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<p>História das Artes</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Profa. Ms. Rita de Cássia Garcia Jimenez</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Ms. Natalia Conti</p><p>Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>• Introdução</p><p>• Renascimento – a Busca do Clássico</p><p>• Barroco – a Busca pela Emoção</p><p>• Rococó</p><p>· Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos: Renascimento</p><p>e Barroco.</p><p>· Elaborar opiniões referentes à produção artística contemporânea</p><p>e ao patrimônio histórico e artístico, relacionando-os a história,</p><p>sociedade, política e a cultura do país.</p><p>· Respeitar e avaliar as diferentes correntes e tendências artísticas, suas</p><p>origens e características.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>Renascimento e Barroco –</p><p>Retorno ao Clássico</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como o seu “momento do estudo”.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e</p><p>sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também</p><p>encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,</p><p>pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato</p><p>com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e se manter</p><p>hidratado.</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Introdução</p><p>Figura 1</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A lamentação (1304-1306), de Giotto di Bondone. Um grupo de homens e mulheres</p><p>lamenta a morte de seu Salvador, enquanto anjos esperam sua chegada no reino dos</p><p>céus. Nossa Senhora com sua face contorcida de dor, encara os olhos já apagados do</p><p>filho. Afresco.</p><p>Figura 2</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Escola de Atenas (1510-1511) ilustra a filosofia e está repleta de imagens dos maiores</p><p>expoentes dessa disciplina, de Raffaello Sanzio da Urbino, afresco, Stanza della Segna-</p><p>tura, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano.</p><p>8</p><p>9</p><p>Figura 3</p><p>Fonte: isupportstreetart.com</p><p>The legend of Fred ILLE and Gwen VILAINE: Part II (2013), grafite do grupo MTO feito em</p><p>estilo realista onde um homem parece estar passando seu braço para a outra parede</p><p>da casa.</p><p>O que há de semelhança entre as figuras 1, 2 e 3? O seu olhar pode percorrer</p><p>os espaços representados nessas três imagens? A resposta é simples: o que você</p><p>vê são imagens com representações da tridimensionalidade.</p><p>Em nosso tempo, na contemporaneidade, ver imagens com profundidade pode</p><p>parecer comum. Mas houve um tempo na história da arte em que este tipo de</p><p>visualidade era algo novo e surpreendente.</p><p>Vimos nas outras unidades que as imagens, enquanto linguagem, comunicam</p><p>e apresentam significados e expressões em cada cultura. Dos tempos da arte</p><p>rupestre até o momento atual, o que vemos é a formação de uma cultura visual</p><p>(cultura de imagens). Cultura esta que apresenta valores e escolhas em cada época,</p><p>estabelecendo diálogos que são atemporais.</p><p>Na pintura da arte gótica dos séculos XII ao XIV, vemos uma busca para superar</p><p>a criação de imagens simbólicas, para criar imagens mais realistas. Este novo</p><p>pensamento influenciou profundamente a produção estética dos movimentos</p><p>artísticos que estavam por vir.</p><p>Na obra renascentista, A Lamentação (1304-1306) (Fig. 1), de Giotto di</p><p>Bondone (1267-1337), vemos espaços entre as figuras e uma certa dramaticidade</p><p>na narrativa. Podemos perceber a dor que as pessoas estão sentindo ao velar o</p><p>corpo de Cristo e até mesmo a emoção das figuras que estão de costas.</p><p>O artista cria uma visão mais humanista dos personagens bíblicos, ao contrário</p><p>do que se fazia na Idade Média – arte românica e gótica –, quando as imagens eram</p><p>mais estilizadas e simbólicas.</p><p>9</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>A principal preocupação da arte neste momento é criar ambientes nos quais a</p><p>profundidade também é representada. A criação de planos na pintura passa a dar</p><p>a sensação de podermos adentrar nos espaços e participar das cenas.</p><p>O Renascimento apresenta imagens que buscam imitar a realidade, se utilizando</p><p>da perspectiva, uma técnica capaz de criar ilusão de profundidade. Foram criados</p><p>tratados matemáticos, assim como técnicas de luz e sombra para criar volumes e</p><p>efeitos tonais para reforçar ainda mais a sensação de espaços dentro da imagem.</p><p>As pessoas, quando viam uma imagem pintada com efeitos de perspectiva,</p><p>chegavam a colocar a mão sobre a pintura para ter certeza de que ali não havia</p><p>uma fenda. Era difícil acreditar que em uma superfície plana (bidimensional) poderia</p><p>haver a percepção da tridimensionalidade.</p><p>A pintura Escola de Atenas (Fig. 2) é um afresco pintado por Raffaello Sanzio da</p><p>Urbino (1483-1520) no Palácio do Vaticano, para a Sala da Assinatura, a pedido</p><p>do Papa Júlio II (1443-1513).</p><p>A obra é a representação de uma cena construída da imaginação do artis-</p><p>ta, já que os personagens representados não viveram todos no mesmo tempo.</p><p>São filósofos, matemáticos, astrônomos e cientistas da Antiguidade que parecem</p><p>conversar sobre a nova Basílica de São Pedro, um projeto antigo do arquiteto</p><p>renascentista Bramante (1444-1514). Podemos identificá-los pelos gestos e po-</p><p>ses de cada um. Vemos no centro Platão, com a mão apontando para cima, e</p><p>Aristóteles ao seu lado, assim como Sócrates à esquerda deles e os matemáticos</p><p>gregos Euclides e Pitágoras.</p><p>Estes personagens ilustres estão em um espaço arquitetônico clássico com arcos</p><p>e estátuas, construído com a técnica da perspectiva, que possibilita a organização</p><p>dos personagens em diferentes planos, dando à sala da escola amplitude e</p><p>profundidade em uma composição simétrica e harmônica.</p><p>Rafael Sanzio, como é conhecido, é considerado o pintor que melhor desenvolveu</p><p>os ideais clássicos da beleza, harmonia, forma e cor.</p><p>Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados</p><p>a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas</p><p>de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é</p><p>consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.</p><p>Podemos perceber no grafite do grupo MTO (Fig. 3) que, ainda hoje, há</p><p>fascínio em criar mundos visuais em profundidade. Note que a pintura é feita na</p><p>parede de uma casa, mas parece que o personagem está apenas encostado nela.</p><p>Não é impressionante? Desde o Renascimento, buscamos ilusão e realidade em</p><p>uma só imagem.</p><p>10</p><p>11</p><p>Renascimento – a Busca do Clássico</p><p>De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano,</p><p>mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade</p><p>de sua inteligência, possamos atingir o Céu. VASARI, Georgio. (1511-1574).</p><p>Figura 4</p><p>Fonte: michelangelobuonarrotietornato.com</p><p>Davi (1501-1504) (detalhe do rosto com os olhos virados para cima), de Michelangelo,</p><p>mármore, Museu Acadêmico, Florença (Itália).</p><p>Se pensarmos na história como uma linha contínua, o que só complicaria nosso</p><p>entendimento, poderíamos, então, vislumbrar a ideia de visitarmos o passado</p><p>como</p><p>fosse a história de nossos antepassados, como uma somatória de realidades que em</p><p>um determinado momento convergem.</p><p>O Renascimento, no fio de nossa complexa história, também nasceu da conver-</p><p>gência de uma série de acontecimentos ao longo dos séculos. Nasce na Itália e seu</p><p>início se dá quando as pessoas percebem estar em uma nova era.</p><p>O período do Renascimento, entre os séculos XIV e XVI, é um momento da</p><p>história que acontecem grandes descobertas em muitas áreas do conhecimento.</p><p>Ganhou muitas inovações técnicas, mas também buscou reinstaurar a grandeza</p><p>das produções artísticas clássicas da antiguidade, principalmente a arte de Roma</p><p>e da Grécia.</p><p>Neste período a Europa revive, depois de quase um milênio, os ideais da cultura</p><p>greco-romana, e com eles também os ideais humanistas e naturalistas. O ideal</p><p>humanista significa para os artistas renascentistas a valorização do ser humano e</p><p>da natureza em oposição ao divino e ao sobrenatural, impostos na Idade Média</p><p>pela Igreja.