p>estudos com qualidade e regularidade.</p><p>No seu caso, esses afazeres ou prazeres sabotadores podem ser</p><p>outros (sair com os amigos, passar horas nas redes sociais, assistir</p><p>séries ou novelas, passar horas e horas em baladas e bares etc.).</p><p>Não estou dizendo para se tornar uma pessoa infeliz – até porque</p><p>se a sua felicidade estiver condicionada a alguns dos hábitos e</p><p>prazeres acima citados, então sinto em lhe dizer mas provavelmente</p><p>não será uma felicidade genuína. O fato é que precisará fazer</p><p>alguns sacrifícios, mas os sacrifícios podem ser temporários. Após</p><p>ser aprovado, você poderá desfrutar por muito mais tempo desses</p><p>ou de outros momentos que te proporcionam prazer, e sem nenhum</p><p>peso na consciência por não estar estudando.</p><p>Aliás, após “sacrificar” alguns hábitos irrelevantes para os estudos,</p><p>muitos acabam mudando de vida, acabam mudando de ambiente e</p><p>percebendo que há outros hábitos muito mais produtivos e</p><p>prazerosos. Conheço muitos aprovados que após passarem em</p><p>concursos acabaram deixando de lado os antigos hábitos</p><p>definitivamente. Mudaram de vida e começaram a usar esse</p><p>pensamento de otimização de tempo para novos objetivos.</p><p>Acostume-se a sair de zonas de conforto</p><p>Pessoas de sucesso criam o hábito de constantemente se</p><p>desafiarem.</p><p>Como destacamos em linhas anteriores, o nosso cérebro tem uma</p><p>ótima capacidade de adaptação. Dessa forma, coisas que até então</p><p>eram um desafio (exemplo: aprender a dirigir), com o tempo se</p><p>tornam hábitos totalmente naturais e fáceis.</p><p>Nos estudos, sempre que alguém cria uma zona de conforto corre</p><p>o sério risco de perder qualidade nos estudos ou de desperdiçar a</p><p>possibilidade de otimizar a forma como estuda.</p><p>Então se esforce para sempre superar zonas de conforto. Sempre</p><p>que as coisas estiverem ficando fáceis demais você estará diante de</p><p>claros sinais de que precisará de desafios ainda maiores.</p><p>A boa notícia é que com o tempo isso também se torna um hábito.</p><p>Se desafiar constantemente te levará para patamares cada vez</p><p>maiores.</p><p>Em noticiários e documentários, algumas matérias resumem ao</p><p>máximo a trajetória de pessoas de sucesso. Isso passa a falsa</p><p>impressão de que se trata de gênios ou de pessoas “iluminadas”.</p><p>Porém, quando analisamos em detalhes a biografia dessas super-</p><p>pessoas acaba ficando claro que eram pessoas comuns, mas que</p><p>se acostumaram a sempre se desafiarem, sempre fugirem de zonas</p><p>de conforto. Esse hábito eleva o nível de qualquer pessoa,</p><p>independentemente de sua posição atual.</p><p>Considerações finais</p><p>Conforme destacado no início deste capítulo, cada característica e</p><p>conselho acima funciona como um fator de otimização para os seus</p><p>estudos – e para a vida.</p><p>Você não precisa colocar em prática todos como condição para</p><p>alcançar uma aprovação em concursos públicos, mas certamente</p><p>quanto mais capacidades e novas atitudes incorporar em sua vida,</p><p>maiores serão as chances de alcançar êxito (e com maior</p><p>celeridade).</p><p>O meu conselho é que tente exercitar cada uma das</p><p>características listadas. Como eu disse: isso elevará o seu nível</p><p>constantemente e rará resultados cada vez maiores.</p><p>Espero com toda a sinceridade que as informações aqui te</p><p>ajudem, que funcionem como luz para a sua escuridão, como uma</p><p>mola propulsora para uma nova fase em sua vida!</p><p>Com votos de sucesso, prosperidade e felicidade,</p><p>Diego Pureza.</p><p>Contents</p><p>1. Introdução</p><p>2. 1 Decisões importantes</p><p>3. 2 Inteligência emocional e motivação</p><p>4. 3 Organização do ambiente de estudos e saúde</p><p>5. 4 Cronograma de estudos e rotina eficiente</p><p>6. 5 Materiais e cursos para os estudos</p><p>7. 6 Métodos e técnicas de estudos</p><p>8. 7 Revisões e memorização dos estudos</p><p>9. 8 Estratégias para o dia da prova e preparação para fases</p><p>específicas</p><p>10. 9 Mitos e verdades sobre os estudos para concursos públicos</p><p>11. BÔNUS I Como criar hábitos novos e produtivos</p><p>12. BÔNUS II Como montar seu cronograma de estudos</p><p>personalizado</p><p>13. BÔNUS III Características comuns dos aprovados em</p><p>concursos públicos</p><p>Introdução</p><p>1 Decisões importantes</p><p>2 Inteligência emocional e motivação</p><p>3 Organização do ambiente de estudos e saúde</p><p>4 Cronograma de estudos e rotina eficiente</p><p>5 Materiais e cursos para os estudos</p><p>6 Métodos e técnicas de estudos</p><p>7 Revisões e memorização dos estudos</p><p>8 Estratégias para o dia da prova e preparação para fases específicas</p><p>9 Mitos e verdades sobre os estudos para concursos públicos</p><p>BÔNUS I Como criar hábitos novos e produtivos</p><p>BÔNUS II Como montar seu cronograma de estudos personalizado</p><p>BÔNUS III Características comuns dos aprovados em concursos públicos</p><p>conselho: vá atrás dos seus sonhos! Lembre-se: o tempo</p><p>passará de qualquer forma, então vale mais a pena investir nos</p><p>seus objetivos ao invés de passar o tempo desempenhando tarefas</p><p>que te tornam cada vez mais frustrado(a).</p><p>Sobre a idade, a maioria dos concursos públicos usa o fator da</p><p>maior idade como critério de desempate, ou seja, isso é uma</p><p>vantagem em muitos casos (atualmente, poucos concursos impõem</p><p>idade máxima como condição de ingresso).</p><p>Além disso, a experiência acompanhando de perto em processos</p><p>de mentoria centenas de alunos nos mostram que pessoas mais</p><p>experientes costumam ter mais facilidade no processo de</p><p>concentração – fundamental nos estudos.</p><p>Por fim, convenhamos: alguém na casa dos 30 anos não deveria</p><p>sequer cogitar a ideia de ter uma idade avançada... já tive inúmeros</p><p>alunos aprovados em concursos públicos com mais de 50 anos.</p><p>A pergunta não é tão simples quanto parece. Meu conselho é: não</p><p>se cobre tanto assim!</p><p>No início, se comprometa com uma aprendizagem de qualidade.</p><p>Se você se cobrar em excesso correrá o grande risco de criar</p><p>mecanismos de autossabotagem. O caminho é simples: você se</p><p>cobra de algo que inicialmente é impossível ou pouco provável; não</p><p>atinge aquele objetivo no médio ou no curso prazo; frustrado e</p><p>acreditando ser incapaz, acaba desistindo.</p><p>Após “pegar o jeito” nos estudos, o importante em termos de</p><p>resultado será ser aprovado(a). A remuneração do primeiro e do</p><p>último colocado dentro das vagas é a mesma.</p><p>Você já deve ter ouvido o conselho de que deve sim buscar o</p><p>primeiro lugar, pois na pior das hipóteses, por ter elevado a sua</p><p>margem de erro, estará dentro do número de vagas. A frase de</p><p>efeito para sustentar esse conselho costuma ser a seguinte: “mire</p><p>as estrelas, pois no mínimo chegará à lua”.</p><p>Esse conselho pode sim ser válido, até mesmo como fator</p><p>motivador nos estudos (eu mesmo seguia essa orientação nos</p><p>últimos concursos que participei e realmente passei em alguns em</p><p>primeiro lugar). Mas deixe esse momento para quando se sentir</p><p>mais seguro, mais avançado nos estudos e blindado</p><p>emocionalmente. A ideia é criar um fator de motivação e não um</p><p>mecanismo de autossabotagem.</p><p>Definitivamente não!</p><p>Após muitos anos no mundo dos concursos (como concurseiro e</p><p>depois como professor), ficou claro ao acompanhar inúmeras listas</p><p>de aprovados que as pessoas que passam em concursos públicos</p><p>são pessoas normais.</p><p>Vou além: fica fácil notar que a maioria das pessoas aprovadas</p><p>têm a agenda recheada de tarefas inadiáveis. São pessoas que</p><p>trabalham, cuidam de casa, dos filhos, do cônjuge etc. São pessoas</p><p>que aprenderam a valorizar o tempo disponível para os estudos e</p><p>passaram a utilizá-lo com muito afinco e qualidade.</p><p>Há também pessoas que tiveram o privilégio de se preocuparem</p><p>apenas com os estudos. Pessoas que não precisavam trabalhar,</p><p>que eram por exemplo bancados financeiramente pelos pais ou</p><p>companheiro(a). Mas a vitória dessas pessoas não deve ser</p><p>desdenhada. Já tive o privilégio de ter o dia todo só para estudar (e</p><p>isso por meses!) e falhei miseravelmente nessa fase da minha vida</p><p>por ser um tremendo de um procrastinador (claro, isso foi antes de</p><p>superar a procrastinação com as dicas que passo neste livro). Ou</p><p>seja, até mesmo quem tem o dia todo para estudar também</p><p>enfrentará dificuldades.