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<p>Apostila</p><p>CFG</p><p>MATERIAL ATUALIZADO</p><p>Pra ficar por dentro de todas as</p><p>novidades, siga a gente no Instagram:</p><p>Clique aqui para</p><p>acessar os outros materiais</p><p>@academiarafaeltoro</p><p>ou Escaneie o QR Code</p><p>Atualizado em agosto de 2024</p><p>https://www.academiarafaeltoro.com.br/simulados-gratuitos/</p><p>https://www.instagram.com/academiarafaeltoro/</p><p>Também conhecida como</p><p>ART, a Academia Rafael</p><p>Toro foi fundada em 2017,</p><p>tendo o professor Rafael</p><p>Toro como idealizador e</p><p>fundador.</p><p>Movido pela vontade de</p><p>transformar a maneira</p><p>com que as pessoas</p><p>aprendiam, o Toro, como</p><p>é chamado pelos alunos,</p><p>queria oferecer algo</p><p>diferente e desenvolveu</p><p>uma metodologia</p><p>de aprendizado que</p><p>revolucionou o mercado</p><p>de Certificações</p><p>Financeiras no Brasil.</p><p>Siga as nossas Redes Sociais</p><p>www.academiarafaeltoro.com.br</p><p>https://www.instagram.com/academiarafaeltoro/</p><p>https://www.youtube.com/academiarafaeltoro</p><p>https://www.facebook.com/academiarafaeltoro</p><p>https://open.spotify.com/show/6ajO8dEAAj6qvTXG7DWtck</p><p>https://www.linkedin.com/company/28170082</p><p>Sumário CFG</p><p>Apostila</p><p>CAPÍTULO 1: Métodos Quantitativos</p><p>1.1 Introdução a HP-12C................................................................................................................................05</p><p>1.2 Entendendo o Valor do Dinheiro do tempo .............................................................................................17</p><p>1.3 Convertendo Taxa de uma Forma Simples................................................................................................43</p><p>1.4 Conceitos Básicos de Estatística.................................................................................................................57</p><p>1.5 Risco & Retorno Esperado..........................................................................................................................91</p><p>1.6 Conceitos Básicos de Probabilidade ........................................................................................................101</p><p>1.7 Amostragem, Estimação e Teste de Hipóteses........................................................................................113</p><p>1.8 Regressão...................................................................................................................................................132</p><p>CAPÍTULO 2: Economia</p><p>2.1 Microeconomia ............................................................................................................................148</p><p>2.1.1 Oferta e Demanda .................................................................................................................................149</p><p>2.1.2 Demanda do Consumidor......................................................................................................................189</p><p>2.1.3 Produção, Custos e Lucro da Firma.......................................................................................................198</p><p>2.1.4 Estruturas de Mercado...........................................................................................................................209</p><p>2.2 Macroeconomia.........................................................................................................................................235</p><p>2.2.1 Indicadores Econômicos.........................................................................................................................236</p><p>2.2.2 Sistema Financeiro Nacional...................................................................................................................249</p><p>2.2.3 Política Fiscal............................................................................................................................................275</p><p>2.2.4 Política Monetária...................................................................................................................................281</p><p>2.2.5 Câmbio e Comércio Internacional..........................................................................................................301</p><p>CAPÍTULO 3: Análise de Relatórios Financeiros</p><p>3.1 Principais Demonstrações Contábeis...........................................................................................325</p><p>3.2 Análise Financeira das Demonstrações Contábeis...................................................................................344</p><p>3.3 Estrutura de Capital....................................................................................................................................356</p><p>3.4 Reestruturação de Empresas.....................................................................................................................367</p><p>3.5 Governança Corporativa............................................................................................................................371</p><p>CAPÍTULO 4: Finanças Corporativas</p><p>4.1 Orçamento de Capital...................................................................................................................378</p><p>CAPÍTULO 5: Mercados e Instrumentos Financeiros</p><p>5.1 Renda Variável..............................................................................................................................400</p><p>5.1.1 Conceitos Básicos....................................................................................................................................401</p><p>5.1.2 Direitos dos Acionistas Minoritários......................................................................................................421</p><p>5.1.3 Remuneração dos Acionistas & Liquidez das Ações.............................................................................434</p><p>5.1.4 Regulamento Operacional do Segmentos BOVESPA............................................................................447</p><p>5.1.5 Índices da Bolsa de Valores...................................................................................................................452</p><p>5.1.6 Estratégias de Investimentos................................................................................................................462</p><p>5.1.7 Modelos de Precificação de Ações.......................................................................................................470</p><p>5.1.8 Alavancagem e o Valor da Empresa.....................................................................................................496</p><p>5.1.9 Melhor Execução de Ordens (Best Execution).....................................................................................500</p><p>5.2 Renda Fixa.................................................................................................................................................512</p><p>5.2.1 Títulos Públicos Federais.......................................................................................................................527</p><p>5.2.2 Principais Títulos Privados.....................................................................................................................537</p><p>5.2.3 Índices do Mercado de Renda Fixa.......................................................................................................566</p><p>5.2.4 Precificação dos Títulos de Renda Fixa.................................................................................................570</p><p>5.2.5 Análise de Crédito..................................................................................................................................584</p><p>5.3 Investimentos Alternativos.......................................................................................................................597</p><p>5.4 Derivativos.................................................................................................................................................626</p><p>5.4.1 Modalidade: Termo & Futuro...............................................................................................................635</p><p>5.4.2 Modalidade: Swap.................................................................................................................................655</p><p>“0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo</p><p>sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como</p><p>se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que</p><p>mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira</p><p>de investimentos.</p><p>Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual</p><p>a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo</p><p>na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando</p><p>um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra</p><p>também sobe.</p><p>Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual</p><p>a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo</p><p>em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,</p><p>quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.</p><p>Coeficiente de Correlação: Gráfico</p><p>Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>90</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Covariância e Coef(ρ): Resumo</p><p>Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:</p><p>Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por</p><p>tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco</p><p>Diversificável;</p><p>Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma</p><p>direção ou para direções contrárias.</p><p>Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se</p><p>relacionam.</p><p>Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a</p><p>carteira de investimentos.</p><p>Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da</p><p>diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos.</p><p>Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se</p><p>sabe o que irá ocorrer entre eles.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>91</p><p>1.5 Risco & Retorno Esperado</p><p>91</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>92</p><p>Rentabilidade</p><p>Observada</p><p>Rentabilidade</p><p>Esperada</p><p>HojePassado Futuro</p><p>Linha do</p><p>Tempo</p><p>A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de</p><p>passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer</p><p>demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de</p><p>investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a</p><p>um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído</p><p>a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.</p><p>Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu</p><p>cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos</p><p>dos ativos. Mas não se preocupa, cálculos não caem na prova, somente o conceito!</p><p>Rentabilidade Observada x Esperada</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>93</p><p>Desvio Padrão do Retorno Esperado</p><p>Quando estamos tratando de Retornos Esperados, os dados utilizados serão as projeções</p><p>das rentabilidades, que englobam cenários com probabilidades, ou seja, possuem pesos</p><p>diferentes. Com isso, a HP-12C não terá tamanha valia e o cálculo deverá ser feito</p><p>manualmente.</p><p>A estratégia a ser utilizada para calcularmos o Desvio Padrão dos Retornos Esperados</p><p>continuará sendo a mesma: montar o “quadro” com o mesmo passo-a-passo. Porém,</p><p>devemos ficar atento nos seguintes itens:</p><p>Ø A média a ser utilizada não será mais a simples, mas sim, a média ponderada;</p><p>Ø Continuaremos elevando o risco de cada ponto ao quadrado;</p><p>Ø No entanto, ao invés de fazermos a média dos riscos ao quadrado, deveremos</p><p>multiplicar estes resultados pela sua probabilidade e somar.</p><p>A fórmula acaba sendo:</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>94</p><p>Estado da</p><p>Economia Probabilidade Retorno Esperado</p><p>Toro Cursos</p><p>Retorno Esperado</p><p>ART Education</p><p>Ótimo 20% -5% 35%</p><p>Bom 30% 25% 20%</p><p>Normal 40% 30% 15%</p><p>Fraco 10% 35% 0%</p><p>Desvio Padrão: Exemplo</p><p>As empresas de educação financeira “Toro Cursos” e a “ART Education” possuem as</p><p>seguintes expectativas de retorno para os quatros estados da economia. Desta forma,</p><p>calcule o retorno esperado e o desvio padrão de cada uma delas.</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>95</p><p>Probabilidade</p><p>dos Cenários</p><p>Retorno</p><p>Esperado</p><p>(ETAPA 2)</p><p>Retorno – Média</p><p>(ETAPA 3)</p><p>Elevar ao</p><p>quadrado</p><p>(ETAPA 4)</p><p>Multiplicar pela</p><p>Probabilidade</p><p>Ótimo 20% ‒5 (‒5 ‒ 22) = ‒27 (-27)2 = 729 (20%)×(729) = 145,8</p><p>Bom 30% 25 (25 ‒ 22) = +3 (+3)2 = 9 (30%)×(9) = 2,7</p><p>Normal 40% 30 (30 ‒ 22) = +8 (+8)2 = 64 (40%)×(64) = 25,6</p><p>Fraco 10% 35 (35 ‒ 22) = +13 (+13)2 = 169 (10%)×(169) = 16,9</p><p>(ETAPA 1)</p><p>Média Ponderada = 22%</p><p>(ETAPA 5) Somar:</p><p>Variância = 191</p><p>(ETAPA 6): Desvio Padrão = />/ = ±13,82</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>Exemplo: Toro Cursos</p><p>Conforme o passo-a-passo, primeiramente devemos calcular a média ponderada do</p><p>retorno esperado, lembrando que podemos fazer na HP-12C inserindo todo os dados</p><p>através de “Retorno [Enter] probabilidade [∑+]” e por último clicando em “[g][6]”.</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>96</p><p>Probabilidade</p><p>dos Cenários</p><p>Retorno</p><p>Esperado</p><p>(ETAPA 2)</p><p>Retorno – Média</p><p>(ETAPA 3)</p><p>Elevar ao quadrado</p><p>(ETAPA 4)</p><p>Multiplicar pela</p><p>Probabilidade</p><p>Ótimo 20% 35 (35 ‒ 19) = +16 (+16)2 = 256 (20%)×(256) = 51,2</p><p>Bom 30% 20 (20 ‒ 19) = +1 (+1)2 = 1 (30%)×(1) = 0,3</p><p>Normal 40% 15 (15 ‒ 19) = ‒4 (‒4)2 = 16 (40%)×(16) = 6,4</p><p>Fraco 10% 0 (0 ‒ 19) = ‒19 (‒19)2 = 361 (10%)×(361) = 36,1</p><p>(ETAPA 1)</p><p>Média Ponderada = 19%</p><p>(ETAPA 5) Somar:</p><p>Variância = 94</p><p>(ETAPA 6): Desvio Padrão = >2 = ±9,6964</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>Exemplo: ART Education</p><p>Devemos seguir o mesmo passo-a-passo para calcularmos o risco do retorno esperado da</p><p>ART Education.</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>97</p><p>Com os dados calculados, percebemos que a ART Education possui um risco menor, mas</p><p>também um retorno esperado menor. Já a Toro Cursos teve um retorno esperado maior,</p><p>mas um risco de mercado maior.</p><p>Importante salientar nos cálculos que os processos são os mesmos de quando foi feito</p><p>com pesos iguais, com o único detalhe de que, ao invés de dividir por “N” ou “N ‒1”,</p><p>deverá ser multiplicado pela probabilidade e posteriormente somar os resultados.</p><p>TORO CURSOS ART EDUCATION</p><p>Retorno Esperado 22% a.a. 19% a.a.</p><p>Risco (Desvio Padrão) 13,82% 9,6964%</p><p>Exemplo: Conclusão</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>98</p><p>Da mesma forma que podemos calcular o Desvio Padrão dos Retornos Esperados,</p><p>também podemos calcular a Covariância de duas empresas baseado nas projeções das</p><p>rentabilidades. Nosso passo-a-passo será:</p><p>Ø ETAPA 1: Calcular a média ponderada de cada uma das empresas;</p><p>Ø ETAPA 2: Calcular o “risco” do grupo X de cada retorno de não dar a média e fazer</p><p>o mesmo para o grupo Y;</p><p>Ø ETAPA 3: Multiplicar as “ETAPA 2” de cada empresa entre elas, multiplicando</p><p>também o peso de cada cenário corresponder;</p><p>Ø ETAPA 4: Somar todos os valores da ETAPA 3. Este será nossa Covariância.</p><p>A fórmula acaba sendo:</p><p>§8 9: Média da variável x</p><p>§8 ;: Média da variável y</p><p>§ P: probabilidade (peso)</p><p>9, ; = 94 − 89 × ;4 − 8; ×@4 + 95 − 89 × ;5 − 8; ×@5</p><p>Covariância do Retorno Esperado</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>99</p><p>Levando em consideração dois tipos de cenários (Expansão e Recessão), conforme dados</p><p>abaixo, qual a Covariância dos retornos das empresas A e B?</p><p>ESTADO DA</p><p>ECONOMIA</p><p>PROBABILIDADE</p><p>DO CENÁRIO</p><p>RETORNO ESPERADO</p><p>Empresa A</p><p>RETORNO ESPERADO</p><p>Empresa B</p><p>Expansão 80% +25% +20%</p><p>Recessão 20% +5% +10%</p><p>Covariância: Exemplo</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>100</p><p>Empresa A</p><p>ETAPA 2:</p><p>RISCO</p><p>(Retorno – Média)</p><p>Empresa B</p><p>ETAPA 2:</p><p>RISCO</p><p>(Retorno – Média)</p><p>ETAPA3:</p><p>Multiplicar Riscos</p><p>80% 25% (25 ‒ 21) = +4 80% 20% (20 ‒ 18) = +2 (+4)×(+2)×(80%)=6,4</p><p>20% 5% (5 ‒ 21) = ‒16 20% 10% (10 ‒ 18) = ‒8 (‒16)×(‒8)×(20%)= 25,6</p><p>ETAPA 1:</p><p>Média: 21%</p><p>(ETAPA 1)</p><p>Média: 18%</p><p>ETAPA</p><p>4:</p><p>Cov (A,B) = +32%</p><p>Covariância: Resposta</p><p>q RESPOSTA: Fazendo nossa tabela, concluímos que a Covariância das Empresas A & B</p><p>será de +32%. Perceba novamente que primeiros calculamos o retorno esperado de cada</p><p>empresa (Empresa A = + 21%; e Empresa B = + 18%), para posteriormente calcularmos o</p><p>risco de “não dar esse retorno”. Com esses valores, multiplicamos os riscos pelas</p><p>probabilidades dos cenários, somando-os no final. Assim chegamos no resultado de COV</p><p>(A,B) = + 32%.</p><p>+</p><p>Risco & Retorno Esperado</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>101</p><p>1.6 Conceitos Básicos de</p><p>Probabilidade</p><p>101</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>102</p><p>Probabilidade</p><p>Variáveis aleatórias</p><p>Uma Variável Aleatória Discreta é aquela para a qual o número de resultados possíveis</p><p>pode ser contado e para cada resultado possível existe uma probabilidade mensurável e</p><p>positiva. Por exemplo, o número de dias em que um investimento superou seu benchmark</p><p>é uma variável aleatória e discreta.</p><p>Já uma Variável Aleatória Contínua é aquela para a qual o número de resultados possíveis</p><p>é infinito, mesmo que existam limites inferior e superior. Por exemplo, o quanto varia uma</p><p>ação de um período para outro. Há uma infinidade de possíveis resultados para isso.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>103</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição de probabilidade</p><p>Uma distribuição de probabilidade descreve as probabilidades de todos os resultados</p><p>possíveis para uma variável aleatória. As probabilidades de todos os resultados possíveis</p><p>devem somar 1.</p><p>A atribuição de probabilidades aos resultados possíveis para variáveis aleatórias discretas</p><p>e contínuas nos fornece distribuições de probabilidade discretas e distribuições de</p><p>probabilidade contínuas. A diferença entre esses tipos de distribuições é a seguinte:</p><p>Ø Distribuição Discreta: p(x) = 0, quando x não pode ocorrer, ou p(x) > 0, quando x</p><p>pode ocorrer. Por exemplo, não é possível que um mês registre 35 dias de chuva</p><p>(probabilidade zero). Mas é possível que registre, por exemplo, 15 dias de chuva. A</p><p>probabilidade seria maior do que zero;</p><p>Ø Distribuição Contínua: p(x) = 0, mesmo que x possa ocorrer. Por exemplo, qual a</p><p>probabilidade de que um ativo de renda variável apresente retorno positivo de</p><p>0,52%? A probabilidade é zero, pois 0,52% é um retorno pontual em uma infinidade</p><p>de possíveis retornos.</p><p>Há diferentes tipos de distribuições de probabilidade. Veremos as distribuições Normal,</p><p>Lognormal e t de Student.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>104</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição Normal</p><p>A distribuição de probabilidade normal é a mais importante distribuição de probabilidade</p><p>para descrever uma variável aleatória contínua. Ela é usada em várias aplicações práticas,</p><p>nos mais diversos campos da ciência.</p><p>O formato da distribuição de probabilidade normal é dado pela curva em forma de sino</p><p>apresentada abaixo.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>105</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição Normal</p><p>A distribuição normal possui as seguintes características:</p><p>Ø É diferenciada por apenas dois parâmetros: sua médio e seu desvio-padrão;</p><p>Ø Seu ponto máximo é sua média, que também é sua mediana e sua moda da</p><p>distribuição;</p><p>Ø A média da distribuição pode ser qualquer valor numérico, incluindo números</p><p>negativos, zero e positivos;</p><p>Ø A distribuição normal é simétrica, ou seja, a forma da curva à esquerda da média é</p><p>uma imagem espelhada da forma da curva à direita da média. Os extremos, isto é,</p><p>suas caudas, tendem ao infinito em ambas as direções e não tocam o eixo horizontal;</p><p>Ø O desvio-padrão determina quanto a curva é achatada ou larga. Valores maiores</p><p>de desvio-padrão implicam curvas mais largas e mais achatadas, uma vez que exibem</p><p>maior variabilidade dos dados;</p><p>Ø As probabilidades da variável aleatória normal são dadas por áreas sob a curva. A</p><p>área total sob a curva é 1 e, como ela é simétrica, a área à esquerda representa 0,50</p><p>e a área à direita, os outros 0,50.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>106</p><p>Distribuição Normal e Intervalo de Confiança</p><p>Conceito</p><p>A importância de se saber a média e o desvio-padrão da amostra coletada nos</p><p>investimentos está em conhecer a probabilidade de eventos futuros de se afastarem da</p><p>média do grupo. Esta probabilidade é chamada de “Intervalo de Confiança” e pode ser</p><p>demonstrada através da “Curva da Distribuição Normal”, formada pela distribuição dos</p><p>dados coletados em uma curva. Estas probabilidades já foram calculadas pelos estatísticos</p><p>e são padronizadas da seguinte forma:</p><p>Ø Aproximadamente 68% dos valores de uma distribuição normal encontram-se</p><p>dentro da faixa de UM desvio padrão, para mais ou para menos da média.</p><p>Ø Aproximadamente 95% dos valores de uma distribuição normal encontram-se</p><p>dentro da faixa de DOIS desvio padrão, para mais ou para menos da média.</p><p>Ø Aproximadamente 99% dos valores de uma distribuição normal encontram-se</p><p>dentro da faixa de TRÊS desvio padrão, para mais ou para menos da média.</p><p>Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e</p><p>desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>107</p><p>Intervalo de Confiança</p><p>1 DP(R) = 68,26%</p><p>2 DP(R) = 95,44%</p><p>3 DP(R) = 99,74%</p><p>1,96 DP(R) = 95%</p><p>Gráfico</p><p>A partir da média (µ), quanto mais nos afastamos dela, maior a probabilidade de um</p><p>evento ocorrer. Este afastamento é baseado pela quantidade de desvios padrões (σ).</p><p>Importante ressaltar que não importa a quantidade de desvios padrões utilizarmos, jamais</p><p>teremos 100% de certeza.</p><p>A curva de distribuição normal é apresentada desta forma:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>108</p><p>Distribuição Normal e Intervalo de Confiança</p><p>Exemplo</p><p>Um fundo de ações possui retorno médio anual de 40% e um desvio padrão de 5%. Para</p><p>um intervalo de confiança de 95%, qual a variação esperada aproximada?</p><p>q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua</p><p>média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:</p><p>Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;</p><p>Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;</p><p>Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;</p><p>Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:</p><p>Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP</p><p>o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%</p><p>o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%</p><p>Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre</p><p>30% e 50%, com 95% de confiança.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>109</p><p>[503203] O intervalo com 99% de confiança para os possíveis retornos de um ativo</p><p>com média de 40%, desvio padrão de 5% e t crítico de 2,33 é</p><p>a) 35%; 45%.</p><p>b) 37,33%; 42,67%.</p><p>c) 28,35%; 51,65%.</p><p>d) 188,35%; 211,65%.</p><p>Como a prova tem cobrado!</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>110</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição Lognormal</p><p>A distribuição lognormal é gerada pela função ex, em que x é normalmente distribuído.</p><p>Conforme abaixo, essa distribuição é distorcida (skewed) para a direita e é limitada por</p><p>zero, de modo que é útil para modelar preços de ativos, que nunca assumem valores</p><p>negativos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>111</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição t de Student</p><p>A distribuição t de Student é uma distribuição de probabilidade em forma de sino que é</p><p>simétrica em relação à sua média.</p><p>É a distribuição apropriada a ser usada ao construir intervalos de confiança com base em</p><p>amostras pequenas (menos de 30 observações) de populações com variância</p><p>desconhecida e uma distribuição normal ou aproximadamente normal.</p><p>Também pode ser apropriado usar a distribuição t quando a variância da população é</p><p>desconhecida e o tamanho da amostra é grande o suficiente para que o teorema do limite</p><p>central garanta que a distribuição amostral seja aproximadamente normal.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>112</p><p>Probabilidade</p><p>Distribuição t de Student</p><p>A distribuição t de Student</p><p>tem as seguintes propriedades:</p><p>Ø É simétrica;</p><p>Ø É definida por um único parâmetro, que são os graus de liberdade (gl). Os graus</p><p>de liberdade são iguais ao número de observações da amostra menos 1 (n – 1) para</p><p>médias amostrais;</p><p>Ø Tem mais probabilidade nas caudas (chamadas caudas gordas ou fat tails) que a</p><p>distribuição normal; e</p><p>Ø Conforme os graus de liberdade (tamanho da amostra) aumentam, o formato da</p><p>distribuição t se aproxima cada vez mais de uma distribuição normal padrão.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>113</p><p>1.7 Amostragem, Estimação e</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>113</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>114</p><p>População x Amostra</p><p>Conceito</p><p>Uma população é o conjunto completo de todas as pessoas, itens ou elementos que</p><p>possuem características comuns e sobre os quais se deseja fazer inferências.</p><p>Uma amostra, por sua vez, é um subconjunto selecionado dessa população. As amostras</p><p>devem ser representativas da população, o que significa que devem refletir as</p><p>características importantes da população em questão.</p><p>Então, resumindo, a principal diferença entre população e amostra é que a população é o</p><p>conjunto completo de todos os elementos de interesse, enquanto a amostra é apenas</p><p>uma parte desse conjunto selecionada para análise.</p><p>Já amostragem aleatória é um método de seleção de amostras em que cada elemento da</p><p>população tem a mesma probabilidade de ser selecionado para fazer parte da amostra.</p><p>Isso significa que cada membro da população tem uma chance igual de ser escolhido,</p><p>garantindo assim que a amostra seja representativa da população como um todo.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>115</p><p>Estimativa</p><p>Conceito</p><p>Uma estimativa por ponto é um único valor que é usado para estimar um parâmetro</p><p>desconhecido da população com base nos dados da amostra. Por exemplo, se quisermos</p><p>estimar a média de altura das pessoas em uma população, poderíamos calcular a média</p><p>das alturas na amostra e usar esse valor como uma estimativa pontual da média da</p><p>população.</p><p>Por sua vez, uma estimativa por intervalo de confiança fornece não apenas um único</p><p>valor como estimativa, mas também um intervalo de valores dentro do qual o verdadeiro</p><p>valor do parâmetro é esperado para estar com uma certa probabilidade (normalmente</p><p>95% de confiança). Por exemplo, poderíamos calcular um intervalo de confiança para a</p><p>média de altura das pessoas em uma população, o que nos daria uma faixa de valores</p><p>dentro da qual a verdadeira média da população provavelmente estará, com base nos</p><p>dados da amostra.</p><p>A principal diferença entre uma estimativa por ponto e uma estimativa por intervalo de</p><p>confiança é a forma como a incerteza é tratada. Uma estimativa por ponto fornece apenas</p><p>um único valor como melhor estimativa do parâmetro, enquanto uma estimativa por</p><p>intervalo de confiança leva em conta a incerteza associada à estimativa, fornecendo um</p><p>intervalo dentro do qual o verdadeiro valor do parâmetro é esperado para estar com certa</p><p>confiança.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>116</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Conceito</p><p>O Teste de Hipótese envolve um cálculo estatístico que tem como base a utilização de</p><p>uma amostra aleatória, extraída a partir de uma população, com o intuito de testar uma</p><p>afirmação sobre determinado parâmetro ou certa característica dessa população.</p><p>Assim, o Teste de Hipóteses irá nos responder se o valor obtido a partir de certa amostra</p><p>representa ou não uma simples variação amostral de determinada situação. Em outras</p><p>palavras, ele pode ser usado para determinar se uma afirmação sobre o valor de um</p><p>parâmetro populacional deve ou não ser rejeitado.</p><p>O Teste de Hipóteses apresenta sempre duas hipóteses:</p><p>H0: Hipótese inicial, também conhecida por hipótese nula. Representa uma suposição</p><p>inicial que é feita a respeito de um parâmetro populacional. É essa a hipótese que</p><p>procuramos evidências estatísticas para rejeitá-la!</p><p>Ha: Hipótese alternativa. É essa a hipótese que gostaríamos de confirmar, mas isso é feito</p><p>a partir da possível rejeição da hipótese nula.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>117</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Conceito</p><p>Resumo das hipóteses</p><p>Podemos expressar, em linhas gerais, o teste de hipóteses de três formas:</p><p>1) Teste Unicaudal</p><p>H0: µ ≤ µ0;</p><p>Ha: µ > µ0.</p><p>2) Teste Bicaudal</p><p>H0: µ = µ0;</p><p>Ha: µ ≠ µ.</p><p>H0: µ ≥ µ0;</p><p>Ha: µ ,≠) sempre aparecem na hipótese</p><p>ALTERNATIVA.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>118</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Erros Tipo I e Tipo II</p><p>Como estamos tratando de procedimentos estatísticos, nunca conseguiremos 100% de</p><p>certeza com relação às nossas conclusões dos Testes de Hipóteses.</p><p>Assim, é possível que rejeitemos H0 quando ela for verdadeira, o que seria incorreto, ou</p><p>ainda não rejeitemos H0 quando ela for falsa (outra conclusão equivocada). No primeiro</p><p>caso, cometeríamos um Erro Tipo I e, no segundo caso, um Erro Tipo II.</p><p>O Erro Tipo I também é conhecido por Nível de Significância (a), que mede justamente a</p><p>probabilidade de cometermos um Erro Tipo I, ou seja, de rejeitarmos H0 quando ela é</p><p>verdadeira.</p><p>Já o resultado de (1 – probabilidade de cometermos um Erro Tipo 2) é conhecido por</p><p>Poder do Teste (b), ou seja, 1 menos a probabilidade de não rejeitar H0 quando ela é falsa.</p><p>H0 é verdadeira H0 é falsa</p><p>Rejeitar H0 Erro Tipo I Conclusão correta</p><p>Não rejeitar H0 Conclusão correta Erro Tipo 2</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>119</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Etapas do Teste de Hipóteses</p><p>Em resumo, o teste de hipótese envolve as seguintes etapas:</p><p>1) Desenvolver as hipóteses nula (H0) e alternativa (Ha);</p><p>2) Especificar o nível de significância (a);</p><p>3) Calcular o valor da estatística do teste (z).</p><p>Agora temos duas formas para concluir: usando o valor-p ou o valor crítico. Começando</p><p>pelo valor-p:</p><p>Ø Usar o valor da estatística do teste (z) para calcular o valor-p;</p><p>Ø Rejeitar H0 se o valor-p ≤ a</p><p>Usando agora o valor crítico:</p><p>Ø Usar o nível de significância para estabelecer o valor crítico e a regra de rejeição;</p><p>Ø Com base na regra de rejeição e do valor da estatística do teste, determinar se</p><p>podemos ou não rejeitar H0.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>120</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Nível de Significância e Estatística do Teste</p><p>E como fazemos para finalmente concluir se devemos ou não rejeitar a hipótese nula?</p><p>Uma vez definidas as hipóteses nula e alternativa, devemos decidir outras duas coisas:</p><p>1) Nível de significância (a): como vimos, é a probabilidade de ocorrência de um Erro Tipo</p><p>I, ou seja, rejeitar H0 quando ela é verdadeira. Na prática, é o próprio pesquisador que vai</p><p>definir o nível de significância mais apropriado para cada situação.</p><p>Por exemplo, se o custo de cometer um Erro Tipo I for elevado, é preferível utilizar</p><p>pequenos valores de a, diminuindo assim a probabilidade de conclusões equivocadas.</p><p>Porém, se o custo de cometer esse equívoco não for tão alto, então é possível trabalhar</p><p>com valores mais elevados de nível de significância.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>121</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Nível de Significância e Estatística do Teste</p><p>2) Estatística do teste: precisamos aplicar uma fórmula para conseguirmos concluir nosso</p><p>teste de hipóteses. Se a população da qual extraímos a amostra está normalmente</p><p>distribuída (e, consequentemente, a amostra também), temos a seguinte estatística para</p><p>nosso teste:</p><p>Em que:</p><p>x = média amostral</p><p>µ0 = média populacional</p><p>= desvio-padrão populacional (conhecido)</p><p>n = número de observações da amostra</p><p>= erro padrão da média</p><p>s</p><p>x - µ0</p><p>s 6</p><p>z =</p><p>s X</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>122</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Exemplo</p><p>Uma engarrafadora de agua mineral comercializa galões de 10 litros. Contudo, como o</p><p>processo de engarrafamento é totalmente automatizado, é possível que alguns galões</p><p>eventualmente tenham pequenas variações no conteúdo de água.</p><p>A</p><p>empresa reconhece essa possibilidade mas, de acordo com as regras de proteção ao</p><p>consumidor, o volume médio populacional deve ser de no mínimo 10 litros. Se essa</p><p>condição for satisfeita, eventuais variações são toleráveis pelos órgãos de proteção ao</p><p>consumidor.</p><p>Logo, a empresa gostaria de rejeitar a hipótese de que a média do volume dos galões da</p><p>população (ou seja, de toda a sua produção) seja igual ou inferior a 10 litros. Com isso,</p><p>podemos enunciar as seguintes hipóteses:</p><p>H0: µ ≤ 10;</p><p>Ha: µ > 10.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>123</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Exemplo</p><p>A área de qualidade da empresa fez testes em 50 galões, assumiu que os dados</p><p>populacionais são normalmente distribuídos e que o desvio-padrão dessa população</p><p>(conhecido) era de 0,25. Nos testes com os galões, chegaram a um volume médio de 10,1</p><p>litros por galão e o nível de significância adotado foi de 0,01. Temos então o seguinte:</p><p>H0: µ ≤ 10 (hipótese que se deseja rejeitar);</p><p>Ha: µ > 10.</p><p>Aplicando a estatística do teste, temos:</p><p>z = 2,83.</p><p>10,1 - 10</p><p>0,25 50</p><p>z =</p><p>0,1</p><p>0,03536</p><p>z =</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>124</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>A Tabela de Probabilidade da Curva Normal</p><p>Devemos procurar, na tabela da Distribuição Normal</p><p>Padrão, o valor correspondente a 2,83. Na coluna à</p><p>esquerda, procuramos os dois primeiros números</p><p>(2,8) e, então, seguimos nessa linha até a coluna</p><p>0,03, encontrando o valor de 0,9977.</p><p>= 10µ0 x = 10,1</p><p>0 z = 2,83</p><p>Valor-p = 1 – 0,9977</p><p>Valor-p = 0,0023</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>125</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>A Tabela de Probabilidade da Curva Normal</p><p>O valor-p é calculado como sendo a</p><p>diferença entre 1 (área total) menos 0,9977,</p><p>área à esquerda do z. Chegamos então ao</p><p>valor-p de 0,0023.</p><p>Portanto, ao nível de significância de 1%,</p><p>podemos concluir que há evidências para</p><p>rejeitar a hipótese nula e aceitar, dessa</p><p>forma, que a média do volume dos galões de</p><p>água é superior a 10 litros.</p><p>Em outras palavras, há 0,23% de chances de</p><p>se cometer um Erro Tipo 1, ou seja, rejeitar</p><p>a hipótese nula quando ela for verdadeira</p><p>(na hipótese de serem encontrados galões</p><p>com 10 litros ou menos).</p><p>Valor-p = 0,0023</p><p>z = 2,830</p><p>IMPORTANTE!</p><p>Como se trata de uma variável aleatória</p><p>contínua, ou seja, que pode assumir</p><p>qualquer valor, calculamos a</p><p>probabilidade de a variável assumir</p><p>determinado valor em um intervalo.</p><p>Portanto, a probabilidade de assumir</p><p>qualquer valor em particular é zero!</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>126</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Regra de Rejeição de H0</p><p>Dessa forma, podemos concluir a regra de</p><p>rejeição da hipótese nula para um dado nível de</p><p>significância a em um teste unicaudal superior:</p><p>Ø Rejeitamos H0 se o valor-p ≤ a.</p><p>Ø Rejeitamos H0 se z ≥ Ya.</p><p>No nosso exemplo, temos valor-p = 0,0023,</p><p>inferior ao a de 0,01 (nível de significância</p><p>escolhido). Da mesma forma, o z encontrado</p><p>pela estatística do teste, de 2,83, é superior ao</p><p>za de 2,33 (também conhecido por valor crítico).</p><p>E como encontramos esse za? Voltando à tabela</p><p>da distribuição normal, temos que procurar nas</p><p>células a área de 0,99, que corresponde a 99% à</p><p>esquerda do z. E o número equivalente é 2,33.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>127</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Teste Bicaudal</p><p>De forma genérica, o teste de hipóteses bicaudal engloba as seguintes hipóteses:</p><p>H0: µ = µ0;</p><p>Ha: µ ≠ µ0.</p><p>Suponha que um pesquisador gostaria de verificar se a média populacional é igual a 300.</p><p>Ele então assume um nível de significância de 5% (a = 0,05) e coleta uma amostra de 50</p><p>observações, na qual verifica uma média amostral de 302, com desvio-padrão de 12. Uma</p><p>vez definidos as hipóteses e o nível de significância, devemos agora calcular a estatística</p><p>do teste:</p><p>z = 1,18.</p><p>302 - 300</p><p>12 50</p><p>z =</p><p>2</p><p>1,6971</p><p>z =</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>128</p><p>Teste de Hipóteses</p><p>Teste BicaudalVamos agora interpretar os resultados</p><p>encontrando o valor-p e o valor crítico.</p><p>Devemos procurar na coluna da esquerda</p><p>pelo número 1,1 e, nessa linha, seguirmos</p><p>para a direita até a coluna 0,08. Encontramos</p><p>0,8810. Isso significa p (z µ0.</p><p>H0: µ = µ0;</p><p>Ha: µ ≠ µ.</p><p>x - µ0</p><p>s X</p><p>z =</p><p>x - µ0</p><p>s X</p><p>z =</p><p>x - µ0</p><p>s X</p><p>z =</p><p>Desvio-padrão da população é conhecido!</p><p>Rejeitar H0 se o</p><p>valor-p ≤ a</p><p>Rejeitar H0 se o</p><p>valor-p ≤ a</p><p>Rejeitar H0 se o</p><p>valor-p ≤ a</p><p>Rejeitar H0 se</p><p>z ≤ − Za.</p><p>Rejeitar H0 se</p><p>z ≥ Za.</p><p>Rejeitar H0 se</p><p>z ≤ − Za/2 ou</p><p>se z ≥ Za/2.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>132</p><p>1.8 Regressão</p><p>132</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>133</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>A análise de regressão é um procedimento estatístico para desenvolver uma equação que</p><p>demonstra como as variáveis se relacionam. Portanto, precisamos incialmente definir os</p><p>dois tipos de variáveis que são abordados em uma regressão:</p><p>Variável dependente: é a variável prevista;</p><p>Variável independente: é a variável utilizada para prever o valor da variável dependente.</p><p>Por exemplo, o cálculo do beta de uma ação envolve uma regressão. Como ele nos</p><p>fornece uma medida quantitativa de quanto irá variar uma ação em função de uma</p><p>variação no mercado, podemos concluir que, no caso do beta, a variável dependente é a</p><p>ação e a variável independente, o mercado (Ibovespa, por exemplo).</p><p>Se trabalharmos com apenas uma variável independente, usamos a Regressão Linear</p><p>Simples, pois a relação entre essas variáveis (dependente e independente) se aproxima de</p><p>uma reta. Havendo duas ou mais variáveis independentes, usamos a Regressão Múltipla.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>134</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>Conceito</p><p>A equação de regressão linear simples estimada é expressa genericamente da seguinte</p><p>forma:</p><p>E(y) = b0 + b1x + e</p><p>Em que E(y) é o valor esperado de y, b0 e b1 são os parâmetros do modelo e e é uma</p><p>variável aleatória chamada erro aleatório ou parcela de erro. Em outras</p><p>palavras, mede a</p><p>variabilidade de y (variável dependente) que não pode ser explicada pela relação linear</p><p>entre x e y.</p><p>Na prática, os valores desses parâmetros muitas vezes não são conhecidos. Portanto,</p><p>precisamos estimá-los a partir de amostras. Nesse caso, as estatísticas amostrais passam a</p><p>ser b0 e b1 e, assim, obtemos a equação de regressão estimada:</p><p>y = bo + b1x</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>135</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>Gráficos</p><p>b0</p><p>E(y)</p><p>x</p><p>A inclinação de b1 é</p><p>positiva</p><p>Regressão Linear</p><p>positiva</p><p>b0</p><p>E(y)</p><p>x</p><p>A inclinação de b1 é</p><p>negativa</p><p>Regressão Linear</p><p>negativa</p><p>b0</p><p>E(y)</p><p>x</p><p>A inclinação de b1 é</p><p>zero</p><p>Sem relação</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>136</p><p>Gráficos</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>E como fazemos para calcular os valores b0 e b1 na equação de regressão estimada?</p><p>Primeiro plotamos os dados em um gráfico, de modo a obter um diagrama de dispersão.</p><p>Nesse gráfico, temos a variável independente (x) no eixo horizontal e a variável</p><p>dependente (y) no eixo vertical. A partir da análise do diagrama, podemos observar os</p><p>dados em um formato gráfico e, com isso, já tirar algumas conclusões prévias.</p><p>0</p><p>5</p><p>10</p><p>15</p><p>20</p><p>25</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>Variável independente (x)</p><p>Variável</p><p>dependente (y)</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>137</p><p>Gráficos</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>Então, utilizamos o Método dos Mínimos Quadrados para calcular a equação de</p><p>regressão estimada. Esse método utiliza dados amostrais para produzir os valores b0 e b1</p><p>que minimizam a soma dos quadrados dos desvios entre os valores observados da</p><p>variável dependente y e os valores estimados da variável dependente y.</p><p>Utilizando um software, como o MS Excel, chegamos que a reta de regressão estimada</p><p>para os dados plotados no gráfico abaixo é de: y = 6,6857 + 1,4571x.</p><p>0</p><p>5</p><p>10</p><p>15</p><p>20</p><p>25</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>Variável</p><p>independente (x)</p><p>Variável</p><p>dependente (y)</p><p>Assim, se x = 6, substituímos na</p><p>equação e teríamos que o valor</p><p>estimado de y seria:</p><p>y = 6,6857 + 1,4571 x 6</p><p>y = 15,43.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>138</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Coeficiente de Determinação (R2)</p><p>O Coeficiente de Determinação (R2) nada mais é que o valor do coeficiente de correlação</p><p>entre dois ativos (A,B) elevado ao quadrado, e portanto, nunca será um número negativo.</p><p>Ele serve para mostrar quanto da variação de A é explicada pela variação de B e quanto</p><p>da variação de A é devida a fatores aleatórios.</p><p>O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais</p><p>explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de</p><p>um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>q OBSERVAÇÃO: Essa relação é válida somente em Regressões Lineares Simples.</p><p>R! = #(#,%)!</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>139</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>ANOVA</p><p>ANOVA, Análise de Variância (em inglês, Analysis of Variance) é um procedimento</p><p>estatístico para analisar a variabilidade total da variável dependente. Primeiro temos que</p><p>definir alguns termos antes de visualizarmos a tabela ANOVA.</p><p>Ø Soma Total dos Quadrados (SQT): a soma total dos quadrados mede a variação</p><p>total na variável dependente. STQ é igual à soma dos quadrados das diferenças</p><p>entre os valores de Y e a média de Y .</p><p>SQT = (Yi – Y)2, somando os resultados para i observações</p><p>Ø Soma dos Quadrados da Regressão (SQR): mede a variação na variável</p><p>dependente que é explicada pela variável independente. É a soma dos quadrados</p><p>das distâncias entre os valores de Y previstos e a média de Y</p><p>SQR = (Yi – Y)2, somando os resultados para i observações</p><p>Ø Soma dos Quadrados dos Erros (SQE): mede a variação inexplicada na variável</p><p>dependente. É a soma dos quadrados das distâncias entre os valores de Y e os</p><p>valores previstos de Y.</p><p>SQE = (Yi – Y)2, somando os resultados para i observações.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>140</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>ANOVA</p><p>Podemos concluir que:</p><p>SQT (variação total) = SQR (variação explicada) + SQE (variação inexplicada)</p><p>Y</p><p>(Yi – Y) à SQT</p><p>Yi</p><p>(Yi – Y) à SQR</p><p>(Yi – Y) à SQE</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>141</p><p>Regressão Linear Simples</p><p>Tabela ANOVA</p><p>Fonte de Variação Graus de</p><p>Liberdade</p><p>Soma dos</p><p>Quadrados</p><p>Média da soma</p><p>dos quadrados</p><p>Regressão</p><p>(explicada) p SQR QMR = 234'</p><p>Erro (inexplicada) n – p - 1 SQE QMe = 235</p><p>6 8' 8(</p><p>Total n - 1 SQT</p><p>Em que n = número de observações, p = número de variáveis independentes (para</p><p>Regressão Linear Simples, p = 1), QMR = Quadrado Médio da Regressão e QME =</p><p>Quadrado Médio dos Erros</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>142</p><p>Conceito</p><p>Regressão Múltipla</p><p>Como falamos anteriormente, havendo duas ou mais variáveis independentes, usamos a</p><p>Regressão Múltipla.</p><p>Os procedimentos usados para estimar o valor médio de y e para prever um avalor</p><p>individual de y na regressão múltipla são similares aos da análise de regressão que</p><p>envolvem apenas uma variável independente (regressão simples).</p><p>Exemplo</p><p>Seja a seguinte equação de regressão estimada:</p><p>y = - 0,74 + 0,05x1 + 1,57x2. Sendo x1 = 100 e x2 = 200, o valor estimado de y será de:</p><p>y = - 0,74 + 0,05 x 100 + 1,57 x 200 = - 0,74 + 5 + 314 = 318,26.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>143</p><p>Teste T</p><p>Conceito</p><p>Em uma regressão, precisamos nos assegurar de que os coeficientes que multiplicam as</p><p>variáveis são estatisticamente diferentes de zero.</p><p>Como vimos, podemos modelar uma regressão simples como sendo: E(y) = b0 + b1x + e.</p><p>Precisamos então verificar se b1 é diferente de zero uma vez que, se for zero, o modelo de</p><p>regressão não será apropriado.</p><p>Podemos então formular o seguinte teste de hipóteses:</p><p>H0: b1 = 0;</p><p>Ha: b1 ≠ 0.</p><p>Para isso, usaremos o estimador b1 de uma amostra dessa população. A estatística do</p><p>teste será (sendo sb1 é o desvio padrão de b1) :</p><p>t = 9!:"!</p><p>A regra de rejeição será a seguinte:</p><p>Ø Critério do valor-p: rejeitar H0 se o valor-p ≤ [ (nível de significância);</p><p>Ø Critério do valor crítico: rejeitar H0 se t ≤ - t&/2 ou se t ≥ t&/2.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>144</p><p>Teste T</p><p>Exemplo</p><p>Seja a seguinte equação de regressão: y = 60 + 5x, obtida a partir de uma amostra de 10</p><p>observações (n). Vamos testar se o coeficiente 5, que multiplica a variável x, é</p><p>estatisticamente diferente de zero. Para isso, vamos considerar que b1 segue a distribuição</p><p>normal e que o desvio-padrão de b1 seja 0,5803. Além disso, vamos assumir nível de</p><p>significância de 0,01. O teste de hipóteses é formulado da seguinte forma:</p><p>H0: b1 = 0;</p><p>Ha: b1 ≠ 0.</p><p>Para isso, usaremos o estimador b1 de uma amostra dessa população. A estatística do</p><p>teste será:</p><p>t = 9!:"!</p><p>= +</p><p>),+0); = 8,62</p><p>Para um nível de significância de 0,01, o t-crítico pode ser obtido por meio da tabela t com</p><p>n – 2 graus de liberdade, ou seja 10 – 2 = 8. Consultando a tabela, o t-crítico é de 3,355.</p><p>Como a estatística do teste (8,62) é superior ao t-crítico (3,355), caímos na região de</p><p>rejeição de H0. Logo, podemos concluir que b1 é estatisticamente diferente de zero.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>145</p><p>Teste T</p><p>Exemplo</p><p>Podemos também confirmar a rejeição de H0 nesse exemplo construindo um intervalo de</p><p>confiança. Isso é possível através da seguinte fórmula:</p><p>b1 ± t&/2 x sb1</p><p>Sendo t&/2 = 3,355 e sb1 = 0,5803, podemos construir o seguinte intervalo de confiança:</p><p>= 5 ± 3,355 x 0,5803</p><p>= 5 ±1,95, o que equivale a 3,05 e 6,95.</p><p>Como o número zero, que estamos checando no teste de hipóteses, não faz parte desse</p><p>intervalo, podemos rejeitar a hipótese nula e concluir que o coeficiente b1 é</p><p>estatisticamente diferente de zero.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>146</p><p>Regressão</p><p>Limitações</p><p>A análise de regressão possui algumas limitações.</p><p>Ø Linearidade: a regressão linear assume que a relação entre a variável dependente</p><p>e as variáveis independentes é linear. Se essa suposição não for verdadeira, os</p><p>resultados podem ser equivocados;</p><p>Ø</p><p>Independência dos Erros: os resíduos (ou erros) do modelo devem ser</p><p>independentes uns dos outros. A autocorrelação dos erros viola essa suposição e</p><p>pode resultar em estimativas de coeficientes ineficientes;</p><p>Ø Homoscedasticidade: a variância dos erros deve ser constante ao longo de todas</p><p>as observações. Violação dessa suposição, conhecida como heteroscedasticidade,</p><p>pode levar a testes estatísticos inválidos;</p><p>Ø Normalidade dos Erros: os resíduos devem ser normalmente distribuídos,</p><p>especialmente para inferência estatística válida (por exemplo, testes t e intervalos de</p><p>confiança);</p><p>Ø Multicolinearidade: em regressão múltipla, as variáveis independentes não devem</p><p>ser altamente correlacionadas entre si. A multicolinearidade pode dificultar a</p><p>determinação dos efeitos individuais das variáveis independentes; e</p><p>Ø Extrapolação: A regressão é confiável dentro do intervalo de valores das variáveis</p><p>independentes usados para construir o modelo. Extrapolar além desses valores pode</p><p>levar a previsões imprecisas.