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<p>PROBLEMA 1: Para cada problema, uma solução!</p><p>Aluna: Maria Eduarda dos Anjos Silva Ferraz</p><p>Objetivos específicos:</p><p>1- Diferenciar o que é um problema de saúde pública, ação, programa de saúde e</p><p>política pública, exemplificando os principais.</p><p>2- Conhecer os passos para a implantação de uma política pública no Brasil.</p><p>-Gusso, Aguiar, Roquayrol, artigo vitor o que é um problema de saúde pública.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>1- DIFERENCIAR O QUE É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA, AÇÃO, PROGRAMA</p><p>DE SAÚDE E POLÍTICA PÚBLICA, EXEMPLIFICANDO OS PRINCIPAIS.</p><p>Problemas de saúde</p><p>A ideia de problema geralmente traz um sentido de algo negativo que precisa</p><p>ser resolvido ou superado, e isso não é diferente quando se fala, no senso</p><p>comum, em problemas de saúde.</p><p>● Mesmo no âmbito técnico, quando se discutem problemas de saúde,</p><p>referem-se a danos (prejuízos), como mortes, doenças, agravos, sequelas,</p><p>riscos, carências e vulnerabilidade, expressos por meio de taxas e índices</p><p>de desigualdades.</p><p>Ainda assim, a predominância da medicina é de tal ordem que na maioria das vezes</p><p>os danos são confundidos com doenças a serem diagnosticadas, tratadas ou</p><p>prevenidas. Noções como risco, vulnerabilidade e carência só mais recentemente</p><p>têm sido consideradas no conjunto dos problemas de saúde que se referem ao</p><p>estado de saúde de uma população.</p><p>Um problema de saúde pública é uma condição ou situação que afeta a saúde de</p><p>uma grande parte da população e que exige uma resposta coletiva ou</p><p>institucional para ser controlada ou mitigada. Essas questões vão além da saúde</p><p>individual e impactam o bem-estar de comunidades inteiras, podendo ter</p><p>consequências significativas para a sociedade como um todo.</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), problemas de saúde pública</p><p>incluem qualquer condição que represente uma ameaça à saúde coletiva, seja ela</p><p>uma doença transmissível, como epidemias e pandemias (por exemplo, HIV/AIDS,</p><p>tuberculose, COVID-19), ou doenças não transmissíveis, como câncer, doenças</p><p>cardiovasculares, e diabetes. Além disso, problemas de saúde pública também</p><p>englobam questões como a poluição ambiental, falta de saneamento básico,</p><p>condições inseguras de trabalho, desnutrição, e violência .</p><p>Esses problemas geralmente requerem a intervenção de políticas públicas,</p><p>programas de saúde, educação e conscientização, além de esforços de prevenção</p><p>e controle para proteger a saúde da população. Por exemplo, a implementação de</p><p>campanhas de vacinação, programas de controle de tabagismo, e medidas de</p><p>segurança alimentar são respostas comuns a problemas de saúde pública.</p><p>De maneira geral, um problema de saúde pública é identificado pela sua</p><p>capacidade de afetar um grande número de pessoas, causar morbidade e</p><p>mortalidade significativas, e requerer respostas coordenadas que vão além do</p><p>nível individual, envolvendo ações em nível local, regional, nacional ou até</p><p>global.</p><p>Além desses, existem problemas dos serviços ou do sistema de saúde (acesso,</p><p>cobertura, oferta, financiamento etc.) que devem integrar a análise de situação</p><p>de saúde.</p><p>Consequentemente, um problema é sempre relativo, ou seja, o que é um</p><p>problema em um lugar pode não ser em outro, ou o que se considera problema</p><p>no presente pode não ser admitido no passado ou no futuro.</p><p>Assim, define-se problema de saúde como “a representação social de</p><p>necessidades de saúde, derivadas de condições de vida e formuladas</p><p>por um determinado ator social a partir da percepção da discrepância</p><p>entre a realidade vivida e a desejada ou idealizada” .</p><p>PROBLEMA DE SAÚDE: questão social que traz transtornos e que exige</p><p>grande esforço e determinação para ser solucionado.</p><p>“Os problemas de saúde são socialmente construídos.” Esta afirmação quer dizer</p><p>que um problema de saúde é a expressão de demandas de grupos sociais que</p><p>conseguem, de algum modo, apresentar suas questões de maneira organizada e</p><p>sensibilizar outros grupos para atender a suas reivindicações.</p><p>Esses problemas podem se expressar de diferentes modos:</p><p>• pela apresentação de indicadores sociais (saneamento, escolaridade etc.) e de</p><p>saúde (mortalidade, morbidade etc.), em relatórios de gestão, em estudos</p><p>científicos e outros. Os indicadores são utilizados por gestores, políticos,</p><p>profissionais da saúde, mídia e movimentos sociais como argumentos para</p><p>sustentar posições no debate político;</p><p>• pelo surgimento de situações de calamidade e exposição de casos que</p><p>emergem em contextos específicos e que exigem respostas imediatas dos</p><p>governantes, como nas pandemias, a exemplo da Covid-19, catástrofes ambientais</p><p>ou escândalos na assistência;</p><p>• pela pressão e atuação cotidiana dos diferentes grupos e movimentos sociais</p><p>com apresentação de demandas que exploram a necessidade de respostas</p><p>diferenciadas do poder público;</p><p>• por acumulação gradual de conhecimento entre especialistas em dada área da</p><p>política pública;</p><p>• por interesse de alguém que detém o poder de decidir (como o governador) e</p><p>pode pressionar para inclusão ou reconhecimento de um problema que justifique a</p><p>implementação de determinada proposta.