</p><p>Por isso é tão importante não comparar os seus bastidores com o</p><p>palco de terceiros. Conheça as suas próprias dificuldades e trabalhe</p><p>constantemente para superá-las.</p><p>Aliás, voltando aos gênios – sim, eles existem – ainda não conheci</p><p>nenhum que tenha passado em concurso público (não confunda</p><p>uma pessoa que passou a dominar inúmeras técnicas de estudos</p><p>com muito esforço e dedicação com um gênio).</p><p>Em síntese, a ansiedade é um estado emocional que te torna</p><p>impaciente e extremamente preocupado com algo futuro e incerto,</p><p>ou seja, algo que não aconteceu – e que na maioria esmagadora</p><p>das vezes nunca irá acontecer.</p><p>Quando nos preparamos para algum concurso, a ansiedade</p><p>costuma surgir diante de preocupações como: “será que vou</p><p>passar?”, “será que o edital será publicado logo?”, “será que terei</p><p>tempo para fechar o edital?”, dentre outras preocupações futuras e</p><p>incertas.</p><p>Logo, o melhor remédio para a ansiedade é focar em fatores</p><p>ligados ao presente, ao agora.</p><p>Uma dica prática: fragmente as suas metas de longo prazo em</p><p>metas de curto prazo. Se o seu foco é passar em algum concurso</p><p>público, o seu planejamento deve ser distribuído em metas de médio</p><p>prazo (mensais) e metas de curto prazo (diárias).</p><p>Com as metas diárias bem definidas (matérias que serão</p><p>estudadas no dia, o que será revisado, quais questões serão</p><p>enfrentadas etc.) você terá mecanismos para controlar a ansiedade.</p><p>Além disso, à medida em que cada meta diária é cumprida, seu</p><p>cérebro passa a produzir hormônios do bem-estar e do prazer e</p><p>isso fará com que todos os dias você atenue ou afaste a</p><p>ansiedade e consiga manter a motivação em alta no longo</p><p>prazo.</p><p>Desmotivação não existe! O fato é que, assim como tomar</p><p>banho, precisamos de doses diárias de motivação.</p><p>Parece óbvio, mas poucas pessoas se dão conta que a motivação</p><p>nada mais é do que um motivo capaz de gerar uma ação. Você</p><p>precisa de um bom motivo para gerar ações diárias (estudos) que,</p><p>ao final, sejam capazes de construir a sua aprovação no longo</p><p>prazo.</p><p>Para ter motivação a receita é simples, porém trabalhosa e</p><p>dependerá de sinceridade e autorreflexão: você precisa de muita</p><p>clareza em sua decisão!</p><p>Defina em detalhes o motivo de querer se preparar para concursos</p><p>públicos, qual o cargo dos seus sonhos, o porquê da sua escolha</p><p>(vocação, paixão etc.), como você se imagina no futuro exercendo a</p><p>respectiva função etc.</p><p>Quanto mais detalhes e emoções sobre a sua decisão, maior</p><p>clareza você terá sobre o seu objetivo; se tiver clareza, a motivação</p><p>existirá!</p><p>Inteligência emocional é basicamente a capacidade de perceber e</p><p>gerenciar as próprias emoções de modo a dominá-las. Com</p><p>inteligência emocional, você estará blindado às distrações externas</p><p>e problemas internos como a ansiedade, insegurança, medos etc.</p><p>É tema que merece ser aprofundado, mas há alguns passos</p><p>iniciais para começar a desenvolver inteligência emocional:</p><p>• Identificação de sentimentos negativos: sempre que passar</p><p>por algum estado emocional negativo (ansiedade, medo etc.),</p><p>coloque no papel exatamente o que está sentido, em detalhes;</p><p>• Racionalização: uma vez identificados os sentimentos ruins e</p><p>seus sintomas, questione-se (ainda por escrito) se são</p><p>sentimentos com base na realidade, se tudo aquilo faz sentido</p><p>(exemplo: faz sentido ter medo de não passar em um concurso?</p><p>Seria o fim do mundo? Seria a sua última chance?);</p><p>• Pratique a resiliência: uma vez identificados de forma racional</p><p>quais os seus medos, elenque soluções racionais para cada</p><p>problema real ou possível. Ter a consciência de que há sempre</p><p>uma solução para cada problema o manterá sóbrio;</p><p>• Planejamentos e ações: mantenha-se focado na execução</p><p>daquilo que foi planejado! Criar o hábito de cumprir as suas</p><p>metas (previamente organizadas) fará com que o recado ao seu</p><p>cérebro se torne cada vez mais claro: você está no controle, e</p><p>não eventuais emoções negativas.</p><p>Pense em alguma atividade que te dá prazer, algo que goste de</p><p>fazer constantemente (assistir filmes, novelas, séries; jogar</p><p>videogame; viajar; sair com amigos etc.). Em tais ocasiões, você</p><p>consegue se concentrar?</p><p>Se a resposta for negativa, então você pode ter algum problema</p><p>de saúde, procure um médico! Mas creio que a resposta foi positiva.</p><p>Nesse caso, você não sofre de falta de foco ou de concentração,</p><p>você sofre de falta de interesse nos estudos!</p><p>No início dos estudos para concursos, o seu cérebro é</p><p>forçado a sair de uma zona de conforto. Não está acostumado</p><p>com aquele tipo de informação, com o ritmo, materiais etc. Então</p><p>será normal, como forma de autopreservação instintiva (seu</p><p>cérebro sempre tentará economizar energia), seu cérebro tentar</p><p>te tirar dos estudos (autossabotagem). Com isso, o foco começa a</p><p>cair rapidamente e qualquer coisa vira uma enorme distração (até</p><p>uma</p><p>mosca voando passará a ser mais interessante do que</p><p>estudar).</p><p>Duas dicas podem te salvar:</p><p>1. Insista, insista com muita disciplina e constância: com o</p><p>tempo, seu cérebro entenderá que o que está fazendo é</p><p>importante e essa fase de falta de concentração logo será</p><p>superada;</p><p>2. Procure ter prazer nos estudos e gostar de todas as</p><p>matérias. Sei que não é tarefa fácil, mas como passei por isso</p><p>com êxito, sei também que é possível. Para ter prazer nos</p><p>estudos um dos segredos é buscar sempre a aplicação prática</p><p>(no dia a dia) de cada informação estudada. O nosso cérebro é</p><p>pragmático, ou seja, só retém no longo prazo informações que</p><p>realmente se mostram úteis.</p><p>Se comparar com outras pessoas é provavelmente a maior</p><p>armadilha que existe capaz de bagunçar o seu estado emocional</p><p>atual. Não faça isso!</p><p>Você não tem poderes ilimitados de fiscalização da vida alheia,</p><p>então não sabe de o Fulano e o Beltrano conseguem efetivamente</p><p>se concentrar ou não.</p><p>Além disso, o desempenho nos estudos e o nível intelectual de</p><p>alguém são agregados por inúmeros fatores: educação dada pelos</p><p>pais, qualidade na formação escolar, experiências e interesses ao</p><p>longo da vida, dentre outros. Cada um tem o seu tempo!</p><p>Concentre-se em buscar as soluções para os seus problemas!</p><p>Se for para olhar para o lado, então que seja para ajudar alguém</p><p>com alguma solução que você já tenha colocado em prática.</p><p>Há algumas técnicas que podem ajudar com isso. Uma acessível a</p><p>todos é a respiração 4-7-8:</p><p>1. Com a boca fechada, inspire silenciosamente pelo nariz (tente</p><p>encher os pulmões em até 4 segundos);</p><p>2. Segure a respiração por no mínimo 7 segundos;</p><p>3. Comece a soltar todo o ar como se estivesse apagando uma</p><p>vela contando 8 segundos e fazendo o som de “wooooosh”.</p><p>4. Repita esse ciclo por pelo menos 4 vezes.</p><p>Tente utilizar essa técnica ao menos duas vezes ao dia</p><p>(especialmente quando a crise “bater na porta” e antes de dormir).</p><p>O cérebro humano, desde a infância, trabalha realizando</p><p>programações mentais a partir do que é captado pelos nossos</p><p>sentidos (audição, visão, tato, paladar e olfato).</p><p>Em síntese, o objetivo é traçar padrões para evitar perigos (instinto</p><p>de autopreservação) e conservar energia.</p><p>As crenças positivas determinam que você tem, direta ou</p><p>indiretamente, alguma capacidade ou possibilidade de alcançar</p><p>algum objetivo.</p><p>O problema ocorre com as crenças negativas (ou limitantes), na</p><p>medida em que estas funcionam como verdadeiras barreiras, sendo</p><p>que algumas, se fossem verdadeiras (já que a maioria é fruto de</p><p>programações incorretas e puramente emocionais) serviriam como</p><p>motivos que impossibilitariam o alcance de algum objetivo (exemplo:</p><p>pessoas que acreditam que nasceram burras, sem o mínimo de</p><p>capacidade cognitiva para serem aprovadas em um concurso</p><p>público).