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<p>Introdução</p><p> Mais restritamente, definiríamos hérnia como um</p><p>estado patológico, em virtude do qual alguns</p><p>órgãos da cavidade abdominal podem sair da</p><p>mesma, através de um ponto enfraquecimento</p><p>da parede, natural ou adquirido;</p><p> Sendo conservada a integridade do peritônio e</p><p>da pele;</p><p>HÉRNIA x EVISCERAÇÃO</p><p>A definição engloba as eventrações abdominais pós-</p><p>operatórias ou hérnias incisionais, em que a</p><p>integridade da pele e formação de saco peritoneal;</p><p>Classificação</p><p> Segundo o local em que se encontram</p><p>o Inguinais, crurais, umbilicais,</p><p>diafragmáticas, paramedianas,</p><p>epigástricas, lombares, perineais, dentre</p><p>outras;</p><p> Segundo etiologia</p><p>o Congênitas, Adquiridas e pós-</p><p>operatórias;</p><p> Conforme redutilidade</p><p>o Redutíveis, encarceradas e</p><p>estranguladas;</p><p> Conforme evolução</p><p>o Simples e complicadas;</p><p> Conforme o conteúdo:</p><p>o Hérnias do intestino grosso ou delgado</p><p>hérnias da bexiga, hérnias gástricas,</p><p>dentre outras;</p><p>Hérnia Umbilical</p><p> Um defeito que ocorre através de um defeito</p><p>aponeurótico na cicatriz umbilical;</p><p> Não existe proteção muscular como no restante</p><p>da parede abdominal;</p><p>Podem ser classificadas:</p><p> Falsa</p><p>o Saco formado pela pele, subcutâneo e</p><p>fáscia ou qualquer outra estrutura;</p><p> Verdadeira</p><p>o Apresentam o anel herniário e o saco é</p><p>constituído de peritônio parietal</p><p>circundando o conteúdo hérnia</p><p>o Omento</p><p> Congênita ou adquirida</p><p>o Quase sempre congênitas e resultantes</p><p>de um defeito no desenvolvimento</p><p>embrionário</p><p>o Manejo inadequado do cordão umbilical;</p><p>Diagnóstico</p><p> Anamnese;</p><p> Palpação da região abdominal;</p><p> Técnicas radiográficas e ultrassonográficas;</p><p>Tratamento</p><p> Idade do animal</p><p>o Utilização de bandagens. Ex.: mordas</p><p> Cirúrgico</p><p>o Herniorrafia</p><p>o Deve se realizar 2 incisões elípticas ao</p><p>redor do aumento de volume na região</p><p>umbilical, ou 1 único sobre o aumento de</p><p>volume;</p><p>o Em geral não necessita da malha para</p><p>a correlação</p><p>o Não é indicado debridar a borda da falha</p><p>muscular;</p><p>o Sutura: uso fio absorvível ou não</p><p>absorvível</p><p>o Padrão de sutura: simples separado ou</p><p>jaquetão;</p><p> Pós operatório</p><p>o Restrição a esforço físico</p><p>o Antibiótico</p><p>o Anti-inflamatório</p><p>o Método de restrição</p><p>Hérnias</p><p> Complicações</p><p>o Abertura espontânea da sutura;</p><p>o Evisceração</p><p>Hérnias Inguinais</p><p> São protrusões de órgãos ou tecidos através do</p><p>canal inguinal adjacente ao processo vaginal;</p><p> Sinais Clínicos</p><p>o Variável;</p><p>o Intensidade da oclusão vascular;</p><p>o Natureza do conteúdo herniário;</p><p>o Cães – Aumento de volume;</p><p> Diagnóstico</p><p>o Inspeção, palpação;</p><p>o Exame radiográfico – (visibilização do</p><p>conteúdo) ou ultrassonográfico</p><p> Diagnóstico diferencial;</p><p>o Neoplasias mamária;</p><p>o Linfadenomegalia;</p><p>o Abscesso;</p><p>o Hematoma;</p><p> Tratamento</p><p>Cirurgia precoce</p><p>o Abordagem mediana</p><p> Evita incisão do tecido mamário</p><p>permita a abordagem dos dois</p><p>canais facilita a laparotomia;</p><p>o Herniorrafia tradicional</p><p>o Realizar castração</p><p> Pós-operatório</p><p>o Deve-se observar os locais herniário</p><p>o O exercício deve ser restrito</p><p>o Colar elisabetano;</p><p>Hérnias escrotais</p><p> Hérnias escrotais ocorrem quando defeitos do anel</p><p>inguinal permitem