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<p>Unidade 3</p><p>Administração por Objetivos, Estruturalista,</p><p>Comportamental e a Teoria dos Sistemas</p><p>Fundamentos da</p><p>Administração</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>ANTONIO CARLOS PISICCHIO</p><p>AUTORIA</p><p>Antonio Carlos Pisicchio</p><p>Olá. Meu nome é Antonio Carlos Pisicchio. Sou formado em</p><p>Administração pela Universidade Estadual de Londrina e sou Mestre em</p><p>Administração pela Universidade Federal do Paraná, com uma experiência</p><p>técnico-profissional na área de administração, estratégia e marketing.</p><p>Passei por empresas de diversos setores como Engenharia e Construção</p><p>Civil, Recuperação de Crédito e Educação, atuando em setores de</p><p>estratégia e inteligência de mercado. Sou apaixonado pelo que faço e</p><p>adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando</p><p>em suas profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a</p><p>integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder</p><p>ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>Administração por Objetivos ...................................................................... 12</p><p>Origem da Administração por Objetivos ........................................................................ 12</p><p>Características da APO ................................................................................................................ 13</p><p>Estabelecimento Conjunto de Objetivos .................................................. 15</p><p>Estabelecimento de Objetivos de cada Departamento ou</p><p>Função.................................................................................................................................. 16</p><p>Interligação entre os Vários Objetivos Departamentais .................... 16</p><p>Ênfase na Mensuração e Controle de Resultados .............................. 16</p><p>Continua Avaliação, Revisão e Reciclagem dos Planos .................. 16</p><p>Participação Atuante dos Gestores e Subordinados ........................ 17</p><p>Apoio Intensivo do Staff ........................................................................................... 17</p><p>Objetivos ................................................................................................................................................ 17</p><p>Como Definir Objetivos? .......................................................................................... 18</p><p>Hierarquia dos Objetivos ........................................................................................ 19</p><p>Estratégia Organizacional ......................................................................................................... 20</p><p>Qual a Diferença entre Estratégia e Tática ................................................ 20</p><p>Planejamento Estratégico ..................................................................................... 20</p><p>Matriz SWOT ....................................................................................................................22</p><p>Ciclo APO ..............................................................................................................................................24</p><p>Críticas à Administração por Objetivos............................................................................25</p><p>Abordagem Estruturalista ............................................................................27</p><p>Origens da Teoria Estruturalista ............................................................................................28</p><p>Teoria Burocrática de Weber ...............................................................................29</p><p>Sociedade de Organizações .................................................................................................. 30</p><p>Organizações Formais .............................................................................................. 31</p><p>Organizações Complexas ...................................................................................... 31</p><p>O Homem Organizacional ......................................................................................................... 31</p><p>Características da Teoria Estruturalista ...........................................................................32</p><p>Análise de Organizações ...........................................................................................................33</p><p>Organização Formal e Informal ..........................................................................33</p><p>Recompensas Materiais e Sociais ...................................................................33</p><p>Diferentes Enfoques de Organização............................................................34</p><p>Níveis Organizacionais .............................................................................................34</p><p>Diversidade de Organizações .............................................................................34</p><p>Análise Inter Organizacional .................................................................................35</p><p>Tipologia de Organização de Etzioni ................................................................................35</p><p>Ambiente Organizacional ..........................................................................................................37</p><p>Estratégia Organizacional ..........................................................................................................37</p><p>Conflitos Organizacionais ......................................................................................................... 39</p><p>Críticas a Teoria Estruturalista ............................................................................................... 40</p><p>Abordagem Comportamental ....................................................................42</p><p>Origens da Teoria Comportamental ..................................................................................42</p><p>Pressupostos da Teoria Comportamental..................................................43</p><p>Teoria da Hierarquia de Necessidades de Maslow ................................................44</p><p>O que a Teoria de Maslow Mostra ...................................................................45</p><p>Teoria dos Dois Fatores de Herzberg .............................................................................. 46</p><p>Teoria X e Teoria Y ...........................................................................................................................47</p><p>Teoria X ................................................................................................................................47</p><p>Teoria Y ............................................................................................................................... 48</p><p>Processo Decisório .......................................................................................................................</p><p>vimos que a teoria</p><p>X é baseada em preceitos mais mecanicistas sobre o trabalho</p><p>humano, onde enxerga que as pessoas trabalham apenas pela</p><p>recompensa financeira, não assumem responsabilidades, não</p><p>assumem riscos e não enxergam valor no trabalho. Já a teoria</p><p>Y enxerga o ser humano como socialmente construído, sendo</p><p>capaz de aprender, assumir riscos e responsabilidades e tendo seu</p><p>comportamento explicado pela sua história.</p><p>Por fim, vimos outros pontos da teoria behaviorista, como sua visão</p><p>de liderança e equilíbrio organizacional. Dessa forma, a abordagem</p><p>comportamental enxerga que existem conflitos dentro das</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>54</p><p>organizações causados pelos diferentes objetivos que as pessoas</p><p>e organizações possuem, ao mesmo tempo, cabe à administração</p><p>buscar conciliar e implementar significado no trabalho realizado</p><p>pelas pessoas nas organizações.</p><p>Podemos, então, resumir a abordagem comportamental como uma</p><p>abordagem que defende uma administração mais moderna, que</p><p>considera o significado do trabalho para as pessoas e que busca</p><p>construir em conjunto com o trabalhador um melhor ambiente que</p><p>minimize os conflitos entre organização e trabalhador.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>55</p><p>Teoria de Sistemas</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Neste capítulo, estudaremos a teoria de sistemas. Ela teve</p><p>início em 1960, e buscou incluir a ideia de sistemas dentro</p><p>da organização. Dessa forma, sofreu influência das ciências</p><p>naturais como biologia e física e, ao mesmo tempo, avançou</p><p>alguns assuntos iniciados pela teoria estruturalista, como a</p><p>relação entre organizações e ambiente externo, além de</p><p>compreender que as organizações são interdependentes.</p><p>Assim, estudaremos a origem e os princípios básicos da teoria de</p><p>sistemas, o conceito de sistemas, como as organizações são sistemas</p><p>e como se relacionam com outros sistemas e por fim veremos as</p><p>contribuições e críticas feitas a essa teoria.</p><p>A teoria de sistemas (TS) é um ramo da teoria geral de sistemas, se</p><p>originou a partir dos trabalhos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy</p><p>(1901 – 1972). Assim, a teoria de sistemas surge da ideia das ciências</p><p>naturais em estudar grupos de elementos e suas interações, possuindo</p><p>os seguintes pressupostos básicos:</p><p>1. Integração entre ciências naturais e sociais;</p><p>2. Integração;</p><p>3. Estudo de forma abrangente;</p><p>4. Princípios unificadores e que atravessam as diversas ciências.</p><p>Dessa forma, a teoria de sistemas não enxerga o mundo como</p><p>dividido entre as ciências (Ex. Biologia, química e física), buscando integrar</p><p>essas ciências para gerar um entendimento maior sobre o universo. A</p><p>teoria de sistemas se apropria dessas ideias e entende que o mundo</p><p>das organizações e a sociedade em geral não pode ser entendida de</p><p>forma separada, dessa forma, busca integrar os conhecimentos sobre</p><p>organizações.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>56</p><p>Premissas Básicas da Teoria de Sistemas</p><p>Como vimos anteriormente, a teoria de sistemas tem origem na</p><p>teoria geral de sistemas (TGS), e busca integrar os conhecimentos de</p><p>administração, para dessa forma proporcionar uma visão holística, sendo</p><p>dessa forma uma abordagem global, que segue as 3 premissas básicas</p><p>abaixo:</p><p>1. Existem sistemas dentro de sistemas: A teoria de sistemas</p><p>enxerga que os sistemas são interdependentes, dessa forma,</p><p>cada sistema é formado por um conjunto de subsistemas, que são</p><p>interligados entre si.</p><p>2. Os sistemas são abertos: A teoria de sistemas enxerga que o</p><p>ambiente é formado por sistemas e que esses sistemas interagem</p><p>entre si. Da mesma forma que os subsistemas são interligados,</p><p>os sistemas também são interligados, para tanto, é necessário</p><p>que sejam abertos para fazer trocas entre si e com o ambiente</p><p>formado de sistemas.</p><p>3. As funções dos sistemas dependem de sua estrutura: Cada</p><p>sistema possui um objetivo específico, que corresponde a seu</p><p>papel no ambiente.</p><p>Razões pelas quais a teoria de sistemas se incorporou à</p><p>administração:</p><p>1. Necessidade de sintetizar e unir os conhecimentos produzidos até</p><p>o momento. Buscando unir as variáveis e explicar fenômenos mais</p><p>globais;</p><p>2. Início da cibernética, que introduziu sistemas e gestão de dados à</p><p>administração;</p><p>3. Sucesso da teoria de sistemas em outras ciências.</p><p>Conceito de Sistemas</p><p>Sistemas são o conceito central da TS, dessa forma, é necessário</p><p>contextualizá-los, assim, podemos afirmar que os sistemas são um</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>57</p><p>conjunto de elementos interligados para formar um todo, sendo que esse</p><p>todo apresenta características diferentes que as partes.