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<p>ABUSO DE AUTORIDADE</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................................................................................. 3</p><p>DOS SUJEITOS DO CRIME .......................................................................................................................................... 3</p><p>DA AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................. 4</p><p>DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ........................ 4</p><p>Dos Efeitos da Condenação ................................................................................................................................. 4</p><p>Das Penas Restritivas de Direitos ..................................................................................................................... 4</p><p>DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA..................................................................... 5</p><p>DOS CRIMES E DAS PENAS ....................................................................................................................................... 5</p><p>DO PROCEDIMENTO .................................................................................................................................................... 11</p><p>DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................................................................................................................... 11</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................................................................ 13</p><p>DOS SUJEITOS DO CRIME ........................................................................................................................................ 14</p><p>ARTIGO 2º – DOS SUJEITOS DO CRIME ....................................................................................................... 14</p><p>DA AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................ 16</p><p>ARTIGO 3º – DA AÇÃO PENAL – ........................................................................................................................ 16</p><p>DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ....................... 17</p><p>ARTIGO 4º – DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO – .................................................................................. 17</p><p>DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ......................................................................................................... 18</p><p>ARTIGO 5º – DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS – ..................................................................... 18</p><p>DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA.................................................................. 23</p><p>DOS CRIMES E DAS PENAS .................................................................................................................................... 23</p><p>DOS CRIMES EM ESPÉCIE – ................................................................................................................................... 25</p><p>ARTIGO 9º – DECRETAÇÃO DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DE FORMA ILEGAL – ........ 25</p><p>DO PROCEDIMENTO .................................................................................................................................................. 46</p><p>LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE</p><p>LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019</p><p>Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de</p><p>21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº</p><p>8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e</p><p>revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos do</p><p>Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente</p><p>público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las,</p><p>abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.</p><p>§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade</p><p>quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou</p><p>beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.</p><p>§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não</p><p>configura abuso de autoridade.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DOS SUJEITOS DO CRIME</p><p>Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público,</p><p>servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos</p><p>Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,</p><p>compreendendo, mas não se limitando a:</p><p>I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;</p><p>II - membros do Poder Legislativo;</p><p>III - membros do Poder Executivo;</p><p>IV - membros do Poder Judiciário;</p><p>V - membros do Ministério Público;</p><p>VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.</p><p>Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele</p><p>que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.869-2019?OpenDocument</p><p>designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,</p><p>cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA AÇÃO PENAL</p><p>Art. 3º (VETADO).</p><p>Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública</p><p>incondicionada. (Promulgação partes vetadas)</p><p>§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo</p><p>legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia</p><p>substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,</p><p>interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação</p><p>como parte principal.</p><p>§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da</p><p>data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS</p><p>Seção I</p><p>Dos Efeitos da Condenação</p><p>Art. 4º São efeitos da condenação:</p><p>I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz,</p><p>a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos</p><p>causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;</p><p>II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período</p><p>de 1 (um) a 5 (cinco) anos;</p><p>III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.</p><p>Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são</p><p>condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são</p><p>automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.</p><p>Seção II</p><p>Das Penas Restritivas de Direitos</p><p>Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade</p><p>previstas nesta Lei são:</p><p>I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)</p><p>a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;</p><p>III - (VETADO).</p><p>Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou</p><p>cumulativamente.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA</p><p>Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das</p><p>sanções de natureza civil</p><p>conceito de horário noturno, nesse caso,</p><p>não é o mesmo do crime de furto, artigo 155, §1º, do Código Penal.</p><p>Aplicando-se uma interpretação sistêmica, adota-se como conceito de horário</p><p>noturno aquele compreendido entre 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h</p><p>(cinco horas), previsto no art. 22, §1º, III.</p><p>4. INTERROGATÓRIO REALIZADO NO FIM DE SEMANA E/OU FERIADO – O texto</p><p>legal traz a restrição quanto ao horário, nada dispondo sobre dias da semana.</p><p>Desta forma, é perfeitamente possível a realização durante o fim de semana</p><p>ou feriado, desde que respeite a regra disposta no dispositivo legal.</p><p>5. INTERROGATÓRIO INICIADO ANTES DO PERÍODO DE REPOUSO NOTURNO</p><p>(ENTRE 21H E ANTES DAS 5H) – Se o interrogatório for iniciado antes das 21h, mas</p><p>se prologando por após o período, ele deverá ser suspenso e retomado no dia</p><p>seguinte.</p><p>6. O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos</p><p>estados e da União (CNPG) e o Grupo Nacional de Coordenadores de Centro</p><p>de Apoio Criminal (GNCCRIM) –</p><p>ENUNCIADO #12 (art. 18) Ressalvadas as hipóteses de prisão em flagrante e</p><p>concordância do interrogado devidamente assistido, o interrogatório</p><p>extrajudicial do preso iniciado antes, não pode adentrar o período de repouso</p><p>noturno, devendo ser o ato encerrado e, se necessário, complementado no dia</p><p>seguinte.</p><p>ARTIGO 20 –</p><p>=</p><p>ARTIGO 21 – INOBESERVÂNCIA DA SEPARAÇÃO DE PRESOS –</p><p>Lei de Abuso de Autoridade Estatuto da Ordem dos Advogados</p><p>Art. 20. Impedir, sem justa causa, a</p><p>entrevista pessoal e reservada do preso</p><p>com seu advogado:</p><p>Art. 7º, III - comunicar-se com seus</p><p>clientes, pessoal e reservadamente,</p><p>mesmo sem procuração, quando estes se</p><p>acharem presos, detidos ou recolhidos</p><p>em estabelecimentos civis ou militares,</p><p>ainda que considerados incomunicáveis;</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2</p><p>(dois) anos, e multa.</p><p>Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou</p><p>prerrogativa de advogado previstos nos</p><p>incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta</p><p>Lei: (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)</p><p>Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)</p><p>ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.869.</p><p>de 2019)</p><p>Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com</p><p>seu advogado:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou</p><p>o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou</p><p>defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu</p><p>lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de</p><p>interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.</p><p>Art. 21. Manter presos de AMBOS OS SEXOS na mesma cela ou espaço de</p><p>confinamento:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art43.</p><p>ENUNCIADO #13 (art. 21) A violação à regra de separação de custodiados,</p><p>acompanhada de sofrimento físico ou mental do preso, conforme as circunstâncias do</p><p>caso, não tipifica o crime do art. 21 da Lei de Abuso de Autoridade, mas o delito de</p><p>tortura (art. 1º, caput, inciso I, da Lei nº 9.455/97), infração penal equiparada a hediondo,</p><p>sofrendo os consectários da Lei 8.072/1990.</p><p>ARTIGO 22 – VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO POR AUTORIDADE PÚBLICA –</p><p>Incialmente é importante registrar que o legislador visa proteger a dignidade da função</p><p>pública, o prestígio que o poder público desfruta perante os particulares, bem como a</p><p>própria inviolabilidade do domicílio e o direito à intimidade. Nesse sentido, temos o texto</p><p>constitucional, em seu artigo 5º. Vejamos:</p><p>Art. 5º -</p><p>X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,</p><p>assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de</p><p>sua violação;</p><p>Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade</p><p>do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas</p><p>condições, SEM DETERMINAÇÃO JUDICIAL OU FORA DAS CONDIÇÕES</p><p>ESTABELECIDAS EM LEI:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:</p><p>I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a</p><p>imóvel ou suas dependências;</p><p>II - (VETADO);</p><p>III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas)</p><p>ou antes das 5h (cinco horas).