que o conteúdo abdominal protrua</p><p>no interior do processo vaginal adjacentes ao cordão</p><p>espermático</p><p> Sinais Clínicos;</p><p>o Aumento do volume alongado, unilateral, do</p><p>anel inguinal até a porção caudal do escroto;</p><p>o Estrangulada – escurecimento dos tecidos,</p><p>edema e dor a palpação;</p><p>o Conteúdo – gordura periprostática, omento</p><p>e intestinos</p><p> Diagnóstico</p><p>o Confirmado por palpação e redução do</p><p>conteúdo;</p><p>o Ultrassonografia;</p><p>o Diagnóstico Diferencial</p><p> Inflamação escrotal,</p><p>Orquite, neoplasia;</p><p> Tratamento Cirúrgico</p><p>o Deve ser realizado o mais cedo possível;</p><p>o Incisão da pele sobre ou ao lado do anel</p><p>inguinal paralela a prega da pele;</p><p>o Herniorrafia</p><p>o Pode ser feita sem ou com a castração –</p><p>evita a recidiva;</p><p>HÉRNIA ESCROTAL – COM E SEM CASTRAÇÃO</p><p> Pós-operatório</p><p>o Deve-se observar os locais herniário</p><p>o O exercício deve ser restrito e colar</p><p>Elisabetano;</p><p> Prognóstico</p><p>o Excelente;</p><p>Hérnias Femorais</p><p> Ocorrem por um defeito no canal femoral</p><p> Sinais Clínicos</p><p>o Similar a hérnia inguinal</p><p>o Aumento de volume na face medial da</p><p>coxa, estendendo-se até a região</p><p>inguinal;</p><p> Diagnóstico</p><p>o Palpação e redução;</p><p> Tratamento cirúrgico</p><p>o Pode ser direto ou através de</p><p>laparotomia;</p><p>o Cuidado com estruturas vitais;</p><p> Pós-operatório</p><p>o Necessidade grilhões durante a</p><p>cicatrização para evitar abdução de</p><p>membro</p><p>o O exercício deve ser restrito</p><p>o Colar elisabetano;</p><p>Hérnia Perianal</p><p> Caracterizam-se pela ruptura de um ou mais</p><p>músculos, com a consequente herniação do</p><p>reto, muitas vezes acompanhada pela protusão</p><p>de outras estruturas anatômicas;</p><p> Etiologia</p><p>o Predisposição genética;</p><p>o Alterações hormonais;</p><p>o Patologias prostáticas e intestinais;</p><p>o Lesões nervosas;</p><p> Patogenia</p><p>o Fatores predisponentes;</p><p>o Atrofia muscular ou miopatias</p><p>o Atrofia neurogênica</p><p>o Fatores hormonais –associado a</p><p>neoplasias testiculares;</p><p>o Fatores determinantes</p><p> Fragilidade muscular – acúmulo</p><p>de fezes – distensão ou</p><p>saculação retal;</p><p> Esforço para defecar +</p><p>aumento da pressão intra</p><p>abdominal – protrusão do reto</p><p>através da musculatura</p><p> Sinais clínicos</p><p>o Aumento do volume perineal redutível</p><p>+um ou mais destes sintomas:</p><p>o Constipação, obstipação, tenesmo e</p><p>Disquesia;</p><p>o Aumento geralmente ventrolateral ao</p><p>ânus;</p><p>o Estrangúria – aumento prostático ou</p><p>retroflexão da bexiga;</p><p>o Ocasionais: ulceração e inflamação da</p><p>pele, incontinência fecal e urinária e</p><p>alteração postural da cauda</p><p>o Conteúdo – saculação ou flexura retal,</p><p>próstata, retroperitoneal, bexiga, jejuno,</p><p>cisto prostático ou colo</p><p> Diagnóstico</p><p>1. História clínica</p><p>2. Exame físico</p><p>3. Sintomas e sinais exibidos</p><p>4. Exame radiográfico</p><p> Tratamento</p><p>1. Conservativo;</p><p>2. Realizado como adjuvante a cirurgia</p><p>3. Dieta rica em fibras</p><p>4. Laxativos formadores de massa</p><p>5. Laxativos osmóticos</p><p>6. Terapia hormonal – para reduzir a</p><p>próstata</p><p> Contração antiadregênicos;</p><p> Tratamento Cirúrgico</p><p>1. Pré-operatório</p><p> Catetização urinária –</p><p>Cistocentese</p><p> Fluidoterapia</p><p> Radiografia – transito intestinal</p><p> Enema -12 a 18 horas antes da</p><p>cirurgia</p><p> Jejum de 24 h</p><p> Tratamento Cirúrgico</p><p>1. Incisão padrão;</p><p>a) Crista ilíaca;</p><p>b) Trocantermaior do fêmur;</p><p>c) Tuberosidade isquiática</p><p>d) Sutura em bolsa de tabaco</p><p>o Herniorrafia padrão;</p><p>a) Musc. Coccígeo;</p><p>b) Esfíncter anal externo.