</p><p>Em geral, a maioria das crenças (ou programações mentais) são</p><p>formadas na infância. Podemos citar como exemplos: criança que</p><p>vê os pais brigando constantemente por dinheiro terá a tendência de</p><p>criar a crença limitante de que o dinheiro é mau, uma espécie de</p><p>vilão, e na fase adulta, de forma inconsciente poderá ser uma</p><p>pessoa que não consegue prosperar, sempre que vai dar certo em</p><p>algo dá algum jeito de se livrar do dinheiro e de colocar tudo a</p><p>perder (inconscientemente, como instinto de autopreservação, por</p><p>enxergar o dinheiro como um vilão, a pessoa tentará sempre se</p><p>livrar dele). Outro exemplo é o fato de que até os dias atuais muitas</p><p>pessoas ainda acreditam que ingerir manga com leite fará algum</p><p>mal ou poderá levar a pessoa ao óbito.</p><p>Isso acontece também nos estudos. Uma criança que é chamada</p><p>de burra pode crescer acreditando nisso; se passou por alguma</p><p>humilhação, por exemplo, ao apresentar um trabalho na frente de</p><p>toda a classe, poderá registar o momento como um filme de terror e</p><p>passar a vida fugindo de oportunidades que exigem o ato de falar</p><p>em público etc.</p><p>A ciência há muitos anos já reconheceu que as crenças limitantes</p><p>geram até mesmo estímulos orgânicos. É o que acontece com o</p><p>chamado “efeito placebo”, utilizado na testagem de novos</p><p>medicamentos.</p><p>Você poderá substituir uma crença limitante por uma crença</p><p>positiva. O processo é relativamente simples, mas exigirá trabalho,</p><p>mão na massa e repetição até que a crença negativa finalmente</p><p>desapareça.</p><p>Partindo do pressuposto de que as crenças limitantes, em sua</p><p>grande maioria, residem em nossas emoções, você precisará criar</p><p>um processo de racionalização de tais informações.</p><p>Eis o passo a passo do processo de racionalização citando alguns</p><p>exemplos:</p><p>1. Identificação da crença: no início, não é fácil identificarmos</p><p>quais são as nossas crenças negativas, especialmente porque</p><p>muitas estão disfarçadas de “verdades incontestáveis” em nossa</p><p>cabeça. Então, para ajudar, crie por escrito algumas perguntas</p><p>que farão com que reflita posteriormente sobre as suas</p><p>respostas. Exemplos de perguntas: quais os meus maiores</p><p>medos nos estudos? Acredito que sou capaz de passar nesse</p><p>concurso? Apenas gênios são aprovados em concursos? Quais</p><p>elogios mais gosto de ouvir? Quais críticas mais me deixam pra</p><p>baixo? Elas são verdadeiras? Como eu agiria de conhecesse o</p><p>meu potencial máximo? São apenas alguns exemplos, você</p><p>poderá se fazer outras inúmeras indagações, na medida em que</p><p>for se aproximando da identificação de suas crenças limitantes;</p><p>2. Racionalização: partindo da premissa de que as crenças quase</p><p>sempre têm raízes emocionais e fantasiosas, após identificá-las</p><p>por meio do passo anterior, agora você irá pesquisar o que diz a</p><p>ciência sobre cada uma de suas perguntas. Seja o mais</p><p>detalhista possível ao elaborar as respostas com base em suas</p><p>pesquisas (sim, você precisará escrevê-las).</p><p>3. Substituição: a finalidade agora será transferir os sentimentos</p><p>e emoções sobre cada informação de cada crença para o lado</p><p>racional (racionalizando, a crença limitante fantasiosa cairá por</p><p>terra e será substituída pela informação realista sobre o tema).</p><p>Então confronte o que diz a ciência e os resultados de suas</p><p>pesquisas para cada pergunta com as respostas que havia feito</p><p>no passo 1. Perceberá que suas crenças “não batem” com a</p><p>realidade. É aí que elas serão substituídas por crenças positivas</p><p>e realistas.</p><p>O passo a passo acima serve para qualquer área de sua vida, não</p><p>se limitando apenas ao mundo dos estudos para concursos</p><p>públicos. Faça bom proveito dessa ferramenta!</p><p>A boa notícia é que você não dependerá de características inatas</p><p>para passar em concursos públicos.</p><p>É claro que muitas condições como criação, qualidade dos</p><p>estudos na infância e adolescência, dentre outros fatores pretéritos</p><p>que agregaram em sua formação intelectual podem contribuir, mas</p><p>também não são fatores decisivos (acompanhei inúmeras histórias</p><p>de pessoas que começaram do absoluto zero já na fase adulta, sem</p><p>nenhuma base escolar, e conseguiram passar).</p><p>Então as características comuns aos aprovados em concursos</p><p>públicos podem (e devem!) ser alcançadas durante o seu processo</p><p>de preparação.</p><p>Abaixo listo algumas características comuns em quem alcança</p><p>sucesso nos concursos públicos (há outras, mas essas costumam</p><p>ser as mais marcantes):</p><p>• Clareza no objetivo;</p><p>• Rotina organizada;</p><p>• Revisões periódicas;</p><p>• Constância nos estudos (estudam mesmo nos dias que estão</p><p>indispostos);</p><p>• Melhora constante (estão sempre tentando fazer ajustes e</p><p>melhorando a qualidade nos estudos);</p><p>• Não perdem o foco com distrações ou hábitos inúteis;</p><p>• Estudam ativamente (aprenderam a superar a fase do estudo</p><p>passivo).</p><p>Importante finalizar destacando que você não necessariamente</p><p>precisará de todas as características acima para passar em um</p><p>concurso público, mas quanto mais fatores positivos puder adquirir,</p><p>maiores serão as suas chances.</p><p>Não há a necessidade de ter mais de um ambiente de estudos,</p><p>mas o seu ambiente deve ser organizado e otimizado ao</p><p>máximo para evitar distrações e facilitar a sua concentração.</p><p>Não é necessário nada de sofisticado, mas se quer ter um bom</p><p>ambiente de estudos, então precisará de ao menos:</p><p>Uma cadeira e uma mesa (evite locais muito confortáveis como</p><p>cama, sofá etc.);</p><p>Local bem iluminado (iluminação natural é melhor para a</p><p>concentração comparada com a iluminação artificial);</p><p>Materiais de estudos organizados conforme a sua rotina, e de fácil</p><p>acesso;</p><p>Distrações eliminadas ou afastadas ao máximo (TV, celular, jogos</p><p>etc.).</p><p>Sem dúvida, pois permitirá que permaneça por mais tempo</p><p>concentrado nos estudos. Se for para ter sons, então opte por</p><p>músicas calmas e sem vocal (as músicas eruditas ou clássicas são</p><p>as melhores para que seu cérebro permaneça por mais tempo em</p><p>estado de concentração).</p><p>Se está enfrentando problemas em casa ou no ambiente de</p><p>estudos, sugiro que:</p><p>1. Converse ou negocie com seus familiares (evite o confronto,</p><p>pois eles continuarão morando debaixo do mesmo teto, então</p><p>não vale a pena nutrir inimigo em casa);</p><p>2. Se for necessário e possível, mude o horário de estudos (em</p><p>determinados períodos, estudei por alguns anos na madrugada e</p><p>foi o período em que mais consegui me concentrar);</p><p>3. Se mesmo assim não conseguir, procure um outro ambiente de</p><p>estudos (se houver alguma biblioteca por perto, será perfeito).</p><p>No caso de não ser possível colocar nenhuma das dicas da</p><p>pergunta anterior em prática, é importante que você tenha em mente</p><p>o seguinte fato:</p><p>O cérebro humano é capaz de se adaptar a inúmeras</p><p>adversidades!</p><p>O problema é que diante do menor desconforto, muitos acabam</p><p>desistindo.</p><p>Você precisa insistir nos estudos, mesmo com muito barulho.</p><p>O começo será péssimo, mas em poucos dias de muita insistência</p><p>você terá adquirido a preciosa capacidade de se concentrar mesmo</p><p>que o mundo esteja acabando (com certeza você já conheceu</p><p>alguém que alcançou essa capacidade).</p><p>Para que entenda que é possível, vou dar o meu exemplo pessoal:</p><p>quando me preparava para a prova da OAB, eu trabalhava em um</p><p>local muito longe da minha casa e cursava faculdade em um local</p><p>ainda mais longe. Nesse período, calculei que passava</p><p>aproximadamente 4 horas do meu dia em trânsito (transporte</p><p>público para o trabalho e van escolar para a faculdade). Era o único</p><p>período que eu tinha para estudar naquela fase durante a semana.</p><p>Diante da falta de opção, não tinha nada a perder em insistir.