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Comunicação Escrita
Apresentação
A comunicação escrita é uma habilidade essencial que está presente em todas as áreas da vida 
moderna. Desde os primeiros registros pictóricos em cavernas até os trabalhos acadêmicos 
contemporâneos, a escrita tem sido a espinha dorsal da transmissão e da preservação do 
conhecimento humano. Por meio da palavra escrita, o ser humano é capaz de transmitir ideias, 
expressar emoções, contar histórias e registrar eventos históricos. É uma forma de comunicação 
que transcende fronteiras geográficas e temporais, permitindo que pessoas de diferentes culturas e 
épocas se conectem e compartilhem experiências.
Na era digital atual, a comunicação escrita ganha ainda mais destaque. Com o surgimento da 
internet e das redes sociais, a escrita tornou-se uma ferramenta essencial para a disseminação de 
informações e o engajamento de audiências. E-mails, mensagens instantâneas, blogs e mídias sociais 
são apenas algumas das plataformas em que a comunicação escrita é amplamente utilizada. No 
ambiente profissional, a capacidade de redigir com clareza e eficácia é uma habilidade altamente 
valorizada, pois é fundamental para o sucesso em diversas áreas, desde a elaboração de relatórios e 
propostas até a interação com clientes e colegas de trabalho. A comunicação escrita continua a 
desempenhar um papel central na forma como as pessoas se comunicam e interagem no mundo 
contemporâneo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai explorar os fundamentos essenciais da comunicação 
escrita, desde sua definição básica até a compreensão dos diversos tipos e formas que assume. Por 
meio da análise dos diferentes tipos de escrita, você vai identificar as características distintivas de 
cada um e reconhecer sua aplicação em uma variedade de contextos. Além disso, você vai explorar 
as tipologias textuais presentes nos diversos gêneros textuais, permitindo uma compreensão mais 
profunda das estruturas e dos propósitos subjacentes a cada tipo de texto.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Compreender o que é a comunicação escrita.•
Conhecer os tipos de escrita.•
Identificar as tipologias textuais nos gêneros textuais.•
Desafio
Na era digital, a comunicação escrita desempenha um papel essencial no sucesso das empresas, 
especialmente nas plataformas de mídia social. Com milhões de usuários ativos diariamente, as 
redes sociais se tornaram um canal essencial para as empresas se conectarem com seu público-
alvo, promoverem seus produtos e serviços e construírem relacionamentos duradouros com os 
clientes.
No entanto, para se destacar em um cenário tão competitivo, é fundamental que as empresas 
dominem não apenas o conteúdo visual, mas também a comunicação escrita. A linguagem utilizada 
nos posts, legendas e interações com os seguidores pode fazer toda a diferença entre cativar o 
público ou ser ignorado no mar de informações que inundam as timelines. Nesse contexto, a 
habilidade de produzir uma comunicação escrita eficaz e envolvente se torna uma competência 
essencial para os profissionais de marketing e comunicação digital.
Com base nessas informações, analise a seguinte situação:
 
Diante desse contexto, elabore seu plano de ação, realizando as tarefas a seguir:
a) Uma análise do público-alvo, considerando suas características demográficas, interesses e 
comportamentos on-line.
b) Sugestões de linguagem, tom e estilo de escrita mais adequados para se comunicar com o 
público-alvo.
c) Sugestões de posts ou conteúdos que exemplifiquem as mudanças propostas.
d) Estratégias para aumentar a interação com os seguidores, como perguntas, enquetes, desafios, 
entre outros.
e) Métricas para avaliar o sucesso das mudanças implementadas e possíveis ajustes futuros.
Infográfico
Por meio da palavra escrita, os seres humanos são capazes de contar histórias envolventes, 
persuadir audiências com argumentos convincentes, informar, educar e inspirar, tornando-a uma 
ferramenta essencial para a expressão criativa, a transmissão de conhecimento e a construção de 
conexões significativas entre as pessoas. Essas “funções” da escrita podem ser analisadas por meio 
de alguns conceitos muito importantes para os estudos linguísticos e comunicativos, como é o caso 
dos conceitos de gênero textual, tipologia textual e modos comunicativos ou discursivos.
A compreensão dos conceitos de gênero textual, tipologia textual e modos comunicativos ou 
discursivos é fundamental para explorar o alcance da palavra escrita. Ao dominar esses elementos, 
é possível ampliar a capacidade comunicativa nos mais variados contextos.
Neste Infográfico, você vai acompanhar alguns dos principais elementos relacionados a esses 
conceitos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1f7e94ea-c2f4-4cf7-83ce-9b2dcd7e6843/12dd2515-ef42-4509-b28b-c16eb2e14372.jpg
Conteúdo do livro
A comunicação escrita desempenha um papel fundamental na sociedade contemporânea. Sua 
importância vai além de fronteiras e idiomas, proporcionando um meio de expressão e intercâmbio 
de ideias que molda não apenas o presente, mas também o futuro. Ao possibilitar a transmissão de 
conhecimento, a comunicação escrita educa e capacita indivíduos e comunidades a crescerem e 
prosperarem. No entanto, sua relevância vai além da mera transmissão de informações, pois ela é 
um veículo poderoso para a construção de conexões emocionais, a preservação da cultura e a 
articulação de perspectivas diversas. 
Por meio da escrita, pode-se explorar uma vasta gama de gêneros e tipos textuais, cada um com 
sua própria voz e propósito distintos, enriquecendo o panorama comunicativo com uma variedade 
de formas e estilos. Além disso, a história por trás do surgimento da comunicação escrita pode 
lembrar da jornada da humanidade em sua busca do conhecimento e da expressão, desde os 
primeiros símbolos gravados em pedra até a sofisticação das plataformas digitais modernas. 