</p><p>147</p><p>Capítulo 2:</p><p>Economia</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>148</p><p>2.1 Microeconomia</p><p>148</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>149</p><p>2.1.1 Oferta e Demanda</p><p>149</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>150</p><p>Microeconomia</p><p>Princípios</p><p>Coeteris Paribus: expressão de origem latina que significa tudo o mais constante. É um</p><p>dos princípios básicos da microeconomia, pois analisa as situações de forma isolada,</p><p>assumindo que todas as demais variáveis são constantes. Ela difere portanto da</p><p>Macroeconomia, pois essa última analisa as situações econômicas como um todo,</p><p>assumindo que tudo está inter-relacionado de alguma forma.</p><p>Por exemplo, na Macroeconomia, a elevação do PIB de um país em determinado período</p><p>pode estar associado a diversos fatores, como aumento da renda, elevação dos preços dos</p><p>produtos de exportação, crescimento populacional, entre outros.</p><p>Já na Microeconomia, analisaremos a elevação do PIB somente em função de outra</p><p>variável, assumindo que todas as demais são constantes.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>151</p><p>Microeconomia</p><p>Princípios</p><p>Outros dois princípios básicos da Microeconomia são as curvas de oferta e de demanda.</p><p>Começando pela demanda, definimos a quantidade demandada de um bem como sendo</p><p>a quantidade que os compradores desejam e podem adquirir desse bem. Porém, a</p><p>demanda pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas</p><p>principalmente do preço do bem em questão.</p><p>Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Demanda: com tudo o mais constante</p><p>(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade</p><p>demandada desse bem diminui. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a</p><p>quantidade demandada aumenta.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>Pr</p><p>eç</p><p>o</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>152</p><p>Microeconomia</p><p>Princípios</p><p>Falando agora da curva da oferta, definimos a quantidade ofertada de um bem como</p><p>sendo a quantidade que os vendedores desejam e podem vender desse bem. Porém, a</p><p>oferta pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas principalmente</p><p>do preço do bem em questão.</p><p>Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Oferta: com tudo o mais constante</p><p>(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada</p><p>desse bem aumenta. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a quantidade</p><p>ofertada diminui.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>Pr</p><p>eç</p><p>o</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>153</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>A demanda por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por</p><p>exemplo, vacinas contra a gripe registraram grande aumento de procura em função da</p><p>pandemia da COVID-19. Exemplos como esses fazem a curva se deslocar para a direita,</p><p>pois representam um aumento da demanda.</p><p>Agora, se as temperaturas no verão de determinado ano ficarem abaixo das médias, é</p><p>possível que a demanda por sorvetes diminua. Isso levaria a curva da demanda a se</p><p>deslocar para a esquerda.</p><p>Aumento da</p><p>demanda</p><p>Redução da</p><p>demanda</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>154</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>A curva de demanda pode então se deslocar em função de uma série de fatores:</p><p>Ø Renda: a renda disponível para o consumidor tem um impacto importante na</p><p>demanda desse consumidor por determinado produto. Como regra geral, se a renda</p><p>aumenta, a demanda pelo produto tende a aumentar; e, se a renda diminui, a</p><p>demanda tende a diminuir;</p><p>Ø Bens normais: porém, essa relação diretamente proporcional entre renda e</p><p>demanda é valida somente se estivermos tratando de bens normais. Eles</p><p>representam a maior parte dos bens na economia e são caracterizados por essa</p><p>relação diretamente proporcional entre a renda e a demanda;</p><p>Ø Bens inferiores: contudo, há certos bens que, quando a renda sobe, a</p><p>demanda cai. Por exemplo, se uma família tem um aumento de renda,</p><p>provavelmente ela irá preferir fazer a viagem de férias se deslocando por avião</p><p>do que por ônibus. Então, podemos dizer que a passagem de ônibus é</p><p>geralmente um bem inferior.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>155</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>Ø Preços de bens relacionados: o preços dos bens relacionados (substitutos ou</p><p>complementares) podem também deslocar a curva da demanda.</p><p>Ø Bens substitutos: se o preço da manteiga subir, é possível que alguns</p><p>consumidores substituam esse produto por margarina em suas compras</p><p>mensais. Isso porque são dois produtos muito semelhantes e que satisfazem</p><p>desejos também semelhantes. Portanto, quando o aumento (queda) do preço</p><p>de um bem aumenta (reduz) a quantidade demandada de outro bem, dizemos</p><p>que são substitutos;</p><p>Ø Bens complementares: suponha agora que o preço da gasolina registrou</p><p>sucessivas elevações. Então, é razoável pensar que muitos consumidores</p><p>deixarão de comprar automóveis e procurarão outros meios de transporte.</p><p>Assim, quando o aumento (redução) do preço de um bem diminui (aumenta) a</p><p>quantidade demandada de outro bem, dizemos que são bens complementares.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>156</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>Alguns outros fatores que podem levar a deslocamentos da curva de demanda são:</p><p>Ø Gostos: aqui temos um critério mais subjetivo, mas que pode influenciar a curva</p><p>de demanda. Por exemplo, se os consumidores passam a gostar mais de automóveis</p><p>do tipo SUVs, é provável que a curva de demanda por esse tipo de carro se desloque</p><p>para a direita;</p><p>Ø Expectativas: às vésperas da Black Friday, é possível que os consumidores adiem</p><p>suas compras aguardando as promoções típicas dessa data. Isso levaria a um</p><p>deslocamento da curva de demanda para a esquerda;</p><p>Ø Número de compradores: quanto mais compradores houver para determinado</p><p>bem, maior será a demanda por esse produto e, consequentemente, a curva de</p><p>demanda se deslocará para a direita.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>157</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>É possível haver mudanças de demanda ao longo da curva, ou seja, que não impliquem</p><p>deslocamento da curva de demanda? Sim!</p><p>Deslocamentos ao longo da curva são causados por chamados fatores endógenos, ou</p><p>seja, que pertencem à curva, basicamente o preço. Vimos que um aumento do preço</p><p>implicará redução da quantidade demanda e vice-versa.</p><p>Mas há também os deslocamentos paralelos da curva, causados por fatores ditos</p><p>exógenos, ou seja, renda, preço de bens relacionados, gostos, expectativas e número de</p><p>compradores.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>158</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de demanda</p><p>A oferta por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por exemplo, o</p><p>aço é utilizado na produção de automóveis. Se o preço do aço cair, a fabricação de</p><p>automóveis se torna mais lucrativa, aumentando a oferta de carros no mercado. Exemplos</p><p>como esses fazem a curva se deslocar</p><p>para a direita, pois representam um aumento da</p><p>oferta.</p><p>Agora, se o preço do aço sobe, a fabricação dos carros já se torna menos lucrativa e,</p><p>portanto, é de se esperar uma redução da oferta. Isso levaria a curva da oferta a se</p><p>deslocar para a esquerda.</p><p>Aumento da</p><p>oferta</p><p>Redução da</p><p>oferta</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>159</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de oferta</p><p>A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:</p><p>Ø Preço dos insumos: a oferta de um bem é negativamente correlacionada com o</p><p>preço dos insumos. Isso é, se o preço dos insumos sobe, a quantidade ofertada</p><p>diminui, deslocando a curva de oferta para a esquerda. Agora, se o preço dos</p><p>insumos cai, a quantidade ofertada aumenta, deslocando a curva de oferta para a</p><p>direita;</p><p>Ø Tecnologia: aqui já há uma relação diretamente proporcional entre tecnologia e</p><p>quantidade ofertada. Isso porque, quanto mais avançada a tecnologia aplicada ao</p><p>processo produtivo, menores os custos de produção e, consequentemente, maior a</p><p>quantidade ofertada, deslocando a curva da oferta para a direita;</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>160</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamentos da curva de oferta</p><p>A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:</p><p>Ø Expectativas: a expectativa dos produtores quanto ao preço futuro dos bens</p><p>produzidos também pode impactar a curva de oferta. Se, por exemplo, há uma</p><p>expectativa de alta do preço desses bens nos próximos meses, é possível que os</p><p>produtores resolvam estocar o bem ou adiar sua produção, aguardando a elevação</p><p>dos preços para ofertá-los. Nesse sentido, haveria momentaneamente uma redução</p><p>da oferta, deslocando a curva para a esquerda;</p><p>Ø Número de vendedores: quanto menos vendedores houver no mercado, menor a</p><p>oferta de determinado produto, o que deslocaria a curva de oferta para a esquerda.</p><p>Por sua vez, um aumento no número de produtores levaria a um aumento da oferta</p><p>desse produto, deslocando a curva para a direita. Portanto, aqui temos outro</p><p>exemplo de uma relação diretamente proporcional entre número de vendedores e</p><p>ofertas.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>161</p><p>Microeconomia</p><p>Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio</p><p>Quando unimos as curvas de oferta e demanda em um mesmo gráfico, podemos notar o</p><p>chamado ponto de equilíbrio. Ele ocorre justamente no ponto em que as curvas se</p><p>interceptam.</p><p>Nesse ponto, também chamado de equilíbrio de mercado, a quantidade do bem que os</p><p>compradores desejam e podem comprar é igual à quantidade desse mesmo bem que os</p><p>vendedores querem e podem vender. Em outras palavras, nesse ponto estão todos</p><p>satisfeitos: compradores e vendedores.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>162</p><p>Microeconomia</p><p>Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio</p><p>No gráfico a seguir, note que o preço de equilíbrio é de R$ 6 para uma quantidade de</p><p>equilíbrio de 6 unidades. Esse é justamente o ponto de intersecção das curvas de oferta e</p><p>demanda.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>PR</p><p>EÇ</p><p>O</p><p>QUANTIDADE</p><p>Oferta Demanda</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>163</p><p>Microeconomia</p><p>Fora do equilíbrio</p><p>Porém, pode haver situações em que o mercado não esteja em equilíbrio. Nesses casos,</p><p>dizemos que há um excesso de oferta ou de demanda.</p><p>Por exemplo, ao preço de R$ 2,00, os vendedores ofertarão 2 unidades, mas os</p><p>compradores demandarão 10 unidades. Isso representa um excesso de demanda, pois 8</p><p>unidades não serão comercializadas para a atender toda a demanda.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>PR</p><p>EÇ</p><p>O</p><p>QUANTIDADE</p><p>Oferta Demanda</p><p>Excesso de demanda</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>164</p><p>Microeconomia</p><p>Fora do equilíbrio</p><p>Por sua vez, ao preço de R$ 8, os vendedores desejarão vender 8 unidades; contudo, os</p><p>compradores estarão dispostos a consumir, por esse preço, somente 4 unidades. Temos</p><p>então um excesso de oferta, pois 4 unidades não conseguirão ser vendidas.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>PR</p><p>EÇ</p><p>O</p><p>QUANTIDADE</p><p>Oferta Demanda</p><p>Excesso de oferta</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>165</p><p>Microeconomia</p><p>Retorno ao equilíbrio</p><p>Na maioria dos mercados livres, desequilíbrios são temporários e os preços tendem a</p><p>retornar ao equilíbrio. Essa é a chamada Lei da Oferta e da Procura, que sintetiza</p><p>justamente esse retorno ao equilíbrio.</p><p>Em casos de excesso de demanda, pode-se dizer que ocorrerá escassez do produto em</p><p>questão. Isso levaria os vendedores a aumentar os preços, retornando assim ao equilíbrio.</p><p>E, por sua vez, ocorrendo excesso de oferta, os vendedores, com os estoques cheios, sem</p><p>conseguir vender toda a produção no preço desejado (que está fora do equilíbrio),</p><p>tendem a reduzir os preços e, assim, trazendo o mercado de volta ao equilíbrio.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>166</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamento da demanda: novo equilíbrio</p><p>Suponha que houve um aumento na demanda por determinado bem. Com isso, há um</p><p>deslocamento da curva de demanda para a direita e encontramos um novo ponto de</p><p>equilíbrio: o mercado estaria agora satisfeito comprando 8 unidades ao preço de R$ 8</p><p>cada.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>PR</p><p>EÇ</p><p>O</p><p>QUANTIDADE</p><p>Oferta Demanda</p><p>Aumento da</p><p>demanda</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>167</p><p>Microeconomia</p><p>Deslocamento da demanda: novo equilíbrio</p><p>Agora, imagine que os custos de produção de determinado bem aumentaram</p><p>significativamente. Como vimos, a lucratividade desses bens diminui e, com isso, os</p><p>produtores reduzirão a quantidade ofertada. Isso implicará um deslocamento da curva de</p><p>oferta para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio: o mercado estaria</p><p>agora satisfeito comprando apenas 4 unidades ao preço de R$ 8 cada.</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>0 2 4 6 8 10 12</p><p>PR</p><p>EÇ</p><p>O</p><p>QUANTIDADE</p><p>Oferta Demanda</p><p>Redução da</p><p>oferta</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>168</p><p>Microeconomia</p><p>Resumo</p><p>Sem mudanças na Oferta Aumento da Oferta Redução da Oferta</p><p>Sem mudanças</p><p>na Demanda</p><p>Preço igual</p><p>Quantidade igual</p><p>Preço diminui</p><p>Quantidade aumenta</p><p>Preço aumenta</p><p>Quantidade diminui</p><p>Aumento da</p><p>Demanda</p><p>Preço aumenta</p><p>Quantidade aumenta</p><p>Preço = não se pode</p><p>determinar</p><p>Quantidade aumenta</p><p>Preço aumenta</p><p>Quantidade = não se</p><p>pode determinar</p><p>Redução da</p><p>Demanda</p><p>Preço diminui</p><p>Quantidade diminui</p><p>Preço diminui</p><p>Quantidade = não se</p><p>pode afirmar</p><p>Preço = não se pode</p><p>afirmar</p><p>Quantidade diminui</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>169</p><p>Microeconomia</p><p>Excedente do Consumidor e do Produtor</p><p>Excedente do consumidor é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um</p><p>bem menos a quantia realmente paga por ele. Já o excedente do produtor é o montante</p><p>que um vendedor recebe menos o seu custo de produção.</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>Excedente do</p><p>consumidor</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>Excedente do</p><p>produtor</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>170</p><p>Microeconomia</p><p>Elasticidade</p><p>Vimos até agora que, de acordo com a Lei da Demanda, um aumento nos preços levará a</p><p>uma redução na quantidade demanda e vice-versa. Porém, a pergunta que fica é: um</p><p>aumento dos preços reduzirá quanto exatamente a quantidade demandada?</p><p>Por sua vez, conforme a Lei da Oferta, um aumento nos preços levará a uma elevação na</p><p>quantidade ofertada e vice-versa. Porém, a pergunta novamente que fica é: um aumento</p><p>dos preços aumentará quanto exatamente a quantidade ofertada?</p><p>A resposta a ambas as perguntas é: depende! Mas depende do quê? Depende da</p><p>elasticidade! A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e</p><p>vendedores às mudanças das condições de mercado.</p><p>Por exemplo, um aumento no preço da gasolina reduzirá em quanto a quantidade</p><p>demandada desse combustível? A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a</p><p>responder a essa pergunta!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>171</p><p>Microeconomia</p><p>Elasticidade-preço da demanda</p><p>A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a quantificar a redução da demanda em</p><p>função de determinado aumento dos preços.</p><p>A demanda por um bem pode ser dita,</p><p>como regra geral, elástica, inelástica ou com</p><p>elasticidade unitária:</p><p>Ø Elástica: a demanda por um bem é dita elástica se a quantidade demandada</p><p>responde substancialmente a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um</p><p>produto com demanda elástica sobe 10%, a demanda cairá mais do que 10%. A</p><p>elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre superior a 1.</p><p>Ø Inelástica: já a demanda por um bem é chamada inelástica se a quantidade</p><p>demandada responde pouco a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um</p><p>produto com demanda inelástica sobe 10%, a demanda cairá menos do que 10%. A</p><p>elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre inferior a 1.</p><p>Ø Elasticidade unitária: quando um aumento de 10% no preço de um produto</p><p>implica uma redução de exatamente 10% na quantidade demandada. A elasticidade-</p><p>preço da demanda nesses casos é sempre igual a 1.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>172</p><p>Microeconomia</p><p>Elasticidade-preço da demanda</p><p>A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada pelos seguintes fatores:</p><p>Ø Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais disponíveis forem bens</p><p>substitutos, maior será a elasticidade-preço da demanda. O exemplo clássico é o de</p><p>manteiga e margarina: um aumento de 1% no preço da manteiga deve reduzir a</p><p>quantidade demandada em mais do que 1%, haja vista a possibilidade de substituí-la</p><p>facilmente pela margarina;</p><p>Ø Bens necessários e supérfulos: bens necessários, como o nome diz, referem-se a</p><p>produtos ou serviços de grande necessidade como, por exemplo, a escola dos filhos</p><p>de uma família. Um aumento pontual no preço da mensalidade dificilmente levará os</p><p>pais a trocarem os filhos de escola. Em outras palavras, bens necessários têm</p><p>demanda mais inelástica; já os bens supérfluos são aqueles de menor relevância</p><p>para o consumidor e que, portanto, têm demanda mais elástica. Ou seja, o</p><p>consumidor consegue ficar sem consumi-los ou consumir quantidade bem inferior à</p><p>que consumia anteriormente à elevação dos preços.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>173</p><p>Microeconomia</p><p>Elasticidade-preço da demanda</p><p>A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada também pelos seguintes fatores:</p><p>Ø Definição do mercado: a forma como definimos o mercado pode influenciar a</p><p>elasticidade. Por exemplo, ao falarmos do mercado de meios de locomoção como</p><p>um todo, podemos assumir uma demanda mais inelástica, pois as pessoas precisam</p><p>se locomover; porém, se falarmos mais especificamente de carros com elevado</p><p>consumo de combustível, essa categoria já terá uma demanda mais elástica, pois os</p><p>consumidores podem trocá-lo por automóveis mais econômicos ou por outros meios</p><p>de transporte.</p><p>Ø Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica tende a</p><p>ser a demanda. Isso porque o consumidor vai adaptando seu estilo de consumo. Por</p><p>exemplo, se o preço da gasolina sobe, é possível que não haja uma redução na</p><p>demanda por combustível em um primeiro momento. Porém, se os preços</p><p>continuarem elevados por mais tempo, então o consumidor pode adaptar alguns</p><p>hábitos para consumir menos combustível como, por exemplo, pegar uma carona, ir</p><p>de transporte público, ou mesmo a pé ou de bicicleta, diminuindo assim mais</p><p>drasticamente a demanda por gasolina.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>174</p><p>Microeconomia</p><p>Cálculo da Elasticidade-preço da demanda</p><p>Elasticidade-preço da demanda =</p><p>Variação percentual na quantidade demandada</p><p>Variação percentual do preço</p><p>Se o aumento de 1% no preço da manteiga implicar redução de 3% em sua quantidade</p><p>demandada, a elasticidade-preço da demanda da manteiga é de 3/1 = 3.</p><p>CUIDADO!</p><p>Segundo a Lei Geral da Demanda, um aumento nos preços levará a uma redução da</p><p>quantidade demandada e, por sua vez, uma redução nos preços implicará aumento da</p><p>quantidade demandada. A Elasticidade-preço da demanda nos diz a magnitude dessas</p><p>variações, mas a direção oposta (contrária) do movimento persiste, isto é, preço</p><p>aumenta (diminui), quantidade demandada diminui (aumenta).</p><p>Portanto, o resultado do cálculo da elasticidade-preço da demanda nos dará a</p><p>magnitude desse movimento contrário. Logo, um aumento de 1% no preço da manteiga</p><p>levará a uma redução da quantidade demandada em 3%, pois sua elasticidade-preço da</p><p>demanda é 3.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>175</p><p>Microeconomia</p><p>O ponto médio</p><p>Sejam os seguintes dois pontos ao longo da curva de demanda:</p><p>10</p><p>15</p><p>10080</p><p>Se calcularmos a elasticidade partindo de A para B, temos</p><p>que a quantidade reduziu de 100 para 80 (-20%) e que o</p><p>preço subiu de 10 para 15 (50%). Isso resultaria em uma</p><p>elasticidade de 20/50 = 0,4.</p><p>Porém, se calcularmos partindo de B para A, temos que a</p><p>quantidade subiu de 80 para 100 (25%) e o preço caiu de 15</p><p>para 10 (-33%), resultando em uma elasticidade de 0,76,</p><p>aproximadamente.</p><p>A</p><p>B</p><p>Preço</p><p>Quant.</p><p>Para contornarmos esse problema, fazemos os cálculos a partir dos preços médios, isto é, 12,5</p><p>para o preço e 90 para a quantidade.</p><p>Dessa forma, partindo de A para B, a queda na quantidade foi de 20 em relação a um preço</p><p>médio de 90, o que representa -22,2%. Da mesma forma, o aumento de 5 no preço de A para</p><p>B, sobre um preço médio de 12,5, representa 40%. Portanto, a elasticidade seria de 22,2/40 =</p><p>0,555.</p><p>Fazendo a conta no sentido contrário, de B para A, o aumento na quantidade foi de 20 em</p><p>relação a um preço médio de 90, o que representa 22,2%. Da mesma forma, a redução de 5 no</p><p>preço de B para A, sobre um preço médio de 12,5, representa - 40%. Portanto, a elasticidade</p><p>continuaria sendo de 22,2/40 = 0,555.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>176</p><p>Microeconomia</p><p>Elasticidade ao longo de curva de demanda</p><p>Apesar de parecer contra intuitivo à primeira vista, a elasticidade varia ao longo de uma</p><p>curva de demanda linear. Isso porque a elasticidade é a razão das variações percentuais</p><p>de duas variáveis.</p><p>0</p><p>10</p><p>20</p><p>30</p><p>40</p><p>50</p><p>60</p><p>70</p><p>80</p><p>0 20 40 60 80 100 120 140</p><p>Pr</p><p>eç</p><p>o</p><p>Quantidade</p><p>Elasticidade > 1</p><p>Elasticidade 1</p><p>20</p><p>Aumento no preço</p><p>em 22% diminuiu a</p><p>quantidade</p><p>demandada em</p><p>28,6%.</p><p>15</p><p>Demanda</p><p>perfeitamente</p><p>elástica:</p><p>elasticidade infinita</p><p>8</p><p>Ao preço de R$ 8, os</p><p>consumidores comprarão</p><p>qualquer quantidade.</p><p>Acima de R$ 8, a</p><p>demanda é zero e, abaixo</p><p>de R$ 8, infinita.</p><p>Quant. Quant.</p><p>Preço</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>179</p><p>Microeconomia</p><p>Outras Elasticidades</p><p>Além da elasticidade-preço da demanda, podemos também enunciar pelo menos outras</p><p>três:</p><p>Ø Elasticidade-renda da demanda: mede o quanto varia a quantidade demandada</p><p>em função de uma alteração na renda do consumidor.</p><p>Ø Bens normais: elasticidade-renda da demanda positiva, isto é, quando a</p><p>renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem também</p><p>aumenta;</p><p>Ø Bens inferiores: elasticidade-renda da demanda negativa, isto é, quando a</p><p>renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem diminui;</p><p>Ø Bens necessários: elasticidade-renda positiva, mas baixa, pois são bens que</p><p>precisam ser consumidos, ainda que em menor quantidade;</p><p>Ø Bens supérfluos: elasticidade-renda positiva e bem elevada, pois os</p><p>consumidores podem passar um tempo sem consumi-los.</p><p>Elasticidade-renda da demanda =</p><p>Variação percentual na quantidade demandada</p><p>Variação percentual na renda</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>180</p><p>Microeconomia</p><p>Outras Elasticidades</p><p>Ø Elasticidade-preço</p><p>cruzada da demanda: mede o quanto varia a quantidade</p><p>demandada de determinado bem em função de uma alteração no preço de outro</p><p>bem.</p><p>Ø Bens substitutos: novamente o exemplo clássico da manteiga e da margarina.</p><p>Uma elevação no preço da manteiga levará a um aumento na quantidade</p><p>demandada de margarina. Logo, bens substitutos têm elasticidade-preço</p><p>cruzada da demanda positiva.</p><p>Ø Bens complementares: são aqueles que consumimos geralmente em pares</p><p>como, por exemplo, gasolina e automóveis. Um aumento no preço da gasolina</p><p>tende a reduzir a quantidade demandada de automóveis. Portanto, bens</p><p>complementares têm elasticidade-preço cruzada da demanda negativa.</p><p>Elasticidade-preço cruzada</p><p>da demanda =</p><p>Variação percentual na quantidade demandada do bem 1</p><p>Variação percentual do preço do bem 2</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>181</p><p>Microeconomia</p><p>Outras Elasticidades</p><p>Elasticidade-preço da oferta =</p><p>Variação percentual na quantidade ofertada</p><p>Variação percentual do preço</p><p>Ø Elasticidade-preço da oferta: mede o quanto varia a quantidade ofertada de</p><p>determinado bem em função de uma alteração no preço.</p><p>Ø A oferta de um bem é dita elástica se a quantidade ofertada responde</p><p>substancialmente a mudanças no preço;</p><p>Ø Por sua vez, a oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde</p><p>pouco a variações no preço.</p><p>Ø O fator que mais influencia a elasticidade-preço da oferta é o prazo. Isso</p><p>porque, no curto prazo, a elasticidade é mais elástica e, em períodos mais</p><p>longos, menos elástica.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>182</p><p>Microeconomia</p><p>Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço</p><p>Oferta</p><p>perfeitamente</p><p>inelástica:</p><p>elasticidade = 0</p><p>8</p><p>10</p><p>20</p><p>Aumento no</p><p>preço não</p><p>altera em nada</p><p>a quantidade</p><p>ofertada.</p><p>Oferta</p><p>inelástica:</p><p>elasticidade 1</p><p>Aumento no preço em</p><p>22% aumentou a</p><p>quantidade ofertada</p><p>em 40%.</p><p>Oferta</p><p>perfeitamente</p><p>elástica:</p><p>elasticidade infinita</p><p>8</p><p>Ao preço de R$ 8, os</p><p>produtores venderão</p><p>qualquer quantidade. Acima</p><p>de R$ 8, a oferta é infinita e,</p><p>abaixo de R$ 8, é zero.</p><p>Quant.</p><p>Preço</p><p>10</p><p>2416</p><p>Quant.</p><p>Preço</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>184</p><p>Microeconomia</p><p>Regulamentação Governamental e o Equilíbrio</p><p>As políticas governamentais para a economia podem impactar o equilíbrio de mercado.</p><p>Nesse sentido, destacamos quatro práticas que podem levar a esse desequilíbrio:</p><p>Ø Limites de preços: representa o limite máximo que um vendedor poderia cobrar</p><p>por seu produto. Comum nas épocas de hiperinflação no Brasil, o chamado controle</p><p>de preços teve efeitos pífios na prática;</p><p>Ø Impostos: a incidência de impostos sobre produtos e serviços naturalmente irá</p><p>aumentar o preço de equilíbrio e diminuir a quantidade nesse ponto de equilíbrio;</p><p>Ø Subsídios: pagamentos em dinheiro feito pelo governo a determinados setores de</p><p>produção que resultarão em um aumento na quantidade de equilíbrio e uma</p><p>redução no preço de equilíbrio;</p><p>Ø Cotas: parecido com o controle de preços, as cotas limitam a quantidade que pode</p><p>ser produzida, levando a um aumento do preço de equilíbrio.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>185</p><p>Microeconomia</p><p>Limites de Preços</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>PE</p><p>QE</p><p>Preço</p><p>máximo</p><p>Se o preço máximo</p><p>for estabelecido</p><p>acima do preço de</p><p>equilíbrio, seu</p><p>efeito será inócuo.</p><p>Preço</p><p>QuantidadeQO</p><p>Preço</p><p>máximo</p><p>Escassez</p><p>Agora, se o preço</p><p>máximo for</p><p>estabelecido abaixo</p><p>do preço de</p><p>equilíbrio, haverá</p><p>escassez.QD</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>186</p><p>Microeconomia</p><p>Limites de PreçosPreço</p><p>Quantidade</p><p>PE</p><p>QE</p><p>Salário</p><p>mínimo</p><p>Se o salário mínimo</p><p>for estabelecido</p><p>abaixo do preço de</p><p>equilíbrio, seu</p><p>efeito será inócuo.</p><p>Preço</p><p>Quantidade</p><p>Salário</p><p>mínimo</p><p>Desemprego</p><p>Agora, se o preço</p><p>máximo for</p><p>estabelecido acima</p><p>do preço de</p><p>equilíbrio, haverá</p><p>desemprego.</p><p>QD QO</p><p>PE</p><p>QE</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>187</p><p>Microeconomia</p><p>ImpostosPreço</p><p>PE</p><p>A cobrança de impostos sobre os vendedores desloca</p><p>a curva de oferta para a esquerda. Isso irá mudar o</p><p>Preço de Equilíbrio (PE) para o Preço com Impostos</p><p>pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de</p><p>equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),</p><p>menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade</p><p>demandada será inferior (QI).</p><p>Já a cobrança de impostos incidente sobre os</p><p>compradores desloca a curva de demanda para a</p><p>esquerda. Apesar de incidir agora sobre os</p><p>compradores, os efeitos serão idênticos: o Preço de</p><p>Equilíbrio (PE) mudará para o Preço com Impostos</p><p>pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de</p><p>equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),</p><p>menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade</p><p>demandada será igualmente inferior (QI). Ou seja,</p><p>consumidores e vendedores sempre dividirão o ônus</p><p>do tributo.</p><p>QI</p><p>PIC</p><p>Preço</p><p>PE</p><p>QI</p><p>PIV</p><p>QE</p><p>QE</p><p>PIV</p><p>PIC</p><p>Quantidade</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>188</p><p>Microeconomia</p><p>Cotas e SubsídiosPreço</p><p>PE</p><p>A introdução de uma cota de produção, que</p><p>geralmente é definida para regular mercados,</p><p>estabelecendo um limite máximo de produção, tem</p><p>como efeitos a redução da quantidade ofertada de</p><p>QE para QC e, consequentemente, a elevação do</p><p>preço de PE para PC, assumindo que a cota foi</p><p>definida como sendo uma quantidade inferior à de</p><p>equilíbrio. Se a cota for definida a uma quantidade</p><p>superior à de equilíbrio, o efeito será inócuo.</p><p>QEQC</p><p>PC</p><p>Preço</p><p>QE</p><p>Já o estabelecimento de subsídios desloca a curva de</p><p>oferta para a direita. Com isso, a quantidade</p><p>ofertada sobe de QE para QS. Já os novos preços se</p><p>comportam da seguinte forma: os vendedores</p><p>passam a receber um preço maior, PSV, por conta do</p><p>subsídio que recebem, e os consumidor passam a</p><p>pagar um preço inferior, PSC.</p><p>PE</p><p>QS</p><p>PSV</p><p>PSC</p><p>Quantidade</p><p>Quantidade</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>189</p><p>2.1.2 Demanda do consumidor</p><p>189</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>190</p><p>Conceito</p><p>A restrição orçamentária descreve as limitações impostas pela renda de um consumidor</p><p>sobre a quantidade de bens e serviços que ele pode adquirir. Ela representa todas as</p><p>combinações possíveis de bens e serviços que um consumidor pode comprar, dado seu</p><p>orçamento limitado e os preços dos bens e serviços.</p><p>A restrição orçamentária é essencial para entender o comportamento do consumidor, pois</p><p>ela impõe limites às escolhas possíveis. Os consumidores tomam decisões sobre como</p><p>alocar seu orçamento para maximizar sua utilidade (satisfação) dentro das limitações</p><p>impostas por seus rendimentos e pelos preços dos bens e serviços.</p><p>Restrição Orçamentária</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>191</p><p>Bem X</p><p>Bem Y</p><p>10 unidades de X</p><p>Conceito</p><p>Suponha que um consumidor tenha um orçamento de $100, o preço do bem X seja $10 e</p><p>o preço do bem Y seja $20.</p><p>A fórmula da restrição orçamentária seria: 10Qx + 20Qy ≤ 100.</p><p>Essa linha orçamentária interceptaria o eixo X em 100/10=10 unidades de X (se todo o</p><p>orçamento fosse gasto em X) e o eixo Y em 100/20=5 unidades de Y (se todo o orçamento</p><p>fosse gasto em Y).</p><p>Restrição Orçamentária</p><p>5 unidades de Y</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>192</p><p>Conceito</p><p>As curvas de indiferença são utilizadas para representar as preferências dos</p><p>consumidores entre diferentes combinações de bens. Uma curva de indiferença mostra</p><p>todas as combinações de dois bens que proporcionam ao consumidor o mesmo nível de</p><p>satisfação ou utilidade.</p><p>As principais características das Curvas de Indiferença são:</p><p>Ø Curvas Descendentes: as curvas de indiferença têm uma inclinação negativa, o</p><p>que reflete o trade-off entre os dois bens. Se um consumidor consome mais de um</p><p>bem, ele deve consumir menos do outro para manter</p><p>o mesmo nível de satisfação;</p><p>Ø Curvas Convexas em relação à origem dos eixos: reflete como as pessoas estão</p><p>mais dispostas a trocar bens que tenham em abundância e menos dispostas a trocar</p><p>bens que tenham em pouca quantidade;</p><p>Ø Não se Cruzam: duas curvas distintas de indiferença nunca se cruzam. Se o</p><p>fizessem, isso implicaria uma inconsistência nas preferências do consumidor; e</p><p>Ø Níveis de Utilidade Diferentes: curvas de indiferença mais afastadas da origem</p><p>representam níveis mais altos de utilidade, pois correspondem a maiores</p><p>quantidades de ambos os bens.</p><p>Curvas de Indiferença</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>193</p><p>Conceito</p><p>A inclinação de uma curva de indiferença é chamada de Taxa Marginal de Substituição</p><p>(TMS). A TMS mede a quantidade de um bem que um consumidor está disposto a</p><p>sacrificar para obter uma unidade adicional do outro bem, mantendo o mesmo nível de</p><p>satisfação.</p><p>Curva de Indiferença</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>194</p><p>Bem X</p><p>Bem Y</p><p>Conceito</p><p>Suponha que um decisor possa comprar entre 2 produtos: o bem X e o bem Y. As curvas</p><p>de indiferença podem ser construídas conforme a seguir.</p><p>Os pontos A, B e C representam quantidades consumidas dos dois bens que tornam o</p><p>consumidor satisfeito. E, no ponto D, de tangência da restrição orçamentária com a mais</p><p>alta curva de indiferença, temos o Ponto de Equilíbrio do Consumidor, ponto em que o</p><p>consumidor maximiza sua utilidade dentro das limitações de seu orçamento.</p><p>Curva de Indiferença</p><p>Ponto de Equilíbrio</p><p>do Consumidor</p><p>(maximização da</p><p>utilidade)</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>195</p><p>Microeconomia</p><p>Efeito Renda e Efeito Substituição</p><p>Dois efeitos muito importantes podem ser enunciados quando o preço de um</p><p>determinado produto cai. Suponha que um consumidor tem duas opções de compra:</p><p>refrigerante e cachorro quente. Se o preço do refrigerante cair, haverá duas</p><p>consequências:</p><p>Ø Efeito Renda: com a queda do preço do refrigerante, o consumidor se sente mais</p><p>“rico”, pois agora, com a mesma renda, pode comprar mais refrigerante e mais</p><p>cachorro quente. Esse é o efeito renda!</p><p>Ø Efeito Substituição: mas ele pode pensar também o seguinte – como o</p><p>refrigerante está mais barato, posso comprar mais latas de refrigerantes para cada</p><p>cachorro quente que eu abrir mão. Em outras palavras, como o cachorro quente está</p><p>agora relativamente mais caro, eu deveria comprar mais refrigerante e menos</p><p>cachorro quente. Esse é o efeito substituição!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>196</p><p>Microeconomia</p><p>Efeito Renda e Efeito Substituição</p><p>E o que ele fará então?</p><p>Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais refrigerante e mais cachorro quente. Mas, pelo</p><p>Efeito Substituição, é mais vantajoso comprar mais refrigerante. Logo, como ambos os</p><p>efeitos atuam na direção de comprar mais refrigerante, o Efeito Total nos diz que ele</p><p>comprará mais refrigerante.</p><p>E sobre o cachorro quente? Não se pode afirmar, pois os Efeitos Renda e Substituição</p><p>operam em direções opostas. Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais cachorro quente;</p><p>mas, pelo Efeito Substituição, como o refrigerante ficou comparativamente mais barato que</p><p>o cachorro quente, ele deveria comprar menos cachorro quente e mais refrigerante. Tudo</p><p>dependerá da magnitude de cada um dos efeitos.</p><p>Resumindo: assumindo que o refrigerante é um bem normal, ou seja, se sua renda cresce,</p><p>você deseja consumir mais refrigerante. Assim, se o preço do refrigerante cair, o Efeito</p><p>Renda é positivo, o Efeito Substituição é Positivo e o Efeito Total também é positivo!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>197</p><p>Microeconomia</p><p>Efeito Renda e Efeito Substituição</p><p>E se for um bem inferior, aquele que, se sua renda subir, você deseja consumir menos?</p><p>Nesse caso, o Efeito Renda será sempre negativo. Isso porque se o preço de um bem</p><p>inferior cair, você tende a consumir menos. Com a queda do preço, é como se sua renda</p><p>tivesse aumentado. Logo, você vai querer consumir bens normais ao invés de bens</p><p>inferiores.</p><p>O Efeito Substituição é sempre positivo para bens cujos preços estão caindo, pois é possível</p><p>comprar mais desse bem (agora mais barato) em substituição a outro que não teve redução</p><p>de preço. Então, mesmo sendo bem inferior, o efeito substituição é igualmente positivo.</p><p>Como o Efeito Renda é negativo e o Efeito Substituição é positivo, o Efeito Total depende</p><p>da magnitude de cada um desses efeitos.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>198</p><p>2.1.3 Produção, Custos e Lucro da</p><p>Firma</p><p>198</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>199</p><p>Conceito</p><p>Os fatores de produção são os recursos utilizados para produzir bens e serviços. Eles são</p><p>tradicionalmente classificados em quatro categorias principais:</p><p>Ø Terra (Recursos Naturais): inclui todos os recursos naturais utilizados na produção,</p><p>como terra agrícola, minerais, florestas, água e outras matérias-primas;</p><p>Ø Trabalho: refere-se ao esforço humano aplicado na produção de bens e serviços.</p><p>Isso inclui tanto o trabalho físico quanto o mental dos trabalhadores;</p><p>Ø Capital: inclui todos os bens de capital, como maquinário, ferramentas, edifícios e</p><p>tecnologia, que são utilizados na produção de outros bens e serviços; e</p><p>Ø Empreendedorismo: refere-se à capacidade e disposição de uma pessoa ou grupo</p><p>para combinar os outros fatores de produção e assumir riscos para iniciar e gerir um</p><p>negócio. Os empreendedores inovam, organizam os recursos e tomam decisões</p><p>empresariais.</p><p>Fatores de Produção</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>200</p><p>Conceito</p><p>Para a produção de bens e serviços, esses fatores são combinados de várias formas:</p><p>Ø Terra e Capital: recursos naturais são extraídos e processados utilizando máquinas</p><p>e tecnologias.</p><p>ØTrabalho e Capital: trabalhadores operam máquinas e utilizam ferramentas para</p><p>produzir bens.</p><p>Ø Empreendedorismo e os Outros Fatores: empreendedores organizam terra,</p><p>trabalho e capital, assumem riscos e tomam decisões estratégicas para o sucesso do</p><p>negócio.</p><p>Cada fator de produção é remunerado de maneira específica:</p><p>Ø Terra: Aluguel;</p><p>Ø Trabalho: Salário;</p><p>Ø Capital: Juros ou retorno sobre investimento; e</p><p>Ø Empreendedorismo: Lucro.</p><p>Fatores de Produção</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>201</p><p>Conceito</p><p>Retornos marginais decrescentes, também conhecidos como Lei dos Rendimentos</p><p>Marginais Decrescentes, é um princípio fundamental da microeconomia que descreve o</p><p>comportamento da produtividade de um fator de produção à medida que a quantidade</p><p>desse fator aumenta, enquanto outros fatores permanecem constantes.</p><p>A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes afirma que, mantendo todos os outros</p><p>fatores de produção constantes, a adição de unidades sucessivas de um fator variável</p><p>(como trabalho ou capital) resultará em um aumento da produção total em uma taxa</p><p>decrescente após um certo ponto. Em outras palavras, a produtividade adicional de cada</p><p>unidade extra do fator de produção começa a diminuir.</p><p>Retornos Marginais Decrescentes</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>202</p><p>Conceito</p><p>Economias e deseconomias de escala descrevem como os custos de produção variam</p><p>com a escala de produção de uma empresa. Eles se referem à forma como os custos</p><p>médios de produção mudam à medida que a quantidade produzida aumenta.</p><p>As principais causas das Economias de Escala são:</p><p>ØDivisão do Trabalho e Especialização: a produção em maior escala permite uma</p><p>maior especialização dos trabalhadores, o que pode aumentar a eficiência e reduzir</p><p>os custos;</p><p>Ø Eficiência Operacional: empresas maiores podem investir em tecnologias mais</p><p>eficientes e processos de produção que não seriam viáveis para empresas menores;</p><p>Ø Compras em Massa: grandes empresas podem negociar melhores preços com</p><p>fornecedores devido à compra em grandes quantidades, reduzindo o custo dos</p><p>insumos;</p><p>Ø Custos Fixos Distribuídos: custos fixos (como instalações e equipamentos) podem</p><p>ser distribuídos por uma quantidade maior de produção, reduzindo o custo médio</p><p>por unidade; e</p><p>Ø Financiamento: empresas maiores geralmente têm acesso a melhores</p><p>5.4.3 Modalidade: Opções..............................................................................................................................666</p><p>CAPÍTULO 6: Teoria Moderna de Carteiras</p><p>6.1 Teoria Moderna de Carteiras ...................................................................................................... 724</p><p>CAPÍTULO 7: Finanças Comportamentais</p><p>7.1 Finanças Comportamentais ........................................................................................................ 776</p><p>CAPÍTULO 8: Política de Investimentos</p><p>8.1 O Processo de Gestão de Carteiras Individuais e Institucionais ................................................. 803</p><p>8.2 A Composição de um IPS Individual.........................................................................................................808</p><p>8.3 A Composição de um IPS Institucional.....................................................................................................824</p><p>CAPÍTULO 9: Alocação de Ativos</p><p>9.1 Estratégias de Alocação de Ativos............................................................................................................845</p><p>CAPÍTULO 10: Novas Tecnologias em Finanças</p><p>10.1 Novas Tecnologias em Finanças.................................................................................................866</p><p>10.2 Crowdfunding..........................................................................................................................................898</p><p>10.3 Resolução CVM Nº88/2022....................................................................................................................904</p><p>CAPÍTULO 11: Ética e Autorregulação</p><p>11.1 Aspectos ASG - Ambiental, Social e Governança.......................................................................923</p><p>11.2 Códigos Anbima......................................................................................................................................970</p><p>11.3 Código Anbima: Certificação..................................................................................................................975</p><p>11.4 Código Anbima: Ofertas Públicas...........................................................................................................983</p><p>11.5 Código Anbima: Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais...........................................................997</p><p>11.6 Código Anbima: Administração e Gestão de Recursos de Terceiros..................................................1004</p><p>CAPÍTULO 12: Legislação e Regulação</p><p>12.1 Normas Legais e Infralegais.....................................................................................................1031</p><p>12.1.1 Lei do Mercado de Capitais..............................................................................................................1032</p><p>12.1.2 Lei de Liberdade Econômica.............................................................................................................1052</p><p>12.1.3 Resolução CVM 21............................................................................................................................1055</p><p>12.1.4 Resolução CVM 175 (Parte Geral) – Fundos de Investimentos......................................................1085</p><p>12.1.5 Ofertas Públicas – Resolução CVM 160............................................................................................1168</p><p>12.1.6 Resolução CMN 4.994.......................................................................................................................1245</p><p>12.1.7 Resolução CMN 4.994.......................................................................................................................1262</p><p>12.1.8 Legislação Pertinentes a Planos de Previdência Privada.................................................................1277</p><p>12.1.9 Resolução CVM 30.............................................................................................................................1311</p><p>12.1.10 Resolução CVM 62...........................................................................................................................1314</p><p>12.1.11 Regulação e Autorregulação-ASG...................................................................................................1321</p><p>12.2 Compliance............................................................................................................................................1345</p><p>12.3 Tributação de Renda Variável ..............................................................................................................1377</p><p>12.4 Tributação de Renda Fixa......................................................................................................................1390</p><p>4</p><p>Capítulo 1:</p><p>Métodos Quantitativos</p><p>4</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>5</p><p>1.1 Introdução a HP-12C</p><p>5</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>6</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>7</p><p>Ø Para ligar a calculadora: Aperte [ON];</p><p>Ø Para desligá-la: Apertar a tecla [ON] novamente;</p><p>Ø Para mudar de convenção BRA para USA, ou vice-versa:</p><p>ligar a HP pressionando ao mesmo tempo o [.]. O visor</p><p>trocará de ponto para vírgula, ou vice-versa.</p><p>No seu visor, devem constar os termos:</p><p>Ø D.MY (dia.mês ano)</p><p>Ø C (calcular períodos fracionários)</p><p>Para introduzi-los (caso não apareça no seu visor):</p><p>Ø C: aperte [STO] e depois [EEX]</p><p>Ø D.MY: pressione [g] e depois [4]</p><p>D.MY C</p><p>Configuração Inicial</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>8</p><p>→</p><p>HP-12C</p><p>Configuração Inicial</p><p>Para definir o número de casas que desejamos enxergar no visor (arredondamento do</p><p>número), devemos seguir os seguintes passos:</p><p>Ø (1) Pressionar [f]</p><p>Ø (2) Pressionar o “algarismo” que desejamos o número de casas.</p><p>Por exemplo, se você clicar em [f] [5] deixará o visor com 5 casas decimais.</p><p>Vale ressaltar que o visor mostra o arredondamento do número com a quantidade de</p><p>casas que desejamos, mas na memória de cálculo da HP-12C, estará sempre sendo</p><p>considerado todas as casas decimais. Como regra geral, trabalhe com 2 casas decimais,</p><p>porém, existem cálculos que são necessários utilizar mais casas decimais, como por</p><p>exemplo, nos cálculos de títulos públicos federais, que são utilizadas 6 casas.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>9</p><p>Ø Tecla para acionar os comandos em azul.</p><p>Ø Tecla para acionar os comandos em laranja.</p><p>Ø Para mudar o sinal de um número</p><p>Ø Teclas para operações (somar, subtrair, multiplicar e dividir).</p><p>Vale a ressalva em relação a operação de subtração, pois esta</p><p>tecla serve para diminuir um número de outro e NÃO mudar o</p><p>sinal do número para negativo. Para mudar o sinal de um</p><p>número, utilizamos a tecla [CHS].</p><p>Teclas inicias importantes</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>10</p><p>q Zerando o visor:</p><p>Clicar em [CLX]</p><p>q Zerando os registros armazenados:</p><p>(1) Apertar [f]</p><p>(2) Clicar em [CLX]</p><p>HP-12C</p><p>Zerando a Calculadora</p><p>Com o visor da HP 12C possui apenas uma linha, você precisa tomar cuidado com os</p><p>valores armazenados anteriormente (e que você não estará enxergando), para que não</p><p>haja interferências equivocadas nos nossos cálculos. Para isso, antes de começar a</p><p>calcular, deve-se zerar os registros da HP 12C e não somente o visor.