</p><p>Nem todos os problemas entram na agenda dos governos; alguns são reconhecidos</p><p>como problemas, mas nunca ganham espaço nos processos decisórios.</p><p>Como se dá a entrada de determinados problemas na agenda do governo?</p><p>Para alguns autores, o processo decisório envolve sempre duas questões: onde</p><p>surge a demanda e quem participa do processo de definição da agenda. Em outras</p><p>palavras, para atingir o status de agenda, um assunto ou tema precisa ser alvo de</p><p>atenções e envolver a interação de uma série de elementos complexos que</p><p>influenciam a decisão, formulação, implementação e avaliação das políticas</p><p>públicas.</p><p>A definição de problemas ocorre, portanto, dentro de determinado contexto de</p><p>organização das instituições públicas, com regras que condicionam o papel das</p><p>elites e dos grupos de interesse.</p><p>Deve-se considerar a “carga de mortalidade, morbidade e sofrimento causados pela</p><p>condição”. Segundo os autores esta carga é caracterizada em duas amplas áreas:</p><p>1. O impacto no indivíduo em termos de anos potenciais de vida perdidos, a</p><p>extensão de incapacidade, dor e desconforto, o custo do tratamento, e o impacto na</p><p>família do indivíduo.</p><p>2. O impacto na sociedade – mortalidade, morbidade e custos do tratamento para a</p><p>sociedade.</p><p>Cabe ainda salientar como possível critério para definir um problema de saúde</p><p>pública o seu potencial epidêmico. Por exemplo, a gripe aviária, embora até o</p><p>momento em que este texto esteja sendo escrito tenha atingido apenas um</p><p>reduzido número de indivíduos, precisa ser tratada como problema de saúde publica</p><p>devido a seu enorme potencial de expansão.</p><p>Dengue: Uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que tem surtos</p><p>sazonais e pode levar a complicações graves e até à morte. A dengue é considerada</p><p>um problema de saúde pública no Brasil devido à sua alta incidência e à</p><p>necessidade de controle contínuo do vetor.</p><p>Obesidade: Um aumento significativo nas taxas de obesidade em uma população</p><p>pode ser visto como um problema de saúde pública devido aos riscos associados,</p><p>como doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outras complicações de saúde.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>Ações de saúde</p><p>Uma ação de saúde pública é qualquer intervenção organizada, planejada e</p><p>executada por instituições governamentais ou organizações não governamentais</p><p>com o objetivo de proteger e melhorar a saúde de uma população. Essas ações</p><p>são projetadas para prevenir doenças, promover a saúde e aumentar a qualidade</p><p>de vida das pessoas por meio de políticas, programas e iniciativas voltadas para</p><p>a comunidade.</p><p>Uma ação é um conjunto de operações, cujos produtos contribuem para os objetivos</p><p>do programa governamental. A ação pode ser um projeto, atividade ou operação</p><p>especial. É uma atividade concreta realizada no âmbito de um programa ou de</p><p>forma isolada, com o objetivo de promover, proteger ou recuperar a saúde da</p><p>população. Por exemplo, a realização de campanhas de vacinação ou</p><p>a distribuição</p><p>de medicamentos gratuitos são ações do SUS que contribuem para a melhoria da</p><p>saúde da população.</p><p>Exemplos:</p><p>● Campanhas de vacinação: Como a campanha de vacinação contra a</p><p>COVID-19, que foi uma ação de saúde pública para imunizar a população e</p><p>controlar a disseminação do vírus.</p><p>● Distribuição de mosquiteiros impregnados de inseticida: Usado em regiões</p><p>endêmicas de malária para reduzir o contato entre humanos e mosquitos</p><p>transmissores da doença.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>Políticas públicas, sociais e de saúde</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS: As políticas públicas têm sido definidas, por alguns</p><p>autores, por sua finalidade, como ações do Estado voltadas para o interesse</p><p>público – coletivo – e as políticas sociais como as políticas que os governos</p><p>desenvolvem voltadas para o bem-estar e a proteção social.</p><p>Uma política pública é um conjunto de princípios, diretrizes, objetivos e</p><p>estratégias estabelecidos pelo governo ou por uma instituição para</p><p>orientar a tomada de decisões e as ações relacionadas à saúde</p><p>pública em nível nacional, estadual ou local.</p><p>Bobbio retoma esse conceito de política, da tradição clássica, e confronta-o com</p><p>aquele predominante na modernidade, em que política diz respeito ao conjunto de</p><p>atividades que têm como referência o Estado.</p><p>Por outro lado, a formulação de políticas pode responder a interesses dos</p><p>diversos grupos e classes sociais que controlam o Estado em determinado</p><p>momento histórico. As políticas de saúde são, nesse sentido, exemplos concretos de</p><p>como as políticas públicas refletem a ação ou a omissão dos Estados ante</p><p>problemas e necessidades de saúde.</p><p>Quando tratamos de políticas públicas, segundo Bobbio, estamos nos referindo a</p><p>um conjunto de disposições, medidas e procedimentos que traduzem a orientação</p><p>política do Estado e que regulam as atividades governamentais relacionadas com as</p><p>tarefas de interesse público, atuando e influindo sobre as realidades econômica,</p><p>social e ambiental.