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<p>Unidade 4</p><p>Sustentabilidade socioambiental</p><p>Meio Ambiente,</p><p>Desenvolvimento</p><p>e Sustentabilidade</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>GABRIELLA ELDERETI MACHADO</p><p>STEPHANIE FREIRE BRITO</p><p>AUTORIA</p><p>Gabriella Eldereti Machado</p><p>Sou licenciada em Química, com uma experiência técnico-</p><p>profissional na área de Meio Ambiente de mais de três anos. Pós-graduada</p><p>em Educação Ambiental e Educação, sou apaixonada pelo que faço e</p><p>adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando</p><p>em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a</p><p>integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder</p><p>ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>Stephanie Freire Brito</p><p>Sou paraibana, formada em Administração pela Universidade</p><p>Federal da Paraíba (2016), possuo MBA em Marketing e Inteligência de</p><p>Mercado (2018) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal</p><p>de Campina Grande – UFCG (2021). Atualmente desenvolvo pesquisas</p><p>científicas na área de gestão de cidades, indicadores de sustentabilidade,</p><p>Smart Cities, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ministro</p><p>cursos e palestras na área de negócios e atuo como professora conteudista.</p><p>Sou empreendedora, e estou muito satisfeita em poder colaborar com o</p><p>seu crescimento profissional através do estudo.</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>Sustentabilidade ...............................................................................................10</p><p>Conceitos norteadores da sustentabilidade ............................................................... 10</p><p>Entendendo o tripé da Insustentabilidade ................................................................... 16</p><p>Desenvolvimento Sustentável ...................................................................22</p><p>Contextualizando o Desenvolvimento sustentável ................................................22</p><p>Aspectos práticos do Desenvolvimento Sustentável ...........................................26</p><p>Meio ambiente e sociedade ....................................................................... 31</p><p>Introdução à organização social ........................................................................................... 31</p><p>A organização social e o meio ambiente .......................................................................34</p><p>Paradigmas do pensamento ambiental ..................................................... 38</p><p>Movimentos ambientais no Brasil ...................................................................................... 39</p><p>Educação ambiental .......................................................................................42</p><p>A educação como princípio para o desenvolvimento .........................................42</p><p>Conscientização Ambiental .....................................................................................................43</p><p>Introdução à Educação Ambiental. ....................................................................................45</p><p>A educação ambiental para promover desenvolvimento sustentável ....47</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>04</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Você conhece o conceito de Sustentabilidade? Já ouviu falar sobre</p><p>Educação Ambiental? Compreende qual a relação desses conceitos com</p><p>o desenvolvimento sustentável? Nessa unidade, iremos estudar conceitos,</p><p>buscando compreender o sentido prático e teórico e, assim, responder</p><p>esses questionamentos embasados e com competências. Ao longo</p><p>dessa unidade letiva, você vai mergulhar no universo da sustentabilidade!</p><p>Vamos lá?</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>9</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no</p><p>desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término</p><p>desta etapa de estudos:</p><p>1. Explicar a relevância do conceito de sustentabilidade.</p><p>2. Apontar os conceitos fundamentais e o funcionamento do</p><p>desenvolvimento sus-tentável.</p><p>3. Identificar a sociologia e filosofia presente no Meio Ambiente e</p><p>Sociedade e suas concepções globais e sociais.</p><p>4. Explicar a educação ambiental.</p><p>Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito, vamos lá!</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>10</p><p>Sustentabilidade</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você terá conhecido as bases</p><p>que fundamentam a sustentabilidade e suas práticas. Além</p><p>disso, você entenderá a necessidade desse conceito para o</p><p>mundo que vive as práticas de insustentabilidade. Isso será</p><p>fundamental para as possibilidades teóricas envolvendo</p><p>o desenvolvimento sustentável. E então, motivado para</p><p>desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!</p><p>Conceitos norteadores da sustentabilidade</p><p>Esta unidade irá abordar, inicialmente, os conceitos norteadores da</p><p>sustentabilidade. Vamos começar nossa viagem pelo conhecimento?</p><p>Quando você pensa em sustentabilidade, quais imagens ou</p><p>conceitos vem primeiro à sua cabeça? Não é incomum perguntar a</p><p>pessoas aleatórias o que significa “sustentabilidade” e obtermos uma</p><p>resposta relacionada à emissão de gases de efeito estufa na atmosfera,</p><p>por exemplo, ou ao furo na camada de ozônio provocado por essa emissão</p><p>de gases.</p><p>Algum exemplo específico, voltado para um elemento natural pode</p><p>ser utilizado, pelo senso comum, para definir a sustentabilidade. A verdade</p><p>é que o conceito desse termo vai muito além disso.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>11</p><p>Figura 1 - Emissão de gases que provocam efeito estufa</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Apesar dos problemas naturais, decorrentes ou não da ação</p><p>antrópica, como por exemplo, as emissões de gases de efeito estufa,</p><p>serem um dos principais problemas a serem expostos nessa temática, em</p><p>verdade, problemas econômicos, situações de emergência social estão</p><p>atrelados também a sustentabilidade. Além disso, a sustentabilidade está</p><p>atrelada ao conceito e ao processo de desenvolvimento sustentável, ou</p><p>seja, um é parte do outro.</p><p>Com base nos estudos de Sartori (et. al. 2014), a sustentabilidade</p><p>emerge dos esforços de se produzir sociedades sustentáveis, tendo</p><p>como um dos caminhos o desenvolvimento sustentável.</p><p>Mas como produzir sociedades sustentáveis? O que está envolvido</p><p>nesse aspecto? Primeiro convém sabermos como é formada a sociedade.</p><p>O sociólogo inglês Anthony Giddens sugere que a sociedade e a sua</p><p>política são formadas por três agentes principais: Governo, sociedade civil</p><p>e, instituições e empresas.</p><p>Portanto, para construir uma sociedade sustentável, a</p><p>sustentabilidade deve envolver esses três agentes, com sua filosofia</p><p>e práticas. A sustentabilidade desenvolve-se através de abordagens</p><p>estratégicas</p><p>ambiental: uma trajetória comum com muitos desafios. Revista de</p><p>Administração Mackenzie, v. 12, p. 51-82, 2011.</p><p>FORNO, M. A. R. Fundamentos em gestão ambiental. Porto Alegre:</p><p>Editora da UFRGS, 2017.</p><p>LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental e movimentos sociais</p><p>na construção da cidadania ecológica e planetária. São Paulo: Cortez,</p><p>2005.</p><p>MEDINA, N. M. Amazônia: uma proposta interdisciplinar de</p><p>educação ambiental. Brasília: IBAMA, 1996.</p><p>MEDINA, N. M. Formação de Multiplicadores para educação</p><p>ambiental. Petrópolis: Vozes, 2002.</p><p>MORIN, E. O Método 3: O Conhecimento do Conhecimento. Martins:</p><p>Europa-América, 1998.</p><p>NILSSON, M.; GRIGGS, D.; VISBECK, M. Política: mapear as interações</p><p>entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nature News, v. 534,</p><p>n. 7607, pág. 320, 2016.</p><p>RAYS, O. A. Pressupostos teóricos para o ensino da didática.</p><p>Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.</p><p>RUPPENTHAL, j.E. Gestão ambiental. Santa Maria: Rede E-Tec</p><p>Brasil, 2014.</p><p>SORRENTINO, M. Desenvolvimento sustentável e participação:</p><p>algumas reflexões em voz alta. São Paulo: Cortez, 2005.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>Sustentabilidade</p><p>Conceitos norteadores da sustentabilidade</p><p>Entendendo o tripé da Insustentabilidade</p><p>Desenvolvimento Sustentável</p><p>Contextualizando o Desenvolvimento sustentável</p><p>Aspectos práticos do Desenvolvimento Sustentável</p><p>Meio ambiente e sociedade</p><p>Introdução à organização social</p><p>A organização social e o meio ambiente</p><p>Paradigmas do pensamento ambiental</p><p>Movimentos ambientais no Brasil</p><p>Educação ambiental</p><p>A educação como princípio para o desenvolvimento</p><p>Conscientização Ambiental</p><p>Introdução à Educação Ambiental.</p><p>A educação ambiental para promover desenvolvimento sustentável</p><p>para o uso de recursos, produção de energia limpa, controle</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>12</p><p>da poluição, gestão ambiental, consciência ambiental, economia verde,</p><p>consumo sustentável e a gestão de recursos.</p><p>Figura 2 - Sustentabilidade</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Essa área é multidisciplinar e, devido a isso, possui uma aplicação e</p><p>definição distinta para cada campo, abrangendo as necessidades de cada</p><p>área. De modo geral, conceitua-se a sustentabilidade como aplicabilidade</p><p>natural de promover o desenvolvimento sustentável.