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>11</p><p>HP-12C</p><p>Conceito</p><p>A HP-12C trabalha em um sistema chamado RPN (Reverse Polish Notation) e não no usual</p><p>Algébrico. O que isso quer dizer? É que ao invés de você digitar o número, a operação e o</p><p>número (2 MAIS 3, que será 5), será necessário informar o número, o número e a</p><p>operação (2 3 MAIS, aparecerá 5).</p><p>Isso ocorre pois a metodologia do RPN é por pilhas, ou seja, ele é resolvido de trás para</p><p>frente (no caso a cima, iremos SOMAR o TRÊS ao número DOIS). Se utilizássemos o</p><p>operador DIVISÃO, estaríamos dizendo “divida o número 2 por 3”.</p><p>2</p><p>3</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>12</p><p>Operações Básicas</p><p>q EXEMPLO 1: Quanto é R$ 2,00 mais R$ 3,00? E se perder</p><p>condições</p><p>de financiamento, com taxas de juros mais baixas.</p><p>Economias e Deseconomias de Escala</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>203</p><p>Conceito</p><p>Deseconomias de escala ocorrem quando o custo médio de produção aumenta à medida</p><p>que a quantidade produzida aumenta. Em outras palavras, a produção em maior escala</p><p>pode levar a ineficiências que aumentam os custos.</p><p>As principais causas das Deseconomias de Escala são:</p><p>Ø Complexidade Gerencial: a gestão de uma empresa muito grande pode se tornar</p><p>complexa e menos eficiente, levando a problemas de comunicação e coordenação;</p><p>Ø Motivação e Moral dos Trabalhadores: em grandes organizações, os</p><p>trabalhadores podem se sentir menos motivados ou alienados, o que pode reduzir a</p><p>produtividade;</p><p>Ø Burocracia: aumentos na burocracia e processos administrativos podem levar a</p><p>ineficiências e custos adicionais.</p><p>Ø Problemas de Logística: grandes volumes de produção podem criar desafios</p><p>logísticos, como maiores custos de transporte e armazenamento.</p><p>Economias e Deseconomias de Escala</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>204</p><p>Receita Total e Receita Média</p><p>A Receita Total é o valor total das vendas de uma empresa, calculado multiplicando o</p><p>preço de venda pela quantidade vendida. Representa o total de dinheiro que a empresa</p><p>recebe de seus clientes pela venda de seus produtos ou serviços. A fórmula é dada por:</p><p>RT = P x Q</p><p>Em que:</p><p>RT = Receita Total, P = Preço e Q = Quantidade</p><p>A Receita Média é a receita por unidade vendida, calculada dividindo a receita total pela</p><p>quantidade vendida. É uma medida da receita que a empresa obtém em média por cada</p><p>unidade vendida.</p><p>A fórmula é dada por: !" = !"</p><p>#</p><p>Em que:</p><p>RM = Receita Média, RT = Receita Total e Q = Quantidade</p><p>Receita</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>205</p><p>Conceito</p><p>A Receita Marginal é a mudança na receita total resultante da venda de uma unidade</p><p>adicional de um bem ou serviço. É uma medida importante porque indica quanto a receita</p><p>total aumenta com a venda de uma unidade extra.</p><p>A fórmula é dada por: !"$ = ∆!"</p><p>∆#</p><p>Em que:</p><p>RMg = Receita Marginal, ∆RT = Variação da Receita Total e ∆Q = Variação da Quantidade</p><p>Por fim, o Custo Marginal é a mudança no custo total resultante da produção de uma</p><p>unidade adicional de um bem ou serviço.</p><p>A fórmula é dada por: %&' = ∆%&</p><p>∆'</p><p>Em que:</p><p>CMg = Custo Marginal, ∆CT = Variação do Custo Total e ∆Q = Variação da Quantidade</p><p>Receita Marginal e Custo Marginal</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>206</p><p>Exemplo</p><p>Suponha que uma empresa vende camisetas a $20 cada. Se a empresa vende 100</p><p>camisetas, a Receita Total seria:</p><p>RT = P x Q = 20 x 100 = $ 2.000</p><p>Já a Receita Média seria:</p><p>RM = $ ".$$$%$$ = $ 20</p><p>E, se vender uma 101ª camiseta aumentasse a receita total para $ 2.020, a Receita</p><p>Marginal seria:</p><p>RMg = $ ".$"$ &".$$$%$% &%$$ = $ 20</p><p>Receita</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>207</p><p>Conceito</p><p>O Lucro Contábil é a diferença entre a Receita Total e os Custos Explícitos de uma</p><p>empresa. Os custos explícitos são aqueles que envolvem desembolsos monetários, como</p><p>salários, aluguel, matéria-prima e outros custos operacionais diretos.</p><p>O Lucro Econômico, por sua vez, leva em consideração tanto os Custos Explícitos quanto</p><p>os Custos Implícitos (também chamados de custos de oportunidade). Os custos implícitos</p><p>representam o valor dos recursos que a empresa poderia ter utilizado de outra maneira.</p><p>Isso inclui o valor que o empresário poderia ter ganho se investisse seu tempo e seus</p><p>recursos em outra atividade.</p><p>O lucro econômico é, portanto, uma medida mais abrangente e realista da rentabilidade</p><p>e eficiência de uma empresa, enquanto o lucro contábil fornece uma visão mais imediata</p><p>e prática dos resultados financeiros.</p><p>Lucro Contábil x Lucro Econômico</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>208</p><p>Conceito</p><p>A maximização dos lucros de uma empresa ocorre quando a Receita Marginal (RMg) for</p><p>igual ao Custo Marginal (CMg). Este princípio é fundamental para a teoria econômica da</p><p>empresa em microeconomia.</p><p>Maximização dos lucros: RMg = CMg</p><p>Ø Se RMg > CMg: a empresa pode aumentar seus lucros produzindo e vendendo</p><p>mais unidades, pois cada unidade adicional está adicionando mais à receita do que</p><p>ao custo.</p><p>Ø Se RMg</p><p>a discriminação de preços seja possível e eficaz, algumas condições devem ser</p><p>atendidas:</p><p>Ø Poder de Mercado: a empresa deve ter algum controle sobre o preço e ser capaz</p><p>de influenciar o mercado;</p><p>Ø Segmentação do Mercado: a empresa deve ser capaz de segmentar o mercado</p><p>com base em características observáveis ou na disposição a pagar; e</p><p>Ø Impedimento da Arbitragem: deve ser difícil ou impossível para os consumidores</p><p>revenderem o produto entre si para aproveitar as diferenças de preço.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>215</p><p>Microeconomia</p><p>Monopólio Natural e Regulamentação</p><p>Um monopólio natural ocorre em uma indústria onde os custos fixos são extremamente</p><p>altos, resultando em economias de escala significativas. Isso significa que uma única</p><p>empresa pode fornecer o produto ou serviço a um custo menor do que seria possível se</p><p>houvesse concorrência. Exemplos típicos incluem:</p><p>Ø Serviços Públicos: Energia elétrica, abastecimento de água, gás natural;</p><p>Ø Infraestrutura: Ferrovias, redes de telecomunicações, sistemas de esgoto.</p><p>A regulamentação de um monopólio natural é necessária para proteger os consumidores</p><p>e garantir a eficiência econômica, dado que esses monopólios podem abusar de seu</p><p>poder de mercado cobrando preços elevados e fornecendo serviços de qualidade inferior.</p><p>No Brasil, temos agências reguladoras que fazem esse papel, como a ANEEL (Agência</p><p>Nacional de Energia Elétrica), a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), entre outras.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>216</p><p>Microeconomia</p><p>Monopólio</p><p>No Monopólio, a curva de demanda é negativamente inclinada, conforme a Lei Geral da</p><p>Demanda. O Monopolista também maximizará seu lucro no ponto em que Receita Marginal</p><p>for igual ao Custo Marginal. Porém, como ele é formador de preços, o monopolista venderá</p><p>exatamente o que a demanda estiver disposta a consumir nesse ponto. O resultado é que o</p><p>preço é maior e a quantidade, menor, se comparados aos preços e quantidades da</p><p>Competição Perfeita.</p><p>Lucro</p><p>Quantidade</p><p>Custo Total Médio</p><p>QConc</p><p>Perfeita</p><p>P = RMg</p><p>Conc.</p><p>Perfeita</p><p>Demanda</p><p>Preço</p><p>Receita</p><p>Marginal</p><p>QMon</p><p>PMon</p><p>Custo</p><p>Marginal</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Médio</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>217</p><p>Microeconomia</p><p>Competição Monopolística</p><p>A Competição Monopolística é uma estrutura de mercado que se situa entre o monopólio e a</p><p>competição perfeita. Nesse sentido, há empresas que enfrentam concorrência, mas não tão</p><p>rigorosas como na competição perfeita a ponto de serem tomadoras de preço. Por sua vez, há</p><p>empresas com certo grau de poder de mercado, mas não a ponto de serem monopolistas.</p><p>Alguns exemplos de mercados com competição monopolística: livros, restaurantes, educação</p><p>em geral, vestuários, entre outros.</p><p>A Concorrência Monopolística é caracterizada pelos seguintes fatores:</p><p>Ø Baixas barreiras de entrada: empresas podem entrar e sair do mercado sem muitas</p><p>restrições; contudo, haverá um ajuste no número de empresas até que o lucro</p><p>econômico se torne zero;</p><p>Ø Diferenciação de produtos: cada empresa consegue oferecer produtos ligeiramente</p><p>diferentes dos demais oferecidos por outras empresas (produtos similares, mas não</p><p>idênticos). Nesse sentido, ela não chega a ser tomadora de preços, mas se depara com</p><p>uma curva de demanda de inclinação descendente (conforme a Lei Geral da Demanda) e</p><p>elástica;</p><p>Ø Grande número de vendedores: há muitas empresas concorrendo pelos mesmos</p><p>clientes.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>218</p><p>Microeconomia</p><p>Competição Monopolística</p><p>CURTO PRAZO</p><p>Lucro</p><p>Quantidade</p><p>Custo Total Médio</p><p>P = RMg</p><p>Conc.</p><p>Perfeita</p><p>Demanda</p><p>Preço</p><p>Receita</p><p>Marginal</p><p>QMon</p><p>PMon</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Médio</p><p>Custo</p><p>Marginal</p><p>No curto prazo, a Competição Monopolística é muito semelhante ao monopólio. Além disso,</p><p>as empresas operando sob a Competição Monopolística seguem as regras de maximização de</p><p>lucros, produzindo no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Nesse</p><p>ponto, projeta-se a quantidade e o preço sobre a curva da demanda (como no monopólio) e</p><p>temos a quantidade e o preço nesse cenário, o que leva a lucros econômicos no curto prazo!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>219</p><p>Microeconomia</p><p>Competição Monopolística</p><p>LONGO PRAZO</p><p>Porém, essa situação de lucro econômico positivo é efêmera pois, nesse mercado, há poucas</p><p>barreiras de entrada. Logo, novas empresas passarão a ofertar o produto e, com isso, há uma</p><p>redução da demanda para cada empresa, deslocando para a esquerda a curva de demanda.</p><p>Com isso, à medida que cai a demanda para cada empresa, seus lucros também diminuem,</p><p>até que chegam a zero. Portanto, no longo prazo, a estrutura se parece uma competição.</p><p>Quantidade</p><p>Custo Total Médio</p><p>Demanda</p><p>Preço</p><p>Receita</p><p>Marginal</p><p>Quantidade</p><p>que</p><p>maximiza o</p><p>lucro</p><p>Preço =</p><p>Custo</p><p>Total</p><p>Médio</p><p>Custo</p><p>Marginal</p><p>Demanda</p><p>inferior</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>220</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopólio</p><p>O oligopólio é uma estrutura de mercado com poucos competidores.</p><p>O Oligopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:</p><p>Ø Poucos vendedores;</p><p>Ø Grandes barreiras de entrada, o que leva ao oligopolista se manter como um dos</p><p>únicos vendedores de seu mercado;</p><p>Ø Interdependência entre os concorrentes: há uma tensão entre cooperação e</p><p>interesse próprio. Por um lado, os oligopolistas se beneficiam quando cooperam</p><p>entre si e atuam como monopolistas; por outro lado, como cada um se preocupa</p><p>com o próprio lucro, é possível que tomem medidas capazes de impedir que um</p><p>grupo de empresas mantenha seus resultados cooperativos. Em outras palavras, o</p><p>que um faz interfere no que o outro fará!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>221</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopólio</p><p>Oligopólios podem atuar como monopolistas desde que façam um conluio, ou seja, um</p><p>acordo sobre a produção e os preços entre as empresas. E o grupo de empresas que age</p><p>de acordo com esse combinado é chamado cartel.</p><p>Porém, na prática, a cooperação necessária é muitas vezes difícil de se manter. Uma das</p><p>explicações disso vem da Teoria dos Jogos, especificamente do Dilema dos Prisioneiros.</p><p>O Dilema dos Prisioneiros relata uma história de dois criminosos capturados pela polícia.</p><p>A polícia tem provas suficientes para incriminá-los por determinado crime e suspeita que</p><p>ambos criminosos tenham cometido um assalto a banco juntos, mas não tem provas</p><p>suficientes com relação a esse crime maior.</p><p>A polícia propõe a eles o seguinte: se um deles confessar o assalto a banco e acusar o</p><p>companheiro, ele estará livre e o companheiro ficará 20 anos preso. Contudo, se ambos</p><p>confessarem o assalto a banco, eles podem ficar presos por menos tempo, 8 anos. Porém,</p><p>se nenhum dos dois confessar, ambos ficarão presos por apenas 1 ano.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>222</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopólio</p><p>Em resumo, cada um tem duas estratégias: confessar ou não confessar. Porém, a sentença</p><p>que cada um receberá dependerá do que o outro fizer.</p><p>Ambos pensam o seguinte: se meu colega não confessar, é melhor eu confessar, pois</p><p>estarei livre. Agora, se meu colega confessar, também é melhor eu confessar, pois assim</p><p>ficarei preso por 8 anos. Logo, a estratégia dominante é confessar, pois a melhor para</p><p>cada um dos jogadores, independente do que o outro fizer.</p><p>Contudo, o melhor era nenhum dos dois confessar, pois cada um ficaria preso por apenas</p><p>um ano. Mas, ao perseguirem os interesses próprios, os dois chegam a resultados piores</p><p>para ambos.</p><p>Essa é uma das teorias que tenta explicar por que oligopólios poderiam funcionar como</p><p>monopólios na teoria, mas não conseguem fazê-lo na prática!</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>223</p><p>Microeconomia</p><p>OligopólioOutro modelo de oligopólio afirma</p><p>existir uma curva de demanda</p><p>“quebrada”, isto é, com duas inclinações</p><p>diferentes. Na parte superior, a</p><p>demanda é seria mais elástica e, na</p><p>parte inferior, menos elástica. Em outras</p><p>palavras, se uma empresa aumentasse</p><p>os preços para pontos acima do ponto</p><p>de quebra, em que os consumidores são</p><p>mais sensíveis a mudanças de preços,</p><p>ela</p><p>não conseguiria aumentar muito seu</p><p>faturamento, visto que seu concorrente</p><p>dificilmente subirá os preços para acima</p><p>do ponto de quebra.</p><p>Quantidade</p><p>Demanda</p><p>MENOS elástica</p><p>Preço</p><p>Demanda MAIS</p><p>elástica Ponto de quebra</p><p>Por sua vez, reduzir os preços para abaixo do ponto de quebra também não seria</p><p>interessante. Nesse ponto, além de os consumidores serem mais insensíveis (demanda</p><p>menos elástica) a preços, provavelmente o concorrente também reduzirá seus preços e todos</p><p>sairiam perdendo.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>224</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopólio – Modelo de Cournot</p><p>O modelo de Cournot é um modelo econômico que descreve como empresas competem</p><p>em um mercado oligopolista, onde há poucas empresas e cada uma delas assume que a</p><p>quantidade produzida por seus concorrentes permanece constante quando decide quanto</p><p>produzir. Esse modelo foi introduzido pelo economista francês Antoine Augustin Cournot</p><p>em 1838.</p><p>As principais características do Modelo de Cournot são:</p><p>Ø O modelo considera que há um número fixo e pequeno de empresas no mercado,</p><p>ou seja, a estrutura de mercado é um oligopólio;</p><p>Ø Todas as empresas produzem um produto homogêneo, isto é, o produto de cada</p><p>empresa é perfeitamente substituível pelo produto das outras;</p><p>Ø Cada empresa decide a quantidade de produção independentemente, assumindo</p><p>que as quantidades dos concorrentes são fixas;</p><p>Ø As decisões de quantidade são tomadas simultaneamente, sem conhecimento</p><p>prévio das decisões dos concorrentes; e</p><p>Ø O lucro de cada empresa depende das decisões de produção das outras empresas</p><p>no mercado (interdependência).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>225</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopólio – Cournot e Bertrand</p><p>O equilíbrio de Cournot é alcançado quando nenhuma empresa pode aumentar seus</p><p>lucros alterando unilateralmente sua quantidade de produção. Em outras palavras, cada</p><p>empresa escolhe sua quantidade de produção de forma a maximizar seu lucro, dadas as</p><p>quantidades escolhidas pelas outras empresas.</p><p>Já o modelo de Bertrand, por sua vez, é outro modelo de competição oligopolista, mas ao</p><p>contrário do modelo de Cournot, no qual as empresas competem em quantidades, no</p><p>modelo de Bertrand as empresas competem em preços. Esse modelo foi introduzido pelo</p><p>economista francês Joseph Bertrand em 1883.</p><p>No modelo de Bertrand, o equilíbrio ocorre quando nenhuma empresa pode aumentar</p><p>seu lucro alterando unilateralmente seu preço. O resultado do modelo de Bertrand,</p><p>quando aplicado a um mercado com produtos homogêneos e custos marginais</p><p>constantes, é que o preço de equilíbrio será igual ao custo marginal, semelhante ao que</p><p>ocorre em um mercado perfeitamente competitivo.</p><p>No entanto, suas premissas são bastante restritivas, e a aplicação prática desse modelo</p><p>pode ser limitada devido à presença de diferenciação de produtos, barreiras à entrada e</p><p>restrições de capacidade.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>226</p><p>Microeconomia</p><p>Resumo das Estruturas de Mercado</p><p>Monopólio Oligopólio</p><p>Competição</p><p>Monopolística</p><p>Concorrência</p><p>Perfeita</p><p>Barreiras de</p><p>entrada</p><p>Grandes Grandes Pequenas Praticamente</p><p>inexistentes</p><p>Quantidade</p><p>de empresas</p><p>Uma Poucas Inúmeras Inúmeras</p><p>Lucro</p><p>econômico</p><p>Sim</p><p>Depende de como</p><p>se comportam os</p><p>participantes</p><p>Apenas no curto</p><p>prazo Não</p><p>Consegue</p><p>definir o preço</p><p>Formadora de</p><p>Preços Sim Sim, embora com</p><p>menos força</p><p>Tomadora de</p><p>Preços</p><p>Formato da</p><p>curva de</p><p>demanda</p><p>Decrescente Decrescente Decrescente Plana</p><p>Maximização</p><p>dos Lucros</p><p>Receita</p><p>Marginal =</p><p>Custo Marginal</p><p>Depende de como</p><p>se comportam os</p><p>participantes</p><p>Receita Marginal</p><p>= Custo Marginal</p><p>Receita Marginal =</p><p>Custo Marginal</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>227</p><p>Microeconomia</p><p>Índice IHH</p><p>O Índice IHH, Índice Herfindahl-Hirschman, é uma medida utilizada em microeconomia</p><p>para avaliar o grau de concentração de mercado e, consequentemente, a competitividade</p><p>dentro de uma indústria.</p><p>O IHH é calculado somando os quadrados das participações de mercado das empresas</p><p>que atuam em um mercado. Ele pode ser interpretado da seguinte forma:</p><p>Ø Mercado competitivo ou de baixa concentração: de 0 a 1.500;</p><p>Ø Mercado moderadamente concentrado: de 1.500 a 2.500;</p><p>Ø Mercado altamente concentrado: acima de 2.500.</p><p>Por exemplo, se um mercado possui 4 empresas, sendo que 2 possuem participação de</p><p>30% cada e outras 2, de 20% cada, o IHH seria igual a 302 + 302 + 202 + 202 = 2.600,</p><p>denotando uma alta concentração.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>228</p><p>Microeconomia</p><p>Índice de Concentração (IC)</p><p>O Índice de Concentração (IC) é outra medida utilizada para avaliar a concentração de</p><p>mercado, focando nas maiores empresas do setor. Ele é mais simples que o Índice</p><p>Herfindahl-Hirschman (IHH) e geralmente considera apenas as maiores empresas,</p><p>enquanto o IHH leva em conta todas as empresas do mercado.</p><p>O Índice de Concentração é calculado somando as participações de mercado das maiores</p><p>empresas em um mercado. É comum utilizar os índices de concentração de 4, 8 ou 10</p><p>maiores empresas.</p><p>Um índice de concentração baixo indica um mercado mais competitivo, com muitas</p><p>empresas pequenas e nenhuma empresa dominante. Já um índice de concentração alto</p><p>sugere que poucas empresas dominam o mercado, indicando alta concentração e</p><p>possivelmente menor competitividade.</p><p>Por exemplo, suponha um mercado em que as cinco maiores empresas têm as seguintes</p><p>participações de mercado: Empresa A: 30%, Empresa B: 25%, Empresa C: 20%, Empresa D:</p><p>15% e Empresa E: 10%.</p><p>Para calcular o Índice de Concentração das 4 maiores empresas (IC4), bastaria somar as</p><p>participações dessas 4 companhias = 30% +25% +20% +15% = 90%.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>229</p><p>Microeconomia</p><p>Limitações</p><p>Embora o Índice Herfindahl-Hirschman (IHH) e o Índice de Concentração (IC) sejam</p><p>ferramentas reconhecidamente válidas para avaliar a concentração de mercado, eles</p><p>também possuem algumas limitações que devem ser consideradas:</p><p>Ø Sensibilidade à definição do mercado: ambos os índices dependem da definição</p><p>adequada do mercado relevante. Se o mercado for definido de forma muito ampla</p><p>ou muito estreita, os resultados podem ser distorcidos;</p><p>Ø Não consideram todas as dimensões da concorrência: os índices de concentração se</p><p>concentram apenas na estrutura de mercado em termos de participação de mercado</p><p>das empresas e não levam em conta outros aspectos da concorrência, como</p><p>diferenciação de produtos, barreiras à entrada, comportamento estratégico das</p><p>empresas, entre outros;</p><p>Ø Pode não capturar a dinâmica do mercado ao longo do tempo: os índices IHH e IC</p><p>fornecem uma medida estática da concentração do mercado em um determinado</p><p>ponto no tempo. No entanto, a estrutura de mercado pode mudar ao longo do</p><p>tempo devido a fatores como entrada de novas empresas, inovação tecnológica,</p><p>fusões e aquisições, mudanças na demanda dos consumidores, entre outros.</p><p>Portanto, uma análise mais completa da concentração de mercado deve levar em</p><p>conta a dinâmica temporal.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>230</p><p>Microeconomia</p><p>Limitações</p><p>Ø Não consideram a qualidade dos produtos ou serviços: os índices de concentração</p><p>não levam em conta a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos pelas</p><p>empresas. Uma empresa pode ter uma grande participação de mercado devido à</p><p>qualidade superior de seus produtos; e</p><p>Ø Podem ser manipulados: em alguns casos, as empresas podem tentar manipular os</p><p>índices de concentração por meio de estratégias como dumping de preços</p><p>temporário, venda cruzada ou estratégias de marketing agressivas.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>231</p><p>Microeconomia</p><p>Equilíbrio de Nash</p><p>O Equilíbrio de Nash é um conceito fundamental em teoria dos jogos, nomeado em</p><p>homenagem ao matemático John Nash, que o desenvolveu. Ele descreve uma situação</p><p>em que cada jogador em um jogo estratégico escolhe a melhor estratégia possível,</p><p>considerando as escolhas dos outros jogadores.</p><p>Em outras palavras, é uma situação em que nenhum jogador tem incentivo para mudar</p><p>sua estratégia, dadas as estratégias</p><p>dos outros jogadores.</p><p>Um ponto importante é que nenhum jogador tem incentivo para mudar unilateralmente</p><p>sua estratégia: dado o comportamento dos outros jogadores, cada jogador escolhe a</p><p>melhor estratégia para si mesmo.</p><p>Além disso, o equilíbrio de Nash pode não levar ao melhor resultado global para todos os</p><p>jogadores, mas é um resultado estável no qual ninguém tem incentivo para mudar.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>232</p><p>Microeconomia</p><p>Equilíbrio de Nash</p><p>Tipos de Equilíbrio de Nash:</p><p>Ø Equilíbrio de Nash em Estratégias Dominantes: quando um jogador tem uma</p><p>estratégia que é melhor, independentemente do que os outros jogadores façam;</p><p>Ø Equilíbrio de Nash em Estratégias Mistas: quando um jogador escolhe uma</p><p>distribuição de probabilidade sobre suas estratégias e os outros jogadores também</p><p>estão jogando de acordo com distribuições de probabilidade sobre suas estratégias.</p><p>Por exemplo, considere um jogo em que dois jogadores precisam escolher entre duas</p><p>opções: A ou B. Se ambos escolherem A, eles ganham mais pontos. Se ambos escolherem</p><p>B, eles ainda ganham pontos, mas menos. Se um escolher A e o outro escolher B, eles não</p><p>ganham pontos.</p><p>Ø Se ambos escolherem A, é um Equilíbrio de Nash, pois nenhum jogador tem</p><p>incentivo para mudar sua escolha, já que A é a melhor opção para ambos;</p><p>Ø Se ambos escolherem B, também é um Equilíbrio de Nash pelas mesmas razões;</p><p>Ø Agora, se um escolher A e o outro escolher B, não é um Equilíbrio de Nash, pois o</p><p>jogador que escolheu B teria um incentivo para mudar para A.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>233</p><p>Microeconomia</p><p>Monopsônio</p><p>Um monopsônio é um mercado em que existe apenas um comprador para muitos</p><p>vendedores. Isso dá ao comprador um grande poder de mercado, permitindo-lhe</p><p>influenciar o preço e as condições de compra de um bem ou serviço. O monopsônio é o</p><p>oposto do monopólio, onde há um único vendedor.</p><p>O Monopsônio apresenta as seguintes características:</p><p>Ø Poder de Mercado do Comprador: o único comprador tem poder significativo para</p><p>ditar os preços, muitas vezes abaixo do nível que prevaleceria em um mercado</p><p>competitivo; e</p><p>ØImpacto sobre os Vendedores: os vendedores podem ser forçados a aceitar preços</p><p>mais baixos, o que pode levar a menores lucros ou até perdas.</p><p>Como exemplo, podemos citar um grande empregador em uma cidade pequena, onde os</p><p>trabalhadores têm poucas outras opções de emprego, e o governo, como o único</p><p>comprador de certos tipos de serviços de defesa ou saúde.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>234</p><p>Microeconomia</p><p>Oligopsônio</p><p>Um oligopsônio é um mercado onde há poucos compradores e muitos vendedores. Assim</p><p>como no monopsônio, os compradores em um oligopsônio têm poder de mercado</p><p>significativo, mas, diferentemente do monopsônio, esse poder é distribuído entre vários</p><p>compradores.</p><p>O Oligopsônio apresenta as seguintes características:</p><p>Ø Poucos Compradores: existem poucos compradores, cada um com uma parcela</p><p>significativa da demanda do mercado;</p><p>Ø Poder de Mercado Compartilhado: embora o poder de mercado não seja tão</p><p>concentrado como no monopsônio, os compradores ainda podem influenciar preços</p><p>e condições de compra; e</p><p>Ø Interdependência: as decisões de compra de um comprador podem afetar as</p><p>estratégias dos outros compradores, levando a comportamentos estratégicos.</p><p>Como exemplo, podemos citar grandes redes de supermercado comprando produtos</p><p>agrícolas de muitos agricultores e grandes montadoras de automóveis comprando</p><p>componentes de muitos fornecedores.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>235</p><p>2.2 Macroeconomia</p><p>235</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>236</p><p>2.2.1 Indicadores Econômicos</p><p>236</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>237</p><p>Principais Indicadores Econômicos</p><p>Conceito</p><p>Os principais indicadores da economia brasileira e cobrados em prova são:</p><p>Ø PIB – Produto Interno Bruto;</p><p>Ø Taxa SELIC-Meta e Selic-Over;</p><p>Ø Taxa DI;</p><p>Ø TR – Taxa Referencial;</p><p>Ø PTAX – Taxa de câmbio;</p><p>Ø IPCA e IGP-M – Índices de Inflação; e</p><p>Ø TLP – Taxa de Longo Prazo</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>238</p><p>PIB – Produto Interno Bruto</p><p>Conceito</p><p>O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de tudo que é produzido dentro de um país</p><p>em um determinado ano, sendo assim, a riqueza de um país. Mankiw (2007) definiu PIB</p><p>como “o valor de mercado de TODOS OS BENS E SERVIÇOS FINAIS produzidos em um país</p><p>em um dado período de tempo”, portanto, exclui-se da conta todos os bens de consumo</p><p>intermediários, ou somasse somente o valor agregado de cada parte.</p><p>Este indicador é considerado o melhor medidor de bem estar econômico de uma</p><p>sociedade, pois ele considera tudo o que foi gerado (Carros, pães, livros, computadores,</p><p>ingressos de cinema, refeições) em um determinado ano.</p><p>O cálculo do seu valor não é uniforme e os dois principais aspectos são:</p><p>Ø Ótica do Consumo (Despesa);</p><p>Ø Ótica da Produção;</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>239</p><p>PIB – Produto Interno Bruto</p><p>MARCENEIRO</p><p>R$ 500 R$ 1.500</p><p>FÁBRICA CONSUMIDOR</p><p>PIB TOTAL GERADO:</p><p>R$ 2.000,00</p><p>PIB e o Valor Agregado</p><p>No cálculo do PIB são considerados somente os bens e serviços finais, ou seja, os bens e</p><p>serviços intermediários são desconsiderados para não haver sobreposição de valores. No</p><p>entanto, cada bem vendido ou serviço prestado está gerando PIB.</p><p>Para facilitar o entendimento, vamos supor que um (1) MARCENEIRO vendeu por</p><p>R$ 500,00 madeiras para uma (2) FÁBRICA construir uma cama. Após isso, esta fábrica</p><p>vendeu por R$ 2 mil a cama. O PIB total gerado foi de R$ 2 mil, no entanto, o marceneiro</p><p>gerou R$ 500 e sobre a madeira, a fábrica AGREGOU mais R$ 1.500,00 de PIB.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>240</p><p>PIB = Consumo + Investimentos + GGastos do Governo + Xexportação – iMportação</p><p>Balança Comercial</p><p>PIB – Produto Interno Bruto</p><p>Ótica do Consumo</p><p>Pela ÓTICA DO CONSUMO, o PIB resulta da soma dos seguintes fatores:</p><p>Ø Consumo das Famílias: Como o nome já diz, é o consumo das pessoas físicas!</p><p>Ø Investimentos das Empresas: despesa das empresas em investimento, sendo em</p><p>bens de capital, matérias-primas e produtos (variação de estoques),;</p><p>Ø Gastos do Governo: este item leva em consideração todos os gastos que o</p><p>governo faz em bens ou serviços. Não é considerado os gastos com transferências</p><p>(como bolsa família) e nem os pagamento de juros sobre a dívida pública.</p><p>Ø Balança Comercial: Também chamada de EXPORTAÇÃO LÍQUIDA, é a resultante</p><p>das nossas exportações, descontado das importações. Quanto mais caro o dólar</p><p>(desvalorização do real), maior será esse item e maior será o PIB.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>241</p><p>PIB Produção</p><p>da Indústria</p><p>Produção</p><p>Agrícola</p><p>Produção</p><p>de Serviços+ +=</p><p>PIB – Produto Interno Bruto</p><p>Ótica da Produção</p><p>Pela ÓTICA DA PRODUÇÃO, o PIB corresponde à soma dos valores</p><p>agregados líquidos dos setores primário, secundário e terciário da economia (indústria,</p><p>agropecuária e serviços), mais os impostos indiretos, mais a depreciação do capital,</p><p>menos os subsídios governamentais. Podemos também calcular da seguinte forma:</p><p>Portanto, a Ótica da produção é o processo reverso da ótica do consumo, pois, para</p><p>alguém comprar, outra deve vender (produzir). Importante ressaltar que os valores</p><p>gerados ao PIB, devem ser o mesmo, não importando a forma que se calcule.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>242</p><p>SELIC-META</p><p>Conceito</p><p>A Selic-Meta é a taxa de juros definida pelo COPOM, que toma essa decisão com base na</p><p>Meta de Inflação (IPCA). Ela será a META que o governo deseja para taxa de juros</p><p>praticada pela economia brasileira em relação a dívida brasileira para aquele período.</p><p>q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:</p><p>Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;</p><p>Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;</p><p>Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;</p><p>Ø Praticada pelo Governo.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>243</p><p>SELIC-OVER</p><p>Conceito</p><p>Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e</p><p>Custódia), obtida mediante o cálculo da</p><p>taxa média ponderada e ajustada das operações</p><p>de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e cursadas no</p><p>referido Sistema na forma de operações compromissadas.</p><p>A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que</p><p>chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um</p><p>investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa</p><p>cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é</p><p>composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e</p><p>demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).</p><p>q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:</p><p>Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);</p><p>Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;</p><p>Ø Praticada pelo Mercado Financeiro.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>244</p><p>DI – Depósito Interbancário</p><p>Conceito</p><p>A taxa DI, que significa Depósito Interbancário, é a taxa média ponderada das operações</p><p>realizadas entre instituições financeiras pelo prazo de um dia. Essas operações são</p><p>chamadas de CDI (Certificados de Depósito Interbancário), sendo um contrato privado de</p><p>empréstimo restrito ao mercado interbancário. Como de praxe, a taxa DI também é</p><p>expressa de forma anual e com base em 252 dias úteis.</p><p>No entanto, com o passar dos anos, esta operação ficou cada vez menos comum, gerando</p><p>um problema para a indústria de renda fixa, pois o CDI é muito utilizado como parâmetro</p><p>de rentabilidades (remuneração de CDB, LCI, LCA e também como benchmark para a</p><p>remuneração de taxa performance de diversos fundos de investimentos).</p><p>Desta forma, a CETIP (atual B3) criou um novo modelo de fallback (plano B) quando não</p><p>há operações suficientes para cálculo do DI (ocorrer menos de 100 operações ou o</p><p>somatório dos volumes das operações elegíveis para o cálculo da Taxa DI for inferior a</p><p>R$ 30 bilhões), ela será igual à Taxa SELIC Over divulgada no dia.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>245</p><p>CDI – Certificado de Depósito Interbancário</p><p>Conceito</p><p>Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições</p><p>financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são</p><p>idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua</p><p>função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras</p><p>palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para</p><p>quem não tem. A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar a</p><p>rentabilidade de fundos, como os DI, por exemplo.</p><p>O DI é utilizado para avaliar o custo do dinheiro negociado entre os bancos, no setor</p><p>privado e, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), essa modalidade de aplicação</p><p>pode render taxa de prefixada ou pós-fixada.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>246</p><p>Banco</p><p>Central</p><p>Venda</p><p>de TPF</p><p>IF = Instituição Financeira</p><p>IF</p><p>IF</p><p>Títulos Privados (CDI)</p><p>Taxa CDI</p><p>Taxa Selic Over</p><p>Títulos Públicos Federais</p><p>IF</p><p>CDI X SELIC</p><p>Conceito</p><p>O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro</p><p>para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic.</p><p>No entanto, a taxa Selic Over é obtida mediante o cálculo da taxa média das operações</p><p>de financiamento por um dia entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos</p><p>públicos federais. Quando o financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa</p><p>CDI.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>247</p><p>TR – Taxa Referencial</p><p>Conceito</p><p>A TR é um índice de referência de juros da economia brasileira, principalmente utilizada</p><p>para correções da Poupança, empréstimos de habitação como o SFH, títulos da dívida</p><p>agrária (TDA) e do FGTS.</p><p>Para chegarmos no valor da Taxa Referencial, o banco central aplica um redutor sobre a</p><p>Taxa Básica Financeira. Para a formação da TBF, calculasse as taxas de juros negociadas</p><p>no mercado secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN). Assim, a TBF de um mês</p><p>será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos</p><p>imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da</p><p>aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>248</p><p>TLP – Taxa de Longo Prazo</p><p>TLP</p><p>Juros Reais</p><p>Prefixados</p><p>(“TLP-Pré”)</p><p>Inflação</p><p>(IPCA)= ×</p><p>Conceito</p><p>A TAXA DE LONGO PRAZO (TLP) É O PRINCIPAL CUSTO FINANCEIRO DOS</p><p>FINANCIAMENTOS DO BNDES. Ela compõe a taxa de juros final, junto com as</p><p>remunerações (spreads) do BNDES e dos bancos repassadores e a taxa de risco de crédito</p><p>do cliente.</p><p>A TLP mensal é composta de uma parcela de juros reais pré-fixados ("TLP-Pré") e da</p><p>inflação (IPCA), sendo que a TLP-Pré será CALCULADA E DIVULGADA NO INÍCIO DE CADA</p><p>MÊS PELO BANCO CENTRAL. A partir da data de início de vigência dos contratos em TLP, a</p><p>parcela de juro real será fixa, ao longo da vida dos contratos, variando apenas o</p><p>componente da inflação, que é o IPCA.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>249</p><p>2.2.2 Sistema Financeiro Nacional</p><p>249</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>250</p><p>Agente</p><p>Superavitário</p><p>Agente</p><p>Deficitário</p><p>LUCRO</p><p>Poupadores</p><p>Menor Risco</p><p>Rentabilidade</p><p>TRANSFERIR RECURSOS</p><p>Tomadores</p><p>Maior Risco</p><p>Crédito</p><p>Sistema Financeiro Nacional</p><p>Conceito</p><p>Objetivo do Sistema Financeiro é facilitar a transferência de recursos entre os agentes</p><p>superavitários e os agentes deficitários.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>251</p><p>Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores</p><p>CMN –</p><p>Conselho Monetário</p><p>Nacional</p><p>BACEN</p><p>Banco Central do Brasil</p><p>Ø Instituições Financeiras:</p><p>Bancos; Corretoras; Cooperativas</p><p>de Crédito; Instituições não</p><p>bancárias; etc.</p><p>CVM – Comissão de</p><p>Valores Mobiliários</p><p>Ø Bolsa de Valores, Mercadorias</p><p>e Futuros (B3)</p><p>CNSP –</p><p>Conselho Nacional</p><p>de Seguros Privados</p><p>SUSEP –</p><p>Superintendência</p><p>de Seguros Privados</p><p>Ø Seguradoras</p><p>Ø Resseguradoras</p><p>Ø EAPC - Entidades Abertas de</p><p>Previdência Complementar</p><p>Ø Sociedades de Capitalização</p><p>CNPC - Conselho</p><p>Nacional de Previdência</p><p>Complementar</p><p>PREVIC - Superintendência</p><p>Nacional de Previdência</p><p>Complementar</p><p>Ø EFPC - Entidades Fechadas de</p><p>Previdência Complementar</p><p>Sistema Financeiro Nacional</p><p>Composição</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>252</p><p>CMN - Conselho Monetário Nacional</p><p>Conceito</p><p>O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO</p><p>NACIONAL e tem como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico</p><p>e social do país. Este é um órgão com caráter unicamente normativo, com a</p><p>responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.</p><p>Os membros do conselho se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos</p><p>relacionados com as suas competências, podendo acontecer mais de uma reunião por</p><p>mês em casos extraordinários. Ele é composto por 3 pessoas, que são:</p><p>Ø Ministro de Estado da Fazenda (Presidente do conselho);</p><p>Ø Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;</p><p>Ø Presidente do Banco Central.</p><p>Vale ressaltar que, desde a Lei Complementar 179/2021, que dá autonomia ao Banco</p><p>Central, algumas funções que lhe faziam parte, foram revogadas, tais como:</p><p>Ø Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia</p><p>nacional e seu processo de desenvolvimento (Vetado);</p><p>Ø Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado);</p><p>Ø Determinar o recolhimento do compulsório (Vetado).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>253</p><p>CMN - Conselho Monetário Nacional</p><p>Principais Atribuições</p><p>As principais atribuição ao Conselho Monetário Nacional são:</p><p>Ø DEFINIR A META PARA A INFLAÇÃO (IPCA);</p><p>Ø Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida</p><p>pública, interna e externa.</p><p>Ø Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias</p><p>em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias</p><p>por parte das instituições financeiras;</p><p>Ø Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por</p><p>meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;</p><p>Ø Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps.</p><p>Ø Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;</p><p>Ø Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive a compra e venda de</p><p>ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;</p><p>Ø Limitar as taxas de juros, descontos, comissões entre outras, quando necessário;</p><p>Ø Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;</p><p>Ø Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições</p><p>financeiras que operam no País, bem como a aplicação das penalidades previstas;</p><p>Ø Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>254</p><p>BACEN – Banco Central</p><p>Conceito</p><p>O banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o</p><p>volume de dinheiro e de crédito da economia. Com isso, os bancos centrais possuem</p><p>diversas funções, sendo ele o:</p><p>Ø “Banqueiro do governo”;</p><p>Ø “Banco dos bancos”;</p><p>Ø Supervisor do sistema financeiro;</p><p>Ø Executor da política monetária;</p><p>Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.</p><p>No brasil, o BACEN (Banco Central do Brasil) é uma autarquia de natureza especial, sem</p><p>vinculação a Ministérios, tutela ou subordinação hierárquica e tem como objetivos:</p><p>Ø Assegurar a estabilidade de preços (principal função);</p><p>Ø Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;</p><p>Ø Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica;</p><p>Ø Fomentar o pleno emprego.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>255</p><p>BACEN – Banco Central</p><p>Lei Complementar Nº 179</p><p>Em 24 de fevereiro de 2021, sob a leu complementar nº 179, foi definido os novos</p><p>objetivos do Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) e também sobre a sua autonomia. Os</p><p>principais pontos a serem elencados sobre esta lei complementar são:</p><p>Ø Seu objetivo fundamental é assegurar a estabilidade de preços;</p><p>Ø Autonomia perante alguns itens, como por exemplo, o Bacen não necessita mais</p><p>de autorizações do CMN para na emissão do papel moeda. As metas de política</p><p>monetária continuam sendo estabelecidas pelo CMN, mas compete privativamente</p><p>ao Bacen conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas</p><p>estabelecidas.</p><p>Ø A Diretoria Colegiada do BACEN terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu</p><p>Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República.</p><p>Ø O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro)</p><p>anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da</p><p>República, ou seja, não é concomitante ao do Presidente da República.</p><p>Ø Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em</p><p>arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de</p><p>inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no</p><p>semestre anterior.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>256</p><p>BACEN – Banco Central</p><p>Principais Atribuições</p><p>As principais atribuições do Banco Central são:</p><p>Ø EMITIR PAPEL-MOEDA E MOEDA METÁLICA;</p><p>Ø EXECUTAR AS DIRETRIZES E NORMAS DO CMN;</p><p>Ø REALIZAR OPERAÇÕES DE REDESCONTO E DEFINIR SUA TAXA;</p><p>Ø Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante;</p><p>Ø Autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras (*) e aplicar as</p><p>devidas penalidades, ou seja, é o supervisor destas instituições;</p><p>Ø Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país;</p><p>Ø Determinar e Receber os recolhimentos compulsórios das instituições financeiras;</p><p>Ø Executar (conduzir) as políticas monetárias e cambiais, como por exemplo, efetuar</p><p>operações de compra e venda de títulos públicos federais;</p><p>Ø Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;</p><p>Ø Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.</p><p>Também é de responsabilidade do BACEN conceder a autorização para a prática de</p><p>operações no mercado de câmbio as instituições financeiras que desejarem.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>257</p><p>CVM – Comissão de Valores Mobiliários</p><p>Conceito</p><p>Conforme a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autárquica em regime especial,</p><p>vinculada ao Ministério da Economia, personalidade jurídica e patrimônio próprios,</p><p>dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação</p><p>hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e</p><p>orçamentária. Tem como missão desenvolver, regular e fiscalizar o Mercado de Valores</p><p>Mobiliários, como instrumento de captação de recursos para as empresas S/A de capital,</p><p>protegendo o interesse dos investidores (principalmente os minoritários) e assegurando</p><p>ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários.</p><p>q RESUMO:</p><p>Ø Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Economia;</p><p>Ø O presidente e seus diretores são escolhidos pelo Presidente da República;</p><p>Ø Órgão supervisor voltado para o fortalecimento e o desenvolvimento do mercado</p><p>de títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, derivativos,</p><p>venda de mercadorias, fundos de investimentos). Vale ressaltar que títulos da dívida</p><p>pública federal, estadual ou municipal não são considerados valores mobiliários.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>258</p><p>CVM – Comissão de Valores Mobiliários</p><p>Principais Atribuições</p><p>As principais atribuições da CVM são:</p><p>Ø PROTEGER OS INVESTIDORES DE VALORES MOBILIÁRIOS;</p><p>Ø Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários</p><p>(emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais);</p><p>Ø Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão,</p><p>fiscalizando as companhias abertas, a Bolsa de Valores, os agentes do mercado de</p><p>capitais e os Fundos de Investimento;</p><p>Ø Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores</p><p>mobiliários, tais como as operações na Bolsa de Valores (B3);</p><p>Ø Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e Distribuidoras de Valores</p><p>Mobiliários e dos Fundos de Investimentos;</p><p>Ø Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A) dada prioridade às que não</p><p>apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo</p><p>obrigatório;</p><p>Ø Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de</p><p>preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos</p><p>intermediários do mercado.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>259</p><p>Tesouro Nacional</p><p>Conceito</p><p>O Tesouro Nacional é o órgão do Ministério da Economia responsável por garantir que os</p><p>recursos arrecadados serão distribuídos conforme o orçamento. A instituição busca</p><p>caminhos para que os gastos ocorram com qualidade, acompanhamento e controle. Essa</p><p>responsabilidade faz com que o Tesouro leve sempre em consideração a sustentabilidade</p><p>das contas públicas brasileiras.</p><p>O Tesouro Nacional é como se fosse o caixa do governo. Ele recebe o dinheiro arrecadado</p><p>pela Receita Federal e outros órgãos e faz a gestão destes recursos para cumprir o</p><p>orçamento público, que é um planejamento dos gastos do governo.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>260</p><p>Sistema Financeiro Nacional</p><p>Resumo</p><p>q CMN: regular a constituição e regulamentos das instituições financeiras; coordenar as</p><p>políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa;</p><p>disciplinar o crédito em todas as suas modalidades; definir a meta da inflação IPCA.</p><p>q BACEN: executor de diretrizes e normas do CMN; autorizar o funcionamento e fiscalizar</p><p>as Instituições Financeiras; emitir moeda; controlar crédito e capitais estrangeiros;</p><p>executar a política monetária e cambial; órgão autônomo.</p><p>q CVM: incentivar a poupança ao mercado de capitais e estimular o seu funcionamento;</p><p>fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de capitais; fiscalizar</p><p>todos os seu</p><p>agentes (B3, S/A abertas, Fundos de Investimentos) e proteger os seus investidores.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>261</p><p>Participantes do Mercado Financeiro</p><p>Conceito</p><p>Os participantes do mercado financeiros, quando são instituições são chamados também</p><p>como Operadores. Eles ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários, ou seja,</p><p>o elo final entre as pessoas e as devidas empresas. Os principais são:</p><p>Ø Bancos Comerciais;</p><p>Ø Bancos de Investimentos;</p><p>Ø Bancos Múltiplos;</p><p>Ø Corretoras de Valores Mobiliárias;</p><p>Ø Distribuidoras de Valores Mobiliárias;</p><p>Ø Clearing Houses.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>262</p><p>Bancos Comerciais</p><p>Conceito</p><p>São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)</p><p>que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o</p><p>comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros</p><p>em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre</p><p>movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,</p><p>os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em</p><p>circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária</p><p>circulante na economia, de certa forma.</p><p>Estas instituições podem oferecer os seguintes serviços:</p><p>Ø EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;</p><p>Ø Aluguel de cofres;</p><p>Ø Cobranças, mediante comissão;</p><p>Ø Custódia de valores;</p><p>Ø Emissão de meios de pagamento, como cheque e cartões de crédito;</p><p>Ø Recebimentos de impostos e tarifas públicas;</p><p>Ø Serviços de câmbio;</p><p>Ø Transferências de fundos.