</p><p>Assim, todos os sistemas possuem duas características básicas:</p><p>1. Proposito ou objetivo: Todo sistema nasce com um objetivo que</p><p>irá definir como se organiza, dessa forma, os objetivos definem o</p><p>formato e componentes do sistema.</p><p>2. Globalismo ou totalidade: Os sistemas são orgânicos, ou seja,</p><p>uma mudança em um elemento irá causar impacto no sistema</p><p>como um todo.</p><p>Classificação de Sistemas</p><p>Podemos classificar os sistemas de acordo com:</p><p>1. Sua constituição: Dessa forma existem sistemas físicos que</p><p>são compostos por elementos reais e tangíveis (Ex. Hardware,</p><p>máquinas, equipamentos) também existem sistemas abstratos</p><p>que são conceitos ou elementos intangíveis (Ex. Software, ideias,</p><p>planos)</p><p>2. Sua natureza: Nessa classificação existem sistemas fechados, que</p><p>são aqueles que não realizam trocas com o ambiente, e sistemas</p><p>abertos, que são aqueles que realizam trocas com o ambiente.</p><p>Existem sistemas fechados de verdade? Na realidade não existem</p><p>sistemas que não realizam troca alguma com o ambiente, porém, ao</p><p>mesmo tempo existem sistemas que realizam pouquíssimas trocas com</p><p>o ambiente.</p><p>Todas as organizações são sistemas abertos, isso ocorre pois são</p><p>um conjunto de esforções coletivos, que possui um objetivo específico</p><p>e que realiza trocas com o ambiente (Ex. As organizações compram e</p><p>vendem produtos em trocas com o ambiente).</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>58</p><p>Componentes dos Sistemas</p><p>Todos os sistemas funcionam em uma lógica de: entrada,</p><p>processamento, saída, retroalimentação (feedback) e ambiente, conforme</p><p>a figura a seguir:</p><p>Figura 10 : Componentes de Sistemas</p><p>AMBIENTE</p><p>ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA</p><p>REALIMENTAÇÃO</p><p>Fonte: Adaptado (CHIAVENATO, 2011).</p><p>1. Entradas: é o elemento inicial do sistema, traz os materiais e</p><p>recursos para o processamento (Ex. Em uma empresa são os</p><p>funcionários, matérias primas e máquinas).</p><p>2. Processamento: é onde ocorrem a transformação das entradas</p><p>em saídas (Ex. Um material entra na fábrica e se torna um produto,</p><p>ou processamento de dados).</p><p>3. Saídas: é a consequência do trabalho do sistema, são as saídas</p><p>que são responsáveis pelo cumprimento do objetivo (Ex. Vendas,</p><p>Produtos ou dados processados)</p><p>4. Ambiente: é o meio que envolve o sistema, responsável por</p><p>fornecer entradas e receber as saídas do sistema</p><p>5. Realimentação (feedback): é a função do sistema que verifica se</p><p>as saídas estão de acordo com o esperado, é onde as saídas do</p><p>sistema interagem com o ambiente, fornecendo informações para</p><p>que o sistema possa mudar e aprimorar-se.</p><p>Organização como um Sistema Aberto</p><p>Conforme afirmamos anteriormente, sistemas abertos são aqueles</p><p>sistemas que realizam trocas com o ambiente. Dessa forma, os sistemas</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>59</p><p>abertos estão em constante troca com o ambiente, sofrendo sua influência</p><p>e influenciando também o ambiente, possuindo uma capacidade de</p><p>se modificar de acordo com a situação e competindo com os demais</p><p>sistemas.</p><p>Podemos dessa forma entender que as organizações são sistemas</p><p>abertos, que possuem as seguintes características:</p><p>1. Comportamento probabilístico e não determinísticos: as</p><p>organizações são sistemas abertos, dessa forma, influenciam</p><p>e sofrem influência do ambiente externo, portanto, prever seu</p><p>comportamento e modo de agir irá diretamente depender das</p><p>mudanças do ambiente externo, o que faz concluirmos que seu</p><p>comportamento não</p><p>pode ser perfeitamente previsto, sendo</p><p>possível apenas determinar o que é mais possível de acontecer.</p><p>2. As organizações como partes de uma sociedade formadas</p><p>por partes menores: as organizações são sistemas dentro de</p><p>sistemas, e possuem subsistemas internos.</p><p>3. Interdependência das partes: os subsistemas das organizações</p><p>são orgânicos, o que significa que algo que impacta em uma parte</p><p>ou subsistema impacta nas demais partes e subsistemas.</p><p>4. Homeostase: é a tendência de um sistema manter-se em</p><p>equilíbrio, ocorre quando a organização apresenta uma mesma</p><p>direção e se está atingindo esse objetivo.</p><p>5. Fronteiras: é o ponto em que um sistema se separa de outros</p><p>sistemas, variando sua permeabilidade de acordo com o sistema.</p><p>6. Morfogênese: é referente à capacidade que as organizações e</p><p>outro sistemas sociais tem de modificar a si próprios.</p><p>7. Resiliência: é a capacidade que as organizações possuem de</p><p>resistir a mudanças externas.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>60</p><p>Modelo de Organização de Katz e Kahn</p><p>Katz e Kahn (1972), desenvolvem um modelo de organização social</p><p>baseado na teoria de sistemas, que apresenta os seguintes pontos:</p><p>1. Organização como sistema aberto: nesse modelo as organizações</p><p>recebem seus insumos (entradas), modificam (processamento)</p><p>esses insumos e exportam na forma de diversas saídas. Todo esse</p><p>processo ocorre na forma de ciclos. Katz e Kahn, também colocam</p><p>que esse sistema aberto precisa se modificar constantemente,</p><p>quebrando e reestruturando seus componentes de acordo com</p><p>o que ocorre no ambiente, podendo também se antecipar a essas</p><p>mudanças</p><p>2. Características de primeira ordem: (1) os sistemas sociais</p><p>não tem limitação de amplitude, podendo se desenvolver</p><p>independentemente de partes físicas; (2) os sistemas sociais</p><p>necessitam de entradas, manutenção e produção; (3) os sistemas</p><p>sociais são planejados (4) os sistemas sociais são diferentes</p><p>entre si; (5) as funções, normas e valores são o que definem os</p><p>sistemas sociais; (6) as organizações são um sistema de funções</p><p>formalizadas; (7) a organização utiliza apenas os conhecimentos</p><p>técnicos das pessoas; e (8) as organizações se relacionam com o</p><p>meio ambiente.</p><p>3. Cultura e clima organizacional: para Katz e Kahn (1972), cada</p><p>organização desenvolve uma cultura própria, que é baseada na</p><p>cultura formal pregada pela organização sendo reinterpretada</p><p>pelo sistema informal que existe dentro das organizações.</p><p>4. Dinâmica de sistema: para se sustentar, as organizações precisam</p><p>manter seus componentes, dessa forma, utilizam recompensas</p><p>para vincular seus membros ao sistema.</p><p>5. Eficiência organizacional: a teoria de sistemas também busca</p><p>adaptar o conceito de eficiência organizacional, dessa forma,</p><p>enxerga que as organizações utilizam energia para realizar</p><p>processamento, assim, precisam coletar energia das suas entradas</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>61</p><p>para se manter. Pode-se dizer que a organização eficiente é aquela</p><p>que consegue se manter.</p><p>6. Organização como um sistema de papéis: assim como vimos</p><p>na teoria estruturalista, a teoria de sistemas, afirma que as</p><p>organizações assim como as pessoas assumem diferentes papeis</p><p>no ambiente.</p><p>Contribuições e Críticas à Teoria de</p><p>Sistemas</p><p>A teoria sistêmica por buscar conciliar diferentes teorias e ter uma</p><p>visão holística, podemos afirmar que a teoria de sistemas contribui ao</p><p>estabelecer o conceito de organizações como um sistema aberto, dessa</p><p>forma, aumenta a perspectiva da administração, que deixa de ter o foco</p><p>em apenas uma organização, mas sim em um conjunto de organizações.</p><p>Ao mesmo tempo, a teoria de sistemas acrescenta a ideia de</p><p>dinamismo nas organizações, coloca um ponto de vista sistêmico e</p><p>multinível de análise afirmando que o comportamento das organizações</p><p>não é determinístico, mas sim probabilístico, ou seja, não pode ser</p><p>completamente previsto.</p><p>Dessa forma, podemos dizer que a teoria de sistemas é uma teoria</p><p>adaptativa, enxergando valor na capacidade de mudança e modificação</p><p>das organizações, colocando que essa mudança é necessária para a</p><p>organização se manter e atingir seus objetivos.</p><p>Uma das críticas que se faz à teoria de sistema é pelo fato de ser</p><p>demasiadamente descritiva e abstrata, o que dificulta sua aplicação na</p><p>solução de problemas gerenciais, uma vez que essa teoria não traça</p><p>métodos ou soluções especificas para os problemas das organizações,</p><p>mas sim, busca compreende-los da melhor forma possível.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>62</p><p>RESUMINDO:</p><p>Nesse capítulo, aprendemos sobre a teoria de sistemas, que</p><p>em resumo é uma teoria que busca analisar as organizações</p><p>em conjunto, também busca integrar os demais conhecimentos</p><p>de administração e acrescenta na questão das trocas entre as</p><p>organizações e também avança ao colocar as organizações como</p><p>sistemas orgânicos que se adaptam e modificam ao longo do</p><p>tempo de acordo com o ambiente e com as trocas que realizam.</p><p>Também é importante relembrar os conteúdos que vimos ao</p><p>longo dessa unidade do nosso curso, onde estudamos algumas</p><p>abordagens mais modernas de administração.</p><p>Estudamos a administração por objetivos, que é uma teoria que</p><p>repercute até hoje no planejamento estratégico das organizações,</p><p>sendo a teoria que inaugurou o conceito de planejamento</p><p>estratégico.</p><p>Também estudamos a teoria estruturalista, que foi a primeira teoria</p><p>de administração que buscou aumentar o escopo da administração</p><p>ao estudar não apenas as organizações capitalistas (industrias e</p><p>empresas) mas sim todos os tipos de organizações, incluindo as</p><p>organizações complexas, também avançou ao incorporar teoria</p><p>clássica, teoria burocrática e conceitos de relações humanas em</p><p>uma única teoria.</p><p>Por fim estudamos a teoria comportamental, que é responsável por</p><p>grandes avanços que refletem até hoje na gestão de pessoas e na</p><p>maneira como enxergamos a relação entre empresa e trabalhador.</p><p>Essa teoria avança os temas de relações humanas e tem uma</p><p>visão não ingênua tanto das organizações quanto das pessoas,</p><p>enxergando que existe um conflito de objetivos entre ambos, ao</p><p>mesmo tempo, coloca que é possível gerenciar esse conflito</p><p>e enxerga o ser humano como socialmente construído, sendo</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>63</p><p>capaz de melhor, mudar, assumir responsabilidades e aprender,</p><p>enxergando significado no trabalho.</p><p>Na próxima e última unidade vamos finalizar as principais teorias</p><p>de administração e estudar alguns tópicos contemporâneos de</p><p>administração.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>64</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AYRA CONSULTORIA – Matriz Swot: O que é e como pode ajudar</p><p>seu negócios (2019). Disponível em: https://ayraconsultoria.com.br/</p><p>matriz-swot-o-que-e-como-e-aplicada/. Acesso em: 23 ago. 2019.</p><p>ARGYRIS. C. Reasoning, earning and action -Individual and</p><p>organizational. San Francisco. Jossey Bass, 1968.</p><p>CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração 8ªed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 2011.</p><p>DRUCKER, Peter. The practice of management. Routledge, 2012.</p><p>KATZ, Daniel. KAHN, Robert – Psicologia Social das Organizações.</p><p>São Paulo: Atlas, 1997.</p><p>KOTTER, John P. Liderando mudança. Gulf Professional Publishing.</p><p>Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 1999.</p><p>MAXIMIANO, Antonio C. A. Introdução à administração 1ªed. São</p><p>Paulo: Atlas, 2011.