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<p>Inserir Título Aqui</p><p>Inserir Título Aqui</p><p>Uso Racional da Água</p><p>em Edificações</p><p>Conservação da Água</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Me. Edson Victor de Souza</p><p>Revisão Textual:</p><p>Caique Oliveira dos Santos</p><p>Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:</p><p>• Tecnologias de Conservação de Água em Sistemas Públicos;</p><p>• Ações Estruturantes para a</p><p>Diminuição do Desperdício de Água;</p><p>• Ações não Estruturantes para</p><p>a Diminuição do Desperdício de Água.</p><p>Conservação da Água</p><p>Fonte: Getty Im</p><p>ages</p><p>Objetivos</p><p>• Apresentar as principais tecnologias de água de sistemas públicos de abastecimento;</p><p>• Abordar as ações estruturantes para a diminuição do consumo de água, destacando-se o</p><p>controle de pressão nas redes de distribuição, o controle ativo de vazamentos e a reabilitação</p><p>de infraestrutura;</p><p>• Descrever as ações não estruturantes, com destaque para os programas brasileiros.</p><p>Caro Aluno(a)!</p><p>Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-</p><p>timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material</p><p>trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.</p><p>Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você</p><p>poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns</p><p>dias e determinar como o seu “momento do estudo”.</p><p>No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões</p><p>de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e</p><p>auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de</p><p>discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de</p><p>propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de</p><p>troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Bons Estudos!</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>Contextualização</p><p>Nesta Unidade, trataremos, especificamente, dos conceitos de tecnologias associadas</p><p>à conservação da água, com destaque para ações estruturantes e não estruturantes vi-</p><p>sando à diminuição do desperdício de água. À vista disso, esta unidade tem como obje-</p><p>tivo apresentar as principais tecnologias de água de sistemas públicos de abastecimento.</p><p>Vamos abordar as ações estruturantes para a diminuição do consumo de água, desta-</p><p>cando-se o controle de pressão nas redes de distribuição, o controle ativo de vazamentos</p><p>e a reabilitação de infraestrutura. Também descreveremos as ações não estruturantes,</p><p>com ênfase nos programas brasileiros.</p><p>O estudo da conservação da água, principalmente analisando os aspectos relacio-</p><p>nados às perdas de água nos sistemas de abastecimento, tem um importante papel na</p><p>pesquisa de uso racional da água.</p><p>6</p><p>7</p><p>Tecnologias de Conservação</p><p>de Água em Sistemas Públicos</p><p>As tecnologias de conservação de água em sistemas públicos de abastecimento têm</p><p>um desenvolvimento com maior intensidade nos últimos anos, com o objetivo de atender</p><p>às necessidades das companhias de saneamento (públicas e privadas), em virtude, princi-</p><p>palmente, da escassez de água e também por causa do aumento da demanda.</p><p>A escassez de água está relacionada, muitas vezes, à pouca disponibilidade em de-</p><p>terminadas regiões, assim como à redução da disponibilidade hídrica por conta da dete-</p><p>rioração da qualidade da água bruta dos mananciais, sobretudo aqueles localizados nas</p><p>regiões mais próximas dos centros urbanos. Com o desenvolvimento econômico das</p><p>regiões metropolitanas e a consequente exploração dos recursos naturais, a disponibili-</p><p>dade hídrica, tanto em aspectos de quantidade quanto de qualidade, está reduzindo ao</p><p>longo do tempo. O desmatamento e a ocupação urbana desordenada afetam as condi-</p><p>ções hidrológicas, reduzindo a infiltração da água no solo e aumentando o escoamento</p><p>superficial, o que proporciona enchentes e a diminuição das recargas dos aquíferos.