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<p>INSTALAÇÕES PREDIAIS</p><p>AULA 4</p><p>Profª Elizabet Zenni</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Nesta etapa, vamos abordar temas de forma mais objetiva, direcionando</p><p>o assunto diretamente para a carreira profissional pertinente ao estudo.</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>O Brasil é um país tropical, com predominância de sol o ano inteiro.</p><p>Porém, temos regiões, como no Sul, em que o clima predominante é o</p><p>subtropical (o inverno é bastante rigoroso, chegando a temperaturas bem</p><p>baixas), e outras que se aproximam da linha do Equador, com clima intertropical</p><p>(temperaturas bem elevadas praticamente todo o ano).</p><p>Para encontrar um equilíbrio, de modo a garantir que todos os ambientes</p><p>de uma residência sejam aconchegantes em todas as estações do ano, seja no</p><p>Norte ou no Sul do país, é importante ter um bom sistema de climatização,</p><p>buscando o aumento ou a diminuição da temperatura interna da edificação, a</p><p>partir de sistemas de aquecimento de água.</p><p>TEMA 1 – CONCEITOS GERAIS DE SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA</p><p>Basicamente, uma edificação pode ter um sistema hidráulico com</p><p>distribuição somente de água fria (como vimos em conteúdos anteriores), ou</p><p>ainda um sistema hidráulico com distribuição de água quente/fria + água fria</p><p>(alguns pontos apresentam água quente/fria e outros apenas água fria).</p><p>Chamamos de sistema hidráulico de água quente/fria a situação em que a água</p><p>pode ser usada totalmente fria, totalmente quente (na maior temperatura</p><p>permitida pelo sistema de aquecimento), e ainda diversas graduações de</p><p>temperatura entre os polos, mediante o uso de misturadores de água (para</p><p>ducha, lavatório/bancada com cuba para banheiro, ducha higiênica, bidê,</p><p>banheira, cuba para cozinha e tanque em lavandeira).</p><p>Para que a edificação tenha água quente distribuída em seus cômodos</p><p>(como banheiro, cozinha, lavanderia e churrasqueira), é necessário que a água</p><p>fria, vinda diretamente da rua ou da caixa d’água, seja aquecida antes do uso.</p><p>Os principais tipos de sistemas de aquecimento de água no Brasil são: sistema</p><p>elétrico, sistema a gás e sistema solar.</p><p>Vale ressaltar que estabelecimentos como hotéis também utilizam o</p><p>sistema de aquecimento em caldeira, com a queima de vários tipos de</p><p>3</p><p>combustíveis. Não iremos enfatizar esse tipo, porque a nossa ideia é focar nos</p><p>sistemas mais utilizados nas residências.</p><p>Os sistemas de aquecimento de água apresentam três formas:</p><p>• Aquecimento individual: aquecimento de apenas um ponto de água, por</p><p>exemplo o chuveiro.</p><p>• Aquecimento central privado: aquecimento de vários pontos água, de</p><p>uma mesma edificação, por exemplo: pontos da cozinha, ponto do</p><p>banheiro etc.</p><p>• Aquecimento central coletivo: quando o mesmo sistema de</p><p>aquecimento alimenta várias edificações ao mesmo tempo, por exemplo:</p><p>prédios, hotéis, motéis etc.</p><p>Os sistemas de aquecimento de água são compostos dos seguintes</p><p>componentes: tubulação, aquecedor de passagem ou de acumulação,</p><p>dispositivos de segurança e equipamentos hidráulicos para a saída de água</p><p>quente/fria (duchas, misturadores etc.).</p><p>No mercado atual, existem diversos modelos de aquecedores. É</p><p>importante que o designer de interiores esteja atualizado ao sugerir um modelo</p><p>de equipamento que vá interferir no projeto de interiores, incluindo as</p><p>necessidades de uso e necessidades econômicas do cliente. A quantidade de</p><p>calor liberado depende da potência do modelo de aquecedor.