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<p>História das Artes</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Profa. Ms. Rita de Cássia Garcia Jimenez</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Ms. Natalia Conti</p><p>Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e Impressionismo –</p><p>Das Revoluções à Modernidade</p><p>• Introdução</p><p>• Neoclassicismo</p><p>• Romantismo</p><p>• Realismo</p><p>• Impressionismo</p><p>• Pontilhismo ou Divisionismo</p><p>· Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos Neoclacissismo,</p><p>Romantismo, Realismo, Impressionismo, Pontilhismo e Divisionismo.</p><p>· Reconhecer a arte como um sistema simbólico intimamente relaciona-</p><p>do às experiências e representações dos indivíduos e da coletividade.</p><p>· Desenvolver o senso crítico na análise das obras artísticas em museus,</p><p>galerias e outros espaços.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>Neoclacissismo, Romantismo,</p><p>Realismo e Impressionismo –</p><p>Das Revoluções à Modernidade</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como o seu “momento do estudo”.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e</p><p>sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também</p><p>encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,</p><p>pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato</p><p>com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e se manter</p><p>hidratado.</p><p>Aproveite as</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Introdução</p><p>Grandes mudanças aconteceram na sociedade dos séculos XVIII e XIX, decor-</p><p>rentes de uma nova maneira de enxergar o mundo, na qual o homem se percebeu</p><p>capaz de alterar o sistema vigente por meio da razão.</p><p>No século XVIII, pensadores como Voltaire, Diderot e Rousseau integraram um</p><p>movimento filosófico, cultural, político e social chamado Iluminismo, com mensagens</p><p>de igualdade, fraternidade e liberdade, o qual defendia a igualdade de direitos e con-</p><p>testava os abusos do Estado e da Igreja. A revolução do pensamento desencadeou</p><p>outras duas grandes revoluções, a Americana, em 1776, e a Francesa, em 1789.</p><p>O movimento Neoclassicista espelhou esse novo momento utilizando-se do</p><p>racionalismo clássico e negando o excesso de emoção barroca. Os personagens e</p><p>a arquitetura grega surgiram nas pinturas trazendo os ideais filosóficos dessa nova</p><p>sociedade. O pintor Jacques Louis David (1748-1825), por exemplo, participou</p><p>da Revolução Francesa (1789-1799) e registrou cenas importantes em suas obras</p><p>como A morte de Marat (1793).</p><p>O mundo moderno caracterizou-se também por um homem que procurava</p><p>se compreender e buscar sua identidade em meio ao turbilhão de eventos que</p><p>o surpreenderam e mudaram o seu dia a dia. Com isso, o Romantismo foi um</p><p>movimento artístico que representou o conflito interno desse homem moderno</p><p>diante de tantas questões novas. Céus imensos e revoltos denunciam a iminência de</p><p>uma grande tempestade, metáfora para as inquietudes emocionais dos personagens</p><p>que surgem nas telas.</p><p>O Realismo denuncia a vida difícil do trabalhador e coloca em foco os problemas</p><p>concretos do dia a dia. Para as artes, é um novo momento que se enuncia: os artis-</p><p>tas podem e devem pintar o que veem e não um momento ideal que já não existe.</p><p>Édouard Manet rompe de forma abrupta com as regras da academia, abrindo ca-</p><p>minho para os impressionistas que decidem retratar a vida a plein-air (ao ar livre).</p><p>Neoclassicismo</p><p>Neo, vem do grego e significa novo, e Novo Classicismo, por adotar os princípios</p><p>e valores da arte da Antiguidade greco-romana. Para os artistas deste período, uma</p><p>obra de arte deveria imitar as obras clássicas do passado ou do Renascimento</p><p>italiano. Na Europa, este período corresponde às últimas décadas do século XVIII</p><p>e início do século XIX, quando surgiu uma nova e fortalecida burguesia após a</p><p>Revolução Francesa.</p><p>8</p><p>9</p><p>Como disse o poeta norte-americano Edgard Allan Poe (1809-1849), a arte</p><p>neoclássica reflete “A glória que foi a Grécia e a grandeza que foi Roma”.</p><p>A arte, então, buscou a austeridade e a razão, características clássicas, como</p><p>uma reação ao estilo enfeitado e decorativo do Rococó, representante da futilidade</p><p>de uma nobreza que aparecia sempre se divertindo em paisagens idílicas.</p><p>Arquitetura Neoclássica</p><p>Ao contrário da arquitetura barroca, a neoclássica se caracteriza pela simplicida-</p><p>de das construções clássicas, se apropriando em seus fundamentos básicos como a</p><p>simetria e o equilíbrio.</p><p>O Francês Jacques Germain Souflot (1713-1780), um dos primeiros arquitetos</p><p>neoclássicos, foi o responsável pela construção do Panteão de Paris (Fig. 1), iniciada</p><p>em 1755. A pedido do rei Luís XV, o projeto foi desenhado para ser uma igreja</p><p>dedicada à Santa Genoveva, em decorrência de uma promessa. Porém, anos mais</p><p>tarde, a construção parou e reiniciou depois da Revolução Francesa, passando a</p><p>ser uma necrópole para personalidades importantes da França.</p><p>O edifício tem 110 metros de altura e 84 metros de largura. A fachada principal</p><p>está decorada com um pórtico de seis colunas de estilo coríntio, influência dos anti-</p><p>gos templos romanos, que apoiam um frontão triangular com trabalhos escultóricos</p><p>de David D’angers (1788-1865). O edifício é coroado por uma cúpula de 83 metros</p><p>de altura, com um lanternim no topo e tem uma planta em forma de cruz grega.</p><p>Figura 1 – Panteão de Paris, antiga igreja de Santa Genoveva (1755-1792),</p><p>de Jacques Germain Soufl ot, Paris (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>9</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Na Alemanha, as primeiras construções neoclássicas se devem ao arquiteto Karl</p><p>Gotthard Langhans (1732-1808), sendo a Portão de Brandemburgo (1788-1791)</p><p>(Fig. 2) sua obra mais famosa. Essa construção foi feita em arenito, com grandes</p><p>colunas dóricas de 1,7 metro de diâmetro que apoiam uma estrutura retangular</p><p>e, sobre ela, uma escultura em bronze, de Johann Gottfreid Shadow (1764-</p><p>1850) – um carro conduzido pela deusa da Vitória é puxada por quatro cavalos de</p><p>aproximadamente cinco metros de altura (Fig. 2).