</p><p>O começo foi terrível! Tentava me concentrar na leitura enquanto</p><p>as pessoas falavam alto ao meu lado, havia o barulho do trânsito, o</p><p>balanço do veículo, ao passo que a minha visão periférica captava a</p><p>rápida movimentação externa (e isso me gerava até ânsia de</p><p>vômito)... mas depois de alguns dias tudo se transformou! Parecia</p><p>mágica!</p><p>O meu cérebro havia se adaptado e ao iniciar a leitura o meu foco</p><p>era tão profundo que esquecia de absolutamente todo o</p><p>ambiente externo e o tempo passava voando. Foi uma</p><p>capacidade que adquiri para a vida toda!</p><p>O sono é fundamental no processo de aprendizagem.</p><p>É durante o sono que o processo de memorização de tudo o que</p><p>estudo é sedimentado (só por esse motivo você deve correr de</p><p>“gurus” que costumam indicar o sacrifício do sono por algumas</p><p>horas a mais de estudos!).</p><p>Pode acontecer de, mesmo dormindo regularmente, você sentir</p><p>muito sono durante os estudos. Isso pode ser resultado de ao</p><p>menos um dos seguintes fatores:</p><p>• Sedentarismo. Dessa forma, você terá sempre pouca energia,</p><p>então procure se exercitar, nem que seja por alguns minutos</p><p>durante o dia;</p><p>• Problemas de saúde. Aqui não há meio termo, procure um</p><p>médico!;</p><p>• Falta de ritmo e de prazer nos estudos. Nesse caso, o seu</p><p>cérebro, por encarar os estudos ainda como algo sem utilidade</p><p>(lembre-se: você está saindo de uma zona de conforto ainda),</p><p>por instinto de autopreservação tentará poupar energia e, por</p><p>esse motivo, tentará de tudo para te tirar daquele ambiente</p><p>(processo de autossabotagem), por exemplo, passando a</p><p>produzir o hormônio do sono. Nesse caso, insista nos estudos e</p><p>tente sempre enviar mensagens claras e conscientes ao seu</p><p>cérebro do quão importante será estudar para atingir os seus</p><p>objetivos. Acredite em mim: com a devida insistência, em pouco</p><p>tempo você irá superar essa fase.</p><p>Sem dúvida! Vou listar abaixo apenas alguns dos principais</p><p>benefícios gerados pela atividade física regular para os estudos:</p><p>• Aumenta a disposição;</p><p>• Elimina toxinas do corpo;</p><p>• Oxigena o cérebro;</p><p>• Diminui a necessidade de mais horas de sono;</p><p>• Combate malefícios que prejudicam o funcionamento regular do</p><p>corpo (pressão alta, obesidade etc.);</p><p>• Faz o cérebro liberar um neurotransmissor chamado beta-</p><p>endorfina, que funciona como um relaxante natural e</p><p>antidepressivo.</p><p>Você não precisa se transformar em um atleta ou sacrificar muito</p><p>tempo para os treinos. Com ao menos uma hora de treino três</p><p>vezes por semana você já poderá usufruir dos benefícios acima.</p><p>Para alguns, a família pode ajudar muito nos estudos. Para outros,</p><p>pode ser realmente um grande motivo para brigas e interrupções.</p><p>No segundo caso, a estratégia precisa ser totalmente sóbria. Em</p><p>outras palavras, você deve fugir de confrontos (lembre-se: você</p><p>continuará morando com seus familiares, ao menos por um</p><p>determinado período, de modo que não valerá a pena nutrir inimigos</p><p>em casa, pois isso só atrapalhará cada vez mais nos estudos).</p><p>Então aqui deve entrar o diálogo, a boa e velha negociação.</p><p>Entenda que a sua família pode também precisar de você.</p><p>Fazendo a sua parte, dificilmente alguém continuará insistindo</p><p>em te perturbar.</p><p>Por alguns anos, durante meus estudos para concursos, eu</p><p>morava com meus pais e irmãos. Muito barulho, interrupções, minha</p><p>mãe sempre pedindo algo, meus irmãos abrindo a porta do quarto,</p><p>dentre outros problemas que muitos conhecem bem... Porém, o meu</p><p>jogo virou quando comecei a me antecipar nos afazeres de casa</p><p>(em casa, todos tinham as suas responsabilidades). O que eu fiz?</p><p>Passei a acordar todos os dias 40 minutos mais cedo, lavava e</p><p>guardava toda a louça, limpava as bagunças da sala e deixava o</p><p>café pronto. Quando a minha mãe acordava ela estava com boa</p><p>parte das tarefas prontas e com um café quentinho a esperando.</p><p>Com isso, passei a ganhar uma defensora dos meus estudos. Minha</p><p>mãe não só não me pedia mais nada durante o dia como também</p><p>brigava com qualquer um que ousasse interromper ou atrapalhar os</p><p>meus estudos.</p><p>O ser humano tem naturalmente a necessidade de retribuir e ser</p><p>grato pelo que lhe fazemos. Fica a dica!</p><p>Primeiro: evite posições confortáveis demais, como estudar</p><p>deitado ou em poltronas inclináveis. O provável é que seu cérebro,</p><p>por já estar programado assim desde que nasceu, comece a</p><p>produzir melatonina (hormônio do sono) e, em pouco tempo, você</p><p>estará com a cabeça longe dos estudos.</p><p>Segundo: evite posições que dificultem a circulação do sangue,</p><p>como pés ou pernas dobradas.</p><p>Terceiro: prefira cadeiras que mantenham a sua postura ereta e</p><p>que mantenham o seu cotovelo no mesmo nível da mesa (para</p><p>evitar ficar se curvando).</p><p>Quarto: o material de consulta dos estudos (monitor, em caso de</p><p>vídeo-aulas, o livro, a apostila etc.) deve estar à altura de seus olhos</p><p>– isso evitará dores na coluna e pescoço.</p><p>São detalhes que no longo prazo fazem diferença. Estamos</p><p>falando de uma jornada de longo prazo, e acredito que ao final do</p><p>seu objetivo você não vai desejar ter sacrificado o seu corpo. Além</p><p>disso, se a postura está correta, naturalmente você terá menos</p><p>desconforto por mais tempo durante os estudos – em outras</p><p>palavras: seus estudos renderão mais e melhor!</p><p>Depende muito da forma como o grupo de propõe a estudar.</p><p>O que NÃO fazer:</p><p>• Não participe de grupos com muitas pessoas (4 ou 5 pessoas já</p><p>está de bom tamanho), sob pena de se dispersarem e perderem</p><p>o foco;</p><p>• Não estude todo o tempo disponível em grupo. Casa pessoa tem</p><p>seu próprio ritmo de estudos, então o ideal é que se for estudar</p><p>em grupo que separe apenas alguns momentos para os</p><p>encontros, concentrando a maior parte do seu tempo disponível</p><p>para um estudo individual;</p><p>• Não faça parte de grupos desorganizados, sem horários prévios</p><p>para o início e o fim dos estudos (e, claro: sem o efetivo</p><p>cumprimento dos respectivos horários, quando estabelecidos</p><p>previamente).</p><p>Se você conseguiu encontrar algumas poucas pessoas com o</p><p>mesmo objetivo, com níveis</p><p>parecidos nos estudos e organizadas,</p><p>então separar alguns períodos para encontros em grupo será uma</p><p>excelente ferramenta.</p><p>Uma das formas mais eficazes de aprendizado e memorização</p><p>é, sem dúvida, ensinando (técnica de Feynman).</p><p>Em um curto período da minha vida acadêmica tive o privilégio de</p><p>estagiar na Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Em minha</p><p>breve passagem, conheci pessoas brilhantes e com inclinação aos</p><p>estudos (algumas focadas nos mesmos editais que eu). Então</p><p>criamos um sistema de quizzes: você basicamente faz aos colegas</p><p>uma pergunta sobre um assunto que domina (se for algo que</p><p>desconhece, então é uma mera dúvida), se ninguém souber</p><p>responder, então você dará uma aula sobre o respectivo tema em</p><p>poucos segundos. Foi um período incrível em minha vida como</p><p>estudante, foi nessa fase em que eu mais aprendi como estudar</p><p>com qualidade e eficiência (e o estudo em grupo foi um fator</p><p>decisivo em tudo isso).</p><p>Ficou claro que dessa forma eu aproveitava o melhor do meu lado</p><p>competitivo, aumentava a minha motivação diariamente na medida</p><p>em que melhorava meu desempenho, usava todos os meus</p><p>sentidos ao explicar um determinado assunto (e, dessa forma,</p><p>dificilmente me esquecia daquele tema), diminuía as minhas</p><p>inseguranças em cada matéria e retornava aos estudos cada vez</p><p>mais focado.</p><p>Procrastinar é o ato de deixar para depois o que você poderia (ou</p><p>deveria) fazer agora. Fica adiando por preguiça, falta de vontade,</p><p>distrações ou qualquer outro motivo que não justifica deixar pra lá o</p><p>que deveria ser prioridade.