No capítulo Comunicação escrita, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai explorar 
as questões teóricas que abordam gêneros e tipos textuais. Vai compreender como os tipos de 
escrita se caracterizam e analisar formas de identificar elementos textuais que auxiliam na definição 
e compreensão de diferentes textos escritos. 
Boa leitura. 
COMUNICAÇÃO E 
EXPRESSÃO
Leticia Sangaletti
Comunicação escrita
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Compreender o que é a comunicação escrita.
  Conhecer os tipos de escrita.
  Identi� car as tipologias textuais nos gêneros textuais.
Introdução
A escrita impressa possibilitou aos seres humanos o aumento na pro-
dução de documentos escritos, como livros e periódicos. Ela também 
levou à criação e à ampliação de bibliotecas, bem como à invenção de 
outros meios de comunicação, como os cartazes, os anúncios oficiais e 
os panfletos. Dela ainda advêm a alfabetização e o acesso a informações 
e entretenimento literário, como a publicação de romances nos jornais. 
Todos esses textos, que você encontra no seu cotidiano, têm uma 
categorização, que facilita a compreensão de suas finalidades e 
seus gêneros textuais.
Neste texto, você vai ver o que é a comunicação escrita. Também 
vai conhecer quais são os gêneros textuais e suas tipologias, além de 
aprender como diferenciá-los.
O surgimento da escrita 
Homens e mulheres sentiram a necessidade, durante milhares de anos, de regis-
trar visualmente informações. Assim, a escrita foi desenvolvida originalmente 
para guardar os registros de contas e trocas comerciais. A escrita se trata do 
uso de sinais para exprimir as ideias humanas. De acordo com Barbosa (2013, 
p. 34), é considerada um marco entre a pré-história e a história:
O homem, através dos tempos, vem buscando comunicar-se com gestos, 
expressões e a fala. A escrita tem origem no momentoem que o homem 
aprende a comunicar seus pensamentos e sentimentos por meio de sig-
nos. Signos que sejam compreensíveis por outros homens que possuem 
ideias sobre como funciona esse sistema de comunicação.
Desse modo, a invenção da escrita está ligada ao modo de viver que fixou 
o homem em determinados territórios há mais ou menos 6,5 mil anos: a 
agricultura e a domesticação de animais. Com o tempo, houve a necessidade 
de registrar mais cuidadosamente informações referentes à delimitação de 
espaços e ao direito de propriedade, bem como à produção e à circulação de 
bens. Sobre isso, Lévy (1993, p. 87) afirma que o nascimento da escrita se 
relaciona aos “[...] primeiros estados burocráticos de uma hierarquia piramidal 
e as primeiras formas de administração econômica centralizada em impostos 
e gestão de grandes domínios [...]”. 
Assim, a fixação de homens e mulheres em territórios determinados, que 
foi o começo do processo de urbanização da vida, tem a ver com a escrita. 
Além disso, as formas de inscrição gráfica se originaram da necessidade 
dos homens de se comunicar e registrar suas impressões sobre as suas vidas, 
culturas, acontecimentos, histórias. Para escrever, homens e mulheres usaram 
inicialmente pedra, osso, marfim e madeira. Depois, o barro, o papiro, o 
pergaminho, até chegarem ao papel como suporte dos signos. A escrita pode 
ser considerada uma maneira nova de desenhar. 
Assim, você pode perceber que ocorreu uma evolução nos modos escritos 
de se comunicar. As inovações foram chegando e o homem se adaptando às 
novas descobertas. Cagliari (1988, p. 13) afirma que a escrita foi inventada 
pela leitura: 
[...] um dia numa caverna, o homem começou a desenhar e encheu as 
paredes com figuras, representando animais, pessoas, objetos e cenas 
do cotidiano... A humanidade descobria assim que quando uma forma 
gráfica representa o mundo, é apenas um desenho, quando representa 
uma palavra, passa a ser uma forma de escrita.
A escrita que mais se usa atualmente é a alfabética. Ela foi inventada pelos 
gregos antigos por volta de 800 anos a.C. Homens e mulheres levaram de 3 
a 5 mil anos para chegar à forma atual da linguagem escrita. Mais tarde, já 
com a escrita impressa, ocorreu um aumento na produção de documentos 
escritos como livros e periódicos. Também houve a criação e a ampliação 
de bibliotecas, assim como a invenção de outros meios de comunicação, 
como os cartazes, anúncios oficiais e panfletos. Surgiu ainda a alfabetização 
Comunicação escrita2
e o acesso a informações e entretenimento literário, como a publicação de 
romances nos jornais.
Escrever é um recurso que necessita de um processo de aprendizagem. 
Afinal, é necessário escolher as ideias, esquematizar e planejar o que será 
transmitido, de modo que a comunicação ocorra com qualidade e se efetive. De 
acordo com Marcuschi (2003), a escrita é usada em contextos sociais básicos 
da vida cotidiana, como o trabalho, a escola, em família, em situações que 
exigem burocracia e atividades intelectuais, em paralelo direto com a oralidade.
De acordo com Pimenta (2006), há diferença entre o modo que um povo 
fala e a maneira com que escreve. Ao contrário da falada, a linguagem escrita 
possui regras específicas. Estas têm o intuito de facilitar sua compreensão, 
tendo em vista que ela é registrada e permanece na sociedade. A intenção da 
escrita, na maioria das vezes, está relacionada à produção de textos, que serão 
utilizados para a leitura. 
É importante você perceber que há diferentes formas de comunicação escrita, com 
os textos escritos e os textos visuais, como cartazes e placas, que mesmo as pessoas 
não alfabetizadas conseguem ler.
De acordo com Charaudeau (2010), para organizar o conteúdo e a matéria 
linguística, é possível contar com os modos de compreensão do discurso, 
que constituem os princípios de organização da matéria linguística. Esses 
princípios dependem da finalidade comunicativa do indivíduo. 
