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<p>Os modos de organização do</p><p>discurso: tipos textuais</p><p>Apresentação</p><p>No vasto universo da linguística e da produção textual, os modos de organização dos discursos</p><p>desempenham um papel central. Cada texto, independentemente de seu gênero, é estruturado por</p><p>sequências discursivas que têm funções específicas, como descrever, narrar, expor, persuadir ou</p><p>incentivar uma ação por parte do leitor. Essas sequências são a espinha dorsal de qualquer texto,</p><p>dando-lhe forma, sentido e propósito.</p><p>Ao analisar diferentes gêneros textuais, percebemos a presença e interação dessas sequências</p><p>discursivas. Por exemplo, em uma petição jurídica, além de apresentar um pedido, é essencial</p><p>descrever os sujeitos envolvidos, narrar os eventos que levaram ao pedido, apresentar justificativas</p><p>e argumentos convincentes e garantir que todas essas sequências se conectem de maneira lógica e</p><p>coerente. Esse entrelaçamento de sequências tipológicas é fundamental para que o discurso</p><p>cumpra sua função efetivamente, seja em um documento jurídico, seja em um artigo de opinião, em</p><p>uma carta ou em qualquer outro gênero textual.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender de forma detalhada os modos de</p><p>organização dos discursos. Também vai identificar como as sequências discursivas se manifestam</p><p>em diversos gêneros ao entender sua importância e aprender a reconhecê-las e utilizá-las</p><p>eficazmente em produções textuais. Com isso, você será capaz de diferenciar os tipos de gêneros</p><p>textuais para aplicá-los nos mais variados contextos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Reconhecer uma sequência discursiva de acordo com sua tipologia e função dentro de um</p><p>texto.</p><p>•</p><p>Usar as tipologias textuais de maneira adequada e consciente em seus textos.•</p><p>Diferenciar tipo de gênero textual.•</p><p>Desafio</p><p>O modo de organização descritivo é crucial na elaboração de textos que demandam a exposição</p><p>detalhada e qualificada de objetos, cenários, personagens, entre outros elementos. Esse modo</p><p>permite não apenas a identificação, mas também a exploração profunda de características,</p><p>atributos e peculiaridades de maneira objetiva ou subjetiva.</p><p>A maestria na utilização do modo descritivo é essencial para a criação de textos ricos, envolventes</p><p>e informativos, que conseguem transmitir ao leitor uma visão clara e compreensiva do que está</p><p>sendo descrito.</p><p>Sua tarefa como editor é reescrever essa cena, aplicando sua compreensão sobre o modo de</p><p>organização descritivo. Lembre-se de que seu objetivo é transportar o leitor para o jardim,</p><p>permitindo que ele visualize e sinta cada detalhe do ambiente. Como você redigiria o texto?</p><p>Infográfico</p><p>O mundo é permeado de diferentes formas de comunicação e expressão, desde mensagens</p><p>instantâneas até artigos acadêmicos profundos. Entender como os discursos são organizados, suas</p><p>tipologias e funções é fundamental para qualquer educador, pois isso influencia diretamente a</p><p>forma como nos comunicamos, ensinamos e aprendemos.</p><p>Neste Infográfico, você vai conferir as diversas maneiras pelas quais o discurso é estruturado, e</p><p>entenderemos como diferentes contextos e objetivos requerem diversas abordagens discursivas.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/efa95f30-c2d8-4cc4-82ac-b3e7eff65fca/c12d65e8-7113-4d57-9a82-319d141afcac.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>No universo discursivo, há uma habilidade que se destaca como essencial para qualquer linguista: a</p><p>capacidade de discernir e utilizar diferentes sequências discursivas de acordo com sua tipologia e</p><p>função. Assim como os tijolos compõem a estrutura de uma casa, as sequências discursivas formam</p><p>a espinha dorsal de qualquer texto. Cada sequência carrega um propósito específico e desempenha</p><p>uma função determinada, seja ela a de descrever, seja a de narrar, expor ou persuadir.</p><p>Ao abordar o uso das tipologias textuais, é fundamental compreender que cada modo de</p><p>organização atende a um objetivo comunicativo particular. A escolha da tipologia adequada é o que</p><p>pode transformar um texto de simplesmente informativo em algo profundamente envolvente ou</p><p>persuasivo. É a diferença entre simplesmente transmitir uma mensagem e realmente conectar-se</p><p>com o leitor, garantindo que a mensagem seja não apenas recebida, mas também assimilada e</p><p>ponderada.</p><p>No capítulo Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual, base teórica desta</p><p>Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer e compreender a diferenciação dos gêneros</p><p>textuais. Estudar a distinção entre os gêneros vai permitir que você saiba como alinhar seu discurso</p><p>às expectativas do leitor e aos padrões estabelecidos para cada contexto, garantindo uma</p><p>comunicação mais eficiente e eficaz. Ao dominarmos esses três pilares – sequências discursivas,</p><p>tipologias e gêneros textuais –, somos capacitados a navegar e moldar o vasto mar da comunicação</p><p>com confiança e maestria.