</p><p>Nesse sentido, as políticas públicas podem variar de acordo com o grau de</p><p>diversificação da economia, com a natureza do regime social, com a visão que os</p><p>governantes têm do papel do Estado no conjunto da sociedade e com o nível de</p><p>atuação dos diferentes grupos sociais (partidos, sindicatos, associações de classe</p><p>e outras formas de organização da sociedade).</p><p>POLÍTICAS SOCIAIS: Já as políticas sociais são reconhecidas como uma</p><p>atribuição, definida politicamente, de direitos e deveres legais dos cidadãos. As</p><p>políticas sociais são vistas como uma responsabilidade do Estado que é definida</p><p>politicamente. Isso significa que, por meio de leis e regulamentos, o Estado</p><p>estabelece direitos (o que os cidadãos podem esperar receber) e deveres (o que os</p><p>cidadãos devem cumprir) para garantir o bem-estar social. Essas políticas são</p><p>formalizadas em leis e são obrigatórias, garantindo que os cidadãos tenham acesso</p><p>a certos benefícios, como saúde, educação, previdência social, entre outros. Viana e</p><p>Levcovitz (2005) explicam que esses direitos, garantidos pelas políticas sociais,</p><p>envolvem a transferência de dinheiro e a prestação de serviços públicos.</p><p>Transferência de dinheiro pode incluir benefícios sociais, como pensões, subsídios</p><p>de desemprego ou programas de transferência de renda, que são destinados a</p><p>indivíduos ou grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade ou</p><p>necessidade financeira. Transferência de serviços inclui o fornecimento de serviços</p><p>públicos, como assistência médica, educação pública, moradia e outros programas</p><p>de apoio social. O objetivo dessas transferências é compensar condições de</p><p>necessidade e risco, ou seja, ajudar os cidadãos que estão em desvantagem a terem</p><p>uma vida digna e a superar dificuldades socioeconômicas</p><p>Por fim, a política de saúde é compreendida como a ação ou omissão do Estado,</p><p>enquanto resposta social, diante dos problemas de saúde e seus determinantes</p><p>sociais, ambientais e culturais, bem como em relação à produção, distribuição e</p><p>regulação de bens, serviços e ambientes que afetam a saúde dos indivíduos e da</p><p>coletividade. Portanto, com essas definições é possível apreender que as políticas</p><p>públicas abarcam o conjunto de políticas sociais que são estabelecidas no âmbito de</p><p>um Estado e que a política de saúde corresponde a uma dentre outras políticas</p><p>sociais estabelecidas pelos Estados.</p><p>Políticas de Saúde:</p><p>• Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS): conjunto de estratégias e</p><p>formas de garantir que todos tenham acesso à saúde, independentemente do nível</p><p>socioeconômico. Ela consiste na garantia de um sistema amplo e transversal para</p><p>firmar compromissos com pactos sanitários para melhorar a qualidade de vida</p><p>individual e coletiva do país.</p><p>•Política Nacional de Vigilância em Saúde: política pública que foi criada em 2018</p><p>para direcionar as ações de vigilância em saúde em todos os municípios e estados</p><p>do país. A PNVS propõe práticas de vigilância epidemiológica, vigilância em saúde</p><p>ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e vigilância sanitária.</p><p>• Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados: tem por</p><p>finalidade garantir a autossuficiência do País nesse setor e harmonizar as ações do</p><p>poder público em todos os níveis de governo</p><p>• Política de Saúde Mental: compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo</p><p>país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e</p><p>cuidados específicos em saúde mental</p><p>• Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN): atribui ao Ministério da</p><p>Saúde (MS) o papel de formular políticas de alimentação e nutrição.</p><p>• Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: objetivo geral de</p><p>garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas</p><p>medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o</p><p>desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.</p><p>• Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS): ações voltadas</p><p>para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a partir do diálogo entre a</p><p>diversidade de saberes valorizando os saberes populares, a ancestralidade, o</p><p>incentivo à produção individual e coletiva de conhecimentos e a sua inserção destes</p><p>no SUS.</p><p>• Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente tem modificado a vida de</p><p>milhões e brasileiros por meio da oferta de serviços odontológicos de forma gratuita</p><p>pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil Sorridente está ligado a diversas</p><p>ações e programas do Ministério da Saúde, como o Programa Saúde na Escola,</p><p>Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, Saúde do Trabalhado, Vigilância</p><p>ambiental e Fluoretação das Águas de Abastecimento Público, entre outras.</p><p>Políticas de controle de doenças e enfrentamento de agravos de saúde:</p><p>• Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência:</p><p>adota como expressão desses eventos a morbimortalidade devida ao conjunto das</p><p>ocorrências acidentais e violentas, como acidentes de trânsito, trabalho, quedas,</p><p>envenenamentos, afogamentos, agressões e lesões autoprovocadas.