</p><p>É relevante, para a escolha de qualquer modelo ou marca de aquecedor</p><p>de água, considerar a quantidade de pontos de água quente na residência</p><p>(lavatório de banheiro, pia de cozinha, duchas etc.) e a vazão de litros de água</p><p>por minuto.</p><p>Por exemplo, se consideramos o uso simultâneo de 2 duchas (vazão de</p><p>10 litros por minutos cada) e 1 misturador na cozinha (vazão de 4 litros por</p><p>minuto), o aquecedor deverá ter a capacidade de atender uma vazão de 24 litros</p><p>por minutos de água quente.</p><p>Outro aspecto muito importante é a pressão da água da residência. É</p><p>preciso considerar a necessidade de aquisição de um aparelho pressurizador</p><p>para a rede de distribuição e água quente/fria. Esse tipo de equipamento</p><p>bombeia água para garantir que ela chegue com pressão nos misturadores e</p><p>duchas.</p><p>4</p><p>Lembrando: a vazão de água e a pressão ideal para uso varia, conforme</p><p>o modelo de ducha e misturador; você pode sugerir modelos de pressurizador e</p><p>aquecedor de água, mas a decisão deve ser feita pelo cliente, com o suporte de</p><p>profissional técnico especializado.</p><p>Para compreender um pouco melhor os aquecedores de água, vamos</p><p>analisar os sistemas de aquecedores.</p><p>1.1 Sistema de aquecedor de passagem</p><p>O aquecedor de passagem é um equipamento que aquece a água no</p><p>momento em que ela será usada. Em uma rede de distribuição de água fria,</p><p>usamos chuveiros e torneiras elétricas (instalados no ponto de água fria) ou</p><p>aquecedores de ponto individual (instalados na proximidade da saída de água</p><p>fria). A seguir, apresentamos uma imagem de um aquecedor ponto, usado em</p><p>torneira, quando não há o interesse ou a possibilidade técnica de comprar ou</p><p>instalar uma torneira elétrica. Para o uso do aquecedor de ponto individual, é</p><p>necessário um ponto elétrico perto do local de instalação, como demonstra a</p><p>Figura 1.</p><p>Figura 1 – Aquecedor elétrico ponto individual</p><p>Crédito: Smile ilustras.</p><p>5</p><p>Em rede de distribuição de água quente/fria, o aquecedor de passagem</p><p>é, geralmente, instalado na lavandeira, funcionando com uma central de</p><p>aquecimento de água para garantir a distribuição nos equipamentos hidráulicos.</p><p>O processo de aquecimento começa com abertura do registro de água</p><p>quente. A água que está na tubulação, entre o aquecedor e o registro, “sai”,</p><p>fazendo com que a água que está na tubulação antes do aquecedor passe pelo</p><p>aquecedor (por gravidade ou pressurizador), que irá aquecê-la conforme a</p><p>temperatura programada, de forma digital ou mecânica, até “chegar” no registro.</p><p>O aquecimento da água pode ser feito por sistema elétrico, a gás ou por energia</p><p>solar.</p><p>Figura 2 – Aquecedor de passagem instantânea a gás</p><p>Créditos: Marketlan/Shutterstock.</p><p>1.2 Sistema de aquecedor por acumulação (boiler)</p><p>O aquecedor por acumulação é um equipamento que aquece a água</p><p>antes de ela ser usada. O que diferencia esse tipo de aparelho é o seu</p><p>dimensionamento, que é maior do que o aquecedor de passagem, por ser</p><p>utilizado como reservatório. Dentro dele, ocorre acúmulo da água que é</p><p>6</p><p>aquecida, mantendo a temperatura até a saída para o ponto de destino, seja uma</p><p>ducha ou um misturador. Pode funcionar com energia elétrica, solar e a gás.</p><p>Figura 3 – Boiler a gás</p><p>Créditos: Friends Stock/Shutterstock.</p><p>TEMA 2 – DISTRIBUIÇAO DE ÁGUA QUENTE</p><p>O sistema de distribuição e tubulação em PVC, para a água fria, em um</p><p>sistema hidráulico de água quente/fria, é igual a uma situação em que não há</p><p>aquecimento de água, como estudamos em conteúdos anteriores. A principal</p><p>mudança é que a água fria, no sistema água quente-fria, passa por um</p><p>misturador, que permite que ela seja misturada com a água quente antes de ser</p><p>usada.