</p><p>Boa leitura.</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>E EXPRESSÃO</p><p>Letícia Sangaletti</p><p>Os modos de organização</p><p>do discurso: tipo e</p><p>gênero textual</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>� Reconhecer uma sequência discursiva de acordo com sua tipologia</p><p>e função dentro de um texto.</p><p>� Usar as tipologias textuais de maneira adequada e consciente em</p><p>seus textos.</p><p>� Diferenciar tipo de gênero textual.</p><p>Introdução</p><p>Os textos são constituídos por sequências discursivas que podem assumir</p><p>as funções de descrever, de narrar, de expor, de persuadir ou de fazer</p><p>com que o leitor aja.</p><p>Dependendo do gênero textual, você pode verificar todas essas se-</p><p>quências para que o objetivo do texto seja atingido. Em uma petição, por</p><p>exemplo, há momentos de descrever os sujeitos envolvidos, momentos</p><p>de narrar os fatos e momentos de justificar os pedidos. Enfim, para que</p><p>a atividade jurídica se realize em forma de petição, o discurso precisa se</p><p>organizar coerentemente por meio das sequências tipológicas. Esse é o</p><p>tema que você vai explorar neste texto.</p><p>Modos de organização do discurso</p><p>O indivíduo organiza sua fala considerando a situação comunicativa e os</p><p>objetivos que possui a partir do seu discurso, como os efeitos que quer cau-</p><p>sar. Assim, por meio de estratégias discursivas adequadas para cada caso, o</p><p>locutor age sobre seu interlocutor. Conforme Charaudeau (2010), os modos</p><p>de organização são os procedimentos que consistem em utilizar e organizar</p><p>determinadas categorias da língua em função das finalidades discursivas do</p><p>ato de comunicação. Esses modos de organização podem se dividir em quatro</p><p>categorias: enunciativo, descritivo, narrativo e argumentativo.</p><p>Os modos se diferenciam entre si conforme a função de base, que se trata da</p><p>finalidade discursiva de cada projeto de fala. Eles também diferem de acordo</p><p>com seu princípio de organização, que está relacionado a uma organização do</p><p>mundo referencial e de sua encenação (CHARAUDEAU, 2010).</p><p>O modo de organização enunciativo possui como função de base a relação</p><p>de influência (eu > tu), o ponto de vista do sujeito (eu > ele) e a retomada do</p><p>que já foi dito (ele). Seu princípio de organização é a posição em relação ao</p><p>interlocutor, ao mundo e a outros discursos.</p><p>O modo de organização descritivo possui como função de base identi-</p><p>ficar e qualificar seres de maneira objetiva/subjetiva. Seus princípios são a</p><p>organização da construção descritiva (nomear – localizar – qualificar) e a</p><p>encenação descritiva.</p><p>O modo de organização narrativo tem como função de base construir a su-</p><p>cessão das ações de uma história no tempo, com a finalidade de fazer um relato.</p><p>Seus princípios são a organização da lógica narrativa e a encenação narrativa.</p><p>O modo de organização argumentativo possui como função de base expor</p><p>e provar causalidades para influenciar o interlocutor. Seus princípios são a</p><p>organização da lógica argumentativa e a encenação argumentativa.</p><p>Os modos de organização</p><p>servem para organizar o conteúdo e a matéria linguística.</p><p>Como você deve imaginar, eles não são completamente separados, e mais de um</p><p>podem aparecer no mesmo texto. Ou seja, os gêneros textuais podem se combinar</p><p>com um modo de discurso, ou também resultar da combinação de vários modos.</p><p>Nesse sentido, os textos se constituem por sequências discursivas, que assumem</p><p>funções como as de narrar, descrever, persuadir e expor.</p><p>Tipos textuais e gêneros textuais</p><p>Os tipos textuais, de acordo com Marcuschi (2003), muitas vezes são empre-</p><p>gados erroneamente, com sentido de gênero de texto. Conforme o teórico,</p><p>Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual112</p><p>os tipos textuais possuem traços linguísticos predominantes, que é o que os</p><p>define. Nas palavras do teórico (MARCUSCHI, 2003, p. 22):</p><p>Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de</p><p>sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição.</p><p>Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias: narração, argumentação,</p><p>exposição, descrição e injunção (SWALES, 1990; ADAM, 1990; BRON-</p><p>CKART, 1999). Esse termo é usado para designar uma espécie de sequência</p><p>teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos</p><p>lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).