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>Administração por Objetivos</p><p>Origem da Administração por Objetivos</p><p>Características da APO</p><p>Estabelecimento Conjunto de Objetivos</p><p>Estabelecimento de Objetivos de cada Departamento ou Função</p><p>Interligação entre os Vários Objetivos Departamentais</p><p>Ênfase na Mensuração e Controle de Resultados</p><p>Continua Avaliação, Revisão e Reciclagem dos Planos</p><p>Participação Atuante dos Gestores e Subordinados</p><p>Apoio Intensivo do Staff</p><p>Objetivos</p><p>Como Definir Objetivos?</p><p>Hierarquia dos Objetivos</p><p>Estratégia Organizacional</p><p>Qual a Diferença entre Estratégia e Tática</p><p>Planejamento Estratégico</p><p>Matriz SWOT</p><p>Ciclo APO</p><p>Críticas à Administração por Objetivos</p><p>Abordagem Estruturalista</p><p>Origens da Teoria Estruturalista</p><p>Teoria Burocrática de Weber</p><p>Sociedade de Organizações</p><p>Organizações Formais</p><p>Organizações Complexas</p><p>O Homem Organizacional</p><p>Características da Teoria Estruturalista</p><p>Análise de Organizações</p><p>Organização Formal e Informal</p><p>Recompensas Materiais e Sociais</p><p>Diferentes Enfoques de Organização</p><p>Níveis Organizacionais</p><p>Diversidade de Organizações</p><p>Análise Inter Organizacional</p><p>Tipologia de Organização de Etzioni</p><p>Ambiente Organizacional</p><p>Estratégia Organizacional</p><p>Conflitos Organizacionais</p><p>Críticas a Teoria Estruturalista</p><p>Abordagem Comportamental</p><p>Origens da Teoria Comportamental</p><p>Pressupostos da Teoria Comportamental</p><p>Teoria da Hierarquia de Necessidades de Maslow</p><p>O que a Teoria de Maslow Mostra</p><p>Teoria dos Dois Fatores de Herzberg</p><p>Teoria X e Teoria Y</p><p>Teoria X</p><p>Teoria Y</p><p>Processo Decisório</p><p>Teoria do Equilíbrio Organizacional</p><p>Conflitos entre a Organização e seus Participantes</p><p>Liderança</p><p>Críticas à Teoria Comportamental</p><p>Teoria de Sistemas</p><p>Premissas Básicas da Teoria de Sistemas</p><p>Conceito de Sistemas</p><p>Classificação de Sistemas</p><p>Componentes dos Sistemas</p><p>Organização como um Sistema Aberto</p><p>ENTRADA</p><p>AMBIENTE</p><p>REALIMENTAÇÃO</p><p>PROCESSAMENTO</p><p>SAÍDA</p><p>Modelo de Organização de Katz e Kahn</p><p>Contribuições e Críticas à Teoria de Sistemas</p><p>49</p><p>Teoria do Equilíbrio Organizacional................................................................................... 50</p><p>Conflitos entre a Organização e seus Participantes .............................................. 51</p><p>Liderança ...............................................................................................................................................52</p><p>Críticas à Teoria Comportamental .......................................................................................52</p><p>Teoria de Sistemas ...........................................................................................55</p><p>Premissas Básicas da Teoria de Sistemas ................................................................... 56</p><p>Conceito de Sistemas ................................................................................................................. 56</p><p>Classificação de Sistemas .....................................................................................57</p><p>Componentes dos Sistemas ............................................................................... 58</p><p>Organização como um Sistema Aberto ......................................................................... 58</p><p>ENTRADA .......................................................................................................................... 58</p><p>AMBIENTE ........................................................................................................................ 58</p><p>REALIMENTAÇÃO ....................................................................................................... 58</p><p>PROCESSAMENTO..................................................................................................... 58</p><p>SAÍDA ................................................................................................................................... 58</p><p>Modelo de Organização de Katz e Kahn ......................................................................60</p><p>Contribuições e Críticas à Teoria de Sistemas ...........................................................61</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>03</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>10</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A administração é uma das disciplinas mais abrangentes das ciências</p><p>sociais aplicadas, responsável por organizar, gerir e ampliar os resultados</p><p>dos mais diversos tipos de organizações, que vão desde empresas privadas,</p><p>ONGs, entidades governamentais entre outros.</p><p>Neste curso iremos nos aprofundar no estudo de administração, vamos</p><p>estudar as chamadas teorias ou abordagens clássicas da administração,</p><p>que são as teorias iniciais de administração. Vamos compreender como</p><p>surgiram, quais problemas buscavam solucionar, o que propunham e</p><p>também quais são as críticas feitas a estas.</p><p>Este tipo de estudo é o que chamamos também de teoria das</p><p>organizações ou teoria geral da administração, disciplina fundamental para</p><p>compreendermos como as organizações evoluíram, como os modelos de</p><p>gestão se iniciaram e pode-se aprimorar o desempenho das organizações.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>11</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no</p><p>desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término</p><p>desta etapa de estudos:</p><p>1. Explicar a origem, os conceitos e os avanços propostos pela</p><p>administração por objetivos.</p><p>2. Interpretar o que é a abordagem estruturalista, como ela une os</p><p>conceitos de burocracia, teoria clássica e relações humanas.</p><p>3. Identificar as mudanças propostas pela abordagem comportamental</p><p>e como ela avança os temas da teoria das relações humanas.</p><p>4. Explicar a teoria de sistemas e como ela impacta na visão das</p><p>organizações.</p><p>Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Ao trabalho!</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>12</p><p>Administração por Objetivos</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Ao término deste capítulo, teremos explorado a teoria da</p><p>administração por objetivos, uma teoria derivada da teoria</p><p>neoclássica, que introduziu o chamado planejamento</p><p>estratégico, e buscou ampliar o conceito de planejamento,</p><p>objetivos e metas, para dessa forma atingir os resultados</p><p>que as organizações esperam. E aí, achou interessante?</p><p>Essa teoria repercute até hoje no planejamento realizado</p><p>pelas empresas.</p><p>Ao estudarmos a administração por objetivos, percebemos que,</p><p>em decorrência dessa teoria, ela busca estabelecer princípios universais,</p><p>mas também altera o foco da função do administrador para os objetivos</p><p>organizacionais.</p><p>Dessa forma, a administração por objetivos entende que a principal</p><p>função da administração é traçar os objetivos organizacionais e destrinchar</p><p>esses objetivos em metas para as os demais níveis organizacionais.</p><p>Para tanto, iremos estudar a origem dessa teoria, o que ela propõe,</p><p>o processo de planejamento estratégico, como definir objetivos, o ciclo</p><p>APO e, por fim, veremos quais críticas são feitas a essa abordagem.</p><p>Origem da Administração por Objetivos</p><p>A administração por objetivos (APO), surge como um ramo da teoria</p><p>neoclássica, sendo iniciada por Peter Drucker (1909-2005), que em 1954</p><p>publicou o livro The Practice of Management, que trouxe as primeiras</p><p>ideias ligadas a administração por objetivos</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>13</p><p>Figura 1: Peter Drucker</p><p>Fonte: Wikicommons</p><p>Neste livro, Drucker defende a mudança do foco da administração</p><p>das atividades meio (tarefas e processo administrativo), para as atividades</p><p>fim, ou resultados, dessa forma, o foco deixa de ser “como administrar” para</p><p>ser “por que administrar”. Dessa forma, Drucker defende um pensamento</p><p>pragmático para a administração, que deve focar nos resultados a serem</p><p>obtidos e buscar planejar metas e ações para atingir os objetivos esperados</p><p>Características da APO</p><p>Como vimos anteriormente, a APO é uma teoria focada nos objetivos.</p><p>Dessa forma, defende que gestores e subordinados identifiquem objetivos</p><p>comuns, definir responsabilidades e com isso guiar todas as atividades da</p><p>organização para cada objetivo específico.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>14</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>A APO defende que o foco da administração é definir</p><p>objetivos e planejar ações para atingi-los, buscando se</p><p>antecipar ao mercado e desenhar ações claras e bem</p><p>definidas para cumprir tais objetivos. Ao mesmo tempo,</p><p>a APO acredita que existe vantagem em desenvolver os</p><p>objetivos de forma conjunta entre gestores e subordinados.</p><p>Com os objetivos traçados e realizadas as ações para atingi-los,</p><p>cabe aos gestores avaliar o desempenho das ações, assim, podemos</p><p>afirmar que outra parte fundamental da APO é a avaliação de desempenho,</p><p>ou controle dos resultados esperados, a partir do monitoramento desses</p><p>resultados é que a APO irá traçar novos objetivos e ações, podendo</p><p>também alterar as ações conforme estão se desenvolvendo. Em resumo,</p><p>a APO trabalha da seguinte maneira</p><p>1. O gestor e subordinados discutem os desempenhos anteriores,</p><p>avaliam os resultados e formulam objetivos em conjunto;</p><p>REFLITA:</p><p>O que você acha de uma gestão mais participativa? Acredita</p><p>que pode trazer vantagens para as organizações? Será que</p><p>um funcionário que participa das decisões tem melhor</p><p>qualidade de vida no trabalho? Será que é possível haver</p><p>participação de forma organizada?</p><p>2. O gestor com base nos objetivos traçados deve organizar os</p><p>recursos da organização para servir de apoio para as equipes que</p><p>irão realizar as ações planejadas. Dessa forma, não basta apenas</p><p>traçar objetivos, mas fornecer apoio para o desenvolvimento</p><p>desses, seja apoio em recursos financeiros, treinamentos, tempo</p><p>entre outros fatores;</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>15</p><p>3. As equipes desenvolvem as ações e são monitoradas pelos</p><p>gestores;</p><p>4. Periodicamente, ocorrem reuniões para avaliar o andamento das</p><p>ações de forma conjunta;</p><p>5. A partir dessa avaliação, os processos e tarefas desenvolvidos são</p><p>reavaliados e possivelmente modificados para atingir os objetivos</p><p>da melhor forma.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Para entender melhor como a APO enxerga a função dos</p><p>gestores assista</p><p>dois filmes, o primeiro O Patriota (2000)</p><p>de Roland Emerich e O Resgate do Soldado Ryan (1998)</p><p>de Steven Spilberg, podemos observar as mudanças nas</p><p>estratégias de guerra ao longo dos anos. No primeiro</p><p>filme, observamos que os exércitos se movimentavam</p><p>em grandes blocos, onde cada soldado tem uma única</p><p>função, no segundo filme, observamos que na guerra mais</p><p>moderna, cada equipe possui um objetivo e uma meta</p><p>de tempo para atingir esse objetivo, para tanto, recebem</p><p>recursos e soldados e devem atingir esse objetivo, de</p><p>forma similar ao que a APO prega.</p><p>Segundo Chiavenato (2011), a APO apresentas as seguintes</p><p>características, que veremos a seguir:</p><p>Estabelecimento Conjunto de Objetivos</p><p>Conforme vimos anteriormente, a APO acredita que tanto os gestores</p><p>quanto os colaboradores podem contribuir para o estabelecimento de</p><p>objetivos, com seus conhecimentos e experiência. No entanto, cada</p><p>organização tem um grau de participação diferente da outra.