</p><p>§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver</p><p>fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de</p><p>flagrante delito ou de desastre.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,</p><p>CRIANÇA OU ADOLESCENTE NA COMPANHIA DE MAIOR DE IDADE OU EM</p><p>AMBIENTE INADEQUADO, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de</p><p>1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).</p><p>XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou</p><p>para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei</p><p>nº 13.105, de 2015) (Vigência)</p><p>Código Penal – Artigo 150, §2º</p><p>Destaca-se que o CP, em seu artigo 150, §2º, trazia uma causa de aumento de pena no</p><p>caso de a autoridade púbica violar domicílio alheio no exercício da função. Vejamos:</p><p>Violação de domicílio</p><p>Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a</p><p>vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas</p><p>dependências:</p><p>Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. (...)</p><p>§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário</p><p>público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades</p><p>estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. (Vide Lei nº 13.869, de 2019) )</p><p>Essa forma majorada prevista no CP, art. 150, §2º, foi revogada expressamente pelo art.</p><p>44 da Nova Lei de Abuso de Autoridade (Art. 44).</p><p>Condutas – O art. 22, caput, traz três núcleos do tipo, três formas verbos, três ações</p><p>praticadas pelo sujeito ativo. Vejamos:</p><p>1. Invadir – A conduta de invadir se configura quando o sujeito ativo usa da força,</p><p>usa de meios violentos. Trata-se do ingresso ostensivo.</p><p>2. Adentrar – A conduta de adentrar ocorre quando o sujeito ativo entra sem usar</p><p>da força, sem usar de meios violentos. Ele entra de forma clandestina ou</p><p>astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante.</p><p>2.1. Entrada clandestina – ocorre quando feito às escondidas; sem ninguém</p><p>saber; oculto.</p><p>2.2. Entrada astuciosa – Trata-se entrada maliciosa, fraudulenta. Ocorre</p><p>quando o sujeito usa de meios para enganar; usa da esperteza, manha, lábia;</p><p>induzindo a vítima em erro. Podemos citar como exemplo o sujeito que se</p><p>passa por guarda sanitário, empregado de empresa de telefonia, de energia</p><p>elétrica.</p><p>2.3. Entrada à revelia da vontade do ocupante – Aqui a entrada ocorre sem o</p><p>consentimento do ocupante do imóvel.</p><p>3. Permanecer – Nessa modalidade de conduta, o sujeito já está dentro do imóvel,</p><p>no entanto se recusa a sair.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art212%C2%A72</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art212%C2%A72</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art44</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#art45</p><p>EXCLUDENTES DE ILICITUDE –</p><p>Art. 22 – § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando</p><p>houver fundados indícios</p><p>que indiquem a necessidade do ingresso em razão de</p><p>situação de flagrante delito ou de desastre.</p><p>O art. 22, §2º, reproduziu o texto constitucional, trazendo hipóteses que não</p><p>configuram crime de abuso de autoridade. Essas hipóteses têm natureza jurídica</p><p>de excludente de ilicitude, pois a lei usa a expressão “não há crime”. Portanto,</p><p>temos, como forma de excludente, o estrito cumprimento do dever legal. Nesse</p><p>casos, não importa o horário, se dia é dia ou noite.</p><p>Excludentes de ilicitude – Prisão em flagrante –</p><p>O Código de Processo Penal (CPP) traz as hipóteses de prisão em flagrante, nos</p><p>seguintes termos:</p><p>Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes</p><p>deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.</p><p>Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:</p><p>I - está cometendo a infração penal;</p><p>II - acaba de cometê-la;</p><p>III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer</p><p>pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;</p><p>IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que</p><p>façam presumir ser ele autor da infração.</p><p>Sobre sua classificação, além de outras, temos as seguintes espécies de flagrante:</p><p>● Flagrante próprio / real / verdadeiro / perfeito / propriamente dito – Art. 302,</p><p>incisos I e II;</p><p>● Flagrante impróprio / irreal / quase-flagrante/ imperfeito – Art.302, inciso III;</p><p>● Flagrante presumido / ficto / assimilado – Art.302, inciso IV;</p><p>Conforme os professores Guilherme Sousa Nucci e Renato Brasileiro, é cabível a invasão</p><p>domiciliar nessas condições em qualquer espécie de prisão em flagrante (Art. 302, I, II,</p><p>III e IV).</p><p>POLICIAIS DEVEM GRAVAR AUTORIZAÇÃO DE MORADOR PARA ENTRADA NA</p><p>RESIDÊNCIA, DECIDE SEXTA TURMA</p><p>Em julgamento realizado nesta terça-feira (2), a Sexta Turma do Superior Tribunal de</p><p>Justiça (STJ) decidiu que os agentes policiais, caso precisem entrar em uma residência</p><p>para investigar a ocorrência de crime e não tenham mandado judicial, devem registrar</p><p>a autorização do morador em vídeo e áudio, como forma de não deixar dúvidas sobre o</p><p>seu consentimento. A permissão para o ingresso dos policiais no imóvel também deve</p><p>ser registrada, sempre que possível, por escrito.</p><p>AO FIRMAR O PRECEDENTE, A SEXTA TURMA ESTABELECEU CINCO TESES</p><p>CENTRAIS:</p><p>1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em termos</p><p>de standard probatório para ingresso no domicílio do suspeito sem mandado</p><p>judicial, a existência de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo objetivo e</p><p>devidamente justificadas, de maneira a indicar que dentro da casa ocorre situação</p><p>de flagrante delito.</p><p>2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de</p><p>natureza permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no</p><p>domicílio onde supostamente se encontra a droga. Apenas será permitido o</p><p>ingresso em situações de urgência, quando se concluir que do atraso decorrente</p><p>da obtenção de mandado judicial se possa, objetiva e concretamente, inferir que</p><p>a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada.</p><p>3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em</p><p>sua casa e a busca e apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser</p><p>voluntário e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação.</p><p>4) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso</p><p>na residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita</p><p>com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar,</p><p>indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação</p><p>deve ser registrada em áudio-vídeo, e preservada tal prova enquanto durar o</p><p>processo.</p><p>5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no</p><p>domicílio alheio resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida,</p><p>bem como das demais provas que dela decorrerem em relação de causalidade,</p><p>sem prejuízo de eventual responsabilização penal dos agentes públicos que</p><p>tenham realizado a diligência.</p><p>ARTIGO 23 –</p><p>Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de</p><p>processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de</p><p>responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a</p><p>responsabilidade:</p><p>O tipo penal do art. 23 da nova lei de abuso de autoridade dispõe de uma forma especial</p><p>da fraude processual do CP, art. 347. Inovar significa modificar ou alterar algo,</p><p>introduzindo uma novidade; artificiosamente significa usar de sutileza, astúcia, a fim</p><p>de enganar. Recurso ou capacidade de obter ou fazer algo. Ou seja, nesse contexto o</p><p>sujeito ativo traz algo novo com o fim de enganar. Vejamos:</p><p>● Inovar artificiosamente o estado de lugar – O agente policial que retira vestígios</p><p>(porta ou janela quebrada) de uma invasão em domicilio.</p><p>● Inovar artificiosamente o estado de coisa – Falsificar um documento que ateste</p><p>que o morador de uma casa autorizou a entrada em domicílio.</p><p>● Inovar artificiosamente o estado de pessoa – Introduzir bebida alcoólica em</p><p>pessoa, simulando que ela estaria embriagada, e que justificaria uso de força no</p><p>momento da prisão.</p><p>O crime poderá ocorrer em três momentos distintos:</p><p>1. Curso da diligência – aqui abrange atos em geral, pertinentes à preparação da</p><p>fase de investigação ou do processo.</p><p>2. Curso da investigação – a investigação diz respeito à fase pré-processual.</p><p>3. Curso do processo –</p><p>Fim específico – Nesse contexto, o agente modifica durante diligência, a investigação</p><p>ou o processo modifica, altera, inova de forma artificiosa o estado de lugar, de coisa ou</p><p>de pessoa. Essa conduta tem por fim:</p><p>1. Eximir-se de responsabilidade – Imagine que uma equipe de policiais troque</p><p>disparo com bandidos, resultando na morte de um deles. Ao policial foi solicitada</p><p>a arma de fogo que ele usava no momento do fato. Ele, no entanto, entrega outra</p><p>arma de fogo, que não aquela, com a finalidade de eximir-se de responsabilidade.</p><p>2. Responsabilizar criminalmente alguém – Imagine que uma equipe de policiais,</p><p>legalmente amparada, esteja executando um mandado de busca e apreensão na</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito</p><p>de:</p><p>I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado</p><p>no curso de diligência;</p><p>II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos</p><p>para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.</p><p>casa de um perigoso bandido, líder de facção criminosa. Na ocasião, não acham</p><p>nada que possa incriminar tal suspeito. Porém, os policiais deixam objetos ilícitos</p><p>(drogas, armas) que contem a digital do bandido com a intenção de</p><p>responsabilizá-lo criminalmente.</p><p>3. Agravar a responsabilidade de alguém – Policiais que trocam arma de</p><p>brinquedo pela arma de fogo para agravar a pena do verdadeiro sujeito que</p><p>praticou um crime de roubo.</p><p>ARTIGO 25 – PRODUÇÃO DE PROVA ILÍCITA –</p><p>O tipo penal em análise pune a autoridade que proceder, ou seja, produzir, realizar,</p><p>executar à obtenção de prova por meio manifestamente ilícito. Essa produção de prova</p><p>ilícita poderá ocorrer em procedimento de:</p><p>● Investigação – Entendido aqui como o inquérito policial, procedimento</p><p>investigatório ou policial;</p><p>● Fiscalização – Entendido aqui como, por exemplo, fiscalização da Receita Federal.</p><p>A obtenção de prova ocorre por meio manifestamente ilícito, que abarca:</p><p>● Prova Ilícita – Essa atenta contra norma constitucional ou penal (natureza</p><p>material).</p><p>● Prova Ilegítima – Essa atenta contra norma processual.</p><p>O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos estados</p><p>e da União (CNPG) e o Grupo Nacional de Coordenadores de Centro de Apoio</p><p>Criminal (GNCCRIM),</p><p>a fim de contribuir com a atividade-fim dos membros do</p><p>Ministério Público na interpretação da Lei de Abuso de Autoridade (Lei n.