</p><p>Nesse sentido, o tipo textual se dá por um conjunto de traços que vão formar</p><p>uma sequência, e não um texto. Além disso, ao ser nomeado como “descritivo”</p><p>ou “narrativo”, o texto não está sendo chamado pelo gênero em si, mas pelo</p><p>predomínio de uma sequência de base. Quer dizer, o tipo textual é uma noção</p><p>relacionada à forma com que o texto se constitui estruturalmente, quando, por</p><p>exemplo, um texto configurado em um gênero pode ser organizado com vários</p><p>tipos textuais. Conforme Marcuschi (2003), as tipologias textuais são descritiva,</p><p>narrativa, expositiva, argumentativa e injuntiva. Já para Travaglia (2007), o</p><p>tipo textual pode ser identificado e caracterizado por instaurar um modo de</p><p>interação, uma forma de interlocução. Isso de acordo com perspectivas que</p><p>variam, constituindo critérios para tipologias diferentes serem estabelecidas.</p><p>Travaglia (2007) propõe diferentes formas de classificar os tipos textuais.</p><p>Contudo, as ideias de Adam, Dolz e Schneuwly citadas por ele são as que mais</p><p>se aproximam do que é apresentado por Marcuschi (2003). Adam (1993 apud</p><p>TRAVAGLIA, 2007) elenca as sequências narrativa, descritiva, argumentativa</p><p>explicativa e dialógica (conversacional). E Dolz e Schneuwly (2004 apud</p><p>TRAVAGLIA, 2007) propõem cinco tipos de textos, referidos pelo autor como</p><p>ordens: narrar, relatar, argumentar, expor e descrever ações.</p><p>No que tange à definição dos tipos textuais, Travaglia (2007) afirma que é</p><p>necessário observar os parâmetros e critérios usados para propor a tipologia</p><p>e os objetivos com que foi construída a definição. Também é fundamental</p><p>considerar o material textual que serviu como corpus, ou ainda o material</p><p>empírico utilizado para sua proposição, assim como os elementos/categorias</p><p>que compõem a tipologia e o fato de serem ou não da mesma natureza.</p><p>Desse modo, observe a seguir as tipologias e seus objetivos:</p><p>� Descritiva: o objetivo do texto de tipologia descritiva é descrever coisas,</p><p>pessoas ou situações. Quando se trata de personagens, por exemplo, a</p><p>descrição pode ser física ou psicológica. A física descreve características</p><p>113Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual</p><p>externas, como altura, cabelo, cor da pele, olhos, idade, entre outros. A</p><p>descrição física pode ser objetiva, quando o que é descrito se apresenta</p><p>de forma direta, simples, concreta, como realmente é; ou subjetiva,</p><p>que envolve os sentimentos do descritor. A descrição psicológica trata</p><p>de comportamento, caráter, personalidade. Ela é sempre marcada por</p><p>subjetividade. Os gêneros que possuem estrutura descritiva são: laudo,</p><p>relatório, ata, guia de viagem, textos literários.</p><p>� Narrativa: contar uma história, ficcional ou não, ocorrida em tempo</p><p>e lugar determinados, envolvendo personagens, é a principal carac-</p><p>terística da narração. Esse tipo possui o passado como tempo verbal</p><p>predominante e geralmente é escrito em prosa. A narração pode ser feita</p><p>em primeira pessoa, quando o narrador participa, sendo o narrador-</p><p>-personagem; ou em terceira pessoa, quando há um narrador-observador,</p><p>que mostra o que ele viu ou ouviu. Ainda pode haver um narrador</p><p>onisciente, que sabe tudo o que se passa na cabeça das personagens.</p><p>Os gêneros da estrutura narrativa são: conto, crônica, fábula, romance,</p><p>biografia, lenda, narrativa de aventura, narrativa de ficção científica,</p><p>narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou história engraçada,</p><p>biografia romanceada, romance, romance histórico, novela fantástica,</p><p>advinha, piada, entre outros.</p><p>� Argumentativa: o texto argumentativo é opinativo e geralmente disser-</p><p>tativo. Nele, são desenvolvidas ideias por meio de estratégias argumen-</p><p>tativas, de modo a convencer o interlocutor. A estrutura dos textos de</p><p>tipo argumentativo é dividida em três partes: (1) ideia principal, que é a</p><p>introdução; (2) desenvolvimento, no qual se encontram os argumentos</p><p>e aspectos que o tema envolve; e (3) conclusão, uma síntese da posição</p><p>assumida. Nos textos desse tipo, você irá encontrar posicionamentos</p><p>pessoais, exposição de ideias e defesa de um ponto de vista. Os gêneros</p><p>da estrutura argumentativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação</p><p>argumentativa, editorial, textos de opinião, diálogo argumentativo,</p><p>carta de leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, debate regrado,</p><p>assembleia, discurso de defesa (advocacia), resenha crítica, artigos de</p><p>opinião ou assinados, editorial, ensaio.</p><p>� Expositiva: o texto expositivo possui apresentação, explicação ou</p><p>constatação, de maneira impessoal, sem julgamento de valor e sem o</p><p>propósito de convencer o leitor. É também de natureza dissertativa. Seu</p><p>objetivo é fornecer informações acerca de um objeto ou fato específico,</p><p>enumerando suas características com linguagem clara e concisa. Os</p><p>gêneros da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento,</p><p>Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual114</p><p>artigo científico, seminário, texto expositivo em livro didático, confe-</p><p>rência, palestra, entrevista com especialista, texto explicativo, tomada</p><p>de notas, resumo de textos, resenha, relatório científico, relatório oral</p><p>de experiências. As exposições orais ou escritas entre professores e</p><p>alunos numa sala de aula, os livros e as fontes de consulta também são</p><p>exemplos dessa modalidade.