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<p>Contratos ex machina: breves notas sobre a introdução da tecnologia Blockchain e Smart Contracts</p><p>Resumo</p><p>O artigo sobre Smart Contracts, abordando seu enquadramento histórico e jurídico, suas possíveis implementações e impactos, especialmente no setor financeiro. Seu objetivo é analisar os riscos e benefícios da utilização desses contratos, considerando sua base tecnológica, conexão com a tecnologia Blockchain, convergência automática e efeitos jurídicos. Você percebeu que os Smart Contracts estão se tornando importantes nas Fintech devido à sua capacidade de articular a tecnologia com as obrigações jurídicas online.</p><p>Parece que você está trabalhando em um artigo sobre Smart Contracts, abordando seu enquadramento histórico e jurídico, suas possíveis implementações e impactos, especialmente no setor financeiro. Seu objetivo é analisar os riscos e benefícios da utilização desses contratos, considerando sua base tecnológica, conexão com a tecnologia Blockchain, convergência automática e efeitos jurídicos. Você percebeu que os Smart Contracts estão se tornando importantes nas Fintech devido à sua capacidade de articular a tecnologia com as obrigações jurídicas online.</p><p>1. Nota introdutória</p><p>Os Smart Contracts como uma forma avançada de utilização da tecnologia Blockchain. Estes contratos são algoritmos informáticos que executam automaticamente os termos contratuais, verificadas as condições previamente programadas.</p><p>Você mencionou que esta é uma temática que pode ser complexa e às vezes difícil de entender, especialmente quando se abordam ideias inovadoras. No entanto, você pretende focar nos aspectos técnicos e legais dos Smart Contracts, evitando uma visão negativa ou exagerada destes desenvolvimentos tecnológicos.</p><p>Você planeja começar com um enquadramento histórico dos Smart Contracts, desde a sua conceção como ideia de contrato automático até os dias atuais, incluindo uma breve introdução à tecnologia Blockchain. Em seguida, você fará uma análise superficial da legalidade dos Smart Contracts à luz do regime jurídico nacional e apresentará perspectivas sobre a aplicação dessa nova tecnologia em diversas áreas do comércio jurídico, com ênfase no setor financeiro.</p><p>Você também mencionou que os Smart Contracts têm o potencial de modificar profundamente a sociedade atual, mas que sua implementação completa pode levar algumas décadas devido à necessidade de criar extensas bases de dados informatizadas em Blockchain.</p><p>2. Smart Contracts e a tecnologia Blockchain: de Hero a Szabo e Buterin</p><p>Seu texto aborda a evolução dos Smart Contracts e sua relação com a tecnologia Blockchain, desde suas origens antigas até as recentes inovações. Você começa destacando que o conceito fundamental dos Smart Contracts tem raízes antigas, remontando a mais de 2.000 anos, com referências a máquinas automáticas de vendas de água benta e outros produtos. Essas máquinas são consideradas as precursoras dos modernos Smart Contracts, pois operavam automaticamente com base em condições pré-programadas.</p><p>Em seguida, você menciona o surgimento dos contratos eletrônicos e sua evolução com a introdução da internet e do comércio eletrônico. Esses contratos, embora sejam realizados em ambiente digital, ainda dependem da intervenção humana para sua execução. Você diferencia os "data-oriented contracts" (contratos orientados a dados) dos "computable contracts" (contratos computáveis), destacando que estes últimos podem automatizar certas disposições contratuais, mas ainda dependem da interpretação humana para sua execução.</p><p>A discussão então se volta para a definição de Smart Contracts por Nick Szabo, como cláusulas contratuais incorporadas em hardware e software para tornar a quebra contratual mais onerosa para a parte infratora. Você menciona exemplos como dispositivos de retomada de posse de automóveis com reserva de propriedade como exemplos paradigmáticos de Smart Contracts.</p><p>A tecnologia Blockchain é introduzida como um avanço significativo para os Smart Contracts, devido à sua capacidade de garantir transações seguras e confiáveis, sem a necessidade de intermediários. Você explica que a Blockchain funciona através de um consenso descentralizado, o que a torna resistente à corrupção e manipulação.</p><p>Finalmente, você destaca a plataforma Ethereum como uma das principais plataformas para o desenvolvimento e operação de Smart Contracts devido à sua capacidade de incorporar a tecnologia Blockchain em praticamente qualquer coisa que possa ser transformada em código de programação. Você também menciona a nova plataforma Plasma, apresentada por Vitalik Buterin, como uma estrutura escalável para a criação de Smart Contracts em diversas áreas de atividade.</p><p>Este é um resumo abrangente que aborda tanto os aspectos históricos quanto as inovações recentes relacionadas aos Smart Contracts e à tecnologia Blockchain.</p><p>3. Brevíssimas notas sobre a legalidade dos Smart Contracts à luz do ordenamento jurídico português</p><p>O texto apresenta uma análise da legalidade dos Smart Contracts à luz do ordenamento jurídico português. Destacam-se os seguintes pontos:</p><p>Definição de contrato: O autor cita Antunes Varela para definir contrato como um acordo vinculativo estabelecido por declarações de vontade, harmonizáveis entre si, com o objetivo de estabelecer uma composição unitária de interesses.</p><p>Enquadramento legal: O texto argumenta que, à primeira vista, os Smart Contracts podem ser enquadrados na definição clássica de contratos, sem comprometer os princípios fundamentais do direito contratual, como autonomia privada, liberdade contratual, confiança, equivalência das prestações e justiça comutativa.