</p><p>Aqui vão 5 dicas que me ajudaram com esse problema (sim, eu</p><p>era um tremendo de um procrastinador quando comecei a me</p><p>preparar para concursos públicos) e que ajudam os meus alunos:</p><p>1. Tenha uma rotina muito bem organizada: seu cérebro, para</p><p>encarar qualquer tarefa com seriedade, precisa de clareza e</p><p>profissionalismo. É por isso que muitas vezes, mesmo</p><p>detestando o seu atual trabalho, você não costuma perder a hora</p><p>ou deixar para depois suas obrigações. Perceba: não é</p><p>prazeroso, mas você faz mesmo assim. O motivo é o seu cérebro</p><p>encarar o trabalho com profissionalismo. Faça o mesmo com os</p><p>estudos, monte uma rotina muito bem organizada e com</p><p>antecedência, com horários para começar, pausar, retomar e</p><p>finalizar (falaremos sobre a construção de cronogramas adiante);</p><p>2. Tenha metas de curto prazo: se você tem uma meta de longo</p><p>prazo (exemplo: ser aprovado no concurso “X”), fragmente-a em</p><p>metas de médio prazo (exemplo: fechar as matérias “A”, “B” e</p><p>“C”) e, por sua vez, em metas de curto prazo (exemplo: saber</p><p>quais disciplinas estudará em cada dia da semana e como</p><p>estudará). As metas devem estar escritas (eu até hoje utilizo um</p><p>caderno-agenda em que cada página representa um dia da</p><p>semana, lá eu coloco previamente as minhas metas). Seu</p><p>cérebro, ao cumprir uma meta, passa a produzir hormônios do</p><p>bem estar e do prazer (endorfina, serotonina, dopamina,</p><p>oxitocina etc.), e com isso, além de se manter motivado</p><p>diariamente, você criará mais rapidamente o hábito de estudar;</p><p>3. Racionalize as tentações: sempre que se sentir tentado em</p><p>parar de estudar para fazer algo (exemplo: ver TV, jogar</p><p>videogame, dormir etc.), pare e se questione se esses “prazeres”</p><p>momentâneos irão te ajudar ou atrapalhar em seus objetivos.</p><p>Faça isso de forma clara. Lembre-se: as tentações surgem de</p><p>gatilhos emocionais, então você precisará da razão para se livrar</p><p>delas;</p><p>4. Não se puna: quando não conseguir cumprir as metas e o seu</p><p>cronograma, não se puna! O ato de se punir poderá criar (ou</p><p>reforçar) crenças limitantes. Você está em processo de mudança</p><p>e deve saber que em alguns dias você terá imprevistos e tudo</p><p>bem com isso, levante a cabeça e prossiga no próximo dia;</p><p>5. Se dê recompensas: você não é uma máquina, então você não</p><p>irá eliminar de sua rotina de longo prazo tudo o que gosta de</p><p>fazer, mas irá deslocar aquilo que mais gosta de fazer para o</p><p>final de sua rotina, como uma espécie de recompensa. Mas se</p><p>dê a recompensa apenas se efetivamente tiver cumprido as</p><p>metas do dia. E cuidado para não se autossabotar, não</p><p>transforme a recompensa em fuga, passando mais tempo nos</p><p>prazeres ao invés de nos estudos.</p><p>Há uma frase atribuída a Benjamin Franklin que resume bem a</p><p>armadilha que é estudar de forma intuitiva:</p><p>“Se você falha em planejar, está planejando falhar”.</p><p>O estudo para concursos deve ser encarado com</p><p>profissionalismo, com rotina, planejamento, metas, organização</p><p>e dinamismo.</p><p>Se você estuda apenas o que “dá na telha”, a tendência é que</p><p>acabe estudando apenas (ou em quantidade desproporcional) o que</p><p>gosta ou o que entende. No longo prazo, ficará rodando em círculos.</p><p>Na melhor das hipóteses, se um dia conseguir ser aprovado em</p><p>algum concurso dessa forma, terá desperdiçado muito tempo com</p><p>que poderia ser abreviado com organização.</p><p>Não há uma fórmula absoluta que sirva igualmente para todos.</p><p>Mas a experiência em minhas reprovações, aprovações e a</p><p>experiência ajudando inúmeras pessoas a criarem uma rotina</p><p>eficiente de estudos e lograrem aprovações revela que os</p><p>seguintes fatores também otimizarão a sua rotina de estudos:</p><p>• Estudar mais de uma matéria por dia (duas já estará de bom</p><p>tamanho);</p><p>• Revisões diárias (revisão é sagrada, falaremos mais sobre isso</p><p>em um capítulo inteiramente dedicado ao tema adiante);</p><p>• Fazer questões anteriores como método de fixação do que foi</p><p>estudado;</p><p>• Fazer simulados para treinar a administração do tempo, controle</p><p>emocional em provas e nível de aprendizagem (no estudo</p><p>regular, uma média de um simulado a cada 15 dias e no pós-</p><p>edital ao menos um simulado por semana).</p><p>A boa notícia é que ao colocar tudo em prática, o estudo acaba</p><p>ficando mais dinâmico e, consequentemente, mais leve. Sabemos</p><p>que não vale a pena cultivar a monotonia em nada que seja</p><p>necessário no longo prazo.</p><p>Sem dúvida!</p><p>Já acompanhei inúmeras pesquisas informais em listas de</p><p>aprovados em diversos concursos públicos e notei um padrão muito</p><p>claro: em média, 7 em cada 10 concurseiros aprovados</p><p>conciliaram os estudos com o trabalho e outros afazeres</p><p>indispensáveis.</p><p>Cuidavam de pessoas próximas, trabalhavam, tinham alguma</p><p>rotina religiosa como ir à igreja duas ou mais vezes por semana,</p><p>faziam atividade física etc.</p><p>Qual o milagre? Bom, não há milagre algum, você resolve esse</p><p>problema com organização.</p><p>Quando você se organiza, começa a identificar horários que</p><p>estava desperdiçando com hábitos inúteis ou pouco relevantes,</p><p>tempos vazios e desperdiçados e afazeres que poderia alterá-los</p><p>para otimizar seu tempo.</p><p>Nas próximas páginas falarei mais sobre a construção de</p><p>cronograma de estudos e estudos por ciclos.</p><p>Então avance para os próximos passos, se organize, crie uma</p><p>rotina por escrito mesmo (no papel ou qualquer meio eletrônico) e</p><p>não dê lugar à preguiça de tentar fazer tudo de forma intuitiva ou</p><p>meramente mental, isso não vai funcionar!</p><p>Será um cronograma de vida personalizado, pois você irá</p><p>conciliar os estudos com os demais afazeres que tem em sua rotina.</p><p>Siga os seguintes passos:</p><p>1. Construa uma agenda semanal editável (pode ser no Word, no</p><p>Excel ou em qualquer outro programa que lhe permita organizar</p><p>detalhes de uma agenda semanal);</p><p>2. Em sua agenda, você criará uma linha para cada hora do dia,</p><p>do momento em que acorda até o momento em que costuma ir</p><p>para a cama:</p><p>1. Preencha cada um dos horários sendo totalmente franco</p><p>consigo. É a hora de inserir informações como “trabalho”, “limpar</p><p>a casa”, “ir para a igreja”, “assistir novela”, “redes sociais”, ou</p><p>seja, inserir em detalhes exatamente o que costuma fazer</p><p>durante cada dia da semana;</p><p>2. Em seguida, selecione com uma cor específica os horários</p><p>vagos e com outra cor os horários em que pratica algum hábito</p><p>que considere inútil, de pouca relevância ou que não agregará</p><p>em nada em sua aprovação (exemplo: assistir novela, jogar</p><p>videogame etc.) – você naturalmente precisará realizar alguns</p><p>sacrifícios, mas não é necessário sacrificar por completo alguns</p><p>momentos de lazer. Minha sugestão é que faça algo que goste</p><p>ao final da semana ou de cada dia e desde</p><p>que tenha cumprido o</p><p>seu cronograma de estudos, ou seja, será uma recompensa</p><p>quando merecida;</p><p>3. Após eliminar os hábitos inúteis ou pouco relevantes, você terá</p><p>uma visão real do tempo disponível para os estudos. Agora é só</p><p>preencher esse tempo com base nas sugestões feitas na página</p><p>anterior.</p><p>Eu jamais recomendaria isso em um estudo focado para</p><p>concursos públicos.</p><p>Você possivelmente pode estar torcendo o nariz e esbravejando:</p><p>mas eu conheço alguém ou ouvi falar de alguém que foi aprovado</p><p>dessa forma.</p><p>Não é porque passaram que utilizaram a forma mais eficiente de</p><p>estudos.</p><p>Sabemos que as disciplinas cobradas em concursos são, em</p><p>geral, extensas. Imagine estudar para um concurso cujo edital exige</p><p>o conhecimento de 10 disciplinas. Do que você se recordaria (em</p><p>detalhes) de tudo o que estudou depois de ingressar nos estudos da</p><p>terceira ou quarta disciplina? Sem um excelente método de revisão</p><p>e aplicado rigorosamente todos os dias, muito provavelmente você</p><p>teria no máximo uma visão geral das matérias concluídas.</p><p>O estudo para concursos não é um estudo acadêmico. Em um</p><p>curso de mestrado ou doutorado, você pode se dar ao luxo de</p><p>estudar uma matéria inteira com calma e profundidade.</p><p>Já no caso dos concursos, precisamos de uma estratégia bem</p><p>definida cujo objetivo será acertar o maior número de questões de</p><p>todas as matérias (ou ao menos das mais disciplinas com maior</p><p>peso, conforme cada edital).