</p><p>� Injuntiva: a instrução do interlocutor é um dos objetivos dos textos</p><p>injuntivos. Esse tipo de texto orienta como se realiza determinada</p><p>ação, pede, manda ou aconselha, utilizando verbos no imperativo para</p><p>chegar à sua finalidade. Os gêneros da estrutura injuntiva são: manual</p><p>de instruções, receitas culinárias, bulas, regulamentos, editais, instru-</p><p>ções de montagem, receita médica, regras de jogo, instruções de uso,</p><p>comandos diverso, textos prescritivos.</p><p>A sequência temporal é, de acordo com Marcuschi (2003), um elemento central na</p><p>organização de textos narrativos. Conforme o autor, em textos descritivos predominam</p><p>as sequências de localização. Já nos textos expositivos, há o predomínio de sequências</p><p>analíticas ou então explicitamente explicativas. No caso dos textos argumentativos,</p><p>predominam sequências contrastivas explícitas. Os textos injuntivos, por sua vez,</p><p>apresentam o predomínio de sequências imperativas.</p><p>Exemplos de tipos textuais em diferentes gêneros</p><p>Veja exemplos de tipos textuais e gêneros:</p><p>� Descritiva: trecho de O primo Basílio, de Eça de Queirós (1878, p. 4).</p><p>A obra se trata de um romance ficcional.</p><p>Tinha dado onze horas no cuco da sala de jantar, Jorge fechou o volume</p><p>de Luís Figuier que estivera folheando devagar, espreguiçou-se, bocejou</p><p>e disse:</p><p>— Tu não te vai vestir, Luísa?</p><p>— Logo.</p><p>Ficara sentada a mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão</p><p>da</p><p>manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de ma-</p><p>115Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual</p><p>drepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco</p><p>do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina,</p><p>de um perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras;</p><p>com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento</p><p>lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam</p><p>cintilações escarlates.</p><p>Observe que, nesse exemplo, há a descrição de uma pessoa. Tal descrição é</p><p>física, pois trata de características externas: ela está sentada, tem cabelo loiro</p><p>e ele está desmanchado, a cabeça é pequeninha, o cotovelo está encostado à</p><p>mesa, por exemplo.</p><p>� Narrativa: o exemplo narrativo também se trata de um romance ficcio-</p><p>nal – Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. K. Rowling (2000, p. 77).</p><p>Harry apanhou a varinha. Sentiu um repentino calor nos dedos. Ergueu</p><p>a varinha acima da cabeça, baixou-a cortando o ar empoeirado com um</p><p>zunido, e uma torrente de faíscas douradas e vermelhas saíram da ponta</p><p>como um fogo de artifício, atirando fagulhas luminosas que dançavam</p><p>nas paredes. Hagrid gritou entusiasmado [...].</p><p>No exemplo de texto narrativo, há uma personagem em terceira pessoa</p><p>contando a história de um menino, Harry. O tempo verbal predominante, o</p><p>passado, aparece em termos como “apanhou”.</p><p>� Argumentativa: “‘Escola Sem Partido’: engodo e ensino acrítico”, de</p><p>André Luiz Rodrigues de Rossi Mattos (2016). Aqui, há uma crônica</p><p>opinativa como gênero textual.</p><p>Em primeiro lugar, o movimento ‘Escola Sem Partido’ não é exatamente</p><p>isento de partidarismo, uma vez que reúne um grupo de pessoas que</p><p>partilham de uma mesma ideia, lutam por um mesmo ideal, possuem</p><p>uma mesma interpretação do mundo educacional e colaboram com</p><p>alguma organicidade entre si. Isso, por si, apenas indica um tipo de mo-</p><p>vimento social, que como todo movimento, independente de ser ou não</p><p>diretamente filiado a alguma agremiação eleitoral institucionalizada, toma</p><p>partido da realidade e, assim, absolutamente não possui neutralidade.</p><p>Além disso, todo movimento sempre está inserido em um leque de</p><p>relações que demarcam os limites das suas ideias. No caso do movimento</p><p>‘Escola Sem Partido’, seus relacionamentos passam por concepções radi-</p><p>calmente contrárias às posições consideradas de esquerda, o que indica</p><p>Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual116</p><p>seu campo ideológico, mesmo quando não se pronuncia favorável a</p><p>nada. Não por menos, os projetos legislativos inspirados e apoiados pelo</p><p>movimento foram apresentados por legisladores contrários às concep-</p><p>ções consideradas de esquerda que, pela divisão clássica utilizada para</p><p>distinguir os campos na política, são conservadores de direita.