</p><p>Lembre-se: uma edificação pode ter “locais” onde o sistema hidráulico é</p><p>água quente/fria e outros só de água fria. Por exemplo, um banheiro tem um</p><p>sistema de água quente/fria na ducha e no lavatório, além de água fria no vaso</p><p>sanitário.</p><p>Neste tópico, vamos detalhar o sistema de distribuição de água quente</p><p>em uma edificação (desconsiderando torneiras e chuveiros elétricos).</p><p>7</p><p>Na distribuição de água quente (que saiu do aquecedor de passagem ou</p><p>boiler), existem variados tipos de materiais para tubos e conexões. Cada material</p><p>tem um grau de resistência ao calor. Vejamos quais são os mais apropriados:</p><p>• PPR ou PCR: esse tubo é único e não permite vazamentos. Trabalha em</p><p>temperaturas de 70ºC. Caso ocorra algum problema com o aquecedor,</p><p>permite picos mais altos na temperatura.</p><p>• CPVC: é da mesma</p><p>família do PVC, porém a sua resistência ao calor e a</p><p>sua pressão são muito superiores, suportando temperaturas de até 80 ºC,</p><p>enquanto o PVC suporta apenas 20 ºC</p><p>• PEX (polietileno reticulado flexível): tubos flexíveis, suportando 95 ºC</p><p>de temperatura permanente.</p><p>• Cobre: tipo preferido de tubulação, porque dificilmente demanda</p><p>manutenção. Aguenta altas temperaturas, até 220 ºC, por conta da solda.</p><p>Uma solda mais resistente aumenta o grau de resistência.</p><p>Para a saída de água quente/fria na temperatura desejada, usamos um</p><p>equipamento chamado misturador, onde as águas quente e fria podem, ou não,</p><p>ser misturadas. Existem dois tipos de misturadores: o bi comando e o</p><p>monocomando.</p><p>O misturador bicomando tem dois registros: um para vazão de água fria e</p><p>outro para vazão de água quente. Para misturar as águas, é necessário abrir os</p><p>dois registros ao mesmo tempo, ora abrindo mais o registro de água fria, ora o</p><p>de água quente, até obter a temperatura de água desejada.</p><p>No caso do monocomando, há um registro que possibilita a saída de água</p><p>fria, quente ou misturada. A mistura de água acontece ao movimentar o registro</p><p>em uma posição intermediária entre os extremos direito (água fria) e esquerdo</p><p>(água quente).</p><p>Existem tipos específicos de misturadores para certos tipos de</p><p>instalações:</p><p>• Misturador bicomando interno de parede: esse equipamento é</p><p>instalado na parte interna da parede, junto com a tubulação. É um tipo de</p><p>junção entre os dois pontos hidráulicos de águas fria e quente, para</p><p>estabelecer o processo de encontro entre as duas temperaturas. Quando</p><p>giramos um os dois registros para mais ou menos, para direita ou</p><p>esquerda, fazemos a mistura e saímos no ponto hidráulico. Veja mais</p><p>8</p><p>detalhes na Figura 4, que representa o uso em uma ducha. Esse tipo de</p><p>misturador também é usado em bancadas de banheiro/lavado e,</p><p>eventualmente, em cozinhas. Na imagem a seguir, vemos os dois</p><p>registros para água quente e fria e a bica (tipo de torneira, sem registro),</p><p>onde a água sai. O misturador está dentro da parede.</p><p>Figura 4 – Misturador interno bicomando, tubulações, registros e ducha</p><p>Fonte: Zenni, 2022.</p><p>9</p><p>Figura 5 – Misturador interno bicomando de parede</p><p>Créditos: rawf8k/Shutterstock.</p><p>• Misturador bicomando externo de parede: esse tipo de equipamento</p><p>não precisa estar embutido na parede. É muito utilizado em cozinhas e</p><p>lavanderias (quando apresentam sistema água quente/fria). Na Figura 6,</p><p>o registro com marca em “azul” é o registro de água fria, enquanto a marca</p><p>“vermelha” estabelece o registro da água quente.</p><p>Figura 6 – Misturador externo bicomando de parede</p><p>Crédito: Alaettin YILDIRIM/Shutterstock.