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>16</p><p>Estabelecimento de Objetivos de cada Departamento</p><p>ou Função</p><p>Para a APO, a organização deve estabelecer objetivos gerais,</p><p>também chamados de objetivos organizacionais, esses objetivos devem</p><p>ser segmentados para cada função ou departamento da organização,</p><p>também é importante definir métricas para garantir o cumprimento desses</p><p>objetivos.</p><p>Interligação entre os Vários Objetivos</p><p>Departamentais</p><p>Para a APO, é fundamental que haja coerência entre os objetivos</p><p>organizacionais e os demais objetivos departamentais, dessa forma, todos</p><p>objetivos estão estritamente ligados e conectados.</p><p>Ênfase na Mensuração e Controle de Resultados</p><p>Controlar os resultados e tarefas é fundamental para a APO. Dessa</p><p>forma, as organizações devem estabelecer objetivos organizacionais,</p><p>destrinchar esses objetivos em ações que devem possuir objetivos</p><p>táticos e operacionais. Em todos esses objetivos e ações, a APO foca</p><p>em determinar mecanismos de controle e mensuração de desempenho,</p><p>sendo também elementos de difícil implementação e que demanda mais</p><p>trabalho dos gestores para a APO.</p><p>Continua Avaliação, Revisão e Reciclagem dos</p><p>Planos</p><p>A APO é uma filosofia de trabalho que gira em torno do</p><p>estabelecimento de objetivos e do alcance desses objetivos, dessa</p><p>forma, é necessário um acompanhamento constante das ações e tarefas,</p><p>com métodos de controle e reuniões, que servem de base para o</p><p>acompanhamento de resultados, a partir disso, os resultados servem de</p><p>base para novos objetivos e planos de ação.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>17</p><p>Participação Atuante dos Gestores e Subordinados</p><p>Como vimos, a APO enxerga valor na participação conjunta</p><p>de gestores e funcionários, tanto no desenvolvimento dos objetivos,</p><p>quanto na aplicação e controle das ações, sendo necessário o trabalho</p><p>em conjunto para produzir as informações e controles que baseiam os</p><p>próximos objetivos e ações.</p><p>Apoio Intensivo do Staff</p><p>Como vimos, a APO demonstra que são necessários recursos</p><p>para desenvolver ações e atingir os objetivos, dessa forma, a gerência</p><p>deve apoiar constantemente os funcionários, tanto com recursos físicos,</p><p>treinamentos, informações, conhecimentos e ferramentas para atingir os</p><p>objetivos.</p><p>Objetivos</p><p>Para APO, os objetivos são centrais, o que possibilita a compreensão</p><p>do que são objetivos, o que definem e como estabelecer esses objetivos</p><p>da melhor forma. Podemos dessa forma entender que os objetivos</p><p>proporcionam:</p><p>1. Diretriz ou uma finalidade comum;</p><p>2. Melhorias no trabalho em equipe, que passa a ser guiado por essa</p><p>diretriz;</p><p>3. Base para avaliação e desenvolvimento de planos e ações;</p><p>4. Maior capacidade de previsão do futuro, uma vez que são uma</p><p>expectativa do futuro, permitindo que a organização tenha um</p><p>rumo para o seu futuro;</p><p>5. Uma melhor distribuição dos recursos, uma vez que, proporcionam</p><p>prioridades que devem receber esses recursos.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>18</p><p>Como Definir Objetivos?</p><p>Dado a importância da definição dos objetivos possui, é necessário</p><p>entender como definir objetivos, uma vez que segundo a APO, os</p><p>objetivos irão guiar toda a estrutura de ações da organização. Assim,</p><p>segundo Chiavenato (2011) os seguintes critérios são necessários para</p><p>definir objetivos:</p><p>1. Procurar as atividades de maior impacto</p><p>2. O objetivos deve ser mensurável, específico e claro. Para tanto,</p><p>deve-se basear em dados concretos, respondendo às perguntas:</p><p>Oque? Quanto? Quando?</p><p>3. Focalizar os objetivos nas atividades e não nas pessoas</p><p>4. Detalhar cada objetivo em metas secundarias</p><p>5. Usar linguagem compreensível</p><p>6. Indicar resultados a serem atingidos, mas não limitando como</p><p>atingir o objetivo, dessa forma, deve indicar o quanto e o que, e</p><p>não como limitar como fazer</p><p>7. Deve ser difícil de atingir, porém, deve ser possível de ser atingido</p><p>REFLITA:</p><p>Qual é o efeito de estabelecer metas inalcançáveis? Muitas</p><p>empresas colocam metas muito difíceis de ser alcançadas</p><p>para evitar premiar resultados, será que no fim das contas o</p><p>resultado final compensa? Será que as metas são capazes</p><p>de motivar os funcionários?</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>19</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>Quais são os objetivos mais comuns? Cada organização</p><p>atua em um segmento diferente, o que acaba gerando</p><p>objetivos diferentes, porém, alguns dos objetivos mais</p><p>comuns são: (1) Obter uma posição competitiva no</p><p>mercado; (2) Desenvolver novos produtos e inovações; (3)</p><p>Ter eficiência produtiva e qualidade; (4) Responsabilidade</p><p>social e transparência; (5) Satisfação dos clientes e bom</p><p>atendimento.</p><p>Em resumo, para a APO, desenvolver objetivos é fundamental para</p><p>guiar as ações, dessa forma, os gestores e equipe devem desenvolver</p><p>objetivos que sejam claros, mensuráveis, de fácil entendimento, possível</p><p>de ser atingido e que seja capaz de gerar resultados para sustentar a</p><p>organização.</p><p>Hierarquia dos Objetivos</p><p>As organizações não possuem um único objetivo, mas sim um</p><p>conjunto de objetivos e sub-objetivos, dessa forma, surge o problema de</p><p>como priorizar e organizar esses objetivos, quais são mais importantes,</p><p>para resolver esse problema, a APO propõe que se deve organizar os</p><p>objetivos de acordo com o nível organizacional que se relaciona, dessa</p><p>forma temos:</p><p>1. Objetivos estratégicos: são os objetivos organizacionais, são</p><p>relacionados ao longo-prazo, abrangem a organização como um</p><p>todo e possuem uma grande amplitude.</p><p>2. Objetivos táticos: são objetivos departamentais, referentes à</p><p>cada função organizacional (Ex. Marketing, finanças, recursos</p><p>humanos, pesquisa e desenvolvimento e produção). Abrangem</p><p>cada departamento ou área e estão relacionados ao médio e curto</p><p>prazo.</p><p>3. Objetivos operacionais: são os objetivos de cada tarefa ou ação,</p><p>abrangem aquela ação e estão relacionados ao curto prazo.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>20</p><p>EXEMPLO: Um exemplo de definição de objetivos: Uma</p><p>concessionaria pode estabelecer como objetivo estratégico se tornar a</p><p>maior concessionaria da região, dessa forma pode colocar para o seu</p><p>departamento de marketing um objetivo de atingir uma taxa de conversão</p><p>de 70% das vendas, com isso em mente o gestor de marketing pode</p><p>organizar uma promoção que tem como objetivo cadastrar 90 clientes</p><p>novos no sistema da empresa.</p><p>Estratégia Organizacional</p><p>Como vimos, para APO, é central a figura do planejamento que é a</p><p>função responsável por estabelecer os objetivos, a partir desses objetivos,</p><p>cada organização estabelece sua estratégia e o chamado planejamento</p><p>estratégico, que veremos a seguir.</p><p>Qual a Diferença entre Estratégia e Tática</p><p>Para entendermos o que é planejamento estratégico e o que é</p><p>estratégia, é necessário entendermos primeiramente o que é estratégia e</p><p>qual a diferença em relação a tática, uma vez que usualmente confundimos</p><p>esses dois termos.</p><p>A palavra estratégia é derivada do grego stratego, que era como se</p><p>chamava o comandante militar de um strato, que significa um conjunto</p><p>de pessoas. Dessa forma, a palavra estratégia surge</p><p>no contexto militar,</p><p>indicando um general que é responsável por comandar um grupo.</p><p>No contexto de organizações, estratégia indica um meio, um</p><p>conjunto de ações para se atingir objetivos globais, é focada no futuro e no</p><p>longo-prazo, guiando todas as ações da organização rumo aos objetivos</p><p>organizacionais ou estratégicos. A estratégia é composta por diversas</p><p>ações táticas, que são um plano para atingir-se os sub-objetivos que uma</p><p>vez alcançados irão contribuir para atingir-se os objetivos estratégicos.</p><p>Planejamento Estratégico</p><p>Tendo definido estratégia, passamos para o processo de</p><p>planejamento estratégico, que é central para APO, pois é a partir do</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>21</p><p>planejamento estratégico que a organização irá definir sua missão, visão e</p><p>valores. Além disso, o planejamento estratégico é que irá definir as bases</p><p>para o desenvolvimento do planejamento tático e desenvolvimento das</p><p>ações, para tanto, segue-se os seguintes passos:</p><p>1. Formulação dos objetivos organizacionais: etapa onde se</p><p>definem os objetivos globais, de longo-prazo, identificando as</p><p>alternativas estratégicas, quando a empresa está em operação,</p><p>deve-se basear na missão, visão e valores da empresa. Caso a</p><p>organização esteja em formação, deve-se desenvolver a missão,</p><p>visão e valores da empresa.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>O que é missão, visão e valores? São componentes</p><p>estratégicos da organização, a missão é a razão de</p><p>existência daquela organização. Já a visão é como a</p><p>organização enxerga seu futuro no longo-prazo, e como</p><p>enxerga o ambiente externo no futuro. Por fim, os valores</p><p>da empresa definem como a organização deve trabalhar,</p><p>quais os valores éticos e morais daquela organização.</p><p>2. Análise do ambiente externo: uma vez definidos os objetivos, a</p><p>organização deve analisar o ambiente externo, para compreender</p><p>o mercado em que a organização atua, qual é a concorrência e</p><p>competição que sofre e quais fatores globais afetam a organização.</p><p>3. Análise interna da organização: além de compreender o</p><p>ambiente externo, a organização deve fazer uma análise interna,</p><p>buscando compreender quais recursos dispõe, quais as fraquezas</p><p>e qualidades de sua estrutura organizacional e como tem</p><p>desempenhado no passado.</p><p>4. Formulação de alternativas estratégicas: essa fase leva em</p><p>conta os dados, informações e conhecimentos adquiridos nas</p><p>duas análises anteriores para desenvolver o plano estratégico da</p><p>organização. Nesse estágio, a organização também desenvolve</p><p>métricas, controles e metas para o plano estratégico.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>22</p><p>5. Desenvolvimento de planos táticos e operacionais: com base</p><p>nas alternavas estratégicas, a organização planeja quais ações</p><p>deve desenvolver formulando como agir e quais resultados devem</p><p>ser obtidos por essas ações, além de estabelecer os controles e</p><p>metas para essas ações.</p><p>Figura 2 : Planejamento Estratégico</p><p>Fonte: Adaptado (CHIAVENATO, 2011)</p><p>Matriz SWOT</p><p>Como vimos, anteriormente, a organização para desenvolver o</p><p>planejamento estratégico deve analisar tanto o ambiente externo quanto</p><p>o ambiente interno, esse modelo fez muito sucesso e até hoje é utilizado,</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>23</p><p>gerando diversas ferramentas como a matriz SWOT ou o modelo CANVAS,</p><p>no caso vamos focar na matriz SWOT, que é o modelo mais tradicional de</p><p>análise de fatores para o desenvolvimento do planejamento estratégico.</p><p>A matriz SWOT, o nome deriva do inglês Strenghts, Weaknesses,</p><p>Oportunities e Threats. É uma ferramenta utilizada para facilitar a análise</p><p>interna e externa, ela indica que a organização deve analisar as forças</p><p>e fraquezas internas e contrapor com as ameaças e oportunidades do</p><p>ambiente externo, conforme a figura 3 abaixo:</p><p>Figura 3 : Matriz SWOT</p><p>FA</p><p>T</p><p>O</p><p>R</p><p>E</p><p>S</p><p>IN</p><p>T</p><p>E</p><p>R</p><p>N</p><p>O</p><p>S</p><p>FA</p><p>T</p><p>O</p><p>R</p><p>E</p><p>S</p><p>E</p><p>X</p><p>T</p><p>E</p><p>R</p><p>N</p><p>O</p><p>S</p><p>FATORES</p><p>POSITIVOS</p><p>FATORES</p><p>NEGATIVOS</p><p>STRENGTHS (FORÇA)</p><p>THREATS (AMEAÇAS)</p><p>WEAKNESSES</p><p>(FRAQUEZAS)</p><p>OPORTUNITIES</p><p>(OPORTUNIDADES)</p><p>SWOT</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>24</p><p>Ciclo APO</p><p>A APO entende que o planejamento estratégico não é algo fixo e</p><p>imutável, mas sim um ciclo, onde os resultados obtidos impactam na</p><p>formulação dos futuros objetivos, sendo um sistema dinâmico requer os</p><p>seguintes cuidados:</p><p>1. Revisão crítica dos planos estratégicos;</p><p>2. Esclarecimento dos resultados-chave;</p><p>3. Criação de um plano de melhoria que permita mensurar a</p><p>contribuição de cada gestor;</p><p>4. Proporcionar condições e recursos para atingir os objetivos;</p><p>5. Uso sistemático da avaliação de desempenho.