</p><p>11</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Pré-Renascimento</p><p>Florença, na Itália, foi a cidade onde surgiram as primeiras manifestações</p><p>artísticas do Pré-Renascimento. Devido às ameaças do Duque de Milão, Florença</p><p>se empenhou em resistir bravamente com uma campanha cívico-patriótica para</p><p>garantir sua liberdade. Imbuída do título de protetora das artes, a cidade se dedicou</p><p>à produção de obras para sua ornamentação, valorizando o papel do artista como</p><p>um ser criador e homem de saber, como os literários e matemáticos.</p><p>A família Médici, abastada e crente nesta nova era, teve um papel importante</p><p>no incentivo à produção artística, contribuindo para o surgimento de um grupo de</p><p>artistas talentosos, capazes de trazer de volta o esplendor da cultura greco-romana.</p><p>Se destacaram Filippo Brunelleschi (1377-1446), na arquitetura; Donatello (1386-</p><p>1466), na escultura; e Tomasso Masaccio (1401-1428), na pintura.</p><p>Figura 5</p><p>Fonte: wikiart.org</p><p>Pintura dos cinco mestres da Renascença florentina (s/data), de Paolo Ucello. Da di-</p><p>reita para a esquerda, Giotto di Bondone, Paolo Ucello, Donatello, Antonio Manetti</p><p>e Felippo Bruneleschi.</p><p>Na arquitetura renascentista, o que importava era a criação de espaços compre-</p><p>ensíveis de todos os ângulos possíveis do olho humano e a busca de uma ordem</p><p>na composição dos espaços. Se utilizaram das ordens arquitetônicas gregas e dos</p><p>arcos e cúpulas da arquitetura romana.</p><p>Filippo Brunelleschi foi um dos arquitetos que se destacou nesse período. Um</p><p>dos seus trabalhos mais importantes foi a cúpula da Catedral de Florença, também</p><p>chamada de Igreja de Santa Maria del Fiore (Fig. 6). A construção da catedral foi</p><p>iniciada pelo arquiteto e escultor florentino Arnolfo di Cambio (1240-1310), mas</p><p>a enorme cúpula com calota dupla foi feita por Brunelleschi, com um método que</p><p>ele mesmo inventou.</p><p>Por essa célebre realização, ele foi chamado para projetar outras igrejas</p><p>e edifícios. Viajou pela Itália e mediu as ruínas de templos e palácios romanos,</p><p>esboçando toda arquitetura e ornamentações desses antigos edifícios.</p><p>Seu processo de criação dos projetos e a construção dos edifícios permitia que</p><p>a antiga arquitetura greco-romano fosse utilizada livremente, criando novas formas</p><p>de harmonia. Esse pensamento arquitetônico perpetuou-se na Europa por quase</p><p>quinhentos anos.</p><p>12</p><p>13</p><p>Figura 6</p><p>Fonte: italianrenaissance.org</p><p>Vista aérea da Catedral Santa Maria del Fiore (1426-1434), de Fellipo Brunelleschi, em</p><p>Florença (Itália). Em destaque a abóbada (duomo) coberta por telhas de terracota.</p><p>Na arquitetura renascentista, os conceitos arquitetônicos de Brunelleschi foram</p><p>aos poucos sendo aceitos e utilizados pelos demais arquitetos ao longo dos anos.</p><p>Nesta concepção, a linguagem e os conceitos greco-romanos são bem aplicados.</p><p>Para Brunelleschi, o edifício não possui o homem, mas o homem, aprendendo a</p><p>lei do espaço, possui o segredo do edifício.</p><p>Leon Battista Alberti (1404-1472), arquiteto florentino, foi o segundo grande</p><p>inovador da arquitetura renascentista. Apaixonado pela cultura greco-romana, pro-</p><p>jetava edifícios com fachada clássica, com colunas, capitéis, frontões e tímpanos,</p><p>que lembravam os templos da Antiguidade.</p><p>A Escultura</p><p>A escultura da época se caracteriza pelo acentuado naturalismo, uma busca pela</p><p>verossimilhança, sendo o homem o tema principal. É importante observar também</p><p>que a escultura se desvinculou da arquitetura. A escultura deixou de ser apenas</p><p>ornamentação e acabamento na arquitetura dos edifícios.</p><p>Donatello foi o grande escultor do século XV, influenciando muitos artistas da</p><p>época. Com ideais humanistas, criou figuras com traços individuais e com muito</p><p>realismo. Além disso, modificou completamente a forma de fazer esculturas.</p><p>Veja a escultura de São Jorge (Fig. 7).</p><p>13</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Figura 7</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Escultura de São Jorge (1415-1417), de Donatello feito em mármore, São Jorge é es-</p><p>culpido como um jovem, corajoso, determinado e forte homem em armadura. Ele</p><p>não está de pé em contraposto, embora sua perna direita esteja virada para o mesmo</p><p>ângulo de seu escudo, seu peso está em ambas as pernas. Igreja de Orsanmichele,</p><p>Florença (Itália)</p><p>Esta é a primeira escultura, desde a época da Antiguidade greco-romana, a se</p><p>manter em pé, sem nenhum apoio, com a técnica do contraposto. O corpo voltou</p><p>a apresentar-se articulado e com indícios de vida. Podemos também notar que por</p><p>baixo da roupa do personagem encontra-se um corpo com formas e músculos.</p><p>Como um símbolo cívico-patriótico da Nova Atenas, a cidade de Florença tem um</p><p>olhar que demonstra segurança e atenção para defender a cidade de seus inimigos,</p><p>pois ele é conhecido como “matador de dragões”.</p><p>Outro grande escultor é Andrea del Verrocchio (1435-1488), um pouco mais</p><p>jovem. Como modelador e cinzelador usou materiais como a terracota, o mármo-</p><p>re, a prata e o bronze. Foi precursor no jogo de luz e sombra e na construção dos</p><p>volumes.</p><p>A escultura de bronze Davi (Fig. 8) de Del Verrocchio mostra um Davi adoles-</p><p>cente, jovem, delicado e ágil, em sua túnica enfeitada, com uma espada na mão e</p><p>a cabeça de Golias cortada ao lado de seus pés.</p><p>14</p><p>15</p><p>Figura 8 – Escultura em bronze de Davi (c. 1476)</p><p>de Andrea del Verrochio,. Florença (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A Pintura</p><p>A interpretação científica sobre o mundo predomina no pensamento dos re-</p><p>nascentistas. Na pintura, a grande descoberta foi a perspectiva, regras gráficas</p><p>e matemáticas que permitem reproduzir sobre um plano bidimensional um ou</p><p>vários objetos em seu aspecto tridimensional (largura, altura e profundidade).</p><p>Os pintores também começaram a perceber o claro-escuro – áreas iluminadas,</p><p>as sombras e os contrastes – o qual sugere o volume dos corpos para obter um</p><p>maior realismo nas pinturas.</p><p>Tomasso Masaccio foi um dos primeiros pintores a utilizar a perspectiva científica</p><p>em pinturas. Pôs em prática as teorias de Brunelleschi de como conceber a ideia de</p><p>profundidade em uma superfície plana. Na obra A Trindade (c. 1425-1428) (Fig. 9)</p><p>podemos notar os efeitos da técnica.</p><p>15</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Figura 9</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Afresco A Trindade (c.1425-1428), de Tomasso Masaccio. É construído a partir da pers-</p><p>pectiva linear. Apresenta-se como uma capela lateral à nave da igreja, composta por</p><p>uma abóbada de berço ornamentada com caixotões pintados, alternadamente de azul</p><p>e vermelho, sustentada por colunas jônicas, encimadas por arcos plenos, ladeados por</p><p>pilastras coríntias. Santa Maria Novella, (Itália).</p><p>Vemos na obra A Trindade (Fig. 9) Deus, Cristo na cruz e, entre eles, a pomba,</p><p>que representa o Espírito Santo. E ainda a Virgem Maria, São João Evangelista</p><p>e dois patronos mais abaixo. Os personagens são retratados com um volume que</p><p>fazem-lhes parecer quase esculturas. Eles estão em uma capela cuja profundidade</p><p>se faz perceber pela perspectiva construída com um ponto de fuga central. Pode-</p><p>mos ver no mínimo</p><p>seis planos diferentes.</p><p>Masaccio desenvolveu um estilo bastante naturalista e real. No afresco Adão</p><p>e Eva expulsos do Paraíso (c.1426-1428) (Fig. 10), observamos a expressão de</p><p>Adão e Eva, lastimando a expulsão. As mãos de Adão cobrem seu rosto num</p><p>desespero e choro, e o rosto de Eva está desolada em lágrimas. Percebemos as</p><p>características clássicas das estátuas gregas nos corpos da pintura.</p><p>Outro pintor importante no período é Fra Angelico (1395-1455), que tem como</p><p>tema central a religiosidade, por ter uma formação cristã e conventual. Em sua</p><p>pintura A Anunciação (1432-1434) (Fig. 11) nota-se a influência de Masaccio na</p><p>construção das colunas e da perspectiva do espaço interno, permitindo ver ao fun-</p><p>do a expulsão de Adão e Eva do Éden.