</p><p>O aumento da demanda hídrica nos sistemas públicos de abastecimento de água está</p><p>associado diretamente à elevação do consumo, assim como aos desperdícios (perdas) de</p><p>água na produção (estação de tratamento de água), na adução e no sistema de distribui-</p><p>ção de água. Nesse sentido, é fundamental a utilização das tecnologias disponíveis para</p><p>o controle e a redução das perdas de água.</p><p>Perdas de água</p><p>Atualmente, as companhias de abastecimento de água enfrentam o desafio de econo-</p><p>mizar água, não apenas por razões técnicas e econômicas (ou seja, melhorar o desem-</p><p>penho e reduzir custos) mas também devido a preocupações ambientais. Por um lado,</p><p>os sistemas de abastecimento de água têm perdas de água decorrentes de vazamentos e</p><p>rompimentos que resultam do inevitável envelhecimento das infraestruturas, do projeto</p><p>e da implantação deficientes, ou da operação e manutenção inadequadas.</p><p>As perdas de água no sistema de abastecimento são basicamente constituídas por per-</p><p>das reais (água que é perdida no sistema por meio de vazamentos em qualquer unidade) e</p><p>por perdas aparentes (perdas financeiras, associadas a erros de medição e a consumos</p><p>não autorizados). Resumidamente, essas perdas podem ser:</p><p>• vazamentos e rompimentos em tubulações e ramais das redes de adução e distribui-</p><p>ção. Tais perdas têm, em geral, como origem pressões elevadas, desgaste e envelhe-</p><p>cimento dos materiais das tubulações, erros de projeto, deficiências na construção e</p><p>manutenção das tubulações e dos acessórios;</p><p>• extravasamento de reservatórios decorrente da ineficiente operação do sistema ou</p><p>de falhas nos seus componentes;</p><p>• erros de medição decorrentes de falhas nos hidrômetros, devido a deficiências de</p><p>dimensionamento (os medidores são tipicamente superdimensionados), por falta</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>de manutenção, imprecisão ou ausência de sensibilidade dos medidores, envelheci-</p><p>mento natural dos componentes ou, ainda, por métodos inadequados de medição;</p><p>• erros no processo de faturamento decorrentes de falhas nas leituras, erros de leitura</p><p>e erros no processamento dos dados;</p><p>• consumo não autorizado e, portanto, não faturado, devido a consumo clandestino.</p><p>Dentro de um processo de gestão das perdas de água, uma ferramenta simples e</p><p>bastante difundida é o balanço hídrico.</p><p>O balanço hídrico é um “balanço de massa” determinado a partir de dados anuais,</p><p>comerciais e operacionais, de mesma base física e temporal. Devemos destacar que a</p><p>utilização de dados anuais propicia algumas vantagens, tais como: ocorre a dispersão</p><p>dos efeitos sazonais de consumo, os erros verificados em leituras dos micromedidores</p><p>(hidrômetros) e dos macromedidores são minimizados ao longo do tempo.</p><p>A Tabela 1 apresenta a matriz do balanço hídrico, seguindo os preceitos da IWA</p><p>(International Water Association).