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HISTORIA DA ARTE BRASILEIRA

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HISTÓRIA
DA ARTE
Priscila Farfan Barroso
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
B277h Barroso, Priscila Farfan.
 História da Arte / Priscila Farfan Barroso, Hudson de
 Souza Nogueira ; [revisão técnica: Max Elisandro dos Santos 
 Ribeiro]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 221 p. ; il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-297-3
 1. Arte – História. I. Nogueira, Hudson de Souza.
 II. Título.
CDU 7
Revisão técnica:
Max Elisandro dos Santos Ribeiro
Licenciatura Plena em História
Especialista em Gestão e Tutoria EaD
Mestre em Educação
HA_Iniciais_Impressa.indd 2 12/01/2018 17:08:09
Barroco
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as características da arte barroca no contexto europeu.
 � Reconhecer os tipos de manifestações artísticas produzidas no Barroco. 
 � Descrever a arte barroca no Brasil e os seus principais artistas.
Introdução
Após as reformas religiosas do século XVI, a Igreja Católica retomou a 
valorização de suas ideias por meio do movimento da contrarreforma. 
Assim, as obras de arte barrocas eram consideradas mediadoras 
entre a humanidade e Deus. 
Neste capítulo, você vai entender como o período Barroco desabro-
chou na Europa e chegou até o Brasil com obras de arte repletas de cores 
e detalhes rebuscados.
Início da arte Barroca
O Barroco ocorrei entre o final do século XVI e meados do século XVIII. 
Nesse período, a arte se desenvolveu primeiramente nas artes plásticas e 
depois na música, no teatro e na literatura. Barbara Borngässer (2004, p. 7) 
apresenta o barroco dizendo que:
A metáfora do “teatro do mundo” percorre toda a chamada época barroca, 
que vai dos finais do século XVI até o último quartel do século XVIII. Época 
marcada por contradições que se entrecruzam tanto no palco quanto nos 
bastidores. Ser e parecer, pompa e despojamento, poder e potência são as 
constantes antagônicas desse período. Num mundo abalado por conflitos 
sociais, por lutas religiosa e todo tipo de guerras, o espetáculo gigantesco do 
teatro do mundo (o Barroco) propunha-se como um esteio. A auto encenação 
do príncipe, fosse ele papa ou rei constituía em si mesmo um programa político. 
O cerimonial a etiqueta deste teatro universal, funcionava como um espelho 
de uma ordem superior pretensamente determinada por Deus.
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Após as reformas religiosas de XVI, que tiveram início na Alemanha e 
se expandiram por outros países, a Igreja Católica estabeleceu o Concílio de 
Trento, convocado pelo papa Paulo III, em 1542. O Concílio de Trento rea-
firmava a doutrina católica e a organização da igreja, negando as mudanças 
doutrinais realizadas pelos reformistas e confirmando os sete sacramentos, 
o culto a virgem Maria e aos santos. Portanto, a Itália foi o berço da arte 
Barroca, tendo se disseminado por outros países europeus como a Holanda, 
a Bélgica, a França e a Espanha. 
A Igreja Católica retomou sua força e novas grandes igrejas foram edi-
ficadas. A arte foi, então, usada para propagar o catolicismo e ampliar suas 
influências, pois uma antiga tradição afirmava que as imagens de santos, 
esculpidas ou pintadas, eram intermediários para uma comunicação plena dos 
homens com as esferas espirituais. Francastel (1973, p. 421) reforça essa questão:
Maravilhoso meio de propaganda e de expressão, a arte desempenhou a partir 
do final do século XVI um papel considerável na resistência das multidões 
cristãs à difusão de uma religião por demais abstrata, ao mesmo tempo em 
que na resistência dos espíritos livres à difusão de uma doutrina demasiado 
hostil às solicitações da natureza humana.
Embora tenha sido um movimento de caráter religioso, mudanças em outros 
setores da cultura europeia ocorreram. Diante da disputa religiosa, se deu a 
criação dos Estados nacionais e dos governos absolutos. Essa forma de governo 
propunha que cada nação se libertasse da submissão ao papa e eliminando 
os mosteiros, que eram considerados como medida abusiva e fortalecendo a 
vida espiritual. Assim, além dos católicos, conviviam no continente europeu 
luteranos, calvinistas, anglicanos e outras religiões, conforme você pode 
observar na Figura 1. 
Barroco88
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Figura 1. Mapa europeu no século XVI. 
Fonte: Wiki Mouse (c2017).
O estilo Barroco corresponde ao absolutismo da época e chama a atenção 
pelo seu esplendor exuberante. Pode se dizer, que esse estilo deu continuidade 
ao Renascimento, já que os dois estilos tiveram um grande interesse pela arte 
da Antiguidade Clássica, mas há diferenças entre eles: 
O Renascimento é identificado com o imitativo, com as formas construídas e 
fechadas, próprios dos países mediterrâneos; o barroco é decorativo, de formas 
livres, característicos dos países do Norte da Europa. Essas duas categorias 
não têm necessariamente uma referência temporal, reaparecem ciclicamente 
ao longo da história da arte (SILVA, 1989, p. 16).
O Barroco marca um período histórico e um movimento sociocultural, 
por meio do qual aparecem novos modos de entender o mundo, o homem e 
Deus. Nesse sentido, a arte Barroca faz referência à tradição clássica, e almeja 
ultrapassá-la com a criação de obras originais. As pinturas e esculturas barrocas 
são detalhistas, rebuscadas e expressam emoções do ser humano e da vida, 
conforme representado na Figura 2. 
89Barroco
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Figura 2. Alegoria da obra missionária dos jesuítas, Andrea Pozzo.
Fonte: Pozzo (1691).
O período final do Barroco, no século XVIII, é denominado de Rococó, 
pois apresenta algumas peculiaridades como a presença de curvas e muitos 
detalhes decorativos, como conchas, flores, folhas, ramos e temas ligados a 
mitologia grega e romana. Os temas das obras dos artistas barrocos europeus 
são passagens da bíblia, história da humanidade e questões da mitologia. Os 
artistas desse período, patrocinados pelos clero, burgueses e monarcas, valo-
rizavam as cores, as sombras e a luz, representando os contrastes. As imagens 
aparecem de um modo dinâmico, valorizando o movimento. 
Tipos de artes no Barroco europeu
A arquitetura barroca traz as formas clássicas (colunas, arcos, frontões, frisos) 
já estabelecidas em outros períodos, mas as evidencia por meio de um aspecto 
mais fantasioso e subjetivo, que dá a ideia de movimento e elucida as curvas 
em suas edificações. Nessa arte, é fundamental reconhecer a importância do 
uso da luz, aplicadas em fortes contrastes entre o claro iluminado e o escuro, 
sendo uma técnica utilizada em edifícios da época para dar mais dramaticidade 
à atmosfera artística. 
Havia uma preocupação com a integração da obra à urbanidade, de modo 
que suas construções eram mais espaçosas e organizadas, facilitando a circula-
ção dos cidadãos. Ao mesmo tempo, esse aspecto monumental se aliava a força 
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visual das imagens pintadas, trazendo novas paisagens na cidade. A magnitude 
expressa na obra também tinha como intenção representar a autoridade papal 
e reforçar os aspectos defendidos pelo movimento da contrarreforma. 
Assim, pode-se dizer que a arquitetura Barroca é caracterizada pela cons-
trução com efeitos impactantes e teatrais, com o uso de contrastes entre cheios 
e vazios, formas convexas e côncavas, luz e sombra, decorações e integração 
entre as artes e o aspecto ilusionista para compor a obra. Ressalta-se, ainda, 
o rebuscamento e orçamento das obras, como os da cúpula da igreja de São 
Lourenço, em Turim, na Itália, em que o entrelaçar de arcos, leva ao limite da 
forma, mas com base em regras bem definidas, conforme você pode observar 
na Figura 3. 
Figura 3. Interior da cúpula da igreja de São Lourenço, em Turim, Itália.
Fonte: Eddy Galeotti/Shutterstock.com.
Na França, o Barroco tem características mais sóbrias do que na Itália. Os 
arquitetos franceses tiveram um estilo mais comedido,quase clássico, que se 
impôs pouco a pouco como um estilo dominante na Europa. No palácio de 
Versalles, a fachada do lado do jardim revela um único fator de movimento: 
as três pequenas galerias sobrepostas, em dois planos, à própria fachada. O 
recorte do palácio foi pensado como pano de fundo para o imenso parque. Na 
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Áustria e na Alemanha, o Barroco foi inspirado nos exemplos franceses, e a 
igreja Karlskirche, em Viena, acompanha mais o estilo italiano. O Barroco 
espanhol é repleto de ornamentações em suas arquiteturas, temos como exemplo 
clássico o estilo da Igreja de São Tiago de Compostela. 
A pintura barroca se caracteriza por composições assimétricas, em diagonal, 
conferindo um estilo monumental, retorcido, realista, evidenciando todas as 
camadas; apresenta ainda cenas no ponto auge de sua dramaticidade; e apresenta 
um novo gênero de pintura aos tradicionais, o da natureza-morta, que evidencia 
questões da vida cotidiana, como flores, livros, peças de caça e outros. 
Os principais pintores italianos foram: Caravaggio (1571-1610), que não 
se interessava pela beleza clássica, mas procurava os seus modelos entre os 
vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, ou seja, entre as pessoas do 
povo. Em seus trabalhos, chama a atenção a maneira do uso da luz, como você 
pode observar na Figura 4. Na arte religiosa, pintou os santos como gente 
comum e os milagres, como eventos do cotidiano. 