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>263</p><p>Bancos de Investimento</p><p>Conceito</p><p>São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação</p><p>societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para</p><p>suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE</p><p>TERCEIROS, devendo sempre serem constituídas como Sociedades Anônimas (S/A).</p><p>q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:</p><p>Ø Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e</p><p>conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,</p><p>participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;</p><p>Ø Conceder de crédito para financiamento de capital fixo e de giro;</p><p>Ø Operar em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercados de balcão</p><p>organizados, por conta própria e de terceiros;</p><p>Ø Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;</p><p>Ø Pode manter contas de terceiros, mas sem juros e não movimentáveis por cheque;</p><p>Ø Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de</p><p>metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários;</p><p>Ø Participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de</p><p>títulos e valores mobiliários.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>264</p><p>Bancos Múltiplos</p><p>Conceito</p><p>São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,</p><p>passivas e acessórias das diversas instituições financeiras. Para ser considerado um Banco</p><p>Múltiplo, a instituição deve possuir PELO MENOS DUAS das carteiras mencionadas abaixo,</p><p>sendo uma delas COMERCIAL ou de INVESTIMENTOS. Além disso, um banco múltiplo</p><p>deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único</p><p>balanço.</p><p>q CARTEIRAS DE UM BANCO MÚLTIPLO:</p><p>Ø COMERCIAL;</p><p>Ø de INVESTIMENTOS e/ou de desenvolvimento (esta última, exclusiva de bancos</p><p>públicos);</p><p>Ø de crédito imobiliário;</p><p>Ø de crédito, financiamento e investimento (financeiras);</p><p>Ø de arrendamento mercantil (leasing).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>265</p><p>Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários</p><p>Conceito</p><p>As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVMs) e as Distribuidoras de Títulos e</p><p>Valores Mobiliários (DTVMs) são instituições financeiras que tem como atividades a</p><p>intermediação de operações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, como</p><p>é o caso dos mercados de bolsa e de balcão para seus clientes; administração de clubes e</p><p>fundos de investimentos, realização de câmbio; estruturação de IPO; entre outras</p><p>funções. Vale ressaltar que as CTVM e as DTVM são instituições financeiras que atuam na</p><p>intermediação de valores mobiliários e por isso, são fiscalizadas pelo Banco Central (por</p><p>serem instituições financeiras) e pela CVM (pelas operações com valores mobiliários).</p><p>qPRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:</p><p>Ø Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou debêntures de uma</p><p>empresa (IPO e underwriting);</p><p>Ø Constituídas sob a forma de S.A e dependem da autorização da CVM;</p><p>Ø Operam nas bolsas de valores e de mercadorias (ações, derivativos,...);</p><p>Ø Podem administrar fundos e clubes de investimento;</p><p>Ø Podem atuar também por conta própria ou de terceiros;</p><p>Ø Podem intermediar operações de câmbio;</p><p>Ø Têm a função de dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>266</p><p>Pagamento</p><p>Vendedor Comprador</p><p>Contrato Vendido Pagamento</p><p>Contrato Vendido</p><p>Clearing House</p><p>Conceito</p><p>As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as</p><p>operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação</p><p>financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais</p><p>funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>267</p><p>B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão</p><p>Conceito</p><p>A B3 é o resultado da combinação entre a BM&FBOVESPA (fusão entre a BOVESPA e a</p><p>BM&F) e a CETIP, oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing),</p><p>registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. Desta forma, a</p><p>B3 acaba sendo a clearing house de todos os títulos privados, juntamente com alguns</p><p>títulos públicos.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>268</p><p>B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão</p><p>Principais Características</p><p>As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:</p><p>Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação</p><p>(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de</p><p>mercadorias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities agropecuárias;</p><p>Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo</p><p>Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;</p><p>Ø Possui receita também através de Emolumentos;</p><p>Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;</p><p>Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa</p><p>câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,</p><p>índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.</p><p>Ø É associada mantenedora da BSM Supervisão de Mercados (BSM), uma associação</p><p>civil que dentre uma das suas funções, fiscaliza a atuação da B3, dos devidos</p><p>participantes do mercado e suas operações.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>269</p><p>Agentes de</p><p>Clearing.</p><p>B3</p><p>SELIC</p><p>Clearing House</p><p>Títulos Privados:</p><p>Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);</p><p>Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);</p><p>Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e</p><p>opções flexíveis);</p><p>Ø Commodities;</p><p>Ø Demais títulos.</p><p>B3</p><p>Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados</p><p>organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além</p><p>disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,</p><p>chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>270</p><p>Clearing House</p><p>SELIC</p><p>O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central</p><p>dos títulos públicos federais, sendo sua atividade processar a emissão, o resgate, o</p><p>pagamento dos juros e a custódia desses ativos. As suas liquidações são operadas no</p><p>conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante</p><p>agilidade e segurança.</p><p>Agentes de</p><p>Clearing.</p><p>B3</p><p>SELIC</p><p>Títulos Públicos Federais (TPF):</p><p>Ø LTN (Tesouro Prefixado;</p><p>Ø LFT (Tesouro Selic);</p><p>Ø NTN-B Principal (Tesouro IPCA);</p><p>Ø NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);</p><p>Ø NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>271</p><p>Prazos de Liquidação</p><p>Conceito</p><p>Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu</p><p>pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em</p><p>D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor</p><p>venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele apenas receberá os recursos após 2 dias úteis.</p><p>Desta forma, os prazos de liquidação física e financeira dos principais ativos são:</p><p>Ø Tesouro Direto: ocorre em 0 dia útil (d+0), desde que seja até as 13hrs;</p><p>Ø Mercado a Vista (ETF de Renda Fixa): liquidação física e financeira em D+1;</p><p>Ø Mercado a Vista (Ações, FII, ETF de Ações): liquidação física e financeira em D+2;</p><p>Ø Operações day-trade: liquidação física em D+0 e financeira em D+2;</p><p>Ø Mercado a termo de ações: poderá ter sua liquidação antecipada, caso contrário,</p><p>ocorrerá no vencimento do contrato, onde foi previamente definida entre as partes.</p><p>Ø Mercado a Termo ou Swap: poderá ter sua liquidação antecipada, desde que</p><p>ambas as partes concordem. Caso contrário, ocorrerá no vencimento do contrato.</p><p>Ø Mercado futuro: não há possibilidade de liquidação antecipada, apenas na data</p><p>de vencimento. Porém, é possível encerrar a posição, realizando uma operação</p><p>contrária ao que foi feito inicialmente realizada.</p><p>Ø Mercado de Opções: os prêmios possuem liquidação em D+1 e, no vencimento,</p><p>será apurado o valor da liquidação a partir do exercício do direito dos compradores.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>272</p><p>Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)</p><p>Conceito</p><p>O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,</p><p>instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à</p><p>movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,</p><p>tanto em moeda local quanto estrangeira, ou seja, é “a transferência de fundos próprios</p><p>e de terceiros realizados entre bancos em tempo real (LBTR – Liquidação Bruta em</p><p>Tempo Real), com o objetivo de reduzir o risco sistêmico”.</p><p>O SPB tem dois componentes principais: Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) e</p><p>Arranjos de Pagamento. A IMF inclui IOSMF (Instituições Operadoras de Sistemas do</p><p>Mercado Financeiro) e SMF (Sistemas do Mercado Financeiro), que são conjuntos de</p><p>regras para atividades financeiras como liquidação e registro. As IOSMF são cruciais para a</p><p>estabilidade financeira, e o Banco Central do Brasil trabalha para garantir sua solidez. Já o</p><p>segmento de arranjos de pagamento engloba regras para serviços como Pix e cartões de</p><p>crédito, envolvendo instituições financeiras e de pagamento, conforme definido pela Lei</p><p>12.865/2013. Ambos os segmentos são essenciais para a economia e requerem confiança</p><p>e supervisão para funcionar adequadamente.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>273</p><p>q SIGLAS:</p><p>Ø IOSMF: Instituições Operadoras de Sistemas do Mercado Financeiro</p><p>Ø SMF: Sistemas do Mercado Financeiro</p><p>Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)</p><p>Gráfico</p><p>SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO (SPB)</p><p>Segmentos Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) Arranjos de Pagamento (AP)</p><p>Entidades</p><p>Normativas</p><p>CMN (Regras Gerais) e</p><p>BC e CVM (nas suas respectivas competências) CMN (Regras gerais) e BC</p><p>Entidades</p><p>Supervisoras</p><p>BC (Ativos Financeiros</p><p>e Liquidação)</p><p>CVM (Valores</p><p>Mobiliários) BC</p><p>Operadores ou</p><p>Instituidores IOSMF e BC IOSMF Instituidores de Arranjos de</p><p>Pagamento (IAP)</p><p>Sistemas ou</p><p>Participantes SMF SMF Instituições Financeiras (IF) e</p><p>Instituições de Pagamento ( IP)</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>274</p><p>Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)</p><p>Resumo</p><p>Os principais pontos de exames sobre o SPB são:</p><p>Ø Podemos definir o SPB como “O conjunto de procedimentos, regras, instrumentos</p><p>e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação</p><p>financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro é o sistema”</p><p>Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);</p><p>Ø Principal função do SPB é diminuir o risco sistêmico.</p><p>Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;</p><p>Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,</p><p>Cartão de Crédito, Cheque, Pix, Drex, entre outras, envolve o SPB.</p><p>Ø O Sistema de Transferência de Reservas (STR) realiza a transferência de recursos</p><p>entre instituições financeiras, sendo o sistema central do SPB, responsável pela</p><p>transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>275</p><p>2.2.3 Política Fiscal</p><p>275275</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>276</p><p>Política Fiscal</p><p>Conceito</p><p>Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas</p><p>(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:</p><p>Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;</p><p>Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;</p><p>Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.</p><p>Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da</p><p>venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as</p><p>despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando</p><p>negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.</p><p>Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que</p><p>ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos</p><p>governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.</p><p>Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos</p><p>Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de</p><p>exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O</p><p>dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>277</p><p>Política Fiscal</p><p>Superávit / Déficit</p><p>PRIMÁRIO</p><p>Receitas</p><p>(impostos, taxas e</p><p>contribuições)</p><p>Despesas NÃO</p><p>financeiras= ‒</p><p>Superávit / Déficit</p><p>NOMINAL</p><p>Superávit / Déficit</p><p>PRIMÁRIO</p><p>Pagamento dos</p><p>juros da dívida</p><p>Pública= ‒</p><p>Contas do Setor Público</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>278</p><p>q EXEMPLOS:</p><p>Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (por exemplo, estradas), ele</p><p>está contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, estará</p><p>retirando dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.</p><p>Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das</p><p>empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos</p><p>dinheiro circulando na economia.</p><p>POLÍTICA OPERAÇÃO</p><p>EXPANSIONISTA</p><p>• Aumento dos gastos públicos;</p><p>• Diminuição das cargas tributárias;</p><p>• Aumento das transferências (Ex. bolsa família)</p><p>CONTRACIONISTA</p><p>• Diminuição dos gastos públicos;</p><p>• Elevação da carga tributária;</p><p>• Extinção de transferências (Ex. leve leite).</p><p>Política Fiscal</p><p>Aplicação Prática</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>279</p><p>Curva de Laffer</p><p>Conceito</p><p>A curva de Laffer relaciona o valor arrecadado por governos em função da alíquota de</p><p>imposto cobrada. Essa teoria defende que haverá elevação do valor arrecadado, em</p><p>função do aumento da alíquota do imposto, mas até certo ponto.</p><p>Em outras palavras, uma alíquota de 0% representaria uma receita nula de impostos;</p><p>conforme o governo subir a alíquota, a receita com os impostos aumentará, mas até certo</p><p>ponto. A partir de então, elevações nas alíquotas implicariam queda na arrecadação, que</p><p>voltaria a ser nula com uma alíquota de 100%.</p><p>Arrecadação</p><p>fiscal</p><p>Alíquota do</p><p>Imposto</p><p>0% 100%</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>280</p><p>Crowding out</p><p>Conceito</p><p>O aumento dos gastos públicos, uma da medidas de uma política fiscal expansionista,</p><p>pode gerar inflação na economia. Contudo, se essa elevação for descontrolada, corre-se o</p><p>risco de o capital público “tomar o lugar” do capital privado.</p><p>Por exemplo, suponha que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e</p><p>Social) estabeleça uma política de empréstimos e financiamentos de grandes valores e a</p><p>taxa de juros muito inferiores às de mercado. Isso poderia desestimular o capital privado</p><p>a competir com o banco público – esse seria o efeito crowding out.</p><p>Como consequências desse efeito, geralmente observamos:</p><p>Ø Redução dos investimentos privados, com o desestímulo a esse capital, face à</p><p>dificuldade de competir com os recursos públicos; e</p><p>Ø Redução da eficiência de alocação dos recursos públicos, pois o Estado pode</p><p>direcionar tal capital a determinados setores da economia, em detrimentos de</p><p>outros.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>281</p><p>2.2.4 Política Monetária</p><p>281281</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>282</p><p>Funções da Moeda</p><p>Conceito</p><p>A moeda tem três funções principais na economia:</p><p>Ø Meio de troca: a moeda facilita as transações, servindo como um intermediário</p><p>aceito por todos para a troca de bens e serviços;</p><p>Ø Unidade de conta: a moeda fornece uma unidade padrão de medida para o valor</p><p>dos bens e serviços. Isso facilita a comparação de preços e o registro contábil,</p><p>permitindo uma avaliação consistente e precisa do valor econômico; e</p><p>Ø Reserva de valor: a moeda permite que as pessoas armazenem riqueza de forma</p><p>conveniente. Como reserva de valor, a moeda pode ser guardada e recuperada no</p><p>futuro para realizar compras, preservando o poder de compra ao longo do tempo,</p><p>desde que a inflação esteja sob controle.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>283</p><p>Criação e destruição de moeda</p><p>Conceito</p><p>A criação e a destruição de moeda ocorrem principalmente através do sistema bancário e</p><p>das operações do banco central. Começando pela criação de moeda, podemos citar as</p><p>seguintes situações:</p><p>Ø Emissão de Moeda pelo Banco Central: o Banco Central pode emitir moeda física</p><p>(conforme necessário para atender à demanda da economia;</p><p>Ø Reservas Bancárias e Multiplicador Monetário: os bancos comerciais criam</p><p>moeda principalmente através do processo de concessão de empréstimos. Quando</p><p>um banco concede um empréstimo, ele credita o valor na conta do cliente,</p><p>aumentando a quantidade de moeda em circulação. Este processo é amplificado</p><p>pelo multiplicador monetário, que depende do nível de reservas obrigatórias que os</p><p>bancos devem manter. Com um menor percentual de reservas, os bancos podem</p><p>emprestar uma parte maior dos depósitos recebidos, criando mais moeda.</p><p>Ø Operações de Mercado Aberto: o Banco Central pode comprar títulos do governo</p><p>no mercado aberto, pagando aos vendedores com nova moeda. Isso aumenta a</p><p>quantidade de moeda em circulação.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>284</p><p>Criação e destruição de moeda</p><p>Conceito</p><p>Já a destruição de moeda pode ocorrer nos seguintes casos:</p><p>Ø Recolhimento de Moeda pelo Banco Central: o Banco Central pode retirar moeda</p><p>física de circulação, por exemplo, substituindo notas antigas ou danificadas;</p><p>Ø Aumento de Reservas Bancárias: quando o Banco Central aumenta as exigências</p><p>de reservas obrigatórias, os bancos precisam manter mais dinheiro em reserva e têm</p><p>menos para emprestar. Isso reduz a quantidade de moeda em circulação; e</p><p>Ø Operações de Mercado Aberto: o Banco Central pode vender títulos do governo</p><p>no mercado aberto. Quando os compradores pagam por esses títulos, o Banco</p><p>Central retira essa moeda da circulação.</p><p>Há ainda mecanismos adicionais como a Política de Depósito Compulsório e a Taxa de</p><p>Juros. Nesse sentido, alterações nas taxas de depósito compulsório afetam a quantidade</p><p>de dinheiro que os bancos podem emprestar; já alterações na taxa de juros influenciam a</p><p>demanda por empréstimos e, consequentemente, a criação de moeda.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>285</p><p>Agregados Monetários</p><p>Conceito</p><p>Os agregados monetários são medidas da quantidade de moeda disponível em uma</p><p>economia e são utilizados para analisar a oferta monetária e sua relação com a atividade</p><p>econômica. Eles variam de acordo com a liquidez dos componentes incluídos. Aqui estão</p><p>os principais agregados monetários:</p><p>Ø M0 (Base Monetária): moeda em circulação (notas e moedas físicas) + reservas</p><p>bancárias no Banco Central. É a medida mais líquida e inclui todo o dinheiro físico e</p><p>as reservas que os bancos mantêm junto ao Banco Central;</p><p>Ø M1: M0 + depósitos à vista. Inclui todo o dinheiro que está imediatamente</p><p>disponível para gastos.</p><p>Ø M2: M1 + depósitos de poupança + depósitos a prazo + contas de poupança.</p><p>Envolve dinheiro que não está imediatamente disponível para gastos, mas que pode</p><p>ser convertido em moeda em um curto período de tempo.</p><p>Ø M3: M2 + grandes depósitos a prazo + acordos de recompra + fundos do mercado</p><p>monetário institucionais + outros instrumentos de mercado monetário. Inclui formas</p><p>de dinheiro que são menos líquidas que M2, mas ainda relativamente fáceis de</p><p>converter em dinheiro.</p><p>Ø M4: M3 + outros ativos líquidos, como títulos de dívida de curto prazo.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>286</p><p>Política Macroeconômicas</p><p>Conceito</p><p>Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um governo para atingir os objetivos do</p><p>PIB desejado. Quando um governo deseja que o PIB cresça, chamamos de política</p><p>expansionista, e ao contrário, de política contracionista, ou seja:</p><p>Ø Política Expansionista: o governo “injetará” dinheiro na economia, fazendo com</p><p>que as variáveis que compõe o PIB, aumentem. A consequência é um aumento da</p><p>inflação, aumento da liquidez, aumento do PIB e uma diminuição da taxa de juros.</p><p>Ø Política Contracionista: o governo “retira” dinheiro da economia, fazendo com</p><p>que as variáveis que compõe o PIB, diminuam. A consequência é uma diminuição da</p><p>inflação, diminuição da liquidez, diminuição do PIB e um aumento da taxa de juros.</p><p>Estas estratégicas poderão vir através de 3 políticas (Monetária, Fiscal e Cambial), sendo</p><p>que elas não precisam ter as mesmas estratégias, ou seja, pode-se ter, por exemplo, uma</p><p>política monetária expansionista, enquanto a cambial é contracionista, lembrando que o</p><p>PIB é a soma de todos os setores que podem consumir dentro de um país (Pessoas Físicas,</p><p>chamado de Consumo; Pessoas Jurídicas, chamado de Investimentos; Governo,</p><p>considerado os Gastos do Governo; estrangeiros, resultante da Balança Comercial).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>287</p><p>COPOM</p><p>Conceito</p><p>Ao Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Banco Central do</p><p>Brasil, compete, com base em avaliação do cenário macroeconômico e dos principais</p><p>riscos a ele associados:</p><p>Ø Definir a meta para a Taxa Selic (taxa básica de juros do Brasil);</p><p>Ø Definir as orientações e diretrizes estratégicas para a execução da política</p><p>monetária;</p><p>Ø Divulgar o Relatório de Inflação.</p><p>Este comitê é composto pelo Presidente do Banco Central e mais 8 diretores (9 membros),</p><p>se reunindo a cada 45 dias, durante dois dias. Suas decisões são tomadas visando com</p><p>que a inflação brasileira (IPCA) fique em linha com a meta definida pelo CMN.</p><p>q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:</p><p>Ø Tem como principal função definir a meta da taxa de juros do Brasil (selic-meta);</p><p>Ø Divulgar a cada trimestre, o relatório de inflação, analisando detalhadamente a</p><p>conjuntura econômica e financeira do Brasil, juntamente com suas projeções;</p><p>Ø Composto pelo Presidente do Banco Central e mais 8 diretores (9 membros)</p><p>Ø Resolução em vigor para maiores informações: Resolução BCB nº 61/2021</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>288</p><p>Inflação</p><p>Conceito</p><p>Podemos definir INFLAÇÃO como a alta persistente e generalizada dos preços em uma</p><p>determinada economia, gerando para as pessoas a perda do poder de compra e como</p><p>iremos ver a seguir, existem vários motivos para</p><p>ocorrer a inflação e para cada motivo,</p><p>temos um nome específico: inflação inercial, inflação de demanda, inflação de oferta</p><p>(custos), inflação estrutural.</p><p>Você pode perceber essa perda de poder de compra de duas formas: a primeira é</p><p>perceber que um serviço que custava R$ 50,00 agora está custando R$ 100,00, ou seja,</p><p>você precisa do dobro de dinheiro para contratar o mesmo serviço (ou produto). A outra</p><p>forma é na diminuição do produto, como por exemplo, nas barras de chocolate. A 10 anos</p><p>atrás, uma barra de chocolate de 200 gramas custava R$ 5,00. Hoje, quando você vai</p><p>comprar a mesma barra de chocolate, você percebe que ela continua custando R$ 4,00,</p><p>mas ao invés de ela ter 200 gramas, a barra de chocolate tem cem gramas (a metade), ou</p><p>seja, os mesmos R$ 4,00 compram a metade, ocorrendo a perda do poder de compra.</p><p>Importante entender essa perda do poder de compra, para podermos repor ela através de</p><p>correções nos contratos de alugueis, nas dívidas e, principalmente, nos salários. Mas para</p><p>isso, precisamos entender “quanto foi essa inflação” e assim, surgem os diversos índices</p><p>de inflação, sendo os dois principais o IPCA e o IGP-M.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>289</p><p>Inflação</p><p>Motivos para a Inflação</p><p>Os dois principais motivos que podemos ter inflação são:</p><p>Ø Inflação de Demanda: considerado como o tipo mais clássico, ocorre quando há</p><p>muito mais procura por produtos (serviços) do que há de ofertas. Esse tipo de</p><p>inflação tende a ocorrer quando há um rápido crescimento econômico e causado</p><p>também pela Inflação Monetária, que é quando o governo emite dinheiro de forma</p><p>descontrolada, através de redução de taxa de juros ou impressão de papel-moeda.</p><p>Ø Inflação de Custos: consiste no aumento dos preços gerados pelo aumento dos</p><p>custos, como por exemplo, redução da quantidade de certo produto ou aumento dos</p><p>custos de produção. Desta forma, esse tipo de inflação pode ser de duas formas:</p><p>§ Inflação de custos autônoma: quando o aumento dos preços ocorrem de forma</p><p>autônoma, como foi na pandemia, onde o preço das commodities subiu e gerou</p><p>aumento no custo generalizado, ou quando um grupo oligopolista aumenta o</p><p>preço dos seus produtos e/ou serviços.</p><p>§ Inflação de custos induzida: a inflação de demanda faz com que as empresas</p><p>lucrem mais e com isso, as empresas contratam mais pessoas. Se houver poucas</p><p>pessoas a serem contratadas, os valores a serem pagos serão maiores, gerando</p><p>um aumento no preço do produto e/ou serviço vendido pela empresa. O</p><p>exemplo disso foi o setor de tecnologia durante a pandemia.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>290</p><p>Inflação</p><p>Hiperinflação, Deflação & Estagflação</p><p>Vimos que a mudança dos preços dos produtos e serviços geram o conceito de inflação.</p><p>No entanto, outros três conceitos são interessantes a serem compreendidos, que são:</p><p>Ø Hiperinflação: Como o próprio nome remete, a Hiperinflação ocorre quando há</p><p>um aumento dos preços dos produtos e serviços de forma completamente fora do</p><p>controle. Não há um percentual definido, mas de praxe, quando uma economia tem</p><p>uma inflação acima de 50% ao ano, entendemos que está ocorrendo este efeito. O</p><p>Brasil viveu este fenômeno nos anos 80 e início dos anos 90.</p><p>Ø Deflação: Este é o caso onde os preços ao invés de subirem, começam a</p><p>desvalorizar. Inicialmente, isso aparente ser bom, mas se todos os meses um produto</p><p>é vendido a um preço mais barato, o consumidor “sempre” prorroga a sua compra.</p><p>Qual a consequência? As empresas não vendem e com isso necessitam demitir</p><p>funcionários, fazendo com que a economia fique cada vez mais pobre.</p><p>Ø Estagflação: Este é um conceito técnico de quando o PIB de uma economia não</p><p>cresce, mas os preços não param de subir. Temos uma economia “estagnada”, com</p><p>depreciação do poder de compra da população.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>291</p><p>Inflação</p><p>Inflação Antecipada x Não Antecipada</p><p>Inflação Antecipada é aquela prevista corretamente pelos agentes econômicos. Nesse</p><p>caso, os agentes econômicos podem tomar medidas para proteger seu poder de compra e</p><p>ajustar contratos e preços de acordo com as expectativas de inflação.</p><p>Já a Inflação Não Antecipada é aquela que não foi prevista ou que ainda pode ter sido</p><p>subestimada pelos agentes econômicos, pegando-os de surpresa, tornando mais difícil o</p><p>ajuste de comportamentos e de contratos.</p><p>Dentre os efeitos adversos da inflação não antecipada, podemos citar perda do poder de</p><p>compra, necessidade de renegociação de salários e contratos laborais e inclusive aumento</p><p>do desemprego, visto que a inflação não antecipada pode levar as empresas a cortarem</p><p>custos, incluindo demissões, se não conseguirem ajustar seus preços rapidamente.</p><p>Os efeitos adversos da inflação não antecipada são amplamente negativos para a</p><p>economia. Eles criam incerteza e instabilidade, dificultam o planejamento econômico e</p><p>financeiro, e podem levar a uma alocação ineficiente de recursos.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>292</p><p>O IPCA é o índice de inflação oficial do Brasil, sendo calculado pelo IBGE. Ele tem como</p><p>objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no</p><p>varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, ou seja, é influenciado pela variação</p><p>dos preços no VAREJO.</p><p>Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40</p><p>salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de</p><p>abrangência do SNIPC (Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor), as quais</p><p>são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória,</p><p>Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios</p><p>de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.</p><p>A utilização do IPCA ocorre em diversas frentes, como por exemplo:</p><p>Ø É o indicador que o CMN utiliza como meta da inflação;</p><p>Ø Nos títulos públicos do governo federal (NTN-B e NTN-B Principal);</p><p>Ø Correção dos balanços e das demonstrações financeiras de companhias abertas;</p><p>Ø Fornecer um panorama sobre como está o poder de compra da população.</p><p>IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo</p><p>Definição</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>293</p><p>A PONDERAÇÃO DAS DESPESAS DAS PESSOAS PARA SE VERIFICAR</p><p>A VARIAÇÃO DOS CUSTOS FOI DEFINIDA PELO SEGUINTE MODO:</p><p>Tipo de Gasto Peso % do Gasto • Índice Oficial de Inflação do Brasil;</p><p>• Calculado pelo IBGE;</p><p>• Divulgado mensalmente;</p><p>• Utilizado como referência para META de</p><p>inflação definida pelo CMN para o COPOM;</p><p>• População-objetivo do IPCA abrange as</p><p>famílias com rendimentos mensais</p><p>compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)</p><p>salários-mínimos, qualquer que seja a fonte</p><p>de rendimentos, e residentes nas áreas</p><p>urbanas das regiões metropolitanas de</p><p>Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo</p><p>Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,</p><p>Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia.</p><p>Alimentação 25,21</p><p>Transporte e</p><p>Comunicação</p><p>18,77</p><p>Despesas Pessoais 15,68</p><p>Vestuário 12,49</p><p>Habitação 10,91</p><p>Saúde e cuidados</p><p>pessoais</p><p>8,85</p><p>Artigos de residência 8,09</p><p>Total 100,00</p><p>IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo</p><p>Conceito</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>294</p><p>IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado</p><p>Definição</p><p>O IGP-M é um índice de inflação muito utilizado para correção de contratos de aluguéis e</p><p>também em contratos de dívidas de empresas. Ele é calculado pela FGV (Fundação</p><p>Getúlio Vargas), sendo na verdade, uma composição de três outros índices de inflação:</p><p>Ø 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA): Atualmente chamado de Índice de</p><p>Preços ao Produtor Amplo, registra variações de preços de produtos agropecuários e</p><p>industriais nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final.</p><p>Ø 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): medida de preço médio necessário</p><p>para comprar determinados bens de consumo e serviços no mercado varejista por</p><p>famílias que possuem renda de 1 a 33 salários mínimos residentes nos principais</p><p>centros consumidores do Brasil.</p><p>Ø 10% Índice</p><p>R$ 1,00?</p><p>Ø 2 [ENTER]</p><p>Ø 3 [+]</p><p>Ø Resposta: R$ 5,00</p><p>Ø 1 [ꟷ]</p><p>Ø Resposta: R$ 4,00</p><p>q EXEMPLO 2: Rafael comprou 7 ingressos por R$ 8,00 cada. Quando ele gastou?</p><p>Ø 7 [ENTER]</p><p>Ø 8 [×]</p><p>Ø Resposta: R$ 56,00</p><p>q EXEMPLO 3: Rafael gastou R$ 56,00 em 7 ingressos. Quanto custou cada ingresso?</p><p>Ø 56 [ENTER]</p><p>Ø 7 [÷]</p><p>Ø Resposta: R$ 8,00</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>13</p><p>q Tecla de Porcentagem: esta tecla serve para nos dar o resultado de uma</p><p>porcentagem. Por exemplo, quanto equivale 10% de R$ 200,00?</p><p>Ø 200 [ENTER]</p><p>Ø 10 [%]</p><p>Ø Resposta: 20</p><p>q Variação Porcentual: com este botão, podemos saber qual foi a variação</p><p>porcentual de um número para outro. Por exemplo, quanto rendeu a</p><p>carteira do meu cliente que investiu R$ 100,00 e hoje tem R$ 250,00?</p><p>Ø 100 [ENTER]</p><p>Ø 250 [∆%]</p><p>Ø Resposta: 150</p><p>q Porcentagem Total: tem a função de encontrar a totalidade, a partir da</p><p>porcentagem o valor que está sendo representado, ou seja, ela é o</p><p>processo inverso da “tecla porcentagem”.</p><p>Ø 10 [ENTER]</p><p>Ø 20 [%T]</p><p>Ø Resposta: 200</p><p>HP-12C</p><p>Teclas com Porcentagem</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>14</p><p>Exemplo: [%]</p><p>q EXEMPLO: Rafael foi a uma loja comprar uma camiseta no valor de R$ 150,00. No</p><p>momento de pagar, o vendedor comentou que, caso ele pagasse a vista, teria 20% de</p><p>desconto. Desta forma, qual o valor do desconto?</p><p>Ø [f] [ClX] -> limpando os registros</p><p>Ø 150 [ENTER]</p><p>Ø 20 [%]</p><p>Ø Resposta: R$ 30,00 (desconto)</p><p>Qual o valor que Rafael pagou na roupa?</p><p>Ø Com o número 30 no visor, basta clicar [ ꟷ ], pois a HP-12C mantém o número</p><p>inicial (150) no seu registro.</p><p>Ø Resposta: R$ 120,00 valor final</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>15</p><p>Exemplo: [Δ%]</p><p>q EXEMPLO 1: Um investidor comprou ações por R$ 100 mil e as vendeu por R$ 77 mil.</p><p>Qual o percentual do prejuízo?</p><p>Ø 100.000 [ENTER]</p><p>Ø 77.000</p><p>Ø Pressione [Δ%]</p><p>Ø Resposta: - 23,00%</p><p>q EXEMPLO 2: Um investidor comprou uma LTN (Tesouro Prefixado) por R$ 943,00 e</p><p>recebeu no vencimento R$ 1.000,00. Qual foi sua rentabilidade?</p><p>Ø 943 [ENTER]</p><p>Ø 1000</p><p>Ø Pressione [Δ%]</p><p>Ø Resposta: 6,04% (clicando em [f][6], irá ver que a rentabilidade foi 6,044539%)</p><p>q OBS: Perceba que a utilização dessa tecla é “da onde eu estou, para onde eu vou”.</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>16</p><p>Exemplo: [%T]</p><p>q EXEMPLO 1: Rafael viver de renda quando suas aplicações financeiras lhe</p><p>proporcionarem uma renda de R$ 10.000,00 por mês. Qual o valor que ele precisa ter</p><p>acumulado, sabendo que as aplicações rendem 1% ao mês?</p><p>Ø 1 [ENTER]</p><p>Ø 10.000</p><p>Ø Pressione [%T]</p><p>Ø Resposta: R$ 1.000.000,00</p><p>q EXEMPLO 2: Um título de renda fixa isento de imposto de renda rendeu 8% no período.</p><p>Considerando um imposto de 20% sobre o lucro, qual deveria ser a rentabilidade de uma</p><p>renda fixa com imposto?</p><p>Ø 100 [ENTER] → a totalidade sempre tem valor de 100</p><p>Ø 20 [ꟷ] → estamos retirando a parte do “governo” da totalidade</p><p>Ø 8 [%T]</p><p>Ø Resposta: 10 (dez por cento)</p><p>q OBS: Perceba que a tecla segue a lógica da sua escrita. Primeiro o “%” (o quanto se</p><p>tem da totalidade de 100) e depois o “T”, que representa o Total que você quer.</p><p>HP-12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>17</p><p>1.2 Entendendo o valor do Dinheiro</p><p>no Tempo</p><p>17</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>18</p><p>Matemática Financeira</p><p>Conceito</p><p>A MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática para calcular o valor do dinheiro</p><p>no tempo, ou seja, quanto um valor de hoje deverá valer no futuro ou quanto um valor no</p><p>futuro deveria valer hoje. A partir de diferentes fórmulas, é possível mensurar este valor e</p><p>ter uma melhor compreensão sobre finanças e com isso, utilizar melhor o dinheiro, como</p><p>por exemplo, realizar investimentos, decidir se é melhor comprar um veículo a vista ou</p><p>tomar uma empréstimo, quanto necessito acumular todos os meses para atingir meu</p><p>objetivo ou até mesmo, qual deveria ser o valor de uma empresa hoje baseado nos seu</p><p>lucros futuros.</p><p>A fórmula básica desta compreensão da matemática é que o montante (valor futuro) será</p><p>o principal (valor de hoje) mais os juros gerados deste principal, ou seja, a sua fórmula é:</p><p>Valor Futuro (Montante) = Valor Presente (Principal) + JUROS</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>19</p><p>Matemática Financeira</p><p>Definições</p><p>As principais definições para este início são:</p><p>Ø CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV), representa o valor do</p><p>dinheiro hoje, podendo ser, por exemplo, o valor de um investimento, o valor de uma</p><p>dívida ou empréstimo.</p><p>Ø JUROS (J): Representam os valores gerados pela remuneração do capital inicial.</p><p>Podemos dizer que eles são o custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma</p><p>aplicação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre o valor à vista e o valor</p><p>pago a prazo de uma compra, ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui</p><p>entrará os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Compostos).</p><p>Ø TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os fluxos de caixa, também</p><p>chamado de custo ou remuneração do dinheiro. Ela sempre será associada a um</p><p>certo prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao ano...</p><p>Ø PRAZO (n): é o tempo do “problema” apresentado. Vale ressaltar que no</p><p>momento do cálculo, o prazo (n) e a taxa de juros (i) devem estar no mesmo período.</p><p>Por exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em 2 anos).</p><p>Ø MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV), representa o capital</p><p>inicial mais os juros acrescidos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>20</p><p>Matemática Financeira</p><p>Fluxo de Caixa (Cash Flow)</p><p>É o conjunto de entradas e saídas de capital dispostas ao longo do tempo. Por exemplo,</p><p>Rafael tem um capital de R$ 1.000,00 e irá aplicar por 5 meses a uma taxa de 1% a.m.</p><p>Após esse período, resgatará R$ 1.051,00. Assim, temos que no período zero (hoje) há</p><p>uma saída de R$ 1.000,00 (aplicação) e no período 5 há uma entrada de recursos</p><p>(vencimento) de R$ 1.051,00. Nos demais períodos (1, 2, 3 e 4), não há entradas e nem</p><p>saídas, apenas correção do valor do dinheiro.</p><p>Os números 0, 1, 2, 3, 4 e 5 representam os períodos de tempo, sendo saída em 0 (seta</p><p>para baixo) e entrada dos recursos em 5 (seta para cima).</p><p>R$ 1.000</p><p>1 2</p><p>0</p><p>R$1.051</p><p>Mês</p><p>CONVENÇÃO:</p><p>Ø Seta para cima: Entrada de recursos,</p><p>ou seja, resgates de aplicações e</p><p>tomadas de empréstimos;</p><p>Ø Seta para baixo: Saída de recursos,</p><p>ou seja, aplicações financeiras e</p><p>pagamentos de dívidas.</p><p>3 4 5</p><p>Valor</p><p>Futuro</p><p>Valor Presente</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>21</p><p>No Regime de Capitalização Simples, também conhecido como Regime de Juros Simples,</p><p>os juros incidem somente sobre o capital inicial. Desta forma, os cálculos só podem ser</p><p>executados se o tempo de aplicação (n) for expresso na mesma unidade de tempo a que</p><p>se refere a taxa (i), ou seja, considerando o prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo</p><p>em mês, taxa ao mês, etc. As suas fórmulas são:</p><p>Ø FV (M) = C + J</p><p>Ø J = C × i × n</p><p>Ø FV (M) = C + (C × i × n) ou</p><p>Ø FV (M) = C × (1 + i × n)</p><p>Sendo que:</p><p>§ J = Juros;</p><p>§ C = Capital ou Valor Presente (PV)</p><p>§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro</p><p>§ i = taxa de juros</p><p>§ n = prazo ou período</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>Conceito</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>22</p><p>PERÍODO JUROS SIMPLES</p><p>Principal R$ 100.000,00</p><p>Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000</p><p>Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000</p><p>Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000</p><p>Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>Exemplo 1</p><p>q PERGUNTA: Qual o valor total, ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos</p><p>R$ 100.000,00 a uma taxa de juros simples de 10% ao ano?</p><p>Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano</p><p>após ano, através da seguinte tabela:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>23</p><p>q EXEMPLO: Qual a taxa anual que devemos ter para obter R$ 40.000,00 de juros após</p><p>4 anos , se aplicarmos R$ 100.000,00 no Regime de Capitalização Simples?</p><p>Ø (1) J = C x i x n</p><p>Ø</p><p>Nacional de Custo de Construção (INCC): Reflete o ritmo dos preços de</p><p>materiais de construção e da mão de obra no setor imobiliário, sendo muito utilizado</p><p>na correção de contratos de Compra & Venda na planta.</p><p>Como podemos perceber, diferentemente do que ocorre no IPCA, que tem maior impacto</p><p>nos preços do varejo, o IGP-M tem como principal variável os preços no ATACADO e como</p><p>a variação cambial tem impacto mais relevante nos preços do atacado do que no varejo, o</p><p>IGP-M sofre variações mais impactantes do que o IPCA quando há variações cambiais.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>295</p><p>Política Monetária</p><p>Conceito</p><p>Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de</p><p>estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do</p><p>sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades</p><p>monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:</p><p>Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos</p><p>Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o</p><p>governo dispõe para fazer política monetária.</p><p>Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos</p><p>recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa</p><p>conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez</p><p>do mercado.</p><p>Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central</p><p>pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo</p><p>BACEN, menor a liquidez do mercado.</p><p>Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais</p><p>dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a</p><p>tendência de um aumento da inflação.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>296</p><p>POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB</p><p>Expansionista</p><p>• COMPRAR Títulos Públicos;</p><p>• REDUZIR Compulsório;</p><p>• REDUZIR Redesconto.</p><p>AUMENTA AUMENTA AUMENTA</p><p>Contracionista</p><p>• VENDER Títulos Públicos.</p><p>• AUMENTAR Compulsório;</p><p>• AUMENTAR Redesconto;</p><p>REDUZ REDUZ REDUZ</p><p>Política Monetária</p><p>Aplicação Prática</p><p>q EM RESUMO:</p><p>Ø EXPANSIONISTA: Uma diminuição do compulsório fará com que os bancos fiquem</p><p>com mais recursos para poder emprestar, com isso, haverá mais recursos circulando</p><p>na economia.</p><p>Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor</p><p>entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta</p><p>forma, há menos dinheiro na economia circulando.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>297</p><p>Curva de Phillips</p><p>Conceito</p><p>A curva de Phillips propõe uma relação inversa entre inflação e desemprego. Assim, em</p><p>períodos de recessão econômica, há a tendência de elevação do desemprego: as famílias</p><p>tendem a consumir menos e as empresas a investir menos. Com o enfraquecimento da</p><p>demanda, os preços tendem a cair.</p><p>Por sua vez, em momentos de crescimento econômico, a tendência é inversa: menor</p><p>desemprego, maior renda e, consequentemente, maior pressão inflacionária. Porém, essa</p><p>relação é válida apenas no curto prazo.</p><p>Isso porque, nos anos 70, muitos países passaram por um período de estagflação, ou seja,</p><p>crescimento do desemprego e da inflação, enfraquecendo a proposta de uma relação</p><p>inversa entre esses indicadores.</p><p>Com isso, convencionou-se a dividir a curva de Phillips em curto prazo, quando a relação</p><p>inversa é considerada válida, e de longo prazo, período em que não há relação entre</p><p>inflação e desemprego, conforme gráfico a seguir.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>298</p><p>Curva de Phillips</p><p>Inflação</p><p>Desemprego</p><p>Curva de Phillips</p><p>(curto prazo)</p><p>Curva de Phillips</p><p>(longo prazo)</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>299</p><p>Política Monetária</p><p>Regra de Taylor</p><p>A regra de Taylor é um modelo de previsão usado para determinar quais devem ser as</p><p>taxas de juros a fim de encaminhar a economia para preços estáveis e pleno emprego. É</p><p>muito utilizada em países que utilizam o Regime de Metas de Inflação, como o Brasil.</p><p>A regra recomenda que o Banco Central aumente as taxas de juros quando a inflação</p><p>estiver alta ou quando o emprego exceder os níveis de pleno emprego. No outro sentido,</p><p>quando os níveis de inflação e emprego são baixos, a regra de Taylor sugere que as taxas</p><p>de juros devem ser reduzidas.</p><p>Taxa nominal = r* + ∏t + 0,5 x (∏t - ∏*) + 0,5 x (yt – y*)</p><p>Em que:</p><p>Ø r* = Taxa de juros real neutra (ou taxa de juros de equilíbrio)</p><p>Ø ∏t = Taxa de inflação atual</p><p>Ø ∏* = Meta da taxa de inflação (taxa de inflação alvo)</p><p>Ø yt = PIB atual</p><p>Ø y* = PIB potencial</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>300</p><p>Política Monetária</p><p>Regra de Taylor - Exemplo</p><p>A taxa de juros de equilíbrio de um país é de 2% ao ano. Na reunião do Comitê de Política</p><p>Monetária, os integrantes avaliam os seguintes dados econômicos:</p><p>• Taxa de crescimento do PIB atual: 2%</p><p>• Taxa de crescimento do PIB potencial: 4%.</p><p>• Inflação projetada para os próximos 12 meses: 3% ao ano.</p><p>• Meta de Inflação: 3% ao ano.</p><p>De acordo com a Regra de Taylor, qual deveria ser a decisão do comitê de política</p><p>monetária sobre a taxa de juros básica da economia?</p><p>Taxa nominal = 2 + 3 + 0,5 x (3 – 3) + 0,5 x (2 - 4)</p><p>Taxa nominal = 2 + 3 + 0 - 1 = 4%.</p><p>Nesse cenário, o Banco Central deveria fixar a meta para a taxa de juros em 4% ao ano.</p><p>Taxa nominal = r* + ∏t + 0,5 x (∏t - ∏*) + 0,5 x (yt – y*)</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>301</p><p>2.2.5 Câmbio e Comércio</p><p>Internacional</p><p>301</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>302</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>Conceito</p><p>Por definição do Banco Central do Brasil a Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda</p><p>estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a</p><p>moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a</p><p>cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”, ou seja, quanto é necessário de uma</p><p>moeda de um país para comprar a moeda de um outro país. No entanto, as moedas</p><p>podem ter diversas formas de mensuração (o quanto ela está custando).</p><p>q PRINCIPAIS TIPOS DE COTAÇÃO:</p><p>Ø PTAX: principal tipo cobrado na prova, ela é a média simples das transações</p><p>realizadas entre as instituições financeiras autorizadas a negociar câmbio no país,</p><p>sendo calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central.</p><p>Ø Comercial: este é o valor utilizado para as operações comerciais, tais como</p><p>Importações e Exportações, tanto de empresas, como do governo;</p><p>Ø Turismo: esta é a cotação através das negociações nas casas de câmbio, na qual as</p><p>pessoas físicas comprar para fazerem suas viagens.</p><p>Ø Spot: é taxa à vista do dólar que está sendo negociado;</p><p>Ø Forward: taxa negociada no mercado futuro (spot x taxa de juros).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>303</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>PTAX: Conceito</p><p>A PTAX é a principal taxa de câmbio utilizada nacionalmente como referência do real por</p><p>dólares americanos. Seu nome veio da PTAX800, por causa da PTAX800, uma transação do</p><p>Sistema do Banco Central usada durante muitos anos pelo público para consultar taxas de</p><p>câmbio, mas que foi descontinuado em 2014.</p><p>Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média ponderada pelo volume das</p><p>operações no mercado interbancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis. Hoje</p><p>em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em quatro momentos de alta liquidez no</p><p>mercado de câmbio, que informam qual foi o valor que eles numa única negociação que</p><p>eles fizeram naquele momento com o dólar americano, ou seja, qual o preço praticado no</p><p>mercado interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma MÉDIA SIMPLES</p><p>(aritmética), de cada ponta de compra e venda do dólar. A divulgação da PTAX ocorra a</p><p>cada consulta (são 4 por dia) e no final do dia também, com a PTAX do dia.</p><p>A participação dos dealers (instituições financeira) no cálculo da Ptax é avaliada</p><p>mensalmente e um desempenho insatisfatório, o leva ao descredenciamento.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>304</p><p>Quantidade de</p><p>Dólares no Brasil</p><p>$</p><p>$ $</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>US 1,00 = R$ 2,00</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>Quantidade de</p><p>Dólares no Brasil</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>US 1,00 = R$ 4,00</p><p>Com o dólar “caro”, o aumento da</p><p>quantidade de dólares em</p><p>circulação poderá ocorrer através</p><p>de:</p><p>o Aumento das Exportações</p><p>o Aumento da Conta Turismo</p><p>o Venda de dólares pelo BC</p><p>Desvalorização do Dólar</p><p>Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem</p><p>vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está</p><p>caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se</p><p>tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O</p><p>REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares</p><p>pode ocorrer da seguinte forma:</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>305</p><p>Com o dólar “barato”, o seu</p><p>aumento de preço poderá</p><p>ocorrer por causa do:</p><p>o Aumento das Importações</p><p>o Diminuição da Conta Turismo</p><p>o Compra de dólares pelo BC</p><p>Quantidade de</p><p>Dólares no Brasil</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>US 1,00 = R$ 2,00</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>Quantidade de</p><p>Dólares no Brasil</p><p>$ $ $</p><p>$ $ $</p><p>US 1,00 = R$ 4,00</p><p>Valorização do Dólar</p><p>A valorização da moeda estrangeira ocorre da mesma forma: quando há uma diminuição</p><p>da sua quantidade ou quando muitas pessoas a estão comprando. Ou seja, quando o</p><p>dólar está barato (R$ 2,00), muitas pessoas desejam comprar dólares, fazendo com que se</p><p>tenha menos moeda estrangeira na economia brasileira VALORIZANDO o dólar e</p><p>DESVALORIZANDO O REAL, deixando o cenário mais atrativo para o EXPORTADOR. Essa</p><p>diminuição de dólares na economia brasileira, pode ocorrer da seguinte forma:</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>306</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>Taxa de Câmbio Cruzada</p><p>A taxa cruzada é a taxa de câmbio entre duas moedas implícita nas suas taxas de câmbio</p><p>com uma terceira moeda comum.