Os quatro modos de organização são: enunciar, descrever, narrar e ar-
gumentar. Para diferenciá-los, é necessário saber sua função-base. Além 
disso, o teórico explica que os modos de organização não são completamente 
separados, mas se misturam no desenvolvimento dos textos. Por exemplo, um 
texto narrativo pode conter descrições. De acordo com Charaudeau (2010), as 
características das formas de organizar os textos são:
  Enunciativo: possui como função de base a relação de influência, o 
ponto de vista do sujeito e a retomada do que já foi dito. 
  Descritivo: identificar e qualificar seres de maneira objetiva/subjetiva 
são a função-base desse modo.
3Comunicação escrita
  Narrativo: sua função-base é construir a sucessão das ações de uma 
história no tempo, com a finalidade de relatar algo.
  Argumentativo: expor e provar casualidades numa visada racionali-
zante para influenciar o interlocutor são as suas funções-base.
A partir disso, Charaudeau (2010) propõe que os gêneros textuais podem 
coincidir com um modo de discurso que constitui sua organização dominante. 
Eles também podem resultar da combinação de vários modos.
Para saber mais sobre a evolução da escrita, leia o texto “A evolução e revolução da 
escrita: um estudo comparativo” (COSTA; SILVA; VILACA, 2013).
Gêneros e tipos textuais: apontamentos iniciais
O conhecimento dos gêneros textuais que fazem parte das interações sociais 
diárias favorece, de acordo com Marcuschi (2003), tanto a leitura como a 
compreensão de textos. Para o autor, os gêneros textuais são grandes aliados 
em atividades como leitura crítica, produção textual signifi cativa, desenvolvi-
mento da oralidade, conscientização de que a leitura e a escrita estão presentes 
em tudo que se faz, etc.
Nesse sentido, você vai conhecer as características do gênero textual. 
Também vai compreender a diferença entre ele e os tipos/tipologias textuais 
e como estes ocorrem na prática social diária. 
Para Marcuschi (2003), é importante distinguir o que se convencionou 
chamar de tipo textual, de um lado, e gênero textual, de outro lado. Essas 
são duas noções nem sempre analisadas de modo claro na bibliografia per-
tinente. O autor parte do pressuposto básico de que não se pode comunicar 
verbalmente a não ser por algum gênero. Da mesma forma, não é possível 
se comunicar verbalmente a não ser por algum texto. Isso significa que a 
comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Essa posição, 
conforme Marcuschi (2003), é defendida por Bakhtin e também por Bronckart 
(1999). Ela é adotada pela maioria dos autores que tratam a língua em seus 
aspectos discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais. Essa 
visão segue uma noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva. 
Comunicação escrita4
Privilegia a natureza funcional e interativa, e não o aspecto formal e estrutural 
da língua. Afirma o caráter de indeterminação e ao mesmo tempo de atividade 
constitutiva da língua. Isso equivale a dizer que a língua não é vista como um 
espelho da realidade, nem como um instrumento de representação dos fatos. 
Marcuschi (2003) apresenta uma definição que permite entender as dife-
renças entre gêneros e tipos textuais com certa facilidade. A partir dela, você 
pode compreender melhor o problema dessa distinção sem grande complicação 
técnica. Essas diferenças são fundamentais em todo o trabalho com a produção 
e a compreensão textual. Observe a seguir uma breve definição das duas 
noções feitas por Marcuschi (2003): 
  A expressão tipo textual é usada para designar uma espécie de cons-
trução teórica definida pela natureza linguística de sua composição, 
como aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas. 
Em geral, os tipos textuais abrangem categorias conhecidas como: 
narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
  Já a expressão gênero textual é usada como uma noção proposital-
mente vaga para referir os textos materializados que se encontram 
diariamente e que apresentam característicassociocomunicativas 
definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição 
característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são 
inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, 
sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reporta-
gem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia 
jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista 
de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, 
inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação 
espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por compu-
tador, aulas virtuais e assim por diante.
Para uma maior visibilidade, você pode considerar o Quadro 1.
5Comunicação escrita
 Fonte: Adaptado de Marcuschi (2003). 
Tipos textuais Gêneros textuais
Constructos teóricos 
definidos por propriedades 
linguísticas intrínsecas.
Realizações linguísticas concretas definidas 
por propriedades sociocomunicativas.
Constituem sequenciais 
linguísticas ou sequenciais 
de enunciados no interior 
dos gêneros e não são 
textos empíricos.
Constituem textos empiricamente 
realizados cumprindo funções 
em situações comunicativas.
Sua nomeação abrange um 
conjunto limitado de categorias 
teóricas determinadas por 
aspectos lexicais, sintáticos, 
relações lógicas, tempo verbal.
Sua nomeação abrange um 
conjunto aberto e praticamente 
ilimitado de designações concretas 
determinadas por canal, estilo, 
conteúdo, composição e função.
Designações teóricas dos 
tipos: narração, argumentação, 
descrição, injunção e exposição.
Exemplos de gêneros: telefonema, 
sermão, carta comercial, carta pessoal, 
romance, bilhete, aula expositiva, 
reunião de condomínio, horóscopo, 
receita culinária, bula de remédio, lista 
de compras, cardápio, instruções de 
uso, outdoor, inquérito policial, resenha, 
edital de concurso, piada, conversação 
espontânea, conferência, carta eletrônica, 
bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.
 Quadro 1. Quadro sinóptico de tipos textuais versus gêneros textuais. 