</p><p>16</p><p>17</p><p>Figura 10 – Adão e Eva expulsos do Paraíso</p><p>(1401-1428), de Tomasso Masaccio, afresco, Capela Brancaccia (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Figura 11– A Anunciação (1432-1434), de Fra Angelico, têmpera</p><p>sobre painel, Museu Diocesano, Cortona (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>17</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Nas pinturas de Pietro della Francesca (1420-1492), um dos maiores pintores do</p><p>Renascimento, os acontecimentos eram importantes, mas sobretudo a composição</p><p>geométrica. Tanto os objetos quanto as pessoas adquirem uma regularidade</p><p>geométrica no espaço. Sua obra mais famosa é o conjunto de afrescos que fez</p><p>na igreja de São Francisco, em Arezzo, que narra a história da cruz usada na</p><p>crucificação de Cristo (Fig. 12).</p><p>Figura 12</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O afresco A Prova da verdadeira cruz (c. 1460), de Piero dela Francesca, conta a busca da</p><p>cruz que foi usada por Cristo quando foi crucificado, Igreja de São Francisco, Arezzo (Itália).</p><p>Os personagens de suas pinturas parecem sólidos, como os do pintor Masaccio.</p><p>São grandes e fortes e ao mesmo tempo imóveis. Seus gestos dizem mais que</p><p>suas expressões faciais. Como um dos grandes teóricos da perspectiva científica,</p><p>escreveu o primeiro tratado, no qual demonstra a sua aplicação na construção do</p><p>corpo humano.</p><p>“Ele via uma cabeça, um braço ou trecho de planejamento como variações ou</p><p>compostos de esferas, cilindros, cones, cubos e pirâmides, e deu ao mundo visível</p><p>a clareza e permanência da matemática” (JANSON, 1996, p. 199).</p><p>Sandro Botticelli (1444-1510) foi o artista que melhor expressou em suas</p><p>pinturas a graciosidade dos personagens. Os temas utilizados eram da Antiguidade</p><p>grega, como também da tradição cristã. Suas pinturas possuem um ritmo suave,</p><p>conseguido por uma linha graciosa.</p><p>A obra Primavera (c.1480) (Fig. 13), de Botticelli, mostra a deusa Vênus no</p><p>centro da pintura, com um cupido de olhos vendados sobre ela, apontando uma</p><p>flecha para uma das ninfas. É a deusa do amor e representa a fertilidade. À sua</p><p>esquerda, vemos Zéfiro, o vento Oeste pronto para soprar. Ele segura a ninfa</p><p>Clóris, que se transforma em Flora, a deusa da primavera, representada pela jovem</p><p>com vestido florido.</p><p>À direita da Vênus, vemos as Três Graças e Mercúrio, o deus mensageiro,</p><p>representado afastando as nuvens. A elegância dos gestos, o planejamento das</p><p>cores e o fundo teatral compõem a obra de Botticelli.</p><p>18</p><p>19</p><p>Figura 13 – Primavera (c.1480), de Sandro Botticelli, têmpera</p><p>sobre painel de madeira, Galeria Ufizzi, Florença (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O Nascimento de Vênus (c. 1480) (Fig. 14), feita para os Médici, tem uma</p><p>pintura com um modelado de pouco volume; sua paisagem não apresenta muita</p><p>profundidade e os corpos parecem flutuar, ao mesmo tempo em que possuem uma</p><p>delicadeza graciosa conseguida por uma linha que os delineia.</p><p>Figura 14 – O Nascimento de Vênus (c. 1480), de Sandro Botticelli,</p><p>têmpera sobre tela, Galeria dos Ofícios, Florença (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Alto Renascimento</p><p>O Alto Renascimento se refere ao apogeu da arte no Renascimento. Momento</p><p>histórico da arte que se caracteriza pela perfeição das obras feitas por artistas como</p><p>Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Leonardo Da Vinci (1452-1519), Rafael</p><p>(1483-1520), Ticiano Vecellio (1473-1576) e Bramante (1444-1514).</p><p>Michelangelo Buonarroti foi pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano,</p><p>considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente, chamado de</p><p>“Divino”. Estudou na escola de escultura mantida por Lourenço Médici, onde teve</p><p>o contato com a filosofia grega e seus padrões de forma, equilíbrio e beleza.</p><p>19</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Trabalhou nos afrescos da Capela Sistina, no Vaticano, onde concebeu diversas</p><p>cenas do Antigo Testamento. Uma delas é A criação do Homem, na qual Deus</p><p>aparece de barba e cabelos longos, corpo vigoroso e cercado por anjos, estendendo</p><p>a mão para Adão, que é representado por um jovem forte e belo, mostrando</p><p>claramente o ideal e a beleza das obras do Renascimento.</p><p>Figura 15 – Detalhe do afresco Criação do Homem do teto da</p><p>Capela Sistina (1508-1512), de Michelangelo Buonarroti (Vaticano)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Não temos dúvida quanto ao talento de Michelangelo para a pintura, mas é clara</p><p>a sua preferência para a criação de esculturas. Acreditava que esta era a linguagem</p><p>capaz de equiparar o artista a Deus, já que possibilitava a criação da figura humana</p><p>em sua tridimensionalidade.</p><p>A sua genialidade na escultura pode</p><p>ser vista claramente na escultura Davi</p><p>(Fig. 16), a primeira estátua monumental</p><p>do Alto Renascimento. Ela apresenta um</p><p>estilo desenvolvido pelo artista, cheio de</p><p>referências da escultura helenística – be-</p><p>leza, escala monumental e força –, depois</p><p>de sua estadia por muitos anos em Roma.</p><p>A obra representa um jovem adulto</p><p>com um corpo definido e cheio de ener-</p><p>gia; suas mãos são enormes em relação</p><p>às outras partes, uma referência ao ho-</p><p>mem do povo, trabalhador e forte; seu</p><p>rosto tem as feições de um herói, capaz</p><p>de enfrentar desafios como Golias, seu</p><p>grande inimigo, além das demais adver-</p><p>sidades que podem ameaçar o homem. A</p><p>escultura, com mais de quatro metros de</p><p>altura, foi colocada na entrada do Palazzo</p><p>Vecchio, como símbolo cívico-patriótico</p><p>da República Florentina.</p><p>Figura 16 – Escultura em mármore de Davi</p><p>(1501-1504), de Michelangelo,</p><p>Museu Acadêmico, Florença (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>20</p><p>21</p><p>Importante!</p><p>Um apreciador de arte da época atribuiu a obra Pietá (1498-1499) (Fig. 17) a um outro</p><p>artista mais experiente, pois recusou-se a acreditar que Michelangelo, com apenas 23</p><p>anos tivesse feito a escultura. Quando soube, Michelangelo esculpiu uma faixa com seu</p><p>nome sobre a roupa da virgem.</p><p>Figura 17 – Pietá (1498-1499). A obra é uma representação da Virgem Maria segurando</p><p>o corpo morto de Jesus Cristo, depois de ter sido crucificado. De Michelangelo,</p><p>Basílica de São Pedro, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Você Sabia?</p><p>Leonardo da Vinci foi um artista e pesquisador muito versátil, atuando em</p><p>diversos campos do conhecimento humano. Foi aprendiz de Andrea del Verrocchio</p><p>(1435-1488), consagrado pintor e escultor de Florença. Seu interesse por diversos</p><p>conhecimentos, inclusive na área urbanística, fez projetar redes de abastecimento</p><p>de água e esgotos para cidades, como também alinhamento de ruas, praças e</p><p>jardins públicos. Também estudou a perspectiva, óptica, proporções e anatomia,</p><p>produzindo diversos estudos, anotações e desenhos. Seu interesse pela anatomia</p><p>fez produzir diversas obras buscando o realismo do corpo humano.</p><p>Na pintura, Da Vinci se utilizou de uma técnica chamada de chiaroscuro (claro-</p><p>escuro), com a qual as formas não mais são fechadas por uma linha. Não fica claro</p><p>onde uma figura começa e a outra termina.</p><p>É durante sua estadia em Milão, quando estava a serviço do Duque de Milão,</p><p>que Da Vinci fez a famosa pintura A Última ceia (1495-1498) (Fig. 18) para o</p><p>refeitório do mosteiro Santa Maria delle Grazie. Ele aplicou sua técnica de modelado</p><p>ao afresco, porém a mistura de tinta óleo e têmpera não aderiu bem, fazendo com</p><p>que a pintura se degradasse rapidamente.