</p><p>10</p><p>• Misturador bicomando externo de mesa: é o tipo de misturador que fica</p><p>no tampo da bancada da pia ou na própria cuba da cozinha ou do</p><p>banheiro. Na Figura 7, o misturador fica embaixo do tampo; os registros e</p><p>a bica ficam em cima. Na Figura 8, o misturador, os registros e a bica</p><p>estão integrados em um produto, que foi instalado sobre o tampo/cuba.</p><p>Figura 7 – Misturador bicomando externo de mesa instalada na cuba</p><p>Créditos: Lucas/Adobe Stock.</p><p>11</p><p>Figura 8 – Misturador bicomando externo de mesa instalada na cuba</p><p>Créditos: OndroM/Shutterstock.</p><p>• Misturador monocomando interno de parede: neste equipamento</p><p>hidráulico, um único registro permite o uso de água fria, quente ou</p><p>misturada. A parte do produto onde a água pode ser misturada fica</p><p>embutida na parede. Só vemos o registro e o acabamento (a “chapa”</p><p>retangular, com os cantos arredondados). Dependendo do modelo do</p><p>misturador monocomando interno, ele pode ser usado em ducha (banho),</p><p>ducha higiênica e para liberar água para a bica, em lavatórios e cubas de</p><p>banheiro ou cozinha.</p><p>12</p><p>Figura 9 – Misturador monocomando interno de parede</p><p>Créditos: PROFFIPhoto/Shutterstock.</p><p>• Misturador monocomando externo de parede: nesta situação, a água</p><p>pode ser misturada em local externo à parede.</p><p>13</p><p>Figura 10 – Misturador monocomando externo de parede</p><p>Crédito: Valeriia Hres/Shutterstock.</p><p>• Misturador monocomando externo de mesa: nesta situação, o</p><p>misturador está fora da parede. Na Figura 11, temos um só produto:</p><p>registro, misturador e bica d’água estão integrados. Na Figura 12, o local</p><p>onde a água pode ser misturada está embaixo do tampo. Acima do tampo,</p><p>o registro monocomando e a bica d’água.</p><p>14</p><p>Figura 11 – Misturador monocomando externo de mesa instalado na cuba do</p><p>banheiro</p><p>Créditos: Pawel Horazy/Shutterstock.</p><p>15</p><p>Figura 12 – Misturador monocomando externo de mesa instalado no tampo da</p><p>cozinha</p><p>Créditos: elinaxx1v/Shutterstock.</p><p>Sugestão para melhor compreensão: pesquise na internet os modelos</p><p>atuais de misturadores e analise as diferenças em termos de estética e uso, em</p><p>sites de empresas como Deca, Docol e Lorenzetti.</p><p>TEMA 3 – SISTEMA DE GÁS</p><p>No Brasil, existem duas formas de distribuição de gás para uso</p><p>residencial: gás engarrafado em botijões ou gás encanado, em sistemas de</p><p>distribuição, do reservatório até a entrada da edificação (semelhante à água</p><p>potável).</p><p>Existem dois tipos de gás para uso doméstico. Primeiramente, temos</p><p>o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). As suas principais características são:</p><p>forte cheiro e alta pressão de armazenamento. Em botijões, ele se torna líquido</p><p>(por isso é chamado de gás liquefeito), mas é um produto gasoso. É totalmente</p><p>inflamável, não é venenoso, mas é asfixiante. Apresenta baixa emissão de</p><p>poluentes. Existem diferentes dimensionamentos de armazenamento em botijão,</p><p>16</p><p>considerando a quantidade de KG de gás armazenado, como mostra a figura a</p><p>seguir.</p><p>Figura 13 – Botijões (recipientes de armazenamento de gás GLP no formato de</p><p>cilindro)</p><p>Fonte: Zenni, 2022.</p><p>• P2: 2k de gás</p><p>• P13: 13k de gás (o mais utilizado nas residências do Brasil)</p><p>• P20: 20k de gás</p><p>• P45: 45k de gás</p><p>• P90: 90k de gás</p><p>O segundo tipo é o GN (Gás Natural), também chamado de gás encanado</p><p>e biogás. É um tipo de gás composto de hidrocarbonetos, um combustível fóssil</p><p>extraído de jazidas de petróleo em estado gasoso. Esse tipo de gás é mais</p><p>seguro, por ser distribuído diretamente de uma companhia do sistema Petrobrás</p><p>em sistemas de tubulação subterrâneas modernas, continuamente, até a caixa</p><p>de corte geral, dentro da edificação do cliente. A partir desse local, o gás chega</p><p>até os pontos marcados dentro da edificação para uso, através de um sistema</p><p>interno de tubulação (dentro das paredes ou piso/teto).