</p><p>• Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC): Tem como</p><p>objetivo reduzir a mortalidade e incapacidade causadas pelo câncer, diminuir a</p><p>incidência de alguns tipos de câncer e melhorar a qualidade de vida dos usuários</p><p>com câncer.</p><p>Políticas voltadas à saúde de segmentos populacionais</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC): abrange os</p><p>cuidados com a criança da gestação aos 9 anos de idade, com especial atenção à</p><p>primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da</p><p>morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de</p><p>existência e pleno desenvolvimento.</p><p>• Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa: conjunto de diretrizes, princípios e</p><p>estratégias estabelecidos pelo governo brasileiro para promover a saúde, o</p><p>bem-estar e a qualidade de vida da população idosa do país.</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres: visa promover a</p><p>saúde e o bem-estar das mulheres, considerando</p><p>suas especificidades e</p><p>necessidades ao longo de todas as fases da vida.</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: que visa promover a</p><p>melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira</p><p>• Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência: tem como objetivo</p><p>promover e proteger a saúde da pessoa com deficiência, por meio da ampliação do</p><p>acesso ao cuidado integral no âmbito do SUS</p><p>• Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas: visa atender às</p><p>especificidades culturais, sociais, territoriais e epidemiológicas das comunidades</p><p>indígenas, proporcionando cuidados de saúde adequados e respeitando seus</p><p>direitos e suas formas de organização social. Essa política serve para garantir que as</p><p>populações indígenas tenham acesso aos serviços de saúde necessários para</p><p>prevenir, tratar e controlar as doenças que afetam suas comunidades, bem como</p><p>para promover a saúde e o bem-estar dessas populações de forma holística e</p><p>integrada.</p><p>• Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora</p><p>• Política Nacional para a População em Situação de Rua</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito</p><p>com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de</p><p>Liberdade no Sistema Prisional no Âmbito do SUS (PNAISP)</p><p>• Política Nacional de Saúde Integral da População Negra</p><p>• Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e</p><p>das Águas (PNSIPCFA)</p><p>• Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e</p><p>Transexuais</p><p>• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Povo Cigano/Romani</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>Programa de saúde:</p><p>Um programa de saúde é uma iniciativa contínua, geralmente de longo prazo,</p><p>desenvolvida por entidades governamentais ou organizações de saúde,</p><p>destinada a alcançar objetivos específicos relacionados à saúde pública. Esses</p><p>programas envolvem uma série de ações coordenadas e organizadas para</p><p>prevenir doenças, promover saúde ou tratar condições de saúde.</p><p>Podemos definir programa de saúde como uma série de intervenções realizadas</p><p>em uma sequência cronológica, com efeitos interdependentes, constituindo uma</p><p>proposta prévia de organização da atenção à saúde individual e para a população</p><p>de um dado território.</p><p>Essa definição conecta a noção de programa a um planejamento anterior das</p><p>intervenções, em que delimitamos tanto quais serão as intervenções e como o</p><p>quanto de cada uma será feito, por quem, com qual relação entre elas e a previsão</p><p>dos recursos necessários para sua realização.</p><p>Programação em saúde também pode ser entendida como um momento do</p><p>planejamento (OPS, 1965). Ao propor um plano para um conjunto de serviços de</p><p>um dado território, a programação responde pela parte mais operacional do</p><p>plano de prestação da atenção pretendida. Nesse caso, vemos a programação</p><p>como parte importante das atribuições do planejamento, ao traduzir, em termos da</p><p>organização, distribuição territorial e quantificação dos procedimentos dos vários</p><p>serviços na sociedade, as propostas assistenciais enunciadas no âmbito da</p><p>política pública, nas leis e normas que resultam das decisões governamentais</p><p>Definição: Um programa de saúde pública é uma intervenção específica ou conjunto de</p><p>intervenções planejadas e implementadas para abordar um problema de saúde</p><p>específico ou alcançar um objetivo de saúde pública.</p><p>• Programa Academia da Saúde: é uma estratégia de promoção da saúde e</p><p>produção do cuidado que funciona com a implantação de espaços públicos</p><p>conhecidos como polos onde são ofertadas práticas de atividades físicas para a</p><p>população. Eixos de ações para serem desenvolvidos nos polos do programa:</p><p>• Práticas corporais e Atividades físicas;</p><p>• Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis;</p><p>• Promoção da alimentação saudável;</p><p>• Práticas integrativas e complementares;</p><p>• Práticas artísticas e culturais;</p><p>• Educação em saúde;</p><p>• Planejamento e gestão; e</p><p>• Mobilização da comunidade.