</p><p>De qualquer forma, ela</p><p>é um marco da pintura renascentista com uma composição</p><p>equilibrada e harmônica. Para integrar a pintura à parede do refeitório, o artista se</p><p>utilizou de alguns recursos: a profundidade criada pelos detalhes no forro da sala e</p><p>pelas janelas abertas no fundo da pintura, além da claridade criada por ele na parte</p><p>21</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>direita da cena, como se fosse a luz vinda das janelas à esquerda da pintura.</p><p>Figura 18</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A Última ceia (1495-1498), de Leonardo da Vinci, representa o episódio bíblico da Últi-</p><p>ma Ceia de Jesus com os Apóstolos antes de ser preso e crucificado. Ao centro, Cristo</p><p>é representado com os braços abertos, formando o eixo central da composição com os</p><p>apóstolos ao seu lado. afresco, Santa Maria Delle Grazie, Milão (Itália).</p><p>Observe que o ponto de fuga fica atrás da cabeça do Cristo, fazendo com que</p><p>nossos olhos o vejam em primeiro lugar, dando a devida importância ao personagem</p><p>principal desta história. A janela que está atrás, parece dar a impressão de uma au-</p><p>réola, santificando-o. A representação é do momento em que o Salvador pronuncia</p><p>a frase ápice do jantar “Um de vós há de me trair” e os apóstolos respondem, quase</p><p>que ao mesmo tempo, “Senhor, serei eu?”. Da Vinci explicita esse momento através</p><p>das expressões do rosto e dos gestos que cada um dos personagens faz.</p><p>O Renascimento Norte-Europeu</p><p>Essa nova estética e a valorização da cultura greco-romana pelos Italianos atra-</p><p>vessou as fronteiras da Itália e chegou a outras regiões da Europa. Na cultura ger-</p><p>mânica e dos países baixos, a pintura foi a arte que mais se destacou, criando uma</p><p>mistura com características góticas e renascentistas.</p><p>Jan Van Eyck (1390-1441) foi um dos pioneiros no uso da tinta a óleo, aperfei-</p><p>çoando a técnica da aplicação de camadas transparentes, o que lhe permitiu pintar</p><p>detalhes e criar cores profundas. Podemos observar a preciosidade desenvolvida</p><p>por ele na pintura através da obra O Casal Arnolfini (1434) (Fig. 19).</p><p>O artista representou com muito realismo os objetos e superfícies com a ajuda</p><p>da tinta óleo, que lhe possibilitou representar até mesmo o reflexo da luz sobre eles</p><p>com muito naturalismo. Note as diferentes texturas que consegue no metal dos</p><p>lustres, na madeira das sandálias, nas contas do terço pendurado na parede, nos</p><p>diferentes tecidos...</p><p>22</p><p>23</p><p>Figura 19 – O casal Arnolfini (1434), de Jan van Eyck, óleo sobre madeira A</p><p>A obra exibe o comerciante Giovanni Arnolfini segurando a mão de sua esposa.</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>É uma composição cheia de elementos simbólicos. Observe na parede do fundo</p><p>do quarto. Há um espelho redondo e nele o reflexo do casal. Acima está escrito</p><p>Jan Van Eyck esteve aqui/1434. Pode ser apenas a própria marca que o artista</p><p>tenha deixado na pintura, mas dizem que talvez fosse uma certidão do casamento,</p><p>que ele teria presenciado.</p><p>Observe também as laranjas em cima da mesa, símbolos de riqueza; no banco</p><p>de madeira a imagem de Santa Margarida esculpida, ela é a protetora das grávidas.</p><p>Há informações de que a primeira mulher de Arnolfini, Constanza, tenha morrido</p><p>ao dar a luz. Outro elemento interessante é a mão de Arnolfini que parece apenas</p><p>segurar de leve a mão da mulher. Talvez uma nova menção à esposa falecida.</p><p>Na Alemanha, Albrecht Dürer (1471-1528) concebeu a arte como uma repre-</p><p>sentação fiel da realidade. Depois de uma estadia em Veneza, voltou a Nuremberg</p><p>com uma nova concepção do mundo e da arte, com uma visão mais humanista.</p><p>23</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Foi um importante desenhista e</p><p>o maior impressor de sua época, in-</p><p>fluenciando toda uma geração de ar-</p><p>tistas com suas gravuras. “Em suas</p><p>mãos, a xilogravura perde o seu en-</p><p>canto de arte popular, mas ganha a</p><p>articulação precisa de um estilo grá-</p><p>fico plenamente amadurecido” (JAN-</p><p>SON, 1996, p. 241).</p><p>A gravura Cavaleiro, morte e diabo</p><p>(1513) (Fig. 20) é uma mostra da be-</p><p>leza e habilidade do artista. Vemos um</p><p>soldado de Cristo sobre seu cavalo, bas-</p><p>tante confiante, sem se perturbar com</p><p>a figura do demônio que parece fitá-lo,</p><p>com as caveiras e bichos que aparecem</p><p>em seu caminho. Percebe-se em suas</p><p>obras o quanto valorizava a observação</p><p>da realidade, haja vista a grande quanti-</p><p>dade de detalhes nas suas obras.</p><p>Figura 20 – Cavaleiro, morte e diabo (1513), de Albrecht</p><p>Dürer, gravura em metal, Museu de Belas Artes, Boston</p><p>(Estados Unidos)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Hieronymus Bosch (1450-1516) é um representante dos pintores dos Países</p><p>Baixos (Holanda). Criou um estilo inconfundível, cheio de imagens fortes, nas quais</p><p>mistura símbolos da astrologia, alquimia e magia. Suas pinturas possuem criaturas</p><p>horríveis que parecem vir de sonhos ou delírios, animais exóticos e uma série de</p><p>vegetais exóticos e imaginários.</p><p>O tríptico (três painéis articulados), O jardim das delícias terrenas (Fig. 21),</p><p>retrata, segundo algumas interpretações, a devassidão ocorrida depois que Deus</p><p>ordenou: “Crescei e multiplicai-vos”. Talvez seja um comentário ou uma crítica do</p><p>não entendimento correto da ordem de Deus.</p><p>O primeiro painel retrata a Criação de Adão e Eva no Paraíso, o Jardim do</p><p>Éden; o painel central, o Jardim das Delícias ou o mundo antes do dilúvio; e, o</p><p>terceiro, o inferno.</p><p>24</p><p>25</p><p>Figura 21</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O Jardim das delícias terrenas (c. 1500), de Hieronymus Bosch, descreve a história do</p><p>Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas late-</p><p>rais. Ao centro celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sen-</p><p>timento de culpa. A obra expõe ainda símbolos e atividades sexuais com vividez. óleo</p><p>sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha).</p><p>Bosh recriou a história da humanidade, da criação do Paraíso até seu derradeiro</p><p>fim no inferno, um local cheio de coisas estranhas e más, onde as pessoas são puni-</p><p>das por seus pecados. Observe no painel da direita (Fig. 22) a criatura que está senta-</p><p>da sobre uma enorme cadeira, ela come uma pessoa e defeca humanos em um poço.</p><p>Figura 22 – O Jardim das delícias terrenas (c. 1500) (detalhe do painel da direita – Inferno),</p><p>de Hieronymus Bosch, óleo sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha)</p><p>Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons</p><p>25</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Barroco – a Busca pela Emoção</p><p>O Barroco é um estilo que se desenvolveu na península Itálica por volta de</p><p>1600 e irradiou-se rapidamente por toda a Europa e, posteriormente, na Améri-</p><p>ca Latina, levado pelos colonizadores portugueses e espanhóis, ganhando carac-</p><p>terísticas diferentes.</p><p>O termo barroco significava na península ibérica um tipo de pérola de forma irregular</p><p>ou imperfeita. Em quase toda Europa era um sinônimo de extravagância, coisa disforme,</p><p>anormal, absurda e irregular.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>A arquitetura barroca está presente principalmente nas mansões, palácios e</p><p>igrejas. Na Roma dos papas no século XVII, o barroco emergiu mostrando uma</p><p>tendência e estilo para todas as artes, espalhando-se concentricamente de Roma</p><p>para todos os países da Europa. A igreja precisava reagir à Reforma protestante.</p><p>“O papado voltou a patrocinar a produção de obras de arte em grande escala,</p><p>com o objetivo de transformar Roma na mais bela cidade de todo o mundo cristão”</p><p>(JANSON, 1996, p. 250).</p><p>Os artistas barrocos, herdeiros dos artistas renascentistas, respeitaram e aceitaram</p><p>as suas conquistas focadas na razão e na lógica como a perspectiva, o equilíbrio,</p><p>a sobriedade, o racionalismo, a lógica. Entretanto, eles queriam obras com mais</p><p>impacto e dramaticidade, então adicionaram o amor pelo infinito, a dramaticidade,</p><p>o dinamismo, os contrastes, a exuberância, o realismo e a tendência ao decorativo.