</p><p>As taxas cruzadas são necessárias quando não há mercado de câmbio ativo no par de</p><p>moedas. A taxa deve ser calculada a partir das taxas de câmbio entre cada uma destas</p><p>duas moedas e uma terceira moeda, normalmente o USD ou o EUR.</p><p>Suponha que se deseja calcular a taxa de câmbio cruzada entre o Real Brasileiro (BRL) e o</p><p>Dólar Australiano (AUD). Vamos assumir que a cotação BRL/USD é de 5,60 e a cotação</p><p>USD/AUD é de 0,65. Então, a taxa cruzada entre o Real Brasileiro e o Dólar Australiano é:</p><p>Portanto, são necessários R$ 3,64 para comprar 1 Dólar Australiano.</p><p>!"#a Cruzada !"#</p><p>$%& = '()</p><p>*+, #</p><p>*+,</p><p>-*, = 5,60 # 0,65 = 3,64</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>307</p><p>Política Cambial</p><p>Conceito</p><p>O Banco Central define POLÍTICA CAMBIAL como “o conjunto de ações governamentais</p><p>diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se</p><p>refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de</p><p>pagamentos”. Nessa política, podemos ter 3 regimes cambiais:</p><p>Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo</p><p>do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o</p><p>governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o</p><p>equilíbrio de oferta e demanda.</p><p>Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem</p><p>intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.</p><p>Ø Flutuação Suja: Também chamado por Câmbio Flutuante Administrado, ele é o</p><p>Câmbio Flutuante, mas com interferência do Banco Central. Inicialmente, o Bacen</p><p>atuava apenas quando ultrapassava a “banda cambial”, que é um certo teto ou um</p><p>certo piso estabelecido por ele, mas hoje atua sempre que acredita que há</p><p>desequilíbrio, necessitando de correções.</p><p>Ø Bandas Cambiais: a moeda é permitida flutuar dentro de uma faixa</p><p>preestabelecida. Se o valor da moeda se aproxima dos limites dessa faixa, o banco</p><p>central intervém.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>308</p><p>Política Cambial</p><p>Balanço de Pagamentos (BP)</p><p>A economia de um país aberto depende de um sistema eficiente de contabilidade</p><p>nacional, que registra os fluxos de produção, renda, comércio e capitais com o exterior.</p><p>Esse sistema inclui o Balanço de Pagamentos, que é uma ferramenta de contabilidade que</p><p>registra todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo durante um</p><p>determinado período de tempo, geralmente um ano. Ela é dividida em três contas</p><p>principais, que são:</p><p>Ø CONTA CORRENTE</p><p>Ø CONTA DE CAPITAIS</p><p>Ø CONTA FINANCEIRA</p><p>Essas contas fornecem dados essenciais para entender a situação macroeconômica,</p><p>auxiliando na formulação de políticas e na avaliação das relações econômicas</p><p>internacionais do país.</p><p>A seguir, veremos mais especificamente, cada uma delas.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>309</p><p>Política Cambial</p><p>BP: Conta Corrente</p><p>A CONTA CORRENTE, também chamada de transações correntes registra os fluxos entre</p><p>residentes e não residentes de um país de quatro sub-contas, que são:</p><p>Ø Balança Comercial (bens): também chamada de exportação líquida, mede a</p><p>diferença entre exportações e importações de bens.</p><p>Ø Serviços: registra as receitas e despesas relativos a prestação de serviços em</p><p>transações entre residentes e não residentes, e também pelo saldo da conta turismo</p><p>(os gastos das viagens de residentes ao exterior, menos os das viagens de não-</p><p>residentes para o país). Temos como exemplo nessa conta, viagens internacionais,</p><p>serviços de transportes, seguros e aluguel de equipamentos.</p><p>Ø Renda Primária: aqui são registrados os fluxos de renda entre residentes e não-</p><p>residentes, como por exemplo, o recebimento de juros, dividendos ou salários.</p><p>Ø Renda Secundária: no passado, esta sub-conta era chamada de “transferências</p><p>unilaterais”. Nela são registradas as contribuições a entidades de classe, a entidades</p><p>associativas e a organismos internacionais, bilhetes e prêmios de loterias oficiais,</p><p>impostos, taxas, indenizações não amparadas por seguros, aposentadorias, pensões</p><p>e reparações de guerra. Inclui, também, as transferências efetuadas por migrantes</p><p>(remessas de trabalhadores, doações, heranças, etc.)</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>310</p><p>Política Cambial</p><p>BP: Conta de Capitais</p><p>Com relação a CONTA DE CAPITAIS registra transferências de patrimônio resultantes de</p><p>imigração ou emigração, ou seja, movimentações de ativos não financeiros entre o país e</p><p>o exterior. Isso pode incluir a transferência de propriedades, como terrenos, imóveis,</p><p>marcas, patentes, entre outros. Por exemplo, se uma empresa nacional vende uma</p><p>patente para uma empresa estrangeira, o valor da venda seria registrado nessa conta.</p><p>A CONTA DE CAPITAIS é dividida em duas sub-contas, que são:</p><p>Ø Compra e Venda de Ativos Não-Financeiros Não-Produzidos: Corresponde às</p><p>transações que envolvem a compra e venda de ativos não-financeiros não</p><p>produzidos entre residentes e não-residentes de um país. Isso inclui direitos sobre</p><p>recursos naturais, como minerais ou recursos pesqueiros, bem como ativos</p><p>intangíveis, tais como patentes, copyrights, marcas registradas e franquias.</p><p>Ø Transferências de Capital: Esta sub-conta engloba transferências de propriedade</p><p>de ativos entre residentes e não-residentes, assim como a transferência de recursos</p><p>para a aquisição de ativos fixos, impostos sobre heranças e dívidas perdoadas. Por</p><p>exemplo, quando um estrangeiro adquire uma propriedade ou ativo fixo (como uma</p><p>fábrica ou equipamento) no país, a transação é registrada aqui.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>311</p><p>Política Cambial</p><p>BP: Conta Financeira</p><p>A CONTA FINANCEIRA contabiliza as transações que envolvem ativos e passivos</p><p>financeiros entre residentes e não-residentes, sendo dividido da seguinte forma:</p><p>Ø Investimentos diretos: Compõem os investimentos diretos a participação no</p><p>capital de empresas e os empréstimos intercompanhia, sendo caracterizado por uma</p><p>participação duradoura e um significativo grau de influência na direção da empresa.</p><p>Ø Investimentos em carteira: Registra os fluxos líquidos de ativos</p><p>e passivos,</p><p>constituídos por valores mobiliários comumente negociados em mercados</p><p>secundários de títulos, como ações e dívidas (renda fixa).</p><p>Ø Derivativos: Registra os fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e</p><p>obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros e os fluxos relativos</p><p>aos prêmios de opções.</p><p>Ø Outros investimentos: Representa o somatório dos valores líquidos dos ativos e</p><p>passivos relacionados a créditos comerciais, empréstimos e financiamentos, moeda e</p><p>depósito e outros ativos e passivos a curto e a longo prazos.</p><p>Ø Reservas: Ativos externos que estão prontamente disponíveis e controlados pela</p><p>autoridade monetária, para fins de financiamento de necessidades do Balanço de</p><p>Pagamentos, intervenção no mercado de câmbio e outros fins relacionados.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>312</p><p>Política Cambial</p><p>Reservas Internacionais</p><p>As reservas monetárias internacionais, também chamadas de “reservas cambiais”, são os</p><p>ativos dos bancos centrais e autoridades monetárias, tais como, moedas estrangeiras</p><p>(dólar, euro, libra esterlina, ...), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário</p><p>Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro,</p><p>entre outros ativos.</p><p>Elas funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente à seus compromissos</p><p>financeiros (obrigações no exterior, emissão de moeda e financiar déficits temporários em</p><p>seus balanços de pagamentos) e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais</p><p>e interrupções nos fluxos de capital para o país.</p><p>As reservas aumentam quando há um superávit no Balanço de Pagamentos (BP), ou seja,</p><p>quando a soma das “Transações Correntes”, “Conta de Capital” e “Conta Financeira”</p><p>forem positivas. Assim, em um economia sem intervenção do governo, ocorrerá uma</p><p>valorização da moeda local, diminuindo assim o valor da moeda estrangeira. Da mesma</p><p>forma, quando o Balanço de Pagamento for negativo, haverá uma diminuição de moeda</p><p>estrangeira no país, ocasionando um valorização do dólar (desvalorização da moeda local,</p><p>no caso do Brasil, uma desvalorização do Real).</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>313</p><p>Política Cambial</p><p>Reservas Internacionais</p><p>REGIME ENTRADA DE DÓLARES SÁIDA DE DÓLARES</p><p>CÂMBIO</p><p>FIXO</p><p>Para manter o preço fixo,</p><p>o BACEN irá comprar os dólares,</p><p>aumentando sua reserva cambial.</p><p>Para manter o preço fixo,</p><p>o BACEN irá vender seus dólares,</p><p>diminuindo suas reserva cambial.</p><p>CÂMBIO</p><p>FLUTUANTE</p><p>O BACEN não irá interferir,</p><p>mantendo sua reserva cambial.</p><p>Assim, o preço do dólar irá diminuir.</p><p>O BACEN não irá interferir,</p><p>mantendo sua reserva cambial.</p><p>Com isso, o preço do dólar irá</p><p>aumenta.</p><p>CÂMBIO</p><p>FLUTUANTE</p><p>SUJO</p><p>Se o BACEN entender ser relevante,</p><p>ele irá comprar parte desses dólares</p><p>para minimizar a desvalorização do</p><p>dólar. Com isso, aumentará a sua</p><p>reserva cambial.</p><p>Se o BACEN entender ser</p><p>relevante, ele irá vender dólares</p><p>para minimizar a valorização do</p><p>dólar. Desta forma, diminuirá a</p><p>sua reserva cambial.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>314</p><p>Política Cambial</p><p>Relações de Paridade entre Moedas</p><p>As relações de paridade entre moedas referem-se a diferentes conceitos econômicos que</p><p>descrevem a relação teórica entre taxas de câmbio e outras variáveis econômicas, como</p><p>preços de bens, taxas de juros ou inflação.</p><p>A relação de paridade mais conhecida é a Paridade do Poder de Compra (PPC).</p><p>Essa relação afirma que, no longo prazo, as taxas de câmbio entre duas moedas devem</p><p>ajustar-se de tal forma que um mesmo bem ou cesta de bens tenha o mesmo preço em</p><p>ambas as moedas, quando expressos na mesma moeda.</p><p>Por exemplo, se um determinado bem custa 10 euros na zona do euro e 12 dólares nos</p><p>Estados Unidos, a taxa de câmbio de paridade do poder de compra seria 1 EUR = 1,20</p><p>USD.</p><p>Essa relação serve como um guia de longo prazo para as taxas de câmbio, baseado em</p><p>fundamentos econômicos. Porém, no curto prazo, as taxas de câmbio podem se desviar</p><p>significativamente da PPC devido a fatores como especulação, políticas monetárias e</p><p>diferenças nas taxas de inflação.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>315</p><p>Política Cambial</p><p>Swap Cambial e Swap Cambial Reverso</p><p>Swap é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas ou</p><p>rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos (neste caso, uma das partes</p><p>é o Banco Central), não ocorrendo transferências de ativos, mas sim um crédito ou débito</p><p>em moeda local no final da operação. Nesta operação, os indexadores serão a taxa Selic e</p><p>a variação cambial do dólar. Estas operações poderão ser de dois tipos:</p><p>Ø Swap Cambial: o Banco Central “vende” dólares com a obrigação de “recomprá-</p><p>los” no futuro, recebendo em troca a taxa de juros do período. Desta forma, o</p><p>governo age com o intuito de arrefecer uma alta do dólar.</p><p>Ø Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na ponta contrária ao</p><p>Swap Cambial. Ao invés de “vender” dólares, ele “compra” dólares para evitar uma</p><p>valorização do real (desvalorização do dólar), pagando ao investidor os juros do</p><p>período e recebendo a variação do dólar.</p><p>Nos dois casos, após a operação, analisa-se o resultado operacional da</p><p>valorização/desvalorização do dólar, havendo somente o pagamento/recebimento do</p><p>resultado financeiro.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>316</p><p>q EXEMPLOS:</p><p>Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende</p><p>deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir</p><p>as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma</p><p>das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação).</p><p>Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar</p><p>o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as</p><p>exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança</p><p>Comercial será negativa.</p><p>POLÍTICA OPERAÇÃO</p><p>EXPANSIONISTA</p><p>(Desvalorização Cambial)</p><p>• Banco Central compra dólares; ou</p><p>• Realiza Swap Cambial Reverso</p><p>CONTRACIONISTA</p><p>(Valorização Cambial)</p><p>• Banco Central vende dólares; ou</p><p>• Realiza Swap Cambial</p><p>Política Cambial</p><p>Aplicação Prática</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>317</p><p>Política Cambial</p><p>Cupom Cambial</p><p>O CUPOM CAMBIAL pode ser definido como “a taxa de juros em dólar, que remunera</p><p>investimentos em moeda estrangeira feitos no Brasil”. É como se o investidor não</p><p>precisasse transformar seus recursos para reais, mantendo toda a aplicação em dólares.</p><p>Qualquer investidor poderá fazer essa aplicação através de duas formas, que são:</p><p>Ø Cupom Cambial Sujo (DDI): O valor do dólar inicial é calculado com base na PTAX,</p><p>sendo que ela utiliza a taxa média do dólar do dia anterior.</p><p>Ø Cupom Cambial Limpo (FRC): É retirado o efeito da variação cambial, substituindo</p><p>a PTAX do dia anterior pela operação da taxa do dólar spot.</p><p>Primeiramente iremos apresentar a fórmula direta do Cupom Cambial (taxa de juros</p><p>Brasil, dividida pela diferença do dólar futuro pelo dólar a vista). Depois iremos apresentar</p><p>a origem da fórmula, pois ela remete a fórmula dos juros compostos (valor presente</p><p>acrescido por uma certa taxa de juro). Outro ponto interessante é que estas taxas são</p><p>apresentadas ao ano e com isso, deveremos fazer as devidas conversões de taxas, sendo</p><p>que a taxa Brasil (Selic ou DI) possui conversão em juros compostos e base em 252 dias</p><p>úteis e a taxa do cupom cambial segue a regra americana, ou seja, conversão por juros</p><p>simples e base em 360 dias corridos.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>318</p><p>Política Cambial</p><p>Cupom Cambial: Fórmula 1</p><p>Para chegarmos no valor do cupom cambial, conforme fórmula abaixo, basta dividir a taxa</p><p>de juros Brasil do período pela variação do preço do dólar futuro em relação ao dólar a</p><p>vista. Mas para deixar mais fácil a compreensão do cálculo, iremos trazer um passo a</p><p>passo para o devido cálculo, conforme a seguir:</p><p>Ø (1) A TLR Brasil (taxa livre de risco: Selic ou DI) deverá ser convertida para</p><p>o prazo</p><p>do período, utilizando a conversão por juros compostos e dias úteis (lembrando que</p><p>um ano possui 252 dias úteis).</p><p>Ø (2) Encontrar a variação do dólar, dividindo o dólar futuro pelo dólar spot.</p><p>Ø (3) Fazer a divisão da TLR Brasil do respectivo período, pela variação do dólar.</p><p>Ø (4) Converter a taxa encontrada para ano, devendo ser utilizada a conversão por</p><p>juros simples e através de dias corridos (um ano possui 360 dias corridos).</p><p>q FÓRMULA:</p><p>./012 .425647 = 9 + ;ó@AB CDEDBF</p><p>>ó@AB à HIJEA</p><p>− 1 M NOP</p><p>Q64R S1TT6Q1R</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>319</p><p>q EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias</p><p>úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado</p><p>a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual a taxa do Cupom Cambial?</p><p>q RESPOSTA: Perceba que o contrato apresentado está para 3 meses (90 dias corridos</p><p>e/ou 63 dias úteis), mas a taxa Brasil está apresentada ao ano. Diante disso, o primeiro</p><p>passo (1) é converter a taxa para o período do contrato (63 dias úteis). A segunda etapa é</p><p>saber (2) qual a diferente (em taxa) do dólar de hoje para o dólar futuro e para isso,</p><p>basta dividir os dois valores dos dólares, para posteriormente . Desta forma:</p><p>Política Cambial</p><p>Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1</p><p>(1) TAXA BRASIL 63DU:</p><p>o 12 [i]</p><p>o 252 [n]</p><p>o 63</p><p>o [R/S]</p><p>R: 2,8737% = 1,028737</p><p>(2) DÓLAR FUTURO POR</p><p>DÓLAR A VISTA</p><p>o 2,10 [ENTER]</p><p>o 2,07 [÷]</p><p>R: 1,014493</p><p>(3) FÓRMULA</p><p>Com os valores de (1) e (2)</p><p>calculados, iremos enxergar</p><p>aonde estes números são</p><p>aplicados na fórmula. Verás</p><p>agora. que basta dividir e</p><p>converter para ano.</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>320</p><p>q EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias</p><p>úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado</p><p>a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual o valor do Cupom Cambial?</p><p>Política Cambial</p><p>./012 .425647 = 9, PVWXNX</p><p>9, P9YYZO − 1 M NOPZP</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1</p><p>./012 .425647 = 9 + ;ó@AB CDEDBF</p><p>>ó@AB A HIJEA</p><p>− 1 M NOP</p><p>Q64R S1TT6Q1R</p><p>./012 .425647 = 9, P9YPNW − 1 M Y</p><p>4 ./012 .425647 = P, P9YPNW M Y</p><p>5 ./012 .425647 = P, P[O9[P = [, OV% 41 4]1</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>321</p><p>Política Cambial</p><p>Cupom Cambial: Fórmula 2</p><p>Como foi dito, o Cupom Cambial faz parte da fórmula básica da matemática financeira de</p><p>juros compostos. Como assim? Exatamente isso, a fórmula básica nos diz que todo e</p><p>qualquer valor futuro parte do valor presente pela correção de uma certa taxa de juros e</p><p>o dólar futuro não é diferente.</p><p>Para chegamos no dólar futuro (Forward), basta termos o dólar à vista e multiplicarmos</p><p>por uma certa taxa. Mas qual taxa? Essa taxa será a divisão entre a taxa livre de risco</p><p>Brasil, dividida pela taxa do Cupom Cambial, conforme fórmula abaixo. No entanto, aqui</p><p>teremos que fazer a parte algébrica, necessitando “isolar” o Cupom Cambial para poder</p><p>resolver o problema.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>0123425 = 6718× : +</p><p>^_</p><p>V[V</p><p>: + ??× @?</p><p>ABC</p><p>CFG – Certificação de fundamentos de Gestão</p><p>322</p><p>Política Cambial</p><p>`$ V, 9P</p><p>`$ V, PX =</p><p>9 + 9V% %,#$</p><p>9 + ..×P, V[</p><p>c1Td4TQ = e01f× 9 + ;</p><p>do balanço.</p><p>Ø Não Circulante: todos os demais passivos que não se enquadram nos critérios</p><p>acima devem ser classificados como não circulantes.</p><p>331</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Patrimônio Líquido</p><p>Recursos dos proprietários (sócios ou acionistas) aplicados na companhia. Interesse</p><p>residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos</p><p>Ele é dividido em três grandes categorias, como regra geral:</p><p>Ø Capital Social: Recursos integralizados pelos sócios ou acionistas na constituição</p><p>da empresa e eventuais reinvestimentos de lucros;</p><p>Ø Reservas de Capital: Valores recebidos não originados do resultado da empresa</p><p>(exemplo: ágio na emissão de ações);</p><p>Ø Reserva de Lucros: Parte dos lucros gerados pela companhia que ainda não foram</p><p>distribuídos para sócios ou acionistas.</p><p>332</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Itens Monetários e Não Monetários</p><p>Para concluir as informações sobre o Balanço Patrimonial, precisamos determinar o que</p><p>são Itens Monetários e o que são Itens não Monetários.</p><p>Um item monetário é definido como aquele que é expresso em unidades monetárias e</p><p>que tem a capacidade de ser recebido ou liquidado em dinheiro. Em outras palavras, um</p><p>item monetário é qualquer ativo ou passivo que tenha um valor específico em moeda</p><p>corrente e possa ser convertido em dinheiro facilmente. Exemplos comuns de itens</p><p>monetários incluem dinheiro em caixa, contas a receber, empréstimos a receber, contas a</p><p>pagar e empréstimos a pagar.</p><p>Já um item não monetário é aquele que não é expresso em unidades monetárias e/ou</p><p>que não pode ser convertido facilmente em dinheiro. Em geral, itens não monetários são</p><p>ativos tangíveis ou intangíveis, como propriedade, planta, equipamentos, patentes,</p><p>marcas registradas, entre outros. A avaliação e contabilização desses itens geralmente</p><p>envolvem métodos diferentes daqueles usados para itens monetários, já que seu valor</p><p>não é diretamente mensurável em moeda corrente.</p><p>333</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Notas Explicativas</p><p>As Notas Explicativas têm o objetivo de fornecer informações adicionais e detalhadas que</p><p>complementam as demonstrações financeiras, ajudando os usuários a entenderem</p><p>melhor a posição financeira, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade.</p><p>As informações nas Notas Explicativas devem ser apresentadas de maneira clara e</p><p>compreensível, evitando-se informações excessivamente técnicas que possam dificultar a</p><p>compreensão pelos usuários. Além disso, as Notas Explicativas devem incluir informações</p><p>comparativas de períodos anteriores para permitir que os usuários comparem o</p><p>desempenho e a posição financeira ao longo do tempo.</p><p>E, por fim, deve haver consistência na apresentação das Notas Explicativas de um período</p><p>para outro, a menos que uma alteração na apresentação ou na política contábil seja</p><p>justificada.</p><p>334</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)</p><p>Visão GeralVisão Geral</p><p>Reflete o resultado (lucro ou prejuízo) obtido pela companhia, confrontando receitas e</p><p>despesas ocorridas em determinado período.</p><p>Receitas</p><p>Custos</p><p>Despesas</p><p>Lucro / Prejuízo</p><p>335</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)</p><p>Visão Detalhada</p><p>Receita Bruta de Vendas de Bens e Serviços</p><p>(-) Impostos sobre as vendas</p><p>(-) Devoluções, Descontos Comerciais e Abatimentos</p><p>(=) RECEITA LÍQUIDA</p><p>(-) Custo das Produtos e Serviços Vendidos</p><p>(=) LUCRO BRUTO</p><p>(-) Despesas de Vendas</p><p>(-) Despesas Gerais e Administrativas</p><p>(-) Despesas Financeiras Líquidas</p><p>(-) Outras Despesas Operacionais</p><p>(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)</p><p>(-) Provisão para o Imposto de Renda</p><p>(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO</p><p>336</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)</p><p>Visão Geral</p><p>Sintetiza de maneira estruturada entradas e saídas de caixa de uma companhia durante</p><p>determinado período. Ele é dividido em três grandes contas:</p><p>Ø Atividades Operacionais (FCO): Vendas à vista de mercadorias e serviços;</p><p>recebimento de vendas a prazo a clientes; pagamentos a fornecedores; receitas</p><p>financeiras de aplicações e empréstimos concedidos; pagamentos de salários e</p><p>recolhimento de encargos sociais; recolhimento de impostos e outras</p><p>movimentações em contas do ativo e passivo circulante;</p><p>Ø Atividades de Investimento (FCI): Pagamento por aquisições de imobilizado e</p><p>intangível; recebimentos por vendas de imobilizado e intangível; aplicações ou</p><p>resgates de investimentos financeiros classificados como não circulante; pagamento</p><p>por edificações; aquisições ou vendas de participações acionárias, aquisições ou</p><p>vendas de outros ativos não circulantes;</p><p>ØAtividades de Financiamento (FCF): Compra ou venda de ações de emissão</p><p>própria, empréstimos e financiamentos levantados no mercado financeiro,</p><p>pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.</p><p>337</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>Impacto no caixa</p><p>Um grande desafio em certos exercícios é calcular o impacto no fluxo de caixa em função</p><p>de alterações em rubricas contábeis dos ativos e passivos circulantes.</p><p>Quando analisamos variações em contas do Ativo Circulante, a relação é inversa: uma</p><p>variação positiva em contas do ativo circulante impactará negativamente o caixa.</p><p>Por exemplo, se o Contas a Receber subir de 100 para 150 de um período para o outro,</p><p>isso significa que as vendas a prazo superaram as vendas à vista. Com isso, já houve um</p><p>registro positivo no faturamento na DRE, mas ainda não ocorreu a entrada de caixa</p><p>referente às vendas a prazo.</p><p>Porém, se o Contas a Receber reduziu de 200 para 100, podemos concluir que clientes</p><p>que tinham comprado a prazo em períodos anteriores efetuaram o pagamento no</p><p>exercício corrente. Logo, houve uma variação positiva no caixa.</p><p>338</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>Impacto no caixa</p><p>Por sua vez, quando analisamos variações em contas do Passivo Circulante, a relação é</p><p>direta: uma variação positiva em contas do passivo circulante impactará positivamente o</p><p>caixa.</p><p>Por exemplo, se a rubrica Fornecedores a Pagar subir de 300 para 500 de um período para</p><p>o outro, isso significa conseguimos um prazo de pagamento com fornecedores. Com isso,</p><p>podemos dizer que já houve a venda da mercadoria, ou seja, recebemos caixa, mas ainda</p><p>não desembolsamos o valor pela compra dessa mercadoria vendida ao fornecedor.</p><p>Porém, se a rubrica Fornecedores a Pagar cair de 800 para 400 de um período para o</p><p>outro, isso significa que diminuímos nossa dívida com o fornecedor, ou seja, efetuamos o</p><p>pagamento de parte desse passivo. Logo, houve uma saída de caixa.</p><p>Vamos a dois exemplos numérico para tornar esse conceito mais claro.</p><p>339</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>INÍCIO</p><p>ATIVOS PASSIVOS + PL</p><p>Caixa 400.000 Contas a</p><p>pagar 200.000</p><p>C/R 200.000 Salários a</p><p>pagar 100.000</p><p>Estoques 250.000 Impostos 200.000</p><p>Imobilizado 150.000 PL 500.000</p><p>Total 1.000.000 Total 1.000.000</p><p>DRE Recebimento/</p><p>Desembolso</p><p>Receitas 1.000.000 À vista</p><p>Custos - 800.000 À vista</p><p>Salários - 100.000 A prazo</p><p>IR - 100.000 À vista</p><p>Lucro</p><p>Líquido 0,00</p><p>No exemplo acima, listamos os valores do Balanço Patrimonial referentes ao início de</p><p>determinado período e, ao lado, algumas rubricas do Demonstrativo do Resultado do</p><p>Exercício (DRE). Mais ao lado, destacamos como será feito o Recebimento e o Desembolso</p><p>de cada rubrica do DRE: à vista ou a prazo.</p><p>Como os salários são o único valor a ser desembolsado a prazo, a conta Salários a Pagar,</p><p>na lista dos Passivos do Balanço, sofrerá um acréscimo de 100.000 (valor a ser pago no</p><p>próximo exercício); por sua vez, o caixa também sofrerá um acréscimo de 100.000.</p><p>340</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>TÉRMINO</p><p>ATIVOS PASSIVOS + PL</p><p>Caixa 400.000 + 100.000 = 500.000 Contas a pagar 200.000</p><p>C/R 200.000</p><p>Salários a pagar 100.000 + 100.000 = 200.000</p><p>Estoques 250.000 Impostos 200.000</p><p>Imobilizado 150.000 PL 500.000</p><p>Total 1.000.000 + 100.000 = 1.100.000 Total 1.000.000 + 100.000 = 1.100.000</p><p>Acima, detalhamos as variações nas rubricas Caixa e Salários a Pagar, o que permite a</p><p>igualdade do balanço, com acréscimo de 100.000 em ambos os lados, levando ao total de</p><p>1.100.000 em cada lado (Ativos e Passivos mais Patrimônio Líquido).</p><p>Se houvesse registro de Lucro Líquido, então os lançamentos seriam os seguintes:</p><p>Ø Positivo na conta Lucros Acumulados, no Patrimônio Líquido (assumindo que esse</p><p>lucro não foi ainda distribuído aos acionistas); e</p><p>Ø Positivo, no mesmo valor, na rubrica Caixa.</p><p>341</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>INÍCIO</p><p>ATIVOS PASSIVOS + PL</p><p>Caixa 400.000 Contas a</p><p>pagar 200.000</p><p>C/R 200.000 Salários a</p><p>pagar 100.000</p><p>Estoques 250.000 Impostos 200.000</p><p>Imobilizado 150.000 PL 500.000</p><p>Total 1.000.000 Total 1.000.000</p><p>DRE Recebimento/</p><p>Desembolso</p><p>Receitas 200.000 A prazo</p><p>Custos - 50.000 À vista</p><p>Salários - 50.000 À vista</p><p>IR - 100.000 À vista</p><p>Lucro</p><p>Líquido 0,00</p><p>Nesse outro exemplo, seguimos a mesma estrutura, mas alteramos os valores do DRE e</p><p>também o recebimento das receitas de à vista para a prazo. Os demais valores serão à</p><p>vista.</p><p>Como agora as receitas serão recebidas a prazo, a rubrica Contas a Receber sofrerá</p><p>elevação de 200.000, justamente o valor das vendas a prazo. Porém, para manter a</p><p>igualdade do balanço, o Caixa precisará sofrer uma redução de mesma magnitude.</p><p>342</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>TÉRMINO</p><p>ATIVOS PASSIVOS + PL</p><p>Caixa 400.000 - 200.000 = 200.000 Contas a pagar 200.000</p><p>C/R 200.000 + 200.000 = 400.000 Salários a pagar 100.000</p><p>Estoques 250.000 Impostos 200.000</p><p>Imobilizado 150.000 PL 500.000</p><p>Total 1.000.000 Total 1.000.000</p><p>Acima, detalhamos as variações nas rubricas Caixa e Contas a Receber, o que permite a</p><p>igualdade do balanço, com acréscimo de 200.000 em Contas a Receber e redução dos</p><p>mesmos 200.000 no Caixa. Como ambas variações ocorreram nos Ativos, o valor total de</p><p>Ativos e Passivos + Patrimônio Líquido não sofrerá alterações.</p><p>343</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Variações em rubricas do balanço</p><p>Impacto no caixa</p><p>Resumindo:</p><p>VARIAÇÃO RUBRICA IMPACTO NO</p><p>CAIXA</p><p>POSITIVA</p><p>ATIVOS CIRCULANTES</p><p>(CONTAS A RECEBER, ESTOQUES)</p><p>NEGATIVO</p><p>NEGATIVA POSITIVO</p><p>VARIAÇÃO RUBRICA IMPACTO NO</p><p>CAIXA</p><p>POSITIVA</p><p>PASSIVOS CIRCULANTES</p><p>(CONTAS A RECEBER, ESTOQUES)</p><p>POSITIVO</p><p>NEGATIVA NEGATIVO</p><p>344</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>3.2 Análise Financeira das Demonstrações</p><p>Contábeis</p><p>344</p><p>345</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Capital de Giro Líquido</p><p>Conceito</p><p>O Capital de Giro Líquido é um indicador financeiro que representa a diferença entre os</p><p>Ativos Circulantes e os Passivos Circulantes de uma empresa, ou seja, a quantidade de</p><p>recursos financeiros que a empresa tem disponível para financiar suas atividades</p><p>operacionais no curto prazo.</p><p>De maneira simplificada, o capital de giro líquido pode ser calculado pela seguinte</p><p>fórmula:</p><p>Capital de Giro Líquido = Ativos Circulantes - Passivos Circulantes</p><p>Os ativos circulantes correspondem aos bens e direitos que podem ser convertidos em</p><p>dinheiro no curto prazo, como contas a receber, estoques e investimentos de curto prazo.</p><p>Já os passivos circulantes são as obrigações que a empresa precisa cumprir no curto prazo,</p><p>como contas a pagar, empréstimos de curto prazo e impostos a serem pagos.</p><p>346</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Capital de Giro Líquido</p><p>Conceito</p><p>Assim, o Capital de Giro Líquido indica se a empresa tem recursos suficientes para</p><p>financiar suas atividades operacionais no curto prazo, sem depender de empréstimos ou</p><p>outras fontes de financiamento.</p><p>Se o Capital de Giro Líquido for positivo, significa que a empresa tem mais ativos</p><p>circulantes do que passivos circulantes, o que indica que ela possui uma boa saúde</p><p>financeira no curto prazo.</p><p>Porém, se o Capital de Giro Líquido for negativo, significa que a empresa tem mais</p><p>passivos circulantes do que ativos circulantes, o que pode indicar que ela está com</p><p>dificuldades financeiras no curto prazo.</p><p>347</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>EBITDA (LAJIDA)</p><p>Conceito</p><p>O Ebitda é um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e</p><p>pelos analistas de mercado. Esta sigla significa “Earnings Before Interest, Taxes,</p><p>Depreciation and Amortization”, que traduzido para o português seria Lucros Antes de</p><p>Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, portanto, no Brasil, também o chamamos</p><p>de LAJIDA.</p><p>Este indicador representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto</p><p>a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em</p><p>consideração os efeitos financeiros e de impostos.</p><p>A utilização do EBITDA ganha importância, pois analisar somente o lucro ou prejuízo de</p><p>uma companhia (o seu resultado final) tem sido insuficiente para avaliar seu real</p><p>desempenho. Isto por que muitas empresas tem seu lucro ajustado por fatores</p><p>puramente contábeis, ou por fatores que não são o “core business” da companhia (parte</p><p>central da empresa), como por exemplo, ganhos de operações financeiras e não</p><p>operacionais.</p><p>348</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>EBITDA (LAJIDA)</p><p>Cálculo do EBITDA</p><p>(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>(-) Impostos Incidentes sobre Vendas (tais como PIS/COFINS)</p><p>(=) Receita Líquida de Vendas</p><p>(-) Custo dos Produtos Vendidos</p><p>(-) Despesas Operacionais (Vendas, Administrativas, Outras)</p><p>(=) EBITDA (LAJIDA) = LUCRO OPERACIONAL AJUSTADO</p><p>(-) Despesas Financeiras (tais como Juros e JCP)</p><p>(-) Depreciação e Amortização</p><p>(-) Tributos (IRPJ e CSLL)</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO</p><p>SUBTRAIR O</p><p>OPERACIONAL</p><p>SOMAR O NÃO</p><p>OPERACIONAL</p><p>349</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>EBITDA (LAJIDA)</p><p>Exemplo</p><p>A empresa RToro Education S/A obteve no seu último ano fiscal, os seguintes resultados</p><p>financeiros:</p><p>Ø Receita Líquida: R$ 100.000,00</p><p>Ø Despesas com fornecedores: R$ 60.000,00</p><p>Ø Despesas operacionais: R$ 17.000,00</p><p>Ø Despesas financeiras: R$ 4.000,00</p><p>Ø Depreciação: R$ 4.000,00</p><p>Ø Amortização: R$ 2.000,00</p><p>Ø Impostos (IRPJ e CSLL): R$ 7.000,00</p><p>Ø Lucro Líquido: R$ 6.000,00</p><p>Desta forma, qual foi o valor do seu EBITDA?</p><p>350</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>EBITDA (LAJIDA)</p><p>Solução do Exemplo</p><p>R$ 100.000,00 RECEITA LÍQUIDA</p><p>(-) R$ 60.000,00 Despesas com Fornecedores</p><p>(-) R$ 17.000,00 Despesas Operacionais</p><p>(=) R$ 23.000,00 EBITDA (LAJIDA)</p><p>(+) R$ 4.000,00 Juros (Despesas Financeiras)</p><p>(+) R$ 7.000,00 Impostos (IRPJ e CSLL)</p><p>(+) R$ 4.000,00 Depreciação</p><p>(+) R$ 2.000,00 Amortização</p><p>R$ 6.000,00 LUCRO LÍQUIDO</p><p>SUBTRAI</p><p>SOMA</p><p>LA</p><p>J</p><p>I</p><p>D</p><p>A</p><p>O EBITDA, também chamado de LAJIDA, pode ser calculado partindo tanto da sua Receita</p><p>Operacional (descontando seus custos operacionais), quanto do seu Lucro Líquido</p><p>(adicionando a parte não operacional: Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações).</p><p>Desta forma, mostraremos das duas formas para chegarmos na resposta de R$ 23.000,00:</p><p>351</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis</p><p>Visão Geral</p><p>Liquidez Solvência Rentabilidade</p><p>Liquidez Geral Cobertura de Juros Retorno sobre o Ativo</p><p>(ROA)</p><p>Liquidez Corrente Saldo de Tesouraria sobre</p><p>vendas</p><p>Retorno sobre o Patrimônio</p><p>Líquido (ROE)</p><p>Liquidez Seca Participação de Capitais de</p><p>Terceiros Margem Bruta</p><p>Grau de endividamento Margem Operacional</p><p>Margem Líquida</p><p>Retorno sobre Vendas</p><p>352</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis</p><p>Índices de Liquidez</p><p>Índice Fórmula</p><p>Liquidez Geral !"#$% '#()*+,-". + 0.,+#1á$.+ , 3%-4% 5(,1%</p><p>5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".</p><p>Liquidez Corrente !"#$% '#()*+,-".</p><p>5,66#$% '#()*+,-".</p><p>Liquidez Seca !"#$% '#()*+,-". − 96"%:*.6</p><p>5,66#$% '#()*+,-".</p><p>353</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis</p><p>Índices de Solvência</p><p>Índice Fórmula</p><p>Cobertura de Juros</p><p>3*)(% ,-".6 ;%6 %6"%6</p><p>?.6>.6,6 @#-,-).#(,6</p><p>Saldo de Tesouraria sobre vendas</p><p>A,+;% ;. B.6%*(,(#,</p><p>C.-;,6 +í:*#;,6 + E=>%6"%6 6%F(. $.-;,6</p><p>Participação de Capitais de</p><p>Terceiros</p><p>5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".</p><p>5,"(#=ô-#% 3í:*#;%</p><p>Grau de endividamento 5,66#$% '#()*+,-". + 5,66#$% -ã% '#()*+,-".</p><p>!"#$% B%",+</p><p>354</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Análise das Demonstrações Financeiras Contábeis</p><p>Índices de Rentabilidade</p><p>Índice Fórmula</p><p>Retorno sobre o Ativo (ROA) 3*)(% H>.(,)#%-,+</p><p>!"#$% B%",+ Ié;#%</p><p>Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)</p><p>3*)(% 3í:*#;%</p><p>5,"(#=ô-#% 3í:*#;% Ié;#%</p><p>Margem Bruta</p><p>3*)(% K(*"%</p><p>C.-;,6 3í:*#;,6</p><p>Margem Operacional</p><p>3*)(% H>.(,)#%-,+</p><p>C.-;,6 3í:*#;,6</p><p>Margem Líquida</p><p>3*)(% 3í:*#;%</p><p>C.-;,6 3í:*#;,6</p><p>Retorno sobre Vendas</p><p>3*)(% H>.(,)#%-,+</p><p>C.-;,6 3í:*#;,6</p><p>355</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Manipulação de Informações Financeiras</p><p>Conceito</p><p>Infelizmente, as demonstrações contábeis estão sujeitas a ações mal intencionadas, que</p><p>podem levar à manipulação de informações financeiras e, em última instância, possíveis</p><p>fraudes.</p><p>As manipulações financeiras podem ser divididas em três grandes categorias:</p><p>Ø Manipulação de Receitas: pode estar relacionada ao reconhecimento antecipado</p><p>de receitas, reconhecimento atrasado de despesas e à classificação de receitas não</p><p>operacionais ou ganhos não recorrentes como receitas recorrentes.</p><p>Ø Manipulação de Fluxo de Caixa: podem se configurar manipulações de fluxo de</p><p>caixa a partir, por exemplo, da classificação de fluxos de caixa não operacionais como</p><p>sendo operacionais.</p><p>Ø Manipulação de Indicadores Chave da Empresa: quando receitas, despesas e</p><p>fluxos de caixa são manipulados, invariavelmente os indicadores que são calculados a</p><p>partir desses números também terão impactos, o que pode levar a interpretações</p><p>equivocadas sobre os indicadores da companhia.</p><p>356</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>3.3 Estrutura de Capital</p><p>356</p><p>357</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Grau de Alavancagem</p><p>Exemplo</p><p>Rubrica Queda das</p><p>vendas Cenário Base Aumento das</p><p>vendas</p><p>Variação das vendas (em relação ao cenário base) -10% +10%</p><p>(a) Receita (vendas) 2.880.000,00 3.200.000,00 3.520.000,00</p><p>(b) Custo do Produto Vendido (50% vendas) - 1.440.000,00 - 1.600.000,00 1.760.000,00</p><p>(c) Despesas fixas (Alavancagem Operacional) - 600.000,00 - 600.000,00 - 600.000,00</p><p>(a) – (b) – (c) Lucro antes de Juros e IR (LAJIR) 840.000,00 1.000.000 1.160.000,00</p><p>Variação LAJIR (em relação ao cenário base) -16% +16%</p><p>(d) Despesas financeiras (Alavancagem Financeira) -200.000,00 -200.000,00 -200.000</p><p>(a) – (b) – (c) – (d) Lucro antes de IR (LAIR) 640.000,00 800.000,00 960.000,00</p><p>Variação LAIR (em relação ao cenário base) -20% +20%</p><p>Antes de entrarmos no conceito propriamente dito de alavancagem, vamos analisar o</p><p>exemplo abaixo, em que variamos em 10%, para mais e para menos, o volume de vendas</p><p>e calculamos o impacto no LAJIR (Lucro Antes de Juros e IR) e LAIR (Lucro Antes de IR).</p><p>358</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Grau de Alavancagem</p><p>Exemplo</p><p>Rubrica Queda das</p><p>vendas Cenário Base Aumento das</p><p>vendas</p><p>Variação das vendas (em relação ao cenário base) -10% +10%</p><p>(c) Despesas fixas (Alavancagem Operacional) - 600.000,00 - 600.000,00 - 600.000,00</p><p>Variação LAJIR (em relação ao cenário base) -16% +16%</p><p>(d) Despesas financeiras (Alavancagem</p><p>Financeira) -200.000,00 -200.000,00 -200.000</p><p>Variação LAIR (em relação ao cenário base) -20% +20%</p><p>Antes de entrarmos no conceito propriamente dito de alavancagem, vamos analisar o</p><p>exemplo abaixo, em que variamos em 10%, para mais e para menos, o volume de vendas</p><p>e calculamos o impacto no LAJIR (Lucro Antes de Juros e IR) e LAIR (Lucro Antes de IR).</p><p>Note que o LAJIR variou 16% em relação ao cenário base, em função de uma variação de</p><p>10% do volume de vendas. E o LAIR variou 20% em relação ao cenário base, em função de</p><p>uma variação de 10% do volume de vendas.</p><p>359</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Grau de Alavancagem</p><p>Exemplo</p><p>A variação proporcionalmente maior do LAJIR e do LAIR, em função de uma alteração no</p><p>volume de vendas, se deve à existência de valores fixos, respectivamente: despesas</p><p>operacionais e despesas financeiras.</p><p>Com isso, uma variação de 10% nas vendas levou a uma variação de 16% no LAJIR: aqui</p><p>evidenciamos a presença da Alavancagem Operacional.</p><p>Em outras palavras, o LAJIR sofreu uma alteração de 16%/10% = 1,6x a variação das</p><p>vendas. Essa proporção se mantém para qualquer variação no volume de vendas, a partir</p><p>desse cenário base. Em se alterando o cenário base, então teríamos outros valores de</p><p>alavancagem.</p><p>360</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Grau de Alavancagem</p><p>Exemplo</p><p>Por sua vez, a variação de 16% no LAJIR foi seguida de uma variação de 20% do LAIR, em</p><p>função da despesa financeira fixa. Aqui evidenciamos a presença da Alavancagem</p><p>Financeira.</p><p>Em outras palavras, o LAIR sofreu uma alteração de 20%/16% = 1,25x a variação do</p><p>LAJIR. Essa proporção se mantém para qualquer variação no volume de vendas, a partir</p><p>desse cenário base.</p><p>Por fim, em função do efeito conjunto da Alavancagem Operacional e Financeira, o LAIR</p><p>sofreu uma alteração de 20%, em função de uma mudança de 10% nas vendas. Aqui</p><p>evidenciamos a presença da Alavancagem Total.</p><p>Em outras palavras, o LAIR sofreu uma alteração de 20%/10% = 2x a variação das vendas.</p><p>E, assim como nos demais casos, essa proporção se mantém para qualquer variação no</p><p>volume de vendas, a partir desse cenário base.</p><p>361</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Grau de AlavancagemGrau de Alavancagem</p><p>É possível também calcular os Graus de Alavancagem Operacional (GAO), Financeira (GAF)</p><p>e Total (GAT) a partir das seguintes fórmulas:</p><p>Índice Fórmula Interpretação</p><p>GAO</p><p>L (5 − 'C)</p><p>L 5 − 'C − 'O</p><p>Variação do LAJIR em</p><p>relação à variação das</p><p>vendas</p><p>GAF</p><p>3!PE0</p><p>3!PE0 − PQ0HA</p><p>Variação do LAIR em relação</p><p>à variação do LAJIR. Pode</p><p>também ser calculado como</p><p>ROE/ROI.</p><p>GAT GAO X GAF</p><p>Variação do Lucro Líquido</p><p>em relação à variação das</p><p>vendas</p><p>Em que: Q =Quantidade; P = Preço de Venda (por unidade); CV = Custo Variável (por</p><p>unidade); CF = Custo Fixo Total</p><p>Conceito</p><p>362</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Fórmula Dupont</p><p>Retorno sobre Patrimônio Líquido</p><p>Retorno sobre</p><p>Patrimônio Líquido</p><p>(ROE)</p><p>=</p><p>Lucro Líquido (LL)</p><p>Patrimônio Líquido (PL)</p><p>Retorno sobre</p><p>Patrimônio Líquido</p><p>(ROE)</p><p>=</p><p>Lucro Líquido (LL)</p><p>Patrimônio</p><p>Líquido (PL)</p><p>Vendas Líquidas</p><p>x Vendas Líquidas</p><p>Ativo Total</p><p>x Ativo Total</p><p>Margem Líquida Giro do Ativo Alavancagem</p><p>363</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Modigliani-Miller</p><p>Proposição I</p><p>A Proposição I da Teoria de Modigliani-Miller estabelece que, sob certas condições, o</p><p>valor de mercado de uma empresa não é afetado pela maneira como ela é financiada.</p><p>Em outras palavras, o valor de uma empresa alavancada (com dívidas) é o mesmo que o</p><p>valor de uma empresa não alavancada (sem dívidas).</p><p>Especificamente, a teoria afirma que, em um mercado perfeito, com ausência de</p><p>impostos, custos de transação, assimetria de informações e outros fatores que possam</p><p>distorcer o mercado, o valor de mercado de uma empresa é determinado apenas pelo</p><p>fluxo de caixa gerado pelos seus ativos, independentemente de como ela é financiada</p><p>(ou seja, através de dívida ou de capital próprio).</p><p>Isso significa que, na ausência de distorções no mercado, não haveria vantagem em</p><p>escolher uma determinada estrutura de capital (isto é, um mix de dívida e capital</p><p>próprio) para a empresa, e que o valor da empresa seria o mesmo, independentemente</p><p>de qual estrutura de capital fosse utilizada.</p><p>Apesar de amplamente aceita, essa teoria parte de premissas que não são realistas</p><p>(mercado perfeito), já que há vários fatores que podem afetar a estrutura de capital e o</p><p>valor de mercado de uma empresa na prática.</p><p>364</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Modigliani-Miller</p><p>Proposição II</p><p>Já a proposição II de</p><p>Modigliani-Miller (MM) afirma que o custo de capital próprio (ke) de</p><p>uma empresa é uma função linear positiva da alavancagem financeira, ou seja, do nível</p><p>de endividamento da empresa em relação ao seu patrimônio líquido.</p><p>Segundo essa proposição, o custo de capital próprio aumenta na mesma proporção que a</p><p>alavancagem financeira, o que significa que empresas com mais dívida têm um custo de</p><p>capital próprio mais alto do que empresas com menos dívida.</p><p>Isso ocorre porque os acionistas de uma empresa exigem um retorno mais alto sobre o</p><p>investimento devido ao aumento do risco financeiro da empresa decorrente de uma</p><p>maior alavancagem.</p><p>Assim como a proposição I, a proposição II assume condições ideais de mercado, como</p><p>ausência de impostos, custos de falência, custos de transação e assimetria de</p><p>informações. Na prática, esses fatores podem afetar a relação entre alavancagem</p><p>financeira e custo de capital próprio. No entanto, a proposição II de MM é útil como um</p><p>ponto de referência para entender o efeito da alavancagem financeira no custo de</p><p>capital próprio de uma empresa.</p><p>365</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Modigliani-Miller</p><p>Com Impostos</p><p>Quando consideramos impostos, as proposições de Modigliani-Miller são ajustadas para</p><p>refletir o benefício fiscal da dívida, já que os juros pagos sobre a dívida são dedutíveis do</p><p>imposto de renda. Isso faz com que a estrutura de capital com dívida seja mais vantajosa,</p><p>pois reduz a carga tributária da empresa.</p><p>Com a inclusão dos impostos, o valor de uma empresa alavancada é maior do que o valor</p><p>de uma empresa não alavancada, devido ao benefício fiscal da dívida.</p><p>Porém, na prática não é recomendável que uma empresa se financie apenas com capital</p><p>de terceiros. Nesse sentido, surge a "Static Trade-Off Theory" (Teoria da Troca Estática),</p><p>que sugere que as empresas buscam uma estrutura de capital ótima ao equilibrar os</p><p>benefícios fiscais da dívida com os custos de falência e outros custos financeiros</p><p>associados ao endividamento.</p><p>Essa teoria postula que há um ponto de equilíbrio em que o valor presente dos benefícios</p><p>fiscais da dívida é exatamente compensado pelo valor presente dos custos esperados de</p><p>falência e outros custos financeiros associados à dívida. Nesse ponto, a estrutura de</p><p>capital da empresa é otimizada.</p><p>366</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>CMPC – Custo Médio Ponderado de Capital</p><p>Conceito</p><p>CMPC = !"</p><p>!" $ % ×#$ + %</p><p>!" $ % ×#&× ' − )#</p><p>q Onde:</p><p>Ø PL: Patrimônio Líquido</p><p>Ø D: Dívidas</p><p>Ø PL + D = Total de Ativos</p><p>Peso do</p><p>Capital de</p><p>Terceiros</p><p>Peso do</p><p>Capital</p><p>Próprio</p><p>Benefício Fiscal</p><p>Custo do</p><p>Capital de</p><p>Terceiros</p><p>Retorno</p><p>Requerido pelos</p><p>acionistas</p><p>(CAPM)</p><p>Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)</p><p>Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)</p><p>Ø IR = Alíquota do imposto de renda</p><p>O CMPC (em inglês WACC – Weighted Average Capital Cost) representa a média do custo</p><p>de capitais próprios e de capitais de terceiros de uma empresa. São esses capitais que</p><p>sustentam a companhia, seja por meio de financiamento (capital de terceiros) ou</p><p>investimentos internos (capital próprio), sendo que cada fonte tem um peso na Estrutura</p><p>de Capital.</p><p>367</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>3.4 Reestruturação de Empresas</p><p>367</p><p>368</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Reestruturação de Empresas</p><p>Spin-off, Cisão, Desinvestimento</p><p>Um Spin-Off é a criação de uma nova empresa independente a partir de uma parte das</p><p>operações, negócios ou divisões de uma empresa-mãe. A nova empresa recebe ativos,</p><p>pessoal e recursos da empresa-mãe, mas opera de forma independente. Os acionistas da</p><p>empresa-mãe recebem ações da nova entidade, mantendo sua participação no novo</p><p>negócio. O objetivo é permitir que cada entidade se concentre em suas operações</p><p>específicas, melhorando a eficiência e o valor de mercado.</p><p>A Cisão, também conhecida como "split," é um processo pelo qual uma empresa se</p><p>divide em duas ou mais entidades independentes. Na cisão, uma empresa-mãe divide</p><p>seus ativos e operações entre duas ou mais novas entidades, e os acionistas da empresa-</p><p>mãe recebem ações proporcionais nas novas entidades. A cisão pode ser uma estratégia</p><p>para focar em negócios específicos ou melhorar a eficiência operacional.