</p><p>Figura 2 – Portão de Brandemburgo (1788-1791), de Karl Gotthard Langhans, Berlim, (Alemanha)</p><p>Fonte: iStock/Getty Images</p><p>Figura 3</p><p>Fonte: iStock/Getty Images</p><p>Detalhe do conjunto escultórico na Portão de Brandemburgo: carro conduzido pela</p><p>deusa da Vitória (1788-1791) em metal dourado, de Johann Gottfreid Shadow, bronze,</p><p>Berlim, (Alemanha).</p><p>10</p><p>11</p><p>Pintura Neoclássica</p><p>A pintura neoclássica buscou inspiração nas poses das esculturas, principalmen-</p><p>te sua linearidade, anatomia correta e perfeição do traçado por meio de temas</p><p>dignos de caráter ilustrativo e literário, como os hábitos da burguesia comerciária,</p><p>a Revolução Francesa, o grande</p><p>Império de Napoleão, além das histórias grega e</p><p>romana e da mitologia.</p><p>Jacques-Louis David (1748-1825) foi o melhor e o mais expressivo pintor deste</p><p>período na França, considerado o pintor da Revolução Francesa e também o pintor</p><p>oficial do Império de Napoleão. Estudou em Roma, onde aprendeu com as obras</p><p>clássicas e os grandes mestres italianos.</p><p>Pintou fatos históricos franceses, como Bonaparte atravessando os Alpes</p><p>(Fig. 4), com a intenção de apresentar Napoleão como um homem capaz de liderar</p><p>seu exército da mesma forma que comanda com tranquilidade um cavalo selvagem.</p><p>Figura 4 – Bonaparte atravessando os Alpes (1801), de Jacques-Louis David,</p><p>óleo sobre tela, Museu de Ver-salhes (França).</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A sua obra mais importante é A morte de Marat (1793) (Fig. 5), uma home-</p><p>nagem ao seu amigo e líder revolucionário Jean-Paul Marat (1743–1793), morto</p><p>em sua banheira pela monarquista Marie-Anne Charlotte Cordey (1768-1793).</p><p>Seu grande realismo, permeado pela emoção, inspirou vários outros pintores de</p><p>seu período.</p><p>11</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Figura 5</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A morte de Marat (1793), de Jacques-Louis David, óleo sobre tela, Museu Real de Belas</p><p>Artes. O quadro mostra Marat morto dentro de uma banheira segunrando uma pena e</p><p>uma folha de papel com um manuscrito.. O fundo da cena tem características neutras e</p><p>sem outros elementos que distraiam a atenção do espectador. Com traço de qualidade</p><p>e precisão e o destaque à anatomia do corpo humano. Bruxelas (Bélgica).</p><p>Jean Dominique Ingres (1780-1867), um dos últimos pintores neoclássicos, foi</p><p>discípulo de Jacques-Louis David em seu atelier, em 1797. Suas obras marcam</p><p>a passagem do Neoclassicismo para o Romantismo, movimento que veremos na</p><p>sequência.</p><p>Ingres produziu obras com um altíssimo acabamento técnico, com ênfase maior</p><p>no desenho do que na cor. A qualidade de suas linhas foi elogiada por diversos crí-</p><p>ticos de arte. Fez paisagens, retratos, nus e abordou temas mitológicos e literários.</p><p>A inspiração clássica aparece claramente no nu da obra A banhista de Valpin-</p><p>çon (1808) (Fig. 6), criada quando ainda vivia em Roma. O quadro leva o nome</p><p>de seu primeiro proprietário. A qualidade da representação vem do domínio que</p><p>tem ao criar os tons de luz e sombra, os quais percebemos na pele e em todo o</p><p>ambiente. A ausência de qualquer alegoria no fundo das obras é uma de suas prin-</p><p>cipais características.</p><p>12</p><p>13</p><p>Figura 6</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A banhista de Valpinçon (1808), de Jean Dominique Ingres. A banhista nua, sentada de</p><p>costas para o observador, mostra a suavidade e a beleza de sua pele dourada. Muito</p><p>pouco do rosto da banhista é perceptível, o que torna seu turbante branco de listras</p><p>vermelhas bem visível. óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris (França).</p><p>Na América do Norte, temos John Singleton Copley (1738-1815), um pintor</p><p>de Boston. Com 20 anos já havia superado seus contemporâneos como retra-</p><p>tista. Watson e o tubarão (1782) (Fig. 7) é a sua primeira pintura na categoria</p><p>histórica. O próprio Watson contratou Copley para retratar o episódio do qual se</p><p>salvou anos atrás.</p><p>Figura 7</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Watson e o tubarão (1782), de John Singleton Copley. O quadro mostra um jovem</p><p>branco dentro da água sendo atacado por um tubarão. Os outros homens desespe-</p><p>rados tentam puxá-lo para dentro de uma canoa. óleo sobre tela, Instituto de Arte de</p><p>Detroit (Estados Unidos).</p><p>13</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Copley representava as cenas com muito realismo, aplicando a luz sobre as</p><p>superfícies de forma brilhante. Seus personagens eram marcados por gestos e</p><p>expressões que definiam suas personalidades e caráter.</p><p>A obra Watson e o tubarão é uma alegoria moral, típica do Neoclacissismo. O</p><p>tubarão é a encarnação do mal que cerca o jovem indefeso, caído ao mar, ao passo</p><p>que o homem com o arpão seria São Miguel Arcanjo.</p><p>Escultura Neoclássica</p><p>Roma foi a grande sede dos escultores neoclássicos. Entre eles, Antonio Ca-</p><p>nova (1757–1822), Bertel Thorvaldsen (1770–1844) e Johann Gottfreid Shadow</p><p>(1764– 1850).</p><p>Antonio Canova foi um grande escultor deste movimento, começando sua carreira</p><p>em Veneza e atingindo seu apogeu em Roma. Apesar de receber muitos convites</p><p>para sair da Itália, preferiu ficar em Roma, onde recebeu muitas encomendas de</p><p>reis e da Igreja.</p><p>Em Eros e Psiquê (1787-1793) (Fig. 8), percebemos o gosto pelos temas</p><p>clássicos e a representação das figuras segundo o ideal de beleza grega. A obra se</p><p>refere ao momento em que Eros acorda Psiquê com um beijo. Ele se preocupava</p><p>com a forma como suas esculturas seriam vistas. Esta obra, por exemplo, foi feita</p><p>para ser vista por todos os lados e sob uma luz suave e colorida.</p><p>Figura 8</p><p>Fonte: Museu do Louvre, Paris</p><p>Eros e Psiquê, (1787–1793), de Antonio Canova. A escultura mostra um jovem com asas</p><p>visto encima de uma rocha abraçando uma garota inconsciente. mármore, Museu do</p><p>Louvre, Paris (França).