</p><p>Arquitetura Barroca</p><p>Na arquitetura, construíram obras monumentais, cheias de elementos decorativos</p><p>e com muito movimento. As formas clássicas da arquitetura renascentista como</p><p>colunas, arcos, frontões e frisos permaneceram, mas ganharam uma feição</p><p>suntuosa e fantasiosa.</p><p>À Carlo Maderno (1556-1629) lhe foi encomendado terminar a Basílica de</p><p>São Pedro (Fig. 23), em Roma, iniciada por Bramante e Michelangelo. Ele deu à</p><p>fachada a visualidade de um ritmo acelerado, diminuindo o espaçamento entre as</p><p>pilastras e transformando-as em colunas.</p><p>26</p><p>27</p><p>Figura 23</p><p>Fonte: fmarte.org</p><p>Vista aérea da Basílica de São Pedro, Roma (Itália). Projeto de Bramante, cúpula de Mi-</p><p>chelangelo e Giacomo dela Porta (1564-1590), fachada de Carlos Maderno (1607-1615)</p><p>e átrio de Bernini (1657-1666).</p><p>A obra foi completada por Gianlorenzo Bernini (1598-1680), o maior escultor e</p><p>arquiteto do período. Ele criou um átrio emoldurado por colunatas na parte frontal</p><p>da basílica (Fig 24), que representa um grande abraço da igreja nos incontáveis</p><p>peregrinos que chegam à Basílica todos os dias. Ele é circundado por uma colunata</p><p>circular, com 284 colunas de 23 metros de altura cada, em mármore travertino,</p><p>que sustentam um entablamento com 140 estátuas de santos, mártires e anjos de</p><p>2,70 metros de altura. No centro há um obelisco egípcio com 40 metros de altura.</p><p>Figura 24 – Basílica de São Pedro (detalhe da colunata</p><p>do átrio, parte frontal), de Bernini, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Francesco Borronini (1599-1667), grande arquiteto italiano, era o maior</p><p>27</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>concorrente de Bernini na arquitetura barroca de Roma. Sua genialidade produziu</p><p>complexos edifícios extravagantes, fugindo de alguns preceitos renascentistas,</p><p>como o de que a arquitetura devia seguir as proporções do corpo humano.</p><p>Vamos observar a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane (Fig. 25).</p><p>A fachada da igreja apresenta claramente</p><p>uma das características mais marcantes da arte</p><p>barroca: a grande quantidade de informações</p><p>– formas, texturas, movimentos e elementos.</p><p>A fachada incorpora esculturas e uma pin-</p><p>tura que está suspensa por anjos. O edifício</p><p>nos faz lembrar um teatro, com cenários dra-</p><p>máticos nos quais podemos imaginar uma</p><p>quantidade infinita de histórias.</p><p>“O vocabulário não nos é estranho, mas a</p><p>sintaxe é nova e inquietante; o jogo incessan-</p><p>te de superfícies côncavas e convexas faz com</p><p>que a estrutura toda pareça elástica, com as</p><p>formas distorcidas por pressões que nenhum</p><p>edifício anterior teria suportado” (JANSON,</p><p>1996, p. 258).</p><p>Na França, o Barroco assume característi-</p><p>cas mais sóbrias, comedidas e quase clássicas</p><p>e se impôs, pouco a pouco, como estilo quase</p><p>dominante na Europa. O palácio de Versa-</p><p>lhes, em Versalhes, foi a expressão maior do</p><p>barroco francês.</p><p>Figura 25 – Igreja de San Carlo alle</p><p>Quattro Fontane, (1638-1667), de</p><p>Francesco Borromini, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O conjunto de palácios e jardins mais famoso da Europa, no estilo barroco, é o</p><p>palácio de Versalhes (Fig. 26), feito para mostrar o grande poderio econômico e</p><p>político do governo monárquico francês do século XVII.</p><p>Figura 26 – Palácio de Versallhes (1669-1685), de Louis Le Vau e Jules Hardouin Mansart. Em destaque uma das</p><p>386 expostas nos jardins de Versalhes (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>28</p><p>29</p><p>Jules Hardouin Mansart e Louis Le Vau foram alguns dos arquitetos que fizeram</p><p>o projeto para o conjunto arquitetônico construído no reinado de Luís XIV. Os</p><p>jardins externos do palácio de Versalhes (Figs. 27 e 28) foram criados por André</p><p>Le Nôtre (1613-1700). Possuem canteiros, alamedas, espelhos d’água e fontes em</p><p>uma geometria extraordinária, compostos por uma grande variedade de plantas.</p><p>Figuras 27 e 28– Detalhe dos jardins do Palácio de Versallhes, composto por calçadas, fontes,</p><p>esculturas, canteiros e bosques de André Le Nôtre, Versallhes (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Escultura Barroca</p><p>A escultura barroca valorizava a exaltação dos sentimentos, a sensação de movi-</p><p>mento, as formas curvilíneas, recobertas de elementos decorativos e muito dourado.</p><p>Um dos principais escultores italianos é Gianlorenzo Bernini (1598-1680). Era</p><p>um artista completo: arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor.</p><p>Suas esculturas apresentam figuras em posições retorcidas, criando uma sensação</p><p>de movimento eminente. Parecem fragmentos de um determinado momento de</p><p>uma ação; mais que isto, elas parecem estar no momento ápice de uma cena.</p><p>29</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Davi, de Bernini, é a versão barroca de Davi, de Michelangelo.</p><p>Vamos observar os dois juntos?</p><p>Figura 29 – Davi (1501-1504), de</p><p>Michelangelo, mármore, Museu</p><p>Acadêmico, Florença (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Figura 30 – Davi (1623), de Gianlorenzo</p><p>Bernini, mármore, Galeria</p><p>Borghese, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Davi é um dos personagens mais mencionado nas religiões. No judaísmo é o</p><p>rei de Israel; no cristianismo é um ancestral de José, o pai adotivo de Jesus; e no</p><p>islamismo, é profeta e rei de uma nação. Talvez seja por isso que ele tenha sido tão</p><p>representado na História da Arte.</p><p>Ao observarmos novamente Davi (Fig. 29), esculpido por Michelangelo, ficam</p><p>claras as principais diferenças entre os estilos do Renascimento e do Barroco.</p><p>Ambos seguem os padrões de beleza greco-romano – proporções ideais, músculos</p><p>aparentes e beleza. Mas observe a tensão controlada presente no corpo de Davi</p><p>feita por Michelangelo. Com uma escala heroica, ele está parado e atento ao que o</p><p>rodeia. Tem um o olhar calmo que reflete a racionalidade renascentista.</p><p>Agora, vejamos o Davi de Bernini (Fig. 30). Ele está com um olhar fixo em algo</p><p>que não vemos, mas imaginamos: o seu inimigo Golias. Seu semblante é tenso,</p><p>seus dentes mordem os lábios, como num momento de forte tensão e eminência</p><p>de um gesto. Seu corpo está em uma pose de giro para a direita e sua perna direita</p><p>um pouco à frente para lhe dar equilíbrio. Ele está a um segundo de atirar uma</p><p>pedra no gigante Golias.</p><p>Bernini utiliza-se de uma série de estratégias para conferir mais dramaticidade</p><p>e teatralidade às suas obras. Consegue esplendorosamente isso ao unir pintura,</p><p>30</p><p>31</p><p>escultura e arquitetura como fez na obra O êxtase de Santa Tereza (Fig. 31).</p><p>Figura 31 – O êxtase de Santa Tereza (1645-1652), de Gianfrancesco Bernini,</p><p>Capela Cornaro, Santa Maria dela Vittoria, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Bernini fez a representação do momento em que Santa Tereza de Ávila teria</p><p>sido flechada por um anjo, como ela mesmo chegou a descrever. “A dor foi tão</p><p>grande que gritei; ao mesmo tempo, porém, senti uma doçura tão infinita que</p><p>desejei que a dor jamais acabasse” (JANSON, 1996, p. 257).</p><p>Figura 32 – O êxtase de Santa Tereza (1645-1652) (detalhe), de Gianfrancesco</p><p>Bernini, Capela Cornaro, Santa Maria dela Vittoria, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons</p><p>Note o braço direito do anjo, seu rosto de satisfação e também o semblante da</p><p>Santa Tereza com um misto de dor e prazer. Conseguimos imaginar a cena por</p><p>meio das posições dos corpos, que parecem estar encenando. É o momento exato.</p><p>Por detrás, o artista criou um cenário de raios dourados, que juntamente com a luz</p><p>31</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>que entra por uma janela que está acima deles, reforça a ideia de uma iluminação</p><p>divina para este momento. Observe que ambos estão sobre uma nuvem.</p><p>A Pintura Barroca</p><p>Um dos pintores mais notáveis em Roma era Caravaggio (1571-1610). Seu</p><p>nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, Caravaggio era o nome da sua cidade</p><p>de origem, uma província de Bérgamo.