</p><p>Tabela 1 – Matriz do balanço hídrico, conforme a IWA (International Water Association)</p><p>Vo</p><p>lu</p><p>m</p><p>e d</p><p>e e</p><p>nt</p><p>ra</p><p>da</p><p>[m</p><p>³/a</p><p>no</p><p>]</p><p>Consumo</p><p>autorizado</p><p>[m³/ano]</p><p>Consumo</p><p>autorizado</p><p>faturado</p><p>[m³/ano]</p><p>Volume faturado medido (incluindo água expor-</p><p>tada) [m³/ano] Volume de água</p><p>faturado</p><p>[m³/ano]Volume faturado não medido [m³/ano]</p><p>Consumo</p><p>autorizado não</p><p>faturado</p><p>[m³/ano]</p><p>Volume não faturado medido [m³/ano]</p><p>Volume de água</p><p>não faturado</p><p>[m³/ano]</p><p>Volume não faturado não medido [m³/ano]</p><p>Perdas de água</p><p>[m³/ano]</p><p>Perdas</p><p>aparentes</p><p>[m³/ano]</p><p>Uso não autorizado (clandestino, falhas de cadas-</p><p>tro, fraudes) [m³/ano]</p><p>Erros de medição (submedição) [m³/ano]</p><p>Perdas reais</p><p>[m³/ano]</p><p>Perdas reais na captação e no tratamento [m³/ano]</p><p>Vazamentos nas tubulações de adução e/ou distri-</p><p>buição [m³/ano]</p><p>Vazamentos e extravasamentos nos reservatórios</p><p>[m³/ano]</p><p>Vazamentos nos ramais (o montante do hidrôme-</p><p>tro) [m³/ano]</p><p>Ressaltamos que, associados ao balanço hídrico, existem os diversos indicadores de</p><p>perdas. Tais indicadores de desempenho, índices ou níveis caracterizam-se como uma</p><p>medida quantitativa de um aspecto particular do desempenho da companhia de abaste-</p><p>cimento de água ou do seu nível de serviço. É um instrumento de acompanhamento</p><p>da</p><p>eficiência e eficácia dos serviços públicos de água, simplificando uma avaliação que, de</p><p>outra forma, seria mais complexa e subjetiva. Com foco em perdas de água, internacio-</p><p>nalmente, destacamos os indicadores de desempenho propostos pela IWA, enquanto,</p><p>no Brasil, temos, como base de dados e orientação, os indicadores de desempenho do</p><p>SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).</p><p>8</p><p>9</p><p>A Tabela 2 apresenta os principais indicadores de perdas utilizados no Brasil, quais</p><p>sejam: IPD (Indicador de Perdas na Distribuição), IPE (Indicador de Perdas por Extensão</p><p>de Rede) e IPL (Indicador de Perdas por Ligação por Dia). Nesta tabela são apresentados</p><p>os indicadores das companhias estaduais de abastecimento de água e por região.</p><p>Tabela 2 – Indicadores de perdas dos prestadores de serviços regionais do Brasil</p><p>Prestadora de serviço (companhia estadual) IPD</p><p>(%)</p><p>IPE</p><p>(m³/km/dia)</p><p>IPL</p><p>(L/ligação/dia)</p><p>Região Norte</p><p>DEPASA – Acre 60,71 40,41 889,44</p><p>COSANPA – Pará 42,44 34,08 403,78</p><p>COSAMA – Amazonas 74,86 112,93 1.358,75</p><p>CAESA – Amapá 73,57 123,26 1.972,86</p><p>CAERD – Rondônia 71,98 45,30 1.147,45</p><p>CAER – Roraima 65,37 60,68 1.023,12</p><p>Região Nordeste</p><p>AGESPISA – Piauí 48,97 31,07 327,7</p><p>CAEMA – Maranhão 64,93 88,52 955,00</p><p>CAERN – Rio Grande do Norte 52,16 35,27 420,60</p><p>CAGECE – Ceará 45,60 31,52 283,29</p><p>CAGEPA – Paraíba 38,95 39,27 257,40</p><p>CASAL – Alagoas 26,59 19,44 259,52</p><p>COMPESA – Pernambuco 50,00 35,79 381,27</p><p>DESO – Sergipe 43,01 30,07 320,44</p><p>EMBASA – Bahia 41,30 19,67 260,26</p><p>Região Centro-Oeste</p><p>ATS – Tocantins 54,60 14,78 296,79</p><p>CAESB – Distrito Federal 32,10 22,28 300,67</p><p>SANEAGO – Goiás 28,56 10,35 144,44</p><p>SANEATINS – Tocantins 34,86 9,59 187,21</p><p>SANESUL – Mato Grosso do Sul 40,93 16,22 280,60</p><p>Região Sul</p><p>CASAN – Santa Catarina 39,76 19,52 358,59</p><p>CORSAN – Rio Grande do Sul 43,32 22,32 322,94</p><p>SANEPAR – Paraná 34,25 13,31 229,80</p><p>Região Sudeste</p><p>CEDAE – Rio de Janeiro 37,85 75,43 729,04</p><p>CESAN – Espírito Santo 38,41 28,24 442,37</p><p>COPANOR – Norte e Nordeste de Minas Gerais 37,91 10,08 150,02</p><p>COPASA – Minas Gerais 39,86 20,40 253,39</p><p>SABESP – São Paulo 33,76 31,77 298,50</p><p>Fonte: Adaptada de SNIS, 2019</p><p>Salientamos que as companhias estaduais são entidades gerenciadas pelo poder público,</p><p>atendendo a cerca de 74% da população urbana brasileira. Os sistemas de saneamento no</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>Brasil também são geridos por empresas públicas municipais (atendendo a cerca de 21%</p><p>da população) e por empresas privadas (que atendem a cerca de 5% da população).