</p><p>14</p><p>15</p><p>Na obra Ganimedes e Júpiter (Fig. 9), do artista dinamarquês Bertel Thorvaldsen (1768-</p><p>1844) – principal rival de Canova, em Roma –, o deus Júpiter transforma-se em uma águia</p><p>para raptar o jovem Ganimedes e fazê-lo escravo. A touca que o jovem usa é símbolo de</p><p>liberdade durante a Revolução Francesa.</p><p>Figura 9 – Ganimedes e Júpiter (1817), de Bertel Thorvaldsen.</p><p>A escultura mostra um jovem de touca alimentando uma águia. mármore,</p><p>Thorvaldsen Museum, Copenhague (Dinamarca)</p><p>Fonte: thorvaldsensmuseum.dk</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>Romantismo</p><p>O Romantismo (1800-1850) foi um movimento artístico que surgiu como uma</p><p>reação à racionalidade do Neoclassicismo, que seguia os preceitos da arte greco-</p><p>romana. Ao contrário, valorizavam os sentimentos e a imaginação do indivíduo</p><p>acima da razão e o indivíduo como centro do universo. Procuravam se libertar das</p><p>convenções acadêmicas em favor da livre expressão.</p><p>“O artista deve pintar não só o que vê a sua frente, mas também o que vê dentro</p><p>de si”, afirmou o pintor e escultor do período romântico alemão Caspar David</p><p>Friedrich (1774-1840).</p><p>O Romantismo expressou-se, inicialmente, na literatura e na filosofia para depois</p><p>expressar-se nas artes plásticas, sempre com inspiração nos filósofos como Kant e</p><p>Hegel que discursavam sobre o mundo interior. O tema preferido dos românticos</p><p>era o drama humano com seus amores trágicos, ideais e locais utópicos, a natureza</p><p>e o desejo de fugir ou escapar de coisas ou situações.</p><p>O nome Romantismo surgiu pelo interesse na época, das lendas medievais que se chamavam</p><p>de romances. Eram histórias de horror, com elementos macabros e arquitetura gótica.Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>15</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Pintura Romântica</p><p>A pintura do período do Romantismo recupera a emoção, o drama, e o dinamis-</p><p>mo do Barroco, com pintores como Goya, Delacroix, Turner e Constable.</p><p>Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) grande desenhista, pintor e</p><p>gravador espanhol, trabalhou com diversos temas, como retratos de personalidades</p><p>da corte espanhola e de pessoas do povo, paisagens, cenas mitológicas, horrores</p><p>da guerra, deuses e demônios.</p><p>A pintura Três de Maio,1808 (1814-1815) (Fig. 10) representa o fuzilamento</p><p>por soldados franceses de cidadãos espanhóis contrários à invasão das tropas do</p><p>Imperador Napoleão I no território espanhol.</p><p>Fig. 10 – Três de Maio,1808 (1814-1815), de Francisco José Goya y</p><p>Lucientes, óleo sobre tela, Museu do Prado, Madri (Espanha)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Na obra, um grupo de pessoas aparece acuado, com feições de medo. O pin-</p><p>tor direciona nosso olhar para a camisa branca do homem de braços levantados,</p><p>referência direta à crucificação de Cristo, fazendo com que ele seja o personagem</p><p>principal dessa imagem, pois representa o cidadão comum prestes a ser fuzilado</p><p>pelo pelotão francês. O forte contraste entre a luminosidade e o fundo escuro e</p><p>a dramaticidade resgatam a forte carga emocional contida nas obras do Barroco.</p><p>Na gravura, Goya expressou a sátira social, o sarcasmo, o erotismo e a feitiçaria</p><p>que fustigavam as crendices do seu tempo. A série Caprichos (1799), composta por</p><p>80 gravuras, criou um atrito entre ele e a igreja, tendo que ser retirada do mercado.</p><p>A gravura Nohubo remédio (1799) (Fig. 11), da série Caprichos, mostra uma</p><p>mulher na multidão sendo acusada e condenada como possuída – como bruxa ou</p><p>como herética. Porém, essas características estão nos rostos das pessoas que a</p><p>condenaram e, por conseguinte, a acompanham para a morte.</p><p>16</p><p>17</p><p>Figura 11</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Nohubo remédio (1799), da série Caprichos de Francisco José Goya y Lucientes. A gra-</p><p>vura uma mulher de branco e chapéu pontudo na multidão, sentada sobre um cavalo</p><p>com as mãos amarradas e triste, gravura.</p><p>Já a série Desastres da guerra (1808), também de Goya, mostra os horrores e</p><p>episódios dramáticos da Guerra da Independência Espanhola (1808-1814), levante</p><p>concomitante à Guerra Peninsular (1808-1814), combate da França contra a</p><p>Espanha, Portugal e Grã-Bretanha. Napoleão com suas tropas invadiu a Espanha</p><p>e seu irmão se apoderou do trono espanhol. O povo espanhol, juntamente com o</p><p>exército do duque de Wellington, conseguiu expulsar os franceses.</p><p>Figura 12</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Que se tem de fazer mais (1808), da série Desastres da guerra, de Francisco José Goya</p><p>y Lucientes. A gravura mostra um homem sendo esquartejado por uma espada, de</p><p>ponta cabeça com as pernas abertas. gravura</p><p>17</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>A série Touromaquia (1814-1816) mostra o aficionado gosto de Goya pelas</p><p>touradas em 33 gravuras, e sua última série, Provérbios ou disparates, (1815-</p><p>1823) reúne 22 trabalhos com temas de monstros e espíritos que remetem a</p><p>sonhos e pesadelos.</p><p>Ferdinand Victor Eugène Delacroix (1799-1863), o mais importante represen-</p><p>tante francês do Romantismo, veio de uma família de grande prestígio social, estu-</p><p>dou nas melhores escolas de Paris e cursou pintura na escola de Belas Artes.</p><p>Foi influenciado também pelos temas das obras de Rubens e dos poemas de</p><p>Lord Byron, que se refletiram em suas pinturas, as quais mostram cenas de paixão,</p><p>violência e sensualidade.</p><p>Seu quadro mais conhecido é A liberdade guiando o povo (Fig. 13), uma</p><p>exaltação à Revolução de Julho de 1830. A obra causou grande furor no Salão de</p><p>Paris, de 1831.</p><p>Figura 13</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A liberdade guiando o povo (1830), de Ferdinand Victor Eugène Delacroix. Uma mulher</p><p>representando a Liberdade, guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, empu-</p><p>nhando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mos-</p><p>quete com baioneta na outra. óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris (França)</p><p>A pintura de Delacroix representa o triunfo dos rebeldes republicanos. A</p><p>composição piramidal dá força ao tema e dramaticidade e emoção à obra. O foco</p><p>da obra está na mulher no centro da composição e na ponta da pirâmide, uma</p><p>alegoria da liberdade que carrega a bandeira francesa nas mãos.