</p><p>No século XVII, todas as pinturas tinham que atingir objetivos como a perfeita</p><p>representação, em qualquer circunstância, da real natureza ou da imitação do belo.</p><p>Caravaggio não se interessava pela beleza clássica como os pintores renascen-</p><p>tistas e buscava modelos entre pessoas comuns do povo, como os vendedores, os</p><p>músicos, as prostitutas para suas pinturas sacras. Seus personagens religiosos eram</p><p>retratados como pessoas comuns, do povo.</p><p>A pintura A vocação de São Mateus (1596-1598) (Fig. 33), feita para a igreja</p><p>de São Luigi dei Francesi, apresenta um forte naturalismo.</p><p>O tema religioso é</p><p>pintado como se fosse uma cena em uma taverna qualquer, uma cena cotidiana.</p><p>Figura 33</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A vocação de São Mateus (1596-1598), de Caravaggio. Em estilo realista retrata o mo-</p><p>mento em que São Mateus recebe o chamado de Jesus. O santo está sentado frente</p><p>a uma mesa com um grupo de pessoas, vestidas como os contemporâneos de Cara-</p><p>vaggio, como numa cena de taberna, óleo sobre tela, Capela Contarelli, São Luigi dei</p><p>Francesi, Roma (Itália).</p><p>32</p><p>33</p><p>A pintura retrata o momento em que Jesus chega a uma taverna e pede para</p><p>São Mateus, um cobrador de impostos, para segui-lo. O tema é conhecido, mas</p><p>a forma não. Caravaggio apresenta Jesus como uma pessoa comum. Apenas o</p><p>reconhecemos por alguns detalhes: o manto dourado, a sua mão iluminada e que</p><p>aponta para Mateus, uma referência clara à Criação do homem de Michelangelo,</p><p>e a luz marcada que enfatiza a cena com o gesto do Salvador.</p><p>O forte contraste de luz e sombra é uma característica importante no trabalho do</p><p>artista. Não é uma luz solar, mas uma luz criada, teatral e em geral, bem dramática</p><p>que dá o tom à cena. Na obra, observe que a luz não vem da janela, mas do lado</p><p>direito da cena.</p><p>A pintura barroca tem como característica composições em diagonal. Várias</p><p>linhas diagonais, por exemplo, cortam a pintura A crucificação de São Pedro (Fig.</p><p>34), o que confere maior dinamismo e movimento para a cena. É o momento em</p><p>que a cruz de São Pedro está sendo erguida, mas como ele disse que não era me-</p><p>recedor de ser crucificado como Cristo, seus pés estão sendo puxados para cima.</p><p>A pintura foi feita dispondo os elementos, enfatizados pela luz, em “X” (Fig.</p><p>35). Observe que a luz que ilumina o tronco de São Pedro é a mesma que ilumina</p><p>o quadril do homem ajoelhado que apoia a cruz.</p><p>Figura 34 – A crucificação de São Pedro</p><p>(1601), de Caravaggio, óleo sobre</p><p>tela, Basílica de Santa Maria del</p><p>Popolo, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Figura 35 – A crucificação de São Pedro (1601) de</p><p>Caravaggio, (com indicação gráfica da composição em</p><p>linhas amarelas na diagonal ), óleo sobre tela, Basílica</p><p>de Santa Maria del Popolo, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons</p><p>33</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>A expressão trompe l’oeil surgiu no período barroco e significa enganar o olho. É uma</p><p>técnica conhecida desde a Antiguidade, aplicada em murais para criar a ilusão de algo que</p><p>efetivamente não existia, como uma porta ou uma janela para ampliar o espaço. Com o</p><p>surgimento da perspectiva, a técnica começou a ser usada para dar maior profundidade aos</p><p>locais como nos domos das igrejas. Na atualidade, os grafites criam imagens que brincam</p><p>com as superfícies bidimensionais, dando a elas profundidade (Fig. 36).</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>Figura 36 – House party, de Ciarán Brennan, grafite. Uso da técnica trompe l’oeil</p><p>para criar ilusão de óptica de uma abertura da parede externa da casa caindo balões coloridos</p><p>Fonte: baton.com</p><p>Na obra de Andrea Pozzo (1642-1709), no teto da igreja de Santo Inácio (Fig.</p><p>37) em Roma, vemos uma pintura com o uso da técnica trompe l’oeil, com o uso</p><p>da perspectiva para criar ilusão óptica. A imagem pintada no teto cria a ilusão de</p><p>que as paredes e colunas se estendem para o céu, onde surgem santos e anjos.</p><p>Esse tipo de pintura tornou-se muito comum em igrejas da época e também em</p><p>igrejas barrocas brasileiras.</p><p>Figura 37 – Teto da Igreja de Santo Inácio (1691-1694), de</p><p>Andrea Pozzo, afresco, Igreja de Santo Inácio, Roma (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>34</p><p>35</p><p>Outro grande pintor foi Giambattista Tiepolo (1696-1770). Na pintura em</p><p>trompe l’oeil, nas cornijas das paredes, utilizou uma técnica chamada “composição</p><p>centrífuga”, que é o afastamento dos personagens para um dos lados, deixando</p><p>abrir-se ao centro uma larga zona de céu. E notamos também que com o tempo, o</p><p>início do uso de tons escuros, a dramatização e os movimentos violentos tornaram-se</p><p>pouco a pouco mais claros, teatrais, vivos e alegres.</p><p>Importante!</p><p>O pintor Tintoretto (1518-1594) pintou intensamente temas religiosos, mitológicos e</p><p>retratos, porém, o grande historiador da arte da época, Giogio Vasari (1511-1574), disse</p><p>que suas obras tinham uma execução descuidada e o gosto excêntrico pelos temas.</p><p>Observe os detalhes da pintura A última ceia (Fig. 38).</p><p>Trocando ideias...</p><p>Figura 38</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A Última ceia (1592-15944), de Tintoretto. A cena representada é o momento primeiro</p><p>do sacramento da comunhão, quando Cristo divide o pão. As figuras são alongadas</p><p>deixando-as altas e esbeltas; preenchimento desigual do espaço representado, com</p><p>algumas zonas onde as figuras aparecem amontoadas e outras onde predomina o</p><p>espaço vazio; a “cena principal” acontece em um plano mais afastado e as figuras co-</p><p>locadas em primeiro plano são “secundárias” (serviçais), óleo sobre tela, San Giorgio</p><p>Maggiore, Veneza (Itália).</p><p>Artemisia Gentileschi (1593-1653), seguidora de Caravaggio, foi uma das</p><p>poucas artistas mulheres dessa época a ser reconhecida mundialmente. Seu tema</p><p>preferido eram as histórias de heroínas como Betsabá e Judite.</p><p>35</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Figura 39 – Judite degolando Holofernes (1598), de Caravaggio, óleo</p><p>sobre tela, Galleria Nazionale D’Arte Antica, Roma, (Itália)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Observe as figuras 39 e 40. Você percebe semelhanças nelas?</p><p>Além do tema, percebemos que Artemisia</p><p>faz um tipo de composição bem parecido com</p><p>o de Caravaggio, como as diagonais, a repre-</p><p>sentação de uma cena que parece estar acon-</p><p>tecendo ante nossos olhos, a iluminação bem</p><p>marcada e teatral. No entanto, os artistas op-</p><p>tam por retratar momentos diferentes da cena.</p><p>Artemisia prefere o momento logo após a deca-</p><p>pitação, quando Judite e sua criada olham para</p><p>fora da pintura, enquanto a cabeça de Holofer-</p><p>nes é posta em um saco.</p><p>Barroco fora da Itália</p><p>O barroco logo se tornou internacional, ad-</p><p>quirindo características nacionais, como na Bél-</p><p>gica, com linhas cheias de movimento e muita</p><p>expressão; na Holanda, com uma certa austeri-</p><p>dade; e na Espanha, com um forte contraste de</p><p>claro-escuro.</p><p>Figura 40 – Judite e a criada com a cabeça</p><p>de Holofernes (c. 1625), de Artemisia</p><p>Gentileschi, óleo sobre tela, Instituto</p><p>de Arte de Detroit (Estados Unidos)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Na Bélgica, o seu maior representante foi Peter Paul Rubens (1577-1640). O</p><p>artista desenvolveu um estilo pessoal durante os oito anos que permaneceu na</p><p>Itália. A obra O Levantamento da cruz (1609-1610) (Fig. 41) é a primeira obra</p><p>feita depois que retornou da Itália. Nela, podemos ver uma série de influências</p><p>italianas, como os corpos musculosos, a luminosidade e a grande força dramática.</p><p>36</p><p>37</p><p>Figura 41</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O Levantamento da cruz (1609-1610), de Peter Paul Rubens, Jesus Cristo e a elevação</p><p>de sua cruz são os pontos focais para esta obra de arte, com características da história</p><p>transbordando do painel do meio para as asas em ambos os lados. O cenário é escuro e</p><p>inquieto enquanto o grupo de espectadores, soldados, cavalos e os corpos tensos dos</p><p>algozes cercam o Cristo prestes a ser crucificado. painel, Catedral de Antuérpia (Bélgica).