</p><p>O desenvolvimento sustentável seria o caminho possível para</p><p>chegar ao uso racional dos recursos. A alternativa de concretização desse</p><p>processo é a sustentabilidade econômica como forma de manutenção do</p><p>capital, buscando a reorganização dos bens e serviços de consumo em</p><p>uma forma mais justa.</p><p>A partir disso, a sustentabilidade é discutida com base em três itens</p><p>relacionados aos conflitos e aos problemas a serem resolvidos, que são:</p><p>(i) o interesse da geração atual em melhorar a suas reais</p><p>condições de vida (sustentabilidade econômica), (ii) a</p><p>busca de uma equalização das condições de vida entre</p><p>ricos e pobres (sustentabilidade social), e (iii) os interesses</p><p>das gerações futuras que não estão comprometidas</p><p>pela satisfação das necessidades da geração atual</p><p>(sustentabilidade ambiental). (HORBACH, 2005, apud</p><p>SARTORI et al., 2014, p. 5)</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>13</p><p>Sobre o envolvimento das instituições e/ou empresas, a</p><p>sustentabilidade também abrange a descrição de processos e atividades</p><p>como negócios sustentáveis, turismo ecológico, agricultura sustentável e</p><p>alimentos. Com vistas a manter sempre o foco no bem-estar dos indivíduos</p><p>e, se tem a conexão de diversos fatores que possibilitam a concretização</p><p>da sustentabilidade.</p><p>Figura 3 - Agricultura sustentável e alimentos</p><p>Fonte: Freepik</p><p>As características da sustentabilidade estão diretamente ligadas aos</p><p>objetivos que se tem para chegar ao processo efetivo da sustentabilidade.</p><p>Dessa forma, para cada demanda, existem características e objetivos</p><p>diferentes, dentre elas podemos citar: esferas ambientais, econômicas</p><p>e sociais, alterações ambientais, políticas ambientais, crescimento e</p><p>decrescimento econômico, pobreza, escassez de recursos (SARTORI;</p><p>LATRÔNICO; CAMPOS, 2014).</p><p>Essas demandas contemplam níveis de abrangência e</p><p>entendimento global, regional e local. Tal divisão está relacionada ao uso</p><p>dos indicadores, que devem ser distintos para cada região, verificando a</p><p>eficácia do processo de sustentabilidade.</p><p>O comprometimento com as regiões e seus indicadores se dá por</p><p>meio de políticas públicas governamentais que fornecem mecanismos de</p><p>avaliação de cada processo de implantação das ações ambientais. Ainda</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>14</p><p>assim, existem alguns desafios centrais que impedem a efetivação da</p><p>sustentabilidade, que serão abordados a seguir.</p><p>O primeiro fator a ser destacado, para o alcance da sustentabilidade,</p><p>é a instituição de normas de proteção ambiental. No Brasil, existe a Lei</p><p>dos Crimes Ambientais, que regulamenta punições frente a infrações</p><p>ambientais. Um exemplo de crime ambiental são as queimadas,</p><p>frequentes em nosso país.</p><p>Figura 4 - Criação de normas de proteção Ambiental</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Outro fator é o da sustentabilidade social, a qual é entendida</p><p>como o conjunto de ações voltadas a sociedade, com o propósito de</p><p>melhoria da vida das pessoas. Tal perspectiva tem o intuito de reduzir as</p><p>desigualdades sociais e, consequentemente, ampliar o acesso aos bens</p><p>e aos serviços básicos. Alguns exemplos desses serviços são: educação,</p><p>saúde pública e saneamento básico.</p><p>A erradicação da pobreza é outro fator que contribui para chegarmos</p><p>à sustentabilidade. Em alguns países, o problema da pobreza afeta muitas</p><p>pessoas, como em regiões como a África, sul da Ásia e em regiões do</p><p>Brasil. Diante disso, a Organização Mundial das Nações Unidas – ONU</p><p>traçou alguns objetivos a nível mundial a serem realizados até 2030, entre</p><p>os quais traçar alternativas para erradicar a pobreza.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>15</p><p>Em diálogo com a erradicação da pobreza, está à produção e o</p><p>consumo equilibrado. Esse fator está ligado à escolha dos produtos a</p><p>serem consumidos, os quais, podemos afirmar, já estamos vendo uma</p><p>pequena evolução, visto que, atualmente, os consumidores estão mais</p><p>conscientes em relação aos produtos e sua produção.</p><p>A sustentabilidade social, assim como a sustentabilidade</p><p>empresarial, estão diretamente ligados aos processos produtivos que,</p><p>nesse contexto, passam a levar em conta fatores como: a utilização dos</p><p>recursos naturais na produção de algum produto ou alimento, o modo</p><p>de produção, condições de trabalho dos trabalhadores e se o produto</p><p>pode ser reciclado ou não, ou seja, há a preocupação com o consumo</p><p>sustentável.</p><p>Figura 5 - Sustentabilidade social</p><p>Fonte: Freepik</p><p>O fator da sustentabilidade, em conjunto com a manutenção</p><p>de recursos ambientais, também está atrelado à eficiência no uso de</p><p>recursos no processo produtivo, antes (momento da extração), durante</p><p>(momento da produção) e, depois (momento do uso e do descarte).</p><p>Através da gestão ambiental que promove os cuidados, a manutenção</p><p>dos mananciais, reflorestamento e a manutenção da biodiversidade esses</p><p>cuidados são praticados.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>16</p><p>As metodologias e os indicadores de sustentabilidade contribuem</p><p>para a realização desses itens, na medida em que se utiliza de indicadores</p><p>de avaliação dessas medidas, por meio de abordagens holísticas,</p><p>caracterizadas como uma forma de compreender os fenômenos em sua</p><p>totalidade.</p><p>A educação ambiental atrela-se à sensibilização da população</p><p>quanto ao uso sustentável dos recursos, ao compor uma frente conjunta,</p><p>a qual contempla a participação pública e os setores governamentais e as</p><p>instituições, como escolas e universidades.</p><p>Nesse contexto, temos a contribuição da ciência e da tecnologia</p><p>para a resolução dos problemas ambientais. As fontes de energia</p><p>renováveis, como a energia solar e eólica, são oriundas de pesquisas e</p><p>aprimoramento científico e tecnológico.</p><p>ACESSE:</p><p>Conheça tecnologias voltadas à resolução de problemas</p><p>ambientais, clicando aqui.</p><p>Assim sendo, é possível concluir que a sustentabilidade</p><p>está relacionada à capacidade pessoal dos indivíduos, bem como</p><p>governamental e institucional de promover o consumo coerente dos</p><p>recursos naturais, envolvendo aspectos em torno da produção, do</p><p>consumo e da conservação desses recursos.</p><p>Entendendo o tripé da Insustentabilidade</p><p>Debatemos anteriormente que a sustentabilidade busca</p><p>implementar filosofias e práticas envolvendo um tripé da sustentabilidade:</p><p>Meio ambiente, sociedade e economia. No entanto, se por um lado a</p><p>sustentabilidade possui características que buscam integrar esse tripé,</p><p>a “Insustentabilidade” funciona na contramão da sustentabilidade, se</p><p>opondo à todas as suas ideias e práticas.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/06/tecnologia-favor-do-meio-ambiente.html</p><p>17</p><p>As práticas da insustentabilidade afastam os aspectos ligados à</p><p>economia e à sociedade de qualquer atenção com o meio ambiente,</p><p>ignorando qualquer conhecimento acerca do mundo e da participação do</p><p>ser humano nele. Fernandes (2021) demonstra que o consumo excessivo,</p><p>desigualdades sociais e a degradação do meio ambiente são os 3 aspectos</p><p>que definem o que podemos chamar de tripé da insustentabilidade.</p><p>Figura 6 - Impactos da insustentabilidade</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Consumo excessivo (aspecto econômico): A filosofia de viver em</p><p>uma sociedade que valoriza as pessoas pelo o que elas têm e não pelo o</p><p>que elas são, leva ao desejo de possuir bens, cada vez mais, mais caros</p><p>e mais novos. Esse é considerado</p><p>um sinal de sucesso na sociedade e,</p><p>de forma insustentável, acabamos praticando hábitos danosos, tanto ao</p><p>próprio homem, com uma psique abalada, quanto ao mundo, através de</p><p>uma inversão de valores.</p><p>Nesse ambiente social, o homem passa a desenvolver hábitos</p><p>de consumo, comprando cada vez mais e com maior frequência. Em</p><p>muitos casos, as pessoas chegam a não usar alguns desses objetos que</p><p>compram. Consequentemente, produtos novos ou até seminovos, fora</p><p>das tendências da moda ou ultrapassados pelo tempo, vão direto para o</p><p>lixo sem seu devido usufruto.</p><p>Todos os recursos produzidos, comercializados e consumidos (ou</p><p>não) são transformados em material descartável, resíduos de forma muito</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>18</p><p>rápida. Isso ocorre porque a mecânica capitalista impulsiona a intensa</p><p>renovação e inovação dos produtos e suas tendências. Dessa forma,</p><p>o que para alguns, poderia ser utilizado por anos agora é utilizado por</p><p>alguns meses, algumas semanas e, muitas vezes apenas por alguns dias.</p><p>No dia a dia, a sociedade, a indústria e o governo, podem concluir</p><p>que essas práticas são efetivas para acelerar o crescimento econômico,</p><p>mas qual o problema de tudo isso? Nenhum? Qual é o limite para um</p><p>crescimento econômico sustentável? Sem pensar muito podemos concluir</p><p>que o limite para um crescimento sustentável está ligado à capacidade de</p><p>renovação dos recursos naturais do nosso planeta.</p><p>Será que esse consumo desenfreado não pode gerar consequências</p><p>que nem mesmo a economia será capaz de resolver?