</p><p>No meio do quadro, logo abaixo, as cores (vermelho, branco e azul) se repetem</p><p>na roupa de um trabalhador, reforçando o tema e a mensagem. O céu de nuvens</p><p>agitadas é uma característica forte do Romantismo, estratégia que reflete, de forma</p><p>simbólica, o momento difícil pelo qual o país passava.</p><p>Como membro da comitiva do embaixador da França, em sua visita ao Marro-</p><p>cos, documentou os hábitos e costumes de seus habitantes, que podem ser vistos</p><p>18</p><p>19</p><p>na pintura A agitação de Tânger (1837-1838) (Fig. 14). Ela é um anúncio do que</p><p>viria a ser o próximo movimento artístico, o Impressionismo, por meio da lumino-</p><p>sidade transparente do céu, da luz intensamente refletida nas casas em oposição às</p><p>áreas de sombra.</p><p>Figura 14</p><p>Fonte: Instituto de Artes, Mineapolis</p><p>A agitação de Tânger (1837-1838), Ferdinand Victor Eugène Delacroix, mostra a agi-</p><p>tação de homens em vestimentas muçulmanas, carregando uma bandeira verde. O</p><p>tumulto desse evento é transmitido nesta representação vividamente colorida e ho-</p><p>mens arremessando-se pela rua. óleo sobre tela, Instituto de Artes, Mineapolis (Esta-</p><p>dos Unidos).</p><p>Foi no Romantismo que a pintura de paisagem ganhou importância, transfor-</p><p>mando-se em um gênero. Por meio dela, os artistas estabeleceram um estreito</p><p>relacionamento entre seus sentimentos e a natureza, que aparece como um fundo</p><p>natural, onde o artista projetava suas emoções, paixões e sonhos. Um crepúsculo,</p><p>uma árvore seca, um céu noturno iluminado pela lua são elementos naturais que</p><p>podem revelar um estado de tristeza, de morte, de melancolia e também uma pos-</p><p>tura de fuga da realidade.</p><p>Na Alemanha, destaca-se o pintor, desenhista, gravurista, escultor e paisagista</p><p>Caspar David Friedrich (1774-1840). O artista se expressava através de cores</p><p>tristes como violeta, púrpura e azul-marinho. Em seus trabalhos, predominam as</p><p>paisagens escuras com sombras e poucas figuras.</p><p>Friedrich se inspirou em um fato verídico, como era de costume no Romantismo,</p><p>a expedição de William Perry ao Ártico em 1819-1820, quando pintou O oceano</p><p>polar (1824) (Fig. 15). A obra retrata pedaços de gelo quebrados e amontoados</p><p>em forma de uma pirâmide, perigosa a qualquer embarcação que pudesse se</p><p>aproximar. A Imobilidade dos elementos, o silêncio e a solidão parecem dar o tom</p><p>à cena. Um ambiente inóspito que reflete uma certa melancolia.</p><p>19</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Figura 15 – O oceano polar (1824), de Caspar David Friedrich, óleo sobre</p><p>tela, Galeria de Arte de Hamburgo, Hamburgo (Alemanha)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Joseph Mallord William Turner (1775-1851), conhecido pela sua criatividade</p><p>e rapidez na pintura de suas obras, iniciou sua carreira pintando aquarelas e</p><p>consagrou-se com paisagens cheias de paixão, energia e força.</p><p>Suas representações, inicialmente mais detalhadas de paisagens, são substituídas</p><p>por formas essenciais e a preocupação central se concentra nas cores e brilhos a</p><p>partir do centro da tela. Na pintura Chuva, vapor e velocidade (1844) (Fig. 16)</p><p>vemos o primeiro registro pictórico de uma máquina a vapor que surge através de</p><p>um turbilhão de cores. “Em seus quadros mais românticos... Turner tentou captar a</p><p>força absoluta da natureza em fúria em tempestades violentas e nevascas intensas”</p><p>(DIXON, 2012, p. 317)</p><p>Figura 16</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Chuva, vapor e velocidade (1844), de William Turner. A pintura é uma visão abstrata de</p><p>uma locomotiva correndo por uma ponte durante uma tempestade. óleo sobre tela,</p><p>Galeria Nacional, Londres (Reino Unido)</p><p>Um outro exemplo da importante obra do artista é a pintura A última viagem</p><p>do HMS Temeraire (1839) (Fig. 17). Ela refere-se ao velho navio de guerra</p><p>Temeraire sendo levado por um rebocador rio acima, para finalmente parar suas</p><p>20</p><p>21</p><p>atividades. Turner fez uma homenagem solene ao navio, um marco ao final da era</p><p>da navegação à vela.</p><p>Figura 17</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A última viagem do HMS Temeraire (1839), de William Turner, mostra o espetáculo</p><p>luminoso de um navio de guerra de altos mastros deslizando na direção do espectador</p><p>pelas águas calmas do rio Tâmisa. Apesar da aura de esplendor retratada na pintu-</p><p>ra, o barco está em um estado lamentável, despojado de qualquer utilidade e sendo</p><p>rebocado para estaleiro de Rotherline, onde será desmontado. A bandeira branca no</p><p>rebocador simboliza a rendição do Temeraire a seu destino. óleo sobre tela, Galeria</p><p>Nacional, Londres (Reino Unido)</p><p>A composição é feita com con-</p><p>trastes de cores, frias à esquer-</p><p>da e quentes à direita onde o</p><p>sol se põe, fazendo com que o</p><p>olhar vá da esquerda para a di-</p><p>reita. Imaginamos uma diago-</p><p>nal criada pela disposição dos</p><p>elementos, que reforça esse</p><p>percurso do olhar: do canto</p><p>superior esquerdo ao canto</p><p>inferior direito, dividindo a tela</p><p>em duas partes e dando mais</p><p>emoção</p><p>à cena.</p><p>Figura 18 – A última viagem do HMS Temeraire (1839).</p><p>Esta fi gura inclui uma seta em uma diagonal descendente</p><p>mostrando a estrutura da composição. de William Turner,</p><p>óleo sobre tela, Galeria Nacional, Londres (Reino Unido).</p><p>Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>Entre os ingleses, John Constable (1776-1837) é considerado o pintor mais</p><p>importante de paisagens. Pintava lugares comuns, como os campos ingleses, com</p><p>moinhos, barcaças e rios. Para ele, a pintura de paisagem deveria ser pessoalmente</p><p>observada e captar assim a perfeição de efeitos naturais e puros, como a umidade</p><p>da terra após a chuva, o movimento do vento e as alterações de luminosidade.</p><p>21</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>O céu, em suas obras, apresenta uma grande variedade de nuvens, luzes, ventos</p><p>e chuvas, sempre relacionados com os sentimentos e atmosfera emocional que</p><p>queria conferir à representação.