</p><p>Desinvestimento é o processo pelo qual uma empresa vende ou se desfaz de uma parte</p><p>de seus ativos, negócios ou divisões. Ao contrário do spin-off ou da cisão, no</p><p>desinvestimento, a parte alienada é vendida a outra empresa ou a investidores privados, e</p><p>os acionistas da empresa-mãe não recebem ações da entidade desinvestida. O objetivo</p><p>pode ser levantar capital, reduzir dívidas, concentrar-se em negócios principais ou se</p><p>desfazer de ativos não estratégicos.</p><p>369</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Reestruturação de Empresas</p><p>Joint Venture, Fusão e Incorporação</p><p>Uma joint venture é uma forma de parceria comercial em que duas ou mais empresas</p><p>concordam em colaborar em um projeto específico ou em uma linha de negócios por um</p><p>período determinado de tempo. Nessa parceria, as empresas combinam recursos,</p><p>conhecimentos e experiências para atingir um objetivo comum, como desenvolver um</p><p>novo produto, explorar um novo mercado ou realizar uma atividade específica.</p><p>A fusão e a incorporação são duas estratégias corporativas comuns que envolvem a</p><p>combinação de duas ou mais empresas. Embora ambas tenham o objetivo de criar uma</p><p>única entidade, existem diferenças significativas em sua execução e estrutura.</p><p>Na fusão, as empresas originais deixam de existir, enquanto na incorporação a empresa</p><p>adquirida continua como uma entidade separada sob o controle da empresa adquirente.</p><p>Por sua vez, na fusão, o controle é compartilhado entre as empresas fusionadas, ao passo</p><p>que na incorporação o controle é adquirido pela empresa adquirente. Por fim, na fusão,</p><p>os acionistas das empresas fusionadas recebem ações na nova empresa e na incorporação</p><p>podem receber pagamento em dinheiro, ações da empresa adquirente ou uma</p><p>combinação dos dois.</p><p>370</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Reestruturação de Empresas</p><p>LBO e MBO</p><p>O LBO (Leveraged Buyout) e o MBO (Managament Buyout) são duas estratégias de</p><p>aquisição de empresas. Elas se diferenciam principalmente em quem lidera e quem</p><p>financia a transação.</p><p>No Leveraged Buyout, uma empresa, grupo de investidores ou fundo de private equity</p><p>adquire uma empresa usando principalmente dívida financiada por terceiros. Isso significa</p><p>que a maior parte do capital usado para comprar a empresa é emprestada, e a própria</p><p>empresa-alvo é usada como garantia para o empréstimo.</p><p>Já no Management Buyout, a equipe de gerenciamento existente ou uma parte dela lidera</p><p>a aquisição da empresa. Isso significa que os executivos-chave da empresa-alvo são os</p><p>principais compradores.</p><p>371</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>3.5 Governança Corporativa</p><p>371</p><p>372</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conceito</p><p>Governança Corporativa refere-se ao conjunto de práticas, regras, processos e políticas</p><p>que uma organização segue para garantir transparência, equidade e responsabilidade em</p><p>suas relações com todas as partes interessadas (stakeholders), incluindo acionistas,</p><p>funcionários, clientes e a comunidade em geral.</p><p>Essas práticas visam assegurar que a empresa seja administrada de forma a proteger os</p><p>interesses dos acionistas e outras partes interessadas, promovendo a sustentabilidade e a</p><p>longevidade da empresa. É crucial para a credibilidade da organização no mercado e para</p><p>a confiança dos investidores. Elementos chave da Governança Corporativa incluem:</p><p>Ø Conselho de Administração: Responsável por supervisionar a gestão da empresa e</p><p>tomar decisões estratégicas.</p><p>Ø Transparência e Divulgação: Informação clara e precisa deve ser fornecida aos</p><p>acionistas e ao público em geral.</p><p>Ø Direitos dos Acionistas: Garantia de que os direitos dos acionistas sejam</p><p>respeitados e que eles tenham a possibilidade de influenciar decisões importantes.</p><p>Ø Ética e Integridade:</p><p>Promoção de uma cultura ética dentro da organização.</p><p>Ø Gestão de Riscos: Identificação e gerenciamento adequado de riscos que podem</p><p>afetar a empresa.</p><p>373</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conselho de Administração</p><p>O Conselho de Administração tem um papel crucial na governança corporativa, com várias</p><p>responsabilidades que garantem a direção estratégica e a supervisão eficaz da empresa.</p><p>Algumas das principais responsabilidades do Conselho de Administração são:</p><p>Ø Definição da Estratégia da empresa: estabelecer a visão, a missão e os valores da</p><p>empresa, além de aprovar e acompanhar a implementação do planejamento</p><p>estratégico de longo prazo;</p><p>Ø Supervisão da Gestão Executiva: envolvimento com a nomeação e avaliação de</p><p>executivos, além da definição da remuneração de tais executivos;</p><p>Ø Governança: estabelecer políticas e procedimentos de governança que orientem</p><p>as operações da empresa;</p><p>Ø Gestão de Riscos: identificação dos principais riscos que a empresa enfrenta, além</p><p>de aprovar e monitorar estratégias para mitigar esses riscos;</p><p>Ø Desempenho Financeiro: monitorar o desempenho financeiro da empresa; e</p><p>Ø Proteção dos interesses dos Acionistas: garantir uma comunicação transparente e</p><p>eficaz com os acionistas, além de proteger os direitos dos acionistas e garantir que</p><p>eles tenham voz nas decisões importantes.</p><p>374</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conselho de Administração</p><p>O grau de independência do Conselho de Administração refere-se à proporção de</p><p>membros do conselho que não possuem vínculos significativos com a empresa, como ser</p><p>um executivo atual ou anterior, ou ter relacionamentos comerciais ou familiares próximos</p><p>com a gestão ou acionistas controladores. Esses membros são chamados de conselheiros</p><p>independentes.</p><p>Destacamos a seguir alguns pontos relacionados à importância da presença de membros</p><p>independentes no Conselho de Administração:</p><p>Ø Objetividade e Imparcialidade: conselheiros independentes são mais propensos a</p><p>tomar decisões objetivas, pois não têm interesses pessoais na empresa. Eles ajudam</p><p>a reduzir os conflitos de interesse, uma vez que não estão ligados à gestão nem aos</p><p>acionistas controladores;</p><p>Ø Monitoramento da Gestão: membros independentes supervisionam atividades</p><p>dos executivos, garantindo que as ações da gestão estejam alinhadas com os</p><p>interesses dos acionistas e de outras partes interessadas;</p><p>Ø Atratividade para Investidores: empresas com conselhos independentes são vistas</p><p>como menos arriscadas, atraindo mais investidores e podendo levar a um custo de</p><p>capital mais baixo.</p><p>375</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conflitos de Interesse</p><p>Conflitos de interesse entre administradores, conselheiros e acionistas podem surgir</p><p>devido a diferenças nos objetivos, incentivos e responsabilidades de cada grupo. Esses</p><p>conflitos podem prejudicar a governança corporativa e a performance da empresa.</p><p>Vamos começar citando conflitos de interesse que podem surgir entre Administradores e</p><p>Acionistas.</p><p>Ø Objetivos de Curto Prazo x Longo Prazo: administradores pode focar em metas de</p><p>curto prazo para receber bônus ou garantir sua posição; já os acionistas estão mais</p><p>interessados na valorização de longo prazo das ações e na sustentabilidade da</p><p>empresa;</p><p>Ø Remuneração e Benefícios: administradores podem buscar pacotes de</p><p>remuneração elevados, incluindo bônus, opções de ações e outros benefícios; já os</p><p>acionistas podem considerar esses pacotes excessivos, especialmente se não</p><p>estiverem alinhados com o desempenho da empresa.</p><p>Ø Assunção de riscos: administradores podem evitar riscos para proteger suas</p><p>carreiras, ao passo que acionistas podem estar dispostos a aceitar mais riscos para</p><p>maximizar o retorno sobre seus investimentos.</p><p>376</p><p>CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conflitos de Interesse</p><p>Vamos agora falar sobre conflitos de interesse que podem surgir entre Administradores e</p><p>Conselheiros.</p><p>Ø Controle e Supervisão: administradores podem resistir à supervisão rigorosa por</p><p>parte dos conselheiros, mas os conselheiros têm a responsabilidade de monitorar e</p><p>avaliar o desempenho dos administradores;</p><p>Ø Alinhamento Estratégico: administradores podem ter visões diferentes sobre a</p><p>direção estratégica da empresa, em comparação com a visão do conselho. Porém, os</p><p>conselheiros precisam garantir que a estratégia da administração esteja alinhada</p><p>com os objetivos gerais da empresa e de seus acionistas.</p><p>Por fim, listamos possíveis conflitos de interesse que podem surgir entre Acionistas</p><p>Controladores e Acionistas Minoritários.</p><p>Ø Decisões que beneficiam os controladores: acionistas controladores podem tomar</p><p>decisões que beneficiem seus próprios interesses, em detrimento dos acionistas</p><p>minoritários, que por sua vez podem ver seus interesses prejudicados;</p><p>Ø Transações com Partes Relacionadas: acionistas controladores podem conduzir</p><p>transações com partes relacionadas que sejam benéficas para eles, mas não para a</p><p>empresa como um todo.</p><p>Capítulo 4:</p><p>Finanças Corporativas</p><p>377</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>378</p><p>4.1 Orçamento de Capital</p><p>378</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>379</p><p>Método de Análise de Investimentos</p><p>Conceito</p><p>A Análise de Investimentos busca identificar qual a melhor alocação para os recursos</p><p>financeiro entre as diversas alternativas existentes . Podemos afirmar que essa análise é</p><p>de suma importância ao se considerar a realização de um investimento, pois as</p><p>ferramentas utilizadas conseguem mensurar de forma clara, investimentos com prazos,</p><p>taxas e fluxos de pagamentos distintos, sendo uma ótima ferramenta de apoio a decisão</p><p>do investidor.</p><p>Os métodos de análise de investimento cobrados na prova são:</p><p>Ø Taxa Interna de Retorno (TIR);</p><p>Ø Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM);</p><p>Ø Valor Presente Líquido (VPL);</p><p>Ø Payback Simples;</p><p>Ø Payback Descontado.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>380</p><p>Custo de Oportunidade e TMA</p><p>Conceito</p><p>q TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA): representa o mínimo que um investidor se</p><p>propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro</p><p>se propõe a pagar quando faz um financiamento. Em relação investimentos, ela deve ser</p><p>maior que o Custo de Oportunidade, senão, o investidor racional não tem motivos para</p><p>realizar. No Brasil, utilizamos muitas vezes a Taxa Selic como a TMA, já que ela é o</p><p>investimento de menor risco do país.</p><p>q CUSTO DE OPORTUNIDADE: é a opção que foi renunciada, entre as opções que</p><p>poderiam ter sido feitas. Ela não representa necessariamente uma taxa, mas sim o que foi</p><p>deixado de lado para ser realizada outra tarefa. No mundo dos investimentos,</p><p>normalmente dizemos que é uma taxa de retorno, vide que sempre que um investidor</p><p>realizado uma aplicação financeira, ele também está renunciando outras aplicações ou</p><p>projetos. Importante notar que o custo de oportunidade é diferente para cada ser</p><p>humano, vide que as pessoas não possuem as mesmas oportunidades.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>381</p><p>TIR – Taxa Interna de Retorno</p><p>Conceito</p><p>A Taxa Interna de Retorno (TIR), em do inglês Internal Rate of Return (IRR), é a taxa de</p><p>desconto que faz com que o Valor Presente Líquido (VPL) de um projeto seja igual a zero,</p><p>ou seja, é o retorno do investimento. Assim sendo, se utilizarmos a metodologia da TIR</p><p>para analisarmos dois projetos, escolheremos aquele que possui a maior Taxa Interna de</p><p>Retorno. Importante ressaltar que, se estivermos analisando fluxos anuais, a TIR será</p><p>anual (sua periodicidade é a mesma dos fluxos analisados), se estivermos analisando</p><p>fluxos mensais, ela será uma taxa mensal.</p><p>Este estudo considera que os fluxos de caixa do projeto são reinvestidos pela própria TIR,</p><p>o que acaba sendo um grande problema, pois dificilmente ocorrerá na prática.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>382</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 10.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 30.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 40.000</p><p>Ano 4</p><p>TIR – Taxa Interna de Retorno</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos</p><p>de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00 no</p><p>terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o retorno do investimento?</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>383</p><p>FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO</p><p>50.000 CHS CF0: [g][PV] Fluxo de Caixa ZERO,</p><p>ou seja, Valor Presente</p><p>10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1</p><p>20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2</p><p>30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3</p><p>40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4</p><p>TIR IRR: [f][FV] Retorno do</p><p>Investimento 27,27% a.a</p><p>TIR – Taxa Interna de Retorno</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Como os fluxos de caixa são distintos, necessitamos calcular inserindo fluxo por fluxo na</p><p>HP-12C. Desta forma, utilizaremos a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para inserir</p><p>dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>384</p><p>TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada</p><p>Conceito</p><p>A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é um método de análise de projetos de</p><p>investimentos que consiste em trazer os fluxos de caixa negativos para valor presente e</p><p>levar os fluxos de caixa positivos para valor futuro, gerando desta forma um novo fluxo</p><p>de caixa convencional e eliminando assim, alguns dos problemas da TIR quando estimada</p><p>na sua maneira tradicional.</p><p>q Limitações do indicador: A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) traz como</p><p>principal desvantagem não poder ser aplicada nas seguintes situações:</p><p>Ø Taxa de reinvestimento igual à taxa de captação: o cálculo apropriado é o da Taxa</p><p>Interna de Retorno (TIR).</p><p>Ø Desconhecimento da taxa de captação de recursos e/ou de reinvestimento: o que</p><p>torna a tarefa de projetar os fluxos de caixa mais sujeita ao insucesso.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>385</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 20.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 4</p><p>Fluxo 1 renderá</p><p>10% por mais 3 anos</p><p>(até o ano 4)</p><p>Fluxo 2 renderá</p><p>10% por mais 2 anos</p><p>(até o ano 4)</p><p>Fluxo 3 renderá</p><p>10% por mais 2 anos</p><p>(até o ano 4)</p><p>Encerramento</p><p>do projeto</p><p>TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos</p><p>de R$ 20.000 pelos próximos 4 anos, sem valor residual. Se o investidor consegue</p><p>reinvestir esses fluxos à taxa de 10% ao ano, qual a taxa de retorno do projeto?</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>386</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 20.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 4</p><p>Fluxo 1 renderá</p><p>10% por mais 3 anos</p><p>(até o ano 4)</p><p>Fluxo 2 renderá</p><p>10% por mais 2 anos</p><p>(até o ano 4)</p><p>Fluxo 3 renderá</p><p>10% por mais 1 ano</p><p>(até o ano 4)</p><p>Encerramento</p><p>do projeto</p><p>TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Para resolvermos este problema, primeiro precisamos corrigir todos os fluxos positivos</p><p>para o último ano e soma-los (caso houvesse algum negativo, este deveria ser trazido a</p><p>valor presente e somado ao CF0). Desta forma, ao invés de termos 4 fluxos positivos,</p><p>teremos somente 1 fluxo no último ano.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>387</p><p>TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Conforme mencionado, devemos corrigir os R$ 20.000,00 dos anos 1, 2 e 3 até o último</p><p>período, e acrescentar o ano 4, transformando assim tudo em um só valor no último ano.</p><p>Este cálculo possui o mesmo significado que “uma pessoa irá investir durante 4 anos,</p><p>R$ 20.000 a uma taxa de 10%a.a. Qual o valor final que ela terá?”</p><p>q CÁLCULO:</p><p>Ø n = 4 (anos)</p><p>Ø i = 10 (ao ano)</p><p>Ø PV = 0</p><p>Ø PMT = -20.000 [CHS]</p><p>Ø FV = ? = 92.820,00</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>388</p><p>Agora que já calculamos qual o valor corrigido de todos os fluxos, podemos enxergar da</p><p>seguinte forma o problema:</p><p>Por fim, calcularemos o retorno (i) deste investimento, que é o que buscamos:</p><p>Ø PV = 50.000 [CHS]</p><p>Ø PMT = 0</p><p>Ø FV = + 92.820</p><p>Ø n = 4 anos</p><p>Ø i = ? = 16,73% ao ano, esta é a TIR Modificada.</p><p>TIRM – Taxa Interna de Retorno Modificada</p><p>-R$ 50.000</p><p>0</p><p>Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4</p><p>Encerramento</p><p>do projeto</p><p>R$ 92.820</p><p>Exemplo</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>389</p><p>VPL – Valor Presente Líquido</p><p>Conceito</p><p>O VPL (Valor Presente Líquido), em inglês Net Presente Value (NPV) é o principal método</p><p>de análise de investimentos. Ele consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de</p><p>caixa de um investimento e somá-los ao valor do investimento inicial, usando como taxa</p><p>de desconto a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) do investidor. Caso o cálculo do VPL</p><p>seja negativo, isto significa que o projeto não é financeiramente viável (o retorno é pior</p><p>que a TMA).</p><p>O termo FC0 representa o fluxo de caixa do período zero (investimento inicial).</p><p>Normalmente este termo entrará com sinal negativo na equação do VPL.</p><p>q OBS: Quando estamos analisando dois projetos, escolheremos sempre aquele que</p><p>possui o maior VPL.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>390</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 10.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 30.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 40.000</p><p>Ano 4</p><p>VPL – Valor Presente Líquido</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto que prevê fluxos de caixa anuais positivos</p><p>de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00 no</p><p>terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que o Taxa Mínima de Atratividade</p><p>do investidor é a Taxa Selic, que está em 10% ao ano, qual o VPL deste projeto?</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>391</p><p>FLUXO TECLA MOTIVO RESULTADO</p><p>50.000 CHS CF0: [g][PV] Fluxo de Caixa ZERO,</p><p>ou seja, Valor Presente</p><p>10.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 1</p><p>20.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 2</p><p>30.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 3</p><p>40.000 CFj: [g][PMT] Recebimento do Ano 4</p><p>10 [i] Taxa TMA</p><p>VPL NPV: [f][PV] Valor Presente</p><p>Líquido R$ 25.479,82</p><p>VPL – Valor Presente Líquido</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Para calcularmos o VPL, precisamos utilizar a função [g] das teclas [PV], [PMT], [FV] para</p><p>inserir dados e a função [f], para a resposta dos dados inseridos. Como o VPL é uma</p><p>comparação com outro projeto, além das informações dos fluxos, precisamos inserir a</p><p>TMA na taxa [i] também.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>392</p><p>Payback</p><p>Conceito</p><p>O Payback, também chamado de “Payback Simples”, é o período de tempo necessário</p><p>para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o</p><p>tempo de recuperação do investimento realizado. Diferentemente das análises de VPL e</p><p>da TIR, no qual, entre dois projetos, escolhemos aquele que der o maior resultado, pela</p><p>análise do Payback, devemos escolher aquele que dará o menor número.</p><p>Importante ressaltar que, após o retorno do capital, o Payback ignora todos os fluxos de</p><p>caixa de restante, seguindo a premissa de “depois que recuperar meu capital, o que vier é</p><p>lucro”.</p><p>q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback, devemos somar os fluxos de caixa, com seus</p><p>respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer</p><p>que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma</p><p>positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional</p><p>ao necessário para zerar o fluxo.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>393</p><p>Payback</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 10.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 30.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 40.000</p><p>Ano 4</p><p>Ainda faltam</p><p>R$ 40.000 a serem</p><p>recuperados</p><p>Ainda faltam</p><p>R$ 20.000 a serem</p><p>recuperados</p><p>Neste ano foi</p><p>Recuperado o capital</p><p>investido e, ainda por cima,</p><p>ultrapassou R$ 10.000.</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa anuais</p><p>positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00</p><p>no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Qual o Payback do investimento?</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>394</p><p>Período 0 1 2 3 4</p><p>Fluxo A (R$) -50.000 +10.000 +20.000 +30.000 +40.000</p><p>Somatório A -50.000 -40.000 -20.000 +10.000</p><p>!"#$"%& = (). )))</p><p>+). )))</p><p>(2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos</p><p>Ø (3) i = !$ $%.%%%,%%</p><p>!$ (%%.%%%,%% ×$ *+,-</p><p>Ø (4) i = 0,10 = 10% a.a</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>Exemplo 2</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>24</p><p>Exemplo 3</p><p>q EXEMPLO: Um cheque de R$ 3.000,00 é descontado por fora (juros simples), 6 meses</p><p>antes do seu vencimento, a uma taxa de 2% ao mês. Qual o valor do desconto e o valor</p><p>atual do título?</p><p>(1) Primeiramente, devemos calcular o valor do desconto:</p><p>Ø Desconto = (Valor Nominal) × (Taxa de juros) × (Prazo)</p><p>Ø Desconto = (R$ 3.000,00) × (2% ao mês) × (6 meses)</p><p>Ø Resposta: Desconto = R$ 360,00</p><p>(2) A partir do desconto, subtraímos este resultado do valor nominal</p><p>Ø Valor Presente = (Valor nominal) – (Desconto)</p><p>Ø Valor Presente = 3.000,00 – R$ 360,00</p><p>Ø Resposta: Valor Presente = R$ 2.640,00</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>25</p><p>R$</p><p>PV = Valor Atual</p><p>R$ 2.640,00</p><p>R$ 3.000,00</p><p>Preço Futuro,</p><p>Valor de Nominal</p><p>Desconto (D): R$ 360,00</p><p>N =6</p><p>(período de antecipação)</p><p>6 meses</p><p>P</p><p>tempo</p><p>Exemplo 3 (Gráfico)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>26</p><p>No Regime de Capitalização Composta, também conhecido como Regime de Juros</p><p>Composto, os Juros incidem sobre o capital acrescido dos juros do período anterior e é</p><p>por este motivo, que falamos que são “juros sobre juros”. Da mesma forma como nos</p><p>juros simples, os cálculos só podem ser executados se o tempo de aplicação (n) for</p><p>expresso na mesma unidade de tempo a que se refere a taxa (i), ou seja, considerando o</p><p>prazo em ano, a taxa deve ser ao ano; prazo em mês, taxa ao mês, etc.</p><p>Sendo que:</p><p>§ PV = Valor Presente</p><p>§ FV = Valor Futuro</p><p>§ i = taxa de juros</p><p>§ n = prazo ou período</p><p>§ PMT = parcelas iguais no fluxo</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>Conceito</p><p>PV = !"#(/)</p><p>(%&')/ +</p><p>!"#(1)</p><p>(%&')1 +... + !"# 2 & *+</p><p>(%&')2FV = PV×(1 + )),</p><p>FÓRMULA PADRÃO (Futuro) FÓRMULA COM PARCELAS (Presente)</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>27</p><p>PERÍODO JUROS COMPOSTOS</p><p>Principal R$ 100.000,00</p><p>Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000</p><p>Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000</p><p>Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100</p><p>Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>Exemplo 1</p><p>q PERGUNTA: Qual o valor total, ano após ano (durante 4 anos), se aplicarmos</p><p>R$ 100.000,00 a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano?</p><p>Para facilitar o entendimento, vamos demonstrar o crescimento do valor aplicado, ano</p><p>após ano, através da seguinte tabela:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>28</p><p>q EXEMPLO: Qual o valor a ser aplicado hoje, para que em 48 meses, a uma taxa de 10%</p><p>ao ano, eu tenha R$ 146.410,00?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [146.410] e pressione [FV]</p><p>Ø (3) Digite [10] e pressione [i]</p><p>Ø (4) Digite [48] e [ENTER], digite [12], pressione [÷] e pressione [n]</p><p>Ø (5) Aperte [PV]</p><p>Ø Resposta: ꟷ R$ 100.000,00</p><p>Precisamos aplicar (saída de caixa) R$ 100.000,00 para podermos RECEBER (entrada de</p><p>caixa) de R$ 146.410,00.</p><p>Exemplo 2 (PV)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>29</p><p>Exemplo 3 (FV)</p><p>q EXEMPLO: Qual o total a ser pago em um empréstimo de R$ 100.000,00 hoje, a uma</p><p>taxa de juros de 10% a.a, após 4 anos?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [100.000] e pressione [PV]</p><p>Ø (3) Digite [10] e pressione [i]</p><p>Ø (4) Digite [4] e pressione [n]</p><p>Ø (5) Aperte [FV]</p><p>Ø Resposta: ꟷ R$ 146.410,00</p><p>q OBS: A resposta desta vez está negativa, pois o valor inserido no PV foi positivo (entrou</p><p>R$ 100.000,00 na nossa conta do banco) e precisamos pagar (saída de caixa) de</p><p>R$ 146.410,00.</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>30</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>Exemplo 4 (i)</p><p>q EXEMPLO: Qual a taxa de juros compostos de uma aplicação de R$ 100.000,00 para</p><p>que se tenha R$ 500.000,00 em um prazo de 5 anos?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [100.000] [CHS] e pressione [PV] → aplicação = saída de caixa</p><p>Ø (3) Digite [500.000] e pressione [FV] → recebimento = entrada de caixa</p><p>Ø (4) Digite [5] e pressione [n]</p><p>Ø (5) Aperte [i]</p><p>Ø Resposta: 37,97% ao ano</p><p>q OBS: sabemos que a taxa está em ano, pois o prazo (n) foi inserido em anos: 5 anos. O</p><p>prazo e a taxa SEMPRE devem estar no mesmo período (taxa em ano, prazo em ano; prazo</p><p>em dias, taxa em dias).</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>31</p><p>q EXEMPLO: Rafael tem 30 anos e deseja se aposentar daqui 20 anos com um patrimônio</p><p>financeiro de R$ 1.000.000,00. Atualmente ele possui R$ 200.000,00 em um fundo de</p><p>previdência aplicados no banco com você a uma taxa de 0,5% ao mês. Qual deverá ser o</p><p>aporte mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]</p><p>Ø (3) Digite [0,5] e pressione [i]</p><p>Ø (4) Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]</p><p>Ø (5) Digite [1.000.000] e pressione [FV]</p><p>Ø (6) Aperte [PMT]</p><p>Ø Resposta: ꟷ R$ 731,45</p><p>Exemplo 5 (PMT)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>32</p><p>-R$ 200.000</p><p>240n</p><p>R$ 1.000.000</p><p>-R$ 731,45</p><p>Taxa de juros</p><p>(i) = 0,5 a.m.</p><p>0</p><p>Normalmente, em casos de acumulação para retirada futura, Valor Presente (PV) e</p><p>Pagamentos (PMT) têm o mesmo sinal. Consequentemente, o Valor Futuro (FV) terá sinal</p><p>contrário.</p><p>Exemplo 5 (PMT - Gráfico)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>33</p><p>q EXEMPLO: Levando em consideração as mesmas condições do exemplo anterior,</p><p>porém agora o banco irá fornecer uma rentabilidade de 2% a.m. Qual deverá ser o</p><p>aporte mensal que Rafael necessitará fazer para atingir seu objetivo?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]</p><p>Ø (3) Digite [2] e pressione [i]</p><p>Ø (4) Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]</p><p>Ø (5) Digite [1.000.000] e pressione [FV]</p><p>Ø (6) Aperte [PMT]</p><p>Ø Resposta: + R$ 3.860,73</p><p>Exemplo 6 (PMT)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>34</p><p>-R$ 200.000</p><p>240n</p><p>R$ 1.000.000R$ 3.860,73</p><p>Taxa de juros</p><p>(i) = 2,00 a.m.</p><p>0</p><p>Neste caso, ao invés de Rafael necessitar aportar, ele poderá resgatar todos os meses</p><p>R$ 3.860,73 e mesmo assim chegará no objetivo de R$ 1.000.000,00 em 20 anos. Este é</p><p>um exemplo claro de que devemos SEMPRE fazer o fluxo de caixa, já que normalmente o</p><p>PV e o PMT possuem o mesmo sinal, o que poderia nos levar ao equívoco da questão.</p><p>Exemplo 6 (PMT - Gráfico)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>35</p><p>Exemplo 7 (PMT)</p><p>q EXEMPLO: Você irá adquirir um imóvel financiado no valor de R$ 500.000,00. Se o</p><p>financiamento prevê pagamentos iguais mensais durante 30 anos, à taxa de 0,5% ao</p><p>mês, qual será o valor das prestações?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø Digite [500.000] e pressione [PV]</p><p>Ø Digite [0,5] e pressione [i]</p><p>Ø Digite [30] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]</p><p>Ø Digite [0] e pressione [FV]</p><p>Ø Aperte [PMT]</p><p>Ø Resposta: - R$ 2.997,75</p><p>q OBSERVAÇÃO: quando uma das variáveis for zero, não é necessário inseri-la. No</p><p>entanto, sempre teremos as 5 variáveis: [n], [i], [PV], [PMT] e [FV]</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>36</p><p>R$ 500.000</p><p>360 meses</p><p>R$ 0,00</p><p>-R$ 2.997,75</p><p>Taxa de juros</p><p>(i) = 0,5 a.m.</p><p>0</p><p>Exemplo 7 (PMT - Gráfico)</p><p>Quando uma pessoa toma uma empréstimo, este recurso entra na conta corrente (ou</p><p>seja, um valor positivo). Assim, as parcelas pagas serão negativas. Outro ponto importante</p><p>é: o final de uma dívida</p><p>= ), -- /012 + ( /012 = (, -- /012</p><p>Payback</p><p>Solução do Exemplo</p><p>A maneira mais fácil de se calcular o Payback é realizar uma tabela e ir somando os fluxos</p><p>de caixa, até zerar a aplicação ou deixar positiva (para posteriormente, fazer a</p><p>proporcionalidade do período):</p><p>Podemos notar que o capital foi recuperado no terceiro ano e, além disso, que “sobrou”</p><p>R$ 10 mil (o conceito de Payback é recuperar o capital investido). Ou seja, o que precisava</p><p>para recuperar o capital investido, não eram os R$ 30 mil do terceiro ano, mas R$ 20 mil</p><p>(devemos olhar para o ano anterior ao fluxo que ficou positivo). Desta forma, fazemos</p><p>uma regra de três com o que faltou do “ano 2” com o valor recebido do ano 3:</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>395</p><p>Payback Modificado (Descontado)</p><p>Conceito</p><p>O “Payback Modificado (Descontado)” vem a consertar um problema primário do</p><p>“Payback Simples”: o valor do dinheiro no tempo. Desta forma, o “Payback Descontado”</p><p>traz a valor presente, todos os fluxos de caixa, para depois aplicar o mesmo conceito do</p><p>“Payback Simples”, ou seja, ele é o período de tempo necessário para recuperar o</p><p>investimento, avaliando-se os fluxos de caixa descontados.</p><p>q CÁLCULO: para descobrirmos o Payback Descontado, devemos primeiramente, trazer</p><p>cada fluxo de caixa, a valor presente ([n], [i], [PV], [PMT] e [FV]). Após sabermos isso, o</p><p>cálculo passar o mesmo do “Payback Simples”, ou seja, somar os fluxos de caixa, com seus</p><p>respectivos sinais (entradas, positivo; saídas, negativo) até ele ser zerado. Poderá ocorrer</p><p>que, ao somar um dos fluxos de caixa, o valor ultrapasse o valor investido (tornar a soma</p><p>positiva). Desta forma, devesse utilizar o valor financeiro do último período proporcional</p><p>ao necessário para zerar o fluxo.</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>396</p><p>Payback Modificado (Descontado)</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 10.000</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 20.000</p><p>Ano 2</p><p>R$ 30.000</p><p>Ano 3</p><p>R$ 40.000</p><p>Ano 4</p><p>O valor presente</p><p>será R$ 9.090,91</p><p>O valor presente</p><p>será R$ 16.528,93</p><p>O valor presente</p><p>será R$ 22.539,44</p><p>O valor presente</p><p>será R$ 27.320,54</p><p>Exemplo</p><p>Um investidor aplica R$ 50.000 em um projeto A que prevê fluxos de caixa anuais</p><p>positivos de: R$ 10.000,00 no primeiro ano; R$ 20.000,00 no segundo ano; R$ 30.000,00</p><p>no terceiro ano; e R$ 40.000,00 no quarto ano. Sabendo que a TMA está 10% ao ano, qual</p><p>o Payback Descontado do investimento?</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>397</p><p>Ø FV1 = 10.000</p><p>Ø PMT = 0</p><p>Ø n = 1</p><p>Ø i = 10</p><p>Ø PV =? = 9.090,91</p><p>Ø FV2 = 20.000</p><p>Ø PMT = 0</p><p>Ø n = 2</p><p>Ø i = 10</p><p>Ø PV =? = 16.528,93</p><p>Ø FV3 = 30.000</p><p>Ø PMT = 0</p><p>Ø n = 3</p><p>Ø i = 10</p><p>Ø PV =? = 22.529,44</p><p>Ø FV4 = 40.000</p><p>Ø PMT = 0</p><p>Ø n = 4</p><p>Ø i = 10</p><p>Ø PV =? = 27.320,54</p><p>PV do Fluxo 1 PV do Fluxo 2 PV do Fluxo 3 PV do Fluxo 4</p><p>-R$ 50.000</p><p>R$ 9.090,91</p><p>0</p><p>Ano 1</p><p>R$ 16.528,93</p><p>Ano 2</p><p>R$ 22.529,44</p><p>Ano 3</p><p>R$ 27.320,54</p><p>Ano 4</p><p>Payback Modificado (Descontado)</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Primeiramente, devemos trazer para valor presente, cada fluxo de caixa, gerando um novo</p><p>fluxo de caixa:</p><p>CFG - Certificado de Fundamentos de Gestão</p><p>398</p><p>Período 0 1 2 3 4</p><p>Fluxo A (R$) -50.000 +9.090,91 +16.528,93 +22.529,44 +27.320,54</p><p>Somatório A -50.000 -40.909,10 -24.380,20 -1.850,72 +25.469,82</p><p>!"#$"%& 456%789":7 = ;. (</p><p>(>. +(), =? = ), )> /012 + + /012 = +, )> /012</p><p>Payback Modificado (Descontado)</p><p>Solução do Exemplo</p><p>Agora que temos o novo fluxo, fazemos a mesma tabela para do Payback Simples, mas</p><p>utilizando o valor presente de cada fluxo de caixa:</p><p>Trazendo os fluxos a valor presente a uma taxa de 10% ao ano, o Payback saiu de 2 anos e</p><p>pouco, para mais de 3 anos. Da mesma forma, por ter ficado um saldo positivo, devemos</p><p>fazer uma regra de três com o que faltou do “ano 3” com o valor recebido do ano 4 (ano</p><p>que zerou o fluxo e ficou positivo):</p><p>Capítulo 5:</p><p>Mercados e Instrumentos</p><p>Financeiros</p><p>399</p><p>400</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1 Renda Variável</p><p>400</p><p>401</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.1 Conceitos Básicos</p><p>401</p><p>402</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Renda Variável</p><p>Conceitos</p><p>A RENDA VARIÁVEL é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo</p><p>não é conhecida no momento da aplicação. Esses investimentos são mais arriscados e</p><p>recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado. São exemplos desses</p><p>tipos de investimos: ações; moedas, tais como dólar, euro, iene...; commodities (soja, café</p><p>arábico, boi gordo, petróleo); Clubes de Investimentos e Fundos de Investimentos.</p><p>Alguns definições serão importantes sabermos durante nossos estudos, tais com:</p><p>Ø Acionista minoritário: É o acionista que possui uma quantidade não expressiva de</p><p>ações ordinárias (com direito a voto), sendo estes protegidos pela CVM.</p><p>Ø Acionista(s) Controlador(es): É quem exerce o poder de controle na sociedade,</p><p>seja uma pessoa ou grupo de pessoas. Eles possuem a maioria dos votos nas</p><p>assembleias gerais, tem o poder de eleger a maioria dos administradores da</p><p>companhia e tem o poder para dirigir as atividades da companhia e orientar o</p><p>funcionamento de seus órgãos, definindo a estratégia da empresa. São estes os</p><p>investidores que são fiscalizados pela CVM, referente a proteção aos demais.</p><p>Ø Home Broker: É o sistema online de uma corretora que permite seu cliente a</p><p>comprar e vender ativos na B3 sozinho, sem a necessidade de um operador. Os</p><p>principais ativos negociados são ações, derivativos e fundos de investimentos.</p><p>403</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Renda Variável</p><p>Conceitos</p><p>Três são os ambientes possíveis de negociação de ativos e são eles:</p><p>Ø BOLSA DE VALORES: este é o principal ambiente de negociações, sendo ele</p><p>administrado no Brasil pela B3. É um ambiente onde se tem um rigidez muito grande</p><p>com relação as regras de funcionamento, exigindo das companhias que desejam ter</p><p>seus ativos negociados nela, diversos requisitos, que muitas vezes pode encarecer a</p><p>operação. Além disso, é exigido a publicação de todas as informações referentes às</p><p>transações (preços, horários, quantidades, entre outras), devendo ocorrer em até 15</p><p>minutos de sua efetivação.</p><p>Ø BALCÃO ORGANIZADO: este é um ambiente mais flexível, onde ocorrem as</p><p>negociações que não estão registradas na bolsa de valores. Tem como características</p><p>a possibilidade de realizar apenas o registro das operações previamente negociadas,</p><p>o diferimento da divulgação de informações e a possibilidade de atuação direta, sem</p><p>intermediário. Suas operações também ocorrem na B3.</p><p>Ø BALCÃO NÃO ORGANIZADO: Neste mercado, as operações simplesmente não são</p><p>registradas, não havendo supervisão de instituição reguladora. Desta forma, tem</p><p>menos transparência nas negociações dos ativos, gerando um maior riscos aos</p><p>investidores.</p><p>404</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Conceito</p><p>A AÇÃO de uma empresa representa “a menor fração do seu capital social”. O detentor</p><p>de uma ação (acionista), se torna um dos donos da companhia (coproprietário) e não um</p><p>credor da empresa, desta forma, ações NÃO POSSUEM RISCO DE CRÉDITO! Junto com</p><p>todas as outras pessoas (físicas ou jurídicas) que detêm ações da empresa, você passa a</p><p>fazer parte do quadro de acionistas da companhia. As ações são conversíveis em dinheiro</p><p>a qualquer momento por negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão</p><p>organizado, desde que haja um outro interessado e por isso há o risco de Liquidez.</p><p>As ações possuem algumas características, podendo ser:</p><p>Ø Nominativas ou “Ao portador”;</p><p>Ø Escriturais ou físicas;</p><p>Ø Ordinárias (ON) ou Preferências (PN);</p><p>Ø De diferentes Classes (A, B, C, ...).</p><p>405</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Tipos</p><p>As ações se diferenciam basicamente pelos direitos que concedem a seus acionistas. No</p><p>Brasil, elas estão divididas em dois grandes grupos: as ações ordinárias e as ações</p><p>preferenciais. Ambos os tipos de ações devem ser nominativas (seu detentor é</p><p>identificado nos livros de registro da empresa).</p><p>As principais características de cada uma são:</p><p>Ø Ações Ordinárias (ON): ação com direito a voto.</p><p>Ø Ações Preferências (PN):</p><p>ação com preferência aos dividendos.</p><p>Ø Certificados de Depósito de Ações (UNITS): são ativos compostos por mais de</p><p>uma classe de valores mobiliários, como por exemplo, uma composição da ações ON</p><p>e ações PN.</p><p>q OBS: O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no</p><p>exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações</p><p>emitidas.</p><p>406</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Ações Ordinárias (ON)</p><p>Os detentores de ações ordinárias nominativas (ON) têm o direito de votar nas</p><p>assembleias da empresa. Porém, para do pequeno investidor, esse direito é bastante</p><p>limitado, já que seu voto pode ser bastante insignificante perto dos grandes investidores.</p><p>q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:</p><p>Ø Dá direito a voto nas assembleias (1 ação = 1 voto);</p><p>Ø Eleição do Conselho Administrativo;</p><p>Ø Controle do destino da empresa;</p><p>Ø Direito a Tag Along (mínimo de 80% do valor pago por ação com direito a voto em</p><p>caso de alienação de controle).</p><p>Importante ressaltar que é obrigatório que no mínimo 50% das ações sejam ordinárias e,</p><p>em caso de falência, ela será o último débito a ser quitado pela empresa, portanto há</p><p>um maior risco comparado as PN.</p><p>407</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Ações Preferencial (PN)</p><p>As ações preferenciais nominativas (PN) são aquelas que menos protegem o acionista</p><p>minoritário, pois não lhe dão o direito de votar em assembleia e em caso de venda da</p><p>empresa, não lhe garantem o direito de participar do prêmio de controle (valor pago ao</p><p>acionista que detém o comando, no caso de venda da empresa). Desta forma, suas</p><p>características são:</p><p>Ø Não dá direito a voto (há exceções);</p><p>Ø Prioridade na distribuição de dividendo;</p><p>Ø Prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio;</p><p>Ø Número de ações preferenciais sem direito a voto não pode ultrapassar 50% do</p><p>total de ações emitidas.</p><p>Ø Caso a companhia não distribua resultados por três exercícios consecutivos, as</p><p>ações preferenciais podem adquirir direito a voto, o qual será mantido até que se</p><p>faça a distribuição de dividendos.</p><p>o A aquisição do direito a voto valerá tanto nas companhias abertas ou fechadas,</p><p>onde foi estipulado dividendo fixo ou mínimo e nas companhias abertas onde foi</p><p>estipulado dividendo mínimo de 3% do patrimônio líquido.</p><p>408</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Ações Preferencial (PN)</p><p>Conforme a lei 10.303, somente poderão ser negociadas em bolsa as ações PN com pelo</p><p>menos UMA das vantagens abaixo, independentemente do direito de receber ou não o</p><p>reembolso de capital:</p><p>Ø Direito de participar de dividendo a ser distribuído de, pelo menos, 25% (vinte e</p><p>cinco por cento) do Lucro Líquido do exercício; ou</p><p>Ø Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10% (dez por cento) maior do</p><p>que o atribuído a cada ação ordinária (ON); ou</p><p>Ø Direito de serem incluídas no Tag Along (em caso de venda da companhia, direito</p><p>de vender as suas ações recebendo, no mínimo 80% do valor pago por cada ação</p><p>integrante do bloco de controle), assegurando o dividendo pelo menos igual ao das</p><p>ordinárias (ON).</p><p>409</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Classe</p><p>As empresas podem emitir diferentes classes de ações e criar quantas classes quiser,</p><p>dentro de seu tipo (ON ou PN). Essas classes de ações recebem uma letra, conforme</p><p>objetivos específicos. Por exemplo, a empresa pode estabelecer em seu estatuto valores</p><p>diferenciados de dividendos ou proventos especiais para cada classe de ação.</p><p>Uma ação PNA indica uma ação PN (Preferencial Nominativa) classe A. A classe A pode</p><p>indicar que seja uma ação com dividendo mínimo e a classe B, uma ação com dividendo</p><p>fixo.</p><p>q OBSERVAÇÃO: As classes são descritas por letras (A, B, C, ...), após o ON e PN, sendo</p><p>que é no Estatuto Social que são determinadas as vantagens e restrições de cada uma</p><p>delas.</p><p>410</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>• Negociadas nos EUA</p><p>• Emitidas por empresas</p><p>não americanas</p><p>ADR - American</p><p>Depositary Receipts</p><p>DR’s</p><p>Ações • Negociadas no Brasil</p><p>• Emitidas por empresas</p><p>não brasileiras</p><p>BDR - Brazilian</p><p>Depositary Receipts</p><p>Depositary Receipts (DR’S)</p><p>Definição</p><p>São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está</p><p>instalada fora deste país. No Brasil são negociados os BDRs (Brazilian Depositary Receipts),</p><p>certificados representativos de ações de empresas estrangeiras, no qual os Brasileiros</p><p>podem comprar. Já nos Estados Unidos são emitidos os ADRs, onde os Americanos podem</p><p>investir em empresas não-americanas. Por exemplo, a Petrobrás possui um programa de</p><p>ADR negociadas na NYSE na qual cada 2 ações PN equivalem 1 ADR (PBRA). Já quando</p><p>esse lastro é em qualquer outro país, como por exemplo, na Inglaterra, chamamos de</p><p>GDR (GLOBAL Depositary Receipts).</p><p>411</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Depositary Receipts</p><p>Benefícios</p><p>Tantos as empresas estrangeiras que decidem acessar o Mercado Internacional, quanto os</p><p>investidores, podem se beneficiar dos programas de ADR, BDR ou GDR, que são:</p><p>Ø BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA:</p><p>§ Ampliação e diversificação de sua base de acionistas;</p><p>§ Maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais;</p><p>§ Aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores;</p><p>§ Maior cobertura de research fora de seu país de origem;</p><p>§ Alternativa adicional para captação de recursos;</p><p>§ Melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares;</p><p>§ Moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições.</p><p>Ø BENEFÍCIOS PARA O INVESTIDOR:</p><p>§ Não precisa enviar dinheiro para o exterior e com isso, não tem a preocupação</p><p>com a conversão do câmbio e não é tributado pelo IOF.</p><p>§ Evita os custos relacionados à remessa de recursos para o exterior, como</p><p>câmbio e manutenção de contas;</p><p>§ Possibilidade de elaboração de estratégias, diversificação de investimentos e</p><p>arbitragem com ativos locais e estrangeiros.</p><p>§ Possibilidade de converter os DRs em ações da companhia emissora.</p><p>412</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Depositary Receipts</p><p>Custodiante & Depositário</p><p>Dentre as figuras importantes no processo das DR’s, temos a Instituição Custodiante, a</p><p>Instituição Depositária e a empresa patrocinadora, que possuem as seguintes funções:</p><p>Ø Custodiante: a instituição que presta o serviço de custódia (faz a guarda da ação</p><p>que estará servindo como lastro para a emissão da DR).</p><p>Ø Depositária: a instituição que, no exterior, emite os correspondentes DR. Ela tem</p><p>como responsabilidade garantir que os DRs de fato estejam lastreados nos valores</p><p>mobiliários e que os mesmos estejam bloqueados para negociação no país de</p><p>origem. Ela deverá garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos</p><p>valores mobiliários no Exterior e dos DRs emitidos.</p><p>Ø Empresa patrocinadora: a emissora sediada no País dos ativos que estão servindo</p><p>como lastro do programa de DR e signatária de contrato específico com instituição</p><p>depositária para a emissão de DR.</p><p>Por exemplo, imagine que a Petrobrás (empresa patrocinadora) deseja ter 100.000 ADRs</p><p>sendo negociadas na bolsa americana. Assim, caso a paridade ADR por ações seja um (1)</p><p>para um (1), 100.000 ações ficarão “guardadas” em uma Instituição Custodiante. Com</p><p>isso, a Instituição Depositária fará a emissão de 100.000 ADRs nos EUA e ficará</p><p>responsável por garantir que as 100.000 ações no Brasil não sejam negociadas.</p><p>413</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>BDR’S: Brazilian Depositary Receipts</p><p>Tipos de Categorias</p><p>Os recibos BDRs possuem duas categorias:</p><p>Ø Patrocinadas; e</p><p>Ø Não Patrocinadas.</p><p>Os certificados patrocinados são emitidos por uma instituição depositária contratada pela</p><p>companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários. Além disso, esta companhia é</p><p>responsável por divulgar todas as informações necessárias, fazendo parte do processo.</p><p>Outro ponto importante é que a categoria Patrocinada pode ser classificada como Nível I,</p><p>Nível II ou Nível III. Já a categoria Não Patrocinado é emitido sem o envolvimento</p><p>da</p><p>empresa estrangeira, desta forma, só pode ser classificado como nível I. Vale ressaltar</p><p>que, desde 22 de outubro de 2020, as BDRs Nível I estão dispostas a negociação a</p><p>quaisquer investidores, desde que:</p><p>Ø o mercado de maior volume de negociação desses ativos, nos últimos 12 meses,</p><p>seja um ambiente de mercado estrangeiro classificado como “mercado reconhecido”;</p><p>Ø o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro aos BDR esteja sujeito à</p><p>supervisão por parte da entidade reguladora do mercado de capitais do mercado de</p><p>maior volume de negociação.</p><p>414</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>BDR’S: Brazilian Depositary Receipts</p><p>Programa de BDR</p><p>Poderão ser instituídos programas de BDRs, patrocinados ou não pela companhia aberta,</p><p>ou assemelhada, emissora dos valores mobiliários objeto do certificado de depósito, os</p><p>quais deverão ser previamente registrados na CVM. Desta forma, fica claro que todos os</p><p>programas necessitam ser registrados, mas não que as empresas precisam ser registradas</p><p>na CVM (como veremos a seguir). Estes programas podem ser classificados como:</p><p>Ø BDR Patrocinado Nível I: Não há registro da empresa na CVM (regra geral).</p><p>§ Negociados no mercado de balcão não organizado ou em segmentos</p><p>específicos de BDRs nível I em mercados de balcão organizado ou bolsa (B3);</p><p>§ Divulgação, no Brasil, pela instituição depositária, das informações que a</p><p>companhia emissora está obrigada a divulgar em seu país de origem e no país em</p><p>que o valor mobiliário é admitido à negociação;</p><p>§ Dispensa de registro de companhia na CVM, ressalvada a hipótese de BDR com</p><p>lastro em títulos representativos de dívida emitidos por emissores nacionais com</p><p>registro na CVM;</p><p>§ Possibilidade de oferta pública sujeita ao rito automático de distribuição, nos</p><p>termos da regulamentação específica, hipótese na qual a negociação deve</p><p>obrigatoriamente ocorrer em segmentos específicos para BDR Nível I de entidade</p><p>de mercado de balcão organizado ou bolsa de valores.</p><p>415</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>BDR’S: Brazilian Depositary Receipts</p><p>Programa de BDR</p><p>(...) Continuação</p><p>Ø BDR Patrocinado Nível II: Registro da companhia na CVM.</p><p>§ Não há emissão de ações;</p><p>§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;</p><p>§ Possibilidade de oferta pública sujeita ao rito automático de distribuição, nos</p><p>termos da regulamentação específica.</p><p>Ø BDR Patrocinado Nível III: Há emissão de ações (através de oferta pública).</p><p>§ Possibilidade de distribuição por oferta pública registrada na CVM, nos termos</p><p>da regulamentação específica;</p><p>§ Negociados na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;</p><p>§ Registro da companhia na CVM;</p><p>§ Mais completo e oneroso.</p><p>Ø BDR NÃO Patrocinado: Não há envolvimento da companhia estrangeira.</p><p>§ Instituído por uma ou mais instituições depositárias ou emissoras de</p><p>certificado, sem envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores</p><p>mobiliários lastro, e só pode ser classificado como Nível I. Desta forma, este nível</p><p>é parecido ao BDR Nível I, mas sem o envolvimento da companhia.