</p><p>• Programa de Apoio à Informatização e Qualificação dos Dados da Atenção</p><p>Primária à Saúde - Informatiza APS: Faz parte da estratégia de saúde digital do</p><p>Ministério da Saúde, o Conecte SUS. O programa vai apoiar a informatização das</p><p>unidades de saúde e a qualificação dos dados da Atenção Primária à Saúde de todo</p><p>o país.</p><p>• Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-</p><p>AB): Tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorarem a</p><p>qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território.</p><p>• Programa Previne Brasil: tem como princípio a estruturação de um modelo de</p><p>financiamento focado em aumentar o acesso das pessoas aos serviços da Atenção</p><p>Primária e o vínculo entre população e equipe, com base em mecanismos que</p><p>induzem à responsabilização dos gestores e dos profissionais pelas pessoas que</p><p>assistem.</p><p>• Programa Bolsa Família (PBF): trata-se de um programa de transferência direta e</p><p>condicionada de renda que, por meio da articulação com outras políticas, atua para</p><p>a superação da pobreza e transformação social das famílias beneficiárias. Hoje, é</p><p>reconhecido internacionalmente por já ter tirado milhões de famílias da fome.</p><p>• Programa Cuida Mais Brasil: tem o propósito de aprimorar a assistência à saúde</p><p>da mulher e à saúde materna e infantil, no âmbito da Atenção Primária à Saúde</p><p>• Programa de Revitalização de Unidades Básicas de Saúde: permite que</p><p>municípios e Distrito Federal recuperem ou conservem equipamentos de saúde no</p><p>território, com o apoio da mão de obra de pessoas privadas de liberdade.</p><p>• Programa Saúde na Escola (PSE): políticas de saúde e educação voltadas às</p><p>crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem</p><p>para promover saúde e educação integral.</p><p>• Programa Saúde na Hora: busca ampliar o acesso aos serviços de Atenção</p><p>Primária à Saúde por meio do funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS)</p><p>ou Unidades de Saúde da Família (USF) em horário estendido.</p><p>● Programa Nacional de Imunização: visa reduzir a transmissão de doenças</p><p>imunopreveníveis, ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de ações</p><p>integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde</p><p>da população brasileira.</p><p>● Programa Nacional de Controle do Tabagismo: tem como objetivo reduzir</p><p>a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada</p><p>ao consumo de produtos derivados do tabaco no Brasil.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>2- CONHECER OS PASSOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA POLÍTICA</p><p>PÚBLICA NO BRASIL.</p><p>A fase de implementação de uma política tem sido considerada o momento crucial</p><p>do ciclo de uma política, em que as propostas se materializam em ação</p><p>institucionalizada mediante a atuação dos operadores da política.</p><p>● objetivos pouco definidos, estratégias não explicitadas, ausência de análise</p><p>de viabilidade, dentre outros, interferem nos resultados alcançados e</p><p>constituem-se em fragilidades no momento de implementação da política,</p><p>levando, inclusive, a novas formulações que podem ser feitas alterando ou</p><p>mesmo rejeitando argumentos previstos na política inicialmente proposta.</p><p>Políticas públicas e sociais e o processo decisório</p><p>A incorporação de problemas na agenda dos governos, ponto de partida para</p><p>elaboração de propostas de políticas públicas e de ação governamental, envolve</p><p>uma série de etapas que têm início com o “reconhecimento” de um assunto pelo</p><p>governo, sendo possível identificar, assim, a forma como ele chega ao debate</p><p>público e como captura a atenção dos elaboradores da política (definição da</p><p>agenda), daí gerando opções de política pública.</p><p>Na década de 1990, Howlett & Ramesh resumiram as fases do processo da</p><p>política em cinco etapas (por eles denominado improved model):</p><p>● montagem da agenda;</p><p>A primeira fase, montagem da agenda, refere-se ao processo de identificar e</p><p>priorizar os problemas que precisam ser abordados pelo governo ou por</p><p>outras</p><p>entidades responsáveis pela formulação de políticas. Nesta fase, os problemas são</p><p>reconhecidos como questões importantes que merecem atenção e ação. A</p><p>montagem da agenda envolve o levantamento de problemas, a mobilização de</p><p>interesses, e a articulação de demandas públicas ou de grupos de pressão que</p><p>ajudem a colocar os problemas na agenda política.</p><p>Exemplo: O aumento das taxas de obesidade infantil pode levar a uma crescente</p><p>preocupação pública e política, fazendo com que o tema seja incluído na agenda</p><p>governamental para desenvolvimento de políticas voltadas para a promoção de</p><p>uma alimentação saudável nas escolas.</p><p>● formulação da política;</p><p>Na fase de formulação da política, as ideias e propostas para resolver os</p><p>problemas identificados são desenvolvidas e detalhadas. Isso inclui a criação de</p><p>alternativas e a análise das possíveis soluções. Nesta etapa, são discutidos os</p><p>objetivos, estratégias e meios para alcançar as metas desejadas. A formulação da</p><p>política envolve a elaboração de propostas, a análise de impactos e a consulta a</p><p>especialistas, stakeholders e o público.