</p><p>Figura 7 - Montanhas de lixo são consequências do consumo excessivo</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>A longo prazo a humanidade poderá se deparar com consequências</p><p>insustentáveis, que irão impactar diretamente no meio ambiente,</p><p>refletindo na escassez dos recursos naturais, uma natureza saturada de</p><p>fornecer recursos limpos para a produção do consumo e receber em</p><p>troca montanhas gigantes de lixo.</p><p>Desigualdades (aspecto social):</p><p>Uma pesquisa publicada pela organização não-governamental</p><p>britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse, no ano de</p><p>2016 conclui que 1% da população global detém a mesma riqueza dos</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>19</p><p>demais 99%. A promessa do cenário capitalista é de promover riqueza,</p><p>no entanto, essa mecânica não consegue envolver todas as pessoas, a</p><p>maioria delas pode ficar de fora desse modelo de desenvolvimento.</p><p>O resultado disso é uma enorme quantidade de pessoas vivendo</p><p>em cenários de pobreza e extrema pobreza, além de desencadear</p><p>episódios de preconceitos e intolerância, que são as batalhas travadas no</p><p>cotidiano dos centros urbanos, através da violência e, ao redor do mundo,</p><p>através das guerras.</p><p>Figura 8 - Impactos da desigualdade social</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Degradação do meio ambiente (aspecto ambiental): Poluição</p><p>de rios, do ar, de oceanos, de ambientes urbanos, são breves exemplos</p><p>de degradação ambiental. O cenário de produção e consumo extrai da</p><p>natureza e devolve lixo, isso interfere não só na vida de outras espécies,</p><p>como na do próprio ser humano.</p><p>Uma vez que, se poluímos os rios e suas nascentes, comeremos</p><p>peixes contaminados. O solo contaminado é infértil e necessita de tóxicos</p><p>para intensificar a produção de alimentos, o ar poluído desenvolve</p><p>doenças respiratórias, a agua poluída ameaça a vida de todos. Colocando</p><p>nessas palavras pode parecer exagero, mas atualmente 4 mil pessoas por</p><p>dia morrem como vítimas de doenças causadas pela poluição do ar na</p><p>China.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>20</p><p>Doenças, epidemias, pandemias são outro reflexo dessas ações. É</p><p>preciso compreender que a forma como a sociedade vive e o modelo</p><p>que adota para crescer o mundo, influencia no meio ambiente, se</p><p>causamos degradação um dia sofreremos os impactos da degradação</p><p>que causamos.</p><p>O debate sobre a insustentabilidade reflete a realidade do mundo</p><p>em que vivemos e que produzimos atualmente. Não resta dúvidas que</p><p>essas ações e esse modelo de desenvolvimento precisa ser repensado</p><p>por todos.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Pessoas morrem todos os dias no mundo devido aos</p><p>impactos gerados pela poluição, que é um dos pontos mais</p><p>discutidos em relação à sustentabilidade. A matéria a seguir</p><p>demonstra que situações como secas, fortes tempestades,</p><p>poluição, falta de água e uso excessivo de antibióticos</p><p>estão entre as causas. Para ler, clique aqui.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/03/danos-ao-meio-ambiente-provocam-1-em-cada-4-mortes-prematuras-diz-onu.shtml</p><p>21</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou dessa primeira competência do capítulo</p><p>1? Agora, só para termos certeza de que você realmente</p><p>entendeu o tema de estudo deste primeiro capítulo, vamos</p><p>resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o</p><p>conceito basilar do termo ‘sustentabilidade’, e entendido</p><p>que através de suas filosofias e práticas podemos construir</p><p>sociedades sustentáveis. Vimos que A sustentabilidade</p><p>desenvolve-se através de abordagens estratégicas para</p><p>o uso de recursos e que é uma área multidisciplinar que</p><p>possui uma aplicação e definição distinta para cada campo,</p><p>abrangendo as necessidades de cada área. Os mecanismos</p><p>voltados a gestão ambiental, levam as instituições a</p><p>produzirem ações em torno da sustentabilidade. Dentre eles</p><p>podemos citar as tecnologias, as normas, as legislações,</p><p>oriundos da contribuição da ciência e da tecnologia. Além</p><p>disso, conhecemos o oposto da sustentabilidade, através</p><p>da análise do tripé da insustentabilidade. O conjunto</p><p>de práticas de insustentabilidade é o que temos hoje, a</p><p>sustentabilidade é o que começamos a buscar. Nesse tripé,</p><p>estão inclusos o consumo excessivo, desigualdades sociais</p><p>e a degradação do meio ambiente. O debate sobre o tripé</p><p>da insustentabilidade demonstra os impactos vivenciados</p><p>hoje e sugere ideias de como isso pode ocasionar a longo</p><p>prazo. Essas informações não deixam dúvidas que essas</p><p>ações e esse modelo de desenvolvimento precisa ser</p><p>repensado por todos.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>22</p><p>Desenvolvimento Sustentável</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você terá conhecido as bases</p><p>que fundamentam o conceito de Desenvolvimento</p><p>Sustentável, e suas práticas. Isso será fundamental para</p><p>as possibilidades teóricas envolvendo o desenvolvimento</p><p>sustentável. E então, motivado para desenvolver essa</p><p>competência? Vamos lá. Avante!</p><p>Contextualizando o Desenvolvimento</p><p>sustentável</p><p>O desenvolvimento sustentável é um termo essencialmente</p><p>amplo e multifacetado devido a sua abrangente aplicação em múltiplos</p><p>contextos científicos, assim como o fato de integrar, basicamente, em sua</p><p>composição os três pilares do conhecido Triple botton line, que inclui os</p><p>fatores de âmbito econômico, social e ambiental.</p><p>Este modelo de desenvolvimento que propõe a integração dos</p><p>elementos em torno das questões sociais e ambientais surge como</p><p>uma resposta ao tradicional modelo de desenvolvimento puramente</p><p>econômico baseado na relação de produção e consumo resultando na</p><p>percepção de um cenário ambiental deteriorado (BARBIERI; SILVA, 2011).</p><p>Devido às aplicações científicas nos mais diversificados contextos,</p><p>o desenvolvimento sustentável percorre um processo histórico de</p><p>adaptações, dependendo do contexto do estudo, desde a sua concepção</p><p>em 1987 publicada no documento denominado por Relatório de</p><p>Brundtland, afirmando que o desenvolvimento sustentável se trata de</p><p>um modelo de desenvolvimento capaz de atender as necessidades das</p><p>gerações presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações</p><p>futuras atenderem suas próprias necessidades.</p><p>Para alcançar essa definição, o debate acerca de um modelo</p><p>de desenvolvimento que inclua pautas relacionadas às demandas da</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>23</p><p>sociedade e do meio ambiente foram construídas à partir de um contexto</p><p>de debates que tomou corpo a cada debate. Verifique</p><p>o contexto da história</p><p>desse termo desde a década de 60 até os anos 2000. A figura demonstra</p><p>uma linha evolutiva dos principais acontecimentos que colaboraram com</p><p>a evolução do tema.</p><p>Figura 9 - Evolução do debate ambiental até os anos 2000</p><p>Fonte: Dias (2019).</p><p>A publicação do livro Primavera silenciosa de Rachel Carson em</p><p>1962 foi o primeiro acontecimento de maior impacto em torno da temática.</p><p>O livro disserta sobre os perigos do inseticida DDT utilizado em processos</p><p>de agricultura. Na mesma década, em 1968, o Clube de Roma é integrado</p><p>por estudiosos, empresários, políticos e outras comunidades para debater</p><p>sobre os limites do crescimento econômico às custas da utilização dos</p><p>recursos naturais que deu origem ao livro ‘Limites do Crescimento’</p><p>publicado em 1972, o mesmo ano da Conferência de Estocolmo que</p><p>reuniu governos de todo o mundo e resultou na criação do PNUMA –</p><p>Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.</p><p>Um dos mais importantes acontecimentos sobre meio ambiente e</p><p>desenvolvimento acontece em 1987, com a publicação do ‘Nosso Futuro</p><p>Comum’, que estabelece a ligação entre economia e ecologia e formaliza</p><p>o conceito de desenvolvimento sustentável, o qual foi consolidado no</p><p>fórum mundial Eco-92 em 1992 no Rio de Janeiro. Na década seguinte,</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>24</p><p>ocorre a Rio+10 em Johanesburgo, onde as medidas estabelecidas foram</p><p>avaliadas e o compromisso com os governos foi reafirmado. Em 2012 a</p><p>conferência Rio+20 gerou o documento ‘O futuro que queremos’ e nomeou</p><p>equipes para elaborarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável</p><p>para 2030 aos quais foram aprovados em 2014 e publicados em 2015.</p><p>Os intensos debates em torno da temática demonstram a relevância</p><p>de sua aplicação como um caminho potencial de reorientação do</p><p>desenvolvimento em direção a um modelo mais inclusivo em diversos</p><p>domínios, visando alcançar uma relação integradora entre os pilares da</p><p>sustentabilidade.</p><p>A tendência para a promoção do equilíbrio entre os fatores</p><p>ambientais e sociais é uma realidade na criação de benefícios em longo</p><p>prazo para uma perspectiva comercial. O alerta que o tema promove é</p><p>para que os tomadores de decisões passem a considerar os impactos</p><p>ambientais e sociais, e não apenas os benefícios econômicos.</p><p>Nesse sentido, o fator ambiental está baseado na perspectiva do</p><p>desenvolvimento de sistemas e modelos de produção mais eficientes,</p><p>com a adoção de metodologias de produção que considere o impacto</p><p>ecológico, mas que não deixe de ser economicamente viável. Uma</p><p>saída para isso é considerar a utilização de tecnologias limpas e fontes</p><p>renováveis de energia.