</p><p>17</p><p>Nos casos em que um botijão de gás é usado perto do equipamento de</p><p>aquecimento ou de eletrodoméstico (fogão, cooktop, forno), não há a</p><p>necessidade de intervenção nas instalações prediais da edificação. Basta que</p><p>um técnico especializado faça a instalação do registro “borboleta” no botijão, da</p><p>mangueira e de acessórios adequados a cada uso.</p><p>Nos casos em que o botijão de gás ou o ramal de gás natural canalizado</p><p>(que vem da rua) alimenta um sistema interno de distribuição de gás dentro da</p><p>edificação, o designer de interiores pode fazer um esquema técnico de marcação</p><p>dos pontos de gás, para que o profissional especializado faça o projeto com a</p><p>especificação correta de tubulação e acessórios, considerando ainda a sua</p><p>instalação (semelhante ao esquema técnico de marcação de pontos elétricos ou</p><p>hidráulicos).</p><p>Para fazer a marcação correta dos pontos, o designer de interiores precisa</p><p>analisar o layout do espaço (a localização do equipamento que utilizará o gás),</p><p>bem como as orientações do fabricante do produto, pois o ponto de gás não pode</p><p>ser instalado em qualquer posição. Veja o exemplo da Figura 14.</p><p>O manual do fogão indica as posições possíveis da saída de gás, bem</p><p>como a localização do registro de vazão. Compreender e respeitar essas</p><p>orientações</p><p>garante segurança para o usuário, maior vida útil do produto, além</p><p>de auxiliar na melhor distribuição do mobiliário, ao redor do fogão de embutir.</p><p>Afinal, o registro de vazão deve ser de fácil acesso. Portanto, o mobiliário da</p><p>cozinha deve permitir a aproximação, com uso de módulos de armário com porta.</p><p>18</p><p>Figura 14 – Parte de manual de instalação de um fogão de embutir a gás</p><p>19</p><p>TEMA 4 – APLICABILIDADE EM PROJETOS DE DESIGN DE INTERIORES:</p><p>EXEMPLOS DE ESQUEMAS TÉCNICOS</p><p>Para uma melhor compreensão dos tópicos anteriores, vamos representar</p><p>os esquemas técnicos em planta baixa, com o corte das marcações dos pontos</p><p>de água fria, água quente e gás.</p><p>Na Figura 15, temos a representação, em planta baixa/layout, de uma</p><p>área com banheiro (com ducha e banheira de hidromassagem), cozinha (com</p><p>fogão de embutir e cuba) e lavandeira (mostrando o aquecedor de passagem e</p><p>a máquina de lavar roupa).</p><p>Para esse projeto de interiores, utilizamos um misturador bicomando</p><p>interno na ducha, com misturador bicomando externo na banheira e na cuba da</p><p>cozinha e da torneira com água fria na máquina de lavar roupa.</p><p>Na área do aquecedor de passagem, a marcação em azul, de água fria,</p><p>indica a saída de água fria da parede que vai alimentar o aquecedor. A marcação</p><p>em vermelho indica a saída de água quente do aquecedor, que será distribuída</p><p>pela residência.</p><p>As indicações em amarelo indicam onde serão instaladas as saídas de</p><p>gás, para alimentar o aquecedor e o fogão (a posição do registro de vazão não</p><p>foi comtemplada no desenho).</p><p>Figura 15 – Esquema técnico em planta baixa com marcações dos pontos de</p><p>água fria, água quente e gás</p><p>Fonte: Zenni, 2022.</p><p>O corte AA’, na figura a seguir, mostra as marcações dos pontos de água</p><p>fria e água quente para ducha, cuba da cozinha e aquecedor. Em algumas</p><p>situações, é importante que o designer faça cortes/elevações das paredes com</p><p>pontos (hidráulicos, de gás, elétricos e outros), para um melhor entendimento da</p><p>20</p><p>equipe de projeto que vai complementar e/ou executar o projeto. A tubulação</p><p>representada no corte AA não deve ser feita pelo designer de interiores. Ela foi</p><p>desenhada apenas para ilustrar as informações apresentadas anteriormente.