</p><p>Logo, entendo que temos duas formas estrategicamente eficientes</p><p>de estudos para concursos:</p><p>• Calendário semanal de estudos previamente planejado,</p><p>conforme detalhado na pergunta anterior;</p><p>• Estudo por ciclos, conforme a questão seguinte.</p><p>A vantagem de estudar por ciclos reside nos momentos de</p><p>imprevistos. Se você tiver algum imprevisto em sua rotina,</p><p>depois retomará exatamente de onde parou na sequência do</p><p>seu ciclo. Então vamos ao passo a passo:</p><p>1. Selecione as disciplinas que você precisará estudar</p><p>previstas no edital do seu concurso. No ciclo, não</p><p>necessariamente precisa iniciar com todas as disciplinas, você</p><p>pode começar com as mais importantes, as matérias com maior</p><p>peso, e na medida em que for esgotando, você poderá ir</p><p>substituindo as disciplinas do ciclo;</p><p>2. Considerando a carga-horária que você tem disponível para</p><p>estudar por dia, atribua uma quantidade de tempo para cada</p><p>disciplina. Aqui você irá destinar mais tempo para as disciplinas</p><p>com maior peso, ou seja, a distribuição será proporcional</p><p>conforme o seu edital;</p><p>3. Agora é hora de organizar dentro das suas possibilidades de</p><p>tempo por dia. Você deverá criar uma sequência entre as</p><p>disciplinas e essa sequência deverá ser sempre seguida. Se</p><p>houver algum imprevisto em sua agenda (exemplo: ficou doente),</p><p>quando retornar aos estudos você retomará do ponto em que</p><p>parou.</p><p>Segue um exemplo de ciclo de estudos:</p><p>Da esquerda para a direita e depois passando para a linha</p><p>seguinte, e quando chegar ao final (exemplo: D. Processual Penal)</p><p>você retornará ao início novamente.</p><p>Dentro de cada disciplina você pode – eu diria, deve! – criar</p><p>pausas sempre que o rendimento começar a cair, bem como criar</p><p>momentos para revisões.</p><p>Dependerá do tempo que tem disponível em seus dias para os</p><p>estudos.</p><p>É interessante que consiga destinar tempo suficiente para cada</p><p>disciplina de modo que não prejudique a compreensão de cada uma</p><p>– você deve se avaliar constantemente; no meu caso eu precisava</p><p>de mais de 30 minutos de estudos em cada disciplina para ter o</p><p>mínimo de qualidade de estudos.</p><p>Não há uma regra universal sobre quantas matérias você deve</p><p>estudar por dia, porém, considerando que a preparação para</p><p>concursos exige o mínimo de estratégia, creio que vale a pena</p><p>estudar pelo menos 2 disciplinas por dia.</p><p>Nesse caso, se estudo 2 matérias por dia, em uma semana estarei</p><p>estudando as 10 disciplinas de segunda a sexta, e sobrará o final de</p><p>semana para dedicar mais tempo para uma ou outra disciplina com</p><p>maior peso ou para fazer simulados, revisões ou questões</p><p>anteriores.</p><p>Se você não tem uma rotina previsível, se a sua agenda é caótica</p><p>ou se o seu trabalho não estabelece horário determinado (exemplo:</p><p>corretor de imóveis, vendedor, militar ou qualquer outra profissão</p><p>que trabalhe conforme a demanda e mediante escalas diversas e</p><p>alternadas), então a solução para você poderá ser os estudos por</p><p>ciclos.</p><p>Você conseguirá utilizar os horários vagos, na medida em que</p><p>forem surgindo, estudando a sequência de disciplinas organizada</p><p>em seu ciclo de estudos.</p><p>Expliquei como funcionam os ciclos de estudos neste capítulo</p><p>anteriormente.</p><p>Não necessariamente.</p><p>A superação da dificuldade de alguma disciplina está muito mais</p><p>ligada à qualidade dos estudos do que propriamente à quantidade.</p><p>Quantidade pode ser destinada proporcionalmente às disciplinas</p><p>mais cobradas e com maior peso, conforme cada edital.</p><p>Em relação às disciplinas em que tem maior dificuldade, não tenha</p><p>receio de voltar às bases, muito provavelmente você deixou de</p><p>compreender pontos introdutórios que não te permitirão avançar.</p><p>Logo, um grande erro é querer estudar os “pontos mais cobrados”.</p><p>Ora, se você não entende o assunto, de que adianta avançar? Volte</p><p>ao início e entenda as bases da disciplina.</p><p>A seguir, apresentarei algumas dicas para aprender a entender – e</p><p>até a gostar – da disciplina que tem dificuldade de compreensão.</p><p>Vamos além: é possível aprender a gostar da matéria que hoje</p><p>você tem dificuldade de compreensão e provavelmente a detesta!</p><p>Primeiro, você precisará diagnosticar os motivos de tanto ódio.</p><p>Pode ser um (ou mais) dos seguintes fatores:</p><p>• Primeiro contato desastroso com a matéria: começou com um</p><p>péssimo material, ou materiais muito avançados, ou mesmo</p><p>professor prolixo ou ruim mesmo e tudo isso te causou uma</p><p>espécie de rejeição à matéria;</p><p>• Falta de experiência prática na matéria: nosso cérebro é</p><p>pragmático, motivo pelo qual tem facilidade em entender tudo</p><p>aquilo em que você percebe que há alguma utilidade e aplicação</p><p>prática;</p><p>• Vocação e paixão: você simplesmente nasceu, por exemplo,</p><p>gostando mais de português ao invés da matemática.</p><p>Então vamos às dicas:</p><p>1. Assista aulas simplificadas, com didática para iniciantes:</p><p>não tenha vergonha ou receio de começar pela base da matéria.</p><p>Após compreender os princípios e temas introdutórios, tudo</p><p>ficará mais claro! “Ah Diego, mas a base dessa matéria não está</p><p>no edital”... Dane-se! De que adianta avançar sem entender? Se</p><p>comprometa primeiro com a aprendizagem, depois se preocupe</p><p>em avançar;</p><p>2. Associe a disciplina que detesta com pontos da matéria que</p><p>você mais gosta: a fixação do conhecimento é feita a partir de</p><p>sinapses (ligações entre neurônios). No meu caso (tinha</p><p>dificuldade em D. Administrativo e sempre curti o D. Penal),</p><p>comecei a entender a matéria associando a Lei de Improbidade</p><p>Administrativa com os crimes contra a Administração Pública;</p><p>3. Se possível, trabalhe ou faça estágio na área da matéria que</p><p>tem dificuldade. Porém, não sendo possível, durante os</p><p>estudos procure exemplos que representem cada ponto</p><p>estudado da matéria (lembre-se: se seu cérebro entende uma</p><p>forma de aplicação prática do que estudou, você passará a</p><p>entendê-la efetivamente.</p><p>Sim, o estudo em uma reta final pós-edital precisa ser</p><p>diferente!</p><p>A boa notícia é que, de um modo geral, a adrenalina de uma reta</p><p>final facilitará ter um período de estudos muito mais intenso e</p><p>mantendo a qualidade.</p><p>Hoje, olhando para trás e me recordando dos meus estudos em</p><p>retais finais fica fácil perceber que o meu rendimento aumentava</p><p>muito, conseguia estudar por períodos muito mais extensos – como</p><p>eu disse, a adrenalina e outros hormônios funcionarão como molas</p><p>propulsoras nessa fase.</p><p>Mas antes de dar algumas sugestões, um ALERTA: se você</p><p>começou a estudar só após o edital, as dicas abaixo podem te</p><p>ajudar, mas não espero por milagres! É um erro se comparar com</p><p>exceções. Está cada vez mais raro encontrarmos pessoas que</p><p>verdadeiramente começaram a preparação após o edital e</p><p>passaram (muitos mentem, já tinham muita bagagem antes do</p><p>edital).</p><p>Então vamos lá:</p><p>• Elimine não apenas eventuais</p><p>distrações, mas afaste</p><p>temporariamente afazeres de sua rotina que podem ser deixados</p><p>para depois. Agora é hora de conseguir todo tempo disponível</p><p>para os estudos. Lembre-se: é um período curto, depois você</p><p>conseguirá retomar a sua rotina;</p><p>• Aumente consideravelmente o tempo para fazer questões</p><p>anteriores. Agora é hora de enfrentar muitas questões e pegar</p><p>ritmo;</p><p>• Faça simulados. Se possível, um por semana, mas não apenas</p><p>por fazer, pois o ideal é que na semana seguinte você consiga</p><p>separar momentos para pesquisar os motivos de cada erro (isso</p><p>ajuda muito a aumentar notas de um simulado para outro);</p><p>• Separe um tempo só para estudar eventuais novidades</p><p>apresentadas pelo novo edital publicado;</p><p>• Não abandone as revisões, elas continuam sendo sagradas.</p><p>Não! Não precisa, mas pode ajudar.</p><p>Os cursos preparatórios devem ser encarados como facilitadores.