</p><p>A inclusão do fator social no modelo de desenvolvimento</p><p>sustentável se retrata à necessidade de igualdade de acesso ao consumo,</p><p>e prevê solução para as questões de desigualdade social. Nesse sentido,</p><p>a sustentabilidade enquanto se refere à uma perspectiva que seja</p><p>socialmente justa, visa a distribuição equitativa de renda, que possibilita a</p><p>redução das disparidades dos padrões de vida da população.</p><p>Embora a discussão sobre o tema tenha se intensificado devido ao</p><p>processo de conhecimento dos atores sociais sobre os novos desafios da</p><p>problemática ambiental, ainda se faz necessário a busca deliberada por</p><p>alternativas que não apenas formulem uma política baseada no mercado</p><p>e despreocupada com questões de longo.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>25</p><p>Diante da urgência, o debate ambiental suscita a tomada de ações</p><p>para implementação de mudanças que melhorem o cenário identificado</p><p>termina por ter como resultado a criação de diretrizes que atendam</p><p>questões básicas, urgentes e comuns em todo o mundo que conte com</p><p>o compromisso de autoridades globais. Dessa forma, se origina o Pacto</p><p>Global em 2000 uma iniciativa que chama as empresas a contribuírem</p><p>com as demandas emergentes da sociedade formalizadas sob origem</p><p>dos Objetivos de Desenvolvimento sustentável.</p><p>Em 2015 a Assembleia Geral da ONU institucionaliza a agenda que irá</p><p>representar uma nova maneira coerente de pensar sobre como questões</p><p>tão diversas como pobreza, educação e mudança climática se encaixam;</p><p>ele envolve metas econômicas, sociais e ambientais em 17 Objetivos de</p><p>Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um “todo indivisível”.</p><p>Os ODS são ações para os próximos 15 anos e tem como base o</p><p>legado os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) criados com</p><p>iniciativa da ONU em 2000, com o apoio de 193 nações, o objetivo é</p><p>concluir ações do plano anterior.</p><p>Os ODS são um conjunto de objetivos globais comuns a todos</p><p>os países: desenvolvidos e em desenvolvimento, pobres e ricos. Elas</p><p>implicam o envolvimento de nações e autoridades locais, do setor</p><p>público e de cidadãos, empresas multinacionais e empresas familiares. A</p><p>estrutura dos ODS promove desenvolvimento econômico, inclusão social</p><p>e proteção ambiental em todas as nações do mundo, em uma atmosfera</p><p>de paz e justiça, instituições fortes e colaboração internacional.</p><p>É importante para o processo de planejamento que os gestores saibam</p><p>que os objetivos e as metas devem estar alinhados com as dimensões do</p><p>Triple Botton Line, buscando a concretização dos direitos humanos de toda</p><p>a população por meio de um planejamento que tem como principal foco a</p><p>prosperidade das pessoas e do planeta (Agenda, 2020).</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>26</p><p>Aspectos práticos do Desenvolvimento</p><p>Sustentável</p><p>Diante do contexto histórico sobre o surgimento do termo e de</p><p>suas ações, é possível reconhecer que o desenvolvimento sustentável</p><p>surge, basicamente, a partir das necessidades do contexto mundial no</p><p>intuito de conseguir atender a demanda conceitual e prático relacionado</p><p>à preservação dos recursos naturais.</p><p>O Desenvolvimento sustentável possui uma abrangência flexível que</p><p>se adapta às necessidades de cada época e contexto, pois é constituído</p><p>de múltiplos aspectos da sociedade, tais como: questões econômicas,</p><p>ecológicas, educacionais e de subsistência.</p><p>Mantendo sempre o objetivo central de proteção ambiental e</p><p>manutenção do capital natural, o desenvolvimento sustentável também</p><p>busca promover a igualdade de oportunidades, como propósito de</p><p>mudança dos paradigmas de conservação e a consciência ambiental.</p><p>Nesse sentido, traz-se a concepção de sustentabilidade como</p><p>parte integrante do desenvolvimento, sendo inter-relacionadas em um</p><p>conceito único. Assim, a sustentabilidade é um preceito de mudança,</p><p>tanto externa quanto a nível pessoal, no intuito de cada pessoa fazer a sua</p><p>parte, cooperando com o meio ambiente.</p><p>Pensando o ambiente de modo integrado, o desenvolvimento</p><p>sustentável realiza a integração de aspectos em comum, para alcance</p><p>dos objetivos de preservação.</p><p>Em relação aos princípios do desenvolvimento sustentável, eles</p><p>são voltados a resultados em longo prazo, visto que esse processo</p><p>leva tempo para ser implantado e compreendido pelas pessoas. Dentre</p><p>os princípios, tem-se: verificação das condições locais; compreensão</p><p>da evolução de modo não linear para pensar os sistemas ambientais e</p><p>humanos (SARTORI; LATRÔNICO & CAMPOS, 2014).</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>27</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Para obter mais conhecimentos sobre desenvolvimento</p><p>sustentável, acesse o site da ONU e assista ao</p><p>vídeo intitulado: “Compreendendo as dimensões do</p><p>desenvolvimento sustentável”. Para assistir clique aqui.</p><p>O entendimento sobre a sustentabilidade passa por dois níveis:</p><p>sustentabilidade fraca e ou forte. A sustentabilidade fraca é a ideia de</p><p>preocupação apenas com o que se consome, tendo início na década de</p><p>1970. Ou seja, nessa perspectiva, o foco é o valor do capital natural e as</p><p>propostas de sua preservação. Um exemplo disso são os combustíveis</p><p>não renováveis.</p><p>A sustentabilidade forte, por sua vez, está relacionada também ao</p><p>consumo e a manutenção dos recursos naturais, porém, diferente da fraca,</p><p>defende</p><p>o capital natural em sua ampliação e duração prolongada, sem</p><p>haver a substituição, tais como as energias renováveis como a energia solar.</p><p>Com isso, é possível relacionar o desenvolvimento sustentável</p><p>com mais alguns fatores além do triple botton line, sendo eles: social,</p><p>economia, ecologia, território, cultura e políticas governamentais.</p><p>As perspectivas, quanto ao desenvolvimento social na América</p><p>Latina, começam a ser aplicadas nas décadas de 50 e 60, partindo do</p><p>princípio da região a ser subdesenvolvida, ou seja, países de terceiro</p><p>mundo. Devido a isso, era necessário sanar alguns problemas locais.</p><p>Os problemas da América Latina estavam relacionados à desigual</p><p>distribuição de renda e à concentração de riqueza na mão de poucos. Na</p><p>década de 1990, a ONU toma a frente da resolução desses problemas nas</p><p>regiões pouco desenvolvidas, com a criação do Programa das Nações</p><p>Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD).</p><p>Basicamente, o desenvolvimento social está relacionado à solução</p><p>e ao fim das desigualdades de qualquer origem, como: a pobreza, o</p><p>analfabetismo, a desnutrição, a miséria, o déficit educacional, a falta de</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://nacoesunidas.org/video-compreendendo-as-dimensoes-do-desenvolvimento-sustentavel/</p><p>28</p><p>saneamento básico, a falta de medicamentos, de hospitais, de vacinas, de</p><p>emprego e de renda.</p><p>O desenvolvimento econômico está relacionado às alterações de</p><p>disponibilidade de recursos e aos fatores sociais, como a melhoria na</p><p>distribuição de renda. A disponibilidade de recursos está ligada às políticas</p><p>governamentais, ou seja, a administração pública e a sua atuação na</p><p>diminuição ou aumento de impostos, fato que atinge a captação de bens</p><p>e serviços.</p><p>O desenvolvimento econômico e os fatores sociais relacionam-se na</p><p>medida em que a população atinge um poder de compra que possibilita o</p><p>acesso a diversos produtos e serviços, fazendo a economia girar.</p><p>Com relação ao desenvolvimento ecológico, estudados ao longo</p><p>dos conteúdos, há, nesse contexto, a junção da concepção ecológica</p><p>em relação ao meio ambiente com o desenvolvimento e com a atuação</p><p>responsável e sensível para com a natureza.</p><p>Desse modo, ocorre a junção das áreas do conhecimento, em</p><p>que a ecologia contribui com os saberes sobre a biodiversidade. O</p><p>desenvolvimento agrega os fatores de gestão ambiental e sustentabilidade</p><p>na utilização dos recursos, sem interferir na fauna e flora.</p><p>O desenvolvimento territorial interliga-se à questão da diminuição</p><p>das desigualdades de oportunidades, na medida em que oferece e</p><p>disponibiliza uma distribuição justa e sustentável de terras ou território.</p><p>Esse recurso é utilizado pelo Estado em sua atuação de promoção de</p><p>políticas públicas para redução da pobreza no país. Essa Política é intitulada</p><p>de territórios da cidadania, composta por estratégias de articulação e</p><p>distribuição dos recursos para locais menos assistidos economicamente.</p><p>Esse desenvolvimento está atrelado à cultura, através da questão da</p><p>melhoria da qualidade de vida das pessoas. Alia-se, desse modo, alguns</p><p>pontos relevantes entre desenvolvimento e a cultura, como a identidade</p><p>e a diversidade cultural.</p><p>Quando se menciona sobre identidade e diversidade cultural, esses</p><p>conceitos estão alicerçados no respeito à identidade e à cultura de algum</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>29</p><p>povo. Ou seja, o viés econômico de algum produto ou bem toma um</p><p>sentido cultural e significado em cada local que se insere.</p><p>As ações governamentais, por meio de políticas públicas voltadas</p><p>ao desenvolvimento sustentável, incentivam a produção e o consumo</p><p>de modo responsável e consciente com o meio ambiente, promovendo</p><p>ainda a redução de produção de resíduos, redução do desperdício,</p><p>gerenciamento dos recursos por meio da gestão ambiental.