º</p><p>13.869/2019), emitem os seguintes enunciados:</p><p>ENUNCIADO #16 (art. 25) Ressalvadas situações excepcionais pacificadas, o uso</p><p>da prova derivada da ilícita está abrangido pelo tipo penal incriminador do art.</p><p>25 da Lei de Abuso de Autoridade, devendo o agente ter conhecimento</p><p>Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou</p><p>fiscalização, por meio manifestamente ilícito:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor</p><p>do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.</p><p>inequívoco da sua origem e do nexo de relação entre a prova ilícita e aquela dela</p><p>derivada.</p><p>O tipo penal prevê duas condutas criminosas. Na primeira, prevista no caput, o agente</p><p>atua, age, procede à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou</p><p>fiscalização, por meio manifestamente ilícito. Na segunda, prevista no parágrafo único,</p><p>a lei pune quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio</p><p>conhecimento de sua ilicitude. Em ambos os caso, a pena será detenção, de 1 (um) a 4</p><p>(quatro) anos, e multa.</p><p>Conflito aparente de normas – Há outras leis que trazem condutas criminosas para</p><p>quem produzir provas ilícitas, por exemplo, o artigo 10 e Art. 10-A da Lei de</p><p>interceptação telefônica. Nesses casos, esses artigos prevalecem sobre o crime do art.</p><p>25 da Lei 13.869 de 2019.</p><p>Juizado Especial Criminal – Lei N. 9.099 de 1995 – O tipo penal secundário prevê uma</p><p>pena de detenção de 1 a 4 anos, além da multa. Não se trata de infração de menor</p><p>potencial ofensivo, mas sim de infração de médio potencial ofensivo, pois a pena</p><p>mínima não é superior a 1 ano, sendo cabível, portanto, a suspensão condicional do</p><p>processo (art. 89, Lei 9.099 de 1995)</p><p>ARTIGO 27 – REQUISIÇÃO DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO –</p><p>Requisição de</p><p>procedimento</p><p>investigatório (Art. 27)</p><p>Denunciação caluniosa</p><p>(art. 339, CP)</p><p>Comunicação falsa de</p><p>crime ou de</p><p>contravenção(art. 340)</p><p>Requisitar (...) ou</p><p>instaurar (...)</p><p>Dar causa (...)</p><p>Provocar a ação de</p><p>autoridade (...)</p><p>Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de</p><p>infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer</p><p>indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação</p><p>preliminar sumária, devidamente justificada.</p><p>instauração ou</p><p>procedimento</p><p>investigatório de infração</p><p>penal ou administrativa,</p><p>em desfavor de alguém</p><p>(...)</p><p>(...) à instauração de</p><p>investigação policial, de</p><p>processo judicial,</p><p>instauração de</p><p>investigação</p><p>administrativa, inquérito</p><p>civil ou ação de</p><p>improbidade</p><p>administrativa contra</p><p>alguém (...)</p><p>(...) comunicando-lhe a</p><p>ocorrência de crime ou de</p><p>contravenção que sabe</p><p>não se ter verificado:</p><p>à falta de qualquer indício</p><p>da prática de crime, de</p><p>ilícito funcional ou de</p><p>infração administrativa:</p><p>imputando-lhe crime de</p><p>que o sabe inocente:</p><p>Pena - detenção, de 6</p><p>(seis) meses a 2 (dois)</p><p>anos, e multa</p><p>Pena - reclusão, de dois a</p><p>oito anos, e multa.</p><p>Pena - detenção, de um a</p><p>seis meses, ou multa</p><p>ARTIGO 32 –</p><p>Em resumo, o investigado e seu defensor têm direitos de ter acesso aos autos do</p><p>procedimento investigatório policial já documentado. Porém, se as diligências não</p><p>estiverem concluídas ou ainda em andamento, não há que se falar em comunicação ao</p><p>advogado ou ao investigado. Nesse sentido, a S.V. 14. Vejamos:</p><p>Súmula Vinculante 14 (STF) –</p><p>Súmula Vinculante 14 (STF), assegurando que “é direito do defensor, no interesse</p><p>do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já</p><p>documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com</p><p>competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de</p><p>defesa.”</p><p>Diante do exposto acima, temos as seguintes observações:</p><p>Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de</p><p>investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer</p><p>outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa,</p><p>assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas</p><p>a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo</p><p>sigilo seja imprescindível:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>1. O direito do investigado de ter acesso aos autos não compreende diligências em</p><p>andamento, na exata dicção da Súmula Vinculante 14 do Supremo Tribunal</p><p>Federal. (...) Portanto, é inviável o acesso pela defesa a procedimentos</p><p>investigatórios não concluídos.</p><p>2. Mesmo que o feito seja classificado como sigiloso, é direito o acesso por parte do</p><p>investigado aos elementos probatórios formalmente documentados no inquérito</p><p>– ou procedimento investigativo similar - para o exercício do direito de defesa.</p><p>3. A expressão “acesso amplo” engloba a possibilidade de obtenção de cópias, por</p><p>quaisquer meios, de todos os elementos de prova já documentados, inclusive</p><p>mídias que contenham gravação de depoimentos em formato audiovisual.</p><p>Quanto ao sujeito ativo, temos o Delegado de Polícia ou Promotor de Justiça.</p><p>Sobre as formas de condutas (núcleos do tipo), temos duas:</p><p>1. Negar o acesso aos autos – Nesse núcleo do tipo, a autoridade nega ao</p><p>interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de:</p><p>● Investigação preliminar;</p><p>● Ao termo circunstanciado;</p><p>● Ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração</p><p>penal, civil ou administrativa.</p><p>2. Impedir a obtenção de cópias – Nesse caso, a autoridade permite o acesso,</p><p>porém impede que o interessado ou seu defensor faça cópias.</p><p>O tipo penal traz ressalvas, ou seja, situações que afastam a conduta criminosa. DESSE</p><p>MODO NÃO HAVERÁ O CRIME QUANDO A NEGATIVA DO ACESSO OU IMPEDIMENTO</p><p>SE REFERIR A PEÇAS RELATIVAS A DILIGÊNCIAS EM CURSO, OU QUE INDIQUEM A</p><p>REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS FUTURAS, CUJO SIGILO SEJA IMPRESCINDÍVEL.</p><p>ARTIGO 33 –</p><p>Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de</p><p>fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função</p><p>pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação</p><p>legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28%2814%2ENUME%2E%29%29+E+S%2EFLSV%2E&base=baseSumulasVinculantes&url=http://tinyurl.com/h4l2py5</p><p>ART. 33, PARÁGRAFO ÚNICO – CRIME DE CARTEIRADA –</p><p>O art. 33, parágrafo único tipificou como crime a “Carteirada”. Aqui o sujeito ativo se</p><p>utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir</p><p>de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido. Isto é, o agente</p><p>público quer um tratamento diferenciado, quer um privilégio, quer uma vantagem.</p><p>O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da</p><p>União (CNPG) e o Grupo Nacional de Coordenadores de Centro de Apoio Criminal</p><p>(GNCCRIM), com o objetivo de contribuir com a atividade-fim dos membros do</p><p>Ministério Público na interpretação da Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº</p><p>13.869/2019), emitiram 30 enunciados acerca do tema.</p><p>ENUNCIADO #22 (art. 33) Quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca</p><p>a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter</p><p>vantagem ou privilégio indevido pratica abuso de autoridade (art. 33, parágrafo</p><p>único) se o comportamento não estiver</p><p>atrelado à finalidade de contraprestação</p><p>do agente ou autoridade. Caso contrário, outro será o crime, como corrupção</p><p>passiva (art. 17 do CP).</p><p>ARTIGO 38 –</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>DO PROCEDIMENTO</p><p>ARTIGO 39 – DO PROCEDIMENTO PROCESSUAL</p><p>Os crimes de abuso de autoridade terão seu processo e julgamento realizado de acordo</p><p>com a natureza do tipo penal. Podemos perceber dois tipos de crime quanto à</p><p>potencialidade lesiva. Assim, de acordo com o quantidade de penal, os crimes serão</p><p>Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de</p><p>comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as</p><p>apurações e formalizada a acusação:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.vantagem ou</p><p>privilégio indevido.</p><p>Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei,</p><p>no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941</p><p>(Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.</p><p>processado e julgados pelo Juizado Especial Criminal (Lei nº 9.099, de 26 de setembro</p><p>de 1995) ou pelo Código de Processo Penal (Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de</p><p>1941).</p><p>Quanto à potencialidade lesiva, eles poderão ser classificados como de “infrações de</p><p>menor potencial ofensivo – IMPO” ou “crimes de médio potencial ofensivo”.</p><p>Os crimes previstos na lei de abuso de autoridade que são punidos com pena máxima</p><p>de dois anos são classificados como infrações de menor potencial ofensivo (Art. 61 do</p><p>JECRIM), sendo cabíveis os institutos despenalizadores, como a composição dos danos</p><p>civis, a transação penal, bem como a suspensão do processo. O seu processo seguirá o</p><p>rito procedimento sumaríssimo.</p><p>Já outros crimes tem pena de detenção de 1 ano a 4 anos, sendo classificados como</p><p>crimes de médio potencial ofensivo. Nesses casos, não se aplicam alguns dispositivos</p><p>do JECRIM, como o Termo Circunstanciado (Art. 69), composição dos danos civis (art.</p><p>74), a transação penal (art. 76) e o próprio procedimento sumaríssimo, estes previstos</p><p>apenas para as infrações de menor potencial ofensivo. Porém, como a pena mínima não</p><p>é superior a 1 ano, é cabível a suspensão do processo (art. 89 – JECRIM)</p><p>A doutrina afirma que os crimes de abuso de autoridade são classificados como crimes</p><p>funcionais, uma vez que há uma autoridade pública praticando um crime em</p><p>detrimento da própria administração pública. Em virtude disso, o processo e</p><p>julgamento para os crimes apenas com detenção de 1 a 4 anos, será o previsto no</p><p>Código de Processo Penal, arts. 513 e seguintes. Isto é, será adotado o processo e do</p><p>julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos.</p><p>ou administrativa cabíveis.</p><p>Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta</p><p>funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.</p><p>Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal,</p><p>não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas</p><p>questões tenham sido decididas no juízo criminal.</p><p>Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar,</p><p>a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,</p><p>em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de</p><p>direito.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DOS CRIMES E DAS PENAS</p><p>Art. 9º (VETADO).