</p><p>Na obra A carroça de feno (1821) (Fig. 19), vemos uma extraordinária gama de</p><p>cores, extraídas de um contato direto com a natureza e de muita observação. O re-</p><p>flexo da luz refletida no rio confirma a importância da luminosidade em suas obras.</p><p>Constable não poupa esforços para dar vida a suas pinturas, enriquecendo-as</p><p>com muitos detalhes. Observe que perto da porta da casa, na plataforma, há uma</p><p>mulher ajoelhada pegando água com um balde.</p><p>Apesar dos críticos ingleses terem ressalvas às suas pinturas, elas eram muito</p><p>apreciadas na França, principalmente por Delacroix e Géricault. A pintura A</p><p>carroça de feno (Fig. 19) ganhou medalha de ouro no Salão de Paris, em 1821.</p><p>Figura 19</p><p>Fonte: Galeria Nacional, Londres</p><p>A carroça de feno (1821), de John Constable, óleo sobre tela. Na pintura o córrego</p><p>torna-se mais largo e a horizontalidade é enfatizada, sobretudo na porção direita da</p><p>tela. O cão conduz nosso olhar para o foco de interesse – a carroça de feno. O céu tem</p><p>altas nuvens inchadas pelo vento. A carroça de feno dirige-se para a paisagem que leva</p><p>aos ceifadores a distância. A água refresca as pernas dos cavalos e encharca as rodas</p><p>da carroça. Ao fundo dos campos, na parte direita da tela, um grupo de trabalhadores</p><p>corta o feno, colocando-o numa carroça. Galeria Nacional, Londres (Reino Unido).</p><p>Escultura Romântica</p><p>Para a escultura foi um período de calma e um momento de transição. Houve,</p><p>inicialmente, uma adaptação do estilo neoclássico por parte dos artistas mais ve-</p><p>lhos como Antonio Canova.</p><p>A linguagem ganhou a teatralidade e a emoção do período Barroco, como pode-</p><p>mos ver na obra La Marseillase (1833-1836) (Fig. 20), de Françoise Rude (1784-</p><p>1855). O painel escultórico representa os soldados reunindo-se para defender a</p><p>República, na parte inferior do painel e logo acima está um personagem que os</p><p>convoca para a luta. Observe a posição de seu corpo, cheio de energia e em posição</p><p>de movimento. Sua face está cheia de expressão. Sua boca aberta grita pela luta.</p><p>22</p><p>23</p><p>Um outro escultor que destacou-se foi Jean Baptiste Carpeaux (1827-1875),</p><p>sucessor de Françoise Rude. Uma de suas obras mais famosas é A dança (1867-</p><p>1869) (Fig. 21) que fez para a Ópera de Paris. As figuras movimentam-se alegres,</p><p>como em uma brincadeira livre de propósitos e os detalhes, como as flores e folhas</p><p>que contornam toda a cena, nos remetem ao Rococó.</p><p>Figura 20 – La Marseillase (1833-1836), de Françoise</p><p>Rude, pedra, Arco do triunfo, Paris (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Figura 21 – A dança (1867-1869), de Jean Baptiste</p><p>Carpeaux, pedra, Ópera de Paris, Paris (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Arquitetura Romântica</p><p>A industrialização, o surgimento de novos materiais para a construção, como o</p><p>ferro e, posteriormente, o aço, e o rearranjo da vida nas cidades determinaram a</p><p>construção de edifícios públicos e de moradias para a classe média e alta burguesia.</p><p>As classes menos favorecidas e mais exploradas foram esquecidas em bairros</p><p>distantes e em condições precárias.</p><p>Neste período, surge a arquitetura eclética, um resgate nostálgico dos estilos</p><p>anteriores mesclados nas construções.</p><p>O apogeu da arquitetura romântica dá-se com o edifício da Ópera de Paris</p><p>(1861-1874) (Fig. 22), de Charles Garnier (1825-1898). Repleto de esculturas e</p><p>ornamentação, é luxuoso e cheio de glamour, reflexo dos benefícios alcançados</p><p>pela Revolução Industrial.</p><p>23</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Figura 22</p><p>Fonte: iStock/Getty Images</p><p>Ópera de Paris (1861-1874) de Charles Garnier, Paris (França), ornamentado e ricamen-</p><p>te decorado, com frisos de mármore multicolorido, colunas e muitas estátuas.</p><p>Realismo</p><p>Nas últimas décadas do século XIX surge na Europa, mais especificamente na</p><p>França, um movimento artístico e literário contrário às ideias do Romantismo:</p><p>o Realismo, que baseava-se na observação da realidade, na razão e na ciência,</p><p>deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.</p><p>Pintura</p><p>A pintura no Realismo segue os princípios da ciência, em que o artista deve</p><p>representar a realidade com objetividade. A beleza surge se estiver presente na</p><p>realidade, revelando aspectos característicos e expressivos e não imaginativos.</p><p>A representação do período é politizada com uma pintura chamada de social,</p><p>porque servia para denunciar as desigualdades entre as classes de trabalhadores</p><p>e a burguesia. Com a industrialização e o desenvolvimento crescente na Europa,</p><p>crescia uma grande classe de trabalhadores vivendo nas cidades em condições</p><p>precárias e desumanas.</p><p>O artista francês Gustave Courbet (1819-1877) é considerado o pai do</p><p>movimento. Segundo ele, a pintura deveria ser a representação de algo que pode</p><p>ser visto, algo concreto. “Nunca vi anjos, se me mostrarem um, eu pinto”, afirmou.</p><p>Foi o responsável pela criação do nome do movimento, após sua obra O</p><p>interior do meu atelier, uma alegoria real resumindo sete anos de minha vida</p><p>de artista (1854-1855) (Fig. 23) ter sido rejeitada pelo Salão de Paris, de 1855,</p><p>por ser uma crítica à arte acadêmica. Courbet criou uma galeria particular para</p><p>exposições chamada de Pavilhão do Realismo.</p><p>24</p><p>25</p><p>Figura 23</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O interior do meu atelier, uma alegoria real resumindo sete anos de minha vida de ar-</p><p>tista (1854-1855), de Gustave Courbet. A pintura apresenta pessoas de todos os níveis</p><p>da sociedade, incluindo seus amigos e conhecidos, um nu representando a tradição</p><p>acadêmica da arte, uma criança e um cachorro; tudo isso enquanto Courbet está pin-</p><p>tando uma paisagem. óleo sobre tela, Musée d’Orsay, Paris (França).</p><p>Na obra, o pintor se representa pintando uma paisagem acadêmica, com uma</p><p>musa, um gato e uma criança ao seu lado. À sua esquerda estão pessoas comuns, do</p><p>povo, e do seu lado direito, amigos e admiradores como o romancista George Sand e</p><p>Charles Baudelaire, e o político Pierre-Joseph Prudhon.