</p><p>A leitura dos artigos e dos depoimentos inseridos no site do mo-</p><p>vimento também são fontes importantes para demonstrar que a sua</p><p>fúria está voltada ao questionamento da realidade, principalmente com</p><p>relação às disciplinas de História, Geografia e Sociologia, mas somente</p><p>quando essas críticas aparentam se identificar com ideias do campo da</p><p>esquerda. O ideal, assim, é que em primeiro lugar o movimento ‘Escola</p><p>Sem Partido’ abandone o mito da inexistente neutralidade apartidária e</p><p>assuma a sua identidade no campo de disputa das ideias sociais e políticas:</p><p>é um movimento que quer pôr fim ao ensino crítico, é conservador, é</p><p>identificado com o status quo, que é alvo dos questionamentos nas salas</p><p>de aula, e que atua politicamente no campo da direita, conforme o seu</p><p>leque de críticas e relações indica.</p><p>O exemplo argumentativo traz um texto opinativo em que as ideias sobre</p><p>o movimento Escola Sem Partido são desconstruídas pelo autor. Possui, no</p><p>primeiro parágrafo, a ideia principal, que é a introdução, e o começo do desen-</p><p>volvimento. Nele, argumentos e aspectos que o texto envolve são apresentados</p><p>e seguem nos parágrafos seguintes.</p><p>� Expositiva: o gênero textual desse exemplo é a reportagem. Leia um</p><p>trecho de “Sete japoneses querem degolar um cabo da força pública: vai</p><p>recomeçar a Segunda Guerra”, publicada no livro-reportagem Corações</p><p>Sujos, de Fernando Morais (2000, p. 9).</p><p>A voz rouca e arrastada parecia vir de outro mundo. Eram pontualmente</p><p>nove horas da manhã do dia 1º de janeiro de 1946 quando ela soou nos</p><p>alto-falantes dos rádios de todo o Japão. A pronúncia das primeiras sílabas</p><p>foi suficiente para que 100 milhões de pessoas identificassem quem falava.</p><p>Era a mesma voz que quatro meses antes se dirigira aos japoneses, pela</p><p>primeira vez em 5 mil anos de história do país, para anunciar que havia</p><p>chegado o momento de ‘suportar o insuportável’: a rendição do Japão às</p><p>forças aliadas na Segunda Guerra Mundial. Mas agora o dono da voz, Sua</p><p>Majestade o imperador Hiroíto, tinha revelações ainda mais espantosas a</p><p>fazer a seus súditos. Embora ele falasse em keigo – uma forma arcaica do</p><p>idioma, reservada aos Filhos dos Céus e repleta de expressões chinesas que</p><p>117Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual</p><p>nem todos compreendiam bem –, todos entenderam o que Hiroíto dizia:</p><p>ao contrário do que os japoneses acreditavam desde tempos imemoriais,</p><p>ele não era uma divindade. O imperador leu uma declaração de poucas</p><p>linhas, escrita de próprio punho. Aquela era mais uma imposição dos</p><p>vencedores da guerra. Entre as exigências feitas pelos Aliados para que</p><p>ele permanecesse no trono, estava a ‘Declaração da Condição Humana’.</p><p>Ou seja, a renúncia pública à divindade, que naquele momento Hiroíto</p><p>cumpria resignado:</p><p>Os laços que nos unem a vós, nossos súditos, não são o resultado da</p><p>mitologia ou de lendas. Não se baseiam jamais no falso conceito de que</p><p>o imperador é deus ou qualquer outra divindade viva.</p><p>O texto expositivo desse exemplo é também dissertativo. Ele está fornecendo</p><p>informações e apresentando uma personagem a partir de uma investigação, e</p><p>não realiza julgamento de valor, apenas expõe fatos.</p><p>� Injuntiva: “Manual de instruções da Panela de Pressão Valência”</p><p>(TRAMONTINA, c2017, p. 7).</p><p>Sempre assegure-se de que há líquido suficiente para produzir vapor</p><p>durante o aquecimento. Porém, nunca ultrapasse o limite máximo indi-</p><p>cado na panela, considerando água e alimento;</p><p>Verifique se a proteção interna da válvula de trabalho (filtro metálico)</p><p>está limpa para evitar qualquer bloqueio na saída de vapor. Certifique-</p><p>-se, ainda, de que a capa protetora de silicone do sistema indicador de</p><p>pressão está limpa;</p><p>Para fechar a panela, certifique-se de que a seta localizada na tampa</p><p>está apontando para a seta localizada no cabo ou alça. Ajuste a tampa no</p><p>corpo e gire-a no sentido horário até os cabos ou alças ficarem alinhados.</p><p>Isso indicará que o utensílio está totalmente fechado.</p><p>O exemplo de gênero textual de tipo injuntivo é o manual de instruções.</p><p>Você pode observar os verbos no imperativo no início das frases: “assegure-</p><p>-se”, “verifique”, “certifique”, de modo a orientar e instruir o interlocutor.</p><p>Tipos e gêneros textuais: diferenças</p><p>A nomenclatura às vezes confunde e, por isso, é necessário que você entenda</p><p>as diferenças entre tipo e gênero textual. Marcuschi (2003) explica que essa</p><p>Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual118</p><p>distinção é necessária pois são duas noções nem sempre analisadas de modo</p><p>claro na bibliografia pertinente.</p><p>Para explicar melhor o problema da distinção entre gêneros e tipos textuais,</p><p>o teórico apresenta uma definição que permite entender as diferenças, que</p><p>são fundamentais em todo trabalho com a produção e a compreensão textual,</p><p>com certa facilidade e sem grande complicação técnica. O estudioso elucida</p><p>que a expressão “tipo textual” é usada para designar uma espécie de cons-</p><p>trução teórica definida pela natureza linguística de sua composição, como</p><p>aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas. Já a expressão</p><p>“gênero textual” é usada como uma noção propositalmente vaga para referir</p><p>os textos</p><p>materializados que se encontram diariamente e que apresentam</p><p>características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades</p><p>funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas</p><p>meia dúzia, os gêneros são inúmeros (MARCUSCHI, 2003).