Figura 4. A crucificação de São Pedro (Caravaggio, 1601).
Fonte: FXEGS Javier Espuny/Shutterstock.com.
Barroco92
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Outros dois pintores importantes dessa época foram: Andrea Pozzo (1642-
1709), que pintava os tetos das igrejas, em que o céu se abria e os santos e anjos 
convidavam os homens para a santidade, fazendo com que sua composição 
fosse centrífuga ao aglomerar figuras lado a lado; e Diogo Velázquez (1599 - 
1660), pintor espanhol que retratava as pessoas da corte espanhola do século 
XVII, procurando registrar em seus quadros também os tipos populares do 
seus país, documentando o cotidiano do povo espanhol em um momento da 
história. Ele utilizava efeitos luminosos, por meio de uma contínua e gradual 
mudança de intensidade nas várias zonas da tela, para fazer da composição um 
jogo de anotações coloristas simbólicas, escondidas atrás de uma aparência 
de adesão ao tema. 
A escultura barroca, apresenta como características o predomínio das 
linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e o rostos 
dos personagens revelam emoções violentas e tingem uma dramaticidade que 
não era conhecida no Renascimento. Uma grande preocupação dos escultores 
barrocos é a de se fundirem nas outras artes. As esculturas barrocas são 
concebidas combinando movimentos soltos e vivos das figuras. 
O principal escultor dessa época foi Gianlorenzo Bernini (1598-1610), que 
também foi arquiteto, urbanista, decorador, teatrólogo, compositor e cenógrafo. 
Algumas de suas obras formam usadas como elementos decorativos das igrejas, 
por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de 
São Pedro, no Vaticano. Pode-se dizer que sua obra mais famosa é o Êxtase 
de Santa Teresa, como explica Proença (2003, p. 107):
A obra de Bernini que desperta maior emoção religiosa é o Êxtase de Santa 
Teresa, escultura feita para uma capela da igreja de Santa Maria della Vittorio, 
em Roma. O grupo escultórico reproduz, com intensa dramaticidade, o mo-
mento em que Santa Teresa é visitada por um anjo que lhe fere o peito várias 
vezes com uma flecha. Segundo relato da própria santa, esses ferimentos, que 
lhe causaram profunda dor, transformaram-se na experiência mística do amor 
de Deus. Bernini parece registrar o momento em que o anjo segura a flecha 
pronto para desferir mais um golpe. E ao registrar esse momento que é pura 
expectativa, o artista envolve o observador emocionalmente.
A produção de escultura do período se desenvolve de um gênero de com-
posição grupal chamado de “sacro monte”, concebido pela igreja e difundido 
em outros países. É um conjunto que reproduz a Paixão de Cristo e outras 
cenas piedosas, com figuras policromas em atitudes realistas e dramáticas em 
um arranjo teatralizado, destinadas a comover o público. Desse instrumental 
pedagógico católico fazia parte a construção de cenários nos quais eram co-
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locadas as estátuas, para criar maior ilusão de realidade, em uma concepção 
mais teatral. 
A literatura barroca foi um período caracterizado pelas oposições, contrastes 
e dilemas. O homem desse período buscava a salvação, mas, ao mesmo tempo, 
queria aproveitar os prazeres mundanos. As principais características desse 
período literário são: uso de recursos como antíteses, metáforas, paradoxo e 
sinestesia; pessimismo; linguagem muito rebuscada e obscura; e intensidade 
com a presença da hipérbole. 
Logo após a primeira parte do século XVII, a literatura deu origem à lite-
ratura moderna. A herança clássica trazia padrões morais e formas estéticas, 
sendo que a literatura do século anterior era repleta de moral, mas, ao mesmo 
tempo, havia a necessidade cristã de rejeitar o tão prezado modelo clássico, 
por sua origem pagã, considerada uma influência enganosa e corruptora, o 
que explica a rejeição do classicismo em boa parte do Barroco. 
O conflito se estendeu para a área da educação, até então, também pesa-
damente devedora dos clássicos e com as influências jesuítica, vista como 
primeiro e principal instrumento de reforma social. Em termos estilísticos, 
a literatura barroca dedicou um profundo cuidado à forma e ao virtuosismo 
linguístico, com o objetivo de maravilhar e convencer o leitor, o que im-
plicava o uso de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a 
metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole, com grande detalhe 
a ornamentação como partes essenciais do discurso para mostrar erudição 
e bom gosto.
Arte Barroca no Brasil 
No Brasil, o Barroco aconteceu no século XVIII, o chamado “século do ouro”, 
e foi formado por uma complexa influência europeia, principalmente pelo 
Barroco Português, mas com o tempo adquiriu suas próprias características. 
No país essa tendência artística ocorreu na arquitetura, escultura, pintura e 
literatura. 
A maior produção artística barroca ocorreu nas cidades de Minas Gerais, 
ricas em jazidas de ouro. Essas cidades, além de riquezas, possuíam uma 
intensa vida artística e cultural. O principal artista barroco do Brasil foi o 
escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa, popularmente conhecido 
como Aleijadinho, em razão de uma doença degenerativa que deixava seu 
corpo progressivamente deformado. As obras possuíam forte caráter religioso 
e eram feitas em madeira e pedra-sabão, principais materiais utilizados pelos 
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artistas brasileiros no período barroco. Suas principais obras foram Os Doze 
Profetas (veja a Figura 5) e Os Passos da Paixão. 
Figura 5. Os dozes Profetas, de Aleijadinho.
Fonte: Museu de Ciências da USP (c2017).
Outros nomes que também se destacaram neste período foram o pintor 
Manuel da Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. Na Bahia, 
especialmente em Salvador, o barroco teve grande destaque nas decorações 
das igrejas de São Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Fran-
cisco. Nessa época, a primeira capital do Brasil, Salvador, foi transferida 
para o Rio de Janeiro. A literatura no Brasil tem início no ano de 1601, com 
a publicação da obra Prosopopeia, de Bento Teixeira, poema épico, com 
94 estrofes, que exalta a obra de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro 
donatário da capitania de Pernambuco. Podemos destacar, ainda, o poeta 
Gregório de Matos Guerra, que se destacou com sua poesia lírica, religiosa, 
erótica e satírica. Ficou conhecido como Boca do Inferno, porque sua poesia 
ironizava diversos aspectos da sociedadee foi considerado o mais importante 
poeta barroco brasileiro. O padre Antonio Vieira também ganhou destaque 
com seus sermões. 
As principais características do barroco brasileiro são: linguagem dra-
mática, racionalismo, exagero e rebuscamento, uso de figuras de linguagem, 
união do religioso e do profano, arte dualista, jogo de contrastes, valorização 
de detalhes, cultismo (jogo de palavras) e conceptismo (jogo de ideias). Ma-
noel Botelho de Oliveira foi o primeiro brasileiro a publicar versos no estilo 
barroco, cuja obra Música do Parnaso, de 1705, obteve grande destaque. 
Frei Vicente de Salvador (1564-1636) foi o primeiro prosador do país, suas 
obras de destaque são: História do Brasil e História da Custódia do Brasil. 
Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768) foi autor de Eutáquios 
e Descrição da Ilha de Itaparica. 
95Barroco
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Durante o período colonial, a igreja estava em íntima consonância com 
o Estado, a religião exercia influência no cotidiano de todos, por isso todo o 
legado barroco brasileiro permanece na arte sacra: pintura, estatuária e obra 
de talha para decoração de conventos e igrejas. Os negros, os mulatos, os 
índios e os artesãos populares, deram ao Barroco feições novas e originais, o 
que constituiu uma cultura genuinamente brasileira. Apesar da importância 
da arte barroca brasileira, boa parte do legado desse material encontra-se em 
mau estado de conservação e necessita de restauro, bem como outras medidas 
para conservação, verificando-se frequentemente perdas ou degradação de 
exemplares valiosos em todas modalidades artísticas.
O documentário Aleijadinho: a arte de um gênio (TVBRASIL, 2014), disponível no link 
a seguir, apresenta a história de Aleijadinho e suas obras feitas em Minas Gerais no 
século XVIII.
https://goo.gl/YS8a4a
Barroco96
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https://goo.gl/YS8a4a
1. Em qual contexto surge a questão 
da arte no Barroco? 
a) Após a Idade Média, trazendo 
uma visão antropocêntrica.
b) A partir da reforma religiosa, 
sendo a arte mediadora do 
humano e do divino.
c) Após o Renascimento e se liberta 
da religiosidade da época.
d) A partir da contrarreforma, 
sendo a arte mediadora do 
humano e do divino.
e) Após a pré-história, visando a 
construção de figuras abstratas.
2. Sobre os temas evidenciados 
na arte barroca, assinale a 
alternativa correta. 
a) Apresenta conflitos banais 
da época representados 
de modo satírico.
b) Mostra passagens da bíblia, 
histórias mitológicas e 
questões humanas.
c) Demonstra conflitos sociais 
no medievo, representando 
a hipocrisia do clero.
d) Define a autoridade dos 
burgueses em relação ao clero.
e) Destaca conflitos entre 
o clero e nobreza.
3. Quanto à arquitetura barroca, é 
correto afirmar que: 
a) usa contrastes e linhas planas.
b) foca-se apenas em decorações.
c) usa contrastes, cheios e 
vazios, curvas e decorações.
d) foca-se apenas em estatuárias.
e) usa contrastes, abóbadas e 
vitrais. 