</p><p>Exemplo: Após identificar a obesidade infantil como um problema, formuladores de</p><p>políticas podem criar propostas para um novo programa de nutrição escolar que</p><p>inclui a revisão dos cardápios e a implementação de atividades educativas sobre</p><p>alimentação saudável.</p><p>● tomada de decisão;</p><p>A tomada de decisão é a fase em que uma opção específica para resolver o</p><p>problema é escolhida e formalmente aprovada. É aqui que as propostas elaboradas</p><p>na fase de formulação são avaliadas e uma decisão é feita sobre qual política será</p><p>adotada. Esta fase envolve negociação, compromisso e, frequentemente, a</p><p>aprovação de órgãos legislativos ou outras autoridades competentes.</p><p>Exemplo: A proposta de programa de nutrição escolar é revisada e aprovada pelo</p><p>governo, com a definição de recursos orçamentários e a criação de um plano de</p><p>implementação detalhado.</p><p>● implementação;</p><p>Na fase de implementação, a política escolhida é colocada em prática. Isso envolve</p><p>a execução das ações e a aplicação das diretrizes estabelecidas na fase de</p><p>formulação. A implementação pode envolver a criação de programas, a alocação de</p><p>recursos, a contratação de pessoal e a coordenação com outras entidades. A eficácia</p><p>da implementação depende da gestão eficiente, da alocação adequada de recursos</p><p>e do envolvimento dos stakeholders.</p><p>Exemplo: O programa de nutrição escolar é lançado nas escolas com a</p><p>implementação de novos cardápios, treinamento para os funcionários da cozinha</p><p>escolar e campanhas educativas para alunos e pais.</p><p>● avaliação:</p><p>A fase de avaliação é a etapa final, onde a política implementada é monitorada e</p><p>avaliada para verificar se os objetivos estão sendo alcançados e se a política está</p><p>produzindo os efeitos desejados. A avaliação envolve a coleta e análise de dados</p><p>sobre o impacto da política, a identificação de problemas e a recomendação de</p><p>ajustes ou melhorias. Esta fase é crucial para garantir que a política seja eficaz e</p><p>para ajustar a abordagem com base nas evidências obtidas.</p><p>Exemplo: Após a implementação do programa de nutrição escolar, são coletados</p><p>dados sobre a saúde dos alunos, a adesão ao programa e o feedback de pais e</p><p>professores. A análise desses dados pode levar a ajustes no programa para</p><p>melhorar sua eficácia.</p><p>Nesse modelo, sustentaram a ideia de que uma política se inicia a partir da</p><p>percepção de problemas, passa por um processo de formulação de propostas e</p><p>decisão, segue sendo implementada para, enfim, ser avaliada e dar início a um</p><p>novo processo de reconhecimento de problemas e formulação de política.</p><p>Dessa maneira, os modelos explicativos que surgem a partir da ideia de ciclo</p><p>apresentam-se conjugados a perspectivas teóricas que buscam dar sentido às</p><p>análises empreendidas.</p><p>Implementação de uma política</p><p>Fase em que as propostas se materializam em ação institucionalizada mediante</p><p>a atuação dos operadores da política. A fase de implementação não deve ser</p><p>confundida apenas com uma etapa administrativa da política, mas compreendida a</p><p>partir das questões estratégicas, interesses e múltiplos atores que envolve.</p><p>Segundo Bertero (1988), “parte dos problemas de implementação pode ser</p><p>atribuída à ineficiência do aparato administrativo devido a problemas estruturais, à</p><p>falta de qualidade dos recursos humanos e à carência de recursos materiais e</p><p>financeiros”. De fato, um conjunto de aspectos deve ser considerado no processo de</p><p>implementação das políticas, ou seja: condições técnicas, como competência da</p><p>equipe, sistemas de controle, graus de autonomia, redes de comunicação; condições</p><p>políticas, econômicas e sociais (recursos, apoios, grupos de resistência, grupos não</p><p>institucionais); e a forma de execução de atividades (clareza das metas, objetivos,</p><p>diretrizes e responsabilidades dos implementadores).</p><p>Na implementação de uma política está envolvida uma série de agentes, sistemas</p><p>ou atividades da administração pública: o sistema gerencial, os sistemas de</p><p>informação, os agentes implementadores, os sistemas logísticos e operacionais</p><p>(recursos materiais, financeiros), dentre outros.</p><p>Para Hogwood & Gunn (1984), existem pelo menos três motivos que explicariam</p><p>as dificuldades dos processos de implementação das políticas.</p><p>* Em primeiro lugar, o baixo compromisso dos formuladores de políticas com o</p><p>momento de implementação, aceitando que lhes cabe o ônus da elaboração, do</p><p>qual prestam contas. Eles tendem a focar mais na elaboração e na justificativa da</p><p>política, o que envolve planejamento e apresentação de propostas, mas não na</p><p>execução real dessas políticas.</p><p>• Em segundo lugar, uma divisão institucionalizada entre aqueles que formulam e</p><p>os que implementam uma política, sendo os últimos capazes de identificar os</p><p>pontos-chave da operacionalização (conhecimento técnico). Isso pode levar a uma</p><p>falta de entendimento comum ou a uma má comunicação entre as partes,</p><p>resultando em dificuldades na aplicação prática das políticas.</p><p>Exemplo: Um ministério da saúde pode desenvolver diretrizes para um novo</p><p>programa de saúde, mas a execução fica a cargo de profissionais de saúde locais</p><p>que precisam adaptar essas diretrizes às condições reais de trabalho e às</p><p>necessidades da comunidade. Se esses profissionais não foram consultados durante</p><p>a formulação, pode haver falhas na implementação.