</p><p>Figura 16 – Corte A A”</p><p>Legenda</p><p>Fonte: Zenni, 2022 com base em ABNT.</p><p>TEMA 5 – SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO</p><p>A climatização é responsável por proporcionar, em ambiente interno, uma</p><p>sensação térmica agradável ao corpo humano. A sua função é diminuir ou</p><p>aumentar a temperatura dos espaços fechados, proporcionando conforto e</p><p>aconchego. Existem vários tipos de sistemas de climatização. Vamos conhecer</p><p>os principais sistemas!</p><p>Símbolo Significado</p><p>Registro água fria</p><p>Registro água quente</p><p>Gás</p><p>_____________ Tubulação de Água Fria</p><p>_____________ Tubulação de Água Quente</p><p>21</p><p>5.1 Climatizadores</p><p>Os climatizadores amenizam o calor, mas não o refrigeram. Apresentam</p><p>um processo de limpeza da poeira do ar, podendo ainda umidificá-lo. A</p><p>temperatura do ar pode chegar a 5ºC. Assim, é mais eficiente do que um</p><p>ventilador, que faz apenas o efeito de circular o ar quente do ambiente.</p><p>Basicamente, existem três tipos de climatizadores:</p><p>• Móvel / portátil: possibilitam o deslocamento de um local para outro, para</p><p>as necessidades de uso ou armazenamento. Geralmente, apresentam</p><p>rodízios.</p><p>• Parede: instalados em paredes.</p><p>• Teto: instalados no teto.</p><p>Saiba mais</p><p>Pesquise na internet os três tipos de climatizadores: portátil, parede e teto.</p><p>Sugestão de link:</p><p>POLO CLIMA. Climatizadores. Disponível em:</p><p>. Acesso em:</p><p>12 jul. 2022.</p><p>5.2 Sistema de ar-condicionado</p><p>O sistema de ar-condicionado é capaz de refrigerar um ambiente, a</p><p>temperatura até 16ºC. O sistema também é capaz de elevar a temperatura,</p><p>alcançando no máximo 32ºC.</p><p>Para saber se a potência de um modelo de ar-condicionado é apropriada</p><p>para um determinado ambiente, você precisa descrobrir a quantidade de BTUs</p><p>do equipamento.</p><p>BTU (British Thermal Unit - Unidade Térmica Britânica) é uma unidade de</p><p>medida da potência do equipamento de ar-condicionado. Dependendo da área</p><p>do ambiente, o ar-condicionado deverá ter mais ou menos BTUs para que seja</p><p>eficiente.</p><p>22</p><p>Tabela 1 – BTUs</p><p>Área Ambiente residencial Ambiente comercial</p><p>9 m² 7.000 BTUs 7.000 BTUs</p><p>12 m² 7.000 BTUs 9.000 BTUs</p><p>15 m² 9.000 BTUs 12.000 BTUs</p><p>20 m² 12.000 BTUs 16.000 BTUs</p><p>25 m² 15.000 BTUs 20.000 BTUs</p><p>30 m² 18.000 BTUs 24.000 BTUs</p><p>35 m² 21.000 BTUs 28.000 BTUs</p><p>40 m² 24.000 BTUs 32.000 BTUs</p><p>45 m² 27.000 BTUs 36.000 BTUs</p><p>50 m² 30.000 BTUs 40.000 BTUs</p><p>60 m² 36.000 BTUs 48.000 BTUs</p><p>70 m² 42.000 BTUs 56.000 BTUs</p><p>Fonte: Elaborado com base em Steele; Brown, 1990.</p><p>Basicamente, um equipamento de ar-condicionado apresenta dois</p><p>subsistemas: a parte condensadora e a parte evaporadora, que podem compor</p><p>um produto (ar-condicionado tipo janeleiro), ou ainda aparecer em dois produtos</p><p>distintos (ar-condicionado tipo split).</p><p>No equipamento de ar-condicionado tipo “janeleiro”, a instalação é feita</p><p>em um vão aberto na parede. A parte da frente fica para dentro do ambiente,</p><p>enquanto a parte de trás fica aparente no lado externo. Esse tipo de equipamento</p><p>apresenta uma tecnologia mais antiga e emite mais barulho (ruído), que não é</p><p>agradável aos ouvidos.</p><p>23</p><p>Figura 17 – sistema de ar-condicionado janeleiro</p><p>Créditos: anystock/Shutterstock.</p><p>O equipamento de ar-condicionado tipo “split” apresenta dois produtos</p><p>distintos, interligados por mangueiras: a condensadora (também chamada de</p><p>“unidade externa”), instalada em local aberto, como uma varanda, na laje</p><p>impermeabilizada da cobertura (sem telhado) ou na parede da edificação (pelo</p><p>lado externo, claro); e a evaporadora (também chamada de “unidade interna”),</p><p>que fica instalada dentro do ambiente que será refrigerado ou aquecido.