</p><p>Pelos indicadores apresentados na Tabela 2, constatamos que os piores índices são</p><p>das companhias estaduais, o que pode ser justificado pela falta de investimento e pelas</p><p>condições socioeconômicas locais.</p><p>Para comparar com nossos indicadores, a Tabela 3 apresenta indicadores de perdas</p><p>verificados em algumas cidades pelo mundo.</p><p>Tabela 3 – Indicadores de perdas no mundo</p><p>Município População (habitantes) Ano de referência Índice de perdas reais (%)</p><p>Los Angeles 3.949.000 2015 4,5</p><p>Seul 9.991.000 2013 4,8 (perdas totais)</p><p>Lisboa 2.900.000 2015 8,5</p><p>Barcelona 1.602.000 2014 19</p><p>Chicago 2.719.000 2014 24</p><p>Santiago 5.128.000 2014 25</p><p>Lima 8.500.000 2014 37</p><p>Bogotá 8.000.000 2014 41</p><p>Roma 2.868.000 2017 44</p><p>Ações Estruturantes para a</p><p>Diminuição do Desperdício de Água</p><p>Redução das perdas físicas</p><p>As perdas físicas ou reais não podem ser eliminadas totalmente dos sistemas de abas-</p><p>tecimento de água. Sempre haverá um nível mínimo de perdas físicas, e será econo-</p><p>micamente inviável tentar diminuí-lo. Entretanto, o volume de perdas físicas pode ser</p><p>reduzido, consideravelmente, mediante a adoção de medidas estruturantes, que podem</p><p>ser sintetizadas em três tipos de intervenções:</p><p>• gestão ativa de pressões;</p><p>• gestão ativa de vazamentos;</p><p>• reabilitação de infraestrutura.</p><p>Gestão ativa de pressões</p><p>Visando à equalização das pressões de um sistema de abastecimento de água, a pri-</p><p>meira ação usualmente adotada é a implantação de Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs)</p><p>no sistema. Apesar de esta ação trazer resultados efetivos à redução de perdas reais, é im-</p><p>portante observar se não existem outras adequações ao sistema que possam aprimorar a</p><p>sua operação, reduzindo não apenas as perdas reais como também as perdas energéticas</p><p>no sistema. O sistema de abastecimento de água tem como característica principal a falta</p><p>10</p><p>11</p><p>de planejamento de sua instalação, não por uma decisão consciente dos gestores, mas</p><p>pela própria natureza dinâmica do crescimento das cidades e da necessidade de atender</p><p>rapidamente à população. Dessa maneira, é comum encontrar setores de redes em que</p><p>o sistema é pressurizado, às vezes com elevadas pressões para atender ao ponto crítico,</p><p>e, em seguida, é instalada uma VRP, reduzindo-se as pressões nos pontos baixos. Nesses</p><p>casos, é de suma importância observar se não existem outras alternativas que garantam</p><p>as pressões adequadas e a redução do consumo energético.</p><p>O objetivo do controle de pressões é ajustar as pressões do sistema de abastecimento</p><p>de água para valores operacionais adequados, de forma que estes não sejam excessivos</p><p>nem insuficientes. As pressões operacionais recomendáveis, a fim de reduzir arrebenta-</p><p>mentos das tubulações, variam entre a máxima de 30 mca e a mínima de 10 mca.</p><p>O controle das pressões atua em duas frentes na redução de perdas, diminui os riscos</p><p>de ruptura nas instalações, quando o sistema é submetido a variações bruscas opera-</p><p>cionais (intermitências, rodízio, desabastecimento e reabastecimento), e reduz também</p><p>a vazão de água perdida pelos vazamentos existentes. A gestão de pressões atua dire-</p><p>tamente nas causas e nas consequências das perdas, proporcionando uma diminuição</p><p>significativa nos índices de perdas reais.