4. Sobre a pintura barroca, é 
correto afirmar que: 
a) expressa figuras 
plácidas e serenas.
b) utiliza o colorismo, 
composições simétricas e 
enfoca o drama da cena.
c) expressa os questionamentos 
humanos por meio de 
figuras abstratas.
d) utiliza claro e escuro, 
composições assimétricas e 
enfoca o drama da cena.
e) expressa animais, anjos e 
deuses em tons pastéis.
5. Sobre a arte barroca no 
Brasil, enfatiza-se que:
a) a cidade berço foi o 
Rio de Janeiro.
b) a literatura de Gil Vicente 
se destacou.
c) a música de Aleijadinho foi 
o principal destaque.
d) as obras de escultura eram 
feitas de madeira e 
pedra-sabão.
e) não teve influência no país.
97Barroco
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BORNGÄSSER, B. O barroco. Königswinter: Könemann, 2004.
FRANCASTEL, P. A realidade figurativa. São Paulo: Perspectiva, 1973.
MUSEU DE CIÊNCIAS DA USP. Os 12 profetas. São Paulo, c2017. Disponível em: 
<http://200.144.182.66/aleijadinho/os-12-profetas/>. Acesso em: 05 dez. 2017.
POZZO, A. Alegoria da obra missionária dos jesuítas (detalhe). [S.l.]: WahooArt, 1691. 
Disponível em: <http://pt.wahooart.com/@@/8XZTVM-Andrea-Pozzo--Alegoria-da-
-Obra-Mission%C3%A1ria-dos-jesu%C3%ADtas-(detalhe)>. Acesso em: 05 dez. 2017.
PROENÇA, G. História da arte. 16. ed. São Paulo: Ática, 2003.
SILVA, R. H. D. R. F. da. Wölfflin: estrutura e forma na visualidade artística. In: WÖLFFLIN, 
H. Renascença e barroco. São Paulo: Perspectiva, 1989.
TVBRASIL. Aleijadinho: a arte de um gênio. [S.l.]: YouTube, 2014. 1 vídeo. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=3y_HHF9N9U4>. Acesso em: 05 dez. 2017.
WIKI MOUSE. O barroco. San Francisco: Fandom, c2017. Disponível em: <http://pt-br.
mouse.wikia.com/wiki/1-_O_Barroco>. Acesso em: 05 dez. 2017.
Barroco98
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http://pt.wahooart.com/
https://www.youtube.com/watch?v=3y_HHF9N9U4
http://mouse.wikia.com/wiki/1-_O_Barroco
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
HISTÓRIA DA 
ARTE 
Dulce América de Souza
Barroco
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Examinar o contexto de surgimento e as características do Barroco 
na Europa.
  Identificar as principais obras produzidas nos campos da pintura e 
escultura na Europa.
  Sintetizar as características da arte barroca no Brasil. 
Introdução
O termo “barroco” foi empregado pelos críticos do século XVIII para 
expressar seu repúdio à arte produzida entre o período de 1600 e 1750, 
por considerá-la grotesca, de mau gosto. Esses estudiosos defendiam 
que as formas das construções clássicas não deveriam ser alteradas, mas 
sim mantidas integralmente como adotado pelos gregos e romanos 
e consolidado pelos renascentistas. Desprezar as rigorosas normas da 
arquitetura antiga seria, para eles, uma aberração. Daí surge o termo 
“barroco”, como um rótulo depreciativo. 
A bibliografia de referência da história da arte nos fornece leituras 
apropriadas para o Barroco, que é constituído por um estilo coeso e, 
simultaneamente, híbrido. Carregado das tendências nacionais, o movi-
mento chegou ao Brasil um século após seu auge europeu, produzindo 
um patrimônio artístico e cultural inigualável em terras brasileiras.
Neste capítulo, você estudará o Barroco, bem como conhecerá os 
contextos históricos, sociais e artísticos nos quais esse movimento se 
desenvolveu inicialmente e o processo de expansão do estilo por toda 
a Europa. Além disso, estabelecerá conexões entre as manifestações 
do estilo nas principias categorias artísticas. 
O surgimento do Barroco na Europa e suas 
principais características
Na história da arte, refere-se à arte produzida no século XVII até meados 
século XVIII (consensualmente entre 1600 e 1750) como Barroco. O termo foi 
utilizado pela primeira vez no fi m século XVIII e aplicava-se aos fenômenos 
que, de acordo com a estética classicista predominante, eram considerados 
extravagantes, confusos e bizarros. É importante salientar que o Classicismo 
(o modelo renascentista) não se incluía nesse conceito e permaneceu presente 
nas expressões artísticas até quase o fi m do século XIX — o estilo neoclássico 
atesta sua prevalência.
Embora não exista consenso quanto ao significado do termo Barroco, uma 
das correntes o identifica como um nome originário da Península Ibérica que 
significa “pérola de origem irregular” (WOLFFLIN, 2000; HAUSER, 2003; 
BAUMGART, 1999). Essa acepção foi utilizada de maneira depreciativa 
para caracterizar as inovações artísticas posteriores ao Renascimento e como 
denúncia aos exageros cometidos pelos artistas pós-renascentistas. Segundo 
Vázquez (1999), o protótipo do bom gosto era a arte linear e racional dos 
mestres renascentistas, de modo que as obras barrocas seriam um desvio ou 
deformação do padrão estético instituído.
Hauser(2003) atribui aos estudos de Heinrich Wöllf lin (escritor, fi-
lósofo, crítico e historiador da arte suíço) a compreensão do Barroco 
como um estilo estético coerente, organizado ideologicamente e dotado de 
características próprias, as quais foram manifestadas em diferentes cate-
gorias artísticas em países europeus e em suas respectivas colônias em um 
momento posterior.
O Barroco foi uma expressão homogênea — do ponto de vista de visão 
de mundo — que se propagou pela Europa, assumindo grande variedade de 
formas nos diferentes países europeus. Englobando várias ramificações do 
fazer artístico, apresentou-se de maneiras distintas nas variadas esferas da 
cultura, sendo impossível reduzi-lo a um denominador comum. Conforme 
esclarece Hauser (2003, p. 442):
O barroco dos círculos cortesãos e católicos não só é totalmente diferente do 
da classe média e das comunidades protestantes, a arte de um Bernini e de um 
Rubens não só descreve um mundo interior diferente do de um Rembrandt e 
de um Van Goyen, como até mesmo dentro dessas duas grandes tendências 
de estilo, novas e decisivas diferenciações se fazem sentir.
Barroco2
As subdivisões mais importantes do Barroco são: o Barroco cortesão-
-católico e o Barroco classicista. O Barroco cortesão-católico tem uma 
tendência sensualista, monumental e decorativa, é aquilo que se entende pela 
acepção tradicional de “barroco”. Já o Barroco classicista é um estilo mais 
estrito, formalmente mais rigoroso. Nessas duas tendências, os fatores sociais 
que determinam o Barroco geram impactos distintos e serão estudados à luz 
da teoria e das obras produzidas (HAUSER, 2003).
O contexto do surgimento do movimento na Europa possui estreita ligação 
com a reação da Igreja Católica à Reforma Protestante (século XVI). A Contrar-
reforma ou Reforma Católica decretou que a arte deveria inspirar os especta-
dores com temas fervorosamente religiosos. De acordo com Hodge (2018, p. 23): 
“Entre 1545 e 1563, o Concílio de Trento determinou que a arte sacra deveria 
incentivar a devoção, o realismo e a exatidão, e ao atrair a atenção e empatia dos 
espectadores, glorificar a Igreja Católica e fortalecer a imagem do catolicismo”.
No século seguinte, um estilo completamente inovador incorporou e desen-
volveu os modelos do Alto Renascimento, abrindo caminhos artísticos tanto 
na arte sacra como nas novas variedades de arte secular, o qual foi designado 
de forma ampla como Barroco. Esse novo estilo ampliou a escala e o alcance 
da arte, desenvolvendo-se primeiro na Itália e propagando-se, em seguida, 
para a França, Alemanha, Holanda, Espanha e Inglaterra.
O Barroco é reflexo de aspectos importantes desse período da história 
da civilização ocidental (século XVII), em que ocorreram mudanças que 
conferiram novas feições à Europa da Idade Moderna. Embora tenha sido um 
movimento de caráter religioso, a Reforma Protestante teve consequências que 
ultrapassaram os limites da fé, provocando mudanças em outros aspectos da 
cultura europeia. A mais significativa vertente dessas mudanças o surgimento 
dos Estados nacionais e dos governos absolutos, fenômeno em que cada nação 
conseguiu se libertar da submissão exclusiva ao papa (WOLFFLIN, 2000).
Contudo, para entender os princípios do Barroco, é imperativo conhecer 
os trabalhos conciliados à atuação das grandes ordens religiosas (como a 
Companhia de Jesus) para a retomada de força da Igreja Católica na edifica-
ção de grandes e novas igrejas, originalmente uma iniciativa italiana. Esses 
princípios serão absorvidos e adaptados às demais categorias artísticas, dentre 
elas: pintura, escultura, literatura e teatro. Além disso, pode-se incluir nessas 
categorias o urbanismo — por meio dos traçados urbanos — e o paisagismo — 
por meio das monumentais arquiteturas da paisagem, realizadas especialmente 
sob o domínio dos governos absolutos, como no caso da França. 
3Barroco
Conceitualmente, o afresco O juízo final, de Michelangelo (1536–1541), 
realizado na Capela Sistina, no Vaticano, expressa pela primeira vez o ideal 
da Igreja em revigorar seus princípios doutrinários, propagar e ampliar a 
influência do catolicismo (Figura 1). A intensidade expressiva, o movimento 
e o vigor das figuras fazem de Michelangelo o precursor do movimento que 
desabrochará plenamente no século XVII. 