Antes de fazer a análise dos gêneros textuais e de questões relativas aos 
tipos, Marcuschi (2003) entende ser necessário definir mais uma noção. É a 
expressão domínio discursivo, que vem sendo usada de maneira um tanto 
vaga. A expressão domínio discursivo é usada para designar uma esfera ou 
instância de produção discursiva ou de atividade humana. Esses domínios 
propiciam o surgimento de discursos bastante específicos, mas não são textos 
nem discursos. Do ponto de vista dos domínios, se fala, por exemplo, em 
discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, etc. Isso ocorre 
pois as atividades jurídica, jornalística ou religiosa não abrangem um gênero 
em particular, mas dão origem a vários deles. Constituem práticas discursivas 
dentro das quais se pode identificar um conjunto de gêneros textuais que às 
Comunicação escrita6
vezes lhe são próprios (em certos casos exclusivos), como práticas ou rotinas 
comunicativas institucionalizadas (MARCUSCHI, 2003).
Um dos exemplos usados pelo pesquisador é o caso das jaculatórias, 
novenas e ladainhas. Elas são gêneros exclusivos do domínio religioso, não 
aparecendo em outros domínios. 
Exemplo de jaculatória dado por Marscuschi:
“Senhora Aparecida, milagrosa padroeira, sede nossa guia nesta mortal carreira! à 
Virgem Aparecida, sacrário do redentor, dai à alma desfalecida vosso poder e valor. à 
Virgem Aparecida, fiel e seguro norte, alcançai-nos graças na vida, favorecei-nos na 
morte!” (RODRIGUES, 1977, p. 54).
De acordo com Marcuschi (2003), a jaculatória é um gênero textual que 
se caracteriza por um conteúdo de grande fervor religioso. Possui um estilo 
laudatório e invocatório, unindo duas sequências injuntivas ligadas na sua 
formulação imperativa. Além disso, possui composição curta com poucos 
enunciados, voltada para a obtenção de graças ou perdão, dependendo da 
circunstância. 
O teórico chama atenção para o cuidado que se deve ter para não confundir 
texto e discurso. Conforme o autor, há muitas discussões sobre o assunto. 
Contudo, se pode dizer que texto é uma entidade concreta realizada mate-
rialmente e corporificada em algum gênero textual. Já o discurso é aquilo 
que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O que 
significa que o discurso se realiza nos textos. “Em outros termos os textos 
realizam discursos em situações institucionais, históricas, sociais e ideológicas. 
Os textos são acontecimentos discursivos para os quais convergem ações 
linguísticas, sociais e cognitivas, segundo Robert de Beaugrande (1997).” 
(MARCUSCHI, 2003). 
Marcuschi (2003) aponta para o fato de que a definição dada aos termos 
utilizados em seu texto é muito mais operacional do que formal. Desse modo, 
conforme o estudioso, para a noção de tipo textual há a predominância da 
identificação de sequências linguísticas típicas como norteadoras. Mas, 
no que tange à noção de gênero textual, predominam os critérios de ação 
prática, circulação sócio-histórica, funcionalidade, conteúdo temático, 
7Comunicação escrita
estilo e composicionalidade. Os domínios discursivos são as grandes esferas 
da atividade humana, nas quais os textos circulam. Marcuschi (2003) ainda 
enfatiza a importância de perceber que os gêneros são entidades comunicativas, 
e não entidades formais. Para o autor, “Gêneros são formas verbais de ação 
social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidades de 
práticas sociais e em domínios discursivos específicos.” (MARCUSCHI, 2003).
Gêneros textuais
Dinâmicos, os gêneros são entidades sociodiscursivas que surgem, se situam e 
se integram funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Eles servem 
para orientar o autor durante a produção e o leitor quando interpreta o texto.
Bakhtin (2000) foi um dos primeiros estudiosos a teorizar os gêneros do 
discurso. Para ele, todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da 
língua. Isso configura a diversidade nesse uso e uma variedade de gêneros 
incalculável. Para o teórico, toda essa atividade se concretiza em forma de 
enunciados, orais e escritos, concretos e únicos, que emanam dos integrantes 
de alguma esfera da atividade humana.
O teórico russo compreende os gêneros como resultado de um uso comu-
nicativo da língua em sua realização dialógica. Assim, quando os indivíduos 
se comunicam, não trocam orações ou palavras. Eles trocam enunciados 
constituídos com os recursos formais da língua, como a gramática e o léxico. 
Para Baltar (2004), o gênero textual é uma unidade triádica. Ou seja, 
é formado de três elementos: unidade composicional, unidade temática e 
estilo. Ele, portanto, pode ser dividido em três para análise e classificação. 
A classificação, porém, não deve ser fechada. Afinal, os gêneros surgem de 
acordo com as necessidades e práticas sociais. 
Sobre isso, Bakhtin (2000) explica que as três dimensões essenciais à 
caracterização dos gêneros são: o tema, que trata do conteúdo; o estilo, que 
são as configurações específicas das unidades de linguagem; e a composição, 
estrutura particular do texto. Esta se relaciona com a finalidade extralinguística 
do texto: didática, publicitária, jornalística, entre outras.
Marcuschi (2003) diz que é possível classificar os gêneros conforme a 
atividade sociodiscursiva a que servem. Segundo ele, quando se domina um 
gênero, se domina “[...] uma forma de realizar linguisticamente objetivos 
específicos em situações sociais particulares.” (MARCUSCHI, 2003, p. 29). 
Nesse sentido, o estudo dos gêneros diversificados se faz importante, tendo 
em vista o fato de que nas diferentes práticas cotidianas de comunicação se 
realizam interações sociais.
Comunicação escrita8
Conforme Marcuschi (2003), quando um gênero textual é dominado, o que é dominado 
não é a forma linguística. O que se domina é uma forma de realizar linguisticamente 
objetivos específicos em situações sociais particulares. 
