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<p>ENFERMAGEM EM</p><p>SAÚDE DA FAMÍLIA</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>> Definir educação permanente em saúde.</p><p>> Descrever a trajetória da Política Nacional de Educação Permanente em</p><p>Saúde (PNEPS) no Brasil.</p><p>> Relacionar as estratégias utilizadas para promover e fortalecer a educação</p><p>permanente em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Introdução</p><p>A educação é entendida e realizada de diversas maneiras. Assim, muitos são</p><p>seus conceitos e suas formas. Em saúde, a educação permanente se trata não</p><p>apenas de uma política voltada à continuidade das atividades acadêmicas, mas</p><p>também de uma forma de entendimento das necessidades dos trabalhadores e</p><p>da comunidade em determinado local (BRASIL, 2014a, 2018).</p><p>A partir de políticas voltadas tanto para os estados quanto para os municípios,</p><p>o governo federal, por intermédio do Ministério da Saúde (MS), vem desenvolvendo</p><p>políticas, estratégias e formas de financiamento para que as atividades de educa-</p><p>ção permanente sejam efetivas e coparticipativas (BRASIL, 2004). Nesse contexto,</p><p>o enfermeiro tem papel central, por ser um profissional agregador, conhecedor de</p><p>Política Nacional</p><p>de Educação</p><p>Permanente</p><p>em Saúde</p><p>Cristiane Scher</p><p>seu ambiente e da comunidade em que atua. Além disso, de acordo com o decreto</p><p>regulamentador de sua profissão, têm a missão de participar de programas de</p><p>treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde (BRASIL, 1987).</p><p>Neste capítulo, você vai ver a definição de educação permanente em saúde</p><p>(EPS) a partir do entendimento dos conceitos de educação que a precedem. Será</p><p>apresentada a cronologia da trajetória da educação em saúde até a consolidação</p><p>da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), criada no intuito</p><p>de cumprir os preceitos do Sistema único de Saúde (SUS) relacionados com a</p><p>promoção da educação na área.</p><p>Conceitos fundamentais</p><p>Muitas são as formas de definir educação e muitos são seus subtipos, cada</p><p>um com uma definição gerada a partir de seu propósito.</p><p>De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), educação é definida como</p><p>dever do Estado, tendo, entre suas finalidades, o pleno desenvolvimento da</p><p>pessoa, tanto para o exercício da cidadania quanto para sua qualificação ao</p><p>trabalho (BRASIL, 2017b). A educação popular, especificamente, que teve em</p><p>Paulo Freire um de seus grandes disseminadores, viu seu movimento ganhar</p><p>forças a partir da década de 1960, em resistência à ditadura militar.</p><p>Conforme a educação popular, as classes consideradas oprimidas e</p><p>discriminadas somente farão parte de uma sociedade justa a partir</p><p>do momento que tomarem conhecimento de suas condições de vida e da raiz dos</p><p>problemas que as cercam. Ou seja, é preciso conhecer e entender o ambiente</p><p>em que se está para que as mudanças efetivas sejam promovidas por meio</p><p>do saber popular de cada local. Com isso, cada indivíduo se torna produtor</p><p>de conhecimento, respeitando sua cultura, seus conhecimentos populares</p><p>e as habilidades de cada um que faz parte de sua comunidade (CENTRO DE</p><p>REFERÊNCIAS EM EDUCAÇÃO INTEGRAL, 2019).</p><p>A partir do movimento de educação popular, iniciado nas primeiras dé-</p><p>cadas do séc. XX, a Portaria nº 2.761 instituiu, em 2013, a Política Nacional</p><p>de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Ou seja, foi a partir da educação em saúde que se firmou a educação popular</p><p>(BASÍLIO, 2014).</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde2</p><p>Em 2014, tanto como forma de resgatar a importância do papel da educação</p><p>popular para o povo brasileiro quanto como forma de contribuir para modelos</p><p>de desenvolvimento e processos educativos, foi desenvolvido o documento</p><p>“Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas Públicas”. Esse</p><p>documento visa a ser uma referência para a Política Nacional de Educação</p><p>Popular, como uma orientação prática de políticas sociais que contemplem</p><p>diversos setores que estão vinculados aos processos de educação e formação</p><p>das políticas públicas, incluindo as de educação em saúde (BRASIL, 2014b).