Figura 1. O juízo final (1536–1541), Capela Sistina, Vaticano.
Fonte: The Last Judgment (2015, documento on-line).
Tecnicamente, o termo “Barroco” foi empregado pela primeira vez re-
ferindo-se à arquitetura. Os críticos das novas arquiteturas religiosas que 
surgiam na Itália agrediam as tendências seiscentistas, pretendendo expô-las 
ao ridículo. De acordo com Gombrich (1999, p. 387):
Barroco significa realmente absurdo ou grotesco, e era empregado por 
homens que insistiam em que as formas das construções clássicas jamais 
deveriam ser usadas ou combinadas a não ser do modo adotado pelos gregos 
Barroco4
e romanos. Desprezar as severas normas da arquitetura antiga parecia, 
a esses críticos, uma deplorável falta de gosto — daí terem rotulado o 
estilo de barroco.
Uma das primeiras igrejas barrocas resultante das novas aspirações religio-
sas foi a Igreja de Il Gesù (Igreja de Jesus), em Roma, projetada pelo arquiteto 
Giacomo Della Porta, em 1575 (Figura 2). A recém-fundada igreja da Ordem 
dos Jesuítas carregava a experiência inédita da nova forma e volumetria das 
edificações como antídoto à Reforma Protestante. O formato da igreja adota 
um novo e incomum plano: a ideia renascentista de construção geométrica 
(frequentemente redonda) e simétrica foi rejeitada e substituída por uma 
composição simples e engenhosa, posteriormente aceita em toda a Europa.
Figura 2. Il Gesù (1575), Roma. (a) Fachada; (b) corte e planta.
Fonte: (a) Church of the Gesù (2013, documento on-line); (b) Fazio (2011, p. 361).
O modo de planejar as igrejas, a partir da Igreja de Jesus, tem sido lar-
gamente utilizado desde então, pois combina as principais características 
das igrejas medievais — formato alongado, realçando o altar-mor — com as 
realizações do planejamento renascentista — ênfase aos interiores espaçosos, 
iluminados através do zimbório (cúpula). Entretanto, é na fachada que se 
reconhece as primeiras manifestações do estilo Barroco, que serão ampliadas 
e intensificadas nas edificações religiosas posteriores, especialmente na Itália. 
Segundo Gombrich (1999, p. 388–389):
5Barroco
Nada existe nessa simples e majestosa fachada para sugerir um desafio de-
liberado às regras clássicas, em nome de um capricho requintado. Mas o 
modo pelo qual os elementos clássicos se fundem num padrão mostra que 
as regras gregas e romanas, e mesmo as renascentistas, tinham ficado para 
trás. A característica mais impressionante nessa fachada é a duplicação de 
cada coluna ou pilastra, como para incutir a toda a edificação maior riqueza, 
variedade e solenidade. O segundo traço que notamos é o cuidado que o artista 
teve em evitar a repetição e monotonia, organizando as partes de maneira 
a formar um clímax no centro, onde a entrada principal é realçada por uma 
dupla moldura. Se retornarmos a construções mais antigas, compos tas de 
elementos semelhantes, vemos imediatamente a grande mudança no caráter.
De fato, a arquitetura barroca (tanto a religiosa quanto a cortesã) incorpora 
os elementos da arquitetura clássica, reunindo todas as peças formais já conhe-
cidas: colunas (novidade na utilização de meias colunas e pilastras), arquitrave 
e frisos. A distribuição dessas peças formais também emprega características 
clássicas, como a vasta entrada central emoldurada por colunas e ladeada 
por duas entradas menores. No entanto, o modo como os elementos clássicos 
passam a ser arranjados indica que as regras greco-romanas e renascentistas 
ficaram para trás. Há, por exemplo, a duplicação de pilastras (em outros 
casos, há duplicação de mais elementos), com objetivo de imprimir maior 
riqueza, solenidade e variedade de linguagem (GLANCEY, 2001)
Uma importantecaracterística da Igreja de Il Gesù é a cenografia. O arqui-
teto tratou a fachada de forma a evitar a repetição e a monotonia, organizando 
as partes de modo a conseguir um clímax no centro da composição, realçando 
a entrada principal por uma dupla coluna. Sobre esse aspecto cenográfico, 
Gombrich (1999, p. 389) observa: “Na fachada de Giacomo della Porta para a 
primeira igreja jesuíta tudo depende do efeito proporcionado pelo conjunto. 
Tudo está fundido num vasto e complexo padrão”.
Uma forma recorrente na arquitetura barroca de igrejas e completamente 
inédita é o emprego das volutas, ausentes na arquitetura clássica. As volutas 
laterais realizam a conexão entre os andares inferior e superior, e são justamente 
essas formas curvas e espirais as responsáveis por grande parte das censuras aos 
construtores barrocos pelos defensores da pureza das formas clássicas. Na arqui-
tetura sacra barroca, as volutas operam de modo a conferir coerência e unidade 
às complexas composições das fachadas (GLANCEY, 2001; GOMBRICH, 1999).
O Barroco é um estilo que abusa dos ornamentos e das decorações, e os inte-
riores são notadamente espetaculares, como revela o interior de Il Gesù (Figura 
3). A profusão de elementos decorativos marca a estética barroca, criando um 
espaço cenográfico com forte apelo emocional, no qual arquitetura, a escultura 
e a pintura se fundem. Fazio (2011, p. 361) destaca o teto da nave central: 
Barroco6
Olhando para o teto da nave central, é impossível saber com certeza onde 
termina a arquitetura e começa a escultura ou onde termina a escultura e 
começa o afresco Adoração do Nome de Jesus, pintado por Giovanni Battista 
Gaulli, entre 1675 e 1679. Nuvens, drapeados e corpos humanos flutuam no 
espaço, arrebatando os visitantes com a visão do paraíso.
Figura 3. (a) Interior de Il Gesù com (b) afresco do teto da nave central.
Fonte: (a) Rom Il Gesu Hauptorgel (2007, documento on-line); (b) Triumph of the 
Name of Jesus (2015, documento on-line).
O trabalho de dois importantes arquitetos e escultores italianos foi fundamental 
para a magnitude do Barroco em Roma. Rivais profissionais, Gian Lorenzo Bernini e 
Francesco Borromini competiam constantemente para conseguir os melhores projetos 
arquitetônicos e deixaram um legado exemplar para a compreensão do Barroco na 
Itália e sua influência em toda a Europa. Os artistas desenvolveram exímios projetos em 
Roma. Para aprofundar seus conhecimentos sobre a arquitetura e a escultura barrocas, 
leia o livro A história da arquitetura mundial, de Michael Fazio (2011). 
Comparados às formas barrocas da Itália — complexas, floreadas, extre-
mamente ornadas e carregadas de apelo emocional —, os edifícios barrocos 
ingleses e franceses eram mais contidos, exceto nas grandes dimensões e nos 
7Barroco
efeitos espetaculares, resultantes da profusão artística nos seus interiores e 
nos espetaculares projetos de paisagismo. 
A consolidação das monarquias absolutistas foi fundamental para a for-
mação da estética barroca, em particular na França, cujos valores eram con-
sagrados por meio da arte. O Barroco passa a ser a exibição do poder e da 
grandeza do Estado centralizado, representado pela monumentalidade dos seus 
palácios, a exemplo do Palácio de Versalhes (iniciado em 1661), construído 
por Luís XIV (Figura 4) (JANSON; JANSON, 2009).
Figura 4. (a) Palácio de Versalhes e seus (b) jardins (1661–1750), França.
Fonte: Adaptada de (a) FrimuFilms/Shutterstock.com.; (b) Bartlomiej Rybacki/
Shutterstock.com.
Barroco8
Ícone do Barroco cortesão, o Palácio de Versalhes foi transformado 
em um monumento da arquitetura, que envolveu o projeto paisagístico de 
André Le Nôtre e o projeto de interiores do decorador Charles Le Brun. O 
centro da corte francesa foi acomodado nas imensas edificações projetadas 
por Louis Le Vau e Jules Hardouin-Mansart (após a morte de Le Vau). A 
magnitude do Barroco francês encontrou em Versalhes sua maior expressão. 
De acordo com Janson e Janson (2009, p. 280): 
O projeto, de André Le Nôtre, em uma relação tão estreita com a planta do 
palácio que se torna uma continuação do espaço arquitetônico. Com o interior 
de Versalhes, pretendia-se que esses jardins formais, com terraços, fontes, 
cercas vivas aparadas e estátuas, constituíssem um cenário à altura das aspi-
rações públicas do rei. A regularidade geométrica imposta a toda uma região 
nos arredores do palácio revela, de forma de ainda mais impressionante no 
palácio em si, o espírito do absolutismo. 
A partir dos exemplos apresentados, que sintetizam os contextos de 
surgimento e os aspectos generalizantes do movimento, pode-se afir-
mar que o Barroco renovou completamente a iconografia e as formas da 
arte sacra, ao mesmo tempo que foi uma expressão cortesã, refletindo o 
Absolutismo da monarquia no fausto da decoração. Essa grandiosidade 
pode ser explicada pelo contexto histórico, marcado pela reação da Igreja 
à teologia protestante e pela ostentação das cortes que representavam o 
Estado absoluto.
O Barroco foi uma forma de expressão propagandista, em que a arte estava 
diretamente comprometida com a nova realidade (Contrarreforma Católica 
e Absolutismo), promovendo o anúncio dos seus valores. Nas categorias 
artísticas (arquitetura, escultura e pintura), as obras romperam o equilíbrio 
entre o sentimento e a razão, com o predomínio das emoções. 