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Para conhecer mais sobre o Desenvolvimento Sustentável</p><p>a partir da perspectiva empresarial, o vídeo intitulado “BIC:</p><p>2 minutos para entender o desenvolvimento sustentável -</p><p>Brasil”, apresenta um resumo dinâmico acerca da história</p><p>e aplicações do Desenvolvimento Sustentável atualmente.</p><p>Para assistir ao vídeo clique aqui.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=KZB1UIYsBm0</p><p>30</p><p>RESUMINDO:</p><p>Chegamos ao final de mais uma seção desta unidade,</p><p>na qual tratamos inicialmente fundamentos, os conceitos</p><p>e os princípios norteadores acerca do Desenvolvimento</p><p>sustentável. Mas, além disso, vamos recapitular o que vimos</p><p>nessa competência? Vimos que o debate ambiental possui</p><p>uma história iniciada com maior ênfase na década de 1960,</p><p>e evoluindo até os dias atuais através da elaboração de</p><p>agendas e políticas de implantação do desenvolvimento</p><p>sustentável. O termo desenvolvimento sustentável, a</p><p>partir das necessidades do contexto mundial, consegue</p><p>atender à demanda conceitual e à prática relacionada à</p><p>preservação dos recursos naturais. O termo possui uma</p><p>abrangência flexível que se adapta às necessidades</p><p>de cada época e contexto. Isso porque é constituído</p><p>de múltiplos aspectos da sociedade, como questões</p><p>econômicas, ecológicas, educacionais e de subsistência,</p><p>mantendo sempre o objetivo central de proteção</p><p>ambiental e manutenção do capital natural. Desse modo,</p><p>o desenvolvimento sustentável também busca promover a</p><p>igualdade de oportunidades, como propósito de mudança</p><p>dos paradigmas de conservação e consciência ambiental.</p><p>Sendo assim, é possível relacionar o desenvolvimento</p><p>sustentável com alguns fatores que o permeiam, sendo</p><p>eles: social, economia, ecologia, território, cultura e políticas</p><p>governamentais. Basicamente, o desenvolvimento social</p><p>está relacionado à solução e ao fim das desigualdades</p><p>de qualquer origem, tais como: pobreza, analfabetismo,</p><p>desnutrição, miséria, déficit educacional, falta de</p><p>saneamento básico, falta de medicamentos, hospitais,</p><p>vacinas, emprego e renda.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>31</p><p>Meio ambiente e sociedade</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você terá conhecido as</p><p>perspectivas e as concepções globais e sociais sobre o</p><p>meio ambiente em diálogo com a sociedade. Isso será</p><p>fundamental para as possibilidades teóricas envolvendo</p><p>o desenvolvimento sustentável. E então, motivado para</p><p>desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!</p><p>Introdução à organização social</p><p>A compreensão sobre o processo de organização social auxilia o</p><p>melhor entendimento sobre a relação da sociedade com o meio ambiente</p><p>e as lutas travadas entre estes. Portanto, vamos iniciar entendendo um</p><p>pouco mais sobre o que é organização social.</p><p>Organização social é o termo relativo a estruturação da sociedade,</p><p>e a designação dos papéis que cada um dos membros desta sociedade</p><p>desempenha sobre seu funcionamento.</p><p>A sociedade se organiza quando precisa conquistar algo essencial</p><p>para a vida humana, neste sentido, a organização social se refere à</p><p>abordagem sobre as condições necessárias para a sobrevivência. Algumas</p><p>ideias que norteiam isso estão relacionadas ao seguinte questionamento:</p><p>o que é necessário para o ser humano sobreviver?</p><p>Figura 10 - Organização social</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>32</p><p>Não é preciso pensar muito para responder que recursos como</p><p>alimento, água, moradia, trabalho, saúde, educação, segurança, direito ao</p><p>voto, entre outros são direitos básicos para a vida humana. No contexto</p><p>do meio ambiente é possível citar também que o equilíbrio ambiental,</p><p>ar puro, agua potável, são elementos essenciais para a sobrevivência</p><p>humana.</p><p>Diante dessas constatações, outra questão se sucede: Como o ser</p><p>humano obtém, ou conquista, estes recursos? Bem, o homem precisa</p><p>fazer algo para obter estes recursos essenciais para sua sobrevivência.</p><p>Sobre esse quesito, o sociólogo Karl Marx afirma que os seres humanos</p><p>se organizam para extrair da natureza o necessário à sua sobrevivência,</p><p>e neste processo ele estabelece com outros</p><p>seres humanos, relações</p><p>sociais ou relações produtivas.</p><p>Essas relações ocorrem devido aos interesses comuns. No aspecto</p><p>ambiental, quando um grupo resolve lutar pelas causas envolvendo a</p><p>natureza, isso quer dizer que eles identificam uma necessidade em que</p><p>muitos indivíduos concordam juntos, dessa forma, eles se unem em</p><p>busca da mudança social sobre a causa que identificaram.</p><p>Nesse sentido, a estrutura e a organização da sociedade consideram</p><p>uma esferas e sua respectiva a necessidade de mudança que deve</p><p>interferir as ações da sociedade. Diante disso, convém conhecer melhor a</p><p>definição do termo ‘mudança social’.</p><p>A mudança social se refere à transformação do comportamento</p><p>da sociedade em algum contexto específico. Ou seja, os hábitos e os</p><p>costumes tradicionalmente praticados pela maioria das pessoas deixam</p><p>de existir e dão espaço às novas práticas, dando origem assim à uma</p><p>mudança social.</p><p>A relação da mudança social com a organização social é melhor</p><p>explicada por Firth (1973). Veja o que o autor comenta sobre esse contexto:</p><p>Organização social implica algum grau de unificação, a</p><p>união de diversos elementos numa relação comum. Para</p><p>isto, pode ser conveniente supor a existência de princípios</p><p>estruturais, ou vários processos podem ser adotados. Isto</p><p>envolve o exercício da escolha, o tomar decisões. Estas,</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>33</p><p>como tais, dependem de avaliações pessoais, que são</p><p>a transformação dos fins ou valores grupais em termos</p><p>que adquiram significado para o indivíduo. [...] Implica o</p><p>reconhecimento do fator tempo na ordenação das relações</p><p>sociais. [...] O conceito de organização social, também,</p><p>leva em conta as magnitudes. [...] pressupõe também</p><p>elementos de representação e responsabilidade. [...] O</p><p>conceito de organização social é importante também para</p><p>a compreensão da mudança social. (FIRTH, 1973, p.41 e 43)</p><p>No entanto, é importante compreender que nenhuma dessas</p><p>mudanças provocadas através da iniciativa de grupos sociais ocorre de</p><p>uma hora para outra. Para que ocorram essas mudanças, é necessário</p><p>questionar, lutar e crescer o tema, e esse processo de organização levara</p><p>um tempo para produzir resultados.</p><p>Figura 11 - Sociedade organizada produzindo mudanças para benefício social</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Diante disso, entendemos que a temporalidade é um fator que</p><p>deve ser considerado no processo de reajuste e modificação das relações</p><p>sociais. Os resultados podem não acontecer tão rápidos, no entanto, eles</p><p>não devem ser deixados de lado, pois deve-se considerar o costume</p><p>determinado pela repetição de comportamentos da humanidade por um</p><p>longo período de tempo.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>34</p><p>REFLITA:</p><p>De acordo com o seu conhecimento sobre a linha do</p><p>tempo do debate ambiental, é possível perceber que na</p><p>década de 1960 começaram as primeiras iniciativas sociais</p><p>questionando a preservação com o meio ambiente, e que</p><p>nos dias atuais a sociedade ainda pela difusão da ideia. Não</p><p>é fácil mudar o comportamento de um mundo que durou</p><p>milênios, esse processo exige paciência e persistência.</p><p>Além disso, devemos chamar a atenção para o fato de que a mudança</p><p>social parte de um princípio individual, mas provoca efeitos coletivos.</p><p>Esses efeitos mudam o destino da humanidade, pois não acontecem de</p><p>forma breve, eles são permanentes e modificam perpetuamente o curso</p><p>da história. A mudança alcança níveis políticos e culturais que impactam</p><p>fortemente a sociedade.</p><p>A organização social e o meio ambiente</p><p>O pensamento sociológico sobre o meio ambiente tem seu foco no</p><p>contexto da construção da natureza como um objeto epistêmico. Nesse</p><p>contexto, surge a sociologia ambiental, com o propósito de resgate da</p><p>materialidade das análises sociológicas em relação às relações do meio</p><p>ambiente com o meio social.</p><p>O ponto de partida da sociologia ambiental são os valores culturais</p><p>e crenças que cada pessoa carrega consigo em relação ao meio ambiente</p><p>(FLEURY; ALMEIDA; PREMEBIDA, 2014). Dessa maneira, parte-se da</p><p>concepção da relação entre a sociedade e a natureza.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>35</p><p>Figura 12 - Sociedade e natureza</p><p>Fonte: Freepik</p><p>A sociologia ambiental tem suas bases no movimento ambientalista,</p><p>no qual iremos conhecer a partir de agora. Atualmente, em nível mundial, os</p><p>movimentos ambientalistas mais conhecidos são o Greenpeace e o World</p><p>Wildlife Fund (WWF). À nível nacional, são: S.O.S Mata Atlântica, Fundação</p><p>Gaia, Instituto Sócio Ambiental, Instituto Akatu e Amigos da Terra.</p><p>Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo vivenciou os horrores</p><p>daquele período, quando, em 1945, tem-se o lançamento da primeira</p><p>bomba atômica, atingindo as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Esse</p><p>momento triste foi essencial para a humanidade refletir sobre o mundo</p><p>que se queria e, a partir daí, colocar-se em mudança.