</p><p>Já a educação continuada, conceituada pela Organização Pan-Americana da</p><p>Saúde (OPS) em 1978 e reconceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)</p><p>em 1982, indica a continuidade do aprendizado, ou seja, engloba as atividades</p><p>de ensino posteriores, com finalidades mais restritas. Exemplos incluem os</p><p>cursos de pós-graduação, utilizados para adquirir conhecimentos específicos</p><p>sobre uma área relacionada ao curso de base (MASSAROLI; SAUPE, 2005).</p><p>A educação permanente em saúde (EPS), por sua vez, coordenada pelo</p><p>Departamento de Gestão da Educação na Saúde, da Secretaria de Gestão</p><p>do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/SGTES), trata-se do processo</p><p>de aprendizagem e ensino por meio das ações cotidianas comprometidas</p><p>com determinado grupo (BRASIL, 2014a). Conforme bem descrito por Ceccim</p><p>(2005), a EPS é um processo múltiplo, que busca a construção de espaços</p><p>de relações concretas e de reflexão e avaliação. Além disso, conta com o</p><p>envolvimento direto e agregado de diversas ações, pois busca a atualização</p><p>prática de processos pela atuação conjunta das equipes, das organizações</p><p>e das instituições. Em suma, envolve os agentes de atuação e os setores de</p><p>saúde, com implicações políticas.</p><p>As principais características da EPS são (MONTANHA; PEDUZZI, 2010):</p><p>� valorização do trabalho como fonte do conhecimento;</p><p>� articulação dos processos educativos de trabalhadores com o cotidiano</p><p>dos processos de trabalho, a atenção à saúde, a gestão e o controle</p><p>social;</p><p>� reconhecimento de que as práticas são definidas por múltiplos fatores</p><p>e dimensões;</p><p>� orientação das ações educativas de trabalhadores para a integração</p><p>do trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar;</p><p>� utilização de estratégias de ensino contextualizadas e participativas;</p><p>� busca da transformação das práticas de saúde e de enfermagem.</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 3</p><p>A principal estratégia da EPS está na consideração da presença e</p><p>da importância das equipes multidisciplinares atuantes no SUS,</p><p>de modo que problemas cotidianos sejam identificados e considerados nos</p><p>processos de trabalho. Isso resulta no comprometimento de todos os envolvi-</p><p>dos, trabalhadores, gestores e instituições de ensino parceiras, acarretando o</p><p>desenvolvimento individual, do grupo multidisciplinar e da instituição com um</p><p>todo (BRASIL, 2014a).</p><p>Segundo Ceccim (2005), na área da saúde, o desenvolvimento de recur-</p><p>sos para a aprendizagem individual, coletiva e institucional permanente é de</p><p>grande importância, pois, embora os conhecimentos tecnológicos se renovem</p><p>constantemente, a distribuição dos profissionais não segue a mesma direção.</p><p>Surgimento da Política Nacional de</p><p>Educação Permanente em Saúde</p><p>Cronologia da educação permanente</p><p>Há registros de que o termo educação permanente tenha sido utilizado pela</p><p>primeira vez em 1955, na França (LEMOS, 2016). Porém, conforme destacado por</p><p>Vendruscolo et al. (2018), esse conceito surgiu muito antes no país, constando,</p><p>inclusive, em textos de um programa educativo da Revolução Francesa que</p><p>datam de 1789. Posteriormente, em 1792, o termo teria aparecido em relatórios</p><p>que defendiam a continuidade da educação de adultos após a conclusão do</p><p>ensino tradicional. Seu emprego formal, de qualquer modo, só se deu mais</p><p>tarde, como sinônimo da continuação da escolaridade básica associada à</p><p>reforma do ensino público francês (LEMOS, 2016).</p><p>Muitos anos mais tarde, no fim da década de 1960, a Organização das</p><p>Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) passou a di-</p><p>fundir o termo pela fundamentação da teoria do capital humano, afirmando</p><p>que a qualificação das pessoas seria importante para o desenvolvimento de</p><p>atividades econômicas e, por consequência, dos países (LEMOS, 2016).