O Quadro 1, a seguir, apresenta os princípios caracterizantes do 
Barroco, estabelecendo uma comparação com os princípios renascentistas, 
visando à compreensão da revolução formal e conceitual barroca, sem, 
contudo, adentrar em critério de juízo estético em relação às distintas 
produções.
9Barroco
 Fonte: Adaptado de Strickland (2002), Janson e Janson (2009). 
Aspectos Estética renascentista Estética barroca
Racionalidade Profundamente racional: 
Arte é “cosa mentale” (Leo-
nardo da Vinci)
Predominância das emoções
Ornamentação Absolutamente dispensável, 
arte racional, intelectual
Arte emocional e sensual, opu-
lência das formas e excesso de 
ornamentação
Intelectualização Tendência a fixar princípios 
rígidos
Oposição ao intelecto, apelo ao 
emocional ou dramático
Disciplina Estruturas artísticas discipli-
nadas, comedidas, clássicas
Momento de libertação de formas
Religiosidade Interpretação idealizada das 
sagradas escrituras, fechada
Religiosidade ligada a uma visão 
de mundo aberta, combinando 
misticismo e sensualidade
Temperamento Serenidade Arrebatamento
Arquitetura Baseada na geometria, 
lógica, simetria, simplicidade
Cenográfica, populista, atraente, 
com efeitos especiais
Ordens clássicas Utilizadas para enfatizar a 
estabilidade e o equilíbrio
Mestres do Barroco, como Bernini 
e Borromini, retorciam cada coluna 
como um saca-rolhas
Fachadas Achatadas, superfícies 
planas e baixas
Movimentadas, fluidas, com movi-
mentos ondulantes
Simetria Rigorosa Assimetria, noção de espaço infinito, 
movimento contínuo, com o obje-
tivo de tocar os sentidos e despertar 
as emoções
Artes Individualizadas Fundem-se na unidade barroca, 
criando um espetáculo dinâmico, 
colorido e brilhante, que se traduz 
em exaltação
Composição 
pictórica e 
escultórica
Linha central imaginária Linha diagonal imaginária
 Quadro 1. Princípios caracterizantes 
Barroco10
O Barroco europeu consolidou-se como um estilo teatral condizente com 
a nova era, na qual o teatro, a ópera e uma opulenta vida urbana floresciam. A 
Igreja Católica captou rapidamente a mensagem que o teatro e a ópera enviavam: 
desejava-se conquistar o espírito das massas e deter o avanço do protestantismo, 
de modo que se deveria oferecer ao público, nos dias de culto, o equivalente da 
ópera e do teatro. Além da Itália, o Barroco se manifestou de formas diversas 
nos demais países europeus, que não se limitaram a reproduzir as obras italia-
nas, mas sim desenvolveram estilos e ênfases distintas. O Quadro 2, a seguir, 
sintetiza as especificidades do Barroco nos países europeus.
 Fonte: Adaptado de Strickland (2002).Italiano Flamengo Holandês Espanhol Inglês Francês
Auge 1590–1680 1600–1640 1630–1670 1625–1670 1720–1790 1670–1715
Ênfase Obras 
sacras
Altares Retratos, 
naturezas-
-mortas, 
paisagens
Retratos 
da corte
Retratos da 
aristocracia
Paisagens 
clássicas e 
arquitetura 
decorativa
Patronos Igreja Igreja, 
monarca
Povo Monarcas Classe alta Monarcas
Estilo Dinâmico Floreado Virtuoso Realista Contido Pretencioso
Dualidades Drama, 
intensidade, 
movimento
Sensualidade Acurácia 
visual, 
estudos 
de luz
Dignidade Elegância Ordem e 
ornamentos
 Quadro 2. Estilos e ênfases do Barroco nos países europeus 
A arte barroca combinou a técnica avançada da Renascença com a emoção, 
a intensidade e a dramaticidade, fazendo do estilo Barroco o mais suntuoso e 
ornamentado da história da arte, como se observa por meio de suas produções 
escultóricas e pictóricas. 
A linguagem pictórica e escultórica barroca
Enquanto as esculturas renascentistas apresentavam um equilíbrio entre os 
aspectos intelectuais e emocionais, as obras barrocas apagaram esse equi-
11Barroco
líbrio, dando lugar à exaltação dos sentimentos, com formas recobertas de 
efeitos decorativos que expressam o movimento. Nessas obras predominam 
as linhas curvas, a aplicação do dourado, a movimentação e o drapeado 
das vestes. A expressão das fi guras também revela emoções violentas, 
atingindo uma dramaticidade desconhecida nas obras do Renascimento 
(SANTOS, 2000). 
A escultura barroca pode ser representada pelo nome de Gianlorenzo 
Bernini (1598–1680), que deixou sua marca em Roma: suas fontes, suas 
esculturas religiosas e o seu projeto da Basílica de São Pedro são ícones do 
estilo Barroco. Bernini foi escultor, arquiteto, pintor, teatrólogo, compositor, 
cenógrafo de teatro e um brilhante caricaturista.
O Baldaquino da Basílica de São Pedro (1624–1633), em Roma, é um tipo 
de dossel sustentado por colunas, esculpido em bronze dourado e mármore 
multicolorido. Medindo 29 metros de altura, as colunas do Baldaquino se 
contorcem em direção à cúpula, e sua estrutura é recoberta com videiras e 
abelhas entalhadas e coroada por anjos (Figura 5).
Figura 5. (a, b) Baldaquino da Basílica de São Pedro (1624–1633), Roma.
Fonte: (a) St. Peter's Basilica (2007, documento on-line); (b) Baldachin petersdom (2012, documento on-line).
Bernini era um mestre em conseguir resultados dramáticos e emocionantes 
na arte barroca, e suas esculturas conseguem apresentar a “[...] acumulação 
de energia ativa no espaço” (JANSON; JANSON, 2009, p. 256), como se 
pode observar no seu David (1623) (Figura 6). Em comparação ao Davi, de 
Barroco12
Michelangelo, o aspecto barroco da escultura de Bernini é a presença implícita 
de Golias: não estamos à frente de uma figura autônoma, mas de parte de um 
todo, de uma cenografia barroca. Toda a ação de David está dirigida para o 
seu adversário, e ele nos diz com clareza está o seu inimigo. É comum incluir o 
espaço carregado de energia entre David e seu oponente invisível no conteúdo 
da estátua: ele é um “espaço pertencente” à escultura.
Figura 6. David (1623), Galeria Borghese, Roma.
Fonte: Galleria Borghese (2017, documento on-line).
O Êxtase de Santa Teresa (1645–1652) é uma escultura religiosa de Bernini 
que desperta grande emoção religiosa (Figura 7). Com intensa dramaticidade, 
o conjunto escultórico reproduz o momento em que Santa Teresa é visitada por 
um anjo, que lhe fere o peito várias vezes com uma flecha. “Segundo relato da 
própria santa, esses ferimentos que lhe causaram profunda dor, transformaram-
-se na experiência mística do amor de Deus” (SANTOS, 2000, p. 107).
Novamente, o escultor consegue nos envolver emocionalmente quando 
registra o momento em que o anjo segura a flecha, pronto para desferir mais 
um golpe em Santa Teresa. A expectativa despertada no observador é escul-
pida em mármore, no qual Bernini imprimiu a experiência visionária, uma 
sensualidade real (JANSON; JANSON, 2009).
13Barroco
Figura 7. O Êxtase de Santa Teresa (1645 –1652), Capela Cornaro, 
Santa Maria della Vittoria, Roma.
Fonte: Ecstasy of Saint Teresa (2015, documento on-line).
Os artistas italianos assumiram pioneirismo na instauração da nova 
linguagem renascentista, e, naquele período, foram fundadas academias 
de arte para ensinar as técnicas de representação recém-descobertas. Com 
o domínio da representação — logo expandido para os demais países 
europeus —, deve-se também aos italianos a mudança da ênfase da racio-
nalidade para a emoção e do estático para o dinâmico. Em diferentes meios, 
os italianos representaram com excelência o fastígio do Barroco. Se, na 
escultura, reverencia-se Gianlorenzo Bernini, na pintura, Michelangelo 
Merisi, conhecido como Caravaggio (1571–1610) é o mais notável artista 
do Barroco italiano.
Caravaggio se interessava pela beleza que encontrava em modelos inco-
muns — ao contrário da beleza clássica renascentista —, descobertos entre as 
pessoas do povo. Eram geralmente frequentadores das tabernas, vendedores, 
músicos ambulantes, ciganos. Não havia, para o artista, a distinção entre 
beleza e aristocracia (GOMBRICH, 1999).
Barroco14
O que melhor caracteriza a pintura de Caravaggio é o modo revolucionário 
como ele utiliza a luz, fenômeno que foi estudado e assimilado por vários 
outros mestres da pintura barroca. A luz, em Caravaggio, não aparece apenas 
como reflexo da luz natural, mas é intencionalmente criada para dirigir a aten-
ção do observador: o pintor é conhecido como o criador do estilo luminista. 
Um exemplo referencial do emprego da luz feito por Caravaggio é o quadro 
A vocação de São Mateus (1596–15898) (Figura 8).
Figura 8. A vocação de São Mateus (1596–1598).
Fonte: Calling of Saint Matthew (2005, documento on-line).