</p><p>Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade</p><p>com as hipóteses legais: (Promulgação partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de</p><p>prazo razoável, deixar de:</p><p>I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;</p><p>II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder</p><p>liberdade provisória, quando manifestamente cabível;</p><p>III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’</p><p>Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado</p><p>manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Art. 11. (VETADO).</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade</p><p>judiciária no prazo legal:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:</p><p>I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou</p><p>preventiva à autoridade judiciária que a decretou;</p><p>II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde</p><p>se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;</p><p>III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,</p><p>assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das</p><p>testemunhas;</p><p>IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de</p><p>prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo</p><p>justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido</p><p>ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.</p><p>Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou</p><p>redução de sua capacidade de resistência, a:</p><p>I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;</p><p>II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;</p><p>III - (VETADO).</p><p>III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: (Promulgação partes</p><p>vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena</p><p>cominada à violência.</p><p>Art. 14. (VETADO).</p><p>Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de</p><p>função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. (VETADO).</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o</p><p>interrogatório: (Promulgação partes vetadas)</p><p>I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou</p><p>II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público,</p><p>sem a presença de seu patrono.</p><p>Violência Institucional (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos</p><p>a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem</p><p>estrita necessidade: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou</p><p>estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº</p><p>14.321, de 2022)</p><p>§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes violentos,</p><p>gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois</p><p>terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida</p><p>revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>Art. 16. (VETADO).</p><p>Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de</p><p>sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: (Promulgação</p><p>partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por</p><p>interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de</p><p>identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.</p><p>Art. 17. (VETADO).</p><p>Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso</p><p>noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido,</p><p>consentir em prestar declarações:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à</p><p>autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das</p><p>circunstâncias de sua custódia:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento</p><p>ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo</p><p>competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária</p><p>que o seja.</p><p>Art. 20. (VETADO).</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Lei/L14321.htm#art2</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com</p><p>seu advogado: (Promulgação partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o</p><p>investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor,</p><p>por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele</p><p>comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de</p><p>audiência realizada por videoconferência.</p><p>Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de</p><p>confinamento:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança</p><p>ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado,</p><p>observado o disposto na Lei</p><p>nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente).</p><p>Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade</p><p>do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas</p><p>condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:</p><p>I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a</p><p>imóvel ou suas dependências;</p><p>II - (VETADO);</p><p>III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma</p><p>horas) ou antes das 5h (cinco horas).</p><p>§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver</p><p>fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de</p><p>flagrante delito ou de desastre.</p><p>Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de</p><p>processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de</p><p>responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a</p><p>responsabilidade:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:</p><p>I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no</p><p>curso de diligência;</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm</p><p>II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos</p><p>para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.</p><p>Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de</p><p>instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já</p><p>tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua</p><p>apuração:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente</p><p>à violência.</p><p>Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou</p><p>fiscalização, por meio manifestamente ilícito:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do</p><p>investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.</p><p>Art. 26. (VETADO).</p><p>Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de</p><p>infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da</p><p>prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN</p><p>6234) (Vide ADIN 6240)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação</p><p>preliminar sumária, devidamente justificada.</p><p>Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se</p><p>pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a</p><p>imagem do investigado ou acusado:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou</p><p>administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado: (Vide ADIN</p><p>6234) (Vide ADIN 6240)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. (VETADO).</p><p>Art. 30. (VETADO).</p><p>Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa</p><p>causa fundamentada ou contra quem sabe inocente: (Promulgação partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6234&processo=6234</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6234&processo=6234</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6240&processo=6240</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6234&processo=6234</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6234&processo=6234</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6240&processo=6240</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo</p><p>do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução</p><p>ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em</p><p>prejuízo do investigado ou do fiscalizado.</p><p>Art. 32. (VETADO).</p><p>Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de</p><p>investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro</p><p>procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como</p><p>impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em</p><p>curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja</p><p>imprescindível: (Promulgação partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer</p><p>ou de não fazer, sem expresso amparo legal:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função</p><p>pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou</p><p>para obter vantagem ou privilégio indevido.</p><p>Art. 34. (VETADO).</p><p>Art. 35. (VETADO).</p><p>Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em</p><p>quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da</p><p>parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-</p><p>la:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que</p><p>tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento</p><p>ou retardar o julgamento:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Art. 38. (VETADO).</p><p>Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação,</p><p>inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada</p><p>a acusação: (Promulgação partes vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6234&processo=6234</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6240&processo=6240</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>DO PROCEDIMENTO</p><p>Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no</p><p>que couber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de</p><p>Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.</p><p>CAPÍTULO VIII</p><p>DISPOSIÇÕES FINAIS</p><p>Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a</p><p>seguinte redação:</p><p>“Art.2º .......................................................................................................</p><p>........................................................................................................................</p><p>§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão</p><p>temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá</p><p>ser libertado.</p><p>.........................................................................................................................</p><p>§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela</p><p>custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr</p><p>imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação</p><p>da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.</p><p>§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de</p><p>prisão temporária.” (NR)</p><p>Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a</p><p>seguinte redação:</p><p>“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de</p><p>informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,</p><p>sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei:</p><p>Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a</p><p>execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em</p><p>lei.” (NR)</p><p>Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),</p><p>passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:</p><p>“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-</p><p>Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta</p><p>Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à</p><p>ocorrência de reincidência.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7960.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7960.htm#art2%C2%A74a</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7960.htm#art2%C2%A77.