</p><p>Foi considerado o criador da pintura social, pois mostrava em suas pinturas o</p><p>cotidiano da classe trabalhadora, sem nenhum tipo de idealização. “A essência do</p><p>Realismo é a negação do ideal... A expressão da beleza está diretamente relacionada à</p><p>força da concepção que o artista alcançou“, analisou Courbet.</p><p>A pintura Quebradores de pedra (1849) (Fig. 24) apresenta de forma clara a sua</p><p>visão sobre o mundo, a sociedade e o que a pintura deveria representar. Sua forma de</p><p>pintar e seus temas, faziam com que as suas obras fossem ferozmente criticadas pelos</p><p>conservadores da época.</p><p>Figura 24</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Quebradores de pedra (1849), de Gustave Courbet, a pintura mostra dois homens tra-</p><p>balhando para quebrar e remover a pedra de uma estrada que está sendo construída.</p><p>óleo sobre tela, Galerie Neue Meister, Dresden (Alemanha)</p><p>25</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Os homens que Courbet representa em Quebradores de pedra (Fig. 24) são</p><p>trabalhadores que viu quando passava em uma estrada. Levou-os para seu atelier,</p><p>onde os pintou sem nem</p><p>tipo de sentimentalismo. Ele fez questão de mostrar que</p><p>um é mais jovem que o outro, apesar de manter seus rostos escondidos. Um seria</p><p>muito jovem para o trabalho e o outro muito velho.</p><p>O Pai da Arte Moderna</p><p>As obras do artista francês Édouard Manet (1832-1883) geravam sempre muita</p><p>polêmica, pois não seguiam as regras da academia – preferia, por exemplo, a</p><p>perspectiva natural ao ponto de fuga único.</p><p>Assim como Courbet, Manet incluía em seus quadros representações de pessoas</p><p>do povo, como em Olympia (1863) (Fig. 25), cujo personagem principal é uma</p><p>prostituta que faz uma pose semelhante à Vênus de Urbino, de Ticiano. Manet foi</p><p>influenciado pelas teorias e ideias do poeta Charles Baudelaire (1821-1867), que</p><p>o incentivava a ser um pintor da vida moderna. Dessa forma, o artista é de difícil</p><p>classificação. Suas obras ficam entre o Realismo e o Impressionismo.</p><p>Figura 25</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Olympia (1863), de Édouard Manet. O quadro mostra uma mulher nua deitada em</p><p>uma cama, enquanto uma serva lhe traz flores. óleo sobre tela, Musée d’Orsay, Paris</p><p>(França).</p><p>A tela Almoço na relva (1863) (Fig. 26), de Manet, foi recusada pelo júri do</p><p>Salão, em Paris, em 1863, porém, pôde ser vista em uma exposição paralela no</p><p>Salão dos Recusados, com um novo título: Le Bain (O banho). A obra retrata</p><p>dois homens em roupas elegantes ao lado de uma jovem nua no campo.</p><p>26</p><p>27</p><p>Figura 26 – Almoço na relva, 1863, de Édouard Manet, óleo sobre tela, Musée d’Orsay, Paris (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Manet teria se inspirado na tela Concerto campestre (c. 1510) (Fig. 27),</p><p>de Giorgione e Ticiano, uma pintura renascentista. Esse tipo de composição</p><p>era comum aos renascentistas e natural para os espectadores, pois as mulheres</p><p>nuas eram representações de ninfas. Na pintura de Manet, a mulher que aparece</p><p>em primeiro plano é Victorine Meurent, modelo do pintor, e os homens seriam</p><p>conhecidos, estabelecendo assim uma relação direta com a realidade.</p><p>Figura 27</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Concerto campestre (c. 1510), de Giorgione e Ticiano. O quadro mostra quatro figuras</p><p>humanas encontram-se juntas, em primeiro plano, sendo dois homens e duas mulhe-</p><p>res. Três delas estão sentadas no relvado. Uma das mulheres, seminua, de pé, com o</p><p>manto a escorrer-lhe pelo corpo, sendo preso pelos joelhos, despeja água de um jarro</p><p>de vidro numa fonte de mármore, à esquerda. Embora parte de seu corpo esteja vol-</p><p>tado para o observador, seu tronco inclina-se para sua direita. Ela parece ausente do</p><p>que faz. Seu braço esquerdo oculta seus seios. No grupo que se encontra sentado, um</p><p>jovem toca alaúde e a mulher, nua e de costas para o observador, sentada sobre um</p><p>manto de seda, toca flauta. óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris (França).</p><p>27</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>A gravura O julgamento de Páris (Fig. 28), de Marcantonio Raimondi</p><p>(c. 1480-1534) é uma outra referência. Vemos, no canto inferior direito, três jo-</p><p>vens em uma posição que se assemelha bastante à composição de Manet. Parece,</p><p>no entanto, que o artista apenas toma emprestado tal composição, sem nenhuma</p><p>preocupação histórica.</p><p>Figura 28</p><p>Fonte: Museu Metropolitano de Arte, Nova York</p><p>O julgamento de Páris, (c. 1480-1534), de Marcantonio Raimondi, Atena, de grande</p><p>beleza e nua, ao lado de Ártemis também nua, assumiu um papel destacado como</p><p>fonte de sabedoria e deusa da Razão, influenciando fortemente também a ideologia</p><p>do amor, aqui dialogando com Afrodite e buscando um termo médio entre os excessos</p><p>idealistas e castos do amor cortês e as demandas da vida conjugal, onde a sexualida-</p><p>de não pode ser ignorada. gravura, Museu Metropolitano de Arte, Nova York (Estados</p><p>Unidos).</p><p>A recusa da obra de Manet pelo Salão não se deve apenas ao tema, uma mulher</p><p>nua junto a dois homens vestidos, mas também a sua técnica. Ao invés de sutis</p><p>gradações de tons, próprio da Academia, o artista utilizou-se de fortes contrastes</p><p>de luz e sombra e da acabamento bem delineado das figuras com um fundo apenas</p><p>esboçado, sem se preocupar tanto com a perspectiva tradicional.</p><p>O foco parece ser a própria pintura com suas especificidades. A luminosida-</p><p>de que Manet empregava, explorando os efeitos da luz natural sobre as cenas</p><p>retratadas foi considerada por muitos críticos de arte como elemento precursor</p><p>do Impressionismo.</p><p>Impressionismo</p><p>Foi a obra Impressão, nascer do sol (1873) (Fig. 29), de Claude Monet (1840–</p><p>1926), o alvo do crítico Louis Leroy (1812-1885), no texto intitulado A exposição</p><p>impressionista, que escreveu no dia seguinte à primeira exposição do novo grupo</p><p>de artistas no estúdio do fotógrafo Félix Nadar.</p><p>28</p><p>29</p><p>“Impressão... qualquer papel de parede é mais bem acabado do que esta</p><p>marinha!”, escreveu Leroy (FARTHING, 2011, p. 316).</p><p>Os próprios artistas adotaram o nome Impressionismo como uma forma de</p><p>assumir as novas características do grupo e desafiar a crítica.