</p><p>As ações de redução de pressões mais recomendadas são:</p><p>• implantação de VRPs de acordo com a necessidade, objetivando assegurar tanto a</p><p>qualidade do serviço prestado aos usuários quanto a sustentabilidade da infraestru-</p><p>tura implantada;</p><p>• implantação de um programa de gestão ativa de pressões, o qual apresenta um</p><p>grande potencial para a redução de perdas de água, com a diminuição do número</p><p>de rupturas, além de permitir uma melhor gestão de consumos;</p><p>• implantação de automação e monitoramento das VRPs, possibilitando a abertura</p><p>e o fechamento automatizados das VRPs de acordo com a operação e o consumo</p><p>do sistema.</p><p>Gestão ativa de vazamentos</p><p>Os vazamentos ocorrem em virtude dos mais variados motivos, tais como: falhas estru-</p><p>turais, variação de pressão, transientes hidráulicos, baixa qualidade de materiais, instalação</p><p>inadequada, falhas operacionais. Ademais, são provenientes de ações externas, tais como</p><p>danos provocados por terceiros, intensidade de tráfego e instabilidade do solo. Assim,</p><p>as perdas por vazamentos são decorrentes de rupturas em adutoras, subadutoras, redes,</p><p>ramais prediais, cavaletes, falhas em conexões e peças especiais, trincas nas estruturas e</p><p>falhas na impermeabilização das estações de tratamento de água e dos reservatórios.</p><p>Nos casos de vazamentos decorrentes de problemas estruturais, devemos avaliar a</p><p>magnitude das perdas para definirmos se é vantajosa a intervenção corretiva. Desde que</p><p>os vazamentos estruturais não impliquem na segurança da obra, a decisão de repará-los</p><p>deve ser acompanhada de estimativa de custos para a solução do problema, avaliação</p><p>das vazões perdidas e tempo de retorno do investimento.</p><p>11</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>No caso de vazamentos por rupturas em adutoras, a instalação de ventosas, os cui-</p><p>dados operacionais e a manutenção preventiva podem reduzir o risco de acidentes, com</p><p>consequente redução de perdas.</p><p>Outro aspecto de grande relevância acerca dos vazamentos é o seu tempo de dura-</p><p>ção, que corresponde ao intervalo de tempo desde o instante em que ele surge até o</p><p>momento em que é consertado.</p><p>Os vazamentos “não visíveis” são os mais críticos, pois não vêm à superfície. Eles</p><p>são descobertos e identificados somente por meio do emprego de técnicas de pesquisa</p><p>e detecção</p><p>acústica, que afetam o tempo de localização e reparo. Assim, a minimização</p><p>desse tempo de reparo e, consequentemente, dos volumes perdidos fica condicionada às</p><p>pesquisas rotineiras para detecção de vazamentos. Entre as principais ações indicadas</p><p>para o controle de vazamentos “não visíveis”, temos:</p><p>• Realizar detecção de vazamentos “não visíveis”;</p><p>• Monitorar o serviço de detecção de vazamentos;</p><p>• Controlar a incidência de acertos na detecção de vazamentos;</p><p>• Controlar o tempo médio de reparo de vazamentos;</p><p>• Controlar o índice de reincidência de vazamentos.</p><p>Conforme descrito, a detecção de vazamentos “não visíveis” de perdas físicas é o pro-</p><p>cedimento mais empregado para o controle ativo desse tipo de perda. Essa ação consiste</p><p>na utilização de aparelhos eletrônicos que permitem a escuta de determinados ruídos,</p><p>que podem ser associados a vazamentos não visíveis existentes nas tubulações. Entre os</p><p>principais equipamentos (métodos) de detecção de vazamentos “não visíveis”, destacamos:</p><p>• Geofones eletrônicos e mecânicos : trata-se de um equipamento acústico capaz</p><p>de localizar vazamentos em redes pressurizadas de distribuição de água, por meio</p><p>da detecção de vibrações proporcionadas pelo movimento da água fora da tubu-</p><p>lação, no seu escoamento mediante as partículas do solo. O equipamento capta</p><p>ruídos situados, normalmente, entre as frequências de 100 Hz e 2.700 Hz. A escuta</p><p>por meio do geofone é recomendada para pressões da água na tubulação superio-</p><p>res a 15 mca.