</p><p>Em 1975, Pierre Furter, filósofo suíço, pedagogo, antropólogo e escritor</p><p>especializado em educação comparativa, filosofia e antropologia da educação,</p><p>relacionou o conceito de educação permanente com a formação profissional</p><p>contínua, a transformação do sistema e a aplicação de projetos práticos de</p><p>educação permanente. É na aplicação de projetos práticos que se destaca a</p><p>atuação da EPS, pois essa é a etapa em que o objetivo geral estaria relacio-</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde4</p><p>nado com a orientação política de recursos humanos e que a metodologia de</p><p>ensino estaria relacionada à atividade coletiva por meio do desenvolvimento</p><p>de ações cooperativas e interdisciplinares (VENDRUSCOLO et al., 2018).</p><p>Na década de 1980, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) dis-</p><p>tinguiu os termos educação permanente e educação continuada. Enquanto</p><p>a educação continuada englobaria as atividades de ensino posteriores, com</p><p>finalidades mais restritas, a educação permanente se referiria aos estudos</p><p>continuados, levando em consideração o meio em que estão inseridos (BRASIL,</p><p>2014a; LEMOS, 2016).</p><p>No Brasil, o art. 200 da Constituição Federal de 1988 prevê que a função</p><p>do SUS consiste na formação de recursos humanos na área da saúde (BRASIL,</p><p>1988). Assim, o conceito de EPS passou a ser mais utilizado e difundido na</p><p>década de 1990, a partir da promulgação da Carta Magna. No entanto, a SGTES,</p><p>cujo Deges é o coordenador responsável pela EPS, foi criada apenas em 2003</p><p>(BRASIL, 2014a; LEMOS, 2016; VENDRUSCOLO et al., 2018). Assim, somente no</p><p>ano seguinte, por meio da Portaria do MS de nº 198, de 13 de fevereiro, houve</p><p>a implantação da PNEPS, cabendo ao MS a responsabilidade pela formação</p><p>dos recursos humanos pela criação dos Polos de Educação Permanente em</p><p>Saúde (PEPS) (LEMOS, 2016).</p><p>A segunda fase da PNEPS teve início em 2007, com a alteração realizada</p><p>pela Portaria do MS de nº 1996, no qual os PEPS foram substituídos pelas</p><p>Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIESs) e pelos Cole-</p><p>giados de Gestão (LEMOS, 2016).</p><p>Polos de Educação Permanente em Saúde</p><p>Os PEPS foram articulados pelo Deges por meio das orientações definidas</p><p>no documento “Caminhos para a Educação Permanente em Saúde: Polos de</p><p>Educação Permanente em Saúde”, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde</p><p>em 4 de setembro de 2003 e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite</p><p>(CIT) em 18 de setembro de 2003. Na época, a previsão que se tinha era de</p><p>que fossem constituídos mais de 80 colegiados de EPS no Brasil até o fim de</p><p>2004 (BRASIL, 2004).</p><p>Conforme definido pelo documento citado, os PEPS são instâncias de</p><p>articulação interinstitucional. Ou seja, os polos devem funcionar como locais</p><p>propícios para a promoção de mudanças nas práticas em saúde e em educação</p><p>em saúde pela utilização de espaços promotores de diálogo entre os serviços</p><p>e os servidores dos SUS. Também devem servir para identificar necessidades</p><p>dos envolvidos e, a partir disso, construir estratégias e políticas voltadas</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 5</p><p>para a formação e o desenvolvimento, visando a melhorar a atenção integral</p><p>em saúde, popularizar o conceito ampliado em saúde e fortalecer o controle</p><p>social do SUS (BRASIL, 2004).</p><p>Os participantes dos PEPS responsáveis pela articulação da EPS no Brasil</p><p>são (BRASIL, 2004):</p><p>� gestores estaduais e municipais;</p><p>� universidades e instituições de ensino com cursos na área da saúde,</p><p>incluindo as áreas clínicas e da saúde coletiva;</p><p>� escolas de saúde pública;</p><p>� centros formadores de pessoal para a saúde (Cefors);</p><p>� núcleos de estudo em saúde coletiva (Nescs);</p><p>� escolas técnicas de saúde do SUS (ETS-SUS);</p><p>� hospitais de ensino;</p><p>� estudantes da área de saúde;</p><p>� trabalhadores de saúde;</p><p>� conselhos municipais e estaduais de saúde;</p><p>� movimentos ligados à gestão social das políticas públicas de saúde.