</p><p>Figura 4 : Ciclo APO</p><p>Fonte: Adaptado (CHIAVENATO, 2011).</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>25</p><p>Críticas à Administração por Objetivos</p><p>A APO sofre diversas críticas nas quais destacamos o fato de que</p><p>o foco excessivo na estratégia pode fazer com que a organização fique</p><p>muito travada e incapaz de enxergar as mudanças no ambiente externo e</p><p>se adaptar ao novo contexto.</p><p>A estratégia, também ajuda a focalizar e reunir os esforços coletivos</p><p>em torno dos objetivos, porém, pode dificultar o desenvolvimento de</p><p>novas ideias, mudanças, adaptações e inovações, impossibilitando</p><p>comportamentos que extravasem positivamente aquilo que foi planejado,</p><p>levando a rotinas improdutivas.</p><p>Outra crítica que se faz a APO é o fato que o processo de</p><p>planejamento estratégico e monitoramento de resultados é constante</p><p>e, portanto, muito trabalhoso, sendo de difícil aplicação. Muitas vezes as</p><p>organizações planejam com clareza, porém, falham no desenvolvimento</p><p>das ações, ao mesmo tempo, existem organizações que falham no</p><p>planejamento e monitoramento focando apenas nas ações.</p><p>Também pode-se colocar que o excesso de controles e</p><p>planejamentos pode tornar a organização lenta e burocrática, podendo</p><p>também criar uma cadeia de comando muito forte, que por sua vez pode</p><p>resultar em insatisfação e conflitos. Tudo isso pode se refletir em baixa</p><p>motivação para os subordinados que podem se sentir extremamente</p><p>controlados e muito engessados em suas atribuições.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então, o que achou da administração por objetivos? Conseguiu</p><p>compreender como desenvolver um planejamento estratégico e</p><p>quais os benefícios do planejamento?</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>26</p><p>Podemos, dessa forma, resumir a APO como uma abordagem que</p><p>foca no planejamento e estabelecimento de objetivos, buscando</p><p>estruturar planos e ações coerentes com esses objetivos, e com</p><p>um monitoramento constante do andamento dessas ações e dos</p><p>resultados obtidos.</p><p>Observamos também qual a importância dos objetivos,</p><p>entendendo que servem como uma ferramenta para motivas e</p><p>manter a coerência das equipes de trabalho, servindo de base para</p><p>estruturar as ações e servir de guia para os trabalhos desenvolvidos</p><p>nas organizações. Aprendemos que os objetivos devem ser claros,</p><p>mensuráveis, atingíveis e coerentes entre si, sendo divididos em</p><p>objetivos estratégicos, táticos e operacionais.</p><p>Outro ponto fundamental dessa abordagem é a planejamento</p><p>estratégico, vimos que para desenvolver esse planejamento é</p><p>necessário se fazer uma análise de fatores internos e externos, que</p><p>geram opções estratégicas e que depois são destrinchadas em</p><p>planos operacionais e táticos.</p><p>Por fim, vimos que o excesso de planejamento, o custo tanto em</p><p>tempo quanto em trabalho para desenvolve-lo junto com um</p><p>monitoramento constante podem sofre críticas, uma vez que</p><p>podem engessar a organização e seus funcionários, impedindo</p><p>de desenvolver ações diferentes daquilo que foi planejado</p><p>anteriormente, o que se reflete em possível insatisfação das equipes.</p><p>Para finalizar, a APO é uma abordagem que contribuiu para o avança</p><p>das organizações, ajudou a desenvolver diversas ferramentas</p><p>de planejamento, que geraram resultados e melhorias para as</p><p>organizações, até hoje, o modelo de planejamento estratégico é</p><p>usado por diversas organizações, que observam também as críticas</p><p>feitas a APO para guiar suas ações.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>27</p><p>Abordagem Estruturalista</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Neste capítulo, observaremos as teorias da organização,</p><p>mais especificamente a teoria estruturalista, desenvolvida</p><p>entre 1940 e 1950, se baseando na teoria burocrática do</p><p>filosofo e sociólogo Max Weber. Ao mesmo tempo, ela</p><p>busca superar as abordagens clássicas da administração</p><p>e conciliar essas abordagens com a teoria burocrática e</p><p>teoria das relações humanas.</p><p>Para tanto, vamos estudar as origens dessa teoria, suas</p><p>características, como observa a sociedade de organizações e o homem</p><p>nessa sociedade, também vamos estudar a análise de organizações e,</p><p>por fim, observar as críticas que são feitas a essa teoria.</p><p>A teoria estruturalista tem suas raízes na teoria burocrática de</p><p>Max Weber (1864 – 1920), essa teoria pregava uma gestão impessoal</p><p>e focada no desenvolvimento de tarefas especificas, dessa forma se</p><p>tornou popular e influenciou fortemente a maneira de administrar das</p><p>organizações e empresas da segunda revolução industrial, é possível</p><p>observar a influência do modo de pensar burocrático nas abordagens</p><p>clássicas da administração, uma vez que essas abordagens pregavam a</p><p>especialização do trabalho, uma divisão do trabalho, impessoalidade e</p><p>foco na realização de uma única função.</p><p>Pensando nisso, podemos dizer que as teorias clássicas e a teoria</p><p>burocrática, possuem um foco interno (tarefas e na organização da</p><p>estrutura organizacional), porém, com o passar do tempo passou-se</p><p>a haver uma preocupação com a sociedade de organizações, ou seja,</p><p>os estudiosos e a sociedade como um todo passaram a entender que o</p><p>mundo moderno é um mundo formado por organizações, nas quais as</p><p>pessoas vivem, trabalham, atuam e se relacionam de diferentes formas,</p><p>ou seja, o foco passa a ser externo, nas relações entre organizações e na</p><p>relação das pessoas com essas organizações.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>28</p><p>Com isso, formou-se a chamada teoria estruturalista, que busca um</p><p>enfoque inter-organizacional, ou seja, nas relações entre organizações,</p><p>com o objetivo de ampliar a visão da administração sobre as organizações</p><p>e sociedade como um todo, além disso, a teoria estruturalista busca</p><p>incorporar certos valores da teoria das relações humanas e ampliar o</p><p>escopo para além das organizações industriais (foco da teoria clássica)</p><p>para todas as organizações.</p><p>Origens da Teoria Estruturalista</p><p>Segundo Chiavenato (2011), temos 4 pontos que definiram a origem</p><p>da teoria estruturalista:</p><p>1. Oposição entre a teoria das relações humanas e teoria clássica</p><p>da administração: a teoria estruturalista compreende que essas</p><p>teorias são opostas, porém, enxerga que ambas têm pontos</p><p>válidos, dessa forma busca sintetizar ambas com o apoio da teoria</p><p>burocrática de Weber.</p><p>Figura 5 : Origens Teoria Estruturalista</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor (2019).</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>29</p><p>2. Visão das organizações como uma unidade social onde</p><p>grupos interagem: essa visão foi iniciada pela teoria das relações</p><p>humanas, onde observou-se que existem grupos informais</p><p>nas organizações, que muitas vezes possuem objetivos em</p><p>comum com as organizações e muitas vezes possuem objetivos</p><p>conflitantes.</p><p>3. Influencia do estruturalismo nas ciências como um todo:</p><p>diversos teóricos como Karl Marx, Levy-Strauss e Redcliff-</p><p>Brown desenvolveram ideias baseadas no estruturalismo, onde</p><p>buscavam enxergar a sociedade e organizações por meio de suas</p><p>partes para entender o todo, ao mesmo tempo, compreendendo</p><p>que as partes em conjunto somam mais que o todo, e que ao</p><p>mesmo tempo passam a ter certa autonomia.</p><p>4. Novo conceito de estrutura: passou-se a compreender que a</p><p>estrutura é o que permite identificar algo, sendo um conjunto de</p><p>elementos que permanece inalterado.</p><p>Teoria Burocrática de Weber</p><p>Para entender-se a teoria estruturalista, primeiramente devemos</p><p>compreender a teoria burocrática de Weber, segundo essa teoria, existe</p><p>um modelo ideal de organização, ou seja, um modelo mais eficiente, e</p><p>esse modelo são as burocracias, para tanto, as burocracias devem possuir</p><p>as seguintes características:</p><p>1. Normas legais;</p><p>2. Comunicações formais;</p><p>3. Caráter racional e divisão do trabalho;</p><p>4. Impessoalidade;</p><p>5. Hierarquia;</p><p>6. Rotinas e procedimentos padronizados;</p><p>7. Competência técnica e meritocracia;</p><p>8. Especialização;</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>30</p><p>9. Profissionalismo;</p><p>10. Previsibilidade.</p><p>Dessa forma, podemos entender que para Max Weber, uma</p><p>organização que é claramente estruturada, executa as mesmas tarefas de</p><p>maneira especializada e com profissionalismo seria a organização ideal.</p><p>Usualmente, o termo burocracia é utilizado como sinônimo de</p><p>algo lento, geralmente para designar uma disfunção do serviço público</p><p>(excesso de papelada, demora, atraso entre outros). Porém, é importante</p><p>entendermos que para a teoria estruturalista e teoria burocrática, a</p><p>burocracia é um modelo ideal, uma vez que é clara, reduz erros, é</p><p>profissional e previsível.</p><p>EXEMPLO: Um exemplo de como ideias da teoria burocrática ainda</p><p>funcionam e podem ser positivas é o restaurante Mac Donald’s, que é um</p><p>restaurante que sempre tem o mesmo padrão em qualquer lugar, sempre</p><p>é previsível e possui com tarefas bem divididas, dessa forma, não importa</p><p>em qual unidade, o cliente sempre sabe que será atendido com a mesma</p><p>qualidade e padrão.</p><p>Sociedade de Organizações</p><p>Um avanço da teoria estruturalista é o fato que ela busca expandir</p><p>a atuação da administração. Podemos observar que as teorias que vimos</p><p>anteriormente (Adm. cientifica, teoria clássica, teoria das relações humanas</p><p>e teoria neoclássica) nascem com o intuito de resolver os problemas das</p><p>novas organizações industriais, mais especificamente as empresas.</p><p>A teoria estruturalista entende que a sociedade moderna é formada</p><p>por um conjunto de organizações, algumas com caráter formal como</p><p>as empresas e outras organizações como a família, igreja, estado entre</p><p>outros. Dessa forma, o estruturalismo amplia o estudo de administração</p><p>ao observar as relações entre as organizações e a relação entre pessoas</p><p>e organizações.</p><p>A teoria estruturalista entende que a sociedade passou por um</p><p>processo histórico de evolução, onde passou de um estado natural, onde</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>31</p><p>o homem buscava a subsistência através da natureza, passando por</p><p>uma etapa do trabalho e uma etapa do capital para chegar ao estado</p><p>atual, a chamada etapa da organização, onde a natureza, o trabalho e o</p><p>capital estão submetidos a organizações, ou seja, as organizações estão</p><p>presentes em todos os aspectos humanos.</p><p>Para a abordagem estruturalista, as organizações se dividem em</p><p>organizações formais e organizações complexas, como veremos a seguir:</p><p>Organizações Formais</p><p>São as burocracias, organizações formadas de maneira proposital</p><p>e com um objetivo já estabelecido, é caracterizada por regras,</p><p>regulamentos, estrutura rígida e hierarquia. A organização formal reduz</p><p>as incertezas, uma vez que busca sempre desempenhar as tarefas da</p><p>mesma forma, consegue também se aproveitar da divisão do trabalho e</p><p>da especialização do trabalho para garantir produtividade.