</p><p>Nesse contexto histórico, foi desenvolvido a partir do momento</p><p>trágico das bombas atômicas, a autoconsciência em relação ao papel</p><p>do ser humano no planeta. Esse contexto foi o alicerce do movimento</p><p>ambientalista.</p><p>A população começa a perceber que seu papel, enquanto</p><p>consumidores e cidadãos, deveria mudar, sendo assim passam a</p><p>utilizar os recursos naturais sem pensar sobre o seu fim, não havendo,</p><p>com isso, uma consciência ambiental. Sendo a transição sociológica do</p><p>antropocentrismo, o ser humano no centro de tudo, para a era planetária,</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>36</p><p>em que todas as relações entre seres humanos e o meio ambiente estão</p><p>conectadas.</p><p>Figura 13 - Movimento ambientalista</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>A partir da contribuição do livro Primavera Silenciosa, de Raquel</p><p>Carson, de 1962, foi que o movimento ambientalista toma um rumo</p><p>mais consolidado. Nesse livro, a autora narra sua preocupação com a</p><p>biodiversidade e os biomas localizados em áreas agrícolas, pois, nessa</p><p>mesma época, ocorre a chamada Revolução Verde.</p><p>A Revolução Verde foi o período demarcado, na década de 1950,</p><p>pelo avanço tecnológico da produção agrícola, em que foram inseridas,</p><p>nesse espaço rural, maquinários modernos e insumos de pesticidas e</p><p>agrotóxicos. Modificando o perfil de produção, colocam-se também em</p><p>produção e desenvolvimento as plantas geneticamente modificadas</p><p>além de técnicas modernas de manejo do solo e da plantação.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>37</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>O processo de mudança no espaço rural, sugerido pela</p><p>revolução verde, envolve aspectos históricos e se refletem</p><p>na vida de todas as pessoas. Nesse sentido, a professora</p><p>Beatriz Veloso propõe que ara entender as mudanças que</p><p>vem acontecendo no espaço rural você precisa entender</p><p>Revolução Verde. No vídeo sugerido ela explica pontos</p><p>positivos e pontos negativo dessa revolução. Para assistir,</p><p>clique aqui.</p><p>Figura 14 - Agricultura e Revolução Verde</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Na Conferência de Estocolmo, na década de 1970, foi elaborado o</p><p>livro “Limites do crescimento”, discutindo os limites da produção com a</p><p>utilização de produtos químicos, buscando preservar o ambiente. Foram</p><p>criadas, a partir desse livro, políticas públicas em diversos países.</p><p>No entanto, o marco fundamental dos movimentos ambientalistas</p><p>ocorreu com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o</p><p>Meio Ambiente e Desenvolvimento, no qual 170 países participaram. Foi</p><p>realizada, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, conhecida como RIO-92.</p><p>Na Rio-92, foi elaborado o documento chamado de Agenda</p><p>21, contendo ações e estratégias para a melhoria do meio ambiente.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=G_m7j_HEakg</p><p>38</p><p>É, nesse contexto, que se tem o maior número de Organizações Não-</p><p>Governamentais – ONGs, em prol do meio ambiente. As ONGs contribuíram</p><p>na elaboração de dois documentos a nível nacional, de responsabilidade</p><p>do Ministério da Educação, nos quais foram elaboradas</p><p>e lançadas a Carta</p><p>da Terra e a Carta Brasileira para a Educação Ambiental.</p><p>Paradigmas do pensamento ambiental</p><p>Sociologicamente, temos duas vertentes de pensamento ambiental:</p><p>o Paradigma da Excepcionalidade Humana e o Novo Paradigma Ecológico.</p><p>Estudaremos</p><p>O Paradigma da Excepcionalidade Humana possui como premissas</p><p>a visão do ser humano como ser singular, devido a sua cultura que permite a</p><p>relação com o meio. E, a partir da variação da cultural, consequentemente,</p><p>as características biológicas se modificam. Um exemplo é a tomada ou a</p><p>mudança de consciência em relação à preservação ambiental.</p><p>Com o Novo Paradigma Ecológico, as sociedades instituem uma</p><p>relação de dependência com a natureza. Nesse contexto, o pensamento</p><p>que se sobressai é de que os recursos são finitos, e devido a isso se</p><p>deve preservar.</p><p>Atualmente, há o movimento filosófico de cunho ambiental</p><p>que é a Cosmopolítica. Desse modo, na essência de sua definição, a</p><p>cosmopolítica tem como foco a atuação cidadã dos sujeitos, em uma</p><p>atitude cosmopolita, que se preocupa com a cidade e o seu habitat.</p><p>No âmbito governamental, a cosmopolítica influencia o pensamento</p><p>do Estado a contemplar o desejo do todo, da sociedade. Como menciona</p><p>a autora da teoria:</p><p>Poderíamos dizer que o cosmos é um operador de</p><p>colocação em igualdade mise à égalité, sob a condição</p><p>de dissociar radicalmente entre colocação em igualdade</p><p>e colocação em equivalência mise en équivalence,</p><p>que implica uma medida comum, implicando a</p><p>intercambialidade de posições. Pois dessa igualdade não</p><p>se desdobra nenhum “e portanto[...]” mas, bem ao contrário,</p><p>o põe em suspensão. (STENGERS, 2018, p.447)</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>39</p><p>Os sistemas de arenas públicas, portanto, são locais reservados e</p><p>apropriados ao debate de políticas públicas e resoluções aos problemas</p><p>ambientais. É comum o fato político partidário, nesse contexto, visto que</p><p>muitos candidatos possuem pautas voltadas ao meio ambiente.</p><p>A ecologia política é o estudo das relações harmônicas ou não dos</p><p>indivíduos com a natureza. Ela é baseada na ação social dos sujeitos no</p><p>mundo, com o propósito de construir um futuro globalmente sustentável.</p><p>Isso só é possível através dos processos de emancipação do sujeito</p><p>frente às amarras do capital, por meio do seu pensamento crítico sobre o</p><p>ambiente e a sociedade.</p><p>Movimentos ambientais no Brasil</p><p>O envolvimento da sociedade com as causas ambientais apontou um</p><p>leque numeroso de problemas não só de ordem naturais, como também</p><p>sociais, produzindo iniciativas importantes para o debate ambiental. No</p><p>Brasil, a diversidade compreendida em suas áreas naturais foram palco</p><p>de diversas lutas e movimentos ambientais. Vamos compreender melhor</p><p>a seguir.</p><p>No Brasil, o movimento ambientalista, de forma mais tímida,</p><p>teve início na década de 1950 com ações de grupos ambientalistas e</p><p>preservacionistas. Iniciativas nos estados do Rio Grande do Sul e Rio de</p><p>Janeiro, questionam ameaça de extinção de espécies nativas brasileiras.</p><p>Na década de 1970, ONG’s como a WWF passam a atuar com</p><p>maior força e evidência, desenvolvendo a sua primeira ação em solo</p><p>brasileiro no estado do Rio de Janeiro em 1971 com o projeto ‘Programa de</p><p>Conservação do Mico-Leão-Dourado’, e a partir da década de 1980 atua</p><p>com o conhecido ‘Projeto Tamar’, em prol de promover a recuperação das</p><p>tartarugas marinhas, desenvolvendo ações de pesquisa, conservação e</p><p>inclusão social, além de outros projetos espalhados pelo Brasil.</p><p>Também na década de 1970 nasce o Greenpeace, destacando</p><p>como principal missão a defesa do meio ambiente a promoção da paz</p><p>com atitudes de protesto, porém pautada na não violência. No Brasil,</p><p>a organização atuou com grandes campanhas contra a entrada de lixo</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>40</p><p>radioativo no país, contra a exploração ilegal e predatória de madeira</p><p>na Amazônia e com a campanha pela troca na utilização dos gases CFC</p><p>(cloro-flúor-carbono), danosos à camada de ozônio.</p><p>No ano de 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente</p><p>(SEMA), a Fundação de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e a</p><p>Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB). Essas</p><p>instituições tinham o papel de criar e gerir normas e padrões de</p><p>conservação ao meio ambiente.</p><p>Entre as décadas de 1970 e 1980, o ativista ambiental brasileiro,</p><p>seringueiro e sindicalista, conhecido por Chico Mendes, se destacou ao</p><p>protagonizar campanhas em prol da preservação da Amazônia, do meio</p><p>ambiente e dos seringais amazônicos.</p><p>Chico Mendes ficou conhecido mundialmente, sendo ganhador</p><p>do prêmio “Global 500”, oferecido pela ONU (Organização das Nações</p><p>Unidas) em razão de sua luta em defesa do meio ambiente e da Amazônia.</p><p>Apesar de sua gloriosa história em prol das iniciativas ambientais,</p><p>Chico Mendes foi assassinado a tiros, no fim da década de 1980. Os</p><p>assassinos forma identificados por fazendeiros e latifundiários que</p><p>reprovavam as ações ambientais do ativista. No entanto, o seringueiro até</p><p>os dias atuais se destaca como um importante símbolo brasileiro na luta</p><p>pela preservação da floresta amazônica.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>41</p><p>RESUMINDO:</p><p>Chegamos ao fim de mais um capítulo da Unidade 3,</p><p>Agora, vamos rever o que estudamos nessa competência?</p><p>Iniciamos o capítulo compreendendo os conceitos de</p><p>organização social, como uma formação de grupos sociais</p><p>com identidade e objetivos comuns que dão origem a</p><p>mudanças sociais sobre temas que modificam a história da</p><p>humanidade. Observamos que o pensamento sociológico</p><p>sobre o meio ambiente tem seu foco no contexto da</p><p>construção da natureza como um objeto epistêmico. Nesse</p><p>contexto, surge a sociologia ambiental, com o propósito</p><p>de resgate da materialidade das análises sociológicas em</p><p>relação às relações do meio ambiente com o meio social.