</p><p>Figura 29</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Impressão, nascer do sol (1873), de Claude Monet, Museu Marmottan, Paris (França).</p><p>Representa na obra, com uma cerrada névoa sobre o estaleiro, os barcos e as chaminés</p><p>no fundo da composição. Monet utilizou grossas pinceladas de tinta sobrepostas pin-</p><p>celadas de tinta sem grandes misturas. óleo sobre tela.</p><p>O novo movimento rompia com o passado, através de uma nova metodologia</p><p>de fazer arte. A observação direta dos efeitos da luz solar, em plein-air (ao ar</p><p>livre), sobre os objetos eram retratados diretamente na tela em suas constantes</p><p>alterações, em momentos diferentes do dia.</p><p>Contornos nítidos não existiam, as áreas eram luminosas, os contrastes de luz e</p><p>sombra eram obtidos com as cores complementares e as misturas de tintas deviam</p><p>ser feitas diretamente na tela em pequenas pinceladas.</p><p>Monet gostava de pintar ao ar livre, e com isso seus estudos da luz sobre as</p><p>pessoas e a natureza ficaram mais consistentes, como vemos em sua série de</p><p>pinturas da fachada da Catedral de Rouen (Fig. 30), no noroeste da França.</p><p>29</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Figura 30 – Série de pinturas da catedral de Rouen (1894), de Claude Monet, óleo sobre tela</p><p>Fonte: MONET, Clauide</p><p>Os efeitos da luz podem ser observados nesta série de quadros da fachada da</p><p>construção gótica. Monet pintou cada quadro em um momento do dia, registrando</p><p>as diferenças da luz sobre as pedras, arcos, rosácea e vitrais da construção. Esse</p><p>encanto que o pintor sentia em representar as variações da luz natural sobre as</p><p>coisas o fez um dos mais importantes impressionistas.</p><p>Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi, de todos os impressionistas, o pintor</p><p>mais popular e reconhecido enquanto vivo pela crítica. Seus quadros mostram a</p><p>intensa movimentação da vida dos parisienses do final do século XIX.</p><p>A obra Baile no Moulin de la Galette (1876) (Fig. 31) apresenta uma atmosfera</p><p>cheia de alegria no famoso café, no meio de jardins e árvores de Paris, onde</p><p>as pessoas se encontravam e dançavam ao ar livre. Notamos que as pinceladas</p><p>coloridas que constroem as roupas das pessoas parecem refletir a luz que ilumina a</p><p>cena, sugerindo movimentos enquanto as pessoas dançam.</p><p>30</p><p>31</p><p>Figura 31</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Baile no Moulin de la Galette, (1876), de Auguste Renoir, O quadro mostra a descon-</p><p>tração das personagens, a sombra imposta pela copa das árvores, os resquícios de luz</p><p>natural que recaem sobre os vestidos das senhoras e os chapéus dos senhores em pri-</p><p>meiro plano, e tantos outros elementos neste quadro óleo sobre tela.</p><p>O francês Jacob Camille Pissarro (1830-1903) é considerado um dos mais</p><p>importantes paisagistas do Impressionismo. Das viagens que fez pela Europa,</p><p>extraiu novos temas para suas pinturas e inspiração para suas obras, muitas feitas da</p><p>observação das janelas de quartos de hotéis. Pissarro conseguia captar a atmosfera</p><p>dos lugares por um meio de um trabalho precioso da luz. Na sua obra Boulevard</p><p>Montmartre: noite, (1897) (Fig.</p><p>32) podemos observar a atmosfera de névoa</p><p>obtida por pequenas pinceladas de cores combinadas.</p><p>Figura 32</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Boulevard Montmartre: noite (1897), de Camille Pissarro, A movimentada avenida pa-</p><p>risiense é representada de noite e molhada após um aguaceiro. óleo sobre tela. Natio-</p><p>nal Gallery, Londres (Reino Unido).</p><p>31</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Já Edgar Degas (1834-1917), admirador do pintor neoclássico Ingres, valorizava</p><p>o desenho e não apenas a cor como grande parte dos pintores impressionistas,</p><p>tendo uma posição muito distinta do grupo.</p><p>Ao contrário das obras de outros pintores, seus quadros representam cenas em</p><p>ambientes fechados com luz artificial e não paisagens feitas ao ar livre, sob a luz</p><p>solar. Gostava de pintar as bailarinas adolescentes do corpo de baile da Ópera de</p><p>Paris, durante os ensaios ou descansando nos bastidores.</p><p>A pintura A aula de dança (1873-1875) (Fig. 33) mostra como Degas gostava</p><p>de apresentar momentos íntimos. Vemos na cena as mães e as bailarinas em um</p><p>momento de conversa com o professor. Captava instantes, como se fosse uma</p><p>máquina fotográfica, influência de seu gosto pela fotografia.</p><p>Observe a jovem que está sentada sobre o piano, ela coça as costas, enquanto</p><p>uma outra, logo à sua frente mexe no brinco. Esses detalhes conferem à pintura a</p><p>naturalidade do momento.</p><p>Figura 33 – A aula de dança (1873-1875), de Edgar</p><p>Degas, óleo sobre tela, Musée d’Orsay, Paris (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O governo francês, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), fundou o Museu Jeu de</p><p>Paume, conhecido como Museu dos Impressionistas, e em 1986, as obras foram transferidas</p><p>para o recém-inaugurado Museu D’Orsay, também em Paris.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>32</p><p>33</p><p>Escultura Impressionista</p><p>Apesar de ter sido recusado três vezes pela École de Beaux-Arts, Auguste-René</p><p>Rodin (1840-1917) tornou-se um dos maiores expoentes da escultura impressio-</p><p>nista.</p><p>Ao viajar para a Itália, em 1875, Rodin ficou fascinado com a obra de Miche-</p><p>langelo, que posteriormente inspirou a sua primeira grande escultura A idade do</p><p>bronze (1876) (Fig. 34). Vale lembrar que Rodin era mais um modelador do que</p><p>um escultor. Modelava suas peças em argila, deixando aparente a ação de suas</p><p>mãos, como as pinceladas visíveis dos pintores impressionistas. Posteriormente,</p><p>essas peças eram fundidas em bronze, o que lhes conferia uma luminosidade espe-</p><p>cial pelas reentrâncias deixadas pelo processo de modelado.</p><p>Figura 34</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>A Idade do bronze (1876), de Auguste Rodin, escultura de um homem nu apertando os</p><p>dois punhos, com a mão direita sobre a cabeça. bronze, Minneapolis Institute of Arts</p><p>(Estados Unidos)</p><p>A escultura mais conhecida de Rodin é O pensador (1879-1889) (Fig. 35), ori-</p><p>ginalmente criada para compor a Porta do Inferno (1880-1890), uma encomenda</p><p>do Museu de Artes Decorativas de Paris. A porta deveria ter estátuas que represen-</p><p>tassem os personagens da obra literária Divina Comédia, do poeta italiano Dante</p><p>Alighieri.