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm#art10.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art227a</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art92i</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art92i</p><p>Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá</p><p>da pena aplicada na reincidência.”</p><p>Art. 43. (VETADO).</p><p>Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte</p><p>art. 7º-B: (Promulgação partes vetadas)</p><p>‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos</p><p>incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:</p><p>Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”</p><p>Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e</p><p>o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).</p><p>Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua</p><p>publicação oficial.</p><p>Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e 131o da República.</p><p>JAIR MESSIAS BOLSONARO</p><p>Sérgio Moro</p><p>Wagner de Campos Rosário</p><p>Jorge Antonio de Oliveira Francisco</p><p>André Luiz de Almeida Mendonça</p><p>Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A e retificado em</p><p>18.9.2019</p><p>Anotações</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>_______________________________________________________________________________________</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8906.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13869.htm#derrubadaveto</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8906.htm#art7b</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4898.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art150%C2%A72</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art350</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Ret/L13869-ret.doc</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Ret/L13869-ret.doc</p><p>LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE</p><p>(LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019)</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>A nova lei de abuso de autoridade tipifica como crimes várias condutas que ferem</p><p>diversos direitos e garantias individuas da Constituição Federal de 1988, especialmente</p><p>no art. 5º. A autoridade pública deverá sempre agir de acordo com a legalidade,</p><p>moralidade, impessoalidade, eficiência visando resguardar os direitos</p><p>constitucionalmente previstos. Todos nós, inclusive o Estado, tem interesse no bom</p><p>serviço prestado, no normal funcionamento do serviço público, bem como no prestígio</p><p>que a administração pública tem. Nesse sentido, renasce a nova lei de abuso, que visa</p><p>punir com rigor os agentes públicos que agem em desconformidade com a lei.</p><p>ELEMENTO SUBJETIVO –</p><p>Assim como na antiga lei anterior (Lei N. 4.898 de 1965), os crimes de abuso de</p><p>autoridade são dolosos, não sendo punido na forma culposa. No entanto, a nova lei de</p><p>abuso trouxe um dolo com uma finalidade específica: de prejudicar outrem ou</p><p>beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.</p><p>Ausente o dolo específico, não há que se falar em crime de abuso de autoridade.</p><p>CRIME DE HERMENÊUTICA -</p><p>Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por</p><p>agente público, SERVIDOR OU NÃO, que, no exercício de suas funções ou A</p><p>PRETEXTO DE EXERCÊ-LAS, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.</p><p>§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de</p><p>autoridade quando praticadas pelo agente com a FINALIDADE ESPECÍFICA</p><p>de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por</p><p>mero capricho ou satisfação pessoal.</p><p>§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas</p><p>NÃO CONFIGURA abuso de autoridade.</p><p>Vejamos os seguintes exemplos:</p><p>● Princípio da Insignificância – Imagine que, em virtude de um furto de carnes</p><p>nobres avaliados em R$ 200,00, o Membro do MP, ofereça a denúncia contra o</p><p>sujeito e, na peça acusatória, fundamente seus motivos. O Juiz rejeita a denúncia</p><p>por entender ser aplicável o Princípio da Insignificância. Nesse caso, apesar de</p><p>divergência na interpretação, o Membro do MP não poderá ser responsabilizado</p><p>pelo crime do art. 30 da Lei de Abuso de Autoridade.</p><p>● Súmula Vinculante 25 – Conforme o teor da súmula, “É ilícita a prisão civil de</p><p>depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.” Imagine que um</p><p>Juiz, sabedor do teor da súmula, resolva decretar prisão civil de um desafeto seu</p><p>em virtude dos seus descumprimentos como depositário. Nesse caso, o Juiz</p><p>poderá responder pelo crime do art. 9º.</p><p>✔ Interpretação Esdrúxula – A interpretação esdrúxula, teratológica, absurda não é</p><p>permitida. As divergências devem pautar na razoabilidade. Assim, se o operador</p><p>do direito, da lei, fizer uma interpretação totalmente em desacordo incorrerá no</p><p>crime de abuso de autoridade, se presente o dolo específico.</p><p>✔ Natureza Jurídica</p><p>– Excludente de Tipicidade – O art. 2º, §2º excluirá a tipicidade</p><p>do crime, especificamente no dolo do agente. (GRECO, Rogério; CUNHA, Rogério</p><p>Sanches, Abuso de Autoridade – Lei 13.869/19 , 1ª Ed., Editora JusPodivm, 2019, p.</p><p>19)</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DOS SUJEITOS DO CRIME</p><p>ARTIGO 2º – DOS SUJEITOS DO CRIME</p><p>Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público,</p><p>SERVIDOR OU NÃO, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer</p><p>dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de</p><p>Território, COMPREENDENDO, MAS NÃO SE LIMITANDO A:</p><p>I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;</p><p>II - membros do Poder Legislativo;</p><p>III - membros do Poder Executivo;</p><p>IV - membros do Poder Judiciário;</p><p>V - membros do Ministério Público;</p><p>VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.</p><p>Sujeito ativo próprio –</p><p>Os crimes de abuso de autoridade são classificados como crimes funcionais, uma vez</p><p>que são praticados por autoridade pública e dentre os bens jurídicos protegidos temos</p><p>o regular funcionamento da administração pública.</p><p>Rol Exemplificativo –</p><p>Conforme expressamente previsto no dispositivo, TRATA-SE DE UM ROL</p><p>EXEMPLIFICATIVO, no qual o legislador elencou algumas autoridades que poderão</p><p>praticar o crime de abuso de autoridade.</p><p>Nesse sentido, o mesário eleitoral ENQUADRA-SE DENTRO DO CONCEITO DE AGENTE</p><p>HONORÍFICO e, portanto, poderá responder por abuso de autoridade, tendo em vista</p><p>que é considerado funcionário público apenas para fins penais;</p><p>OUTRO EXEMPLO QUE PODEMOS CITAR É A FIGURA DO DEFENSOR DATIVO, OU</p><p>SEJA, O DEFENSOR NOMEADO.</p><p>Informativo 579 - Defensor Dativo é equiparado a funcionário público para fins</p><p>penais.</p><p>"O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma</p><p>remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública, ENQUADRA-</p><p>SE NO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS.</p><p>AUTORIDADES DE FÉRIAS, DE LICENÇA E FORA DA FUNÇÃO –</p><p>Nesses casos, a autoridade poderá sim praticar crime de abuso de autoridade, uma vez</p><p>que as férias e a licença não extinguem o vínculo funcional com a administração pública.</p><p>No entanto, vale ressaltar que as autoridades devem invocar a qualidade de autoridade</p><p>(Exemplo: exibindo a carteira funcional) e praticar uma das condutas previstas na lei.</p><p>Em razão do cargo – Propter Officium – Não é demais lembrar que a conduta criminosa</p><p>deverá ser cometida em razão do cargo. No exercício da função ou em razão dela.</p><p>AUTORIDADE PÚBLICA APOSENTADO, DEMITIDO OU EXONERADO –</p><p>A autoridade pública que esteja aposentada, demitida ou EXONERADA NÃO PODERÃO</p><p>PRATICAR, SOZINHOS, CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, uma vez que não há mais</p><p>vínculo funcional.</p><p>Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele</p><p>que exerce, AINDA QUE TRANSITORIAMENTE OU SEM REMUNERAÇÃO, por</p><p>eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de</p><p>investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou</p><p>entidade abrangidos pelo caput deste artigo.</p><p>CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE PRATICADO POR PARTICULAR –</p><p>É possível que o particular pratique o crime de abuso de autoridade, DESDE QUE</p><p>ESTEJA M CONCURSO COM UMA AUTORIDADE. No concurso de pessoas, conforme a</p><p>regra exposta no art. 30 do Código Penal, a qualidade de autoridade é elementar do tipo</p><p>e como tal se comunica aos demais coautores ou partícipes. Assim, é possível que um</p><p>particular pratique o deito de abuso de autoridade em concurso de pessoas com</p><p>autoridade pública. Para isso, é necessário que:</p><p>● O particular atue como partícipe ou coautor;</p><p>● O particular saiba da condição da autoridade pública.</p><p>● O particular pratique, em concurso, uma das condutas previstas na lei 13.869 de</p><p>2019.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA AÇÃO PENAL</p><p>ARTIGO 3º – DA AÇÃO PENAL –</p><p>Ação Penal Pública incondicionada –</p><p>AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA –</p><p>O §1º do art. 3º reproduziu o art. 29 do CPP, que trata da ação penal privada subsidiária</p><p>da pública. Ação penal privada subsidiária da pública consiste na autorização</p><p>constitucional (artigo 5º, inciso LIX) que possibilita à vítima ou seu representante</p><p>Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública</p><p>INCONDICIONADA.ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,</p><p>cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste</p><p>artigo.</p><p>Art. 3º (...)</p><p>§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública NÃO FOR INTENTADA</p><p>NO PRAZO LEGAL, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e</p><p>oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,</p><p>fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de</p><p>negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.</p><p>§ 2º A ação privada subsidiária SERÁ EXERCIDA NO PRAZO DE 6 (SEIS) MESES,</p><p>contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.</p><p>legal ingressar, diretamente, com ação penal, por meio do oferecimento da queixa-</p><p>crime, em casos de ações públicas, quando o Ministério Público deixar de oferecer a</p><p>denúncia no prazo legal (artigo 46 do Código de Processo Penal).</p><p>Como podemos perceber, trata-se, na verdade, de controle do órgão ministerial que</p><p>ficou inerte, deixando de atuar. O prazo para o MP oferecer a denúncia está no Código</p><p>de Processo Penal, art. 46. Vejamos:</p><p>CPP – Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, ESTANDO O RÉU PRESO,</p><p>SERÁ DE 5 DIAS, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber</p><p>os autos do inquérito policial, E DE 15 DIAS, SE O RÉU ESTIVER SOLTO OU</p><p>AFIANÇADO. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade</p><p>policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público</p><p>receber novamente os autos.