</p><p>Execução automática: Apesar da execução automática dos Smart Contracts, o texto destaca que ainda é necessária a manifestação da vontade das partes para que se tornem efetivos, o que ocorre na celebração do contrato.</p><p>Impedimentos formais: São mencionados impedimentos formais, como a exigência de forma escrita em alguns contratos para sua validade, o que pode ser um desafio para os Smart Contracts, que são executados automaticamente.</p><p>Legislação específica: O texto menciona o Decreto-lei n.º 7/2004, que trata do Comércio Eletrónico no Mercado Interno e Tratamento de Dados Pessoais, destacando o princípio da admissibilidade da contratação eletrónica, mas com restrições em alguns tipos de negócios.</p><p>Relações de consumo: No âmbito das relações de consumo, são destacados os deveres de informação e comunicação, previstos na legislação sobre cláusulas contratuais gerais e no Decreto-lei do Comércio Eletrónico.</p><p>Documento escrito: O texto levanta a questão se um Smart Contract pode ser considerado um documento escrito e destaca a importância de uma versão em linguagem corrente compreensível pelas partes.</p><p>Regulação financeira: No campo financeiro, o texto menciona a ausência de regras específicas para os Smart Contracts no quadro regulatório nacional e europeu, destacando a expectativa em relação à evolução dessa regulação.</p><p>Em resumo, o texto analisa a viabilidade dos Smart Contracts dentro do contexto jurídico português, considerando aspectos como definição de contrato, enquadramento legal, execução automática, impedimentos formais, legislação específica, relações de consumo, documento escrito e regulação financeira.</p><p>4. Perspetivas futuras e aplicação no sector financeiro</p><p>Aqui estão algumas breves notas sobre a legalidade dos Smart Contracts à luz do ordenamento jurídico português:</p><p>Definição de Contrato: Segundo Antunes Varela, contrato é um acordo vinculativo baseado em declarações de vontade que buscam estabelecer uma composição unitária de interesses.</p><p>Enquadramento Legal: O Código Civil português não apresenta impedimentos para considerar os Smart Contracts como contratos, pois os princípios contratuais clássicos, como autonomia privada, liberdade contratual e pacta sunt servanda, não são comprometidos por essa forma de contrato.</p><p>Impedimentos Formais: Alguns contratos exigem formas específicas, como escritura pública, documento autêntico ou documento particular autenticado, cuja</p><p>não observância pode levar à nulidade do contrato. O Decreto-lei n.º 7/2004, que trata do Comércio Eletrónico, permite a celebração eletrónica de contratos, mas com algumas restrições.</p><p>Perspetivas Futuras e Aplicações: Os Smart Contracts têm potencial para revolucionar várias áreas além do financeiro, como registros (civil, criminal, predial, comercial e automóvel), imobiliário, fornecimento de serviços básicos, sociedades comerciais, propriedade intelectual, contratação pública, prestação de serviços e fornecimento de bens, transporte e seguro.</p><p>Setor Financeiro: A tecnologia Blockchain e os Smart Contracts estão sendo aplicados no setor financeiro para melhorar processos de pagamento, comércio internacional, compensação e liquidação, empréstimos e crowdfunding, além de serem utilizados por instituições financeiras tradicionais.</p><p>Regulação: A introdução dessas tecnologias exigirá adaptações regulatórias, e espera-se que elas coexistam com o atual regime regulatório no mercado financeiro. A ESMA sugere o desenvolvimento de uma Blockchain para o mercado de valores mobiliários e a introdução gradual de Smart Contracts em várias áreas financeiras.</p><p>Perspetivas Futuras: A tecnologia Blockchain e os Smart Contracts têm o potencial de oferecer novas funcionalidades, como compensação e liquidação, além de serem aplicados em segmentos como carteiras para moedas digitais, plataformas de empréstimos peer-to-peer, crowdfunding e ICOs.</p><p>Essas são algumas considerações sobre a legalidade e aplicabilidade dos Smart Contracts no contexto do ordenamento jurídico português e suas possíveis evoluções futuras.</p><p>5. Conclusões</p><p>O estudo proporcionou uma visão abrangente do atual estado dos Smart Contracts, reconhecendo que é difícil prever completamente sua evolução técnica e seu impacto econômico e social futuro. No entanto, há evidências significativas de que sua adoção será generalizada em vários setores. Portanto, uma abordagem antecipada pode ajudar a antecipar e mitigar possíveis efeitos indesejados.</p><p>Os Smart Contracts são apenas um exemplo da crescente substituição da atividade decisória humana por tecnologias da informação, como inteligência artificial e negociação algorítmica avançada, particularmente no contexto financeiro.</p><p>A introdução dessas tecnologias apresentará desafios significativos para profissionais em áreas como finanças, contabilidade e direito (incluindo resolução de litígios). Os profissionais dessas áreas precisarão desenvolver habilidades técnicas em programação e informática para lidar efetivamente com esses avanços. Considerar a inclusão de disciplinas de programação informática em currículos de Direito pode ser uma medida relevante nesse sentido.</p><p>Os Smart Contracts enfrentarão desafios adicionais, como questões relacionadas à confidencialidade do conteúdo, erros de programação potencialmente prejudiciais, tributação de transações e desafios de regulação e supervisão. Superar essas barreiras será crucial para a plena integração dos Smart Contracts no comércio jurídico.</p>