</p><p>Travaglia (2007) afirma que o gênero textual exerce uma função social específica,</p><p>pressentida e vivenciada pelos usuários, e é isso que o caracteriza. Nesse sentido, a</p><p>diferenciação de tipologia textual, para o teórico, parte dessa atribuição que o gênero</p><p>possui.</p><p>O quadro sinóptico apresentado por Marcuschi (2003) permite melhor</p><p>visibilidade das diferenças. Você pode observá-lo no Quadro 1.</p><p>119Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual</p><p>Fonte: Adaptado de Marcuschi, (2003).</p><p>Tipos Textuais Gêneros Textuais</p><p>Constructos teóricos</p><p>definidos por propriedades</p><p>linguísticas intrínsecas.</p><p>Realizações linguísticas concretas definidas</p><p>por propriedades sociocomunicativas.</p><p>Constituem sequenciais</p><p>linguísticas ou sequenciais</p><p>de enunciados no interior</p><p>dos gêneros e não são</p><p>textos empíricos.</p><p>Constituem textos empiricamente</p><p>realizados cumprindo funções</p><p>em situações comunicativas.</p><p>Sua nomeação abrange um</p><p>conjunto limitado de categorias</p><p>teóricas determinadas por</p><p>aspectos lexicais, sintáticos,</p><p>relações lógicas, tempo verbal.</p><p>Sua nomeação abrange um conjunto aberto</p><p>e praticamente ilimitados de designações</p><p>concretas determinadas por canal, estilo,</p><p>conteúdo, composição e função.</p><p>Designações teóricas dos</p><p>tipos: narração, argumentação,</p><p>descrição, injunção e exposição.</p><p>Exemplos de gêneros: telefonema,</p><p>sermão, carta comercial, carta pessoal,</p><p>romance, bilhete, aula expositiva,</p><p>reunião de condomínio, horóscopo,</p><p>receita culinária, bula de remédio, lista</p><p>de compras, cardápio, instruções de</p><p>uso, outdoor, inquérito policial, resenha,</p><p>edital de concurso, piada, conversação</p><p>espontânea, conferência, carta eletrônica,</p><p>bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.</p><p>Quadro 1. Quadro sinóptico de tipos textuais versus gêneros textuais</p><p>Marcuschi (2003) aponta para o fato de que a definição dada aos termos</p><p>utilizados em seu texto é muito mais operacional do que formal. Desse modo,</p><p>conforme o estudioso, para a noção de tipo textual há a predominância da</p><p>identificação de sequências linguísticas típicas como norteadoras; e, para</p><p>a noção de gênero textual, os critérios de ação prática, circulação sócio-</p><p>-histórica, funcionalidade, conteúdo temático, estilo e composicionalidade</p><p>predominam. Nesse sentido, os domínios discursivos são as grandes esferas</p><p>da atividade humana, nas quais os textos circulam.</p><p>Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual120</p><p>É importante que você perceba que os gêneros textuais podem ser híbridos. Ou seja,</p><p>eles podem possuir diferentes gêneros ou tipos textuais.</p><p>CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto,</p><p>2010.</p><p>MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A.</p><p>P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Lucerna, 2003.</p><p>MATTOS, A. L. R. “Escola Sem Partido”: engodo e ensino acrítico. [S.l.]: Pragmatismo</p><p>Político, 2016. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2017.</p><p>MORAIS, F. Corações sujos: a história da Shindo Renmei. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 2000.</p><p>QUEIRÓS, E. O primo Basílio. Porto: Chardron, 1878.</p><p>ROWLING, J. K. Harry Potter e a pedra filosofal. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.</p><p>TRAMONTINA. Valência. Carlos Barbosa, c2017. Disponível em: . Acesso</p><p>em: 25 out. 2017.</p><p>TRAVAGLIA, L. C. A caracterização de categorias de texto: tipos, gêneros e espécies.</p><p>Alfa, São Paulo, v. 51, n. 1, p. 39-79, 2007. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2017.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>ABREU, A. S. Curso de redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2006.</p><p>BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.</p><p>BRONCKART, J-P. Os tipos de discurso. In: BRONCKART, J. Atividades de linguagem,</p><p>textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.</p><p>CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2010.</p><p>SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras,</p><p>2004.</p><p>121Os modos de organização do discurso: tipo e gênero textual</p><p>Dica do professor</p><p>Ao analisar a linguística e realizar a análise textual, duas categorias emergem como fundamentais</p><p>para compreender a variedade e a complexidade dos textos que nos cercam: gêneros e tipos</p><p>textuais. Embora frequentemente usados de maneira intercambiável no discurso comum, esses dois</p><p>conceitos têm distinções claras que são vitais para a compreensão profunda e a criação de textos</p><p>eficazes.