</p><p>IMPOSSIBILIDADE DE AÇÃO SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA –</p><p>Requerimento de novas diligências ultrapassando o prazo para o oferecimento da</p><p>denúncia –</p><p>Caso o MP, ao receber o IP, determine a realização de diligências ultrapassando o prazo</p><p>para o oferecimento da denúncia, NÃO SERÁ PERMITIDA a ação subsidiária a pública,</p><p>pois não houve inércia do MP.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS</p><p>ARTIGO 4º – DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO –</p><p>Art. 4º São efeitos da condenação:</p><p>I - TORNAR CERTA A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR o dano causado pelo crime,</p><p>devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo</p><p>para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por</p><p>ele sofridos;</p><p>II - a INABILITAÇÃO para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo</p><p>período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;</p><p>III - a PERDA do cargo, do mandato ou da função pública.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art16</p><p>ART. 4º, INCISO I – OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR O DANO CAUSADO PELO CRIME –</p><p>✔ Trata-se de um efeito automático;</p><p>✔ Trata-se de um efeito não condicionado à ocorrência de reincidência em crime</p><p>de abuso de autoridade;</p><p>ART. 4º, INCISO II - A INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE CARGO, MANDATO OU</p><p>FUNÇÃO PÚBLICA, PELO PERÍODO DE 1 (UM) A 5 (CINCO) ANOS;</p><p>✔ Trata-se de um efeito NÃO automático;</p><p>✔ Trata-se de um efeito condicionado à ocorrência de reincidência em crime de</p><p>abuso de autoridade;</p><p>✔ Trata-se de efeito secundário, extrapenal, específico e não automático.</p><p>ART. 4º, INCISO III - A PERDA DO CARGO, DO MANDATO OU DA FUNÇÃO PÚBLICA –</p><p>✔ Trata-se de um efeito NÃO automático;</p><p>✔ Trata-se de um efeito condicionado à ocorrência de reincidência em crime de</p><p>abuso de autoridade;</p><p>✔ Trata-se de efeito secundário, extrapenal, específico e não automático.</p><p>Reincidência Específica – Conforme o Parágrafo único do Art. 4º, os efeitos previstos</p><p>nos incisos II e III do caput deste artigo</p><p>são condicionados à ocorrência de reincidência</p><p>em crime de abuso de autoridade. Não é obrigatório que seja no mesmo tipo penal</p><p>(art. 12 x Art. 12), podendo ser qualquer crime da nova lei de Abuso (Art. 10 e Art. 14, por</p><p>exemplo). De modo diverso, não serão aplicados os efeitos extrapenais se o agente for</p><p>condenado por ameaça (art. 147 do CP) e, dentro do prazo depurador de 5 anos, algum</p><p>crime da lei de Abuso.</p><p>SEÇÃO II</p><p>DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS</p><p>ARTIGO 5º – DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS –</p><p>Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são</p><p>condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e</p><p>NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo ser declarados motivadamente na sentença.</p><p>Art. 5º As penas restritivas de direitos SUBSTITUTIVAS das privativas de</p><p>liberdade previstas nesta Lei são:</p><p>PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES –</p><p>✔ As PRDs são substitutivas das privativas de liberdade;</p><p>✔ As PRDs podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente (PRD + PRD)</p><p>✔ Não poderão ser aplicadas cumulativamente com PPL;</p><p>✔ O rol de PRDs na nova lei de abuso é taxativo, isto é, apenas aquelas dos incisos I</p><p>e II.</p><p>✔ Não se confunde (é diferente) com os efeitos da condenação do art. 4º.</p><p>✔ Requisitos para substituição – Como a nova lei de abuso não trouxe os requisitos</p><p>para que haja a substituição, a regra que devemos seguir é aquela do art. 44 do</p><p>CP. Vejamos:</p><p>Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas</p><p>de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)</p><p>I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não</p><p>for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a</p><p>pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)</p><p>II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de</p><p>1998)</p><p>III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do</p><p>condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa</p><p>substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)</p><p>NÃO CABIMENTO EM ALGUNS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE –</p><p>De Acordo com o art. 44, I, do CP, não é cabível a substituição das PRD pelas PPL quando</p><p>o crime for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. Com base nesse</p><p>requisito objetivo, não é cabível tal substituição nos seguintes crimes. Vejamos:</p><p>Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou</p><p>redução de sua capacidade de resistência, a:</p><p>I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;</p><p>II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, PELO PRAZO DE</p><p>1 (UM) A 6 (SEIS) MESES, COM a perda dos vencimentos e das vantagens;</p><p>III - (VETADO).</p><p>Parágrafo único. As penas restritivas de direitos PODEM ser aplicadas</p><p>autônoma ou cumulativamente.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art44.</p><p>I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;</p><p>II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em</p><p>lei;</p><p>III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: (Promulgação partes</p><p>vetadas)</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena</p><p>cominada à violência.</p><p>Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da</p><p>vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer</p><p>nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições</p><p>estabelecidas em lei:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:</p><p>I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o</p><p>acesso a imóvel ou suas dependências;</p><p>Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado</p><p>de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa</p><p>cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime,</p><p>prejudicando sua apuração:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena</p><p>correspondente à violência.</p><p>ROL TAXATIVO –</p><p>O Código Penal dispõe, em seu artigo 43, de várias penas restritivas de direitos.</p><p>Vejamos:</p><p>Penas restritivas de direitos</p><p>Art. 43. As penas restritivas de direitos são:</p><p>I - prestação pecuniária;</p><p>II - perda de bens e valores;</p><p>III - limitação de fim de semana.</p><p>IV - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS;</p><p>V - interdição temporária de direitos;</p><p>VI - limitação de fim de semana.</p><p>Como podemos perceber, a nova Lei de Abuso de Autoridade traz apenas duas</p><p>espécies, quais sejam,</p><p>1. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;</p><p>2. Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)</p><p>a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens (interdição</p><p>temporária de direitos)</p><p>EFEITOS DA CONDENAÇÃO</p><p>(ART. 4º, II)</p><p>PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS</p><p>(ART. 5º, II)</p><p>INABILITAÇÃO PARA EXERCÍCIO</p><p>CARGO</p><p>SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO</p><p>Art. 4º São efeitos da condenação:</p><p>II - a INABILITAÇÃO para o exercício de</p><p>cargo, mandato ou função pública, pelo</p><p>período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;</p><p>Art. 5º, II - suspensão do exercício do</p><p>cargo, da função ou do mandato, PELO</p><p>PRAZO DE 1 (UM) A 6 (SEIS) MESES, COM</p><p>a perda dos vencimentos e das</p><p>vantagens;</p><p>Ocorre a extinção do vínculo funcional Mantém o vínculo funcional</p><p>Proibição de ocupar cargo público Suspensão do exercício do cargo público</p><p>Inabilitação – Pelo período de 1 (um) a 5</p><p>(cinco) anos;</p><p>Suspensão – pelo prazo de 1 (um) a 6</p><p>(seis) meses;</p><p>Depende de reincidência específica em</p><p>crime de abuso de autoridade.</p><p>Vedado aplicar ao reincidente</p><p>EFEITOS DA CONDENAÇÃO</p><p>(ART. 4º)</p><p>PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS</p><p>(ART. 5º)</p><p>ESPÉCIES</p><p>I - tornar certa a obrigação de</p><p>indenizar o dano causado pelo</p><p>crime, (...) ;</p><p>II - a inabilitação para o exercício</p><p>de cargo, mandato ou função</p><p>pública, pelo período de 1 (um) a</p><p>5 (cinco) anos;</p><p>III - a perda do cargo, do</p><p>mandato ou da função pública.</p><p>I - prestação de serviços à</p><p>comunidade ou a entidades</p><p>públicas;</p><p>II - suspensão do exercício do cargo,</p><p>da função ou do mandato, pelo</p><p>prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com</p><p>a perda dos vencimentos e das</p><p>vantagens;</p><p>NATUREZA -</p><p>Por se tratar de um efeito da</p><p>condenação, será aplicada de</p><p>forma simultânea [cumulativa]</p><p>com a Pena Privativa de</p><p>Liberdade!</p><p>Por se tratar penas restritivas de</p><p>direitos, elas irão</p><p>[obrigatoriamente] substituir as</p><p>privativas de liberdade. É vedada</p><p>[Proibida] a aplicação simultânea</p><p>Não irão substituir a Pena</p><p>Privativa de Liberdade!</p><p>de Pena Privativa de Liberdade</p><p>com Penas Restritivas de Direitos.</p><p>É permitida a aplicação simultânea</p><p>[cumulada] de duas Penas</p><p>Restritivas de Direitos.</p><p>OBSERVAÇÕES</p><p>Art. 4º, I -</p><p>Tornar certa</p><p>a obrigação</p><p>de indenizar</p><p>o dano</p><p>causado</p><p>pelo crime</p><p>[...]</p><p>✔ É efeito secundário extrapenal e automático da condenação.</p><p>✔ Não depende de reincidência em crime de abuso.</p><p>✔ Não é classificado com Penas Restritivas de Direitos.</p><p>✔ Aplicado de forma simultânea [cumulada] com a Pena Privativa</p><p>de Liberdade!</p><p>Art. 4º, II e III</p><p>–A</p><p>inabilitação</p><p>e a perda do</p><p>cargo [...]</p><p>✔ É efeito secundário extrapenal da condenação.</p><p>✔ Trata-se de efeito NÃO AUTOMÁTICO, devendo ser declarado</p><p>motivadamente na sentença</p><p>✔ Depende de reincidência em crime de abuso.</p><p>✔ Não é classificado com Penas Restritivas de Direitos.</p><p>✔ Aplicado de forma simultânea [cumulada] com a Pena Privativa</p><p>de Liberdade!</p><p>Art. 4º, I e II</p><p>–</p><p>A prestação</p><p>de serviços</p><p>à</p><p>comunidade</p><p>e a</p><p>suspensão</p><p>[ ...]</p><p>✓ É efeito primário [principal] da condenação – É classificado com</p><p>Penas Restritivas de Direitos.</p><p>✔ Depende do preenchimento dos requisitos do art. 44 do Código</p><p>Penal.</p><p>✔ A lei de abuso de autoridade somente prevê essas duas formas</p><p>de PRDs (Rol taxativo).</p><p>✔ É vedado aplicar ao reincidente em crime de abuso.</p><p>✔ É vedado aplicar de forma simultânea [cumulada] com a PPL.</p><p>✔ É permitida a aplicação simultânea [cumulada] de duas Penas</p><p>Restritivas de Direitos.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA</p><p>Princípio da independência das Instâncias – Um mesmo ato irregular pode configurar</p><p>ilícito penal, administrativo e civil. Cada ato irregular será julgado na respectiva instância,</p><p>ou seja, preserva-se a independência das instâncias civil, administrativa e penal.