</p><p>416</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>BDR’S: Brazilian Depositary Receipts</p><p>Alerta aos investidores</p><p>Vale ressaltar o alerta aos investidores, descrito no próprio site da B3:</p><p>“Ao adquirir BDR Patrocinado, o investidor deve considerar que não há garantia de</p><p>que poderá iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos arbitrais ou</p><p>administrativos, no Brasil ou no exterior, relacionados ao BDR, às ações subjacentes a</p><p>este, ao emissor estrangeiro que as emitiu ou aos respectivos administradores e</p><p>acionistas, inclusive para reparação de eventuais prejuízos envolvendo falhas</p><p>informacionais, ilícitos de mercado, violação de deveres fiduciários da administração</p><p>ou quaisquer outros. O investidor deverá considerar, ainda, que o Depositário não</p><p>tem obrigação de iniciar ou aderir a quaisquer ações judiciais, procedimentos</p><p>arbitrais ou administrativos, no Brasil ou no exterior, nos termos mencionados</p><p>anteriormente, nem há a garantia de que possa fazê-lo”.</p><p>417</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>ADR’S: American Depositary Receipts</p><p>Programas de ADR</p><p>Da mesma forma como no Brasil, as ADRs possuem quatro tipos de classificação, que se</p><p>diferem pelo objetivo da empresa em relação à emissão e pela quantidade de exigências</p><p>feitas pelas autoridades nacionais, onde nos EUA é a SEC (Security Exchange Comission),</p><p>conhecida por nós como “CVM americana”. Estas classificações são:</p><p>Ø ADR Nível I ou Balcão (Pink Sheet): Negociados no mercado de balcão.</p><p>§ Não há emissão de novas ações.</p><p>§ Não precisa atender normas contábeis americanas.</p><p>§ Tem como objetivo colocar ações no mercado norte-americano, para que a</p><p>empresa seja mais conhecida e em um futuro, poder ter captação de recursos.</p><p>§ Não necessita atender a todas as exigências da SEC.</p><p>Ø ADR Nível II (Lister): Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.</p><p>§ Não há emissões de ações.</p><p>§ Necessita registro completo na SEC.</p><p>§ Deve atender normas contábeis americanas – USGAAP.</p><p>§ Deve prever um programa de divulgação institucional de alta qualidade.</p><p>418</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>ADR’S: American Depositary Receipts</p><p>Programas de ADR</p><p>(...) Continuação</p><p>Ø ADR Nível III (Fully Registred): Há emissão de novas ações (mercado primário).</p><p>§ Necessita de registro completo na SEC.</p><p>§ Obrigatório o registro em uma Bolsa de Valores americana.</p><p>§ Deve atender as normas contábeis americanas (USGAAP).</p><p>§ Programa de divulgação institucional de alta qualidade.</p><p>§ Mais completo e oneroso.</p><p>Ø ADR 144A (Rule 144A): Não há necessidade de registro na SEC.</p><p>§ Negociados em balcão, através do sistema PORTAL.</p><p>§ Permite captação de recursos apenas para QIB - Qualified Institutional Buyers,</p><p>que são Investidores institucionais qualificados.</p><p>§ Menos oneroso que o nível III.</p><p>§ Do ponto de vista legal, a empresa necessita apenas cumprir as regras exigidas</p><p>no ADR Nível I, a diferença principal está na desvantagem de tornar a empresa</p><p>conhecida apenas por um grupo restrito de investidores (QIB).</p><p>419</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>INVESTIDOR</p><p>BRASILEIRO</p><p>1. Emite ordem de compra (R$) CORRETOR</p><p>BRASILEIRO9. Entrega BDR</p><p>BANCO</p><p>DEPOSITÁRIO</p><p>(emite BDR)</p><p>8. Entrega BDR</p><p>Através de uma</p><p>Instituição Financeira</p><p>que atue nos dois países</p><p>e opere com câmbio.</p><p>2. R$</p><p>3. U$</p><p>6. Entrega ações</p><p>7. Notifica o Depositário</p><p>CORRETOR</p><p>AMERICANO</p><p>4.</p><p>5. Ações</p><p>Bolsa de</p><p>Valores</p><p>BANCO</p><p>CUSTODIANTE</p><p>(custódia de ações)</p><p>BDR’S: Brazilian Depositary Receipts</p><p>Ciclo Operacional</p><p>420</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>INVESTIDOR</p><p>AMERICANO</p><p>1. Emite ordem de compra (US$) CORRETOR</p><p>AMERICANO9. Entrega ADR</p><p>BANCO</p><p>DEPOSITÁRIO</p><p>(emite ADR)</p><p>8. Entrega ADR</p><p>Através de uma</p><p>Instituição Financeira</p><p>que atue nos dois países</p><p>e opere com câmbio.</p><p>2. US $</p><p>3. R$</p><p>6. Entrega ações</p><p>7. Notifica o Depositário</p><p>CORRETOR</p><p>BRASILEIRO</p><p>4.</p><p>5. Ações</p><p>Bolsa de</p><p>Valores</p><p>BANCO</p><p>CUSTODIANTE</p><p>(custódia de ações)</p><p>ADR’S: American Depositary Receipts</p><p>Ciclo Operacional</p><p>421</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.2 Direitos dos Acionistas Minoritários</p><p>421</p><p>422</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Direitos dos Acionistas</p><p>Lei das S/A’s</p><p>O acionista minoritário possui direitos regidos pela Lei 6.404/76, que são:</p><p>Ø Participação nos Lucros Sociais: Dividendos, JCP e Bonificação;</p><p>Ø Fiscalização: Fiscalizar, na forma prevista nesta lei, a gestão de negócios sociais;</p><p>Ø Preferência de Subscrição: em caso de aumento de capital, o acionista tem direito</p><p>de subscrever um número de ações proporcional à sua participação, para evitar</p><p>diluição da sua participação percentual no capital social;</p><p>Ø Preferência de Retirada ou de Recesso: Direito de um acionista se retirar da</p><p>sociedade, tendo um reembolso por suas ações, podendo ser acionado em casos</p><p>como mudança de objeto social, cisão, fusão, incorporação ou alteração das classes</p><p>de ações;</p><p>Ø Participação do acervo em caso de liquidação: Direito de receber a parcela de</p><p>capital</p><p>que lhe pertence em caso de encerramento das atividades.</p><p>423</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Direitos dos Acionistas</p><p>Lei das S/A’s</p><p>q DIREITO AO VOTO: A autoridade máxima de uma empresa é a Assembleia de</p><p>Acionistas, sendo que a cada ação ordinária (ON), corresponde a 1 voto. O Estatuto Social</p><p>(ou a Assembleia Geral) pode limitar o número de votos de cada acionista, mas não</p><p>poderá privar o acionista de:</p><p>Ø Participar dos Lucros;</p><p>Ø Participar do Acervo da companhia, em caso de liquidação;</p><p>Ø Fiscalizar a gestão dos negócios sociais;</p><p>Ø Retirar-se da sociedade em casos previstos na lei; e</p><p>Ø Da preferência para subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em</p><p>ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição.</p><p>Ø OBS: Preferencialistas (PN) ganham direito ao voto, caso a empresa deixe de</p><p>pagar dividendos por três anos consecutivos, até a nova distribuição de lucros.</p><p>q FISCALIZAÇÃO: O acionista tem o direito de fiscalizar a gestão da empresa:</p><p>Ø Participando das Assembleias (AGO e AGE);</p><p>Ø Analisando demonstrações financeiras;</p><p>Ø Elegendo membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal.</p><p>424</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>AGO e AGE</p><p>Conceito</p><p>q Assembleia Geral Ordinária (AGO): deve ser convocada obrigatoriamente pela</p><p>diretoria da sociedade e tem como objetivo verificar resultados, discutir e votar relatórios</p><p>e eleger o conselho fiscal da diretoria. Assembleia deve ser realizada anualmente e em até</p><p>quatro meses depois do encerramento do exercício social da empresa.</p><p>q Assembleia Geral Extraordinária (AGE): Assembleia extraordinária, como o próprio</p><p>nome já sugere, é aquela que não tem periodicidade pré-determinada ou definida. Ela</p><p>serve para que seja definido assuntos que não podem ser esperados até a próxima AGO,</p><p>assuntos urgentes.</p><p>425</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Acordo de Acionistas</p><p>Conceito</p><p>O acordo de acionistas é um contrato parassocial que visa regular o exercício do voto dos</p><p>aderentes, a compra e venda de suas ações, preferências para adquiri-las e qualquer</p><p>matéria que se pode contratar. Somente acionistas podem participar. As ações vinculadas</p><p>ao acordo, não poderão ser negociadas em bolsa nem em mercado de balcão.</p><p>A forma tem que ser escrita e o prazo de duração fica a critério dos contratantes podendo</p><p>ser fixado por termo ou condições resolutivas.</p><p>q Tipos de Acordo de Acionistas:</p><p>Ø Acordo de Comando: Serve para estabelecer quem controla a companhia;</p><p>Ø Acordo de Defesa: Utilizado para reunir minoritários para evitar abuso dos</p><p>controladores, pleiteando direitos de acordo com percentuais exigidos pela lei.</p><p>Ø Acordo misto: Firmado entre Controladores e Minoritários para evitar ou extinguir</p><p>litígios.</p><p>426</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>É um instrumento que promove a extensão do prêmio de controle aos acionistas</p><p>minoritário. O tag along é previsto na legislação brasileira e assegura que a alienação,</p><p>direta ou indireta, do controle de companhia aberta, somente ocorrerá sob a condição de</p><p>que o acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com</p><p>direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes</p><p>assegurar o preço no MÍNIMO IGUAL A 80% DO VALOR PAGO POR AÇÃO COM DIREITO A</p><p>VOTO, pelas ações integrantes do bloco de controle.</p><p>Algumas companhias, voluntariamente, estendem o direito de tag along também aos</p><p>detentores de ações preferenciais (PN) e/ou asseguram aos detentores de ações</p><p>ordinárias (ON) um preço superior aos 80%.</p><p>q EXEMPLO: Rafael é sócio majoritário e vende o controle da sua companhia pelo valor</p><p>de R$ 10,00 por ação (ON). Assim, todos os sócios minoritários que possuem ações ON</p><p>deverão receber uma proposta para venderem as suas ações por no mínimo R$ 8,00, se</p><p>desejarem, ou seja, 80% do que o Rafael vendeu. Importante notar que as ações PN não</p><p>possuem esse direito!</p><p>Tag Along</p><p>Conceito</p><p>427</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Conceito</p><p>Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os</p><p>objetivos da administração da companhia aos interesses dos acionistas, visando assegurar</p><p>que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das</p><p>organizações.</p><p>Entre os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:</p><p>Ø Conselho de administração ativo e que atue com independência;</p><p>Ø Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente</p><p>reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;</p><p>Ø Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes;</p><p>Ø Eleições para todos os assentos do conselho de uma única vez, evitando assim a</p><p>perpetuação de grupos de controle ao longo do tempo;</p><p>Ø Presidente do Conselho e CEO ocupados por profissionais distintos.</p><p>Ø Permissão para realização de negócios com partes relacionadas, desde que com</p><p>autorização prévia do Conselho de Administração.</p><p>428</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Níveis de diferenciados de Governança</p><p>A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem</p><p>para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente</p><p>as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de</p><p>Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia</p><p>(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto</p><p>estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever</p><p>de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:</p><p>Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);</p><p>Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);</p><p>Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança).</p><p>q Os principais objetivos são:</p><p>Ø Incentivar e preparar as companhias para aderirem ao Novo Mercado;</p><p>Ø Melhoria da relação com investidores;</p><p>Ø Fortalecer o mercado de capitais nacional;</p><p>Ø Maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos</p><p>controladores e administradores da companhia.</p><p>429</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Nível 1</p><p>As principais mudanças entre o tradicional e o Nível 1 de Governança Corporativa</p><p>referem-se a melhorias na prestação de informações ao mercado e com dispersão</p><p>acionário (free float mínimo de 20%, como regra geral). Suas principais características são:</p><p>Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter</p><p>em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital</p><p>social;</p><p>Ø Melhoria nas informações prestadas, trimestrais e anuais;</p><p>Ø Ao menos uma reunião anual pública com analistas e investidores;.</p><p>Ø Apresentação de calendário anual, constando todos os eventos corporativos;</p><p>Ø Divulgação de Política de Negociação de Valores Mobiliários e de Código de</p><p>Conduta,</p><p>Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.</p><p>430</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Nível 2</p><p>Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior</p><p>equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes foram</p><p>mantidos ou melhorados. Estes itens são:</p><p>Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter</p><p>em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital</p><p>social;</p><p>Ø Demonstrações financeiras traduzidas para o Inglês (USGAP ou IFRS);</p><p>Ø Tag Along de 100% para ações ON e PN;</p><p>Ø Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para dirimir conflitos societários;</p><p>Ø Conselho de Administração com no mínimo 5 membros, dos quais pelo menos</p><p>20% independentes, com mandato unificado de até 2 anos.</p><p>Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa;</p><p>Ø As ações preferenciais terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:</p><p>o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;</p><p>o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;</p><p>o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;</p><p>o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que</p><p>sejam deliberados em Assembleia Geral.</p><p>431</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Novo Mercado</p><p>O nível Novo Mercado exige das empresas os mais altos níveis de governança corporativa,</p><p>sendo referência no que se refere à transparência e respeito aos acionistas. Ele inclui</p><p>todos as regras da nível 2, mas com uma grande mudança: o capital deve ser composto</p><p>EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com direito a voto. Ou seja, é proibido ter na</p><p>sua composição, ações preferencias (PNs). Desta forma, as principais regras são:</p><p>Ø Capital deve ser composto EXCLUSIVAMENTE por ações ordinárias (ON) com</p><p>direito a voto;</p><p>Ø Free Float Mínimo de 20% (regra geral): Significa que a empresa deverá manter</p><p>em circulação uma parcela mínima de ações que represente 20% do seu capital</p><p>social;</p><p>ØTag Along de 100% para ações ON;</p><p>Ø Adesão à Câmara de Arbitragem para dirimir conflitos societários;</p><p>Ø Conselho de Administração com no mínimo de 3 membros (conforme legislação),</p><p>dos quais, pelo menos, 2 ou 20% (o que for maior) devem ser independentes, com</p><p>mandato unificado de até 2 anos;</p><p>Ø Presidente do Conselho e o Diretor Presidente não poderão ser a mesma pessoa.</p><p>432</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Governança Corporativa</p><p>Free Float: Regra Alternativa</p><p>A regra geral do percentual mínimo de ações em circulação (free float) para os 3 níveis é</p><p>de 20%.</p><p>Contudo há uma regra alternativa, que reduz esse percentual para 15% nas seguintes</p><p>condições:</p><p>Ø Caso o ADTV (Average Daily Trading Volume – Volume Médio Diário de</p><p>Negociações) seja igual ou superior a R$ 20 milhões, considerando os negócios</p><p>realizados nos últimos 12 meses; ou</p><p>Ø Na hipótese de ingresso no Novo Mercado, concomitantemente ao IPO quando a</p><p>oferta:</p><p>Ø for superior a R$ 2 bilhões; ou</p><p>Ø enquadrar-se entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, desde que respeitadas as</p><p>contrapartidas previstas no Regulamento.</p><p>Nessa última condição, a companhia poderá manter o free float em 15% do capital social</p><p>por 18 meses, sendo que, ao final do período, o ADTV deve atingir o patamar de R$ 20</p><p>milhões, o qual deve ser consistente por 6 meses consecutivos.</p><p>433</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Tradicional N1 N2 Novo Mercado</p><p>Objetivo Atender</p><p>Legislação</p><p>Atender requisitos</p><p>de transparência</p><p>Atender requisitos</p><p>societários</p><p>Ter apenas</p><p>ações ON</p><p>Free Float não há regra mínimo 20% (regra</p><p>geral)</p><p>mínimo 20% (regra</p><p>geral) mínimo 20% (regra geral)</p><p>Características</p><p>das ações</p><p>ON e PN</p><p>conforme a lei</p><p>ON e PN</p><p>conforme a lei</p><p>ON e PN (com</p><p>direitos adicionais) somente ON</p><p>Conselho de</p><p>Administração</p><p>mínimo 3</p><p>membros, dos</p><p>quais, pelo</p><p>menos 20%</p><p>independentes</p><p>mínimo 3 membros,</p><p>dos quais, pelo 20%</p><p>independentes, com</p><p>mandato unificado</p><p>de até 2 anos</p><p>mínimo 5 membros,</p><p>dos quais, pelo</p><p>menos 20%</p><p>independentes, com</p><p>mandato unificado de</p><p>até 2 anos</p><p>mínimo 3 membros, dos quais</p><p>pelo menos 2 ou 20% (o que</p><p>for maior) independentes,</p><p>com mandato unificado de</p><p>até 2 anos</p><p>Demonstrações</p><p>Financeiras</p><p>conforme</p><p>legislação conforme legislação traduzidas para o</p><p>inglês conforme legislação</p><p>Tag Along 80% ON</p><p>conforme a lei</p><p>80% ON</p><p>conforme a lei</p><p>100% p/ ON</p><p>100% p/ PN 100% p/ ON</p><p>Câmara de</p><p>Arbitragem facultativo facultativo Obrigatório Obrigatório</p><p>Governança Corporativa</p><p>Quanto maior, mais benefício ao acionista minoritário</p><p>434</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.3 Remuneração dos Acionistas &</p><p>Liquidez das Ações</p><p>434</p><p>435</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Ações</p><p>Remunerações</p><p>O retorno financeiro de um acionista dependerá de vários fatores, sendo os principais</p><p>motivos o (1) desempenho econômico da empresa; e o (2) comportamento da economia</p><p>brasileira e internacional. Esta remuneração poderá através de:</p><p>Ø Ganho de Capital: na valorização das ações;</p><p>Ø Dividendos: distribuição do lucro;</p><p>Ø JCP (Juros sobre o Capital Próprio): juros pagos em relação ao Patrimônio Líquido</p><p>da companhia;</p><p>Ø Bonificação: ações gratuitas recebidas pela incorporação do lucro. Se a empresa</p><p>tem bons projetos, é preferível que seu lucro seja utilizado para financiar seus</p><p>investimentos, pois podem ganhar mais na valorização das ações do que no</p><p>recebimento de dividendos;</p><p>Ø Subscrição: direito de compra de ações na mesma proporção à sua participação.</p><p>436</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).</p><p>O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja</p><p>de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do</p><p>mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este</p><p>processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).</p><p>Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara</p><p>que serão pagos dividendos;</p><p>Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço</p><p>de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o</p><p>dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito</p><p>ao dividendo anunciado;</p><p>Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.</p><p>Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia</p><p>do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele</p><p>venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na</p><p>da DATA DO PAGAMENTO.</p><p>Conceito</p><p>Dividendos</p><p>437</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Conceito</p><p>Política de Dividendos</p><p>A política de dividendos adotada por uma empresa pode transmitir sinais ao mercado</p><p>sobre a situação da companhia. De acordo com a Teoria de Sinalização de Dividendos, tais</p><p>sinais sobre a expectativa de distribuição de dividendos futuros e, consequentemente, do</p><p>resultado da companhia, seriam capazes de influenciar a demanda por determinado ativo.</p><p>Contudo, uma variação no volume a distribuir de dividendos pode ser interpretado de</p><p>maneira dúbia:</p><p>Ø ELEVAÇÃO DOS DIVIDENDOS: muitos podem interpretar como uma notícia</p><p>positiva, pois receberão valores maiores a título de dividendos; porém outros podem</p><p>questionar se a administração da companhia não está sendo capaz de empreender</p><p>novos projetos que possam implicar maior retenção de lucros, de um lado, mas</p><p>resultados superiores no futuro, de outro.</p><p>Ø REDUÇÃO DOS DIVIDENDOS: à primeira vista, pode sinalizar que a empresa passa</p><p>por dificuldades financeiras e que prefere distribuir menos recursos a título de</p><p>dividendos; porém, pode também significar que a companhia está retendo parcela</p><p>maior do lucro para reinvestir na própria empresa, o que pode levar a melhores</p><p>resultados no futuro e, consequentemente, maiores dividendos.</p><p>438</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Política de Dividendos</p><p>Dada essa possível ambiguidade de interpretações, existem três principais teorias a</p><p>respeito do efeito de dividendos no valor para o acionista:</p><p>Ø Teoria da Irrelevância dos Dividendos (dividend irrelevance): como o nome diz,</p><p>essa teoria defende que a declaração de uma companhia a respeito do pagamento</p><p>de dividendos não teria impacto sobre o preço das ações. Isso porque, para os</p><p>defensores dessa teoria, o grande valor de uma empresa é sua capacidade de obter</p><p>lucro e proporcionar bons índices de rentabilidade. Portanto, desde que isso seja</p><p>feito, a quantidade de dividendos paga não agregaria valor ao acionista.</p><p>Ø “Pássaro na mão” (Bird-in-hand): já diz o ditado popular, “mais vale um na mão</p><p>do que dois voando”. Assim, essa teoria defende que os investidores preferem</p><p>receber dividendos maiores, que representam caixa certo (um na mão), ao invés de a</p><p>empresa distribuir menos, reinvestir no próprio negócio e poder gerar mais lucro a</p><p>médio e longo prazo. Nesse último</p><p>cenário, haveria a expectativa de um ganho de</p><p>capital superior, mas incerta (dois voando).</p><p>Ø Preferência fiscal (tax preferrence): os investidores preferem menores dividendos</p><p>e maiores ganhos de capital, uma vez que os primeiros são mais tributados do que os</p><p>segundos em alguns países, como nos EUA.</p><p>Conceito</p><p>439</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Conceito</p><p>Juros sobre o Capital Próprio (JCP)</p><p>A JCP, o JUROS sobre o CAPITAL PRÓPRIO, é uma forma de remuneração alternativa ao</p><p>dividendo para o acionista. A diferença é que ela é considerada uma despesa para a</p><p>empresa e transferindo a tributação para o acionista. Esta remuneração é limitada até o</p><p>valor da correção da TLP (Taxa de Longo Prazo) sobre o Patrimônio Líquido (PL).</p><p>Inicialmente parece ruim, mas é uma excelente estratégia, já que a tributação nas PJ varia</p><p>de 25% a 35% sobre o lucro e nas pessoas físicas é de 15%. Outro ponto importante é que</p><p>após seu pagamento, o preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no pagamento dos</p><p>dividendos, ou seja, é negociada ex-juros.</p><p>q VANTAGEM PARA EMPRESA: Despesa dedutível da base de cálculo para o IRPJ</p><p>(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido) na</p><p>apuração pelo lucro real das empresas.</p><p>q IR PARA O INVESTIDOR: O acionista é tributado em 15% sobre o valor a ser distribuído,</p><p>com o IR sendo exclusivo e definitivo na fonte. Para a prova, a JCP possui os mesmos</p><p>efeitos que o dividendo, porém com tributação de 15% para o acionista.</p><p>440</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Conceito</p><p>Direito de Subscrição</p><p>O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos</p><p>negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas</p><p>condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da</p><p>companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a</p><p>proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.</p><p>Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui</p><p>um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).</p><p>Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no</p><p>primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no</p><p>segundo é gratuito.</p><p>FÓRMULA PARA PREÇO EX-SUBSCRIÇÃO (X):</p><p>441</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Para você não se apegar a fórmula, vamos então entender o raciocínio passo-a-passo!</p><p>100 ações</p><p>Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão</p><p>sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta</p><p>forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!</p><p>Esta empresa deseja captar R$ 100,00 de recursos</p><p>novos, então ela dá o direito de subscrição de 50</p><p>ações a R$ 2,00 a seus acionista (para cada 2 ações</p><p>que um acionista possui, ele pode adquirir 1 nova).</p><p>50</p><p>AÇÕES</p><p>NOVAS</p><p>Agora a empresa estará valendo os R$ 500,00 MAIS</p><p>R$ 100,00 do dinheiro que entrou (R$ 600,00),</p><p>porém possuindo 150 ações. Assim, o novo preço</p><p>no mercado será de R$ 600 ÷ 150 = R$ 4,00.</p><p>150 AÇÕES</p><p>RToro Education S/A</p><p>RToro Education</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>100 ações</p><p>RToro Education</p><p>Gráfico Demonstrativo</p><p>Direito de Subscrição</p><p>442</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Bônus de Subscrição</p><p>A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de</p><p>uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50</p><p>e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o</p><p>período da subscrição (Ex-Subscrição)?</p><p>q RESPOSTA: Quando a questão não nos informa a quantidade de ações que a</p><p>companhia possui, utilizamos como base o número 100 para facilitar os nosso cálculos.</p><p>Assim, primeiramente vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia, depois o</p><p>valor que entrada de recursos na empresa, e por último o novo preço!</p><p>(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,50 = R$ 250,00 é o valor total da empresa</p><p>(2) Dinheiro entrando na RToro Education S/A: A questão nos diz que a empresa está</p><p>aumentando em 30% o seu capital social. Como utilizamos o número 100 como base, ela</p><p>estaria aumentando em 30 ações ao valor de R$ 2,40, ou seja, 30 x R$ 2,40 = R$ 72,00.</p><p>(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor de mercado antes da subscrição</p><p>e o valor em dinheiro que está entrando, sabemos que ela vale ao total R$ 322,00, pois é</p><p>a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta dividir pela quantidade de ações, que</p><p>agora é de 130 (100 + 30). Portanto, o novo valor será R$ 322,00 ÷ 130 = R$ 2,48.</p><p>Exemplo de Cálculo</p><p>443</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Bonificação de Ações</p><p>A BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é o ato de uma companhia incorporar as reservas de lucro ou</p><p>de capital para ela e em troca disso, distribui novas ações aos atuais acionistas, realizando</p><p>um aumento de capital. É como se, ao invés a empresa distribuir o valor em dividendos,</p><p>ela distribui em ações, e esse recebimento é proporcional à posição acionária existente no</p><p>momento que a assembleia concede a bonificação.</p><p>A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do</p><p>Patrimônio Líquido, pois ele é uma das contas do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o capital</p><p>social é aumentado pela capitalização de reservas (novas ações foram emitidas para os</p><p>atuais acionistas). Como não ocorre incremento do patrimônio líquido, apenas</p><p>movimentação de contas em seu interior, o valor da empresa não se altera, somente o</p><p>valor da ação é modificado, vide que hão há entrada de novos recursos, pois os recursos</p><p>já estão na empresa.</p><p>q RESUMO: a BONIFICAÇÃO DE AÇÕES é a distribuição GRATUITA de novas ações aos</p><p>atuais acionistas, causado pela incorporação do lucro. O acionista tem somente um custo</p><p>contábil por estas ações (quando ele vender, o custo informado a receita federal para o</p><p>ganho de capital será este custo contábil).</p><p>Conceito</p><p>444</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.</p><p>Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído</p><p>em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão</p><p>sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,</p><p>que possui 10% da companhia, após a bonificação?</p><p>q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o</p><p>acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor</p><p>da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse</p><p>valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:</p><p>(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).</p><p>(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.</p><p>(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.</p><p>(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois</p><p>com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.</p><p>(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.</p><p>Exemplo de Cálculo</p><p>Bonificação de Ações</p><p>445</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>O DESDOBRAMENTO, também chamado de SPLIT, é a divisão de uma ação em várias e</p><p>tem por finalidade ampliar a liquidez das ações em circulação de uma empresa. Ou seja,</p><p>quando uma empresa acredita que suas ações estão tendo pouca liquidez, ela pode</p><p>realizar esse processo, que aumentará a quantidade de ações no mercado e, ao mesmo</p><p>tempo, reduzirá a cotação na mesma proporção. Esse procedimento NÃO AFETA A</p><p>ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o investidor mantenha o mesmo</p><p>valor financeiro que tinha antes do desdobramento!</p><p>q EXEMPLO: Um investidor possui 200 ações a R$ 30,00 cada (R$ 6 mil). Sabendo que a</p><p>empresa fez um Split de 1 pra 3 (ou seja, de 200%), qual será a nova posição e qual o novo</p><p>valor da ação?</p><p>RESPOSTA: Para cada ação que o investidor</p><p>possuía, ele passará agora a ter o triplo, ou</p><p>seja, 3 ações, tendo ao total 600 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro</p><p>investido (R$ 6.000,00), cada ação deverá valer agora R$ 10,00. Perceba que o preço e a</p><p>quantidade de ações possui uma relação inversamente proporcional nesses</p><p>procedimentos!</p><p>Conceito</p><p>Desdobramento (Split)</p><p>446</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Grupamento (Inplit)</p><p>O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,</p><p>tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.</p><p>Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está</p><p>sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no</p><p>mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção. Esse</p><p>procedimento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o</p><p>investidor mantenha o mesmo valor financeiro que tinha antes do grupamento!</p><p>q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).</p><p>Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo</p><p>valor da ação?</p><p>RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição</p><p>será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),</p><p>cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de</p><p>ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!</p><p>447</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.4 Regulamento Operacional do</p><p>Segmento BOVESPA</p><p>447</p><p>448</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Regulamento Operacional da B3</p><p>Ativos & Produtos Negociáveis</p><p>A B3 é a clearing house dos ativos privados do mercado financeiro, pois ela é a fusão da</p><p>BOVESPA, com a BM&F e com a CETIP. Cada uma dessas Clearings atuava com um</p><p>segmento e com um sistema diferente. O segmento Bovespa era onde se negociavam as</p><p>ações de companhias sociedades anônimas (S/A); na BM&F eram negociados as</p><p>mercadorias e os contratos futuros para poderem realizar a gestão de seus riscos; e por</p><p>último, a CETIP possuía sua fortemente sua relação com o mercado dos investimentos em</p><p>renda fixa. Desta forma, os ativos negociados na B3 são segmentados da seguinte forma:</p><p>Ø Mercado de bolsa: são os mercados à vista de renda fixa privada, renda variável e</p><p>ouro, mercado de derivativos e operações estratégicas.</p><p>Ø Mercado de balcão organizado: renda fixa e variável e operações ex-pit.</p><p>Ø Mercado de câmbio: negociação de dólares nos Estados Unidos.</p><p>Em relação aos sistemas, a B3 criou a Plataforma Unificada Multiativos (Sistema PUMA),</p><p>que substituiu os quatro sistemas de negociação que existiam, que eram:</p><p>Ø Mega Bolsa: um sistema para a negociação de ações e opções;</p><p>Ø Bovespa Fix: sistema para operar com os ativos de renda fixa;</p><p>Ø SisBex: utilizado para títulos públicos;</p><p>Ø Global Trading System: utilizado pela BM&F para os derivativos.</p><p>449</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Procedimentos & Prazos de Liquidação</p><p>A compensação e liquidação dos ativos do mercado à vista são responsabilidades da</p><p>clearing da B3:</p><p>Ø Mercado à Vista ETF Renda Fixa: liquidação física e financeira em D+1;</p><p>Ø Mercado à Vista (Ações, FII, ETF): liquidação física e financeira em D+2;</p><p>Ø Operações day-trade: liquidação física em D+0 e financeira em D+2;</p><p>Ø Mercado a termo de ações: poderá ter sua liquidação antecipada, caso contrário,</p><p>ocorrerá no vencimento do contrato, onde foi previamente definida entre as partes.</p><p>Ø Mercado a Termo ou Mercado de Swap: poderá ter sua liquidação antecipada,</p><p>desde que ambas as partes concordem. Caso contrário, ocorrerá no vencimento do</p><p>contrato, onde foi previamente definida entre as partes.</p><p>Ø Mercado futuro: não há possibilidade de liquidação antecipada, apenas na data</p><p>de vencimento do contrato. No entanto, é possível ao investidor encerrar sua</p><p>posição, realizando uma operação contrária ao que foi feito inicialmente.</p><p>Ø Mercado de opções: os prêmios possuem liquidação física e financeira em D+1 e,</p><p>no vencimento, será apurado o valor da liquidação a partir do exercício do direito dos</p><p>compradores.</p><p>Regulamento Operacional da B3</p><p>450</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Tipos de Ordens I</p><p>Quando um cliente deseja realizar uma operação na bolsa de valores (ou no mercado de</p><p>balcão), existem diversas formas que esta ordem poderá ser solicitada, que são:</p><p>Ø Ordem a Mercado: Especifica-se somente a quantidade e as características dos</p><p>valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender (ordem mais comum</p><p>no mercado).</p><p>Ø Ordem Administrada: Como a Ordem a Mercado, mas a execução da ordem ficará</p><p>a critério da corretora.</p><p>Ø Ordem Discricionária: Gestor estabelece as condições de execução da ordem (não</p><p>o investidor).</p><p>Ø Ordem Limitada: Será executada somente por um preço igual ou melhor que o</p><p>indicado pelo investidor.</p><p>Ø Ordem Casada: A ordem Casada poderá ocorrer das seguintes características:</p><p>o Comprar somente quando ocorrer a venda de um outro ativo; ou vender</p><p>somente quando ocorrer a compra de um outro ativo;</p><p>o Somente será efetiva se ambas as transações forem executadas;</p><p>o Poderá ser especificado qual operação será executada primeiro.</p><p>Regulamento Operacional da B3</p><p>451</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Além das ordens anteriores, uma das ordens mais comuns do mercado financeiro é a</p><p>Ordem Stop. Na Ordem Stop se especifica o preço do ativo ou direito a partir do qual a</p><p>ordem deverá ser executada. Ela poderá ser um:</p><p>Ø Stop de COMPRA: irá comprar as ativos para o investidor, caso ocorra um negócio</p><p>MAIOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de venda</p><p>(aluguel de ações – BTC).</p><p>Ø Stop de VENDA: irá vender a posição do investidor, caso ocorra um negócio</p><p>MENOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de</p><p>compra.</p><p>Ø STOP LOSS: será executada para encerrar uma posição de perda.</p><p>Ø STOP GAIN: será executada para encerrar uma posição de ganho financeiro.</p><p>Regulamento Operacional da B3</p><p>Tipos de Ordens II</p><p>452</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.5 Índices da Bolsa de Valores</p><p>452</p><p>453</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Definição</p><p>Os Índices das bolsas de valores, também chamados de índices bursáteis, são cestas de</p><p>ações representativas do mercado como um todo ou setor econômico específico e com</p><p>metodologia específica. Eles são de suma importância para utilização de benchmarks e os</p><p>principais grupos de índices brasileiros são:</p><p>Ø IBOVESPA: Índice Bovespa</p><p>Ø IBrX: Índice Brasil</p><p>Ø MLCX: Índice MidLarge Cap</p><p>Ø SMLL: Índice Small Cap</p><p>Ø ISE: Índice de Sustentabilidade Empresarial</p><p>Ø IEE: Índice de Energia Elétrica</p><p>Ø IGC: Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada</p><p>Ø IGCT B3: Índice de Governança Corporativa Trade</p><p>Ø IGC NM B3: Índice de Governança Corporativa Novo Mercado</p><p>Ø ICO2 B3: Índice Carbono Eficiente B3</p><p>Ø ITAG B3: Índices de Ações com Tag Along Diferenciado</p><p>Ø IDIV: Índice de Dividendos</p><p>Ø IFIX: Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários</p><p>Além dos índices brasileiros, iremos ver alguns índices internacionais também.</p><p>454</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>IBOVESPA</p><p>O IBOVESPA é o mais importante indicador (benchmark) do mercado acionário brasileiro.</p><p>Ele é uma carteira teórica de ativos, sendo rebalanceada a cada quatro meses</p><p>(quadrimestral). O ajuste desta carteira teórica ocorre no último dia útil dos meses de</p><p>abril, agosto e dezembro. Desde 2014, o peso na carteira é ponderado pelo valor de</p><p>mercado, com limite de participação baseado na liquidez da ação. Antes desta data, o</p><p>IBOVESPA levava em consideração somente a liquidez dos ativos (chamado por índice de</p><p>negociabilidade), ou seja ignorava o valor de mercado das ações.</p><p>q Critérios de inclusão: para a AÇÃO ou a UNIT DE AÇÕES compor o índice BOVESPA, ela</p><p>deverá, nos últimos 12 meses:</p><p>Ø Estar listada entre os ativos que representam 85% do índice de negociabilidade,</p><p>(este índice é calculado através do volume financeiro e o número de negócios); e</p><p>Ø Estar presente em 95% dos pregões;</p><p>Ø Deverá ter volume financeiro maior ou igual a 0,1%; e</p><p>Ø Ações “penny stocks” (cotação abaixo de R$ 1,00) não poderão permanecer no</p><p>índice.</p><p>455</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Demais índices (I)</p><p>Os demais índices são:</p><p>Ø IBrX: O objetivo do IBrX é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos</p><p>ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações</p><p>brasileiro, sendo o IBrX 50 dos maiores 50 ativos e o IBrX100 dos 100 maiores ativos.</p><p>Seu rebalanceamento é quadrimestral, da mesma forma que o IBOVESPA.</p><p>Ø Small Cap (SMLL): Mede o retorno de uma carteira composta pelas empresas</p><p>listadas de menor capitalização, ou seja, estar entre os ativos que, em ordem</p><p>decrescente, estejam classificados FORA da lista dos que representam 85% do valor</p><p>de mercado de todas as empresas listadas no mercado a vista da B3.</p><p>Ø MidLarge Cap (MLCX): Mede o retorno de uma carteira teórica de ativos, formada</p><p>por empresas que representam 85% do valor de mercado de todas as empresas</p><p>listadas no mercado a vista da B3, ou sejam que não fazem parte do índice de Small</p><p>Cap. As condições que excluem a possibilidade de integração ao índice, são:</p><p>§ Condição de pertencimento dos ativos à carteira do Small Cap (SMLL);</p><p>§ Ativos em classificação de Penny Stock, ações negociadas em centavos;</p><p>§ Emissão de BDRs (Brazilian Depository Receipts);</p><p>§ Condição de recuperação judicial ou falência decretada.</p><p>456</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Demais índices (II)</p><p>Os demais índices são:</p><p>Ø Sustentabilidade Empresarial (ISE): É um índice sob o aspecto da sustentabilidade</p><p>corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e</p><p>governança corporativa, onde é feito uma análise das respostas fornecidas pela</p><p>empresas a um questionário composto por seis dimensões, que avaliam diferentes</p><p>aspectos da sustentabilidade. Tem como missão apoiar os investidores na tomada de</p><p>decisão de investimentos socialmente responsáveis e induzir as empresas a</p><p>adotarem as melhores práticas de sustentabilidade empresarial.</p><p>Ø Carbono Eficiente B3 (ICO2 B3): Seu o objetivo é ser o indicador do desempenho</p><p>médio das cotações de ativos pertencentes à carteira do IBrX 100, levando em</p><p>consideração as emissões de gases de efeito estufa (GEE) das empresas. Estas</p><p>empresas precisam estar dentro do IBrX 100, aderir formalmente à iniciativa do ICO2</p><p>através de formulário e reportar dados de seu inventário anual de GEE.</p><p>Ø Energia Elétrica (IEE): Tem como objetivo calcular o retorno médio de uma carteira</p><p>composta por empresas do setor de energia elétrica, que sejam listadas na B3. é um</p><p>índice de retorno total com reinvestimento no próprio ativo, ou seja, considera</p><p>valorização do ativo e a sua distribuição de dividendos. Além disso, as ações têm</p><p>igual participação em termos de valor na carteira (“equal value weighted”).</p><p>457</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Demais índices (III)</p><p>Os demais índices são:</p><p>Ø Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC): É composto por ativos de</p><p>empresas listadas nos 3 níveis de governança corporativo: Nível 1, Nível 2 e Novo</p><p>Mercado da B3. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50% no período de</p><p>vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.</p><p>Ø Governança Corporativa Trade (IGCT B3): Idem ao IGC, mas com a principal</p><p>diferença que estes ativos devem ter presença em pregão de 95% no período de</p><p>vigência das 3 carteiras anteriores.</p><p>Ø Governança Corporativa Novo Mercado (IGC NM B3): É composto apenas por</p><p>ativos listados no Novo Mercado. Estes ativos devem ter presença em pregão de 50%</p><p>no período de vigência das 3 (três) e não podem ser “Penny Stock”.</p><p>Ø Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG B3): Sua composição é feita por ativos de</p><p>emissão de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários,</p><p>no caso de alienação do controle (ações ordinárias com tag along superior a 80% e</p><p>ações preferenciais com tag along em qualquer percentual).</p><p>458</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Demais índices (IV)</p><p>Os demais índices são:</p><p>Ø Índice de Dividendos (IDIV): Mede o retorno de uma carteira composta pelas</p><p>empresas com alto dividend yield (taxa de retorno dos dividendos). As Ações que</p><p>estiverem dentro dos 25% da amostra com os maiores yields irão participar da</p><p>carteira.</p><p>Ø IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários): Indicador do desempenho</p><p>médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de</p><p>balcão organizado da B3.</p><p>459</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Índices Internacionais</p><p>Diferentemente do que ocorre no Brasil, muitos países possuem mais de uma bolsa de</p><p>valores, como por exemplo os Estados Unidos. Veremos a seguir as principais bolsas de</p><p>valores e os seus principais índices de referencia.</p><p>Ø S&P 500: O índice Standard & Poor's 500 Index é um índice ponderado pela</p><p>capitalização de mercado das 500 principais empresas de capital aberto dos Estados</p><p>Unidos. É considerado um dos melhores indicadores de desempenho do mercado</p><p>acionário norte-americano.</p><p>Ø Dow Jones Industrial Average (DJIA): Também conhecido como Dow 30, ele é um</p><p>índice do mercado de ações que acompanha 30 grandes empresas de capital aberto</p><p>negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e na Nasdaq. Este índice é</p><p>ponderado por preços e não por capitalização.</p><p>Ø NASDAQ: Esta bolsa de valores americana, é a segunda maior do mundo. Seus</p><p>índices são considerados a referência para o setor de tecnologia, sendo eles:</p><p>§ Nasdaq Composite: Índice composto pelo desempenho de mais de 3.000</p><p>empresas listadas na Nasdaq.</p><p>§ Nasdaq 100: índice composto pelas 100 maiores empresas não financeiras</p><p>negociadas na Nasdaq.</p><p>460</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Índices Internacionais</p><p>Dentre os principais índices internacionais, destacamos:</p><p>Ø MSCI World e Emerging Markets: O MSCI World Index captura a representação de</p><p>empresas de grande e média capitalização em 23 países de mercados desenvolvido;</p><p>já o MSCI Emerging Markets Index repreenta ações de empresas de mesmo porte,</p><p>mas de 25 países de Mercados Emergentes. São índices de difícil replicação, pois</p><p>cada um contém cerca de 1.500 ações.</p><p>Ø Hang Seng: Índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, reúne as ações das maiores</p><p>e mais importantes empresas negociadas na bolsa. A carteira teórica é ponderada</p><p>pela capitalização de mercado de tais ações.</p><p>Ø Nikkei 225: Índice da Bolsa de valores de Tóquio que, como o Dow Jones, usa</p><p>como critério de ponderação o preço de 225 ações.</p><p>Ø FTSE: Principal índice da bolsa de Londres, reúne as 100 empresas com maiores</p><p>capitalizações negociadas no mercado inglês.</p><p>Ø Russell 2000: É um índice do mercado de ações de pequena capitalização que</p><p>compõe as 2.000 menores ações do Índice Russell 3000. É considerado o principal</p><p>índice de referência para fundos que operam ações small caps.</p><p>461</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Índices de Bolsa de Valores</p><p>Índices Internacionais</p><p>Dentre os principais índices internacionais, destacamos ainda:</p><p>Ø S&P500 ESG: É uma versão específica do S&P 500, que seleciona empresas com</p><p>base em métricas de sustentabilidade e responsabilidade social. As empresas</p><p>incluídas no índice são avaliadas por uma série de critérios relacionados à temática</p><p>ESG como, por exemplo, emissões de carbono, consumo de água, gestão de resíduos,</p><p>diversidade, inclusão e remuneração dos executivos e transparência de práticas</p><p>contábeis .</p><p>Ø Dow Jones Sustainability Indices: Família de índices de sustentabilidade</p><p>projetados para avaliar o desempenho de empresas líderes em sustentabilidade em</p><p>todo o mundo. Considera critérios ambientais, sociais e de governança para</p><p>identificar as empresas mais bem posicionadas em termos de</p><p>práticas sustentáveis. A</p><p>avaliação é baseada em uma série de indicadores e questionários preenchidos pelas</p><p>empresas, abrangendo as áreas temáticas ASG.</p><p>ØFTSE4Good: Outra família de índices de investimento socialmente responsável que</p><p>mede o desempenho de empresas em termos de sustentabilidade e</p><p>responsabilidade social, é utilizado por investidores e gestores de ativos que desejam</p><p>incorporar critérios de sustentabilidade em suas estratégias de investimento.</p><p>462</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>5.1.6 Estratégias de Investimentos</p><p>462</p><p>463</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Conceito</p><p>Existem diversas estratégias de investimentos no mercado de ações. Essas estratégias</p><p>permitem desde a simples compra de uma ação como pensamento de longo prazo,</p><p>quanto a de especular entre a diferença de preços de duas empresas do mesmo setor,</p><p>como por exemplo, os bancos Itaú e Bradesco. Desta forma, as estratégias mais usuais e</p><p>que são cobradas na prova são:</p><p>Ø Compra à Vista;</p><p>Ø Compra com uso de margem;</p><p>Ø Operações a Termo;</p><p>Ø Venda à vista;</p><p>Ø Venda Descoberta;</p><p>Ø Aluguel de Ações;</p><p>Ø Long & Short.</p><p>A seguir, veremos cada uma destas operações.</p><p>464</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Compra à Vista ou com Uso de Margem</p><p>Estas operações envolvem a compra de ações no mercado a vista, ou seja, pelo preço no</p><p>momento da compra. A diferença entre os dois é que pela COMPRA À VISTA o investidor</p><p>possui os recursos para a devida aquisição das ações; já na COMPRA COM USO DE</p><p>MARGEM o investidor utilizada uma linha de crédito fornecida pela Corretora. Nos dois</p><p>casos é uma estratégia com pensamento em ser sócio da companhia e obter retornos com</p><p>a alta das ações.</p><p>Como a COMPRA COM USO DE MARGEM, é um pouco menos usual, vamos explanar um</p><p>pouco mais as suas características. Conforme dito, ela é uma compra através de uma linha</p><p>de crédito disponível para que investidores comprem ações à vista na B3, mesmo sem ter</p><p>dinheiro em conta, tornando assim uma compra alavancada. Desta forma, o investidor</p><p>pode adquirir ações através de um empréstimo da corretora, cujo valor será calculado</p><p>com base na carteira de ações que ele já possui na instituição financeira. No entanto,</p><p>apenas ações determinadas pela B3 geram limite para compra de ações com a Conta</p><p>Margem.</p><p>465</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Operações a Termo</p><p>O TERMO DE AÇÕES nada mais é que um contrato entre o comprador e o vendedor de</p><p>alguma ação, firmando que um dos lados se obriga a comprar no futuro as ações pelo</p><p>PREÇO DE HOJE + JUROS e o outro que irá vender por este valor definido. Por se tratar de</p><p>uma operação futura, a B3 exige garantias de ambos os lados, podem ser em dinheiro ou</p><p>em ativos mobiliários.</p><p>qESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS:</p><p>Ø ALAVANCAGEM: o investidor compra mais ações que o seu capital permite,</p><p>acreditando na alta das ações por um certo período.</p><p>Ø VENDA A TERMO: utilizada para ter a remuneração da taxa de juros do período, o</p><p>o investidor compra as ações no mercado a vista e já as vende por um contrato a</p><p>termo, recebendo a taxa de juros acordada (tributação de renda fixa).