</p><p>Nesta Dica do Professor, você vai estudar a interação entre tipo e gênero. Com base nisso, vai</p><p>desenvolver sua capacidade para produzir textos que se comunicam eficazmente e que atendem às</p><p>expectativas e convenções do contexto em que estão inseridos.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/7311434a8e4a89e0c23cf6a322443a7b</p><p>Exercícios</p><p>1) Os gêneros textuais são categorias mais amplas que englobam as diversas maneiras pelas</p><p>quais a linguagem escrita se manifesta no mundo real. Eles se relacionam com o conteúdo,</p><p>estilo, contexto e propósito específicos de um texto.</p><p>Com base nisso, leia os dois parágrafos a seguir, identifique a tipologia que eles</p><p>preponderantemente representam e assinale a alternativa correta.</p><p>Parágrafo 1</p><p>As manifestações públicas no Brasil, em 2013, surgidas por um motivo aparentemente frágil,</p><p>o aumento da passagem de ônibus, pareceram florescer no brasileiro um espírito</p><p>reivindicatório muito aguardado pelos socialistas mais engajados. Bandeiras, dizeres e gritos</p><p>despertavam os cidadãos e sinalizavam para uma consciência política instigante, que fazia os</p><p>mais maduros se lembrarem dos tempos do nascimento da democracia brasileira. O tempo</p><p>passou e, novamente, a rotina fez o seu papel de acalmar os ânimos e calar os manifestantes.</p><p>Tudo ficou para trás, em uma memória cada vez mais distante: um sonho fugaz. Volta à cena</p><p>nos telejornais: corrupção, violência, trânsito...</p><p>Parágrafo 2</p><p>As manifestações públicas no Brasil, que ocorreram em 2013, tiveram como motivação</p><p>inicial o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. Em pouco tempo, elas se espalharam</p><p>para todos os estados, ocorrendo em capitais e cidades do interior. Os motivos dos</p><p>protestos também foram abrangentes, mobilizando trabalhadores sem-teto, os sem-terra e</p><p>os contrários à Copa do Mundo. Nesse contexto, surgiram também os black blocs, que, de</p><p>um modo mais agressivo, mascarados e vestidos de preto, usavam táticas anarquistas para</p><p>realizarem os protestos de rua.</p><p>A) O parágrafo 1 é narrativo e o 2 é dissertativo-expositivo.</p><p>B) O parágrafo 1 é dissertativo-argumentativo e o 2 é expositivo.</p><p>C) O parágrafo 1 é descritivo e o 2 é narrativo.</p><p>D) O parágrafo 1 é dissertativo-argumentativo e o 2 é narrativo.</p><p>E) O parágrafo 1 é narrativo e o 2 é dissertativo-argumentativo.</p><p>Cada texto é um mosaico complexo de descrições, narrações, exposições, argumentações e</p><p>chamados à ação que, quando habilmente orquestrados, culminam em uma sinfonia de</p><p>significados e propósitos. Isso pode ser observado no fragmento do texto de Machado de</p><p>2)</p><p>Assis em Memórias póstumas de Brás Cubas (1994). Confira a seguir como podemos perceber</p><p>a presença de mais de um tipo textual:</p><p>"Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos,</p><p>inconsoláveis. Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse</p><p>tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito</p><p>e fechou-a com a mão</p><p>trêmula.”</p><p>Indique a alternativa que descreve corretamente quais são os tipos textuais que estão no</p><p>fragmento.</p><p>A) Narração e descrição.</p><p>B) Dissertação e descrição.</p><p>C) Descrição e injunção.</p><p>D) Argumentação e descrição.</p><p>E) Exposição e narração.</p><p>No cenário mais amplo, a diferenciação de gêneros textuais se apresenta como um horizonte</p><p>adicional de maestria e entendimento. Cada gênero textual possui as próprias convenções, estilos e</p><p>expectativas, como o estilo jornalístico. A matéria jornalística a seguir tematiza o consumo do suco</p><p>de laranja.</p><p>3)</p><p>A respeito do objetivo do texto e do seu modo de organização discursiva, pode-se afirmar que:</p><p>A) para levar o leitor a consumir mais suco de laranja, o autor usou a narrativa de fatos.</p><p>B) para convencer o leitor sobre os benefícios do consumo do suco de laranja, o autor usou o</p><p>tipo descritivo.</p><p>C) para informar o leitor sobre os benefícios do consumo do suco de laranja, o autor usou dados</p><p>como argumento.</p><p>D) para persuadir o leitor a comprar mais laranjas, o autor usou a injunção.</p><p>E) para informar o leitor sobre os benefícios do consumo do suco de laranja, o autor optou pela</p><p>descrição de ilustrações.</p><p>4) Para que nossa cultura tenha memória, é necessário preservá-la. Em virtude disso, o Iepha</p><p>(Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas) vem alertando as</p><p>prefeituras das cidades históricas de Minas Gerais, principalmente na época do carnaval,</p><p>período em que elas são o destino de muitos foliões. Trata-se de cidades de mais de</p><p>trezentos anos, ricas e belas, que guardam a história de Minas e do Brasil. No afã da folia,</p><p>muitas atitudes são tomadas que prejudicam o acervo cultural, e medidas simples, como a</p><p>realização das festas longe de prédios históricos e da fiação elétrica, podem evitar danos</p><p>irreparáveis. Neste carnaval, divirta-se, proteja-se e proteja o nosso patrimônio!