</p><p>A regra é que as instâncias são, de fato, independentes. No entanto a sentença penal irá</p><p>vincular as esferas civil e administrativa quando ocorrer uma das seguintes hipóteses a</p><p>seguir: fato inexistente ou negativa de autoria.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DOS CRIMES E DAS PENAS</p><p>CLASSIFICAÇÃO GERAL –</p><p>✔ Sujeito passivo – Crime de dupla subjetividade passiva – Temos dois sujeitos</p><p>passivos: Estado e a pessoa física. Assim, temos:</p><p>✔ Bem Jurídico Protegido – Crime Pluriofensivo – Cada um dos tipos penais protege</p><p>um bem jurídico previsto na Constituição Federal de 1988, ou seja, os direitos e</p><p>garantias fundamentais. Dentre eles, temos: regular funcionamento da</p><p>administração pública; administração pública em sentido amplo, honra da pessoa;</p><p>patrimônio; integridade Física; liberdade de Locomoção etc.</p><p>Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas INDEPENDENTEMENTE das</p><p>SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL OU ADMINISTRATIVA CABÍVEIS.</p><p>Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta</p><p>funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.</p><p>Art. 7º As responsabili6dades civil e administrativa SÃO INDEPENDENTES da</p><p>criminal, NÃO SE podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do</p><p>fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.</p><p>Art. 8º FAZ COISA JULGADA em âmbito cível, assim como no administrativo-</p><p>disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado</p><p>de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou</p><p>no exercício regular de direito.</p><p>✔ Elemento Subjetivo – Crime doloso! Dolo com fim específico! Não sendo punido na</p><p>forma culposa.</p><p>✔ Ação Penal – Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada.</p><p>✔ Pena Privativa de liberdade –</p><p>▪ Todos os crimes de abuso de autoridade são punidos com detenção.</p><p>▪ Não há na lei de abuso nenhum crime punido com reclusão.</p><p>✔ Pena de multa –</p><p>▪ Todos os crimes da Lei nova lei de abuso são punidos cumulativamente com</p><p>pena de multa. Ou seja, além da pena privativa de liberdade, temos a previsão</p><p>da multa.</p><p>✔ Quantidade da Pena – A nova lei de abuso de autoridade previu dois patamares de</p><p>pena:</p><p>▪ Detenção de 6 meses a 2 anos, e multa;</p><p>▪ Detenção de 1 ano a 4 anos, e multa.</p><p>▪ Art. 15 – Violência Institucional – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e</p><p>multa.</p><p>✔ Causas de aumento e diminuição de pena –</p><p>▪ Art. 15 – Violência Institucional – Dtenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e</p><p>multa.</p><p>✔ Forma qualificada –</p><p>✔ Juizado Especial Criminal – Lei N. 9.099 de 1995 – Alguns crimes previstos na lei</p><p>de abuso de autoridade são punidos com pena máxima de dois anos. Portanto são</p><p>considerados IMPOs (art. 61 do JECRIM), sendo cabíveis os institutos</p><p>despenalizadores, como a composição dos danos civis, a transação penal, bem</p><p>como a suspensão do processo. Já outros crimes tem pena de detenção de 1 ano a</p><p>4 anos. Como a pena mínima não é superior a 1 ano, é cabível a suspensão do</p><p>processo.</p><p>✔ Competência – Como regra, a competência será da Justiça Estadual. No entanto,</p><p>são da competência da Justiça Federal quando praticados contra o sistema</p><p>financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou</p><p>interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;</p><p>DOS CRIMES EM ESPÉCIE –</p><p>ARTIGO 9º – DECRETAÇÃO DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DE FORMA ILEGAL –</p><p>SUJEITO ATIVO –</p><p>O sujeito ativo do art. 9º., “caput”, da Lei de Abuso de Autoridade, diferentemente</p><p>do parágrafo único, não alcança somente autoridade judiciária. O verbo nuclear</p><p>“decretar” tem o sentido de determinar, decidir e ordenar medida de privação da</p><p>liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais.</p><p>PRIVAÇÃO DA LIBERDADE</p><p>VÍTIMA: ADULTO</p><p>[ MAIOR DE 18 ANOS]</p><p>VÍTIMA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE</p><p>[MENOR DE 18 ANOS]</p><p>LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ESTATUTO DA CRIANÇA E</p><p>ADOLESCENTE</p><p>Art. 9º Decretar medida de privação da</p><p>liberdade em manifesta</p><p>desconformidade com as hipóteses</p><p>legais:</p><p>Art. 230. Privar a criança ou o adolescente</p><p>de sua liberdade, procedendo à sua</p><p>apreensão sem estar em flagrante de ato</p><p>infracional ou inexistindo ordem escrita</p><p>da autoridade judiciária competente:</p><p>Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta</p><p>desconformidade com as hipóteses legais:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de</p><p>prazo razoável, deixar de:</p><p>I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;</p><p>II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder</p><p>liberdade provisória, quando manifestamente cabível;</p><p>III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena</p><p>a autoridade judiciária que, dentro de</p><p>prazo razoável, deixar de:</p><p>I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;</p><p>II - substituir a prisão preventiva por</p><p>medida cautelar diversa ou de conceder</p><p>liberdade provisória, quando</p><p>manifestamente cabível;</p><p>III - deferir liminar ou ordem de habeas</p><p>corpus, quando manifestamente cabível.</p><p>Parágrafo único. Incide na mesma pena</p><p>aquele que procede à apreensão sem</p><p>observância das formalidades legais.</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)</p><p>anos, e multa.</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois</p><p>anos.</p><p>ARTIGO 9º PARÁGRAFO ÚNICO –</p><p>quando manifestamente cabível – Art. 9, parágrafo único, II</p><p>Determina o CPP, em seu art. 310, inciso II, que, após receber o auto de prisão em</p><p>flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da</p><p>prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do</p><p>acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o</p><p>membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,</p><p>fundamentadamente: converter a prisão em flagrante em preventiva, quando</p><p>presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem</p><p>inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou</p><p>Ainda assim, o art. 321, afirma que ausentes os requisitos que autorizam a</p><p>decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória,</p><p>impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e</p><p>observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.</p><p>Art. 9º (...) Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que,</p><p>dentro de prazo razoável, deixar de:</p><p>I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;</p><p>II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder</p><p>liberdade provisória, quando manifestamente cabível;</p><p>III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art319.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282.</p><p>Art. 9º (...) Parágrafo único, inciso III – Incorre na mesma pena a autoridade judiciária</p><p>que, dentro de prazo razoável, deixar de deferir liminar ou ordem de habeas corpus,</p><p>quando manifestamente cabível –</p><p>Constituição Federal de 1988 – Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á "habeas-</p><p>corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou</p><p>coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;</p><p>CPP – Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar</p><p>na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo</p><p>nos casos de punição disciplinar.</p><p>Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:</p><p>I - quando não houver justa causa;</p><p>II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;</p><p>III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;</p><p>IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;</p><p>V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a</p><p>autoriza;</p><p>VI - quando o processo for manifestamente nulo;</p><p>VII - quando extinta a punibilidade.</p><p>ARTIGO 10 – DECRETAÇÃO DE CONDUÇÃO COERCITIVA DE TESTEMUNHA OU</p><p>INVESTIGADO –</p><p>ANÁLISE DAS CONDUTAS NO DISPOSITIVO LEGAL – Esse dispositivo legal traz como</p><p>crime a decretação de condução coercitiva. Ele poderá ser praticado de duas formas:</p><p>1. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente</p><p>descabida.</p><p>2. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado, embora seja</p><p>cabida, sem prévia intimação de comparecimento ao juízo.</p><p>Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado</p><p>manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao</p><p>juízo:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa</p><p>Sujeito Passivo – De acordo com o dispositivo legal, o sujeito passivo direto, imediato e</p><p>eventual é a testemunha ou investigado. Vale reforçar que o dispositivo não abrange</p><p>como sujeitos passivos:</p><p>1. Acusado –</p><p>2. Ofendido (art. 201, §1º do CPP) –</p><p>3. Perito (art. 278 do CPP) –</p><p>O CNPG e o Grupo Nacional de Coordenadores de Centro de Apoio Criminal</p><p>(GNCCRIM) emitiram os seguintes enunciados:</p><p>ENUNCIADO #6 (art. 10) – Os investigados e réus não podem ser conduzidos</p><p>coercitivamente à presença da autoridade policial ou judicial para serem</p><p>interrogados. Outras hipóteses de condução coercitiva, mesmo de investigados</p><p>ou réus para atos diversos do interrogatório, são possíveis, observando-se as</p><p>formalidades legais</p><p>ENUNCIADO #7 (art. 10) – A condução coercitiva pressupõe motivação e</p><p>descumprimento de prévia notificação.</p><p>ARTIGO 12 – NÃO COMUNICAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE –</p><p>Art. 12. Deixar INJUSTIFICADAMENTE de comunicar prisão em flagrante à</p><p>autoridade judiciária no PRAZO LEGAL:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:</p><p>I - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a execução de prisão temporária ou</p><p>preventiva à autoridade judiciária que a decretou;</p><p>II - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a prisão de qualquer pessoa e o local</p><p>onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;</p><p>III - deixa de entregar ao preso, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO) HORAS, a</p><p>nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do</p><p>condutor e das testemunhas;</p><p>IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária,</p><p>de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem</p><p>motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura</p><p>IMEDIATAMENTE após recebido ou de promover a soltura do preso quando</p><p>esgotado o prazo judicial ou legal.</p><p>ARTIGO 12, CAPUT – NÃO COMUNICAÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE –</p><p>ASSIM, TEMOS OS SEGUINTES PRAZOS:</p><p>● Comunicação ao Juiz sobre a prisão em flagrante, dentro do prazo legal.</p><p>● Encaminhamento em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão do</p><p>auto de prisão em flagrante ao juiz competente.</p><p>● Entrega da nota de culpa em até 24 (vinte e quatro) horas ao preso, mediante</p><p>recibo.