</p><p>A vantagem de um curso é que você poderá contar com a ajuda</p><p>de professores especialistas em cada disciplina e com experiência</p><p>sobre como cada assunto pode ser cobrado no seu concurso.</p><p>Mas jamais terceirize a sua responsabilidade. O curso</p><p>preparatório pode te ajudar, mas jamais colocará seu nome no diário</p><p>oficial entre os aprovados.</p><p>Portanto, não pertença ao grupo de pessoas que após uma</p><p>reprovação desistem e passam a jogar a culpa do próprio fracasso</p><p>sobre os cursos preparatórios. Seja o protagonista da sua</p><p>jornada!</p><p>Testando.</p><p>O melhor curso é aquele que funciona para você. Cada pessoa</p><p>é única, com gostos e preferências específicas. Dessa forma, o</p><p>curso que funciona para um terceiro não necessariamente</p><p>funcionará para você.</p><p>A boa notícia é que atualmente a maioria esmagadora dos cursos</p><p>preparatórios publica algumas aulas gratuitas nas redes sociais.</p><p>Antes de decidir pelo curso “A”, “B” ou “C”, assista algumas aulas,</p><p>teste a didática dos professores, especialmente sobre as disciplinas</p><p>que tem dificuldade.</p><p>Aquele que funciona para você.</p><p>Além de testar “amostras” do material que pretende adquirir, o meu</p><p>conselho é que você trate cada disciplina em sua</p><p>individualidade. Um grande erro de muitos concurseiros é achar</p><p>que todas as disciplinas devem ser estudadas da mesma forma.</p><p>Cada uma tem sua própria dinâmica. Além disso, você pode estar</p><p>avançado em uma disciplina e iniciando em outra.</p><p>A título de exemplo, quando eu me preparava para provas e</p><p>concursos eu utilizava materiais diversos conforme cada disciplina.</p><p>Algumas estudava por livros, outras por PDF e, por fim, outras por</p><p>vídeo-aulas.</p><p>CUIDADO! Mesmo se identificando com algum material ou curso,</p><p>é fundamental verificar se o conteúdo é constantemente atualizado.</p><p>Até os maiores cursos do país podem cometer o deslize de deixar</p><p>algum material desatualizado. Então redobre a atenção. No caso de</p><p>disciplinas jurídicas, tenha o hábito de deixar o site do Planalto</p><p>aberto durante o estudo de cada lei. Por lá, o conteúdo sempre</p><p>estará atualizado.</p><p>A vantagem do aumento da concorrência no mundo dos cursos</p><p>preparatórios e dos materiais escritos é o natural aumento da</p><p>qualidade dos materiais.</p><p>Porém, ainda assim, visando primordialmente o lucro, muitos</p><p>cursos insistem em montar “bancos de conteúdos” genéricos que</p><p>sirvam para a maioria dos editais.</p><p>Dessa forma, o resultado são cursos genéricos e que, por vezes,</p><p>“forçam” os alunos a estudarem detalhes por vezes não cobrados</p><p>em seus respectivos concursos.</p><p>Por esse motivo, o meu conselho é selecionar sempre o curso ou</p><p>o material que seja específico, personalizado, totalmente voltado</p><p>para o seu concurso, conforme as exigências do seu edital.</p><p>Muitas pessoas não têm essas opções. Diante dos compromissos</p><p>do dia a dia (trabalho, filhos, cônjuge etc.) acabam estudando nos</p><p>espaços vagos na agenda. OK, não há nada de errado com isso,</p><p>estude dentro de suas possibilidades.</p><p>Porém, se você tiver a possibilidade de escolher, opte pelo</p><p>primeiro horário possível após acordar (para a maioria das</p><p>pessoas, a manhã). Há algumas vantagens sutis nessa escolha:</p><p>• Nosso cérebro passa o dia gastando energia fazendo escolhas.</p><p>Dessa forma, a manhã é o período em que mais temos energia</p><p>disponível para focar nos estudos;</p><p>• Pela razão acima, vale a pena sempre começar os estudos pela</p><p>disciplina que tem mais dificuldade;</p><p>• A luz natural (especialmente para quem estuda por meio da</p><p>leitura) cansa menos a vista comparada com a luz artificial de</p><p>uma lâmpada.</p><p>Não existe uma fórmula fechada e absoluta que sirva igualmente</p><p>para todos, por isso é importante que ao longo do processo você vá</p><p>se conhecendo e realizando ajustes até chegar em uma</p><p>organização ideal da forma como estuda.</p><p>Mesmo assim, farei uma sugestão que, com base em experiência</p><p>pessoal (aplicava nos meus estudos) e como mentor (aplico aos</p><p>meus alunos como ponto de partida), tem funcionado.</p><p>Trata-se de uma sequência que visa criar um dinamismo nos seus</p><p>estudos, de modo que a rotina ficará mais leve (com o tempo, os</p><p>estudos ficam até prazerosos) e, portanto, mais fácil de ser</p><p>cumprida. Além disso, leva em consideração o que é efetivamente</p><p>importante em uma preparação para concursos públicos. Então</p><p>vamos lá:</p><p>1. Comece pelas revisões. Funcionará também como um</p><p>aquecimento para o seu cérebro (além, é claro, de servir para a</p><p>memorização do que estudou em dias anteriores). Assim, você</p><p>começará os estudos em um ritmo melhor, terá quebrado a</p><p>inércia;</p><p>2. Estudo propriamente dito. Agora poderá estudar as matérias</p><p>dentro do seu cronograma de estudos. Conforme abordado em</p><p>outras perguntas, você poderá estudar por PDFs, vídeo-aulas ou</p><p>qualquer outra fonte de conteúdo. Isso pode variar de aluno para</p><p>aluno;</p><p>3. Construção de novos materiais para revisão. Você pode</p><p>esperar terminar os estudos para só então começar a construir o</p><p>material para revisão do que estudou no dia; todavia, a minha</p><p>sugestão é que faça essa construção durante os estudos, pois</p><p>isso manterá seu foco por mais tempo e tornará seu estudo ainda</p><p>mais ativo;</p><p>4. Fazer questões anteriores. Hora de testar e fixar os</p><p>conhecimentos. Então prefira fazer questões dos temas</p><p>estudados no dia.</p><p>Aqui já temos um ótimo começo. Durante o processo você poderá</p><p>realizar ajustes à medida em que for sentindo necessidade.</p><p>Método é o caminho que deu certo, que funcionou para levar</p><p>alguém adiante.</p><p>Após anos no universo dos concursos (e do estudo em geral), tive</p><p>a oportunidade de conhecer métodos de estudos excelentes (alguns</p><p>até validados pela ciência) e outros que só fazem os concurseiros</p><p>perderem tempo.</p><p>A finalidade de utilizar um método eficiente é otimizar os seus</p><p>estudos.</p><p>Meu conselho é que não persiga um método infalível e sim</p><p>que descubra quais (isso, no plural) métodos funcionam para</p><p>você.</p><p>A vantagem é que você pode utilizar vários métodos de estudos:</p><p>um para a leitura, um para manter o seu estudo ativo, um para fazer</p><p>questões, um para revisões etc.</p><p>Nas próximas páginas teremos a oportunidade de tirar as maiores</p><p>dúvidas dos principais métodos de estudos.</p><p>Você precisa testá-lo com insistência.</p><p>Sempre que alguém me diz que algum método não funciona eu</p><p>imediatamente pergunto como e por quanto tempo a pessoa o</p><p>testou. A resposta é quase sempre um “ah, testei uma vez” ou “eu</p><p>‘insisti’ por alguns dias”.</p><p>Quem testa qualquer método de estudos como se estivesse</p><p>provando um sabor diferente de tempero jamais saberá se o método</p><p>funcionará ou não.</p><p>Charles Duhigg, após anos de estudos, pesquisa e investigações,</p><p>chegou à conclusão de que uma pessoa comum precisa insistir em</p><p>um comportamento por 2 ou 3 meses (a depender de cada pessoa e</p><p>da forma como desempenha o comportamento) para que</p><p>desenvolva um novo hábito (para se aprofundar, leia o livro O Poder</p><p>do Hábito).</p><p>Com métodos de estudos o raciocínio é o mesmo. Primeiro, você</p><p>precisa entender que está saindo de uma zona de conforto, então</p><p>precisará insistir; e, segundo, saiba que é durante o processo de</p><p>estudos que você vai ajustando a melhor forma com que seu</p><p>cérebro absorve e retém informações estudadas.</p><p>Então, respondendo à pergunta: se quer saber se um método de</p><p>estudos é adequado para você, insista em sua</p><p>aplicação por, no</p><p>mínimo, mais de um mês. Não tenha medo de ir fazendo ajustes</p><p>nesse processo conforme as suas necessidades.</p><p>Em time que está ganhando não se mexe.</p><p>Se está funcionando para você, siga em frente sempre tentando,</p><p>ao menos, aperfeiçoar o método.</p><p>Vale lembrar que os métodos são conciliáveis, então mesmo</p><p>que tenha encontrado o “seu método” de estudos, você poderá</p><p>agregar outros, por exemplo, para fazer revisões, simulados,</p><p>questões anteriores etc.