</p><p>Neste parágrafo argumentativo, em que se apresenta a necessidade da defesa do patrimônio</p><p>histórico mineiro, especialmente no carnaval, nota-se ainda a presença de:</p><p>A) sequências injuntivas e narrativas.</p><p>B) sequências narrativas e descritivas.</p><p>C) sequências dialógicas e narrativas.</p><p>D) sequências expositivas e narrativas.</p><p>E) sequências descritivas e injuntivas.</p><p>Os modos de organização do discurso se apresentam como ferramentas essenciais para a</p><p>compreensão e construção eficaz dos textos. Cada modo representa uma estratégia</p><p>específica que organiza as ideias e as apresenta ao leitor de maneira particular, influenciando</p><p>assim a recepção e a interpretação do conteúdo.</p><p>5)</p><p>Confira o trecho a seguir:</p><p>“Sal grosso é melhor que o refinado?</p><p>Não necessariamente. Os dois são exatamente a mesma substância: cloreto de sódio. A</p><p>diferença está no tamanho dos cristais. Enquanto o sal grosso tem grãos maiores, o sal</p><p>refinado de mesa costuma ser um pó com cristais quase invisíveis. Isso pode ter algum efeito</p><p>na percepção da comida, mas só quando a integridade dos cristais de sal grosso é</p><p>preservada.</p><p>Pense em um churrasco de picanha: se ela for temperada com sal grosso, ficará com grânulos</p><p>espalhados pela superfície. ‘Cristais maiores causam pequenas explosões de salinidade</p><p>quando tocam a língua e se dissolvem ao serem mordidos’, afirma o químico Peter L. Wolke</p><p>no livro O que Einstein disse a seu cozinheiro. A maioria dos brasileiros gostam de sentir essas</p><p>‘explosões’ quando come carne na brasa, mas isso é só uma questão cultural.</p><p>Argentinos e uruguaios preferem o churrasco com sal fino, que espalha seu sabor mais</p><p>uniformemente pela carne e não causa a sensação crocante do sal grosso. Quando se trata</p><p>de temperar comidas com muito líquido, como sopas e molhos, o tipo de sal não faz a menor</p><p>diferença: grãos de qualquer tamanho vão fatalmente se dissolver na água.”</p><p>(Superinteressante, 2004)</p><p>Agora, assinale a alternativa correta:</p><p>A) A dissertação é argumentativa, defendendo um posicionamento em relação ao fenômeno.</p><p>B) Há narração, relatando, de acordo com a temporalidade, a ocorrência do fenômeno.</p><p>C) Há descrição, atribuindo qualidades ao fenômeno.</p><p>D) A dissertação é expositiva, explicando como ocorre o fenômeno.</p><p>E) Há injunção, induzindo o leitor a agir.</p><p>Na prática</p><p>Em um mundo cada vez mais conectado e dependente da tecnologia, a comunicação eficaz e</p><p>transparente nunca foi tão crucial. Parte dessa transparência está em compreender os gêneros e</p><p>discursos textuais. O cenário em que empresas operam está repleto de oportunidades e, ao mesmo</p><p>tempo, potenciais obstáculos. Um simples deslize, se mal gerenciado, pode se transformar em uma</p><p>crise de grandes proporções.</p><p>Neste Na Prática, você vai conhecer a história de uma empresa que estava equipada com as</p><p>ferramentas certas de comunicação, mas precisou de estratégias e domínio dos gêneros textuais</p><p>para transformar em oportunidades de aprendizado e crescimento.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/80e514bf-ce04-4e97-b25e-34e657a66d5b/c3760d6b-166e-43a7-a834-7191f0014476.png</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>A enunciação enunciada: reflexões sobre interfaces entre</p><p>linguística do texto e semiolinguística do discurso</p><p>A discussão proposta neste artigo centraliza-se na noção de "enunciação enunciada", isto é, parte</p><p>da pressuposição de que a materialidade textual é produzida sob influência tanto do contexto</p><p>linguístico-discursivo partilhado entre os interagentes quanto da situação social mais específica em</p><p>que se engendra a comunicação.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Discurso político com Patrick Charaudeau</p><p>Em tempos de pós-verdade e fake news, mais do que nunca, toda palavra pronunciada no campo</p><p>político deve ser tomada ao mesmo tempo pelo que ela diz e não diz. Charaudeau é autor de</p><p>diversos livros sobre análise do discurso, entre eles, Discurso político, em que mostra o que</p><p>escondem e o que revelam os políticos quando falam e quais artifícios utilizam para persuadir e</p><p>seduzir seus interlocutores.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>O modo de organização enunciativo no gênero artigo de</p><p>opinião</p><p>Este artigo faz uma análise de como o modo de organização enunciativo se apresenta no artigo de</p><p>opinião A metamorfose de W., escrito pelo articulista do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Rodrigues,</p><p>publicado em 9 de maio de 2019.</p><p>https://periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/26117</p><p>https://www.youtube.com/embed/lMLTvdR3Xmk?si=hfdG9QuHKnJ4j6hp</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://confluencia.emnuvens.com.br/rc/article/view/416</p>