</p><p>Os PEPS são responsáveis por um local determinado territorialmente,</p><p>que pode abranger um ou mais municípios do mesmo estado ou de estados</p><p>diferentes, sendo considerado um espaço de pactuação e articulação inte-</p><p>rinstitucional. Para isso, gestores e instituições se reúnem, constituindo uma</p><p>plenária em que são debatidas questões relacionadas com os problemas, as</p><p>prioridades e as alternativas para o desenvolvimento dos trabalhadores e</p><p>dos demais atuantes em determinada região (BRASIL, 2004).</p><p>Para avaliar e acompanhar as propostas realizadas nos PEPS, deve-se</p><p>levar em consideração o território político e social do local onde se inserem,</p><p>além das características demográficas e epidemiológicas locais (BRASIL,</p><p>2004). Como mais de um polo pode ser constituído em um estado, quando</p><p>houver vários PEPS, cabe à Secretaria Estadual de Saúde (SES) realizar a</p><p>reuniões periódicas com esses polos de forma a estimular a cooperação entre</p><p>eles. Também pode ser realizado um colegiado ou fórum dos PEPS. Além da</p><p>participação de todos os polos presentes na plenária organizada pela SES, o</p><p>colegiado pode contar com a presença (BRASIL, 2004):</p><p>� de um conselho gestor executivo constituído por representantes do</p><p>gestor estadual (direção regional ou similar);</p><p>� dos gestores municipais;</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde6</p><p>� do gestor do município sede do polo;</p><p>� das instituições formadoras;</p><p>� dos estudantes.</p><p>A gestão será participativa e as decisões serão tomadas por consenso.</p><p>Quando isso não for possível, a decisão será encaminhada para outras ins-</p><p>tâncias, como a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e o Conselho Estadual</p><p>de Saúde (CES).</p><p>Seguindo a Constituição Federal, os municípios são responsáveis pela</p><p>maior parte das ações de saúde e pelo local onde os trabalhadores,</p><p>docentes e estudantes estão alocados. Constitui-se, assim, uma gestão descen-</p><p>tralizada, mas que se concretiza como sede desse ato político (BRASIL, 2004).</p><p>Estratégias de financiamento e programas</p><p>de fortalecimento da educação permanente</p><p>em saúde</p><p>Financiamento das ações dos Polos de Educação</p><p>Permanente em Saúde</p><p>O financiamento das ações dos PEPS, de acordo com a Portaria do MS de nº</p><p>204, de 29 de janeiro de 2007, a Constituição Federal e a Lei Orgânica do SUS,</p><p>se dá por meio das três esferas de gestão do SUS (BRASIL, 2009):</p><p>1. a União;</p><p>2. os estados;</p><p>3. os municípios.</p><p>Com relação aos recursos federais, o financiamento se dá por meio do</p><p>disposto na Portaria do MS de nº 1.996, de 20 de agosto de 2007, por meio</p><p>dos blocos de gestão do SUS, compondo o limite financeiro global do estado,</p><p>do Distrito Federal e do município para a execução dessas ações. A trans-</p><p>ferência dos recursos, de acordo com a Portaria do MS de nº 204, ocorre de</p><p>forma automática e regular pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), que é o</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 7</p><p>gestor financeiro do SUS. Esses blocos são constituídos conforme as ações</p><p>e os serviços de saúde prestados, e os recursos destinados a um bloco não</p><p>poderão ser utilizados na ação de outro (BRASIL, 2009).</p><p>O bloco de financiamento da gestão do SUS visa a apoiar a implementação</p><p>de ações e serviços que contribuam para a organização e a eficiência do SUS,</p><p>sendo constituído pelos componentes para a qualificação da gestão do SUS</p><p>e a implantação de ações e serviços de saúde. Os blocos de financiamento</p><p>que se articulam para essas ações são (BRASIL, 2009):</p><p>� a atenção básica;</p><p>� a atenção de média e alta complexidade;</p><p>� a vigilância em saúde;</p><p>� a assistência farmacêutica;</p><p>� a gestão do SUS;</p><p>� investimentos na rede de serviços de saúde.</p><p>Apesar do recurso do bloco poder ser utilizado de diversas formas, inclusive</p><p>para a contratação de recursos humanos, desde que de forma temporária e</p><p>sem caracterização de vínculo empregatício, existem outras diversas situações</p><p>em que o recurso não poderá ser utilizado. Exemplos incluem o pagamento de</p><p>servidores inativos, a gratificação de cargos comissionados, o pagamento de</p><p>assessoria prestada por servidor do quadro funcional do próprio município</p><p>e/ou estado e obras de novas construções (BRASIL, 2009).