Ao analisar a Figura 9, percebe-se que a luz que ilumina a cena vem da 
direita, e não da janela, localizada na parede ao fundo, como seria natural. A 
luz dirige o olhar do observador para o grupo de pessoas sentadas ao redor 
da mesa. O contraste de luz e sombra amplia o efeito plástico da pintura, 
conferindo volume aos corpos e destacando-os do fundo: trata-se da virtuo-
sidade do artista na utilização do chiaroscuro (claro-escuro). Como corrobora 
Strickland (2002, p. 48, grifo nosso):
15Barroco
Caravaggio usa a perspectiva de modo a trazer o espectador para dentro da 
ação. O chiaroscuro captura as emoções e intensifica o impacto da cena por 
meio dos contrastes de luz e sombra. Essa encenação não tradicional, teatral, 
joga um único foco de luz crua sobre o tema em primeiro plano para concen-
trar atenção do espectador na força do evento e na reação dos personagens. 
Devido ao fundo escuro adotado por Caravaggio, seu estilo foi chamado il 
tenebroso (estilo “das trevas”).
O Barroco espanhol recebeu influências diretas do Barroco italiano, 
principalmente no uso expressivo da luz e sombra. A pintura espanhola, 
porém, conserva preocupações próprias do espírito nacional, com ênfase no 
domínio técnico e no realismo. Os principais pintores do Barroco espanhol 
são: El Greco (1541–1614), cuja característica é a verticalidade das figuras, e 
Diego Velázquez (1599–1660), que representa as distinções particularizantes 
do Barroco na Espanha. 
Desde muito jovem (com 24 anos), Velázquez foi admitido como pintor 
oficial da corte espanhola, e, a partir de então, passou o resto de sua vida 
pintando a aristocracia da Espanha. Soberbamente talentoso, o artista tam-
bém retratava os tipos populares do seu país, documentando o dia a dia do 
povo naquele momento histórico. Impressionado com a obra de Caravaggio, 
estudou profundamente a aplicação da luz. “[...] mas, em Velázquez a luz tem 
uma função diferente: ela estabelece um clima mais intimista para as cenas 
retratadas” (SANTOS, 2000, p. 111).
Além do realismo e do exímio domínio técnico, o que caracteriza a 
obra de Velázquez é a dignidade com a qual ele retratava seus modelos: 
quer pintasse o rei, quer pintasse o bobo da corte. A rígida tradição formal 
dos retratos danobreza foi humanizada pela pintura do artista, abordando os 
personagens em poses mais naturais, sem acessórios exagerados. “Apesar de 
ser um virtuoso na técnica, Velázquez preferia a moderação à ostentação, o 
realismo ao idealismo” (STRICKLAND, 2002, p. 60).
A obra que exibe de forma mais magistral o estilo amadurecido de Velázquez 
é a imensa pintura As meninas (1656), que representa tanto o retrato de um 
grupo quanto uma cena do cotidiano do pintor em seu estúdio (Figura 9). Na 
pintura, Velázquez retrata-se a si próprio trabalhando em uma enorme tela 
que tem, ao centro, a Princesa Margarida.
Barroco16
Figura 9. As meninas (1656), Museu do Prado, Madri.
Fonte: Meninas (2012, documento on-line).
A dicotomia da tela é curiosa, no espelho, ao fundo da composição, o reflexo 
do rei e da rainha nos colocam em dúvida se eles estariam posando para o pintor 
ou adentrando no aposento para admirar a cena sendo pintada, com a Princesa 
Margarida como modelo. Essa pintura recebeu muitas interpretações e rendeu 
diversas teorias, sendo considerada a obra mais analisada da pintura ocidental. 
Essa obra complexa estabelece um enigma sobre realidade e ilusão, criando 
uma relação duvidosa entre o observador, o pintor e as figuras representadas 
(GOMBRICH, 1999; ECO, 2004).
O maior artista dentre os gênios da Idade de Ouro da pintura holandesa 
(Barroco holandês) foi Rembrandt van Rijn (1606–1669), estimulado desde 
o início de sua vida artística por Caravaggio. Suas pinturas possuem menores 
dimensões, são fortemente iluminadas e revelam um realismo intenso. Rem-
17Barroco
brandt alcançou um enorme sucesso como pintor de retratos, e o trabalho 
da sua fase final se caracteriza por pinturas sérias, introspectivas, em que o 
sombreado implica uma extraordinária profundidade emocional.
O estilo luminista de Caravaggio assume em Rembrandt uma das maiores 
expressões, acrescido de particularidades. “O que dirige nossa atenção nos 
quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas 
a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de 
luminosidade mais intensa” (SANTOS, 2000, p. 113).
Uma das obras mais conhecidas do pintor é A lição de anatomia do Doutor 
Tulp (1632), na qual Rembrandt parece surpreender o professor e os estudiosos 
em plena atividade de dissecação (Figura 10). O artista trabalha habilmente a 
penumbra que indefine os espaços e as gradações de luz — intensa no corpo 
do cadáver e amenizada nos rostos atentos e curiosos dos ouvintes.
Figura 10. A lição de anatomia do Doutor Tulp (1632), Mauritshuis Museum, 
Amsterdam.
Fonte: The Anatomy Lesson (2014, documento on-line).
A técnica de Rembrandt evoluiu dos detalhes minuciosos para figuras em 
maiores dimensões, pintadas com grandes borrões de tinta. O efeito é uma 
superfície irregular, que cria um brilho ao refletir e difundir a luz, ao passo 
que as zonas escuras recebem uma fina camada vidrada, que realça a absorção 
da luz (STRICKLAND, 2002). Pintor, desenhista e gravurista extremamente 
Barroco18
talentoso, Rembrandt pintou cenas bíblicas e históricas em estilo Barroco, com 
requintes e minúcias de detalhes e iluminação dramática.
Nos Países Baixos, predominam duas direções na pintura barroca: uma 
delas manteve como característica as linhas movimentadas e a forte expressão 
emocional; a outra tendência mantém aspectos mais próximos do espírito 
prático e austero da cultura holandesa. Ambas as vertentes são descritivas, 
cujos temas preferidos são as cenas da vida doméstica e social, trabalhadas com 
minucioso realismo. Além de Rembrandt, os principais pintores do Barroco 
nos Países Baixos são: Peter Paul Rubens (1577–1640), com a expressão da 
força das cores quentes; Frans Hals (1582–1666), com o domínio do uso de 
luz e sombra; Johannes Vermeer (1632–1675), representando a beleza delicada 
da vida cotidiana.
As manifestações da arte barroca no Brasil
Os colonizadores portugueses — leigos ou religiosos — foram os responsá-
veis por trazer o Barroco para o Brasil. Seu desenvolvimento pleno ocorre 
cem anos após o surgimento do Barroco na Europa. No brasil, o período de 
incidência do estilo se dá no século XVIII, estendendo-se até as primeiras 
décadas do século XIX.
O estilo se manifestou no Brasil como um híbrido de diversas tendências 
barrocas europeias, e as características do Barroco português dos colonizadores 
somam-se aos aspectos estilísticos do Barroco francês, italiano e espanhol. A 
combinação dos elementos característicos do Barroco das diversas origens foi 
acentuada pelas oficinas, que se multiplicaram no decorrer do século XVII, 
nas quais os mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no 
Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos, produzindo obras que trazem 
a marca incomparável do Barroco brasileiro (2018).
Há, então, um amálgama de elementos populares e eruditos produzidos 
nessas confrarias artesanais, cujo resultado traz à tona outros estilos associados 
ao Barroco nacional, como as formas do Gótico Tardio alemão, presentes 
na obra de Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa, 1730–1814). A partir de 
1760, o Barroco atinge o auge artístico no Brasil, com a particular variação 
rococó no Barroco mineiro.
O catolicismo, no Brasil, estava intimamente relacionado com o estilo 
Barroco — não havia no país outro estilo a ser reproduzido para construir 
uma igreja católica. Os construtores tinham de se adaptar às condições 
geográficas brasileiras: na inexistência de pedras apropriadas para o corte e 
19Barroco
resistentes ao peso acumulado, o mármore tradicional das pedreiras europeias 
deveria ser substituído (a pedra-sabão foi utilizada em larga escala). Além 
disso, o clima tropical, encontrado no país, difere significativamente do 
clima europeu. Mudanças bruscas do tempo, chuva torrencial e altíssimas 
temperaturas exigiram habilidades construtivas diferentes das originais 
europeias (LEMES, 2012).
A edificação de grande parte das obras barrocas no Brasil foi um grande 
laboratório de experimentação, visto que eram necessários estudos de adap-
tação para construir em determinados locais. Conforme afirma Lemes 
(2012, p. 51): 
Era com base em antigos modelos que os profissionais vindos do reino e 
seus colaboradores (caboclos, indígenas e negros) construíam igrejas e 
edifícios públicos. As obras na nova terra funcionavam com protótipos 
para as novas construções; contudo ainda havia variações de acordo com 
o panorama regional. 
Em grande parte da América do Sul, as construções barrocas foram ori-
ginadas pelos jesuítas, que adequavam os projetos a partes das edificações 
militares, extremamente simples e funcionais. Os edifícios portugueses que 
desempenhavam funções de defesa à beira-mar — como os fortes — deram 
origem às plantas baixas das nossas construções barrocas. Em solo brasileiro, 
a liberdade para edificar e propor novos traçados urbanos foi possível, pois 
não havia um tecido urbano pré-existente, como a morfologia das cidades 
medievais da Europa (OLIVEIRA, 2003),
Uma particularidade das igrejas barrocas em todas as regiões do Brasil é 
a iconografia adotada na decoração de seus interiores. Nas igrejas europeias, 
particularmente portuguesas e espanholas, os elementos decorativos eram 
arabescos e ornatos em linhas curvilíneas assimétricas, ao passo que, no 
Brasil, os temas tradicionais são combinados com elementos da flora e da 
fauna, motivos indígenas, trançados e tramas. Lemes (2012) sugere que esse 
fenômeno se deve à proximidade dos indígenas ou à intenção de atrair as 
comunidades para os cultos.