</p><p>NÃO COMUNICAÇÃO DA PRIVAÇÃO DA LIBERDADE</p><p>VÍTIMA: ADULTO</p><p>[ MAIOR DE 18 ANOS]</p><p>VÍTIMA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE</p><p>[MENOR DE 18 ANOS]</p><p>LEI DE ABUSO DE</p><p>AUTORIDADE</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE</p><p>Art. 12. Deixar</p><p>injustificadamente de</p><p>comunicar prisão em</p><p>flagrante à autoridade</p><p>judiciária no prazo legal:</p><p>Parágrafo único. Incorre</p><p>na mesma pena quem:</p><p>I - deixa de comunicar,</p><p>imediatamente, a</p><p>execução de prisão</p><p>temporária ou preventiva</p><p>à autoridade judiciária</p><p>que a decretou;</p><p>II - deixa de comunicar,</p><p>imediatamente, a prisão</p><p>de qualquer pessoa e o</p><p>local onde se encontra à</p><p>sua família ou à pessoa</p><p>por ela indicada;</p><p>Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela</p><p>apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata</p><p>comunicação à autoridade judiciária competente e à</p><p>família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:</p><p>Pena - detenção, de 6</p><p>(seis) meses a 2 (dois)</p><p>anos, e multa.</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>PRAZOS NA NOVA LEI</p><p>DE ABUSO DE AUTORIDADE</p><p>DEIXAR DE FAZER PREVISÃO LEGAL</p><p>Art. 9º (...) Parágrafo único. Incorre na mesma pena a</p><p>autoridade judiciária que, DENTRO DE PRAZO</p><p>RAZOÁVEL, deixar de:</p><p>NO PRAZO RAZOÁVEL</p><p>I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;</p><p>II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar</p><p>diversa ou de conceder liberdade provisória, quando</p><p>manifestamente cabível;</p><p>III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando</p><p>manifestamente cabível.</p><p>NO PRAZO LEGAL Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em</p><p>flagrante à autoridade judiciária no PRAZO LEGAL:</p><p>IMEDIATAMENTE</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:</p><p>I - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a execução</p><p>de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária</p><p>que a decretou;</p><p>II - deixa de comunicar, IMEDIATAMENTE, a prisão de</p><p>qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família</p><p>ou à pessoa por ela indicada;</p><p>IV - prolonga a execução de pena privativa de</p><p>liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de</p><p>medida de segurança ou de internação, deixando, sem</p><p>motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de</p><p>soltura IMEDIATAMENTE após recebido ou de promover a</p><p>soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.</p><p>PRAZO DE</p><p>24 HORAS</p><p>Art. 12, Parágrafo único, III - deixa de entregar ao preso, NO</p><p>PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO) HORAS, a nota de culpa,</p><p>assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os</p><p>nomes do condutor e das testemunhas;</p><p>ARTIGO 13 –</p><p>Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou</p><p>redução de sua capacidade de resistência, a:</p><p>I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;</p><p>II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em</p><p>lei;</p><p>III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena</p><p>cominada à violência.</p><p>Art. 13, inciso II – Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave</p><p>ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a submeter-se a situação</p><p>vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;</p><p>CONSTRANGIMENTO DE PESSOA PRIVADA DE LIBERDADE</p><p>VÍTIMA: ADULTO</p><p>[ MAIOR DE 18 ANOS]</p><p>VÍTIMA: CRIANÇA OU</p><p>ADOLESCENTE</p><p>[MENOR DE 18 ANOS]</p><p>LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E</p><p>ADOLESCENTE</p><p>Art. 13, inciso II – Constranger o preso ou o</p><p>detento, mediante violência, grave</p><p>ameaça ou redução de sua capacidade de</p><p>resistência, a submeter-se a situação</p><p>vexatória ou a constrangimento não</p><p>autorizado em lei;</p><p>Art. 232. Submeter criança ou</p><p>adolescente sob sua</p><p>autoridade, guarda ou</p><p>vigilância a vexame ou a</p><p>constrangimento:</p><p>Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)</p><p>anos, e multa,</p><p>sem prejuízo da pena</p><p>cominada à violência.</p><p>Pena - detenção de seis meses</p><p>a dois anos.</p><p>Art. 13, inciso III – Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave</p><p>ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a produzir prova contra si</p><p>mesmo ou contra terceiro.</p><p>Crime de Tortura</p><p>(Art. 1º, I, a)</p><p>Crime de Abuso de Autoridade</p><p>(Art. 13, III)</p><p>Elemento</p><p>Subjetivo</p><p>Dolo com o fim de obter</p><p>informação, declaração ou</p><p>confissão da vítima ou de</p><p>terceira pessoa.</p><p>Dolo de constranger o preso ou o</p><p>detento para produzir prova contra si</p><p>mesmo ou contra terceiro.</p><p>Meios de</p><p>Execução</p><p>Violência ou grave ameaça Violência, grave ameaça ou redução</p><p>de sua capacidade de resistência.</p><p>Consumação Crime formal (com o fim</p><p>de...)</p><p>Crime material</p><p>Natureza Equiparado a hediondo Não equiparado a hediondo</p><p>Potencialidade</p><p>Ofensiva</p><p>Crime de máximo</p><p>potencial ofensivo</p><p>Crime de médio potencial ofensivo</p><p>Fiança Não cabe Cabível pelo delegado de polícia.</p><p>Pena Reclusão de 2 a 8 anos</p><p>(sem multa)</p><p>Detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos,</p><p>e multa, sem prejuízo da pena</p><p>cominada à violência.</p><p>Institutos</p><p>despenalizadores</p><p>Não cabe Cabível suspensão condicional do</p><p>processo (art. 89 - JECRIM)</p><p>VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL</p><p>LEI MARIA DA PENHA</p><p>Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o</p><p>atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores -</p><p>preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.505, de 2017)</p><p>§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de</p><p>testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,</p><p>obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)</p><p>Violência Institucional (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes</p><p>violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a</p><p>reviver, sem estrita necessidade: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou</p><p>estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº</p><p>14.321, de 2022)</p><p>§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes</p><p>violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3</p><p>(dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida</p><p>revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2</p><p>I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada</p><p>a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e</p><p>familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)</p><p>II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência</p><p>doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados</p><p>ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)</p><p>III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato</p><p>nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida</p><p>privada. -</p><p>ARTIGO 16 – OMISSÃO NA IDENTIFICAÇÃO –</p><p>O art. 16, caput, prevê duas formas de conduta:</p><p>1. Deixar de identificar-se – Aqui temos um crime omissivo próprio, um não fazer,</p><p>uma omissão.</p><p>2. Identificar-se falsamente – Aqui temos uma conduta comissiva, uma ação,</p><p>atuação positiva. O agente poderá praticar o crime de várias formas, por exemplo,</p><p>verbalizando um nome falso; ou alterando o nome do fardamento ou uniforme.</p><p>Vale destacar que o agente público, nesse caso, não usa documento falso ou</p><p>adulterado. Pois, se assim agir, incorrerá no crime de Uso de documento falso,</p><p>art. 304 do CP, restando afastado o crime do art. 16 da Lei de Abuso.</p><p>Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que</p><p>se referem os arts. 297 a 302:</p><p>Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.</p><p>ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO – INTERROGATÓRIO DE PRESO EM SEDE DE</p><p>PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DE INFRAÇÃO PENAL –</p><p>O Parágrafo único do artigo 16 pune com a mesma pena o responsável por</p><p>interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal que:</p><p>Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião</p><p>de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por</p><p>interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa</p><p>de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou</p><p>função.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2</p><p>1. Deixa de identificar-se ao preso – Trata-se de um crime omissivo próprio, no qual</p><p>há uma omissão da autoridade.</p><p>2. Atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função – Trata-se de um crime de</p><p>forma livre, podendo ser praticado de qualquer modo. Vale destacar que o agente</p><p>pode praticar o crime pela simples atribuição de falsa identidade, sem a</p><p>necessidade de usar documento falso.</p><p>Perceba que, diferente do caput (no qual o momento era da captura, detenção ou</p><p>prisão), aqui o crime ocorre durante o interrogatório de preso em sede de</p><p>procedimento investigatório de infração penal, ou seja, não abrange:</p><p>● Interrogatório judicial;</p><p>● Interrogatório em Processo Administrativo Disciplinar;</p><p>● Interrogatório de pessoa solta.</p><p>ARTIGO 18 – INTERROGATÓRIO DURANTE O REPOUSO NOTURNO –</p><p>OBSERVAÇÕES –</p><p>✔ COMO REGRA, não será permitido não será permitido submeter o preso a</p><p>interrogatório policial durante o período de repouso noturno;</p><p>✔ DE FORMA EXCEPCIONAL, SERÁ PERMITIDO QUANDO</p><p>1. Se capturado em flagrante delito – O ato de prisão em flagrante poderá ocorrer</p><p>a qualquer e qualquer hora, pois estamos diante de um fato criminoso. Nesse</p><p>sentido, é o texto do art. 304 do Código de Processo Penal. Vejamos:</p><p>CPP – Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o</p><p>condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo</p><p>e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas</p><p>que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que</p><p>lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a</p><p>autoridade, afinal, o auto.</p><p>Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso</p><p>noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente</p><p>assistido, consentir em prestar declarações:</p><p>Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa</p><p>2. Se o preso, devidamente assistido, consentir em prestar declarações – Nesse</p><p>caso, uma vez preenchidos os requisitos legais, mesmo que realizado em horário</p><p>noturno, não haverá o crime de abuso de autoridade. Para que não haja o crime</p><p>em análise são necessários dois requisitos:</p><p>● Preso devidamente assistido por seu advogado ou defensor público.</p><p>● Se consentir em prestar declarações, ou seja, mesmo que na devida</p><p>presença do defensor, se não optar por ser interrogado, esse direito deverá</p><p>ser respeitado, sob pena de incorrer em crime.</p><p>3. CONCEITO DE HORÁRIO NOTURNO – O</p>