</p><p>c) Musc. Obturador interno</p><p>d) Nervo pudendo</p><p>Herniorrafia de rotina</p><p> Cuidados pós-operatório</p><p>o Analgésico e Antinflamatório</p><p>o Sutura em bolsa – prolapso retal</p><p>o Fluidoterapia</p><p>o Amolecedores fecais;</p><p>o Dieta rica em fibras e teor de umidade</p><p>o Colar elisabetano</p><p>Hérnia paracostal</p><p> Na maioria dos casos são causadas por</p><p>traumatismos contusos tais como</p><p>o Quedas;</p><p>o Pancadas;</p><p>o Acidentes automobilístico;</p><p> As áreas de maio incidência para formação de</p><p>hérnia por traumatismo contuso situam-se nas</p><p>regiões paracostal, ventro-lateral caudal e pré-</p><p>púbica;</p><p> Tratamento Cirúrgico</p><p>o Para o reparo e uma hérnia paracostal</p><p>como o tratamento de toda hérnia</p><p>abdominal;</p><p>o É necessário o reposicionamento dos</p><p>órgãos evoluídos e a reconstrução</p><p>cirúrgica da musculatura rompida;</p><p>o Herniorrafia;</p><p>Hérnia Latero Dorsal</p><p> A hérnia latero dorsal faz parte das hérnias</p><p>abdominais;</p><p> E são decorrentes de falhas na parede</p><p>abdominal, assim com a hérnia paracostal;</p><p> A pressão intra-abdominal aumenta ou diminui</p><p>de acordo com eventos hemodinâmicos e</p><p>respiratórios como:</p><p>o Tosse</p><p>o Tenesmo</p><p>o Constipação intestinal;</p><p> Provoca o aumento e volume de órgãos ou até</p><p>mesmo situações que levem a esforço muscular</p><p>excessivo podem causar hipertensão intra-</p><p>abdominal e consequentemente causar este</p><p>tipo</p><p>de hérnia;</p><p> Diagnóstico</p><p>o Igual a paracostal</p><p>o Histórico</p><p>o Ultrassonografia</p><p>o Videolaparoscopia;</p><p> Tratamento Cirúrgico</p><p>o Quando se tem perda de tecido que</p><p>impossibilita o reparo primário da hérnia;</p><p>o Para estes casos empregam-se</p><p>enxertos musculares pendiculados,</p><p>implantes sintéticos ou membranas</p><p>biológicas</p><p>o Além da Herniorrafia</p><p>Hérnia diafragmática</p><p>Traumática e Congênita</p><p>Traumática</p><p> Trauma brusco direto;</p><p> Projétil balístico</p><p> Mordedura</p><p> Iatrogênico (incisão inapropriada no abdômen</p><p>acima do processo xifóide, colocação errada de</p><p>dreno).</p><p> Hérnia de maior incidência em cães e gatos;</p><p> Os animais que são mais acometidos são:</p><p>o Jovens;</p><p>o Errantes;</p><p>o Inteiros;</p><p>o De ambos os sexos</p><p>o São aqueles com maior predisposição a</p><p>acidentes de natureza traumática;</p><p> Geralmente a Hérnia traumática acontece da</p><p>seguinte forma</p><p>o Animais sofrem um impacto brusco</p><p>o A pressão abdominal e torna maior que</p><p>a torácica;</p><p>o O diafragma rompe na sua porção mais</p><p>frágil (porção muscular);</p><p>o Ocorre a migração dos órgãos</p><p>abdominais para o toráx;</p><p>Músculos da parte costal são mais frequentes rompidos</p><p>Órgãos que podem ser encontrados herniados pelo local</p><p>rompido são, por ordem crescente de frequência</p><p>1. Intestino delgado;</p><p>2. Estômago;</p><p>3. Baço;</p><p>4. Omento;</p><p>5. Pâncreas;</p><p>6. Cólon;</p><p>7. Ceco;</p><p>8. Útero;</p><p>Quando a ruptura se dá do lado direito os órgãos</p><p>deslocados são:</p><p> Fígado (um ou mais lobos)</p><p> Intestino delgado;</p><p> Pâncreas</p><p>Do lado esquerdo</p><p> Estômago</p><p> Baço;</p><p> Intestino delgado;</p><p>TRATAMENTO</p><p> 1 Manter a homeostase do animal;</p><p> 2 Correção da hérnia voltando todos os órgãos</p><p>para o seu local anatômico e fechamento da</p><p>musculatura rompida do diafragma (Herniorrafia).