Na época colonial, a cidade de Salvador, na Bahia, assumiu protagonismo 
na construção de igrejas. Grande parte delas eram adaptações de modelos 
portugueses, cujas fachadas típicas possuem duas torres. A Figura 11, a seguir, 
apresenta dois modelos análogos: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos 
Pretos (século XVIII), no Pelourinho, em Salvador, e o Santuário Bom Jesus 
do Monte (início das obrasno século XVII) em Braga, em Portugal.
Barroco20
Figura 11. (a) Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Salvador; (b) San-
tuário Bom Jesus do Monte, Portugal.
Fonte: (a) Pelourinho (2007, documento on-line); (b) Treppenaufgang Bom Jesus do Monte 
(2009, documento on-line).
No início do século XVIII, há algumas manifestações de exuberância das 
fachadas no barroco brasileiro, contudo, trata-se de uma exceção. Mesmo 
no seu período áureo, as igrejas barrocas nacionais — a exemplo das igrejas 
portuguesas — são marcadas pelo contraste entre a simplicidade dos exteriores 
e a opulência decorativa dos interiores. Esse aspecto diz respeito à virtude 
do recolhimento, requisito fundamental à alma cristã, pregado pelos jesuítas. 
“Esses primeiros 30 anos marcam a difusão no Brasil do estilo ‘nacional 
português’, sem grandes variações nas diversas regiões” (BARROCO BRA-
SILEIRO, 2018, documento on-line).
Em meados do século XVIII, inicia-se um período de estagnação na eco-
nomia do Nordeste — com exceção de Pernambuco —, coincidindo com o 
surgimento de um novo centro de produção, localizado no Rio de Janeiro, que 
passa a ser capital da colônia (1763). Simultaneamente, na região de Minas 
Gerais, a descoberta de ouro (1695) e diamante (1730) propicia o florescimento 
dos maiores artistas barrocos brasileiros: Mestre Valentim (1745–1813), no 
Rio de Janeiro, e Aleijadinho (1730–1814), em Ouro Preto e adjacências, em 
Minas Gerais. (MACHADO, 1978)
A riqueza da exploração do ouro trouxe prosperidade para a região de 
Minas Gerais, onde se desenvolveu um núcleo tardio do Barroco riquís-
simo. Além do valor agregado pelo ouro, o requinte da arquitetura ali 
desenvolvida será referência para o Barroco nacional, que passará a ser 
conhecido como Barroco mineiro. A Igreja de São Francisco de Assis 
(1765–1812), em Ouro Preto, é um exemplar incomparável da tradição 
21Barroco
do Barroco mineiro (Figura 12). De acordo com Lemes (2012, p. 53–54): 
“[...] possui um traçado curvilíneo ablongado; as paredes externas ora são 
côncavas ora são convexas; as torres são embutidas no corpo da igreja que 
lembra, segundo os guias turísticos locais, uma caravela de cabeça para 
baixo, em um capricho de Aleijadinho que não esqueceu nem mesmo dos 
canhões nas janelas”. 
Figura 12. (a) Fachada e (b) detalhe da porta da Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto.
Fonte: (a) Façade of S. Francis Church (2016, documento on-line); (b) Porta da da Igreja de São 
Francisco de Assis (2015, documento on-line).
Inaugura-se, então, um estilo conhecido como Rococó mineiro (a par-
tir de 1760), que será a expressão mais original do Barroco brasileiro. As 
associações laicas patrocinavam as construções aspiradas pela extrema 
religiosidade popular, que se manifestavam em um espírito contido e elegante. 
A arquitetura era harmônica e dinâmica, em planos circulares, com graciosa 
decoração de pedra-sabão, a exemplo da Igreja de São Francisco de Assis. 
Os templos intimistas de dimensões singelas e rica decoração interior se 
adequaram à espiritualidade e às condições materiais da população, sendo 
reproduzidos nas demais cidades da região histórica de Minas Gerais (MA-
CHADO, 1978; ETZEL, 1974).
A Igreja de São Francisco de Assis é um exemplo primoroso desse estilo, 
cujo traçado, frontispício, retábulos laterais e do altar-mor, púlpitos e lavabo 
são de autoria de Aleijadinho. O teto da nave recebeu uma pintura ilusionista 
Barroco22
de um dos mais talentosos pintores barrocos, Manoel da Costa Athaide 
(1762–1830). No teto da igreja, Mestre Athaide elaborou uma composição 
em que Nossa Senhora da Porciúncula, com traços mulatos, está cercada por 
anjos músicos (Figura 13). 
Figura 13. (a, b) Teto da Igreja de São Francisco de Assis, pintado por Mestre Athaide.
Fonte: (a) Mestre Ataíde - Glorificação de Nossa Senhora (2015, documento on-line); 
(b) Ataíde – NSPorciúncula (2011, documento on-line).
Aleijadinho representa magistralmente o Rococó mineiro como enta-
lhador, e seu trabalho nessa área contempla, pelo menos, quatro grandes 
retábulos no interior de igrejas em Minas Gerais. Na Igreja Franciscana de 
São João Del Rei (1774–1809), toda talha do retábulo é fortemente escultórica, 
não apenas decorativa (Figura 14). O conjunto realiza uma articulação de 
planos diagonais por meio dos elementos estruturais. A talha exuberante 
se apresenta em todos os altares e púlpitos com influências do Rococó. A 
composição é composta de um grande nicho central para estatuária, com 
outros menores nas laterais. Coroa o conjunto outro dossel, maior, com 
arremate de rocalhas, com grande arranque vertical. Os dois púlpitos, um 
de cada lado da nave, têm dosséis cônicos, onde se apoiam grandes estátuas 
(FRANCISCO LISBOA, 2014).
23Barroco
Figura 14. (a) Altares central e (b) lateral da talha da Igreja Franciscana de São João Del Rei.
Fonte: (a) SFrancis (2011, documento on-line); (b) Igreja de São Francisco de Assis (2015, documento on-line). 
O talento artístico resultante da parceria dos dois artistas mais proeminen-
tes do Barroco mineiro — Manoel da Costa Athaide e Aleijadinho — ficou 
registrado nas esculturas de madeira policromadas no Santuário do Bom Jesus 
dos Matozinhos (1796–1799), em Congonhas do Campo (Figura 15). A partir 
de 1796, é registrada a atividade de Aleijadinho e sua oficina na elaboração 
das 66 estátuas que compõem o conjunto, divididas em seis capelas, que 
apresentam sete dos Passos da Paixão (IPHAN, 1985).
Figura 15. Esculturas de madeira policromadas do Santuário do Bom Jesus dos 
Matozinhos, Congonhas do Campo, Minas Gerais.
Fonte: Prisão de Jesus, Mãos dos Apóstolos e Subida do Calvário (2015, documento on-line).
Barroco24
A maior expressão do Barroco brasileiro ocorreu no Brasil colonial, com 
duração de aproximadamente 300 anos. Como em todo o mundo, despindo-o de 
suas expressões estritamente religiosas, o estilo e suas obras consolidaram-se 
como uma grande arte e objeto de estudos acadêmicos universais. No Brasil, sem 
dúvida os estudos se atêm às cidades históricas e às realizações de Aleijadinho.
O Barroco é o resultado de três séculos de atividades artísticas e construti-
vas: predominantemente arquitetônicas, esculturais, pictóricas e literárias. Seu 
principal objetivo era captar e devolver ao povo a emoção, assimilar a devoção 
e retornar ao público a visão da eternidade por meio da arte. Com materiais 
nobres, como o ouro e o mármore, o Barroco interage com as pessoas. No Brasil, 
a pedra-sabão substituiu os raros mármores, contudo, os sentimentos ainda 
foram despertados, tocados por meio da experiência estética proporcionada 
por esse inigualável estilo.
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27Barroco
HISTÓRIA
DA ARTE
Priscila Farfan Barroso
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
B277h Barroso, Priscila Farfan.
 História da Arte / Priscila Farfan Barroso, Hudson de
 Souza Nogueira ; [revisão técnica: Max Elisandro dos Santos 
 Ribeiro]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 221 p. ; il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-297-3
 1. Arte – História. I. Nogueira, Hudson de Souza.
 II. Título.
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Revisão técnica:
Max Elisandro dos Santos Ribeiro
Licenciatura Plena em História
Especialista em Gestão e Tutoria EaD
Mestre em Educação
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Maneirismo e Rococó
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as características da arte maneirista e os artistas que a 
representam.
 � Reconhecer as características do estilo Rococó e suas influências.
 � Descrever os tipos de manifestações artísticas do estilo Rococó e 
seus principais artistas.
Introdução
A arte Maneirista se desenvolveu em Roma, de 1520 a 1610, exata-
mente na transição do Renascimento para o Barroco. Já o Rococó é um 
movimento artístico que surgiu no século XVIII, em Paris, e se difundiu 
em outros países e até no continente americano.
Neste capítulo, você irá verificar que, no Maneirismo, os pintores de-
formavam a realidade e, no Rococó, faziam uma decoração monumental 
dos ambientes, destacando suavidade, leveza e elegância.
Arte Maneirista e seus artistas
O Maneirismo se desenvolveu em Roma, entre 1520 e 1610. O século XVI, foi 
marcado por mudanças na política, cultura, economia e religião. Na política, a 
Itália invadiu a França, a Alemanha e a Espanha, o que gerou uma alteração no 
equilíbrio das forças do continente, resultando no sangrento Saque de Roma, 
em 1527, o que fez vários artistas e intelectuais fugirem para outros países. 