</p><p>No estudo passivo você se resume em ser um mero expectador</p><p>da informação. Apenas se limita em captar aquilo que é passado,</p><p>da forma com que é passado. É a forma tradicional (e ineficiente)</p><p>como somos acostumados desde a infância nas escolas brasileiras.</p><p>Exemplos de estudo passivo: apenas ler o que está escrito em</p><p>livros, apostilas, PDF; em sala de aula ou em vídeos, apenas assistir</p><p>a explicação do professor e copiar o que foi escrito na lousa; em</p><p>explicações por áudio, se limitar em escutar o professor/narrador.</p><p>O estudo passivo é fraco, ineficiente e de pouca retenção. Se você</p><p>estuda passivamente, provavelmente você, logo no dia seguinte,</p><p>sente que não aprendeu nada, não consegue se recordar de</p><p>detalhes... sabe que entendeu durante os estudos, mas a</p><p>memorização praticamente não existiu.</p><p>Já no estudo ativo você produz o conteúdo, você cria</p><p>informações, questiona e extrai respostas. Ao invés de ser um mero</p><p>receptor de informações, no estudo ativo você se obriga a criar o</p><p>seu próprio conteúdo.</p><p>Exemplos de estudo ativo: ao assistir aulas, criar o próprio material</p><p>caseiro com as próprias palavras; questionar o professor sempre</p><p>que tiver alguma dúvida; construir o próprio material de revisão</p><p>(mapas mentais, flashcards etc.); falar sobre o conteúdo.</p><p>A melhor e mais completa técnica que conheci sobre estudo ativo</p><p>é a Técnica de Feynman, que basicamente consiste em você</p><p>explicar para alguém o conteúdo estudado e aprendido.</p><p>Em síntese, quanto mais sentidos nós utilizamos para absorver</p><p>uma informação (tato, visão, paladar, olfato e audição), mais o</p><p>nosso cérebro entende que aquela informação é importante e</p><p>merece ser armazenada na memória de longo prazo. Ao explicar um</p><p>assunto ou dar uma aula sobre determinado tema, você estará</p><p>ativando todos os seus cinco sentidos para a aprendizagem e</p><p>reforço daquelas informações.</p><p>Então qual o motivo de poucas pessoas colocarem em prática o</p><p>estudo ativo ao invés do estudo passivo se a diferença de resultado</p><p>entre ambos é enorme? Temos dois possíveis motivos: 1º essa</p><p>pessoa pode ainda não saber que existe o estudo ativo e com</p><p>excelentes benefícios; ou, 2º: PREGUIÇA! Sim, o estudo ativo</p><p>exige, obviamente, uma postura ativa, dá muito mais trabalho e não</p><p>condiz com quem está adormecido em uma zona de conforto.</p><p>A boa notícia é que, após pegar o ritmo e criar o hábito de só</p><p>estudar ativamente, você terá elevado o seu padrão de estudos e</p><p>será natural não retroceder.</p><p>Sim, eu diria que os intervalos são necessários!</p><p>Certamente você já passou por momentos nos seus estudos em</p><p>que simplesmente se pega “boiando”, completamente aéreo, sem</p><p>saber o que estava lendo ou assistindo. Logo em seguida surge o</p><p>dilema: continuo daqui e finjo que aprendi alguma coisa ou volto do</p><p>ponto em que ainda estava atento?</p><p>Isso ocorre porque o nosso cérebro tem um nível de resistência</p><p>em termos de concentração. O tempo de concentração varia de</p><p>pessoa para pessoa e pode ser prolongado conforme você começa</p><p>a aumentar o ritmo e melhorar a qualidade e dinamismo dos</p><p>estudos.</p><p>A título de exemplo, eu estudava uma disciplina por 1 hora ou por</p><p>1 hora e 30 minutos (dependia da matéria, na medida em que em</p><p>algumas eu conseguia permanecer focado por mais tempo), em</p><p>seguida fazia intervalos de 10 a 15 minutos até de voltar os estudos</p><p>ou partir para outra matéria.</p><p>O seu tempo é você quem faz. Na medida em que for perdendo o</p><p>foco sugiro que faça uma pausa. Não se limite, seu cérebro tem a</p><p>capacidade de se adaptar às novas adversidades, então no médio e</p><p>longo prazo tente sempre aumentar aos poucos o tempo que</p><p>permanece focado em uma determinada matéria. No começo pode</p><p>ser 20 minutos; depois de um tempo, 30 minutos; depois mais de</p><p>uma hora, e por aí em diante.</p><p>É assim que algumas pessoas conseguem estudar por horas e</p><p>horas, aumentando aos poucos o tempo de concentração com</p><p>pequenos intervalos de descanso. Ninguém começa os estudos já</p><p>conseguindo estudar por 5, 7, 10 ou mais horas, mas há muitos</p><p>mentirosos por aí tentando intimidar a concorrência.</p><p>IMPORTANTE: nos períodos de intervalos se desligue dos</p><p>estudos, a finalidade é mesmo relaxar. Faça aquilo que de</p><p>alguma forma possa te tranquilizar. A título de exemplo, quando</p><p>morava com meus pais eu parava pra tomar café, fazer algumas</p><p>flexões de braço ou simplesmente não fazer nada; atualmente, eu</p><p>paro para brincar com a minha filha.</p><p>Você pode utilizar a técnica do edital sintetizado, ferramenta muito</p><p>útil para concursos cujos editais são publicados com certa</p><p>periodicidade e mantendo a mesma banca. Ou seja, se o seu</p><p>concurso surge depois de anos de intervalo e se a cada vez que</p><p>surge é organizado por uma banca diferente, então essa técnica não</p><p>terá a mesma eficiência.</p><p>E como funciona? Vamos lá, você precisará de:</p><p>• O mínimo conhecimento em cada uma das disciplinas cobradas</p><p>em seu concurso;</p><p>• Todas as provas anteriores.</p><p>Em posse das provas anteriores, você irá conferir cada uma das</p><p>questões sem a pretensão de acertá-las. A finalidade será apenas</p><p>identificar os assuntos cobrados. Quanto mais específico, melhor</p><p>será. Como exemplo, quando eu colocava essa técnica em prática,</p><p>eu classificava cada questão em gênero (exemplo: Direito Penal</p><p>Parte Geral), espécie (exemplo: excludentes de ilicitude) e</p><p>subespécie (exemplo: legítima defesa).</p><p>Ao terminar, organize tais informações. Sugiro que faça isso em</p><p>algum programa capaz de transformar as informações em gráficos</p><p>(Word, Excel, PowerPoint etc.).</p><p>Agora você terá disciplina por disciplina hierarquizada, com os</p><p>temas efetivamente mais cobrados de cada uma em seu concurso.</p><p>Notará que há padrões claros e temas que sempre se repetem.</p><p>Mas sim, é uma técnica que vai te tomar um certo tempo e muito</p><p>trabalho, mas valerá a pena! Fiz isso para ser aprovado no X Exame</p><p>de Ordem e trabalhei sobre a técnica por três dias seguidos, e</p><p>depois havia construído um material excelente com padrões claros</p><p>da prova que sempre se repetiam.</p><p>Mas cuidado, aí vão alguns alertas:</p><p>• Não caia na tentação de estudar apenas o que mais cai. É</p><p>evidente que seus examinadores tentarão inovar nos próximos</p><p>concursos, mas nunca conseguirão fugir daqueles temas</p><p>basilares e pertinentes ao cargo. Por isso, essa técnica serve</p><p>para te colocar no jogo garantindo alguns acertos, mas não a</p><p>prova inteira;</p><p>• Há sites que organizam tais informações e as disponibilizam de</p><p>graça, mas eu não os indicaria por dois motivos: já encontrei</p><p>diversos erros nas estatísticas e, além disso, é importante você</p><p>entender que o processo de construção da informação também</p><p>agregará em seus estudos. Ao conferir todas as questões das</p><p>provas anteriores, você passará a identificar os padrões e o estilo</p><p>dos examinadores da sua banca, o que cobram e como cobram</p><p>cada tema. Assim, perceberá que seus estudos passarão a ser</p><p>muito mais focados, você começará a estudar qualquer tema já</p><p>identificando e antecipando como o seu examinador poderá</p><p>cobrá-lo em um concurso futuro.</p><p>Um erro muito comum de quem faz simulados é apenas fazer a</p><p>prova para verificar a nota posteriormente, ou seja, para “medir” o</p><p>próprio nível nos estudos, apenas.</p><p>Outro erro comum é fazer o simulado de forma despretensiosa,</p><p>com distrações, assistindo TV etc. Há outros fatores extremamente</p><p>importantes que ocorrerão no dia da sua prova que você pode (e</p><p>deve!) se preparar com antecedência por meio dos simulados</p><p>(exemplos: administração do tempo para as questões e para o</p><p>gabarito, controle emocional, estratégia de prova como por onde</p><p>começar etc.).</p><p>Então abaixo listarei algumas dicas para otimizar os seus estudos</p><p>por meio de simulados:</p><p>• Periodicidade:</p>

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