</p><p>A partir de 1630, o estilo de Rubens ganha um certo lirismo, como na pintura</p><p>O Jardim do amor (1632-1634) (Fig. 42), na qual a realidade se funde com a</p><p>mitologia. Vemos a nobreza, em frente ao palácio, junto com alegorias como os</p><p>cupidos no céu. A cor é um elemento bem importante nas suas pinturas. Ele as</p><p>utilizava principalmente nos vestuários e dava preferências às cores mais fortes</p><p>como vermelho, amarelo, verde e azul.</p><p>Figura 42</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O jardim do amor (1632-1634), de Peter Paul Rubens, apresenta um grande grupo de</p><p>pessoas bem vestidas no estilo do século 17 se espreguiça, fazendo piquenique em um</p><p>jardim idílico. Todos estão bem vestidos, exercendo sua riqueza e status de classe alta.</p><p>óleo sobre tela, Museu do Prado, Madri (Espanha).</p><p>37</p><p>UNIDADE Renascimento</p><p>e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669), foi um dos mais importantes</p><p>artistas da Holanda. Também foi influenciado por Caravaggio, como, por exemplo,</p><p>no uso da luz e no uso de um forte realismo.</p><p>Na obra A lição de anatomia do doutor Tulp (1632) (Fig. 43), a luz é um foco</p><p>que ilumina o corpo do cadáver e os rostos do médico e dos curiosos que estão</p><p>atentos à lição. Apesar do claro e escuro, há uma gradação dos tons mais claros</p><p>até a escuridão total.</p><p>Figura 43</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A lição de anatomia do doutor Tulp (1632), de Rembrandt, onde ocorre a dissecação</p><p>da mão esquerda de Aris Kindt, um marginal condenado à morte por assalto a mão</p><p>armada no dia anterior à lição. Há um drama presente na cena que pode ser notado</p><p>através das expressões faciais dos personagens (estes têm feições intensas), da posição</p><p>dos corpos, gestos e posturas. Essas características constroem um ambiente de tensão.</p><p>óleo sobre tela, Museu Mauritshuis, Haia, Holanda.</p><p>Ainda na Holanda, Johannes Vermeer (1630-1675) tem como tema a vida e</p><p>os costumes de pessoas comuns. Muitas de suas pinturas retratam mulheres em</p><p>tarefas simples em suas casas, como na obra A carta (1666) (Fig. 44).</p><p>Não há uma narrativa nas imagens. As mulheres apenas se olham. Poderíamos</p><p>comparar suas pinturas com imagens fotográficas, que retratam fragmentos de uma</p><p>realidade em que nada parece se mexer. Há sempre uma luz que ilumina a cena.</p><p>38</p><p>39</p><p>Figura 44</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A carta (1666), de Jan Vermeer, Através da porta aberta, vê-se uma sala, onde se en-</p><p>contram uma senhora e sua criada, próximas a uma lareira. A mulher, elegantemente</p><p>vestida com saia e casaco amarelo, com acabamento em arminho, estava a tocar seu</p><p>alaúde, quando foi interrompida pela criada, que lhe entrega uma carta. óleo sobre</p><p>tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda).</p><p>Explore estas imagens (Figs. 45 e 46), observando os objetos e seus detalhes,</p><p>assim como as texturas e cores que Vermeer usava para compor suas pinturas</p><p>extremamente elaboradas e complexas.</p><p>Figura 45</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A arte da pintura (c. 1666-1668), de Jan Vermeer, representação visual realista da cena</p><p>e, especialmente, os efeitos de luz que flui através das janelas do ateliê. óleo sobre tela,</p><p>Kunsthistoriches Museum, Viena (Áustria).</p><p>39</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Os pintores espanhóis também estudaram na Itália ou se inspiraram nos grandes</p><p>artistas italianos. Os pintores mais representativos do barroco foram Diego Rodrí-</p><p>guez de Silva y Velázquez (1599-1660) e Doménikos Theotokópoulos, o El Greco</p><p>(1541-1614), cujas características são bem peculiares.</p><p>Velázquez começou cedo sua carreira de pintor. Trabalhou no ateliê de Francisco</p><p>Herrera e depois, aos 12 anos, no ateliê do artista Francisco Pacheco. Com um</p><p>amplo círculo de amizades, sua carreira prosperou rapidamente. Seus primeiros</p><p>temas foram as cenas religiosas e cotidianas. Em 1629, depois de pintar o retrato</p><p>do rei Felipe IV, foi contratado como o pintor oficial da corte espanhola.</p><p>Figura 46 – A leiteira (1660), de Jan Vermeer, representa uma “leiteira”,</p><p>de facto uma empregada de cozinha, óleo sobre tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>As duas viagens que fez para a Itália, entre 1629 e 1651, foram fundamentais</p><p>para o aprimoramento de sua técnica. Com as obras de Ticiano aprendeu sobre</p><p>o uso das cores, e com os artistas da Renascença, a estrutura escultural das</p><p>composições.</p><p>Retratou a vida diária e os tipos populares com muita maestria, e também as</p><p>pessoas da corte espanhola como na pintura As meninas (1656-1657) (Fig. 47),</p><p>uma de suas obras-primas.</p><p>Velázquez aparece à esquerda do quadro pintando uma enorme tela. Ao fundo,</p><p>há um espelho, onde encontram-se refletidas as imagens de Felipe IV e a rainha.</p><p>No centro da pintura temos o tema principal: a infanta Margarita Teresa, herdeira</p><p>do trono, cercada de damas de honra e amigos. Há um jogo de luz, composto por</p><p>uma variedade grande de luz direta e indireta, que de certa forma marca os planos</p><p>da obra e cria a ilusão de profundidade na obra.</p><p>Observe a iluminação lateral que ilumina o rosta da infanta e seu vestido, e</p><p>40</p><p>41</p><p>também os fortes contrastes de luz e sombra por toda a pintura. Constrói as áreas</p><p>iluminadas com delicadas velaturas. Suas pinceladas parecem ser rápidas, se são</p><p>visíveis. Observe o tratamento dado ao vestido da infanta Margarita (Fig. 48).</p><p>Figura 47 – As meninas (1656-1657),</p><p>de Velázquez, óleo sobre tela, Museu</p><p>do Prado, Madri (Espanha)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Figura 48 – As meninas (1656-1657) (detalhe da</p><p>infanta e seu vestido ), de Velázquez, óleo sobre tela,</p><p>Museu do Prado, Madri (Espanha)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Doménikos Theotokópoulos, de origem grega, ficou conhecido como El Greco.</p><p>Mudou-se para Veneza, em 1567, onde acredita-se que tenha trabalhado com</p><p>Ticiano, o que rendeu-lhe pinceladas mais soltas e livres. Da sua estada em Roma,</p><p>entre 1570 e 1577, aproveitou a monumentalidade clássica para suas pinturas e</p><p>o impasto.</p><p>Em 1577 foi para a cidade de Toledo, na Espanha, onde viveu até sua morte.</p><p>Foi lá que ficou famoso, atingindo seu auge na pintura. Apesar de ser reconhecido</p><p>hoje como um artista de grande talento e originalidade, sua forma de desenhar e</p><p>pintar nem sempre foi aceita. Durante longo tempo foi considerado louco, devido</p><p>às figuras aterrorizantes e deformadas que criava.</p><p>Em Adoração dos pastores (1612-1614) (Fig. 49), vemos o uso de cores fortes</p><p>e marcantes por toda pintura, o que lhe confere bastante dramaticidade. Note</p><p>também o corpo dos personagens, são alongados e muito expressivos, criando</p><p>uma verticalização na obra. Parece que o artista estava mais preocupado na</p><p>dramaticidade do que no realismo das figuras, talvez reflexo do clima intenso da</p><p>Contrarreforma na Espanha.</p><p>41</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Uma de suas obras mais conhecida e famosa de El Greco é O enterro do conde</p><p>Orgaz (1586-1588) (Fig. 50). A obra é uma homenagem ao benfeitor, o conde</p><p>Gonzalo Ruíz de Toledo, encomendada pelo padre da igreja de São Tomé. Na parte</p><p>de baixo da pintura, o artista retrata nobres e pessoas do clero no funeral; já na par-</p><p>te superior, vemos Santo Estevão, Santo Agostinho e os anjos conduzindo-o ao céu.</p><p>As duas partes da obra foram construídas de forma diferente. Note que na parte</p><p>inferior, as figuras foram pintadas com um certo realismo e naturalidade, enquanto</p><p>na parte superior todos os elementos como as nuvens e personagens são pintados</p><p>com formas distorcidas, cores exageradas e muito movimento.