Em italiano, maneirismo significa “maneira”. Esse termo foi usado pelo 
artista maneirista italiano Giorgio Vasari (1511 - 1574), para se referir à “ma-
neira” como cada artista trabalha e, assim, destacar as peculiaridades desses 
artistas e seu olhar para as contradições do mundo. Segundo Gustav Hocke 
(2005, p. 25), nesse momento “[...] o enigma da contradição se tornou algo 
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obsessivo. O homem e o universo divorciaram-se. Os olhares se perdem no 
labirinto insondável.”.
Criaram, então, uma arte com espirais, labirintos e proporções estranhas, 
que são a marca inconfundível do estilo maneirista. A arte do Maneirismo 
acontece na transição do Renascimento ao Barroco. Com a decadência do 
Renascimento, os artistas passam a desenvolver suas habilidades e técnicas, 
adquiridas nesse período, mas buscando novos elementos para renovar a arte.
Na pintura maneirista, os pintores criam um novo estilo, procurando de-
formar a realidade, valorizando a arte e suas possibilidades de representação. 
As principais característicasda arte maneirista são: 
 � composição com muitas figuras comprimidas em um espaço reduzido, 
resultando em um sentimento de grande tensão permanente transpa-
recendo irreal; 
 � luz incidindo sobre alguns objetos e figuras, produzindo sombras irreais; 
 � os protagonistas da pintura já não mais posicionados no centro da 
perspectiva; 
 � rostos melancólicos e misteriosos; 
 � corpos representados como figuras esguias e alongadas com contrastes 
cromáticos fortes; 
 � expressões fisionômicas densas, acentuando as emoções e os músculos, 
e fazendo contorções impróprias dos seres humanos.
O Maneirismo foi um estilo muito expressivo, um movimento artístico com 
vestígios da arte moderna. Um desses artistas foi Giuseppe Arcimboldo, que 
pintava as cabeças humanas a partir da soma de materiais, vegetais e outros 
artefatos, conforme você pode observar na Figura 1. Hocke interpreta um 
pouco mais a produção desse artista:
Arcimboldo é um exemplo típico de imitazione fantástica em que Praga pin-
tara figuras humanas aproveitando-se de frutas, plantas, animais e de outros 
objetos. [...] Arcimboldo apresenta-se como mestre de uma metamorfose total. 
A força do ‘fantástico’ tem o direito de aproveitar tudo aquilo que é percebido 
pelos sentidos, de reuni-lo, de compô-lo sob nova forma. Arcimboldo não pinta 
coisas tiradas da fantasia, mas ele procura relacionar objetos aparentemente 
incompatíveis (HOCKE, 2005, p. 76).
Maneirismo e Rococó116
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Figura 1. As quatro estações, de Arcimboldo.
Fonte: Ondevivo Delivery (2013).
Outro artista do período maneirista foi Doménikos Theotokópoulos, conhecido 
como El Greco. Ele criou seu próprio estilo, colocando, em suas pinturas, tons 
expressivos e dramáticos; desenhou pessoas com formas tortuosas e alongadas; 
uniu as tradições artísticas europeias e bizantinas; usou a dramaticidade e valo-
rizou as emoções e os sentimentos; fez uso de técnicas de luminosidade, em que 
não possível o observador visualizar a luminosa; supervalorizou as cores; e usou 
temas religiosos, retratos e paisagens. Observe uma de suas obras na Figura 2.
Figura 2. A agonia no jardim, de El Greco.
Fonte: WahooArt (c2017).
117Maneirismo e Rococó
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No link a seguir, veja o programa Pinceladas de arte e 
aprofunde seus conhecimentos sobre a obra O enterro 
do Conde de Orgaz, de El Grego, para compreender as 
peculiaridades desse artista maneirista.
https://goo.gl/EgZDbq
Estilo Rococó e suas características
O Rococó é um movimento artístico que nasceu em Paris no século XVIII. 
Esse movimento surgiu na Europa e migrou para a América, lá permanecendo 
por até meados do século XIX. Para compreender esse movimento, você tem 
que saber que o reinado de Luis XIV, na França, foi autoritário e centralizador, 
de modo que o próprio rei impunha aos artistas da época uma feição mais 
clássica. Neste momento, os clientes desses artistas eram homens de negócios 
e banqueiros, que os incluíam na sociedade aristocrática. 
Portanto, como a produção artística da arte barroca muitas vezes era exa-
gerada e excessiva, buscou-se um novo estilo, que fosse mais elegante e suave. 
Dessa forma, surge o Rococó, que se constitui como um estilo que expressa 
sensualidade, delicadeza, elegância e graça, além de se preocupar com os 
pormenores decorativos. Nesse estilo também foram produzidos quadros 
pequenos e estatuetas de porcelana de uso doméstico, conforme o gosto do 
público aristocrático, como explica Pifano (1995, p. 401): 
A busca do prazer e a consequente temporalidade reduzida ao instante não 
são observadas apenas na pintura. Encontram-se presentes em meio àquela 
sociedade para a qual a arte rococó é produzida, ou seja, a aristocracia e a 
alta burguesia. Assim, inaugura-se o reino dos salões onde a vida mundana 
é consagrada. 
Os elementos que caracterizam o rococó estão na ouriversaria, na pin-
tura e no mobiliário. As cores suaves, as linhas curvas, as festas pomposas, 
nos interiores dos hotéis da aristocracia parisienses, os pintores retratavam, 
evidenciando todas as atitudes e costumes da sociedade com suas alegrias, 
tristezas e prazeres. Conforme Eva Baur (2008, p. 9) “A arte de cultivar e 
Maneirismo e Rococó118
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https://goo.gl/EgZDbq
colocar a questão das aparências superficiais alcança uma maior concentração 
e complexidade no Rococó.”.
O termo Rococó foi formado da palavra francesa rocaille, que significa 
“concha”, em razão da técnica de incrustação de conchas e pedaços de vidro 
para decoração de grutas artificiais. Os temas são escolhidos em função da 
decoração, sendo em geral assuntos sentimentais e leves. Na composição da 
obra, cabe as cores claras, as linhas curvas e a simetria. A novidade desse 
estilo em relação ao momento anterior é destacada na análise de Proença 
(2003, p. 115): 
De fato, pode-se ver no Rococó um desenvolvimento natural do Barroco. Po-
rém, há entre esses dois estilos algumas características bem distintas. As cores 
fortes da pintura barroca, por exemplo, na pintura rococó foram substituídas 
por cores suaves e de tom pastel, como o verde-claro e o cor-de-rosa. Além 
disso, o rococó deixa de lado os excessos de linhas retorcidas que expressam 
as emoções humanas e busca formas mais leves e delicadas.
A arte Rococó mostra a preferência por cores claras, prevalecendo o azul, 
o amarelo e o rosa, que irradiam grande suavidade. A elegância predomina e 
surge a vontade artística de atingir a perfeição. As sedas e as rendas passam a 
vestir as personagens dos quadros e ganham uma expressão significativa. Os 
artistas conseguem o efeito do veludo e a transparência dos vestidos de seda 
que são encontrados, principalmente, em tons pastéis. Observe um exemplo 
na Figura 3.
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Figura 3. A leitora, de Jean Fragonard.
Fonte: Everett – Art/Shutterstock.com.
Os escultores fazem obras de tamanhos menores e com cores luminosas, 
focando em souvenir para lembranças, ao mesmo tempo em que abdicam 
totalmente as linhas do barroco. Os materiais usados nesse momento são o 
gesso e a madeira, uma vez que aceitam cores mais suaves em suas superfícies, 
mas também são produzidas obras em mármore. 
Na França, o estilo Rococó foi reconhecido como patrimônio nacional. Esse 
estilo se difundiu com centros importantes de cultivo na Inglaterra, Áustria, 
Itália e Alemanha, mas perdendo um pouco algumas das características ini-
ciais. Posteriormente, o estilo chegou a Península Ibérica, aos países nórdicos 
e eslavos e, até mesmo, na América.
Em Portugal, o estilo Rococó aparece nos principais domínios artísticos: na 
construção das talhas douradas de certas igrejas, feitas por notáveis artistas, 
e nas esculturas ganítica (de granito), que decoram os edifícios. 
No Brasil, o estilo Rococó teve início no século XIX, nas esculturas de 
madeira e de pedra sabão, na pintura mural e na arquitetura. Os principais 
nomes da escultura do estilo rococó, são o italiano Antonio Corradini, os 
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franceses Guillaume Coustou e Maurice Falconet e o brasileiro Antonio 
Francisco Lisboa, o Aleijadinho, aprendiz do português José Coelho de 
Noronha.
Para saber mais sobre os desdobramentos do estilo Rococó, leia o artigo “A moda do 
século XVIII e sua relação com a arte Rococó na França”, de Laura Ferrazza de Lima (2012). 
Manifestações artísticas do Rococó
A arquitetura no estilo Rococó se deu durante o Iluminismo, entre 1700 e 
1780. Esse estilo, manifestou-se principalmente na decoração dos espaços 
interiores, que eram revestidos de uma decoração minuciosa e muito orna-
mentada, rica em detalhes em grandes ambientes, como demonstra a Figura 
4. Nas grandes construções, nas salas e nos salões, investiu-se nos formatos 
ovais, as paredes foram cobertas com pinturas de cores suaves, luminosas e 
claras. O ambiente ainda

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