</p><p>33</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Figura 35</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>O pensador (1880-1881), de Auguste Rodin, retrata um homem sentado sobre uma ro-</p><p>cha em meditação, lutando com uma poderosa força interna. bronze, Bruell Collection,</p><p>Glasglow (Reino Unido)</p><p>O pensador, de Rodin, provavelmente representa Dante, e foi feito para ficar sobre</p><p>o lintel (parte superior de portas e janelas, verga) contemplando seus personagens</p><p>abaixo. A escultura representa o próprio pensamento que se reflete em todo o corpo da</p><p>escultura. “Ele não pensa só com o cérebro, a testa franzina, as narinas distendidas e os</p><p>lábios comprimidos, mas com todos os músculos do braço, das costas e das pernas, os</p><p>punhos fechados e os dedos contraídos”, afirmou Rodin (FARTHING, 2011, p. 325).</p><p>Originalmente, a obra foi feita com 72 cm de altura. Algum tempo depois foram</p><p>feitas mais 20 cópias, com altura aproximada de 1,9 metro, pesando aproximadamente</p><p>800 quilos.</p><p>Outra obra importante de Rodin é o conjunto escultórico Os burgueses de Calais</p><p>(1884-1889) (Fig. 37), que narra um episódio da Guerra dos Cem Anos (1337-1453),</p><p>travada entre a França e a Inglaterra. A cena representada é o momento em que os</p><p>seis homens ricos da cidade francesa de Calais dirigem-se ao acampamento invasor,</p><p>onde vão se apresentar para morrer, tentando assim evitar a destruição da cidade pelos</p><p>ingleses. A falta de nobreza das figuras não agradou as autoridades.</p><p>Figura 36 – Os burgueses de Calais (1884-1889), de Auguste Rodin, bronze, Calais (França)</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>34</p><p>35</p><p>Pontilhismo ou Divisionismo</p><p>Na última exposição coletiva dos impressionistas, em 1886, Georges Seurat (1859-</p><p>1891) e Paul Signac (1863-1935) apresentaram pinturas que reconstruíam a cor e a</p><p>luz com um método científico sobre a tela e reduziam as pinceladas a pontos uniformes</p><p>e justapostos, usando cores complementares ou contrastantes, o que ampliava o efeito</p><p>da vibração luminosa.</p><p>As cores vistas à distância se misturam na retina do observador, parecendo unidas e</p><p>vibrantes. Essa técnica ficou conhecida como Pontilhismo, na França, e Divisionismo,</p><p>na Itália.</p><p>A obra Tarde de domingo na Grande Jatte (1884-1886) (Fig. 37) tem o tema,</p><p>as cores brilhantes e os efeitos da luz do Impressionismo. Apesar de tantas semelhan-</p><p>ças, a obra de Seurat não é uma impressão rápida e fugidia de um momento, mas um</p><p>instante cheio de detalhes, com figuras de contornos precisos e apresentação imóvel.</p><p>Figura 37</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Tarde de domingo na Grande Jatte (1884-1886), de Georges Seurat, Retrata a Ilha de</p><p>Grande Jatte que era umaárea de lazer bastante frequentada por pessoas de diferentes</p><p>grupos sociais, que vinham de Paris em barcos a vapor passar as tardes de domingo.</p><p>óleo sobre tela, Instituto de Arte de Chicago, Chicago (Estados Unidos)</p><p>35</p><p>UNIDADE Neoclacissismo, Romantismo, Realismo e</p><p>Impressionismo – Das Revoluções à Modernidade</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Sites</p><p>Google Art Project</p><p>Art Project é um projeto do Google com colaboração de várias instituições culturais</p><p>do mundo para aproximar obras de arte, de todas as épocas, das pessoas interessadas</p><p>no assunto. On line pode-se entrar nos museus e ver parte dos acervos em detalhes.</p><p>https://goo.gl/VGv00S</p><p>Filmes</p><p>Razão e Sensibilidade</p><p>Direção: Ang Lee, cor, 135 min, 1996, Inglaterra. Sinopse: Em virtude da morte</p><p>do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois</p><p>praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a</p><p>promessa feita no leito de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste con-</p><p>texto, enquanto uma irmã prática (Emma Thompson), usando a razão como principal</p><p>forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) mostra-se emotiva, sem se repri-</p><p>mir nunca a sensibilidade à flor da pele.</p><p>Amadeus</p><p>Direção: Milos Forman, cor, 158 min, 1984, Estados Unidos. Sinopse: Após tentar</p><p>se suicidar, Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável</p><p>pela morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar</p><p>Mozart, que era um jovem irreverente, mas compunha como se sua música tivesse sido</p><p>abençoada por Deus.</p><p>Sombras de Goya</p><p>Direção: Milos Forman, cor, 113 min, 2007, Espanha/Estados Unidos. Sinopse: No</p><p>começo do século XIX, em meio ao radicalismo da Inquisição e à iminente invasão</p><p>da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte (Craig Stevenson), o gênio artístico</p><p>do pintor espanhol Francisco Goya (Stellan Skarsgard) é reconhecido na corte do Rei</p><p>Carlos IV (Randy Quaid). Inés (Natalie Portman), a jovem modelo e musa do pintor, é</p><p>presa sob a falsa acusação de heresia.</p><p>Visite</p><p>Museu de Arte de São Paulo – Masp</p><p>É considerado hoje o mais importante museu de arte do Hemisfério Sul, por possuir o</p><p>mais rico e abrangente acervo.</p><p>São cerca de 8.000 peças, em sua grande maioria de</p><p>arte ocidental, desde o século IV a.C. aos dias de hoje. Endereço: Av. Paulista, 1578</p><p>- Bela Vista, São Paulo - SP, 01310-200.</p><p>http://masp.art.br/masp2010/</p><p>36</p><p>37</p><p>Referências</p><p>DEMPSEY, A. Estilos, escolas & movimentos – Guia enciclopédico da arte</p><p>moderna. São Paulo: Cosac Naif, 2003.</p><p>DIXON, A. G (coord.). Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.</p><p>FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.</p><p>GOMBRICH, E. H. História da arte. São Paulo: LTC, 2000.</p><p>JANSON, H. W. História geral da arte – O mundo moderno. São Paulo: Martins</p><p>Fontes, 2001.</p><p>PRETTE, M. C. Para entender a arte – História, linguagem, época, estilo. São</p><p>Paulo: Globo, 2009.</p><p>PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2007.</p><p>37</p>