</p><p>O geofone eletrônico é composto de um amplificador, que amplia os sinais capta-</p><p>dos pelos sensores, permitindo escutar o ruído do vazamento por intermédio de um</p><p>medidor de nível de som.</p><p>12</p><p>13</p><p>Figura 1 – Geofone eletrônico</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Já o geofone mecânico tem menor sensibilidade que o eletrônico e não possui filtro</p><p>de ruídos, utilizando o princípio da estetoscopia na detecção de vazamentos;</p><p>Figura 2 – Geofone mecânico</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>• Haste de escuta e perfuração: é um equipamento dotado de um amplificador</p><p>acoplado a uma barra metálica, que é utilizado para auxiliar o geofone na busca de</p><p>vazamentos no pé do cavalete, em ramais, válvulas, ventosas, hidrantes, torneiras e</p><p>demais peças especiais e controle. Auxilia também na detecção de ligações clandes-</p><p>tinas de água. Possui diafragma de alta sensibilidade para percepção de ruídos de</p><p>vazamentos não visíveis e é, geralmente, fornecido no comprimento de 1 m e 1,5 m.</p><p>Existe, inclusive, a haste de escuta eletrônica, com haste metálica para ser acoplada</p><p>ao equipamento, que, ao ser colocada em contato com um cavalete ou registro,</p><p>permite transmitir o ruído do vazamento ao amplificador interno. Possui display</p><p>com indicação da intensidade do ruído; é totalmente portátil, com bateria interna e</p><p>com fone de ouvido, para evitar interferências de ruídos externos ;</p><p>13</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>• Correlacionador de ruídos : tem como principal característica a maior precisão de</p><p>resultados, localizando a posição precisa do vazamento entre duas extremidades do</p><p>trecho a ser pesquisado, embora seja o equipamento mais caro que os demais. Ele é</p><p>empregado para detectar vazamentos em um trecho de tubulação limitado por dois</p><p>pontos de sondagem, que são, normalmente, peças metálicas de controle, como válvu-</p><p>las, registros, hidrantes e ramais prediais. O equipamento é composto de dois sensores-</p><p>-transmissores, posicionados nas peças de controle das duas extremidades do trecho</p><p>a ser analisado, amplificadores de ruído e uma unidade receptora de processamento.</p><p>O correlacionador mede a diferença de tempo em que o ruído de vazamento é rece-</p><p>bido por esses sensores, e o ruído de vazamento viaja a uma velocidade constante,</p><p>dependendo do material e do diâmetro da tubulação analisada.</p><p>Figura 3 – Correlacionador de ruídos</p><p>Fonte: Wikimedia Commons</p><p>Reabilitação de infraestrutura</p><p>Grande parcela dos sistemas públicos de abastecimento de água não só no Brasil mas</p><p>também no mundo está em operação há mais de 50, 60 ou até 100 anos, e, em geral, as</p><p>tubulações têm vida útil de 30 ou 40 anos. Dessa maneira, tais tubulações, com o passar</p><p>do tempo, apresentam fadiga e desgaste, resultando em arrebentamentos e vazamentos.</p><p>Por isso, uma ação importante, dentro dos objetivos de redução das perdas físicas, é</p><p>a reabilitação, ou renovação, de redes, que, além da redução de vazamentos, propicia a</p><p>redução dos custos de manutenção.</p><p>No Brasil, de modo geral, a reabilitação e a renovação das tubulações dos sistemas</p><p>de abastecimento de água ainda são executadas de maneira lenta, não estando na lista</p><p>de prioridades da maior parte das companhias de saneamento.