</p><p>Ø OPERAÇÃO CAIXA (Obter Recursos): o investidor que necessita de recursos, pode</p><p>vender suas as ações e comprar a termo automaticamente. Com isso, ele não precisa</p><p>tomar um empréstimo no banco e paga somente os juros da operação.</p><p>Ø PROTEÇÃO DE PREÇOS: utilizada pelo investidor que não possui recursos no</p><p>momento, mas que deseja garantir o preço de hoje. Utiliza por quem irá receber</p><p>recursos no futuro (herança, PLR, bônus, venda de outra ação, ...).</p><p>466</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Venda à Vista e Venda Descoberta</p><p>As operações que envolvem de vendas de ações tem como intuito o pensamento que os</p><p>preços das ações irão se desvalorizar. A diferença entre os dois casos é que pela VENDA À</p><p>VISTA o investidor possui as ações que está vendendo; já na VENDA DESCOBERTA o</p><p>investidor vende algo que ele NÃO POSSUI, e para honrar a operação, ele toma</p><p>emprestado de um terceiro, pagando-lhe um juros por esse empréstimo de ações.</p><p>Essa VENDA DESCOBERTA é como quando você deseja usar um veículo que não tem.</p><p>Assim, você vai até uma locadora de veículos e faz um contrato de empréstimo: você pode</p><p>utilizar o veículo da forma que quiser, mas ao final do contrato, necessita devolve-lo e</p><p>pagar um valor pelo aluguel. Assim também funciona com as ações: uma pessoa que não</p><p>possui estas ações vai até um local chamado BTC (Banco de Títulos CBLC), aluga as ações</p><p>de outros investidores que possuem e que desejam emprestar, e no final do contrato, é</p><p>necessário devolver as mesmas ações e pagando-lhes um juros. Desta forma, o TOMADOR</p><p>das ações agora pode VENDER algo que ele não tinha e se os preços diminuírem, ele</p><p>recompra por um preço mais barato e devolvem as ações para quem lhe emprestou</p><p>(DOADOR, que seria a locadora de veículos). Agora, se os preços das ações subirem, ele</p><p>precisará comprar por um valor mais caro, perdendo dinheiro!</p><p>467</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Aluguel de Ações</p><p>Retomando o nosso exemplo da Venda Descoberta, no qual havia uma “locadora de</p><p>veículos”, a operação de ALUGUEL DE ATIVOS é exatamente ser a locadora de veículos,</p><p>recebendo um valor fixo por este empréstimo. Essa é uma forma de rentabilizar os</p><p>investidores que não desejam se desfazer das suas posições no curto prazo, mas desejam</p><p>ser remunerados de alguma maneira. Vale ressaltar que os ativos que podem ser</p><p>colocados para alugar são as ações, units, ETFs e fundos imobiliários</p><p>q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:</p><p>Ø Mesmo emprestando as ações, os proventos continuarão sendo do DOADOR, tais</p><p>como JCP, DIVIDENDOS, Bonificação de Ações ou Direito de Subscrição.</p><p>Ø Os juros recebidos pelo doador serão tributado como renda fixa.</p><p>Ø O BTC (Banco de Títulos CBLC) é administrado pela B3.</p><p>Ø Os contratos de empréstimo poderão ser de três formas distintas, que são:</p><p>§ PRAZO FIXO, em que haverá um prazo determinado, não podendo ser</p><p>terminado antecipadamente;</p><p>§ Doador podendo solicitar a devolução antecipadamente;</p><p>§ Tomador podendo liquidar o BTC antecipadamente.</p><p>468</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Long and Short</p><p>Realizar uma operação LONG & SHORT significa vender uma ação que não possui (ficar</p><p>short) e, com o recurso da venda, comprar uma outra ação (ficar long). Como vimos</p><p>anteriormente, quando você não possui a ação, você precisa alugar a ação vendida a</p><p>descoberto para entregar ao comprador. É uma operação que visa lucrar em virtude da</p><p>distorção destes preços. Lembre-se: quando você compra (LONG) um ativo, o seu lucro</p><p>ocorre com a valorização do seu preço; já quando você vende (SHORT), o seu lucro vem</p><p>da desvalorização.</p><p>Normalmente, os pares mais comuns são montados com:</p><p>Ø Ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da mesma empresa;</p><p>Ø Ações de um mesmo setor (Bradesco por Itaú); ou</p><p>Ø Entre uma ação e um índice (por exemplo, contra o Ibovespa).</p><p>469</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Estratégias de Investimentos</p><p>Resumo</p><p>ESTRATÉGIAS RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA</p><p>COMPRA À VISTA Compra de ações com seu próprio dinheiro, acreditando na alta</p><p>dos preços.</p><p>CONTA MARGEM Compra de ações com dinheiro emprestado da corretora,</p><p>acreditando na alta dos preços. Operação alavancada.</p><p>TERMO DE AÇÕES Contrato de promessa de compra ou venda futura, já</p><p>estabelecendo os preços hoje + uma taxa de juros.</p><p>VENDA À VISTA Venda das próprias ações, acreditando na baixa dos preços, para</p><p>posteriormente comprar mais barato.</p><p>VENDA DESCOBERTA</p><p>Venda de ações que pegou emprestado, acreditando na baixa</p><p>dos preços, para posteriormente comprar mais barato e</p><p>devolver ao doador.</p><p>ALUGUEL DE AÇÕES O investidor empresta suas ações em troca de uma taxa.</p><p>LONG & SHORT Operação que se vende um ação e com o dinheiro da venda,</p><p>compra outra.</p><p>470</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos</p><p>é zero, portanto, o FV será igual a zero (salve exceções).</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>37</p><p>Exemplo 8 (PMT Postecipado)</p><p>q EXEMPLO: Rafael assinou um plano de previdência de R$ 400,00 por mês, com</p><p>aportes postecipados, onde rendeu 1% ao mês. Qual foi o valor total após 6 meses?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Pressione [g] e depois [8] → Informa a função “END” (depósitos postecipados)</p><p>Ø (3) Digite [6] e pressione [n]</p><p>Ø (4) Digite [1] e pressione [i]</p><p>Ø (5) Digite [400][CHS] e pressione [PMT]</p><p>Ø (6) Aperte [FV]</p><p>Ø Resposta: R$ 2.460,81 ao mês</p><p>q OBSERVAÇÃO: Se a Hp-12C não mostrar no visor a palavra “BEGIN” é porque ela já está</p><p>na função postecipada (END). Vale ressaltar que as funções “BEGIN” e “END” somente</p><p>terão impactos quando o PMT for diferente de zero.</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>38</p><p>R$ 2.460,81</p><p>6</p><p>- 400</p><p>Taxa de juros</p><p>(i) = 1% a.m.</p><p>0</p><p>Neste gráfico fica claro como a HP-12C trabalha com as parcelas postecipadas, com a</p><p>primeira parcela ocorrendo no período 1 (no nosso exemplo, um mês após a assinatura do</p><p>plano de previdência). Outro ponto importante, é perceber que a última parcela entrará</p><p>junto com o valor final (FV).</p><p>Exemplo 8 (PMT Postecipado - Gráfico)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>- 400 - 400 - 400 - 400 - 400</p><p>1 2 3 4 5</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>39</p><p>Através desta tabela, podemos perceber como a HP-12C chegou no valor final (FV) de</p><p>R$ 2.460,81. Os juros (i) sempre são aplicados sobre o TOTAL do período anterior (juros</p><p>do período 2, veio através da multiplicação da taxa pelo TOTAL do período 1). Outro ponto</p><p>que fica claro é que, em relação ao último aporte, não há aplicação de juros, ele apenas</p><p>será somado, conforme demonstrado pelo gráfico anterior apresentado.</p><p>Exemplo 8 (PMT Postecipado - Tabela)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>Período APORTE (PMT) JUROS (1%) TOTAL (FV)</p><p>0 0 0 0</p><p>1 R$ 400,00 0 R$ 400,00</p><p>2 R$ 400,00 R$ 4,00 R$ 804,00</p><p>3 R$ 400,00 R$ 8,04 R$ 1.212,04</p><p>4 R$ 400,00 R$ 12,12 R$ 1.624,16</p><p>5 R$ 400,00 R$ 16,24 R$ 2.040,40</p><p>6 R$ 400,00 R$ 20,40 R$ 2.460,81</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>40</p><p>Exemplo 9 (PMT Antecipado)</p><p>q EXEMPLO: Rafael assinou um plano de previdência de R$ 400,00 por mês, com</p><p>aportes antecipados, onde rendeu 1% ao mês. Qual foi o valor total após 6 meses?</p><p>q RESPOSTA:</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Pressione [g] e depois [7] → Informa a função “BEGIN” (depósitos antecipados)</p><p>Ø (3) Digite [6] e pressione [n]</p><p>Ø (4) Digite [1] e pressione [i]</p><p>Ø (5) Digite [400][CHS] e pressione [PMT]</p><p>Ø (6) Aperte [FV]</p><p>Ø Resposta: R$ 2.485,41 ao mês</p><p>q OBSERVAÇÃO: Após realizar algum exercício que necessite utilizar a função Begin, volte</p><p>para a função END [g][8]. O normal na vida é termos parcelas postecipadas.</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>41</p><p>R$ 2.485,41</p><p>6</p><p>- 400</p><p>Taxa de juros</p><p>(i) = 1% a.m.</p><p>0</p><p>Exemplo 9 (PMT Antecipado - Gráfico)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>- 400 - 400 - 400 - 400 - 400</p><p>1 2 3 4 5</p><p>Neste gráfico fica claro como a HP-12C trabalha com as parcelas postecipadas, com a</p><p>primeira parcela ocorrendo no período 1 (no nosso exemplo, um mês após a assinatura do</p><p>plano de previdência). Outro ponto importante, é perceber que a última parcela entrará</p><p>junto com o valor final (FV).</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>42</p><p>Através desta tabela, podemos perceber como a HP-12C chegou no valor final (FV) de</p><p>R$ 2.485,41. Diferentemente do caso postecipado, no antecipado, a primeira parcela de</p><p>PMT ocorre no período zero, juntamente com PV (caso houvesse). Outro ponto</p><p>interessante, no período 6, não há contribuições que impactam no resultado final,</p><p>demonstrando de fato que “n”, “i” e “PMT” devem sempre estar no mesmo período.</p><p>Exemplo 9 (PMT Antecipado - Tabela)</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Compostos</p><p>Período APORTE (PMT) JUROS (1%) TOTAL (FV)</p><p>0 R$ 400,00 R$ 0,00 R$ 400,00</p><p>1 R$ 400,00 R$ 4,00 R$ 804,00</p><p>2 R$ 400,00 R$ 8,04 R$ 1.212,04</p><p>3 R$ 400,00 R$ 12,12 R$ 1.624,16</p><p>4 R$ 400,00 R$ 16,24 R$ 2.040,40</p><p>5 R$ 400,00 R$ 20,40 R$ 2.460,81</p><p>6 - R$ 24,61 R$ 2.485,41</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>43</p><p>1.3 Convertendo taxa de uma forma</p><p>simples!</p><p>43</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>44</p><p>Regimes de Capitalização: Juros Simples</p><p>Proporcionalidade de Taxas</p><p>Em JUROS SIMPLES, usamos TAXA PROPORCIONAL. Isso significa que, duas taxas são</p><p>proporcionais quando os seus valores guardam uma proporção com o tempo a que elas se</p><p>referem, portanto, é preciso reduzir o tempo a uma mesma unidade. Estes problemas</p><p>envolvendo taxas proporcionais podem ser resolvidos por meio de “Regra de Três”.</p><p>q EXEMPLO: Calcular a taxa mensal proporcional a 30% ao ano?</p><p>Ø Primeiro passo é reduzir o tempo a uma mesma unidade (1 ano = 12 meses).</p><p>Ø Depois, fazemos a “Regra de Três”:</p><p>§ 30% está para 12 meses, assim como X está para 1 mês, ou seja:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>45</p><p>Em JUROS COMPOSTOS, usamos TAXA EQUIVALENTE. Isso significa que as taxas de juros</p><p>não são proporcionais, ou seja, uma taxa de 12% ao ano é não é equivalente a 1% ao mês.</p><p>Teoricamente, taxa equivalente significa que, aplicadas ao mesmo capital durante o</p><p>mesmo período de tempo, através de diferentes períodos de capitalização, produzem o</p><p>mesmo montante final. Diante disso, necessitamos usar conceitos exponenciais para</p><p>fazermos a conversão de taxas equivalentes e sua fórmula é:</p><p>q Regra do QUERO/TENHO:</p><p>Ø iQ = taxa de juros cujo resultado se pretende encontrar (taxa que “eu quero”).</p><p>Ø iT = taxa de juros cujo resultado já sabemos (taxa que “eu tenho”).</p><p>Ø q = período em que está expressa a taxa cujo resultado se pretende encontrar</p><p>(prazo que “eu quero”).</p><p>Ø t = período em que está expressa a taxa cujo resultado já se sabe (prazo que “eu</p><p>tenho”).</p><p>Equivalência de Taxas: Juros Compostos</p><p>Fórmula</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>46</p><p>Equivalência de Taxas: Juros Compostos</p><p>Modelo 1 (Fórmula)</p><p>Qual a taxa equivalente ao mês de 12% ao ano?</p><p>Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]</p><p>Ø (2) Digite [1] e pressione [ENTER]</p><p>Ø (3) Digite [0.12] e pressione [+]</p><p>Ø (4) Digite [12], aperte e pressione</p><p>Ø (5) Digite [1] e pressione [-]</p><p>Ø (6) Digite [100] e aperte [x]</p><p>Ø Resposta: 0,948879</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>47</p><p>Equivalência de Taxas: Juros Compostos</p><p>Modelo 2 (Programação Hp-12c)</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>48</p><p>Qual a taxa anual equivalente ao mês de 12% ao ano?</p><p>q Resposta: 0,948879% ao mês.</p><p>q OBS: Este método é sendo pela programação inserida. Após inserirmos o passo-a-passo</p><p>anterior, não será mais necessário imputar a programação (ela é feita apenas uma vez), a</p><p>não ser que a HP-12C desprograme, que pode ocorrer por “limpar” a programação</p><p>(f PRGM) ou haja algum outro problema, devendo ser necessário inserir o passo-a-passo</p><p>novamente.</p><p>PRESSIONAR OBJETIVO VISOR</p><p>12 i Introduzir a taxa que desejo converter no [i] 12,000</p><p>360 n Introduzir o prazo em dias, correspondente do [i] 360,000</p><p>30 Prazo desejado (dias que você quer 30). Caso seja em</p><p>dias úteis, 1 mês =21 dias; e 1 ano = 252 dias) 30</p><p>R/S Executa o programa 0,948879</p><p>Equivalência de Taxas: Juros Compostos</p><p>Modelo 2 (Programação Hp-12c)</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>49</p><p>Taxas de Juros</p><p>Conceito</p><p>Além compreender as formas dos regimes de capitalização através dos juros simples e dos</p><p>juros compostos, é importante compreender que as taxas de juros também podem ser</p><p>classificadas como taxa de juros específicas, sendo elas chamadas de:</p><p>Ø Taxa Nominal: é uma taxa de juros onde a unidade referencial não coincide com a</p><p>unidade de tempo da capitalização, como por exemplo, uma taxa de 12% ao ano,</p><p>capitalizada mensalmente No entanto, também podemos definir</p><p>por que adentramos em dois conceitos contáveis:</p><p>Ø (1) EV (Enterprise Value): Este é o valor de mercado da companhia somado com a</p><p>sua dívida líquida (dívida total menos o caixa da empresa, sendo que o caixa da</p><p>empresa são as aplicações financeiras de curto prazo).</p><p>Ø (2) EBITDA: Lucro operacional da companhia.</p><p>Da mesma forma que o indicador P/L, quanto menor o EV/EBITDA, mais barato está a</p><p>companhia. Esse conceito é importante, pois quando alguém adquire uma empresa,</p><p>comprando as ações (ou cotas) de um outra pessoa, o novo investidor assume todas as</p><p>dívidas da companhia comprada. Assim, esse indicar serve para analisar “quantos anos</p><p>serão necessários para, além de recuperar o capital investido na compra da companhia,</p><p>quitar todas as suas dívidas (EV - Enterprise Value), apenas pela geração de caixa atual</p><p>da empresa (EBITDA)”.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>Análise Fundamentalista</p><p>!"/!$%&'( = *+,-. 0+ 123.45+ + 7í9:0+ ;í =</p><p>Valor de Mercado por Açãf</p><p>Vendas gfh içãf</p><p>484</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>Preço/Fluxo de Caixa</p><p>O índice Preço sobre Fluxo de Caixa (P/FC) é uma métrica usada na análise</p><p>fundamentalista para avaliar a relação entre o preço de uma ação e o fluxo de caixa</p><p>operacional gerado pela empresa.</p><p>Pode ser calculado dividindo o preço atual da ação pelo fluxo de caixa operacional por</p><p>ação. Um índice baixo pode indicar que a ação está subvalorizada ou que a empresa tem</p><p>um fluxo de caixa operacional forte em relação a seu preço. Por sua vez, um índice alto</p><p>pode sugerir sobrevalorização ou que o fluxo de caixa operacional é fraco em relação ao</p><p>preço da ação.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>Análise Fundamentalista</p><p>"/jk =</p><p>Preçf lm Açãf</p><p>no pgqhmrsftmu gfh içãf</p><p>485</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>PEG (P/E-to-Growth)</p><p>O índice P/E-to-Growth (PEG) é uma extensão do índice P/L (Preço/Lucro) ajustado pelo</p><p>crescimento dos lucros da empresa. O PEG fornece uma visão mais completa do valor de</p><p>uma ação, pois leva em consideração tanto o seu preço em relação aos lucros atuais</p><p>quanto sua taxa de crescimento esperada dos lucros.</p><p>O PEG 1 pode sugerir que a ação está sobrevalorizada em relação a seu crescimento</p><p>projetado.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>Análise Fundamentalista</p><p>"/jk =</p><p>v/w</p><p>xmym lq ohqzrs{qt|f lfz w}rhfz</p><p>486</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>O Discounted Cash Flow (DCF), conhecido também com Método do Fluxo de caixa</p><p>Descontado, é uma teoria em que pressupõe que o valor de um negócio depende dos</p><p>benefícios futuros que ele irá produzir, descontados para um valor presente, através da</p><p>utilização de uma taxa de desconto apropriada, a qual reflita os riscos inerentes aos fluxos</p><p>estimados.</p><p>q FÓRMULA:</p><p>As três principais maneiras a ser calculado este modelo são:</p><p>Ø Modelo de Fluxo de Caixa Descontado da Firma – “Free Cash Flow to the Firm”;</p><p>Ø Modelo de Fluxo de Caixa do Acionista – “Free Cash Flow to Equity”;</p><p>Ø Modelo de Fluxo de Dividendos Descontados (Modelo de Gordon).</p><p>Análise Fundamentalista</p><p>Fluxo de Caixa Descontado</p><p>!"#$% = (()!)</p><p>(1 + YTM)! +</p><p>(()")</p><p>(1 + YTM)" +⋯ . (()#)</p><p>(1 + YTM)#</p><p>487</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>RECEITA LÍQUIDA</p><p>EBITDA</p><p>...(-) Depreciação</p><p>(=) EBIT (LAJIR)</p><p>EBIT × [1 – Taxa de Imposto (alíquota fiscal)]</p><p>(=) Lucro Operacional Líquido menos Imposto Ajustado</p><p>(+) Depreciações e Amortizações</p><p>(-) Gastos de Capital (CAPEX)</p><p>(-) Variação de Capital de Giro</p><p>(=) Fluxo de Caixa da Firma (Free Cash Flow to the Firm)</p><p>NCG:</p><p>NECESSIDADE DECAPITAL DE GIRO</p><p>Fluxo de Caixa Descontado da Firma (FCFF)</p><p>Trata dos direitos dos proprietários do Patrimônio Líquido, dos preferencialistas e dos</p><p>financiadores, por tanto, abrange todo o fluxo de caixa da empresa a ser distribuído entre</p><p>os credores e acionistas, sob a forma de juros e dividendos. Seu cálculo é realizado a</p><p>partir do Lucro Operacional, incluindo impostos, antes de qualquer remuneração aos</p><p>donos de capital mencionados, ou seja, é o fluxo de caixa operacional menos as despesas</p><p>necessárias para manter os ativos e o crescimento do negócio.</p><p>Análise Fundamentalista</p><p>488</p><p>CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão</p><p>(=) Lucro Líquido</p><p>(+) Depreciações e Amortizações</p><p>(-) Investimentos (CAPEX)</p><p>(-) Variação de Capital de Giro</p><p>(+) Captação de Recursos de Terceiros (Financiamentos)</p><p>(-) Amortização das Parcelas do Principal dos Financiamentos</p><p>(=) Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE)</p><p>Trata dos direitos somente dos proprietários do Patrimônio Líquido, ou seja, do capital</p><p>próprio da empresa, ou seja, após o pagamento de juros para os credores. É o fluxo de</p><p>caixa existente após o pagamento de despesas operacionais, das obrigações tributárias,</p><p>das necessidades de investimento, do principal, de juros e de quaisquer outros</p><p>desembolsos de capital necessários à manutenção da taxa de crescimento dos fluxos de</p><p>caixa projetados, descontado pelo custo do</p><p>a taxa nominal</p><p>como sendo a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira.</p><p>Ø Taxa Efetiva: é a taxa de juros onde a unidade referencial coincide com a unidade</p><p>de tempo da capitalização, como por exemplo, uma taxa de 1% ao mês, capitalizada</p><p>mensalmente.</p><p>Ø Taxa Real: esta taxa apura o quanto uma pessoa tem de ganho (ou perda) além da</p><p>inflação. Portanto, esta taxa representa de fato o quanto um investidor está</p><p>ganhando em poder de compra.</p><p>A seguir, iremos aprender como calcular cada uma dessas taxas de forma simples para</p><p>podermos compreender melhor as suas representações.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>50</p><p>Para calcularmos a taxa real, utilizamos a fórmula de Fischer:</p><p>Importante dizer que, o retorno nominal é o retorno total do investimento. Ressaltamos</p><p>isso, pois vamos ver adiante, produtos que rendem um “fixo MAIS inflação”, como na</p><p>NTN-B. No entanto, este “MAIS” não deverá ser utilizado como soma, mas sim, como</p><p>MULTIPLICAÇÃO. Provamos isso, reorganizando a fórmula de Fischer, no qual a Taxa</p><p>Nominal de um investimento, será dada pela Taxa Real e pela Inflação:</p><p>Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular!</p><p>Taxa de Juros Real</p><p>#$%$ '($) = 1 + #$%$ ,-./0$)</p><p>1 + 102)$çã- − 1 ×100</p><p>#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100</p><p>Fórmula</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>51</p><p>Taxa de Juros Real</p><p>PASSO A PASSO NA HP-12C</p><p>Ø (1) Pressione [f][CLx], para zerar a HP</p><p>Ø (2) Digite [15] e pressione [ENTER]</p><p>Ø (3) Digite [100] [÷]</p><p>Ø (4) Digite [1] [+]</p><p>Ø (5) Digite [10] e pressione [ENTER]</p><p>Ø (6) Digite [100] [÷]</p><p>Ø (7) Digite [1] [+]</p><p>Ø (8) Pressione [÷]</p><p>Ø (9) Digite [1] [‒]</p><p>Ø (10) Digite [100] [×]</p><p>Ø Taxa Real: 4,55% ao ano</p><p>$% &'(l = !"!#%</p><p>!"!%% − 1 ×100 1</p><p>$% &'(l = !,!#</p><p>!,!% − 1 ×100</p><p>$% &'(l = /, 1233 − 1 ×100</p><p>$% &'(l = 1, 1233 ×100</p><p>$% &'(l = 4,55%</p><p>q Cálculo da Taxa Real:</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>R</p><p>Cálculo: Modelo 1</p><p>EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>52</p><p>Taxa de Juros Real</p><p>Cálculo: “Fórmula de Toro”</p><p>Neste modelo, vamos calcular através das teclas [n], [i], [PV] e [FV], da seguinte forma:</p><p>Ø n: sempre receberá o valor [1]</p><p>Ø PV: aqui será inserido o valor da inflação, adicionado o valor 100. Este valor deverá</p><p>ser inserido como sendo negativo, ou seja, clicando em [CHS]</p><p>Ø FV: aqui será inserido o valor da taxa nominal, adicionado o valor 100</p><p>Ø PMT: não precisa inserir nada, já que sempre iremos zerar a HP antes do cálculo</p><p>Ø i: nossa resposta</p><p>q EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?</p><p>Ø [f] [CLx] → zerar a hp-12c</p><p>Ø 100 [ENTER] 10 [+] [CHS] [PV] → Lançar o número “- 110”, entrada negativa</p><p>Ø 100 [ENTER] 15 [+] [FV] → Lançar o número “115”, entrada positiva</p><p>Ø 1 [n] → Prazo sempre será 1</p><p>Ø [i] → Esta será a nossa resposta: 4,55%</p><p>q OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessária “descontar</p><p>taxas” (divisão de taxas) em juros compostos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>53</p><p>Taxa de Juros Nominal</p><p>Exemplo 1: Cálculo</p><p>q EXEMPLO: Um investidor aplicou seus recursos em um título de renda fixa que está</p><p>remunerando 4,55% ao ano + inflação. Após um ano, qual foi o retorno do investidor</p><p>sabendo que a inflação durante foi de 10% no ano?</p><p>Para calcularmos, precisamos utilizar a fórmula do juro nominal:</p><p>Primeiro precisamos dividir todos os números por 100 e somar 1, para depois poder</p><p>multiplicar, ou seja ( 4,55 /100 + 1) e (10 / 100 + 1). Com isso, teremos 1,0455 e 1,10 e</p><p>desta forma poderemos chegar a resposta:</p><p>Ø Taxa nominal = ( 1,0455 x 1,10 )</p><p>Ø Taxa nominal = [(1,15) – 1] x 100</p><p>Ø Taxa nominal = (0,15) x 100</p><p>Ø Taxa nominal = 15%</p><p>#$%$ ,-./0$) = 1 + #$%$ '($) × 1 + 102)$çã- − 1 ×100</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>54</p><p>Taxa de Juros Nominal</p><p>Exemplo 1: “Base 100”</p><p>Já vimos como utilizar a “fórmula de toro” par quando necessitamos dividir taxas. Agora</p><p>utilizaremos de um “novo truque” para facilitar nosso cálculo quando tivermos que</p><p>multiplicar taxas. Este truque se baseia em somar as taxas utilizando uma base 100, da</p><p>seguinte forma:</p><p>Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base</p><p>Ø 4,55 [%] [+]→ estamos somando a taxa real na nossa base</p><p>Ø 10 [%] [+] → estamos crescendo 10% o número anterior</p><p>Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base</p><p>Ø Resposta: 15% é a nossa taxa nominal</p><p>Ø OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessário “somar taxas”</p><p>(multiplicação de taxas) em juros compostos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>55</p><p>Taxa de Juros Nominal</p><p>Exemplo 2</p><p>q EXEMPLO: A inflação brasileira foi positiva nos três primeiros meses do ano e negativa</p><p>no quarto mês, sendo os seus valores em: 0,27%, 0,11%, 0,47% e -0,51%. Desta forma,</p><p>qual foi a inflação acumulada no período?</p><p>Para calcularmos a taxa desta inflação, basta somarmos todos os valores através da</p><p>fórmula da taxa nominal:</p><p>Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base</p><p>Ø 0,27 [%] [+]→ estamos crescendo 0,27% o número anterior</p><p>Ø 0,11 [%] [+] → estamos crescendo 0,11% o número anterior</p><p>Ø 0,47 [%] [+] → estamos crescendo 0,47% o número anterior</p><p>Ø 0,51 [%] [-] → estamos diminuindo 0,51% o número anterior</p><p>Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base</p><p>Ø Resposta: 0,337739% é a nossa taxa nominal</p><p>Perceba que mesmo o número sendo negativo, devemos utilizar com a regra da soma da</p><p>base 100, pois para chegarmos no resultado, deveríamos multiplicar as taxas, mesmo</p><p>quando tivermos um número negativo. Você poderia ter usado [CHS] e somar o número</p><p>negativo ou descontar com [ꟷ], conforme fizemos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>56</p><p>Taxa de Juros Efetiva</p><p>Exemplo 3</p><p>q EXEMPLO: A taxa de juros de 48% ao ano, capitalizada mensalmente, resulta em uma</p><p>taxa efetiva anual aproximada de quanto?</p><p>Para calcularmos esta taxa efetiva, necessitamos seguir uma receita de bolo dividida em</p><p>duas etapas, que são:</p><p>Ø ETAPA 1: converter a taxa por juros simples;</p><p>Ø ETAPA 2: converter a taxa da etapa 1, mas agora por juros compostos.</p><p>Desta forma, vamos resolver o problema apresentado através dessas duas etapas:</p><p>Ø ETAPA 1: Convertendo a taxa anual para taxa mês através de juros simples</p><p>§ ETAPA 1: 48% ÷ 12</p><p>§ ETAPA 1: 4% ao mês</p><p>Ø ETAPA 2: Convertendo a taxa da ETAPA 1 (MÊS) para a TAXA EFETIVA ANO</p><p>§ 4 [i]</p><p>§ 1 [n]</p><p>§ 12 [R/S]</p><p>§ RESPOSTA: 60,10% ao ano</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>57</p><p>1.4 Conceitos Básicos de Estatística</p><p>57</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>58</p><p>Estatística</p><p>Conceito</p><p>A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras</p><p>matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de</p><p>uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as</p><p>informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar</p><p>na tomada de decisão.</p><p>Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,</p><p>com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:</p><p>Ø Diferença entre Amostra e População</p><p>Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)</p><p>Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância</p><p>Ø Covariância</p><p>Ø Coeficiente de Correlação</p><p>Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>59</p><p>Estatística</p><p>AmostraPOPULAÇÃO</p><p>População e Amostra</p><p>Para iniciarmos os estudos de estatística, precisamos primeiramente entender a diferença</p><p>de População e Amostra. Assim sendo:</p><p>Ø População: O Conceito de População é “a totalidade dos números do grupo a ser</p><p>estudado”. Por exemplo, um fundo de investimentos possui 10 anos de criação e</p><p>vamos analisar estes 10 anos.</p><p>Ø Amostra: Já a Amostra é “uma parte da totalidade do grupo que deseja ser</p><p>estudado, ou seja, um pedaço da População”. Por exemplo, desejamos saber em</p><p>quem a população brasileira pretende votar. Como é muito difícil perguntar para</p><p>todos os brasileiros, fazemos uma pesquisa</p><p>somente com uma “parte” da população,</p><p>que será considerada como se fosse o todo.</p><p>Estatística</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>60</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>Média</p><p>A MÉDIA nada mais é que um valor que aponta para onde mais se concentram os dados</p><p>de uma distribuição, ou seja, “o ponto de equilíbrio” do grupo de dados analisados. É</p><p>como se todos os números desse grupo, fossem iguais neste ponto de equilíbrio. Para</p><p>fazermos o cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser</p><p>de dois tipos:</p><p>Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,</p><p>ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o</p><p>mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos</p><p>valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.</p><p>Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam</p><p>relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar</p><p>valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo</p><p>devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será</p><p>apresentado adiante.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>61</p><p>Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação</p><p>financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?</p><p>Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade</p><p>de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média</p><p>do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse</p><p>tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>MÊS RETORNO</p><p>Janeiro +1%</p><p>Fevereiro +3%</p><p>Março +3%</p><p>Abril +5%</p><p>Maio +3%</p><p>5 meses</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>Total = 15%</p><p>Média Simples: Exemplo</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>62</p><p>Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir</p><p>os seguintes passos:</p><p>A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no</p><p>visor, quantos números esse grupo tem no momento.</p><p>FLUXO TECLA MOTIVO Visor</p><p>1 [∑+] 1º número do grupo Número 1</p><p>3 [∑+] 2º número do grupo Número 2</p><p>3 [∑+] 3º número do grupo Número 3</p><p>5 [∑+] 4º número do grupo Número 4</p><p>3 [∑+] 5º número do grupo Número 5</p><p>Média +,: [g][0] Média 3%</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>Média Simples: HP 12C</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>63</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>Média Geométrica</p><p>A média geométrica é uma medida utilizada para calcular um valor médio entre um</p><p>conjunto de dados. É necessário que o conjunto tenha pelo menos 2 elementos. Por</p><p>exemplo, o preço de uma ação encerrou os últimos meses valendo os seguintes valores:</p><p>30, 28, 32, 34.</p><p>A média geométrica é calculada a partir da seguinte fórmula:</p><p>Média geométrica = ! 7# 8 7$ 8 7% 8 …7:</p><p>Em que X1, X2, X3 ... Xn são as observações e n refere-se ao número de observações.</p><p>Retornando ao nosso exemplo, a média geométrica seria de:</p><p>Média geométrica = " ;1 8 /;. >/;. ></p><p>observações: {2.450, 2.490, 2.550, 2.730,</p><p>2.650, 2.540, 2.480, 2.925, 2.355, 2.520, 2.310, 2.480}. Calcule o 75º percentil.</p><p>Ø Primeiro passo: organize os dados em ordem crescente;</p><p>2.310, 2.355, 2.450, 2.480, 2.480, 2.490, 2.520, 2.540, 2.550, 2.650, 2.730, 2.925</p><p>Ø Segundo passo: calcule um índice i</p><p>i = ( '</p><p>())) x n =( *+())) x 12 = 0,75 x 12 = 9</p><p>Ø Terceiro passo: como i = 9 é um número inteiro, o 75º percentil será a média da</p><p>nona e da décima observação. Assim, teremos: ,.++)",..+), = 2.600</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>71</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>Quartis</p><p>É muito comum na prática calcularmos os quartis. Eles nada mais são do que uma medida</p><p>que divide um conjunto em quatro intervalos, tendo cada parte aproximadamente um</p><p>quarto, ou 25% das observações. Os pontos da divisão são justamente os quartis:.</p><p>Ø Q1: primeiro quartil ou 25º percentil;</p><p>Ø Q2: segundo quartil ou 50º percentil;</p><p>Ø Q3: terceiro quartil ou 75º percentil;</p><p>Usando o mesmo exemplo, vamos seguir os três passos para calcularmos o 25º e o 50º</p><p>percentis (já calculamos o 75º percentil). Começando pelo 25º percentil:</p><p>Ø Primeiro passo: organize os dados em ordem crescente;</p><p>2.310, 2.355, 2.450, 2.480, 2.480, 2.490, 2.520, 2.540, 2.550, 2.650, 2.730, 2.925</p><p>Ø Segundo passo: calcule um índice i</p><p>i = ( '</p><p>())) x n =( ,+())) x 12 = 0,25 x 12 = 3</p><p>Ø Terceiro passo: como i = 3 é um número inteiro, o 25º percentil será a média da</p><p>terceira e da quarta observação. Assim, teremos: ,./+)",./0), = 2.465</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>72</p><p>Medidas de Posição Central</p><p>Quartis</p><p>Vamos agora calcular o 50º percentil:</p><p>Ø Primeiro passo: organize os dados em ordem crescente;</p><p>2.310, 2.355, 2.450, 2.480, 2.480, 2.490, 2.520, 2.540, 2.550, 2.650, 2.730, 2.925</p><p>Ø Segundo passo: calcule um índice i</p><p>i = ( '</p><p>())) x n =( +)())) x 12 = 0,50 x 12 = 6</p><p>Ø Terceiro passo: como i = 6 é um número inteiro, o 50º percentil será a média da</p><p>sexta e da sétima observação. Assim, teremos: ,./1)",.+,), = 2.505</p><p>Encontramos então o seguinte:</p><p>Ø Q1: primeiro quartil ou 25º percentil = 2.465</p><p>Ø Q2: segundo quartil ou 50º percentil = 2.505</p><p>Ø Q3: terceiro quartil ou 75º percentil = 2.600</p><p>Q1 Q2 Q3</p><p>25% 25% 25%25%</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>73</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>Variância e Desvio Padrão</p><p>A Variância e o Desvio Padrão são medidas estatísticas que medem o grau de dispersão</p><p>de um conjunto de dados em relação a sua média, ou seja, o risco dos dados não darem a</p><p>média do grupo. Quanto maior a Variância ou Desvio Padrão, maior será o risco, já que a</p><p>distância entre cada ponto até a média será maior.</p><p>A Variância é calculada através da MÉDIA DO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE CADA</p><p>PONTO ATÉ A MÉDIA DO GRUPO, e o Desvio Padrão será a raiz quadrada deste número.</p><p>Este passo-a-passo deixará um pouco mais claro:</p><p>Ø (1) Calcular a média do grupo;</p><p>Ø (2) Calcular a distância de cada ponto até a média;</p><p>Ø (3) Elevar cada uma destas distâncias ao quadrado (Motivo: deixar todos os</p><p>números positivos);</p><p>Ø (4) Calcular a média desses números que foram elevados ao quadrado.</p><p>Este número será a Variância Populacional.</p><p>Ø (5) Desvio Padrão = Raiz quadrada da Variância.</p><p>Desta forma, percebemos que a partir da Variância podemos encontrar o Desvio Padrão,</p><p>e, consequentemente, do Desvio Padrão podemos encontrar a Variância.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>74</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>1 2 3 4 5</p><p>Re</p><p>to</p><p>rn</p><p>o</p><p>M</p><p>en</p><p>sa</p><p>l (</p><p>%</p><p>)</p><p>Fundo A Média</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>Risco de Volatilidade</p><p>(Distância entre o</p><p>ponto e a média )</p><p>Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico</p><p>Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual</p><p>teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de</p><p>cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que</p><p>os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>75</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>Retornos (ETAPA 2)</p><p>Retorno – Média</p><p>(ETAPA 3)</p><p>Elevar ao quadrado</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4</p><p>(ETAPA 1)</p><p>Média = 3%</p><p>(ETAPA 4):</p><p>Variância = 1,6</p><p>(ETAPA 5)</p><p>01 = ., 4 = ±1,26</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>Média = (8 ÷ 5) = 1,6</p><p>Variância e Desvio Padrão Populacional</p><p>Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão do grupo (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%),</p><p>iremos seguir o passo-a-posso através da construção de uma tabela:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>76</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>Retornos (ETAPA 2)</p><p>Retorno – Média</p><p>(ETAPA 3)</p><p>Elevar ao quadrado</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0</p><p>5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4</p><p>(ETAPA 1)</p><p>Média = 3%</p><p>(ETAPA 4):</p><p>Variância = 2</p><p>(ETAPA 5)</p><p>01 = 5 = ±1,41</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>Média N-1 = (8 ÷ 4) = 2</p><p>Variância e Desvio Padrão Amostral</p><p>Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da</p><p>ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>77</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>FLUXO TECLA MOTIVO Visor</p><p>1 [∑+] 1º número do grupo Número 1</p><p>3 [∑+] 2º número do grupo Número 2</p><p>3 [∑+] 3º número do grupo Número 3</p><p>5 [∑+] 4º número do grupo Número 4</p><p>3 [∑+] 5º número do grupo Número 5</p><p>Desvio Padrão A: [g][.] Desvio Padrão 1,41</p><p>2 [YX] Variância 2,00</p><p>Variância e Desvio Padrão Amostral: HP-12C</p><p>A Hp-12 calcula diretamente apenas o Desvio Padrão, sendo ele o Amostral. Mas com o</p><p>Desvio Padrão, podemos chegar na Variância elevando-o ao quadrado. Primeiro, vamos</p><p>“limpar” a HP-12C com “[F] [CLx]”.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>78</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>FLUXO TECLA MOTIVO Visor</p><p>1 [∑+] 1º número do grupo Número 1</p><p>3 [∑+] 2º número do grupo Número 2</p><p>3 [∑+] 3º número do grupo Número 3</p><p>5 [∑+] 4º número do grupo Número 4</p><p>3 [∑+] 5º número do grupo Número 5</p><p>3 [∑+] Média adicionado ao grupo Número 6</p><p>Desvio Padrão A: [g][.] Desvio Padrão – População 1,26</p><p>2 [YX] Variância – População 1,60</p><p>Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C</p><p>Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando</p><p>um número extra que será a média do grupo.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>79</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10</p><p>Fundo B Fundo A Média</p><p>Analisando duas Aplicações</p><p>Para as finanças, o Desvio Padrão e a Variância nos indicam o Risco de Mercado do ativo.</p><p>Este risco é conhecido também por Volatilidade, que nada mais é que a sua oscilação</p><p>perante a média de retornos. No entanto, quanto maior o risco, maior o retorno exigido</p><p>por aquele investimento e caso dois investimento possuam o mesmo retorno, devemos</p><p>escolher o que possui o menor risco. Por exemplo, dois fundos que possuam um retorno</p><p>médio de 3% e que apresentem os retornos abaixo, deve-se escolher o Fundo A, pois</p><p>possui menor oscilação e, consequentemente, menor Desvio Padrão que o Fundo B.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>80</p><p>Medidas de Dispersão</p><p>VARIÂNCIA POPULACIONAL VARIÂNCIA AMOSTRAL</p><p>Variância e Desvio Padrão: Resumo</p><p>Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :</p><p>Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;</p><p>Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais</p><p>ele estará se “desviando do seu padrão”).</p><p>Ø A Variância sempre será um número positivo;</p><p>Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;</p><p>Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)</p><p>Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)</p><p>q FÓRMULAS:</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>81</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Covariância</p><p>A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)</p><p>se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas</p><p>variáveis tendem a variar</p><p>na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as</p><p>devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não</p><p>possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.</p><p>Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem</p><p>petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta</p><p>forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e</p><p>as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as</p><p>ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a</p><p>valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:</p><p>Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)</p><p>Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)</p><p>A grosso modo, podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a</p><p>COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>82</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Coeficiente de Correlação (ρ)</p><p>No entanto, a covariância possui dois problemas:</p><p>Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;</p><p>Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades</p><p>distintas.</p><p>Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar</p><p>estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de</p><p>“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as</p><p>variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação</p><p>linear). Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de</p><p>Correlação:</p><p>Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;</p><p>Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).</p><p>Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se</p><p>movimentar independentemente uma da outra.</p><p>Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>83</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final</p><p>CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000</p><p>CARTEIRA (B)</p><p>50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)</p><p>R$ 100.000</p><p>50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)</p><p>Covariância e Coef (ρ)</p><p>Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos</p><p>adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para</p><p>isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito</p><p>bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão</p><p>diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações</p><p>irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,</p><p>adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como</p><p>por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre</p><p>Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,</p><p>estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1</p><p>CFG – Certificação em Fundamentos de Finanças</p><p>84</p><p>Medidas de associação entre 2 variáveis</p><p>Fórmulas</p><p>Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,</p><p>entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve</p><p>ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.</p><p>q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:</p><p>Ø (1) COV(X,Y) = ∑'677 839:8 × +(8,</p>por que adentramos em dois conceitos contáveis:
Ø (1) EV (Enterprise Value): Este é o valor de mercado da companhia somado com a
sua dívida líquida (dívida total menos o caixa da empresa, sendo que o caixa da
empresa são as aplicações financeiras de curto prazo).
Ø (2) EBITDA: Lucro operacional da companhia.
Da mesma forma que o indicador P/L, quanto menor o EV/EBITDA, mais barato está a
companhia. Esse conceito é importante, pois quando alguém adquire uma empresa,
comprando as ações (ou cotas) de um outra pessoa, o novo investidor assume todas as
dívidas da companhia comprada. Assim, esse indicar serve para analisar “quantos anos
serão necessários para, além de recuperar o capital investido na compra da companhia,
quitar todas as suas dívidas (EV - Enterprise Value), apenas pela geração de caixa atual
da empresa (EBITDA)”.
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
!"/!$%&'( = *+,-. 0+ 123.45+ + 7í9:0+ ;í<=:0+
Lucro Operacional
480
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Dividend Yield
O Dividend Yield, exatamente na sua tradução literal é, o “Retorno dos Dividendos”, ou
seja, qual o percentual de retorno que o investidor terá ao ano, baseado no preço da
ação e na distribuição de dividendos e de JCP (Juros sobre Capital Próprio). Por se tratar
de um valor financeiro recebido em conta, este indicador é muito utilizado para fazer
comparação com a renda fixa.
Aqui vale ressaltar dois pontos importantes:
Ø Este indicador ignora qualquer projeção de ganho de capital (comprar a ação por
um preço e vender por valor mais caro);
Ø Ele leva em consideração a distribuição do lucro (Dividendos mais JCP) e não em
relação ao lucro da companhia!
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
JKLKMNOM PKNQM =
(Dividendos + JCP)
Preço Atual da Ação
481
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Índice de Payout
O ÍNDICE DE PAYOUT demonstra a proporção do lucro líquido que será distribuído aos
acionistas na forma de dividendos, acrescidos da JCP. Ou seja, o quanto entra de dinheiro
líquido na conta do acionista todos os anos, comparado com o lucro líquido da empresa
na qual ele é sócio. O saldo remanescente do lucro líquido que ficou na companhia,
chamamos de ÍNDICE DE RETENÇÃO!
q FÓRMULA:
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
ÍOMKXN MN YZ[\]^ =
(Dividendos + JCP)
Lucro Líquido
ÍOMKXN MN _N`NOçãa = 1 − Payout
482
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
A empresa RToro Education S/A, no último ano apresentou os seguintes números:
Ø Dividendo: R$ 1,00
Ø JCP: R$ 0,50
Ø LPA (Lucro Por ação): R$ 6,00
Com base nestes números, qual é o (1) índice de Payout e o (2) índice de retenção da
empresa RToro Education S/A?
q RESPOSTA: Primeiro devemos calcular o Índice de Payout (ver o quanto a empresa
distribuiu de dividendos mais JCP, e dividir pelo lucro) e a partir dele chegaremos no
índice de retenção da companhia.
Análise Fundamentalista
Índice de Payout: Exemplo
(1) ÍNDICE DE PAYOUT:
Ø Payout = R$ 1,00 + R$ 0,50
R$ 6,00
Ø Payout = R$ 1,50
R$ 6,00
Ø Payout = 0,25 = 25%
(2) ÍNDICE DE RETENÇÃO:
Ø Retenção = 1 – 0,25
Ø Retenção = 0,75 = 75%
483
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Preço/Vendas
O índice Preço sobre Vendas (P/V) é um índice de avaliação que compara o preço das
ações de uma empresa com suas receitas líquidas. É um indicador do valor atribuído a
cada unidade monetária das vendas ou receitas de uma empresa.
Pode ser calculado dividindo a capitalização de mercado da empresa por suas vendas
totais em um período designado (geralmente doze meses) ou por ação, dividindo o preço
das ações pelas vendas por ação. Como todos os índices, o índice P/V é mais relevante
quando usado para comparar empresas do mesmo setor. Um índice baixo pode indicar
que a ação está subvalorizada, enquanto um índice acima da média pode sugerir
sobrevalorização.
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
"/> =
Valor de Mercado por Açãf
Vendas gfh içãf
484
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
Preço/Fluxo de Caixa
O índice Preço sobre Fluxo de Caixa (P/FC) é uma métrica usada na análise
fundamentalista para avaliar a relação entre o preço de uma ação e o fluxo de caixa
operacional gerado pela empresa.
Pode ser calculado dividindo o preço atual da ação pelo fluxo de caixa operacional por
ação. Um índice baixo pode indicar que a ação está subvalorizada ou que a empresa tem
um fluxo de caixa operacional forte em relação a seu preço. Por sua vez, um índice alto
pode sugerir sobrevalorização ou que o fluxo de caixa operacional é fraco em relação ao
preço da ação.
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
"/jk =
Preçf lm Açãf
no pgqhmrsftmu gfh içãf
485
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
PEG (P/E-to-Growth)
O índice P/E-to-Growth (PEG) é uma extensão do índice P/L (Preço/Lucro) ajustado pelo
crescimento dos lucros da empresa. O PEG fornece uma visão mais completa do valor de
uma ação, pois leva em consideração tanto o seu preço em relação aos lucros atuais
quanto sua taxa de crescimento esperada dos lucros.
O PEG < 1 pode indicar que a ação está subvalorizada em relação ao seu potencial de
crescimento. Já o PEG = 1 indica que a ação está corretamente precificada, enquanto o
PEG > 1 pode sugerir que a ação está sobrevalorizada em relação a seu crescimento
projetado.
q FÓRMULA:
Análise Fundamentalista
"/jk =
v/w
xmym lq ohqzrs{qt|f lfz w}rhfz
486
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
O Discounted Cash Flow (DCF), conhecido também com Método do Fluxo de caixa
Descontado, é uma teoria em que pressupõe que o valor de um negócio depende dos
benefícios futuros que ele irá produzir, descontados para um valor presente, através da
utilização de uma taxa de desconto apropriada, a qual reflita os riscos inerentes aos fluxos
estimados.
q FÓRMULA:
As três principais maneiras a ser calculado este modelo são:
Ø Modelo de Fluxo de Caixa Descontado da Firma – “Free Cash Flow to the Firm”;
Ø Modelo de Fluxo de Caixa do Acionista – “Free Cash Flow to Equity”;
Ø Modelo de Fluxo de Dividendos Descontados (Modelo de Gordon).
Análise Fundamentalista
Fluxo de Caixa Descontado
!"#$% = (()!)
(1 + YTM)! +
(()")
(1 + YTM)" +⋯ . (()#)
(1 + YTM)#
487
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
RECEITA LÍQUIDA
EBITDA
...(-) Depreciação
(=) EBIT (LAJIR)
EBIT × [1 – Taxa de Imposto (alíquota fiscal)]
(=) Lucro Operacional Líquido menos Imposto Ajustado
(+) Depreciações e Amortizações
(-) Gastos de Capital (CAPEX)
(-) Variação de Capital de Giro
(=) Fluxo de Caixa da Firma (Free Cash Flow to the Firm)
NCG:
NECESSIDADE DECAPITAL DE GIRO
Fluxo de Caixa Descontado da Firma (FCFF)
Trata dos direitos dos proprietários do Patrimônio Líquido, dos preferencialistas e dos
financiadores, por tanto, abrange todo o fluxo de caixa da empresa a ser distribuído entre
os credores e acionistas, sob a forma de juros e dividendos. Seu cálculo é realizado a
partir do Lucro Operacional, incluindo impostos, antes de qualquer remuneração aos
donos de capital mencionados, ou seja, é o fluxo de caixa operacional menos as despesas
necessárias para manter os ativos e o crescimento do negócio.
Análise Fundamentalista
488
CFG – Certificado em Fundamentos de Gestão
(=) Lucro Líquido
(+) Depreciações e Amortizações
(-) Investimentos (CAPEX)
(-) Variação de Capital de Giro
(+) Captação de Recursos de Terceiros (Financiamentos)
(-) Amortização das Parcelas do Principal dos Financiamentos
(=) Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE)
Trata dos direitos somente dos proprietários do Patrimônio Líquido, ou seja, do capital
próprio da empresa, ou seja, após o pagamento de juros para os credores. É o fluxo de
caixa existente após o pagamento de despesas operacionais, das obrigações tributárias,
das necessidades de investimento, do principal, de juros e de quaisquer outros
desembolsos de capital necessários à manutenção da taxa de crescimento dos fluxos de
caixa projetados, descontado pelo custo do