</p><p>De acordo com o anexo I da Portaria do MS de nº 1.996, são três os grupos</p><p>de critérios para distribuição e alocação de recursos federais destinados aos</p><p>estados e ao Distrito Federal. O primeiro</p><p>grupo de critérios se refere à adesão</p><p>às políticas setoriais de saúde cujo propósito seja a alteração da configuração</p><p>técnico-assistencial em saúde. O segundo grupo se refere à população total</p><p>do estado e à quantidade de profissionais do SUS, levando em consideração</p><p>que, quanto maior a população atendida e maior o número de profissionais,</p><p>maior deverá ser o recurso. O terceiro grupo de critérios está vinculado à</p><p>busca pela minimização da falta de equidade regional, tendo em vista que,</p><p>quanto maior forem as barreiras sociais, maiores serão as dificuldades para o</p><p>atendimento de saúde da população e o desenvolvimento dos trabalhadores</p><p>(BRASIL, 2009).</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde8</p><p>Programa para o Fortalecimento das Práticas de</p><p>Educação Permanente em Saúde no Sistema Único</p><p>de Saúde</p><p>O Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente</p><p>em Saúde no Sistema Único de Saúde (PRO EPS-SUS) foi consolidado pela</p><p>Portaria nº 3.194, de 28 de novembro de 2017, levando em consideração a</p><p>necessidade de desenvolvimento de ações para a formação de profissionais</p><p>e trabalhadores de saúde do SUS. Por meio da colaboração com as CIESs,</p><p>propõe-se a estimular, acompanhar e fortalecer a qualificação profissional dos</p><p>trabalhadores a partir da realidade local e da análise coletiva dos processos</p><p>de trabalho (BRASIL, 2017a).</p><p>Entre as diretrizes propostas para a implementação do PRO EPS-SUS,</p><p>estão (BRASIL, 2017a):</p><p>� o reconhecimento e a cooperação das ações de educação realizadas</p><p>entre os estados, o Distrito Federal e os municípios;</p><p>� a incorporação de estratégias que considerem a realidade dos serviços</p><p>de saúde;</p><p>� o fortalecimento da atenção básica e sua integração com os demais</p><p>níveis de atenção;</p><p>� a convenção de metas e objetivos;</p><p>� o monitoramento e a avaliação das ações de forma permanente.</p><p>Em resumo, o PRO EPS-SUS visa a prover, aos municípios e ao Distrito</p><p>Federal, o apoio técnico e financeiro necessário, incentivando a elaboração</p><p>dos planos estaduais de EPS e a execução das ações de EPS pelas equipes da</p><p>atenção básica (BRASIL, 2018). Com o auxílio das CIESs e partindo da análise</p><p>da realidade local e dos processos de trabalho, o PRO EPS-SUS estimula,</p><p>acompanha e fortalece a qualificação profissional dos trabalhadores da área</p><p>da saúde (BRASIL, 2018). Assim, o Programa vai ao encontro do previsto no art.</p><p>200 da Constituição Federal, o qual determina, como já mencionado, que é de</p><p>responsabilidade do SUS a formação de recursos humanos na área da saúde.</p><p>Referências</p><p>BASÍLIO, A. L. A educação popular como indutora das políticas públicas de educação.</p><p>Centro de Referências em Educação Integral, 2014. Disponível em: https://educacaoin-</p><p>tegral.org.br/reportagens/educacao-popular-como-indutora-das-politicas-publicas-</p><p>-de-educacao/. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 9</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:</p><p>Presidência da República, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de</p><p>junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, 1987. Disponível em: https://www.planalto.gov.</p><p>br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d94406.htm. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Educação permanente em saúde. Brasília, DF: Ministério</p><p>da Saúde, 2014a. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/educacao_per-</p><p>manente_saude.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.194, de 28 de novembro de 2017. Dispõe sobre</p><p>o Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde no</p><p>Sistema Único de Saúde — PRO EPS-SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017a. Dis-</p><p>ponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt3194_30_11_2017.</p><p>html. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.</p><p>Manual técnico 2018: programa para o fortalecimento das práticas de educação perma-</p><p>nente em saúde no SUS PRO EPS-SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível</p><p>em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_pro_eps_sus.pdf.</p><p>Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na</p><p>Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação</p><p>permanente em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília, DF: Minis-</p><p>tério da Saúde, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/</p><p>politica2_vpdf.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na</p><p>Saúde. Política nacional de educação permanente em saúde. Brasília, DF: Ministério</p><p>da Saúde, 2009. (Série Pactos pela Saúde 2006, v. 9). Disponível em: https://bvsms.</p><p>saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude.pdf.</p><p>Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Secretaria-Geral da Presidência da República. Marco de referência da educação</p><p>popular para as políticas públicas. Brasília, DF: Secretaria-Geral da Presidência da</p><p>República, 2014b. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/</p><p>marco_de_referencia_da_educacao_popular.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Senado Federal. LDB: lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília,</p><p>DF: Senado Federal, 2017b. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/</p><p>handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>CECCIM, R. B. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Inter-</p><p>face — Comunicação, Saúde e Educação, v. 9, n. 16, p. 161-177, 2005.</p><p>CENTRO DE REFERÊNCIAS EM EDUCAÇÃO INTEGRAL. Educação popular. Centro de Refe-</p><p>rências em Educação Integral, 2019. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/</p><p>glossario/educacao-popular/. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>LEMOS, C. L. S. Educação permanente em saúde no Brasil: educação ou gerenciamento</p><p>permanente? Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 3, p. 913-922, 2016.</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde10</p><p>MASSAROLI, A.; SAUPE, R. Distinção conceitual: educação permanente e educa-</p><p>ção continuada no processo de trabalho em saúde. Brasília, DF: Secretaria de</p><p>Saúde, 2005. Projeto de pesquisa. Disponível em: http://www1.saude.rs.gov.br/</p><p>dados/1311947098405educa%E7%E3o%20continuada%20e%20permanente.pdf. Acesso</p><p>em: 15 jun. 2023.</p><p>MONTANHA, D.; PEDUZZI, M. 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Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/sistemas/</p><p>andi/orientacoes_sobre_utilizacao_recurso_andi.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.</p><p>Política nacional de educação permanente em saúde: o que se tem produzido para o seu</p><p>fortalecimento? Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://bvsms.</p><p>saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude_for-</p><p>talecimento.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>JESUS, J. M.; RODRIGUES, W. Trajetória</p><p>da política nacional de educação permanente</p><p>em saúde no Brasil. Trabalho, Educação e Saúde, v. 20, p. 1-13, 2022.</p><p>PAIVA, T. Paulo Freire: a educação como prática da liberdade. Centro de Referências em</p><p>Educação Integral, 2018. Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/</p><p>paulo-freire-a-educacao-como-pratica-da-liberdade/. Acesso em: 15 jun. 2023.</p><p>PEDUZZI, M. et al. Educação interprofissional: formação de profissionais de saúde</p><p>para o trabalho em equipe com foco nos usuários. Revista da Escola de Enfermagem</p><p>da USP, v. 47, n. 4, p. 977-983, 2013.</p><p>Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos</p><p>testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da</p><p>publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas</p><p>páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-</p><p>res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou</p><p>integralidade das informações referidas em tais links.</p><p>Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 11</p>

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