</p><p>Figura 49</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A adoração dos pastores (1612-1614), é uma cena noturna que se desenvolve num es-</p><p>paço estreito e irregular, uma espécie de gruta que ao fundo tem um vão afunilado</p><p>formado por dois arcos. Em torno de Jesus recém-nascido, despido sobre o regaço de</p><p>Maria, S. José e três pastores mostram uma fervorosa devoção diante da criança. No</p><p>chão, de joelhos, um pastor contempla o Menino. Muito próximo do grupo, sobrevo-</p><p>ando a cena, ao mesmo tempo que fecha a elipse que a compõe, um grupo de anjos</p><p>revela a complacência celestial ante o nascimento do Redentor, ao mesmo tempo que</p><p>segura uma faixa em que se lê: “Gloria in excel[sis Deo e]t in terra pax [hominibus]”. de</p><p>El Greco, Museu do Prado, Madri (Espanha).</p><p>42</p><p>43</p><p>Figura 50</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O enterro do conde Orgaz (1586-1588), de El Greco, o quadro mostra quando o conde</p><p>foi para seu repouso eterno, conta-se que ocorreu um milagre: dois santos desceram</p><p>do céu e colocaram seu corpo no túmulo óleo sobre tela, Igreja de São Tomé, Toledo</p><p>(Espanha).</p><p>Rococó</p><p>O estilo Rococó nasceu em Paris por volta de 1700 e veio substituir o Barroco.</p><p>Seu nome foi dado por um aluno de Jacques Louis David (1748-1825), depois</p><p>da Revolução Francesa, para menosprezar a frivolidade do estilo. Rococó vem</p><p>da palavra francesa rocaille, que significa conchas e seixos, uma referência à</p><p>ornamentação</p><p>de grutas e fontes.</p><p>Foi muito utilizado na arquitetura e na decoração de interiores, mas também foi</p><p>aplicado à pintura e à escultura da época. Os temas eram muito parecidos com</p><p>os do Barroco, só que de uma forma mais leve e divertida. O tema do amor era</p><p>muito popular, as cenas pastorais e a mitologia imperavam como uma forma de</p><p>escapismo aos problemas que se multiplicavam fora dos palácios.</p><p>As pinturas de Antoine Watteau (1684-1721), pioneiro do estilo, mostram</p><p>jovens casais, ricamente vestidos brincando em parques e paisagens esplendorosas.</p><p>Suas pinturas faziam parte da categoria chamada de festejos e entretenimentos</p><p>elegantes. Vamos ver a obra O embarque para Citera (1717) (Fig. 51).</p><p>43</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Figura 51</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O embarque para Citera (1717), de Antoine Watteau, retrata uma festa ao ar livre,</p><p>tendo como personagens membros da sociedade cortesã do século XVIII. Há grande</p><p>harmonia entre a natureza e as pessoas presentes. óleo sobre tela, Museu do Louvre,</p><p>Paris (França).</p><p>Vemos elementos da vida real, como as pessoas da corte em meio à elementos</p><p>da mitologia clássica. Os personagens estão em Citera, uma ilha grega, para ren-</p><p>der homenagem à deusa Vênus que, segundo a mitologia, foi parar lá depois de</p><p>nascer no mar.</p><p>“Suas figuras não têm a robusta vitalidade das de Rubens; esguias</p><p>e graciosas, movem-se com a segurança estudada de atores que</p><p>desempenham tão magistralmente os seus papéis que nos comovem</p><p>muito mais que a realidade jamais seria capaz de fazê-lo” (JANSON,</p><p>1986, p. 285).</p><p>A leveza e a elegância fazem parte da arquitetura e seus interiores. A ornamen-</p><p>tação dos espaços privilegiava a delicadeza e as curvas. Os pisos eram revestidos</p><p>com elaborados padrões de folha de madeira, a mobília era marchetada, estofada</p><p>com gobelin e com incrustações de marfim e casco de tartaruga.</p><p>44</p><p>45</p><p>A arte Rococó é extremamente decorativa, cheia de elementos e texturas. A cor</p><p>é um elemento muito característico do período, porém, ao contrário do Barroco</p><p>que se utilizava de cores fortes, predominam as cores claras: branco, rosa, azul e</p><p>muito dourado.</p><p>Figura 52 – Salão dos Espelhos (1734-1739), de François Cuivillés, Palácio de Versalhes (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes talvez seja um dos melhores</p><p>exemplos de um interior no estilo Rococó. Sua decoração é em mármore e bronze</p><p>e está repleta de esculturas. Seus 73 m de comprimento, 10 m de largura e 12</p><p>m de altura. É composta por uma série de janelas e portas em arco decoradas</p><p>com ornamentações curvilíneas em forma de flores, folhas, animais e instrumentos</p><p>musicais. No teto, há pinturas dos feitos militares do reinado de Luís XIV.</p><p>Figura 53 – Salão Oval, de Balthasar Neumann, Palácio Episcopal, Wurzburg (Alemanha)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O grande salão do Palácio Episcopal, em Wurzburg (Alemanha), mostra a leveza</p><p>do estilo com uma decoração feita nas cores branco, dourado e tons pastéis. Toda a</p><p>superfície é recoberta com desenhos ornamentais e modelados em forma de folhas</p><p>e fitas. O teto parece se abrir em pinturas que representam o céu iluminado pelo sol.</p><p>45</p><p>UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>Uma Nova História da Arte, de Julian Bell</p><p>Sinopse: o que é arte e onde ela começou? Por que ela é feita e por que muda? Essas</p><p>são algumas das muitas questões discutidas por Julian Bell neste livro. Bell vale-se</p><p>de uma vasta gama de objetos para mostrar que a arte é um produto da experiência</p><p>comum; que, à maneira de um espelho, ela pode refletir a condição humana e as</p><p>preocupações culturais mais básicas. Bell optou por uma perspectiva global, criando</p><p>justaposições - figuras dançantes de bronze do sul da Índia, esculturas românicas, tetos</p><p>barrocos e manuscritos persas que parecem jóias são discutidos lado a lado, como</p><p>testemunhos de nosso instinto criativo universal. São Paulo: Martins Fontes, 2008.</p><p>Filmes</p><p>Caravaggio</p><p>Direção: Derek Jarman, cor, 93 min, 1986, Inglaterra. Sinopse: Caravaggio (Nigel</p><p>Terry), em flashbacks, recorda fatos de sua curta existência e nos mostra sua infância,</p><p>as decepções, seus últimos sucessos, suas amizades e a relação destrutiva com um</p><p>jogador muito atraente. O filme nos conta toda a história da vida do pintor, exibindo</p><p>as contradições entre as crenças religiosas e sua identidade sexual.</p><p>A Moça com Brinco de Pérola</p><p>Direção: Peter Webber, cor, 95 min, 2003, Inglaterra. Sinopse: Em pleno século XVII</p><p>vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades</p><p>financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth),</p><p>um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção</p><p>na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais</p><p>famosos trabalhos: a tela Girl with a pearl earring.</p><p>Elisabeth, a Era do Ouro</p><p>Direção: Shekhar Kapur, cor, 125 min, 2007, Estados Unidos. Sinopse: O filme</p><p>analisa a Inglaterra absolutista de Elizabeth I (Isabel, a Rainha Virgem), que subiu ao</p><p>trono em 1558 para tornar-se a mulher mais poderosa do mundo. Elizabeth (Cate</p><p>Blanchett) enfrenta todos os inimigos internos e externos que ameaçam a Inglaterra,</p><p>abdicando de sua própria vida pessoal em nome de seu povo. Recebeu uma indicação</p><p>ao Oscar de melhor atriz, em 1998.</p><p>Visite</p><p>Museu de Arte Sacra</p><p>O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o</p><p>Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969,</p><p>e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Possui um acervo que se iniciou em</p><p>1907 com Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. Endereço:</p><p>Avenida Tiradentes, 676, Luz, São Paulo/SP.</p><p>www.museuartesacra.org.br</p><p>46</p><p>47</p><p>Referências</p><p>ARGAN, G. C. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins</p><p>Fontes, 1998.</p><p>DIXON, A. G (coord.). Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.</p><p>FARTHING, S (ed.). 501 Grandes Artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.</p><p>FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e</p><p>Científicos Editora, 2000.</p><p>JANSON, H.W. e JANSON, A. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins</p><p>Fontes, 1996.</p><p>PRETTE, M. C. Para entender a arte: História, linguagem, Época, Estilo. São</p><p>Paulo: Globo, 2008.</p><p>PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2012.</p><p>47</p>

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