O termo “gênero”, na tradiçãoocidental, sempre esteve ligado aos gêneros 
literários. Atualmente, é usado para aludir a uma categoria de discurso, seja 
ele falado ou escrito, tendo ou não aspirações literárias. Conforme Marcuschi 
(2003), essa noção é usada na etnografia, na sociologia, na antropologia, no 
folclore, na retórica e, evidentemente, na linguística.
Cada gênero trabalha com a tipologia textual que lhe é mais adequada. Por exemplo: 
o gênero notícia poderá ter a tipologia da narração e da descrição; um artigo de jornal 
terá a argumentação; um texto publicitário trabalhará com a injunção; uma conferência, 
com a exposição, e assim por diante.
Para melhor compreensão desse assunto, observe o agrupamento de gêneros 
textuais segundo Bronckart (1999) e Schneuwly et al. (2004), no Quadro 2.
9Comunicação escrita
 Fonte: Bronckart (1999) e Schneuwly et al. (2004). 
Domínios 
sociais 
Aspectos 
tipológicos
Capacidades 
de linguagem
Exemplos de 
gêneros
Cultura literária 
ficcional 
Narrar Mimésis de ação por 
meio da criação da 
intriga no domínio 
do verossímil
HQ 
Fábula
Novela
Documentação 
e memorização 
das ações 
humanas 
Relatar Representação 
do discurso de 
experiências vividas
Notícia
Relatório 
Autobiografia 
Diário
Discussão de 
problemas 
sociais 
controversos 
Argumentar Sustentação, 
refutação, 
negociação de 
tomadas de posição
Anúncio 
publicitário
Debate 
Discussão 
Resenha crítica 
Artigo opinativo
Transmissão 
e construção 
de saberes 
Expor Apresentação 
textual de diferentes 
formas de saberes
Texto informativo 
Aula expositiva
Tomada de notas
Regulação 
das ações 
Prescrever 
e instruir
Regulação mútua de 
comportamentos por 
meio da orientação 
– enunciados 
(normativos, 
prescritivos 
ou descritivos) 
para a ação
Receita culinária
Regras de jogos
Exercícios 
Bula
 Quadro 2. Gêneros textuais. 
Veja, na próxima seção, os tipos textuais e a que gêneros eles se apropriam.
Comunicação escrita10
O gênero notícia, por exemplo, está no domínio discursivo jornalístico. Relata fatos de 
interesse público, comunicando informações sobre os fatos que já ocorreram, estão 
acontecendo ou ainda podem vir a acontecer. A narração é feita por meio de uma 
linguagem objetiva, clara e impessoal. Contudo, há redatores que expressam suas 
ideologias políticas, indo além do apenas informar, com o objetivo de formar opiniões. 
A notícia apresenta, comumente, uma estrutura padrão, composta de duas partes: o 
lead e o corpo. O lead se trata das respostas para as seguintes perguntas: o quê; quem?; 
quando?; onde?; como?; por quê? Ele objetiva conceder informações detalhadas ao 
leitor já no início do texto. Depois, se acrescentam informações complementares.
Tipos textuais
A expressão tipo de texto é muitas vezes equivocadamente empregada no 
cotidiano e também em livros didáticos. Ela é comumente usada para designar 
não um tipo, mas sim um gênero de texto. Um exemplo desse fato é quando 
alguém diz “a carta pessoal é um tipo de texto informal”. Nesse caso, o termo 
“tipo de texto” não está sendo empregado de maneira correta e essa forma de 
falar deveria ser evitada (MARCUSCHI, 2003).
De acordo com o autor, a carta pessoal escrita para alguém íntimo, como 
um familiar, é um gênero textual. Assim, se assemelha a editoriais, horóscopos, 
receita médica, bula de remédio, poema, piada, conversação casual, entrevista 
jornalística, artigo científico, resumo de artigo, prefácio de livro.
Marcuschi (2003) afirma que em todos esses gêneros também se estão 
realizando tipos textuais. É possível que o mesmo gênero realize dois ou mais 
tipos, sendo um texto tipologicamente variado, heterogêneo. A carta pessoal, 
por exemplo, pode conter uma sequência narrativa, uma argumentação, uma 
descrição e assim por diante. Portanto, possui uma variedade grande de se-
quências tipológicas.
Desse modo, Marcuschi (2003) explica que entre as características básicas 
dos tipos textuais está o fato de eles serem definidos por seus traços linguísticos 
predominantes. Assim, um tipo textual é dado por um conjunto de traços que 
formam uma sequência e não um texto. Ao nomear determinado texto como 
narrativo, descritivo ou argumentativo, se está nomeando o predomínio de 
um tipo de sequência de base, e não o gênero em si.
11Comunicação escrita
De acordo com Marcuschi (2003), um elemento central na organização de textos 
narrativos é a sequência temporal. Em textos descritivos, predominam as sequências 
de localização. Já nos textos expositivos há o predomínio de sequências analíticas ou 
então explicitamente explicativas. No caso dos textos argumentativos, predominam 
sequências contrastivas explícitas. Os textos injuntivos, por sua vez, apresentam o 
predomínio de sequências imperativas.
Veja exemplos de tipos textuais e gêneros:
Descritivo
Os texto de tipologia descritiva têm por objetivo descrever coisas, pessoas ou 
situações. Ao se descreverem personagens, por exemplo, a descrição pode ser 
de dois tipos: física ou psicológica. A primeira trata de características exter-
nas: altura, pelo, cor da pele, cabelos, olhos, idade. Já a segunda se ocupa do 
comportamento, caráter, personalidade. Quando se faz uma descrição física, 
ela pode ser objetiva. Nesse caso, o que é descrito se apresenta de forma direta, 
simples, concreta, como realmente é. Por outro lado, ela pode ser subjetiva, 
que envolve os sentimentos do descritor. Já a psicológica é sempre marcada 
por subjetividade. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: 
laudo, relatório, ata, guia de viagem, textos literários. Observe o exemplo, 
retirado do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis (1977, p. 259):
Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte 
e cheia, apertada em um vestido de chita meio desbotado. Os cabelos 
grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda 
do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz 
reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.