</p><p>• Em terceiro, a própria complexidade do processo, que demanda um</p><p>conhecimento sólido e prévio das múltiplas variáveis que influem no processo</p><p>político.</p><p>Exemplo: A implementação de um programa de reforma agrária pode ser complexa</p><p>devido à necessidade de lidar com questões legais de propriedade, resistência de</p><p>proprietários de terras, a necessidade de infraestrutura de apoio aos novos</p><p>agricultores, e fatores econômicos como financiamento e mercado para os produtos</p><p>agrícolas.</p><p>Momento de avaliação</p><p>A avaliação de uma política de saúde pode ser considerada o julgamento que se</p><p>faz sobre as práticas relacionadas com qualquer um dos seus componentes.</p><p>OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO</p><p>• definir se determinado programa está tendo os resultados esperados, e por</p><p>esse motivo será mantido, ou para orientar o aperfeiçoamento de uma</p><p>intervenção em curso.</p><p>• A avaliação pode responder também a necessidades de legitimação por parte dos</p><p>gestores, de modo a retardar a tomada de decisões, aumentar o controle sobre a</p><p>intervenção e satisfazer as exigências dos organismos financiadores.</p><p>TIPOS DE AVALIAÇÃO</p><p>• Somativa: A avaliação somativa é realizada geralmente ao final de um programa</p><p>ou política para determinar sua eficácia e sucesso. Seu objetivo principal é subsidiar</p><p>decisões sobre a continuidade ou não de uma política, ou seja, decidir se o</p><p>programa deve ser mantido, ajustado ou descontinuado.</p><p>• Formativa: A avaliação formativa é realizada durante a execução de um</p><p>programa ou política com o objetivo de aperfeiçoar o programa em tempo real.</p><p>Seu foco é identificar e corrigir problemas enquanto o programa ainda está em</p><p>andamento, visando melhorar seu desempenho e eficácia.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO?</p><p>A implantação de políticas e programas de saúde é feita por profissionais da</p><p>saúde de formações diferenciadas (sanitaristas, médicos, odontólogos,</p><p>enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, entre outros), com experiências</p><p>distintas, sociais e profissionais, e com variados níveis de comprometimento com a</p><p>instituição, interagindo em situações políticas também variadas.</p><p>A análise exploratória promove melhor delimitação das perguntas pertinentes,</p><p>que possam ser respondidas no tempo solicitado e com os recursos disponíveis, de</p><p>interesse dos gestores e profissionais envolvidos e que possam, desse modo, ser</p><p>usadas para aperfeiçoamento do programa ou para uma decisão sobre sua</p><p>manutenção, ampliação ou finalização.</p><p>Análise estratégica</p><p>Corresponde à identificação dos objetivos do programa nos documentos oficiais e</p><p>à avaliação de sua pertinência em relação ao problema.</p><p>Implica a resposta à seguinte pergunta: em que medida a intervenção escolhida e</p><p>os objetivos delimitados são adequados para a resolução do problema? Essa</p><p>pergunta possibilita a verificação da consistência do plano.</p><p>Análise lógica</p><p>Consiste na identificação da teoria do programa e, de preferência, em sua</p><p>formalização em um modelo lógico com atenção especial para relações entre o</p><p>problema, seus determinantes, o que o programa faz (a intervenção) e o que se</p><p>espera que alcance (os resultados).</p><p>Nessa vertente, faz-se uma análise da plausibilidade dessas relações, ou seja,</p><p>uma análise lógica da teoria do programa. O modelo lógico, portanto, corresponde a</p><p>uma representação gráfica da teoria do programa.</p><p>Avaliabilidade</p><p>Corresponde ao exame sistemático e preliminar de um programa, em sua teoria e</p><p>prática, para determinar se há justificativa para uma avaliação extensa e/ou para</p><p>melhor delimitar os objetivos do programa, bem como identificar áreas críticas a</p><p>serem priorizadas na avaliação.</p><p>Seu objetivo principal é auxiliar a formulação da pergunta mais pertinente que irá</p><p>orientar uma avaliação sistemática e extensiva do programa.</p><p>Os objetivos de um estudo de avaliabilidade incorporam alguns objetivos da</p><p>análise estratégica e lógica, como:</p><p>a) identificar se os objetivos do programa estão claramente formulados;</p><p>b) discutir as relações entre problemas, objetivos e atividades, verificando a</p><p>possibilidade das atividades para resolver os problemas, tendo em vista seus</p><p>determinantes e os objetivos consistentes com as atividades e os recursos (análise</p><p>estratégica). No entanto, acrescenta outros objetivos especificamente voltados para</p><p>saber se a avaliação pode ser feita e quais são as prioridades da avaliação;</p><p>c) identificar se há concordância entre os diversos profissionais acerca dos objetivos,</p><p>metas e população-alvo do programa;</p><p>d) identificar se há dados disponíveis para avaliação ou se estes podem ser obtidos</p><p>a um custo razoável;</p><p>e) identificar se os formuladores de políticas ou gestores estão aptos ou dispostos a</p><p>usar as informações da avaliação para mudar o programa.</p><p>Etapas para realização da avaliabilidade. Um estudo de avaliabilidade se encerra</p><p>com a elaboração de recomendações.