</p><p>O ponto de partida da sociologia ambiental são os valores</p><p>culturais e crenças que cada pessoa carrega consigo</p><p>em relação ao meio ambiente. Parte-se da concepção</p><p>da relação entre a sociedade e a natureza. A sociologia</p><p>ambiental tem suas bases no movimento ambientalista,</p><p>que ocorre quando a população começa a perceber que</p><p>seu papel, enquanto consumidores e cidadãos, deveria</p><p>mudar. Sendo a transição sociológica do antropocentrismo,</p><p>o ser humano no centro de tudo, para a era planetária, em</p><p>que todas as relações entre seres humanos e meio estão</p><p>conectadas. Na última seção, vimos o trajeto histórico de</p><p>alguns exemplos de movimentos ambientalistas muito</p><p>significativos no território brasileiro. A primeira iniciativa</p><p>ocorre na década de 1950 de forma mais tímida, porém</p><p>toma mais fôlego em 1970, com o nascimento de ONGs e</p><p>instituições gestores de políticas e normas ambientais. Nesse</p><p>sentido, Movimentos liderados pela WWF e Greepeace</p><p>desempenharam campanhas de destaque envolvendo</p><p>espécies em extinção e preservação da Amazônia. Por fim,</p><p>conhecemos brevemente a importante figura de Chico</p><p>Mendes, ambientalista, ativista e seringueiro brasileiro</p><p>reconhecido e premiado internacionalmente, pelas suas</p><p>lutas em prol da preservação da floresta amazônica.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>42</p><p>Educação ambiental</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você terá conhecido sobre como</p><p>o processo de educação ambiental é importante para</p><p>a promoção de mudanças do atual cenário deteriorado</p><p>envolvendo o meio ambiente. Isso será fundamental para</p><p>as possibilidades teóricas envolvendo o desenvolvimento</p><p>sustentável. E então, motivado para desenvolver essa</p><p>competência? Vamos lá. Avante!</p><p>A educação como princípio para o</p><p>desenvolvimento</p><p>A educação é um recurso natural, aprendemos a falar, a andar e a</p><p>chorar para que a nossa mãe nos alimente. Fazemos isso quando somos</p><p>bebês, e o processo de educação continua por toda a vida, envolvendo</p><p>movimentos, temas e sentidos amplos e diversificados. Não há um espaço</p><p>temporário cronológico para aprender.</p><p>Os seres do mundo aprendem</p><p>durante toda a vida.</p><p>No entanto, é muito comum que associemos o processo de</p><p>educação à nossa ida na escola, à relação com os professores e</p><p>bibliografias até a nossa vida adulta. De fato, essa associação não está</p><p>errada. De acordo com Paulo Freire (1998) o ser humano aprende aquilo</p><p>que deseja, indicando que a educação é relativa para cada ser, pois seu</p><p>processo varia muito mais daquele que absorve o conhecimento do que</p><p>quem o ensina.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>43</p><p>Figura 15 - Processo de educação convencional</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Diante dessa reflexão é possível perceber que o ser humano tem</p><p>a capacidade de pensar de maneira crítica sobre diversos contextos.</p><p>Trazendo para o contexto do meio ambiente, é possível que o processo de</p><p>educação e reflexão crítica nos auxilie com o processo de desenvolvimento</p><p>de consciência e comprometimentos com o debate ambiental buscando</p><p>interferir e mudar processos que possam ser resoluções dos problemas</p><p>que afetam nossa qualidade de vida.</p><p>Conscientização Ambiental</p><p>O processo de conscientização envolve a educação pois exige</p><p>informação e instrução sobre alguns aspectos que contribuem com o</p><p>desenvolvimento do pensamento crítico e da reflexão a respeito de um</p><p>determinado assunto, ou tema, por exemplo. De toda forma, apesar de ser</p><p>um termo que podemos entender intuitivamente o significado, convém</p><p>conhecer um pouco melhor a sua definição.</p><p>O processo de conscientização se refere ao fato de conhecer algo</p><p>e, a partir desse conhecimento, formular hábitos e atitudes particulares,</p><p>de forma que se consiga alterar o comportamento e ajustar-se a nova</p><p>realidade conhecida.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>44</p><p>Sobre a responsabilidade da conscientização, Watanabe (2011)</p><p>comenta que</p><p>a conscientização depende de cada sujeito, o educador</p><p>deve estimular o educando que irá incorporar ou não</p><p>as ideias expostas de acordo com seus interesses e</p><p>necessidades. Quando ele as incorpora agirá de acordo</p><p>com elas, tendo a certeza que farão diferença em sua vida.</p><p>Caso não sejam incorporadas, as ideias permanecerão</p><p>por um tempo limitado regendo o seu comportamento no</p><p>grupo social ao qual pertence. (WATANABE, 2011 p. 46)</p><p>Quando aprendemos a dirigir, observamos atentamente cada</p><p>etapa e movimento do carro, cada comando que passamos a fazer,</p><p>nesse momento estamos desenvolvendo a conscientização sobre os</p><p>comandos e processos necessários para dirigir. Após algum tempo, o</p><p>motorista intuitivamente passa a mudar as marchas do câmbio e executar</p><p>os movimentos necessários de uma forma natural.</p><p>No contexto ambiental, o autor sugere que um exemplo da</p><p>conscientização pode ser analisado através do caso da coleta seletiva</p><p>do lixo. Nesse caso, quando existe o hábito mais rotineiro de praticar a</p><p>coleta seletiva, os indivíduos já passaram pelo processo de consciência a</p><p>respeito da importância em separar o lixo produzido por ele e destiná-lo</p><p>à reciclagem. Quando o processo de conscientização ainda não existe ou</p><p>está sendo desenvolvido, é comum que se descarte todos os tipos de lixo</p><p>no mesmo recipiente, sem se importar com a relevância desse processo.</p><p>Essa atitude demonstra a falta de conscientização sobre a problemática</p><p>ambiental.</p><p>Figura 16 - Início da conscientização ambiental</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>45</p><p>O processo de conscientização da sociedade sobre os problemas</p><p>ambientais com o qual o mundo vem vivendo se tornou mais evidente</p><p>após a intensificação do debate ambiental desde a década de 1960.</p><p>Essa forma de educação passou a ser um objetivo comum, não só por</p><p>parte dos ambientalistas ou defensores da causa, mas de todos aqueles</p><p>que, em algum momento, estão comprometidos com a preservação e</p><p>qualidade do meio ambiente.</p><p>Nesse sentido, conforme indica Gómez (2000) para alcançar níveis</p><p>de sustentabilidade, se faz necessário não só a reformulação de modelos</p><p>de crescimento, é preciso também, iniciar a formação de cidadãos que</p><p>estejam conscientes e comprometidos com a qualidade ambiental.</p><p>O investimento em educação ambiental é a política que favorecerá</p><p>o aumento de pessoas engajadas e preocupadas com a causa ambiental,</p><p>sendo as responsáveis pelo funcionamento das estratégias e por</p><p>promoverem um futuro ambiental melhor, além disso, a educação sempre</p><p>provoca mudanças no sujeito, mesmo que estas sejam inconscientes.</p><p>A educação promove mudanças individuais que reflete em efeitos</p><p>coletivos. Sobre o estilo de vida que interfere nos interesses ambientais, é</p><p>imperativo que as ações prevaleçam o interesse coletivo sobre o interesse</p><p>individual, uma vez que o comprometimento coletivo dos indivíduos na</p><p>solução dos problemas socioambientais é um dos aspectos fundamentais</p><p>no processo de desenvolvimento da Educação Ambiental.</p><p>Introdução à Educação Ambiental.</p><p>A prática de educação por si já segue a premissa de ser crítica</p><p>e emancipadora. A educação ambiental, por sua vez, amplia esses</p><p>requisitos, contemplando os cuidados com o meio ambiente.</p><p>A educação ambiental fica instituída formalmente a partir da</p><p>Constituição Federal de 1988, momento em que se estabelece o dever</p><p>do Estado e de todos na promoção da Educação Ambiental nos níveis</p><p>de ensino e no contexto da sociedade frente à preservação do meio</p><p>ambiente (BADR, 2017).</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>46</p><p>A educação ambiental é conceituada como uma série de processos,</p><p>na qual o indivíduo e a coletividade de pessoas constroem valores sociais,</p><p>conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a</p><p>conservação do meio ambiente, bens de uso comum do povo, voltados à</p><p>qualidade de vida e sua sustentabilidade.</p><p>Na educação escolar, a educação ambiental, segundo a legislação</p><p>nacional, é um componente curricular permanente, que se articula de</p><p>forma transversal nos níveis e modalidades do processo educativo, tanto</p><p>na educação formal quanto na não-formal.</p><p>No meio educacional, o ensino do respeito à natureza se faz</p><p>presente, bem como o incentivo à conscientização e ao engajamento</p><p>frente à preservação do meio ambiente. Esses preceitos foram firmados</p><p>durante eventos voltados ao debate do meio ambiente. Sendo o marco</p><p>da educação ambiental, a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente</p><p>Humano, promovida pela Organização das Nações Unidas, conhecida</p><p>como Conferência de Estocolmo, no ano de 1972.</p><p>Watanabe (2011) demonstra que a conferência destacou a</p><p>importância da educação ao mencionar o seguinte trecho:</p><p>É indispensável um trabalho de educação em questões</p><p>ambientais dirigido tanto às gerações jovens como</p><p>aos adultos, e que preste a devida atenção ao setor da</p><p>população menos privilegiada, para ampliar as bases</p><p>de uma opinião bem informada e de uma conduta dos</p><p>indivíduos, das empresas e da coletividade, inspirada</p><p>no sentido de sua responsabilidade quanto à proteção e</p><p>melhoramento do meio em toda sua dimensão humana.