</p><p>Hérnias Diafragmáticas congénitas</p><p> Representam apenas uma pequena</p><p>porcentagem dos casos, apenas 15% em</p><p>cães e gatos</p><p>o Hérnias diafragmáticas Congênitas</p><p>Peritoneopericárdicas;</p><p>o Hérnia diafragmática congênitas</p><p>Pleuroperitoneal</p><p>o Hérnia Congênita Hiatal</p><p>Sendo a peritoneopericardicas em gatos e cães a de</p><p>maior ocorrência e importância junto com a e Hiato</p><p> H.D. Peritoneopericardicas</p><p>o Ocorre quando se desenvolve uma</p><p>comunicação anômala congênita</p><p>entre a porção tendinosa do</p><p>diafragma e o saco pericárdio,</p><p>constituindo uma passagem entre</p><p>este e a cavidade peritoneal que</p><p>possibilita a entrada de órgãos</p><p>abdominais naquele espaço.</p><p>o Sinais Clínicos:</p><p> Mal formação esternais, do</p><p>arco costal ou da parede</p><p>abdominal;</p><p> Surgem como uma hérnia</p><p>saliente ou são detectados</p><p>por palpação</p><p> Atraso no crescimento</p><p> O abdômen apresenta-se</p><p>anormalmente fino ou</p><p>“vazio” a palpação, se</p><p>houver deslocação e uma</p><p>grande quantidade de</p><p>órgãos;</p><p> Arritmias cardíacas ou</p><p>febre;</p><p> Os sons cardíacos podem</p><p>estar abafados;</p><p>o Diagnóstico complementar</p><p> Histórico do animal</p><p> Radiografia</p><p>Abordagem cirúrgica</p><p>o Pré – cirúrgico</p><p> Estabilização do paciente;</p><p> Evitar movimentos ou</p><p>posições capazes de elevar</p><p>a pressão da cavidade</p><p>abdominal sobre a torácica</p><p> Nos animais com</p><p>deslocação o fígado, a</p><p>administração de</p><p>antibióticos;</p><p> Evitar a indução anestésica</p><p>com mascra ou em</p><p>câmera, recorrendo a</p><p>anestésicos injetáveis</p><p> Utilizar fármacos com</p><p>efeitos depressores da</p><p>respiração sejam mínimos;</p><p>Abordagem Cirúrgica</p><p>o Posicionado em decúbito dorsal e</p><p>incisão sobre a linha média (se for</p><p>necessário fazer correção cardíaca</p><p>é indicado a esternotomia mediana)</p><p>o Os órgãos abdominais são</p><p>recolocados na cavidade abdominal</p><p>(indicado remoção de partes dos</p><p>órgãos necrosados);</p><p>o Fazer Desbridamento das bordas e</p><p>herniorrafia (fio absorvível ou não.</p><p>Pontos simples contínuos ou</p><p>separados);</p><p>o O encerramento provoca sempre o</p><p>acumulo de ar no saco pericárdio,</p><p>que deve ser drenado, por</p><p>toracocentese ou toracostomia</p><p>através do diafragma, após o</p><p>encerramento da hérnia;</p><p>Pós - Operatório</p><p>o Devem manter-se cuidados intenso</p><p>durante 24-48 horas para que o</p><p>animal não se esforce e aumente a</p><p>pressão abdominal;</p><p>o Analgésico, Antinflamatório e</p><p>antibiótico;</p><p>Hérnias Hiatais</p><p> São protusões do esôfago abdominal, da</p><p>junção gastresofágica e algumas vezes, de</p><p>uma porção do fundo gástrico através do</p><p>hiato esofágico no interior do mediastino</p><p>caudal, Cranialmente ao diafragma.</p><p> Sinais Clínicos</p><p>o São variados – assintomáticos e</p><p>outros sintomáticos;</p><p>o Regurgitação;</p><p>o Vômito com sangue;</p><p>o Hipersalivação, disfagia, desconforto</p><p>respiratório anorexia perda de peso;</p><p> Diagnóstico</p><p>o Anamnese;</p><p>o Radiografias contrastastada;</p><p>o Ultrassonográfico;</p><p> Tratamento</p><p>o Médico de refluxo gastresofágico ou</p><p>esofagite</p><p>o Cirúrgico – (esofagopexia e</p><p>Gastropexia) os animais sintomáticos</p><p>com doenças congênitas que não</p><p>respondeu ao tratamento</p><p> Pós Cirúrgico</p><p>o Alimentação pastosa</p><p>o Analgésico – tramadol</p><p>o Antibiótico – cefalexina.</p>