</p><p>O objetivo final das etapas anteriores é reunir informações capazes de:</p><p>(1) identificar áreas para melhoria do programa;</p><p>(2) identificar componentes do programa sobre os quais não se tem informação</p><p>(perguntas para avaliação);</p><p>(3) identificar quais questões de avaliação são plausíveis e úteis ao programa.</p><p>Características ou atributos para avaliação de uma política</p><p>A análise exploratória frequentemente fornece indicações sobre quais aspectos</p><p>devem ser priorizados.</p><p>• Relacionadas com a disponibilidade e distribuição social dos recursos:</p><p>– Cobertura: A cobertura potencial (teoricamente disponíveis) corresponde à oferta,</p><p>e a cobertura real (recursos efetivamente utilizados) corresponde à utilização ou ao</p><p>acesso.</p><p>– Acessibilidade: relação entre os recursos de poder dos usuários e os obstáculos</p><p>impostos pelos serviços de saúde.</p><p>Os recursos de poder podem ser de natureza econômica, social e cultural.</p><p>Já os obstáculos podem ser geográficos (distância, transpor-te), organizacionais</p><p>(existência de filas, tempo de espera injustificável, natureza do acolhimento) ou</p><p>econômicos.</p><p>– Equidade: tratar desigualmente desiguais e priorizar para a intervenção sanitária</p><p>grupos sociais com maiores necessidades de saúde.</p><p>• Relacionadas com o efeito das ações:</p><p>– Eficácia</p><p>– Efetividade</p><p>– Impacto</p><p>• Relacionadas com os custos e a produtividade das ações: eficiência.</p><p>Esse tipo de avaliação tem sido usado tanto como medida da produtividade do</p><p>sistema como de sua relação com os custos.</p><p>• Relacionadas com a adequação das ações ao conhecimento técnico e científico</p><p>vigente: qualidade técnico-científica.</p><p>Avaliação da qualidade – correspondente à adequação das ações ao conhecimento</p><p>técnico e científico vigente.</p><p>Buscar comprovação científica sobre as tecnologias utilizadas na prática médica.</p><p>• Relacionadas com o processo de implantação das ações:</p><p>– Avaliação do grau de implantação e/ou avaliação de processo</p><p>– Análise de implantação – estudos que investigam as relações entre o grau de</p><p>implantação, o contexto e os efeitos das ações.</p><p>A implantação corresponde à operacionalização da política. Dessa maneira, na</p><p>avaliação da implantação indaga-se em que medida o programa está sendo</p><p>executado conforme planejado. Os processos, a maneira pela qual os programas</p><p>são implementados, podem ser tão importantes quanto os resultados. A avaliação</p><p>da implantação de um programa, com objetivos e atividades bem delimitados, pode</p><p>ser realizada inclusive com a participação dos gestores,</p><p>• Características relacionais entre os agentes das ações:</p><p>– Usuário × profissional (percepção dos usuários sobre as práticas, satisfação dos</p><p>usuários, aceitabilidade, acolhimento, respeito à privacidade e outros direitos dos</p><p>cidadãos)</p><p>– Profissional × profissional (relações de trabalho e no trabalho)</p><p>– Gestor × profissional (relações sindicais e de gestão)</p><p>Avaliação da percepção dos usuários sobre os serviços</p><p>A avaliação da percepção dos usuários sobre os serviços corresponde ao</p><p>questionamento sobre as características ou atributos denominados “relacionais” (p.</p><p>ex., acolhimento, garantia dos direitos individuais à privacidade e características das</p><p>relações no trabalho) como componentes da qualidade da atenção e promoção da</p><p>saúde.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Assim, a análise do curso de uma política exige a compreensão da construção</p><p>social do problema que motivou sua formulação, assim como a identificação do</p><p>papel dos sujeitos, grupos e instituições envolvidos, suas disputas, conflitos e</p><p>acordos construídos ao longo das diferentes fases desse processo, e do contexto</p><p>onde a política analisada se desenvolve, influenciado pelos valores, princípios e</p><p>posições assumidas pelos governantes que estão no poder.</p><p>Por fim, a análise das políticas de saúde não é apenas tarefa dos pesquisadores</p><p>dessa temática. Interessa a todos os profissionais de saúde e também aos cidadãos</p><p>– usuários dos serviços de saúde – por ser um dos instrumentos que contribuem</p><p>para assegurar os direitos sociais. Por esse motivo, é fundamental ressaltar a</p><p>importância de se “fazer política”, ou seja, desenvolver cotidianamente o processo</p><p>de diálogo e convencimento dos atores nas várias arenas em que ocorre a</p><p>construção da vontade coletiva de mudanças, construindo o consenso em torno das</p><p>alternativas e estratégias que contemplem a busca de melhoria do desempenho do</p><p>Estado e das organizações públicas de saúde.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>1. Paim JS, Almeida-Filho N. Saúde coletiva: teoria e prática (orgs.). 1. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Medbook; 2014.</p><p>2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de</p><p>Ações Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde</p><p>da Criança: Orientações para implementação. Brasília; 2018.</p><p>3. Costa, JSD, Victora CG. O que é "um problema de saúde pública"? Revista</p><p>Brasileira de Epidemiologia,</p><p>v. 9, n. 1. São Paulo; 2006</p>

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