Narrativo
A narração tem como principal característica contar uma história, fi ccional 
ou não, ocorrida num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens. 
O tempo verbal predominante é o passado. Ela é escrita geralmente em prosa, 
buscando comunicar qualquer acontecimento ou situação. A narração em pri-
Comunicação escrita12
meira pessoa pressupõe a participação do narrador, que é o chamado narrador-
-personagem. Já em terceira pessoa há um narrador-observador, que mostra 
o que ele viu ou ouviu. 
Os gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: conto, crônica, 
fábula, romance, biografia, lenda, narrativa de aventura, narrativa de ficção 
científica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou história engraçada, 
biografia romanceada, romance, romance histórico, novela fantástica, adivinha, 
piada, entre outros.
Como exemplo, considere o trecho do conto “Pausa”, de Moacyr Scliar (1977, p. 275):
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro. Fez 
a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando 
sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas 
eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra 
azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
Argumentativo
O texto argumentativo, geralmente dissertativo, é um texto opinativo, em que 
ideias são desenvolvidas por meio de estratégias argumentativas que têm por 
fi nalidade convencer o interlocutor. Nesse tipo de texto, há posicionamentos 
pessoais, exposiçãode ideias e defesa de um ponto de vista. Sua estrutura se 
dá em três partes: 
1. Ideia principal (introdução).
2. Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve). 
3. Conclusão (síntese da posição assumida). 
13Comunicação escrita
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta 
argumentativa, dissertação argumentativa, editorial, texto de opinião, diálogo 
argumentativo, carta de leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, debate 
regrado, assembleia, discurso de defesa (advocacia), resenha crítica, artigos 
de opinião ou assinados, editorial, ensaio.
Considere este exemplo (MINO CARTA, 2013):
A súbita louvação do nosso Judiciário serve para encobrir a verdade factual, a começar 
pelo emprego de pesos e medidas opostos no julgamento dos mais diversos gêneros 
de corrupção política. Até o mundo mineral sabe desta singular situação, pela qual a 
casa-grande goza da leniência da Justiça, em todos os níveis de atividade [...]
Expositivo
O texto expositivo é também de natureza dissertativa. Trata-se da apresentação, 
explicação ou constatação, de maneira impessoal, sem julgamento de valor 
e sem o propósito de convencer o leitor. Tem por fi nalidade apresentar infor-
mações sobre um objeto ou fato específi co, enumerando suas características 
por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros que se apropriam da 
estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fi chamento, artigo científi co, 
seminário, texto expositivo em livro didático, conferência, palestra, entrevista 
com especialista, texto explicativo, tomada de notas, resumo de textos, rese-
nha, relatório científi co, relatório oral de experiências. As exposições orais 
ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os livros e as fontes 
de consulta também são exemplos dessa modalidade.
Comunicação escrita14
Veja o exemplo a seguir, retirado da reportagem “Uma pena, duas medidas”, da Agência 
Pública (DIP, 2017). 
Na planilha de processos da Lava Jato atualizada em 4 de julho, fornecida à Pública 
pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná, constam apenas sete pessoas 
em prisão domiciliar, 17 com tornozeleira eletrônica e duas com tornozeleira em prisão 
domiciliar (veja box com os nomes no fim da reportagem). Mas esses também são 
números confusos já que os processos gerados pela operação se desdobraram em 
centenas de outros, que mudam a cada minuto.
Injuntivo
Os textos injuntivos têm por fi nalidade instruir o interlocutor, orientar como 
realizar uma determinada ação. Utilizam verbos no imperativo para atingir seu 
intuito. Eles normalmente pedem, mandam ou aconselham. Os gêneros que se 
apropriam da estrutura injuntiva são: manuais de instruções, receitas culinárias, 
bulas, regulamentos, editais, instruções de montagem, receitas médicas, regras 
de jogo, instruções de uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Observe o exemplo a seguir, retirado do manual de instruções de um computador 
(CCE, c2017):
Não instale nem use o computador em locais muito quentes, frios, empoeirados, 
úmidos ou que estejam sujeitos a vibrações. Não exponha o computador a choques, 
pancadas ou vibrações adversas, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças 
internas.
15Comunicação escrita
Os gêneros textuais podem ser híbridos. Isto é, podem ser compostos com caracterís-
ticas de diferentes gêneros ou conter variados tipos textuais. Por exemplo: a crônica, 
que é um texto tanto jornalístico quanto literário, une características de ambos. A 
reportagem é um texto que pode possuir tipos narrativos, expositivos e descritivos, 
sendo também híbrido. As cartas, que com a evolução tecnológica acabaram sendo 
substituídas por e-mails, podem conter todos os tipos textuais dentro do texto. 
Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto “Gêneros textuais: definição e funcio-
nalidade” (MARCUSCHI, 2003).
Comunicação escrita16
ALENCAR, J. Iracema. Porto Alegre: L&PM, 2006.
ASSIS, M. Dom Casmurro. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BALTAR, M. A. Competência discursiva e gêneros textuais: uma experiência com o jornal 
de sala de aula. Caxias do Sul: EDUCS, 2004.
BARBOSA, J. J. Alfabetização e leitura. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Sem noção: caso crônico. Brasília, DF: TV Escola, 
c2017. 1 vídeo. Disponível em: . 
Acesso em: 18 set. 2017.
BRONCKART, J-P. Os tipos de discurso. In: BRONCKART, J. Atividades de linguagem, 
textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1988.
CANELLAS, M. O janeiro em que o Brasil me perdeu. Zero Hora, Porto Alegre, 28 jan. 2013.
CCE. Manual de instruções: notebook. São Paulo, c2017. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2017.
CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2010.
COSTA, R. C.; SILVA, R.; VILACA, M. A evolução e revolução da escrita: um estudo 
comparativo. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, 2013. 
DIP, A. Uma pena, duas medidas. Rio de Janeiro: Pública, 2017. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2017.
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MA-
CHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
MINO CARTA. O primado da incompetência. Carta Capital, São Paulo, 06 dez. 2013. 
Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2017.
PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial. 5. ed. Campinas: Alínea, 2006.
RODRIGUES, J. G. Rezemos o terço. Aparecida: Santuário, 1977. 
SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
SCLIAR, M. Pausa. In: BOSI, A. (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: 
Cultrix, 1977. p. 275.
Leitura recomendada
ABREU, A. S. Curso de redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2006. 
19Comunicação escrita
Conteúdo:
Dica do professor
A escrita que se conhece e usa atualmente nem sempre foi assim. Antes de a humanidade chegar a 
ela, foram desenvolvidos outros processos, os quais eram utilizados para se comunicar e fazer 
registros. Desde os primeiros desenhos rupestres nas paredes das cavernas até os hieróglifos 
complexos do Antigo Egito, a humanidade buscou formas de registrar sua história e expressar suas 
ideias. 
Esses primeiros sistemas de escrita evoluíram ao longo do tempo, dando origem a diferentes 
formas de comunicação escrita em diversas culturas ao redor do mundo. Do cuneiforme 
mesopotâmico aos alfabetos fenício e grego, cada avanço na escrita representava um marco na 
história da comunicação humana, ampliando as fronteiras do conhecimento e da expressão. 
Nesta Dica do Professor, você vai ver a evolução da escrita por meio de três fases. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Conforme delineado por Charedeau (2010), a teoria dos quatro modos de organização 
textual — enunciar, descrever, narrar e argumentar — oferece uma concepção importante 
para compreender a diversidade e complexidade da produção textual. Cada modo de 
organização tem características distintas que refletem sua função-base na comunicação 
escrita.
CHAREDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2010.
Compreender as funções-base de cada modo de organização não apenas permite diferenciá-
los, mas também utilizá-los estrategicamente para alcançar diferentes objetivos 
comunicativosem seus próprios textos.
Com base na teoria dos quatro modos de organização textual delineada por Charedeau 
(2010), identifique a afirmativa correta sobre o modo de organização textual “narrar”.
A) O modo narrar é caracterizado pela exposição objetiva de informações, buscando convencer 
o leitor por meio de argumentação lógica e racional.
B) O modo narrar destaca-se por apresentar uma análise detalhada e sistemática de um tema 
específico, utilizando exemplos concretos para ilustrar conceitos abstratos.
C) Narrar diferencia-se dos outros modos por sua estrutura fragmentada, em que diferentes 
vozes se alternam para expressar múltiplas perspectivas sobre um mesmo tema.
D) Narrar é caracterizado pela exposição de fatos e dados científicos de maneira imparcial e 
objetiva, visando fornecer informações precisas ao leitor.
E) Narrar visa relatar eventos sequenciais em uma ordem temporal, com o objetivo de contar 
uma história ou descrever experiências pessoais, envolvendo emocionalmente o leitor na 
narrativa. 
As tipologias textuais referem-se aos diferentes padrões de organização e estruturação dos 
textos, abrangendo categorias como narração, descrição, argumentação, exposição e 
injunção. Cada tipologia textual tem características específicas que determinam seu 
propósito comunicativo e sua forma de apresentação, permitindo uma variedade de 
abordagens para expressar ideias, transmitir informações e persuadir o leitor.
Leia o trecho a seguir:
2) 
“Com base em dados do IBGE, em torno de 5% da renda familiar são gastos com a educação 
de um filho. A depender da escola em que os filhos estiverem matriculados, a despesa da 
pré-escola até a universidade pode passar de R$ 1,2 milhão.
E, mesmo diante de um impacto econômico tão grande, tanto no orçamento familiar quanto 
na inflação do país, os incentivos oficiais para os pais investirem na educação dos filhos são 
poucos. No Imposto de Renda da Pessoa Física, a dedução das despesas está limitada a R$ 
3.561,50 por dependente. E nem todos os gastos são dedutíveis.
Educação é o maior patrimônio que uma sociedade pode acumular. Torná-la um custo 
inacessível para a maioria das famílias é uma receita quase certa para a perpetuação do 
atraso social e econômico de um país.”
EDITORIAL O TEMPO. O alto custo da educação no Brasil. O Tempo, 28 fev. 2024. 
Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/editorial/o-alto-custo-da-educacao-no-
brasil-1.3338526. Acesso em: 8 mar. 2024.
Identifique a tipologia textual predominante no texto.
A) Narrativo.
B) Argumentativo.
C) Descritivo.
D) Expositivo.
E) Injuntivo.
A partir das reflexões de Marcuschi (2010), os gêneros textuais são entendidos como formas 
de comunicação socialmente reconhecidas, caracterizadas por estruturas linguísticas e 
propósitos comunicativos específicos. Eles representam padrões culturais estabelecidos, que 
variam de acordo com o contexto comunicativo e os objetivos dos interlocutores, moldando 
as práticas discursivas em diferentes esferas sociais. 
Leia o seguinte trecho: 
“Naquele tempo, nós não sabíamos o que fosse cepticismo. Mas Edmundo era céptico. As 
pessoas aborreciam-se e chamavam-no de teimoso. Era uma grande injustiça e uma 
definição errada. 
[...] 
3) 
Disseram-lhe que, mergulhando de cabeça na pipa d’água do quintal, podia morrer afogado. 
Não se assustou com a ideia da morte: queria saber é se lhe diziam a verdade. E só não 
morreu porque o jardineiro andava perto. 