</p><p>Organizações Complexas</p><p>São um conjunto de organizações formais que possuem alto grau</p><p>de complexidade, isto é, um grande tamanho, participação de diversos</p><p>grupos de pessoas, interesses diversos e muitas vezes conflitantes (Ex.</p><p>grandes empresas, governos, igreja, escola entre outros). As organizações</p><p>complexas são o foco de estudos da teoria estruturalista, junto com as</p><p>pessoas e o ambiente.</p><p>O Homem Organizacional</p><p>A teoria estruturalista parte da ideia de que o homem está sempre</p><p>inserido em um ambiente de organizações complexas, dessa forma, cria</p><p>sua própria caracterização para o homem, o homem organizacional.</p><p>Assim, essa teoria enxerga que o homem na sociedade moderna</p><p>deve estar adaptado para esse novo contexto e deve possuir as seguintes</p><p>características para conseguir ser bem-sucedido:</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>32</p><p>1. Flexibilidade: em cada organização o homem está sucedido</p><p>a exercer papeis diferentes, além disso, ocorrem mudanças</p><p>constantes nas organizações, dessa forma, o homem deve ser</p><p>flexível para se manter nesse ambiente</p><p>2. Tolerância a frustrações: as organizações muitas vezes têm</p><p>normas e interesses conflitantes com os interesses individuais,</p><p>dessa forma, o homem deve saber tolerar e buscar mediar esses</p><p>conflitos.</p><p>3. Capacidade de adiar as recompensas</p><p>4. Permanente desejo de realização: esse desejo auxilia o homem</p><p>a buscar a cooperação para atingir seus objetivos</p><p>Figura 6: Indivíduo organizacional</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Características da Teoria Estruturalista</p><p>Podemos colocar como a principal característica da teoria é o fato</p><p>de ser uma teoria com abordagem múltipla, ou seja, não foca em apenas</p><p>uma coisa, isso é demonstrado pelo foco dessa teoria que estuda não</p><p>apenas as organizações formais, mas também as organizações informais</p><p>e a sociedade como um todo. A teoria estruturalista utiliza a chamada</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>33</p><p>análise de organizações para compreender os aspectos das organizações,</p><p>através dessa análise que veremos a seguir será possível perceber a</p><p>multiplicidade como característica dessa teoria.</p><p>Análise de Organizações</p><p>Conforme comentamos anteriormente, a análise de organizações</p><p>é a técnica utilizada pelos estruturalistas para compreender o fenômeno</p><p>das organizações, essa análise envolve observar os seguintes aspectos</p><p>que veremos a seguir.</p><p>Organização Formal e Informal</p><p>A teoria estruturalista avança ao entender que as organizações</p><p>não são apenas formais (como a teoria clássica acreditava) e não apenas</p><p>aspectos informais (como a teoria das relações humanas defende). Dessa</p><p>forma é uma abordagem múltipla e busca um posicionamento não</p><p>ingênuo, pois busca não ter uma posição favorável tanto para um lado</p><p>como para outro, tendo uma visão não valorativa tanto para o lado do</p><p>operário quanto para o lado da empresa, dessa forma, entende que deve-</p><p>se encontrar um equilíbrio entre os aspectos formais e informais.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>A administração clássica se preocupa apenas com o</p><p>aspecto formal da organização, trabalhando apenas a</p><p>estrutura organizacional. Já a teoria das relações humanas</p><p>foca apenas nos funcionários e grupos informais, a teoria</p><p>estruturalista entende que esses fatores são conflitantes,</p><p>porém, propõe que se pode equilibrar ambos.</p><p>Recompensas Materiais e Sociais</p><p>A teoria estruturalista entende que o ser humano é complexo, dessa</p><p>forma, afirma que para as organizações motivarem os funcionários devem</p><p>combinar tanto recompensas materiais (Ex. Salários e promoções) com</p><p>recompensas sociais (Ex. Reconhecimento, símbolos).</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>34</p><p>Diferentes Enfoques de Organização</p><p>Para a teoria estruturalista, as organizações podem ser concebidas</p><p>segundo duas concepções diferentes:</p><p>1. Modelo racional da organização: É uma forma de projetar a</p><p>organização de acordo com meios formalizados e explicitados,</p><p>as organizações projetadas dessa forma tentem a parecer mais</p><p>com burocracias, possuindo um planejamento claro, objetivos</p><p>específicos e um modo de trabalho modelado e regulado, se</p><p>aproximando mais das organizações estudadas pelas abordagens</p><p>clássicas da administração.</p><p>2. Modelo natural de organização: É um modo de pensar a</p><p>organização como um conjunto de partes interdependentes e que</p><p>trabalham em prol de um todo, essas organizações funcionam de</p><p>forma mais livre, buscando a sobrevivência por uma adaptação</p><p>mais natural que ocorre de acordo com o ambiente externo, se</p><p>aproxima mais das teorias modernas de administração.</p><p>Níveis Organizacionais</p><p>A teoria estruturalista entende que todos os níveis organizacionais</p><p>são relevantes, dessa forma, se constitui como uma abordagem múltipla,</p><p>uma vez que não foca apenas no nível tático como a administração</p><p>cientifica e não apenas no nível estratégico como a teoria clássica e</p><p>neoclássica.</p><p>Diversidade de Organizações</p><p>A teoria estruturalista é uma abordagem múltipla pois não foca em</p><p>apenas um tipo de organização (Ex. A administração clássica foca nas</p><p>industrias), dessa forma busca entender todos os tipos de organização</p><p>e não restringe seus estudos a uma única forma de organização,</p><p>entendendo ser necessário estudar as indústrias, famílias, empresas,</p><p>governos, entidades, igrejas entre outros.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>35</p><p>Análise Inter Organizacional</p><p>A abordagem estruturalista inicia uma corrente de estudos que</p><p>considera as relações entre as organizações e o ambiente, tendo uma</p><p>visão múltipla ao analisar a organização por dentro e ao mesmo tempo</p><p>observar sua relação com as outras organizações e com o ambiente em</p><p>geral.</p><p>Tipologia de Organização de Etzioni</p><p>Amitai Etzioni (1929 – presente) é um dos principais teóricos</p><p>estruturalistas, ele busca fazer uma análise comparativa entre as</p><p>organizações, para tanto, faz uma classificação das organizações</p><p>usando como base o tipo de poder que a organização exerce sobre seus</p><p>componentes.</p><p>1. Características da organização: para Etzioni, as organizações</p><p>possuem 3 características: (1) divisão do trabalho, (2) centros de</p><p>poder, e (3) substituição de pessoal. Dessa forma as organizações</p><p>realizam os trabalhos de forma dividida, coordenada por centros de</p><p>poder, que são responsáveis por delegar funções e recompensas</p><p>dessa forma exercitado o poder, sendo que nessas organizações</p><p>as pessoas são substituíveis.</p><p>2. Controles: para Etzioni, as organizações exercem 3 tipos de controle</p><p>diferentes sobre as pessoas: (1) controles físicos, baseados em</p><p>sanções e restrições físicas, (2) controle material, que é o controle</p><p>baseado em recompensas materiais, e (3) controle normativo, que</p><p>é o controle ético e moral.</p><p>3. Efeitos do controle: cada tipo de controle exerce um poder de</p><p>influência diferente sobre os indivíduos: (1) alienatório, o indivíduo</p><p>sem interesse é forçado a participar, (2) calculista, ocorre quando</p><p>o indivíduo enxerga vantagem na sua participação com a</p><p>organização, e (3) moral, quando o sujeito é eticamente forçado</p><p>a participar.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>36</p><p>4. Tipos de organização: dados os tipos de controles e seus efeitos,</p><p>Etzioni traça 3 tipos de organização: (1) organização coercitivas,</p><p>que são aquelas que obrigam as pessoas a participar por meio</p><p>de controles físicos (Ex. Prisões), (2) organização utilitária, que</p><p>exercem controle material (Ex. Empresas), e (3) organizações</p><p>normativas, que exercem controle moral (Ex. Igreja, família).</p><p>Tabela 1: Tipologia de Etzioni</p><p>Tipo de</p><p>Organização</p><p>Tipo de</p><p>Poder</p><p>Controle</p><p>Utilizado</p><p>Mantem os</p><p>membros</p><p>por meio</p><p>de:</p><p>Envolvimento</p><p>pessoal dos</p><p>participantes</p><p>Exemplo</p><p>Coercitiva Coercitivo</p><p>Prêmios e</p><p>Punições</p><p>Coação,</p><p>imposição,</p><p>medo,</p><p>força e</p><p>ameaça</p><p>Sem escolha,</p><p>com base no</p><p>temor</p><p>Prisões,</p><p>Exército,</p><p>Estado</p><p>Normativas Normativo</p><p>Moral e</p><p>Ético</p><p>Convicção,</p><p>fé, crença</p><p>e ideologia</p><p>Moral e</p><p>motivacional,</p><p>uma forma</p><p>de expressão</p><p>pessoal</p><p>Igrejas,</p><p>Hospitais,</p><p>Partidos</p><p>Políticos,</p><p>Grupos.</p><p>Utilitárias Utilitário</p><p>Incentivo</p><p>Econômico</p><p>Interesse,</p><p>Vantagem</p><p>Percebida</p><p>Calculista,</p><p>busca de</p><p>vantagens</p><p>Empresas</p><p>Fonte: Adaptado (CHIAVENATO, 2011)</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>37</p><p>REFLITA:</p><p>Como você enxerga a relação de poder entre as</p><p>organizações e você? As organizações exercem controles</p><p>sobre as pessoas? Esse controle é proposital ou natural?</p><p>Ambiente Organizacional</p><p>Como vimos, a teoria estruturalista acredita que é necessário</p><p>entender as relações entre as organizações, e não apenas as relações que</p><p>ocorrem internamente. Dessa forma, enxerga que as organizações vivem</p><p>em um mundo social, político e econômico, o que gera uma sociedade</p><p>de organizações, para entender as relações entre as organizações e o</p><p>ambiente é fundamental entendermos dois fatores:</p><p>1. Interdependência entre as organizações e a sociedade: entende</p><p>que as organizações</p><p>são sistemas abertos, nenhuma organização</p><p>existe em si mesma e para si mesma, sendo necessário trocas com</p><p>o ambiente para assegurar a sobrevivência das organizações, essa</p><p>dependência que as organizações possuem da sociedade e do</p><p>ambiente é que faz com que elas mudem e se adaptem conforme</p><p>a sociedade e ambiente mudam.</p><p>2. Conjunto organizacional: ee refere ao conjunto de papeis que as</p><p>organizações operam. Para os estruturalistas, cada organização e</p><p>cada pessoa exercem papeis diferentes quando relacionados com</p><p>outras organizações e o ambiente.</p><p>Estratégia Organizacional</p><p>Os estruturalistas também buscaram contribuir com a ideia de</p><p>estratégia, avançando os tópicos das teorias clássicas e neoclássicas da</p><p>administração.</p><p>Dessa forma, acreditam que a estratégia é uma função da política</p><p>organizacional, que é formada pelo conjunto de indivíduos dentro da</p><p>organização, afirmam também que existem diferenças entre os indivíduos</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>38</p><p>que impactam a organização, assim, a estratégia envolve escolhas</p><p>e alocação de recursos escassos de acordo com as negociações e</p><p>manobras políticas dentro da organização.</p><p>Por fim, para os estruturalistas existem dois tipos de estratégia:</p><p>1. Estratégias de competição: Envolvem a rivalidade entre as</p><p>organizações, onde ambas disputam recursos, envolvendo</p><p>também a interação direta ou indireta das organizações</p><p>EXEMPLO: Um exemplo de estratégia de competição é a rivalidade</p><p>entre Pepsi e Coca-Cola, ambas as empresas atuam em segmentos</p><p>semelhantes e disputam recursos como clientes, mercados e matérias-</p><p>primas.</p><p>Figura 7: Coca cola e Pepsi</p><p>Fonte: Freepik</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>39</p><p>Fonte: Freepik</p><p>2. Estratégias de cooperação: Ocorre quando organizações buscam</p><p>atingir objetivos em comum, agindo como uma só em relação a</p><p>determinado objetivo.