</p><p>É também essencial que os meios de comunicação de</p><p>massa evitem contribuir com a deterioração do meio</p><p>ambiente, e difundam, pelo contrário, informações de</p><p>caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e</p><p>melhorá-lo a fim de que o homem possa desenvolver-se</p><p>em todos os seus aspectos. (WATANABE, 2011, p. 51)</p><p>Foi ainda, na Conferência de Estocolmo, que a educação ambiental</p><p>foi reconhecida como instrumento essencial na solução da crise ambiental</p><p>internacional (BADR, 2017). A educação com vista ao meio ambiente foi</p><p>instituída como um mecanismo para a efetivação do direito ambiental,</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>47</p><p>partindo do pressuposto legal do direito do homem a um ambiente</p><p>ecologicamente habitável.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>A Conferência de Estocolmo é um marco importante para a</p><p>temática ambiental e o desenvolvimento sustentável. Além</p><p>de prover determinações acerca da educação ambiental,</p><p>o dia internacional do meio</p><p>ambiente foi definido nessa</p><p>conferência. Quer ficar por dentro de vários outros pontos</p><p>importantes ocorridos nessa conferência? Acesse o vídeo</p><p>intitulado “IMPACTOS AMBIENTAIS - CONFERÊNCIA DE</p><p>ESTOCOLMO”. Para assistir, clique aqui.</p><p>Na Conferência Rio–92, as resoluções voltadas à educação</p><p>ambiental deram origem a três documentos: o Tratado de Educação</p><p>Ambiental, a Carta Brasileira de Educação Ambiental e a Agenda 21.</p><p>Em relação ao Tratado de Educação Ambiental, é um documento</p><p>que reconhece os direitos humanos, bem como o direito à vida e à ética</p><p>biocêntrica. Além disso, possui como foco a participação da sociedade civil</p><p>para a construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável.</p><p>A Carta Brasileira de Educação Ambiental propõe instruções para</p><p>a capacitação de recursos humanos frente aos problemas ambientais.</p><p>E a Agenda 21, é um manifesto que institui o compromisso social para</p><p>alcançar o desenvolvimento sustentável. Ou seja, a Agenda 21 é um</p><p>acordo internacional, contendo ações voltadas à qualidade de vida e à</p><p>preservação do meio ambiente.</p><p>A educação ambiental para promover</p><p>desenvolvimento sustentável</p><p>Após todos os debates envolvendo a problemática ambiental, foi</p><p>possível observar que o meio ambiente envolve todos os seres e tudo o</p><p>que está contido na terra. Além disso, os impactos ambientais interferem</p><p>no bem-estar não só dos elementos naturais e das espécies que nele</p><p>habita, mas também do ser humano e na consecução de suas atividades.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=nK3qYxtRbVo</p><p>48</p><p>O papel da conscientização e da educação ambiental conduz a</p><p>compreensão do indivíduo sobre o seu lugar diante dessa questão, bem</p><p>como a forma em que tudo pode ser danificado. Todas as atividades</p><p>desempenhadas pelo homem dependem da natureza para sobreviver, e a</p><p>preocupação ambiental é um ponto fundamental para manter o equilíbrio</p><p>da vida e o seu funcionamento normal. Por esse motivo, cada indivíduo</p><p>precisa adotar uma postura ética que o conduza a pensar e agir em prol</p><p>da coletividade.</p><p>Diante de toda essa abordagem, entendemos que para que</p><p>as pessoas comecem a perceber a importância de conservar o meio</p><p>ambiente, são necessárias as ações da Educação Ambiental. Essa forma</p><p>de educação que tem como objetivo conscientizar e sensibilizar para que</p><p>se tenha um meio ambiente saudável e, dessa forma, um futuro melhor.</p><p>Sendo assim, de acordo com a Lei N° 9.795, instituída em 27 de</p><p>Abril de 1999 (2011), dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política</p><p>Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e dá outras providências, em</p><p>seu art. 1º, tem-se a seguinte determinação:</p><p>Art. 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos</p><p>por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem</p><p>valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes</p><p>e competências voltadas para a conservação do meio</p><p>ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia</p><p>qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999)</p><p>Seguindo recomendações das políticas ambientais internacionais</p><p>indutoras de comportamento, o governo brasileiro ao definir Política</p><p>Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a mesma lei (Lei Federal nº.</p><p>9795/99) indica os objetivos da Educação Ambiental, conforme podemos</p><p>analisar a seguir.</p><p>Art. 5º - São objetivos fundamentais da educação</p><p>ambiental:</p><p>I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do</p><p>meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações,</p><p>envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais,</p><p>políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e</p><p>éticos;</p><p>II - a garantia de democratização das informações</p><p>ambientais;</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>49</p><p>III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência</p><p>crítica sobre a problemática ambiental e social; Para saber</p><p>mais sobre a PNEA acesse o site www.mma.gov.br e-Tec</p><p>Brasil 50 Fundamentos Teóricos e Prática da Educação</p><p>Ambiental</p><p>IV - o incentivo à participação individual e coletiva,</p><p>permanente e responsável, na preservação do equilíbrio</p><p>do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade</p><p>ambiental como um valor inseparável do exercício da</p><p>cidadania;</p><p>V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões</p><p>do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas</p><p>à construção de uma sociedade ambientalmente</p><p>equilibrada, fundada nos princípios da liberdade,</p><p>igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,</p><p>responsabilidade e sustentabilidade;</p><p>VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a</p><p>ciência e a tecnologia;</p><p>VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos</p><p>povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da</p><p>humanidade. (BRASIL, 1999)</p><p>Portanto, é importante ressaltar que o profissional com a devida</p><p>capacitação para atuar em áreas técnicas correlatas ao desenvolvimento</p><p>ambiental e gestão ambiental, deve focar também sua atenção ao</p><p>desenvolvimento de projetos que sejam focados no processo de formação</p><p>ética e cidadã de todos os indivíduos e, isso deverá ocorrer através da</p><p>participação coletiva na resolução da problemática ambiental.</p><p>Por fim, o exercício dessas atividades deve facilitar o acesso</p><p>ao conhecimento sobre a complexidade ambiental, para que todos</p><p>percebam o meio ambiente como um sistema, o qual funciona a partir da</p><p>interação e interdependência de todos.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>A educação ambiental nos ajuda a achar novos caminhos</p><p>para o planeta a para os desafios enfrentados na temática</p><p>ambiental. Nesse breve vídeo da TV cultura podemos</p><p>visualizar exemplos práticos dos benefícios da educação</p><p>ambiental para a coletividade e para o mundo. Para ter</p><p>acesso ao vídeo, clique aqui.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=YgTdDm4FX3c</p><p>50</p><p>RESUMINDO:</p><p>Finalizamos o último capítulo da última unidade da disciplina</p><p>de Meio ambiente, desenvolvimento e sustentabilidade. E</p><p>então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo</p><p>tudinho? Agora, só para termos certeza de que você</p><p>realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido</p><p>que a educação é um processo natural na vida do ser</p><p>humano, desde que nascemos estamos aprendendo e</p><p>esse aprendizado não tem tempo para acabar. Debatemos</p><p>sobre o processo de conscientização e a sua ligação</p><p>com a educação ambiental, uma forma de educação</p><p>voltada para instruir as pessoas acerca dos problemas</p><p>ambientais e de suas soluções. A Educação Ambiental fica</p><p>instituída, formalmente, a partir da Constituição Federal</p><p>de 1988, momento em que se estabelece o dever do</p><p>Estado e de todos na promoção da Educação Ambiental</p><p>nos níveis de ensino e no contexto da sociedade frente à</p><p>preservação do meio ambiente (BADR, 2017). A educação</p><p>ambiental é conceituada como uma série de processos no</p><p>qual o indivíduo e a coletividade de pessoas constroem</p><p>valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes</p><p>e competências voltadas para a conservação do meio</p><p>ambiente, bens de uso comum do povo, voltados à</p><p>qualidade de vida e à sustentabilidade. Na educação</p><p>escolar, a educação ambiental, segundo a legislação</p><p>nacional, é um componente curricular permanente, que se</p><p>articula de forma transversal nos níveis e nas modalidades</p><p>do processo educativo, tanto na educação formal quanto na</p><p>não-formal. No meio educacional, se tem como objetivo o</p><p>ensino do respeito à natureza e o incentivo à conscientização</p><p>e ao engajamento frente à preservação do meio ambiente.</p><p>Esses preceitos foram firmados durante eventos voltados</p><p>ao debate do meio ambiente, sendo o marco da educação</p><p>ambiental a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente</p><p>Humano, promovida pela Organização das Nações Unidas,</p><p>conhecida como Conferência de Estocolmo.</p><p>Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade</p><p>51</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos</p><p>e Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2015.</p><p>BARBIERI, J.C.; SILVA, D. Desenvolvimento sustentável e educação</p>