Na lição de catecismo, quando lhe disseram que os sábios desprezam os bens deste mundo, 
ele perguntou lá do fundo da sala: “E o rei Salomão?” Foi preciso a professora fazer uma 
conferência sobre o assunto; e ele não saiu convencido. Dizia: “Só vendo.” E em certas 
ocasiões, depois de lhe mostrarem tudo o que queria ver, ainda duvidava. “Talvez eu não 
tenha visto direito. Eles sempre atrapalham.” (Eles eram os adultos.) 
[...] 
Numa festa de aniversário, apareceu, entre números de piano e canto (ah! delícias dos saraus 
de outrora!), apareceu um mágico com a sua cartola, o seu lenço, bigodes retorcidos e flor na 
lapela. Nenhum de nós se importaria muito com a verdade: era tão engraçado ver saírem 
cinquenta fitas de dentro de uma só... e o copo d’água ficar cheio de vinho... 
Edmundo resistiu um pouco. Depois, achou que todos estávamos ficando bobos demais. 
Disse: “Eu não acredito!” Foi mexer no arsenal do mágico e não pudemos ver mais as moedas 
entrarem por um ouvido e saírem pelo outro, nem da cartola vazia debandar um pombo 
voando... (Edmundo estragava tudo. Edmundo não admitia a mentira. Edmundo morreu 
cedo. E quem sabe, meu Deus, com que verdades?)”. 
MEIRELES, C. Quadrante 2. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 122. 
Identifique o gênero textual predominante no texto. 
A) Conto.
B) Crônica.
C) Fábula.
D) Ensaio.
E) Poema.
4) A comunicação escrita desempenha um papel fundamental em diversas esferas da vida, 
sendo uma ferramenta essencial para transmitir ideias, informações e sentimentos de forma 
clara e eficaz. Seu uso abrange desde a comunicação interpessoal até a comunicação 
institucional, sendo base para o funcionamento adequado de organizações e sociedades.
Considerando a importância da comunicação escrita, identifique a alternativa que melhor 
descreve um aspecto essencial desse processo.
A) A comunicação escrita é exclusivamente linear, não permitindo a expressão de nuances ou 
emoções. 
B) A comunicação escrita é versátil, permitindo a utilização de diferentes recursos linguísticos 
para atender a diversos propósitos comunicativos.
C) A comunicação escrita é estática, não permitindo interação ou feedback imediato. 
D) A comunicação escrita é universal, sendo compreendida da mesma forma por todas as 
culturas.
E) A comunicação escrita é imutável, não permitindo ajustes ou adaptações após sua criação.
5) De acordo com Marcuschi (2010), os gêneros textuais podem ser híbridos, porque os 
gêneros textuais são influenciados por diversos fatores contextuais, como o propósito 
comunicativo, o público-alvo e o meio de circulação. Essa característica híbrida dos gêneros 
textuais reflete a natureza dinâmica e flexível da linguagem, que está em constante evolução 
para atender às necessidades comunicativas emergentes. 
Nos últimos anos, testemunha-se uma proliferação de obras que desafiam as categorizações 
tradicionais de gênero na indústria cultural. 
Considerando os gêneros híbridos, escolha a alternativa que melhor reflete a complexidade 
desse fenômeno cultural. 
A) Gêneros híbridos desafiam as convenções estabelecidas, mesclando elementos de diversas 
formas artísticas para criar novas experiências estéticas e narrativas.
B) Os gêneros híbridos são uma tendência efêmera, sem impacto duradouro na indústria 
cultural.
C) O conceito de gêneros híbridos é estático e não permite evolução ou variação ao longo do 
tempo. 
D) O surgimento de gêneros híbridos é uma resposta à falta de criatividade na indústria cultural, 
resultando em obras repetitivas e previsíveis.
E) Os gêneros híbridos são restritos a nichos específicos da cultura e não alcançam um público 
mais amplo. 
Na prática
Os gêneros textuais são grandes aliados em atividades como: leitura crítica, produção textual 
significativa, desenvolvimento da oralidade e conscientização de que a leitura e a escrita estão 
presentes em tudo que se faz. Além de dinâmicos, os gêneros são entidades sociodiscursivas que 
surgem e situam-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem e servem para orientar o 
autor, durante a produção, e o leitor, quando interpreta o texto.
Já um tipo textual é dado por um conjunto de traços que formam uma sequência, e não um texto. 
Entre as características básicas dos tipos textuais está o fato de eles serem definidos por seus 
traços linguísticos predominantes. No mundo atual, refletir sobre os gêneros e os tipos textuais tem 
uma enorme influência nas estratégias de oferta de produtos e serviços.
Acompanhe, Na Prática, um caso de um profissionalresponsável pela comunicação de uma 
empresa de produtos tecnológicos e seu desafio de pensar diferentes estratégias de comunicação 
para um novo produto.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Gêneros textuais
O estudo da comunicação vai muito além do que é visto nos livros literários. Veja, neste vídeo, 
como os gêneros textuais se relacionam com a escrita do dia a dia.
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As contribuições da sociolinguística ao ensino de gêneros 
textuais digitais à luz dos documentos oficiais brasileiros
Acompanhe, neste texto, uma reflexão atual sobre a questão dos gêneros textuais baseada nos 
construtos da sociolinguística e referindo ao importante aspecto do ensino de línguas.
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“Das cavernas à era digital: a evolução da escrita” projeto de 
pesquisa sobre a evolução da escrita e letramento na educação 
infantil
Veja, neste interessante estudo de caso, como a evolução da escrita é colocada a favor de pensar 
as práticas de alfabetização e letramento no mundo atual.
https://www.youtube.com/embed/ZRsdIGbYqqs
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/56210/41295
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https://periodicos.novohamburgo.rs.gov.br/index.php/saberes-em-foco/article/view/97/76

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