</p><p>Redução das perdas aparentes</p><p>Em um sistema de abastecimento de água, geralmente, a principal medida de com-</p><p>bate às perdas comerciais compreende as intervenções no seu parque de hidrômetros.</p><p>14</p><p>15</p><p>No Brasil, ainda são poucos municípios que possuem o abastecimento urbano 100%</p><p>micromedido. Portanto, uma das ações fundamentais para a redução das perdas apa-</p><p>rentes é a implantação de hidrômetros em 100% das ligações de água, renovando esses</p><p>equipamentos de acordo com sua vida útil.</p><p>Além dessa ação de implantação de hidrômetros para atendimento de todos os do-</p><p>micílios, é imprescindível prever as seguintes ações principais visando à redução das</p><p>perdas aparentes:</p><p>• Gestão do cadastro comercial : tem grande relevância para a redução de perdas</p><p>aparentes, possibilitando armazenar os históricos de consumo das ligações, as ca-</p><p>racterísticas dos hidrômetros instalados, o controle de faturamento, cadastro de</p><p>clientes e aspectos comerciais;</p><p>• Calibração de hidrômetros: é um conjunto de operações que estabelece, sob con-</p><p>dições específicas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de me-</p><p>dição considerado padrão de referência e o instrumento a ser calibrado. O processo</p><p>de calibração resulta no estabelecimento dos valores e na indicação de correções a</p><p>serem aplicadas ao instrumento calibrado.</p><p>Para medidas de vazão, o padrão primário considerado é a relação volume sobre</p><p>tempo, em que o volume é expresso pelo peso de determinado recipiente cheio de</p><p>líquido em determinada densidade. Esse padrão primário é utilizado nos laborató-</p><p>rios de calibração de equipamentos;</p><p>• Combate a fraudes, ligações clandestinas ou irregulares: para eliminar esses</p><p>problemas, as companhias de saneamento devem possuir equipes especializadas,</p><p>denominadas “caça-fraudes”, a fim de, por exemplo:</p><p>» atender a denúncias de ligações irregulares, verificando, inclusive, as ligações dos</p><p>imóveis vizinhos;</p><p>» monitorar, por meio das equipes de leitura mensal, os indícios de irregularidades;</p><p>» orientar os demais técnicos da companhia sobre os procedimentos a serem segui-</p><p>dos caso encontrem qualquer anormalidade relacionada às ligações domiciliares.</p><p>Ações não Estruturantes para</p><p>a Diminuição do Desperdício de Água</p><p>As ações não estruturantes para a diminuição do desperdício de água devem con-</p><p>templar todas as áreas de uma companhia de saneamento, de modo a sensibilizar os</p><p>colaboradores quanto à importância e à interferência de suas ações individuais no alcance</p><p>do objetivo final.</p><p>Esse envolvimento e sensibilização adequados poderão ser alcançados por meio de um</p><p>eficiente programa de comunicação focado na mobilização e capacitação de todos os envol-</p><p>vidos, buscando, além de distribuir informações, disseminar a cultura de controle de perdas.</p><p>Em face disso, no contexto de combate às perdas de água e especialização de técni-</p><p>cos, há as seguintes ações principais consideradas não estruturantes para a diminuição</p><p>das perdas:</p><p>15</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>• formulação de plano de ação para redução de perdas;</p><p>• reuniões semestrais entre as gerências para discussão do balanço hídrico e dos</p><p>indicadores;</p><p>• reuniões semestrais entre as diretorias para discussão do andamento do plano de</p><p>ação para redução de perdas;</p><p>• treinamentos de procedimentos internos;</p><p>• treinamento para gestão ativa das pressões;</p><p>• treinamento para</p><p>gestão ativa de vazamentos;</p><p>• treinamento das equipes responsáveis por reparos e manutenção de redes e ramais;</p><p>• treinamento de inspeção e recebimento de lotes de hidrômetros;</p><p>• treinamento da gestão ativa do parque de hidrômetros;</p><p>• treinamento das equipes de “caça-fraudes”.