</p><p>EXEMPLO: Um exemplo de estratégia de cooperação é a atuação do</p><p>Sebrae no Brasil, que busca auxiliar as organizações a atingirem objetivos</p><p>competitivos, para tanto contribui com conhecimentos e trabalha em</p><p>conjunto com as empresas.</p><p>Conflitos Organizacionais</p><p>Os estruturalistas discordam da visão de coerência e concordância</p><p>entre os objetivos pessoais dos indivíduos e os objetivos organizacionais,</p><p>acreditam que exista um conflito entre esses interesses, que pode gerar</p><p>mudanças e inovações nas organizações.</p><p>Dessa forma, para a teoria estruturalista, ao contrário do que afirma</p><p>a teoria das relações humanas, não se deve sempre buscar a harmonia</p><p>dentro das organizações, uma vez que o excesso de harmonia pode trazer</p><p>um comportamento estável demais e incapaz de adaptação.</p><p>Ao mesmo tempo não se deve sempre estar em conflito, porém,</p><p>os conflitos são fatores capazes de gerar mudanças e inovações. Dessa</p><p>forma, podemos dizer que para os estruturalistas deve haver um equilíbrio</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>40</p><p>entre harmonia e conflito para que as organizações se sustentem no</p><p>ambiente organizacional em constante mudança.</p><p>REFLITA:</p><p>O que você acha disso? Acredita que do conflito podem</p><p>sair soluções boas? Ou acredita que tudo deve manter-se</p><p>estável?</p><p>Críticas a Teoria Estruturalista</p><p>Assim como todas as demais teorias, a abordagem estruturalista</p><p>sofreu e ainda sofre críticas, segundo Chiavenato (2011), as principais</p><p>críticas são:</p><p>1. Inadequação de tipologias: os críticos afirmam que a teoria</p><p>estruturalista é reducionista ao classificar as organizações apenas</p><p>por um fator, exemplo disso é a tipologia de Etzioni, que traça</p><p>perfis de organização baseado apenas na ideia de poder.</p><p>2. Teoria de crise: a teoria estruturalista é criticada por outros</p><p>autores pelo fato de se concentrar demais em organizações com</p><p>problemas e conflitos, o que faz com que se distancie do todo.</p><p>3. Teoria de transição: a teoria estruturalista é uma teoria de transição,</p><p>pois inicia algumas ideias como análise inter organizacional,</p><p>servindo de base para outras teorias como a teoria de sistemas</p><p>RESUMINDO:</p><p>Podemos colocar que a abordagem estruturalista é a primeira</p><p>teoria organizacional a considerar a sociedade como uma estrutura</p><p>composta de diversas organizações, ao mesmo tempo, propõe outra</p><p>novidade ao colocar que é necessário estudar as relações entre as</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>41</p><p>organizações e ambiente e entre as pessoas e organizações. Nesse</p><p>sentido, é inovadora ao aproximar teoria das relações humanas,</p><p>teoria clássica e teoria burocrática.</p><p>Vimos nesse capítulo que essa abordagem se inicia com a junção</p><p>das três teorias citadas acima, e que nasce da ideia e buscar-se</p><p>conciliar essas teorias para entender o ambiente de organizações</p><p>como um todo.</p><p>Também aprendemos que a palavra que a principal característica</p><p>da teoria estruturalista á a multiplicidade, ela busca uma visão</p><p>ampliada e não ingênua do fenômeno das organizações, dessa</p><p>forma, enxerga que deve-se considerar tanto a organização</p><p>formal quanto a informal, tanto recompensas materiais quanto</p><p>recompensas sociais, tanto o nível estratégico quanto os níveis</p><p>táticos e operacionais, e além disso todas as organizações, não</p><p>apenas as organizações capitalistas.</p><p>Exemplo dessa multiplicidade é como a teoria neoclássica entende</p><p>a estratégia, observa que é mais do que um processo formal, sendo</p><p>também um resultado das relações políticas que ocorrem dentro</p><p>da empresa. Outro ponto que demonstra isso é o interesse dessa</p><p>teoria nos conflitos organizacionais, onde busca uma visão não</p><p>ingênua do conflito, considerando que este também é capaz de</p><p>gerar mudanças uteis e inovações.</p><p>Por fim, podemos afirmar que a teoria estruturalista consegue</p><p>dar início aos estudos inter-organizacionais, traz importantes</p><p>considerações sobre como sistemas formais e informais atuam em</p><p>conjunto e mostra como uma abordagem baseada na multiplicidade</p><p>é capaz de explicar o fenômeno das organizações.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>42</p><p>Abordagem Comportamental</p><p>INTRODUÇÃO:</p><p>Neste capítulo, estudaremos a abordagem comportamental.</p><p>Tal teoria, da mesma forma que a APO, é uma derivação de</p><p>outra teoria que estudamos anteriormente, porém, no caso</p><p>da abordagem comportamental ela é uma decorrência da</p><p>teoria de relações humanas..</p><p>Essa abordagem da continuidade a teoria das relações humanas,</p><p>porém, busca se distanciar da visão ingênua sobre o trabalhador, além</p><p>disso, tenta aprofundar alguns temas iniciados por essa teoria.</p><p>Veremos a origem e os pressupostos da teoria comportamental, suas</p><p>considerações sobre o ser humano, sua consideração sobre motivação,</p><p>suas principais teorias e as críticas que são feitas a essa abordagem.</p><p>A teoria comportamental ou teoria behaviorista, é uma teoria que</p><p>começou a se desenvolver a partir de 1950, essa abordagem é derivada</p><p>da teoria das relações humanas, incorporando ideias da psicologia</p><p>organizacional e do trabalho.</p><p>Essa teoria buscou avançar os temas propostos pela teoria das</p><p>relações humanas, porém, abandonou as ideias prescritivas dessa teoria,</p><p>sendo uma abordagem descritiva, ou seja, uma abordagem que busca</p><p>muito mais explicar os fenômenos do que traçar regras para a resolução</p><p>de problemas.</p><p>Podemos então entender que a teoria comportamental mantém</p><p>o foco nas pessoas e sua relação com as organizações, porém, buscou</p><p>incorporar ideias mais modernas da psicologia organizacional e abandona</p><p>o enfoque prescritivo para uma abordagem descritiva.</p><p>Origens da Teoria Comportamental</p><p>Como vimos, a teoria comportamental surge a partir de 1950, porém</p><p>alguns fatos são destaque para o seu desenvolvimento:</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>43</p><p>1. Oposição à teoria das relações humanas e administração</p><p>clássica: a teoria comportamental se opõe a essas duas</p><p>abordagens, buscando ser uma nova forma de entender as</p><p>organizações formais com o enfoque nas pessoas</p><p>2. Rejeição a concepção romântica da teoria das relações</p><p>humanas: passa-se a ver as pessoas de forma mais clara,</p><p>entendendo que possuem motivações e que são resultados de</p><p>suas</p><p>experiências prévias.</p><p>3. Critica aos princípios formais da teoria clássica: a teoria</p><p>comportamental enxerga que as pessoas são socialmente</p><p>construídas, dessa forma princípios hierárquicos extremamente</p><p>rígidos não se mostram eficientes para entender-se o</p><p>comportamento do indivíduo.</p><p>4. Critica ao modelo burocrático: a abordagem behaviorista critica</p><p>esse posicionamento, uma vez que enxerga que as organizações</p><p>não podem ser entendidas como estáveis ou como máquinas.</p><p>Pressupostos da Teoria Comportamental</p><p>Para entendermos a teoria comportamental, é necessário observar</p><p>os pressupostos que servem de base para o seu desenvolvimento, muitas</p><p>dessas ideias derivam da psicologia organizacional e aparecem como</p><p>críticas ao modelo clássico de gestão:</p><p>1. O homem é social e possui necessidades: o homem possui</p><p>necessidades e por isso desenvolve relacionamentos e</p><p>interdependência de outras pessoas.</p><p>2. O homem possui um sistema psíquico: ou seja, cada indivíduo é</p><p>único e possui características próprias</p><p>3. O homem possui linguagem e conhecimento abstrato: refere-se</p><p>à capacidade de comunicação e aprendizagem do ser humano</p><p>4. O homem é apto a aprender: enxerga que as pessoas são capazes</p><p>de melhorar e modificar comportamentos</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>44</p><p>5. O comportamento é orientado para objetivos: as pessoas</p><p>possuem objetivos individuais complexos e que mudam</p><p>constantemente, esses objetivos estão estritamente relacionados</p><p>com sua psique e com o convívio social.</p><p>6. O homem possui comportamentos dualísticos: ou seja, pode</p><p>cooperar e competir</p><p>Teoria da Hierarquia de Necessidades de</p><p>Maslow</p><p>Abraham H. Maslow (1908 – 1970), desenvolve uma teoria na qual</p><p>afirma que a motivação humana é determinada pelas necessidades, e</p><p>que essas necessidades estão organizadas na forma de uma pirâmide,</p><p>onde no nível mais baixo encontram-se as necessidades fundamentais e</p><p>no nível superior as necessidades de auto realização ligadas aos desejos</p><p>pessoais de cada indivíduo.</p><p>Figura 8 : Pirâmide de Maslow</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor (2019)</p><p>1. Necessidades Fisiológicas: são as necessidades básicas do ser</p><p>humano, relacionadas à sobrevivência do indivíduo (Ex. fome, frio,</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>45</p><p>repouso, sono, saúde). Se não forem atendidas tornam impossível</p><p>outro comportamento que não seja atendê-las.</p><p>2. Necessidades de Segurança: são referentes ao perigo e</p><p>segurança, surgem quando as necessidades fisiológicas estão</p><p>satisfeitas (Ex. segurança, medo de ser roubado, abrigo).</p><p>3. Necessidades Sociais: surgem do comportamento e convívio</p><p>em sociedade, ocorrem quando as duas necessidades anteriores</p><p>estão satisfeitas (Ex. Necessidade de associação, amizade, amor,</p><p>afeição, relacionamentos).</p><p>4. Necessidades de Estima: são necessidades relacionadas a como</p><p>a pessoa se enxerga, incluem o desejo de força, reconhecimento.</p><p>Estão relacionadas a como a pessoa quer ser considerada pela</p><p>sociedade.</p><p>5. Necessidades de Autorrealização: são as necessidades mais</p><p>elevadas, ligadas ao ser humano realizar seu potencial e se auto</p><p>desenvolver.</p><p>O que a Teoria de Maslow Mostra</p><p>A pirâmide de necessidades de Maslow, nos mostra que para motivar</p><p>um indivíduo, é necessário atender às suas necessidades, seguindo-se a</p><p>hierarquia de necessidades, dessa forma, não se pode esperar que um</p><p>indivíduo esteja autorrealizado se passa fome ou frio.</p><p>Nem todos os indivíduos são capazes de atingir suas necessidades</p><p>mais elevadas, muitas vezes acabam parando em um nível de</p><p>necessidades, sem buscar as necessidades mais elevadas.</p><p>Quando as necessidades básicas ou mais baixas estão atendidas,</p><p>as pessoas passam a focar nas necessidades situadas num nível acima,</p><p>o que acaba dominando seu comportamento, porém, se porventura</p><p>uma necessidade mais baixa deixar de ser atendida, esse fato irá gerar</p><p>insatisfação e tensão.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>46</p><p>Por fim, as pessoas possuem mais de uma motivação, e as</p><p>necessidades atuam em conjunto sobre as pessoas, dessa forma, o</p><p>comportamento é motivado pelas necessidades.</p><p>Teoria dos Dois Fatores de Herzberg</p><p>Frederick Herzberg (1923 - 2000), foi um psicólogo e consultor</p><p>empresarial, buscou também estudar a motivação humana no contexto</p><p>de organizações. Desenvolveu a chamada teoria de dois fatores, onde</p><p>afirma que existem dois tipos de fatores que influenciam a motivação:</p><p>1. Fatores Higiênicos: não confundir com a questão de saúde e</p><p>higiene, os fatores higiênicos são referentes ao ambiente que</p><p>envolve as pessoas, incluindo as condições de trabalho, dessa</p><p>forma, incluem o salário pago, as condições de iluminação,</p><p>segurança, condições físicas e ambientais. Em seu estudo,</p><p>Herzberg afirma que no início da revolução industrial esses</p><p>fatores eram usados para motivar as pessoas, onde o trabalho era</p><p>considerado algo desagradável e onde apenas se busca dinheiro.</p><p>Porém, em um contexto mais moderno, observamos que esses</p><p>fatores apenas evitam a insatisfação dos funcionários e se trazem</p><p>satisfação é apenas momentânea.