</p><p>24</p><p>Figura 18 – Unidade condensadora</p><p>Créditos: Chad Robertson Media/Shutterstock.</p><p>A evaporadora do tipo Split apresenta 3 modelos de instalação:</p><p>• Split Parede (Hi Wall): a diferença deste tipo de ar-condicionado split é</p><p>que a instalação é feita na parte de cima da parede, em residências de pé</p><p>direito de até 2,60m, sendo geralmente instalado na distância de 180m do</p><p>nível do chão.</p><p>Figura 19 – Split parede - Hi Wall</p><p>Créditos: taist2/Shutterstock.</p><p>25</p><p>• Split Cassete: a diferença desse modelo de ar-condicionado dos outros</p><p>é que ele é instalado embutido no teto, com várias saídas de ar, o que faz</p><p>com que a distribuição de ar seja mais uniforme.</p><p>Figura 20 – Split cassete</p><p>Créditos: Elnur/Shutterstock.</p><p>• Split Piso Teto: a diferença deste tipo de ar-condicionado split é que a</p><p>evaporadora poderá ser instalada duas formas: na horizontal, rente ao</p><p>teto; ou na parede e na vertical, rente ou próxima ao piso (mais uma</p><p>diferença deste modelo é que o seu tamanho e a sua capacidade são</p><p>maiores).</p><p>26</p><p>Figura 21 – Split piso-teto, instalado no teto</p><p>Créditos: maruco/Shutterstock.</p><p>O ar-condicionado split pode ser tradicional. Esse modelo de ar-</p><p>condicionado liga e desliga no período de funcionamento. É possível ainda</p><p>inverter: esse modelo de ar-condicionado não desligará por completo.</p><p>Diferentemente do tradicional, o inverter não chega a pico de energia,</p><p>proporcionando uma diminuição de gasto energético.</p><p>5.3 Ventiladores</p><p>Os ventiladores são aparelhos eletrônicos capazes de refrescar o</p><p>ambiente interno para amenizar o calor local. Funciona com o giro circular de</p><p>hélices, para agitar o ar quente do ambiente interno e diminuir o calor ali</p><p>presente. Porém, não reduz muito a temperatura, reduzindo no máximo 3ºC, isso</p><p>no caso dos mais potentes.</p><p>Principais tipos de ventiladores:</p><p>• Ventilador de teto: instalado no teto</p><p>do ambiente, com modelos com</p><p>luminária acoplada.</p><p>• Ventilador de parede: instalado em paredes.</p><p>27</p><p>• Ventilador de mesa: portátil/móvel, podendo ser deslocado para</p><p>qualquer local para uso ou armazenamento. Geralmente, é colocado perto</p><p>do corpo humano, com o intuito de obter mais vento.</p><p>• Ventilador de coluna: esse ventilador tem uma coluna, um tipo de</p><p>pedestal, que distancia do nível do chão o sistema de giro do ar, forçando</p><p>a circulação de cima para baixo, com maior distanciamento do corpo.</p><p>A altura e o ângulo de inclinação são ajustáveis. Geralmente, temos três</p><p>opções de ajuste.</p><p>5.4 Sistema de aquecimento de ar</p><p>Como já mencionamos, existem regiões do Brasil em que o inverno é</p><p>muito frio. A sensação é de mal-estar, impossibilitando o interesse de se deslocar</p><p>ou até mesmo de executar uma atividade dentro de qualquer ambiente de uma</p><p>edificação.</p><p>Assim, para que essa temperatura esteja adequada às pessoas,</p><p>garantindo bem-estar, é necessário escolher um ou mais dos inúmeros tipos de</p><p>sistema de aquecimento de ar disponíveis no mercado atual.</p><p>Vamos ver, na sequência, os principais sistemas de aquecimento (sem</p><p>considerar o ar-condicionado) utilizados no Brasil:</p><p>• Lareira: esse tipo de aquecimento de ambiente é desenvolvido ainda no</p><p>processo de criação do projeto de obra. Geralmente, ela é confeccionada</p><p>de alvenaria, em ambientes como sala e sótão. O aquecimento de ar em</p><p>lareira é obtido com a queima de madeira, carvão, álcool ou óleo. Também</p><p>existem modelos que funcionam com energia elétrica.