</p><p>Além dessas ações, destacamos programas institucionais do governo federal que são</p><p>dirigidos ao setor de saneamento, contendo medidas voltadas à diminuição do consumo</p><p>de água. Entre esses programas, citamos:</p><p>• Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS) : atua no suporte</p><p>às ações governamentais, prestando assistência a estados e municípios brasileiros,</p><p>assim como seus prestadores e reguladores dos serviços de saneamento, visando,</p><p>fundamentalmente, à melhoria da gestão;</p><p>• Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA) : é um pro-</p><p>grama do governo federal que tem por objetivo promover o uso racional da água</p><p>de abastecimento público nos municípios brasileiros, com a finalidade de garantir</p><p>a melhoria da saúde pública, do saneamento ambiental e da eficiência dos servi-</p><p>ços, proporcionando maior produtividade dos ativos existentes e a postergação de</p><p>investimentos para a ampliação dos sistemas. Tem ainda como objetivo específico</p><p>a definição e implementação de ações e instrumentos tecnológicos, normativos,</p><p>econômicos e institucionais voltados para a melhoria e a eficiência dos sistemas de</p><p>abastecimento de água;</p><p>• Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS) : é considerado o</p><p>maior banco de dados do setor de saneamento brasileiro. Anualmente, o SNIS cole-</p><p>ta dados dos municípios e de cada prestador de serviços de saneamento, organizan-</p><p>do essas informações e, depois, disponibilizando-as para a sociedade por meio dos</p><p>Diagnósticos (Água e Esgotos, Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos e Drenagem</p><p>e Manejo de Águas Pluviais Urbanas). O SNIS tem como objetivos: planejamento e</p><p>execução de políticas públicas; orientação da aplicação de recursos; conhecimento</p><p>e avaliação do setor saneamento; avaliação de desempenho dos serviços; aper-</p><p>feiçoamento da gestão; orientação de atividades regulatórias e de fiscalização; e</p><p>exercício do controle social.</p><p>16</p><p>17</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Sites</p><p>Portal do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento)</p><p>https://bit.ly/2TFmyfo</p><p>Vídeos</p><p>Geofonamento reduz perdas no abastecimento de água</p><p>https://youtu.be/Gj8TMKFSVSE</p><p>Movimento Menos Perdas, Mais Água</p><p>https://youtu.be/ZBBDASrzXMM</p><p>Leitura</p><p>Controle de perdas</p><p>https://bit.ly/3AxAV63</p><p>Perdas de água 2020 (SNIS 2018): desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do</p><p>saneamento básico</p><p>https://bit.ly/3jICRmi</p><p>17</p><p>UNIDADE</p><p>Conservação da Água</p><p>Referências</p><p>GONÇALVES, R. F. (coord.). Uso racional da água em edificações. Rio de Janeiro:</p><p>Abes, 2006.</p><p>________. Conservação de água e energia em sistemas prediais e públicos de</p><p>abastecimento de água. Rio de Janeiro: Abes, 2009.</p><p>SAUTCHÚK, C. A. et al. Documento Técnico de Apoio – DTA F3: Código de Prática</p><p>de Projeto e Execução de Sistemas Prediais de Água – Conservação de Água em Edifí-</p><p>cios. Brasília: Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, 2004.</p><p>________. Conservação e reúso da água em edificações. São Paulo: Fiesp, 2005.</p><p>SHIKLOMANOV, I. World fresh water resources. In: GLEICK, P. H. (editor). Water</p><p>in crisis: a guide to the world’s fresh water resources. Nova York. Oxford University</p><p>Press, 1993.</p><p>18</p>

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