</p><p>Exemplo: O salário apenas evita que a pessoa se sinta insatisfeita</p><p>no trabalho, será que uma pessoa que recebe um ótimo salário para</p><p>realizar uma função que não a agrada se mantem satisfeita e motivada</p><p>por muito tempo? A teoria de Herzberg afirma que os fatores higiênicos</p><p>não conseguem sustentar no longo-prazo a satisfação dos funcionários.</p><p>2. Fatores Motivacionais: são os fatores internos, relativos ao</p><p>conteúdo do cargo, reconhecimento, e Autorrealização que o</p><p>trabalho proporciona as pessoas. Herzberg, afirma que o trabalho</p><p>possui significado para as pessoas, e é esse significado que é</p><p>capaz de motivar as pessoas, sendo capaz de manter a pessoa</p><p>satisfeita no longo-prazo.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>47</p><p>Figura 9 : Teoria de Dois Fatores de Herzberg</p><p>Fatores Motivacionais Fatores Higiênicos</p><p>Trabalho em si Condições de trabalho</p><p>Realização Administração da empresa</p><p>Reconhecimento Salário</p><p>Progresso Relações com o supervisor</p><p>Responsabilidade Benefícios e incentivos sociais</p><p>• A satisfação no cargo depende dos fatores motivacionais.</p><p>• A insatisfação no cargo depende dos fatores higiênicos.</p><p>MOTIVACIONAISNão</p><p>Satisfação</p><p>Satisfação</p><p>HIGIÊNICOS</p><p>Insatisfação Nenhuma</p><p>Satisfação</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor (2019).</p><p>A teoria de Herzberg nos mostra que a satisfação no ambiente</p><p>organizacional depende tanto de fatores higiênicos como fatores</p><p>motivacionais, dessa forma, para proporcionar motivação, Herzberg</p><p>coloca que é necessário se fazer o enriquecimento do cargo, o que</p><p>significa substituir as tarefas simples por tarefas mais complexas, dessa</p><p>forma se acrescenta significado para o cargo e para o trabalho, o que traz</p><p>motivação e satisfação.</p><p>Teoria X e Teoria Y</p><p>Douglas McGregor (1906 – 1964), foi um economista que buscou</p><p>estudar os diferentes estilos de administrar, dessa forma, coloca que existe</p><p>um estilo pragmático, tradicional e mecanicista (Teoria X) e um outro estilo</p><p>mais moderno e que leva em conta o comportamento humano (Teoria Y).</p><p>Teoria X</p><p>É a concepção tradicional de administração, baseada no</p><p>pensamento mais tradicional, se baseando em convicções antiquadas</p><p>sobre o ser humano como:</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>48</p><p>1. As pessoas são preguiçosas e trabalham apenas motivadas por</p><p>dinheiro, evitando o trabalho o máximo possível;</p><p>2. As pessoas não possuem ambição e não gostam de assumir</p><p>responsabilidades, pensando apenas em si mesmo e evitando</p><p>trabalho desnecessário;</p><p>3. A natureza humana busca resistir as mudanças, tenta se manter</p><p>estável e sem mudança;</p><p>4. As pessoas são dependentes de ordens e precisam ter a disciplina</p><p>imposta, dessa forma, precisam ser dirigidas e orientadas</p><p>constantemente.</p><p>Com base nessas convicções, as organizações que se baseiam em</p><p>teoria X possuem um estilo de administração semelhante a aquele pregado</p><p>na revolução industrial, que considera as pessoas motivadas apenas por</p><p>dinheiro, busca regular todas as atividades e impor</p><p>a hierarquia. Dessa</p><p>forma as pessoas devem ser constantemente orientadas e persuadidas a</p><p>realizar atividades monótonas e sem mudanças.</p><p>Teoria Y</p><p>A teoria Y representa uma abordagem mais moderna de</p><p>administração, que se baseia em preceitos mais humanistas como:</p><p>1. As pessoas não têm desprazer inerente no trabalho, isso vai</p><p>depender da natureza do trabalho, dessa forma, o trabalho pode</p><p>também ser uma fonte de satisfação e recompensas;</p><p>2. As pessoas não são passivas naturalmente, isso é resultado do</p><p>processo histórico de suas vidas, que pode ter construído esse</p><p>tipo de atitude;</p><p>3. As pessoas têm motivação e possuem capacidade para assumir</p><p>responsabilidades e para mudar seu comportamento;</p><p>4. O homem possui capacidade para aprender e ser responsável,</p><p>quando tem uma postura diferente dessa e mais auto defensiva é</p><p>um resultado de suas experiências insatisfatórias.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>49</p><p>Com base nessas ideias, a teoria Y desenvolve um estilo de gestão</p><p>mais participativo, e que entende que o trabalho possui significado, dessa</p><p>forma, essas organizações possuem decisões mais descentralizadas,</p><p>buscam ampliar o significado dos cargos, tentam fazer uma gestão mais</p><p>participativa e acreditam que as pessoas possuem visão crítica para se</p><p>auto avaliar.</p><p>REFLITA:</p><p>E você, qual concepção acredita que é mais adequada?</p><p>Acha que é possível uma organização mais participativa e</p><p>que acredite no significado do trabalho?</p><p>Processo Decisório</p><p>A teoria behaviorista também buscou entender o processo decisório</p><p>que ocorre dentro das organizações, decisão é o processo de análise e</p><p>escolha de alternativas possíveis, sendo composta de 6 elementos:</p><p>1. Tomador de decisão;</p><p>2. Objetivos;</p><p>3. Preferências;</p><p>4. Estratégia;</p><p>5. Situação;</p><p>6. Resultado.</p><p>Nesse processo, o tomador de decisão está inserido em uma</p><p>situação, pretende alcançar objetivos, ao mesmo tempo possui</p><p>preferencias e deve desenvolver uma estratégia para trazer um resultado.</p><p>Assim, o processo decisório ocorre seguindo as seguintes etapas:</p><p>1. Percepção da situação;</p><p>2. Análise e definição do problema;</p><p>3. Definição dos objetivos;</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>50</p><p>4. Busca de alternativas;</p><p>5. Escolha e seleção de uma alternativa;</p><p>6. Avaliação e comparação das alternativas;</p><p>7. Implementação da estratégia.</p><p>Além de formular essas etapas, a teoria behaviorista também</p><p>comenta que as pessoas possuem racionalidade limitada na hora de</p><p>tomada de decisão, ou seja, sua capacidade individual limita a qualidade</p><p>da tomada de decisão. Também apontam que existe imperfeições na</p><p>tomada de decisão e que ao escolher uma opção necessariamente deve-</p><p>se deixar de lado as demais opções.</p><p>Teoria do Equilíbrio Organizacional</p><p>O comportamento organizacional é o estudo da dinâmica das</p><p>organizações e como os grupos e indivíduos se comportam dentro delas.</p><p>Esse é um dos focos da teoria behaviorista, que estuda também os</p><p>motivos pelos quais as pessoas cooperam dentro das organizações, que</p><p>possui os seguintes conceitos básicos:</p><p>1. Incentivos: são os pagamentos feitos pela organização (Ex.</p><p>prêmios, benefícios e salários)</p><p>2. Utilidade de incentivos: cada incentivo possui um valor que varia</p><p>de acordo com a percepção dos indivíduos (Ex. O mesmo valor de</p><p>salário possui utilidade diferente para cada pessoa)</p><p>3. Contribuições: são os pagamentos que as pessoas fazem a</p><p>sua organização, normalmente ocorrem na forma de trabalho,</p><p>conhecimento, dedicação, esforço entre outros.</p><p>4. Utilidade das contribuições: a organização também percebe</p><p>de forma diferente a utilidade dos trabalhos que as pessoas</p><p>realizam, dessa forma, a utilidade das contribuições é o valor que</p><p>a organização da para o trabalho das pessoas.</p><p>Partindo desses conceitos, estipula os seguintes postulados</p><p>básicos:</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>51</p><p>1. As organizações são sistemas complexos que possuem várias</p><p>pessoas e grupos interagindo entre si.</p><p>2. Cada participante e cada grupo recebe incentivos em troca das</p><p>contribuições que realiza.</p><p>3. Os participantes se mantem na organização quando os incentivos</p><p>forem iguais ou maiores que a contribuição que realiza.</p><p>4. É através das contribuições das pessoas que a organização gera</p><p>resultados que possibilitam pagar incentivos para as pessoas.</p><p>5. As organizações conseguiram se manter apenas quando as</p><p>contribuições forem suficientes para propiciar os incentivos para</p><p>manter as pessoas dentro da organização.</p><p>Dessa forma, o equilíbrio organizacional ocorre quando a</p><p>organização é capaz de remunerar seus participantes para mantê-los</p><p>dentro da organização.</p><p>Conflitos entre a Organização e seus</p><p>Participantes</p><p>Outro tema estudado pelos behavioristas é o conflito entre os</p><p>objetivos pessoais de cada participante e objetivos organizacionais.</p><p>Segundo Argyris (1968) existe um inevitável conflito entre o indivíduo e</p><p>organização e que é incompatível. A organização formal faz exigências aos</p><p>indivíduos que são incongruentes com as necessidades dos indivíduos.</p><p>Contudo o mesmo autor conclui que também:</p><p>1. É possível se integrar as necessidades individuais de auto</p><p>expressão com os requisitos de produção da organização.</p><p>2. As organizações que buscam conciliar objetivos pessoais e</p><p>organizacionais são mais produtivas.</p><p>3. As organizações podem tanto reprimir quanto incentivar o</p><p>desenvolvimento pessoal.</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>52</p><p>Dessa forma, existe uma interdependência entre as organizações e</p><p>as pessoas, que possuem objetivos diferentes, porém, ao mesmo tempo</p><p>é possível que a administração busque conciliar esses objetivos.</p><p>Liderança</p><p>A teoria behaviorista também avança na questão da liderança,</p><p>Likert (1976), traça quatro estilos de liderança:</p><p>1. Autoritário explorador: gestão baseada na punição e medo.</p><p>2. Autoritário benevolente: baseado na hierarquia.</p><p>3. Consultivo: baseado na comunicação vertical, com maioria das</p><p>decisões vindas do topo.</p><p>4. Participativo: baseado no processo decisório em grupos, gestão</p><p>descentralizada.</p><p>Kotter (1997) identifica que a liderança deve estabelecer direção,</p><p>alinhar as pessoas, motivar e inspirar. Dessa forma, a teoria comportamental</p><p>contribui para entender o que a liderança deve realizar e quais estilos que</p><p>pode adotar.</p><p>Críticas à Teoria Comportamental</p><p>A teoria behaviorista apresenta diversos avanços para a</p><p>administração, sendo uma teoria focada nas pessoas e que traz uma nova</p><p>visão do ser humano no ambiente organizacional, apesar disso, algumas</p><p>críticas são feitas a essa teoria, onde podemos destacar:</p><p>1. Abordagem mais descritiva e menos prescritiva: a teoria</p><p>behaviorista tem um enfoque muito maior em compreender os</p><p>fenômenos, dessa forma, acaba por dificultar a aplicação de certos</p><p>preceitos que defende.</p><p>2. Relatividade das teorias de motivação: a abordagem</p><p>comportamental coloca diversas ideias sobre motivação, conforme</p><p>vimos anteriormente, porém, essas teorias são relativistas uma</p><p>Fundamentos da Administração</p><p>53</p><p>vez que colocam que existe variação devido a fatores pessoais e</p><p>psicológicos.</p><p>3. Visão tendenciosa: ao mesmo tempo que possui uma</p><p>característica descritiva, algumas vezes a teoria behaviorista</p><p>aponta o “melhor a se fazer”, sendo as vezes tendenciosa para um</p><p>lado da relação organização-funcionário.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E aí, conseguiu entender como a teoria comportamental avançou</p><p>os temas propostos pela teoria das relações humanas?</p><p>Vimos que a teoria comportamental buscou ter uma visão mais</p><p>moderna e menos romantizada do ser humano, onde enxerga</p><p>que as pessoas são socialmente construídas, que são capazes de</p><p>aprender e que tem seu comportamento motivado de acordo com</p><p>um conjunto de objetivos.</p><p>Estudamos duas teorias motivacionais, a de Maslow e a teoria de</p><p>dois fatores de Herzberg, onde ambas demonstram que as pessoas</p><p>são motivadas por diversos fatores e dão base para as organizações</p><p>consigam atender as necessidades de seus trabalhadores.</p><p>Também estudamos a teoria X e teoria Y, quando</p>

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