</p><p>• Aquecedor de resistência incandescente: tipo mais utilizado, com uma</p><p>resistência que pode ser ligada na energia elétrica. A resistência é</p><p>aquecida e transfere o calor para a área externa do aparelho, aquecendo</p><p>o ambiente.</p><p>• Aquecedor cerâmico: esse tipo de equipamento apresenta uma placa</p><p>cerâmica. Uma resistência elétrica aquece a placa e espalha o calor para</p><p>o ambiente. Esse aquecimento funciona com energia elétrica.</p><p>• Aquecedor a óleo: esse tipo de equipamento tem uma resistência interna</p><p>que aquece o óleo por uma serpentina que libera o calor para fora do</p><p>aparelho, aquecendo o ar do ambiente.</p><p>28</p><p>5.5 Sistema de aquecimento de piso</p><p>O piso aquecido é um sistema de aquecimento feito com resistências</p><p>elétricas instaladas embaixo do piso acabado. As resistências aquecem e</p><p>transferem o calor para cima do piso acabado.</p><p>Figura 22 – Sistema de aquecimento de piso laminado de madeira</p><p>Créditos: studiovin/Shutterstock.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Vamos movimentar os dedinhos, despertar o interesse na busca de</p><p>conteúdo e ampliar o conhecimento! Para isso, vamos fazer uma pesquiseana</p><p>internet. Exercício: pense no bem-estar, no aumento da temperatura do corpo</p><p>e no suor, de um modo geral, para a saúde dos frequentadores de academias.</p><p>Pesquise os dois itens a seguir e troque essas informações obtidas com</p><p>uma pessoa próxima:</p><p>1. Como é o sistema de climatização de academias;</p><p>2. Qual sistema é o mais apropriado para esse tipo de ambiente, que exige</p><p>o condicionamento físico e o bem-estar no momento de execução das</p><p>atividades.</p><p>29</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Vamos reutilizar a planta baixa de reforma da cozinha da sua casa, feita</p><p>na prática de conteúdos anteriores. Agora, vamos acrescentar a marcação dos</p><p>pontos de água fria, água quente e ponto de gás. Reutilize os desenhos feitos</p><p>na prática de conteúdos anteriores:</p><p>1. Planta baixa reforma da cozinha, colocar as cotas</p><p>2. Layout aprovado</p><p>3. Pelo menos 1 corte/elevação da cozinha</p><p>Acrescente ao projeto:</p><p>4. Planta baixa reforma da cozinha, com a marcação dos pontos de água</p><p>fria, água quente e gás, colocando cotas</p><p>5. Desenhar quantas elevações forem necessárias para mostrar a marcação</p><p>dos pontos de água fria, água quente e gás; colocar torneira</p><p>6. Pelo menos 1 corte/elevação da cozinha</p><p>7. Legendas dos símbolos</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nesta etapa, trabalhamos conteúdos de forma sintetizada para direcionar</p><p>o tema ao uso profissional do futuro formando. No início, apresentamos</p><p>conceitos gerais de sistemas de aquecimento de água. Logo na sequência,</p><p>trabalhamos o tema de distribuição de água quente. No terceiro tópico,</p><p>apresentamos os sistemas de gás. Depois, avaliamos a aplicabilidade em</p><p>projetos de design de interiores, com exemplos de esquemas técnicos, com</p><p>equipamentos que podem ser utilizados em um único sistema, instalados em</p><p>uma mesma edificação. Por fim, estudamos os sistemas de climatização. Os</p><p>sistemas apresentados nesta etapa são os mais utilizados no Brasil. Reforçando</p><p>esse aprendizado, desafiamos você com exercícios práticos.</p><p>30</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>STEELE, T.; BROWN, M. ASHRAE Standard 62-1989. Portland: Boneville</p><p>Power Administration, 1990.</p><p>Conversa inicial</p><p>Contextualizando</p><p>O piso aquecido é um sistema de aquecimento feito com resistências elétricas instaladas embaixo do piso acabado. As resistências aquecem e transferem o calor para cima do piso acabado.</p><p>Trocando ideias</p><p>Na prática</p><p>FINALIZANDO</p><p>REFERÊNCIAS</p>